TCC Novo Paranoá Parque: os padrões socioespaciais como estratégia de desenho urbano

Page 1

PARANOÁ PARQUE NOVO

COMO ESTRATÉGIA
INTERVENÇÃO URBANA
OS PADRÕES SOCIOESPACIAIS
DE
PARANOÁ PARQUE NOVO

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO Semestre 2/2021

PARANOÁ PARQUE NOVO

Os padrões socioespaciais como ferramentas de intervenção urbana

ALUNO: Matheus de Souza Oliveira 15/0018134

ORIENTADORA: Profª Dra. Vânia Raquel Teles Loureiro

BANCA EXAMINADORA: Profª Dra. Gabriela de Souza Tenório

CONVIDADA EXTERNO: Me. Paula Anderson de Matos Eustáquio

Brasília/DF, Maio de 2021.

faunb
EDITAL DEX Nº 05/2022 – POLO UnB PARANOÁ PARANOÁ PARQUE NOVO faunb

AGRADECIMENTOS

Agradeço à profa. Gabi por aceitar fazer parte da banca, pelas excelentes contribuições ao longo do trabalho e que me introduziu à tese de Paula que também é sobre o Paranoá Parque, que deixou mais claro o entendimento das questões de planejamento urbano que influenciaram no bairro que temos hoje. Agradeço à Paula por fazer parte desse processo e pelas contribuições nas bancas. Assistir a sua banca me fez enxergar com maior clareza as diferenças do planejado com a realidade como construída e apropriada, e isso pra mim isso reforçou ainda mais a importância do tema.

Agradeço à profa. Vânia que me acompanhou desde o início, desde a es colha desse tema, foi ela quem me despertou o interesse pelo estudo dos pa drões socioespaciais, que despertou o olhar para as informalidades e sua im portância para vida comunitária. Juntamente com a profa. Liza às agradeço por me acolherem e me introduzirem ao mundo da extensão e da pesquisa cientifi ca — um mundo novo para mim, que agora é uma vocação que espero levar adiante. E às agradeço especialmente por serem sempre exigentes quando ne cessário, mas também por serem sempre tão humanas e compreensíveis em um curso em que a realidade tende a ser tão desgastante, talvez devido a pró pria natureza da profissão.

Quase não se encontram exemplos de trabalhos como esse, de interven ção em habitações do MCMV, e acredito que isso aconteça justamente por conta de uma complexidade muito grande de problemas para serem explora dos que limitam muito o exercício de projeto. E há uma questão social a ser tra balhada que é algo inerente desses conjuntos, é um processo que pode deman dar muito mais tempo do que o necessário para um TCC. Por esses motivos é um tema que no início eu nem cogitei pensar escolher para um trabalho de final de curso, mas que conversando com a Vânia me fez mudar de ideia. E fico muito feliz ter sido este o tema, pois não vejo motivos de escolher trabalhar em outros lugares, quando temos problemas na porta de casa para serem resolvi dos, problemas urgentes e que envolve o cotidiano de toda uma comunidade. Agradeço aos meus colegas de curso que foram essenciais para eu ter chegado até aqui. Sou grato à UnB, a FAU, aos programas de assistência, ao sis tema de cotas para escola pública que me permitiram chegar até aqui, e a todos os professores que fizeram parte desse percurso. Agradeço a síndica Priscila pelas reuniões, pela parceira e esforço de trazer um processo participa tivo, que foi essencial para enxergar com mais clareza as questões da vida coti diana local.

E principalmente agradecer a Deus e minha família, em especial aos meus pais por todo o apoio e incentivo durante essa jornada, que agora concluo com satisfação, porque sei que valeu a pena e que esse definitivamente foi um rico e gratificante processo de formação — pessoal e profissional, em que vou levar todo o aprendizado adiante, no inicio de um novo ciclo.

REFERÊNCIAL E CARACTERIZAÇÃO DIAGNÓSTICOS 1 3 2 4 Introdução Referêncial Teórico 1.1 Apresentação 1.2 Justificativa 1.3 Objetivos 1.4 Metodologia Referências Projetuais 3.1. Jan Gehl: Lições da Escala Humana 3.2. Eduardo Pizarro: Micro Estratégias 3.3. “Sprawl Retrofit”: Estratégias Adaptativas 2.1. Os Padrões Socioespaciais 2.2. Os Paradigmas da Urbanidade e Formalidade 2.3. A Teoria da Lógica Social do Espaço 2.4. Metodologia de Avaliação dos Espaços Públicos 2.5. Experiência Participativa Caracterização 5 7 9 6 8 Análise Sociológica Dimensões da Sustentabilidade Os Padrões Socioespaciais 1. Os Padrões Levantados 2. Oficina dos Padrões Diagnostico que vai guiar o desenvolvimento do projeto. Ferramentas Participativas PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SUMÁRIO Levantamento e avaliação dos espaços públicos e da vida pública. 4.1. O Projeto 4.2. O Construído Serve como uma ponte de comunicação com a comunidade, disponibilizando informações e resultados e obtendo respostas projetuais para as principais demandas.
1.1 APRESENTAÇÃO 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA
1 1
INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

O Conjunto Habitacional Paranoá Parque, objeto de estudo deste tra balho, é um dos casos que retrata bem o cenário da produção da habitação social na contemporaneidade. Executado pela empresa Direcional Enge nharia, este é o maior empreendimento Faixa 1 (renda de até 1,6 mil) já reali zado pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com entrega de 6240 unidades habitacionais para famílias que vieram de diferentes regiões do DF para morar em uma única tipologia de apartamento de aproximada mente 45m2. Existem milhares de conjuntos pelo Brasil que seguem esse mesmo modo de planejar, e assim como é reconhecido através de uma ex tensa literatura sobre o assunto, é preciso pensar em estratégias para me lhoria desse tipo de espacialidade, principalmente no que diz respeito à va loração da escala humana e de características que privilegiem a vida urbana. É reconhecido na literatura que os espaços públicos vivos são aqueles onde se vê gente variada em diferentes horas do dia e da semana, desenvolvendo diversas atividades — estes são positivos para a sociedade, ajudam a reforçar a identidade e favorecem a segurança em seus bairros, contribuem para saúde de seus frequentadores e possibilitam a criação de laços comunitários (TENÓRIO, 2020).

Dessa maneira, objetiva-se o desenvolvimento de um projeto com a abordagem de Retrofit Urbano, em que permite aproveitar o que já está consolidado e evitar grandes custos de urbanização, para propor interven ções adaptativas, sustentáveis e inclusivas. E tendo como crítica esse modo de planejamento considerado completamente imposto, é prioridade o tra tamento de ações de-baixo-para-cima, tendo como principal contribuição o estudo dos padrões da auto-organização — pois conforme evidênciado não apenas por todo o referêncial teórico aqui aportado, mas também como será apresentado, por experiência empírica da vivência urbana em outros bairros, esses padrões observados na vida pública revelam um po têncial de melhorar significamente a dinâmica urbana, por lidar diretamen te com o tratamento dos espaços públicos ao nível da rua, ou seja, de-bai xo-para-cima, buscando como resultado uma proposta que incorpora as dinâmicas sociais provenientes da complexidade organizada em que esses conjuntos tanto necessitam.

A metodologia favorece uma proposta baseada em evidências, e para isso se organiza em 3 etapas: a) Diagnóstico dimensional: tem como refe rência a metodologia das dimensões da sustentabilidade, metodologia de senvolvida por Andrade e Lemos (2015); b) Os estudos de repertório: que envolve uma revisão bibliográfica dos mencionados padrões da auto-orga

c) Análise socioespacial: realizada com base na metodologia de Tenório (2013) e com enfoque no aparato teórico e conceitual na Teoria da Lógica Social do Espaço (HILLIER & HANSON, 1984), pelo qual porta das ferra mentas de análise que permitiram evidênciar a ausência de urbanidade proveniente desse tipo de planejamento, e também avaliar como o conjun to construído e adaptado tem sido apropriado ao longo dos anos.

Como resultado, essas análises reforçam a necessidade de estratégias para lidar com esse tipo de configuração que tem sido continuamente replicada, e para concluir, apresenta-se um diagnóstico completo com es tudos do repertório inicial para o desenvolvimento do projeto nas proximas etapas.

2

JUSTIFICATIVA

A escolha por esse objeto de estudo se deu, primeiramente, por ser um insider — em que vivêncio essa realidade — motivado pelo desejo de melhoria dos espaços da nossa cidade, mas também como estudante entu siasta por urbanismo, em que não poderia deixar de explorar uma inquieta ção nesse tema: que mesmo com tantas críticas ao modelo de programas como esse, como que um conjunto projetado para ter uma resposta habita cional falha em diversos pontos, e mesmo assim continua a ser replicado — na maioria das vezes são bairros monofuncionais com uma urbanização feita as avessas, que despreza a vitalidade e a interação de funções e pes soas. O Paranoá Parque apresenta uma imagem comum à vários outros casos de habitação social produzidas pelo governo: de uma área com pre dominância do uso habitacional, onde os moradores precisam sair de seu bairro para resolver as questões mais simples de seu cotidiano. E devido a essa ausência de atividades e diversidades, fica esvaziado em grande parte da semana, a carecer de vigilância informal, considerada essêncial para a segurança urbana. Décadas atrás afinal, Jane acobs já apontava a diversi dade de funções, de perfis sócio econômicos, racial e tipológica como um dos antídotos para a morte das cidades. E mesmo assim, ainda há pouquis simas soluções que exploram essa problemática no atual cenário brasileiro.

É levado em consideração os estudos que lidam com o desempenho da vida comunitária, sendo principal referência os autores Alexander (1977), Gehl (2014), Jacobs (1961) e Salingaros (2005), por contribuirem com ob servações sistemáticas acerca da informalidade e sua qualidade emergen te, que é resultante do conceito de espontaneidade emergente (LOUREI RO, 2017) e que por sua vez são responsáveis pela produção dos padrões (configurações) da auto-organização, que podem apresentar níveis de urbanidade excepcionais, geradores da desejada complexidade organizada (SALINGAROS, 2006; HOLANDA, 2010).

Dessa forma lidamos com o problema da ausência de uma aborda gem de projeto ao nível da rua quando se trata de intervenções em conjun tos habitacionais já consolidados, especialmente aos voltados para a popu lação de menor renda como neste caso. Como contastado por Lopes (2018), esses conjuntos desenvolvem ao longo do tempo padrões socioes paciais que se aproximam da lógica auto-defensiva da configuração de en clave da favela, que determinam um comportamento de reclusão e com base no medo. Precisamos cada vez mais de exemplos que incorporem alternativas incrementais, à procura de reverter esses efeitos negativos do planejamento imposto sobre o modo de vida.

Com isso, este trabalho visa contribuir de duas maneiras: uma ao for necer repertórios para lidar com a espacialidade de conjuntos habitacionais como esse, e outra, ao evidênciar os efeitos desse tipo de planejamento na vida urbana, para reforçar a ideia de que os programas de habitação social devem futuramente evitar esse tipo de planejamento que é imposto, e prio rizar alternativas de planejamento de-baixo-para-cima que sejam sustentá veis, inclusivos e humanos, deve-se buscar tratamentos graduais no nível da rua que vão desencadear relações saudáveis no tecido urbano e suas conexões com o entorno.

Dessa maneira, procura-se sistematizar através de um grande aparato teórico já disponível (acerca do tema dos padrões da auto-organização) para a proposta de um “processo inverso”, de “planejar as informalidades”, especificamente as que incorporam uma qualidade de urbanidade deseja da nos espaços públicos, trazendo características que o modelo completa mente de-cima-pra-baixo, como acontece hoje, jamais conseguiria alcan çar.

1.2
3

1.3 OBJETIVOS

OBJETIVOS PRINCIPAIS

1. Desenvolvimento de um projeto com o tipo de intervenção caracterizado como Retrofit Urbano, com foco no tratamento dos espaços públicos ao nível da rua, planejando de-baixo-para-cima, mas também trabalhados as relações do entorno considerando ambas as escalas local e glogal do sistê ma de espaços livres como um todo;

OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

1. Disponibilizar do conteúdo técnico produzido, principalmente os pa drões (estudos de configurações e modos de uso) e práticas de construção do espaço coletivo, como repertório, tanto para a comunidade quanto para o público geral, para que também sirva de referência para outros conjuntos habitacionais que sigam espacialidades similares;

2. Produção de repertório técnico de um tema pouco explorado, para isso coletar através de uma revisão bibliográfica os padrões espaciais da auto -organização reconhecidos na literatura pelos estudos de Alexander et. al. (1977), Salingaros (2005; 2006), Jacobs (1961) e Gehl (2010), que tem po tenciais de gerar urbanidade, e utilizá-los como diretrizes de projeto;

2. No atual contexto de pandemia, mas também considerando o futuro pós-pandemia, desenvolver métodos alternativos do processo participati vo, através de atividades interativas digitais, e também explorar esse meio digital como ferramenta para disponibilizar o repertório produzido para o público;

3) Denvolvimento de um projeto preliminar que parte dessas estratégias configuracionais para incorporar soluções para melhoria dos espaços públi cos do bairro Paranoá Parque, principalmente no que diz respeito à valora ção da escala humana e que privilegia a vitalidade urbana.

3. Através da linguagem dos padrões (Alexander et. al, 1977) aproximar a comunidade com o entendimento da área, revelando a importância do direito de reivindicar melhorias urbanas e espaços públicos de qualidade, afinal é a população que detém o poder de revindicar mudanças.

4

1.4 METODOLOGIA

A metodologia é baseada em três etapas, que serão detalhadas nas próxi mas páginas.

1. DIAGNÓSTICO DIMENSIONAL

A. Dimensões da sustentabilidade: as dimensões da sustentabilidade, me todologia desenvolvida por Andrade e Lemos (2015) “Qualidade de projeto urbanístico: sustentabilidade e qualidade da forma urbana” que dispõe de uma abordagem integrada da sustentabilidade (ANDRADE, 2005) e no De sempenho Morfológico dos Lugares proposto pelo Grupo DIMPU. Trata-se de uma abordagem integrada da sustentabilidade, urbanidade e habitabilidade, que fornece quadros de avaliação, sistematizados no forma to princípios/ critérios/ indicadores/ verificadores, buscando assim, atender as atribuições que melhor se adéquam às realidades e necessida des brasileiras, tendo como foco, principalmente, as populações contem pladas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, como é o caso.

2. ESTUDOS DE REPERTÓRIO

A. Padrões da auto-organizaçao: referêncial teórico acerca dos modos de planejamento e os padrões espaciais extraídos da literatura e das referên cias urbanas acerca dos padrões saudáveis para a vida urbana.

B. Processo participativo: com base na metodologia do Grupo de Pesqui sa Periferico da FAU/UnB (ANDRADE et. al., 2019) e adaptado para o meio remoto;

C. O “Sprawl Retrofit”: Repertório para auxiliar a elaboração das diretrizes com a estratégia do “Sprawl Retrofit”, endendido como o reparo e adapta ção de expansões suburbanas espraiadas, com referência ao artigo “Sprawl Retrofit: Sustainable Urban Form in Unsustainable Places” (TALEN, 2015), e também ao manual “Sprawl Repair Manual” (TACHIEVA, 2010), com refe rência à algumas publicações disponíveis no portal “DPZ CoDESIGN” dessa mesma autora.

3. ANÁLISES SOCIOESPACIAIS

A. Avaliação pós-ocupacional segundo Tenório (2012, p. 105-197);

B. Teoria da Lógica Social do Espaço ou Sintaxe espacial (HILLIER & HANSON, 1984).

A dimensão da sustentabilidade social já inclui a análise socioespacial, porém preferiu-se detalhar um item extra para maior enfoque nela. O dia grama abaixo ilustra como o processo de projeto se estrutura, tendo como base os estudos de repertório para relacionar as diretrizes obtidas a partir do diagnóstico e das análises feitas previamente. São geradas dois grupos de diretrizes, que por sua vez serão sistematizadas nas diretrizes finais, que serão apresentadas e utilizadas no projeto.

A) DIAGNÓSTICO DIMENSIONAL

A) Dimensões da sustentabilidade (ANDRADE; LEMOS, 2019)

PROCESSO DE PROJETO DIRETRIZES 1

B) ESTUDOS DE REPERTÓRIO 1) Padrões espaciais (Referêncial teórico acerca dos modos de planejamento) 2) Processo Participativo Digital 3) Sprawl Retrofit REPERTÓRIO PARA RELACIONAR ÀS DIRETRIZES

C) ANÁLISES SOCIOESPACIAIS

PADRÕES SOCIOESPACIAIS

Diagrama do processo de projeto. Fonte: Autor.

A) Avaliação de pós-ocupação (TENÓRIO, 2012) B) Teoria LSE/

DIRETRIZES 2 5

PARA A PROPOSTA

REFERÊNCIAL TEÓRICO

2
5 6
Imagem aérea do Paranoá Parque, 2014. Fotografia de Leonel Albuquerque. Fonte: Portal Panorama de negócios.

2.1. Os Padrões Socioespaciais

2.2. Os Paradigmas da Urbanidade e Formalidade

2.3. A Teoria da Lógica Social do Espaço

2.4. Metodologia de Avaliação dos Espaços Públicos

2.5. Experiência Participativa

7

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

1. OS PADRÕES SOCIOESPACIAIS

Lidar com cidades é sempre uma tarefa complexa, e sobretudo quando se trata de muitas questões, assim como explorado neste tema. Por esse motivo, após revisão de todo o referêncial teórico científico pertinente ao tema, buscou-se uma sistematiza ção das informações a partir de alguns autores com o objetivo de aproximação de uma abordagem prática projetual (principal enfoque deste trabalho). Sendo explorado atra vés de uma ótica morfológica, em que todo esse aparato conceitual apresentado servi rá para análise e proposição, sendo a principal referência o estudo da “Linguagem dos padrões” ou “códigos geradores” de Christopher Alexander (ALEXANDER et al., 1977) e outras referências urbanas a respeito da complexidade dos sistemas urbanos e seu desempenho na vida comunitária.

Os “padrões” a serem explorados aqui se referem especificamente às configura ções espaciais. Hanson (1998) define configurações como:

Configuração existe quando a relação existente entre dois espaços é mudada à medida que relacionamos eles a um terceiro, ou de fato a qualquer número de espa ços. Descrições configuracionais antes de tudo estão de acordo com o modo que cada sistema de espaços se relacionam de maneira a formar padrões, em vez de propriedades mais localizadas. (HANSON, 1998, p. 23).

Os padrões de interação não podem ser medidos ou pesados, no entanto, eles podem ser mapeados, buscando relacioná-los com a qualidade e o desempenho dos lugares. Para entender um padrão, nós precisamos mapear uma configuração de rela ções (SALINGAROS, 2006). Dessa forma, será feito uma sistematização desses padrões ao longo do trabalho, com referências a partir de diversos autores. Tem como objetivo a praticidade, considerando o foco na abordagem projetual, e possibilitou adaptações ao longo do processo de projeto.

Aos estudar a relação dessas ações com a forma urbana, Alexander (1965) obser va o padrão complexo de estruturas sobrepostas nas cidades naturais, que crescem organicamente, enquanto que as cidades planejadas por método racional resultam em uma estrutura tipo árvore. MEDEIROS (2006) relembra que ao longo da história da cidade sempre lidamos com os dois processos de crescimento em paralelo, o da organi cidade e o da formalização do espaço, imposto por um planejamento prévio e regula dor.

Em referência a esses estudos, podemos classificar a habitação social em duas principais tipologias:

1) Dos assentamentos feitos pelos próprios moradores (processo bottom-up)

2) Da habitação social produzida pelos governos (processo top-down)

No entanto, têm-se o cuidado ao associar esses modos de planejamento com a forma urbana, não devendo estereotipar a geometria a partir dessas tiplogias, pois sabe-se que as cidades são construídas através de uma mescla dessas ações. Os estu dos urbanos permitem caracterizar de modo geral a cidade como uma entidade com plexa desenvolvida ao longo do tempo por diversos agentes atuantes, sendo que todas as cidades apresentam tanto características orgânicas, quanto planejadas em diferen tes níveis. Dessa forma, o trabalho estrutura-se a partir da análise e diagnóstico dos padrões socioespaciais existentes do Paranoá Parque, ao qual servirá como referência para intervenção e requalificação urbana de outros conjuntos habitacionais como esse.

A tese de Lopes (2018) traz uma importante contribuição ao tema ao reforçar a hipótese de que os programas habitacionais financiados pelo MCMV costumam ter o caráter de se tornarem ainda mais segregados do que moradia anterior desses indivídu os. O principal motivo levantado pela autora foi a perda de acessibilidade para todos os tipos de oportunidades, e isso tende a piorar quando se trata da faixa de menor renda ao acentuar o processo de segregação socio espacial, pelo qual causam severos danos sociais e econômicos à essas comunidades.

