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Editorial
O Painel Arte em Gente e Gestão foi concebido pelo Ateliê Corporativo para aliar informação de qualidade a conceitos ligados, direta ou indiretamente, à educação corporativa. Como expressa o título, a publicação aborda assuntos diversos de interesse empresarial. Para tanto, as edições trazem artigos de especialistas em diversas áreas, atuantes no Ateliê, ou especialmente convidados como colaboradores. Assim, esperamos fomentar discussões relevantes para o mercado atual brasileiro e contribuir para práticas de gestão adequadas a nossa realidade. Nesta primeira edição, a seção Experiências aborda a metodologia do Word Café, ilustrada com depoimentos de nossos clientes.
Para a seção Paleta de Ideias, a equipe do Ateliê preparou uma abordagem sobre a habilidade da Comunicação como diferencial no ambiente empresarial, e outra sobre o alto desempenho. O economista e professor Ricardo Torres faz uma análise sobre o risco de a especulação imobiliária aliada a outros fatores criarem uma bolha no mercado brasileiro. Já o professor Alessandro Saade apresenta, em entrevista exclusiva, uma visão otimista do empreendedorismo brasileiro, além de alguns alertas aos empreendedores. No especial da edição, o Painel anuncia uma metodologia diferenciada para envolver os treinandos com os conteúdos dos programas de educação: o StoryTraining. O primeiro texto comenta a importância da ficção na construção da realidade. O segundo ilustra como a ideia da metodologia tomou forma.
Rapidinhas traz dicas de comportamento ou de leituras, citações famosas, ou links interessantes para os envolvidos no universo corporativo. A seção Sala de Artes é destinada a abordar curiosidades e relações de sucesso entre artes e negócios, divididos em 2 subseções. Em Brasil, saudamos os 20 anos do Instituto Brincante, os 40 anos de carreira e 60 de idade de seu ilustre fundador: Antônio Nóbrega. Em Mundo, logramos um brevíssimo resumo da trajetória da arte da Animação na Walt Disney Company.
A partir da próxima edição, contaremos também com o painel do leitor, onde ilustraremos o interesse despertado pelos assuntos aqui discutidos com comentários de nossos leitores. Convidamos você a participar dessa iniciativa. Desejamos uma prazerosa e proveitosa leitura!
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Ensinar é enriquecer a própria experiência, revisitando-a com os olhos do aprendiz 7
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uantas vezes nos encontramos com pessoas informalmente, para tomar um café, e durante as conversas que surgem, aprendemos, refletimos e temos ideias interessantes e inovadoras?
Esse é o clima proposto pelo World Café, uma metodologia muito atraente, criada e divulgada por Juanita Brown e David Isaacs para envolver pessoas em discussões relevantes. Ela parte do pressuposto de que as pessoas têm grande capacidade para trabalhar juntas e de que a inteligência coletiva emerge da interação entre indivíduos, por meio de conversas significativas. Segundo os criadores do método, a o ve sação é o processo central por meio do qual nós, humanos, pensamos e coordenamos nossas ações em conjunto. O processo vivo da conversação está no centro do aprendizado coletivo e na evolução conjunta das atividades humanas . O processo é estruturado a partir de sete princípios e de uma eti ueta de participação, que orientam a interação entre os participantes de um evento e estimulam a troca de ideias e visões, e a criação conjunta de novos conceitos, estratégias ou planos de ação.
O envolvimento de todos, incitado pela técnica, a manutenção do interesse, propiciada pela dinâmica da metodologia, e a profunda reflexão, induzida pelas pe gu tas pode osas preparadas para levar o grupo ao atingimento dos objetivos propostos, garantem os resultados esperados, que perduram após sua realização. Quando aplicado de forma eficaz , o processo cria um
ambiente informal e propício para estimular a aprendizagem corporativa, o desenvolvimento de estratégias, o compartilhamento de vivências, ideias e ações, bem como para a sensibilização para mudanças e para a criação conjunta. As experiências que o Ateliê Corporativo tem tido na condução do World Café levam sua equipe a acreditar cada vez mais que o processo é bastante eficaz para um grande número de objetivos, e para o trabalho com quaisquer grupos, independentemente do número de integrantes e do nível de senioridade dos mesmos.
O Ateliê Corporativo conduziu, em 2012, vários eventos utilizando o World Café como metodologia complementar, associado a palestras e outras atividades. Um deles, realizado para a Baxter Brazil para sensibilizar os gestores da empresa a respeito de alguns fundamentos importantes para a organização naquele momento, provocou o seguinte comentário de Daniel Coelho, Manufacturing Director da organização: O Projeto de Choque de realidade que fizemos com o Ateliê Corporativo, foi muito importante para toda a liderança da Manufatura da Baxter pois, muitas vezes, nós gestores de pessoas esquecemos estas peças importantes que são as pessoas no time. As pessoas, com seus diferentes sentimentos, tiram suas conclusões e constroem seus i fe os profissionais po t teis e que podem ser individuais ou coletivos e que ainda podemos carregar para onde vamos. No trabalho em que fizemos, acredito que colocamos a ped a fu da e tal na construção não de um pa aíso po t til , mas de um local melhor com gestores cientes da dificuldade e motivados 9
a enfrentá-la. Trabalhando para um objetivo comum e para construir para cada um seus momentos de realização profissional. Outro exemplo foi um evento em que o método também foi usado como complemento em um evento realizado para a área comercial da Seguros Unimed.
Segundo a avaliação de Ana Célia Rodrigues Gonzalez, Gerente de Desenvolvimento de Pessoas: T a alha com o Ateliê Corporativo, representado por Marilda e Mônica, foi uma grata surpresa, para o Encontro Territorial de Negócios da Seguros Unimed. O trabalho desenvolvido em um dos dias do evento agregou conhecimento aos participantes, principalmente no que se refere as vantagens e benefícios de produtos e serviços. A técnica do World Café, validou toda a proposta do trabalho. Esses e outros eventos tiveram objetivos e públicos variados, e os resultados foram todos muito satisfatórios, o que leva o time do Ateliê a crer que a metodologia continuará a colaborar para excelentes resultados.
