EDITORIAL
Índice COLUNA VERTEBRAL
04
Dores no corpo: Fibromialgia e Síndrome da Fadiga Crônica Dr. Fernando Sanchis
CIRURGIA PLÁSTICA
06
Próteses de glúteo: sem bumbum artificial Dr. Ricardo Lodeiro
REPORTAGEM ESPECIAL
16
Cigarro: de mocinho a vilão
INFÂNCIA
26
Como impor limites aos filhos? ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
30
Cirurgia do pé e tornozelo
Drs. Silvio Maffi e Pedro Kanan
PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM ESTA EDIÇÃO Fernando Sanchis (CRM 25665), Ricardo Lodeiro (CRM 18066), Carlos Teodósio Da Ros (CRM 16962), Eneida Kompinsky (CREMERS 15849), Lilian S. Santos (ABQ 0476), Arianne de Sá Barbosa (CRP 07/15985), Luciano Guedes Godoy (CREFITO 124433-F), Angela Maria Tubbs de Lucena Bohlke (CRF 11949), Márcia de Fátima Pereira (CRP 07/14.947), Kelly Scaramussa (CREFITO 5 141.973/F), Silvio Maffi (CRM 026755), Pedro Kanan (CRM 030157).
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Que o cigarro faz mal à saúde, todos sabem, mas falar sobre seus malefícios e sobre o tratamento para parar de fumar nunca é demais, afinal, ainda existem cerca de 2 bilhões de fumantes no mundo. Muitas gerações cresceram achando que o cigarro significava status e glamour. Entretanto, quando as doenças relacionadas ao tabaco começaram a surgir e o número de fumantes a aumentar, as entidades de saúde precisaram tomar algumas decisões, como a proibição da propaganda em alguns países. Sabedora de seu papel na sociedade, a revista Matéria de Saúde inicia a campanha “Cigarro: não aponte esta arma” como parte da celebração do Dia Mundial Sem Tabaco, que será no próximo 31 de maio. Além de uma reportagem especial sobre o assunto, com depoimentos de ex-fumantes e de uma psicóloga, os leitores poderão conferir ainda matérias sobre imunização, próteses de glúteo e sobre a temida Tensão Pré-Menstrual (TPM), com dicas de como lidar com essa fase mensal das mulheres. Como em maio comemora-se ainda o Dia das Mães, trouxemos uma reportagem sobre amamentação, essa fase importante na vida da mamãe e do bebê e sobre como impor limites aos filhos, uma tarefa difícil para muitos pais atualmente. Boa leitura e até julho!
Expediente Maio - 2011 - Ano II - 7a Edição
Circulação: 5000 Exemplares Jornalista Responsável: Roselaine Vinciprova (MTB 11043)
* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Matéria de Saúde e são de inteira responsabilidade dos autores. * Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis na revista Matéria de Saúde possuem apenas caráter educativo.
Contatos:
Coordenação: - Roselaine Vinciprova - roselaine@trcomunicacao.com - Tadeu Battezini - tadeu@trcomunicacao.com Fone: 51 3041.2333 e-mail: saude@trcomunicacao.com Comercial: Tadeu Battezini - tadeu@trcomunicacao.com Leonardo Azevedo - atendimento@trcomunicacao.com Colaboração: Camila Schäfer (MTB 15120) camila@trcomunicacao.com Fernando Junges - criacao@trcomunicacao.com Kamyla Jardim - redacao@trcomunicacao.com Mateus Delazeri - criacao2@trcomunicacao.com Matéria de Saúde é uma publicação bimestral da TRCOM. Todos os direitos reservados.
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Dores no corpo: Fibromialgia
e Síndrome da Fadiga Crônica
As tarefas que outras pessoas executam facilmente passam a ser muito difíceis, e não é de admirar que, passado algum tempo, a pessoa comece a se sentir deprimida O que é? A Fibromialgia se caracteriza por sintomas de dor muscular e tendinosa difusa crônica em pontos dolorosos de localização anatômica específica. A Fibromialgia e a Síndrome da Fadiga Crônica (S.F.C) são síndromes crônicas, complexas e debilitantes (podendo mesmo ser incapacitantes) que se caracterizam principalmente pela existência de dores generalizadas, cansaço extremo e perturbações no sono. Como é viver com Fibromialgia ou S.F.C? Se você não faz ideia do que é viver com Fibromialgia ou Síndrome da Fadiga Crônica, imagine o que é ter dores pelo corpo todo e sentir tanto cansaço e falta de energia que tarefas simples, como ir às compras, tornam-se verdadeiramente impossíveis de se concretizarem. À noite, quando o paciente deseja descansar um pouco, não consegue dormir, acorda constantemente e sente que o sono cansa mais do que se não tivesse dormido. No outro dia acorda mais cansado do que quando deitou, mal consegue se mexer e as dores (que não pararam durante
Pontos de dor na Fibromialgia
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a noite) continuam presentes e até aumentaram. As tarefas que outras pessoas executam facilmente passam a ser muito difíceis, e não é de admirar que, passado algum tempo, a pessoa comece a se sentir deprimida. Quem pode ter Fibromialgia e S.F.C.? Estima-se que 3 a 6% da população possa ter Fibromialgia e S.F.C. Tanto as mulheres e os homens como as crianças de todas as idades podem ter estas enfermidades. Os estudos indicam que existe uma percentagem maior de mulheres afetadas pela doença (cerca de 80%). A idade típica em que elas se manifestam vai dos 20 aos 60 anos, no entanto também se manifestam nas crianças e adolescentes assim como nos idosos. Quais os sintomas? A principal queixa dos pacientes com Fibromialgia é a dor difusa e crônica, muitas vezes difícil de ser localizada ou caracterizada com precisão. Os distúrbios do sono e a fadiga são relatados por três em cada quatro pacientes. Os pacientes referem, ainda, rigidez matinal e sensação de sono não restaurador, apesar de terem dormido de oito a 10 horas. O sono é superficial e os pacientes têm facilidade de acordar frente à qualquer estímulo. Apesar da Fibromialgia poder se apresentar de forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não ocasiona comprometimento articular inflamatório ou restritivo. A presença dos pontos dolorosos é o achado primordial do exame físico, não se observando edema ou sinovite, a não ser na concomitância de patologias como a osteoartrite ou artrite reumatoide. Outros achados do exame físico incluem o espasmo muscular localizado, referidos como nódulos e aumento da sensibilidade cutânea. Os exames laboratoriais e o estudo radiológico são normais e, mesmo quando alterados,
não excluem o diagnóstico de Fibromialgia, uma vez que esta pode ocorrer em associação a artropatias inflamatórias e a síndromes da coluna cervical ou lombar. Quais as opções de tratamento? Infelizmente neste momento não existe cura, no entanto existem várias opções de tratamento. Estas dependem do médico e da abordagem que este tiver. Medicamentos: existem vários medicamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas. Para os sintomas mentais e cerebrais são normalmente utilizados antidepressivos e outros comprimidos para ajudar a dormir. Para combater os sintomas musco-esqueléticos são utilizados comprimidos para as dores (analgésicos), antiinflamatórios não esteroides, anti-inflamatórios esteroides e, em determinados casos, relaxantes musculares. Atividade física: diversas atividades podem influenciar positivamente no tratamento da Fibromialgia e da S.F.C, principalmente a natação, hidroginástica, alongamentos, caminhadas, atividades aeróbicas, entre outras. Os principais objetivos são: • Melhorar os sintomas de dor; • Evitar contrações dolorosas de grupos musculares; • Melhorar a força muscular; • Favorecer a coordenação motora para as atividades diárias; • Promover uma postura adequada; • Melhorar a disposição; • Auxiliar no controle do peso; • Auxiliar no controle da ansiedade; • Melhorar a auto-estima. Outras formas de tratamento incluem fisioterapia, massagens, quiropraxia, acupuntura, Yoga entre outras modalidades que devem ser adequadas individualmente para cada paciente.
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Próteses de glúteo:
sem bumbum artificial
A gluteoplastia, que corresponde a um ou mais procedimentos que objetivam aprimorar o desenho do contorno posterior, vem ganhando cada vez mais espaço entre os cirurgiões
Com grande margem de certeza, as nádegas são a parte do corpo mais associada ao contorno feminino. Mesmo com seios pequenos, uma mulher com nádegas proeminentes, cintura e quadris proporcionais terá um belo corpo. Vista por trás, analisando este conjunto, podemos dizer que vemos um corpo feminino e bonito. Na ausência destes primeiros atributos e com apenas seios bem desenhados, diremos que vemos seios bonitos. No conjuto da silhueta corporal é realmente fundamental a contribuição das nádegas. Interessantemente, a cirurgia plástica já dedicou milhares de artigos científicos e centenas de técnicas e variações sobre embelezamento das mamas, porém pouca coisa apareceu (até recentemente) abordando as nádegas (sem contar com a lipoaspiração, que tem grandes limitações nestes casos). A explicação para tal fenômeno provavelmente recaia sobre a ineficiência e sobre os maus resultados das técnicas até recentemente empregadas e que vinham gerando resultados desanimadores que iam de artificiais a catastróficos, deixando em poucos casos resultados encorajadores. A gluteoplastia, que corresponde a um ou mais procedimentos que objetivam aprimorar o desenho do contorno posterior, vem ganhando cada vez mais espaço entre os cirurgiões plásticos. A utilização de técnicas de aumento com gordura ou próteses, associadas ou não a lipoaspirações seletivas e cuidadosamente planejadas, passam a fazer parte de um poderoso arsenal no incremento da beleza, tanto feminina como masculina. As próteses de glúteo enfrentaram rechaço por parte de muitas gerações de cirurgiões, repito, devido aos resultados que em média eram obtidos. A tentativa de colocar próte6 | maio de 2011 |
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Os resultados obtidos com esta técnica produzem glúteos naturais, contornos suaves e próteses imperceptíveis
ses na região subcutânea (como na maioria dos casos de mama) traz invariavelmente um péssimo resultado, uma vez que a pele dos glúteos depende de ligações dela com a musculatura para permanecer retesada. As próteses colocadas nesta posição rompem estas sustentações e provocam um resultado onde se visualizam e se palpam as próteses, de forma sempre inaceitável mesmo para quem detestava a forma original. Colocar a prótese sob uma membrana que recobre o músculo (fáscia glútea) também pode acabar na mesma situação, pois a fáscia é muito fina e pode ser destruída pela pressão das próteses. Esta técnica só é adequadamente realizada com o uso de uma prótese idealizada por seu criador, Dr. José de La Peña, México (prótese de De La Penã). A técnica submuscular encontra grande limitação devido a ficar muito próxima do nervo ciático e acaba tendo sua colocação muito alta (silhueta dupla do glúteo), trazendo um toque de artificialidade principalmente quando as nádegas são mais alongadas. Em 1996, o Dr. Rafael Vergara, México, publicou uma técnica de colocação dentro do músculo glúteo, mas havia escassa descrição de como realmente aplicar sua técnica. Muito
melhor protegida e disfarçada nesta posição, os resultados passaram a ser estimulantes. Em 2004, o Dr. Raul Gonzalez, de São Paulo, publicou uma técnica que já utilizava por anos, inovadora e de valor inestimável: passava a ser possível abrir o espaço dentro do músculo de forma que a colocação das próteses atingiu uma até então inexistente precisão. Com isto veio a repetição da qualidade e dos bons resultados. Passou a ser possível abordar, sem o antigo temor do desconhecido, situações de maus resultados, sejam pela técnica escolhida, sejam por obra do destino – nunca casos fáceis, mas agora melhor entendidos. Há quase três anos tenho me dedicado ao estudo destas técnicas buscando aprimoramento e, recentemente, pude coroar minha capacitação podendo ter o prazer e a honra de operar junto com o Dr. Gonzalez em Ribeirão Preto (SP) e junto com o Dr. Mark Mophin, dos (EUA). A técnica e os instrumentais criados pelo Dr. Gonzalez estão agora presentes em Gravataí. Os resultados obtidos com esta técnica produzem glúteos naturais, contornos suaves e próteses imperceptíveis. É de suma importância que se entenda uma coisa: cirurgia só gera excelentes resultados quando bem indicada. Não se pode atender a desejos que ultrapassem o que a técnica pode fornecer, sob pena de verdadeiros desastres. Há vários modelos e tamanhos de próteses glúteas e a escolha deve seguir princípios métricos que fogem da compreensão visual de quem não está habilitado. Ou seja, a análise cuidadosa caso a caso é a única forma de se obter a satisfação. A orientação detalhada sobre o que pode ser feito e o que ocorre no pós operatório é pauta para uma atenciosa consulta ao cirurgião plástico.
