FOLHA DO TURISMO
Retrospectiva
Edição Especial do 40º Congresso da Abav e Feira das Américas
Edição Especial do 40º Congresso da Abav e Feira das Américas Rio de Janeiro - Outubro 2012
z
Turismo descobre novas formas de relacionamento e de fazer negócios
Rio de Janeiro z
Outubro 2012
Destinos Cadernos Especiais: Rio de Janeiro e Santa Catarina Congresso e Feira da Abav Instruções para o evento e as mudanças para 2013 Números Vários dados, gráficos e pesquisas sobre diversos setores
Rio de Janeiro
Um Estado de muitas Cidades Maravilhosas O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa cidade do Rio de Janeiro, foi abençoado com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas “Cidades Maravilhosas” fazem deste um destino completo, pronto para receber os turistas de todo o mundo de braços abertos. Seja bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www.rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: aproximadamente 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Niterói empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: aproximadamente 3 horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br) Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: aproximadamente 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br)
REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: aproximadamente 2h Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: aproximadamente 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br)
REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: aproximadamente 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)
Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: aproximadamente 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) REGIÃO DAS AGULHAS NEGRAS
Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br) Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)
Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)
SOMANDO FORÇAS
Rio de Janeiro
Um Estado de muitas Cidades Maravilhosas O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa cidade do Rio de Janeiro, foi abençoado com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas “Cidades Maravilhosas” fazem deste um destino completo, pronto para receber os turistas de todo o mundo de braços abertos. Seja bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www.rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: aproximadamente 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Niterói empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: aproximadamente 3 horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br) Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: aproximadamente 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br)
REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: aproximadamente 2h Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: aproximadamente 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br)
REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: aproximadamente 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)
Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: aproximadamente 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) REGIÃO DAS AGULHAS NEGRAS
Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br) Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)
Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)
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Rio de Janeiro
Um Estado de muitas Cidades Maravilhosas O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa cidade do Rio de Janeiro, foi abençoado com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas “Cidades Maravilhosas” fazem deste um destino completo, pronto para receber os turistas de todo o mundo de braços abertos. Seja bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www.rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: aproximadamente 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Niterói empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: aproximadamente 3 horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br) Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: aproximadamente 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br)
REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: aproximadamente 2h Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: aproximadamente 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br)
REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: aproximadamente 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)
Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: aproximadamente 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) REGIÃO DAS AGULHAS NEGRAS
Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br) Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)
Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)
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Um Estado de muitas Cidades Maravilhosas O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa cidade do Rio de Janeiro, foi abençoado com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas “Cidades Maravilhosas” fazem deste um destino completo, pronto para receber os turistas de todo o mundo de braços abertos. Seja bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www.rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: aproximadamente 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Niterói empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: aproximadamente 3 horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br) Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: aproximadamente 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br)
REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: aproximadamente 2h Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: aproximadamente 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20ºC Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br)
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Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: aproximadamente 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) REGIÃO DAS AGULHAS NEGRAS
Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br) Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)
Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: aproximadamente 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: aproximadamente 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25ºC Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)
SOMANDO FORÇAS
Riotur/Ricardo Zerrenner
Rio de Janeiro
Lopes Mendes, na Ilha Grande e as ilhas Cataguazes
Fotos: Arquivo Turisrio
Rio CVB/Pedro Gama
ESTADO DO
Projeto do novo complexo esportivo do Maracanã
Arquivo Turisrio
Região
Região da Costa Verde
Metropolitana
A
“C
Rio CVB/Pedro Gama
idade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que muito bem traduz e sintetiza todo o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil e uma das cidades mais famosas do mundo. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, e isso sob as bênçãos da magnífica estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Quanta beleza! Uma das mais importantes metrópoles da América do Sul, já foi capital da Colônia,
do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Sua beleza continua inspirando artistas através dos seus grandes cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Jardim Botânico, as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Estádio do Maracanã, e o Parque Nacional da Tijuca, com a Floresta da Tijuca, a maior em área urbana do mundo, entre tantos outros. A cidade, inclusive, desde julho de 2012, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade,
assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos tradicionais bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. A grande oferta de meios de hospedagem garante conforto e opções para os turistas. Boa capacidade de deslocamento, metrô e aeroportos também ajudam o visitante a circular. Uma cidade para curtir o lazer e o prazer da vida ao ar livre. Uma cidade que é maravilhosa por natureza. z NITERÓI Atravessando os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói chega-se a esta bela cidade, situada do outro lado da Baía de Guanabara e que também pode ser acessada por via marítima. Possui inúmeras opções de lazer e um grande complexo histórico. O Caminho Niemeyer mostra obras do famoso arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea, um dos maiores símbolos da cidade. Há também várias praias, especialmente na Região Oceânica.
Jardim Botânico, Praia de Ipanema, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói e passeios de bicicleta nos Arcos da Lapa
Região da Costa Verde fica localizada no litoral sul e suas principais cidades são Angra dos Reis, com sua incrível Ilha Grande, e Paraty. Esta região possui um dos mais belos cenários naturais do Brasil, onde a Serra do Mar e a Mata Atlântica se encontram com um mar às vezes cor azul turquesa, às vezes verde esmeralda. Rica também em patrimônios históricos e culturais possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e ótimos locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. São mais de duas mil praias e centenas de ilhas. A Baía da Ilha Grande é considerada uma das melhores do país para se navegar. A culinária local é a base de frutos do mar. Muitos pratos se destacam pelos sabores exóticos oriundos da culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana.
Grandes Eventos A
Cidade do Rio de Janeiro é, a partir de agora, o principal polo de eventos do mundo, afinal, vai receber, no espaço de quatro anos, os maiores eventos do calendário mundial: a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; a Copa das Confederações, também em 2013; a Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014; os Jogos Olímpicos, em 2016; e o Rock In Rio, em 2013 e 2015, entre outros. Além dos seus atrativos turísticos naturais e de lazer, o Rio de Janeiro também revela sua vocação para os grandes eventos. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais sediou eventos internacionais em 2011, com 69 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e no mínimo 50 participantes), que colocaram o destino também em segundo lugar no ranking das Américas e em 27º lugar no ranking mundial de cidades. A metrópole possui ótima infraestrutura
para eventos, com centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting. Além disso, a cidade comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange, além de arenas multi uso. Há ainda o parque dos atletas, que receberá a Vila Olímpica e onde também é realizado o Rock in Rio. A cidade, assim como o Estado do Rio de Janeiro, tem recebido grandes investimentos e obras públicas para aumentar ainda mais sua capacidade e a infraestrutura, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria do fluxo de trânsito. Também foi positiva a política de segurança que proporcionou excelentes resultados e aumentou ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade.
Seis regiões turísticas para se admirar O Estado do Rio de Janeiro, cantado em verso e prosa por artistas e poetas, principal portão de entrada do Brasil, fotografado e admirado por turistas de todo o planeta, com seu povo alegre e hospitaleiro, que a todos recebe com um sorriso no rosto, abençoado pelos braços abertos do Cristo Redentor, possui cenários indescritíveis e uma cultura pujante, como resultado de suas muitas “Cidades Maravilhosas”. A natureza é bela. São cinco parques nacionais e dez parques estaduais, com praias, restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas, formações rochosas, ricas flora e fauna e uma vocação inconfundível para o Turismo de Aventura, os esportes, a gastronomia, a saúde, a alegria, a cultura, a música, a dança e a vida noturna. Um litoral de 635 km que possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer surpreendentes
atrações em várias regiões do estado, percorrendo uma distância de aproximadamente três horas a partir da capital. Sua capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, os 31º Jogos Olímpicos e a cidade também será o palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014, além da Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Todo o estado está se preparando e se capacitando para bem receber os turistas. Vultosos investimentos em qualificação da mão de obra e também em infraestrutura nas cidades estão sendo feitos. Nesta edição apresentamos alguns dos principais atrativos das seis regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Conheça um destino completo, com tudo para agradar ao turista. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
z ANGRA DOS REIS Possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande marina. Nos hotéis, resorts e pousadas o turista encontra opções variadas para sua hospedagem e uma infinidade de atrações nos roteiros, como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, a prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. Não deixe de fazer um passeio de barco para conhecer algumas das belas ilhas da baía, como as Ilhas Botinas e as Ilhas Cataguazes. z ILHA GRANDE Grande ícone turístico da região é uma das mais belas regiões do país, verdadeiro san-
tuário ecológico. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, diversas praias belíssimas, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem os passeios náuticos pela ilha. Pode ser acessada por barco, catamarãs e barcaças de diversas localidades na região, sendo que as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. z PARATY Cidade histórica, de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra, com uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação exuberante do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro, que escoava a produção de Minas Gerais, com destino à corte em Portugal. Possui ótimos restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos seus maiores ícones. Também se destaca pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que costuma acontecer entre os meses de junho e julho. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera. Outras cidades que compõem a Região da Costa Verde são: Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro.
Igreja de Santa Rita e a cachaça artesanal de Paraty
Riotur/Ricardo Zerrenner
Rio de Janeiro
Lopes Mendes, na Ilha Grande e as ilhas Cataguazes
Fotos: Arquivo Turisrio
Rio CVB/Pedro Gama
ESTADO DO
Projeto do novo complexo esportivo do Maracanã
Arquivo Turisrio
Região
Região da Costa Verde
Metropolitana
A
“C
Rio CVB/Pedro Gama
idade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que muito bem traduz e sintetiza todo o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil e uma das cidades mais famosas do mundo. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, e isso sob as bênçãos da magnífica estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Quanta beleza! Uma das mais importantes metrópoles da América do Sul, já foi capital da Colônia,
do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Sua beleza continua inspirando artistas através dos seus grandes cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Jardim Botânico, as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Estádio do Maracanã, e o Parque Nacional da Tijuca, com a Floresta da Tijuca, a maior em área urbana do mundo, entre tantos outros. A cidade, inclusive, desde julho de 2012, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade,
assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos tradicionais bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. A grande oferta de meios de hospedagem garante conforto e opções para os turistas. Boa capacidade de deslocamento, metrô e aeroportos também ajudam o visitante a circular. Uma cidade para curtir o lazer e o prazer da vida ao ar livre. Uma cidade que é maravilhosa por natureza. z NITERÓI Atravessando os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói chega-se a esta bela cidade, situada do outro lado da Baía de Guanabara e que também pode ser acessada por via marítima. Possui inúmeras opções de lazer e um grande complexo histórico. O Caminho Niemeyer mostra obras do famoso arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea, um dos maiores símbolos da cidade. Há também várias praias, especialmente na Região Oceânica.
Jardim Botânico, Praia de Ipanema, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói e passeios de bicicleta nos Arcos da Lapa
Região da Costa Verde fica localizada no litoral sul e suas principais cidades são Angra dos Reis, com sua incrível Ilha Grande, e Paraty. Esta região possui um dos mais belos cenários naturais do Brasil, onde a Serra do Mar e a Mata Atlântica se encontram com um mar às vezes cor azul turquesa, às vezes verde esmeralda. Rica também em patrimônios históricos e culturais possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e ótimos locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. São mais de duas mil praias e centenas de ilhas. A Baía da Ilha Grande é considerada uma das melhores do país para se navegar. A culinária local é a base de frutos do mar. Muitos pratos se destacam pelos sabores exóticos oriundos da culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana.
Grandes Eventos A
Cidade do Rio de Janeiro é, a partir de agora, o principal polo de eventos do mundo, afinal, vai receber, no espaço de quatro anos, os maiores eventos do calendário mundial: a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; a Copa das Confederações, também em 2013; a Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014; os Jogos Olímpicos, em 2016; e o Rock In Rio, em 2013 e 2015, entre outros. Além dos seus atrativos turísticos naturais e de lazer, o Rio de Janeiro também revela sua vocação para os grandes eventos. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais sediou eventos internacionais em 2011, com 69 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e no mínimo 50 participantes), que colocaram o destino também em segundo lugar no ranking das Américas e em 27º lugar no ranking mundial de cidades. A metrópole possui ótima infraestrutura
para eventos, com centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting. Além disso, a cidade comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange, além de arenas multi uso. Há ainda o parque dos atletas, que receberá a Vila Olímpica e onde também é realizado o Rock in Rio. A cidade, assim como o Estado do Rio de Janeiro, tem recebido grandes investimentos e obras públicas para aumentar ainda mais sua capacidade e a infraestrutura, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria do fluxo de trânsito. Também foi positiva a política de segurança que proporcionou excelentes resultados e aumentou ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade.
Seis regiões turísticas para se admirar O Estado do Rio de Janeiro, cantado em verso e prosa por artistas e poetas, principal portão de entrada do Brasil, fotografado e admirado por turistas de todo o planeta, com seu povo alegre e hospitaleiro, que a todos recebe com um sorriso no rosto, abençoado pelos braços abertos do Cristo Redentor, possui cenários indescritíveis e uma cultura pujante, como resultado de suas muitas “Cidades Maravilhosas”. A natureza é bela. São cinco parques nacionais e dez parques estaduais, com praias, restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas, formações rochosas, ricas flora e fauna e uma vocação inconfundível para o Turismo de Aventura, os esportes, a gastronomia, a saúde, a alegria, a cultura, a música, a dança e a vida noturna. Um litoral de 635 km que possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer surpreendentes
atrações em várias regiões do estado, percorrendo uma distância de aproximadamente três horas a partir da capital. Sua capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, os 31º Jogos Olímpicos e a cidade também será o palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014, além da Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Todo o estado está se preparando e se capacitando para bem receber os turistas. Vultosos investimentos em qualificação da mão de obra e também em infraestrutura nas cidades estão sendo feitos. Nesta edição apresentamos alguns dos principais atrativos das seis regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Conheça um destino completo, com tudo para agradar ao turista. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
z ANGRA DOS REIS Possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande marina. Nos hotéis, resorts e pousadas o turista encontra opções variadas para sua hospedagem e uma infinidade de atrações nos roteiros, como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, a prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. Não deixe de fazer um passeio de barco para conhecer algumas das belas ilhas da baía, como as Ilhas Botinas e as Ilhas Cataguazes. z ILHA GRANDE Grande ícone turístico da região é uma das mais belas regiões do país, verdadeiro san-
tuário ecológico. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, diversas praias belíssimas, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem os passeios náuticos pela ilha. Pode ser acessada por barco, catamarãs e barcaças de diversas localidades na região, sendo que as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. z PARATY Cidade histórica, de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra, com uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação exuberante do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro, que escoava a produção de Minas Gerais, com destino à corte em Portugal. Possui ótimos restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos seus maiores ícones. Também se destaca pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que costuma acontecer entre os meses de junho e julho. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera. Outras cidades que compõem a Região da Costa Verde são: Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro.
Igreja de Santa Rita e a cachaça artesanal de Paraty
Riotur/Ricardo Zerrenner
Rio de Janeiro
Lopes Mendes, na Ilha Grande e as ilhas Cataguazes
Fotos: Arquivo Turisrio
Rio CVB/Pedro Gama
ESTADO DO
Projeto do novo complexo esportivo do Maracanã
Arquivo Turisrio
Região
Região da Costa Verde
Metropolitana
A
“C
Rio CVB/Pedro Gama
idade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que muito bem traduz e sintetiza todo o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil e uma das cidades mais famosas do mundo. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, e isso sob as bênçãos da magnífica estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Quanta beleza! Uma das mais importantes metrópoles da América do Sul, já foi capital da Colônia,
do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Sua beleza continua inspirando artistas através dos seus grandes cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Jardim Botânico, as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Estádio do Maracanã, e o Parque Nacional da Tijuca, com a Floresta da Tijuca, a maior em área urbana do mundo, entre tantos outros. A cidade, inclusive, desde julho de 2012, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade,
assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos tradicionais bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. A grande oferta de meios de hospedagem garante conforto e opções para os turistas. Boa capacidade de deslocamento, metrô e aeroportos também ajudam o visitante a circular. Uma cidade para curtir o lazer e o prazer da vida ao ar livre. Uma cidade que é maravilhosa por natureza. z NITERÓI Atravessando os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói chega-se a esta bela cidade, situada do outro lado da Baía de Guanabara e que também pode ser acessada por via marítima. Possui inúmeras opções de lazer e um grande complexo histórico. O Caminho Niemeyer mostra obras do famoso arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea, um dos maiores símbolos da cidade. Há também várias praias, especialmente na Região Oceânica.
Jardim Botânico, Praia de Ipanema, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói e passeios de bicicleta nos Arcos da Lapa
Região da Costa Verde fica localizada no litoral sul e suas principais cidades são Angra dos Reis, com sua incrível Ilha Grande, e Paraty. Esta região possui um dos mais belos cenários naturais do Brasil, onde a Serra do Mar e a Mata Atlântica se encontram com um mar às vezes cor azul turquesa, às vezes verde esmeralda. Rica também em patrimônios históricos e culturais possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e ótimos locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. São mais de duas mil praias e centenas de ilhas. A Baía da Ilha Grande é considerada uma das melhores do país para se navegar. A culinária local é a base de frutos do mar. Muitos pratos se destacam pelos sabores exóticos oriundos da culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana.
Grandes Eventos A
Cidade do Rio de Janeiro é, a partir de agora, o principal polo de eventos do mundo, afinal, vai receber, no espaço de quatro anos, os maiores eventos do calendário mundial: a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; a Copa das Confederações, também em 2013; a Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014; os Jogos Olímpicos, em 2016; e o Rock In Rio, em 2013 e 2015, entre outros. Além dos seus atrativos turísticos naturais e de lazer, o Rio de Janeiro também revela sua vocação para os grandes eventos. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais sediou eventos internacionais em 2011, com 69 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e no mínimo 50 participantes), que colocaram o destino também em segundo lugar no ranking das Américas e em 27º lugar no ranking mundial de cidades. A metrópole possui ótima infraestrutura
para eventos, com centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting. Além disso, a cidade comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange, além de arenas multi uso. Há ainda o parque dos atletas, que receberá a Vila Olímpica e onde também é realizado o Rock in Rio. A cidade, assim como o Estado do Rio de Janeiro, tem recebido grandes investimentos e obras públicas para aumentar ainda mais sua capacidade e a infraestrutura, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria do fluxo de trânsito. Também foi positiva a política de segurança que proporcionou excelentes resultados e aumentou ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade.
Seis regiões turísticas para se admirar O Estado do Rio de Janeiro, cantado em verso e prosa por artistas e poetas, principal portão de entrada do Brasil, fotografado e admirado por turistas de todo o planeta, com seu povo alegre e hospitaleiro, que a todos recebe com um sorriso no rosto, abençoado pelos braços abertos do Cristo Redentor, possui cenários indescritíveis e uma cultura pujante, como resultado de suas muitas “Cidades Maravilhosas”. A natureza é bela. São cinco parques nacionais e dez parques estaduais, com praias, restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas, formações rochosas, ricas flora e fauna e uma vocação inconfundível para o Turismo de Aventura, os esportes, a gastronomia, a saúde, a alegria, a cultura, a música, a dança e a vida noturna. Um litoral de 635 km que possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer surpreendentes
atrações em várias regiões do estado, percorrendo uma distância de aproximadamente três horas a partir da capital. Sua capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, os 31º Jogos Olímpicos e a cidade também será o palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014, além da Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Todo o estado está se preparando e se capacitando para bem receber os turistas. Vultosos investimentos em qualificação da mão de obra e também em infraestrutura nas cidades estão sendo feitos. Nesta edição apresentamos alguns dos principais atrativos das seis regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Conheça um destino completo, com tudo para agradar ao turista. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
z ANGRA DOS REIS Possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande marina. Nos hotéis, resorts e pousadas o turista encontra opções variadas para sua hospedagem e uma infinidade de atrações nos roteiros, como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, a prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. Não deixe de fazer um passeio de barco para conhecer algumas das belas ilhas da baía, como as Ilhas Botinas e as Ilhas Cataguazes. z ILHA GRANDE Grande ícone turístico da região é uma das mais belas regiões do país, verdadeiro san-
tuário ecológico. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, diversas praias belíssimas, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem os passeios náuticos pela ilha. Pode ser acessada por barco, catamarãs e barcaças de diversas localidades na região, sendo que as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. z PARATY Cidade histórica, de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra, com uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação exuberante do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro, que escoava a produção de Minas Gerais, com destino à corte em Portugal. Possui ótimos restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos seus maiores ícones. Também se destaca pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que costuma acontecer entre os meses de junho e julho. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera. Outras cidades que compõem a Região da Costa Verde são: Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro.
Igreja de Santa Rita e a cachaça artesanal de Paraty
Riotur/Ricardo Zerrenner
Rio de Janeiro
Lopes Mendes, na Ilha Grande e as ilhas Cataguazes
Fotos: Arquivo Turisrio
Rio CVB/Pedro Gama
ESTADO DO
Projeto do novo complexo esportivo do Maracanã
Arquivo Turisrio
Região
Região da Costa Verde
Metropolitana
A
“C
Rio CVB/Pedro Gama
idade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que muito bem traduz e sintetiza todo o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil e uma das cidades mais famosas do mundo. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, e isso sob as bênçãos da magnífica estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Quanta beleza! Uma das mais importantes metrópoles da América do Sul, já foi capital da Colônia,
do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Sua beleza continua inspirando artistas através dos seus grandes cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Jardim Botânico, as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Estádio do Maracanã, e o Parque Nacional da Tijuca, com a Floresta da Tijuca, a maior em área urbana do mundo, entre tantos outros. A cidade, inclusive, desde julho de 2012, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade,
assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos tradicionais bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. A grande oferta de meios de hospedagem garante conforto e opções para os turistas. Boa capacidade de deslocamento, metrô e aeroportos também ajudam o visitante a circular. Uma cidade para curtir o lazer e o prazer da vida ao ar livre. Uma cidade que é maravilhosa por natureza. z NITERÓI Atravessando os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói chega-se a esta bela cidade, situada do outro lado da Baía de Guanabara e que também pode ser acessada por via marítima. Possui inúmeras opções de lazer e um grande complexo histórico. O Caminho Niemeyer mostra obras do famoso arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea, um dos maiores símbolos da cidade. Há também várias praias, especialmente na Região Oceânica.
Jardim Botânico, Praia de Ipanema, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói e passeios de bicicleta nos Arcos da Lapa
Região da Costa Verde fica localizada no litoral sul e suas principais cidades são Angra dos Reis, com sua incrível Ilha Grande, e Paraty. Esta região possui um dos mais belos cenários naturais do Brasil, onde a Serra do Mar e a Mata Atlântica se encontram com um mar às vezes cor azul turquesa, às vezes verde esmeralda. Rica também em patrimônios históricos e culturais possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e ótimos locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. São mais de duas mil praias e centenas de ilhas. A Baía da Ilha Grande é considerada uma das melhores do país para se navegar. A culinária local é a base de frutos do mar. Muitos pratos se destacam pelos sabores exóticos oriundos da culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana.
Grandes Eventos A
Cidade do Rio de Janeiro é, a partir de agora, o principal polo de eventos do mundo, afinal, vai receber, no espaço de quatro anos, os maiores eventos do calendário mundial: a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; a Copa das Confederações, também em 2013; a Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014; os Jogos Olímpicos, em 2016; e o Rock In Rio, em 2013 e 2015, entre outros. Além dos seus atrativos turísticos naturais e de lazer, o Rio de Janeiro também revela sua vocação para os grandes eventos. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais sediou eventos internacionais em 2011, com 69 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e no mínimo 50 participantes), que colocaram o destino também em segundo lugar no ranking das Américas e em 27º lugar no ranking mundial de cidades. A metrópole possui ótima infraestrutura
para eventos, com centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting. Além disso, a cidade comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange, além de arenas multi uso. Há ainda o parque dos atletas, que receberá a Vila Olímpica e onde também é realizado o Rock in Rio. A cidade, assim como o Estado do Rio de Janeiro, tem recebido grandes investimentos e obras públicas para aumentar ainda mais sua capacidade e a infraestrutura, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria do fluxo de trânsito. Também foi positiva a política de segurança que proporcionou excelentes resultados e aumentou ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade.
Seis regiões turísticas para se admirar O Estado do Rio de Janeiro, cantado em verso e prosa por artistas e poetas, principal portão de entrada do Brasil, fotografado e admirado por turistas de todo o planeta, com seu povo alegre e hospitaleiro, que a todos recebe com um sorriso no rosto, abençoado pelos braços abertos do Cristo Redentor, possui cenários indescritíveis e uma cultura pujante, como resultado de suas muitas “Cidades Maravilhosas”. A natureza é bela. São cinco parques nacionais e dez parques estaduais, com praias, restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas, formações rochosas, ricas flora e fauna e uma vocação inconfundível para o Turismo de Aventura, os esportes, a gastronomia, a saúde, a alegria, a cultura, a música, a dança e a vida noturna. Um litoral de 635 km que possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer surpreendentes
atrações em várias regiões do estado, percorrendo uma distância de aproximadamente três horas a partir da capital. Sua capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, os 31º Jogos Olímpicos e a cidade também será o palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014, além da Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Todo o estado está se preparando e se capacitando para bem receber os turistas. Vultosos investimentos em qualificação da mão de obra e também em infraestrutura nas cidades estão sendo feitos. Nesta edição apresentamos alguns dos principais atrativos das seis regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Conheça um destino completo, com tudo para agradar ao turista. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!
z ANGRA DOS REIS Possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande marina. Nos hotéis, resorts e pousadas o turista encontra opções variadas para sua hospedagem e uma infinidade de atrações nos roteiros, como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, a prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. Não deixe de fazer um passeio de barco para conhecer algumas das belas ilhas da baía, como as Ilhas Botinas e as Ilhas Cataguazes. z ILHA GRANDE Grande ícone turístico da região é uma das mais belas regiões do país, verdadeiro san-
tuário ecológico. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, diversas praias belíssimas, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem os passeios náuticos pela ilha. Pode ser acessada por barco, catamarãs e barcaças de diversas localidades na região, sendo que as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. z PARATY Cidade histórica, de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra, com uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação exuberante do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro, que escoava a produção de Minas Gerais, com destino à corte em Portugal. Possui ótimos restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos seus maiores ícones. Também se destaca pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que costuma acontecer entre os meses de junho e julho. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera. Outras cidades que compõem a Região da Costa Verde são: Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro.
Igreja de Santa Rita e a cachaça artesanal de Paraty
Rio de Janeiro
Secretaria de Turismo de Cabo Frio
ESTADO DO
Praia do Forte, em Cabo Frio, Rua das Pedras, em Armação dos Búzios e a Gruta Azul, em Arraial do Cabo
Região da
Arquivo Turisrio
C
entenas de praias belíssimas, lagoas, e um mar perfeito para pesca e mergulho, assim é a Região da Costa do Sol, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. Armação dos Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo são as principais cidades de interesse turístico. De fácil acesso a partir da capital, a região é ideal para a prática de esportes aquáticos. Toda a região possui boa infraestrutura hoteleira e intensa vida noturna, além de ditar a moda no país. Sua culinária tem como destaque os pratos à base de peixes, ostras, mexilhões e lagostas que podem ser degustados nos quiosques presentes em quase todas as praias das cidades, ou nos diversos restaurantes. Também são promovidos eventos como o Festival Gastronômico de Búzios, de Frutos do Mar de Rio das Ostras, e de Marisco de Cabo Frio. z ARMAÇÃO DOS BÚZIOS Este belo balneário ganhou notoriedade nos anos de 1960, quando foi adotado pela atriz Brigitte Bardot. Possui algumas das praias mais belas do Brasil, sendo que Ferradurinha e Geribá já figuraram entre as melhores do
mundo. No total, são 20 praias excelentes, algumas com enseadas bem calmas. A Rua das Pedras é o local do agito. Quando a noite chega é para lá que vão todas as pessoas. Dezenas de restaurantes, bares com música ao vivo até o raiar do dia, shoppings e lojas de grife do Brasil e do mundo atraem todos os anos milhares de turistas. z ARRAIAL DO CABO A Capital do Mergulho do Brasil possui praias de águas incrivelmente transparentes, que se tornaram o paraíso para os mergulhadores e fotógrafos, com destaque para As Prainhas, no Pontal do Atalaia e a Praia Grande. O mar normalmente calmo oferece a possibilidade de ótimos passeios de barco, como o que permite chegar até a entrada da Gruta Azul ou uma chegada à Ilha da Marinha ou Ilha do Farol, onde só é permitido descer com autorização. Em Arraial é possível observar também os efeitos da ressurgência, quando no Verão a água do mar fica bem gelada. Não raro, em pleno janeiro, é possível ver pinguins na ponta da Praia Grande. Outro
Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo
Costa do Sol
espetáculo imperdível é o pôr do sol no costão do Pontal da Atalaia. z CABO FRIO Já a cidade de Cabo Frio é uma das mais charmosas do litoral da Região dos Lagos e todos os anos, especialmente no Verão, recebe grande quantidade de turistas. Suas praias de areia branca e fina são belas, com destaque para a Praia do Forte, das Conchas e do Peró, além das dunas, que são um atrativo a mais. A cidade possui um porto que recebe passageiros de cruzeiros em todas as temporadas. Possui excelente infraestrutura e muitos hotéis e resort. O Forte São Mateus, na extremidade da Praia do Forte é um atrativo histórico e a Ilha do Japonês é um ponto de visitação obrigatória. Destaque ainda para os muitos restaurantes, a moda praia e os passeios de barco pelo canal. Outras cidades que compõem a Região da Costa do Sol são: Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Quissamã, Carapebus e Macaé.
Arquivo Turisrio
Lago Javary, em Miguel Pereira; o Chafariz Monumental, em Vassouras; e a fazenda histórica de Pau d’Alho, em Valença
A Região do Vale do Café
Região do Vale do Café, no interior do Estado do Rio de Janeiro, é conhecida por causa de suas grandes fazendas históricas, legado de arquitetura rural deixado pela indústria cafeeira, principal produto da economia brasileira nos séculos 18 e 19. Suas principais cidades turísticas são Valença, Vassouras e Miguel Pereira. Visitar as construções preservadas dos barões do café e as senzalas dos escravos é fazer um passeio pelo patrimônio histórico-cultural. Nesta região a culinária resgata o tempo colonial e da comida escrava. Unindo história e gastronomia, os municípios têm investido em eventos como o “Café, Cachaça e Chorinho” (estilo de música brasileira) que inclui em sua programação visita às fazendas históricas e roteiro gastronômico, com destaque para as mesas fartas do café colonial.
Arquivo Turisrio
z MIGUEL PEREIRA Nesta bucólica cidade está o Lago Javary, ideal para suaves passeios de pedalinhos e barcos pequenos, um lugar de encantamento e romance. O artesanato e a cachaça são alguns de seus atrativos, bem como a prática de parapente de suas colinas e montanhas. Seu clima é considerado o terceiro melhor do mundo e ar puro é o que não falta. Outras atrações que merecem ser visitadas são o Museu do cantor Francisco Alves, e o Museu Ferroviário, além do Viaduto Paulo de Frontin, uma extensa ponte férrea em curva aclive, única na América Latina. z VALENÇA Nesta cidade várias propriedades de arquitetura colonial estão preservadas e abertas para hospedagem e visitação. São casarios, igrejas, parques, jardins e fazendas que guardam impressões de parte da história do Brasil, como o Jardim Glaziou e a Fundação Cultural Lea Pentagna. Destaque para as fazendas Vista Alegre e Pau d’Alho. Durante a viagem não deixe de visitar o distrito de Conservatória, onde também existem fazendas históricas. O destaque deste local, no entanto, são as serestas, quando músicos cantam e tocam nas noites percorrendo as ruas da cidade. z VASSOURAS Essa cidade histórica possui casarios, palacetes e monumentos, com destaque para a Praça Barão de Campo Belo. Propriedades rurais e hotéis mantêm as tradições por meio da ambientação, servindo o Chá Imperial. Fazendas como a Casa da Era foram transformadas em museu. Outra fazenda histórica de destaque é a São Luiz da Boa Sorte. No roteiro de esportes, aproveite para fazer cavalgadas e pescarias. Outras cidades que compõem a Região do Vale do Café são: Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Pinheiral, Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Paracambi e Paty do Alferes.
Rio de Janeiro
Alexandre Costa
ESTADO DO
Granja Comary com o Dedo de Deus ao fundo, em Teresópolis; o Palácio de Cristal, em Petrópolis; e a Pedra do Cão Sentado, em Nova Friburgo
Região da Serra Verde
Imperial
Arquivo Turisrio
Arquivo Turisrio
U
ma das mais belas regiões do Estado do Rio de Janeiro está localizada em meio às montanhas da Serra Verde Imperial. Entre suas cidades, as mais importantes são Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. É um programa ideal em qualquer época do ano. Durante o Verão, o frescor da serra alivia o calor. No Inverno é hora de aproveitar o aconchego, a lareira, um bom vinho e a gastronomia de alto nível. As compras, especialmente de produtos têxteis, são um ponto forte e a visitação às fábricas de cervejas é um novo roteiro que desperta o interesse nos turistas. Possui excelentes hotéis e pousadas, muitos dentro do roteiro de charme. A região também é o berço do montanhismo no Brasil e possui uma travessia de cenários espetaculares entre Petrópolis e Teresópolis,
no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Na gastronomia há uma enorme variedade de pratos requintados, influência das muitas colônias que povoaram a região, como a alemã e a italiana. Um dos mais tradicionais eventos da região é o Petrópolis Gourmet. z NOVA FRIBUGO Conhecida com a “Suíça Brasileira”, esta cidade tem no seu clima ameno e agradável um dos pontos fortes, bem como sua hospitalidade e gastronomia, que inclui fondues e raclettes. Aproveite para comprar lingeries e flores, artigos importantes do comércio local. Entre as atrações turísticas, destaque para a Pedra do Cão Sentado e a Praça das Colônias. Cavalgadas e trekking são atividades recomendadas, bem como banhos de cachoeira. Aproveite para conhecer o distrito de Lumiar, onde música, gastronomia regional e cachoeiras são muito procurados por turistas. z PETRÓPOLIS Distante apenas 59 km do Rio de Janeiro, esta cidade histórica foi fundada pelo Imperador D. Pedro II, em 1843, para que a Família Imperial pudesse se refugiar do calor intenso da capital durante o Verão. Uma combinação de patrimônio histórico e ecoturismo estão presentes na cidade. Destaque para o Museu Imperial, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Palácio de Cristal, o Palácio Quitandinha e a Casa de Santos Dumont. Os arredores oferecem uma paisagem maravilhosa, além de um sofisticado e diversificado roteiro gastronômico, principalmente no distrito de Itaipava, onde também há uma feira de roupas. Destaque ainda para a visitação ao Castelo do Barão de Itaipava e às cervejarias Bohemia e Itaipava. z TERESÓPOLIS A Granja Comary, onde está situado o Centro de Treinamento da Comissão Brasileira de Futebol, e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos são os grandes destaques da cidade,
bem como uma feira de artesanato que tem diversificados produtos. Assim como Petrópolis é a cidade de Pedro (D. Pedro II), Teresópolis é a cidade de Teresa (Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II). O clima agradável da serra e a beleza dos vales e montanhas encantaram a Família Imperial e até hoje atraem os turistas. O maior ícone natural é o Dedo de Deus, uma rocha pontiaguda no alto da Serra dos Órgãos. Outras cidades que compõem a Região da Serra Verde Imperial são: Guapimirim e Cachoeiras de Macacu.
Arquivo Turisrio
Cachoeira do Escorrega, em Visconde de Mauá; a Casa do Papai Noel, em Penedo; e as Prateleiras, no Parque Nacional do Itatiaia
Região das Agulhas Negras Fábio Guedes
Arquivo Turisrio
L
ocalizado na região centro-sul do Estado do Rio de Janeiro, apresenta uma combinação de vegetação exuberante, cachoeiras e recantos paradisíacos, com um importante conjunto de formações rochosas. O destaque natural é o Pico das Agulhas Negras, o ponto culminante do estado, com 2.789 metros de altitude e que está localizado no Parque Nacional do Itatiaia, que possui uma cadeia de montanhas procuradas por montanhistas e adeptos do ecoturismo. Nesta região duas localidades atraem muito os turistas, o distrito de Penedo, com sua influência finlandesa e seus chocolates artesanais, e Visconde de Mauá, um antigo vilarejo hippie com suas majestosas cachoeiras. A região das Agulhas Negras também apresenta uma grande variedade em sua culinária. A truta, peixe típico do local, é a base de muitos
z ITATIAIA O Parque Nacional do Itatiaia é uma das grandes atrações da cidade, que tem boa estrutura turística. Entre os destaques o Pico das Agulhas Negras, formações rochosas negras com várias pontas e as Prateleiras, formações rochosas com platôs. Já o distrito de Penedo é conhecido como “Pequena Finlândia”. A gastronomia típica, os chocolates e o sorvete finlandês são o destaque gastronômico. Ótimas pousadas, passeios de cavalo e banhos de cachoeira compõem o roteiro, além da Casa do Papai Noel.
trial e militar. Possui relevância histórica em função do ciclo do café nos séculos 18 e 19. Entre o acervo arquitetônico e cultural estão a Fazenda do Castelo, que conserva azulejos portugueses e mármores e a Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda. Mas o grande destaque é o distrito de Visconde de Mauá, distante 36 km do centro urbano de Resende. Paraíso ecológico cultuado pelos hippies, possui diversas cachoeiras ótimas para o banho, com destaque para a do Escorrega. Voo livre, trekking, canoagem e mountain bike fazem parte do roteiro de esportes. E a Pedra Selada é um monumento natural que fica no alto da Serra da Mantiqueira.
z RESENDE A cidade de Resende é tipicamente indus-
Outras cidades que compõem a Região das Agulhas Negras são: Porto Real e Quatis.
pratos dos restaurantes das cidades. Outro produto muito apreciado é o pinhão. Fondues e caldos também são especialidades da região.
SOMANDO FORÇAS
Índice 004 Editorial e Expediente ABAV 2012 006 Antonio Azevedo (Abav Nacional) 010 Leonel Rossi (Abav Nacional) 012 Gisele Lima (Promo Inteligência Turística) AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS 014 016 018 020 022 023 024 026 028 030 032 034 035 035 036 038 040 042 042 044
Marco Ferraz (Braztoa) Michel Tuma Ness (Fenactur) Edmar Bull (Abracorp) Wellington Costa (GBTA Brasil) William Périco e Marcelo Matera (Aviesp) Emerson Silveira (Avirrp) Eduardo Nascimento (Sindetur-SP) Juarez Cintra (Ancoradouro) Luis Paulo Luppa (Trend) Guilherme Paulus (CVC) Elói D’Ávila (Flytour) Afonso Louro (Visual) Jorge Machado (Bancorbrás) / Roberto Bessi (Bessitur) Plínio Nascimento (Nascimento) Rodolfo Gerstner (RCA) Flávio Louro (E-HTL) José Eduardo Mendes (Hotel Urbano) / Irma Karla (Fenagtur) Enquete Abav’s e Operadoras de Turismo
ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE 048 Rafael Kother (ABCA) / 048 Marcelo Fernández (Travel Ace) AVIAÇÃO 050 052 056 058 060 062 063 064 066 067 068 070 072 073 076 077 078 079 080
Gustavo do Vale (Infraero) Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) José Marcio Mollo (Snea) Eduardo Sanovicz (Abear) Apostole Lack (Abetar) Pablo Querol (Latam) Klaus Kühnast (Tam) Tarcísio Gargioni (Avianca) Paulo Kakinoff (Gol) José Mario Caprioli (Azul Trip) Mario Rosas (Aeromexico) Fernando Pinto (Tap) Ralf Aasmann (Emirates) Marcos Calixto (Copa) Olaf Kaejlert (Korean) Nelson Oliveira (SAA) Dílson Verçosa (American Airlines) Alianças Aéreas Globais Luiz Teixeira (Delta)
082 084 086 088 090 091 092
João Moreira (CBCVB’x) Paulo Senise (Rio CVB) Annie Morrissey e Toni Sando (SPCVB) Roberto Fagundes (BHCVB) Maria Raposo (São Luís CVB) Paulo Pacheco (Turismo de Golfe) Melissa Oliveira (BLTA)
094 095 096 098 100 102 103 104 106
Ricardo Amaral (Abremar) Chris Hayman (Seatrade) Adrian Ursilli (MSC Cruzeiros) Renê Hermann (Costa Cruzeiros) Rodolfo Szabo (Pullmantur) / Ilya Hirsch (Qualitours) Ricardo Amaral (Royal Caribbean) Jean Saraiva (Oceania) Estela Farina (Firstar) Orlando Giglio (Iberostar)
ECONOMIA / FINANÇAS 107 108 110 112
Mario Neto (Caixa econômica) Paulo Navarro (Banco do Brasil) Luis Cassio (Visa) Cristina Paslar (MarterCard)
EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK 114 116 118 119 120 122
Marciano Freire (Ipeturis) André Coelho (FGV) Wilson Rabahy (Fipe) Carlos Robles (Belta) Mario Beni (USP / CNT) Danielle Roman (Interamerican)
ESTADOS / MUNICÍPIOS 124 126 127 128
Domingos Leonelli (Fornatur) Danielle Novis (CTI-NE) Ivane Fávero (Anseditur) Enquete secretários de Turismo
EVENTOS / FEIRAS 132 134 135 136 138 139 140 142 143 144 146 147 148 150 151 152 154 155
Anita Pires (Abeoc) Juan Pablo de Vera (Ubrafe) Roberto Pereira (BNTM) Geninho Góes e Jair Pasquini (BNT Mercosul) Marta Rossi, Eduardo Zorzanello e Marcus Rossi (Festuris) Maria Silvia de Moraes (Promove) Fionna Jeffery (WTM) Arnaldo Nardone (ICCA) Enrique Pepino (FIT) Fátima Vila Maior (BTL) Luiz Moura (Brand USA) Claudio Roccatagliata (Emprotur-Bariloche) Luiz Fernando Destro (CET) / Margareth Grantham (DZT) Maria Del Carmen de Reparaz (PromPeru) Diana Pomar (CPT México) Enrique Meyer (Ministério do Turismo da Argentina) Jean-Phillippe Perol (Atout France) Ana Maria Ostrower (Aruba) / Vanda Catão (Titlis Rotair)
LEGISLATIVO 156 Benedito de Lira (CDR Senado) 158 Lídice da Mata (CDR Senado) 159 José Rocha (CTD Câmara) LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
165 168 170 172
Enrico Fermi (ABIH Nacional) Dilson Fonseca (Resorts Brasil) Roberto Rotter (Fohb) Enquete - ABIH’S e Hotelaria
PARQUES 176 Alain Baldacci (Sindepat) 177 Francisco Donatiello (Adibra) 178 Armando Pereira (Hopi Hari) / Alex Murad (Beto Carrero) ESPECIAL VISIT FLORIDA 180 182 184 186
Visit Florida MaurÍcio Alexandre (Seaworld) Randy Garfield (Disney) Marcos Barros (Universal)
POLÍTICA 188 Gastão Vieira (Ministério do Turismo) 192 Valdir Simão (Secretaria Executiva do MTur) 193 Vinícius Lummertz (Secretaria Nacional de Políticas do Turismo) 194 Fábio Mota (Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo) 196 José Francisco de Salles Lopes (Diretoria de Estudos e Pesquisas do MTur) 198 Ítalo Mendes (Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do MTur) 200 Flávio Dino (Presidência da Embratur) 201 Marcelo Pedroso Diretoria de Mercados Internacionais da Embratur) 204 Marco Lomanto (Diretoria de Produtos e Destinos da Embratur) 206 Taleb Rifai (OMT) 208 David Scowsill (WTTC) 210 Alexandre Sampaio (CNC/FBHA) 212 Luiz Barretto (Sebrae) 213 Osvaldo Valinote (Abrat-GLS) 214 Achim Steiner (Pnuma) / Daniela Bitencourt (IMB) TECNOLOGIA 216 Mario Ponticelli (Amadeus) 217 António Loureiro (Travelport) TRANSPORTE TERRESTRE 218 Sávio Neves (Abottc/Trem do Corcovado) / Eliana Garcia (CicloTurismo) 220 Adonai Arruda (Serra Verde Express) TURISMO RURAL 221 Andreia Roque (Idestur) / Francisco Garcez (Abraturr) TURISMO SOCIAL / TURISMO DE AVENTURA 222 Paulo Freitas (Abrastur) / Sérgio Franco (Adventure Sports/BAS) ESPECIAIS DE DESTINOS y Santa Catarina y Encarte Especial Estado do Rio de Janeiro
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162 Paulo Gaba (Abla) 163 John Salagaj (Hertz) 164 Cristina Vaz (Localiza)
MEIOS DE HOSPEDAGEM
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
CONVENTION & VISITORS BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS
CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO
Editorial Mídias sociais e fusões: mercado em transformação Chegamos a mais uma edição do evento Abav, a 40ª do seu Congresso e Feira das Américas. A última no Rio de Janeiro antes de retornar para São Paulo, onde ficará pelos próximos três anos. Além disso, a Abav já avisou: a partir do ano que vem, congresso e feira serão separados e a feira passará a ter dois dias a mais, atendendo ao público final. Esses movimentos são sinais claros de mudança e transformação. Se darão certo ou não, só o tempo dirá, mas são uma mostra clara de que novos caminhos estão sendo buscados. Nesta edição especial do M&E, com retrospectiva de 2012, a maior já produzida ao longo do ano, estão presentes todos os 52 segmentos da economia ativa do setor de Turismo e viagens, um setor que movimenta grande parte do PIB e da economia do país, que gera emprego, renda e visibilidade. A publicação aborda mais de uma centena de entrevistados em duas questões centrais: a entrada inexorável das mídias sociais na vida das pessoas e, por conseguinte, nas empresas e sistemas de trabalho e relacionamento; e as fusões e associações nos diversos ramos da atividade profissional, notadamente no caso do Turismo, nos setores de aviação e operadoras. O extrato perceptível que podemos tirar das diversas opiniões democraticamente expostas nesta edição é que as mídias sociais (leia-se, neste caso, principalmente Facebook, Twitter, YouTube e outros canais da Internet) vieram para ficar. E que há necessidade premente de todos os profissionais do Turismo, não apenas os agentes de viagens, mas também todas as empresas, estarem atentos ao que está acontecendo no ambiente virtual. O grande desafio é como utilizá-las e quais objetivos traçar para elas. Pesquisas instantâneas, rápido feedback, disseminação voraz da informação e conhecimento da realidade, do perfil, dos desejos, anseios, expectativas, dificuldades e problemas dos clientes estão disponíveis, diariamente, 24 horas, nessas redes. Despertar para essa realidade hoje é vital e pode ser essencial para a sobrevivência no mercado. É lógico que há opiniões em contrário, mas a maioria esmagadora dos empresários e lideranças do setor aponta para um caminho sem volta: a interação com as mídias sociais. E se essa tendência é avassaladora, outra, a das fusões, associações e joint ventures, também têm se tornado essencial para a sobrevivência no mercado, buscando a ampliação do universo de ação e a redução dos custos. Enquanto alguns casos recentes no Turismo se mostraram frustrados, outros clarificam nitidamente que o processo de adequação de sinergias é cada vez mais vital. Entre as operadoras de Turismo, essa tendência vai ganhando força no país. Já no setor de aviação, a tendência é em escala mundial. Fusões, acordos e parcerias têm sido anunciadas nos mercados doméstico e internacional com grande intensidade.
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Ao mesmo tempo em que o mercado cresce rapidamente em volume de viagens e passageiros, também no Brasil e com muita força, grandes corporações vão se formando. A concorrência diminui e os serviços começam a ficar diferenciados. Há aquelas empresas que priorizam preços e custos. Há outras que focam nos serviços e atendimento. Quem vai sobreviver? Neste sentido, o tema central do Congresso da Abav deste ano, que está fundamentado em três vetores: Transformação, Inovação e Superação, mostra uma receita que certamente pode ajudar os profissionais do setor a elevar seus produtos e serviços a um novo patamar de profissionalismo e eficiência. M&E - A exemplo dos anos anteriores, o MERCADO & EVENTOS está presente neste evento com estande próprio de 200 m², localizado no Pavilhão 4 do Riocentro, Rua F, nº 31, onde recebe agentes, amigos, fornecedores, parceiros, empresários e autoridades, e onde está instalada sua Redação, que fará a cobertura em tempo real no portal www.mercadoeeventos.com.br, com a mais ampla cobertura, publicando matérias, entrevistas em vídeos e galeria de imagens. Aproveite esta edição para, mais uma vez, conhecer de perto o pensamento e as tendências do mercado de Turismo. Este é um presente do M&E para todos os profissionais do Turismo brasileiro. Acompanhe as notícias do Turismo pelas mídias sociais do M&E: Facebook: facebook. com/MercadoeEventos; Twitter: twitter.com/mee_turismo; YouTube: youtube.com/ mercadoeeventos; Blogs: www.mercadoeeventos.com.br/site/blogs. E o nosso portal: www.mercadoeeventos.com.br Boa leitura, boa feira e bom congresso!
FOLHA DO TURISMO
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Mercado & Eventos é uma publicação do
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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ABAV 2012 PRESIDÊNCIA DA ABAV NACIONAL
Antonio Azevedo
Foco do agente deve ser a busca pela excelência dos serviços prestados
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Luiz Marcos Fernandes “Transformação, inovação, e superação”. Composto por três palavras, o tema central do Congresso Brasileiro de Agências de Viagens, busca focar neste ano os desafios cotidianos enfrentados pelo setor. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), Antonio Azevedo, as mudanças não param por aí e a decisão de unir as áreas institucional e comercial teve um objetivo. “A área de exposição, no Pavilhão 2 do Riocentro, e o Congresso reúnem, além de rica programação de seminários, uma diversificada oferta de seções de treinamento e capacitação voltadas ao aprimoramento profissional dos agentes de viagens. Com isso, buscamos manter o foco na constante busca pela excelência dos serviços prestados”, explica. Já em relação ao fato de poder contar este ano com a presença de 52 países, mesmo em meio à crise econômica mundial, Azevedo lembra que o mais importante é o ingresso de novos segmentos, como o esportivo, atraído pelos megaeventos que o país sediará até 2016. “Temos aqui alguns dos principais operadores turísticos internacionais dos grandes eventos esportivos. A ideia é aproveitar esses megaeventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos para alavancar o nosso setor pois, historicamente, são eventos que trazem consigo grandes oportunidades para o Turismo de lazer e corporativo. Mais importante que os eventos propriamente ditos é o legado que os mesmos podem proporcionar”, avalia. O presidente da Abav admite que deve ser feito um grande esforço pela capacitação da mão de obra que opera com os serviços turísticos profissionais no país, ao mesmo tempo que defende um controle de preços compatíveis com a realidade de mercado. “Precisamos atingir padrões de qualidade e preços compatíveis com os mercados internacionais, visando aumentar de forma significativa o ingresso de turistas estrangeiros no Brasil”, explica. Para ele, capacitação e treinamento são prioridades que merecem especial atenção da Abav. “Recentemente durante reunião do Conselho Nacional de Turismo tivemos a oportunidade de reiterar a necessidade de se implementar cada vez mais programas voltados ao aprimoramento dos serviços receptivos em nosso país”, explica. A Abav dispõe de conhecimento acumulado com o êxito de iniciativas como o Proagencia e Benchmarking e está em conversações com o Sebrae para retomar os programas em 2013 e contribuir de maneira decisiva com o desenvolvimento do Turismo receptivo. Mas quando o assunto é capacitação e qualificação,
Azevedo destaca também a abordagem das redes sociais e das novas tecnologias por parte dos agentes de viagens. “É importante que saiba fazer o uso correto destas novas ferramentas. Desde que sejam utilizadas de forma correta, as ferramentas online podem contribuir e muito para a receita de uma agência. Muitos ainda desconhecem como, mas a Abav oferece vários cursos sobre o tema pelo Brasil todo, através do nosso Iccabav (Instituto de Capacitação e Certificação da Abav). Não existe uma regra padrão para o uso dessas ferramentas, isso varia de acordo com as necessidades. Cabe destacar que durante a Feira realizaremos um inédito encontro de blogueiros – o que certamente proporcionará uma série de informações úteis para os agentes de viagens participantes”, destaca. Para o dirigente, é equivocado falar de um novo momento para o Turismo. “Nosso setor acompanha a conjuntura econômica global, que visa redução de custos, aumento do market share, ganhos de escala e, consequentemente, aumento da competitividade e dos lucros empresariais. Entender esse movimento permite às agências de viagens melhor compreender a importância de investirem em ações de qualificação e capacitação profissional, não esquecendo que alianças e redes de negócios também podem contribuir de igual modo para que pequenas e médias
empresas conquistem seus objetivos”. E ao abordar a legislação que protege o agente de viagens, Azevedo admite que é necessário buscar mecanismos para evitar prejuízos das agências como os ocorridos com a Pluna e operadoras que fecharam as portas. “Chegamos a fechar parceria com uma seguradora, mas o valor da cobertura era limitado e não prevê falência de terceiros. A Abav já apresentou uma proposição a Anac para a criação de um fundo para eventuais problemas com empresas aéreas. A ideia seria usar uma parcela da taxa de embarque internacional para criação de um fundo. Esse é um processo demorado, mas estamos atuando desde já. Precisamos ver como viabilizá-lo”, pontua. Quanto à concorrência de sites e de operadoras das empresas aéreas, Antônio Azevedo diz que a presença do agente de viagens é uma garantia tranquilizadora para os clientes. “Pudemos observar que muitos destes sites estão com um grande volume de reclamações no Procon. Sei que a cada dia a concorrência aumenta, mas contra fatos temos que ter argumentos. O Expedia será mais um concorrente. Nós queremos mostrar que o consumidor pode não ter assistência adequada recorrendo a esses sites. No caso do agente de viagens, acredito que ele deve buscar nichos de mercado e ser um especialista. Nem sempre o preço baixo viabiliza um destino”, orienta.
ITB Berlim organiza seminários na Abav 2012 A ITB Berlim, maior feira da indústria de Turismo do mundo, vai contribuir com a Abav durante a Feira das Américas com uma abrangente programação de palestras. Nos três dias da feira, a ITB Academy apresentará temas atuais em inúmeros workshops e palestras sobre questões de responsabilidade social, business travel, LGBT, Mice e Hotel Management. No dia 25 de outubro, a diretora de produtos da ITB Berlim, Rika Jean-Francois, falará sobre a importância e o crescimento do segmento turístico de viagens para o mercado LGBT. No mesmo dia, serão abordados também Turismo responsável, MICE e Business Travel. No dia 24, o diretor de vendas globais para o Brasil e América Latina da CWT, Gustavo Elbaum, falará sobre dicas de reservas eficientes de hotéis e como as empresas podem implementar a gestão dos seus negócios de maneira efetiva. No mesmo dia, o Centro
de Turismo Alemão (DZT) organizará workshops que serão dirigidos por sua diretora no país, Margaret Anne Grantham. O M&E é o parceiro na área de comunicações da ITB Academy Seminare na feira da ABAV. As palestras e seminários contarão com mediação de um profissional do veículo. Para Martin Buck, diretor de Centro de Competência para Viagens e Logística da Messe Berlin, atualmente o Brasil é um dos mercados de Turismo mais importantes e em maior expansão no mundo. “O Brasil apostou no seu potencial turístico nos últimos anos, tornando-se um dos destinos de viagens preferidos e mais procurados no mundo inteiro. A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 também contribuirão para seu sucesso. A estreita cooperação e o intercâmbio de conhecimentos entre a ITB Berlin e a Abav serão de grande proveito para ambos os parceiros”, disse.
Veja o que muda em relação ao Congresso e à Feira em 2013 Ainda que não esteja definido o local do Congresso Técnico da Abav em 2013, está certo que o mesmo será realizado de forma separada da Feira das Américas. O presidente da Abav admite que existem cidades que já manifestaram interesse em sediar o evento. “Além de Fortaleza, existem outros quatro destinos que manifestaram também desejo de realizar o evento que são Belém, Brasília, Curitiba e Foz do Iguaçu”, disse, acrescentando que: “O Congresso e a Feira são eventos distintos e complementares. Dada a importância de cada um deles, conseguem ocupar espaços diferenciados e esse foi o motivo da mudança. Vale comentar que ainda não existe uma definição quanto ao local para a realização do Congresso, onde concentraremos o debate sobre as principais questões que afetam a categoria e, ao mesmo tempo, com o Congresso itinerante, resgataremos o papel histórico da Abav de alavancar e promover os diferentes destinos nacionais”, lembrou. Para Azevedo, o objetivo de separar os dois visa principalmente abrir espaço para as discussões setoriais. “Existirão também expositores no congresso, mas exclusivamente nacionais. Será um evento do Brasil, para o Brasil”, explica. Já o retorno da Feira das Américas para o Rio não poderá ser antes de 2015 em função do contrato firmado. “Nossa decisão está baseada em um estudo técnico que aponta que o nível de negócios em São Paulo é mais favorável para expositores e visitantes, devido a maior amplitude do mercado e as condições logísticas de hotelaria e facilidades de acesso ao local do evento. Porém, nada pode ser considerado definitivo; uma vez que manteremos estudos
constantes de avaliação sobre o tema e, certamente, o Rio de Janeiro, após a realização dos megaeventos terá uma invejável infraestrutura, reformulada e mais competitiva”, admite. Antonio Azevedo já confirmou que a Feira das Américas muda de data e de formato em 2013. “Além da antecipação da data do evento, que será realizado de 4 a 8 de setembro, para favorecer o lançamento de produtos e serviços turísticos para as próximas temporadas, a feira da Abav em São Paulo será aberta ao público nos dias 7 e 8. “O objetivo de abrir ao público é incentivar e despertar interesse pelos destinos. Existe a possibilidade de inserir o Salão do Turismo Roteiros do Brasil e estamos aguardando uma posição do MTur, mas não tem uma decisão final. Também há negociações com a Braztoa (Associação Brasileira de Operadoras de Turismo) para realizar o Encontro Comercial dentro do evento Abav. Essa possibilidade está bem próxima. Isso certamente é uma oportunidade de divulgar produtos para a temporada de férias e de verão”, detalha. O presidente da Abav ressalta a importância de estimular o consumo de produtos turísticos através das agências de viagens “Com mais essas inovações, que se somam à presença dos compradores corporativos, das atividades da Vila do Saber, Aldeia dos Sabores, Espaço Corporativo entre outras novidades, a Abav alinha-se ao formato dos mais bem sucedidos eventos mundiais do setor. Deste modo, consolidamos em definitivo a posição de liderança do evento Abav como o mais importante para o Turismo brasileiro e referência global, parceiro da ITB – Berlim, a maior feira de Turismo do mundo”, ressalta.
Destinos expositores da Abav 2012 Expositores (destinos nacionais)
Belize
Acre
Chile
Alagoas
Cingapura
Amapá
Colômbia
Amazonas
Costa do Marfim
Bahia
Costa Rica
Blumenau
Croácia
Búzios
Cuba
Campinas
Curaçao
Ceará
Egito
Distrito Federal
Emirados Árabes
Espírito Santo
Equador
Foz do Iguaçu
Espanha
Maranhão
Estados Unidos
Mato Grosso
França
Mato Grosso do Sul
Geórgia
Minas Gerais
Grécia
Pará
Ilhas Cayman
Paraíba
Índia
Paraná
Indochina
Pernambuco
Inglaterra
Petrópolis
Israel
Piauí
Itália
Rio de Janeiro
Jordânia
Rio Grande do Norte
México
Rio Grande do Sul
Mianmar
Rondônia
Panamá
Santa Catarina
Paraguai
Santos
Peru
Sergipe
Porto Rico
Tocantins
Portugal
Vitória
Reino Unido
Expositores (destinos internacionais)
República Dominicana
África do Sul Alemanha Angola Argentina Armênia Aruba Azerbaijão Bahamas
Bolívia
Rússia St. Marteen Tailândia Turquia Uruguai Uzbequistão Venezuela Vietnã Zâmbia
CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO DA VILA DO SABER Nos três dias do Congresso, 20 palestras serão ministradas, totalizando 31 palestrantes que são referências do mercado turístico nacional e internacional, com temas diversificados que abordam distribuição, gestão, eventos, receptivos, corporativo, marketing entre outros. Dia 24 (quarta-feira) – Vila do Saber Horário
Local
Tema
Palestrantes
Número de vagas
14h
sala 5
Megaeventos
Gustavo Syllos (Forma & Conteúdo), Cassio Oliveira (Rextur)
100 pessoas
14h
sala 4
Gestão e competitividade
Luiz Carlos Barbosa (LCB)
50 pessoas
14h
sala 10
Produção de Eventos
Ana Dontato (Imaginadora)
50 pessoas
14h
sala 9
Mídias Sociais
Mauro Segura (IBM), Thiago Machado (Google) e Luiz Vabo (Reserve)
100 pessoas
15h10
sala 4
Copa 2014
Luiz Fernandes (sec geral da Copa 2014)
50 pessoas
15h10
sala 5
Companhias Aéreas: Mania de Vender e Colher Ressultados
Luis Paulo Luppa (Trend)
100 pessoas
15h10
sala 10
Turismo Corporativo
Gilmar Caldeira (Top Service/Grupo Aguia)
50 pessoas
Dia 25 (quinta-feira) – Vila do Saber sala 5
Turismo Corporativo
Ricardo Ferreira (Alatur), Rubens Schwartzmann (Costa Brava/Abracorp)
100 pessoas
14h
sala 9
Vendas em um Mundo Conectado
Paulo Assumpção (Promo)
100 pessoas
14h
sala 4
Receptivo na Copa de 2014
Rachel Havas (Promo), Julio Verna (Iccabav) e Mena Motta (Grow)
50 pessoas
14h
sala 10
Marketing & Comunicação
Gustavo Syllos (Forma & Conteúdo)
50 pessoas
15h10
sala 5
Pacotes para a Copa
Paulo Castello Branco (Grupo Águia)
100 pessoas
15h10
sala 10
Vendas porta a porta
Andres Postigo (WCW)
50 pessoas
15h10
sala 9
Panorama da Hotelaria
Enrico Fermi, Dilson Jatahy, Roberto Rotter e Daniel Santos (moderador)
100 pessoas
Dia 26 (sexta feira) – Vila do Saber 14h
sala 4
Jurídico/Direitos do Consumidor
Marcelo Oliveira (CMO Advogados)
50 pessoas
14h
sala 5
Tecnologia
Luiz Vieria (Viaje Barato)
100 pessoas
14h
sala 9
Roteiros de Viagem
Guilherme Paudilho (Auroraeco)
50 pessoas
14h
sala 10
Turismo Rural
Andreia Roque
100 pessoas
sala 10
Responsabilidade Civil
Mario Gasparini
50 pessoas
sala 4
Gestão
Luis Vabo Junior
50 pessoas
7
15h 15h
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
14h
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Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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ABAV 2012 VICE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ABAV NACIONAL
Leonel Rossi
Mídias sociais vieram para ficar e agentes devem aderir
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Natália Strucchi A cada ano que passa a tecnologia e a informática surpreendem com sua rápida evolução. A discussão em torno das vendas pela internet e, dessa forma, da extinção da profissão do agente de viagem, já foi superada. As compras pelos canais online vão continuar e o agente também, tendo como papel oferecer sua experiência e segurança. “As pessoas compram passagens e podem até reservar hotel pela internet, mas a venda de pacotes turísticos por esse canal é mais difícil, não passa de 3%. Ainda é muito interessante para o viajante sentar em frente ao agente e conversar, com o computador isso não é possível”, lembra o vice-presidente de Relações Internacionais da Abav Nacional, Leonel Rossi. Agora, o futuro aponta para uso das mídias sociais. “Elas vieram para ficar. Como em outros setores, serão ferramentas importantes no turismo tanto para iniciativa privada quanto para o governo. Através delas será possível se expandir muito”, prevê. Ele ressalta que sabendo usar esses mecanismos, as empresas conseguirão cortar custos e ainda mostrar suas ideias sem demandar investimentos grandes. “Os agentes também vão acabar aderindo a este tipo de ação, mas isso ainda está muito no início. Creio que, como ocorreu com outras ferramentas, é só uma questão de tempo para que todos adotem as mídias sociais. Lembro do fax, que hoje não é mais utilizado como antes. Quando se trata de tecnologia e informática, tudo passa muito rápido. Claro que você precisa estar sempre atento. Algumas surgem e são descartadas, mas outras chegam para ficar”, frisa. E outra tendência que parece ter chegado para ficar são as fusões, cada vez mais frequentes no setor turístico. “Isso está acontecendo em setores da economia do mundo todo. Na parte aeronáutica sobrou, praticamente, a Boeing, Airbus, Embraer e Bombardier, os russos e chineses ainda produzem algo, mas em comparação com o passado, a diminuição é grande. Isso acontece no Turismo também, óbvio que em menor escala. Algumas operadoras se juntaram e isso vai ocorrer com agências também. O número de agências vai diminuir, mas não creio que isso seja prejudicial”, comenta. Num mercado impactado por fusões e novas ferramentas tecnológicas, todas as armas na batalha pela conquista do cliente são bem-vindas ao mercado. De acordo com Leonel, o perfil do turista brasileiro tem mudado bastante. “Há 40 anos, um brasileiro para ir a Nova York em classe econômica, gastaria uma média de US$ 4 mil com passagens. Ou seja, era caríssimo. Só os ricos e altos
atrapalha é quando o dólar fica instável, com executivos viajavam. O país não tinha renda. picos altos e baixos, o que causa insegurança”, Hoje a situação é outra. O país tem renda, as esclarece o dirigente. pessoas começaram a ganhar muito mais e, Um dos fatores que certamente vai impulde uma forma geral, descobriram que viajar a sionar o aumento de brasileiros nos EUA é a lazer é bom e não custa mais tão caro como inclusão do Brasil no Visa Waiver, programa de antes”, analisa. Apesar disso, ainda há muito isenção de visto. Leonel acredita que esta possa espaço para crescimento. “Num país de 200 se tornar uma realidade em médio prazo, em milhões de habitantes, apenas seis milhões até dois anos. “Isso tem tudo para acontecer viajam, o que é muito pouco. Sabemos que porque o grande diferencial esse número vai crescer”, é também a economia. O observa Leonel. brasileiro está com mais Recentemente, os Esdinheiro e consegue pagar tados Unidos passaram a “Quando se trata as taxas de visto e, além Argentina se tornando o de tecnologia e disso, o número de rejeições destino preferido dos brainformática, tudo caiu de 25% (já chegou a sileiros no exterior. Só no 50% em determinadas ocaúltimo ano os EUA recepassa muito rápido siões) para menos de 3%”, beu 1,5 milhão de turistas (...) Algumas surgem menciona. Ainda, de acordo brasileiros, primeiro país no e são descartadas, com ele, com a melhoria ranking de viagens interda economia brasileira e nacionais. A expectativa é mas outras chegam as dificuldades enfrentadas que esse número seja ainda para ficar” pelos americanos, a situamaior ao final de 2012. Em ção ficou mais fácil para segundo lugar aparece a inclusão do Visa Waiver, Argentina, com um milhão. tendo em vista que o grande problema dos “Esse aumento do dólar não vai assustar os imigrantes ilegais praticamente foi reduzido em turistas. Hoje, o dólar está interessante para sua totalidade. “Aquela vontade de ir ganhar três setores: para o governo, que gostou desse dinheiro nos Estados Unidos não existe mais, aumento por conta das exportações; para os principalmente pela condição atual deles. E setores de Turismo – agentes, operadores e outra, essa não exigência de visto também companhias –, que estão contentes porque gaseria muito benéfica para o Brasil, porque a nham mais; e para o cliente, que está satisfeito burocracia que um turista americano precisa com esta faixa de US$ 2,10, porque ainda sim enfrentar para entrar aqui é tamanha que é um valor baixo. Em síntese, contentamento muitos desistem”, lamenta. geral. Ficou bom para todo mundo. O que
Três estados interessados em sediar o Congresso em 2013 Este é o último ano da Feira das Américas e Congresso da Abav no Rio de Janeiro. Em 2013, a feira vai acontecer de 4 a 8 de setembro, em São Paulo. Para marcar a saída da capital fluminense, algumas mudanças foram pensadas. “Temos bastante coisa para o nosso público profissional. Temos uma área corporativa com mil metros quadrados e, além disso, a presença da ITB Berlim com enfoque no Turismo LGBT e Hotelaria – salas, palestras e convidados do exterior”, cita Leonel. Os outros destaques, na opinião dele, são os expositores - com mais companhias aéreas expondo – e a Vila do Saber e Vila do Sabor, esta última com foco na gastronomia. Desta vez, o congresso terá uma série de palestras de 30 a 40 minutos, e não ocorre mais no Pavilhão 5, para as pessoas não te-
rem de andar muito. “Buscamos sempre colocar novidades e fugir da mesmice. Teremos muitos convidados do exterior, de toda América Latina, Europa e Estados Unidos”, revela. Sobre a sede do congresso em 2013 – quando ele deixa de acontecer em concomitância com a feira, Leonel adianta que três estados já procuraram a Abav para demonstrar interesse. “Ainda vamos decidir. Optamos por essa mudança porque muitas capitais queriam a feira de novo. Ela foi extremamente importante para muitas cidades como Natal, Fortaleza e Belém, por exemplo. Muitas cidades brasileiras se desenvolveram no Turismo após sediarem a feira e congresso. Ou seja, tornando o congresso itinerante vamos atender, de certa forma, o pleito que vinha sendo feito”, conclui Leonel.
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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ABAV 2012 PROMO INTELIGÊNCIA TURÍSTICA
Gisele Lima
Integração para gerar negócios e maior conteúdo de informação
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Luiz Marcos Fernandes A 40ª edição do Congresso da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional) chega este ano com um novo formato e uma nova configuração. O objetivo foi de atender as demandas dos próprios agentes de viagens e permitir facilidades de acesso a novos conteúdos e informações. Na opinião de Gisele Lima, diretora da Promo Inteligência Turística, responsável pela organização da feira e do Congresso, a Feira das Américas ganhou uma nova formatação com foco maior em negócios. “Para este ano, posso adiantar aos agentes de viagens que a nossa preocupação foi facilitar o acesso à informação e aos serviços dos destinos de seu interesse e, para isso, decidimos unificar as áreas comercial e institucional criando assim facilidades para o agente realizar negócios e conhecer o produto ou o destino que lhe interessa. Por outro lado, procuramos também investir nas rodadas de negócios com buyers e suppliers e com o apoio do Sebrae teremos uma rodada nacional e outra internacional”, adiantou. Segundo Gisele, a nova formatação teve como objetivo atender a uma solicitação dos próprios expositores. “Quando se faz uma ação promocional e se quer a informação de vendas separada, como acontecia até o ano passado, isso dificulta muito, principalmente devido às distâncias entre os pavilhões. Era necessário o expositor oferecer maiores facilidades ao agente de viagem permitindo a ele conhecer o destino ou produto e, ao mesmo tempo, ter uma ideia do custo e dos preços para oferecê-lo aos seus clientes”, lembrou. A executiva manifestou seu otimismo quanto ao crescimento da área internacional para esse ano, mesmo diante da crise econômica mundial. “A expectativa é bastante positiva. O evento tem muitas inovações. Temos como apoiadores a Embratur, Confederação Nacional do Comércio e o Sebrae, entre outros. As grandes novidades são a Rodada de Negócios e a Vila do Saber, com seis salas. O agente de viagem terá uma quantidade de conteúdos bastante diversificada”. Quanto aos impactos da crise, ela lembrou que o fato de o Brasil não ter sido tão afetado, a exemplo dos países emergentes, acabou sendo um fator positivo. “O país vive um bom momento e a maior comprovação de que o mercado internacional aposta no Brasil é que já tínhamos confirmados 51 países até o início desse mês”, adiantou. Alguns deles participando pela primeira vez da Feira das Américas, como Vietnã, Croácia e Ilhas Seychelles. Em relação às tendências de mercado, Gisele observa que fusões entre companhias aéreas e parcerias no segmento de operadoras demonstram preocupação dos setores em se tornarem mais competitivos e reduzirem custos. “E isso
acontece também em outros setores do Turismo. É o caso das grandes feiras internacionais. A própria Abav já firmou parcerias com a FIT, BTL e ITB, entre outras. O objetivo principal é permitir uma troca de experiências”, pontuou. Para ela, as fusões e intercâmbio permitem uma rica troca de experiências. “Vivemos a era da informação em tempo real. Quanto mais se distribui informação de qualidade mais você tem uma visão diferenciada. Com esse intercâmbio se tem uma maior integração de mercados e informação entre setores. Isso possibilita transformar experiências negativas em positivas de modo que sejam capitalizadas. Quando nos aproximamos destas outras grandes feiras, isso representa um ganho que nos permite elevar o padrão de qualidade e atendimento ao nosso visitante”, explica ela. Já a Rodada de Negócios representa um ganho para os agentes, segundo Gisele. “A participação do Sebrae é muito importante já que traz consigo toda a experiência de atuação neste campo e a formatação de reuniões agendadas com duração de 20 minutos tem tudo para dar certo. Decidimos também separar o nacional do internacional já que os interesses são diferentes”, adiantou. Alguns segmentos também ganharam espaço. É o caso do turismo LGBT. O espaço é fruto de uma parceria da Abav com a Associação Brasileira de Turismo para Gays Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS). Quanto ao ganho na área de conhecimento, a grande vedete deste ano é a Vila do Saber. “A formação com seis salas vai permitir ao agente de viagens absorver um maior número de atividades e de conhecimento sobre os segmentos de mercado em que atua de modo a oferecer a ele informações de como vender mais e melhor, como agregar valor ao seu produto. Ali o agente poderá também saber mais sobre destinos e ferramentas do seu interesse”, explicou. Redes sociais - No contexto, se inserem as redes sociais, que a seu ver podem representar um ganho nos negócios e no acesso a informações em tempo real. “As redes socais representam, sem sombra de dúvidas, um dos caminhos para que o agente de viagens possa fazer frente à concorrência de mercado e obter maior competitividade. É um elemento vital e absolutamente importante na sua atividade. Não se pode ter as redes sociais como concorrentes, mas devem sim somar, contribuir e alavancar clientes e negócios. Como usar as redes sociais a seu favor é que é a grande questão. Para os centros mais distantes das capitais, o uso das redes sociais representa um grande facilitador e que pode até mesmo levar o pequeno agente a alcançar maior representatividade no segmento onde atua. Existem exemplos
concretos daqueles que se destacaram e se tornaram até personalidades na sua região”, ressalta Gisele Lima, que acrescenta que a Internet veio para ficar, mas o agente será sempre uma figura imprescindível e presente na compra de serviços e pacotes de viagens. Eventos - Quanto aos benefícios que os agentes de viagens poderão ter com a realização dos megaeventos esportivos que vão acontecer no país, a diretora da Promo lembra que é preciso estar atento às oportunidades. “Nosso segmento é feito de empresas. Temos que aproveitar o legado deixado e, ao mesmo tempo, saber capitalizar negócios. Certamente a Copa vai fazer com que o país ganhe maior visibilidade e interesse, atraindo o Turismo internacional. Isso certamente vai beneficiar vários segmentos que integram a cadeia produtiva do Turismo. Do mesmo modo que estão sendo realizados inúmeros investimentos para melhoria da infraestrutura. A questão está em saber como explorar melhor o Turismo e não o turista. Não se pode abusar de preços em função da maior demanda”, alerta ela.
Abertura ao público em 2013 dará nova dimensão ao evento Ao comentar sobre as mudanças já decididas pela Abav Nacional em relação ao evento no próximo ano, quando os dois últimos dias da Feira das Américas serão abertos ao público, Gisele Lima se mostra favorável às modificações. Para ela, um evento com a diversidade de produtos e atrativos tem espaço tanto para os visitantes, como para os profissionais, beneficiando assim os expositores. Ela lembra também que com a separação da Feira das Américas do Congresso, os dois eventos vão ganhar uma nova formatação. “A ideia de abrir ao público é acertada. Acho que se você considerar que existem no Brasil atualmente 34 feiras do gênero e cada uma tem um perfil diferente, atuando com uma estratégia diferente. Algumas têm perfil segmentado. A Feira das Américas tem um perfil apropriado para abertura ao público pela estrutura e pela diversidade de produtos e serviços que oferece nos seus estandes. Tem uma característica própria e que outras feiras não teriam. Será uma evolução natural da Feira das Américas pelo próprio perfil e que começa a ser consolidado a partir do próximo ano quando a Feira das Américas e o Congresso serão realizados separadamente”, conclui.
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS BRAZTOA
Marco Ferraz
Crescimento em 2011 e mercado promissor para o Turismo em 2012
Luciano Palumbo Os números foram divulgados em conjunto pelos 98 associados à Associação Brasileira de Operadoras de Turismo que lançou, em agosto, o Anuário Braztoa 2012. A segunda edição – do dossiê da entidade – além de reunir dados dos anos de 2010 e 2011, revela o aumento de 29% no faturamento das operadoras de Turismo brasileiras. O crescimento do mercado de viagens no Brasil - mais uma vez catalogado - mostrou um faturamento de R$ 9,8 bilhões para as associadas e seis milhões de passageiros transportados. A expectativa para 2012, no entanto, é crescer cerca de 10% em relação aos números de 2011. Os dados foram apurados pelo Datatur – projeto da entidade – que revela ainda o perfil das associadas com 41% das operadoras de médio porte, 38% de grande porte, 12% pequenas e 9% microempresas. Outro dado apurado é que das 89 operadoras associadas – nove são parceiros e representações – têm como carro-chefe o emissivo internacional, seguido pelo mercado doméstico com 50 operadores e 30 atuantes no receptivo internacional. Segundo o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, os resultados obtidos em 2011
foram frutos da combinação dos fatores econômicos e da gestão modernizada dos associados. “Além disso, a ampliação da oferta de produtos nos dois mercados [doméstico e internacional] favoreceu o crescimento econômico e operacional”, diz. Com relação ao crescimento operacional, Ferraz destacou a previsão de faturamento de R$ 10,8 bilhões para 2012. “No mês de setembro devemos retomar o mercado e incrementar as vendas, principalmente no mercado doméstico. Daí podemos atingir os 10% de crescimento esperado para este ano”, comentou. No ano passado, o crescimento foi maior no número de passageiros transportados. “Somamos seis milhões contra os 4,8 milhões de 2010”, emenda. No ano passado, segundo os dados da Braztoa, foram geradas 8,6 milhões de diárias em hotéis no Brasil e mais seis milhões no exterior. Com relação aos cruzeiros, os números correspondem a mais de três milhões de diárias nacionais e 638 mil internacionais. Para atender o número de passageiros vendidos pelas operadoras seriam necessárias 95 aeronaves A-320 por dia, o que equivale a quatro meses de toda a movimentação de Congonhas, em São Paulo.
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
“Doméstico foi o carro-chefe do crescimento”, diz Braztoa O grande destaque, segundo Ferraz, foi o aquecimento das vendas no mercado doméstico que superou em 37,4% o ano de 2010 no faturamento e em 23,6% em passageiros transportados. “O mercado doméstico esteve aquecido em 2011. Além disso, o aumento do consumo da classe média foi expressivo para estas mudanças”, disse. O internacional manteve a média de 23%. O faturamento do mercado doméstico de 2011 representou R$ 4,9 bilhões contra R$ 3,6 bilhões de 2010. Os passageiros transportados representaram 4,3 milhões em 2011, quando no ano anterior o número foi de 3,4 milhões. No segmento doméstico, grande parte das vendas soma “aéreo e terrestre”, com 58% do montante das operadoras. “Esse movimento gerou R$ 2,9 bilhões em 2011”, comentou. Outro dado que mostrou o crescimento de vendas das operadoras Braztoa foram os pacotes “somente terrestre”.
Ferraz acredita que a concorrência dos veículos online de venda de bilhetes aéreos favoreceu este segmento dentro das associadas. “As vendas deste tipo de pacote [somente terrestre] foi 19% maior que em 2010”, comenta. Na relação entre “aéreo e terrestre” e “somente terrestre”, a expansão de faturamento foi de 30% e 117%, respectivamente. Em reais, esse aumento foi de R$ 440,3 milhões para R$ 957,4 milhões. Já o número de passageiros, saltou de 718 mil para 1,3 milhão. De acordo com o Datatur, da Braztoa, a região Nordeste se destaca com 54% do faturamento do doméstico em 2011, seguida pelo Sudeste com 30%, e Sul que representou 12%. As regiões Norte e Centro-Oeste somaram 4%. “Para este ano a expectativa continua. Devemos crescer 10% no geral das vendas entre os operadores. Neste cenário, por conta das questões econômicas, o doméstico deve despontar mais uma vez”, finaliza.
Prêmio de Sustentabilidade Braztoa
Com a iniciativa que visa estimular a cultura da sustentabilidade no setor de Turismo, a Braztoa lançou em São Paulo a primeira edição do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade. As categorias serão premiadas de acordo com as iniciativas Ambiental, Sociocultural, Econômico, Sustentabilidade para Operadoras e Associadas à entidade [exclusivo para associados], e Sustentabilidade em Turismo. De acordo com o regulamento, qualquer empresa do segmento de Turismo pode se inscrever e participar do prêmio. Os finalistas serão informados após o encerramento das inscrições [até dia 31 de outubro] e as premiações conhecidas na festa de entrega, prevista para a primeira quinzena de dezembro de 2012. O enquadramento das iniciativas nas respectivas categorias se dará conforme o perfil das ações apresentadas. Mais informações no site www.braztoa.com.br. O prêmio conta com o patrocínio da Travelport e co-patrocínio da Ifaseg e Ace Seguros. São parceiros institucionais a Aliança Global para o Turismo Sustentável e Travellife. A consultoria é da Sextante. O M&E é mídia partner da associação no evento.
FATURAMENTO BRAZTOA POR CATEGORIAS (R$)
“A ampliação da oferta de produtos nos dois mercados [doméstico e internacional] favoreceu o crescimento econômico e operacional”
ECB de 2012 Segundo Ferraz, o primeiro encontro de 2012 foi o melhor evento da entidade dos últimos anos. “Tivemos 4.022 agentes de viagens, número 15,9% superior à edição anterior. O público total foi de 6.164 pessoas, entre profissionais e visitantes (6% maior que março de 2011). Além disso, teve uma repercussão muito boa para todos os operadores em termos de vendas”, disse. Na segunda edição, a entidade inovou. Com o tema “Soluções Estratégicas de Negócios - Construindo Empresas Competitivas”, o 38º Encontro Comercial Braztoa, que aconteceu nos dias 20 e 21 de setembro, discutiu a gestão empresarial no Turismo com mais de dois mil agentes de viagens inscritos nos painéis.
Caiu na rede
FATURAMENTO DAS EMPRESAS (R$ - BI)
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
De acordo com Ferraz, o impacto das mídias sociais é crescente. “Vejo que há cada vez mais operadoras ativas nessas redes, em especial o Facebook e Twitter, que são as mais populares no Brasil. Esses canais são essenciais para compartilhar conteúdos sobre os produtos oferecidos tanto para agentes quanto para consumidores finais. Nota-se, cada vez mais, que esses canais ativam e geram vendas”, disse. “No caso da Braztoa, é uma ferramenta importante para nos comunicarmos com nossos públicos. Durante os Encontros Comerciais, utilizamos para fazer uma cobertura em tempo real do evento”, emendou. Para ele, as mídias sociais são essenciais para a estratégia de comunicação e marketing dos operadores, “pois ampliam o relacionamento e o contato com os clientes”. Consequentemente, disse Ferraz, elas aumentam as vendas. “Já para os agentes, as mídias sociais são mais uma forma de se manter informado sobre os produtos e promoções das operadoras”, pontuou.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS FENACTUR
Michel Tuma Ness
Falta união entre as entidades do setor de Turismo
Mario Brizon Falta de união entre as entidades e intransigências por parte das companhias aéreas. Com um tom de preocupação, Michel Tuma Ness, presidente da Federação Nacional do Turismo (Fenactur) e vice-presidente Confederação Nacional do Turismo (CNTur), avalia duas questões vitais para os agentes de viagens brasileiros. “Infelizmente não existe união entre as entidades que dirigem a indústria do Turismo. No discurso as ‘coisas’ são uma, porém, na prática, são bem diferentes. Por diversas vezes a Fenactur procurou as entidades para a tomada de posição junto às empresas privadas e aos órgãos governamentais. Sem sucesso. Chegamos até a ter algumas reuniões, porém, face às posições tomadas pelos nossos oponentes, deixamos de estar juntos. Um dos exemplos mais fortes do que afirmo, é a ação coletiva que movemos contra a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) sobre o pagamento da comissão sobre as taxas de embarque. Sozinhos, contratamos um escritório de advocacia especializada, em Brasília, que está acompanhando os trâmites da ação
proposta. Se todas as entidades falassem a mesma língua, sem dúvida, seríamos mais fortes e respeitados, pois estaríamos lutando por um objetivo único a defesa dos agentes de viagens e Turismo”, reclama. O dirigente lamenta também a postura das companhias aéreas, que usam discurso de parceiras, mas que na prática não mais valorizam os agentes de viagens. Tuma Ness classifica que a relação dos agentes de viagens com as companhias aéreas está “morna”. “Nos quatro cantos do planeta estes fornecedores não vão, de forma alguma, respeitar o que nas últimas décadas foi uma relação justa para a remuneração dos agentes. Não adianta pedir, nem argumentar, que somos uma importante peça na distribuição de seus produtos, conforme eles próprios afirmam. Nossos argumentos, apesar de fortes, são pequenos perante os das empresas multinacionais organizadas em associações”, pondera. Ele avalia que as companhias aéreas poderão se tornar as únicas vendedoras de seus produtos, porém, vão começar avaliar os custos com criação de sites, atendentes, call center e muitos outros. “Quanto isso custa?”, indaga. E acrescenta: “Elas poderão, como já está acontecendo, voltar a nos pedir ajuda, pois temos 60 anos de
tradição e milhões de clientes que necessitam de nossa ajuda para escolher o melhor caminho para seus destinos e as melhores alternativas. Enquanto isso cabe aos agentes de viagens encontrarem novos caminhos e buscarem alternativas de venda de novos produtos que venham suprir suas necessidades financeiras”, orienta. Nessa busca por novos horizontes comerciais, o presidente da Fenactur indica caminhos as serem seguidos pelos agentes de viagens. “Os agentes de viagens vêm sendo marginalizados pelas empresas que se dizem parceiras, notadamente as companhias aéreas que estão reduzindo a zero e/ou a 1% as comissões pagas aos que elas chamam de ‘parceiros’. Por outro lado, algumas consolidadoras voltam a acreditar no potencial de vendas através dos agentes de viagens que, através dos tempos, sempre foram os grandes responsáveis pelo crescimento e consolidação dessas empresas. Além disso, nós agentes de viagens, estamos reaprendendo o nosso negócio e explorando novos nichos de mercado e novos produtos. Cruzeiros marítimos, turismo religioso, locação de automóveis e reserva de hotéis entre outros, são no momento e com grande credibilidade, alguns dos negócios que se colocam como suporte para a rentabilidade dos agentes de viagens”, esclarece.
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Mudança na Feira das Américas é benéfica Michel Tuma Ness avalia como positiva a ida da Feira das Américas para São Paulo em 2013, bem como sua itinerância. “Vejo a realização da Feira das Américas em São Paulo, como algo muito positivo. O Estado de São Paulo, sem demérito a qualquer outro, reúne todas as condições para tornar este evento ainda maior e mais divulgado. Basta dizer que São Paulo, é a cidade brasileira que mais realiza eventos, com foco, visibilidade e geração de negócios e consequente movimentação financeira. Também vejo com bons olhos, a realização da feira de forma itinerante. Esta é uma velha reivindicação dos estados que, com esta realização divulgariam suas belezas naturais, gerariam empregos e atrairiam mais turistas”, avalia. Eventos – Por outro lado, Tuma Ness reclama dos problemas que o país tem enfrentado para ficar pronto para os grandes eventos internacionais. “Todos estamos acompanhando o que não está sendo feito. À exceção dos estádios, nada mais está acontecendo. Onde estão os aeroportos, as estradas, os portos, os hotéis, a ampliação
dos metrôs e a melhoria dos transportes aéreos e terrestres? Isto já preocupa a comunidade internacional, a imprensa e principalmente o Turismo nacional que, de certo modo, se vê impossibilitado de ampliar a oferta de destinos e capacitar receptivos nas cidades sedes”, protesta. O dirigente vai mais longe, criticando o veto aos ingressos para os agentes de viagens. “Para os agentes de viagens, esta é uma oportunidade única para nos consolidarmos como eficientes prestadores de serviços, porém, o que vamos fazer se não temos ingressos e sem eles, o Turismo nada pode fazer? Sequer podem montar pacotes para os eventos”, reclama. No entanto, ele acredita que ainda é possível melhorar este cenário. “Não há escassez de recursos para investir nestas questões de vital importância, visando evitar o caos maior. Está faltando atitude política!” Metas - Para 2013, a principal bandeira da Federação Nacional de Turismo está alinhada com o projeto desenvolvido pelo Sindicato das Empresas de Turismo do Rio de Janeiro (Sindetur-RJ), e será o cliente e consumidor final. “Este cliente, que é o único responsável pelo crescimento e desenvolvimento do Turismo nacional e internacional, está desprotegido.
Ele é muito bem tratado quando compra os produtos ofertados, principalmente pelas companhias aéreas, porém, caso aconteça qualquer desvio da normalidade, eles recorrem e responsabilizam os agentes de viagens, intermediários na venda dos bilhetes, para a solução dos problemas causados pelos fornecedores, inclusive pelas próprias companhias aéreas que, notadamente as internacionais, não estão respeitando a legislação brasileira”, alerta. Tuma Ness explica que, se por motivo de força maior, o cliente necessitar adiar seu voo ou solicitar cancelamento do bilhete aéreo, terá que, no primeiro caso, pagar multa exorbitante e no segundo, perder o total do valor pago. “O cliente que está viajando com sua família, nacional ou internacionalmente, enfrenta aeroportos com filas gigantescas, mau atendimento por parte dos poucos funcionários e atrasos constantes nos voos, sem que receba qualquer explicação ou ajuda. A Fenactur quer ser aliada deste cliente e ajudá-lo junto aos órgãos de Defesa do Consumidor e ao Ministério Público, na defesa de seus direitos”, conclui.
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS ABRACORP
Edmar Bull
Movimentação de viagens corporativas bate recorde no Brasil Leila Melo
Gervásio Tanabe
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
“As agências associadas estão nessas mídias, mas para entrarmos como Abracorp temos que nos estruturar. Temos uma política ainda tímida. As redes sociais têm um poder de reação que pode afetar tanto positivamente como negativamente milhares de pessoas. Por isso, temos que estar preparados para responder”
A representatividade das viagens corporativas na movimentação geral do setor de Turismo brasileiro está crescendo em ritmo acelerado. Hoje, 31 agências corporativas integram a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) e foram responsáveis, somente no primeiro semestre deste ano, por um faturamento de R$ 5,3 bilhões. “O mercado de viagens corporativas é diferente do de lazer. Embora a crise econômica na Europa influencie no crescimento de receita, o passageiro a negócios viaja mais e, normalmente, a tarifa média oferecida é maior”, revela Edmar Bull, presidente da Abracorp. O executivo assumiu a entidade no final de fevereiro deste ano. O incremento, segundo Bull, foi 34% maior quando comparado aos primeiros seis meses do ano passado. Diante disso, para o segundo semestre de 2012, a perspectiva é superar a marca dos dois dígitos. “Prevemos aumentar os negócios entre 10% e 15%”, informa o dirigente. Para isso, a Abracorp tem atuado, mais fortemente, em três frentes principais: Tecnologia; Produtos e Novos Segmentos; e Desenvolvimento Humano. “Estamos, no momento, tabulando as informações sobre débitos indevidos cobrados pelas companhias aéreas. Vamos discutir com nossos fornecedores em busca da redução de custos e da melhora de produtividade”, explica Gervásio Tanabe, diretor executivo e coordenador dos comitês da Abracorp. Essas cobranças, de acordo com ele, são resultado da utilização de reembolso direto praticado pela agência de viagem e sem o suporte da companhia aérea. No meio dessa ação, pode haver erro de cálculo e o custo pode ser repassado indevidamente. A Abracorp luta para uma padronização das regras e valores para as adm´s e para uma estrutura de suporte de atendimento ao agente. Grande parte das empresas aéreas têm, pelo menos, 60% de seus negócios voltados para o segmento corporativo. “Além disso, inovamos e fechamos parcerias com a Alagev e a Global Business Travel
Espaço Corporativo na Feira da Abav Pela primeira vez, a Abracorp organiza, em conjunto com a Gol Linhas Aéreas, um espaço exclusivo para o segmento de viagens corporativas na Feira da Abav. “Mais de mil gestores de viagens do mundo todo tem a oportunidade de visitar potenciais fornecedores e iniciar negociações”, afirma Edmar Bull. A Gol traz 600 agentes corporativos ao evento. “Temos um espaço de mil metros na Abav com mesas para negócios e totens para o relacionamento entre as agências e os consumidores”, completa. O objetivo é posicionar a Abracorp como um selo de qualidade e serviços para o cliente corporativo e transmitir confiança ao mercado.
Association Brasil (GBTA) para ações de benchmarking e intercâmbio de informações com fornecedores e gestores de viagens nos principais mercados mundiais”, acrescenta Bull. Por meio do comitê de Tecnologia, a entidade também vai intensificar a comunicação nas mídias sociais. Prática já adotada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), da qual Edmar Bull é vice-presidente. “As agências associadas estão nessas mídias, mas para entrarmos como Abracorp temos que nos estruturar. Temos uma política ainda tímida. As redes sociais têm um poder de reação que pode afetar tanto positivamente como negativamente milhares de pessoas. Por isso, temos que estar preparados para responder”, diz Tanabe. O primeiro passo foi a revitalização do site da Abracorp. Ele está apto a se comunicar com o mercado. “É mais dinâmico, atualizado e direto para o associado, fornecedores e clientes. Compilamos as informações e oferecemos ao mercado de agências corporativas ambientes de consulta”, conta Tanabe. O portal traz dados de todas as empresas Abracorp, incluindo dos dois mais recentes membros: Tristar Turismo, de São Paulo, e a Primus Turismo, de Belo Horizonte. A ideia é fazer do site um referencial para toda a cadeia produtiva do segmento de viagens corporativas. “Vamos democratizar o conhecimento para que a entrega dos serviços ao cliente tenha, cada vez mais, qualidade e confiabilidade”, acrescenta. Já com o Comitê de Desenvolvimento Humano, a Abracorp visa trazer as melhores práticas para aprimorar a relação com o colaborador e promover a capacitação dos associados. A entidade, segundo Tanabe, está revendo temas como a formação profissional. “O setor de viagens corporativas não tem uma prateleira de mão de obra confiável. É muito comum consultores que atuam em agências mudarem para outra área”, comenta o diretor, mencionando que a associação fez uma pesquisa para ajudar a estabelecer um plano de gestão de carreira para os colaboradores a médio e longo prazos. “Abrimos espaço para que os colaboradores opinem sobre suas respectivas condições trabalhistas, sempre levando em consideração a confidencialidade das informações fornecidas. Além disso, a pesquisa serve como base para os gestores encontrarem formas de melhorias em seu Departamento de Recursos Humanos”, completa. As associadas Abracorp cresceram em número de colaboradores nos primeiros seis meses deste ano. Esse índice saltou de 6.858 para 8.757, um aumento de 27%. No período de 29 de novembro a 2 de dezembro, a Abracorp realiza um evento de integração para associados e famílias. A celebração acontece no Transamérica Ilha de Comandatuba Resort, na Bahia, e tem a parceria da Tam.
Fusão, sinônimo de redução de custos As fusões e aquisições são tendências de mercado e visam, sobretudo, a redução de custos. “O Grupo G8, empresa especializada em compartilhamento de serviços de agências de viagens corporativas, vem atuando sob um modelo de fusão há 12 anos e ao longo desse período conseguiu diminuir custos e
aumentar a produtividade. Todas as iniciativas e negociações são feitas em conjunto a fim de obter condições vantajosas com fornecedores”, ressalta Edmar Bull, presidente da Abracorp. O ganho de escala e a eficiência também são garantidos. Para que esses modelos de negócios sejam expandidos para todo o mercado de
Turismo é preciso, de acordo com Bull, que os profissionais do setor recebam treinamentos e haja integração e bom convívio entre os novos sócios de uma determinada empresa. “O G8 é um exemplo dessa realidade. Oito agências se uniram e atuam em um mesmo lugar sem abalar a concorrência”, finaliza.
Confira os principais gráficos da movimentação de negócios das 31 agências Abracorp no primeiro semestre de 2012 PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012
PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012
PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012
PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012
PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012
PESQUISA DE VENDAS | 1º SEMESTRE 2012 Abav - Feira das Américas y Outubro 2012 19
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS GBTA-BRASIL
Brasil é 9º em viagens de negócios no mundo, com gastos de US$ 28 bi
Wellington Costa
Mario Brizon
PAÍS
TOTAL GASTOS BUSINESS TRAVEL (US$) 2011
1
Estados Unidos
$ 250 Bi
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
2
China
$ 182 Bi
3
Japão
$ 65 Bi
4
Reino Unido
$ 38 Bi
5
Alemanha
$ 35 Bi
6
França
$ 34 Bi
7
Itália
$ 33 Bi
8
Coreia do Sul
$ 30 Bi
9
Brasil
$ 28 Bi
20
Um mercado que movimenta algo em torno de US$ 800 bilhões por ano. Esse é o dimensionamento aproximado do segmento de Business Travel, segundo avaliação de Wellington Costa, presidente da Global Bussiness Travel Association Brasil (GBTA-Brasil). Para ele, os gastos com viagens de negócios no Brasil vêm crescendo em um ritmo impressionante desde a última década, acompanhando a expansão da economia do país, com isso, espera-se que o mercado de viagens de negócios a experimente um crescimento significativo. De acordo com a GBTA, os gastos com viagens de negócios no Brasil vão experimentar um crescimento de dois dígitos nos próximos dois anos. A maior parte deste aumento das despesas de viagem pode ser atribuída a um aumento real da quantidade de viagens, calcula o executivo. “As viagens de negócios são fundamentais para o crescimento econômico, e com a sua economia emergente, o Brasil está prestes a se tornar um dos principais hubs globais em viagem corporativas nos próximos anos. O crescimento do mercado de viagens de negócios tem sido notável, especialmente tendo em conta o esfriamento econômico de 2008-2009. Na verdade, as viagens de negócios do Brasil ocupam atualmente a nona posição em gastos no mundo com US$ 28 bilhões, mas existe uma previsão de que vamos ultrapassar o concorrente mais próximo nos próximos três anos”, avalia. Costa acredita que também existe uma forte correlação entre o crescimento do emprego no Brasil e as despesas de viagem. Segundo análise da GBTA, os gastos com viagens na-
10
Canadá
$ 22 Bi
cionais corporativas estão à frente dos ganhos na criação de empregos, na proporção de 25%. “Estes números sugerem que a análise de um país em gastos de viagens de negócios também pode ser um indicador econômico significativo sobre os níveis de emprego e de confiança no futuro dos seus negócios”, prevê. Ele reconhece, no entanto, que a crise internacional tem prejudicado as viagens executivas. “Afetou bastante as viagens corporativas, especialmente na Europa Ocidental e Estados Unidos”, disse. Mesmo assim, conforme já dito, este mercado tem grande potencial no Brasil e no mundo. Mas como os agentes de viagens devem se relacionar com este mercado? Wellington Costa oferece algumas dicas. “No corporativo, investimento em ferramentas de TI para dar um bom suporte à mobilidade corporativa, uma tendência irreversível. Também, uma parceria global que proporcione um suporte ao cliente. Já no lazer, parcerias com fornecedores para a
montagem de pacotes com preços agressivos, sem dispensar os investimentos em TI, uma vez que o cliente final esta cada vez mais exigente, independente e internauta, e que estamos, segundo recentes pesquisas, próximos dos 100 milhões de usuários da web”, orienta. Indagado sobre a importância das mídias sociais para o trabalho dos agentes de viagens, o dirigente concorda que as mídias sociais já fazem parte do dia a dia destes profissionais. “São, também, importantes ferramentas de medição de indicadores de performance (KPI’s) de prestação de serviços e atendimento”, pondera. Já sobre as agitações do mercado de Turismo com o anúncio de fusões, associações e joint ventures, Costa diz que para os fornecedores, em alguns casos, ajuda a manter a viabilidade da operação em função do mercado predatório. “Já para os clientes finais, representam a necessidade de profunda análise para determinar, de acordo com o segmento, uma mudança em suas estratégias de negociação com fornecedores”, avalia.
CRESCIMENTO DAS VIAGENS DE NEGÓCIOS INTERNAS DO BRASIL CORRELACIONADO COM O CRESCIMENTO DOS EMPREGOS
ÍNDICE DE VIAGENS DE NEGÓCIOS GBTA NO BRASIL
Bill Clinton prega cooperação, mas com aumento de competitividade Em julho passado foi realizado em Boston, nos Estados Unidos, com grande sucesso, a convenção da GBTA que contou com a presença, entre outros, de ex-presidentes dos Estados Unidos, como Bill Clinton e George W. Bush. O democrata se destacou durante a palestra na qual afirmou que dependemos uns dos outros e temos que trabalhar em cooperação, mas também indagou sobre como podemos nos tornar mais competitivos. O presidente da GBTA Brasil avalia que devemos entender essa questão não somente no segmento de viagens, mas também na nossa sociedade. “Se faz necessária uma convergência de ideias buscando soluções para a sustentabilidade e criando um compromisso com a responsabilidade social para trabalharmos unidos para erradicação global da pobreza”, defende. Para Wellington Costa, a GBTA Convention deste ano foi um evento histórico, pois além de reunir dois recentes ex-presidentes dos Estados Unidos, de partidos opostos, os mais de sete mil participantes puderam conhecer de perto, através das mais de 65 sessões educacionais, o trabalho do setor. “A GBTA, com seus mais de seis mil membros, os quais gerenciam
valores em viagens corporativas estimados em US$ 340 bilhões anualmente, tem como compromisso o networking entre os mais de 17 mil gestores de viagens e eventos, além de prestadores de serviços e o desenvolvimento profissional da indústria de viagens”, disse. Para ele, no momento, o maior gargalo do setor está sendo a crise econômica global que causa grande impacto na indústria de viagens e eventos. “Isso nos força a desenvolver cada vez mais o lado criativo para procurar oferecer mais por menos. No segmento corporativo, as consultorias têm procurado minimizar este impacto através da criação e desenvolvimento de programas de viagens e ferramentas para controle de gastos para as empresas”, explica. Eventos no Brasil – Wellington Costa defende um choque de realidade no país em função dos grandes eventos que serão realizados nos próximos anos. “A força de vontade, a capacidade de improviso, a criatividade, a superação e a motivação são cinco virtudes do povo brasileiro. No entanto, um pouco de realismo faz bem e a verdade é que estamos defasados em termos de infraestrutura. Os portos e aeroportos sucumbem perante ao
aumento da demanda, operando sempre ou acima dos seus limites ou de forma ociosa. A cultura do desprezo ao investimento em ferrovias tornaram nossa malha viária eternamente sobrecarregada, colocando em risco a segurança dos usuários. Por último, a hotelaria que, por mais esforçada que seja em seus investimentos, também padece perante à carência de pofissionalização no setor”, avalia. Para ele, a Lei Geral da Copa é um exemplo desta defasagem, pois só foi aprovada há pouco tempo. “Acredito que a gestão privada daria um ritmo mais acelerado as ações. Outro bom exemplo foi a gestão das Olimpíadas de Londres, a qual foi um exemplo de organização e de austeridade tendo, inclusive, reduzido o seu orçamento inicial para o evento. As Olimpíadas Rio 2016 levam alguma vantagem pois poderão avaliar os eventuais erros durante a Copa do Mundo de 2014 para futuras correções. Gostaria de poder assistir estes eventos como simbolos e modelos de gestão e organização, mas corremos um grande risco de serem apenas eventos na média sem superar a expectativa dos seus espectadores”, finalizou.
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012 21
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS AVIESP
William Périco
Capacitação e geração de negócios para as agências
Marcelo Matera
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Anderson Masetto O vice-presidente da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp), Marcelo Matera, define o ano de 2012 como muito importante para a entidade. Ele explica que todo o trabalho foi feito com base em um tripé formado pela feira Aviestur, que é o momento de negócios; do seminário, que representa um espaço para reflexão; e das capacitações que acontecem durante o ano. Além disso, a entidade comemora em 2012 os 30 anos de sua fundação. O executivo ressalta o trabalho da entidade para angariar novos associados e traçar uma meta para 2013. “Estamos conseguindo captar novos associados mês a mês. Nossa preocupação principal é mostrar a força da entidade, pois somente assim iremos manter as agências fortes e competitivas. Temos em torno de 400 associados e a meta para o ano que vem é chegar a 500 associados, por isso estamos mostrando o que podemos oferecer às agências”, diz. Aviestur 2012 - A 35ª edição da Aviestur foi realizada em abril, na cidade de Campos do Jordão e, conforme dados da entidade movimentou R$ 4,5 milhões. De acordo com William Périco, presidente da Aviesp, esse montante pode chegar a R$ 5 milhões, incluindo os gastos em hotelaria, serviços e locação. “Recebemos este ano 113 estandes, o que corresponde a um crescimento de 5% em relação ao ano passado”, conta. Ações de destaque no evento foram voltadas para a sustentabilidade. Desde 2010, a entidade passou a reduzir o número de folhetos impressos durante a feira e neste ano estimulou novamente os expositores a diminuir a quantidade de papel distribuída, dando prioridade para pen drives e CDs. “Conseguimos reaproveitar 80% de todo o material impresso no ano passado. E para os próximos anos, vamos estimular os expositores e montadores a utilizar lâmpadas led em seus espaços”, adiantou Périco. Um dos temas que dominou o evento
foi o fortalecimento das agências e a união da classe. Na ocasião, Périco mandou um recado às companhias aéreas. Ele fez um apelo para que elas passem a oferecer as mesmas tarifas disponibilizadas em seus sites de reserva para o setor de agenciamento. “Peço uma postura mais transparente”, resume. “Nos últimos quatro anos, a Aviesp investiu bastante em capacitação. Queremos mostrar que o agente tem condições atender também o mercado online”, completa. Feira renovada para 2013 – A Aviesp continua inovando e o evento contará com uma série de novidades para 2013, a principal é a saída de Campos do Jordão para a cidade de Holambra, no interior de São Paulo. Matera lembra que as mudanças foram pautadas em conversas e pesquisas com os agentes de viagens e expositores nas últimas edições. “Com essas respostas pudemos fazer ajustes para melhorar ainda mais a feira”, explica. A Aviestur acontecerá nos dias 17 e 18 de maio. Os participantes serão hospedados em Campinas. De acordo com Matera, a necessidade de mudança parte dos expositores e agentes de viagens. “A mudança vai diminuir o custo nas duas pontas”, disse. Para ele, além do benefício da redução de custo, existe uma possibilidade de aumento no tamanho da feira e na quantidade e qualidade do público visitante. “As expectativas são as mais positivas com essa mudança. Sairemos de um raio de 300 agentes e saltaremos para mais de 4 mil”, enfatizou. “Outra mudança que pode acontecer é a Feira da Aviesp se tornar nacional”, comentou Matera ressaltando a proximidade de Holambra com Campinas ser de apenas 30 quilômetros. Segundo ele, Campinas hospedará os visitantes e expositores e já existe uma conversa com companhias aéreas para que sejam parceiras no transporte de agentes de outros estados. Expectativa para o fórum – A quinta edição do Seminário Aviesp acontece no próximo dia 13 de novembro, no Royal Palm Plaza, em Campinas. A expectativa é receber 600 agentes de viagens. Segundo Matera, o formato para este ano conta com algumas mudanças, como a presença das dez maiores operadoras do país. “Na parte da manhã, cada operadora vai falar durante 20 minutos sobre seus produtos e suas relações com o mercado e com os agentes”, explica. “Elas terão a oportunidade de mostrar a visão delas sobre esta revolução que o mercado está passando”, complementa. O evento contará com uma palestra de Valter Patriani, ex-presidente da CVC, para falar sobre vendas, e de um diretor
do Google, que vai abordar como a Internet pode ser utilizada em benefício do mercado de Turismo. “Durante a abertura, vamos discutir juntos algumas questões jurídicas do setor que impactam diretamente no dia a dia do agente de viagens”, afirma.
Mídias sociais podem gerar negócios Para o vice-presidente da Aviesp, as redes sociais podem ser também facilitadoras na geração de negócios, especificamente para o segmento das agências de viagens. “As mídias sociais conquistaram espaço e já fazem parte da cultura das pessoas. Estão influenciando todas as atividades. Vejo que as empresas ainda estão utilizando este canal de maneira muito tímida, mas a tendência é que isso seja cada vez mais ampliado”, observa. “Mesmo assim, muitas já utilizam as redes sociais para gerar negócios”, completa. Matera lembra que, principalmente para o Turismo, o ambiente das mídias sociais facilita bastante a prospecção de negócios. Ele destaca que muitas das publicações, comentários e fotos dos usuários têm relação com viagens, o que pode gerar interesse e desejo em consumir Turismo. “As agências de viagens vão ter que se adaptar a isso. Trata-se de uma nova linguagem e uma nova maneira de se relacionar com os seus públicos e, principalmente, uma nova forma de fazer negócios”, alerta. O dirigente acredita que a disseminação das redes sociais está mudando a maneira de como as empresas planejam as suas ações de comunicação e de marketing. “As coisas podem se propagar de forma muito rápida nessas redes e as empresas que já perceberam isso começam a voltar as suas ações para este canal”, afirma. “O público mais jovem, por exemplo, já nasceu neste meio virtual e acaba assimilando isso muito bem. Por isso, se uma ação visa atingir este nicho, é necessário considerar as mídias sociais”, completa. No caso da Aviesp, Matera destaca o apoio aos associados para que eles passem a conhecer e entender melhor este assunto. Ele conta que, nos últimos anos, os seminários e eventos regionais da entidade levaram sempre este tema em consideração, com discussões e palestras sobre Internet e mídias sociais.
