Matéria de Saúde - 11ª edição

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EDITORIAL

Índice COLUNA VERTEBRAL

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Dor nas costas: é possível vencê-la Dr. Fernando Sanchis

CIRURGIA PLÁSTICA

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A escolha do cirurgião plástico Dr. Ricardo Lodeiro

UROLOGIA

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Ejaculação Precoce: abordagem terapêutica REPORTAGEM ESPECIAL

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Estresse: o inimigo invisível

É difícil não mudar o estado de espírito durante as correrias de final de ano e com a perspectiva da chegada de um novo ano. Se por um lado, todo mundo comemora a chegada das férias, por outro o estresse e a constatação de que nem todas as metas foram cumpridas durante o ano que passou são motivos de aflição. Não é a toa que antes mesmo da virada do ano, todos já querem saber quando serão os feriados do próximo ano. É um período que envolve muitos sentimentos, mudanças e medo de enfrentar um ano novamente com suas incertezas e obstáculos. O estresse atinge muita gente, alguns conseguem transformar todos esses sentimentos em energia para continuar, outros ficam meio parados. Confira a reportagem completa nesta edição da Matéria de Saúde sobre este tema. A equipe também preparou muitas outras matérias para você iniciar 2012 muito bem informado.

Boa leitura e até março!

Expediente Janeiro - 2012 - Ano II - 11a Edição

Circulação: 5000 Exemplares

Jornalista Responsável: Roselaine Vinciprova (MTB 11043) * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Matéria de Saúde e são de inteira responsabilidade dos autores. * Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis na revista Matéria de Saúde possuem apenas caráter educativo.

Contatos:

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GINECOLOGIA

A pílula das mulheres

PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM ESTA EDIÇÃO Fernando Sanchis (CRM 25665), Ricardo Lodeiro (CRM 18066), Carlos Da Ros (CRM 16962), Eneida Kompinsky (CRM 15849), Lilian S. Santos (ABQ 0476), Arianne Barbosa (CRP 07/15985), Aline de Carvalho (CREFITO 41722/F), Denise Lazzari (CREFITO 5 70441), Paula da Silva (CREFITO 6807-LTT/F)), Sandra Regina Fagundes (CRN2 8903), Peter Ymay (CRM 27712), Daniel Chirinos (CRM 23693), Letícia Ferreira (CRN -2 6246) e Assis Posser (CRM 10580).

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Coordenação: - Roselaine Vinciprova - roselaine@trcomunicacao.com - Tadeu Battezini - tadeu@trcomunicacao.com Fone: 51 3041.2333 e-mail: saude@trcomunicacao.com Comercial: Tadeu Battezini - tadeu@trcomunicacao.com Colaboração: Camila Schäfer (MTB 15120) camila@trcomunicacao.com Fernando Junges - criacao@trcomunicacao.com Felipe Dias - criacao2@trcomunicacao.com Kamyla Jardim - redacao@trcomunicacao.com

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Dor nas costas: é possível vencê-la A prática de exercícios regulares é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população mundial já sentiu, sente ou sentirá dor nas costas. Os dados são alarmantes e preocupam as autoridades e médicos porque a maioria desses problemas é originada devido a vícios posturais. Isso mesmo: basta sentar numa cadeira de forma errada, por exemplo, para engrossar as estatísticas, com dores, hérnias de disco, entre outros problemas na coluna. Manter uma boa postura ao andar, sentar, dormir, dirigir, além de praticar exercícios físicos, faz toda a diferença e certamente traz muito mais qualidade de vida. O mau posicionamento aumenta as curvas naturais do corpo e pode até levar à inclinação lateral da coluna, o que nos traz contração muscular, bastante desconforto e dores. Com o passar dos anos e a falta de exercícios físicos, as pessoas naturalmente passam a andar mais curvadas para frente, o que também pode trazer riscos, sendo a má postura a maior causa de problemas na coluna. Se a pessoa não buscar a ajuda médica, não praticar exercícios e não cuidar de sua postura, é possível que venha a ter problemas maiores, como artroses, cardiopatias e hérnias de disco. Alterações na coluna vertebral, como as hiperlordoses - mais comuns nas mulheres - e a hipercifose torácica - frequente no sexo masculino - são muito constantes. A mulher possui uma lordose lombar maior que a do homem, pela presença de uma bacia mais larga. Quando a mulher passa a ter uma hiperlordose lombar, o abdômen se projeta para a frente e a consequência é o aparecimento daquela indesejável barriguinha. Já a cifose se caracteriza por um aumento anor4 | janeiro de 2012 |

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mal da concavidade posterior da coluna vertebral localizada no meio das costas, muito comum com o avanço da idade. Essas pessoas possuem ombros e pescoço inclinados para frente e uma pequena corcunda e geralmente sofrem de dores nas costas, braços e mãos. Já a hiperlordose é o crescimento da curvatura lombar da coluna. O bumbum fica levemente empinado e os principais sintomas são dores nas pernas e nas costas. Pessoas com músculos abdominais fracos e um abdômen protuberante constituem o maior grupo de risco. Nessas pessoas, a flexão do tronco costuma aliviar a dor, o que faz com que elas prefiram ficar sentadas ou deitadas. Por fim, a escoliose é caracterizada pelo desvio da coluna vertebral para a esquerda ou para a direita, Quem sente dor deve ser orientado para mudar esse quadro resultando em um formato “S” Recomenda-se que a pessoa não fique muito e deixando um ombro mais alto que o outro. tempo numa mesma posição, mulheres deBuscar uma qualidade de vida melhor vem trocar a bolsa de lado com frequencia, não é difícil. A prática de exercícios refazer alongamentos simples ajudam muito gulares é o primeiro passo, mas a pessoa e é preciso ter muita atenção à forma como que sente dores regulares precisa primeiro você está sentando. conversar com o médico, para ser bem Quem sente dor deve ser orientado para orientado. A dor na coluna tem cura e temos mudar esse quadro. Um médico poderá dar vários protocolos que trazem excelentes toda a orientação para a prática de exercícios resultados. Um deles, por exemplo, é o saudáveis e tratamentos eficientes. Com RPG – Reeducação Postural Global. Outra certeza, você poderá viver melhor, feliz e é a hidroterapia. Dicas para o dia-a-dia tamsem dores. bém ajudam no combate às dores nas costas.

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A escolha do cirurgião plástico O bom profissional é aquele que fala dos riscos e trata o assunto com seriedade. E, principalmente, aquele que aproxima a vontade da realidade A cirurgia plástica foi uma das áreas da medicina que mais conquistou espaço na midia nos últimos tempos. O conhecimento e os estudos possibilitaram novas técnicas, com maior segurança e de forma menos invasiva. Mas a cirurgia plástica, apesar de cada vez ser mais acessível para a grande população, ainda é um procedimento delicado e a má utilização das técnicas ainda consiste em um problema de difícil solução. O Brasil é o segundo país com o maior número de cirurgias plásticas no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Essa corrida em busca do corpo perfeito ou do corpo idealizado tem gerado outro dado nada saudável: a cada dia crescem o número de cirurgias reparadoras, ou seja, cirurgias dedicadas a tentar reverter danos causados por um procedimento anterior. O resultado de um procedimento mal feito é duplamente desgastante. Primeiro porque a pessoa tem a esperança de melhorar algum aspecto e acaba sofrendo uma grande desilusão. Segundo porque além de não ter a aparência desejada, ainda fica sujeita a uma segunda intervenção e se expondo novamente aos riscos, que embora aceitáveis, poderiam ter sido evitadas. Neste contexto, o papel do profissional passa a ser essencial. O médico tem a obrigação de ser sincero nas informações, já que todo procedimento envolve efeitos colaterais. Além disso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) afirma que é papel do médico dizer ao paciente o momento de parar, já que existe uma grande distância entre o sonho de ter uma determinada forma 6 | janeiro de 2012 |

e a sua real possibilidade. Por isso, a entidade lançou em 2011 um manual visando combater os “abusos” nas mesas cirúrgicas. O bom profissional é aquele que fala dos riscos e trata o assunto com seriedade. E, principalmente, aquele que aproxima a vontade da realidade. Em qualquer intervenção cirúrgica deve sempre imperar o bom senso e sobretudo o conhecimento de um médico capacitado. Na busca por um bom profissional, é importante estar alerta para aqueles que dizem que tudo é possível. A SBCP criou um guia com padronização de normas de segurança. Entre elas estão o estabelecimento de limites para associação de diferentes intervenções em um só procedimento, a definição de um tempo máximo seguro para uma cirurgia, a exigência de exames pré-operatórios e o estabelecimento de idade mínima para os pacientes. Não existem dúvidas que qualquer procedimento cirúrgico merece um cuidado especial na escolha do profissional. O primeiro item é certificar-se que o profissional tem registro junto à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com Registro no Conselho Federal de Medicina. Outro dado importante é acompanhar o histórico de atualizações deste profissional, já que o conhecimento e atualização constante são essenciais. Logo na primeira consulta é possível reconhecer alguns indícios sobre a linha de conduta do seu cirurgião. Um bom médico não está afoito pela operação, mas sim dedica-se a passar ao paciente todas as informações de um procedimento cirúrgico, suas possíveis complicações, e pode,

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Qualquer procedimento cirúrgico merece um cuidado especial na escolha do profissional

inclusive, recusar a vontade do paciente, se esta não estiver ao alcance da cirurgia plástica. Tal qual um escultor pode fazer uma obra a partir de qualquer tipo de argila, uma matéria prima melhor preparada permite o resultado em porcelana...isto algumas vezes implica esperar, evitar a impulsividade, para realizar um trabalho com melhores resultados. Uma opção que deve ser apresentada à pessoa que busca um profissional completo.