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Pelo MUNDO
Principais estudos e pesquisas realizados na área de saúde
Penteados podem favorecer queda de cabelo hairstylesvibe.com
Alguns penteados podem provocar queda de cabelo e até mesmo calvície. É o que sugere um estudo publicado no Archives of Dermatology. Segundo a pesquisa, todo penteado que faz muita tensão e tração sobre os cabelos, como trança de cabelos artificiais, pode eventualmente conduzir à perda dos fios. O estudo incluiu 326 mulheres afro-americanas que responderam a um questionário sobre os tratamentos que utilizam nos cabelos, estado de saúde e outras informações demográficas. Dermatologistas então realizaram uma análise do couro cabeludo para detectar o grau da queda de cabelo. Os resultados mostraram que 60% das participantes apresentavam sinais de perda de cabelo avançado central com cicatrizes.
Alimentos podem causar vício Alimentos com sabor agradável podem viciar: é o que sugere um estudo da Universidade de Yale, nos EUA, publicado pela revista científica Archives of General Psychiatry. Chamada pelos cientistas de “comida palatável”, esse grupo é composto de alimentos geralmente calóricos e doces. Realizado com 48 mulheres jovens e saudáveis, desde as magras até as obesas, o estudo primeiro aplicou um questionário a fim de determinar se
elas eram ou não viciadas em comida. Depois, foi mostrado a elas dois copos, um com milkshake e outro com água. Os resultados mostraram que as áreas no cérebro que são acionadas quando se está diante de um alimento são diferentes nas mulheres “viciadas” e “não viciadas” em comida. Com isso, os cientistas acreditam que o consumo exagerado de comida pode ter causas químicas, e não apenas psicológicas.
Perda de peso ajuda na memória e concentração Segundo estudo da Kent State University, existe uma ligação entre a perda de peso e melhoria da memória e concentração. O estudo mostrou que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica apresentaram melhoras na função de memória 12 semanas após a cirurgia. Ao todo, participaram da pesquisa 150 pessoas, sendo que dessas 109 haviam se submetido a cirurgias bariátricas e 41 eram obesos em dietas de controle de peso. Em testes cognitivos, pacientes submetidos a cirurgias tiveram pior desempenho. Contudo, 12 semanas depois da cirurgia, esses pacientes apresentaram melhora significativa na memória e concentração. loose-belly-fat-fast
italianfoodnet
Broto de brócolis para limpar os pulmões Cientistas americanos descobriram que o sulforafano, composto encontrado nos brotos de brócolis, poderia ajudar a eliminar as bactérias que afetam os pulmões, segundo um estudo publicado na revista americana Science Translational. Um pulmão saudável se encarrega por si mesmo de expulsar as partículas de pó, resíduos e bactérias estranhas que entram no aparelho respiratório junto com o oxigênio que respiramos. No entanto,
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este sistema é disfuncional nos fumantes e nas pessoas com um tipo de doença chamada Enfermidade Pulmonar Obstrutiva Crônica (Epoc). Os pesquisadores concluíram que o tratamento com sulforafano estimula a ativação da via de sinalização celular Nrf2, que restaura a capacidade dos macrófagos pulmonares para eliminar as bactérias dos pulmões, restabelecendo o sistema de “autolimpeza” dos órgãos.
Células sadias da mama podem combater células cancerosas Pesquisadores descobriram que células sadias da mama produzem uma proteína chamada interleucina 25 (IL-25) que envenena células cancerosas. Eles já estão sintetizando a substância em laboratório e apostam nela como futura terapia contra cerca de 20% dos tumores de mama. Como a substância faz parte do organismo, detectando e destruindo células defeituosas, sua ação é muito seletiva: não causa danos às células sadias e devasta o tumor. Todos os dias, o corpo humano gera cerca de mil células anormais que podem se transformar em câncer. Graças ao sistema imunológico inato, a imensa maioria é erradicada antes de causar qualquer problema. A IL-25 pertence a esse sistema.
:: UROLOGIA
Técnicas de reprodução assistida Felizmente a medicina progrediu muito na área da reprodução e são poucos os casais que efetivamente são taxados de inférteis Por Carlos Teodósio Da Ros Urologista CRM 16962
Aproximadamente 15% dos casais apresentam infertilidade, sendo que o fator masculino é responsável por 50% dos casos. Quando todos os fatores masculinos foram corrigidos e ainda assim não foi obtida a gravidez, no caso de mulheres férteis, então podemos lançar mão de técnicas de reprodução assistida (TRA), que incluem a inseminação intra-útero (IUI), fertilização in vitro (FIV), e a micromanipulação de gametas (ICSI – injeção intracitoplasmática de espermatozoides). O objetivo destas técnicas é melhorar a interação espermatozoideóvulo e, desta forma, aumentar as chances de gravidez. A IUI requer o processamento do ejaculado e administração de um pequeno volume, mas concentrado, de espermatozoides (SPZ), diretamente no útero da parceira,
durante a fase de ovulação. Os resultados da IUI são ligeiramente melhores do que os obtidos através da concepção natural. A FIV necessita de estimulação ovariana para obtenção de um número aumentado de óvulos, obtidos através de punção dos ovários, guiada por ecografia trans-vaginal. Estes óvulos são colocados em contato com os espermatozoides. Os óvulos fertilizados são, então, transferidos para o útero, dois a três dias após incubação in vitro. As técnicas de micromanipulação de gametas foram desenvolvidas com o intuito de facilitar, aos espermatozoides, a travessia das barreiras naturais dos óvulos. Na ICSI, injeta-se, através de uma micropipeta, um único espermatozoide no interior do óvulo, resultando em altas taxas de fertilização. Com a micromanipulação, a fertilização e
gravidez independem da qualidade do espermatozoide, ao contrário das outras TRA (IIU e FIV). A reprodução assistida é indicada quando o homem tem uma baixa produção de SPZ, quando existem defeitos anatômicos, tanto no homem como na mulher, que impedem a reconstrução cirúrgica e na falha da reversão da vasectomia. As TRA são também empregadas quando o homem não produz espermatozoides e o casal decide pela utilização de um banco de sêmen. Felizmente a medicina progrediu muito na área da reprodução e são poucos os casais que efetivamente são taxados de inférteis. Ainda temos uma barreira grande que são os custos destes procedimentos, porém as taxas de gravidez estão cada vez melhores.
9 | março de 2011 |
:: IMUNIZAÇÃO
Prevenir é o melhor remédio Por ser a maneira mais simples e eficiente de prevenir o contágio de algumas doenças, mais de 1 bilhão de doses de vacinas são fornecidas todos os anos para proteger mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Logo quando nasce, o bebê já tem uma série de vacinas que devem ser feitas para
protegê-lo, todas marcadas em sua carteirinha de vacinação. Entretanto, a partir dos 18 anos muitas pessoas acabam esquecendo-se de ir aos postos de saúde para realizar as vacinas, por acharem que elas limitam-se às crianças e aos idosos. Existem vacinas destinadas a todas as
Ao nascer
15 meses
BCG-ID
Dose única
Formas graves da tuberculose
Hepatite B
1ª dose
Hepatite B
1 mês Hepatite B
Tríplice bacteriana
1º reforço
Difteria, tétano, coqueluche
Vacina oral poliomielite
Reforço
Poliomielite ou paralisia infantil
Vacina Meningocócica C
Reforço
Doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C
Tríplice bacteriana
2º reforço
Difteria, tétano, coqueluche
Tríplice viral
2ª dose
Sarampo, caxumba e rubéola
Uma dose a cada 10 anos
Febre amarela
Hepatite B
1ª dose
Hepatite B
Hepatite B
2ª dose
Hepatite B
Hepatite B
3ª dose
Hepatite B
Dupla tipo adulto
Uma dose a cada 10 anos
Difteria e tétano
Febre amarela
Uma dose a cada 10 anos
Febre amarela
Tríplice viral
Duas doses
Sarampo, caxumba e rubéola
Hepatite B
Três doses
Hepatite B
Dupla tipo adulto
Uma dose a cada 10 anos
Difteria e tétano
Febre amarela
Uma dose a cada 10 anos
Febre amarela
Tríplice viral
Dose única
Sarampo, caxumba e rubéola
Hepatite B
Três doses
Hepatite B
Febre amarela
Uma dose a cada 10 anos
Febre amarela
Influenza sazonal
Dose anual
Influenza sazonal ou gripe
Pneumocócica23valente
Dose única
Infecções causadas pelo Pneumococo
Dupla tipo adulto
Uma dose a cada 10 anos
Difteria e tétano
2ª dose
Hepatite B
Tetravalente
1ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções por Haemophilus influenza tipo b
Vacina oral poliomielite
1ª dose
Poliomielite ou paralisia infantil
10 anos
Vacina oral rotavírus humano
1ª dose
Diarreia por rotavírus
Febre amarela
Vacina pneumocócica 10
1ª dose
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo
11 a 19 anos
1ª dose
Doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C
2 meses
4 anos
3 meses Vacina Meningocócica C 4 meses Tetravalente
2ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções por Haemophilus influenza tipo b
Vacina oral poliomielite
2ª dose
Poliomielite ou paralisia infantil
Vacina oral rotavírus humano
2ª dose
Diarreia por rotavírus
Vacina pneumocócica 10
2ª dose
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo
5 meses Vacina Meningocócica C
2ª dose
Doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C
6 meses Hepatite B
3ª dose
Hepatite B
Vacina oral poliomielite
3ª dose
Poliomielite ou paralisia infantil
Tetravalente
3ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções por Haemophilus influenza tipo b
Vacina pneumocócica 10
3ª dose
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo
Dose inicial
Febre amarela
20 a 59 anos
60 anos ou mais
9 meses Febre amarela 12 meses Tríplice viral
1ª dose
Sarampo, caxumba e rubéola
Vacina pneumocócica 10
Reforço
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo
10 | maio de 2011 |
faixas etárias e algumas, como febre amarela, devem ser realizadas a cada 10 anos, por toda a vida, por isso é importante que as pessoas fiquem atentas aos calendários de vacinação e mantenham suas vacinas sempre atualizadas. Confira abaixo a tabela de imunização por idade:
:: QUIROPRAXIA
Disfunção da articulação têmporo-mandibular A quiropraxia entende que a pelve é a base da coluna. Estando em desequilíbrio, ela também causará desequilíbrio nas estruturas acima, na coluna vertebral Por Lilian S. Santos
Quiropraxista da Tríade Vitallis ABQ 0476
As articulações têmporo-mandibulares (ATM) são aquelas a qual executamos os movimentos de abertura e fechamento da boca. Sua função é permitir a mastigação e a fala. Quando estas articulações estão em equilíbrio, ou seja, alinhadas, realizamos os movimentos mastigatórios de forma harmônica. Um terço do córtex cerebral (parte sensorial) está dedicado ao crânio e aos dentes. Existem mais células de percepção na ATM do que em qualquer outro lugar do corpo. Porém, alguns fatores podem causar desequilíbrio na ATM, gerando sintomas como dor nos músculos da bochecha, movimento da língua ou mandíbula sem controle, dor de cabeça frontal ou lateral, bruxismo, dor no ouvido sem infecção, cervicalgia, morder
sem querer a bochecha, língua e lábios, tontura/vertigem, entre outros. A disfunção da ATM pode decorrer de problemas dentários, sendo importante a realização de uma avaliação do dentista, para correção quando necessário. Outros fatores podem também causar disfunção da ATM, como exemplo, desequilíbrio pélvico e distorções dos ossos do crânio. A quiropraxia entende que a pelve é a base da coluna. Estando em desequilíbrio, ela também causará desequilíbrio nas estruturas acima, na coluna vertebral. O osso occipital, localizado na parte posterior da cabeça, pode perder seu posicionamento articular correto com a primeira vértebra
cervical, devido a esta instabilidade pélvica, assim como o osso temporal. Com isto a ATM pode sofrer disfunção articular comprometendo a musculatura mastigatória, onde esta apresentará contração involuntária (bruxismo), entre outros sintomas. O quiropraxista se utiliza de ajuste manual como também de um aparelho específico da quiropraxia para realinhar a ATM. Ajustes que visem o reequilíbrio pélvico, assim como reequilíbrio dos ossos do crânio, serão realizados visando o restabelecimento do corpo como um todo. Com esta abordagem ocorre uma remissão da sintomatologia devido ao reequilíbrio articular restabelecido e, consequentemente, relaxamento dos músculos da mastigação.
