Invasão Zumbi

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CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

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&Arte

Diversão

Editor: José Carlos Vieira josecarlos.df@dabr.com.br

Integrantes da Zombie Walk em frente ao Museu Nacional: versão brasiliense de um dos flash mobs mais copiados do mundo

No embalo dos vampiros, mortos-vivos surgem como promessa de entretenimento em 2010 para o cinema, a literatura e os quadrinhos Sony Pictures/Divulgação

O QUE VEM POR AÍ

RESIDENT EVIL 4: AFTERLIFE » O quarto filme da franquia mostra a heroína Alice (Milla Jovovich) ainda em busca da salvação do mundo após a infecção do vírus T. Agora em Los Angeles, cidade que teoricamente não foi atingida pela praga, ela protege um grupo de sobreviventes formado pelas estrelas de seriados Ali Larter (Heroes) e Wentworth Miller (Prison break). Apesar de repetitivo, Resident evil 4 será lançado em 3D e tem provocado expectativa nas plateias dos EUA. Estreia em 10 de setembro.

LIVROS

Para todos os gostos Multidão de anônimos Originados de manifestações políticas, os flash mobs (mobilização relâmpago em inglês) são aglomerações com o objetivo de chamar a atenção por meio de ações inusitadas. Em geral, são organizados em locais públicos de grande circulação e, após sua realização, os integrantes se dispersam rapidamente. As mobilizações ganharam notoriedade com a internet, uma ferramenta de fácil propagação de convites.

Crown Publishing/Divulgação

Entre os lançamentos de 2010 para o cinema, Resident evil 4: afterlife já tem público definido. A febre entre os gamemaníacos e fãs de terror e ação faz desta franquia uma das mais cultuadas do gênero no universo pop. Mas a expectativa para o quarto filme da série baseada no videogame vai além de mais uma aparição da heroína Alice (Milla Jovovich) nas telonas. Em ousada estratégia, o longa-metragem tem o orçamento mais caro da série e será lançado em 3D, com aplicações feitas pela equipe de Avatar, usando a mesma tecnologia desenvolvida para o filme de James Cameron. Apesar do apelo pop, alguns dos grandes sucessos de 2009 sobre o tema devem sair no Brasil apenas em DVD. É o caso de Survival of the dead, sexto filme da cultuada série culttrash de George A. Romero iniciada em 1968 com A noite dos mortos-vivos. A estreia do longa de terror na 66ª edição do Festival de Cinema de Veneza arrancou aplausos e elogios da crítica. A distribuição no Brasil será feita pela Imagem Filmes ainda neste ano. Já Dead snow, produção de baixo orçamento que levou o diretor norueguês Tommy Wirkoma ao último Festival de Cinema de Sundance, deve ficar fora do circuito nacional. A Europa Filmes, distribuidora de Kill Budjo: o filme, primeiro longa do diretor, não prevê o lançamento.

A GUERRA DO MUNDO ZUMBI Filho do cineasta Mel Brooks com a atriz Anne Bancroft, Max Brooks ganhou fama como roteirista do programa de TV Saturday night live. Mas foi com Guia de sobrevivência aos zumbis que conquistou um exército de leitores. A guerra do mundo zumbi, que vendeu 600 mil cópias em todo o mundo, conquistou o público adulto com relatos fictícios de sobreviventes da guerra entre humanos e falecidos. A adaptação para os cinemas está prevista para 2011. Lançamento em português no segundo semestre de 2010.

Quirk Books/Reprodução

O

ZUMBILÂNDIA » Na comédia de Ruben Fleischer, pouco importa quando e como os zumbis surgiram no planeta. A trama acompanha Columbus (JJesse Eisenberg, na foto com Woody Harrelson), jovem covarde que sobreviveu à invasão de mortos-vivos com regras que ele mesmo criou. Ao lado de Tallahassee (Harrelson), um bruto matador de zumbis, ele procura formas de se defender e de matar o tempo em um país onde não se pode confiar em nenhum ser andante. Estreia hoje no Brasil, mas não em Brasília.

ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS Aproveitando a entrada da obra de Jane Austen em domínio público, o escritor Seth Grahame-Smith reescreveu o romance Orgulho e preconceito. A nova versão da batalha protagonizada por Elizabeth Bennet em busca de amor e liberdade inclui também mortos devoradores de cérebro. Nessa releitura trash do original de 1813, Elizabeth e Mr. Darcy são treinados em artes marciais. O livro é formado por 25% de novo texto e deve ser lançado no Brasil na segunda quinzena de março.

Ace Books/Divulgação

inegável charme dos vampiros conquistou multidões e dominou a indústria de entretenimento em 2009. A febre, que começou no Brasil com a explosão das sagas Crepúsculo e Diários do vampiro (adaptadas, respectivamente, para cinema e tevê) e atingiu o público adulto com a série televisiva True blood, terá de abrir espaço para outros mortos-vivos em 2010. Desta vez, eles não são atraentes — pelo contrário, faltam-lhes pedaços do corpo, cheiram a carniça e são péssimos em raciocínio. Os zumbis já começam o ano em alta no Brasil. A primeira tacada é Zumbilândia, filme em 2D que, mesmo em meio à febre Avatar, bateu a marca de US$ 90 milhões de bilheteria em todo o mundo. Em sua bemsucedida estreia numa produção de alto orçamento, Ruben Fleischer dirigiu um elenco misto de veteranos (Bill Murray e Woody Harrelson) e as figurinhas teen do cinema politicamente incorreto Jesse Eisenberg (Férias frustradas de verão), Emma Stone (Superbad: é hoje!) e Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine). Pensado inicialmente para a televisão, Zumbilândia foi promovido às telonas devido ao orçamento, de US$ 24 milhões, e ao roteiro divertido e repleto de citações a clássicos do gênero. A comédia utiliza ferramentas do terror e da ação para traçar o cotidiano pósapocalíptico do jovem Columbus (Eisenberg), que perdeu toda a família quando os mortos voltaram a caminhar famintos de carne humana matando tudo que era vivo. Zumbilândia chega hoje ao Brasil (ainda não há data de estreia marcada para Brasília) sob muita expectativa dos fãs do gênero. “Apesar de existirem filmes antiquíssimos de zumbis, muita gente não conhece. Agora, parece que o interesse por parte dos diretores e produtores em relação ao assunto vem aumentando”, afirma Gabriel Müller, administrador do site brasileiro Zumbis Corporation, que desde 2008 reúne fãs para discutir o tema na internet.

FILMES

A rede mundial parece a plataforma perfeita para espalhar o vírus da empolgação entre os amantes de zumbis. Em Brasília, uma multidão de entusiastas saiu fantasiada pela cidade em agosto de 2009, durante a Zombie Walk, edição candanga de um dos flash mobs mais copiados em todo o mundo. Convites enviados por e-mail e redes sociais seduziram aproximadamente 600 pessoas a caminharem maquiadas e aos tropeços por pontos turísticos da capital. “Nossa maior motivação foi a paixão que todos têm por zumbis e, também, a vontade de fazer algo diferente em Brasília”, justifica um dos organizadores da mobilização, Filipe Alencar.

O CADÁVER QUE RI No diversificado universo sobrenatural, os populares vampiros podem, vez ou outra, topar com lobisomens, fantasmas e, por que não, zumbis. Na sequência de Prazeres malditos, de Laurell K. Hamilton, Anita Blake é uma caçadora de vampiros que tenta descobrir o mistério de um assassinato causado por zumbis famintos. O segundo livro da série, que já soma 17 publicações nos EUA, será lançado em terras brasileiras no primeiro semestre de 2010.

