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EDITORIAL
As novidades que chegam ao campo Lá do alto do mirante o que se avistava mais parecia uma área urbana, uma cidade com intensa movimentação de pessoas. Entretanto, ao caminhar pelas ruas do parque, era fácil perceber que em cada metro quadrado havia centenas de novidades. Informações prontas para serem absorvidas pelos agricultores que visitaram o Show Rural Coopavel na edição de 2015. Muitas curiosidades, e surpresas ao mesmo tempo, tomaram conta de mim e de outros tantos que mostravam o ar de admiração. Eu que pensava que as nossas lavouras apresentam um alto índice de produtividade, descobri que ainda estão longe de atingir o seu potencial. Considerava o Oeste paranaense uma região altamente avançada em termos de uso de tecnologias, mas descobri que ainda há muito o que se investir nessa área por aqui. Nas parcelas experimentais, nas palestras, na fala dos pesquisadores e em todos os outros detalhes, foi possível perceber que o setor produtivo precisa investir mais e mais em tecnologias adequadas para obter melhores índices de produtividade e qualidade. Para ajudar, as empresas de pesquisas dedicam muito tempo e bons profissionais, os quais aproveitaram cada segundo do contato com os produtores, para revelar os resultados de alguns desses estudos realizados ao longo dos últimos anos. Muitas das pesquisas são feitas também por empresas privadas, que por sua vez encontram nos laboratórios a solução para muitos dos problemas enfrentados no campo. O resultado foi um evento recheado de informações e novidades que contribuem para o sucesso da produção agropecuária. Um sucesso que ainda está por vir, se olharmos para os altos índices de produtividade apresentados por produtores de alguns outros países, como os americanos, por exemplo, que já colhem mais de 100 sacas de soja por hectares, 40% a mais que a média brasileira, que mal chega a 60 sacas. Mas não é só nas lavouras que é preciso melhorar. Na pecuária também é possível evoluir bastante, principalmente com a genética de animais disponível atualmente, que é um dos principais aspectos para a produtividade. E, as empresas de máquinas e implementos agrícolas, por sua vez, mostraram que estão aptas para contribuir com essa evolução que se busca no campo, apresentando produtos modernos e com alto desempenho na execução das tarefas.
Paraná RURAL Fevereiro / Março de 2015 I paraná rural 44 IIMarço / Abril de 2015 I paraná rural
ÍNDICE
entrevista
PECUÁRIA
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João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar, fala sobre o momento e as ações do cooperativismo/PR.
Pesquisadores da área de pastagens da Embrapa apresentam uma nova variedade de capim elefante.
REPORTAGEM ESPECIAL
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A colheita da safra de verão, as expectativas de comercialização e as projeções de produção de cereais no Brasil e no Paraná. máquinas agrícolas
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O ano começa com lançamentos de novos modelos no mercado, porém com cautela nos negócios
armazenagem
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Sansuy apresenta produtos que podem facilitar a vida dos produtores rurais.
EXPEDIENTE Revista Paraná Rural Ltda.- ME - CNPJ 15.454.495/0001 - 04 Rua Aroeira, 362, Parque Verde - Cascavel/PR - CEP 85807-802 - Fone (45) 9966-9667 DIREÇÃO GERAL . Mauro Silva DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA . Sérgio Fernando Sanderson EDITORA . Lurdes Tirelli Guerra (45) 9972-4550 mrltg@terra.com.br DIAGRAMAÇÃO . HDS - (45) 3326-5759 hd@certto.com.br
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Foto: Assessoria de imprensa OCEPAR
ENTREVISTA
Manfred Alfonso Dasenbrock
Como vai o
Dedicação, coragem e liderança são as principais características do engenheiro agrônomo, João Paulo Koslovski, que há quase quatro décadas é figura de expressão no cooperativismo nacional. Nessa edição ele fala sobre o tema, abordando o sistema Ocepar
cooperativismo? U
m apaixonado pelo cooperativismo. Assim é João Paulo Koslovski, que tem trabalhado diuturnamente para que essa filosofia se propague de forma consistente e segura, seja no campo ou nas cidades. Para ele o cooperativismo é uma forma viável de crescimento social, possibilitando a distribuição de renda, solidariedade e para a conquistas de avanços tanto econômico como sociais. Uma frase muito usada por ele é que “o cooperativismo nasceu para fazer as pessoas mais felizes”. Atualmente Koslovski esta à frente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR) e da Federação das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar). Também é diretor da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Até o final do ano passado presidiu
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o Conselho do Sebrae e coordenou um grupo chamado de G-7 que reúne as sete principais federações do setor produtivo do estado. E foi com esse mesmo entusiasmo que João Paulo falou à Paraná Rural sobre o sistema cooperativista. Paraná rural: O balanço apresentado pela Ocepar mostrou que, mesmo em meio às adversidades da economia brasileira, em 2014 a receita bruta das cooperativas paranaenses aumentou mais de 10%. A que se deve isso? KOSLOVSKI – Resultado do intenso trabalho de planejamento estratégico e diversificação de atividades dos diferentes setores da economia que as cooperativas trabalham. Nossas cooperativas atuam desde a validação das tecnologias, fornecimento de insumos, assistência técnica, armazenagem da safra, comercialização e industrialização
da produção, que atualmente já representa 48% das receitas das cooperativas agropecuárias em 2014. As sociedades cooperativas têm participação relevante na economia estadual, com grande geração de emprego e renda, respondendo por 16% de toda a riqueza gerada no Paraná e por 2,2 milhões de postos de trabalho. Ele beneficia aproximadamente 1.100.000 cooperados, ou seja, mais de 30% da população do Estado. Em 2014, as 223 cooperativas paranaenses alcançaram movimentação econômica superior a R$ 50 bilhões. O valor ultrapassa o orçamento de 23 estados brasileiros. A cooperativa é o maior empreendimento em 100 municípios paranaenses e também responde por 56% do total da produção vinda do campo. É muito difícil imaginar a agropecuária sem as cooperativas, pela expressão que detém em
nossa economia. Estamos exportando em torno de US$ 2,4 bilhões por ano para mais de 100 países. Já os investimentos atingiram mais de R$ 2,8 bilhões, com 60% voltados ao processo de agroindustrialização. Transformar matérias-primas recebidas dos cooperados em produtos processados e industrializados é outro grande desafio do cooperativismo. Hoje, cerca de 48% da produção dos cooperados passa por algum tipo de transformação, agregando valor e permitindo mais estabilidade de renda ao cooperado. Queremos chegar a 50% em 2015. O cooperativismo de crédito cresce de forma segura e com alto nível de profissionalização. Já é responsável no Estado por mais de R$ 20,8 bilhões de ativos. Essas cooperativas estão democratizando o acesso ao crédito para milhares de pessoas, por meio de sua capilaridade e forte vínculo com as atividades locais e regionais. Na saúde, são mais de 2 milhões de beneficiários atendidos no Paraná por mais de 13,1 mil profissionais, que congregam 33 cooperativas, ofertando serviços de qualidade, prestados por médicos e dentistas que compõem o quadro social desse ramo. Cooperativas ligadas à área do transporte exercem papel relevante no apoio às atividades de seus cooperados, no transporte de pessoas e mercadorias. Hoje são 26 cooperativas, com 2.610 cooperados, prestando bons serviços a toda sociedade. O cooperativismo também desempenha papel significativo nas áreas de infraestrutura, trabalho, educação, turismo e lazer, consumo e habitação. Paraná rural: A média de crescimento dos últimos cinco anos foi de 16,5%. É possível voltar a esse patamar? KOSLOVSKI - Dado o cenário atual de preços internacionais e a conjuntura da economia mundial e principalmente brasileira, estes
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ENTREVISTA
Koslovski. Acreditamos que o setor continuará crescendo acima dos 10% anuais
percentuais ficarão difíceis de ser mantidos, contudo, acreditamos que o setor continuará crescendo acima dos 10% anuais. As previsões do boletim Focus do Banco Central do Brasil nesta última semana trouxeram informações que o PIB brasileiro neste ano vai crescer 0,0% e há algumas consultorias apostando em valores abaixo de zero para este ano. Sabemos que o agronegócio tem conseguido um bom desempenho e não sofrerá todos os impactos que se abaterão sobre a economia, permitindo um bom crescimento em 2015. O momento nos preocupa e estamos pedindo aos dirigentes para que tenhamos tranquilidade. A voracidade fiscal nos três níveis, municipal, estadual e federal, é um alerta do desiquilíbrio entre a receita e as despesas. Recentemente tivemos uma aprovação maciça, por parte da Assembleia Legislativa do Paraná, de um pacote com diversos aumentos, um deles, o ICMS, que saltou de 12% para 18% para um grande número de produtos. Já a alíquota do IPVA passou de 2,5% para 3,5%, o que representa um aumento de 40%, além de outros tributos que foram reajustados e que, evidentemente, irão refletir no consumo e poderão acarretar em menos produção e
mais desemprego. O mesmo aconteceu com o aumento do IPTU, da gasolina, energia, etc. Um momento de instabilidade nacional e que precisamos analisar e ter tranquilidade para continuarmos crescendo e ajudando a desenvolver o Brasil. Paraná rural: As exportações das cooperativas chegaram a US$ 2,4 bilhões em 2014 e seus produtos estão se tornando cada vez mais globalizados. Isso se deve à origem do produto, que leva a marca do cooperativismo, à qualidade, ou à capacidade de negociação das cooperativas? KOSLOVSKI - Este resultado é fruto de um longo trabalho de prospecção de negócios e participação em feiras internacionais aliado à garantia de origem, qualidade e rastreabilidade de toda a cadeia produtiva desde a produção das sementes, ovos até a industrialização, embalagens, logística e distribuição. Um setor que as cooperativas estão focando para agregar valor às exportações e ampliar mercados é no marketing cooperativo valorizando fortemente suas marcas para alcançar os mercados globais. O próprio Sistema Ocepar desde 2007 tem realizado um esforço em mostrar aos consumidores a qualidade dos produtos e serviços das cooperativas, empresas genuinamente paranaenses, através de campanhas de valorização da marca Cooperativas Orgulho do Paraná. Acreditamos que isto tem fortalecido em muito a presença dos produtos das cooperativas na mesa dos brasileiros. Paraná rural: Quais os principais mercados (países) do cooperativismo paranaense, e qual a importância de cada um deles? KOSLOVSKI - Em 2014 as cooperativas paranaenses exportaram para mais de 100 países, sendo que, 63,5% foram direcionados para a China (27,0%), Alemanha (16,0%), Holanda (9,0%), Japão (4%), França (4,0%) e Coréia do Sul (3,5%). paraná rural I Março / Abril de 2015 I 7
Paraná rural: O Modelo criado pela Cotriguaçu, de unir suas afiliadas para exportar em conjunto, pode ser um exemplo a ser seguido por outras cooperativas? KOSLOVSKI- Com certeza, é um belo exemplo, que deve ser seguido, principalmente na manutenção das identidades individuais das cooperativas singulares junto ao cooperado e união na industrialização e na logística para reduzir custos e otimizar resultados. Os investimentos junto ao terminal ferroviário em Cascavel tem servido de modelo para muitas cooperativas do país, exemplo na integração para exportações de frangos e produtos congelados com a redução de custos de transporte e melhoria dos serviços prestados. Diria que um dos nossos desafios atuais, além de intensificar processos como esse da Cotriguaçu de intercooperação é manter os investimentos na profissionalização. O processo de formação e de preparo das pessoas ligadas ao cooperativismo do Paraná avançou muito na última década através do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), mas a meta é intensificá-lo ainda mais. Não adianta termos um produto de excelente qualidade se não tivermos pessoas preparadas para negociar com os clientes e fornecedores e também prospectar novos negócios.
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ENTREVISTA
Paraná rural: Qual é a representação das cooperativas agropecuárias no PIB agrícola brasileiro? Ou seja, qual a importância das cooperativas para a economia do país? E do Paraná? KOSLOVSKI- Na Economia brasileira esta participação é de 6% e há muito espaço para crescermos, já na economia do Paraná este percentual é de 16% e tem potencial também para que possamos ampliar esta participação do setor na economia do nosso estado. Paraná rural: A pedido das cooperativas do PR o Mapa vai rea8 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
koslowski: É muito difícil imaginar a agropecuária sem as cooperativas, pela expressão que detém em nossa economia
lizar leilão do Pepro para vender 50 milhões de toneladas de trigo. Ações desse tipo fazem parte da rotina da Ocepar? KOSLOVSKI - Sem dúvida, a Ocepar em conjunto com outras entidades como a própria Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) tem realizado um importante trabalho de defesa e representação politica, seja em âmbito estadual como federal. Diariamente somos demandados para que façamos algum trabalho de negociação, seja com o Governo Federal ou Estadual. Existe uma interlocução muito intensa com os Ministérios da Agricultura, da Fazenda, Planejamento, Casa Civil, Transporte entre outros. O setor de trigo tem merecido um suporte especial devido a concorrência que sofremos com o Mercosul e as constantes
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As cooperativas do Paraná respondem por 56% da produção vinda do campo”
políticas de isenção da TEC – tarifa externa comum de trigo proveniente de países fora do Mercosul (USA e Canadá principalmente). Nunca um dia é igual ao outro, são muitas as demandas e que precisam ser rapidamente analisadas e transformadas em ações concretas para que aconteçam de fato. Além de um grupo de diretores comprometidos e que representam os principais ramos do cooperativismo paranaense, contamos com uma equipe de profissionais altamente qualificados em todas as áreas de atuação, sempre na busca de soluções, desde os mais simples aos mais complicados problemas que surgem. Paraná rural: A Lei 13.097/2015, sancionada em final de janeiro pela presidente Dilma, contempla pleitos cooperativistas. Um deles é garantia de que o capital social deve ser classificado como patrimônio líquido e não passivo financeiro. O que isso muda para as cooperativas? Há outros pleitos importantes em andamento? KOSLOVSKI – Sem dúvida foi uma importante conquista, permitindo que o capital social seja classi-
ENTREVISTA
ficado como patrimônio líquido enquanto não concretizado o desligamento, a eliminação ou exclusão do cooperado. Essa medida tramitou no Congresso Nacional por meio da MP 656/2014, convertida na Lei 13.097/2015, sancionada em 20 de janeiro de 2015. Na área de infraestrutura também ocorreu avanços com ações junto à Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), onde conseguimos aprovação de uma emenda, que simplifica os procedimentos para o setor elétrico, amplia o limite para que as cooperativas de infraestrutura possam ter acesso ao desconto mínimo na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST), bem como aumenta o limite de geração para as cooperativas que tem usinas. A MP 656/2014 foi convertida na Lei 13.097/2015, sancionada pela Presidência da República no dia 20 de janeiro de 2015, mantendo esses benefícios e assegurando condições mais favoráveis às cooperativas que atuam neste ramo. São apenas dois exemplos de muitos que temos avançados através da negociação e representatividade em prol do cooperativismo. Paraná rural: Uma das grandes atuações da Ocepar é na área de treinamentos aos profissionais. Esse é um meio de profissionalizar mais as cooperativas? KOSLOVSKI - Este é o principal diferencial do cooperativismo paranaense, pois o trabalho desenvolvido pelo Sescoop/PR em formação das pessoas para atuarem nas cooperativas gerou resultados em toda a hierarquia da instituição desde o presidente, conselho de administração, executivos de mercado, pessoal da área técnica até os profissionais da base do sistema. São cerca de R$ 20 milhões empregados anualmente para a capacitação e treinamento de mais de 160 mil cooperativistas e estes números tem gerado resultados extraordinários com pessoas mais preparadas
para os desafios que o cooperativismo enfrenta. Essa qualificação tem sido mais forte com o surgimento do Sescoop Paraná, quando demos um salto de qualidade também no preparo dos jovens para que assumam posições importantes dentro do sistema. São muitas as ações desenvolvidas pelas cooperativas paranaenses e voltadas para os jovens. Também temos investido fortemente na melhoria da gestão das cooperativas, através do melhor preparo daqueles que atuam dentro do sistema, com cursos e treinamentos aos cooperados dirigentes, executivos e colaboradores, na profissionalização dos mesmos para que possam melhor gerir o negócio, sempre com foco nos interesses dos cooperados, razão principal do existir deste sistema chamado cooperativismo. Paraná rural: Como será o ano de 2015 para as cooperativas do Paraná? Previsão de investimentos, busca de novos mercados, lançamentos de novos produtos... KOSLOVSKI - Será um ano complicado, dado o cenário de incertezas econômicas e políticas, mas vamos continuar trabalhando firme para obtermos resultados positivos. A prospecção de mercados continua para a inserção de nossos produtos, bem como, focar em investimentos que possam trazer resultados imediatos e seguros. Mas posso afirmar que mesmo em tempo de crise temos dado uma resposta positiva e torcemos para que esta turbulência econômica que estamos atravessando, possa ser superada com serenidade e equilíbrio. Temos um exército de mais de 1 milhão de cooperados ávidos a ajudar para que o país e o estado possam voltar a crescer de forma sustentável e segura. Paraná rural: E quais são as principais ações prospectadas pela Ocepar para contribuir nesse cenário? KOSLOVSKI – Anualmente realizamos dois grandes encontros, os chamados Encontros de Núcleos
Cooperativos, oportunidade esta em que traçamos os possíveis cenários. Na última rodada de encontros nas cinco principais regiões do Estado, discutimos a provamos 10 diretrizes a serem trabalhadas em 2015 pelo Sistema Ocepar, as quais enumero a seguir: n 1- Aperfeiçoar os modelos de sociedade cooperativa - Novas formas de organização e integração na cooperativa. Novos modelos de gestão em cooperativas. n 2 - Buscar segurança às atividades das cooperativas - Normas ambientais e trabalhistas afetam o cooperativismo. Legislação das cooperativas e tributárias. n 3 - Fortalecer a representatividade das cooperativas - Interna: relação proativa com cooperados e lideranças. Externa: maior interação com poderes públicos e sociedade. n 4 - Qualificar as pessoas do Sistema Cooperativo - Quadro social: Cooperados, lideranças e dirigentes. Quadro Profissional: Executivos, técnicos e operacionais. n 5 – Identificar novos mercados às cooperativas - Abastecimento de bens e insumos. Comercialização dos produtos e serviços. n 6 - Agregar valor aos produtos e serviços das cooperativas - Opções de renda para cooperados dos diversos ramos; Programa de agroindustrialização da produção. n 7 - Incentivar à intercooperação - Ações econômicas conjuntas entre cooperativas. Compartilhamento de serviços entre cooperativas. n 8 - Fortalecer a imagem do cooperativismo - melhoria na comunicação junto à sociedade em geral; Ações de marketing interno e externo. n 9 - Monitorar o desenvolvimento das cooperativas - Novos índices de desempenho; Avaliação sistemática em função dos desafios atuais. n 10 - Desenvolver ações sociais nas cooperativas - Ações de responsabilidade social e ambiental. Avaliação das ações sociais internas nas cooperativas. paraná rural I Março / Abril de 2015 I 9
As projeções da Safra de verão Clima causa impacto sobre a safra brasileira, inicialmente estimada em 96,1 milhões de toneladas de soja e 32,3 milhões de toneladas de milho Da Redação Fotos: Sérgio Sanderson
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colheita da safra de verão começou ainda em Janeiro, mas as adversidades do clima dificultam um cálculo exato sobre o quanto o Paraná e o Brasil deverão colher neste ano. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu levantamento semanal, de 09 de Março, que 45% dos 536,664 mil hectares de milho plantados no Paraná foram colhidos até o momento. No último ano o Estado diminuiu a área de plantio da primeira safra de milho em
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19%, mas ganhou em produtividade. O rendimento de grãos por hectare passou de 8.188, colhidos na safra de 2014, para 8.577 quilos nessa safra. Ainda conforme o Deral, 88% das lavouras apresentam boas condições, 11% estão em situação média e 1% em estado ruim. O levantamento indica que as lavouras que ainda não foram colhidas, se dividem entre as fases de frutificação e maturação. A lavoura apresenta bom padrão de desenvolvimento, com 87% em condição boa. A expectativa de produção é de 4,588 milhões de toneladas de milho verão, 16% a menos do que a última colheita.