11 | março de 2011 | maio | de 2011 | 11
:: EVENTOS VIII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DST No período de 18 a 21 de maio será realizado o VIII Congresso da Sociedade Brasileira de DST em Curitiba (PR). Como tema foi escolhido “O impacto das DSTs na mulher”, não apenas pela frequência destas infecções no organismo feminino, como também pelo aspecto oncogênico, repercussões sobre a fertilidade, além de inúmeras consequências quando associadas à gestação. Em conjunto será realizado o IV Congresso Brasileiro de AIDS e o I Congresso da Associação Latino-Americana e Caribenha contra as DST. No programa do congresso serão sugeridas algumas ações de implementação da luta contra estas afecções, além de serem discutidas as áreas de laboratório e testes diagnósticos, rastreamento, epidemiologia, clínica e terapêutica. Para maiores informações, acesse o site: www.dstaids2011.com.br. O quê: VIII Congresso da Sociedade Brasileira de DST Onde: Estação Convention Center em Curitiba - PR Quando: De 18 a 21 de maio
XIV CONGRESSO LATINOAMERICANO DE RINOLOGIA E CIRURGIA FACIAL O XIV Congresso Latino-Americano de Rinologia e Cirurgia Facial, que será realizado entre 16 e 18 de junho, terá novamente como sede o Brasil e mais especificamente a cidade do Rio de Janeiro. A programação, elaborada pela Comissão Científica, proporcionará aos participantes oportunidades de aprendizado, atualização e reciclagem com renomados especialistas nacionais e internacionais. Todos os profissionais interessados em Rinologia, Alergologia e Imunologia, Infecções Rinossinusais, Medicina do Sono, Cirurgia Endoscópica, Cirurgia Plástica da Face, Medicina Estética da Face, Cirurgia Crâniomaxilo-facial e Cirurgia de Base de Crânio, terão no congresso uma oportunidade de aprimoramento de seus conhecimentos. Para maiores informações, acesse o site: www. rino2011.com. O quê: XIV Congresso Latino-Americano de Rinologia e Cirurgia Facial Onde: Hotel Intercontinental Rio no Rio de Janeiro Quando: De 16 a 18 de junho 12 | maio de 2011 |
- Quer divulgar um evento? Mande um e-mail para saude@trcomunicacao.com -
XXI JORNADA GAÚCHA DE RADIOLOGIA Nos dias 10 e 11 de junho acontece, em Gramado, a XXI Jornada Gaúcha de Radiologia. Devido ao sucesso alcançado em 2010, o evento será repetido este ano. Ele ocorre no Centro de Eventos do Hotel Serrano e trará apresentações e discussões criteriosas e independentes relativas aos aspectos de manejo dos pacientes, abrangendo todos os métodos de Diagnóstico por Imagem. O objetivo é qualificar e tornar o evento reconhecido no Cone Sul. Os temas da jornada estarão relacionados às seguintes áreas: Radiologia Geral; Mamografia; Ultra-sonografia; Tomografia; Ressonância Magnética; Medicina Nuclear e Radioterapia. Maiores informações no site www.sgr. org.br/index.php/jornada-gaucha-deradiologia/. O quê: XXI Jornada Gaúcha de Radiologia Onde: Centro de Eventos do Hotel Serrano em Gramado - RS Quando: Nos dias 10 e 11 de junho
16º SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA EM ENFERMAGEM Entre os dias 19 e 22 de junho será realizado, em Campo Grande (MS), a 16ª edição do Senpe. Com o tema central “Ciência de Enfermagem em tempos de interdisciplinaridade”, esta edição objetiva proporcionar aos participantes a oportunidade de debater as interfaces da ciência de Enfermagem em benefício das pessoas no ciclo de vida. Durante o seminário serão debatidos temas como ética, compromisso social e cidadania na pesquisa em enfermagem, a formação de pesquisadores e de redes de pesquisa e, ainda, a pesquisa de enfermagem no processo de cuidar e educar. Para saber mais sobre o seminário e como realizar a inscrição, acesse o site: www. abeneventos.com.br/16senpe. O quê: 16º Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem Onde: Universidade Católica Dom Bosco em Campo Grande - MS Quando: De 19 a 22 de junho
V CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Bento Gonçalves sediará o V Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica entre os dias 31 de maio e 4 de junho. O objetivo é discutir sobre todos os avanços em avaliação psicológica que marcaram esta década. Para isso, o congresso trará convidados internacionais, tais como Barbara Byrne, David Lubinski, Eduardo Remor, Gregory Meyer, Kurt Geinsinger, Sherry McCarty, Stephen Strack, Thomas Oakland ITC, Werner Wittmann, até agora confirmados. A programação desta edição do Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica conta com diversos cursos da área e conferências sobre temas da década, destacando o Manual para Avaliação Psicológica de Candidatos à Carteira Nacional de Habilitação e Condutores de Veículos Automotores, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos, entre outros itens. Para saber mais a respeito do congresso e sua inscrição, acesse o site: www.congressoibap.com.br. O quê: V Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica Onde: Dall’Onder Grande Hotel em Bento Gonçalves - RS Quando: De 31 de maio a 4 de junho
XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE TRATAMENTO DE TABAGISMO De 30 de junho a 2 de julho ocorrerá o XIV Simpósio Internacional sobre Tratamento de Tabagismo no Rio de Janeiro. Com o objetivo de atualizar os conhecimentos dos participantes, será realizado também o X Simpósio Internacional sobre Álcool e outras Drogas, tornando este evento o mais completo sobre o assunto. Além de se inscreverem em cursos, os participantes poderão conferir exposições paralelas do tema. O evento trará ainda convidados internacionais. O palestrante Petros Levounis dos Estados Unidos falará sobre a neurobiologia e sua implicação no tratamento do uso de substâncias psicoativas. Já a convidada Christiane Farentinos comentará sobre os principais princípios da terapia dialética comportamental. Maiores informações no site: www.metodorio.com. br/tabacodrogas2011. O quê: XIV Simpósio Internacional sobre Tratamento de Tabagismo Onde: Colégio Brasileiro de Cirurgiões no Rio de Janeiro Quando: De 30 de junho a 2 de julho
:: PSIQUIATRIA
Tabagismo: uma luta árdua,
mas com recompensas importantes
Os principais fatores de risco são a produção em larga escala, o baixo custo e estratégias agressivas de publicidade, que causaram a epidemia de consumo e dependência Stockphotos
Por Eneida Kompinsky Psiquiatra CREMERS 15849
No século passado, o cigarro causou mais de cem milhões de mortes, hoje é a segunda causa de morte e a primeira evitável. Segundo a Organização Mundial da Saúde existem 1,2 bilhão de fumantes no mundo. É um problema de saúde pública, já que os fumantes morrem em média 10 anos mais cedo que os não-fumantes. Há um estudo que diz que 25% dos fumantes mais afetados perdem cerca de 20 anos de vida. As doenças mais claramente associadas ao tabagismo são as de via respiratória: 80% dos casos de bronquite e enfisema e cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão são causados pelo tabaco, além de câncer de boca, pâncreas, bexiga, laringe, faringe, esôfago e estômago. Cerca de 20% a 30% dos infartos são causados pelo cigarro e esta é a primeira causa de morte dos fumantes. Os principais fatores de risco são a produção em larga escala, o baixo custo e estratégias agressivas de marketing e publicidade, que causaram a epidemia de consumo e dependência. O tabagismo é uma doença causada pela repetição do uso do tabaco. A nicotina atinge o cérebro poucos segundos depois de cada tragada e age como estimulante do sistema nervoso central, causando uma sensação de bem-estar, aumento de energia e alerta. Como outras drogas, estimula intensamente o sistema de recompensa, reforçando assim o consumo e agrava a associação entre as circunstâncias do uso e os efeitos da droga. Com o passar do
tempo, essas situações desencadeiam o consumo de cigarros e tornam-se um contexto de alto risco de recaídas. Em geral, o fumo inicia aos 14 anos e com o tratamento intensivo 15% a 25% dos fumantes conseguem parar de fumar. O tratamento consiste em medidas gerais e medicamentosas. Podem ser à base de reposição de nicotina como gomas e /ou adesivos ou antidepressivos como a bupropiona ou nortriptilina. Existem técnicas cognitivo-comportamentais que ajudam o fumante a detectar quais são as situações em que há mais risco de recaída e aprender a evitá-las. Há algumas dicas também para driblar a vontade de fumar durante o tratamento: tomar um copo d’água, sair para dar uma volta, rabiscar um papel, fazer palavras-cruzadas, mascar chicletes ou doce duro sem açúcar, mordiscar frutas secas, escovar os dentes, fazer exercícios de relaxamento, apertar uma bola de borracha, fazer trabalhos manuais, lavar a louça, arrumar o armário, ou fazer um hobby. Informações e suportes para o tratamento podem ser encontrados no número de telefone constante nos maços de cigarro: 0800.61.1997. O principal é a decisão de parar de fumar e aí buscar toda ajuda possível. É uma luta árdua, mas com recompensas importantíssimas.
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:: MATERNIDADE
A primeira experiência como mãe
Muitas mulheres afirmam que é na primeira amamentação que se sentem verdadeiras mães. Em função disso, nada melhor que no mês de maio, mês das mamães, a revista Matéria de Saúde evidenciar a importância do leite materno tanto para a saúde do bebê, quanto da mulher
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dades do início do aleitamento. Existem também aquelas que não conseguem conciliar o horário de amamentação com o trabalho, após o término da licença maternidade, porém médicos afirmam que a maioria simplesmente cansa de amamentar. Durante a amamentação, a mulher precisa adotar um estilo de vida novo, não há tempo determinado para a vida a dois, nem para os amigos. Amamentar exige dedicação, paciência e tranquilidade e nem todas as mulheres estão dispostas a isso. Entretanto, para facilitar a vida das mães que desejam continuar amamentando seus filhos, mas têm horários e tarefas profissionais a cumprir, o Ministério da Saúde estipulou um procedimento para as empresas e órgãos públicos: a criação de um espaço reservado para a
mulher retirar leite do peito e guardá-lo para dar ao bebê em casa. O Ministério da Saúde afirma que esse procedimento é importante porque as mamas cheias provocam um desconforto muito grande às mulheres durante a jornada de trabalho. Elas devem extrair o leite a cada três ou quatro horas para que se mantenha a produção adequada do leite materno. As empresas também saem beneficiadas neste procedimento. Além de estarem apoiando a amamentação, os locais que já aderiram às salas afirmam que a mãe trabalhadora sente-se valorizada e acolhida, e, como consequência, trabalha com mais entusiasmo, alegria e dedicação. A amamentação de mães adotivas Enquanto algumas mães ainda preferem trocar seu leite materno, rico em nutrientes, por fórmulas industrializadas, outras que não puderam gerar seus filhos esforçam-se para poderem amamentar do próprio seio. Médicos descobriram que as mães adotivas podem amamentar da forma tradicional. A constatação dos especialistas começa a ganhar os lares de famílias adotivas e se transforma numa recomendação de saúde para as mulheres que estão dispostas a adotar e querem se sentir verdadeiras mães. A possibilidade de ter leite natural mesmo sem passar pelos hormônios trazidos pela gestação inicia, primeiro, com vontade e disposição de realizar o ato. Empenho é fundamental. Entretanto, muitos fatores influenciam na amamentação adotiva. Quanto mais nova é a criança, maior é a chance do aleitamento ocorrer. Além da ingestão de medicamentos que estimulam a produção do hormônio do leite, a prolactina, massagens e estímulo com bombas também ajudam a induzir o aleitamento.
