PROJETO MALHARIA RETILÍNEA

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FALL OUT


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE ARQUITETURA E DESIGN CURSO DE DESIGN DE MODA

GIOVANNA FREIRE KETHLYN V. DE SOUZA MARIANA MACAGNAN

FALLOUT

CURITIBA 2018


GIOVANNA FREIRE KETHLYN V. DE SOUZA MARIANA MACAGNAN FALLOUT

Relatório de Pesquisa apresentado ao Curso de Design de Moda como requisito parcial da disciplina de Design de Malharia Retilínea da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Orientador: Prof. Ms. Camila Teixeira e Prof. Ms. Gabriela Garcez Duarte

CURITIBA 2018


resumo

O projeto Fallout foi desenvolvido em malharia retilínea com foco no

público-alvo de jovens universitários que consomem moda sem gênero, uma vez que esta vem crescendo no cenário fashion brasileiro e mundial, pois o público vem notando que as roupas são apenas pedaços de tecido no corpo que elas mesmas significam. Trouxe questionamentos sobre o futuro da sociedade com o tema da dualidade entre o cyberpunk e o solarpunk, sendo expresso através das modelagens, cores e texturas aplicadas nas peças desenvolvidas. Com isso foi obtida uma coleção de vestuário com dez looks que mostram os contrastes entre o mundo utópico e distópico, além de por abaixo os conceitos de gênero construídos culturalmente. Palavras-chave: moda agènero; malharia retilínea; cyberpunk; solarpunk.


abstract

The Fallout project was developed in knit fabric with a focus on the tar-

get audience of young university students who consumed genderless fashion, since this has been growing within Brazilian and world fashion scenario, since the public has been noticing that because the clothes are only pieces of fabric over the body that they give meaning to. It brought questions about the future of society with the theme of the duality between cyberpunk and solarpunk, being expressed through the modeling, colors and textures of the clothing pieces. With this, it was constituted a collection of garments with ten looks on the contrasts between utopic and dystopic worlds, as well as culturally constructed concepts of gender. Key words: agender fashion; knit fabrics; cyberpunk; solarpunk.


1.INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA PROBLEMÁTICA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

10 11 12 13

REFERENCIA TEÓRICO

2.

MODA AGÊNERO MALHARIA RETILÍNEA

4.RESULTADOS MATERIAIS CORES COLEÇÃO FICHAS TÉCNICAS LOOKBOOK ESTRATÉGIAS DE MARKETING

sumário

75 76 78 90 94 116

15 25

5.

DISCUSSÃ CONCLUSÃ

ANÁLISE DE VIABILIDADE VALIDAÇÃO COM USUÁRI

6.

CON FIN


MATERIAIS E MÉTODOS

3.

AL

ÃO E ÃO

IO

124 126

ANÁLISE SINCRÔNICA PREMIUM ANÁLISE SINCRÔNICA FAST FASHION ANÁLISE DIACRÔNICA MODA AGÊNERO ANÁLISE DIACRÔNICA MALHARIA RETILÍNEA SEGMENTO PÚBLICO-ALVO TENDÊNCIAS TEMA MIX DE COLEÇÃO GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS PONTOS DA COLEÇÃO

NSIDERAÇÕES NAIS 129

7.

39 45 51 56 58 60 62 66 68 70 72

REFERÊNCIAS

131


INTRODUÇÃO 8


A moda sem gênero está entrando muito em pauta, principalmente nos

últimos anos. Durante o século XX, muitos acontecimentos começaram a quebrar a noção de gênero, como Coco Chanel vestindo calças em 1920. Desde 2010, um grande número de marcas de moda de luxo está aderindo à essa moda, como Gucci, Yves Saint Laurent e Louis Vuitton colocando modelos femininos e masculinos juntos na passarela, usando os mesmos modelos ou modelos semelhantes, com os mesmos tecidos e estampas.

A partir disso, um tipo de tecido que já é muito utilizado em peças tanto

masculinas como femininas é a malharia retilínea, erroneamente chamada de tricô por muitas pessoas, apesar de serem coisas diferentes. A técnica de malharia retilínea já existe a séculos, mas no último século foi mais desenvolvida, com novos pontos, texturas, fios e estéticas.

Com isso, esse projeto tem como propósito desenvolver uma coleção de

de peças sem gênero usando a malharia retilínea em todas elas, procurando atingir um público tanto de pessoas agêneras ou gênero flúido como pessoas dos gêneros feminino e masculino que aderirem a essa moda.

9


JUSTIFICATIVA

A moda está passando por transformações em alguns conceitos recen-

temente. Um deles é o conceito de gênero, que está em pauta se é realmente necessário dividir peças de roupa dessa maneira ou não, sendo que é só um pedaço de tecido vestindo alguém. Para isso, é necessário que as novas coleções de moda desafiem essa questão de gênero e mostre para as pessoas como uma peças de roupa específica não define a personalidade de quem a veste.

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PROBLEMÁTICA

A problemática deste projeto é o desenvolvimento de uma coleção de

vestuário em malharia retilínea para o público jovem consumidor de moda agênero, levando em consideração peças chaves para homens e mulheres que se identifiquem com este segmento. Compreendendo, através da moda agênero que a roupa veste o ser humano e não ao contrário.

11


OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma coleção de malharia retilínea que atenda às necessi-

dades do público consumidor de moda agênero, a fim de criar peças chave para este nicho de mercado.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a. Compreender o conceito e essência da moda agênero; b. Atender as necessidades do público alvo; c. Compreender o processo de produção da malharia retilínea; d. Produzir peças que se adaptem aos corpos de ambos os sexos.

13


REFERENCIAL TEÓRICO 14


MODA AGÊNERO

Primeiramente, para falar de moda agênera, é necessário entender

o que é gênero e como ele se aplica no mundo da moda atualmente. De acordo com o Dicionário Aurélio, gênero pode ser definido como “conjunto de propriedades atribuídas social e culturalmente em relação ao sexo dos indivíduos”, porém, nos dias atuais, a discussão de gênero vai muito além de dicionário, entrando em áreas da antropologia, sociologia e história.

Pode-se entender o gênero como o “sexo definido social e cultural-

mente”, ou seja, gênero não é sinônimo de sexo. O sexo é definido biologicamente, através dos cromossomos, enquanto gênero é construído pela história, cultura e sociedade onde se vive. A identidade de gênero se desenvolve em uma criança até os 3 anos de idade, quando a criança nasce, ela recebe um nome, de acordo com seu sexo e, a partir de então, começa a ser tratada de uma maneira específica, como sendo menino ou menina e então começa a apresentar comportamentos, hábitos e padrões definidos pela sociedade como masculinos ou femininos (JURKEVICZ, 2016).


A palavra gênero vem sendo utilizada desde os anos 80, principalmen-

te entre mulheres feministas, para falar sobre a desigualdade entre homens e mulheres, seja na questão das divisões de trabalho, das responsabilidades para com a casa e os filhos, salários desiguais e tantos outros fatores. Muitos tentam explicar essas diferenças por meios religiosos ou políticos, alegando que homens são mais fortes e racionais, enquanto mulheres são delicadas e frágeis. Isso apenas reforça os valores discriminatórios da sociedade e generaliza as pessoas (CASTILHO, 2008).