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AGRICULTURA
Soja de boa qualidade A colheita da soja da alcança 52% da área total no Paraná, conforme informou o Deral. Algumas lavouras ainda se encontram no estágio de maturação ou próxima do ponto de colheita. Os técnicos do Deral também avaliaram as lavouras, considerando que, 84% está em boas condições e 15% foi avaliada como regular e apenas 1% como ruim. A partir desse levantamento, a produção estadual deve chegar às 16,6 milhões de toneladas. Enquanto que a produtividade deve passar de 2,976 para 3.282 quilos por hectare, o que representa um aumento de 10%. No Brasil, inicialmente a Conab, IBGE, USDA (Departamento de agricultura dos Estados Unidos) e outras consultorias haviam projetado uma safra superior aos 95 milhões de toneladas da oleaginosa. Porém, a safra enfrentou duas fortes estiagens, uma em outubro de 2014, o que atrasou o plantio em algumas regiões e outro veranico no começo de janeiro o que fez com que a produção fosse reavaliada para 92 milhões de toneladas. Enquanto que a Aprosoja Brasil trabalha com número entre 90 milhões e 92 milhões de toneladas. Caso esse número confirme, será recorde, uma vez que em 2014 foram colhidas 86,12 mi toneladas de soja no Brasil. A média nacional de colheita por área, deve passar um pouco dos três mil quilos/ha, segundo divulgou a Conab. Uma meta bem audaciosa Na produção total de grãos, a estimativa é de que do país alcance a marca de 202 milhões de toneladas nesta safra, uma marca considerada histórica, de acordo com o que foi divulgado pela Expedição 12 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
Milho. No Paraná há lavouras com colheita de 12 mil quilos por hectare, igualando-se às maiores produtividades do mundo. Safra 2014/15, coordenada pelo jornalista Giovani Ferreira, que retomou os trabalhos de acompanhamento da colheita em final de janeiro. Uma das constatações é de que o milho avança mais que a soja em produtividade no Brasil, o que ocorre devido aos investimentos
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mi/ton soja mi/ton milho
Essa é a estimativa atualizada, para a safra brasileira de grãos
em melhor tecnologia, como por exemplo, a escolha de híbridos, a agricultura de precisão e equipamentos mais avançados, que ajudam a aumentar o rendimento por área e a evitar desperdícios. Com toda essa tecnologia, os centros de produção mais tecnificados continuaram avançando. Ainda de acordo com informações da Expedição Safra, a região de Guarapuava, no centro do Paraná, ultrapassa 12 mil quilos por hectare, equiparando-se ao Corn Belt dos Estados Unidos, que é referência mundial em produtividade. A meta do Brasil é alcançar o resultado das lavouras norte-americanas, de 10 mil quilos por hectare. Para tanto, precisa dobrar seu desempenho. Isso já aconteceu na soja e não é impossível, mesmo
AGRICULTURA
que exija tempo e mais profissionalização, diz o gerente econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Mesmo que reduza o ritmo de expansão das lavouras, o Brasil tende a colher consecutivas safras recordes de soja. A tendência surge das estatísticas que apontam que, dentro de uma década, estados como o Paraná e Mato Grosso, devem atingir pico de 4 mil quilos por hectare. Se todo o país atingisse essa média, com a área atual, a safra passaria de 96 milhões para 124 milhões de toneladas. No Paraná, estado responsável por 17% do plantio, se considerar a média anual de aumento na produtividade, de 3,2%, a meta de 4 mil quilos de soja por hectares pode chegar antes do que no restante do país. Isso não significa que o estado não voltará a marcas de 2 mil ou 3 mil quilos por hectare em anos de quebra, mas estabelece uma nova meta para o setor. Novas estratégias “O agronegócio tem apostado em pacotes tecnológicos que levam a um crescimento contínuo da colheita - sementes adaptadas, manejo rigoroso, solo recomposto, máquinas modernas. Mesmo com custo maior, essa estratégia promete resultados melhores aos produtores e configura o que vem sendo chamado de ‘escalada da produtividade’” (Expedição Safra). Safrinha avança sobre a colheita Já o plantio do milho safrinha alcança 80% da área semeada, que deve fechar em 1,8 milhão de hectares. Isso representa 1% a menos do que no ano passado. Enquanto que a previsão de produção é de 9,9 milhões de toneladas, com produtividade média de 5,3 mil quilos/hectare, 3% a menos do que os produtores colheram por área em 2014.
Dados da Conab indicam aumento De acordo com informações do Diretor de Política Agrícola da Conab, João Marcelo Intini, divulgadas no dia 12 de fevereiro, o 5º levantamento da safra 2014/2015 aponta para um aumento na produção em cerca 6,5 milhões de toneladas em relação ao período anterior. Intini fez questão de reforçar que o cenário da agricultura brasileira é de tranquilidade. “Estamos fazendo um acompanhamento permanente das questões climáticas e podemos assegurar que a produção agrícola segue dentro de um padrão de normalidade”, tranquilizou. O diretor mencionou o lançamento do hot site “Água na Agricultura”, feito pela ministra Kátia Abreu na quarta-feira (11), que garante maior transparência nas informações sobre o tema. Segundo dados da Conab, a soja continua como destaque entre as culturas. Apesar de problemas climáticos que reduziram a expectativa de produtividade no Sudeste, em parte do Centro-Oeste e no MATOPIBA, a produção ainda deve ser superior à safra passada. Está previsto incremento na ordem de 9,8%, o que equivale a um acréscimo de 8,4 milhões de toneladas, chegando a uma produção de 94,58 milhões de toneladas. O total de área destinada ao plantio de grãos também deve apresentar variação positiva, passando de 57,03 milhões na safra passada para 57,39 milhões de hectares. A diferença representa uma alta de 0,6%, o que equivale a um acrésci-
mo de aproximadamente 359,9 mil hectares. Dentre os principais produtos, também se destaca a soja, com um crescimento de 4,4%, passando de 30,17 para 31,51 milhões de hectares. O algodão deve ter redução de área nesta safra, sendo 11,2% inferior à safra 2013/14, principalmente em razão da redução de consumo, preços praticados e excesso de estoque no mercado interno e externo. A segunda safra está sendo plantada e a expectativa é de que a área total no Brasil seja de 995,8 mil hectares Este levantamento também apresenta a primeira estimativa para as culturas de segunda safra plantadas na Região Centro-Sul. A expectativa é uma redução de 2,5% na área de milho, passando de 9,21 para 8,98 milhões de hectares. A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 24 de janeiro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção estimada, produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, evolução da colheita, entre outras variáveis.
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AGRICULTURA
As pragas do milho A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade de pesquisa da Embrapa localizada em Brasília, DF, e o Instituto de Pesquisa de Rothamsted, Reino Unido, estão iniciando um novo projeto que vai beneficiar os pequenos produtores de milho no Brasil no monitoramento e controle de pragas, especialmente da lagarta Spodoptera frugiperda, mais conhecida como lagarta do cartucho. O milho é um produto de extrema importância econômica para o País, com área cultivada superior a12 milhões de hectares e esta lagarta é uma das piores pragas da cultura, capaz de causarredução na produção de grãos de até 70%. A cooperação técnica entre as duas instituições já existe há mais de dez anos, sempre com foco na área de ecologia química, ciência que estuda as substâncias químicas envolvidas nas interações entre os organismos nos ecossistemas. No caso da Embrapa e do Instituto de Pesquisa de Rothamsted, o interesse específico está centrado na compreensão dos sinais químicos que os insetos e plantas utilizam na sua defesa, como os semioquímicos e feromônios. Esses compostos, muitos dos quais são voláteis, são transmitidos pelo vento e emitidos pelos insetos e plantas para vários fins. No caso dos insetos, os mais importantes envolvem a comunicação para acasalamento, alimentação e defesa. Já nas plantas, os sinais estão relacionados basicamente à defesa. Os cientistas descobriram que a compreensão sobre a forma de utilização desses sinais químicos pelos insetos e plantas permite que interfiram na comunicação entre eles, monitorando e controlando a infestação nas lavouras agrícolas e melhorando a defesa das plantas. 14 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
em resumo
menor área plantada dos últimos quatro anos. Conforme o órgão, as oito principais culturas norteamericanas (soja, milho, trigo, sorgo, cevada, aveia, arroz e algodão) ocuparão 102,95 milhões de hectares no próximo ciclo, 1,54 milhão (ou 1,5%) a menos do que em 2014/15.
Mais FERTILIZANTES no campo Mais Fertilizante O consumo mundial de fertilizantes deverá chegar a 200,5 milhões de toneladas em 2018, um crescimento de 25% se comparado a 2008. Segundo o estudo Tendências e Perspectivas Mundiais dos Fertilizantes, elaborado pela agência de agricultura e alimentação da Organização das Nações Unidas (FAO), isso significa dizer que o mercado crescerá 1,8% anualmente até 2018.
eua rEDUZ PLANTIO DE GRÃOS Depois de duas temporadas de queda e diante da previsão de novos recuos nos preços dos grãos neste ano, os Estados Unidos serão obrigados a pisar no freio e diminuir tanto a área destinada ao plantio de milho quanto a extensão dedicada à soja neste ano. Projeções preliminares anunciadas pelo Departamento de Agricultura do país (Usda) na semana passada, a safra norte-americana 2015/16, que começa a ser cultivada no mês que vem, terá a
SOJA NA SAFRINHA O vazio sanitário da soja no Paraná está confirmado para o período entre os dias 15 de junho e 15 de setembro. Desta forma, a safrinha da temporada 2014/15 ainda tem quatro meses. De acordo com projeções do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o estado irá dedicar 126 mil hectares para a cultura, área 16% maior em relação à temporada anterior (109 mil hectares). Esse aumento promete gerar uma produção de 251 mil toneladas do grão, 28% a mais que na safra 2013/14.
PRODUÇÃO NACIONAL DE CAFÉ O Brasil irá colher 47,28 milhões de sacas de 60 kg de café na safra 2015/16, ante 46,78 milhões de sacas em 2014/15, disse a exportadora de café Terra Forte em um relatório visto pela Reuters nesta sexta-feira. O Brasil, maior produtor global da commodity, irá produzir 32,05 milhões de sacas de arábica, ante 29,3 milhões em 2014/15, e 15,2 milhões de sacas de robusta, ante 17,4 milhões, disse a Terra Forte.
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AGRONEGÓCIO
A pesquisa, a indústria e a agropecuária nacional As ideias nascem, passam por provas e testes, sofrem o processo de transformação industrial e finalmente chegam aos agricultores Da Redação Fotos: Lurdes T. Guerra
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o mesmo momento em que começam a colheita da safra nas lavouras de soja e milho, no campo, os produtores rurais já conseguiam visualizar inúmeras tecnologias novas para investir na propriedade e prospectar uma colheita ainda melhor na próxima safra. Tudo disponível junto a uma mistura tão grande de informações que transformaram o Show Rural Coopavel numa teia de conteúdos, voltados à produção e aos negócios do campo. Empresas grandes e pequenas, de máquinas, de produtos agrícolas ou pecuários e até instituições financeiras disponibilizaram novidades que surpreenderam os visitantes. O objetivo é vir de encontro justamente às necessidades de quem está no outro lado, o próprio agricultor. Assim, a maioria das máquinas recém-lançadas ao mercado visa reduzir a necessidade
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de mão de obra, cada vez mais rara no meio rural. Enquanto que os insumos propõe o aumento da produção, com qualidade e eficiência, conforme a exigência do mercado. Entre as grandes novidades, que surpreenderam e encantaram os milhares de visitantes, vindos dos mais variados e distantes lugares, encontramos importantes apontamentos das empresas de pesquisas: A Embrapa, O Iapar, O Instituto Emater, a Coodetec, entre diversas outras de menor porte, mas também de grande importância para o setor. Mais sustentabilidade ao setor produtivo A Embrapa, por exemplo, vem investindo em diferentes e variadas frentes do conhecimento para ampliar o leque de oportunidades e de inovação aos diversos sistemas produtivos no campo. E nesse ano apresentou aos agricultores, em parceria com a Fundação Meridional, a BRS 1001IPRO, primeira
cultivar de soja da tecnologia Intacta RR2 PRO™. Essa tecnologia reúne características como resistência ao herbicida glifosato para o manejo de plantas daninhas e também resistência à toxina Bacillus thuringiensis (Bt), que auxilia no controle de algumas espécies de lagartas. A BRS 1001IPRO tem as características da tecnologia Intacta RR2 PRO™, associada à base genética da BRS 284, campeã de produtividade para a região indicada: Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Também apresenta elevada estabilidade para as adversidades ambientais. De acordo com o pesquisador Geraldo Estevam Carneiro, a rede de experimentação da parceria Embrapa/Fundação Meridional verificou uma produtividade média de 64 sacas/ha da BRS 1001IPRO, superando os melhores padrões de produtividade. “Outro destaque da cultivar é apresentar rendimento expressivo, mesmo em solos de fertilidade me-
AGRONEGÓCIO
diana”, diz o pesquisador. Com relação à fitossanidade, Carneiro ressalta como ponto forte da nova cultivar a tolerância ao nematoide de galha Meloidogyne javanica, resistência ao cancro da haste, à pústula bacteriana e à mancha olho-de-rã. Nutrição aumenta produtividade da soja Com o aumento da produtividade da soja (a média brasileira é de 3 mil kg/ha) também tem crescido a utilização de nutrientes pelas plantas. Com isso, se a reposição dos nutrientes retirados pelas culturas agrícolas não for equilibrada, o balanço nutricional pode ser negativo. Isso significa que, gradativamente, o esgotamento das reservas de nutrientes do solo pode reduzir o potencial produtivo da soja, explicam os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o pesquisador Osmar Conte, o desequilíbrio nutricional do (K2O) potássio tem sido o principal problema no Paraná, porque os produtores não têm feito a reposição necessária desse nutriente. “O potássio é o segundo macronutriente mais extraído pela soja, atrás apenas do nitrogênio”, explica Conte. “A demanda média da soja é de 38kg de K2O para cada tonelada de grãos”. Mas o pesquisador diz que há estudos que indicam que entre as cultivares de crescimento indeterminado - as
mais utilizadas no Brasil - a demanda por potássio e fósforo é maior. Entre os sintomas de esgotamento de potássio, Conte destaca o amarelecimento das folhas e a queima de suas bordas. “O problema é que, muitas vezes, esses sintomas podem inicialmente ser confundidos com nematoide ou outras doenças”, conta. Para evitar o problema, os pesquisadores recomendam o monitoramento da fertilidade do solo. “A adubação equilibrada é um conjunto de medidas que visa manter os níveis de nutrientes, mas também está relacionada à prática adequada de inoculação, promovendo a fixação biológica do nitrogênio”, explica Conte. “É mais lógico manter a adubação, ou seja, repor todos os anos o que a planta retira do que deixar esgotar completamente”. O pesquisador Osmar Conte entende que os agricultores que estão produzindo soja com teor de potássio abaixo do necessário podem ter problemas futuros. “Se não houver a quantidade necessária de potássio no solo, não haverá liberação desse nutriente para a planta. Por isso, a reposição será gradual trazendo prejuízos para a cultura agrícola”, diz. Entre as consequências negativas estão: a redução da eficiência da fixação biológica do nitrogênio, a diminuição do número de vagens por planta, redução da quantidade e do tamanho dos grãos, assim como na quantidade de óleo na semente.
