/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas NOVEMBRO 2021 / Edição nº 5609 Mensal / ANO 121
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Sebastião Santana é abrantino e coordena 30 sindicatos
Tamanhos grandes, até à copa H
PS, PSD e BE não se entendem em Alvega e Concavada Pág. 11
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Os 50 anos do Liceu de Abrantes registados em livro Pág. 13
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FEIRA DE DOÇARIA VENDEU MAIS DE 10.000 PALHAS DE ABRANTES Pág. 6
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Soutien Triumph
Pág. 3 e 4
AUTÁRQUICAS
Soutien Triumph
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/ JORNAL DE ABRANTES
121 ANOS
ENTREVISTA
ESPECIAL MAÇÃO
O que está a mudar em Mação: turismo, investimento, floresta Págs. 15 a 18 PUBLICIDADE
a j ¶
A ABRIR / Morreu Alcínio Serras, o professor de jornalismo do Liceu
EDITORIAL /
/ Patrícia Seixas / DIRETORA
Ainda agora saímos de um ato eleitoral, concluído com as Tomadas de Posse dos novos executivos e dos quais lhe damos conta nas páginas deste Jornal e eis que... à hora de fecho desta edição, novas eleições para a Assembleia da República parecem ser o cenário mais provável. O OE 2022 foi chumbado pela maioria dos deputados e a incerteza do futuro próximo faz manchetes nos jornais e abre noticiários na tv. Para além deste facto, se o país for efetivamente para Eleições Legislativas, podem perfilar-se duas caras novas neste combate. É que PSD e CDS-PP podem entretanto mudar de líder. Enfim... deixamos a política para os políticos na certeza de iremos acompanhar tudo bem de perto. E no meio desta convulsão política e social, a grande entrevista desta edição do seu JA é mesmo com Sebastião Santana, o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública e da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública. Sabia que é natural de Abrantes? Sebastião Santana fala da atualidade do país, de como é gerir 30 sindicatos com sensibilidades diferentes e do que gosta de fazer no seu pouco tempo livre. Neste JA oferecemos-lhe também um Especial Mação. Conheça o que já existe e o que está a nascer num concelho que está a fazer renascer a sua paisagem e a aproveitar a natureza para fazer crescer o investimento privado e o turismo. Como comecei por dizer neste Editorial, os novos executivos municipais já tomaram posse e o Jornal de Abrantes acompanhou cada palavra que foi dita pelos eleitos. Conheça as novas e “as velhas” caras que vão comandar os destinos da região nos próximos quatro anos. Ainda na sequência das Eleições Autárquicas, o “empate técnico” que se verificou na União de Freguesias de Alvega e Concavada faz com que ainda não haja executivo na Junta. O PS venceu as eleições mas elegeu três elementos, os mesmos que PSD e BE. Os candidatos não se entendem e não se vislumbra um acordo. Questionámos a Comissão Nacional de Eleições e a CCDR-LVT para conhecermos como se pode desenrolar esta “confusão”. Na secção das boas notícias, a Feira da Doçaria Tradicional de Abrantes foi um sucesso. Foram milhares os visitantes que passaram pelo certame, como foram milhares os doces vendidos nos três dias de Feira. Só Palha de Abrantes, foram mais de 10 mil. O Bark, o Biopark Barquinha, deu mais um passo a caminho da abertura. É membro da Associação Europeia de Zoos e Aquários e isso é mais um objetivo atingido.
ja / JORNAL DE ABRANTES
Faleceu no dia 25 de outubro Alcínio Serras o professor de jornalismo do Liceu, charadista e dirigente associativo. Tinha 87 anos de idade. Alcínio Dias de Matos Serras nasceu no lugar das Varandas (freguesia de Mouriscas), em 22 de janeiro de 1934. Alcínio Serras fez a escola primária em Mouriscas tendo depois frequentado o Colégio Infante de Sagres, onde fez o 5.º ano dos liceus. Seguiu a carreira estudantil em Lisboa onde onde completou o 7.º ano no liceu Pedro Nunes. Alcínio Serras foi bancário e professor e licenciou-se em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE). Para além destas áreas profissionais, o nome de Alcínio Serras está ligado, de forma muito forte, ao charadismo em Portugal. De acordo com o blogue “Mouriscas – Terras e Gentes” da autoria de João Manuel Maia Alves, o nome de Alcínio
Serras está intrinsecamente ligado às charadas. Um gosto e, talvez vício, que passou para o seu filho. Era frequente, há uns dez ou 15 anos, ir às Mouriscas e encontrar o professor Alcínio Serras numa mesa de café de caderno na mesa envolvido em letras e palavras. No charadismo, Alcínio Serras, era conhecido pelo pseudónimo de “Aldimas”.
Em 1997 organizou no Sardoal um encontro de charadistas que teve impacto nacional e contou com a presença de um casal de charadistas brasileiro. No associativismo, Alcínio Serras sempre teve uma ligação muito forte à Casa do Povo de Mouriscas onde foi sempre um dos dirigentes de proa. Mesmo nos últimos anos, em que houve uma renovação dos quadros diretivos, Alcínio Serras sempre foi um dos nomes a ter em conta e a ser auscultado sempre que era preciso tomar decisões de peso na vida da associação. Nos últimos anos deixou de pertencer aos corpos diretivos, mas era um dos dois elementos de ligação aos sócios e quotização. Alcínio Dias de Matos Serras era casado com Maria Antonieta Cadete Simão de Matos Serras, professora primária de várias gerações de mourisquenses, uma união que deixou um casal de descendentes.
Formandos do CRIA visitaram a rádio Foram seis formandos do Centro de Recuperação Infantil de Abrantes que visitaram no dia 14 de outubro as instalações da Media On e perceberam como funciona a rádio Antena Livre e como é produzido o Jornal de Abrantes. A visita, promovida pela formadora Susana Chambel, pretendeu mostrar as diversas formas de comunicação, neste caso concreto no papel e nas ondas hertzianas. Com muitas perguntas feitas aos dois jornalistas que explicaram como é que as coisas funcionaram, os formandos saíram dos estúdios da Antena Livre a saber como se faz a rádio que eles escutam em casa. A todos eles desejamos as maiores felicidades.
FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em jornaldeabrantes.sapo.pt RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:
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JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
ENTREVISTA /
Com ou sem eleições os problemas dos trabalhadores são os mesmos // É de Abrantes o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública e da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública. Antes de se desenhar a possibilidade de eleições antecipadas Sebastião Santana anunciou a convocação de uma greve da Função Pública para o dia 12 de novembro que, para já, se mantém inalterada porque as reivindicações, a maior parte delas, podem ser aplicada pois não implicam nada com a aprovação ou chumbo do Orçamento do Estado.
// Sebastião Santana tem 37 anos e é natural de Abrantes. É cardiopneumologista no Hospital de S. José, embora esteja a tempo inteiro no sindicalismo. Começou como no Sindicato das Funções Públicas e Sociais e depois caminhou no sindicalismo até substituir Ana Avoila na Federação dos Sindicatos da Função Pública. Assume, com orgulho, a militância no PCP, mas não se vê a saltar para uma vida partidária pois ainda há muito trabalho na defesa dos direitos dos trabalhadores. Vive em Almada, adora a pesca desportiva e continua a vir, pelo menos, uma vez por mês a Abrantes, onde vivem os pais. / SIC Notícias
Entrevista por Jerónimo Belo Jorge
*Esta entrevista foi feita no dia 28 de outubro e alguns temas abordados podem, por isso, ter tido alterações
Começamos já pela atualidade, como olha para a possibilidade de eleições antecipadas?
O que leva a que isto aconteça é uma proposta de Orçamento de Estado do partido Socialista que não responde às reivindicações e às necessidades dos trabalhadores da administração pública, no caso concreto que diz respeito à Frente Comum, mas de uma maneira geral do país. E a Frente Comum tem alertado para isso assim que foi conhecida a proposta. O processo de eleições que pode vir resultar do processo democrático e da opção do Presidente da República. Haveria outras, mas vamos ver se se confirma a dissolução do parlamento, caso isso aconteça claro que o país irá para eleições. Do ponto de vista dos trabalhadores da administração pública, havendo eleições, não havendo eleições, mantendo-se o governo em gestão, sendo o país gerido com duodécimos as preocupações são as mesmas que existiam antes deste quadro. É uma desvalorização completa do trabalho na administração pública que tem resultado numa fuga imensa de quadros, é a manutenção da precaridade e políticas de baixos salários. Isso sim são coisas que nos preocupam e que vão ter de ser resolvidas caso este governo se mantenha, caso haja eleições. Continuamos a precisar de respostas e infelizmente os trabalhadores da administração pública estão pior que ontem.
Isso altera de alguma forma a greve nacional convocada para 12 de novembro?
De maneira nenhuma. O que temos em cima da mesa é que a situação dos trabalhadores está pior do que estava à data da marcação da greve porque a perspetiva de resposta imediata aos problemas reduziu-se. No entanto temos um conjunto de matérias para negociar com governo que não dizem respeito ao Orçamento de Estado. E muitas delas não custam um único cêntimo como por exemplo a reposição do vínculo público de nomeação, a reposição dos dias de férias, o fim da precaridade na adminis-
/ A Frente Comum (afecta à CGTP-IN) não se limita defender os aumentos de salários
tração pública, que é um drama cada vez maior. Hoje estão cerca de 95 mil trabalhadores com vínculos precários na administração pública.
Este pacote de reivindicações vai continuar ou, em caso de eleições, haverá ajustes no discurso dos sindicatos?
O problema é que a nossa proposta reivindicativa comum tem-se vindo a avolumar em número desde há dez anos porque os problemas centrais mantêm-se. Não antevejo grandes alterações naquilo que é a nossa proposta que entendemos ser inteiramente exequível no quadro orçamental que existe, no quadro de crescimento económico previsto, no quadro da chegada de fundos europeus.
A frente comum engloba 30 sindica-
Sou militante do PCP e faço o meu papel como militante, mas não tenho ambições políticas, no sentido clássico da palavra tos? Como é que se gere as sensibilidades de cada um deles, mesmo sendo todos da Função Pública?
Têm. A Frente Comum é um conjunto de 30 sindicatos e serve para tratar daquilo que são as questões comuns. E, felizmente, as questões que aproximam os sindicatos são muito mais do que as que os separam. É verdade que existem
questões específicas dentro de cada setor, o que é facto é que a Frente Comum há muitos anos que consegue fazer o consenso. É um trabalho que por vezes não é fácil, mas que a realidade tem demonstrado que é possível e que entendemos que se tem vindo a reforçar nos últimos anos.
Há muito trabalho para a criação de consensos entre 30 sindicatos?
Há. Há muito trabalho, muitas reuniões, muitas discussões [no bom sentido da palavra] entre o secretariado da Frente Comum. E depois num quadro mais amplo de todos os sindicatos, na cimeira ou na coordenadora da Frente Comum estes momentos que antecedem as lutas e a entrega das propostas reivindicativas comuns são momentos de grande empenho de todos.
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ENTREVISTA / Sebastião Santana, vamos para uma área mais pessoal, como é que aconteceu a entrada no meio sindical?
exceção feita ao período da pandemia em que houve um recurso muito grande a webinar’s e chat’s de outros níveis, e reuniões no Zoom, continuamos a privilegiar os contactos diretos…
Eu sou cardiopneumologista do Hospital de S. José. A determinado momento o meu sindicado [dos Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas] tem um processo de eleições para a direção e entende-se que eu que era delegado sindical e deveria integrar essa lista para a direção. Depois disto [ainda estava no hospital] por falta de quadros no sindicato fizeram-me a proposta para assumir um setor para dentro do sindicato. E tive de ponderar isto muito bem, onde é que fazia mais falta…
… pandemia veio também agitar a forma de funcionamento das estruturas sindicais?
Veio. Veio criar perturbações como em toda a sociedade portuguesa e mundial. Isto de termos de ficar fechados em nossas casas foi um problema para toda a gente.
Esta ideia do teletrabalho veio para continuar. Do ponto de vista dos sindicatos isto implica ajustes no trabalho e nas reivindicações sindicais?
… é uma alteração profunda na vida?
É e em todos os aspetos. Desde a vida pessoal e familiar, da disponibilidade para a família e tempo para mim próprio houve uma alteração. Não posso dizer que tenha sido para pior, porque ninguém me obrigou a assumir as tarefas que tenho vindo a assumir de responsabilidades cada vez maiores. Mas acho que tomei uma decisão correta, na altura, e ainda não me arrependi. Apesar das responsabilidades e do volume de trabalho ser cada vez maior o meu local de trabalho [hospital] também nunca foi fácil. Portanto, não vinha desabituado de trabalhar como qualquer trabalhador em Portugal.
/ A Frente Comum não se limita a defender os aumentos de salários
Depois surge a Frente Comum?
Antes da Frente Comum surgiu a Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública, também num quadro de congresso, em que a coordenação da Federação se alterou por motivo de aposentação da minha camarada Ana Avoila. E já estando na direção nacional da federação os meus camaradas entenderam que seria eu a pessoa indicada para dar continuidade ao trabalho que já vinha de trás. Depois a Frente Comum tomou a mesma decisão.
Pegando no exemplo do chumbo do Orçamento de Estado, imagino que terá sido uma azáfama de reuniões e análises. Este cargo e trabalho implica uma disponibilidade quase total?
E deixa de ser um trabalho de cindo dias por semana. Passa a ser um trabalho de disponibilidade quase total. Há reuniões à noite, telefonemas e reuniões ao fim de semana. É fruto das tarefas e das necessidades de dar resposta às necessidades.
Nunca houve atração pela área política, falo de partidos, naturalmente?
Interesso-me muito por política. Sou militante do PCP e faço o meu papel como militante, mas não tenho ambições políticas, no sentido clássico da palavra. Entendo que o meu papel como indivíduo neste momento é ser dirigente sindical e tentar defender os direitos dos trabalhadores, o melhor que possa e consiga….
… mas admite, no futuro, que possa haver um salto para a política partidária?
É uma questão que não se coloca agora. Não se coloca e honestamente não penso nela. Tenho muito com que me
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JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
entreter na Frente Comum e na Federação dos Sindicatos da Função Pública.
Muitas vezes falar de sindicatos é falar de defesa dos trabalhadores, dos seus vencimentos e condições de trabalho. Mas há mais vida sindical para além destes fatores?
A este nível da discussão [Federação e Frente Comum] a questão central são os direitos dos trabalhadores, mas nunca dissociamos isto das políticas que são seguidas na área da administração pública. A Frente Comum não se limita a defender os aumentos de salários, mas defende também os serviços públicos e a alteração em relação a eles, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, forças de segurança, o reforço das funções sociais do Estado, o fim das parcerias publico-privadas. Temos uma intervenção que acaba por ser política. Um exemplo concreto: porque é que nós insistimos tanto na defesa do vínculo público de nomeação para os trabalhadores da administração pública? Tem duas vertentes. A primeira é a defesa do posto de trabalho, a pessoa sabe que vai ter aquela função de uma maneira contínua. A segunda é garantir que os serviços públicos estão sempre dotados do número de pessoas suficientes e que não há mecanismos fáceis na dispensa de trabalhadores.
Os trabalhadores recorrem muito aos sindicados e gabinetes jurídicos para resolver diferendos laborais?
Continua a haver um recurso muito forte, tanto que os serviços jurídicos dos sindicatos estão sempre com os agendamentos cheios o que é reflexo de duas coisas: uma é que os trabalhadores continuam sempre a chegar aos sindicatos sempre que têm um problema e outra é que há muitos problemas ainda para resolver. Casos concretos de trabalhador a trabalhador.
E esses números aumentam ou decrescem?
Nos últimos anos tem havido algum acréscimo de recurso aos sindicatos, nomeadamente nos casos do reposicionamento remuneratório, no descongelamento de carreiras que nem sempre foi bem aplicado, no âmbito no programa de regularização de vínculos na administração pública. Há fases, como em tudo. Sempre que surge alguma alteração que não é bem aplicada os trabalhadores chegam mais aos gabinetes jurídicos dos sindicatos. E mesmo as taxas de sindicalização têm vindo a subir nos últimos anos, como se deu conhecimento no último congresso da CGTP. Há aqui um aproximar dos trabalhadores aos sindicatos, como seus representantes.
Este mundo cada vez mais digital, à distância ou virtual veio alterar a gestão ou a forma de trabalhar dos sindicatos?
Eu dizia que não. Na forma de funcionamento dos sindicatos não. Na forma de contacto com os trabalhadores e com os associados de uma maneira geral houve adaptações a que os tempos obrigaram. E já serão poucos os sindicatos que não tenham a sua própria página de internet, que não tenham o seu grupo de Facebook, que não tenham a sua mailinglist. Portanto houve aqui uma adaptação na comunicação, mas sem esquecer que a centralidade da nossa ação é no local de trabalho e junto dois trabalhadores. Continuamos a fazer o contacto pessoa a pessoa, a entrega do documento, o placard sindical que está no local de trabalho com informação concreta desse local. Isso mantém-se tudo e que entendemos ser o mais profícuo porque falamos diretamente com as pessoas, podemos esclarece-las e até apontar caminhos de luta. Os processos de decisão de lutas passam pela realização de plenários e de auscultação dos trabalhadores. E isso,
Temos chamado a atenção para a necessidade de garantir todos os direitos aos trabalhadores. É que se um trabalhador no seu local de trabalho não paga os meios de produção, quando está em casa conversa é bem diferente. E a articulação entre a vida familiar e profissional torna-se mais difícil. A casa deixa de ser o espaço íntimo de cada um e passa a ser também o local de trabalho. Aquilo que parecia ser uma coisa que ia ficar eternamente na vida das pessoas, foram os próprios trabalhadores a dizer que bastava e que não seguramente a maneira mais saudável de desempenhar o trabalho. E depois à o caso dos custos que o Estado, no caso concreto dos trabalhadores da administração pública, nunca assumiu e que vai ter de assumir. Não somos contra o teletrabalho, somos a favor desde que em condições muito específicas e a pedido do trabalhador. Agora a sua generalização não nos parece bem, ainda para cima em serviços da administração pública em que não se consegue atender todos os cidadãos, quanto mais com trabalhadores em regime de teletrabalho. É um preocupação que temos e que está na nossa proposta reivindicativa.
Indo mais à área pessoal do Sebastião Santana. No tempo, pouco acredito, que tem disponível quais são os hobbies? Como passa o tempo livre?
O meu hobbie principal é a pesca desportiva….
Que já vai poder ser feita no Tejo, uma vez que o Conselho de Ministros aprovou o fim da proibição…
Já ouvi dizer e fiquei muito feliz com a notícia porque realmente não se compreendia porque é que não se podia pescar aí [entre Ortiga e a ponte da Chamusca]. Mas sim, é uma das coisas que faço quando vou a Abrantes é ir pescar. E cá também. Vivo em Almada e vou muitas vezes à pesca. Muitas é como quem diz, neste mês já fui uma e estamos no dia 28. E regra geral à noite e fora de horas. Roubo tempo ao sono para ir à pesca, mas faz-me bem.
E Abrantes, há tempo para vir a Abrantes?
Não tantas quanto gostaria, mas uma vez que o meu núcleo familiar [os meus pais] continuam a estar em Abrantes faço questão de, pelo menos uma vez por mês conseguir ir e tenho conseguido.
REGIÃO / Abrantes
Empresa de cannabis medicinal compra instalações da RPP Solar // Na reunião de Câmara de Abrantes realizada no dia 8 de outubro, a última do atual Executivo, o vereador do Bloco de Esquerda questionou o presidente acerca do destino das instalações da RPP Solar, na freguesia de Concavada. Armindo Silveira anunciou a colocação de “uma placa de uma nova empresa” junto às instalações da RPP Solar e “isso é indício que aquele espaço, possivelmente, foi comprado ou alugado”. O vereador disse ser “bom que aquele espaço seja desenvolvido” e questionou acerca do que vai ali nascer. Armindo Silveira quis ainda saber se esta situação “vai ter reflexos no processo que a Câmara de Abrantes colocou em tribunal, relativamente à verba que ali foi aplicada. Saber se, de facto, vai haver algum retorno”. Às perguntas do vereador bloquista sobre “a empresa, a viabilidade e se o Executivo consegue recuperar alguma da verba”, o presidente
/ Painel junto à entrada das antigas instalações da RPP Solar da Câmara de Abrantes revelou a compra dos terrenos mas não quis anunciar o projeto pois, segundo Manuel Jorge Valamatos, “foram anunciados projetos de empresas que depois não aconteceram. Eu prefiro não anunciar e, quando as coisas se concretizarem, nós falamos”. “O que sabemos é que a RPP Solar foi comprada numa hasta pública e já tivemos conversas com os promotores”, assumiu o autarca. No entan-
to, “só quando este projeto andar para a frente e lá virmos as pessoas a trabalhar, é que nós tornamos isto público. É a credibilização da política. Porque é que vamos anunciar uma coisa que não depende de nós? Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que as coisas funcionem e para que o nosso concelho avance”. Quanto ao processo da “reversão financeira do investimento que a Câ-
mara fez naqueles terrenos”, Manuel Jorge Valamatos afirmou que “há 15 dias houve uma sessão em tribunal onde os nossos técnicos e advogados estiveram a tratar deste assunto e quando este assunto também estiver concluído, obviamente que daremos essa informação”. À margem da reunião de Câmara, Manuel Jorge Valamatos explicou depois à Antena Livre qual o ponto de situação dos terrenos e instalações da RPP Solar. O presidente da Câmara voltou a confirmar que “aqueles terrenos e aquelas instalações foram adquiridas por uma empresa que pretende desenvolver ali um projeto que nós estamos a acompanhar”. O autarca não quis anunciar qual o ramo de negócio da futura empresa mas, no cartaz que foi colocado junto às instalações, está bem visível que se trata de uma empresa cuja atividade está ligada à cannabis medicinal. “Estamos muito otimistas”, confessou Manuel Jorge Valamatos. Contudo, voltou a lembrar que não vai anunciar projetos sem que estes “estejam verdadeiramente implantados”. No entanto, lá referiu que “é com muito agrado que olhamos para a retoma daquele lugar e para um investimento relevante para o nosso concelho e para a nossa região. Estamos muito atentos, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para criar as melhores condições para
que os promotores se possam instalar e desenvolver os seus projetos”. Quanto aos capitais envolvidos, Manuel Jorge Valamatos esclareceu que “é uma empresa que, seguramente, também terá capitais estrangeiros mas é um promotor com experiência e aceitação no mercado e no qual nós confiamos e depositamos muita esperança”.