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A amamentação é a melhor maneira de proporcionar o alimento ideal para o desenvolvimento saudável dos recém-nascidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno deve ser o único alimento ingerido nos primeiros seis meses de vida, por conter 100% das necessidades diárias do bebê, além de promover o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança e protegê-la contra doenças crônicas e infecciosas. Entretanto, os benefícios são ainda maiores. O leite materno está disponível a qualquer momento, sem demais gastos e sem a necessidade de esquentá-lo para o bebê, além de ser peça fundamental na relação afetiva mãe-filho. Campanhas sobre a importância da amamentação são realizadas todos os anos pelo Ministério da Saúde, afirmando que o aleitamento exclusivo de leite materno evitaria 13% das mortes em crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Entretanto, a porcentagem de brasileiras que amamentam seus filhos até os seis meses de vida ainda é baixa. A troca do leite materno por fórmulas industrializadas ocorre por diversos fatores. Algumas mães realmente desenvolvem problemas que impedem a amamentação, outras desistem pelas dores e dificul-
Os passos do aleitamento da mãe adotiva • Se vai adotar uma criança e deseja amamentá-la tradicionalmente, informe isso ao seu médico; • O processo é lento e requer empenho. Faça massagens nos seios, tome sol com eles descobertos (fora dos horários de sol intenso) e também se informe sobre os aparelhos que fazem o bombeamento das mamas com foco na estimulação; • Com orientação médica, há a possibilidade de usar medicações que estimulem a produção de prolactina, hormônio do leite materno; • Nos bancos de leite (são mais de 150 espalhados pelo Brasil) os profissionais estão habilitados a dar informações sobre isso.
:: MATERNIDADE Por que preferir amamentar? • O leite materno contém 100% das necessidades diárias do bebê; • Promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança; • O leite materno protege o bebê contra doenças crônicas e infecciosas; • A amamentação é mais prática que a utilização de fórmulas indus-
trializadas; • Amamentar cria um vínculo afetivo entre mãe e filho; • Amamentar reduz as chances de câncer de mama e ovário na mulher; • Mulheres que amamentam têm índices menores de fratura de quadril por osteoporose; • Amamentar auxilia na perda do peso adquirido na gestação.
Os mitos da amamentação: Peitos pequenos não produzem leite suficiente A capacidade de amamentar não depende do tamanho dos peitos. A produção de leite só depende das glândulas que se encontram nos seios, em geral, elas existem em quantidade suficiente nas mulheres. Se não amamentar o primeiro bebê, não conseguirá amamentar o segundo As mamães podem ficar descansadas que poderão dar de mamar ao segundo bebê, mesmo que optem por não darem de mamar ao primeiro. A mãe deve lavar os mamilos antes de cada amamentação Quando se alimenta um bebê com fórmulas industrializadas, deve-se sim lavar bem os utensílios que podem ser fontes de infecções. No caso dos mamilos, não é necessário, pois o leite materno protege o bebê contra infecções. As fórmulas industrializadas são quase como o leite materno Mentira. As fórmulas que existem
no mercado atualmente são apenas semelhantes ao leite materno. As fórmulas não contêm anticorpos, células vivas, nem enzimas. Se o bebê mamar muito significa que o leite não é suficiente Essa impressão é passada porque o leite materno é de tão fácil digestão que os bebês geralmente têm fome mais cedo do que se forem amamentados com fórmula industrializada. Entretanto, o leite materno é o alimento ideal para o bebê. Mulher com mamilos planos ou invertidos não pode amamentar Mentira. Embora possa ser mais fácil um bebê mamar num peito com um mamilo proeminente, não é estritamente necessário que o mamilo seja desta forma. Se o bebê não mamar bem no início, com a ajuda apropriada, ele logo começará a mamar. Um bebê com diarreia não deve ser amamentado Não é verdade. O melhor tratamento para a gastroenterite do bebê é o leite materno.
DEPOIMENTO DE UMA MAMÃE Roselaine Vinciprova A amamentação começa muito antes do nosso bebê nascer. Buscar informação, cuidar da alimentação e preparar os seios são etapas essenciais para que tudo aconteça naturalmente. Amamentar é uma atividade linda que envolve toda a essência de ser mãe, mas a mulher deve estar preparada porque o bebê exige dedicação total. A Rafaella, logo que nasceu, já pegou o seio e ficou mamando durante três horas. A equipe de enfermagem do hospital é importantíssima para ajudar o nenê a realizar a pegada certa, a ficar na melhor posição e ensinar sobre as possíveis complicações, como rachaduras e empedramento. No primeiro dia que fomos para casa, o leite empedrou e ela chorou a noite toda. Foi um susto, nesta hora a gente recebe muitos conselhos, mas o melhor é conversar com os médicos. Acabei descobrindo, neste imprevisto, que o melhor é procurar um banco de leite. Além de ajudar no esvaziamento das mamas (se estiverem cheiras o leite não sai) podemos colaborar para dar o nosso leite para crianças que por algum motivo não recebem os leites de suas mãezinhas. A Santa Casa realiza um trabalho maravilhoso, acabei indo lá mais algumas vezes. A Rafaella está com dois meses e meio e já está mamando a cada três horas. Sinto o maior orgulho quando a médica diz que ela está ganhando bastante peso. Sinal que todo nosso esforço valeu a pena. A alimentação e a suplementação alimentar são importantes para a saúde do nenê e da mãe também, já que gastamos de 500 a 800 calorias por dia para amamentar. No início nos sentimos meio escravas dos nossos pequenos, principalmente as mulheres que são mais ativas. É quase impossível fazer algo além de alimentar a pequena. Mas hoje já consigo planejar o meu dia “entre” as mamadas e tudo vai ficando mais tranquilo. Amamentar é ter a certeza de que estamos oferecendo o melhor para nossos filhos, seja pela nutrição, pelo amor e até mesmo pelo contato físico. Orientação para as mamães: Existem diversos locais em Porto Alegre, como por exemplo o Amamenta, que foram criados com o objetivo de auxiliar e preparar as mamães para o momento da amamentação. Além de incentivar o aleitamento materno, estes locais tiram dúvidas frequentes da mulher e ainda disponibilizam a locação de utensílios para a retirada do leite.
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a vilão CIGARRO: CIGARRO: de mocinho
de mocinho a vilão
Por Camila Schäfer Jornalista (MTB 15120) camila@trcomunicacao.com
Há 60 anos, ele era tido como símbolo da transformação e mudança social: tirava as pessoas de seu universo simples, banal, para um mundo cheio de glamour; oferecia às mulheres sua emancipação; transformava os homens em verdadeiros símbolos de virilidade. O cigarro foi o herói de muitas gerações, salvando as pessoas de rótulos como “careta”, para oferecer-lhes o status de pessoas cultas, de ar superior. No cinema, bastava algum personagem entrar em cena que o cigarro, ou outros derivados do tabaco, também estavam lá. Com tanta exposição, não havia como evitar que as pessoas fumassem, e os números só foram aumentando. Mas mesmo depois de todo esse tempo de encanto, o mocinho acabou se tornando vilão e quem o desmascarou foram os médicos. Cientes dos males que o cigarro causa às pessoas, eles começaram a alertar os fumantes. Campanhas anti-tabagismo foram criadas, assim como medidas oficiais, e hoje qualquer imagem que faça alusão ao ato de fumar é rapidamente banida dos meios de comunicação. Seguindo essa corrente iniciada há algumas décadas, a revista Matéria de Saúde dá a partida para sua primeira campanha de conscientização: a do Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio. O tabagismo é uma doença e é considerado pela
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Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Somente no século passado, ele foi responsável por 100 milhões de mortes no planeta. Atualmente, são 5 milhões de óbitos por ano, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. No Brasil, esse vilão é responsável por cerca de 200 mil óbitos anualmente, o que corresponde a 23 mortes por hora. Para se ter uma ideia, hoje o tabagismo mata mais que a soma das mortes causadas por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de trânsito. Mas afinal, por que as pessoas fumam? Para a Mestre em Psicologia Arianne de Sá Barbosa (CRP 07/15985) são principalmente os fatores sociais que levam as pessoas a consumirem os derivados do tabaco. “Em 90% dos casos, o início do consumo de cigarros ocorre na adolescência, por volta dos 13 aos 15 anos. O convívio com pais ou colegas fumantes (principalmente mais velhos) e os pesados investimentos da indústria do tabaco são fatores muito relevantes. Outros motivos individuais que podem contribuir para o início do consumo de cigarros estão relacionados com a hereditariedade e a presença de transtornos psicológicos, tais como ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade. Na dissertação que defendi, mostrei que fu-
mantes são mais impulsivos do que fumantes em tratamento e não-fumantes. Esse resultado mostra que pessoas impulsivas teriam mais propensão a fumar”, revela Arianne. Do primeiro cigarro para o vício é um pulo. Isso porque a nicotina, que é o princípio ativo do tabaco, age no sistema nervoso central causando dependência. Dessa forma, o tabagismo é classificado como doença e está inserido no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substância psicoativa. Segundo a psicóloga, as pessoas se tornam dependentes do cigarro por três fatores: o genético; o ontogenético (engloba todos os fatores individuais do paciente que foram se desenvolvendo a partir da sua história de vida) e o fator cultural. “Há poucos anos, ser fumante não só era socialmente aceito, mas estimulado. Muitas vezes simbolizava status, liberdade, virilidade. Felizmente, com as campanhas de redução do tabagismo, essa realidade vem mudando. Fumar já é visto como um mau hábito”, afirma Arianne. MALEFÍCIOS DO TABACO Não resta nenhuma dúvida quanto ao potencial negativo do tabaco. Milhares de trabalhos mostram que o consumo de seus derivados causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as cardiovasculares (infarto, angina), o câncer e as doenças res-
piratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite). Ele é responsável, por exemplo, por 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema e por 90% dos casos de câncer no pulmão, o tipo de tumor mais letal no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. O tabaco pode ser usado de diversas maneiras: inalado (cigarro, charuto, cigarro de palha); aspirado (rapé) ou mascado (fumode-rolo) e todas essas formas são maléficas à saúde. Portanto, mesmo que a substância não seja tragada (como no caso do charuto), ela causa os mesmos problemas ao organismo. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de fumantes do sexo masculino vem diminuindo nos últimos anos. No entanto, a quantidade de mulheres fumantes se manteve a mesma. Isso é preocupante, uma vez que muitas utilizam anticoncepcionais orais que, combinados ao cigarro, podem se tornar outro vilão. Estudos mostram que mulheres que fumam e utilizam anticoncepcionais orais têm 10 vezes mais risco de desenvolver infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite comparadas às que não fumam. Na gravidez, o tabagismo traz sérios riscos à mãe e ao bebê como abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia. Um único cigarro fumado por uma gestante é capaz de acelerar em poucos minutos os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre o seu aparelho cardiovascular. Se a gestante não fuma, mas aspira frequentemente a fumaça de cigarros, ela acaba absorvendo as substâncias tóxicas da fumaça, que depois são passadas ao feto pelo sangue. Durante a amamentação, o tabagismo também traz riscos. A nicotina passa pelo leite e é absorvida pela criança, que pode sofrer de intoxicação
em função da substância (agitação, vômitos, diarreia e taquicardia). Alguns estudos consideram a nicotina como porta de entrada para o uso de drogas ilícitas. Através de pesquisas foi comprovado que os usuários de drogas como álcool e maconha tinham iniciado suas experiências consumindo cigarros. “A maioria dos meus pacientes dependentes de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack), por exemplo, iniciou seu uso de substâncias a partir do cigarro e do álcool”, explica a psicóloga Arianne. Pesquisas mostram ainda que quanto mais precoce o início de uso de cigarro e álcool, maior a probabilidade de a pessoa se tornar dependente não apenas destas substâncias como de outras drogas consideradas mais pesadas. Engana-se ainda quem pensa que apenas os fumantes terão problemas de saúde causados pelo vício. Os fumantes passivos, pessoas que inalam a fumaça de derivados do tabaco ou convivem com fumantes, têm muito mais chance de desenvolver as mesmas doenças do que pessoas que não convivem com a fumaça. Segundo a OMS, o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, atrás apenas do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. Portanto, quem convive em ambiente fechado com fumantes tem maior risco de desenvolver doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça. Segundo o Ministério da Saúde, nas crianças o contato com o ar poluído causa maior frequência de resfriados e infecções do ouvido médio e risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exacerbação da asma. Já os bebês têm maior
