Ao nível dos olhos: redefinição dos percursos e espaços públicos

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Ao nível dos olhos: Redefinição dos perscursos e dos espaços públicos



Ao nível dos olhos: Redefinição dos percursos e dos espaços públicos Projeto Urbanístico: Entre nós: Apropriação do vazio

Pontifícia Universidade Católica de Campinas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Marina Marques De Nadai Orientador Joaquim Caetano de Lima Filho

Campinas - São Paulo Dezembro de 2017



Agradecimentos A Nair, de quem herdei o amor pela arte e a vontade de aprender, quem me ensinou que preciso ser forte para o mundo e agarrar todas as oportunidades. Ao Marco, que sempre valorizou o estudo e me proporcionou a melhor educação durante toda a minha vida. Ao Marco Antônio, que sempre me ajudou em todos os problemas tecnológicos e fez os melhores hambúrgueres das noites que estava extremamente ocupada com os trabalhos. Ao Gabriel, pelo carinho, pelas ajudas, por acreditar e estar comigo em todos os dias difíceis. A Neide, por ser o braço direito de toda casa, possibilitando todo conforto para enfrentarmos o dia a dia. A Marina e a Nathalia, que começaram comigo e permanecerão até o fim, dividindo dos melhores momentos da minha vida. A Bárbara, que esteve comigo até no outro lado do oceano. A Beatriz, Erika, Isabela, Raíssa, Aline, Giovanna, Marjolijn, Helder, José, Alexandre, Lucas, Sara, Bianca e Viviane, que dividiram trabalhos e participaram do meu processo de evolução. A Laura, Ana Lidia e Camille, que foram meus pilares durante esse ano, dividindo sonhos e crenças com o propósito de concretizar o que estava dentro dos nossos corações. Ao Caetano, que me mostrou como ser livre e a importância de nos conhecermos. A Vanessa, Ana Cecília, Ana Paula Pedro e ao Luís, que estiveram me amparando, me orientando e me ensinando. E a todos os docentes e amigos com quem pude conviver e aprender durante esses anos.



“Ainda vão me matar numa rua. Quando descobrirem, principalmente, que faço parte dessa gente que pensa que a rua é a parte principal da cidade.” Paulo Leminsk



Resumo Abstract

Este trabalho tem como objetivo concretizar as diretrizes urbanas propostas no Plano Urbano -- Entre nós: apropriação dos vazios -- realizado no semestre de pré-trabalho de graduação, o qual visa um estudo mais amplo sobre questões urbanas do local de aplicação dos projetos individuais. Propondo soluções para um viver com qualidade, redefinindo o conceito de percursos e espaços públicos. Divide-se em três etapas:

The objective of the present work is to materialize urban guidelines proposed in the Urban Plan -- Entre nós: apropriação dos vazios -- accomplished last semester during pre work of graduation, which aims at a broader study on urban issues of the site where individual projects were placed. Solutions were proposed to improve the quality of living, redefining the concept of paths and public spaces. The proposal is divided into three steps:

1) Retomada do Plano Urbano: a primeiro momento escolhese uma área com as principais características levantadas anteriormente, e delimita-se um local para aplicação das diretrizes urbanas.

1) Resumption of the Urban Plan: first of all, an area was chosen with the main characteristics collected previously by the Plan and a site was delimited to hold the urban guidelines.

2) Depois busca por informações sobre espaços públicos, desenhos de pisos e organização de edifícios para entender os prós e contras de cada elemento. 3) Em seguida aplica-se no local elegido, levando em consideração as diretrizes apresentadas, as informações recolhidas, e o ser humano como protagonista: seus olhares e as experiências sensoriais propostas com este projeto.

2) Search for information about public spaces, floor drawings and organization of buildings to understand the strengths and weaknesses of each element. 3) Application on the selected site, taking into account the presented urban guidelines, the collected information and the human being as a protagonist in the space , their perspectives and sensorial experiences proposed in this project.

Além disso, ele pretende trazer questões à universidade sobre o mercado imobiliário atuante que instaurou um modelo construtivo de moradias de tamanhos mínimos sem, qualidade de vida, com o intuito de produzir com qualidade inferior e, ao mesmo tempo, aumentar a arrecadação em cima disso, e sobre questões da importância do espaço público coletivo, como os edifícios influenciam neles e na vida das pessoas.

Among these, the presented work intends to arise questions to the university about the present real estate market and its tendency to build housing of minimum size with no quality of life, as strategy to sell and make more money. In addition, it brings into discussion the importance of the collective public space, how the buildings have influence over these spaces and over people’s lives.

Palavras chaves: Cidade do futuro, desenho urbano, espaços públicos, percursos, moradia, homem, experiências, sensações.

Keywords: city of the future, urban sketch, public spaces, routes, housing, man, experiences, sensations.



Sumário Apresentação 01 Introdução 02 Desenho Urbano: diretrizes e partido para o desenvolvimento do projeto individual 03 Levantamento 17 Estudo de caso: Unidade de Vizinhança 19 Estudo de caso: Aldo van Eyck 21 Espaço público: diretrizes e partido para o desenvolvimento do projeto individual 23 Estudo de caso: Praça Dom José Gaspar 27 Estudo de caso: Parque Canindé 31 Estudo de caso: Projetos de pisos 33 Projeto Inserção Ao nível dos olhos: o projeto Desenhos de concepção do projeto Conceito Implantação Áreas permeáveis x Áreas pavimentadas Térreo Eixos e vazios Gabarito Densidade Uso do Solo Uso do Solo: pavimento térreo Uso do Solo: pavimentos superiores Corte AA Corte BB Imagens