Potássio e nitrogênio são os nutrientes mais extraídos pela soja
SOLO. O equilibrio nutricional beneficia produtividade da lavoura
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Foto: Ass. Imprensa/Emater
eles serão os principais beneficiados por um ambiente saudável”. Mais eficiência no campo Entre os produtos oferecidos na feira, também foi possível escolher os melhores híbridos de milho e cultivares de soja para a lavoura. No estande da Coodetec, por POLINIZAÇÃO. A presença das abelhas nos cultivos exemplo, as paragrícolas depende da redução os impactos ambientais celas demonstrativas representaram o que é possível colher no campo. Polinização Em soja, a empresa apresentou nas lavouras variedades especificas para cada Além de produzir mel, cera e região. As cultivares com a tecnoprópolis, as abelhas são agentes logia Intacta RR2 PRO™ foram fundamentais na polinização das destaques. A soja CD 202IPRO lavouras, tanto que 74 das plantas mais consumidas do mundo de- carrega tradição no nome. Essa variedade é antiga conhecida do pendem da polinização. Para que o agricultor se benefi- produtor rural, como convenciocie do trabalho das abelhas, é ne- nal. Estabilidade, produtividade e cessário que ele adote práticas que precocidade continuam sendo seus favoreçam sua conservação, como pontos fortes. A soja CD 2620IPRO é noviexplica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecno- dade e possui como ponto forte o logia, Carmen Pires. Os serviços ciclo, com grupo de maturação de ecológicos são calcados no enten- 6.2. Além disso, essa cultivar apredimento das interações ecológicas senta bom porte e engalhamento, entre os diferentes componentes mesmo em condições de antecipado agroecossistema para que pos- ção de semeadura. A tecnologia Intacta RR2 PRO™ sam ser manejadas e aplicadas em prol do produtor rural. “Trata-se presente nessas e em outras variede uma sistematização de esforços dades Coodetec garante ao produpara produzir um modelo de agri- tor mais eficiência no campo. “O cultura tecnológico abrangente, resultado é produtividade e redução socialmente justo, economicamen- de custos, tendo em vista que a tecte viável e ecologicamente susten- nologia apresenta controle das principais lagartas da cultura de soja. O tável”, explica a pesquisadora. E complementa: “Para garantir produtor gastará menos com defena presença das abelhas nos culti- sivos e também reduzirá o número vos agrícolas, é fundamental que os de entradas na lavoura. Também é agricultores minimizem os impac- importante destacar que a soja CD tos ambientais, procurando mudan- IPRO possui tolerância ao herbiciças progressivas que os levem a sis- da glifosato”, informa Flávia Vieira, temas de produção mais amigáveis da equipe de Desenvolvimento de para o ambiente. Em longo prazo, Produto da Coodetec.
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Produtos livres de agrotóxicos O cultivo de produtos sem o uso de agroquímicos gera alimentos mais saudáveis e com valor de renda agregado, sendo uma alternativa para o produtor rural. Nelson Bueno da Silva do Instituto Emater ressaltou a possibilidade de se obter produtos mais saudáveis na área de agroecologia. “A redução de custos na produção é um item que é levado em consideração”, diz Nelson ao exemplificar que um adubo químico custa em média R$ 1,50 o Kg, enquanto o adubo orgânico custa em média de R$ 0,7 a R$ 0,10 centavos o Kg, isso produzido na propriedade. Ele salienta que adubos químicos atraem insetos e os orgânicos os repelem devido a melhor nutrição da planta. A partir da produção orgânica o produtor economiza mais, aproveitando as sementes das variedades, agregando valor aos produtos produzidos em sua propriedade. Na área de agroecologia foram mostradas diversas técnicas de produçãos, entre elas a vermicompostagem, uma técnica que durante seu processo acaba com os possíveis efeitos adversos de resíduos à saúde das plantas e ao solo, humus de minhocas, a partir de estercos animais e coberturas com restos de vegetais. Ali os produtores aprenderam uma receita de como fazer uma adubação orgânica com palhas, restos de vegetais e esterco animal, um adubo orgânico que não produz cheiro forte e não agride o meio ambiente. Lembrando que não se deve utilizar fezes de animais domésticos, em função da transmissão de doenças como a toxoplasmose. Um detalhe muito importante que se aplica na agroecologia é o Calendário Biodinâmico, que indica aos produtores rurais as luas, horários e as melhores épocas para o plantio de várias cultivares.
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AGRONEGÓCIO
Foto: Ass. Imprensa/Emater
Mel em favo direto no vidro: tecnologia na apicultura
tecnologia. A produção de mel em favo que já sai envasado e o aparelho que educa as abelhas à se prevenir do fogo ao liberar fumaça
“Mel com o mínimo de manipulação, evitando riscos de contaminação microbiológica, ou de produtos químicos de qualquer natureza. Mel produzido por abelhas africanizadas, resultado de um cruzamento com abelhas europeias”. Este é um projeto que foi desenvolvido pelo técnico agrícola Nilo Deliberali, do Instituto Emater, que tem como objetivo oferecer mais uma alternativa de geração de renda às propriedades, proporcionada pela produção do mel direto no vidro. Entretanto, além do produto finalizado, a produção contribui para um fator muito importante mas pouco notada nas produções, “a polinização”. “Trata do transporte do pólen de uma flor para a parte feminina de outra planta, obtendose assim sementes que produzirão frutos com melhor qualidade e em mais quantidade”, explicou Nilo,
“
ao salientar que a abelha é um dos insetos mais importantes para a polinização, inclusive na agricultura, onde muitas plantas que são cultivadas dependem desses insetos, sobretudo as frutíferas. Para a produção nesse sistema o produtor precisa de alguns equipamentos que o auxiliarão nas tarefas, tais como o fumigador, que produz uma fumaça para estimular a abelha a sentir medo do fogo, preparando-se para uma possível fuga; o derretedor de cera por energia solar, que é uma alternativa ecológica para o processamento da cera produzida pelas abelhas, outro produto que também tem valor comercial. “O uso de colmeias artificiais, instaladas perto das plantações, favorece a fecundação e, deste modo, contribuir para a obtenção de uma colheita mais rica e abundante”, finalizou Nilo. (Demi Fonseca/Emater – texto editado)
Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não existirá raça humana”. Albert Einsten
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Artesanato como fonte de renda O que começou como necessidade para o lar transformou-se em geração de renda. O Instituto Emater promoveu o Espaço da Mulher, como oportunidade para a apresentação das inúmeras opções em artesanato produzidos por agricultoras artesãs da região. No local teve até a oficina da arte, para quem estava interessado em aprender ou aperfeiçoar seus dotes. Para Jussara walkowics do Instituto Emater “o artesanato já é praticado por 90% das mulheres de produtores rurais, graças à parceria de Secretarias de Assistência Social, Associação de Primeiras Damas do Oeste do Paraná e Instituto Emater, a difusão do artesanato tem se tornado um gerador de renda para famílias”. O trabalho que é realizado com perfeição nos intervalos das atividades da propriedade rural, as parcerias entre entidades e associações oportunizam sempre palestras, encontros e cursos que profissionalizam cada vez mais as mulheres.
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AGRONEGÓCIO
Formigas cortadeiras precisam ser controladas
A agroindústria na propriedade
“Nos últimos quatro anos houve um aumento significativo da formiga cortadeira nas áreas rurais e urbanas do país em função da ausência de predadores naturais, como o tatu, o tamanduá, os sapos e algumas espécies de aves”. A afirmação é de Egidio Gotardo, do Instituto Emater, que falou sobre o tema aos produtores rurais. O controle, segundo ele, é um trabalho que deve se fazer em conjunto para evitar a proliferação desse inseto, antes que se torne uma verdadeira praga. Assim, entidades e órgãos públicos com responsabilidades no campo, devem reconhecer que há o problema e se unir em ações de combate, partindo da orientação técnica a todos os produtores e comunidades do interior. Entre as práticas que devem ser adotadas contra a formiga cortadeira, está o controle feito por iscas e métodos alternativos. No caso de iscas alternativas, é possível utilizar-se de mandioca e outros produtos fermentados, que ajudam a eliminar o formigueiro. Segundo Egidio, os prejuízos
causados pelas cortadeiras é tão grande que apenas quatro formigueiros adultos podem causar um prejuízo de 14% em uma plantação de eucalipto, na produção de madeiras. “Os danos dependem da fase da planta. Quando se trata de mudas as formigas podem dizimar em algumas noites até 90% da produção, ou ainda, dez formigueiros podem consumir por dia um volume de pastagem equivalente ao que um boi consome”. O problema com formigas cortadeiras é tão serio que em aproximadamente 70% das propriedades existem problemas de infestação. “No Paraná existe uma legislação especifica que exige que produtor faça o controle das cortadeiras”, disse o engenheiro agrônomo, ao salientar que essas ações são monitoradas pela Adapar – Agência de Defesa Agropecuária do Paraná. Egidio Gotardo ressalta ainda que todo produtor pode procurar Instituto Emater para solucionar o problema com cortadeiras e obter melhores informações sobre como fazer o seu controle.
Foto: Ass. Imprensa/Emater
A Fábrica do Agricultor, é um programa do Governo Estadual, executado pelo Instituto Emater. De acordo com a técnica agrícola Eloide, “após muitos anos de programa a evolução do agricultor é visível”. Isso porque há o acompanhamento técnico que orienta desde a transformação e legalização dos produtos. “Esse trabalho tem gerado renda e inclusive a inclusão social de mulheres e jovens”, diz Eloide, ao salientar que a agroindústria tem se tornado, em muitas propriedades, a atividade econômica com maior geração de renda. A qualidade nos produtos da agroindústria familiar acontece em função de uma série de fatores: Qualidade da matéria prima, produção em pequena escala, mão de obra familiar e produtos mais limpos, e ainda, com valor agregado. “No quesito qualidade, os produtos da Agroindústria Familiar não deixam em nada a desejar em relação aos produtos de grandes fábricas, isso por que os produtores recebem informações técnicas em todo o processo de fabricação, rotulagem, embalagem até a comercialização final do produto”. Na região de Cascavel já existem 180 Agroindústrias legalizadas, aproximadamente 300 famílias que ainda produzem de forma informal. Um dos motivos pelo qual o programa vem crescendo na região refere-se a tradição, cultura e colonização da região, aliado a parceria do Instituto Emater e demais órgãos públicos responsáveis pelo processo.
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problema sério. As formigas cortadeiras estão presentes em 70% das propriedades agrícolas e se não forem controladas causam grandes prejuízos
AGRONEGÓCIO
Dow AgroSciences conclui aquisição da Coodetec A transação visa expandir a participação no mercado de sementes de soja no Brasil Foto: Ass. Imprensa/Coodetec
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Dow AgroSciences, uma subsidiária em caráter integral da The Dow Chemical Company (NYSE:DOW), concluiu a aquisição do negócio de sementes da Coodetec. A aquisição, a segunda maior realizada pela empresa globalmente em sua plataforma de sementes, está alinhada aos planos da Dow de expandir sua participação nos mercados de alto valor agregado em crescimento, parte da estratégia da companhia. A Dow AgroSciences está posicionada entre as maiores empresas e de mais rápido crescimento no mercado mundial de soja. A aquisição permitirá um crescimento no Brasil por meio de tecnologias estratégicas para soja e milho. “Com esta transação, a empresa acelera a entrada no mercado de sementes de soja no Brasil, foco estratégico do crescimento da companhia. O objetivo é aumentar nossa participação nesse segmento num curto espaço de tempo. Além disso, fortalece a posição da empresa no mercado em milho e marca a entrada em sementes de trigo no País”, afirma Rolando Meninato, vice-presidente do negócio de Sementes. Para Welles Pascoal, presidente da companhia no Brasil, “a Dow AgroSciences incorporará o conhecimento e a tecnologia desenvolvida pela Coodetec nos últimos 40 anos com esta aquisição, fortalecendo nossa capacidade de oferecer solu-
Atividades normais. A estrutura de operação atual da Coodetec será mantida.
ções inovadoras para nossos clientes nos mercados de sementes de soja, milho e trigo. A transação marca o sucesso de um relacionamento comercial e da colaboração tecnológica iniciados há muitos anos com a companhia paranaense”. Foi formado um time liderado por Vitor Cunha, então diretor regional de Vendas da Dow AgroSciences, que será responsável pela supervisão da operação como diretor geral e alinhamento com a liderança da empresa. Ivo Carraro permanecerá como diretor administrativo da Coodetec. Além de Vitor Cunha, a equipe de coordenação contará ainda com Marcio Mourão, então diretor de Manufatura da Dow, que será responsável pela supervisão das operações de produção, e Marco Mello, então gerente financeiro da Dow, que supervisionará a área de finanças. Esse time exercerá, ainda, um papel fundamental na implementação de boas práticas e conformidade de processos associados à Dow AgroSciences. “Trabalharemos juntamente à liderança da Coodetec para o de-
senvolvimento de um novo planejamento estratégico da empresa, inclusive identificando oportunidades imediatas de colaboração e crescimento, com foco na contínua oferta de novas tecnologias aos produtores brasileiros de soja, milho e trigo”, afirma Pascoal. O presidente explica que a estrutura atual da Coodetec será mantida com a aquisição neste primeiro momento; a Coodetec continuará acessando o mercado da mesma forma que vem atuando. “Esperamos expandir os laços comerciais com as cooperativas e demais clientes, ampliando o relacionamento já estabelecido e disponibilizando tecnologias para o crescimento de suas atividades”, explica Pascoal. A Dow AgroSciences, com sede em Indianápolis, Indiana/EUA, desenvolve soluções inovadoras para a proteção de cultivos e biotecnologia agrícola para atender aos desafios de um mundo em crescimento. É uma subsidiária em caráter integral da The Dow Chemical Company e obteve um volume de vendas global de US$ 7,3 bilhões em 2014.