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Pelo MUNDO Gene é associado à necessidade de sono Especialistas europeus dizem ter encontrado um gene associado a uma maior necessidade de sono. O estudo, que envolveu mais de dez mil pessoas de diversos países europeus, concluiu que os que possuem o gene ABCC9 precisam de cerca de 30 minutos a mais de sono por noite. Segundo o estudo, publicado na revista científica Molecular Psychiatry, um em cada cinco europeus carrega o gene. Cada um dos

Principais estudos e pesquisas realizados na área de saúde

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participantes disse quantas horas dormia por noite e teve uma amostra de seu sangue colhida para análise de DNA. Os cientistas concluíram que a necessidade de sono pode variar significativamente de uma pessoa para outra. A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, por exemplo, era conhecida por precisar de apenas quatro horas de sono por noite, enquanto o cientista Albert Einstein precisava de 11 horas.

Mulheres têm maior capacidade de memorização que os homens Uma pesquisa da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mostrou que as mulheres superam os homens em termos de capacidade de memorizar informações. O estudo, realizado com cerca de 4,5 mil pessoas com idades entre 49-90 anos, também mostrou que a educação influencia, os participantes

que deixaram a escola depois de 18 anos cometeram 20% menos erros total do que aqueles que abandonaram a escola antes dos 16. Os cientistas esperam que o estudo ajude a entender o que causa a doença de Alzheimer e outras demências, auxiliando na prevenção das mesmas.

Grávidas com diabetes podem ter contrações mais fracas

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A força das contrações uterinas em grávidas com diabetes é significantemente mais fraca do que a de mulheres sem a doença. É o que revelou uma pesquisa feita na University of Liverpool, no Reino Unido. Os resultados indicam o motivo de tantas grávidas com diabetes terem de enfrentar uma cesariana de emergência. Os cientistas estudaram mais de 100 biópsias do útero de grávidas com e sem diabetes. A equipe olhou para possíveis mudanças na quantidade de 8 | janeiro de 2012 |

cálcio entre as células dos músculos - um componente essencial para as contrações uterinas. Os níveis de cálcio no útero precisam aumentar para permitir que o músculo se contraia efetivamente. A pele do útero de mulheres com diabetes também não conseguiu atingir os mesmos níveis de contração daquelas que não possuem a doença. O teste foi feito com a estimulação da droga ocitocina, usada com frequência para tratar mulheres com dificuldades no parto. | www.revistamateriadesaude.com.br

Abuso pode causar alterações no cérebro Um estudo publicado na revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine mostrou que jovens que sofreram algum tipo de abuso durante a infância têm alterações no cérebro. A pesquisa revelou que esses adolescentes apresentam menos massa cinzenta em regiões cerebrais relacionadas à atenção, tomada de decisão e controle de emoções e impulsos, em comparação com os que não sofreram nenhum tipo de abuso. O estudo aponta que o abuso infantil compromete a criança, que desenvolve posteriormente problemas comportamentais e de humor. Os pesquisadores avaliaram 42 adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, sendo que alguns tinham indícios de ter passado por uma infância turbulenta. Os participantes do estudo não foram diagnosticados com nenhum distúrbio psicológico. Os cientistas informaram ainda que mais pesquisas precisam ser realizadas para entender os efeitos dos maus tratos durante a infância no cérebro.

Relação entre álcool e sexo desprotegido Divulgação

Uma pesquisa que será publicada este mês na revista Addiction revelou que a quantidade de álcool consumida por uma pessoa afeta as chances de fazer sexo desprotegido. Em média, cada aumento de 0,1 miligrama por mililitro nos níveis de álcool no sangue dos participantes da pesquisa elevou em até 5% a probabilidade de ter relação sexual desprotegida. Em todos os estudos analisados, quanto maior a quantidade de álcool ingerido pelos participantes, maior era a probabilidade de praticar sexo desprotegido. A ligação entre o álcool e o sexo desprotegido pode ser útil para entender problemas de saúde pública, como a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.


:: PREVENÇÃO

Você já ouviu falar em EPF?

O Exame Parasitológico de Fezes é utilizado para identificar as infestações parasitárias O Exame Parasitológico de Fezes (EPF) tem a função de identificar a presença de parasitas no paciente que está em avaliação. É utilizado para identificação de diversas infestações parasitárias. O resultado é obtido através da pesquisa da presença de ovos ou larvas de helmintos e de cistos de protozoários. Segundo o biomédico Thiago Aley Brites de Freitas (CRBM 17113), os bebês também podem ter parasitas. “A partir do momento em que são incluídas outras fontes de alimentação para o bebê, além do leite materno, este já está propenso a infecções parasitárias”, revela. Entretanto, a periodicidade do exame é de acordo com a orientação médica, sendo que em crianças o intervalo entre um exame e outro deve ser menor em relação aos adultos, em função destes primeiros estarem mais suscetíveis ao parasitismo.

Quando diagnosticado o parasitismo, é realizado um novo exame, após o tratamento indicado pelo médico, a fim de verificar a eficácia da medicação. A intensidade do parasitismo influi no número de formas parasitárias eliminadas. O biomédico afirma que é recomendável que no exame de fezes sejam colhidas três amostras em dias diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não elimina a possibilidade da presença do mesmo no organismo. “Dependendo da fase do ciclo reprodutivo que o parasita encontra-se, este não libera os ovos ou cistos (conforme a espécie de parasita) que são usados para a identificação no laboratório”, revela Freitas. As parasitoses habitualmente não apresentam sintomas, porém quando presentes variam de acordo com o tipo de parasitose que o paciente apresenta. Dentre os sintomas

comuns no parasitismo intestinal, pode se relatar: dor abdominal, cólica, flatulência, diarréia, indigestão, obstrução intestinal, vômitos, constipação e coceira na região perianal. Segundo Freitas, este último sintoma é comum nas infecções por Enterobius vermiculares, sendo o diagnóstico realizado com um método diferenciado. “O paciente parasitado pode também apresentar cansaço e fraqueza devido à anemia ferropriva (deficiência de ferro) decorrente da perda de sangue gerada pela atividade do parasita no intestino”, ressalta. Se a pessoa apresentar qualquer um dos sintomas é importante que busque auxílio médico. Segundo Freitas, qualquer médico com registro está habilitado para a solicitação e avaliação dos exames, mas o profissional que mais está envolvido nesta análise é o médico clínico geral.

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:: REGIÃO Projeção Rovedaconte

Com instalações modernas, o novo espaço vai continuar desenvolvendo o qualificado trabalho multidisciplinar

Nefrocor inaugura moderna sede em 2012 Para atender a crescente demanda e visando qualificar ainda mais os serviços, a Nefrocor inaugura em 2012 sua nova sede, com 500 m2, em frente ao hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha. Com instalações modernas, o novo espaço vai continuar desenvolvendo o qualificado trabalho multidisciplinar, que conta com profissionais médicos nefrologistas e urologista, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicóloga e fisioterapeuta. As obras do novo empreendimento estão em ritmo acelerado e a previsão de inauguração é em outubro. Além da ampliação

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de todos os espaços da Nefrocor, o prédio também contará com 700 m2 para locação de serviços de saúde, além de estacionamento para 20 carros. A Nefrocor foi adquirida em 1996, quando funcionava junto ao Posto 24 horas. Nesta época contava com oito pacientes. Em 1997 foi para sua sede própria na Rua Nilo Peçanha, onde funciona atualmente. Em todos esses anos de trabalho realizou diálise em mais de 1,5 mil pacientes e transplantou 71. Atualmente tem 119 pacientes em tratamento.

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Fachada da atual sede


:: ACUPUNTURA

Epicondilite: inflamação no cotovelo A técnica de acupuntura em epicondilite é eficaz em seu tratamento, pois confere um efeito analgésico e anti-inflamatório Divulgação

Por Peter Hiwatashi Ymay

Médico especialista em acupuntura pela Associação Médica Brasileira CREMERS 27712

Entre as queixas mais comuns na prática clínica de acupuntura, a dor na região do cotovelo ou epicôndilo é a mais frequente. A epicondilite é o termo usado para designar inflamação desta região, sendo a região lateral a área de inflamação mais frequente. Existe ainda a epicondilite da face interna do cotovelo, conhecida como epicondilite medial. Os sintomas mais frequentes são dores na face lateral do cotovelo, piora da dor aos esforços, limitação dos movimentos de preensão das mãos, dificuldades para segurar objetos e falta de força e função da região. A dor lateral do cotovelo, a mais prevalente na clínica diária, é descrita com vários termos análogos, dos quais podemos citar o conhecido “dor de cotovelo do tenista”, epicondilite lateral, “cotovelo de remador”, tendinite da origem do extensor comum, ou peritendinite do cotovelo. O diagnóstico na consulta de acupuntura é feito por exame físico detalhado, com dor à palpação da região dolorosa, executando manobras especiais que auxiliam o diagnóstico e exames de imagem como a ultrassonografia e ressonância magnética. A sessão de acupuntura se inicia

explicando o procedimento a ser adotado, com agulhas de material estéril e descartável, inserindo cada agulha em ponto específico de acordo com o diagnóstico sindrômico do paciente. Pode-se complementar a sessão utilizando as técnicas de auriculoterapia, craniopuntura de Yamamoto, eletroacupuntura, entre outras. A acupuntura confere um efeito analgésico e anti-inflamatório, atribuindo este efeito à liberação de substâncias analgésicas, à transmissão do estímulo correto pelos chamados meridianos ou canais que liberariam um bloqueio ou obstrução de energia ou o chamado “QI” pela Medicina Tradicional Chinesa. Enfim, a técnica de acupuntura em epicondilite é eficaz em seu tratamento, devendo-se ter uma sequência de sessões para realmente alcançar seu objetivo de alívio permanente da dor. Além do médico especialista em acupuntura, o paciente deve também consultar o médico especialista desta área, seja o ortopedista ou médico do esporte, para complementar o diagnóstico anteriormente feito e indicar terapias que complementem o efeito do tratamento.