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Bibliografia

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APRESENTAÇÃO


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Introdução

Um resumo do Projeto Urbano

O Entre nós: apropriação dos vazios propõe um projeto urbano para uma área periférica da cidade de Campinas, localizada entre um grande equipamento urbano - Aeroporto de Viracopos - e áreas que serão futuramente urbanizadas seguindo os mesmos padrões de urbanização da Rodovia Dom Pedro: a Urbanização Dispersa. A área é conectada ao centro através de vias importantes para o estado de São Paulo como a Rod. Bandeirantes, Rod. Santos Dummont e Rod. Lix da Cunha. O projeto propõe-se a desconstruir os atuais padrões de urbanização e aplicar um novo modo de morar, valorizando os espaços públicos e o chão entre edifícios. É um ensaio para que essa parte da cidade atenda as necessidades futuras da expansão do aeroporto e ao mesmo tempo priorize os atuais moradores da área, que vivem em condições precárias, garantindo o direito de morar e combater a exploração do mercado imobiliário. A relação dos vazios com a cidade é muito importante. Aborda-se dois tipos de vazios: os negativos e os positivos (ENTRE NÓS, 2017 - p.36). Os negativos são os vazios considerados inutilizados que podem ser uma área industrial em desuso, um pátio ferroviário no meio da cidade ou terrenos abandonados entre edificados; são sobras ou áreas esquecidas. Já os positivos são espaços da cidade sem edificações, porém com usos ou com um configuração convidativa à permanência das pessoas, como praças, parques, estádios ou clubes. Há uma interação efetiva das pessoas com o espaço, haja vista que o projeto se organiza para a não utilização do transporte individual em seu interior e promove várias possibilidades do uso do transporte coletivo. Tendo consciência da importância dos espaços públicos para o projeto urbano e para a cidade atual, inicia-se uma análise para a redefinição do espaço público como organizador da cidade e protagonista na vida das pessoas.


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Desenho Urbano

Diretrizes e partido para o desenvolvimento do projeto individual

Para chegar numa qualidade de espaço vazio, é necessário o entendimento da organização das edificações e seus usos. Por isso, este projeto tem um enfoque especial no desenho urbano da área projetada. Com base na organização criada no Projeto Urbano (ENTRE NÓS, 2017 - p.28), aproxima-se de uma implantação mais direta e busca concretizar as questões levantadas no semestre anterior. “O ambiente de moradia, uma espécie de âncora do cidadão no espaço urbano, é o nosso ponto de partida. Mas não será focado o ambiente interno detalhado da moradia, ou seja, a sua arquitetura específica, mas sim o tipo de edifício em que se localiza, e o que este tipo pressupõe como estilo de vida urbano. Os edifícios como organização interna pressupõe uma ideia de cidade e isso é poucas vezes percebido. Como, por exemplo, a ausência de quintais ou espaços de lazer privados no lote da moradia produz provavelmente uma carência a ser resolvida no espaço coletivo da rua, da praça ou até em espaços privados ou semi privados de vizinhos.” (CAMPOS FILHO, 2003) O espaço livre só existe por causa do espaço cheio, a posição de cada elemento da cidade influencia diretamente no viver do citadino. O local do comércio, o local do trabalho, o local do lazer, os serviços e comércios próximos à moradia, as vias que permeiam as quadras, os pontos de transportes públicos. Tudo tem uma lógica, e em cada tipo de estruturação de cada bairro, cria-se uma situação diferente.


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Vazios

Mapa 1: Desenho desenvolvido para o Projeto Urbano

O desenho criado a partir da organização dos edifícios que configuram relações de cheios e vazios foi o principal conceito projetual do urbano. (ENTRE NÓS, 2017 - p.36)

LEGENDA Espaços vazios Espaços cheios



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Tram

Mapa 2: Desenho desenvolvido para o Projeto Urbano

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No Brasil é conhecido como bonde elétrico, tradicional meio de transporte em grandes cidades da Europa, movimenta-se por trilhos com uma velocidade bem baixa que permite que pessoas andem junto à eles. É o principal meio de transporte previsto para o Projeto Urbano, através de quatro anéis independentes e paralelos (ENTRE NÓS, 2017 - p.29), a linha de tram passa pelo Projeto Urbano influenciando diretamente nos gabaritos e usos dos edifícios (ENTRE NÓS, 2017 - p. 30) que estão em sua volta. Suas paradas estão dispostas com uma distância de 400m entre elas, e preveem caminhos e fluxos pela área.

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LEGENDA Linha do Tram Estações de Tram Estação metrô Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



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Viário

Mapa 3: Desenho desenvolvido para o Projeto Urbano

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As únicas vias convencionais que se encontram no projeto são a Rodovia Santos Dummont, Rodovia dos Bandeirantes, Rodovia Lix da Cunha e Rodovia Miguel Melhado, porém, no Projeto Urbano a via de maior atuação é a Rodovia Lix da Cunha. Ela contém vias destinadas ao BRT (Bus Rapid Transport), tem acesso imediato ao hospital e a Clínica de Reabilitação Física, e está muito próxima da estação de metrô, o que facilita a chegada e saída das pessoas na área (ENTRE NÓS, 2017 - p.28). Prevê-se alças de acessos para o transporte individual que adentram a área chegando á um estacionamento vertical, para os visitantes e moradores do local. Esses estacionamentos estão conectados com o sistema de tram e suas paradas, facilitando a permeabilidade. alhã Mag . es T

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LEGENDA Viário convencional Estacionamentos Linha do Tram Estações de Tram Estação metrô Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



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Gabarito

Mapa 4: Desenho desenvolvidos para o Projeto Urbano

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Os gabaritos dividem-se em três máximos, dispostos de acordo com o sistema de tram e o zoneamento proposto no Projeto Urbano (ENTRE NÓS, 2017 - p. 30). São eles:

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ALTO: Máx. 45m de altura - Localizados em torno das paradas de tram e seu percurso, para haver uma marcação do transporte e também criar zonas mais íntimas conforme as pessoas se locomovem ao miolo das células (mapa 7) MÉDIO: Máx. 30m de altura Posicionados em locais de fluxo de passagem mais intenso e caminhos de ligações entre células.

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BAIXO: Máx. 24m de altura - Configuram as Zonas de Tranquilidade (ENTRE NÓS, 2017 - p.31), pensados para não necessitarem de elevadores, barateando a construção e garantindo a moradia para os atuais moradores que serão realocados.

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Até 45m (térreo + 12 pav.) Até 30m (térreo + 8 pav.) Até 24m (térreo + 5 pav.) Estações de tram Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



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Uso do Solo

Mapa 5: Desenho desenvolvido para o Projeto Urbano

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A área é predominantemente mista, edifícios são residências, com térreos destinados para comércio e serviço para proporcionar fachadas ativas. As indústrias e grandes lojas estão localizadas ao longo das Rodovias Santos Dummont, dos Bandeirantes e Magalhães Teixeira, para não haver a necessidade de caminhões e transportes individuais adentrarem à área. E institucionais são dispostos conforme seus raios de influência. (ENTRE NÓS, 2017 - p. 30)

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Biblioteca Teatro . Rod s T.