Existe uma necessidade em muitas pessoas de dar nome às coisas,

defini-las e dividi-las em categorias, assim, existem homens e mulheres, e existem coisas de homem e coisas de mulher. Meninos usam azul e brincam com carrinhos, meninas usam rosa e brincam de bonecas, e assim vão se perpetuando valores que segregam todo um grupo de pessoas. Com o termo agênero, ou sem gênero, é possível começar a quebrar muitos desses paradigmas sociais (FAGGIANI, 2017).


Roupas não tem gênero, as pessoas dão gênero a elas, um homem

de saia não se torna menos masculino, assim como uma mulher de terno não é menos feminina. Porém, o vestuário ainda é uma das ferramentas mais fortes para essa expressão individual do ser humano, mesmo que, se analisar, é a roupa que veste o ser humano e não o contrário (AUDACES, 2018).

A partir desse pensamento, podemos concluir que peças de roupa

agêneras não são as peças com modelagem boyfriend da sessão feminina, são peças que servem bem ao seu público alvo, são confortáveis, possuem uma modelagem que agrade (levando em consideração que corpos de sexo diferentes necessitam modelagens distintas, para vestir bem em todos), têm estilo e personalidade, na moda sem gênero não existe divisão de sessões masculina e feminina dentro de uma loja (AUDACES, 2018).


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GUCCI FALL/WINTER 2015

FONTE: PENSE A PORTER, 2016


O termo agênero possui muitos outros sinônimos, principalmente

quando falando de moda: genderless, gender neutral, não binário, neutral fashion, andrógino e, talvez o mais conhecido seja o famoso unissex. Todos possuem o mesmo significado, não se encaixar nos binários de feminino e masculino (CAVALCANTE, 2016).

Recentemente, muitos designers estão inovando nas passarelas com

neutral fashion. Em 2015, Alessandro Michelle apresentou no desfile da Gucci os mesmos modelos em homens e mulheres, mudando apenas a modelagem para cada tipo de corpo. Esse desfile deu um novo foco à essa moda diferenciada, e, a partir de então outras grandes marcas seguiram: Burberry, Fenty x Puma, LAB e Louis Vuitton que, em 2016, teve Jaden Smith como modelo de sua campanha feminina (RIBEIRO, 2016).


20

LAB SUMMER 2016

FONTE: PENSE A PORTER, 2016


JADEN SMITH PARA LOUIS VUITTON 2016

FONTE: PENSE A PORTER, 2016

21


Com isso, marcas de fast fashion também lançaram coleções gen-

derless, dentre elas a Zara e a C&A, porém ambas foram muito criticadas. A Zara fez uma coleção de peças básicas, calças sem corte e moletons lisos, dando a entender que moda agênero seria “sem graça” (LACERDA, 2016). Já a C&A lançou um vídeo da coleção (https://youtu.be/9b1SJGc3xE4) no qual apresentava homens de vestido, dando a entender que a coleção sairia dos padrões comuns de gênero, porém, o site e as lojas contiuaram dividindo as peças entre masculino e feminino como sempre fizeram e em momento algum foram apresentadas peças “femininas” para os homens (TEIXEIRA, 2016).


SCREENSHOT DO VÍDEO DE COLEÇÃO DA C&A

FONTE: C&A 2016

23 COLEÇÃO SEM GÊNERO DA ZARA

FONTE: VÍRGULA 2016


SITE DA LOJA QUANDO LANÇOU A COLEÇÃO AGENDER, AINDA DIVIDINDO OS GÊNEROS FONTE: C&A 2016

24


malharia retilínea

Segundo Bruno (1992), tecido é uma estrutura plana, que tem como carac-

terística o entrelaçamento de estruturas lineares. Tecer consiste no entrelaçamento metódico em uma certa ordem, (fios, palha, vime etc.) para formar tecidos, redes, esteiras e cestos. No sentido têxtil, tecer é o trabalho de produzir tecido com o tear, manipulando o urdume e a trama.

A partir disso, existem os tecidos definidos como de laçada, conhecidos

como malhas. Existem dois tipos: tubular e retilínea. A malharia retilínea é formada com pontos idênticos ao do tricô manual, sendo confundida, muitas vezes, com o tricô, porém a malharia retilínea se resume às peças e tecidos produzidos a partir de teares (AQUINO, 2008).

A principal diferença dos tecidos planos e das malhas está na estrutura, as

malhas possuem uma elasticidade natural, devido ao seu processo de const4rução com laçadas, enquanto o tecido plano é mais rígido e possuem menos ou nenhuma elasticidade (OLIVEIRA, 2011).


Os tecidos formados por trama e urdume já eram obtidos mecanica-

mente por teares antes da era Cristã, mas os tecidos de ponto só foram mecanizados no final do século XVI. Mesmo assim, as primeiras máquinas com sucesso industrial só apareceram no final do século XIX. Isto ocorreu, principalmente, devido à diferença de movimentos necessários para formar o tecido plano e a malha. A malharia foi originada a partir da laçada das redes de pescar e rede de armadilhas feitas pelos povos antigos, que desenvolveram o ofício da formação de um tecido pelo entrelaçamento do fio, em uma série de laços conectados por meio da mão ou agulhas mecanizadas. Todas as malhas eram feitas manualmente até 1589, quando a reverendo inglês Willian Lee inventou o tear de malhas por trama, uma máquina que podia malhar meia (SISSONS, 2014).

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CLASSIFICAÇÃO DE TEARES

Teares manuais: atualmente são utilizados quase que exclusivamente

para o artesanato ou para a produção de novos artigos ou amostras não colocadas na linha de produção.

Teares mecânicos não automáticos: são teares que não possuem

determinados mecanismos de auxílio para o tecelão, tais como guarda – urdume (conjunto de vários fios que entram no tear no sentido longitudinal), parada por falta de trama e troca de espulas ou laçadeiras.

Teares mecânicos semiautomáticos: são teares não automáticos que

sofrem adaptações de mecanismos (guarda – urdume) e auxiliam o tecelão a dar melhor qualidade aos tecidos.

Os teares automáticos: podem ser divididos em:

a) Teares convencionais: tear de lançadeira (mais tradicionais)

A trama é conduzida de um lado a outro, através da lançadeira que

constitui de um dispositivo de madeira resistente onde se acomodam as espulas com os fios de trama, são mais defasados tecnologicamente, velocidade máxima de 170 batidas por minuto (bpm). Produz tecidos de no máximo 140 cm de largura.