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS AVIRRP
Emerson da Silveira
Inovações, qualificação e foco na capacitação do setor
Anderson Masetto A Associação das Agências de Viagens de Ribeirão Preto e Região (Avirrp) realizou a 16ª edição de sua feira em agosto deste ano, que bateu recorde de público mas, mais do que isso, recebeu o reconhecimento do trade como um evento de qualidade. O interior de São Paulo é um dos maiores mercados emissores de Turismo no Brasil e por isso a feira ganha cada vez mais importância no cenário nacional. O presidente da entidade, Emerson da Silveira, não teve medo de ousar, abordando temas para a decoração da feira e reativando o fórum, com palestras e painéis para discutir o setor. “A edição deste ano antecipou a Copa do Mundo no Brasil. Nós pretendíamos discutir as diretrizes do Turismo para este grande evento”, conta Silveira. “Tivemos êxito nesta missão com a volta do Fórum Avirrp e conseguimos aumentar o nível profissional da feira, tornando-a mais completa”, adiciona. Silveira lembra que a feira contou com a presença de diversas autoridades, entre empresários, secretários estaduais e municipais e membros do Ministério do Turismo. Ele credita o sucesso da feira à atuação da entidade, que está sempre atenta às necessidades dos agentes de viagens e do mercado como um todo. “Conseguimos fazer a maior Avirrp de toda a história. Isso só foi possível porque nos atentamos para as necessidades do mercado. Recebemos mais de quatro mil agentes para os quais proporcionamos palestras de capacitações, aumentamos o
A Avirrp 2012 foi um sucesso de público e crítica. Neste ano, a feira e fórum receberam mais de 4,1 mil agentes de viagens provenientes de 63 cidades de oito estados brasileiros. Foram 800 caravanas e 905 marcas de 2,4 mil expositores nacionais e internacionais. O II Fórum totalizou um quórum de 945 agentes por dia. Confira os dados: Público ........................................................................................................................................................................................................................................................... 4.191 Caravanas ...................................................................................................................................................................................................................................................... 800 Cidades .................................................................................................................................................................................................................................................................. 63 Estados ...................................................................................................................................................................................................................................................................... 8 Empresas ........................................................................................................................................................................................................................................................ 500 Marcas expostas ..................................................................................................................................................................................................................................... 905 Expositores ............................................................................................................................................................................................................................................... 2.430 Estandes ........................................................................................................................................................................................................................................................... 203 Caravanas aéreas e rodoviárias ............................................................................................................................................................................................... 28 Delegações .................................................................................................................... Argentina, Estados Unidos, Israel, México, Egito Autoridades e convidados especiais ............................................................................................................................................................................... 128 Alimentos arrecadados com a ação social ............................................................................................................................................. 1,1 mil kg
número de caravanas rodoviárias e adicionamos as aéreas e também criamos mais oportunidades de visibilidade aos expositores”, afirma. Todo esse sucesso foi avalizado pelos expositores. Segundo o dirigente, logo após o término da feira, 58% dos estandes para a edição de 2013 já estavam pré-reservados. “Isso nos deixa muito contentes e é sinal de que estamos no caminho certo”, comemora Silveira, lembrando que as inovações continuarão para o ano que vem. A primeira delas é a adição de mais um dia, que será aberto ao público final. A feira será nos dias 9, 10 e 11 de agosto, no Centro de Convenções Taiwan. Será agregado um dia a mais ao evento, o domingo, aberto ao público final.
“Mídias sociais são funcionais e baratas” agradar mais o cliente do que um bombardeio delas”, recomenda. “Conhecer o cliente é sempre a melhor orientação, assim é possível aliar as mídias alternativas ao sucesso nas vendas, como um complemento”, frisa. A Avirrp conta com perfis em diversas redes. Segundo o dirigente, os agentes de viagens têm se inteirado bastante das novidades da entidade por meio dessas páginas. O número de acessos em 2012 aumentou mais de 200%, de acordo com ele. “Temos notado um aumento considerável no numero de adeptos às redes. As publicações devem ser mais centralizadas e direcionadas ao público que se quer atingir, assim acredito que seja possível aproveitar muito mais o potencial das mídias sociais”, finaliza.
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Na opinião de Emerson da Silveira, as redes sociais podem ser uma excelente ferramenta para o mercado do Turismo, desde que bem utilizadas. Para ele, tratam-se de ferramentas que não exigem muitos custos e que permitem um contato muito próximo com o consumidor. “Isso é bastante interessante, pois você consegue criar laços com pessoas de diversas localidades e saber através dos perfis qual produto agrada mais”, explica. Para ele, o ponto chave da utilização destas mídias é selecionar muito bem o conteúdo. Em função disso, ele acredita ser necessário ter um bom conhecimento do cliente que se quer atingir. “Saber usar o potencial dessas mídias sem exageros nas publicações e envio de informações podem
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De acordo com presidente, este era um anseio antigo do trade da cidade. Silveira ressalta que o domingo será dedicado para a divulgação das marcas para o público final. Ele revelou também que as vendas dos produtos serão direcionadas às agências de viagens associadas à Avirrp. “Muita gente não sabe, mas a região de Ribeirão Preto conta com quatro milhões de habitantes e tem muito potencial para consumir viagens”, afirma. O tema da feira também já foi definido: “As sete maravilhas do mundo”. Toda a decoração da entrada e dos corredores será feita com esses famosos atrativos turísticos, especialmente os que estão no Brasil. “Temos o Cristo Redentor, uma maravilha do mundo moderno, e as Cataratas do Iguaçu, recémnomeada maravilha da natureza. Teremos muita coisa para trabalhar”, destaca. “Com essas mudanças, esperamos aumentar o número de visitantes da feira em pelo menos 15% no ano que vem”, aposta. Capacitação – Em 2012, a Avirrp deu início a um novo projeto que tem como objetivo qualificar os agentes de viagens de Ribeirão Preto e região. Trata-se da Oficina de Turismo, que foi realizada em fevereiro e contou com a participação de cerca de 400 agentes de viagens. Durante um dia inteiro, os profissionais participaram de treinamentos sobre uma série de produtos e serviços do Turismo. “A Oficina de Turismo nasceu de uma necessidade de capacitar e reciclar as ideias. Um evento focado e direcionado a um público interessado e antenado às mudanças e tendências do mercado turístico”, conta. “Notamos 100% de aproveitamento no formato e vamos repetir a dose em 2013”, garante Silveira, dizendo que a data ainda não está definida, mas será entre os meses de fevereiro e março.
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS SINDETUR-SP
Eduardo Vampré do Nascimento
Empresas e pessoas estão mudando a forma de se comunicar
Anderson Masetto As redes sociais estão mudando a maneira de como boa parte das pessoas se comunicam e isso afeta também as empresas, que precisam passar mensagens aos seus consumidores, fornecedores e colaboradores. Na opinião do presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (Sindetur-SP), Eduardo Vampré do Nascimento, isto também tem um impacto muito grande no Turismo. “A invenção das mídias sociais e a aceitação que cresce a cada dia vem tornando seus usuários viajantes mais autônomos, capazes de acessar milhões de dados em nível mundial, o que significa que, quando procuram uma agência, provavelmente, já estão munidos de informações a cerca do destino que se deseja conhecer, opções de passeio, fornecedores locais, entre outros”, diz o dirigente. Ele acredita que as mudanças capitaneadas pelas redes sociais mexem com todos os negócios ligados ao atendimento às pessoas, como é o caso das agências de viagens. Por este motivo, ele alerta que é fundamental que os profissionais do setor estejam a par das evoluções neste segmento, mas sempre de maneira crítica. “Neste cenário, mais do que nunca, o agente deverá ser um consultor em viagens, indo além da cessão de fatos primários, buscando a satisfação do comprador por meio da surpresa e da apresentação de um olhar inédito sobre o destino”, orienta. Da mesma forma que a Internet e as redes sociais provêm informações aos viajantes, os agentes também podem se beneficiar do efeito gerado por
elas. Mas Nascimento adverte que é necessário ter cuidado ao utilizá-las. “As mídias sociais têm caráter de autoexposição muito criticado pelos estudiosos deste mercado. Por outro lado, tal característica só pode ser considerada negativa se for utilizada de maneira indevida”, afirma. Outra vantagem citada pelo dirigente é a possibilidade de conhecer e entender melhor os hábitos e preferências do seu público. Ele acredita que de forma planejada os profissionais podem ter acesso a informações que antes seriam possíveis apenas por meio de pesquisa de mercado. “O sistema de filtros destas redes, que permitem, por exemplo, localizar pessoas com necessidades e desejos parecidos, garante que as agências atuem de maneira segmentada”, destaca. “Sob a ótica do aumento de vendas, a facilidade e instantaneidade com que promoções podem ser realizadas chama a atenção dos usuários e pode envolvê-los de maneira particular, tanto quanto a intangibilidade própria dos meios digitais reduz custos relativos de maneira acentuada”, complementa. Para o dirigente, muitas empresas do Turismo já aprenderam a lidar com estas ferramentas. No entanto, há outras que ainda engatinham no que diz respeito a tirar proveito das redes sociais. “É comum verificar a existência de empresas que criam perfis no Facebook, Twitter e outros e, imaturamente, abandonam as contas. Ou, contrariamente, por acreditarem que o excesso de informação postada potencializará a interação com o público, preen-
chem a página do usuário com demasiadas promoções, convites, textos, imagens e outros. Ambas as situações são reflexos da inexperiência das companhias neste mercado, o que obviamente resulta em ineficiência”, aponta. Como mudar isso? Nascimento aposta em uma proximidade maior dos clientes e em ações que motivem a interação dos internautas com a empresa. “Verdadeiramente, os usuários vão se sentir motivados a interagir com uma empresa apenas se acreditarem que a relação é relevante e poderá lhes oferecer conteúdo interessante, que atenda às suas necessidades, levando-os a curtir e, em um segundo momento, - importantíssimo, até mesmo compartilhar a mensagem”, avalia. Amadurecimento – Nascimento comentou também as transformações pelas quais o Turismo tem pssado nos últimos tempos, em especial as fusões e união de empresas. Para ele, há um lado positivo e um lado negativo, mas elas demonstram um amadurecimento do setor. “A máxima ‘juntos somos mais fortes’ considera, em sua essência, o desejo de uma parte, julgando-se parcialmente capaz de unir-se a outra que garanta que um bem seja produzido ou um serviço seja ofertado de maneira mais completa. Sob esta ótica, as fusões são positivas e garantirão aos consumidores produtos melhores”, explica. “Por outro lado, é notório que, quando se diminuem as opções, normalmente os consumidores se veem inclinados a recorrer a companhias que não atendem às suas necessidades totalmente, podendo, inclusive, pagar mais por isso”, completa.
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Lições do caso Pluna Dentre as ações do Sindetur-SP em 2012, um dos destaques foi a defesa dos interesses dos agentes de viagens no “Caso Pluna”, que se refere ao fim das operações da aérea uruguaia em julho deste ano. A entidade enviou questionamentos à Anac, Procon e Iata sobre as respectivas responsabilidades no ocorrido, uma vez que conforme as primeiras orientações, as agências acabariam tendo que arcar com o prejuízo. “Apesar do Código de Defesa do Consumidor brasileiro ser um dos mais perfeitos do mundo, seus princípios foram baseados essencialmente nas atividades comerciais, generalizando as responsabilidades, sem atenção às particularidades de cada setor”, explica Eduardo Nascimento. “Especialmente na área de viagens e Turismo, criou uma lacuna negativa no que
diz respeito à responsabilidade solidária, que, a meu ver, é valida em determinados casos, mas não em todos, como neste da Pluna, que deixou de operar sem avisos”, completa. Para ele, nem mesmo as agências de viagem, responsáveis por intermediar a venda de passagens, puderam prever a situação financeira da empresa, uma vez que ela tinha autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar. “A Pluna deixou de atender aproximadamente dez mil passageiros com bilhetes já adquiridos, volume este que, levando em conta a prevista solidariedade, certamente acarretou sérios problemas de caixa a inúmeras agências de viagens, o que pode contribuir para futuros problemas”, alega. “O Sindetur-SP já tomou as providências cabíveis e aguarda manifestação da justiça”, garante. Indicadores - Outro projeto da entidade
que começou a ser realizado neste ano é uma pesquisa que tem como objetivo fornecer um termômetro do setor, obtendo informações sobre o nível de emprego, volume de vendas, consumo e desempenho do mercado turístico. Denominado “Criação e Manutenção de Sistema de Indicadores Econômicos para o Setor de Agenciamento Turístico”, o estudo já teve início e deverá gerar relatórios trimestrais para o Turismo. Para Nascimento, o mercado é carente de dados estatísticos que colaborem para a tomada de decisões. “O sistema de indicadores econômicos será uma grande ferramenta a ser consultada por empresários do setor. Um relatório anual consolidará todas as informações colhidas na pesquisa, que medirão o desempenho do mercado de agenciamento turístico no ano vigente”, revela.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS ANCORADOURO
Juarez Cintra Filho
Fusões entre aéreas não trazem benefícios para o mercado
Mario Brizon
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O presidente do Grupo Ancoradouro, Juarez Cintra Filho, ao analisar a fase de fusões, associações, e joint ventures que o mercado de Turismo vem passando atualmente, acha que houve muito barulho e poucas ações concretas e avalia que não agregam benefícios ao mercado as fusões entre as companhias aéreas. “Fusões entre aéreas não trazem benefícios para o mercado, podem trazer apenas para os acionistas. As fusões estão diminuindo a concorrência, e quanto mais concorrência, melhor. Onde não há concorrência, a tarifa é muito alta. Isso é ruim para os passageiros e para os agentes de viagem. No caso da Latam, há uma diferença, a Lan já operava no Brasil, basicamente com voo para Santiago e um voo para Los Angeles, então essa fusão pouco afeta o mercado brasileiro. Em relação à Santiago, diversas aéreas podem operar para lá. A Gol pode voltar, a Azul pode operar lá, há outras possibilidades, mas assim mesmo o custo vai crescer e a tarifa vai subir”, diz. Na área das operadoras, Juarez acredita que muito foi falado, mas pouco aconteceu. “Houve muito barulho e pouca fusão. A que aconteceu foi entre Rextur e Advance. Houve muita conversa entre Agaxtur, Ancoradouro, Esferatur e Flytour, mas o acordo não saiu. A Travel Brasil também não saiu e hoje tem menos da metade de empresas do que quando tentaram ir para bolsa de valores”, pondera. Nesse ínterim, a Ancoradouro e a Agaxtur conseguiram fechar uma joint venture, mas segundo o executivo, os primeiros meses foram muito difíceis e de bastante trabalho. “O consórcio Agaxtur e Ancoradouro, não está sendo fácil, porque são empresas de culturas diferentes, com 600 funcionários envolvidos que precisam compartilhar da mesma ideia, e são produtos diferentes que precisam ser
mesmos produtos, mas equipes de vendas e pounificados. Estamos firmes, vamos fazer o líticas diferentes. A sinergia é na operação”, diz. consórcio, mas não é tão simples quanto Nesse sentido, o consórcio Ancoradouro imaginávamos. Até agora não nos trouxe Agaxtur fechou parceria com a ACC tour benefícios nenhum, só trabalho. Talvez o para o mercado dos Esúnico benefício foi de tados Unidos e lançou abrirmos a operadora em uma nova empresa em Miami, o que também vai “Profissionalmente Miami no início de agosto. dar muito trabalho. Bene“Estamos abrindo uma fícios mesmo, vamos levar para a feira (das operadora nos Estados um ano para ter”, explica. Américas) é melhor Unidos que não é para Segundo ele, para iniciar ir para São Paulo, atender exclusivamente à o consórcio, era necessário Agaxtur e a Ancoradouro. implantar o mesmo sistema porque a maioria Ela é totalmente indepenoperacional e o mesmo dos expositores dente e vai prestar serviportal para as empresas, é de lá e o custo no ço para todos os clientes etapa que estava em prointeressados. O objetivo cesso de conclusão no Rio tem se tornado dessa nova empresa coinício de setembro. “Pria cada ano mais mandada pelo Antonio meiro temos que passar alto” Carlos Carbone é da terpela tecnologia, implantar mos melhores preços nos o mesmo sistema e colocar Estados Unidos, que é o as empresas para converprincipal produto da Agaxtur e o segundo sarem, e inserir todos os produtos dentro do da Ancoradouro (o primeiro da Ancoradouro sistema. Aí sim, teremos sinergia. No entanto, é a Europa)”, comenta. a concorrência entre nós continua, teremos os
Congresso da Abav deve ser itinerante Juarez Cintra avalia como positiva a realização da Feira das Américas em São Paulo a partir do ano que vem, principalmente em função de a maioria das empresas serem de São Paulo. Para ele, pesou contra o Rio de Janeiro o preço abusivo das diárias de hotéis durante a Feira das Américas. “Sair do Rio é sair da Cidade Maravilhosa, mas profissionalmente para a feira é melhor ir para São Paulo, porque a maioria dos expositores é de lá e o custo no Rio tem se tornado a cada ano mais alto. Montar estande no Riocentro não é absurdo, absurdo é a hotelaria que está caríssima. Os hotéis abusam durante a Abav, há hotel com diária de R$ 200 e R$ 300 que durante a Abav passa para R$ 400 ou R$ 500. O hoteleiro não entende que deveria vender mais barato para quem vende ele. No Rio temos que alugar apartamentos, vans, levar equipamentos de São Paulo sem ajuda das aéreas. Como a maioria das empresas têm sede em São Paulo, a feira será mais prestigiada e terá um público maior, porque a cidade tem mais agências que o Rio, além da Grande SP e Campinas, cujo pessoal tem condições
de ir à feira de manhã e à tarde voltar para casa, nessa situação estão milhares de agentes de viagens”, pondera. O empresário, que já foi vice-presidente da Abav Nacional também concorda com a separação do congresso da feira, com o congresso sendo itinerante. “Foi algo que eu sempre defendi”, disse. Ele acha ainda que o evento deve mudar de data, passando para o primeiro semestre. “Porque com isso o agente terá o produto para vender o ano inteiro. Em outubro você tem só novembro para vender e os cruzeiros, por exemplo, já estão vendidos”, explica. WTM-LA – Sobre a mais nova feira do mercado, a WTM Latin America que acontecerá em São Paulo no ano que vem pela primeira vez, Juarez disse que quer vê-la acontecer primeiro para emitir uma opinião mais embasada. “Já vimos outras feiras vindo pra o Brasil e não durarem nada. A própria feira do MTur (Salão do Turismo) não trouxe nada de bom e só teve outras edições porque contou com o dinheiro público, se fosse do empresariado não teria acontecido. Quanto à WTM-LA, não acredito que seja um sucesso”, conclui.
Encontro 2013 confirmado para março Juarez Cintra Filho confirmou que a data agentes”, explica. Além do Rio, foram abertas do Encontro Ancoradouro de 2013 será lojas também em Indaiatuba e Portolândia. de 7 a 10 de março, no Bourbon Atibaia, Juarez avalia que, se continuar crescente o numa antecipação em relação ao calendáinteresse de empresas e agentes em participar rio do evento em anos anteriores. Segundo no Encontro, é possível que para o futuro a ele, isso se deve, em parte, ao calendário já Ancoradouro passe a fazer dois eventos anuais. apertado do Turismo no primeiro semestre e, “Poderíamos vir a ter um Encontro em São Pauao mesmo tempo, essa antecipação ajuda o lo, nos moldes atuais e outro com foco nacioagente de viagem que terá nal, em outro lugar”, avalia. o ano inteiro para vender Rio - Sobre a filial da os produtos da empresa e Ancoradouro no Rio de dos fornecedores parceiros. Janeiro, Juarez Cintra Fi“No Rio, a resposta “O formato do Encontro lho disse que os resultados nos três primeiros Ancoradouro não muda. nos primeiros meses foi meses foi mais É um modelo campeão excelente, superando todas e muito eficiente, mas é as expectativas. “No Rio, a rápida do que na claro que a gente sempre resposta nos três primeiros filial de São Paulo procura melhorá-lo a cada meses foi mais rápida do em valor de vendas” ano”, disse. De acordo com que na filial de São Paulo Juarez Cintra, o evento desem valor de vendas”, inforte ano contou com a partima. “Tivemos a sorte de cipação de 600 agentes, mas em 2013 haverá contar com uma equipe de excelentes profisum aporte dos agentes do Rio de Janeiro, que sionais”, complementa. Juarez acrescentou que passou a contar também em 2012 com uma fiaté o final de outubro será inaugurada a loja da lial da operadora. “Para 2013 temos expectativa Azul Viagens no Rio de Janeiro, na Rua da Quide receber 700 participantes. Já estamos contanda, no Centro. Também está em andamento tactando as empresas expositoras. Tem muita outra filial, em Niterói, no Plaza Shopping. gente pedindo para entrar no Encontro, mas Balanço – Juarez informa que a Ancochegamos ao limite máximo de expositores e radouro Operadora cresceu bem este ano,
“apesar de ser um ano que não teve temporada e não foi fácil para as operadoras, crescemos bem, com média de 32% nos primeiros sete meses. Como o segundo semestre é sempre, melhor, esperamos resultados ainda maiores”, disse, acrescentando que foram abertos os escritórios da operadora em Bauru e São José dos Campos, que só tinham consolidação. “Na consolidação o crescimento também está acontecendo numa média 15%”. Mídias sociais – Para Juarez Cintra o segmento do Turismo ainda não está usando as mídias sociais como deveria, em parte por causa dos custos e também em função de falta de pessoal qualificado no mercado. “No nosso segmento, tanto o Facebook quanto o Twitter não estão sendo usandos como deveriam. São poucas agências, operadoras e companhias aéreas que as estão usando. O Twitter é muito rápido e precisa de gente especializada para ficar online e responder na hora. Uma reclamação sem resposta rápida vai atingir milhares de pessoas. Não temos gente disponível e temos dificuldade para contratar bons profissionais para atender nossos passageiros. Poucas empresas estão usando, e os poucos que estão usando, estão fazendo de modo errado, já que deveria ter um departamento para isso, mas é um custo muito alto”, avalia.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS TREND
Luis Paulo Luppa
Com 20 anos, Trend reitera foco no agente de viagens
Anderson Masetto e Luciano Palumbo A Trend está completando 20 anos de fundação em 2012. Desde então, muita coisa mudou. A empresa, antes especializada no envio de executivos brasileiros para feiras no exterior, passou a vender hotéis nacionais, e depois a ter uma plataforma online, onde agregou conteúdo internacional. Recentemente estreou no segmento de lazer e se tornou uma holding. Mas há uma coisa que perdura por essas duas décadas: a venda exclusiva via agências de viagens e que foi ressaltada durante todo este ano em que as comemorações pela data deixaram a operadora em evidência. “Desafio qualquer um a ligar na Trend e tentar fazer uma compra direta”, discursa o presidente da empresa, Luis Paulo Luppa. A mais nova ação voltada para os agentes é a “Tarifa Flex”, lançada durante o 14º Workshop da Trend, em setembro, e anunciada com exclusividade pelo M&E, como um presente aos agentes de viagens na comemoração dos 20 anos da empresa. Com ela, o agente de viagens pode – dentro de um limite preestabelecido – aumentar ou diminuir o preço da tarifa de determinados hotéis conforme o perfil e interesse do seu cliente, tudo de forma online. Segundo Luppa, isso vai ajudar os profissionais a não perder algumas vendas, pois dá uma autonomia para que ele mexa no preço sem ter que consultar ninguém. “O agente de viagens vai ganhar mais dinheiro. Este é o ponto do Tarifa Flex. Procuramos ser objetivos e entender o que é importante para o agente”, diz. “Conseguimos construir esta ferramenta depois de mais de um ano de investimentos. Acredito que
ela vai rentabilizar muito o agente”, completa. Mas as ações da empresa não se resumem ao workshop. Já em janeiro, os agentes de viagens puderam dar início a um programa de treinamentos exclusivo, elaborado por Luppa, que levou o nome de “Os 12 mandamentos do agente de viagem de sucesso”. Na ocasião, foram lançados fascículos mensais que eram entregues diretamente aos agentes. Mas a ação cresceu e acaba de se tornar um livro, que será lançado no estande do M&E, durante a Abav 2012, no dia 24. O estande do M&E está localizado no Pavilhão 4 do Riocentro, Rua F, nº 31. Serão 10 mil exemplares distribuídos de forma gratuita para os agentes de viagens. “O livro foi concebido pensando em ajudar o agente de viagens. Então eu tomei a decisão de não levá-lo para as livrarias e ter uma distribuição pontual e gratuita para cada agente de viagens que passar pelo estande do M&E”, conta. “Esta é uma iniciativa que conversa muito com os princípios da Trend, que é de apoiar e capacitar o agente de viagens, nosso único canal de vendas”, completa. Além dos 12 mandamentos, o livro tem prefácio de Goiaci Guimarães, da Rextur Advance; e depoimentos de Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC; Antônio Azevedo, presidente da Abav Nacional, e de Marco Ferraz, presidente da Braztoa. Holding - Em fevereiro, a Trend tomou uma importante decisão, que foi separar o lazer do corporativo em unidades específicas de negócios. O motivo foi o bom desempenho do lazer, lançado no final do ano passado. Em julho esta mudança se tornaria ainda maior, com a transformação da empresa em uma
holding – garantindo mais agilidade e poder de decisão às empresas. As áreas Corporativa e de Lazer ganham gestão própria, sendo comandadas, respectivamente por Gabriella Cavalheiro e Alexandre Camargo. Além dessas duas, já está certo que serão criadas a Trend Atacado, uma agência de marketing, além de uma empresa na área de tecnologia e outra de treinamentos. No entanto, Luppa diz que não para por aí. Com base no constante crescimento de suas operações, a “Nova Trend” espera atender o mercado de maneira geral, oferecendo novos produtos e serviços. De acordo com o presidente, existe a necessidade de dividir o perfil dos profissionais da operadora e dos segmentos das empresas, atualmente. Para ele, no processo de desenvolvimento da holding devem surgir mais duas empresas até 2014. “Vamos ficar de olho no mercado e novamente preencher os espaços que estiverem abertos”, comenta. “Hoje existe uma série de empresas que batem na nossa porta buscando nossa expertise”, afirma, dando pistas do que pode surgir nos próximos anos. RTA – Em abril foi anunciada a criação do Grupo RTA (Royal Travel Alliance), resultado da união de Trend, Advance e Rextur, que juntas acumulam 35 anos de mercado. O objetivo é oferecer soluções para agências que trabalham com viagens corporativas, reunindo o que essas companhias possuem de melhor em tecnologia, administração e serviço de vendas para garantir ao agente todas as facilidades na hora de apresentar os produtos ao consumidor final. “Será possível comprar as passagens de avião, fazer a reserva de hotel e alugar o carro de uma vez só, tudo reunido em um único pagamento”, garante Luppa.
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Transformando clientes em fãs Especialista em vendas e comunicação, Luis Paulo Luppa enxerga as mídias sociais como uma revolução na forma de promover e comercializar produtos e serviços. “A comunicação mudou. Antigamente todos acreditavam que a propaganda servia para comunicar que alguma coisa existia e que a promoção servia para fazer com que aquela coisa fosse para a casa do consumidor. Agora temos as mídias sociais. E elas existem para soltar uma bomba atômica”, afirma. Ele explica que este canal de comunicação possibilita uma infinidade de ações e que atinge, principalmente, o emocional dos usuários, com grande poder multiplicador. “Já vimos muitas campanhas virarem febre nas redes sociais. Elas permitem que se faça uma atividade que é diferente da propaganda, da promoção, do merchandising e do ponto de
venda, mas consegue mexer com o emocional e gerar um interesse tão grande que desencadeia um efeito piramidal”, diz. “Não entendo que as mídias sociais são uma bolha, ela têm muito mais a ver com o efeito da praticidade do que de bolha. Elas vieram para ficar”, completa. No caso da Trend, Luppa cita, primeiramente, o pioneirismo da empresa. A operadora conta com quase oito mil fãs no Facebook e pouco mais de quatro mil no Twitter. “Fomos a primeira operadora a ingressar nessas redes e a efetivamente usá-las. Penso que elas te dão uma oportunidade de transformar clientes em fãs”, acredita. “Entendemos que a mídia social é um excepcional canal para se comunicar de forma dinâmica, lúdica, alegre, descontraída e verdadeira. Normalmente a mídia social traz com ela o cunho emocional muito grande”, reitera.
Entre algumas das estratégias da Trend por meio desses canais está a troca de informações de forma direta com o cliente. Luppa ressalta que a operadora tenta capitalizar as experiências dos agentes de viagens com a empresa e prevê que elas se tornem também, em breve, um canal de distribuição. “Acreditamos que se conseguirmos trabalhar as experiências dos agentes conosco, abrindo este canal para deixar que ele fale como foi o cara ter comprado um grupo aqui na Trend, e ter vivido a experiência de ter levado um grande cliente dele e de ter dado tudo certo. São coisas altamente positivas”, exemplifica. “Entendemos que no nosso caso, absolutamente focada no agente de viagens, a mídia social vai ser um canal de distribuição para ele também, pois o mundo não se desconecta mais”, completa.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS CVC
Guilherme Paulus
Redes sociais devem ser instrumentos para potencializar vendas e promoção
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Luiz Marcos Fernandes Conhecido como um dos empresários de maior sucesso na indústria brasileiro do Turismo e por seu espírito empreendedor, Guilherme Paulus volta seu foco agora para o setor hoteleiro, sem perder de vista questões como o uso de novas tecnologias, especialmente as redes sociais. Nesse contexto, o presidente do Conselho de Administração da CVC lembra que a utilização das redes sociais tem capacidade de potencializar as ações de venda, marketing e relacionamento. No caso dos agentes de viagens, principal canal de distribuição do setor, ele acha que essas ferramentas devem ser utilizadas de forma inteligente. “Eu diria que é mais uma forma de interação entre os agentes de viagens e o cliente final. E isso contribui para o interesse de compra por parte dos turistas. Veja o caso da própria CVC que está presente em praticamente todas as redes sociais, que podem ser grandes aliadas no dia a dia dos agentes de viagens. Seja para tirar dúvidas, mostrar imagens dos destinos operados pela CVC, e mesmo incentivar a compra nas lojas, utilizando como atrativo as promoções publicadas nesses canais. A marca CVC já acumula milhares de fãs nas redes sociais, que em muitas vezes são clientes que já viajaram pela operadora e se identificam com o nosso modelo de viagem. Portanto, precisamos estar onde nossos clientes estão e nos tornarmos uma marca ainda mais universal”, reconhece. Diante dos impactos na indústria do Turismo gerados pela crise econômica, ele cita como exemplo as fusões que vêm acontecendo no setor. “Eu não vejo desvantagens. O mercado de Turismo continua aquecido e há espaço para todos os players, sejam eles resultados de grandes fusões ou da união de pequenos grupos de agências/operadoras, com objetivo de gerar força de vendas. Há boas oportunidades para todos os segmentos da cadeia do Turismo, seja para a venda de mais produtos e serviços de viagens, seja para buscar oportunidades em novos nichos, como entretenimento e esportes, que são complementares ao Turismo de lazer”, ressalta ele. Um dos fatores que têm contribuído para isso é a estabilidade da economia brasileira que, a seu ver, vai muito bem, mantendo o ritmo do consumo interno, em especial o consumo das famílias responsáveis pelo crescimento do PIB nos últimos anos. “Existe uma perspectiva de que os mercados emergentes sejam os principais vetores de crescimento da indústria do Turismo à medida que a rápida expansão econômica e o crescente gasto com consumo alimentem a demanda por viagens,
especialmente entre a classe média”, avalia. Em relação aos grandes desafios da economia que afetam direta ou indiretamente o Turismo, Paulus destaca a importância dos investimentos que estão sendo realizados em todos os modais, sejam estradas, portos, rodoviárias, estações de trem, metrôs e, principalmente, os aeroportos, que serão primordiais para uma perfeita logística e recepção de turistas do mundo inteiro para os megaeventos. “No campo dos negócios, eventos desse porte trarão muitas oportunidades para o setor. Para o Turismo local, novos postos de trabalho e renda surgirão para os brasileiros. Basta ver o legado que eventos deste porte deixaram aos países que já o sediaram. Alemanha, Espanha, e tantos outros países, inclusive o Brasil, ganharam obras e melhorias por já sediarem a Copa no passado. Foi na Copa de 1950, por exemplo, que o Brasil ganhou o Maracanã, construído para o campeonato mundial daquele ano. E agora, certamente, novas melhorias estão por vir”, ressalta. Já no setor hoteleiro, Paulus também crê em avanços e cita como exemplo a nova matriz de classificação hoteleira. “Acredito que a proposta hoteleira feita pelo Ministério do Turismo trará um grande benefício para o setor, especialmente porque será fiscalizada por uma instituição respeitada e independente como o Inmetro. A nova matriz deverá ser uma referência principalmente para grupos internacionais que virão ao Brasil devido aos grandes eventos esportivos programados para os próximos anos – Copa do Mundo, Olimpíadas. A proposta segue modelos já utilizados na Europa e em outros países”, destaca. O grande desafio é a criação de produtos de consumo para a classe média emergente. “O caminho para chegar lá continua sendo a inovação aliada à maturidade e tradição, proporcionando um serviço de extrema qualidade para esses novos consumidores”. O executivo cita como exemplo a própria CVC, a seu ver uma “quarentona” que ao longo dessas quatro décadas se especializou em todos os tipos de público, seja da classe A ou D. “Hoje, a CVC é a maior operadora de viagens da América Latina e está bem posicionada no ranking de vendas de pacotes turísticos a todos os tipos de consumidores, devido a seus preços competitivos, qualidade nos serviços e assistência em todo o mundo, sem falar nas condições favoráveis de pagamento. Portanto, a classe média emergente, que muitos classificam como classe C, já está em nosso DNA desde o início da empresa, em 1972, quando organizávamos viagens rodoviárias aos metalúrgicos do Grande ABC. Por tudo isso, estamos nos preparamos para receber 20, 30
ou 50 milhões de novos viajantes” garante. As recentes críticas aos preços da hotelaria se justificam apenas em parte, mas Paulus lembra que é importante que a qualidade esteja alinhada ao preço. “Não há outra solução possível em nosso setor. Na GJP, a hotelaria é definida como a arte de receber bem os hóspedes. Buscamos oferecer o melhor nível de serviços que se possa ter. No caso do Rio de Janeiro, houve um problema específico na Rio + 20, mas acredito que o transtorno não foi causado pela rede hoteleira da cidade, mas por um operador de Turismo específico. Felizmente, o Ministério do Turismo entrou em ação e conseguiu sanar o problema a tempo”, esclarece.
GJP anuncia planos de expansão e novas marcas Até 2014, a GJP quer estar em todas as capitais do País. O presidente da rede, Guilherme Paulus, detalhou o plano de expansão e o investimento de R$ 500 milhões na construção, ampliação e renovação dos empreendimentos que a rede já possui. “Este é mais um capítulo na minha história no Turismo. Agora vamos marcar território com a GJP”, resumiu o fundador da CVC ao falar da nova fase da sua empresa hoteleira. Desde setembro, a empresa passou a adotar a denominação GJP Hotels & Resorts, visando a internacionalização da marca, que prevê um faturamento de R$ 94 milhões para este ano. Junto com este reposicionamento, a rede apresentou suas três novas bandeiras. Além da St Andrews, vão compor o portfólio de bandeiras da empresa as marcas Wish (cinco estrelas), Prodigy (quatro estrelas) e Linx (econômico). Os três maiores projetos da rede atualmente são o Hotel da Bahia, que conta com 277 apartamentos e deve ser inaugurado em dezembro; o Dioro Ilha de Santa Luzia, em Aracaju, que conta com 183 apartamentos e mais 25 bangalôs; e o hotel Linx que ficará no Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro. Além disso, há o recém-adquirido resort na Praia do Mosqueiro, também em Aracaju, que terá 300 apartamentos, e um novo resort na Praia de Ipioca, em Maceió, também com 300 quartos. Os aeroportos estão na mira do empresário, que já conta com uma concessão no Galeão, no Rio de Janeiro. “Vamos participar de todas as licitações que a Infraero fizer. Queremos Guarulhos, Congonhas e outros que aparecerem”, revelou.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS FLYTOUR
Eloi D’Ávila
Diversificação da operação e crescimento nas Américas
Luciano Palumbo Risco e ganho. Essa é a premissa que o maior executivo do grupo Flytour e presidente do conselho, Eloi D’Ávila de Oliveira utiliza em seu cotidiano. O grupo hoje, agrega as empresas Flytour American Express, Flytour Travel Solution, Flytour Franchising, Flytour Viagens, e a Service Plus. Ainda é a aguardada a abertura de mais uma empresa, a Flytour Eventos. Para ele, não existe empreendedorismo se não houver a venda do que se cria e o grande trunfo da empresa hoje no mercado nacional é não ter medo de arriscar e ter diferenciais competitivos para os diferentes segmentos em que atua. Desde maio deste ano, agentes de viagens de todo o Brasil podem efetivar as vendas dos roteiros turísticos da Flytour Viagens. A operadora iniciou em sistema de soft opening e logo expandiu as operações de comercialização de seus produtos para um grupo de 200 profissionais já cadastrados na Flytour Travel Solutions, responsável pela intermediar a distribuição dos pacotes. A empresa desenvolveu guias de bolsos sobre Porto de Galinhas (PE) e Paris. No momento do lançamento da operadora, cerca de 4.500 agentes ativos nas 20 filiais da Flytour Travel Solutions puderam comercializar os roteiros oferecidos. Essa parceria com as agências foi estimulada por meio de um roadshow. A ação seguiu por 32 dias pelas principais capitais brasileiras. Atualmente, a empresa já forma mais de R$ 20 milhões em pacotes comercializados
- o mesmo montante utilizado para abertura da operadora no país. “Para este ano, nossa meta é movimentar R$ 120 milhões em vendas e transportar 80 mil passageiros”, destacou Oliveira. A estimativa, segundo ele, é que 60% desse valor seja proveniente do mercado nacional e 40% do internacional. Internacional - Depois de inaugurar três escritórios internacionais no Conesul e anunciar a abertura de outros dois em Cancun e Orlando, o presidente do Grupo Flytour, Eloi D’Avila de Oliveira, prepara o lançamento de três novas bases internacionais que darão suporte as operações da Flytour Viagens ainda neste segundo semestre de 2012. Com exclusividade ao M&E, D’Avila disse que “os novos escritórios internacionais estarão localizados na Colômbia, Venezuela e Peru e que as novas bases já estarão integradas com as áreas de business travel e consolidação”. Para o executivo, a abertura dos escritórios internacionais fará a diferença nas operações da jovem Flytour Viagens. “Se não abrirmos esses escritórios estamos perdendo a possibilidade de internacionalizar as empresas brasileiras. Isso não acontece apenas comigo. Muitas empresas de Turismo no Brasil estão com esta visão de atuar fora do país”, afirma. Para D’Avila, as novas bases internacionais ampliarão, ainda mais, a atuação das empresas do Grupo de uma maneira geral. A internacionalização da operadora começou por Buenos Aires em 14 de maio. As outras unidades inauguradas foram: Santiago, no Chile (15/05), Montevidéu (16/05) e Punta
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Aposta com fôlego no mercado de eventos O presidente do Grupo Flytour, Eloi D’Avila de Oliveira, anunciou com exclusividade ao M&E mais um passo no projeto de expansão do Grupo. A empresa que já atua nos segmentos de consolidação de bilhetes, viagens de negócios, operadora de Turismo, franquias e serviços aeroportuários terá a Flytour Eventos – unidade totalmente independente e voltada para a metodologia da criação e concepção de eventos de lazer ou corporativos. De acordo com o executivo, a abertura da nova unidade de negócios é parte do projeto de expansão do grupo. “Hoje, o segmento de eventos já existe dentro da Flytour Businnes Travel, mas vamos modificar esta estrutura para gerar um aumento de credibilidade e receita, já que esta área será a que mais crescerá dentro do Turismo nos próximos anos”, diz.
Estrutura – “Acredito que o segmento de eventos responda entre 30% e 40% de toda a demanda que temos nas vendas para o corporativo. Por isso, apostamos em descentralizar a operação”, afirma. Para D’Avila, a área de eventos hoje – dentro da business travel - não reflete sua real posição em resultados e receita. “Os dois segmentos, tanto o de business quanto o de eventos, acabam maquiando seus resultados”, avalia. O executivo informa que somente para eventos a Flytour conta com 170 colaboradores. “Vamos modificar a estrutura e trabalhar com targets, presidentes, visão e estrutura próprios”, finaliza. “O agente de viagens que não tiver uma divisão de eventos dentro de sua agência vai perder grandes negócios no próximos anos”, finaliza.
Del Este (17/05), no Uruguai. Ainda haverá a inauguração este mês da filial de Lima, no Peru. “Hoje nós estamos com 2,6 mil funcionários e esperamos finalizar 2012 com 2,9 mil. Não é muita coisa, mas queremos manter o mesmo volume do ano passado, quando o crescimento do PIB nacional foi de apenas 2,9% e nós crescemos 11%. Já colocamos para dentro da empresa 200 novos colaboradores por conta da abertura da Flytour Viagens. Teremos mais cem até o final do ano. Penso em crescer na mesma proporção porque investimos em um tripé: pessoas, sistemas e equipamentos. Hoje, estamos bem consolidados e acredito que manteremos nossos objetivos de ampliar o leque de negócios do grupo”, disse. Na web social - A Flytour Travel Solution, divisão de negócios do Grupo Flytour dedicada à distribuição de soluções inteligentes e completas para os agentes de viagem, coloca no ar seu novo portal institucional. “O novo portal reúne tudo que o agente de viagem precisa para ter competitividade no mercado, concentrado em um único lugar. Outra vantagem é que os agentes poderão acessar, por meio do portal, as redes sociais Facebook, Twitter e o Blog da Flytour para postar seus comentários e interagir com a equipe Flytour”, comenta Oliveira. Segundo ele, as redes sociais são de extrema importância devido à velocidade com que correm as informações no mundo globalizado. Oliveira acredita que os canais com os agentes de viagens cada vez mais serão aperfeiçoados. “Se tornarão portais de vendas e consultas, e o que é mais importante, de informação privilegiada”.
Entenda os números da Flytour Viagens 9 Serão de 6 a 8 mil passageiros para Buenos Aires e na Argentina (em geral) em 2012 9 Serão cerca de 3 mil passageiros para o Chile 9 Serão mais 1,5 mil para o Uruguai 9 Para o mercado de Cancun, espera-se embarcar 5 mil turistas brasileiros 9 Mais 7 mil para os Estados Unidos, especificamente para Orlando e Miami Alguns dos números fornecidos pelos executivos 9 574 roteiros nacionais 9 2 mil hotéis cadastrados 9 70 mil assentos garantidos no Brasil 9 452 roteiros internacionais 9 20 mil assentos garantidos Comercializados 9 Até o momento já foram comercializados mais de 15 mil passageiros
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS VISUAL TURISMO
Afonso Louro
Empresa cresce 39% em faturamento
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Lisia Minelli A Visual Turismo comemora seus resultados de vendas do primeiro semestre do ano. Segundo balanço da operadora, houve um incremento de vendas na ordem de 39% no faturamento; e de 27% de passageiros embarcados. “Tínhamos previsto um crescimento de 25%, mas diante dos bons resultados de filiais como Porto Alegre, Santo André e Rio de Janeiro, conseguimos aumentar esse índice”, explicou Afonso Louro, presidente da Visual Turismo. Além da sede em São Paulo, o escritório da Visual em Belo Horizonte já representa 25% da receita total da operadora. Em seguida, aparece a filial de Curitiba, correspondendo a 13% do negócio. Segundo ele, a expectativa é fechar o exercício com um aumento no faturamento entre 35% e 30%. Ainda para este ano, as novidades ficam por conta da participação da operadora na Abav. “Com a abertura de nossa filial no Rio de Janeiro, apresentamos na Abav toda nossa programação nacional e internacional saindo da cidade, bem como as facilidades que foram incorporadas ao nosso Portal Visual Online”, disse. A filial do Rio foi aberta no início de 2012 e em apenas cinco meses a loja já faturava mais de R$ 1 milhão. A meta é que ela feche o ano vendendo mais de R$ 3 milhões. Para 2013, a operadora pretende ampliar sua presença no segmento de Turismo Religioso. Outro projeto é aumentar seu número de filiais. “Temos projeto de abrir duas novas filiais no próximo ano”, disse. Um dos locais já foi escolhido: Cuiabá. “Já temos um espaço reservado na região e estamos em busca de um gestor para comandar as operações”, afirmou Louro. Outro projeto, porém no médio prazo, é uma filial em Manaus (Amazonas). “Temos muito interesse nesse mercado. A cidade já recebe muitos voos internacionais”, acrescentou. Em todas essas localidades, a Visual passará a comercializar os novos roteiros de Turismo Religioso e Ecoturismo. A operadora, inclusive, investirá na capacitação de fornecedores especializados no segmento religioso. A Visual Turismo lançou um catálogo de Turismo Religioso, com 12 sugestões de pacotes para diversos destinos religiosos do mundo. Entre eles estão Israel, Turquia, Fátima (Portugal), Jordânia, Egito, Itália (Roma e Assis), França (Lourdes, Medalha Milagrosa e Medugorje). Segundo Louro, este ainda é um nicho pouco explorado. “O Turismo Religioso faz parte dos roteiros segmentados
a boca, que no caso de serviços, exerce um e atende a uma crescente demanda por grande poder de influência sobre o círculo viagens mais personalizadas, que reúnam de relacionamentos. Poder esse que é muito passageiros com afinidades comuns”, afirmou mais eficaz e determinante que a publicidade”, Louro. Em todos os pacotes a operadora declarou. Segundo o presidente, estatísticas incluirá passagem aérea, hospedagem, trasapontam que o índice de lados, acompanhamento confiança desse canal é de guias especializados de 92%. “E esse impace seguro viagem. Para “O impacto das to pode ser positivo ou atender a demanda desnegativo, de acordo com se segmento, a operadora mídias sociais a experiência vivenciada contratou Margo Mendes, é grande, pois pelo turista/internauta. expert no assunto – que transporta para a Daí a necessidade de a fica baseada em Belo Hoindústria do Turismo ter a rizonte. Anualmente, só rede e potencializa obrigatoriedade de prezar em Minas, são em média muito o tradicional pela qualidade dos servi15 a 20 grupos religiosos boca-a-boca, que ços e também da interação montados por Margo. com os seus clientes para Mídias sociais – Para no caso de serviços, solucionar prontamente Louro, com o advento e a exerce um grande eventuais contratempos disseminação das redes poder de influência antes que adquiram amplisociais, a viagem para tude irreversível”, afirmou. o turista se torna, cada sobre o círculo de De acordo com Louro, vez mais, um ato social, relacionamentos” a Visual – por sua política ampliando e aumentande vendas via agentes de do exponencialmente o viagem – não possui estraperíodo de sua experiência tégia agressiva nas mídias sociais. “Nós estamos pré e pós-viagem e compartilhando-a com presente nas redes sociais, mas as usamos mais sua rede de relacionamentos. “O impacto com um canal de relacionamento e comunicadas mídias é grande, pois transporta para a ção com o trade. Mesmo assim constatamos rede e potencializa muito o tradicional boca que, de fato, o poder multiplicador desses canais é impressionante, pois, sobretudo as ofertas que são postadas, percebemos que são imediata e exponencialmente compartilhadas pelos nossos seguidores”. Para ele, ações pós-eventos organizados pela operadora também Nesses últimos anos, muitas fusempre têm boa audiência e repercussão. sões foram anunciadas no Turismo. Embora não tenha uma forte atuação nas Segundo Louro, fusões estão sendo mídias, a Visual acredita que esse canal é de feitas em todo o mundo e em vários suma importância para o trabalho do agente setores. “As fusões estão acontecendo de viagem. “A Internet, bem como as mídias em todos os lugares, sempre com sociais, fazem parte desse universo dos agentes. objetivos claros de ganhar mais Ela tornou o turista mais independente em mercado. No Brasil, houve algumas relação aos prestadores de serviços, facilitou tentativas de formação de holding e e democratizou as informações sobre os alguns acordos entre empresas, que produtos. Além de facilitadora e orientadora não se caracterizaram como fusões. para os turistas, também o é para os agentes Considero que a fusão entre empresas de viagem, além de poder atingir, interagir e com pensamento e fisiologia iguais conquistar a confiança desses internautas, podem prosperar”, comentou. No caso convertendo-os em clientes. Valendo-se de da Visual, embora ainda não pense sua experiência no segmento, o segredo, no assunto, ele não descarta essa usá-las a seu favor, como uma ferramenta possibilidade. “Diante da chegada e não encará-las como uma concorrente. de grandes grupos estrangeiros, que Aí entra a habilidade de cada um para conatuam no nosso segmento, consevertê-las num incomparável e indispensável quentemente a concorrência será canal de divulgação e vendas”, finalizou. maior, assim sendo, não podemos descartar estas possibilidades de fusão ou criação de holding”, declarou.
Fusões
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS BANCORBRÁS
Três décadas de atuação em 2013 Jorge Alexandre Machado
Rafael Massadar Para celebrar três décadas no mercado, que serão completados no próximo ano, a Bancorbrás vem ao longo de 2012 desenvolvendo inúmeras ações, envolvendo clientes e fornecedores. Isso também influenciado pelo fato de que o ano tem sido de sucesso, com grandes resultados nos segmentos em que atua. No Turismo, o foco tem sido a ampliação de parcerias com empresas do trade para atender aos clientes do Clube Bancorbrás e da operadora Bancorbrás. “A nossa administradora de consórcio vem lançando novos grupos de imóveis e automóveis com créditos mais elevados. A Corretora de Seguros conquistando clientes para seus produtos, especialmente de Vida, Residencial, Viagens e Automóveis. Por tudo isso consideramos muito positivo o ano de 2012 para as empresas Bancorbrás”, afirmou o diretor-executivo, Jorge Alexandre. O Clube Bancorbrás comercializa títulos de
Turismo, cada um com sete diárias, que devem ser utilizadas no período de um ano, em mais de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no exterior. As diárias podem ser usufruídas de acordo com a modalidade de título escolhida. No caso, o Executivo tem hotéis de nível médio, e o título Superior oferece hotéis de nível superior, em ambos para duas ou três pessoas. “Participar do Clube Bancorbrás proporciona mais benefícios. Além da extensa rede hoteleira conveniada, o cliente ainda conta com assistência em viagens, com diversas coberturas e 24 horas, a partir de 50 quilômetros da residência do beneficiário. Há também um sistema de reservas online; Clube de Vantagens - rede de estabelecimentos credenciados, em diversos pontos do País, com benefícios especiais -, o Seguro Super 40, e preços especiais na compra de passagens aéreas nacionais e internacionais”, descreveu Jorge Alexandre. Focada no Turismo, firmando novos acordos no trade, a Bancorbrás fechou parceria com a rede hoteleira Windsor, credenciando 26 novos hotéis. Com isso, estará presente nos seguintes locais do Rio de Janeiro: praia
do Flamengo, Copacabana, Leme, Centro, Ipanema, Leblon, Barra. Em relação ao programa de fidelidade, hoje está em vigor uma premiação mensal no valor de R$ 40.000, para clientes do Clube Bancorbrás que mantiverem as mensalidades do título de Turismo em dia. “É o Seguro Super 40. Um seguro de acidentes pessoais garantido pela SulAmérica Seguros”, explicou. Novos investimentos também estão sendo desenvolvidos para melhorar a performance do site da empresa. “Sistemas para atender os agentes de viagens, entre outros avanços tecnológicos para dar comodidade e praticidade aos clientes na consulta e aquisição de nossos produtos são algumas das áreas sendo aperfeiçoadas”, comentou. Destinos mais procurados - No Brasil, os principais destinos são as cidades litorâneas do Nordeste e Serra Gaúcha. No exterior, as mais procuradas são: Lisboa, Paris e Madri, na Europa; Buenos Aires, Bariloche, na Argentina; Santiago e circuito dos lagos andinos, no Chile; Lima e Cusco, no Peru; todas na América do Sul, e Miami, Orlando e Nova Iorque, nos Estados Unidos, na região da América do Norte.
BESSITUR
Roberto Bessi
Agentes são penalizados pelos erros de outros prestadores de serviços
Luiz Marcos Fernandes
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tos esportivos, Roberto Bessi diz que o agente de viagens deve procurar oportunidades para oferecer seus produtos. “Ele tem que sair da inércia e buscar alternativas, seja via Internet ou outro meio. Tem que mostrar a cara, aparecer, pois somente dessa forma ele poderá aproveitar o aumento do número de visitantes, ainda que sabendo que boa parte deles já vem com seus pacotes turísticos formatados”, explica. Ao comentar sobre o impacto das mídias sociais para o setor, Bessi não tem dúvidas sobre o potencial e o imediatismo das novas ferramentas. “A novidade veio para ficar, pois as comunicações online cada vez mais tornam-se importantes, tudo com rapidez. Através de um simples toque no teclado você tem o mundo ao seu alcance. Facebook e Twitter são ferramentas de divulgação de rápido alcance. Quem não se atualizar vai nadar e morrer na praia. Cada vez mais temos que investir nessa ferramenta. A Bessitur já tem seu portal onde 90% de nossas vendas são feitas através dele com confirmações online”, lembra ele.
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O fechamento de operadoras de Turismo e principalmente o caso da Pluna, deixando muitos passageiros no chão após a suspensão das operações no país, acabaram gerando enormes prejuízos e dores de cabeça ao longo deste ano, para os agentes de viagens e operadores, que acabaram responsabilizados judicialmente. Na opinião de Roberto Bessi, diretor da operadora Bessitur, faltou ao governo e, principalmente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se posicionarem a respeito do caso. “Como a empresa foi liquidada, não há como responzabilizá-la pelo descumprimento das normas da legislação brasileira, e dar assitência ao usuário, permitindo realocá-lo para embarcar por outra empresa ou devolver o dinheiro. Diante disso, a Anac orienta os passageiros a tentarem resolver o problema com a própria Pluna e, se não tiverem êxito, a recorrerem à Justiça. É lamentável”, desabafa. Bessi é de opinião que há muito as enti-
dades de classe deveriam ter um fundo que garantisse às agências e operadoras cobertura dos prejuízos em casos como esse. “Acabamos penalizados pelos erros de outros prestadores de serviço”, critica. O empresário lembra que onde houver prejuízo os órgãos responsáveis como os Procons deveriam chamar à juízo todas as partes envolvidas. “O cliente entra com uma queixa e apenas o operador e o agente são responsabilizados. Isso é um equívoco, pois se há um serviço prestado por terceiros e que não seja cumprido, quem deve responder pelo mesmo é quem o oferece”, reclama. O diretor da Bessitur lembra que a cada dia o consumidor está mais esclarecido e a concorrência tem sido cada vez maior. Para ele, os agentes de viagens têm que se modernizar e buscar segmentos e nichos de mercado onde possam atuar. “Nós mesmos, aqui na Bessitur, estamos agora investindo mensalmente num determinado produto. A cada mês vamos trabalhar algum segmento específico”, adianta. Ao lembrar que o Brasil irá sediar megaeven-
AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS NASCIMENTO TURISMO
Plínio Nascimento
Para crescer 5% este ano, empresa investe no mercado nacional
Luciano Palumbo Com 51 anos de atividades no mercado, a Nascimento Turismo vira o jogo e investe no mercado nacional como forma de impulsionar suas vendas. O ano de 2102 começou ruim para a operadora, mas aos poucos foi melhorando. Depois de um primeiro semestre de baixas vendas - como para grande parte das operadores - a Nascimento investiu na ampliação dos produtos e atacou, de vez, o mercado nacional. Com a expectativa de crescer este ano 5% em relação a 2011, a empresa busca soluções e parcerias. A operadora - que busca um investidor para dividir as obrigações e se capitalizar, apostará em franquias ainda neste semestre. Além disso, a empresa divulgou fretamentos especiais para Punta Cana, Cancun e Orlando, este último em parceria com a Flytour Viagens. Após terminar com a série de três road shows realizados em parceria com a Bahiatursa pelas cidades de Santos, Campinas e Ribeirão Preto, a operadora totalizou o treinamento em 22 cidades paulistas - com mais de 344 profissionais -, que conheceram as novidades da operadora para a Bahia - carro chefe do nacional. “Escolhemos a Bahia para começar
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Fretamentos para alavancar vendas no segundo semestre Um voo fretado direto duas vezes por semana entre São Paulo e Orlando em horários nobres, além de desembarque no Aeroporto de Sanford, que garante desembarque, imigração e bagagens em até 18 minutos. Essa é uma das apostas da Nascimento Turismo, que conta com 2,5 mil lugares disponíveis em voos charters para o destino. Serão 15 saídas do Aeroporto de Guarulhos às quartas e domingos entre 23 de dezembro e 10 de fevereiro. O lançamento, que vem acompanhado de destinos como Punta Cana - operado com a Gol, e Cancun, com a Aeromexico, são ofertas da operadora ainda para o semestre, já que as vendas começaram a subir somente depois de agosto. Já o voo para Orlando será operado com aeronaves Boeing 767-300 da companhia Astrajet, que tem capacidade para 268 passageiros, sendo dez na classe premium e os demais na econômica, que conta com configuração de três, quatro e três lugares por fileira. Para a classe econômica a franquia de bagagem é de duas malas de 32 quilos por pessoa. Na Premium serão permitidas até três malas de 32 quilos. A classe premium contará também com entretenimento e serviço de bordo diferenciado. Além disso, os passageiros contarão com serviço de apoio no embarque e desembarque, guia a bordo e apoio da equipe da Nascimento em Orlando.
a divulgar nossos produtos nacionais porque é o principal destino brasileiro. Dos dez mais visitados do país, sete são no estado”, disse Plínio Nascimento, diretor geral da Nascimento. Segundo ele, a meta é chegar a 400 produtos diferentes em 2013. “Quando começamos a reformular o nosso doméstico, tínhamos 28 destinos, hoje já são 110”, disse. Plínio afirmou que a meta é estar entre as cinco maiores deste segmento no país. Mercado - Segundo o executivo, com a velocidade e acessibilidade do mundo de hoje, está bem mais fácil para qualquer pessoa falar ou saber informações sobre qualquer destino, basta ter tempo e não ter medo de errar. “Mas fato é que precisamos de mais investimentos para ficarmos atualizados com as novidades, além de redução de custos para conseguir sobreviver com as menores margens de rentabilidade impostas hoje pelo cliente”, disse. “O maior benefício que vejo nessas fusões é a redução de custos, seja pela divisão de investimentos, como pelo aumento de poder de compra e, por consequência, de negociação”, disse. Treinamentos - No final de agosto, cerca de 200 profissionais participaram de uma capacitação no Symbol Club, no Rio de Janeiro. De acordo com
Nascimento e as mídias sociais “As mídias sociais são algo novo e, pelo que tenho acompanhado, o brasileiro é líder de ação neste segmento. Por isso, não podemos ignorá-las”, disse. Segundo ele, todos devem estar atentos às redes e investir no meio. “A importância das redes sociais é enorme, seja para uma nova opção de propaganda, distribuição ou de relacionamento mais próximo com nossos clientes. Este último ponto é o que temos mais resultados na Nascimento”, emendou. Hoje, com certeza, é muito mais fácil pegar informações e dicas sobre qualquer destino, principalmente na web. “Este ponto é o principal motivo do crescimento das vendas de viagem pela Internet, acredito que a tendência é que as vendas online se estabilizem na mesma velocidade das vendas tradicionais de um consultor capacitado. Ainda acho prematuro dizer se as redes sociais são um bom veículo de promoção e vendas. No caso específico da Nascimento Turismo, ainda não estou satisfeito com os resultados de um veículo tão comentado”, comentou.
o executivo, a parceria não vai se resumir apenas aos treinamentos. “A GJP é uma rede de alto padrão e que remete a segmentos específicos de mercado, como golfe, família, praia e ecoturismo. E estamos focando os novos produtos nacionais em segmentos, que é mais uma forma do turista se interessar por um destino”, comentou, referindo-se à criação de novos produtos em parceria com a GJP.
Novo modelo de negócios Com a premissa de “ganhar menos com maior segurança”, o diretor geral da Nascimento Turismo, Plínio Nascimento, informou com exclusividade ao M&E, que busca investidores para dividir o risco de suas operações. Com relação às franquias, no próximo mês, a operadora fecha contrato com uma consultoria especializada para iniciar o processo que terá corpo em março de 2013. “Vamos para as franquias”, afirmou. O executivo contou que já está em processo de seleção da consultoria para que o projeto e toda parte documental entrem em fase inicial. “Partindo daí, em março de 2013 teremos todo o plano para as lojas, como mercados potenciais e regiões do país”, disse. Segundo ele, a operadora busca por distribuidores fiéis. “Quero ter fidelidade para comprar produtos com maior tranquilidade”, enfatizou. Plínio afirmou que as lojas serão autorizadas a vender produtos de outras operadoras. Mercado - Para profissionalizar a administração e tornar mais rentável o negócio familiar, a Nascimento, segundo seu principal executivo, “está aberta a investidores”. De acordo com Plínio, várias propostas já foram ouvidas, mas nenhuma ainda foi suficiente financeiramente. “Sou favorável a um investidor, desde que seja coerente com nossas expectativas”, afirmou. Ele avalia que não há problemas em entregar parte de sua empresa construída durante 50 anos a investidores. “Prefiro ganhar menos e dividir o risco. Queremos crescer com riscos menores”, disse. O projeto, no entanto, ainda é estudado e não há uma definição de investidores. Mas segundo ele, “existem propostas a serem avaliadas”, conclui.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS RCA OPERADORA
Rodolpho Gerstner
Dois mercados e muito trabalho a ser realizado
Luciano Palumbo O lançamento no início do ano foi assim: cerca de 250 agentes de viagens participaram de uma ação da RCA realizada no Cinemark do Shopping Eldorado, em São Paulo. Na ocasião, a diretoria da operadora apresentou novos produtos e promoções para este ano, planos de expansão e, como estavam em um cinema, assistiu, com os agentes de viagens, ao filme John Carter, da Disney Pictures. O carro chefe da temporada deste ano da RCA foi a promoção “Viagem dos Sonhos”, que presenteava os agentes com uma viagem de cinco noites com acompanhante para Orlando (Estados Unidos). Segundo o diretor e proprietário da RCA, Rodolpho Gerstner, “os agentes representam uma parte significativa das vendas da operadora e o objetivo, além de falar dos produtos da empresa, é oferecer entretenimento aos nossos parceiros.” Com esse foco, no primeiro semestre a RCA realizou ações semelhantes nas cidades onde a operadora tem filiais: Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e Campinas (SP). De volta ao doméstico - A operadora também volta com novos produtos para o turismo doméstico, como o segmento luxo. Em 2011, a RCA registrou aumento de 18% em sua movimentação financeira. Para este ano, porém, a expectativa é de 15%. “A economia, de modo geral, apresenta certa retração. Com o Turismo não será diferente”, explica o proprietário.
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19 anos operando sonhos A operadora começou com dois sócios, Claudio e Afonso, mas após alguns anos, Gerstner comprou a parte dos dois. “São 19 anos de sonhos realizados. Primeiro os meus sonhos pessoais e profissionais. Depois, os de minha esposa. Em seguida de meus colaboradores, todos os atuais, e outros tantos que já não estão mais conosco, entretanto, que também fizeram a grandeza desta empresa. Em seguida, a realização de sonhos de mais de dois milhões de clientes que experimentaram nossos serviços. Muitos tendo voltado a nos procurar repetidas vezes”, disse ele, que se define como feliz e realizado por essa trajetória. A operadora completou 19 anos no mês de agosto.
O executivo relembra que os anos de 2010 Com o desaquecimento do mercado internae 2011 foram os melhores de todos os tempos cional, a RCA Operadora – que recentemente para a operadora. “É difícil repetir o recorde de contratou Rose Franchini como nova gerente crescimento em torno de 35% todos os anos”. de seu Departamento Nacional -, espera que Gerstner diz que em 2013 vai investir fora dos nos próximos três anos o segmento represente grandes centros, sinalizando o segmento de 35% de seu faturamento total. “No início franquias da operadora. “Não queremos ganhar da década nosso doméstico era de 57%”, dinheiro com franquia, por isso analisamos comenta Rodolpho Gerstner, referindo-se todos os candidatos. Buscamos qualificação aos fretamentos que tinha com a Tam junto e histórico favorável”, disse. Atualmente, a a um pool de operadores. O executivo disse RCA busca em cem cidades sua ampliação que “hoje, o segmento doméstico não chega a de mercado. “Devemos começar pelo Nordes10% dentro da operadora”. Para ele, o ideal é te por conta das ligações que até 2015 as vendas de internacionais”, calcula. produtos domésticos corCom relação ao mercarespondam a um terço do “RCA investe cada do, Gerstner é taxativo: “A faturamento. “Esperamos concentração das empresas ter 35% do total das venvez mais nos em uniões ou mesmo fudas em doméstico”, afirma. mercados de Disney, sões não é positiva, pois deGerstner conta que após mas tem sua grande sequilibra a competitividaos fretamentos, a RCA de nos setores envolvidos. passou a oferecer pacotes aposta para Principalmente no setor com voos regulares da Gol. que até 2015 o das companhias aéreas”. “Nossos preços eram tão mercado doméstico Para o executivo, no setor competitivos quantos os de Turismo ainda é cedo fretamentos”, diz. O execuresponda a 35% para se avaliar. “Mas não tivo afirma que a queda do do faturamento acredito em um impacto nacional aconteceu quanda empresa” tão grande. Ainda há muido “era mais vantajoso para tos players no mercado e o brasileiro viajar para o isto faz com que haja uma exterior”. “Na época, com a salutar competição entre todos, onde o maior nossa moeda depreciada e as vendas de Disney beneficiário é o consumidor e as empresas e Estados Unidos aumentando, decidimos mais criativas, saudáveis financeiramente e bem apostar no mercado internacional”, afirma. estruturadas. Eu incluo a RCA neste time”, diz. Mercado - “Em janeiro já percebemos que Próximos passos - “Penso que o ano de o ano seria diferente por conta da retração 2013 será positivo, com crescimento de vendas”, de mercado refletido nas vendas de Carnaval avalia Gerstner. Ele acredita que a RCA terá e Semana Santa. Perdemos receita em dólar, maior presença em todo Brasil, por conta das mas recuperamos em 3% o crescimento no ações segmentadas em vários mercados fora do faturamento em reais”, informa. Atualmente, eixo Rio-São Paulo. “Estamos nos transformando as vendas dentro da operadora se dividem em numa operadora com presença nacional e as Estados Unidos, com 50% - com foco para a mídias sociais e tradicionais têm colaborado Disney (25%), seguidas de Europa, Caribe e com isso”, emenda. “Acreditamos que os novos Conesul. Hoje, a operadora oferece voos de consumidores estão no interior do Brasil. E é balões e alugueis de casa em Orlando e, a partir lá que temos de ir, fazendo parcerias com os deste mês, o Helicopter Flight Services - tours agentes locais que valorizam muito estas ações em Nova York feitos em helicópteros com cacooperadas e de intercâmbio profissional”, enfatiza. pacidade para seis lugares e vista de 180 graus.
Plugado na web A RCA tem feito algumas ações nesta área com um bom resultado de visibilidade junto aos consumidores finais e aos agentes de viagens. “Vendas efetivas, neste canal, ainda são pequenas”, diz Gerstner. Mas como opção para interagir com os consumidores é muito interessante, segundo o executivo. Isso vale tanto para o turismo doméstico, como para o internacional. “Como disse, penso que como instrumento de diálogo e interação com os clientes é muito interessante”, finaliza.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS E-HTL
Flávio Gomes Louro
Ano da colheita e de novos investimentos
Leila Melo A E-HTL chega ao final de 2012 segura de que passou, definitivamente, a ser uma opção de vendas preferencial do agente de viagem. Desde o ano passado, a companhia vem investindo em produtos, negociação e na oferta de preços de hotelaria corporativa e de lazer online competitivos. “Plantamos em 2011 e este ano já conseguimos colher um pouco desses frutos”, afirma Flávio Gomes Louro, diretor da E-HTL. Até agosto, a empresa havia acumulado um aumento de 50% em vendas. “Nos primeiros oito meses deste ano já vendemos o equivalente aos 12 meses de 2011. Já batemos nossas metas e a estimativa é encerrar 2012 com um incremento de 30%”, garante. Embora tenha observado uma freada no volume de negócios entre maio e junho – muito por conta da crise na Europa e do aumento do dólar – em julho o mercado já tinha reanimado. O consumidor e as empresas se assustaram, segundo ele, com esse cenário e muitas viagens foram deixadas para o segundo plano. No entanto, o mercado interno manteve, ao longo do ano, sua demanda muito forte e o brasileiro voltou a se habituar com o dólar em torno de R$ 2,10. “O segmento doméstico está sendo bem produtivo. Os hotéis têm fechado mês a mês taxas de ocupação acima de 80%. Temos tido até dificuldade em encontrar disponibilidade”, comemora Louro. Aliado a esses fatores externos, os investimentos da E-HTL também caminharam em ritmo acelerado. O destaque é a ferramenta Pague Menos. Com esse selo indicativo, os agentes de viagens conseguem a melhor tarifa do mercado. A
partir desse produto, o hoteleiro trabalha a ociosidade do hotel reduzindo o preço e vendendo mais barato para não ter prejuízo. “Entre ficar com um hotel vazio ou ganhar menos, os hotéis preferem aplicar o Pague Menos e oferecer um preço menor”, ressalta. O Pague Menos traz descontos de até 15% na tarifa convencional em um período normal. A ferramenta é válida para os hotéis parceiros da E-HTL. “Fazemos negociações diariamente com a hotelaria. Contribuímos tanto para o hotel superar a ociosidade nos momentos em que ele acha mais apropriado quanto para o agente conquistar mais clientes através de um valor final de diária bem diferenciado”, acrescenta o diretor. A empresa apresenta uma variedade de produtos, destinos e preços especiais semanalmente e os resultados já aparecem. Segundo o diretor, a demanda está quatro vezes maior do que a esperada. “Tivemos uma aceitação incrível. Ajudamos o hoteleiro a vender quando precisa e não quando queremos. Conseguimos fornecer um volume de vendas que atende às necessidades de cada parceiro da E-HTL”, assegura. A companhia também ampliou seu portfólio em hotelaria internacional e obteve um resultado significativo em vendas. Somente no primeiro semestre do ano, esse setor cresceu 15%. Mais três colaboradores foram contratados para atuar nessa área. A empresa acumula mais de 150 mil hotéis pelo mundo disponíveis para reservas online em seu sistema. Ainda no segmento internacional, a empresa iniciou, este ano, as operações em feiras internacionais. Uma executiva foi contratada para gerenciar a implantação desse serviço na E-HTL. Em ambiente totalmente online, o agente recebe
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Ampliando a equipe Essa perspectiva de crescimento também é atribuída à expansão da presença pelo Brasil. A E-HTL contratou mais profissionais para os escritórios do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e para as cidades do Nordeste. Depois de dois meses sem um representante em Curitiba, a empresa anunciou a entrada de um novo profissional. Jorge Baptista assume o cargo de gestor de vendas para o mercado paranaense. “É um executivo bem conceituado e com excelente relacionamento com as agências”, salienta Flávio Louro. Além disso, Brasília passou a ser atendida pela E-HTL. O representante da empresa iniciou suas atividades no dia 1º de outubro. “Temos, infelizmente, uma dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. Finalmente conseguimos um profissional para uma localidade importante como Brasília”, argumenta. Louro ainda está em busca de profissionais
capacitados para o atendimento em Campo Grande, Cuiabá e o Norte do país. “Queremos ingressar nesses mercados ainda este ano”, diz. Por enquanto, a E-HTL contratou seis funcionários. Além desses dois novos gestores, a filial de Belo Horizonte ganhou mais dois profissionais e os escritórios de São Paulo e o Rio de Janeiro contam, agora, cada uma com um novo atendente para as agências. “O Rio de Janeiro vem demonstrando ser extremamente competitivo e já detém 8% de nosso faturamento total. Até o final do ano, essa importância deve subir para 15%”, analisa o diretor. Local sede para várias companhias aéreas internacionais, o mercado fluminense atinge, principalmente, a demanda externa. As praças do Rio Grande do Sul e da Bahia também elevaram seus shares na receita global da E-HTL. Elas detém, cada uma, 11% desse faturamento.
informações sobre a cidade que está sediando o evento, o período do evento e as alternativas de hotelaria com disponibilidade. “Estamos indo bem nesse processo. Porém com mais calma. Sabemos que a concorrência é grande”, comenta Louro, mencionando que a busca de acordos com os fornecedores do setor é fundamental. Também neste ano, a empresa entra no segmento de locação de carros online e integra esse serviço ao seu sistema. “O aluguel de automóveis está muito atrelado ao mercado corporativo. O executivo ganha mais autonomia durante sua viagem de negócios e não depende de outros fatores como táxi ou serviço. Acreditamos que vai ser uma grande ferramenta”, avalia o diretor. Atualmente, a E-HTL tem cadastradas seis mil agências de viagens ativas para vender seus produtos. Se contabilizados os agentes, esses números alcançam os 20 mil usuários. Apenas neste ano, nove mil novos agentes passaram a utilizar os serviços online da companhia.
Sinergia de sistemas A E-HTL também trabalha na integração de seu sistema com o ambiente online da Visual Turismo. A proposta é oferecer uma ferramenta única de hotelaria controlando tarifas e disponibilidade. Essas informações serão disparadas tanto para os parceiros da E-HTL quanto da Visual. A partir dessa integração, as companhias podem realizar negociações conjuntas tanto para o lazer como o corporativo. A incorporação das equipes comerciais já foi feita e está sob a coordenação do executivo Renato Kido. “A sinergia de pessoas já existe e esperamos que até o final deste ano possamos ampliar esse conceito para nossos sistemas. Já temos, inclusive, aumentado o número de hotéis de lazer em nosso portfólio. São mais de cem – os resorts estão incluídos – com tarifas em disponibilidade”, explica o diretor. Flávio Louro diz que para que duas empresas se unam é preciso grande sinergia. Não só de pessoas, mas de sistema e filosofia, de mercado. “A E-HTL já foi procurada por empresas interessadas em fusão, mas nunca fizemos nada por entendermos que ofereceremos um conceito de atuação diferenciado. Respeitamos o agente de viagem, não fazemos concorrência contra ele e nunca negamos atendimento a quem quer que seja”, frisa. A empresa chegou a compor o pool da Brasil Travel. “Quando percebemos que não teríamos sinergia com as outras operadoras, decidimos abandonar o projeto”, conclui.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS HOTEL URBANO
José Ricardo Mendes
Empresa expande negócios, vira agência offline e lidera sites de Turismo
Luciano Palumbo Criado há dois anos pelos empreendedores Roberta Oliveira e os irmãos José Eduardo e João Ricardo Mendes, o Hotel Urbano, agência online de viagens, em um ano e meio se tornou uma das maiores do país, com um faturamento anual de R$ 250 milhões e 220 funcionários, todos na faixa dos 30 anos de idade. Com cerca de dez milhões de nomes cadastrados em seu sistema e mais de quatro mil parceiros, como hotéis e operadoras de viagens, o Hotel Urbano tem, hoje, mais de 2.000 pacotes simultâneos no ar, divididos em diárias de hotéis e pousadas, resorts, cruzeiros, passeios turísticos e pacotes nacionais e internacionais voltados para todos os públicos. Recentemente, a agência passou o gigante multinacional Booking.com em número de acessos e ocupou o 1º lugar no ranking dos sites de turismo mais acessados do Brasil, com 3,1 milhões de visitantes únicos, passando a frente de concorrentes como Decolar.com, CVC e Hoteis.com. Os dados são do site comScore, que faz mediações do mundo digital. Presente também nas mídias sociais, o Hotel Urbano é a quarta maior página do Facebook na América Latina. “A internet nos aproxima dos clientes. Descobrimos, por exemplo, os lugares que eles gostariam de viajar e propomos um
preço mais baixo. Criamos um hábito nas pessoas de que viajar barato é possível e fácil”, afirma José Eduardo Mendes, sócio-fundador da empresa. De on para offline - Estabelecido como uma OTA (Online Travel Agency), o Hotel Urbano fugiu da rotina do mercado e, agora, parte de online para as lojas de rua. Na contramão das operadoras de que apostam em Internet para incrementar o faturamento, o Hotel Urbano investiu R$ 1,8 milhão para abrir duas lojas no Rio de Janeiro. No modelo offline, as lojas estarão localizadas em shoppings, a primeira no New York City Center, na Barra da Tijuca e, a segunda, no Park Shopping, em Campo Grande. A inauguração está prevista para a segunda quinzena de outubro, diz o sócio-diretor do Hotel Urbano, José Eduardo Mendes. “O foco de crescimento [das lojas de rua] será nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e mais três capitais do Nordeste, totalizando 14 lojas até o fim de 2014”, diz. Segundo o executivo, antes de projetar as vendas offline, a previsão de faturamento era de R$ 240 milhões em 2012. “Estamos prevendo mais R$ 14 milhões por loja este ano”, afirma. Inovação - De acordo com Mendes, a abertura das lojas é para conquistar o público que ainda não compra na Internet. “Temos ciência de que existe este mito ainda no Brasil”, comenta. O
executivo diz que tablets estarão espalhados pela loja e funcionários mostrarão aos clientes como se faz uma reserva de hotel no site, e posteriormente, o pagamento. A loja de rua não terá caixa nem movimentação financeira, será feito tudo via web. Previsão - No primeiro ano, a previsão de faturamento é otimista. Mendes acredita que a loja de rua tem capacidade de responder por cerca de 20% das vendas do Hotel Urbano. Hoje a OTA conta com mais de quatro mil hotéis nacionais e 200 internacionais, e motor de busca aérea. “Queremos, até o final do ano, disponibilizar a ferramenta para cruzeiros e, em 2013, lançar a locação de veículos”, articula. Caiu na rede - O Hotel Urbano tem uma boa experiência em relação à “fusão” da mídia social com o Turismo. “O ano de 2012 foi excelente para o Hotel Urbano. Nos estabelecemos definitivamente como uma agência de viagem sólida e conquistamos parcerias muito importantes com grandes hotéis e resorts no Brasil. Além, é claro, de conquistar a confiança do público como uma empresa responsável e que oferece uma grande variedade de destinos. Conquistamos a posição de maior agência online do Brasil e um grande destaque em mídias sociais, o que só contribuiu para o fortalecimento da marca da empresa”, disse Roberta. Para 2013, a agência espera um crescimento ainda mais acentuado através de uma maior.
FENAGTUR
Guia de Turismo, vendedor de sonhos
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Irma Karla
Filipe Cerolim A não realização do Salão de Turismo Roteiros do Brasil este ano – que acontecia anualmente em São Paulo – e que foi preterido pela Conferência Internacional da ONU, Rio + 20, que aconteceu na capital fluminense em junho, é um dos pontos negativos do setor neste ano para Irma Karla, presidente da Federação Nacional de Guias de Turismo (Fenagtur). “Muitas das novidades do setor são sentidas na execução do Salão, que já se tornou a vitrine do Turismo. Em compensação, tivemos a edição da Conferência Internacional Rio + 20, que trouxe para o Brasil a responsabilidade de iniciar as discussões sobre
sustentabilidade, meio ambiente e preservação atrelada ao desenvolvimento. Com toda essa discussão e pessoas interessadas na preservação ambiental que visitaram o Brasil, o segmento do Turismo Ecológico e Ecoturismo foram alavancados, principalmente em destinos como Amazônia e Pantanal”, avalia. Sobre os próximos megaeventos que vão acontecer no país, Irma diz que há necessidade de profissionalizar os guias de Turismo. “Temos, como objetivo, fazer com que as pessoas que virão ao Brasil para esses eventos circulem além das cidades-sede. Sabemos que a maioria dos guias que falam outro idioma estão concentrados nas regiões que já têm fluxo turístico. Muitas cidades do Norte, por exemplo, são carentes de profissionais, já que esses se concentram nos maiores centros, como Belém e Manaus. Por isso a importância de se olhar o Brasil como
um todo, que o Turismo seja de excelência em qualquer destino”, defende. Segundo ela, o guia de Turismo, quando bem aproveitado, pode ser uma espécie de embaixador do Brasil perante o turista estrangeiro. “Só um bom guia sabe encantar seus clientes. O guia é um vendedor de sonhos, cheiros, sabores e cores que usa o poder de sua oratória”, argumenta. Quanto aos projetos para 2013, Irma Karla adiantou alguns já programados pela Fenagtur. O 33º Congresso Brasileiro de Guias de Turismo, que será realizado em Curitiba; a campanha de valorização do Profissional Guia de Turismo; a fiscalização integrada junto com o MTur e vários outros órgãos federais e estaduais; e ainda cursos de capacitação em línguas estrangeiras para os diversos profissionais em todo país.
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AGÊNCIAS DE VIAGENS / OPERADORAS DE TURISMO / CONSOLIDADORAS ENQUETE
Qual o impacto das redes sociais no Turismo? Fernanda Lutfi As redes sociais ganham um destaque cada vez maior como estratégia de marketing em empresas ao redor do mundo. A grande maioria das empresas do Turismo, como agências
Abav Nacional Alessandro Macedo Vice-presidente de marketing e eventos “As redes sociais são novas ferramentas com um potencial ilimitado ao dispor de quem souber utilizá-las. Pode ser que tenham uma vida útil limitada, mas o formato que permite às pessoas interagirem, buscarem notícias, comentarem e criticarem as marcas, só tende a crescer e é inerente ao novo mundo digital. É fundamental que os profissionais do setor saibam utilizar isso para interagir com o novo consumidor e potencializar suas vendas.”
Abav Alagoas Afrânio Lages Filho Presidente
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“A juventude de hoje está inteiramente ligada nas redes sociais: Internet, Facebook, Twitter, entre outras. O agente de viagem que não se adaptar às novas regras tenderá a desaparecer do mercado, pois os novos tempos e a formação dos jovens estão inteiramente voltados para as mídias sociais. Assim, o profissional do Turismo terá que ir se adaptando às novas regras ou então terá necessariamente que mudar de profissão.”
Abav Espírito Santo Elvira Altoé Ferrighetto Presidente “Acredito que as redes sociais são excelentes canais de interação e relacionamento com os clientes e um ótimo lugar para a comercialização de serviços e produtos turísticos, muito devido a essa proximidade com o consumidor final. Para o setor do Turismo o impacto é bem positivo melhorando o atendimento ao cliente final, possibilitando a formatação de novos produtos e serviços, solucionando problemas e aumentando as vendas.”
de viagens, operadoras, e companhias aéreas, também estão investindo nessa nova ferramenta. O M&E entrevistou os diretores da Abav Nacional, os presidentes das Abav’s regionais, e representantes de algumas das principais operadoras do país, sobre a importância e o
Abav Nacional Ana Carolina Medeiros de Souza Vice-presidente de capacitação e certificação “As redes sociais já são uma realidade, e nós devemos saber como utilizá-las para conseguirmos um bom retorno. Elas são mais acessíveis ao cliente direto do que a televisão e os jornais. A Internet é o meio de comunicação mais direto que existe, além da grande velocidade de comunicação com os clientes. O impacto dessa novidade no setor é positivo, e as redes sociais são uma excelente ferramenta.”
Abav Amapá Elenilton Marques da Silva Presidente “O mercado mudou muito e uma dessas mudanças são as redes sociais como ferramenta de venda. Hoje é possível realizar negociações e apresentações de produtos através desses meios, que são uma ferramenta fortíssima. Mas é preciso ter cuidado com as informações postadas para que os clientes não reclamem de um produto ou atendimento mal resolvido. Outro fator importante é o tempo de resposta, porque se demorar muito, o cliente já estará em outro site consultando sua informação.”
Abav Distrito Federal Carlos Alberto de Sá Presidente “O Turismo tem uma relação totalmente dependente da interação social para acontecer, e com o surgimento das redes sociais essa interação se tornou mais ágil e qualitativa. O fato de conectar um grande número de pessoas com o intuito de propagar a comunicação permitiu o compartilhamento colaborativo de informações, nos mais diversos formatos, tornando o investimento em mídias digitais um forte aliado do agente de viagem para divulgar seus produtos e conhecer melhor o perfil de seus clientes.”
impacto das mídias sociais no Turismo. Em sua maioria, os profissionais acreditam que a importância desta nova ferramenta é grande, e quem estiver de fora poderá ficar para trás no mercado. No entanto, outros ainda priorizam o contato direto e pessoal com o cliente. Veja:
Abav Nacional Maria Angela Ballalai de Carvalho Vice-presidente de Turismo especializado “Como eu trabalho essencialmente com jovens que desejam fazer viagens internacionais de lazer para Europa e Disney, as redes sociais estão sendo muito importantes. Essa é uma ótima ferramenta para o Turismo por ajudar na divulgação dos produtos turísticos das agências, fora que cada pessoa que lê pode compartilhar a informação e postar sua opinião. Por esse motivo as redes sociais são também multiplicadoras de informação.”
Abav Ceará Verônica Patrício Presidente “As mídias sociais são ferramentas valiosas para ampliação da indústria do Turismo uma vez que a divulgação de pacotes, ofertas e serviços são propagados de maneira veloz e eficiente entre o público-alvo. Outro aspecto dessas mídias é o compartilhamento boca a boca das experiências vividas pelos turistas, com nível refinado de detalhamento da avaliação qualitativa, que muitas vezes não chega às agências de Turismo ou companhias áreas que prestaram os serviços.”
Abav Goiás Tereza Melo Presidente “As redes sociais ainda são um segmento pouco explorado e mais institucional, dando dicas de roteiros, hotéis, restaurantes, e indicando contatos. Mas ainda não tenho uma percepção dessa ferramenta como um meio de publicidade e venda. Não acredito que as mídias sociais se tornarão um importante canal de vendas porque seus usuários não estão à procura de comércio, mas de entretenimento.”
Abav Maranhão Guilherme Marques Presidente “Acho que o impacto das redes sociais no Turismo é bem positivo, pois são mais uma ferramenta para comercializarmos nossos produtos e nos relacionarmos com os clientes. Só precisamos estar atentos às mudanças e nos atualizarmos na velocidade que o mercado exige para que possamos ter essas redes sociais a nosso favor, como uma arma de venda eficaz e sem custo.”
Abav Paraíba Roberto Brunet Presidente “Ainda não senti tanta receptividade das redes sociais no Turismo. Mas, acredito que no futuro essa nova ferramenta terá maior expansão. O que precisamos entender melhor é o tempo de vida dessas novas redes sociais. O grande medo das agências de viagens em relação às redes sociais, é que, ao mesmo tempo em que elas servem para se aproximarem do cliente, são também ferramentas que podem ser usadas por companhias aéreas para uma comunicação direta com o cliente final.”
Abav Rio Grande do Norte Diassis Holanda Presidente “As redes sociais são de extrema importância para todos os tipos de trabalhos. São uma forma de comunicação rápida, que facilita a troca de informações, e que tem retorno imediato. Nós temos que fazer dessa nova ferramenta uma aliada e utilizá-la para divulgar tudo o que é de interesse dos nossos clientes. Mas temos que ter um cuidado muito grande com o que é publicado, porque qualquer tipo de informação recebe uma enorme repercussão nessa mídia.”
“Com a informação cada dia mais veloz, é necessário que o agente de viagem esteja ligado em todas as mídias sociais, tanto para descobrir novas tendências, destinos e informações, como para vender seus produtos. Saber como vender e como usufruir desse nicho de mercado é de suma importância e será o diferencial no crescimento das agências de viagem. Porém, não adianta apenas estar conectado, é necessário que o agente aprenda a utilizá-las e a maximizar seus serviços.”
“O profissional do Turismo precisa estar atualizado constantemente e atento às mudanças. As redes sociais têm uma grande participação no nosso segmento por estarem sempre online e com as notícias do mercado, influenciando tanto o consumidor como o fornecedor. Faz com que ambos se adaptem para interagir. Contamos com a mídia social de forma que divulgamos mais rápido um produto, e conseguimos alcançar clientes sem limites de distâncias.”
Abav Pernambuco Edison Gonçalves Presidente “As redes sociais estão sendo utilizadas para finalidades comerciais, o que vai saturar a qualquer momento, ou não, só o tempo poderá dizer. Como uma agência tradicional, procuro manter os clientes dando diferencial no atendimento. Mas, para não ficarmos para traz estamos tentando tudo para nos aproximarmos dos clientes, em função da concorrência desleal das companhias aéreas e sites de compra coletiva em venda direta para o consumidor.”
Abav Rio Grande do Sul Rita Vasconcelos Presidente “Com o avanço das redes sociais, as agências de viagens, devem usar e abusar deste tipo de tecnologia, porque essas redes permitem expansão do mercado, melhor relacionamento com os clientes e fornecedores, e redução dos custos. Sem falar no uso possível de campanhas de marketing com valores reduzidos e ainda agilizar os processos de negócios. Com certeza é uma tecnologia que veio para ficar. E hoje podemos falar que nosso maior concorrente não é o maior, mas sim o mais ágil.”
Ambiental Turismo Israel Waligora Diretor “A importância das redes sociais para o setor de Turismo é muito grande, e esta é uma ferramenta que estamos tentando utilizar cada vez mais. Sites interativos são uma tendência do mercado e fazem com a empresa mude seu perfil e contrate profissionais para lidar exclusivamente com isso. O impacto dessa nova ferramenta no Turismo é positivo por ser mais rápido e também por permitir que a empresa entre em contato direto com o cliente. O desafio é conseguir encontrar um espaço na Internet.”
Abav Minas Gerais Antonio da Matta Presidente “As redes sociais são, sem dúvida, ferramentas de contato direto e rápido com parceiros e clientes, e diversas empresas as utilizam como estratégia de marketing. Hoje, é difícil encontrar segmentos do trade que não possuam uma conta na rede. Tais mídias sociais se tornaram a “arma” de muitas empresas, pois possibilitam a divulgação dos produtos e serviços em tempo real. Sem contar que o custo para expor a marca e os produtos é bem menor que nas mídias tradicionais.”
Abav Rio de Janeiro George Irmes Presidente “As redes sociais se apresentam, cada vez mais, como um canal de comunicação eficiente para a troca de informações e o estreitamento de laços entre empresas e clientes. Entretanto, é essencial desenvolver um planejamento de comunicação e contar com profissionais especializados em mídias sociais antes de se aventurar neste novo mercado. O feedback dos usuários é imediato e um perfil mal administrado pode denegrir a imagem de uma empresa. Por outro lado, quando bem desenvolvido, atrairá novos clientes”
Abav Rondônia Ana Paula Pelegrini Presidente “As redes sociais são muito bem vindas no Turismo e funcionam como propaganda automática nessa nova plataforma. Como a comunicação nessas novas ferramentas é rápida, até mesmo imediata, as pessoas estão antenadas 24 horas por dia na rede, e muitas não mais conseguem viver sem elas. Essa é uma tendência que vai continuar, e acredito que o setor ainda investirá muito nessa nova ferramenta.”
Ancoradouro Turismo Juarez Neto Diretor “As redes sociais são uma realidade, tornaram-se uma ferramenta a mais no Turismo, e ninguém pode ficar sem elas. Mas eu não vejo as redes sociais como uma ferramenta primordial, acredito que o contato direto com o agente através do telefone ou do portal, ainda é mais importante, e acho difícil que o Facebook ou o Twitter se tornem ferramentas indispensáveis ao Turismo já que não é possível fazer reservas por esses canais.”
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Abav Santa Catarina Mario Lobo Filho Presidente
Abav Mato Grosso do Sul Cristina Albuquerque Presidente
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ButterflyTur Sandra Covesi Diretora comercial “O uso das redes sociais de maneira adequada e bem direcionada trará frutos a médio e longo prazos. Para que dê certo, a empresa precisa ter pessoas qualificadas para conduzir e alimentar esta área cotidianamente; saber inserir suas informações; ser pontual em suas atividades; investir no treinamento de seus colaboradores para lidar com este meio; ter paciência para esperar o retorno de tal investimento; e conseguir enfrentar a forte concorrência na Internet.”
Flot José Eduardo Barbosa Diretor “As redes sociais estão sendo cada vez mais utilizadas, e sua importância é muito significativa para o Turismo. Através dessa nova ferramenta a gente melhora o contato com o agente de viagem e também com o cliente direto. Portanto, as redes sociais têm um impacto positivo no Turismo. No entanto, elas também exigem uma adaptação do setor às novas possibilidades e benefícios que trazem.”
MGM Operadora Arnaldo Levandowski Diretor comercial
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“As redes sociais atualmente são um importante canal de comunicação entre empresa e consumidor, porque formam uma rede de relacionamento direto entre as duas partes. Através do Twitter, Facebook, e outros sites, a empresa obtém um feedback em tempo real, já que nessas redes a velocidade da informação é altíssima. Além disso, esse canal também auxilia o empresário a identificar pontos importantes, sejam positivos ou negativos, do seu negócio, e assim, planejar novas ações.”
Soft Travel Magda Nassar Diretora “As redes sociais são fundamentais porque o turista está cada vez mais se informando sobre o mundo através da Internet. Essa nova ferramenta não serve apenas para promover produtos, mas também os operadores e as agências de viagem. As mídias sociais são uma aliada muito importante para o Turismo como canal de venda, e também por ser um espaço onde o cliente pode dar feeedback sobre os produtos divulgados.”
Ceretur Ely da Silveira Diretora comercial “A importância das redes sociais está crescendo muito, mas no Brasil ainda não atingiu o ápice, como, por exemplo, os Estados Unidos e a Espanha conquistaram. Acredito que em, mais ou menos, um ou dois anos, devemos estar emparelhando com esses países. Atualmente, estamos utilizando cerca de 50% do potencial das redes sociais, mas neste período devemos alcançar a marca de 90% de utilização. A tendência é que se tornem cada vez mais uma ferramenta importante no Turismo.”
Jet Stream Diogo de Castro Lopes CEO da Loopes, empresa responsável pela tecnologia da Jet Stream “A Jet Stream está atenta à evolução da Internet e do uso de canais digitais. Estamos no momento de aprimorar esses desenvolvimentos de soluções para nossos clientes. Recentemente lançamos um novo portal, onde vamos trabalhar diversos conceitos, porém, inovando em nosso domínio e nossa base de clientes, evidentemente com a convergência digital integrando as redes atuais e futuras.”
Bessitur Roberto Bessi Diretor “A novidade veio para ficar, porque a comunicação online, cada vez mais, se torna importante. Tudo é feito com rapidez, através de um simples toque no teclado você tem o mundo ao seu alcance. Facebook e Twitter são ferramentas de divulgação de rápido alcance e quem não se atualizar vai nadar e morrer na praia. Temos que investir nesta ferramenta. A Bessitur já tem seu portal onde 90% de nossas vendas são feitas através dele com confirmações online.”
Trend Operadora Washington Preti Diretor-conselheiro “Vejo, no momento, que empresas e profissionais que não aderirem ao processo de participação nas redes sociais não vão acompanhar as evoluções e tendências do mercado. Através delas é que iremos nos manter conectados a qualquer hora e em qualquer parte do mundo. Não vejo de forma alguma porque temer o fato de estar exposto ao controle das pessoas que podem expressar suas opiniões a respeito dos serviços que prestamos.”
Designer Tours Olga Arima Diretora operacional “As mídias sociais já fazem parte do cotidiano do profissional do Turismo. Não podemos ignorá-las e temos que aprender a utilizá-las. Elas nos permitem passar informações de destinos e produtos, mas enquanto mídia escrita nos limita a informar preços de viagens, devido ao alto custo. Além disso, é preciso ter a responsabilidade sobre o que está divulgando, tomando sempre o cuidado de não polemizar e dar opiniões próprias que gerem comentários negativos.”
Kangaroo Craig Bavinton Diretor “Nós estamos lutando contra o “tsunami” da tecnologia e as facilidades que isso vem trazendo, por esse motivo é preciso mudar muito as estratégias utilizadas em marketing e vendas no Turismo. A Kangaroo vem acompanhando essa tendência e investindo nas redes sociais de várias formas para atrair e fidelizar nosso público, acompanhando o mercado.”
Sanchat Tour Roberto Silva Diretor “O potencial de viajantes dentro das redes sociais é expressivo e um grande instrumento de troca de informações. Para o cliente final, as redes sociais são excelentes ferramentas para buscar informações e referências sobre destinos e serviços, além de uma infinidade de comentários, elogios e reclamações daqueles que já viajaram. Para uma operadora, o impacto das redes sociais ajuda a alavancar as oportunidades de comercialização e divulgação de promoções com os agentes de viagem.”
Trend Operadora José Anjos Diretor-conselheiro “As redes sociais, como Facebook e Twitter, são mais uma forma, um canal de relacionamento estreito com nossos clientes, os agentes de viagens. E quanto mais pudermos estreitar nosso relacionamento com eles, melhor!”
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ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE ABCA
Mídias sociais são ferramentas de promoção Rafael Kother
Lisia Minelli As mídias sociais são extremamente relevantes nas relações entre as empresas e seus clientes. Esta é a forma de a Associação Brasileira de Cartões de Assistência (ABCA) encara as novas ferramentas. “As experiências e sentimentos dos viajantes servem como fonte de referência importante, tanto na escolha do destino como nos diversos serviços envolvidos”, avalia Rafael M. Kother, presidente interino da entidade. Para ele, a velocidade do compartilhamento de informações e as percepções dos viajantes provocam positivamente as empresas a melhorar cada vez mais o nível de seus produtos e serviços para os consumidores. Pensando nisso, a ABCA tem procurado estar inserida neste contexto, mas ainda existe um enorme trabalho a ser feito. “Somos um entidade relativamente jovem. Nossa missão principal é divulgar a importân-
cia dos cartões de assistência aos viajantes, sendo, portanto, as mídias sociais, importantes ferramentas para tal finalidade”, declarou. Desde sua criação, a ABCA tem como meta promover e instituir o cartão de assistência na cultura do viajante. O objetivo era atingir 50% dos viajantes em três anos, usando cartões de assistência. De acordo com o presidente interino, essa meta ainda não foi atingida. “Mas o setor registrou um crescimento significativo. Isto se explica, basicamente, por duas situações: o aumento da demanda de viajantes, com a inserção das classes C e D como consumidores, e da situação econômica dos últimos anos; outro fator importante é o aumento gradativo e constante da ‘cultura’ da oferta e utilização dos cartões assistência nas viagens. A ABCA tem nesta última sua principal e constante missão”, disse. De acordo com ele, primeiro a ABCA tem que crescer como associação, ampliar sua participação em feiras e eventos do trade, sempre focada neste contexto de divulgação e depois trabalhar a conscientização da importância do uso dos cartões de assistência para os viajantes.
“E para isso, as mídias sociais serão instrumentos importantes nesta caminhada”, admite. “Observa-se hoje que inúmeros agentes de viagens estão atuantes nestas mídias, quer seja no Facebook, Twitter, Linkedin ou outras. São ferramentas que aproximam a relação dos agentes com seus clientes, servindo como fonte geradora de novos negócios inclusive”, completou. Para ele, o projeto maior da ABCA é a ampliação da sua relação com os agentes de viagens, estes são os maiores fomentadores desta cultura que a ABCA quer difundir. “Que a ABCA torne-se referência para estes agentes e seus clientes, dentro de uma visão institucional de credibilidade e seriedade”, disse. Finalizando, o dirigente falou da importância dos cartões para as vendas dos agentes. “Ainda não temos um número estabelecido de quanto as vendas de cartões representam no faturamento de uma agência, mas podemos afirmar, no que diz respeito a faturamento, que os cartões de assistência são fonte de receita importante para as agências, sendo hoje o produto que melhor remunera o agente de viagem”, anunciou.
TRAVEL ACE
Aposta nas parcerias para crescimento Marcelo Fernández
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Lisia Minelli No primeiro semestre deste ano, a Travel Ace obteve um crescimento de 15% de vendas em relação a 2011. Segundo Marcelo Fernández, presidente da empresa, a expectativa é alcançar um incremento de 20% até o final de 2012. “A Travel Ace, por ter uma capilaridade de negócios bem diversificada, tem perspectiva muito positiva para este ano”, declarou. Para alcançar essa meta e continuar crescendo no mercado, o presidente acredita que parcerias e novos contratos são os alicerces que ajudarão nos resultados. “Sabemos que o mercado de Turismo sofreu uma retração entre junho e julho, mas desde agosto já experimenta uma recuperação muito saudável. Todo o segmento tem se mobilizado para oferecer melhores ofertas ao viajante e acreditamos que o mercado irá retomar o crescimento em breve”, disse. Entre as parcerias firmadas no ano de 2012 está a Mastercard, com uma campanha com foco no seu cartão pré-pago de viagem: MasterCard Travel Card. Os primeiros 25 mil
clientes que adquirirem o cartão e fizerem a primeira carga com valor igual ou superior a US$ 1 mil (equivalente em euro ou libra) ganham assistência de viagem Travel Ace, com vigência de sete dias. Segundo o presidente, esta é uma parceria inédita no Brasil; sendo mais uma ferramenta para incremento das vendas dos agentes de viagens. Segundo a MasterCard Brasil, foi identificado que grande parte dos viajantes usam dinheiro em espécie, sendo que a forma mais segura para viajar ao exterior são os cartões de crédito. Para a operadora de cartões, viajar ao exterior com um cartão de crédito é um diferencial, onde os valores dos seguros geralmente são altos. Para 2013, a empresa já vislumbra projetos e perspectivas. “Somos uma empresa de vanguarda procurando sempre inovações que possam gerar valor ao nosso cliente e dentro dessa dinâmica continuaremos a fortalecer o nosso relacionamento através de nosso mailing de clientes e continuaremos trabalhando em busca de novos produtos para atender às novas demandas do Turismo com receitas adicionais”, contou. Para Fernández, as fusões já são realidade no Turismo e comprovam ser alternativas viáveis para as empresas de diferentes setores que buscam melhorias contínuas em seus
processos e um aumento de desempenho em seus negócios. “O Brasil tem um cenário econômico favorável a esse tipo de aliança que hoje é o foco de muitos investidores. As fusões fazem com que o mercado se torne mais competitivo, arrojado, e exige dos profissionais uma performance muito elevada”, avaliou. Já em relação ao impacto das mídias sociais no Turismo, ele acredita que elas vieram para ficar. “Acreditamos que as mídias vieram para ficar e estão ganhando espaço relevante nas estratégias das empresas de Turismo, que visam manter sua marca bem posicionada e um bom relacionamento com o seu cliente”, disse. Segundo ele, as redes são recursos de extrema importância para divulgar produtos e destinos de uma maneira diferente. “Campanhas de venda ou até mesmo estratégias de posicionamento ganham mais força e repercussão, quando divulgadas nas redes sociais”, completou. Pensando nisso, a Travel Ace investe em estratégias nesse segmento. “Nossa estratégia de mídias sociais é global, uma conotação no macro e de posicionamento de marca. Nosso trabalho é desenvolvido para 14 países da América Latina e o setor de marketing vem o desenvolvendo há dois anos. Várias campanhas já foram utilizadas usando essa ferramenta”, finalizou.
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AVIAÇÃO INFRAERO
Gustavo do Vale
Investimento de R$ 1,145 bilhão na manutenção dos aeroportos
Goiânia, Porto Alegre, Teresina, Brasília e atuantes no dia a dia dos aeroportos para Imperatriz, a restauração da pista de pousos e garantir o monitoramento das operações e a decolagens de Curitiba, a reforma e ampliação Apesar de grande parte da opinião do rapidez do tempo de resposta a imprevistos dos terminais de passageiros de Natal e de mercado do Turismo demonstrar preocupação que venham a surgir nos terminais”, esclarece. São Luís, bem como das obras de revitalização com os aeroportos brasileiros para os grandes De acordo com dados da Ouvidoria e do da pista de pousos e decolagens de Macaé. eventos que o país vai sediar em breve, uma mapeamento das menções registradas nas “Além disso, diversas ações estão em andavez que muitos estão em reformas e outros redes sociais, como Twitter e Facebook, os mento, seja na execução ou no planejamento estão em construção, o ano de 2012 ainda seis principais itens de reclamação nos aeroda Infraero. Podemos destacar a reforma e não registrou nenhuma grande ocorrência ou portos, atribuídos como de responsabilidade ampliação dos terminais de passageiros de gargalo que prejudicasse consideravelmente da Infraero, são: 1º) Banheiros e limpeza em Manaus, Fortaleza, Confins e o terminal de uma grande fatia de usuários. Em parte, isso geral; 2º) Segurança; 3º) Conexão à internet; passageiros 1 do Galeão. pode ser apontado como resultado de algumas 4º) Transtornos com obras; Essas melhorias, assim ações já aplacadas pela Empresa Brasileira de 5º) Estacionamento; e 6º) como as outras ações da Infra-Estrutura Aeroportuária, nos 63 aeroporPontos comerciais/preços Infraero no cronograma da tos que administra. “Realmente, enquanto os cobrados. “A esse respei“Enquanto os Copa do Mundo e as obras empreendimentos não ficam prontos, temos to, independentemente da empreendimentos constantes do Programa reforçado as ações de melhoria no fluxo de adoção de procedimentos não ficam prontos, de Aceleração do Crescipassageiros dos aeroportos. Tivemos auxilio para a melhoria desses temos reforçado mento (PAC), podem ser de uma consultoria especializada na operaproblemas, por meio de acompanhadas por meio ção aeroportuária e, a partir de um projeto planos de ação que têm as ações de do hotsite www.infraero. piloto realizado em Guarulhos, estendemos sido adotados – e intensimelhoria no fluxo gov.br/obras”, explica. o conceito para o Galeão e Confins e esficados – junto às unidades de passageiros dos Gustavo do Vale faz tamos iniciando as ações em Congonhas, aeroportuárias, estamos questão de destacar que, Santos Dumont e Fortaleza”, aponta Antôcertos de que as inúmeaeroportos” em 2011, a Infraero invesnio Gustavo do Vale, presidente da Infraero. ras obras, já em execução tiu R$ 1,145 bilhão na maSegundo ele, essas ações envolveram alou a iniciar, na quase tonutenção e aprimoramento teração nas áreas de check in, agilização no talidade dos aeroportos dos aeroportos. “Deste total, R$ 845,4 milhões atendimento aos passageiros pelas compaadministrados pela Infraero, possibilitarão foram aplicados em obras e em serviços de nhias aéreas, organização das filas e orientação a correção de problemas estruturais hoje engenharia e R$ 299,6 milhões na aquisição dos passageiros, reorganização do sistema enfrentados e, por consequência, a mede equipamentos, móveis, utensílios e terrenos. de controle de bagagens, entre outras coilhoria do nível de satisfação de passageiEm 2012, o orçamento previsto da Infraero sas, com o objetivo de melhorar a gestão ros e usuários”, informa Gustavo do Vale. para investimentos é de cerca de R$ 2 bilhões.” dos aeroportos, trazendo mais eficiência e Segundo o dirigente, várias frentes de obras e Wi-fi gratuito – Para o presidente da agilidade no atendimento aos passageiros. melhorias estão em andamento. Este ano, entre Infraero, a implantação do serviço de wi-fi “Um exemplo é a implantação de Centros algumas das melhorias concluídas, destacamgratuito nos aeroportos veio ao encontro de de Gerenciamento Aeroportuário (CGA) nos -se a instalação do Terminal 4 de Guarulhos uma necessidade dos passageiros. “A resposta principais terminais da rede. A medida, coor(SP), a ampliação de terminais de passageiros tem sido extremamente satisfatória. Depois de denada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), com a implantação de módulos operacionais um início com alguns problemas de conexão, possibilita a integração dos vários órgãos para embarques e/ou desembarques em que geraram reclamações, no momento temos tido bastante elogios à medida. Até agora 13 aeroportos já contam com o serviço: GuaruMOVIMENTO NOS 63 AEROPORTOS DA REDE INFRAERO lhos, Congonhas, Viracopos, Galeão, Santos Passageiros - Janeiro a Julho 2012 Dumont, Confins, Pampulha, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Fortaleza. Domésticos Internacionais Total A Infraero planeja implantar o wi-fi gratuito também em Manaus e em Natal, totalizando 100.606.685 11.142.821 111.749.506 15 aeroportos com o serviço. Após essa primeira etapa vamos reavaliar o projeto para ver a viabilidade de incluir outros aeroportos”, AEROPORTOS MAIS MOVIMENTADOS DA REDE INFRAERO argumenta Gustavo do Vale. Aeroporto Passageiros
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Mario Brizon
Guarulhos (SP)
18.778.910
Galeão (RJ)
10.144.570
Congonhas (SP)
9.613.432
Brasília (DF)
9.391.438
Confins (MG)
6.175.624
Lanchonete popular e segurança A Infraero detectou com absoluta justeza o todos os aeroportos das cidades-sede da Copa. preço exorbitante praticado nas lanchonetes Segurança - Outro tema importante na paue quiosques dos aeroportos e sinalizou com a ta da Infraero é a segurança, tanto nas questões criação da lanchonete popular. Para Gustavo aéreas, quanto para os usuários. Nesse sentido, do Vale, a ideia é ter um estabelecimento a empresa planeja investir, até 2014, cerca de que forneça, entre os itens de seu cardápio, R$ 400 milhões na aquisição de equipamentos uma seleção com preços máximos, baseados de segurança, que contemplam itens como a partir de pesquisas feinovos sistemas de vigilância tas no mercado local em e câmeras, equipamentos que se situa o aeroporto, de raios-x, detectores de “Estamos investindo oferecendo uma opção de metais, equipamentos de alimentação mais acessísalvamento e de combate em equipamentos vel para os passageiros e a incêndio, entre outros. de controle da buscando estimular a con“Além disso, estamos innavegação aérea, de corrência no mix comercial vestindo em equipamentos do terminal. “Dessa forma, de controle da navegação meteorologia, e de a Infraero atende a uma aérea, de meteorologia, e estudos de ventos” demanda dos usuários e de estudos de ventos, pois amplia o leque de opções somos responsáveis por 69 de conforto e praticidade Grupamentos de Navegação nos terminais. A primeira lanchonete, com preAérea e 51 Unidades Técnicas de Aeronavegação, ços controlados da Rede Infraero, em Curitiba, espalhados por todo o país. Estamos investinfoi inaugurada em julho. Também estamos do também em equipamentos e em sistemas instalando uma lanchonete em Londrina e que permitem a movimentação de aeronaves está em andamento o processo licitatório para em condições meteorológicas adversas, como implantar a iniciativa em Congonhas, Recife, são os casos de Guarulhos, Galeão e Curitiba, Fortaleza e Natal”, informa o presidente da que receberão o sistema CAT III, um dos mais Infraero, que acrescenta que a intenção é modernos no mundo”, explica Gustavo do Vale. instalar essas lanchonetes, pelo menos, em O executivo destaca também o programa
“De Olho na Mala”, uma iniciativa que coordena a instalação de sistemas de monitoramento de bagagens nas áreas de desembarque dos aeroportos para que os passageiros possam ver, em tempo real, o manuseio e a entrega das bagagens, desde o momento em que elas são colocadas nas esteiras até chegarem aos seus donos. “O programa já foi instalado em 30 aeroportos da Infraero até o momento, cobrindo todas as regiões do Brasil, e mais nove deverão receber esses sistemas até o final do ano. A intenção é que toda a rede Infraero conte com a iniciativa no longo prazo”, prevê. Copa – Para os grandes eventos que o país vai receber nos próximos anos, a Infraero está com diversas obras em andamento, mas uma questão preocupa o presidente da empresa, que são os pátios de aeronaves. “Nossos terminais de passageiros vêm crescendo ao longo do tempo, as pistas também, mas temos um grande déficit em relação às condições de estacionamento de aeronaves. Essa é a questão que estamos enfrentando com mais urgência. Não é por acaso que uma das nossas maiores obras no momento, que por sinal continuará a ser nossa obrigação mesmo depois do novo concessionário assumir o aeroporto, é a terraplenagem do pátio de aeronaves do terminal 3 de Guarulhos”, pontua.