Pa l estrantes e condutores para eventos corporativos, fei ras, congressos, encontros e conferências ETIQUETA DO WORLD CAFÉ
Des envolvimento de estratégias e planos de ação
1. Definição do contexto
Sensibilização e mobilização
2. Espaço acolhedor
Orga nização de treinamentos vivenciais, i nclusive outdoor
3. Questões significativas 4. Contribuição de todos 5. Conexão de diferentes pontos de vista 6. Escuta conjunta
7. Compartilhamento de descobertas
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ALTO DESEMPENHO
Para criar equipes de alto desempenho, o líder deve, em primeiro lugar, desenvolver o potencial das pessoas. Para isso, precisa de instrumentos eficazes. Por Marilda Andrade Sócia fundadora do Ateliê Corporativo
N
o ambiente competitivo atual, em que precisamos entregar cada vez mais resultados, com cada vez menos recursos, nenhuma empresa, de qualquer porte ou ramo de atividade, pode se dar ao luxo de ignorar a necessidade de promover e manter o alto desempenho. Em minha experiência como professora e facilitadora de treinamentos em gestão de pessoas, tenho notado repetidamente a dificuldade dos líderes em promover e manter suas equipes produzindo na medida e da maneira desejada. Dentre as diversas causas dessa dificuldade, chama a atenção a ausência de um processo efetivo de gestão de desempenho de pessoas e equipes na maioria das empresas, sejam elas grandes ou pequenas. Quando digo processo, me refiro a alguma metodologia que provenha ferramentas práticas e simples e que auxiliem o líder a desenvolver
o potencial de seus liderados, otimizando o desempenho e mantendo-o em nível ótimo. E que ajude o gestor a transformar sua equipe em um time de alto desempenho. A constituição de uma equipe de elevada performance se inicia pelo desenvolvimento das pessoas, mas não se restringe a ele.
Processo de gestão de desempenho Processo de gestão de O ciclo de gestão de desempenho envolve as seguintes atividades do líder: responsabilização por trazer a pessoa certa para o lugar certo; acordo com o liderado dos objetivos que irá cobrar;
treinamento – formal ou informal – do colaborador, para que ele possa atingir suas metas;
acompanhamento do liderado para estimular o desempenho superior e garantir que não haja desvios de ota ; gestão dos problemas críticos ou recorrentes de desempenho; avaliação formal do desempenho; análise conjunta do potencial do liderado para assumir responsabilidades mais complexas, atuando como contribuinte na preparação para a ascensão na carreira dele.
Para conseguir realizar tudo isso com eficácia, o líder deve conhecer e aplicar instrumentos eficazes. A principal ferramenta do líder coach é o conjunto de feedbacks estruturados, específicos para cada uma das situações, e fornecidos de maneira a contribuírem efetivamente para a aprendizagem e o desenvolvimento.
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M么nica Peres
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roblemas de comunicação, de modo geral, são apontados como principais gaps na rotina empresarial. Também pudera, presente em praticamente todas as atividades profissionais, e dividindo-se entre diversos eixos, a Comunicação é, em sentido mais amplo, a única ferramenta de relacionamento humano. Isso posto, é fato que a maior parte dos programas de desenvolvimento ainda deixam de fora o assunto ou o relegam a um apêndice complementar de carga horária insuficiente para tema tão relevante. Sintoma disso é o alto número de executivos e colaboradores que manifestam, quer durante as aulas, quer em avaliações de reação, o interesse em explorar mais temas relacionados ao assunto. Desde o momento em que nascemos, temos a necessidade de nos comunicar. O que faz o médico assim que nos acolhe do ventre de nossa mãe? Provoca uma resposta – geralmente um choro – aplicando-nos uma leve palmada. Simplesmente porque não pode perguntar algo como vo ê consegue espi a ? , uma vez que ainda não dominamos a linguagem verbal. Ao mesmo tempo em que a palmada provoca o funcionamento dos nossos pulmões, nossa resposta comunica aos especialistas se precisamos de socorro urgente para respirar ou se estamos prontos para os próximos exames. Ou seja: precisamos da comunicação desde sempre para convivemos com os outros, e nossa sobrevivência, em grande medida, depende dela.
Desenvolvemos a habilidade de nos comunicar desde muito cedo. Logo, todos sabemos nos comunicar muito bem? Sim. E não. Claro que quanto maior o convívio em sociedade, mais exercitamos o domínio das várias formas de comunicação. Nesse sentido, quando um profissional entra no mercado de trabalho, já conhece e convive muito bem com vários aspectos dessa ferramenta. Porém, uma das principais facetas dela é intrapessoal. E depende totalmente, ou em grande parte, das experiências que vivenciamos: emocionais, psíquicas, mentais, e por aí vai. E essa faceta pode ser decisiva para o sucesso profissional, uma vez que condiciona
O Ateliê de Comunica ção é um programa de formação e educa ção continuada . Desenvol ve as di versas competências do tema , desde rela cionamento interpessoal e asserti vidade a té a pos tura diante de fornecedores , clientes , i mprensa e comunidade.
Competências em comunicação Comuni cação, influência e rela ciona mento i nterpessoal
Comuni cação escrita Apres entações eficazes Comuni cação oral Técni cas vocais personalizadas Comunicação nas mídias digitais As s ertividade Comuni cação com público externo Técni cas de feedback Técni cas de a presentação Eti queta empresarial Confi ança – s aber ouvir www.ateliecorporativo.com.br 11 5078.8540
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E ua toào que comunicamos atinge principalmente a razão, como comunicamos afeta as emoções ...à
o comportamento interpessoal. Quais são os dificultadores da comunicação eficaz, se já estamos tão habituados a ela?
Bem, para começar, o próprio uso constante da comunicação nos leva a acreditar que nos comunicamos perfeitamente (afinal, fazemos tanto isso e há tanto tempo...) o que não é necessariamente verdade em todas as situações. Geralmente, atribuímos as falhas de entendimento aos outros, dificilmente a nós mesmos. E nos acomodamos na aparente concordância dos ouvintes. Assim, um gestor tende a considerar que os objetivos da área estão absolutamente claros, por exemplo, e que se os resultados não aparecem, é por outros motivos – não necessariamente. O fato é que pessoas são diferentes e apesar de raciocinarem e agirem de forma diferente, tendem a crer que as outras pessoas interpretam seus 14
discursos como elas interpretariam. Por diversas vezes, porém, provocam leituras e reações bem diversas das que pretendiam. Diferenças de repertório, experiência, padrões de pensamento, valores, expectativas, objetivos pessoais, quantidade de informações a respeito do assunto, emoções... qualquer tipo de diferença é capaz de gerar divergência ou lacuna de interpretação. Por isso, há técnicas que auxiliam a checar entendimento, sempre que a clareza se faz importante, o que aumenta muito a eficácia da comunicação e, por conseguinte, a operacional. A energia adequada da elocução, por outro lado, é tão importante quanto o vocabulário que escolhemos. Não basta dominar o ue dizer (ou escrever), mas o o . Enquanto o que comunicamos atinge principalmente a razão, como comunicamos afeta as emoções – e por isso, tem potencial para
contribuir com os processos mentais, ou prejudicar os processos... e as relações. O ambiente e sua cultura também interferem, e muito, nessa questão. Um assertivo em um ambiente muito agressivo, por exemplo, pode ganhar mais facilmente a simpatia e até a confiança de colaboradores acostumados a serem tratados de forma mais ríspida. Já em um ambiente pouco aberto, em que habita uma cordialidade excessiva, artificial (com predomínio de relações de submissão), o mesmo assertivo pode ser visto, num primeiro momento, como muito du o , ríspido, ou desafiador. Sim, porque para quem não está acostumado à assertividade, ela pode destoar. E ela é cada vez mais necessária nas empresas por ser uma das bases dos relacionamentos duradouros; entre colegas, com parceiros, clientes, fornecedores, comunidade e opinião pública.