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Feira do Rolo Redefiniçãodo Espaço Público Projeto: Marina De Nadai Pavilhão de Exposição Moradia Estudantil Projeto: Camille Nucci Clinica de Reabilitação Física Projeto: Ana Lidia Marvulle Hospital

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Centro Comunitário Complexo Esportivo Projeto: Laura Giaccone Estacionamentos Indústrias Educacional Equipamentos Hospitalares Habitação Social Edificios Residenciais Edificios Mistos Edificios Comerciais Estações de tram Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



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Habitações Sociais

Mapa 6: Desenho desenvolvido para o Projeto Urbano

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Para garantir a moradia da população atual, propõe edifícios destinado a eles para não haver uma distinção de zonas, segregando pessoas e nem uma gentrificação do local. Espalhadas por toda área elas pretendem abrigar os 43.400 habitantes atuais da área e possibilitar a vinda de novas pessoas necessitadas de uma moradia. (ENTRE NÓS, 2017 - p. 33)

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Habitação Social Estações de tram Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



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Unidade de Vizinhança

Mapa 7: Desenho em fase de estudo, desenvolvido para o terceira etapa

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Os usos e as organizações dos edifícios criam uma Unidade de Vizinhança (UV) conforme os raios de influência de cada equipamento, por isso criouse células que agrupam os elementos básico para todas as atividades diárias dos moradores.

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Delimitação células Estacionamentos Indústrias Educacional Equipamentos Hospitalares Habitação Social Edificios Residenciais Edificios Mistos Edificios Comerciais Estações de tram Área de aplicação do projeto Ao nível dos olhos



LEVANTAMENTO


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Estudo de caso Unidade de Vizinhança

Fortes elementos do plano piloto de Brasília aparecem no Projeto Urbano, tomando como principal deles o conceito de Unidade de Vizinhança (UV), que é a constituição de áreas residenciais autônomas, abrigando todas as necessidades diárias dos moradores. (THE CITY FIX BRASIL, 18/10/2017), tendo como o pioneiro no tema o arquiteto Clarence Arthur Perry, que propôs um plano para Nova York (figura 1). Mas coube a Clarence Stein e Henry Wright a aplicação da primeira ideia da UV no plano urbano de Radburn, em Nova Jersey, 1929. A proposta para a capital brasileira é composta por quatro superquadras, quadrados dimensionados em 280m x 300m, que abrigam comércios locais, igreja, clube, cinema, posto de saúde, biblioteca e os equipamentos educacionais (figura 2). Há um amplo bosque entremeando os blocos residenciais multifamiliares, os cinturões verdes, que provocam um melhor qualidade climática (figura 3). A maior preocupação é a relação morador e seus vizinhos, a proposta tem objetivo de estimular a iniciativa comunitária, fazendo com que a população tenha o sentimento de pertencimento ao local e possa preservar e manter todo espaço. Outra questão significativa é o uso de pilotis, que é o sistema construtivo no qual a edificação fica suspensa sobre colunas ou pilares criando um espaço livre no pavimento térreo, o que possibilitaria a extensão do apartamento, gerando um espaço de uso público para os residentes e outras pessoas que por ali passarem. (IPHAN, 2017) Segundo Maria Aline de Alencar Oliveira e a Dra. Carolina Palermo Szücs, as características básicas para ter uma unidade de vizinhança são:

“1.TAMANHO – Uma UV deve ser dimensionada de acordo com a demanda populacional requerida pela escola elementar. 2.LIMITES – Uma UV deve ser limitada por ruas suficientemente largas para facilitar o tráfego, evitando ser penetrada pelo tráfego de passagem. 3.ESPAÇOS PÚBLICOS – Uma UV deve conter um sistema de pequenos parques e espaços de recreação, planejados para o encontro e para as necessidades particulares dos moradores. 4.ÁREAS INSTITUCIONAIS – Devem existir locais para escola e outras instituições, tendo áreas de atuação coincidindo com os limites da UV. Estas áreas devem ser adequadamente agrupadas em lugar central e comum. 5.COMÉRCIO LOCAL – Uma UV deve ter um ou mais locais de comércio adequados à população. Estes locais devem ser oferecidos, de preferência, na junção das ruas de tráfego e adjacente a outro similar comercio de outra unidade de vizinhança. 6.SISTEMAS DE RUAS – A unidade deve ser provida de um sistema especial de ruas desenhado como um todo para facilitar a circulação interior e desencorajar o tráfego de passagem. Além disto, cada rua deverá ser proporcional à provável carga de tráfego.” Seguindo as raízes modernistas, as quais prioriza os edifícios e não o espaço urbano por completo, que transformou Brasília numa catástrofe do ponto de vista do viver do homem. Ela foi planejada em uma escala distante da escala humana, deixando os espaços urbanos super dimensionados, ruas muito largas, calçadas e passagens longas e desinteressantes, que não proporcionam um agradáwvel caminhar ao pedestre. (GEHL, 2013 – p. 196 e 197)


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Fig. 1: Plano de uma UV esboçado por Perry (1929) FONTE: OLIVEIRA; SZÜCS, 2006

Fig. 2: Análise dos cinturões verdes. FONTE: http://portalarquitetonico.com.br/unidade-de-vizinhanca/ Acessado em 18/10/2017 | Organizado por Marina De Nadai

Fig. 3: Análise do esquema de organização do uso do solo. FONTE: http://portalarquitetonico.com.br/unidade-de-vizinhanca/ Acessado em 18/10/2017 | Organizado por Marina De Nadai


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Estudo de caso Aldo van Eyck

Aldo van Eyck mostrou na prática suas ideias para a arquitetura modernista pós-guerra, com construção que respeitam e criam espaços públicos, transformando a cidade como uma grande casa. Como referência de intervenção no espaço público desenvolve projetos de playgrounds. “Operando na revitalização da malha urbana, costuraram áreas antes degradadas, estimulando os pequenos cidadãos com elementos sortidos: caixas de areia, degraus de pedra e áreas livres para serem exploradas criativamente. Os espaços foram tratados para dispensar a centralização dos equipamentos. A diagramação do piso e até os brinquedos fugiam a figurativismos, optando pela exploração de cores e de motivos geométricos. A liberdade de apropriação de áreas públicas que os playgrounds promoveram dialoga com o pensamento de Aldo van Eyck sobre o espaço e o tempo: ‘espaço e tempo’ se tornam ‘lugar e ocasião’, a partir da interação humana.” (AU, 2017) O projeto de um orfanato (1955/66), em Amsterdã é um dos exemplos que reúne muitos dos elementos que ele defende ao longo de sua carreira. O equipamento atende mais de 100 crianças abandonadas, e como complemento utilizou-se as atividades cotidianas exercidas na cidade com outras crianças como partido, explodindo o edifício para cidade. A organização é uma tentativa de reproduzir a lógica da cidade, se desenvolve em uma malha, com múltiplos acessos e vazios, se comportando “como a parte, e a parte, que deve ser como o todo: a cidade, como uma grande casa, e a casa, como uma pequena cidade, formando um todo complexo.” (AU, 2017)