risco de desenvolverem doenças pulmonares até o primeiro ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa. PARANDO DE FUMAR Mesmo que a pessoa passe a maior parte da vida fumando e já sinta as consequências do cigarro, no momento em que ela parar, seu organismo começará a se restabelecer. Segundo o Ministério da Saúde, uma vez abandonado o vício, o risco de doença cardíaca começa a cair. Após um ano, ele reduz à metade e, após 10 anos, atinge o mesmo nível daqueles que nunca fumaram. A nicotina é uma substância muito viciante, por isso as pessoas têm dificuldades para parar de fumar. Ela leva segundos até chegar ao cérebro e causar o vício. O fumante sabe que está fazendo mal a si mesmo, mas não é capaz de parar porque a nicotina causa prazer. O vício ocasionado pela substância é tão sério quanto aquele causado por outras drogas e estudos mostram que parar de fumar é tão ou mais complicado que deixar de usar cocaína, por exemplo. Deixar de fumar sem ajuda profissional é tão difícil que, apesar de 91% dos fumantes brasileiros desejarem abandonar o vício, apenas um terço destes é bem-sucedido em sua tentativa. Para a psicóloga Arianne, o tratamento mais efetivo para o tabagismo envolve o uso de técnicas de uma abordagem da psicologia chamada Terapia Cognitivo-Comportamental. Essas técnicas se baseiam na detecção e resolução de problemas e no desenvolvimento de habilidades que ajudarão o paciente a atingir e manter a abstinência de cigarros de forma prolongada. “Inicialmente, a terapia ajuda o paciente a detectar as situações em que a vontade de fumar é mais frequente ou intensa. Depois, é trabalhado o desenvolvimento de habilidades específicas para enfrentá-las. O Ministério da Saúde, inclusive,
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desenvolveu programas de tabagismo baseados nessa abordagem”, explica a psicóloga. O tratamento psicológico pode ser individual ou em grupo, mas, segundo a especialista, o acompanhamento individual pode ser mais efetivo. De acordo com Arianne, são necessárias pelo menos quatro sessões, com 50 minutos de duração, durante duas semanas, para que o paciente tenha benefícios terapêuticos. “Tratamentos de cerca de oito semanas são relativamente frequentes e, em alguns casos, os pacientes podem precisar de seguimento por mais tempo”, explica a psicóloga. A família também pode ajudar no tratamento do fumante, que envolve a mudança de hábitos de todos. “Mesmo quando a família não tem outros fumantes, alguns hábitos, pelo menos no início do tratamento, terão que ser revistos por todos. Por exemplo: para muitos pacientes, o cafezinho após o almoço pode despertar a vontade de fumar. Então, recomenda-se que ele evite tomar esse cafezinho no início do tratamento. A família, em uma situação como esta, pode ajudar: é só substituir o hábito por outro, de forma que o paciente se sinta apoiado por todos”, recomenda a psicóloga Arianne. Uma boa estratégia para parar de fumar, recomendada pelo Ministério da Saúde, é escolher uma data para ser o primeiro dia sem cigarro. Este dia deve ser uma ocasião especial, por isso o fumante pode programar algo que goste de fazer para se distrair e relaxar. A parada não precisa ser de uma vez. A redução no número de cigarros pode ser gradual, por dia, desde que não passe de duas semanas,
pois pode se tornar uma forma de adiar, e não de parar de fumar. É normal que os primeiros dias sem nicotina sejam difíceis, pois ela é uma substância que gera alta dependência. No entanto, as dificuldades vão diminuindo a cada dia. Alguns fumantes podem apresentar sintomas de abstinência como fissura (vontade intensa de fumar) dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros. “Esses sintomas atingem o auge em dois ou três dias e, a partir do final da primeira semana, começam a diminuir, passando dentro de duas a quatro semanas. Por isso, buscar a ajuda de um psicólogo para parar de fumar aumenta a chance de sucesso na cessação do tabagismo, pois, dentre outras intervenções, é ensinado ao paciente como lidar com a síndrome de abstinência de cigarro”, explana a psicóloga Arianne. É normal também um ganho de peso de até dois quilos, pois o paladar vai melhorando e o metabolismo se normalizando. As primeiras recaídas não são motivo para preocupação, pois a maioria dos fumantes que deixaram de fumar fez em média três a quatro tentativas até parar definitivamente. Por isso, é importante que o paciente não desista, pois a vontade de fumar não dura mais que alguns minutos. Chupar uma bala, escovar os dentes ou comer uma fruta podem ser alternativas para os momentos de fissura. PUBLICIDADE Uma das maiores aliadas da indústria do tabaco, a publicidade teve grande responsabilidade pelo sucesso do cigarro. Entre os
dedos da donzela, do cowboy ou do mocinho e até durante algum esporte, lá estava ele queimando. Por essa razão é que, atualmente, a publicidade está sendo usada com a função inversa: de conscientizar. Em 2001, as propagandas de cigarro foram proibidas, exceto nos locais de venda. Essa medida tem mostrado resultados positivos em vários países, com significativa redução do consumo de derivados do tabaco. No ano seguinte, uma medida do Ministério da Saúde estabeleceu que as embalagens conteriam imagens trágicas, como bebês à beira da morte, impotência sexual e outros efeitos nocivos da fumaça. Outras medidas adotadas incluem a redução dos níveis de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono e a proibição de termos como “baixos teores”, “suave” ou “light” nos maços de cigarro. Estas medidas tomadas pelo Ministério da Saúde já vêm mostrando resultados: 33% da população era fumante em 1989; em 2008, este número caiu para 15%. “Quando falamos em prevenção ao uso de tabaco temos que pensar em medidas mais amplas de intervenção sobre a população, que englobem ações educativas, legais e financeiras. Debates sobre o tema devem ser estimulados nas escolas, nas famílias, nas comunidades. Desde cedo, os jovens devem aprender sobre as consequências prejudiciais do uso de tabaco e, mais importante, devem ser estimulados a se engajar em atividades saudáveis de vida. O esporte e a espiritualidade, por exemplo, são fatores de proteção ao uso de cigarros e drogas em geral”, finaliza a Mestre em Psicologia, Arianne de Sá Barbosa.
O CIGARRO POR DENTRO Fumaça: é uma mistura de aproximadamente 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes. Em sua fase gasosa é composta por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína e outros. Já a fase particulada contém nicotina e alcatrão. Monóxido de carbono (CO): tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose.
Nicotina: age no sistema nervoso central e, juntamente com o monóxido de carbono, provoca diversas doenças cardiovasculares. Além disso, estimula no aparelho gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o que pode causar úlcera gástrica. Também desencadeia a liberação de substâncias quimiotáxicas no pulmão, que estimulará um processo que irá destruir a elastina, provocando o enfisema pulmonar.
Alcatrão: é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado à partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre as substâncias estão aquelas usadas para veneno de rato.
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Se parar de fumar agora... • após 20 minutos sua pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; • após 2 horas não tem mais nicotina no seu sangue; • após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza; • após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor; • após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora; • após 5 a 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.
Depoimentos de ex-fumantes Depoimentos de ex-fumantes PABLO SILVA HERNANDEZ, 50 ANOS Para a minha geração, cigarro sempre esteve associado a status, mas nunca me convenceu. Experimentei várias vezes na adolescência e deixei pra lá. Comecei a fumar já adulto, em festas, já na universidade. Depois que comprei a primeira carteira, fumei 25 anos, na média de um maço por dia. Eu fumava porque precisava, o fumante inventa mil desculpas, mas fuma porque precisa, porque é viciado. Decidi parar de fumar porque já tinha, há muitos anos, a convicção de que precisava parar. Sempre estive ciente que era um vício, jamais fumei dentro de casa, também nunca fumei próximo a outras pessoas, mas não fazia nenhuma tentativa real de largar. Fisicamente, tinha o fôlego muito prejudicado. Algumas tentativas de jogar futebol foram extremamente decepcionantes. E o cheiro era terrível, incomodava muito. Então aconteceu um fato: uma reunião, uma escada e lá em cima o escritório. Quando cheguei estava mais ofegante que o normal e a senhora que me atendeu me ofereceu água e me aconselhou a parar de fumar. Perguntei como ela sabia que eu fumava e ela respondeu: pelo cheiro. Foi o último cigarro que fumei durante o dia. A partir daí fui reduzindo o número de cigarros e passei a fumar somente à noite, de dois a quatro cigarros. Mas a pessoa chave que me fez parar de fumar foi minha filha, na época com sete anos. Certo
dia ela disse para a mamãe: “se tu e o papai morrerem por causa do cigarro quem vai cuidar de mim?”. A mamãe então procurou um médico e parou de fumar e eu, no mesmo dia, parei com os meus cigarros noturnos. Fiz apenas uma tentativa para parar de fumar e a abstinência foi tranquila. Lá se vão três anos, viva! Hoje não tenho vontade de fumar, não sonho com cigarro, não gosto de cigarros e jamais vou fumar novamente, tenho é vergonha de lembrar que fumei por tanto tempo. Não tenho mais pigarro, vertigens no calor e cheiro ruim. Tenho mais fôlego, mais respeito da minha filha e espero uma sobrevida de pelos menos uns 10 anos, segundo os cálculos científicos da minha cardiologista. Para as pessoas pararem de fumar, acredito que é preciso educação. Eu sou do tempo que o Caetano gritava em festivais de música que é “PROIBIDO PROIBIR”. Então penso que tanto para o cigarro, quanto para as drogas e o trânsito, é preciso educar. Acho que com o cigarro está se fazendo isso bem: trocou-se o glamour por pernas amputadas e a virilidade por impotência. Por isso acho que a garotada vem fumando menos. O conselho que daria para quem quer parar de fumar é: marque um dia e pare, se não conseguir, procure ajuda médica, mas só procure quando estiver decidido.
SILVESTRE SILVA SANTOS, 53 ANOS Eu morava no interior, convivia com colonos produtores de fumo e nos meus oito, nove anos, com eles participava da colheita do fumo. Mas não foram as folhas inertes da planta que me levaram ao cigarro, e sim a convivência com colegas de aula que, antes mesmo dos meus 10 anos, me apresentaram o meu primeiro cigarro de palha, feito com fumo picado, do bom. Com 12 anos, mudei para a cidade e foi a partir dos 13 que considero ter me tornado fumante. Fumava porque todo mundo fumava, menos meu pai e minha mãe. Mas na rua, colegas de aula, professores, turminha da pelada no campinho de futebol, todos fumavam. Fumar era sinal de masculinidade, era charmoso ter um cigarro produzindo fumaça entre os dedos. Então eu tinha que ser macho e ser charmoso. Dependendo do nível de estresse, houve períodos em que eu fumava até três maços por dia. Fumei durante 36 anos e parei com 49 anos. Em 6 de junho completam-se quatro anos sem fumar. Para se ter uma noção, no ano passado fiz um cálculo, de brincadeira. Nestes 36 anos como fumante, transformei em fumaça cerca de R$ 75 mil, valor mais do que suficiente para pagar a casa que estou pagando, via financiamento. O processo para deixar o cigarro foi simples: madrugada de 6 de junho de 2007. Pneumonia. Febre de 40 graus. Invernão de quase congelar na rua, 3h da madrugada e me bate a tradicional fissura. Levantei, enrolei-me em um cobertor e fui para o banheiro fumar. Sentado no vaso, caquético, decrépito, finalmente caiu a ficha. Sabe aqueles cinco segundos de lucidez? Abri as pernas e joguei o cigarro no vaso. E não fumei mais até hoje. Pra mim não foi fácil parar de fumar, como julgo que não seja para ninguém. Eu pensava em parar de fumar. Eu queria parar de fumar. O episódio da pneumonia veio na hora certa. Foi quando deu o “estalo”.