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AVIAÇÃO ANAC
Oferta e demanda aérea doméstica em sintonia Leila Melo O mercado de aviação civil no Brasil está aquecido. A oferta de voos – nacional e internacional – das companhias aéreas brasileiras cresceu 6,51% nos primeiros oito meses deste ano e a demanda aumentou em 7,26% nesse período. Esses valores, embora positivos, foram menores do que os verificados em 2011. A atuação dessas empresas no mercado internacional tem sido mais baixa. Em agosto passado, houve uma redução de oferta de 3,77% em frequências para o exterior. Consequentemente a demanda de passageiros caiu 2,65%. Por outro lado, se avaliarmos a demanda para o transporte aéreo doméstico, houve um incremento considerável. Pela primeira vez, os números absolutos de demanda e oferta atingiram seu
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Queda na tarifa doméstica A tarifa média praticada para os voos domésticos no Brasil está mais barata. No ano passado, o bilhete para um trecho em território nacional custou R$ 276,25. Esse valor é 6,8% menor quando comparado ao ano anterior. Na ocasião, a passagem aérea custava R$ 296,33. Essa tendência já era verificada em dezembro do ano passado, quando a tarifa foi de R$ 316,28 e 2,25% menor àquela oferecida no mês anterior. Em relação a 2002, quando a Anac iniciou essa compilação de dados, observa-se que o passageiro pagou em 2011 aproximadamente 36% a menos ou praticamente um terço do que pagava há nove anos para voar um quilômetro. Esses dados são referentes aos bilhetes de transporte aéreo doméstico regular de passageiros comercializados para adultos, independentemente de escalas ou conexões, da antecedência de compra da passagem, do dia do voo, do tempo de permanência do passageiro no destino e do canal de venda do bilhete aéreo. As passagens decorrentes de programas de fidelidade e as vinculados a pacotes turísticos, as tarifas corporativas, as tarifas diferenciadas de empregados da própria empresa aérea e as tarifas diferenciadas para crianças não foram consideradas.
maior nível em agosto de 2012. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entre as seis empresas que acumulam participação no mercado doméstico superior a 1%, Avianca e Trip tiveram as maiores taxas de crescimento de demanda em agosto deste ano. O aumento foi, respectivamente, de 53,12% e 45,77%. Já o Grupo Tam, que reúne as operações da Tam e Pantanal, obteve uma expansão de 12,58% na demanda doméstica no mesmo período e diminuiu em 2,02% na demanda internacional. Também em agosto, a Gol foi influenciada por uma situação inversa. A companhia reduziu 6,32% sua demanda doméstica e ampliou em 4,60% na demanda internacional. Essas operações contribuíram para que essas empresas crescessem em market share nas mesmas proporções. A Avianca e Trip somam
uma participação de 5,10% e 4,69, cada uma. A Azul, por sua vez, tem 9,84% do mercado. A Tam e a Gol seguem na liderança do mercado doméstico com 40,55% e 34,14%, nessa ordem. Enquanto a Tam subiu em mais 5,5% seu share; a Gol sofreu uma queda de 12,2%. No geral, o aumento de market share das companhias brasileiras superou os 25%. Tam e Gol também lideraram as operações no transporte internacional em agosto, com 89,83%, e 10,17% do mercado, respectivamente. A ocupação no ano se mantém estável. Até agosto, essa taxa era de 71,58%, levemente superior aos 71,08% de 2011. Se considerada somente a taxa de ocupação em agosto deste ano, esse crescimento foi de 6,09%. O valor ficou em 72,83%. As maiores taxas de ocupação em agosto de 2012 foram alcançadas por Azul e Avianca, com 75,14% e 74,57%.
EVOLUÇÃO DA TARIFA MÉDIA PRATICADA PELAS COMPANHIAS AÉREAS - MERCADO DOMÉSTICO
MERCADO DOMÉSTICO - VALORES ATUALIZADOS DE 2011 (R$)
Novos serviços aos passageiros Disposta a atender as expectativas dos passageiros que voam pelo Brasil, a Anac está implementando uma série de ações. A Agência instaurou uma audiência pública para discutir a revisão da norma que estabelece os procedimentos de acessibilidade dos passageiros portadores de necessidades especiais e com mobilidade reduzida ao transporte aéreo e reabriu o prazo para que a população enviasse contribuições com o objetivo de melhorar a qualidade de atendimento prestado a esse público. As medidas compreendem procedimentos prévios à viagem, acessibilidade no aeroporto, e no embarque, assistência durante a viagem, e no desembarque. Esses passageiros já correspondem a 2,6% do total de brasileiros viajando de avião no Brasil. Entre as mudanças propostas pela Anac está fornecer ao operador aeroportuário a responsabilidade pelos equipamentos adequados ao embarque e desembarque. Isso pode ser feito por meio de pontes, cadeiras específicas ou mesmo rampas. Para dispor desses equipamentos, a Anac instituirá um cronograma de acordo com o número de passageiros de cada aeroporto. Até junho de 2013 serão priorizados os aeroportos com mais de sete milhões de passageiros por ano e até dezembro do ano que vem serão contemplados os aeroportos com mais de dois milhões de passageiros. A previsão da Anac é que até dezembro de 2015, esses equipamentos sejam instalados nos aeroportos com menos de 500 mil pessoas
anualmente. Atualmente, a obrigação de fornecer esses equipamentos é das companhias aéreas. Além disso, a Anac quer incluir outros benefícios como desconto mínimo de 80% para os assentos ocupados para abrigar os equipamentos médicos necessários ao atendimento a esse público. Prevê ainda desconto mínimo de 80% no valor cobrado pelo excesso de bagagem relativo a equipamentos médicos também essenciais a esses passageiros. A proposta mantém ainda o desconto de 80% no valor da passagem do acompanhante nos casos necessários. A Agência busca ampliar de 10% para 50% a obrigatoriedade de braços móveis em assentos do corredor das aeronaves e determina que as empresas aéreas e os operadores aeroportuários estabeleçam programas de treinamento de pessoal. A Anac pede ainda que essas companhias tenham um funcionário responsável pela acessibilidade e preparado para atuar em situações de emergência. Com essas mudanças, a Anac propõe uma adaptação da tabela de infrações. As multas variam entre R$ 10 mil, R$ 17,5 mil ou R$ 25 mil por infração. Todas as informações podem ser acompanhadas pelo portal da Anac (www.anac. gov.br) ou mesmo pelas mídias sociais. A Agência mantém um Facebook de prestação de serviços aos brasileiros com informações sobre novas regras de viagens e lançamento de projetos como o Guia do Passageiro. A página da Anac (www.facebook.com. br/anac) tem, atualmente, mais de 2.900 seguidores.
Estrutura alinhada ao crescimento aéreo no país Frente aos novos desafios do setor de aviação civil com o aumento do número de usuários do transporte aéreo no país, a Anac tem uma nova estrutura. Para cuidar do gerenciamento dos novos contratos de concessão de aeroportos (São Gonçalo do Amarante, Guarulhos, Viracopos e Brasília), foram criados novos cargos nas Superintendências de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado e de Infraestrutura Aeroportuária. Também foi criada uma nova unidade: a Gerência Geral de Ação Fiscal, que intensificará ações de fiscalização. Essa gerência atuará junto com a Receita Federal e Polícia Federal para coibir operações ilícitas e será responsável pela fiscalização da prestação de serviços ao passageiro e pela coordenação de operações especiais, como as que ocorrem durante o período de férias.
EMPRESAS BRASILEIRAS DE TRANSPORTE AÉREOREGULAR - MERCADO DOMÉSTICO
EMPRESAS BRASILEIRAS DE TRANSPORTE AÉREOREGULAR - MERCADO INTERNACIONAL
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AVIAÇÃO SNEA
José Márcio Mollo
Setor tem crescimento menor, mas acima da média
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Anderson Masetto No primeiro semestre de 2012 o número de passageiros embarcados e desembarcados em voos domésticos e internacionais no Brasil foi de 93 milhões, um crescimento de 7,94%, acima da média mundial, de 4%. No entanto, este resultado mostra uma desaceleração no ritmo de crescimento, que no mesmo período de 2011 registrou um avanço de 19,74%. O mês de junho, porém, se mostrou com um desempenho acima da média, pois apresentou um crescimento de 14,95% em relação a junho de 2011, valor superior ao avanço dos cinco meses anteriores. Os números são do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea), que analisa o comportamento do setor mês a mês. O recorte regional mostra um forte avanço nos aeroportos de Confins, Campinas e Galeão. Os três tiveram movimentação de passageiros 20% maior do que no mesmo período do ano passado. No segmento doméstico, a demanda teve um aumento de 7,3 %, número inferior aos 21,09% registrados no primeiro semestre de 2011. A capacidade teve um avanço de 8,46% enquanto a ocupação ficou em 70%, ainda abaixo da média mundial de 81,1%. No internacional, a demanda foi ampliada em apenas 1,15% enquanto a capacidade foi reduzida em 1,8%. Por outro lado a ocupação subiu de 77,9% para 80,2%. Consideradas as crises e oscilações da economia no mundo, os números são positivos para o setor. No entanto, as companhias aéreas demonstram uma série de perdas e prejuízos. Na opinião do presidente da entidade, José Márcio Mollo, isso não demonstra um momento ruim do setor, mas sim as características da indústria do transporte aéreo. “Trata-se de um segmento com baixíssimas margens de lucratividade. Este fato tem como justificativa a forte dependência de fatores que fogem ao controle dos operadores aéreos, tais como o preço do combustível e o valor do dólar, que reflete diretamente no custo do leasing, do seguro e da manutenção das aeronaves”, explica. Somente em 2011, diz Mollo, o preço do combustível teve alta de 33% e o dólar saiu de R$ 1,6 para R$ 2. Além disso, ele chama a atenção para a elevação expressiva das tarifas aeroportuárias e aeronáuticas no país e para diversas novas exigências regulatórias, que representaram um crescimento significativo dos custos. “Fica muito difícil, neste tipo de negócio, um aumento grande no preço médio das passagens em um tempo curto. Além do mais, hoje, temos um novo cliente (classes C e D) cuja menor diferença de preço já o afasta, e este é um fator preocupante. Tudo isso levou o setor a uma das maiores perdas da indústria, de mais de R$ 1 bilhão”, justifica.
EVOLUÇÃO MENSAL DA DEMANDA (2000-2012) MERCADO DOMÉSTICO - TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS
EVOLUÇÃO MENSAL DA OFERTA (2000-2012) MERCADO DOMÉSTICO - TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS
O presidente do Snea acredita que as redes sociais podem ajudar as empresas aéreas a melhorar as relações e o diálogo com os clientes. Para ele, isso já vem ocorrendo e faz com que essas mídias passem a ser indispensáveis para as companhias. “A utilização das mídias sociais pelas empresas aéreas tem se revelado eficiente, na medida em que melhorou, significativamente, a relação das mesmas com seus clientes, que têm suas dúvidas e questões satisfeitas de forma rápida e eficiente. Não resta qualquer dúvida que se trata de um meio de relacionamento entre os usuários e as empresas aéreas que se tornou definitivo e cada vez mais importante”, opina. Mollo acredita que a interação com o público por meio das redes sociais pode servir para conhecer melhor os clientes, possibilitando fazer ações mais direcionadas e eficientes. “Hoje, várias empresas utilizam as mídias sociais para entender as expectativas do seu público, fazer pesquisa sobre produtos e serviços, prover entretenimento e conteúdo relevante para o público. Desta forma, a marca interage com o público alvo de forma leve, não invasiva e o envolve num momento de descontração e lazer”, aponta. Neste contexto, o dirigente vê a comunicação nas redes sociais também como um estímulo às compras, uma vez que elas mostram experiências e comentários de outros usuários, atestando assim bons produtos e atendimentos. “A troca de informações e as influências de amigos e familiares são extremamente importantes na hora da decisão de compra. As pessoas interagem entres elas, comentam, buscam informações, querem esclarecer suas dúvidas, aprender, saber o que os outros pensam, e as mídias sociais são hoje o lugar mais utilizado para essa troca”, diz. “Mas para uma empresa se relacionar com clientes via mídias sociais de forma que dê certo e, principalmente, fazer vendas online, ela precisa estar bem preparada, saber responder às dúvidas e questões dos clientes, de forma rápida e nunca deixá-los sem resposta, pois caso contrário a reação do usuário é imediata e até negativa”, completa. No caso dos agentes de viagens, Mollo destaca também a vantagem de trocar informações com os clientes e, principalmente de prestar assistência e prover informações de uma forma rápida. “Os agentes podem ajudar as pessoas com mais informações sobre o destino escolhido, tirar dúvidas, dar suas opiniões e sugestões, preparar roteiros com base nos posts das pessoas, personalizar os roteiros”, diz. Abear – Mollo falou também sobre a criação da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e negou o conflito com a área de atuação do Snea. Para ele, o surgimento da entidade é fruto da necessidade do setor em ter uma instituição mais voltada à atuação institucional. “Esta atuação encontra limites na natureza de uma instituição como um sindicato, que é mais voltado para os aspectos jurídicos e de relação com os sindicatos de empregados. Após a profissionalização do Snea, a criação da Abear complementa a modernização da representação das empresas aéreas, assim como tem ocorrido em outros setores econômicos”, declara.
EVOLUÇÃO MENSAL DA OFERTA (2000-2012) MERCADO INTERNACIONAL - TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS
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Redes sociais podem melhorar relação com clientes
AVIAÇÃO ABEAR
Eduardo Sanovicz
Entidade nasce com meta de vender 150 milhões de bilhetes aéreos
Luciano Palumbo Uma união com propósito comum. Foi assim mesmo que Avianca, Azul, Gol, Tam e Trip, com a missão de estimular o hábito de voar no Brasil, criaram a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). As cinco empresas associadas, que juntas representam 99% do mercado, empregam 57 mil pessoas, dispõem de mais de 450 aeronaves e fazem cerca de 2.700 voos diários. A entidade terá como maior missão relacionar-se com o segmento, com os governos (federal, estadual e municipal), além da imprensa e formadores de opinião. Nascida dentro do Sindicato Nacional de Empresas Aéreas (Snea) com a sugestão da Fundação Dom Cabral (centro de desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos), a entidade não criará desconforto com o sindicato que manterá suas atividades perante as autoridades administrativas e judiciárias em busca dos interesses das empresas aeroviárias e das entidades que executam serviços conexos ou afins da aviação comercial. De acordo com o presidente, Eduardo Sanovicz, a ferramenta utilizada para que a Abear alcance seus objetivos será o diálogo. “Já agendamos uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para conversar sobre a questão do preço do combustível, entre outras”, disse. Em um ano, o preço do combustível aumentou
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Voando com as mídias sociais A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) lançou perfis nas redes sociais. O objetivo é representar o segmento aéreo brasileiro e se tornar fonte de informações, divulgar dados e números relativos ao setor, estabelecer mais um canal de diálogo constante com os públicos de interesse, além de divulgar conteúdos e dicas, e compartilhar infográficos, ilustrações, fotos e vídeos. “É importante entender que hoje temos uma mudança na forma pela qual o consumidor forma sua opinião e toma a decisão de compra. As mídias sociais, portanto, são mais um instrumento que muda a relação entre consumidor e produto, e, tal qual já fazem as empresas aéreas associadas, utilizamos as novas tecnologias para agilizar os serviços disponíveis”, conta o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
42%. Será preciso, segundo ele, alteração no preço cobrado pela Petrobras”, pontua. Mercado - A demanda por voos domésticos registrou crescimento de 6,72% em agosto, na comparação anual, resultado mais fraco para o período em cinco anos. A estratégia das duas maiores empresas aéreas brasileiras, de conter a oferta para aumentar a rentabilidade, fez a taxa combinada de expansão de demanda delas crescer menos do que a metade do setor, ou 3,13% - sendo 12,58% da Tam e uma queda de 6,32% da Gol. No segmento, a Azul respondeu por 9,84% da demanda doméstica em agosto, um aumento de 0,72 ponto percentual. A participação da Avianca foi de 5,1%, crescimento de 1,54 ponto percentual. A fatia da Webjet, em processo de integração com a Gol, foi de 5%, recuo de 0,75 ponto percentual ante agosto de 2011. A Trip ficou com 4,69% da demanda, ou 1,26 ponto percentual a mais do que um ano antes. Atuação - Os dados mais recentes, divulgados em um estudo da International Air Transport Association (Iata) e Oxford Economics, do ano passado (2011), dão conta de que o setor de aviação no Brasil contribui com R$ 32 bilhões (1%) para o PIB brasileiro. Além disso, há uma contribuição indireta de mais R$ 9,9 bilhões por meio do Turismo, totalizando um peso de 1,3% no PIB. O setor proporciona quase um milhão de empregos (938 mil) no Brasil, sendo 684 mil diretos e indiretos, e um incremento de 254 mil empregos, se considerarmos a cadeia produtiva do Turismo e negócios que tenham o transporte aéreo como facilitador. O setor aéreo também recolhe anualmente
QUEM É QUEM NA ABEAR Eduardo Sanovicz - diretor-presidente Ronaldo Jenkins de Lemos, diretor de segurança e operações de voo Antônio Augusto Poço, diretor administrativo-financeiro Adrian Alexandri, diretor de comunicação José Mario Caprioli, presidente do Conselho Deliberativo
NÚMEROS DO SETOR Hoje o setor aéreo conta com 70% a mais de consumidores do que há cinco anos O número de viagens aéreas é de 77 milhões por ano contra 67 milhões de viagens rodoviárias 40% da classe média brasileira utilizou o avião como transporte pelo menos uma vez O Brasil é o 4º país onde mais se voa no mundo. Perde apenas para os Estados Unidos, China e Japão. Esse número era para ser alcançado apenas em 2014
R$ 5,3 bilhões em tributos. Em 2011, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram vendidos 86 milhões de bilhetes aéreos no Brasil. “Queremos vender 150 milhões”, avisou Sanovicz. Desde 2010, mais brasileiros usam o modal aéreo do que o ônibus (considerando linhas interestaduais – com mais de 75 quilômetros de distância). Voto - Ao apresentar oficialmente a Abear, o presidente do Conselho Deliberativo da entidade, José Mario Caprioli, explicou como funcionará a votação entre as companhias que a integram. “Por consenso. Só vamos levar um assunto adiante se existir consenso. Não existe outra possibilidade. São votos unitários, independente do share de mercado”, esclareceu. Segundo ele, os temas de interesse comuns às empresas associadas serão consolidados pela Abear e levados a debate junto aos respectivos atores do governo, entidades e consumidores. “Estaremos atentos a várias questões e algumas delas já estão na nossa pauta, como os preços de combustíveis, a alíquota de ICMS e encargos sobre folha (INSS)”, ressalta.
Criação da entidade pega carona em reivindicações As principais empresas aéreas brasileiras querem reduzir os encargos que hoje representam 14,7% do preço do querosene de aviação, esclarece Eduardo Sanovicz. Segundo ele, entre esses encargos estão os custos com frete, uso de dutos e uma taxa que é repassada para o Fundo da Marinha Mercante. “Não queremos ser subsidiados, mas o querosene é cobrado como se fosse, em sua maior parte, importado”, disse o executivo, referindo-se especialmente à taxa de frete que, segundo ele, equivale sozinho a 7% do preço do combustível usado nas aeronaves. O presidente da Abear acrescentou que as companhias aéreas também querem que o governo mantenha no texto da Medida Provisória (MP) do Plano Brasil Maior a inclusão das empresas áreas entre os setores que poderão mudar a contribuição patronal ao INSS, saindo dos 20% da folha de pagamento para 1% do faturamento. Sanovicz explica ainda que as empresas aéreas são favoráveis às concessões de aeroportos. “Nossa preocupação é apenas com a forma de regular as tarifas (cobradas nos aeroportos)”, disse.
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AVIAÇÃO ABETAR
Apostole Lazaro Chryssafidis
Plano de Aviação Regional não decola
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Lisia Minelli “Apesar da aparente boa vontade do governo federal em lançar o Plano de Aviação Regional, o mesmo não decola”. Com esta declaração, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), Apostole Lazaro Chryssafidis, conhecido como “Lack”, pode resumir um pouco como andam os ânimos no setor. Segundo ele, a cada semana, um novo anúncio do lançamento do plano é feito, mas nada de fato acontece. “A própria presidenta Dilma Rousseff já anunciou um pacote de incentivos para a aviação regional, mas até agora nada foi feito”, reclama. “Estamos há três anos aguardando ações de uma resolução que propusemos ao governo e até agora nada foi implementado”, critica. De acordo com o presidente, o estudo realizado em parceria com o Ministério do Turismo e entregue ao ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, priorizava os investimentos em 175 aeroportos brasileiros – com base em planejamentos já programados para os próximos anos. “Esses aeroportos foram objetos de estudo de adequação de infraestrutura – levando em conta as resoluções da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), e previsão de demanda para os próximos 15 anos. O que fizemos foi levantar e quantificar valores necessários para investimentos, chegando a um total de R$ 2,4 bilhões. Isso já faz três anos e apenas algumas ações pontuais foram realizadas”, disse. Esse valor seria utilizado também para qualificar gestores na área de transportes em cada estado da federação, não apenas investimentos em obras. Segundo ele, recursos para melhorias não faltam. “Os recursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (PROFAA) – destinado ao melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de aeroportos e aeródromos de interesse estadual ou regional – são providos, mas não são investidos. E esses recursos já ultrapassaram a casa do R$ 1,5 bilhão”, informou. De acordo com Lack, para o ano de 2012 havia uma previsão de investir cerca de R$ 200 milhões dos recursos do PROFAA. “Nada foi feito ainda. Acredito que não seja má vontade e sim uma série de dificuldades e muitas pessoas envolvidas. O governo federal diz que os estados não apresentam seus projetos; os governos estaduais dizem que não há recursos para fazer a licitação; é preciso todos sentarem e conversarem”, comentou. ele lembrou que no meio da conversa há também as empresas aéreas, que estão investido, mas estão sem suporte do governo
promovendo fusões. Para o presidente, esta é – que é quem deveria prover a infraestrutura uma tendência mundial. “A aviação trabalha necessária para as operações. “Toda semana as com uma margem reduzida e escala muito autoridades anunciam que na próxima semana grande. Buscando incrementar suas escalas será lançado o Plano da Aviação Regional. Não e aumentar a competitividade elas acabam sei dizer se é a burocracia que atrapalha ou se se unindo”, disse. Para ele, por um lado é há uma decisão de não investir nos aeroportos. bom, pois as empresas se fortalecem e até Esse é o nosso cenário hoje”, desabafou. Para conseguem repassar alguns benefícios para ele, uma parceria público privada ajudaria caso os clientes; mas por outro lado, acredita que o governo não tenha condições de investir. o país perde. “Eu não gostei de ver a fusão Ele ainda comentou sobre a legislação, que de uma empresa como a limita o envolvimento das Tam, que foi criada no empresas aéreas. “Um arcaBrasil pelo Comandante bouço legislatório inibe os Rolim virar praticameninvestimentos privados nos “Toda semana te uma empresa chilena. aeroportos. Mas apesar das as autoridades Competir com empresas dificuldades, temos uma inanunciam que na maiores, com mais conditerlocução muito boa com ções, é complicado, então o governo e eu acredito que próxima semana as empresas se unem. as coisas vão acontecer”. será lançado o Mas com isso, cada vez 200 aeroportos - O Plano da Aviação mais temos menos comministro Wagner Bittenpetidores no mercado. E court anunciou recenteRegional. Não o governo precisa ficar mente que o número de sei dizer se é a atento a isso. O mercado aeroportos regionais no burocracia que está diminuindo”, admitiu. Brasil poderá saltar dos Segundo Lack, na hisatuais 129 para 200 em atrapalha ou se tória da aviação mundial 2014, mas sem o plano há uma decisão já houve muitas fusões. de aviação, o presidente de não investir nos “Operar uma companhia acredita que será imposaeroportos. Esse é o aérea, além de ser muisível. Para Lack, o setor to caro, é um negócio aéreo ainda tem espaço nosso cenário hoje” de altíssimo risco, logo, a para crescer, uma vez que tendência natural é elas a queda nos preços de se juntarem para se manpassagens e aumento na terem. E acho que não para por aí. Vamos renda dos brasileiros elevarão as necessidades ver consolidada essa diminuição de compede investimentos. “O número de passageiros tidores na aviação. No Brasil eu não sei de aumentou e o Brasil cresce para o interior. novas fusões que possam ocorrer, mas com São essas regiões que fazem as companhias certeza isso não está descartado”, calcala. aéreas regionais se desenvolverem. Não Mídias sociais – Para o presidente da posso mensurar o volume do fluxo, mas Abetar, as mídias sociais tem uma imporposso afirmar que na média os aeroportos tância muito grande não só para a aviação regionais crescem algo em torno de 12% ao regional, mas nos aspectos econômicos. “Elas ano. E existem aeroportos que só não estão respondem satisfatoriamente aos clientes operando mais voos por falta mesmo de estejam eles com problemas ou querendo dar infraestrutura, chegamos ao limite estrutural sugestões e prestam serviço de aproximar os deles”, disse. “O tema aviação ficou muito agentes dos clientes”. Segundo ele, os agentes politizado, infelizmente, devido a alguns já possuem um relacionamento direto com o incidentes com companhias. E isso não cliente, então a mídia passa a ser um canal tem resultado prático nenhum”, completou. de comunicação entre empresa e cliente. Para ele, quem faz a aviação civil no Brasil “Hoje em dia as pessoas já assimilaram que de fato são as empresas aéreas – o setor podem participar de forma ativa no dia a privado. “Mas elas não podem fazer tudo, dia das empresas. E as empresas que não como por exemplo, a infraestrutura não souberem usar ou não tiverem esse canal de compete a elas, mas as companhias acabam comunicação se distanciarão cada vez mais dos investindo até nisso para poderem continuar consumidores. Antigamente se você quisesse operando, com ações pontuais”, comentou. ter um feedback precisava encomendar uma Fusões - Com todas as dificuldades e pesquisa; hoje podemos dizer que as mídias ainda para se continuarem competitivas no são uma pesquisa dinâmica”, finalizou. mercado, as companhias estão cada vez mais
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AVIAÇÃO LATAM
Pablo Querol
Brasil, mercado estratégico e fundamental para expansão aérea
Gonzalo Undurraga
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Luiz Marcos Fernandes Até março de 2013, a Latam espera definir seu planejamento estratégico de atuação na América Latina e dar prosseguimento ao programa de consolidação da fusão entre Lan e Tam. A previsão é de Pablo Querol, vice-presidente de comunicação e assuntos corporativos da Latam. “O processo de fusão está em andamento e será realizado gradualmente. Lembro que a união das duas empresas permitirá um leque maior de ação já que apenas 3% das rotas oferecidas pelas duas companhias são superpostas”, adiantou ele. O dirigente lembra que ao contrário de outras fusões realizadas no mercado, nem a Lan, nem a Tam encontram-se em situação financeira crítica. “Posso afirmar que são duas empresas fortes e referências no mercado, tanto no Brasil como no Chile”, lembrou, depois de afirmar que a união das duas companhias teria um efeito multiplicador pelos benefícios que oferece. “O que buscamos, com a fusão, é o crescimento, a expansão num mercado cada vez mais competitivo”, afirmou o executivo. Querol adianta que os contratos firmados antes da fusão serão respeitados. “Recentemente a Lan migrou do Amadeus para o Sabre, enquanto a Tam continua utilizando o Amadeus como GDS. Temos muitos ajustes a fazer, mas agora estamos focando em sinergias, que podem resultar em um capital de US$ 700 milhões em quatro anos”, destacou o executivo. Pablo Querol lembra que a Tam representa 27% do faturamento da Latam. Mesmo assim, destacou a importância estratégica do Brasil dentro dos planos da empresa de crescimento na América Latina. “O Brasil representa 50% deste mercado e tem uma importância estratégica para nós de fundamental importância dentro dos planos de consolidação da Latam”, adiantou. Segundo ele, o Brasil vive um momento de crescimento e maior visibilidade no mercado internacional. “Com os megaeventos esportivos o Brasil estará ainda mais em evidência no cenário internacional. E lembro que o país tem uma grande diversidade cultural e de atrativos
turísticos, o que o torna um destino ainda mais interessante”. Na opinião dele, a tendência de grandes fusões no transporte aéreo mundial é inevitável, e a criação do Grupo Latam é fruto dessa visão. “É a única maneira de concorrer no cenário que esperamos para o setor no futuro. Esta é uma indústria de capital intensivo e, por isso, grandes grupos têm condições de oferecer melhores serviços com preços mais competitivos. Esta tendência global já está evidente em importantes fusões de companhias aéreas europeias e norte-americanas nos últimos anos, como LH-Swiss, AF-KLM, UAL-Continental, DAL-Northwest”, entre outras. De acordo com o planejamento estratégico, a Latam vai oferecer novos itinerários e mais voos para destinos na América do Sul. “Vamos chegar a cerca de 150 destinos em 22 países, e outros 169 destinos em 27 países para os clientes de carga, com uma frota que já chega a 321 aeronaves. No momento, estamos trabalhando para fortalecer as rotas atuais e oferecer mais e melhores opções de conexão”. O dirigente garantiu que a marca Tam continuará a operar com sua própria bandeira. “Somos uma holding e no Brasil a Latam será representada pela Tam, como tem sido até agora. Como Latam oferecemos destinos como Madri, Frankfurt, Paris, Londres
e Milão, na Europa, e Miami, Orlando, Nova Iorque e Los Angeles, nos EUA, entre outros. Vamos conectar a região ao mundo” afirmou. Quanto aos impactos da crise econômica mundial, reconhece que o grupo Latam terá diversos desafios pela frente. “Sabemos que há uma crise mundial e que alguns países serão mais afetados que outros. Contudo, o que nos deixa mais tranquilos é que estamos presentes em sete países e voamos para 22 países em todo o mundo. Isso nos permite não ficar demasiadamente expostos em nenhum mercado específico e nos dá mais estabilidade e solidez.”, adiantou. O dirigente confirmou que a Tam deixará mesmo de integrar a Star Alliance, conforme já foi divulgado, mas não está garantido que ela vá se integrar a One World. “Por uma decisão dos órgãos de defesa do consumidor, a Tam não pode participar da mesma aliança que o grupo Avianca/Taca. O prazo para que essa condição seja cumprida é de 22 meses a partir da data da criação da holding (junho de 2012). Esse tema está sendo cuidadosamente avaliado para que se escolha a melhor opção para nossa empresa e nossos clientes, e para que seja feita uma transição tranquila. Pode ser que a Tam não venha a integrar nenhuma aliança e atue apenas por code-share. Mas essa decisão só será tomada em 2013”, garantiu.
No mercado chileno, novos destinos e investimentos O gerente comercial da Lan para Santiago, Gonzalo Undurraga, lembra que a estratégia da companhia junto ao mercado chileno é de manter as altas taxas de crescimento por meio de uma estratégia de tarifas econômicas e diversidade de ofertas. “Nossa meta é que até 2014 possamos atrair um mercado de 10 milhões de novos passageiros”. Dentro da estratégia de expansão, ele lembra das conexões internacionais.. “Cada vez mais o mercado chileno, tanto a lazer como a negócios representa um importante destino e temos que estar atento às demandas do mercado internacional”. Para Gonzalo, a Lan tem procurado atrair novos clientes por meio de uma tarifa extremamente atraente. “Veja o caso de Chiloé. Temos hoje uma tarifa de ida e volta saindo de Santiago por cerca de US$ 100, o que é bastante interessante, lembrando que este é um voo com 2h50 de duração”, destacou. A Latam deve investir US$ 7,87 bilhões em sua frota de aeronaves até 2014, para fortalecer suas operações. A ideia é alcançar uma frota de 359 aviões até 2014,
787 para Buenos Aires - Dentro do programa de expansão, a Lan acaba de incorporar o segundo Boeing 787 Dreamliner à sua frota. Um terceiro equipamento chega em dezembro, completando 32 até o final de 2013, num investimento de US$ 4,9 bilhões. Entre as novidades do Boeing 787 estão os assentos da classe Premium Business – que serão full flat 100% horizontal e incorporam um repouso para os pés, sistema de memória que grava a posição do assento que o usuário escolheu, além da massagem lombar, que aumentará ainda mais a sensação de descanso. A classe Econômica conta com assentos ergométricos reclináveis, com repousa-cabeça com 4 ajustes. São 217 assentos na classe econômica e 30 na premium business. Na parte de entretenimento a bordo, os monitores de maior definição com tecnologia 100% touch de última geração (9 polegadas para a cabine econômica .Apesar de reconhecer a importância do mercado brasileiro, a Lan não tem planos de colocar o 787 Dreamliner nas rotas para o Rio ou São Paulo.
AVIAÇÃO TAM
Klaus Kühnast
Ano de mudanças e adaptações, e de integração com a Lan
Cláudia Sender
Anderson Masetto
de bilhetes para seus destinos domésticos. Agora, no momento da compra, o cliente pode escolher entre três diferentes perfis de passagens aéreas: Básico, Flex e Top. Para cada um a companhia oferece um conjunto de benefícios, que inclui itens como pontuação no Tam Fidelidade, taxa de remarcação, valor reembolsável, prazo de emissão, franquia extra de bagagem, descontos para crianças e atendimento e serviços prioritários. O pacote no perfil Básico custa sempre R$ 60 a menos do que o pacote no perfil Flex. Já o pacote de benefícios de um bilhete no perfil Top, custa R$ 120 a mais do que no Flex. Top Tam - Por conta da fusão com a Lan, a tradicional premiação de vendas promovida pela Tam teve a sua edição de 2012 adiada. Segundo Kühnast, o Top Tam que costuma acontecer entre os meses de outubro e novembro teve que ser postergado para o primeiro semestre de 2013. Segundo ele, a premiação já levará em conta as vendas das agências, operadoras e consolidadoras referentes às duas companhias.
Os resultados têm mostrado que a companhia está no caminho do crescimento. Veja as taxas de crescimento da demanda e capacidade referentes aos resultados de agosto em comparação com o mesmo período do ano passado. E saiba ainda como estão as taxas de ocupação Geral
Doméstico Brasil
Doméstico (Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia)
Demanda
9,1%
12,6%
16,4%
Capacidade
1,3%
– 2,8%
13,8%
Ocupação
79,3%
74,4%
79,9%
Não tem como não estar nas mídias sociais Cláudia Sender acredita que as mídias sociais são relevantes para qualquer tipo de empresa ou produto, mas que o Turismo pode se beneficiar bastante delas. “Quando a gente fala de mídias sociais, o que as pessoas mais postam são fotos e o principal motivo de fazer isso normalmente são viagens. É um meio muito relevante, que precisamos saber trabalhar”, diz. Para ela, este canal de comunicação ganha ainda mais importância devido aos hábitos dos brasileiros, que já incorporaram as mídias sociais no seu dia a dia, principalmente pela grande penetração que a Internet no país. “A gente percebe que o Brasil é um dos países que mais participa dessas redes. O brasileiro gosta de se relacionar e vê nas mídias sociais uma maneira efetiva de fazer isso”, acredita. No caso da Tam, a executiva conta que a empresa trabalha com as redes sociais de
formas diferentes para atingir os objetivos de divulgação da marca e produtos e de se relacionar de uma maneira mais próxima com os consumidores. Uma das inovações é o “Fale com o Presidente 2.0”, via Twitter e Facebook. Além disso, a companhia conta com um canal no YouTube onde armazena seus vídeos. Cláudia reitera ainda que fora essas ações de relações com os clientes, a aérea utiliza as mídias sociais para fazer campanhas, promoções e informar sobre novos produtos e serviços. “Hoje as mídias sociais são parte do nosso plano de marketing, assim como também a televisão, os jornais e as revistas. Não se consegue mais pensar nelas como um canal separado. Cada vez mais integram a nossa estratégia e a gente busca maneiras de estar próximo do passageiro e do consumidor por meio deste canal””, finaliza.
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A já anunciada fusão entre Tam e Lan foi finalmente concluída neste ano. No dia 22 de junho foi anunciada a criação do Latam Airlines Group e que as duas companhias continuarão operando com as suas marcas atuais. A holding conta com voos para cerca de 150 destinos em 22 países e transporta cargas para 169 destinos em 27 países. O impacto disso foi sentido no dia a dia da empresa, que começou a trabalhar para a integração para que de fato as duas companhias passem a ser uma só empresa. Embora a palavra de ordem seja integração, cada companhia aérea manteve seus centros de operação atuais - Lan em Santiago e Tam em São Paulo. O Latam Airlines Group S.A. agora inclui a Lan Airlines e suas filiais no Peru, Argentina, Colômbia e Equador, e Lan Cargo e suas filiais; bem como a Tam S.A. e suas filiais Tam Linhas Aéreas S.A., inclusive suas unidades de negócios, Tam Transportes Aéreos del Mercosur S.A. (Tam Airlines), do Paraguai e Multiplus S.A. As duas companhias projetam sinergias aproximadas de US$ 170 milhões a US$ 200 milhões até junho de 2013. Em quatro anos, a previsão é alcançar de US$ 600 milhões a US$ 700 milhões anuais. Segundo a empresa, cerca 60% deste total deve vir dos incrementos de receita nos negócios de passageiros e de cargas, fruto da associação. As reduções de custo serão responsáveis pelos outros 40%. Equipe de vendas integrada – Dois meses após a conclusão da fusão entre Tam e Lan, as empresas concluíram a integração de suas equipes de vendas no Brasil. A nova estrutura ficou responsável principalmente pelas vendas indiretas, via agências e operadoras de viagens. No total, são 354 executivos de vendas em todo o país. “Este era o nosso primeiro objetivo após o anúncio da fusão. Estamos muito satisfeitos, pois fizemos esta integração em tempo recorde e temos agora uma nova estrutura para cuidar do nosso negócio no Brasil”, comemora Klaus Kühnast, que continua como diretor de vendas. “A parte de passageiros da Latam se dividiu em três estruturas. A doméstica dos países de língua espanhola, que fica sob o
guarda chuva da Lan; a doméstica do Brasil, que fica sob a minha responsabilidade; e o internacional que, por juntar operações das duas marcas, fica com o Damián Sckokin, que responderá para as duas companhias”, completa Cláudia Sender, vice-presidente comercial e de marketing da companhia. Uma das principais mudanças é nas vendas internacionais, que passam a ser comandadas por Damián Scokin como vice-presidente. Ele se dividirá entre o Brasil e o Chile e na nova estrutura, passa a responder tanto ao presidente da Tam, Marco Antônio Bologna, como ao da Lan, Ignácio Cueto. Dentro da diretoria de vendas, foram criadas três key accounts (corporativo, consolidação e operadoras), uma gerência sênior de vendas internacionais, além de duas gerências sêniors regionais. Jaime Fernandez, que ocupou o cargo de diretor da Lan para o Brasil e está na empresa há 15 anos, assume o comando das vendas para as operadoras. O internacional ficará a cargo de outro ex-Lan, Luciano Macagno. Novos perfis de passagens – Em setembro a companhia reformulou a venda
AVIAÇÃO AVIANCA
Tarcísio Gargioni
Marketing e qualidade: agentes do crescimento da empresa
Luciano Palumbo
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Depois de anunciar a nova estrutura organizacional da companhia, o vice-presidente de comercial e de marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, comemora os bons resultados. A receita ele não dá. Mas sinaliza que para obter um crescimento operacional de mais de 130% e share maior que 5,54%, a Avianca tem investido na frota – com aeronaves de ultima geração, na força de vendas, no relacionamento com o trade, na credibilidade profissional e na motivação da equipe. Os números não param de decolar. Um dos maiores load factory e o maior crescimento da indústria podem ser traduzidos em aumento de produtividade – como fez a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao divulgar o relatório do primeiro semestre de 2012, onde a empresa teve uma lucratividade grande, com o destaque para o março. “O share da Avianca passou de 2,4% em março de 2011 para 5,54% este ano, o que aponta um crescimento de mais de 131%. A taxa de ocupação foi de 79%”, disse o executivo. A figura por traz de todo este crescimento é Gargioni. Depois de acumular conquistas como diretor na extinta Vasp, onde elevou a receita do departamento de cargas da companhia de 4% para 23% em representatividade, foi conquistar novos ares com um conceito que expandiu o serviço aéreo no Brasil. Com o tão esperado low cost, low fare praticado na Gol na década passada, Gargioni cresceu em experiência, relacionamento e em ações que definitivamente colocaram a companhia num plano de voo hoje almejado por muitos. Ascensão - Desde quando assumiu as operações comerciais e de marketing da Avianca, em junho de 2011, a companhia vem apresentando um crescimento de 10% mês a mês em suas operações. Os números podem
Tap pode ser adquirida pela Avianca Apesar de não confirmar oficialmente, a AviancaTaca está no páreo para adquirir a companhia aérea portuguesa Tap. Recentemente a imprensa lusitana publicou que o governo de Portugal deve a vender a Tap ao empresário Gérman Efromovich, que teria ficado sozinho na disputa pela companhia e que a intenção é de vender a Tap até ao final deste ano.
ser obtidos no portal da Anac. Atualmente, a estimativa da empresa é de realizar 200 voos diários até o final de 2012. Hoje esse número chega a 147 voos. Atualmente, a companhia oferece além dos A318, quatro A320 com a oferta de 162 assentos que gera uma ocupação de 85%. Na projeção anual, a Avianca espera encerrar 2012 com uma média de ocupação de 76,03% e uma receita de 65%. “Os números representam um acréscimo nas operações da Avianca, que saltou em seu share e ainda registrou uma taxa média de ocupação maior de 70%. Hoje a frota da companhia soma três A319, cinco A318 e quatro A320. São esperadas mais duas aeronaves A318 nos próximos três meses. Toda a operação ainda utiliza mais 14 Fokker MK 28 que em breve deixarão de voar. Além disso, o plano de investimento da companhia é de R$ 2,5 bilhões até 201”, explica Gargioni. No geral, executivo acredita que a empresa possa crescer 60% em cima dos 131% já apresentados este ano. “Nos A320 oferecemos 162 assentos e mantemos uma ocupação de 85%, contra os 132 assentos dos A319. A ocupação é basicamente a mesma. Hoje, a Avianca espera encerrar 2012 com uma média de ocupação de 76% e uma receita de 65%”, disse. Corporativo - A Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) anunciou que a Avianca cresceu em 117% o número de vendas de passagens no mercado doméstico de viagens corporativas em relação
ao mesmo período de 2011. “O crescimento de vendas da Avianca é resultado dos investimentos da companhia em aumento de frota, maior espaço e serviços diferenciados. Isso demonstra que o brasileiro gosta de voar bem”, afirmou Tarcísio Gargioni. “Hoje os agentes têm participação de 62% nas vendas. Quando entrei na companhia esse número era de 58%. Quero chegar até o final de 2012 com 65% de participação dos agentes de viagens. Para que isso aconteça e para que possamos ter a confiança dos agentes são necessários investimentos em programas que fidelizem a nossa venda”, enfatizou. Equipe unificada - Com anúncio oficial da chegada de Ian Gillespie para assumir a diretoria comercial internacional da AviancaTaca no Brasil, o presidente da Avianca, José Efromovich apresentou a unificação das operações aeroportuárias e de vendas das companhias no Brasil. “Agora, todo o internacional passa a ser AviancaTaca”, disse, ressaltando que as operações domésticas ainda serão independentes no país. De acordo com o executivo, a Avianca Brasil agora atua como GSA. Segundo Gargioni que supervisionará as vendas internacionais -, a meta é de até o final de 2012 alcançar US$ 180 milhões em vendas. “Estamos unificando a estrutura para ampliar os serviços. Além disso, esperamos incrementar em 20% o crescimento de vendas com base no ano anterior”, disse. A taxa de ocupação média entre os voos internacionais está em 80%.
Carga é a aposta da lucratividade A Avianca Cargo apresentou o seu novo terminal de cargas no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A nova unidade será responsável pelo embarque, enquanto os desembarques serão feitos no antigo terminal. Como o novo espaço, a companhia dobra de tamanho, atingindo 800 m². A meta para 2012 é faturar R$ 40 milhões, quase o dobro de 2011, quando a aérea faturou R$ 21 milhões com cargas. Este aumento previsto é fruto de uma reestruturação no setor, que teve início em abril com a contratação de Anselmo Mastandréa (ex-Gol), para o cargo de gerente geral de cargas. Segundo Tarcísio Gargioni, as cargas representam hoje 3% do faturamento total da companhia. Para ele, este é um percentual considerado muito bom, uma vez que não existem
aviões dedicados somente às cargas, mas o executivo vê potencial para chegar a 5% em 2015, quando a aérea terá substituído os seus MK 28 por Airbus A320. Com o novo terminal e a reestruturação do setor, o executivo também vê espaço para crescimento no curto prazo. “Temos um desafio enorme pela frente. Para 2013 estamos prevendo um avanço de 50% em receitas e 37% em tonelagem para as cargas”, afirmou. “Este crescimento rápido acontece devido à chegada de novas aeronaves”, completou. Desde abril, o faturamento da unidade de cargas da companhia obteve um crescimento de 30%. Além deste novo terminal em São Paulo, a Avianca se prepara para ter mais três terminais ainda em 2012. As unidades serão instaladas em Maceió (AL), Ilhéus (BA) e no Aeroporto do Galeão (RJ).
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AVIAÇÃO GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES
Paulo Kakinoff
Empresa tem novo comando e mantém foco no baixo custo
Luciano Palumbo Na troca de comando uma frase de efeito de Constantino de Oliveira Junior. “Apesar de 60% dos passageiros do transporte aéreo serem de viagens a negócios, a Gol vai continuar perseguindo o modelo de baixo custo”. Ele deixou o cargo, que foi assumido no dia 2 de julho por Paulo Kakinoff, ex-presidente da montadora Audi. “A vinda de Kakinoff representa mais um avanço na governança da companhia e somará histórias de realização, além de trazer uma nova dinâmica e ampla experiência em gestão”, avaliou à época Constantino Junior. Na função desde 2001, Constantino fica no Conselho de Administração, como presidente. Já Kakinoff que era conselheiro da companhia desde janeiro de 2010, disse que “o conselho terá foco nas questões estratégicas, de forma atuante, no qual é fundamental a liderança e experiência de Junior, que irá somar na busca do objetivo comum que é o crescimento sustentável e o sucesso da Gol”. A mudança de comando acontece em um momento de instabilidade. Depois de amargar um prejuízo de R$ 710 milhões em 2011, o segundo maior
de sua história, a Gol traçou uma nova mudança de rota no intuito de, finalmente, assentar o prumo. Renúncia - A renúncia de Constantino da presidência-executiva foi um movimento para agregar valor à companhia, afirmou, o próprio, maior acionista individual da Gol,
com 18% do capital total e 25% do capital votante. “Não estou abrindo mão de uma função executiva. Estou fazendo um movimento que eu entendo que agrega valor à companhia. Encontrei a pessoa que atende o nosso desejo para ser o líder da empresa”, disse.
A positividade dos recursos eletrônicos e mídias sociais Para o executivo da Gol, Paulo Kakinoff, um dos maiores benefícios para os usuários de redes sociais é poder compartilhar informações e opiniões. “Quando falamos de viagens, esse assunto é ainda mais latente. As pessoas utilizam as redes em todo o processo desde a escolha do destino, ao pós viagem com as fotos e experiências compartilhadas”, diz. Segundo ele, esse comportamento interfere no turismo e no consumo de viagem como um todo. “Hoje em dia o mercado do turismo está sendo ainda mais avaliado e as decisões dos consumidores sendo baseadas nas
opiniões expostas nas redes”, emenda. Para a integração dos agentes e das companhias aéreas, é preciso, segundo Kakinoff, que as mídias sociais sirvam de uma vitrine para as companhias aéreas divulgarem promoções, informarem os consumidores sobre novidades, tendências e melhor uso dos serviços, com um caráter muitas vezes educativo. “O ponto mais importante é a possibilidade de interagir e receber o feedback dos consumidores para melhorias e oportunidades. Estar presente nas redes deixou de ser uma opção e tornou-se obrigatório”, concluiu.
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Redução total para manter a competitividade Para dar uma marretada nos custos, cerca de 800 funcionários foram demitidos, incluindo pilotos e copilotos. A companhia eliminou pelo menos 80 voos diários, que davam um prejuízo estimado em R$ 5 milhões por mês. No primeiro trimestre de 2012, a situação parece não ter melhorado para a empresa, ou seja, mais um prejuízo de R$ 41,4 milhões. A solução encontrada pela companhia foi o aperto – e as mudanças na cúpula. Em abril, 26 cargos de gerência e quatro de diretoria haviam sido cortados pela empresa. Neste ano, a além do prejuízo e paralisação de rotas, como a Santiago, por exemplo, a Gol reduz a frota de aviões. A companhia não está desacreditada pelo mercado, está com dificuldades. A estratégia da Gol de conter oferta e aumentar a rentabilidade marcou o quadro de voos domésticos informado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No primeiro semestre, a segunda maior companhia - se tratando de malha aérea - acumulou um recuo de 2,44%, em relação a igual período de 2001. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a demanda por voos domésticos cresceu 11,3% em junho, na comparação anual. Foi o segundo mês de expansão de dois dígitos, depois dos 13,25% de fevereiro, quando o re-
sultado foi influenciado pelo Carnaval. Apesar do bom resultado de junho, ele fica abaixo das taxas de igual período dos últimos dois anos, de 19,54% e 16,8%, respectivamente. Ocupação - A Gol, no mesmo mês, conseguiu alcançar 70,5% de ocupação em suas aeronaves no mês passado, a maior taxa para um mês de junho dos últimos cinco anos. A marca foi decorrência da estratégia de redução da oferta de assentos iniciada em março e que já resultou no corte de cerca de 100 voos diários. O objetivo da companhia é fechar o ano com uma redução de 2% nesse indicador em relação a 2011. A demanda da companhia, por sua vez, aumentou, ainda que ligeiramente. O crescimento foi de 1,4% nos voos domésticos em junho, na comparação anual. No mercado internacional, houve queda de 6,4%. A companhia registrou aumento de 12% no preço do combustível de abril a junho deste ano em relação a igual intervalo de 2011. Mercado - A participação de mercado da Gol, encolhe na mesma proporção em que cresce a fatia das quatro empresas de médio porte. De janeiro a junho, ao lado da Tam, a companhia respondeu por 73,78% da demanda doméstica, uma redução de 6,45 pontos percentuais ante o primeiro semestre de 2011. O segundo trimestre do ano deixou R$ 1,9
bilhão de receita para a Gol, mas também gastos de R$ 2,2 bilhões, que resultaram em um prejuízo líquido de R$ 715,1 milhões, prejuízo operacional de R$ 354 milhões e resultado financeiro líquido negativo em R$ 450 milhões. Segundo Kakinoff, os resultados do trimestre refletem o cenário macroeconômico desafiador para o setor de aviação civil. “Os altos custos com combustível, a depreciação do real frente ao dólar americano que impacta diretamente 55% das despesas operacionais da Companhia e o aumento nos custos com tarifas relacionadas a operação aérea no Brasil impactaram significativamente os resultados da Gol e do setor aéreo nacional”, diz. O executivo ressaltou que as medidas como a readequação da malha e corte de pessoal, tomadas nos últimos meses, devem ter impacto no segundo semestre. “A empresa fechou o trimestre com R$ 1,9 bilhão em caixa”, informa. Entretanto, Kakinoff informou que a companhia espera margem operacional negativa para o balanço de 2012. Isso acontece, segundo a companhia, por conta de um cenário de volatilidade e deteriorização macroecononômica combinado a um desempenho operacional negativo do primeiro semestre. “Esperamos voltar a ter uma operação positiva, mas não este ano”, afirmou o executivo.
AVIAÇÃO AZUL TRIP
José Mário Caprioli
Fusão resulta na 3ª maior empresa aérea brasileira
de Defesa Econômica (Cade). No futuro, a Azul será a marca resultante da fusão. Em maio de 2012, as companhias aéreas A decisão foi tomada a partir de uma Azul e Trip anunciaram a fusão de suas pesquisa de mercado com foco na peneoperações. A nova empresa será a terceira tração e lembrança de marca em diversos maior companhia aérea do Brasil, com aeroportos. O nome Trip na comunicação uma participação de quase 15% do mervisual aos passageiros e nas aeronaves será cado doméstico de aviação, sendo 9,94% descontinuado, permanecendo apenas uma da Azul e 4,29% da Trip, segundo dados referência visual da companhia regional do fechamento de abril, no novo logotipo. Desde divulgados pela Agência o dia 10 de setembro, Nacional de Aviação Civil 100 aeroportos nacionais “Fusão entre (Anac) – atrás apenas da já recebem os voos da Tam e da Gol. A maior “nova” Azul. Já o acordo Azul e Trip parte das ações da nova de compartilhamento resultará em uma aérea ficará com a Azul de voos deve iniciar até participação de (66,66%), enquanto os o dia 30 de outubro. A investidores da Trip fiautorização já foi dada quase 15% do carão com 33,33%. A pela Anac. Além disso, mercado doméstico, nova empresa contará já existem 380 pedidos ficando atrás com uma frota de 114 de alteração de horáaeronaves (62 jatos Emrios de transporte que apenas da Tam braer da Azul e 50 turbocorrespondem a toda a e da Gol” élices ATR da Trip), 840 malha de voos da Azul e voos diários, 316 rotas da Trip, combinada. Já o e 99 cidades atendidas code share firmado entre – equivalentes a 29% do total do país, a Tam e a Trip continua. A relação entre além de uma receita de R$ 4 bilhões ao as duas companhias deve continuar ainda ano e nove mil colaboradores. Para a por um longo período já que o processo de operação das duas companhias foi criada fusão não interfere na operação da Azul. uma holding controladora, a Azul Trip Na busca da melhoria dos serviços, a S.A – onde o empresário David Neeleman Azul anunciou que vai investir na ampliação (fundador da Azul Linhas Aéreas) será o dos serviços prestados aos passageiros – presidente do Conselho de Administração priorizando o mercado nacional. Segundo junto com outros membros. José Mário Capriolli, o Brasil tem muito para crescer Caprioli, presidente-executivo da Trip, na malha doméstica. Apesar do foco no será o responsável pela integração das doméstico, a companhia tem interesse duas companhias. Ele também deverá no mercado internacional e não descarintegrar o Conselho de Administração ta o pedido de rotas junto à Anac nos da Azul Trip, ao lado do atual presidenpróximos meses. O foco seriam os países te do conselho da Trip, Renan Chieppe. mais próximos, que façam fronteira com o As companhias continuarão operando Brasil – em rotas como Paraguai, Colômbia, de forma independente até a aprovação Guianas, Uruguai e Argentina. A holding da fusão pela Agência Nacional de Aviação também investirá em novas aeronaves. Civil (Anac) e pelo Conselho Administrativo Até o fim do primeiro semestre de 2013, Lisia Minelli
O novo logotipo da Azul passará por modificações. A letra U, na palavra Azul, será grafada com um tom da cor azul contrastante das demais letras A, Z e L. O objetivo é remeter ao logotipo atual da Trip, que tem a letra I grafada em tonalidade diferente das demais letras da marca. O objetivo de grafar a letra U com um tom diferente é também mostrar a união das duas empresas. Com relação aos uniformes, os atendentes de check in, por exemplo, adotarão o uniforme da Trip, já os funcionários de manutenção usarão os uniformes da Azul.
Programa Tudo Azul para clientes Trip Desde o dia 2 de outubro, todos os clientes da Trip podem utilizar o Programa de Vantagens Tudo Azul, aproveitando todos os benefícios oferecidos. Para isso, basta se cadastrar no programa e acumular créditos. No momento da compra da passagem nos canais de vendas da Trip, o cliente deverá fornecer o número do programa para que a viagem seja contabilizada. A mecânica é a mesma: o cliente ganha 5% do valor da tarifa em forma de créditos. Para resgatar, a cada 50 créditos acumulados, o cliente pode usar um voucher no valor de R$ 50 como desconto na compra da próxima passagem (ou juntar vários vouchers de R$ 50 em sua conta, se preferir usá-los para comprar uma passagem inteira). O Programa Tudo Azul funciona de maneira diferente dos outros programas, pois não acumula milhagens e sim oferece vantagens. Ao se cadastrar, o cliente já ganha um crédito de R$ 30 de boas-vindas. Além disso, toda vez que viajar, ganha 5% da sua tarifa como créditos em reais em sua conta. A cada 50 créditos, o Programa disponibiliza um voucher no valor de R$ 50 para ser utilizado como desconto em sua próxima viagem. Os vouchers também são cumulativos e os créditos são ganhos mesmo se as viagens forem realizadas com prêmios.
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Novo logotipo
será efetivada a devolução dos aviões mais antigos das duas companhias. São nove modelos Embraer 175 e sete turboélices ATR 42-300. Os jatos Embraer 175 serão substituídos pelos modelos da família Embraer 190 e 195. Já os turboélices serão trocados por uma versão mais nova, o ATR 72-600. O investimento estimado é de US$ 342 milhões, o equivalente a R$ 684 milhões, para trazer 12 aeronaves de setembro deste ano até abril de 2013.
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AVIAÇÃO AEROMEXICO
Mario Rosas
Maior investimento na história da aviação mexicana
Lisia Minelli No segundo trimestre de 2012, a Aeromexico registrou receita de $ 9,919 milhões de pesos – resultado 15,2% maior que o mesmo período de 2011. Segundo Mario Rosas, diretor de vendas internacionais da companhia, até o final do ano, o resultado terá atingido $ 19,147 milhões de pesos, 15,9% a mais que no primeiro semestre do ano passado – apesar do
incremento de 14% nos preços dos combustíveis. “Esse crescimento foi impulsionado pelos níveis recordes no número de passageiros. Nos primeiros oito meses de 2012, a companhia aérea transportou quase dez milhões de pessoas, um aumento de 4,9% sobre o mesmo período de 2011 – representando um crescimento de 7,8% no mercado internacional e de 3,9% no mercado doméstico”, diz. Em agosto de 2012, o tráfego de passageiros registrou um
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Agentes correspondem a 80% das vendas da aérea Em relação às mídias sociais, Mario Rosa explica que elas se tornaram ferramentas das mais eficientes para promover os atrativos de cada região. “A participação ativa dos usuários online gerou uma cultura de interação mútua entre cada um dos indivíduos que participaram do Turismo. Facilitando a obtenção de feedback construtivo em tempo real, com base nos pontos fortes e fracos e em comparação com as expectativas e necessidades dos clientes. Uma situação dessa, há alguns anos, só poderia ser observada através de sondagens e inquéritos”, comentou. Segundo ele, a tecnologia tem permitido transmitir informações a partir do ponto de vista da experiência. “Os hóspedes ou passageiros que desfrutaram de alguns dos serviços turísticos podem enviar as suas experiências, a fim de recomendar ou alertar os futuros visitantes sobre os prós e contras de cada lugar”, explicou. Para o diretor, essa comunicação consegue estabelecer uma escala de avaliação que na maioria dos casos é levada em conta por turistas e empresas. Para Aeroméxico, as redes sociais tornaram-se uma das formas mais eficazes de feedback no mercado. “Atualmente, a companhia tem um departamento que lida com redes para acompanhar incidentes, comentários e dar maior atenção aos clientes. Nosso objetivo é monitorar e reforçar as oportunidades, assim como manter e melhorar os pontos fortes da empresa”, informou. “É através de redes sociais como Facebook, Twitter, e até mesmo a página Aeromexico. com que os passageiros podem expressar suas experiências de cada um de nossos serviços e produtos, permitindo a melhoria contínua ato instantaneamente”, completa. Porém, o diretor afirmou que a tendência de compra de passagens aéreas ainda é mais significativa através dos agentes de viagens, que representam 80% das vendas; enquanto os outros 20% se refletem na participação de outros canais de vendas,
entre eles a online, “sendo este último, o canal que mais cresce conforme dados do ano”, declarou. Já para os agentes de viagens, Rosa acredita que as redes sociais são importantes por trazer conhecimentos específicos do mercado global, bem como o conhecimento sobre quais são os melhores canais de vendas para oferecer um produto de acordo com o que cada segmento está processando. “Além disso, este meio tecnológico pode desenvolver estratégias de marketing específicas para cada um dos mercados-alvo, inovar e reestruturar planos de ação que uma vez não estão dando resultados”, disse. Por outro lado, para o diretor, as redes sociais também fornecem uma visão sobre a perspectiva de clientes com base em suas competências. “Ou seja, abrir um panorama real de comparação entre cada uma das empresas envolvidas em um único setor, uma situação que poderia desenvolver um benchmarking apropriado”, avalia. Fusões - Sobre fusões, o diretor acredita ser uma tendência em muitos mercados e uma prática cada vez mais frequente. “No Brasil, continuamos a fortalecer nosso relacionamento com a Tam, através de nossos atuais voos compartilhados com a companhia aérea na rota Brasil-México, uma situação que nos permitiu aumentar a oferta de assentos de e para estes destinos”, contou. A estratégia que a Aeromexico segue é para fortalecer os laços através do comércio, como a SkyTeam - aliança global de companhias aéreas da qual é uma das fundadoras. “Através desta parceria com 18 grandes companhias aéreas ao redor do mundo, oferecemos aos nossos clientes grandes benefícios, como uma maior conectividade internacional, a capacidade de adicionar e ganhar milhas ao voar em quaisquer companhias aéreas parceiras, documentação preferencial, acesso às salas VIP em aeroportos de todo o mundo, entre outros”, conclui.
aumento de 0,6% em relação ao ano anterior, chegando a um volume de 293 mil passageiros transportados. Nos voos internacionais, o número de passageiros transportados aumentou 0,3%, enquanto no mercado interno 0,7%. Entre as novidades apresentadas no ano, a Aeromexico anunciou o maior programa de investimento na história da aviação no México, quando assinou a carta de intenção de compra de 100 aviões Boeing: 90 Boeing 737-8 MAX e mais dez Boeing 787-9. Em um valor total de US$ 11 bilhões. Este valor é somado aos investimentos de US$ 1,3 milhão anunciados em 2011 para a aquisição de 20 aeronaves Boeing e Embraer em um período de 24 meses. O diretor ainda lembrou que em agosto de 2011 a companhia anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento com a Delta Air Lines para criar uma aliança comercial e patrimonial de longo prazo. “Como parte desse acordo, a Delta investiu US$ 65 milhões em nossa empresa o que representou compra de 4,17% da companhia aérea. Juntas, as duas aéreas ainda investirão US$ 40 milhões na construção de uma nova plataforma de manutenção, na cidade de Querétaro, no México”, conta. Além disso, a Aeromexico continua a aumentar frequências e abrir novas rotas. De acordo com Rosas, há um crescimento constante da companhia em todos os mercados em 2012, como Estados Unidos, América Central e América do Sul. “Iniciamos voos diretos e diários da Cidade do México para as cidades de Atlanta, San Salvador, Washington, e de Cancun para Bogotá e São Paulo. Para destinos no México, aumentamos voos em Manzanillo e desde setembro, Querétaro e Saltillo incorporam nossa malha de serviços, somando mais de 40 destinos no país”, anunciou. A companhia também está desenvolvendo novos produtos e serviços mais atraentes, como o site www.aeromexico.com. br que, segundo o diretor, além de manter os passageiros informados, oferece promoções e uma ferramenta adequada para racionalizar e melhorar o processo de viagem. “Em 2012, adicionamos ao nosso programa de passageiro frequente da nova Premier Partner nível ‘Titanium’, que proporciona novos benefícios para todos os processos de viagem”, complementa. Para 2013, Rosa diz que a Aeromexico vai manter seu compromisso de fornecer serviços de classe mundial e aumentar sua participação em mercados que exigem isso. “Em termos de frota, para o próximo ano, está prevista a incorporação de sete aeronaves Next Generation Boeing 737-800 e um Boeing 787-800 da Dreamliner; também continuaremos a renovar a frota Embraer 145 por Embraer 170. Tudo isso faz parte do plano de renovação frota”, antecipa.
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AVIAÇÃO TAP
Fernando Pinto
Brasil e África são mercados estratégicos para a Tap
Luiz Marcos Fernandes Às vésperas de um processo de privatização e de uma inevitável mudança nos postos de diretoria, a Tap tem mantido um ritmo de crescimento sustentado pela diversificação de rotas e destinos, onde o Brasil e a África ocupam atualmente lugar de destaque. Na opinião do presidente da Tap, o engenheiro Fernando Pinto, que está à frente da companhia há 12 anos, o modelo de gestão adotado nos últimos anos pode ser comprovado pelos bons resultados. “A Tap tem hoje uma dimensão que é praticamente o dobro daquela que era em 2000. Com a privatização, teremos condições de continuar esse processo de crescimento”, admite. Segundo ele, o principal argumento para que esse processo venha a ser concluído está na possibilidade de a Tap ganhar maior fôlego para fazer frente à concorrência de mercado. “É importante ter capital para fortalecer a companhia. Apesar de termos tido bons resultados, o nosso lastro de capital é ainda muito baixo e certamente a privatização da empresa poderá contribuir para mudar esse quadro. O caminho deste processo ainda não está definido. Hoje há modelos de fusão e esta também pode ser uma alternativa. Há muitas variáveis a serem consideradas. Soube
que a Avianca Brasil fez uma sondagem, mas seria prematuro falar em interesse de compra, pois as regras ainda não foram definidas. O importante mesmo em tudo isso é que haja o maior número possível de interessados. Isso sim é importante, porque desse modo, a Tap poderá escolher o que for melhor para o futuro da companhia”, adianta ele. Fernando Pinto que já esteve à frente da Varig lembra que a estratégia da empresa tem sido buscar mercados com grande potencial como o Brasil e a África. “O mercado da aviação comercial está cada vez mais competitivo. A Tap apostou fortemente nas ligações entre a Europa e o Brasil quando as outras companhias ainda não olhavam com atenção para o país e, como foi pioneira, conseguiu uma posição no mercado muito forte. Entretanto, outras companhias vieram atrás da Tap, despertando para o grande potencial do mercado brasileiro, mas empresa tem uma posição muito sólida, continuando a oferecer mais e melhores ligações, com qualidade de serviço e sendo muito competitiva, pelo que mantém e consolida a sua posição como maior companhia entre a Europa e o Brasil”, lembra. Quanto à África, e por razões históricas, a Tap sempre foi líder nas ligações entre a Europa e os países de língua portuguesa. “Nos últimos anos,
diversificamos a oferta com novos destinos e apostas em Marrocos, Gana, Senegal, Argélia e Mali, reforçando a importância da África e na oferta que esta disponibiliza ao mercado”. Mas a preocupação continua a ser os altos custos operacionais. Segundo ele, mesmo com a crise econômica, a Tap deve manter seu ritmo de crescimento. “É esperado que a companhia tenha transportado mais passageiros, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos dez milhões de clientes, obtendo maior receita. Nossa ideia é dar continuidade ao processo de crescimento, lançando novos destinos, como Berlim, Turim e Bucareste, que se juntam a uma malha que oferece cada vez mais opções de viagem aos nossos clientes em todo o mundo”. Fernando Pinto admite o impacto de algumas variáveis econômicas. “Pudemos comprovar que houve, de fato, um forte aumento do preço do combustível, que penaliza as contas, mas mesmo assim acredito que o mercado vá reagir gradativamente. Desse ponto de vista, 2012 pode ser um dos anos mais importantes da história da companhia”, calcula. Já em relação à estratégia adotada por empresas concorrentes que optaram pela fusão, ele lembra que esse é outro modelo de gestão para reduzir custos que vêm sendo adotado com sucesso para fazer frente ao mercado cada vez mais competitivo.
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Pioneirismo no DNA da Tap E com o advento das novas tecnologias, as companhias aéreas têm investido cada vez mais no uso das redes sociais. Fernando Pinto lembra que a Tap tem sido distinguida pela forma pioneira como usa as redes sociais para servir os seus clientes. “Eu diria até que somos um caso de estudo e referência por especialistas. A companhia está no Facebook, por exemplo, como está na sua atividade geral, ‘de braços abertos’ para ouvir os clientes. Queremos saber o que eles pensam, conhecer as suas experiências, ouvir suas sugestões. Os clientes são a razão de existir da empresa e o objetivo é atingir a excelência nos serviços prestados. É um trabalho que nunca está completo e ainda há muito a corrigir, mas estamos nas redes sociais, de forma transparente, aos olhos de todos, para conversar com quem tem algo para dizer sobre a companhia. É um privilégio poder conversar com as pessoas nas redes sociais” esclarece. E essa abertura diz respeito também aos agentes de viagens que trabalham com a
companhia, mas alerta que é preciso ter um foco e uma diretriz. “A abertura e transparência nas relações com o mercado e o trade são fatores cada vez mais decisivos para o sucesso das atividades econômicas. As organizações não devem estar nas mídias sociais só por estar, porque é ‘moderno’ ou porque o competidor está. Quando vão para as mídias sociais, já têm de saber o que pretendem fazer e têm de estar dispostas a estabelecer diálogo e uma comunicação direta e aberta com os seus clientes. Desta relação surge uma maior proximidade e estabelecem-se laços mais fortes e duradouros, aumentando-se também a reputação das companhias”. Segundo ele, um evento como a Feira das Américas permite aos agentes conhecerem melhor os destinos, tanto nacionais como internacionais, bem como estabelecerem relacionamentos com os seus parceiros de negócio o que lhes permitirá servir melhor os seus clientes. “Dessa forma, ficarão também em melhores condições de responder aos desafios colocados pela tendência de os clientes estarem mais disponíveis para os canais on-line”.
Quanto à maior exposição do Brasil em função dos megaeventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, Fernando Pinto lembra que o país deve aproveitar as oportunidades geradas em função da boa imagem do país no que se refere a estabilidade econômica e potencial de crescimento. “Acho que há espaço para expansão do mercado de aviação comercial no Brasil ainda mais por se tratar de um país de grandes dimensões continentais. A própria aviação regional é um segmento que tem muito para crescer e num futuro próximo pode explorar os voos com países de fronteira. O Brasil mudou sua imagem no exterior e é visto como um país emergente. Os megaeventos como Copa e Olimpíadas exigem que se tenha também uma infraestrutura adequada e, neste quesito, entram a melhoria dos aeroportos com as concessões ao setor privado. É capital que entra para novos investimentos e quem ganha com tudo isso é o consumidor e o mercado”, admite.
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AVIAÇÃO EMIRATES
Ralf Aasmann
Cinco anos de operações no Brasil e objetivo de continuar crescendo
Natália Strucchi A Emirates Airline completou em outubro cinco anos de operações no Brasil, período marcado por conquistas, aumento do transporte de cargas e novos voos. Como será o futuro? Se depender das ideias e projetos da companhia, os próximos cinco, dez, 15 anos serão de mais crescimento. “O setor de passageiros é fantástico. Viemos para o Brasil na época certa e conseguimos excelentes resultados. Este país tem grande potencial econômico. Acredito que futuramente podemos até aumentar nossa oferta. Atualmente não, mas se o país continuar se desenvolvendo, isso pode acontecer. A atual conjuntura está excelente para a Emirates”, avalia o diretor da companhia para Brasil, Ralf Aasmann. Não existe um número específico da Emirates para o Brasil, mas em todo o mundo, somente no período de 1º de abril de 2011
até 31 de março de 2012 foram transportados 34 milhões de passageiros. No setor de cargas, 1,8 milhão de toneladas transportadas. De acordo com o diretor, houve um desenvolvimento grande da carga no Brasil. “No avião de passageiro temos em média 24 toneladas por dia, de espaço, a disposição. E, além disso, desde novembro de 2010, operamos voos cargueiros. Em 1º de novembro daquele ano iniciamos o primeiro voo cargueiro para o aeroporto de Viracopos. No mês seguinte aumentamos para duas frequencias semanais, só com cargueiro. E desde 16 de setembro de 2011 operamos três frequencias semanais no Boeing 777-S, que tem capacidade de 105 toneladas”, destaca. Apesar de admitir que novos concorrentes estão chegando ao mercado, Aasmann explica que, por enquanto, a companhia está bem posicionada. “Tudo isso deve ser levado em consideração. Mas vai chegar o momento que toda a demanda vai estar atendida. Teremos
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A380: se você não voou, não viveu O título acima faz referência à campanha da Emirates que convida os passageiros a voarem nas classes premium do A380. “A experiência de voo nessa aeronave é algo incrível, principalmente nas classes premium: na classe executiva e na primeira classe, ambas localizadas no andar superior. Os passageiros da primeira classe tem chuveiro a bordo e, na classe executiva, você tem cabines individuais bem espaçosas, a sensação é de estar ali sozinho, é algo privativo”, descreve Ralf Aasmann. A empresa hoje opera 22 aeronaves A380 e ainda serão entregues mais 68. Ou seja, são 90 aviões desta categoria já confirmados. “A capacidade é grande e proporciona maior flexibilidade quanto à configuração, então é uma aeronave econômica, muito moderna. Você pode operar esse avião para destinos que tem uma alta, ao invés de ter duas frequências, três frequências, você apenas usa o A380 em uma frequência só. Em síntese, você reduz os custos operacionais”, justifica. E teria o Brasil público para isso? A resposta é sim. “Com certeza absoluta. Acho que é uma pena que a nossa infraestrutura continue do jeito que está. Você não vê um projeto para mudar isso. Infelizmente, nem sabemos o que vai acontecer. Nem o que será investido na infraestrutura aeroportuária, o que vai ser feito, se vai ser em Guarulhos, Viracopos ou outro lugar. Não se sabe nada. Não sei se é uma estratégia
do governo, mas enfim, é lamentável que hoje não exista a percepção da importância dos aeroportos e das malhas aéreas. Da aviação em geral”, critica o diretor. Além dos problemas de infraestrutura, a burocracia brasileira é outro fator que dificulta as operações do A380 no Brasil. “Por falta de espaço no aeroporto de Guarulhos, a autorização que a Anac concedeu tem uma série de limites. Hoje, da forma como nós operamos, é muito difícil aceitar as condições impostas pela Anac. Nós chegamos 16h30 da tarde e saímos às 1h25 da manhã. Nesse período, o nosso avião fica estacionado lá em Guarulhos, parado. A Anac quer que cheguemos antes do rush, coloquemos o avião na última posição para não atrapalhar ninguém e, depois de toda a operação do rush, quando for 1h25 da manhã e o aeroporto estiver vazio, puxemos o avião de volta para decolarmos. É uma operação complicada”, lamenta. Mesmo com todos os empecilhos, o diretor da Emirates crê que o Brasil ainda receberá o A380. “Se o dia tivesse mais de 24 horas não seria problema, mas como temos 15 horas de voo, então permanecendo mais tempo no solo, é complicado. Existe uma série de coisas que analisamos. É possível fazer outra operação com o A380? Sim, mas no momento não existe nenhum plano. Mas que ele vem para o Brasil ele vem. Até pelo desenvolvimento econômico do Brasil”, prevê.
que buscar onde se concentra a demanda para os destinos que nós operamos. Por exemplo, valeria à pena criar uma rota de Goiânia? Claro que temos passageiros que vêm de Goiânia, mas fazer um voo Goiania-Dubai provavelmente não teria sentido. Sempre precisamos avaliar qual a procura. Em 2007 começamos nossa atuação com um voo para São Paulo seis dias por semana. Logo depois aumentamos para voos diários. No início deste ano de 2012, começamos o segundo voo para o Brasil, pelo Rio de Janeiro, com continuação para a Argentina”, relata. E existem planos de criar uma rota em outro país da América do Sul? Aasmann é enfático ao responder a pergunta: “A Emirates não entra para perder. Não vamos colocar um voo apenas por colocar, porque achamos legal. Ele tem que ser economicamente viável. E, claro, o ideal seria ter um voo para todos os países da América do Sul, ou fazer combinações que pudessem atendê-los. Hoje não acredito que tenha um país, além do Brasil, que possa encher um avião, pelo menos para nós”, garante. O novo voo saindo do Rio, citado por Aasmann, tem demandado ações da companhia no mercado carioca. Em evento na capital fluminense, a Emirates anunciou que nos meses de agosto e setembro iria aumentar os ganhos dos consolidadores em 3% como uma forma de estímulo. “Na verdade é uma estratégia para direcionar e aumentar as vendas no Rio de Janeiro, especificamente. Não é uma estratégia de longo prazo, mas sentimos falta do passageiro argentino, porque o nosso voo nasce e termina em Buenos Aires, via Rio de Janeiro. Então nos falta o passageiro argentino. Nós precisamos de uma ocupação maior. Isso não tem absolutamente nada a ver com o mercado do Rio de Janeiro. Nem quer dizer que algo esteja ruim. Não, não está ruim”, esclarece. Nessa rota, a média de passageiros do Brasil é de 70%, sendo os outros 30% da Argentina. “Isso pode variar, já que esses não são dados precisos. O bom para os brasileiros, é que com esse novo voo, os clientes têm sempre duas opções: via Rio ou São Paulo”, frisa. Agente de viagem - “O agente de viagem é o maior canal de distribuição da Emirates. Isso claro, incluindo os consolidadores. Então o agente de viagem é extremamente importante para nós, e focamos bastante neles. Interessa-nos muito o assunto agente de viagem, tudo que está acontecendo com esses profissionais, os problemas pelos quais estão passando e pensamos sempre em fazer alguma coisa juntos. Porque não adianta, a empresa aérea não vai conseguir trabalhar sozinha, sem ter a parceria e o apoio do agente de viagem. É claro que temos nossa distribuição direta, mas não de alguma forma expressiva que possa prejudicar o agente de viagem”.
AVIAÇÃO COPA AIRLINES
Marcos Calixto
Novo destino no Brasil e entrada na Star Alliance
acumulando um crescimento de capacidade de 20% no mercado brasileiro, uma vez que em diversos destinos os voos passaram a ser diários. Neste ano, a atuação da Copa Airlines no Os voos da capital paulista, inclusive, são feitos Brasil ficou marcada pela inauguração de uma com aeronaves da nova geração do Boeing nova operação. A companhia, que já atuava 737-800. Elas são equipadas com monitor em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, individual. Para este ano, a Copa estima transBrasília, Manaus e Porto Alegre, passou a ter portar dez milhões de passageiros no mundo. quatro voos semanais ligando Recife à Cidade Star Alliance – Outra novidade da emdo Panamá em junho deste ano, permitinpresa foi o seu ingresso na Star Alliance, do conexão para uma série de destinos na oficializado em julho deste ano. Isso coloca América do Norte e Caribe. No mesmo mês, à disposição dos clientes mais de 21 mil voos a companhia passou a voar também para diários para 193 destinos no mundo. “A Copa Guanacaste (Costa Rica), Las Vegas (Estados Airlines se junta às grandes empresas aéreas Unidos) e Curaçao, chegando a 64 destinos mundiais com um modelo de negócios que em 29 países. “Quando anunciamos oficialvai ampliar as conexões para a América do mente os detalhes da nossa estreia em Recife, Norte, Central e do Sul e Caribe”, afirma sentimos imediatamente uma receptividade Calixto. “A adesão à Star Alliance, com mais fora do comum entre as autoridades locais e de 21.500 voos por dia e milhões de passao trade turístico nordestino. O resultado não geiros, fortalece ainda mais nosso papel de poderia ser outro. Voos lotados e destinos encurtar as distâncias e aproximar países como México, Las Vegas, Orlando, Miami e e culturas do continente”, complementa. República Dominicana extremamente em alta Com a entrada na Star Alliance, a companhia, entre os passageiros da região”, conta Marcos segundo Calixto, cumpre Calixto, gerente geral da uma etapa estratégica para Copa Airlines para o Brasil. seu crescimento e permite o Parte deste sucesso “A adesão à Star câmbio turístico e comercial é creditada ao apoio de do mundo com o Panamá. todo o trade. Ele destaca Alliance, com mais “O avanço da Copa no Braa parceria e sinergia com de 21.500 voos sil também contribuiu para as operadoras, consolidapor dia e milhões nosso processo de entradoras e agências de viagens da na aliança”, revela. “O como fundamentais para de passageiros, selo da maior rede global ditar novas operações no fortalece ainda de companhias aéreas do país. “Esse apoio é essenmais nosso papel mundo oferece aos passageicial, uma vez que 80% de ros a garantia de viajar em nossas vendas estão nas de encurtar as uma empresa com padrões mãos desse canal de distridistâncias e mundiais de atendimento, buição”, afirma. “Ainda não aproximar países índices de pontualidade temos a perspectiva de um acima de 90% e múltiplas voo diário para o destino e culturas do vantagens para os viajanneste ano, mas o sucesso continente” tes frequentes. Todos esses das nossas operações deve benefícios representam um nos levar a este caminho incentivo importante para nos próximos anos”, revela. os agentes indicarem a Copa aos seus clientes O executivo aproveita para reiterar o sucesso em viagem pela América Latina”, acrescenta. da companhia no país. Embora não aponte Durante o anúncio da entrada da compaperspectivas para novos destinos e voos, ele nhia na Star Alliance, o presidente da empresa, ressalta que a operação do Brasil é cada vez Pedro Heibron, disse que nos próximos anos mais motivo de orgulho para a aérea panaestão previstas as chegadas de 54 novos Boeing menha. “Consolidamos as três frequências que serão entregues até 2018. “Este ano, nossa diárias de São Paulo, duas do Rio de Janeiro frota vai aumentar de 73 para 83 aeronaves e e o voo diário de Belo Horizonte. Além disso, estimamos crescer 20% em oferta. Lembro que Manaus, Porto Alegre e Brasília passaram de 2006 a 2011 nossa capacidade aumentou também a ter uma saída diária”, comemora. de 6,9 milhões para 14 milhões”, afirma. Desde o ano passado, a Copa Airlines vem Anderson Masetto
“Consolidamos as três frequências diárias de São Paulo, duas do Rio de Janeiro e o voo diário de Belo Horizonte. Além disso, Manaus, Porto Alegre e Brasília passaram também a ter uma saída diária”
Mídias sociais como aliadas
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Calixto acredita que as mídias sociais podem ser importantes aliadas para os agentes de viagens. Ele afirma que o ambiente proporcionado por elas estimula a aproximação com os usuários e pode até ajudar a gerar novos negócios. “Sem dúvida, as mídias sociais são um aliado cada vez mais estratégico para os agentes, na medida em que os estimula a interagir com parceiros e possíveis clientes e, sobretudo, os municia de informações sobre o mercado – com novidades das companhias aéreas, operadores e destinos turísticos”, comenta o executivo, que ressalta a importância do contato pessoal ainda. “Mas nada, evidentemente, substituirá a interação pessoal. A confiança do cliente ainda se estabelece por meio do contato cara a cara com seu agente de viagem”, alerta. Por fim, Calixto reitera que a Copa Airlines utiliza as mídias sociais para agregar valor à sua marca, além de reforçar a divulgação do site da companhia como canal de reservas online. “As redes sociais nos ajudam a ativar promoções, como a concessão de ingressos para os shows de Elton John e Laura Pausini, por exemplo. Elas nos ajudam a fortalecer a divulgação positiva dos 64 destinos que operamos pelo continente”, finaliza.
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AVIAÇÃO KOREAN AIR
Olaf Kaehlert
Aumento de capacidade revela representatividade do Brasil
Leila Melo Com mais de 800 assentos ofertados por semana ligando o Brasil a Los Angeles e a região asiática, a Korean Air ratifica seu compromisso com o mercado brasileiro. Depois de muita especulação, a companhia aérea passa a voar ao país com o Boeing 777-300, capacidade para 291 passageiros. Até então, a rota São Paulo-Los Angeles-Incheon era realizada com o Boeing 777-200 três vezes por semana. “Teremos 15 poltronas a mais na classe econômica e dobramos nossa oferta na classe executiva. Subimos de 28 para 56 lugares”, declara Olaf Kaehlert, gerente de desenvolvimento de negócios e marketing da Korean Air para a América Latina. Esse aumento visa, sobretudo, atender a demanda de passageiros. Esse voo tem um dos maiores índices globais de ocupação na primeira classe e classe executiva para a empresa. Essa mudança de aeronave será concretizada a partir do dia 30 de outubro e também implica em novos horários para a rota. As frequências partem às terças, quintas e sábados às 14h30 do aeroporto internacional de Guarulhos, pousando em Los Angeles às 21h55. Da cidade norte-americana, o passageiro sai às 23h30 e alcança a Coréia do Sul às 5h05 (horário local). “O Boeing 777-300 traz uma executiva com assentos que se transformam em verdadeiras camas. E nessa rota, embora os custos operacionais sejam altos, as chances de obtermos lucro é grande. Os voos vivem lotados e as tarifas estão em um patamar satisfatório. Hoje, o Brasil é a rota internacional mais im-
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Mídias sociais aproximam empresa do consumidor Para Olaf Kaehlert é praticamente impossível fazer negócios e estar presente na mente do consumidor final sem as mídias sociais. “Qualquer empresa que busca ter uma relação mais próxima com os consumidores, especialmente, entre os mais jovens, deve investir nas redes sociais”, diz. Por meio de canais como o Facebook (www.facebook.com/koreanair) e Twitter (@koreanair_KE), a Korean Air consegue acompanhar o que acontece diariamente na vida de seu passageiro. Esse contato direto permite reagir com mais agilidade em qualquer situação. As páginas da Korean nessas mídias são mantidas nos idiomas inglês e coreano. “Também investimos na divulgação para o mercado latino-americano de nosso aplicativo de reservas para smartphones. Ao fazer o download, o passageiro faz operações de check in, reserva bilhetes, escolhe assento e altera o voo”, anuncia o gerente. O dispositivo está habilitado ao mercado brasileiro. No entanto, a versão está em inglês.
portante em termos de yeld para a Korean Air”, destaca o gerente. Desde 2008, quando iniciou operações no país, a companhia atua para adequar seu bilhete ao nível do mercado. “Estamos constantemente revisando nossos preços e comparamos as tarifas com as companhias que têm rotas similares. Para definir o valor da passagem, analisamos a presença de voo direto, o número de escalas, o tempo total da rota e o equipamento utilizado. Nesse quesito, incluímos espaço entre poltronas, serviço de bordo e até mesmo prêmios recebidos e opinião pública em geral”, justifica. Para se a Coréia, o brasileiro conta com quatro voos diários. Segundo Kaehlert, na alta temporada é oferecida mais uma frequência para São Paulo. Parte do sucesso dessa política de tarifas na rota SP-LAX é resultado do alto índice de ocupação de passageiros corporativos, que viajam, principalmente, de executiva e são responsáveis por indicar a companhia e disseminar os serviços. “Queremos ser a melhor linha aérea para esse cliente e não a mais barata. Valorizamos nosso produto em âmbito regional a partir de serviços e não com promoções”, ressalta. Para seguir nesse ritmo e crescer a rentabilidade, a Korean mantém uma filosofia de igualdade de atendimento para as agências de viagens. No mercado brasileiro, além de estar no BSP, a empresa habilita agências com potencial de vendas para a Ásia e Estados Unidos, oferecendo condições de comissionamento iguais. “Damos total apoio a elas, que têm contribuído para o aumento das vendas”, aponta. Na América Latina, a Korean está em estudo
para introduzir um voo direto para Lima (Peru). Atualmente, essa operação é realizada via Cidade do México, mas essa decisão ainda depende, de acordo com Kaehlert, da realocação de aeronave. Recentemente, a companhia começou atividades em Nairobi (Quênia), Mianmar e Arábia Saudita. “Esses são destinos novos já implantados e que estão utilizando os aviões que chegaram. Isso depende totalmente da frota. Por isso, ainda estamos avaliando nossas possibilidades para a capital peruana”, afirma. Ele ressalta que, atualmente, todas as companhias aéreas têm um número limitado de aeronaves e esses equipamentos devem ser usados em rotas com mais oportunidades de lucros. “O ideal é ter um avião o mais cheio possível com tarifas mais altas. Além disso, é fundamental otimizar sua atuação. Avião parado é perda de lucro para uma companhia aérea”, lembra o gerente. A Korean soma, hoje, 130 aeronaves, incluindo Boeing 777, 737, 747 e Airbus 380, 300 e 330. Essa nova operação em território latino-americano poderia ser tanto em caráter regular quanto em charter especial. Nessa última opção, a Korean voaria uma vez por semana Lima-Los Angeles-Seul por um período de três meses, entre dezembro de 2012 e março de 2013. “Essa alternativa seria feita para entender o potencial do mercado. Assim, teríamos mais condições de introduzir um voo regular direto para Lima”, argumenta. Outra possibilidade, segundo o gerente, é iniciar como frequência regular em dezembro deste ano ou até o início do ano que vem. A ideia é operar duas ou três vezes por semana.
Companhia defende modelo de aliança Há um novo ambiente de competitividade no mundo e o processo de fusão é inevitável, acredita Olaf Kaehlert. Segundo ele, é um processo natural, onde somente as companhias mais fortes crescem e têm um ganho de escala para serem lucrativas. “A criação da Latam e a fusão da United e Continental são resultados dessa nova tendência de mercado. São linhas aéreas com redes de distribuição gigantes e grande número de destinos”, observa. O gerente salienta, no entanto, que esse processo tem dois lados. Se por um, facilita a escolha do voo; pelo outro, o passageiro acaba tendo menos opções de voos e, consequentemente, menos tarifas competitivas. “Isso significa que essas companhias podem impor condições mais fortes ao mercado”, acrescenta. Para o executivo, a melhor medida seria atuar em sistema de alianças. Integrante da
Skyteam, a Korean oferece equivalência de serviços para os clientes frequentes de todas as companhias membros dessa aliança global. “Os passageiros garantem o mesmo tratamento e os mesmos benefícios”, finaliza. As salas vips da empresa para as classes executivas e primeira classe são utilizadas conjuntamente com seus parceiros da Skyteam - Air France, Delta, KLM, Alitalia, Aeroméxico e possuem refeições de alto padrão, salas de conferências e acesso a wi fi gratuito. Os lounges contam ainda com seis chuveiros. Além disso, a companhia oferece voos para Coréia do Sul e cidades das Américas em jatos executivos para clientes que precisam viajar em horários diferenciados. Denominado de Korean Air Private Jet Service, os passageiros que solicitam esse serviço têm à disposição exclusividade nas operações de partidas e chegadas.
AVIAÇÃO SOUTH AFRICAN AIRWAYS
Nelson Oliveira
Alta ocupação e mais voos até 2014
Anderson Masetto A South African Airways tem planos ambiciosos para o Brasil nos próximos anos. A companhia conta hoje com 11 frequências semanais entre São Paulo e Johanesburgo e a meta ter dois voos diários partindo da capital paulista e um do Rio de Janeiro até 2014. As informações são do diretor geral da aérea para a América do Sul, Nelson Oliveira. Para a alta temporada já foi adicionada uma frequência temporária até 31 de março e a intenção é que ela se torne permanente, chegando ao 12º voo. Ele explica que conforme as novas aeronaves encomendadas pela companhia forem sendo entregues, as frequências devem ser ampliadas. Entre os motivos para esta aposta no país estão os altos índices de ocupação dos atuais voos, que têm uma média 78%. As vendas,
Papel fundamental na divulgação do destino
nossas conexões em Johanesburgo”, acredita. A utilização de Johanesburgo como um hub tem sido também uma estratégia da aérea para aumentar o fluxo de passageiros. Nos voos que partem de São Paulo 35% dos passageiros – em média – têm a África do Sul como destino final. Os demais buscam conexões para outros países do continente, para a Ásia ou Oceania. “Desde o final do ano passado, a SAA iniciou um processo de expansão de rotas priorizando o crescimento dentro da África. Lançamos sete novas rotas a partir de Johanesburgo para cidades de outros países africanos: Libreville (Gabão), Pointe Noire e Brazaville (Congo), Cotonou (Benin), Ndola (Zâmbia), Bujumbura (Burundi) e Abdijan (Costa do Marfim). Desde janeiro deste ano, a SAA passou a operar pela primeira vez na história para a China com voos regulares de Johanesurgo para Pequim. E mais recentemente, anunciamos aumento de frequência para rotas importantes como Mumbai (Índia), Acra (Gana), Perth (Austrália), Nairobi (Quênia)”, conta o executivo, explicando que tanto as novas rotas como os aumentos de frequências têm como objetivo estimular a capilaridade do hub da companhia em Johanesburgo.
Mídias sociais podem estimular consumo de viagens, mas sua utilização deve ser planejada e precisa mídias sociais, seja encarada de forma positiva, não invasiva e absolutamente relevante para influenciar a decisão de seus clientes”, opina. A própria SAA, conforme revela Oliveira, está se preparando para entrar com tudo nas mídias sociais no Brasil, assim como já faz em outros mercados, como a África do Sul e os Estados Unidos. “Estamos finalizando o planejamento de nossas ações voltadas para mídias sociais no Brasil, uma vez que acreditamos que elas necessitam estar estrategicamente bem alinhadas com nossos objetivos para que alcancem os resultados esperados”, conta. Para ele, algumas empresas aéreas no Brasil utilizam as redes sociais de maneira bastante consequente, criando vínculos com os clientes, despertando interesses e estimulando o cliente a viajar com a divulgação de ofertas e novidades. “Este é um canal que, para ser utilizado corretamente, exige alocação de recursos específicos, atualização permanente de conteúdo, além de parcerias para a criação de vantagens relevantes para manter o interesse e a atenção dos clientes”, salienta. “Por outro lado, infelizmente, ainda há muitos equívocos comerciais na utilização das redes sociais como veículo de marketing e comunicação com o cliente, o que pode gerar mais danos do que benefícios para as empresas”, finaliza.
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Na opinião de Nelson Oliveira, as mídias sociais possuem um poder muito grande de estimular os consumidores “com um formato que nenhuma outra mídia já foi capaz de fazer”. Por isso, ele acredita que elas podem contribuir muito para a promoção dos destinos, por se tratarem de um tipo de publicidade muito mais bem aceita pelo público. “As redes sociais permitem o posicionamento e apresentação de destinos turísticos de maneira visualmente mais atraente, sendo uma excelente ferramenta para influenciar a decisão da escolha para onde se deseja viajar”, afirma. “Além disso, o consumidor está cada vez mais refratário à publicidade tradicional e mais propenso a ser influenciado pela comunicação personalizada que as mídias sociais oferecem”, completa. Por estes motivos, o executivo acredita que o agente de viagens pode ter nas redes sociais uma poderosa aliada para ampliar as suas vendas e para fidelizar os clientes, estimulando e apresentando os seus produtos. “O conteúdo atualizado e a possibilidade de interação em tempo real são fundamentais para manter os clientes interessados e fidelizados. A diversidade, relevância e frequência de atualização desse conteúdo são condições primordiais para que a mensagem dos agentes de viagem, através das
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Oliveira reconhece que o aumento de turistas brasileiros na África do Sul está diretamente ligado ao número de frequências para o destino. No entanto, ele ressalta que esta não é a única ação que a companhia pode fazer para ajudar neste crescimento. “O Explore South Africa é uma das nossas estratégias e em paralelo estamos trabalhando para aumentar a nossa capacidade”, diz. Neste ano, o evento – organizado em parceria com o Sat – recebeu pouco mais de mil agentes de viagens. Mas mais do que a frieza dos números, Oliveira ressalta a qualidade da feira e a satisfação de expositores e visitantes. “Os excepcionais comentários de todos os expositores que estiveram presentes no Explore South Africa deste ano evidenciam que o evento alcançou o seu objetivo. A SAA é a empresa nacional da África do Sul e o nosso patrocínio a um evento deste porte comprova que não nos distanciamos da nossa responsabilidade em unir esforços visando aumentar a visibilidade desse destino turístico tão atraente”, afirma. “Em sua 13ª edição, o Explore South Africa consolidou-se como o mais completo fórum profissional de fomento de negócios e capacitação do turismo da África do Sul e de outros países da África no Brasil”, completa.
segundo Oliveira, já estão bem acima do projetado. “Mesmo em um cenário de crise mundial e consequências impeditivas para um crescimento mais acentuado da economia brasileira, 2012 mostra sinais bastante positivos para a operação da SAA no país com vendas 18% acima do mesmo período de 2011”, revela. Este anúncio vem na esteira do aumento de interesse dos brasileiros no destino. O país se tornou um mercado prioritário para a África do Sul em 2010, quando ultrapassou a marca de 50 mil turistas, tanto que o South African Tourism (Sat) já articula a abertura de um escritório próprio no país, o que deve ocorrer até março de 2013. Somente nos primeiros quatro meses de 2012 o destino recebeu 25,9 mil turistas provenientes do Brasil, contra 14,6 mil no mesmo período do ano passado. Uma ampliação de 77,1%. O executivo afirma que o Brasil é extremamente estratégico para a companhia também. “Com a futura operação de 14 frequências para São Paulo e a futura operação diária para o Rio de Janeiro, estamos certos de que vamos estimular ainda mais o crescimento do tráfego de passageiros a lazer e a negócios entre o Brasil, a África, a Ásia e a Oceania através de
AVIAÇÃO AMERICAN AIRLINES
Dilson Verçosa
Cada vez serão formadas mais companhias aéreas globais
pliar seu leque de operações em todo o mundo, beneficiando assim seus clientes. Com isso, A exemplo de outras companhias, a Amevocê tem que procurar novas alianças e acorrican Airlines também tem procurado estabedos junto ao mercado”. Cita como exemplo o lecer novas parcerias e alianças no mercado caso da própria American Airlines, que passou da aviação comercial. Recentemente a mídia a usar o acordo com a British para os seus chegou a divulgar negovoos de Londres para Bruciações com a US Airways, xelas e Budapeste, como mas qualquer decisão só forma de reduzir custos. “Cada vez mais as poderá ser tomada após Dilson Verçosa concorda o encerramento do procom estudos que prevêem companhias estão cesso de recuperação da uma redução no número procurando atingir American, que está em de empresas aéreas no um patamar de andamento. Na opinião mercado internacional. de Dilson Verçosa, diretor “Houve um tempo em ação global onde de vendas de marketing que as companhias aépossam ampliar seu Brasil da American Airlines, reas tinham subsídios do leque de operações as alianças e fusões são governo e isso praticamenuma tendência global. te acabou. A tendência a em todo o mundo, “Cada vez mais as compartir de agora é que haja beneficiando assim panhias estão procurando uma redução gradual no seus clientes” atingir um patamar de ação número de empresas que global onde possam amatuam no mercado, já que Luiz Marcos Fernandes
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AA fecha o ano com 111 frequências semanais para o Brasil A American Arlines iniciou esse mês um segundo voo diário para Nova York saindo de São Paulo. “Nossa operação para Nova York é a mais lucrativa de todas. Temos uma grande demanda no segmento de cargas, uma tarifa competitiva e uma boa ocupação na classe executiva. Esses fatores contribuíram para que conseguíssemos aumentar nossas frequências para este destino”, revela Dilson. Durante a alta temporada brasileira - dezembro de 2012 a 1º de março de 2013 - a American terá de 111 frequências semanais ligando o Brasil aos Estados Unidos. “Ultrapassamos a quantidade estabelecida há quatro anos pelo acordo bilateral. A American também opera uma rota direta para Nova York saindo do Rio de Janeiro. Naquela época, tínhamos apenas dois voos diários. Hoje, subimos para sete frequências diárias”, ressalta o diretor. As rotas Salvador-Miami e Recife-Miami serão realizadas cinco vezes por semana. Para o início de dezembro, a companhia confirmou a entrada de uma segunda frequência diária entre o Rio e Miami e mais opções de voos saindo de
Belo Horizonte e Brasília para a cidade da Flórida e que, atualmente, contam com quatro voos semanais cada uma. A empresa comprou 416 aviões e os primeiros equipamentos serão entregues a partir de 2013. A cidade de São Paulo, inclusive, será a primeira no mundo a receber um novo modelo de Boeing 777300 no voo para Dallas. A partir de 16 de dezembro, a American terá, ao todo, quatro voos por semana para Dallas partindo de cidades brasileiras. Também em 2013, estão programadas a vinda de aeronaves Airbus. “Já para o final de 2014, em outubro, especificamente, começamos a receber os modelos de última geração do 787”, conta. Até o final do ano a American deve anunciar a reestruturação de sua marca e essa renovação de branding eliminará a cor prateada da pintura dos aviões. “A companhia tem mais de 85 anos e a última modernização foi feita há muito tempo. Esse é o momento certo. A empresa sentiu uma necessidade de renovar sua marca. Não será apenas mudança da pintura, mas termos uma marca que mostre uma nova empresa após a reestruturação”, justifica.
os custos são altos e exigem investimentos cada vez maiores em tecnologia de ponta”, prevê. Já em relação ao Brasil, Dilson lembra que os megaeventos esportivos vão dar ao país maior visibilidade até 2016, atraindo novos clientes e negócios. “A tendência é que isso venha a acontecer e o lado positivo é que vieram os investimentos que estão sendo realizados nas cidades-sede como o Rio de Janeiro. Os aeroportos já estavam com problemas para atender a demanda crescente de passageiros e as obras que estão sendo realizadas não visam apenas atender aos turistas que virão para os eventos, mas são uma necessidade imediata”, destaca ele. Sobre as exigências de reciprocidade na emissão de vistos para passageiros norte-americanos que visitam o Brasil, Dilson reconhece que a medida é altamente prejudicial à economia e ao Turismo do país. “Continuamos com a prática de uma política antiga, fora de moda. Enquanto isso, a Argentina começa a usar o visto online a partir deste mês para os norte-americanos. É preciso ver que o Brasil recebe uma parcela ínfima de norte-americanos em função dessa exigência absurda”, alerta. Ao abordar o tema das novas tecnologias, lembra que as redes sociais são um importante instrumento, mas que nem sempre são utilizadas de modo correto. “Nem sempre usam essas ferramentas de modo eficiente. Com o advento da internet, as informações hoje estão em tempo real. A própria American tem um setor que trata apenas desse assunto e os resultados têm sido muito bons”. Dilson lembra também que os agentes de viagens têm procurado cada vez mais diversificar seus ganhos e seu leque de atuação. “Os agentes de viagens estão buscando cada vez mais novas alternativas para aumentarem seus ganhos”, reconhece. Quanto à política de céus abertos que entra em vigor dentro de três anos, Dilson crê que não haverá traumas, já que existe um processo de flexibilização desde 2008. “O governo tem ampliado os acordos bilaterais entre países autorizando novos voos e as freqüências não estão ainda totalmente preenchidas. Creio que não haverá nenhum grande impacto”.
AVIAÇÃO ALIANÇAS AÉREAS
Ano movimentado para as grandes alianças globais de companhias aéreas Anderson Masetto Star Alliance, Sky Team e One World tiveram muitas novidades em 2012. As alianças ajudam a conectar pessoas pelo mundo, tornando mais fácil a vida de passageiros e agentes na hora de planejar e reservar viagens. Elas têm como principal meta oferecer transferência rápida e regular de passageiros entre os voos operados por duas ou mais companhias aéreas da mesma aliança, com a emissão de um só bilhete. Para o mercado brasileiro, as movimentações da Star Alliance se mostraram as mais significativas, uma vez que duas companhias que atuam no país ingressaram na aliança: Copa Airlines e AviancaTaca. A primeira conta com voos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Manaus e Recife para a Cidade do Panamá. Já a AviancaTaca atua no país com voos para Lima e Bogotá, além das operações domésticas com a Avianca Brasil. No caso da SkyTeam, a notícia que mais
impactou o mercado brasileiro veio em agosto, com a entrada da Aerolíneas Argentinas na aliança. A companhia argentina, que foi a 18ª a ingressar no time, tem voos de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre para Buenos Aires. A aliança agregou ainda a Air Liban, do Líbano, e a Saudia, da Arábia Saudita. A One World anunciou em junho a entrada da Sri Lankan Airlines, do Sri Lanka, e em março da alemã Airberlin. Em meio a essas notícias de novas companhias ingressando nas alianças, o caminho oposto também deve acontecer em breve. Com a fusão entre Lan e Tam e a formação do Grupo Latam Airlines, será necessário fazer uma escolha. A aérea chilena faz parte da One World e a Tam ingressou em 2010 na Star Alliance. A tendência é que a One World seja
a eleita, embora a companhia tenha até 2014 para fazer a opção. A decisão pode ser anunciada antes, mas o fato é que o tribunal de defesa da concorrência chileno obriga a escolha em 24 meses e ao mesmo tempo proíbe que a Lan e a AviancaTaca fiquem na mesma aliança.
Star Alliance: As 27 companhias que formam a Star Alliance somam um total de 4.386 aeronaves e transportam por ano quase 678 milhões de passageiros, gerando uma receita em vendas de US$ 182 bilhões. São 436 mil trabalhadores, mais de 21 mil partidas diárias em 1.356 aeroportos de 193 países. Adria Airways Aegean Airlines Air Canada Air China Air New Zealand
Sky Team: As 18 empresas que compõem a SkyTeam contam com aproximadamente 15 mil partidas diárias para 993 destinos em 186 países. A aliança, formada em 2000, transporta anualmente cerca de 537 milhões de passageiros e emprega 425 mil pessoas.
ANA
Aeroflot
Blue1 Airlines
One World: A aliança atinge 810 destinos em 149 países através de 13 companhias. O número de partidas diárias é de 8,6 mil, totalizando uma média de 324 milhões de passageiros por ano. Juntas, as empresas da One World empregam 277.500 pessoas.
Aerolineas
Brussels Airlines
Aeromexico
Copa Airlines
Air Europa
Croatia Airlines
Air France
Egyptair
Airberlin
Alitalia
Ethiopian Airlines
American Airlines
China Airlines
Lot Polish Airlines
British Airways
China Eastern
Lufthansa
Cathay Pacific
China Southern
Scandinavian Airlines
Finnair
Czech Airlines
Singapore Airlines
Iberia
Delta Air Lines
South African Airways
Japan Airlines
Kenya Airways
Swiss
Lan
KLM
Tam Airlines
Mexicana
Korean Air
Tap Portugal
Qantas
Middle East Airlines
Thai
Royal Jordanian
Saudia
Turkish Airlines
S7 Airlines
Tarom
Unite
Sri Lankan Airlines
Vietnam Airlines
US Airways
Asiana Airlines Austrian AviancaTaca Airlines
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AVIAÇÃO DELTA AIR LINES
Luiz Teixeira
Parcerias e investimentos, receita para competitividade e redução de custos
Luiz Marcos Fernandes e Luciano Palumbo Numa década marcada por fusões, acordos de code-share e investimentos, as empresas aéreas têm procurado reduzir custos e aumentar sua competitividade num mercado onde a concorrência está cada vez mais acirrada: a aviação comercial. Nos Estados Unidos, a gigante Delta Air Lines tem procurado adotar uma nova estratégia de expansão internacional e o primeiro passo foi dado ao estabelecer uma aliança de longo prazo exclusivo com a Gol Linhas Aéreas, investindo mais de US$ 100 milhões na companhia. Os planos de expansão não param por aí. De acordo com Luiz Teixeira, gerente regional de vendas da Delta no Brasil, novos investimentos têm sido realizados. “Já investimos mais de US$ 65 milhões na Aeroméxico como parte de uma aliança de longo prazo, além de ter firmado um acordo de code-share com a Aerolíneas Argentinas, solidificando nossa presença na América Latina. Como membro fundador da aliança global SkyTeam, a Delta participa de uma
incluir novos assentos na classe Business Elite. aliança líder em conjunto com a Air FranceAtualmente, todos os voos na rota de Nova -KLM e Alitalia. Além disso, a empresa oferece York e Hartsfield-Jackson, para São Paulo, o programa de fidelidade SkyMiles, para pasjá têm flat-beds e agora estamos lançando sageiros frequentes das companhias aéreas nos voos para o Rio de Jaassociadas”, destaca. neiro”, adiantou. Neste dia Por meio destes acor27, a companhia estréia o dos a Delta tem procuranovo voo para os Estados do expandir seu raio de “No Turismo, Unidos partindo do Rio de ação. Segundo Teixeira, o uso das redes Janeiro com o equipamento a companhia está trabasociais permite Boeing 767-400 e com aslhando para se tornar o ao cliente a sentos flat bed. Além disso, melhor dos Estados Unidos o code-share com a Gol na América Latina e no oportunidade de deve saltar de 59 para 150 Caribe. No que se refere compartilhar suas voos até o final deste ano. ao mercado brasileiro, ele experiências antes, Entre as ferramentas lembra que para a Delta, para promoção e divulgao Brasil é o sexto maior durante e após ção está o uso das redes mercado de vendas em a viagem” sociais. “São muito relevantodo o mundo. “O Brasil tes e sua importância está é precedido por Estados crescendo. A velocidade Unidos, Alemanha, Japão, de atendimento aos clientes, a interação Canadá e Reino Unido. Isto faz com que este direta e o cuidado no atendimento, a Delta mercado seja fundamental para os planos da pode mostrar em nossas interações diárias Delta na região. Prova do compromisso da com os clientes, além de falar de nossa deempresa é a remodelação de sua frota para dicação e vontade de fazer cada voo mais agradável e eficiente possível”, destaca ele. Segundo Luiz Teixeira, a relevância das mídias sociais para o Turismo está aumentando a cada dia. Ele lembra que as empresas estão considerando cada vez mais os canais de comunicação que envolvam as mídias sociais, o sabor local e regional, como o Guaraná pois elas permitem aos clientes interagir com Kuat e pão de queijo. Desde o início de suas marcas favoritas, em seus próprios termos 2012, a Delta contratou 90 funcionários e em canais preferenciais. “Para o setor do no Brasil e agora tem uma força de traTurismo, isto significa dar ao cliente a oporbalho de 168 funcionários, um aumento tunidade de compartilhar suas experiências de 115 % sobre 2011. Com escritório antes, durante e após a viagem. Além disso, principal em Atlanta, a Delta emprega os clientes também podem melhorar a sua mais de 80 mil pessoas no mundo e opera experiência de viagem, resolver questões de uma frota com mais de 700 aeronaves. maneira rápida e direta”, garante. Até o final de 2013, os voos com desO executivo cita como exemplo a prótino a Nova York, Atlanta e Detroit terão pria Delta. “Nossos clientes têm a opção de o novo equipamento. Teixeira afirma aprender sobre destinos atraentes e como ainda que está investindo e adequando compartilhar suas experiências, visitando a a malha da Delta para favorecer os paspágina da Delta em português. A companhia sageiros em conexões nos voos com a também oferece assistência em tempo real para Gol no Brasil. “Estamos readequando e os viajantes que preferem usar outro canal de alinhando nossas operações para favorecer mídia social, o Twitter. Os clientes que falam os passageiros em conexões tranquilas”, português podem obter assistência de viagem diz. O executivo acrescenta que para o através do @ DeltaAjuda e para aqueles que fasegundo semestre, a companhia prepara lam espanhol, via o @ DeltaAssist_ES”, finaliza. diversas ações para os públicos corporativo e de lazer, como a continuidade na regionalização do serviço de bordo. “Hoje as vendas da Delta são realizadas em 80% de sua totalidade via agente de viagens e o restante distribuídas entre TMC’s, GSA’s, e canais diretos”, destaca ele.