Antigo Hotel Abrantur com “constrangimentos” à requalificação
Ao lado das instalações da RPP Solar, existe um outro imóvel que também foi comprado recentemente. Quanto ao processo de requalificação do antigo Hotel Abrantur, na freguesia do Pego, Manuel Jorge Valamatos revelou que “também foi com muito agrado que percebemos que o antigo hotel foi adquirido”. O presidente revelou que “também estamos em conversações com os promotores e existe um projeto de requalificação e uma nova dinâmica na área da saúde e na área social”. No entanto, “existem alguns constrangimentos e alguns condicionalismos”. Manuel Jorge Valamatos relembrou que “estamos a falar de um imóvel que foi adquirido no início, ou pouco antes, da pandemia” e que este facto dificultou o processo que a Câmara “continua a acompanhar e que, nos próximos tempos, também teremos notícias a esse propósito”. Patrícia Seixas PUBLICIDADE
Novembro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Abrantes
Feira de Doçaria de Abrantes vendeu mais de 10.000 Palhas de Abrantes // O regresso da Feira Nacional de Doçaria Tradicional de Abrantes, depois da interrupção provocada pela pandemia, encheu a cidade de visitantes e foram vendidas mais de 10 mil unidades de Palha de Abrantes. Organizada pelo Município de Abrantes, em parceria com a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, a Feira Nacional de Doçaria Tradicional de Abrantes aconteceu ao longo de três dias com algumas limitações decorrentes da pandemia, como por exemplo o uso de máscara na tenda onde aconteceu a feira ou a proibição de fazer provas ou conceção de doces ao vivo. A Feira Nacional de Doçaria Tradicional contou com lançamento do livro “Abrantes mais Doce” que tem o objetivo de homenagear os doceiros do concelho, tendo sido distribuído aos expositores pelas mãos do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Foram igualmente criadas e fornecidas aos doceiros abrantinos caixas para a venda da Palha de Abrantes. Um dos pormenores destas caixas é um “chip” com a história do doce conventual de Abrantes.
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A Feira de Doçaria ficou ainda marcada pela assinatura do protocolo referente à criação de dois videojogos, utilizando a personagem do “Palhinhas”. Estes jogos destinam-se a crianças dos 3 aos 10 anos e resultam de uma parceria entre a TAGUS e a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), do Instituto Politécnico de Tomar. Os jogos deverão ser lançados na 20.ª edição da Feira, em 2022. Já a exposição do “Palhinhas”, distribuída pelo espaço da Feira, contou com a participação de mais de 1.000 crianças que elaboraram 30 trabalhos em cartão nas escolas do pré-escolar e do 1º ciclo do Ensino Básico de Abrantes, preservando e valorizando a identidade territorial através da personagem “Palhinhas”. De notar que no sábado de manhã uma criança de Água Travessa foi à Feira, com a mãe, para “oferecer” ao Palhinhas uma miniatura do Palhinhas feita a partir de uma garrafa de plástico. A edição deste ano da Feira Nacional de Doçaria Tradicional de Abrantes contou com 22 expositores, 12 representantes do Ribatejo Interior e 10 Nacionais. Provenientes da região Norte, com Amarante e Felgueiras, da Região Centro, com Abrantes, Ovar, Alcobaça, Torres Novas, Sertã, Sardoal, Constância e da Região do Alentejo, com Reguengos de Monsaraz e Montemor-o-Velho.
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
A particularidade da 19ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional foi a novidade da “Doçaria a Pedido”, uma iniciativa focada em apoiar os doceiros locais a escoar os seus produtos, que era possível realizar através de duas vias; Entrega ao Domicílio, através de duas empresas locais, a Recadex e o Jarvas. Em paralelo a Feira contou com oficinas de doçaria, animação infantil, atividade desportivas e performances. O Agrupamento de Escolas Verde Horizonte de Mação, a EPDRA - Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes e o Rancho Folclórico e Etnográfico de Casais de Revelhos tiveram um papel fundamental, movimentando mais de 50 pessoas nas suas oficinas de doçaria. De Mação chegaram as Enroladas de Poejo com Calda de Chave Dourada, os Docinhos de Mação e o Cremoso de Mel. A EPDRA valorizou o figo através de uns queijinhos com fios da Palha de Abrantes, Queijadinhas Mouriscas e Torta de figo da Índia. E o Rancho de Casais de Revelhos demonstrou que não é apenas de música que se compõe um grupo etnográfico, mas também dos seus costumes e sabores, que atravessam geração em geração, deixando a plateia deslumbrada, com os seus Bolos Lêvedos.
O lançamento do Macaron Palha de Abrantes
Todos os anos, por alturas ou durante a Feira de Doçaria de Abrantes o Chef Fernando Correia faz questão de lançar um doce ligado à Palha de Abrantes. Ou é uma interpretação ou então uma espécie de derivado. Fernando Correia já tinha o “fardo de Palha”, o “barco de Palha”, o “quindim Palha de Abrantes”, o “gelado Palha de Abrantes”, os “bombons de Palha de Abrantes” e em 2021 acrescenta a esta coleção o “Macaron Palha de Abrantes”. O Macaron é um doce típico da pastelaria francesa que utiliza muito “petit four’s” e este assenta numa base de claras e amêndoas. “É considerado um bolo fino da pastelaria clássica francesa”, explicou Fernando Correia que acrescentou “sentimos a necessidade de criar coisas novas na Palha de Abrantes”. O Chef diz que é um bolo com texturas diferentes. É um bolo clássico da pastelaria francesa, mas o objetivo era dar “mais grandeza à Palha de Abrantes” e com este doce da Palha de Abrantes noutras experiências. Fernando Correia sublinhou que o doce é uma inovação, mas muito simples é colocar entre as duas partes que formam o Macaron o doce de ovos e amêndoa (a base da Palha de Abrantes” e depois os fios de ovos. “Só não vai a gratinar para não estragar o bolo finto”. Fernando Correia salientou que para fazer os macarons tem sempre
de pensar a dobrar, pois para fazer 500 Macarons Palha de Abrantes precisa de cozer mil partes da base do bolo finto que ganha a forma redonda com a perícia do saco de pasteleiro. E o resultado é um Macaron que acaba por ficar mais húmido pelo doce de ovos da Palha de Abrantes e assim ganha uma textura diferente. E a novidade, que experimentamos na fábrica da pastelaria Tágide Gourmet foi lançada na Feira de Doçaria de Abrantes.
As tigeladas de abóbora
Também a Pastelaria 2000 apresentou pela primeira vez na Feira de Doçaria as suas Tigeladas de Abóbora que ganharam a categoria “Degustação” do concurso Food Fab Lab promovido pelo Inov Linea, estrutura do parque tecnológico de Abrantes Tagus Valley. Cátia Pereira, da Pastelaria 2000, explicou na emissão especial que a Antena Livre fez em direto da Feira de Doçaria, que esta tigelada foi pensada para a Feira de Doçaria de 2020, entretanto cancelada devido à pandemia. O aproveitamento da abóbora, que faz parte das nossas tradições e cultura desta época do ano, foi “cozinhado” com os restantes ingredientes da tigelada. E assenta num pormenor de que até as sementes da abóbora ficam na “calda” que vai cozer ao forno. Recorde-se que já em 2019 a Pastelaria 2000 tinha criado as tigeladas de spirulina ou beterraba e aponta a um outro conjunto de inovações como a queijada de caramelo salgado ou a broa fervida de mel e nozes com recheio de fios. Jerónimo Belo Jorge
ECONOMIA /
Central do Pego: decisões em Janeiro // O processo do concurso público para o Ponto de Injeção na Rede, ou seja, a substituição dos dois grupos a carvão da Central Termoelétrica do Pego, foi prorrogado até 17 de janeiro de 2022. Em condições normais, e de acordo com a primeira publicitação, o concurso teria terminado a 18 de outubro. Aquilo que se sabe é que a empresa que vier a ficar detentora deste ponto de injeção na rede tem de ter sede social no concelho de Abrantes, garantir postos de trabalho para além de outros pressupostos que fazem parte do caderno de encargos. Enquanto os processos correm, os presidentes dos Municípios de Abrantes, Matosinhos e Sines, os que têm unidades encerradas para cumprimento das metas de descarbonização, juntaram-se e emitiram um comunicado em que manifestam preocupação pela dispersão do Fundo de Transição Justa por vários territórios sem que exista, para já, projetos ou ideias concretas a aplicar nestes três territórios que têm as duas centrais a carvão e a refinaria a fechar portas. No caso de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, depois da tomada de posse, agendou uma reunião com o ministro do Ambiente e da Ação Climática no sentido de se inteirar sobre o processo. A reunião aconteceu no dia 19 de outubro, um dia depois daquele que era o primeiro prazo para a entrega das propostas concorrentes ao Ponto de Injeção na Rede do Pego. Ao Jornal de Abrantes, o presidente da Câmara, Manuel Jorge Valamatos, confirmou que esteve reunido com o secretário de Estado da Energia, João Galamba, mas que não houve nenhuma novidade ou alteração em relação aquilo que é o estado do processo: está a decorrer o concurso público ao qual podem apresentar propostas as empresas interessadas. O autarca de Abrantes deseja “um grande projeto para Abrantes, que consiga dinamizar a atividade económica e que consiga mitigar os prejuízos do encerramento da central a carvão”. Na mesma linha, Manuel Jorge Valamatos espera que este futuro projeto consiga fi-
/ Endesa anunciou a saída da gestão operacional da Central do Pego
// AS RESPOSTAS DO MINISTÉRIO DO AMBIENTE AO JA Qual o motivo desta prorrogação do prazo do concurso público para o Pego? Conforme consta do Despacho do Secretário de Estado Adjunto e da Energia de 1 de outubro de 2021, publicado no sítio da Internet da Direção-Geral de Energia e Geologia, no período de pedidos de esclarecimento dirigidos à Comissão de Avaliação do Procedimento, que decorreu até às 23h59 de dia 24 de setembro de 2021, foram rececionados diversos pedidos de empresas interessadas no sentido da extensão do prazo para apresentação das candidaturas, por forma a possibilitar a elaboração de projetos que satisfaçam os critérios obrigatórios e os critérios de majoração das propostas a apresentar ao procedimento concorrencial em causa. Considera-se, assim, ajustada a concessão de um período mais amplo para a apresentação das candidaturas, não apenas pela evidente mais valia decorrente da maior participação possível de
concorrentes neste procedimento, como igualmente da evidente mais valia da apresentação de candidaturas o mais consolidadas possível. Havendo encerramento das unidades de produção a carvão a 30 de novembro, há alguma indicação em relação aos recursos humanos? Há algum plano no sentido de evitar despedimento destas pessoas? O Governo pugnou pela minimização, tanto quanto possível, do hiato temporal entre o descomissionamento da Central a carvão e o projeto que venha a ser adjudicado no procedimento concursal. Com o objetivo de salvaguardar os postos de trabalho, o Governo criou duas majorações, constantes no artigo 18.º do Programa do Procedimento, a serem atribuídas aos projetos que prevejam: i) a criação de postos de trabalho permanentes, mediante contrato individual de trabalho sem termo e sem período experimental, de número equivalente ao dos quadros
de pessoal afetos à atividade da Central Termoelétrica a carvão do Pego à data da abertura do presente Procedimento (83) e; ii) a integração, mediante condições salariais equivalentes (cerca de € 64 206,00 por trabalhador, valor que inclui remunerações, encargos com segurança social e seguros obrigatórios, benefícios associados aos contratos de trabalho, como por exemplo fundo pensões, seguro de saúde, seguro de vida, seguro de acidentes pessoais e subsídios diversos, tais como alimentação entre outros) dos trabalhadores afetos à atividade da Central Termoelétrica a carvão do Pego, à data da abertura do Procedimento.
Em relação a um eventual desmantelamento da unidade , será com os donos (Tejo Energia) ou haverá do MAAC ou Governo alguma intervenção?
O desmantelamento da Central Termoelétrica a carvão do Pego é uma responsabilidade, nos termos legalmente aplicáveis, da empresa proprietária.
xar os postos de trabalho existentes e que o Fundo de Transição Justa, “e era sobre isto que eu queria falar com o senhor ministro”, que estava previsto para três regiões [Abrantes, Sines e Matosinhos] “que não seja dividido por outras regiões”. E acrescentou que espera que esse fundo sirva para “alavancar a dinâmica económica destas três regiões”. O presidente da Câmara de Abrantes deu conta que, para além de João Galamba, estiveram presentes vários técnicos do Ministério do Ambiente e que ficou com perspetivas “positivas para podermos ter um grande projeto para o Pego. Percebemos, e já tínhamos percebido, que temos um ponto de injeção muito valioso. Este ponto vale muitos milhões de euros e é muito importante para a atividade da energia do país e nós queremos um grande projeto para o nosso concelho”. Manuel Jorge Valamatos vincou que este concurso “é uma decisão do Governo, não interessa se estávamos mais ou menos de acordo. O Governo entendeu que o ponto de acesso era do Estado”. O presidente da Câmara de Abrantes mostrou ser indiferente que este processo corra nos tribunais, nomeadamente uma providência cautelar interposta pela Tejo Energia que pretende suspender o concurso. Manuel Jorge Valamatos sublinhou que aos tribunais caberá decidir esses processos, mas que a “Câmara de Abrantes, e os abrantinos, querem é ter um grande projeto para o nosso concelho e é isso que desejamos”. Estima-se que o desmantelamento da central a carvão tenha a duração de três a quatro anos. Será necessário um investimento de 40 milhões de euros pelo consórcio para desmantelar a infraestrutura e descontaminar solos, segundo o presidente da Endesa Portugal. PUBLICIDADE
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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha Bark é membro da EAZA e dá mais um passo a caminho da abertura // O Bark – Biopark Barquinha, é membro da EAZA, ou seja, está ultrapassada mais uma fase importante neste projeto que pretende ser uma porta para o conhecimento e respeito pela biodiversidade e também um dos maiores bioparques da Europa. Para o promotor João Paulo Rodrigues, ser membro da Associação Europeia de Zoos e Aquários “significa muito, é algo extremamente importante e mesmo histórico”. Isto porque o Bark é a oitava instituição portuguesa a fazer parte da EAZA e “a primeira que entra sob o modo de Membro Temporário Em Construção”, ou seja, é a primeira instituição a ser membro da Associação sem ter ainda as portas abertas. “É um selo de confiança no que estamos a fazer”, disse, orgulhoso, o promotor. Ser membro da Associação Europeia de Zoos e Aquários implica
que haja pesquisa e investigação científica e também “educação do público visitante assim que abrirmos”. E essa é mesmo a grande questão: a abertura do Bark. “Obviamente que durante a pandemia, tal como a maior parte do mundo, não sabíamos o que iria acontecer”, reconheceu João Paulo Rodrigues. Contudo, mesmo durante essa fase, “consegui-
mos passar o Estudo de Impacte Ambiental, entrar no Species360 e na EAZA. A EAZA era algo extremamente importante antes de podermos arrancar com as obras pois certos coordenadores não podiam falar connosco sem nós sermos EAZA”. Portanto, com todos estes passos já dados, “iremos agora fazer as últimas alterações de desenho, antes do início das obras que, es-
/ Pérsio Basso / CMVNB
Arquivo Municipal passa a chamar-se António Luís Roldão // A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, na reunião do executivo camarário do dia 20 de outubro, a proposta para que o Arquivo Municipal se passe a designar - Arquivo Municipal António Luís Roldão. Investigador incansável ao longo de mais de cinco décadas, António Luís Roldão é autor de inúmeras publicações, entre livros e artigos em publicações periódicas, dedicadas à história do concelho de Vila Nova da Barquinha. Foi neste contexto que a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, na reunião do dia 20 de outubro, a proposta para que o Arquivo Municipal se passe a designar por Arquivo Municipal António Luís Roldão. Esta “justa homenagem” do Mu-
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nicípio a “uma figura determinante no registo e preservação do património e da identidade cultural de Vila Nova da Barquinha” será assinalada numa cerimónia de descerramento de placa a realizar no próximo dia 6 de novembro, pelas 9:30, dia em que se assinala o 185.º aniversário do concelho, mostrando-lhe, deste modo, “enaltecimento público e reconhecida gratidão”. A Câmara Municipal irá editar em breve “Ritornelo”, uma obra de poesia também da sua autoria, com ilustração da pintora Isabel Fescrata (Isafre). Verdadeira memória histórica do município, o Arquivo Municipal é constituído por fundos documentais de natureza administrativa e histórica, particularmente ricos, sobretudo para o período posterior a meados do século XIX, procedentes dos diferentes serviços municipais. Tem como principais objetivos, preservar e conservar a documentação, qualificar e va-
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pero eu, arranquem dentro de pouco tempo. Logo de seguida, é começar a receber animais e abrir o Parque”. Quanto a datas concretas, João Paulo Rodrigues apenas assegurou ter “uma boa ideia de quando poderá abrir mas ainda não quero anunciá-la, não vá vir aí uma nova variante mais forte do Covid e baralhar isto tudo”. Certo é que o ano de 2022 “será um ano de muito trabalho para o Biopark” mas, como assegurou João Paulo Rodrigues, “para quem começou a fazer este projeto com 17 anos e já lá vão 14”, estes dois anos de pandemia “não são nada”. O promotor revelou ainda que “só quem tem estado deste lado da equipa desde o início é que tem ideia da quantidade de trabalho feito durante este tempo todo. Há muita coisa envolvida e a parte política e administrativa não tem sido fácil”. “É por esta razão que não abre um parque deste género há mais de 20 anos em Portugal. Poucas pessoas teriam a paciência que eu
/ António Luís Roldão lorizar o seu espólio e divulgar a história local. António Luís Roldão, nascido a 19 de novembro de 1934, na Rua da Barca, em Vila Nova da Barquinha, é poeta, músico, jornalista, associativista, autarca e investigador da história local. Muitas são as suas facetas. No jornalismo, foi um dos impulsionadores do jornal “Folha Paroquial”, nos anos 60, que mais tarde deu origem ao “Novo Almourol”, publicação com a qual ainda hoje colabora, chegando a desempenhar o cargo de subdiretor. Na vida associativa, desempenhou cargos na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da
Barquinha, Sporting Clube Barquinhense, Clube União de Recreios de Moita do Norte, Santa Casa da Misericórdia e Paróquia de Vila Nova da Barquinha. Como músico filarmónico, pertenceu durante 50 anos à Banda de Música dos Bombeiros da Barquinha. Na poesia, publicou três livros de sua autoria, participou em duas publicações coletivas editadas pela Câmara Municipal, a ainda no CD “Barquinha, Poesia e Fado”, outra iniciativa da autarquia. O resultado da imensa dedicação à investigação da história local de Vila Nova da Barquinha, um trabalho ímpar, publicado ao longo dos últimos anos no jornal “Novo
tenho tido ao longo destes anos todos”, desabafou. A burocracia tem sido mais do que muita mas, ao longo de todo este tempo, “a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha sempre foi o nosso maior parceiro pois sempre que precisávamos de ir a uma instituição pública, tivemos sempre a Câmara do nosso lado. A Câmara de Vila Nova da Barquinha tem sido e é o maior parceiro neste projeto e espero que continue a ser após muitos anos de funcionamento do Parque”. No final, João Paulo Rodrigues revelou uma informação em primeira mão. É que, segundo a política do Bark, “não vamos ter cetáceos, como baleias e golfinhos, devido à polémica que tem existido ao longo dos anos da manutenção dessas espécies em ex-situ”, ou seja, fora do lugar de origem. Contudo, existirão aquários pois os peixes de água doce também integrarão a família do Biopark. Apesar das dificuldades, dos adiamentos, da pandemia, o Bark – Biopark Barquinha continua vivo e representa um investimento global de 70 milhões de euros. Vai ter uma área de 43 hectares e criar 150 postos de trabalho direto. A meta é proporcionar “uma aventura” a qualquer um dos 450 mil visitantes esperados no primeiro ano. Patrícia Seixas
Almourol”, foi também publicado em livro, nos dois volumes de “Barquinha, Crónicas Históricas”, editados em 2014 e 2020 pela Câmara Municipal. “Estamos sem dúvida perante uma das personalidades mais notáveis do panorama cultural do concelho, reconhecido em 2009, com a atribuição da medalha Municipal de Mérito Cultural-Grau Ouro, conforme ata do Executivo de 27 de maio de 2009”, afirma o Município. O Arquivo Municipal de Vila Nova da Barquinha ocupa o espaço de um antigo edifício municipal existente na Rua de Cabo Verde. Com dois pisos, está dotado de sala de leitura, sala de tratamento de classificação documental, atendimento e área para depósito da documentação. Este equipamento é fruto de um acordo de colaboração celebrado entre o Município de Vila Nova da Barquinha e o Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo, no âmbito do Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM). O Arquivo Municipal tem como missão promover o acesso dos serviços camarários e do público em geral à documentação que tem à sua guarda. Estes documentos foram produzidos e recebidos pela Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e constituem a memória do concelho.