Uma vez tentei um desses remédios que se vê na televisão como milagrosos. Até que gastei um bom dinheiro, mas o efeito foi praticamente nulo. Sabe o que cura este vício, mesmo, e que não está à venda na farmácia? Força de vontade e consciência! A pessoa tem que querer e tem que estar convicta disso. As primeiras duas ou três semanas foram mais difíceis. Mesmo sem fumar, levantava da minha mesa e saía para a rua, como sempre fazia para fumar. O ato mecânico de levar a mão ao bolso para pegar cigarro e isqueiro persistiu neste período. Depois que parei de fumar, passei a sentir o sabor dos alimentos e me alimento muito melhor do que antes. Parei de cheirar mal diante de amigos, colegas e pessoas nãofumantes. Sumiram as manchas de nicotina acumulada em vasos nos tornozelos (meus pulmões, por incrível que pareça, nunca tiveram uma manchinha sequer causada pelo cigarro) e passei a ter mais disposição. Sou a favor da legislação que proíbe fumar em locais públicos, com pesadas multas ao comerciante/ responsável pelo espaço que permitir que a lei seja desrespeitada. Acho que o preço do cigarro deveria ser levado às nuvens, com pesados impostos. Campanhas de educação/ conscientização nas escolas, nas igrejas, distribuição de contrapropaganda a domicílio, ajudariam também. Graças a Deus meus dois filhos não fumam e, hoje, cada vez menos jovens se atiram ao cigarro. Arquivo pessoal
Silvestre fumante (E) e Silvestre não-fumante
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:: OFTALMOLOGIA
Outono e a conjuntivite alérgica Olhos vermelhos e lacrimejantes, pálpebras inchadas, sensação “de areia” ou de corpo estranho nos olhos, secreção e coceira são os principais sintomas da doença Nos dias mais frios do outono é normal que as pessoas passem mais tempo em ambientes fechados e que comecem a buscar aquele cobertor e roupas que estavam no fundo do armário. Com isso, a exposição a ácaros, bactérias e fungos se torna maior e mais frequente, favorecendo o surgimento de doenças como a conjuntivite alérgica, uma inflamação muito comum que acomete os olhos. Na maioria dos indivíduos, a conjuntivite alérgica faz parte de uma síndrome alérgica maior, como a rinite alérgica sazonal, mas também pode aparecer sozinha. Olhos vermelhos e lacrimejantes, pálpebras inchadas, sensação “de areia” ou de corpo estranho nos olhos, secreção e coceira são os principais sintomas da doença, que incomoda e interfere também na vida social do indivíduo. Diferentemente da conjuntivite
infecciosa, que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou protozoários, a conjuntivite alérgica é provocada por agentes externos irritantes, como ácaros da poeira, animais de estimação, cosméticos ou pólen. Geralmente ela atinge os dois olhos e dura de uma semana a 15 dias, mas não costuma deixar sequelas. Entre as principais diferenças em relação à conjuntivite infecciosa é a coceira, mais comum e mais intensa na forma alérgica. Já a secreção é mais comum e intensa na forma infecciosa. A conjuntivite alérgica não é contagiosa, ou seja, não passa de pessoa para pessoa. A forma infecciosa, ao contrário, transmite facilmente entre as pessoas. Depois que a alergia se instalou, o paciente deve evitar coçar os olhos, pois cada vez que fizer isso serão liberados mais mediadores químicos da alergia, causando
mais coceira. Além disso, coçar muito o olho pode causar outros problemas como lesões na córnea. O tratamento para a conjuntivite alérgica é basicamente evitar os agentes que causam a alergia e usar colírio. No entanto, é muito importante que a doença seja diagnosticada por um oftalmologista, pois cada tipo de conjuntivite tem um tratamento diferente, com colírios específicos. Por isso, o paciente não deve comprar colírios indicados por amigos ou familiares, por exemplo, pois o medicamento incorreto pode provocar sérias complicações e até agravar o quadro de inflamação. Para amenizar alguns sintomas, o paciente pode fazer compressas com água gelada ou soro fisiológico. Também precisa redobrar os cuidados com a higiene dos olhos e mãos. As lentes de contato devem ser substituídas por óculos durante o período da doença, pois podem agravá-la ainda mais. Divulgação
Para prevenir a transmissão da conjuntivite são recomendadas as seguintes precauções: • Lave com frequência o rosto e as mãos uma vez que estas são meios importantes para a transmissão de micro-organismos; • Aumente a frequência de troca de toalhas ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos; • Não compartilhe toalhas de rosto; • Troque as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise; • Lave as mãos antes e depois do uso de colírios ou pomadas e, ao usá-los não encoste o bico do frasco no olho; • Não use lentes de contato enquanto estiver com conjuntivite, ou se estiver usando colírios ou pomadas; • Não compartilhe esponjas, rímel, delineadores ou qualquer outro produto de beleza; • Evite coçar os olhos para diminuir a irritação; • Evite aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes; • Evite a exposição a agentes irritantes (fumaça) e/ou alérgenos (pólen) que podem causar a conjuntivite.
20 | maio de 2011 |
:: PILATES
Estabilização da coluna lombar
através do Método Pilates
O pilates ganha espaço no tratamento da lombalgia, uma vez que sua incidência tem aumentado e influencia desde as atividades profissionais até as de lazer Por Luciano Guedes Godoy
Fisioterapeuta formado no Método Pilates (Associação Brasileira de Pilates) / Pilates aplicado no tratamento da escoliose (D&D Pilates) CREFITO 124433-F
A coluna vertebral saudável é capaz de realizar diversos movimentos como: flexão, extensão, flexão lateral e rotação. Os músculos e ligamentos produzem alterações no posicionamento das vértebras, enquanto os discos intervertebrais absorvem os impactos e auxiliam na flexibilidade. Entretanto, a prática de movimentos inadequados e a má postura, associados à falta de consciência corporal, geram efeitos prejudiciais e cumulativos na coluna. Os ossos e articulações começam a se degenerar e os músculos tornam-se fracos e perdem a flexibilidade. Muitos problemas na coluna lombar são resultados de danos aos músculos transverso do abdômen, multifido lombar e assoalho pélvico. Estes músculos têm um papel importante na manutenção da estabilidade e no alinhamento ideal da coluna vertebral. Atualmente, a queixa de lombalgia (dor lombar) apresenta na sociedade atual prevalências surpreendentes, acometendo cerca de 70 a 85% da população em algum momento da vida. As consequências deste mal são econômica e socialmente visíveis: é o principal responsável por limitações das atividades funcionais em pessoas com menos de 45 anos e é a terceira causa mais comum de procedimentos cirúrgicos; apresenta um terço dos gastos financeiros referentes a todas as doenças músculo-esqueléticas
e está relacionado a mais de 2% dos casos de afastamentos de trabalho. O Método Pilates, aliado ao conhecimento da biomecânica e anatomia humana, tem se mostrando altamente eficaz no alívio dos sintomas e na prevenção de muitos problemas da coluna vertebral e músculo-esqueléticos, corrigindo os desalinhamentos do corpo, além de proporcionar uma exploração profunda, eficiente e consciente dos movimentos corporais.
do abdômen, multifidos lombares e assoalho pélvico. Estabilizando a coluna lombar e a cintura pélvica em todas as atividades da vida diária, seja nas posições estáticas e dinâmicas, de baixo impacto (sentar) ou atividades que exijam habilidades (correr). Fatores que contribuem diretamente para a melhora da qualidade de vida e produtividade profissional. Divulgação
Recente estudo realizado com funcionários do setor de higienização de uma universidade do Rio Grande do Sul testou os resultados de um programa de exercícios baseado no Método Pilates. Participaram do estudo 15 indivíduos acometidos por lombalgia devidamente enquadrados nos seguintes critérios: faixa etária compreendida entre 30 e 45 anos; não fazer uso de medicação durante o tratamento ou qualquer outro tratamento concomitante. Devidamente enquadrados nos critérios de inclusão, os indivíduos foram avaliados no que diz respeito ao nível de dor, flexibilidade e força muscular (estabilização lombar). A prática regular dos exercícios do Método Pilates realizados durante dois meses, sendo divididos em três sessões de uma hora por semana, reduziu significativamente o nível de dor, aumentou a resistência dos músculos transverso
A lombalgia acomete cerca de 70 a 85% da população em algum momento da vida
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:: ACUPUNTURA
Doenças tratadas pela acupuntura Na década de 70, diversos estudos foram feitos a fim de comprovar a eficácia da acupuntura, tanto que em 1979 a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41 doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento. Em 2004, a OMS publicou o documento Acupuncture:
Review and analysis of reports on controlled clinical trials, onde expõe os resultados de diversas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura – assim como das técnicas de moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laser-acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu
Afecções físicas
cálculo na vesícula biliar
distensão muscular
alívio da dor e desaparecimento dos sintomas em 82% dos casos
dor cervical
eficácia em 67% dos casos
pescoço rígido
cura obtida em 80% dos casos após 1 sessão
espondilose cervical
melhora significativa
dor aguda na coluna
melhora imediata da dor / aumento significativo na flexão-extensão das costas / ganho na condição de manter o corpo ereto
dor lombar
eficácia em 72% dos casos (superior à medicação convencional)
ciática
acupuntura distal com agulha superficial: eficácia em 72% dos casos acupuntura local com agulha profunda: eficácia em 96% dos casos
Afecções no pulmão e vias respiratórias gripe comum
melhora razoável
dor de garganta
melhora em 90% dos casos
amidalite
alívio significativo da dor e da febre
rinite alérgica
eficácia em 97% dos casos (superior e mais duradoura que a medicação convencional)
Afecções no coração hipertensão
eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais
hipotensão
a pressão foi normalizada em 95% dos casos
doença coronariana e angina
melhora dos sintomas 85% dos casos / melhora na dor em 74% dos casos
Afecções no fígado e vesícula biliar cólica biliar
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/ tuina e acupressura (pressão digital nos pontos) – em comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e condições de saúde. Abaixo, confira algumas dessas doenças, devidamente verificadas pela medicina científica: cura obtida e melhoria das funções biliares em 92% dos casos
Afecções no estômago e intestinos dor abdominal
shiatsu / tuina: melhora em 96% dos casos após 1.3min acupuntura: melhora em 98% dos casos
cólica estomacal
alívio da dor em 98% dos casos
cólica intestinal
alívio da dor em 98% dos casos
gastrite crônica
melhora significativa
úlcera
acupressura: eficácia em 80% dos casos acupuntura: eficácia em 97% dos casos
Afecções no rins cólica renal
alívio da dor em 100% dos casos
cálculo renal
eletro-acupuntura: pedras expelidas em 78% dos casos acupuntura: cura obtida em 90% dos casos
infecção urinária recorrente
desobstrução do trato urinário em 85% dos casos
Afecções do sistema circulatório dor em tromboangite
eficácia em 93% dos casos
excesso de gordura no sangue
diminuição em 90% dos casos
Afecções do sistema nervoso enxaqueca
eficácia em 80% dos casos
tontura
eficácia em 75% dos casos
Afecções do sistema endócrino eletro-acupuntura: eficácia em 72% dos casos acupuntura: eficácia em 94% dos casos
obesidade
supressão do apetite em 95% dos casos
diabetes mellitus
redução do açúcar do sangue em 20% dos casos
:: FARMÁCIA
Terapia floral para
deixar de fumar
De acordo com as características de cada pessoa é possível elaborar uma essência que ajude no abandono do cigarro mynaturopath
Deixar de fumar não é tão fácil como parece. Isso porque a nicotina causa tanta dependência quanto as drogas consideradas mais pesadas. Os tratamentos para parar de fumar incluem diversas técnicas, como as da psicologia ou da acupuntura, mas outras, como a terapia floral, também podem ajudar. Segundo a farmacêutica da Central de Fórmulas, Angela Maria Tubbs de Lucena Bohlke (CRF 11949), os florais podem auxiliar neste período em que a pessoa decide abandonar o vício do cigarro, que é caracterizado por grande ansiedade. “As essências florais são formuladas individualmente, de acordo
com o momento e as características de cada pessoa e algumas delas podem ser indicadas para apoiar no momento de parar de fumar”, afirma. Além de tratar a ansiedade, os florais podem auxiliar ainda no período de abstinência à nicotina, uma das fases mais difíceis para os fumantes. No entanto, afirma a farmacêutica, cada essência é elaborada de acordo com as características individuais da pessoa. Por isso, aspectos como o tipo de apego ao vício, a causa que levou o indivíduo a fumar e a forma da dependência devem ser avaliados na hora de elaborar o floral.
Confira algumas fórmulas: Impatiens: diminui a irritabilidade, que normalmente está associada à retirada da nicotina do organismo; Crab Aplle: auxilia os processos de limpeza e desintoxicação; Walnut: para ajudar a pessoa a se manter na decisão, e não se
influenciar por pressões externas; Chestnut Bud: para os que já tentaram outras vezes e não atingiram o seu objetivo; Dandelion: atua no relaxamento muscular, diminui a tensão e a irritabilidade.
Farmácia Essência recebe selo de qualidade A farmácia Essência, de Gravataí, recebeu da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais o Selo SINAMM – Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral. A farmácia é a única de Gravataí que conta com essa certificação, que tem como objetivo o aperfeiçoamento e melhoria contínua das operações. Ao longo de 2010 a Essência atendeu
rigorosamente diversos requisitos exigidos pelo programa e auditados por uma auditoria independente tais como: treinamento de toda a equipe através de programas de educação continuada transmitidos diretamente à farmácia pela TV Farma; envio periódico das formulações para análise em laboratórios de controle de qualidade credenciados, visando o monitoramento dos produtos e a garantia
de sua eficácia e segurança; implementação de procedimentos para padronização das atividades e operações; Sistema de Garantia da Qualidade para monitoramento de todos os processos e qualificação de fornecedores de matérias-primas, embalagens e demais insumos utilizados nos produtos. Este selo, para as farmácias, equivale à certificação ISO para as empresas.