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PECUÁRIA
Pastejo direto no capim elefante Nova variedade foi desenvolvida e melhorada com foco na nutrição do rebanho leiteiro Da Redação Fotos: Lurdes T. Guerra
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gramínea existe a milhares de anos e é conhecida por praticamente todos os pecuaristas do país. Entretanto, devido a sua altura, a planta era de difícil pastoreio e por isso normalmente cortada e servida no cocho. E foi ao analisar as suas características e a sua grande importância na alimentação animal que a Embrapa Gado de Leite, sediada em Minas Gerais, passou a trabalhar com a possibilidade de desenvolver uma variedade mais apropriada ao pastejo rotacionado, visando oferecer mais uma alternativa de gramínea perene aos produtores de leite. Nominado como Kurumi, que significa menino, pequeno, em tupi guarani, a nova variedade de capim elefante é extremamente produtiva, de porte baixo, com muita folha, valor nutritivo alto e bastante proteína, cerca de 20%. “Por outro lado o valor de fibra é baixo, o que permite alto consumo pelos animais”, salienta o zootecnista Mirton Morenz, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Ele explica que a gramínea possui ainda um aporte de nutrientes muito positivo, principalmente para vacas de alta produção. Essas características nutricionais possibilitam aos produtores reduzir os custos com o concentrado, usando-o em menor quantidade no cocho ou, se usar, optar por formulação diferenciada com menos proteína bruta no concentra26 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
do, 12% no máximo 16%, porque o capim já tem a dosagem suficiente para suprir o que os animais precisam. “Isso vai baratear o preço da alimentação, pois o farelo de soja ainda é um dos ingredientes mais caros na dieta”, diz Paulino, sugerindo o fubá de milho, milho moído ou silagem de grão úmido como complemento. “O importante é que haja um equilíbrio na dieta, dependendo da produção do animal e da realidade de cada propriedade, por causa das suas características”, diz o zootecnista Mirton. A qualidade nutricional do alimento também dispensa o produtor de alternar o rebanho com outras espécies de pastagens, apenas fazer a rotação entre os piquetes, pois este já possui todos os nutrientes necessários ao rebanho. Como critério de manejo utiliza-se a altura do capim, ou seja, quando a planta chega a 75 centímetros de altura, significa que já está com o seu máximo de crescimento. “E este é o momento ideal para a entrada dos animais”, explica Paulino. A saída das vacas do piquete, segundo ele, é quando há um residual de planta entre 30 e 35 centímetros. Isso equivale, no período das águas, a um período de 22 a 24 dias de intervalo, possibilitando vários ciclos de uso na temporada de chuvas. Os pesquisadores salientam outra grande vantagem da nova variedade, que é a alta palatabilidade aos animais, entretanto “é importante não deixar passar do ponto uma vez que aos 24 dias a folha es-
PECUÁRIA
tará bem macia, se tornando mais tenra com o envelhecimento”. Fácil manejo para o produtor Outra vantagem, de acordo com os pesquisadores, é justamente a facilidade no manejo do capim, que é da família perene. O que significa que, mesmo que o pecuarista erre um pouco no manejo, não tem problema porque ele não alonga o colmo excessivamente, como acontece com outros capins, a exemplo do Tanzânia ou do Mombaça. “Se passar da época de corte, é possível estabelecer o resíduo da planta novamente só colocando o rebanho para pastar”. A quantidade indicada é de 4,5 UA (Unidade Animal) por hectare, sem riscos de prejudicar a forragem, pois essa variedade suporta tranquilamente o pisoteio dos animais. Entre as boas características da Kurumi, está a sua capacidade de se adaptar bem ao solo e ao clima de praticamente todo o território brasileiro. “Embora seja mais cultivada no Sul do país, onde agrada bem aos pecuaristas”, diz Mirton, ao enfatizar a sua resistência às baixas temperaturas. Com as geadas fortes chega a queimar superficialmente, mas não mata e, se tiver água disponível logo rebrota. “É bem aceita no Sul também para cobrir o vazio outonal, com intensificação no uso da pastagem, principalmente em pequenas áreas”. Adubação de manutenção Como toda a pastagem, essa precisa de adubação de manutenção para responder melhor às características nutricionais e ao próprio desenvolvimento da planta. A indicação é que sejam aplicadas entre 250 e 300 quilos de nitrogênio por hectare/ano. Esse nitrogênio pode estar inserido na fórmula de adubo utilizada pelo produtor e também pode ser dividido em algumas vezes no ano ou ainda,
EVENTO. Os pesquisadores Mirton e Paulino, da Embrapa Gado de Leite/MG apresentaram a pastagem aos pecuaristas de leite da região Sul
em cada saída dos animais do piquete, dividindo o total de fertilizante pela quantidade de vezes irá distribuir durante o período. “Porém, essa última opção só pode ser adotada em áreas de pastagem irrigadas. Em áreas não irrigadas, é melhor o produtor dividir em três vezes, fazendo a aplicação dentro do período das chuvas”, explica Paulino. Para o plantio recomenda-se adubação de base inicial para uma capineira normal, além de corrigir o solo com calcário, de acordo com análise realizada previamente.
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Kurumi possui 20% de proteína, quantidade suficiente para atender a necessidade dos animais sem precisar complementar com farelo de soja
Procedimentos de plantio O capim elefante da variedade Kurumi não possui sementes, mas pode ser plantado de duas formas, via sulco ou em mudas, sendo a muda mais eficiente, de acordo com os pesquisadores. A opção pelo sulco demanda de uma quantidade maior do que se gastaria com as mudas, as quais podem ser produzidas pelo próprio pecuarista, que também pode plantar mudas com duas gemas. Nas condições de clima e solo do sul, uma muda com duas gemas se multiplica em duas mil mudas em um ano. Mas para isso o pecuarista teria que adquirir uma pequena quantidade em produtores de muda credenciados, ao custo de R$ 1,00 cada, e a partir de então, multiplicá-las na sua propriedade até atingir a quantidade suficiente para a área de pastagem que deseja formar. A distância de plantio entre mudas está diretamente relacionada ao tempo de fechamento da área, podendo ser de 30 X 30 até 50 X 50. Então quanto maior o espaçamento, mais tempo essa área vai demorar para ser coberta pela
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pastagem. Para ter como exemplo, no espaçamento de 30 X 30 utilizase 9 mudas, ou 18 gemas, por metro quadrado, que equivale a 90 mil mudas para cobrir um hectare. O que significa que o produtor precisa adquirir 45 mudas iniciais, com um custo de R$ 45,00, para ao final de um ano plantar um hectare de pastagem. Como esta é uma variedade que pegam facilmente, dependendo das condições ideais de solo, em torno de 45 dias após o plantio das mudas a pastagem está formada e já é possível colocar as vacas para pastorear. Se optar pelo plantio por sulco, então o ideal é colocar duas estacas de 20 cm pareadas a meio metro de distância uma da outra. “A vantagem nesse caso, é que quando o produtor está fazendo o segundo risco com o trator para lançar os sulcos, a terra já tomba sobre o primeiro, economizando tempo e mão de obra”, explicou Paulino.
Da pesquisa ao uso na propriedade leiteira O capim está em uso em algumas propriedades do Rio Grande do Sul, no Paraná e Santa Catarina. Mas para que a Embrapa chegasse à variedade Kurumi, foram 20 anos de estudos. “Para tornar a variedade apta ao pastoreio foram feitos cruzamentos com capim nappier e outras variedades de porte baixo”, disse Mirton. Inicialmente foram avaliadas 40 variedades e dessas sobraram três, a kurumi, uma intermediária e a xodó. “Essa última era a apostávamos mais, porém quando foi para os experimentos de campo, não suportou o pisoteio dos animais e a kurumi apresentou melhores resultados”, conta o zootecnista. Em experimento realizado no período das águas, com novilhas de rebanho leiteiro, em propriedade do
RS, por exemplo, houve um ganho de 710 gramas por dia de peso por animal somente no capim elefante complementado com energia. A quantidade de proteínas disponível na planta também permite uma produção média em torno de 20 kg de leite dia, desde que se corrija a energia, com milho moído, quirera ou silagem de grão úmido. “O importante é fechar a dieta, não ter excesso de energia e nem excesso de proteína”, explica Paulino, lembrando que o que mais encarece no custo do concentrado é a proteína e nesse caso é dispensável, porque o capim já possui o necessário. Produtores de mudas do capim elefante Kurumi: Cirao Sementes, de Marau/RS e Viveiro Afubra, de Rio Pardo/RS.
QUALIDADE. Kurumi permite uma produção média em torno de 20 kg de leite dia
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IPACOL LANÇA no mercado SEIS NOVOS PRODUTOS Proposta é atender a diversos segmentos do campo Disponibilizar novas versões de equipamentos para alimentação animal e também para transporte e distribuição de biofertilizantes líquidos e sólidos é a proposta da Ipacol Máquinas Agrícolas, de Veranópolis, RS, ao lançar seis novos produtos no Show Rural Coopavel 2015. Segundo o diretor comercial da empresa, Luis Carlos Parise, a idéia de ampliar o portfólio entre segmentos de produtos, é melhor atender à demanda que os produtores vêm apresentando em termos de capacidade de carga dos equipamentos. “Percebemos que existem nichos de mercado que estão carentes de equipamentos específicos para eles, por isto estamos nos dedicando a suprir esta carência com esta nova “fornada” de produtos, explica o executivo. Conforme detalha o Diretor de Desenvolvimento de Produto da Ipacol, Carlos A. Antoniolli, os seis novos produtos focam na pecuária, segmento de mercado onde a Ipacol tem forte atuação. No Show Rural Coopavel, os produtores rurais vão encontrar no estande da Ipacol os seguintes novos produtos:
VFTM 20.0
Vagão Forrageiro Tratador Misturador Vertical – Tratomix Vertical Duplo – Chega para atender a necessidade de grande volume de carga, seja para o processamento de corte de fardos ou mistura de forragens diversas, e complementar a linha de vagões de rosca vertical. Possui descarga para ambos os lados, duas contrafacas de acionamento hidráulico, vagão tratador misturador que conta ainda com balança eletrônica de serie e acionamento pelo comando hidráulico do trator.
VDE 10.0
Vagão Distribuidor de Biofertilizante sólido - Utilizado para o transporte e espalhamento de dejetos sólidos de animais, uma máquina muito poderosa para distribuição precisa de fertilizantes orgânicos e outros dejetos de origem vegetal, etc. Pode ainda converter-se em vagão para transporte e descarga de silagens, etc. Esteira de descarga com velocidade regulada por acionamento hidráulico, duas correntes acionadas por engrenagens dentadas e travessas transportadoras, desenvolvido para trabalho pesado e qualquer tipo de produto. Possui dois rotores verticais espalhadores balanceados standard de aço endurecido de alta qualidade e palhetas lançadoras temperadas, e dois discos espalhadores horizontais, para destorroar e lançar à distância os materiais. Vazão extremamente rápida de descarga de até 20 toneladas por hectare e potência requerida entre 90 e 100 HP. 30 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
aNÚNCIO
VFTM 8.0
Vagão Forrageiro Tratador Misturador – Tratomix – Chega para atender a necessidade de volume de carga de 8 metros cúbicos complementar à linha de vagões de roscas helicoidais horizontais de 2,5 – 4,0 – 6,0 e 10,0 m³, os tradicionais vagões tratadores misturadores Ipacol, que contam ainda com versões com e sem fresa carregadora e balança eletrônica opcional para gerenciamento total das operações.
VFMH 2.2
Vagão Forrageiro Tratador Misturador Hidráulico – Minimix rebocável – Entra no mercado para atender a necessidade de maior volume de carga e complementando a linha de vagões Minimix aplicados em pequenos tratores, elaborados para maior comodidade na operação de alimentar rebanhos menores, de gado, ovinos, caprinos, entre outros, com a exclusiva reversão do caracol de descarga, que proporciona maior rapidez de mistura e balança eletrônica opcional. Conta com funcionamento totalmente hidráulico e caixa epicicloidal no misturador, para extrema força e durabilidade.
VFG 8.0
Vagão Forrageiro Graneleiro – Para o manejo e transporte de silagens, adubos, grãos e produtos diversos, representa a nova geração dos tradicionais vagões reforçados, elaborados em aço de última geração, para maior leveza e rigidez estrutural, proporcionando maior resistência e capacidade de carga útil. Basculamento por cilindro telescópico, destravamento automático da tampa e múltiplas configurações de chassi e eixos; também preparado para sobre tampas para aumento da capacidade de carga.
VFB 5.0 e 9.0
Vagão Forrageiro Basculante – Para o manejo e transporte de silagens, adubos, grãos e produtos diversos, uma nova gama de vagões, elaborados em aço de última geração, de maior leveza e rigidez estrutural, para proporcionar maior capacidade de carga útil. Basculamento por cilindro telescópico e destravamento automático da tampa, também conta com abertura total e múltiplas configurações de chassi e eixos. Preparados ainda para sobre tampas para aumento da capacidade de carga.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Inovação. Imponência. Eficiência. Resultado Setor de máquinas agrícolas surpreende com novidades para os agropecuaristas de todo o país Da Redação Fotos: Ass. de Imprensa Case IH
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palavra mais ouvida dos empresários do setor nesse início de ano foi ‘cautela’. Ou seja, se 2014 já não foi um bom ano para o comércio de maquinários e implementos, o que se espera para 2015 não é muito diferente. Ainda assim a maioria das marcas concluiu sua participação no Show Rural Coopavel com as metas atingidas. Algumas com surpresas positivas, uma vez que, ante as condições econômicas do momento, projetavam menor volume de negócios. A Case IH foi uma das expositoras que superou as próprias
expectativas e contabilizou bons resultados. A empresa esperava um volume de vendas em linha com o da feira de 2014, porém essa expectativa foi superada em 15%. Segundo Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, o incremento ocorreu principalmente devido à disponibilidade de crédito e às taxas atraentes do Moderfrota. “Somente nos dois primeiros dias de feira registramos 10% a mais de vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. Enquanto o mercado aguarda um leve recuo em 2015, esperamos um primeiro semestre positivo”, afirma. As linhas de tratores Puma e Magnum representaram grande parte dos negócios nesta edição do Show Rural. “A Case IH investe constantemente em soluções tecnológicas e produtos com maior autonomia e eficiência energética. O interesse crescente dos produtores pelas nossas máquinas é prova desse
comprometimento”, afirma Romagnoli. O saldo positivo também teve a ajuda das condições climáticas favoráveis a essa safra de verão no Sul do país. De acordo com Romagnoli, o otimismo dos produtores com a perspectiva de alta nesta colheita também resultou em uma busca maior por máquinas agrícolas. Além da boa procura pelo Puma e pelo Magnum, os visitantes do Show Rural também se interessaram pelas outras atrações da Case IH na feira, como a nova linha de Pá Carregadora Frontal (Front Loader), que está disponível no momento em quatro modelos (L530, L540, L550 e L560) e pode ser encaixada nos tratores Farmall 80 e 95; pelo pulverizador Patriot 250 Extreme, que conta com exclusivo sistema de tração independente e equipamentos de agricultura de precisão; pela plantadeira de alto rendimento Sol TT Fast Fill e pelos novos Farmall série A, modelos 110A, 120A e 130A, que completam o portfólio da marca para tratores de média potência, unindo força operacional, desempenho, economia e conforto. Boa safra no Sul gera mais negócios Outra empresa que superou as expectativas dói a New Holland. A empresa obteve um aumento do volume de negócios entre 15 e 20%, em relação ao evento do ano passado, com destaque em tratores e colheitadeiras. Outra surpresa foi
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
NOVIDADES. Produtores rurais encontram hoje, no mercado, máquinários indispensáveis para as atividades no campo,e com o adicional de maior conforto ao operador
o lançamento para 2015, o pulverizador da linha SP, que ultrapassou a meta da marca em 15%. “O Show Rural é a feira que nos dá uma perspectiva para o ano. Ao conseguirmos superar 2014 em volume de negócios realizados durante a feira, temos em mãos um forte indicador de um 2015 com resultados positivos para a New Holland”, afirma Alessandro Maritano, vice-presidente da marca para a América Latina. Ainda segundo o executivo, a tendência para 2015 é de que seja um ano parecido com 2012 e 2014. Nos últimos cinco anos, a New Holland se manteve líder em vendas de tratores e colheitadeiras no estado do Paraná. Inovação e tradição agregadas ao campo Equipamentos são desenvolvidos para atender aos diferentes tipos de solo e realidades de cada região foram apresentadas pela Semeato, que possui uma linha completa de produtos. Entre eles a já conhecida e consagrada semeadora
múltipla SSM 33 VS, que passou por um processo de reengenharia com o objetivo de aprimorar ainda mais a sua eficiência na implantação das diferentes culturas. “Os reservatórios de sementes e fertilizantes da máquina são confeccionados em polietileno rotomoldado, com grande durabilidade e resistência. As capacidades dos reservatórios tem maior rendimento operacional, uma vez que ocorre a redução do número de paradas para abastecimento”, explica Valdes Canabarro, gerente de serviço de campo da Semeato. Em 2015 a Semeato completa cinquenta anos de atuação, inova-
“
O otimismo dos produtores perante a colheita resultou em uma busca maior por máquinas agrícolas
ção e desenvolvimento de produtos, atingindo resultados expressivos em todo o país, e em 25 países através de revendedores autorizados. A fabricante é hoje uma referência em plantadeiras no mundo, disputando o mercado europeu. Com tecnologia de vanguarda, a empresa está sempre pronta a desenvolver produtos adequados às novas necessidades dos clientes. “O Brasil tem vários tipos de solos e diferentes realidades. Pensando nisso, tentamos evoluir no maquinário da mesma maneira que o Brasil tem evoluído na genética de sementes. Crescemos junto com a agricultura brasileira e estamos sempre procurando encontrar a dificuldade do próximo plantio, para desenvolver mecanismos que ajudem o agricultor a ter uma maior rentabilidade”, destaca Carolina, ressaltando que a empresa está sempre na busca de um melhor equipamento, independente do tipo de solo, temperatura ou a adversidade que encontre.(Com informações das Assessorias de Imprensa)
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TRANSPORTES
Linha de crédito para caminhões Opção de financimaneto oferecida pela Iveco é uma alternativa ante a alta do Finame
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Iveco lançou uma opção de financiamento com condições especiais para a compra de veículos e caminhões da marca, com apenas 10% de entrada do valor total e prazo de seis anos para quitar o parcelamento do restante. A linha de crédito, disponível via Banco CNH Industrial, é uma solução para os transportadores que desejam adquirir veículos novos em condições mais atrativas que as oferecidas atualmente pelo Finame, principal linha de financiamento do governo federal para máquinas, equipamentos e caminhões. As novas regras do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para o Finame, anunciadas recentemente, restringiram o acesso a essa modalidade de crédito. Antes, era possível financiar até 100% do bem a ser adquirido. Com as mudanças, o valor mínimo de entrada é de 30% para pequenas empresas e de 50% para as grandes. Também houve aumento na taxa de juros, que passou de 6% para 9,5% ao ano para as pequenas e 10% para as grandes empresas. Segundo o diretor de vendas corporativas da Iveco, Osmar Hi-
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rashiki, a parceria com o Banco CNH Industrial permite conhecer melhor o cliente e suas necessidades na hora da compra e criar alternativas economicamente mais viáveis. “A Iveco saiu na frente ao oferecer essa nova linha de crédito para os transportadores que necessitam adquirir veículos mais modernos para ampliar ou incrementar a frota”, afirma. A linha de crédito da Iveco é válida para os veículos da marca que possuem o código Finame, incluindo comerciais leves, para transporte de cargas nos centros urbanos, e extrapesados usados para escoamento da safra. “Disponibilizamos uma linha de crédito que visa complementar a parte não coberta pelo PSI, com a mesma taxa da operação feita pelo BNDES e no mesmo prazo, o qual estamos limitando em 60 meses. Para os clientes que quiserem uma vantagem ainda maior, apresentamos a opção de financiar esse complemento de 20% ou 40% do caminhão em 12 meses sem juros”, diz o diretor Comercial, de Marketing e de Seguros do Banco CNH Industrial, Jucivaldo Feitosa. Em 2014, 45% dos financiamentos Iveco foram feitos via Banco CNH Industrial.
nova lei dos caminhoneiros é sancionada A Lei dos Caminhoneiros, que foi sancionada no dia dois de Março, pela presidenta Dilma Rousseff, e publicada no Diário Oficial no dia seguinte, começará a valer a partir de 17 de abril. Segundo o Ministério dos Transportes, essa data vale para todos os artigos da lei, incluindo a isenção do pagamento de pedágio sobre o eixo suspenso de caminhões que circulam vazios, o aumento da tolerância máxima na pesagem de veículos de transporte de cargas e passageiros e a conversão das penas de multa por excesso de peso em penas de advertência. O Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informaram que já estão trabalhando na regulamentação da nova legislação, estudando alternativas para a verificação rápida e dinâmica dos veículos de carga que trafegam vazios e a contagem do número de eixos suspensos nas praças de pedágio. A agência também estuda possíveis locais para implantação dos chamados “pontos de parada” para veículos de transporte de cargas, para atender as determinações da lei quanto ao tempo de descanso do motorista. A sanção da Lei dos Caminhoneiros fez parte do acordo apresentado pelo governo para que os caminhoneiros liberassem as estradas do país. Com a nova medida, os contratantes do frete é que serão responsabilizados pelo excesso de peso e transbordamento de carga.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
A indústria e o mercado de máquinas agrícolas Dirigentes do setor pregam cautela nos negócios para esse ano, ante as muitas incertezas da economia brasileira, principalmente em relação ao que pode acontecer no segundo semestre.