...à àclareza verbal e escrita, somam-se assertividade, capacidade de ouvir, empatia e interesse pelo outro... "
Ambientes e culturas diferentes, pessoas diferentes, situações diversas... exigem constante capacidade de adaptação. Também com relação a habilidades comunicativas, claro. Inegável a valorização dessa capacidade de adaptar-se às diversas situações comunicativas nas organizações nas últimas décadas. Gestores naturalmente promovidos por méritos técnicos aprimoram sua habilidade de comunicação. Seu sucesso como líder depende em grande parte disso, uma vez que seus resultados serão atingidos por meio de seus colaboradores. Mais: colaboradores que visam ascensão profissional como futuros líderes também devem investir neste aprimoramento, pois a habilidade de relacionamento interpessoal já é um dos principais fatores considerados na disputa por uma promoção. Mais ainda, em tempos de mercado maduro, concorrência direta e indireta extremada,
tempos em que redes sociais têm quase tanto alcance – e mais velocidade – que publicidade e propaganda, profissionais que querem conquistar e manter sua empregabilidade devem se tornar cada vez mais hábeis nos relacionamentos, cada vez mais eficazes nos vários tipos de comunicação. É inescapável. Nesse ambiente, à clareza verbal e escrita, somam-se assertividade, capacidade de ouvir, empatia e interesse pelo outro para poder falar em linguagem compreensível e confortável para ele, técnicas de feedback, dentre outras habilidades, para construir o profissional realmente eficaz em seus relacionamentos e em suas atividades.
Se anteriormente o cumprimento das tarefas dentro dos prazos era o que contava, hoje, tão importante quanto isso é a forma como executamos os planejamentos. Não basta mais apenas o foco em tarefas porque –
como já exaustivamente propalado, mas ainda não totalmente assimilado nas práticas organizacionais – dentre os principais ativos da organização contemporânea brilha o capital humano. Por isso, a comunicação eficaz tem potencial para ser um diferencial competitivo dentre os mais relevantes dos profissionais excelentes.
Mônica Peres é sócia do Ateliê Corporativo
I eg velàa valorização dessa capacidade de adaptar-se às diversas situações...à à 15
DO CAOS À REORGANIZAÇÃO ESPECIAL Storytraining Como a ficção pavimenta a realidade
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ESPECIAL Storytraining
ser humano é, essencialmente, um contador de histórias. Em toda a cultura humana, há forte presença de narrativas tradicionais. Elas sempre nos interessaram e sempre nos interessarão, naturalmente, porque nossas vidas são histórias. Só isso já justificaria seu alto consumo – livros, cinema, teatro, canções, games etc. Não bastasse isso, cada vez mais especialistas em diversas áreas, ligados a Psicologia, Linguagem e Literatura, Neurologia, dentre outras, concordam que a força de persuasão e convencimento é maior quando nos envolvemos com personagens em conflito do que quando diante de discursos argumentativos, cuja principal finalidade seria justamente convencer.
Não por acaso, os comerciais que geralmente admiramos e fixamos na memória se valem de componentes narrativos, expedientes largamente utilizados na publicidade. Assim, a empresa de telefonia participa do sucesso do gol junto com o atacante quando este carrega seu nome impresso na camiseta; o café instantâneo e o perfume fazem parte do drama da mocinha da novela. Num exemplo bem recente, no rádio, ouvimos Cinderela telefonar à seguradora para pedir ajuda, uma vez que seu veículo se transformou em uma abóbora, justo no dia em que perdeu seu sapato... O fato é que com as histórias aprendemos a lidar com nossos medos, por exemplo. Muitos gostam das de terror , outros
preferem suspense. Sentimo-nos desafiados, participando das aventuras dos heróis, sem correr riscos reais; buscamos o prazer provocado pela adrenalina, e, como lucro, exercitamos razão e emoção, aumentamos nosso conhecimento, treinamos para a vida. A simulação, há muito se sabe, é fundamental ao desenvolvimento social e do raciocínio durante as várias fases de crescimento. O que as teorias apontam, agora, é que ela tem a mesma importância na vida adulta, na maturidade. Os estudiosos suspeitam que sobretudo as histórias de mistério e enigmas têm alto potencial de colaborar para a assimilação de comportamentos e exercitar nossa capacidade de escolha. E ainda, analisam que os fi ais felizes ,
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recompensas de comportamento socialmente desejáveis, produtivos, são fundamentais para a sobrevivência e a evolução da sociedade. As correntes contemporâneas estudam a literatura sob diversas óticas, todas convergindo para a força da ficção. Porém as narrativas ainda são muito pouco utilizadas na educação para adultos, sobretudo, na educação corporativa. A Andragogia já contribuiu bastante para a área ao indicar o uso do universo lúdico como estratégia para diminuir resistências, potencializar a construção do conhecimento, provocar mudanças. Daí os jogos corporativos, as simulações e dramatizações, e até o uso de trechos de filmes em treinamentos, por exemplo.
