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EDITORIAL
Em defesa das lavouras
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m cada etapa da lavoura há as particularidades que demandam dos agricultores a devida atenção. Antes do plantio vem o planejamento do que e como plantar, depois as tecnologias apropriadas para semear cada uma das culturas. Após as áreas semeadas, seja de soja, milho ou feijão, vêm os cuidados com as pragas, doenças e ervas daninhas, que, se não forem controladas de maneira eficiente, acabam levando embora boa parte do investimento. Ou seja, não adianta investir alto em boa semente e fertilizante de qualidade, se não houver a prevenção em relação aos danos que podem ocorrer durante o desenvolvimento das culturas. Por mais que os agricultores participem de eventos técnicos ou obtenhas orientações técnicas dos respectivos profissionais, sempre ficam dúvidas sobre o manejo específico para cada inseto. Nessa edição abordamos o manejo de pragas, justamente pensando em contribuir para sanar algumas dessas dúvidas, comumente encontradas no campo. É importante salientar que, além das perdas que o próprio agricultor tem ao não controlar as pragas de maneira eficiente, com queda de produtividade, a qualidade do grão também pode ser afetada, dificultando a colocação do produto no mercado. Hoje o mercado consumidor é bastante exigente e considera as características do grão no momento da compra. Logicamente que essa qualidade pode ser afetada após a colheita, durante os processos de transporte e armazenagem, mas aí não compete mais ao produtor, este deve, entretanto, manter o seu foco na qualidade que se forma durante o desenvolvimento das lavouras, na fase de formação dos grãos e até a conclusão da colheita. Aliás, isso não é uma cobrança, é apenas um lembrete, porque é de conhecimento de todos que a maior eficiência da cadeia da produção agrícola está dentro das propriedades, no que tange aos agricultores e que os gargalos estão na segunda etapa desse processo. Ainda assim, sempre é possível melhorar, e qualquer pequeno percentual que se ganhe na quantidade produzida ou na qualidade desses grãos, pode ser bem segnificativa na soma final. Esta edição traz ainda uma diversidade de reportagens interessantes para agregar conhecimento e informação à toda a sua família. Então aproveite e faça uma boa leitura.
Paraná RURAL 4 I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I paraná rural
ÍNDICE
entrevista
PECUÁRIA
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Manfred Dasenbrock, presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ fala sobre cooperativismo de crédito.
Médico veterinário Fernando Bracht orienta sobre procedimentos para melhorar a qualidade do leite.
REPORTAGEM ESPECIAL
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No Show Rural Coopavel, pesquisadores apontam novas tecnologias para aumentar a capacidade produtiva das lavouras do país. inovação tecnológica
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Com foco no mercado regional, indústria de Cascavel investe na fabricação de guindastes de alta qualidade
AGRICULTURA
das lavouras preo18 Pragas cupam produtores ao levar
embora boa parte do lucro.
EXPEDIENTE Revista Paraná Rural Ltda.- ME - CNPJ 15.454.495/0001 - 04 Rua Aroeira, 362, Parque Verde - Cascavel/PR - CEP 85807-802 - Fone (45) 9966-9667
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ENTREVISTA
Em busca da inclusão financeira O sistema cooperativo se baseia em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia e solidariedade. E acompanhando as inovações tecnológicas, tem se expandido e aprimorado ao longo do tempo
Rafael Danielewicz/Central Press
Manfred Alfonso Dasenbrock
E
mbora alguns poucos dirigentes tenham desvirtuado o verdadeiro sentido do cooperativismo, muitos outros conseguiram se adaptar aos novos tempos, sem descaracterizar, mas mantendo a sua essência. É por isso que tem seus nomes reconhecidos perante a sociedade. O cooperativista Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ e da holding Sicredi Participaçôes S.A., é uma dessas pessoas que mantêm o cerne do sistema e além de ter seu nome reconhecido, colocou o Brasil no cenário internacional ao assumir o cargo de Secretário Geral do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito. O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,6 milhões de associados e 1.283 pontos de atendimento, em 11 Estados do País (Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás). Organizado em um sistema com padrão operacional único, conta com 100 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais - acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma
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Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Já, o Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu) tem como objetivo o fortalecimento e a expansão das cooperativas de crédito em todo o globo. Nos últimos anos, o Conselho Mundial implementou
mais de 290 programas de assistência técnica em 71 países. Ao todo, participam da entidade 57 mil cooperativas de crédito de 103 países, que atendem 208 milhões de pessoas. Paraná Rural conversou com Manfred Dasenbrock, para compreender melhor a sua atuação e o cooperativismo de crédito brasileiro. paraná Rural - O que representa para o Brasil ter um profissional daqui integrando o Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu)? manfred - Este é o reconhecimento do modelo de cooperativismo e dos avanços que as cooperativas de crédito tiveram no Brasil, nos últimos seis anos, em termos de governança, legislação e conquistas que tivemos aqui. Tratase de um olhar para o nosso país, onde o sistema cresce 20% ao ano, isto é, mais que o mercado financeiro. Representa ainda a condição do Brasil em poder contribuir com as suas práticas, para o cooperativismo de crédito mundial, como já tem levado as suas experiências para países da América Latina e outras nações. O Brasil tem contribuido com a sua expertise, para a difusão do cooperativismo de crédito mundial, por ser um país onde o Marco Regulatório é muito bom, assim como a relação com o Banco Central, a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e a Frente Parlamentar. E tudo isso está sendo visto lá de fora. pR - Quais as principais ações e objetivos do Woccu? manfred - Tem uma ação forte, de estímulo para a expansão, com atuação em alguns pontos principais, sendo o primeiro dar atenção ao Marco Regulatório, estabelecendo e preservando a relação com os bancos centrais mundiais, que por sua vez orientam as políticas de relacionamento com os bancos centrais nacionais com as cooperativas de crédito, mantendo assim um papel de vigilância, para
Rafael Danielewicz/Central Press
ENTREVISTA
Manfred. O Brasil tem colaborado para a difusão do cooperativismo de crédito no mundo
que não haja ruptura. Em seguida vem o foco na inclusão financiera. O Woccu acredita que ao adotar os novos meios de pagamentos, vai permitir a inclusão financeira de milhões de pessoas novas. Nós acreditamos que o Cooperativismo de Crédito promove uma distribuição de renda mais justa e por isso produz um mundo melhor. Atua ainda para que as cooperativas tenham um crescimento orgânico, independente de ser pequena, média ou grande. Inclusive o Sicredi Sul foi premiado, justamente por possuir esse crescimento linear, pelo modelo de estruturação criado aqui. E finalmente, manter vigilância para que não haja ruptura de mercado, principalmente perante as crises, fazendo com que os sócios e a comunidade sintam segurança no sistema mesmo ante as adversidades da economia. Para isso há uma ajuda mútua mundial. No Haiti, por exemplo, quando houve o grande terremoto, o Woccu foi a primeira organização a chegar no local para ajudar a prestar socorro. Isso porque há um vínculo muito forte entre os países. Além de estimular a difusão do sistema. pR - Certamente a sua participação no Woccu tem lhe dado a oportunidade de conhecer o sistema em vários lugares do mundo. Como avalia o cooperativismo de
crédito brasileiro perante os demais países? manfred - Sempre que viajo, retorno com a convicção de que estamos no caminho certo. Nós temos o melhor Marco Regulatório do mundo, porque temos o banco e somos cooperativa, enquanto que em outros países existe a bancarização. Nós temos a Lei Complementar 130, que nos garante a segurança da existência, e em termos de legislação também temos um diferencial importante. A nossa rede de estruturas, com marca única e regras próprias, não existe em outros países, assim como o bom relacionamento que temos com os órgãos representantes. pR - As cooperativas de crédito tem sido um diferencial para os usuários, em relação ao sistema bancário privado? Quais as formas que o Sicredi encontra para agregar valor aos seus associados? manfred - Sim, existe um diferencial que pode ser avaliado por diversas situações. Um exemplo é em relação às greves dos bancários, que não são aderidas pelos colaboradores do Sicredi, uma vez que estes também são sócios da cooperativa. O Sicredi investe muito em capacitação e atendimento. Em nossa missão, a valorização do relacionamento vem antes do negócio e visa também agregar renda ao associado. Nosso resultado é calibrado, porque visa atender a comunidade onde está inserido e não com caráter expeculativo. Todo o recurso que captamos fica na região, assim como o resultado financeiro, fica na comunidade, por meio da distribuição dos lucros aos associados. pR - Analisando a história, há uma tendência das pessoas em buscar cada vez mais o cooperativismo também no contexto financeiro? Ou há restrições quando se trata de banco? manfred - Na nossa visão, pelo crescimento que estamos tendo, pelo trabalho de difusão das
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ENTREVISTA
cooperativas e pela transparência nos processos de gestão, é algo que contagia, que contamina. Pra se ter uma ideia, no Paraná tivemos uma adesão de mais de cem mil novos associados, vindos de forma seletiva, somente em 2014, nas 350 unidades de atendimento, distribuídas em todo o Estado. Destes, mais de trinta por cento participaram das nossas ações de boas vindas. Tivemos um crescimento financeiro de 20% ao ano e 10% de aumento no número de associados. Então, quando vemos esse crescimento, percebemos que a proposta está sendo vista e aceita pelas pessoas. Elas estão gostando desse jeito diferente de ser atendidas. Mas é importante dizer que o crescimento não pode ser superior a isso, porque nos faltaria infraestrutura. Queremos crescer sim, mas de forma consistente. pR - É fácil ver a presença do Sicredi em ações de comunidades do interior. O produtor rural é um personagem importante para o cooperativismo de crédito? manfred - O DNA do Sicredi é o mesmo DNA do meio agrícola. São as nossas raízes. O Sicredi nasceu assim. E a fidelidade do produtor rural ao Sicredi é invejável. Por sua vez o Sicredi está presente em todas os setores da produção, com financiamentos, projetos, seguros e demais serviços, que fazem parte de um conjunto no atendimento às suas necessidades. Então há uma relação muito relevante, que não se perde facilmente. pR - Por que Sicredi e Sicoob? São linhas diferentes ou no fundo são uma coisa só? manfred - Até 2003 a regulamentação do Banco Central não permitia que o Sicredi atuasse no meio urbano, podendo ter no seu quadro associativo somente produtores rurais. Em contrapartida o Sicoob tinha foco no atendimento ao cliente da cidade. Em 2003 muitas dessas regras foram abertas
WOCCU. Manfred, o primeiro sentado à esquerda, com os demais membros do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito, no dia da posse.
e atualmente ambos podem atender os mesmos públicos. Então, o mais importante é que as pessoas possam ser atendidas por uma cooperativa de crédito. pR - O Sicredi possui diversos programas sociais, como o Crescer, Pertencer, União faz a Vida, etc. A responsabilidade social é importante para uma entidade financeira? Em que isso agrega? manfred - Por ser uma sociedade de pessoas, tudo é relevante. É muito importante que haja equilibrio entre o econômico, o social e o ambiental, porque as pessoas vivem e dependem de tudo isso. Então, cada programa é uma escolha nossa, onde destinamos recursos para finalidades distintas, mas com objetivo final nas pessoas, porque elas são importantes para nós.
“
Na missão do Sicredi, a valorização do relacionamento vem antes do negócio e visa também agregar renda ao associado”
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pR - Fazendo um balanço das cooperativas de crédito no Brasil em 2014, dá para dizer que foi um bom ano? Teve crescimento? manfred - Foi um bom ano. Eu diria que o melhor ano que tivemos. Fechamos com um saldo muito bom nos ativos, com o plano de metas cumprido e com boa condição para colocar em prática o que projetamos para 2015. Apesar da macroeconomia não estar de acordo com o que desejamos, o Sicredi está consolidado, o que nos permite fazer um atendimento diferenciado ao associado. O Fundo garantidor, o processo de auditoria e outras conquistas que tivemos em 2014, vão ajudar a tornar o cooperativismo de crédito mais competitivo. Então, por tudo isso, podemos dizer que o ano foi muito bom e que estamos bem animados. pR - Qual é o alvo do Sicredi para os próximos anos, especialmente para a região Sul do país? manfred - Nossa meta é a expansão geográfica, levando o Sicredi para os estados onde ainda não está presente, e fortalecer a atuação nos estados do Sul, principalmente em São Paulo, dando condições para que mais pessoas tenham a oportunidade de fazer parte do cooperativismo de crédito.
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SHOW RURAL COOPAVEL
Foco no potencial de produção Pesquisas mostram que a capacidade produtiva das lavouras é muito superior ao que se colhe atualmente e que a agricultura precisa evoluir muito em produtividade
A
cadeia produtiva do agronegócio demanda de tecnologias adequadas para que haja um bom índice de produtividade e qualidade. São investimentos que dependem do nível de aceitação e da disponibilidade financeira próprios agricultores. Além da difusão de conhecimentos dessas tecnologias. As pesquisas sempre se preocupam em revelar resultados de estudos realizados por longos períodos, feitos por grandes profissionais das respectivas áreas. Um bom veículo para essa divulgação são os eventos realizados por empresas públicas, privadas ou por
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cooperativas. Uma grande concentração dessas informações estará disponível aos produtores rurais de todo o Brasil, no início de fevereiro. São mais de cinco mil parcelas experimentais e demonstrativas, apresentadas por cerca de 480 expositores, presentes no Show Rural Coopavel. Feira de difusão de conhecimento, que será realizada em Cascavel/Pr entre os dias 02 e 06 de fevereiro. Entre pesquisadores e profissionais do agronegócio, são 4.120 pessoas disponíveis para atender os mais de 210 mil visitantes que deverão comparecer à 27ª edição,
SHOW RURAL COOPAVEL
“Situado entre os grandes eventos agropecuários do país, o Show Rural Coopavel tem como objetivo apontar o caminho para a excelência em termos de tecnologia para as propriedades rurais, para o aumento de produtividade, redução de custos e controle de qualidade” realizada em 2015. As demonstrações técnicas focam novas alternativas em tecnologias para agricultura, pecuária, suinocultura, avicultura e outras diversificações do campo, fazendo com que o local se torne uma grande atração ao público alvo. Todas as empresas trazem novidades. E muitas. Dentre as principais estão as alternativas apresentadas pela Emater, as pesquisas realizadas pela Embrapa, Iapar, Coodetec, entre outras empresas que estudam os sistemas de produção agrícola e pecuário brasileiro. “O enfoque é direto nas transformações das propriedades rurais, por isso a participação de expositores é exclusividade de quem atua no ramo”, enfatiza Rogério Rizzardi, coordenador geral do evento. Grandes potencialidades A evolução genética dos animais e das plantas mostra que os produtores brasileiros ainda podem evoluir muito nos aspecto da produtividade, principalmente em termos de agricultura. “Um exemplo é o da soja, em que o país já deveria estar produzindo mais de 100 sacas por hectare, entretanto a nossa média nacional não chega a 60 sacas”, salienta Rizzardi ao afirmar que o mesmo acontece com as demais culturas. Ele lembra que o evento vai mostrar aos produtores que o caminho é o da alta produtividade. “Situado entre os grandes
eventos tecnológicos do país, este tem como objetivo apontar o caminho para a excelência em termos de tecnologia para as propriedades rurais, para o aumento de produção, redução de custos e controle de qualidade”, diz o coordenador do evento. Além da diversificação das propriedades e da preocupação com o meio ambiente, com as leis ambientais, e com os rumos que a agropecuária mundial tem tomado a cada nova safra. As empresas de máquinas e implementos agrícolas vêm para mostrar que a evolução também está no desempenho e na modernização desses grandes aliados do homem do campo, os equipamentos. Muitos dos lançamentos feitos durante a semana chegam a surpreender os visitantes, tamanha a capacidade tecnológica que possuem. em favor do campo “A pesquisa trabalha em alta velocidade, as empresas buscam colocar seus produtos novos no mercado, e o agropecuarista precisa da pesquisa e dos produtos” diz Rogério Rizzardi, ao salientar que o Show Rural Coopavel é o ponto de encontro, onde é transferido o conhecimento de maneira objetiva e prática, proporcionando o encontro do produtor rural com a tecnologia. Por outro lado, a adoção de tecnologia pelo produtor rural, significa obter condição para participar com eficiência dessa cadeia, que cada vez mais exige produtos de
Rizzardi. Evento mostra o potencial de produção das culturas.
qualidade para atender a demanda do consumidor. “A propriedade rural e o agropecuarista devem ser tratados como parte integrante de economia moderna, que precisa de evolução tecnológica como tudo na economia mundial”. Sabedores dessa necessidade de aprendizado, agropecuaristas vêm dos mais diversos lugares do Brasil e do exterior, para aprender. E entidades como a Faep e a Fetaep dão atenção especial aos pequenos produtores, trazendo cerca de 16 mil, de todo o Paraná. “Essas proporcionam oportunidade a agricultores que só conseguem o contato com a tecnologia num evento como este, por que vêm por meio dessas entidades” afirma Rogério Rizzardi, que acompanha esse trabalho de perto.
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SHOW RURAL COOPAVEL
Emater. Artesanato movimenta Espaço da Mulher no Show Rural
Para as pequenas propriedades O Instituto Emater sempre prepara dezenas de espaços onde apresenta alternativas interessantes para as pequenas propriedades, com atividades que vão desde a fruticultura, hortaliças à pecuária e produção orgânica. Mas uma das grandes atrações é o pavilhão do artesanato, viabilizado em parceria com a Associação das Primeiras Damas do Oeste do Paraná (Adamop), para o comércio de artesanato produzido pelas mulheres agricultoras e participantes dos programas sociais dos municípios da região. A exposição conta com um espaço amplo, dividido por setores, que facilita o atendimento aos visitantes e favorece as vendas, além da troca de experiencias entre as próprias participantes da mostra. Jogos de cama, mesa e banho, tapetes para toda a casa, esculturas, chinelos e peças para cozinha , são apenas alguns dos itens expostos pelas mulheres. Entre outros itens constam ainda alguns produtos alimentícios como bolachas, doces e conservas. As artesãs vêm de 29 municípios da região e há 10 anos participam do evento que, além de comercializar os produtos, ajuda a divulgar o trabalho de cada uma, para vendas posteriores.
Os novos tons do parque O paisagismo do local é um atrativo à parte. Entre pequenas lavouras de soja, milho, feijão... surgem os canteiros que formam desenhos de diferentes cores e espécies de plantas ornamentais, proporcionando aconchego e bem-estar aos visitantes. “Nesse ano todo o paisagismo foi reformulado, com novas flores e formatos dos jardins, para encantar ainda mais nosso público”, diz Rizzardi. Todo esse trabalho também tem o propósito de mostrar aos agricultores que o paisagismo combina muito bem com o meio rural, e prode proporcionar um ambiente mais agradável e bem estar à toda a família. O parque também ganhou novos banheiros, mais ruas cobertas, que agora chega a 50% do parque, e melhoria em toda a infraestrutura. Uma das ações mais importantes, nesse sentido, foi o enterro de todos os fios de baixa tensão, melhorando a visualização e permitindo aos expositores a colocação de bandeiras e materiais publicitários, sem riscos de acidentes com energia elétrica. Segundo Rizzardi, está em estudo o mesmo procedimento para os fios de alta tensão, que ainda permanecem no ar. As ruas que eram de calçamento foram substituidas por asfalto e e foram alargadas para cinco metros, visando facilitar a movimentação do público, que em dias de muito movimento precisava caminhar pela grama das bordas. As praças cobertas e boas bancadas, continuam lá, convidando ao descanço quem já rodou alguns quilômetros em busca do conhecimento. Enfim, é todo um ambiente de planejado durante o ano que antecede o evento, e colocado em pratica minuciosamente, sob a coordenação da Vânia, engenheira Agrônoma da Emater, responsável pelo paisagismo. O trabalho exige inclusive o estudo das espécies, e o plantio feito na época exata para a floração coincidir com a semana do Show Rural Cooapvel.