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Empresa anuncia novos equipamentos e planos para 2013 Dentro do seu plano de expansão a Delta já tem definida uma participação mais efetiva no aeroporto JFK, em Nova York “Prevemos muitas coisas interessantes chegando em 2013, entre eles o nosso novo terminal no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, o que vai facilitar processo de viagem para os nossos clientes internacionais e, além disso, o terminal também terá uma sala SkyClub emblemática. A Delta vai continuar a melhorar o serviço ao cliente, implementar tecnologias inovadoras e promover nossas parcerias na região latino-americana, sempre buscando melhorar a experiência do cliente no ar e no solo”, adianta. Em 2013, todos os voos de São Paulo e Rio de Janeiro terão flat bed. Além disso, a Delta incorporou no início deste ano um novo menu para a classe Business Elite, projetada pela renomada chef Michelle Bernstein com pratos inspirados na América do Sul que harmonizam com vinhos chilenos selecionados pelo sommelier Andrea Robinson. As mudanças no menu incluem ainda uma seleção culinária local, adaptada nos voos brasileiros, destacando
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS CBC&VB
João Moreira
Plano Nacional de Turismo não está sendo cumprido
diálogo e isto não ocorre atualmente”. Ele explica que institucionalmente as entidades têm espaço junto às decisões do governo, mas Questões importantes relacionadas à na prática isto não ocorre. “As entidades foram política de Turismo no Brasil, como o não responsabilizadas pelos erros apontados na cumprimeiro do Plano Nacional de Turismo Operação Vouche como máscara ao descone o esvaziamento do Conselho Nacional trole e a gestão temerária e de Turismo estão preoirresponsável do Ministério cupando o presidente da do Turismo em relação à Confederação Brasileira causa de tudo, as emendas de Convention & Visitors “No que depender parlamentares, que aliás, Bureaux (CBC&VB), João do setor privado continuam e em ritmo Luiz dos Santos Moreira, o país está bem cada vez mais crescente”. que critica a atuação do preparado para Feiras - Outro assunto atual Ministério do Turisque preocupa o presidente da mo pela falta de ações e o aumento de CBC&VB é a participação do também em função da demanda, mas as Brasil nas feiras internaciodescontinuidade de prodificuldades atuais, nais de Turismo, importante gramas importantes. “O instrumento de promoção Ministério do Turismo está todas geradas pelo internacional. “A Embratur parado há um ano e não setor público, ainda sempre registra a redução consegue fazer qualquer permanecem e desta atividade como uma coisa na área de Programas política da sua estratégia de e Políticas de Turismo e na permanecerão por marketing, contrariamente Promoção Internacional do um bom tempo” ao que penso, porque uma Brasil. Os exemplos são a das mais fortes ferramentas não realização do Salão de promoção de um destino, do Turismo, a não implanprincipalmente dos nossos maiores concorrentes, tação da Portaria de Turismo de Fronteiras, é a participação direta junto a eventos de público o fracasso do Pronatec Copa 2014, o não final. Entendo que essa redução seja um erro esapoio aos Salões Estaduais de Turismo, os tratégico, mas certamente a autarquia deve ter seus cancelamentos das licitações dos Escritórios indicadores que justifiquem esta decisão. Nesta Brasileiros de Turismo e outros, assim como as constantes trocas de secretários nacionais e equipe de colaboradores”, critica. O Plano Nacional de Turismo de 2011, elaborado em forma cooperada com o setor privado, segundo Moreira, foi arquivado e alterado pelos atuais gestores que elaboraram Na avaliação do presidente da Confedeo de 2012 com uma rápida apresentação ração Brasileira de Convention & Visitors no Conselho Nacional de Turismo, sendo Bureaux, João Moreira, a tendência de submetido à Casa Civil à aprovação. “Como mercado de fusões e associações entre já passamos de meados do ano, entendemos as empresas têm seu lado positivo, como que a Casa Civil não o aprovou ou o Miniso fortalecimento da atividade, mas tamtério do Turismo não teve representatividade bém pode significar o fim da existência política para liberá-lo junto a Presidência da de uma empresa. “Fusões, associações República. Desta forma, o Plano Nacional de e joint ventures são uma tendência de Turismo não está sendo cumprido, e a gestão mercado e podem ser saudadas quando do Ministério do Turismo está sendo feita significam um fortalecimento da atividade, segundo este documento não aprovado ou mas também podem significar o enfrasegundo suas convicções”, adverte. quecimento de empresas e a sua saída Sobre a atuação do Conselho Nacional do mercado no curto prazo. No Brasil, de Turismo, Moreira alerta para o seu esvaeste fenômeno representa a dificuldade ziamento. “O Conselho Nacional de Turismo das nossas empresas em enfrentarem a está praticamente desativado porque ele foi concorrência com a entrada de empresas concebido sob um ambiente de gestão particicom capital estrangeiro que vislumbraram pativa e descentralizada e a atual governança o mercado brasileiro a partir da entrada do Ministério do Turismo não tem esta prática, do Brasil no ranking da ICCA e pela pelo contrário, faz questão de demonstrar a realização dos megaeventos mundiais. sua gestão não participativa e centralizada. A participação e a descentralização exigem Mario Brizon
competição mundial pelos visitantes estrangeiros ou fazemos algo absolutamente inédito e revolucionário, que não estamos fazendo, ou tentamos fazer melhor o que todos estão fazendo, como as feiras. Não vi nossos concorrentes fazerem reunião com blogueiros como fizemos em Londres. É a estratégia do Oceano Azul”, diz. Sobre a infraestrutura do país para realizar os grandes eventos como Copa do Mundo e as Olimpíadas, Moreira teme que não fique legado para a população. “A estrutura de transportes tem uma data-limite que é a Copa 2014 e uma data-prévia que é o período da Copa das Confederações em meados de 2013, e isto faz com que as Olimpíadas Rio 2016 seja a beneficiária direta destas obras de acessibilidade, mas, a mídia nacional registra que o ritmo da maioria obras está com atraso, que há obras canceladas e licitações complexas em andamento, frustrando nossa oportunidade de termos um legado positivo à sociedade brasileira, mais uma vez tendo como causa a incapacidade dos nossos gestores públicos serem responsáveis e competentes”, protesta, complementando: “No que depender do setor privado o país está bem preparado para o aumento de demanda, mas as dificuldades atuais, todas geradas pelo setor público ainda permanecem e permanecerão por um bom tempo, como a burocracia, o sucateamento da infraestrutura viária, rodoviária, portuária e aérea, o custo Brasil, a legislação trabalhista, a justiça e fiscalização do trabalho, a educação e a qualificação.”
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Fusões podem ser uma faca de dois gumes Para ele, os benefícios promovidos são o fortalecimento dos operadores e a inclusão dos destinos brasileiros na rede mundial associada na realização de eventos, e os prejuízos são o desestímulo ao empreendedorismo dos brasileiros e o potencial enfraquecimento das empresas que permanecem atuando no mercado, em sua maioria micro e pequenas empresas. Mídias sociais – Para Moreira, as mídias sociais como instrumento de trabalho para os agentes de viagens, são uma ferramenta estratégica que objetivam a formação de redes onde tudo funciona de forma dinâmica e a resposta do usuário é extremamente rápida. “As mídias sociais ainda são um pouco nebulosas e a dificuldade está em como despertar o interesse do consumidor, porque esta comunicação invasiva tem um limite muito curto em direção ao saturamento”, conclui.
Room tax deveria ser cobrada de 80% das uh’s VALOR DE ROOM TAX PRATICADO
RECEITA ANUAL
SEGMENTAÇÃO DO TURISMO
Segmentação do Turismo nos destinos trabalhados pelos CVBx, identificando o Turismo de Negócios e Eventos como o mais praticado
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Se existe um instrumento importante para a sobrevivência da rede de convention bureaux, esse instrumento é a room tax. Um aumento do seu recolhimento nos hotéis e nos eventos é a reivindicação do presidente da CBC&VB. “O recolhimento da room tax representa a maior parte da geração de receita dos convention e a sua forma facultativa ocasiona nos gestores a busca de alternativas com o objetivo de sustentabilidade financeira. O valor recolhido é mantido sob sigilo dos convention e, de forma geral, todos se manifestam pela necessidade de ampliação nesta cobrança junto aos hóspedes dos meios de hospitalidade e aos participantes de eventos. De forma empírica, estima-se que o modelo atual de cobrança resulte num alto índice de não pagamento pela necessidade de constante treinamento e capacitação dos operadores das atividades junto aos hóspedes e participantes de eventos na demonstração dos benefícios do pagamento. A meta satisfatória seria a cobrança de mais de 80% das unidades habitacionais efetivamente ocupadas nos meios de hospitalidade e 100% dos participantes dos eventos”, calcula. Segundo dados atualizados por João Moreira, atualmente a rede do Sistema Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux é composta por dez Federações Estaduais e 98 Convention & Visitors Bureaux. As Federações estão constituídas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Ceará. Os mais recentes convention instalados são o de Palmas, Boa Vista e Ponta Porã. Eventos – E a importância de uma rede de convention ampla e bem articulada, com recursos para atuar, pode ser medida pela capacidade de captação de eventos para o país. São os convention os principais atores desta atividade. O crescimento do Brasil no ranking ICCA (International Congress & Convention Association) em 2011 confirma esta importância. “O setor de reuniões, incentivo, congressos e feiras (MICE) tem esta percepção desde 2004 quando o então presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, chamou o setor e o desafiou à organização, controle, registro e captação de eventos com o critério ICCA e, desde então, o número de eventos captados e realizados anualmente no Brasil não parou de crescer. Estes números são reais e podem aumentar com o aprimoramento dos registros e a ampliação da base de pesquisa dos eventos realizados no país”, esclarece Moreira. Moreira reforça que os convention são estratégicos e fundamentais neste resultado porque trabalham em cooperação com os organizadores profissionais de congressos, com os meios de hospedagem que têm área para eventos e com os centros de convenções e feiras públicos e privados do Brasil. “Temos potencial para disputar o quarto ou o quinto lugar neste ranking e esta é a meta a atingir”, avalia.
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS RIO CVB
Paulo Senise
Rio na mira do mundo: cidade vive excelente momento e atrai eventos
Natália Strucchi Até dezembro, a cidade do Rio de Janeiro irá receber 142 congressos e feiras. Os eventos devem atrair 172 mil visitantes e gerar uma receita de US$ 174 milhões, segundo dados do Rio Convention & Visitors Bureau. De acordo com o levantamento divulgado pelo governo do estado, o calendário da capital até o final do ano inclui 59 eventos internacionais e 83 nacionais. A estimativa é que apenas a agenda internacional reúna cerca de 90 mil participantes e resulte em um faturamento de mais de US$ 108 milhões para o Rio. Diante desse quadro não resta dúvida que a “Cidade Maravilhosa” vive um excelente momento e atrai, cada vez mais, a atenção do mundo. “Acreditamos que esses números vão continuar crescendo devido à visibilidade positiva. O Rio é bem conhecido por sua capacidade de realizar eventos internacionais. E os investimentos em infraestrutura, como os BRTs (Bus Rapid Transport) que ligam a Zona Oeste da cidade ao aeroporto internacional e a expansão do sistema de metrô, vão fornecer um lugar ainda melhor para o Turismo em geral. Teremos um legado que vai causar uma mudança positiva na vida cotidiana dos moradores e, consequentemente, uma experiência mais confortável para os visitantes”, avalia o superintendente geral do Rio CVB, Paulo Senise.
No último ranking da Associação Internaciobem mais segura”, explica o superintendente. nal de Congressos e Convenções (ICCA, sigla Ainda de acordo com a ICCA, o Rio também em inglês), a capital fluminense ultrapassou subiu para a segunda posição considerandoSão Paulo, ocupando o primeiro lugar entre -se apenas as Américas, ficando atrás de as cidades brasileiras que mais sediaram conBuenos Aires (no histórico do ranking o gressos e convenções estrangeiras em 2011. Rio esteve na frente da capital argentina de O Rio sediou, no ano passado, 69 eventos e 1997 a 2005. Buenos Aires ficou na frente ocupa agora a 27ª posição apenas nos últimos três no ranking mundial. Enanos). “Acreditamos que tre os fatores que podem fomos ultrapassados prin“A imprensa justificar esse aumento cipalmente por causa dos estão a divulgação da preços baixos que Buenos internacional Copa do Mundo de 2014 Aires vem apresentando, relata como beme das Olimpíadas de 2016, com a moeda do país dessucedida a política além de investimentos que valorizada frente ao dólar. a cidade vem recebendo. Além disso, a capital é o de segurança “Ambos os eventos esporprincipal destino da Arimplementada pelo tivos ampliam a exposição gentina, sem grandes conatual governo. A de qualquer lugar que os correntes em seu próprio sediem, então é claro que país. Mas as perspectivas percepção de hoje esse é um dos motivos pelo são excelentes, ainda mais é de que a cidade é crescimento. Além disso, o se compararmos o atual bem mais segura” fato de a cidade estar ammomento pelo qual os dois pliando sua infraestrutura países passam. Vemos uma e investindo em segurança Argentina em uma crise também vem contribuindo e muito para financeira e política, enquanto que o Brasil que mais feiras e congressos internacionais apresenta uma estabilidade nas duas esferas. desembarquem por aqui. A imprensa internaSe o Rio continuar em alta – e tudo indica cional relata como bem-sucedida a política de que deve continuar -, então considero que até segurança implementada pelo atual governo. o fim de 2016 teremos grandes chances de A percepção de hoje é de que a cidade é assumir o ranking relativo às Américas”, prevê.
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Estratégias que dão certo No setor do turismo muitas estratégias vendo sendo utilizadas por governos, empresas e entidades, algumas surgiram nos últimos anos. Durante as Olimpíadas de Londres, por exemplo, o Rio CVB reeditou o “Botequim do Rio” – já utilizado na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul - que tem entre os objetivos propor o debate sobre a capacidade da cidade e a sua estrutura para receber eventos, além de seus impactos socioeconômicos, sem contar na degustação de pratos tipicamente cariocas. “Não poderíamos ter tido um retorno melhor. A cada iniciativa que o Rio Convention promove em conjunto com a Riotur no exterior, temos cada vez mais a certeza de que o Rio é a cidade do momento. Para se ter uma ideia, promovemos sorteios de viagens para o Rio e, em apenas duas semanas, tínhamos mais de 25 mil inscrições. O restaurante ficou pequeno para o número de agentes de
viagens e jornalistas que fizeram questão de participar dos seminários, onde foram apresentados a infraestrutura da cidade e os investimentos que ela vem recebendo”, revela Senise. Mais de 30 grupos corporativos marcaram presença no Botequim do Rio em Londres. “Houve uma alta demanda de executivos dos setores de Petróleo e Telefonia para confraternizar com seus clientes no ambiente tematizado com o charme dos botequins cariocas”. As mídias sociais nas campanhas promocionais também ganham força a cada dia. “Todas as ações criadas para contribuir na divulgação do Brasil são positivas. O importante é que o setor não se acomode por causa do bom momento que o país vem passando, mas que aproveite a oportunidade para intensificar iniciativas que valorizem a imagem do país no exterior. Então devemos aproveitar todas as ferramentas que possam facilitar o trabalho de divulgação, principalmente porque pesquisas já apontam que a juventude atual
busca a internet e as mídias sociais como principal fonte de informação. É um sinal de que o setor está antenado com as tendências”, analisa. Outra tendência avaliada por Senise diz respeito às fusões no setor do turismo. “Na maioria das vezes, as fusões resultam em empresas mais fortes com maior capacidade de investimento, o que significa a possibilidade do mercado receber produtos e serviços de melhor qualidade. A fusão pode resultar também em mais solidez para o setor, pois a empresa passa a ter mais recursos para lidar com possíveis crises, tornado-se, assim, mais segura para a economia do país. No entanto, em alguns segmentos, fusões reduzem a oferta competitiva no setor criando um quase monopólio que pode encarecer o produto reduzindo a capacidade de competição do destino com outros internacionais.
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS SÃO PAULO CONVENTION & VISITORS BUREAU
Annie Morrissey
Campanhas e divulgação nas mídias sociais potencializam interesse por SP
Toni Sando
Leila Melo Com um novo núcleo de marketing, o São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) ampliou sua estratégia de promoção. Além de divulgação em meios tradicionais, a entidade investe em projetos direcionados às mídias sociais. “Nos reorganizamos e relançamos nosso site institucional e estamos presentes no Facebook e no Twitter”, destaca Annie Morrissey, presidente do Conselho do SPCVB. A entidade soma, atualmente, 17 mil seguidores no Twitter e 100 mil amigos em sua página no Facebook. “Postamos, pelo menos, quatro notícias por dia sobre a cidade de São Paulo. É uma oportunidade para o convention estar em contato direto com os visitantes e apresentar os eventos e fatos relevantes da cidade”, acrescenta Toni Sando, presidente executivo do SPCVB. Somente no primeiro semestre deste ano, as redes sociais e o site da entidade contabilizaram 1,3 milhão de visualizações. Enquanto 5.410 pessoas curtiram as publicações no Facebook, o Twitter reunia 10.320 seguidores no período. Por meio dessas mídias, o SPCVB também
aposta em campanhas de incentivo para a ocupação de hotéis em São Paulo. Em agosto, a entidade iniciou uma ação com 50 hotéis na cidade para a oferta de tarifas diferenciadas nos finais de semana. “É uma maneira de estimular não apenas o visitante, mas também o próprio paulistano a aproveitar a capital”, justifica Sando, mencionando que no Twitter e Facebook são divulgados ainda descontos em restaurantes e casas de espetáculos. “Nas mídias sociais, os próprios usuários replicam as informações. A abrangência é bem maior”, esclarece o presidente executivo. Responsável pela captação de eventos para a cidade, o SPCVB também atua promovendo a agenda semanal de feiras, congressos e eventos nas mídias sociais. Essa iniciativa é fundamental, segundo Toni Sando, para que o hoteleiro, o organizador de eventos e os agentes de viagens acompanhem as novas oportunidades que surgem para vender melhor a cidade, ou mesmo para se capacitarem e realizarem negócios. “Apresentamos tudo o que tem de novidade em São Paulo, desde eventos associativos a ações de lazer”, explica. Até setembro deste ano, a entidade havia apoiado mais de 300 eventos. Muitos deles aconteceram, em parceria com os 24 destinos associados. “Buscamos criar uma quantidade de ofertas importantes para não perder eventos para outros estados através de acordos com hotéis situados ao redor de São Paulo como Campinas, Guarujá e Itu”, salienta Sando. Hoje, o SPCVB conta com 650 associados. A meta é alcançar a marca de 1.000 integrantes em 2013. Baseado nesses números, a entidade prevê fechar 2012 com mais eventos captados para os próximos anos em São Paulo. “De-
vemos crescer entre 10% e 15% em relação ao ano passado”, antecipa Annie Morrissey. Para o segundo semestre do ano que vem, o SPCVB tem uma missão ainda maior: trabalhar em conjunto com outras entidades locais, para que a cidade conquiste a Expo 2020. “Disponibilizamos uma equipe de mais de 30 pessoas para esse projeto. Temos totais condições de conseguir”, comenta a dirigente. Para ela, São Paulo é, hoje, o principal destino do Brasil para eventos. “Somos único em termos de equipamentos de eventos, temos um parque hoteleiro e de restaurantes bem variados e 58 shoppings. Embora com toda essa estrutura, estamos renovando esse parque com o complexo de Pirituba”, ressalta Annie, lembrando, no entanto, que ainda falta a São Paulo uma grande arena para shows e entretenimento. “Estamos no circuito internacional de shows e recebemos lançamentos de filmes com estrelas de Hollywood. E para isso é necessária uma arena apropriada para comportar esses tipos de eventos”, completa. Nem só da captação de eventos, vive a entidade. O SPCVB mantém treinamentos de mão de obra para receber bem o visitante. Mais de 1.500 pessoas de diversos segmentos – polícia militar, guarda civil metropolitana, receptivos e agências de viagens – foram qualificadas. “Discutimos com os hoteleiros e definimos temas de acordo com a demanda. Recentemente realizamos um curso de libras (linguagem dos sinais) para os recepcionistas dos hotéis, além da ação ‘Pedalando Juntos’ com recepcionistas conhecendo os equipamentos culturais do Centro”, declara Toni Sando. Até o final do ano, o SPCVB organiza capacitações sobre como receber o público chinês e árabe.
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GRÁFICO DE EVOLUÇÃO DOS EVENTOS REALIZADOS EM SÃO PAULO POR SEGMENTO
“Postamos, pelo menos, quatro notícias por dia sobre a cidade de São Paulo. É uma oportunidade para o Convention estar em contato direto com os visitantes e apresentar os eventos e fatos relevantes da cidade”
Inovações nos eventos e estatuto
Pesquisa divulgada no primeiro semestre deste ano pela consultoria Knight Frank com investidores do Citi Private Bank, projetou a configuração político-econômica mundial para daqui a dez anos. Segundo o estudo, São Paulo ocupará a oitava posição do ranking que classifica as cidades por meio de critérios como abertura econômica, segurança, qualidade de vida, influência regional, poder político e concentração da riqueza. Atualmente, a capital paulista ocupa a 18ª posição, sendo a primeira da América Latina. A previsão é que em 2022, São Paulo seja a única cidade latino-americana a ficar entre os 20 primeiros lugares.
Confira as cidades globais que serão mais importantes em 2022 1 .............................................................................. Londres 2 ......................................................................... Nova York 3 ................................................................................. Pequim 4 .................................................................................. Xangai 5 ......................................................................... Singapura 6 ..................................................................... Hong Kong 7 ......................................................................................... Paris 8 .......................................................................... São Paulo 9 .............................................................................. Genebra 10 ................................................................................ Berlim 11 ................................................................................ Miami 12 ................................................................ Washington 13 .................................................................................. Roma 14 ............................................................................ Moscou 15 ................................................................................. Dubai 16 ........................................................................... Mumbai 17 ................................................................................ Viena 18 ..................................................................... Vancouver 19 ................................................................................ Tóquio 20 ................................................................... Nova Délhi
NÚMERO DE EVENTOS EM SÃO PAULO POR SEGMENTOS
QUANTIDADE DE VISITANTES DOS EVENTOS
EVENTOS CADASTRADOS NO SITE VISITESAOPAULO.COM
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Outra iniciativa é o Painel de Monitoramento de Eventos (Pamesp). A cada três meses, o convention divulga o calendário dos eventos com detalhes da programação e número de visitantes esperados. “Essa ferramenta facilita a gestão de viagem. O organizador de eventos sabe quando São Paulo está lotada e quando há datas para se negociar boas diárias nos hotéis”, afirma Toni Sando. Para o primeiro trimestre de 2013, o calendário estará disponível em versões para smartphones e iPads. “Fechamos uma parceria com a Enter, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e vamos mostrar o que acontece em São Paulo nesse período. Além disso, os eventos estarão divididos por equipamentos, regiões e segmentos – médico, científico, esportivo e outros”, conta. Estatuto - Este ano o SPCVB executa um novo estatuto. Toni Sando assumiu a presidência executiva da entidade e atua junto a presidente do Conselho, Annie Morrissey. “Para termos maior representatividade nos eventos e debates do setor, decidimos mudar nosso modelo. Precisamos que a diretoria trabalhe full time pela associação e eu por ter uma agenda comprometida na Atlantica não conseguia exercer esse papel”, declara Annie. A executiva deixa o comando do SPCVB em janeiro do ano que vem. Entre os destaques de sua gestão, ela menciona o crescimento de associados; a parceria com mais de 20 destinos do interior e litoral de São Paulo e a criação do Programa Destinos São Paulo.
Estudo projeta São Paulo como uma das cidades mais importantes do mundo
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS BHCVB
Roberto Fagundes
Competitividade e eficiência, segredos para sucesso nos negócios
Luiz Marcos Fernandes
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Num mercado cada vez mais competitivo, saber aproveitar as oportunidades com competência e eficiência é um grande desafio nos diversos segmentos da economia, incluindo o Turismo. Ao analisar esse setor, Roberto Fagundes, presidente do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau e do Conselho de Turismo da Associação Comercial de Minas Gerais, lembra que o mercado vem buscando utilizar novas ferramentas. “Hoje, tanto o agente de viagens como o operador de Turismo, o hoteleiro, ou quem quer que seja não pode prescindir de utilizar as novas tecnologias, incluindo as chamadas redes sociais. Se esses profissionais desejam, de fato, alavancar suas vendas, essas ferramentas não podem ser ignoradas, já que existe uma concorrência direta tanto por parte das empresas aéreas, como também dos consolidadores”, destaca. O executivo lembra que o Brasil vive um momento especial em função dos megaeventos esportivos que o país sediará até 2016 e que investimentos não faltam. Existem atualmente 50 hotéis com licença para construção em Belo Horizonte. A expectativa é que 12 estejam prontos para a Copa das Confederações de 2013, e o restante até março de 2014. Com isso, o número de leitos hoje estimado em 30 mil, poderá aumentar para até 54 mil. Dos
“Hoje, tanto o agente de viagens como o operador de Turismo, o hoteleiro, ou quem quer que seja não pode prescindir de utilizar as novas tecnologias, incluindo as chamadas redes sociais”
50 hotéis licenciados, um é cinco estrelas e 21 quatro estrelas. O total de investimentos do setor em BH é estimado em R$ 2,7 bilhões. “Tudo isso dá uma noção exata dos investimentos que estão sendo realizados e não acontece por acaso. A verdade é que o Brasil está sendo colocado na vitrine mundial e por isso mesmo temos que mostrar o melhor que temos para não darmos um tiro no pé. Pode-se sair daqui com uma boa impressão, como também, se as coisas não funcionarem, uma péssima impressão. E isso ninguém quer. Temos que estar preparados”, alerta. Uma das preocupações de Fagundes diz respeito ao custo Brasil. Segundo ele, é preciso evitar a alta dos preços em função da demanda que leve à exploração do turista. “Já tivemos casos que os resultados, principalmente no
que se refere à hotelaria, não foram dos melhores e com a queda na procura, os preços recuaram, mas tardiamente. O empresário não pode querer recuperar seus investimentos num curto espaço de tempo”, orienta. Para Fagundes é preciso acelerar o ritmo dos programas. “No plano econômico não sabemos ainda se a blindagem do nosso país será tão eficaz como aconteceu em 2009 e creio que possamos ser afetados pela recessão europeia. Acredito que é preciso um esforço comum por parte do governo e da iniciativa privada”, destaca. Já em relação ao caminho das fusões, o dirigente reconhece ser essa uma tendência natural em vários segmentos da economia, incluindo o Turismo. “Com as fusões você reduz custos e cria um diferencial em relação a concorrência”.
Capacitação e captação de eventos é meta prioritária Dentro das iniciativas da Comissão de Turismo da Associação Comercial de Minas Gerais, uma das prioridades é o desenvolvimento do Programa Turismo de Negócios e Eventos de Belo Horizonte, que estimula as empresas a se cadastraram no Programa, e participarem da 1ª Etapa do Plano de Capacitação do Trabalho em Rede – Módulo Profissionalização da Captação de Eventos. O objetivo é repassar aos participantes a metodologia e as estratégias integradas de captação, promoção e realização de eventos para BH e região. “Uma das áreas que preocupa o empresariado, bem como o setor de captação de eventos, diz respeito à qualificação e capacitação da mão de obra. É preciso que não apenas se melhore o Turismo receptivo nas cidades sede, mas também nos arredores já que o turista nunca fica parado num só lugar”, destaca Fagundes. O dirigente confirma que a ACM Minas se prepara também para lançar um programa de conscientização da população com o objetivo de cuidar melhor de sua cidade. O dirigente também vem procurando estimular o segmento de eventos. Segundo ele, os principais gargalos dizem respeito à falta de espaços para sediar grandes convenções e feiras. “O ideal é duplicar o ExpoMinas e ampliar o Mi-
nascentro para podermos captar grandes eventos. A hotelaria tem feito sua parte com maior oferta de apartamentos e precisamos captar eventos para que a mesma não fique ociosa”, admite. Ainda assim, dentro da política de captação de eventos, o BHCVB vem procurando desenvolver uma política para ampliar o segmento de eventos e negócios. Roberto Fagundes expressou também a vocação da capital como roteiro ecoturístico do estado. “Estamos trabalhando junto com nossos parceiros para divulgar e promover Belo Horizonte e trazer mais visitantes. Para isso, inicialmente, desenvolveremos um programa com os operadores de Turismo que integram a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), focado na promoção das áreas com potencial ecoturístico, como o Parque Ecológico da Pampulha e o Parque Municipal”, afirma. Segundo ele, todas as ações a serem desenvolvidas na promoção dessas áreas já estão incluídas no planejamento estratégico do BHCVB. A ideia é realizá-las junto aos grandes eventos captados - só em 2011 foram 28 grandes eventos com público superior a 60 mil visitantes - mais o oferecimento de pacotes turísticos variados. “Ainda temos meta de prospecção de 180 eventos para BH”, finaliza.
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS SÃO LUÍS CVB
Marizinha Raposo
Comemorações dos 400 anos alavancam setor de eventos
do setor de eventos, além de contribuir para a captação de um grande número deles para a cidade. Entre as ações, ela destaca a A capital maranhense está em festa. Durante reestruturação do SLCVB, com a revisão dos todo o ano de 2012, a cidade comemora os seus procedimentos, normas e organograma, 400 anos de sua fundação, ocorrida em 8 além da contratação de uma consultoria de setembro de 1612 por imigrantes e despara estabelecer as estratégias de captação cendentes de franceses. A presidente do São de eventos e promoção do destino. Luís Convention & Visitors Bureau (SLCVB), A entidade também iniciou uma série de Maria da Conceição Raposo, conhecida como eventos denominada “Café com o Convention Marizinha, destaca o forte impacto no setor de Bureau”, que acontece uma vez por mês, semeventos neste ano, além da maior visibilidade pre com a presença de alguma personalidade do destino por conta da data. “Com o advento do trade, que ministra palestra sobre um tema do aniversário de 400 anos de fundação voltado para o mercado de eventos e o setor de de São Luís, houve um grande apelo para Turismo. “Para se ter uma a realização de grandes ideia, no mês de agosto eventos, que chegaram à trouxemos Toni Sando, cidade de diversas áreas “O setor de eventos, presidente-executivo do tornando o saldo para este São Paulo Convention & ano, bastante positivo”, diz. por ser uma Visitors Bureau. Ele apreA dirigente explica que das atividades sentou para o empresao segmento corporativo econômicas que riado local o case de sue de eventos sempre foi cesso da entidade”, relata. um dos pontos fortes de mais movimentam o Marizinha destacou ainSão Luís, mas que vem se Turismo, capitalizou da o programa de captação fortalecendo no decorrer novos negócios de novos mantenedores, os dos anos. Para ela, este ano treinamentos específicos será um marco na história e fortaleceu a para os recepcionistas de da cidade como um grande economia de nossa hotéis, cerimonialistas e destino para eventos. “Em cidade” outros profissionais do tu2012, São Luís foi palco de rismo. “Temos também um importantes eventos que, plano de ação para captaalém de colocar a cidade ção de eventos na área do conhecimento, evendefinitivamente no mercado de eventos natos esportivos e náuticos”, enumera a dirigente, cionais, tornou-a um importante destino de lembrando que a entidade também participa eventos na região norte-nordeste”, destaca. de inúmeras feiras e congressos de Turismo. Ela conta que o SLCVB teve uma particiApós toda esta exposição gerada pelos pação ativa nos eventos de comemoração do 400 anos da cidade, Marizinha acredita que aniversário da cidade. Além de integrar um 2013 será um ano ainda melhor para o setor. Comitê Estratégico que elaborou e promoveu Segundo ela, a entidade já registra um creso calendário oficial, a entidade quer tornar a cimento significativo no número de eventos cidade ainda mais competitiva neste segmenagendados para o próximo ano, especialmente to. “Isso foi uma alavanca de negócios nos os focados em esportes, nicho que ela endiversos segmentos da cadeia produtiva do xerga como uma grande oportunidade. “Já Turismo. As comemorações servem também temos agendados eventos técnico-científicos, de importante ferramenta de comunicação na culturais e esportivos”, revela. “Os eventos divulgação e promoção do destino”, comenta. esportivos representam um novo filão de mer“O setor de eventos, por ser uma das atividades cado que está sendo explorado pelo SLCVB. econômicas que mais movimentam o TurisEvidenciamos a necessidade de ampliar as mo, capitalizou novos negócios e fortaleceu ações de captação neste setor, atendendo a a economia de nossa cidade”, comemora. uma necessidade natural de nossa cidade, O ano não foi apenas de festas e comeque durante anos vêm lançando importanmorações, o SLCVB trabalhou para ampliar tes nomes no esporte nacional”, completa. a capacidade da entidade de atuar em prol
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Anderson Masetto
Alcance abrangente A Internet, de modo geral, é um campo muito vasto e permite inúmeras ações para atrair novos consumidores e inserir novos serviços no mercado. No caso específico das mídias sociais, Marizinha acredita que tanto as agências de viagens, como todo o empresariado do Turismo, devem estar atentos às mudanças que elas trouxeram. “São uma importantíssima ferramenta de comunicação e interação com um público diversificado e de várias faixas etárias, que estabelecem suas relações de confiança por meio desse importante elo”, define. “As mídias sociais divulgam e comercializam produtos e serviços. Por isso, são importantes para vários segmentos de mercado, que devem, da melhor maneira possível, usar esta importante ferramenta como forma de aproximar e fidelizar estes consumidores”, reitera. A entidade já faz uso dessas ferramentas. Marizinha explica que o SLCVB utiliza as redes sociais com o objetivo de divulgar ações de promoção, captação e apoio a eventos, assim como na divulgação de São Luís, tanto no mercado do Turismo de lazer como no segmento de eventos. “Em parceria com o empresariado local apresentamos toda a infraestrutura da cidade, seus principais atrativos e serviços”, conta. A dirigente citou uma pesquisa que aponta o www.visitesaoluis.com, endereço eletrônico da entidade, como o mais acessado no Estado do Maranhão. A página conta com informações do destino, fotos, vídeos e notícias. Mas este fato não deixa o SLCVB acomodado, uma vez que, segundo sua presidente, já está preparando mudanças para os internautas. “Em função deste alto número de acessos, estamos reformulando nosso site, tornando-o mais interativo e com novos recursos para atender a demanda de informação dos turistas”, garante. “A ideia é que ele contenha informações sobre uma grande gama de serviços de hospedagem, alimentação, lazer e dentre outros repassados pelos nossos mantenedores”, finaliza.
CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS BUREAU BRASILEIRO DE TURISMO DE GOLFE
Paulo Cezar Pacheco
Brasil ganha destaque no Turismo de golfe mundial
Lisia Minelli Segundo Paulo Cezar Pacheco, vice-presidente de marketing da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), o Brasil tem um potencial enorme para atrair turistas com o esporte. “O Brasil é o foco mundial do Turismo de golfe, em especial por causa das Olimpíadas, o Rio de Janeiro vai ser firmar como um promissor roteiro, pois é lá que será construído o campo de golfe olímpico, que será aberto ao público. A volta do golfe às Olimpíadas é o empurrão que faltava para o esporte crescer no país”, contou. De acordo com ele, a divulgação dos destinos brasileiros de golfe no exterior é algo que tem sido trabalhado pela CBG, por meio do Bureau Brasileiro de Turismo de Golfe e a Embratur. E a cada ano, o país tem se destacado no segmento e apresentado crescimento. “O crescimento do Turismo de golfe brasileiro se dá primeiramente pelo surgimento de campos de golfe de Turismo em destinos já consagrados, principalmente entre o público sul-americano e europeu, como é o caso do Nordeste brasileiro. O turista de golfe costuma viajar apenas para destinos que ofereçam boas opções para a prática de seu esporte predileto, e os investidores e grandes redes internacionais já sabem disso, até porque já têm campos de golfe em outros destinos ao redor do mundo, como é o caso do Iberostar e do Club Med”, contou. Segundo o executivo, há pouco mais de dez anos não havia nenhum campo de golfe de nível internacional em resorts no Brasil – o primeiro deles, o de Comandatuba, foi inaugurado no final de 2000. “De lá para cá, o golfe por si só tem crescido bastante. Há dez anos, havia no país menos de sete mil golfistas e pouco mais de 80 campos. Hoje estimamos que existam cerca de 30 mil golfistas e 116 campos no país”, comentou. No final de 2009, o Brasil recebeu o prêmio Undiscovered Golf Destination of the Year 2010 da Associação Internacional dos Operadores
de Turismo de Golfe (IAGTO – International Association of Golf Tour Operators), maior entidade mundial do setor. “O prêmio, um dos mais importantes do setor, demonstra o potencial do Turismo de golfe brasileiro”, declarou. O país concorreu com outros 20, entre eles Alemanha, Costa Rica, Índia e Suíça. O prêmio de Destino de Golfe Revelação do Ano, simbolizado por um troféu de cristal, é resultado da escolha de 100 jornalistas, de 25 países, especializados no segmento. A eleição é organizada pela International Golf Travel Writers Association (IGTWA). Entre os critérios, considera-se a qualidade das instalações, estrutura, atrativos da região, clima e hospitalidade, além do custo. Segundo Pacheco, recentemente começaram a surgir novos campos de golfe em estados mais ao norte da Bahia, como é o caso do Aquiraz Golf & Beach Villas, no Ceará; e do Águas da Serra Golf Club, em Bananeiras (PB). “Há dezenas de novos projetos de campo de golfe na Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e outros estados, mas não temos informações mais consistentes sobre eles pois ainda estão em fase de aprovação ambiental, e geralmente não querem nenhum tipo de exposição ou promoção nesse período para não atrapalhar o processo”, explicou. Pacheco contou que quem saiu na frente no Turismo de golfe no país foi a Bahia, com o surgimento de campos como Comandatuba, Iberostar, Costa do Sauípe e Terravista. “É esse o estado que atrai mais turistas de golfe atualmente, mas temos visto surgir novos roteiros, como Ceará, por causa do Aquiraz Riviera, o interior de São Paulo, em campos como o Damha Golf Club, em São Carlos, vizinho ao Broa Golf Resort, e também São Paulo e arredores, graças ao Turismo de negócios, que atrai vários executivos golfistas à metrópole atualmente”, informou. No Brasil, já acontecem diversos eventos e campeonatos de golfe. Entre os principais, Pacheco destacou os campeonatos amadores
e profissionais chancelados e realizados pela Confederação Brasileira de Golfe, que vem ganhando cada vez mais repercussão.Ele citou como exemplo o 59º Aberto de Golfe do Brasil, apresentado por Credit Suisse Hedging-Griffo. “Trata-se do mais importante torneio profissional de golfe do país e foi disputado no São Fernando Golf Club, em Cotia (SP), em outubro, com a participação dos 144 melhores jogadores do Brasil e da América do Sul. O Aberto do Brasil é o mais tradicional da história e a entrada do público é liberada”, disse. Este torneio foi a quarta etapa do PGA TOUR Latinoamérica, o mais novo circuito sul-americano de golfe. Segundo o VP, de forma geral, o Turismo de golfe tem crescido ano a ano no Brasil. “Temos campos excelentes, como o Ocean Course (Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba) que sediou a Copa Rádio Transamérica de Golf, uma das etapas 2011 do CBG Pro Tour – Circuito Brasileiro de Golfe”, disse. Para ele, o fato de um campo de resort sediar um evento tão importante, que reúne os melhores golfistas brasileiros e de países como Paraguai, Argentina e Uruguai, é importantíssimo para a divulgação do Turismo de golfe brasileiro. Golfe Olímpico – Desde 2010 a CBG vem trabalhando a sua profissionalização e agora dá um importante passo para o crescimento do esporte no Brasil com a contratação de Shaun Case, que será o head coach das equipes de golfe do país. Shaun Case é natural da Inglaterra, sendo master professional do PGA da Alemanha, do PGA da Grã Bretanha e Irlanda. Trabalhou com PGA da Europa e o R&A para o desenvolvimento do esporte no continente europeu nos últimos vinte anos, em países como a Áustria, Suíça, Alemanha e Inglaterra. Ele trabalhará com todos os segmentos do golfe nacional, além de coordenar o projeto de aumento da base do golfe brasileiro. Segundo Paulo Pacheco, este é um projeto de nível internacional jamais realizado no Brasil, que terá duração de dez anos.
Com objetivo de diminuir as diferenças sociais e mostrar que o golfe não é um esporte elitista, a confederação criou o projeto “Golfe Para Vida”, que consiste no treinamento de 70 professores de Educação Física e profissionais do esporte que introduzem o para crianças de idade escolar - nível fundamental - e detectam talentos para o desenvolvimento nos clubes locais. “O Golfe Para Vida se tornou o maior programa de desenvolvimento do golfe brasileiro.
O alcance é de 20 mil crianças, número que não atingiríamos se não fosse o apoio da Federação Centro-Oeste & Nordeste de Golfe (Fecong), do Clube de Golfe de Brasília, da Secretaria de Esportes do Distrito Federal e todos nossos apoiadores. Estamos diante de um marco no golfe nacional”, explicou Paulo Pacheco, vice-presidente da CBG. O projeto já proporcionou contato de 20 mil crianças de três cidades (Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília) do país com o esporte. Segundo Pacheco, em dois anos a meta é chegar a 150
mil crianças e ate 2016 – ano das Olimpíadas – são 200 mil. O Comitê Olímpico Brasileiro e o Ministério do Esporte classificaram esta ação como prioridade número um para o desenvolvimento da modalidade esportiva no Brasil. “Queremos criar um relacionamento e trocar experiências, queremos ainda tirar esse estigma de que golfe é um esporte de elite. Nosso objetivo é criar cidadania e oportunidade para todas essas crianças do projeto”, declarou.
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Projeto “Golfe Para Vida”
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CONVENTION BUREAUX / BUREAUX DE SEGMENTOS BLTA
Melissa Oliveira
Mercado de Turismo de Luxo cresceu 18% na última década
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Lisia Minelli “O Brasil está se fortalecendo e crescendo como destino de luxo aos olhos do mundo”. Esta é a é a avaliação de Melissa Oliveira, presidente do Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). “O setor está em fase de crescimento no país. E o governo já percebeu sua importância”, disse. Segunda ela, o Brasil tem se posicionado de forma efetiva nesse mercado de luxo, em especial depois da parceria firmada em 2009 com a Embratur e a criação do Clube de Produtos de Turismo de Luxo, que tem o objetivo de promover e comercializar o Brasil como destino de luxo no mercado internacional. “Outra medida que mostra a importância deste setor é o novo modelo de classificação para empreendimentos hoteleiros, o Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem – SBClass, lançado em 2011 pelo Ministério do Turismo”, contou. O sistema estabelece quais são os requisitos necessários para o enquadramento nas categorias de hospedagem, que variam da mais simples até a mais luxuosa, sendo uma, duas, três, quatro ou cinco estrelas. “O objetivo é padronizar a qualidade dos meios de hospedagem brasileiros, garantindo mais segurança ao consumidor na sua escolha, além de criar um referencial de mercado para o empresariado”, explicou. Embora seja um mercado promissor, o país anda não possui dados exclusivos deste setor. Mas de acordo com o relatório da International Luxury Travel Market (ILTM), baseado em dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), os turistas de luxo correspondem a 3% do movimento mundial, representando 25% dos gastos em viagens internacionais em todo o mundo. Outro relatório feito pela MCF Consultoria sobre o Panorama Mundial do Mercado de Luxo aponta que o segmento cresceu entre 12% e 18% na última década, com média superior nos países emergentes. De acordo com Melissa, além do SBClass, o governo também colaborou para que hotéis e pousadas de luxo do Brasil participassem do Virtuoso Travel Mart 2011, evento anual focado em Turismo de luxo. “Neste ano, a BLTA conseguiu condições especiais para os associados participarem da ILTM 2012, a mais tradicional feira de Turismo de luxo do mundo. Este é um grande passo para aumentarmos a participação do Brasil no evento, já que somos vistos como destino de luxo”, anunciou. Para Melissa, no Brasil, o mercado do Turismo de luxo tem muitos nichos e possibilidades, desde o executivo quem vem para São Paulo a negócios até a pessoa que vai para o Nordeste
tirar férias e buscar contato com a natureza, você souber do cliente antes de ele chegar, as praias e a população local. “Depende do melhor. Este cliente gosta de estabelecer uma que a pessoa procura como destino de luxo relação humanizada com o lugar que vai e qual é o tipo de experivisitar, por exemplo, se ele ência que ela quer”, disse. vai à Pinacoteca em São Segundo ela, o Turismo Paulo, se vai querer ter de luxo tem como foco a um consultor contando “A BLTA busca exclusividade e a experium pouco mais sobre a as melhores ência como diferenciais, história do local e falando oportunidades para o que muda bastante de sobre sua importância com um caso para outro. “Se muitos detalhes, abordanseus associados você recebe em São Paulo do arquitetura e outros ascrescerem no um grande executivo, você pectos”, explicou. Segundo segmento de pode estudá-lo e oferecer ela, o serviço do Turismo tudo ao seu gosto, nos de luxo em todo o mundo Turismo de luxo mínimos detalhes, desde é basicamente o mesmo do Brasil e se como ele gosta que suas - guardadas as devidas posicionarem roupas sejam passadas até proporções e influências o que ele gosta de comer geográficas. “Todo hotel ou no exterior” no café da manhã. Além pousada de luxo no Brasil disso, pode oferecer servie no mundo que oferecer ços como cozinha personauma experiência única lizada, escolhas de pratos fora do cardápio ou para seu hóspede, pensando em tudo que um profissional que agende passeios e outros o visitante precisa quando estiver na cidade, serviços. No Turismo de luxo, quanto mais está fazendo Turismo de luxo”, completou.
Mídias sociais e exclusividade ajudam promover luxo do Brasil A BLTA tem como meta tornar o Brasil o principal representante do segmento na América Latina até 2020. Para isso, muitas ações estão sendo feitas. “A BLTA busca as melhores oportunidades para seus associados crescerem no segmento do Turismo de luxo do Brasil e se posicionarem no exterior. Buscamos boas condições e grandes participações nas principais feiras do setor, como a ILTM, em Cannes e a Pure, no Marrocos. Também procuramos fazer parcerias em ações com a Embratur e o Ministério do Turismo”, contou. Os planos da BLTA para consolidar a entidade no mercado inclui ainda voltar a fazer parcerias e grandes ações com o governo para trabalhar o Brasil de forma institucional. Outro canal importante de promoção e divulgação do mercado de luxo são as mídias sociais. Para Melissa, o impacto das mídias sociais no Turismo é grande, assim como em todos os setores da sociedade. “O feedback é bem maior, além de ter um contato direto com o público. Alguns sites, como o e-booking,
registram na hora, sem filtro, opiniões sobre estabelecimentos”, disse. E as empresas de luxo também se posicionam nesses canais. “De maneira mais clara, falando em detalhes sobre cada tour e adaptando a linguagem para seu público, sempre focando na exclusividade. As informações normalmente são pensadas no público de luxo. Um exemplo: quando se fala sobre um prato servido no restaurante, a página traz informações mais completas, falando quem foi o responsável pelo prato e quais são outros pratos famosos que ele fez, trazendo um perfil do chef”, comparou. Finalizando, ela ainda deu sua opinião sobre as mídias sociais para o trabalho dos agentes de viagens. “As mídias sociais trazem o imediatismo e a velocidade, o que pode ajudar o agente de viagem na hora de fazer seu trabalho e verificar se houve mudanças nos destinos ou locais. Não somente as mídias sociais ajudam o trabalho do agente de viagem, mas a Internet em geral”, pontuou.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO ABREMAR
Ricardo Amaral
Temporada 2011-2012 teve crescimento de apenas 1,5%
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Lisia Minelli Todos os anos a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar) apresenta os números da temporada de cruzeiros marítimos, resultado de um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O objetivo é avaliar o impacto econômico dos cruzeiros de cabotagem. Além de mensurar a movimentação econômica das armadoras; identificar o perfil, hábitos de viagem e gastos dos cruzeiristas nas cidades portuárias; o estudo mapeia as principais oportunidades e desafios para o desenvolvimento do setor. Para Ricardo Amaral, presidente da entidade, embora a temporada 2011-2012 tenha batido recorde de turistas transportados, o sinal de alerta foi acionado. Segundo ele, pela primeira vez nos últimos 15 anos, o segmento de cruzeiros no Brasil reduziu seu crescimento. “Esse cenário é resultado, sobretudo, da infraestrutura deficitária brasileira”, disse. Segundo dados da pesquisa, da temporada 2011-2012 – que terminou em meados de maio – 17 navios transportaram 805.189 passageiros – sendo 100 mil estrangeiros, o que significou um crescimento (1,56%) em relação à temporada anterior, que registrou 792.752 passageiros. No total, foram realizadas 386 atracações em 20 portos ao longo de quase sete meses. O número de cruzeiristas nos últimos anos foi significativo. Este tipo de viagem tem sido cada vez mais realizada por brasileiros, não apenas da classe alta, mas também da média. A pesquisa aponta ainda que 63% dos cruzeiristas realizaram sua primeira viagem de navio. “Isso mostra o potencial ainda existente no país”, aponta Amaral. O incremento do poder aquisitivo da população, o aumento do consumo e a facilidade de pagamento dos pacotes são fatores destacados pelo estudo que influenciaram positivamente o crescimento da demanda pelos cruzeiros. Já 86% dos passageiros disseram que pretendem voltar a fazê-los. O impacto econômico foi de R$ 1,4 bilhão, sendo que R$ 522,5 milhões (37%) foram os gastos dos cruzeiristas e tripulação nos portos de embarque e desembarque; e R$ 791,6 milhões (63%) gerados pelos gastos das armadoras que incluem tarifas portuárias, impostos, compras de suprimentos, combustível, água, entre outros. Do R$ 1,4 bilhão, R$ 102,9 milhões foram gerados no Rio de Janeiro e R$ 86,6 milhões em Santos. Os destinos mais procurados foram o litoral do Nordeste (29,2%) e os cruzeiros internacionais (28%). A grande maioria dos passageiros era de São Paulo (61,1%), seguido por Rio de Janeiro (12%) e pelo Paraná (5,9%). “Os cruzeiros beneficiam os desti-
nos em diferentes aspectos: movimentam a economia, aumentam o fluxo de turistas na cidade, geram empregos, estimulam a entrada de divisas, promovem o destino em âmbitos nacional e internacional, entre outros”, declarou. Os gastos totais nas cidades portuárias foram: Rio de Janeiro (R$ 102,9 milhões); Santos (R$ 86,6 milhões) Búzios (R$ 57 milhões); Salvador (R$ 43,9 milhões); Ilhabela (R$ 42,3 milhões); outras cidades R$ 189,8 milhões. O perfil do passageiro apontou ainda um público predominante de mulheres (55,8%), casados (54,4%) e na faixa etária entre 25 e 44 anos (48,6%). Além disso, 14,7% dos entrevistados têm renda mensal familiar acima de R$ 10 mil e 29% entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. A temporada passada gerou mais de 20 mil postos de trabalho. Cinco mil eram tri-
pulantes brasileiros e os demais, gerados de forma direta e indireta na cadeia produtiva de apoio ao setor nas cidades portuárias. Dos 21 portos visitados, houve um incremento de 40% no comércio das cidades (restaurantes, lojas, receptivo e taxistas). Dos benefícios para economia brasileira, a pesquisa ainda destacou, além dos gastos, aquisição de insumos para a operação do navio; altas taxas para utilização da infraestrutura portuária e local; a construção de uma imagem positiva dos destinos onde os cruzeiros aportam, despertando interesse e atenção de investidores. Dos benefícios para os destinos, foram citados o fomento às economias regionais; a promoção dos destinos; o equilíbrio do fluxo turístico na alta temporada e suporte adicional na baixa; e a colaboração da conservação do local.
OFERTA TEMPORADA 2012 / 2013 Companhia
Navio
Leitos
Cruzeiros
Leitos Total
Costa Cruzeiros
Costa Fascinosa
3800
13
49400
Costa Favolosa
3800
16
60800
Fortuna
3470
13
45110
Serena
3780
15
56700
Grand Celebration
1910
14
26740
Grand Holiday
1860
13
24180
Grand Mistral
1752
20
35040
MSC Fantasia
4360
17
74120
MSC Magnifica
3223
25
80575
MSC Musica
3223
15
48345
MSC Orchestra
3223
18
58014
Empress
1853
32
59296
Sovereign
2733
14
38262
Zenith
1828
26
47528
Royal Caribbean
Splendour Of The Seas
2074
26
53924
5 Companhias
15 Navios
42889
277
758034
Ibero Cruzeiros
MSC Cruzeiros
Pullmantur
Roteiros de travessia estão contabilizados. Os dados podem sofrer alteração até o início da temporada.
Abremar lidera setor na América do Sul Durante o Seatrade 2012 - ocorrido na Argentina em meados de setembro - a Abremar foi muito elogiada, principalmente em função da realização de pesquisas e apontando dados reais do setor de cruzeiros marítimos de cabotagem na costa brasileira. Os CEO’s das armadoras presentes sugeriram inclusive que a Abremar ganhasse força e sofisticação, com maior estrutura para tornar-se a associação que represente toda a região e que, a partir daí, contribua para a criação de um marco regulatório para o setor na América do Sul. A ideia seria criar uma nova associação regional para coor-
denar os trabalhos dos portos da região. Segundo Amaral, a Abremar já trabalha com intuito não só de ajudar os cruzeiros no Brasil. “De certa forma já contribuímos para articular conjuntamente os cruzeiros na região. Se pensarmos assim, então a entidade já tem uma participação grande nesse cenário na América do Sul. Esse é um curso natural do setor e uma maior articulação entre os países me parece cada vez mais próxima. As conversações já existem, mas precisamos de bastante consistência para fazer direito as coisas”, afirmou.
CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO SEATRADE
Estrutura ruim e altos custos são prejudiciais Chris Hayman
Rafael Massadar De acordo com dados da Cruise Lines International Association (CLIA), o Brasil é o quinto país que mais transporta turistas em cruzeiros marítimos no mundo. Fica atrás dos Estados Unidos, que em 2011 transportou dez milhões de passageiros; da Inglaterra, com 1,5 milhão; Alemanha, 1,2 milhão; e Itália, com 889 mil. De acordo com a Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), na última temporada, foram transportados 793 mil cruzeiristas pela costa brasileira, o melhor resultado de todos os tempos, mas a próxima temporada será de redução de navios e passageiros. Para o charmain do Seatrade, que realiza os principais eventos mundiais da indústria de cruzeiros, Chris Hayman, esta posição é
consequência da falta de infraestrutura e dos altos custos. “Quando comparado a outros destinos no mundo, o ambiente operacional caro faz com que o Brasil e a América do Sul, não sejam tão competitivos quanto poderiam ser em relação a outros destinos de cruzeiros”, afirma. “Os brasileiros adoram cruzeiro, não só na América do Sul, mas em todo o mundo. Como a indústria segue crescendo e se diversificando, o Brasil irá atrair e repetir novos negócios”, afirmou Chris Hayman. Para o crescimento dos cruzeiros na América do Sul é vital, de acordo com Hayman, que os países que integram esse bloco diversifiquem suas ofertas. Brasil, Argentina e Uruguai, na costa leste da região e Chile e Peru, na costa oeste, devem atuar em conjunto para desenvolver itinerários de cruzeiros empolgantes e inovadores. “Todos esses países têm grande potencial como mercados emissores de passageiros para cruzeiros. A demanda existe, mas é preciso que as principais empresas marítimas mantenham o interesse em operar na região”, justificou.
Em relação à temporada 2012/2013 no mundo, Chris Hayman prevê crescimento nos números do setor. “A indústria continuará a crescer globalmente. Novos navios estão sendo construídos e entrando em serviço a cada ano, a Ásia/Pacífico parece estar crescendo a um ritmo acelerado devido à demanda dos consumidores. Outras regiões continuam a mostrar números sólidos, e o Caribe mostrando alguma força renovada”, informou. Seatrade South America - Líderes da indústria marítima participaram do evento realizado em setembro em Buenos Aires (Argentina), que recebeu entre 500 a 800 agentes de viagens da América do Sul. Este ano, a discussão do ambiente regulatório para os cruzeiros e as oportunidades econômicas que se apresentam para a América do Sul foram o destaque. O M&E foi media partner exclusivo do evento para o Brasil. “O evento é focado em oportunidades de desenvolvimento do mercado de cruzeiros, bem como trabalha com fornecedores locais”, finaliza.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO MSC CRUZEIROS
Adrian Ursilli
Brasil é o segundo maior mercado mundial para a armadora
Lisia Minelli Em 2012, a MSC Cruzeiros bateu recorde de embarques. No total, a armadora encerrou a temporada com mais de um milhão de hóspedes nos principais portos do continente como Santos, Rio de Janeiro, Salvador e Buenos Aires – considerando o período de 2007 a 2012. Somente na temporada 2011-2012, a MSC transportou 204 mil passageiros em seis meses de operação. Desse volume, 162 mil foram brasileiros e os demais 42 mil, estrangeiros. Foram mais de 80 roteiros e 350 escalas em seus quatro navios: MSC Orchestra, MSC Musica, MSC Armonia e MSC Opera. Segundo Adrian Ursilli, diretor comercial e de marketing da empresa no Brasil, o país já é considerado o segundo maior mercado para a armadora, sendo o italiano o primeiro. “A temporada foi fantástica e teve altos índices de satisfação dos clientes. O que levou a armadora a continuar apostando, investindo e crescendo sua atuação no país. Isso nos deu fôlego para trazer novidades para a temporada 2013”, revelou. As novidades que ele falou ficam por conta da vinda do MSC Fantasia e do MSC Magnifica, os dois mais novos navios da frota da companhia que pela primeira vez navegarão em águas brasileiras.
Com a chegada deles, a expectativa é de um crescimento de 30% na oferta do país. “Nossa capacidade será de 260 mil leitos – 210 mil brasileiros e 50 mil estrangeiros”, anunciou. “Temos um mix perfeito de produtos: navios modernos, roteiros especiais e condições para pagamento. Estamos com muitas promoções e a procura esta sendo enorme”, adiantou. Segundo Ursilli, as principais características dos navios da MSC são a modernidade – por se tratar de embarcações muito novas, sendo a mais antiga construída em 2007 (MSC Orchestra) – e a maior quantidade de cabines com varanda ofertadas no país. O MSC Magnifica – construído em 2010 – chega ao Brasil em novembro para alguns cruzeiros e depois passa a realizar percursos de sete noites até Buenos Aires (com pernoite), passando por Punta del Este e Montevidéu. A bordo, os hóspedes terão a oportunidade de desfrutar de particularidades como boliche, biblioteca, cinema interativo 4D, jogging, centro esportivo, spa, salão de beleza, academia, teatro, cassino, discoteca, bares, restaurantes, piscinas e hidromassagens. “E a maior novidade de todos os tempos, que traremos, e será o maior navio que já navegou na costa brasileira: o MSC Fantasia – que ainda conta com o conceito exclusivo de Yacht Club. Ele
está sendo muito esperado e além de ser o maior é o mais bonito da frota”, antecipou. O transatlântico MSC Fantasia, em seus 25 mil m² de áreas comuns possui diversos ambientes, com destaque para MSC Aurea Spa, cinema 4D, simulador de Fórmula 1, pista de jogging, squash e o teatro L’Avanguardia. “Outra novidade serão as 71 suítes de alto padrão do MSC Yacht Club. É a primeira classe do navio, onde o hóspede poderá usufruir de espaços sofisticados, com acesso privativo”, afirmou. Para a chegada do navio, no dia 27 de novembro, a MSC promoverá uma festa a bordo. Há também o MSC Orchestra, que fará embarque e desembarque no Rio de Janeiro. Aromaterapia - Outra inovação da armadora que chega ao país é a identidade olfativa. A ideia dessa criação partiu da vice-presidente da MSC Cruzeiros, Alexa Aponte Vago, que conheceu o conceito multissensorial e adotou a proposta nos transatlânticos da frota, com fragrância exclusiva “MED by MSC”. “Isso já existe em todos os navios da frota e agora estamos trazendo esse conceito de aromaterapia para o Brasil. A MSC desenvolveu seus próprios aromas, que têm como objetivo proporcionar conforto aos hóspedes, uma sensação de relaxamento mais ampliada tentando sempre alcançar os sentidos das pessoas”, explicou.
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Programação intensa para os temáticos Segundo Adrian Ursilli, o sucesso dos cruzeiros temáticos continua. “Teremos uma programação intensa e atualizada para atender aos desejos e anseios de nossos hóspedes. Os brasileiros gostam, em especial, do Baila Comigo”, declarou. O primeiro cruzeiro temático da temporada será o Qualidade de Vida, no MSC Magnifica. No MSC Fantasia acontecerá o Mar & Ação, que oferece programas de ginástica voltados para iniciantes e experts em exercícios físicos. Já o Baila Comigo acontece no MSC Magnifica e é ideal para quem gosta de dançar os mais variados ritmos. A MSC também trará novas produções para animar as noites a bordo. Entre os destaques está a produção “Pirates”, com acrobatas, cantores e dançarinos para contar as lendas dos sete mares. Já os fãs das histórias de vampiros poderão se divertir com o personagem mais famoso desse universo: “Drácula”. Os samurais também são tema de uma montagem homônima que representa as
épicas batalhas entre esses guerreiros japoneses e os soldados mongóis. Já quem quer viajar pela cultura pop moderna poderá escolher o “Hard Pop Cafe” que revive os clássicos do rock n’roll com performances de dança. Mais um cenário noturno clássico representado a bordo dos navios da MSC Cruzeiros é a Paris dos anos 20, revivida em “Glamour”, com dançarinas de can-can e balé francês. Segundo o diretor, além de todos os diferenciais a MSC ainda tem muitas promoções. “Lançamos em julho a Promoção Super Bingo, com preços especiais a partir de US$ 249 para mini cruzeiros em determinadas saídas e navios. Para ter acesso a essas tarifas, o agente deve consultar nosso sistema online”, orienta. Nesta temporada, a MSC também amplia o horário das atividades infantis – “dando aos pais a oportunidade de curtir um jantar tranquilo e quem sabe um show à noite enquanto as crianças estão aos cuidados dos monitores”, informa. Outro serviço que terá seu horário estendido é a alimentação – que passará a ser contínua nas 24h do dia. Para encerrar, Ursilli antecipa uma
novidade para 2013. “A grande novidade do ano de 2013 será a chegada de mais um navio: o MSC Preziosa, irmão gêmeo do navio MSC Divina”. O MSC Preziosa – que já está em fase avançada de construção – será inaugurado em Gênova, no dia 23 de março. Ele vai fazer circuitos no Mediterrâneo, com partidas e chegadas em Barcelona e Gênova, em cruzeiros de oito dias. Mídia social – “As mídias sociais são um canal de comunicação, referência e consulta. Por meio delas os hóspedes conseguem pesquisar comentários e críticas sobre o roteiro, destinos e navios. Além disso, nossos hóspedes têm a oportunidade de se comunicar com a MSC de forma interativa. Estamos sempre abastecendo a rede com novidades, não deixando nunca de comunicar os principais fatos”, disse. Segundo o diretor, a MSC ainda se utiliza da rede para organizar e promover games e atividades de recreação. “Ainda fazemos cada vez mais concursos e promoções com nossos fãs. As mídias são uma realidade e a tendência é só crescer”, finalizou.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO COSTA CRUZEIROS
Renê Hermann
Tarifa Winner e Mais Costa trazem vantagens para os agentes Mario Brizon
Claudia Del Valle
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Francisco Ancona
“Precisamos de políticas públicas que incentivem a melhoria de infraestrutura dos portos do nosso país, assim como legislação específica. O mercado de cruzeiros está em ascensão e traz uma série de benefícios ao país, como geração de empregos, entrada de dinheiro, incentivo ao comércio das cidades portuárias, entre outras vantagens”
Para o diretor-presidente da Costa Cruzeiros para a América do Sul, Renê Hermann, agentes de viagens podem ter expectativas otimistas em relação ao Grupo Costa Cruzeiros para a temporada brasileira de 2012/2013. “Lançamos uma série de promoções especiais que trazem vantagens nas vendas para os agentes de viagens, como a Tarifa Winner, em que os hóspedes têm tarifas promocionais muito atraentes e assim os agentes têm grandes possibilidades de ganhar com a comercialização dos nossos navios. Há também a tarifa Mais Costa, na qual as vendas dos cruzeiros equivalem a pontos que valem novos cruzeiros às agências de viagens, que poderão negociar esses pacotes ganhos como bem entenderem”, explica. O Grupo Costa chegou anunciar cinco navios na temporada brasileira, só da frota da Costa Cruzeiros, sem incluir a Ibero, no entando acabou reprogramando os roteiros do Costa Magica. “A Costa Cruzeiros terá quatro navios na próxima temporada. Sendo que dois deles são inéditos, o Costa Favolosa e o Costa Fascinosa, além dos já conhecidos pelos brasileiros o Costa Serena e o Costa Fortuna. Trazer dois navios novos à América do Sul é uma estratégia da companhia
que vê a região como um mercado em ascensão. Nossa capacidade total de leitos será 5% superior à oferecida no ano passado”, conta. Quatro novos navios até 2016 - A empresa, inclusive, tem anunciado mudanças na sua diretoria mundial, o que não compromete seus planos de expansão. “É comum que grandes empresas passem por reestruturações. O Grupo Costa, que compreende as marcas Costa Cruzeiros, AIDA e Ibero Cruzeiros, continua com seu programa de expansão que começou em 2000, com investimento de € 11 bilhões, previsto para terminar em quatro anos. Quatro novos navios estão previstos para entrar em serviço até 2016. No ano passado, o Grupo teve receita de € 3,1 bilhões e transportou 2,3 milhões de hóspedes. A Costa é uma empresa que está no setor há quase 65 anos, é normal que ocorram mudanças eventuais para dinamizar e renovar a sua posição de liderança no mercado”, informa Hermann. Super Costa – Em maio deste ano, Hermann falou com exclusividade sobre um destes novos navios da Costa Cruzeiros, o “Super Costa”, um mega navio. “Será o maior navio da Costa e da Europa, acima de 140 mil toneladas, que terá capacidade para cinco mil hóspedes”, anunciou à época, cujo lançamento está previsto para 2014.
Perfil da Costa tem hoje mais de 12 mil fãs Antenada com as inovações tecnológicas e de mercado, a Costa Cruzeiros não perdeu tempo a abriu-se para as infinitas possibilidades da Internet e das redes sociais. “O perfil da Costa tem hoje mais de 12 mil fãs. São postadas informações de conteúdo nacional e internacional. Já o Blog dos Temáticos, que hoje com oito mil seguidores, traz informações sobre os cruzeiros do gênero”, informa o diretor-presidente da Costa Cruzeiros para a América do Sul. Renê Hermann entende que estas oportunidades devem ser aproveitadas pelos agentes de viagens. “É uma ótima forma de motivar o público para o produto e com isso o agente de viagem ativo nas redes sociais também pode se beneficiar com a venda dos cruzeiros”, avalia. Gargalos – Apesar da retração do mercado na próxima temporada, Hermann acredita que o mercado brasileiro vai se recuperar nas próximas, pois o brasileiro, segundo ele, já descobriu os benefícios de uma viagem de cruzeiro. No entanto
as empresas continuam enfrentando problemas de custos e infraestrutura e que é necessário rever pontos importantes para que o setor continue em crescimento. “Precisamos de políticas públicas que incentivem a melhoria de infraestrutura dos portos do nosso país, assim como legislação específica. O mercado de cruzeiros está em ascensão e traz uma série de benefícios ao país, como geração de empregos, entrada de dinheiro, incentivo ao comércio das cidades portuárias, entre outras vantagens”, pondera. Copa – Sobre a viabilidade da vinda de navios para o Brasil durante a Copa e as Olimpíadas, mesmo em período de baixa na América do Sul e de alta nos mercados do Norte, Hermann acredita que há possibilidades. “Certamente o Brasil terá duas grandes oportunidades de se inserir na vitrine do Turismo mundial. Por enquanto não há projetos sobre trazer navios de cruzeiros para a Copa ou para as Olimpíadas, mas acredito que possa ser interessante para o mercado”, conclui.
Mini cruzeiro para o Favolosa e descontos Durante o 38º Encontro Comercial Braztoa, realizado em setembro, em São Paulo, a Costa Cruzeiros já previa bons resultados com a implantação de Tarifa Winner para os períodos de janeiro a março de 2013. Segundo Claudia Del Valle, gerente de vendas e marketing, com essa política, os agentes de viagem conseguem vender cruzeiros com até 35% de desconto e o passageiro tem a flexibilidade de viajar no período que desejar. “Ele só deve avisar com 30 dias de antecedência quando pretende viajar para que possamos escolher o melhor roteiro”, explicou Francisco Ancona, consultor da Costa Cruzeiros. Os agentes têm à disposição 24 combinações para 48 roteiros diferentes. As tarifas winner estarão disponíveis para cabines internas, externas e com varanda em cruzeiros com saídas a partir de 16 de janeiro. Elas são válidas para compras até 30 de outubro deste ano a bordo dos navios Costa Fascinosa, Costa Favolosa e Costa Fortuna. “O passageiro ganha no preço e no cruzeiro. É ideal para aquele cliente que não tem compromisso fixo com datas”, acrescentou Ancona.
Claudia Del Valle anunciou ainda que a companhia disponibilizou em seu sistema de reservas um mini cruzeiro a bordo do Costa Favolosa. Com três noites, o navio realiza viagem por Santos, Rio de Janeiro, Ilhabela a partir de 30 de janeiro de 2013. “Esse é um produto voltado para o segmento corporativo e para aquelas empresas que buscam realizar uma convenção a bordo”, afirmou. Incentivo - A Costa Cruzeiros também aposta na campanha de incentivo “Mais Costa” para aumentar as vendas dos meses de janeiro a março de 2013 em águas brasileiras. A ação começou em meados de setembro. A cada quatro cabines vendidas, o agente ganha mais uma interna. “Ele pode fazer o que quiser com esse prêmio. Usar por conta própria ou vender para seu passageiro”, disse Claudia. O agente deve acumular um mínimo de quatro pontos na venda de cruzeiros de sete noites. “Assim que ele acumular 16 pontos, já tem o direito de resgatar o prêmio”, explicou. O agente tem seis meses para resgatar a cabine e até o dia 31 de maio para realizar a viagem.
Ibero Cruzeiros cogita ter navio o ano todo no Nordeste brasileiro Durante o 2º Seatrade South America, realizado em setembro, em Buenos Aires, a Ibero Cruzeiros, empresa pertencente ao Grupo costa, sinalizou com algo que até então parecia inatingível para o mercado brasileiro: um navio operando no litoral brasileiro durante o ano todo. O comunicado feito pelo gerente geral da Ibero, Alfredo Serrano Chacon. “O desejo da Ibero é ter um navio operando o ano todo na América do Sul. O Nordeste do Brasil, por sua localização geográfica e clima favorável mesmo no inverno, é o local ideal”, disse. Chacon ressaltou a importância da América do Sul para a Ibero. “Começamos a operar na América do Sul em 2004, onde temos três navios que contribuem com 100 mil clientes para a empresa, o que significa 40% de nossa capacidade anual. Nosso interesse na América do Sul é muito grande”, reforça.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO PULLMANTUR
Horizon volta ao Brasil na próxima temporada Rodolfo Szabo
Filipe Cerolim Operando seus navios no Brasil há pouco mais de um ano, a Pullmantur comemorou o sucesso da última temporada ao transportar 165 mil passageiros. Para Rodolfo Szabo, diretor geral da empresa no Brasil, ela já tem sua marca consolidada com os brasileiros. “A última temporada foi excepcional. Estamos no Brasil desde 2003, operando em parceria com outras empresas, por isso acreditamos já ter alcançado uma boa base para entender o que o mercado necessita”, explica. Ele falou a respeito dos navios que saíram de operação e os que vão chegar. “O Ocean Dream, que fazia normalmente a rota de Fernando de Noronha, foi vendido. Mesmo com um navio a menos na operação, temos a expectativa de alcançar 130 mil passageiros com os três navios que vamos operar: Empress, Sovereign e Zenith. Já para temporada 2013/2014 a Pullmantur terá o navio Monarch of the Seas, que pertencia à Royal Caribbean,
e que vai realizar cruzeiros no Caribe. Para o Brasil traremos novamente o Horizon”, diz. O diretor comentou o ano de operação própria e a parceria com a CVC e outras operadoras. “Nosso principal cliente é a CVC, porém estamos abrindo mercado para outros operadores e ainda não temos venda direta para passageiros”, explica. A Pullmantur busca também prestar melhores serviços aos passageiros. “Sempre buscamos locais de escalas que agradem ao viajante. Temos a Praia Tropical, onde só o nosso navio tem essa escala. Além de ser uma praia que o cruzeirista pode aproveitar no meio do cruzeiro. Outras vantagens são: ser a única empresa de cruzeiros no Brasil que oferece o sistema ‘all inclusive’ em todas as áreas do navio já no valor do pacote. Procuramos aperfeiçoar o treinamento em serviço para um ótimo atendimento, além de buscar que os funcionários falem português, no máximo um ‘portunhol’. Mas o principal é a tabela de preços, já em real. Assim, o passageiro sabe qual será o preço hoje, sem variação cambial, isso é muito importante, outro diferencial”. Mídias Sociais - “Não possuímos contato com os nossos passageiros através das mídias
sociais, para vendas e campanhas promocionais. Como uma visão de mercado, sabemos que as mídias sociais são o futuro. A Pullmantur planeja agir nos meios de comunicação do presente e do futuro. Sabemos do potencial, muito grande que possuem. Vemos isso como algo positivo”. Ele explicou como essa pode ser mais uma ferramenta para o agente de viagem na hora de realizar as vendas. “As mídias sociais têm grande poder de divulgar a informação de forma muito rápida. Hoje, o tempo é precioso, e a informação também. Então a informação rápida e precisa, pode ser uma ferramenta de vendas muito valiosa para o agente de viagem”. Infraestrutura - As melhorias para o setor de cruzeiros também foram destacadas pelo diretor geral da Pullmantur no Brasil. Para ele, o país precisa investir em infraestrutura. “Durante anos se falou que o Turismo do Brasil era amador e precisava se profissionalizar. E eu vejo que é o que está acontecendo agora. Me preocupo um pouco com que tipo de administradores vão controlar o Turismo. Precisamos de profissionais da área. Novos cruzeiristas surgem todo ano, e com isso precisamos melhorar a infraestrutura dos portos, como local de embarque. Ficamos muito concentrados em Santos e Rio”.
QUALITOURS
Novo site e crescimento de 20% este ano Ilya Hirsch
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Anderson Masetto A Qualitours está prestes a lançar uma novidade para os agentes de viagens: seu novo site, que entrará no ar ainda este ano e, segundo o diretor da operadora, Ilya Hirsch, terá uma série de inovações que facilitarão a pesquisa de cruzeiros vendidos pela empresa. O executivo também está otimista com o cenário dos últimos meses, que favorece a compra de roteiros no exterior, principal foco da operadora. A expectativa é embarcar 20% mais passageiros em 2012. Para isso, Hirsch considera fundamental o trabalho e apoio dos agentes. “Investimos no relacionamento direto com o agente de viagens e criamos um círculo de agências preferenciais com diversos benefícios para nossos clientes”, conta. Com esta ação, as agências interessadas em comercializar cruzeiros premium e de luxo têm o apoio integral da Qualitours. A ação ganhou o nome de “Círculo de Excelência
Qualitours” e oferece um programa de especialização focado na promoção e na venda desses cruzeiros. “Nossa proposta é fornecer capacitação continuada. Teremos ainda um atendimento especial e diferenciado com especialistas 24 horas por dia”, explica. Essas agências têm acesso direto aos sistemas online de companhias marítimas, prioridade no envio de informação de ofertas e promoções e suporte e orientação em marketing direcionado ou no segmento de mercado onde atua. Além disso, elas têm prioridades em convites para cruzeiros de familiarização e acesso às tarifas de agente. “Para se estabelecer como uma agência Excellence, é preciso atingir a meta de venda de, pelo menos US$ 50 mil no ano. Isso equivale à comercialização de dez a 15 cabines. Consequentemente, oferecemos uma escala progressiva de comissão de acordo com o que é vendido”, destaca. Bons preços - Este é o momento certo para vender cruzeiros premium no exterior na opinião de Hirsch. Ele acredita que crise econômica que atinge a Europa e em menor escala os Estados Unidos, tem também um lado positivo para os viajantes brasileiros
que pretendem desfrutar de um cruzeiro de luxo no exterior: a redução dos preços e facilidades no pagamento. “As tarifas estão reduzidas, com descontos de 60%”, revela. “Elas apostam no pujante mercado brasileiro isento dos tsunamis causados pela crise”, completou. Oceania, Regent, Ponant e Seabourn são as principais companhias deste segmento, apontadas por Hirsch. Redes sociais x vendas - Para Hirsch, as redes sociais podem ser uma excelente ferramenta para os agentes. Com elas é possível ter uma relação mais próxima com o público. “As agências devem aproveitar as redes sociais para informar e para estreitar relações com seus clientes”, diz. Além disso, é possível tirar dúvidas e acompanhar a opinião sobre os produtos vendidos. A Qualitours utiliza o Facebook e o Twitter para se comunicar com agentes e clientes. “Precisamos estar atentos aos desejos dos passageiros. Acredito que ainda há muito o que aprender nesta área. A forma mais adequada de explorar melhor as redes sociais é a tentativa e erro. O que dá certo nós mantemos e o que não funciona é descartado”, finaliza.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO ROYAL CARIBBEAN
Ricardo Amaral
Armadora trará navio da Azamara para temporada 2012-2013
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Lisia Minelli A Royal Caribbean International já definiu a vinda de dois de seus transatlânticos para a próxima temporada de cruzeiros 2012-2013 na América do Sul, que tem início no dia 9 de dezembro, com a chegada do Splendour of the Seas, totalmente renovado desde sua última passagem pelo país. O navio ficará até abril 2013. Entre as saídas, destaque para o retorno dos temáticos – sucesso entre os brasileiros – Royal Life e Royal Dance. O objetivo é oferecer ao público opções diferenciadas de entretenimento a bordo. Já o Vision of the Seas, que em 2011 fez sua terceira temporada no país, não estará presente. Segundo Ricardo Amaral, diretor geral da Royal Caribbean para o Brasil, México e América Latina; o principal fator que influenciou nessa decisão estratégica foram os altos custos operacionais para cruzeiros de cabotagem no país. “Os altos custos tornaram a operação do Vision of the Seas mais rentável na região do Caribe, onde fará roteiros de dez e 11 noites entre novembro de 2012 e março de 2013. Entretanto, a companhia continua investindo no Brasil e coloca à disposição dos hóspedes o Azamara Quest, que fará sua estreia em águas brasileiras”, explicou. Na temporada passada, a Azamara trouxe ao país o Journey e neste ano, inova com outro navio da mesma classe. O navio chegará ao porto do Rio de Janeiro em 18 de dezembro deste ano e fará roteiros de dez a 16 noites, com saídas do Rio e Buenos Aires (Argentina), até 12 de fevereiro de 2013, com escalas em Natal, Recife, Salvador e Paraty, além de pernoites no Rio, Punta del Este e Buenos Aires. “Os navios da Azamara Club Cruises têm como diferencial oferecer cruzeiros com serviço extraordinário, gastronomia internacional, bem-estar, vitalidade e imersão no destino. Este navio tem um apelo muito grande para os estrangeiros e funciona muito bem para a nossa proposta”, disse. Sem dar números, Amaral informou que as vendas do Quest estão melhores do que as vendas do ano anterior para o Journey – considerando o mesmo período. Segundo o diretor, o Azamara Quest passará por um processo de revitalização total – chamado de dry dock – chegando ao Brasil totalmente novo. “Esta será a primeira viagem do navio após a sua reforma, que oferecerá uma experiência atualizada a seus hóspedes. Os brasileiros poderão conferir com exclusividade todas as suas novidades”, contou. Com capacidade para 694 hóspedes em 347 cabines, o navio possui três restaurantes, sendo um principal e dois de especialidades: carnes e frutos do
mar, além de salão externo para relaxamento, sala de estética, bar, café, piano bar, sushi, piscina, loja e spa. Para a temporada 2012-2013, a armadora criou três pacotes personalizados de casamento a bordo do Splendour. Os noivos poderão contar com atendimento de consultores especializados, receptivo nos portos, espaço privativo, decoração, mestre de cerimônias, buquê nupcial e fotógrafos. Os casamentos serão realizados nos portos (Santos, Rio de Janeiro e Salvador) e os pacotes são para até 40 convidados (hóspede ou não). A bordo dos navios também é possível realizar eventos. Além da acomodação, todas as refeições estão incluídas, espaços para reuniões, equipamentos audiovisuais e tecnologia multimídia, além de toda infraestrutura de entretenimento a bordo. Outra novidade é a parceria com a Mattel. A Barbie, ícone da cultura pop, chega pela primeira vez em alto mar para uma programação completa com crianças de todas as idades e fãs de várias gerações. A partir de janeiro de 2013, o programa “Barbie Premium Experience” começará a ser implantado em todos os 22 navios da frota. A previsão é que até março de 2013 todos os navios já contem com o projeto. “Essa é uma importante parceria para nós, já que contaremos com uma programação inédita. Com o programa, ofereceremos uma nova opção de entretenimento para as crianças a bordo, além de momentos únicos para toda a família”, disse Amaral. No programa, meninas de todas as idades desfrutarão de cabines decoradas ao estilo da boneca, bem como atividades temáticas – desde festas, a aulas de dança e desfiles de moda. Outras parcerias com a Universal Orlando e com Dicorevy Kids também estão disponíveis em navios da Royal Caribbean para cruzeiros no exterior. Celebrity Reflection – Já o novo navio Celebrity Reflection – o quinto navio da classe Solstice inaugurado este ano – trará inovações nunca vistas em alto mar. Uma delas é a “Reflection Suite”, que contará com um box todo em vidro que se estende para o lado de fora do navio. Nos novos banheiros, os hóspedes poderão desfrutar de vista completa para o mar enquanto tomam banho em um boxe construído inteiramente com vidro. Para garantir a privacidade, além de reflexivo, o vidro também é “inteligente” – ao apertar um botão, os hóspedes poderão acionar uma tecnologia que o transforma de transparente a translúcido. Localizadas no 14º andar, as duas únicas e exclusivas “Reflection Suite” do navio terão, cada uma, 152 m² e varanda com 18 m², e serão as primeiras suítes da Celebrity Cruises a contar com dois quartos,
além dos amenities associados às suítes de luxo da companhia, incluindo produtos Bvlgari e serviço de mordomo 24 horas por dia. Finalizando as novidades, Amaral comentou sobre a construção de um segundo navio do projeto Sunshine, que deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2015. Ele será construído no mesmo padrão do primeiro navio da classe, que deverá ser entregue no segundo semestre de 2014. Com 158 mil toneladas, terá capacidade para 4.100 hóspedes. Resultados – De acordo com o diretor, a Royal Caribbean, por ser uma empresa de capital aberto, não divulga números específicos de sua companhia. Mas confirmou que desde a abertura do escritório da armadora no Brasil (2009), a cada ano o desempenho é melhorado. “Continuamos sendo um dos escritórios que mais vendem no mundo. Nossas performances qualitativa e quantitativa são ótimas e para a temporada 2012-2013 deve ocorrer o mesmo”, comentou. Segundo dados da Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), a temporada de cruzeiros 20112012 teve volume recorde de passageiros: 805.189 - um crescimento de 1,56%. Para a próxima temporada, a expectativa é que esse número sofra uma queda entre 8% a 9%. Isso, por ser uma temporada mais curta (de sete para cinco meses) e com uma oferta menor de navios (15%) do que na temporada anterior. Mídias sociais – Para Ricardo Amaral, apesar de as mídias sociais serem uma excelente forma de promoção e divulgação, deve-se tomar cuidado para não “abusar”. “Lembro que antigamente tínhamos o fax, e eram tantos que as agências recebiam que até o papel eles começaram a cobrar. Esse fax evoluiu e se tornou e-mail, Twitter, Facebook e outras mídias. Mas não podemos correr o risco de torná-las menos atrativas para o trade e o consumidor”, advertiu. Para ele, as mídias devem ser direcionadas para as pessoas certas e não usadas de forma indiscriminada. Ele citou como exemplo as compras coletivas que inicialmente eram interessantes, mas que com o tempo deixaram de ser encaminhadas para o perfil correto de consumidor e acabou ganhando um lugar nos e-mails de spam das pessoas. “Sem dúvida que as mídias mudaram a forma de se vender e divulgar as coisas. E me parece uma ótima ferramenta de divulgação do trade de uma forma geral, mas não deve ser a única forma de nos relacionarmos com os consumidores. A tecnologia aproxima as pessoas e ao mesmo tempo as distancia”, lembrou. A Royal Caribbean esta presente nas mídias como Twitter, Facebook, YouTube. E ainda tem canal só para os agentes de viagens com informações para facilitar e capacitar os parceiros.
CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO OCEANIA CRUISES
Jean Saraiva
Mais passageiros, mais roteiros e mais Brasil
Luciano Palumbo Navegando em águas brasileiras. Esse é o lema da Oceania Cruises para a temporada 2012-2013. Depois de ganhar 25 prêmios no ano passado com seu novo navio, o Marina, a companhia decidiu reforçar a sua presença no Brasil, com a contratação do diretor de vendas e marketing para o país, Jean Saraiva, que já apresenta resultados bastante expressivos, com importantes parcerias firmadas junto ao trade de Turismo, além do aumento de passageiros brasileiros. De acordo com o novo diretor, este ano a companhia deve dobrar o número de passageiros embarcados. “Já superamos de janeiro a maio, em 65% o número de vendas por passageiros em comparação ao ano passado”, comenta o diretor referindo-se à superação apenas no primeiro semestre de 2012. Saraiva que investe no trade como fonte de propaganda para seus produtos, acredita que isso deve alavancar as vendas, já que o agente de viagens é o grande canal da armadora neste momento. “Vamos continuar investindo em capacitação e treinamento para o trade de Turismo. Hoje temos mais de 35% em receita por conta das vendas via agentes de viagens”, calcula. Personalização - “A Oceania está desenvolvendo um trabalho totalmente personalizado para o Brasil e seu mercado. Para isso, foi realizado um planejamento comercial e de marketing em 2012, onde os menus dos navios foram traduzidos para o português, assim como a comunicação interna e o website. Desenvolvemos também parcerias importantes que irão ajudar a distribuição da Oceania para os agentes de viagem de todo o país”, disse Saraiva. A Oceania Cruises possui quatro navios, o Regatta, o Nautica, e o Marina - que passou a navegar no ano passado. E em maio lançou o Riviera, navio-irmão do Marina. O navio de mé-
dio porte pode receber até 1,2 mil passageiros, além de alcançar portos menores. “O serviço é ultra-personalizado, com 1,5 passageiro por staff, 96% das cabines possuem varanda e a culinária é de extrema qualidade”, diz Saraiva. A bordo estão dez restaurantes, dos quais seis são gourmet, sem custos extras. Todos estão sob o comando do chef executivo da Oceania, Jacques Pépin, que no seu extenso currículo inclui experiência como chef exclusivo de vários Chefes de Estado. O entretenimento a bordo dá opções de diversão diferenciada. Espetáculos como o “The Music of Elton John e Bily Joel”, assinado pelo produtor Jean Ann Ryan, em que hits dos anos 70 e 80 são interpretados com extrema por músicos, e o “Beatlemania Now”, um dos únicos tributos feito em alto mar ao famoso grupo de Liverpool que encantou gerações. De acordo com o executivo, essas novidades passarão por águas brasileiras. Os navios Regatta e Marina passam no Rio de Janeiro e Santos com destino a Buenos Aires, Valparaíso e Miami. “Vamos oferecer aos brasileiros a experiência de cruzeiros internacionais com saídas do país”, conta. Além disso, Saraiva ressalta os tradicionais roteiros do Mediterrâneo, Norte da Europa, Ilhas Gregas e Europa Continental. “São mais de 50 roteiros personalizados com serviços exclusivos de alto padrão”, afirma. Mercado - Para o executivo, o cenário atual, onde crises e oscilações de mercado acontecem, os custos em serviço são altamente afetados, seja pelo combustível, ou mão de obra qualificada, entre outros. Isso faz com que as empresas busquem parcerias, joint-venture e fusão para sobreviver. O mesmo que acontece na aviação, acontece também nas companhias marítimas. “Exemplo disso são os grandes grupos que se formaram ao
Brasil entre os cinco principais mercados
Segundo Jean Saraiva, a mídia social trouxe o cliente mais próximo das empresas de uma forma geral. “Mas, no Turismo, além de aproximar, está servindo para um meio de recomendação, reclamação e por parte da empresa, como identificador do que precisa melhorar ou para medir sua reputação no mercado”, diz. Outro benefício, segundo o diretor, seria o de atualizar os clientes sobre promoções e ser mais efetivo. Atualmente, as companhias marítimas têm os mesmos benefícios das empresas em geral, mas cada segmento pode ter suas particularidades. “No nosso caso, as mídias sociais podem ser uma forma de criar um grupo de pessoas que compram nossos roteiros e, por sua vez, podem combinar de irem num mesmo cruzeiro. Isso já se tornou possível, juntar grupos do mundo inteiro, dentro de uma página da nossa companhia”, afirma Saraiva.
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os resultados. “Passamos a oferecer ferramentas, como parcelamentos para o produto ficar mais acessível aos clientes”, ressaltou Saraiva. Apesar do Insigna sair de operação este ano, duas embarcações com o mesmo perfil continuarão operando: o Regatta e o Nautica, ambos com capacidade para 684 hóspedes. “A Oceania é especializada em roteiros exclusivos por destinos que os grandes navios não conseguem explorar. O estilo é elegante e casual. Não existe noite do comandante, e a ideia é que o hóspede descanse com conforto e receba um atendimento personalizado. A gastronomia é o grande destaque”, acrescenta.
Caiu na rede
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“Hoje a representação do Brasil é pequena, mas nosso objetivo é que o país esteja entre os cinco mercados a curto prazo. Estamos investindo em novas parcerias e capacitações. A intenção é dobrar o faturamento de 2011 e, para isso, apresentar os serviços e produtos aos agentes é fundamental”, revelou Saraiva. Estados Unidos e Canadá são os principais consumidores. Recentemente um acordo com a Ancoradouro foi fechado. Queensberry, Designer Tours, Firstar, Teresa Perez e Visual também oferecem pacotes da operadora. Antes do final do ano, a empresa vai analisar
longo dos últimos anos, como Carnival, Royal Caribbean e a formação do nosso grupo que tem a Oceania Cruises e Regent Seven Seas como irmãs”, diz. Segundo Saraiva, com essas fusões, os grupos ganham mais vantagem competitiva e corpo para superar as variáveis do mercado, por outro lado, as estruturas deixam de ser enxutas e passam a custar mais. “Isso as vezes obriga as empresas a vender a qualquer custo, o que pode prejudicar a indústria com guerras tarifárias. Acredito que, inclusive, estamos passando por isso”, afirma. De uma forma geral, o Grupo Prestige Cruise Holdings que está em crescimento no mundo preza pela qualidade no serviço. “No Brasil a Oceania começou com mais força há um ano e desde então já crescemos 100% em número de passageiros. O objetivo neste ano foi capacitar as agências e consolidar a Oceania no Brasil”, comenta o diretor. “No próximo ano, temos ótimas expectativas, pois acreditamos que será um ano onde a Oceania já será mais conhecida tanto pelas agências, como pelos clientes finais. No mercado do Turismo, manteremos os treinamentos para capacitação constante, estaremos presentes nos principais eventos lançando promoções, para que sejamos uma ótima opção para ser oferecida aos clientes das agências”, enfatiza.
CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO FIRSTAR
Estela Farina
Estímulo ao relacionamento entre cliente, agência e empresa
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Leila Melo Estimular o relacionamento entre consumidor e agência e desenvolver a identificação do cliente com a marca da empresa. Essas são as principais características das mídias sociais, segundo Estela Farina, diretora da Firstar, empresa representante no Brasil das companhias marítimas Norwegian Cruise Line, AmaWaterways, Oceania Cruises e Viking River Cruises. “As redes sociais não devem ser vistas com objetivos comerciais. Nossa estratégia não é trabalhar o aspecto das vendas, mas exercer, uma relação mais estreita com parceiros e clientes no médio e longo prazo”, declara a diretora. Dentro dessa visão, a Firstar decidiu investir mais forte nessas mídias. A companhia lançou uma página no Facebook (www.facebook.com/firstarrepresentacoes) e coordena as atualizações dos canais em português no Twitter e no Facebook e um blog institucional sobre os cruzeiros da NCL. “Temos um retorno bem positivo desses seguidores com a NCL. Esse foi nosso primeiro ano com esse trabalho e já somamos mais de 3.500 membros na página www.facebook. com/norwegianbrasil”, conta. A partir dessas mídias sociais, a Firstar traçou um perfil do passageiro e os interesses comuns desse cliente nos roteiros da NCL a fim de formatar conteúdos e assuntos mais direcionados. “Através desses meios, atraímos a atenção do consumidor e o convidamos a opinar em ações de networking”, explica. Já com o blog, a proposta da Firstar é de disponibilizar mais rapidamente as informações e interagir com o público final. “Nesse canal, o cliente pode se manifestar, deixar seus comentários”, diz a diretora, ao ressaltar que por meio desse espaço, o consumidor é “convencido” a entrar no site da companhia marítima para fazer consultas efetivas de preços e disponibilidade de datas. “O blog traz um conteúdo mais abrangente e ágil”, complementa. O agente de viagem, por sua vez, também integra as iniciativas em mídias sociais da Firstar. A empresa desenvolveu uma aba no Facebook da NCL destinada ao trade de Turismo. “Embora a página tenha sido criada pensando no passageiro final, observamos que o agente de viagem também é um seguidor. Dessa maneira, percebemos a oportunidade em fornecer conteúdo específico para esse profissional”, explica Estela. No local, a Firstar publica vídeos institucionais sobre curiosidades e assuntos mais técnicos sempre direcionados a esse profissional. “Isso é apresentado de forma leve e com uma linguagem mais coloquial”, salienta.
Crescimento moderado e foco em treinamento As vendas no primeiro semestre para a Firstar ficaram abaixo das expectativas. Muito mais por conta de um otimismo exagerado do que por uma redução de mercado. “Em 2011, a economia estava muito aquecida. E apesar do resultado estar abaixo se comparado ao ano passado, estamos bem melhores em relação a 2010. Foi satisfatório. Mas, acreditamos que as vendas no segundo semestre contribuam para que o balanço de 2012 seja superior ao ano anterior”, esclarece Estela Farina. A previsão da empresa é fechar o ano com um crescimento de 20% em vendas para os cruzeiros marítimos da NCL no Brasil. Antes da situação econômica ficar difícil na Europa, a perspectiva da Firstar era aumentar em 50% essa comercialização. Em busca desse resultado e de um bom desempenho geral, a Firstar investe em treinamento. A distribuição dos roteiros marítimos das quatro empresas marítimas que representa é feita totalmente via agente de viagem. Para a diretora, é fundamental que esse profissional esteja bem preparado e informado. “Rodamos o Brasil. Começamos com capacitações na capital paulista, divididas por regiões: leste, norte, sul e oeste e partimos para o Nordeste”, informa. Em território nordestino, a Firstar já passou por Teresina, Natal, São Luís, Fortaleza, Salvador e Recife. “O mercado pernambucano vem crescendo em vendas. Qualificamos ainda agentes de Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte”, revela. Essas três cidades, especialmente, aumentaram suas participações nos negócios da Firstar nos últimos anos. Cerca de 50% das vendas são provenientes desses destinos, inclui-se aí também a capital cearense. Os outros 50% vêm dos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. “Temos uma presença importante em 13 cidades brasileiras. Nelas atuamos com representantes ou agências preferenciais”, aponta Estela, anunciando que em São Paulo a Firstar está organizando um evento promocional maior. No ano que vem, a Norwegian Cruise Line inaugura o Norwegian Breakaway. À medida que o momento se aproxima, a operadora irá intensificar a divulgação deste navio e seus roteiros com saídas de Nova York ainda este ano. “É uma forma de chamar a atenção do agente para essas novidades”, enfatiza Estela.
As vendas dos cruzeiros do Norwegian Breakaway já começaram. Ele será o primeiro navio da nova geração Freestyle Cruising da NCL e terá capacidade para quatro mil hóspedes. O transatlântico viajará para Bermudas, Bahamas e Flórida. Em janeiro de 2014 será a vez do Norwegian Getaway com 144 toneladas iniciar atividades. Oferecerá 28 opções de refeições e cabines singles e externas. “Ainda não sabemos detalhes dos roteiros. Por enquanto foi divulgada apenas sua saída de Miami para cruzeiros no Caribe. Acreditamos que esse navio será bem procurado pelo mercado brasileiro durante o ano todo e permitirá a Norwegian ser mais competitiva naquela região dos Estados Unidos”, comenta. Com a entrada desses dois transatlânticos, a empresa marítima sobe sua oferta em 50%. Atualmente, 30% das vendas da Firstar são para grupos. “Esse valor corresponde tanto a grupos de incentivo como aqueles formados por afinidades”, fala. Para esse segmento, há uma série de benefícios como gratuidade de leitos, crédito a bordo e para o spa, champanhes ou coquetéis exclusivos. “Temos uma política bem interessante e estamos empenhados em atendê-los. Os grupos são estratégicos para o alcance de nossas metas”, assegura. Para o navio Marina, pertencente à Oceania Cruises, a Firstar elaborou um programa completo com aéreo e hotel durante a viagem para Valparaíso, no Chile, com passagem por Santos e Rio de Janeiro, em um cruzeiro de 17 dias. Os cruzeiros fluviais também têm feito sucesso entre os viajantes brasileiros, apesar de sua limitada oferta. “Estamos reforçando aos agentes que os roteiros a bordo dos navios da AmaWaterways devem ser vendidos com bastante antecedência. Os navios são pequenos e acaba faltando espaço”, constata a diretora. De acordo com ela, muitos pedidos não foram atendidos simplesmente por não haver mais cabines. Por saída, as embarcações da AmaWaterways disponibilizam em média 75 cabines. Os destaques para 2013 da companhia serão os roteiros de uma semana pelo Rio Douro e Rio Sena a bordo do AmaCerto. O navio começou operações este ano e tem condições de comportar 164 pessoas. No ano que vem, a companhia lança o AmaVerde, com capacidade para 161 passageiros.
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CRUZEIROS MARÍTIMOS / TURISMO NÁUTICO GRUPO IBEROSTAR
Orlando Giglio
Grupo reinventa estratégia de B2B e B2C através do website global
Filipe Cerolim
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O Grupo Iberostar encerrou o primeiro semestre de 2012 com 55% de hóspedes de lazer e 45% motivados pelo segmento de eventos nos dois empreendimentos brasileiros (Iberostar Bahia e Iberostar Praia do Forte). “Entre adultos e crianças tivemos uma média de 44,3% de ocupação. No geral, crescemos 12,5% em ocupação e 31,8% em pernoites”, apontou Orlando Giglio, diretor comercial do Grupo Iberostar no Brasil. Ele fez um balanço do último ano e das expectativas também para o cruzeiro fluvial que o grupo realiza na Amazônia. “A média de ocupação varia entre 45% e 60%, considerando a época das cheias dos rios. Para 2012 o grupo Iberostar espera aumentar a participação do Iberostar Gran Amazon no faturamento da empresa no Brasil, que por sua vez, já é satisfatório. Além disso, consolidá-lo como referência em Turismo de luxo fluvial”. De acordo com Giglio, o cruzeiro fluvial ainda busca fazer inovações e melhorias para atrair cada vez mais pessoas interessadas em desfrutar da experiência de fazer um roteiro na selva Amazônica. “O que posso adiantar
“Hoje, as vendas online representam de 3% a 5% da receita da rede no Brasil. As agências de viagens, por sua vez, são responsáveis por 40% do faturamento total, mesmo índice registrado pelo segmento de eventos”
sobre os atrativos do Grand Amazon são novidades na culinária, que combinam a gastronomia internacional com iguarias da região amazônica, assim como pratos para datas especiais, como Natal e Réveillon”. Para o segundo semestre, a estimativa, segundo Giglio, é superar a marca de 15% de crescimento em hóspedes em relação ao primeiro semestre do ano. “Se conseguirmos essa margem de aumento, temos grandes
possibilidades de atingir uma média anual de 65% em ocupação”. Com sete anos de atuação no mercado brasileiro, o Grupo Iberostar pretende recuperar os investimentos que vêm sendo feitos nos resorts em até dez anos. “Hoje, o grande foco de nossos recursos estão no projeto de Iberostate. Já vendemos 70% de nossa oferta de casas e apartamentos. Se considerarmos somente os apartamentos, esse índice chega a 90%”, explica.
Facebook do Grupo Iberostar surgiu no Brasil O Grupo Iberostar reinventou sua estratégia de B2B e B2C. A partir de um website global - www.iberostar.com - a rede implantou versões em diversos idiomas - português, inglês, francês, espanhol, alemão e italiano. O profissional brasileiro tem acesso exclusivo ao site em português. “Desde que abrimos as atividades desse novo site em 15 de abril já triplicamos o número de visitações. Desde o início dessa mudança em dezembro de 2011 nos mercados estrangeiros, o grupo Iberostar incrementou em 5% seu faturamento global. Hoje, as vendas online representam de 3% a 5% da receita da rede no Brasil. As agências de viagens, por sua vez, são responsáveis por 40% do faturamento total, mesmo índice registrado pelo segmento de eventos”. Segundo Orlando, o início da utilização das mídias sociais do Grupo Iberostar foi pelo Brasil. “Estamos nas mídias sociais há dois anos e, por incrível que pareça, a utilização delas teve início no Brasil. Começamos a trabalhar com uma equipe terceirizada, onde criávamos as notícias, calendário e essa empresa implementava. Utilizamos primeiro o Twitter e depois o Facebook. O retorno foi muito grande quanto à informação, pois ainda não tínhamos um sistema pronto para reservas. Em dezembro de 2011, colocamos no ar o nosso site com reservas e este site começou a ser bastante positivo, também suportado pelas redes sociais. As filiais do grupo no Brasil vêm se destacando muito nesse quesito”. E continuou: “as mídias sociais do grupo começaram primeiramente no Brasil, mas hoje temos todas elas integradas não só com os benefícios, mas com as informações que o grupo possui internacionalmente. Questões de aquisição
de novos hotéis, alteração de uniforme, promoção, tudo aparece no nosso Facebook em todas as línguas que trabalhamos (português, inglês, francês, espanhol, alemão e italiano)”. O diretor comentou o retorno em número de clientes, além da interação entre eles e a empresa ao utilizar as páginas sociais. “Criamos um ‘qualify manager’ encarregado de responder automaticamente questionamentos que venham dos nossos hotéis e navio. Todas as informações estão na página e assim o agente de viagem tem a oportunidade de mostrar e tirar dúvidas para fazer uma venda melhor”. Giglio também pontuou as vantagens que o cliente tem nas redes sociais do grupo. “Essa interação é bastante grande, e hoje colocamos a primeira informação na nossa página para que o nosso cliente tenha essa informação antes dos demais. E ainda realizamos concursos culturais exclusivos para esses ‘seguidores’ das mídias sociais”. Orlando Giglio aproveitou para comentar uma tendência atual da economia mundial, as fusões. “As fusões de pequenas agências com grandes são feitas mais para equilibrar as finanças. O sistema de operações fica melhor e dá mais opções. Não vejo problemas nas fusões, hoje temos cerca de 20 operadoras grandes. Mas vendo o caso das companhias aéreas, temos hoje quase 73,5% do mercado em cima de duas companhias, que determinam o preço quando querem, como querem e a hora que querem. Isso encarece os pacotes, deveríamos ter no mínimo dez companhias aéreas, assim os preços seriam muito mais adequados. A concorrência ajuda na divulgação do destino. A competitividade aumenta, mas temos um local mais apreciado”.
ECONOMIA / FINANÇAS CAIXA
Mário Neto
R$ 2 bilhões de crédito para o Turismo em 2012
Lisia Minelli Somente no primeiro semestre de 2012, a Caixa Econômica Federal já liberou R$ 2,8 bilhões para o setor de Turismo em aplicações. São 39% a mais do que o mesmo período de 2011. Segundo Mário Neto, diretor do banco, desde 2003 até junho 2012, a Caixa já aplicou recursos da ordem de R$ 18,6 bilhões no setor. Além das linhas de crédito convencionais e com recursos próprios, a Caixa disponibiliza financiamentos específicos para o Turismo. “Nessas operações são financiáveis os gastos do setor hoteleiro, como obras civis, máquinas e equipamentos, estudos e projetos, móveis e utensílios, montagens e instalações, capital de giro associado ao projeto, treinamento, dentre outros”, contou. Entre os produtos, o diretor destacou os BNDES ProCopa Turismo, uma linha de financiamento - com recursos Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - para atendimento das necessidades de recursos para construção, reforma, ampliação
e modernização de hotéis e outros meios de hospedagem. “O prazo é de até 216 meses, com carência de até 24 meses, de acordo com a necessidade do projeto; e as taxa de juros estão a partir de 7% a.a. + TJLP (taxa de juros de longo prazo)”, explicou. Além de outros produtos de linhas de financiamento para empresas, o banco ainda possui produtos diretos ao consumidor final, como os cartões e seguros para viagens. De acordo com o diretor, no primeiro semestre, foram emitidos cerca de 800 mil Cartões Turismo Caixa, os quais podem ser utilizados tanto para o Turismo doméstico quanto para o Turismo no exterior, com a ressalva de que a opção de financiamento é somente disponibilizada para o Turismo doméstico. “Os Cartões Turismo tiveram 59% de utilização no Brasil e 41% no exterior, o que demonstra um interessa cada vez maior do turista brasileiro em conhecer seu próprio país”, disse. Além de funcionar como um cartão de crédito tradicional, o Cartão Turismo oferece a opção de
Pesquisa aponta que 79,9 milhões de brasileiros acessaram a Internet no 4T11
BCD - Financiamento de Máquinas e Equipamentos: linha de crédito com o objetivo de financiar a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais e importados, veículos novos e usados, à pessoa jurídica, cliente da Caixa. Crédito Especial Empresa - Grandes Corporações – Investimentos: linha de financiamento, com recursos Caixa, para operações e/ou projetos de investimento e financiamentos, inclusive Project Finance, destinada ao segmento médias e grandes empresas do setor privado. CredFrota - crédito voltado para locadoras de veículos que queiram renovar a sua frota por meio de financiamento de veículos nacionais novos, sendo o único existente no mercado adequado ao fluxo financeiro de uma locadora de veículos. Fungetur - linha de crédito com recursos do Fundo Geral de Turismo, para empresas de todos os portes atuantes no setor turístico, visando promover o Turismo nacional, por meio de financiamento de projetos de ampliação, modernização e reforma de empreendimentos turísticos, inclusive com a aquisição associada de máquinas e equipamentos, utensílios e serviços vinculados aos empreendimentos. Para 2012 são mais de R$ 120 milhões de recursos para o setor.
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gratuitas como Blog, Twitter, Facebook ou YouTube, por exemplo, para realizar a promoção do negócio e fomentar as relações com os clientes. “Nessa nova era o agente de Turismo sai do papel de transmissor de informações e dados para o de construtor de conteúdos. A linguagem precisa ser adaptada à forma de como as pessoas utilizam aquele meio. Por exemplo, o Twitter é ótimo para dicas rápidas enquanto os blogs possibilitam um maior tempo de interação com o usuário”, lembrou. A Caixa é uma das instituições financeiras que se utiliza dessas ferramentas para se comunicar com o mundo. “A Caixa está presente nas principais redes sociais e nosso objetivo é interagir com as pessoas levando informações relevantes para o relacionamento que estabelecemos com nossos clientes. Além das redes sociais, também estamos presentes em dispositivos móveis com o patrocínio do Cartão Turismo Caixa para o aplicativo 1001 lugares”, informou. O site da Caixa tem, em média, 50 milhões de acesso mês, feitos por aproximadamente 11 milhões de pessoas. Somente no mês de março de 2012, a pagina da Caixa no Facebook teve 12 milhões de acessos.
Conheça outros produtos da Caixa
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Segundo dados do Ibope Nielsen Online, no quarto trimestre de 2011, mais de 79,9 milhões de brasileiros acessaram a Internet. Para Neto, isso significa que cada vez mais as pessoas buscam dicas e informações de viagem na Internet. “O mundo virtual ganha espaço como instrumento de comercialização para roteiros e pacotes de viagens. Além disso, é comum o compartilhamento de opiniões, dicas e sugestões, especialmente quando o assunto é o Turismo. As mídias sociais são usadas pelos viajantes para buscar destinos e trocar conhecimentos. No Facebook, o usuário pede dicas aos amigos sobre viagens e detalhes dos locais. Depois ele vai para os blogs, com objetivo de aprofundar as informações que os amigos passaram. E também faz uma busca rápida no Twitter. Por último, ele vai às companhias aéreas, agências ou sites especializados para saber quais os custos da viagem. Estamos vivendo um momento onde as mídias sociais têm o importante papel de ser o agente de democratização das opiniões”, disse. De acordo com o diretor, a grande vantagem é que qualquer empresa, de qualquer porte, pode utilizar ferramentas
financiamento em até 48 meses, com taxas de juros reduzidas para despesas realizadas em estabelecimentos brasileiros, ligados à indústria do Turismo e entretenimento, tais como hotéis, pousadas, companhias aéreas, restaurantes, agências de viagens, locadoras de automóveis e parques temáticos. Segundo ele, os cartões Turismo Caixa representam, em média, 10% dos valores utilizados pelos demais cartões Caixa, “o que demonstra o forte apelo que esse produto tem para nossos clientes”, declarou. “A partir de setembro será disponibilizado o Cartão Platinum, com um novo pacote de benefícios nos estabelecimentos diretamente vinculados ao Turismo, produto este voltado para clientes de alta renda, complementando o portfólio de produtos de cartões para o segmento”, anunciou. Em relação ao programa de fidelidade Caixa Melhor Crédito, a Caixa está posicionada como o Banco das melhores taxas e benefícios para os clientes, atingindo tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas, segundo Neto.