REGIÃO / Abrantes Câmara dá parecer positivo à criação de Área Integrada de Gestão da Paisagem a sul do Tejo // Na terça, dia 19 de outubro, na primeira reunião do novo Executivo, a Câmara Municipal de Abrantes aprovou, por unanimidade, um parecer favorável com vista à criação da Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP) – Rio Torto, que está inserida no território da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) Rio Torto, numa área total de 623.6 ha no sul do concelho, abrangendo o território de S. Miguel do Rio Torto. O presidente Manuel Jorge Valamatos explicou que as AIGP “contemplam aqui diferentes linguagens, entre a floresta, a agricultura e o turismo. Segundo o autarca, “é uma excelente oportunidade para a reorganização da nossa paisagem no território”. O presidente reforçou que “o que era importantíssimo, era conseguir encontrar na comunidade empresas ou instituições que queiram abraçar estes projetos”. Vítor Moura, vereador do PSD, também considerou que a constituição da AIGP é um “instrumento importantíssimo para Abrantes e para as suas populações, sobretudo rurais”. Segundo o vereador, onde a AIGP for criada, “vai mexer na gestão do território, seja uma grande empresa ou um pequeno proprietário florestal”. O vereador afirmou que “a Câmara deveria ter um papel importante neste processo, nomeadamente através
das freguesias” porque, segundo disse, “os nossos proprietários rurais terão, muitos deles, dificuldade em aceitar”. Explicou que os pequenos proprietários terão, inicialmente “dificuldade em ver dar um destino diferente daquele que historicamente sempre de-
ram àquilo que é seu e que passa, de um momento para o outro, a sofrer uma alteração na utilização do solo, por exemplo”. É, portanto, “preciso explicar às pessoas, é preciso sensibilizá-las para as vantagens que isto lhes pode trazer (…) e explicar que isto tem
uma contrapartida financeira”. Vítor Moura pediu à Câmara para que aposte na informação junto dos proprietários para os sensibilizar e para que percebam o que está aqui em causa sendo que “isto também pode ser desenvolvido por outras entidades privadas” e deixou ainda o desafio para que se possa apoiar as associações “ou criar mais uma que venha a abraçar este projeto”. Manuel Jorge Valamatos concordou com o vereador social-democrata e lembrou que “este enquadramento da constituição de AIGP’s tem seis meses e nós já temos uma formada a norte e temos esta agora a sul”. Contudo, o presidente da Câmara alertou “que são as entidades promotoras que têm que fazer esse trabalho de sensibilização e de captação das diferentes parcelas de terreno”, afirmando, no entanto, que a Câmara vai “acompanhar esse processo
com toda a atenção”. Na reunião de dia 7 de setembro, a Câmara de Abrantes já tinha dado parecer positivo à criação da AIGP de Aldeia do Mato, no norte do concelho, coincidente com a área da ZIF Aldeia do Mato, abrangendo áreas da União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, Martinchel e Rio de Moinhos, numa área total de 6 878 ha. A entidade gestora é a Gestiverde. As áreas integradas de gestão da paisagem estão a ser criadas a nível nacional em zonas de minifúndio e de elevado risco de incêndio e surgem numa estratégia de mosaico ou de descontinuidade da floresta, em que os espaços florestais são integrados em espaços agrícolas de forma a tornar o território mais produtivo e a aumentar a eficácia da prevenção contra incêndios. As AIGP preveem diferentes modalidades de relação com os proprietários, podendo estes delegar a gestão do seu terreno à entidade gestora ou fazer a gestão mediante o plano proposto. Para o presidente da Câmara Municipal, Manuel Jorge Valamatos, este novo enquadramento “deixa-nos muito otimistas para com o futuro porque estas áreas são, de certa forma, muito semelhantes às das ZIF’s, mas com uma interpretação do território florestal muito mais abrangente”. PUBLICIDADE
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As eleições que se aproximam poderão sufragar qualquer lista que entenda apresentar-se a sufrágio aos órgãos Sociais do CRIA para o quadriénio 2021 2025. A Mesa da Assembleia Geral, de forma a assegurar equidade, o cumprimento de procedimentos administrativos e logísticos necessários, definidos nos Estatutos do CRIA e na legislação aplicável, vem por esta forma aclarar alguns procedimentos: Candidaturas: As Candidaturas deverão ser entregues á Mesa da Assembleia Geral no dia 5 de Novembro no período entre as 1 0:00 e as 1 2:00 horas, nas instalações do CRIA; As listas deverão contemplar todos os órgãos sociais, De acordo com o estabelecido nos Estatutos, todos os candidatos devem subscrever a lista candidata que integra, ter as quotas regularizadas e, apresentar o cartão de identificação ou a respetiva cópia para conferência de identificação e assinaturas; Até ás 1 6:00 horas do dia 5 de Novembro será comunicada a decisão sobre a elegibilidade das candidaturas apresentadas; Assembleia Geral De acordo com as normas em vigor relativas ao controle da pandemia no acesso ás instalações do CRIA, para efeitos de ingresso na Assembleia Geral, deverão os sócios fazer-se acompanhar de Certificado Digital Covid 1 9 válido que comprove a vacinação completa; ou Teste PCR com resultado negativo realizado até 72 horas antes do evento; ou Teste antigénio com resultado negativo realizado até 48 horas antes do evento. É obrigatório o uso de máscara. Cartão de identificação; Caneta; Por questões logísticas as quotas têm de ser liquidadas até às 1 6:00 horas do dia IO de Novembro, e no caso de pagamento por multibanco ou transferência o comprovativo deverá ser enviado para o endereço eletrónico geral@cria.com.pt ou entregue pessoalmente na tesouraria, na data acima referida. CRIA, 28 de Outubro de 2021
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NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SARA REIS EM TOMAR ---Certifico para efeitos de publicação que, por escritura de JUSTIFICAÇÃO lavrada no dia catorze de Outubro do ano de dois mil e vinte e um, exarada de folhas setenta e nove, a folhas oitenta, verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quarenta e Quatro - A, deste Cartório, os senhores ---JOSÉ MANUEL VENTURA NALHA e mulher MARIA MANUELA CAVACO JUSTINO VENTURA NALHA, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho da Chamusca, ela natural da freguesia de Marvila, concelho de Santarém, residentes na Rua da Quintinha, número 3, Chamusca, declararam que são donos e legítimos possuidores do do Prédio rústico sito em Tanchual, na freguesia de Aldeia do Mato, concelho de Abrantes, composto de olival com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte com José Lopes, de Sul com António Lopes, de Nascente com Barragem de Castelo do Bode e de Poente com João Manuel Júlio, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, actualmente inscrito na matriz cadastral da união de freguesias de Aldeia do Mato e Souto sob artigo 10 da secção AP. ---Que os ora justificantes adquiriram o referido prédio há mais de vinte anos, por volta do ano de mil novecentos e noventa e cinco, por compra verbal efectuada a Júlio Rosa Marques e mulher Lealdina Maria Batista Lopes Marques, residentes em Carvalhos de Figueiredo, Tomar, não tendo, no entanto, chegado a celebrar a respectiva escritura pública ---Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a posse sobre o referido prédio, à vista de toda a gente, praticando todos os actos inerentes à sua qualidade de proprietários, usufruindo de todas as utilidades do mesmo, limpando o mato, apanhando a azeitona e limpando as oliveiras, na convicção de exercerem direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacificamente, porque sem violência, contínua e publicamente, sem a menor oposição de quem quer que seja, verificando-se assim todos os requisitos legais para que se possa declarar que adquiriram o referido prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ---Está conforme o original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. A Notária, (Sara João Neves dos Reis) Factura/Recibo n.º 2021001/1892
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POLÍTICA / Abrantes // AUTÁRQUICAS 2021
PS, PSD e BE não se entendem em Alvega e Concavada A proposta apresentada pelo PS para formação de executivo na União de Freguesias de Alvega e Concavada foi chumbada duas vezes por BE e PSD, que insistem em ter eleitos seus na equipa liderada pelo socialista José Felício. Nas eleições de 26 de setembro o PS ganhou e elegeu 3 membros para a Assembleia de Freguesia, tal como o PSD, que ficou em segundo, e o Bloco de Esquerda, que ficou em terceiro lugar. Desta forma cabe ao cidadão mais votado, José Felício (PS) apresentar uma lista com
A junta de freguesia é gerida pelo presidente da junta de freguesia, assegurando a prática dos atos correntes e inadiáveis. Há número de tentativas para constituição da Junta de Freguesia? A lei não prevê um número limite para que o Presidente da Junta de Freguesia proponha vogais para comporem a junta de freguesia, restando apelar ao entendimento consensual das partes para a constituição do órgão. Em que moldes é que pode ser convocado novo ato eleitoral? Se a força mais votada tiver renúncia de todos os candidatos (efetivos e suplentes) pode a Assembleia de Freguesia funcionar apenas com 2 partidos? Com 6 eleitos? São condições para a convoca-
ção de um novo ato eleitoral (eleições intercalares): - A dissolução de órgãos (cf. Lei n.º 27/96, artigo 9.º); - A falta de membros para substituir os lugares deixados em aberto na assembleia de freguesia, e desde que não esteja em efetividade de funções a maioria do número legal dos membros (cf. Lei n.º 169/99, artigo 11.º, n.º 2); - Impraticabilidade de preenchimento da vaga de presidente da junta de freguesia (cf. artigo 29.º, n.º 2), por já estar esgotada essa possibilidade. Assim, caso todos os candidatos da lista mais votada tenham renunciado ao mandato, sendo impossível preencher a vaga de presidente da junta, tem que ser marcada nova eleição para a assembleia de freguesia.
vogais para o executivo da junta de freguesia, tendo assegurado que “continua disponível para trabalhar numa solução que viabilize o executivo da junta de freguesia, tendo em conta a vontade expressa pelos eleitores e eleitoras” da União de Freguesias de Alvega e Concavada. O Jornal de Abrantes contactou a CNE (ver Caixa) e a Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) no sentido de esclarecer de que forma é que o impasse desta União de Freguesias se poderá revolver. Da Parte da CCDRLVT recebemos o seguinte esclarecimento: “O Presidente da Junta «cidadão que encabeça a lista mais votada para a Assembleia de Freguesia», deverá apresentar tantas propostas, quantas as necessárias para que se alcance um consenso com a Assembleia de Freguesia, seja apresentando novas listas ou recorrendo à eleição uninominal; Na situação de impasse, poderá, em obediência ao princípio da continuidade do mandato aceitar-se que a governação da Junta seja assumida pelo atual Presidente e pelos Vogais que integraram a anterior Junta de Freguesia, mas só como forma de forçar a eleição dos vogais. Se todos os elementos da força/lista mais votada renunciarem ao respetivo mandato, ocorrendo assim a impossibilidade de substituição do Presidente da Junta, deverão ser desencadeados os procedimentos legalmente estabelecidos para a realização de eleições intercalares, sendo de destacar que só podem realizar-se nos seis meses posteriores às eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021.” Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
O Jornal de Abrantes contactou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) no sentido de esclarecer de forma rigorosa o desenlace do nó cego que existe neste momento em Alvega e Concavada: Numa Assembleia de Fre guesia com 3 partidos, com 3 eleitos cada, em que não haja entendimentos para constituição da Junta de Freguesia qual o procedimento? A eleição dos vogais da junta de freguesia é efetuada por proposta exclusiva do presidente da junta de freguesia. A eleição é feita por meio de listas ou uninominal. Verificando-se empate na votação, a eleição é obrigatoriamente uninominal. Persistindo o empate a eleição é sucessivamente repetida até que haja consenso. Quem gere a Junta de Freguesia?
mais dois vogais para criar o executivo da Junta de Freguesia. José Felício apresentou, por duas vezes, a sua equipa para a Junta de Freguesia, tendo sido chumbada as duas vezes pelos outros dois partidos (PSD e BE). O socialista disse à Lusa que “quem ganha as eleições forma a equipa com quem quer trabalhar e propõe a lista na lógica de quem ganha governa”. Na primeira tentativa de instalação dos órgãos autárquicos na freguesia, em 16 de outubro, o presidente eleito, José Felício, o
único eleito que pode apresentar propostas para formação do executivo, propôs que os dois vogais fossem da sua lista, ocupando as funções de secretário e de tesoureiro, proposta rejeitada pela maioria, tendo, em sequência, em 22 de outubro, o PS apresentado os mesmos nomes, mas invertendo as suas funções, o que foi novamente chumbado pela oposição com seis votos contra (BE e PSD), e três a favor por parte do PS. José Felício descarta a ideia de formar executivo com pessoas “em quem não tem confiança”. Ou seja não aceita uma eventual solução de ter um executivo com o cabeça-de-lista do PSD, António Moutinho, e o cabeça-de-lista do BE, Eduardo Jorge. Houve ainda uma tentativa de viabilizar a eleição dos vogais para a Junta de Freguesia com a proposta de que a presidência da Mesa da Assembleia de Freguesia fosse detida pelo PSD e pelo BE. Esta ideia foi recusada. Assim sendo haverá uma nova reunião a 25 de novembro para tentar resolver este impasse. Em comunicado, o BE afirmou rejeitar o que denominou de "instrumentalização" do PS no processo de instalação da junta e da Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada, e criticou José Felício por ter usado “argumentos para pressionar os eleitos” bloquistas. Pela sua "gravidade", o BE destacou aquilo que chama de "o infeliz uso de uma possível caducidade dos contratos de trabalhadores ao serviço da UF de Alvega e Concavada, numa clara tentativa de responsabilizar a oposição". O BE lembrou que a legislação estipula que o cabeça de lista eleito pelo partido mais votado é quem detém a iniciativa de propor os
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GALERIA /
Hélio Madeiras Nasce em Lisboa em 1981 tendo passado a residir em Abrantes a partir de 1989 Ingressei nos antigos Bombeiros Municipais de Abrantes com 17 anos e depois de ter feito o serviço militar como paraquedista na Escola de Tropas Aerotransportadas continuou nos Bombeiro em Abrantes.. Em 2005 entrou para as Brigadas Helitransportadas (a então Força Especial De Proteção Civil) fazendo parte das equipas nos períodos de Verão no helicóptero de combate a incêndios do Sardoal (2005 até 2017). Ao longo destes anos passou também pelos Bombeiros de Mação e Vieira de Leiria, desenvolvendo assim todas as missões de proteção e socorro inerentes a cada corporação. Atualmente frequenta a licenciatura em Relações Humanas e comunicação organizacional. E na Força Especial de Proteção Civil neste momento é piloto de aeronaves não tripuladas de proteção e socorro (DRONES). Os hobbies são ciclismo, aeromodelismo, pesca e naturalmente a fotografia. E é nesta área que consegue alguns registos fantásticos, como a foto que correu meio mundo, da Vieira de Leiria, nos incêndios de 2017 (em cima à esquerda).
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JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
SOCIEDADE /
Os 50 anos do Liceu de Abrantes registados em livro // “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos” é um livro de 152 páginas, muitas ilustrações de uma vida de 50 anos e muitos testemunhos. nas salas de aula, não entrou nas vivências que ao longo de 50 anos o Liceu teve. É que se assim fosse 150 páginas não chegavam para contar um décimo daquilo que foram as vivências sociológicas de todos quantos por ali passaram a estudar. “Contamos a história desta escola (…) a história do que está fora da sala de aula em muitas circunstâncias, que é a história das atividades extra-curriculares e o que vai sendo decidido. A história dos problemas que a escola teve e como os vai resolvendo”, explicou José Martinho Gaspar acrescentando que não podendo ir “às salas” contam as respostas que foram sendo dadas para que os alunos se tornassem melhores pessoas, melhores cidadãos. “Na medida do possível é um resumo destes 50 anos, mas q ue tem muitos lapsos, como é óbvio, há muita informação à qual não chegámos porque ela é tanta que temos de a selecionar”, notou José Mar-
tinho Gaspar. E a informação é tanta que poderia dar para um segundo volume ou uma segunda edição revista e aumentada. O grande desafio da Comissão de Comemoração do Centenário, em 2017, foi esse registar os 50 anos. E começou numa exposição que depois permitiu caminhar e ir construindo e reconstruindo esta história de 50 anos. “Muita coisa ficou de fora, não podemos ter no livro todas as pessoas que andaram no liceu e há coisas muito meritórias, atividades muito meritórias, publicações muito meritórias que não aparecem aqui porque não contactamos com elas ou porque tivemos de selecionar, mas obviamente que todos podem dar o contributo de alguma forma”, explicou o coautor do “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos”.
Jerónimo Belo Jorge
2.º
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/ Joaquim Candeias Silva e José Martinho Gaspar (em pé) conduziram a investigação que resultou numa obra de 152 páginas
mento do livro foi mostrado um vídeo em que alunos e ex-alunos deixaram opiniões, mensagens e memórias dos tempos de estudante. E são esses fragmentos que constroem a outra história da escola, aquela que nunca vai ser contada porque seria preciso multiplicar as 152 páginas por umas centenas ou milhares para ter por aí a vivência de uma instituição como é uma escola, que é mais do que paredes e salas de aula, que é mais do que matéria e pedagogia, que é mais do que professores e auxiliares. A escola é, afinal de contas, um processo de construção de personalidades individuais e coletivas de quem todos os dias entra pelos portões para se enredar no seu desígnio de vida. Este “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos” irá, com toda a certeza, provocar reações muito particulares de cada pessoa que o venha a ler. O livro foi vencedor do Prémio Literário Médio Tejo Edições na modalidade Não Ficção. O livro foi lançado no dia em que, precisamente, se completaram 50 anos da transformação da Secção Liceal em Liceu Nacional de Abrantes, ou seja 25 outubro [1971-2021].
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Não é o livro de mais de 10 mil alunos e professores que por ali passaram ao longo dos 50 anos da sua vida, mas pretende retratar a vida de uma instituição que fez parte da vida de mais de 10 mil alunos, professores e funcionários. Desde a sua fundação como delegação do Liceu de Santarém, passando pela autonomia para Liceu Nacional de Abrantes, precisamente a 25 de outubro de 1971, sendo depois designado por Escola Secundária N.º 2 de Abrantes e no início dos anos 90 por Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, o Liceu, como ainda hoje é chamado por muitos, está agora presente num livro da autoria de Joaquim Candeias Silva e José Martinho Gaspar. O desafio para a “construção” de um documento que registasse este meio século foi lançado pela comissão das comemorações dos 50 anos do Liceu, liderada por Mário Pissarra. Desde logo o projeto foi abraçado por José Martinho Gaspar e por Joaquim Candeias Silva que juntaram outros trabalhos já executados, por exemplo sobre o patrono [Dr. Manuel Fernandes] ou pelo primeiro reitor [Professor João Pequito]. José Martinho Gaspar, que conduziu grande parte da investigação explicou que este livro tem um fio condutor que não entrou
Em tanto documento visto e revisto haverá alguns que têm de ficar na gaveta porque não podem ser contados em livro. Pelo menos por enquanto. José Martinho Gaspar vincou esse facto quando fizeram as leituras das atas da direção, principalmente dos conselhos disciplinares. E isso, disse, releva também uma construção da democracia e cidadania que até pode passar despercebida. Há relatos de destruição de salas de aula no pós-25 de Abril, mas há muitas campanhas de cidadania e preocupações ambientais muito antes de “as termos na sociedade”. E isso revela bem a construção de cidadãos que foi sendo feita pela escola ao longo destes 50 anos. Desafiado a contar uma ou outra passagem mais caricata José Martinho Gaspar diz que tem algumas, mas que não podem ser divulgadas em livro ou em público. Até porque este livro poderá vir, com toda a certeza a ativar as memórias de todos quantos passaram pelo Liceu de Abrantes. E seguramente que todas aquelas paredes, cantos e recantos, todas as salas de aula terá muito mais histórias que nunca serão reveladas ou contadas, que ficam nas memórias de cada um dos jovens que estudaram nesta escola. De referir que antes do lança-
ove mb ro * 2021
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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
“À mesa com azeite” regressa aos restaurantes Pelo 21.º ano consecutivo, Vila Nova da Barquinha promove a mostra gastronómica “À mesa com azeite”, entre 6 de novembro e 5 de dezembro. A edição de 2021 conta com a participação de nove restaurantes, sendo eles O Almourol, A Carroça, Café Estrela, O Remo, Ribeirinho, Sabores do Parque, Stop, Tasquinha da Adélia e Trindade. A iniciativa da Câmara Municipal tem como objetivo “diversificar a oferta turística, como complemento de visitação aos muitos atrativos, homenageando em simultâneo este ingrediente emblemático na história do concelho, em tempos um imenso e generoso olival que fornecia matéria-prima para alimentar a laboração de cerca de duas dezenas de lagares”. Desde há séculos presentes na paisagem destas terras, as oliveiras e os seus frutos negros integram desde sempre a heráldica do Município, fator demonstrativo da sua importância na economia local. A degustação do azeite à mesa é a melhor forma de preservar esta memória. Durante um mês, os restaurantes aderentes dão o azeite a provar como entrada e servem pratos como Petingas no forno,
Polvo à Lagareiro, Sopa de couve e muitas outras receitas que têm no azeite um denominador comum. Na edição deste ano há também a possibilidade de fazer visitas guiadas ao Lagar do Casalinho, na Praia do Ribatejo, que podem ser agendadas através do telefone 919929393.
Concelho comemora 185 anos
O concelho de Vila Nova da Bar-
EDITAL COMUNICAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA NA VENDA DE 1 PRÉDIO MISTO E 2 PRÉDIOS RÚSTICOS SITOS NO CASTIÇO – FREGUESIA DE SARDOAL Para efeitos do disposto nos artigos 416º e 1380º e seguintes do Código Civil e da Portaria 219/2016, de 09 de Agosto, na redacção dada pela Portaria n.º 19/2019, de 15 de Janeiro, a proprietária dos imóveis abaixo identificados, atenta a impossibilidade de identificar, e como tal, notificar na/s respectiva/s morada/s o/s proprietário/s do/s prédio/s rústico/s confinante/s com os referidos imóveis, que seja/m titular/es de direitos de preferência legal na venda dos mesmos, e que o comprovem, vem comunicar por este meio aos preferentes legais a sua intenção de proceder à venda daqueles, nas condições que ora apresentam: 1.Imóveis a.Prédio misto denominado o Castiço, situado na freguesia de Sardoal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número 1177 da freguesia de Sardoal, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 3399 (correspondente ao anterior artigo 2799, que por sua vez teve origem no artigo 1993) e na matriz predial rústica sob o artigo 81, secção Z, ambos da freguesia de Sardoal; b.Prédio rústico situado em Correão, freguesia de Sardoal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número 1175 da freguesia de Sardoal, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 34, secção Z, da freguesia de Sardoal; e c. Prédio rústico situado em Vale da Mata, freguesia de Sardoal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número 1176 da freguesia de Sardoal, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 30, secção Z, da freguesia de Sardoal. 2. Vendedora Selenis Portugal, S.A., NIPC 500116458, com sede na Quinta de São Vicente, estrada Nacional, n.º 246, freguesia de Ribeira de Nisa, concelho de Portalegre.