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as pragas da lavoura O não controle de percevejos implica uma redução média de 20% na produtividade da soja. Pode reduzir drasticamente a qualidade da semente (germinação e vigor), prejudicando a produtividade da próxima safra.
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AGRICULTURA
Da Redação Fotos: Lurdes T. Guerra
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Com cem por cento das lavouras de verão já plantadas no Oeste do Paraná, a preocupação dos produtores rurais está agora na defesa das culturas contra o ataque de pragas, o controle de ervas daninhas e o desenvolvimento de doenças. Cada um desses fatores é igualmente importante e leva embora boa parte do investimento feito nas culturas, caso não haja controle efetivo. Tanto a soja como o milho são suscetíveis ao ataque de diferentes espécies de insetos durante todo o seu ciclo de desenvolvimento. Dependendo das condições ambientais e do manejo que se pratica, as pragas precisam ser controladas sempre que atingirem populações capazes de causar perdas no rendimento das culturas. De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Nardi, da Plantar Comércio de Insumos, especificamente no caso da soja, as pragas mais presentes na região são as que compõem o complexo de lagartas, entre elas a Helicoverpa armigera, os percevejos e os tripes. A proliferação destas depende do clima e das práticas culturais. “Se não há um bom manejo na cultura antecessora, os insetos conseguem sobreviver, porque estabelece-se uma ponte de alimentos entre uma safra e outra”, explica Nardi, salientando que é isso que faz com que haja o ataque de pragas intenso na fase inicial das lavouras, exigindo controle. “O ideal é sempre fazer um levantamento da área antes do plantio e, se necessário, fazer o manejo de pragas”, diz Nardi. Em algumas propriedades onde não houve esse tipo de cuidado, o que se viu foi um ataque inicial de lagartas bastante agressivo, tanto que mais de 40% dos produtores já precisaram entrar com aplicação de inseticidas.
Por outro lado, os que plantaram sementes com tecnologia Intacta ou ainda os que fizeram tratamento industrial de sementes, incluindo o mix de defensivos, tiveram suas lavouras menos afetadas nessa fase inicial. infestação que preocupa Todas as pragas causam danos preocupantes, embora algumas afetam mais a planta que outras, por causarem danos mais diretos. Os tripes, por exemplo, atacam mais na fase inicial, podendo causar dano econômico. “Nesse caso o tratamento de sementes industrial é bastante efetivo e ajuda a manter o nível baixo de infestação”, explica Nardi. Outra lagarta que tem causado problemas é a falsa medideira, por afetar várias lavouras da região. Recomenda-se mantê-la num nível baixo e bem controlada, principalmente na fase de fechamento da soja, porque depois fica mais difícil. Os percevejos são pragas que também vem preocupando o setor produtivo. Tanto que foi o principal assunto abordado pelo ento-
O ENTOMOLOGISTA e pesquisador da Fundação ABC, Elderson Ruthes, falou sobre pragas de Cascavel
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AGRICULTURA
mologista Elderson Ruthes, coordenador de pesquisa do setor de Entomologia da Fundação ABC, de Castro-PR, em palestra proferida em Cascavel, para produtores e engenheiros agrônomos. Segundo Ruthes, os percevejos são pragas de grande importância, pois se alimentam dos grãos de soja, afetando seriamente o seu rendimento e sua qualidade. E, como o milho safrinha vem logo após a colheita da oleaginosa, se não for devidamente controlado, altas infestações do inseto podem ocorrer logo no início do desenvolvimento do milho, ocasionando perdas de até 30% sobre produtividade. Em ambas as culturas, os percevejos ao se alimentar injetam saliva com algumas enzimas que ocasionam a morte celular dos tecidos vegetais. Em milho a injeção desta saliva pode ocasionar perfilhamento, redução de porte da planta e, por consequência, menor produtividade. “Os primeiros 30 dias de desenvolvimento da lavoura de milho são os mais críticos”, salienta. O pesquisador lembra que o monitoramento da população do inseto é fundamental para obter sucesso no controle do percevejo. “É de extrema importância atrelar o monitoramento das pragas de acordo com o sistema de cultivo
“
As pragas hoje estão em evidência, como esteve a ferrugem, entretanto, todos os manejos, sejam de plantas daninhas, pragas ou doenças, tem que ser igualmente considerados, pelo alto risco de perda de produtividade das culturas”. L.C. Nardi de cada região, a partir do levantamento destas informações é possível determinar a necessidade da aplicação de inseticidas e o intervalo entre essas aplicações, são ações como estas que ajudam a manter a população dos insetos-pragas abaixo do nível de dano econômico”, afirma Elderson Ruthes. Helicoverpa, um caso à parte Ela se espalhou rapidamente e está preocupando os produto-
res rurais do Oeste paranaense, infestando lavouras em Cascavel, Toledo, Ouro Verde e outros municípios próximos. Ela se alimenta de qualquer planta e em qualquer fase, além de se adaptar facilmente ao ambiente. Essa lagarta é das mais devastadoras, podendo provocar perdas de até 70% nas lavouras, caso não seja controlada. Mas para que o inseticida faça efeito, a aplicação tem que ser feita antes que a lagarta atinja um centímetro de comprimento. Conforme vai crescendo, sua pele vai enrijecendo, formando uma espécie de couraça, que a protege da ação dos agrotóxicos, dificultando o seu controle. Entretanto, justamente na fase em que deveria ser controlada, a Helicoverpa armigera é de difícil visualização, pois fica dentro dos folíolos fechados, protegida por uma teia, “o que dificulta que caia no pano de batida”, enfatiza Nardi. Para o agrônomo, é preciso ir à caça da Helicoverpa com a paciência de abrir os folículos e analisar as folhas. “As visitas constantes à lavoura fazem parte das medidas de controle”. Quando adulta, essa lagarta, que tem um ciclo de vida de 40 dias, permanece entre 12 e 18 dias se alimentando da planta. “É uma praga de fácil dispersão, mas com grande
Orientações aos produtores No final de outubro a Bayer reuniu engenheiros agrônomos e agricultores de Cascavel para falar sobre o MIP – Manejo Integrado de Pragas, com ênfase ao percevejo, em lavouras de soja e milho safrinha. O evento foi coordenado pelos profissionais Jairo Backaltchuck e Gelton Radin, com palestra proferida pelo Entomologista Elderson Ruthes, da Fundação ABC, de Castro-PR. 20 I Dezembro Novembrode / Dezembro 2014 / Janeiro de 2014 de 2015 I paraná I paraná rural rural
capacidade de reprodução e sobrevivência”, salienta Nardi. Medidas de controle Apesar dos danos causados nas culturas, não se indica a aplicação preventiva de produtos químicos, pois, além do grave problema de poluição ambiental, a aplicação desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui para o desequilíbrio populacional dos insetos. O controle das principais pragas da soja deve ser feito com base no nível de ataque, no número e tamanho dos insetos-pragas e do estádio de desenvolvimento da cultura. “Para saber essas informações, o produtor precisa inspecionar constantemente as áreas plantadas”, diz o entomologista da Fundação ABC, Elderson Ruthes. Há algumas técnicas que ajudam. Nos casos das lagartas e dos percevejos, por exemplo, as amostragens devem ser realizadas com o já bem conhecido ‘pano de batida’, de cor branca, com 1m de comprimento, o qual deve ser estendido rente à fileira de soja. As plantas da fileira devem ser sacudidas vigorosamente sobre o mesmo, promovendo a queda dos insetos, que deverão ser contados. Esse procedimento deve ser repetido em vários pontos da lavoura, considerando, como resultado, a média de todos os pontos amostrados. “Alguns dias após ter feito a aplicação do inseticida, é importante usar novamente o pano de batida, para ver o quanto conseguiu controlar e a necessidade ou não de entrar com nova aplicação”, orienta o pesquisador, ao enfatizar a importância do agricultor em buscar conhecimento, entender as diferenças das pragas e a necessidade do manejo integrado. “O monitoramento é uma das peças chave para a realização do MIP e precisa ser colocado em prática, a decisão em relação a qual tática de controle deve ser adotada será de acordo com a infestação que se tem em cada propriedade”, enfatiza.
NARDI. Em busca da Helicoverpa, que na sua fase inicial se esconde nos folíolos da soja, dificultando a visualização pelo produtor. “É preciso procurá-la na lavoura, em tempo hábil de cotrole”.
Aliás, voltar a utilizar o já conhecido ‘pano de batida’ está sendo bastante incentivado pelas empresas de pesquisa. “Apesar das diferentes tecnologias disponíveis ao produtor hoje, não podemos esquecer de ferramentas consideradas simples, mas de fundamental importância para o controle de pragas, como o pano de batida na cultura da soja”, diz o entomologista Elderson Ruthes. Trata-se de uma ferramenta para uso constante tanto dos produtores como dos profissionais da área técnica, para saber quais pragas estão presentes na lavoura e o nível de infestação. “Por meio dessas informações se tem uma ideia mais precisa quanto ao momento de aplicar o inseticida, tipo de produto e dosagem”, diz o pesquisador. Enquanto ação preventiva, o Tratamento Industrial de Sementes – TSI é uma das boas práticas adotada pela maioria dos agricultores. Segundo Nardi, cerca de
Como coletar as amostragens de percevejos n Nos períodos mais frescos do dia, quando os percevejos se movimentam menos; n Ser feitas com maior intensidade nas bordas da lavoura, onde, em geral, os percevejos iniciam seu ataque; n Repetir semanalmente, do início da formação de vagens até a maturação fisiológica; n Bater sobre o pano apenas as plantas de uma fileira e reduzir a população crítica para a metade.
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AGRICULTURA
80% já agregam o tratamento no momento da compra da semente, enquanto os demais ainda tratam na propriedade. “O importante é que esses produtores não deixem de incluir os inseticidas adequados quando forem tratar a semente”, diz, observando que esses são mais importante que o fungicida, porque atualmente as sementes já são mais resistentes às doenças. Mais rigor às pragas Para controlar as pragas é importante observar os níveis de danos individualmente, uma vez que cada inseto ataca as plantas de diferentes formas e momentos, assim como os controles são específicos. n Lagartas desfolhadoras - Ao encontrar, em média, 10 lagartas grandes por pano-de-batida, ou com menor número se a desfolha atingir 30% antes da floração, e 15% tão logo apareçam as primeiras flores, é preciso entrar com o controle. Entretanto, se for em período de seca e com as plantas ainda em crescimento, esses níveis devem ser reduzidos pela metade. n Percevejos - Como são mais agressivos, os percevejos devem ser controlados logo que forem encontrados dois insetos adultos por metro linear. n Broca das axilas - Controlar quando a lavoura apresentar em torno de 25% a 30% de plantas com ponteiros atacados. “Na dúvida sobre o momento de entrar com o controle, o mais indicado é buscar orientação técnica, quando os profissionais indicarão o produto correto e a dosagem ideal”, salienta Luis Carlos Nardi. Ele observa que ao escolher os defensivos, é importante levar em conta a toxicidade, o efeito sobre inimigos naturais e o custo por hectare. O uso do equipamento de proteção individual, durante o preparo e a aplicação dos defensivos, é importantíssimo, assim como é preciso dar o destino correto às embalagens, conforme a legislação vigente.
Pano de batida. Gelton Radin, da Bayer, dá informações técnicas aos produtores sobre a retomada da ferramenta de controle de pragas. Ao lado, Nardi demonstra como manuseá-la.
Manuseio de inseticidas e descarte de embalagens n Utilizar inseticidas devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para uso na cultura da soja e para a praga-alvo que deseja controlar. O número do registro consta no rótulo do produto. n Usar equipamento de proteção individual (EPI) apropriado, em todas as etapas de manuseio de agrotóxicos, a fim de evitar possíveis intoxicações. n Não fazer mistura em tanque, de dois inseticidas, ou de um inseticida com outro agrotóxico. Este procedimento é proibido por lei. n Evitar aplicações em dias ou em horários com ventos fortes, visando reduzir a deriva dos jatos e tornando a aplicação mais eficiente. Isso também reduz possíveis contaminações de áreas vizinhas. n Observar o período de carência do produto (período compreendido entre a data da aplicação e a colheita da soja), principalmente no controle de pragas de final de ciclo da cultura (percevejos, por exemplo). n Ler com atenção o rótulo e a bula do produto e seguir todas as orientações e os cuidados com o descarte das embalagens. n Devolver as embalagens vazias (após a tríplice lavagem das embalagens de produtos líquidos), no prazo de um ano após a compra do produto, ao posto de recebimento indicado na nota fiscal de compra, conforme legislação do MAPA.
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AGRICULTURA
Informática muda o jeito de produzir Tecnologias do campo invadem os computadores e geram informações que surpreendem o setor produtivo
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ma nova forma de cultivo estudada pelos americanos promete revolucionar a agricultura nos Estados Unidos e muito em breve chegar ao Brasil, chamando a atenção dos produtores rurais para uma tecnologia chamada ‘plantação prescritiva’. Em essência, trata-se de um sistema que avisa com maior precisão qual semente plantar e como cultivá-las em cada parte do terreno. Essa pode vir a ser a maior mudança na agricultura desde as plantas geneticamente modificadas O sistema de plantação prescritivo denominado ‘FieldScripts’, é de propriedade da multinacional Monsanto, e foi testado pela primeira vez no ano passado e agora está à venda em apenas quatro estados americanos. Mas a sua história começou em 2006 com um startup do Vale do Silício, pela empresa de informatização Climate Corporation, criada por dois ex-funcionários do Google, que se utilizou de sensoriamento remoto e outras técnicas cartográficas para mapear todas as 25 milhões de plantações dos EUA e sobrepor a elas todas as informações climáticas que pudessem ser encontradas. Em 2010, essa base de dados já continha 150 bilhões de observações do solo e 10 trilhões de pontos de simulação climática. Depois de todos esses anos de estudos e testes, a plantação prescritiva começa a se estabelecer definitivamente. No final do ano passado, a produtora de sementes DuPont Pioneer se uniu ao fabri-
Equipamentos de precisão controlam ações nas lavouras
cante de máquinas agrícolas John Deere para distribuir informações sobre sementes e fertilizantes para os fazendeiros no campo. Uma cooperativa de fornecedoras de materiais de agricultura, a Land O’Lakes, comprou a Geosys, uma empresa de geração de imagens de satélite, em dezembro de 2013, para incrementar o seu braço de dados agrícolas. De acordo com informações divulgadas pela empresa, os benefícios são claros. Os fazendeiros que experimentaram o sistema Monsanto afirmam que ele aumentou os resultados em cerca de 5% ao longo de dois anos, um resultado que não pode ser equiparado por nenhuma outra intervenção única. As empresas de sementes acham que fornecer mais dados para os fazendeiros poderia aumentar o rendimento do milho americano de 10 para 12,5 toneladas por hectare, um aumento considerável às margens dos agricultores daquele país.
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EM SOLO BRASILEIRO De acordo com o engenheiro agrônomo Cláudio Luis Heinzmann, da Preciza, Corbélia, essa tecnologia é mais um complemento daquilo que a agricultura de precisão já dispõe hoje. Segundo ele, a AP foi lançada pelos americanos e eles dominam uma tecnologia que poucos do mundo ainda têm acesso. “Mas como princípio, a AP serve para medir a variabilidade de um determinado fator que pode interferir de forma positiva ou negativa na produtividade das culturas, e tentar controlá-lo ou modificá-lo através de práticas agrícolas”, diz, ao enfatizar que tanto o clima quanto o solo norte-americanos são completamente diferentes do brasileiro. “É difícil imaginar que técnicas desenvolvidas nos EUA para aquelas condições, possam ser implantadas aqui com sucesso, sem passar por adaptações regionais”.
AGRICULTURA
Ainda assim, é claro que a tecnologia pode vir para o Brasil, “mas para isso é preciso montar um banco de dados regional, para então estudar quais os fatores estão influenciando na produtividade das culturas, e então sugerir alguma intervenção à campo”, enfatiza Cláudio. Entretanto, se a novidade vai realmente beneficiar os produtores, é uma dúvida pertinente. “Se olharmos por um lado comercial, os EUA são nossos concorrentes mundiais em termos de produção de alimentos. Quando nossa produtividade vai mal, há uma menor oferta, o preço mundial aumenta, e consequentemente eles têm mais lucro em suas atividades agrícolas”, explica ele ao afirmar que o inverso também é verdadeiro, quando acontece alguma frustração nas lavouras americanas. Por outro lado, muitas indústrias de agroquímicos são americanas, e o Brasil depende da oferta desses produtos para alcançar uma produtividade pretendida. Então fica a dúvida. “Se eles tive-
rem acesso a um banco de dados dos problemas de nossas lavouras, das pragas e doenças que estão nos atacando, e quais produtos químicos teríamos que usar para colher mais, e se todas essas informações passarem para as mãos de um de nossos maiores concorrentes na produção de alimentos, realmente não se sabe se iria beneficiar ou atrapalhar os agricultores brasileiros”. E aí fica uma interrogação. a nova tecnologia na agricultura Para ser implementada a nova tecnologia, assim como qualquer outra, precisa de acompanhamento técnico, planejamento e muita informação. “Agricultura de Precisão é feita por gente e não por máquina. Então essas empresas terão que montar um banco de dados regional, levantando os problemas que os clientes estão enfrentando aqui, a forma de manejo das pragas e doenças, para então cruzar essas informações com a produtividade das culturas, e definir qual a forma mais correta da próxima interven-
ção”, diz Cláudio justificando que só assim poderão contribuir para evitar os problemas que os agricultores brasileiros enfrentam. Também é claro que toda tecnologia tem seu custo e benefício. A questão está em saber a favor de quem essas informações serão usadas. “Se for usada a favor do agricultor, sem interferência comercial, certamente trará benefícios. Se não, ficaremos ainda mais dependentes de empresas multinacionais”. Para Claudio, toda a mudança tem uma resistência, mas para alcançar objetivos diferentes, tem-se que tomar atitudes diferentes, e aí está a maior dificuldade no dia a dia do profissional com o agricultor. “Tenho a convicção de que a assistência técnica fornecida aos agricultores, por meio de empresas privadas e cooperativas, é altamente qualificada. Se levantarmos os problemas junto aos agricultores, com foco na solução destes, sem prevalecer o lado comercial, a solução para eles está mais perto do que se imagina”, afirma o engenheiro agrônomo.
Resultado depende de planejamento Para gerar resultados efetivos a tecnologia precisa ser acompanhada do planejamento para evolução do uso da agricultura de precisão. O advento da AP foi benéfico para o aumento da produtividade das lavouras, mas o uso das ferramentas trazidas pelas tecnologias podem potencializar resultados de produtividade. Uma das grandes contribuições da agricultura de precisão é termi-
nar com áreas de instabilidade dentro das lavouras. No entanto, fatores isolados no processo decidem muito pouco sobre a produção. O grande desafio é saber exatamente essa intervenção e a influência na produtividade. Mas as empresas que lidam com agricultura de precisão já estão atuando de forma madura e conscientizando o produtor da utilização correta da ferramenta.
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Controle estratégico de CCS
AssiStência Técnica. O médico veterinário Fernando Bracht com o produtor Marcelo Favarão, de Campina da Lagoa.
