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ESPECIAL ENERGIAS RENOVÁVEIS
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AS RENOVÁVEIS MOVIDAS PELA INTERNET 5G
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É difícil imaginar a relação entre a Internet de 5ª geração com as fontes de energias renováveis. Mas estudos mostram que o caminho para produzir mais e consumir melhor tenderá a aproximar estas duas componentes da inovação nos próximos tempos
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EXPLICADOR
A Mudança do Panorama do Emprego Provocada Pelas Energias Limpas
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LOGOS INDÚSTRIA
Um Empreendimento que Prioriza o Acesso e a Eficiência Energética
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PANORAMA
As Notícias Sobre Energias Renováveis no País e lá Fora
O Futuro Das Renováveis Está no 5G
Há uma estreita ligação entre a Internet de quinta geração e o desenvolvimento da indústria das energias renováveis. Este movimento já começou em algumas partes do mundo, mas ainda está longe da realidade de mercados como o moçambicano, embora tudo indique que não haverá saída senão embarcar nesta tendência. Porquê?
TEXTO Celso Chambisso• FOTOGRAFIA D.R.
OMundo caminha para uma inevitável combinação do uso da velocidade de rede 5G e a produção e consumo das energias renováveis, conclui uma pesquisa recente, com o título “Redes sem fios 5G no Futuro Sistemas de Energias Renováveis”, desenvolvida por cinco cientistas, nomeadamente os checos Wadim Strielkowski (Professor na Escola de Negócios de Praga e na Universidade da Califórnia), Marek Dvorák (Professor Assistente na Universidade de Ciências da Vida de Praga e especializado em economia agrícola e financeira) e Patrik Rovný (Assistente de Investigação na Universidade Eslovaca de Agricultura), as russas Elena Tarkhanova (especialista em Economia do Desenvolvimento, Economia Empresarial e que poderão ser monitorados em tempo real é muito maior. Um exemplo de uso para este monitoramento são as perdas de células em módulos fotovoltaicos. Numa velocidade comum de rede, os detalhes transmitidos para saber se houve mau funcionamento no módulo são limitados. Essas informações são geradas de dez em dez minutos, por exemplo. Com a quinta geração de internet, este tempo pode ser reduzido a um segundo. Defeitos como estes seriam identificados rapidamente. Além disso, com a energia eólica não haveria muitas diferenças. Seria possível monitorar muito facilmemente com 5G os trajectos dos ventos e monitorar defeitos das hélices. E não somente o 5G ajudará com o desenvolvimento das energias renováveis. Junto a ele, a inteligência artificial
trará um boost no mercado energético no geral. A Inteligência Artificial, que também será mais aplicável com a rede mais rápida, vai fazer parte deste processo de informatização e automação dos sistemas de energias renováveis. Um sistema de energia fotovoltaica pode ter tanta inteligência artificial quanto um carro eléctrico autónomo.
Enquanto o 4G e o LTE suportam velocidades de pico de até 100 gigabits por segundo, mas não são imunes à interferência do sinal, o 5G promete velocidades mais elevadas e menor latência para poder satisfazer as necessidades de largura de banda e equipamento industrial ligado à rede, tais como telemóveis, tablets, computadores e outros dispositivos. “Actualmente, 5G é ainda bastante difícil
Numa velocidade comum de rede, para saber se houve mau funcionamento no módulo pode levar dez minutos. Com a Internet 5G, este tempo pode ser reduzido a um segundo
Economia Monetária) e Natalia Baburina (do Departamento de Economia e Finanças na Universidade de Tyumen).
O uso de Internet 5G nas renováveis é, até agora, privilégio de poucos países, todos obviamente desenvolvidos, entre os quais os EUA, Reino Unido, China e Coreia do Sul. Nenhum dos quais africano. Mas já é tendência entre os países emergentes.
Em que consiste?
Por outras palavras: qual é a aplicabilidade das energias renováveis com a ajuda do 5G? Ou melhor: como pode a tecnologia 5G melhorar o mercado das energias renováveis? Primeiro, os cientistas chegaram à conclusão de que, com esta combinação, a quantidade de dados
de definir e há um longo caminho a percorrer antes de ser totalmente implementado, mas uma coisa é certa: terá um impacto no mercado energético do futuro”, concluem os especialistas. Por isso advertem: “Haverá muita pressão sobre os países para adoptarem a nova tecnologia de conectividade. Nos próximos anos, o 5G terá um impacto muito maior e perturbará o actual ecossistema móvel”.
Para onde vamos?