ECONOMIA / FINANÇAS BANCO DO BRASIL
Paulo Navarro
Crediário e serviços exclusivos para fomento do setor de Turismo
Leila Melo O Turismo é, definitivamente, um segmento estratégico para o Banco do Brasil. No final do ano passado, a instituição lançou uma linha de crédito para o setor e já vem colhendo seus frutos. Com o Ourocard Crediário Turismo, o brasileiro tem acesso as opções de crediário diretamente no estabelecimento comercial para o financiamento de pacotes ou outros serviços relacionados ao mercado de viagens por meio da Cielo. “Podemos realizar a venda em até 48 vezes e com até 59 dias de carência. O limite disponível para cada cliente varia de acordo com a análise de crédito do Banco do Brasil. Por esse cartão, temos ainda a possibilidade de realizar as transações bancárias de débito e crédito”, declara Marcelo Augusto Miranda Costa, gerente executivo da diretoria de cartões do Banco do Brasil. Até setembro deste ano, foram solicitados, aproximadamente, 50 mil cartões Ourocard Crediário Turismo. O órgão realiza, inclusive, parcerias com empresas do ramo turístico para incentivar o uso desse crediário. Recentemente, o BB promoveu uma parceria com a Tam Viagens, onde os clientes que comprassem roteiros com a operadora na função crediário ganhavam até 20% de desconto no valor total. Os financiamentos em crediário também estão disponíveis para os mais de 25 milhões de brasileiros que possuem o cartão Ourocard
Visa Múltiplo e um limite de crediário aprovado pelo Banco do Brasil. De forma geral, o BB Crediário já havia ultrapassado a marca de R$ 100 milhões de desembolso em julho deste ano. No anterior, a instituição contabilizou R$ 109 milhões nesse sistema de crediário. Os detalhes das opções de linhas de crédito do banco estão disponíveis em um site institucional e, eventualmente, são atualizadas nas redes sociais como Facebook e Twitter. Foi inspirado nas redes sociais, que este ano o Banco do Brasil apostou em inovações tecnológicas. Os canais de atendimento foram modernizados, ou seja, as funções no caixa eletrônico, Internet, celular e TV digital ganharam um padrão e estão representadas por ícones. Essa mudança facilitou a busca visual do cliente. O banco também oferece a personalização do menu de transações dos canais e garante ao seu público a possibilidade de incluir foto pessoal e visualizar a imagem dos seus relacionamentos financeiros. O consumidor pode ainda trocar mensagens, convidar pessoas para eventos e até mesmo solicitar a operação de débito ao convidado já correntista do BB. Tudo isso é feito no ambiente digital do banco. A ideia é estender, o mais breve possível, essas funcionalidades para que o cliente BB possa enviar convites, mensagens e realizar transações com amigos que possuem relacionamento com outras instituições financeiras. Ainda no setor turístico, o Banco do Brasil atua, há alguns anos, com o Ourocard
Visa Travel Money. Somente neste ano, já foram emitidos 432 mil cartões, superando as expectativas mais otimistas. Atualmente, a comercialização desse cartão é superior às vendas de moeda estrangeira em espécie. Entre seus benefícios: segurança, praticidade, conveniência e economia. Em caso de roubo ou extravio, o cartão é bloqueado e o saldo remanescente é devolvido ao titular do cartão. Sem cobrança de anuidade, o Ourocard Visa Travel Money oferece ao turista um meio de pagamento aceito em praticamente toda a rede Visa e com uma das menores taxas de câmbio do mercado. “A tarifa de câmbio é mais barata que a cobrada na compra de moeda estrangeira. O viajante garante ainda facilidade para adquirir moeda estrangeira, podendo recarregar o cartão em diversas agências habilitadas em câmbio manual e efetuar a recarga e a recompra do saldo nas agências e via central de atendimento do banco” justifica Costa. O BB oferece proteção contra variação cambial negativa. Mesmo carregando o cartão em moeda estrangeira previamente aos gastos, o cliente tem a cotação em reais, não se sujeitando às oscilações da taxa de câmbio. Qualquer consulta de extrato ou saldo pode ser feito por meio do portal online do banco ou pelos terminais Visa Plus em outros países. Para aqueles que buscam mais controle, o banco envia mensagens SMS toda vez que o cliente utiliza o Ourocard Visa Travel Money.
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BB Turismo prioriza capacitação em atendimento Este ano foi fundamental para a conclusão de projetos direcionados à melhoria de eficiência operacional e maior quantidade no atendimento aos clientes. A BB Turismo, empresa criada para desenvolver esse segmento em específico, destaca o pioneirismo da operadora em capacitar seus agentes em atendimento. Eles receberam a Certificação Nacional de Qualidade no Atendimento ao Senai. “Reforçamos nossa excelência em atender. Renovamos ainda o sistema de telefonia de todas as filiais. Elas contam com um sistema de monitoramento online”, afirma Paulo Sérgio Navarro, presidente da BB Turismo. Em 2012, a companhia atualizou seus sistemas de selfbooking e está prestes a implantar um novo portal de atendimento exclusivo. Customizado pela Amadeus, esse sistema fornecerá maior segurança e velocidade no processo de requisições e irá disponibilizar informações de quali-
dade para os gestores de viagens corporativas. De acordo com Navarro, grande parte das viagens são originadas por necessidades corporativas. É, na verdade, o nicho das operações da BB Turismo. “Quando falamos em Turismo, pensamos logo em viagens de lazer e nos esquecemos do segmento corporativo. Nessa área também tem havido intenso fluxo de viagens internacionais à medida que a economia brasileira se destaca no cenário global como oportunidade incomum de investimentos”, justifica, mencionando que inúmeras empresas estão investindo no Brasil e, ao mesmo tempo, várias companhias brasileiras estão se internacionalizando. “Essa situação gera um crescente fluxo de viajantes corporativos do Brasil para o mundo e vice-versa”, acrescenta. O dirigente ressalta que no segmento de pessoas físicas, há uma tendência firme de crescimento de viagens tanto internas como internacionais e que observa uma distorção na
área voltada para as classes de renda mais alta. “Percebemos que, para esse público, está mais barato viajar para o exterior do que para destinos sofisticados no Brasil. Isso ainda é fruto da crise econômica que se prolonga, especialmente na Europa. Esperamos que esse quadro venha a se corrigir com as medidas de desoneração que vêm sendo anunciadas pelo Ministério do Turismo”, lembra. A BB Turismo organizou, ao longo do ano, diversas ações e promoções no segmento de pessoas físicas. Campanhas temáticas, como o Dia dos Aposentados e o Dia das Mulheres, tiveram ofertas exclusivas. “Também realizamos promoções customizadas para nossos clientes corporativos. Essas iniciativas contribuíram para que a companhia tivesse um crescimento constante de 20% no faturamento para pessoas físicas. O retorno tem sido importante”, completa Navarro.
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ECONOMIA / FINANÇAS VISA
Luis Cassio de Oliveira
Movimentações financeiras durante megaeventos não serão problema
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Como país-sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Brasil tem uma oportunidade de crescimento tremenda, em inúmeras áreas. Só a Copa do Mundo deve injetar R$ 183,2 bilhões na economia brasileira, segundo estudo do Ministério dos Esportes. A Visa, atenta a isso, não quer perder oportunidades. “Durante as Olimpíadas de 2008, a Visa transferiu para a China uma enorme equipe, que ficou alocada em Pequim dois anos antes do evento, trabalhando a infrestrutura, desenvolvimento de comunicação com os lojistas, sinalização, equipamentos e ATMs (caixas eletrônicos) para que os clientes pudessem sacar dinheiro durante os jogos. A Visa tem essa infraestrutura como prioridade quando os eventos são globais, grandes como a Copa do Mundo”, explica o diretor de marketing da Visa para o Brasil, Luis Cassio de Oliveira. Ele ressalta que no caso de Londres e do Brasil a situação é diferente. “A infraestrutura não é o problema. Nós não vamos ter que nos preocupar com isso, porque o número de transições que a Visa faz diariamente no Brasil é 10 ou 20 vezes maior do que as geradas, normalmente, em megaeventos esportivos. Apesar da Copa trazer muitos turistas, em termos de transações de cartão de cartão de crédito o que fazemos hoje é praticamente a mesma coisa, e em algumas situações até maior. Por exemplo, nada se compara ao volume gerado pelo Natal. Mesmo uma Copa do Mundo não vai chegar nem perto ao volume do Natal”, revela. O foco da empresa no Brasil será a capcitação dos lojistas. “Eles devem atender o cliente - seja ele estrangeiro ou não - de uma maneira diferenciada. Nós, como Visa, temos que sinalizar adequadamente os pontos de venda para que o consumidor saiba que o nosso produto está funcionando naquele ponto. Os ATMs devem estar espalhados pelas cidades para que as pessoas possam sacar dinheiro em uma emergência. Essa é a nossa grande preocupação”, aponta Luis Cassio. Hoje, a Visa tem no Brasil quase dois milhões de pontos de vendas cadastrados, habilitados a aceitar seus cartões. “Em função da Copa do Mundo estamos trabalhando os pontos de vendas que circundam, estão nas cidades-sede ou próximos dos estádios, para que tenhamos um serviço completo e 100% garantido. O restante continua sendo o nosso modus operandi do dia a dia, não vai mudar por causa da Copa”, explana. Ele acredita que o país, de forma geral, está no caminho certo na preparação para esses grandes eventos. “Ainda tem muita coisa para fazer. Por incrível que pareça faltam só dois anos, mas acho que estamos preparados sim. Eu acabei de voltar de Londres e o que
eu vi por lá foi maravilhoso, mas nada que me saltasse aos olhos do que a gente já não tenha aqui. Óbvio que em Londres a malha ferroviária e metroviária é enorme, você não precisa de carro. Mas também a Inglaterra
inteira é do tamanho de São Paulo. Creio que saberemos nos adaptar a essas coisas. No Brasil não temos tantas linhas de metrô como na Inglaterra, mas temos os ônibus e táxis. No final de cada dia vai dar tudo certo”, assegura.
Gastos com cartões Visa no Brasil e exterior Os portadores do cartão Visa que viajaram para o exterior contribuíram para a economia global do Turismo em 2010 e aumentaram seus gastos em no mínimo 42% – chegando a 109% – em relação a 2009, nos 10 países mais visitados. Como nos anos anteriores, os EUA foram o destino internacional preferido dos portadores brasileiros. Por outro lado, os dados indicam que o Brasil
foi um destino bastante atraente para os portadores do cartão Visa vindos do exterior. Os gastos desses visitantes internacionais cresceram de US$1,8 bilhão em 2009, para US$2,1 bilhões em 2010. De todo o montante gasto por esses portadores, a maior fatia veio dos norte-americanos, que gastaram US$ 480 milhões com seus cartões Visa em 2010. Veja os números na tabelas.
PRINCIPAIS PAÍSES DE ORIGEM EM 2010
PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO EM 2010 Fonte: Dados VisaVue Travel, 2009-2010
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Natália Strucchi
“Mídias sociais são fundamentais e chegaram para ficar” A Visa tem apostado cada vez mais nas mídias sociais para conquistar e interagir com seus clientes. “Elas são fundamentais e chegaram para ficar. Para você ter uma ideia, nós fizemos uma operação em Londres 100% focada em mídias sociais. A cada ano investimos mais e criamos coisas novas e diferentes, para que o usuário se sinta diferenciado na hora que acessa nossa fanpage”, afirma. De acordo com ele, o resultado da campanha promovida durante as Olimpíadas de 2012 foi impressionante. “Criamos uma fanpage global, onde você torcia pelos atletas que a Visa patrocina. Existia uma brincadeira para que você torcesse pelo seu atleta e tivesse uma interatividade maior com ele. Só no Brasil a gente teve quase 20 milhões de torcidas. É uma loucura, num período tão curto. A brincadeira durou menos de dois meses. Estamos muito satisfeitos com as mídias sociais e vamos criar muito mais”, promete.
“Turismo no nosso DNA”
GASTOS COM CARTÕES VISA DE TURISTAS NO BRASIL E NO EXTERIOR
Luis Oliveira vê com bons olhos a economia brasileira. “Em termos de perspectiva e análise de mercado, nosso segmento está muito bem. E a expectativa é que continue crescendo nos próximos quatro ou cinco anos. Estamos muito confortáveis com a economia do país e muito ansiosos com o que vai acontecer nos próximos anos. Mas muito confiantes”, admite. E a cadeia do Turismo tem um papel fundamental nesse processo. “Ela é hoje fundamental e estratégica. O Turismo está no nosso DNA. E quase todos os cartões de crédito só existem porque existe o Turismo, senão não existiriam. O volume que gira em torno do Turismo quando o país está bem, quando o país está saudável, como o Brasil está, é muito grande”, frisa. A entrada de novos consumidores no mercado é a prova de que a economia está bem. “A nova classe média hoje é o nosso grande foco de atuação. Temos parcerias com quase todos os bancos focados nesse segmento. Estamos trabalhando fortemente nessa camada social, com novos produtos e ativações importantes”, relata, lembrando que a classe não bancarizada ainda é muito grande no país. “E à medida em que a gente bancariza esse pessoal dando um cartão de crédito - eles começam a gastar, e o comércio fatura mais”, conclui.
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ECONOMIA / FINANÇAS MASTERCARD BRASIL
Cristina Paslar
Produtos e parcerias no setor de viagens e Turismo
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Mario Brizon Uma das maiores empresas do mundo do setor de crédito tem uma atuação bastante importante no setor de viagens e Turismo, tanto assim que disponibiliza diversos serviços para os seus clientes, bem como estabelece parcerias. E o Brasil desempenha papel importante dentro das estratégias da empresa. Para Cristina Paslar, diretora de marketing ao consumidor da MasterCard Brasil, o contato com o setor de Turismo é muito importante porque é filosofia da empresa que o consumidor se sinta em casa em qualquer lugar do mundo. “Por isso, trabalhamos aceitação, serviços, benefícios, seguros e experiências que não têm preço nos principais destinos do globo”, afirma. Ela explica que a MasterCard desenvolve produtos e serviços e os disponibiliza aos agentes de viagens, afinal, são esses emissores quem têm contato direto com o consumidor final. “Estamos sempre buscando soluções que tragam mais segurança, praticidade e conveniência aos consumidores, em seus locais de origem ou viajando”. Nesse sentido ela reconhece a importância das mídias sociais para o trabalho dos agentes de viagens. “As mídias sociais se tornaram uma importante fonte de informação para os consumidores, principalmente para aqueles que viajam e buscam informações sobre destinos, benefícios e serviços. Sendo assim, acredito que para estar mais próximo a esses consumidores é importante estar presente nos canais de mídias sociais”, orienta. A diretora pontua alguns dos produtos que a MasterCard disponibiliza para o mercado que atende ao segmento do Turismo. “Nossos cartões de débito e crédito têm aceitação mundial e garantem ao consumidor serviços e benefícios exclusivos onde quer que eles estejam. Além disso, lançamos em 2011 o MasterCard Travel Card, um pré-pago de viagens que além de toda a conveniência de um meio de pagamento eletrônico permite
que o consumidor se programe e tenha maior controle sobre seus gastos”, explica, acrescentando ainda dois outros serviços. “O concierge atende a todos os nossos clientes, em qualquer lugar do mundo e o Personal Assistance, presta serviço diferenciado para portadores MasterCard Platinum e MasterCard Black”, informa. Cristina também enumera alguns dos principais parceiros da MasterCard dentro do segmento do Turismo. “Para oferecer benefícios e serviços exclusivos a MasterCard tem firmado parceria com empresas como Accor, Splendia e Tam Viagens, líderes nos segmentos em que atuam. Com isso, podemos proporcionar aos nossos clientes momentos e experiências que não têm preço. Recentemente lançamos a plataforma Hotel Collection, em parceria com Splendia, que reúne dicas de hotéis com benefícios exclusivos em todo o mundo e que pode ser acessada através do endereço eletrônico http:// mastercard.splendia.com. Temos também uma parceria de longa data com o Grupo Fasano que disponibiliza benefícios exclusivos nos hotéis e restaurantes da rede para portadores MasterCard Black e a sala VIP, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo”, informa. Além dos parceiros deste segmento, a MasterCard tem outras ações que visam garantir aos seus clientes benefícios exclusivos. Recentemente a empresa anunciou o patrocínio da Seleção Brasileira de Futebol. “Quem sai ganhando são os portadores da bandeira que vão ter acesso a experiências únicas nas partidas da única seleção penta campeã de futebol do mundo, seja onde for o jogo. Aliás, esporte é um segmento que a empresa esteve sempre muito presente. A MasterCard patrocina também a UEFA Champions League e a Copa América, além dos dois principais clubes argentinos, Boca Juniors e River Plate”, acrescenta. A executiva concorda que os próximos grandes eventos mundiais que o país vai receber também são uma oportunidade para a empresa. “Como empresa de meio de pagamento, a expectativa da MasterCard
CLASSIFICAÇÃO DE DESTINOS NA AMÉRICA LATINA DA MASTERCARD Classificação
Classificação de destinos regionais para turistas internacionais
Principais destinos da América Latina de acordo com o consumo de visitantes internacionais
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Cidade do México, México
Buenos Aires, Argentina
2
Buenos Aires, Argentina
São Paulo, Brasil
3
São Paulo, Brasil
Cidade do México, México
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Lima, Peru
Lima, Peru
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Bogotá, Colômbia
Bogotá, Colômbia
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San Jose, Costa Rica
San Jose, Costa Rica
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Santo Domingo, República Dominicana
Rio de Janeiro, Brasil
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Rio de Janeiro, Brasil
Santo Domingo, República Dominicana
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Caracas, Venezuela
Caracas, Venezuela
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Quito, Equador
Quito, Equador
é a de poder continuar levando praticidade, segurança e conveniência aos nossos clientes também em eventos de grande porte como os que o país vai receber, tanto para brasileiros que residem aqui como para os estrangeiros que estarão no Brasil”, afirma. Apesar de informar que a MasterCard não divulga resultados ou estimativas, ela acredita que as expectativas são as melhores possíveis em relação à geração de negócios no Brasil com a realização dos grandes eventos no país até 2016, “porque o país está vivendo um momento único e muito especial. A MasterCard, que sempre teve uma relação muito próxima com o Brasil, fica também muito orgulhosa em presenciar tantos momentos que não tem preço”, destaca.
Ranking de cidades Para se ter idéia do potencial e do papel de protagonismo do mercado brasileiro para a empresa, Cristina Paslar informa que o país é um dos mercados mais importantes para os negócios da MasterCard. “Temos um estudo recente que nos ajuda a mapear o comportamento e gastos do consumidor por todo mundo. É o Global Cities Destinations”, informa. De acordo com o estudo, o Rio de Janeiro é a cidade que vai registrar maior crescimento no número de visitantes em 2012. Se comparado ao ano passado, saltará para o primeiro lugar do ranking mundial, alcançando a maior taxa de recepção de visitantes internacionais (28,6%), a frente de cidades como Tóquio (21,5%), Quito (18,8%), Abu Dahbi (17,9%) e Dubai (15,3%). O estudo mostra ainda qual o volume de dinheiro gasto por esses visitantes. Neste quesito, o Rio de Janeiro ocupa a 13º posição mundial entre os destinos com maior aumento nos gastos, registrando crescimento de 16,1% em 2012, se comparado a 2011. Calcula-se que os visitantes irão gastar juntos cerca de US$ 1,1 bilhão na cidade. O Índice MasterCard de Destinos Globais classifica 132 cidades em termos de número total de visitantes internacionais e as despesas desses visitantes nos destinos, e prevê o crescimento do número de visitantes e passageiros o ano de 2012.
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EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK IPETURIS
Marciano Freire
Pesquisa aponta: “agências devem se adaptar às mídias sociais”
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Leila Melo As mídias sociais estão inseridas no cotidiano das empresas do setor turístico. Elas são, majoritariamente, utilizadas para a realização de campanhas de marketing e postagem de notícias. Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo em pesquisa elaborada em agosto deste ano. “Metade das 234 empresas ouvidas já utilizam estas mídias, sendo o Facebook a rede social mais popular (96,6%)”, aponta Marciano Freire, diretor do Ipeturis. O órgão contribui para a produção de informação técnica atualizada para que as empresas do setor de Turismo planejem e encaminham seus projetos com maior segurança e produtividade. “A carência de pesquisas e estudos no setor de Turismo é uma deficiência histórica. Os dados e estudos técnicos referenciais sobre o panorama atual e as perspectivas futuras do mercado são ferramentas essenciais para as tomadas de decisões nos negócios”, elucida. A partir da compilação do estudo sobre mídias sociais, descobriu-se que essas ferramentas são importantes não apenas para a promoção, mas para a comunicação direta, fácil e instantânea com o consumidor. “Elas permitem às empresas e destinos turísticos fortalecerem suas imagens e marcas junto ao público, desenvolver ações promocionais dirigidas e conhecer melhor seus concorrentes”, justifica Freire. Essas iniciativas, segundo ele, também passam a ter custos mais baixos se comparados aos meios mais tradicionais e tem um impacto mais rápido. “As mídias sociais estão mudando a forma de como os consumidores planejam suas viagens. Eles consultam portais especializados que reúnem opiniões e experiências – boas e ruins – de milhões de usuários”, lembra Freire, mencionando que essas mídias se tornaram imprescindíveis para o trabalho dos agentes de Turismo na distribuição de seus serviços. Cada vez mais, de acordo com o diretor, as empresas do setor de agenciamento precisam estar ao passo das mudanças tecnológicas e dos modernos meios de comunicação para manter seu público satisfeito e ampliar sua carteira de clientes. O estudo demonstrou que apesar da metade das empresas consultadas não utilizar essas mídias, mais de 60% delas reconhecem sua eficácia. “A adaptação das agências de viagens às mídias sociais é um processo em curso e quem sair na frente ocupará um valioso espaço no mercado”, destaca. Do total de entrevistados, 83,6% as consideram importantes ou muito importantes para o agenciamento de seus serviços. “Isso indica que muito prova-
velmente haverá um crescimento do uso das mídias sociais nos próximos meses e anos”, acrescenta. Diante desse cenário, o instituto identificou a necessidade de capacitação dos agentes de viagens para a compreensão dessas ferramentas. “Eles devem explorar o enorme potencial e todas as oportunidades que elas proporcionam”, constata Freire. Indicadores do Turismo - Ao longo de 2012, o Ipeturis também seguiu na organização de estudos em parceria com destinos brasileiros. A entidade concluiu a pesquisa de mercado para os pólos turísticos do Estado do Ceará. O objetivo foi identificar os destinos prioritários para investimentos do Banco no Estado do Ceará no programa do Prodetur e que conta com o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Executamos também uma pesquisa de opinião para a Unesco para dimensionar o conhecimento e mensurar atitudes no que se refere à responsabilidade e importância da preservação do Patrimônio Histórico por parte da população brasileira”, explica. O instituto trabalha ainda na criação do sistema de indicadores econômicos do Turismo. A proposta é fornecer um termômetro do mercado de agenciamento turístico com informações sobre o nível de emprego, salários, perfil de consumo de serviços e desempenho de mercado. “Estamos colhendo a opinião de 400 profissionais com experiência no Turismo para compor o painel de especialistas. Vamos
oferecer um panorama preciso da situação atual e das perspectivas futuras do mercado. O estudo será essencial para a tomada de decisões dos empresários do setor”, esclarece. O sistema deve ser consolidado no ano que vem. Também em 2013, o Ipeturis dará continuidade a organização de dados de expectativas e resultados de vendas nas pré-temporadas de inverno e verão como produtos e serviços mais vendidos pelas agências, percentuais de vendas de cruzeiros marítimos, percentual de funcionários com domínio de idiomas estrangeiros e volume de gastos com promoção, propaganda e site. Com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, o Ipeturis contribuiu para a elaboração do edital sobre o projeto de desenvolvimento turístico na área impactada pelas obras de integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste. Já em parceria com a São Paulo Turismo (SPTuris), o Ipeturis promoveu o estudo intitulado “Pesquisa de Identificação de Artistas de Rua na Cidade de São Paulo”. Foram identificados os locais e horários das apresentações bem como os perfis dos artistas. “Ainda este ano devemos iniciar junto com a SPTuris um levantamento da demanda turística dos terminais rodoviários da cidade de São Paulo. Serão analisadas as preferências e impressões do público visitante da capital e que usa os terminais rodoviários como portões de entrada na cidade”, ressalta.
Fusões devem ser supervisionadas pelo governo Assim como as oportunidades, as ameaças são evidentes para as empresas que se unem. Para Marciano Freire, embora cada vez mais comuns no mercado global, incluindo aí o próprio setor de Turismo, a regulação do processo de fusão por parte dos organismos governamentais competentes é primordial. O diretor cita como exemplos desde os modelos operacionais de code-share e alianças globais até fusões complexas como Gol e Varig, a brasileira Tam com a chilena Lan e os casos internacionais como United e Continental, Air France-KLM e British Airways e Iberia. “No agenciamento destaca-se a junção das gigantes TUI Travel, First Choice e Thomson”, destaca. O diretor destaca ainda as ações cooperativadas e estratégicas, entre as entidades de agenciamento, a partir de objetivos comuns. “A Abav-SP, Abracorp, Aviesp e Sindetur-SP juntaram forças para otimizar serviços, demandas e projetos,
canalizando iniciativas em prol dos agentes e aproximando, ainda mais, as lideranças setoriais”, comenta. Entre os benefícios desse tipo de medida, Freire enumera a economia de escala para as empresas e a oferta de produtos a preços mais baixos. “Quando as empresas assumem diversos elos da cadeia produtiva, elas podem melhorar e atualizar produtos, proporcionando maior qualidade a seus clientes e tornando-se mais fortes para enfrentar a concorrência”, pondera. Por outro lado, o executivo lembra que as fusões podem ocasionar monopólios, concentrando demasiadamente a oferta de determinando produto em um único grupo. “Esse grupo pode então passar a ditar regras em preços e qualidade, provocando um impacto negativo para o consumidor”, frisa o diretor, citando que as chances de êxito de empresas de menor porte diante desse cenário são reduzidas. “As fusões também não costumam satisfazer os milhares de funcionários que temem perder o emprego”, conclui.
Confira detalhes da pesquisa Ipeturis sobre uso das mídias sociais pelas agências de viagens REDES SOCIAIS UTILIZADAS
PRINCIPAIS USOS QUE AS EMPRESAS FAZEM DAS MÍDIAS SOCIAIS
USO DAS MÍDIAS SOCIAIS
IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012 115
EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
Andre Coelho
Tendência do Turismo é crescer
Filipe Cerolim A Fundação Getúlio Vargas (FGV) atua no setor de Turismo produzindo informações resultantes de pesquisas de campo e avaliações de fontes secundárias. Anualmente a entidade produz, em parceria com o Ministério do Turismo a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica (PACET) – que pode ser baixada gratuitamente no website do MTur – que destaca as principais tendências de mercado dos segmentos turísticos mais relevantes do país, segundo seus principais empresários. A instituição investe em pesquisas de inovação em gestão competitiva de destinos turísticos e produtos. Através desta pesquisa, Andre Coelho, especialista em Turismo da FGV Projetos, analisou o cenário brasileiro. “O setor de Turismo
apresentou crescimento em 2011 e deverá seguir tendência positiva para este ano. O faturamento das empresas do setor de Turismo como um todo, em 2011, cresceu para 94% do mercado consultado, enquanto que estabilidade foi detectada em 4% e redução em 2%, comparativamente ao auferido em 2010. Tal evolução é considerada bastante satisfatória, ainda mais se levando em conta que 2010 constitui uma base forte de comparação”. Andre aponta as tendências do ano de 2012, segundo a pesquisa. “Os empresários de todos os segmentos são unânimes quanto à perspectiva de significativa ampliação dos negócios em 2012 (saldo de 87% em comparaç ã o a 2011), acompanhando os prognósticos de nova expansão da economia
brasileira. O setor das agências de viagens, por exemplo, destaca sua atuação positiva como resultante da manutenção do crescimento econômico brasileiro, com previsão de mais investimentos em tecnologia e aumento de quadro de pessoal”, explica. O especialista em Turismo da FGV ratifica que ainda é cedo para apresentar previsões para 2013. “Há tendência de manutenção ou ampliação de crescimento do setor de viagens, principalmente com a aproximação de grandes eventos esportivos e sociais que acontecerão no Brasil nos próximos anos. Para o futuro, a FGV visa a ampliação das metodologias de monitoramento do setor e investimento em estudos de inovação para gestão pública e privada em Turismo”.
O velho ‘boca a boca’ se transformou em ‘rede a rede’ Outro assunto destacado por Andre Coelho é o avanço da tecnologia e, principalmente, da capacidade de interação em tempo real, que transformaram as formas de relacionamento entre pessoas, e, consequentemente, a compra e venda de pacotes ou produtos turísticos. “Do ponto de vista da estratégia de vendas, é uma oportunidade de atuar em ofertas para mercados já segmentados em áreas de interesse escolhidas pelos próprios clientes. O agente traz informação e leva recomendações que podem ser utilizadas para aquele canal específico ou em combinação com outros grupos de relacionamento. Posts, vídeos, planilhas, fotos, não
há limites para o que pode se transformar em material de venda e atratividade de clientes”. No que diz respeito às redes de relacionamento e avaliação de produtos, o especialista em Turismo destaca que é estratégico para o agente de viagens saber que seus produtos são bem avaliados por outros clientes do mundo inteiro e é vantagem para o cliente saber que o pacote que está comprando tem opções já testadas por outras pessoas e seu grau de aprovação. “A maximização automática do uso das redes sociais – e da interatividade das mesmas – por parte dos consumidores e vendedores trouxe mais seriedade ao trabalho de reserva
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EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO 2011/2010
Fonte: FGV e MTur
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PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO 2011/2010
de pacotes e produtos turísticos, tanto para a demanda, como para a oferta. O feedback de uma experiência – boa ou ruim –, por exemplo, é dado quase que imediatamente, em detalhes e volume suficiente para validar sua amostra”. E justifica, “Se no passado o agente de viagens era o especialista que também dava as informações estratégicas sobre uma determinada experiência turística, hoje, é o especialista que indica as melhores opções, permitindo ao cliente fazer suas pesquisas e concluir suas escolhas apoiadas em sugestões de outros consumidores. O velho ‘boca a boca’ se transformou em ‘rede a rede’.
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EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS (FIPE)
Wilson Rabahy
Turismo interno é fundamental para países como o Brasil
Filipe Cerolim A concepção de que a importância do Turismo numa economia é determinada pelo significado de seu Turismo internacional nem sempre deve ser avaliada como verdadeira. Para o professor Wilson Rabahy, diretor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP) em algumas economias, como a do Brasil, o Turismo interno é mais determinante na composição da renda. “Em algumas localidades que apresentam condições propícias, é essencial o desenvolvimento da base formada pelo Turismo interno, que, além de acarretar diretamente benefícios para seus residentes e para suas economias, geram externalidades em favor da sustentação do crescimento do Turismo internacional”. A tabela – Turismo no PIB e Relações
Turismo Doméstico x Internacional Valores em US$ milhões –, estabelece a relação entre a participação do Turismo interno e externo em alguns dos principais países do Turismo mundial. Wilson destaca que, “entre os 13 países selecionados dessa tabela, em apenas dois - Áustria e Espanha -, o mercado interno não supera o internacional”. E aponta, “uma medida alternativa de avaliação da importância do Turismo internacional é dada pela relação das receitas Turismo/exportação. Na média dos países, a participação do Turismo internacional nas receitas totais com exportações vem oscilando entre 6% e 7%. No caso do Brasil, a relação receita do Turismo das exportações, que já foi de 5% na década de 80, situa-se em 2011 em apenas 2,6%. De outro lado, a relação despesas com Turismo com importação, que oscilava entre 4% e 7%, já alcançou em 2011 a expressiva participação de 9,4%”.
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Turismo no PIB e Relações Turismo Doméstico x Internacional - em US$ milhões
A importância dos megaeventos Para o diretor da Fipe, a ocorrência de megaeventos no Brasil é tido como uma oportunidade para a promoção do Turismo internacional no país. “Como se verifica, o Brasil responde por apenas 0,6% do destino mundial. Pode ‘saltar’ deste patamar para uma meta de dobrar em poucos anos, bastante viável, desde que decorrentes de ações integradas de política e de iniciativas do setor privado”. Wilson afirma que o maior volume de viagens
é de curta distância, típicas do Turismo de massa. As de distâncias mais longas se diferenciam por implicarem em maiores custos e tempo. “Este tipo é para uma minoria de consumidores, em geral, pessoas com mais renda, que permanecem mais tempo e despendem mais gastos. Esse tipo de mercado apresenta maior sensibilidade às campanhas de promoção, divulgações segmentadas, por obrigações ou negócios, acontecimentos e eventos especiais”, conclui.
Pessoas usam Internet para planejar viagens A Internet tem se tornado um veículo de comunicação cada vez mais importante para o Turismo. Essa também é a percepção do diretor da Fipe, “Cada vez mais as pessoas utilizam essa ferramenta para planejar suas viagens, se comunicar enquanto em viagem, recomendar ou criticar os locais visitados, os serviços utilizados e ainda registrar suas fotos e memórias pessoais de viagem”. Analisando-se os dados da pesquisa do Turismo internacional no Brasil, realizada pela Fipe para o Ministério do Turismo, verifica-se que a importância da internet como meio de informação para a realização de viagens ao Brasil aumentou significativamente entre 2005 e 2010. “Em 2005, apenas 19,9% dos turistas que visitaram o país utilizavam a internet como principal meio de informação para o planejamento de suas viagens. Já em 2010 esse modo de informação havia subido para 30,9%”. Quando a questão é recomendar ou reclamar de um lugar, o diretor da Fipe acredita que as redes sociais podem ter um grande peso na hora de decidir uma viagem. “Uma recomendação ou crítica procedente de um amigo ou familiar influencia muito mais a opinião dos consumidores do que uma informação publicitária. O ‘boca a boca’ é muito mais eficiente do que a propaganda convencional. Nesse sentido, as redes sociais constituem-se em um novo veículo para a comunicação boca a boca’. É daí que vem o poder dessa ferramenta”, avalia. No entanto, as redes sociais têm pelo menos duas diferenças fundamentais em comparação com o “boca-a-boca” tradicional, segundo Rabahy. “Em primeiro lugar, nas redes sociais, grande parte das informações é trocada publicamente. Isso permite que as empresas possam observar e analisar o conteúdo da comunicação, utilizando essa fonte de informações para desenvolver suas estratégias empresariais. Ao lado disso, o conteúdo das conversas em redes sociais pode ser influenciado diretamente por meio de ações de marketing. Inúmeros destinos e empresas turísticas já estão utilizando essa estratégia. Mensagens com conteúdos atraentes criadas pelas empresas e destinos são facilmente compartilhadas e amplificadas pelas pessoas, eventualmente se transformando em um fenômeno de massa”, explica.
EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK BRAZILIAN EDUCATIONAL & LANGUAGE TRAVEL ASSOCIATION (BELTA)
Carlos Andre Gati Robles
Vivência no exterior: diferencial para um bom emprego
Filipe Cerolim Pesquisa realizada pela Associação Brasileiras de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), e executado pela Ideafix Pesquisas Corporativas, no ano de 2010, apurou que 167.432 estudantes brasileiros fizeram algum tipo de curso no exterior, girando mais de US$ 1 bilhão. Desde 2004, o segmento de educação internacional tem crescido a uma média de 20% ao ano. Os períodos de 2010 e 2011 foram os melhores registrados pela associação, quando houve o crescimento de quase 30%: foram 167 mil estudantes brasileiros em 2010 e cerca de 215 mil em 2011, movimentando mais de US$ 1,5 bilhão. Em 2012, a previsão é que esse
número salte para 282 mil estudantes, com quase US$ 2 bilhões injetados no segmento. Para Carlos Andre Gati Robles, presidente da Belta, de uma maneira geral o setor de intercambio tende a crescer numa curva ascendente controlada. “Esse crescimento sofre influência das políticas econômicas, da variação cambial, do crédito interno e juros, que podem atingir diretamente um público que antes não teria acesso a programas de intercâmbio e viagens internacionais. O crédito fácil, a moeda estrangeira estável e a mídia informando sobre esse mercado fazem com que a população tenha imediato acesso às opções de viagens, provocando um acréscimo nos índices de pessoas que buscam esse tipo de programa. Ao mudar a situação, esse volume
Disseminação rápida de informações Segundo pesquisa da Belta, a faixa etária mais comum entre os viajantes brasileiros está entre 18 e 30 anos. Trabalhando com essa faixa etária de maioria jovem, a utilização das redes sociais é um caminho natural para consulta e divulgação das viagens. Para Carlos Robles, as redes sociais são atualmente de papel fundamental para a disseminação de informações. “Acho que as mídias sociais ajudam o Turismo muito na disseminação rápida de informações sobre os serviços prestados, a qualidade e a realidade das experiências. Os viajantes/clientes passam imediatamente uns para os outros suas percepções que podem ser tanto positiva quanto negativa, como forma de alertar os amigos”. Para o presidente da Belta, essa disse-
minação pode ter dois lados. “Essa disseminação de informação instantânea pode ter um efeito muito benéfico, mas também passar um julgamento pessoal que pode ser tendencioso, dependendo do perfil do avaliador que publicou a informação. As mídias sociais acabam criando formadores de opiniões de massa instantâneos”. Outro fator importante das redes sociais para Carlos Robles é no auxilio no trabalho do agente de viagem. “Acho fundamental (as redes sociais), pois em tempo real pode se ter imagens e informações. Transforma-se numa ferramenta de trabalho para os agentes de viagens poderem ter um leque maior de dados e acessarem detalhes de um destino para melhor aconselhar o cliente, melhorando assim o atendimento”.
adicional recua e continuamos com a curva ascendente normal do mercado”. Ainda de acordo com o presidente da Belta, o setor de educação internacional terá uma tendência de crescimento controlada. “É fundamental aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho ter a experiência internacional para conseguir posições chaves dentro das empresas. Atualmente, o diferencial para um bom emprego e crescimento profissional já não é mais o domínio de um idioma, mas a vivência no exterior e a proficiência em mais idiomas estrangeiros. Por isso, sempre teremos essa demanda crescente, proporcionalmente ao número de jovens que completam as idades e etapas de suas vidas em que o intercambio/ educação internacional é fundamental”.
“É fundamental aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho ter a experiência internacional para conseguir posições chaves dentro das empresa”
VIAJANTES BRASILEIROS DE INTERCÂMBIO Faixa etária
% de mercado
18 e 30 anos
70%
Até 17 anos
20%
Mais de 30 anos
10%
Assunto recorrente no setor de Turismo nos últimos anos, as fusões são defendidas pelo presidente da Belta, sempre visando a melhora no serviço final ao cliente. “As fusões nas empresas aéreas já são uma tendência antiga, pois a formação das alianças mundiais como Star Alliance, One World e Sky Team, por exemplo, demonstram a eficiência de se voar para vários continentes com diferentes companhias aéreas com suas frotas e reservas
interligadas, facilitando as viagens, despacho de bagagens e melhores conexões. Em outros setores do Turismo a fusão pode ser benéfica para os clientes, mas pode fazer com que o atendimento se torne impessoal, pois a tendência da fusão é de um engrandecimento de atendentes, enfraquecendo a vantagem do atendimento personalizado”. Hoje, a Belta conta com 54 agências de intercâmbio, representando pontos de vendas no Brasil. Em 2012 completou 20 anos de
atuação, e segundo Carlos Robles, o crescimento no quadro de associados é feito de forma responsável e restritiva. “Para se associar à Belta a agência de intercambio deve demonstrar capacidade de trabalho com profissionais qualificados, ética, relações com prestadores de serviços de educação internacional de primeira linha, atuando sempre com foco na segurança do aluno e de sua família caso haja qualquer problema com o programa contratado”.
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Belta conta com 54 agências de intercâmbio
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EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
Mario Beni
Desenvolvimento do Turismo interno depende dos municípios
Pamela Mascarenhas Mário Carlos Beni foi o primeiro docente a ser autorizado pelo Ministério de Educação e Cultura a lecionar Teoria e Técnica de Turismo no país. É professor titular da ECA/USP aposentado, professor convidado de diversos programas de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado no país e no exterior, membro do CNT, OMT, CNTur e Conselho Ética Américas. Para ele, o Turismo interno brasileiro está no caminho certo. A declaração foi feita após o ministro do Turismo, Gastão Vieira, afirmar, no último Dia Mundial do Turismo (27 de setembro), que o grande desafio do Brasil é aumentar o número de turistas brasileiros, que viajam pouco pelo Brasil, pois falta competitividade ao setor. Mário Beni defende que, apesar de estar em um bom momento, o Turismo interno precisa crescer, mas que isso depende muito mais da vontade dos municípios que de empresas do setor ou do ministério. “Realmente o Brasil é um dos países mais caros do mundo, tem a hotelaria mais cara do planeta. Nós já ultrapassamos o Japão e alguns outros países que eram destacadamente muito caros. Isto só se corrigirá com a desoneração do setor. (...) A presidenta Dilma, de certa forma, já desonerou uma grande parte. Quanto a incentivar o Turismo interno, eu já tenho uma opinião não diferente do ministro, mas eu acho que o Turismo interno vai bem. Muito bem. Nosso Turismo doméstico cresce numa taxa superior às taxas de crescimento do Turismo internacional. Claro que ele pre-
cisa crescer mais e aí depende muito mais dos interesses turísticos dos municípios, que efetivamente se preparem para isso”, declara. A preparação que Mário Beni faz referência inclui a capacitação dos agentes institucionais do Turismo e das instâncias de governança, envolvendo o terceiro setor, as associações de municípios, os consórcios municipais e as ONGs. “Enfim, tudo que é necessário para a regionalização do Turismo”, ele afirma, para depois ressaltar que já estamos no 12° Plano Nacional de Turismo sem que o primeiro tenha sido executado. “Fala-se em regionalização do Turismo, mas na verdade o que estamos fazendo até hoje é um processo de roteirização do Turismo. Regionalizar é uma coisa mais profunda, mais complexa, envolve uma participação efetiva da população local no processo do desenvolvimento turístico. Isso não está acontecendo. Talvez não seja culpa do ministério, que tem diretrizes muito bem traçadas, bem estruturadas. Mas essas diretrizes não chegam na ponta, no município, aí que efetivamente ocorre o problema, que precisa de alguma forma ser corrigido”, alerta. De acordo com ele, o MTur deve promover o segundo curso de educação a distância direcionado ao agente público institucional, talvez por meio da Universidade Federal de Santa Catarina, que vai instrumentalizar o conteúdo. Mário Beni também colabora com a organização de um curso permanente, presencial e com 420 horas, para capacitação de agentes públicos do Turismo, em Brasília, em convênio com o MTur.
Serviço personalizado gera mais resultados Sobre a atuação das empresas do setor nas redes sociais, Mário Beni ressalta que é um desafio fidelizar os clientes por meio dessas ferramentas. Para ele, um serviço personalizado tem efeitos melhores. “É aquilo que eu chamo de clusters de serviço. Eu tenho uma ex-aluna que tem uma pousada em Santa Catarina, que ela personalizou de tal forma (...) que tem reservas garantidas para três anos, 365 dias por ano. Há quadros específicos que a personalização do serviço realmente fideliza muito mais do que qualquer outro [artifício]. Às vezes você tem a imagem [de um equipamento turístico] disponível, mas na verdade você precisa ir lá, experimentar o serviço. A máquina nem sempre vai superar essa questão da experiência. Turismo é fundamentalmente percepção, motivação e experiência”. O professor Mário Beni participa ativamente das redes sociais, principalmente o Facebook, pelo qual promove debates, oferece informações sobre o Turismo no Brasil e no mundo e compartilha reflexões.
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Trajetória do ensino de Turismo no Brasil A educação de nível superior do Turismo passou por diversas fases desde que foi implementada no país. Mário Beni explica que houve uma fase de crescimento entre os anos 1970 e 1980, quando a carga horária chegou a quase 900 horas de aulas. Já nas décadas de 1980 e 1990, essa carga sofreu uma redução, com o processo de revisão dos cursos. Foi na década de 1990 que houve “um boom” dos cursos de Hotelaria e Turismo, chegando a quase 600. “Aí foi realmente um momento crítico, os cursos não tinham um corpo docente consistente, com o mínimo de especialização, já não digo nem mestrado e doutorado. Mas, de repente, o bacharel em Turismo passou a ver na docência o seu principal objetivo, sem o necessário preparo para as aulas, levando em conta que o curso de Turismo é um curso que exige efetivamente uma extensão universitária, uma especialização, no mínimo.
E aí houve um processo de declinio”, ele conta. Foi então que, no final da década de 1990 e início deste século, o número de cursos diminuiu de forma significativa, em uma média de 50%. Na opinião de Beni, essa redução foi ótima para a qualidade de ensino. “Ficaram aqueles [cursos] que efetivamente tinham estrutura, tinham um corpo docente capacitado, qualificado e consistente”. A tendência agora é que os cursos de Turismo em nível superior migrem para as universidades públicas. Beni ressalta que as universidades particulares sentiram que era necessário qualificar melhor o corpo docente, o que muitas não fizeram, acreditando que o investimento não compensava. “Realmente havia uma evasão muito grande. Há outro aspecto aí que é muito típico do Brasil, que é um aspecto do modismo. O Turismo, não que tenha saído da moda, mas foi substituído pela Gastronomia. Por exemplo,
começou a se desdobrar tanto o curso em razão dos vários segmentos de Turismo, e Gastronomia agora é a nova moda. Daqui a pouco nós vamos ter também uma produção muito grande de chefes de cozinha e não sei até que ponto eles terão condições de se encontrar no mercado de trabalho”. Os cursos de Turismo agora possuem uma média entre 450 e 500 horas, tiveram redução de um ano e em outros casos de dois anos. Estão crescendo ainda os cursos em nível médio e tecnólogo. Mário Beni declara que este é um momento de revalorização da carreira. O fato de quase todas as universidades públicas já terem o curso de Turismo é um fato extremamente positivo, na opinião do professor. “Na universidade pública o ingresso do corpo docente hoje já é o mínimo de doutor. Então acho que isso já qualifica muito o corpo docente, vai melhorar muito a formação em Turismo”.
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EDUCAÇÃO / INTERCÂMBIO / PESQUISAS / TREINAMENTO / NETWORK INTERAMERICAN NETWORK
Danielle Roman
Mídias sociais: canal de comunicação direto com o agente de viagem
Natália Strucchi “O Turismo ainda está engatinhando nas mídias sociais”. A declaração é da diretora da Interamerican Network - agência de marketing e relações públicas com foco no segmento de viagem e Turismo – Danielle Roman. “Ainda são poucos os destinos que fazem promoções com as redes sociais. A de cidade de Nova York é um bom exemplo de como essas ferramentas podem ser bem utilizadas. O destino NY realiza lançamentos mundiais, com todos os escritórios internacionais, através de Facebook e Twitter. A Austrália também aposta nesse quesito. Não nas redes sociais, eles têm um site fantástico”, exemplifica. De acordo com ela, o Turismo deveria aproveitar mais essas novas formas de comunicação, não só os destinos, mas também as operadoras, que poderiam fazer mais ações, assim como as companhias aéreas. “Esse é um bom canal. Contudo, ainda vejo muita bobagem sendo publicada, então acho que as empresas devem fazer uma coisa séria, bem segmentada, porque somente uma coisa bem feita dá retorno”, alerta. Na opinião da diretora, destinos, operadores e empresas da aviação devem fazer
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“Brasil precisa se posicionar em mercados prioritários” Com experiência no setor e em contato frequente com muitos países, Danielle avalia a promoção do Brasil no exterior. “Acho que está faltando posição nos mercados internacionais. O Brasil precisa nos mercados prioritários. O Peru tem uma posição internacional muito forte na Argentina, Inglaterra e em vários países que eles julgam importantes. Apesar de o Peru ser um país bem menor que o Brasil, eles são super organizados nesse quesito, e isso falta ao Brasil. Temos que tirar o chapéu para a promoção internacional que o Peru faz”, cita. Para ela, o Brasil precisa manter a conversa com operadores e agentes de viagem internacionais. “Os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) estão parados e, mesmo assim, acho que o formato dos EBTs – com uma pessoa responsável por cada mercado - não é o melhor. Uma empresa teria uma abrangência muito maior do que uma pessoa só. Uma empresa consegue cavar mais oportunidades e consegue ter mais posicionamento no mercado do que só uma pessoa”, avalia.
campanhas para os agentes. “Seria ótimo abrir um canal de comunicação direto com o agente de viagem. Por exemplo, a gente já fez, com a Emirates, uma campanha durante a Copa do Mundo na África do Sul – na qual distribuímos 20 kits da Emirates, exclusivos da Fifa, só para os agentes de viagens. Acho que os operadores devem fazer alguma coisa para estimular o agente, como abrir um canal de comunicação através da
mídia social”, sugere. A própria Danielle faz parte de comunidades do Facebook voltadas somente para profissionais. Como não poderia deixar de ser, a Interamerican já está totalmente inserida nesse meio de redes sociais. “Postamos no nosso Facebook diariamente e, como temos vários clientes, divulgamos coisas bem interessantes. Afinal, o bacana é postar coisas interessantes, porque senão você perde o foco”, constata.
Destinos internacionais buscam turistas brasileiros O Brasil está na moda, isso é inegável. Com a economia aquecida é cada vez maior o número de países que buscam conquistar, de vez, os visitantes brasileiros. “Isso é resultado de diversos fatores, incluindo a nossa economia estável e a crise que se instalou no mundo. Todos procuram o turista brasileiro porque ele gasta muito, não só com aéreo e hotel. Ele quer curtir, quer conhecer, janta e almoça fora, é um turista que compra, vai a shows”, analisa Danielle Roman. E quem sai ganhando nessa queda de braço são os Estados Unidos, preferência entre os visitantes brasileiros. “Com o aumento do poder aquisitivo da classe C, muita gente que não viajava, ou viajava só para a Argentina, agora também viaja para os Estados Unidos, o que não acontecia. O brasileiro é assim,
ele gasta, vai gastando, aí ele volta, paga o que tem que pagar, e vai de novo”, ressalta. A diretora da Interamerican acredita que a recente elevação do dólar não vai afetar esse perfil e a escolha dos viajantes. “O dólar ter alcançado R$ 2,05 não é um fator de inibição, ele ainda está competitivo. O que acontece é que baixou um pouco aquela euforia e os operadores sentiram isso. Ouvi relatos que no mês de julho tudo estava muito caro, principalmente passagens aéreas, isso justificaria essa freada recente. Apesar disso, a verdade é que continua barato viajar para os Estados Unidos, fazer compras lá. O Brasil está muito caro”, argumenta. A possível inclusão do país no Visa Waiver vai gerar, na opinião de Danielle, um boom de brasileiros nos Estados Unidos.
NY quer US$ 70 bi em impacto econômico anual até 2015 Entre os destinos representados pela Interamerican está Nova York, cidade americana que mais recebe turistas brasileiros. A NYC & Company, órgão oficial de Turismo, anunciou neste ano uma nova meta: gerar US$ 70 bilhões em impacto econômico de viagens e Turismo para a cidade até 2015. Os planos incluem a nova meta de visitação de 55 milhões de visitantes neste mesmo período. Para isso, a NYC & Company continuará a expandir seus esforços com foco especial em atrair visitantes internacionais, que respondem por 50% da despesa turística direta. Com base em novas estratégias e programas, estima-se que a indústria do Turismo contribuirá com US$ 45 bilhões em gastos diretos para a cidade e adicionará 30 mil novos empregos para os
trabalhadores de NY em 2015. Em 2011, a cidade atingiu e superou, um ano antes do previsto, a meta estipulada de 50 milhões de visitantes até 2012, fato ocorrido pela primeira vez na história de Nova York. À medida que as questões econômicas impactam mercados tradicionais como a Europa, a NYC & Company continua a investir nestes mercados, mas passa também a desenvolver iniciativas em mercados novos e emergentes em todo o mundo, particularmente na América Latina, China e Índia. A cota de visitantes estrangeiros em Nova York vem crescendo e passou de 28% para quase 33% nos últimos cinco anos, sendo que cada ponto porcentual corresponde a aproximadamente US$ 600 milhões em gastos diretos.
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ESTADOS/MUNICÍPIOS FORNATUR
Domingos Leonelli
“Não queremos que nenhum destino brasileiro seja um balneário”
Natália Strucchi Domingos Leonelli é o atual secretário de Turismo da Bahia, função que exerceu durante quase todo o primeiro mandato do governador Jaques Wagner e retomada no início da segunda gestão, acumulando as presidências da Empresa de Turismo da Bahia (Bahiatursa) e do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes do Turismo (Fornatur). À frente deste último a um ano e meio, Leonelli teve seu mandato prorrogado por mais seis meses, período que termina logo após as eleições municipais, quando uma nova diretoria será escolhida para o Fórum. “A presidência do Fornatur me deu a oportunidade e a obrigação de pensar mais no Brasil, no interesse de todos os estados e não apenas nos interesses da Bahia. Eu sou um patriota baiano muito acirrado, e a presidên-
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Setor aéreo: uma faca de dois gumes A expressão popular citada acima é a que melhor define a opinião de Domingos Leonelli sobre o setor aéreo, que, no que tange ao mercado nacional, precisa de maior regulamentação e, no internacional, maior abertura. Entre as tendências avaliadas pelo dirigente, está o caso das fusões, muitas anunciadas nos últimos anos. “Se a fusão for acompanhada de uma maior abertura internacional, ela será benéfica, porque poderá criar condições de melhor atendimento, maior oferta de produtos, diversificação e distribuição da malha aérea, evitando uma concentração excessiva, como ocorre em São Paulo”, pressupõe. Para ele, o setor aéreo está precisando de uma abertura maior no mercado internacional, porém de maior regulação no mercado nacional. “Acho errado o le ce faire que vem prevalecendo. A presença do Estado tem que se fazer sentir para normatizar e distribuir melhor as linhas aéreas internacionais. Não é justo que São Paulo e Rio de Janeiro concentrem mais de 80% dos voos internacionais. Ou seja, se de um lado precisamos de maior abertura, inclusive para maior participação de capital estrangeiro nas empresas, por outro precisamos de maior regulamentação. A Tam, por exemplo, não pode ser a dona absoluta de todas as linhas aéreas no Brasil”, frisa Leonelli.
cia me obrigou a ver mais, observar mais e compartilhar os interesses dos estados como um todo. Principalmente daqueles estados que têm políticas de turismo recentemente implantadas”, ressalta o dirigente. Com a clareza daqueles que entendem do setor e opiniões enfáticas, ele faz uma avaliação do turismo brasileiro e aponta os principais problemas enfrentados pelos estados. “Os entraves enfrentados são de naturezas diversas. São Paulo é um caso a parte, único destino auto-sustentável do Brasil, sem baixa estação, sustentado basicamente pelo turismo de negócios e que mantém um esforço para ampliar o turismo cultural e o turismo interno. Os outros estados do Brasil sofrem, em grau menor ou maior, da questão da sazonalidade”, analisa. De acordo com ele, esse é o problema mais comum em todos os estados e se apresenta das formas mais variadas. “As soluções são bem
Capacitação: melhor qualidade do que quantidade Durante uma das reuniões do Fornatur, Leonelli propôs uma pauta de trabalho que extrapole os limites das cidades-sede da Copa de 2014. Uma parceria em três frentes: promoção, qualificação e linhas de financiamento. “Tenho muito medo dessa aposta total na Copa de 2014. Não acho muito positivo jogar todas as fichas nesse evento porque isso pode gerar uma grande desilusão. Porém, acho que devemos fazer associações de destinos e roteiros integrados. A Bahia deve se juntar com Sergipe e Alagoas; o Espírito Santo com Rio de Janeiro; Maranhão com Ceará; Pará com Amazonas. O investimento em qualificação é o mais importante porque é o mais perene. O maior legado da Copa será a qualificação profissional e formação do capital humano”, prevê. Entre os programas do Governo Federal para capacitação de mão de obra está o Pronatec. “É elogiável o esforço que o ministro vem fazendo para colocar ordem na casa. O Pronatec é algo positivo, mas ainda é cedo para fazer uma avaliação. Penso que devemos pensar mais em qualidade do que quantidade. É melhor capacitar bem nossos profissionais, mesmo que seja num número menor. Os detalhes que tangem ao Pronatec estão avançando, mas de uma forma geral, essa questão da qualificação profissional precisa ser melhor trabalhada entre os estados e o MTur”, afirma Leonelli.
diferenciadas, mas a baixa estação é um problema estrutural do turismo. É a maior dificuldade que os destinos enfrentam. Como manter um equipamento durante baixa estação? Não queremos que nenhum destino brasileiro seja um balneário. Não queremos que nenhum destino do Brasil passe pelo mesmo que Valparaíso (Chile), por exemplo, onde os restaurantes fecham na baixa temporada”, preocupa-se. Para evitar esse tipo de situação extrema, a saída é, na visão de Leonelli, buscar alternativas. “É uma luta incessante contra a baixa estação. Isso se resolve com turismo de negócios e convenções, eventos promocionais que são feitos na baixa estação e calendarização desses eventos. Por exemplo, na Bahia, calendarizamos o Stock Car, nos próximos cinco anos, no mês de agosto, as pessoas sabem que teremos esse evento. Isso facilita a venda dos destinos pelos agentes e operadores”, sugere.
Mídias sociais são revolução A Embratur, a exemplo de outras empresas e entidades, vem apostando nas mídias sociais - canal no youtube, facebook - para a divulgação do Brasil, o que, para Leonelli, é algo extremamente positivo. É uma verdadeira revolução e temos que estar preparados para ela. Não podemos hesitar em entrar de cabeça nesse esforço. Precisamos nos qualificar nesse setor e creio que já estamos bem avançados”, opina. Contudo, ele alerta que é preciso caminhar na mesma velocidade dessas ferramentas. Ainda como forma de promover os atrativos do país, ele acredita que seria preciso existir uma feira para vender o Brasil ao exterior, diferente do que a Feira das Américas vem fazendo. “Tornar o Congresso da Abav itinerante foi positivo. Até mesmo a possibilidade de realizá-la em outros estados também é algo bacana. Contudo, o problema da Abav não é o local no qual ela é realizada, mas sim as características da feira. Não adianta apenas mudar de local, se ela não mudar sua natureza, não será boa para os estados. Pode até ser uma boa feira para venda dos destinos estrangeiros, mas os estados brasileiros estão reduzindo sua participação e reduzirão ainda mais se a feira mantiver esse caráter de turismo exportativo. O ideal seria uma feira brasileira, uma feira do Brasil para o exterior, e não do exterior para o Brasil”, recomenda.
Estados x Governo Federal
Estudo de Demanda do Turismo Internacional no Brasil - Fonte: Embratur, MTur e Fipe
Durante reunião do Fornatur, o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Valdir Simão, ressaltou a necessidade de maior aproximação com as secretarias de Turismo estaduais. Apesar da sugestão de Simão, Domingos Leonelli crê que a relação entre o MTur e os estados brasileiros está bem melhor, mas ainda há como progredir nessa parceria. “Há, sem dúvida, maior disposição para o diálogo; maior disposição para tornar esse diálogo efetivo, mas ainda há um certo caminho a percorrer entre a efetividade e a boa vontade”, constata. As verbas descentralizadas, por exemplo, ainda não foram repassadas aos estados. “Elas atrasaram muito por conta do MTur. Neste ano, o período eleitoral dificultou ainda mais sua efetivação. A verba é importante principalmente para os pequenos estados, quem têm menor capacidade de investimento e que possuem necessidades mais básicas em relação ao turismo”, adverte o presidente do Fornatur. Ele ainda faz uma sugestão ao MTur no que diz respeito ao Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass). “O grande erro foi não colocar a classificação hoteleira como algo obrigatório. Esse é o principal problema do projeto. Além disso, ele está se arrastando há quase quatros anos, o que é muito ruim. Esse setor é um setor que anda devagar, muito mal a meu ver”, lamenta.
RANKING DOS ESTADOS MAIS VISITADOS POR TURISTAS INTERNACIONAIS
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ESTADOS/MUNICÍPIOS CTI NORDESTE
Danielle Novis
Sem planejamento e promoção não há Turismo de qualidade
Luiz Marcos Fernandes Com quatro cidades-sede selecionadas para a Copa de 2014 no Brasil, o Nordeste vê com grande expectativa a realização deste megaevento. Mas a decisão do Governo Federal, de direcionar os investimentos apenas para as 12 cidades sede tem gerado controvérsias. Na opinião da presidente da Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste, Danielle Novis, também secretária de Turismo de Alagoas, essa priorização para receber investimentos e programas de qualificação é equivocada. Segundo ela, os recursos e programas de capacitação deveriam ser estendidos a todas as capitais e posteriormente aos municípios com vocação turística. “Acredito que os investimentos em infraestrutura para os megaeventos são importantes. Temos uma defasagem muito grande quando se trata de mobilidade urbana, mão de obra capacitada e a qualidade do nosso receptivo. O problema dos aeroportos não é apenas para a Copa de 2014 mas para ontem. A falta de
os estados também têm procurado fazer a sua investimentos é latente. Temos a faca e o queijo parte. Cita como exemplo o Plano Indutor de na mão, mas resta saber se vamos aproveitar Turismo de Alagoas, que tem quatro vertentes as oportunidades geradas pelos megaeventos. como prioridade: infraestrutura, qualificação, Os estados que não foram contemplados serviços e atrativos turísticomo cidades-sede estão cos. “Além disso, acabafora deste processo de mos de apresentar uma qualificação e investimen“Temos uma marca turística, um selo tos em infraestrutura. É nos mesmos moldes da como se houvesse apenas defasagem muito Marca Brasil para identifium grupo de cidades no grande quando se car, nos diversos segmentos país que necessita destrata de mobilidade da economia alagoana os tes recursos”, lembra ela. nossos produtos”, adianta. Danielle Novis não é urbana, mão de Entre os desafios para contra que se priorizem obra capacitada e a incremento do turismo as cidades-sede. “Mas é imqualidade do nosso nordestino, ela destaca portante não esquecer que a readequação da malha o Brasil é um todo. Não receptivo” aérea. “Em parceria com falo apenas por Alagoas, a Sudene e numa ampla mas de modo geral. Tanto discussão diretamente com governo como a iniciativa as companhias aéreas, estamos articulando um privada devem repensar suas estratégias para modelo que atenda as demandas do mercado. que as coisas aconteçam de modo equilibrado”, Por outro lado, já há uma sinalização dos goverreconhece. A presidente da CTI-NE lembra que nos estaduais para redução do imposto sobre combustível beneficiando as aéreas”, esclarece. Quanto ao uso das novas tecnologias, incluindo as redes sociais, Danielle Novis acredita que o mercado não pode abrir mão daquilo que considera ferramentas fundamentais nos quesitos promoção e informação. “Nesse aspectrabalho de aproximação com as operato, reconheço que o Nordeste precisa avançar doras e têm mantido negociações com ainda muito e otimizar resultados com o uso a Associação Brasileira das Operadoras dessas ferramentas. As iniciativas ainda são de Turismo (Braztoa), por meio da Funtímidas e, em alguns casos, carecem de maior dação CTI Nordeste. “Somos um destino profissionalismo. Mas são um importante insdependente de fretamentos e é importante trumento de informação que atende a diversos esse trabalho de parceria”, adianta ela. setores da nossa indústria incluindo é claro os Entre as soluções propostas está a volta agentes de viagens. Cabe a nós municiar esse dos programas rodo-aéreos oferecendo importante canal de vendas com informações. aos clientes um só pacote com mais de um destino. “Temos como exemplo o roteiro integrado Sergipe/Maceió”. Danielle lembra ainda que as capitais nordestinas “Os estados que não também tiveram uma participação signiforam contemplados ficativa nos programas de captação de como cidadescharteres apresentado pela Embratur. Neste aspecto, a CTI-NE também tem sede estão fora procurado desenvolver um planejamento deste processo baseado em novos critérios. A implemende qualificação e tação em breve da Conta Satélite, cujo objetivo é fornecer dados indicadores dos investimentos em diversos segmentos turísticos e mensurar infraestrutura. É o peso deles na economia dos estados, foi como se houvesse o primeiro passo. “Estamos trabalhando nesse sentido, pois a ausência de indiapenas um grupo cadores é prejudicial a toda política de de cidades no país planejamento. No momento em que se que necessita destes tem um inventário turístico, essa situação muda por completo”, destaca ela. recursos”
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CTI-Nordeste: uma nova estratégia diante das mudanças no repasse de verbas Diante da decisão adotada pelo Ministério do Turismo de rever o modelo de distribuição de recursos aos estados, o que levou à paralisação dos programas de promoção conjunta da CTI-Nordeste com a Embratur, a Fundação decidiu buscar novas estratégias que impedissem a descontinuidade dos programas elaborados. “Fomos diretamente afetados e diante da mudança na política de repasses para entidades e governos fomos obrigados a buscar alternativas. O tempo não para e o mercado é dinâmico. A solução que eu vejo é a reinvenção de uma política que prevê a busca de novas parcerias, sem deixar de contar com o apoio federal. A própria discussão da nossa malha aérea com apoio da Sudene é uma demonstração clara deste novo posicionamento dos estados nordestinos”, lembra ela. Outro exemplo dessa nova postura é a participação dos estados nesta Feira das Américas, com um novo layout também fruto da decisão da Abav de mudar o modelo anterior e do MTur de não liberar recursos para pagamento do piso dos estandes. “Cada um procurou então adotar sua própria solução”. Danielle Novis reconhece também a importância de um
Investimentos nordestinos em centros de feiras, parques e hotéis Nos nove estados nordestinos existem projetos de investimentos em andamento para melhorar a infraestrutura turística. Confira alguns deles: BAHIA
Entre os projetos em andamento destaque para o complexo turístico da Baía de Todos os Santos, segunda maior baía do mundo e maior do Brasil, que tem prevista a implantação de um projeto de mais de R$ 15 bilhões para obras nos municípios do seu entorno. Somente para o turismo náutico estão previstos US$ 6 milhões para torná-la referência no desenvolvimento do turismo náutico. Os recursos, previstos no Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) serão distribuídos nos 18 municípios, incluindo a capital Salvador.
CEARÁ
Depois da inauguração do Centro de Feiras e Eventos do Ceará esse ano, com capacidade para 42 eventos simultâneos e realização de eventos com até 30 mil pessoas, o estado investe agora no maior aquário da América Latina. O projeto “Acquário Ceará”, que o governo quer ver funcionando em 2014 na região da Praia de Iracema - antiga zona portuária e boêmia da capital cearense - deve receber investimentos na ordem de R$ 260 milhões.
PERNAMBUCO
O governo pernambucano tem projetos com investimentos de R$ 5,4 bilhões. Os recursos seriam para obras no arco metropolitano (uma via industrial de 98 quilômetros entre Itamaracá e Suape como alternativa à BR-101), o terminal multimodal de Salgueiro e um complexo de aeroporto e porto em Goiana. Recife vai criar dez mil novos leitos. Na capital pernambucana, 36 obras de construção e ampliação dos meios de hospedagem estão em andamento.
ALAGOAS
Até a Copa estão previstos 20 novos hotéis no estado. Também há investimentos previstos nas principais rodovias com acessos ao litoral Norte e Sul. Para as praias do Sul a novidade é a duplicação da AL-101 num investimento de R$ 160 milhões e que já está estará concluído para essa próxima temporada de verão.
PIAUÍ
A Rota das Emoções, roteiro integrado que une Ceará, Piauí e Maranhã, agora irá entrar em uma nova etapa de preparação para consolidar-se como um destino turístico de destaque no Brasil. A partir do segundo semestre de 2012, o Sebrae irá executar uma série de ações para desenvolver e qualificar as empresas que fazem parte do roteiro.
MARANHÃO
A secretaria de Turismo anunciou a retomada do alinhamento do estado na gestão participativa, junto com o Piauí e Ceará, estados integrantes da Rota das Emoções, um consórcio turístico com um formato pioneiro no Brasil. Fazem parte da Rota: Maranhão (Lençóis), Piauí (Delta do Parnaíba) e Ceará (Jericoacoara). Um novo roteiro ao sul será criado. Provisoriamente chamado de Rota Chapada das Mesas-Jalapão, vai congregar Maranhão (Chapada) e Tocantins (Jalapão). Há também um programa de despoluição das praias com recursos na ordem de R$ 400 milhões.
RIO GRANDE DO NORTE
Um consórcio formado por empresas espanholas, alemãs, árabes e brasileiras, representado pela espanhola Alondra, confirmou intenção de construir no estado o primeiro parque temático de energias renováveis do mundo. O local ainda não foi definido. O projeto, batizado Enerland - The Power of Fun (Terra da Energia - O Poder da Diversão), prevê a instalação de parques eólicos e hotéis e está orçado em � 3 bilhões (cerca de R$ 7,7 bilhões). Ele contempla cinco parques temáticos, um centro comercial, 15 montanhas russas e sete resorts com capacidade para 35 mil pessoas. A governadora Rosalba Ciarlini prevê que o parque temático será um grande impulsionador do Turismo local.
SERGIPE
A ampliação do aeroporto internacional de Aracaju, com a construção de um novo terminal de passageiros e ampliação da pista de pouso deve acontecer até junho de 2014. Quatro novos hotéis e um novo centro de convenções são aguardados para o ano da realização da Copa do Mundo. A oferta de leitos deve aumentar em 20%, e saltar para quase dez mil em dois anos. O novo Centro de Convenções ainda está em projeto, mas deverá ocupar mais de 20 mil metros quadrados.
PARAÍBA
O novo Centro de Convenções de João Pessoa já concluiu sua primeira fase e é considerada a mais importante obra de infraestrutura do atual Governo. Ocupa uma área de 342.000 metros quadrados e recebeu investimentos de R$ 100 milhões. Além dos quase 9,5 mil leitos ofertados atualmente, a capital da Paraíba se programa para receber mais três grandes hotéis na orla marítima: Atlântico Praia Hotel, Laguna Praia Hotel e Sapucaia Mar Hotel, que estão em construção nas praias de Tambaú e Cabo Branco.
ANSEDITUR
Pelo desenvolvimento do Turismo Sustentável Ivane Fávero
Pamela Mascarenhas
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Ainda neste ano, a Anseditur vai implantar seu Plano de Marketing e, para o ano que vem, quer reforçar seu posicionamento. “A atenção vai ser na aplicação do Plano Estratégico e no Plano de Marketing. Também atuaremos na transição dos novos governos, sabemos que haverá mudanças no secretariado do Turismo de parte de nossos destinos, sendo assim, torna-se fundamental a contribuição da Anseditur, no sentido de transmitir as informações sobre as políticas nacionais do Turismo e a gestão pública do Turismo”. Ivane acredita, inclusive, que a presença de empresas e entidades nas redes sociais é de extrema importância: “A necessidade de se relacionar é inerente ao ser humano e a vida offline ganha força e visibilidade na vida online. Como Anseditur, temos muito a crescer e nos fortalecer nesta área. A associação está aberta e sensível aos novos formatos de comunicação”. Copa 2014 - Para Ivane, o Brasil inteiro vai vivenciar a Copa, e os municípios turísticos precisam aproveitar da melhor forma a atenção que vão receber da mídia internacional. Os associados da Anseditur têm trocado experiências sobre o assunto, para que todos estejam bem estruturados para atuar como sedes, “team base camps” ou destinos turísticos. Ivane Fávero também é coordenadora do Comitê Bento 2014 – Bento Gonçalves é candidata a Campo de Treinamento de Seleção. O município tem realizado ações como reuniões com consultores esportivos e participou da Soccerex.
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O ano de 2012 trouxe diversas conquistas para a Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo das Capitais (Anseditur). A entidade recebeu novos associados, entrou para o Conselho Nacional do Turismo, adotou uma nova postura de trabalho, ampliou sua rede de contatos, inaugurou estande na Feira da Associação das Agências de Viagem de Ribeirão Preto (Avirrp), entre outras ações, todas construídas em conjunto com os associados, que renderam um maior reconhecimento junto às instituições do Turismo nacional. De acordo com Ivane Fávero, presidente da Anseditur e secretária de Turismo de Bento Gonçalves (RS), com os constantes ajustes e aprimoramentos, a pretensão agora é contribuir com o desenvolvimento do Turismo Sustentável nas capitais e demais destinos indutores e de referência. “Esta é a nossa missão. Com o engajamento e trabalho dos colaboradores e associados, queremos ser o representante oficial destes destinos junto às instâncias federais de fomento ao Turismo, participando ativamente da definição, interlocução e execução de políticas para o setor”, declara. A Anseditur vai fechar este ano com a parti-
cipação em três feiras de Turismo, uma delas a Feira de Turismo das Américas (Abav). Nesses eventos, a entidade distribui folder promocional, lançado em agosto, e informações dos destinos turísticos que integram a associação. Para Ivane, ações como essa possibilitam uma maior visibilidade da Anseditur e fortalecem seu trabalho. “Vale ressaltar que [a participação em feiras de Turismo] é um momento ideal para aproximar os destinos que, em geral, já participam das feiras, representando o Turismo de seu município, posicionando a Anseditur como a associação representativa dos principais destinos turísticos brasileiros. É também uma oportunidade de encontro para trocas de experiências”. Sobre a entrada de novos associados, a entidade tem conversado com o Ministério do Turismo acerca dos critérios de definição dos destinos prioritários para o setor. Ivane ressalta que, além das capitais, é necessário rever a indicação de alguns municípios que, apesar do trabalho realizado, ainda não se configuram como indutores. Por outro lado, outros destinos que avançaram nos últimos anos podem se tornar novos membros. Entre os novos associados está Ribeirão Preto (SP), selecionado como destino referência em Turismo de eventos e negócios. “Já adotamos os destinos referência. Assim, temos a meta de ampliarmos o número de associados, mas utilizando critérios técnicos para que, de fato, a Anseditur seja a representante dos principais destinos turísticos do Brasil”, explica Ivane.
ESTADOS/MUNICÍPIOS ENQUETE
Velocidade e abrangência nas redes sociais Fernanda Lutfi As redes sociais vêm ganhando importante destaque por terem se tornado uma eficiente ferramenta de marketing para empresas de diversos setores. O MERCADO
Amazonas Oreni Braga Presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur)
Bahia Domingos Leonelli Secretário de Estado de Turismo e presidente da Bahiatursa
“Não é de hoje que surgem novos canais de informações e nós temos que nos manter informados e atentos para usá-los de forma eficiente para divulgar as ações do setor. A evolução das mídias sociais ocorre no momento em que o Turismo começa a ser visto como um dos grandes propulsores da economia nacional. Além de auxiliar em nossas ações, principalmente no sentido de divulgá-las, as mídias sociais nos colocaram ‘cara a cara’ com o consumidor.”
“As redes sociais são muito importantes, principalmente no setor do Turismo, pois é um ambiente onde os destinos têm a oportunidade de se comunicar com o consumidor final, sem intermediários. Além disso, é uma espécie de termômetro, onde podemos avaliar o que está sendo falado do destino na rede. O impacto é bastante relevante porque a Internet é um dos principais meios pelos quais as pessoas atualmente decidem suas viagens.”
Distrito Federal Luís Otávio Neves Secretário de Estado de Turismo
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“Acredito que no setor turístico as mídias sociais causam um impacto bastante positivo, aumentando a divulgação dos nossos atrativos e destinos, facilitando o fluxo de informações sobre as atividades turísticas e reunindo pessoas que têm interesse comum pelo setor. Hoje, esses canais têm um grande impacto na comunicação como um todo e alcançam os mais diversos segmentos de público, com uma grande velocidade de informação.”
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& EVENTOS realizou uma enquete com os secretários de Turismo de cidades e estados, além de dirigentes de empresas públicas de Turismo, para entender melhor a importância de redes sociais, como Facebook e Twitter, para o mercado bra-
Mato Grosso do Sul Tereza Cristina Secretaria de Estado de Turismo “As mídias sociais posicionam-se como mais um importante meio de comunicação, ganharam popularidade, e são um excelente canal de promoção do Turismo com um grande e diversificado público, tanto nacional como internacional. As redes sociais colaboram com a divulgação e o fomento dos produtos turísticos do estado porque são velozes e eficazes e conseguem atingir seu público alvo. Favorecem também a interação entre os diversos segmentos do setor trazendo resultados imediatos.”
Goiás Aparecido Sparapani Secretário de Estado de Turismo “As redes sociais se tornaram um meio eficiente de divulgação de notícias e produtos porque atualmente são, sem dúvida, a forma mais rápida de se comunicar. Para o Turismo que, assim como todo segmento comercial, depende do marketing e da informação para atingir seus clientes, as redes sociais são essenciais para agilizar a divulgação de seus produtos. O impacto disso no setor é que, além de agregar valor, a comunicação digital serve para facilitar o contato com os clientes e o acesso aos produtos.”
Mato Grosso do Sul Nilde Brun Diretora Presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (FundTur) “As redes sociais constituem ambientes virtuais favoráveis para divulgação das ações institucionais que promovem e fomentam o Turismo. São uma importante ferramenta de relacionamento da instituição com o seu público direto e indireto, já que favorece a interação mundial. Sendo assim, a importância das redes sociais para o fomento do Turismo é imprescindível, ampla e dinâmica no que se refere a divulgação, contatos e resultados.”
sileiro. Os entrevistados foram unânimes ao ressaltar as características das redes sociais, como velocidade, abrangência, e feedback de clientes, como fundamentais para o setor turístico atualmente. Veja abaixo as declarações:
Ceará Bismarck Maia Secretário de Estado de Turismo “As redes sociais são importantíssimas, e não somente Facebook e o Twitter, a Internet mudou o processo de comercialização dos antigos e tradicionais agentes geradores de fluxo de turistas e, em consequência, sua promoção. Hoje, ganha o destino que investir mais diretamente no público final. Essa nova ferramenta serve também para se ter percepção direta do sentimento do turista, seja quanto ao destino, ou relação em relação à sua promoção.”
Maranhão Jurandir Filho Secretário de Estado de Turismo “As mídias sociais têm sido atualmente uma grande ferramenta na promoção e divulgação dos destinos turísticos de diversos mercados, tanto nacionais quanto internacionais. Para o Maranhão, que já utiliza as redes como ferramenta preponderante para a promoção dos atrativos, a resposta tem sido muito positiva, além de nos proporcionar um retorno imediato das ações desenvolvidas a partir do plano de desenvolvimento do Turismo do Maranhão.”
Minas Gerais Silvana Nascimento Secretária Adjunta de Estado de Turismo “Pesquisa recente, divulgada pela Embratur, mostra que a Internet é a principal fonte de informações para 31% dos visitantes. Hoje, sabemos que através das redes sociais a informação circula com maior rapidez. Por isso, todos nós, governos e iniciativa privada, devemos inovar em conectividade para captar o turista moderno. Atentos à essa tendência de mercado, lançamos no último ano o Portal do Turismo Mineiro, que alia tecnologia e informações turísticas.”
Pará Adenauer Góes Secretário de Estado de Turismo “O Turismo se apropria das redes sociais à medida que vê nelas um canal para otimizar tempo e buscar os melhores destinos, roteiros e experiências. Essas novas ferramentas permitem a disponibilidade de informações que antes eram acessíveis a poucos. Utilizar-se destes espaços virtuais é aproveitar para explorar a publicidade, divulgar produtos, serviços e marcas, encurtar distâncias e ser vitrine para o mercado que é promissor e crescente.”
Rio de Janeiro Ronald Ázaro Secretário de Estado de Turismo “Entre as ações do nosso governo, as redes sociais são aliadas na integração e difusão das belezas naturais, bem como nos anúncios dos megaeventos do estado. Buscamos desenvolver uma interação e um relacionamento na difusão de informações em larga escala. Com ampla participação nos canais de divulgação, vemos essas redes como uma forma de opinar, conversar e ouvir o usuário.”
Paraíba Ruth Avelino Presidente da PBTur “Eu aposto muito nas redes sociais, e como gestora da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) temos uma determinação expressa de que as redes sociais sejam fortalecidas. Atualmente o público final está buscando informações e destinos na Internet, e por isso as redes sociais são uma importante ferramenta, que modificou a maneira de se fazer Turismo. E quem não der importância a isso certamente ficará de fora do mercado.”
Rio Grande do Norte Renato Fernandes Secretário de Estado de Turismo “As redes sociais são fundamentais não apenas para o Turismo, mas para todos os segmentos que necessitam de divulgação e informações em tempo real. São ferramentas democráticas, que atingem todas as classes sociais. Porém, é necessário se ter critérios e responsabilidade com os materiais publicados para não haver banalização do conteúdo e problemas legais.”
Paraná Jackson Pitombo Secretário de Estado de Turismo “É indispensável nos adequarmos aos novos tempos, e as mídias sociais são uma realidade presente no nosso cotidiano. O profissional de Turismo tem a obrigação de entender sua estrutura. A grande vantagem é a possibilidade de interação com o público alvo e medir o retorno das ações realizadas. A velocidade da informação é instantânea, o que possibilita atualizar dados e tomar decisões imediatas a partir das observações feitas.”
Rio Grande do Sul Abgail Pereira Secretária de Estado de Turismo “As mídias sociais vêm, a cada dia, ocupando mais espaço em todos os segmentos. E no Turismo não é diferente. Por meio delas, comunicamos nossas ações, divulgamos o estado, sobre como a Secretaria do Turismo vem realizando seu trabalho. Essa ferramenta se tornou um apoio a todos que atuam na área e que buscam se manter bem informados sobre o setor.”
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Santa Catarina Valdir Walendowsky Presidente da Santa Catarina Turismo (Santur) “As redes sociais surgiram como uma nova e eficiente ferramenta no auxílio da informação instantânea, diferentemente da mídia impressa, e se tornaram fundamentais para qualquer segmento da sociedade. Torna-se cada vez mais fácil a conexão com o mundo, com feedback imediato. E esse intercâmbio de informações se torna de grande utilidade como pesquisas de opiniões, servindo de parâmetro para desenvolver projetos e planejamentos de trabalho.”
Sergipe Paulo Henrique Sobral Presidente da Turismo Sergipe (Emsetur) “O que mais me chama a atenção nas redes sociais é o relato das experiências das pessoas, o que influencia nas escolhas do consumidor, tornando-se um importante instrumento de pesquisa para os agentes de viagem. Acho que está mais do que na hora dos profissionais da área participarem deste novo conceito de relacionamento com o cliente. Destaco também o baixo custo e dinamismo na operacionalização desta ferramenta.”
Pernambuco Alberto Feitosa Secretário de Estado de Turismo
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“As mídias sociais são uma realidade em nossas vidas e não é diferente no Turismo. Vejamos dois exemplos clássicos: cada vez mais o viajante procura informações na grande rede e compartilha suas experiências no Twitter, Instagram, Facebook. Por outro lado, as agências e operadoras usam essas ferramentas para divulgar e comercializar seus produtos e serviços. O grande desafio é se manter atualizado com as novidades de um campo tão fértil e aproveitá-las da melhor maneira.”
Recife Carlos Braga Secretário de Estado de Turismo “A comunicação viral através das redes sociais é cada vez mais relevante para a formação da opinião pública e tem se refletido também no Turismo. A tecnologia é a grande aliada para buscar informações sobre destinos, afinal, hoje vive-se a época do compartilhamento de emoções online em um mundo virtual repleto de recomendações e relatos de experiências. Os profissionais também tem acesso à informação de forma imediata através de fotos, vídeos e textos online.”
São Paulo Cláudio Valverde Secretário de Estado de Turismo “Em tempos onde as redes sociais têm forte participação no cotidiano das pessoas, é impensável que uma empresa que deseje comunicação eficiente não exponha suas ideias na rede. Neste cenário estamos desenvolvendo uma capacidade de relacionamento com o público muito maior do que por e-mail ou telefone. A Secretaria de Turismo vem trabalhando este recurso e tem obtido resultados. Hoje, 34% dos acessos do nosso portal vêm a partir das redes sociais.”
Espírito Santo Alexandre Passos Secretário de Estado do Turismo “As redes sociais têm um papel muito importante para a divulgação de destinos e serviços e o Turismo está entre os segmentos que mais podem se beneficiar com a utilização dessas ferramentas. A internet é uma grande aliada do setor em todo o mundo e nós não podemos ignorar isso. No Espírito Santo nós ampliamos a nossa atuação nas redes sociais e estamos nos aproximando de formadores de opinião em sites especializados e blogueiros de todo o país.”
Bento Gonçalves Ivane Fávero Secretária Municipal de Turismo “Qualquer setor deve estar atento às novidades globais do mercado. As redes sociais são o reflexo da necessidade de comunicação, inerente ao ser humano, que se transportou para o meio eletrônico. Para o Turismo, nada melhor do que vínculos e relacionamentos. É assim que criamos laços com clientes, turistas e colaboradores. É vital a presença do setor turístico nas redes, é o sinal de que o Turismo ultrapassa a vida offline e ganha força e permanência no online.”
São Paulo Orlando de Souza Diretor de marketing da Empresa Paulista de Turismo e Eventos “Com a ‘teoria do funil’, a compra começava pela escolha entre muitas marcas e terminava com a decisão final da compra. Agora com as redes sociais o processo não tem início nem fim, pois sua escolha já é influenciada, imediatamente pela avaliação de quem já comprou. E quando o cliente comprar, ele vai na rede influenciar os próximos, numa ‘jornada’ sem fim. O fim é para quem for mal avaliado.”
São Paulo Marcelo Rehder Presidente da São Paulo Turismo “As mídias sociais adquiriram um papel estratégico em todos os segmentos, e no Turismo não é diferente. Nelas, as pessoas interagem com as empresas de forma direta. Destinos nacionais, em menor número, e internacionais passaram a explorar essa nova tendência e em alguns casos estão indo muito bem. No entanto, não se trata mais de uma via de mão única, tão comum nas estratégias de comunicação tradicional. Trabalhar neste cenário novo requer criatividade e inovação.”
Tocantins Nazareth Martins Secretária de Estado de Turismo e Presidente da Adtur “Atualmente, as redes sociais são uma ferramenta importante para a promoção dos roteiros turísticos do Tocantins, já que se transformam em multiplicadores de informações, com depoimentos personalizados e com calor humano. Os empresários antenados utilizam estes veículos porque sabem que vão atingir pessoas esclarecidas e mercados disponíveis.”
Porto Alegre Raul Mendes da Rocha Secretário Municipal de Turismo “As redes sociais são uma ferramenta complementar de comunicação, divulgação e ajuda a estabelecer a relação dos produtos turísticos. É uma ferramenta que ajuda a ampliar a rede de informação, divulgar produtos e destinos, e também a comercializar pacotes turísticos. Utilizamos o Facebook e o Twitter na cidade de Porto Alegre, onde temos a facilidade de estabelecer a comunicação e informação de forma abrangente.”
Vitória Antônio Bispo Secretário Municipal de Turismo “A velocidade com que as informações circulam nas redes sociais é vista pelo Turismo como uma ferramenta de marketing para fazer passar conceitos, produtos e serviços de forma simples e rápida. Esta agilidade provocou uma mudança na forma das pessoas interagirem, trocarem experiências e apresentarem seus destinos. Por isso, o desafio maior para os profissionais desta área é conseguir acompanhar o desejo dos visitantes, sem perder a qualidade do serviço prestado.”
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EVENTOS / FEIRAS ABEOC
Anita Pires
Eventos, feiras e congressos vivem grande momento no país
Luciano Palumbo Com a convicção de que o setor de eventos, feiras e congressos, vive um dos melhores momentos da sua história no Brasil, a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), vê inúmeras possibilidades de negócios com o país em crescimento. O mercado recebe feiras internacionais, cada vez com mais qualidade, e o segmento está se profissionalizando. Segundo a presidente da entidade, Anita Pires, há um aumento de qualidade e volume de negócios devido ao aquecimento econômico que o Brasil vem acumulando. “No entanto, como alertou a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), a falta de espaços está impedindo um maior crescimento de feiras no país. São Paulo, que realiza a maioria delas, está com agenda lotada até 2016”, detalha. De acordo com a executiva, são necessários investimentos públicos e privados na área de infraestrutura para a criação de novos espaços, e também aeroportos e hotéis. “Esperamos que, com o apoio de financiamento público com vistas à Copa e os Jogos Olímpicos, este gargalo seja superado”, diz Anita. Para ela, o país e o segmento também “não podem se esquecer da necessidade de capacitação e qualificação da prestação dos serviços”, emenda. O Brasil está com dinâmica econômica diferenciada no contexto atual e é natural este
interesse de empresas internacionais investirem no país. Os próprios megaeventos contribuem para este movimento de atração de empresas de eventos e serviços. “Nos parece que o Brasil e as empresas podem ganhar na medida que se internalizem tecnologias e expertises internacionais. E as corporações estrangeiras tendem a ter melhores resultados quando aprendem e respeitam a nossa cultura”, comenta. Balanço - Segundo Anita, desde 2011 que a Abeoc vem dando uma grande virada e buscando sua reinvenção, e em 2012 parte deste trabalho começa a aparecer para o mercado. “O Brasil vive um período de crescimento no setor de eventos e um momento histórico com a realização de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos na mesma década. Poucos países tiveram a coragem de realizar estes megaeventos em datas tão próximas”, afirma. De acordo com ela, a Abeoc acompanha estas transformações e atua conforme cada momento para aproveitar as oportunidades que surgem. “Lançamos o Selo de Qualidade Abeoc - projeto de certificação que começou em Santa Catarina e em breve estará em todo o Brasil - e estamos trabalhando no projeto
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Mídias sociais e o mercado de eventos no Brasil As mídias sociais são a face mais recente das transformações que o uso da Internet vem provocando no Turismo, nos eventos e nos negócios em geral. Segundo o estudo com Score Media Metrix, 16,5 milhões de brasileiros visitaram sites de Turismo em julho de 2012, 18% a mais que no ano anterior. Um número recorde de brasileiros está recorrendo à web para planejar viagens e fazer reservas. Hoje, o Brasil é o 7º maior mercado de Internet no mundo, com um público de cerca de 46,3 milhões de visitantes (2011), 16% a mais do que no ano anterior. E a América Latina é onde o número de usuários de Internet cresce mais rapidamente no planeta. Somente o Facebook teve crescimento de 64% nos últimos 12 meses. Em julho de 2012, 42,4 milhões de usuários acessaram a rede social. “Com tamanho crescimento
e engajamento, não é possível ignorar a web e as mídias sociais em qualquer atividade turística ou mais especificamente no Turismo de eventos. Além de planejar e reservar, as pessoas estão usando as redes para contar como foi sua viagem”, diz Anita. Segundo ela, nos eventos, abre-se um novo horizonte para a gestão da informação e o marketing promocional. “O que seria da promoção para jovens hoje, por exemplo, sem estas redes?”, pergunta. Para ela, o consumidor brasileiro está contando cada vez mais com a web para planejar suas viagens, buscar informações sobre eventos técnico-científicos e de lazer. “Organizadores de eventos e agências de viagens devem prestar atenção neste público crescente que tem experiência em Internet e busca serviços inovadores e de qualidade”, conclui.
de autorregulamentação do mercado de eventos. Além disso, aumentamos nossos esforços para coibir a realização de licitações públicas sem exigência do Cadastur para atividades onde o cadastro é obrigatório por Lei”, diz. Anita explica que através do Fórum de Entidades do Setor de Eventos (ForEventos) – do qual a Abeoc é uma das fundadoras, a entidade caminha para a eleição de bandeiras comuns e objetivos que atinjam todo o setor para uma melhor organização.”Também obtivemos novos benefícios para as empresas associadas, principalmente no que diz respeito à capacitação e qualificação, como a parceria com a MPI, Estácio e outras”, enfatiza. Próximo ano - As expectativas são de crescimento. “Temos ótimas perspectivas com o projeto de Aprimoramento da Gestão das Micro e Pequenas Empresas de Eventos, uma parceria com o Sebrae que vai levar o Selo de Qualidade Abeoc para 12 estados”, afirma. No programa, as empresas que conquistarem o selo de qualidade da entidade terão diferenciais no mercado, não só pela qualidade dos serviços, mas também de confiança junto aos clientes. Segundo Anita, junto com as demais entidades que compõem o ForEventos, a Abeoc irá apresentar avanços significativos nas questões do trabalho eventual ou temporário, que tanto afeta o setor em função da sazonalidade turística. Outros ganhos estão nas questões das licitações, autorregulamentação do mercado e diálogo com o governo para a formatação de políticas públicas. “A cooperação internacional também vai se acentuar, e a missão para a Cocal 2013 (30º Congresso da Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina) será um passo importante neste sentido”, explica. Para a executiva, o principal momento da entidade em 2013 será o “Eventos Brasil” - evento nacional da Abeoc - já confirmado para julho de 2013. “Vamos discutir as tendências do mercado de eventos, a profissionalização do nosso setor e gerar oportunidades de negócios”, pondera. Nova Identidade - A Abeoc apresentou sua nova identidade visual [Abeoc Brasil] no encontro nacional realizado em Goiânia no final de setembro. Lideranças de 12 estados estavam presentes e literalmente vestiram a camisa desta mudança, que representa visualmente um novo momento da entidade e do mercado de eventos. “A nova marca faz parte de um processo de inovação e reinvenção da entidade”, resume a presidente da Abeoc Brasil, Anita Pires.
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EVENTOS / FEIRAS UBRAFE
Juan Pablo de Vera
Brasil pode sofrer com a falta de espaços para eventos
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Luciano Palumbo O setor de feiras no Brasil atingiu o seu limite. Com mais de duas mil feiras realizadas por ano, o país – embora tenha potencial – não consegue avançar seu crescimento devido à falta de espaços para a realização desses eventos. A União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) estima que em 2013 seus associados promoverão 201 grandes feiras de negócios, que reunirão 54 mil empresas e 5,5 milhões de visitantes profissionais, dos quais 50 mil serão compradores do exterior. Este é o mesmo número registrado em 2012. As feiras de negócios, que contemplam mais de 40 macro segmentos econômicos, deverão ocupar 3,5 milhões de metros quadrados de área de exposição nos pavilhões de 23 cidades brasileiras. Embora os eventos estejam mais descentralizados, São Paulo ainda recebe 75% do total das feiras agendadas para o ano. No geral, além das grandes feiras nacionais, destacam-se no país muitas feiras regionais, como no caso do Rio Grande do Sul, que todos os anos realiza em média 200 eventos de promoção de seus produtos. Durante a apresentação do calendário de feiras para 2013, a Ubrafe apontou a necessidade de se criar novos espaços para a realização de feiras. “O Brasil tem um potencial muito grande e as feiras são a economia viva do país, onde as empresas vão apresentar seus produtos e serviços ao mercado, solidificar relacionamentos comerciais, prospectar novos clientes, divulgar lançamentos, verificar as tendências do mercado e, sobretudo, aumentar suas vendas”, dz Juan Pablo de Vera, presidente do conselho administrativo da Ubrafe. Mercado - Para o executivo, as feiras de negócios são hoje uma ferramenta adaptada às demandas cada vez mais específicas dos compradores. “Assim como acontece em outros setores, nossos consumidores estão cada vez mais sofisticados e não têm tempo a perder para visitar feiras sem foco ou fora de sua área de atuação”, disse. Segundo Pablo, hoje, as Feiras de Turismo são um autêntico patrimônio do Brasil. “Movimentam a economia, colaboram para o desenvolvimento, para o aprimoramento dos canais de distribuição, exibem o que de melhor se produz no Brasil, atuam como plataformas exportadoras, movimentam o receptivo turístico e geram empregos em várias regiões e cidades brasileiras”, emenda. Além de medirem a expansão do mercado, as feiras são também termômetros da economia brasileira, refletindo com precisão a força de cada setor e a confiança de seus protagonistas. “Devemos entender que cada um apresenta produtos altamente competitivos
e que seus compradores procuram soluções mais focadas em seus interesses”, comenta. Dados e expansão - A estimativa de crescimento do setor de feiras de negócios no Brasil para 2012 é de 11,6%. “Devemos fechar o ano com a realização de 201 grandes feiras de negócios, número recorde desde o início da contagem, em 1992, ante 180 em 2011”, disse. Outro avanço foi em relação ao universo de empresas expositoras. “Até o final do ano, serão 50 mil empresas (8 mil são estrangeiras) de todos os portes, o que nos mostra um incremento de 16,2% sobre o último ano. Já a área locada de pavilhões e centros de exposição aumentou 6,25%, de 3,2 milhões de m² em 2011 para 3,4 milhões de m² em 2012, em 23 cidades”, enfatiza. Com esses números, a expectativa da Ubrafe é que cerca de 5,4 milhões de visitantes profissionais passem pelas principais feiras este ano. Em 2011, foram registrados cerca de 4,65
milhões de visitantes nas 180 feiras. “Todos estes indicadores mostram que a atividade de promoção comercial está aquecida”, informa. “Nossa expectativa é positiva”, acrescenta o executivo, referindo-se ao próximo ano. Segundo ele, novos setores econômicos serão inseridos no calendário da entidade, como aconteceu nos últimos anos com segmentos tão diversos. “Os promotores de feiras de negócios ligados à Ubrafe também têm investido sistematicamente no aprimoramento das feiras existentes e intensificado os esforços de divulgação para atrair mais participantes”, afirma. De acordo com Pablo, dois novos projetos estão sendo desenvolvidos na cidade de São Paulo: a construção de um centro de eventos em Pirituba e a revitalização do Pavilhão Imigrantes; além de projetos a serem aprovados e iniciados no Ceará, Porto Alegre, Paraná e Vitória. “O setor de feiras cresceria imediatamente se tivéssemos mais espaços”, finaliza.
Ubrafe e as mídias sociais O Brasil tem se mostrado um país com grande facilidade de adaptação às novas tendências das ferramentas on line, e o rápido crescimento das mídias sociais confirma essa característica. Nas últimas décadas, os profissionais do setor de publicidade e marketing têm ganhado destaque internacional e as particularidades do perfil demográfico do país, a crescente urbanização, a altíssima penetração da telefonia celular e uma população com perfil “jovem” (em comparação com os países mais desenvolvidos), fazem com que a integração das mídias sociais em todos os setores da economia sejam indiscutíveis. “Particularmente, no setor do Turismo, tem crescido constantemente, e seguirá a crescer com soluções para os usuários, com mais e melhores ferramentas de comercialização e principalmente como excelentes meios de promoção e relacionamento com os usuários e compradores”, esclarece Juan Pablo de Vera. Segundo ele, no setor de eventos, a realidade não é diferente. “Cada vez mais, feiras e congressos aproveitam as novas tecnologias e soluções para gerar mais interação e garantir maior eficácia no momento de planejar e participar de um evento. No Brasil estamos começando a ver muitas dessas soluções já implementadas e os resultados são imediatos”, emendou. Agentes - Para os responsáveis em dar
maior qualidade ao atendimento e oferecer melhores oportunidades de serviços aos seus clientes, o executivo avalia que não é uma questão de usar ou não estas ferramentas. As discussões e debates devem ser sobre como serão usadas e quais os resultados esperados. “Ainda estamos na curva de aprendizado no Brasil, mas a velocidade de adaptação de nossos clientes e usuários, assim como os casos de sucesso já implementados por organizadores de feiras e congressos, hotéis, companhias aéreas se mostram indiscutíveis e altamente efetivas. Não se trata de negar uma realidade absoluta. Não podemos ser negligentes em entender que todos os nossos clientes estão conectados nas mídias sociais, se não nos interessa estar presentes para conseguir falar e interagir com eles. Isso será um grande erro! Eles estarão falando de nós e não estaremos sabendo do que e como podemos melhorar nossos produtos e serviços”, averte. Para concuir, Juan Pablo de Vera cita um exemplo: “Alguém, alguma vez, falou que o Twitter é hoje como aquele passarinho usado pelos trabalhadores nas minas de carvão em tempos passados, era ele quem anunciava os escapamentos de gás e alertava sobre potenciais problemas nos trabalhos que estavam sendo realizados. Não podemos deixar de ouvir a voz de nossos clientes”, conclui.
EVENTOS / FEIRAS BNTM
Roberto Pereira
Foco em negócios e na promoção do Nordeste
Luiz Marcos Fernandes Desde sua criação há 22 anos, a Brazilian National Tourism Mart (BNTM) vem cumprindo seu papel com o objetivo de promover o turismo do Nordeste junto aos principais destinos emissores internacionais. Em sua última edição, realizada em São Luís (MA), foram mais de 300 buyers de 35 países e estimativas de negócios, por parte dos organizadores, da ordem de US$ 250 milhões, a médio e longo prazos. Na opinião de Roberto Pereira, que há dez anos está à frente da secretaria-executiva, o evento tem alcançado uma dimensão maior, além de beneficiar o destino onde é realizado. “Além dos nove estados do Nordeste, temos empresas aéreas, organismos públicos nas três esferas de competência e bancos sociais, participando a cada ano”, afirmou. Pereira lembra que o sistema de rodízio adotado entre os estados para escolha da próxima edição obedece a um critério técnico e representa sempre um divisor no Turismo onde é realizada. “Esta feira tem a característica de incrementar o fluxo turístico da Região Nordeste em 10%, mas para o estado anfitrião o percentual de incremento na demanda turística sobe para 14%”, destacou. Ele lembra que a BNTM ganhou referência de qualidade e de êxito, sendo considerada a Bolsa de maior geração de volume de negócios do Brasil. “Temos agregado um número expressivo de operadores internacionais que participam das rodadas de negócios”, destaca ele. Outra iniciativa para fomentar a promoção jun-
to ao mercado consumidor é o uso das chamadas redes sociais. Para ele, essa é uma ferramenta que não pode ser desprezada. “Precisamos atualizar o site e a ideia já está em andamento com a criação do Pórtico do Turista onde vamos investir nas redes sociais. É uma ferramenta de fundamental importância e com grande repercussão junto aos consumidores”, adiantou. A possibilidade de realizar em 2013 o Congresso da Abav numa capital do Nordeste é outra iniciativa que, a seu ver, irá valorizar ainda mais a região. “Entendo que o turista de negócios tem normalmente maior gasto
e o investimento compensa na relação de custo/beneficio. Em relação aos megaeventos, Pereira lembra que são quatro cidades sede da Copa de 2014, beneficiando toda a Região Nordeste. “Não temos países vizinhos, mas estados e os que nos visitarem certamente vão circular por outros estados. “Isso é uma janela de oportunidades que se abre. Lembro que o Brasil, hoje, tem uma visão melhor no exterior e está sendo respeitado por sua política e economia. Os investidores já olham o Brasil de outro modo. Aconteça o que acontecer, essa demanda precisa ser explorada”, sugere.
VOLUME DE NEGÓCIOS NO NORDESTE EM MILHÕES DE US$
Aviação e parcerias: caminho para o desenvolvimento do Nordeste estados e municípios devem investir cada vez mais. A crise econômica mundial afetou os voos charteres para o Nordeste, com queda superior a 15%. Ficamos penalizados pela escassez do internacional que está sendo compensada pela demanda doméstica. Estamos lançando uma campanha ‘Nordeste descobre o Nordeste’ para incentivo ao Turismo regional”, afirma. Já sua preocupação com a capacitação da mão de obra deve ser trabalhada pelos municípios. “Sabemos também que o Governo e o Sebrae têm investido em programas de qualificação e requalificação. Tudo isso é importante porque aqueles que nos visitam têm uma expectativa de serem bem recebidos, e isso significa ir além da tradicional hospitalidade, mas sermos capazes de atender suas expectativas e necessidades. É fundamental dar continuidade e ampliar este processo de modo a promover a inclusão social”, destaca ele. O dirigente lembra que a aviação comercial
é fundamental para economia e o turismo de modo a permitir uma maior integração. !Temos em todo o Nordeste 18 aeroportos habilitados com demanda e precisamos com urgência encontrar soluções para ampliar a malha aérea e beneficiar o Turismo consequentemente”. O dirigente admite que ainda faltam estratégias para fomentar para o desenvolvimento regional. Ele confirma que estão sendo articuladas parcerias. “Com esse objetivo estamos fechando com o Banco do Nordeste uma parceria de modo a estabelecer um programa de monitoramento dos indicadores econômicos para o Turismo. Além disso, outras parcerias estão em negociações. Uma delas será com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) e tem como objetivo promover o Nordeste junto aos principais mercados emissores nacionais.
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Desde o início deste ano, a Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste, em parceria com a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) vêm elaborando um planejamento estratégico para estabelecer junto com as companhias aéreas uma política de readequação da malha aérea com base em aviões de pequeno porte – entre 50 e 70 passageiros – como forma de suprir as demandas das capitais nordestinas. Na opinião de Roberto Pereira, secretário-executivo da CTI-Nordeste, a estratégia é de fundamental importância para que a economia e o Turismo ganhem um novo impulso. Ao mesmo tempo, o dirigente destaca a importância de serem realizados investimentos por parte do poder público. “Os recentes aportes realizados em aeroportos localizados não apenas nas capitais do Maranhão e Ceará são fundamentais. Os
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EVENTOS / FEIRAS BNT MERCOSUL
Jair Pasquini
Evento de 2013 se consolida como um dos principais do trade
Geninho Goes
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Rafael Massadar A BNT Mercosul já fez história. São 18 anos de sucesso com crescimento gradativo e grandes responsabilidades. Neste ano, quando chegou à sua maioridade, a Bolsa de Negócios Turísticos reuniu, nos dias 25 e 26 de maio, 398 empresas expositoras distribuídas em 125 estandes, ocupando todas as dependências do Castelo das Nações, no Beto Carrero World, maior parque temático da América Latina, localizado no município de Penha, em Santa Catarina. “O mercado de eventos no Brasil é muito amplo, mas fazer um evento que fique tanto tempo no calendário e que alcança resultados positivos a cada ano, isto é para poucos. Grande parte graças ao comprometimento que temos com os expositores. São empresários que criam expectativas positivas quando participam de feiras de Turismo, e nós sempre procuramos atender a estas expectativas”, afirmam os organizadores da BNT Mercosul, Geninho Goes e Jair Pasquini. A Rodada de Negócios, criada com o objetivo de promover o destino brasileiro entre alguns dos principais emissores de turistas estrangeiros, também contribui para a geração de negócios aos empresários brasileiros, fomentando de maneira significativa o fluxo de turistas para diversas regiões do Brasil. Com quatro edições realizadas na Argentina, este ano, a quinta edição do evento foi realizada pela primeira vez no Chile, em Santiago, no dia 27 de setembro. “O Chile é um dos principais mercados emissores de turistas estrangeiros ao Brasil e um dos vizinhos mais promissores em função da sua estabilidade econômica; já era hora de irmos até lá e aproveitar este ótimo momento para promover mais o Brasil e auxiliar no fortalecelimento de novos negócios para os expositores que acreditam neste mercado e em nosso trabalho”, explicam os organizadores. O evento, no formato de workshop, com mesas de negócios foi realizado no Hotel Santiago Park Plaza e contou com a presença de 189 agentes de viagens e reuniu 45 empresas e destinos turísticos como expositores que divulgaram produtos e serviços, viabilizando
assim a formatação e comercialização de paregiões do Brasil e América do Sul”, disse Goes. cotes para a temporada de verão 2012/2013. Em 2013, a BNT acontece nos dias 24 e 25 Para o ano que vem, a 6ª edição voltará ao de maio e, de acordo com os organizadores, Chile, e será no dia 26 de setembro. novidades podem ser esperadas. “Sempre proJair Pasquini lembrou ainda: “A média de curamos oferecer o melhor ao nosso expositor permanência destes turistas chilenos no Brasil e aos participantes. A cada ano procuramos em 2010 foi de 8,6 dias (com base em estudo trazer novidades, inovando sempre. Ao longo realizado pela Embratur). Uma ótima referência destes 18 anos já criamos e reinventamos para se medir o poder econômico do povo inúmeras formas de promover, qualificar e cochileno e assim levar empresários e órgãos mercializar o turismo”, garantem os executivos. oficiais de Turismo para promover destinos, Para a próxima feira, a proposta é melhorar produtos e serviços do Brasil, fortalecendo seus o sucesso que foi a sala Cine Turismo. Com negócios e abrindo novos mercados”, pontua. “seções de cinema”, filmes / vídeos que foram Estiveram presentes as principais opeproduzidos de diversos destinos turísticos do radoras de Turismo do Chile que vendem Brasil e América do Sul, para que o agente de o Brasil, entre elas: ADS Mundo, All Ways viagens enquanto visita a feira de negócios, Travel Group, Brazil Reps, Expan Tour, Rai consiga dar uma parada de 15 a 20 minutos Trai, Paysandú, Otsi, Panamericana Turismo, e assistir a estas seções e conhecer melhor Turisclub, Unimundo Travel, via Club, e Lead estes atrativos turísticos, qualificando-se e Travel. “Convidamos empresários de hotéis, automaticamente agregando conhecimento. receptivos, destinos e atrativos turísticos do Para Geninho Goes e Jair Pasquini o Brasil a participar e, neste evento que realigrande diferencial da BNT, se comparada a zamos em Santiago, reuoutras feiras, é o fato de nimos as maiores operaser um evento com caracdoras de Turismo do Chile terística própria. “Sempre “O mercado de que querem realizar negóprocuramos oferecer o cios com o Brasil, além melhor para os particieventos no Brasil é é claro da presença dos pantes, sejam agentes, muito amplo, mas agentes de viagens chileoperadores, imprensa ou fazer um evento que nos para conhecer melhor expositores. Um depende o que o Brasil tem para do outro e por esta razão fique tanto tempo oferecer”, disse Pasquini. procuramos tratá-los de no calendário e que Se comparado com a forma igual. Para se ter um alcance resultados edição de 2011, a BNT evento de sucesso, temos positivos a cada Mercosul em 2012, cresque ter público satisfeito, ceu 7,9% em público, o quer seja ele comprador ano, isto é para que de acordo com Geou vendedor”, ressaltam. poucos” ninho Goes se dá pela Outra questão apontada grande preocupação que pelos organizadores é com o evento tem em levar para relação à hospedagem que o expositor o agente de viagens que tenha é oferecida a todos os agentes que participam interesse em realizar negócios e em conhedo evento. “Ao longo dos anos conseguimos cer os produtos ofertados. “Por esta razão, concretizar esta ação, graças a parcerias com nosso crescimento, a cada ano, acontece de empresários de Balneário Camboriú e região, forma gradativa, pois a grande preocupação que acreditam no evento e que sabem da grané a qualidade do profissional que participa de importância em receber estes profissionais do evento e não a quantidade”, afirmou. em seus hotéis e pousadas”, pontuou Goes. Ainda com relação à edição realizada no E como 2013 é véspera da Copa do Mundo, Brasil, o organizador explica que há um fator os organizadores da BNT informam que além limitador quanto ao espaço físico onde o de ações de promoção, o evento também evento é realizado. “O Castelo das Nações já será focado nas cidades sede do Mundial. foi totalmente ocupado este ano com estandes. “Em 2011, durante o evento, realizamos uma O que pudemos fazer foi ‘remodelar’ este coletiva de imprensa com as cidades sede da ambiente, através de uma nova formatação Copa de 2014, onde tivemos a presença de de layout. Para 2013 conseguiremos ocupar o 11 delas. Nossa proposta era já apresentar espaço com 147 estandes, assim teremos 15% as ações de marketing e promoção destas a mais se comparado com 2012. Desta forma cidades aos profissionais de Turismo e tivemos poderemos oferecer mais opções de negócios grande êxito. Então, no ano que vem, estamos aos agentes de viagens levando a eles um planejando ações específicas de marketing maior número de expositores e de diferentes na área da Feira de Negócios”, finalizaram.