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PECUÁRIA
Produtor foca no controle de células somáticas e melhora a qualidade do leite Da Redação Fotos: Lurdes T Guerra
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uando decidiu ingressar na atividade leiteira, em 2008, o produtor Marcelo Luiz Anizeli Favarão, de Campina da Lagoa/PR, começou comprando 100 vacas. Mas confessa que não se ateve muito à qualidade dos animais. A falta de experiência no negócio o levou a adquirir vacas de menor potencial produtivo e baixa imunidade. “Hoje eu sei que deveria ter optado por um rebanho de melhor qualidade”, diz. O fato atrasou o bom desempenho da atividade. Além da baixa produtividade, a qualidade do leite era comprometida. “A CCS (Contagem de Células Somáticas) estava sempre acima de um milhão (1.000.000). Isso representava um custo muito alto com antibióticos, pois sempre havia animais em tratamento. Inicialmente o sistema era de semiconfinamento e toda vez que chovia os animais ficavam na lama, o que era um problema na ordenha, pois nem sempre se conseguia uma higienização eficaz. As melhorias começaram quando Marcelo optou por construir o free-stall e buscou ajuda de profissionais especializados para adotar novos procedimentos de prevenção e cura da mastite. novo Manejo foi instituído O primeiro passo foi treinar os funcionários do setor leiteiro. Em seguida a implantação de uma rotina de trabalho, com foco na ordenha, onde são feitos os procedimentos de higienização, evitando-se o uso de água para lavar o úbere. O teste da caneca também
precede a ordenha. O re-dipping não é uma prática comum nas propriedades leiteiras, mas foi adotada mediante o alto índice de animais contaminados. Trata-se do uso de uma toalha especial, higienizada e imersa em desinfetante apropriado, utilizada para retirar o iodo deixado pelo pré-dipping nos tetos. Ao final da ordenha é feito o pós-dipping. Apesar de pouco utilizada nas leiterias, a toalha é eficiente, desde que se tenha um procedimento correto. O médico veterinário Fernando Bracht, da B&M Consultoria, que orientou a implantação dos procedimentos na propriedade, explica que ela pode ser utilizada no pré-dipping, embora foi orientado ao Marcelo utilizar no re-dipping devido ao histórico alto de CCS da fazenda. A toalha é individual, uma por vaca, e após o uso deve ser lavada em água corrente ou em máquina de lavar e mergulhada em uma solução de água aquecida a 70 °C, com produto Dermizan. Deve ficar imsersa nessa solução até a próxima ordenha, quando é torcida para ser utilizada novamente. Água utilizada é tratada sempre Toda a água usada na sala de ordenha é clorada. Para isso o produtor instalou um filtro, como o dos aviários, onde coloca pastilhas de cloro diariamente. Assim, a água já sai clorada na mangueira. “É um equipamento de baixo custo, que pode ser adquirido em lojas de produtos para aviários”, explica Marcelo. A lavagem das teteiras também
é feita individualmente. A calda é preparada no balde, mas passada com um copo em cada teteira e descartada de forma que a água contaminada não fique no balde. “caso ocorra de um conjunto de teteiras cair no chão durante a ordenha, ele é lavado e desinfetado antes de ser recolocado no animal, para evitar qualquer tipo de contaminação ambiental”, diz Fernando Bracht. Ele salienta que a ordenhadeira é sempre muito bem regulada para não sobrar leite na vaca, pois isso também pode desencadear mastite e outras infecções no animal. Na área externa foram adotadas algumas normas, como a secagem das vacas com bisnaga e selante. Caso esteja com mastite crônica é acrescentado um antibiótico injetável. A flambagem do úbere e o corte da dos pelos das pontas do rabo também fazem parte da rotina. Outro procedimento preventivo está relacionado ao conforto e à nutrição das vacas. “Um animal bem alimentado e sem estresse passa a ter mais imunidade ante as doenças”, justifica Marcelo. Na cama, sob a maravalha é colocada uma camada de cal diariamente. Quando a vaca deita, fica com o úbere em contato direto com o colchão, então o cal atua como desinfetante, enquanto que a maravalha, serve para amortecer o contato do corpo. “Se a cama não for de boa qualidade as vacas irão preferir deitar no chão sujo”, ressalta Marcelo, que faz reposição de maravalha duas vezes ao dia e comprou uma máquina de fazer maravalha e usa madeira de pinus, que é mais macia.
Toalha que é utilizada no re-dipping e o filtro que clorifica a água paraná rural I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I 29
PECUÁRIA
A fase de pré-parto tem atenção especial por parte do produtor, que vê como um momento importante na prevenção de doenças. “Orientamos para que sejam tomados todos os cuidados necessários para evitar que as vacas venham a parir com mastite”, orienta Fernando. A melhora foi significativa O selecionamento das vacas foi ocorrendo naturalmente. Hoje já são mais de 500 animais, 166 em produção. Alguns produzem média de 40 a 60 litros por dia, com média de CCS abaixo de 270 mil. Somando o que deixou de gastar com medicamentos, com o ganho por qualidade, o valor líquido é em torno de 30% a mais na rentabilidade da propriedade. “Hoje possuo qualidade para entregar o leite às grandes indústrias”, enfatiza Marcelo, lembrando que inicialmente apenas alguns laticínios aceitavam o seu produto. “Em dois anos todo o rebanho terá sido renovado e aí a meta é estar abaixo das 200 mil”. De acordo com Fernando Bracht, o objetivo está dentro das possibilidades da fazenda, que tem um cuidado muito grande com as bezerras. Assim como a grande maioria dos pecuaristas, Marcelo hesitava em se desfazer dos animais com problemas crônicos. “Mas descobri que é melhor descartar, pois uma
Equipe. Os funcionários do Sítio Rio Azul com Fernando Bracht, Marcelo Favarão e o pai
vaca contaminada diminui a qualidade do leite no tanque e pode ser uma fonte de infecção para as outras vacas”, explica. Segundo o produtor, alguns animais apresentam um custo alto com alimentação, mas dão pouco retorno em leite, além dos custos com medicamentos. Para repor os animais descartados, a propriedade trata com carinho as novilhas. Quando nascem as bezerras são alojadas em instalações apropriadas, onde ficam separadas por idade. O local, um imenso barracão, conta com diversas baias. No chão, uma pista cimentada, com largura de 1,5 metro, separa a ala de alimentação. Essa pista facilita o trabalho de limpeza, pois normalmente as be-
zerras defecam mais próximo ao local onde comem. Todo o restante do piso é feito de chão batido e forrado com feno, proporcionando conforto aos pequenos animais. Um conjunto de ações benéficas Para implantar uma rotina de trabalho adequada, os veterinários da assistência técnica fazem uma avaliação prévia da propriedade e focam nos principais problemas. “É fundamental a preocupação com os alimentos de origem animal e é pensando nisso que cada vez mais investimos na criação de ferramentas que auxiliam no controle e monitoramento da qualidade do leite”, explica Fernando Bracht, ao salientar o sistema de gestão
“
Planejamento de ações e a realização das rotinas preestabelecidas contribuem para a redução de problemas sanitários no rebanho e melhoram os ganhos da propriedade
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implantado na fazenda de Marcelo Favarão, onde foram estabelecidas rotinas de trabalho com indicadores para avaliação. O sistema de gestão implantado teve como primeiro passo o acompanhamento de toda a rotina da sala de ordenha, com avaliação dos pontos críticos, coletado leite do tanque (pool de tanque) e leite individual dos animais para avaliação da CCS do rebanho bem como para a identificação dos animais infectados. “Nos animais que apresentaram CCS acima de 200.000, realizamos o CMT para identificar os quartos mamários infectados. Dos que apresentaram reação de mastite positiva, coletou-se o leite para envio ao laboratório e identificação dos agentes para direcionarmos um plano de ação referente ao controle de CCS do rebanho”, relata Fernando. Segundo o veterinário, quanto antes for identificado a existência da Mastite, melhor é a taxa de cura, em comparação com os animais em que a doença já se tornou crônica. A rotina instituída é CMT dos novos casos, coleta de leite para cultura e identificação do agente e, tratamento das vacas. No caso de a vaca não ter sido curada, estudase o resultado do meio de cultura e faz-se um plano de ação. Conforme o tipo de agente são tomadas algumas atitudes, tais como secar a teta, matar a teta, antecipar a secagem do animal caso esteja prenha ou ainda, descartar o animal. “Todas as ocorrências são anotadas em planilhas para termos um histórico dos animais e os respectivos tratamentos e assim avaliarmos suas eficiências”, afirma o veterinário. Para atuar com mais foco no problema, inicialmente foi a elaborado um organograma, com a instituição dos setores e responsabilidades de cada funcionário. “Sem saber quem é responsável pelo setor e quais são os seus colaboradores não se consegue resultado neste modelo de trabalho”, diz Fernando.
Setores complementares O setor de serviços externos, que envolve a limpeza da cama e dos pisos dos corredores, também com recebeu uma rotina de trabalho e critérios de avaliação. Enquanto que na ordenha foi instituído um escore de sujidade dos filtros, um parâmetro de número de CCS dos animais e do tanque com acompanhamento do histórico de todos os meses e seus resultados comparativos. Quando os números são bons, mantém-se a rotina do trabalho, mas caso haja aumento de CCS, procura-se diagnosticar a causa e, se houver necessidade, faz-se a alteração dos protocolos. O Escore de sujidade do filtro leva uma pontuação de 1 a 5 e o de sujidade das vacas recebe uma de pontuação de 1 a 4 conforme sua característica de sujeira. “O Ideal é ter um escore de sujidade para ambos entre 1 e 2, quando passamos de 2 para 3 avalia-se a limpeza dos ambientes a fim de detectar se os animais estão vindo para ordenha sujos ou se há problema na higienização dos mesmos antes da ordenha”. De acordo com Fernando, um dos pontos fundamentais do monitoramento dos dados é o número de novas infecções de um mês para outro, que não pode ser superior a 10%. Outro número importante é a efi-
ciência de secagem, isto é, qual o percentual dos animais que tinham CCS alta e crônica, que tiveram cura na lactação seguinte, após execução do protocolo de secagem. “Quando temos uma taxa de cura acima de 70%, dependendo dos agentes infecciosos diagnosticados na propriedade, estamos tendo uma boa eficiência na secagem”, explica. É imprescindível a avaliação dos animais em relação à produção, reprodução e agente infeccioso. Caso o animal não tenha bons números relacionados aos itens citados, é descartado do rebanho. Na fazenda há uma segregação dos lotes quanto ao resultado individual de CCS dos animais. O início da ordenha é feita com um lote de CCS baixa, abaixo de 200.000, após com os animais com CCS acima de 200.000 e no final os animais infectados em tratamento, para descarte deste leite. Enfim, com todos os trabalhos implementados na fazenda Rio Azul, para o controle de CCS, pode-se dizer que está havendo eficiência, com atendimento dos objetivos propostos. “Lembramos que um ponto fundamental deste trabalho é as pessoas envolvidas na atividade. Os colaboradores precisam saber que são importantes neste sistema e responsáveis pelos processos. Sem eles não há resultados positivos em qualquer segmento produtivo”, ressalta Fernando Bracht.
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COODETEC
Altura ideal. O pesquisador da Embrapa José Alexandre Agiova da Costa, demonstra o manejo ideal da pastagem, em evento técnico
Novas tecnologias Powercore e Intacta são os destaques do Show Rural Coopavel, que acontece de 2 a 6 de fevereiro; cultivares e híbridos de qualidade, com alto potencial produtivo, estão nas parcelas da Coodetec Fernanda Benedito Assessoria de Imprensa - Coodetec
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ais uma vez o Brasil se prepara para colher uma safra recorde de grãos. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a estimativa de produção para a safra 14/15 é de 201,5 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 8,1 milhões de toneladas em relação à safra passada. Para aumentar ainda mais a produção nos próximos anos, a Coodetec apresenta variedades de soja e híbridos de milho ainda mais produtivos. As novidades CD estarão presentes no Show Rural Coopavel 2015, que acontece entre os dias 02 e 06 de fevereiro. Variedades de soja e híbridos de milho já conhecidos do produtor, pelos bons resultados, continuam em nosso portfólio. O híbrido CD 384Hx é um exemplo. Em 2015, a Coodetec traz este milho na versão Powercore, com maior controle de pragas e plantas daninhas, além de tolerância a dois tipos de herbicidas: o glifosato e o glufosinato de amônio. Na última safra, o produtor Luis Francisco Paro de Oliveira, de Umuarama, colheu mais de
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COODETEC
280 sacas por alqueire do híbrido CD 384Hx. Ele irá plantar o mesmo híbrido na versão Powercore. “Vamos experimentar. Alcançamos bons resultados com a versão Herculex. Foi muito boa a produção, tendo em vista que em algumas áreas superamos as 280 sacas por alqueire. É um milho que se destaca pela produtividade. Possui excelente custo/benefício.” Powercore - A tecnologia controla as lagartas Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), Helicoverpazea (lagarta-da-espiga), Diatraea saccharalis (broca-do-colmo), Agrotis ípsilon (lagarta-rosca), Elasmopalpus lignosellus (lagarta-elasmo) e Spodoptera eridania (lagarta das vagens). Para a soja, a Coodetec mostra o diferencial das cultivares com as tecnologias RR e Intacta RR2 PRO™. Os genes presentes nas sojas CD garantem tolerância ao glifosato, controle de pragas e alto potencial produtivo. A variedade CD 2620IPRO, por exemplo, apresenta excelente desenvolvimento no campo. Essa soja se destaca pelo porte
e engalhamento, mesmo em condições de antecipação de semeadura. Estande Coodetec A Coodetec mudou de endereço no Show Rural. Neste ano, a empresa de pesquisa está mais próxima do mirante, na avenida principal. “Convidamos todos para que passem em nosso estande para conhecer novos produtos e para tirar dúvidas com a equipe técnica. Nosso conjunto de tecnologias garante mais segurança ao agricultor e, para as próximas safras, podese esperar muito mais. Estamos investindo para que o sucesso no campo seja uma constante”, diz o presidente executivo Ivo Carraro. O Show Rural Coopavel acontece de 2 a 6 de fevereiro, na BR 277, em Cascavel/PR. tecnologias de ponta ao campo A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – Coodetec é uma empresa que pertence a 185 mil agricultores filiados a 32 coopera-
tivas no Brasil, que juntas somam um faturamento anual de R$ 30 bilhões. Os produtores, além de contar com um fluxo contínuo de produtos e tecnologias de ponta, têm a oportunidade de apontar suas demandas para definição das linhas de pesquisa. O aumento do potencial produtivo das cultivares de trigo e soja, e dos híbridos de milho da Coodetec, safra após safra, se deve aos trabalhos de pesquisa e melhoramento genético, desenvolvidos para cada região produtora do Brasil e Paraguai, de forma específica. A sede da Coodetec fica na cidade de Cascavel, no Oeste paranaense, onde funciona uma rede complexa de ensaios e um departamento de pesquisa estruturado, com modernos laboratórios de melhoramento genético, biotecnologia, fitopatologia, qualidade de sementes e solos. Outros Centros de Pesquisa da Coodetec estão localizados em Palotina/PR, Goioerê/PR, Rio Verde/GO e Primavera do Leste/MT.
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PECUÁRIA
Novas cultivares têm ótimas características agronômicas, nutricionais e culinárias
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IAPAR
Iapar lança três cultivares de feijão para próxima safra Quero-quero, Bem-te-vi e Curió são os destaques do Iapar para os produtores rurais que visitarem o evento da Coopavel em fevereiro Edmilson Gonçalves Assessoria de Imprensa - IAPAR
O
Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) finalizou três cultivares de feijão do grupo comercial carioca – Curió, Bem-te-vi e Quero-quero. As novidades são apresentadas em primeira mão no Show Rural, em Cascavel. As novas cultivares têm indicação para cultivo no RS, SC, PR, SP e MS. Apresentam bom comportamento em condições de seca e de altas temperaturas durante o período reprodutivo; desenvolvem-se de modo eficiente em solos ácidos e com baixa disponibilidade de fósforo e, ainda, têm planta com arquitetura apropriada à colheita mecânica, explica a pesquisadora Vania Moda Cirino, que trabalhou no desenvolvimen-
to dos materiais. Estes se materiais se destacam ainda pelo ótimo desempenho culinário – cozimento rápido, bom caldo e ótimo sabor – e pelas características nutricionais, com alto teor de proteína, ferro e zinco, aponta a pesquisadora. IPR QUERO-QUERO A alta capacidade produtiva, que pode superar a marca de 4,4 toneladas por hectare, e a resistência moderada às principais doenças que atingem lavouras de feijão são a principal característica da cultivar. De ciclo médio, pode ser colhida em cerca de 90 dias. IPR BEM-TE-VI Igualmente de ciclo médio – fica pronta para a colheita em 88 dias –, o potencial de rendimento desta cultivar supera as 4,2 tone-
ladas por hectare. É resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; e moderadamente resistente à antracnose, mancha angular e murcha de curtobacterium. Mas os produtores que adotarem a cultivar devem ficar atentos ao crestamento bacteriano comum, pois a nova cultivar é suscetível à moléstia. IPR CURIÓ A cultivar se destaca pela precocidade, chegando à fase de colheita em cerca de 70 dias. O potencial produtivo alcança mais de 3,8 toneladas por hectare. No aspecto doenças, IPR Curió mostra resistência ao vírus do mosaico comum, oídio e ferrugem, mas é apenas moderadamente resistente ao crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e murcha de fusarium.
Vitrine de cultivares Na unidade demonstrativa do Iapar também é possível comparar, em duas épocas de plantio, o desempenho das cultivares de feijão IPR Garça (branco); IPR Uirapuru, IPR Tuiuiú e IPR Nhambu (grupo preto); além de IPR Tangará, IPR Campos Gerais, IPR Andorinha e as novas IPR Bem-te-vi, IPR Quero-quero e IPR Curió, do grupo comercial carioca. As atrações não param na cultura do feijão. Os produtores interessados no cultivo de mandioca, por exemplo, podem con-
ferir as características da cultivar IPR União, que é direcionada para o processamento industrial, com boa produtividade, ciclo tardio (pode ser colhida entre 15 e 24 meses) e elevado teor de amido. Também são mostradas duas cultivares de mandioca de mesa. IPR Upira cozinha em cerca de 20 minutos, tem polpa amarelada – porque é rica em carotenoides, substância precursora da vitamina A – e, no campo, apresenta boa produtividade e precocidade, podendo ser colhida em apenas um ano após o plantio.
Já a variedade IAPAR Pioneira é tão macia que pode até ir diretamente para a fritura, sem necessidade de cozimento prévio.
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IAPAR
Dejetos de suínos: menos custo na adubação, mais cuidado com o ambiente Se descartados de forma incorreta, os dejetos da criação de suínos poluem o solo e os rios. Por isso, o Iapar vem estudando há alguns anos a possibilidade de utilizar esses resíduos como fertilizante nas lavouras, já que se trata de um material rico em nitrogênio, fósforo e potássio, de acordo com a pesquisadora Graziela Barbosa. A pesquisadora mostra como é possível calcular a quantidade desses nutrientes nos resíduos de sua criação utilizando o densímetro, um instrumento – aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível – que o produtor pode adquirir facilmente no comércio. Também há parcelas de milho, soja e feijão implantadas em duas condições – adubação mineral e com dejetos de suínos –, para pos-
Densímetro. Ferramenta de fácil manuseio para calcular rapidamente a quantidade de nutrientes nos dejetos de suínos
sibilitar a comparação dos efeitos sobre o desenvolvimento e produtividade das plantas. “Além de dar uma destinação adequada dos
resíduos gerados na propriedade, o produtor de suínos pode reduzir custos com adubação”, esclarece Graziela Barbosa.
Diversidade PARA familias do campo No espaço dedicado à fruticultura, é possível ainda conhecer as características de cultivares de laranja, tangerina e de maracujá indicadas para cultivo no Paraná pelo Iapar. Produtores interessados em alternativas para rotação de culturas encontram na unidade do Iapar uma infinidade de opções de plantas de cobertura. A instituição também não esqueceu os pecuaristas. No Show Rural, eles podem discutir com os pesquisadores as melhores opções de forrageiras para as diversas condições do Paraná.