A aderência das corporações ao Storytelling reflete as novas teorias e investigações, mas é ainda um bocado restrita. Pesquisas como a da Dra. Lisa Zunshine, da Universidade de Kentucky, e análises como a de Jonathan Gottschall em The Storytelling Animal: How Stories Make Us Human sugerem que o potencial narrativo é muito, muito maior. É durante o desenvolvimento de enredo, no processo de acompanharmos uma história e envolvermo-nos com dúvidas, angústias, erros e acertos, que mais nos permitimos olhar o mundo de novas formas. Acompanhando tramas que não vivemos de fato, mas semelhantes às que conhecemos, e antecipando escolhas e atitudes, nem sempre como faríamos em 18
As narrativas ainda são muito pouco utilizadas na educação corporativa
Histórias nos ajudam a aprender, crescer e evoluir
ESPECIAL Storytraining
Contar histórias é parte do que somos nossa vida cotidiana, permitimos que um certo caos se instaure. Entregarmo-nos a reflexões e paixões distintas das nossas, desorganiza nossa mente e nossas emoções, permitindo que descubramos novas alternativas, ou seja, permitindo que reorganizemos estruturas mentais, padrões de pensamento, afetividade e comportamento. O que está no coração da aprendizagem de adultos. O StoryTraining do Ateliê Corporativo serve-se exatamente da força da narrativa. As atividades são realizadas sobre um pano de fundo ficcional, levando os participantes a um maior envolvimento, a escolhas e respostas menos controladas. Saindo da zona de conforto, ampliamos nossos limites de visão e ação, e facilitamos mudanças saudáveis em nosso trabalho. A metodologia, para além de prazerosa, potencializa tanto a revelação de padrões mentais e de comportamento, quanto a descoberta de alternativas produtivas e eficazes em situações similares que os treinandos vivenciam em sua rotina. Do caos, eles produzem uma nova ordem.
Conheça mais nas próximas pá ginas
Histórias são uma poderosa ferramenta de aprendizagem em qualquer fase da vida
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ESPECIAL
Storytraining Como envolver os funcionários da s empresas nos programas, ma xi mizando resultados de i nvestimentos
Uma metodologia inovadora cri a da pelo Ateliê Corporativo.
hovia muito em São Paulo, e o trânsito estava terrível, como sempre. Praticamente estacionada em uma das principais avenidas da cidade, Maria refletia sobre uma inquietação que há muito tempo lhe causava insônia. Maria era dona de uma empresa de treinamentos corporativos, e enfrentava um grande desafio: como garantir o maior retorno possível dos investimentos de seus clientes nos treinamentos que sua escola administrava? Essa era uma preocupação que ela sabia que compartilhava com os gestores das organizações para as quais prestava serviços, principalmente os de Recursos Humanos.
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A empresária e sua equipe acreditavam que o melhor retorno desse investimento acontece quando se consegue incrementar a assimilação e a retenção dos conhecimentos, ao mesmo tempo em que se promove estímulo para a prática das habilidades e a sensibilização profunda dos participantes sobre a necessidade de mudança. A experiência de todos demonstrava que um treinamento eficaz, principalmente se visasse ao desenvolvimento de competências comportamentais, deveria provocar reflexões significativas; mas também precisava prover ferramentas práticas para que o treinando saísse do evento com recursos eficientes, que o permitisse agir de
Pensando que ela já havia estudado muito sobre isso, e que gosta muito do modelo, já amplamente pesquisado por diversos autores importantes, revisou mentalmente o que ele significava.
(Knowles, 1970), pressupõe que um adulto traz suas experiências para a sala de aula; além disso, um profissional considera a aprendizagem como um desafio, e somente se propõe a aprender algo se perceber a aplicação prática dos conteúdos a que está sendo submetido. Ela também concorda com os pesquisadores quando eles afirmam que as pressões internas – como autoestima, desejo de pertencimento e satisfação pessoal – são muito mais estimulantes para o aprendizado que as pressões externas – como aumento de salários e promoção – ainda que as pessoas sejam, claro, sensíveis a esses fatores.
Maria sabe que a Andragogia, definida como a arte e a ciência de ajudar adultos a ap e de
Também se lembrou de que já havia concluído que um treinamento de fato mobilizador,
maneira mais eficaz e produtiva no seu dia-a-dia. O barulho da chuva martelando seu carro marcava o ritmo dos seus pensamentos, e ela refletiu sobre o universo do desenvolvimento de talentos nas empresas, hoje. Recordou que atualmente se acredita que o modelo andragógico é o mais funcional para a aprendizagem de adultos.
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então, é promovido por um profissional experimentado como fa ilitado da aprendizagem: ele propõe problemas e dilemas que refletem a realidade dos treinandos, estimulando-os a resolvê-los, e utiliza recursos adequados para isso. Maria sabia que, claro, esta é uma simplificação do conceito, mas estando assim colocado, já a já a ajudava a identificar o verdadeiro problema que tanto lhe causava inquietação. Ela estava segura de que, na tentativa de seguir os princípios
que, ao ministrar um curso para alunos que haviam trabalhado o tema anteriormente, apesar de os conceitos estarem relativamente assimilados, a prática ainda não os refletia totalmente.
Tão entretida estava com esses pensamentos, que quando se deu conta, Maria já estava em frente à empresa na qual faria uma reunião. Durante este encontro, ela não pôde evitar sorrir quando sua interlocutora, uma Gerente de Desenvolvimento de Pessoas da
Como diminuir as resistências e defesas que dificultam a necessária identificação emocional dos profissionais com os conceitos abordados em um treinamento?
andragógicos, inúmeros são os instrumentos utilizados hoje pelas escolas de negócios: estudos de casos, simulações, jogos, dinâmicas, discussões de aspectos da realidade dos treinandos, dentre outros. E são todos, normalmente, muito pertinentes. Ela os usa quando em sala de aula, e estimula toda a sua equipe a fazêlo, também.
Então, o que estava errado? Por que a aplicação prática dos conceitos pelos treinandos, em seu cotidiano, muitas vezes não era o que se esperava? Por 22
empresa, uma multinacional da tecnologia, falou:
grande área de
― Todos que vão participar desse curso de negociação já fizeram outras vezes o mesmo módulo; mas percebemos que, na prática, eles ainda negociam de forma muito pouco eficaz. É por isso que precisamos, agora, de um reforço dos conceitos. E queremos um programa bastante prático, para que eles possam exercitar as metodologias em sala de aula. Achamos que é isso que está faltando! Quando voltou para
seu
ESPECIAL Storytraining
escritório, Maria ainda estava intrigada com esses resultados. E, agitada com esses pensamentos, chamou Rita, sua sócia, para conversar. Infelizmente para ela, no entanto, Rita estava saindo para um compromisso de trabalho e disse que conversariam no dia seguinte. Maria estava angustiada e não queria esperar para encontrar uma resposta para esse dilema. Repensando
suas próprias
necessidades de manutenção de autoestima e do sentimento de ser bem avaliado pelo seu grupo de convivência, o adulto, em um evento de aprendizagem, pode se sentir em risco. Ele está junto a colegas, pares e, algumas vezes, superiores hierárquicos. É de se esperar que se sinta avaliado, exposto e julgado. Por isso, é muito possível – e as experiências compartilhadas mostram que é comum – que ele esteja armado com defesas psicológicas e resistências , das quais muitas
... a retenção de informações e o estímulo à mudança são mais intensos após os primeiros contatos com algum conceito.
experiências, assim como aquelas compartilhadas com sua sócia e com amigos que também atuam em salas de aula como facilitadores e professores, e pesquisando estudos pertinentes, uma conclusão começou a tomar forma em sua mente: O que muitas vezes passa despercebido para todos os profissionais de treinamento é que os próprios fatores que motivam a incorporação de conceitos e hábitos, podem se transformar em dificultadores em um processo de treinamento.