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b) Sem laçadeira

b.1) Projétil: também chamado de lançadeira de pinças, é uma pe-

quena peça que arrasta a trama através da cala (abertura formada por duas camadas de urdume).

b.2) Pinças rígidas: a trama é introduzida na cala por uma espécie de

agulha. Existem teares de uma ou duas pinças.

b.3) Pinças flexíveis: possuem duas cintas flexíveis de aço, uma de

cada lado da máquina.

b.4) Jato de ar: a trama do fio recebe um jato de ar e é jogada atra-

vés da cala.

b.5) Jato d’água: a trama do fio recebe um jato d’água e é jogada

através da cala.

b.6) Cala ondulante: nesse sistema são inseridas 16 tramas ao mesmo

tempo, equivalendo a cerca de 2.000m por minuto. Os teares especiais são em sua maioria automáticos, providos de mecanismos especiais para tecer determinados tipos de tecidos, tal como os teares de Maquineta jacquard: que fazem tecidos com grandes desenhos, podendo mesmo produzir figuras humanas em sombreado com relevo.

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Os teares retilíneos podem ser manuais, motorizados ou eletrônicos, e

possuem duas fronturas, isto é, duas placas metálicas com canaletas (ranhuras) onde são dispostas as agulhas paralelamente, exceto em alguns tipos de teares domésticos, que possuem somente uma frontura (SENAI, 2015).

Um tecido em malharia retilínea se difere dos demais tecidos de ma-

lha, com exceção de meias e itens produzido em máquina de peças sem costura porque se destina para a fabricação de produtos “semiacabados”, isto é, peças com uma largura e comprimento pré-estabelecidos, que necessitam de apenas alguns cortes como cava, decotes e costuras (SENAI, 2015).

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GUERNSEY

Os guernseys originaram-se no século

XVII ao longo da costa norte da França, em uma vila de nome homônimo. Essas roupas, usadas primeiramente por pescadores, tinham como características principais sua durabilidade, conforto e conforto térmica no corpo.

Foi graças a abertura das rotas comer-

ciais no século XVII que essas peças tornaram-se os ‘uniformes’ oficiais dos pescadores em todo o Reino Unido onde, com o tempo, passaram por adaptações como a inserção de padronagens na trama.

Com o tempo, os guernsey ficaram

famosos e até mesmo pessoas da realeza, como Elizabeth I e a Rainha Mary da Escócia, tinham os seus, com padronagens específicas que representavam sua classe (GUERNSEY WOOLENS, 2018). PESCADORES COM GUERNSEYS CLÁSSICOS FONTE: WIKIPEDIA, 2008

30


ARAN

Não se sabe ao certo a origem do Pu-

lôver de Aran no entanto, acredita-se que os desenhos tricotados em forma de torcidos sejam inspirados pelos motivos Celtas, que chegaram às margens de Aran por volta de 2000 a.C.

Até hoje a cultura celta influencia os

hábitos e costumes daquela região. Não é difícil encontrar fortes relações entre o design celta e os padrões Aran. Estas semelhanças podem ser observadas, por exemplo, nas pedras, cruzes e jóias celtas.

A base de muitos padrões Aran é a

trança simples com aparência de corda torcida que consiste em certo número de pontos divididos que possam ser trançados e torno um dos outros (MACHADO, 2016). MODELOS DE SUÉTER E CARDIGAN ARAN FONTE: RICARDO JORGE PINTO, 2016

31


fair isle

A malha Fair Isle (conhecida também

como jacquard) é conhecida por sua padronagem bastante típica e multicolorida. Nascida em uma pequena ilha ao sul das ilhaS Shetland, Escócia, Fair Isle era um centro comercial frequentado principalmente pelas frotas vindas do norte da Europa.

Por volta de 1910 a malha Fare Isle re-

conquistou seu lugar no mercado com o investimento dos tecelões em novas padronagens e cores, por volta de 1920 o estilo se tornou exclusividade dos ricos e da classe-média.

A partir dos anos 1990, o termo Fair Isle

começou a ser utilizado como um termo umbrella para qualquer padrão colorido com fios flutuantes, porém o termo original abrangia somente as peças clássicas, produzidas na Escócia , com uma metodologia na criação dos padrões (McGregor, 1981).

32 PRÍNCIPE EDWARD, DO PAÍS DE GALES, USANDO UM SUÉTER FAIR ISLE 1925 FONTE: WIKIPÉDIA, 2018


ZOOM DO PADRÃO MULTICOLORIDO FONTE: TIN CAN KNITS, 2015

SUÉTER GAP MASCULINO FONTE: GAP, 2016

33


fios

No inicio da história da malharia, o único

fio usado era fio de lã, sendo conhecido como o material mais clássico e mais versátil, pois serve para todos os artigos de malha, além de possuir propriedades que facilitam a produção com eficiência. Em 1730, foi introduzido o fio de algodão nas produções, que resultava em peças macias e confortáveis e eram mais baratos no geral.

A partir do século XX, com a criação das

fibras artificiais e sintéticas, o algodão e a lã perderam um pouco de espaço no mercado. Em seguida começaram a ser usados fios mistos, com fibras naturais e sintéticas, como poliéster e algodão, poliéster e lã, acrílico e algodão, acrílico e lã.

Existem quatro características principais

que o fio precisa ter para ser usado na malharia: uniformidade, flexibilidade, elasticidade e resistência (AQUINO, 2008).

34

FIOS TEXTURIZADOS

FONTE: SISSONS, 2012


a. Uniformidade: quanto mais uniforme for o fio, mais regular

será o tecido criado. A malha revela imperfeições no fio mais do que qualquer outro tecido, devido à maneira como são feitas as laçadas, pois a malha coloca um maior comprimento de fio dentro de um espaço menor no tecido.

b. Flexibilidade: fios muito rígidos resistem à formação da ma-

lha e não permitem a criação do tecido, então um fio mais flexível permite a formação de laçadas com mais facilidade, pois as laçadas dão muitas voltas do fio em si mesmo.

c. Elasticidade: a elasticidade é a característica do fio que

o permite voltar ao seu tamanho original após ser esticado. Essa característica não é necessária para a produção da malha, porém ela melhora a qualidade do produto final, pois permite que o tecido não esgarce e fique mais compacto.

d. Resistência: a resistência do fio influencia, diretamente, a

resistência do tecido. Um fio uniforme e flexível tecerá com facilidade, porém o tecido não será tão sólido como um produzido com um fio mais resistente.

Os fios naturais mais utilizados na indústria de malharia retilí-

nea hoje são o algodão, a lã penteada, a lã cardada e a seda em alguns casos específicos, enquanto os fios sintéticos mais utilizados são nylon, poliéster, acrílico, lycra e os rayons e existem também os fios mistos, mencionados anteriormente. (AQUINO, 2008).

TEXTURA DE TECIDO DE MALHA FONTE: ROSSING THREADS, 2015

35


OS NT PO

2

1

7

4

3 36

5

6


8

9 10

3.

2.

1.

Po

Po nto nt 4. Po o her n b ri t 5. Po nt o c arr ngb P 6. on o es a gr on P b 7. on to ar ta an e to sto ra 8. Po ul nt ad ca ck 9. Po o i n n a n to ar 10 Po el et r n to dia oz ad te 11 . P o o m nt m 12 . P e o o o nd 13 . P nt ho ia o o .P ho ne on nto rib ne yc to je yc o m fa rse om b an y b ta sia

11

13

12 37


MATERIAIS E MÉTODOS 38


ANÁLISE SINCRÔNICA PREMIUM

Aqui serão analisados pro-

dutos similares aos que serão produzidos na coleção deste projeto.

