PLANOS
DESDE A PRIMEIRA VEZ EM QUE ABRIMOS OS OLHOS COMECAMOS A APREENDER TUDO AQUILO QUE NOS RODEIA, NO ENTANTO RARAS Sテグ AS VEZES EM QUE A CURIOSIDADE DA VISテグ SE SACIA EM SI MESMA.
SOMOS TENTADOS A TOCAR NO QUE VEMOS.
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QUANDO AS NOSSAS MÃOS TOCAM NO “OBJETO CURIOSIDADE” DA VISÃO, INICIALMENTE, ESTE ATO É MERAMENTE INSTINTIVO. MAS À MEDIDA QUE O NOSSO INTELECTO SE DESENVOLVE POSSUIMOS JÁ A CAPACIDADE DE ANALISAR AQUILO QUE SENTIMOS PELO TACTO, COMO SENDO LISO, TEXTURADO, SÓLIDO... PODENDO MESMO O TACTO SER UM SENTIDO MAIS PRIVILIGIADO DO QUE A VISÃO, COMO NO CASO DAS PESSOAS INVISUAIS.
Percebemos ainda que esta análise que se inicia com o tacto, só é possível porque as texturas que sentimos estão inseridas em planos, super fícies pertencentes a objetos naturais ou feitos pelo Homem, que possuem altura e largura, podendo resultar da concentração de pontos ou linhas, ou através da linha que se fecha sobre si própria, delimitando-o. Esta folha de papel por exemplo, inscreve-se num suporte plano de quatro lados. Cada face de um objeto é constituída por planos.
A nossa anรกlise possui principal enfoque sobre os planos texturados que fazem parte de objetos artificiais.
A textura é um elemento formador de uma superfície, e pode acentuar ou atenuar a sua presença tendo em conta a sua densidade. Através da transferência dessa textura táctil para papel, esta ransforma-se em textura visual. Uma textura que resulta da unidade e relação entre vários elementos visuais tais como o ponto e a linha, que dele deriva. Relativamente ao ponto, o ponto é a unidade mais simples , expressão mínima da comunicacao visual. A sua representacão pode diferir consoante os casos. Neste textura, o ponto é representado como um elemento físico, objetivo, em que a sua dimensão física nos permite que o mecamos e que o possamos comparar a uma forma geométrica – o círculo. A multiplicidade de pontos, dispostos de maneira regular e equidistante, remete para uma sensação de estabilidade, para uma sequencia linear, que tanto pode ser horizontal, vertical, oblíqua ou mesmo para a existência de uma forma plana – o retângulo. A relação forma-fundo pode ainda transmitir a existência de um plano perfurado.
O ponto, presente na textura, pode ainda ser de uma dimensão tão ínfima que capta a nossa atenção não pela sua unidade, mas através do seu todo. O conjunto cria na nossa visão a ilusão de uma massa uniforme,o que não acontece no caso anterior pelos pontos se encontrarem demasiado distantes entre si. Outra das diferenças reside no facto destes pontos não corresponderem à nossa idealização de um ponto como sendo algo regular e circular. A sua configuração pode assumir uma variedade tão grande de formas que poderiamos mesmo referi-la como sendo ilimitada.
A função do ponto pode ser de caráter indutor de direção. O agrupar de pontos pode gerar um certo dinamismo a ponto de guiar o nosso olhar através de uma determinada orientação. Esta devese ao concentrar ou dispersar de pontos criando uma espécie de linhas ilusórias que nos orientam para determinado sentido. Neste caso um sentido descendente e da esquerda para a direita. A concentração de pontos no cimo da textura, pode ainda criar na nossa visão, a ilusão de uma superfície mais densa. Ajuda-nos a identificar essa adensamento como uma reentrância e que é salientada pela dispersão de pontos em seu redor – noção de
Os pontos podem ainda descrever direções ondulatórias, sugerem um efeito de movimento, seja pela sua disposição de forma aleatória seja pelo seu arrastamento. São movimentos circulares e que nos despertam a imaginação, uma interpretação subjetiva. Podemos associà-los, recorrendo à nossa experiència, à movimentação dos ventos. Sugerem uma interpretação diferente de sujeito para sujeito tal como as manchas utilizadas nos testes psicológicos de Rocher.
OS PLANOS TEXTURADOS PODEM AINDA SER CONSTITUÍDOS POR LINHAS.
A linha quebrada, ponteada, pode ser considerada a transição do ponto para a linha contínua. Apenas quando a proximidade dos pontos nos torna impossível identificá-los separadamente forma-se uma linha. A linha possui uma natureza muito semelhante à do ponto, precisa de presença material, possui propriedades indutoras. No entanto,consoante a anatomia da linha esta pode obter estatutos diferentes.
A linha reta, segundo Rudolph Arneim, pode ser considerada “uma invenção da visão humana sob o designio da simplicidade”. Neste caso, a linha apresenta-se como sendo rigorosa, técnica, precisa, definida, contínua. Como demonstrado, a linha reta pode possuir diferentes espessuras, o que lhe pode conferir leveza quanto menor seja, ou mais peso a nível visual, quando o inverso se verifique.
CONSOANTE A SUA COLOCAÇÃO NO ESPAÇO, A LINHA PODE TER SIGNIFICADOS DIFERENTES. CASO SEJA HORIZONTAL, PODE SIGNIFICAR ESTABILIDADE E CASO SEJA VERTICAL PODE PRESSUPOR EXPANSÃO.
As texturas compostas por linhas podem suscitar a nossa interpretação, através de fenómenos percetivos, que nos podem sugerir pela existencia de elementos simétricos, uma cara com grandes bigodes retorcidos.
