WHAT NEW MEDIA IS NOT Upload - Download Universidade de Lisboa Faculdade de Belas Artes Design de Comunicação Audiovisual e Multomédia 2 Março de 2011 UM PROJECTO DE: Ana Rodrigues Inês Francisco Gustavo Martins Matilde Pinto Imagem da capa: Vizinhos de Buster Keaton, 1920
/ O Homem da C창mara de Filmar de Dziga Vertov, 1929
Presente em «The Language of New Media» de Lev Manovich, WHAT NEW MEDIA IS NOT é um capítulo crucial na desmistificação daquelas que são as características dos novos media perante os já existentes. Tendo em conta uma perspectiva mais histórica, é provado que os princípios dos novos media não são exclusivos destes e podem ser encontrados em outras tecnologias analógicas. Deste modo, tomado o exemplo do Cinema como media analógico, este assume um papel preponderante na compreensão da teoria através do seu escrutínio tecnológico face à “novidade” inerente aos media digitais.
/ Uma semana de Buster Keaton, 1920
1. Os novos media consistem na representação digital dos media analógicos. Deste modo, enquanto os media analógicos são contínuos, os novos média são descontínuos. 2. Todos os media digitais (texto, imagem, dados de tempo visuais, sonoros, formas, espaços 3D) partilham o mesmo código, o que permite a exibição de diferentes tipos de media numa mesma máquina. 3. Em contraste com o cinema (que, ao ser contínuo armazena os dados em sequência), um dispositivo multimédia (computador) permite - à mesma velocidade - o acesso aleatório a qualquer dado.
4. Em contraste com a representação analógica, uma representação digital (codificada) contém uma quantidade fixa de informação. 5. Em contraste com os media analógicos, que perdem qualidade com a cópia, os media digitais podem ser copiados infinitamente, sem que aconteça esta perda. 6. Em contraste com os media analógicos, os novos media são interactivos, ou seja, o utilizador pode interagir com o dispositivo multimédia e escolher o que quer visualizar. Deste modo, o utilizador é também co-autor da experiência/obra. Manovich, Lev. (2001) The language of new media, MIT Press: Massachusetts
/ A Greve de Sergei M. Eisenstein, 1925
/ Metr贸pole de Fritz Lang, 1927
O objectivo desta aula expositiva é contrapor estas duas realidades e provar o Cinema como o grande precursor dos novos media. Para o efeito, recria-se uma experiência visual e sonora que convida o observador a fazer parte e viver o acontecimento. O espaço expositivo, cuja estrutura arquitectónica evidencia uma divisão simétrica da área espacial, proporcionou a criação de duas zonas distintas que, entram em conflito e, ao mesmo tempo, se complementam. Numa interpretação quase literal do texto sob análise, este conflito não é nada mais, nada menos do que a disputa de protagonismo de duas situações expositivas semelhantes mas, transmitidas por meios diferentes. Deste modo, a área mais próxima à zona de entrada consiste na simulação da experiência do Cinema através da projecção de um filme sobre tela branca e dos lugares sentados que acentuam a colectividade do acto. O filme em questão é o Homem da Câmara de Filmar, de Dziga Vertov, que é constantemente citado na obra de Manovich e evidenciado como o guia do próprio livro. Composto por excertos do diário de um operador de câmara, este filme é uma experiência inovadora na comunicação, por via do cinema, de eventos reais. Sem a ajuda de legendas e narrativa, este trabalho experimental visa a criação de uma linguagem verdadeiramente internacional do cinema, baseada na absoluta separação das linguagens cinemática e literária.
/ M de Fritz Lang, 1931
A área que se sucede compõe-se por cinco televisores, dispostos lado a lado que, de forma aleatória decompõem filmes nas suas próprias cenas. O intuito desta decomposição encontra-se directamente relacionado com o carácter descontínuo e possibilidade do acesso aleatório dos novos media. Devido à digitalização da informação, os novos media abandonam a representação linear e colocam o tempo sob o controlo humano, permitindo a gestão, análise e manipulação do mesmo. Mas tudo isto não era já possível para o cinema no século XIX? Segundo Lev Manovich, tal mapeamento do tempo era já possível com dispositivos como o Taquistoscópio ou o Zootrópio. O cinema, por excelência o modo de representação do mundo durante todo o século XX, está destinado a ser substituído pelos media digitais: o numérico, o computável, o simulado. Este foi o seu papel: preparar-nos para viver confortavelmente num mundo bidimensional de simulações em movimento. E, posto isto, o cinema sai de palco. Entra o computador.