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:: REGIÃO
Vacinação contra gripe inicia no Brasil Entre os dias 25 de abril e 13 de maio será realizada a campanha de vacinação gratuita contra a gripe em todo o Brasil. A dose contra a gripe sazonal irá imunizar também contra a influenza A (H1N1), ou gripe suína. Os idosos com mais de 60 anos, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos, profissionais da saúde e indígenas estão entre os grupos alvo do Ministério da Saúde. As crianças serão vacinadas em duas etapas. Na primeira ida ao posto de vacinação, receberão meia dose. Trinta dias depois, devem retornar para receber a segunda dose. Em Cachoeirinha e Gravataí, todas as unidades básicas de saúde oferecerão a vacina. O objetivo de ambos os municípios é imunizar 80% desses grupos, em Cachoeirinha o equivalente a 17 mil pessoas e em Gravataí, 29 mil.
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INFORME COMERCIAL:
Como almoçar fora de forma saudável? Em função dos horários de trabalho e grande engarrafamento de carros, a maioria das pessoas não consegue chegar em casa dentro do seu limitado horário de almoço e acaba aderindo por refeições mais práticas e próximas do trabalho. Entretanto, a preocupação com a saúde deve estar presente na escolha do restaurante. Mesmo almoçando fora é possível encontrar opções saudáveis para
Vacinação contra a hepatite B O Programa Estadual de Hepatites Virais e o Programa Estadual de Imunizações estão desenvolvendo ações em parceria com os municípios para conscientizar os jovens da importância de se vacinar contra a hepatite e de outras medidas de prevenção e proteção contra a doença. As ações de vacinação contra a hepatite B, realizada nos jovens de 11 a 19 anos, que agora foi ampliada até 24 anos de idade, também foram intensificadas. A vacina está disponível gratuitamente nas unidades básicas de saúde e há possibilidade de agendamentos para grupos a partir de 50 pessoas.
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se alimentar bem. Em Cachoeirinha, por exemplo, quem procura por um almoço caseiro e diversificado pode contar com o restaurante Vida Natural, que oferece buffet livre com grelhados, saladas, sucos e sobremesas. Nutricionistas afirmam que buffets são ótimas escolhas para deixar a refeição mais equilibrada. Um bom almoço tem que conter de tudo um pouco: arroz, fei-
jão, proteína, verdura, carboidrato e, para acompanhar, é melhor optar pelos sucos. Para aqueles que preferem aderir aos fast food, os nutricionistas alertam sobre o perigo dos sanduíches ditos naturais, que na maior parte das vezes possuem maioneses e outros molhos calóricos. Além do aumento de peso, a longo prazo, esse tipo de hábito alimentar pode causar aumento do colesterol, problemas digestivos e prisão de ventre.
Gravataí contra a tuberculose Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 19º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. No ano de 2010 foram notificados 71 mil casos da doença no Brasil. Ao ano morrem cerca de 4.800 pessoas vítimas da tuberculose no país. Em relação à incidência, que é calculada com base no número total de casos em relação a cada grupo de 100 mil habitantes, o Brasil ocupa o 108º lugar. O Rio Grande do Sul ocupa o 5º lugar em incidência de tuberculose entre os Estados brasileiros e Porto Alegre é a capital com maior incidência no país. Preocupada com estes dados, Gra-
vataí intensificou o controle da doença através do programa de combate à tuberculose no município. Os pacientes com sintomas da doença podem procurar qualquer unidade de saúde, além do Serviço de Urgência e Emergência (SUE) 24 horas e Centros de Especialidades. Em todos estes locais, os funcionários estão capacitados para solicitar a coleta do material que será utilizado na realização dos exames necessários para obter o diagnóstico da doença. Além disso, com profissionais treinados, a cidade está expandindo o tratamento com equipes de saúde ajudando os pacientes a tomar a medicação.
:: REGIÃO
Envelhecendo com saúde Pesquisa realizada em Cachoeirinha e Veranópolis aposta na prevenção para melhorar a saúde dos idosos A população mundial está envelhecendo. Estudos da década de 80 já apresentavam uma modificação na pirâmide populacional em praticamente todo o mundo, isto devido a uma queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida pela diminuição das taxas de mortalidade. Em 1960, o número de idosos (acima de 60 anos) no Brasil era de 3 milhões. Após 42 anos houve um aumento de 500%, passando para 14 milhões de idosos em 2002. A estimativa é que em 2020 o país possua 32 milhões de brasileiros acima de 60 anos. Segundo a Dra. Patrícia Panni (especialista em geriatria), o desafio atual é poder envelhecer com saúde, isto é, mesmo que a pessoa apresente doenças crônicas, desde que se mantenham controladas, ela conseguirá manter a sua independência física, mental e emocional. Refletindo sobre isso, a Dra. Patrícia decidiu realizar sua pesquisa de mestrado da PUCRS sobre alimentação e fatores de risco cardiovascular, em conjunto com o Dr. Yukio Yamori e seu orientador Dr. Yukio Moriguchi. Com o apoio da prefeitura municipal de Cachoeirinha,
a pesquisa será realizada na cidade, local onde Patrícia trabalha. Por ser o município com maior longevidade do Brasil, Veranópolis também foi incluída na pesquisa. Através do preenchimento de um questionário sobre padrão alimentar, medidas de pressão arterial, circunferência abdominal, peso e altura, assim como exames de sangue e urina, os pesquisadores irão fazer uma comparação dietética/antropométrica e laboratorial dos municípios, além de ver a prevalência de fatores de risco. Investir em prevenção, segundo a Dra. Patrícia, além de mais viável economicamente, visto que a grande quantidade de recurso financeiro público é investido na saúde, contribui favoravelmente para a manutenção da qualidade de vida. “Esta pesquisa mostrará o perfil alimentar e os fatores de risco para doenças cardiovasculares. A partir de então poderemos trabalhar de modo a melhorar a saúde das pessoas destas cidades, através da prevenção e não somente do tratamento da doença”, afirma a doutora. A participação dos voluntários foi funda-
Kamyla Jardim
Pesquisa terá apoio da prefeitura de Cachoeirinha
mental para a pesquisa. O resultado final ainda não tem data certa, porém os pacientes que participam do estudo terão acesso aos seus exames, assim como orientações. A apresentação final será na dissertação de mestrado de Patrícia Panni que ocorrerá provavelmente no próximo ano. Pesquisadores: Dr. Yukio Yamori / Dr. Yukio Moriguchi / Dr. Emílio Moriguchi / Dra. Patrícia Panni / Nutricionista Neide Bruscato
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:: INFÂNCIA
Como impor limites aos filhos? Com os pais tendo cada vez menos tempo para os filhos, a educação deles acaba sendo legada a outra pessoa, que dificilmente exercerá autoridade na criança Por Camila Schäfer Jornalista (MTB 15120) camila@trcomunicacao.com
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filhos, dando-lhes presentes ou permissões em demasia. Conciliar a vida profissional com o dia-a-dia em casa não é tarefa fácil, mas os pais não precisam fazer tudo o que a criança quer. O tempo junto com ela pode ser em pequena quantidade, mas é importante que tenha qualidade, é isso que ajuda na educação de uma criança”, conta a psicóloga. A falta de um referencial para a educação é um dos grandes problemas que os pais enfrentam atualmente. Sua geração cresceu em uma época em que as crianças não tinham vez, querer ou escolhas e se quebrassem uma regra eram castigadas fisicamente. Pensando em não passar esse tipo de imposição aos filhos, mudou-se a forma de educar as crianças. Agora elas têm vontades próprias, direitos e necessidades específicas. Essa transição trouxe consequências tanto positivas, quanto negativas. Entre as negativas, está o fato de que muitos confundiram essa maior liberdade com a total falta de limites. Com isso, muitas crianças foram criadas achando que têm mais direitos do que deveres e mais liberdade do que responsabi-
lidades. Ainda falta o diálogo e, principalmente, a palavra “não” na educação das crianças. “Os pais não devem confundir autoridade com autoritarismo e podem exercer sua autoridade sem culpa. Muitos acham que a criança é nova demais para assimilar esta ou aquela regra, porém, elas são como uma esponja, absorvendo muitos ensinamentos, basta amor e paciência para fazê-lo”, explica Márcia. Com certeza não existe manual de como educar os filhos, no entanto, os pais precisam aprender a equilibrar entre o “sim” e o “não” de forma que a criança aprenda a conviver com situações normais de uma sociedade, como frustrações, contrariedades, decepções e imposições. Para a psicóloga, os pais não devem ser “escravos” da criança nem devem mantê-la sempre em um mundo perfeito, pois isso nunca vai ajudá-la a crescer como pessoa. “Não é preciso fazer tudo ou nada, mas manter um equilíbrio. Os pais têm a obrigação de conhecer seus filhos e suas rotinas, seus amigos e suas companhias. Em casa, o
Divulgação
Imagine a seguinte situação: você está em um supermercado ou outra loja qualquer. Em determinado momento você ouve uma criança chorando e fazendo birra porque quer um doce que os pais não podem ou não querem comprar. A criança “esperneia” e o pai ou a mãe fica desconcertado com a situação. Nesse momento, alguém comenta: “isso é falta de laço!”. Essa cena é extremamente comum no dia-a-dia. No entanto, será que é de “laço” realmente que as crianças precisam? Como os pais podem impor limites aos filhos sem precisar apelar para o castigo físico? De acordo com a psicóloga Márcia de Fátima Pereira (CRP 07/14.947), o diálogo é muito importante e o “não” dos pais é fundamental para que o filho aprenda que sua vontade nem sempre será feita. “Se os pais não colocarem limites, ela se tornará uma pessoa mimada pelo resto da vida”, afirma. A psicóloga explica que é dever dos pais estabelecer limites a seus filhos, apontando-lhes regras e valores socioculturais. No entanto, não é o que geralmente acontece. Com os pais tendo cada vez menos tempo para os filhos, a educação deles acaba sendo “terceirizada”, ou seja, é legada a outra pessoa (babás, avós, escolas, creches) que dificilmente exercerá autoridade na criança. “Para suprir essa ausência diária e se sentirem menos culpados, os pais deixam de desempenhar sua autoridade e de impor limites aos
:: INFÂNCIA convívio deve ser privilegiado. Devem escutar com interesse as experiências e ensiná-los a respeitar o próximo. Se houver um ambiente de paz, carinho e diálogo em casa, fica muito mais fácil impor limites aos filhos e eles entenderão mais facilmente que isso é um ato de amor”, elucida a psicóloga. Os pais também precisam lembrar que essa atitude está preparando a criança para ser um adulto gentil, educado e que terá mais facilidade para conviver em sociedade. Segundo Márcia, não é fácil corrigir e dizer “não” porque, com essa atitude, a pessoa fica exposta e atrai sobre si a ira do outro. “Em sua tarefa de educar e corrigir, os pais correm o risco de serem mal interpretados, no entanto, isso é uma prova de amor e cuidado com o filho. Só quem ama diz ‘não’. Por isso, para educar é necessário dedicação, perseverança, esforço, paciência e, claro, amor”, afirma a psicóloga. Entretanto, simplesmente dizer “não” não é o suficiente. Segundo Márcia, quando um pai nega algo a um filho, ele precisa ter um diálogo saudável com a criança para explicar o porquê do “não”. Aos poucos, os limites vão sendo impostos e a criança vai compreender que nem sempre terá o que quer. “Se uma criança cresce sem limites, ela pode se tornar um adulto com dificuldades para se controlar na sociedade, que só pensa no seu bem estar, no seu querer e no seu prazer. Muitos confundem a ideia de limite na educação dos filhos com imposição de castigo ou punição. No entanto, os limites devem ser percebidos como um processo para a formação da personalidade da criança, que envolve o diálogo, a compreensão, o convívio e o respeito. Somente assim serão passados valores éticos à criança capazes de fazer com que ela se ajuste às exigências da vida dentro da coletividade”, conta Márcia. Para a psicóloga, os pais que sofrem para dizer “não”, podem estimular a teimosia e a birra nos filhos e, sem limites, estarão criando filhos difíceis, alunos problemáticos e adultos desajustados socialmente. Mas e o que fazer com aquela criança que está no supermercado fazendo birra? De acordo com a psicóloga, os pais precisam
childperspective
Quando não se dá limites à criança podem surgir comportamentos como: • Descontrole emocional, irritabilidade e ataques de raiva sempre que escuta um “não”; • Distúrbios de conduta, desrespeitando pais, colegas e autoridades; • Baixo rendimento porque aprendeu que fazer o que se quer é mais agradável do que fazer o que se deve; • Agressividade física quando contrariado; • Problemas psiquiátricos se houver predisposição, surgindo problemas de ajuste social, ou até mesmo o desenvolvimento de ‘psicopatias’ ou ‘sociopatias’; • Forma distorcida de ver o mundo, comportamentos infratores como a delinquência juvenil, podendo levar à marginalidade; • Favorecimento do envolvimento com álcool e drogas. discernir entre o que é uma necessidade (algo que, se não atendido, pode levar o indivíduo a ter problemas sérios no seu desenvolvimento físico, intelectual ou emocional) e o que é apenas um desejo (vontade de possuir algo, de realizar algo. Está mais vinculado ao prazer) dos filhos. Os pais têm a obrigação de atender as necessidades dos filhos. Quanto aos desejos, estes precisam ser analisados: se são aceitáveis do ponto de vista individual e social; se podem ser atendidos; e se extrapolam ou não os limites do desenvolvimento normal e saudável de uma criança. Quando estabelecem limites, os pais
devem explicá-los claramente aos filhos por meio de uma conversa, deixando claras quais serão as consequências do descumprimento. É muito importante também que não se volte atrás nas regras, ou isso causará confusão na cabeça da criança. Mesmo com birras, choros e apelos, os pais devem manter sua posição. Segundo Márcia, não se volta atrás em um limite, ou a criança pensará que regras podem ser descumpridas. Já os elogios, atenção e afeto são ótimos incentivos para a criança que cumpre com o que foi acordado. Por isso, melhor do que punir o inadequado, é estimular o que é adequado.