Os vazios mencionados, se transformam em espaços de transição com a possibilidade de permanência devido a presença de bancos, caixas de areias e espelhos, que estimulam a criatividade das crianças e promovem a interação com o entorno. Há uma simultaneidade dos opostos desenvolvida no projeto, assim como na cidade: individual x coletivo, interior x exterior, pequeno x grande, claro x escuro. Proporcionando um equilíbrio espacial e um questionamento das complementações de cada características, uma só existe por causa da outra. (AU, 2017) Seu trabalho defende que a ligação do exterior com o interior deve ser presente, já que se um edifício se comporta mal em seu exterior, se comporta mal em seu interior, e vice e versa. Por isso a necessidade de pensar no entorno e suas relações, não só no terreno. Com base nas vivências humanas e que o real arquiteto do espaço é o usuário, suas obras aproximam os agentes construtores e promove uma maior consciência na população. (AU, 2017)


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Fig. 4: FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-108938/ classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck Acessado em 28/11/2017

Fig. 5: FONTE: https://thesleepofrigour.wordpress. Fig. 6: FONTE: https://medium.com/pensarcom/2013/01/06/the-orphanage-amsterdam-1960- la-arquitectura/la-medicina-de-la-reciprocidadaldo-van-eyck/orph-archival021/ Acessado em 1383c89cba4d Acessado em 28/11/2017 28/11/2017


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Espaço Público

Diretrizes e partido para o desenvolvimento do projeto individual

Importância

Espaço Públicos: por que não são para todos?

O Espaço Público é um gerador de encontro e convívio, um local de troca e união. É uma mescla de idades, crenças, raças, diferentes níveis socioeconômicos, que, dessa forma, fortalece a identidade de uma vizinhança e não deixa a sociedade se estagnar na intolerância e no medo. Ele tece na cidade uma rede de fluxos que independem do transporte individual, o que estimula o uso do transporte público e dos meios alternativos.

Espaço é o nome de um lugar, definido ou indefinido, que contém ou envolve objetos e seres. (DICIO, 2017) Público é um adjetivo que se refere ao povo em geral, de uso irrestrito, de uma acessibilidade generalizada. (SERPA, 2017). A união dos dois nos sugere um lugar para todos. Os resultados das atitudes culturais em relação à cidade e ao modo de viver coletivamente que determinam o traçado desses espaços (ALEX, 2011)

O sentimento de ócio e de poder se distanciar da rotina são necessários para o ser humano, são nesses momentos que as pessoas podem ter um contato consigo ou experimentar atividades que provoquem bem-estar e preservem a saúde mental de cada indivíduo. Para as crianças é essencial conviver em um espaço diferente do seu ambiente conhecido, principalmente pelo fato de ter desde cedo a experiência do viver em coletivo, aprender a compartilhar e respeitar o próximo.

Mas infelizmente não é isso que acontece em espaços públicos localizados nas em grandes cidades. Essa área destinada ao lazer acaba valorizando o entorno, afastando as pessoas menos remuneradas e propagando o uso de pessoas com maior poder aquisitivo. A apreciação do espaço público acaba se tornando um instrumento de valorização fundiária, em que o mercado imobiliário ataca fortemente nos arredores, degradando a qualidade de vida com seus arranha-céus com moradias minúsculas de altíssimo valor, tomando conta do chão da cidade.

O costume de se apropriar de espaços propicia uma cidade mais segura, já que esses locais seriam ocupados pela população, havendo oportunidades de diversas atividades para todos os tipos de idade. Além do movimento, as pessoas se conheceriam, gerando o sentimento de pertencimento à cidade e a melhor compreensão de seus semelhantes. Muitas vezes áreas de vegetações acompanham esses espaços, convertendoos em pulmões verdes que acabam se transformando em agentes principais de combate às ilhas de calor urbano, e favorecendo a permeabilidade e drenagem do solo. (ARQUITETURA DA CONVIVÊNCIA, 2017)

“No Brasil, as chances de acesso das classes populares aos novos parques públicos dependem, sobretudo, da oferta e da qualidade dos transportes coletivos e da distância a percorrer, em um contexto de numerosos bairros periféricos, mal servidos pelo sistema de trens e ônibus urbanos.” (SERPA, 2017 – p. 45)


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Desse modo, deve-se olhar para o espaço aberto coletivo de uma outra maneira, deve-se instigar nos moradores o uso e o seu compartilhamento. Só assim a população vai compreender a real importância e buscar seus direitos para as infraestruturas necessárias.

serviços dispostos ao longo de galerias voltadas para o centro da quadra, criando uma situação na qual o indivíduo sente estar em um enorme pátio urbano

Relação dos espaços edificados com os espaços públicos O modo como as edificações estão posicionadas, a forma como configuram o quarteirão e a permeabilidade em relação às ruas influenciam diretamente em como e em quantas pessoas utilizarão o espaço. O ideal para criar um quarteirão convexo na escala humana, ou seja: ter um grande número de “entradas e saídas” que proporcionem fluidez entre os edifícios, permitindo que os pedestres atravessem de um lado ao outro sem barreiras, podendo enxergar o outro lado (URBANIDADES, 2017). Isso enriquece o espaço público e aumenta as atividades. Suas alturas e as distâncias entre si também têm uma grande influência, pois criam uma contenção espacial e seus gabaritos qualificam as questões climáticas (luz, sombra e ventos). Quando temos edifícios implantados sem uma lógica para envolver o espaço público, ele se perde. Um campo de futebol que é atravessado por uma arquibancada bem na sua linha central não é um campo de futebol, não é o palco de um espetáculo; para haver jogo, é necessário que o solo esteja livre para os jogadores, assim como o chão da cidade deve estar livre para o seu povo. Um exemplo disso é a Piazza San Marco, em Veneza (fig. 7), que tem os edifícios rodeando a praça, com uma vasta variedade de comércios e

Fig. 7: Piazza San Marco, Venezza FONTE: https://www.travelblog.org/Photos/1596220 Acessado em 18/11/2017


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Cidade e Pessoas “As cidades devem propiciar boas condições para que as pessoas caminhem, parem, sentem-se, olhem, ouçam e falem.” (GEHL, 2013 – p. 118)

irão pedalar, quanto mais melhorarmos as seguranças de praças, mais pessoas vão permanecer nelas e quanto mais melhorarmos os caminhos que possibilitam o andar, mais pessoas vão caminhar por eles.