O estudo dos padrões implica em conhecer essas características específicas de formação das cidades, em que busca-se explorar essa espacialidade de modo a diag nosticar os problemas e propor (uma ou várias) soluções, utilizando dos próprios padrões, que neste caso passa a ser indicado aqueles que são favoráveis a geração de urbanidade — que aqui entendemos como o mesmo conceito empregado por Holanda (2002) ao falar sobre os paradigmas fundamentais de estruturação das cidades, sendo este caracterizado por ações de solidariedade orgânica, em oposição ao paradigma da formalidade, composto por ações de solidariedade mecânica.

Salingaros (2006) argumenta que a interação mais profunda dos agentes envolvi dos é fundamental para determinar a dinâmica urbana (social e espacial). E fazendo um paralelo com os paradigmas de Holanda, pode-se concluir que o modelo de urbanidade (ao qual nos interessa) é o que há maior interação dos agentes envolvidos, enquanto que no modelo da formalidade isso pode até mesmo estar ausente.

Dessa maneira, a hipótese é que a incrementação do estudo dos padrões podem potêncializar bastante o desempenho desses conjuntos habitacionais planejados pelo governo, como o caso do Paranoá Parque. Seu uso também favorece uma metodologia baseada em evidências, e permite trazer soluções adaptáveis, que agem buscando uma sustentabilidade duradoura e ajudam os residentes a vincularem-se ao novo ambiente construído (SALINGAROS, 2006).

É observado que cada tipologia corresponde a propriedades espaciais e sociais que são inerentes a esse modo de planejamento, e isso vai caracterizar esses sistemas urbanos. 8

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2. OS PARADIGMAS DA URBANIDADE E FORMALIDADE

Holanda (2011) sugeriu que os diversos tipos de assentamentos identificados ao longo da história podem ser caracterizados como o leque de posições entre duas ten dências polares, os paradigmas fundamentais da estruturação das cidades: o "paradig ma da urbanidade e da formalidade". Essas expressões pressupõem a comunicação simultânea de ideias relacionadas à vida espacial e à vida social.

Dessa forma, referindo-se à sua conceituação do termo, “urbanidade” engloba intensa participação cidadã e livre expressão das diferenças, identificando-a com valo res universais mais próximos de uma sociedade democrática. Significa tecnicamente uma qualidade do espaço urbana marcada por atividades de movimento e permanên cia; pela diversidade de usos, edifícios e pessoas; por relações de copresença e co-consciência; e por transições suaves entre espaços públicos e privados (JACOBS, 2000 [1961]; HILLIER, 2007 [1996]; HOLANDA, 2013).

No extremo oposto está o espaço de exceção, que é um tipo de assentamento que está dentro do paradigma da formalidade, em que os arranjos sociais são altamen te segmentados, fortemente isolados, cerimoniais e hierárquicos, e caracterizam rela ções de poder. Holanda (2002) com referência a Hillier detalha os padrões espaciais de formalidade que comumente encontramos neste estudo de caso: grandes espaços abertos; maior espaço convexo médio; menor número de constituições por espaço con vexo; maior porcentagem de espaços cegos; maior superfície de metros quadrados de espaço aberto por constituição; maior número de metros lineares das formas que definem os espaços convexos, por constituição; uma estrutura axial extremamente rasa ou extremamente profunda; medidas de baixa inteligibilidade; núcleos integradores ora concentrados na periferia, ora concentrados no coração do sistema, e não irrigam o assentamento como um todo. Essa espacialidade resulta em efeitos negativos na vida social.

3. A TEORIA DA LÓGICA SOCIAL DO ESPAÇO (SINTAXE ESPACIAL)

A Teoria da Lógica Social do Espaço ou também conhecida como sintaxe espacial (HILLIER & HANSON, 1984) é uma teoria que permite analisar a configuração espa cial vinculada à lógica social inerente, sempre partindo do ponto de vista do espaço como um sistema de relações entrepartes. A teoria surge durante a década de 1970 e tem como inquietação básica a noção de que, apesar de espaço e sociedade serem parte de uma mesma dinâmica, a sua relação não era entendida de modo que suas leis pudessem ser interpretadas ou sequer reconhecidas espacialmente (LOUREIRO, 2017).

Dessa mesma forma, nesse trabalho, o olhar sistêmico sob a complexidade dos espaços é resultante de uma leitura espacial vinculada às relações que estruturam o espaço e lhe conferem sua dinâmica socioespacial. Todo o espaço está sujeito a variável

do tempo, e por isso está em constante adaptação, por isso, independente de sua com plexidade, é possível extrair relações de modo a compreender os processos que atuam na sua formação, e captar suas propriedades características através de uma investiga ção relacional.

A teoria da LSE parte do pressuposto que o artefato arquitetônico, formado pela justaposição dos cheios (barreiras, massas construídas) e vazios (permeabilidades), carrega em si informações e conteúdos sociais que vão além da ordem visível, estão subjacentes a uma estrutura espacial montada por uma teia de relações entre os lugares que formam o todo. Não existe atitude inocente na construção de um lugar, por mais desordenado que seja, ele embute alguma lógica social, é construído para causar certos tipos de efeito, tem um fim, como frisa Holanda (2013, p.204): “Busque a lógica social de qualquer configuração – todas as têm”.

Entende-se que a forma do espaço direciona potencialmente escolhas humanas, criando campos potenciais de possibilidades e restrições para as ações humanas no ambiente físico. Essa copresença humana é variável, e acontece a depender das variá veis espaciais envolvidas que direcionam potencialmente modos de uso e tipos de comunidades que podem se formar em cada espaço (HILLIER et al., 1987).

A forma e espaço resulta diretamente no campo de encontros prováveis entre indivíduos, o que chamamos de comunidade virtual, como definidos por Hillier et al. (1987) e Hillier (1989). A literatura sintática entende que mesmo espaços com caracte rísticas convidativas a presença de pessoas não garante a efetivação de uma comunida de e trocas de experiências reais. “A ação de interação dos indivíduos no mundo concre to não depende somente da forma do espaço, mas também da existência de pessoas vivendo nesses lugares e traços culturais próprios de cada sociedade” (HILLIER, [1996] 2007). Dessa forma, para análise espacial, este trabalho busca utilizar da teoria para avaliação ao estudar os cheios e vazios, e observar como estes resultados da análise espacial são rebatidos na realidade.

Sintaxe e semântica: no estudo dessas propriedades do espaço pela Lógica Social do Espaço, Bill Hillier e Jullienne Hanson (1984) exploram a relação espaço/socie dade por meio, entre outros, dos conceitos de sintaxe (o arranjo dos elementos no espaço) e semântica (os significados desse arranjo). Os autores consideram que a sinta xe do espaço se torna bastante reveladora da dinâmica social no espaço, que produz tais conjuntos de relações, possibilitando a leitura de suas propriedades estruturantes, e reconhece dois tipos de propriedades determinantes, as propriedades extrínsecas e as intrísecas.

Em “O espaço de exceção” (2002), Frederico de Holanda apresenta de forma didática os níveis analíticos da Sintaxe espacial, pelo qual trabalharemos os seguintes conceitos para as análises: ilhas espaciais, convexidade, constitutividade e axialidade.

9

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

4. METODOLOGIA

DE

AVALIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS

Tenório (2012) em sua Tese de Doutorado apresenta um mapeamento da vida pública em Brasília, mas para isso elenca técnicas e métodos (Capítulo 2, p. 105-197), feito nas seguintes etapas: a) Conhecimento do objeto de estudo; b) Levantamento da vida pública; c) Avaliação da vida pública; d) Avaliação do espaço público aos níveis global e local; e e) Recomendações.

a) Conhecimento do objeto de estudo: é apresentado no capitúlo de caracterização e nos levantamentos espaciais da realidade construída. Em seguida, é feita a análise socioespacial, seguido pelas próximas etapas.

b) Técnicas de levantamento da vida pública: devido ao contexto a ser explorado neste trabalho, optou-se pelas seguintes técnicas de levantamento: Entrevistas e ques tionários, mapeamento comportamental e mapas de copresença (deixando evidênte que foram tomados os cuidados com relação às medidas restritivas e de distânciamen to social da atual pandêmia). Tenório (2012, p. 353) também apresenta um resumo das sugestões encontradas na literatura para o favorecimento da vida pública:

de Tenório (2012, p. 182-188).

Após a avaliação da vida pública do lugar, será possível dizer, objetivamente, se ele é ou não bem sucedido quanto a sua capacidade de gerar vida pública, e em que medida. Também será possível dize se isso é condizente com suas características e seu papel na cidade. Se ele for bem sucedido, é importante entender porque isso ocorre, para tê-lo como uma peça de repertório, um exemplo de boas práticas (tam bém é interessante saber se há algo mais que possa ser feito para que ele seja ainda melhor). Se não for, é importante entender quais as razões de seu mau desempenho (TENÓRIO, 2012, p. 188).

d) A avaliação do espaço público: é feita a partir de variáveis reunidas no grupo ele mentos de configuração, sendo organizadas por dimensões, e avaliadas no nível global e local, com tabelas de aplicação da metodologia.

e) Recomendações: Por fim, o mapeamento da vida pública deve ser concluído apre sentando recomendações para o aprimoramento do lugar.

5. EXPERIÊNCIA PARTICIPATIVA

Através da disciplina Prática em Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (PEMAU) da FAU-UnB, foi aplicada a metodologia do grupo de pesquisa “Periférico trabalhos emergentes” para auxiliar a luta pela regularização fundiária de interesse social na ocupação informal Dorothy Stang, localizada em Sobradinho, próxima ao bairro Nova Colina.

A participação da comunidade foi incrementada a partir da metodologia dos padrões, para estabelecer uma linguagem que aumenta sua participação no processo, o que resulta na forma dos “códigos geradores” de soluções para o desenvolvimento dos projetos, que também foram baseados em Alexander et. al. (1977) e nos padrões dos ecossistemas urbanos de Andrade (2014).

Resumo das técnicas de levantamento da vida publica. Fonte: Tenório, 2013.

c) Avaliação da vida pública: a partir das informações das pessoas e suas atividades levantados na etapa anterior, é feito essa avaliação (se o lugar atende bem ou mal à vida pública). Essa avaliação é feita segundo variáveis reunidas no grupo itens de verificação

Inicialmente foi feito uma análise do contexto físico e social, com envolvimento da população local, sendo organizado uma dinâmica de acordo com cada dimensão da sustentabilidade urbana, que se subdividem em: ambiental (infraestrutura verde e con forto ambiental), social (urbanidade e mobilidade), econômica (adensamento e dinâmi ca urbana) e cultural e afetiva (legibilidade, identificabilidade, afetividade). Paralelamen te à estas análises, foram feitas aproximações e envolvimento inicial por meio eventos, caminhadas coletivas, questionários e entrevistas.

É complementar a realização de táticas urbanas como caminhadas com a comu nidade, concurso fotográfico, atividades lúdicas ou construção de mobiliário urbano que também foram realizadas, o que contribuiu para maior aproximação e relação de

10

É complementar a realização de táticas urbanas como caminhadas com a comu nidade, concurso fotográfico, atividades lúdicas ou construção de mobiliário urbano que também foram realizadas, o que contribuiu para maior aproximação e relação de confiança entre os residentes com a universidade.

A partir disso, avança-se para elaboração do chamado “Design Interativo”, que ocorre através do desenvolvimento da “linguagem de padrões” ou “códigos geradores” (ALEXANDER et. al, 1977) que podem ser sistematizados a partir dos problemas e solu ções apontados pela comunidade e pela análise do contexto local, vinculados às ativi dades humanas à cultura e à tradição relacionados aos elementos físicos do espaço, que são inter-relacionados, seja a estrutura de uma cidade ou do edifício.

Após esse diagnóstico técnico espacial e a aproximação inicial com a comunidade, parte-se para as oficinas de participação, mapas mentais e mapas afetivos. Deve-se conhecer bem a dinâmica socioespacial, e como a comunidade enxerga o lugar, os sig nificados e sentimentos atribuidos ao espaço, bem como sua cultura local das tradições e práticas coletivas. É um processo de troca, onde a comunidade e os técnicos podem aprendem uns com os outros.

Em seguida, elabora-se padrões espaciais e de acontecimentos que sugerem serem possíveis soluções à serem aplicadas no bairro. Esses padrões são apresentados de forma interativa, através do “Jogo dos padrões” e a dinâmica de “Café Mundial ou

em que os padrões são adaptados no formato de cartas de baralhos para que os membros da comunidade possam inseri-los na imagem aérea do local de acordo com temas.

Oficina de construção dos ícones para os mapeamento afetivo, 2018. Fonte: Autor.

Aqui se estabelecem as principais diretrizes que vão guiar o projeto, sendo cons truídas coletivamente. Essas diretrizes resultam na construção de cenários com propos tas alternativas do estudo preliminar para tomada de decisão. É gerado um produto intermediário, também apresentado à comunidade antes de finalizar o projeto.

Croqui inicial do estudo prelimi nar, 2018. Fonte: Autor.

Não é um processo fácil, podem ocorrer conflitos entre os grupos de interesses distintos. Mas as relações são estabelecidas ao longo do tempo, estando sempre evi dente se tratar de uma construção coletiva, e por isso é bem compreendido pela comu nidade — é grande a motivação pela necessidade de um processo de projeto que não seja imposto, as pessoas querem ter o direito de decidir sua moradia. Essa comprensão aliada as atividades participativas contribui para a aproximação dos residêntes com téc nicos, o que resultou no sucesso dessa experiência, sendo ao final entregue (e bem aceito pela comunidade) todo o produto nos formatos de caderno e relatório, material também utilizado no processo de regularização fundiária com o governo.

Oficina de construção dos ícones para os mapeamento afeitvo, 2018. Fonte: Autor. Comunitário”,
11

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3
12
Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014).

3.1. Jan Gehl: Lições da Escala Humana

3.2. Eduardo Pizarro: Micro Estratégias

3.3. “Sprawl Retrofit”: Estratégias Adaptativas

13
YAN GEHL
A. CONHECER O SER HUMANO B. VILA 31: PLANEJAR PARA A INFORMALIDADE C. PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO ECOLÓGICO NO CHILE
3.1 JAN GEHL: LIÇÕES DA ESCALA HUMANA
de distribuição espacial de um bairro com vários tipos de edifícios e funcionalidades.
Exemplo
14
Imagem © Gehl, 2020. Fonte: Plano diretor estratégico ecológico no Chile, Archdaily (2021).

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

YAN GEHL: LIÇÕES DA ESCALA HUMANA

A. CONHECER O SER HUMANO

Yan Gehl. Fotografia de Ashley Bristow. Fonte: blog the environment show.

A escala humana: é disso que se trata seu famoso livro entitulado “Cidades para Pessoas”. Jan Gehl é um arquiteto e urbanista dinamarquês, professor universitário apo sentado e consultor, sua carreira foi construída com base no princípio de melhorar a qualidade de vida urbana através da reorientação do planejamento urbano em favor de pedestres e ciclistas.

Jacobs (1961) já falava da calçada em vez da rua, enquanto, até hoje, o urbanismo, em especial no Brasil, segue privilegiando as ruas como vias, construindo viadutos e estacionamentos em vez de ciclovias e calçadas. Mas Gehl explora isso numa escala ainda mais aproximada com a experiência humana, ao observar experiências sensoriais e comportamentais nas ruas.

Seu livro introduz com a problemática da nova forma de se pensar e conceber os espaços urbanos das novas ideologias modernistas que negligenciam a escala humana. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, passamos a desenvolver uma arquitetura com pletamente alheia à nossa própria condição humana. Estratégias de planejamento urbano tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequa dos aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.

Mas, felizmente, é notável que desde a virada do século XXI cidades ao redor do mundo iniciaram uma revolução repensando os seus modelos de mobilidade. Copenha gue, Nova York, São Paulo, Bogotá, Madri e Buenos Aires são exemplos de cidades trabalhadas por Gehl e que estão em plena transformação, buscando soluções para a

melhoria da qualidade de vida de seus habitantes, sobretudo pedestres. Cada vez mais percebe-se a emergência de uma visão antropocêntrica de cidade, focada nas pessoas, até porque não encontramos mais condições suportáveis de manter o mesmo modelo que só tem fracassado.

APRENDER COM AS PESSOAS

Através de suas experiências, Gehl deixa claro a importância de aprender como as pessoas usam os espaços públicos, e levar tudo em conta ao propor melhorias, incluindo a experiência acumulada ao longo da história. As cidades antigas são boas fontes de inspiração para a cidade contemporânea, e não apenas aquelas do nosso país. Cultu ras podem ser diferentes, mas no fundo todos fazemos parte da mesma espécie. Por isso, muitas experiências podem ser transladadas a outros tempos e lugares. A maioria do que é proposto hoje por Gehl e sua equipe não é exatamente inovação, mas fruto de suas cuidadosas observações de como a vida transcorre nas boas cidades – em geral tradicionais – e nas más – quase sempre geradas pelo urbanismo pós-guerra, destaca ele.

As qualidades da cidade tradicional só ficaram evidêntes quando começamos a perdê-las. Yan Gehl observa isso e tenta aproximar essas qualidades nas grandes cida des. Através da sua empresa de consultoria Gehl Architects, fundada no ano 2000, o arquiteto deu consultoria e cursos para o governo de várias metrópoles como São Fran cisco, Melbourne, Sydney, Nova York, Moscou, São Paulo e Rio. A partir de suas suges tões, foram realizadas intervenções que contribuíram para deixar bairros mais amigá veis, como no exemplo do Largo do Paissandú.

Largo do Paissandú – local de des canso para pedestres. Fonte: Portal da pre feitura de São Paulo.

3.
3.1
15
Jan Gehl:

3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1 YAN GEHL: LIÇÕES DA ESCALA HUMANA

A. CONHECER O SER HUMANO

O objetivo principal na Av. São João e Largo Paissandú é criar um ambiente seguro e confortável para pedestres e passageiros, transformando a Avenida São João em local de espaço atribuído de acordo com os usuários. Trata-se de melhorar a experiência de mobilidade ao longo da rua e à espera de transporte público, com oportunidades para sentar e descansar, e com pequenas intervenções, criando um ambiente mais interes sante, garantindo adicionalmente travessias de pedestres seguras e diretas ligando os dois lados da rua.

Seus projetos atestaram que, em várias cidades do mundo, ruas com fachadas vivas e detalhes sofisticados criam uma aparência convidativa para se caminhar, atraindo pedestres dos mais diversos perfis. Assim, acredita-se que haveria mais mu lheres e crianças, além de idosos, circulando pelas ruas. Ao mesmo tempo, andar pode ser bastante rotineiro. A cidade de Copenhague mostrou que os viajantes-pedestres frequentemente fazem a mesma rota, semelhante aos ciclistas e motoristas. Entender a experiência de caminhar e o comportamento humano é essêncial para a construção de espaços para as pessoas.

OS PARADIGMAS DA CIDADE INVADIDA

Yan Gehl fala sobre seu conceito de “cidade invadida”, caracterizada por dois paradigmas destrutivos que dominaram o pensamento e a prática do urbanismo desde o segundo pós-guerra.

I. Cidade fora de escala: dado Brasília como um exemplo claro desse paradigma, Gehl nomeia o termo “síndrome de Brasília” para ilustrar o problema, mas também se refere a Dubai e as cidades chinesas das últimas décadas. Ruas e avenidas dedicadas primor dialmente ao tráfego veicular, espaços abertos de dimensões gigantescas, edifícios muito afastados entre si, baixa densidade, pouca atividade nos térreos, separação das atividades essenciais da cidade em setores funcionalmente exclusivos e distantes entre si.

II. Cidade do carro: as ruas deixam de ser espaços públicos e as pessoas ficam em segundo plano. Se a mobilidade é o aspecto prioritário do urbanismo, a cidade como lugar de encontro morre.

III. Cidade reconquistada: ideia que seria contra esse tipo de cidade que oferece baixa qualidade de vida e estaria surgindo, um modelo sustentável e amigável para as pesso as, que é compacta, composta por bons espaços públicos, segura, boa para caminhar e pedalar, com boas opções de transporte público e vegetação por todo lado. Observa que há uma tendência mundial de recuperar as cidades para o uso humano seguindo essas linhas.

OS 12 CRÍTERIOS DE QUALIDADE

Na mesma linha como constatava Jacobs à algumas décadas, Gehl observa que quanto quanto mais gente estiver na rua, melhor. Seus estudos conduzidos por uma grande equipe comprovam que quanto mais atividade acontecer no nível térreo, mais segura e saudável será a cidade.