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quinha assinala no próximo dia 6 de novembro, os seus 185 anos. Foi a 6 de novembro de 1836 que a rainha D. Maria II assinou um decreto que criava o concelho de Vila Nova da Barquinha, composto pelos extintos concelhos de Atalaia, Paio de Pele e Tancos. Para assinalar a data, a Câmara Municipal vai promover uma série de atividades que começam, depois do hastear das bandeiras, com uma homenagem a António Luís Roldão. Trata-se de uma cerimónia agendada para as 09:30 no Arquivo Municipal. À tarde, pelas 15 horas, a Praça da República recebe um espetáculo de dança ETRIX/ ADMU CIR, integrado na programação do projeto em rede VOLver. Às 17 horas, no mesmo local, há concerto com a Banda de Música dos Bombeiros da Barquinha. Pelas 17:30 o restaurante Almourol promove um lanche ajantarado “5 Conservas / 5 Vinhos” para lançamento da Fataça estufada. Às 18:00 a Igreja Matriz de Vila Nova da Barquinha recebe outro concerto com o Grupo Coral de Tancos, integrado na programação em rede VOLver.
3. Compradores Américo João da Costa Lobato, NIF 219859922, residente na Rua de Raberna Seca, n.º 16, 1.º direito, freguesia e concelho de Sardoal e Sandra Susana Salgueiro Alves, NIF 248823868, residente na Rua 5 de Outubro, n.º 104, freguesia e concelho de Sardoal. 4. Condições O negócio é uno e indissociável, não se vendendo um prédio sem os outros. 5. Preço € 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil euros) 6.Condições de pagamento A quantia de € 25.000,00 (vinte e cinco mil euros) foi paga pelos promitentes-compradores a título de sinal, no momento da assinatura do respetivo contrato promessa de compra e venda e o remanescente do preço será pago na data da celebração da escritura de compra e venda. 7. Data da escritura Até ao dia 9 de dezembro de 2021. 8. Estado do imóvel O imóvel será vendido no estado em que se encontra, livre de ónus ou encargos que afectem o título de propriedade. 9. Custos, impostos e despesas: Todos os custos, impostos e despesas relacionados com a referida escritura de compra e venda e com os respectivos registos serão suportados pelo/s comprador/es. O prazo para o exercício da preferência é de 8 (oito) dias corridos, contados da data da publicitação do presente edital, nos termos do disposto no n.º 2 do art.º 416º e dos artigos 225º e seguintes do Código Civil, sob pena de caducidade do respectivo direito de preferência. Contactos: Dra. Benedita Pessanha (bp@acrlex.com ou 22 607 68 00)
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J U N TA D E F R E G U E S I A D E S A N TA M A R G A R I D A D A C O U TA D A EDITAL N.º 09/2021 - CEMITÉRIOS DA FREGUESIA - Exumação de Ossadas José Manuel Ricardo, Presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada; Torna público, nos termos do artº. 23º, nº 1, do Regulamento dos Cemitérios da Freguesia de Santa Margarida da Coutada, que tendo passado mais de cinco anos sobre a data de inumação dos cadáveres abaixo descriminados, a Junta de Freguesia deliberou proceder à sua exumação: CEMITÉRIO PAROQUIAL DE SANTA MARGARIDA Zona Velha – P. CIMA COVAL 5-C
ÚLTIMA INUMAÇÃO Maria Dias Freire
DATA DE ÓBITO 07/12/2012
Zona NOVA_2 COVAL 8-A 9-A 5-B 9-B 10-B 13-B 2-D 3-D
ÚLTIMA INUMAÇÃO Joaquim Manuel de Moura Esperança Joaquim Ferreira Esperança Quitéria Adelina Dias Julieta Maria Bento D. D. Figueirinha Francisco Manuel Alves Calado Maximiano de Moura Horta Joaquim Maurício Palhinhas José Fernandes de Oliveira
DATA DE ÓBITO 11-05-2012 10-07-2012 07-09-2013 25/02/2014 08/06/2014 01/12/2014 24-02-2012 08-10-2009
CEMITÉRIO DA PORTELA COVAL 4-L 2-T 1-Q 1-S
ÚLTIMA INUMAÇÃO António José Abreu C. Picão Maria Isabel Lopes Damásio Isidro António Oliveira Atílio Alfredo Ferreira
DATA DE ÓBITO 30/04/2016 12-09-2012 26/11/2015 05/01/2015
Assim avisam-se os interessados que no prazo de 30 (trinta) dias, após publicação deste Edital, devem requerer na Junta de Freguesia, qual o destino a dar às ossadas, ou apresentar eventuais reclamações. Mais torna público que, se decorrer o referido prazo sem que os interessados promovam qualquer diligência nesse sentido, a exumação será levada a efeito por estes serviços, sendo dado às ossadas o destino adequado. Avisam-se ainda todos os proprietários dos revestimentos pétreos (pedras) que se encontram desmontados e por colocar há mais de 1 ano, que deverão desenvolver os procedimentos necessários para os colocar na sepultura respetiva, carecendo a sua montagem de autorização da Junta de Freguesia. Para conhecimento geral, se publica o presente edital, que será afixado à entrada dos Cemitérios da Freguesia, e nos locais do costume. Santa Margarida da Coutada, 19 de Outubro de 2021 O Presidente da Junta de Freguesia, José Manuel Ricardo
ESPECIAL / Mação
Largo dos Combatentes foi inaugurado com festa para a comunidade // Na tarde do feriado de dia 5 de outubro, foram inauguradas as obras de requalificação do Largo dos Combatentes, em Mação. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, sublinhou a importância “do ato simbólico” e disse que a requalificação do Largo “é uma obra que dignifica a vila de Mação, dignifica o concelho e dignifica também a memória daqueles que o concelho de Mação homenageia com os dois monumentos” patentes no espaço. O Largo dos Combatentes conta dois Monumentos que imortalizam os combatentes naturais do concelho de Mação que perderam a vida em episódios de conflito, quer na Guerra do Ultramar, quer na I Grande Guerra. “Pensámos fazer estas obras, também na sequência da requalificação do Cineteatro Municipal, para criarmos um espaço mais harmonioso, mais convidativo a ser usufruído pelas pessoas, onde as pessoas possam também conviver. Um espaço que possa servir de união e de centralidade na vila de Mação”, afirmou o presidente da Câmara. Para Vasco Estrela, “foi uma obra bem conseguida, provavelmente com algumas opiniões divergentes sobre algumas características da mesma”. No entanto, afirmou que “tentámos fazer o melhor para deixar um espaço agradável para que as pessoas possam conviver” O autarca lembrou que o Jardim dos Combatentes é a terceira requalificação de “locais e edifícios emblemáticos na vila” feitos no atual mandato autárquico, após as obras no antigo quartel dos bombeiros “onde hoje funciona uma resposta social para crianças e jovens portadores de
/ “É a nossa vila, é sempre a vila mais bonita porque é a nossa” - Vasco Estrela
/ A inauguração contou com a presença de todo o Executivo
deficiência” e do Cineteatro, que, segundo o autarca, será inaugurado “até final do ano”. “Penso, por isso, que temos hoje uma vila mais bonita, mais atrativa e estamos todos nós, comunidade maçaense, de parabéns. Faço votos que todos possam sentir este espaço como sendo o seu espaço, onde possamos viver
momentos de alegria, de cultura mas mais do que isso, que possa servir para nos unirmos e para podermos partilhar aqui muitos momentos onde todos nos sintamos bem”, disse Vasco Estrela. O presidente pediu depois para que “possam passar a palavra e dizer que Mação está hoje uma vila mais bonita. É a nossa vila, é
/ A tarde foi de festa, com concerto da Sociedade Filarmónica União Maçaense
sempre a vila mais bonita porque é a nossa”. A tarde contou depois com um concerto pela Sociedade Filarmónica União Maçaense (SFUM), com a participação especial da fadista e cantora Carolina Siborro, que atuou acompanhada pela Banda Filarmónica com regência do maestro Joel Rodrigues. O concerto integrou o festival “Música e Monumentos” dinamizado pela Confederação Musical Portuguesa, a que a SFUM se associou. Patrícia Seixas
Rota das Pesqueiras e Lagoas do Tejo, em Ortiga, ganha forma Mação tem, nas margens do rio Tejo, na freguesia de Ortiga um passadiço de mais de um quilómetro, ao longo da margem direita do rio. O passadiço procura ser o elo de visita às mais de 20 pesqueiras de Ortiga num fantástico miradouro sobre o curso de água com ligação às Lagoas do Tejo, local sempre muito aproveitado pelas gentes de Ortiga, especialmente pelos mais novos. Trata-se de uma obra da Câmara Municipal de Mação na Rota das Pesqueiras e das Lagoas do Tejo e que ficará ligada à Rota do Rio Tejo assim como à PR4, na rede das Rotas de Mação. Esta zona dos passadiços tem a entrada na zona conhecida como Bairro dos Pescadores, perto da
barragem de Belver. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, diz que pensa que vai ser uma mais-valia para aquela zona. Há a praia
fluvial, o parque de campismo, restauração e pode haver muitos benefícios com mais esta zona de percursos que vai permitir aceder a zonas em que, sem as estruturas
de madeira, eram de muito difícil acesso. “Pode vir a ser um fator diferenciador ir às lagoas apreciar toda aquela paisagem”, exemplificou o autarca. É certo que por ali já existia um trilho na margem, mas o que se procurou fazer nestes passadiços foi, explicou o autarca, “colocar as pessoas o mais próximo do rio, mas em segurança. E conseguir colocá-las por cima das lagoas para as poderem apreciar”. Novidade é a criação de um miradouro, “que será chamado de Miradouro da Boavista”. Segundo Vasco Estrela, “foi um projeto que surgiu na decorrência dos passadiços que estão praticamente prontos. Não quisemos forçar uma inauguração e publicitação no período pré-eleitoral para que não
ficassem algumas pessoas preocupadas por ganharmos mais um voto ou perdermos mais um voto com os passadiços. De modo que, em princípio, em novembro/ dezembro, devemos inaugurar toda aquela obra. Pelos ecos que nos têm chegado, das pessoas que já lá foram, penso que vai ser do agrado de todos”. De referir que este projeto será um complemento ao Núcleo Museológico de Ortiga, inaugurado em dezembro 2020, além de integrar o projeto Rotas de Mação, da associação homónima, e ainda complementa a Rota do Tejo que está a ser desenvolvida com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. O projeto é da autoria do atelier Modo Associados Arquitetura e Engenharia.
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ESPECIAL / Mação
“Será uma enorme desilusão se as pessoas não entenderem que este estado de coisas tem de mudar” // Vasco Estrela está a iniciar o seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara Municipal de Mação. Fomos conhecer as propostas para os próximos quatro anos e falar dos desafios que o concelho enfrenta com a criação das novas Áreas Integradas da Gestão da Paisagem que podem vir a mudar o rosto de um concelho devastado pelos incêndios. por Patrícia Seixas
Passadiços, Núcleo Museológico, Museu, Arqueoparque... a estratégia do Município passa por projetar Mação agora para o exterior?
Também passa muito por isso mas tem aqui um fio condutor com aquilo que foi o discurso que sempre tivemos. Estes são projetos que estão muito ligados ao nosso património, à nossa paisagem, ao que sempre defendemos como a essência do concelho de Mação e é a concretização do nosso discurso. O Arqueoparque não tanto, foi uma oportunidade que surgiu no âmbito dos projetos do Museu. Mas estamos a valorizar as margens do rio Tejo com os passadiços. Se fizemos o Núcleo Museológico de Ortiga para preservar e perpetuar a memória daqueles que viveram do rio, estamos, no fundo, a ser consequentes com aquilo que dissemos. É evidente que também ajuda a projetar o concelho, a que se fale de Mação de uma maneira um bocadinho diferente, para melhor, do que aquela que infelizmente habitualmente se fala.
Tem-se verificado um aumento de turistas?
Sim, muito claramente, isso é muito notório na restauração, no parque de campismo, nos alojamentos locais... um aumento muito substancial também nas praias fluviais, principalmente nestes últimos dois anos, fruto, evidentemente, também da pandemia (não vale a pena dizer o contrário). Mas já no passado isso se verificava, portanto, acho que há aqui boas razões para estarmos otimistas. No entanto, conforme eu sempre disse, acho que não devemos embandeirar em arco, nem acharmos que somos aqui um destino turístico de excelência, nem fazer grandes parangonas... em todo o caso, também acho que não nos devemos acanhar e temos que aproveitar aquilo que temos, divulgar, fazer bem, caprichar, saber tratar bem as pessoas.
Largo dos Combatentes já está, Cineteatro está quase. É devolver a vila à população do concelho?
É, passa muito por aí. Eu estou neste cargo há oito anos e requalificámos três edifícios onde funciona a
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Sede das Associações, no centro histórico de Mação. Requalificámos um outro edifício na Rua Monsenhor Álvares de Moura onde neste momento funciona o CLDS do Centro de Dia de Aboboreira, requalificámos o Jardim Municipal, o antigo Quartel dos Bombeiros, o Cineteatro Municipal, o Largo dos Combatentes, o Largo onde homenageamos o José Costa, em frente aos Bombeiros, a Escadaria do Calvário, a Escadaria de Santo António... são coisas que parece que não são nada mas são intervenções no centro da vila, que careciam dessa requalificação e que ajudam a tornar a vila mais agradável.
A arqueologia tem sido um ponto forte nesta projeção de Mação. Os 20 anos da gravura do Vale do Ocreza são já um marco neste trabalho que tem vindo a ser feito e com cada vez mais inovação... Até onde pode ir Mação nesta área?
Pois, não sei até onde pode ir. Ainda esta semana esteve cá um reitor de uma universidade para firmar mais um protocolo com a equipa do Museu porque temos cá doutoramentos nesta área. Há, de facto, muito potencial ainda por explorar em termos daquilo que são as gravuras rupestres propriamente ditas, até para as tornar mais visitáveis, para criar um roteiro mais condizente com aquilo que é feito em termos de estudo. Provavelmente, teremos que fazer o que eu já tenho dito por várias vezes, que é virar o Museu um pouco mais para fora e não estar tão focado no meio académico, das universidades e dos investigadores. Há uma mudança de paradigma que tem sido tentado ao longo dos anos.
Estão em andamento no concelho vários investimentos de capital privado. Estes que já existem,
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vão potenciar o aparecimento de outros? Qual é a expetativa do autarca para os próximos tempos?
As expetativas são, efetivamente, boas. O que está em andamento já tem algum significado e na Ortiga e no Alto da Caldeirinha estes dois investimentos na área da cannabis são muito relevantes para a nossa realidade e para o que queremos em termos de desenvolvimento do concelho. Tenho ainda expetativas
muito sérias de que, pelo menos, mais dois investimentos possam vir a ser concretizados nesta área da cannabis. Há negociações muito avançadas, posso dizer que ainda na semana passada tivemos uma visita de potenciais investidores canadianos. Para além deste contacto, há três empresas firmadas e um terreno cedido para uma quarta empresa. E estes podem trazer outros e é isso que está a acontecer.
Passemos aos desafios da floresta e às AIGP’s (Área Integrada de Gestão da Paisagem). Qual vai ser o maior desafio da Câmara de Mação?
É iniciar o processo, convencer proprietários e ir para o terreno fazer o que tem de ser feito que é, basicamente, virar tudo ao contrário. Eu acho que isto é um projeto para uma década ou mais. Não é um projeto para mim enquanto presidente de Câmara. Compete-me iniciá-lo mas vai passar mais mandatos e todos temos que dar esse contributo. Se há projeto no concelho que é estruturante e que deve ser inequívoco, é a questão das AIGP’s porque pode transformar por completo o concelho em termos de paisagem, da floresta, também de prevenção de incêndios florestais e do que pode significar em termos de desenvolvimento económico e de atração de pessoas. A Câmara já assinou os contratos que tinha de assinar e estamos agora a trabalhar no sentido de identificar as áreas onde vão ser feitas as intervenções e, mais do que isso, que tipo de intervenções é que vão ser feitas. Aquilo que tenho conversado com o vice-presidente António Louro, que acompanha mais de perto este processo, é em janeiro irmos ao terreno, aproveitando talvez a nossa Volta às Freguesias que iremos retomar, para podermos começar a falar sobre este assunto e perceber qual é o sentimento das pessoas. Sinceramente, não quero crer que as pessoas do concelho de Mação não queiram. Será uma enorme desilusão se as pessoas não entenderem que este estado de coisas tem de mudar. Se for essa a sua decisão, têm toda a legitimidade para a tomar, sendo certo que a Câmara, dentro do que for as
suas competências atribuídas, irá até onde a legislação permite no sentido de forçar a que as coisas aconteçam. Mas há um limite a partir do qual nós, de todo, não poderemos ir.
É a comunicação que tem de funcionar muito bem...
A comunicação tem de funcionar melhor e as pessoas têm de perceber ao que vão. E desta vez não estamos só a falar de floresta mas também de paisagem. Estamos a falar de diversificar muito mais a génese do projeto. E temos uma coisa que não tínhamos, que é a alavanca da bazuca e que vai ajudar a concretizar estes projetos. Agora há oportunidades que não existiam no passado. Contudo, se entenderem que este não é o caminho, eu não estou a ver qual será.
Está aí o seu terceiro e último mandato à frente da Câmara de Mação. O que é que lhe falta fazer? Qual é a marca que quer deixar no seu concelho enquanto autarca?
Eu quero fazer aquilo com que me comprometi com as pessoas no programa eleitoral. Nunca tive aquela ideia de ter “a obra do mandato” ou alguma coisa do género. Acho que tenho várias obras e já fiz várias obras de mandato. Não preciso de as mencionar mas quem estiver atento e quiser ver as coisas de forma desapaixonada, verá o que foi feito. Como disse várias vezes ao longo dos anos e muito agora em campanha e na tomada de posse, quero sair como alguém que tentou cumprir na íntegra aquilo a que se comprometeu. Nunca fiz grandes promessas relativamente ao que iria ser a minha atuação mas sim de alguém previsível do ponto de vista do relacionamento com as pessoas, com os compromissos que são assumidos a serem para cumprir e acho que, de uma forma geral, o consegui fazer. Sair como alguém que cumpriu a sua missão de acordo com os princípios que anunciou. Quanto a ter algo que gostaria de deixar de marca... acho que tornar o nosso concelho mais conhecido pelos bons motivos o que, mais ou menos, estamos a conseguir. Gostava de deixar a vila de Mação com outro aspeto, as sedes de freguesia com outro aspeto, que as nossas zonas de maior potencial turístico e outro fossem facilmente identificáveis pelas pessoas como um lugar para onde vale a pena vir e estar e passar algum tempo. Gostava de perceber que ao fim de 12 anos as coisas ficavam um bocadinho melhores do que como as encontrei. Também não podemos é esquecer muito daquilo que não se vê e que são os apoios sociais que damos aos mais carenciados, ao Agrupamento de Escolas, na área da saúde. Há um nível de apoio transversal que hoje em dias as pessoas já encaram como sendo normal quando o que fazemos é “anormal” do ponto de vista das nossas competências.
ESPECIAL / Mação
Arqueoparque Uma viagem pela História
O Parque Arqueosocial do Andakatu, em desenvolvimento em Mação, permite e vai proporcionar um conjunto de experiências práticas de aprendizagem das técnicas de gravura e pintura rupestre, bem como de outros tipos de objetos e construções. A ideia é construir o primeiro Arqueoparque do país, juntamente com o Município e do Museu de Mação. Estará concluído em 2022. Localiza-se no alto do Calvário, no espaço ajardinado que ali existe, junto à Capela. O jardim torna-se, assim, um parque dedicado à arqueologia, dividido em quatro espaços: paleolítico – que já tem uma cabana construída -, neolítico – que seriam os primeiros agricultores -, calcolítico – ou Idade do Cobre, com os primeiros metalúrgicos – e a Idade do Bronze. A opção por estas quatro cronologias também tem muito a ver com o facto de serem as quatro cronologias com muita evidência no concelho de Mação. Uma das cabanas está concluída, outra está quase e as últimas duas já estão em processo de montagem. O miradouro existente naquele espaço será ainda adaptado ao parque e será ali feito um mural de arte rupestre. N a c o n s t r u ç ã o d o P a rq u e , estão empenhados o Clube e a Universidade Sénior de Mação
e o Agrupamento de Escolas de Mação. O grande objetivo é que o Parque abra ao público, mas que continue com estas parcerias intergeracionais. De referir que, se a cabana teve a colaboração das crianças dos campos de férias do Município, o colmo da cobertura de outra cabana teve a colaboração
dos seniores, uns que semearam o centeio, outros que o ceifaram e outros que fizeram os feixes para a cobertura. Em Mação, o projeto foi candidatado pelo Instituto Terra e Memória ao programa Portugal Inovação Social e tem o apoio da Câmara Municipal e outros parceiros.
// Realidade virtual e realidade aumentada no Museu O Museu de Mação tem em curso outros dois projetos e que passam por realidade virtual e realidade aumentada. O diretor científico do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, Luis Oosterbeek, disse que os três projetos – onde se inclui o Arqueparque – têm como objetivo “juntar dois mundos que cada vez estão mais divididos na nossa sociedade”. Através do primeiro projeto de Ciências Participativas em Portugal, foi criada uma aplicação para telemóvel e app permite e convida à participação de toda a população na identificação e registo do património arqueológico, histórico e imaterial.
A aplicação procura promover um trabalho conjunto entre investigadores e cidadãos nos processos de recolha e processamento de informação científica. Assim, um cidadão voluntário com a app instalada, ao visitar determinado ponto de interesse pode adicioná-lo à informação constante da app seguindo um conjunto de opções, podendo adicionar fotografias. Esta recolha é feita com apoio de equipas especializadas. Falamos de património edificado, sítios arqueológicos e património imaterial. Esta aplicação acaba por ser uma forma nova e inovadora de fazer prospeção.
Há ainda a oportunidade de explorar, com óculos de realidade virtual, um programa de visitas virtuais à arte rupestre submersa no rio Tejo, com uma tecnologia inovadora que permite aos visitantes ver, no seu contexto original, conjuntos importantes que foram estudados em colaboração com o ITM e o IPT. Assim que colocamos os óculos que nos “fecham” a visão da sala real que nos remete para a sala virtual, agarramos no comando que nos envia o feixe de luz com o qual podemos aceder ao menu que a experiência nos proporciona. Assim que acionamos com o “feixe de luz” o projeto “Rocha F-155”
o bordeaux da sala do Museu de Mação transforma-se na margem do rio Tejo. Se olharmos em redor [para nos ambientarmos], percebemos que estamos numa zona de rochas, com a encosta da margem mais acima. Se rodarmos a cabeça à esquerda ou à direita, temos as águas do Tejo e se rodarmos o corpo poderemos olhar [e apreciar] a outra margem. Depois vamos em busca da tal “Rocha F-155”. Quando a localizamos, ao olharmos quase para os nossos pés, sem os vermos, percebemos claramente que estão ali as gravuras gravadas pelos antepassados. Muitos círculos e espirais. Outra idade e outra forma de ver o mundo.