Os sintomas mais frequentes são dores na face lateral do cotovelo

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:: UROLOGIA

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Ejaculação Precoce: abordagem terapêutica A associação da psicoterapia com a terapia medicamentosa parece ser a alternativa ideal Por Carlos Teodósio da Ros Urologista CRM 16962

Ejaculação Precoce (EP) é a dificuldade de percepção das sensações que antecedem o orgasmo, e que ocorre após uma rápida estimulação sexual. A ejaculação precede o momento desejado, de forma recorrente, acontecendo antes ou imediatamente após a penetração, causando descontentamento do casal. Acomete uma fatia da população masculina que varia de 5 até 42%, sendo mais frequente na faixa dos 20 aos 30 anos. Esta situação leva a um importante impacto negativo sobre a qualidade de vida do casal, repercutindo inclusive no seu cotidiano, sendo que estes homens apresentam uma dificuldade imensa em transpor a barreira de consultar um urologista. Os pacientes com EP podem ser classificados como portadores de um distúrbio primário (toda a história sexual é marcada por ejaculações rápidas) ou secundário/situacional, isto é, adquirido após um período de função normal e, muitas vezes, relacionado a alguma outra disfunção sexual.

As causas, de origem emocional ou psicológica, mais comuns, são: baixa frequência sexual, insegurança e ansiedade de desempenho, desconhecimento da sexualidade, relacionamento ruim com a parceira e comportamento condicionado à masturbação e coitos rápidos. Dentre as causas orgânicas sugeridas, encontram-se: neuropatias relacionadas a grandes cirurgias, fraturas pélvicas, prostatite, hipertireoidismo e diabete mellitus. Como consequência, a EP pode levar à depressão, desordens de personalidade, baixa autoestima, prejuízo ao relacionamento conjugal e/ ou interpessoal, diminuição da libido e, até, aversão ao sexo. O aconselhamento psicológico e a terapia comportamental devem preceder o uso de medicamentos no manejo da EP. É necessário um profissional treinado em sexualidade (psicólogo ou psiquiatra) para fazer esta orientação, bem como a presença e colaboração da parceria. A associação da psicoterapia com a terapia

medicamentosa parece ser a alternativa ideal. As drogas utilizadas são os antidepressivos tricíclicos (clomipramina) e os inibidores específicos da recaptação da serotonina (fluoxetina, sertralina, paroxetina e citalopran), que levam a um retardo ejaculatório. Estes medicamentos devem ser utilizados de forma contínua, baseado no seu mecanismo de ação. Mais recentemente surgiu uma nova alternativa, que é a dapoxetina, que é de uso sob demanda, tem rápido efeito e pode ser empregada de 1h a 3h antes da atividade sexual. As cirurgias propostas para ejaculação rápida, que não têm comprovação científica da sua eficácia, devem ser encaradas como procedimentos experimentais, indicadas para pacientes selecionados e realizadas em locais de pesquisa credenciados, baseados nas normas de pesquisa que envolve seres humanos da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e da resolução 1478/97 do Conselho Federal de Medicina.


:: NUTRIÇÃO

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Maçã: o alimento poderoso No grupo das frutas, a maçã se destaca. Basta consumir uma unidade diária desta fruta para assegurar todos os seus benefícios nutricionais

Por Sandra Regina Fagundes Nutricionista CRN-2 8903

Os alimentos funcionais são alimentos ou ingredientes que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos na dieta usual produzem efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, reduzindo o risco de doenças crônicas degenerativas. A importância para a saúde da inclusão desses alimentos é contribuir para conter o avanço das doenças crônicas degenerativas e fazer com que as pessoas se conscientizem que a alimentação tem um papel fundamental sobre a saúde delas. Como fontes de alimentos funcionais, podemos citar frutas, legumes, verduras e cereais integrais. No grupo das frutas temos a maçã como destaque. Basta consumir uma unidade diária desta fruta para assegurar todos os seus benefícios. Ela pode ser encontrada o ano inteiro e contém vitamina A, vitamina C e folato. Um ditado inglês diz que uma maçã por dia mantém o médico longe e deixa o dentista bem distante também. Isso porque a maçã é considerada uma fruta detergente, que auxilia na retirada das impurezas dos dentes. É por esse motivo que muitos dentistas dizem que se toda criança consumisse uma maçã por dia, a cárie poderia até mesmo ser extinta do País. Além disso, a fruta é rica em pectina, uma fibra solúvel que ajuda a diminuir os níveis de LDL (colesterol ruim) do sangue. As catequinas, substâncias antioxidantes presentes na fruta, já foram associadas em diversos estudos à boa saúde pul-

monar, melhorando sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica e de outras afecções respiratórias, como a asma. A fruta aumenta a resistência às infecções, contribui para uma boa visão, é um poderoso antioxidante que inibe os radicais livres, retardando o envelhecimento precoce, possui efeito protetor cardíaco, afastando os riscos de doenças cardiovasculares, e efeito vasodilatador e anticoagulante. Além destes benefícios, a maçã contém 85% de água, que nutre e hidrata a pele ao mesmo tempo, proporcionado uma superfície muito macia. O poder da maçã vem da sua rica constituição em fibras, que melhoram o funcionamento do intestino e atuam no

centro da saciedade, favorecendo a perda de peso. Vale lembrar que hábitos alimentares adequados, juntamente com um estilo de vida saudável são peças-chave para a diminuição do risco de doenças e promoção da qualidade de vida, desde a infância até o envelhecimento. E nunca esqueça, uma maçã por dia é o suficiente!

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:: NUTRIÇÃO

Olha a bactéria!

Cuidados com os alimentos no verão

Se ficarem muito tempo expostos, os alimentos correm o risco de serem contaminados por micro-organismos Letícia Ferreira

Por Camila Schäfer Jornalista MTB 15120

Todos nós sabemos que alimentos estragados ou mal preparados podem prejudicar nossa saúde. No entanto, poucas pessoas sabem que existem diferenças entre alimentos deteriorados e contaminados. A deterioração acontece naturalmente ao longo do tempo. Nesse processo, alguns micro-organismos, como bactérias e fungos, se desenvolvem, modificando o cheiro, gosto e aparência do alimento. Se ingerido, ele pode causar desde uma intoxicação alimentar até doenças mais graves. No entanto, um alimento contaminado

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por esses mesmos micro-organismos é ainda mais perigoso que o deteriorado. Isso porque, pela aparência, gosto e cheiro, não é possível perceber que ele está ruim. Nesse período do ano, com as altas temperaturas, a conservação dos alimentos fica ainda mais difícil e a deterioração acontece de maneira mais rápida. Além disso, a falta de cuidados com a higiene no preparo dos alimentos pode facilitar sua contaminação. Para saber como evitar a deterioração e a contaminação, a revista Matéria de Saúde conversou com a nutricionista do Banco de Alimentos de Cachoeirinha, Letícia Freitas Ferreira (CRN-2 6246). De início, é importante ter consciência de que nem sempre os vilões são os restaurantes ou barraquinhas na beira da praia. A contaminação pode acontecer inclusive na nossa cozinha. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o ano de 2008 foi o que registrou maior número de casos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) desde o ano 2000: mais de 25 mil casos. Em 2011, foram registrados cerca de 7 mil. Apesar de a refeição feita fora de casa ser a maior suspeita, os dados de 2000 a 2011 mostram que a maioria dos surtos ocorreu dentro de casa. Os pratos mistos (com alimentos de

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origem animal e vegetal) e produtos à base de ovos foram os principais causadores dos surtos de DTA, segundo a pesquisa. Intoxicações alimentares são muito comuns em nosso País e podem ser causadas tanto por bactérias quanto por fungos ou vírus. Se não forem bem diagnosticadas e tratadas, podem inclusive levar à morte, segundo Letícia. A tão conhecida salmonela é a principal causadora de intoxicações alimentares. Ela pode contaminar todos os tipos de carne usados na nossa alimentação, inclusive antes de o animal ser abatido. Como é praticamente impossível distinguir entre carne sadia e contaminada pela salmonela, a infectada acaba sendo comercializada da maneira habitual. Por isso a importância de cozinhar completamente a carne. Além desta, outras recomendações de higiene e cuidados com os alimentos são fundamentais para evitar as intoxicações. A nutricionista lembra que é importante manter na geladeira alimentos derivados de animais, como carnes, ovos e leite, até o momento da preparação. “É recomendado servir os alimentos logo após estarem prontos, não deixando mais do que duas horas expostos à temperatura ambiente. Se ficarem muito tempo expostos, os alimentos correm o risco de serem contaminados por micro-organismos. Este é um dos motivos de os restaurantes não doarem o excedente de comida aos moradores de rua, por exemplo”, explica Letícia. Alimentos preparados e guardados na geladeira devem ser consumidos em, no máximo, 48 horas. Para os produtos já abertos, indica-se observar as recomendações contidas na embalagem. Carnes cruas, leite e derivados devem ser consumidos o mais breve possível, mantendoos na prateleira de cima do refrigerador, pois é o local onde a temperatura está mais baixa,


:: NUTRIÇÃO :: ESPECIAL

o

conservando melhor o produto. A nutricionista afirma que os alimentos recém preparados podem ser levados diretamente à geladeira, mesmo se ainda estiverem quentes. “Não há risco de estragar o aparelho e evita que o alimento fique exposto à temperatura ambiente e à contaminação”, conta Letícia. No caso das bebidas, a recomendação é verificar a higiene dos equipamentos utilizados no preparo. “Para o caldo de cana, muito consumido nessa época, além dos cuidados com a higienização e seleção da cana de açúcar, que deve estar limpa e livre de sujidades e insetos, outros cuidados devem ser tomados com a máquina de fazer o caldo para evitar as contaminações por agentes transmissores de doenças como da Doença de Chagas”, alerta a nutricionista. Para quem costuma comer comida requentada, Letícia lembra que, quando o alimento sofre o processo de reaquecimento, vai perdendo alguns nutrientes. Além disso, esta comida já ficou algum tempo exposta à temperatura ambiente, o que contribui para o aumento de bactérias. Para quem tem dúvidas sobre o reaquecimento, a nutricionista explica que, para um bom aproveitamento e para não causar danos à saúde, o alimento não deve ser