A maioria dos arquitetos estão mais interessados na forma dos edifícios do que nas atividades que eles propiciam ou impedem, mas a vida que ocorre entre os edificíos é mais importante do que os próprios edifícios. O sucesso das cidades depende de como acontece essa relação entre os edificios com o solo, como se conectam entre si e como os espaços públicos ao redor se organizam. O que se deseja é trazer as pessoas para a rua e mante-las, mas isso depende de uma série de condições fundamentais, em que Gehl sugere em seu livro 12 critérios para avaliar a qualidade de uma cidade quanto ao nível da rua.

Uma breve apresentação dos 12 critérios sugeridos por Gehl:

1. Proteção dos pedestres contra o tráfego e acidentes: elimina o medo do trânsito e leva a uma sensação de segurança;

2. Proteção contra o crime e a violência urbana: depende de haver muitas atividades na rua – dia e noite –, de a rua estar sob os olhos de muita gente, e ter boa iluminação;

3. Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis: causadas por vento, chuva, calor/frio, poluição, ruído, poeira etc.

4. Oportunidades para caminhar: espaço suficiente e sem obstáculos, boas superfícies, acessibilidade para todos e fachadas interessantes, que ofereçam o que ver;

5. Espaços de permanência: zonas atraentes para sentar e/ou ficar de pé nas bordas dos espaços, suportes para ficar de pé;

6. Ter onde sentar: aproveitar as vantagens que o lugar oferece;

7. Possibilidades de observar: vistas interessantes, distâncias razoáveis, sem obstácu los, iluminação;

8. Oportunidades de conversar e ouvir: baixo nível de ruído, mobiliário adequado e que leva a isso;

9. Locais para jogar e se exercitar: convite à criatividade e a atividades físicas, a toda hora e em todas estações;

10. Escala humana nos edifícios e nos espaços abertos: que sejam pensados para a pessoa que caminha e não para quem passa dentro de um carro. É uma questão de tamanho e densidade;

11. Oportunidades de aproveitar os aspectos positivos do clima: sol/sombra, calor/ frescor, brisas;

12. Experiências sensoriais positivas: bom projeto arquitetônico, bons materiais, vistas, árvores, plantas e água.

16

B. VILA 31: PLANEJAR PARA A INFORMALIDADE JAN GEHL: LIÇÕES DA ESCALA HUMANA

Ilustração de Fernando Neyra. Fonte: Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade, Dejtiar (2018). 17

Com ilustrações do Argentino Fernando Neyra, os associados de Gehl contam a história da sua jornada pela Villa 31, e apresen tam cinco lições de desenho que aprenderam com este assenta mento informal, localizado em Buenos Aires.

Nas ruas e espaços da Villa 31, há mais pessoas caminhando, andan do de bicicleta, socializando, jogando e assistindo as pessoas passar do que no resto dos seis bairros que estudamos. Além disso, perce bemos que, em comparação com os bairros informais construídos pelos próprios habitantes após a intervenção do governo, a maioria dos projetos de habitação social subsidiados pelo Estado durante o último século deram piores resultados (no que se refere a Segurança e Saúde)” (DEJTIAR, 2018).

LIÇÃO

A PROXIMIDADE É IMPORTANTE

Ilustrações de Fernando Neyra. Fonte: Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade, Dejtiar (2018).
1 -

PODE AO MESMO

LIÇÃO 2 - UM BAIRRO
TEMPO SER DENSO E TER ESCALA HUMANA

LIÇÃO 3 - AS RUAS PODEM SER ESPAÇOS PÚBLICOS ALEGRES E SEGUROS

LIÇÃO 4 - A ARQUITETURA FLEXÍVEL GERA OPORTUNIDADES ECONÔMICAS

Ilustrações

de Fernando Neyra. Fonte: Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade, Dejtiar (2018).
20

5 - O CARÁTER ÚNICO DE CADA CASA CONFIGURA O ESPAÇO

Ilustrações de Fernando Neyra. Fonte: Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade, Dejtiar (2018).

LIÇÃO
21

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

YAN GEHL: LIÇÕES DA ESCALA HUMANA

C. PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO NO CHILE

Os espaços públicos mais afastados da paisagem natural têm mais vegetação e superfícies per meáveis. Imagem © Gehl. Fonte: Dejtiar (2021).

Este caso é referência no que diz respeito ao tratamento de uma escala maior, de planejamento urbano, sendo bem sucedido ao definir estratégias de desenvolvimento urbano e ocupação do território, tudo considerando uma analise das condições locais específicas.

“Ao dar início ao projeto, a equipe da Gehl levou a cabo o que costumamos chamar de “exame de saúde” urbano, um processo de análise que tem como principal objetivo coletar uma série de dados específicos sobre o local. Isso inclui o mapeamento da infraestrutura existente e sua qualidade, assim como a avaliação dos principais fluxos dentro da área e pesquisas de origem e destino. A partir disso foi possível melhor entender as dinâmicas que operam no local, estabelecendo um plano diretor base sobre o qual é possível trabalhar com mais precisão” (DEJTIAR, 2021, trad. de Vinicius Libardoni).

A equipe da Gehl começou mapeando os principais elementos de escala urbana, passando para a escala de bairro até a micro-escala. Sabemos que a definição de uma hierarquia espacial clara é fundamental para que as pessoas entendam e se relacionem com a identidade e a funcionalidade de um determinado espaço. De grandes avenidas a pequenas ruas locais e relações de vizinhança, a hierarquia serve para que as pessoas possam ler a estrutura urbana com mais facilidade, o que, por sua vez, determinará a maneira como elas se apropriam e se relacionam com espaço. Isto é particularmente importante em bairros de alta densidade, algo que proporcionará vitalidade à cidade que se pretende criar. (DEJTIAR, 2021, trad. de Vinicius Libardoni).

Os espaços públicos mais afastados da paisagem natural têm mais vegetação e superfí cies permeáveis. Imagem © Gehl. Fonte: Dejtiar (2021).

Contexto local. Imagem © Gehl. Fonte: Dejtiar (2021).

3.1
3.
22

Princípios orientadores para combinar tipologias de construção. Imagem © Gehl. Fonte: Dejtiar (2021).

23

Bairro exemplo para o estudo de distribuição espacial com vários tipos de edificios e funcionalidades. Imagem © Gehl. Fonte: Dejtiar (2021).

“Cada bairro conta com um sistema interno interconectado de es paços públicos, compreendendo uma área contínua de borda, um cruzamento principal, um percurso acessível para pedestres, uma praça pública pavimentada e um parque urbano” (DEJTIAR, 2021, trad. de Vinicius Libardoni).

24

2. EDUARDO PIZARRO: MICRO ESTRATÉGIAS

Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014). PIZARRO 25
EDUARDO

3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

2. EDUARDO PIZARRO: MICRO ESTRATÉGIAS

Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014).
26

Pizarro faz diversas propostas estratégias de requalificação para a segunda maior favela da cidade de São Paulo, Paraisópolis. É uma estratétiga de-baixo-para-cima, que parte do contexto local, no que toca ao clima, tecido urbano, forma construída, dinâmicas e fluxos urbanos, necessidades comunitárias e interações sociais.

A estratégia foca o redesenho dos espaços entre os edifícios (spaces in-between the buildings), também denominados como interstícios urbanos, recriando perspectivas e espaços para pesso as, sol, vento, paisagem, cultura e outras oportunidades urbanas.

27
Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014).

Na proposta, os interstícios urbanos, além dos próprios edifícios, são redesenhados e resignificados em uma rede multi-escalar, de modo a cons tituir uma efetiva infraestrutura ambiental, urbana e social para a favela.

Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014).

“ “

Em outros países é muito comum a requalificação urbana onde até bairros inteiros são transformados, em oposição à “expansão urbana". A expansão urbana é cara, pois implica alterar a infraestru tura básica e de transportes, enquanto que o reaproveitamento de áreas degradadas ou subutilizadas tira partido de equipamentos existentes e reconecta o tecido urbano truncado de áreas subutili zadas da cidade (VIÉGAS, 2012).

Micro estratégias na viela São Clemente, 2016. Fonte: Pizarro (2014).

28

3. “SPRAWL RETROFIT”: ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS

Transformação do modelo espraiado para comunidades completas. Imagens © 2010 Duany Plater-Zyberk & Co. Fonte: “Sprawl Repair Manual”. Tachieva (2010).
29
SPRAWL RETROFIT

3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

2. “SPRAWL RETROFIT”: ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS

O tipo de intervenção conhecido como Retrofit Urbano trata da transformação de áreas subutilizadas e que não são bem aproveitadas, aproveitando da estrutura exis tente, já que os sistemas de rede e infraestrutura urbana normalmente abrange mais de 50% do custo total de urbanização (MASCARÓ, 2005).

Possibilida tratar lugares com degradação e violência, realizando sua renovação e trazendo maior consciência e cuidado com o meio.

Em outros países é muito comum a requalificação urbana onde até bairros inteiros são transformados, em oposição à “expansão urbana". A expansão urbana é cara, pois implica alterar a infraestru tura básica e de transportes, enquanto que o reaproveitamento de áreas degradadas ou subutilizadas tira partido de equipamentos existentes e reconecta o tecido urbano truncado de áreas subutili zadas da cidade (VIÉGAS, 2012).

O “Sprawl Retrofit”, ou pode-se dizer reparo de expansões suburbana (por livre tradução nossa), é um método reconhecido na literatura por transformar subúrbios ou conjuntos monofuncionais em comunidades mais completas, de uso misto e menos dependentes de automóveis. “O Congresso pelo Novo Urbanismo (CNU) defende a prá tica de respostas adaptativas contra a deterioração ambiental. Os Novos urbanistas também identificaram o retrofit ou o reaproveitamento de ativos suburbanos para criar centros dinâmicos de uso misto, como uma abordagem adaptativa eficaz para as mu danças ambientais que buscamos pela frente” (TACHIEVA, 2019, tradução nossa). O modelo espraiado traz impactos climáticos, com o aumento exponencial de CO2 do trafégo de veículos. Cidades densas e urbanas são mais vulneráveis a desastres naturais e menos flexíveis para adaptação, devido às grandes concentrações populacionais, construções altas e sistemas de infraestrutura complexos que podem facilmente entrar em colapso. Nesse sentido, essas grandes expansões urbanas que puderem ser “ajusta das” são as que estão em melhor posição para adaptação (TACHIEVA, 2019). A aborda gem foca nos problemas de subutilização do uso do solo e dos grandes vazios urbanos proporcionados pela dispersidade. Imóveis subutilizados, propriedades comerciais ina tivas, estacionamentos e bolsões subutilizados podem ser reaproveitados para criar novos modos de uso, bem como novas centralidades, muito necessária para a dinâmica desses lugares.

Dessa maneira essa referência é bem justificável para uso nos conjuntos de habi tação social produzidos na contemporâneidade, que sofrem de problemas similares. Trata-se de uma abordagem em que precisa de exemplos aplicados no contexto brasi leiro, e que especula-se ser bem ajustável quando explorada em conjuntos habitacionais como no caso do Paranoá Parque.

Croqui demonstrativo da estratégia “Sprawl Repair”. Fonte: Tachieva (2019). Exemplo de "Sprawl Retrofit". DPZ Reinventando o Plano de Phoenix. Esquina 10th St. e Pierce St., Phoenix, Arizona (Google StreetView – 2014 and 2020). Fonte: Dalton (2020).
30

3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

2. “SPRAWL RETROFIT”: ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS

Edificios alinhados à rua principal.

Iniciar gradativamente a transição para ruas caminháveis e vivas. Fonte: Sprawl Repair Manual. Galina Tachieva (2010).

Estacionamento Suburbano.
31

Estratégia de reparo do modelo espraiado. Desenho de Maxvon Tratt. Fonte: “Sprawl Repair Manual”. Tachieva (2010).

Proposta de transformação de um shopping em uma rua central. Fonte: “Sprawl Repair Manual”. Tachieva (2010).

Preenchimento de quintais não utilizados. Fonte: “Sprawl Repair Manual”. Tachieva (2010).

32

Reparando o modelo espraiado com possíbilidades de adaptações. Fonte: “Sprawl Repair Manual”. Tachieva (2010).

33

CARACTERIZAÇÃO

4
Implantação do Paranoá Parque. Fonte: SEDUH com adaptações do autor.
34

4.1. O Projeto 4.2. O Construído

35

4.1 O PROJETO

CARACTERIZAÇÃO

Projeto urbanístico do Paranoá Parque. Planta: Codhab. Fonte: Garonce (2017).
36

S.H. ITAPOÃ

PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

LEGENDA

Vias Edificações

CONDOMÍNIOS S.H. TAQUARI

EPTM / DF-015 PARANOÁ

TERMINAL RODOVIÁRIO

AV.ALTATENSÃO

AV. PARANOÁ PARQUE AV. DOS PINHEIROS

AV. TRANSVERSAL AV. TRANSVERSAL

AV. PARANOÁ AV. PARANOÁ

Loteamento - Entorno Campos e quadras esportivas

Loteamento - Paranoá Parque Solo Exposto Formação Campestre Reflorestamento Passeio

Fluxos principais Pontos de ônibus

PARQUE VIVÊNCIAL DOS PINHEIROS

O Paranoá Parque situa-se no contexto de próximidade entre o Paranoá, Itapõa e outros Condomínios. Os locais para pontos de ônibus não correspondem com os atuais

trajetos das linhas, esse é um problema recorrente de incom patibilidade no planejamento do sistema de transporte público.

4.1 O PROJETO
EPCT
DF001
/
EPTM/DF-015
PARANOÁ PARQUE 37

O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) é um programa habitacional do Governo Federal do Brasil, im plantado em 2009, que consiste no financiamento da habi tação para contemplar famílias, organizado em três faixas de renda. O conjunto de habitação social Paranoá Parque foi o primeiro empreendimento em Brasília a ser proposto por esse programa, neste caso destinado a famílias na faixa de renda mais baixa (até R$ 1.600,00).

Localizado em uma área de 151,36 hectares, o empre endimento beneficiou mais de 25 mil moradores, entre gando 6.240 unidades habitacionais construídas em 390 edifícios de quatro andares, distribuídos em 27 quadras. Foi previsto um orçamento de R$ 405,6 milhões, e contou com obras de infraestrutura, água encanada, esgoto, luz, iluminação pública, drenagem pluvial, pavimentação, cal çadas e meios fios. Cada unidade custou R$ 65 mil por contemplado (CURY, 2020).

O projeto original, diferentemente do que foi constru ído, previa a construção de vários equipamentos: de educação (centro de Ensino Infantil, Centro de Ensino Funda mental, Centro Educacional, Centro de Ensino Médio, Escola Parque e UnB), um complexo de saúde (clínica da Família, academia da saúde, centro de especialidades e centro de atenção psicosocial), Equipamento de cultura como centro de artes e esportes e centro cultural, equipa mentos de assistência social (cras/cose) Equipamento de segurança. O uso comercial foi destinado aos lotes adja centes as vias principais. Não foi apresentado uso misto.

Nenhum comércio e nenhum desses equipamentos foi entregue a população, sendo apenas um comércio construído após três anos, uma Unidade Básica de Saúde (UBS), inaugurada em 11 de Agosto, e também a recente mente incluída Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Paranoá, inaugurada em 18 de Outubro, que abrange toda a região administrativa. Essa UPA, inclusive, foi construída em um lote que era destinado à única unidade de Ensino Médio especificada em projeto. Isso revela uma incompati bilidade de planejamento urbano que atenuam ainda mais o problemas de acesso da população aos equipamentos públicos que têm direito.

Projeto urbanístico do Paranoá Parque, no DF; previsão de prédios públicos é representada em áreas coloridas. Foto: Codhab. Fonte: Garonce (2017).

4.1 O PROJETO A PROPOSTA DO MCMV
38

O projeto foi realizado por meio de uma licitação entre empresas, havendo outras propostas, disponibilizadas pela SEDHAB em 2015. Dife rentemente da opção escolhida, haviam propostas que previam usos mais diversos, inclusive uso misto, espaços coletivos e igreja. O projeto escolhi do e executado pode ser encontrado no Sistema de Documentação Urba nística e Cartográfica (SISDUC) da SEDUH, com arquivos de projeto e me moriais descritivos, por onde é possível averiguar que uma série de ele mentos urbanos não foram executados. Era previsto, por exemplo, a im plantação de 643 árvores e outros elementos paisagísticos, nenhum exe cutado. Essa falta de equipamentos e elementos urbanos e paisagísticos, em combinação com a espacialidade estritamente formal do conjunto, contribuem para a atual imagem, de um lugar “árido”, vazio e ausente de vida.

Em 2017 foi repercutido na mídia o caso de um menino morador do bairro que desmaiou de fome em uma escola no Cruzeiro, localizada há 30km do bairro. Júlia Federman, então diretora de projetos da Codhab foi entrevistada: a resposta foi que é necessário projeto para a execução desses equipamentos públicos, que não foi realizado devido a falta de verba (GARONCE, 2017).

Quantitativo de unidades residênciais no projeto. Fonte: SISDUC/SEDUH

No projeto são propostos 15 lotes com 14 blocos e 12 lotes com 15 blocos, sendo que cada bloco alberga 16 uh. Portanto, cada tipo de lote residencial alberga 224 e 240 unidades domiciliares respectivamente.

Ao oeste da praça linear são propostos lotes para grandes equipa mentos públicos, destinados a população do Paranoá como um todo, sendo destaque o lote destinado à Universidade de Brasília e ao Centro Cultural.

4.1 O PROJETO A PROPOSTA DO PROGRAMA
Uma outra proposta para o Paranoá Parque. Fonte: SEDHAB, 2015.
39
Proposta alternativa:

PARCELAMENTO FUTURO

Uso do Solo (Projeto Proposto)

Escala 1:7500 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor.

Este mapa de uso do solo foi adaptado pelo autor e considera o projeto proposto pela construtora. A diferença com o que já está consolidado atualmente é apenas o lote destinado ao Ensino Média - local onde foi construído a UPA.

SIGLAS:

CEF: Centro de Ensino Fundamental

CEI: Centro de Ensino Infantil

EM: Centro de Ensino Médio

EP: Escola Parque

SSP: Secretaria de Estado de Segurança Pública

SLU: Serviço de Limpeza Urbana

UBS: Unidade Básica de Saúde

UNB: Ensino Superior, Universidade de Brasília

N.D: Não Definido

Quadras

4.1 O PROJETO USO DO SOLO (PROJETO DA CONSTRUTORA)
Quadra 4 Quadra 3 Quadra 2 Quadra 1
SLU CEF RESERVATÓRIO N.D. N.D. CENTRO CULTURAL MERCADO UNB CEF CEF EM EP CEF CEF CEI CEI CEI UBS SSP CAESB
250 0 250 500 m
Uso Habitacional Equipamentos
Uso
40
Institucionais
Comercial Limite entre as
LEGENDA MAPA Área para Parcelamento Futuro Praças Área Verde Livre Sistema Viário

Praças conforme nomeadas no projeto. Fonte: SISDUC/SEDUH.

Recorte de um trecho, com projeto paisagístico. Fonte: SISDUC/SEDUH.

4.1 O PROJETO
41
DETALHES DO PROJETO

OBJETIVO: atender a de manda existente por novas áreas de moradia, de acordo com a política habitacional adotada atu almente pelo Governo do Distrito Federal.

4.1 O PROJETO DIRETRIZES URBANÍSTICAS 42

DIRETRIZES URBANÍSTICAS

Consta do referido processo o projeto urbanístico elaborado para a Expansão do Paranoá, pelo extinto IPDF, no ano de 1999. Esse projeto urbanístico definia as seguintes características para a URB 101/99:

- Poligonal total: 655,39 ha.

- Área do parcelamento: 140,34 ha.

- Parques e área de parcelamento futuro: 515,05 ha.

- Atendia a recomendações do EIA/RIMA DE 1998, referentes à criação de Subzonas e de Parque Vivencial.

Posteriormente a poligonal foi modificada devido a problemas fundiários. Mas a área do parcelamento da atual proposta se aproxi ma disso, com extensão de 143,31 ha. É interessante observar como esse primeiro projeto se distância do que hoje está construído — havia uma conexão mais próxima com o Paranoá, sem as atuais bar reiras e interrupções, e dimensionamento dos elementos de dese nho urbano se aproximavam mais da escala humana, em diálogo com a escala do próprio Paranoá.

O projeto segue a densidade proposta pelo plano diretor que considera a densidade residêncial. Uma problemática é que, confor me melhor explorado por Eustáquio (2021) em sua tese, o conceito de densidade tratada no projeto e na nossa legislação que é esse limite de 150 hab/ha considera o uso residêncial somente, desconsiderando comércio e serviços.

Jacobs e Gehl citam a densidade habitacional adequada como um fator fundamental para a vitalidade dos espaços urbanos.