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Veja trailer de Zumbilândia

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CONTINUAÇÃO DA CAPA/Universo fantástico dos zumbis rende histórias imaginadas por mestres da literatura e ilustradores HQM Editora/Divulgação

Adoráveis

moribundos » MARINA SEVERINO em pretensão de serem charmosos, os zumbis devem ascender dos submundos ao universo pop das livrarias e bancas de revistas com humor e irreverência. A receita tem dado certo. De acordo com levantamento do jornal USA Today, eles compartilharam com os vampiros a presença em 17% dos livros vendidos naquele país. O crescimento é gradual desde 2008, quando estavam em 14% dos títulos lançados. Em 2007, a participação era restrita a apenas 2% do mercado. A febre literária é a aposta da editora Intrínseca, que lança no Brasil, em março, o best-seller norte-americano Orgulho e preconceito e zumbis. Adorador da obra de Jane Austen, o escritor Seth Grahame-Smith aproveitou a entrada do texto em domínio público para modificar a história. O resultado foi um livro híbrido, com 85% do original, ambientado em uma Inglaterra onde zumbis ultraviolentos e humanos coexistem. “Soubemos que havia movimentação nos Estados Unidos em torno desse lançamento e analisamos a história, que é sensacional. O livro é muito elegante, parece que você está lendo Jane Austen, mas aparecem uns mortos-vivos. Isso agrada ao público de todas as idades, até quem gosta de literatura clássica”, explica Jorge Oakim, dono da editora Intrínseca. O editor é o mesmo

S

Quadrinhos ZUMBIS MARVEL » Série com heróis da Marvel Comics transportados para o universo zumbi. Com história de Robert Kirkman (Invencível), a trama começa quando um vírus alienígena chega à terra e transforma todos em zumbis. As capas, desenhadas por Arthur Suydam, são releituras de edições históricas da Marvel. No Brasil, a série é publicada mensalmente pela Panini desde 2007 na revista Marvel Max, voltada para o público adulto, e está na 20ª edição.

que apostou na publicação nacional da série Crepúsculo, de Stephanie Meyer, e espera boa recepção para a tiragem inicial de 10 mil exemplares. O Brasil será o terceiro país a receber o mash-up literário de Austen e Smith. Nos Estados Unidos, país de origem do escritor, o livro se sustentou por 39 semanas na lista dos mais vendidos e abriu o mercado para novas adaptações, como Sense and sensibility and sea monsters (Razão e sensibilidade e monstros marinhos), dos mesmos autores, e Android Karenina, junção de textos de Leon Tolstói e Ben H. Winters. O sucesso alcançou os estúdios de cinema. Os direitos de Orgulho e preconceito e zumbis

OS MORTOS-VIVOS — VOLUMES 5 E 6 » A saga do policial Rick Grimes, que acorda de um coma na cidade infestada de zumbis famintos, serve de premissa para discutir vida em sociedade, criminalidade e política. Aposta da editora HQM, Os mortosvivos já teve quatro edições lançadas no Brasil. A história do escritor Robert Kirkman (Invencível) rendeu o prêmio inglês Eagle de melhor HQ americana em preto e branco. O lançamento dos números 5 e 6 está previsto para 2010, mas ainda sem mês definido.

foram comprados pela Lionsgate para um potencial blockbuster que terá Natalie Portman no principal papel. Também há uma adaptação prevista para os quadrinhos a ser lançada pela editora americana Del Rey em março. Aproveitando a onda pop dos mortos-vivos, a Rocco também já arregaçou as mangas para 2010. Ainda na maré vampiresca, a continuação do juvenil Prazeres malditos, O cadáver que ri, aposta na junção do universo dos sanguessugas com o dos zumbis. A editora também prevê, para o meio do ano, a publicação de A guerra do mundo zumbi.Escrito por Max Brooks como sequência de Guia de sobrevivência aos zumbis,