reaquecido mais do que uma vez. Outro mito da cozinha é em relação ao micro-ondas, mas Letícia vai logo desmistificando: “O microondas é uma ótima opção para o aquecimento e não altera a composição dos nutrientes”, afirma. Além das recomendações sobre o cuidado com os alimentos, a nutricionista lembra que, em casos de intoxicação alimentar ou outros problemas relacionados ao consumo de alimentos contaminados, deve-se procurar um médico. Banco de Alimentos Os Bancos de Alimentos são organizações sem fins lucrativos que atuam minimizando a fome nos locais onde estão instalados. Cachoeirinha e Gravataí já possuem os seus próprios Bancos para arrecadar, classificar, armazenar e doar alimentos a entidades cadastradas. Todos os Bancos utilizam a mesma metodologia oferecida pela Rede de Bancos de Alimentos e funcionam de forma padronizada. A sistemática de trabalho dos Bancos de Alimentos é muito simples: os alimentos doados são coletados nos locais e dias indicados pelos doadores. Em seguida, as doações são armazenadas na central de arrecadações,

um depósito próprio do Banco de Alimentos. Neste local, as nutricionistas analisam e determinam quais os tipos de alimentos necessários para as instituições, conforme as quantidades e valores nutricionais ideais para suprir suas necessidades. Posteriormente, ocorre a distribuição qualificada dos alimentos, entregues gratuitamente às instituições assistenciais previamente cadastradas no Banco de Gestão e Sustentabilidade. Segundo Letícia, entidades, empresas públicas ou privadas e pessoas físicas podem participar facilmente das iniciativas do Banco de Alimentos. Pode ser como mantenedor, oferecendo um aporte financeiro para as despesas de custeio e crescimento das atividades. Também pode ser como parceiro estratégico, quando a empresa participa prestando serviços referentes à sua área de atuação. Pode ser como doador, se a empresa atua na área de produção, transporte, armazenamento, comercialização e consumo de alimentos. E ainda pode ser como colaborador, quando os funcionários de uma empresa se engajam através de campanhas onde poderão contribuir mensalmente com um quilo de alimento. Maiores informações sobre o Banco de Alimentos em www.bancodealimentos.org.br.

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ESPECIAL :: NUTRIÇÃO

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Como evitar a contaminação dos alimentos? • Procure manter a temperatura do refrigerador abaixo de 4 graus centígrados. Isto vai retardar o crescimento das bactérias, que ocorre muito rapidamente entre 16 e 45 graus centígrados. O congelamento não mata as bactérias, mas o seu crescimento fica inibido em temperaturas extremamente baixas; • Não deixe alimentos congelados degelarem em temperatura ambiente, pois bactérias podem crescer na superfície externa. É sempre mais seguro degelar o alimento no micro-ondas ou colocá-lo sob água corrente; • Todas as frutas e outros vegetais devem ser cuidadosamente lavados; • Ao preparar bolos, não experimente ou consuma a massa crua antes do cozimento ovos crus podem ser causa de contaminação; • Lave as mãos antes e durante a preparação dos alimentos; • Quando você for requentar a comida, faça-o de maneira que ela seja totalmente reaquecida e requente apenas a quantidade que você irá comer realmente; • Não deixe a carne crua entrar em contato com a que está cozida ou assada. Evite comprar em estabelecimento onde carnes cruas e cozidas ficam juntas.

O micro-ondas é uma ótima opção para o aquecimento e não altera a composição dos nutrientes

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Letícia Ferreira


:: ESPECIAL

Estresse o inimigo

invisível Por Camila Schäfer Jornalista MTB 15120

Cortar o tempo

Carlos Drummond de Andrade

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. O final de ano traz muita alegria para a maioria das pessoas. Festas, confraternizações, troca de presentes, natal, férias, verão, ano novo... Só de pensar nessas palavrinhas, muitos se enchem de felicidade e esperança de boas novas para o ano que chega. É como se um ciclo estivesse se fechando para que outro abra e a vida renasça. No entanto, as festas já passaram, o verão chegou e muita gente ainda está trabalhando, na caixinha do correio estão as contas de IPVA, IPTU, fatura do cartão de crédito ainda com as compras do natal e parece que a virada do ano não significou absolutamente nada de mudança. É aí que se instalam o estresse e a ansiedade.

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:: ESPECIAL

No entanto, ficar mais triste, mais pensativo, até mais nostálgico, nesses momentos é normal. O que difere isso da doença é a intensidade e a duração da tristeza

Eneida Kompinsky

Mesmo que seja um período de confraternização, esperança e alegria, é comum algumas pessoas se sentirem sobrecarregadas, estressadas e forçadas a demonstrarem uma alegria que nem sempre faz parte da vida delas naquele momento. Todas essas tensões, aliadas à ansiedade que é natural com as expectativas do ano que começa, podem desencadear um desequilíbrio em nosso organismo, identificado como estresse. Uma pesquisa feita pela ISMA-BR (International Stress Management Association) já confirmou que 80% das pessoas tem seu nível de estresse maior no final do ano. Na época das festas, a correria é geral. É trabalho a fazer, provas na faculdade, comprar presentes, encarar shoppings lotados, participar de eventos que às vezes são mais desgastantes do que relaxantes. Nesse meio tempo não sobram momentos de descanso e a pessoa passa a se sentir estressada. “O que percebo é que, a partir de novembro, muitos pacientes iniciam a consulta com um ‘não sei por que, mas ando muito triste...’. É quase uma cantiga que, um paciente após o outro, vai repetindo. Lá pelas tantas percebo que o fim do ano está chegando e vou tentando traduzir para as pessoas: ‘não será o fim de ano?’, e muito comumente recebo um ‘é mesmo... acho que sim...’”, afirma a psiquiatra Eneida Kompinsky (CREMERS 15849). De acordo com a médica, o final do ano é uma espécie de “aniversário coletivo”, um momento em que se faz um balanço do que se conseguiu ou não. No entanto, existe quase que uma ditadura de que todos são felizes (propagandas de TV, músicas natalinas). Isso pode fazer com que aquela pessoa que já não está tão bem, sinta-se ainda mais infeliz. “Esse período das festas também é marcado pelas lembranças, muitas de infância. Todo mundo, de certa maneira, regride a um sentimento infantil e sofre pela perda das pessoas que não estão mais aí. Ouço que tudo era tão feliz e agora não mais e aí tenho de lembrar 18 | janeiro de 2012 |

ao paciente que agora ele é o adulto e que, naqueles tempos de infância, os seus avós e pais também tinham perdido pessoas e foram eles, mesmo com as perdas, que fizeram os natais felizes, que são a lembrança boa que eles têm agora”, conta Eneida. A psiquiatra lembra também que esse é um período em que as pessoas têm a sensação de que o tempo passa rápido e isso faz com que lembrem da morte de pessoas queridas e da nossa própria finitude. O estresse não é oficialmente considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a entidade já alertou para uma epidemia global em função de cerca de 90% da população do planeta sofrer do mal. Atualmente, o estresse é visto, pela maior parte da comunidade médica, como um conjunto de sintomas físicos e emocionais que pode levar a outras patologias. Segundo Eneida, não podemos falar em uma “síndrome do fim de ano” como uma doença específica. O que existe é o agravamento de um quadro depressivo ou estressante, por exemplo, tendo como fator desencadeante o final do ano, como qualquer outro evento importante, seja bom ou ruim. “Às vezes, o fator desencadeante pode ser uma perda, o nascimento de um filho ou qualquer outro evento que modifique a vida da pessoa. Na verdade, já existe uma vulnerabilidade, que é desencadeada por essa situação. No entanto, ficar mais triste, mais pensativo, até mais nostálgico, nesses momentos é normal. O que difere isso da doença é a intensidade e a duração da tristeza”, explica a psiquiatra. Aliado ao estresse e ansiedade do início do ano, se a pessoa já estiver com a saúde debilitada e a imunidade baixa por algum motivo, outras doenças podem aparecer, como virose, gripe, dores de cabeça, problemas estomacais, pressão alta e insônia. Com as emoções mais exaltadas, os excessos na mesa também ocorrem e aí quem sofre são os hipertensos, por exemplo, que podem acabar exagerando no sal, na gordura e nas bebidas alcoólicas.

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Segundo Eneida, cada pessoa vai tratando dentro de si esse período da maneira como encara outros momentos da vida. O mais rígido, por exemplo, não se perdoa por que as coisas não ocorreram como planejado. O deprimido pode salientar mais o que (ou quem) perdeu e não o que ganhou. As pessoas sozinhas parecem se sentir ainda mais sozinhas. “O tratamento só é necessário se houver sintoma sedimentado e com duração de pelo menos duas semanas, como desânimo, choro, desesperança, insônia, culpa excessiva, sensação de inutilidade, perda de desejo sexual, de prazer por atividades usuais. Nesse caso, precisa de tratamento que, em geral, deve ser medicamentoso e psicoterápico”, afirma a psiquiatra. Como dicas para driblar o estresse, Eneida recomenda que as pessoas se perdoem, idealizem menos, aprendam que existe mais de um jeito de ser feliz, que não é preciso ter todas as conquistas ao mesmo tempo. Também é preciso valorizar quem está ao lado e sentir a falta de quem não está mais aí, mas não valorizar só as perdas. Saber transformar os sonhos a seu favor, ou seja, se algo realmente não é possível, mudar o rumo para coisas mais possíveis e não só chorar pelo que não é possível. “Pode ser até desistir de um amor e abrir espaço para outro”, disse. É importante também que as pessoas tenham momentos de descanso e introspecção. Delegar funções, seja em casa ou no trabalho, também pode ajudar, assim como eleger prioridades. Como é comum nessa época as pessoas enumerarem todas as conquistas do ano que passou, é normal um sentimento de impotência quando algumas metas não se realizam. Por isso, a psiquiatra explica que nem tudo precisa ser conquistado no prazo de um ano. Muitos objetivos demandam mais tempo. Uma dica é traçar poucas metas e um plano de ação com pequenos passos de cada vez. Assim, você poderá evitar a frustração, o estresse e a ansiedade.