Além disso, os parâmetros da LUOS define a área como resi dencial exclusivo, em não pode haver uso misto, e restringe maiores alturas, devido justamente à baixa densidade especificada nas dire trizes.

No memorial descritivo, a densidade bruta proposta era de 146,7 hab/ha, muito próximo do limite, e o crescimento populacio nal desses 7 anos já ultrapassa essa densidade, que tende a aumen tar muito mais com o surgimento de mais comércios e equipamen tos públicos previstos para a área nos próximos anos.

Primeiro projeto urbanístico elaborado para a Expansão do Paranoá. Fonte: DIUR 01/2020.

Macrozoneamento com diretrizes das densidades estabelecidas. Fonte: DIUR 01/2020.

4.1 O PROJETO
43

Como observado, essas diretrizes contribuíram para formação da rea lidade construída, que apresenta espaços subutilizados de grandes dimen sões e em grande quantidade, com ausência de diversidade de espaços pú blicos, de usos e de variedade de edificíos, em um modelo espraiado com grandes quantidades de estacionamentos também subutilizados.

A diretriz elaborada para o Paranoá considerou apenas uma via de ati vidades - que é a nomenclatura da via onde há tendência de haver comér cio. O projeto não seguiu essa diretriz e distribuiu lotes de comércio ao longo de todas as quadras, o que nos leva ao problema de muito comércio para poucos habitantes. A não execução dos equipamentos públicos e da falta de comércios contribuem para o atual cenário, de um lugar “árido”, vazio e pouco ocupado.

Além da quantidade absurda de lotes comérciais de grandes dimen sões, há uma grande quantidade de quiosques que passam recorrentemen te por degradação e abandono.

A ocupação de quiosques informais acontecem em volta de onde passam o ônibus e ao longo da Avenida Transversal. Aparentemente por enquanto, não há sinal de que o comércio destinado a esses lotes vai acon

tecer. Os motivos para isso aconter, com referência ao estudo de Eustáquio (2021), é que isso acontece devido ao tamanho e da uniformidade desses lotes. Com referência ao 3º edital do ano 2020 da Terracap, ela dispôs de 7 terre nos no Paranoá Parque com discursos de venda dos lotes que não são de acordo com a realidade.

Conclusão:

Ao contrário do que todo o estudo aportado no referên cial teórico cita acerca da complexidade, diversidade e varie dade, concluí-se que essas diretrizes urbanísticas limitam bas tante o potêncial de geração de urbanidade e vitalidade que o lugar potêncialmente poderia ter.

Por esse motivo, propõe-se para esse trabalho a alteração da legislação vigente a fim de prover melhor urbanidade conforme os estudos técnicos avançados neste trabalho.

4.1 O PROJETO DIRETRIZES URBANÍSTICAS
Foto de Fabio Setti. Fonte: Correio Braziliense (2021)
44

CARACTERIZAÇÃO

Um dos quiosques durante a tarde. Foto: Autor.

4.2 O CONSTRUÍDO

Imagem satélite de 2016. Fonte: Geoportal (SEDUH).FONTE: GEOPORTAL, SEDUH.
07/2021 03/202007/2019 01/2018 04/2017 02/2015 02/2014 03/2013 12/1985 EVOLUÇÃO URBANA
PARANOÁ PARQUE MAPAS LEGENDA: Satélite: Google (2021) Fonte:SEDUHcom adaptaçõesdoautor. EDIFÍCIOS ESTACIONAMENTOS LOTES PASSEIO PRAÇAS PÚBLICAS CAMPOS E QUADRAS CICLOVIA CURVAS 5m IMPLANTAÇÃO COM SATÉLITE 100 0 200 m 100

É interessante observar as adaptações locais ao longo do tempo no bairro. A presen ça de comércio informal, e seu respectivo au mento ao longo dos 7 anos merece destaque, pois mesmo em tempos de pandemia vê-se tomando de conta pequenas barracas e trai lers. Sua presença ocorre principalmente na avenidas transversais, que por sinal foram projetadas para isso, mas também ocorrem próximo aos pontos de ônibus e à algumas praças.

Já os quioques, em ultimo levantamen to (novembro de 2021) averigua-se que 16 ainda estão inoperantes, com 7 que operam durante o dia, e apenas 1 à noite. A baixa ocu pação dos quiosques pode ser aferida por alguns dos seguintes motivos, ou pela combi nação deles: 1. a baixa presença de pessoas em sua localização não foi adequado; 2. A es trutura fisica não foi bem aceita; 3. Não há manutenção adequada dos quiosques e dos espaços públicos em seu entorno.

Busca-se observar futuramente como esses usos podem se modificar, consideran do a conclusão da UPA e da UBS, a quase conclusão do shopping, e com o surgimento

LEGENDA: LEVANTAMENTO DAS ATIVIDADES

USO RESIDÊNCIAL MULTIFAMILIAR USO INSTITUCIONAL USO COMERCIAL COMÉRCIO EM CONSTRUÇÃO USO COLETIVO LOTES PRAÇAS PÚBLICAS CAMPOS E QUADRAS

COMÉRCIOS INFORMAIS QUIOSQUES INOPERANTES QUIOSQUES OPERANTES - DIA QUIOSQUES OPERANTESNOITE

Fonte: Autor (2021).

PARANOÁ PARQUE MAPAS LEVANTAMENTO DAS ATIVIDADES
UBS UPA ESCOLA SHOPPING POSTO DE COMBUSTÍVEL MERCADO
49

FUTURO

PARANOÁ PARQUE MAPAS USO DO SOLO ATUAL
Quadra 4 Quadra 3 Quadra 2 Quadra 1
CEF:
CEI:
EP:
SSP:
N.D:
SLU CEF RESERVATÓRIO N.D. N.D. CENTRO CULTURAL MERCADO UNB CEF CEF UPA CEF SHP EP CEF CEF CEI CEI CEI UBS SSP CAESB 250 0 250 500 m
Uso
Equipamentos
Uso
Divisão
LEGENDA
Área
Praças Área
Sistema
50
PARCELAMENTO
Este mapa de uso do solo foi adaptado pelo autor e consi dera a realidade existente até esse momento (fev. 2022). SIGLAS:
Centro de Ensino Fundamental
Centro de Ensino Infantil
Escola Parque
Secretaria de Estado de Segurança Pública SHP: Shopping SLU: Serviço de Limpeza Urbana UBS: Unidade Básica de Saúde UNB: Ensino Superior, Universidade de Brasília
Não Definido
Uso do Solo (Projeto Proposto) Escala 1:7500 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor.
Habitacional
Institucionais
Comercial
das Quadras
MAPA
para Parcelamento Futuro
Verde Livre
Viário
PARANOÁ PARQUE MAPAS IMPLANTAÇÃO URBANA 100 0 200 300 m 100 Escala 1:5000 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor.
Calçadas Lotes Trilha picada LEGENDA MAPA Pinheiros Canteiros / Área Permeável Área Verde Livre Sistema Viário
Edificações
QD. 4 QD. 3 UNB QD. 3 QD. 2 QD. 1 COMERCIAL EQ. 1/2 COMERCIAL EQ. 2/3 100 0 200 300 m 100 Escala 1:5000 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor. Quadras Calçadas Lotes do Entorno LEGENDA MAPA Pinheiros Canteiros / Área Permeável Área Verde Livre Sistema Viário PARANOÁ PARQUE MAPAS ENDEREÇAMENTO (QUADRAS)
PARCELAMENTO FUTURO CJ. COMERCIAL 1 CJ. COMERCIAL 2 100 0 200 300 m 100 Escala 1:5000 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor. Quadra Calçadas Conjunto LEGENDA MAPA Pinheiros Canteiros / Área Permeável Área Verde Livre Sistema Viário Lotes Entorno CJ. 7 A B G E C J H F D P3 P2 P1 I CJ. 5 CJ. 3 CJ. 1 CJ. 8 CJ. 6 CJ. 4 CJ. 2 CJ. 5 CJ. 3 CJ. 1 CJ. 4 CJ. 2 CJ. 1 CJ. 2 CJ. 1 QD. 4 QD. 3 QD. 2 QD. 1 EQ. 1/2 EQ. 2/3 QD. 3 PARANOÁ PARQUE MAPAS ENDEREÇAMENTO (QUADRAS E CONJUNTOS)
100 0 200 300 m 100 Escala 1:5000 Fonte: SISDUC e SEDUH com adaptações do Autor. Quadra Calçadas Conjunto LEGENDA MAPA Lote Pinheiros Canteiros / Áreas Permeáveis Área Verde Livre Sistema Viário Lotes Entorno A B G E C J H F D P3 P2 P1 I PARCELAMENTO FUTURO 4 1 2 3 2 2 4 1 3 4 1 4 4 1 5 3 2 3 3 2 4 3 2 5 4 3 2 3 4 2 3 3 2 3 1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 3 2 1 4 2 1 5 2 2 3 2 2 4 2 2 5 3 1 3 3 1 4 3 1 5 2 4 2 2 4 3 2 4 4 2 4 5 3 3 3 3 3 4 3 3 5 4 3 3 4 3 4 4 3 5 3 4 3 3 4 4 3 4 5 4 5 2 3 6 2 3 5 2 3 5 3 3 5 4 4 5 3 4 5 4 4 5 5 4 7 2 4 7 3 4 7 4 4 7 5 4 7 6 4 7 7 3 6 3 3 6 4 3 6 5 3 8 2 4 1 6 4 1 1 UPA UBS 3 2 6 3 2 1 4 3 6 4 3 1 3 4 6 3 4 1 3 1 6 3 1 1 2 2 6 2 2 1 2 1 6 2 1 1 1 2 2 1 2 1 3 3 6 3 3 1 3 5 1 3 5 5 2 4 6 2 4 1 4 5 6 4 7 1 3 8 1 3 8 3 4 5 1 3 6 6 3 6 1 PARANOÁ PARQUE MAPAS ENDEREÇAMENTO (QUADRAS, CONJUNTOS E LOTES)

<https://www.youtube.com/watch?v=OOKqLHcEo5o>

Existe uma complexidade de problemas que envolve a segurança do bairro, em que conforme analise sociológica, a espacialidade piora esse cenário.

Foram observados:

- Abandono e destruição dos quiosques;

- Destruição de equipamentos coletivos;

- Indicam que não foram bem aceitos e que a sua localização não contrubiu para a apropriação;

Quiosques abandonados no Paranoá Parque contribuem para o aumento da violência na região. Recentemente, alguns quiosques foram reformados e estão em uso pela população. Mesmo assim, a baixa ocupação é um problema pertinente.

Moradores colocam muro em condomínio do Paranoá Parque para se pro teger da violência: <https://globoplay.globo.com/v/9604281/> acesso em 13 Ago. 2021.

Resolução da Adasa: A CAESB parou de atender as ocorrências de serviços no Paranoá Parque no início de 2021. Segundo a “nova norma” o custeio e respon sabilidade de serviços tais como vazamentos em encanação ou em hidrôme tros, a partir desse ano, deverá ficar por conta dos próprios moradores ou dos condomínios.

O bairro organiza suas ações através de síndicos, tendo cada quadra um síndico geral, e cada bloco um subsíndico. A administração do Paranoá aprovou pedidos do conselho de sindicos do Paranoá Parque para se tornar “condomi nio fechado”, o que por esse motivo, dentro dessa resolução, a CAESB deixou de atender todo o bairro.

Nenhuma quadra foi completamente fechada ainda, devido aos alto custos de execução e manutenção. Em orçamento feito em meados de novem bro de 2021, os custos para o cercamento fica em torno dos 800 mil reais. Por esse motivo, apesar de parecer haver um grande interesse geral, outras quadras ainda não puderam realizar o fechamento.

E mesmo com a aprovação de uma maioria, o assunto ainda é polêmico e divide opiniões, como relata o jornal local:

Em entrevista pelo Informa Tudo DF com alguns moradores, levantou que, para alguns é um grande passo para a região e seria bom por conta da melhoria na segurança. Já na opinião de outros, um tiro no pé, uma vez que um condomínio fechado tem custos altíssimos com segurança, limpeza e manuten ção, tudo isso pago pelos próprios moradores.

(Informa Tudo DF, 2019).

Conclusão:

Ahipoteseéqueessadecisãodepreferênciaaocercamento,queocorreu devidoaslimitaçõeseconomicascomodescritosópôdeocorreremapenas emalgumasdasquadras,podeserjustificadanaperspectivado“paradigma dodiscursodomedo”(LOPES,2018),sendoasegurançaeanecessidadede controleereclusãofatoresqueocorremdevidoasuaatualconfiguraçãoe suaausênciadeatividadeseserviçosprestadosacomunidade.

4.2 O CONSTRUÍDO SEGURANÇA E APROPRIAÇÃO
Canal: Pelo céu da Capital. Drone sobrevoa o Paranoá Parque. Mídia digital. Disponível em: Acesso em 13 Ago. 2021.
55

ANÁLISE SOCIOLÓGICA

5
Foto: Autor.
56
34 40 40 100 Intersecção Viária 18 x 45 m Intersecção Viária 50 x 115 m Praça Local 40 x 120 m Tamanho médio do quarteirão: 260x320 m Tamanho médio do quarteirão: 40x100 m Praça Local 30 x 40 m 30 40 120 260 320 57

Nenhumaquadrafoicompletamentefechada, devidoaosaltocustosdeexecuçãoemanutenção. Aquadra1quejáseencontracercadaéamaispró ximadofechamento,faltandoapenasaconstruçãodaportaria.

Éinteressanteobservarqueexisteumpadrão naconstituiçãodasbarreirasfisicas—sempredeli mitamoperimêtrodoedifício,oupartesdele,euma grandemaioriaéfeitaporpequenascercasde aramecompresençadepequenosjardins.

Foramfechadosquasetodososrecuosda fachadaposterior.Jánaentrada,apenasuma quadranãocolocouportõescomgrade,ehá poucasbarreirasnesseblocoemquestão.

Única quadra a não colocar portões com grade na entrada. Foto: Google StreetView ©, 2021.

LEVANTAMENTO
EDIFICIOS LOTES PAVIMENTAÇÃO CERCAMENTOS PRAÇAS PÚBLICAS SOLO EXPOSTO CAMPOS E QUADRAS PARQUE VIVENCIAL PINHEIROS BARREIRAS VIAS CURVAS 5m
58
LEGENDA:
DAS BARREIRAS
LEVANTAMENTO BARREIRAS FÍSICAS
2 3 1 LEGENDA: CERCAMENTOS IDENTIFICADOS EDIFICIOS ESTACIONAMENTOS LOTES CERCAMENTOS PRAÇASPÚBLICAS CAMPOSEQUADRAS PARQUE VIVENCIAL PINHEIROS PERCURSO CICLOVIA TRILHAPICADA 69 LEVANTAMENTO FECHAMENTO

PERCENTUAL DE ESPAÇOS ABERTOS

1. Atual realidade

Espaços Fechados b + c

57,75% (81,44 ha) y

c b

y y/A

A 141,03 ha 9,09 + 3,27 = 12,36 ha 128,67 ha 91,24%

Péssimo

Mapa de Ilhas Espaciais (Proporção de cheios e vazios)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

Espaços Fechados Futuro b + c + u

A

Extrema formalidade

2. Como tende a estar futuramente 141,03 ha 9,09 + 3,27 + 47,23 81,44 ha 57,75%

Ruim

91,24% 57,75%

y y/A

tendência à formalidade tendência à urbanidade 6,44% (9,09 ha) 2,32% 3,27 ha) 33,49% (47,23 ha)

A = Superfície total da área considerada b = Área total dos edifícios c = Espaços ocupados/fechados u = Lotes desocupados y = Área total dos espaços abertos y/A = Quantidade relativa de espaços abertos públicos

LEGENDA MAPA Lotes Desocupados (u)

Construções/Cheios (b)

Espaços Livres/Abertos (y) Espaços Ocupados/Fechados (c)

Delimitação da Análise

Fonte: Autor.

u 60

LEVANTAMENTO PROPORÇÃO DE CHEIOS E
VAZIOS
Alta formalidade tendência à formalidade tendência à urbanidade

Mapa de Permeabilidades e Barreiras (Análise de Convexidade)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

CONVEXIDADE

y = Área total dos espaços abertos considerado C = Número total de espaços convexos y/C = espaços convexos médios (m2)

y = 814 400 m2; C = 2705 espaços convexos

y / C = 301,07 m²

ANÁLISE: Extrema Formalidade!

LEGENDA MAPA Espaços Convexos

Edificações Espaços Livres/Abertos Ilhas Espaciais Cercamento

Fonte: Autor.

LEVANTAMENTO CONVEXIDADE
61

Mapa de Permeabilidades e Barreiras (Análise de Constitutividade)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

CONSTITUTIVIDADE

C = Número total de espaços convexos x = Total de espaços convexos cegos

x/C = Grau de Constitutividade

x = 308 espaços cegos C = 2705 espaços convexos

x / C = 11,39 %

ANÁLISE:

1. Quantidade de espaços cegos considerável e prejudicial para o desempenho.

2. Há alguns pequenos espaços cegos, mas também há espa ços cegos de grandes dimensões.

3. As barreiras configuram espaços cegos extras.

4. As hortas comunitárias em alguns desses espaços redu zem o impacto negativo.

LEGENDA MAPA

Edificações

Ilhas Espaciais

Espaços Livres/Abertos (y)

Espaços Cegos

Espaços Cegos devido aos lotes desocupados

Fonte: Autor.

LEVANTAMENTO CONSTITUTIVIDADE 62

Para levantamento da vida pública, toma-se como referência as ferra mentas e procedimentos do livro “a vida na cidade: como estudar” (GEHL e SVARRE, 2013, p. 21 a 37). Então, inicialmente, fez-se uma caminhada pelos espaços públicos. Segundo o autor, “dar uma caminhada enquanto se observa a vida do entorno pode ser algo mais ou menos sistemático, mas o objetivo é que o observador tenha a oportunidade de identificar problemas ou o potencial para a vida urbana de uma determinada rota” (GEHL e SVARRE, 2013, p. 24). Na caminhada, o observador deve selecio nar rotas importantes.

Foi selecionado um percurso que passa por todas as praças e aveni das principais. É anotado tempo de espera, possíveis obstáculos e/ou des vios no caminho. Realizada no dia 08 de Novembro de 2021, a caminhada iniciou-se às 11:30h e foi concluída as 13:10h.

Essa caminhada já revela bastante sobre a ausência da vida pública, ao qual percebeu-se como é desgastante andar pelo Paranoá Parque. Apesar das calçadas serem bem dimensionadas e não haver obstáculos, no entanto, a ausência de sombreamento em percursos muito extensos e sem vitalidade torna a caminhada desinteressante e muito cansativa. É um ce nário monótomo, há muito pouco para se observar e quase nada para inte ragir. Mobiliários simples como bancos e lixeiras só estão presentes nas praças, que por sua vez são dificilmente ocupadas. É dificil se localizar, para quem não conhece. É um lugar para chegar e querer ir embora rápido. Se nas vias principais já há tamanha redução do campo de encontros, no inte rior das quadras (que configuram uma baixa hierarquia), esse aspecto tende a piorar (ao qual será mostrado com mapa comportamental do inte rior de uma das quadras).

LEVANTAMENTO CAMINHADA PELOS ESPAÇOS PÚBLICOS 63
Umadaspraças,semnenhumaocupação.Entradaparaointeriordaquadra3.

O levantamento foi realizado no interior da Quadra 3 Conjunto 2, em que foi observado em quatro períodos diferentes, nos horários de 8h às 9h, 15h às 16h, 18h às 19h e 21 às 22h, de segunda -feira (21) à domingo (28).

A imagem ao lado mostra o mapa compor tamental, ao qual observa-se que com a excessão de grupos específicos de moradores que constu mam se reunir nesses locais indicados, não foi ob servado atividades estacionárias com frequência, em nenhum dos dias e horários avaliados. Esse grupo observado, é composto majoritariamente por adolescentes e crianças que utiliza dos espaços de estacionamento para atividades de lazer, poucas vezes por adultos.

Os estacionamentos apresentam muitas vagas subutilizadas. Nos edificios que apresen tam uma configuração frente à frente, observa-se uma interação maior entre os moradores, e também é o único lugar em que foi observado pessoas sentadas.