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Da Redação Fotos: Ass. de imprensa New Holland
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esmo assim algumas empresas esperam um primeiro semestre positivo. A Case IH acredita num bom semestre para as vendas de tratores agrícolas e colheitadeiras de grãos, alavancado principalmente pela disponibilidade de crédito e pelas taxas atraentes do FinameModerfrota. Segundo Mirco Romagnoli, vice-presidente da marca para a América Latina, “enquanto o mercado espera uma leve queda ao longo de 2015, a Case IH deve fechar o ano levemente melhor que 2014”. A estimativa foi apresentada durante coletiva de imprensa realizada na primeira semana de fevereiro em Cascavel. Nos últimos dez anos, a marca foi a que mais cresceu no setor: 28 vezes em tratores e oito vezes em colheitadeiras sobre a sua base
anterior. Durante a entrevista, o vice-presidente enfatizou a linha de tratores Farmall Série A e Puma, com mais de 100cv, que permitirão a Case IH disputar pela primeira vez um segmento que representa 25% do mercado brasileiro. Para atender esse crescimento, a Case IH investiu no fortalecimento da sua rede, que passou de 59 lojas em 2009, em todo o Brasil, para 120 lojas no final de 2014. Tendências para o ano Seguindo as tendências de mercado, a Case IH aposta em diferenciais para redução dos custos operacionais nas lavouras. Entre os principais destaques estão a linha completa de tratores, pulverizadores, plantadeiras e colheitadeiras, todos cobertos com as soluções AFS de agricultura de precisão. Existe, em toda a história do agronegócio brasileiro, uma tendência positiva de crescimento na
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
produção e no investimento em tecnologias eficientes. O setor é estratégico para a economia nacional, especialmente neste ano, quando estará atrelada ao seu desempenho. Representando cerca de 23% do PIB brasileiro e 40% do faturamento com exportações, a agroindústria tem sido o único setor com crescimento expressivo, abrindo espaço para o desenvolvimento das demais áreas. Tal performance só foi possível porque o agricultor brasileiro está posicionado entre os mais competentes do mundo. Mais do que conhecer as técnicas de produção, o empreendedor precisou manter positiva a relação entre receita e custos. Uma gestão profissional alinhando boas práticas e investimento em tecnologias garante o crescimento contínuo dos negócios. A Case IH se posicionou no mercado brasileiro estimulando a agricultura de alto rendimento ao apresentar, já no fim da década de 1990, as primeiras colheitadeiras com sistema axial e os tratores com o mais elevado índice tecnológico do mercado. Mirco Romagnoli comenta que as escolhas da marca em fornecer tecnologia de ponta refletem os bons resultados de hoje. “Fomos a primeira empresa a fornecer tratores de alta gama e hoje, cerca de 40% do mercado acima de 230 CV são Magnum Case IH”. O mesmo vale para a evolução das colheitadeiras, pois mais de 67% das colheitadeiras vendidas em 2014 possuem o sistema axial de colheita. “Somos a marca que tem a mais completa linha de colheitadeiras com essa tecnologia”, garante ele.
guês. Todos os produtos da marca são projetados visando maior autonomia e eficiência energética, seja no consumo de combustível ou com diferenciais de manutenção. O mais recentes exemplos são as linhas de tratores Farmall série A e os pulverizadores Patriot 250 Extreme, ambos com características inéditas para a categoria. Romagnoli comenta também que a marca chega em 2015 ainda mais preparada para cumprir seu objetivo de crescimento sustentável, através de investimentos constantes na rede de concessionários, portfólio de produtos e treinamento de mão de obra. “Somos a marca que mais lançou produtos nos últimos cinco anos, inauguramos 18 lojas Case IH no ano passado, totalizando 120 em todo o Brasil e também levamos treinamento profissional para mais de 30 mil pessoas nos últimos cinco anos”, relata. Param ele, destaca que o reconhecimento do mercado fica cada vez mais evidente. Como consequência de seu planejamento A Case IH foi destacada,por dois anos consecutivos,pela Fenabrave, como uma das marcas mais desejadas do Brasil. “Isso confirma que estamos no caminho certo”, conclui. (Com informações das assessorias de imprensa)
Valor agregado com tecnologia
Mesmo diante do período difícil por que passa o país, a New Holland continua acreditando na evolução da produção agrícola e investindo sempre em tecnologia e inovação e apresentando novos produtos e soluções aos agricultores. “Acreditamos que 2015 será um ano de ajustes para a agricultura brasileira, sendo o primeiro semestre um período bom para as vendas, uma vez que o produtor deverá aproveitar as taxas do Moderfrota”, afirmou Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland para a América Latina. Entre as novidades da empresa estão a carregadeira agrícola montada no trator TL plataformado e o pulverizador SP 2500 Premium. Equipamentos que apresentam maior facilidade de uso e versatilidade nas lavouras. A fábrica da New Holland Agriculture no Brasil completa 40 anos como referência em tecnologia, sustentabilidade e produtividade. Localizada em Curitiba (PR), a planta é responsável pela produção de colheitadeiras e tratores e é uma das unidades mais modernas da CNH Industrial no mundo.
Evolução no Brasil Usando a tecnologia como estratégia, a Case IH expandiu para toda a linha de produtos o conceito de eficiência energética já implantado nos equipamentos de alta gama, denominado Efficient Power, ou Potência Eficiente, em portuparaná rural I Março / Abril de 2015 I 37
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
em resumo
PLANTIO DIRETO DE CEREAIS E PASTAGENS A Tatu Marchesan lançou ao mercado uma novidadede em termos de máquinas agrícolas, que vem para facilitar a vida do agropecuarista, principalmente aquele que trabalha com Integração de agricultura e pecuária. Trata-se da plantadeira com dupla função, ou seja, ao mesmo tempo em que planta a lavoura de grãos, distribui sementes de pastagens nas entrelinhas, permitindo a renovação de pastagens com maior rentabilidade. A plantadeira tem Chassi com dois tubos e paralelogramas de linhas que garantem o acompanhamento das variações de topografia do solo, com a deposição de adubo e sementes sempre na profundidade correta. Rodeiros montados externamente acompanham as ondulações do solo, com acionamento constante dos distribuidores. Pneus 6.50 x 16 para maior aderência e menor compactação do solo, além de catracas automáticas na distribuição de adubo e sementes.
construção e infraestrutura A New Holland Construction, que vem aumentando cada vez mais a sua participação em projetos ligados ao agronegócio, apresenta aos clientes um dos lançamentos de 2014 na América Latina ,a retroescavadeiraB95B cabinada com arcondicionado, uma pá carregadeira 12D e outras soluções para um dos segmentos que mais demanda produtividade no Brasil.
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Para o gerente de Marketing de Produto da New Holland Construction para América Latina, Marcos Rocha, participar de forma cada vez mais efetiva no agronegócio exige investimentos em tecnologia e uma gama de produtos e serviços que ofereçam excelente desempenho e economia para o agricultor. “Estamos aumentando significativamente a nossa participação nos segmentos de cana de açúcar, criação de gado e na preparação de terreno para plantio. O principal trunfo da New Holland Construction é oferecer soluções customizadas, totalmente adequadas às necessidades dos produtores e que gerem maior produtividade e desempenho no campo”, afirma Rocha. Cilindros hidráulicos com limitadores de curso e travas para transporte Plataforma anti-derrapante, centralizada, na largura total da máquina para facilitar o abastecimento, com estribo e corrimãos.
MÁQUIINAS INTERAGEM COM O OPERADOR Um dos principais lançamentos da John Deere neste início de ano foi a nova Série S de colheitadeiras, equipamentos que interagem com o operador da máquina, tornando o processo mais eficiente, possibilitando entre outros benefícios, finalizar a colheita em até sete dias antes do previsto, entrando mais cedo e saindo mais tarde da lavoura. “As colheitadeiras da Série S garantem mais produtividade em função da tecnologia embarcada, o que proporciona a colheita de até um hectare a mais por hora do que um equipamento de outra marca da mesma categoria, e ainda, com ganhos de eficiência no consumo de combustível em até 17%”, afirma Rodrigo Junqueira, diretor de Vendas da John Deere Brasil. Um dos principais atrativos destes produtos é o exclusivo sistema de limpeza DF3 que, por ter área 30% maior e divi-
sores longitudinais, limpa melhor os grãos, separando dos resíduos, sem danificá-los ou perdê-los na lavoura, (disponível nos modelos S660, S670 e S680). Isso possibilita a redução do custo de tonelada colhida, chegando até 2,5 kg/ha a menos em perdas, com excelente qualidade do grão.
diversidade de máquinas e usos Grande destaque da John Deere também para o fruteiro 5075EF, que agora passa a ser financiado pelo Finame, especial para culturas como maçã, café, laranja e cítricos. Mais econômico tanto em operações leves como em pesadas e o mais estreito da categoria, possui agilidade, robustez e baixa manutenção, 16% mais que o principal concorrente. A John Deere leva ao público, além dos tratores utilizados em aplicações de cana-de-açúcar, a colhedora 3522, que garante mais estabilidade em terrenos acidentados e um novo sistema automático de flutuação. Com essa colhedora é possível colher duas linhas de cana ao mesmo tempo com espaçamento de 1,10 m. Trata-se de uma máquina com mais resistência, durabilidade e praticidade, que se adapta às irregularidades do solo, reduzindo o impacto da carga e evitando paradas desnecessárias no campo.
CURIOSIDADES DO CAMPO
Tomate gigante Cada planta pode atingir os 1,80 metros de altura e dar 11 tomates. O maior tomate do mundo foi agora mostrado ao público no Reino Unido. As plantas do já famoso Gigantomo conseguem crescer tomates que chegam a atingir 25 centímetros de comprimento e 1,3 quilos de peso. Os tomates gigantes são tão grandes que apenas um fruto serve para alimentar quatro pessoas e uma fatia enche uma só sanduiche. Cada planta pode atingir os 1,80 metros de altura e dar 11 tomates. Esta nova variedade é o resultado de quase duas décadas de pesquisa e desenvolvimento por parte de agricultores no Reino Unido e Estados Unidos.
Algodão cultivado em diferentes cores
Em espécies primitivas o algodão colorido já foi encontrado nas cores verde, amarela, azul e cinza
O algodão colorido foi desenvolvido pelos incas e astecas há 4.500 anos, bem como por outros povos antigos das Américas, Ásia, África e Austrália. Já foram identificadas 39 espécies silvestres de algodão com fibras coloridas. Na maioria dessas espécies primitivas, o algodão possui fibras coloridas, principalmente na tonalidade marrom. Porém, já foram descritos algodões coloridos em tonalidades verde, amarela, azul e cinza. Esses algodões, por longos períodos, foram descartados pela indústria têxtil mundial e até mesmo foi proibida sua exploração em vários países por serem considerados como contaminação indesejável dos algodões de tonalidade branca normal. Esses tipos coloridos foram preservados pelos povos nativos e nas
coleções de algodão em vários países. No Brasil, foram coletadas plantas de algodoeiros asselvajados, nas tonalidades creme e marrom, em misturas com algodoeiros brancos cultivados, das espécies G. barbadense L. e G. hirsutum L. Esses algodões coloridos tinham uso apenas artesanal ou ornamental, principalmente nos Estados da Bahia e Minas Gerais. Inicialmente passaram a ser preservados em bancos de germoplasma da Embrapa Algodão, em Patos-PB, desde 1984. A partir de 1989, foi iniciado o trabalho de melhoramento genético, após uma visita de empresários têxteis japoneses, que demonstraram interesse em adquirir aquele tipo de fibra.
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COOPERATIVISMO
Grãos que constroem a excelência Rastreabilidade e controle de fornecedores da matéria-prima formam os diferenciais de mercado da indústria de rações Primato
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inda celebrando os 33% de crescimento perante o ano de 2013, a Primato Cooperativa Agroindustrial mantém, a todo vapor, a evolução do controle de qualidade da sua produção de ração, na indústria instalada em 2009 na cidade de Toledo, Paraná. Em sua Assembleia Geral realizada, recentemente, a Primato apresentou os excelentes resultados de 2014, o que inclui 96 mil toneladas de ração para animais. O rigoroso controle de qualidade, instalado na indústria de rações há mais de 2 anos, definitivamente, é considerado um braço forte dentre as ações que, somadas, resultaram neste número expressivo, alcançado no último ano. Segundo o gerente Industrial, Paulo Freitas, tudo começa na qualificação de matéria-prima, momento que antecede a compra do produto, onde é imposto, por contrato, que o fornecedor envie um carregamento de origem e qualidade específicas e qualquer desvio observado nas amostras colhidas no local, a carga é rejeitada. “Nosso controle de qualidade começa lá no
armazém do fornecedor. Enviamos técnicos, capacitados, para fazer uma análise do produto no mesmo momento que está sendo carregado. Estes profissionais estão autorizados a rejeitar a carga caso as amostras coletadas estejam em desacordo com o solicitado e exigido em contrato”, explicou Freitas. Criado há mais de 2 anos, o departamento de Garantia da Qualidade monitora e verifica todo o processo de produção. “Utilizamos apenas matérias-primas de excelente qualidade”, disse a assistente de Qualidade, Tatyana Cavallari. A especialista ainda pontuou os ganhos em não se utilizar subprodutos na produção da ração. “Utilizamos matéria-prima produzida especificamente para este fim, sem sobras, resíduos ou outro periférico. Os macro ingredientes são basicamente soja, milho e trigo selecionados atendendo os padrões de cada matéria-prima. Tecnologia e dinamismo Com uma política agressiva no que diz respeito a investimentos em tecnologia, a Primato cons-
Unidade industrial. Fábrica da Primato, onde foram produzidos 96 mil toneladas de ração animal no ano de 2014
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truiu, obedecendo a padrões internacionais, o laboratório de análises em um espaço reservado dentro do complexo fabril, o que trouxe dinamismo na espera por resultados das análises necessárias. “Nosso laboratório está preparado para fornecer resposta rápida, diferente de empresas que mantêm laboratórios longe do armazenamento das amostras”, comentou o gerente a indústria. No laboratório são feitas análises de peróxido, acidez, PDI (Índice de Durabilidade do Pelete), umidade, atividade de água, uréase, DGM (Diâmetro Geometrico Médio das partículas). Exemplo de investimento tecnológico, o espectrofotômetro de infravermelho próximo (NIR), de alta precisão, é responsável por efetuar, aproximadamente, uma análise a cada dois minutos, através de curvas de calibração, para cada matéria prima. O atendimento do laboratório é voltado para processos e produtores que tiverem necessidade de resultados imediatos, para rações, concentrados, feno, silagem e gramíneas em geral.
paranรก rural I Marรงo / Abril de 2015 I 41
INFORME ESPECIAL
Região Oeste ganha fábrica de guindastes Produto desenvolvido para os mais diversos setores atende também aos produtores rurais em serviços específicos da produção agrícola
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ma empresa genuinamente Cascavelense, a ClimSystem, começou pequena, com foco na fabricação de furgões climatizados para o transporte de aves, mas ao longo de seus dezoito anos, vem desenvolvendo tecnologias aplicadas ao transporte de cargas, inovando em produtos que atendem a expectativa dos clientes, e assim tem ganho porte de grande empresa. Sempre atenta às inovações do setor, a Climsystem adotou como regra a produção de equipamentos para a implementação rodoviária, projetados e desenvolvidos com as mais avançadas tecnologias disponíveis nessa área. Além de atender as mais renomadas empresas do mercado avícola do país, o objetivo é satisfazer os clientes. Os produtos, que inicialmente tinham foco no mercado regional, agora extrapolam as fronteiras do estado e são comercializados em todo o país. O portfólio, que já contava com uma linha completa em furgões climatizados e com fabricação e instalação do segundo eixo direcional, passou a agregar um novo produto, o guin-
Jacomini: Produtos de alta qualidade para atender a expectativa dos clientes daste. Embora a fabricação tenha iniciado há cerca de um ano e meio, o equipamento foi lançado ao mercado recentemente, na Expo Toledo. “O objetivo inicial de atender aos clientes da região oeste foi extrapolado logo no início, com vendas de guindastes para outros Estados”, ressalta Maycon Rodrigo Jacomini, responsável pela comercialização
do produto. O primeiro equipamento que será enviado para fora do Paraná vai para Maracajú - MS. A fácil aceitação do produto no mercado deve-se ao uso de uma tecnologia diferenciada. “Utilizamos como principal matéria prima o aço optim, de alta resistência, que torna a máquina mais leve, melhorando o desempenho do veículo do cliente”, diz Jacomini, ao explicar que esse é um dos pré-requisitos
Instalação feita pela própria empresa oferece garantia de ábrica
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importantes no momento da escolha do produto para a compra. Enquanto que o sistema de comando é o wavoil, de origem italiana. “Esse é o sistema mais utilizado pelos fabricantes de guindastes por oferecer grande precisão de movimentos”, salienta jacomini.