Antiga escola primária de Ortiga passou a ser o Núcleo Museológico da aldeia Um picareto - bote de madeira típico do rio Tejo - no alpendre da antiga escola primária de Ortiga, concelho de Mação, convida a entrar no espaço remodelado e inaugurado a 18 de dezembro 2020. As duas salas da antiga escola primária de Ortiga, depois das obras de requalificação de 230 mil euros, custeadas a cem por cento pela Câmara Municipal de Mação albergam os conteúdos materiais e imateriais (em vídeo) da história da aldeia Piscatória.
Logo à entrada, para além da receção, temos dois mapas do rio Tejo, antigos, com o “desenho” do rio. Um que mostra o traçado entre a Barca da Amieira e Barca da Ortiga. E um segundo com o trajeto entre a barca da Ortiga e Abrantes. E ao lado uma presença da pré-história, que é o início comum de uma comunidade. Claro que isto começa logo com o picareto”. Esta é uma sala para visitar, para observar, para circular, mas com um convite para que se possam trocar as pe-
ças por outras que a comunidade queira disponibilizar. Vasco Estrela faz questão de sublinhar que este Núcleo teve muita participação da população e foram muitos os que contribuíram para a instalação deste museu. Destaca o picareto e não se esquece do Ti Fontes, o último construtor dos picaretos, de quem ficaram as medidas e os esquemas desenhados em pedaços de madeira, que podem ser vistos no museu.
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ESPECIAL / Mação
Antigo quartel dos bombeiros em pleno funcionamento com o Lar e CACI do CRIA Desde sempre que o concelho de Mação e o Centro de Recuperação Infantil de Abrantes, primeiro, e Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, depois, têm uma relação de proximidade. Só que ao longo de muitos anos as crianças e jovens, e adultos, de Mação com necessidades especiais faziam o caminho para o CRIA. Em 2017 o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, o presidente da direção do CRIA, Nelson de Carvalho, e o terapeuta José Carlos Veríssimo foram a Lisboa falar com o ministro Vieira da Silva no sentido de poderem criar uma solução na vila de Mação para estes utentes. Na reunião participou o diretor da Segurança Social do distrito de Santarém Renato Bento. E entre as três partes gerou-se uma parceira que o ministério validou e incentivou. Foi nesse ano que começou a desenhar-se a possibilidade da vila de Mação poder vir a ter uma estrutura para acolher os jovens e adultos do concelho com deficiência. A Câmara Municipal avançou com as obras para a criação da infraestrutura física para que o CRIA
criasse o Centro de Atividades Ocupacionais (CAO). E neste desenho foi mais longe e criou também a estrutura para um lar. Ao CRIA caberia, tal como já aconteceu na prática, assumir a gestão e funcionamento destas duas estruturas. Já a Segurança Social assume na parceria o financiamento para 19 utentes no lar e 20 no CAO.
Posto isto, as obras avançaram e foram inauguradas em julho de 2021 e em meados de setembro o CRIA reorganizou a sua estrutura e colocou em funcionamento o, agora designado, CACI (Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão) e o lar de Mação. E este caminho foi trilhado com recurso à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
Clube Sénior de Mação leva atividades a todo o concelho O Clube Sénior começou em 2010 com a necessidades efetiva de colmatar o isolamento dos idosos do concelho, iniciando-se com as aulas de Ginástica de Manutenção, juntando-se, depois, a Música e a Ginástica Mental. O Clube Sénior destina-se a idosos e adultos com idade igual ou superior a 50 anos. É uma
forma, gratuita, de promover o envelhecimento ativo através de atividades descentralizadas, que promovem o bem-estar físico, psíquico e social. A Ginástica Mental e a Música, enquanto atividades de estimulação cognitiva, pretendiam ocupar os idosos mais isolados, mas também estimular o cérebro, prevenin-
do a doença de Alzheimer, e desta forma, combater o isolamento e a solidão, em que muitos dos idosos do concelho vivem. Sentiu-se necessidade de promover mais atividades de enriquecimento e técnicos da Câmara, de várias áreas profissionais, asseguram ateliers como trabalhos manuais, nutrição, recolha de memórias e vivências,
// Serviço de Preparação Individualizada da Medicação gratuito A Câmara Municipal de Mação aprovou, no dia 25 de novembro 2020, a celebração de um Protocolo com a Associação Nacional das Farmácias e a Associação Dignitude para a Comparticipação do Serviço de Preparação Individualizada da Medicação. Trata-se de um serviço farmacêutico a ser disponibilizado aos munícipes maçaenses que vivem com doença, para uma melhor gestão da sua medicação. Está disponível desde de janeiro de 2021. Os medicamentos são organizados pelo farmacêutico
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num dispositivo, homologado pelo Infarmed, com vários compartimentos, selado e descartado após a sua utilização, permitindo ao utente uma toma correta da sua medicação. A preparação individualizada da medicação pode ser feita semanal ou mensalmente, sendo que a Câmara Municipal comparticipa um custo semanal máximo de 5 euros por cada utente. A comparticipação é aplicada diretamente ao utente na farmácia onde usufrui do serviço, não havendo lugar a pagamento por parte do
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
beneficiário. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, afirma que “a Autarquia, para além das suas óbvias competências, tem tido uma grande sensibilidade neste âmbito da saúde e do social. Temos desenvolvido um trabalho de grande acompanhamento dos nossos munícipes, através de vários mecanismos e ações, quer através do nosso Serviço de Ação Social, que tem aqui um papel fulcral, quer através de vários protocolos desta natureza.”
(CCDR) Centro. A transformação do antigo Quartel dos Bombeiros de Mação foi candidatada ao Programa PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana) de onde obteve um financiamento de 400 mil euros para um investimento de 900 mil euros. Quer isto dizer que meio milhão de euros saiu dos cofres municipais e sem recurso a qualquer financiamento bancário. atividades digitais com tabletes e de promoção da leitura. Há sessões sobre temas atuais e visitas/passeios de enriquecimento cultural, entre outras. Até 2017 eram 15 grupos e os utentes tinham semanalmente atividade física e mensalmente Música e Ginástica Mental. Atualmente, são já 20 os grupos por todo o concelho de Mação, em Amêndoa, Cardigos, Chaveira, Carvoeiro, Frei-João, Rosmaninhal, Mação, Aboboreira, Penhascoso, Queixoperra, Serra, Ortiga, Chão de Codes, Chão de Lopes, Pereiro, Castelo, Caratão, São José das Ma-
Mas o financiamento teve a ver com a regeneração urbana, ou seja, com a requalificação de um edifício do Centro Histórico de Mação (o outro que obteve financiamento foi o Cineteatro, ainda em obra). O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, revelou que este Centro de Atividades Ocupacionais, entregue ao CRIA em julho teve um investimento global de 1,3 milhões de euros. 900 mil na recuperação do edifício e cerca de 400 mil na aquisição do equipamento. E esta alteração veio dotar as instalações do CACI e Lar de Mação de funcionários nas valências sendo que grande parte dos técnicos e terapeutas dividem o tempo entre Abrantes e o CRIA. Neste momento, tanto o CACI como o lar estão em pleno funcionamento com a responsabilidade técnica de José Carlos Veríssimo. Uma das notas foi que os utentes do concelho de Mação passaram a ir para a vila libertando vagas para que as instalações do CRIA em Abrantes possam receber mais utentes com necessidades especiais. Jerónimo Belo Jorge
tas, Envendos e Aldeia de Eiras. O Clube tem cerca de 320 inscritos. Apesar de se tratar de um projeto que já se encontra em funcionamento, pretende-se ampliar o projeto de modo a implementar mais estratégias de intervenção e de prevenção junto de pessoas que se encontram no seu domicílio, através do reforço de competências. Todas estas atividades têm tido bastante adesão por parte dos munícipes que anseiam sempre pela chegada das técnicas, com as várias novidades que lhe vão levando.
POLÍTICA / Abrantes Posse dos autarcas com o desafio a um “concelho que conjugue a tradição com a modernidade” // Estão instalados os órgãos autárquicos municipais de Abrantes, após a cerimónia de tomada de posse dos eleitos para a Câmara e Assembleia Municipal. Depois de cumpridas todas as formalidades, o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, que iniciou o seu primeiro mandato sufragado pelos eleitores, começou por fazer uma referência ao ato eleitoral que 26 de setembro, deixando uma palavra de agradecimento a todos os autarcas que ontem cessaram funções. A primeira nota de Manuel Jorge Valamatos foi para o momento difícil que a pandemia trouxe à nossa sociedade, mas depois voltou-se para o processo de transferência de competências do poder central para o poder local que aconteceu neste período e olhou também para o processo de reorganização territorial, nomeadamente no que diz respeito à alteração das NUT’s e que teve ontem mesmo [15 de outubro] uma recomendação do Parlamento ao Governo para que se inicie o processo de criação da NUT II do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Oeste. Manuel Jorge Valamatos não esqueceu que este será um mandato exigente, e uma oportunidade, porque é nestes quatro anos que haverá a aplicação de grande parte do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e do Fundo de Transição Justa (para apoio às regiões afetadas pelas medidas de descarbonização na produção energética). M a n u e l J o r g e Va l a m a t o s , numa toada mais política, vincou a escolha dos eleitores do concelho de Abrantes no seu projeto para o concelho. “Os abrantinos responderam sem deixar margem para dúvidas quanto ao rumo que pretendem para Abrantes, conferindo ao projeto político por mim encabeçado o segundo maior resultado eleitoral em 47 anos de democracia legitimando, de forma inequívoca o nosso mandato”. O presidente da Câmara de Abrantes olhou para o futuro e garantiu que o investimento nas freguesias será cuidado e continuado, permitindo que assumam o fator de equilíbrio, progresso e da democratização do território. “Acreditamos que, em conjunto com a Assembleia Municipal e com as juntas de freguesia, conseguiremos levar a cabo uma governação moderna, dedicada e mobilizadora. Governaremos com todos e para todos sem olharmos para cores políticas ou com qualquer outra discriminação. Saberei ouvir e como sabem a minha porta estará sempre aberta”, disse Manuel Jorge Valamatos sublinhando que estamos num tempo em que é preciso tomar decisões. Voltou a chamar a pandemia ao discurso onde notou que este último ano e meio trouxe outros problemas económicos, sociais, culturais, educacionais e até na vida da comunidade e disse que o trabalho da
EXECUTIVO MUNICIPAL • Manuel Jorge Valatamos (PS) • João Gomes (PS) • Celeste Simão (PS) • Vítor Moura (PSD) • Luís Dias (PS) • Raquel Olhicas (PS) • Vasco Damas (ALTERNATIVAcom)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL • António Mor (PS) • Manuel Duarte dos Santos (PS) • José Moreno Vaz (PSD) • Paulo Lourenço (PS) • Piedade Pinto (PS) • José Rafael Nascimento (ALTERNATIVAcom)
/ Manuel João Alves – Bemposta
/ Luís Vermelho – Carvalhal
/ Sónia Alagoa – Fontes
/ Teresinha Barreiro – Martinchel
/ Maria Florinda Salgueiro “Bia” – Pego
/ Pedro Matos – Mouriscas
• António Veiga (PS) • João Paulo Rosado (PSD) • Pedro Grave (BE) • Tiago Chambel (PS) • Alexandra Simão (PS) • Luís Lourenço (CDU) • Luís Carloto (CHEGA) • Sérgio Lopes (PS) • Cristina Andrade (PSD) • Sónia Pedro (ALTERNATIVAcom) • Ana Margarida Carvalho (PS) • Tiago Ricardo (PS) • João Fernandes (PSD) • Paulo Teixeira Santos (PS)
JUNTAS de FREGUESIA • Manuel João Alves – Bemposta (PS)
• Luís Vermelho – Carvalhal (PS) • Sónia Alagoa – Fontes (PS) • Teresinha Barreiro – Martinchel (PS)
/ António José Carvalho – Tramagal
/
Rui André – Rio Moinhos
/ Álvaro Paulino – Aldeia do Mato e Souto
/
Bruno Tomás – Abrantes e Alferrarede
• Pedro Matos – Mouriscas (PS) • Maria Florinda Salgueiro “Bia” – Pego (PS)
• Rui André – Rio Moinhos (MIFRM) • António José Carvalho – Tramagal (MIFT)
• Bruno Tomás – Abrantes e Alferrarede (PS)
• Álvaro Paulino – Aldeia do Mato e Souto (PSD)
• José Felício – Alvega e Concavada (PS)
• Amílcar Alves – S. Facundo e Vale das Mós
• Luís Valamatos – S. Miguel e Rossio / Amílcar Alves – S. Facundo e Vale das Mós
/ José Felício – Alvega e Concavada
/ Luís Valamatos – S. Miguel e Rossio
(PS)
autarquia foi não deixar ninguém para trás. Mas no seguimento adiantou que o impacto que a pandemia deixou está longe de se vencida. Mas há uma oportunidade de a vencer. O autarca eleito pelo partido socialista vincou que, sem receios,
vai continuar o processo de transferência de competências nas áreas da educação, saúde e ação social. A reorganização do território é uma das necessidades nestes tempos e voltou a “assumir” a nova Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Oeste. Depois de dizer que Abrantes não se fechará em “si mesma”, Manuel Jorge Valamatos disse que tem a legitima aspiração de ser uma cidade e um concelho aberto ao mundo assumindo “a sua centralidade geográfica”. E depois disse “todos sabem ao que vimos” anunciando que não se desviará às ideias que apresentou. Deixou a nota de querer um programa de relançamento da economia e do emprego focado na inovação, no turismo e na criação de condições para ter novos investimentos. “Queremos Abrantes com uma gestão inteligente e sustentável, quer do ponto de vista ambiental, das acessibilidades, da mobilidade ou da reabilitação urbana. Este património coletivo precisa de ser reabilitado e preservado para as gerações atuais e futuras”, revelou Manuel Jorge Valamatos vincado que quer contas públicas rigorosas e transparentes. No final deixou a mensagem de querer “uma cidade e um concelho que conjugue a tradição e a modernidade, que se orgulhe do seu passado sem medo de se transformar”. António Mor volta a presidir à Assembleia Municipal de Abrantes e no seu discurso fez questão de dizer que é o órgão deliberativo que “abrange mais, por força da sua dimensão de eleitos, a representatividade de todos aqueles que são os nossos eleitores”. António Mor (presidente), Manuel dos Santos (1.º secretário) e Isilda Jana (2.º secretário) foram eleitos para a Mesa da Assembleia Municipal, por voto secreto, com 24 votos favoráveis, 8 em branco e 1 contra. Nota para a presença nesta cerimónia da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, ex-presidente da Câmara de Abrantes de quem Manuel Jorge Valamatos foi, em 2017, o número dois. Desta forma a Assembleia Municipal de Abrantes será constituída por 22 deputados municipais do PS (12 eleitos e 10 presidentes de junta de freguesia), 5 do PSD (4 eleitos e 1 presidente de junta de freguesia), 2 do ALTERNATIVAcom, 1 do Bloco de Esquerda, 1 CDU, 1 CHEGA, 1 MIFRM (presidente junta de Rio de Moinhos) e 1 MIFT (presidente de junta de Tramagal). Depois dos atos formais da tomada de posse aconteceu um momento de música e dança com as atuações de João Vaz (guitarra portuguesa), José Horta (guitarra clássica) e Marina Brunheta (dança). Jerónimo Belo Jorge
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POLÍTICA / Constância
Órgãos Autárquicos tomam posse em “hora de deixar para trás as feridas”
Sérgio Oliveira enumerou algumas das obras que irão ter início em um futuro próximo, como a requalificação da Rua Moinho de Vento que seria a primeira, logo na semana seguinte e, “nos próximos meses, avançarão os acessos ao Centro Escolar de Montalvo e a requalificação da Av. Das Forças Armadas”. Mas há projetos a curto e médio prazo e esses serão a ampliação da Zona Industrial de Montalvo e, “ainda no presente ano, iremos submeter o segundo pedido para a classificação das águas do rio Zêzere como águas balneares para que se possa concluir o projeto de execução com vista à criação da praia fluvial do Zêzere”. “Não menos importante”, disse Sérgio Oliveira, “é a conclusão do projeto de execução do novo Museu dos Rios e das Artes Marítimas”. A perda de população no território não foi esquecida e, afirmou Sérgio Oliveira, “só é reversível com medidas de âmbito nacional, que passem pelo um forte apoio à natalidade e pela deslocalização de grandes investimentos privados para estas regiões criando emprego e permitindo a fixação de pessoas”. No entanto, a Câmara de Constância vai lançar mão “de um conjunto de incentivos com vista a combater a perda de população na freguesia que mais tem perdido população”, referindo-se a Santa Margarida da Coitada. Mas falar de Santa Margarida, implica falar de uma nova travessia do Tejo. Sérgio Oliveira considerou que “a margem do sul do nosso concelho, a nossa região e o nos-
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• Sérgio Oliveira (PS) • Maria Helena Roxo (PS) • Manuela Arsénio (CDU) • Pedro Pereira (PS) • Alexandre Marques (PS)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL • António Luís Mendes (PS) • Júlia Amorim (CDU) • Isabel Costa (PS) • Natércio Candeias (PS) • Joaquim dos Santos (CDU) • Maria Teresa Gaspar (PS) • Carla Silvério (PS) • Carmen Silva (CDU) • Carlos Lopes (PS) • Filipa Ferreira (PS) • Maria do Rosário Martins (CDU) • Vanessa Almeida (PS) • Luís Rodrigues (PS) • António Pereira (CDU) • Pedro Caxias (PS)
Os Órgãos Autárquicos do concelho de Constância tomaram posse no dia 9 de outubro, numa cerimónia que teve lugar no Largo Cabral Moncada. No seu discurso, o presidente reeleito da Câmara Municipal, Sérgio Oliveira, começou por realçar o facto de que “as populações renovaram e reforçaram a maioria do Partido Socialista na Câmara Municipal com a eleição de mais um vereador. No entanto, ter maioria, não foi, nem é para nós sinónimo de poder absoluto”. O autarca garantiu que “a nossa ação será guiada no sentido de ouvirmos todos, com respeito, com dignidade e estabelecer pontes quando as mesmas sejam possíveis. Com a certeza que a nossa base de trabalho é o programa eleitoral sufragado por 58% dos eleitores da nossa terra”.
Linhas de ação
EXECUTIVO MUNICIPAL
JUNTAS de FREGUESIA • Paulo Freitas (PS) – Junta de Freguesia de Constância
• Ana Manique (PS) – Junta de Freguesia de Montalvo
• José Manuel Ricardo (PS) – Junta
de Freguesia de Santa Margarida da Coutada
/ Executivo Municipal e presidente da Assembleia Municipal
Considerou ainda que “o mandato que hoje se inicia apresenta novos desafios aos autarcas agora eleitos”, dando como exemplo a transferência de competências para as autarquias.
/ Paulo Freitas – Junta de Freguesia de Constância
/ Ana Manique – Junta de Freguesia de Montalvo
/ José Manuel Ricardo – Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada
so país vive atrofiado pela falta de uma travessia sobre o rio Tejo que sirva as populações, as empresas e as instituições. De inscrição em inscrição em planos esperamos pela mesma há 30 anos. Vamos, pois, continuar em conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo a insistir junto da Administração Central para a resolução deste problema que se arrasta há demasiado tempo”. A nível financeiro, o presidente garantiu “continuar a planificar os investimentos de forma a não comprometer a saúde financeira da Câmara Municipal”, anunciando que “no mandato que agora findou, o endividamento da Câmara baixou mais de um milhão de euros. Temos, neste momento, o valor da dívida mais baixo dos últimos 20 anos”. Sérgio Oliveira terminou a afirmar que “é, pois, para mim uma enorme honra assumir pela segunda vez o lugar de presidente de Câmara, diria mesmo que é a maior honra que um homem ou mulher que ame a sua terra pode ter”. E deixou uma palavra a relem-
brar os tempos conturbados do final do mandato anterior e da campanha eleitoral. Disse Sérgio Oliveira que “o processo eleitoral já passou, é hora de deixar para trás as feridas, sará-las e esquecê-las”.
xou ainda uma palavra “para os que cessaram as suas funções”, pedindo para que “esqueçam rapidamente tudo o que correu menos bem e recordem o que de bom produziram, porque essa era também a vossa obrigação”.
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
Assembleia Municipal ele António Luís Mendes para presidente
Para a constituição da Mesa da Assembleia Municipal, apenas o PS apresentou uma lista que propôs a votação. Foi aprovada com 13 votos a favor e cinco votos em branco. António Luís Mendes volta a assumir a presidência da Assembleia Municipal de Constância, tendo como 1.ª secretária Carla Silvério e como 2.ª secretária Maria Teresa Gaspar. No seu discurso, António Luís Mendes disse esperar continuar a desempenhar as funções “de forma independente, rigorosa e justa, garantindo que as decisões democraticamente tomadas sejam aquelas que mais se ajustem às expetativas e necessidades das populações que representamos”. O presidente da Assembleia dei-
Isabel Costa destacou “a maturidade e coragem” de Sérgio Oliveira
Isabel Costa é a líder da bancada socialista na Assembleia Municipal. Lembrou a “grande emoção” sentida há quatro anos, quando o PS ganhou a Câmara. Atualmente, disse, “é com enorme satisfação e convicção do dever cumprido que faço esta intervenção”. Destacou os resultados eleitorais de 26 de setembro e, mais uma vez, não foi esquecida a questão da alteração no Executivo. Isabel Costa destacou “a maturidade e coragem” de Sérgio Oliveira “quando tomou a decisão de renovar a sua equipa do Executivo Municipal. É preciso coragem para tomar decisões difíceis e é preciso coragem para fazer as ruturas quando são necessárias”.