FESTIVAL DE MÚSICA

Brasilienses na disputa vencedores recebem R$ 15 mil), melhor arranjo, melhor intérprete vocal e melhor instrumentista (R$ 10 mil). O gaitista Pablo Fagundes e a cantora Mila Tuli representam Brasília na competição e aguardam com expectativa o resultado do festival. Fagundes, 32 anos, começou na música tocando flauta doce e conheceu a gaita apenas aos 17. O que começou como uma brincadeira acabou se tornando coisa séria. “Uma premiação no festival ajudaria muito na divulgação da gaita”, conta. A confiança de Fagundes está depositada em

Maracatu pra tu, música finalista na competição instrumental. Já Milla Tuli, 22 anos, é goiana, mas mora aqui há um ano. Antes da mudança, viajava à capital sempre a trabalho, e por isso se considera “goianiense”. Com a canção Deixe de me amar, composta aos 17 anos, ela concorre a um generoso prêmio no festival da Arpub, que certamente ajudaria bastante na gravação de seu primeiro álbum, ainda sem selo. “O nível das músicas é excepcional, mas a gente tem que botar banca, estou tentando confiar em mim”, comenta.

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Hoje, em premiação organizada em Salvador, serão conhecidos os cinco vencedores do 1º Festival Nacional de Música da Arpub (Associação das Rádios Públicas do Brasil). A cerimônia acontece no Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho, a partir das 19h, com shows gratuitos de Fernanda Takai e Armandinho, transmitidos ao vivo pela rede de rádios públicas. Os 20 finalistas, selecionados de 10 estados, estão divididos em música instrumental e com letra e concorrem nas categorias música com letra, música instrumental (os

Desejos carnais é o quarto volume da graphic novel Os mortos-vivos lançado também pela Rocco, o best-seller americano apresenta depoimentos fictícios sobre um apocalipse zumbi e também chegará aos cinemas. A adaptação para as telonas sairá em 2011 pela distribuidora Paramount, com produção da Plan B, empresa de Brad Pitt.

Aventuras ilustradas Terreno frutífero para a criação de histórias fantásticas, os quadrinhos nunca deixaram os mortos-vivos de fora das páginas. Com leitores fiéis, sempre ligados às novidades lançadas fora do país, as editoras brasileiras

agarraram o tema (e o público) ao se anteciparem aos outros meios em relação à moda. Desde 2006, a HQM publica no Brasil a premiada série Os mortos-vivos, saga em graphic novel escrita por Robert Kirkman (Invencível, Grandes encontros Marvel). De forma análoga a Ensaio sobre a cegueira, romance do português José Saramago, a história acompanha um grupo perseguido por zumbis refugiado num complexo penitenciário de segurança máxima. Sob as lentes do policial Rick Grimes, Kirkman dispara críticas sociais camufladas nas irônicas leis estabelecidas pelos sobreviventes. O primeiro volume, Dias passados, vendeu 3 mil exemplares no Brasil e foi sucedido por Caminhos trilhados, Segurança atrás das grades e Desejos carnais, o último deles lançado em novembro de 2009. “A intenção é publicar mais dois volumes em 2010. Entretanto, como integramos uma editora de pequeno porte e temos muitas demandas de novas impressões, não fechamos a pauta do ano”, justifica o editor-chefe da HQM, Carlos Costa. A relação entre Robert Kirkman e os zumbis é bem particular. Desde 2005 ele está imerso no universo dos cadáveres ambulantes com a série Marvel zombies. Na história, Capitão América, Homem de Ferro, HomemAranha, Hulk, Wolverine e companhia têm correspondentes zumbis em um universo paralelo, onde todos os heróis foram atingidos por um vírus alienígena que os transformou em cadáveres racionais famintos por carne humana. A trama ganhou espaço no Brasil pelas páginas da HQ Marvel Max, da Panini Comics. A edição 77, nas bancas, é a vigésima a publicar as aventuras dos heróis canibais.

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Leia trecho do livro O cadáver que ri, de Laurell K. Hamilton


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