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EVENTOS / FEIRAS FESTURIS
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Eduardo Zorzanello
Inovações tecnológicas e mídias sociais: focos do Turismo de Gramado
seu espaço para exposição comercializado. O número é 20% superior se comparado ao mesmo período de 2011. “Dentre os expositores confirmados, 50% estão renovando parceria após participação em edições anteriores”, anuncia Marta Rossi, também diretora do Festuris. Entre os novos destinos internacionais no evento estarão Bahamas, Barbados, Ilhas Seychelles e Suíça. “No setor nacional, fizemos Marta Rossi importantes renovações de parcerias com Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Maranhão. Este ano, também será marcado pelo retorno do Distrito Federal à feira”, aponta Marta. De acordo com Marcus Rossi, o Festival do Turismo de Gramado é, atualmente, o maior evento “business to business” para o turismo na América Latina. “São mais de duas mil marcas frente a frente, com boas oportunidades de crescimento”, ressalta. Este ano, a previsão é crescer entre 8% e 10% em visitação. “Devemos receber Marcus Rossi em torno de 14 mil visitantes”, conta. Entre as inovações deste ano, o também diretor e organizador do festival, Eduardo Leila Melo Zorzanello, destaca o lançamento do Salão de Acessibilidade. Será um espaço para a apresenApesar de ainda não ter uma ação direcionatação de produtos, projetos, empreendimentos da às mídias sociais, os diretores do Festival do e destinos que permitam o desenvolvimento do Turismo de Gramado já planejam campanhas turismo para pessoas portadoras de deficiênpara os agentes de viagens nesses canais. O cias, sejam elas física, motora ou mental. “Em festival tem mais de 1.400 seguidores no participação nas feiras de Turismo na Europa Twitter e mais de sete mil curtições na página percebemos a preocupação do Facebook. “O mundo e a importância desse segestá mais conectado. As mento. Esse potencial ainpessoas saem de casa com “É preciso da precisa ser explorado no a bagagem pronta. É essa Brasil”, explica Zorzanello, conectividade que permite preparação para mencionando que somenrapidez para se planejar dar uma resposta te no país há 45 milhões uma viagem”, afirma Marrápida como o de pessoas portadoras de cus Rossi, diretor do Fesnecessidades especiais. turis. Por isso, o setor de cliente quer” Ele salienta que, emboTurismo como um todo, ra a acessibilidade esteja segundo ele, deve caminhar mais relacionada à adapna mesma velocidade que tação de hotéis, pousadas e a instalação de o público. “É preciso preparação para dar uma equipamentos para o alcance desse público, resposta rápida como o cliente quer”, acrescenta. essas iniciativas para se possibilitar uma moPor meio das mídias sociais, o Festuris bilidade mais fácil também acabam por contrienvia mala direta, newsletters e dados à buir para os turistas dos segmentos de melhor imprensa. Rossi admite que as redes sociais idade, além das crianças. “Enquanto a popunão esperam e que um minuto pode ser lação idosa está crescendo, as crianças necessuficiente para que alguém passe à frente sitam de espaços adequados para usar”, frisa. com as informações. “Dentro desse ciclo, o Em tecnologia, o Festuris também traz muagente de viagem precisa se atualizar e se danças. A feira ganha um aplicativo interativo utilizar dos resultados financeiros gerados por e exclusivo e fornece a utilização de QR Code essa conectividade”, diz. Todas as novidades em todos os estandes. “Tanto expositores, da edição do Festuris 2012, que ocorre nos imprensa e participantes no geral terão à dias 23 e 24 de novembro, em Gramado, disposição informações pontuais e saberão a também estarão nesses meios. No final de localização exata das áreas”, adianta Marcus agosto, o festival já somava mais de 80% de
Rossi. O aplicativo poderá ser baixado gratuitamente pelo iPhone e iPad e está em fase de desenvolvimento. Por esse canal, a ideia é proporcionar ao participante a sensação de que carrega a feira no seu bolso. O aplicativo terá o mapa interativo do festival – o usuário localiza os estandes dos expositores, a sala de imprensa e até mesmo as coletivas -, os horários de workshops e congressos. Ele também servirá como uma agenda. Através de notificações, o usuário será lembrado minutos antes de determinada ação ocorrer.
Fusões e alianças, novas estratégias de gestão Atenta à crescente preocupação do mercado brasileiro com as fusões que atingem o setor de Turismo, o Festuris definiu como tema principal de seu congresso: “As fusões, alianças e rede – uma nova estratégia de gestão”. “É essencial essa discussão em torno de medidas cada vez mais frequentes no segmento. As empresas decidem se aglutinar, ou abrir ações no mercado, ou estão em busca de facilidades no setor. Essas mudanças exigem um novo pensar”, declara Marta Rossi. A diretora cita os casos constantes de fusões entre companhias aéreas. “Ainda não foi possível avaliar suas consequências”, completa. Além das fusões, o congresso, que acontece na parte da manhã, simultaneamente ao espaço de exposição, também focará na acessibilidade e nas novas tecnologias. Também estão previstos os painéis “O impacto das novas tecnologias sobre a indústria turística” e “Acessibilidade no Turismo – um mercado de 45 milhões no Brasil”. Estão programados ainda os seminários “Gestão no Turismo: um novo mercado, uma nova trajetória” e “Estratégias de encantamento para conquistar clientes”. O encerramento ficará a cargo do painel-show “Uma viagem às cegas – perspectivas de um deficiente”, com o humorista Geraldo Magela, o Ceguinho.
EVENTOS / FEIRAS PROMOVE EVENTOS
Maria Silvia de Moraes
Mídias sociais estimulam divulgação de feiras de Turismo
e Paraguai disponibilizaram seus produtos e nacionais também cresceu. Argentina e Israel pacotes, estimulando o intercâmbio turístico foram os países destaques este ano. Cerca de entre o Brasil e a América do Sul. A feira Os preparativos para as feiras de Turismo 450 empresas, entre hotelaria, companhias ganhou, inclusive, uma área internacional. organizadas pela Promove Eventos Especiais aéreas, operadoras de viagens e fornecedores Este ano, o Centro-Oeste Tur gerou R$ 12 podem ser acompanhados pelas mídias sociais. da cadeia produtiva do Turismo nacional e milhões em negócios a médio e longo prazos, A empresa é responsável pela montagem das internacional apresentaram seus serviços. correspondendo a um aumento de 10% em duas edições anuais do Centro-Oeste Tur – Também foram divulgadas as últimas tenrelação ao ano anterior. Salão de Negócios Turístidências sobre ecoturismo Para o segundo semestre de 2013, a cos e do evento Minas Tur, e turismo de aventura. previsão de negócios é alta também. Com que em 2013 alcança seu Em abril, no dia 18, a a estabilidade da economia brasileira, a oitavo ano. “O mundo atual 24ª edição do Centro“O mundo atual quantidade movimentada deve, pelo menos, não vive sem conectividade -Oeste Tur acontecerá no não vive sem manter os R$ 10 milhões de novos negócios e a mídia social é uma maCentro de Convenções de conectividade e a gerados este ano. No Centro de Convenções neira eficaz de se ter inforGoiânia. “Depois de três Ulysses Guimarães, em Brasília, a 25ª edição mações atualizadas online anos, o evento volta a ser mídia social é uma do Centro-Oeste Tur também já tem data diariamente”, destaca Maria realizado nesse local. O maneira eficaz de marcada. No dia 29 de agosto, a organizaSilvia Moraes, diretora da centro foi privatizado e se ter informações dora pretende ultrapassar a marca de 1.000 Promove Eventos. Para muitas melhorias estruagentes de viagens participantes e confirmar o setor de Turismo, em turais foram feitas. Diante atualizadas online” a presença de mais de 15 Estados e cidades especial, esses canais condisso, decidimos retornar”, turísticas como Paraíba, Rio de Janeiro, Mato tribuem para a promoção explica Maria Silvia. A partir Grosso do Sul e Santa Catarina. A Promove de seus produtos. Além de de 2013, o Centro-Oeste pretende ainda continuar com o projeto um site institucional - www. Tur de Goiânia terá uma de capacitação implantado este ano. Pela feiraspromove.com, a Promove mantém uma área total de 2.200 metros quadrados para a primeira vez, a empresa firmou uma parceria página no Facebook (www.facebook.com.br/feiapresentação de roteiros e pacotes de viagens para capacitar profissionais do setor simulraspromove) e um Twitter (@promove_eventos). para as temporadas de verão e inverno no taneamente à feira de Brasília. “O Brasil vive A comercialização dos espaços para as mundo. De acordo com ela, os brasileiros já um momento apropriado para a união e ter três feiras em 2013 já começaram. “Iniciamos incluem a viagem como prioridade em sua parceiros é fundamental as vendas com, pelo menos, 30% da área cesta de consumo e aprenpara se criar novos netotal do evento pré-reservado. Esse espaço deram a se programar angócios. Quem ganha no é garantido aos expositores mais antigos”, tecipadamente para viajar. “O Brasil vive final é o agente de viagem”. argumenta. A primeira está confirmada para “Os agentes têm a chance A Visual Turismo mio dia 6 de março. O 8º Minas Tur acontece de conhecer as melhores um momento nistrou palestras sobre no Galopeira Espaço Multiuso em Belo Hoe mais novas opções de apropriado para a métodos de vendas, Turizonte, e pretende receber 1.300 visitantes. roteiros e oferecer sempre união e ter parceiros rismo religioso e cruzeiros. Este ano, os números surpreenderam. A feira a melhor alternativa para Cerca de 80 profissionais recebeu, ao todo, 1.234 agentes de viagens. seu cliente”, acrescenta. é fundamental do setor assistiram aos No ano anterior, esse índice havia ficado em A perspectiva, segundo a para se criar novos seminários. “Tivemos mui1.060 agentes. A presença de empresas interdiretora, é reunir em torno negócios. Quem to sucesso com essa inide 1.200 agentes de viaciativa. Agora, queremos gens das regiões de Goiganha no final é o replicar esse modelo para ás, Distrito Federal, Mato agente de viagem” 2013. Já temos outras Grosso, Mato Grosso do Confira a agenda operadoras interessadas Sul, Triângulo Mineiro, em realizar algo similiar. Tocantins e Espírito Sandos próximos A capacitação é uma ferramenta muito to. “Para algumas localidades oferecemos eventos da Promove importante para auxiliar no preparo dos transporte aéreo e para outras, especialmente agentes. Eles têm mais condições de enno interior de Goiás, temos caravanas rodoviÆ 8º Minas Tur frentar as mudanças do mercado”, declara árias”, ressalta. A feira deve reunir entre 180 Data: 6 de março Maria Silvia Moraes. Até o final deste ano, e 300 expositores. A diretora busca ainda Local: Belo Horizonte a diretora espera estar com 80% dos esaumentar mais a participação de fornecepaços comercializados para as três feiras. dores internacionais. Em 2012, das quase Æ 24º Centro-Oeste Tur As inscrições serão abertas em breve e 400 empresas expositoras presentes, mais Data: 14 de abril estarão disponíveis no site da Promove. de 30 companhias eram da Argentina, Chile Local: Goiânia Leila Melo
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Æ 25º Centro-Oeste Tur Data: 29 de agosto Local: Brasília
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EVENTOS / FEIRAS WTM LONDON
Fiona Jeffery
Olimpíadas podem aumentar interesse dos turistas internacionais pelo Brasil
Natália Strucchi Os órgãos responsáveis pela promoção turística do Brasil e do Reino Unido vão trocar experiências como sedes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A parceria foi decidida, no início deste mês de outubro, entre a Embratur e o Visit Britain. Uma das iniciativas da nova parceria é a realização de um evento para que o VisitBritain apresente seus principais aprendizados com a realização dos Jogos Olímpicos. O fato é que o evento esportivo realizado em Londres já deixa um legado visível para o país. “Este megaevento esportivo revelou o Reino Unido ao mundo”, define Fiona Jeffery, chairman da World Travel Market (WTM), feira de Turismo realizada anualmente em Londres,
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Surgem novas potências no Turismo mundial Na opinião de Fiona Jeffery, o ano de 2012 terminará marcado pela recuperação das principais economias mundiais e pelo surgimento de novos atores globais no que tange ao Turismo. “Destinos tradicionais ainda estão se recuperando da crise financeira global. Por conta disso, temos visto uma mudança de turistas internacionais. O foco deixa de ser europeus e norte-americanos, passando para visitantes dos países emergentes do BRICs: Brasil, Rússia, Índia e China”, exemplifica. A executiva menciona que a campanha intitulada de GREAT, do VisitBritain, está focando principalmente os altos gastos de turistas chineses. Os números desmonstram que esses visitantes possuem um gasto médio no Reino Unido de £ 1.677, em comparação com o gasto médio por visita de todos os demais países que é de £ 563. “Esses mercados são as novas superpotências do Turismo”, define. Durante a WTM 2012, por exemplo, a China terá um papel de destaque em duas sessões que falarão sobre o potencial desse mercado. Em 2011, mais de 70 milhões de turistas chineses viajaram para o exterior, número que poderá crescer em mais 10 milhões só este ano.
e da qual o M&E é media partner. Segundo ela, o governo britânico está certo em utilizar essa exposição para atrair mais visitantes dos mercados doméstico e internacional, explorando os atrativos turísticos. Depois de Londres, é hora das atenções se voltarem para o Rio de Janeiro. Fionna acredita que a capital fluminense, e o Brasil como todo, devem aproveitar a oportunidade ao máximo. “Tivemos grande êxito e isso foi reflexo da forma como as pessoas por trás dos Jogos Olímpicos agiram. O Rio precisa replicar esse padrão e trabalhar em conjunto. Isto poderá ser sentido através das trasmissões internacionais de TV e vai tornar não só a cidade do Rio, mas também o Brasil, lugares desejados por visitantes de todo o mundo”, prevê. De acordo com dados do World Travel and Tourism Council (WTTC), a indústria de Viagens & Turismo deve contribuir diretamente com £ 35,6 bilhões e quase 950 mil postos de trabalho para a economia britânica em 2012. De forma indireta, os números aumentam para mais de £ 100 bilhões na economia e 2,3 milhões de
empregos - ou um em cada 13 postos de trabalho. “Esses números mostram como o Turismo é importante para a economia do Reino Unido e demonstram porque o governo está expandindo sua grande campanha de marketing”, avalia. Já a Embratur estima que 380 mil turistas visitarão o Brasil durante o período das Olimpíadas. A previsão para o ano de 2016 é que 7,9 milhões de turistas entrem no Brasil. Segundo o Estudo de Impactos Socioeconômicos Potenciais da Realização dos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro em 2016, desenvolvido pela FIA (Fundação Instituto de Administração) para o Ministério dos Esportes, o investimento previsto de US$ 14,4 bilhões, vai provocar uma movimentação econômica de US$ 51,1 bilhões no Brasil. A previsão é que sejam gerados, em média, 120 mil empregos anuais durante as fases de preparação e realização dos jogos. O estudo também revela a expectativa de impacto de US$ 11 bilhões no PIB entre 2009 a 2016, e de US$ 13,5 bilhões entre 2017 a 2027.
WTM 2012 espera superar números da última edição A WTM 2012 acontece de 5 a 8 de novembro, no Excel London. Este é considerado o maior evento da indústria do Turismo em termos de negócios. Somente na edição de 2011 foram fechados £ 1.653 milhão em acordos, 16% a mais do que no ano anterior. A tendência é que esse número cresça em 2012. “Neste ano criamos uma sessão extra, no último dia do evento, para ajudar a impulsionar os negócios após a feira. Além disso, teremos um piso extra, onde a Índia vai expor todos os seus atrativos”, revela Fiona. Em setembro, a WTM lançou um novo canal de TV na web chamado Decision Makers TV (www.decisionmakers.tv). Ele reúne os mais influentes da indústria de Turismo, com uma série exclusiva de entrevistas em vídeo. A cada semana, o canal traz novas entrevistas sobre questões-chave da indústria.
Fusões e mídias sociais: cada vez mais presentes O processo de fusão que ultimamente vem marcando o setor do Turismo mundial é visto com preocupação por Fiona Jeffery. O motivo? Seu impacto para o consumidor não é claro. “A consolidação do mercado com organizações que se fundem ou a criação de alianças estratégicas é algo que se acelerou com a crise financeira global. Infelizmente, isso pode levar a perdas de emprego e tem o potencial de reduzir a escolha do consumidor. Isso pode acarretar ainda o aumento dos preços devido à posição de organizações maiores no mercado. No entanto, poderia igualmente levar à reduções de preços devido às escalas econômicas e à ampliação do poder dessas empresas”, ressalta. Já a utilização de mídias sociais no setor é
vista com bons olhos. “A indústria de viagens e Turismo realmente abraçou a mídia social, por isso existem alguns bons exemplos de inovação em todo o setor. A KLM, por exemplo, opera um centro de mídia social inovadora no atendimento ao cliente. Ela permite, inclusive, que eles escolham quem eles querem ao seu lado no avião, com base em perfis de outros clientes que utilizam sua mídia social”, cita Fiona. Ela ressalta que uma série de empresas está usando as mídias sociais como uma forma única de oferecer promoções para os consumidores. “Essas ferramentas ainda tornam o processo mais fácil, através, entre outras coisas, do check-in via internet”, conclui.
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EVENTOS / FEIRAS ICCA
Arnaldo Nardone
Todos os eventos ratificados pelo padrão ICCA mantêm uma forte estratégia em mídia O universo dos eventos e congressos está social. A organização desenvolveu uma política totalmente envolvido com as mídias sociais, em mídias sociais integrada ao campo das que têm sido muito utilizadas, segundo Arrelações públicas. “Gerenciamos nossos próprios naldo Nardone, presidente da International grupos fechados através do Linkedin e também Congress and Convention administramos grupos aberAssociation (ICCA), como tos no Facebook e Twitter, ferramentas de marketing reunindo membros e impara atrair mais participortantes líderes da indús“Após a realização pantes, promover um grau tria de eventos”, comenta, de um congresso maior de interação entre lembrando que o uso das ou convenção, eles e disseminar conteúdo mídias sociais significa “deie informações de interesse xar ir”, proporcionando mais as mídias sociais para comunidades fora do poder para que a sociedade têm condições de local do evento. “Após a conduza a conversa. “Não manter o interesse realização de um congresso é mais um processo de ou convenção, as mídias cima para baixo. Ele se dos participantes no sociais têm condições de torna mais democrático. E tema do evento e manter o interesse dos para ser bem sucedido, é incentivá-los participantes no tema do preciso a compreensão de a acompanhar evento e incentivá-los a como essas mídias funcioacompanhar ações futunam na prática e os perigos ações futuras” ras”, argumenta Nardone. que podem existir”, ressalta. Para ele, as mídias sociais A estratégia da ICCA são instrumentos impornas mídias sociais inclui tantes para se monitorar a eficácia da comupreparo em gestão de risco e planejamento nicação feita em eventos. “A mídia social vem de cenários. “Dessa forma, saberemos como se transformando em um componente vital reagir se as conversas caminharem para um para qualquer organizador de evento”, avalia. tom negativo ou mesmo se algo inesperado acontecer durante um evento ICCA”, acrescenta. O dirigente entende como essencial Veja os 20 destinos melhores aos organizadores e empresários de eventos posicionados no ranking da ICCA em 2011 e aos profissionais de marketing de destinos Ranking mundial ICCA 2011: Número de eventos por país a formatação de políticas próprias em mídia Ranking País Eventos 2011 social. Os benefícios vão desde o fomento da 1 Estados Unidos 759 comunicação com público interno e externo a um custo menor como a possibilidade de 2 Alemanha 577 engajamento de novos integrantes. 3 Espanha 463 Esse investimento em mídia social tem con4 Reino Unido 434 tribuído para a ICCA registrar mais um ano de 5 França 428 bons resultados. Desde 2008, a entidade tem crescido sua participação em todas as regiões 6 Itália 363 do mundo, aumentando o volume de dados 7 Brasil 304 compilados e os benefícios para os membros 8 China 302 ICCA. “Incrementamos nossos orçamentos 9 Holanda 291 regionais e em 2012 abrimos escritórios de 10 Áustria 267 representação na África e Oriente Médio”, constata Nardone. Essas bases foram instaladas 11 Canadá 255 em Joanesburgo e Dubai, respectivamente, e 12 Suíça 240 visa complementar as atividades em Ams13 Japão 233 terdã, Kuala Lumpur (Malásia), Montevidéu 14 Portugal 228 e Estados Unidos. Embora os participantes 15 Coréia do Sul 207 de um evento sejam turistas na medida em que consumem produtos turísticos (hotéis e 16 Austrália 204 passagens aéreas), suas motivações e o im17 Suécia 195 pacto econômico que geram são totalmente 18 Argentina 186 diferentes de um visitante comum. 19 México 179 “Quando dois turistas almoçam e gastam US$20, eles simplesmente deixam para o 20 Polônia 175
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Leila Melo
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Mídias sociais contribuem para gestão de eventos internacionais destino esse valor. Quando dois executivos se reúnem em um almoço também gastando US$ 20, o resultado pode contribuir para um impacto econômico muito maior. Normalmente, a discussão gira em torno de assuntos como grandes investimentos em negócios ou o desenvolvimento de profissionais altamente qualificados. Por isso digo que os eventos e congressos não devem ser vistos como um sub setor da economia de Turismo, mas como um motor para a economia do conhecimento”, explica Nardone. Confira a participação das cidades brasileiras em eventos internacionais no ano passado Ranking ICCA 2011 América Latina e América do Norte: Número de eventos por cidades Ranking
Cidades
Eventos 2011
1
Buenos Aires
94
2
Rio de Janeiro
69
3
São Paulo
60
4
Vancouver
55
5
Cidade do México
51
Washington
51 50
7
Montreal
8
Santiago do Chile
49
9
Bogotá
44
Boston
44
Lima
44
Toronto
44
13
Cartagena
36
14
Nova York
32
São Francisco
32
16
Cidade do Panamá
31
San Diego
31
18
Assunção
30
19
Cancun
29
20
Chicago
28
Outras cidades brasileiras no ranking
--
28
Salvador
17
38
Brasília
13
45
Porto Alegre
12
52
Recife
10
54
Curitiba
9
61
Foz do Iguaçu
8
Ouro Preto
8
Campinas
7
Porto de Galinhas
7
Belo Horizonte
6
Natal
6
Armação dos Búzios
5
Fortaleza
5
68
77
86
Para crescer, Brasil deve investir em competitividade Mais do que subir posições no ranking da ICCA, o Brasil deve ter um olhar mais crítico para sua situação no segmento de eventos e congressos. O país, de acordo com o presidente, tem elevado sua participação em congressos e eventos corporativos nacionais e internacionais, apresenta uma grande vitalidade das associações que atuam no mercado doméstico, e tem crescido sua influência em âmbito intergovernamental, sendo o principal líder no BRIC. “Acredito que o Brasil vem melhorando suas estatísticas não apenas nos eventos credenciados pela ICCA, ou seja, que devem atender certas especificações como caráter itinerante e grande volume de participantes internacionais, mas em outros setores do turismo. Tenho certeza de que esse quadro seria bem mais positivo”, esclarece. Em 2011, o Brasil subiu duas posições no ranking da ICCA. Do nono lugar, o país foi para a sétima colocação. É o único na América Latina entre os dez países melhores colocados. O Brasil recebeu 304 eventos internacionais, que corresponde a um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Desde 2003 o número de eventos internacionais captados pelo país cresceu 390% e o índice de cidades brasileiras integrantes passou de 48 para 57. “É inevitável esse processo. O Brasil é um país grande em
muitos aspectos e as empresas globais começaram a explorar negócios fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo diante do desenvolvimento de infraestrutura em aeroportos, centros de convenções e hotéis em outras cidades”, reforça Nardone. Grandes economias como os Estados Unidos e Alemanha reúnem inúmeras cidades no ranking de eventos internacionais e o Brasil, segundo o dirigente, está simplesmente refletindo essa tendência mundial. A ICCA entende como válido, inclusive, o programa de apoio à captação de eventos elaborado pela Embratur e que disponibiliza R$ 3,8 milhões para a captação de eventos internacionais. “Essa iniciativa tem boa chance de sucesso, embora entenda que para esse tipo de projeto é necessário um período maior para se desenvolver. Da captação à realização efetiva de um evento pode-se levar uma média de seis anos”, frisa. Para 2013, Nardone prevê que o nível de competição entre os destinos irá aumentar. Para o Brasil seguir competitivo, o país necessita reinvestir em infraestrutura e marketing, trabalhar forte para construir relacionamentos com os líderes dos segmentos médicos, empresariais e acadêmicos e incentivá-los a realizar seus congressos no Brasil. “Também é preciso ficar atento ao que acontece no mercado de eventos internacionais”, aponta. Mesmo com
a aproximação da Copa do Mundo, o Brasil não pode correr o risco de se seduzir pelo ‘sex appeal’ dos eventos esportivos e esquecer de investir nos congressos de Medicina, ciência e comércio. “Os destinos, de maneira geral, devem começar a premiar os destaques nesses segmentos e ligados aos eventos esportivos. Seria uma forma de chamar a atenção para novas oportunidades de conhecimento”, garante. Em infraestrutura para eventos, o Brasil vem melhorando a exemplo do que também tem acontecido no Peru, Chile e Colômbia. O Uruguai, terra natal de Arnaldo Nardone, tornou-se bem sucedido em atrair grandes eventos. “Não é necessário ter o apelo turístico de uma cidade como o Rio de Janeiro para avançar neste negócio. Em última análise, o sucesso de eventos corporativos está estritamente ligado ao sucesso econômico de um destino. E a infraestrutura tende a ser constituída como parte da estratégia nacional de crescimento em eventos”, detalha, mencionando, no entanto, que gostaria de ver mais governos nas Américas realmente dispostos a entender o papel que os congressos internacionais desempenham para o desenvolvimento econômico de um local. “Esses governos não devem ver isso apenas como uma parte do setor turístico. Isso iria acelerar os investimentos em mais lugares”, complementa.
FIT BUENOS AIRES
Brasil e Argentina: relação de parceria Enrique Pepino
Luiz Marcos Fernandes
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ficar à parte deste processo”, alerta. Outra tendência que pode ser constatada num mercado cada vez mais competitivo diz respeito a alianças, fusões e parcerias que têm ocorrido tanto na aviação como com as operadoras. “É natural que cada vez mais o mercado busque alternativas. Veja o caso da Latam. É um processo natural onde pudemos assistir a fusão de duas grandes companhias aéreas que decidiram unir forças para poderem ter um leque de atuação maior, reduzir custos e, ao mesmo tempo, se tornarem mais competitivas”, avalia. Mesmo diante da crise econômica mundial, Pepino acredita numa recuperação gradual do mercado. “Toda situação que prejudique o Turismo terá incidência sobre uma feira do setor, mas estamos obtendo bons resultados com a FIT. Continuamos bastante otimistas com a quantidade de visitantes, já que todas as feiras que se realizaram em Buenos Aires tiveram o mesmo ou maior número de participantes”, informou o executivo. A decisão de manter as rodadas de negócios, segundo ele, é uma clara demonstração de que o mercado encontrará sempre alternativas para reduzir custos e aumentar seus ganhos. “O foco comercial é uma das atrações na FIT, que agora também a Feira das Américas decidiu adotar. É uma oportunidade única para realização de negócios e troca de experiências”, finaliza.
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Na edição deste ano da Feira Internacional de Turismo da América Latina, que acontece na primeira semana de novembro, em Buenos Aires, o Brasil será o país convidado. Enrique Pepino, secretário-executivo da FIT, disse que isso é a comprovação da importância deste mercado para o Turismo argentino. “Não foi por acaso que escolhemos o Brasil como país convidado e dedicamos um espaço de cinco mil metros quadrados para que os brasileiros possam mostrar toda sua diversidade de atrativos”, destaca ele. Segundo Pepino, as relações entre os dois países sempre foram marcadas pela parceria e devem continuar assim, principalmente no setor turístico. “Seja pela localização geográfica, ou mesmo pelos atrativos que cada país oferece, Brasil e Argentina têm uma história de parceria e que se torna ainda mais importante quando se fala no Turismo regional. A América do Sul é um mercado emergente capaz de atrair as atenções do mundo e os dois países ocupam a liderança desse mercado”, destaca. Para Pepino, nem mesmo a posição política de cada governo deve interferir nas ações de
promoção. “Recentemente o governo argentino adotou medidas referentes à restrição cambial mas isso não impede o fluxo entre os dois países”, garante. O dirigente lembra que a própria Argentina pode se beneficiar dos megaeventos esportivos que o Brasil vai sediar. “Pela localização geográfica isso é perfeitamente possível, já que os turistas europeus e de outros continentes podem fazer programas conjugados visitando Brasil e Argentina e aproveitando para desfrutar do melhor que ambos têm a oferecer”, calcula. Em relação à FIT, Pepino lembra que a feira vem crescendo ano a ano, com taxas de 2% a 3%, mas sempre focada nos negócios. “Essa é uma fórmula que tem dado certo e não vejo porque mudá-la. Ao longo de anos a FIT se tornou um evento de referência mundial e um marco na América Latina”, pondera. Redes sociais como Twitter e Facebook são os novos meios de comunicação utilizados pela FIT, principalmente no que diz respeito ao público final, para promoção do evento. Para ele, essas ferramentas não podem ser desprezadas tanto pelos organizadores de eventos como os próprios agentes de viagens. “Numa realidade cada vez mais competitiva, é fundamental utilizá-las como forma de comunicação com o público que se quer alcançar. Cada vez mais cresce o número de usuários e a indústria do Turismo não pode
EVENTOS / FEIRAS BTL
Fátima Vila Maior
Feira de Portugal completa 25 anos com novidades
de cidades como o Rio de Janeiro um destino preferencial. “Uma vez mais reforçamos que A Bolsa de Turismo de Lisboa é um espao Brasil é um dos nossos grandes parceiros ço de negócios por excelência, que este ano e mercados prioritários, já que, pela nossa comemora 25 anos de existência, o que lhe proximidade cultural e idiomática, Portugal é a confere mais prestígio, mas também maior porta de entrada na Europa, o que, sem dúvida responsabilidade. Por ser um evento que poderá potencializar novas oportunidades e reúne profissionais de Turismo de toda a sinergias para ambos”, afirmou a diretora. Europa e público em geral é um laboratóOutro exemplo de busca de sinergias é rio no qual se identifica o Clube BTL, canal pohábitos, comportamentencializador de novos tos e necessidades, asnegócios e criação de di“Ano que vem a sim como novos canais namismo entre parceiros. aposta será forte de distribuição. “Ano que Este clube de negócios vem a aposta será forte foi criado em 2011, com nos segmentos no Turismo de incentia finalidade de alavancar de incentivos, vos e congressos, Turismo novas oportunidades para congressos, religioso religioso e golfe, e espediscutir e realizar negócios, ramos a visita de operacompartilhar experiências, e golfe. Esperamos a dores turísticos europeus potencializar novas ferravisita de operadores especializados nestes mentas de trabalho, exturísticos europeus segmentos. Acreditamos plorar novos mercados e que, em especial os dois captar novos clientes. “É especializados primeiros, serão bastante reservado a expositores de nestes setores” interessantes para a oferta todos os setores, visitantes, brasileira, no sentido de profissionais do Turismo potenciar ainda mais o com influência direta sonegócio na BTL”, disse a bre a compra ou poder de diretora de área da feira, Fátima Vila Maior. compra. Operadores de Turismo, agentes de Também com relação a incentivos, os viagens, organizadores de congressos e eventos, operadores turísticos europeus convidados organizadores de programas de incentivos e encontrarão o Brasil como um destino de negócios, operadores on line e imprensa estão pluralidade de ambientes e ofertas. Além de aptos ao Clube BTL que têm acesso gratuito oportunidades com os grandes eventos, a Copa a todos os dias de feira, acesso ao lounge das Confederações, em 2013, o Mundial em meetings BTL. Outras vantagens garantidas 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, farão são os descontos em hotéis, viagens e ativiRafael Massadar
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Centro de Portugal é o destino convidado da BTL em 2013 A região do Centro de Portugal é o destino convidado para a próxima edição da BTL e vai alicerçar sua presença com três referenciais: criatividade, sustentabilidade e diversidade. “A exemplo de anos anteriores, vai apresentar um estande que se diferencia dos tradicionais, mas que atende à identidade do Turismo e do Centro de Portugal”, informa Fátima Vila Maior. O programa baseia-se em mostras de patrimônio cultural e musical, a gastronomia e os vinhos regionais. Vão estar presentes as quatro grandes submarcas do Centro de Portugal: Coimbra, Ria de Aveiro, Dão-Lafões e Castelo Branco. “O
Turismo Centro de Portugal está mobilizando todo o trade regional, no sentido de criar dentro do estande a maior micro bolsa de negócios, com uma representação territorialmente diversa e que acolha todas as ofertas turísticas - de hotéis a empresas de animação”, afirmou a diretora. Segundo os responsáveis pelo TCP o estande será um dos mais animados da BTL e um dos mais visitados, no qual se pretende dinamizar o negócio com o apoio da equipe da BTL responsável pelo programa hosted buyers. A mensagem central desta região será: “O Centro é destino, é Turismo, é animação é experiência e é negócio”.
dades de lazer”, explicou Fátima Vila Maior. Para a diretora, a BTL é um ponto de encontro do setor, e uma verdadeira festa do Turismo com Língua Portuguesa. Como principal meta para 2013 é aumentar o número de hosted buyers, o objetivo é 500, e novos mercados serão considerados. “Os resultados de 2012 comprovam que a BTL continua a ser um espaço de preferência, onde, no ano passado, estiveram presentes mais de 65 mil visitantes, mais de 990 expositores e mais de 45 destinos. A última edição contou com a presença de mais de 2.200 profissionais estrangeiros, agendaram-se mais de 2.400 reuniões, e estiveram presentes 398 compradores convidados, oriundos de 28 países”, enumerou. A executiva também ressaltou que o programa de hosted buyers é sempre especial, e sobretudo criado à medida do destino estrangeiro convidado, como o Brasil em 2012 e que usufrui sempre de uma programação top. Na última edição, todos os compradores convidados pela BTL foram transportados pela Tap. “No que diz respeito ao Brasil, a Embratur tem apostado forte e contamos que continue assim. Pretendemos também que o Brasil usufrua o máximo da sua presença neste certame, e que aproveite Lisboa, enquanto porta da Europa, para vender o destino Brasil aos operadores europeus”, citou completando que: “Uma certeza que temos é que é em Lisboa que se junta o trade brasileiro, com a maior oferta do destino Brasil, como tal cremos que tanto para o Brasil como para Portugal é importante estarem presentes”, observou.
Língua portuguesa em evidência na feira Na edição de 2013 da BTL serão seguidas linhas de desenvolvimento estratégico iniciadas em 2012, como a mostra da oferta turística, e o falar português para a Europa, através da aposta no Brasil enquanto destino dinamizador, tanto na vertente de incoming, como de outgoing. “Além do Brasil, enquanto representante da Língua Portuguesa, na próxima edição vamos contar também com o espaço Cabo Verde, um país que está totalmente direcionado para o Turismo. Este também será um ano de aproximação com destino Moçambique”, concluiu Fátima Vila Maior.
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EXTERIOR BRAND USA
Luiz Moura
Visa Waiver: Brasil deve ganhar isenção de visto até 2014
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Natália Strucchi Falta pouco para que o Brasil entre para o grupo de países integrantes do Visa Waiver. A isenção do visto para entrar nos Estados Unidos deve passar a vigorar até 2014. É o que prevê o diretor para América Latina da Brand USA, Luiz Moura. “Isso não acontece do dia para noite. Existe todo um processo e os passos que estão sendo dados seguem nesse sentido. Oficialmente, já existe um grupo para trabalhar esse item entre os dois países e, ocorrendo tudo certo, em até 18 meses, o Brasil fará parte do Visa Waiver”, espera Luiz. Foi por este processo que passaram os países já integrantes do grupo – 37 ao todo -, como Grécia, Colômbia e República Tcheca, por exemplo. “A isenção vai valer para viagens de turismo e negócios. Outros viajantes continuarão com a obrigação de obter os vistos”, salienta o dirigente. Uma vez valendo, a estimativa do governo americano é que o número de visitantes oriundos do Brasil dobre num período de dois anos. “Analisando o histórico dos países que possuem o Visa Waiver, percebemos que eles cresceram como emissores. O número de turistas desses locais dobrou num prazo de dois anos. No Brasil, creio que esse crescimento virá até mais rápido”, supõe. E a justificativa é simples: “Muitas pessoas desistem de ir para os Estados Unidos porque têm dificuldades de deslocamento para tirar o visto. O Brasil é um país de proporções continentais e não possui consulados em todas as regiões. A pessoas então têm que fazer uma primeira viagem interna só para conseguir obter o visto, o que desestimula. Sem essa necessidade, o boom será grande”, imagina. Em 2011, os Estados Unidos receberam 1.509 milhão de turistas brasileiros, o que equivale a um acréscimo de 18% em comparação a 2010. Para 2012 espera-se alcançar a marca de 1.750 milhão. “Não ficaremos na frente da Alemanha por muito pouco. Mas vamos aumentar nosso distanciamento em relação à França. No ano passado superamos a França por apenas por cinco mil visitantes. Com certeza, mantendo esse crescimento, passamos a Alemanha em 2013”, confirma Luiz Moura. Os visitantes do Brasil gastaram cerca de US$ 7 bilhões nos Estados Unidos em 2011, ou seja, 16% a mais que em 2010. Os brasileiros em viagem aos Estados Unidos são compostos principalmente pelas classes A e B. Eles buscam shoppings, viagens, parques temáticos e entretenimento. Existe um outro grupo que faz intercâmbio, focado em diversos tipos de cursos e highschool. Além disso, as viagens de negócios também vêm crescendo.
VISITAÇÃO (CHEGADAS DE BRASILEIROS NOS ESTADOS UNIDOS)
FONTE DE PLANEJAMENTO DA VIAGEM DE BRASILEIROS
OBJETIVO PRINCIPAL DA VIAGEM DE BRASILEIROS
GASTOS DE BRASILEIROS
Pow Wow lança novo site A próxima edição do Pow Wow, que acontece entre os dias 8 a 12 de junho de 2013, em Las Vegas, já começa com novidades. O site oficial mudou para www.ipw.com, com uma nova linguagem e visual mais moderno e dinâmico. As inscrições já estão abertas. Na página da internet já é possível ver a programação completa do evento. “Vamos convidar todos os que participaram em 2012 e em outras edições. Será um excelente evento novamente”, garante Luiz Moura. São esperados mais de 1.100 expositores e um público superior a cinco mil pessoas, incluindo buyers norte-americanos e internacionais, além de jornalistas de todo o mundo. No último ano, em Los Angeles, adelegação brasileira no Pow Wow cresceu 30% em relação a 2010, alcançando 140 participantes.
Brand USA: primeira ação de marketing de Turismo dos Estados Unidos Em abril deste ano foi lançada oficialmente a Brand USA, parceria público-privada responsável pela primeira ação de marketing de turismo dos Estados Unidos. A campanha da Brand USA usa a música como forma de atingir todos os países e diferentes culturas. O hit “Land of Dreams” é cantado por Rosanne Cash e tem a participação de músicos de diferentes lugares, incluindo o Brasil, com a cantora Bebel Gilberto. O processo será feito em etapas e vai priorizar os países estratégicos. Os três países que começarem a receber os spots foram Reino Unido, Japão e Canadá, com investimentos de US$12,3 milhões. “Esse era um antigo pleito do setor privado americano, que em décadas veio trabalhando nesse sentido. A US Travel, durante muito tempo, pediu à Administração Federal e ao Legislativo que criassem uma agência federal
de turismo. A idéia era, obviamente, divulgar o destino EUA no mundo e não depender somente dos Conventions e Visitors Bureaux estaduais e municipais, que já vêm fazendo esse trabalho há muito tempo, juntamente com produtos como parques, hotéis e companhias aéreas”, comenta Luiz Moura. Para ele, a criação da Brand USA veio no momento certo. “Eles acreditam que vão conseguir resgatar parte do market share que foi perdido nos últimos 20 anos. Na década de 90 os Estados Unidos tinha 17% do market share mundial e, em 2011, teve pouco mais de 12% do market share mudial, ou seja, perdeu quase 6%. Com a nova campanha, acreditamos que essa perda será revertida”, revela. Brasil, Coréia e Alemanha recebem a segunda fase da campanha. “O percentual investido é proporcional ao número de visitantes.
Os três principais mercados receberam mais. Essa segunda fase deve ter um investimento em torno US$ 6 milhões”, constata. Seguindo a tendência mundial, a campanha da Brand USA também utiliza bastante as mídias sociais como facebook e twitter para divulgação. Segundo estatísticas dos Estados Unidos, hoje a maioria dos Conventions & Visitors Bureaux acabam otimizando parte de seu budget promocional, em torno de 30% a 40%, para ações nas mídias sociais. O conselho administrativo da Brand USA anunciou, no início deste mês, a nomeação de Christopher L. Thompson como presidente e CEO. Thompson acumula 30 anos de experiência em turismo. Antes de chegar à Brand USA, ele foi presidente e CEO do Visit Florida. O profissional sucederá Caroline Beteta, até então presidente interina da organização.
EMPROTUR
Bariloche aposta nos brasileiros para crescer Claudio Roccatagliata
Rafael Massadar
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vão descobrir o Festival do Chocolate, a Craft Beer anual, corridas e rallies, a Mostra Internacional da Cultura e da Arte, conferências, golfe e torneios de pesca, eventos de neve, semana de aventura e muito mais”, ressaltou. Um investimento importante para que tal recuperação fosse conseguida, é a reforma do aeroporto de Bariloche, que vai se tornar um dos mais modernos do país. “A pista foi completamente renovada, as equipes foram capacitadas, renovou-se o equipamento de marcação e medição de partículas em suspensão no ar tornando-o um dos mais modernos do país. Este investimento significativo está aliado a uma maior conectividade, com recuperação e expansão na malha aérea. Bariloche recebe voos de Buenos Aires, Mendoza, Calafate, ligando cidades do interior da Argentina sem passar por Buenos Aires”, informa. Sobre um voo direto entre Brasil e Bariloche, o dirigente da Emprotur ressalta que é uma conexão essencial. “É um grande desejo na indústria. É um voo que vai ligar toda a Patagônia com um grande mercado. Temos certeza de que vai se tornar uma realidade. Todas as ações de Bariloche têm total apoio dos governos nacional e provincial e, juntos, podemos fazer deste voo uma realidade que irá aumentar ainda mais a relação entre os dois mercados”, prevê. Claudio Roccatagliata ressalta, no entanto, que Bariloche vai além de um destino para se esquiar na neve. “Há muito mais. Somos a capital da Argentina de Turismo de Aventura. Há uma variedade enorme de atividades que podem ser realizadas na cidade, dentro do Parque Nacional. Também temos uma oferta de Turismo de Luxo, com estabelecimentos que oferecem spa, relaxamento, atividades anti-stress, e são um número significativo. Ambos os produtos, aventura e luxo, estão crescendo e são muito atraentes ao longo do ano”, finalizou.
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O prejuízo em 2011 somou mais de US$ 400 milhões com o cancelamento de voos e pacotes em plena temporada de férias. Mas, passado um ano, Bariloche começa a dar sinais de recuperação. A estratégia para dar início a este processo começou pela união conjunta de esforços entre o Ministério do Turismo da Província de Rio Negro, a que o destino está inserido, o Ministério do Turismo da Argentina, a Aerolíneas Argentinas, o ente Mixto de Promoción Turística de Bariloche (Emprotur), e empresários locais, que montaram um verdadeiro mutirão que contou até com a colaboração dos moradores para a retirada das cinzas do vulcão chileno Puyehue. O presidente da Emprotur Bariloche, Claudio Roccatagliata, se mostra entusiasmado com os resultados e junto com outras entidades decidiu investir em campanhas de marketing e promoção voltadas para capacitação dos agentes de viagens e promoções para o público brasileiro. “O Brasil, para Bariloche, significa muito. Primeiro, a inicialização, história e decolagem de Bariloche como um destino internacional. Somos receptores de turistas brasileiros por muitas décadas. Também significa qualidade, hierarquia e prestígio. Obriga-nos a melhorar constantemente a qualidade dos serviços de infraestrutura e saúde. Sempre nos esforçamos para ser a cidade que recebe os brasileiros na Argentina. E o Brasil representa um percentual significativo de nossa economia. Mas, principalmente, nos orgulha de ser um destino escolhido em um mercado tão importante”, disse o dirigente. Quanto aos problemas que Bariloche en-
frentou no ano passado devido às cinzas do vulcão chileno Puyehue, o executivo se mostra confiante, com boas expectativas para esta próxima estação de inverno. Para ele, existe um processo contínuo de recuperação da região, com recursos do Governo Provincial e Nacional, de olho nos mercados emissores da região, principalmente o Brasil. “Começamos a ver os frutos desta recuperação. Apesar da situação internacional, esperamos crescer significativamente no próximo ano. Melhoramos nossos serviços de infraestrutura, temos feito um esforço para manter e melhorar o preço, os serviços, e benefícios, e a cidade tem um calendário de eventos importante e celebrações que são atrativos para os turistas”, afirmou Roccatagliata. E completou: “Esse ano certamente será melhor do que 2011. Nosso objetivo é recuperar os níveis históricos e temos bons sinais disto. Começamos a viagem para recuperar a demanda do mercado do Brasil, e o mesmo processo com o mercado chileno. O mercado argentino tem mostrado sinais de recuperação e iremos restaurar e ampliar nossa conectividade aérea. Teremos um investimento muito importante para as campanhas on-line e mídia digital. Quando tivermos os números finais deste ano, certamente veremos que estamos no caminho certo, que precisamos de mais esforço, mas que vamos nos recuperar totalmente”, prevê. Atualmente, existem novos investimentos e melhorias. A montanha Cerro Catedral tem novos gestores e investidores que, além de oferecer pacotes especiais, fizeram melhorias nos serviços. Há também melhorias na qualidade do atendimento aos turistas estrangeiros e novas atrações. Assim como muitos eventos e novas formas de comunicação on-line. “É sempre bom visitar nossa página barilochepatagonia.info ou nossa comunidade no Facebook ‘bariloche quero estar lá’. Os leitores
EXTERIOR CET
Redes sociais: papel determinante no Turismo Luiz Fernando Destro
Anderson Masetto É inegável que a disseminação das redes sociais impactou o mercado de viagens. Neste contexto, o presidente da Comissão Europeia de Turismo para a América do Sul, Luiz Fernando Destro, acredita que elas têm um papel determinante na escolha de um destino, hotel ou serviço. Além disso, ele afirma que as mídias sociais prestam hoje um serviço que antes era dos agentes de viagens, mas podem não se tornar concorrentes, caso os agentes tirem também proveito de tudo que oferecem. “As mídias sociais têm um papel importante na recomendação de uma viagem. Quem quer ir pergunta para quem está na sua rede de contatos e quem já foi recomenda”, explica. “Em certo grau, a mídia social faz o papel que costumava ser do agente, o de avalista de um determinado roteiro”, complementa. No entanto, ele destaca que os profissionais não precisam se desesperar por não serem
mais procurados para consultar detalhes sobre roteiros e destinos. Para Destro, o agente não pode encarar a mídia social como rival, mas como aliada, pois pode despertar ainda mais o desejo das pessoas em viajar. “São excelentes canais multiplicadores. Se as pessoas os usam para buscar recomendações, cabe ao agente também usá-los para transmitir sua experiência, e eventualmente fechar negócios”, orienta. Para ele, o uso correto desta ferramenta ainda não pode ser definido e algumas empresas utilizam as mídias sociais de forma melhor que outras, mas o modelo ideal ainda é algo que todas buscam. “Para explorar tudo que uma rede social pode oferecer é necessário dedicação. Não dá para administrar a rede nas horas vagas. É preciso formar e desenvolver pessoal especializado nessa função ou contratar empresas especializadas”, comenta. Wide - Há apenas dois dias do início da Abav, a CET realizou o seu grande evento do ano no Brasil, o Workshop Internacional Descubra a Europa (Wide), que aconteceu em São Paulo e contou com o M&E como media partner. Foram mais de 100 empresas europeias e cerca de 50 operadores brasileiros, que mos-
traram seus produtos e serviços para os agentes de viagens. No ano passado, o evento contou com a presença de mais de mil profissionais e um número menor de operadores, sendo 33 do Brasil e 90 da Europa. “Esse evento ganha força a cada ano e já estamos pensando no que vamos fazer em 2013”, disse Destro. O executivo ressalta que há um notável aumento no número de brasileiros na Europa, reportados por quase todos os países que fazem parte da CET. No entanto, os números precisam ser consolidados. Mas Destro garante que o balanço de 2012 será muito positivo. “Como não há uma centralização dos dados, é difícil saber exatamente qual é este aumento, mas quase todos os países registraram crescimento”, explica. Número 1 – A Europa é hoje o destino número um dos brasileiros (considerando todo o continente). A União Europeia, em conjunto com a CET, lançou em setembro, a campanha “Europa – Em todos os momentos”, que vai até dezembro de 2013. O objetivo é convidar turistas, em especial do Brasil, Rússia, Índia, China, Chile e Argentina, a descobrir o velho continente. Além do vídeo e site oficial, as mídias sociais serão um importante recurso para atrair novos visitantes.
DZT
Troca de comando no Brasil e novos planos Margaret Grantham
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Luciano Palumbo Um ano de mudanças e novas perspectivas. Após quatro anos baseada na Alemanha, onde era representante da Embratur para Alemanha, Áustria e Suíça, Margaret Grantham voltou ao Brasil para assumir a diretoria do Centro de Turismo Alemão (DZT). Segundo ela, o desafio de sua gestão será mostrar um país mais diversificado. “Os brasileiros estão cada vez mais interessados na Alemanha, mas ainda pouco conhecem o que o destino pode oferecer. Queremos apresentar o outro lado além dos negócios e das feiras, bem como cidades além da capital Berlim”, explicou, acrescentando: “queremos que, cada vez mais, os turistas conheçam outros atrativos como nossas regiões vinícolas e a indústria automobilística”. De acordo com ela, esses são alguns dos segmentos que o DZT trabalhará. “Além disso, continuaremos nossa divulgação junto
com a Comissão Europeia”, declarou. Entre as ações do escritório para 2012 está a GTM (Germany Travel Mart), onde pela primeira vez o Brasil levou uma delegação de 25 pessoas. “É um recorde, a maior delegação que já tivemos na feira. Isso mostra o quanto o Brasil tem interesse no país”, disse. Demanda - Em 2011, a Alemanha recebeu cerca de 500 mil turistas brasileiros, 22% a mais que no ao ano anterior. Em janeiro de 2012, o país já teve 18% mais de visitas do que o registrado no mesmo período do ano passado. “No início do ano, nossa expectativa era alcançar um crescimento de 20%, mas já no meio do ano registramos 25%”, disse Margareth, durante o Workshop Destino Alemanha, que aconteceu em setembro no Rio de Janeiro e em São Paulo e que teve o M&E como media partner exclusivo. Nos seis primeiros meses de 2012 os brasileiros geraram 324.889 pernoites na Alemanha, um crescimento de 25% em relação ao mesmo período de 2011. Deste total, 64,8% visitaram ao menos uma das 11 Magic Cities. Além disso, os brasileiros estão entre os dez que mais gastam no duty free, com 2,1% do
total. Com estes números positivos, a diretora do DZT para a América do Sul, acredita que o crescimento no ano deve chegar a 30%. Além de 17 expositores, o evento recebeu cerca de 4.500 visitantes entre agentes de viagens e operadores. Entre os destaques, as Magic Cities (Berlim, Colônia, Dresden, Düsseldorf, Frankfurt, Hamburgo, Hannover, Leipzig, Munique, Nuremberg e Stuttgart), que fizeram uma apresentação antes do evento e as cidades Baden Baden e de Russenhein. Aplicativo e mídias sociais - TOP 100 é o nome do novo app do DZT. Com ele, os turistas que visitam a Alemanha poderão descobrir, a partir de agora, as 100 atrações turísticas preferidas no país. Acompanhando o novo app, que está disponível em alemão e inglês, uma aplicação própria permitirá mostrar, em tempo real, um ranking das atrações turísticas em todas as páginas do DZT no Facebook. O conteúdo gerado na rede social servirá como informação para uma nova pesquisa em 2013 e também para complementar o conteúdo do app em uma nova versão. O app está descrito e pode ser baixado gratuitamente no site: www.germany.travel/top100.
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EXTERIOR PROMPERU
María del Carmen de Reparaz
Peru quer receber 224 mil turistas brasileiros até 2016
Mario Brizon Com o objetivo de receber 224 mil turistas brasileiros até o final do ano de 2016 e com isso gerar divisas de US$ 232 milhões, aproximadamente 70% a mais do que o captado em 2011, a PromPeru tem investido forte no mercado brasileiro, com participação intensa em eventos do setor de Turismo e ações junto ao trade, além de uma nova campanha promocional que começou a vigorar em meados de setembro. Para dar um pouco da dimensão do trabalho que vem sendo realizado, a diretora de promoção de Turismo da PromPerú, María del Carmen de Reparaz, explica que o Brasil é estratégico devido à sua proximidade e condições econômicas, que torna bastante elevado o seu potencial número de viajantes em férias. “Além disso, pela diversidade de demanda que apresenta o Brasil, há mercado para todo tipo de oferta e o Peru tem muitos e atraentes produtos para estes objetivos”, pondera. Os números do Brasil estão em evolução para o Peru, como explica a diretora. “O Brasil é um dos mercados da América Latina que mais está crescendo em chegadas ao Peru. Em 2011, houve um incremento de 35%, com mais de 115 mil turistas brasileiros, o que significa dizer que o Peru está captando cerca de 4% do total de saídas de todos os brasileiros para a América do Sul, o que demonstra que há um mercado potencial bastante interessante para atrairmos ainda”, calcula. Para 2013 o Peru espera receber 2.859.801 turistas internacionais, 6,9% a mais que neste ano e um ingresso em divisas de US$ 3,556 milhões aproximadamente. Quanto aos brasileiros, a PromPerú espera receber aproximadamente 132 mil turistas este ano e 151 mil em 2013.
O brasileiro é o turista latino americano que mais gasta no Peru, sendo que em 2011 teve um nível de gasto médio de US$ 1,081; muito maior do que o observado nos últimos quatro anos (2007: US$ 1,035; 2008: US$ 1,06; 2009: US$ 1,013; 2010: US$ 1,003). Maria del Carmen informa que atualmente existem 42 voos diretos semanais entre o Brasil e o Peru, mas que não não suficientes para atender a demanda. “A demanda segue em crescimento e é necessário ter una oferta de acordo com as necesidades deste crescente e importante mercado. Sabemos que há interesse das empresas aéreas em incrementar suas rotas e frequências para nosso país”, explica. Números – No ano de 2011, o turismo receptivo do Peru cresceu acima da média mundial e regional, com 13%, contra 5% no mundo e 9% para a América do Sul. Para 2012 a
PromPerú espera manter esta tendência e fechar o ano recebendo um total de 2.675.212 turistas internacionais, 8,5% a mais que em 2011. “Só no primeiro trimestre deste ano recebemos cerca de 700 mil turistas, ou 10,9% a mais do que no primeiro trimestre de 2011”, informa a diretora. A respeito dos principais países emissores de turistas para o Peru, lideram o ranking o Chile, com 30% e os Estados Unidos, com 14%. Da Europa, os mercados mais representativos são a Espanha, com 3,8%; França, com 2,9%; Reino Unido e Alemanha, com 2,2%. Da Ásia é Japão, com 1,6%; e da Oceania a Austrália, com 1,2%. Os gastos dos turistas estrangeiros no Peru têm se mantido, nos últimos dois anos, na média entre US$ 893 e US$ 1,003. No entanto, aqueles que viajam principalmente para férias, descanso e lazer, ficando hospedados em hotéis de 4 e 5 estrelas gastam cerca de US$ 2.000.
CHEGADAS E DIVISAS TOTAIS DO MERCADO BRASILEIRO
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Machu Picchu e Lima na rota dos brasileiros pelos destinos peruanos O Peru é um país de muitos e maravilhosos destinos turísticos e como a diretora da PromPerú já ressaltou nesta matéria, o mercado brasileiro está em franca expansão no emissivo para aquele país, que de acordo com ela é um destino turístico multidiverso, onde se podem realizar atividades culturais ancestrais, urbanas, mística experimental, muito diferente do que pode ser encontrado em outros locais, e atividades contemporâneas e aventura. “é um país que oferece segurança, conforto, diversão, alegria e um moderna estrutura hoteleira”, informa. Segundo ela, seus principais atrativos turísticos são Machu Picchu, Lago Titicaca, Línhas
de Nasca, Arequipa, Cañón del Colca e a capital Lima, com sua vocação de “Cidade Gastronômica”. Lima, inclusive, é um capítulo especial. Antes servindo a grande parte dos turistas em viagem ao Peru apenas como portão de entrada e saída, a capital agora revela ao mundo seus riquíssimo atrativos históricos, culturais e arquelógicos e principalmente sua gastronomia pujante. “Lima é uma cidade mestiça, de mil rostos e que por isso tem muito a oferecer ao turista, que pode encontrar uma herança pré-hispânica antiga resumida por centenas de monumentos espalhados por toda a cidade, combinada com uma rica arquitetura colonial. Sua importância foi digna de ser nomeada em 1988 como Patri-
mônio da Humanidade pela Unesco, por sua originalidade e por causa da concentração de 608 monumentos históricos. É considerada a capital gastronômica da América Latina. Tem mais de 20 mil restaurantes e mais de 30 escolas de culinária, além de mais de 80 mil estudantes de gastronomia”, enumera ela. Maria Del Carmen de Reparaz ressalta ainda que a capital peruana seduz através de sua boêmia, seu litoral e da bebida nacional, o pisco. É é a única capital sul-americana que tem costa, onde são praticadas diversar atividades aquáticas, com destaque para o surfe, bem como outras atividades esportivas, como o parapente e mountain bike.
Peru em eventos no Brasil María del Carmen de Reparaz, confirma a estratégia da PromPerú de participar de importantes eventos do calendário do Turismo brasileiro, realizando ações diretas com o trade. Além desta Feira das Américas de 2012, onde está presente mais uma vez, com um estande de 200 m2 no qual estão expondo 20 empresas peruanas, além da Câmara de Turismo Regional e da primeira Mostra Cultural do Museo Larco. “Fazemos um trabalho intenso com o trade brasileiro, com participação nos principais eventos turísticos durante todo o ano, como o Workshop CVC, o Encontro Comercial Braztoa, a Travel Week e Road Show Virtuoso América Latina”, explica. Além disso, a PromPerú participará do 24ª Festival de Turismo de Gramado (Festuris), de 22 a 25 de novembro, no Serra Park, com um estande de 72 m2, onde estarão 12 empresas peruanas e uma companhia aérea internacional.
Novos consumidores e redes sociais: plataformas indispensáveis para empresas A diretora da PromPerú reconhece que as mídias sociais estão provocando uma revolução no Turismo e como conseqüência também nas agências de viagens e operadoras que necessitam absorver essa nova dinâmica de comunicação. “As redes sociais e as novas dinâmicas de comunicação têm impulsionado as agências de viagens tradicionais a redefinirem suas estratégias de negócios, marketing e comunicação. Hoje essas plataformas são indispensáveis, assim como são os sites para atingir os clientes de forma eficaz”, explica María del Carmen de Reparaz. Para ela, há um novo consumidor no mercado, o tempo todo conectado, que está mudando o jeito de comprar viagens. “O consumidor de hoje é uma pessoa diferente, que está a maior parte do tempo online, que tem um smartphone, várias contas de email e se comunica através deles. É um consumidor que se informa pela Internet antes de comprar ou que já compra através deste meio, que participa ativamente de uma ou mais redes sociais e, nelas, pode pedir referências a amigos antes de comprar um produto ou que solicita aconselhamento para pessoas que
não conhece, mas que sabe que já usou ou comprou o mesmo produto ou serviço”, afirma. E é justamente este novo consumidor que está fazendo com que as agências tenham que buscar métodos inovadores para se relacionar com seus consumidores. “Novos canais de vendas e estratégias de persuasão que lhes permitam não só apresentar suas ofertas para o mercado, mas para sejam recomendados ou referenciados por outros consumidores”, pondera. María del Carmen aponta duas consequências diretas deste processo: “a primeira é o acesso direto à informação e a segunda é a alteração na cadeia de comercialização tradicional, uma necessidade para operadores e agências especializadas, a fim de não sairem do mercado”, orienta. A diretora admite que o impacto das redes sociais no Turismo é positivo, até porque este setor é um dos principais em nível mundial no qual os consumidores estão se informando antes e principalmente via online, para depois fazer compras offline. Segundo ela, também é um dos principais setores de varejo online, incluindo transporte aéreo e terrestre, agências e operadoras de Turismo.
CONSELHO DE PROMOÇÃO TURÍSTICA DO MÉXICO (CPTM)
Com foco no luxo, país quer 300 mil brasileiros Diana Pomar
Rafael Massadar
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programa de tax free, que prevê a devolução de impostos nas compras de turistas. A medida é valida para aquisições acima de US$ 120 e as instruções estão no site www.taxback.com.mx. Para isso, o turista precisa apresentar as notas fiscais, passaporte e documento migratório. Para valores acima de 5 mil pesos mexicanos será necessário também apresentar as mercadorias nos postos localizados no aeroporto. Para ajudar os agentes viagens do Brasil está no ar o www.expertemmexico.com, programa de treinamento online, que conta com 12 módulos. Ao final o agente recebe um certificado do governo mexicano como “Expert em México”. “Até o final do ano pretendemos treinar cinco mil agentes de viagens, tanto de forma online, como presencialmente. Tivemos e teremos treinamentos durante a Avirrp, Braztoa e na Abav e até maio já capacitamos 2,2 mil profissionais”, disse a diretora da CPTM no Brasil. “Os primeiros quatro módulos abordam os atrativos e destinos que mais agradam os brasileiros no México”, complementou Diana Pomar. O México tem mais de três mil anos de história; é uma das nações com maior biodiversidade do mundo; ocupa o primeiro lugar em reservas arqueológicas com mais de 30 mil sítios e têm mais de 110 mil monumentos históricos e é o segundo destino no turismo de luxo.
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O Conselho de Promoção Turística do México (CPTM) está divulgando seus principais atrativos de luxo no Brasil. O objetivo é mostrar que o destino vai além de sol e praia. “Temos muita coisa relacionada a golfe, pesca e cultura. Queremos tirar este estigma de país somente de sol e praia”, disse a diretora do órgão no Brasil, Diana Pomar. O CPTM quer ampliar o leque de destinos divulgando também as “Rutas de México”, com roteiros como “A cultura do vinho e o aquário do Mundo”, “O Mistério e a Origem dos Mayas”, “Tarahumaras milenários” e “A arte do tequila e a música sob o sol”. “Queremos mais do Brasil no México e mais do México no Brasil”, ressaltou. Em 2011, o México recebeu 196 mil brasileiros, 68% a mais que em 2010. A meta para 2012 é manter o avanço na casa dos 60% e atingir 300 mil brasileiros, o que tornaria o Brasil o maior mercado da América do Sul para o destino, ultrapassando a Argentina. “Até maio, recebemos 108 mil brasileiros, um crescimento de 69% no período. Esperamos manter este nível também neste
segundo semestre”, anunciou. E completou: “O Brasil é o mercado que mais cresce entre os emergentes e por isso temos aumentado nosso investimento no país.” Diana credita três fatores fundamentais para este crescimento. O primeiro é o aumento no número de ligações diretas entre os dois países. Além das sete frequências semanais da Aeromexico, a Tam possui uma frequência para o país. A Copa Airlines também aumentou as suas ligações aéreas a partir do Panamá, com conexão para o Brasil. “Temos ainda os fretamentos em conjunto com as operadoras”, lembrou. Visto - Outro ponto é referente ao visto eletrônico para os brasileiros, medida que está em vigor desde 2010. Um dos primeiros passos para facilitar o trânsito de passageiros foi a dispensa do visto para viagens com até seis meses de duração. Desde o fim do ano passado é possível obter, por meio de autorização eletrônica válida por 30 dias para a entrada no país, que pode ser solicitada nos sites da Embaixada do México e nos consulados do Brasil. O serviço é gratuito e válido para as viagens de Turismo e negócios nas companhias Aeromexico, Taca e Copa Airlines. A diretora lembra também que o México quer estimular o Turismo de compras no país. O governo local acaba de instituir um
EXTERIOR MINISTÉRIO DO TURISMO DA ARGENTINA
Carlos Enrique Meyer
País quer aumentar ainda mais o número de turistas brasileiros
por 7% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo um importante gerador de divisas e empregos. Mais de 1,2 milhão de empregos estão ligados A Argentina tem se consolidado como prindiretamente ao setor, que deve ser adicionacipal mercado emissor de turistas para o Brasil. do aos itens indiretamente relacionados à Situação natural, ao considerar que o turismo atividade. “O Brasil tem uma média diária de intrarregional é responsável por 80% dos US$ 162,5, e são cerca de três dias e meio estrangeiros que visitam um país. Em 2011, o de permanência no país”, mencionou Meyer. Brasil recebeu 1.593.775 turistas oriundos da A entrada de turistas estrangeiros na ArArgentina, um número 13,9% maior que em gentina durante o primeiro 2010, quando estiveram no semestre deste ano regispaís 1.399.592 argentinos. trou a mesma quantidade Na situação inversa esta “É nosso objetivo de igual período no ano realidade também se faz passado, totalizando 1,3 presente, uma vez que o continuar a investir milhão de pessoas que Brasil é o mercado priopesadamente para entraram no país somenritário para a Argentina. promover o Turismo te através dos aeroportos De acordo estatísticas do de Ezeiza e Aeroparque. Ministério do Turismo internacional no “Esses números refletem argentino, 39% dos seus Brasil, por isso claramente o patrimônio visitantes internacionais estamos mostrando natural e cultural único possuem residência habida Argentina e atividades tual no Brasil, seguido pela nossas várias de promoção realizadas de Europa (13,6%), Estados ofertas e produtos forma permanente no exteUnidos e Canadá (10,5 %), de viagem para rior”, acrescenta o ministro. Chile (10%), Resto do MunFeira das Amérido (4,7%) e Uruguai (3%). os brasileiros cas - A expectativa da “É nosso objetivo conticontinuarem Argentina é de ter uma nuar a investir pesadamente a nos escolher delegação entre 60 e 90 para promover o Turismo participantes nesta Feira internacional no Brasil, por para as suas das Américas - Abav 2012, isso estamos mostrando próximas férias” encabeçada pelo próprio nossas várias ofertas e proEnrique Meyer, além do dutos de viagem para brasecretário nacional de sileiros continuarem a nos Turismo, Daniel Aguilera, e do secretário escolher para as suas próximas férias”, anunciou executivo do Inprotur, Leonardo Boto. Além o ministro do Turismo, Carlos Enrique Meyer. deles, também estarão presentes as princiNeste sentido, recentemente, em conjunto pais autoridades turísticas das províncias e com a Aerolineas Argentinas, lançou “As municípios argentinos, bem como os princompanhias aéreas de Férias - Viagens para cipais dirigentes do empresariado turístico. o seu país” para promover os 34 destinos Em relação a novos eventos, o titular da que a aérea estatal tem no país, que se junpasta argentina afirmou que está sempre tarão Rio Hondo em breve. Ao todo, 248 trabalhando para que haja cada vez mais frequências semanais – 42.639 assentos eventos no país. “Temos grandes eventos - ligam as cidades argentinas de Buenos como o Rally Dakar, o Moto GP e o Santiago Aires, Córdoba, Rosário e Porto Iguazu a del Estero, em 2013. Há alguns meses em Florianópolis, Belo Horizonte, Porto Alegre, Frankfurt (Alemanha) bateu Houston (Estados Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Unidos) e Dubai (Emirados Árabes Unidos) na “Nossa ideia é continuar a desenvolver ações de disputa para sediar o Congresso da Internapromoção em nossos principais mercados, com o tional Congress and Convention Association claro objetivo de transformar nosso país em um (ICCA), ambos haviam sido selecionados como importante destino turístico, e também ter políticas finalistas. E este é o resultado de um trabalho claras para fortalecer o turismo interno”, completou. constante que indica que estamos andando O Turismo é um importante motor da no caminho certo”, disse. economia argentina. A indústria já responde
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Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Rafael Massadar
Números do Turismo Brasil x Argentina Em um estudo realizado pelo Ministério do Turismo da Argentina através do Centro de Estudos em Economia e Gestão do Turismo da Universidade de Buenos Aires (Uba), em sete cidades brasileiras, neste ano verificou as motivações dos brasileiros irem tanto para o país. As compras aparecem como primeira razão da viagem, com 31% da preferência dos brasileiros que visitam a Argentina. Confira os principais indicadores na tabela abaixo. No sentido inverso, mais de 80% dos turistas argentinos que visitam o Brasil tem o lazer como principal motivação da viagem. O segmento de sol e praia é o preferido de 75% e os destinos mais procurados são, nesta ordem, Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Rio de Janeiro (RJ), Búzios (RJ) e Balneário Camboriú (SC). É o que revela o Estudo da Demanda do Turismo Internacional no Brasil do Ministério do Turismo, com dados relativos a 2010. O segundo segmento de preferência dos turistas da Argentina, principal emissor de turistas para o Brasil, é o de turismo de aventura e ecoturismo, com 25,7%. Para os 11,3% de argentinos que vieram ao Brasil a negócios, eventos e convenções os destinos mais procurados são São Paulo (49,8%), Rio de Janeiro (12,3%) e Porto Alegre (7,2%).
Motivações dos brasileiros em visita à Argentina Compras
31%
Cultura
25%
Entretenimento e diversão
23%
Esportes
11%
Natureza
5%
Turismo Rural
4%
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
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EXTERIOR ATOUT FRANCE
Jean-Philippe Perol
arredores, compras, e muito mais. Todos os componentes de uma viagem numa grande capital europeia. Lembrando ainda que não “Os resultados do Turismo francês este ano é só Paris, há também Bordeaux, Marseille, têm a cara da economia e do clima mundial”. Nice ou Lyon”, comentou. Esta frase foi dita por Jean-Philippe Perol, diretor Na visão do diretor, o impacto das mídias Brasil e diretor geral das Américas da Atout sociais no Turismo é importantíssimo. “PriFrance (Agência de Desenvolvimento Turística meiro porque é uma mídia nova para atingir da França). Segundo ele, o primeiro semestre o consumidor, muito interativa e de uma inapresentou um pequeno crescimento, mas crível precisão que pode ser traçada e medida. ainda é cedo para se ter uma ideia de como Segundo, porque essas mídias desenvolverão será o resultado final do ano. “Com os mercados o relacionamento direto com o consumidor doméstico e sul-europeus fracos, a evolução se final, pelo B2C mas tamdeve um pouco ao mercado bém o C2C, obrigando todo alemão e muito aos mercao nosso trade – agências, dos distantes, como Estados “Esperamos ter um operadores e fornecedoUnidos e BRIC’s, em esperes – a repensar os seus cial a China, que cresceu crescimento entre circuitos de distribuição”, 17% e também o Brasil, 5% e 8% no fluxo declarou. Por isso, essas com ingressos 9% maiode brasileiros para mídias estão no coração res que os registrados ano da estratégia de marketing passado”, disse. Mas gloFrança em 2012 (...). da Atout France. “Há anos balmente falando, o diretor A expectativa é que que desenvolvemos experiacredita que este será um neste ano o destino ências pioneiras nessa área ano positivo, consolidando em alguns mercados como o Brasil como um dos três receberá em média Holanda, Estados Unidos e maiores mercados fora da 620 mil brasileiros, Espanha. Trabalhamos em Europa. “Esperamos ter um contra os 580 mil várias direções”, declarou. crescimento entre 5% e 8% No Facebook o escrino fluxo de brasileiros para do último ano” tório tem páginas, jogos, França em 2012”, estimou. campanhas – no total são Em relação à receita, o esmais de 131 mil fãs no perado é que seja menor mundo. No Twitter tamque o ano anterior devido bém, com foco mais forte nos profissionais e a quedo do real e a crise, que retraíram um na imprensa. “Mas isso só é possível com as pouco as compras. A expectativa é que neste outras ferramentas de web nas quais estamos ano o destino receba, em média, 620 mil investindo: um CRM muito importante que já brasileiros, contra os 580 mil do último ano. conta com quatro milhões de consumidores; Para 2013, o destino está preparando a e um site cuja nova versão está sendo finalicampanha ‘A França é nossa”, dessa vez mais zada, com lançamento previsto para janeiro voltada para o consumidor, com dois eixos de 2013”, anunciou. Questionado sobre qual de comunicação: lembrar a relação entre os a importância das mídias sociais para o trapaíses e mostrar os diversos destinos franceses balho dos agentes de viagens, Perol diz ser possíveis para os brasileiros. “Queremos recoressencial. “Para os agentes, as operadoras e dar a ligação especial que a França tem com os fornecedores é essencial, pois pode ser o Brasil, que se traduz por um atendimento e usado nas campanhas, para conhecer melhor uma experiência muito significativas; e mostrar seus clientes e ter um canal de comunicação que há na França vários destinos interessantes interativo com eles, enfim também para ajucom cultura, restaurantes, eventos, história,
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Lisia Minelli
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Brasil é o terceiro maior mercado para França fora da Europa dar nas vendas. Na hora que o trade precisa mostrar serviço e valor agregado, esse é um dos jeitos de fazê-lo”, confirmou. Participação na Abav – Esse ano o destino marca presença no evento de duas formas: primeiro com um espaço VIP em parceria com a Accor e Air France, onde irá receber seus parceiros. “Segundo, e isso vai ser o mais importante, um jantar de gala para encerrar com chave de ouro nossa campanha Turismo Brasil França 30 anos para frente. Esse evento será dia 24 de outubro no restaurante Le Pré Catelan, com 100 convidados muito especiais, um jantar excepcional, vinhos da região Rhone Alpes, entrega de prêmios e muitas homenagens”, comentou. Para 2013, com a mudança da feira para São Paulo, a Atout France já pensa em novos projetos. “Além da Abav, neste ano também serão realizados nossos seminários e workshops, mas os esforços estão mesmo concentrados na Abav e na Travel Week que são os dois maiores eventos na minha opinião”, disse. O diretor ainda comentou que estuda outras ideias para o ano que vem. “Os viajantes estão espalhados no Brasil inteiro e temos que marcar presença, pelo menos, nos grandes encontros do trade”, completou. Fusões – Nesses últimos anos muitas fusões foram feitas no Turismo, tanto de companhias aéreas como outros setores. Para Perol, elas fazem parte da evolução de todos os grandes setores da economia. “O fato de as fusões atingirem agora com muita força o nosso setor é a prova que o Turismo no Brasil é de primeira importância e de grande profissionalismo. A multiplicação de grandes entidades, que podem ser também associações de pequenas empresas, vai dar mais força e transparência, com benefícios não somente para os consumidores, mas também para os empregados e os executivos do setor”, falou. Segundo ele, o mais difícil nesses casos são as fases de transição. “Mas o mercado brasileiro está crescendo com tanta energia que podemos ver essas mudanças acontecer e todo mundo está ganhando. Não devemos esquecer que o Turismo é um dos raros setores da economia mundial que se moderniza criando empregos”, finalizou.
EXTERIOR ARUBA
Destino volta a receber cruzeiros Ana Maria Ostrower
Lisia Minelli Para 2013, Aruba está com muitas novidades. A partir de março, a ilha passa a receber embarques e desembarques de cruzeiristas da Pullmantur. Segundo Ana Maria Ostrower, diretora do Aruba Tourism Authotity (ATA), o navio Monarch ficará o ano todo nas ilhas na região como Cartagena (Colômbia), Curaçao, Colón (Panamá), La Guaira (Venezuela) e Aruba. “Os cruzeiros possuem uma movimentação muito grande na ilha e após longos anos voltamos a ter embarques e desembarques. Isso será ótimo”, disse. Ao todo serão 53 saídas e uma estimativa de mais de 2.700 passageiros. O destino também está investindo em melhorias para os turistas. Segundo Ana Maria, o centro da ilha está sendo revitalizado. “Palm Beach, onde está a maioria dos hotéis, se tornou um centro comercial muito forte e com isso, perdeu muitos turistas. A ideia é trazer de volta o fluxo de pessoas”, disse. Uma das ações é a do parque linear, construído na orla da praia, onde haverá espaços para caminhadas, bancos, praças e quiosques. Outro benefício
é a construção de uma linha de bonde que ligará o porto ao centro. “Com isso, o objetivo é facilitar o trafego dos cruzeiristas”, contou. As obras estão em andamento. De acordo com a diretora, a meta é que tudo fique pronto ainda este ano para a alta temporada. Em 2011, o destino recebeu 22.428 turistas brasileiros, 0,93% a mais que 92% de aumento registrados em 2010 – que foi recorde. Há dois anos, Aruba contabilizou a marca de 20 mil brasileiros. Para 2012, a estimativa é atingir um crescimento de 3%. “Esse começo de ano foi muito ruim pela incerteza da economia e a alta do dólar. Tivemos uma retração”, informou. Mas a diretora acredita em uma recuperação. “No mês de setembro apresentamos um decréscimo de 1%, que já significa uma recuperação – no acumulado temos pelo menos 5% de decréscimo”, comentou. No fluxo geral de turistas, a ilha apresenta um crescimento de 9,38%. “Os americanos reagiram muito bem e este é o nosso principal mercado. Em setembro, houve um crescimento de 7,82%”, pontou. Voos – Segundo Ana Maria, Aruba só não recebe mais turistas brasileiros por falta de voos. “Nossa ocpuação de assentos é praticamente total”, disse. Atualmente há voos
diários da Avianca via Bogotá saindo de São Paulo e Rio de Janeiro e duas frequências da Gol por semana (quintas e domingos) com paradas. Com a Copa Airlines, os brasileiros alcançam o destino em partidas diárias de São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro com conexão no Panamá. Porém, a diretora antecipou que o voo saindo de Porto Alegre será suspenso por seis meses, devido às obras na pista do aeroporto local. “Com o fechamento da pista, o novo horário do voo não atenderá a conexão para Aruba. O passageiro terá que ficar pelo menos uma noite no Panamá aguardando. Ou terá que ir para outra cidade no Brasil para pegar um voo. Retrocedemos um pouco nossa operação para um benefício maior do aeroporto. Apesar de ser uma situação passageira, terá um impacto negativo para o destino”, declarou. Outras dificuldades de se conseguir um voo direto do Brasil são as obras no aeroporto de Guarulhos (SP) e a falta de slots. “Esperávamos começar essa frequência direta em julho com a Gol ou Avianca. No entanto, não pudemos realizar esse sonho de muitos anos que é ter um voo direto. As negociações estão paradas novamente”, lamentou.
TITLIS ROTAIR
Neve e lazer nas montanhas da Suíça Vanda Catão
Rafael Massadar
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à geleira, caminhadas, uma trilha em meio à montanha florida, passeios de mountain bike, passeios de monster & devil bikes ou passeios de trotti bikes”, enumerou a gerente. Família - Em Engelberg, cidade que abriga o Monte Titlis, as famílias desfrutam dos benefícios do selo de qualidade “Receptivo a Famílias”, que comprova a existência de instalações e equipamentos voltados especificamente para turistas que viajam com a família. A pista de tobogã do verão e o zoológico infantil com lhamas são dois exemplos da riqueza de experiências ao alcance das crianças. “No coração do Monte Titlis, rodeado de paredes de gelo, um mundo completamente novo se abre para você. A impressionante caverna de gelo leva os visitantes através de um túnel de 150 metros chegando a 20 metros de profundidade sob a superfície do glacial. Um total de 8.450 lâmpadas iluminam a caverna criando um clima especial enquanto músicas variadas e sons da natureza guiam os visitantes até as profundidades do glacial. A entrada é gratuita”, citou Vanda Catão.
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Alcançar o ponto mais alto da região central da Suíça, o Monte Titlis, a 3.020 metros de altura, pode ser uma experiência inesquecível. A apenas 90 minutos de Lucerna, brasileiros estão cada vez mais motivados a vivenciar atividades em contato com a neve e a praticar esqui ou snowboard. “Trata-se de uma montanha que oferece atividades o ano inteiro em contato com a neve, já que lá ela é eterna devido ao Glacial Titlis. No verão o valor agregado é maior porque dois tipos de atividades podem ser associadas: montanha verde e lagos cristalinos com neve no cume”, afirmou a gerente regional para América Latina da Titlis Rotair, Vanda Catão. No complexo, várias atrações esperam pelo visitante como a novíssima ponte suspensa sobre o glacial, a caverna de gelo e a gastronomia diversificada. Em 40 minutos,
se chega ao topo, contabilizando três etapas de teleférico tipo gôndola, mas são os últimos cinco minutos, os melhores, a bordo do Titlis Rotair, um dos poucos bondinhos giratórios do mundo, cuja base gira 360 graus durante toda a viagem. Lá, no topo, o Iceflyer, um teleférico aberto que literalmente “voa” sobre o glacial e se estende pela montanha também é uma atração imperdível. “O Rotair, com capacidade para 80 pessoas, é um teleférico similar ao bondinho do Pão de Açúcar, sendo que por ser 360 graus a paisagem é vista em sua totalidade. Detalhe, a Suíça é grande exportadora da tecnologia de teleféricos no mundo”, destaca a gerente. Verão - Diversas trilhas temáticas (trilha de flores Alpinas), trekking e excursões a vários lagos de montanha, estão localizados no meio do caminho a Titlis. Outras opções de aventura incluem alternativas de subida entre quatro vias ferratas, parapente no ar das montanhas, rafting, canoagem e ciclismo. “Você pode escolher entre uma grande variedade de atividades cheias de aventura. Excursão
LEGISLATIVO COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO DO SENADO
Benedito de Lira
Mídias sociais são oportunidade e não ameaça
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Natália Strucchi A Embratur, a exemplo de outras empresas e entidades, vem apostando nas mídias sociais - canal no YouTube, Facebook - para a divulgação do Brasil o que, na opinião do presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, Benedito de Lira, é uma sábia decisão. “As mídias sociais representam uma oportunidade do mercado de Turismo se aproximar dos seus públicos de forma customizada e com baixo custo, em um cenário em que a comunicação está cada vez mais fragmentada. Comentários antes restritos a roda de amigos e órgãos de defesa do consumidor, foram potencializados pelas novas mídias, que transformaram usuários em formadores de opinião”, avalia. De acordo com ele, com mais informação disponível e facilidades para o compartilhamento de experiências, o mercado e o governo devem ficar atentos para oferecerem produtos adequados a consumidores cada vez mais exigentes. “Apesar de sabermos que as falhas são amplificadas em questão de horas, quem atende às demandas do mercado tem a mesma facilidade de expor um bom trabalho, com custo reduzido, para atingir seus públicos-alvo. O governo e o mercado devem trabalhar no monitoramento das redes para compreender e atender às demandas turísticas e oferecer conteúdo de qualidade, que auxiliem na escolha de destinos, produtos e serviços. Temos que encarar o fenômeno das mídias sociais como uma oportunidade e não como uma ameaça”, recomenda. Benedito de Lira alerta que não há mais como reverter esse quadro e todos devem ter em mente que vivemos a época da transparência e da conectividade. “O setor turístico só terá sucesso com essa ferramenta se compreender que as mídias sociais são um canal de troca e não um monólogo”, constata. Outra tendência mundial avaliada pelo senador diz respeito às fusões. Grandes operadoras se unem, assim como companhias aéreas. “As fusões neste setor não são um fenômeno exclusivamente brasileiro, mas mundial. Esse movimento é natural em um cenário em que o mercado precisa se fortalecer para se ajustar diante da crise econômica mundial. No Brasil, essas fusões e aquisições podem auxiliar a fortalecer o mercado turístico diante da grande demanda criada, em curto espaço de tempo, pela distribuição e aumento da renda, ampliando a parcela da população que pode consumir estes produtos e serviços”, ressalta. Ele lembra, entre outras coisas, que no caso das companhias aéreas brasileiras, essas fusões são analisadas com todo cuidado pela
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), impedindo a formação de monopólios nocivos tanto ao consumidor quanto aos trabalhadores aeroviários. Nas demais áreas turísticas, de acordo com o senador, têm-se sempre que observar quais os objetivos da fusão, visto que qualquer formação de oligopólios ou monopólios entre agentes de Turismo é extremamente nociva ao consumidor. “Contudo, há fusões benéficas como a que ocorreu entre as operadoras Personal Brasil Tour Operator e Abratour Viagens no ano passado. As duas marcas mantiveram sua autonomia, unindo-se apenas com o objetivo de obter reforços na equipe operacional, racionalizar estruturas e custos e ampliar o leque de produtos oferecidos”, exemplifica. Benedito de Lira sintetiza: “Tanto no caso das mídias sociais quanto no caso das fusões temos que encarar esses novos cenários como oportunidades e encontrar mecanismos para se enquadrar rapidamente a eles”. Turistas internacionais - Benedito de Lira acredita que a estagnação no número de turistas internacionais que o Brasil recebe anualmente - que permanece na casa de 5,5 milhões – deve ser superada. “Já poderíamos ter ultrapassado a marca dos seis milhões de estrangeiros, mas a crise mundial, desde 2008, afeta a economia de quase todos os países e, dessa forma, paralisa o Turismo mundial”, justifica. Mesmo com a redução do ritmo, em 2010,
a entrada de turistas estrangeiros cresceu 7,5% em relação a 2009, e, em 2011, foi alcançada a marca de 5,4 milhões de turistas estrangeiros. “Outro fator que deve ser considerado é que com a ampliação e distribuição de renda, aumentamos muito o fluxo turístico interno”, cita. De acordo com ele, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, ambas em 2013, farão o Brasil se consolidar acima dos seis milhões de turistas estrangeiros. “Essa tendência deve crescer com a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, em 2016. Alguns estudiosos acreditam que mantidas as condições atuais, poderemos passar facilmente os oito milhões de turistas estrangeiros em 2016, e mais de 10 milhões no final da década. Estamos criando todas as condições de infraestrutura e divulgação para manter esse ritmo de crescimento”. Turismo Sustentável - Para o senador, o Turismo pode ser um importante instrumento transformador de economias e sociedades, pois promove inclusão social, oportunidades de emprego, novos investimentos, receitas e empreendedorismo; contudo, sem planejamento adequado, pode gerar impactos ambientais, sociais e econômicos irreversíveis. “Por outro lado, a natureza é um ativo turístico importante, que atrai cada vez mais pessoas. Vejo uma relação de interdependência entre o Turismo e a preservação do meio ambiente. Temos que preservar nossos atrativos naturais para promover o setor”, defende.
Preparação para Copa de 2014 a todo vapor Acompanhando de perto a preparação do país para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, o senador Benedito de Lira garante que o Brasil vai estar pronto a tempo. “No geral, estamos de acordo com o previsto. O Governo Federal, o Congresso e os estados estão trabalhando para superar gargalos que dificultam e, às vezes, inviabilizam o cumprimento dos prazos. O monitoramento está sendo feito e tenho certeza de que estaremos preparados”, garante. Ele salienta que os investimentos que estão sendo feitos terão impacto, em longo prazo, na infraestrutura e sustentação do crescimento do país e melhoria da qualidade de vida em diversas áreas. “Entendo a ansiedade da população quanto aos prazos, mas deve-se levar em consideração que os projetos e obras em execução são destinados à Copa, mas também são fundamentais para o desenvolvimento de se-
tores estratégicos para o Turismo”, argumenta. Apesar do bom andamento, Benedito de Lira aponta questões que podem causar preocupação, ainda que mínima. Esse é o caso da estrutura hoteleira de algumas cidades, entre elas o Rio de Janeiro. “Acredito que com os investimentos do BNDES e de redes internacionais conseguiremos ampliar e melhorar a oferta. Também estamos conscientes da sobrecarga nos aeroportos, mas o PAC Copa e outras medidas como as concessões poderão atender às demandas desses grandes eventos. Também existe um programa de fortalecimento dos portos para receber turistas, ampliando as possibilidades para o mercado”, pondera. Na área de capacitação ele destaca o Pronatec Copa, programa do Governo Federal que oferecerá, até 2014, 240 mil vagas para capacitação e qualificação profissional. São 29 atividades ligadas ao receptivo turístico, além dos cursos de inglês, espanhol e libras.
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LEGISLATIVO COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO DO SENADO
Lídice da Mata
Passos largos a caminho da Conta Satélite do Turismo
Natália Strucchi Falta pouco para que o Brasil adote a Conta Satélite do Turismo (CST), instrumento desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Turismo (OMT) para medir o impacto efetivo do turismo nas economias mundiais. A informação é da senadora Lídice da Mata, integrante da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). “Como ferramenta utilizada para representar a realidade da movimentação de turistas num país, a Conta Satélite permite mostrar um cenário real da indústria do turismo. Por meio dela, é possível segmentar, com estatísticas, pesquisas e estudos, as diversas vertentes relacionadas ao turismo: negócios, lazer, eventos, aventura, rural, náutico, entre outros”, avalia. De acordo com Lídice, o Brasil avançou muito nos últimos anos na questão da transparência do uso dos recursos públicos, na divulgação de estatísticas e também em função da lei de acesso à informação. “Mas precisamos considerar que esta ainda é uma metodologia recente. A própria OMT passou a sugeri-la a seus países membros a partir de 2011. Hoje, apenas sete países adotam essa tecnologia. O Ministério do Turismo e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
já estão trabalhando para sua implementação, juntamente com outros órgãos. Acredito que é uma questão de tempo para que as metodologias já utilizadas em outros países sejam aperfeiçoadas e adaptadas à nossa realidade. O importante é que a partir de sua aplicação, de forma bem definida, os dados possam representar resultados concretos para o incremento do Turismo no país”, esclarece a senadora. Enquanto a Conta Satélite não vira realidade, outros mecanismos já foram disseminados e aproveitados pelo setor do Turismo, caso das mídias sociais. “Elas já são uma realidade e a participação das pessoas nos diversos temas (locais, regionais ou nacionais) cresce exponencialmente nesses canais. Ainda não há como precisar efetivamente o seu impacto, mas o setor de turismo, sem dúvida, só tem a se beneficiar participando ativamente dessas novas mídias, em todos os seus segmentos. Além de moderna tecnologia de comunicação, que possibilita ampla interatividade, por intermédio das redes é possível alcançar um público crescente, divulgar informações e posicionamentos do setor, além de incrementar o mercado”, defende Lídice. A opinião da senadora, no entanto, muda quando o tema são as fusões no setor, assunto no qual ela prefere deixar claras suas ressalvas. “Essa é uma tendência mundial, que favorece
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Preparação para megaeventos: “ainda há muito a avançar e o tempo é curto” Presidindo no Senado a Subcomissão Temporária da Copa 2014, Olimpíada e Paraolimpíadas de 2016 (CRDCOOL), Lídice da Mata aponta a maior preocupação na preparação do Brasil para os eventos: os aeroportos. “Nosso trabalho, na Subcomissão, consiste em pensar e propor soluções para a gestão pública do turismo, não apenas nos investimentos em infraestrutura, como reforma dos estádios e aeroportos, mas também outras ações, como mobilidade urbana e qualificação profissional, que garantam legados significativos para a sociedade brasileira. Com certeza, ainda há muito a avançar e o tempo é curto. As obras de infraestrutura e acessibilidade precisam ser aceleradas”, admite. Tendo construções adiantadas em outros quesitos, caso dos estádios - na Bahia, por exemplo, o novo estádio da Fonte Nova já está 65% pronto – o foco da senadora se volta para a estrutura aeroportuária. “Nossa
preocupação mais forte é em relação aos aeroportos”, enfatiza. Apesar disso, outros aspectos também requerem atenção da CRDCOOL. “Temos ainda muitos problemas pontuais a serem debatidos e equacionados, como a diminuição da carga tributária para o setor de turismo, já parcialmente contemplada no Plano Brasil Maior; e a diminuição do custo de energia, com a utilização, por exemplo, da energia eólica horizontal onde esse tipo de tecnologia seja possível, o que ajudaria a diminuir os custos operacionais; entre outros pontos”, cita. Lídice acredita que o novo pacote de concessões na área de infraestrutura de transportes, anunciado recentemente pela presidente Dilma Rousseff, vai ao encontro de possibilitar que a estrutura necessária para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 esteja pronta no tempo hábil. “Na verdade, o país precisa estar praticamente pronto em 2013, para a Copa das Confederações”.
a diminuição de custos operacionais, potencializa a melhoria da qualidade de prestação de serviços e moderniza a gestão, tornando-a mais enxuta. Há estimativas no segmento da aviação, por exemplo, de que em dez ou 15 anos o mercado seja formado por apenas 12 ou 15 grandes companhias aéreas internacionais. Mas considero que é preciso tomar cuidado com a formação de monopólios e duopólios, para que as tarifas aéreas se mantenham competitivas no mercado e não prejudiquem o consumidor”, alerta. Já em relação às operadoras de Turismo, a visão de Lídice da Mata é mais positiva. “O poder de negociação delas aumenta junto aos fornecedores aéreos, rede de hotelaria e transportadores terrestres. Creio ser uma tendência à diminuição dos preços dos pacotes turísticos a serem oferecidos ao mercado consumidor”, prevê.
Olimpíadas de 2016 serão um case de sucesso Na CRDCOOL, o período após os grandes eventos esportivos, incluindo as Olimpíadas de 2016, também faz parte das pautas. “O legado deixado pela estrutura, logística e incremento turístico de um evento deste porte para qualquer localidade que o sedia impacta positivamente a sede do evento e o país como um todo. Esse é o objetivo a ser perseguido pelo Brasil: o de que possamos, com a realização dos Jogos Olímpicos e as Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, deixar para a população da capital fluminense, do estado e do país um legado de realizações e de benefícios para todos os setores sociais”, revela. E para que os objetivos sejam plenamente alcançados, a senadora defende investimentos em capacitação. “Acredito que é importante e fundamental investir em recursos humanos, na qualificação da mão de obra do setor turístico brasileiro, tanto a especializada como a não especializada. Outro aspecto essencial é a reciclagem dos gestores do setor”, salienta. Já as altas tarifas na hotelaria, segundo ela, são provocadas, muitas vezes, pelos próprios hoteleiros. “O ideal seria ajustar as tarifas médias anualmente para evitar situações extremas nos eventos de grande porte”, finaliza.
LEGISLATIVO COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
José Rocha
Taxas, impostos e burocracia impedem maior avanço no Turismo
Natália Strucchi “Avalio que boa parte das dificuldades que enfrentamos para atrair mais turistas internacionais se deve aos preços, encarecidos pelo grande número de impostos e taxas, além dos entraves burocráticos, como é o caso dos vistos”. As considerações são do presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados (CTD), José Rocha. De acordo com ele, é preciso maior entendimento entre o trade turístico e órgãos governamentais para que sejam formuladas políticas públicas para a melhoria do setor. O recente aumento das fusões no setor de turismo também causa preocupações. “As fusões são uma tendência da economia globalizada. O Brasil está entre os países emergentes e é natural que atraia interesse de grandes corporações que desejam participar do nosso mercado. É preciso ter o cuidado para que essas fusões não venham a fragilizar o empresariado brasileiro e também não prejudiquem o consumidor. Temos que ficar atentos para que não ocorra uma concentração de grupos estrangeiros em determinados setores da economia, como o de Turismo. As fusões são bem-vindas quando fortalecem nossa economia, ampliam os benefícios ao consumidor e não colocam em risco o mercado de trabalho para os brasileiros”, alerta o deputado. De olho em tudo que acontece e em busca de melhorias para o turismo brasileiro, a CTD tem feito a sua parte. A comissão abriu um debate com todos os segmentos envolvidos nas áreas de turismo e do esporte, por exemplo, onde foram ouvidas, em audiências públicas, autoridades de todo os setores, entre eles ministros de estado ligados ao Turismo, esporte
e mobilidade urbana e também o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que falaram dos seus planos e do sistema de fiscalização das obras da Copa do Mundo e outros eventos que o Brasil irá sediar. Também foram realizados três seminários tratando dos temas “Legado dos Estádios”, “Turismo Rural” e “Desafios dos Marcos Legais para a Economia Criativa”, além de 15 reuniões de audiências públicas com os mais variados setores das áreas de turismo e esportes. “Nosso próximo passo será visitar
todas as cidades-sede da Copa e acompanhar como estão as obras dos estádios e as de mobilidade urbana, bem como a questão da segurança pública, para então elaborarmos um relatório sobre essas questões que deverão voltar ao debate na Comissão de Turismo e Desporto”, explica José Rocha. Segundo ele, não há dúvidas de que os aeroportos e os estádios estarão prontos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo. A maior preocupação gira em torno da mobilidade urbana e da qualificação de mão de obra.
Exemplo londrino O presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados crê que é possível utilizar o modelo de Londres para aprender com acertos e erros no que tange às Olimpíadas de 2016. “Toda Olimpíada é um aprendizado para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e, até mesmo, para o Comitê Olímpico Internacional. Acredito que devemos aproveitar as experiências bem sucedidas de jogos recentes como Londres e Pequim, entre outros, além de aprender com os erros que foram cometidos. Podemos apontar méritos e equívocos na Olimpíada de Londres. Mesmo assim, acho que seria uma análise superficial. Temos que examinar a Olimpíada como um todo, desde a execução das obras, os locais escolhidos para as competições, a organização, arbitragem, tratamento aos turistas, preços dos
ingressos e condições para o trabalho da imprensa. Certamente os representantes da Rio 2016 que estiveram em Londres acompanharam tudo com muita atenção e vão tirar o maior proveito possível na organização dos jogos no Brasil”, afirma. Para ele, não há necessidade de se preocupar com o abuso nos preços durante os megaeventos, como ocorrido na Rio + 20. “O que houve na Rio+20 foi um acidente de percurso com relação à contratação da empresa operadora do evento, junto ao setor hoteleiro, no caso a Terramar. No entanto, com a interferência do governo federal houve entendimento com o setor hoteleiro e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), colocando o segmento dentro dos padrões de nível internacional que servirão de exemplo para 2014 e 2016”, finaliza.
Mídias sociais: impacto altamente positivo dos clientes e, assim sendo, deve utilizar as mídias sociais, não só para levar maior conforto ao cliente, mas também para expandir seu campo de atuação. Nesse sentido, deve usar muita criatividade e dinamismo na utilização das mídias sociais, segmentando o público e desenvolvendo uma narrativa que atraia o consumidor”, defende. Para ele, o agente de viagem deve, inclusive, se utilizar do próprio cliente para mostrar seus serviços, tornando-o também um divulgador dos serviços que lhes foram prestados. “O uso das mídias sociais, no setor de turismo, deve levar em conta que todo internauta é, a princípio, um potencial futuro consumidor”, diz.
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divulgação são tantas que a Embratur vem, sabiamente, aproveitando todas. “É uma difícil missão divulgar nosso potencial turístico no exterior. Nesse sentido, os planos da Embratur prevêem o redirecionamento estratégico, a promoção das cidades-sedes da Copa no mercado internacional; a reformulação sobre a participação brasileira nas feiras internacionais; o apoio aos voos charteres; e o aumento do investimento em promoção e propaganda para o Brasil no exterior”, enumera José Rocha. Na visão do deputado, os próprios agentes de viagens devem tirar proveito dessa nova “arma” que são as redes sociais. “Como consultor especializado da área de turismo, o agente de viagem é o responsável pela comodidade
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Ao acompanhar o trabalho da Embratur, a CDT vê com bons olhos a utilização das mídias sociais em campanhas de divulgação do país. “O impacto é altamente positivo e deverá incrementar o setor uma vez que as facilidades para compra de passagens áreas, reservas em hotéis, dentre tantas outras facilidades oferecidas pelas mídias sociais, são importantes para a vida do cidadão. Cabe lembrar que as redes sociais como Facebook, YouTube, Twitter, Orkut, MySpace, HI-5, Linkedin, entre outras, fazem parte do dia a dia das grandes empresas aéreas, de hotéis e também da população em geral”, ressalta. Para ele, as ferramentas disponíveis para
LOCADORAS DE VEÍCULOS ABLA
Paulo Gaba
De carona com o mercado da locação de veículos
Luciano Palumbo O setor de locação de automóveis no Brasil faturou R$ 5,67 bilhões em 2011, o que correspondeu a um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. O valor foi contabilizado em três vezes mais do que o PIB nacional. A participação da locação nas vendas do segmento automobilístico ficou em 8,7%, sendo a Fiat responsável por 29,67% da comercialização de carros para as locadoras brasileiras. Em seguida, aparecem, nessa ordem, a VW (27,19%), GM (18,95%). A Renault, por sua vez, dobrou sua participação. “Observamos uma recuperação nos preços e isso impactou de forma direta a indústria de veículos. O mercado brasileiro está estável e o país é considerado um centro econômico importante para investimentos. Para continuar nesse ritmo e ter benefícios com a redução do IPI precisamos da parceria da montadora com novos prazos de pagamento e financiamento de veículos como do apoio do governo e do agente financeiro para fazer o carro alugado render”, afirma Paulo Gaba, presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Veículos (Abla). O executivo acredita que grande parte desse resultado se deve às condições de pagamentos e ao aumento da oferta de carros maiores. Em 2011, a frota dedicada ao setor de locação cresceu 7,51%. “Ao todo, 445.470 veículos foram disponibiliza-
As empresas de locação já estão renovando dos. Se contabilizadas as negociações feitas em suas frotas e a partir de 2014 todos os veículos varejo ou de forma informal, esse número chega alugados no Brasil contarão com freios ABS e a 600 mil automóveis. O setor vive um momento air bag duplo”, acrescenta. Estimativas da Abla pujante e de grande interesse”, ressalta Gaba. apontam que somente nos próximos dois anos A idade média da frota, por sua vez, aumenas locadoras destinarão R$ tou. De 15 anos em 2010, o 1,8 bilhão para renovação e número subiu para 17 anos ampliação de frota. Depois no em 2011. “Esse índice dos carros populares, os não deve ser interpretado “Cortes de impostos veículos médios (16%), os como negativo. Revela, conauxiliaram o utilitários e vans (15%) e tudo, um cenário desafiante mercado no inicio os carros de luxo (5%) são tanto para as montadoras os mais alugados no país. como para os agentes finande 2012, mas a falta Em geração de empreceiros do setor de automóde financiamento gos diretos e indiretos, os veis com novas condições prejudicou a corrida números também estão de prazos de pagamentos. em ritmo acelerado. Foram Temos capacidade para do crescimento para criados 277.943 empregos voltar à média de 14 anos as empresas do setor” no setor de locação em ainda este ano e alcançar a 2011. “Ao longo de 2012 marca de 12 anos de frota faremos cursos de precificaem 2013”, salienta o dirição para os associados da Abla. Temos 1.100 gente. Hoje, 83,1% dos carros utilizados para membros ativos. Essa qualificação é importante locação utilizam sistema flex de combustível. para mostrar ao mercado que estamos nos Gaba destaca ainda que o carro popular preparando, sabemos nossos custos e não é o mais procurado para locação (64%). “É nos baseamos na concorrência”, completou o importante frisar, no entanto, que esse veípresidente. No período de 21 a 24 de junho, a culo já vem com ar condicionado e air bag”, entidade realiza sua 7ª Convenção e reunirá diz, mencionando que locadoras regionais já 27 diretores regionais. Em impostos, o setor oferecem pelo menos dois carros com transde locação contribuiu com R$ 1,86 bilhão. missão automática. “Essa é uma diferenciação O Brasil contabiliza, atualmente, 2.083 ao mercado. Assim como o pacote de seguro. locadoras de carros. Desse total, 157 estão no Norte; 607 no Nordeste; 140 no Centro-Oeste; 835 no Sudeste e 344 no Sul. Em relação a 2010, esse número é 3% maior. Essas empresas prestaram serviços prioritariamente para o ramo da terceirização (55%). otimista com relação ao desempenho do Enquanto, o segmento turístico de negócios setor, que deverá manter, no mínimo, os representou 25% do movimento, o turismo dois dígitos de crescimento verificados ao de lazer foi responsável por 25%. Ao todo, longo dos últimos anos”, afirma. 18,6 milhões de pessoas alugaram veículos no Segundo ele, a indústria tem a perspaís. “Os usuários acima de 45 anos podem pectiva de crescimento devido à atividade crescer ainda. O público da terceira idade econômica em alta, com os setores de infratem interesse em alugar carros para viagens”, estrutura demandando cada vez mais seranalisou Gaba. A maior parte dos locatários viços, incluindo aí a terceirização de frotas atua no setor de serviços (40%), seguido pela de automóveis. A terceirização implica no indústria (30%) e comércio (12%). aluguel de frotas inteiras de veículos para empresas de todos os portes. As locadoras estão voltadas para esse filão, investindo na Confira o perfil do locatário em 2011 disseminação do conceito de terceirização e divulgando suas vantagens entre empresas 79% homens públicas e privadas. Também no turismo 21% mulheres as perspectivas são positivas. “Teremos os grandes eventos esportivos e a divulgação 65% são casados internacional que vem sendo feita pelo 85% possuem entre 25 e 45 anos Brasil também tem ajudado a atrair mais eventos de negócios para o Brasil, além 10% está acima de 45 anos de ampliar o Turismo de lazer”, comenta. 85% são graduados
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Balanço e perspectivas para um futuro próximo Com relação aos serviços oferecidos, ações de marketing, qualidade dos serviços, crescimento, entre outros, o ano de 2012, para o setor, segundo Gaba, foi marcado pelos cortes do IPI para a compra de automóveis novos. “Toda redução de impostos é positiva, mas o pacote anunciado pelo governo ainda no primeiro semestre está exigindo do nosso setor um planejamento ainda mais cuidadoso, principalmente em relação à renovação da frota”, diz. Segundo o executivo, houve queda no preço dos carros novos, mas o preço dos seminovos também caiu enquanto o benefício tributário está em vigor. “Assim, para que o setor possa ampliar sua frota agora, adiando momentaneamente a venda dos seminovos, uma maior oferta de crédito das instituições financeiras para o nosso setor será ainda mais fundamental até o final de 2012. Mesmo assim, para este ano de 2012, a avaliação também é
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Impactantes e decisivas De acordo com Paulo Gaba, as mídias sociais, se bem utilizadas, podem gerar impactos positivos para toda a cadeia produtiva do turismo nacional, mobilizando pessoas, fomentando viagens, divulgando destinos, produtos e serviços e, principalmente, estimulando as pessoas a viajarem mais pelo Brasil. “Além disso, elas criam também uma responsabilidade ainda maior para todos os players da cadeia produtiva, pois com as redes sociais, cada vez mais pessoas dividirão suas
experiências em viagens com milhares de outras pessoas”, diz. Ou seja, uma experiência positiva gera retorno imediato, assim como eventuais problemas nas viagens. É preciso que as empresas, setores, destinos e profissionais envolvidos com viagens estejam atentos e preparados para esta nova realidade da comunicação online. “Nesse sentido, ao lado da reformulação do Portal ABLA na internet (www.abla.com.br), também ingressamos com a Abla nas principais redes
sociais utilizadas no Brasil, que são o Twitter e o Facebook. Nelas, postamos atualizações diárias sobre o nosso setor e também sobre as atividades dos nossos parceiros mais importantes, como os agentes de viagens, as montadoras de automóveis e as instituições financeiras, entre outras. Deste modo, estamos trabalhando para utilizar da melhor forma estes novos instrumentos de comunicação, no sentido de divulgar o nosso setor e gerar ainda mais locações de automóveis no Brasil”, finaliza.