O estudo conclui que as redes sem fios 5G poderão tornar-se, no futuro, sistemas energéticos sustentáveis, abrindo caminho a tecnologias ainda mais avançadas e às novas gerações de redes. Observa ainda que a implementação eficaz de redes sem fios mais rápidas e fiáveis permitiria transferências e processamento de dados igualmente mais rápidos, incluindo o mercado de comércio de energia peer-to-peer (P2P) — uma arquitectura de redes de computadores onde cada um dos pontos ou nós da rede funcionam tanto como cliente como enquanto servidor, permitindo a partilha de serviços e dados sem a necessidade de um servidor central. As redes sem fios de quinta geração também podem tornar-se numa solução para questões como a intermitência da geração de energia renovável e o controlo efectivo da eficiência e poupança energética.
A respectiva pesquisa parte do pressuposto de que qualquer sistema de gestão inteligente de energia destina-se a manter a rede eléctrica estável, equilibrando a energia gerada a partir de todas as fontes com a energia consumida, o que se afigura difícil no mundo globalizado de hoje, com uma enorme procura de energia, tanto ao nível industrial como doméstico. Assim, as redes inteligentes que existem hoje e as que vão aparecer no futuro têm de trabalhar com muitos pontos de dados em períodos de tempo muito curtos e reagir rápida e prontamente a quaisquer mudanças. É aqui que entra em cena a Internet da Energia, um conceito novo que se tornou popular recentemente, que tem origem e está relacionado com a Internet das Coisas. A Internet da Energia torna possível enviar sinais de informação através da rede com uma velocidade e precisão sem precedentes. Além disso, está equipada com sistemas inteligentes que utilizam previsões meteorológicas, fluxos de tráfego esperados e outras informações para prever necessidades energéticas futuras. Alguns exemplos destas aplicações avançadas incluem a
gestão de dados de medição, análise de rede, gestão de subestações, sistemas de gestão de recursos energéticos distribuídos e o sistema de gestão de falhas de baixa tensão.
Esta tecnologia também tem efeito ao nível da eficiência. É que, segundo a pesquisa, a combinação da rede de energia digitalizada, 5G e Internet das Coisas, ajudará os clientes a monitorar o seu próprio consumo de energia e a poupá-la. Os serviços públicos e os consumidores terão acesso, em tempo real, a informação crítica sobre energia a partir de dispositivos móveis. “Por este motivo, o 5G trará mudanças significativas à sociedade, uma vez que depende de uma rede sem fios interligada”, sublinham os cientistas.
Resposta rápida à pressão na procura
Está provado, em todas as partes do mundo, que os picos no consumo de electricidade ocorrem de manhã e à noite e que há uma queda no mesmo du-
rante o dia. Esta circunstância configura um problema porque esta é a altura em que a maior parte da energia solar é produzida através das baterias solares fotovoltaicas. É aqui que a resposta do lado da procura é necessária por forma a satisfazer os requisitos da geração, transmissão e consumo de energia renovável. Em geral, existe uma variedade de modelos teóricos que respondem à procura através de fontes renováveis, nomeadamente a solar, eólica e hidráulica. Normalmente, a estratégia de resposta para a procura com a modelização da carga é aplicada para melhorar a flexibilidade operacional, através da utilização de funções que devem incluir factores como o preço, a procura e as quantidades de energia gerada. Outro factor importante a ser considerado é a resposta à procura baseada no armazenamento de energia, que pode ser manipulado com os seus dispositivos a fornecerem quantidade necessária durante os picos, e que estes sejam de acordo com o fornecimento de electricidade constante dos consumidores, sem que tenham de cortar a sua procura ou comprometer o seu conforto. A vantagem de tudo isto é que a factura total de energia é reduzida enquanto a penetração de fontes de energia renováveis aumenta. Neste contexto, os operadores de rede têm a capacidade de escolher a sua localização e gestão da produção de energia renovável nas suas regiões, de modo a poderem decidir quando ocorrerá um corte ou armazenamento para minimizar as lacunas da oferta e da procura.
Ameaças das redes 5G e a indústria das renováveis.
Quando se trata de questões infra-estruturais, a implantação de redes 5G continua a ser lenta, ainda que quase três anos após a sua introdução e muitas componentes i tendem a envelhecer rapidamente, necessitando de ser substituídas rapidamente. No que diz respeito às questões de segurança, e tendo em conta a velocidade das redes 5G, estas são particularmente vulneráveis para a superfície de ataque das redes principais. A alfabetização dos consumidores, a regulamentação rigorosa e a privacidade devem, portanto, ser reforçadas. Além disso, cortes de energia, avarias no sistema e ciberataques podem tornar-se grandes ameaças para a fiabilidade das redes 5G nas redes de energia renovável de resposta à procura. Finalmente, os desafios económicos são representados pelo atraso no investimento na infra-estrutura 5G, que foi agravado pela pandemia do Covid-19 e pela recessão financeira global.