Nesses produtos, foram

avaliados o preço, a composição do tecido e foi escrita uma breve descrição de cada peça, a partir do que foi encontrado de informação no site e do qu e era possível notar e relatar pelas fotos.

Todas as peças avaliadas

são de malharia retilínea e estão misturadas peças femininas e masculinas, com o objetivo de não distinguir gênero, já que esse é um dos focos desse projeto.

Existe uma grande dispari-

dade entre peças de marcas de luxo e marcas populares, principalmente no fator do preço. Por essa razão, a seção de análise sincrônica foi dividida em duas partes: premium e fast fashion.

Ao final é apresentada uma

conclusão separada de cada parte e então ambads são comparadas para concluir-se qual auxiliará mais a alcançar o objetivo desejado.

Na análise premium, apre-

sentada à seguir, foram análisadas peças de grandes marcas como Missoni, Ocksa, Sonia Ryckiel e Osklen.

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Marca: Osklen

Marca: Minoár Preço: €774 Composição: 75% lã, 15% mohair, 5% acrílico, 5% algodão Descrição: veste com bom caimento, aparência destroyes, com fios soltos e mescla de cores neutras.

40

Marca: Ocksa

Preço: R$447

Preço: R$1172

Composição: 100% algodão

Composição: 100% viscose

reciclado

Descrição: suéter de mo-

Descrição: tricot de algodão

delagem reta e alongada,

reciclado, oriundo de resídu-

mangas longas e efeito des-

os têxteis. Os fios reciclados

troyed no centro da frente.

são caracterizados pela variação de tonalidade que torna cada peça única. Modelagem oversized. Padrão de listras exclusivo.


Marca: Missoni

Marca: Sonia Ryckiel

Preço: € 1250

Preço: US$960

Composição: 50% viscose,

Composição: 77% poliami-

21% poliéster, 18% cupro,

da, 23% algodão

Marca: Missoni

11% nylon

Descrição: suéter de pontos

Preço: US$800

Descrição: cardigan over-

abertos de tricô, com deta-

Composição: 100% viscose

sized com mangas ¾ e

lhes de botões nos ombros.

Descrição: calça com cós

estampa multicolorida em

de elástico, modelo boca-

listras.

-de-sino e estampa multicolorida em listras.

41


Marca: Ambicione Preço: R$365 Marca: Anselmi Preço: R$334 Composição: 58% algodão, 42% acrílico Descrição: blusa feminina, modelagem ampla reta, cava raglã com aplicação de botões na parte de trás, manga longa, decote redondo.

42

Marca: Banana Café

Composição: 58% algodão,

Preço: R$327

42% acrílico, pele 100% poli-

Composição: 100% algodão,

éster

pele 100% poliéster

Descrição: blusa feminina

Descrição: blusa feminina

com gola avulsa, modela-

com gola avulsa, modela-

gem acinturada, cava ra-

gem acinturada, cava ra-

glã, manga longa, decote

glã, manga longa, decote

redondo. O modelo possui

redondo.

pontos estruturados ao longo da trama e pele fake na gola avulsa.


Marca: Sonia Rykiel

Marca: Osklen

Preço: US$600

Preço: R$ 347 Composição: 100% algodão

Marca: Osklen

reciclado

Preço: R$ 347

Descrição: saia mid de

Composição: 100% algodão

malha rib com fendas nas

reciclado

laterais.

Descrição: vestido mid com

Composição: 70% poliéster, 30% algodão Descrição: saia mid básica, com cós multicolorido.

decote V, sem mangas e malha do tipo rib.

43


Marca: Sonia Rykiel

Marca: Sonia Rykiel

Preço: US$720

Preço: US$720

Composição:

Composição:

91% rayon, 9%

60% New Wool,

poliéster Descrição: vestido de lurex, com franjas nos

30% seda 10% poliamida Descrição: Macacão trabalha-

ombros e es-

do em pontos

tampa de listras

mais abertos e

bicolor.

com estampa xadrez.

44


ANÁLISE SINCRÔNICA FAST FASHION

Para a análise de peças de

marcas fast fashion foram escolhidas marcas grandes e famosas como Forever 21, Zara, Renner e outras.

Os critérios de análise das

peças foram os mesmos. Na questão de preço, as lojas Forever 21 e Zara fornecem os valores em dolár americano e não real, devido ao fato dos sites serem estrangeiros e ainda não possuirem uma versão brasileira.

Marca: Forever 21 Preço: US$19

Marca: Forever 21

Composição: 53% rayon 47%

Preço: US$12

acrílico

Composição: 97% rayon 3%

Descrição: suéter feminino

spandex

de mangas curtas e com um

Descrição: suéter básico de

ponto largo, modelagem

modelagem justa e pontos

cropped e acabamento de

não muito pequenos, possui

ribana.

mangas longas e gola média.

45


Marca: Angeo Lítrico (C&A) Preço: R$89 Composição: 100% acrílico Marca: GIG Couture (C&A) Preço: R$129 Composição: 90% viscose 10% poliamida Descrição: calça pantacourt em jacquard de tricô, com os mesmo fios especiais do outro modelo. A parte frontal possui dois bolsos embutidos e o cós é com elástico. 46

Descrição: suéter feito em tricô macio, o destaque são os recortes nos ombros e cotovelos, em suede, possui acabamento canelado na barra e nas mangas.

Marca: GIG Couture (C&A) Preço: R$159 Composição: 91% viscose 8% poliamida 1% elastano Descrição: calça pantalona em jacquard de tricô, é composto por fios de viscose com torção especial que deixam o tecido mais macio e sedoso. O cós possui elástico embutido.


Marca: Zara Preço: US$49 Composição: 91% acrílico

Marca: Zara

9% poliamida

Preço: US$49

Descrição: suéter oversized

Composição: 52% acrílico

de mangas longas e gola

48% algodão

alta, com pontos muito grandes e com padrão de

Marca: Zara

“trança”.

Preço: US$49 Composição: 83% viscose

Descrição: suéter masculino com modelagem clássica e estampa de listras coloridas.

17% fibra metalizada Descrição: saia mid com uma leve silhoueta em A, cintura de elástico e estampa de listras coloridas.

47


Marca: Cortelle (Renner) Marca: A-Collection (Renner) Preço: R$119 Marca: Blue Steel (Renner)

Composição: 97% viscose 3%

Preço: R$99

poliéster

Composição: 100% lã acríli-

Descrição: saia feminina em

ca

retilínea com estampa qua-

Descrição: blusão masculino

driculada.

em retilínea com estampa, gola redonda e manga longa, modelagem clássica.

48

Preço: R$119 Composição: 60% nylon 40% acrílico Descrição: suéter feminino com fio peludo, possui manga longa e decote arredondado, disponível em verde escuro e preto.