A importância de projetar espaços para as pessoas começa em se imaginar no lugar delas, de pensar na altura que ela utilizará o local. Um dos primeiros acontecimentos marcantes da vida de um bebê é o andar. Quando ele passa enxergar o mundo um pouquinho mais de cima é quando ele começa a ter independência, a se movimentar mais rápido, é o caminhar que marca o crescimento.

Pensar o espaço é pensar nas pessoas. Os dois estão acorrentados, da forma mais pura e bonita que possa existir. Qualquer cidadão deve ter o direito de poder usufruir de locais de lazer, de ir e vir, de ter ruas com pavimentos que não o farão cair e se machucar, de poder usar o transporte público de qualidade. A união de uma comunidade para a preservação e manutenção da esfera pública é um ganho no bem estar individual e na economia.

É no caminhar que as pessoas exercem as suas atividades diárias, todos os eventos vitais se desenrolam quando caminhamos entre outras pessoas. Paradas curtas, paradas longas, pressa, lentidão, vitrines, conversas, ar livre, sol, sombra, frio, calor, chuva, pessoas, animais, padarias, restaurantes, bares. Tudo pode estar no caminho entre a moradia e o trabalho. Caminhar permite um contato direto entre a pessoa e o mundo. Quando melhoramos o transporte público e possibilitamos mais linhas de ônibus para acessar mais pontos da cidade mais pessoas utilizarão essas linhas. A mesma coisa acontece com os espaços urbanos, quanto mais melhorarmos as ruas com condições adequadas para ciclistas, mais pessoas

“Pesquisadores mostram que, se o destino é seguro, limpo, relaxado e fácil de compreender, e se os visitantes passeiam com as suas expectativas atendidas ou excedidas, esses visitantes permanecerão três vezes mais tempo e gestarão mais dinheiro do que numa estrutura antipática e confusa.” (A CIDADE AO NÍVEL DOS OLHOS, 2015 – p.15)


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Espaços Públicos de qualidade Há algumas características que o arquiteto, urbanista e paisagista devem levar em consideração para garantir a qualidade do espaço (ARCHDAILY, 2017). São elas:

relação com a fachadas ativas, as condições dos pisos com superfícies regulares, ausência de obstáculos, sombras e coberturas.

1. Proteção contra o tráfego. O local deve proporcionar segurança aos pedestres evitando um contato direto com as ruas e os meios de transportes, assim as crianças podem brincar tranquilamente, por exemplo.

5. Espaços de permanência criam ambiência para o local, fazendo com que as pessoas fiquem e desfrutem dele.

2. Segurança nos espaços públicos não está só relacionada com o tráfego, mas sim com a proteção da vida. O local deve ter movimento; atividades diurnas e noturnas proporcionam isso e mesclam as faixas etárias, gêneros e classe social, além de contar com uma boa iluminação que evita muitos crimes favorecidos pela falta de luz. 3. Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis.As condições climáticas as vezes interferem na realização de atividades ao ar livre, por isso os lugares públicos devem incluir áreas adequadas para proteção do calor, da chuva e do vento. E proporcionar pontos de encontro com a natureza através de presença de animais, cursos d’água, árvores e outras plantas oferecem boas experiências sensoriais. 4. Espaços para caminhar com sua devida marcação e acessibilidade. A

6. Mobiliários Urbanos ajudam a concretizar os espaços de permanência pois estabelecem funções para os locais, criam opções para vistas, organizam a circulação das pessoas e estabelecem funções. 7. Oportunidade de conversar. Locais sem ruídos e mobiliários que fomentem a interação entre as pessoas. 8. Locais para se exercitar são um incentivo a um estilo de vida menos sedentário e possibilita mais variedade nas atividades. 9. E por fim, garantir que os cidadãos possam se relacionar com as construções do entorno, levando em conta a perspectiva dos olhos das pessoas.


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Estudo de caso

Praça Dom José Gaspar, São Paulo Localizada no centro de São Paulo, a praça Dom José Gaspar representa a primeira modernização da área, promovida pelo Plano de Avenidas de Prestes Maia e pela substituição de palacetes e chácaras por edifícios altos. (ALEX, 2011) Contornada pelas ruas Bráulio Gomes, Rua Marconi (que hoje tornou-se um calçadão), Rua da Consolação e a Avenida São Luís, abriga a Biblioteca Municipal da cidade. Passou por muitas modificações ao longo dos anos, as principais foram o aumento de árvores, a eliminação de muretas de contenção dos jardins -- que servem como descanso e convívio social --, e a inserção do gradil em volta da biblioteca. Análisa-se as potencialidades e fragilidades a partir da visão de Sun Alex, com intuito de recolher informações de ações e elementos que caracterizam o espaço público, garantindo ou não o uso do local. Fig. 8: Caminhos estreitos com árvores como obstáculos e canteiro elevado. FONTE: Acervo pessoal

Pontos negativos: Caminhos estreitos, árvores como obstáculos e canteiro elevado criam uma situação de empecilho para o transeunte, diminuindo o fluxo de passagem, não transmitindo segurança às pessoas. Gradil em volta da biblioteca alterou caminhos originais, mudando o fluxo de passagem, fazendo com que as pessoas tenham que alterar suas rotas, muitas vezes, aumentando-as. Há um maciço arbóreo entre o calçadão da praça com a Av. São Luís, o que impede a visibilidade manifestando um alerta pela falta de segurança.

