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ProvÍncIa
A ProvínciA onde A economiA nAcionAl TirA fériAs
A “terra de boa gente” é uma réplica da imagem do país no seu todo. A província reúne o melhor de cada uma das restantes, mas não passa de potencial. E as mudanças exigem trabalho a ser coordenado entre sectores
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inhambane tem gás como Cabo Delgado; areias pesadas como Gaza e Nampula; tem calcário como Maputo e Sofala, terras férteis e potencial agrícola como toda a extensão do país. E é uma referência nacional do turismo como não haverá outra igual, sendo um destino reconhecido internacionalmente. No entanto, é uma província com elevados índices de pobreza e apresenta um rendimento per capita abaixo da média nacional. Para perceber a dinâmica económica de Inhambane, importa que lancemos um breve olhar sobre os sectores mais importantes da província, com foco nos desafios, oportunidades e perspectivas.
Turismo subaproveitado A economia de Cabo Verde, um exemplo a esse nível em toda a África (e muitas vezes trazido a debate aqui em Moçambique), tem no turismo o seu principal pilar. E isso acontece porque cedo o Governo se apercebeu do enorme potencial e investiu seriamente no sector do ponto de vista estratégico, criando facilidades para que o empresariado local e estrangeiro expandisse as suas iniciativas. Estatísticas recentes indicam que o turismo é responsável por 20% de toda a riqueza produzida no arquipélago e pela criação de cerca de 8 mil empregos. Por todas as razões que quem conhece Inhambane reconhecerá, por ali, o potencial para alcançar algo idêntico, é as-
província inhambane
capital Cidade de inhambane área 68 775 Km2 população 1,5 milhões região SUL
sinalável. Mesmo que pareça estranha a comparação entre uma província e um país. Com uma superfície 17 vezes maior que a de Cabo Verde (68 mil quilómetros quadrados contra 4 mil quilómetros quadrados do arquipélago), uma população três vezes maior (1,5 milhões de habitantes face aos 561 mil habitantes em 2017), e um litoral de mais de 700 quilómetros, Inhambane poderia estar num patamar que se equiparasse ao das outras geografias bem-sucedidas ao nível do turismo. Se Cabo Verde – país que tal como Moçambique tem 43 anos de independência – tem a grandeza e respeito internacionais no que diz respeito ao desenvolvimento do sector, o estágio de Inhambane e do país como um todo (turismo produz apenas 3% da riqueza total) denuncia uma fragilidade que deve ser identificada e colmatada com acções que tornem visíveis os vários planos já existentes. Esta comparação pode deixar de fora muitos elementos importantes de análise. Mas pelo menos serve para mostrar que Inhambane, a “Província do Turismo” é ainda apenas um slogan que fica bem num postal e que não corresponde à realidade do que poderia ser um sector desenvolvido e que contribuísse significativamente para a capacidade de captação de receitas. Ao contrário, não existem estatísticas fiéis sobre receitas e postos de trabalho e o sector vai-se debatendo com vários problemas. “Os desafios são enormes e somos obrigados a mudar as coisas investindo mais na vertente estratégica porque a cadeia de valor é vasta e pode trazer grandes benefícios ao país através da captação de receitas”, reconhece Yassin Amugi, presidente da associação de turismo de Vilankulos, principal destino turístico da província e do país. Ele sugere um trabalho “articulado entre os sectores público e privado” para que o produto turístico (conjunto de factores que atraem o turista) “esteja completo, explorando num único pacote o turismo de praia, o safari e a exploração dos aspectos culturais, da gastronomia ao artesanato.”
dar gás às oportunidades para o empresariado O despreparo do empresariado nacional para assumir a vanguarda no estabelecimento de negócios com os grandes projectos tem sido debatido. Em Inhambane, está presente a multinacional sul-africana Sasol, que explora gás nos campos de Pande e Temane há já 14 anos. A petrolífera está aberta a contratar produtos e serviços de empresas locais, e se tal não acontece é porque há fragilidades internas (de ordem financeira, contabilística e organizacional, no geral), segundo reconheceu recentemente o Conselho Empresarial de Inhambane. Durante o Fórum Regional (Sul) do Sector Privado, realizado em Julho passado naquela província, a Sasol divulgou um guião para orientar as empresas sobre o processo de compra de bens e serviços, em que, de resto, ilustra oportunidades de negócios em áreas que incluem: gestão de resíduos (industriais e domésticos); serviços de assistência médica à distância; serviços de soldadura; serviços de manutenção (civil e eléctrica); agência de recursos humanos; agência de comunicação; serviços de combate a incêndios; tratamento de água, entre outros. As oportunidades estão lá. Compete ao país assegurar que haja capacidade de resposta à demanda da Sasol, potenciando o aumento de postos de trabalho.