Cinema has without doubt been the most important popular art-form of the twentieth century, so if new media prepares to realize its ambition to become the successor of cinema for this twenty-first century, it would have to incorporate the cinematic within itself, to reinvent it, to make it a new. Manovich, Lev. (2001) The language of new media, MIT Press: Massachusetts
Questions by Lev Manovich Answers by Lev Manovich for MIT Press . July 2001 http://manovich.net/LNM/Q&A_Manovich.html
Q. What is new media? A. The short answer: read the book. More seriously, we can define new media as new cultural forms, which depend on computers for presentation and distribution: Web sites, virtual worlds, virtual reality, multimedia, computer games, computer animation. My book investigates continuities and
discontinuities between these new forms and the old ones. What are the ways in which new media relies on older cultural languages and what are the ways in which it breaks with them? What is unique about how new media create the illusion of reality, represent space and time, and organize human experience? How do techniques of old media—such as the rectangular frame, mobile camera and montage—operate in new media? But this is not all. The computerization of culture not only leads to the emergence of new forms; it redefines existing ones such as photography and cinema. I therefore also investigate the effects of the
computer revolution on visual culture at large. How does the shift to computerbased media redefine the nature of static and moving images? What are the new aesthetic possibilities, which become available to us? Q. Your book contains no illustrations of new media art, software interfaces or computer technology; instead, you begin with a portfolio of still images from a famous Russian avant-garde film Man with a Movie Camera. Why? A. This was a deliberate decision. I wanted to stress historical continuities
between new and old media, to show how many principles of new media can be already found in older media arts such as cinema. In addition, I wanted to foreground the avant-garde potential of new media, its promise to create new cultural forms and to re-define existing ones. So this is why I chosen not just any old media artifact but this famous avantgarde Russian film. I begin the book with a collection of stills from the film, which act as a summary of the book’s main ideas. If I am to make a sub-title for the book, it would be ‘Everything you wanted to know about new media but were afraid to ask Dziga Vertov.”
/ O Homem da C창mara de Filmar de Dziga Vertov,
Questions by Daniel Palmer Answers by Lev Manovich for MIT Press . July 2001 http://www.manovich.net/LNM/Q&A_Palmer.htm
Q. Your book starts with scenes from Vertov’s Man With a Movie Camera, and ends with a chapter called ‘What is Cinema?’. A spool of film appears on the cover of the book. Why are cinema and the photographic so central to your understanding of new media? A. There are a few answers to this question. Cinema has been the most
important cultural form/medium of the twentieth century; so it natural that new media both inherits many conventions from cinema (similarly to how cinema itself inherited conventions from previous nineteenth century forms, in particular a novel) and also contains a promise of replacing cinema as the key new form of the twenty first century. Methodologically, I find that theory of cinema is more directly relevant to new media than, say, literary theory, because, as new media, cinema is a cultural forms heavily based on technology; and the evolution if film language is closely linked to the technological
developments and changes in cinema’s industrial mode of production. Finally, I was originally attracted to new media in the early 1980s (which was then called “computer graphics” and “computer animation) because I saw in it the promise of being able to do films without big budgets, lots of heavy equipment and big crews – something which tools like DV cameras and Final Cut Pro running on a Powerbook has finally made possible, although it took about twenty years!
All in all, if we look at new media in terms of its new capacities for representation and its use of already existing representational techniques (which is what I am doing in my book), cinema indeed comes out to be more important than other arts and media. Manovich, Lev. (2001) The language of new media, MIT Press: Massachusetts
/ A Greve de Sergei M. Eisenstein, 1925
/ M de Fritz Lang, 1931
/ A Greve de Sergei M. Eisenstein, 1925
/ A Greve de Sergei M. Eisenstein, 1925