A Mudança do Panorama do Emprego Provocada Pelas Energias Limpas até 2030
Com muitos países e empresas empenhados em reduzir as emissões de carbono, a transição de energia limpa parece ser uma inevitabilidade que terá, sem dúvida, também, impacto no emprego. As novas fontes de energia não requerem apenas equipamentos novos e actualizados, mas também recursos humanos que as operem. E como a procura de fontes de energia mais limpas desvia a atenção dos combustíveis fósseis, é provável que nem todos os sectores vejam um ganho líquido ao nível da criação de empregos. O gráfico mostra o crescimento global previsto do número de postos de trabalho no sector e subsectores da energia limpa, sob compromissos climáticos anunciados a partir de 2021, tal como é acompanhado pelo World Energy Outlook da AIE.
Empregos ganhos
Empregos perdidos
Carvão Oil&Gas Minerais críticos Tecnologias inovadoras Renováveis de uso final Bio-energia Redes Automóveis Geração de energia Eficiência
A estimativa dos empregos perdidos concentra-se, naturalmente, na área dos combustíveis fósseis.
Uma transição para emissões net-zero resultaria num ‘salto’ de empregabilidade com um total de 22,7 milhões de empregos gerados. A maior parte dos empregos criados será na modernização das infraestruturas e nas tecnologias que as suportam.
FONTE IEA World Energy Outlook 2021, Visual Capitalist
LOGOS INDÚSTRIA Quando se Junta o Acesso e o Poupar na Mesma Matriz
É verdade que grande parte da população moçambicana não tem acesso à energia, mas não é menos verdadeiro que a que a tem começa a procurar fontes menos caras. Fica, aqui, mais uma vez, vincada a indispensabilidade das renováveis
TEXTO Filomena Bande • FOTOGRAFIA Mariano Silva
ALogos Indústrias é uma das inúmeras empresas que investem nas renováveis em Moçambique. Nasceu de investimentos sul-africanos e começou a operar em Moçambique em 2003, fornecendo apenas material eléctrico e aparelhos electrónicos. Passou a apostar nas renováveis há seis anos, quando se apercebeu da tendência global em substituir as fontes fósseis pelas limpas. Aposta apenas na energia solar, actuando como fornecedor de equipamentos solares a outras empresas instaladoras desse sistema. Também faz a intervenção directa através da elaboração e instalação de sistemas à escala nacional, dentro e fora da rede pública de energia da empresa Electricidade de Moçambique (EDM). Mas por que motivo é necessário que quem tem acesso à energia da rede nacional seja abrangido pelas iniciativas das renováveis? Marcos Lopes, gestor da Logos Indústria, explica que “um sistema híbrido reduz significativamente a factura de consumo da rede nacional”, o que sugere que poderá tornar-se numa tendência global no futuro. Embora detenha apenas seis filiais distribuídas pelo País, nomeadamente nas cidades de Maputo, no bairro do Zimpeto (Maputo), Maxixe (província de Inhambane), Beira (Sofala), Nampula e Pemba (Cabo Delgado), a empresa consegue chegar a todo o País. “Por exemplo, com a delegação de Sofala, conseguimos abranger a província de Manica e Tete e, com a de Nampula, abrangemos também Niassa. Contudo, a nossa estratégia para os próximos anos é abrir novas delegações”, explicou. A empresa não trabalha com sistemas domésticos ou residenciais, mas com os de média e grande dimensão, sendo que, nas regiões sem cobertura da rede nacional (que geralmente são as mais pobres), tem uma rede indiscriminada de clientes, que inclui instituições públicas, privadas e habitações. Em nome da competitividade, a primeira grande aposta da Logos é a qualidade dos seus produtos. Oferece marcas conhecidas que conferem maior durabilidade, como, por exemplo, a Vitrium, que é conhecida mundialmente como uma das melhores no fornecimento de equipamentos para sistemas de energias, sem falar na assistência que presta na montagem e reparação de sistemas através de uma vasta equipa de técnicos distribuídos por todo o País para atender os seus clientes. “A nossa grande vantagem é o facto de termos uma equipa técnica com elevado nível de conhecimento sobre os equipamentos e sistemas renováveis”, frisou Marco Lopes. A Logos Indústrias não dispõe de pacotes de serviços e de preços definidos. Tal varia de acordo com as necessidades de cada cliente e é determinado por estudos prévios das necessidades de um. Ou seja, as soluções que oferece são a conjugação das reais necessidades de consumo do cliente com a sua capacidade de aquisição dos equipamentos. De entre os vários trabalhos realizados pela empresa, alguns exemplos são a electrificação de oito escolas públicas em Sofala, através de sistemas totalmente renováveis, e a electrificação de uma filial da Vodacom em Nampula. E como lidam com a concorrência num mercado em que o número de empresas que apostam nesta área não pára de crescer? Marco Lopes entende que há ainda muito espaço por explorar até conseguir abranger os cerca de 40% da população que não tem acesso a qualquer fonte de energia. “Muitas regiões não estão electrificadas e há muitos projectos por fazer, daí que este mercado admite ainda vários operadores”, defende.