Fig. 9: Inserção Urbana. FONTE: http://ipiu.org.br/espacosreverberantes-amplificacoes-do-entorno-na-praca-dom-jose-gaspar/ Acessado em 29/09/2017

Fig. 10: Gradil em volta da biblioteca Municipal. FONTE: Acervo pessoal


28 Elementos que desvalorizam o espaço público

Fig. 11: FONTE: Acervo pessoal


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Fig. 12: Áreas abertas para usos diversificados. FONTE: Acervo pessoal

Pontos positivos: Um dos primeiros pontos que garante o uso do local público é ter pontos para permanência, descanso e convívio entre as pessoas, assim como ter a possibilidade de atividades.

Fig. 13: Áreas com mobiliário de permanência e áreas com sombras. FONTE: Acervo pessoal

Fig. 14: Galerias e térreos livres criam a permeabilidade até a praça. FONTE: Acervo pessoal

Outro fator é a permeabilidade, tanto visual como física, até o local, em uma praça no meio da cidade, é interessante que os prédios em seu entorno tenham ligações diretas com o espaço, isso facilita o acesso e promove a segurança.


30 Elementos que valorizam o espaço público Fig. 15: FONTE: Acervo Pessoal


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Estudo de caso

Parque Canindé, São Paulo Conexão com o Pq. da Juventude

RIO TIÊTE

Projeto de TFG realizado pela aluna Brenda Takiuchi Borges, da PUC-CAMPINAS no ano de 2016. Orientadora: Ana Cecília Local: Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte (Estádio da Portuguesa), bairro de Canindé, São Paulo Proposta de reabilitar a área transformando-a em uma grande articuladora de espaços públicos, estruturando a rede de espaços livres e reafirmando o caráter de lazer. Promovendo um grande parque que contemple a história do local e crie novos espaços para utilização pública. (BORGES, 2016) Fig. 16: Implantação para o projeto de requalificação da praça Canindé. FONTE: BORGES, 2017


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O projeto Canindé se organiza a partir de eixos que criam uma circulação direta para suprir a demanda em dias de grande movimento com acesso aos principais edifícios. Desses eixos se ramificam outras possibilidades de caminhos que permeiam o parque levando o observador a outras experiências sensoriais e tem como elemento chave para a estruturação desses espaços; a vegetação. (BORGES, 2016) 1

Como estudo, inicia-se uma análise através do desenho da implantação do projeto, resultando no entendimento da importância da sobreposição dos pisos que organizaram os espaços, direcionando fluxos e permanência.

3

2

LEGENDA

1 Piso 1: Principais eixos 2 Piso 2: Áreas de plantio 3 Piso 3: Demais pisos Fig. 17: Análise em croqui. FONTE: Acervo pessoal


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Estudo de caso Projetos de piso

Calçadão da Avenida Atlântica, Copacabana - RJ Projeto de Roberto Burle Marx, 1970 “ (...) tem traçado fluido e foi pensado em contraste à verticalidade dos edifícios e vinculado a todos os acessos de portarias e garagem. (...) O desenho teve o branco como cor base e o preto para as linhas que geram e definem os espaços preenchidos pela coloração vermelha e outros padrões abstratos. Junto ao desenho do piso, equilibra-se uma vegetação arbórea autóctone e diversa. Sem repetir o padrão do piso, o paisagismo estrategicamente sugere áreas de estar e de passeio, além de criar marcos de referência urbana e contribuir para a qualidade ambiental, ao originar um lugar de microclima.” (MONOLITO, 2017 - p. 115)

Fig. 18: FONTE:https://www.archdaily.com.br/ br/792669/roberto-burle-marx-um-mestre-muitoalem-do-paisagista-modernista/57a1f9c1e58ece1551 0001ab-roberto-burle-marx-a-master-of-much-morethan-just-modernist-landscape-photo - Acessado em 29/09/2017

Fig. 19: FONTE: http://mosaicosdobrasil.tripod.com/ id4.html - Acessado em 29/09/2017


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Terraço da Sede do Banco Safra, São Paulo Projeto de Roberto Burle Marx, 1983

Fig. 20: FONTE: Disponível em < http://www.architectmagazine.com/design/ Fig. 21: FONTE: Disponível em < http://www.mochilabinaria. exhibits-books-etc/roberto-burle-marx-exhibition-opens-at-the-jewish-museum- com.br/os-projetos-do-burle-marx-designer/banco-safra/ > in-new-york_o > Acesso em 29/09/2017 Acesso em 29/09/2017

Roberto Burle Marx (1909-1994) tornou-se internacionalmente famoso pelos seus jardins, inspirados na música e com muita inflência das artes plásticas. Ligado à arquitetura moderna, é considerado um dos mais importantes paisagistas do seu tempo. (MONOLITO, 2017 - p. 12) Seus trabalhos analtecem a diferenciação dos pisos, dando a elas diferentes funções como: permanência, passagem e áreas para plantio, domindo o desenho da paisagem e qualificando os espaços públicos e semipúblicos, como é o exemplo do projeto do Calçadão de Copacabana (fig. 18 e 19) e do terraço da sede do Banco Safra (fig. 20 e 21).



PROJETO


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Inserção

Mapa 8: Escala de implantação - Localização dos projetos individuais

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Aeroporto

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LEGENDA Redefinição dos percursos e espaços públicos Moradia Estudantil Clinica de Reabilitação Física Hospital Complexo Esportivo

Estação de metrô Estações de tram


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Ao nível dos olhos

O projeto

A partir do estudo sobre espaços públicos e organização espacial de edifícios, propõe-se a aplicação no contexto urbano deste trabalho. A área de intervenção escolhida surgiu a partir de um recorte dentro da implantação (mapa 7) do Plano Urbano – realizado na etapa de projeto urbano, “Entre nós: apropriação dos vazios” –, que abriga os outros equipamentos desenvolvidos pelo grupo (Complexo Esportivo, Clínica de Reabilitação Física e Moradia Estudantil) utilizando uma escala média de projeto, escala de desenvolvimento, que descreve como as partes individuais ou os bairros da cidade devem ser projetados; e, ainda, como são organizados os edifícios e o espaço público. (GEHL, 2013 - P.195) Quando destaca-se as unidades de vizinhança (mapa 6), criam-se células, que acomodam todos os equipamentos necessários para o cotidiano dos moradores daquele raio de influência. Escolhe-se um pedaço do recorte com uma maior aglomeração de edifícios, para ir aterrizando da visão da grande escala chegando ao nível dos olhos, evitando a síndrome de Brasília (GEHL, 2013 – p. 195) e dando força ao Plano Urbano. Neste pedaço da célula há um eixo estruturador, que conecta a área destinada para Feira do Rolo, passando por uma parada de tram, pelo estacionamento de veículo e o projeto da Moradia Estudantil chegando ao projeto da Clínica de Reabilitação Física, hospital e a Rod. Lix da Cunha. Esse eixo se delimita pela organização dos edifícios mistos nível 1: comércio e serviços de apoio imediato á moradia, com uma frequência diária ou semanal de utilização (CAMPOS FILHO, 2003), pensados para alimentar não só os moradores, mas os transeuntes nesse espaço. Seu gabarito tem uma altura máxima mediana de até 30m.