Legenda:

Mapa comportamental: Segunda

Edifícios Portões Áreas Livres Grupo Barreiras Homem sentado

(20/09):
8:10h16:10h15:15h22:00h LEVANTAMENTO MAPA COMPORTAMENTAL 64

Gráfico de Convexidade (Integração Global)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

0.24 to 0.27 0.27 to 0.30 0.30 to 0.33 0.33 to 0.36 0.36 to 0.39 0.39 to 0.42 0.42 to 0.45 0.45 to 0.52 0.52 to 0.55

(menos integrado) (mais integrado)

SINTAXE ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — INTEGRAÇÃO GLOBAL 65

Gráfico de Convexidade (Integração Local (r3)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

<0.52 0.52 to 0.72 0.72 to 0.91 0.91 to 1.10 1.10 to 1.30 1.30 to 1.49 1.49 to 1.69 1.69 to 1.88 1.88 to 2.07

(menos integrado)

(mais integrado)

SINTAXE ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — INTEGRAÇÃO
66
LOCAL

Gráfico de Convexidade (Conectividade)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

0.80 to 1.60

1.60 to 2.40 2.40 to 3.20 3.20 to 4.00 4.00 to 4.80 4.80 to 5.60 5.60 to 6.40 6.40 to 7.20 > 7.20

(menos conectado) (mais conectado)

SINTAXE ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — CONECTIVIDADE 67

Gráfico de Convexidade (Controle)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

< 0.55

0.55 to 0.95 0.95 to 1.35 1.35 to 1.75 1.75 to 2.15 2.15 to 2.55 2.55 to 2.95 2.95 to 3.35 3.35 to 3.75 3.75 to 4.17

(menor controle) (maior controle)

SINTAXE ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — CONTROLE 68

Gráfico de Convexidade (Profundidade Média)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

1 to 4.60 4.60 to 8.22 8.22 to 11.84 11.84 to 15.45 15.45 to 19.07 19.07 to 22.68 22.68 to 26.30 26.30 to 29.91 29.91 to 33.52 33.52 to 37.14

(mais profundos) (menos profundos) SINTAXE ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — PROFUNDIDADE MÉDIA 69

Gráfico de Convexidade (Escolha Global)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

< 312629 312630 to 625300 625300 to 937900 937900 to 1250500 1250500 to 1563200 1563200 to 1875800 1875800 to 2188400 2188400 to 2501000 2501000 to 2813700 > 2813700

(Caminhos menos utilizados) (Caminhos mais utilizados)

ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — ESCOLHA GLOBAL 70
SINTAXE

Gráfico de Convexidade (Escolha Local r3)

250 0 250 500 m

Escala 1:7500 Créditos do Mapa: Autor.

LEGENDA MAPA

0 to 22.20 22.20 to 44.40 44.40 to 66.60 66.60 to 88.80 88.80 to 111.000 111.00 to 133.20 133.20 to 155.40 155.40 to 177.60 177.60 to 199.80 199.80 to 222.00

(Caminhos menos utilizados)

(Caminhos mais utilizados)

ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — ESCOLHA
71
SINTAXE
LOCAL

Gráfico de Análise Visual (Integração Visual)

250 0 250 500 m

Scale 1:7500 Map credits: Autor.

LEGENDA MAPA

0 to 22.20 22.20 to 44.40 44.40 to 66.60 66.60 to 88.80 88.80 to 111.000 111.00 to 133.20 133.20 to 155.40 155.40 to 177.60 177.60 to 199.80 199.80 to 222.00

(maior visibilidade) (menor visibilidade)

ESPACIAL GRÁFICO DE CONVEXIDADE — INTEGRAÇÃO
72
SINTAXE
VISUAL

Mapa axial DF - Fonte: Juliana Coelho (2017)

Axialidade DF e Paranoá Parque (Integração Global)

Itapoã Paranoá Paranoá Parque

Mapa axial Paranoá Parque - Fonte: Autor.

Integração Global Menos integradoMais integrado

10123 km
SINTAXE ESPACIAL AXIALIDADE — INTEGRAÇÃO GLOBAL 73

Integração Local r5 (TENORIO, 2012)

Integração Local r5 (Autor, 2021)

SINTAXE ESPACIAL AXIALIDADE
INTEGRAÇÃO
LOCAL
74

SOCIOLÓGICA RESULTADOS

Os resultados evidênciam o contraste em relação a distribuição do uso do solo, em que temos uma soma de 69,49% de áreas públicas, sistema de circulação e bolsões de estacionamento. A habitação, ao qual o programa MCMV se propõe a resolver, destina apenas uma área de 11,85%. O Memorial Descritivo e o estudo preliminar não mencionam ou esclarecem o motivo da destinação de um percentual tão alto de áreas públicas.

Deve-se ponderar que a análise de Anderson (2021) faz uma análise do projeto, diferentemente desse caso, ao qual considera a realidade como construída, ocupada e apropriada, até o presente momento.

Tenorio (2012, p. 181 a 198) propõe a verificação das variáveis de confi guração por meio da elaboração de uma tabela com gradação em cores que representam cinco níveis que vão do vermelho (indesejáveis/inaceitá veis) ao verde (desejáveis/ideais). As tabelas a seguir que foram adaptadas sistematizam os elementos de configuração dos principais atributos glo bais e locais do método de Tenório, tendo como base tudo o que já foi levantado anteriormente.

Para o mapa axial foi tomado com referência o desenho de Brasília elaborado por Coelho (2017), mas também elaborou-se um desenho axial com recorte da região de estudo e com a metodologia mais atualizada ba seado em experiências de iniciação cientifica do autor. As diferença são uma maior simplificação dos eixos e a representação de toda a rede de ca minhos pedonais (formais e informais), e por esse motivo revela com maior clareza os potênciais eixos mais integrados no sistema.

Mas deve-se levar em consideração que as cores tomam como refe rência o desenho em relação ao sistema e que isso não é um indicativo de haver realmente uma integração desejada. Com valores médios de integra ção em 0,62 é recomendado estratégias de desenho para irrigar eixos mais integrados ao longo do desenho e melhorar a hierarquia do sistema.

ESPAÇO PÚBLICO - ATRIBUTOS GLOBAIS

1.1 quantidade

1 espaço livre público

1.2 dimensões

o percentual de espaço livre público sobre a área total é muito grande

o tamanho médio dos espaços convexos não é consoante com o papel da área no contexto da cidade

o percentual de espaço livre público sobre a área total é muito pequeno

o tamanho médio dos espaços convexos é consoante com o papel da área no contexto da cidade

2 integração global

o lugar é mal irrigado por linhas integradas o lugar é bem irrigado por linhas integradas

Integração Global

Menos integrado

AVALIAÇÃO
Mais integrado
75

ESPAÇO PÚBLICO - INTERIOR DOS LOTESESPAÇO PÚBLICO - PRAÇAS LOCAIS

(b) Interior dos Lotes Vida Pública nº name nº category 1 number of people 2 variety of people 2.1 gender 2.2 age groups 2.3 social classes 2.4 predominance of groups 3 distribution of people in time 4 passage 5 permanency 5.1 number 5.2 duration 6 encounters 6.1 occurrence 7 maint. and surveillance 7.1 occurrence 8 other activities 8.1 number Atributos Locais 9 localization 9.1 global integration 9.2 Local integration 10 limits and dimensions 10.1 clarity of limits 10.2 contiguity limits 10.3 public/private 10.4 dimensions 11 building types 12 1. doors and windows

12.1 blind spaces 12.2 number of doors 12.3 pub. /priv. relations 12.4 soft borders 12.5 windows 13 accessible ground level 14 access and circulation 14.1 public transportation 14.2 pedestrians and cyclists 14.3 connections 14.4 circulation 15 activities in and around the site

15.1 variety 15.2 spatial distribution 15.3 complementarity 15.4 Temporal distribution 16 activities in place 16.1 variety 16.2 spatial distribution 16.3 complementarity 16.4 temporal distribution 17 comfort 17.1 hygrothermal comfort 17.2 luminous comfort 17.3 sound comfort 17.4 air quality 18 costs 18.1 deployment costs 18.2 maintenance costs 19 orientability and identifiability 19.1 orientability 19.2 identifiability 20 meaning and symbolization 20.1 meaning 20.2 symbolization 21 affections 22 beauty and conservation / maintenance

22.1 place 22.2 elements 22.3 conservation/maint.

(c) Praças Locais Vida Pública nº name nº category

1 number of people

2 variety of people 2.1 gender 2.2 age groups 2.3 social classes 2.4 predominance of groups 3 distribution of people in time 4 passage 5 permanency 5.1 number 5.2 duration 6 encounters 6.1 occurrence 7 maint. and surveillance 7.1 occurrence 8 other activities 8.1 number

12.1 blind spaces 12.2 number of doors 12.3 publ. /priv. relations 12.4 soft borders 12.5 windows 13 accessible ground level 14 access and circulation 14.1 public transportation 14.2 pedestrians and cyclists 14.3 connections 14.4 circulation 15 activities in and around the site

15.1 variety 15.2 spatial distribution 15.3 complementarity 15.4 Temporal distribution 16 activities in place 16.1 variety 16.2 spatial distribution 16.3 complementarity 16.4 temporal distribution 17 comfort 17.1 hygrothermal comfort 17.2 luminous comfort 17.3 sound comfort 17.4 air quality 18 costs 18.1 deployment costs 18.2 maintenance costs 19 orientability and identifiability 19.1 orientability 19.2 identifiability 20 meaning and symbolization 20.1 meaning 20.2 symbolization 21 affections 22 beauty and conservation / maintenance 76

22.1 place 22.2 elements 22.3 conservation/maint.

AVALIAÇÃO SOCIOLÓGICA RESULTADOS
Atributos Locais 9 localization 9.1 global integration 9.2 Local integration 10 limits and dimensions 10.1 clarity of limits 10.2 contiguity limits 10.3 public/private 10.4 dimensions 11 building types 12 1. doors and windows

CONCLUSÃO AVALIAÇÃO SOCIOLÓGICA DO PARANOÁ PARQUE

Na análise axial, foi observada uma alta hierarquia externa – os eixos são ordenados e sua integração com o tecido urbano da cidade favorece encontros entre diferentes; Apesar disso, esse potêncial de integração não é aproveitada na forma como foi construído: as ligações público-privada são frequentemente interrompidas, há baixa costura com o tecido urbano dos bairros adjacentes, as avenidas do entorno se comportam como barrei ras para os pedestres, e os prédios isolados com grandes fachadas cegas sem alinhamentos e baixa constitutividade não contribuem para a defini ção dos espaços públicos.

Ao mesmo tempo, a baixa hierarquia interna restringe potenciais en contros entre residentes. Em conclusão, é observado que o Paranoá Parque e sua espacialidade planejada de cima-para-baixa traz efeitos que são pre judiciais à vida pública cotidiana.

A hipótese é que a ocorrência das intervenções incrementais pelos resi dentes ocorram como uma tentativa de mitigar esses efeitos de um planeja mento imposto e tentar adequar o seu modo de vida.

ATRIBUTOS

GLOBAIS: é observado que as áreas são muito espraiadas, tem uma baixa concentração de atividades, baixa variedade de espaços públicos, são monofuncionais e não oferecem diferentes tipos de habitação. Segundo a literatura, a ocorrência de vias bem integradas permite a ocorrência de diversi dade de atividades, o que não foi observado nesse caso. Mas os pequenos quiosques e trailers posicionados informalmente ao longo dela demonstra uma tentativa de isso acontecer.

As áreas não estimulam a mobilidade do pedestre, e embora haverem ciclofaixas ao longo do bairro, a grande dimensão das ruas configura barreiras para o pedestre, há trechos sem continuidade e outros sem a sinalização ade quada. E até mesmo para um planejamento que prioriza o transporte privado, seu sistema viário é superdimensionado, com uma caixa de 34 metros de lar gura com 4 faixas de rolamento, em um desenho que não aproveita as cone xões que poderiam ocorrer na malha urbana, em costura com o entorno.

ATRIBUTOS LOCAIS: observando os interstícios no interior das quadras, a a propriação local com cercamento e construção de barreiras físicas ao longo do sistema de espaços livres só contribui para uma piora da hierarquia interna, ao qual revela-se muito prejudicial para a vida pública, não apenas restringindo os de fora, mas também prejudicando as conexões com o sistema de espaços livres para os moradores. As residências, praças e avenidas não tem limites claros, pois os edifícios localizados no entorno do espaço público não apresen tam proximidade e contiguidade. O pouco comércio que existe dá costas para o interior das quadras. Os edifícios modulares são muito repetitivos, sem varie dade e sem diversidade de usos. As praças, apesar do potencial de abrigar diversas atividades, não são bem acessíveis para os moradores e são isoladas do uso residencial. Os quiosques presentes nas praças não condizem com o contexto local, havendo pouca inte ração pelos moradores. A falta de sombreamento reforça o cenário inóspito e impede por completo qualquer permanência nos espaços públicos.

As Avenidas contemplam circulação de amplas dimensões, mas ainda há pouca densidade construtiva e densidade habitacional para a ocorrência de atividades diversas. Mesmo com o surgimento de comércios informais, conti nua subutilizada, com espaços muito amplos que são contrastantes ao compa

Foto de Fabio Setti. Fonte: Correio Braziliense (2021)
77

rar com as calçadas estreitas de outros lugares, como dos bairros ao lado, mas que abrigam uma intensidade e diversidade de atividades.

É recorrente notícias sobre invasão de privacidade no pavimento térreo. Por esse motivo, na tentativa de se proteger, são feitas barreiras que criam pe quenos espaços segregados. Como constatado por Lopes (2018), é comum que esses conjuntos habitacionais desenvolvam ao longo do tempo padrões socioespaciais que se aproximam da lógica auto defensiva da configuração de enclave da favela, que determinam um comportamento de reclusão e com base no medo.

Ao associar com os gráficos da sintaxe espacial, pode-se inferir que essas apropriações individuais passam a resultar em outros efeitos de maneira sistê mica no bairro como um todo. Observa-se que as hortas comunitárias são sempre feitas onde há espaços cegos, o que significa na redução de um espaço cego para um espaço ocupado e cuidado pelos moradores. Mas por outro lado, o cercamento com jardins e barreiras físicas no perímetro dos edifí cios trazem espaços segregados e profundos que prejudicam a vigilância na tural no sistema de espaços livres adjacentes à essas pequenas barreiras.

Isso fica claro quando observamos as manchas azuis nos gráficos de con trole, conectividade, integração local e no gráfico de integração visual. Além disso, a plantação de jardins por iniciativas individuais dos moradores, sem um estudo e planejamento prévio por um profissional do paisagismo resulta em um cenário desordenado e que frequentemente traz problemas de manuten ção da infraestrutura local.

No caso analisado por Lopes (2018), era observado que a população per sistia em estar nos espaços abertos, apesar da forma geometricamente plane jada não contribuir para isso. No entanto, no caso do Paranoá Parque isso não foi observado. Nesse caso, a forma é demasiadamente espraiada, que como observado no mapa axial, associado com a baixa acessibilidade das vias inter nas restringe bastante os campos de encontro entre os moradores.

A análise da vida pública indica um baixo desempenho, tanto no interior das quadras quanto nas praças locais há baixa variedade de pessoas, com pre dominância de grupos e baixa distribuição das pessoas no tempo. A diversida de e distribuição de atividades não é adequada, e também não foi observado uma interação profunda dos usuários com esses lugares.

Nas praças, quando ocupadas, as pessoas permanecem por pouco tempo. Não há vigilância natural e há pouca diversidade de atividades. Já no interior das quadras, há pouca gente se encontrando, e quando ocorre são en contros programados por grupos específicos de moradores.

A análise da vida pública indica um baixo desempenho, tanto no interior das quadras quanto nas praças locais há baixa variedade de pessoas, com pre dominância de grupos e baixa distribuição das pessoas no tempo. A diversida de e distribuição de atividades não é adequada, e também não foi observado uma interação profunda dos usuários com esses lugares. Nas praças, quando ocupadas, as pessoas permanecem por pouco tempo. Não há vigilância natu ral e há pouca diversidade de atividades. Já no interior das quadras, há pouca gente se encontrando, e quando ocorre são encontros programados por grupos específicos de moradores.

A configuração de pátios internos que chega a ser formado entre os edifí cios revela um potencial para definir espaços de encontros e permanência, isso pode ser constatado ao associar os gráficos de integração local, escolha local, controle e conectividade. Mas esse potencial não é aproveitado, pois além da baixa hierarquia interna e da consequente baixa integração visual, esses espaços são quase completamente preenchidos por estacionamentos, em grandes espaços convexos que restringe bastante potenciais atividades que poderiam ocorrer, resultando na mais baixa ocupação possível.

Dessa maneira, essa análise sociológica visa contribuir com o mapeamen to dos padrões socioespaciais existentes no atual Paranoá Parque, mas que também são encontrados em outras habitações do programa MCMV. Espera -se que esses estudos sejam levados em consideração no desenvolvimento de novas habitações sociais, e que eles contribuam para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e requalificação urbana que sejam sustentáveis e inclusivas, e que seja levado em consideração em políticas locais para melhoria da vida urbana de bairros como esse que se replicam por todo o país.

78
CONCLUSÃO AVALIAÇÃO SOCIOLÓGICA DO PARANOÁ PARQUE

DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6
Implantação do Paranoá Parque. Fonte: SEDUH com adaptações do autor.
79

1. SOCIAL E AMBIENTAL

2. ECONÔMICA, CULTURAL E EMOCIONAL

80

6.1 SOCIAL E AMBIENTAL

SOCIAL E AMBIENTAL

Movimento e atividades na Avenida Paranoá Parque. Foto: Autor.

Nas diretrizes urbanísticas para expan são do Paranoá encontra-se o estudo do Zoneamento Ambiental proposta para a APA do Lago Paranoá, ao qual insere a poligonal do Paranoá Parque na subzona de Ocupação Especial do Paranoá - ZOEP.

O modelo digital de terreno da bacia hidrográfica do lago Paranoá é um referêncial ao qual deve-se considerar a inclinação do terreno, conforme ilustrado. Segundo as dire trizes, o traçado das vias deve ser planejado de forma a evitar a concentração de escoa mento superficial das águas pluviais e a formação de processos erosivos.

No entanto, embora o traçado das vias parece seguir essa recomendação em um primeiro momento com o direcionamento das ruas para o nível mais baixo, ainda há uma grande intervenção na topografia para implantação dos edifícios, com presença de

Segundo mapa geomorfológico que consta nessas diretrizes, sua geomorfologia é do tipo Rebordo, pelo qual são recobertos por latossolos vermelhos amarelos e escu ros nos quais são observadas diversas áreas de escavação irregulares e processos erosi vos. A associação das baixas declividades com a morfologia dos terrenos garantem uma estabilidade natural aos terrenos da área do rebordo, entretanto a interferência humana, principalmente em relação à retirada da cobertura vegetal e modificação do relevo natural (cortes para abertura de vias e movimentação de terra para aplainamento de terrenos) pode causar um desequilíbrio na estabilidade física original dos solos. (DIUR 07/2011).

Por se tratar ainda de uma área que contribui com a recarga dos aquíferos da região, a implantação de novos empreendimentos deve prever a implantação de medi das que favoreçam a recarga artificial dos aquíferos, tomando as devidas providências para evitar a contaminação das águas subterrâneas, o que não é observado nos empre endimentos já existentes, o que reforça a necessidade de exemplos para futuros empre endimentos.

Art. 10. A Subzona de ocupação Especial do Paranoá – ZOEP, integrante da Zona de Ocupação Especial, terá as seguintes diretrizes de uso:

I. área destinada à expansão do Paranoá e cidade do Paranoá;

II. uso residencial, institucional, comercial e industrial não poluente;

III. as ocupações nesta Subzona devem seguir legislação específica de controle, licencia mento, restrição e compensação ambiental pelos órgãos competentes.

6. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
Implantação dos edifícios. Foto: Autor.
07/2021
82
Evolução urbana, com devastação evidênte dos pinheiros. Fonte: Google Satelite ©.
04/2017 12/1985

6.

DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6.1. SOCIAL E AMBIENTAL

Fonte: DIUR 07/2011.