Marca: Marisa Preço: R$79 Composição: 100% poliéster Descrição: suéter

Marca: Marisa Preço: R$79 Composição: 100% poliéster Descrição: suéter

feminino om decote

feminino com decote

redondo, manga 7/8,

redondo, manga 7/8,

tricô mesclado, dispo-

tricô mesclado, dispo-

nível nas cores rosa e

nível nas cores azul e

roxo.

cinza.

Marca: Pool Trendy (Riachuelo) Preço: R$119 Composição: 100% lã acrílica Descrição: suéter

Marca: Anne Canner Casual (Riachuelo) Preço: R$99 Composição: 100% lã acrílica

masculino de ponto

Descrição: casaco

simples, mesclado e

feminino de mangas

modelagem clássica,

longas, gola alonga-

com decote arredondado e mangas

da e tecido encorpado.

longas.

49


Após feita a coleta de dados de todas as peças apresentadas, foi

possível notar, pricipalmente, a diferença nos preços, pois as marcas premium são muito mais caras. Isso provavelmente se deve à composição das peças.

As marcas premium usam muito mais algodão, algodão reciclado, lã

e outras fibras naturais na produção, enquanto as marcas de fast fashion apostam muito em tecidos sintéticos como poliamida, poliéster, nylon e acrílico.

Sobre a aparência das peças, as mais populares acabam tendo

uma modelagem bem padrão em geral, a grande maioria das peças são suéteres e cardigans, de mangas longas, golas arredondadas e acabamentos canelados. Algumas excessões foram apresentadas, como calças, saia e cropped, mas são uma minoria nas lojas. As marcas premium são mais ousadas, apostam em modelagens diferenciadas, acabamentos diferentes, cores, estampas e peças “incomuns” como vestidos, macacões, saias e vestes.

50


ANÁLISE DIACÔNICA MODA AGÊNERO

A análise diacrônica da

moda sem gênero foi conduzida a partir de pessoas, acontecimentos e fatos que, aos poucos, foram rompendo com a noção de gênero construída socialmente, e o que cada gênero pode ou não vestir.

Começam com pequenas

coisas, como o uso de calça pelas mulheres, no início do século XX, que vão influenciando outros acontecimentos e dando um

1914-1918 – A Primeira

1920 – Coco Chanel

passo de cada vez para chegar

Guerra Mundial leva as

aparece usando cal-

onde se está hoje, com marcas

mulheres começarem a

ças, peça somente

que se dizem sem gênero epesso-

trabalhar e usar roupas

masculina

as mais receptivas para esse con-

mais práticas

ceito.

51


1920 – Fica famosa

1930 – A atriz

a moda conhecida

ne Dietrich fica conhe-

como la garçonne,

cida por usar ternos e

com peças tubulares,

smokings

modelagens retas e “masculinas”

52

Marle-

1966 – Le Smoking, 1940 – Simone de Beauvoir afirma: “ninguém nasce mulher, mas torna-se

mulher”

criado por Yves Saint Laurent


1980 – Moda andrógina,

1960 e 1970 – Movimen-

vindo de pessoas que se

tos de contracultura

1970 – David Bowie fica

como os punk na Ingla-

famoso pelas peças

terra e os Hippies nos

extravagantes, com co-

EUA

res vivas e modelagens

usam roupas sociais

amplas

masculinas

identificam de ambos os sexos

1990 – Início da moda tomboy, caracterizada por mulheres que

53


1990 – Início da moda

54

2013 – Coleção outono/

2016 – Coleção de in-

inverno do irlânder J. W.

verno do Ronaldo Fraga

Anderson.

na São Paulo Fashion

boyish, assim como a

2014 – Conchita Wurst

moda tomboy, mas fo-

chama atenção pelo vi-

cando no street wear

sual feminino e a barba

Week


2016 – Jaden Smith ficou famoso por fazer campanhas de moda femininas e usar saias e 2017 – Coleção da grife

vestidos 2016 – Bruno Gagliasso aparece em uma festa

Rad Houdani, marca de roupas sem gênero.

de vestido vermelho

55


ANÁLISE DIACÔNICA MALHARIA RETILÍNEA

A análise diacrônica da ma-

lharia retilínea foi feita a partir da invenção da primeira máquina de “tricotar”, sem incluir a história

AGULHA DE LINGUETA

do tricô manual comum, já que esse não pode ser considerado como sendo malharia retilínea.

A partir disso também foram

acrescentados criações de dispositivos e aparelhos que, ao longo da história foram facilitando e agilizando a produção das malhas.

1589: criação da máquina

de tricotar manual, com 15 agulhas;

1758: Criação do dispositivo

para acanelado, complementar à máquina de tricotar manual, permitindo a criação de malhas de dupla face;

1769: Criação de outro dis-

positivo para a máquina, permitia introduzir ornamentos nos tecidos de malha. Também foi criada a malha por urdume; 56

PRIMEIRO TEAR RETILÍNE


A

EO

1789: Invenção do

primeiro tear circular;

1847: É criada a agu-

lha de lingueta;

1855: Criação do

tear de ponto retido; FONTE: WIKIPÉDIA, 2017

1857: Criado um tear

que trabalhava até três

TEAR RETILÍNEO

FONTE: WEISHI, 2015

vezes mais rápido que os outros;

1863: Criado um tear

barato e fácil de usar, que as famílias poderiam ter em casa;

1920 – 1925: introdu-

ção da malharia na alta costura;

A produção industrial de malharia

teve um grande crescimento no início do século XX, mesmo a técnica sendo conhecida a séculos;

Roupas de malharia se tornaram po-

pulares muito recentemente, com o barateamento da produção;

Nos últimos anos, a malharia vem sen-

do usada em peças cada vez mais incomuns se comparadas ao passado.

57 FONTE: WIKIPÉDIA, 2018


segmento casualwear

O segmento do casualwear consiste, basica-

mente, em roupas informais, muito usadas no dia-a-dia. São, na grande maioria, peças práticas, confortáveis e fáceis de usar, usadas em saídas rápidas para lugares casuais, para ir à aula ou ao trabalho se este não pedir por uso de uniformes.

Este segmen-

to inclui uma grande variedade de roupas e vem tendo sua descrição alterada com a dinâmica do cotidiano das pessoas, o casualwear é muito utilizado por jovens que tem uma rotina de ir à vários lugares sem voltar para casa, sendo necessária a utilização de roupas versáteis, práticas e confortáveis.

Este segmento foi muito bem aplicado com a malharia retilínea uma vez que itens como blusas deste material são vastamente utilizadas no inverno e outono em qualquer ocasião, desde ambientes de trabalho até em casa, já que a necessidade de se manter aquecido e bem vestido ocorre em qualquer ambiente.

58

M FO 20


MODA CASUAL ONTE: INSTAGRAM (@F.PETAL) 018

59


público alvo

O público alvo pré-definido foi de pessoas

que consomem a moda sem-gênero ou que estariam dispostas a aderir a essa moda, são jovens, de 18 a 25 anos, que estudam e em sua maior parte também trabalham, portanto passam grande parte do seu tempo fora de casa.