A serviço dos agricultores
Embora o mercado de guindaste é bem amplo e atende aos mais diversos segmentos de transporte, dos oito modelos desenvolvidos pela Climsystem, dois atendem muito bem aos produtores rurais, nos serviços de abastecimento das máquinas de plantio, para transportar os ‘big bags’ de fertilizantes, bem como de outros produtos e equipamentos pesados. Trata-se do Clim 8.0 e do Clim 12.0. Ambos são ideais para os que procuram um produto mais leve e com melhor custo X benefício. O 8.0 possui duas lanças hidráulicas e duas manuais e chega a uma distância de até sete metros, com uma carga de mil quilos. Já o 12.0 possui três lanças hidráulicas e três manuais e alcança até 11 metros de distância com a mesma carga. O guindaste traz facilidade e redução de custos aos produtores, uma vez que, sem esse aparelho, é preciso usar trator, o guincho e o caminhão. Assim é necessário apenas o caminhão com o guindaste.
Segurança agregada
Pensando na segurança dos operadores, principalmente de quem trabalha com a altura ou em contato com a eletricidade, a empresa adequou seus equipamentos às regras estabelecidas pela NR-12 (norma Regulamentadora nº 12), tais como o rádio controle; o limitador de carga; o inclinômetro digital; o cesto aéreo com nivelamento automático e a bomba de energia. A empresa também prefere entregar o aparelho já instalado no caminhão. “Com isso conseguimos oferecer a garantia de fábrica”, afirma Jacomini. O que não impede que o guindaste seja enviado para uma região mais distante, com a possibilidade de ser instalado lá. O cliente também tem a possibilidade de escolher a cor e os acessórios opcionais. Por enquanto os produtos estão sendo fabricados mediante encomenda, mas a intenção para muito breve é tê-los disponíveis à pronta entrega. paraná rural I Março / Abril de 2015 I 43
INFORME ESPECIAL
Características técnicas n Estrutural – Equipamentos produzidos em chapas de alta resistência, proporcionando menor peso, melhor desempenho e maior segurança. n Sistema hidráulico – sistema de tomada de força acoplada, para melhor desempenho sem vibrações. Bomba hidráulica acoplada direto à tomada de força, dimensionada a garantir a vazão necessária; comando hidráulico de dupla ação, com acionamento dos dois lados; válvula de sobrecarga para maior vida útil dos componentes e válvula de segurança em todos os cilindros, oferecendo maior segurança aos movimentos; mangueiras de alta pressão com capa protetora. n Cilindros – de dupla ação, construídos por empresa especializada, garantem segurança e credibilidade. n Sobre Chassi – fabricado em aço de alta resistência, proporcionando menor peso estrutural, sem comprometer a estrutura do caminhão. n Patolamento – Patolamento dianteiro manual nas versões Clim 5.0 e Clim 8.0; Patolamento dianteiro hidráulico nas versões Clim 12.0 e Clim 14.0; Patolamento dianteiro e traseiro hidráulico nas versões acima do Clim 16.0. n Montagem – Realizada por equipe especializada, sempre após o estudo de contrabalanço, para melhor posicionamento do guindaste.
ClimSystem fabrica oito modelos de guindastes com diferentes capacidades de carga e alcance, e na cor solicitada pelo cliente. 44 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
tecnologia. Empresa utiliza sistemas de comando de última geração para oferecer segurança e precisão no controle do guindante
COOPERATIVISMO
Recorde de propostas a associados do Sicredi O cooperativismo de crédito fez parte dos grupo de empresas do sistema financeiro que esteve presente no Show Rural Coopavel
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om foco voltado ao atendimento do produtor rural, o Sicredi, que vem pasrticipando sucessivamente do evento nesses últimos anos, bateu recorde de propostas de crédito. Durante os cinco dias, os associados da instituição financeira cooperativa protocolaram 753 propostas, gerando um volume de negócios de R$ 119,6 milhões. O resultado reflete um crescimento de 45% na comparação com o ano anterior, quando foram gerados R$ 80 milhões. Além das linhas de financiamento, os associados também puderam contar com outros serviços que facilitaram a sua vida durante a visitação, a exemplo do caixa automático para saques e extratos. No estande também havia um amplo e confortável espaço para o atendimento aos associados. A ação realizada durante o evento ganhou o nome de “Operação Sicredi Agro” e contou com a oferta de linhas de financiamento de longo prazo do BNDES, como Pronaf, Pronaf Mais Alimentos, Moderinfra, Moderagro e BNDES Automático. Além disso, houve espaço para o financiamento de maquinário em programas como o Moderfrota e Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Um bom indicativo O diretor-executivo da Central Sicredi PR/SP/RJ, Maroan Tohmé, afirmou que o volume de propostas protocoladas dá o indicativo de que o agronegócio se mantém como um dos pilares da economia brasileira. “O produtor rural continua a inves-
tir, buscando a mais alta tecnologia para aumentar a produtividade dos seus negócios”, ressalta. O amplo espaço do Sicredi serviu de ponto de início para os cooperados visitarem os 720 mil m2 do Show Rural, que visa difundir tecnologias para o aumento da produtividade em pequenas, médias e grandes propriedades, apresentando novidades em diversos segmentos. “Recebemos várias caravanas e os associados se sentiram como se estivessem sendo atendidos em suas próprias unidades de atendimento”, afirma Tohmé. Ao todo, mais de cinquenta
colaboradores de dez cooperativas do Sicredi estiveram no estande para atender os associados. Um dos destaques foi o espaço temático Sicredi Touch, a conta jovem do Sicredi, onde foi instalado um totem, com software que permitia fazer check-in no evento e publicar fotos em sua própria linha do tempo no Facebook. No total, foram quase 500 publicações de fotos pelos visitantes, com média de 15 curtidas e de 55 visualizações, o que gera mais de 407 mil aparições das marcas #Sicredi e #SicrediTouch em toda a rede Facebook.
perfil de um sistema cooperativista
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,9 milhões de associados e 1.321 pontos de atendimento, em 11 Estados do País. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 100 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais - acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi. com.br. (Assessoria de Imprensa Central Sicredi)
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DIVERSIDADE AGRO
Câmeras que controlam doenças Quando a prestação de serviços ao produtor vai muito além da simples venda de produtos Da Redação Fotos: Lurdes T. Guerra
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um mercado onde a disputa por clientes é acirrada, principalmente pela equivalência na qualidade e disponibilidade dos produtos, vale muito quem tem ideias inovadoras e as transforma em benefício dos produtores e do campo. Um trabalho que demanda pesquisas e investimentos. É com esse foco que a Bayer CropScience tem buscado inovações para agregar valor aos seus produtos. São soluções que auxiliam na melhor tomada de decisão para a aplicação de defensivos contra insetos e doenças. Entre as novidades dos últimos tempos estão as armadilhas para o controle das lagartas e as câmeras que monitoram as doenças das lavouras de soja, milho e algodão. Esses equipamentos estão fixados em regiões importantes do país e captam as informações localizadas, as quais são analisadas por profissionais especializados e dis-
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Everson Zin. Para funcionar, os produtos possuem uma série de regras, e estas precisam ser seguidas para haver um rendimento melhor das plantas
ponibilizadas aos agricultores por meio de sites específicos. No caso das lagartas, “ao acessar os site o produtor consegue visualizar as regiões que estão tendo infestações e o tipo de lagarta que está prestes a invadir, ou que já invadiu a sua lavoura”, diz Everson Zin, gerente de marketing da Bayer CropScience no Brasil. Ele salienta que por meio das informações disponibilizadas online, o produtor poderá saber qual o produto, a dosagem e o momento certo de fazer as aplicações de inseticidas. “Trata-se de um serviço preventivo e assertivo, no controle das pragas das lavouras”. Ao todo são 1,6 mil armadilhas que captam as informações sobre a invasão das lagartas nas principais áreas produtoras de todo o Brasil. “Assim o produtor pode obter a informação específica para a sua região”. Entre as informações captadas está o tipo de lagarta, o
volume de invasão e os tipos de ações que devem ser tomadas para o seu controle. “Além de acertar no tipo de produto e no momento da aplicação, o produtor vai evitar desperdícios com inseticidas aplicados desnecessariamente, o que ocorre muito no campo”, disse Everson Zin. Quando controlar as doenças da soja Outro serviço disponibilizado aos agricultores, mais recentemente, é o monitoramento das doenças da soja por meio de câmeras filmadoras. De acordo com Everson Zin, “um dos maiores problemas dos últimos tempos é quanto ao controle das doenças, pois está se perdendo o momento certo e havendo um atraso na aplicação dos produtos”. O gerente lembra que quando há esse atraso perde-se o funcionamento pleno do produto.
DIVERSIDADE AGRO
A empresa está monitorando seis áreas de soja, juntamente com pesquisadores que, ao obter as informações localizadas as disponibiliza também em um site específico, onde o produtor visualisa os dados e obtem a orientação sobre o momento ideal de fazer a aplicação na sua lavoura. “O pesquisador diz quando deve ser aplicado o produto e o porquê desse momento”. Everson Zin salienta ainda que tudo isso acontece em tempo real na internet. Os pesquisadores que estão a campo monitoram o que está ocorrendo no momento, além de analisar a probabilidade de acontecer as doenças. Os aparelhos também disponibilizam no site imagens produzidas em tempo real, para melhor orientar os agricultores, de maneira técnica e aliada aos dados climáticos, ou seja, a ferramenta possibilita visualizar os momentos ideais para a aplicação do produto, as condições climáticas observadas e os níveis de risco que a pulverização pode acarretar ao produtor, se aplicar no momento certo ou com atraso. Trata-se de mais uma ferramenta para a tomada de decisão do produtor, que tem a informação facilitada, apenas acessando o computador, diminuído a dependência do profissional agronômico, que muitas vezes não tem disponibilidade de atender no momento da emergência. “Todo produtor precisa de um conjunto de ferramentas para melhor conduzir a sua lavoura e esta é apenas mais uma ferramenta que a Bayer disponibiliza de forma gratuita e acessível”. O sites em questão são o www. bayercontralagartas.com.br, que traz tudo sobre o controle das lagartas, e para o monitoramento de doenças, www.deprimeirasemduvida.com.br. Ao acessar ambos os sites o produtor tem livre acesso a todas as informações ali disponibilizadas. Para o primeiro é preciso se cadastrar, enquanto que para o segundo não há necessidade de cadastro ou senha.
Meta do Emater é reduzir o uso de agrotóxicos nas Lavouras do paraná
Qualidade de vida e redução de custos na produção de grãos, é uma das metas do Instituto Emater, segundo o Engenheiro Agrônomo Onóbio Vicente Werner. Para chegar a estes resultados uma série de ações integradas que fazem parte da campanha ‘Plante seu Futuro’ desenvolvida pelo governo do Paraná juntamente com vários órgãos e instituições parceiras entre elas o Instituto Emater, foram demonstradas no Show Rural Coopavel. O objetivo é estimular o produtor a reduzir o uso indiscriminado de defensivos agrícolas, dentre outras práticas para uma melhor qualidade de vida para a população, maior rentabilidade e sustentabilidade ao processo produtivo. Dentro da campanha uma série de práticas são implantadas nas propriedades rurais: MIP – Manejo Integrado de Pragas, que tem por objetivo a redução de no mínimo 50% nos custos com inseticidas. MID – Monitoramento de Doenças, consistindo na identificação da doença e retardando em até quinze dias
da entrada do fungicida na lavoura. O manejo da fertilidade dos solos, que consiste na adubação das culturas conforme a necessidade. A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas que prioriza, a aplicação dos venenos na lavoura, com menores problemas de deriva, maior eficiência nos controle das pragas, doenças e plantas daninhas, também faz parte do pacote de orientações. Outros pontos enfatizados pelo instituto, quanto à aplicação de agrotóxicos, é a correta utilização de EPIs – Equipamento de Proteção Individual para evitar possíveis intoxicações, e contaminações do organismo; o coletor de esporos da ferrugem da soja, que é mais uma ferramenta para diagnosticar a doença e a dosagem e forma correta de preparar e aplicar os defensivos na lavoura, para evitar desperdícios, principalmente no momento da aplicação. Além da armadilha luminosa para identificar as pragas que estão aparecendo nas lavouras, métodos de amostragem e a identificação das principais pragas que atacam a soja.
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
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DIVERSIDADE AGRO
Vinimanta de PVC para bloquear perdas de água por infiltração em tanques e reservatórios e para o armazenamento de água.
No campo aço e PVC ganham nova forma Produtos fabricados com telha metálica podem ajudar a facilitar a vida dos produtores rurais
O Vinilona 500, indicada para coberturas de uso geral, de áreas de estoques, sacarias, máquinas agrícolas e outros espaços.
VINITANK Tanque pré moldado para criação de organismos aquáticos, podendo ser usado como reservatório de água.
VINIBIODIGESTOR, atende cada propriedade conforme sua necessidades de preservação ambiental IeMarço demanda energética. 50 / Abril de 2015 I paraná rural
s produtos ao lado são fabri- tem estimativa de recorde em sua cados pela a Sansuy, empre- produção de grãos”, explica Antôsa reconhecida no setor por nio José de Brito, diretor comercial seus laminados flexíveis e produtos da empresa. Esses galpões também manufaturados de PVC. O kontai- podem receber acessórios que torner e o vinigalpão com telha metáli- nam o ambiente ainda mais propíca aliam a já reconhecida qualidade cio à armazenagem dos diversos da marca Sansuy com a engenharia tipos de grãos. e a praticidade do sistema modular, Impermeabilização que facilita a aplicação e a logística com vinimanta de transporte e montagem, e passa Num momento em que a estiaa oferecer novas opções para os segmentos de agronegócio, armazena- gem prolongada atinge diversas regiões do país torna-se imprescindígem, infraestrutura e logística. O kontainer proporciona segu- vel encontrar meios para preservar rança a uma vasta gama de aplica- a água que resta. Em setores da ecoções e é modular, podendo ser indi- nomia onde a água é fator essencial vidual, duplo ou triplo - dependendo para a produção, como no agroneda necessidade do cliente - e sem di- gócio, as soluções precisam tamvisória interna. Já o vinigalpão com bém ser viáveis, sendo colocadas telha metálica é uma alternativa à em prática com rapidez e economia. Com importante foco na aquicobertura de lona e também indicado para armazenagem de produtos, cultura, a Sansuy apresenta um de máquinas e equipamentos, par- sistema integrado de criação de organismos aquáticos em tanques ques industriais, entre outros. A Sansuy também trabalha com e viveiros escavados, recobertos e soluções para produção de energia, impermeabilizados com vinimanarmazenagem de água, desenvolvi- ta. Trata-se de uma geomembrana, manta de PVC mento de culturas destinada ao blode peixes e vegequeio das perdas tais, e proteção A adoção de de água por indo meio ambienfiltração em tante. “São galpões impermeabilização ques, reservatóe coberturas de de tanques, lagoas rios, viveiros, rápida instalação lagoas, canais de e na medida exata e reservatórios é a irrigação para o para atender a neformação de uma armazenamento cessidade de cada de água, sistepropriedade, pois barreira contra mas de irrigação há uma crescente infiltração e perdas para horticultudemanda do agronegócio brasileiro, desnecessárias de água”. ra e floricultura, e unidades de que mais uma vez
“
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produção de organismos aquáticos com manejo intensivo. “Produzida a partir de um composto de PVC, aditivos, plastificantes e estabilizantes que lhe confere propriedades particulares de flexibilidade e resistência, a vinimanta é indicada para a impermeabilização de reservatórios e como barreira contra infiltração e perda de água”, explica Marcelo Castagnolli, gerente de produto da Sansuy. “Para aquicultura é fornecida com formulação específica para produção de organismos aquáticos.” Seus benefícios podem ser ampliados se for acoplada em uma das faces a um geotêxtil não tecido, formando um geocomposto, o que garante maior resistência ao puncionamento ou rompimento.