mAxixe. um exemPlo do subdesenvolvimenTo urbAno dA região
“a cidade da maxixe, capital económica da província de Inhambane, não tem grandes centros comerciais, não tem stands de venda de viaturas, nem tem grandes estaleiros de venda de material de construção, o que faz com que as grandes obras sejam alimentadas a partir da capital do país”, lamenta o presidente do município da maxixe, Simão rafael, que sugere “a criação de cooperativas e associações fortes que possam empoderar os agentes económicos e que sejam capazes de aproveitar as oportunidades oferecidas pela banca no financiamento a empreendimentos das Pequenas e médias empresas.”
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toneladas por hora É a capacidade de produção prevista, num projecto que o ministÉrio dos recursos minerais e energia está a analisar com vista À atribuição de três licenças para a exploração de depósitos de areais pesadas de mutamba, dongane e jangamo, que foram apresentadas pela mutamba mineral sands
Atenção às areias pesadas de Jangamo Também é preciso redobrar atenção às oportunidades que serão geradas no distrito de Jangamo, onde existe um projecto para a exploração de areias pesadas, consideradas como sendo de qualidade assinalável. A Mutamba Mineral Sands, uma subsidiária da Savannah Resources, submeteu ao Ministério dos Recursos Minerais e Energia três pedidos de licença para explorar a mina.
Agronegócio semeia oportunidades Claro que a agricultura também é um dos sectores com maior potencial na região. Um exemplo bem-sucedido é o da DADTCO, uma empresa que transforma a mandioca adquirida a centenas de pequenos produtores locais para alimentar a indústria da cerveja e panificadora. A exemplo desta indústria, Inhambane oferece oportunidade para o processamento de caju e côco. Álvaro Massinga, vice-presidente da Confederação das Associações de Moçambique (CTA – entidade que representa oficialmente o empresariado nacional), afirma à E&M que “há um crescente interesse dos empresários neste domínio e promete para breve a instalação de unidades industriais neste domínio.
Publireportagem
três décadas a promover desenvolvimento tree decades promoting inclusive development
a gapi-si é uma instituição Financeira de desenvolvimento que tem como foco o desenvolvimento económico sustentável de moçambique Gapi-SI is a Development Finance Institution that focuses on contributing to the sustainable economic development of Mozambique
constituída há quase três décadas, a
GAPI tem como missão a promoção do desenvolvimento sustentável, do empreendedorismo e da inclusão financeira através da combinação de programas de financiamento (actualmente tem sete activos, de que falaremos em futuras edições), consultoria e capacitação empresarial, e aquisição de participações com vista ao desenvolvimento de empresas e instituições nacionais. Assim, através da promoção do empreendedorismo nacional e da edificação de um sistema financeiro inclusivo, a GAPI constitui-se como uma ferramenta fundamental do desenvolvimento inclusivo de Moçambique, uma instituição financeira em prol do desenvolvimento (EDFI), e um instrumento económico com visão e acção para lá do lucro imediato, que se rege pelos mecanismos do mercado. Estratégia, rigor, transparência de contas, objectivos, e resultados, claro. São esses, os fundamentos do Gapi, a primeira EDFI do país.