Na questão do vestuário,

gostam de peças práticas e confortáveis, que facilitem seu dia-a-dia, principalmente para aqueles que se locomovem com ônibus e bicicleta, que são uma

É um público mais alternativo, que gosta de

ter uma personalidade nas roupas que vestem. Frequentam muito o cinema e bares noturnos. São pessoas que vivem em ambiente urbano, possuem vidas agitadas e estão sempre ligados em tecnologia, gostam de se envolver em movimentos sociais e possuem uma mente aberta para ver o mundo, por isso gostam de estudar e pesquisar muito sobre os temas que lhe interessam.

60

parcela considerável.


PAINEL DE PÚBLICO

FONTE: AS AUTORAS, 2018

61


tendências macrotendência tecnologia e futurismo

62

PAINEL DE TÊNDENCIA FUTURISTA

FONTE: AS AUTORAS, 2018


8

Todos os dias vemos a tecnologia invadir

cada vez mais nosso cotidiano, com a expansão do uso de redes sociais, amplo acesso à informação e velocidade com que a mesma chega até nós. Com isso nos questionamos o quanto disso pode ser bom para o ser humano para o indivíduo e sociedade, sabe-se que esta revolução tecnológica pode e vai afetar diversos ramos da economia, alterando a realidade como conhecemos hoje. Entretanto, por mais que as máquinas invadam nosso cotidiano elas jamais poderão sentir, então emoção e criatividade passarão a ser cada vez mais valiosas.

A moda é feita de movimento e con-

tramovimento, assim, a medida que a tecnologia e inteligência artificial se amplia os homens tem que se adequar às mudanças para que conceitos e valores não sejam perdidos, os criadores poderão ter muito mais liberdade criativa e muitas mais formas de passar seus sentimentos e personalidade (HESS, 2017).

O tema futurista tem sido muito difun-

dido desde o ano de 2017, mas com filmes como Pantera Negra e Ready Player One sendo altamente comentados, este tema teve uma repercussão grande em diversas áreas (LILIAN PACCE, 2018). 63


tendências microtendência casaco manta

64

CHANEL FALL WINTER 2018/2019 PAINEL DE TENDÊNCIA CASACO MANTA FONTE: AS AUTORAS, 2018

LEMAIRE MEN F/W 2


2018

O casaco manta ou maxi casaco é

uma tendência que tomou força no verão de 2018 – com tecidos mais leves e fluídos – e, de acordo com portais de moda importantes, como Fashion Forward (2018) e Vogue (2018), se destacará também na estação outono/ inverno, uma vez que são casacos alongados que parecem mantas ou capas, pois vestem enrolando ou cobrindo todo o corpo, são consideradas as peças mais confortáveis do inverno.

Trazem de volta um estética mais anti-

quada, lembrando de capas de épocas do passado, porém agora com uma aparência moderna e com modelagem e tecidos reinventados (FFW, 2018).

GIVENCHY FALL 2018

65


tema cyberpunk x solarpunk

O Cyberpunk (cibernéti-

ca+punk) é um subgênero dentro da ficção científica que parte da ideia de que o mundo tende a piorar com o avanço desenfreado da tecnologia, ou seja, tem uma visão distópica do futuro. Tem enfoque no lema “High tech, low life” (Alta tecnologia, baixo nível de vida, em tradução livre) que mescla ciência avançada, tecnologia muito desenvolvida, desintegração e mudanças na ordem social. Os personagens que vivem em mundos cyberpunk são sempre frios, solitários, distantes, marginalizados e que vivem em periferias. Mundos cyberpunk tem escassez de produtos naturais e alimentos, causando uma 66

segregação social imensa. PAINEL DE TEMA

FONTE: AS AUTORAS, 2018


Enquanto o cyberpunk imagi-

na um futuro distópico, o solarpunk é um futuro utópico, ele também é um subgênero da ficção científica e imagina como seria uma civilização sustentável e qual o caminho para atingir esse objetivo. A estética do solarpunk mescla o prático com o belo, o design com o sustentável, o colorido e brilhante com o terroso e sólido. O solarpunk é otimista ao mesmo tempo que se preocupa com os problemas atuais de sustentabilidade e tecnologia, tal qual como resolve-los, pois, para atingir um mundo utópico, ou chegar o mais próximo possível, são necessárias soluções e não apenas avisos. Soluções para viver confortavelmente sem combustíveis fosséis, para gerenciar os recursos naturais, para as pessoas se preocuparem mais umas com as outras e, com isso, alcançar um estilo de vida mais prazeroso.

67


mix de coleção TOPS

BÁSICO

Casaco

1

FASHION 2

Manta Poncho Regata

1

Camiseta

1

Suéter

CONCEITUAL

TOTAL

1

4

1

1

1

1

2

3 1

1

1

2

BOTTOMS Saia

1

Pantacourt

1

Jogger

1

1

1 1

3 1

OVERALLS

68

Macacão

1

1

2

Vestido

2

1

3

TOTAL

8

10

TABELA DE MIX DE COLEÇÃO

FONTE: AS AUTORAS, 2018

4

22


Para a coleção é necessário saber quantas

peças que esta terá e como será feita a disposição. Neste projeto as peças foram divididas em: básicas, fashion e onceituais; e, tops (parte de cima), bottons (parte de baixo) e overalls (peças únicas). A tabela da página ao lado apresenta essa divisão de peças, com o total de peças em toda a coleção ao final.

Com isso é perceptível que a coleção em

questão possui maior número de peças fashion, isso devido ao público alvo e tema trabalhados; nota-se também uma quantidade maior de tops, que é realmente a parte de vestuário mais utilizada pelas pessoas, o que a torna muito versátil para usuários de diferentes estilos.

69


geração de alternativas

Para a coleção, de

acordo com a tabela de mix de produto, foi feito um brain storming de peças a fim de tirar deste as peças para a coleção.

Foram colocadas as

alternativas em categorias, selecionadas e modificadas de acordo com a preferência do público alvo e do tema escolhido.

TOTALIDADE DA GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS FONTE: AS AUTORAS, 2018

70


Partido do tema cyberpunk x solar punk, as tendências selecionadas, preferências de público alvo e levando em consideração que se esperava uma linha de evolução entre os temas contrastantes, obteve-se então 10 looks que mostram como um futuro tecnológico pode caminhar tanto para um futuro melhor quanto para a destruição, tudo isso foi expressado na coleção Fallout.