A linha pode definir-se como um ponto em movimento. No entanto, apesar de derivar deste, devido à sua sucessão, não tem o seu valor comunicacional. Sendo um elemento dinâmico, é neste caso, uma forma de representar formas ondulantes (associadas a formas da natureza) através da linha contínua, curva, assumindo o papel de estruturar o objeto, através da apresentação das suas principais caraterísticas. Assim como no caso seguninte.
“A LINHA É UM PONTO DANDO UM PASSEIO” PAUL KLEE
Quando linhas retas, paralelas se cruzam deste modo, transformam-se em linhas que geram formas regulares, geométricas. Quatro linhas retas perpendiculares formam uma linha de contorno, decisiva para a configuração dos objetos, e que resulta da sua forma em oposição ao fundo.
ESTAS LINHAS DE CONTORNO, TANTO PODEM DELIMITAR FORMAS REGULARES
COMO IRREGULARES,
Mas que temos a tendência de as considerarmos regulares, pela sua paresença com formas base como o quadrado, ou o retangulo.
MUITAS VEZESA TEXTURA ASSUME A FORMA DE PADRÃO.
Através da repetição de formas, é possível que uma textura seja constituída por um padrão geométrico, devido ao caráter rigoroso dos elementos que a compõem, como a linha reta, paralela, o ângulo reto, formas racionais, bem definidas, geométricas, como o triângulo equilátero, sendo uma das formas base assim como o quadrado ou o círculo, ou como o hexágono, uma forma que deriva da junção destas formas base.
A ordem circular em que estão dispostas as formas, existindo um espaço entre estas, pode fazer-nos concluir que existam linhas que as separam. Esta conclusão deve-se também em parte, à relação forma-fundo que as textura geralmente transmitem. Assim, podemos obter composições com formas duplas.
A FORMA COMO DAMOS SIGNIFICADO À DISPOSIÇÃO DESTAS FORMAS RELACIONA-SE COM A NOSSA PERCEÇÃO VISUAL
Apesar de a disposição de formas estar interrompida, através de espaços em que existe uma distancia maior entre estas, continuamos a dar significado ao seu sentido circular.
Este sentido circular, além de ser dado por formas, pode ainda ser dado por linhas, que mesmo sendo interrompidas, temos a tendencia de as percecionarmos como sendo contínuas devido às leis da perceção visual associadas à composição.
DEPENDENDO DA SINGULARIDADE DOS CASOS, UMAS VEZES CONSEGUIMOS IDENTIFICAR ESTES ELEMENTOS DE FORMA CONTINUA À PRIMEIRA VISTA,
“ nenhuma pessoa dotada de um sistema nervoso apreende a forma alinhaNDO os retalhos da cópia das suas partes... o sentido normal da visão apreende sempre um padrão global.” GESTALT
PorĂŠm, se cada elemento possuir a sua anatomia formal, apreendemos a forma, nĂŁo como estando incompleta, mas como sendo uma forma concluĂda. Estabelecemos uma uniformidade do campo visual apesar de cada quadrado existente, estando colocado de forma alternada relativamente a outros, poder pertencer a linhas retas que se dispĂľem horizonta e verticalmente.
Formas orgânicas podem ainda ser convertidas em formas geométricas a partir da sua simplificação. O padrão de ajulejos que representa formas de flores, resulta da interseção de linhas oblíquas, linhas implicitas que auxiliaram no desenho geométrico baseado numa forma natural. A flor encontra-se ainda no centro de um círculo, que por sua vez se insere num quadrado. A disposição desses quadrados é responsável pela criação de um padrão, que neste caso resulta no preenchimento
Um padrão geométrico pode ainda encontrar-se na repetição da geometrização de elementos naturais (outros tipos de flores) desta vez tendo como ponto de referencia a sobreposição de círculos em que a sua dimensão diminui do limite da forma para o centro. Este centro é ainda reforçado por linhas convergentes que dividem geométricamente esta forma.
Ainda noutros casos, a forma das letras pode ser dada apenas por um plano liso, em relevo que se destaca em relação ao fundo. Também as letras que náo se inserem em relevos, possuem texturas, porém estas texturas são designadas de texturas visuais, que neste caso são dadas por linhas de senidos diversos.
ALÉM DO PLANO COMO ELEMENTO CARATERIZADOR DA SUPERFÍCIE DOS OBJETOS QUE NOS RODEIAM, PODEMOS ASSOCIÁ-LO À NOÇÃO DE PERSPETIVA.
De certa forma, estas linhas delimitam planos (dados pelas fachadas dos edifícios) e que ilusóriamente, através da limitação do nosso sentido da visão, convergem para um ponto, a limitação da nossa visão pode ainda ser visível através da existênca de uma linha do horizonte. Podemos ter a noção de perspetiva através de uma sucessão de linhas retas justapostas, ou mesmo de linhas curvas que se intersetam num ponto de fuga.
É A MULTIPLICIDADE DESSES PLANOS, QUE NOS FAZ APERCEBER QUE ALGO SE ENCONTRA MAIS PERTO OU MAIS LONGE DA NOSSA POSIÇÃO DE OBSERVADORES.
Ainda relativamente aos elementos implicitos que sugerem a perspetiva,cada objeto que componha uma paisagem, pode ser analisado como estando contido num plano. A sua posição no espaçonos remete para a sua proximidade ou afastamento de nós através da sua posição relativamente a outros objetos também contidos em planos.
A forma como vemos algo também pode ser influènciada por planos, que nos remetem para a relação forma-fundo. Um plano aproximado, será composto pelas formas de um gradeamento, é constituído por linhas de contorno que delimitam o que nos será visível do plano seguinte.
Bibliografia Munari, Bruno, Design e comunicação visual, Edições 70, 1968 Filho, João Gomes, Gestalt do Objeto Sistema de leitura Visual e forma, editorial Escrituras, 2006
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