Considerando -
se
as
vezes sequer tem consciência. E Maria também ponderou outro fator. É sabido, ao se falar da curva de aprendizagem, que a retenção de informações e o estímulo à mudança são mais intensos após os primeiros contatos com algum conceito, e então gradualmente essa fixação se equilibra. Isso significa que cada vez menos informação nova é retida, e menor é o estímulo à aquisição de novos comportamentos, após o indivíduo se submeter à exploração do mesmo tema mais de uma vez.
―
Ora,
concluiu ,
as 23
competências demandadas pelas empresas, e fundamentais para a excelência de seus colaboradores – tais como liderança, trabalho em equipe, negociação, comunicação, dentre outras – são assunto de inúmeras discussões internas, palestras, discursos das chefias, conversas informais, além de treinamentos formais. Mas, como o desenvolvimento dessas competências depende de profundas mudanças internas, ele deve ser promovido continuamente. Porém, apesar de crer que havia encontrado algumas causas para o problema, o dilema persistia: como, então, considerando que há uma overdose de exposição a estes temas, podemos tornar os treinamentos eficazes? E como driblar as resistências e defesas que dificultam a necessária identificação emocional com os conceitos? Os dias que se seguiram foram de intensa atividade para Maria. Ela colocou todo mundo maluco no escritório. E contagiou Rita, sua sócia.
Durante todo esse período, só se ouvia o martelar dos dedos nos teclados dos computadores. E o blábláblá incessante. Dava para ver a fumacinha saindo da cabeça das duas!
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Maria sempre tinha gostado muito de um conceito que vinha sendo muito apregoado no mundo da gestão: o storytelling.
Resumindo para sua sócia, ela contou que o conceito se baseia no fato de que o o ta histó ias como instrumento de facilitação da aprendizagem sempre foi usado na história da humanidade. ― As histórias, ela disse, têm o poder de envolver, provocar identificação, atiçar a imaginação e engajar profundamente. ― É verdade, respondeu Rita. E já utilizamos amplamente esse conceito, ainda que não o tenhamos nomeado. Um estudo de caso é uma história. Quando fazemos simulações em diversos dos nossos cursos, estamos trabalhando uma história. E, ao dar continuidade a essa conversa, uma imagem muito interessante começou a surgir: ― E se aprofundássemos essa ideia? Certamente, obteríamos um ganho imenso se, ao invés de contarmos uma ou outra história isolada, criássemos treinamentos que fossem vivenciados pelos treinandos? Fábulas modernas, vividas por personagens que enfrentam os mesmos dilemas, desafios e dificuldades que nossos treinandos executivos? ―
Sim,
seria
ótimo.
ESPECIAL Storytraining
Trabalharíamos com conceitos consagrados, mas com uma metodologia que os transporte para um mundo diferente. Os treinandos serão estimulados a pensar, questionar e refletir problemas de sua vida prática, mas de uma forma a que não estão acostumados, que os engaje por meio da criação de um contexto distinto do seu dia-a-dia. ― Verdade. Certamente, suas defesas e resistências seriam reduzidas, já que os personagens é que ficam expostos. Uma narrativa consistente durante todo o treinamento os ajudaria a entender e assimilar as teorias. As práticas seriam exercitadas sem barreiras. E eles participariam da iação do enredo, em sala de aula, através do exercício e da formulação de soluções dos problemas vividos pelos personagens, contribuindo com sua própria experiência e vivência.
Empresa. Afinal, esse é o nosso grande objetivo.
― Claro, essa será sempre nossa maior preocupação. Então? Mãos à obra? ― E assim, elas partiram para desenvolver alguns temas que serão aplicados pela metodologia que chamaram de Storytraining. Deu um trabalhão! Elas sabem que os temas terão que ser adaptados; as narrativas, cenários e demais elementos que colocam os participantes no clima da história, terão que ser redesenhados para atender às particularidades de cada cliente. ― Mas agora Maria sabe que pode afirmar a seus clientes que o retorno de seus investimentos em treinamento será nitidamente maior que aquele à que estão acostumados.
― E todo o clima criado ajudará com que tanto os conhecimentos teóricos quanto os práticos se tornem memoráveis, aumentando a assimilação e prolongando a retenção do que foi aprendido. ― É fato. Mas não podemos nos esquecer de que devemos estimula-los e dar ferramentas para que eles transponham tudo isso para sua realidade na
Ou não! Essa história só está começando.... 25
Metodologia exclusiva de treinamento baseada na vivência de uma história de ficção – desenvolvida pelo Ateliê Corporativo para conquistar e envolver os participantes. Conteúdos fundamentados nas teorias, técnicas e práticas mais referenciadas, apresentados de maneira lúdica e criativa, por meio de narrativa consistente, dinâmica e interativa. Ambientação propositadamente diferente do cotidiano corporativo, mas muito semelhante quanto à turbulência e as situações de pressão. Personagens fictícios, mas que enfrentam desafios idênticos aos dos profissionais. Os treinandos são levados a pensar, questionar e refletir, sem que as defesas naturais se sobreponham ao estímulo para a mudança de comportamento e a aquisição de novos conhecimentos e práticas.
Customização de acordo com perfil e necessidades dos treinandos assegura agilidade, eficácia e diferenciação de respostas da organização às demandas do mercado. Significativo retorno sobre investimento, já que a Empresa: Potencializa eficiência operacional Promove sensível melhoria do clima Cria valor significativo para os treinandos Ajuda a conquistar e reter os melhores talentos do mercado
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Negociação Os resultados de uma negociação são definidos antes de os negociadores sentarem-se à mesa, e dependem da qualidade da preparação. Prepare-se muito bem!
Gestão de pessoas
O líder não deve dizer para um adulto o que ele deve fazer. Para desenvolver seu liderado o gestor deve ajuda-lo a tomar suas próprias decisões.
Quer conhecer mais sobre o World Café?
Leia: O World Café, de Juanita Brown e David Isaacs – Editora Cultrix
Você pode sonhar, projetar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso pessoas para tornar o sonho realidade. Walt Disney
Vendas Não existe vendas entre empresas. Sempre tem um ser humano tomando qualquer decisão. Vender é se relacionar com pessoas. E pessoas só tomam decisões racionais por razões emocionais.