B
EMPRESA
Logos Indústria
COMEÇO DE ACTIVIDADE
2016
GESTOR
Marcos Lopes
COBERTURA
Todas as regiões do País
Renováveis
Moçambique entre os cinco países com o tipo de gás ‘mais limpo’ do mundo
O gás moçambicano continua a despertar grande interesse no mercado internacional, pelo elevado volume de reservas na Bacia do Rovuma e agora pelo seu elevado nível de qualidade, que o “torna um dos melhores do mundo”, tendo sido, recentemente, classificado como um dos cinco tipos de gás ‘mais limpo’ ao nível global.
Leonardo Nhavoto, Local Content Manager da TotalEnergies, explicou que a qualidade do gás produzido em Moçambique “faz com que, no decorrer do processo de exploração, se registe reduzidas emissões de óxido de carbono”.
Por outras palavras, o gás moçambicano é significativamente menos poluente do que o habitual, facto que o torna cada vez mais apetecível nos mercados, especialmente numa altura em que os valores da sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente são cada vez mais tidos em conta no sector do Oil & Gas.
“Ao nível global, este tipo de gás traz muitos benefícios porque, nesta altura, o mundo está preocupado em levar a cabo a transição energética por forma a travar o aquecimento global que resulta em todos os fenómenos atmosféricos que, até nós, aqui, em Moçambique, temos sentido”, esclareceu. Renováveis
Organizações de Moçambique, Itália e África firmam acordo de cooperação na área das energias renováveis
A Fundação Italiana de Energias Renováveis, a Fundação Soluções de Energias Renováveis para África (RES4Africa) e a Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER) assinaram um memorando de entendimento para promover e reforçar o desenvolvimento das energias renováveis em Moçambique.
De acordo com os termos do respectivo memorando, ambas as partes comprometeram-se a criar redes, transferência de conhecimentos, actividades de comunicação e advocacia, melhorando a cooperação, de modo a acelerar o desenvolvimento das energias renováveis em Moçambique, prevendo ainda a coorganização de workshops e cursos de formação.
A iniciativa está centrada na plataforma RenewAfrica, do sector privado, para promover investimentos nas renováveis no continente, onde um dos grandes desafios é o capital humano.
Solar
Central de Metoro já produz 41 Megawatts
Foi inaugurada a 1 de Abril, no Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo Delgado. De acordo com o Presidente da República, Filipe Nyusi, referindo-se aos ganhos resultantes do projecto, esta infra-estrutura permitirá a contínua expansão da electrificação a vários postos administrativos e localidades, no âmbito do Programa Energia para Todos, trazendo benefícios através da construção de escolas, postos de saúde, hospitais e dinamização da economia local.
De acordo com um relatório anual, elaborado pelo Ember, um grupo de reflexão que estuda o clima e a energia, a energia limpa respondeu a 38% da procura global de energia. As fontes de energia solar e eólica satisfizeram mais de 10% da necessidade de mais de 50 países.
Apesar de nem sempre parecer uma prioridade, a verdade é que os governos incluem cada vez mais a temática das alterações climáticas nas suas agendas e existem países que estão realmente a tentar reduzir as suas emissões. Aliás, há nações a definir horizontes temporais para se tornarem neutras em carbono.
Por serem fontes de energia limpas, as energias renováveis terão um papel fundamental no cumprimento destas metas, que pretendem que as energias solar, eólica e hidráulica, por exemplo, representem um impulso no abandono dos combustíveis fósseis.
Ainda segundo o relatório do Ember, em 2021, a produção de energia solar aumentou 23% em relação ao ano anterior, e a eólica aumentou 14%.
A par de outras fontes de energia limpas, e enquanto a energia eólica e solar responderam a 38% da procura global, o carvão ficou-se pelos 36%.
A central solar começou a ser construída em 2020 e é composta por 125 000 painéis fabricados na China, possui uma capacidade de 41 megawatts (MW) e pode injectar 69 gigawatts/hora, por ano, na rede da empresa pública Eletricidade de Moçambique (EDM).
A construção desta Central Solar, a segunda em Moçambique, está inserida no plano de aumento da capacidade de produção e diversificação das fontes energéticas no País, em geral, e no Norte, em particular, com o objectivo de assegurar o fornecimento de energia de qualidade na província de Cabo Delgado. Desenvolvida pela EDM e pela empresa francesa NEON, está alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que promovem o acesso à energia limpa, com recurso a energias renováveis e fixam 2030 como milite de acesso universal.