ESCOLHA DAS PEÇAS DA COLEÇÃO FONTE: AS AUTORAS, 2018

71


pontos da coleção

PONTO HERRINGBONE

72

VARIAÇÃO HERRINGBONE

PONTO DIAMOND HONEYCOMB

PONTO STOCKINETTE

PONTO FURADINHO

PONTO CESTARIA

PONTO ARROZ

PONTO


PONTO BARRA GRANULADA

O TRANÇADO 73


RESULTADOS 74


MATERIAIS

FIO SERIDÓ LANSUL

MALHA MESCLADA

BOTÃO DE MADEIRA

50% ACRÍLICO

DE ALGODÃO

100% MADEIRA

50% ALGODÃO

100% ALGODÃO

75


CORES

76

PANTONE 7749 C

PANTONE 5777 C

PANTONE 5477 C

PANTONE 5615 C

PANTONE P 1-1 C


PANTONE 877 C

PANTONE 7529 C

PANTONE 7554 C

PANTONE 412 C

PANTONE Black 6 C

77


78

COleção


79


80


81


82


83


84


85


86


87


88


89


fallout MODELO: Casaco manta cyberpunk REFERÊNCIA: 001 DESCRIÇÃO: Casaco manta longo, de mangas curtas, gola arta e uma fenda no meio da frente

90

MATERIAIS FIO SERIDÓ

COMPOSIÇÃO 50% CO 50% PAC

FICHA DE PILOTAGEM - CASACO CYBERPUNK LARGURA CONSUMO LOCAL DE APLICAÇÃO VA 1m 1,20 m Toda a peça $30


ALOR 0/m

fichas técnicas fallout

MATERIAIS MALHA MISTA

COMPOSIÇÃO 100% CO

FICHA DE PILOTAGEM - VESTIDO CYBERPUNK LARGURA CONSUMO LOCAL DE APLICAÇÃO VALOR 1,40 m 1m Toda a peça $20/m

MODELO: Vestido cyberpunk REFERÊNCIA: 002 DESCRIÇÃO: Vestido sem alças, com decote V e barra também em V.

91


fallout MODELO: Poncho solarpunk REFERÊNCIA: 004 DESCRIÇÃO: Poncho circular de gola redonda.

92

MATERIAIS FIO SERIDÓ

COMPOSIÇÃO 50% CO 50% PAC

FICHA DE PILOTAGEM - PONCHO SOLARPUNK LARGURA CONSUMO LOCAL DE APLICAÇÃO 80 cm 2m Toda a peça


VALOR $30/m

fallout

MATERIAIS FIO SERIDÓ

COMPOSIÇÃO 50% CO 50% PAC

FICHA DE PILOTAGEM - VESTIDO SOLARPUNK LARGURA CONSUMO LOCAL DE APLICAÇÃO VALOR 1m 1m Toda a peça $30/m

MODELO: Vestido solarpunk REFERÊNCIA: 003 DESCRIÇÃO: Vestido reto, com mangas curtas e gola alta.

93


lookbook

FALL OUT


95




98




101






106








113




estratégias de marketing redes sociais

Facebook e Instagram

Postagens linkadas entre os dois, portanto as mes-

mas postagens são feitas em ambas as redes sociais ao mesmo tempo.

Postagens em dias intercalados, com o objetivo

de obter mais relevância na rede social, mas não postar todo dia para não ter um excesso de posts e incomodar os clientes.

Postagens nos stories seriam diárias, com inspirações

de looks, looks de clientes, promoções, divulgação do bazar da loja etc.

116

Exemplo de feed do Instagram com identidade visual pare a da marca. FONTE: Jumper Media, 2017


ecida com

Exemplo de feed do Instagram com fotos da primeira coleção FONTE: As autoras, 2018

117


FALL OUT

site

HOME

Sobre

contato

store

O site é simples, intuitivo e de fácil

navegação, mas ao mesmo tempo possui a identidade visual da marca. A barra verde na parte inferior é um link para a loja virtual da marca.

A partir de reflexões quanto ao futuro da humanidade, a Fallout põe em oposição o cyberpunk e o solarpunk, indo da distopia para a útopia, traduzindo estes dois temas em uma coleção de malharia retilínea que traz conforto, conceito, versatílidade e estética.

$ 180

newsletter

118

$ 100

ENDEREÇO: Rua fictícia, xxx CEP: xxxxx-xxx TELEFONE: (xx) xxxx-xxxx

$ 150

@FALLOUT

ver mais >>


A publicidade seria feita em página

dupla, com duas fotos da coleção divididas por uma linha diagonal e a logo da marca no centro.

anúncio de revista

Ela seria publicada

nas revistas Cult e Superinteressante. Apesar de não serem revistas de moda, são revistas com temas contemporâneos, como tecnologia e atualidades e e que chamam a atenção do nosso público, que raramente lêem revistas voltadas somente para moda.

119


anúncio no youtube

O vídeo seria o estilo de propa-

ganda curta que aparece no Youtube antes dos vídeos. Ele é apresentado com vários cortes, apresentar cenas rápidas que se alteram em poucos segundos, tornando o vídeo dinâmico e interessante.

Cada quadro apresenta uma

cena de poucos segundos. A primeira é uma pessoa correndo através de um cenário destruído. A segunda é alguém regando plantas, ela estaria dentro de um apartamento com aparência futurista.

120


Em seguida uma cena de uma pessoa an-

dando em dirção à câmera com um incêndio atrás dela. A próxima cena é alguém mexendo em gadgets futuristas, como exemplo os dos filmes do Homem de Ferro. A última cena é um cenário que seria metade destruído e metade “tomado” pela natureza; de cada lado da cena saem as pessoas das cenas anteriores, andam até o meio, param e se encaram, então um corte e aparece escrito em branco no fundo preto “ Agora é com você”, outro corte e aparece a logo da marca.

Nas cenas destruídas (1º e 3º), a pessoa

estaria vestindo o look cyberpunk e nas outras cenas (2º e 4º) a pessoa vestiria o look solarpunk. Na 5º cena apareceriam as duas pessoas com os dois looks, mostrando o contraste.

121


discussão e conclusão 122


Neste tópico foram avaliadas

as peças produzidas na questão do preço final e da validação com o usuário, analisando a aparência, o conforto e a opinião do público-alvo.

123


viabilidade VESTIDO CYBERPUNK

124

1 - Custos de materiais

$20

2 - Custos de produção

$15

3 - Custos de criação

$100

4 - Custos de fabricação (1+2+3)

$135

5 - Despesas gerais (20% de 4)

$27

6 - Custos interno líquido (4+5)

$162

7 - Despesas variáveis

30%

1 - Custos de materiais

$55.00

8 - Lucros + riscos

50%

2 - Custos de produção

$30.00

9 - (7+8)

80%

3 - Custos de criação

$100.00

10 - Preço total

$290

4 - Custos de fabricação (1+2+3)

$185.00

5 - Despesas gerais (20% de 4)

$37.00

6 - Custos interno líquido (4+5)

$222.00

7 - Despesas variáveis

30%

8 - Lucros + riscos

50%

9 - (7+8)

80%

10 - Preço total

$400.00

CASACO CYBERPUNK


VESTIDO SOLAR 1 - Custos de materiais

$50.00

2 - Custos de produção

$25.00

3 - Custos de criação

$100.00

4 - Custos de fabricação (1+2+3)

$175.00

5 - Despesas gerais (20% de 4)

$35.00

6 - Custos interno líquido (4+5)

$210.00

7 - Despesas variáveis

30%

1 - Custos de materiais

$60.00

8 - Lucros + riscos

50%

2 - Custos de produção

$20.00

9 - (7+8)