A APF do Paranoá Parque está inserida na Subzona de Dinamização Produtiva com Equidade 5 (SZDPE 5):

A SZDPE 5 DESTINA-SE:

[...] à garantia de quantidade e qualidade das águas do Lago Paranoá por meio da manutenção da permeabilidade do solo, proteção de nascentes e aporte de infraestrutura de saneamento ambiental, asseguradas, prioritaria mente, as atividades produtivas de natureza N1 e N3, com a garantia das con dições da permeabilidade do solo, compatíveis com a vocação da subzona.; (DIUR 07/2011)

QUANTO ÀS DIRETRIZES:

1. Atividades produtivas: Garantir a implantação de atividades produtivas diversificadas de naturezas N1, N2 e N3, de modo a desonerar a área central de Brasília e minimizar os fluxos de mobilidade e transporte;

2. Permeabilidades e riscos ecológicos: Observar, no estabelecimento de empreendi mentos, a manutenção dos níveis de permeabilidade do solo, a compatibilização com os riscos ecológicos indicados nos mapas acima, e a harmonização com os elementos da paisagem no qual se inserem (e os serviços ecossistêmicos a eles associados), assegu rando soluções à capacidade de suporte do território

3. Infraestrutura de saneamento ambiental: Assegurar o aporte de infraestrutura de saneamento ambiental compatível com os riscos ecológicos, os padrões e a intensidade de ocupação humana;

4. Limpeza e recuperação: Assegurar a limpeza dos córregos tributários do Lago Para noá e a recuperação das matas ciliares e de galeria;

5. Áreas de contribuição de reservatórios: Conferir prioridade máxima ao monitora mento, controle e fiscalização dos parcelamentos irregulares do solo nas áreas de con tribuição de reservatórios;

6. Processos erosivos: Assegurar monitoramento e aportar práticas conservacionistas de prevenção e soluções para mitigar os impactos dos processos erosivos nas áreas de alta declividade, com vistas à preservação da quantidade e qualidade das águas dos córregos, tributários e do Lago Paranoá; e

7. Sistema de Áreas Verdes Permeáveis Intraurbanas: Consolidar esse sistema com o estabelecimento de respectivo Plano de Implantação, definindo, dentre outras estraté gias, alternativas à supressão de áreas verdes, a compensação florestal em áreas críticas urbanas e medidas de maximização da infiltração de águas pluviais.

ZONAS DE MANEJO:

Referidas no artigo 2º do Decreto nº 12.055, de 14 de dezembro de 1989 para a APA do Lago Paranoá consta as seguintes diretrizes gerais:

I. as pesquisas a serem realizadas deverão ter a autorização do Poder Público, segundo as determinações da legislação vigente;

II. promoção de ações que visem à eliminação e controle das espécies invasoras, especialmente no interior das Unidades de Conservação existentes no interior da APA do Lago Paranoá;

83

6. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6.1. SOCIAL E AMBIENTAL

III. ampliação do conhecimento da biodiversidade local, especialmente sobre as espé cies de distribuição restrita e exclusiva ao bioma Cerrado;

IV. promoção de ações de educação ambiental com o objetivo de revegetação das áreas degradadas, remoção dos resíduos sólidos e da construção civil, descontamina ção dos solos e da água, controle de erosões, incentivando-se a participação da comu nidade, visando à efetivação da gestão participativa da APA do Lago Paranoá, prevista em lei;

V. revegetação de áreas degradadas do Cerrado para formação de corredores contínu os entre as Unidades de Conservação com objetivo de viabilizar e/ou potencializar o fluxo gênico e servir de local para abrigo e alimentação da fauna;

VI. implementação de corredores ecológicos internos e externos à APA do Lago Para noá;

VII. promoção da conservação in situ dos processos ecológicos, das espécies nativas e do patrimônio genético existente;

VIII. integração das Unidades de Conservação existentes com corredores ecológicos pré-selecionados, constituídos por grandes manchas de remanescentes de vegetação nativa;

IX. realização de diagnóstico da situação fundiária das áreas protegidas no marco legal existente;

ZONAS DE USO SUSTENTÁVEL:

As Zonas de Uso Sustentável são áreas com matrizes de ocupação do solo com redominância de produção rural, mas que contém importância especial para a conser vação dos solos e da água. Essa zona tem como objetivo disciplinar o uso do solo, por meio de diretrizes de uso e de ocupação do solo, no que tange aos princípios do desen volvimento sustentável. Este Plano de Manejo também estabelece:

I. A impermeabilização máxima do solo fica restrita a 50% da área total da gleba do par celamento.

III. As atividades e empreendimentos urbanos devem favorecer a recarga natural e arti ficial de aquíferos.

IV. Fica proibido o corte de espécies arbóreas nativas existentes nas áreas verdes deli mitadas pelos projetos de urbanismo de novos empreendimentos imobiliários. (Grifo nosso)

CONCLUSÃO:

Considerando a implantação do Paranoá Parque ocorrer em uma região classifi cada pelo ZEE-DF como uma área de alto risco de perda de recarga de aquífero e alto risco de contaminação de subsolo, em que seu tipo geomorfológico é sensível à erosões que podem especialmente ocorrer através de intervenções humanas da remoção da vegetação existente, e considerando ainda a completa intervenção no relevo natural para implantação do bairro, concluí-se que há um desempenho ambiental muito baixo. Por esse motivo, é preciso pensar em estratégias a fim de amenizar esses efeitos, e buscar aplicar as soluções ambientais inidicadas para as zonas de manejo, para o uso sustentável e as atividades produtivas indicadas que promovam a economia da conser vação e possibilite uma diversificação econômica em compatibilidade com as caracte rísticas ambientais da área.

II. Os parcelamentos urbanos deverão adotar medidas de proteção do solo, de modo a impedir processos erosivos e assoreamento de nascentes e cursos d'água.

84

CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA

Vento Úmido NOV - JAN

Combinar Proteções Verticais e horizontais

Vento mais predominante no verão

Indicado aberturas com 20% da fachada

Proteções verticais nas fachadas

Indicado alta massa vegetação

Proteções verticais nas fachadas

Proteções horizontais nas fachadas

Alta iluminação natural

Indicado média massa de vegetação

Vento de chuva FEV - OUT

Vento predominante ao longo do ano

Vento SECO MAR-SET

Necessário aquecimento passivo até as 10:00AM em média

S
85

6. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6.1. SOCIAL E AMBIENTAL

Embora todas as dimensões tenham igual importância, a dimensão social foi dedicado um foco maior devido a natureza do tema proposto, ao qual já foi realizado uma análise sociológica mais detalhada e que já estão indicados os desempenhos da urbanidade, acessibilidade, centralidade, operacionalidade. Portanto, essa parte ira tratar dos demais aspectos da sustentabilidade indicados na metodologia que envol vam essa dimensão e que não foram tratados anteriormente.

COMUNIDADE COM SENTIDO DE VIZINHANÇA

O Paranoá Parque compõe uma população que vêm de diferentes origens dentro do DF, e por esse motivo reforça-se a necessidade de maior implementação dos núcle os sociais afetivos e empresáriais. Atualmente, devido a pandemia, os espaços comuni tários não são utilizados com frequência para evitar aglomerações, e estão sendo utili

zados somente para reuniões dos moradores para as decisões internas de cada quadra. Esse espaço, no entanto, não é suficiênte para a demanda da polução para outras ativi dades, é necessário mais espaços para a manutenção dos laços sociais.

Um ponto positivo observado é a ocorrência de eventos esporádicos de projetos sociais, realizados por organizações sociais e programas do governo, tal como o progra ma “Sejus Mais Perto do Cidadão”, realizado em um final de semana ao qual ofereceu diversos serviços aos moradores, como Na Hora, emissão gratuita da 1ª e 2ª via da iden tidade pela Polícia Civil, ouvidoria, corte de cabelo, assistência jurídica, social e psicoló gica, feiras de talentos e outras atividades. Há espaços públicos de amplas dimensões que permitem a ocorrência de diversas atividades do tipo.

Ocorrência de eventos esporádicos. Fotos: Autor.

VARIEDADE DE MORADIAS COM ADEQUABILIDADE AO PADRÃO DAS FAIXAS SOCIOECONÔMICAS

Ao voltar-se exclusivamente para uma faixa de renda o bairro prejudi ca a manutenção da estratificação social, e para isso é extremamente ne cessário a diversidade de quadras e tipologias habitacionais com habitação uni e multifamiliar, e também usos mistos. A partir disso, deve-se haver a oferta de edificações acessíveis para as 4 classes socioeconômicas.

Reunião dos moradores para votação em síndicos da Quadra 3, Conjunto 2. Foto: Autor.
86

6.2 ECONÔMICA, CULTURAL E EMOCIONAL ECONÔMICA

CULTURAL

E
Movimento e atividades na Avenida Paranoá Parque. Foto: Autor.

6. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6.2. ECONÔMICA, CULTURAL E EMOCIONAL

MOBILIÁRIO URBANO:

Todo o mobiliário urbano só se encontra disponível nas praças, e não há uso de materiais sustentáveis.

Praça E e Avenida transversal. Fotos: Autor.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA:

Os postes de luz não são efetivos para iluminação, havendo grande distânciamen to e faltando em vários lugares. No interior das quadras foi realizado investimentos por parte de organização do condominínio em iluminação complementar com pequenas luminárias para melhorar a segurança, mas isso não é suficiente dado a escala e a grande dimensão dos espaços públicos.

Lotes Vazios de grandes dimensões. Foto: Autor.

INFORMAÇÕES DO LUGAR:

Área da poligonal: 149,41 ha Quantidade de Edifícios: 461

Quantidade de Unidades Habitacionais: 7376

Proporção Unidades habitacionais por hectare: 49,37

Segundo dimensionamento de Gondim (2006), essa densidade habi tacional é muito baixa considerando os edifícios de 4 pavimentos. É dese jável edificações baixas para redução de custos, redução de elevadores e melhorar o contato direto com a rua, no entanto a proporção de unidades habitacionais não favorece uma otimização da infraestrutura urbana ao qual poderia ocorrer, se houvesse uma maior concentração delas e em combinação com outras atividades. A proporção de infraestruturas diversi ficadas não é adequada, pelo qual é destinado uma proporção de apenas

Iluminação noturna em diferentes trechos. Fotos: Autor.

88

6. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

6.2. ECONÔMICA, CULTURAL E EMOCIONAL

O cenário monotomo da monofuncionalidade e de edificios que permitem muito pouca alteração, ainda é piorado com ações de padronização organizada por algumas quadras.

A continuidade de caminhos para livre cirulação no espaço urbano é muito baixa, e há lugares em que poderiam ser feitas essas conexões, mas que não foram propostos para isso. Como já realizado em avaliação dos espaços públicos, não há coerência entre os limites das quadras.

O espraiamento revela ser prejudicial para todas as dimensões. Os espaços amplos e repetitivos não favorecem efeitos visuais variados no campo visual do percur so do pedestre. Os marcos visuais se limitam as caixas d’águas, que por sua vez repli cam o cenário monótomo. A existencia de configurações próprias é minima, que quando ocorrem, a falta de diversidade tipologica não contribui para seu destaque.

O uso de hortas comunitárias próxima às caixas d’água mostra uma das possibili dades de otimizar o uso do solo, e garante o vínculo solidário e afetivo entre os morado res que participam da sua manutenção.

Quadra 1 e sua evidênte padronização. Foto: Autor. Horta comunitária próximo à Caixa d’água. Foto: Autor. As conexões e a apropriação não agrega identidades locais. Foto: Autor.
89

OS PADRÕES SOCIOESPACIAIS

7
90
Sequência de padrões socioespaciais. Fonte: Autor.
91
1. Os Padrões Levantados 2. Oficina dos Padrões

1. OS PADRÕES LEVANTADOS

SOCIOESPACIAIS

A OS PADRÕES DA FORMALIDADE

A partir dos diagnósticos anteriores, foram listados os principais padrões socioespaciais encontrados no Paranoá Parque, e então clas sificados em dois grandes grupos: os padrões da formalidade e urba nidade.

Diferentemente dos padrões da urbanidade, que são ricos e va riados, os da formalidade são quase sempre os mesmos: eles se repetem em estruturas urbanas criando paisagens monótomas, com baixa concentração de atividades, baixa apropriação e como consequência

muitos efeitos indesejados para a vida pública.

Esses padrões já foram identificados nas análises e diagnósticos anteriores, e a partir deles pode-se pensar nos padrões do Retrofit Urbano, pois tratam de solucionar os problemas causados por esse tipo de espacialidade já construída, aproveitando da infraestrutura existente. Talvez não seria necessário listar os padrões da urbanidade aqui, no en tanto, agrupá-los e representá-los sistematicamente possibilita um rápido e resumido entendimento desses padrões.

Muitos Espaços de Grandes Dimensões

- Espaços não aproveitados e com baixa ocupação.

- Infraestrutura não otimizada, altos custos de manutenção;

Cidade Dispersa

- Longas distâncias que exigem deslocamentos de carros para realizar as necessidades mais básicas;

- Espaços vazios maiores do que os cheios;

- Baixa ocupação por parte dos residêntes.

Muitos Bolsões de Estacionamento

- Sempre sombram vagas que não são utilizadas.

Baixa concentração de atividades

- Ruas vazias, monótomas e de sinteressantes.

4. PADRÕES
92
Paranoá Parque, Quadra 3 Conjunto 2. Fonte: Autor.

Sítio-físico modificado

- Presença de taludes e grandes intervenções na topografia local para implantação das edifica ções.

- Solo sensível para a recarga de aquíferos, com risco à erosões escoamento superficial.

Sem diversidades

- Ausência de funções, de perfis sócio econômicos e tipológica;

- Cenário monótomo

cos.

Formação de barreiras físicas

- A formação de barreiras físicas ocorre como uma tentativa dos moradores de reclusão e prote ção.

- Criam recintos indesejados que favorecem apenas a apropriação de pequenos grupos.

Baixa hierarquia interna

- As ligações público/privado são frequentemente interrompi das, e apresentam uma configu ração que restringe os potên ciais encontros entre os morado res;

- O projeto das moradias não permite modificações individu ais dos residentes.

Recintos de espaços cegos

Ausência de arborização e conforto higrotérmico

- Apesar de haver dimensiona mento e um projeto paisagístico, a arborização não foi implanta da.

- A geometria define alguns recintos de espaços cegos, ausentes de vigilância natural. PADRÕES SOCIOESPACIAIS A. OS PADRÕES DA FORMALIDADE 93

- Os atuais espaços para ativida des da comunidade não supre as demandas da comunidade.

- Necessário expansão e adição de novos espaços para serviços sociais e comunitários.

Comércio “de costas” para as habitações

- Não há coneão com o interior das quadras;

- Fachada cega.

Necessidade de bancos e sombreamento

- Não há bancos e lugares para descanso e permanência.

Fachadas de muros

- Ausência de aberturas nas fachadas comérciais.

Necessidade de equipamentos

institucionais

- O local onde foi construído a atual UPA era destinado à unica escola de nível médio destinada ao bairro. É necessário propor um novo lugar para atender a demanda local.

Quiosques mau posicionados

Ausência de vegetação e conforto higrotérmico

- Não estão posicionados nos lugarens apropriados para refor çar centralidades e fortalecer a apropriação.

- Criação de taludes e muita mo vimentação de terra em uma região sensível para recarga dos aquíferos.

PADRÕES SOCIOESPACIAIS A. OS PADRÕES DA FORMALIDADE 94

PADRÕES SOCIOESPACIAIS B. OS PADRÕES DA URBANIDADE

B OS PADRÕES DA URBANIDADE

Aqui entendemos a “urbanidade” como sendo uma qualidade de espaço urbano marcado pelas atividades de movimento e permanência; pela diversidade de usos, edifícios e pessoas; pelas relações de copresença; de uma arquitetura com espaço público bem definido, forte contiguidade entre edifícios, frágeis fronteiras entre espaço interno e externo, continuidade e alta densidade do tecido urbano, dentre outras características que são dese jáveis para a vida pública (JACOBS, 2000 [1961]; HILLIER, 2007 [1996]; HO

Apesar da extrema formalidade do Paranoá Parque, existem sim esses padrões, no entando são pontuais, e a maioria ocorre graças às ações de soli dariedade orgânica, em sua apropriação gradual pelos moradores.

A estratégia está em identificá-los, fortalecer sua teia de relações asso ciando-os com os padrões da proposta preliminar de intervenção urbana a ser apresentada como resultado destes estudos.

Alta hierarquia externa

- Alto potêncial para definir centralidades;

- Os eixos são ordenados e sua integração com o tecido urbano da cidade favorece en contros entre diferentes.

Passeios Bem Dimensionados

- Medidas excelentes para o ca minhar.

Hortas Comunitárias

- Estão bem localizadas, próxi ma à caixa-d’água, gerando cuidados locais em espaços cegos.

95

- A atual organização em “con domínios” é responsável por gerenciar cada lote, com uma população estimada em 1 mil habitantes, cada.

Travessia Elevada

- Distribuída ao longo do bairro.

- Os espaços comunitários também funcionam como um edificío administrativo em cada lote;

- Sua localização é favorável para atrair e reunir pessoas.

Espaços Flexíveis

- Espaços favoráveis para mon tagem esporádica de feiras, serviços sociais, atividades de lazer e outros eventos sociais.

Autogestão local

- Identificado iniciativas indivi duais para melhoria local, com cuidado e manutenção por parte dos moradores.

Ciclovias

- Desfavorece os encontros para quem vêm de fora.

Paisagem do Plano Piloto

- A localização do bairro é privi legiada, com vistas para o Lago Paranoá e o skyline de partes do Plano Piloto.

Organização de Regiões Independentes Edifícios para Gestão Local - Jardins cuidados e mantidos pela comunidade. Jardins Comunitários
96

8 FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS

novoparanoaparque.wordpress.com

Sequência de padrões socioespaciais. Fonte: Autor. 97
98
8.1 SITE 8.2 QUESTIONÁRIO 8.3 OFICINA DOS PADRÕES
8.1. SITE Chamada para o site e engajamento das redes sociais. Créditos: Autor. 8. FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS PARANOÁ PARQUE NOVO OS PADRÕES SOCIOESPACIAIS COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO URBANA faunb novoparanoaparque.wordpress.com facebook.com/novoparanoaparque 99

8.2. QUESTIONÁRIO

Colagem digital, cenário de uma promenade. Créditos: Autor.

8. FERRAMENTAS
PARTICIPATIVAS

Físico: 65 Respostas

No questionário físico foram distribuídos questionários para cada um dos 240 apartamentos da Quadra 3, Conjunto 2, Lote 1. Até o momento, obteve-se 65 respostas. Também foi divulgado o questionário virtual através das redes sociais, pelo qual obteve-se um total de 32 respostas.

Não residêntes (Questionário Virtual)

Virtual: 32 Respostas Total: 97 Respostas

1. Caracterização

Qual a sua relação com o Paranoá Parque? (Questionário Virtual)

Gênero

Por conveniência, o questionário físico foi encurtado, com algumas perguntas a menos, mas ambos tratam das mesmas questões. 27 responderam ser moradores (84,4%)

69,1%

Morador Moro e trabalho dentro do Paranoá Parque Visito parentes/amigos Apenas transito pelos espaços públicos

Outros Prefiro não responder Feminino Masculino

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO 32 respostas 32 respostas

A maioria (67 pessoas) são do sexo feminino.

2. Deslocamento e Transporte

Qual a sua condição de trabalho atual? Faixa Etária

Desempregado(a) e não procuro emprego Procurando emprego

Somam-se 59 pesso as entre 29 e 49

Somam-se

São desempregados e 5 aposentado(a)s ou pensionistas.

70 ou mais 59 a 69 49 a 59 39 a 49 29 a 39 17 a 29 Até 17
35
28,9% 1% 1% 24 22 13 3 3 4 15
37
28
28
30% 22% 6%5 7% 7% 23%
97 respostas
93
Trabalho e desempenho atividade em casa Trabalho e desempenho atividade semi-presencial Trabalho e desempenho atividade presencial Autônomo(a) ou Empreendedor(a) Individual Aposentado(a) ou Pensionista 3 1 1 101
- Dos que não são residêntes, responderam ir ao Paranoá Parque apenas por passagem e para ir ao comércio; - O único aspecto positico opinado foi a proximidade com o Plano Piloto; - Quanto aos aspectos negativos, responderam haver insegurança e medo ao andar pelo bairro.
os que trabalham formalmente.
se enquadram como autônomo(a) ou empreendedor(a) individual.
97 respostas
respostas

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

Onde fica o local principal do seu trabalho?

Quais modais de transporte você mais utiliza? (Selecione um ou mais)

Dentro do Paranoá Parque

Em um bairro próximo

Em outra RA mais distante

No Plano Piloto

23 deslocam-se para o Plano Piloto à trabalho.

Onde você estuda?

Não estuda

Em um bairro próximo

Em outra RA mais distante

No Plano Piloto

Curso EAD (à distância)

71 Não estudam. Dos que estudam, a maioria precisa se deslocar em grandes distâncias.

Você possui carro ou moto?

Dos entrevitados, 58 responderam utilizar ônibus dentre os outros modais como meio de transporte principal. Para bicicleta foi obtido apenas 4 respostas, enquanto que o carro obteve 33 respostas.

Com que frequência você utiliza o transporte público (Questionário Virtual)

o transporte público

utilizam do transporte público, enquanto apenas 7 não.

Em média, em uma percepção geral, quanto tempo você leva para se deslocar entre sua casa e seu local de trabalho ou atividade principal?

pessoas levam entre 30 minutos e uma hora.