:: ESPECIAL

Dicas

• Encontre formas de eliminar a tensão: desabafe com um amigo, escreva seus sentimentos num diário ou num blog, caminhe ou faça exercícios. • Cuidado com cobranças excessivas: fique atento para não se cobrar excessivamente por algo que já está sendo cobrado por terceiros. • Evite idealizar soluções: diante de um problema ou um prazo a ser cumprido, analise de forma concreta e lógica a melhor forma de resolvê-lo e parta para a ação. • Respire: não faça nada, apenas preste atenção ao ar que entra no seu corpo. Separe dez minutos do seu dia para a prática. Tente contar até dez enquanto puxa e, depois, quando solta a respiração. • Cuide de seu corpo: mantenha uma dieta saudável, faça exercícios e pratique coisas

Receita de Ano Novo

que restaurem a sua energia, como meditação ou massagem. Procure perceber se o seu corpo está mostrando sinais físicos de cansaço e cobrança, como dor de cabeça, insônia, dor de estômago, irritabilidade, ganho de peso, dificuldade de concentração, etc. Caso você não esteja se sentindo bem, procure um médico. • Respeite-se: todos nós temos limites. Ninguém é tão forte a ponto de aguentar tudo e nem tão fraco a ponto de não dar conta de nada. Portanto, se existem situações que estão além do seu limite, reconheça e peça ajuda para as pessoas próximas. • Use o escalda-pés: o método relaxa, estimula a circulação sanguínea dos membros inferiores, alivia o estresse e o cansaço acumulado. Basta uma bacia com água quente e sal grosso para diminuir as tensões.

Carlos Drummond de Andrade Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens?

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passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

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:: REGULAMENTAÇÃO

Nova Lei do Fumo é sancionada Em dezembro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a nova Lei do Fumo, que estabelece um preço mínimo de venda de cigarro no varejo, aumenta a carga tributária sobre o produto e proíbe o fumo em locais fechados – os fumódromos, sejam eles privados ou públicos – e a propaganda nos pontos de venda. A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é reduzir a frequência de fumantes em diferentes grupos, principalmente a iniciação de adolescentes e adultos. Conforme previsto no Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, a expectativa é chegar a 2022 tendo reduzido a frequência de fumantes de 15% para 9% na população adulta. Pela nova lei, também fica proibida a propaganda comercial de cigarros nos pontos de venda, sendo permitida somente a exposição dos produtos – desde que acompanhadas por mensagens sobre os malefícios provocados pelo uso do fumo. Outra obrigatoriedade prevista pela nova lei é o aumento de avisos sobre

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os malefícios do fumo, que deverão aparecer em 30% da área frontal do maço de cigarros, partir de 1º de janeiro de 2016. Fica estabelecida em 300% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro. O aumento no preço do produto está previsto para o início de 2012. Com o reajuste do imposto e o estabelecimento de um preço mínimo, o cigarro subirá cerca de 20%, em 2012, chegando a 55% em 2015. Para aqueles que não concordam com as restrições da nova Lei do Fumo, o médico Drauzio Varella explica em um artigo que a fumaça expelida dos pulmões fumantes contém, em média, um sétimo das substâncias voláteis e particuladas do total inalado. Já aquela liberada a partir da ponta acesa contém substâncias tóxicas em concentrações bem maiores: três vezes mais nicotina, três a oito vezes mais monóxido de carbono, 47 vezes mais amônia, quatro vezes mais benzopireno e 52 vezes mais DNPB (estes dois, cancerígenos). Segundo Varella, por serem de tamanho menor, as partículas que se desprendem

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da ponta acesa, produzidas durante 96% do tempo em que um cigarro é consumido, penetram com mais facilidade nos alvéolos pulmonares. Depois de uma manhã de trabalho num escritório em que várias pessoas fumam, a concentração de nicotina no sangue de um abstêmio pode atingir os níveis de quem tivesse fumado três a cinco cigarros. Empregados de bares e restaurantes, que passam seis horas em ambientes com fumaça, chegam a ter concentrações sanguíneas de nicotina equivalentes a de quem fumou cinco ou mais cigarros. Mulheres gestantes expostas à poluição do fumo apresentam nicotina não apenas na corrente sanguínea, mas no líquido amniótico e no cordão umbilical do bebê. Além disso, a nicotina inalada pelo fumante passivo, associada ao monóxido de carbono, provoca lesões nas paredes internas das coronárias, redução do fluxo de sangue e do aporte de oxigênio para o músculo cardíaco, facilitando a formação de placas de ateroma e a ocorrência de infartos.


:: PSIQUIATRIA

Distimia: um transtorno que pode iniciar ainda na infância

Por Eneida Kompinsky Psiquiatra CREMERS 15849

A Distimia é um transtorno psiquiátrico em que a pessoa apresenta, além do mauhumor, outras alterações, como falta ou excesso de apetite, insônia ou hipersônia, pouca energia ou fadiga, baixa autoestima, pouca concentração ou dificuldade de tomar decisões e sentimentos de desesperança. Além disso, a pessoa pode apresentar alguns sintomas somáticos, como náusea, vômito, cefaleia e enxaqueca. Geralmente o paciente com Distimia costuma ter no humor algo depressivo a maior parte do tempo. Pode apresentar inquietação, ansiedade e sintomas neurovegetativos, como, por exemplo, queixas digestivas, cardiocirculatórias, musculares, dor de cabeça. É muito marcante nos distímicos a tendência em dedicar pouco tempo para atividades de lazer, valorizando em excesso atividades produtivas. Outros sintomas que chamam a atenção é a tendência à irritabilidade, ironias, crises de raiva e excesso de críticas. A Distimia é um transtorno depressivo do humor, tem natureza crônica, se inicia insidiosamente desde a infância ou adolescência e não tem sintomas graves o suficiente para ser diagnosticada como Depressão Maior, ou seja, o transtorno é considerado como uma depressão de baixa intensidade, flutuante e duradoura. Em geral esses pacientes costumam ser tensos, rígidos e resistentes às sugestões de terapia. Como frequentemente eles podem ser sarcásticos, rabugentos, exi-

gentes e queixosos, não é raro que o médico de outras especialidades sinta-se irritado com eles. Normalmente 40% a 50% dos distímicos que não se tratam se tornam pessoas depressivas. Na vida pessoal, o distímico tende a ser altamente crítico. Ele, por si só, já afasta as pessoas ao seu redor, pois é difícil conviver com uma pessoa que está sempre mal-humorada e que reclama de tudo. Alguns sintomas podem prejudicar a vida profissional da pessoa, pois ela passa a faltar muitas vezes ao trabalho ou à escola. Apesar disso, o funcionamento social das pessoas com Distimia é relativamente estável e muitas delas investem sua energia fortemente no trabalho, desprezando quase totalmente o prazer, as atividades familiares e sociais. Alguns pacientes distímicos, de fato, não se queixam propriamente de tristeza. Entretanto, queixam muito apropriadamente de falta de alegria de viver. Além disso, os próprios distímicos manifestam grande preocupação com sua inadequação. Quer dizer, eles mesmos sabem que são “chatos” e lamentam por isso. Os mais atingidos são adolescentes e adultos jovens, sendo mais incidente em mulheres e na população de baixa renda. A doença está com alguma frequência relacionada com uma deficiência física incapacitante. De acordo com dados americanos, a Distimia atinge de 3% a 5% da população. Acredito que este dado esteja subestimado, já que a maioria dos distímicos não procura atendimento psiquiátrico. Por ser uma época de transição, conflitos,

autoafirmação e mudanças, a adolescência é uma fase complicada. Existem pessoas que lidam muito mal com este momento, pois têm dificuldades de adaptação. Isto acaba acentuando o mau-humor e a baixa da autoestima, o que acaba levando à Distimia. Existe uma predisposição familiar. Quem tem familiares com história de algum transtorno do humor tem maior probabilidade de apresentar um quadro de Distimia do que os que não têm. Mas isso depende de como a pessoa vai lidar com a sua própria vida. Afinal, a Distimia tem relação também com o meio social. Tratamento clínico A psicoterapia é um importante componente do tratamento. Em geral a terapia cognitiva comportamental tem demonstrado ser eficaz no tratamento de Distimia. A terapia cognitiva comportamental deve ser planejada para ser realizada por um tempo limitado, cujos objetivos principais são fazer o paciente reconhecer as circunstâncias que levam à depressão e estruturar a uma resposta emocional adequada. O tratamento consiste basicamente em psicoterapia e uso de antidepressivos. No caso do Brasil, os mais usados são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Para um tratamento eficaz da doença, o paciente deve fazer uso do medicamento por volta de dois anos, ou seja, o tratamento da Distimia é mais prolongado do que no caso da depressão. Os distímicos, em geral, não procuram tratamento espontaneamente, um quadro puro de Distimia, mas isso tem a ver com a falta de informação da população sobre a doença.

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:: GINECOLOGIA

A pílula das mulheres

Com 50 anos de existência, a pílula anticoncepcional é o método mais utilizado para prevenir a gravidez, porém muitas dúvidas ainda cercam o medicamento A maioria das mulheres utiliza as pílulas anticoncepcionais para prevenir a gravidez, em função de a camisinha possuir riscos de rompimento e, neste caso, seu uso isolado não evita a gestação. Entretanto, muitas consumidoras da pílula ainda possuem dúvidas em relação a este método anticoncepcional, questionando-se sobre os diferentes tipos, formas de uso e até se ainda é necessário menstruar todo mês. Para esclarecer essas questões, a revista Matéria de Saúde decidiu elaborar um “tira dúvidas” sobre o anticoncepcional hormonal, com o auxilio do ginecologista Assis Oberdan Posser (CRM 10580). Confira abaixo:

• Eles auxiliam em outros fatores, além da prevenção da gravidez?

• O que são os anticoncepcionais hormonais?

• Existem anticoncepcionais hormonais mais fortes do que outros? Quais são as diferenças entre eles?

Os anticoncepcionais hormonais são associações entre estrogênio e progesterona, ou ainda só a progesterona, com a principal indicação de evitar a gestação. São hormônios já produzidos pelos ovários femininos, apenas em dosagens maiores. Em apenas 50 anos de existência é o método anticoncepcional mais utilizado em todo mundo.