39

Ademais, há duas grandes áreas de proteção ambiental, que recebem em suas margens uma faixa para pedestre e ciclistas promovendo a interação das pessoas com a vegetação, o que influencia a conscientização da preservação ambiental e a importância da relação homem x natureza.

de Tranquilidade compostas por edifícios que podem ter até 24m, aproximadamente 5 pavimentos + térreo, viabilizando as moradias para a atual população, pois não precisará de elevadores, diminuindo o custo da construção, garantindo a heterogeneização das pessoas.

Próximo a esse caminho, implanta-se os edifícios com seus térreos de uso misto com comércio e serviço nível 2, que são de apoio à moradia com frequência maior de demanda (CAMPOS FILHO, 2003), e com os andares superiores destinados à residências. Em alguns casos, há apenas a entrada do edifício para subir para os pavimentos residências, tornando o chão público delimitado com a projeção do edifício possibilitando outras atividades. Os edifícios obedecem a mesma regra das alturas medianas: 30m.

A área tem 11 ha e abriga 9924 hab, uma densidade de 522 hab/há. Seguindo os calculos de densidade do Plano Urbano, temos aproximadamente 22 hab/há realocados, logo teremos 426 hab realocados na área de 19 ha. Para o calculo de densidade, considerou-se a altura máxima de cada edifício, o m² de duas tipologias distintas (50m² e 80m²) e 3 moradores por apartamento.

A linha do tram e sua parada também influenciam nos edifícios, é neste espaço linear que se concentram os edifícios mais altos, com até 45m, destinados a comércio e serviço nível 3, apoio às outras atividades urbanas, uma frequência de demanda menor e específica (CAMPOS FILHO, 2003). Estas construções visam mais à economia e o movimento, sendo assim em sua maioria não é destinada a residência. A união de toda essa implantação organiza dois núcleos da célula e criam dois espaços de áreas livres em seus miolos, formando as Zonas

Em todo térreo nota-se uma suposição de pilotis – que reforçam a idéia dos térreos fluídos -, das entradas dos edifícios (escada, dois elevadores e guarita 30m²) e das salas para os comércios e serviços dimensionados com base nas medidas de algumas possibilidades de uso (NEUFERT, 2013): Cafés, bares, restaurantes de fast food = 64m² Lotérica, farmácia, salões de beleza, lojas de roupas, bancos, acessórios e sapatos = 50m² Academias, lojas de departamentos e oficinas para consertos = 200m² Restaurantes, padarias e mercados = 360m²


40

Há quatro platôs estrategicamente posicionado para criar locais de conteplação, três deles se voltam para o rio e a mata e um para a linha de tram e um lado mais edificicado, contrapondo experiências sensoriais relacionadas à natureza com experiências relacionadas à cidade. Com uma maior atenção aos térreos, desenha-se os pisos para organizar áreas de plantio, permanência e passagem, partindo dos desenhos (fig. 22 e 23) baseados nas obras artísticas de Burle Marx. O terreno com curvas de nível postas de 1m em 1m é remodelado a fim de criar ramificações entre os diferentes tipos de solos, permeando com as áreas de percurso, áreas de paradas e a vegetação por todo recorte. O percurso obedece uma largura de 5m – garantindo as rotas de emergências para o transporte individual, previsto no Plano Urbano - e uma declividade suave no trajeto, enaltecendo as possibilidades do olhar humano. As paradas criam espaços para o convívio social e elas acontecem tanto nos térreos, sob as projeções das propriedades quanto em espaços convidativos, promovendo diferentes atividades e gerando fluxo nos núcleos da célula. A vegetação tem uma forte personalidade, pois transmite o conceito da valorização da natureza e o quanto ela deveria estar entre o homem, quase como se engolisse o projeto. Sua aplicação divide-se em três tipos:

1) Maciços árboreos e mata ciliar: destinado para áreas de app; 2) Vegetação de porte médio: destinados para sombreamento dos caminhos e das áreas de permanência; 3) Vegetação de pequeno porte e gramineas: destinados para áreas de permanência.

A aproximação da natureza e a mescla com a cidade influência nos cheiros, nos sons, na luz, no clima, assim como a possibilidade dos moradores de usufruir do chão como espaço de lazer possibilita segurança e liberdade, que provoca sensações e criam-se memórias e laços afetivos com o próximo e com o local. Diferente do pensamento modernista, que acreditava que as pessoas deveriam viver num módulo mínimo com a cidade sendo o pátio das atividades de lazer apenas por serem como são, este projeto prevê esses espaços e propõe o cultivo do chão público, transformando o térreo como a extensão da residência, independente do tamanho, ressaltando a importância e inserindo de uma forma consciente na vida dos usuários.


41

Concepção

Fig. 22: Estudo para desenho de piso


42

Concepção

Fig. 23: Estudo para vegetação


43

Conceito

Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

05. Redefine-se um novo jeito de ver e viver os espaços públicos.

04. Ao mesmo tempo edifícios são implantados, resultando num equilíbrio perfeito entre pessoas e natureza

03. Percursos são criados para transformar o passeio do espectador em uma grande experiência sensorial.

02. Áreas destinada à permanência acompanhadas de uma vegetação menos densa aparecem

Fig. 24. FONTE: Joaquim Caetano de Lima

01. Inicia-se pela preocupação da presença da natureza e da preservação dos rios, maciços arbóreos tomam conta do projeto.


44

Implantação

Mapa 9: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

A

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B

LEGENDA Denso maciço árboreo Mata ciliar A‘ Vegetação porte médio Vegetação pequeno porte Estação de Tram


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Áreas permeáveis x Áreas pavimentadas

Cálculo de acordo com os desenhos desenvolvidos para terceira etapa

20% 80%

LEGENDA Área total: 11 ha Áreas permeáveis: 8,8 ha Áreas pavimentadas: 2,2 ha


46

TĂŠrreo

Mapa 10: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

A

B’

B

A‘


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Eixos e vazios

Fig. 25: Maquete realizada para terceira etapa


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Gabarito

Mapa 11: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

LEGENDA Até 45m (térreo + 12 pav.) Até 30m (térreo + 8 pav.) Até 24m (térreo + 5 pav.)