Além disso, pode ser acomodada de acordo com o relevo, o que possibilita efetuar reparos com facilidade, mesmo próximo a tubulações, ralos e cantos. A vinimanta é confeccionada em painéis ou módulos, conforme detalhado nos projetos executivos, elaborados para cada aplicação com o intuito de reduzir as operações de solda no local da obra, minimizando o tempo e o custo da mão de obra na instalação. “São cuidados que possibilitam o aumento da capacidade das unidades produtivas e o consequente aumento da produtividade do empreendimento aquícola. Ainda permitem maior controle sobre as etapas e a biossegurança da atividade”, avalia Castagnolli.
Tanque instalado sob galpão O agronegócio atravessa um de seus melhores momentos, com um dos maiores saldos comerciais agrícolas de sua história, com destaque para a produção de grãos. O desafio agora é fortalecer a piscicultura, reduzindo a importação e aumentando a produção de pescados. Na região norte do país, Estados como Pará e Rondônia estão transformando suas paisagens, revitalizando áreas devastadas e abrindo espaço para o pescado como uma importante fonte de renda. A necessidade de aumentar a produção de alimentos em escala mundial, fez da aquicultura uma das principais tendências globais para as próximas décadas. O fortalecimento da atividade propicia o surgimento de novos equipamentos e tecnologias que visam tornar o trabalho do aquicultor mais lucrativo, seja no processo de alimentação, reprodução ou no controle de qualidade da água. É aqui que entra o Viniarco, galpão indicado para aquicultores na produção de alevinos e juvenis de peixes, larvicultura de organismos aquáticos, manejo reproduti-
vo de pós-larvas de camarão, ranicultura (criação de rãs), laboratório de pesquisa sobre produção e nutrição de organismos aquáticos, hidroponia e aquaponia, e também para produtores de flores e hortaliças que utilizam estufas. O tanque é instalado sob o viniarco, que é construído com estrutura treliçada, fabricada com perfis tubulares de aço carbono galvanizado a fogo, sem colunas intermediárias e acesso através de amplas portas de correr, projetadas para atender as necessidades de cada projeto. A cobertura do viniarco é confeccionada com laminados reforçados de PVC flexível, podendo ser translúcido, transparente ou “block out” – material desenvolvido para impedir a passagem da luz do dia, permitindo total controle sobre o fotoperíodo. O projeto do galpão conta ainda com janelas laterais fabricadas com tela sannet para impedir o acesso de predadores aos tanques de produção de organismos aquáticos, fechadas com cortinas confeccionadas com o mesmo material da cobertura.
KONTAINER: produto modular fabricado em aço e que pode ser montado de acordo com a necessidade do cliente
Vinigalpão: em estrutura de aço e coberto com lona de PVC reforçada, permite estocagem de alimentos, mercadorias e máquinas.
ViniARCO: Desmontável e de rápida instalação, é utilizado para armazenagem de grãos, oferecendo resistência e durabilidade.
vinitanq: tanque rede para alevinagem, que oferecem flexibilidade e resistência aos viveiros de paranáorganismos rural I Março / Abril de 2015 I 51 aquáticos
DIVERSIDADE AGRO
Itaipu faz homenagem a pioneiros do plantio direto Livro ‘Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira’, narra a saga dos pioneiros no sistema
O
s pioneiros do sistema plantio direto (SPD) – técnica agrícola que surgiu no Paraná, nos anos 1970, e hoje está presente em aproximadamente 30 milhões de hectares no Brasil, quase metade da área plantada no País – foram homenageados pela a Itaipu Binacional, no livro ‘Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira’, lançado em cascavel, no dia 2 de fevereiro, em presença de autoridades estaduais e produtores rurais da região. A obra narra a saga dos pioneiros Herbert Bartz, de Rolândia, Franke Dijkstra, de Castro, e Nonô Pereira, de Ponta Grossa, que se emocionaram com a homenagem. De acordo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, que assina o prefácio da obra, os homenageados “mudaram radicalmente a nossa agricultura” e colocaram o Paraná no mapa do desenvolvimento tecnológico. “No início dos anos 1970, o estado estava sendo corroído pela erosão, que levava uma das nossas maiores riquezas, que é o solo. E o plantio direto é uma ferramenta extraordinária, criada por esses três heróis paranaenses, que revolucionou o Brasil e o mundo e que tem origem no nosso Estado”, definiu. Visionários do agronegócio Nonô Pereira falou em nome dos homenageados e disse que o grande mérito dos pioneiros, 40 anos atrás, foi investir na divul-
52 52 II Março Março // Abril Abril de de 2015 2015 II paraná paraná rural rural
lançamento. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, faz homenagem aos personagens do livro durante o lançamento da obra
gação da tecnologia, que inicialmente provocou estranhamento e sofreu resistência dos antigos agricultores. “Éramos chamados de visionários, poetas, filósofos e até de loucos. Mas as novas gerações aceitaram [a nova tecnologia] e o programa avançou”, disse. Herbert Bartz acrescentou que, no início, ninguém acreditava que o plantio direto fosse assumir o vulto e a importância que tem hoje, no Brasil e no exterior. “Por isso, nos sentimos muito honrados [com a homenagem de Itaipu]. Formamos um trio e não teria sido possível imaginar todo esse sucesso sem a intensa afinidade e colaboração que tivemos um com o outro”, completou.
Franke Dijkstra comentou sobre a desconfiança dos agricultores antigos com a novidade. “O grande problema é que todo mundo se orienta pelo conhecimento existente. Então você tem que quebrar paradigmas para chegar aonde chegamos”, ensinou. Ainda segundo ele, a única certeza que os produtores tinham, quatro décadas atrás, para evitar o avanço da erosão e a perda de produtividade, era de que algo tinha que mudar na agricultura tradicional. “Do jeito que era, estávamos com os dias contados. Porque o solo é nosso maior patrimônio e temos de conservá-lo.” Nonô Pereira também destacou o papel de Itaipu e do diretor-geral
DIVERSIDADE AGRO
brasileiro da binacional para desenvolver a agricultura no Estado e no País. “Jorge Samek tem sido dedicado, entusiasta, apaixonado e avalista dos programas que ele acredita. E isso ele faz por nós, faz pela agricultura do Estado do Paraná”, elogiou, acrescentando que Samek “é o mentor de todo esse trabalho que nos deixou emocionados”. Sobre o livro e seu enredo Dividido em dez capítulos, Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira tem 144 páginas e foi publicado com o selo da Editora Parque Itaipu, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), com apoio técnico da técnico da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP). A obra teve a coordenação editorial de Paulino Motter e Herlon Goelzer de Almeida, assistentes da Direção Geral de Itaipu. A edição e o texto são do jornalista Dimitri Valle, com consultoria técnica de Ivo Mello. A tiragem inicial é de 2.300 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente por Itaipu e parceiros.
Itaipu e o plantio direto A história de Itaipu com o plantio direto é antiga. A empresa apoia e divulga a técnica desde 1997, além de desenvolver pesquisas na região Oeste do Paraná. O sistema está sustentado em três pilares: a cobertura permanente do solo durante todo o ano; nunca arar ou gradear o solo; e utilizar rotação de culturas. Uma das iniciativas de Itaipu foi a criação de uma certificação do plantio direto de qualidade, em parceria com a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP). Esse projeto foi desenvolvido de 2011 a 2013 em 226
Roteiro. Livro conta a história do Plantio Direto, uma das tecnologias mais inovadoras da agricultura paranaense e nacional
Personagens. Os pioneiros do Plantio Direto Herbert Bartz, de Rolândia, Franke Dijkstra, de Castro, e Nonô Pereira, de Ponta Grossa
propriedades da Bacia Hidrográfica do Paraná 3. Atualmente, Itaipu, FPFI e FEBRAPDP estão começando um novo convênio para uma versão atualizada do sistema de certificação. O trabalho tem como parceiros a Embrapa, Iapar, Emater, Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Instituto Rio Grandense do Arroz. Itaipu e Embrapa também são parceiros no projeto Solo Vivo, para avaliar o impacto do plantio direto (e outras medidas conservacionistas, como a proteção de matas
ciliares, adequação de estradas, terraceamento e práticas agroecológicas) em microbacias do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Desde a semana passada, uma página no portal da Itaipu na internet destaca o plantio direto, que é uma das prioridades do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável, do Cultivando Água Boa, com abrangência em toda a Bacia Hidrográfica do Paraná 3. O endereço é www.itaipu.gov.br/meio-ambiente/ plantio-direto.
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SAÚDE PÚBLICA
Batalha contra o mosquito da dengue Município chama toda a comunidade para agir contra a proliferação da doença
O
município de Matelândia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde – Vigilância em Saúde promoveu um “Apitaço contra a Dengue”, com ações de combate ao mosquito transmissor da dengue e chikungunya o Aedes aegypti. O evento aconteceu no dia 26 de março às 8h30 em frente à Prefeitura. O objetivo foi promover um mutirão educativo alertando a população sobre a importância da eliminação dos criadouros do mosquito bem como marcando a abertura de uma série de atividades que serão desenvolvidas no município com o tema “Sem criadouros não há mosquitos e sem mosquitos não há dengue”. A campanha se dá ante um mo-
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mento crítico de risco, com um alto índice de infestação do vetor e visa promover uma ação coletiva entre toda a sociedade civil, poder público e privado, envolvendo ambientes de trabalho, famílias e vizinhos para o combate aos criadouros do mosquito, contribuindo na divulgação e adesão a esta campanha que deve acontecer todos os dias. Assim, a Secretaria de Saúdeconta com a colaboração e adesão de todos os munícipes na campanha, considerando que todos tem responsabilidade e devem contribuir para a melhoria contínua de uma cidade mais saudável, enfim colaborar no que estiver ao seu alcance para o combate a dengue. “O seu acolhimento à causa fará a diferença para nossa cidade!”
dicas de combate e prevenção Como não existem formas de erradicar o mosquito transmissor, a única forma de combater a doença é eliminar os locais de reprodução. Algumas dicas de ações:
n Não deixar a água acumu-
lada em recipientes como, vasos, calhas, pneus, cacos de vidro, latas e etc. n Manter fechadas as caixas d’água, poços e cisternas; n Não cultivar plantas em vasos com água. Usar terra ou areia nestes casos. n Tratar as piscinas com cloro e fazendo a limpeza constante. O ideal é deixá-las cobertas ou vazias quando não for usar por um longo período. Manter as calhas limpas e desentupidas n Avisar um agente público de saúde do município caso exista alguma situação de risco de proliferação da doença.
MERCADO
Batavo muda de nome
Ass.Imprensa / Batavo
Alteração é uma estratégia para reposicionar a marca no mercado
Frisia. Sede da cooperativa em Carambeí/Pr
A
cooperativa de produção mais antiga do Brasil irá mudar de nome. Quando completar 90 anos, no próximo mês de agosto, a Batavo, de Carambeí, nos Campos Gerais, passa a se chamar Frisia, menção à região da Holanda de onde vieram muitos imigrantes que colonizaram Carambeí e também dos primeiros animais da raça holandesa. A decisão da diretoria é uma estratégia para reposicionar a marca no mercado, bastante confundida pelos consumidores desde que a Parmalat, em 1997, se tornou acionista majoritária da indústria de laticínios estruturada pelos imigrantes holandeses. Posteriormente, a marca Batavo passou para o comando da BRF, que, no final do ano passado, vendeu para o grupo francês Lactali. A escolha do nome Frisia é o mesmo da unidade de beneficiamento de leite em Ponta Grossa, inaugurada em setembro de 2011. Na ocasião, a cooperativa investiu R$ 60 milhões na planta com capacidade para industrializar 400 mil litros de leite por dia. O leite será transformado em leite concentrado, condensado e pasteurizado para marcas de empresas clientes da cooperativa. Além disso, a marca já é conhecida do público consumidor, pois a cooperativa comercializará seus produtos com o nome Frísia Alimentos. A Batavo conta com 560 associados que produzem 300 mil litros/dia - 110 milhões de litros ao ano. Além de leite, a cooperativa produz grãos, bovinos de corte, suínos, aves e ovos. Em agosto, quando completará 90 anos, a Batavo realizará eventos comemorativos. Além da mudança de nome, a cooperativa irá lançar um livro histórico onde conta toda a sua trajetória dos fundadores e de seus associados inaugurará o novo prédio administrativo. paraná rural I Março / Abril de 2015 I 55
PISCICULTURA
Alimentação dos peixes para cada fase da vida Ração é produzida com nutrientes específicos para cada etapa do desenvolvimento dos alevinos e também de acordo com a espécie Adilar Venites Presidente da Associação de Aquicultura de Toledo
F
alar sobre alimentação é um assunto muito polêmico, pois tem que acha que o peixe cresce mais tratando mais vezes ao dia, outros defendem a forma de alimentar apenas duas vezes, uns gostam de alimentar com ração com menos proteína, outros com mais e assim por diante. O certo é que o peixe deve ser alimentado com ração de boa qualidade com nutrientes de fácil digestão e que seja ela bem balanceada. O fato da ração ter mais proteína não significa que a ração seja de melhor qualidade, o que realmente faz a diferença é ter produtos de alta digestibilidade de nutrientes e de fácil absorção. Tipos de ração Ração farelada; usada para pós larvas e alevinos nas primeiras fases, geralmente é uma ração com
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maior quantidade de proteína, por ser farelada uma boa parte dela não é aproveitada pelos peixes embora tenha uma flutuabilidade razoável, ela acaba se dissolvendo na água, com isso boa parte dela só servirá como adubo. n Ração extrusada de 0.8 a 1 mm; usada para alevinos de até aproximadamente 5 g. poucas piscicultores usam devido o alto custo de produção, embora o aproveitamento pelos alevinos seja próximo a 100%, minimizando assim o preço em relação a farelada. n Ração extrusada de 1.7 a 2mm; para alevinos e juvenil de 6 a 30 g, podendo variar dependendo da espécie. n Ração extrusada de 3 a 4 mm; para juvenil de 30 a 120 g. Ração extrusada de 6 a 8 mm; para peixes acima de 120 g, podendo levar essa ração até o abate. n Ração extrusada de 8 a 10 mm; também chamada de ração de terminação usada principalmente quando os peixes estão com peso
avançado, e onde ocorre muitas desovas, assim os peixes menores que são indesejáveis não competem com o plantel da engorda. Equilibrio na quantidade As quantidades a serem usadas podem variar de 1.5% a 10% do peso vivo dependendo do tamanho do peixe, da temperatura da água, da quantidade de oxigênio dissolvido, e principalmente da qualidade da água. Peixes considerados carnívoros terão de ser condicionados à comer ração, são mais exigentes quanto a quantidade de proteínas, só comem ração de boa palatabilidade. Já os peixes onívoros pegam a ração com grande facilidade. Hoje em dia existem inúmeras fábricas de ração mas são poucas as que fazem ração para todas as fases dos peixes, o mais importante é que o mercado está cada vez mais competitivo, com isso quem ganha é o produtor que tem mais opção e poderá escolher a ração que dará melhor resultado.
“É importante que o produtor observe a idade e o tamanho do peixe para fornecer o tipo e a quantidade certa de ração”
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MODA DO CAMPO
Ela rompeu todas as barreiras da moda Durante muito tempo o jeans foi uma roupa usada exclusivamente para trabalho, somente nos anos 50, depois de ser adotada pelos ícones pop como Elvis Presley, a peça finalmente se tornou o “uniforme” dos jovens nos EUA Sabe aquela peça de roupa que a gente não consegue abrir mão de jeito nenhum e que é quase impossível existir alguém que não a tenha no armário? Essa peça é o jeans! É uma roupa clássica que vale a pena investir, porque não sai de moda nunca. Pode mudar as cores que estão em alta, os cortes e formatos, mas o jeans dá sempre um jeitinho de aparecer nas passarelas e entre as peças mais desejadas do momento e a peça mais democrática da moda. Sem falar que é a peça mais poderosa do guarda-roupa de um homem. Com ela você é capaz de circular em praticamente todos os ambientes e situações que se encontrar, inclusive os formais (salvo algumas exceções). Normalmente é uma roupa que as vezes passa despercebido ao olhar mas que pode ser a chave para o sucesso do seu estilo.