Sim, há outras indicações para o seu uso além da anticoncepção, como por exemplo, menor incidência de câncer de ovário e endométrio nas usuárias, prevenção e controle da endometriose e alívio da tensão pré-menstrual (TPM). Ele ainda auxilia as mulheres que apresentam irregularidades menstruais, como no ovário polimicrocístico, são usados no período de amamentação, na pré-menopausa e em mulheres que apresentam outras patologias como diabetes, cardiopatias no Lúpus eritematoso, dentre outras indicações.

Os anticoncepcionais orais e alguns injetáveis (ACO) apresentam diferentes combinações e dosagens entre estrogênio e progesterona. Quase todos apresentam o etinilestradiol como estrogênio, variando nas concentrações de 35, 30, 20 e, atualmente, 15 mcg, que é a menor dosagem hormonal (conhecido como “fracos”), porém estatisti-

• Quais são os tipos de anticoncepcionais?

Há várias formas de anticoncepção, os orais, por exemplo, possuem esquema variado, como de 21 + 7 dias de pausa, 22 + 6, 24 + 4, 28 dias (contínuos) sem pausa. Existem também os injetáveis mensais, a cada três meses, os implantes abaixo da pele, o adesivo semanal que é colado na pele, o anel vaginal mensal, os Dius com e sem hormônios. Todos estes métodos apresentam uma alta eficácia na prevenção da gravidez. Divulgação

O principal cuidado no uso é a tomada correta do anticoncepcional de preferência no mesmo horário ou próximo Assis Oberdan Posser

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camente todos apresentam o mesmo índice de prevenção da gestação. A diminuição da dose diz respeito principalmente à redução de alguns efeitos colaterais, como retenção de líquidos, cefaléia, aumento do peso e dor nos seios. Essa dosagem também melhora o controle do ciclo menstrual (sem escapes de menstruação) e também evita o risco de tromboembolismo venoso, que é a principal complicação do uso do anticoncepcional hormonal. Em função disso, a consulta com o ginecologista deverá ser individualizada, pois cada mulher apresenta um perfil para o uso correto.

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:: GINECOLOGIA

Divulgação

A consulta com o ginecologista deverá ser individualizada, pois cada mulher apresenta um perfil para o uso correto do anticoncepcional

• Quais são os cuidados que se deve ter com o anticoncepcional?

corpo feminino dos hormônios, porém essa regra não é válida para todas as mulheres, por isso existem outras formas de anticoncepção que melhor se encaixe ao perfil da mulher, havendo mesmo aquelas em que não é possível a prescrição dos ACO por contra-indicações ou mesmo riscos potencias de complicações.

• Existe algum anticoncepcional prejudicial para a saúde da mulher?

• Muitos médicos afirmam que menstruar é passado, pois já existem anticoncepcionais que permitem que a mulher não menstrue. Como ocorre a utilização deste tipo de medicamento? Qual é o risco dessa ação?

O principal cuidado no uso é a tomada correta do anticoncepcional de preferência no mesmo horário ou próximo, quando injetável seguir a prescrição médica da época para aplicação, além de fazer as revisões médicas periódicas.

Devemos lembrar que quase todos os ACO são hormônios já produzidos pela mulher nos ovários e que para se evitar a gestação há a necessidade de se elevar essa concentração hormonal em um nível tal que impeça a liberação do óvulo para ser fecundado. Geralmente há boa aceitação pelo

Não querer menstruar é um desejo de muitas mulheres, pois na realidade existem vantagens: melhora dos sintomas da TPM,

evita o incômodo mensal do sangue, melhora a higiene, aumenta o número de relações sexuais para algumas mulheres e também tem o fator econômico, pois evita o gasto com absorventes. Já existem ACO pra esta finalidade, os ditos de uso contínuo (sem pausa), quando se usa por um tempo maior duas ou três cartelas sem pausa é dito como uso estendido, eventualmente usado em épocas de praia, casamentos, controle de ciclo menstrual, entre outros. Em qualquer dos métodos não existe riscos maiores do que nas outras formas de uso, o que, frequentemente, aparece são dúvidas como: para aonde vai a menstruação? o que acontece quando eu quiser engravidar? Enfim, são questionamentos que se resolve facilmente na consulta ginecológica e que na verdade não trazem dano nenhum para mulher.

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:: OFTALMOLOGIA Divulgação

Você protege seus olhos do sol? O óculos, antes de ser um acessório estético, é o principal meio de proteção dos olhos contra os efeitos nocivos da intensa radiação solar Com a temporada de verão instalada no Brasil, o famoso País tropical, não são poucas as reportagens sobre os perigos dos raios solares. As informações não mudam: a radiação solar está cada vez mais intensa, por isso o protetor solar é fundamental tanto na praia, quanto na cidade. Mas e os olhos? As pessoas já estão cientes e preocupamse com a proteção da pele. Porém, às vezes acabam esquecendo que os olhos também sofrem com a radiação solar. O óculos, antes de ser um acessório estético, é o principal meio de proteção. Segundo o oftalmologista Daniel Valenzuela Chirinos (CRM 23693) , a exposição à radiação ultravioleta tem efeitos fotobiológicos importantes e benéficos, como a síntese de vitamina D e a prevenção de doenças. Porém, infelizmente os efeitos nocivos são bem maiores. “Os raios solares podem causar danos à córnea, queimaduras da catarata, no cristalino e lesões na retina, que só vão ser sentidos com o passar dos anos, atingindo a visão”, revela. Outro mal causado pelo sol é o envelhecimento prematuro da vista, por conta dos raios ultravioletas, UVA e UVB. Além disso, expor os olhos ao sol sem proteção pode causar degeneração macular e aumentar a chance de se 24 | janeiro de 2012 |

ter catarata precoce, porque deixa opaco o cristalino, lente do olho que focaliza as imagens na retina. A radiação também resseca a lágrima e causa fotoceratite, inflamação da camada externa da córnea que provoca vermelhidão e sensação de areia nos olhos. O desconforto desaparece rapidamente, mas, neste processo, muitas células morrem, e, ao longo dos anos, podem aparecer manchas de senilidade e até câncer nas pálpebras, além do pterígio, uma membrana que cresce sobre a conjuntiva e costuma ser confundida com a catarata. Os óculos falsificados chegam bem mais baratos ao mercado por não possuírem tecnologia capaz de filtrar os raios UV. Óculos vendidos como simples acessórios de moda podem proporcionar pouca ou nenhuma proteção. Estes produtos também não contam com lentes apropriadas e a maioria vem com lentes com polarização insuficientes, que minimizam o brilho, mas não contam com propriedades anti-UV. O oftalmologista afirma que o uso de lentes com proteção ultravioleta deveria ser a norma para quem está exposto ao sol. Ele ainda alerta sobre os cuidados na compra do óculos. “É preciso consultar o oftalmologista

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para ter uma orientação adequada, assim como adquirir seus óculos em ópticas com ópticos responsáveis”, revela. O que ocorre muito, durante a escolha do óculos solar, é de as pessoas medirem o grau de proteção contra radiação pela cor da lente, afirmando que as mais escuras protegem mais. Segundo o médico, isso é um engano, pois o filtro é incolor. As demais características, se as lentes são mais escuras ou claras, de policarbonato ou cristal, remetem a gostos pessoais. Para as pessoas, e principalmente para as crianças que não gostam de utilizar óculos, o conselho é usar boné, com a aba para frente, ou chapéu. O que não pode é deixar de se proteger. Dicas de proteção no verão: - Aplicar protetor solar 30 minutos antes de se expor ao sol e de duas em duas horas após a primeira aplicação; - Aplicar protetor solar nas mãos e pés; - Beber bastante água; - Usar óculos, boné ou chapéu; - Ir a praia antes das 10h e depois das 16h;


:: PILATES E QUIROPRAXIA

O Pilates como tratamento

Disco intervertebral:

Por Aline O. de Carvalho (CREFITO 41722/F) Denise R. Lazzari (CREFITO 70441/F)

Por Lilian S. Santos

da incontinência urinária

25 | janeiro de 2012 |

Divulgação

Quiropraxista - ABQ 0476

Fisioterapeutas proprietárias do Pilates Fisiomed

A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina e atinge, principalmente, pessoas com idade mais avançada ou com incapacidades físicas e mentais. As causas da doença são diversas, incluindo, além de gravidez e idade, o parto, a diminuição dos hormônios femininos na menopausa e o tratamento do câncer de próstata. As mulheres têm probabilidade duas vezes maior de desenvolver a doença. Os homens, por possuírem uma musculatura mais forte, uma uretra mais longa e a próstata, têm menos chances de desenvolverem a incontinência urinária. O tratamento inclui processo cirúrgico, mas cada vez mais os não-cirúrgicos estão sendo indicados por médicos. O pilates é um destes tratamentos e pode ser utilizado como alternativa no tratamento conservador. Por ser um método que dá mais flexibilidade, coordenação, resistência e equilíbrio geral ao corpo, acredita-se que o pilates auxilia reforçando a musculatura do assoalho pélvico, responsável pela contenção da urina.

amortecedor da coluna vertebral

É importante que o profissional avalie cada aluno para saber qual o grau de força que ele possui em seu assoalho pélvico. Nesse sentido, atividades que trabalhem a contração e relaxamento do períneo podem ser benéficas ao paciente. Outro aspecto que deve ser observado pelo profissional é em relação à respiração do praticante do pilates. Isso porque, durante o exercício, algumas pessoas tendem a prender a respiração, o que pode aumentar ainda mais a pressão intra-abdominal, ocasionando na perda involuntária de urina. Percebe-se que os praticantes de pilates, portanto, têm uma tendência menor para desenvolver a incontinência urinária. Importante lembrar ainda que os casos de incontinência devem ser acompanhados por médico, que é quem vai indicar o tratamento. Divulgação

Pilates é uma alternativa de tratamento

O disco intervertebral (DIV) é uma estrutura localizada entre as vértebras da coluna vertebral. Tem funções importantes que ajudam na mobilidade articular, como também serve de amortecedor para suportar as cargas do dia-a-dia. Este disco é composto basicamente de água. Em um adulto jovem, o DIV é composto por 80% de água. Com o envelhecimento natural do corpo, esta porcentagem decresce normalmente. Alguns fatores podem acentuar esta diminuição ainda mais. Para que isto não ocorra de forma acentuada é necessário manter o DIV bem hidratado. O organismo realiza esta hidratação durante o sono. Mas é necessário que nós estejamos bem hidratados e, ao dormir, estejamos em uma posição confortável e correta, bem como ter uma boa qualidade de sono. Além destes fatores, é importante estar com a coluna vertebral bem alinhada, pois desalinhamentos vertebrais impedem a adequada absorção de nutrientes para o DIV, causando degeneração discal e, consequentemente, outros transtornos da região, como hérnia discal, sobrecarga das

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O DIV fica entre as vertebras da coluna

articulações da coluna e futuramente degeneração destas articulações, entre outros. Mantendo sua coluna vertebral alinhada, praticando atividade física, mantendo boa postura ao realizar atividades diárias e também ao dormir, e hidratando-se bem ao longo do dia, você beneficiará os discos intervertebrais, mantendo-os em melhores condições e preservando a coluna vertebral mais equilibrada. Lembre-se sempre, procure um profissional capacitado para alinhar sua coluna vertebral.