Todaàe p esaàp e isaàseàto a àu aài stituiçãoà ueà aprende. Ela também precisa se tornar uma instituição deàe si o. Peter Drucker
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ALESSANDRO SAADE fala sobre empreendedorismo intraempreendedorismo no Brasil
Alessandro Saade ĂŠ Administrador, Executivo, Empreendedor Compulsivo, Palestrante, Autor e Professor
Painel: Como você enxerga o intraempreendedorismo?
A. Saade: Acredito fortemente que o intraempreendedorismo é a única ferramenta de empregabilidade existente hoje. Ele lhe motivará a manter-se atualizado, a buscar novas formas de executar suas atribuições e, acima de um determinado patamar na hierarquia, ajudará a empresa a buscar novos caminhos para a perpetuação do negócio. Painel: Em sua visão, qual a importância de o profissional ser intraempreendedor – do ponto de vista do profissional, e, sobretudo, do ponto de vista da organização? A. Saade: Hoje, se o profissional não tem paixão pelo que faz, ele dura muito pouco na empresa. Vejo o intraempreendedorismo como sendo o responsável por manter essa chama acesa no profissional, o que impactará positivamente na sua imagem dentro da empresa. Painel: Nos grupos com os quais têm convivido, que facetas empreendedoras você mais tem observado, ou seja, que são mais alimentadas pela nossa cultura? A. Saade: O empreendedor brasileiro está mudando muito, se profissionalizando, começando a usar o planejamento, por exemplo. Mas ainda temos uma grande parcela de empreendedores que seguem um insight, que escondem a ideia e
não compartilham com ninguém. E isso aumenta a chance do negócio não dar certo. Mas estamos evoluindo bastante. Estou otimista. Painel: E quais facetas são mais raras, apesar de necessárias ou desejáveis para as organizações?
A. Saade: Entendo que o planejamento e a visão da perpetuação do negócio, no longo prazo, ainda são pontos a serem desenvolvidos em nossos empreendedores. Painel: O Brasil ainda assiste a uma esmagadora maioria de empreendedores por necessidade? O que vem mudando de significativo nesse sentido? A. Saade: Percebo que a nova geração tem uma abordagem diferente sobre o assunto. Muitos já antes da faculdade, percebem e fomentam essa veia empreendedora. E quanto mais cedo se começa, mais rápido se desenvolve. O empreendedor por necessidade, que chamo de e p ee dedo por falta de opção ainda responde por uma grande parcela, mas já se apresenta em declínio. Muitos jovens, principalmente no segmento digital e de serviços, já empreendem com plano de negócios e ajuda de entidades. Painel: Geralmente, o mercado brasileiro se abre muito mais facilmente a práticas que
explicitamente já demonstraram resultado em outros mercados... Como tornar o ambiente corporativo mais aberto a novas ideias e práticas, nascidas de e para nossas especificidades? A. Saade: Na verdade isso é decorrência do tempo em que o nosso país viveu fechado, sem intercâmbio internacional. A coisa acontecia no Japão, dois anos depois nos Estados Unidos e seis anos depois no Brasil. E muita gente ainda tem esse mindset, apesar de estarmos praticamente alinhados com os outros mercados, pelo menos tecnologicamente. O ponto é que o mercado norte-americano, por exemplo, é mais maduro que o nosso, permitindo lançamentos mais rápidos. Mas aqui também estamos criando novas coisas.
Painel: O Estado pode contribuir para fortalecer o empreendedorismo no Brasil – o que pode ser mais facilmente implantado em termos de ações práticas, pontuais e funcionais? A. Saade: Vi muitos candidatos aqui em São Paulo falando sobre desenvolvimento, mas poucos falando sobre empreendedorismo. A celebração de parcerias entre universidades, entidades civis, consultorias, e o governo, no sentido de criarem um ambiente fértil à inovação é condição preponderante ao crescimento equilibrado dos novos negócios. Precisamos de incubadores e 29
aceleradoras de negócios em cada esquina. Painel: Algum outro ponto que considera importante sobre o tema que gostaria de comentar? A. Saade: Apenas quero destacar que o empreendedor brasileiro é muito possessivo e apreensivo. Ele teme conversar sobre sua ideia antes de lança-la com medo de que roubem a grande oportunidade da vida dele. Mas a verdade é que quanto menos você fala sobre sua ideia de negócio, pior ele será . E esse comportamento também contribui para um aumento do time-to-market, que é o intervalo de tempo desde que você teve a ideia, até o momento em que a empresa passa a existir de fato. Se me permitem um conselho, aqui vai:
Comece pequeno, erre rápido, aprenda com o erro e evolua crescendo. Ninguém tem sucesso sem cicatrizes. Cultive as suas!
É um programa que desenvol ve os atuais ou potenciais gestores e l íderes nas competências necessá rias pa ra oti miza r os resul tados por mei o de pessoas , processos e recursos. O progra ma oferece ferra mentas prá ticas e apli cá veis no dia -a-dia , que possibilita m o exercício efica z das a tribui ções e responsabilidades opera cionais e estra tégi cas da l i derança. Benefícios
Segurança , reconhecimento e credibilidade do l íder na tomada de decisões e rela ciona mento com s uas equipes.
Incremento da produti vidade e facilita ção do a tingi mento de objeti vos , gra ças à aprendi zagem dos instrumentos necessários pa ra a forma ção de times de alto desempenho e expl oração eficaz dos talentos individuais. 30
aqui, Arte e Técnica criam resultados
Programas de Formação e Educação Continuada Cursos de Atualização e Aprofundamento Li nguagens a rtísticas colaboram na cri a çã o de ambiente l údico moti va dor e potencializam a cons trução do conhecimento
Módul os customizados de a cordo com a s necessidades e perfil das equipes a serem treinadas
Tema s e metáforas criam impacto emoci onal, promovendo maior retenção de conteúdos e reduzindo res istências
Diagnose Desenvolvimento de conteúdo e material Aplicação dos módulos de aprendizagem Controle
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uitas pessoas têm me perguntado sobre os investimentos no setor imobiliário devido à alta expressiva vista nos preços dos imóveis no Brasil nos últimos 3 anos. A resposta prudente é que os objetivos das pessoas definem o preço justo e um estudo mais aprofundado irá definir se é um bom investimento ou não. Um investimento deve ser considerado como tal, temos que analisar todos os pontos e, sobretudo, procurarmos entender os fatores que motivam esta alta, seus fundamentos. Os preços subiram muito, para patamares que chamam a atenção e nos alertam sobre uma possível criação de uma bolha especulativa no setor.