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Um novo conceito em pulverização agrícola Agroferti Indústria e Comércio é uma empresa especializada na Tecnologia de Baixa Vazão, que utiliza um novo método para aplicação de defensivos. Este novo conceito de trabalho vem sendo realizado já há dois anos pela empresa na região e, nos agricultores que adotaram a técnica de pulverização obtiveram resultados surpreendentes. A Tecnologia de Baixa Vazão vem para aprimorar e melhorar os custos operacionais e horas/máquinas na agricultura, bem como reduzir a perda de produtos por deriva. O $uce$$o desse novo negócio vem somar-se a vários fatores que possibilitam um resultado excepcional na lavoura. Dentre os fatores devemos considerar que as empresas de equipamentos de pulverização estão com produtos modernos no mercado, sem falar que o manejo, limpeza, horário de aplicações, manutenção das máquinas e bicos adequados são imprescindíveis nessa técnica. Na pulverização de alta vazão utiliza-se em média 130 litros de água por hectare, ou seja, teria que molhar a planta para funcionar o defensivo utilizado, perdendose muito com DERIVA e escorrimento do produto. Porém estudos comprovam que a eficiência de uma aplicação depende de uma boa deposição de gotas e do alvo alcançado. A nova tecnologia possibilitou a utilização de 40 à 60 litros por hectare, aumentando a área de aplicação com mesmo volume de água no tanque e, diminuindo o tempo com máquina parada para abastecimento. Também reduz em 25% a perda de defensivos em aplicações, o que garante a cobertura de gotas nas plantas e evita perdas por escorrimento, além do maior direcionamento da gota no alvo.
A Agroferti, também é fabricante de adubo foliar, da marca CERTO, produto desenvolvido para auxiliar na nutrição das plantas. Certo é recomendado para uso de BAIXA VAZÃO, adaptando-se em qualquer tipo de vazão utilizado em pulverizadores e aviões agrícolas. Este produto evita danos em equipamentos e incompatibilidade de produtos, possui fórmula extra de emulsificações condicionando uma calda livre de cristalizações. Ele também aumenta a eficiência dos produtos químicos mesmo em condição pós-chuva. Na sua composição contém surfactante, um princípio ativo que cria ambiente maior de deposição de gotas. Aplicando-se em condições de orvalho ou garoa leve, tem-se a quebra de tensão superficial da gota não havendo percas por escorrimento. CERTO possui uma grande quantidade de nutrientes necessários para um bom desenvolvimento para planta proporcionando assim resultados significativos na produção. Contribui no processo de equilíbrio de PH de calda, com efeito, tamponante estabilizando e adequando o produto utilizado para um melhor desempenho da aplicação. Através de uma moderna tecnologia, por meio de cargas negativas e positivas a queda de deriva se dá pelo processo da atração. CERTO estimula uma aceleração e ativação nas aplicações para dessecação, dispensando o uso de espalhante. E ainda colabora nas funções do processo de aplicação foliar e na ativação da fotossíntese proporcionando assim rápida a absorção do produto pela planta. CERTO não produz FITO TOXIDADE nas plantas, e é indicado nas aplicações com fungicidas e inseticidas. É um estimulante foliar que promove a abertura de estômatos acelerando sua absorção.
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EMBRAPA
Embrapa lança cultivares de soja e mandioca Empresa mostrará voo de drone pela 1a vez no Show Rural Coopavel Larissa Morais Secretaria de Comunicação - Embrapa
U Foto: Samuel Vasconcelos / Embrapa
ma nova cultivar de soja e duas de mandioca serão os lançamentos da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) durante a feira agropecuária. A Embrapa e a Fundação Meridional trazem para o evento a BRS 1001IPRO, primeira cultivar
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de soja dessa parceria com a tecnologia Intacta RR2 PRO™. A novidade é indicada para cultivo em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Durante a feira, os produtores terão a opor-
EMBRAPA
tunidade de conhecer também as características da BRS 1010IPRO, um pré-lançamento que chegará ao mercado na próxima safra. Já as variedades de mandioca de mesa (aipim) BRS 396 e BRS 399 têm como principais características elevado potencial produtivo, precocidade, polpa de raízes de coloração amarela, reduzido tempo para cozimento, além de resistência à bacteriose e ao superalongamento. As cultivares foram desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético de Mandioca da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF). mais resistência nA Soja INTACTA A tecnologia Intacta reúne características como resistência ao herbicida glifosato para o manejo de plantas daninhas e também resistência à toxina Bacillus thuringiensis (Bt), que auxilia no controle de algumas espécies de lagartas. A partir do contrato entre a detentora da tecnologia – a Monsanto – e a Embrapa, o programa de melhoramento da Empresa passou a inserir a tecnologia em sua base genética. Com foco nas demandas dos setores produtivos, a Embrapa mantém programas de melhoramento para o desenvolvimento de soja
convencional e transgênica. Para o chefe-geral da Embrapa Soja (Londrina, PR), José Renato Bouças Farias, com o lançamento das primeiras cultivares IPRO, a Embrapa passa a ter um portfólio completo de variedades de soja. “Isso garante aos produtores diferentes soluções competitivas e opções que melhor se adequem ao seu sistema produtivo”, enfatiza Farias. Na safra 2013/2014, a Embrapa disponibilizou sementes da BRS 1001IPRO para que os produtores da Fundação Meridional multiplicassem as sementes. “A BRS 1001IPRO é produto das inovações tecnológicas da transgenia e de um extenso trabalho de seleção de plantas altamente produtivas, adaptadas às diferentes regiões e de boa sanidade”, avalia Luiz Carlos Miranda, gerente regional em Londrina (PR) da Embrapa Produtos e Mercado. A tecnologia confere proteção a algumas espécies de lagartas e também pode, a longo prazo, selecionar insetos resistentes, afirma Daniel Sosa Gómez, da Embrapa Soja. Por isso, a Embrapa defende a manutenção de um Programa de Manejo Responsável no campo com adoção de práticas de manejo sustentável. Entre as diversas
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o acasalamento com os indivíduos potencialmente resistentes - provenientes das áreas com plantas Bt - retardando, assim, a seleção de insetos resistentes à tecnologia. A BRS 1001IPRO tem as características da tecnologia Intacta RR2 PRO™, associada à base genética da BRS 284, campeã de produtividade para a região indicada. Também apresenta elevada estabilidade para as adversidades ambientais. De acordo com o pesquisador Geraldo Estevam Carneiro, INTACTA. Nova Cultivar será lançada no SRC da Embrapa Soja, a medidas, recomenda-se o cultivo rede de experimentação da parcede área de refúgio: percentagem ria Embrapa/Fundação Meridional da área (no mesmo talhão) com a verificou uma produtividade média mesma cultura não-Bt. O objetivo de 64 sacas/ha da BRS 1001IPRO, é manter a população de insetos superando os melhores padrões de suscetíveis à toxina para que haja produtividade. “Outro destaque
Voo de drone é a grande novidade Além dos lançamentos, a Embrapa mostrará pela primeira vez no Show Rural um voo de veículo aéreo não tripulado (Vant), conhecido como drone. O aparelho estará equipado com câmeras e transmissores, ferramentas utilizadas na captação de imagens de propriedades agrícolas para facilitar a obtenção de mapas detalhados da lavoura, identificar os pontos com falhas de produtividade, localizar estresse hídrico na lavoura, detectar diversas deficiências, etc. Os dados captados são analisados por softwares desenvolvidos pela Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) – que trabalha com drones desde 1997 – para processamento das imagens. Esses softwares estão disponíveis para
da cultivar é apresentar rendimento expressivo, mesmo em solos de fertilidade mediana”, diz o pesquisador. Com relação à fitossanidade, Carneiro ressalta como ponto forte da nova cultivar a tolerância ao nematoide de galha Meloidogyne javanica, resistência ao cancro da haste, à pústula bacteriana e à mancha olho-de-rã. O programa de melhoramento genético de soja da Embrapa tem 40 anos e é reconhecido pela expertise para regiões tropicais, o que traz embutidas características como alto potencial produtivo, estabilidade para diferentes regiões e garantia de qualidade fitossanitária. “Estamos associando a confiabilidade e a segurança da tradição com as vantagens da modernidade para que o produtor brasileiro seja mais competitivo no mercado internacional”, avalia Farias. “Nosso foco é oferecer alternativas que aumentem a rentabilidade do produtor e com menor impacto ambiental”, destaca.
Samuel Vasconcelos / Embrapa
Foto: Cláudio Nonaka / Embrapa
EMBRAPA
VANT. Veículo aéres não tripulado é utilizado para mapear áreas de cultivo e detectar pontos com deficiência nas lavouras
download gratuito no site http:// labimagem.cnpdia.embrapa.br. Além das versões gratuitas, os programas foram licenciados para a empresa Stonway, que oferece
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cursos sobre os softwares, serviços de customização e atualização dos sistemas. O público poderá ver as principais aplicações dos programas, com exemplos práticos.
EMBRAPA
Mandioca com mais produtividade de raízes Nova variedade, de cor amarelada, apresenta maior quantidade de betacaroteno Uma coleção de híbridos desse programa de melhoramento foi introduzida em 2010 no Paraná e Mato Grosso do Sul pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), por meio de trabalho conjunto com a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) e a Embrapa Produtos e Mercado (Escritório de Negócios de Dourados). Após o processo de avaliação, que contou com a participação de diversas instituições parceiras, esses clones foram selecionados.
Nas três safras em que foram avaliadas, a BRS 396 e a BRS 399 apresentaram produtividade de raízes superiores à da cultivar padrão IAC 576-70 — aumento em média de 40% e 73%, respectivamente. Por terem a polpa amarela, as duas obtêm vantagem em relação à cultivar padrão, cuja polpa da raiz é creme, pois a coloração amarela tem a preferência do mercado de mandioca de mesa da região. Além disso, a coloração está relacionada à presença de maior quantidade de betacaroteno (precursor da vitamina A).
Vanderlei / Embrapa
Outras tecnologias Embrapa no evento Anualmente, a Embrapa participa da feira apresentando suas tecnologias na Casa da Embrapa, na Vitrine de Tecnologias e na Unidade Didática Agroecológica. O principal objetivo da participação é contribuir com a transferência de tecnologias para o agricultor e promover o relacionamento com técnicos de assistência técnica e extensão rural e produtores rurais. Dezesseis centros de pesquisa apresentarão de forma atrativa e didática soluções tecnológicas e conhecimentos: Agrobiologia, Arroz e Feijão, Clima Temperado, Gado de Corte, Gado de Leite, Informação Tecnológica, Informática Agropecuária, Mandioca e Fruticultura, Instrumentação, Pantanal, Produtos e Mercado, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Soja, Suínos e Aves, Trigo e Uva e Vinho. Entre os destaques estão a tecnologia de coinoculação da soja e do feijoeiro, a nutrição equilibrada do solo na cultura da soja, o manejo integrado de pragas (MIP), orientações e receitas para uma alimentação com soja e livre de glúten. O controle biológico de pragas também estará presente na feira. As tecnologias em exposição incluem os serviços ecológicos, a polinização das lavouras, as armadilhas à base de feromônios e os inseticidas biológicos. O controle biológico tem como objetivo controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais. Na área de informática a Embrapa apresentará sistemas para monitoramento agrometeorológico, planejamento da produção de bovinos de corte e serviços web que buscam disseminar o conhecimento produzido pela empresa.
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MEIO AMBIENTE
Pequena propriedade adota a agroecologia Da Redação Fotos: Divulgação Case IH
Cultivo de alimentos orgânicos visa melhorar a qualidade de vida em atividade familiar
O
s altos custos de produção de hortaliças e leite, do sistema convencional, levaram a família Derlan, de Toledo, a adotar a agroecologia como solução para a propriedade de apenas 7,2 hectares, e assim garantir a sustentabilidade do seu negócio. A preocupação inicial era a de buscar uma alternativa que garantisse a sobrevivência no sítio e o ponto de equilíbrio financeiro foi encontrado na produção orgânica. Com acompanhamento técnico de Márcia Vargas Toledo, do Instituto Emater, a família iniciou a produção de hortaliças sob o novo sistema, e com a utilização de homeopatia tanto na produção vegetal, quanto animal. Logo em seguida, no ano de 2012, houve a readequação da produção de leite, que passou gradativamente do modo convencional ao ecológico. Depois de participar de um curso de Produção de Leite Agroecológico, o produtor buscou a assistência técnica da Biolabore, uma cooperativa de assistência técnica, especializada em agricultura sustentável, com foco para pequenas propriedades, que também presta serviços à Itaipu Binacional, por meio do projeto de Assistência Téc-
Saúde: O casal Vilson e Beatriz visa qualidade de vida
nica e Extensão Rural em agricultura orgânica e agroecológica. Conduzida pelo engenheiro agrônomo Daniel José de Souza Mol, a equipe viu ali uma oportunidade para desenvolver o sistema de produção de leite a pasto em sistema agroecológico e está transformando a propreidade em uma unidade demonstrativa para os demais produtores da região. Tanto que no mês de outubro a propriedade recebeu um grupo de alunos e pro-
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fessores do IFPR -Instituto Federal do Paraná, campus de Ivaiporã, que veio conhecer a metodologia implantada ali. UM PASSO DE CADA VEZ Para implantar o sistema, foi elaborado um projeto específico para a propriedade, de acordo com o tamanho da área e os objetivos da família na atividade. “Após ingressar no formato agroecológico,
MEIO AMBIENTE
o produtor precisa de aproximadamente cinco anos para estabilizar a produção”, diz Daniel Mol, ao salientar que, apesar do pouco tempo, a família já tem uma boa evolução em termos de redução de custos e melhor rentabilidade. Os custos são monitorados mensalmente pela planilha de gestão ‘administrando potencialidades’, elaborada pela Biolabore. Após fazer um diagnóstico da área, com análise das suas características, foram estabelecidos dois pontos importantes: o mapeamento e o planejamento alimentar, com foco no meio ambiente. A base da alimentação é composta por Pastagens tendo diferentes espécies forrageiras, porém não podendo ultrapassar a 15% em componentes processados, tais como rações e concentrados. Embora alguns híbridos de milho sejam cultivados como complemento, os transgênicos são completamente proibidos em propriedades agroecológicas. De acordo com Daniel Mol “O foco desse sistema de produção está no bem estar, de forma que o ambiente e o animal estejam em harmonia, e promova um estado de completa saúde física e mental”. As vacas não podem sentir sede ou fome e devem ser mantidas em clima agradável, na pastagem. Para atender a
esses princípios, é necessário que haja uma diversificação de vegetais para alimentá-los, sombra adequada e água de qualidade e à vontade. Para os 30 animais que a família possui, entre vacas, novilhas e bezerras, a área de pastagem foi dividida em 64 piquetes. “É primordial a diversificação da pastagem, com inclusão de consórcios de gramíneas e leguminosas”, salienta Daniel. Segundo ele o produtor fez o plantio consorciado de amendoim forrageiro, com capim pioneiro e mombaça, que vem dando bons resultados. As gramíneas Tífton, hermathria e africana roxa estão distribuídas entre os piquetes, para que os animais possam variar a alimentação. No inverno também foi feito a sobressemeadura de aveia e azevém sobre a tífton, o que garantiu alimento de sobra para um período considerado complicado na pecuária. TÉCNICA ADOTADA É AUTO-SUSTENTÁVEL Como o sistema é todo natural, a adubação do solo também é orgânica, Realizada a partir de fosfatos naturais e calcário, em função da análise de solo. “Para Manutenção da fertilidade e boa resposta da sobressemeadura, os componentes mais importantes são o fósforo e o cálcio, os quais ajudam a manter o
equilíbrio do ph”, explica Daniel. Segundo ele, se o projeto for bem montado e o número de animais adequado ao tamanho da área, somente a urina e o esterco são suficientes para que se obtenha a homogeneidade da fertilidade do solo ao longo do tempo. Mas há outras plantas que compões o sistema, tais como a leucena, a amoreira e a gliricidia. Curiosamente estas árvores são imprescindíveis na produção agroecológica de leite, pois possuem múltipla aptidão: alimentar, fazer sombra e nutrir o solo, além de poder ser utilizada como palanque vivo para as cercas, como a gliricidia, por exemplo. Na alimentação, o foco é adequar fibra e energia em equilíbrio com a proteína. “Buscamos isso com a diversificação de plantas que oferecem essas características os animais de maneira natural”, diz Daniel Mol. Segundo ele, o projeto nutricional visa à produção de 23 mil litros por hectare/ano, mas da forma como vem progredindo, chegará a 25 mil litros por hectare ano, no momento de sua estabilização. “Estamos fechando o segundo ano, desde o início dos trabalhos, e já consideramos uma inovação para a região, por se tratar de uma pequena propriedade com leite produzido em sistema totalmente
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MEIO AMBIENTE
ASsistência técnica prestada por profissionais em família. Vilson, Beatriz e o filho Rodrigo, que está especializados foi importante na implantação do projeto fazendo faculdade graças à renda da propriedade
ecológico”, conta Etiene Leite Junior, coordenador do projeto Redes de Referência, que acompanha a formação das pastagens. A propriedade também é a única do município certificada na rede ‘Ecovida’. Toledo conta com 10 famílias credenciadas para produção em sistema agroecológico, mas em outras atividades. Em leite, os Derlan são os únicos e por isso estão se tornando referência. Hoje a propriedade, além da Biolabore, recebe também assistência técnica do - CAPA Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, com sede em Marechal Candido Rondon, que vem trazendo informações importantes como a utilização da homeopatia na agropecuária, uma das especialidades da organização, bem como capacitação na linha do tratamento sanitário do rebanho.