80%

3 - Custos de criação

$100.00

10 - Preço total

$375.00

4 - Custos de fabricação (1+2+3)

$180.00

5 - Despesas gerais (20% de 4)

$36.00

6 - Custos interno líquido (4+5)

$216.00

7 - Despesas variáveis

30%

8 - Lucros + riscos

50%

9 - (7+8)

80%

10 - Preço total

$385.00

A análise de viabilidade do

PONCHO SOLAR

projeto Fallout mostrou que as peças ficaram acima do valor esperado, levando em consideração a classe social do público alvo escolhido, porém se as peças fossem produzidas em larga escala estes valores seriam reduzidos, e assim, tornando- se acessível aos jovens universitários do público. 125


validação com usuário

CONFORTO COSTURAS TOQUE MACIEZ PESO

As peças foram validadas por três

As tabelas aqui apresentadas

CAIMENTO

usuários, duas mulheres e um homem,

foram preenchidas pelos três modelos

FLEXIBILIDAD

para que houvesse sua validação quanto

que usaram as peças e então foi feita

ENTENDIMEN

agênero, o que é de suma importância

uma média com as respostas para

ACABAMEN

para este projeto.

analisar a qualidade das peças.

Todas as peças se mostraram muito

confortáveis e flexíveis, com boas construções e modelagens. A única peça que

VESTIDO CYBER

apresentou problema no acabamento foi

BOM REGULAR

o casaco do cyberpunk que põe a entretela diretamente em contato com a pele

126

X

do usuário, porém foi descrito que o des-

CONFORTO

conforto é mínimo.

COSTURAS

TOQUE

X

de fidelidade do conceito aplicado nas

MACIEZ

X

peças, o que agrega mais valor a elas.

PESO

X

CAIMENTO

X

FLEXIBILIDADE

X

ENTENDIMENTO

X

Além de ainda ressaltarem a gran-

ACABAMENTO

X

X


O

PONCHO SOLAR

VESTIDO SOLAR

BOM REGULAR

BOM REGULAR X X X X X X

DE

X

NTO

X

X

COSTURAS

X

TOQUE

X

MACIEZ

X

PESO

X

CAIMENTO

X

FLEXIBILIDADE

X

ENTENDIMENTO

X

ACABAMENTO

X

NTO

CONFORTO

CASACO CYBER BOM REGULAR X

CONFORTO COSTURAS

X

TOQUE

X

MACIEZ

X

PESO

X X

CAIMENTO FLEXIBILIDADE

X

ENTENDIMENTO

X

ACABAMENTO

X

127


CONSIDERAÇÕES FINAIS 128


Já entre os pontos positivos estão a qua-

lidade das peças produzidas e a fidelidade ao

Foi concluído que a partir do projeto

realizado e das pesquisas feitas, a compreensão da moda agenero é muito importante no cenário atual, uma vez que os consumidores estão se tornando muito mais conscientes sobre suas compras e os conceitos dos produtos. Os conhecimentos obtidos e as orientações recebidas foram essenciais para a obtenção dos resultados satisfatórios.

Dentre os pontos negativos deste projeto

estão a dificuldade de encontrar fornecedores com variadas opções e mão de obra para a produção das peças, além de que os valores de venda das peças ficaram acima do que o público alvo pagaria, mas este problema não existiria se a coleção fosse produzida em larga escala.

tema escolhido, sendo transmitida a mensagem de que o futuro da humanidade pode ser utópico ou distópico; e também, atendida as necessidades do público de ter roupas agêneras que se adaptem a qualquer formato de corpo, pois a roupa verte o ser humano e não ao contrário.

Os resultados ficaram satisfatórios e as

peças foram aprovadas pelo usuários que ressaltaram o conforto e flexibilidade das peças, e ainda pontuarm a forma quase literal da expressão dos conceitos empregados.

Para futuros projetos realizados, reco-

menda-se que haja uma busca maior de fornecedores, pois onde o projeto Fallout foi realizado há uma grande escassez de fornecedores e produtores de malharia; além de, ter disponível um orçamento maior, afim de peças de maior qualidade.

129


REFERÊNCIAS 130


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GUERSNEY WOOLENS. The History Of The Guernsey Jumper. 2016. Disponível em: <https://www. guernseywoollens.com/pages/history> Acesso em: 3 abr. 2018. HESS, Francieli. FASHION BUBBLES. Macrotendências 2018/19 – Ideias que vão influenciar o universo da moda nos próximos anos. 2017. Disponível em: <www.fashionbubbles.com/trends/macrotendencias-2018-19-conheca-as-grandes-id eias-que-vao-influenciar-o-universo-da-moda-nos-proximos-anos/> Acesso em: 05 abr. 2018. JURKEWICZ, Regina S. CATÓLICAS PELO DIREITO DE DECIDIR. Afinal, o que é gênero. 2016. Disponível em: < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/pfdc/informacao-e-comunicacao/eventos/mulher/dia-da-mulher/ verbet> Acesso em: 03 abr. 2018. LILIAN PACCE. Futurismo. 2018. Disponível em: < https://www.lilianpacce.com.br/tag/futurismo/> Acesso em: 16 mar. 2018. LIVRE E LEVE. Casual wear. 2016. Disponível em: < https://www.livreeleve.com.br/glossario/casual-wear> Acesso em: 23 mar. 2018. MACHADO, Liliana. RICARDO JORGE PINTO. Tricô Aran. 2016. Disponível em: < http://ricardojorgepinto.com/posts/view/160> Acesso em: 03 abr. 2018. MCGREGOR, Sheila. The Complete Book of Traditional Fair Isle Knitting. London: Batsford. 1981.


MODA E PONTO DE VISTA. Segmentos de moda. 2006. Disponível em: < http://facesdamoda. blogspot.com.br/2006/04/segmentos-de-mercado-de-moda.html> Acesso em: 23 mar. 2018. MODA PERMITIDA. Segmentos do mercado de moda. 2017. Disponível em: < https://modapermitida.wordpress.com/2017/01/21/segmentos-do-mercado-de-moda/> Acesso em: 23 mar. 2018. OLIVEIRA. Richard A. F. TEXTILIA. NET. Máquina Têxtil. 2011. Disponível em: <http://www.textilia. net/materias/ler/textil/maquina-textil/a_diferenca_entre_malharia_por_trama_e_urdume> Acesso em: 3. Abr. 2018. SISSONS. Juliana. Malharia. 2012 USE FASHION. Glossário de Moda: Malharia retilínea. 2017. Disponível em: < http://glossario.usefashion.com/Verbetes.aspx?IDVerbete=578 > Acesso em: 25 mar. 2018. VIEIRA. Taísa. APOSTILA DE TECNOLOGIA TÊXTIL. Tecelagem e padronagem. 2016. VOGUE. Trench Coat. 2018. Disponível em: < https://vogue.globo.com/moda/moda-tendencias/noticia/2018/03/use-o-trench-coat-como-vestido-neste-inverno-2018.html> Acesso em: 16 mar. 2018.


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