46% 20% 24%
10%
72% 10% 8% 7%
Sim Não 33% 77%
3%
0102030405060
A pé Não
Diariamente Ao menos
Duas vezes ou menos
Uma vez por semana 28,6% 25% 10,7% 21,4% 14,3% menos de 10
entre 10 a 30
entre 30 minutos
entre
acima
Não
35% 21% 14% 8% 16% 56 respostas 93 respostas 93 respostas 93 respostas 32
93 respostas 102
21
34
Caminhão Moto Carro Ônibus Bicicleta
utilizo
3 vezes por semana
a cada semana
minutos
minutos
e 1 hora
1h e 2h
de 2h
se aplica
respostas

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

3. Segurança e Apropriação

(Opcional) Em qual bairro você morava anteriormente?

Na sua moradia, há algum integrante com deficiência (PcD) ou mobilidade reduzida (PMR)?

Não

Sim, e é adaptada e adequada Sim e preciso de adaptação

Dos que respoderam, a maioria dizem morar anteriormente no Paranoá, Itapoã e Sobradinho (Bairros próximos)

Qual o número total de integrantes da sua residência hoje?

(Respostas)

Somam 47 pessoas as residências com 3 a 4 integrantes

Somam 28 pessoas as que possuem menos de 3 interantes

Somam 20 pessoas as residências com mais de 4 integrantes

75 responderam que não. Há 18 integrantes PcD ou PMR. Desses, 15 dizem já ser adaptada ou não precisar de adaptação.

(Opcional) O que sua família pretende fazer futuramente com a moradia? (Selecione uma ou mais)

Alugar e morar em outro lugar Vender e voltar para moradia anterior Vender e morar em outro lugar Não sou o proprietário

Alugar e voltar para moradia anterior

Continuar morando Reformar e/ou mobiliar

A grande maioria respondeu que pretende continuar morando.

Sim, mas não preciso de adaptação (Integrantes)

Como você enxerga o Paranoá Parque em termos de espaços livres? (Selecione uma ou mais)

234567
0 5 10 15 20 25 15 13 22 25 11 7 2
80%
0102030405060
12,3%
56 17
103
3 10 5 13 5 48 respostas 93 respostas 93 respostas 93 respostas 65 respostas

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

O quão seguro se sente ao transitar pelo Paranoá Parque?

(Respostas)

0 5

34 19 25 12 3

(Seguro) (Inseguro)

A maioria acha inseguro transitar pelo bairro.

O que você acha do fechamento do condomínio? (Selecione uma ou mais)

93 respostas 93 respostas

Discorda por outros motivos

Discordo, porque a cerca vai fechar a passagem dos moradores

Discordo, devido aos altos custos com segurança, limpeza e manutenção

Discordo, acho que não vai melhorar a segurança

Concordo com o fechamento geral (de todo o bairro)

Concordo com o fechamento da minha quadra, acho que vai deixar mais seguro

Das respostas, 52 selecionaram concordar de alguma maneira com o cerca mento. Houveram 81 seleções na discordancia por algum dos motivos lista dos, e 4 discordam por outros motivos.

Você acha possível outras alternativas, que não sejam de cercamento, para melhoria da segurança no bairro?

37,6% 35,5% 23,6%

Não sei dizer

Não, acho que só vou ter segurança com o fechamento. Sim, o cercamento não é necessário. Outros

Apenas 22 pessoas querem definitivamente o cercamento. O restante ficou dividido entre não ser necessário ou não saber opinar.

(Opcional) Há um lugar em que você identifica ser mais violento ou que sente maior insegurança? Se sim, pode descrever onde, e se for o caso em qual horário é perigoso?

93 respostas 34 respostas

As respostas são recorrentes: Em geral não apontam um lugar específico, e quando apontam falam sobre o lote vizinho, nas praças e nos caminhos para as paradas de ônibus. Os horários mais perigosos identificados são durante a noite e madrugada.

26,3% 34,3% 2,8% 3,3% 13,9% 11,7% 11% 12345
10 15 20 25 30 35
104

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

(Opcional) Se desejar, comente sobre o que gostaria que melhorasse para ter mais segurança no bairro?

Você mantêm contato com a sua vizinhança? 93 respostas

48% 44% 8%

45 sim, 41 Não e 7 às vezes.

Sim Não Às vezes

Apontaram que gostaria de mais atividades como escola e comércio, rondas da polícia principalmente a noite, posto policial, camêras de segurança e iluminação noturna

Quanto aos jardins e hortas comunitárias, responda: (Questionário Virtual)

49 respostas 28 respostas

Gostaria de um ou mais no meu bloco

Já tenho e é suficiente

Já tenho mas gostaria de mais

Sem interesse Indiferente

Hortas para o con domínio cuidar

22 dos 28 responderam que gostariam

Como é a sua relação com a comunidade do Paranoá Parque como um todo? (Questionário Virtual)

28,6% 17,6% 11,2%

Amigável, sinto-me parte da comunidade

Amigável, mas poderia haver maior solidariedade Não amigável, não tenho vínculo com a comunidade Indiferente

Apenas 28,6% responderam sentirem definitivamente parte da comunidade. 42,8% apontaram que poderia haver maior solidariedade.

28 respostas 28 respostas

Em contribuição a este trabalho, aceitaria participar de encontros (online ou presencial) para discutir possíveis soluções e cenários para a melhoria dos espaços livres do Paranoá Parque?

Sim, gostaria de participar

42,8% 1414 105

Não, não tenho interesse

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

4. Mobilidade e atividades

28 respostas

As atividades e equipamentos existentes suprem as necessidades da população?

(Opcional) Em relação à pergunta anterior, há outras atividades de encontro que gostaria que tivessem? Se sim, descreva quais e onde gostaria.

8 respostas

(Sim)(Não)

Somam 23 (82%) os que discordam que as atividades e equipamentos exis tentes suprem a necessidade da população.

Em relação ao Paranoá:

13 Costumam ir ao Paranoá 3 ou mais vezes por semana

9 Costumam ir ao Paranoá todos os dias

4 Não precisam ir ao Paranoa

2 Vão ao Paranoá uma vez por semana

Quanto às praças e parques:

Todos os 28 selecionaram que gostariam de mais espaços arborizados.

26 gostariam de maior vigilância e segurança.

22 gostariam de mais praças e parques e que tivessem melhor qualidade. 18 Gostaria que as praças fossem mais acessíveis.

Com relação à presença de atividades de encontro exteriores à sua residência:

22 apontaram que gostaria de espaços para pique-nique; 20 apontaram que gostaria de mais espaços para churrasco;

18 apontaram que gostaria de espaços para descançar;

11 apontaram que gostaria de espaços para sentar e conversar, para reunião dos moradores e para culto religioso.

Onde você costuma ir para realizar atividades de lazer e entretenimento? (Selecione uma ou mais)

15 para o Plano Piloto; 13 Para outras regiões administrativas; Apenas 6 reali zam atividades no próprio bairro.

O que você acha da conexão entre os bairros?

16 Acham o bairro bem conectado e acessível para pedestre e ciclista.

20 Acham que não há uma boa quantidade comércio e serviços, de espaços para lazer e que esses espaços não são de qualidade e não tem a manutenção adequada.

O que você pensa em relação aos estacionamentos existentes?

28 respostas

As opiniões ficam divididas, 14 acham que são adequados, e o restante tendo outras opiniões.

106

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

(Opcional) Se houverem, descreva quais as questões mais urgentes para serem resolvidas?

Total 16 respostas

107

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

(Opcional) Se houverem, descreva quais as questões mais urgentes para serem resolvidas?

Total 16 respostas

108

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

(Opcional) Gostaria de fazer alguma outra observação não contempladas nas questões anteriores?

Total 19 respostas

109

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.2. QUESTIONÁRIO

(Opcional) Gostaria de fazer alguma outra observação não contempladas nas questões anteriores?

Total 19 respostas

110

8.3 OFICINA DOS PADRÕES

5. FERRAMENTAS
111
PARTICIPATIVAS

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.3. OFICINA DOS PADRÕES

Resultado da oficina: Mapa 1 - Escala do bairro.

112

FERRAMENTAS PARTICIPATIVAS 8.3. OFICINA DOS PADRÕES

Considerações:

- Foram tomados os cuidados de distânciamento social do atual momento de pandemia e seguido os protocolos de saúde.

- A aplicação do processo participativo no Paranoá Parque obser vou-se os seguintes pontos, que poderão ser explorada em pesquisas futuras:

a) Na anterior experiência de processo participativo no assentamento Dorothy Stang foi observado uma maior proximidade entre os moradores, e com isso houve uma maior interação da comunidade com as oficinas, resultando em um processo participativo mais efeti vo;

b) Mesmo como alguém de dentro que conhece o lugar, foram reali zadas várias tentativas sem sucesso de organizar um cronograma para aplicação das oficinas. Por fim optou-se por um único encontro com a síndica geral e os subsíndicos de cada edifício (total de 14 pessoas), apenas 6 compareceram, tendo no final 8 participantes.

A hipótese é que o baixo interesse dos moradores e as dificuldades de convívio e de se organizarem de maneira coletiva são resultados dos efeitos configuracionais do bairro: a extrema formalidade não favorece que os individuos se encontrem e se organizem coletivamente.

Constata-se ainda que a distribuição de moradias de maneira aleatória para pessoas com diferentes origens e costumes, em que não foi considerado quaisquer vinculos anteriores dessa população, somado com sua alocação em um espacialidade estritamente formal apenas prejudicam as relações socio-espaciais e restringem o desenvolvimento gradual dos padrões da urbanidade.

Necessidades mais urgentes apontadas por eles:

- Todos os 8 participantes concordam ser uma necessidade prioritaria tratar da falta de equipamentos (principalmente escola e cre ches), comércio e de arborização.

Resultados:

Resultado da oficina: Mapa 2 - Escala do lote.

- Algumas pessoas pontuaram a necessidade de uma padronização paisagística nas fachadas e fundos dos edifícios.

- Sugestão da síndica foi de Incluir as hortas comunitárias no desenho paisagístico, com plantio de temperos e alimentos;

- Também foi conversado sobre estratégias para reduzir os custos de manutenção proveniente da grande área do lote;

- 2 pessoas pontuaram sobre a alta sensação de insegurança e desejo pelo cercamento; O restante não deseja o fechamento devido ao aumento das taxas, no entanto, ainda é dificil para eles en xergar o Paranoá Parque como um bairro aberto.

- Os moradores complementaram o mapa com algumas hortas localizadas no fundo dos edificios que não foram mapeadas anterior mente.

113
8
115
PROPOSTA

Croqui: Conexões e planejamento na escala do Bairro.

PROPOSTA
PROPOSTA 100 0 200 300 m 100
1:5000 Fonte: SISDUC
SEDUH
adaptações
Calçadas Lotes Trilha picada LEGENDA MAPA Pinheiros Canteiros / Área Permeável Área Verde Livre Sistema Viário DETALHE MICROPARCELA DETALHE LOTES DETALHAMENTOS
Escala
e
com
do Autor. Edificações

Terceira Entrada

- Promenade em conexão com a Avenida Transversal.

Novas tipologias

Uso misto com foco institucional, mas abrigar usos residênciais, comerciais, público e privado.

Atividades concentradas e variadas: Incluir mais instituições variadas, como escolas de linguas, de música, teatro, biblioteca, etc. E comercios para esse público como livraria, gráfica, cafés, etc.

Segunda Entrada

- Conexão para os pátios internos.

Feira livre e autogestão

Comércios flexíveis geridos pelos moradores, Definição paisagística Remoção das barreiras físicas, desenho das fachadas e Recuos. Fachadas ativas

- Redução dos Estacionamentos (9%) - Traffic Calm - Pátios centrais ocupados - Lugares configurados por árvores, bancos, lazer para as crianças, coberturas, etc;

Primeira Entrada

- Estilos personalizados pelos moradores para identificabilidade local

Expansão dos espaços comunitários

- Estilos personalizados pelos moradores para identificabilidade local - Abrigar usos diversos, esporádios e permanentes tais como administrativos, serviços sociais e eventos sociais. Comércio flexível para os moradores Construções em Anexo: - Edifícios, puxadinhos e varandas

CROQUI DE ESTUDO ESQUEMÁTICO PROPOSTA 118

REALIDADE:PROPOSTA:

Implantação Atuais Lotes - Escala 1:750Implantação Proposta Lotes - Escala 1:750

Área Total: 13.206,5 m2

Estacionamentos: 20,8% - 2.751,5 m2 - 253 vagas.

ETAPA 1: Redução dos estacionamentos para menos de 9%, com referência ao padrão #22 de Alexander (1977).

ETAPA2: Com referência as questões respondidas em questionário e na oficina partipativa, foram aumentados os afastamentos das calçadas entre os edíficios, com a finalidade de trazer maior segurança e privacidade no térreo, e ao mesmo tempo uma maior faixa verde delimitando os edíficios, necessidade também apontada pelos moradores para o trabalho paisagístico nas fachadas.

Área Total: 13.206,5 m2

Estacionamentos: 6,22% - 822,74 m2 - 72 vagas. Mais vagas para PCD, idoso e vagas de motos.

ETAPA 3: Maior densidade construtiva: Anexos, edifícios de uso misto, comercial, comunitário e institucional.

ETAPA 4: Segurança ao caminhar, sistema de espaços livres conectados e com usos diversos para todas as idades. Definição de pátios internos e áreas de lazer para os moradores. Fronteiras suaves e com legibilidade. Vegetação e conforto.

DETALHE LOTES PROPOSTA 119

PROPOSTA

Plano de Ocupação

O projeto apresenta como matriz principal tratar do problema da formalidade e consequentemente a segurança ao possibilitar uma ocupação segura e espaços de permanência, convidativos tanto para os moradores quanto para quem vêm de fora.

Vigiliância natural, usos combinados, concentração de atividades nas vias mais movimentadas (com referência ao estudo da axialidade) e definição de um sistema de espaços livres confortável, com atividades para todas as idades, gêneros e perfis sociais e socioeconomicos.

No área de detalhe da proposta, a realidade previa apenas 60 edifícios residên ciais e 8 lotes comerciais (com a atual tendência de não serem ocupados). A população média estimada na poligonal do detalhe (15,74 ha) é de 5 mil habitantes.

Na proposta foram incrementados 6 novas tipologias, com aumento total de 244 unidades habitacionais, pode-se considerar com isso um aumento médio de mil habitantes, totalizando uma população média total de 6 mil habitantes. Estima-se no projeto um total de 121 novas unidades comerciais, o que equivale a 1 comércio para cada 50 habitantes. As novas tipologias de comércio em “puxadinho”, o comércio em promenade e a feira livre visam suprir uma necessidade local de comércios flexíveis para os moradores, possibilitanto um forte desenvolvimento de atividades socioeco nomicas, geração de empregos, segurança e qualidade de vida a população. Há usos complementares, e o padrão das hortas comunitárias foi reforçado dentro dessa teia de relações.

Dados do Projeto

Unidades Habitacionais: 1280 uh. + 244 uh. = 1492 uh.

Puxadinhos (térreo) + 30 unidades

Misto Comunitário e Inst. + 12 unidades

Habitação Coletiva: + 64 apts. (4 blocos)

Misto Completo (3 pav.) + 60 unidades

Unidades Institucionais: + 4 unidades (2 lotes)

Comercio térreo: + 53 uc. Feira Livres: 20 uc. (2 lotes)

Hortas Comunitárias: 785 m² Sistema de Espaços Livres: + 1,10 ha (em 24 lotes)

População total estimada: 5500 - 6500 habitantes

Legenda Tipologias

Residêncial Padrão

Misto Comercial e Habitacional

Misto Comercial e Institucional

Misto Comunitário e Institucional

Comercial “Puxadinho”

Comercial Promenade

Poligonal do Detalhe: 15,74 hectares PLANO DE OCUPAÇÃO
Feira Livre

Implantação Uso do Solo

Legenda Uso do Solo

Residêncial Multifamiliar

Misto Comércio + Hab.

Misto Comércio + Inst.

Comercial

Misto Comunitário Coletivo (uso comum) Praças Pátio

DETALHE MICROPARCELA PROPOSTA 121

Cheios e Vazios

Realidade:

Área total = 157.421 Cheios = 54.211 Vazios = 103.210

y/A = 65,56%

Proposta:

Área total = 157.421 Cheios = 134.462 Vazios = 22.959

y/A = 14,58%

Desempenho: Ruim

tendência à formalidade tendência à urbanidade

tendência à urbanidade 65,56% 14,58%

Alta formalidade

Desempenho: Excelente

Alta Urbanidade

tendência à formalidade

DETALHE MICROPARCELA PROPOSTA 122

Legenda

Retrofit: Avenida Transversal

Misto Residêncial e Comercial - Tipologia 1

Misto Comunitário e Institucional

Retrofit: Faixa Verde entre Blocos

Retrofit: Redução dos Estacionamentos e Transito Seguro

Comercial - Tipologia 1 Praças

Retrofit: Praça

Retrofit: Criação de Pátios Internos

Comercial Promenade - Tipologia 1

Comercial Promenade - Tipologia 2

Comercial Promenade - Tipologia 3

Anexo 1: “Puxadinhos” Comercial

Anexo 1: Varandas

Misto Residêncial e Comercial - Tipologia 2

Travessia Elevada

Misto Institucional e Comercial

Ponto de Ônibus com comércio

Feira Livre

Arborização Urbana

Travessia segura com ciclofaixa

Misto Residêncial e Comercial - Tipologia 3

Comercial Promenade - Tipologia 4

Horta Comunitária

Praça em níveis

AÇÕES DE INTERVENÇÃO PROPOSTA Implantação - Escala 1:1500 1 2 3 4 5 6 7 9810111213 14 15 16 18 17 19 20 21 242223
3.
123
1.
2.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.

MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL

Gabarito Máx.: 4 pav. 1 comercial e 3 residencial

Altura máx: 12 m Tx de ocupação: 90 % Afastamento Frontal: 2.3 m

Lateral: 22.6 m

1

Frente: Esquina (a): de 14m a 20m Padrão (b): de 8m a 30m

a b b 22.6 a 12 18 2.3 2.3 a b b a 12 14,2 22.6 18 2.3 2.3

MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL 2

Gabarito Máx.: 5 pav. 2 comercial e 3 residencial

Altura máx: 15 m

Tx de ocupação: 90 %

Afastamento Frontal: 2.3 m

Lateral: 22.6 m

TIPOLOGIAS PROPOSTA
Frente: Esquina (a): de 14m a 20m Padrão (b): de 8m a 30m 124

MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL 3

Gabarito Máx.: 4 pav.

1 comercial e 3 residencial

Altura máx: 12 m

Tx de ocupação: 70%

Afastamento Frontal: 1.5 m

Afastamento Laterais: 1.5 m Pátio interno Coletivo

Dimensões do lote:

Lateral: 30 m Frente: 34 m Esquina (a): de 14m a 20m Padrão (b): de 8m a 30m

MISTO INSTITUCIONAL E COMERCIAL

Gabarito Máx.: 4 pav.

1 Comercial e 3 Institucional

Altura máx: 15 m

Tx de ocupação: 75 %

Dimensões do lote:

Lateral: 34 m Frente: 65 m

TIPOLOGIAS PROPOSTA
18.5 30 12 14 8.5 1.5 34 1.5 8.5 13 21 12 20 6 2 13 20 30 65 125

MISTO COMUNITÁRIO E INSTITUCIONAL 14 14

Gabarito Máx.: 2 pav. 1 Comunitário e 1 Institucional

Altura máx: 6 m Tx de ocupação: 90%

Gabarito Máx.: Térreo. Comercial

Altura máx: 3 m

Tx de ocupação: 90 % Afastamento Frontal: 1.5 m

Dimensões do lote:

COMERCIAL 1 - PRAÇAS

Dimensões do lote:

Lateral: 6.5 m Frente: 7 m

3 7 7 7 126

TIPOLOGIAS PROPOSTA
Lateral: 14 m Frente: 14 m 3 6.5 1.5

Gabarito Máx.: Térreo Comercial

Altura máx: 2.7 m

Tx de ocupação: 90 %

7.5

COMERCIAL PROMENADE 1

Dimensões do lote:

2.5 1.5 5 1.5

COMERCIAL PROMENADE 2

Gabarito Máx.: Térreo. Comercial com Praça

Altura máx: 2.7 m

Tx de ocupação: 45 %

Afastamento Frontal: 8 m

Afastamento Lateral: 1.5m

Dimensões do lote:

Lateral: 7.5 m Frente: 8 m

2.7 6.5 7.5 7.5 127

TIPOLOGIAS MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL PROPOSTA
Lateral: 6.5 m Frente: 14 m

Gabarito Máx.: Térreo Comercial

Altura máx: 2.7 m Tx de ocupação: 90 %

Gabarito Máx.: Térreo. Comercial

Altura máx: 4 m Tx de ocupação: 75 %

Dimensões do Lote:

FEIRA LIVRE

Dimensões do stand:

Lateral: 6 m Frente: 6 m

Dimensões do lote:

Lateral: 14 m Frente: 36 m

COMERCIAL PROMENADE 3 3 61.5 128

Lateral: 3.5 m Frente: 7 m TIPOLOGIAS MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL PROPOSTA 2.7 3.5 7.0 7.0 6 18 6 12 14 36

ANEXO 1 - PUXADINHOS

Gabarito Máx.: 2 pav. 1 Comunitário e 1 Institucional

Altura máx: 6 m Tx de ocupação: 100 %

Dimensões do stand: Padrão A: Lateral: 3,70 m Frente: 4,15 m

Padrão B: Lateral: 5 m Frente: entre 4,5 e 5,5 m

ANEXO 2 - VARANDAS

Extensão Residêncial.