“
Sistema de produção em consórcio com a natureza fez da propriedade um modelo em inovação agrícola. Exemplo já se espalhou e família recebe visitas constantes
vendas na feira do pequeno produtor Ao entrar no terceiro ano do projeto, a forragem mais estabelecida vai garantir melhor produtividade às vacas que atualmente rendem cerca de 2,8 mil litros de leite por mês, com oito vacas em produção. Até setembro de 2014 havia apenas 22 piquetes, e em outubro foram confeccionados mais 28, terminando os 64 até o final desse ano. “Mas o custo é realmente muito baixo, comparando o monitoramento do período de janeiro a setembro de 2014, gira em torno de 24 centavos por litro, chegando a 44 centavos, considerando-se a depreciação da estrutura física da propriedade”, informa Daniel. Ele lembra que no mesmo período do ano passado a média era de 28 centavos por litro e 50 centavos contabilizando a depreciação. “Como o objetivo da família é a qualidade de vida, a meta principal é a estabilidade financeira, projetada em, no mínimo, R$ 3,5 mil ao mês”. Salienta o produtor, ao afirmar que em alguns meses já atingiu 60% dessa meta, que deverá chegar aos 100% em dois ou três anos, quando toda a propriedade estiver de acordo com o que foi programado pela assistência
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técnica juntamente com a família. A redução no uso de agrotóxicos foi outro aspecto positivo, segundo Beatriz. “Há 25 anos produzimos leite, mas tínhamos um consumo alto de insumos, medicamentos e produtos químicos diversos. Hoje as coisas mudaram e a gente sente mais prazer pelo trabalho, porque estamos todos mais saudáveis, tanto as pessoas da casa como as vacas”, diz. As hortaliças são comercializadas na feira do pequeno produtor, em Toledo, mas o leite ainda não encontra um mercado direcionado, o que leva a família a comercializar na mesma cooperativa de antes, entretanto há um ganho adicional pela qualidade do produto. “O sonho agora é industrializar na propriedade, para agregar valor e vender os derivados como orgânicos, assim como faz com as hortaliças que são comercializadas na feira”, conta Vilson. O filho Rodrigo ajuda nas horas vagas, mas tem estado bastante ocupado com os estudos. Ele cursa faculdade de psicologia e, aliás, só conseguiu ingressar na instituição particular devido à melhoria na renda da família, que agora consegue pagar suas mensalidades.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Desafios para superar a crise D
esafios para a superação. Este foi o tema central do seminário de Planejamento Estratégico Empresarial para 2015, realizado pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas. Na abertura, a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, expressou a crença na força do setor agropecuário no país e na certeza de que será possível superar mais uma crise, com a frase de Martin Luther King: “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”. Monika ressaltou ainda a importância do setor agropecuário para a superação dos problemas econômicos enfrentados pelo Brasil. “Mesmo com um PIB pífio, temos segurado e vamos superar mais uma vez, porque este é um setor que supera crises”, afirmou. Realizado com o apoio da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação, na sede da ABIMAQ, o evento contou com a participação de diversos especialistas, que realizaram palestras e debates. A preocupação dos dirigentes do setor tem sua razão de ser. Depois de um ano de desempenho recorde em 2013, as vendas de
máquinas agrícolas deverão fechar este ano com um recuo de 15% e, para 2015, devem recuar 2,5%, afirmou Regina Helena Couto Silva, economista sênior da área de agronegócio do Bradesco, participante do seminário. Segundo ela, os produtores vinham renovando seus parques de máquinas desde 2007 e, agora, não há muita necessidade, já que o maquinário não é trocado todo ano. Depois de 2016, deve ser iniciado um novo ciclo de renovação desses parques de máquinas. O presidente da CSMIA Gilberto Zancopé, também acredita na recuperação do segmento a partir de 2016. “Além da tendência de queda nos preços de commodities agrícolas como um dos principais fatores negativos, teremos um início de ano conturbado politicamente, porque há necessidade de troca de equipes, e pode ser um começo de ano ruim para nossos negócios, mas a agricultura ainda tem um vento forte a favor”, opinou Zancopé. Para a economia voltar a crescer, Felipe Wajshop, economista do DEPEC –Bradesco, reforçou a importância de reajustes em curto prazo, nos próximos cinco anos, como ajuste fiscal e taxa de câmbio, sendo necessário, já no primeiro ano, a realização de ajuste fiscal, reformas tributárias e na previdência.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Setor de máquinas agrícolas enfrentou queda de mais de 15% nas vendas em 2014 e deve continuar em declive neste ano Desafios do governo Segundo Marco Antônio Viana Leite, assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), outro palestrante convidado, um dos desafios do ministério é promover o envolvimento dos governos estaduais com o Programa Mais Alimentos nos treze estados com alto potencial e, consolidá-lo como a principal ferramenta de recuperação da infraestrutura rural. “Temos potencial de venda de máquinas ainda muito grande”, afirmou, citando também entre os desafios a expansão dos incentivos à agricultura familiar na área do chamado Matopiba (região de divisa entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) e a necessidade do governo federal buscar aproximação das empresas estaduais de assistência técnica e extensão. Segundo ele, a expectativa é ter a ANATER (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), em fase de implantação pelo governo federal, em funcionamento no início do próximo ano. Pesquisa e inovação A necessidade de investimento em inteligência estratégica para definição das ciências, políticas e estímulos que possam dar competitividade à indústria, com as
competências necessárias daqui a cinco, 10, 15 anos, foi ressaltada por Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa. “Este setor está exposto a mudanças rápidas e inesperadas, em contextos cada vez mais desafiadores. Por isso, vamos precisar de planejamento cada vez mais sofisticado para conseguir fazer frente a estes desafios”, afirmou, citando como exemplo a necessidade de aumentar a produção de alimentos usando recursos escassos de forma sustentável. Nanociência, Big data, automação, robótica, aplicativos foram exemplos de inovações citados por Lopes, que acrescentou: “Temos que colocar tudo isso em nosso radar e avaliar as medidas relevantes a serem tomadas. Precisamos aprender a fazer leitura de futuro, planejar mais e reagir menos”, disse, ressaltando também a necessidade de aproximação entre academia e indústria. Por sua vez, o economista Eduardo Gianetti, abordou o atual momento da economia brasileira, seus principais problemas e causas e os possíveis cenários futuros para o país. Segundo o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, houveram conquistas obtidas pela associação no último ano, mas há uma crise sendo enfrentada pelo setor de máquinas e equipamentos. “Es-
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tamos passando talvez a pior crise do nosso setor em 20 anos, o que é irônico, porque o que conseguimos, através da ABIMAQ, não foi pouco. Conseguimos diversas medidas que apoiamos e aplaudimos, mas dissemos para o governo que eram insuficientes, devido ao câmbio completamente fora do lugar e todas as condições que compõem o Custo Brasil, que têm como consequência o processo fortíssimo de desindustrialização que estamos sofrendo”. Pastoriza afirmou que o processo de desindustrialização é mascarado, uma vez que o desemprego está baixo. “Acontece que o desemprego está baixo, mas quem está empregando no país é o setor de call center, que tira o desemprego do mercado, mas não influencia o PIB”, disse. Segundo Pastoriza, com esta macroeconomia, o país
parece dizer: “Pare de produzir, importe”. Situação econômica “O Brasil enfrenta um momento de baixo crescimento crônico, a inflação vem persistentemente gravitando no teto, controlada artificialmente, e temos o déficit em conta corrente”, afirmou Gianetti. Segundo o economista, cada um destes fatores já seria fonte de apreensão. Mas os três simultaneamente são sinal de que há algo muito errado na economia brasileira, pois eles não costumam caminhar juntos. “O quadro é realmente complicado. O Brasil pertence hoje ao pelotão dos frágeis, porque pioramos muito nossa economia”, disse, acrescentando que o motivo que trouxe o país até esta situação foi
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uma combinação de três fatores: mudanças do ambiente externo, o que não é preponderante, e dois fatores domésticos, um estrutural e um conjuntural. “O mundo vinha trabalhando a nosso favor e aquele vento a favor parou de soprar e, agora, sopra em direção contrária. Mas não dá para imaginar que só a piora do ambiente externo é responsável pela piora da nossa economia”, afirmou, abordando, em seguida, as fragilidades internas do país. Para Gianetti, o Estado brasileiro não cabe no PIB, problema estrutural causado pela escalada dos gastos públicos, em parte devido ao peso que a Constituição de 1988 deu ao Estado e aos serviços que ele tem que oferecer. Como problema conjuntural, citou equívocos na condução da economia desde o final do segundo mandato de Lula.
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em resumo
Mais máquinas no campo O programa do governo federal “Agricultura empresarial” financia R$ 128 bilhões. Parcela destinada à compra de equipamentos foi 15,9% superior ao ano passado. O valor consta no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) anunciado em maio deste ano. “As contratações do crédito agrícola seguem em ritmo forte. Esse resultado demonstra um ambiente tranquilo e de confiança, tanto dos agentes financeiros quanto dos tomadores de crédito, os agricultores”, disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. As contratações para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) subiram 27% em relação ao ciclo agrícola anterior, alcançando R$ 2,474 bilhões nesses dois meses para os recursos para custeio. Já para operações de investimento, o programa aplicou R$ 563,6 milhões, ou seja, 17% a mais que igual período do ano passado.
Magnum é eleito Trator do Ano na Europa A Case IH e a linha de tratores Magnum foram os grandes destaques na Europa esta semana ao ganharem um dos mais importantes prêmios de máquinas agrícolas do mundo. O Magnum 380 CVX conquistou o Tractor of The Year (TOTY), na feira EIMA Internacional, em Bolonha (Itália). O TOTY é uma premiação
internacional realizada anualmente por um seleto grupo de jornalistas europeus, especialistas em máquinas agrícolas. Vinte e três revistas técnicas fazem parte do júri que avalia três categorias: tratores para campo aberto, especializados e melhor design. O Magnum recebeu a condecoração principal na categoria campo aberto. Uma das características que impressionou o júri, e que também é destaque no mercado, está na relação motor e transmissão, que entrega desempenho, menor consumo de combustível e baixa emissão de poluentes. Modelo vencedor garante mais rentabilidade não apenas no continente europeu, mas em toda a América Latina, sendo ideal para o produtor brasileiro.
Top List Rural 2014 A Case IH é mais uma vez destaque na pesquisa que apura as marcas mais lembradas do agronegócio brasileiro, o Top List da Revista Rural, a qual foi condecorada na categoria “Colhedoras de Cana”. Um dos principais objetivos da revista com a premiação é apontar a força das marcas nos mais variados segmentos. Criado em 2001, o Top List Rural é uma espécie de eleição, onde os leitores da revista escolhem as marcas e produtos que mais admiram e confiam. Everton Fim e Fábio Balaban, estiveram presentes no evento, em São Paulo, para receber o prêmio.
Equilíbrio Operacional para tratores Em busca da satisfação de seus clientes, a SLC Comercial investiu em um aparelho com alta tecnologia, o avançômetro, o mesmo calcula o lastro ideal para cada modelo de trator. Também mede os índices de avanço e patinagem, que facilita a realização do trabalho de equilíbrio operacional. A unidade da SLC Comercial de Santo Ângelo está realizando um trabalho a campo, onde identifica os tratores que estão com excesso de lastro, falta e desequilibrados, comprovando que este trabalho traz resultados satisfatórios. Para otimizar a performance dos equipamentos e reduzir custo de operação, existem varias alternativas. Pode-se afirmar que a tração depende do peso do trator e do que ele carrega, ou seja, quanto maior o peso do conjunto, maior será o atrito entre o trator e o solo, maior será sua tração. Utilizando a relação peso/cv adequada para cada tipo de operação, mais a medição do índice de patinagem e avanço, é a forma correta de certificar-se que o lastro e equilíbrio estão corretos. Modelo de implemento, tipo de relevo, solo, umidade, entre outros, afetam o percentual de patinagem. Muitos se perguntam, deve existir patinagem, ou não? A patinagem é essencial para o desempenho do trator, é o deslizamento que ocorre na transmissão da força das rodas traseiras para o solo, aumentando a eficiência de tração. Ela evita a sobrecarga na transmissão e no motor do trator.
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Movido a biogás Itaipu integra à frota carro que usa metano como combustível
Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
TECNOLOGIA
O
gás metano produzido na Granja Haacke, em Santa Helena, movimenta desde o final do ano passado um veículo utilizado pela Superintendência de Energias Renováveis da Itaipu Binacional. O carro, um Fiat Siena Tetrafuel, foi incorporado à frota da empresa em novembro, equipado com um kit de fábrica para gás veicular. Isso permite o uso de biometano - um gás natural, não poluente, derivado da transformação de dejetos da produção agropecuária - como combustível. Produzido em um biodigestor, o gás é filtrado, envasado e transportado em cilindros para Foz do Iguaçu. No Parque Tecnológico Itaipu (PTI) foi instalado um posto especialmente para o abastecimento, projetado pelos técnicos e engenheiros da Superintendência de Energias Renováveis e do Centro Internacional de Energias Renováveis Biogás (CIBiogás-ER). O superintendente Cícero Bley Júnior explica que a ideia, no futuro, é desenvolver no local uma planta de produção de biometano, aproveitando o lixo do restaurante e a estação de esgoto do PTI, ambos localizados ao lado do posto. Assim, Itaipu poderia abastecer seus veículos a custo zero. Um dos objetivos do programa é ajudar na diversificação da matriz de energia renovável de Itaipu, empresa que atualmente tem a maior frota de veículos elétricos do Brasil. Além disso, pretende mostrar que o biometano é um
RESULTADO da transformação de dejetos da produção agropecuária, o gás que movimenta o Siena vem de uma granja em Santa Helena
combustível viável, seguro e com qualidade. “Quanto mais diversificada for uma matriz de energia renovável, mais rica ela é. Essa coisa de querer transformar a matriz trocando uma predominância por outra é história. As matrizes tendem a se diversificar. E rico é aquele território que pode ter várias matrizes, com várias aplicações”, defende Bley. Em relação aos aspectos ambientais, o superintendente lembra que cada metro cúbico de biogás utilizado reduz em até 21 vezes a quantidade de dióxido de carbono lançado na atmosfera. Ou seja, menos gás que provoca o efeito estufa. Outro objetivo é contribuir com uma consulta pública aberta pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para regulamentar o uso do
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biometano em todo o Brasil. “Nós estamos monitorando vários dados para a ANP fazer um projeto melhor. Esse projeto vai servir de referência para a agência.” Desempenho
O Siena Tetrafuel tem dois cilindros com capacidade para 13 metros cúbicos cada. Como o veículo roda até 15 km/m3, a autonomia chega a quase 400 quilômetros abastecido apenas com o biogás. “Se fosse cobrar pelo combustível, esse gás custaria R$ 1,80 o metro cúbico”, calcula Cícero. Já o filtro instalado na granja em Santa Helena, para separar os gases carbono e sulfídrico, garante um grau de pureza de 98% do biometano, dentro do que prevê a resolução 23 da ANP.
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COMMODITIES
Quinoa a preço de ouro Demanda pelo superalimento do século 21 valoriza o produto no mercado internacional e impulsiona o cultivo no altiplano andino
D
esprezada pelos conquistadores espanhóis e tida durante séculos como uma espécie de alimento de segunda linha das populações autóctones dos Andes, a quinoa ganhou o status de “cereal do século 21” por sua riqueza protéica e desperta crescente interesse no mercado mundial de grãos. A demanda por esse superalimento fez com que a produção global evoluísse de 25.000 toneladas nos anos 1980 para 80.000 toneladas em 2011. Em 2013, novo recorde foi estabelecido, com a produção alcançando a marca de 103.400 toneladas. A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) elegeu 2013 como o Ano Internacional da Quinoa. Peru, Bolívia e Equador são os três países que lideram o cultivo de quinoa, respondendo por mais de 90% da produção mundial. Também há plantações no Chile, que atendem o consumo local, e lavouras experimentais com bons resultados no Canadá, Estados Unidos e em alguns países da Europa. Estimativas apontam que a crescente demanda internacional e os preços pagos aos agricultores - na faixa de 4 mil a 4,5 mil dólares por tonelada - vão impulsionar ainda mais o segmento da quinoa, com ampliação das áreas cultivadas e incremento da produção. Só o Peru, que em 2014 colheu 92.200 toneladas, deverá registrar neste ano um volume de produção próximo
PLANTAÇÃO de quinoa na Bolívia: alimento é conhecido há milênios pelos povos dos Andes
de 108.000 toneladas em área de 55 mil hectares. Isso representa um aumento de 17%. Relatório do FAS/USDA (Serviço Agrícola Exterior do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indica que o Peru superará a Bolívia em 2015 como maior exportador de quinoa, com aumento da 25% nas vendas para o exterior. As exportações peruanas do grão andino deverão alcançar 40.000 toneladas (contra 32.000 toneladas em 2014), com valor de 180 milhões de dólares. A quinoa é tradicionalmente cultivada no Peru para o consumo interno. Mas, dado o interesse do mercado externo, a produção mais do que duplicou nos últimos três anos. O aumento das cotações internacionais, em consequência de uma maior demanda, motivou os agricultores peruanos a substituir outros cultivos, como o arroz, pela quinoa, que requer menos água, salienta o relatório do FAS/ USDA. Por um quilo do super-alimento o agricultor dos Andes recebe em média 4,5 dólares, ou R$ 11,79 ao câmbio de 13 de janeiro de 2015. Isso representa quase 12 vezes o valor que é pago atualmente ao produtor paranaense por um quilo de soja.
PRODUÇÃO DE QUINOA (em mil toneladas) PAÍS Peru
1961 1970 1980 1990 2000 2010 2011 2013 22.5
7.3
16.3
6.3
28.2
41.1
41.2
52,1
Bolivia
9.2
9.7
8.9
16.1
23.8
36.1
38.3
50,4
Equador
0.7
0.7
0.5
0.7
0.7
0.9
0.8
0,8
32.4
17.7
25.8
23.0
52.6
78.1
0,080
0,492
0,854
1,254
Total
Preço US$/kg
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80.4 103,4 3,029
4,500
Redescoberta pela NASA Conhecida há mais de 5 mil anos pelos povos do altiplano andino, a quinoa foi “redescoberta” pela NASA na década de 1990 e incorporada pela agência norte-americana ao cardápio das viagens espaciais de longa duração. Nem cereal, nem leguminosa, a quinoa é considerada um “pseudocereal” com uma fantástico valor nutricional. Pertence à mesma família do espinafre e da beterraba. É encontrada na natureza nas cores branca, vermelha e negra, com grãos de aproximadamente 2 mm de diâmetro, textura macia e sabor suave, semelhante ao da noz. As sementes são isentas de glúten, ricas em proteínas, minerais, vitaminas e aminoácidos. No Peru e na Bolívia, a quinoa é conhecida por
ALIMENTO SAUDÁVEL. Quinoa vermelha cozida e pacote de meio quilo do produto vendido em supermercados europeus
isso mesmo como “grano de oro”. Estudos indicam que o valor protéico da quinoa só pode ser comparado ao do leite materno, deixando para trás alimentos como a carne, o ovo e o peixe. Ela pode substituir o trigo na produção de farinha, a soja na produção de óleo, e o arroz. Ao declarar 2013 como o Ano Internacional da Quinoa, a As-
sembleia Geral das Nações Unidas expressou seu reconhecimento às práticas milenares dos povos andinos que preservaram o “grano de oro” como alimento para as gerações atuais e futuras. Também se objetivou atrair a atenção mundial para o papel que a quinoa pode desempenhar nos campos da segurança alimentar, da nutrição e da erradicação da pobreza.
de 2010; em fevereiro de 2011, foi feita a colheita. Esse material serviu para a ampliação do trabalho de pesquisa, com a produção de novas sementes em ambiente protegido, cruzamento de variedades e cultivos a campo. O primeira experimento a campo foi feito ainda em 2011, durante o período safrinha, para avaliar o potencial das sementes geradas em fevereiro, sendo selecionados 40 materiais. Sucessivos experimentos de avaliação do comportamento agronômico, em diferentes épocas de semeadura, resultaram
na seleção de 10 genótipos para novos estudos. Desses, seriam escolhidos cinco para avaliação em maior número de locais de plantio. A pesquisa envolve populações de Quinoa Real - a mais comercializada no mundo, Brillant Rainbow e Cherry Vanilla. A quinoa cultivada pelos pesquisadores da Unioeste suportou geadas e revelou também uma certa tolerância à estiagem. A produtividade média obtida até os primeiros meses de 2014 foi de 1.000 quilos de grãos por hectare, mas houve parcela experimental em que se registrou produtividade de 2.000 kg/ ha. No Cerrado brasileiro, experimentos da Embrapa apresentam índices de produtividade na faixa de 1.200 a 1.800 kg/ha. A pesquisa desenvolvida em Marechal Cândido Rondon trabalha com a perspectiva de colocar a quinoa como alternativa rentável para o agricultor paranaense, capaz de dividir espaço com o trigo e, quem sabe, concorrer até com a soja.