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:: NUTRIÇÃO

Alimentos podem ter menos sódio Medida pretende reduzir a quantidade de sódio dos alimentos, principal componente do sal, nos produtos industrializados No início de dezembro foi assinado um acordo para diminuir, gradualmente, o percentual de sódio, o principal componente do sal, nos produtos industrializados. De acordo com o estipulado, até 2014 o pão francês deve ter 10% menos sódio. Para a maionese, a redução será de 33%. Para os bolos prontos e biscoitos, deve chegar a 56%. Para batata frita e batata palha, salgadinho de milho e mistura para bolo, os cortes variam de 17% a 60% até 2016. Outros três produtos já haviam sido incluídos na redução ainda no primeiro semestre de 2011: o macarrão instantâneo, o pão de forma e as bisnaguinhas. O objetivo é mudar uma realidade: de acordo com o IBGE, o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia. É mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de cinco gramas. O sódio tem a função de conservante e também está presente no sal de cozinha. De acordo com a nutricionista Gisele Silveira (CRN-2 5801), o mineral participa de funções básicas no corpo, como equilíbrio ácido-base, equilíbrio de água no organismo, contração muscular, impulsos nervosos, ritmo cardíaco, entre outros, sendo fundamental para a saúde. No entanto, o excesso traz prejuízos. “O consumo excessivo de sódio pode causar retenção de líquidos, o que aumenta a pressão sanguínea, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além desse problema, o consumo excessivo de sal também está associado ao câncer gástrico e pode contribuir ainda para o desenvolvimento de osteoporose, cataratas, diabetes, hiperatividade e ganho de peso”, afirma Gisele. Por ano, mais de 70 mil brasileiros morrem de infarto do coração. A atenção também deve estar sobre os produtos lights e diets, alerta a nutricionista. Segundo Gisele, devido à redução de açúcar, o sódio é acrescentado aos alimentos para aumentar o sabor. “Os adoçantes utilizados nesses produtos contêm grandes teores de sódio. Um refrigerante, por exemplo, que tem 10 mg de sódio por copo pode ter o triplo 26 | janeiro de 2012 |

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O consumo excessivo de sódio pode causar retenção de líquidos

(30 mg) em sua versão diet. Por isso alerto para que o rótulo seja analisado com atenção porque o produto comprado com a intenção de emagrecer pode ter o efeito contrário e ‘inchar’ o organismo por causa da retenção de líquido”, explica. Os temperos prontos, realçadores de sabor, sucos em pó e molhos à base de soja também são grande fonte de sódio. “Muitos inclusive ultrapassam a quantidade diária de um indivíduo adulto”, disse Gisele. Até a água mineral, dependendo da fonte, pode conter grande quantidade de sódio, por isso a nutricionista recomenda novamente que se leia o rótulo com atenção. Além disso, os embutidos, enlatados e congelados também são campeões nos teores de sódio, pois utilizam o mineral como conservante. O acordo não prevê multas ou punições para os fabricantes que não reduzirem a quantidade de sódio. Já aqueles que se comprometerem em colaborar serão monitorados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelas vigilâncias estaduais. A Anvisa pode também denunciar que a meta de redução não foi respeitada pela indústria e retirar a classificação de produto mais saudável. Para Gisele, a medida tem uma grande falha: “no meu ponto de vista, a adesão voluntária deixará a indústria muito à vontade em relação à redução real do sódio.

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A obrigatoriedade com certeza geraria uma mudança mais significativa, trazendo maior benefício à saúde do brasileiro, uma vez que está constatado que o sódio contribui em diversas doenças crônicas que a nossa população sofre hoje. Em países europeus, a rotulagem dos alimentos traz informações como ‘alimento não indicado a hipertensos’ ou vice-versa. Acho que somente com a obrigatoriedade em legislação o Brasil – gerando melhor informação nos rótulos - poderá ajudar a população nas escolhas alimentares”, finaliza a nutricionista.

Como reduzir a ingestão de sódio? • Evite alimentos industrializados e dê preferência aos produtos naturais; • Substitua o sal por outros condimentos, ervas ou especiarias, para dar e realçar o sabor aos alimentos, como cebola, cebolinha, salsinha e limão; • Procure não deixar o saleiro em cima da mesa. Assim você evita o exagero; • Preste atenção aos rótulos, dando preferência a produtos com quantidade de sal reduzida ou sem sal.


:: PSICOLOGIA

Envelhecimento saudável: o papel do psicólogo frente à saúde mental do idoso Por Arianne de Sá Barbosa Psicóloga (CRP 07/15985) Mestre em Psicologia (UFRGS)

Até 2025, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil será o sexto País do mundo em número de idosos. Porém, ainda há desinformação sobre a saúde do idoso e as particularidades e desafios do envelhecimento populacional para a saúde pública. Entre 1980 e 2000, a população com 60 anos ou mais cresceu 7,3 milhões, totalizando mais de 14,5 milhões em 2000. O aumento da expectativa de vida, no entanto, precisa ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida dos idosos (Brasil, 2005). O aumento da população idosa está associado à prevalência elevada de doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão. No entanto, embora o envelhecimento normal possa apresentar uma lentificação dos processos mentais, isto não representa perda de funções cognitivas (Stella, Gobbi, Corazza & Costa, 2002). Apesar de a probabilidade de desenvolver certas doenças aumentar com a idade, é importante esclarecer que não se pode imaginar que envelhecer seja sinônimo de adoecer, especialmente quando as pessoas desenvolvem hábitos de vida saudáveis (Neri, 2002; Costa, 2002). Neste sentido, o psicólogo tem um papel primordial no cuidado da saúde mental do idoso. Pode atuar na avaliação e na reabilitação cognitiva, na psicoterapia de idosos, familiares

e cuidadores, na área da informação da população acerca do envelhecimento e suas consequências, dentre outras funções. O psicólogo pode oferecer alternativas de ajuda tanto aos idosos quanto a seus familiares, organizando, inclusive, grupos de apoio emocional, de informação ou de autoajuda. Muitas vezes, um trabalho de estruturação do ambiente do idoso, bem como de suas atividades diárias é necessário, principalmente quando este apresenta doenças neurodegenerativas (como a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer) e/ou incapacidades cognitivas e físicas. Dependendo do caso, o uso de testes psicológicos pode ser empregado para uma melhor avaliação e planejamento das intervenções para o idoso. Obviamente, a atuação do psicólogo é potencializada quando trabalha junto a uma equipe multidisciplinar, como: educador físico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, pedagogo e/ou geriatra, dependendo de cada caso. Afinal, diversos estudos apontam que a promoção de um envelhecimento saudável diz respeito a múltiplos fatores, como a atividade física, o envolvimento psicossocial, a alimentação saudável, a atividade cognitiva e laboral. Sendo assim, um trabalho conjunto de profissionais da saúde, da educação, da assistência, da segurança, da justiça, do turismo, do esporte, do trabalho, da habitação e do planejamento, em parceria com associações, empresas e com a comunidade, tende a aumentar

a eficácia de qualquer intervenção junto à população idosa, no intuito de assegurar-lhe “todas as oportunidades e facilidades, para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social” (conforme a Política Nacional do Idoso, LEI N. 1041 DE 2003).

Referências: Brasil (2005). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Costa, J. L. R. (2002). Em busca da (c) idade perdida: o município e as políticas públicas voltadas à população idosa. Neri, A.L. (2002). Envelhecer bem no trabalho: possibilidades individuais, organizacionais e sociais. Stella, F., Gobbi, S, Corazza, D.I., & Costa, J.L.R. (2002). Depressão no idoso: diagnóstico, tratamento e benefícios da atividade física.

Laboratório Unimed POA entra em operação em Gravataí A Unimed Porto Alegre deu início às atividades do posto de coleta do seu Laboratório em Gravataí. O novo serviço vai beneficiar os quase 32 mil clientes da cooperativa na região. O Laboratório Unimed já está em funcionamento junto à unidade da Unimed Porto Alegre no município. No local podem ser realizadas coletas de exames clínicos, além de emissão de guias para exames e internações. A estrutura fica aberta de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h e nos sábados, das 7h às 13h. O Laboratório Unimed conta atualmente com cinco unidades de atendimento em Porto Alegre, além de estruturas em Cachoeirinha, Canoas, Gravataí e Esteio.