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PRINCIPAIS DADOS DO ANUÁRIO DA ABLA DE 2012 FATURAMENTO DO SETOR (R$ EM BILHÕES)
LOCADORAS EXISTENTES (PONTOS DE LOCAÇÃO)
FROTA DO SETOR (EM UNIDADES)
PERFIL DO NEGÓCIO
PERFIL DOS LOCATÁRIOS 2011
NÚMERO DE USUÁRIOS (EM MILHÕES)
LOCADORAS DE VEÍCULOS HERTZ
Previsão de receita para 2012 é de US$ 9 bi John Salagaj
Lisia Minelli No segundo trimestre deste ano, a receita mundial da Hertz cresceu 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado e a receita de aluguel de carros em todo o mundo cresceu 6,8%, com um recorde de US$ 1,8 milhão. Para 2012, a estimativa é que locadora gere uma receita mundial em torno de US$ 9 bilhões. Segundo John Salagaj, diretor de marketing, o mercado de lazer está crescendo. “O principal negócio da Hertz é o aluguel de automóveis no aeroporto, tanto para negócios como lazer, representando 85% do nosso negócio. No Brasil, o mercado de lazer está crescendo e esperamos nos capitalizar com esse crescimento. Viagens corporativas também são importantes e nosso objetivo é ter uma mistura equilibrada de ambas”, informa. Para ele, a cultura do aluguel de carros no
país ainda é incipiente. “O objetivo da locadora é aumentar sua percepção como marca em todos os segmentos do mercado – locações diárias e terceirização de frota. Conforme amadurecemos, podemos olhar para veículos de maior porte como caminhões e vans ou, ainda, equipamentos. Veremos também a Hertz expandindo as opções de frota, concentrando-se em tecnologia, e olhando nossa estrutura e sistemas, tanto internamente, como nos pontos de venda”, explica. À ideia é olhar também para fortalecimento da rede. “Temos o objetivo de nos aproximar das franquias que já realizam um ótimo trabalho e querem crescer com a gente, a fim de garantir que elas ofereçam serviços com o mesmo nível e tecnologia das lojas próprias da Hertz”, explica. Quanto ao seu posicionamento, a empresa ocupa uma fatia considerável no mercado brasileiro, seja corporativamente ou como um parceiro de franquia, “no entanto, vamos nos voltar para a abertura de lojas onde existe demanda; pretendemos também estar
presente em todos os principais aeroportos do país”, antecipa. Outro importante canal com os clientes são as mídias sociais. Segundo o diretor, o impacto delas no Turismo tem se tornado cada vez mais importante. “As mídias vêm se expandindo com a criação de novas plataformas e aplicativos. Viajar, em geral, é uma experiência partilhada entre amigos: falar sobre planos para viagens futuras, compartilhar fotos, tudo se volta para as mídias sociais e suas diferentes plataformas. O Pinterest, por exemplo, permite planejar a viagem via pinboard; o Foursquare permite ao viajante dar ‘check in’ em seus destinos; já Facebook ou Instagram possibilitam a postagem de fotos, comentários e compartilhamento, bem como o Twitter”, lembra. A Hertz está presente no Facebook, Twitter, Pinterest e Google+ e esses são canais onde compartilha ofertas, promoções, notícias gerais, produtos e serviços para os clientes. Em contrapartida essas plataformas são um meio de a Hertz receber feedback, perguntas e sugestões.
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LOCADORAS DE VEÍCULOS LOCALIZA
Cristina Vaz
Empresa tem frota de mais de 103 mil carros e 502 agências
Mario Brizon Alguns números impressionantes dão o dimensionamento do tamanho e da importância desta que é uma das maiores empresas do setor de locação de veículos do país, a Localiza. De acordo com o último balanço divulgado pela empresa relativo ao primeiro semestre deste ano, 11 novas agências foram inauguradas no Brasil e uma na Argentina. No mesmo período, houve a utilização recorde de 74,2% da frota. O EBITDA consolidado cresceu 10,1% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 425,7 mil. Já a receita líquida consolidada cresceu 12,7%, devido principalmente ao aumento no volume de negócios e no valor da diária média, e a geração de caixa no período foi de R$ 242,3 milhões. Além disso, a empresa totalizou uma frota de mais de 103 mil carros e 502 agências em vários países. Ainda sobre os números da empresa, Cristina Vaz, gerente de canais de distribuição da Localiza, disse que os resultados apontam aumento na quantidade de carros vendidos para a renovação da frota: 3.876 em abril, 4.917 em
maio e 5.711 em junho. “O aquecimento das vendas dos carros desativados permite que a companhia acelere a renovação da frota aproveitando a queda de preço dos carros novos”, disse. Sobre a abertura de novas agências, ela reafirma que essas ações fazem parte da estratégia da empresa de estar presente em todos os aeroportos e cidades que tenham importância econômica ou turística, “para que possamos interiorizar o negócio de aluguel de carros no Brasil e na América do Sul”, explica. Segundo a executiva, a frota da Localiza é mais nova do Brasil, com idade média de um ano, e conta com 103.237 carros. Destes, 58.436 estão disponíveis para locação nas agências próprias e 13.389 carros nas agências franqueadas. Da frota total, 31.412 são utilizados pelos clientes da Total Fleet, empresa do Grupo Localiza especializada em aluguel, gerenciamento e terceirização de frotas. “Aproximadamente 70% dos carros desativados da frota da Localiza Rent a Car e da Total Fleet são vendidos através das 71 lojas da Seminovos Localiza, distribuídas em 39 cidades brasileiras. O objetivo é agregar valor aos
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Face a Face com o Cliente No ano em que o Programa Face a Face com o Cliente completou 14 anos, cerca de 300 executivos da Localiza deixaram os escritórios para vivenciar o atendimento aos clientes diretamente nos balcões, aproximando ainda mais os gestores do usuário final. “O objetivo é que os participantes possam observar de perto o atendimento ao cliente e, mediante sua percepção, sugerir melhorias, apontar falhas e ajudar a empresa a oferecer um serviço ainda mais eficiente, reforçando os princípios de atendimento da companhia. Ao final de cada edição, os participantes entregam um relatório minucioso, que contribui para o apontamento de melhorias. As estratégias e decisões da Localiza são baseadas na valorização do cliente. Por isso, para a companhia é importante que os seus gestores tenham a visão do cliente, entendendo quais são suas expectativas, o que ele sente e espera da empresa”, disse Cristina Vaz. Fidelização – Segundo a gerente, em junho deste ano a Localiza atingiu a marca de três milhões de clientes no Programa Fidelidade. “Somos líderes de mercado, com mais de 500 agências na América do Sul e nosso índice de
satisfação de clientes é de mais de 96%. Esses números retratam, de forma contundente, a forte relação que temos com os nossos clientes. Temos investido em qualidade de serviços, frota, instalações e, principalmente, na qualificação da nossa equipe, com o intuito de ampliar ainda mais as vantagens da Localiza”, pontua. Além do cliente final, a empresa se preocupa com a qualificação dos seus clientes internos, os seus colaboradores. “A Localiza está em busca permanente das melhores práticas de gestão de pessoas e por isso têm investido fortemente em programas de desenvolvimento e treinamento voltados para líderes da companhia e seus colaboradores. A empresa mantém programas de educação corporativa voltados para as necessidades de formação dos colaboradores, independentemente do nível hierárquico. O conteúdo é planejado de acordo com as estratégias do negócio. Além de uma grade de treinamento estruturada, a Localiza também dissemina de forma constante seus valores, novas políticas, direcionamento estratégico e novos projetos por meio de campanhas internas de comunicação”, explicou.
negócios da plataforma como diferencial competitivo, reduzindo os custos de depreciação dos carros e gerando caixa para a renovação da frota. Hoje a Seminovos Localiza tem capacidade de venda de 67 mil carros”, pondera. Das 502 agências Localiza atuais, 249 são franquias com operações no Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. “A empresa é referência neste setor, devido à qualidade da transferência de know how e tecnologia para seus franqueados. Recentemente fomos reconhecidos no prêmio ‘As Melhores Franquias do Brasil’, como líder no setor de veículos pelo terceiro ano consecutivo. A Localiza quer estar onde o cliente está e, mesmo sendo a locadora com maior distribuição geográfica do país, ainda existem muitas cidades para nos estabelecermos. Além disso, outros fatores que contribuem para o crescimento da companhia são o aumento de passageiros nos aeroportos, no número de portadores de cartões de crédito, e os investimentos que estão sendo feitos no país”, informa a gerente. Parcerias – De acordo com Cristina, a Localiza possui parceria com os principais bancos, cartões de crédito e redes hoteleiras. “Além disso, oferecemos benefícios para um grande número de empresas e associações que procuram agradar seus clientes, funcionários ou associados com vantagens diferenciadas”, afirma. Mídias sociais - A Localiza já prepara uma campanha para os agentes de viagens utilizando esse novo canal. “Podemos afirmar que as mídias sociais se posicionam como mais um importante canal de comunicação para os agentes de viagem. As pessoas buscam nas mídias sociais um espaço para compartilhar experiências, encontrar pessoas e aumentar suas redes de contato. Surgem comunidades de diversos assuntos, agrupando usuários por gostos, opiniões e interesses. É por meio dessa troca que o agente de viagens tem oportunidade de se relacionar com seus clientes e fidelizá-los. Utilizaremos das redes sociais na próxima campanha para os agentes de viagem. Aguardem!”, disse Cristina Vaz. Ela acrescenta que a maior parte das locações feitas pelos agentes de viagem acaba ocorrendo por solicitação do cliente. “Nosso desafio é fazer com que o agente de viagem antecipe as necessidades do cliente e inclua o aluguel de veículos no composto de viagem como um novo valor agregado. Por isso, estamos sempre disponibilizando ferramentas específicas que ajudem os agentes a serem nossos aliados na venda de aluguel de carros”, conclui.
MEIOS DE HOSPEDAGEM ABIH NACIONAL
Enrico Torquato Fermi
Hotelaria: desoneração é essencial para aumentar a competitividade
Luiz Marcos Fernandes
também do momento da economia. “Temos negociado com a Fifa tarifas adequadas e acho que o grande ganho será no pós evento em função da maior visibilidade do país”, admite. O dirigente também manifestou sua preocupação em relação ao ritmo dos investimentos em infraestrutura, que precisa ser acelerado. Redes sociais – Diante das novas tecnologias e a exploração das redes sociais pelo mercado, Fermi considera importante aos agentes de viagens utilizarem cada vez mais esse instrumento como forma de buscar novas oportunidades no mercado. Mesmo assim, ele lembra que no setor de hotelaria apenas 30% do mercado tem utilizado as novas ferramentas. “Ainda é uma fração pequena, mas a tendência é crescer e ganhar espaço, pois é uma ferramenta que não pode ser desprezada e outros setores já demonstraram isso. Precisa o empresário se conscientizar mais do potencial desse instrumento”, admite. Capacitação – A preocupação com a mão de obra especializada é outro desafio a ser superado. Segundo o dirigente, programas oferecidos pelo governo têm contribuído para um avanço abaixo do ritmo esperado. “O governo fez o Pronatec, mas ele não avançou dentro das necessidades do mercado e o tempo está passando. Nós sugerimos então o Pronatec in company, que nada mais é do que uma adequação do programa implantado dentro das empresas, no caso dos hotéis”. As aulas do Pronatec Copa, programa de qualificação profissional coordenado pelos ministérios do Turismo e da Educação, que oferece apenas esse ano 80 mil vagas em 32 cursos presenciais para profissões relacionadas ao receptivo do setor de turismo já superou a marca de 372 mil inscritos.
DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE HOSPEDAGEM DAS REGIÕES METROPOLITANAS DAS CAPITAIS E REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO-RIDE, POR TIPOS DE ESTABELECIMENTOS - 2011
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Num mercado que vive dias de expectativa diante dos megaeventos que vão acontecer no país, o setor hoteleiro tem dividido suas atenções entre questões pontuais, como a implantação do novo sistema de classificação e desafios, dentre eles, a desoneração fiscal dos serviços. Segundo Enrico Fermi Torquato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) essa é uma questão essencial para dar um novo dinamismo ao setor e maior competitividade para fazer frente à concorrência com o mercado internacional. Diante das críticas de que a hotelaria no Brasil é cara e os serviços, por vezes, deixam a desejar, o dirigente lembra que esse fator é conseqüência dos altos custos com que a indústria hoteleira é obrigada a arcar. “Considero que a inclusão da hotelaria como um dos setores beneficiados pelo plano Brasil Maior foi uma grande conquista para o setor. Afinal de contas, as tarifas estão atreladas aos custos. Já conseguimos reduzir a folha de pagamentos, no que diz respeito à carga tributária e a próxima luta agora trata da desoneração do setor de energia, que é o segundo item no quesito gastos para o empresário”. O dirigente lembra que durante muitos anos o setor foi prejudicado em função da alta carga tributária. “Agora, o governo começou a entender isso e a inclusão do setor no plano Brasil Maior é uma comprovação disso. Temos hoje a 33ª tarifa mais cara do mundo e pelo fato de o segmento ser muito novo, trabalhado há não mais do que 20 anos, acabamos não acompanhando o ritmo de crescimento do mercado internacional”, avalia. Classificação Hoteleira Já em relação a questões pontuais, a ABIH lembra que existem atualmente algumas pendências. A primeira delas diz respeito à implantação da nova classificação hoteleira proposta pelo MTur. “Houve um atraso na finalização desse processo em função de questões burocráticas por parte do Ministério do Turismo, mas recebi a garantia de que as pendências foram resolvidas e que vamos implantar já a nova classificação oficial, instrumento que, a meu ver, serve como referencial tanto para o mercado doméstico, como para o internacional, já que se trata de uma classificação oficial”. Até para os pequenos meios de hospedagem, que representam 72% do total de estabelecimentos no país, o novo sistema está mais acessível. “De fato, quando foi sugerido, o novo sistema tinha um custo absurdo que podia chegar a R$ 80 mil e após as negociações, o preço baixou sensivelmente e atualmente está em R$ 1.200”, explica. Ficha e Cadastur - Já em relação à ficha nacional de registro eletrônico de hóspedes o processo começou por Brasília. As cidades-sede da Copa do Mundo da Fifa 2014 serão
as primeiras a adotar o ‘Sistema Nacional de Registro de Hóspedes’ (SNRHos), que tem o objetivo de armazenar, em meio eletrônico, as fichas preenchidas pelos hóspedes no check in. “Além de ser uma medida para modernizar e melhorar a prestação de serviços para o turista e para as empresas, o sistema dará subsídios para o setor”, lembra Fermi. O mesmo se deve em relação ao Cadastur. Como mais de 70% dos meios de hospedagem no país são de pequeno e médio portes, Fermi sugere que sejam realizados workshops de conscientização e incentivo. “É preciso haver uma mobilização para atrair também os pequenos empresários”, sugere ele. Megaeventos - Com os olhos voltados para 2014, ano em que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo, o setor hoteleiro prevê investimentos superiores a R$ 2,4 bilhões na construção de mais de 100 novos estabelecimentos nas 12 cidades que irão sediar a competição. O dirigente lembra que os novos investimentos não podem ter como objetivo apenas atender a demanda durante a Copa e as Olimpíadas. “Ninguém pode fazer um hotel para atender a uma demanda de 40 dias. Na realidade, os investimentos estão baseados muito mais numa perspectiva de crescimento da demanda doméstica em função dos mais de 40 milhões de novos consumidores da classe média”, lembra ele. Mesmo assim, Fermi admite que algumas cidades já enfrentam “gargalos” para atender a demanda crescente. “É o caso de Recife e Rio de Janeiro, por exemplo, que já enfrentam falta de leitos disponíveis”. Quanto à estimativa de ocupação abaixo do esperado da hotelaria em Londres, durante as Olimpíadas deste ano em função dos altos custos, Fermi lembra que os resultados tímidos não decorrem apenas dos altos preços, mas
Regionalização é prioridade e será tema do Conotel 2013 Desde sua posse à frente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Fermi tem defendido a importância de trabalhar mais a questão da regionalização. Para ele, num país de grandes distâncias continentais, não há como implementar uma política nacional sem antes desenvolver uma política regional de planejamento do setor hoteleiro. “Nossa preocupação tem sido avançar nesse tema, tanto que para 2013 o Conotel terá como tema essa problemática. Esse é um processo que tem avançado. Precisamos analisar questões e fatores regionais”. Depois da parceria da ABIH com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e Associação Resorts Brasil, a entidade firmou no último Conotel um acordo com o Grupo Cipa/Fiera Milano, especializado em grandes eventos. Ficou acordado que a edição do Conotel em 2013 acontece no dia 25 de março junto com a Food Hospitality Word, considerado o maior evento de hospitalidade da América Latina, organizado pela Cipa/Fiera Milano, que será inaugurado no mesmo dia, no Center Norte. A previsão é de pelo menos 20 mil visitantes. Em relação à mudança de estatuto da entidade, aprovada recentemente, o foco agora é fortalecer as estaduais. “Estas mudanças têm como objetivo reestruturar a nossa entidade permitindo assim maior participação das estaduais e dando voz e vez para que os estados manifestem suas carências e necessidades, coisa que não acontecia até então”. A ABIH pretende fortalecer também novas
parcerias, inclusive com o setor privado. Outra preocupação é criar medidas que possam beneficiar também o hoteleiro. “Durante o último Conotel lançamos o Cartão Hoteleiro que oferece uma série de benefícios aos asso-
ciados da entidade. Nossa primeira parceira é a Tam, que vai conceder entre 12% e 15% de desconto nas passagens aéreas para quem tiver o cartão”, revelou. Outra conquista alcançada pela ABIH foi a instalação da sede em Brasília.
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Confira um retrato da hotelaria no Brasil De acordo com os resultados da Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH 2011), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, os números da hotelaria apresentaram um quadro com dados específicos do setor. Capacidade – As 27 capitais brasileiras têm condições de hospedar, juntas, 554.427 pessoas, se forem levados em consideração todos os leitos duplos e individuais existentes atualmente. A rede de hospedagem das 27 capitais brasileiras contava, em 2011, com 5.036 estabelecimentos, que possuíam 250.284 unidades habitacionais (suítes, aptos, quartos, chalés). Mercado - São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte lideravam os serviços de hospedagem, concentrando 40,7% do total de estabelecimentos, 45,8% das unidades e 43% dos leitos disponíveis nas capitais do país. Com 972 estabelecimentos (19,3%), São Paulo possui a maior rede do país, com 54.065 unidades habitacionais (21,6% do total), e 73.488 leitos (19,7%). Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 429 estabelecimentos (8,5%), 31.594 unidades habitacionais (12,6%) e 45.416 leitos (12,2%). Salvador, com 358
estabelecimentos (7,1%), e Belo Horizonte (5,8%), com 291 estabelecimentos, completam o ranking das quatro capitais com maior participação na capacidade de hospedagem dos municípios das capitais brasileiras. De acordo com a pesquisa, Salvador possui 15.666 (6,3%) unidades habitacionais, com 22.366 leitos disponíveis (6,0%), enquanto Belo Horizonte conta com 13.353 unidades (5,3%) e 19.031 leitos (5,1%). Outras capitais também se destacam com uma participação expressiva: Fortaleza, com 280 estabelecimentos (5,6%), 12.188 unidades habitacionais (4,9%) e 19.745 leitos (5,3%); Florianópolis, com 254 estabelecimentos (5,0%), 10.098 unidades habitacionais (4,0%) e 20.060 leitos (5,4%); Curitiba, com 242 estabelecimentos (4,8%), 12.780 unidades habitacionais (5,1%) e 19.083 leitos (5,1%) e Brasília, com 222 estabelecimentos (4,4%), 11.980 unidades habitacionais (4,8%), 19.216 leitos (5,1%). Três capitais da região Norte, de acordo com a pesquisa, possuem as menores redes de hospedagem do país: Boa Vista, com apenas 32 estabelecimentos de hospedagem (0,6%), 1.077 unidades habitacionais (0,4%) e 1.726 leitos (0,5%); Rio Branco, com 36 estabelecimentos (0,7%), 1.231 unidades (0,5%) e 2.047 leitos (0,5%); e Macapá, com 41
estabelecimentos (0,8%), 1.247 unidades (0,5%) e 1.584 leitos (0,4%). Tipo - Embora o maior percentual de hotéis (37,6%) pertença à categoria econômico, 23,2% de toda a rede apresentam padrão inferior de conforto/qualidade dos serviços (categoria simples). Os estabelecimentos declararam que apenas 1,3% de suas unidades são adaptadas para pessoas com necessidades especiais, destacando-se, em número de unidades adaptadas, São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Brasília e Maceió. A rede de hospedagem das capitais totaliza 5.036 estabelecimentos e é constituída, predominantemente, por hotéis (inclusive hotéis históricos, resorts e hotéis-fazenda), que respondem por 52,1% do total (2.627 hotéis). O segundo tipo de estabelecimento mais comum são os motéis (1.184), com 23,5%, seguidos pelas pousadas (714), com 14,2%. Têm menor expressividade apart-hotéis/flats, com 4,2%, pensões de hospedagem (inclusive estabelecimentos do tipo cama e café ou pousadas domiciliares), com 3,1%, e albergues turísticos, com 1,9%. No grupo outros, campings, dormitórios e hospedarias totalizam, apenas, 1,0%.
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MEIOS DE HOSPEDAGEM RESORTS BRASIL
Dilson Fonseca
Resorts devem se adaptar ao mundo online
Leila Melo Dinamismo e interatividade. As empresas do setor de Turismo e seus profissionais devem aproveitar essas características inerentes à Internet para divulgar suas marcas, diferenciais e serviços. “As mídias sociais, definitivamente, impactam na decisão de hospedagem. Por meio delas, é possível vincular um empreendimento, um destino ou até mesmo o setor turístico como um todo, a uma situação favorável”, entende Dilson Jatahy Fonseca Jr., presidente da Resorts Brasil. O turista de lazer – principal hóspede dos resorts no país – tem tempo para pesquisar suas opções de viagens. Segundo Fonseca, aquele hotel que estiver nas mídias sociais tem mais visibilidade e consequentemente mais chances de conquistar a atenção do cliente e com maior rapidez. “Por outro lado, se o empreendimento receber alguma crítica, ele tem a mesma oportunidade, ou seja, agilidade para ajustar qualquer problema”, complementa. O setor de hotelaria terá que se adequar. Indicações de amigos são, comumente, consideradas na hora de escolher a viagem e praticamente todo o processo de pesquisa do destino e resort passa pelo crivo da Internet. Pesquisa realizada pela própria Resorts Brasil com 1.040 hóspedes em 14 resorts brasileiros apontou que 51% deles utilizaram a web como a principal fonte para se obter informações sobre o resort. Os agentes de viagens foram procurados por 27%. “No entanto, a agência ainda é o principal canal de reserva desses turistas. Exatamente 56% deles preferiram finalizar a venda da viagem com um agente. Isso
a parceria das agências, também queremos nos mostra que a Internet e as mídias sociais atingir os três tipos de perfis de público de fazem parte da realidade mundial e os agentes de resorts: famílias, melhor idade e casais em lua viagens devem aprender a trabalhar nesse cenário de mel”, afirma. Ele lembra que essa mudança para manter sua clientela”, argumenta o dirigente. é viável, principalmente, por conta da grande A Resorts Brasil possui páginas do Facebook movimentação da economia brasileira e o aue Twitter e promove suas iniciativas para o demento do poder aquisitivo senvolvimento do setor. “Não da população. Por estarem fazemos a venda direta. Esse localizadas em diferentes não é nosso enfoque”, diz “As mídias sociais, regiões, os visitantes têm Fonseca, mencionando que a oportunidade de experiuma das ações divulgadas definitivamente, mentar culturas e costumes nessas mídias sociais é o impactam na diversos em um único país. programa Especialista em decisão de A Resorts Brasil tem emResort, que prevê qualificar preendimentos no Nordeste, cerca de 1.200 agentes até hospedagem. Sudeste e alguns resorts no o final do ano. Com esse proPor meio delas, é Sul e Centro-Oeste, somanjeto, a associação leva grupos possível vincular um do hoje 46 associados. Até o de agentes para dentro dos final de 2012, esse número empreendimentos, oferecenempreendimento, deve alcançar a marca dos do convivência no local. O um destino ou até 50 empreendimentos. Até investimento é de R$ 500 mesmo o setor agosto deste ano, a Resorts mil. “Vamos rodar todo o país. Brasil acumulou um cresciJá atendemos profissionais turístico como mento de 8% em receita e de São Paulo e Curitiba e um todo, a uma a estimativa é fechar 2012 nos próximos anos estão situação favorável” com um aumento geral programados treinamentos de 10% e uma ocupação em Brasília, Belo Horizonde 60%. Por outro lado, a te e Porto Alegre”, adianta. entidade irá atuar na reconquista do Turismo A partir desse programa, a associação busca internacional. Esse público, que já representou aumentar a presença de brasileiros nos resorts mais de 20% dos hóspedes, corresponde, do país, disseminando seus benefícios. Entre atualmente, por apenas 7% da ocupação total eles: entretenimento à disposição, refeições a dos resorts do país. “Nossa meta é fazer com qualquer hora do dia – para aqueles que atuam que os resorts tenham condições de voltar a em sistema all inclusive – e hospedagem cinco investir, contratar mais empregados e melhorar estrelas. “O brasileiro não conhece se próprio a qualidade dos serviços”, destaca. país. É preciso quebrar esse paradigma. Com
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OFERTA TOTAL DE RESORTS NO BRASIL
PERFORMANCE
Representação da Resorts Brasil ; 46 resorts ; 12.342 apartamentos ; 4,5 dias de permanência média ; 93% são turistas nacionais ; 7% são turistas internacionais ; 18.513 empregos diretos ; 92.025 empregos indiretos
SEGMENTAÇÃO DA DEMANDA ORIGEM DOS HÓSPEDES
Entidade completa dez anos O ano de 2012 é especial para a Resorts Brasil. A associação comemora uma década com 46 empreendimentos. Em 2002, eram somente 13. Juntos, eles praticam uma diária média de R$ 546 e reúnem um faturamento anual é de R$ 1,3 bilhão. Para comemorar esse marco, a entidade ganha um selo comemorativo, que será utilizado em todos os eventos e nas ações promocionais da associação. “Queremos reforçar que somos uma entidade representativa, congregando grandes redes e uma diretoria atuante”, comenta Dilson Fonseca. A Resorts Brasil terá ainda uma revista oficial com dados deste setor no país. Em dezembro, serão realizados dois dias de celebração. O destaque fica por conta de um painel que falará sobre estratégia de mercado. Os ex-presidentes da entidade se reunirão para um debate sobre cenários futuros e atendimento à nova classe média.
Desoneração tributária é resultado da união de esforços valor pago será maior. Terão meses que os resorts pagarão mais e períodos que se pagarão menos”, explica. Os empreendimentos terão, assim, capacidade para investir em mão de obra, qualificar mais e remunerar mais. Essa desoneração tributária também servirá para minimizar a concorrência dos resorts do Caribe. O próximo passo é a desoneração do custo de energia elétrica para todos os hotéis do Brasil. De acordo com o presidente, os resorts têm uma grande demanda de energia no verão e aos finais de semana. Nesses períodos, os empreendimentos precisam ter eletricidade suficiente para atender 100% dos apartamentos ocupados. “No entanto, as empresas de energia cobram dos resorts pelo potencial de utilização da energia. Ou seja, é cobrado um valor por aquilo que não se usa. Nosso pleito é para que o modelo seja reestruturado e passe a ser cobrado somente o consumo efetivo”, salienta. Essa reivindicação já foi enca-
minhada e está em análise pelo governo. Embora acredite nesse sistema de união de esforços em benefício do mercado, Fonseca analisa as fusões e aquisições como uma tendência natural e o setor turístico não está fora desse quadro. “É mais produtivo fundir do que ter que parar determinada operação. Com a fusão, a preservação de empregos, mercados e tecnologia são garantidos”, avalia, citando que esse processo é resultado inoxerável do poder econômico e da globalização. Para o setor de Turismo, especificamente, a fusão é salutar. Unidas, elas podem racionalizar a gestão. No entanto, é preciso verificar se o mercado tem condições de ser atendido por esse novo conglomerado. “Cabe ao governo evitar que haja monopólio e concentração econômica. Do outro lado, cabe ao mercado acreditar que essa fusão seja revertida em favor do crescimento do setor”, finaliza.
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A soma de esforços da Resorts Brasil com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) já surtiu efeito. Juntas, elas conquistaram a desoneração da folha de pagamento para a hotelaria brasileira. “Foi um fato inédito, histórico, e resultado dessa união”, constata Dilson Fonseca Jr. A hotelaria é o setor do Turismo que mais proporciona a entrada de divisas no Brasil. Com a desoneração, os resorts brasileiros terão, segundo o dirigente, condições de incentivar a população brasileira a viajar para os resorts. Ao mudarem a base de cálculo de cobrança dos impostos, o processo se tornou mais justo. “Quando a ocupação for baixa e consequentemente o faturamento for menor, o resort pagará menos impostos. Por outro lado, quando a ocupação é alta e a receita também, o
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MEIOS DE HOSPEDAGEM FOHB
Roberto Rotter
Hotelaria prevê crescimento de 38% na oferta até 2015
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Lisia Minelli Até 2015, a hotelaria brasileira terá um incremento de 38% em sua oferta. Esta é uma projeção feita pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil e apresentada durante o 13º Encontro Comercial Fohb – “O consumidor do Século 21 e o mercado hoteleiro”, que aconteceu no dia 5 de setembro, em São Paulo. De acordo com Roberto Rotter, presidente da entidade, a hotelaria nacional no primeiro semestre de 2012 teve um crescimento de 17% na diária média em todas as categorias; já a taxa ocupação teve uma retração de 3% entre janeiro e junho de 2012. “Embora a ocupação tenha caído, o RevPar teve um crescimento de 13%, mas se o hoteleiro não tiver uma boa estratégia daqui para frente, não conseguirá manter a performance”, adverte. Segundo Rotter, essa queda na ocupação nada mais é do que uma retração da economia, ocorrida no último trimestre. Outro motivo alegado por ele foi a própria queda do PIB. “A hotelaria é um segmento extremamente relacionado ao crescimento do PIB, à medida que este cresce, a hotelaria cresce também em ocupação. Já a diária média vem recuperando preço nos últimos tempos. O poder de compra que tinha sido perdido ao longo dos anos tem sido recuperado”, explicou. Para o presidente, o fator tecnologia também foi positivo e auxiliou as redes nesses resultados. “A maioria das redes associadas hoje já conta com sistema de gerenciamento de receita, que possui o Revenue Management – potencialização de ocupação. Esses fatores, em conjunto, contribuíram significativamente para o aumento da diária média. Por outro lado, isso também mostrou um alto grau de profissionalização das redes”, completa. Segundo Rotter, as perspectivas para o final do ano são boas. De acordo com ele, tradicionalmente o segundo semestre é mais forte para hotelaria – haverá uma recuperação na ocupação e a diária média chegará a um teto. “A economia no último mês de agosto já deu um pequeno sinal de recuperação do PIB, a expectativa é que consigamos chegar a 1,5% ou 2% - se o terceiro trimestre continuar bom. Além disso, temos uma ótima expectativa para o Brasil, devido à visibilidade internacional dos eventos esportivos e pela diversidade de nossos produtos. Porém, precisamos lembrar que o setor também enfrenta problemas como falta de mão de obra qualificada, falta de melhoria nos processos e a precificação dos hotéis frente aos grandes eventos que receberemos”, pontua. Oferta crescente – Atualmente, a entidade possui 24 redes associadas, 515 hotéis e mais de 85 mil unidades habitacionais. “Este é um patrimônio estimado de R$ 13 bilhões que
OFERTA ATUAL DO FOHB
OFERTA FUTURA DO FOHB PARA 2015
com faturamento anual de R$ 6,5 bilhões e geram mais de 150 mil empregos diretos e indiretos”, informa. Até 2015, a expectativa é que o patrimônio chegue a R$ 17,5 bilhões e gere mais de 50 mil novos postos de empregos. A oferta também crescerá neste período, em especial na categoria econômica e nas regiões Norte e Nordeste; já a região Sudeste - que hoje se concentra a maioria da oferta do país (77% do mercado) - terá um decréscimo. No total, a oferta hoteleira aumentará em média 38%. “É importante ver que a concentração da hotelaria está no Sul e Sudeste e ainda majoritariamente com hotéis midscale. Mas há uma tendência muito forte que passemos dessa categoria para o econômico. O preço será questão de oferta e demanda. Quando olhamos Norte e Nordeste, há uma carência de meios de hospedagem assim como uma nova visão de desenvolvimento para cidades de 100 a 500 mil habitantes, chamadas cidades secundárias ou terciárias. Esse desenvolvimento se deve a economia pujante dessas regiões. Haverá uma
melhor distribuição da hotelaria no país”, prevê. Mídias sociais – Para o presidente, o consumidor do Século 21 é conectado. “Hoje, todo mundo está o tempo todo conectado por diversos motivos. O Fohb tem uma grande participação no mercado corporativo e, cada vez mais, as redes associadas têm investido em tecnologia. Temos Mobile, Apps, Facebook, Twitter, tudo para que as pessoas não percam tempo fazendo check in, por exemplo. A escolha do produto, o conhecimento por meio das mídias, claro que têm seu lado positivo e negativo”, diz. Segundo ele, como há um poder de disseminação muito grande é uma forma rápida de se chegar ao consumidor final e conhecer melhor os hábitos de consumo e expectativas dessas pessoas, a experiência que tiveram e como melhorar tudo isso. A hotelaria é perecível, quarto não vendido é quarto perdido. Então tem que trabalhar muito o conceito de Renevue e utilizar as mídias como meio de disseminação. Elas vieram para ficar e não temos como ignorá-la”, declara.
Desoneração da hotelaria: primeira vitória Segundo Rotter, precificação e desoneração repreendidos como se a responsabilidade toda são coisas distintas. Quando se fala em precifosse nossa”, adverte. “Nós, do Fohb, tivemos ficação, ele não deixa de citar a Rio + 20. “Foi uma ação junto ao Ministério e fomos a uma uma experiência para todos de como as coisas audiência pública na Câmara onde debatemos não devem ser feitas”, declarou. E contou como esse assunto. Em todos os destinos do mundo tudo aconteceu: “A Rio + 20 foi, num primeiro o preço da hotelaria cresce em determinada momento, assunto do Ministério das Relações época do ano ou para determinados eventos. Exteriores, que por sua vez A diferença desses países entendia que tinha capaé que não há intermediácidade e autoridade (comrios, a negociação é feita “Até 2015, a petência do conhecimento) diretamente. Fomos entenexpectativa é que o para conduzir e gerir esse didos como um setor que evento. Com a licitação, foi não estava sendo solidário patrimônio hoteleiro criada uma empresa que como momento econômido Fohb chegue a seria intermediária entre co do Brasil. E isso não é R$ 17,5 bilhões e governo e meios de hosverdade”, desabafa. pedagem”. Segundo ele, Nessa mesma época, o gere mais de 50 mil a hotelaria seguiu o que Fohb finalizava negociações novos empregos” estava estabelecido, mas a com entidades governamenoutra parte teve um mark tais para a desoneração houp que gerou um preço teleira. “Me preocupei com fora do mercado. “O combinado era que as a repercussão negativa que isso poderia gerar tarifas não poderiam exceder o valor cobrado para nossas negociações recém terminadas no Carnaval e Réveillon do Rio de Janeiro. E para que a hotelaria fosse enquadrada como nenhuma delas excedeu, considerando preço uma indústria. Para minha surpresa, fomos direto hotel – operadora. Já com o mark up colocados na Medida Provisória nº 563. Apesar os valores foram onerados”, explica. de termos tido pouco tempo para entendiPara o presidente, o episódio gerou um mento entre governo e hotelaria do que seria desgaste. “Não fomos ouvidos, mas fomos benefício ou malefício para o setor, considero
essa medida de extrema importância”, declarou. Rotter explicou que, neste primeiro momento, os hotéis econômicos – por ter uma baixa capacidade de mão de obra ativa – acabaram sendo penalizados pela medida provisória. “Como eles recolhem sobre a receita e não mais sobre a folha de pagamento, acabaram sendo onerados”, informa. Agora, o Fohb pretende instaurar dentro de uma comissão de monitoramento dessa medida, ações para resolver cada caso. “Foi um primeiro passo e uma vitória do segmento. A hotelaria unida conseguiu ser vista como uma indústria, com todo seu potencial não só de investimento como também de geração de mão de obra. Com a desoneração, nos tornaremos mais competitivos”, afirma. A entidade ainda tem outras medidas do ponto de vista fiscal e tributário, como enquadrar o Turismo como uma atividade exportadora; melhorar financiamento para os empreendimentos; e o principal – segundo Rotter – que é a falta de mão de obra. “O governo não tem capacidade de treinar e também não acho que seja sua responsabilidade, mas deve nos dar as ferramentas necessárias e adequadas para que possamos fazê-lo”, conclui. De acordo com o presidente, um dos pleitos é tentar com que parte dos tributos sejam revertidos em incentivos a capacitação.
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MEIOS DE HOSPEDAGEM ENQUETE
Hotelaria aposta nas mídias sociais Pamela Mascarenhas As empresas têm investido cada vez mais em redes sociais, principalmente Facebook e Twitter. Algumas chegam até a comercializar seus serviços nesses espaços.
ABIH Alagoas Glênio Cedrim Presidente “O Turismo é uma das atividades econômicas mais dinâmicas e acompanha as tendências do mercado, caso do uso das redes sociais e internet de um modo geral. Atualmente, o público consumidor tem procurado cada vez mais dicas de lugares e roteiros em blogs, sites e páginas pessoais na internet, para depois escolher seus pacotes de viagens. Por isso, a forma de fazer Turismo e de vender vem se modificando nos últimos anos. Os profissionais e empresas devem ficar atentos a essas mudanças.”
ABIH Mato Grosso do Sul Leonardo Lorenzzetti Presidente
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“As mídias sociais são forma alternativa e gratuita de divulgação. Entretanto, cuidados devem ser tomados, pois o espaço fica aberto a opiniões, favoráveis ou não. Por isso que profissionais que utilizam essas ferramentas devem redobrar sua atenção no material exposto e nos comentários, principalmente os negativos. Neste caso, um retorno deve ser dado ao cliente, para que este e todos os que acompanham tenham uma devolutiva, quanto à credibilidade e qualidade do produto e/ou serviço.”
ABIH Rio de Janeiro Alfredo Lopes de Souza Júnior Presidente “As mídias sociais revolucionaram não só a comunicação como um todo, mas especialmente permitiram uma aproximação dos produtos, marcas e serviços de seu público alvo. Hoje essas ferramentas viabilizam um novo e poderoso canal de divulgação. Para o Turismo, essa inovação vem se mostrando extremamente positiva, já que a internet é uma grande aliada na busca por novos destinos e roteiros. Os empreendimentos que souberem fazer bom uso da ferramenta só têm a ganhar.”
A reportagem do MERCADO & EVENTOS perguntou a alguns representantes do mercado hoteleiro, inclusive dirigentes das ABIH’s, a opinião de cada um sobre o impacto das mídias sociais no Turismo e a importância do uso dessas ferramentas
ABIH Bahia José Manoel Garrido Presidente “O fenômeno da internet através das redes sociais revolucionou o mercado hoteleiro, permitindo uma maior aproximação do consumidor aos diversos meios de hospedagens. A democratização das informações foi a grande sacada. O pequeno investidor pode formular sua própria política de marketing a baixíssimos custos. A desvantagem que vejo, no entanto, é a divulgação negativa quando feita de forma inadequada, levando a emoção acima da razão.”
ABIH Paraná Henrique Lenz Presidente “A importância que a informação tem para a atividade turística é imensurável, uma vez que uma das principais características do setor é a intangibilidade de seus produtos (uma viagem só é consumida em seu exato momento, mas geralmente é paga e planejada muito tempo antes). As mídias sociais são ferramentas essenciais na promoção de destinos e produtos e no relacionamento com os consumidores. Os destinos que ainda não visualizaram este cenário perdem mercado para os que estão atualizados.”
ABIH Rio Grande do Norte Habib Chalita Presidente “As mídias sociais são ferramentas que podem agregar valor de forma significativa ao trabalho do profissional do Turismo. A comunicação mudou e a relação cliente/ empresa deve acompanhar essa mudança. O feedback instantâneo das mídias sociais é um aspecto muito valioso. O cliente elogia, critica, sugere e, com essa informação, você pode melhorar ou aprimorar seus processos. Acredito que o impacto será sempre muito positivo se o setor trabalhar com planejamento e foco.”
pelos profissionais do trade. Em geral, as opiniões dos entrevistados concordam que é importante marcar presença nesses espaços, mas com cautela, sabendo contornar possíveis efeitos negativos. Leia as respostas a seguir.
ABIH Ceará Darlan Leite Presidente “As mídias sociais representam hoje uma das ferramentas mais poderosas no Turismo, pois garantem a democratização das opiniões. A divulgação das experiências positivas ou negativas dos internautas são levadas muito em conta, pois são isentas de qualquer interesse, a não ser o da divulgação. Também é importante ressaltar que recomendações e comentários de amigos e parentes possuem um peso maior na decisão dos consumidores.”
ABIH Pernambuco Eduardo Costa Presidente “No momento que estamos vivendo é impossível não pensar em mídias sociais, nosso cliente se modernizou e são nas redes sociais que ele pesquisa, elogia e critica. O consumidor moderno valoriza muito mais um depoimento real do que a publicidade convencional. Não podemos descartar o impacto que as redes sociais possuem atualmente. Esse trabalho deve ser realizado em conjunto com uma boa otimização de busca, compra de palavras-chaves e campanhas de email marketing.”
ABIH Rio Grande do Sul José Reinaldo Ritter Presidente “As redes sociais têm sido uma excelente ferramenta de contato, divulgação e questionamento dos serviços prestados. Seguidamente, realizamos várias promoções exclusivas pelo Facebook, Twitter e YouTube. Recentemente, tivemos o caso de um evento realizado em nosso hotel, quando participantes ‘postaram’ fotos do evento e das instalações, o que possibilitou uma multiplicação da exposição de nosso equipamento e serviços a um custo praticamente nulo.”
ABIH Santa Catarina João Eduardo Moritz Presidente “As novas tecnologias despontam como solução e desafio ao empresário que se vê impelido a adotar e dominar as novas ferramentas, sob risco de ser eliminado do mercado. Não há saída porque o consumidor hoje é tecnologicamente tão ou mais atualizado do que muitas empresas. O crescente uso das mídias sociais é uma questão que preocupa a ABIH-SC. Tanto que foi o tema do 26º Encatho, teve o tema “A Hotelaria na Era da Informação.”
Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas Otaviano Maroja Presidente “Para o segmento hoteleiro, estar nas mídias sociais é de grande importância. Traçar estratégias de relacionamento e geração de conteúdo relevante é fundamental. Elas geram reflexos em diversas áreas do negócio. Além disso, estamos sendo avaliados diariamente, e isso é positivo na melhoria dos serviços, atendimento, infraestrutura das unidades. Somos observados e citados pelo mercado o tempo inteiro.”
ABIH São Paulo Bruno Omori Presidente “As mídias sociais devem ser consideradas ferramentas estratégicas de alta relevância mercadológica, especialmente por oportunizar um relacionamento direto do fornecedor com o consumidor e possibilitar uma interação ‘online e ao vivo’, que pode proporcionar um crescimento de market share, fortalecimento da marca e imagem e aumento de faturamento. Tudo isso se as mídias sociais forem trabalhadas com profissionalismo, comprometimento e visão de mercado.”
Bourbon Hotéis & Resorts Adriana Cardoso Gerente de marketing “As redes sociais são excelente canal para estreitar o relacionamento com hóspedes e clientes. Na fanpage da Bourbon, somente em julho, migramos de mil fãs para 12 mil. Contamos novidades, ouvimos experiências e conhecemos mais a expectativa do ‘jeito brasileiro de hospedar’. Nossa próxima novidade é um motor de reservas que permite que os clientes façam e confirmem estadias no Facebook.”
Accor Silvia Silva Gerente web, marketing e e-commerce para a AL “Atualmente é mandatório que qualquer empresa se engaje com seus clientes pelas redes sociais. No segmento de viagens isso se intensifica. O público, mais do que qualquer outro, leva em consideração as opiniões de outros usuários. Além dos canais sociais de ‘massa’ como Facebook e Twitter, precisamos interagir em outras redes como TripAdvisor e Foursquare. A tal convergência do social, local e mobile (SoLoMo), precisa ser explorada ao máximo.”
Catussaba Hotéis & Resorts Dilson Jatahy Fonseca Jr. Diretor “O setor de Turismo participa dos melhores momentos vividos pelas pessoas. Por isso, se adequa de forma completa nessa tendência de compartilhamento de experiências com os outros, por meio das redes sociais, como Facebook e Twitter. Nós, do Catussaba, vamos investir cada vez mais nesse instrumento social e de suma importância para as vendas do setor hoteleiro.”
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Hotéis Othon Tomás Ramos Diretor comercial “As redes sociais proporcionam um novo canal de comunicação entre empresa e consumidores. O uso dessas ferramentas é importante para que os profissionais de Turismo estejam em contato com as demandas e anseios de seus clientes o tempo todo. O impacto pode ser positivo ou negativo, e depende da qualidade da atuação da empresa: é importante estar atento às menções de sua marca, ter agilidade nas respostas aos seguidores, saber lidar com as críticas e se diferenciar da concorrência.”
La Torre Luigi Rotunno Diretor geral “As redes sociais são mais do que um fenômeno de comunicação, representam uma nova geração e modo de fazer circular a informação. O La Torre Resort investiu muito nesse segmento em 2012 com a assessoria de uma empresa especializada. Utilizar as redes sociais em si não é difícil, mas entender o funcionamento para captar público e fazer circular a informação de modo profissional não é tão fácil. A dificuldade maior é entender o critério de tempo e retorno da informação enviada ou postada.”
Paradisus Punta Cana Amelia Mejia Diretora de vendas e marketing
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“Atualmente, as redes sociais ocupam cada vez mais espaço na sociedade. Por conta disso, elas têm sido muito importantes para o setor de Turismo, pois são ferramentas muito úteis no processo de tomada de decisão dos viajantes, visto que permitem um rápido feedback dos serviços prestados. Isso nos levou a investir nas redes sociais, como Facebook e Twitter, para que nosso hóspede conheça mais o resort, nossas ações comemorativas, promoções, assista vídeos e veja fotos”.
Royal Palm Flávia Possani Gerente de marketing “As redes sociais e os blogs são hoje as mídias mais expressivas no segmento de Turismo. As organizações que não sabem se posicionar adequadamente nesses canais deixam de fortalecer suas marcas e correm riscos de terem sua reputação e imagem descuidadas. Entretanto, é importante ter cautela ao se lançar nas redes sociais, é necessário traçar uma estratégia de relacionamento com os usuários, fazer o monitoramento e saber respeitar as opiniões e pontos de vista.”
Hotel Ponta Verde Maceió Maurinho Vasconcelos Diretor comercial “O impacto é muito positivo, pois as redes sociais revolucionaram a comunicação e estreitaram a relação entre empresas, parceiros e clientes. São mídias que permitem a divulgação de produtos e serviços de maneira abrangente e com feedback instantâneo - o que é excelente para todos. São ferramentas publicitárias gratuitas e muito eficazes, por isso qualquer empresa, de todos os portes, em qualquer segmento, deve ter esse canal online.”
Marina Park Hotel Ana Luiza Costa Lima Gerente comercial “Já é do conhecimento de todos a influência das mídias sociais na reputação das empresas e a instantaneidade do impacto gerado pelas críticas veiculadas nelas. Para o setor hoteleiro não é diferente. É necessário que as empresas posicionem-se de forma adequada em cada mídia, podendo, assim, participar comedidamente do processo de decisão dos clientes e incentivá-los a dar feedback dos serviços prestados. É, ainda, o meio adequado para os hotéis divulgarem seus produtos.”
Recife Praia Hotel Miguel Francisco Diretor
Hotéis Transamérica Angela Leandro Gerente de marketing “A atuação dos Hotéis Transamérica e da administradora de empreendimentos hoteleiros Transamerica Hospitality Group nas redes sociais, embora seja relativamente recente, já alcançou números e resultados expressivos. Todo o conteúdo que produzimos está sempre alinhado com uma política de comunicação e de relacionamento pautadas pelos valores da rede. Cada vez mais, a recomendação de um hóspede torna-se referência para quem busca informação sobre um empreendimento hoteleiro.”
Naoum Plaza Brasília Rogério Tonatto Gerente geral “As redes sociais são ferramentas de extrema importância tanto para o cliente quanto para a hotelaria. Há que se ter uma estrutura montada antes do ingresso nas redes sociais com pessoas qualificadas, que conheçam o produto e que possuam habilidade em lidar com as críticas dos clientes. As redes podem promover um hotel ou destruí-lo com a mesma velocidade. Não basta ter contas abertas nas redes sociais e não ter como acompanhá-las. É um trabalho constante.”
Ritz Lagoa da Anta Márcio Coelho Diretor geral
“Notadamente, é a potencialidade das redes sociais que nos permite elaborar planos estratégicos, para que possamos atingir nossos objetivos de forma otimizada e com excelente retorno financeiro. Com isso, procuramos apresentar para os profissionais, de diversos segmentos do Turismo, a importância da ferramenta de gestão de qualidade, na qual o foco é a apresentação de nosso produto de forma prática e organizada, facilitando assim a negociação.”
“Com uma desenvoltura cada vez mais crescente na comunicação entre as pessoas, as redes sociais se tornaram também um trunfo para a divulgação de produtos e serviços. Então, não poderia ser diferente para o setor do Turismo, onde as agências de viagens; operadoras turísticas e equipamentos hoteleiros podem divulgar suas promoções, assim como manter um contato constante com o cliente.”
Vela Branca Resort Luiz Fernando Oliveira Diretor
Hotéis OK Beatriz Antelo Diretora do Departamento Financeiro
“Acredito que as redes sociais vieram contribuir muito para promoção dos serviços e alavancar as vendas. Como um todo, têm sido meios mais rápido e, digamos, eficientes de colocar o produto em divulgação. Lógico, que não podemos deixar de utilizar os meios e veículos tradicionais, que já estão consolidados e nos quais as coisas acontecem de uma forma mais tranquila. Nas redes sociais, a informação é rápida e eficiente, mas passa. Promoções em veículos tradicionais ficam, todos guardam na memória.”
“As redes sociais são um novo meio de relacionamentos e negócios que surgiu para os usuários de todos os lugares. Isso propicia uma boa oportunidade para se fazer negócios, tanto no que se refere a vendas como no próprio fortalecimento da marca. A rede Ok está se preparando para entrar nestes novos meios e se colocar mais próxima de seus clientes e parceiros comerciais. O processo vai se tornar mais dinâmico e moderno, criando uma aproximação de todos com a empresa.”
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PARQUES SINDEPAT
Alain Baldacci
Parques brasileiros se modernizam
Anderson Masetto Os parques temáticos brasileiros seguem na sua busca contínua por novidades. E este foi um ano bem movimentado para o setor. Conforme explicou o presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), Alain Baldacci, a tematização e a busca por parcerias é uma tendência mundial e já chegou ao Brasil, com inovações nos principais parques do país. “Não é uma surpresa que alguns dos principais parques brasileiros como o Beto Carrero, tenham atrações como Shrek, Madagascar e Kung Fu Panda, da DreamWorks; o Hopi Hari
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“Mídias sociais representam revolução na maneira de se comunicar” O presidente do Sindepat acredita que as mídias sociais representam uma revolução global na maneira de as pessoas se comunicarem. Ele acredita que a consolidação dessas redes vai impactar todos os aspectos do cotidiano das pessoas, inclusive nos negócios. “Esses movimentos são importantes para qualquer empresa, pois seus efeitos, se negativos, podem causar sérios problemas e se positivos, aumentam a competitividade do negócio”, acredita. No entanto, Baldacci alerta que por se tratar de algo ainda muito novo, a atuação nas redes sociais é uma ciência que carrega muito do imponderável. Para ele, o público atual tem uma grande dose de desconfiança do uso corporativo das redes sociais como instrumento de comércio, mas é possível ter esta ferramenta como aliada para aumentar e melhorar as vendas, desde que sejam dosadas na medida certa, com criatividade e cautela. “Existem várias possibilidades de uso das redes sociais para se aproximar dos clientes, mas todas precisam ser avaliadas cuidadosamente, quanto ao possível efeito causado. Para isso é preciso enorme criatividade e sair totalmente do lugar comum, do modelo tradicional de divulgação de um produto”, frisa. “Isto tudo é de alta relevância para atividades como a dos agentes de viagens que lidam diretamente com o consumidor, vendendo um produto que geralmente causa alta expectativa emocional no comprador e consequentemente alta frustração no caso de ocorrências negativas, estas com grande potencial de serem comunicadas nas mídias sociais”, alerta.
com a Looney Tunes, da Warner; e o Wet’n Wild com a Ilha Misteriosa do Cascão e os personagens de Maurício de Sousa, trouxeram atrações desta qualidade para encantar ainda mais o seu publico”, comenta. “Muito raramente a ida a um parque temático se faz individualmente. É uma atividade social sadia e positiva. Por isso a busca constante dos empreendimentos por criar novas atrações, novas emoções e experiências cada vez mais gratificantes”, completa. Outra notícia de impacto em 2012 foi o anúncio do fim das atividades do Playcenter, o primeiro parque temático do Brasil e um ícone para o setor. Baldacci lembra, no entanto, que não se trata do fechamento do parque, mas sim de uma pausa na sua operação para uma ampla reformulação. Repaginado, ele será reaberto em 2013. “O empreendimento vai se modernizar e reabrirá adaptado às fortes mudanças ocorridas na cidade de São Paulo, onde está sediado após 40 anos de operações”, esclarece. No segmento de parques temáticos, a segurança também foi um assunto muito comentado em 2012, devido a um acidente que foi amplamente noticiado em toda a mídia. Porém Baldacci garantiu que se trata de uma
atividade segura. “Ademais, as estatísticas mundiais nas quais estão inclusos os principais parques brasileiros, apontam para uma atividade extremamente segura, se comparada a muitas outras como andar de bicicleta, nadar, cavalgar, viajar de avião, de ônibus ou de carro, jogar ping pong e até mesmo ir a uma discoteca”, afirma. “Infelizmente tais ocorrências impactam temporariamente a imagem de todo o setor. O importante é que as lições de um acidente servem para reforçar ainda mais as medidas de segurança”, reitera. Mesmo com as estatísticas positivas, o executivo lembra que neste quesito não há espaço para estagnação. Por este motivo, os empreendimentos estão sempre se aprimorando no que diz respeito à segurança, que para Baldacci deve sempre ser prioridade absoluta nos parques. “Os empreendimentos filiados ao Sindepat têm como prioridade inegociável a segurança tanto dos visitantes quanto dos seus colaboradores”, reforça, citando o exemplo do Wet’n Wild, onde os salva-vidas recebem um curso de capacitação e certificação internacional a cada seis meses. “Nos dois últimos anos um salva-vidas do parque ganhou o título de excelência ‘Golden Gard’, o que os coloca entre os melhores do mundo”, revela.
Wet’n Wild inova com água quente, novas atrações e centro de convenções Além de presidente do Sindepat, Alain Baldacci é também presidente do Wet’n Wild, que em julho ganhou uma nova atração: A Ilha Misteriosa do Cascão, que levou o personagem de Maurício de Sousa ao parque aquático localizado na cidade de Itupeva, interior de São Paulo. Mas esta não foi a única ação do empreendimento, que também ganhou água aquecida em todo o complexo e um espaço para realização de feiras e eventos. “Este foi um ano muito especial para o Wet’n Wild porque marca a finalização do nosso plano estratégico quinquenal elaborado em 2006. Nele estavam colocados grandes desafios como a reestruturação societária da empresa, a revitalização do parque com a implantação de novas atrações, a dinamização da gestão e a criação de equipamentos que permitissem a operação durante todo o ano”, revela. “De 2007 até 2012 este programa foi seguido à risca, permitindo um aumento de 46 % no público anual e mais de 74% no aumento real de receita do empreendimento”, complementa. Até 2011 o parque permanecia fechado do início de maio até o final de agosto. Em 2012,
pela primeira vez, ele ficou aberto durante o inverno. Para isso, foi instalado um sistema para aquecer toda a água do complexo (sete milhões de litros). “Isso pode representar um aumento de aproximadamente 20% no número de visitantes que o parque recebia durante uma temporada, ou seja, um acréscimo de 40 mil pessoas. No primeiro ano de abertura no inverno, conseguimos quase 70% desta meta, o que podemos considerar muito bom para um novo produto ainda pouco conhecido do público”, comemora. A outra ação destacada por Baldacci é o Centro de Convenções White Pavillion, projetado para receber convenções, feiras e eventos, otimizando a utilização do complexo do Wet’n Wild. “Este produto traz ao mercado corporativo de São Paulo e Campinas uma nova e diferenciada opção para realização de eventos de várias naturezas. Vale lembrar que o White Pavillion e o Wet’n Wild são produtos independentes, mas com forte sinergia para favorecer as empresas que desejarem realizar seus eventos num ambiente completo para qualquer atividade”, finaliza.
PARQUES ADIBRA
Francisco Donatiello Neto
Parques de diversões seguem tendência mundial de tematização Anderson Masetto
Paulo Kenzo Uemura
“A tematização de uma parte dos Parques de Diversão segue um modelo já mundialmente consagrado. O que está acontecendo no Brasil é um processo semelhante ao existente nos Estados Unidos e na Europa”
Este foi um ano de muitas novidades para os parques de diversões no Brasil. Hopi Hari, Wet’n Wild e Beto Carrero World anunciaram parcerias com marcas e personagens populares, visando diversificar a oferta em seus empreendimentos e melhorar a experiência dos seus clientes. Os dois primeiros, localizados Itupeva (SP) passaram a ter atrações com personagens da Looney Tunes e Turma da Mônica, respectivamente. Já o Beto Carrero World, que fica em Penha (SC) terá uma área para personagens da DreamWorks. Na opinião do presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra), Francisco Donatiello Neto, esta é uma tendência no setor. Para ele, isso faz parte de um processo de amadurecimento dos empreendimentos. “A tematização de uma parte dos parques de diversão segue um modelo já mundialmente consagrado. O que está acontecendo no Brasil é um processo semelhante ao existente nos Estados Unidos e na Europa”, afirma. Para ele, não apenas os parques como todo o setor de Turismo estão passando por um momento de consolidação no que se reflete nas parcerias, joint ventures e fusões que estão acontecendo com as empresas do setor no país. O executivo acredita que este é um caminho natural, mas que foi acelerado
devido aos grandes eventos que ocorrerão, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Segurança - Este é um dos assuntos que veio a tona em 2012 devido a um acidente em um parque. No entanto, Donatiello ressalta que a segurança é um dos assuntos prioritários dos parques e garante que o país é um exemplo neste quesito. “Os parques se auto regulamentaram, tendo feito, em parceria com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), as Normas Técnicas para Parques de Diversão, promulgadas em 2011 e aceitas internacionalmente”, lembra. “Estamos atualmente sensibilizando o poder público para adotar as Normas como lei, assim como foi feito pela Prefeitura de São Paulo”, revela. Exemplo disso está na International Association of Amusement Parks and Attractions (IAAPA), associação que representa o setor no mundo todo. O subcomitê de segurança da associação para a América Latina, que cuidará das questões relativas à segurança dos parques em toda a região será presidido por Donatiello. “Nosso objetivo é transmitir aos outros países latino-americanos nossa experiência na elaboração e promulgação das normas, já que a maioria dos países ainda não possui normalização de segurança. Será fundamental, também, o networking que implementará, sem dúvida, a colaboração e até mesmo o intercâmbio comercial entre os nossos países”, explica.
Mídias sociais proporcionam relacionamento direto com o cliente marketing direto e um fortalecimento do relacionamento por meio do atendimento e, consequentemente, aumento nas vendas”, defende. No entanto, ele explica que não basta fazer parte das mídias sociais. É necessário ter criatividade, criar ações e promoções para interagir com o público. “Também é possível fazer promoções exclusivas e que farão com que a empresa possa ter uma ‘audiência cativa’ com o público com perfil de interesse do produto que se oferece, maximizando seu orçamento com marketing”, completa. No caso dos parques de diversões, Uemura também destaca que os empreendimentos já fazem um bom uso dessas ferramentas, mas acredita que ainda há espaço para avanços. Ele alerta que nem todos exploram as muitas possibilidades que elas oferecem. “De maneira geral os parques temáticos vêm utilizando as
redes sociais de forma adequada, mas é difícil falar por todos, até por que há muitos que não utilizam esta ferramenta ou a utilizam de uma maneira mais simples, não explorando todas as possibilidades”, diz. Para Uemura, esta é uma mídia muito rápida e que muda a todo momento. Por isso, para tirar o máximo de proveito dela, é necessário sempre estar atento às tendências e novidades. Além disso, ele alerta que é necessário filtrá-la e entendê-la para que seja melhor utilizada. “Nas redes sociais sempre estão aparecendo novidades e tendências, algumas que são interessantes e outras que são apenas uma modinha, mas uma coisa que sempre pode ser melhor explorada é a questão do relacionamento com cliente”, finaliza.
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O uso das mídias sociais tem se tornado cada vez mais parte do cotidiano dos profissionais de Turismo. Para o conselheiro da Adibra, Paulo Kenzo Uemura, este é um caminho mais curto para atingir o cliente final, especialmente para o agente de viagens. “Acredito que a partir das mídias sociais o agente de viagem consegue ter um relacionamento mais direto com seus clientes, podendo identificar por meio dos interesses de destinos, locais interessantes para oferecer a determinados clientes, baseando-se no perfil dos mesmos”, comenta. O uso das mídias sociais como ferramenta de marketing pode, na opinião de Uemura, não apenas aproximar o cliente final, mas também aumentar as vendas. “Com o uso das mídias sociais, pode-se ter um melhor
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PARQUES HOPI HARI
Muitas novidades agitam ano do Hopi Hari Armando Pereira
Lisia Minelli O ano de 2012 foi cheio de novidades para o Hopi Hari. As primeiras já podem ser conferida pelos visitantes: desde janeiro a área Infantasia foi invadida e transformada num grande estúdio para o Pernalonga e Sua Turma gravarem a nova série de TV do The Looney Tunes Show! Pernalonga, Patolino, Taz, Piu-Piu, Frajola e outros personagens fizeram da região o seu novo set de filmagens. “Nessa nova área, dez atrações divertem pais e filhos, além da interação com os consagrados personagens”, conta Armando Pereira Filho, presidente do parque. Em agosto, o Hopi Hari também apresentou sua nova área de jogos, o Jogakí di Kaminda. Localizada na região de Kaminda Mundi, na entrada do parque, a novidade conta com seis opções de jogos que testam as habilidades do visitante, que podem levar para casa pelúcias em diversos tamanhos como brindes. Outra novidade foi a inauguração da primeira loja de guloseimas da marca Fini dentro de um parque temático. “Para a loja no Hopi Hari, a marca disponibiliza produtos
inéditos, sendo cerca de 70% vindos de sua matriz (Espanha) e os outros 30% os mais conhecidos e consagrados no Brasil”, conta. Em outubro, estreia a área da Liga da Justiça, com os consagrados super-heróis em combate com seus vilões. “Super Homem, Batman, Lanterna Verde, Mulher Maravilha e The Flash, travando uma batalha sem fim pela fonte de eterna alegria do Planeta que está em Hopi Hari, o país mais divertido do mundo. Serão 12 atrações que vão encantar todos os visitantes do parque”, pontua. E, no início de 2013, uma nova montanha-russa de dez inversões será inaugurada. “A nova montanha-russa, desenvolvida pela empresa suíça Intamin, tornará a experiência do visitante no Hopi Hari ainda mais surpreendente e inesquecível. Esta é a única montanha-russa nova vinda para o Brasil para parques temáticos desde 1999. Ocupando uma área de 12 mil m², o brinquedo faz parte de um pacote de investimentos para preparar Hopi Hari para os desafios do desenvolvimento da indústria turística nos próximos cinco anos”, antecipa. Para finalizar o ano de 2012, o orçamento do Hopi Hari prevê crescimento de 3% em relação a 2011. Mídias Sociais – Para o presidente, as redes sociais não servem apenas para divulgar um serviço, mas para contar histórias, explorar conceitos e, principalmente, para testar a receptividade
de uma marca junto ao seu público alvo. “As pessoas querem explorar o mundo e podemos direcionar nossa comunicação para ir ao encontro do desejo, dos sonhos dessas pessoas. A partir das redes sociais, temos a possibilidade de avaliar, dia a dia, o que dá ou não certo, o que as pessoas gostam, aprovam e esperam. Isso é valioso para um mercado que trabalha realizando desejos de consumidores exigentes”, explica. “O Hopi Hari se posiciona de maneira acessível e divertida nas redes sociais. A cada nova atração, a cada evento ou novidade que o parque apresenta, definimos uma temática para trabalhar e, a partir dela, atraímos diferentes públicos para os nossos canais. Em paralelo, são canais de entretenimento que mantêm nossos visitantes atentos ao nosso parque quando estão longe. A nossa maneira de manter uma conversação contínua com nossos visitantes”, comentou. Para ele, as redes sociais ainda podem potencializar o papel do agente de viagem. “Através dos canais sociais podem sugerir destinos, hotéis, ofertas e dicas diversas, de acordo com os diversos gostos e possibilidades. E o agente pode usar a opinião dos próprios consumidores dentro dessas plataformas, tais como a qualidade de serviços, as atrações de cada local, entre outras opções. O que aumentará a conversão de vendas através da maior credibilidade que as redes conferem ao processo”, finaliza.
BETO CARRERO
Alex Murad
Parcerias com importantes estúdios dos Estados Unidos: Universal e Dream Works
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Natália Strucchi No ano de 2011, o Parque Beto Carrero, localizado no município da Penha, em Santa Catarina, atingiu o número de 1,350 milhão de visitantes, e, em 2012, a estimativa é que o parque receba 1,5 milhão. “O Beto Carrero World é o parque da família brasileira, sendo assim não existe um único perfil. Temos atrações para todas as idades e público de todos os tamanhos”, justifica Alex Murad, diretor do empreendimento e filho do criador do parque, Beto Carrero. Assim como os grandes parques mundiais, o Beto Carrero World está sempre inovando. Recentemente foi inaugurada a nova área temática do Zoo, o Jardim Secreto; além das “As aventuras do Betinho 4D”. “Tudo isso que está acontecendo hoje com certeza já passou pela cabeça do meu pai e eu, como filho, faço de tudo para que o Parque continue crescendo”, explica Alex.
Recentemente foram anunciadas parcerias com dois dos principais estúdios norte-americanos: Universal e Dream Works. Personagens como Sherek, Po (Kung Fu Panda), Alex e os Pinguins de Madagascar, do incrível mundo da Dreamworks, criadores dos maiores sucessos de animação da história do cinema, estão confirmados no Beto Carrero World. Uma das franquias de maior destaque da Universal Studios e sucesso absoluto de bilheteria em todo o mundo, Velozes e Furiosos - com cinco filmes lançados e mais duas sequencias já em produção – é a outra aposta do Beto Carrero World. Dentro de alguns meses, estreia no parque a superprodução - primeira e única no mundo - Velozes e Furiosos Show. O espetáculo substituirá o atual Extreme Show, que continuará com o mesmo elenco, porém em uma nova temática. “Estamos sempre buscando novas atrações e tecnologias. A partir dos próximos dias vamos
receber novos personagens da DreamWorks, como a Fiona e o Homem-Biscoito (Ambos do filme Shrek). Em Dezembro, sediaremos as 500 Milhas de Kart Beto Carrero, importante evento brasileiro de kart, antes realizado na Granja Viana, em São Paulo e, desde 2011, sendo realizado no Kartódromo Internacional Beto Carrero. Para os próximos meses temos várias novidades e atrações que ainda não estão sendo divulgadas”, avisa. Com todas as inovações, o objetivo do empreendimento é conquistar cada vez mais turistas. O fluxo de visitantes deve receber um incremento ainda maior durante o período de Copa do Mundo, apesar de Santa Catarina não sediar jogos do mundial. “Para este período deve ser estudada alguma estratégia para atrairmos o público. Hoje temos pacotes com aéreo de várias capitais, com ótimas tarifas. Isso ajudará e muito para recebermos os turistas que estarão no país durante a Copa”, conclui.
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As novas atrações TurtleTrek (Jornada das Tartarugas) e Antarctica: Empire of the Penguin (Antártida: Império dos Pinguins) serão inauguradas em 2012 e 2013, respectivamente.
Orlando – No empenho de fazer com que maior número de visitantes do parque sintam-se mais ligados à vida selvagem, SeaWorld Orlando anunciou em 8 de novembro de 2011 que inaugurará duas novas atrações do mundo animal. TurtleTrek (Jornada das Tartarugas), recém-inaugurado, focalizará a vida das tartarugas marinhas da Flórida. Em Antarctica: Empire of the Penguin (Antártida: Império dos Pinguins), cuja grande estreia está prevista para 2013, os visitantes serão transportados ao Polo Sul.
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“SeaWorld vai fazer muita onda e mudar o cenário dos parques temáticos”, afirmou Terry Prather, presidente do SeaWorld Orlando. “Queremos transformar a maneira como as pessoas vêem o mundo natural e interagem com ele.”
O teatro do TurtleTrek, em forma de domo, exibirá um filme totalmente animado que acompanha a jornada de uma tartaruga marinha, o qual é projetado em 3D/360 graus e em high reality (alta realidade), que oferece nitidez muito maior do que a high definition (alta definição).” Mais de 12 espécies de animais marinhos adquirirão vida. SeaWorld quer mostrar a seus visitantes de que forma poderão fazer parte, pessoalmente, do empenho de conservação do meio ambiente. Na verdade, o filme TurtleTrek é composto de dois filmes transmitidos simultaneamente – um para o olho esquerdo e o outro para o olho direito. Essa transmissão requer 34 projetores – número 15 vezes maior do que os que são utilizados para filmes digitais. O mundo submarino que cerca a plateia tem mais de 22 canais de áudio. Depois de assistir ao filme, os visitantes serão transportados a dois gigantescos habitats de água salgada e água doce onde abundam tartarugas marinhas e manatees (peixe-boi) – muitos dos quais foram resgatados pelo SeaWorld. O governo da Flórida determinou que as tartarugas não podem ser devolvidas ao seu habitat natural devido a problemas genéticos, doença ou porque são órfãs. A atração abrigará grande variedade de tartarugas, incluindo tartaruga-de-pente, tartaruga-lora (ou tartaruga-de-kemp), tartaruga-cabeçuda e a tartaruga-verde, além de quatro peixes-boi das Antilhas, 200 espécies de peixes de água doce e 1.500 espécies de peixes do Caribe. “As pessoas poderão chegar mais perto do que nunca desses animais”, disse Julie Scardina, embaixadora de animais, SeaWorld, que participa frequentemente do programa The Tonight Show with Jay Leno. “É uma experiência que criará um elo emocional capaz de despertar em todos o interesse de cuidar do meio ambiente em que vivemos.” Apesar de Brian Morrow, diretor de desenvolvimento criativo do SeaWorld, ter mantido alguns segredos ao falar sobre os detalhes de
Antarctica: Empire of the Penguins a fim de criar lontras asiáticas e micos. expectativa, uma apresentação prévia do parque Haverá um posto de relaxamento dotado nos mostrou seis espécimes de pinguim-saltadorde água morna com praias particulares e -da-rocha e de pinguim-de-barbicha que vivem espreguiçadeiras coloridas. Também haverá em um mundo de gelo esculpido tão próximo ao trilhas d’água, cobertas por um verdadeiespectador que quase se pode tocar. A atração ro túnel formado pelas copas das árvores, será a ampliação de maior porte já ocorrida no que o visitante poderá explorar, tendo água SeaWorld Orlando nos 38 anos da sua história. até a cintura. Em harmonia com o tema de O parque introduziu o seu Penguin Encounter Discovery Cove, os animais que vivem no (Encontro com Pinguins) em Freshwater Oasis poderão 1987 – uma área de exposição percorrer a área livremente relativamente pequena (pouco junto com os visitantes. “Esta experiência menos de 400 m²) na qual os “O que pode existir de criará um elo emocional visitantes podem ver 300 pinguins mais fantástico do que que despertará em e papagaios-do-mar vivendo em andar em traje de banho todos o interesse de um habitat onde a temperatura é em meio a um grupo de cuidar do meio ambiente de 10°C. A nova atração será um lontras?” perguntou Brian. em que vivemos.” – Julie passeio interativo que levará os “Isso encerra o seu dia em Scardina, embaixadora visitantes através do continente, SeaWorld e Discovery Cove dos animais, SeaWorld formado por 98% de gelo, em com chave de ouro!” uma experiência virtual sobre a Susan Clary é uma vida de um pinguim, prometendo premiada repórter que já ser a atração “mais fria” do mundo em termos de trabalhou para as publicações St. Petersburg parque temático, capaz de oferecer o tão necessário Times, Orlando Sentinel e o canal CFN News13. refrigério durante os quentes meses de verão da Flórida. Trabalha agora como escritora e editora in“Queremos que as pessoas conheçam os desafios dependente em Winter Park e dirige a Comde viver na Antártida”, disse Brian. “Queremos trazer o passionate Canines, uma organização sem Polo Sul para a Flórida Central.” Como mais um aspecfins lucrativos dedicada ao resgate de cães. to empolgante de todas essas novidades, o SeaWorld anunciou também a expansão de Discovery Cove (Enseada das Descobertas), o seu parque temático interativo onde o visitante pode nadar com golfinhos, alimentar pássaros exóticos e mamíferos terrestres, e praticar mergulho em meio a arraias e peixes tropicais. Em Freshwater Oasis (Oásis de Água Doce), que será inaugurado na primavera americana de 2012, o visitante poderá encontrar-se cara a cara com
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SeaWorld: mídia social é canal direto para promoção dos parques O turista já sai do Brasil com a reserva garantida e quando chega ao parque só precisa reservar o horário. O mercado brasileiro já está entre os cinco principais países emissores de visitantes para o Busch Gardens. “Segundo nossas estatísticas, 50% dos passageiros que saem do Brasil com destino a Orlando vão com seus ingressos para os parques comprados. Treinamos os agentes para que eles esclareçam ao passageiro as vantagens de viajar com os ingressos na mão”, ressalta Alexandre.
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Leila Melo As mídias sociais fazem parte da realidade do mundo moderno. Diante disso, o SeaWorld Parks & Entertainment mantém, além de um site exclusivo para o mercado brasileiro, a atualização de páginas em português no Facebook e no Twitter. “Devemos estar em dia com as novas tendências tecnológicas e as redes sociais promovem o compartilhamento de conhecimento e servem como canais de contatos diretos com o consumidor”, explica Maurício Alexandre, diretor de vendas e marketing do SeaWorld no Brasil. Essas mídias, segundo ele, divulgam uma pequena mostra do que uma empresa tem para oferecer, atraindo a atenção do internauta para o próprio site da empresa. O complexo administra dez parques nos Estados Unidos que recebem em média 23 milhões de visitantes por ano. São três unidades do SeaWorld (Orlando, San Diego, e San Antonio), dois parques Busch Gardens, sendo um em Tampa e outro em Williamsburg, o Discovery Cove e Aquatica, em Orlando e do Sesame Place, próximo à Filadélfia e os parques aquáticos Adventure Island, em Tampa, e Water Country USA, em Williamsburg. “Procuramos trazer muita informação institucional nesses canais como atividades que acontecem em cada período do ano e nos meses de férias. Enfatizamos nossa atuação na área de conservação dos animais em nossos parques e falamos das novidades em atrações”, exemplifica. O SeaWorld entrou efetivamente no mundo das mídias sociais no ano passado e os resultados verificados já são expressivos. A página oficial no Brasil do SeaWorld no Facebook – facebook.com/seaworldparksbr – soma cerca de 1.200 fãs e os seguidores no Twitter – twitter.com/seaworldparksBR – já ultrapassa os 26.800. “Para o agente de viagem, especificamente, nossa presença nas mídias sociais oferece pílulas de informação a cada minuto, possibilitando a atualização imediata desses profissionais. Esse conhecimento é fundamental para o agente informar detalhadamente aos seus passageiros sobre as novas atividades no complexo”, afirma. O Empire of The Penguin, nova atração do SeaWorld Orlando baseada no mundo da Antartica e com estreia programada para o segundo semestre de 2013, ganhou
Maurício Alexandre
um site exclusivo: www.seaworldorlando.com/ antarctica. Nele, as agências de viagens e o público em geral têm acesso às imagens ao vivo dos pinguins, textos e uma série de vídeos com curiosidades dos bastidores e da construção do novo brinquedo. O diretor reforça que novas atrações contribuem em dois fatores. Em primeiro lugar, desperta o interesse de retorno do visitante que já conhece o complexo. “É uma forma de convidar o brasileiro a relembrar o que fez anteriormente e atraí-lo para as novos brinquedos”, diz. Por outro lado, permite aos turistas de primeira viagem uma experiência completa nos parques SeaWorld. Em julho deste ano, o SeaWorld inaugurou um novo espaço para interação com animais no Discovery Cove, em Orlando. O Freshwater Oasis possibilita ao visitante relaxar em lagoas de água doce e interagir com os animais que habitam o local. Espreguiçadeiras foram colocadas dentro d´água para o turista relaxar. Eles poderão ainda observar o nado das lontras e saguis nas copas das árvores. O Freshwater Oasis está incluído no valor dos ingressos do Discovery Cove. O parque aquático funciona em sistema all inclusive e é conhecido por reunir nado com golfinho, prática de snorkel entre arraias e peixes coloridos e passeio subaquático. Já no SeaWorld Orlando, a novidade aberta este ano foi a Turtle Trek Os turistas conhecem os hábitos de vida de peixes-bois e das tartarugas. O destaque da atração é um filme em 3D que gira a 360 graus. O Busch Gardens Tampa Bay, por sua vez, passou a integrar em seus pacotes as excursões de safári. As agências de viagens brasileiras, inclusive, estão credenciadas para vender esses ingressos e incluir a comercialização de tours.
Fundo de conservação para espécies em risco O Fundo de Conservação do SeaWorld & Busch Gardens, uma organização sem fins lucrativos, arrecadou mais de US$ 1,1 milhão este ano. O montante contribuiu para a preservação de espécies de animais em risco no mundo todo. O Fundo provê auxílio financeiro para 88 projetos de conservação e pesquisas. O aporte contribui para pesquisas sobre a redução em 90% da população de pinguins; a conservação das espécies de ursos polares e para a preservação da população de papagaios-do-mar. Desde sua fundação, o instituto garantiu mais de US$ 9 milhões. Juntos, o SeaWorld e o Busch Gardens cuidam de mais de 60 mil animais de 200 espécies ameaçadas de extinção. Os parques já ajudaram mais de 200 mil animais órfãos, feridos ou doentes. Este ano, em especial, o SeaWorld inaugurou um centro de treinamento de animais aberto à visitação do público. Instalado no Busch Gardens, o turista pode acompanhar todo o processo de cuidado e nutrição dos animais que habitam o parque. O Animal Care Center conta com uma sala de tratamento para procedimentos cirúrgicos e atividades de check-up.
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Disney: “Brasil é um dos nossos maiores mercados internacionais” na TV, juntamente com uma campanha nas mídias online e O Brasil segue em destaque nos Esimpressa para anunciar nossas tados Unidos, mais precisamente na ofertas”, complementa. Flórida. O vice-presidente de vendas e TuGafield destaca ainda a rismo da Disney Destinations e presidente participação na atual feira da da Walt Disney Travel Company, Randy Abav, o que para ele é de vital Garfield, afirma que o país está entre importância para a empresa. seus principais mercados internacionais. As equipes de vendas e de A empresa não divulga números, mas relações públicas estão na feira garante que o crescimento de brasileiros e os agentes de viagens podem Patrick Yvars Randy Garfield nos parques e resorts da empresa será conhecer os novos guias de de dois dígitos em 2012. “Isso é encorareferência. “Também temos a jador, já que estamos investindo tempo distribuição de flyers das nossas mais reFlórida em andamento atualmente, com e esforços para cultivar e aumentar centes ofertas e do disneyagentesdeviagens. a geração de 800 empregos durante a as visitas do Brasil”, disse Garfield. Em com.br, nosso site destinado aos agentes de sua construção e 750 permanentes, após 2012, a empresa esteve no país por duas viagens do Brasil”, afirma. “Estamos sempre entrar em operação. vezes. Em março, com treinamentos para muito animados em ter esta grande oporO novo resort tem decoração inspirada agentes de viagens do interior de São tunidade de se conectar com os agentes e em animações da Disney e da Disney Paulo (Campinas e São José do Rio Preto) parceiros da indústria do Brasil e de outros Pixar. São 1.200 suítes familiares em e em outubro na capital paulista e Rio países do Cone Sul”, pontua. alas temáticas de “O Rei Leão”, “Carros” de Janeiro. “Os parques da Disney não Além das ações da própria empresa, Gare “Procurando Nemo” e mais 864 quarse vendem sozinhos. Os operadores e field fala sobre as facilidades na emissão tos temáticos em uma ala dedicada a agentes de viagens são fundamentais. de vistos para os brasileiros, que foram im“Pequena Sereia, totalizando duas mil Atuam como verdadeiros consultores plementadas neste ano. O anúncio foi feito acomodações. As suítes contam com uma de sonhos”, diz Patrick Yvars, gerente pelo presidente Barack Obama em uma visita sala, cozinha e um quarto e podem ter de vendas da Disney para o Brasil para ao Magic Kingdon, na prória Walt Disney espaço adicional para famílias maiores. ressaltar a importância de capacitar os World no início de 2012. “Acreditamos que Além disso, uma das áreas mais mágiagentes de viagens brasileiros. as melhorias no processamento de vistos cas do complexo da Disney está passando Segundo Garfield, a presença da equino Brasil contribuíram para o significativo por uma grande ampliação. “Estamos no pe de vendas da Disney Destinations em crescimento que temos visto no mercado. meio da maior expansão na história do feiras como Abav, Gramado e Braztoa, Estamos muito satisfeitos em ver que estes Magic Kingdom, que vai praticamente nos últimos anos, proporciona muitas esforços estão valendo a pena para os nosdobrar o tamanho da Terra da Fantasia. oportunidades para crescer no mercado sos clientes brasileiros”, ressalta. Disney of Estamos muito entusiasmados, pois a brasileiro. “Além disso, continuamos a Animation e muitas novidades – No último nova Terra da Fantasia vai nos permitir oferecer programas completos de treimês de maio foi inaugurado o Disney of contar nossas preciosas histórias de manamento para os agentes de viagens Animation, novo resort do complexo da Disneiras novas e dar aos nossos clientes a em várias cidades”, acrescenta. “Também ney, em Orlando. Segundo Garfield, trata-se oportunidade de interagir com alguns dos aprimoramos nossas ações de marketing de um dos maiores projetos de hotelaria da personagens como nunca antes”, conta. Uma parte desta expansão já foi inaugurada com um espaço dedicado a Bela e Fera e um restaurante exclusivo. Este mesmo espaço ganhará, em 6 de dezembro, o Castelo da Fera e a casa de Maurice. No local, os visitantes também podem Randy Garfield conta que há bastante tempo a Walt Disney Parks & Resorts interagir com princesas como A Branca de utiliza redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube para promover os seus Neve e Cinderela. Há ainda a montanha destinos e produtos. A empresa mantém ainda um blog, o Disney Park Blog para russa do Dumbo, que já está funcionando. os consumidores finais. Com foco no trade, há também um blog específico, o A Pequena Sereia, Ariel, também será The Disney Blog Travel News e uma página específica no Facebook. “A página protagonista de uma atração e a expanoferece um conteúdo rico e compartilhável, tais como fotos e vídeos que os são completa da Fantasy Land termina agentes podem postar em suas páginas do Facebook ou perfis, e até mesmo no início de 2014 com a inauguração da adicionar suas mensagens específicas de sua agência. É uma ótima maneira de montanha-russa dos Sete Anões. Além de os agentes para atingirem os clientes onde eles estão”, destaca. Há alguns meses, tudo isso, o parque Epcot está complefoi lançada uma página específica para o mercado brasileiro, o www.facebook. tando 30 anos de inaguração em 2012. com/DisneyWorldBrasil, que já alcançou a marca de 135 mil fãs.
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Anderson Masetto
Disney nas redes sociais
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Universal: lançamentos marcam atividades do ano de 2012 dará aos visitantes e suas famílias a oportunidade de participar de toda a diversão. Alguns dos personagens e histórias trarão novas O ano de 2012 foi cheio de novidades aventuras para as ruas do Universal Studios para o Universal Orlando Resorts. “Esse durante o desfile – um show com carros alegófoi o ano em que mais anunciamos noricos, tecnologia e centenas de atores de rua. vas atrações na história do complexo”, Já o show noturno Universal’s Cinematic declarou Marcos Paes de Barros, diretor Spectacular, é um espetáculo narrado por do Universal Orlando Resort para AméMorgan Freeman, que celebra os filmes mais rica Latina. “Começamos dizendo que emblemáticos da Universal Pictures. O show este era o ano para estar no Universal destaca quase 200 filmes – Orlando Resort e todas que representam cerca de as novas atrações e novi“Aumentamos nossa 300 indicações ao Oscar e dades que anunciamos equipe de vendas e 100 vencedores do prêmio. neste ano realmente marketing e criamos Os momentos mais emocomprovam isso”, comuma área de cionantes serão mostrados pletou. Entre elas, a atracomunicação dedicada em telões de última geração ção baseada no filme à América Latina, para dentro da lagoa do parque Meu Malvado Favorito poder oferecer um Universal Studios, rodeados (Despicable Me Minion melhor suporte à imprensa e desenvolver por fontes coloridas artisticaMayhem), inaugurada novos projetos” mente sincronizadas, efeitos em julho. A atração em pirotécnicos e acompanhados 3-D é baseada no filme por uma trilha sonora. O novo de mesmo nome, que show será apresentado durante o ano todo, tem Gru como protagonista. O brinquedo exceto durante eventos anuais e especiais. “No coloca os visitantes do parque no centro parque aquático Wet’n Wild Orlando, abrimos da trama, pois o personagem inventou a nova área infantil com opções de lazer para uma máquina que transforma humatoda a família – BlastAway Beach. As noites nos em minions. Em primeiro lugar, ele de Halloween deste ano (Halloween Horror transforma os visitantes em um exército Nights) vêm repletas de novidades, com uma de seguidores travessos que vão roubar casa mal assombrada em 3-D, e mais três temas a cena. Em seguida, os treina. E isso dará mundialmente reconhecidos: The Walking início a uma experiência inesquecível Dead, Silent Hill e Alice Cooper. Tudo isso vai com uma mistura histérica de diversão e confusão. Segundo o diretor, é um tremendo sucesso. Com renda bruta mundial de mais de US$ 540 milhões, o “Despicable Me” - dos diretores Chris Renaud & Pierre Coffin - foi o sexto maior sucesso já distribuído pela Universal Pictures. Também foi o décimo maior filme animado na história dos Estados Unidos. Já a atração com o Homem-Aranha, The Amazing Adventures of Spider-Man, ganhou uma nova animação 3-D em alta resolução, e o espetáculo do Blue Man Group, uma atualização. Dois shows também foram lançados: o novo desfile diário de personagens - Universal’s Superstar Parade e o Universal’s Cinematic Spectacular. O desfile Universal’s Superstar Parade apresentará uma forma nova e interativa de entretenimento que
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justificar, mais um vez, os prêmios de melhor Halloween dos Estados Unidos”, disse. E as novidades não acabam, neste ano, foi anunciada a chegada do quarto hotel temático, o Cabana Bay Beach Resort, que vai contar com 1.800 suítes, divididas em 900 suítes familiares, com cozinha e capacidade para até seis pessoas, além de 900 quartos padrão. O hotel estará sob a direção do Loews Hotels & Resorts e será construído em uma área de 15 hectares dentro do Universal Orlando Resort, ao lado da Islands of Adventure. As áreas interiores incluem o lobby e restaurantes. O hotel contará ainda com duas áreas de piscinas temáticas. A construção tem previsão de inauguração em janeiro de 2014. Além de todas essas novidades, o diretor não poderia deixar de citar o grande sucesso que ainda tem sido para os brasileiros as atrações do The Wizarding World of Harry Potter. De acordo com o diretor, o mercado brasileiro continua sendo extremamente importante para o Universal Orlando Resort. “Crescemos novamente em 2012 sobre 2011. Hoje, a América Latina é o nosso principal mercado internacional e o Brasil tem um papel chave em nossa estratégia global de crescimento”, disse. Em 2012, pela primeira vez, o complexo fez uma campanha de marketing pan-regio>>> Continua na página ao lado
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projetos”, anunciou. Para 2013, Barros não comenta nada, mas adianta que o crescimento e inovação continuarão presentes, já que nal abrangendo toda a América Latina e isso faz parte do DNA da família Universal. mídias como TV, rádio, impresso e on-line. Dinamismo e interatividade – Para “Temos desenvolvido, também, diversas Marcos Barros, as mídias sociais já fazem promoções com parceiros estratégicos e parte do dia a dia de todos, portanto estão no marcas líderes de mídia e produtos de dia a dia também do Turismo. consumo, como Nestlé, Facebook, Instagram, Twitter, Banco Confidence, GNT “2012 é o ano Google+, blogs, microblogs, e Nickelodeon, só para para estar no todos esses canais servem citar alguns exemplos”, Universal Orlando como fonte de informação, contou. A equipe tamResort e todas as troca de experiências e rebém cresceu. Além de conovas atrações, todas ferências nos mais variados laboradores em Orlando as novidades que momentos. “Fotos de uma se reportando ao diretor, anunciamos neste viagem, dicas para os viajanele ainda é responsável ano realmente tes, links para sites, diários de pelos escritórios do Brasil comprovam isso” viagem, impressões e trocas e México. “Aumentamos de experiências, registros de nossa equipe de vendas momentos únicos. Tudo isso está nas redes e marketing e, também, criamos uma área sociais e faz parte da vida de quem viaja. de comunicação dedicada à América Do lado das empresas, as redes sociais se Latina, para poder oferecer um melhor tornaram um canal importante não só para suporte à imprensa e desenvolver novos >>> Continuação da página anterior
informar, como para também ouvir, ter feedback e poder se comunicar de uma maneira ágil e dinâmica, interagindo não só com os clientes finais como, também, com todo o trade”, explicou. E não seria diferente para o Universal Orlando Resorts, que também está presente nas redes. “Participamos do Twitter, Facebook e YouTube. Esses canais já são bastante representativos e ainda temos muito para crescer”. Para os agentes de viagens, Barros acredita que as mídias sociais são um canal de informação dinâmico e interativo, facilitam a troca de experiências e influenciam decisões de compra. “O mesmo agente de viagens que utiliza as mídias sociais para se informar sobre um determinado destino, também pode ser fonte de informação, um influenciador para seus clientes e para sua comunidade de amigos e familiares. Sugiro que eles enxerguem as mídias sociais sob esse prisma”, finalizou.
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POLÍTICA
MINISTÉRIO DO TURISMO
Gastão Vieira
Eventos e qualificação impulsionam crescimento do setor no país
Luciano Palumbo Já começou. O pontapé inicial para a realização de grandes eventos internacionais já foi dado. O Ministério do Turismo está executando, em parceria com o Ministério da Educação, o Pronatec Copa que até 2014 vai qualificar 240 mil pessoas em profissões que atuam no atendimento direto ao turista. O programa vai atender 117 municípios nos estados das cidades-sede da Copa. Segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira, outra ação importante para a Copa que está sendo executada neste ano é o apoio a obras de infraestrutura específicas para preparar as cidades-sede para os grandes eventos. “No primeiro semestre, foram direcionados R$ 116 milhões para a implantação de centros de atendimento ao turista, sinalização turística e obras de acessibilidade nos 12 municípios que vão receber o público dos jogos. Ainda não podemos precisar o total de investimentos, pois várias ações estão sendo planejadas para execução até o ano do mundial”, diz. Segundo o ministro, o país, atualmente, está em uma situação de destaque no que se refere à realização de eventos internacionais. “O Brasil, com a realização de 304 congressos e convenções, subiu da 9ª para a 7ª posição entre os países que mais receberam eventos internacionais de acordo com critérios da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, sigla em inglês)”, afirmou. Para ele, este é o momento do mercado interno também. “O Ministério do Turismo verificou esta expansão, o que certamente contribui para aumentar a profissionalização das empresas e dos agentes do segmento”, disse. Atualmente, a demanda dos governos
estaduais e municipais pela construção de centros de convenções é mais um sinal de que esse mercado está mesmo aquecido. “Recentemente, inauguramos o Centro de Convenções do Ceará, um dos maiores do país, no qual o MTur investiu R$ 58,5 milhões”, enfatizou. Para Vieira, este tem sido um ano de muito trabalho e conquistas. “Considero uma das mais emblemáticas a inclusão da hotelaria no Plano Brasil Maior, que resultará na redução de impostos para os empreendimentos e, com certeza, contribuirá para aumentar a competitividade do Turismo nacional. Além da relevância do fato em si, o atendimento a esse pleito da cadeia produtiva do setor demonstra também que o Turismo está sendo visto pelo governo federal como uma atividade econômica com estatura para contribuir com os desafios de promover a inclusão social, gerar empregos, negócios, minimizando eventuais efeitos da crise internacional”, comenta. Em 2013, o MTur vai ampliar os investimentos em infraestrutura e qualificação para preparar os estados para os grandes eventos, sem deixar de atender aos demais municípios, e continuar na agenda da desoneração. Certificação da hotelaria - O ministro do Turismo, Gastão Vieira, participou da entrega dos certificados a 19 hotéis, que receberam as primeiras placas de identificação do Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass). Outras 118 placas deverão ser entregues, até o fim ano, na cidade do Rio de Janeiro, conforme compromisso firmado com o COI, em virtude dos grandes eventos esportivos. Nenhum dos 19 hotéis com o novo sistema é do Rio de Janeiro. Segundo o ministro do turismo, Gastão Vieira, a realização dos eventos esportivos é
um momento ímpar que gerou um grande desafio, inclusive na hotelaria. “A classificação dos hotéis é a oportunidade de encarar estes desafios”. “Estamos abertos a todas as demandas dos hotéis e nos queremos competitividade. Temos que fazer melhor”. Para Gastão Vieira, o sistema de avaliação é importante e deveria ser permanente. “Temos que ser corajosos e inovadores. Podemos fazer muito mais do que já fizemos até hoje. Esse desafio de ter uma classificação é um marco. Vamos entrar em outro caminho de trabalho em conjunto. Estamos vivendo outro momento e tenho certeza que não será desperdiçado”, enfatiza. Programas – Recentemente o ministro admitiu que alguns programas serão retormados pela pasta, como o Viaja Mais Melhor Idade, criado para dar condições especiais de viagem aos idosos, que deve voltar em 2013. “É um programa importante para o Turismo nacional. Ele foi oferecido à sociedade brasileira de forma criativa, despertou enorme sucesso, mas parou por alguns problemas de sintonia entre o hotel, a viagem de avião e o desejo das pessoas. Após um trabalho de reestruturação, vamos retomá-lo”, frisou Vieira. Aportes - O Ministério do Turismo preparou um edital para a seleção de propostas de apoio a eventos que fortalecem o desenvolvimento turístico do Brasil. O aporte total para a ação será de R$ 7 milhões. Alguns dos itens que podem ser custeados com recursos do MTur são palco, sonorização, iluminação, segurança e arquibancadas. O valor mínimo para apoio a cada evento é de R$ 100 mil e, o máximo, de R$ 400 mil. As regras, estabelecidas pela Portaria Nº 112, vedam o pagamento de cachês a artistas e banda.
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Redes Sociais presentes na gestão do MTur O Ministério do Turismo tem investido em ações de comunicação digital para oferecer informações, subsídios e prestar contas do seu trabalho para a sociedade. “Como trabalhamos com conteúdos diversos, que vão de informações institucionais até a divulgação de roteiros, as redes nos ajudam a multiplicar nossas mensagens e a atingir os públicos com os quais queremos nos comunicar, o que inclui os prestadores de serviços turísticos - como os agentes de viagens -, as entidades representativas do setor e o turista”, disse Gastão Vieira.
Segundo ele, a facilidade de acesso à Internet aproximou serviços, destinos e turistas. Para o ministro, a maioria dos viajantes procura informações sobre destinos na web e os blogs e redes sociais têm papel fundamental nessa escolha. “Conectados, buscam referências de destinos e roteiros na Internet. É através das mídias sociais que o cidadão conversa com os amigos e busca o máximo de informações e dicas sobre a viagem ou eventos. Além disso, são espaços que possibilitam mensurar o retorno dos viajantes, seus comentários, elogios e críticas. É importante ser ativo e monitorar
esses espaços”. afirmou. O Ministério do Turismo já ultrapassou a marca de dois mil seguidores no Instagram. Diariamente, são publicadas fotos de pontos turísticos, cidades, destinos, eventos e de ícones da história, cultura e gastronomia do país. O perfil do Ministério do Turismo também divulga as belezas do Brasil com a ajuda de seus seguidores, que usam a tag #mtur em suas fotos e compartilham imagens de todas as regiões do país. Na última semana, o MTur recebeu mais de 1.000 fotos no Instagram.
Estudo da Demanda mapeia turistas em visita ao Brasil Todos os anos o Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) faz um mapeamento do perfil dos turistas internacionais em visita ao país. De acordo com o último estudo divulgado, referente ao ano de 2010
as cidades mais visitadas continuam sendo São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Interessante notar também o gráfico que mostra a curva com os períodos do ano de maior frequência de viagens, além do gasto médio total e a permanência em dias destes
turistas em solo brasileiro. Ainda em relação aos gastos e permanências, o estudo aponta a variação conforme o continente de origem do turista. E o destaque fica por conta do gráfico que aponta o nível de satisfação elevado do turista que visita o Brasil. Confira, a seguir:
GASTO E PERMANÊNCIA DE TURISTAS NO BRASIL, POR CONTINENTE
LOCAIS MAIS VISITADOS POR TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL - TODOS MOTIVOS
GASTOS MÉDIOS TOTAIS E POR MOTIVO DOS TURISTAS INTERNACIONAIS
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ÉPOCA DAS VIAGENS DOS TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL
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POLÍTICA
SECRETARIA-EXECUTIVA DO MTUR
Valdir Simão
“Temos que investir para melhorar a qualidade do produto turístico no país”
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Luiz Marcos Fernandes Regulamentação e ordenamento do mercado, com medidas de fomento ao setor, estão entre as metas prioritárias do Ministério do Turismo. Segundo o secretário-executivo, Valdir Simão, boa parte destas iniciativas e ações têm como objetivo principal, o aumento da competitividade do produto turístico no Brasil. “Quando se fala em competitividade, estamos falando em modelos de gestão, negócios, preços e qualidade de produtos. Lembro que há alguns aspectos que ainda impactam o setor, como a crise econômica, e nós, no MTur, temos procurado entender as demandas e dar o devido encaminhamento às mesmas”. Ao mesmo tempo, ele destaca que o governo também espera do setor privado uma contrapartida. “É natural que, com os avanços do setor, o governo espere que a iniciativa privada possa oferecer cada vez mais um produto de melhor qualidade com um preço acessível e justo. Essa é uma equação onde todos ganham”. Essa articulação, segundo ele, já começa a ser traçada. Simão lembra que a melhoria da competitividade não deve se restringir apenas ao mercado doméstico. “Isso deve acontecer também junto ao mercado internacional melhorando o posicionamento do Brasil frente a outras economias e com isso a competitividade turística, onde o país ocupa atualmente no ranking mundial um modesto 48º lugar. Precisamos ser um destino alternativo para mercados emissores como o dos Estados Unidos, uma vez que os americanos preferem as praias do Caribe em vez de virem para cá. A verdade é que o Turismo ainda é muito impactado pela falta de uma melhor infraestrutura e também no que se refere aos altos preços praticados por alguns setores do mercado”, alerta. Valdir Simão lembra que o mercado doméstico tem que estar apto a oferecer ao mercado consumidor cada vez mais produtos de qualidade e preços atraentes. “Esse consumidor brasileiro começa a ser disputado também por mercados internacionais. Ou seja, temos que nos preparar de modo adequado para enfrentar essa concorrência internacional, uma vez que o brasileiro está viajando cada vez mais ao exterior”. Para o secretário executivo do MTur
existem verdadeiros “nós” que precisam ser desatados para o desenvolvimento do setor. “Precisamos adotar medidas de regulamentação que possam ser executadas com simplicidade, eficiência e qualidade. Temos, por exemplo, a Lei Geral do Turismo e, para implementá-la, é preciso estabelecer sinergias com outros setores do governo e da iniciativa privada, já que não temos poder policial. Ao mesmo tempo, é preciso que os governos estaduais e municipais apresentem projetos que garantam a melhor qualidade do produto turístico brasileiro”.
Verba da União para a pasta em 2013 será de R$ 700 milhões O governo já definiu o valor dos recursos da União para as pastas em 2013. O Ministério do Turismo tem previsto, inicialmente, um repasse de R$ 700 milhões, dos quais parte desta verba para obras estruturantes. Nesse montante não estão incluídos os valores das emendas parlamentares de bancada, que podem levar o MTur a triplicar esse total. “Creio que 2013 será um ano promissor. O importante é termos cada vez mais projetos que venham a ser apresentados ao MTur. A falta de projetos, por vezes, leva a perda de recursos e oportunidades” , lembra Valdir Simão. A integração com outras pastas também é vista como um caminho para o aumento de recursos. “Temos tido reuniões com outros ministérios, como aconteceu recentemente com o Ministério de Desenvolvimento, no que diz respeito a projetos dos parques temáticos”, diz. Valdir Simão lembra que esse diálogo é fundamental para que o país melhore sua infraestrutura em função dos megaeventos esportivos que sediará até 2016. “Certamente o setor do Turismo será bastante beneficiado pela maior visibilidade e temos que estar bem preparados para oferecer o melhor que temos. Isso certamente passa pela melhor qualidade do Turismo receptivo e capacitação da mão de obra. Estou bastante otimista quanto aos resultados que poderemos alcançar”, concluiu o secretário-executivo do Ministério do Turismo.
Ao destacar as ações do Plano Nacional do Turismo, o secretário lembra que o mesmo está em andamento e que, apesar de não ter havido um lançamento oficial, as metas estão sendo executadas dentro do planejado. “Há um programa de monitoramento constante, com ajustes. Estamos até mesmo agregando novos segmentos. Cito, por exemplo, o programa de aviação regional, que não fazia parte desta nova etapa do PNT e que está sendo agregado e trabalhado pelo governo, uma vez que é um setor importante. O mesmo diz respeito à questão da desoneração fiscal”. Segundo ele, se o país souber fazer com competência “seu dever de casa” tem tudo para que até 2023 possa se posicionar como terceira economia turística mundial. O PNT tem metas, entre elas chegar a US$ 10 bilhões em divisas até 2015. Valdir Simão lembra que para chegar a esses números será necessário fazer ajustes e mudanças de rumo de forma contínua. O dirigente reconhece que os modelos de encaminhamento de demandas dos estados e municípios exigem cuidados e uma normatização, fato que a seu ver só começou a ser executado na atual gestão. “Reconheço que o Ministério, até a gestão atual, não estava preparado para fazer a execução de políticas públicas. Procuramos criar regras e modelos de modo a envolver cidades, municípios e estados dentro de um novo modelo com uma normatização mais transparente e direta. O próprio repasse da verba descentralizada deve acontecer após as eleições e daqui pra frente é preciso que cada estado apresente suas demandas mais importantes ao Ministério para que sejam priorizadas. Assim tem sido também em setores como a hotelaria, onde o governo já acenou com medidas para desonerar a carga tributária na expectativa que os hoteleiros reduzam seus preços das diárias”, explica. Em relação ao Congresso da Abav, Valdir Simão destaca a importância da troca de informação que inclui o uso de novas tecnologias, como as redes sociais. “É fundamental que cada vez mais as empresas venham fazer uso das novas tecnologias. No caso das agências e operadoras, será necessário saber fazer uso dessas ferramentas para realizar negócios e se promover num mercado que está em constante mutação”, conclui.
POLÍTICA
SECRETARIA DE POLÍTICAS DO TURISMO DO MTUR
Vinícius Lummertz
“Precisamos traduzir em receita turística nosso grande potencial”
Luiz Marcos Fernandes
MTur vai lançar até o final do ano o PAC do Turismo Vinícius Lummertz confirma que o ministro Gastão Vieira tem planos de apresentar, até o final do ano, um ambicioso projeto: o PAC do Turismo. Segundo o secretário, é importante que se identifique os diversos segmentos da economia onde o Turismo tem participação e se busque recursos para fomentar o setor. “Até o final deste ano vamos divulgar um grupamento de programas para o setor. A ideia do PAC do Turismo dize respeito às obras do MTur, bem como o aproveitamento turístico em estradas e portos. Por meio de editais podemos convocar empresas e indústrias a participarem de obras nos mais diversos segmentos e, com isso, construir uma grande agenda”. Já em relação aos estados a ideia é identificar projetos e demandas prioritários, bem como uma política de incentivo. “O Turismo em nosso país precisa ter uma política de tratamento diferenciada pelos benefícios que trará. Fica claro que o alinhamento de políticas poderá trazer um grande benefício ao setor. Temos que aproveitar os eventos que vão acontecer no país e que certamente podem despertar uma nova consciência sobre a importância dessa indústria”.
turístico, é preciso criar todas as facilidades para que isso possa acontecer e não criar obstáculos e entraves”, salienta. Para ele, é preciso criar cada vez mais editais que facilitem convênios com outros setores e um marco regulatório para exploração do setor que leve a um rápido desenvolvimento turístico. Ao abordar o futuro do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, o secretário diz que é preciso rever o modelo antigo. “Em 2013, São Paulo já terá a Feira da Abav e precisamos pensar num novo modelo que atenda a expectativa e necessidades do mercado. Nosso objetivo não é fazer concorrência com a iniciativa privada”, avisa. Quanto à reativação de campanhas nacionais para incentivo ao Turismo doméstico, Vinícius Lummertz diz que ainda esse ano o ministério vai lançar campanhas, uma delas intitulada “Viajar pelo Brasil” e também programas voltados para o trabalhador. O secretário alerta que é preciso criar uma maior percepção dos produtos turísticos. Segundo ele, o uso da internet e das redes sociais podem contribuir para que o brasileiro possa encontrar o produto que deseja. “Estamos passando por um processo de reorganização da informação e o nosso papel é fomentar os setores por meio da informação. Infelizmente ainda há destinos em que o turista encontra dificuldades para se orientar”, admite. Ele cita como exemplo positivo a cidade de Paris, onde o turista, ao desembarcar, tem a sua disposição uma série de meios e postos de informação que o ajudam a descobrir o melhor da cidade. “Isso aqui no Brasil nem sempre acontece e o turista, muitas vezes, fica perdido sem saber o que fazer e como programar melhor sua viagem. A internet pode ser uma importante ferramenta que fornece as informações desejadas e o grande impacto e transformação que o Turismo vai experimentar nos próximos anos se deverá em muito às novas tecnologias”, prevê. Para Lummertz, a grande interface do Brasil com o mundo pode ser feita por meio do Turismo. “Sem sombra de dúvidas podemos fazer uso do nosso grande potencial para mostrarmos ao mundo toda nossa diversidade e o que temos de melhor, de modo a estabelecer com o mercado internacional uma relação de aproximação”. O dirigente destaca a hospitalidade do povo brasileiro como fator positivo e reconhece que o país tem pela frente um longo caminho a percorrer para se transformar numa potência turística mundial.
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Ao assumir no mês passado a secretaria Nacional de Políticas de Turismo, o ex-secretário de Turismo de Florianópolis, Vinícius Lummertz, admite que o país ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar um patamar turístico que o leve a ser considerado a terceira potência mundial até o ano de 2022, conforme desejado pelo Ministério do Turismo. O caminho para isso, segundo ele, é descobrir como explorar melhor seu grande potencial turístico. Para isso, destaca dois aspectos que fundamentais na execução de programas voltados ao setor: normatização e bons projetos. “Nós temos pela frente uma nova etapa do PNT em Ação que deve ser lançado no final do ano, e que inclui programas estratégicos a serem implantados que visam valorizar a Marca Brasil e recuperar o prestígio deste país, que tem estado cada vez mais no imaginário dos nossos visitantes. Somente desse modo será possível atingir um novo patamar na entrada de divisas com o Turismo internacional”, admite. Na opinião dele, ao mesmo tempo em que o Brasil tem inegáveis atrativos naturais e uma grande diversidade cultural, isso não tem se traduzido numa receita turística que esteja no mesmo patamar do seu potencial turístico. “Lembro que temos algumas das pré-condições para isso, já que o interesse pelo nosso país, por parte do Turismo internacional, é cada vez maior, e temos ainda uma situação econômica e política estável”, destaca. Lummertz lembra que existe um conjunto de fatores que podem ser explorados para levar ao desenvolvimento do setor. Para ele, a grande exposição que o país terá com a realização da Copa do Mundo de 2014 pode deixar um grande legado. O secretário ressalta que a lógica econômica do Turismo requer maior compreensão por parte dos diversos setores da sociedade e do governo. “Precisamos explorar o grande potencial que temos em nosso país, por meio da construção de uma agenda de programas e uma nova consciência dos nossos dirigentes de que é necessário haver um ordenamento com medidas diferenciadas de incentivo, de modo a identificar e incentivar a criação e exploração dos produtos turísticos como fonte geradora de emprego, renda e investimentos”. A seu ver existem segmentos ainda pouco explorados no país. Cita o caso dos Parques
Nacionais, cuja receita com o Turismo é ínfima se comparada ao grande número de áreas verdes que o país tem. “Basta termos um programa de exploração dos parques de modo ordenado como acontece já em outros países”, sugere. O secretário lembra que atualmente o ecoturismo é um dos grandes segmentos de interesse do turista internacional que nos visita. Também alerta sobre a pouca exploração do Turismo náutico e do segmento de cruzeiros. “É preciso que nos principais portos haja, por exemplo, uma estação de passageiros para cruzeiros”. Vinícius Lummertz admite que é preciso criar cada vez mais facilidades e incentivos para implantação de equipamentos turísticos no país. “Se o empresariado tem interesse na implantação de um complexo ou equipamento
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POLÍTICA
SECRETARIA NACIONAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
Fábio Motta
“País carece de bons projetos para linhas de financiamento”
Luiz Marcos Fernandes Nos últimos anos uma das queixas mais frequentes do setor privado diz respeito a burocracia para liberação de recursos por parte dos bancos de financiamento. Por outro lado, o governo alega que muitas das solicitações não atendem as exigências técnicas e critérios exigidos pelos bancos. Na opinião do secretário de programas de Turismo do Ministério do Turismo, Fábio Motta, os investimentos no setor poderiam ser bem mais amplos se houvesse projetos melhor elaborados e também maior conhecimento dos recursos disponibilizados pelo governo. “A iniciativa privada tem que fazer também sua parte para sermos mais competitivos. O grande problema no mercado diz respeito à falta de investimentos em infraestrutura turística pela carência de bons projetos. No ano passado foram selecionados 175 estados e municípios e chegamos a financiar entre 50 e 60 projetos que agora serão traduzidos em obras. Faltam iniciativa e conhecimento”, alerta. Mesmo assim, reconhece que o setor avançou consideravelmente no que se refere à mobilização para novos investimentos. Outro detalhe lembrado pelo secretário do MTur é que apenas na gestão atual do ministro Gastão Vieira se procurou estabelecer regras com maior clareza e objetividade para linhas de financiamento. “Passamos de fato por um período de estagnação no que tange a novos investimentos e liberação de recursos. Foi um período de paralisação das obras e convênios para ajustes. Mas o MTur já voltou a liberar recursos para o setor. Firmamos um levantamento em parceria com a Caixa Econômica Federal e fixamos um prazo com os estados e municípios de 90 dias para apresentação de projetos das grandes obras. Hoje temos recursos na ordem de R$ 6 bilhões dos quais R$ 2 bilhões em projetos estruturantes. Isso certamente dará uma me-
lhor qualificação ao nosso turismo. Estamos procurando fazer a nossa parte”, adianta. Mesmo assim, admite que existem recursos que não são utilizados por falta de conhecimento.“Muita gente só tem conhecimento do Prodetur com recursos do BID. Não sabem, por exemplo, que o Ministério do Turismo tem recursos para investir em obras de infraestrutura no setor. O MTur tem recursos para beneficiar estados e municípios e financiar bons projetos para melhorar a infraestrutura e competitividade do destino. Apenas para esse ano temos R$ 150 milhões para linhas de financiamento previstos”, pontua. O dirigente cita também os recursos provenientes do Fungetur e que serão divulgados durante esse Congresso da Abav. Em relação ao Prodetur, que inicialmente foi direcionado a obras no Nordeste, lembra que já há uma mobilização dos estados para obter linhas de financiamento. “O Prodetur exige diagnósticos para mostrar onde investir. A ideia do ministro Gastão Vieria é criar o PAC do Turismo dentro do Prodetur, de modo a financiar grandes obras”. Fábio lembra que o próprio Prodetur e outras linhas de financiamento não tinham, antes da atual gestão, regras jurídicas mais claras. “Procuramos fortalecer e dar transparência aos pedidos de recursos. Isso fez com que estados e municípios se conscientizassem e tomassem conhecimento da necessidade de apresentar bons projetos”, esclarece. No que se refere ao setor privado, Fábio ressalta que o MTur também tem linhas de financiamento disponíveis “Nesse Congresso da Abav teremos linhas de financiamento para hotéis, agencias de viagens e outros setores. Temos recursos do Fungetur na ordem de R$ 400 milhões operados pela CEF onde os pequenos e médios empresários podem obter recursos que variam de R$ 400 mil a R$ 10 milhões para requalificar seu empreendimento. São os agentes de viagens
que fazem o turismo acontecer”, admite. Capacitação - De acordo com Fábio Motta, um dos grandes desafios para o desenvolvimento do turismo receptivo é a formação de mão de obra qualificada. Ele cita como exemplo o Pronatec, que prevê a capacitação de 240 mil profissionais até 2014 com vistas à Copa do Mundo no Brasil.“São 29 cursos que estão sendo oferecidos e, além do Pronatec, existem outros dois programas de capacitação. Um deles inclui convênios com estados e municípios para beneficiar setores da sociedade que não foram contemplados pelo Pronatec. É o caso dos cursos de línguas para polícia turística e guarda municipal, por exemplo. São seis capitais inicialmente selecionadas como Belo Horizonte, Recife e Brasília, entre outras. Também estamos lançando um edital para instituições do ensino superior que atuam no setor de gastronomia para capacitação em segmentos como segurança alimentar”. Megaeventos - Diante dos megaeventos esportivos que o país sediará e da maior visibilidade junto ao mercado internacional, o secretário admite que há desafios a serem superados. “Depois dos investimentos do Prodetur, melhorando o turismo no Nordeste, precisamos fazer mais. Em alguns locais é necessário investir nos meios de acesso. É o caso de Bonito (MS), onde estamos qualificando o destino com uma nova rodovia. Mas isso só não basta. São necessários investimentos também do empresariado de modo a oferecer meios de hospedagem dentro de um padrão de qualidade”, argumenta. Fábio Motta revela que a Matriz de Responsabilidade da sua secretaria estará focada, em 2013, em três áreas específicas. “Daremos ênfase a programas de sinalização turística, acessibilidade e novos centros de atendimento ao turista. Dentro dessa linha fizemos empenhos, criamos um cronograma de obras e a ideia é realizá-las até 2014. Os investimentos previstos somam R$ 180 milhões“, conclui.