Experimento com quinoa no Oeste paranaense Conhecer as peculiaridades da planta, encontrar respostas para uma série de questões envolvendo o cultivo e principalmente obter uma variedade adaptada às condições de clima e solo no Paraná: estes são os objetivos da pesquisa com quinoa que o curso de Agronomia da Unioeste desenvolve há quatro anos em Marechal Cândido Rondon. O Projeto de Melhoramento de Quinoa é coordenado pelo professor doutor Edimar Soares de Vasconcelos, com a participação de graduandos e mestrandos em Agronomia. A pesquisa teve início no segundo semestre de 2010 com a aquisição de 150 sementes junto a viveiros que cultivam a quinoa como planta ornamental. As sementes foram plantadas em ambientes protegidos (“casas de vegetação”) em outubro
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DIVERSIDADE AGRO
Criado há três anos, o programa de relacionamento Bayer Agro Services, da Bayer CropScience, inovou ao oferecer serviços voltados para o desenvolvimento de negócios dos agricultores
O
agronegócio brasileiro tem demonstrado que o processo de profissionalização é uma realidade no campo e, como toda transformação, traz grandes desafios para a cadeia produtiva. Pensando nisso a Bayer CropScience criou há três anos o programa de relacionamento Bayer Agro Services, único no mercado agrícola com foco no aumento produtivo dos clientes por meio de serviços de treinamentos e consultorias. A necessidade de mais conhecimento, equipes de alto desempenho, e contato constante com novas tecnologias, faz parte desse processo irreversível, e quem acompanha o dia a dia do campo sabe que não é tarefa fácil. Por isso, os serviços oferecidos aos clientes têm sido grandes aliados na hora de aprimorar a processo produtivo. Ivan Moreno, diretor de Acesso ao Mercado da Bayer CropScience, explica que a empresa vem investindo para sempre ser parceira do agronegócio brasileiro. “O funcio-
Divulgação
Foco nos negócios dos produtores rurais
FOCO. Empresa visa crescer junto com o cliente e não a partir dele
namento é bastante prático, pois ao adquirir produtos do portfólio Bayer CropScience, o produtor acumula pontos que podem ser resgatados por serviços focados em seus negócios.” O menu do Bayer Agro Services é formado por mais de 25 opções que vão da capacitação de lideranças ao conhecimento para a aplicação de defensivos agrícolas; do preparo para novas tecnologias de georreferência até o suporte no processo de sucessão familiar. Tecnologia, RH, segurança da informação e sustentabilidade são alguns dos assuntos abordados pelos treinamentos. Neste período já foram resgatados mais de 1,5 bilhão de pontos em mais de 450 serviços prestados e cerca de 310 serviços implantados, envolvendo mais de 100 clientes. Ao todo, a cartela de clientes que fazem parte do programa é mais ou menos 280 produtores. Grande parte deles solicitou a visita de algum agroespecialista, profissional que faz parte de um time
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de experts da Bayer CropScience em ciência das plantas, como fitopatologistas, entomologistas, fisiologistas, entre outros pesquisadores ligados à ciência das plantas. “Hoje o programa oferece consultorias e treinamentos para clientes que, juntos, têm mais de 16 milhões de hectares no Brasil”, complementa Ivan. O suporte técnico e a consultoria empresarial destes consultores, aliado ao uso adequado dos defensivos, têm proporcionado números ainda mais positivos no final da safra. Compartilhar informações com o objetivo de aumentar a produtividade está no DNA da Bayer CropScience. “A Bayer é uma empresa de mais de 150 anos e sempre buscou compartilhar suas experiências com os clientes. Na agricultura, temos foco em crescer junto com o cliente e não a partir dele. Os serviços que disponibilizamos ajudam a construir e manter essa proximidade”, comenta Gerhard Bohne, diretor de Operações de Negócios da Bayer CropScience Brasil.
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EMPRESA
A excelência como meta Agrícola Vieira consolida-se no mercado e busca expansão com base na melhor qualidade em prestação de serviços
M
tunidade de fazer a Agrícola Vieira, eu estava razoavelmente preparado para iniciar esta empreitada. Fizemos, com a ajuda do consultor Takao Koike, pesquisa econômico-financeira; procuramos contratar, já na fase de desenvolvimento do projeto, pessoas preparadas e com bom conhecimento do ramo.
aurício Monteiro de Barros Vieira fala sobre os seus propósitos para a empresa que ele, junto com o sócio Nestor Dalmina, criou e está fazendo prosperar. Advogado, com intensa atuação profissional até hoje – “não pretendo parar de advogar tão cedo”, diz ele –, formado pela PUC-PR, em 1981, cascavelense desde 1965, quando sua família veio de Centenário do Sul, norte do Paraná, para Cascavel. Maurício deu entrevista à Paraná Rural, explicando os seus planos para o futuro da Agrícola Vieira. PR - Como surgiu a idéia de criar a Agrícola Vieira? Dr. Mauricio - Sempre tive ligação com o campo. Meu pai, que era militar, tinha uma fazenda de gado. Nos fins de semana, ele, que gostava muito de pecuária, cuidava dessa fazenda. De vez em quando, eu ia com ele na propriedade. Desse contato com o campo, nasceu o gosto pela atividade agropecuária. Quando voltei para advogar em Cascavel, em 1986, sempre tive – e até hoje tenho –, entre os meus clientes, empresas do ramo de cereais, inclusive multinacio-
Dr. Maurício Vieira, advogado e sócio proprietário da Agrícola Vieira
nais. Nesses quase 30 anos assessorando juridicamente empresas cerealistas, fui adquirindo conhecimento sobre armazenagem, comercialização, fixação de preços, etc. De outro lado, ao advogar para inúmeras empresas, dos mais variados ramos, fui apreendendo e constatando as razões do sucesso e do insucesso da atividade empresarial. Assim, quando surgiu a opor-
PR - A Agrícola Vieira iniciou suas atividades quando? Dr. Mauricio - Iniciamos em janeiro de 2013. Graças à amizade que tínhamos com os agricultores da região onde instalamos a Agrícola Vieira – Cachoeira Alta, distrito de S. João – e, principalmente, à confiança em nós depositada, fruto, creio eu, da credibilidade das famílias Dalmina e Vieira, logo de início, percebemos que iríamos prosperar. Evidentemente, estamos no começo. Há um longo caminho a ser percorrido. Acreditamos, no entanto, estar preparados para os desafios que virão. PR - Quais são os planos para o futuro da empresa? Dr. Mauricio - Pretendemos incrementar o setor de insumos. Já temos crédito para comprar de Central de recepção de grãos da Agrícola Vieira
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EMPRESA
todas as principais fornecedoras do agronegócio nacional, estamos terminando de formar a equipe de assistência técnica, composta por agrônomos. Na realidade, o setor de insumos requer pessoas com ótimo conhecimento técnico, para assessorar os agricultores e ajudá-los a produzir mais. A venda não é o foco, e sim uma consequência do serviço técnico prestado. O importante, em todas as profissões, é servir ao cliente de forma a deixá-lo altamente satisfeito. Sempre falo para os nossos companheiros de trabalho, tanto da Agrícola quanto da Vieira Advogados, que uma das melhores formas de servir a Deus, é atender os nossos clientes da melhor forma possível. Quando se ajuda ao próximo, com toda atenção, diligência e zelo, estamos servindo a Deus. PR - No setor de grãos, quais são os planos? Dr. Mauricio - Expansão. Recentemente, adquirimos uma área, perto do Distrito de Juvinópolis, a qual tem uma moega, com capacidade para 480 toneladas. Já nesta safra 2014/2015, a unidade estará recebendo grãos dos agricultores da região. Mais tarde, investiremos nessa unidade, a fim de secar e armazenar os grãos. PR - Como conciliar as atividades de advogado e de empresário? Dr. Mauricio - Na verdade, sou mais advogado. Estou sempre em meu Escritório de Advocacia. Quan-
to à Agrícola Vieira, temos uma ótima equipe – o que nos permite delegar serviços. Embora eu não cuide do dia-a-dia da empresa, estou atento a tudo. Por exemplo: pela internet, acompanho a movimentação de caminhões; recebo, todas as manhãs, a planilha do fluxo de caixa. Também acompanho a movimentação dos estoques, as entradas e saídas de mercadorias, as fixações etc. Estamos implantando o software da TOTVS, que, incluindo os valores dos treinamentos dos funcionários, nos custará aproximadamente R$ 150.000,00. Com esse programa, poderei exercer muito melhor os controles e acompanhar as metas, fixadas através de reuniões com a equipe. PR - O que é necessário para ser um bom empresário? Dr. Mauricio - Não sou a pessoa mais adequada para falar sobre isto. No entanto, nas observações que tenho feito, mais como advogado, com 33 anos de serviços prestados, do que propriamente como empresário, é necessário ter, ao mesmo tempo, ousadia e prudência. Sem ousadia, não se vai para frente. Sem a prudência, a ousadia pode ir contra o próprio empreen-
“
Para ser um bom empresário é necessário ter tempo, ousadia e prudência”
dedor. Também é indispensável ser organizado e acompanhar o fluxo de caixa diariamente. Empresa que não tem um rígido controle das finanças, dura pouco. Outro aspecto fundamental é investir nas pessoas, sob todos os aspectos. De nada adianta ter os melhores maquinários, computadores e softwares sofisticadíssimos se você não tem as pessoas que saibam manusear estes instrumentos e deles tirar o máximo proveito. Eu acho que, hoje, a empresa e, de consequência, o empresário, tem uma função muito nobre na sociedade. Além de aproximar as pessoas dos mais diversos segmentos sociais – o que é extremamente salutar –, a empresa tem a função de procurar ajudar os que nela trabalham a desenvolverem-se como seres humanos, seja do ponto de vista material, seja quanto ao aspecto imaterial. A finalidade do ser humano é progredir em todos os aspectos da vida. Nesse contexto, a empresa deve trabalhar para fazer o ser humano progredir. PR - É um bom conceito, mas a empresa também visa lucro, não? Dr. Mauricio - Lucrar é fundamental. O lucro, ao meu ver, é consequência de todos estes aspectos sobre os quais conversamos. Preparando as pessoas adequadamente, você fará com que estas pessoas possam, do ponto de vista profissional, servir ao próximo da melhor maneira possível. A excelência na prestação de serviços trará como consequência o lucro.
SEDE na rua Londrina,em Cascavel
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EMPRESA
UNIDADE DE RECEBIMENTO DE GRÃOS - FILIAL JUVINÓPOLIS
Moega de recepção de grãos, em Juvinópolis
Em festa. Costelão realizado em Cachoeira Alta, para funcionários e clientes, marca o 2º ano de aniversário da Agrícola Vieira. À esquerda, os sócios proprietários, Maurício Vieira e Nestor Dalmina
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A Agrícola Vieira, baseada na sua visão de trabalho, que busca ser referência em credibilidade, tecnologia agrícola e comercialização de grãos, reconhecida pela qualidade e inovação na prestação de serviços vem constantemente procurando projetos de viabilidade para oferecer ao produtor rural a abertura real das portas para o agronegócio brasileiro. Adquirida recentemente, a nova unidade de recebimento e comercialização de grãos e insumos agrícolas, no distrito de Juvinópolis, vem reafirmar este propósito, oferecendo credibilidade nos serviços prestados aos agricultores desta importante região produtiva do município de Cascavel. Com ferramentas inovadoras e oportunidades de negócios diferenciados, esta nova parceria vem trazer, principalmente, a confiabilidade e a melhora nos lucros obtidos pelos produtores, tanto na compra de insumos agrícolas, quanto na comercialização da sua safra. Com a inauguração realizada em 10 de janeiro de 2015 a nova filial de Juvinópolis já estará apta a receber, juntamente com a unidade de recebimento, padronização e armazenagem, situada no distrito de São João do Oeste, a supersafra 2014/2015.
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MUNICÍPIOS
Mais lucro com a produção de leite Capacitação visou melhorar a rentabilidade na cadeia leiteira em S. Tereza do Oeste
V
isando melhor qualidade no atendimento ao produtor rural de Santa Tereza do Oeste, o governo municipal, através da secretaria de agricultura continua investindo em capacitação nas equipes de campo. Em final de Outubro o veterinário do município, Paulo Sanches, participou do IX Seminário de APCBRH de Pecuária Leiteira em Francisco Beltrão com presença de produtores, técnicos e estudantes. O seminário destacou temas importantes para melhoria na qualidade da produção leiteira dos municípios, como: Índices Zootécnicos; Composto Barn: Mitos e verdades; Seleção de animais para a produção; Conformação e saúde; Mastites e Relato de experiência do produtor rural. “O objetivo foi informar os participantes sobre a situação da
cadeia leiteira da região, além das novas tendências, que estão sendo aplicadas para melhoria da atividade”, relatou, Paulo Sanches. A prefeitura continuará investindo em projetos e programas que oferecem novas tecnologias e ao mesmo tempo capacitações para as equipes que atendem os produtores do município. “A intensão do município é ampliar a produção da bacia leiteira, tendo em vista que nossos produtores devem estar devidamente preparados e qualificados para ter maior rendimento em sua produção”, destacou o secretário municipal de agricultura, Luiz Carlos Dias, – explicando que a secretaria tem tido uma boa relação com o executivo nas decisões que veem contribuir para uma melhor rentabilidade no campo.
mais 3 km de estradas REadequaDAS Em continuidade ao trabalho de recuperação de estradas no município de Santa Tereza do Oeste, a secretaria municipal de obras vem atuando diariamente com suas equipes e maquinários nas estradas rurais que mais sofrem danos, principalmente em razão das chuvas. Essa semana o secretário de obras, José Sezinando Godinho e suas equipes estão concluindo mais 3 quilômetros de adequação na localidade de São Luiz, área rural de Santa Tereza do Oeste. Já a região central que havia iniciado há alguns dias, já foi concluído com a adequação de dois quilômetros. O prefeito de Santa Tereza do Oeste, Amarildo Rigolin garantiu que todas as solicitações e estradas que apresentam danos e más condições serão recuperadas e adequadas. “Trabalhamos para todos. Seja da cidade ou do interior, estaremos dando toda a atenção necessária”, afirmou Rigolin.
MALHA VIÁRIA. Secretaria de Obras do município realiza adequadação de estradas 72 I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I paraná rural
MUNICÍPIOS
Redução no uso de agrotóxicos Emater orienta técnicos sobre aplicação de defensivos e controle de pragas
EMATER. Evento reuniu técnicos de prefeituras em Santa Tereza do Oeste
A
Emater de Santa Tereza do Oeste, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura, reuniu, 12 técnicos dos municípios da região para um treinamento a fim de identificar as principais pragas presentes nas lavouras da soja, milho e trigo. Os técnicos participaram também da prática de regulagem do pulverizador com a seleção de melhores pontas, propondo reduzir o número de agrotóxicos, assim como melhorar a eficiência na aplicação. Os profissionais visitaram quatro propriedades rurais que utilizaram diferentes variedades de soja em suas lavouras. Para Ivanir, o percevejo e a lagarta são as pragas mais preocupantes e que estão presentes na cultura da soja. “Com o bom conhecimento técnico é possível reduzir no mínimo em 30% as aplicações de inseticidas, conseguindo com isso, um
controle principalmente nas pragas da cultura da soja”, explicou o técnico da Emater de Santa Tereza do Oeste, Ivanir Pauly. As atividades foram acompanhadas pelo secretário municipal de Agricultura, Luiz Carlos Dias, e pelo engenheiro agrônomo Felipe Braga. De acordo com o secretário de Agricultura, esses conhecimentos são repassados aos produtores rurais, para que eles tenham melhores resultados e rentabilidade em suas lavouras. “Contamos com uma equipe de técnicos capazes de atender todos os nossos produtores, fortalecendo o atendimento e dando melhor qualidade na produção de Santa Tereza do Oeste”, destacou o secretário municipal de agricultura – lembrando que o governo do município tem investido constantemente em capacitações técnicas e dado suporte e condições para agricultura familiar.
Ações para a mulher e o jovem no campo Cerca de 30 agricultores de Santa Tereza do Oeste serão beneficiados com a assistência técnica que está sendo oferecida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através de uma chamada pública realizada em 22 municípios da região Oeste do Paraná. A informação veio após uma reunião realizada no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em dezembro passado. Segundo o assessor do MDA, Vagner Gazziero, o projeto já está em andamento desde outubro de 2014, com início em visitas nas propriedades. Com a reunião para cadastramento e seleções de famílias, estas poderão se enquadrar o mais breve possível no programa. “Temos a parceria com a prefeitura na mobilização inicial desses agricultores para participarem”, contou o assessor. De acordo com Vagner, o programa visa valorizar os agricultores devido aos problemas existentes, como por exemplo, a não permanência do jovem no campo. “Queremos a sustentabilidade do jovem no campo, fazendo com que ele cresça e permaneça desenvolvendo sua propriedade”, explicou. Dentre as ações do programa estão: A agroindustrialização; aumento na produção; produção em quantidade e qualidade; estímulo à formação de produtores, cooperativas, sindicatos e comunidades; realização de dias de campo; mini cursos e palestras. Além a agroecologia que visa a preservação ambiental.
paraná paraná rural rural I Dezembro I Novembro de 2014 / Dezembro / Janeiro de 2014 2015 I 73
LOGÍSTICA
ClimSystem investe na fabricação de guindastes Produto desenvolvido para os mais diversos setores atende também aos produtores rurais em serviços específicos da atividade agrícola
U
ma empresa genuinamente cascavelense, a ClimSystem, começou pequena, com foco na fabricação de furgões climatizados para o transporte de aves, mas ao longo de seus dezoito anos, vem desenvolvendo tecnologias aplicadas ao transporte de cargas, inovando em produtos que atendem a expectativa dos clientes, e assim tem ganho porte de grande empresa. Sempre atenta às inovações do setor, a Climsystem adotou como regra a produção de equipamentos para a implementação rodoviária, projetados e desenvolvidos com as mais avançadas tecnologias disponíveis nessa área. Além de atender as mais renomadas empresas do mercado avícola do país, o objetivo é satisfazer os clientes. Os produtos, que inicialmente tinham foco no mercado regional, agora extrapolam as fronteiras do estado e são comercializados em todo o país.