Na minha análise, eu considero 32
os seguintes pontos como razões iniciais para a alta expressiva no preço dos imóveis no Brasil: 1.
Abundância de recursos recebidos pelas cadernetas de poupança, resultado do período em que a Selic estava a 8,75% ao ano. As cadernetas de poupança têm obrigação de aplicar no mínimo 60% de todos os recursos disponíveis em operações de financiamento imobiliário, tendo gerado uma avalanche de recursos disponibilizados para este tipo de operação.
2. Extensão nos preços para pagamento (até 30 anos); 3. Redução e flexibilização dos pré-requisitos para aprovação de crédito.
4. Programa Mi ha casa, Minha vida promovido pelo governo federal. 5.
Medo proveniente da crise financeira internacional motivando as pessoas a buscarem investimentos em ativos reais, em detrimento dos ativos financeiros.
6. Maior busca de imóveis por investidores estrangeiros em algumas cidades brasileiras. 7. Crença em que comprar imóveis na planta, qualquer imóvel, gerará lucros rápidos. Ou ainda, terrenos em condomínios de luxo. Gerando uma espiral de alta nos preços que indicam um princípio de pirâmide.
8. Elitização de alguns bairros,
com preços desproporcionalmente.
subindo
Alguns dos itens justificam fundamentalmente uma alta nos preços, porém, o movimento está indicando excessos sendo praticados ao não mais diferenciar valores específicos inerentes à avaliação de imóveis. Os preços por metro quadrado variam muito pouco entre as diversas localizações e condições dos imóveis. Essa explosão de demanda não é fundamentada no repentino crescimento populacional, que é inexistente. Não é tampouco fundamentada em aumento acelerado na renda das pessoas. Não houve uma alta considerável no nível de emprego para justificar a demanda. E, ainda, não tivemos nos últimos 25
anos um evento baby-boomer que justifique um crescimento no número de pessoas que estariam em ocasião de se casar e comprar
um imóvel. Ao contrário, os jovens brasileiros estão demorando cada vez mais para deixar a casa dos pais. Houve um crescimento nos recursos financeiros já existentes no mercado, que migraram de operações tradicionais de investimentos, como bolsa de valores, fundos e títulos financeiros para a especulação em imóveis. O resultado desse movimento explica essa alta demasiada, para uma situação de alerta de anormalidade de bolha especulativa nos preços dos imóveis. 33
Certamente, o início deste movimento apresentou resultados muito positivos. O setor de construção civil é fundamental na economia do país. Ele move direta e indiretamente vários outros setores e foi crucial na retomada do crescimento do país, durante um período difícil de crise financeira internacional. Trouxe também, possibilidades da classe C e D adquirirem sua casa própria.
Todavia, essa situação atual levará a problemas no futuro próximo. Os preços não sobem indefinidamente sem base em fatos propulsores reais. As taxas de juros no Brasil estão subindo e ainda não vimos uma alta expressiva no nível de emprego nem na renda das pessoas. Estes fatores, aliados ao crescimento do crédito pessoal, empréstimos consignados, financiamento de veículos em alta e dívidas com cartões de crédito indicam que o comprometimento da renda das pessoas é muito elevado. Devemos aguardar um pouco para podermos constatar os níveis de inadimplência nos financiamentos imobiliários. Um investimento em imóveis é saudável, mas devemos observar alguns pontos que diferenciam a motivação desta aquisição.
1. Imóvel para morar. 2. Imóvel para alugar, comercial ou residencial. 3. Imóvel para especulação, como investimento.
Os investimentos devem ser analisados como investimentos. Parece óbvio, mas não é. A palavra-chave em investimentos é o fluxo de caixa gerado em conjunto com o ganho de capital proveniente da alta nos preços do ativo-objeto adquirido. Uma ação negociada na bolsa tem um preço baseado em seus 34
fluxos de caixa futuros descontados a valor presente. Significa dizer que ao comprarmos uma ação de uma empresa, estamos de fato, adquirindo a riqueza que ela gerará em seu negócio no futuro mais o valor intrínseco dos ativos da empresa como o imobilizado, o capital em caixa, a logomarca, os estoques, etc. Existem fórmulas e fundamentos que auxiliam os investidores a atingirem um preço de compra/venda das ações, nem sempre preciso, mas que em definitivo auxiliam o movimento da lei de oferta e procura, a mais importante lei da economia. Vamos então aplicar este conceito ao investimento em imóveis.
Ricardo Della Santina Torres é economista, diretor da Norfolk Advisors e professor de finanças, gestão de portfolio e economia internacional
Arte e Técnica criando resultados
Instituto Brincante: arte, cultura e educação Antônio Nóbrega celebra 60 anos de idade, 40 de carreira e 20 de Instituto
No coração da Vila Madalena, em São Paulo, o Instituto Brincante, espaço que celebra a riqueza da cultura nacional e a importância da sua diversidade, completa 20 anos de existência: a inauguração se deu aos 22 de novembro de 1992, reaproveitando muito bem instalações abandonadas de uma fábrica. As atividades promovidas pelo casal Rosane e Antônio Nóbrega – pesquisa, espetáculos, oficinas, cursos de formação – contribuem para a preservação e o fomento da cultura popular, sobretudo música , dança, teatro e
brincadeiras. Antônio Nóbrega é considerado por muitos uma síntese do Brasil. Nascido em Recife, sua paixão pela cultura se estende a todos os cantos do país. Assim como sua arte; não bastasse ser músico, o artista dança; não bastasse ser dançarino, ele atua... e brinca, e faz rir, e emociona. O trabalho dos brincantes do instituto com cursos para educadores, além de eventos em empresas, é uma dentre as gratificantes experiências artísticas utilizadas na educação. Parabéns à família Nóbrega, ao Instituto e aos brincantes espalhados pelo Brasil! Vida longa! 35
Arte e Técnica criando
Animação Disney soma tecnologia e multiplica sonhos
F
undada em 16 de Outubro de 1923, pelos irmãos Walt e Roy Disney e Ub Iwerks como um estúdio de animação, a The Walt Disney Company tornou-se o maior conglomerado de mídia e entretenimento do planeta; conta com estúdios de produção e distribuição de filmes (de animação e com atores), parques temáticos, estúdios de rádio e de televisão (famílias ABC, Disney e ESPN), editoras, além de se fazer presente nos mercados digital e fonográfico.