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:: FISIOTERAPIA

Botox: um aliado na fisioterapia A substância, conhecida pelo seu uso estético, também está sendo utilizada no tratamento da deficiência motora

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Por Paula Andrea Alves da Silva Fisioterapeuta da APAE Cachoeirinha CREFITO 6807-LTT/F

Conhecida popularmente como Botox, a toxina botulínica do tipo A é uma substância produzida pela bactéria Clostridium botulinium. A popularização da substância aconteceu pelo seu uso estético, porém, a toxina tem inúmeras indicações terapêuticas, já utilizadas com sucesso há alguns anos no Brasil em crianças com paralisia cerebral. Inicialmente, a criança com paralisia cerebral tem dificuldades para adquirir posturas, como firmar a cabeça e sentar sozinha. Na maioria dos casos, evolui para a espasticidade muscular - uma rigidez excessiva do músculo (como uma “desordem” motora). Essa desordem prejudica o funcionamento dos sistemas motores, limita a amplitude de movimento articular, desenvolvendo padrões anormais de movimento, aumentando a incapacidade funcional, pois afeta o posicionamento confortável do paciente e o prejudica nas tarefas da vida diária, como alimentação, locomoção, transferências e higiene pessoal, isto porque a criança não consegue esticar e relaxar a musculatura. A espasticidade é uma das situações clínicas que mais impõe dificuldades no processo de reabilitação, já que impede a mobilização do músculo ou grupo muscular onde está instalada, interferindo de forma negativa no restabelecimento do segmento. Os benefícios do uso da toxina botulínica ficaram conhecidos através de estudos que buscavam métodos para amenizar a espasticidade, onde o objetivo era prevenir deformidades e proporcionar um relaxamento da musculatura, promover ganhos importantes, antes impossíveis, proporcionado uma reabilitação mais abrangente. A toxina botulínica tem mudado a vida de pacientes com distúrbios neurológicos e é agora considerada uma grande aliada no tratamento da reabilitação. Com o uso da toxina, a espasticidade é controlada e o tratamento se torna mais eficaz, refletindo na independência dos pacientes e tornandoos mais ativos socialmente. Ela vem sendo 28 | janeiro de 2012 |

A toxina botulínica do tipo A tem inúmeras indicações terapêuticas

utilizada com muito sucesso no tratamento de pacientes, e não se limita a pacientes com paralisia cerebral, mas que sofreram traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, lesões medulares e outras patologias do sistema nervoso central, com o objetivo de amenizar o quadro de espasticidade característico destas patologias. Ao longo dos anos, estudos demonstraram que a toxina, quando aplicada em pequenas doses, podia ter uma ação terapêutica. Os estudos demonstraram que o efeito da toxina sobre a espasticidade era de inibir o mecanismo causador desta rigidez excessiva. Uma vez no organismo humano, a toxina botulínica provoca um relaxamento muscular, pelo bloqueio na condução neuromuscular, ou seja, inibe a liberação de um neurotransmissor das células nervosas (acetilcolina), responsável pelas contrações involuntárias. Assim, quando aplicado a toxina botulínica tipo A nos grupos musculares espásticos, a musculatura relaxa, evitando que os músculos espásticos se contraiam excessivamente, permitindo a livre movimentação e alongamento destes grupos musculares, frequentes em pacientes espásticos. É nesta fase que a fisioterapia deve ser intensificada, para que no período de

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duração da toxina, que em média é de seis semanas a seis meses, ganhe-se o máximo de amplitude de movimento, melhore a função, promova-se o ganho de força, de coordenação e outros componentes do desempenho motor essenciais no processo de reabilitação, ou seja, atingir ganhos antes inviáveis devido ao grau de espasticidade. É neste período que o fisioterapeuta tenta transpor este obstáculo e atingir resultados mais satisfatórios. Mesmo com o fim do efeito da toxina, parte da reabilitação é mantida. Portanto, quanto mais cedo iniciar a terapia, melhor será o resultado. O que poderia ser considerado desvantagem da toxina é o alto custo. Cada dose ainda tem um custo elevado, o que impossibilita o acesso para algumas classes sociais. O Sistema Único de Saúde (SUS) cobre o tratamento, principalmente para crianças com sequelas neurológicas, como as decorrentes da paralisia cerebral, mas não tem sido suficiente para atender a demanda. Apesar de divergências sobre o uso da toxina botulínica para fins terapêuticos, sabese da importância na reabilitação de pacientes neurológicos. O seu uso em crianças com paralisia cerebral tem sido uma esperança de pais que almejam mais qualidade de vida para seus filhos.


:: REGIÃO

Gravataí lança campanha ‘Amigo do Rio’ A campanha visa o apoio da população, pois a comunidade precisa ajudar no verão para o abastecimento de água ser mantido A estação mais quente do ano chegou – o verão. Pensando no fato de que o consumo de água aumenta nesta época, a prefeitura de Gravataí lançou a Campanha ‘Amigo do Rio’. O propósito da ação é conscientizar a população sobre a racionalização desse recurso natural que é finito e de suma importância a vida. Segundo medição efetuada por técnicos da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o nível do rio está em 1,10 metros de água, o que demonstra que ele segue baixando do nível ideal que é acima dos 2 metros. A campanha visa o apoio da população, pois a comunidade precisa colaborar no verão para o abastecimento de água ser mantido, utilizando de forma racional e não desperdiçando a água. Se o nível do rio chegar ao estado de alerta (1 metro), a prefeitura de Gravataí terá que por em prática medidas, como reduzir a captação de água para a lavoura de arroz e até mesmo racionar a água dos moradores. Os fatores que contribuem para o baixo nível do rio nesta

época do ano são o período de estiagem dos últimos dois meses, o uso intensivo da água na irrigação das lavouras de arroz, a evaporação da água e o aumento do consumo pela população, devido às altas temperaturas, e, também o fator climático La Nina. Fenômeno La Nina O La Ninã é um fenômeno climático caracterizado pelo esfriamento das águas do pacífico Equatorial. Alguns dos efeitos deste fenômeno para os próximos meses é a estiagem e o clima quente, o que resulta no grande consumo de água potável e na diminuição das reservas do produto. Bacia do Rio Gravataí O Rio Gravataí é responsável pelo abastecimento público de quase um milhão de pessoas. Sua bacia hidrográfica possui uma área de aproximadamente 2.020 km² abrangendo os municípios de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Porto Alegre, Viamão, e uma pequena contribuição de Taquara.

Secom

A campanha visa conscientizar a população

Como ajudar: Na cozinha, mantenha a torneira fechada ao ensaboar as louças e evite usar a máquina de lavar com pouca louça. No banheiro, feche a torneira ao escovar os dentes e ao fazer a barba, não tome banhos demorados e conserte os vazamentos logo que aparecerem, pois você paga a água perdida. Na lavanderia, não lave aos poucos, deixe a roupa acumular e lave tudo de uma vez, mantenha a torneira fechada ao ensaboar e esfregar

as roupas, deixe as roupas de molho para remover a sujeira pesada, só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia e aproveite a água que sair da máquina de lavar para lavar calçadas e o chão. No jardim e no quintal, para lavar o carro use balde e pano, evitando desperdícios com a mangueira, não use a mangueira para limpar a calçada, use uma vassoura, prefira o uso de regador ao da mangueira para regar as plantas.

Projeto Balada Segura A Secretaria de Trânsito e Transporte de Cachoeirinha e a Brigada Militar se preparam para implantar o Projeto Balada Segura do DETRAN/ RS. Agentes de trânsito, servidores do Departamento de Infrações de Trânsito e da Educação para o Trânsito da SMTT e da Brigada Militar de Cachoeirinha realizaram recentemente o curso de etilômetro (bafômetro). O projeto Balada Segura unifica o trabalho dos dois órgãos. Através de blitz conjuntas na madrugada, além de abordagens educativas em bares e casas noturnas, visa a

redução de acidentes causados pela mistura de álcool e direção, principalmente entre jovens. Segundo a SMTT, o verão é a estação que registra o maior número de acidentes no trânsito, nas festas de fim de ano, férias e carnaval. Devido à ingestão de bebidas alcoólicas e direção de veículos, a Secretaria visa proteger os jovens no trânsito, punindo se for necessário os infratores. O curso de etilômetro objetiva qualificar os profissionais de trânsito, em ampliar as exigências de um maior rigor na fiscalização de trânsito.


Centro de Especialidades Ortopédicas e Traumatológicas de Gravataí - CEOT

Dr. Fernando Sanchis (Coluna Vertebral) | Dr. Paulo Velasco (Ombro) | Dr. Roberto Schwanke (Joelho) Dr. Ricardo DeBona (Joelho) | Dr. Tiago Sumi (Ombro) | Dra. Ronise Ribeiro (Ortopedia Pediátrica) Leohnard Bayer (Mão e Cotovelo) | Dr. Pablo Lessa (Quadril) Dr. Fabrício Brinco (Mão e Cotovelo) | Dr. Alfredo Sanchis (Quadril) Dr. Pedro Kanan (Pé e Tornozelo)

CEOT conta com

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novos especialistas A ampliação do CEOT – HDJB permitiu que novos especialistas fossem incorporados ao serviço do Centro

O Centro de Especialidades Ortopédicas e Traumatológicas de Gravataí (CEOT Gravataí) passou a contar com três novos ortopedistas desde dezembro de 2011. Ingressaram no Corpo Clínico do CEOT os ortopedistas Dr. Ricardo DeBona – Especialista em Cirurgia do Joelho e Videoartroscopia, Dr. Tiago Sumi – Especialista em Cirurgia do Ombro e Videoartroscopia e a Dra. Ronise Ribeiro – Especialista em Ortopedia Pediátrica. A necessária ampliação da área física

do CEOT – HDJB, em fase de conclusão, permitiu que novas especialidades e especialistas fossem e sejam incorporados ao serviço, criando maior agilidade nos atendimentos além de qualificar ainda mais o já reconhecido grupo médico. Desde a criação do CEOT Gravataí, há mais de seis anos, o volume de atendimentos cresce ano após ano, comprovando em números a satisfação e confiança da população de Gravataí e região na capacidade de resolução de seus problemas

30 | janeiro de 2012 |

ortopédicos. Os três novos membros do CEOT atendem a pacientes particulares e de convênios no HDJB. Nas segundas das 9h às 12h atende o Dr. Ricardo DeBonna, na especialidade de joelho. Nas segundas à tarde, das 13h30min às 18h, o Dr. Tiago Sumi realiza atendimentos na especialidade de ombro e nas sextas a Dra. Ronise Ribeiro atende crianças e adolescentes na especialidade de ortopedia pediátrica, das 15h às 18h. Divulgação

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Dr. Ricardo DeBona

CEOT Gravataí

Dr. Tiago Sumi

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Dra. Ronise Ribeiro


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