Júlia Amorim prometeu uma CDU “responsável e colaborante, mas não permissiva”
Quanto aos eleitos da bancada da CDU na Assembleia Municipal, terão como líder Júlia Amorim. Chamada a discursar, a ex-vereadora e ex-presidente de Câmara, falou do início de “um novo ciclo autárquico resultante do sufrágio popular do passado dia 26 de setembro que reafirmou a vontade do povo em manter o mesmo rumo de gestão autárquica” e formulou “votos de um bom trabalho, com a adoção de medidas públicas que melhor sirvam os interesses e o progresso do concelho de Constância”. Júlia Amorim considerou que “os próximos quatro anos serão decisivos para o desenvolvimento do nosso concelho” e que “o Planeamento, o rigor da gestão e a procura incansável de oportunidades de investimento deverão ser prioridades diárias”. A agora líder de bancada na Assembleia Municipal garantiu ainda “que seremos coerentes e intransigentes na defesa dos nossos ideais, frontais para com os nossos interlocutores e adversários e cordiais no trato. A postura da CDU continuará a ser responsável, empenhada, colaborante, mas não permissiva”.
POLÍTICA / Mação
Vasco Estrela avança para o último mandato com projetos definidos // Os órgãos autárquicos de Mação, Câmara e Assembleia Municipal, foram instalados em cerimónias públicas realizadas no dia 16 de outubro no Centro Cultural Elvino Pereira. A primeira cerimónia agendada foi a tomada de posse da Câmara Municipal de Mação com Vasco Estrela a ser reeleito para o terceiro mandato por larga maioria. No seu discurso de tomada de posse, Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação começou por agradecer a confiança que os eleitores lhe depositaram com a maioria inequívoca e, pela segunda vez, com uma votação acima dos 60%. Vasco Estrela fez questão de lançar os projetos que pretende desenvolver até 2025, mas também deixou alguns recados com destinatário, sem no entanto, dizer a quem se destinaram. Um deles tem a ver com uma frase que lhe disseram a meio do mandato segundo a qual “iria ser julgado pela população do concelho”. Neste sábado Vasco Estrela assumiu esse julgamento que aconteceu a 26 de setembro. Depois olhou para os últimos 4 anos e frisou que foi um mandato atípico com situações nunca antes vividas no concelho: Os incêndios / Luís Lopes – Amêndoa de 2017 e as suas repercursões, a queixa contra a Autoridade Nacional de Emergência e Civil, o processo contra o Estado, a depressão Elsa, os incêndios de 2019 com as consequências e respetivo relatório e por fim a Covid-19. Vasco Estrela disse que muitas destas questões levaram a que / Carla tivesse de se expor muito mais Martins – que o normal e em situações em Carvoeiro que “arrisquei a minha credibilidade e honra”. E seguiu a dizer que “muitos torceram para que a razão não me tivesse sido dada” para de seguida replicar dizendo que “não lamento nada a desilusão que tiveram”. Vasco Estrela reclamou falta de solidariedade de muitos, mesmo / Rui Dias – dentro do próprio partido, e quesOrtiga tionou “se aqui estaria hoje se o desfecho tivesse sido outro.” Vasco Estrela deixou ainda no ar comentários sobre suspeitas muito recentes a propósito de acontecimentos que deram protagonismo à autarquia de Mação e ao presidente da Câmara. O tema foi abordado porque, afirmou Vasco Estrela, geriu em silêncio estas questões, mas que chegou o momento de por o silêncio de lado e que a partir de agora a postura será outra: “Eu sei que você sabe que eu sei…” Já sobre os resultados das eleições vincou as alterações, poucas, que as eleições registaram e que tem a noção dos custos que algumas decisões tomadas, como sejam as faixas de gestão de combustível na floresta e a adesão à Tejo / Vasco Estrela - Presidente da Câmara Ambiente. Neste caso, do abasteci-
EXECUTIVO MUNICIPAL • Vasco Estrela (PSD) • António Louro (PSD) • Nuno Barreta (PS) • Margarida Lopes (PSD) • Vasco Marques (PSD)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL
/ Carlos Leitão – Cardigos
• José Saldanha Rocha (PSD) • Carla Loureiro (PS) • Duarte Marques (PSD) • Cláudia Cordeiro (PS) • Vera Silva (PSD) • José António Almeida (PSD) • Daniel Jana (PS) • Pedro Jana (PSD) • Andreia Baço (PS) • Margarida Cardoso (PSD) • Rogério Matos (PS) • Francisco Correia (PSD) • César Dias (PSD) • Luís Pires (PS) • Catarina Martins (PSD)
JUNTAS de FREGUESIA • Luís Lopes – Amêndoa
(Independente apoiado pelo PSD)
• Carlos Leitão – Cardigos (PSD) • Carla Martins – Carvoeiro (PSD) • António Alves – Envendos (PS) • Rui Dias – Ortiga (PS) • José Fernando Martins – Mação, / António Alves – Envendos
/ José Fernando Martins – Mação, Penhascoso e Aboboreira
Penhascoso e Aboboreira (PS)
mento de água, “penso que será a solução, a única solução, que temos para resolver os graves problemas que temos no abastecimento de água ao nosso concelho”. E depois deixou a proposta de que poderá estudar qualquer outra solução alternativa que lhe seja apresentada. O presidente da Câmara de Mação disse que arcou com este processo sozinho, mas que a entrada na Tejo Ambiente foi aprovada por unanimidade na Câmara e Assembleia Municipal de Mação e que, portanto, todos os eleitos sabiam quais iriam ser os custos que os cidadãos iriam ter. Este será, segundo Vasco Estrela, um mandato exigente que comportará um processo de transferência de competências que os municípios serão obrigados a aceitar e que foi trabalhado de forma deficiente pelo governo. E depois também anunciou a eventualidade de poder haver transferência de competências para as juntas de freguesia. “Temos todos a ganhar se trabalharmos em conjunto”. Já sobre propostas para o man-
dato avançou com as propostas essenciais da sua recandidatura como a requalificação da Escola Básica 2, 3 +S de Mação, a conceção dos núcleos museológicos de Envendos e Carvoeiro, a construção de um arquivo municipal, a concretização das nove Áreas de Gestão Integrada da Paisagem (AIGP’s) em todas as freguesias, o alargamento da Zona Industrial das Lamas, a reformulação de novos incentivos de apoio aos empresários, e na regeneração urbana as requalificações do centro histórico de Mação e dos centros de Cardigos e Envendos. Nas linhas mestras aponta ainda a reabilitação da extensão de Saúde de Cardigos e, no turismo, a requalificação da praia fluvial de Ortiga assim como a criação de zonas de bungalows e autocaravanas nas praias de Carvoeiro e Cardigos assim como a construção de uma zona de lazer em Barca da Amieira. Há outras obras e iniciativas que querem lançar neste mandato, mas antevê-se alguma dificuldade porque o Orçamento do Estado tem para o concelho uma diminuição de cerca de 700 mil euros de transferência financeira. Vasco Estrela disse que está preparado, tal como a sua equipa, para continuar o trabalho. “Nunca entendi que, apesar das confortáveis maiorias, sozinhos conseguiríamos resolver os problemas (…) reafirmo o enorme respeito democrático pelos eleitos do partido socialista e para incluir as suas propostas, na certeza que as eleições ditaram, para a Câmara e Assembleia Municipal, resultados inequívocos e que não permitem segundas leituras”. Antes Nuno Barreta, candidato do PS, declarou a aceitação dos resultados de 26 de setembro com a sua eleição como vereador e uma aposta na continuidade do PSD a gerir os destinos da autarquia. Nuno Barreta deixou claro que quer representar os seus eleitores e deixou a porta aberta para todas as perguntas ou sugestões dos maçaenses. Disse, depois, não ser político porque a sua profissão é enfermeiro e voltou a frisar que no último ano e meio tem estado na linha da frente no combate à Covid-19. Nuno Barreta afirmou que tem confiança no futuro, no trabalho que desempenhou como vereador sem pelouro atribuído e que “é difícil ser-se oposição por estas terras, mas não conseguem demover-me do meu rumo que são as pessoas, as gentes, das nossas terras”. Após a tomada de posse dos deputados municipais, José Manuel Saldanha Rocha promoveu a eleição para a mesa da Assembleia à qual apenas o PSD apresentou uma lista. Assim, Saldanha Rocha (presidente), Pedro Jana e Margarida Cardoso foram eleitos com 12 votos a favor e 9 em branco. Jerónimo Belo Jorge
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POLÍTICA / Sardoal
Órgãos Autárquicos tomaram posse e apelou-se a um melhor comportamento // A cerimónia de instalação dos novos Órgãos Autárquicos do concelho de Sardoal, saídos das eleições de dia 26 de setembro, teve lugar no dia 14 de outubro, no Centro Cultural Gil Vicente. Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, eleito para cumprir o seu terceiro e último mandato, afirmou que “os próximos quatro anos serão a conclusão de um ciclo a que nos propusemos aquando as eleições de 2013. Desde esse momento submetemo-nos a sufrágio, não com um conjunto de promessas eleitorais, mas com a demonstração clara do conhecimento que sempre tivemos das necessidades do nosso concelho, as necessidades básicas para a qualidade de vida no Sardoal e dos sardoalenses, e da afirmação sustentada do nosso concelho no contexto onde nos inserimos”. O final do mandato anterior não foi esquecido pois os tempos de pandemia ainda não estão ultrapassados. O autarca confirmou que “não têm sido tempos fáceis, já não seriam normalmente, mas vimo-nos a atravessar um dos piores momentos da nossa vida coletiva, uma pandemia que muito exigiu, que obrigou a redirecionar as nossas prioridades sociais e coletivas”. Considerou que “as instituições e organizações têm que estar disponíveis para enfrentar tais adversidades” e confessou que “preparados não estávamos, ninguém estava, mas soubemos enfrentar este duro desafio, dando cada um de nós o seu melhor, todos nós, podendo o concelho de Sardoal orgulhar-se dos seus eleitos”. Miguel Borges lembrou que “sempre afirmámos que a execução das nossas propostas, em 2013, 2017 e agora em 2021, não estariam totalmente dependentes de nós, mas sim, e em grande parte, dos apoios comunitários e do ritmo que era dado à abertura das diferentes candidaturas. Fomos e continuaremos a ir para além dos fundos comunitários, pois há mais vida para além dos fundos comunitários. Com uma eficaz e rigorosa gestão financeira, temos sabido utilizar a nossa capacidade financeira em prol da nossa população”. A redução de 370 mil euros na proposta do OE2022 faz com que Miguel Borges tema “que o futuro não seja tão risonho” mas garante que “saberemos encontrar as melhores soluções perante tão grande redução”.
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/ Novo Executivo da Câmara de Sardoal
zer que “é nosso desígnio cumprir o «caderno de encargos» com o qual nos submetemos a eleições, e a cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor e as diretrizes emanadas pelo Governo Central. Quando nos propomos assumir cargos públicos temos de ter a consciência que haverá momentos fáceis e agradáveis, mas também decisões difíceis e até impopulares que não poderão de modo algum deixar de serem tomadas. Estou certo que todos nós encontraremos a melhor forma de conseguirmos os nossos objetivos, o desenvolvimento e afirmação do nosso concelho”.
Assembleia Municipal reelege Miguel Pita Alves como presidente e este pede mudança de comportamento
/ Miguel Alves – JF Sardoal
/ Duarte Batista – JF Valhascos
/ Paulo Casola Pedro – JF de Alcaravela
/ Dora Santos – JF Santiago de Montalegre
O crispado clima político e o apelo aos jovens
e capacidades para a vida política, deixando lugar à mediocridade, que de outra forma nunca conseguiria desempenhar cargos de tão grande importância coletiva. O concelho de Sardoal precisa dos melhores, sejam de que força política forem”.
O ambiente vivido durante o último mandato, em termos de combate político, não ficou de fora das palavras do presidente da Câmara. “Não foram tempos fáceis, quantas vezes incompreendidos, injustos, onde a cobardia muitas vezes imperou deixando o debate político para segundo plano”, afirmou Miguel Borges que disse ainda que “a cobarde e miserável utilização das redes sociais com uma violência verbal e outras situações nunca vistas no nosso Concelho, tornaram estes últimos quatro anos dolorosos para muitos de nós. Não excluo desta irresponsabilidade nenhuma força política, todas elas, direta ou indiretamente, foram culpadas ou pactuaram, muitas vezes em silêncios ensurdecedores, com esta lamentável forma de estar, de fazer aquilo que alguns confundem com atividade política, sendo esta de enorme nobreza, muito distante do que nos foi dado assistir”. Quanto às consequências de tais atos, considera o presidente da Câmara que “tenderão, cada vez mais, a afastar os jovens e outros cidadãos com enormes potencialidades
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
Os resultados “aquém do esperado”
“Os sardoalenses foram chamados às urnas e manifestaram a sua vontade”, começou por dizer Miguel Borges que garantiu que o Executivo saberá “interpretar os resultados, saberemos refletir sobre a vontade dos sardoalenses que, apesar de todo o nosso empenho, da nossa dedicação, do nosso trabalho, não expressaram de forma tão clara a vontade na nossa continuidade, tendo os resultamos eleitorais ficado aquém do que por nós era esperado”. No entanto, “desta reflexão não pode ser esperada uma mudança profunda da nossa forma de estar, de ser e de fazer política, onde o foco está nos munícipes, no concelho, na qualidade de vida e na proteção de pessoas e bens”. Miguel Borges terminou a di-
Na cerimónia de tomada de posse, procedeu-se à votação para a Mesa da Assembleia Municipal, tendo PSD e PS apresentado candidatos a presidente e a 1.º secretário. Assim, Miguel Pita Alves foi o presidente eleito da Assembleia Municipal, tendo como 1.ª secretária Alcina Almeida, eleita pelo PSD e, como 2.ª secretária, Rita Navalho, eleita pelo PS. O PSD não apresentou um nome para este cargo. A cumprir o seu quarto mandato à frente deste órgão autárquico, “exclusivamente por amor ao Sardoal”, Miguel Pita Alves referiu que “assim como o mundo em que vivemos, a maneira de exercermos estes cargos políticos tem sofrido alterações nos últimos tempos”. “Tivemos de nos adaptar a novas formas de comunicação e de interação entre nós e com os munícipes”, aludindo à situação de pandemia. O presidente da Assembleia Municipal demonstrou o seu desagrado pelo clima político vivido no concelho no último mandato e avisou que “é obrigação de todos, poder e oposição, nos diversos órgãos autárquicos do concelho, saber melhorar e evoluir nas nossas atitudes e comportamentos, de forma a conseguirmos ser eficazes na nossa missão de desenvolver o concelho, independentemente das diferentes formas que imaginamos para lá chegar”. “Temos também obrigação”, disse, “de dignificar os diferentes órgãos para os quais fomos eleitos e perceber que a nossa atuação é um bom ou um mau exemplo para os que nos veem: crianças, adolescentes, jovens e menos jovens”. Miguel Pita Alves avançou que serão estes que “no futuro, devem ter participação política também” e que “se isso não acontecer, podemos colocar em risco
EXECUTIVO MUNICIPAL • Miguel Borges (PSD) • Pedro Duque (PS) • Jorge Gaspar (PSD) • Patrícia Silva (PS) • Patrícia Rei (PSD)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL • Miguel Pita Alves (PSD) • Adérito Garcia (PS) • Joana Ramos (PSD) • Maria Aida Batista (PS) • Joaquim Serras (PSD) • Rui Valente (PS) • Francisco António (PSD) • Fernando Vasco (PS) • Célia Dias Lopes (PSD) • Rita Navalho (PS) • César Marques (PSD) • Paulo Lourenço (PS) • Adriano Martins (PSD) • Vítor Morais (PS) • Alcina Almeida (PSD)
JUNTAS de FREGUESIA • Sardoal – Miguel Alves (PS) • Alcaravela – Paulo Casola Pedro (PSD)
• Valhascos – Duarte Batista (PSD) • Santiago de Montalegre – Dora Santos (PSD)
o futuro deste pequeno mas tão grande concelho que é o nosso”. No final, desejou um bom mandato a todos os eleitos.
Adérito Garcia e os pontos essenciais do mandato
Convidado a discursar, o líder da bancada do PS, Adérito Garcia, agradeceu o convite e disse que este próximo mandato traz grandes desafios, “em vários vetores da nossa vida quotidiana”. O deputado municipal destacou a floresta, “com a alteração dos regimes de acompanhamento da floresta”, o desenvolvimento económico, “através da criação de mais emprego”, a demografia, “com a necessidade de fixarmos mais população”, na educação, “que poderá ser um vetor importante para atrairmos população” e a habitação social “de que o nosso concelho também precisa”. Adérito Garcia lembrou que este mandato vai contar com a transferência de competências, “com especial incidência nas juntas de freguesia” e com o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). O líder da bancada socialista considerou que o PRR “poderá trazer oportunidades para aqueles que para isso estiverem preparados”. “Tão mais importante que isto”, declarou, “é um outro desafio que talvez seja dos mais importantes de todos: cativar os sardoalenses para participarem na vida ativa, cívica e política do concelho”. Adérito Garcia disse ser “necessário que os sardoalenses se aproximem de todos os órgãos autárquicos”. Desejou, por fim, que “a sala multi-sessões se torne pequena para a Assembleia Municipal”.
POLÍTICA / Vila de Rei
Posse dos autarcas com captação de investimentos como mote para o mandato // Os novos órgãos autárquicos de Vila de Rei tomaram posse na manhã de dia 12 de outubro para cumprir o mandato nos próximos quatro anos. Numa cerimónia que decorreu no auditório municipal, no edifício dos Paços do Concelho, Ricardo Aires, que foi reeleito para o seu último mandato. Ricardo Aires vai liderar uma equipa no executivo que tem apenas uma mudança: Rosa Martins (PSD) substituiu Jorge Tavares (PSD). De resto Paulo César Luís e Bruno Dias Fernandes (PSD) e Luís Santos (PS) continuam no órgão que gere os destinos do concelho. A cerimónia de tomada de posse decorreu ainda com as limitações da pandemia com todos os presentes em distanciamento e a usar máscara que apenas retiraram nos discursos ou para as fotografias da praxe. Paulo Brito, presidente da Assembleia Municipal cessante e reeleito como cabeça de lista para a nova Assembleia Municipal, deu posse aos membros do executivo municipal e, de seguida, a todos os membros eleitos para o órgão deliberativo. Apenas não tomou posse um eleito por estar ausente do país (assumirá o compromisso na primeira sessão ordinária do órgão) e os presidentes de junta de Fundada e Vila de Rei [eleitos por inerência] por ainda não terem assumido os mandatos nas respetivas freguesias. Depois da posse veio de imediato a eleição da mesa da Assembleia Municipal de Vila de Rei tendo sido / Manuel entregue apenas uma lista pelo PSD Mendes – com os nomes de Paulo Brito, Carla Sarmento e Susana Lousa que foi presidente JF Fundada eleita [por votação secreta]com 13 votos a favor e dois em branco. No seu discurso, muito curto, o presidente da Assembleia Municipal sublinhou a qualidade de vida que já existe em Vila de Rei, mas há novos desafios para o futuro. Paulo Brito vincou os projetos estruturantes que estão nas mãos / Sérgio Francisco do Município, deixando algumas (PSD) – presidente JF áreas em destaque como a valorizaVila de Rei ção do território, as questões ligadas com a floresta, com a biomassa e com as biorefinarias. E, nestes que são as exigências que um cargo e noutros temas, deixou a vonta- político e público assume. de de que a Assembleia Municipal Ricardo Aires puxou para o exeseja cooperante com os projetos do cutivo municipal a responsabilidaexecutivo. de de envolver os cidadãos naquilo Os desafios dos próximos anos que são todas as ações desenvolviapontam à qualidade de vida e re- das em prol do desenvolvimento forço do tecido empresarial com da comunidade: “precisamos de criação de mais emprego dignificar os cargos que exercemos Antes da tomada de posse da As- nos diferentes órgãos, sejamos nós sembleia Municipal Ricardo Aires, eleitos ou eleitores (…) através do que entra no seu último mandato, nosso empenho pelo bem comum”. enquanto presidente de Câmara O presidente da Câmara de Vila deixou as notas para os desafios dos de Rei deixou a certeza de querer próximos quatro anos e não escon- continuar a dar passos firmes nesse deu a comoção quando agradeceu sentido porque disse ser “daqueles o apoio que tem da família naquilo que acredita na política ao servi-
EXECUTIVO MUNICIPAL / Rita Cavalheiro – presidente JF S. João Peso
ços das cidadãs e dos cidadãos”. E adiantou que “temos de ter a coragem de trilhar um caminho de ética, honestidade e de serviço à nossa terra”. No seguimento Ricardo Aires sublinhou que a sua equipa vai ser intransigente na defesa dos interesses do concelho de Vila de Rei com objetivos prioritários como a continuação do trabalho tendo em vista a criação de condições para reforçar a competitividade económica do tecido empresarial, a captação de novas empresas, o apoio social e educativo bem como uma intenção clara de ser referên-
• Ricardo Aires (PSD) • Paulo César Luís (PSD) • Luís Santos (PS) • Rosa Martins (PSD) • Bruno Dias Fernandes (PSD)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL • Paulo Brito (PSD) • Carla Sarmento (PSD) • António Domingos (PS) • Carlos Nunes (PSD) • Hélder Antunes (PSD) • Diana Lucas (PS) • Susana Lousa (PSD) • João Bernardino (PSD) • Luís Jerónimo (PS) • Miguel Silva (PSD) • Maria Martins (PSD) • Ana Pires (PS) • Nuno Nunes (PSD) • Paula Dôro (PSD) • Carlos Araújo (PS)
JUNTAS de FREGUESIA
• Rita Cavalheiro (PSD) – presidente JF S. João Peso
• Manuel Mendes (PSD) – presidente JF Fundada
• Sérgio Francisco (PSD) – presidente JF Vila de Rei
cia como comunidade de inclusão em que as pessoas contam verdadeiramente. O presidente destacou a necessidade de haver uma envolvência de todos nos objetivos do Município e deixou o convite aos empresários, comerciantes e coletividades “a participar connosco na promoção e desenvolvimento do nosso concelho”. Com um discurso curto mas incisivo nas ideias para os próximos anos Ricardo Aires deixou a certeza que face à conjuntura de insegurança que ainda se vive afirmou querer tomar as medidas necessárias para combater a pobreza e a exclusão através do apoio às famílias e munícipes que tenham carências, mesmo que temporárias. Deixou a nota de que a aposta nos jovens vai continuar, quer nos percursos escolares quer em iniciativas ativas de emprego assim como no apoio aos mais idosos. Ricardo Aires disse que será “um autêntico provedor dos seus interesses reforçando os meios de apoio social e procurando novas respostas”. Na mesma linha dos objetivos que pretende desenvolver nos próximos quatro anos, o autarca eleito pelo PSD direcionou o discurso para o território nomeadamente para o futuro da floresta através das Áreas de Gestão Integrada da Paisagem que serão implementadas e desenvolvidas nos próximos anos. Depois apontou ao desenvolvimento das aldeias do concelho em parcerias estreitas com as juntas de freguesia, nomeadamente na valorização dos espaços públicos, a aplicação de medidas de eficiência energética bem como melhoras as condições do saneamento básico e abastecimento de água. E neste particular Ricardo Aires deixou bem vincado que o Município de Vila de Rei vai continuar a ser a entidade gestora destes serviços. Em modo conclusão o presidente da Câmara deixou ainda uma palavra para as coletividades e clubes do concelho que constituem igualmente um dos pilares da sociedade vilarregense e que, por siso, vão continuar a ter os apoios do executivo municipal. No final da cerimónia os eleitos e convidados participaram num pequeno beberete no exterior do edifício dos Paços do Concelho. Jerónimo Belo Jorge
Novembro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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POLÍTICA / Vila Nova da Barquinha
Desejou-se audácia no futuro na Tomada de Posse dos Órgãos Autárquicos // A Praça da República, em frente aos Paços do Concelho, foi o palco escolhido para a cerimónia de instalação dos novos Órgãos Autárquicos de Vila Nova da Barquinha, no dia 16 de outubro. O momento solene foi ainda abrilhantado com a atuação do Septeto da Banda Musical dos Bombeiros de Vila Nova da Barquinha, “escolhido para representar as muitas associações e coletividades do concelho, a destacar a sua importância e o trabalho desenvolvido nas áreas cultural, desportiva, social, lúdica, socorro e proteção”. Fernando Freire, candidato do Partido Socialista, foi eleito para cumprir o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos do concelho e “conforme consagrado em programa eleitoral, reafirmo que o nosso compromisso político distribuído à população é para cumprir. Como cumprimos em 2017-2021”. Para o presidente da Câmara Municipal, “há que ouvir as pessoas”, pois “certo que hoje o material, a riqueza, o efémero parecem superar a moral, os princípios e valores que nos formam eticamente. É preciso acreditar e lutar em prol dos valores da democracia, da igualdade e da tolerância. É preciso garantir que as instituições democráticas não estejam subordinadas a qualquer tipo de populismo. É preciso combater a mentira”, afirmou Fernando Freire. Adiantou ainda que “é importante exercer um serviço público para servir e não se servir”. Quanto aos representantes da oposição “cabe uma atividade de acompanhamento, fiscalização e crítica, certamente sempre oportuna. Mas não pactuaremos com vozes de suspeitas infundadas e de falsidades”. Para Fernando Freire, “em democracia, é tão importante estar a governar como na oposição, e a ação governativa será tanto melhor quanto melhor for o trabalho de escrutínio e as alternativas das oposições feitas com responsabilidade e oportunidade”. De saída do Executivo Municipal está Rui Constantino e Fernando Freire não esqueceu quem, “ao longo de mais de 20 anos, exerceu o cargo de vereador e vice-presidente da Câmara, com inegável vivacidade e sentido de bem servir”. “Rui, o nosso bem-haja e as maiores venturas para a tua nova caminhada”, foram os votos de Fernando Freire.