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resultados
Desde Branca de Neve e os 7 anões (1937) a Brave (2012), de A Ilha do Tesouro (1950) até a distribuição de Os Vingadores (2012), participou de algumas das maiores bilheterias de todos os tempos e, quando não foi pioneira, aliou-se aos inovadores, em parcerias, ou comprando suas empresas. O curtametragem em preto e branco Steamboat Willie (1928), estrelado por Mickey Mouse, o rato mais famoso do mundo, é creditado como o primeiro desenho de animação com som. Walt inovou em 1928, assinando um contrato com a Technicolor de exclusividade para colorir os seus filmes. O curta Flowers and Trees (1932) recebeu o primeiro Oscar para um desenho animado.
Enquanto Roy cuidava das finanças e Walt da produção e direção, Ub mantinha-se como principal desenhista. Após uma crise financeira, o trio dedicou-se ao primeiro longa de animação – a que alguns consideraram loucura. Mais de quatro anos e 1,5 milhão de dólares depois (o orçamento previsto era de apenas 150.000 dólares), a versão mais famosa do conto dos Irmãos Grimm, totalmente a cores e sonorizada, estreava, com absoluto sucesso, recebendo no ano seguinte não apenas um Oscar honorário em tamanho original como mais sete miniaturas. Daí para frente, a história é bastante famosa. Não é novidade que o foco em excelência manteve o rumo que garantiu resultados, sustentabilidade e incontáveis fãs mundo afora. Mas poucos atentam ao fato de que o espírito artístico que guiava seus fundadores (sobretudo Walt e Ub) é o responsável por incríveis viradas em sua história e na de seus continuadores. A Antiga divisão da Lucasfilm, Graphics Group, foi adquirida por Steve Jobs em 1986. Nascia a Pixar. Mas como George Lucas, Jobs também estava mais interessado em computadores e retornos financeiros. Enquanto Jobs também se irritava com a demora de resultados, e queria revendê-la, John Lasseter, com apoio de Edwin Catmull (presidente da Pixar) insistiu nos curtas animados criados totalmente em computador e 3D, até que, em parceria com a Walt Disney Pictures, criaram Toy Story (1995); o restante também é história conhecida. Com a Disney a seu lado, a Pixar floresceu finalmente e trouxe estabilidade e um ambiente em que os animadores pudessem trabalhar para a criação artística e não para 38
Em 1938 Shirley Temple entrega a Walt Disney um Oscar especial e sete mini estatuetas, representando a Branca de Neve e Os Sete Anões. Walt Disney é recordista absoluto de indicações ao Oscar (cinquenta e nove!) e número de estatuetas entregues (32, incluindo os quatro prêmios honorários)
venda de software. John Lasseter comprovou, como Walt, que um filme de animação podia ser muito mais que um divertimento infantil. Suas personagens têm comportamentos adultos, problemas e dúvidas relevantes, e qualidade artística, além da de entretenimento. O fato é que John Lasseter, Pete Docter, Andrew Stanton, Brad Bird e Joe Ranft, principais criadores da Pixar, passaram pela California Institute of the Arts (CalArts), criado por Walt. Preocupado com seu legado, Walt investira em educação desde a década de 1930, mais acentuadamente nos anos 1950, o que permitia acesso, quer os alunos pudessem pagar ou não, a aulas com os melhores desenhistas veteranos da Disney. Ou seja, Disney figura também entre os pioneiros no investimento em educação corporativa. Lasseter, dentre outros excelentes criadores, havia passado pela própria Disney e pela Lucasfilm antes da Pixar. Não seria exagero dizer que a compra da Lucasfilm, celebrada agora em outubro, depois da aquisição da Pixar em 2006, e ainda da Marvel em 2009, celebra a
reunião dos maiores talentos do ramo no mesmo grupo.
Para saber mais, leia Walt Disney: O triunfo da imaginação americana, de Neal Gabler
Se Disney alçou a animação a categoria de arte e entretenimento de primeira linha, Lasseter, Stanton, Docter e outros mostraram-se verdadeiros herdeiros desse legado. O amor à arte da animação que vem encantando as plateias há várias gerações foi capaz de criar outro rato famoso, Ratatouille (2007), dentre diversas outras personagens marcantes. Dentre elas, uma das mais humanas da história do cinema (considerando inclusive filmes com atores); não por acaso, um robô! Wall-E (2008) talvez possa sintetizar toda a magia do cinema de animação, impulsionado por Walt, Ub e Roy: mostra como tecnologia se soma à arte, e ambas alimentam nossos sonhos. Certamente os fundadores também estariam encantados com os resultados da organização que criaram...
Você sabia?
Um pioneiro da televisão, iniciou sua produção em 1954. Além de dublar Mickey, ele dirigiu, produziu e apresentou os programas
The Walt Disney Company celebra o aniversário do Mickey em 18 de novembro de 1928, que é a data de lançamento de Steamboat Willie, primeira aparição do rato em uma obra sonorizada Quando inaugurou a Disneylândia (1955), instituiu como valores de ingresso US$ 0,50 para crianças e US$ 1,00 para adultos; cada atração custava poucos centavos de dólar Roy E. Disney, sobrinho de Walt, pediu demissão do conselho 1984, sinalizando que se estava perdendo a alma da companhia: a paixão pela animação. A manobra deu certo, após demissão coletiva do conselho, Roy retornou e iniciou transformações que culminariam na segunda era de ouro das animações (19891999)
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Painel Arte em Gente e Gestão Comunicação organizacional Fabiana Moreira Conrerp 2ª região. SP: 4191
Coordenação editorial Marilda Andrade Mônica Peres Arte Marcio Salles Colaboradores desta edição Ricardo Della Santina Torres Alessandro Saade
Agradecimentos Daniel Coelho (Baxter Brasil) Célia Rodrigues Gonzalez (Seguros Unimed) Nota dos editores: a opinião dos colunistas e colaboradores não reflete necessariamente a opinião da revista. Trata-se de compor o painel ilustrando as várias vozes atuantes no mercado em relação aos temas tratados. Publicação Ateliê Corporativo Rua Ibituruna, 684. São Paulo – SP Fone: (11)5078.8540 Sugestões painel@ateliecorporativo.com.br
Aqui, arte e técnica criam resultados Ateliê Corporativo Somos uma Es cola de negócios dedicada a ajuda r empresas e pessoas a potencializa r resul tados , capa ci tando equipes para atua r em a mbiente competi ti vo, marcado por mudanças globais velozes e compl exas. Atuamos com foco na fa cilita ção da aprendizagem corpora ti va e na aplica ção prá tica de competências e de conceitos. www. a teliecorporativo.com.br a telie@ateliecorporativo.com.br (11) 5078.8540
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