a nossa história Fundado em 1990 como uma Sociedade Limitada, pela Fundação Friedrich Ebert e pelo Banco Popular de Desenvolvimento, seria mais tarde, já em 1999 convertida em Sociedade Anónima. Nessa década viria a ser reconhecida enquanto instituição de crédito, regulada pelo Banco de Moçambique, evoluindo na sua forma jurídica para uma Sociedade de Investimento. Esta evolução da estrutura da GAPI, acaba por reflectir um pouco da tendência global e as mudanças de paradigma em torno do que seriam, na génese as instituições de apoio ao desenvolvimento, Em Moçambique, a Gapi tem uma estruGAPI’s mission is the promotion of sustainable development, entrepre-
neurship and financial inclusion through the combination of financing programs (currently has seven programs in the ground, which we will talk about in future editions), business consulting and training, and acquisition of holdings for the development of national companies and institutions. Therefore, throughout the promotion of national entrepreneurship and contributing for the truthful building of an inclusive financial system, GAPI is, itself a fundamental tool for the inclusive development of Mozambique, a financial institution for development (EDFI), and a fundamental economic instrument with vision and action beyond the immediate profit, which is governed by the mechanisms of the market. Strategy, accuracy, transparency of accounts, objectives, and results, of course: these are the foundations of Gapi, the country’s first EDFI.
our history Founded in 1990 as a Limited Company, by the Friedrich Ebert Foundation and the People’s Bank of Development, it would later become a Public Limited Company in 1999. In that same decade, GAPI would become recognized as a Credit Institution, regulated by the Bank of Mozambique. Continuing with the evolution and evolving in its form, later it becane an Investment Institution. This evolution of the GAPI administrative structure ultimately reflects the global trend, and the paradigm shifting that occured, and that created what would be the genesis of development aid institutions throughout the world, In Mo-
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É o número de distritos abrangidos pelos projectos gapi em todo o território nacional the number of districts covered by gapi projects throughout the mozambican territory
tura accionista que congrega investidores públicos e privados, e em que o Governo detém 30% do seu capital, sendo o restante disperso entre investidores privados e sociedade civil, algo considerado essencial para o equilíbrio entre boa gestão e bons investimentos. Por isso mesmo, e não perdendo de vista os bons resultados que averbou desde os seus primeiros anos de actividade, a GAPI foi sempre identificada enquanto um potencial contribuinte para dinamizar o sector das PME nacionais, através das fórmulas de financiamento mais adequadas ao contexto nacional. A criação de sinergias mesmo nas zonas mais remotas do país no sentido de implementar programas de apoio e projectos de desenvolvimento sustentável, é uma matriz expressa nos inúmeros programas de financiamento existentes, dos quais se destacam o Agro-Empreender, Agro-Jovem e o PMEs-Norte. zambique, GAPI has a shareholder structure that brings together public and private investors, and in which the Government holds 30% of its capital, the remainder being dispersed between private investors and civil society. Something considered essential for the correct balance between good management and excellent investments. For that reason, and not losing sight of the good results it has achieved since its first years of activity, GAPI has always been identified as a potential contributor to boosting the national SME sector, through the most appropriate financing formulas. The creation of synergies even in the most remote areas of the country in order to implement support programs and sustainable development projects is a matrix expressed in the numerous financing programs such as Agro-Empreender, Agro-Jovem and PMES-North.
Gapi
A MISSÃO Contribuir para o desenvolvimento económico sustentável de Moçambique através da promoção do empreendedorismo nacional e a edificação de um sistema financeiro inclusivo.
O QUE FAZEMOS Promovemos o empreendedorismo nacional e a inclusão financeira através da combinação de três serviços. Financiamento; Consultoria e Capacitação Empresarial com vista à participação no desenvolvimento de empresas e instituições.
FOCO Inclusão Financeira. Através de produtos e serviços voltados para MPMEs e IMFs, a Gapi-SI continua o seu caminho de promoção da Inclusão Financeira de jovens e mulheres nas zonas rurais.
THE MISSION Contribute to the sustainable economic development of Mozambique through the promotion of national entrepreneurship and the building of an inclusive financial system.
WHAT WE DO We promote national entrepreneurship and financial inclusion through the combination of three services. Financing; Business Consulting and Training and participation in the development of companies and institutions.
OUR FOCUS Financial Inclusion. Through products and services aimed at MSMEs and MFIs, Gapi-SI continues to promote Financial Inclusion in Mozambican rural areas.
distritos abrangidos com projectos da gapi 100
equipas de assistência técnica permanente 35
postos de finanças rurais (microbancos e empresas de produção e comercialização) 20
delegações implantadas em todas as províncias 14
districts covered with gapi projects 100
permanent technical assistance teams 35
rural finance posts (microbanks and production and marketing companies) 20
delegations deployed in all provinces 14