As garantias do presidente
No seu discurso, Fernando Freire começou por garantir em-
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EXECUTIVO MUNICIPAL • Fernando Freire (PS) • Marina Honório (PS) • Paula Pontes (PS) • Paula Gomes da Silva (PPD-PSD) • Manuel Mourato (PS)
ASSEMBLEIA MUNICIPAL • António Augusto Ribeiro (PS) – Presidente
• João Gralha (PS) - 1.º Secretário • Maria de Fátima Martins (PS) - 2.º
Secretário; • Paulo Constantino (PS) • Nuno Gomes (PPD-PSD) • Alfredo Coelho (Chega) • Paula Duarte (CDU) • Benjamim Reis (PS) • Carla Cardoso (PS) • José Salvado (PPD-PSD) • César Cardigos (PS) • Anabela Simões (Chega) • António Martins (PS) • Tânia Fernandes (PS) • Anabela Queiroz (PPD-PSD)
JUNTAS de FREGUESIA
• Vila Nova da Barquinha – António Falua Costa (PS)
• Atalaia – Manuel Honório (PS) • Praia do Ribatejo – José Pimenta (PS)
• Tancos – Miguel Homem (PS)
/ António Costa – JF VN Barquinha
/ José Pimenta – JF Praia do Ribatejo
apostar na mobilidade entre concelhos limítrofes e prometeu “empenho” na questão do aeroporto do Polígono Militar de Tancos. Focou ainda a atenção para as alterações climáticas, proteção ambiental, defesa do Tejo e sustentabilidade, segurança e Proteção Civil. “Sejamos audaciosos”, afirmou. “Caminhemos em rumo ao foco que nos une. Saibamos mantermos unidos na defesa dos interesses desta terra cientes que o futuro não é nada que nos é oferecido. O futuro é duro trabalho, é tudo o que nós juntos quisermos que seja e formos capazes de construir”.
/ Manuel Honório – JF Atalaia
/ Miguel Homem – JF Tancos
Presidente da Assembleia destaca políticas de proximidade
/ Fernando Freire lidera o Executivo Municipal de VN Barquinha
penho pois quer, neste mandato, “continuar como a melhor Câmara da região no cumprimento dos prazos de licenciamento de obras”. Garantiu compromisso claro com o social pois quer “o alargamento do Estrutura Residencial Para Pessoas Idosas da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha e da As-
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
sociação de Bem-Estar das Madeiras” e também continuar com “as parcerias da Loja Social com apoio à população mais carenciada, em articulação estreita e rigorosa com a rede de instituições do concelho”. O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha garantiu ainda uma boa articulação com a co-
munidade no “apoio aos Bombeiros, às coletividades e dedicação às instituições”, no “desenvolvimento da Cultura, Educação e da Arte”, no “empenho na instalação de empresas, capacitação e inovação empresarial” e “denodo com visibilidade nas Áreas de Regeneração Urbana”. Fernando Freire quer ainda
António Ribeiro continua como presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha. Eleito para um novo mandato, o também presidente da Assembleia cessante, agradeceu “a todos os autarcas que agora cessam as suas funções, pelo serviço público, pela entrega e generosidade”. Lembrou que, “alguns deles, há várias décadas”. António Ribeiro desejou ainda votos de “bom trabalho e boa sorte” ao Executivo Municipal que agora inicia funções e deixou uma “saudação especial para todos os membros das Juntas e Assembleias de Freguesia que são os primeiros a concretizar o que tanto se proclama e deseja: as políticas de proximidade”.
SOCIEDADE / OPINIÃO /
/ Na estrada que desce até ao açude, no rio Tejo, encontra agora este lugar de lazer
/ Armando Fernandes
Carpinteiro de ossos
A
Escola Dr. Manuel Fernandes entrega à comunidade ponto de observação da paisagem // Foi apresentado na manhã de dia 22 de outubro, o novo ponto de observação da paisagem junto à Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes. Fica na encosta, junto à estrada de acesso ao açude, com vista para o Tejo. É agora um espaço aberto à comunidade e que tem ainda um trilho de 2,3 quilómetros. Alcino Hermínio, diretor da escola, apresentou o projeto que envolveu vários alunos e professores, tendo por base o Clube de Ciência Viva. “Isto foi um sonho que já começou há muitos anos e que não acabou, esta é mais uma fase” pois a Escola Dr. Manuel Fernandes “tem o privilégio de ter esta encosta e o rio Tejo e esta paisagem fantástica”. Alcino Hermínio revelou que “há muitos anos que tentamos tirar partido da encosta para as aulas e trabalhos de campo e que agora conseguimos”. Para além do ponto de observação da paisagem, “que é uma oportunidade para aprender ciência mas também para ler um poema ou ouvir música”, foi também “criado um trilho que tem agora melhores condições e que vamos começar a explorar, com segurança, e que é uma oportunidade para aprender muitas coisas”. O diretor acrescentou que o trilho tem várias hipóteses de circular até ao Tejo, “não é um trilho difícil” e que “vale muito a pena pela paisagem”. “O desafio que nasce aqui é tirarmos melhor partido deste privilégio que temos deste espaço fantástico e que fica aberto à
comunidade, o que nos enche de orgulho”, disse Alcino Hermínio. A criação do espaço contou também com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes, através das Divisões de Desporto e de Ambiente, e, em representação da Autarquia, esteve o vereador Luís Filipe Dias que agradeceu a colaboração de todos os envolvidos. Destacou o “espaço magnífico” onde se pôde apreciar poesia e música e “desfrutar desta paisagem”, sendo que “o silêncio é a melhor das harmonias”. “Enquanto antigo aluno desta escola, estou muito feliz”, afirmou.
A professora Maria José Oliveira, do Clube de Ciência, explicou que este novo espaço aberto pela escola à comunidade contou com a participação de muita gente pois “são projetos que não se podem fazer sem a colaboração de uma equipa e o contributo de uma escola”. A professa espera que tanto o ponto de observação como o trilho, possam ser usufruídos por muita gente pois “são entregues à comunidade, o que nos deixa mais ricos”. Explicou que, ao longo do trilho, “já colocámos algumas placas de identificação que ajudam a interpretar o espaço e será uma mais-valia para todos”. No entanto, este é apenas o primeiro trilho que foi aberto. É que “há muito para descobrir”. Foi a atividade de Clube de Ciência da escola “que nos proporcionou a verba para a construção do painel, com o auxílio da Câmara Municipal, bem como para a colocação dos bancos”. A apresentação do painel no novo ponto de observação da paisagem contou com momentos de poesia e de música, interpretados pelos alunos da Escola Dr. Manuel Fernandes. Patrícia Seixas
través da Dra. Rosa Maria Feliciano soube do falecimento do mui estimado Amigo Dr. Jorge Piriquito, a quem carinhosamente, tratava, tratávamos, por carpinteiro de ossos. O Pedro Marques explicoume os motivos porque não me informou a tempo e horas de eu lhe poder prestar o testemunho da minha estima e saudade que irá perdurar enquanto percorrer a estrada da vida, pois o distinto ortopedista, homem afável, sempre disponível para atender as nossas solicitações, proprietário de um notável sentido de humor, paciente ouvinte das minhas deambulações por Franças e Araganças, alegre participante na tertúlia que mantínhamos no restaurante do solícito Américo sito no Rossio ao Sul do Tejo, apodada de «academia do guardanapo de pano» por o nosso íntimo académico e já citado Pedro Marques. Homem observador do desenrolar dos movimentos da Terra, educado e apaziguador, amante de velocidades em duas ou quatro rodas, morigerado no domínio das afinidades afectivas, derramava esses mesmos afectos e meigas palavras de amor sobre a sua única filha, luzeiro feérico dos seus olhos, a todo tempo e a todo transe. Nunca se colocava em bicos dos pés, preferia a observação à estrídula e impetuosa intervenção, por isso o preteriram no decurso do desenrolar do seu novelo profissional como em devido tempo o comentei em acídula crónica no jornal O Ribatejo, lamentando não ter sido mais virulento contra o Génio da Confraria do badalo umbiguista capataz das nomeações. As maleitas corporais sofridas há muitos anos debilitaramno ao ponto de suspender as suas tarefas de cumprimento do código de Hipócrates, um rápido AVC retirou-o do nosso já
muito espaçado convívio, apesar de tudo e, ultimamente, da pandemia sabíamos onde estava e prontamente atendia o telemóvel. Um grande e apertado abraço caríssimo Jorge. Até sempre inolvidável Carpinteiro de ossos!
Homem observador do desenrolar dos movimentos da Terra, educado e apaziguador, amante de velocidades em duas ou quatro rodas, morigerado no domínio das afinidades afectivas, derramava esses mesmos afectos e meigas palavras de amor sobre a sua única filha
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SOCIEDADE / CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas nove e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número vinte e um, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: MANUEL DOS ANJOS PEDRO, NIF 125.669.720, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, e mulher VITALINA ROSA LOURO PEDRO, NIF 125.669.739, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Nossa Senhora da Assunção, número 1663, Fontes, freguesia de Fontes, concelho de Abrantes. DECLAROU O OUTORGANTE MARIDO, QUE: -------Que com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor dos seguintes direitos sobre os abaixo identificados bens imóveis: ----- UM) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Alto do Colmeal, composto de Mato e Pinhal, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar de norte com António Francisco Pedro, de sul com Estrada, de nascente com António Manuel Nunes e de poente com herdeiros de Cristina Francisco, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e um, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia, sob o artigo 459, secção AI, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 2,82 €, a que atribui igual valor; ----- DOIS) Três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Milharada, composto de Mato, com a área de novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de norte e sul com Barrgem de Castelo de Bode, de nascente com Herdeiros de Mário José Lopes e de poente com Herdeiros de Joaquim Nunes, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e dois, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia, sob o artigo 332, secção AN, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 1,13€, a que atribui igual valor; ----- TRÊS) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Cerrado da Cabeça Ruiva, composto de cultura arvense, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de norte com Florinda Rosa Batista, de sul com Lino António Pimenta, de nascente com herdeiros de Lino Gaspar e herdeiros de Maria Francisco Nunes e de poente herdeiros de Adelino Machado, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e quatro, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 80, secção AM, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 4,52€, a que atribui igual valor; ----- QUATRO) três quintos, do Prédio Rústico, situado em Vale da Lameira, composto de cultura arvense e oliveiras, com a área de novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de norte com Manuel Rosa dos Santos, de sul com Rosa Maria Pedro, Maria Alagoa Pedro e Maria Rosa Fernandes, de nascente com João do Carmo Pedro, de poente Rosa Maria Pedro, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e cinco, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 177, secção AH, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 47,80€, a que atribui igual valor; ----- CINCO) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Vale das Barrocas, composto de pinhal, com a área de mil metros quadrados, a confrontar de norte com herdeiros de Cristina Francisca, de sul com Jorge Vicente dos Santos, de nascente com Conceição Maria Mendes e de poente com estrada, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e seis, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 9, secção BE, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 28,18 €, a que atribui igual valor; ----- SEIS) um oitavo, do Prédio Rústico, situado em Remendos, composto de cultura arvense e oliveiras, com a área de quatrocentos metros quadrados, a confrontar de norte e de nascente
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com Fernando da Conceição Machado, de sul com Barragem de Castelo de Bode e de poente Maria da Conceição Joaquina Machado, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e sete, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 339, secção AN, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 3,01 €, a que atribui igual valor; ----- SETE) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Vale dos Casais, composto de oliveiras e vinha, com a área de seiscentos metros quadrados, a confrontar de norte com José Pedro, de sul com Barragem de Castelo de Bode, de nascente com António Rosa Mendes e herdeiros de Conceição Maria Mendes e de poente Artur Francisco Nunes, Manuel Pimenta, António Francisco Nunes e Maria Clara Nunes da Silva, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e vinte e nove, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 164, secção AM, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 45,18€, a que atribui igual valor; ----- OITO) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Covão, composto de cultura arvense, figueiras e oliveiras, com a área de seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de norte com Estrada, de sul com herdeiros de João dos Santos, de nascente com herdeiros de José Basílio e de poente herdeiros de Agostinho da Silva e Francisco Rosa Batista, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e trinta e um, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 59, secção AH, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 18,02€, a que atribui igual valor; ----- NOVE) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Cova da Gaita, composto de mato, pinhal e eucaliptal, com a área de dois mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de norte e poente com herdeiros de José Pedro, de sul com estrada, de nascente com herdeiros de Cristina Francisca, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e trinta e dois, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 56 secção AR, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 67,60 €, a que atribui igual valor; ----- DEZ) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Barro, composto de cultura arvense, figueiras e oliveiras, com a área de quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com herdeiros de Manuel António, de sul com Barragem de Castelo de Bode, de nascente com herdeiros de António Martinho Nunes e de poente Etelvina Rosa da Silva Vicente, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e trinta e quatro, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 285, secção AN, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 10,17€, a que atribui igual valor; ----- ONZE) três oitavos, do Prédio Rústico, situado em Tapada do Comeal, composto de cultura arvense de regadio e oliveira, com a área de quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com herdeiros de Cristina Francisca, de sul com Joaquim do Carmo Pedro, de nascente com herdeiros de Etelvina Maria Nunes e de poente Maria Clara Nunes da Silva, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil duzentos e trinta e cinco, da freguesia de Fontes, mas sem aquisição em vigor da quota parte ora justificada, inscrito na respetiva matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 262 secção AN, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente à quota parte de 12,93€, a que atribui igual valor. MAIS DECLAROU O OUTORGANTE MARIDO, QUE: -------Que com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor dos dois seguintes bens imóveis: ----- DOZE) prédio rústico, composto por cultura arvense, macieiras e oliveiras, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, denominado ou localizado em Corga da Eira,
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
freguesia de Fontes, concelho de Abrantes, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, a confrontar de norte com Joaquim do Carmo Pedro, de sul com Albufeira da Barragem de Castelo de Bode, de nascente com herdeiros Maria dos Anjos Martins e Joaquim Rosa Mendes, e de poente com Anibal Martinho Nunes, inscrito na matriz predial rústica da freguesia de Fontes, sob o artigo 18, secção AN, anteriormente inscrito sob o artigo 18, da secção AN, da freguesia de Souto (extinta), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 61,60€, a que atribui igual valor; e_________ ----- TREZE) prédio rústico, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de duzentos metros quadrados, denominado ou localizado em Chã da Portela, freguesia de Fontes, concelho de Abrantes, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, a confrontar de norte com Manuel Francisco Nunes, de sul com Joaquim Rosa Antunes Guilherme de nascente com Alda Guilhermina Nunes Pinto e de poente com Manuel Pimenta, inscrito na matriz predial rústica da freguesia de Fontes, sob o artigo 203, secção AN, anteriormente inscrito sob o artigo 203, da secção AN, da freguesia de Souto (extinta), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 21,08€ a que atribui igual valor. ----------- Que, desconhece outros artigos anteriores, nomeadamente os que vigoraram em anterior matriz, relativamente aos dois imóveis supra identificados em DOZE) e TREZE). ____ Que as quotas partes do prédio acima identificados, de UM) a ONZE), vieram à posse dele justificante marido, no ano de mil novecentos e sessenta e quatro, em dia e mês que não pode precisar, ainda no seu estado de solteiro, maior, data em que entrou na posse dos mesmos, por partilha meramente verbal feita por óbito de sua mãe, Maria dos Anjos casada com Adelino Pedro, sob o regime da comunhão geral de bens, residente no Lugar de Fontes, Abrantes; ____ E que os os imóveis identificados em DOZE) e TREZE), vieram à posse dele justificante marido, em dia que não consegue precisar, mas no mês de janeiro do ano de mil novecentos e oitenta, ainda no seu estado de solteiro, maior, data em que entrou na posse dos mesmos, por partilha meramente verbal feita por óbito de seus pais Maria dos Anjos e Adelino Pedro, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no Lugar de Fontes, Abrantes. ______ Que dada a forma de aquisição, o primeiro outorgante marido não têm título formal que lhe permita requerer o registo das quotas partes nem requerer o registo dos imóveis identificados em DOZE) e TREZE) a seu favor. _____ Que assim o justificante marido se encontra, na posse das mencionadas quotas partes sobre os prédios acima identificados bem como, se encontra na posse dos bens imóveis identificados em DOZE) e TREZE), há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruído dos referidos imóveis, tratando-os e cultivando-os, suportando e pagando as respetivas contribuições e impostos e retirando dos mesmos todas as utilidades possíveis. Que sempre foi reputado por toda a gente como proprietário das referidas quotas partes dos prédios acima identificados de UM) a ONZE) e ainda dos prédios identificados em DOZE) E TREZE) e sempre se considerou como tal. ____ Que, assim nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriu as quotas partes dos prédios acima identificados, bem como os imoveis identificados em DOZE) e TREZE), por usucapião, o que invoca para efeitos de inscrição no registo predial. Declarou ainda o outorgante marido que a sua posse tem vindo a ser exercida ao longo dos vinte anos em composse, mais recentemente, com os proprietários da restante quota parte dos prédios identificados de UM) a ONZE), com o titular atualmente inscrito, Gonçalo Manuel Pedro Louro, casado com Mónica Alexandra Marques André, sob o regime da comunhão de adquridos, do qual o justificante marido também faz parte._ _____PELA OUTROGANTE MULHER FOI DITO: ___ ____Que confirma as declarações prestadas pelo seu respetivo cônjuge e que reconhece a natureza de bens próprios do seu marido sobre os supra identificados direitos, bem como dos imóveis identificados em DOZE) e TREZE) neste acto ora justificados.________________ Está conforme o original. _____Abrantes, 29 de setembro de 2021. _____A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º1518
OPINIÃO /
O problema / José Alves Jana / FILÓSOFO
Q
ual é o principal problema da nossa região? Há vários candidatos: a falta de emprego e (por estranho que pareça) o desemprego, a perda de população, a debilidade económica, a devastação pelos sucessivos incêndios, o envelhecimento progressivo, a perda de vitalidade do Tejo, a saída dos mais jovens e mais qualificados, e por aí diante. Contudo… O principal problema da nossa região, como aliás das outras, é a evolução acelerada do aquecimento global. Porquê? Apesar de parecer invisível, longínquo e inocente, está presente, próximo e vai ser-nos fatal em vários sentidos, a ponto de todos os outros problemas supostamente principais estarem dependentes da evolução deste. E o mais interessante é nem lhe prestarmos grande atenção pública, o que o torna ainda mais decisivo. É essa falta de atenção, logo de ação, que nos vai ficarnos cara. Caminhamos distraídos (dis+traídos) para uma situação que se vai tornar insuportável, mas recusamo-nos a ter em conta o que pode acontecer-nos – para evitarmos mudar o que pensamos que podemos conservar. Estou convencido de que não vamos conseguir mudar o suficiente, porque não estamos a fazer o suficiente, nem disponíveis para fazer o que poderia fazer a diferença. É verdade que é um problema fora da nossa capacidade de controlo, mas só em parte é verdade. Com efeito, o controlo da situação não poderá fazer-se sem uma participação ativa da nossa parte. Só há verdadeira capacidade de controlo da evolução das alterações climáticas quando se combinar um movimento de cima para baixo, isto é, das medidas tomadas pelas organizações internacionais e pelos Estados no sentido de alterar a evolução das coisas com um movimento de baixo para cima, isto é, das pessoas e dos contextos locais com o mesmo objetivo. Contudo, não vemos a nível local uma dinâmica objetiva nesse sentido. Procuremos na ODSLocal
(odslocal.pt) – Plataforma Municipal dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável quais os municípios da nossa região ali presentes e quais os projetos que ali referem como contributos para este objetivo que devia ser prioritário. É verdade que o burburinho das eleições nos últimos meses desviou a atenção deste trabalho que, infelizmente, parece não dar votos. Mas não dará votos enquanto os cidadãos não o considerarem prioritário (mais um exemplo da dinâmica circular de baixo para cima e de cima para baixo). O trabalho dos ODS a nível local tem três dimensões essenciais: contribuir para o processo global, preparar o meio local para a evolução que for e tornar-nos participantes ativos capazes de exigir e sustentar a indispensável dinâmica de cima para baixo (que só terá lugar quando for exigida a partir de baixo). O medo é mau conselheiro quando nos tolhe os movimentos e paralisa a inteligência. Até por isso devemos tomar medidas antes de o medo se instalar. O pior, repitase, é que não vemos praticamente ninguém a levar a sério aquele que devia ser um objetivo mobilizador e organizador das outras dinâmicas locais. Mobilizador, antes de mais, do estudo da situação, da compreensão do que devemos fazer, de quais são as medidas adequadas e quais são as que devem ser tomadas aos diversos níveis: pessoal, familiar, de freguesia, municipal, intermunicipal, nos hospitais e centros de saúde, nas escolas, nas associações, nas empresas… Ninguém o fará por nós. Atenção, pois, ao Congresso ODS Local previsto para este mês.
