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2 • Trabalho • Brasília, domingo, 1º de julho de 2012 • CORREIO BRAZILIENSE Daniel Ferreira/CB/D.A. Press
CONTINUAÇÃO DA CAPA
EMPREENDEDORISMO
SEMANA DE ORIENTAÇÕES
Faltam operários Em Brasília, o setor de construção civil “importa” trabalhadores de Goiânia. Já existe empresa que oferece curso gratuito de capacitação para os mestres e encarregados de obras
rádio transmissor é companheiro inseparável do auxiliar administrativo Gerlande Costa dos Santos, 34 anos. Só assim para conseguir gerenciar quase 1,4 mil operários em 380 mil metros quadrados da construção de um empreendimento em Águas Claras. Com o aparelho em mãos, ele caminha o tempo todo pelas lajes de concreto recém-preenchidas e mantém um controle frequente das atividades que exerce durante o dia. “Faço um cronograma diário para não esquecer nada”, conta. Preparar-se para essa tarefa não foi fácil. Gerlande começou a trabalhar nos canteiros como ajudante de pedreiro, fez curso de almoxarifado no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e ainda se formou em administração. Profissionais qualificados como Gerlande são poucos no setor da construção civil e estão sendo disputados. O auxiliar administrativo recebe propostas de várias organizações, mas continua na mesma incorporadora desde o início da carreira, há 15 anos, por se sentir valorizado. A empresa
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ESTÁGIO
CHANCE EM MULTINACIONAL Edvaldo (E), Gerlande (C) e Carlos trabalham em canteiros no DF: sem dificuldades para arrumar emprego
oferece um plano de cargos e salários e, a cada dois anos, o profissional é avaliado. Dependendo da qualificação e da experiência, pode ser promovido. De acordo com projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI), profissionais da construção civil são os mais procurados no Brasil e no Distrito Federal. Levantamento divulgado na última terça-feira pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusconSP) mostra que o setor é um dos que mais empregam no Brasil. São 3,36 milhões de trabalhadores. Só em maio, foram contratados 17,2 mil, com carteira assinada.
Pronatec - 0800-616161 pronatec.mec.gov.br
Na capital
Senac - (61) 3313-8877 www.senacdf.com.br
No Distrito Federal, a falta de profissionais técnicos para preencher as vagas oferecidas tem levado à “importação” de trabalhadores. “As empresas estão buscando profissionais em Goiânia para atender à demanda do mercado de Brasília”, relata o diretor da SH na capital, Carlos Batalha. A companhia fornece formas, andaimes e escoramentos para a obra em que Gerlande
Com antecedência A projeção é para o período de 2011 a 2014. A CNI faz levantamentos periódicos para antecipar as principais necessidades do mercado. A partir de uma expectativa do comportamento futuro da economia, é possível planejar ações e criar cursos técnicos e de qualificação nas áreas onde a demanda será maior.
Capacite-se Onde encontrar cursos técnicos no DF:
Senai - (61) 3362-6000 www.sistemafibra.org.br/senai Secretaria de Trabalho (Setrab) (61) 3326-1379 ou 3328-5549 www.trabalho.df.gov.br Instituto Federal Brasília (IFB) (61) 2103-2154 www.ifb.edu.br Universidade Católica de Brasília (UCB) (61) 3356-9686 www.ucb.br/cursos/tecnologicos
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» MARIANA NIEDERAUER
A Semana do Empreendedor Individual traz, de amanhã a sábado (7), palestras, oficinas e formalizações em Ceilândia, Taguatinga, Riacho Fundo, Cidade Estrutural, Planaltina, Varjão, Itapoã, Paranoá e São Sebastião. O evento é promovido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distito Federal (Sebrae-DF). Informações no 0800-507-0800 ou pelo site www.df.sebrae.com.br.
atua. Batalha diz que os poucos cursos técnicos voltados para a área estão muito concentrados no Sistema S e que as novas escolas técnicas, além de serem raras, surgiram há pouco tempo. “Ainda não temos como avaliar o tipo de profissional que vai sair dessas instituições”, atesta. Para suprir a demanda por mão de obra e ter certeza de que terão profissionais com a qualificação de que necessitam, muitas empresas estão promovendo treinamentos internos. A SH oferece em todas as capitais workshop gratuito para mestres e encarregados de obras sobre como evitar perdas nos canteiros e utilizar os equipamentos com segurança. O curso de Brasília ocorreu ontem. A qualificação faz diferença no salário. Enquanto um ajudante de pedreiro ganha entre R$ 600 e R$ 700, auxiliares administrativos chegam a ganhar R$ 2 mil, e um bom mestre de obras recebe, em média, R$ 5 mil por mês. Um dos problemas apontados por Batalha é que, antes, o trabalho na construção civil passava de pai para filho, o que não ocorre mais. “Hoje, os filhos de mestres de obras estão se tornando engenheiros”, ilustra.
É assim na família do mestre de obras Carlos Souza, 47 anos, cujo filho trabalha como técnico em uma obra, mas já cursa engenharia civil para ter diploma de nível superior. Mesmo sem especialização, Carlos nunca teve dificuldade em encontrar emprego. Aprendeu a profissão trabalhando nos canteiros. Ainda assim, incentivou o filho a se tornar engenheiro, pois percebe que o mercado precisa de mão de obra qualificada. “Não adianta a pessoa só saber fazer e não ter qualificação”, aponta. Edvaldo Coelho Ferreira, 34 anos, seguiu a profissão do pai, que era mestre de obras, mas não deseja que o filho, de 15 anos, vá pelo mesmo caminho. “Hoje em dia, o pai não quer mais que o filho entre nessa área de construção civil”, diz. Ele próprio já investiu em qualificação, fez curso de edificações e é formado em engenharia civil. Edvaldo almeja o mesmo para o filho. “O que ele será no futuro depende do que eu oferecer para ele hoje.”
LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO O Brasil precisa de mais mestres e doutores
O escritório da Coca-Cola em Brasília seleciona para estágio estudantes de administração, engenharia de produção, marketing ou publicidade e propaganda. É preciso estar no 4º ou 5º semestre, ter inglês avançado e conhecimentos de PowerPoint e Excel. A carga horária é de 30 horas semanais flexíveis, com bolsa-auxílio de R$ 1 mil. As inscrições podem ser feitas até o próximo sábado (7) pelo site www.vagas.com.br/v575047. CURSO ON-LINE
TREINAMENTO GRATUITO A empresa de hardware Dell oferece um curso on-line de tecnologia da informação direcionado a pequenos e médios empresários. As aulas são gratuitas e podem ser acompanhadas, a qualquer momento, no site www.dell.com.br/ centrodetreinamento. Elas têm duração média de 20 a 30 minutos e versam sobre assuntos como computação em nuvem e gerenciamento de sistemas. Ao fim de cada módulo, o participante recebe um atestado de conclusão personalizado.