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Densidade

Cálculos desenvolvidos a partir da área de cada edifício, desconsiderando a área de circulação, utilizando duas tipologias distintas para cada edifício (50m² e 80m²), e 3 pessoas/apartamento

Dados da atual população da área, que serão realocadas devido à falta de condições e zona de ruído do aeroporto.

43.400 HAB

Proposta para o Projeto Urbano considerando a população realocada e novos moradores

1.114,09 HA 242.500 HAB

11 HA Proposta para a proposta do projeto “Ao nível dos olhos”

22 HAB/HA

1.933,65 HA

Com base no Projeto Urbano: 2394,33 HAB Cálculo de acordo com os edifícios i mplantandos no projeto 9 .924 HAB

43.400 HAB realocados

216,66 HAB/HA

Com base no Projeto Urbano: 246 HAB realocados Cálculo de acordo com os edifícios i mplantandos no projeto: 1.234 HAB realocados

902,18 HAB/HA


50

Uso do Solo

Mapa 12: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

LEGENDA Misto - Nível 1 Misto - Nível 2 Hab. Social Mista - Nível 2 Misto - Nível 3 Resdiêncial Institucional


51

Uso do Solo - Pav. Térreo

Mapa 13: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

LEGENDA Misto - Nível 1 Misto - Nível 2 Misto - Nível 3 Resdiêncial Residêncial - Habitações Sociais Institucional


52

Uso do Solo - Pav. Superiores

Mapa 14: Desenhos em fase de estudo, desenvolvidos para terceira etapa

LEGENDA Misto - Nível 1 Misto - Nível 3 Resdiêncial Residêncial Habitação Social Institucional


53

Corte AA

Desenho em fase de estudo, desenvolvido para terceira etapa


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Corte BB

Desenho em fase de estudo, desenvolvido para terceira etapa


56


57

Fig. 26: Representação do eixo principal (estação de tram - feira do rolo) e a relação do espaço público, percurso e vegetação. FONTE: Acervo pessoal


58


59

Fig. 27: Representação dos núcleo da célula e a relação do espaço público, percurso e vegetação. FONTE: Acervo pessoal


60



BIBLIOGRAFIAS


63

ALEX, Sun. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público / Sun Alex. 2ª ed. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011. P. 291 ArchDaily. 12 critérios para determinar um bom espaço público. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/ br/01-115308/12-criterios-para-determinar-um-bom-espaco-publico > Acessado em 13/09/2017 Arquitetura de Convivência. Importância dos espaços públicos de covívio. Arc, Desenhando o Convívio. Disponível em < http://www.arquiteturadaconvivencia.com/blog/2014/5/30/importncia-dos-espaos-pblicos-de-convvio > Acessado em 19/11/2017 AU. Pensamento e obra do arquiteto holadês Aldo van Eyck. Artigo digital. Edição 220 – Julho/2012. Disponível em < http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/220/artigo262141-1.aspx > Acessado em 28/11/2017 BORGES, Brena Takiuchi. Parque Canindé. Trabalho final de Graduação. Orientadora: Ana Cecília M. de Arruda Campos – Projeto Urbanístico “Brás, Belém e Pari – A Costura da Diversidade”. 2016 Campos Filho, Candido Malta, 1936 – Reinvente seu bairro: caminhos para você participar do planejamento de sua cidade / Candido Malta Campos Filho. – São Paulo: Ed. 34, 2003. 224p ELIEZER, Igor. A relação entre as edificações e o espaço público. Disponível em < https://jornalggn.com.br/blog/ luisnassif/a-relacao-entre-as-edificacoes-e-o-espaco-publico > Acessado em 19/11/2017 GEHL, Jan, 1936. Cidade Para Pessoas / Jan Gehl; tradução Anita Di Marco. – 1 ed. – São Paulo: Perspectiva, 2013. P. 262 KARSSENBERG, Hans ... [et al]. A cidade ao nível dos olhos: lições para os plints. Dados Eletrônicos – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. 340 p. Disponível em < https://issuu.com/stipoteam/docs/a_cidade_ao_nivel_dos_olhos > Acessado em 27/11/2017


64

LEMINSK, Paulo. Toda Poesia [pág. 24] / Paulo Leminsk. - 1ª ed. - São Paulo: Compainha das Letras, 2013. MARVULLE, Ana Lidia G; NUCCI, Camille Reis; GIACONNE, Laura Thomaze; NADAI, Marina Marques. Entre nós: apropriação dos vazios. Projeto Urbanístico para o trabalho final de graduação. Orientador: Joaquim Caetano de Lima Filho. 2017 NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura / Ernst Neufert: tradução Benelisa Franco. – 18 ed. – São Paulo: Gustavo Gili, 2013. P. 567 OLIVEIRA, Maria Aline de Alencar; SZÜCS, Carolina Palermo. O conceito de unidade de vizinhança para a qualificação de áreas de interesse social. Disponível em <http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ ENTAC2006_3756_3765.pdf > Acessado em 21/10/2017 Portal Arquitêtonico. Unidade de Vizinhança. Disponível em < http://portalarquitetonico.com.br/unidade-de-vizinhanca/ > Acessado em 18/10/2017 Serapião, Fernando. Burle Marx/ Fernando Serapião; 1ed. – São Paulo: Editora Monolito, 2017. – (Coleção Monolito; 37) Superintendência do Iphan no Distrito Federal. Superquadra de Brasilia: preservando um lugar de vivier. Brasília, 2015 Disponível em < http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/cartilha_unidade_vizinhanc%CC%A7a_iphan_ df.pdf > Acessado em 20/11/20147 The City Fix Brasil. Unidades de vizinhança: uma forma sustentável de promover a conectivdade nas cidades. Disponível em < http://thecityfixbrasil.com/2016/10/24/unidades-de-vizinhanca-uma-forma-sustentavel-de-promover-a-conectividadenas-cidades/ > Acessado em 18/10/2017 Urbanidades. Espaços abertos positivos. Disponível em < http://urbanidades.arq.br/2014/05/espacos-abertos-positivos/ > Acessado em 20/11/20147



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