Jacomini. Produtos de alta qualidade para atender a expectativa dos clientes
O portfólio, que já contava com uma linha completa em furgões climatizados e com fabricação e instalação do segundo eixo direcional, passou a agregar um novo produto, o guindaste. Embora a fabricação tenha iniciado há cerca de um ano e meio, o equipamento foi lançado
ao mercado recentemente, na Expo Toledo. “O objetivo inicial de atender aos clientes da região oeste foi extrapolado logo no início, com vendas de guindastes para outros Estados”, ressalta Maycon Rodrigo Jacomini, responsável pela comercialização do produto. O primeiro equipamento que será enviado para fora do Paraná vai para Maracajú - MS. A fácil aceitação do produto no mercado deve-se ao uso de uma tecnologia diferenciada. “Utilizamos como principal matéria prima o aço optim, de alta resistência, que torna a máquina mais leve, melhorando o desempenho do veículo do cliente”, diz Jacomini, ao explicar que esse é um dos pré-requisitos importantes no momento da es-
Instalação feita pela própria empresa oferece garantia de fábrica
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LOGÍSTICA
colha do produto para a compra. Enquanto que o sistema de comando é o wavoil, de origem italiana. “Esse é o sistema mais utilizado pelos fabricantes de guindastes por oferecer grande precisão de movimentos”, salienta jacomini. A serviço dos agricultores Embora o mercado de guindaste é bem amplo e atende aos mais diversos segmentos de transporte, dos oito modelos desenvolvidos pela Climsystem, dois atendem muito bem aos produtores rurais, nos serviços de abastecimento das máquinas de plantio, para transportar os ‘big bags’ de fertilizantes, bem como de outros produtos e equipamentos pesados. Trata-se do Clim 8.0 e do Clim 12.0. Ambos são ideais para os que procuram um produto mais leve e com melhor custo x benefício. O 8.0 possui duas lanças hidráulicas e duas manuais e chega a uma distância de até sete metros, com uma carga de mil quilos. Já o 12.0 possui três lanças hidráulicas e três manuais e alcança até 11 metros de distância com a mesma carga. O guindaste traz facilidade e redução de custos aos produtores, uma vez que, sem esse aparelho, é preciso usar trator, o guincho e o caminhão. Assim é necessário apenas o caminhão com o guindaste. Segurança agregada Pensando na segurança dos operadores, principalmente de quem trabalha com a altura ou em contato com eletricidade, a empresa adequou seus equipamentos à NR-12 (Norma Regulamentadora nº 12), tais como o rádio-controle; o limitador de carga; o inclinômetro digital; o cesto aéreo com nivelamento automático e a bomba de energia. A empresa também prefere entregar o aparelho já instalado no caminhão. “Com isso conseguimos oferecer a garantia de fábrica”, afirma Jacomini. O que não impede que o guindaste seja enviado para uma região mais distante, com a possibilidade de ser instalado lá. O cliente também tem a possibilidade de escolher a cor e os acessórios opcionais. Por enquanto os produtos estão sendo fabricados mediante encomenda, mas a intenção para muito breve é tê-los disponíveis à pronta entrega. paraná rural I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I 75
LOGÍSTICA
ClimSystem fabrica oito modelos de guindastes com diferentes capacidades de peso e alcance
Características técnicas n Estrutural – Equipamentos produzidos em chapas de alta resistência, proporcionando menor peso, melhor desempenho e maior segurança. n Sistema hidráulico – Sistema de tomada de força acoplada, para melhor desempenho sem vibrações. Bomba hidráulica acoplada direto à tomada de força, dimensionada a garantir a vazão necessária; comando hidráulico de dupla ação, com acionamento dos dois lados; válvula de sobrecarga para maior vida útil dos componentes e válvula de segurança em todos os cilindros, oferecendo maior segurança aos movimentos; mangueiras de alta pressão com capa protetora. n Cilindros – de dupla ação, construídos por empresa especializada, garantem segurança e credibilidade. n Sobre Chassi – Fabricado em aço de alta resistência, proporcionando menor peso estrutural, sem comprometer a estrutura do caminhão. n Patolamento – Patolamento dianteiro manual nas versões Clim 5.0 e Clim 8.0; Patolamento dianteiro hidráulico nas versões Clim 12.0 e Clim 14.0; Patolamento dianteiro e traseiro hidráulico nas versões acima do Clim 16.0. n Montagem – Realizada por equipe especializada, sempre após o estudo de contrabalanço, para melhor posicionamento do guindaste.
tecnologia. Empresa utiliza sistemas de comando de última geração para oferecer segurança e precisão no controle do guindante 76 I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I paraná rural
SEMANA MESA
Produção mais saudável, com origem na agricultura familiar, foi destaque no maior evento de gastronomia da América Latina
O
s alimentos produzidos por agricultores familiares não são parte apenas da mesa dos brasileiros. Eles também têm sido a escolha de Chefs de grandes restaurantes no País. E com o objetivo de aproximar ainda mais esses famosos cozinheiros dos agricultores, um evento foi realizado de 3 a 5 de novembro em São Paulo: a Semana Mesa 2014, considerado o maior encontro de enogastronomia do País. O mote deste ano foi ‘A conexão essencial: o produtor familiar e a cozinha’. Cerca de 90 chefs de cozinha do Brasil participaram do evento. “Quando um chef de renome passa a incluir na elaboração dos pratos itens da agricultura familiar, ele reconhece a qualidade desses produtos, o diferencial da produção artesanal. Isso valoriza o trabalho do agricultor familiar”, avalia o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor, da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Onaur Ruano. Segundo ele, a crescente utilização de produtos da agricultura familiar em restaurantes famosos demonstra “a qualidade dos pro-
Foto: Sérgio Sanderson
Da pequena propriedade às grandes cozinhas
oRGÂNICOS. Produtos são considerados como boa opção para a saúde
dutos e o correto cumprimento de todas as normas que garantem a segurança sanitária.” quebrando paradigmas Para o chef gaúcho Carlos Kristensen, utilizar produtos da agricultura familiar é uma tendência que veio para ficar. “A gastronomia está vivendo um momento que nunca tivemos antes. Mudamos o paradigma de que o importado é melhor. Hoje, colocamos o produto local em primeiro plano. E ai a aproximação com os agricultores é fundamental para termos um produto orgânico, artesanal e de alta qualidade”, comenta o chef. ao pontuar sobre o acesso a produtos locais. “Como cozinheiro, posso fazer uma conexão, uma rede, unindo quem produz, quem prepara e quem consome. Todo mundo sai ganhando”, conclui Kristensen ao destacar que a riqueza do Brasil passa também por sua culinária e pela valorização dos produtos e receitas locais. Uma das beneficiadas pela parceria entre agricultura familiar e gastronomia é Romilda Grimm
Hax, 74 anos, de São Lourenço do Sul (RS). Ela comercializa, metade da produção de peitos de gansos criados soltos, curados no sal e defumados, para o restaurante de Kristensen. “Antes a gente fazia só para o consumo da família e para alguns vizinhos, mas as pessoas foram provando e gostando. Agora que o produto ficou mais conhecido cresceu a demanda,” explica a agricultora familiar. No ano passado ela adquiriu um veículo pelo Mais Alimentos, programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “O furgão ajuda na feira, porque é um carro melhor, mais confortável e mais econômico. O Pronaf também me ajudou muito. Com o programa consegui melhorar a sala de embutidos, comprei novilhos. Tudo com o apoio da Emater. Mas quero mais, porque a gente sempre tem o que melhorar”, observa. No evento, que tem a expectativa de contar com cerca de 14 mil participantes, além do compartilhamento de experiências, haverá palestras e espaço para divulgação de trabalhos e de criações culinárias. (Mateus Zimmermana/Agrolink)
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Pulverizador e tratores de média potência no SRC O Pulverizador Patriot 250 Extreme tem exclusivo sistema de tração independente e tecnologias que economizam até 30% de combustível.
A
Case IH apresenta no Show Rural Coopavel 2015 os novos pulverizadores Patriot Extreme 250, além de exibir a linha de tratores Farmall série A, de 110, 120 e 130 cavalos. Todas as máquinas estão alinhadas com o conceito de soluções tecnológicas da marca, o Efficient Power ou Potência Eficiente, desenvolvido para o produtor rural obter o melhor aproveitamento energético e produtivo dos equipamentos. Segundo Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, reduzir os custos de produção é fundamental dentro do planejamento e desenvolvimento da agricultura moderna. “Os tratores da linha Farmall série A e os pulverizadores Patriot 250 Extreme atendem uma demanda crescente de mercado, de equipamentos de média potência com alta tecnologia embarcada, gerando resultados e economia, seja no consumo de combustível, diferenciais de produtividade ou longevidade
78 I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I paraná rural
dos sistemas e manutenção”, afirma. Romangnoli lembra que a marca já disponibiliza 41 tecnologias dentro do conceito. “Eficiência desde a concepção dos produtos é a nossa filosofia e também o conceito base para o desenvolvimento de tecnologias Efficient Power.” Um dos destaques da Case IH dentro do conceito Efficient Power para o Show Rural Coopavel é o novo pulverizador Patriot 250 Extreme. Com tanque de 2.500 litros e barras de 24 ou 27 metros, o equipamento chega com nova motorização e sistema tração independente, gerando ainda mais potência e desempenho. O Patriot 250 Extreme é ideal para o produtor rural que busca a profissionalização das etapas de tratos culturais, aliando precisão e economia. Produzidos em Piracicaba (SP), os pulverizadores foram projetados para trabalhar em regiões de topografia e terrenos irregulares, situações em que os produtores necessitam de mais torque. Equipado
MÁQUINAS
com motor Case IH FPT de 165 cv, 4 cilindros, sistema Common Rail de injeção e Turbo Intercooler, o Patriot 250 Extreme tem também, como diferencial, o sistema de Auxílio da Tração Independente. Projetado para situações adversas como passagem por uma curva de nível, por exemplo, o conjunto de tração inteligente regula o fluxo de óleo nas quatro rodas. Com o acionamento do pedal de bloqueio, o sistema divide a vazão de óleo em quatro fluxos independentes, permitindo que as rodas trabalhem individualmente, concentrando de forma automática a potência adequada para superar os obstáculos. Alberto Maza, especialista de Marketing de Produto, ressalta a economia do equipamento. “A linha de pulverizadores, projetada para seguir o conceito Efficient Power Case IH, tem tecnologia embarcada que gera uma redução de consumo de combustível de até 30%”, garante. “A cada mil ha, os pulverizadores Patriot 250 Extreme podem consumir até 177 litros menos de diesel por aplicação, em comparação com os principais modelos do mercado”, diz Maza.
Farmall oferece força e conforto Pela primeira vez posicionados entre os equipamentos de média potência, os modelos Farmall 110A, 120A e 130A respondem às necessidades dos produtores profissionais que buscam maquinários com força, conforto e facilidade de operação, tanto na agricultura como na pecuária. Segundo o especialista de Produto da Case IH, Lauro Rezende, a linha foi projetada para trabalhos pesados e fornece potência nominal e desempenho de 110 cv com o Farmall 110A, 120 cv para o modelo 120A, e 130 cv no Farmall 130A. “Os equipamentos disponi-
“
Os tratores Farmall A de 110, 120 e 130 cv são os grandes destaques da Case para o Show Rural Coopavel 2015
bilizam ainda mais desempenho e tecnologia para os agricultores multitarefa, com maior capacidade de levante da categoria, três opções de transmissões mecânicas e hidráulicas nas variações 8x8 mecânica, 8x8 com reversor hidráulico e 16x8 com reversor hidráulico, além das opções de potência que atendem uma crescente demanda de mercado em busca de tecnologia”, descreve. Case IH tem foco no produtor rural A Case IH coloca a tecnologia ao alcance do homem do campo, oferecendo um sistema completo de produtos e serviços capazes de preparar o produtor rural para os desafios do seu dia a dia. Entre as soluções oferecidas pela marca, estão as colheitadeiras de grãos Axial-Flow, colhedoras de cana, café e algodão, além de tratores de todas as potências, pulverizadores autopropelidos e plantadeiras. Produtos que fazem da marca a melhor opção do plantio à colheita. Case IH é uma marca da CNH Industrial.
Farmall. Tratores da linha oferecem maior facilidade de operação
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PISCICULTURA
As espécies de peixes mais cultivadas na região Embalada pela qualidade e o sabor da carne de tilápia, a grande demanda faz com que esta seja a espécie mais produzida na região Adilar Venites Presidente da Associação de Aquicultura de Toledo n TILÁPIA – É um dos peixes mais cultivados, sem dúvida está disparado na frente de todas as outras espécies. Só no oeste paranaense são abatidos mais de 100 toneladas dia, tamanha sua procura, carne de excelente qualidade, proporcionando ótima aceitabilidade entre os consumidores. Peixe de fácil criação, porém muito prolífero, ou seja desova muito, isso causa preocupação pois além de competir na alimentação, também consumirá muito oxigênio da água. Sua alevinagem é feita através da reversão sexual, isto é; o peixe quando pós larva é induzido a comer ração com hormônio masculino durante 28 dias, fazendo com que 98 a 99 % dos alevinos fiquem machos, além de ter um desenvolvimento bem maior do que a fêmea, não ocorrerá, muita desovas indesejáveis. n CAT FISH – Peixe de couro, possui um desenvolvimento muito bom, resistente à temperaturas baixas, carne de excelente qualidade, com boa aceitação comercial, muito procurado pelos pesqueiros, principalmente nos meses de inverno, por resistir bem ao frio, além de pegar bem no anzol. Peixe americano trazido para o Brasil na década de 80, vem ganhando mercado, por ser um peixe de fácil manejo. n PACU – Muito procurado, pois tem habito alimentar não muito
exigente, podendo ser criado com resto de cereais, isso faz com que tenha uma procura muito grande, principalmente por quem tenha disponibilidade desses cereais. O cruzamento do Pacu com o Tambaqui, formou o Tambacu, assim como o cruzamento do Pacu com a Pirapitinga formou a Patinga, formando assim esses híbridos que tem um desenvolvimento bem maior do que ele puro, hoje chamados de peixes redondos, graças a esses melhoramentos esses peixes estão ganhando um mercado muito bom, tanto em pesqueiros como nos restaurantes, sua procura é muito grande, principalmente no norte do país. n CARPA – Peixe que praticamente foi o começo da piscicultura, hoje perdeu espaço para a tilápia, mas ainda é um peixe muito importante, bastante criado na região sul do país por resistir temperaturas baixas. Hoje temos 3 tipos de carpas mais comercializadas; CARPA HÚNGARA, ganhou fama de “fuçar” o fundo do tanque, peixe de fundo que fica sempre procurando o que comer, mas com boa alimen-
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tação e em quantidades adequadas engorda em pouco tempo. CARPA CAPIM como o nome mesmo diz esse peixe é usado principalmente para aproveitar os capins que crescem nas margens dos tanques. Precisa de espaço para crescer. CARPA CABEÇA GRANDE, peixe filtrador é usado principalmente para aproveitar a coluna da água, também precisa de muito espaço para crescer. Todas as carpas são bastante procuradas para pesqueiros e em restaurantes para fazer assadas. n PINTADO – É um peixe de maior valor comercial, desde a aquisição dos alevinos até o produto final. Muito apreciado pelos pescadores e também pela consumidores. Também estão fazendo muitos cruzamentos para obter um peixe mais precoce, principalmente que pegue a ração com maior facilidade, haja visto que na natureza ele é carnívoro. São inúmeras espécies de peixes criadas no Brasil, o mais importante é a criação vista como um todo, independentemente da espécie, criar peixe é uma arte, que faz bem a todos nós.
Tilápia. Espécie que mais agrada ao paladar dos consumidores
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MODA DO CAMPO
A sofisticação é emoldurada pelos lenços Os lenços deixam qualquer look cheio de estilo, independente do seu jeito de amarrar, que pode ser simples ou mais complexo, o que vale é a criatividade. Com eles fica fácil fazer diversas combinações e o melhor, atualmente são encontrados em diferentes modelos, cores e estampas.As amarrações que podem ser feitas com os lenços são diversas e deixam o look mais luxuoso e imponente. Aposte em amarrações diferenciadas e saia do óbvio! Além do “volta simples”, é possível amará-los em forma de triângulo, nó europeu, “bagunçadinho” ou trançado. Aliás, no Yotube há vários vídeos que ensinam isso. Estampas, cores fortes e até os mais sóbrios deixam a produção mais interessante. Agora no verão, invista em modelos mais leves. Geralmente eles são utilizados em volta do pescoço, mas também pode ser amarrados em um coque, ou usados como cinto. Ou seja, os lenços são acessórios versáteis, que permitem utilização de várias maneiras e podem ser a peça-chave de uma produção.
versatilidade. Apesar da pouca idade, a garota Isadora Lara Guerra já curte o uso do acessório como um complemento ao seu look.
Precursores da gravata segundo a Enciclopédia da Moda, as peças de tecido ao redor do pescoço surgiram com os soldados romanos que amarravam um pano molhado chamado “focale” para refrescar nos dias quentes. Mais tarde, a peça seria utilizada pelos franceses, que usavam lenços no pescoço chamados de “cravates“. Hoje, a amarração de tecido em volta do pescoço pode se resumir em três tipos de peças principais: a echarpe, o lenço e o cachecol. Embora as três possuam como função primária a proteção contra o frio e o vento, se diferenciam pelo material e corte: o lenço é uma peça de corte quadrado e tecidos mais leves, enquanto a echarpe e o cachecol possuem corte retangular, com a diferença de tecido: cachecóis são fabricados em tecidos mais pesados e têm efeito volumoso, para proteger o pescoço e a garganta, enquanto echarpes são feitas de tecidos leves ou mais nobres, e podem ser utilizadas também em eventos formais, cobrindo os ombros, por exemplo.
Como usar
O uso pode variar de acordo com estilo de quem veste, sem regras, mas também pode-se otimizar em diferentes estilos e ocasiões: Cores e estampas: Peças em cores lisas suavizam o tom da pele e o formato da face. Mulheres com tonalidade de pele quente, por exemplo, ao optarem por cores mais fortes realçarão a tez. Relacionar o formato do rosto com o formato das estampas também é vale. Mulheres de rostos quadrados realçam com estampas geométricas. Proporção: a estatura, proporções do corpo e tamanho do pescoço também fazem diferença na hora de usar a peça. Quem possui pescoço curto deve optar por modelos com tecido não volumoso, deixando à mostra um pouco de pele. Para quem tem estatura média ou baixa, é interessante deixar as pontas desiguais, pois quando ficam no mesmo alinhamento, criam um efeito que achata a silhueta. Quem tem mais quadril, um lenço volumoso no pescoço vai equilibrar as proporções. Já, para ombros mais largos, as peças volumosas, realçam a atenção para essa parte do corpo.
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com estilo atualizado Os lenços e echarpes permitem opções diversas na continuação do visual: usar no pescoço, na bolsa, no cabelo, na cintura. Tudo depende da personalidade e do estilo de cada uma. Os turbantes e amarrações na cabeça, por exemplo, combinam com mulheres de estilo dramático e criativo, enquanto echarpes de tecidos mais nobres e cores neutras complementam o estilo da mulher mais clássica. Para quem quer usar a peça numa bolsa, o cuidado deve ser com o tamanho das peças. O uso na cintura é uma tendência atual da moda.
Em tempos de safra de verão, a oração do milho, para abençoar as nossas lavouras.