De onde vem a calça jeans
Você já imaginou como e por que foi inventada a calça jeans? Os marinheiros de Gênova, Itália, foram os primeiros a usar esse tecido de algodão e ligamento sarja provenientes da cidade de Nimes, França. Esses genoveses eram chamados “genes” pelos franceses e, posteriormente, foram apelidados de “jeans” pelos americanos. Os jeans de hoje são feitos com brim
Acompanhando a evolução
O jeans só chegou a conquistar o restante da população após a proliferação social do seu conceito como roupa despojada e do cotidiano, sem perder seu charme e elegância. O estilo de calças rasgadas também é conhecido como “Bear Wear Band”. É um estilo que visa a unir o novo ao velho. A parte frontal da calça passa por um teste de desgaste e, depois, é unida à parte traseira intacta. 60 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
Como usar
(ou denim), um tecido mais pesado de algodão em ligamento tela em que apenas os fios dispostos na direção longitudinal são tingidos com corante anil, deixando os fios do sentido transversal, na cor branca. Em 1890, Strauss atribuiu o número de identificação 501 às suas calças de brim com rebites de cobre na braguilha. Nascia, então, a calça jeans 501 da Levi’s, (de Levi Strauss - o criador da calça jeans) que viria a se tornar a peça de roupa mais vendida da história da humanidade. Os vaqueiros logo aderiram às roupas dos garimpeiros, pois o denim era o tecido resistente ideal para se passar horas a fio no lombo de um cavalo. Em 1926, a Levi’s lança uma calça jeans próprio para os cawboys com as pernas mais arqueadas, mais apropriadas para a montaria. Nos anos 1970, o jeans começou a fazer parte das coleções de moda de grandes estilistas. E em pouco tempo a roupa dos cowboys estava nas telas do cinema, O jeans ganhou outra conotação quando, dentro de sua composição, foi adicionado o elastano, assim dando um melhor caimento. E, depois, houve a inclusão do algodão, com o poliéster e o elastano adicionando, à praticidade do jeans, o brilho do poliéster e o caimento perfeito do elastano.
n Gordinhas: Como esse tipo de calça ressalta o quadril, o ideal é que você coloque um cardigã ou casaquinho mais comprido por cima, para valorizar mais o formato do seu corpo. n Magrinhas: Como a calça combina bem com camisetas e jaquetas, e use a camiseta por dentro da calça, deixando folgadinha. Isso vai dar uma sensação de volume. n Baixinhas: Aposte no salto alto para alongar a silhueta, e não ficar com o visual achatado. Aqui vale todos os tipos de salto, até as plataformas, se você preferir.
FRUTICULTURA
O doce sabor do morango
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asta olhar para a fruta e a boca se encher de água, não é mesmo? Mas nem sempre o que se compra é o que aparenta, pois ao abrir a bandeja percebe-se que a maioria das frutas está podre e azeda, enquanto deveria ter um sabor doce e levemente ácido. Para evitar isso, aqui vai uma dica: o morango pode ser facilmente cultivado em casa e consumido sempre fresquinho. É Ideal para os jardins que não dispõem de muito espaço, mas também se desenvolve muito bem em varan-
das de apartamentos se obtiver, é claro, alguns cuidados básicos de plantio e manutenção. Comece colocando 2 cm de argila expandida na floreira em que a variedade será plantada, cobrir a base do recipiente com a manta de drenagem e despejar sobre a cobertura 15 cm de substrato. Em seguida colocar as mudas do morango com espaçamento de 10 cm entre delas. O vaso deve ser deixado em um local que receba luz do sol durante quatro horas por dia e regar uma vez por semana. A colheita da fruta tende a ocorrer de 60 a 80 dias após o plantio.
Benefícios à saúde Entre outros benefícios ao organismo, o morango ajuda a alcalinizar o sangue, a reforçar a imunidade, eliminar as toxinas e a reduzir o colesterol. Ele também previne doenças cardiovasculares, impede a formação de tumores no aparelho digestivo, estimula o cérebro, melhora a memória, estimula as funções intestinais, protegem contra a artrite reumatoide, e previne o envelhecimento precoce. E o melhor de tudo, contem baixo teor calórico.
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AGRO SAÚDE
Novo local para atender dependentes químicos
Cisop inaugura em Cascavel estrutura pioneira para o tratamento de viciados
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m modelo inovador no Brasil para tratamento de viciados em drogas e álcool foi inaugurado na tarde desta terça-feira (3/2), no Bairro Brazmadeira, em Cascavel. O Sim-PR (Serviço Integrado de Saúde Mental) vai atender inicialmente o público-alvo que faz parte da área de abrangência do Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná), que é de 25 municípios e corresponde a uma população aproximada de 600 mil pessoas.
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A solenidade de inauguração contou com a presença do secretário chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Eduardo Sciarra, do secretário estadual de Saúde, Michelle Caputo, do prefeito Edgar Bueno, do deputado estadual André Bueno, do prefeito de Diamante do Sul e presidente do Cisop, Darci Tirelli, do presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), Marcel Micheletto e do diretor da 10ª Regional de Saúde, Miroslau Bailak, entre outros. A unidade atuará com um novo modelo de atendimento em saúde mental, focado na associação entre o tratamento ambulatorial e o tratamento assistido 24h. O espaço vai aliar serviços especializados na área de assistência a dependentes de álcool, crack e outras drogas.
Além do prédio de atendimento clínico e acolhimento (2 mil m²), os pacientes terão à disposição duas quadras poliesportivas, cancha de bocha, pista de caminhada, bosque e pomar. O espaço fica em uma área de cerca de 30 mil metros quadrados que foi inteiramente reformada para garantir mais conforto e segurança aos pacientes. A previsão é que o serviço de acompanhamento clínico atenda inicialmente cerca de 250 pacientes por mês, entre adultos e crianças/adolescentes. Esse número pode aumentar para 350 pacientes/mês quando a unidade entrar em funcionamento plenamente. Para o espaço de acolhimento temporário, a capacidade máxima de atendimento é de 35 pacientes, sendo 15 adultos e 12 crianças/ adolescentes
AGRO SOCIAL
Livro do Iapar analisa transformações da ocupação e da renda no campo Enredo repercute a realidade que se formou no meio rural nos últimos anos, om uma nova formação socioeconômica Quem vive no campo ganha a vida plantando e colhendo, certo? Nem sempre. Há muitos moradores do meio rural que se dedicam às chamadas “atividades não agrícolas” - trabalhando em uma indústria de confecções ou um abatedouro de aves; montando um pesque-pague ou uma pousada para exploração do turismo; fabricando artesanalmente geleias e embutidos ou usando seus tratores e implementos para vender serviços a outros produtores da região. Essa gama de transformações é tema do livro “Ocupação e renda na nova ruralidade brasileira”, de autoria do pesquisador Antonio Carlos Laurenti, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Uma das consequências da diversificação de ocupação e renda foi a
contenção do esvaziamento populacional no campo. Laurenti estudou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2001-2009, do IBGE, onde descobriu que a população rural brasileira permaneceu estável no período, e isso aconteceu “principalmente devido ao aumento no número de pessoas que passaram a desempenhar atividades não agrícolas”, explica. Essas transformações, que os pesquisadores denominam de “nova ruralidade”, configuram um triplo recorte socioeconômico do campo - o segmento da agropecuária comercial moderna, baseada na produção de commodities e totalmente conectado à agroindústria; outro bloco também voltado à produção agrícola, mas para o atendimento de nichos, caso do cultivo de plantas ornamentais, aromáti-
cas e a produção orgânica de legumes e verduras; e, ainda, um núcleo que se dedica a atividades não agrícolas, como a prestação de serviços, lazer e moradia. Laurenti acredita que, do ponto de vista econômico, a tendência é que a dicotomia entre rural e urbano desapareça em alguns anos, situação que passa a demandar políticas públicas que considerem o território como um todo. O livro custa R$ 20 e pode ser adquirido no endereço www.iapar.br.
‘Expedição Safra’ reune produtores em Catanduvas A propriedade de Ari Luiz Marcolin e Noeli, em Catanduvas, foi o local escolhido pela equipe da “Expedição Safra”, do Jornal Gazeta do Povo de Curitiba, coordenado pelo jornalista Giovani Ferreira. Os trabalhos da safra 2014/15 foram retomados a partir do início da colheita das lavouras de verão, em final de janeiro. O encontro reuniu lideranças da região, agricultores vizinhos e alguns jornalistas do setor agropecuário que participavam do Show Rural Coopavel. Na ocasião Giovani apresentou alguns dados que comprovam a importância do agronegócio para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, embora o setor esteja enfrentando um ciclo não muito favorável. “Nesse ano a expectativa é de um crescimento menor, mas avistamos um novo ciclo para o setor, com maior sustentabilidade econômica”, disse o jornalista ao ressaltar que o crescimento está aliado a taxas mais adequadas, impostas pela conjuntura internacional. A Expedição Safra, visa levar informações aos produtores sobre todo esse contexto da produção e do mercado interno e externo. “Para isso viajamos com uma equipe de profissionais especializados, por 16 estados brasileiros, e alguns países, acompanhando do plantio à colheita, para levar a informação de forma mais acertiva possível”, explicou.
Produtores, jornalistas e lideranças participaram do encontro
Giovani Ferreira com o casal de agricultores Ari Luiz e Noeli Marcolin
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EVENTOS
Evandro Roman na Agricultura Ao participar da frente parlamentar para a agricultura, deputado cascavelense vai atuar das propriedades rurais A
Reunião com superintendente de Comunicação de Itaipu
Encontro de empresários com o prefeito Reni Pereira
Sinduscon prepara o Enic 2016 Um grupo de empresários do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Oeste/PR participou no início de Março, de reuniões com autoridades de Foz do Iguaçu, para discutir a realização do maior evento brasileiro voltado ao setor da construção civil, o Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), cuja 88ª oitava edição será realizada em 2016 na Terra das Cataratas, entre os dias 11 e 13 de maio. Participaram da reunião os empresários Edson Vasconcelos (presidente do Sinduscon-Oeste), Fernando Dillenburg e José Luiz Parzianello (ex-presidentes). Em reuniões distintas, eles foram recebidos pelo jornalista Gilmar Piolla (superintendente de Comunicação da Itaipu Binacional) e pelo prefeito Reni Pereira, acompanhado do secretário municipal de Turismo, Paulo Tremarin.
Comissão
da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizou a sua primeira reunião e elegeu o presidente do colegiado, no final de fevereiro último. O deputado Irajá Abreu (PSD-TO) recebeu o aval de 42 deputados, entre os 46 que votaram. Membro titular da comissão, o deputado Evandro Roman (PSD-PR) efantizou que irá atuar naquele colegiado com ações voltadas para o cooperativismo, associativismo e agricultura familiar. Roman acredita que a atuação na Comissão de Agricultura estará potencializada em ações conjuntas com a Frente Parlamentar do Agronegócio, presidida também por um parlamentar do PSD, deputado Marcos Montes, de Minas Gerais.
Questão indígena
Já na condição de integrante da Comissão de Agricultura, Evandro Roman manifestou na tribuna da Câmara preocupação com o risco de demarcação de terras indígenas na região Oeste do Paraná. De acordo com o deputado, não há razões técnicas para que o Incra disponibilize mais áreas para os indígenas na região. Segundo Roman, além de não haver registro histórico da presença indígena em alguns locais reivindicados, milhares de famílias de pequenos produtores seriam expulsos de suas propriedades legalizadas. Para o parlamentar, o governo federal deve intervir no caso e achar outra solução para o problema.
amop instala energia solar Não basta defender uma bandeira de luta. É preciso incorporá-la. Foi com esse propósito que o prefeito de Assis Chateaubriand e presidente da Amop, Marcel Henrique Micheletto, não mediu esforços para que a sustentabilidade fizesse parte da rotina da maior da entidade. Na sede, em Cascavel, foram instalados paineis de energia solar para suprir quase 70% da necessidade energética. O sistema de painéis fotovoltaicos foi inaugurado oficialmente durante a 3ª Assembleia Geral Ordinária da entidade municipalista, em sua sede em Cascavel, realizada em meados de Março. Na conta de luz que o resultado se torna bem evidente: de R$ 1,2 mil mensais em média, o valor baixou para R$ 250 em média na fatura.
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EVENTOS
Cisop realiza eleição de diretoria Consórcio Intermunicipal de Saúde mantém no cargo os atuais diretores. O presidente reeleito, Darci Tirelli destaca nova sede como prioridade O prefeito de Diamante do Sul, Darci Tirelli, foi reconduzido na tarde desta segunda-feira (2/3), por unanimidade de votos, à presidência do Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná), para mandato de dois anos. A vice-presidência cabe ao prefeito de Braganey, Joseney Vicente, tendo como secretário geral o prefeito de Anahy, Joacir Lazaretti, tesoureiro o prefeito de Lindoeste, Silvio de Souza e conselheiros fiscais os prefeitos de Vera Cruz do Oeste, Eldon Anschau; de Santa Lúcia, Adalgiso Cândido de Souza; de Santa Tereza do Oeste, Amarildo Rigolin, e de Três Barras do Paraná, Gerson Gusso.
Tirelli fez um breve relato dos principais feitos do mandato que se encerrou, como a busca pela eliminação dos encaixes de consultas, a construção do SIM-PR, a instalação do programa Mãe Paranaense, o ambulatório de gestação de alto risco, mutirão de cirurgias ortopédicas, informatização do sistema, aquisição de ônibus para o transporte de pacientes, pagamento de dívidas judiciais, reforma da atual sede, aquisição de equipamentos e outros.
Entre as prioridades da próxima gestão, Tirelli destaca o término das obras da nova sede do Cisop, que está em construção na Avenida Brasil, em Cascavel, proximidades da FAG. A obra encontra-se em andamento e a previsão é conclui-la em meados do ano que vem. Melhorias no atendimento, na capacitação e treinamento de funcionários, bem como aquisição de mais equipamentos, também fazem parte do plano da diretoria reeleita.
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EVENTOS AGRO
pioneiros. O diretor geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek passeia pelo Show Rural Coopavel com os fundadores do Plantio Direto no Paraná, Herbert Bartz, de Rolândia, Franke Dijkstra, de Castro, e Nonô Pereira, de Ponta Grossa.
no campo. O presidente da Casale, Celso Casale, que fabrica equipamentos para pecuaristas de leite e de corte, sempre primando pela qualidade das máquinas, para que tenham vida longa e pouca manutenção nas propriedades.
“A Case IH espera um primeiro semestre positivo nas vendas de tratores agrícolas e colheitadeiras de grãos, alavancado principalmente pela disponibilidade de crédito e pelas taxas atraentes do Finame-Moderfrota. E enquanto o mercado espera uma leve queda ao longo de 2015, a Case IH deve fechar o ano levemente melhor que 2014”. Mirco Romagnoli, vice presidente da marca para a América Latina
Detalhes. O especialista em produtos, Carlos Rogério Leite de Moraisda, Tatu Marchesan, que esteve no evento, promovendo ações de vendas e prospectando clientes com bom relacionamento e conhecimento técnico fundamentado. Novembro Dezembro de 2014 Irural paraná rural 66 I Março / Abril/ de 2015 I paraná
EVENTOS AGRO
Conhecimento. O empresário Rubem Soares Branquinho (Brasília), também esteve em Cascavel, visitando o SRC, acompanhado da filha Laura, (foto abaixo), de Ricardo Servian (Maranhão),do engenheiro Celso Sanderson (Bahia), de Donaldo Seling e Roldan Servian (Goiás). .
relacionamento. Como sempre, a Firestone traz uma equipe completa e bem preparada para trabalhar durante o evento, com o objetivo de apresentar o portfólio da empresa aos visitantes e fazer bons negócios durante a semana. Para a satisfação da equipe, o propósito foi alcançado com sucesso. paraná rural I Março/ Março / Abril de 2015 I 67 paraná rural I Fevereiro
EVENTOS AGRO
bom atendimento. Equipe super simpática da reafrio que esteve presente no Show Rural Coopavel, e que, além de promover os produtos comercializados pela empresa, prestou atendimento com qualidade e eficiência aos agricultores e demais visitantes. Na foto (da esq/dir): Giovar Garcia - assessor de marketing, Clademir Schuh supervisor comercial, Santiago Lopez - sup. comércio exterior, Eddie Reis - Comex Meneger e Adriano Auler - ger. nacional de vendas.
Imagem. O fotógrafo Sérgio Sanderson eternizou os momentos importantes da feira, registrando-os em sua câmara fotográfica
revista. Para fazer com que a Paraná Rural chegasse às mãos dos clientes e leitores, as garotas Inara Rufati e Luana Damaceno caminharam quilômetros nas ruas do evento
Michael do CPD/ Coopavel. A canseira não impedia o sorriso diário de quem tem orgulho em trabalhar no SRC. 68 I Março / Abril de 2015 I paraná rural
AMIGOS DA PARANÁ
cantinho dos amigos. O suinocultor Ademir Bernardt reuniu amigos e familiares para inaugurar um espaço muito gostoso, que organizou na sua propriedade em Catanduvas. No cardápio não poderia faltar peixe do próprio açude e a carne de porco, num prato que ele e a esposa Roswita preparam com muita eficiência, o porco à pizza. Quem esteve lá quer reprise! Na foto: Ademir, Oreste, Wita, Genilse, Eduardo, Elisangela, Egídio, Santilha, Márcio, Carla e Ricardo.
empreendimento. Emilia Melgarejo, Mauro, Valduga, Kitty e Gilda, em recente evento de lançamento de importante Projeto Imobiliário realizado na Sax em Cidade del Este. O projeto é da Carelli de Camboriu, que está investindo no país vizinho.
assessoria. No mesmo evento da foto acima, Fred Bueno e seu sócio Robinson Bernandes, consultores em internacionalização patrimonial, ladeando o consultor imobiliário de Cascavel, Júlio.
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