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:: FISIOTERAPIA
Escoliose: um problema do crescimento A escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna onde o complexo equilíbrio osteomuscular fica comprometido por uma rotação e uma inclinação lateral do tronco
Por Kelly Scaramussa
Fisioterapeuta da APAE Cachoeirinha CREFITO 5 141.973/F
Nossa coluna vertebral é um complexo equilíbrio entre músculos, tendões e ligamentos que mantém as estruturas ósseas adequadas para suportar as demandas do dia-a-dia como sentar e levantar, praticar algum esporte ou simplesmente ficar em pé. Uma alteração neste equilíbrio estrutural ainda pouco conhecida, porém muito comum, é a escoliose. A escoliose não é uma doença e sim uma deformidade tridimensional da coluna, isto é, o complexo equilíbrio osteomuscular fica comprometido por uma rotação e uma inclinação lateral do tronco, além de uma alteração nas curvas fisiológicas observadas de perfil, alterando todo o eixo da coluna. Pelo fato de muitas vezes não apresentar sintomas, como dor nas costas, algumas pessoas só descobrem que apresentam Divulgação
esta alteração após um exame de imagem, como raio x, e a partir de então passam a ter escoliose. Porém, em muitos casos a escoliose é perceptível a olhos vistos como uma alteração estética. Outras vezes, em estados mais graves, com comprometimento de órgãos internos como os pulmões. Cerca de 20% da população infantil apresenta algum sinal de escoliose, em maior ou menor grau. Ela se origina na infância a partir de um desequilíbrio osteomuscular (como uma diferença de tamanho entre os membros inferiores ou fraqueza da musculatura da coluna), hábitos posturais inadequados na infância (posturas prolongadas sentado em frente ao computador), sendo muito evolutiva. Porém, sua gravidade não está na causa inicial, mas em seu grau de evolução. Por se instalar nos estirões de crescimento da criança e do adolescente, é considerada uma afecção do crescimento e sua evolução é verificada não em meses, mas em centímetros de crescimento. Logo, há uma causa inicial, e a evolução devida ao crescimento faz o resto. Divulgação
28 | maio de 2011 |
É importante ressaltar que o tratamento mais eficaz é até a adolescência, quando o crescimento ósseo não terminou. Na idade adulta, não há total regressão do quadro, mas um controle dos sintomas. Por isso, é muito importante ficarmos atentos aos sinais de desequilíbrio osteomuscular na coluna desde a infância: (1) uma aparente “calosidade” ou saliência de um dos lados da coluna quando inclina o corpo para frente, (2) um dos ombros ou um lado do quadril mais elevado que o outro; (3) coluna com aspecto desalinhado quando vista de trás. Os tratamentos indicados são a fisioterapia com técnicas como reeducação postural, pilates, fisioterapia aquática e, em casos mais graves, é indicado o uso de coletes ou até mesmo cirurgia ortopédica corretiva. Divulgação
:: TPM
A crise mensal do universo feminino Antes de tudo, as pessoas devem compreender que a TPM não é capaz de tirar a consciência de ninguém e a mulher é totalmente capaz e deve controlar suas atitudes A Tensão Pré-Menstrual (TPM) já é uma antiga conhecida da mulher, que todo mês tem que aguentar as mudanças de humor, os choros exagerados e a incontrolável gula por doces. Entretanto, algumas TPM são tão extremas que os chefes, maridos, filhos e amigos acabam envolvidos nesta crise mensal da mulher. A TPM se caracteriza por um conjunto de sintomas e sinais que se manifesta um pouco antes da menstruação e deve desaparecer com ela. Os sintomas são variados: irritabilidade, depressão, dor nas mamas e agressividade, além de dor de cabeça, impaciência e facilidade de chorar sem saber exatamente o motivo. O que virou moda entre as mulheres é utilizar a TPM como desculpa para atitudes extremas. Antes de tudo, a mulher deve compreender que a TPM não é capaz de tirar a consciência de ninguém. Aumenta o grau das emoções sim, porém a mulher é totalmente capaz e deve controlar suas atitudes. A principal causa da mudança de humor está associada à produção de serotonina, substância produzida pelas células nervosas e que, na mulher, oscila de acordo com o período do ciclo menstrual. Quando o nível de serotonina está alto no organismo, as pessoas ficam felizes e alegres, porém quando está baixo, o mau humor se manifesta e, com ele, o desejo de comer doces. Com taxas baixas de serotonina, a pessoa não se sente satisfeita com facilidade e perde o controle na vontade de comer doce. Uma das recomendações para minimizar os efeitos da TPM é praticar exercícios. A prática regular aumenta a liberação de serotonina, o que melhora significativamente o humor da mulher e descarrega a tensão e a ansiedade guardada no período. Além disso, se possível, é interessante que a mulher adie compromissos importantes nos dias de tensão, para evitar atitudes precipitadas.
Quando a TPM sai dos limites? A TPM é variável: em algumas pessoas ela aparece 15 dias antes da menstruação, já em outras somente um ou dois dias antes. Entretanto, os sintomas devem desaparecer com o final da menstruação. Caso não desapareçam, não se trata de tensão pré-menstrual e a mulher deve buscar ajuda médica. Ginecologistas afirmam que as mulheres devem manter um calendário menstrual, no qual observam quando o período da TPM está próximo, o que auxiliará no autoconhecimento e controle de atitudes. Vitaminas do complexo B diminuem os riscos de TPM Segundo uma pesquisa realizada pelo American Journal of Clinical Nutrition, as mulheres que seguem uma alimentação rica em vitaminas do complexo B apresentam riscos mais baixos de desenvolver a tensão pré-menstrual. As participantes da pesquisa ingeriam alimentos como o espinafre e os cereais fortificados e apresentaram apenas um quarto dos riscos de TPM. Por outro lado, aquelas que tomaram suplementos vitamínicos não apresentaram os mesmos resultados. A tiamina e a riboflavina são alguns dos diferentes tipos de vitamina B. O Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda a ingestão diária de 1,1 miligrama de tiamina e riboflavina para mulheres adultas. Os pesquisadores, porém, constataram a necessidade de quantidades maiores da vitamina para conseguir o benefício. Os homens também sofrem com a TPM? Todos sabem que conviver com uma mulher no seu período menstrual não é uma tarefa fácil. Muitos afirmam, inclusive, que quem mais sofre com a TPM é o homem. Para ajudar nestes casos, a revista Matéria de Saúde trouxe
algumas dicas para os homens que sofrem com os efeitos da TPM feminina: • Busque fugir de brigas e evitar assuntos e decisões polêmicas nesses dias. • As mulheres perdem o desejo sexual neste período, não insista: segundo um estudo do Hospital das Clínicas, de 513 mulheres, 84% afirmaram perder o desejo sexual quando estão na TPM. • Nunca diga “você está na TPM”: tudo se deve aos hormônios, então não faça piadas ou comentários a respeito. • Na época da TPM pequenas coisas vão ganhar um status de problema de estado, por isso fale a verdade e tente entender a mulher. • Não critique a aparência física da mulher: a mulher fica muito sensível neste período e com a baixa auto-estima, por isso busque elogiá-la e não criticá-la. Dreamstime
Homens também precisam entender este período da mulher
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Cirurgia do
PÉ E TORNOZELO
Drs. Pedro Kanan e Silvio Maffi são os especialistas em pé e tornozelo do CEOT - Gravataí A cirurgia do pé e tornozelo está representada no CEOT - Centro de Especialidades Ortopédicas e Traumatológicas de Gravataí, pelos Drs. Pedro Kanan e Silvio Maffi. Ambos são especialistas em ortopedia e traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) com Especialização em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Santa Casa de São Paulo. “O grande diferencial de nossa equipe é a realização da maioria dos tratamentos aqui em Gravataí, utilizando a moderna estrutura do Hospital Dom João Becker, evitando com isso o deslocamento do paciente e seus familiares para Porto Alegre, o que gera transtornos e custos adicionais aos mesmos” - destaca o Dr. Fernando Sanchis, coordenador do CEOT - Gravataí. As principais patologias dos pés e tornozelos tratados pela equipe do CEOT – Gravataí são: Fascite plantar e Esporão do calcâneo; Joanete (Hallux Valgus); Entorses e lesões ligamentares; Fraturas das articulações dos pés e tornozelos; Neuroma de Morton; Dores crônicas; Pé diabético; Gota e artrite gotosa; Pé plano da infância; Deformidades. Joanete (Hallux Valgus) O joanete é a patologia mais comum que ocorre nos pés dos adultos atualmente (30% da população moderna possui algum grau de deformidade), principalmente nas mulheres que utilizam calçados de salto alto e bico fino. Considerados um fator externo importante, eles propiciam a degeneração da articulação do primeiro dedo e auxiliam para que aconteça tal deformidade, que é 10 vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. 30 | maio de 2011 |
Dr. Silvio Maffi
Dr. Pedro Kanan
posicionamento dos dedos e palmilhas pode aliviar parcialmente e provisoriamente os sintomas, porém o seu uso não previne e não corrige a deformidade. Quando a correção é necessária, a única opção é a cirurgia. Esta deve ser específica para cada paciente, pois o joanete tem algumas variáveis que interferem no tratamento, como: sintomas existentes, expectativa do paciente, idade, gravidade da deformidade, presença ou não de desgaste das articulações envolvidas e a existência de queixas associadas, como deformidades nos outros dedos ou calosidades. As técnicas cirúrgicas atuais dispensam o uso do gesso e a retirada de fios de aço após a cirurgia são mais eficientes e propiciam uma reabilitação mais rápida e menos dolorosa que as realizadas há alguns anos. A orientação adequada e o seguimento correto pelo paciente no pós-operatório garantem o sucesso do tratamento, diminuindo a chance de resultados insatisfatórios e complicações. Existem também outros fatores que contribuem para que a deformidade ocorra, como: doenças degenerativas (artrite reumatoide, gota), hereditariedade (pé plano, herança familiar, frouxidão ligamentar familiar) e alterações neurológicas (derrame, paralisia cerebral, trauma de coluna (medular). O joanete inicia, na maioria dos casos, na segunda década de vida e pode ser unilateral ou, mais comumente, bilateral. Tem pouca relação com a atividade ocupacional e nenhuma prevalência para destros ou canhotos. O tipo de joanete e o grau de deformidade devem ser avaliados pelo exame clínico especializado e raio X. O uso de aparelhos para melhorar o
Pré operatório
Pós operatório
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