Atenção ao Congresso ODS Local previsto para este mês
SOCIEDADE / OPINIÃO /
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“Cidade Florida” é sabor da cerveja Ermida // Fresca, leve e para todos. Foi desta forma que Rui Rei apresentou a nova Cerveja Ermida “Cidade Florida”, lançada no dia 21 de outubro. “É uma cerveja que acompanha bem uma refeição e até um doce, como a Palha de Abrantes” explicou o cervejeiro que lançou a marca de cerveja artesanal Ermida em maio de 2014. As experiências vão-se sucedendo e Rui Reis já lançou mais de 15 gamas de cerveja ou 15 “flavours”, cada um com uma particularidade diferenciadora destinada aos apreciadores de cerveja artesanal que é, naturalmente, muito diferente da cerveja comercial que conhecemos. A “Cidade Florida” pretende ser uma cerveja para todos. Com sabores e odores a tília, laranja e limão e o toque picante do gengibre. Um mês, um mês e meio de estágio e foi lançada na semana passada. O cervejeiro disse que a ideia lhe surgiu num dia de primavera em que abriu as portas de casa e respirou Abrantes, com os cheiros das flores de tília. Foi aí que pensou num novo sabor que a pandemia empurrou para a gaveta, mas que saiu bem a tempo de fazer o lançamento. Nesta primeira edição de “Cidade Florida” a produção foi de cerca de 200 litros e Rui Reis fez questão de dizer que a água da cerveja é de Abrantes, “da que corre na torneira”. Não há, por isso, qualquer truque ou especialidade na água “com que produzimos a nossa cerveja”. E sublinha “é um compromisso meu, usar água de Abrantes sem ser trabalhada”. Disponível no Crispean’s, o bar que é o santuário da Ermida e da cerveja artesanal, e em garrafa de 0,75 e 0,33 litros com a particularidade de ter um segundo rótulo em cima da tampa. É também uma
/ Rui Reis disponibiliza dez variedades de cerveja artesanal no seu bar homenagem à cidade de Abrantes porque coloca as flores coloridas em mais um produto que pode muito bem “vender” mais a Estrada Nacional 2, já que há muitos turistas que por ali [Crispean’s] passam para carimbar o passaporte amarelo e provam um dos sabores disponíveis. Acima de tudo esta “Cidade Florida” pretende chegar ao cliente que possa não apreciar sabores mais fortes e amargos ou cervejas mais pesadas e com maiores teores alcoólicos. “Esta tem 0,5% de álcool e bebe-se muito bem”, diz Rui Reis apontado para o quadro no bar onde tem a descrição e as características de todas as suas cervejas. Desde 2014 são vários sabores produzidos e colocados no mercado: Trigo, Belgium Ale, Stout, IPA, Trigo/Framboesa, Reserva, Imperial Stout entre outras. E há a garantia do cervejeiro que
a Ermida não tem corantes nem conservantes e não é uma cerveja pasteurizada. Neste momento Rui Reis tem disponíveis no seu bar dez torneiras de cerveja com outros tantos sabores da Ermida. E acrescenta, em garrafa, outras cervejas artesanais produzidas em Portugal. A pandemia obrigou os empresários a ajustar as suas produções. Foi nesse sentido que a Ermida passou a ser vendida para fora, pelo cancelamento de feiras e eventos em que estaria presente. “Fizemos muitas vendas e correu bem. As pessoas estiveram mais em casa e vendemos mais para esse consumo doméstico”, acrescenta Rui Reis deixando o registo de que a Ermida não ficou com stocks excedentários. Luís Peixoto é um apreciador de cerveja artesanal. É cliente habitual do Crispean’s e faz questão de dizer logo que a sua favorita é a “IPA” porque “não se bebe. Come-se”. O médico foi o padrinho desta “Cidade Florida”. É assim que o cervejeiro o trata e Luís Peixoto diz que não fez nada demais. “O mérito é todo do Rui, eu apenas lhe dei o empurrão final para tirar a receita da gaveta e a por em produção. E fazer com que ele não se deixasse dormir sobre isso”. E depois diz que também deu algumas opiniões. “Uma cerveja acessível a qualquer pessoa”. Jerónimo Belo Jorge
aumento dos preços junto ao consumidor tomou o mundo de assalto. Só a Alemanha, historicamente traumatizada com a inflação, reportou no mês passado uma inflação superior a 4%. Com estes valores, os alarmes estão no vermelho por todo o mundo, já que a inflação tem um potencial disruptivo da economia gigantesco e imprevisível. E, se não for controlada rapidamente, depressa se irá estender a uma disrupção social e, naturalmente, política. Contudo, as medidas para controlar a inflação são, habitualmente, dolorosas e estendem-se por um período de tempo relativamente longo. Mas, desta vez, este aumento da inflação, que já era mais do que óbvio desde há alguns anos, tem uma natureza especial. Estes valores, que estão agora a deixar muitos governantes com os nervos em franja, resultam de uma tempestade perfeita na economia internacional cujos efeitos, tão cedo, não abrandarão. Esta é uma combinação das políticas monetária e de crédito mais relaxadas e expansionistas que se verificaram desde a crise de 2008, juntamente com as dificuldades trazidas pela pandemia no que diz respeito à incapacidade dos agentes económicos darem resposta à procura mundial, que se verificou com o fim dos confinamentos. Desde a crise de 2008, os principais Bancos Centrais mundiais, desceram as taxas de juro para zero ou mesmo
valores negativos. Ao mesmo tempo, injetaram quantidades massivas de dinheiro na economia para estimular a atividade económica. Estes estímulos, por razões óbvias, intensificaram-se durante o período mais agressivo da pandemia, há um ano atrás. Mas esta política, se pretendia estimular a atividade económica, teve também um outro resultado bem mais sombrio. Com o crédito barato, o endividamento da economia, tanto no sector privado, como no sector público, está já bem acima dos valores que provocaram a crise das dívidas soberanas, há dez anos atrás, e não pára de crescer. Este crédito barato está, na realidade, a ser usado por muitas empresas para operações de tesouraria e financiamento da dívida. Para controlar a inflação, os Bancos Centrais terão de aumentar as taxas de juro, o que impedirá o acesso de muitos agentes económicos (e governos) ao crédito barato que até então usaram para manter a sua atividade a funcionar. Controlar a inflação poderá ter ter um efeito perverso: aumento das falências e desemprego. Há também o outro lado da tempestade. Com a pandemia, instalaram-se fortes estrangulamentos na economia internacional que estão a limitar a incapacidade de dar resposta à procura: fortes controlos na circulação de trabalhadores e mercadorias, confinamentos, escassez de mão de obra, quebra nas cadeias de abastecimento e distribuição globais, protecionismo comercial ou escassez de energia. Para as famílias, este aumento da inflação veio para ficar nos próximos tempos, o que implicará a necessidade de definição de prioridades e de escolhas no nosso consumo. PUBLICIDADE
/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt
O regresso da inflação
Fisabrantes
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DESPORTO /
5 miradouros incríveis (pelo menos) que revelam a riqueza paisagística de Mação Mação é muito mais do que imagina, e a prova está aí, à vista de todos. Além de tudo o que lhe temos mostrado ao longo deste ano, que é tanto e tão inspirador, hoje vimos falar-lhe de cinco lugares extraordinários do concelho de Mação. Selecionámos apenas cinco porque o espaço é limitado e a lista é extensa, mas prometemos voltar aos miradouros de Mação em breve. Deixamos-lhe nesta edição um convite irrecusável para partir à descoberta de alguns dos pontos mais elevados do concelho de Mação. Inspire fundo, feche os olhos e abra os braços. Esta experiência vai ser avassaladora. Avisamos assim que chegarmos ao destino para que abra os
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olhos e possa desfrutar em pleno destes cinco lugares inesquecíveis. 1. MIRADOURO DO BANDO DOS SANTOS É o miradouro mais conhecido de todo o concelho e fica localizado no coração do Bando dos Santos. Escusado será dizer que a vista é deslumbrante. «Com nuvens estamos acima do mundo. Sem nuvens, está o mundo aos nossos pés». A definição é do Andarilho (Sapo Viagens) e resume muito bem a magnitude daquele lugar. 2. MIRADOURO DA PONTÃO/ FORMOSA Se tivéssemos que escolher apenas um sítio para apreciar a beleza
JORNAL DE ABRANTES / Novembro 2021
que circunda o Tejo na zona de Ortiga, este seria o local eleito. Com tempo favorável, dali se avistam territórios do concelho de Sardoal, a cidade de Abrantes, os campos de Alvega, a barragem e o castelo de Belver, a praia fluvial de Ortiga e, mais ao longe, a vila de Gavião, esta já em terras do Alentejo. 3. MIRADOURO DA FETEIRA Foi um dos últimos a ser ‘descoberto’ e divulgado, mas já é um dos pontos mais visitados e fotografados da Rota do Penhascoso. E não é para menos: o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural local ali instalou uma guitarra de grandes dimensões, reforçando o epíteto ‘aldeia do rock’, assim como uma mesa e dois bancos,
que convidam a uma pausa enquanto se apreciam as vistas ao redor. 4. MIRADOURO DAS CRUZIANAS No limite nordeste do concelho, na freguesia de Envendos, próximo do famoso Pego da Rainha, encontramos um magnífico miradouro sobre os meandros do Ocreza e a imensidão das primeiras serranias da Beira Baixa. É o miradouro do Castelo Velho da Zimbreira, mas hoje queremos dar-lhe a conhecer um outro, não muito distante dali. O Miradouro das Cruzianas é outro ponto notável desta zona, com vistas soberbas sobre o vale e a foz do Ocreza, a barragem da Pracana e vastas áreas de floresta. Ainda assim,
lá no alto, é o silêncio que impera. 5. MIRADOURO DA SERRA DO CORVO Entre as aldeias de Serra e Queixoperra encontra-se este miradouro, um dos pontos mais altos da Rota da Queixoperra. Apresenta uma vista desafogada sobre os primeiros campos do Ribatejo e torna-se especialmente mágico quando, no topo de uma escarpa com vários metros de altura, ali assistimos ao pôr-do-sol. Para além de brindar o esforço das subidas com vistas panorâmicas magníficas, todos estes miradouros nos oferecem momentos ímpares de imersão na natureza, meditação e descoberta. Fica o convite.
PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Biblioteca Municipal António Botto
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uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt foi aí que cresceu e passou a maior parte da sua vida. Começou a escrever cedo e a sua obra é variada: escreveu textos para teatro, contos, mas sobretudo poesia, que compilou sob o título de Canções. De temperamento instável, fazia amizades com facilidade, mas também facilmente as desfazia. Frequentou os meios intelectuais e artísticos da capital, tendo contactado de perto com muitos actores e escritores famosos. Foi amigo de Fernando Pessoa com quem contactou de perto, colaborando com ele na organização de uma Antologia de Poemas Portugueses Modernos. A sua obra foi apreciada publicamente por escritores famosos como Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, José Régio e José Gomes Ferreira. Com uma personalidade de características bipolares, publicou obras irreverentes, como algumas das suas Canções, que em 1923 chegaram a ser apreendidas pelo Governo Civil de Lisboa, por serem consideradas “perigosos sintomas de corrupção moral, enquanto outras, como O Livro das Crianças que chegou a ser elogiado pelo Cardeal Cerejeira e foi aprovado oficialmente para as escolas da Irlanda, pelo Ministério da Educação Nacional. Na dedicatória deste livro podemos ler “aos infelizes, aos pobres e a todas as crianças que a fortuna despreza e o amor não conhece nem beija, ofereço humildemente as páginas deste livro.”. Sem emprego fixo e com dificuldades económicas, em 1947 resolveu emigrar para o Brasil, onde continuou a escrever e a participar em eventos culturais e onde conheceu intelectuais famosos, como Manuel Bandeira. O seu temperamento instável continuava contudo a atraiçoá-lo. A situação
financeira ia-se degradando cada vez mais e a saúde começou também a deteriorar-se gravemente. Acabou por morrer em 1959, no Rio de Janeiro, atropelado por uma viatura oficial, situação que reverteu a favor da viúva, que ficou a receber uma pensão de sangue. Em 1965, os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa, sob o Patrocínio do Instituto de Alta Cultura. O seu espólio foi enviado pela viúva a um parente próximo que depois, em 1989, o doou à Biblioteca Nacional. Alguns dos seus poemas foram cantados, sendo um dos mais conhecidos o que se segue, musicado por Carlos Mendes e cantado, entre outros, por Tony de Matos e Frei Hermano da Câmara, quando ainda não era frade.
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A Biblioteca Municipal de Abrantes encontra-se presentemente instalada no que foi outrora um convento dominicano, cuja construção se iniciou em 1509, reinava então D. Manuel I e ficou concluído em 1527. Depois da extinção das ordens religiosas no país, em 1834, o edifício foi ocupado por várias instituições, nomeadamente pelo Regimento de Infantaria 2 e pela Escola Preparatória D. Miguel de Almeida. Já bastante arruinado, esteve para ser destruído em 1960, pois o Ministro da Justiça de então preparava-se para mandar construir no local o Palácio da Justiça. Foi salvo in extremis pelo arquitecto Duarte Castel-Branco e pelo Presidente da Câmara de então que recorreram ao ministro Arantes de Oliveira e conseguiram deste um despacho favorável à manutenção do edifício, com a condição de apresentarem um projecto que definisse o uso e valorização do espaço, para no futuro ser utilizado para fins culturais. Acertou-se na altura que a primeira parte das obras contemplaria apenas a parte da frente do edifício e aí seria instalada a Biblioteca Municipal, então a funcionar em condições deficientes no edifício da Câmara. As obras não começaram logo devido aos impasses habituais, mas finalmente em 1993 a biblioteca foi ali instalada, num espaço recuperado com toda a dignidade sob a direcção do arquitecto Castel-Branco. Aproveitou-se o que se podia aproveitar do convento, como o claustro e o transepto da igreja que já tinha funcionado, em tempos, como armazém. A biblioteca estava finalmente a funcionar num espaço bonito e com história, bem decorado e segundo os novos parâmetros para este tipo de equipamentos. Constitui ainda hoje uma das salas de visita da cidade, onde apetece estar não só a ler como a conviver, ou a assistir aos vários eventos que ali se realizam. Quando a biblioteca se instalou no antigo convento restaurado, foi-lhe atribuído o nome de António Botto, porque este é, sem dúvida, o escritor de maior nomeada natural do concelho de Abrantes. Podemos ver o seu busto, da autoria do escultor abrantino Santos Lopes, no piso de entrada da biblioteca. António Botto nasceu em Concavada em 1897 mas, com apenas cinco anos, foi com os pais viver para Lisboa e
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O brinco da tua orelha Sempre se vai meneando Gostava de dar um beijo Onde o teu brinco o vai dando. Tem um topázio doirado Esse brinco de platina Um rubi muito encarnado E uma outra pedra fina. O que eu sofro quando o vejo Sempre airoso meneando! Gostava de dar um beijo Onde o teu brinco o vai dando. Nota correctiva - No Jornal de Abrantes de Outubro, em Nomes com História, Rua Manuel António Morato, vinha referido que em 1947, D. Maria II determinou que em cada um dos concelhos do Reino houvesse um livro onde fossem redigidos os Anais do Concelho… ora a data está incorrecta, seria sim 1847, portanto no século anterior. Em 1947 estávamos em pleno Estado Novo. Pelo lapso pedimos as nossas desculpas.
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SAÚDE / / Lígia Alves / Técnica de Saúde Ambiental Unidade de Saúde Pública ACeS Médio Tejo
“A Saúde Pública e a Legionella”
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A Doença dos Legionários é uma pneumonia atípica causada por bactérias do género Legionella, sendo a Legionella pneumophila reconhecida como a mais patogénica e com graves consequências para a saúde pública. A doença foi descrita pela primeira vez por David Fraser e sua equipa de investigadores em 1977, na sequência de um surto de pneumonia severa que ocorreu em 1976 entre os participantes na Convenção da Legião Americana em Filadélfia (EUA). Em Portugal a doença foi detetada pela primeira vez em 1979 e pertence à lista de doenças de notificação obrigatória desde 1999. A bactéria do género Legionella, para além de se encontrar nos ambientes aquáticos naturais (como lagos e rios), também pode colonizar sistemas artificiais, como redes de abastecimento/ distribuição de água, redes prediais de água quente e água fria, termoacumuladores, ar condicionado e sistemas de arrefecimento (torres de arrefecimento, condensadores evaporativos e humidificadores), piscinas com quedas de água, jacuzzis, sistemas de rega por aspersão, fontes ornamentais, instalações termais e outras infraestruturas/equipamentos onde com facilidade se libertam gotículas de águas (aerossóis). O principal modo de transmissão é através da inalação de gotículas de água (aerossóis) contaminadas com a bactéria, não se transmitindo pela ingestão de água. Torna-se um risco para a saúde, quando fatores como a temperatura, pH, a formação de biofilme e presença de outros organismos (algas, amibas e protozoários) nesses ambientes favorecem a sua rápida multiplicação. O risco de colonização e o eventual aparecimento de casos de doença pode ser evitado implementando medidas de prevenção e controlo, por parte dos responsáveis das infraestruturas/ equipamentos que utilizem água e que são suscetíveis de poder conter a bactéria Legionella. É neste pressuposto, que a Unidade de Saúde Pública do ACeS do Médio Tejo, desenvolve as suas intervenções de promoção e proteção da saúde, através de profissionais como os Técnicos de Saúde Ambiental e Médicos de Saúde Pública, que executam ações de vigilância sanitária de sistemas, estruturas e atividades com interação no ambiente, dando um contributo na prevenção da Doença dos Legionários, através da realização de vistorias sanitárias que visam o conhecimento e a análise do funcionamento das infraestruturas e dos equipamentos, determinando medidas corretivas para a minimização do risco de desenvolvimento da Legionella.
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Hospital de Abrantes comemorou 36 anos Fundado em 25 de outubro de 1985, o Hospital Dr. Manuel Constâncio celebrou o seu 36º aniversário. Na página de Facebook do Município, Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, parabenizou “todos os trabalhadores atuais, mas também todos o que por aqui passaram ao longo destes trinta e seis anos, e que com grande competência e dedicação fizeram desta instituição uma referência na prestação de cuidados de saúde, carregando orgulhosamente e simbolicamente o nome de Abrantes por todo o Médio Tejo e pelo país”. Recorde-se que em 2020, no âmbito das celebrações do 104º aniversário do município de Abrantes, o Centro Hospitalar Médio Tejo – Hospital de Abrantes, recebeu a Medalha de Mérito Municipal.
CHMT quer espalhar sementes para um Parto Positivo no Médio Tejo
“A aposta do CHMT na qualificação dos seus profissionais, tem sido transversal a todas as especialidades e, no passado mês de setembro, um dos casos verificou-se na área da Saúde Materna”, informa o Centro Hospitalar do Médio Tejo em nota de imprensa. Assim, nos últimos dias de setembro, 16 enfermeiras especialistas em Saúde Materna e duas médicas obstetras da Maternidade do CHMT, na unidade de Abrantes, tiveram a oportunidade de realizar os Módulos I e II da formação “A Mobilidade da Pélvis, Posições e Movimentos no Parto”, do Ciclo “Parir en Movimiento: Anatomía Funcional del Parto Fisiológico”. A formadora, Núria Vives estuda e colabora com Blandine Calais-Germain há trinta e cinco anos, com quem escre-
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veu o livro “Parir en Movimiento” e participa, desde 2007, na implementação dos novos protocolos de “Estrategia de Atención al Parto Normal”, do Ministério da Saúde espanhol e em diferentes comunidades e hospitais de Espanha. Conhecida e reconhecida no “mundo da obstetrícia” pela criação do Ciclo “Parir en Movimiento: Anatomía Funcional del Parto Fisiológico”, “Períneo, Integração e Movimento®” e “Parto e Movimento®”, Núria Vives dá a conhecer o seu trabalho na Europa e noutros continentes, em formações para parteiras, fisioterapeutas, médicos e outros profissionais que acompanham a mulher no parto. A formadora e as formandas deste curso foram acolhidas pelas organizadoras, Conceição Courinha, enfermeira
Chefe do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHMT e por Paula Carrilho e Paula Alexandra Oliveira, enfermeiras especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia, que têm esta formação completa, desde 2017. Estes dois módulos iniciais foram focados no estudo do parto fisiológico, com o objetivo de apoiar a mobilidade da mulher durante o parto, um direito da mulher, presente no manifesto da Organização Mundial da Saúde, “Cuidados durante o nascimento para uma experiência positiva”. “Ventos de mudança” na Maternidade do Centro Hospitalar, “a espalhar sementes para um Parto Positivo e rumo a uma transformação na forma de nascer no Médio Tejo”.
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