Altura máx: 12 m Tx de ocupação: 100 %

Dimensões: Lateral: 3.3 m Frente: 5.5 m

Área Útil: 2,50 m x 3,3 m (8,25 m2 para cada morador)

TIPOLOGIAS MISTO RESIDÊNCIAL E COMERCIAL PROPOSTA 12 A A
129
B 5,5

Implantação - Avenidas “Promenade”

PROMENADES

O Padrão “Promenade” #31 (ALEXANDER et al, 1977) trata-se de uma rua local com concentração de atividades tais como cafés, pequenas lojas e agrupa mentos de lugares para comer, que se desenvolvem ao longo de seu compri mento. Seu discurso é que cada subcultura — que corresponde a uma comuni dade de aproximadamente 7 mil pessoas — precisa de um centro para a vida pública, um lugar onde você vá para ver pessoas e ser visto.

Alexander recomenda que cada comunidade tenha sua promenade como sua espinha dorsal. Aliado aos estudo da axialidade, essa conexão proposta ajudaria a irrigar uma integração mais intensa e potêncialmente solu cionar o problema da baixa hierarquia interna do sistema. Como resultado, uma maior conexão entre quarteirões e no sistema de espaços livres que também se beneficia dessa intervenção através da criação de praças e outras atividades ao longo da rua, e sua respectiva conexão com outras áreas livres, pátios internos e espaços de lazer.

Ainda segundo Alexander, cada promenade ajuda a formar “nós de ativi dades” (Padrão #30) ao longo de seu comprimento, ou seja, uma centralidade que gera um fluxo de pessoas necessários para sua própria sobrevivência. Vida Noturna (33), Rua de comércio para pedestrres (32), Carnaval (58) e Dança na rua (63) são outros padrões associados pelo autor..

Na atual realidade foram levantados trailers informais com vendas de alimentos exatamente nos lugares que configuram essa rua. A estratégia, por fim, é de amarrar essa potêncialidade como uma solução funcional e social, ao portar de espaços flexíveis para que os moradores possam exercer seus empre endimentos e se beneficiarem das demais atividades.

Estimule a formação gradual da formação de Promenades no coração de cada comunidade, integrando-os com novas centralidades e posiciona dos centralmente. (ALEXANDER et al, 1977, p. 173, tradução nossa).

ELEMENTOS DE CIRCULAÇÃO PROPOSTA
Escala 1:1500 130

Implantação - Cruzamentos em Rotatórias Escala 1:500

Implantação - Travessia Elevada Próximo aos Equipamentos Escala 1:500

TRANSITO SEGURO E SINALIZAÇÃO

Apesar das modestas dimensões de passeio ao longo do sistema viário, conforme levantamento foram identificados sinalização inadequada e que poderiam ser otimizados para melhoria da segurança do pedestre.

Os estacionamentos ao longo da Avenida trans versal também é superdimensionado, e por isso foi feito Um Retrofit considerando dimensões mais adequadas, o que possibilitou a inclusão de ciclofaixas (que não haviam ali anteriormente) e continuar com uma área de passeio com capacidade para alto fluxo de pedestres, que tende a ocorrer com o adensamento e os novos comércios.

ELEMENTOS DE CIRCULAÇÃO PROPOSTA 131
Detalhe - Avenida Transversal ELEMENTOS DE CIRCULAÇÃO PROPOSTA Escala 1:200 A A

Corte AA - Avenida Transversal

FI

FIFPFMA FV PRAÇA

6.752.352.101.83.70 3.701.81.81.52.51.52.53.3 2.8 16.427.356.187.355.92 7.3 11.4 18.15

Corte AA - Escala 1:200

INTERVENÇÃO E RETROFIT

Esse corte que vem da Promenade, corta a Avenida transversal para o quarteirão abaixo é fundamental para o entendimento da proposta. É proposto fachadas humaniza das, uso misto com habitações geminadas, conexões com praças e com a promenade que leva ao interior das quadras, redimensionamento dos atuais estacionamentos e inclusão de ciclofaixas, faixa de interação com o comércio e mobiliário urbano.

ELEMENTOS DE CIRCULAÇÃO PROPOSTA
133

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para um bom desempenho funcional, foi avaliado a distribuição de equipamentos públicos, áreas livres com mobiliários e comércio com habi tação, trazendo mais diversidade no uso do solo, adensamento nos centros e atividades culturais e de lazer próximos como alternativas para a própria segurança e ocupação efetiva. Ao trazer novas tipologias habitacionais e maior densidade, passamos a beneficiar todas as dimensões, uma vez que agora o bairro se tornar mais vivo.

A modularidade e o uso dos padrões socioespaciais permite repetir a proposta por todo o bairro, e por isso optou-se por essa delimitação, de tamanho suficiênte que compreenda os principais lugares que terão inter venção. No entanto, essa proposta não é uma regra, pois considerando os padrões #12 (Comunidade de 7mil), #13 (Limites e costuras entre subcultu ras) e #14 (Bairro identificável) (ALEXANDER et al, 1977) é preciso haver variedade e identificabilidade entre subculturas. Trata-se da sensação de pertencimento, em que pessoas precisam de uma identidade espacial, de partes da cidade onde vivem de maneira distinta das outras, e isso é uma das questões mais importantes ao lidar com conjuntos habitacionais com tamanha monotomia como no caso do Paranoá Parque.

Dessa maneira recomenda-se sempre intervir de duas maneiras: 1) observando as peculiaridades de cada subcultura (o que equivale a cada quadra) e integrando os padrões autogeridos pelos moradores ao projeto; e 2) aplicando um processo participativo, de forma a identificar os proble mas e aproximar o projeto para as principais demandas locais.

Essa proposta é, portanto, um plano diretor para um Novo Paranoá Parque, com estratégias de Retrofit e apropriação que inverte completa mente uma configuração de extrema formalidade e insegurança para uma cidade viva, segura e habitável. Espera-se que essas estratégias de inter venção possam ser rebatidas nessas várias estruturas urbanas com espa cialidades similares, e ainda que por lidar com um modo de vida bastante comum à de muitos outros casos na contemporaneidade (da vida em con domínios fechados, das formas urbanas reclusas, fragmentadas, espraiadas e planejados para serem exclusivamente monofuncionais), esse estudo ser viria de repertório não apenas para conjuntos habitacionais do MCMV, mas tem o potencial de abranger uma extensa porção do nosso território.

134

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXANDER, C. A City is not a Tree. Architectural Forum, 1965.

ALEXANDER, Christopher; ISHIKAWA Sara; Murray, SILVERSTEIN; JACOBSON, Max; FIKSDAHL-KING, Ingrid; ANGEL, Shlomo. A Pattern Language: towns, buildings, cons truction. Barcelona: Gustavo Gilli, 1977.

ANDRADE, L. M, S. Conexão dos padrões espaciais dos ecossistemas urbanos: a cons trução de um método com enfoque transdisciplinar para o processo de desenho urbano sensível à água no nível da comunidade e da paisagem. 2014.

ANDRADE et. al. Adequação sociotécnica para projetos de urbanismo participativo do grupo de pesquisa e extensão periférico: Táticas urbanas como tecnologia social, dimensões da sustentabilidade, padrões espaciais e de acontecimentos e construção de cenários. XVIII Enanpur, Natal, 2019. Disponível em: <http://anpur.org.br/xviiienanpur/a naisadmin/capapdf.php?reqid=1594>. Acesso em 30 Out. 2021.

BLUMENSCHEIN, Raquel Naves et al. Avaliação da qualidade da habitação de interesse social: projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva. In: Qualidade de pro jeto urbanístico/sustentabilidade e qualidade da forma urbana. p. 19-96. Brasília: UnB, FAU, 2015.

CODEPLAN, Pesquisa de satisfação dos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida, Paranoá Parque. 2018. Disponível em: <http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/Es tudo-Pesquisa-de-satisfa%C3%A7%C3%A3o-dos-benefici%C3%A1rios-do-Programa-Min ha-Casa-Minha-Vida-%E2%80%93-Parano%C3%A1-Parque.pdf>

CODEPLAN, Sumário Executivo. Pesquisa de satisfação dos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida, Paranoá Parque. 2020. Disponível em: <http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/Pes quisa_de_Satisfacao_dos_beneficiarios_do_PMCMV-Paranoa-Parque.pdf>

CYMBALISTA, Renato. Lendo e compartilhando Jane Jacobs. Revista Políticas Públicas & Cidades, v.4, n.1, p.170 – 209, ago./dez. 2016. Ebook. Disponível em: <http://www.ieb.us p.br/wp-content/uploads/sites/165/2016/05/Lendo-Jane-Jacobs.pdf>. Acesso em: 6 Ago. 2021.

HANSON, Julienne. Urban transformations: a history of design ideas. Urban Design Inter national, [s.l.], v. 5, n. 2, p.97-122, ago. 2000. Nature Publishing Group. Disponível em: <ht tps://www.researchgate.net/publication/32885933_Urban_ transformations_A_history_of_desing_ideas>. Acesso em: 11 Ago. 2021.

HILLIER, Bill. Space as a Paradigm. In 2nd Space Syntax Simposium, 1999, Brasilia. Proce edings… Brasilia: UnB, 1999. Disponível em: <https://www.spacesyntax.net/symposia/2n d-international-space-syntax-symposium/>. Acesso em 17 Ago. 2021.

HILLIER, B. Space is the machine: a configurational theory of architecture. [s.l.] Space Syntax, 2007.

HILLIER, B.; HANSON, J. The social logic of space. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.

LOPES, Flávia M. N. S. Como era na favela? Como é no conjunto? Relações entre proprie dades espaciais e modos de uso no caso do reassentamento da favela do Maruim em Natal/RN. 2018. Dissertação (Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018. Disponível em: <https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25663>. Acesso em 11 Ago. 2021.

HOLANDA, F. DE. O Espaço de Exceção. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002. HOLANDA, F. DE. Urbanidade: arquitetônica e social. In: I ENANPARQ. Rio de Janeiro: 2010.

HOLANDA, F. DE. Os 10 Mandamentos da Arquitetura. Brasília: Frbh, 2013.

JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2007. GEHL, J. Cidade Para Pessoas. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 2014. Grupo de Pesquisa “Periférico - Trabalhos Emergentes”. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília. Disponível em <https://www.perifericounb.com/arti gos>. Acesso em 29 Ago. 2021.

EUSTÁQUIO, P. A. M. Espaços Públicos nos Projetos de Expansão Urbana em Brasília: Onde fica a Urbanidade?. Tese de Mestrado, Programa de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Univreridade de Brasília. Brasília, DF. 2021.

KOHLSDORF, M. E. A apreensão da forma da cidade. Brasília: EdUnB, 1996.

LEGEBY, A. Patterns of co-presence: spatial configuration and social segregation. Sto ckholm: Architecture and the Built Environment, KTH Royal Institute of Technology, 2013.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOUREIRO, V. R T. Qualificação de Doutorado. A (IN) FORMALIDADE NOS SISTEMAS URBANOS: complexidade espacial nas favelas contemporâneas. 2014. 83 f. Tese (Douto rado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

LOUREIRO, V. R. T. Quando a gente não tá no mapa: a configuração como estratégia para a leitura socioespacial da favela. 2017. 261 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/24679>. Acesso em: 30 Não é um mês valido! 2017.

MEDEIROS, V. URBIS BRASILIAE OU SOBRE CIDADES DO BRASIL: inserindo assenta mentos urbanos do país em investigações configuracionais comparativas. 2013. 519 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/han dle/10482/1557>. Acesso em: 25 set. 2016.

PIZARRO, E. Interstícios e Interfaces como oportunidade latentes: o caso da Favela de Paraisópolis, São Paulo. Dissertação de Mestrado, FAUUSP+AA, 2014.

SALINGAROS, Nikos A. (trad. Livre SALOMÃO, L.) (1998). Twelve Lectures on Architecture - Algorithmic Sustainable Design. Solingen: UmbauVerlag, 2010. Disponível em: <ht tps://applied.math.utsa.edu/~yxk833/POUS-online.html>. Acesso em 30 Ago. de 2021.

SALINGAROS, Nikos A. (trad. Livre SALOMÃO, L.) (1998). Principles of Urban Structure, Design Science Planning. Amsterdam: Techne, 2005. Disponível em: <https://applied.ma th.utsa.edu/~yxk833/POUS-online.html>. Acesso em 30 Ago. de 2021.

SALINGAROS, Nikos A. et all. (trad. Livre SALOMÃO, Lídia) Habitação Social na América Latina: uma Metodologia para Utilizar Processos de Auto-organização. Apresentado no Congresso Ibero-Americano de Habitação Social, Florianópolis, Brasil, 2006. Disponí vel em: <https://applied.math.utsa.edu/~yxk833/POUS-online.html>. Acesso em 30 Ago. de 2021.

SALINGAROS, Nikos A. A linguagem de padrões e o desenho interativo. Tradução: Lívia Salomão Piccinini. 2003. Disponível em: <http://zeta.math.utsa.edu/~yxk833/patterninte ractive-port.pdf>. Acesso em 22 Ago. de 2021.

SALVADOR, L. M.; BARONE, G. P. Jan Gehl e o desenho urbano das cidades contemporâneas: De Copenhague a São Paulo. Vitruvius Brasil. Disponível em: <https://vitruvius. com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/19.217/7020>. Acesso em 30 Ago. 2021.

TACHIEVA, Galina. Sprawl Repair Manual. Island Press, 2010.

TALEN, E. Sprawl Retrofit: Sustainable Urban Form in Unsustainable Places. Environment and Planning B: Planning and Design 2011, volume 38, pages 952-978. School of Geogra phical Sciences and Urban Planning, School of Sustainability, Arizona State University. 2015. Disponível em: <https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download? doi=10.1.1.823.9920&rep=rep1&type=pdf> Acesso em: 29 Ago. 2021.

TENÓRIO, G. S. Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública. 2013. 245 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Brasília, Uni versidade de Brasília, Brasília, 2012. Disponível em: <http://fredericodeholanda.com.br/o rientacoes/doutorado/2012_TenorioGabriela_ao_desocupado_em_cima_da_ponte.pdf>. Acesso em: 11 Ago. 2021.

VIÉGAS, H. O Retrofit na arquitetura e urbanismo. Artigo para o blog Realidades Urba nas. Disponível em: <http://realidadeurbanas.blogspot.com/2012/06/o-retrofit-na -arquitetura-e-no.html>. Acesso em 13 Out. 2021.

REFERÊNCIAS - MÍDIA

AGEVAP/UD1. Cílios do Paraíba. Boletim Informativo Digital do Comitê da Bacia da Região Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul, 2018. Disponível em: <http://www.cbhme dioparaiba.org.br/boletim/ed01/mat5.html> Acessado em 29 Out. 2021

CAHÚ, G. Recife desenvolve tecnologia inovadora para tratamento da água poluída. Portal Citinova, 2021. Disponível em: <https://citinova.mctic.gov.br/recife-desenvolve-tec nologia-inovadora-para-tratamento-da-agua-poluida/> Acessado em 29 Out. 2021

DALTON, M. Is a Sustainable Suburbia Still Possible Post-Pandemic?. 16 Nov. 2020. We bsite Dwell. Disponível em: <https://www.dwell.com/article/future-of-suburbia -655472b4> <https://sprawlrepair.com/> Acesso em 30 Ago. 2021.

DEJTIAR, Fabian. "Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade" [Gehl: la paradoja de planificar la informalidad] 13 Mar 2018. ArchDaily Brasil. (Trad. Pereira, Matheus) Acessado 30 Ago 2021. <https://www.archdaily.com.br/br/890237/gehl-o-paradoxo-de -planejar-a-informalidade> ISSN 0719-8906.

DEJTIAR, Fabian. "Jan Gehl propõe plano diretor estratégico ecológico no Chile" [Gehl: La ecología al centro de Chile] 25 Fev 2021. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vini cius) <https://www.archdaily.com.br/br/957231/jan-gehl-propoe-plano -diretor-estrategico-ecologico-no-chile> Acessado 26 Ago 2021. ISSN 0719-8906

Estadão. 4 ideias para iluminar ruas com eficiência e segurança. Summit Mobilidade Urbana 2021. Disponível em: <https://summitmobilidade.estadao.com.br/guia-do-trans porte-urbano/4-ideias-para-iluminar-ruas-com-eficiencia-e-seguranca/> Acessado em 29 Out. 2021

FUZEIRA, V. Paranoá Parque, o condomínio que tem problemas de cidade grande. Artigo no jornal eletrônico Metropoles. 2019. Disponível em: <https://www.metropoles. com/distrito-federal/paranoa-parque-o -condominio-que-tem-problemas-de-cidade-grande>. Acesso em 13 Out. 2021.

GAETE, Constanza Martínez. "5 conselhos de desenho urbano, por Jan Gehl" [5 consejos de diseño urbano elaborados por el arquitecto Jan Gehl] 02 Set 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Daudén, Julia) Acessado 30 Ago 2021. <https://www.archdaily. com.br/br/794345/5-conselhos-de-desenho-urbano-por-jan-gehl> ISSN 0719-8906

HERRIGES, Daniel. Artigo “Who benefits from neighborhood improvements?” Website da organização Strong Towns. Disponível em: <https://www.strongtowns.org/jour nal/2017/11/1/who-benefits-from-neighborhood-improvements>. Acesso em: 6 Ago. 2021.

Manual de Desenho Urbano e Obras Viárias. Prefeitura de São Paulo. Disponível em: <ht tps://manualurbano.prefeitura.sp.gov.br/manual

NOBRE, S. Água: o insumo finito. Blog pessoal, 2013. Disponível em: <https://sergiono bre.wordpress.com/tag/aguas-servidas/> Acessado em 29 Out. 2021

PL 688/13. Incentivo ao Uso Misto. Gestão Urbana SP. Disponível em: <https://gestaour bana.prefeitura.sp.gov.br/incentivo-ao-uso-misto/> Acessado em 29 Out. 2021

Portal Prefeitura de São Paulo. Largo Paissandu e São João: Melhorar a experiência do transporte público e de permanência no espaço público. Revelar as potencialidades do entorno. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/centro-aberto-pais sandu/>

SALINGAROS et. al. "Habitação social na América Latina: desenho capaz de estabelecer 'pertencimento emocional'" [Vivienda social en Latinoamérica: diseño capaz de establecer 'pertenencia emocional'] 13 Mar 2019. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado 29 Ago 2021. <https://www.archdaily.com.br/br/913159/habitacao-social-na-a merica-latina-desenho-capaz-de-estabelecer-posse-emocional> ISSN 0719-8906

SALINGAROS et. al. "Habitação social na América Latina: Sequência de desenho" [Vi vienda Social en Latinoamérica: Secuencia de diseño] 04 Jun 2019. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado 29 Ago 2021. <https://www.archdaily. com.br/br/918385/habitacao-social-na-america-latina-sequencia-de-desenho> ISSN 0719-8906

SALINGAROS et. al. "Participação como princípio básico da habitação social: aplicando o trabalho de Christopher Alexander" [La participación como principio básico en la vivienda social: cómo utilizar el trabajo de Christopher Alexander] 05 Abr 2019. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) <https://www.archdaily.com.br/br/914405/participacao-como -principio-basico-da-habitacao-social-aplicando-o-trabalho-de-christopher-alexander> Acessado 29 Ago 2021.

Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação. Guia de Urbanização. 1º ed. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2017.

STEUTEVILLE, R. "25 great ideas of the New Urbanism". 31 Out. 2017. Jornal eletrônico CNU. Disponível em: <https://www.cnu.org/publicsquare/2017/10/31/25-great-ideas -new-urbanism>. Acesso em 30 Ago. 2021.

STUBBS. P. Jan Gehl quotes. Blog the environment show. 2020. Disponível em: <ht tps://www.environmentshow.com/jan-gehl-quotes/>. Acesso em 17. Ago. 2021.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.