Oração do Milho Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres. Meu gão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou. Sou a planta primária da lavoura. Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal. O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares. Sou apénas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre. Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo. Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito. Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário. Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha. Sou apénas a fartura generosa e despreocupada dos paiois. Sou o cocho abastecido donde rumina o gado Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece. Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos. Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde SOU O MILHO (Cora Coralina)
paraná rural I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I 85
EXPOVEL-MELHORES MOMENTOS
Marcas de um grande evento A 35ª Expovel, realizada entre os dias 11 e 16 de novembro, contou com um grande público, com alto nível de expositores, apresentações artíticas diversas e animados shows. Além dos rodeios, que ja fazem parte do calendário. Logo no primeiro dia, a presença de várias autoridades enalteceu a abertura oficial do evento. Na oportunidade, o Presidente João Batista Cunha Júnior reiterou missão da Sociedade Rural do Oeste em defesa dos interesses do agronegócio (foto à direita). Nas imagens a seguir, um clipping dos melhores momentos que contribuiram para fazer dessa edição, mais uma Expovel de sucesso.
l Prefeito Edgar Bueno elogiou mudanças realizadas na edição deste ano da feira l Governador em exercício, Valdir Rossoni destacou importância do agronegócio para o Paraná
lA rainha Késsia Cruz e as princesas da 35ª Expovel abrilhantaram a abertura oficial
l No último da feira, elas foram homenageadas com presentes e os aplausos da diretoria da SRO
l Um dia antes da abertura oficial houve Expovel Solidária, projeto que proporcionou a estudantes da rede pública toda estrutura da 35ª Expovel, com direito a diversão e lanche 86 I Dezembro Setembro/Outubro de 2014 /de Janeiro 2014 de I paraná 2015 I paraná rural rural
EXPOVEL-MELHORES MOMENTOS
l Expositores fizeram grandes negócios: concessionária vendeu mais de 25 veículos na feira
l Revista Paraná Rural marcou presença na 2ª ExpoAcic
l Encontro de Orquestras de Viola Caipira apresentou Orquestra Guarani (Guaraniaçu) na primeira noite (12/11)
l Na quinta-feira (13) foi a vez do show do violonista cascavelense, Ricardo Denchuski e sua Banda
l Orquestra de Viola Caipira de Toledo apresentou-se no sábado (15/11)
l Meninas da Orquestra Feminina de Viola (Toledo) subiram ao palco na noite seguinte
l Artistas da Sociedade Oeste Musical (SOM) foram as estrelas do Festival de Música Regional (Musivel) e do Camarote Itaipava Premium
l No palco principal, a Orquestra de Paranaense de Viola Caipira, da FAG, encerrou o encontro paraná paraná rural rural I Dezembro I Novembro de 2014 / Dezembro / Janeiro de 2014 2015 I 87
EXPOVEL-MELHORES MOMENTOS
l Milhares de pessoas acompanharam os shows
l Jads e Jadson fizeram a animação da 2ª noite da feira
l Pedro Paulo e Alex foram as estrelas do dia 13. Horas antes, Alex visitou a estrul Os amigos Loubet e Conrado & Aleksandro mandatura da Uopeccan ram muito bem no show de sexta-feira (14) l Os embalos de sábado à noite ficaram aos cuidados de Lucas Lucco l Luana Aniceto venceu a promoção “Fã Nº 1” - promovida pela SRO e Blanco Lima – e conheceu os ídolos Jads e Jadson
l No show de Pedro Paulo e Alex, a contemplada pela promoção foi a fã Dayane Ribas 88 I Dezembro Novembrode / Dezembro 2014 / Janeiro de 2014 de 2015 I paraná I paraná rural rural
l Thiago de Gois emocionou-se ao conhecer Loubet e Conrado & Aleksandro
EXPOVEL-MELHORES MOMENTOS
Byanka Dezorzi foi escolhida a “Fã Número 1” de Lucas Lucco
Equilíbrio marcou montarias em touro do rodeio Crystal Top Team Cup
l Amanda Moterle Borges levou uma moto ao vencer categoria principal de campeonato de três tambores da SRO
Nos três tambores, amazonas demonstraram muito charme e destreza
l Pelo Top Team Cup, a cascavelense Djeimi Sandi Dalgalo superou Shannon Karr (2º) e Tássila Dalgallo (3º)
l Nos touros, o campeão Rodrigo Costa Campos bateu Tiago Diogo de Faria (2º) e Tirso Antonio Turim (3º) l Ovinos e cinco raças de bovinos foram criteriosamente analisados nos julgamentos
l Milhões de reais foram movimentados nos três leilões realizados durante a 35ª Expovel
l O criador Cesar Roberto Krüger compartilhou experiências de 35 anos em palestra e Mostra de Cavalo Crioulo paraná paraná rural rural I Dezembro I Novembro de 2014 / Dezembro / Janeiro de 2014 2015 I 89
AMIGOS DA PARANÁ
FORD. Veículos de última geração, preparados para atender às expectativas das pessoas do campo e da área urbana, foram apresentados ao público durante a Expovel, onde muitos clientes aproveitaram a oportunidade para fazer bons negócios.
Princesa dos Campos. Equipe que trabalhou promoven- Embrevel. João Carlos Miranda e esposa Solange Bender, do os 80 anos da empresa: Ademar Biazzi, Michelli Galvão, com Felipe, Jhenifer, Amanda e Vinicius, que atenderam aos Jorge Emilio Kulik, Bianca Cesar Silva, Paulo Cesar Silva clientes durante a Expovel/2014.
Jhon Deere. Tratores, colheitadeiras, implementos... Enfim, uma completa linha de máquinas e implementos agrícolas da marca estava à disposição dos agropecuaristas, com oportunidade para bons negócios durante a feira. 90 I Dezembro Novembrode / Dezembro 2014 / Janeiro de 2014 de 2015 I paraná I paraná rural rural
AS RECEPCIONISTAS Inara Rufati e Luana Damaceno, que atenderam no estande da revista Paraná Rural
AMIGOS DA PARANÁ
Paraná Rural. Em 2012 a revista deu um salto ao inovar em sua apresentação visual e no conteúdo. Também ganhou notoriedade ao participar de diversos eventos agrícolas em todo o país. Na Expovel, fechou o calendário do ano com grande reconhecimento e muitos elogios.
Coasul. Para divulgar produtos destinados à nutrição animal, cooperativa veio de Toledo para participar da Expovel.
atração. O setor de pecuária, com animais de diversas raças e portes, continua sendo um atrativo importante na feira.
LAZER. Participantes do Torneio da Caxeta do Milhão, reali- FESTA. Aniversário do Zeca com os amigos e frequentadozado por um grupo de amigos de Cascavel. res da Mercearia do Martins. paraná paraná rural rural I Dezembro I Novembro de 2014 / Dezembro / Janeiro de 2014 2015 I 91
GENTE & EVENTOS
A arte de decorar ambientes Em evento realizado em Cascavel - a Diference Decor, durante o mês de outubro, arquitetas de Cascavel e região revelam talentos na arte de decorar ambientes residenciais e demonstram o potencial do mercado regional em disponibilizar aos clientes produtos modernos e sofisticados. Ao lado, Ivonete Teixeira e Geovana Rizzotto, que criaram uma sofisticada sala de jogos.
Vinhos. Stela Albiero Rielak e Amanda Diniz, que criaram juntas a adega do apreciador. Um ambiente clássico e cheio de requinte.
Tudo aberto. Luciane Zamecki, que criou junto com a colega Lucilia Inácio, o Closet e o banheiro do casal, em ambientes integrados 92 de 2014 / de Janeiro 2015 I paraná 92 IIDezembro Setembro/Outubro 2014de I paraná rural rural
Gourmet. O ambiente moderno, elaborado para receber os amigos nas festas em família, foi criado pelas arquitetas Alessandra Marcon e Bruna Dalpai Melo
GENTE & EVENTOS
Copacol recebe prêmio Cobb
Top of Mind para New Holland
A empresa Cobb promoveu, de 23 a 25 de outubro, em Foz do Iguaçu, a 5ª edição do Encontro Empresarial Cobb, com a participação de várias empresas deste segmento no Brasil. Pioneira no setor, a Copacol não poderia ficar de fora e foi representada pelo diretor presidente, Valter Pitol e pelo gerente de produção animal, Irineu Dantes Peron, bem como por integrantes da equipe técnica do Departamento de Matrizeiros e Incubatório e Integração Avícola. No evento, que é realizado a cada dois anos, foram premiados os melhores lotes de Cobb Fast e Cobb Slow produzidos em 2012 e 2013, envolvendo todas as empresas que produzem ovos férteis em todo território brasileiro, e a Copacol teve o privilegio de receber o prêmio de 1º lugar no ranking de melhor lote em produção de ovos férteis totais por fêmea na linhagem Cobb Fast, referente a 2013.
A New Holland foi contemplada essa semana com o Prêmio Top of Mind 2014 como a marca mais lembrada do Paraná na categoria Máquinas Agrícolas. O gerente de marketing, Jefferson Kohler, compareceu ao evento e recebeu a premiação. “Este prêmio prova que estamos no caminho certo: somos líderes no Paraná em tecnologia e inovação e por isso a marca continua apostando e investindo no estado”. A pesquisa foi realizada pela Revista Amanhã, com uma amostra de 1.535 pessoas em 68 municípios paranaenses. Na foto, Jefferson Kohler, Gerente de Marketing New Holland recebe certificado das mãos de Lucianne Canto, Gerente de Marketing do Grupo Amanhã. (Foto: Divulgação Revista Amanhã)
Parcerias são valorizadas De acordo com o supervisor de Matrizeiros e Incubatórios, Francismar S. Perandré, a conquista da primeira colocação é fruto de muito trabalho que envolve toda a equipe da Copacol em parceria com a empresa Cobb, que vão desde melhorias no material genético, sanidade, nutrição, ambiência, em fim são manejos essenciais que vão desde cria, recria até a produção de ovos férteis com os produtores integrados. Segundo ele, o encontro em si é fundamental para o relacionamento com outras empresas do ramo e para a troca de conhecimento, mas o que mais chamou a atenção foi à posição de destaque alcançada pela Copacol, que pode ser compartilhada e comemorada com a equipe presente no evento. Para o diretor presidente Valter Pitol, ser premiado com o melhor lote Cobb de matrizes do Brasil é um grande orgulho e isso demonstra a capacidade de produção, a eficiência e as orientações técnicas repassadas aos produtores fazem a diferença na produção de ovos e pintainhos por matrizes dentro da Cooperativa. “Para o produtor que foi contemplado como o melhor lote os nossos parabéns, mas estendemos os parabéns a todos os produtores de ovos férteis, porque as nossas médias são as melhores do mercado”, destaca Pitol. (AI Copacol)
25 anos de CNH industrial
Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, comemora em 2014 seu 25º aniversário de atuação dentro do grupo CNH Industrial, uma das maiores empresas de bens de capital do mundo. Sempre no segmento de máquinas agrícolas, o executivo atuou em diversos países, como Estados Unidos, Argentina, Inglaterra e Espanha, e nas mais variadas áreas: Suporte ao Produto, Serviços, Marketing e Vendas. Romagnoli completa também dez anos de Brasil, sendo quatro à frente da Case IH, uma das marcas que mais crescem em toda a América do Sul.
paraná paraná rural rural I Dezembro I Novembro de 2014 / Dezembro / Janeiro de 2014 2015 I 93
JARDINAGEM
Flores para As orquídeas são apaixonantes e sua beleza valoriza o jardim em qualquer estação do ano
V
ocê já tem uma planta de orquídea no seu jardim? Se tem uma, é bem provável que terá muitas outras e se ainda não tem, basta ter a primeira, para se apaixonar e começar a cultivar uma após outra. Foi assim que aconteceu comigo. Chequei a fazer reportagens em alguns produtores e achava-as lindas e maravilhosas, mas nunca me atrevia a plantar. Até que ganhei umas mudas e as plantei em um tronco de madeira – angico, que trouxe to sítio de meus pais. Agora, de vez em quando trago cepos de lá e continuo a plantar novas mudas. E o bom é que esses cepos podem ser colocados em qualquer lugar, no jardim, na varanda ou até no poço de luz das casas urbanas. Elas realmente são apaixonantes. E não é por menos, as orquídeas são consideradas as flores mais populares nas casas dos brasileiros, embora nem sempre sejam fáceis de cultivar. Isso porque muitas delas acabam demorando a florescer, deixando a gente sem saber o que fazer. Essa ausência de floração pode acontecer, principalmente, pelas deficiências nutricionais da planta, que precisa gastar uma quantidade enorme de energia para emitir uma boa florada. No entanto, em conversas com profissionais de floriculturas e jardineiros aprendi que, se as folhas, raízes ou pseudobulbos 94 I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I paraná rural
que guardam todo o acúmulo de energia da espécie não estiverem saudáveis, ela irá, provavelmente, evitar a floração para poupar os seus membros do desgaste. Então, para afastar o problema da escassez de flores do seu orquidário, o ideal é cuidar bem da plantas que estão em fase de folhagem, adubando-as a cada 14 dias, com adubos específicos para orquídeas encontrados em qualquer floricultura ou casa de jardinagem. Assim elas ficarão fortificadas o suficiente para florescer lindas na época certa. Além disso, vale a pena ficar de olho para que recebam bastante luz indireta e regas moderadas, pois o excesso de água costuma sufocar as raízes da planta e gerar o seu apodrecimento. Como muitas espécies precisam de uma variação de temperatura para ter o seu florescimento ativado, outra dica importante é deixar as que são cultivadas em ambientes internos próximas a uma janela entreaberta, para que o ar frio entre durante a noite. Também se deve levar em consideração o tempo específico que cada tipo de orquídea tem em relação ao florescimento. A Phalaenopsis, por exemplo, dá flor até três vezes por ano se estiver bem nutrida. Já a Cattleya, costuma dar flor só apenas uma vez por ano. Na natureza, existem ainda variedades mais comuns e fáceis de cultivar, que florescem praticamente em todos os meses, como a Doritis pulcherrima, Sathoglottis unguiculata e a Neobenthamia gracilis. Por isso, antes de achar que algo
JARDINAGEM
o ano inteiro acontece de errado com a sua variedade, atente-se para as características que fazem parte dela. Como Plantar: cuidados e dicas Muitas das plantas que compramos em mercados e floriculturas dificilmente sobrevivem em nossos jardins ou nos vasos que plantamos em casa. Muitas das vezes o motivo é a má manutenção e a forma na qual replantamos as mudas e o modo como cuidamos delas. Quando surgem as brotações como novas folhas e flores é a hora de replantar as suas orquídeas para um lugar maior onde elas possam se desenvolver com mais liberdade. Após a escolha do vaso para orquídea, coloque no fundo algo que drene a água, como brita ou argila estendida, encontrados facilmente em lojas especializadas. Isso fará com que o vaso não acumule água parada, fator que pode prejudicar as raízes. Depois desse procedimento, você já poderá colocar o substrato até a borda superior do vaso, fazendo com que a planta fique na superfície. Para que sua orquídea tenha um bom desenvolvimento, ela precisa se sentir segura no local onde está. Portanto, se certifique se a planta não está balançando dentro do vaso, ela precisa estar bem fixada ao substrato. A cada um ano e meio ou dois anos é importante trocar o substrato, pois ele acaba ficando ácido e sem nutrientes para alimentar a planta. Após essa troca, regue bem sua orquídea e não se esqueça de adubá-la uma vez a cada 15 dias, fator importante nesse processo de readaptação. Adubação uma vez por mês é recomendado para orquídeas que não estão em fase de
crescimento ou que já passaram a fase pré-floração. transplantando para outro vaso No caso de orquídeas que necessitam de um novo espaço para crescer melhor, o transplante é simples: inicialmente tire a planta inteira do vaso, junto com o substrato. Em seguida descarte todo o substrato das raízes e corte as raízes que já estão velhas. A brotação nova deve ficar no centro do vaso. Dica: lembre-se de que a tesoura precisa estar esterelizada para realizar essa operação, para que não haja possibilidade de contaminação em sua orquídea. Você pode esterelizar facilmente utilizando por exemplo um isqueiro e passando a chama na tesoura. Orquídeas gostam muito de vasos de barro por serem mais frescos e arejados. Esses vasos são conhecidos por drenar melhor a água, portanto, fique mais atento para que sua planta não fique completamente seca por muito tempo. Ao optar por vasos de plásticos, é importante saber que estes retêm mais água, ou seja, o espaço de tempo entre as regas é maior. Muitas pessoas erram ao achar que plantar orquídeas em vasos de plástico é mais fácil e não requer tantos cuidados.Caso esse vaso seja utilizado, fique atento para que sua planta não fique encharcada de água e acabe morrendo. paraná rural I Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015 I 95
AV ICULTURA
20 anos de Sanidade Avícola Programa do Ministério da Agricultura completou duas décadas de atuação em 2014
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ara atualizar os técnicos responsáveis pelo Plano Nacional de Sanidade Avícola - PNSA, tanto a nível federal, quanto estadual, o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Animal, do Ministério da Agricultura, realizaou no último mês, a reunião técnica “Sanidade Avícola: Fortaleza Nacional”. O evento teve por objetivo promover a interação entre o Serviço Veterinário Oficial (SVO) e demais atores da cadeia produtiva avícola, além de padronizar e harmonizar procedimentos do Programa entre os técnicos. Durante o primeiro dia da reunião, foi assinada a Instrução Normativa nº 21, de 21 de outubro de 2014, publicada no Diário Oficial da União
(DOU) do dia 22 de Outubro, que estabelece as normas técnicas de Certificação Sanitária da Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola das granjas de reprodução, de corte e incubatórios, de galinhas ou perus, para a infecção pelos vírus da Influenza Aviária (IA) e da Doença de Newscastle (DNC). Em 2008, o Brasil solicitou à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) apoio para o desenvolvimento de um modelo de compartimentação para a cadeia produtiva avícola brasileira, visando à prevenção na Influenza Aviária e da Doença de Newcastle. Desde então, a equipe do DSA vem desenvolvendo o projeto em parceria com a Associação Produtiva de Proteína Animal (ABPA), iniciativa privada e agências estaduais de defesa sanitária. Com isso, foi definido um protocolo de medidas de bioss e g u r i - dade a partir de fatores que estão relacionados ao risco de introdução e disseminação dos vírus de IA e da DNC no plantel avícola nacional, contidos na instrução normativa. A compartimentação
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é uma forma de certificar uma subpopulação animal com status sanitário diferenciado para uma ou mais doenças específicas, baseado em procedimentos de biosseguridade e não em zonas ou regiões territoriais. Este sistema de produção oferece garantias adicionais aos outros processos de certificação que já existem, como a regionalização, favorecendo a oferta de produtos avícolas e o comércio seguro entre os países, mesmo havendo eventuais surtos dessas doenças. O Programa de Sanidade Avícola De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques, o PNSA vem evoluindo de forma crescente, buscando acompanhar a expansão da cadeia produtiva avícola e os avanços tecnológicos. “Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango, alcançando mais de 150 mercados consumidores”, disse. O Programa foi criado em 1994, quando foram instituídas diversas normas e ações que contribuíram para regulamentar a produção avícola e salvaguardar o plantel avícola nacional. Os principais objetivos são prevenir, controlar ou erradicar as principais doenças de interesse em avicultura e saúde pública; definir medidas para a certificação sanitária e fornecer produtos avícolas seguros para o mercado interno e externo.
INVESTIMENTO
Estrangeiros em terras brasileiras Sérgio Sanderson
Incertezas geradas em 2014 fazem com que investidores adotem mais cautela neste ano
Preferência. Regiões do Cerrado brasileiro são as que mais despertam interesse e recebem investidores agrícolas de outros países
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ados divulgados pelo Banco Central mostram que o capital direto investido por estrangeiros na agropecuária brasileira passou de US$ 559 milhões em 2013, para US$ 193 milhões em 2014, no comparativo anual. A redução ocorreu mediante a a uma limitação do governo federal para aquisição de terras por estrangeiros, que passam a atuar através de operações de fusão e aquisição. Por outro lado, incertezas na economia já acenam para maior cautela neste ano. Há vários anos os investidores estrangeiros, têm marcado presença no Brasil, através de operações de fusão e aquisição. Entretanto, a falta de clareza em alguns setores, a política adotada no País e a estimativa de margens baixas nas commodities devem impor cautela a estes investimentos em 2015. Dados consolidados pelo Rabobank, em 2013, dão conta de que
60% das transações de fusões e aquisições no País, assessoradas e concluídas pelo banco, foram realizadas com participação de companhias internacionais, principalmente as norte-americanas ou asiáticas. A redução dos investimentos acima mencionados é reflexo do ano eleitoral, quando o governo poderia mudar de direção. De acordo com o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, “com a reeleição da presidente Dilma, o cenário está mais claro, porque os investidores já conhecem as posições dela, mas a palavra do momento é cautela, uma vez que ainda não está definida qual será a política macroeconômica”, explica. Outra questão que pode reduzir a vinda de estrangeiros é expectativa de queda nas margens de preço e rentabilidade das commodities.
MEIO AMBIENTE O plenário da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou, no dia quatro de novembro, o projeto de nº 360, que institui no estado o Programa de Regularização Ambiental (PRA) das propriedades e imóveis rurais, criado pela Lei Federal nº 12.651 (de 25 de maio de 2012). O Governo informa na proposta enviada ao Legislativo que, posteriormente, o Decreto Federal nº 8.235, publicado em 5 de maio de 2014, definiu que o os estados deveriam instituir o PRA, para que as peculiaridades locais sejam disciplinadas de forma a garantir a segurança jurídica das atividades desenvolvidas nas áreas rurais, assim como a efetiva proteção ao meio ambiente. Assim, no projeto está descrito como vai funcionar o CAR (Cadastro Ambiental Rural), principal instrumento de regularização das áreas; são determinadas regras de uso e proteção das APPs (Áreas de Preservação Permanentes), das reservas legais, das áreas de usos restritos e especialmente das áreas úmidas, detalhando as proibições e permissões. Agora, o projeto deve ser encaminhado para o executivo. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa)
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