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EVOLUÇÃO DOS DESEMBOLSOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS FEDERAIS PARA O TURISMO - PERÍODO 2003-2011 / VALORES EM R$ MIL
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POLÍTICA
DIRETORIA DE ESTUDOS E PESQUISAS DO MTUR
José Francisco de Salles Lopes
Copa do Mundo terá mais de 25 bilhões de telespectadores
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Mario Brizon O diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco de Salles Lopes, é uma das pessoas com maior experiência no ministério, visto que ocupa a função desde 2003. Do alto de sua experiência em lidar com números, dados e avaliações das mais variáveis, ele acredita que os eventos esportivos que o Brasil vai sediar nos próximo anos podem acelerar grandes projetos que são o fundamento para alcançar elevados patamares de desenvolvimento de um país, com benefícios para diversas categorias. “Uma delas é a imagem do Brasil no exterior. Imagine a capacidade de divulgação de um país que está sendo assistido por mais de 25 bilhões de telespectadores. Essa é a audiência média do evento – que, em 2010, na África do Sul, foi transmitido por 245 canais televisivos de 204 países. Teremos a grande oportunidade de mostrar ao mundo toda a diversidade natural e cultural do país, com foco nos atrativos turísticos das cidades que receberão os jogos. Esse vai ser um grande chamariz para o visitante”, pontua. Salles explica que, segundo o Ministério do Esporte, a Copa promoverá um impacto direto de R$ 47 bilhões na economia brasileira, até 2014, agregando cerca de R$ 183 bilhões ao PIB nacional até 2019. O número de visitantes também é alto: a expectativa é que, somente durante os 30 dias do campeonato, 600 mil turistas estrangeiros e três milhões de brasileiros viajem pelo país. Somado ao fluxo do restante do ano de 2014, deve ser alcançada a marca inédita de 7,2 milhões de pessoas viajando pelo país. “Mas o legado de uma Copa do Mundo vai muito além da infraestrutura física ou financeira. Estamos focados também no legado social do evento e nos seus valores intangíveis: na maré de qualificação profissional e no salto de qualidade dos serviços turísticos; na diversificação da oferta de roteiros turísticos; no aumento do interesse das pessoas em conhecer o Brasil, entre tantos outros resultados. Com certeza, os reflexos de um evento como esse são perenes quando as estratégias de trabalho adotadas são certeiras”, avalia. Nesse sentido, os investimentos são fundamentais para a boa realização do evento e o Turismo certamente é uma dos setores mais impactados. Salles Lopes explica que o investimento em aeroportos, por exemplo, não é um tema gerido pelo Turismo, e sim pelo Ministério da Defesa. Entretanto, por se tratar de um assunto intersetorial, o MTur investe em infraestrutura aeroportuária desde antes da escolha do Brasil como sede de 2014.
“Há muitas obras em andamento, no país inteiro. Na reforma do Aeroporto Dragão do Mar, por exemplo, empregamos, até agora, R$ 17 milhões. Na ampliação do Aeroporto de Aracati, há um investimento de R$ 14,5 milhões. Outros aeroportos regionais, como o de São Raimundo Nonato, também já receberam recursos da pasta”, diz. Ele informa que o MTur vai continuar investindo em projetos estruturantes – dos aeroportos aos terminais rodoviários e portos brasileiros, da melhoria dos acessos à modernização dos atrativos turísticos públicos e centros multiusos, dos projetos de urbanização e instalação de centros de atendimento ao turista à sinalização turística bilíngue ou trilíngue. “Além disso, o Ministério do Turismo realiza um conjunto de iniciativas de qualificação profissional visando alcançar excelência no atendimento ao turista durante a Copa do Mundo de 2014. Em parceria com o Ministério da Educação, o MTur executa o Pronatec Copa, programa que oferece, até 2014, 240 mil vagas gratuitas para 29 cursos profissionalizantes, integralmente presenciais, em atividades ligadas ao receptivo turístico. Além dos cursos técnicos, o programa também oferece treinamento para os idiomas inglês, espanhol e libras (língua brasileira de sinais)”, informa. Emissores - A Argentina e os Estados
Unidos são os principais mercados emissores de turistas para o Brasil e, como não poderia deixar de ser, são prioritários nas ações de promoção do país, e estão contemplados nas estratégias promocionais da Embratur. Para Salles Lopes, o Brasil – diferentemente de países como México, Espanha e França, que têm fluxos internacionais receptivos com prevalência de turistas de países fronteiriços e vizinhos – tem uma distribuição de visitantes bastante equilibrada. “Aqui, 46% são sul americanos, 31% europeus e 15% norte-americanos e a entrada de turistas por meio das fronteiras representa 39% do movimento turístico. Os viajantes da América do Sul, naturalmente, são os que mais apreciam destinos brasileiros”, explica. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), 80% do fluxo turístico internacional são realizados entre países próximos ou que compartilham limites geográficos. Segundo o diretor, isso é o atestado de importância do mercado sulamericano para o turismo brasileiro. “Uma das medidas já adotadas pelo Ministério do Turismo para estimular o turismo de fronteiras é a formatação de roteiros turísticos integrados. Esses produtos dinamizam o fluxo de turistas com os países vizinhos, distribuindo os benefícios dessa atividade e integrando mercados e identidades culturais”, esclarece.
CHEGADAS DE TURISTAS E RECEITA CAMBIAL TURÍSTICA NO BRASIL VARIAÇÃO 2003 - 2011
Fonte: Departamento de Polícia Federal, Ministério do Turismo e Banco Central do Brasil. * Estimativa preliminar do total de chegadas de turistas estrangeiros ao Brasil
Agências de viagens somam 5.706 inscritos no Cadastur
DESEMBARQUES DE PASSAGEIROS EM VOOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS VARIAÇÃO JANEIRO-JULHO - 2003/2012
DESEMBARQUES DE PASSAGEIROS EM VOOS NACIONAIS - VARIAÇÃO JANEIRO-JULHO - 2003/2012
DESEMBARQUES DE PASSAGEIROS EM VOOS INTERNACIONAIS, VARIAÇÃO JANEIRO-JULHO - 2003/2012
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“O agente de viagens tem papel fundamental na divulgação e estratégia de venda dos destinos do Brasil. Esse desafio é enorme, porque o profissional precisa estar pronto para surpreender as expectativas do turista, lembrando sempre que ele não trabalha estritamente com produtos, mas com sonhos”, com essa definição, José Francisco de Salles Lopes oferece um dimensionamento da importância do agente dentro da cadeia do Turismo e, mais que isso, para a economia do país. Segundo o diretor de estudos e pesquisas do MTur, o Cadastur, que é um sistema online para cadastramento de prestadores de serviço turístico no país, tem hoje, aproximadamente, 41 mil empresas no banco de dados. Até o fechamento desta edição, 5.706 (14%) são agências. “Portanto, apesar das novas configurações do mercado e do apoio permanente da tecnologia, as agências formam um segmento volumoso, que vem crescendo, e, principalmente, mostrando ser um serviço indispensável para o viajante. O turismo do Brasil está progredindo e o agente de viagem é um dos grandes responsáveis por esse bom resultado”, justifica. E as mídias sociais estão no mercado, são uma tendência e podem e devem ser utilizadas como ferramentas de vendas. Para Salles Lopes, isso vem de encontro ao novo perfil de turista, agora mais exigente, mais atento, mais bem-informado. “O viajante vai procurar um agente de viagem que ofereça mais do que isso: esse diferencial é a informação. Os destinos estão em permanente aprimoramento e cada novidade pode ser a ‘cereja do bolo’ na sua política de promoção turística. A decisão do turista sobre viajar ou não vai depender do nível de atratividade daquela viagem, da capacidade que aquele lugar escolhido tem de lhe oferecer uma experiência singular. Penso que esse é o segredo das mídias sociais: levar a informação de maneira simples, rápida e eficaz, de modo que ela seja útil e faça a diferença na vida do viajante”, orienta. Em outras palavras, para o diretor, o Turismo é um segmento fortemente impactado pela Internet, isso porque, cada vez mais, o turista está “visitando” os destinos nessas redes antes de decidir para onde viajar. Segundo o Estudo da Demanda Internacional no Brasil, a Internet é a principal fonte de informações sobre Turismo para 30,9% dos viajantes pesquisados. “Nas mídias sociais, temos também uma espécie de “boca-a-boca” digital: são turistas consultando outros turistas. As informações são rapidamente compartilhadas, transformando as redes sociais em um termômetro de opiniões, escolhas e interesses de quem faz turismo, apontando, inclusive, tendências de comportamento dos internautas. Portanto, temos um mercado cada vez mais competitivo, em constante transformação, e isso exige um esforço muito maior do profissional que quer oferecer um serviço de excelência. Os desafios estão por todos os lados – e se colocam para nós, governo, e também para empresários e sociedade organizada, como consequência da dinamicidade do setor e de seus avanços”, destaca.
RECEITA CAMBIAL TURÍSTICA NO BRASIL - VARIAÇÃO JANEIRO-JULHO - 2003/2012
POLÍTICA
DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAÇÃO, ARTICULAÇÃO E ORDENAMENTO TURÍSTICO
Ítalo Mendes
Ministério do Turismo quer estimular jovens a viajar
Luciano Palumbo Uma competência que abrange muito mais do que se pode imaginar. Ao Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico compete supervisionar e articular políticas, projetos e iniciativas que corroborem com a diversificação da oferta turística. Cabe a ele ainda criar e gerenciar instrumentos de comunicação, estabelecendo redes de informação que auxiliam na implantação do Plano Nacional do Turismo. No cenário nacional, segundo o diretor do departamento, Ítalo Mendes, este foco de gerenciamento e iniciativas está voltado para a capacitação e desenvolvimento do Turismo jovem e diferenciado no país. “A Lei do Turismo, ao tratar da elaboração do PNT, estabelece entre os objetivos o de promover a incorporação de segmentos especiais no mercado de Turismo por meio de incentivos a programas de descontos e outras facilidades. Os jovens, os idosos, e pessoas portadoras de deficiência estão entre os públicos com prioridade de atendimento”, informa. Segundo ele, o MTur está reformulando o programa Viaja Mais Melhor Idade e realizando estudos para criar projetos específicos para outros públicos. “Criamos recentemente, em parceria com o Ministério do Trabalho, um grupo para discutir projeto de incentivo a férias
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Passaporte Verde Um dos principais objetivos do Ministério do Turismo é conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação do patrimônio natural do Brasil. Recentemente, a pasta lançou a campanha Passaporte Verde, que trabalha o conceito “Turismo sustentável por um planeta vivo”. O projeto busca estimular a reflexão, mostrando que atitudes simples, como o consumo responsável e o uso racional dos recursos naturais, favorecem a proteção dos destinos turísticos. O MTur também tem concentrado esforços com outros países para a preservação do patrimônio natural da Amazônia. O trabalho faz parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne membros do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. “A intenção é desenvolver o turismo na região de forma integrada, pensando na estruturação, qualificação e promoção da Amazônia”, explica Mendes.
do trabalhador. A expectativa é que em breve reduzida no mercado do Turismo”, afirma. relancemos também o Viaja Mais Jovem, um A resolução estabelece que o tratamento programa de incentivo de férias que busca diferenciado não implica em cobrança de tarifas oferecer a esse público produtos turísticos ou acréscimo de valores no preço das passagens. adequados em condições diferenciadas, sobreDetermina também que caberá às empresas tudo nos períodos de baixa estação”, enfatiza. providenciar os recursos materiais e o pessoal Além disso, segundo o qualificado para atender os executivo, o Ministério está passageiros. Elas deverão promovendo alguns ajustes divulgar a legislação em “Os jovens, os para modernizar o Cadaslocal de fácil visualização. idosos e pessoas tur, que é obrigatório para Para ele, o MTur apoia categorias de prestadores projetos que melhorem as portadoras de de serviços como transporcondições de acessibilidade deficiência estão tadores, agências de turisem destinos turísticos do entre os públicos mo, meios de hospedagem, país. “A ação mais recente no parques temáticos, organique se refere à infraestrutura com prioridade de zadoras de eventos e acamfoi a destinação de recursos atendimento” pamentos turísticos. “Para para obras de acessibilidade outras categorias, como banos principais atrativos turísres e restaurantes e centros ticos das cidades-sede. Além de convenções, é opcional, mas nossa intenção disso, temos uma articulação com a Secretaria é estimular, por meio de campanhas e ações de Direitos Humanos para desenvolvimento de de sensibilização, o cadastramento de todas as ações integradas no âmbito do Turismo Acessível. empresas que prestam serviços de turismo”, diz. Nesse sentido, apoiamos tecnicamente a SDH na De acordo com Mendes, é bom para as realização de uma proposta de estudo/pesquisa, empresas que passam a ter acesso a linhas que está sendo realizada em parceria com a de financiamento e a projetos de incentivo do Unesco, para levantar as principais característiMTur e também para o consumidor que tem cas dos turistas com deficiência ou mobilidade garantia de estar sendo atendido por empresas reduzida. Um estudo que vai servir para subsidiar regularizadas. “Estamos também estruturando nossos projetos para esse público”, finaliza. um adequado sistema de fiscalização, que será realizado em parceria com as secretarias de Turismo das 27 Unidades da Federação, que são os órgãos delegados do MTur. Já o Sistema Nacional de Registro de Hóspedes está em fase final de desenvolvimento, com implementação Registro de hóspedes - O MTur a partir de 1º de novembro nas seis cidades está refinando e reforçando a sesede da Copa das Confederações”, avalia. gurança do sistema eletrônico. Em Acessibilidade - Pessoas com deficiência setembro, já o disponibilizou em soft ou com mobilidade reduzida terão direito a opening e em novembro começam em receber tratamento prioritário e diferenciaseis cidades da Copa das Confededo no transporte rodoviário interestadual e rações. No mês de março, o sistema internacional de passageiros. A medida está chega às outras seis cidades-sede. prevista na resolução 3871/12 da Agência O uso do sistema será obrigatório. Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), Somente os hotéis do Cadastur poque entra em vigor em setembro próximo. derão usá-lo, ou seja, o MTur espera Os serviços de transporte rodoviário inteaumentar o cadastro entre os meios restadual e internacional de passageiros são de hospedagem. responsáveis por uma movimentação superior Classificação - Entrega das 19 a 140 milhões de usuários/ano, segundo a primeiras placas e mais seminários ANTT. O Ministério do Turismo aponta o nas 12 cidades-sede da Copa de ônibus como o segundo meio de transporte, 2014, em parceria com o Inmetro e depois do automóvel, mais utilizado pelos as quatro entidades hoteleiras (Fohb, turistas brasileiros nos deslocamentos para ABIH, Resorts Brasil e FBHA). O outros estados. “O projeto Turismo Acessível passo importante será a classificaé uma das vertentes do Programa Turismo ção dos 118 hotéis que assinaram Responsável, que está em fase de estruturação o compromisso olímpico quando o no Ministério do Turismo. Iniciativas como esta Rio se candidatou à Olimpíada 2016. são importantes para promover a inclusão das pessoas com deficiência e com mobilidade
Ações em 2012
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POLÍTICA
PRESIDÊNCIA DA EMBRATUR
Flávio Dino
Meta de 10 milhões de turistas internacionais deve ser antecipada
Natália Strucchi “Tenho dito isso em algumas entrevistas e vou repetir aqui. Continuo apostando na antecipação do cumprimento da meta de dez milhões de turistas estrangeiros de 2020 para logo após a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Rio em 2016. Nosso crescimento acima da média mundial permite prever que alcançaremos a meta antes de 2020”. Essa é a aposta do presidente da Embratur, Flavio Dino. Em 2011, o Brasil alcançou a marca de 5,4 milhões de turistas estrangeiros, um número inédito que, segundo Dino, consolidou o bom momento do Turismo no país. Além de ser um recorde, essa marca atingiu a meta prevista para 2011. Já a meta para 2012 é chegar a 5,7 milhões de turistas internacionais. “Estamos evoluindo para isso. É hora de superar os entraves e caminhar com firmeza para a marca dos 10 milhões de turistas estrangeiros, pautando o tema da competitividade de nossos destinos e produtos turísticos como uma questão nacional”, garante o dirigente. Flavio se diz satisfeito com o trabalho que vem sendo realizando até o momento. “Uma coisa posso te afirmar e garantir: a Embratur tem sido agente constante da ampliação da competitividade do Turismo brasileiro. O
trabalho que tem sido desenvolvimento é sério e comprometido. Esse ano foi muito produtivo e até dezembro ainda tem muito para acontecer, inclusive no que diz respeito à participação do Brasil em eventos internacionais”, enfatiza. Na atuação do órgão, o foco é a diversificação da imagem do Brasil no exterior, a partir da inserção de novos componentes que projetem o país no mercado internacional. “Além de nossos atributos de Sol e Praia, pelos quais já somos mundialmente conhecidos, queremos agregar cada vez mais nossas manifestações culturais, como música, gastronomia e artes, que são uma boa tradução da alma brasileira, que é o que mais encanta o turista estrangeiro”, explica. Partindo desse princípio, a cultura tem sido o tema principal da nova campanha publicitária da Embratur, que foi lançada pela presidente Dilma Rousseff durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres, em julho. As peças enfatizam o Brasil como uma Nação de grandes encontros. Segundo ele, os indicadores favoráveis derivam do esforço de empresários e profissionais do Turismo, associado aos programas dos governos federal, estaduais e municipais, que vêm investindo crescentemente em infraestrutura e promoção turística. “Tenho a convicção de que
estamos em um vigoroso ciclo virtuoso que reforçará o papel do Turismo como um dos propulsores do desenvolvimento nacional, com sustentabilidade e alta capacidade de distribuir renda em todo o nosso vasto e belo território”. Como arama na divulgação do país, a Embratur, a exemplo de outras empresas e entidades, vem apostando nas mídias sociais - canal no YouTube, Facebook - para a divulgação do Brasil. “Aumentamos a aposta nas mídias digitais como plataforma para a divulgação, no exterior, dos destinos turísticos brasileiros. O reforço dessa estratégia tem embasamento em indicativos de mercado. Para você ter uma ideia, cerca de um terço (30,9%) dos estrangeiros que visitam o Brasil organizam sua viagem pela internet, segundo dados da pesquisa Demanda Turística Internacional de 2010, realizada pelo Ministério Turismo”, lembra. De acordo com ele, produzir conteúdos associados às mídias digitais passou, portanto, a ser uma das prioridades da Embratur. “Outro motivo é a própria mudança de imagem sobre o país. É um caso em que o meio, a plataforma, influi no significado da mensagem, fazendo com que o turista que procuramos no mercado internacional também passe a ver o Brasil como um país moderno, para além de nossa imagem tradicional de sol e praia”, justifica.
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Olho na hotelaria para evitar abusos nos grandes eventos Para Dino, é possível aprender com o exemplo das Olimpíadas de 2016. “A experiência de Londres vai ser extremamente importante para que o Brasil potencialize seus resultados como sede dos grandes eventos esportivos que acontecerão nos próximos anos. Inclusive, firmamos um novo acordo com a VisitBritain, há cerca de um mês, que prevê justamente essa troca de experiências entre países-sede de Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Nosso objetivo, ao firmar esse novo acordo, foi estreitar a relação com o VisitBritain para aprender com eles as melhores experiências de Londres, no que se refere à divulgação do país como destino turístico”, explica. Uma das iniciativas da nova parceria é a realização de um evento para que o VisitBritain apresente seus principais aprendizados com a realização dos Jogos Olímpicos. O evento, que deverá acontecer ainda este ano, vai envolver os atores do Turismo no Brasil.
Tanto nas Olimpíadas quanto na Copa de 2014, problemas com o alto preço da hotelaria, que virou notícia internacional durante a Rio + 20 e fez com que a própria Embratur e o governo tivessem que intervir para evitar danos à imagem do Rio de Janeiro, não devem voltar a assustar. “Isso já está sendo discutido desde junho e já começamos a trabalhar. A Embratur criou por meio de uma portaria, uma Pesquisa Internacional de Preços da Hoteleira, com o objetivo de monitorar a competitividade do setor frente a outros países e estudar medidas de estímulo ao setor, se necessárias. A pesquisa contempla um levantamento da média tarifária de hotéis em 10 cidades brasileiras e as compara com 10 cidades no exterior. A pesquisa levará em consideração os turistas que viajam a Negócios e Lazer”, revela Flavio Dino. Serão utilizados os seguintes parâmetros: tempo entre a data da consulta e o início da hospedagem, período de estada, destinos pesquisados no Brasil e destinos pesquisados
no exterior. Além disso, serão catalogados os dados referentes às acomodações de três categorias: econômico, médio e alto conforto e, a menor e maior tarifa encontrada em cada estabelecimento com café da manhã incluso. Além de monitorar diárias atuais de hotéis no Brasil no período de seis meses, até janeiro, a Embratur passará a levantar também os preços já cobrados para os próximos grandes eventos esportivos. “O objetivo é justamente evitar abusos como os ocorridos na Rio +20. Diferenças inexplicáveis entre o que é cobrado no balcão e na internet, por exemplo, vão ser questionadas. Com isso, o Ministério da Justiça e o Ministério Público poderão ser acionados. Competitividade abrange o oferecimento de bons produtos e serviços, com preços justos e com pleno respeito às leis. Nós iremos divulgar o resultado dos primeiros seis meses da comparação de tarifas em janeiro de 2013”, conclui.
POLÍTICA
DIRETORIA DE MERCADOS INTERNACIONAIS DA EMBRATUR
Marcelo Pedroso
Redes Sociais são uma tendência natural do mercado
Natália Strucchi Se depender do trabalho da Embratur, a promoção do Brasil no exterior vai ganhar cada vez mais peso nas redes sociais, é o que garante o diretor de mercados internacionais, Marcelo Pedroso. Na visão dele, mecanismos como facebook, twitter e youtube são uma tendência natural do mercado. “Se olharmos em nossa pesquisa de demanda, é crescente o número de turistas que buscam na internet referências para viagens: 30,9%. Logo em seguida aparece a informação obtida com parentes e amigos: 28,4%. Nosso Brand Chanel é essencialmente isso. Pessoas que já vieram ao Brasil e partilham suas imagens e experiências”, explica o diretor. De acordo com ele, o trabalho da Embratur tem migrado para as plataformas digitais apesar de não existir, nesse momento, capacidade de medição. “Como saber que o cidadão viu na
internet e foi comprar o pacote? Não é possível estabelecer ligação direta”, reconhece. No entanto, existem outros fatores positivos. “As redes sociais são democráticas e transparentes. No TripAdvisor, por exemplo, você não esconde as opiniões negativas, o que torna o ambiente muito mais confiável do que qualquer publicidade. Creio que do ponto de vista da difusão da informação, nossa relação com a internet vai ser maior porque o cliente vai demandar isso. Tablets, iphones, smartphones, a informação passa agora para as mãos”, justifica. Para Marcelo, as mídias sociais são hoje as ferramentas que melhor dialogam com o turista. “Nosso planejamento até 2020 será baseado nas relações públicas e internet. Essas serão as duas bases da promoção e, junto a isso, teremos outras ações mais tradicionais utilizadas como suporte à imagem de Brasil e estratégia de marca”, revela. Em março, a Embratur lançou o game
Brasil Quest, que está perto de atingir 10 mil downloads. “Ele dialoga com cliente em potencial, prende atenção dele, e dialoga com a formação de novos turistas. Jovens já começam a receber informações sobre o Brasil de forma lúdica”, constata. O jogo tem como inspiração os atrativos turísticos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo Fifa de 2014, que aparecem no formato de ilustração enquanto o usuário joga.
Números da Embratur nas Redes Sociais Æ Facebook: 116.082 fãs Æ Twitter: 18.140 seguidores Æ YouTube: 3.967 inscritos Æ Brasil Quest: 9.732 downloads
FONTES DE INFORMAÇÃO DO TURISTA INTERNACIONAL QUE VISITA O BRASIL
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Aumentar conectividade é um desafio As viagens entre países da América do Sul ainda não são tão regulares quanto deveriam ser. Apesar da proximidade, a falta de conectividade impede que os números registrados sejam maiores. “Existem mercados como Colômbia, Peru e Chile onde temos maior potencial de crescimento. Queremos trazer mercados que estão incorporando as viagens à sua lista de consumo. Esse é o caso do mercado peruano, por exemplo, onde as pessoas estão viajando muito e isso vai fazer com que as companhias aéreas possam aumentar a conectividade. Até no mercado argentino – primeiro emissor de turistas, com 1.593.775 - podemos crescer mais. Nesse caso, nosso objetivo é levar esses argentinos para lugares mais distantes dentro do Brasil, não só na Região Sul”, revela. Marcelo Pedroso prevê que a crescente demanda na América do Sul – muito impulsionada pelo Brasil –, vai fazer com que as empresas aéreas repensem a conectividade, ampliem a malha e isso também vai propiciar uma competição maior das companhias dentro da região. “Nosso desfaio é que esses voos supram mercados regionais. Num voo entre Lima e Brasil, via São Paulo, por exemplo, você pode ampliar a conectividade, mas isso não beneficiar os fluxos regionais. Por que não um voo Lima/Nordeste, ou Lima/Brasília e, de lá, uma distribuição para outras praças? O grande desafio é desconcentrar essa malha para privilegiar o tráfego regional, mas lógico que isso depende de uma questão de mercado”, admite. Para tentar amenizar esse problema, a Embratur lançou um programa de estímulo a voos charteres. “É um esforço nesse sentido, de incentivar tanto a diversificação de origem de mercado quanto de destinos dentro do Brasil. Levando em consideração que temos alguns
aeroportos que possuem status de aeroporto internacional, que possuem alfandegários e condições de receber voos internacionais, mas não têm operação internacional”, lembra Marcelo. Ele revela que um dos destinos que pediu apoio foi a Paraíba. “O aeroporto de João Pessoa, por exemplo, tem capacidade para receber, mas não isso não acontece. O aeroporto de Maceió é outro caso desse tipo, que só recebe voo charter. Queremos então aproveitar essa capacidade operacional, que está ociosa, para conseguir charteres de mercados nos quais não temos voos regulares. E, quem sabe, conseguir transformar esses voos em regulares”, torce. O diretor explica que a Embratur não tem interesse em apoiar voos charteres em mercados nos quais já existe um voo regular. “Temos que levar em consideração a preservação de mercado. Não queremos prejudicar um mercado que já está estruturado”, conclui. Além do programa de incentivo aos charteres, as recentes fusões de companhias aéreas podem ser benéficas, na visão de Marcelo, na medida em que talvez contribuam com a capilaridade aérea. “Acho que é um momento do mercado que pode trazer benefícios. Na nossa região, por exemplo, a capilaridade que a fusão da Lan com a Tam pode nos propiciar no incentivo da ampliação de uma rede intrarregional – sul-americana – mais intensa, pode ser benéfica. É difícil a gente apontar exatamente o que vai acontecer porque estamos vivendo uma fase de muita transição, de muita transformação”, diz. Para ele, as fusões buscam a sobrevivência empresarial. “É uma realidade que o mercado está impondo. Muitos mercados não são amplos e grandes o suficiente para comportar a quantidade de empresas que existem”.
Goal to Brasil: nova estratégia de promoção O Goal to Brasil é a nova arma da Embratur para promover os atrativos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 no exterior. Ao final do projeto, 14 eventos terão sido realizados em países prioritários. Chile, Argentina, Colômbia e França já receberam o evento. A cada encontro, além dos destinos brasileiros estarem em destaque, uma cidade-sede é a anfitriã. “Cada estado apoia esta ação institucionalmente, ajudando na escolha da atração cultural, da gastronomia e em outros detalhes. Alguns fazem a opção de complementar nosso recurso e trazer uma atração maior. Por exemplo, existem destinos que possuem grupos folclóricos com muitos componentes, então o estado contribui financeiramente para garantir a presença de todos”, explica Marcelo Pedroso. Apesar disso, não existe nenhuma exigência de aporte de verbas por parte dos estados e cidades-sede. “Isso não é colocado como condição, porque iria romper com o conceito de federação de que todos são iguais e devem participar”, afirma. Cada edição conta com a participação de um seleto grupo de operadores e agentes. De acordo com dados da Embratur, a meta de entrada de turistas estrangeiros para a Copa do Mundo é de 600 mil visitantes, somente no período dos jogos. Para o ano de 2014, o total esperado é de 7,2 milhões de turistas internacionais.
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Agentes especialistas em Brasil e EBT’s voltam em 2013 O programa “Agentes Especialistas em Brasil” terá nova formatação no próximo ano. “Vamos iniciar um processo para renovar nosso grupo de especialistas por meio de um programa que vai ter três etapas: presencial, onde eles irão participar de algum workshop ou evento; uma virtual, através de teleconferência; e uma terceira fase composta por uma visita ao Brasil. Com esse conhecimento maior dos destinos brasileiros e detalhes específicos do Brasil, esse agente de viagens terá muito mais segurança para vender e oferecer ao cliente os destinos do nosso país”, esclarece Marcelo Pedroso. Essa ação da Embratur foi iniciada em 2006, tendo como países piloto Portugal e Espanha. A partir de 2007, foram efetuados cursos online em outros países da Europa, da América do Sul e da América do Norte. Profissionais de países considerados “mercados emergentes”, como Finlândia, Índia e Israel, também puderam participar do curso. A última edição do programa, que agora terá um novo formato, ocorreu
em 2009 e, atualmente, existem cerca de 500 Agentes Especialistas em Brasil. Na opinião do executivo, o papel de operadores e agentes sofreu dois impactos ao longo da década. Foi globalmente atingido pela situação econômica mundial - com a crise internacional, principalmente na Europa e, somado a isso, o fato do mercado ter passado, recentemente, por um processo de incorporação da tecnologia, que já rompia o conceito de cliente/agente de viagem. “Isso atingiu muito os mercados locais. O europeu, para organizar uma viagem de férias ou fim de semana na Europa, planeja, sozinho, a própria viagem, reserva hotel e compra passagens. Já o cliente que fará uma viagem de longa distância é muito mais dependente. O europeu que vem ao Brasil, por exemplo, não conhece nosso país, se tornando mais dependente do agente”, pressupõe. Segundo ele, dentro desse contexto, a Embratur faz questão de ressaltar a função dos agentes. “Para nós, a rede de agentes de viagem é muito importante, pois oferece
maior segurança ao cliente. Cada vez mais o agente de viagem tem o papel de vender um local que ele já conhece, que ele já experimentou. Então a garantia que o agente dá, além da contratual, é uma garantia pessoal, de experiência”, pondera. Além da reformulação do programa “Agentes Especialistas em Brasil”, o ano de 2013 também promete ser marcado pela volta dos Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs), que deixaram de funcionar em junho de 2011. Se tudo der certo, a expectativa da Embratur é que eles retomem suas atividades até o final do primeiro trimestre do próximo ano. “Além dos 10 ETBs que já tínhamos, incorporamos um na Holanda, mais um nos Estados Unidos e outro na América do Sul”, afirma Pedroso. Ainda na América do Sul, a base de operações via Comitês Visit Brasil vai continuar. E o escritório, que ficava em Brasília, agora estará sediado em dois outros países: provavelmente um na Argentina e outro no Peru ou Colômbia.
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POLÍTICA
DIRETORIA DE PRODUTOS E DESTINOS DA EMBRATUR
Marco Lomanto
Brasil está pronto para grandes eventos, diz pesquisa
Rafael Massadar O Brasil está na sétima posição no ranking de eventos captados por cada país da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, pela sigla em inglês), divulgado em maio deste ano, e a meta é chegar à quinta colocação até 2016. Ao todo, o país recebeu 304 eventos classificados como internacionais segundo os critérios da ICCA – o que representou um aumento de 10% em relação ao ano anterior, quando foram realizados 275 eventos. O crescimento de eventos captados pelo Brasil foi de 390% desde 2003, quando a Embratur passou a cuidar exclusivamente da promoção e divulgação do país no exterior. O diretor de produtos e destinos da Embratur, Marco Lomanto, faz um balanço da atuação do Instituto nos primeiros meses do ano e destaca a Copa do Mundo de 2014
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Nova campanha de promoção do Brasil Na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, a Embratur promoveu o lançamento da nova campanha internacional sobre o Brasil. A presidenta Dilma Rousseff, esteve presente na cerimônia de lançamento e enfatizou o momento estratégico para a divulgação internacional do país, objetivo do Instituto. A nova campanha investirá R$ 50 milhões até o fim de 2014, com a expectativa de alcance de 1,2 bilhão de pessoas. Por meio de mídia impressa, digital, televisiva e exterior, a Embratur pretende incentivar os visitantes a explorar e viver experiências no Brasil, além de maximizar o interesse cada vez maior no país à medida que se prepara para ganhar a notoriedade associada com o fato de ser a sede de dois megaeventos esportivos nos próximos quatro anos. “A campanha tem foco nos grandes eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos quatro anos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A nova campanha apresenta o Brasil como um país que possui uma cultura única e que oferece experiências diversas para todos os visitantes. Além de enfatizar a simpatia e a receptividade, como características marcantes do povo brasileiro”, explica Marco Lomanto.
e as Olimpíadas de 2016 como fatores que cionais, prolongar a permanência do turista vão alavancar o números de eventos no país. proveniente de viagens a negócios e incentivos, “São frutos das nossas políticas. Já no final de bem como ampliar o volume de divisas gerado 2016, com a Copa e Olimpíadas realizadas, por essas viagens e pelos eventos são metas esperamos estar no sexto ou quinto lugar já traçadas. O diretor também lembrou o 2° neste ranking, mas tenho certeza que até lá, chamamento público, que teve sua publicação o Brasil estará concretizaem julho, e inscrições endo como país com capacerradas em setembro. “O cidade de realizar grandes programa apoiará eventos “A Embratur tem eventos. Isso é resultado técnico científicos, corpoda política que estamos rativos e esportivos para buscado diversificar realizando. Vamos colher ações no exterior que o que é oferecido frutos já em 2013”, afirma. compreendem o período ao visitante Fato este que, para o de outubro de 2012 a executivo, já se encontra julho de 2013”, explica. internacional” em curso, comprovado pela Outro destaque, segunpesquisa realizada durante do Lomanto, é a variedaa Conferência das Nações de de produtos e destinos Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, disponíveis na Bahia e consequentemente a a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, a capacidade do estado em receber cada vez qual publicamos alguns dos resultados mais mais turistas estrangeiros. “A Embratur tem importantes no final desta matéria. “Tivemos buscado diversificar o que é oferecido ao visia Rio + 20, é um momento único, que netante internacional, reforçando os segmentos nhum país passou, momento que temos para de ecoturismo e aventura, LGBT, Turismo nos expor e mostrar que somos um grande náutico e golfe, por exemplo”, pontua o diretor. destino, e um país que sabe sediar grandes Para o executivo, a parceria entre público eventos. Automaticamente há um interesse e privado é fundamental para o sucesso das maior pelo Brasil já que começamos a ser políticas implementadas pela Embratur. “Com vistos no mundo como a bola da vez”, diz. o apoio de todos, tenho a convicção que atinSobre consolidar o país como um dos dez giremos nossas metas e chegaremos a 2020 destinos que mais recebem eventos internarecebendo dez milhões de turistas”, acredita.
País vira destaque nas redes sociais através da Embratur Após lançar a nova campanha de promoção mundial do Brasil no exterior, Marco Lomanto, falou da ação digital da campanha no Facebook. O slogan da campanha é ‘O mundo se encontra no Brasil. Venha celebrar a vida’, e o aplicativo lançado na rede social servirá para aumentar a relevância e a repercussão deste conceito. O aplicativo ajuda o usuário a identificar seus amigos que estão mais distantes geograficamente e propõe que eles se encontrem no Brasil. Quando o estrangeiro clica em ‘convidar’, é criado um álbum na timeline com imagens das distâncias entre cada amigo encontrado, que será marcado e alertado, e estes, por sua vez, poderão encontrar outros amigos distantes e convidá-los e se encontrarem no Brasil. A proposta da Embratur é disseminar
a nova campanha por meio do vídeo promocional, além de peças publicitárias, com imagens do Brasil, disponíveis no aplicativo. Além desta, o Instituto já realizou diversas outras ações no Facebook e demais redes sociais. “Já temos mais de 110 mil seguidores só no Facebook, e buscamos o que existe de mais atual para promover os destinos turísticos do Brasil no exterior”, esclarece o diretor. De acordo com Marco Lomanto, as ações de comunicação digital da Embratur levam em consideração a grande quantidade de turistas que utilizam a Internet como fonte de informação e planejamento da viagem. “Segundo pesquisa do Ministério do Turismo com turistas que visitaram o país em 2010, 30,9% dos estrangeiros que viajam ao Brasil organizam sua viagem pela Internet”, finaliza.
Pesquisa aponta que 97% dos turistas da Rio + 20 querem retornar ao Brasil Pesquisa realizada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, cujo público-alvo foram os visitantes estrangeiros e formadores de opinião, apontou alguns resultados importantes. O principal deles é que, dentre os entrevistados 97% disseram que desejam retornar ao país e o motivo da maioria é o Turismo (54%). Marco Lomanto ressalta as belezas naturais, a hospitalidade e a simpatia dos brasileiros
como pontos fortes destacados na pesquisa: “Os indicadores apontam que as pessoas aqui são simpáticas, a nação é tolerante, multicultural, alberga e protege diferenças. É um país lindo, esse é um atributo consolidado”. Além da hospitalidade brasileira, já bem conhecida, a segurança foi avaliada como boa ou ótima por 75% dos entrevistados, e 51% consideraram que o país já está preparado para sediar os megaeventos, como a Copa e as Olimpíadas, enquanto 31% acham que ainda não está, mas
SOBRE A INFRAESTRUTURA, VAMOS USAR A ESCALA MUITO BOM, BOM, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO PARA AVALIAR A SEGURANÇA
conseguirá se preparar a tempo. Apesar de as expectativas terem sido superadas e correspondidas por 92% dos entrevistados, os pontos apontados como negativos foram os preços, a dificuldade com o idioma e principalmente o trânsito. A expectativa do sucesso, segundo Lomanto, pode servir de mola propulsora para mais investimentos em infraestrutura. A amostra foi composta por dois grupos: 101 jornalistas de 42 países e 127 membros de delegações de governos estrangeiros de 33 países.
SOBRE A INFRAESTRUTURA, VAMOS USAR A ESCALA MUITO BOM, BOM, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO PARA AVALIAR A TELEFONIA E O ACESSO À INTERNET
SOBRE A INFRAESTRUTURA, VAMOS USAR A ESCALA MUITO BOM, BOM, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO PARA AVALIAR O TRÂNSITO
SOBRE A INFRAESTRUTURA DE TURISMO, VAMOS USAR NOVAMENTE A ESCALA MUITO BOM, BOM, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO, PARA AVALIAR OS HOTÉIS
SOBRE A INFRAESTRUTURA DE TURISMO, VAMOS USAR NOVAMENTE A ESCALA MUITO BOM, BOM, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO, PARA AVALIAR
CONSIDERANDO A IMAGEM QUE O (A) SENHOR (A) BRASIL, EM SUA OPINIÃO ESTA VIAGEM...
TINHA DO
AS INFORMAÇÕES PARA O TURISMO
O (A) SENHOR (A)PRETENDE RETORNAR AO BRASIL?
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NOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS, O BRASIL VAI RECEBER OUTROS MEGAEVENTOS. NA SUA AVALIAÇÃO, O PAÍS ESTÁ PREPARADO PARA SEDIAR ESSES EVENTOS?
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POLÍTICA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO
Taleb Rifai
Turistas internacionais devem chegar a 1 bilhão em 2012
mundo, consolidou o seu crescimento recorde de 2011, apesar da permanência da volatilidade econômica na zona do euro. Os resultados A Organização Mundial do Turismo (OMT) foram acima da média regional na Europa estima alcançar a marca de um bilhão de Central e Oriental (7%), onde muitos destinos viagens internacionais em 2012. Somente registraram crescimento de dois dígitos, bem no primeiro semestre deste ano foram 467 como na Europa Ocidental (5%). Por outro milhões, um recorde. Apesar das preocupalado, a demanda no Sul e Europa Mediterrânea ções sobre a economia global, a demanda (1%) desacelerou em comparação a 2011, em do Turismo internacional continua a mostrar parte devido à recuperação de destinos no resistência. O número de turistas internacionais norte da África e no Oriente Médio. em todo o mundo cresceu 5% entre janeiro e As Américas (5%) cresceram em linha com a junho de 2012 em comparação com o mesmo média mundial, com a América Central (7%) e período de 2011 (22 milhões a mais). “Em América do Sul (6%) regismeio à atual incerteza ecotrando os resultados mais nômica, o Turismo é um dos fortes. Na verdade, a Amépoucos setores no mundo a “Apesar das rica do Sul tem sido uma crescer fortemente, levando preocupações das subregiões com o cresprogresso econômico aos cimento mais rápido do países e criando empregos”, sobre a economia Turismo nos últimos anos. afirma o secretário-geral da global, a demanda Destinos na América do OMT, Taleb Rifai. Segundo do Turismo Norte cresceram 4%, uma ele, é preciso garantir que taxa relativamente alta, o setor seja apoiado por internacional enquanto o crescimento políticas adequadas e que continua a mostrar no Caribe (5%) manteve-se se trabalhe para reduzir as resistência” dinâmico, consolidando barreiras existentes para a os resultados de 2011. expansão. “Problemas como Na África (7%), o retorprocedimentos de vistos no dos fluxos turísticos para a Tunísia se reflete complicados, aumento da tributação direta nos resultados da África do Norte (11%). Da e limitação da conectividade”, cita. mesma forma, a recuperação do Egito está As chegadas internacionais cresceram em claramente espelhada nos resultados do Médio todas as regiões entre janeiro e junho de 2012. Oriente (0,7%). Destinos na África Subsaariana A área da Ásia e Pacífico (8%) lideraram o cres(6%) continuam a mostrar bons resultados, cimento por região, impulsionado pela recupeseguindo as boas taxas de crescimento desta ração do Turismo de entrada e saída japonês, subregião em anos anteriores. bem como pelo forte e contínuo desempenho Em termos de mercados emissores, e entre de outros mercados emissores. Destinos do os dez maiores países por despesas em viagens Sul e Sudeste da Ásia (9% cada) apresentaram ao exterior, o crescimento foi significativo na os melhores resultados de todo o mundo. China (30%), Federação Russa (15%), Estados “Embora a Ásia tenha sido afetada pela crise Unidos (9%), Alemanha (6%) e Canadá (6%). econômica de 2008-2009, devido às suas No Japão, um aumento de 8% nos gastos com fortes ligações com outras economias, a região Turismo no exterior confirma a recuperação se recuperou rapidamente e é hoje líder na deste importante mercado. Por outro lado, o economia global. Isto está claramente refletido crescimento foi relativamente lento ou negativo em seus números de Turismo”, justifica Rifai. no Reino Unido, Austrália, Itália e França. A Europa (4%), destino mais visitado do
206
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Natália Strucchi
Declaração do G20 cita Turismo pela primeira vez Reunidos no México, os líderes do G20 incluíram o Turismo na declaração que assinaram em sua reunião anual. Segundo a OMT, foi a primeira vez em que as viagens e Turismo constaram da Declaração de Líderes do G20, feito bastante comemorado pela organização e pelo World Travel & Tourism Council (WTTC). Juntas, as duas entidades entregaram aos líderes do G20 estudo apresentado na reunião do T20 (ministros de Turismo do G20), realizada há um mês também no México, que mostra que o números de turistas internacionais poderia crescer em 122 milhões se fossem agilizados os procedimentos para emissão de vistos.
Em 2011, mundo teve 980 milhões de visitantes internacionais No ano passado foram 980 milhões de visitantes internacionais em todo o mundo, o que correspondeu a um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. “O ano de 2011, apesar das condições desafiantes que o mundo vivenciou, foi muito bom. Tivemos que lidar com as mudanças políticas mundiais, a crise econômica e os desastres naturais”, explica Taleb Rifai. A Europa foi a região com a melhor performance, com um incremento de 8% na entrada de turistas internacionais. Ao todo, o território europeu movimentou 503 milhões de visitantes internacionais. A Ásia também aumentou em 6% esse fluxo, o que correspondeu a 216 mil pessoas. “A área das Américas também foi destaque. Embora o crescimento em todo o território tenha sido de 6%, a América do Sul obteve uma elevação de 10%, com um total de 156 milhões de passageiros movimentados”, destaca. Apesar de modesto, o potencial de crescimento de passageiros no continente africano é grande. África registrou um incremento de 6% em fluxo de visitantes. Para este ano, a OMT aposta na continuidade positiva dessa trajetória. A expectativa é incrementar entre 3% e 4% o índice de chegadas internacionais. “Se depender da influência dos resultados da IATA nos dois primeiros meses deste ano, temos confiança de que seremos bem sucedidos”, justifica Rifai. Nesse período, o fluxo de passageiros cresceu 5% em relação a 2011.
“O Turismo é um dos poucos setores no mundo a crescer fortemente, levando progresso econômico aos países e criando empregos”
OMT - EVOLUÇÃO MENSAL DAS CHEGADAS INTERNACIONAIS NO MUNDO Milhões
OMT - CHEGADAS DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO MUNDO
Mundo
Variação (%)
OMT - CHEGADAS DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO MUNDO Variação (%)
ulh éj
Média a logo prazo
o2
01
2
Economias Emergentes
Fonte: World Tourism Organization (UNWTO)
Economias Avançadas
At
Mundo
OMT - EVOLUÇÃO MENSAL DAS CHEGADAS INTERNACIONAIS NO MUNDO
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012 207
POLÍTICA
WTTC
David Scowsill
Contribuição do Turismo no PIB brasileiro crescerá na próxima década
Natália Strucchi A contribuição direta do setor de Viagens e Turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2011 foi de R$131,5 bilhões, o equivalente a 3,2% do PIB total. Até o final de 2012 está previsto um aumento de 7,8% e, na próxima década - entre 2012 e 2022 – essa contribuição crescerá 5% ao ano, chegando a R$ 230,7 bilhões no final deste período. A previsão é do Conselho Mundial de Viagens & Turismo (WTTC, na sigla em inglês). De acordo com o presidente e CEO do WTTC, David Scowsill, o Brasil deve aproveitar o fato de sediar grandes eventos nos próximos anos para garantir mais qualidade aos seus destinos e atrativos, conquistando, de vez, os visitantes internacionais. “Os megaeventos vão incentivar os investimentos mais diretos de capital no Turismo brasileiro e na indústria como um todo. Como a infraestrutura do país vai receber mais atenção, é preciso que estas estejam aptas a garantir ótimas experiências aos turistas”, alerta. Apesar de ser um país de proporções continentais, o Brasil ainda recebe menos visitantes internacionais do que a Argentina e, para David, esse fato é consequência do comprometimento do país vizinho com o setor. “A Argentina se comprometeu com as políticas de Turismo e percebeu que essa in-
208
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Abu Dhabi sediará Cúpula Global do WTTC em 2013 A Conferência Global de Viagens e Turismo de 2013 - que tem o M&E como media partner - já tem data e local certos: dias 9 e 10 de abril, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. “A distinta hospitalidade árabe e a infraestrutura da cidade torna este um lugar encantador para realizar um evento como esse. A cultura e o patrimônio deste país caminham lado a lado com algumas das atrações mais modernos e luxuosos que existem no mundo”, explica David Scowsill, ao justificar a escolha da cidade. Cerca de 1.000 líderes da indústria e do governo, incluindo 200 meios de comunicação internacionais de todo o mundo estarão presentes. “O WTTC convidou grandes nomes para provocar um ângulo novo e diferente de discussão. O objetivo fundamental é unir os setores que existem dentro da cadeia turística e outras indústrias relacionadas, para aumentar a consciência do nosso poder de impulsionar o crescimento econômico e de emprego e para resolver os problemas e desafios que enfrentaremos nos próximos anos”, explica.
dústria é fundamental para o seu crescimento econômico e mobilidade social. Lá, a figura do Turismo internacional é responsável por mais de US$ 5 bilhões, por ano, em exportações. Isto é resultado do apoio político dado quando a presidente Cristina Fernández de Kirchner criou o primeiro Ministério do Turismo na Argentina e também aceitou a Carta Aberta do WTTC”, elogia David Scowsill. A chamada “Carta Aberta” é um documento do WTTC com a Organização Mundial do Turismo (OMT) no qual as entidades pedem aos líderes mundiais para apoiar o Turismo como motor de crescimento e desenvolvimento econômico. “O Brasil está entre os países prioritários da nossa lista. Em 2013, esperamos conseguir mais assinaturas”, acredita. Um dos fatos que chama a atenção na América do Sul, é o número de visitantes intrarregionais, bem menor do que em outro blocos, como a Europa, por exemplo. Atualmente, a Argentina é o principal emissor de turistas para o Brasil, porém, países como Chile, Peru, Uruguai, Paraguai e Colômbia aparecem em posições bem abaixo do desejado. “É possível ampliar esse fluxo, mas para estimular essas viagens dentro da própria região é necessário garantir a facilidade de entrada nas fronteiras, diminuindo as exigências e, além disso, estimular a maior concorrência entre as companhias aéreas, como existe na
Europa”, recomenda David. As três principais áreas de foco identificadas pela parceria entre o WTTC, OMT, IATA e outros organismos de Turismo são: facilitação dos vistos; esforços para influenciar as políticas de governos e reduzir obstáculos ao crescimento, como a tributação excessiva e injusta; e a defesa do Turismo sustentável. Segundo ele, a aposta na Embratur na promoção do Brasil através das mídias sociais também pode trazer mais turistas, inclusive dos países vizinhos. “A utilização das mídias socias é uma maneira fácil e rápida que poder alcançar e promover qualuqer país aos olhos dos viajantes. Essa é uma ferramenta muito útil, especialmente no setor de Turismo, que visa promover as marcas de empresas e também países. A mídia social tem a capacidade de construir uma marca de turismo muito rapidamente e, portanto, atrair investimentos, oferecer novos estereótipos e vantagem competitiva”, estimula. O conselho coletivo dado por empresários líderes no setor de viagens durante a Conferência Global de Viagens e Turismo de 2012, em Tóquio, foi investir pesado na área digital, tornando a experiência o mais fácil possível para o cliente ou usuário final. A visão geral sobre o uso da mídia digital e social foi a de que organizações de turismo devem inovar e se adaptar para os viajantes cada vez mais high tech”, relembra.
Viagens & Turismo: Crescimento e Projeções Brasil (Crescimento1 %)
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2022
1. Exportação de visitantes
-7.6
-2.4
0.5
-6.2
-10.7
1.6
11.6
12.2
2. Despesa interna
2.8
-7.1
-0.4
3.4
2.5
6.5
8.0
4.7
3. Consumo do turismo interno (= 1 + 2 + despesas individuais do governo)
2.1
-6.7
-0.3
2.8
1.7
6.2
8.1
5.2
4. Compras por parte dos fornecedores de turismo, inclusive de bens importados (cadeia de suprimentos)
2.6
-6.1
0.6
1.7
2.7
6.5
7.7
5.0
5. Contribuição direta de Viagens & Turismo para o PIB (= 3 + 4)
1.6
-6.7
-1.4
4.5
1.1
6.2
7.8
5.0
6. Outros impactos finais (indireto e induzido). Cadeia de abastecimento interno
1.6
-6.7
-1.4
4.5
1.1
6.2
7.8
5.0
7. Investimento de capital
10.1
8.8
5.8
-16.9
1.8
1.7
3.5
8.7
8. Gastos coletivos do governo
3.7
8.6
4.1
7.4
5.3
0.4
4.0
3.9
9. Produtos importados de gastos indiretos
2.5
-2.4
2.3
1.6
1.1
5.0
7.7
5.4
10. Induzido
2.8
-4.7
-2.5
4.5
1.1
4.8
5.0
4.6
11. Contribuição total de Viagens & Turismo para o PIB (= 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10)
2.8
-4.5
-1.5
2.9
1.7
5.0
6.2
5.1
12. Impactos no emprego (000) Contribuição direta de Viagens & Turismo para o emprego
-0.5
-9.9
-3.9
5.6
-0.5
6.2
7.1
2.5
13. Contribuição total de Viagens & Turismo ao emprego
1.0
-7.9
-4.0
3.7
-0.1
4.6
5.1
2.3
14. Outros indicadores Despesas de viagens ao exterior
7.0
18.2
11.3
-1.2
22.2
17.8
3.1
1.7
CRESCIMENTO A LONGO PRAZO, 2012 – 2022 Viagens & Turismo Contribuição direta para o PIB
2012 - 2022 % de crescimento a.a.
50
Peru
5.0
51
Brasil
5.0
75
México
4.4
79
Cuba
4.3
86
Equador
4.2
90
Venezuela
4.2
92
Costa Rica
4.1
Média Mundial
4.1
98
Argentina
4.0
102
Chile
3.9
154
Guatemala
2.4
Impulsionando o Turismo Sustentável O WTTC tem entre suas maiores preocupações o estímulo ao turismo sustentável. “Grandes avanços têm sido feitos ao longo das duas últimas décadas, em termos de impacto ambiental e envolvimento da comunidade, mas agora estas abordagens devem ser integradas - incorporadas nos principais modelos de negócios - e tornar-se parte do dia a dia das operações, com base na premissa de que a incorporação das necessidades da sociedade cria maior valor para todos, e reconhecendo que os ganhos de curto prazo serão compensados por sucesso a longo prazo”, salienta David Scowsill. Mais uma vez, o WTTC está convidando empresas de turismo, organizações e destinos do mundo todo para participar do Tourism for Tomorrow 2013. O prêmio reconhece as empresas que têm as melhores práticas de turismo sustentável. São quatro categorias: Global Tourism Business, Conservation, Community Benefit and Destination Stewardship. As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de novembro pelo site www.wttc.org/tourismfortomorrow.
Viagens & Turismo Contribuição direta para o emprego
2012 - 2022 % de crescimento a.a.
27
Peru
3.1
37
Costa Rica
2.9
38
Venezuela
2.9
39
Equador
2.9
49
Argentina
2.8
54
Guatemala
2.6
65
Brasil
2.5
Média Mundial
1.8
ESTIMATIVAS E PREVISÕES
100
México
1.7
Brasil
130
Cuba
1.1
135
Chile
1.1
2011 R$ bilhões1
2011 % do total
“Tourism for Tomorrow é a contribuição do WTTC para um futuro sustentável para a nossa indústria, com base na integração das necessidades de pessoas, planeta e lucro. Queremos uma indústria que englobe o conceito de valor compartilhado - a criação de valor econômico de uma forma que também crie valor para a sociedade, abordando as suas necessidades e mudanças. A ideia é que a indústria do turismo, em todos os momentos, mantenha um olho no futuro, garantindo que as considerações de longo prazo não serão ignoradas na busca de ganhos de curto prazo”, calcula. O processo para o prêmio inclui três etapas que envolvem um total de 22 juízes, especialistas independentes de todo o mundo. Os candidatos devem demonstrar como estão engajados em um programa de sucesso das práticas de turismo sustentável e de gestão, incluindo a maximização dos benefícios sociais e econômicos para a população local, redução dos impactos negativos ao meio ambiente e apoio à proteção do patrimônio cultural e natural. A cerimônia de premiação será no dia 9 de abril.
2012 Crescimento2
2022 R$ bilhões1
2022 % do total
2022 Crescimento3 5.0
Contribuição direta para o PIB
131.5
3.2
7.8
230.7
3.7
Contribuição total para o PIB
356.5
8.6
6.2
622.6
9.9
5.1
2,684
2.7
7.1
3,685
3.4
2.5
Viagens & Turismo Contribuição total para o PIB
2012 - 2022 % de crescimento a.a.
Contribuição direta para o emprego4
50
Brasil
5.1
Contribuição total para o emprego4
7,654
7.8
5.1
10,115
9.2
2.3
54
Peru
5.0
Exportação de visitantes
11.8
2.5
11.6
41.4
3.3
12.2
73
México
4.5
Gastos domésticos
217.2
5.3
8.0
371.9
5.9
4.7
76
Equador
4.4
79
Cuba
4.3
Gastos de lazer
207.9
5.0
8.2
376.2
6.0
5.3
89
Venezuela
4.2
Gastos de negócios
24.1
0.6
7.6
41.7
0.7
4.9
Média Mundial
4.1
Investimento de capital
41.5
5.2
3.5
99.2
7.0
8.7
Preços constantes de 2011 e taxas de câmbio; 2 crescimento real de 2012 ajustado pela inflação (%); 3 Crescimento real anualizado 2012-2022 ajustado à inflação (%); 4 000 postos de trabalho
1
96
Chile
4.1
97
Costa Rica
4.1
105
Argentina
3.8
147
Guatemala
2..6
2012 - 2022 % de crescimento a.a.
34
Peru
3.0
35
Equador
3.0
38
Venezuela
2.9
39
Guatemala
2.9
50
Costa Rica
2.7
62
Argentina
2.5
Média Mundial
2.4
70
Brasil
2.3
95
México
1.8
130
Chile
1.0
131
Cuba
1.0
Vantagens e desvantages das fusões no Turismo No setor turístico mundial é cada vez mais contante o anúncio de grandes fusões, com destaque para a avaição. Casos como a British Airways e a espanhola Iberia; a brasileira Tam com a chilena Lan; United e Continental e, mais recentemente, o anúncio da possível fusão entre duas gigantes americanas, US Airways e American Airlines. Esses são só alguns exemplos dessa “maré” de fusões. E o que o consumidor tem a ganhar - ou perder – com tudo isso? Na opinião de David Scowsill, as novas fusões no setor do turismo criam vantagens e desvantagens para os clientes. “Em primeiro lugar, as fusões são uma coisa boa para os clientes no setor do turismo pois aumentam a transparência dos preços
no mercado. Em segundo lugar, uma fusão num bom negócio pode melhorar a qualidade e a eficiência de um serviço devido a um maior conhecimento, maior investimento e melhor força de trabalho”, analisa. Outra vantagem, mas que pode ser julgada de duas formas, é que as fusões aumentam as escalas economicas de um negócio. “Para o setor do Turismo, as empresas podem comprar mais e oferecer aos clientes opções mais baratas de voos, pacotes de férias ou reservas de hotel. No entanto, dependendo da escala da fusão, a mesma poderia monopolizar o mercado e reduzir a concorrência de preços e, portanto, tornar as férias e viagens mais caras para os clientes”, conclui.
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
Viagens & Turismo Contribuição total para o emprego
209
POLÍTICA
FBHA / CET / CTUR-CNC
Alexandre Sampaio
Desafio de administrar e reduzir os altos custos do setor
Luiz Marcos Fernandes Um dos principais desafios da hotelaria diz respeito ao alto ônus da carga tributária, tema que tem sido objeto de discussão, nos últimos meses, na mesa de negociações com o Governo. Na opinião do presidente da Câmara Empresarial de Turismo (CET), da Comissão de Turismo da Confederação Nacional do Comércio (CTur-CNC) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, a discussão de temas como esse, que dizem respeito aos segmentos da hotelaria e restaurantes, têm alcançado avanços consideráveis, e são questões prioritárias para tornar o setor mais competitivo. Para ele, as discussões mantidas ao longo do ano tanto com o ministro Brizola Neto, como com a chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, têm sido fundamentais para o avanço de questões trabalhistas e de desoneração do setor. A reunião realizada recentamente com a ministra-chefe da Casa Civil deu aos integrantes da Câmara Empresarial de Turismo (CET), a certeza de que já há uma sinalização por parte do governo do reconhecimento que o setor tem para a economia do país. Alexandre Sampaio elogiou a liderança exercida pela
CNC neste processo. “A ideia foi apresentar ao governo a proposta de um debate franco, o que permitirá que os grandes gargalos do Turismo brasileiro sejam desbloqueados em prol de um crescimento vertiginoso e harmônico”, ressalta. Alexandre Sampaio lembra que a FBHA tem se empenhado também em buscar soluções que permitam uma maior redução de custos do setor. “Temos avançado em questões como a inclusão da hotelaria no programa Brasil Maior, num trabalho realizado em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), e para isso estamos utilizando a força sindical para realização de acordos que venham a permitir a estruturação de projetos que beneficiem o setor. E esse trabalho não se limita à mesa de negociações, mas à utilização de novas tecnologias pelo setor hoteleiro, incluindo as redes sociais e o uso da internet. Recentemente, durante um evento no Rio de Janeiro, a FBHA apresentou um programa de vendas online com um mecanismo mais simples e custo menor ao já utilizado no mercado. “Cada vez mais as redes sociais estão presentes nas empresas. O grande segredo é como administrar isso em função dos altos custos. O ideal seria partilhá-los custos entre parceiros,
210
Abav - Feira das Américas y Outubro 2012
FBHA: importantes ações em andamento Ao destacar os avanços obtidos pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação em sua gestão, Alexandre Sampaio lembra que importantes ações que estão em andamento. Algumas delas estiveram em debate durante a assembléia geral realizada em agosto último. Na ocasião, representantes da FBHA e da diretoria discutiram questões como novas bases sindicais, lei das gorjetas e direitos autorais. O dirigente lembra também que a abertura do escritório da FBHA em São Paulo permitiu a entidade obter uma maior amplitude de ação da base sindical. “Queremos continuar trabalhando nessa parceria com a CNC e as Câmaras Empresariais da Fecomercio, de modo a garantir uma maior representatividade regional e para isso temos buscado, cada vez mais, a maior integração comercio e turismo. A ideia é dar continuidade a projetos estruturantes com financiamentos para o setor. Outro desafio é a ampliação da base sindical. A Federação conta atualmente com 68 estabelecimentos e empresas associadas.
No que se refere a questões pontuais do setor de hotelaria, Alexandre Sampaio lembra que o novo modelo de classificação hoteleira, uma demanda do Ministério do Turismo, enfrentou problemas para sua implantação em função de cláusulas contratuais. “Tanto a FBHA como a ABIH já expressaram a preocupação no que diz respeito ao modelo de validade do sistema proposto e cujo prazo se encerraria às vésperas das Olimpíadas. Isso obrigaria os estabelecimentos a fazerem um novo processo justamente num período de grande demanda”, alerta ele. Outra questão preocupante é adequar o estabelecimento ao parâmetro de preços sinalizados. “Lembro que o empresário já faz uma avaliação criteriosa do seu hotel. Ao mesmo tempo ele sabe que para ser cadastrado pela Fifa tem que seguir uma série de exigências. Então não há como exigir que esse estabelecimento venha a ter novos critérios e exigências propostas pelo governo. Sou favorável que os novos hotéis devam utilizar o novo modelo de classificação”, conclui.
de modo que a relação custo-benefício seja adequada. A ideia de vendas online permite ao empresário realizar a oferta de apartamentos do seu hotel sem os custos de um fee, como é feito atualmente”. Sampaio admite que o uso de redes sociais ainda é tímido e há espaço de mercado a ser ocupado. “Cada vez mais as redes sociais estão presentes nos diversos segmentos da economia. O grande desafio é saber partilhar os custos e mensurar os resultados almejados”. Para o executivo, o empresariado, bem como os agentes de viagens, ainda não souberam avaliar com exatidão e quantificar os benefícios do uso das redes sociais em seu budget. “Fica difícil quantificar os ganhos em função uso do Facebook. Hoje se utilizam ferramentas como telemarketing, que pode ser complementado com o uso das redes sociais. Cada vez mais clientes vão usar essa ferramenta para fazer negócios. Ainda há muito a explorar”, reconhece. O dirigente confirma que a própria FBHA faz uso das redes sociais de forma inteligente em seu portal para enviar comunicados e informações para o setor. Copa do Mundo - Quanto à realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e as Olimpíadas, no Rio, em 2016, Alexandre Sampaio lembra que os megaeventos têm atraído cada vez mais novos investimentos. Diante da grande quantidade de projetos de inauguração de hotéis, principalmente nas cidades sede da Copa, ele faz a ressalva de que o empresariado deve fazer, antes de tudo, uma criteriosa avaliação sobre o tempo de retorno previsto dos investimentos realizados. “No que se refere às obras há problemas a serem solucionados pelo governo em relação aos cronogramas atrasados. A preocupação do empresariado deve estar direcionada para sua capacidade de mensurar com exatidão as necessidades e carências das áreas em que atuam e quanto devem investir para atender a uma determinada demanda esperada. Esse cálculo não pode fugir de uma estimativa capaz de mensurar em quanto tempo ele poderá recuperar o seu investimento. Ninguém pode esperar receber esse retorno com 15 dias de competição”, alerta. O presidente da FBHA acredita que a maior parte dos investimentos realizados até o momento está sendo feito com os pés no chão. “Quem não fizer a conta certa corre o risco de sofrer no futuro conseqüências pouco animadoras. Veja o caso da África do Sul, onde muitos hotéis foram fechados após a Copa em função de erros de cálculo. É importante que o Estado contribua também oferecendo subsídios com o maior número de informações adequadas sobre as perspectivas de crescimento e investimento para que o empresariado tenha uma ideia exata de mercado”, afirma.
Abav - Feira das AmĂŠricas y Outubro 2012
211
POLÍTICA
SEBRAE
Luiz Barretto
É preciso entender as tendências de mercado e motivações do cliente
Luiz Marcos Fernandes Uma pesquisa recente do Ministério do Turismo revelou que a indústria do Turismo é uma das economias que mais cresce no país. O mesmo estudo aponta para a evolução na participação da indústria de viagens no PIB brasileiro para 9,5% em 2022, o triplo da projetada para esse ano. Uma das entidades que mais têm contribuído com ações e programas voltados para o micro e pequeno empresário tem sido o Sebrae. Para o ex-ministro do Turismo e atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto, o ritmo de crescimento pode ser acelerado em função dos grandes eventos esportivos que o país receberá nos próximos anos. Apenas para a Copa de 2014, a expectativa é receber 600 mil turistas. “Criamos o programa Sebrae 2014, cuja primeira ação foi realizar um mapeamento de todas as oportunidades que serão geradas para os pequenos negócios antes, durante e depois do evento. Encontramos um total de 930 oportunidades nas 12 cidades-sede. O mapeamento foi feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. O trabalho identificou os requisitos necessários às micro e pequenas empresas para conseguir comercializar produtos e serviços com foco nessas oportunidades. Identificamos nove setores que serão mais beneficiados: Turismo, produção associada ao Turismo (que inclui gastronomia, artesanato e toda a economia criativa), tecnologia da informação e comunicação, construção civil, comércio varejista, serviços, têxtil e vestuário, madeira e móveis e agronegócio”, destaca. Ao mesmo tempo, o presidente do Sebrae fala da importância de o pequeno e micro em-
presário do Turismo - incluindo os agentes de viagem - estarem atentos às novas tendências de mercado e motivações do cliente. “Entender as tendências, as motivações e as referências deste novo consumidor é o primeiro passo. Viajar, por exemplo, passou a ser um item de consumo prioritário para a nova classe média. É preciso entender que os hotéis econômicos não são mais uma tendência, mas uma realidade. Investir em comunicação, estrutura de atendimento e conhecimento especializado são pontos fundamentais. Formas diferenciadas de entretenimento, que aliem bem-estar com um serviço a preço mais competitivo, atrairão a nova classe média brasileira”, alerta. As redes sociais estão entre as ferramentas disponíveis para prestadores de serviços, incluindo operadores e agentes. Segundo Barretto, o próprio Sebrae tem utilizado as novas tecnologias. “Usamos as redes sociais como um canal direto e rápido de acesso ao micro e pequeno empreendedor. Elas já fazem parte da nossa rotina. A maioria de nossas carteiras de projetos das áreas da indústria, comércio e serviços, incluindo o Turismo, estão disponíveis no Facebook, Twitter e em outras comunidades online. A internet é um ambiente que deve ser explorado pelos profissionais do setor porque facilita o acesso às informações para o empreendedor. Em nosso portal é possível encontrar ideias de negócios (como montar agência de viagem, pousada, entre outras), histórias de sucesso, vídeos e soluções educacionais a distância específicas para atender este segmento”, explica. Luiz Barretto lembra que no Brasil os pequenos negócios são os maiores geradores de empregos formais. “As 6,5 milhões de empresas de micro e pequeno porte são responsáveis
por 53% do emprego e respondem por mais de 99% dos CNPJs do país. Por isso, o tema da sustentabilidade passa, obrigatoriamente, pelos pequenos negócios. E passa também pelo Sebrae, que há 40 anos tem como missão promover o empreendedorismo, a competitividade e o desenvolvimento sustentável dessas empresas”, destaca ele. Investimentos - O presidente do Sebrae lembra que o Turismo tem recebido especial atenção. “É um setor prioritário para o Sebrae desde a implementação do nosso programa para o segmento, em 2003. Até o final de 2012 serão investidos quase R$ 80 milhões em 161 projetos de todas as unidades do Sebrae e de nossos parceiros. Já atendemos 56 mil empreendimentos de micro e pequeno porte. Além disso, temos convênios firmados com entidades nacionais do trade turístico para atuar em eixos estratégicos como capacitação, certificação, inovação em gestão, sustentabilidade e acesso a mercados”, destaca ele. Outra iniciativa são os encontros de negócios nos diversos segmentos para aproximar compradores de vendedores e apresentar linhas de crédito disponíveis aos pequenos negócios. No próprio Congresso da Abav, o Sebrae está à frente da Rodada de Negócios “Temos apoiado a participação das micro e pequenas empresas nas grandes feiras e eventos relacionados ao Turismo para a geração de oportunidades de negócios. Outra frente de atuação do Sebrae são as jornadas de capacitação nos diversos segmentos, para levar soluções educacionais aos empreendimentos. Vamos também investir em ações estruturantes para o fortalecimento do Microempreendedor Individual, categoria de extrema importância para o Turismo”, assegura.
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Sustentabilidade, importante tópico para o Turismo A questão da sustentabilidade deve, na opinião de Luiz Barretto, ser vista como um importante tópico também para a indústria do Turismo. “Hoje, para ser competitiva tanto no mercado interno como externo, a empresa tem que se antecipar em relação a questões diretamente ligadas à sustentabilidade. E competitividade está no DNA do Sebrae. Não é preciso grandes investimentos para implementar medidas que, apesar de simples, agregam um diferencial importante na ferrenha competição do mercado. As micro e pequenas empresas que estiverem fora dessa realidade não se adequarão às novas exigências de mercado e perderão aspectos de competitividade. Por isso, queremos prepará-las e capacitá-las para melhor atenderem seus clientes”, afirma. Segundo ele, a maioria dos pequenos negócios já adota práticas sustentáveis. “Quase 70% faz coleta seletiva de lixo e 80% controla o consumo
de água e energia. A substituição de eletricidade por gás e um melhor aproveitamento da energia eólica resultaram em uma economia de 20% na conta de luz de uma lavanderia de Rondonópolis (MT). Se multiplicarmos essa economia por cinco ou seis milhões de empresas, falaremos da produção de energia de uma usina de grande porte. É nessa capacidade de inovação que nós enxergamos um planeta de oportunidades. Estamos disponíveis para subsidiar mudanças que fomentem sustentabilidade em longo prazo nos pequenos negócios. Porque desenvolvimento sustentável é bom negócio para as micro e pequena empresas”, ressalta. O Sebrae tem ações e programas em andamento. “Há pouco mais de um ano instalamos o Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá, no Mato Grosso. É o nosso laboratório nacional de geração de conhecimento e pesquisas relaciona-
das à sustentabilidade para as micro e pequenas empresas. Informações, cartilhas, mapeamentos e diagnósticos são alguns dos produtos desenvolvidos pelo centro, cujo endereço na internet é www.sustentabilidade.sebrae.com.br”, lembra. Pelo programa Sebraetec, o órgão subsidia em até 90% o custo do investimento em equipamentos e novas tecnologias às micro e pequenas empresas. “Assim, o pequeno empreendedor que planeja investir em práticas sustentáveis para otimizar processos produtivos, eliminar desperdícios e reduzir custos, entre outros, pode contar com nosso apoio”. Outros programas destacados por Barretto são: Eficiência Energética; Alimento Seguro; e Produção Mais Limpa, que atendem pequenos hotéis e pousadas. “Lançamos em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas o guia Meios de Hospedagem: Sistema de Gestão da Sustentabilidade”, conclui.
POLÍTICA
ABRAT-GLS
Oswaldo Luiz Faria
Turismo LGBT vai movimentar US$ 14 bi no Brasil em 2012
Rafael Massadar As despesas do turismo LGBT no Brasil crescerão este ano 34%, quase quatro vezes a média mundial, as projeções são da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS). De acordo com o presidente da entidade, Oswaldo Luiz Faria, o crescimento médio mundial será de 9% e gerará negócios de cerca de US$ 165 bilhões. Segundo o relatório da empresa de consultoria InSearch, no Brasil, o comércio de produtos e serviços para o público em questão movimenta anualmente R$ 150 bilhões. “Em média, o turista LGBT viaja 20 dias para o exterior, e gasta US$ 156 ao dia, enquanto o turista tradicional gasta US$ 70”, afirma Faria. Em abril deste ano, Florianópolis, em Santa Catarina, recebeu a 29ª Convenção Global da International Gay and Lesbian Tourism Association (IGLTA). Foi a primeira vez que o evento anual da maior organização de turismo LGBT do mundo foi realizado na América do Sul. As outras 26 edições acon-
teceram em países da América do Norte e separava da Argentina com relação a esse Europa. A IGLTA estima que os participantes mercado”, explicou o executivo da Abrat-GLS. movimentem em torno de US$ 750 mil na O presidente da entidade confirma que economia local, durante o período do evento. Recife - também um destino gay friendly -, “Além de ter dado visibilidade ao segmento em 2016 poderá ser sede do evento. “Será no Brasil, também atraiu um longo processo, pripara a atenção dos turistas meiro teremos que fazer LGBT internacionais, hoje um simpósio na cidade “Nem todos estão é comum perguntarem por para que jornalistas e preparados ou tem Florianópolis, e planejarem operadores conheçam o vocação para lidar visitar o destino, fugindo destino, e depois a capital um pouco do eixo Rio-São pernambucana terá que com esse público, Paulo, que sempre confazer a oferta. Acredito que os que têm já se centrou o interesse desse as chances são excelentes, beneficiam da viajante. E o Brasil vem dado ao consistente trabasendo percebido como um lho que o Recife CVB e a fidelidade destes destino gay friendly ao lado Empetur vem realizando clientes e da da Argentina, que já atua ao longo dos anos. Assim propaganda positiva nesse mercado há muito como Florianópolis conmais tempo, mas devido seguiu desbancar Berlim, que o turista a essa visibilidade que Madri e Tel Aviv, tenho LGBT leva ao seu obtivemos com a IGLTA, certeza que Recife terá estabelecimento” o Brasil conseguiu encurmuito ‘frevo’ para desbantar a distância que nos car outras finalistas”, diz.
Divulgação do segmento no exterior vai aumentar e associada a esse projeto”, cobra Faria. Atualmente, apenas alguns destinos foram capacitados, como São Paulo, que faz um trabalho constante; Rio de Janeiro, no qual a Prefeitura assinou um acordo com uma operadora LGBT para que a mesma oferecesse pacotes para os servidores; Florianópolis, Bento Gonçalves, Salvador, Maceió e Balneário Camboriú. “Até o final do ano queremos capacitar Recife e outras localidades pernambucanas, assim como outros destinos turísticos brasileiros que vemos grande potencial para atrair esse turista, como Fortaleza, Belém, Manaus e Foz do Iguaçu”, antecipa. No Brasil, durante o ano acontecem cerca de 150 paradas LGBT e existem 230 ONGs ligadas a esse público. Por sua vez, a Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, evento que a cada ano reúne mais de dois milhões de pessoas, informou que o país tem 18 milhões de homossexuais em um universo de 192 milhões de habitantes. “Além de colaborarem para o turismo nacional, as paradas contribuem muito para a inserção social da população LGBT, e muitas delas conseguem através do turismo garantir que a população se insira no mercado de trabalho formal”, explica. Segundo dados da São Paulo Turismo, em
2012, o turista da Parada gastou em média R$ 353,46 por dia, tornando-a o evento mais importante em termos financeiros para o município, superando a Fórmula 1, como o evento que gera mais retorno financeiro para a cidade. “Mas outras paradas também vêm ganhando destaque, como Florianópolis, Balneário Camboriú, Juiz de Fora e Recife. A do Rio de Janeiro, que foi a primeira no Brasil, poderia se beneficiar mais da inserção da mão de obra LGBT, se ela tivesse uma data fixa, coisa que não acontece, o que a torna a tanto errática e por isso não tem o seu potencial turístico devidamente aproveitado”, explana. Outra questão muito importante no setor é em relação às operadoras e hotelaria, que de acordo com o executivo é um trabalho constante na hora de firmar filiação. “Nem todos estão preparados ou tem vocação para lidar com esse público, os que têm já se beneficiam da fidelidade destes clientes e da propaganda positiva que o turista LGBT leva ao seu estabelecimento, o que faz com que estes fiquem populares e atraiam um grande número de consumidores do mercado geral, principalmente os das classes mais altas”, finaliza.
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O Ministério do Turismo e a Abrat-GLS possuem um termo de cooperação para o desenvolvimento de ações conjuntas para a promoção do segmento no Brasil e no exterior. A parceria prevê ações de apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos do turismo LGBT, além da qualificação de profissionais que atuam na área. A Embratur divulgará o segmento em feiras nacionais e internacionais de Turismo. Está prevista, ainda, a realização de workshops, roadshows e viagens para familiarização de agentes e operadores. Tudo para aproximar a cadeia turística do nicho. “Apesar de termos esse acordo, o MTur nos últimos quatro anos não disponibilizou verba alguma para capacitação de qualquer destino. Todas as capacitações feitas, foram através dos esforços da Abrat-GLS e dos destinos interessados. Esperamos que no futuro o MTur efetivamente apoie essas ações pois as últimas que o ministério apoiou foram em 2008. Para um destino tornar-se gay friendly, a primeira coisa que tem que ser feita é respeitar e incluir a população LGBT local. Não adianta querer atrair este turista se esta parte da população não estiver integrada, respeitada
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SUSTENTABILIDADE / MEIO AMBIENTE / CULTURA PNUMA / PASSAPORTE VERDE
Achim Steiner
Brasil cria políticas para incentivar proteção do meio ambiente
Rafael Massadar No embalo dos grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, mas sem esquecer da sustentabilidade, o setor de Turismo vem discutindo alternativas para se chegar a um patamar mais responsável. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), o governo federal aproveitou a atenção mundial para mostrar estratégias de desenvolvimento econômico e sustentável, o que incluem o Turismo. Neste sentido, uma das principais ações foi a criação do Passaporte Verde. Trata-se de uma campanha mundial que visa estimular o turista a pensar suas escolhas e seus padrões de consumo nos destinos que visita. A ideia é conscientizar o turista para contribuir na preservação do meio ambiente e melhorar a qualidade de vida das pessoas nos locais visitados. A campanha, que tem como slogan “Turismo sustentável por um planeta vivo”, aposta nas mídias digitais e sociais. O site
oficial inclui uma página no Facebook que articula e divulga suas ações. Todo o material da campanha está disponível para download. O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, disse que o Passaporte Verde tem também como objetivo facilitar a informação para que os turistas estrangeiros possam fazer escolhas mais seletivas sobre a sustentabilidade ambiental. Ele também destacou a sua importância, além da questão ambiental, para os eventos internacionais que o Rio de Janeiro vai sediar nos próximos anos. “As práticas do turista sustentável vão desde o planejamento até o meio de transporte utilizado na viagem. Ao escolher seu destino, ele deve se certificar de que o local oferece meios de transporte, acomodações e tratamento de lixo e esgoto adequados.” Nele, são apresentadas dicas para um Turismo ecologicamente consciente. Isso inclui desde a escolha do destino, o que levar e o que não levar na bagagem, como se locomover, onde se hospedar, onde co-
mer, como se divertir, o que trazer e o que não trazer, além de recomendações sobre como se comportar durante o convívio com diferentes populações e ecossistemas. “Ao fazer a mala, o viajante deve pensar no que levar na bagagem já que a quantidade de itens aumenta o impacto da viagem, devido às emissões de gás carbônico e lixo que gera. Uma alternativa é não levar de casa nada que possa encontrar no destino final ou comprar produtos de higiene ou alimentos nos mercados locais. Sem contar que ao tomar essas atitudes, o turista contribui com a geração de empregos e renda dos moradores”, ressalta. A cidade de Paraty (RJ), foi escolhida para o projeto piloto e está implementando políticas e posturas compatíveis com o Turismo Sustentável para promover a melhoria da sustentabilidade socioambiental, a começar pela gastronomia. Os restaurantes estão sendo estimulados a adquirir produtos da agricultura familiar, da pesca artesanal e da produção rural da localidade.
IMB
Dez anos de sustentabilidade e inovação Daniele Bitencourt
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Lisia Minelli Em 2012 o Instituto Marca Brasil completou dez anos de atuação. Com foco na elaboração e gestão de projetos e pesquisas ligadas à atividade turística, o IMB tem como missão gerar soluções sustentáveis e inovadoras para o reconhecimento e valorização do potencial turístico, cultural e econômico do Brasil. Neste ano, o instituto deu andamento aos seus principais projetos, com destaque para o Tour da Experiência, mas a diretora superintendente da entidade, Daniele Bitencourt, adianta que virão novidades. “Estamos trabalhando com temas extremamente atuais, como o comportamento do consumidor do novo milênio e a inovação das empresas para atender experiências turísticas através do Tour da Experiência e do Portal de Hospedagem, que hoje atende cerca de 5.800 hotéis em mais de mil cidades brasileiras”, destaca. “Estamos planejando o lançamento de nada menos que 70 novos produtos turísticos que compõem o Tour da
Experiência na Serra Carioca”, complementa. Daniela citou ainda o foco na capacitação. “O IMB fez dez anos e sua política de responsabilidade social empresarial tem sido consecutivamente premiada internacionalmente. Neste período, 15,5 mil pessoas foram capacitadas em mais de 200 destinos turísticos”, diz. Redes sociais - Para Daniela, o impacto das redes sociais é mais forte no Turismo do que em outras áreas, uma vez que as pessoas já estão acostumadas a buscar informações sobre destinos e produtos na Internet. “Eu acredito que hoje as mídias sociais são a maior fonte de informação sobre destinos turísticos, lançamentos e tendências desse mercado”, afirma. Ela cita uma pesquisa do IMB sobre o consumo turístico. O estudo apontou que a recomendação de amigos foi apontada como a principal fonte de informação, seguido da Internet. “No meu entendimento, as redes sociais são o ‘boca a boca’ ampliado pela web. Além disso, hoje, as empresas não gerenciam mais suas marcas sozinhas, por conta das redes sociais, o turista também as gerencia recomendando ou algumas vezes, criticando”,
alerta. Por este motivo, ela afirma ser importante compreender o funcionamento deste canal de comunicação como elemento de formação de opinião e de relacionamento com os turistas. Neste contexto, Daniela ressalta que o Instituto tem o papel de informar sobre inovações no setor, buscando e apontando tendências de mercado e repassando este conhecimento. Por isso, ela enxerga as mídias sociais como essenciais no trabalho do IMB e lembra do vanguardismo desenvolvido pela entidade. “Fomos pioneiros em esclarecer e incorporar as mídias sociais ao processo de desenvolvimento turístico. Além disso, todos os nossos projetos usam as mídias sociais como elemento para fomentar a discussão sobre o que está acontecendo e informar sobre temas relevantes do segmento ao qual estamos trabalhando”, conta. Ela cita como exemplos a página no Facebook do projeto “Gestão de Destinos” que conta com quatro mil amigos e o do “Tour da Experiência”, que ultrapassou 5,3 mil. As mídias sociais representam, segundo Daniela, a principal fonte de relacionamento do IMB com o público”, finaliza.
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TECNOLOGIA / PORTAIS / E-COMMERCE AMADEUS
Mario Ponticelli
de viagens aéreas e reservas não aéreas, teve alta de 4,2%, chegando a € 252,2 milhões. A Amadeus também ampliou a participação No ano em que completa 25 anos de openo mercado mundial de reservas de viagens rações no país, a Amadeus Brasil - empresa aéreas das agências em um ponto percentual, ligada a ao Grupo Amadeus - apresenta diverchegando a 38,3%, fatia que representa liderança sas novidades em tecnologias e ferramentas neste nicho. A empresa que teve lucro ajustado que prometem facilitar as operações das para o 1T12 aumentou 22,1%, atingindo € companhias aéreas, operadoras, hotéis, loca167,9 milhões, comparando doras e agentes de viagens. com o mesmo período do Entre os lançamentos, as ano passado. Já sua receita soluções Amadeus Offers, teve incremento de 8,5%, Amadeus Extreme Sear“Os provedores chegando a € 764,1 milhões. ch e Amadeus Connect precisam ter uma No período, também houve – versão online do Selling estratégia para as um aumento de 5,4% no com opção de tradução dos mídias sociais não Ebitda, o que corresponde códigos de outros GDS’s. a € 307,2 milhões, na comSegundo o country maapenas para vender paração ano a ano. nager da Amadeus Brasil, seus produtos A receita em distribuiMario Ponticelli, o país aine serviços, mas ção aumentou 8%, subinda tem um gargalo signifido para € 597,6 milhões, cativo quando se trata de também para ante os quatro primeiros desenvolvimento tecnológimonitorar meses de 2011. O total de co. “O Brasil está avançando a satisfação dos reservas aumentou 6,1%, a passos largos, ainda há passando de 124,7 milhões um vazio muito grande no seus clientes” para 132,3 milhões. “O ano segmento, mas está avande 2012 para a empresa çando”, disse o executivo. é mais que positivo. Nós Atuando nos segmenestamos investindo como empresa de tectos de distribuição e conteúdo, vendas e nologia no mercado e em busca contínua e-commerce, gestão de negócios, serviços e para melhorar nossa performance e otimizar consultoria, a empresa hoje está em cerca recursos”, disse. de 89 mil agências de viagens e em mais de Com relação à divisão de soluções tecnológicas, 53 escritórios de vendas de companhias no a receita aumentou 10,4%, passando para €166,6 mundo. No início de agosto, a Amadeus IT milhões, e o índice de passageiros embarcados Holding, empresa principal do grupo, anunaumentou 23,3%, passando de € 94 milhões ciou os resultados financeiros e operacionais para €115,9 milhões. Com base nos contratos do primeiro semestre de 2012, cuja data de atuais, estima-se que, em 2014, o volume de encerramento foi 30 de junho. passageiros embarcados chegue a 750 milhões. O lucro ajustado do primeiro semestre Além disso, a empresa recebeu do Euaumentou 26,1% chegando a € 332,5 miropean Investment Bank (EIB), instituição lhões. O desempenho foi apoiado, segundo de financiamento de longo prazo da União a Amadeus, por um crescimento de 8,6% na Europeia, um empréstimo de €200 mireceita (€ 1,5 bilhão) e um aumento de 6,1% lhões para o desenvolvimento de novas no Ebitda, o que significa um valor € 606,9 tecnologias. “Os projetos são muitos para milhões. A receita de distribuição aumentou 2013 e para os próximos três anos. Vamos 7,2%, chegando a € 1,1 bilhão, enquanto o investir desde tecnologia para gestão de número total de reservas, incluindo agências
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Luciano Palumbo
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Tecnologia a serviço das empresas brasileiras operações para operadores de serviços, a venda de serviços adicionais, não só para o segmento aéreo, além da implementação de ferramentas de auto reserva integrada ao SAP para grandes empresas”, comentou. Mercados - Segundo Ponticelli, com relação às fusões do segmento, como as das companhias aéreas e o consórcio entre operadoras, sendo a competitividade sempre maior, o setor necessita ganhar dimensão. “Por isso, não imagino que a tendência será revertida. As fusões constituem uma forma de as empresas tornarem-se mais competitivas no mercado, aumentando o seu porte, otimizando recursos, ganhando maior capilaridade”, analisa. Com relação às desvantagens, o executivo acredita que, no caso de grandes empresas, é que elas se tornam lentas, burocráticas e distantes dos clientes. “As fusões podem fracassar se não existirem objetivos comuns bem definidos”, alerta.
Na Web, relatos ajudam planejamento Para Mario Ponticelli, por meio das mídias sociais, os viajantes têm acesso rápido e atualizado às informações sobre destinos e procedimentos de viagens, ou seja, podem planejar sua viagem com base em relatos de outros viajantes. “Dessa forma temos um viajante muito mais informado, o que lança um desafio aos provedores de Turismo para estarem sempre à frente, com informações atualizadas e diferenciadas. É também através das mídias sociais que os viajantes se comunicam para fazer reclamações. Os provedores precisam ter uma estratégia para as mídias sociais não apenas para vender seus produtos e serviços, mas também para monitorar a satisfação dos seus clientes”, comentou. Para ele, é necessário estar junto aos mercados que se quer atingir. “É uma forma eficiente, rápida e de baixo custo que permite que a empresa esteja muito próxima dos agentes, levando informações relevantes e assim marcando presença no dia a dia deles, a fim de humanizar o relacionamento”, concluiu o executivo.
TECNOLOGIA / PORTAIS / E-COMMERCE TRAVELPORT
António Loureiro
Novo posicionamento e estrutura em busca de share brasileiro
Leila Melo
uma plataforma adicional na qual é possível comercializar seu conteúdo. Ainda no setor de hotelaria, a Travelport agregou este ano dois novos participantes no programa de Menor Tarifa Pública. As unidades Pullman e Sofitel, que fazem parte do Grupo Accor, integraram mais de 190 hotéis ao programa. Nessa parceria, tanto o agente quanto o fornecedor saem ganhando. Enquanto os hotéis podem expandir as oportunidades de vendas, os agentes têm a confiança de que estão oferecendo a menor tarifa do dia. Outro produto bem requisitado é o Travelport Universal API. É o primeiro para GDS com capacidade para agregar conteúdo de várias fontes, incluindo informações de GDS, companhias aéreas de baixo custo, operadora de trens de alta velocidade, hotéis e locação de carro. Ao longo deste ano, o investimento em treinamento foi constante na Travelport. A empresa realizou um roadshow para agentes de viagens de diversas cidades brasileiras como Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Nessa última cidade, inclusive, os planos da Travelport são mais ousados. A ideia é reabrir o escritório da empresa até o início de 2013. Uma executiva já está responsável pelo mercado carioca. Fernanda Assunção assume a equipe local – novos profissionais estão sendo contratados – e todo o projeto de qualificação da cadeia produtiva. “Queremos aumentar nosso contato com os clientes”, reforça Loureiro.
Mídias sociais e fusão, fenômenos do mercado atual Como canal de divulgação, compartilhamento e acompanhamento de informações, as mídias sociais cumprem seu papel. Embora a Travelport não tenha uma estratégia própria para essas redes, a companhia mantém uma página no Facebook e no Twitter para apresentar suas últimas soluções em tecnologia. “Contamos com os agentes de viagens para retransmitir conteúdo. Não utilizamos como instrumento de venda e não entendo como adequado transformar esses canais em uma espécie de palco para reclamações. As mídias sociais devem ser usadas para partilhar experiências ajustadas à realidade atual”, avalia António Loureiro. Ele salienta que o agente de viagem não deve ter seu trabalho influenciado por um canal que, notadamente, transmite opiniões alheias. “Para se ter uma visão mais profissional de um produto e serviço, é preciso utilizar outros meios. As mídias sociais servem apenas para dizer se aquela
pessoa gostou ou não de um produto”, fala. Se nas mídias sociais há esse compartilhamento, no processo de fusão de empresas essa realidade não é tão diferente. Para o diretor, o fenômeno da consolidação de empresas está estreitamente ligado à sinergia de tecnologia e conhecimento. “Na Europa, esse cenário começou faz tempo. No Brasil, o assunto ainda é delicado e muitas empresas parecem estar muito preocupadas em não pisar em ovos. No campo do GDS, é nitidamente mais fácil lidar com um grupo apenas e optar pela utilização de um sistema integrado de serviços do que ter várias empresas diferentes desenvolvendo uma mesma solução”, compreende Loureiro, citando, no entanto, que empresas diferentes têm condições de mostrar uma mesma tecnologia de maneiras diferentes. “São novas oportunidades para se fazer negócios e manter a competitividade”, conclui.
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Reestruturação de política e atuação no mercado brasileiro. Assim foi marcado o ano de 2012 para a Travelport. A provedora de soluções tecnológicas para o setor de viagens está apostando forte no Brasil e iniciou uma aproximação maior com seus parceiros regionais. “Buscamos uma relação melhor na parte de nosso conteúdo aéreo e de hotelaria. E para isso, contratamos Luís Carlos Vargas para assumir como country manager no país e relançar a marca Travelport às agências de viagens. Ele está imprimindo uma dinâmica diferente e própria à companhia”, revela António Loureiro, diretor geral da Travelport no Brasil, Espanha e Portugal. O mercado brasileiro ainda faz, segundo ele, confusão com as marcas Galileo e Worldspan. Isso é comum em praticamente todo o Brasil. “Estamos reforçando a mensagem de que a Travelport agrega esses dois GDS. Somos uma empresa só”, alerta. A meta da Travelport é aumentar sua participação de mercado, agregando novos produtos e serviços para o segmento corporativo. “Estamos estabelecendo uma nova área de relacionamento com nossos clientes e queremos criar ferramentas para os segmentos de operação e cruzeiros”, diz Loureiro. Além de Vargas, cinco novos profissionais serão contratados para cumprir essa missão. Eses colaboradores foram alocados para o departamento de vendas e de transporte. “Teremos ainda um diretor de produto e um especialista em desenvolver software para acompanhar o dia a dia dos clientes e criar soluções personalizadas”, destaca. O diretor reforça que o Brasil é mercado prioritário para a Travelport. Atualmente, o país figura na décima posição entre aqueles que mais crescem em negócios. No entanto, Loureiro acredita que o Brasil tenha potencial para estar entre os cinco primeiros em um prazo de quatro anos. Com 9% de market share no Brasil, atualmente, a meta da companhia é saltar para 23% nesse mesmo período. Em outros tempos, o Brasil já somou 21% de share. No ano passado, a Travelport registrou uma receita superior a US$ 2 bilhões e o faturamento total cresceu 6% no segmento de passagens aéreas e hotéis, atingindo a marca de US$ 83 bilhões. O volume de transações também aumentou, cerca de 2%, e foi impulsionado pela atuação nas Américas, Oriente Médio e África. “Estamos firmando acordos sólidos com empresas que operam no país para novos produtos e estamos muito otimistas”, afirma. Entre os produtos novos está o Travelport Smartpoint App, uma tecnologia dinâmica e interativa que melhora a produtividade do
consultor de viagens e o atendimento ao cliente final, oferecendo eficiência de comandos e clareza de exibições gráficas em qualquer GDS. “Com o Smarpoint simplificamos a operação de GDS em, pelo menos, 30%. Além disso, garantimos uma comissão de 30% ao agente durante a área de manuseio”, explica Loureiro. Outras funcionalidades do Smartpoint estão sendo apresentadas na Feira da Abav. A Travelport realiza, durante os três dias, uma capacitação para os agentes de viagens participantes. São duas aulas por dia de uma hora e meia cada sobre como a tecnologia e a mobilidade podem ajudar o segmento de viagens. “Também atualizamos esses profissionais sobre ferramentas como o Travelport Rooms & More para a reserva de hotéis. É um instrumento que não existe na concorrência e permite ao agente em tempo real agregar os serviços e ver a sua comissão na hora. Tudo é feito em um único ambiente online rápido e fácil. O agente não precisa mais buscar hotéis em vários sites. Já ultrapassamos a marca das 600 utilizações”, anuncia Loureiro. Desde seu lançamento, no final do ano passado, a Travelport triplicou a oferta de hotéis disponíveis para reserva. São 700 mil apartamentos localizados em mais de 340 mil empreendimentos no mundo todo. A ferramenta está disponível em seis idiomas inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e polonês. Os fornecedores de hotéis podem ainda usar
TRANSPORTE TERRESTRE ABOTTC
Turismo Ferroviário vive de iniciativas isoladas Sávio Neves
Luiz Marcos Fernandes Num país de grandes distâncias continentais, o Turismo Ferroviário foi relegado a um plano secundário, de iniciativas isoladas. Essa é a opinião de Sávio Neves, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos Culturais (Abottc) e da Associação Trem do Corcovado. Para ele, o grande entrave para desenvolvimento do setor é que todas as iniciativas de ativação deste meio de transporte esbarram em obstáculos que começam pela falta de investimentos, bem como na dificuldade de implantação de novas linhas para o transporte de passageiros. “Hoje, temos alguns projetos em andamento como a reativação do trem de Lídice, interligando Angra dos Reis pela Costa Verde e o trem entre Rio de Janeiro e Petrópolis. Esse último é mais complicado, porque envolve desapropriações junto ao leito ferroviário”, explicou. Ao traçar um comparativo com outros países na Europa e Canadá, que investem no Turismo Ferroviário como meio de transporte, Sávio Neves reconhece que falta aos governantes uma
consciência mais clara sobre a importância do trem como meio de transporte turístico. “Eu diria que a malha ferroviária para passageiros foi praticamente sucateada e desativada, com raras iniciativas. O setor hoje se limita ao transporte de cargas e a umas poucas linhas de passageiros. É lamentável que isso ocorra porque sem esse apoio público não se tem recursos para investimentos e nem subsídios que estimulem o setor”, lamenta. Entre as alternativas que se têm buscado para fortalecer o setor estão as parcerias de mercado como a efetivada com a BWT para reativação do trem de Lídice. Para Neves, as alianças podem ajudar no fortalecimento das empresas que atuam no setor. Já o uso das redes sociais pelas empresas é vista por Sávio Neves como um grande elemento de transformação. “Você pode observar como o cenário mudou com o uso da Internet e das redes sociais nos últimos dez anos. Isso mostra bem o impacto que as novas tecnologias nos trazem mais diversos setores da economia, incluindo o Turismo. Atualmente, o consumidor faz uso da Internet para montar seus pacotes e isso tem impactado o mercado. A saída é fazer com que o pequeno empresário utilize também estas ferramentas para alavancar seus negócios”, sugere.
Diante da expectativa pela realização dos megaeventos esportivos no país, Sávio Neves, lembra que nunca houve uma oportunidade como essa. “O Brasil vai ganhar visibilidade nunca vista no cenário mundial. Temos que aproveitar essa chance e realizar investimentos públicos e privados para corresponder às expectativas dos nossos visitantes. Se soubermos fazer o dever de casa em questões como mobilidade urbana e hotelaria, certamente teremos um ganho enorme”, calcula. Trem do Corcovado - Para fazer frente a uma demanda crescente, com previsão de chegar ao final do ano com um público estimado superior a 2,5 milhões de pessoas transportadas, num crescimento de 20% em comparação a 2011, serão realizados investimentos até 2014 que envolvem recursos na ordem de R$ 200 milhões. “Temos um projeto fantástico que inclui a chegada de quatro novos trens com investimentos de R$ 64 milhões. Também estamos investindo R$ 32 milhões num novo estacionamento em frente à estação do Cosme Velho. Além disso, temos o projeto de reabertura do Hotel das Paineiras com investimentos de R$ 55 milhões e uma nova estação com escadas rolantes para atender aos passageiros. Até o final de 2013 teremos parte das obras concluídas”, finaliza.
CLUBE DE CICLOTURISMO DO BRASIL
Potencial inexplorado para Turismo de bicicleta Eliana Garcia
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Filipe Cerolim Para Eliana Garcia, presidente do Clube de CicloTurismo, ainda falta investimento por parte do governo para impulsionar o setor no Brasil. “O ideal para os cicloturistas é que haja circuitos e rotas bem demarcadas. É uma estrutura de pouquíssimo investimento mas de grande retorno”. Ela também apontou as principais rotas que o país oferece. “No Brasil temos poucas rotas demarcadas para CicloTurismo, três delas em Santa Catarina, estado que é referência nacional no assunto, com os circuitos Vale Europeu, Costa Verde e Mar, e das Araucárias. Existem caminhos de peregrinação que são utilizados também para o CicloTurismo, um em Minas Gerais (Caminho da Luz), um em São Paulo (Caminho do Sol) e outro na divisa dos dois estados (Caminho da Fé). O país possui enorme potencial ainda inexplorado em CicloTurismo”, prevê.
Segundo a presidente, o CicloTurismo até o momento, é um ramo explorado principalmente por pequenas agências. “Acredito que com o seu crescimento, mais agências tradicionais passarão a oferecer esta modalidade, como opção de Turismo urbano, por exemplo, muito comum em outros países. As agências perceberem a existência deste público, que está carente de opções de passeios e viagens”. Eliana destacou a importância que as redes sociais têm hoje na divulgação e discussão do setor, mesmo que seja em nichos pequenos e segmentados. “As mídias sociais vêm ganhando cada vez mais espaço na divulgação de nossos eventos. Sem dúvida é uma ferramenta importante. A interação é feita quase exclusivamente via sites especializados e pela rede social, como no Facebook. Hoje temos um canal importante de comunicação, que tem sido a lista de discussão no Yahoo, a CicloTurismo Brasil, criada pelo Clube em 2004 e que tem atualmente mais de 1.700 membros, a maior deste tipo relacionada a ciclismo no país”. Com a realização dos megaeventos a partir de 2013, é possível não só o crescimento com
as áreas diretamente ligadas aos eventos, mas as outras opções de Turismo que o país proporciona, porém é necessário investimento e divulgação, segundo Eliana. “Houve um aumento no número de prestadores de serviço em CicloTurismo, desde agências, destinos turísticos, aluguel de bicicleta, entre outros. A tendência é de o setor crescer bastante, ainda mais com a aproximação da Copa do Mundo e Olimpíadas e o grande número de turistas estrangeiros esperados. Mas, atualmente, o Brasil ainda oferece muito poucos serviços especializados em CicloTurismo”. O Clube de CicloTurismo trabalha na difusão e divulgação da atividade no país, para isso promove eventos, palestras e disponibiliza informações pela internet. Mas não atua como agência, ou seja, não opera pacotes de CicloTurismo. “Há uma norma de CicloTurismo na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que pode servir de orientação para a formatação do produto e a Abeta (Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura), que também pode ajudar a orientar e divulgar, conclui Eliana”.
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TRANSPORTE TERRESTRE SERRA VERDE EXPRESS
Adonai Arruda Filho
15 anos trabalhando em favor do Turismo Ferroviário
é dar a visibilidade necessária para o sistema e garantir o aumento no fluxo de visitantes. E, para cativar os que fazem o passeio, os Este foi um ano muito importante para a colaboradores da empresa passam frequenteSerra Verde Express. Em 2012, a empresa mente por programas de reciclagem”, afirma. completou 15 anos de atividades. É responAo analisar a curva ascendente do núsável pelas operações do Trem da Serra do mero de passageiros transportados, Arruda Mar Paranaense, do Trem do Pantanal e comemora: “Essas ações parecem ter dado do Trem das Montanhas Capixaba, além certo”. Segundo ele, no ano passado, cerca do Great Brazil Express. No próximo ano, a de 200 mil passageiros circularam nas quaempresa começará a operar um trecho de sete tro operações da Serra Verde Express. Isso quilômetros entre São Roque e Mairinque, no representa um aumento de 18% em relação a interior de São Paulo. O passeio de 45 minutos 2010. Para este ano, as exserá feito em locomotiva a pectativas são as melhores vapor. O roteiro final está possíveis. “Com os novos em fase de formatação, mas “As redes sociais investimentos, esperamos a ideia é que passe por atingir uma marca de 240 paisagens histórias e vinícofacilitam e agilizam mil passageiros”, revela. las de origem portuguesa. a comunicação O carro-chefe da operaNestes 15 anos, a emem um mercado dora é o Trem da Serra do presa contribuiu para o Mar Paranaense, que tamdesenvolvimento do segcada vez mais bém foi o que mais transmento de trens turísticos competitivo” portou 170 mil passageiros. no Brasil, e o diretor-execuNeste ano são esperados tivo da operadora, Adonai dez mil a mais. Por sua vez, Arruda Filho, garante que o Trem do Pantanal, que circula de Campo vem muito mais por aí. “A Serra Verde Express Grande a Miranda, no Mato Grosso do Sul, vem crescendo, não somente em faturamento registrou crescimento de 25% em número de e número de passageiros, mas também em passageiros em 2011. Já o Trem das Montaoperações”, declara o executivo, revelando que nhas Capixabas, que liga Viana a Araguaia, a empresa recebe em média 15 convites por no Espírito Santo, teve um resultado ainda ano para assumir ou iniciar novas operações. mais expressivo: mais de 300% em número “Claro que levamos em consideração viabilide passageiros em 2011. No mesmo trilho, dade, condições de implantação e maturação vem o Great Brazil Express, que cresceu 100% das novas operações. O cenário está muito na operação referente ao ano anterior, por se favorável para os trens turísticos. Além do tratar de um trem com linha ainda “irregular”, prazer e vantagens de se andar de trem, está o crescimento e operação são diferenciados muito claro o enorme benefício que a operação dos demais produtos da Serra Verde. traz para o entorno”, complementa. BWT – Arruda é também diretor da BWT Arruda ressalta que nestes 15 anos a operaOperadora, empresa do mesmo grupo que dora realizou uma série de ações de melhorias completou um ano de operações no últinos trens. A empresa começou em 1998 mo mês de agosto. Ele destaca o excelencom a operação do Trem da Serra do Mar te momento da operadora, que em 2012 Paranaense, que liga a cidade de Curitiba a lançou uma série de novos produtos e tem Morretes e Paranaguá. “Fizemos frequentes se aproximado ainda dos agentes de viamanutenções da frota, diversificação de pacotes gens e do trade. “Foram lançados diversos e estabelecimento de parcerias para integrar produtos e serviços, com a filosofia que ela ao passeio as atividades de ecoturismo e de BWT sempre ofereceu: fazer diferente e com lazer no litoral do estado”, conta. qualidade. Temos tido muito apoio do trade Para ampliar o número de passageiros e e o crescimento está sendo surpreendente”, difundir ainda mais o Turismo de trem no país, comemora. Entre as ações previstas para a Serra Verde iniciou uma série de ações de 2013 está o patrocínio do Salão Paranaense marketing em 2012. A operadora passou a ter de Turismo (Abav-PR), que acontece em presença certa nas principais feiras de Turismo março, além de continuar focando na qualipara aumentar a proximidade com os agentes ficação e treinamento dos agentes de viagens. de viagens e com o trade em geral. “O objetivo
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Anderson Masetto
Ferramenta poderosa para o Turismo Para Adonai Arruda Filho, as redes sociais são uma ferramenta muito poderosa no Turismo. Ele afirma que o networking proporcionado por elas tem crescido no setor e gerado resultados muito bons para quem faz uso delas. Ele ressalta que, por meio dessas mídias, é possível compartilhar de forma mais democrática as informações, promover a integração e estreitar o relacionamento entre empresa e agentes, e impactar de forma positiva a imagem dos produtos e da empresa. “Elas facilitam e agilizam a comunicação em um mercado cada vez mais competitivo”, destaca. Arruda lembra que tanto a Serra Verde Express como a BWT fazem uso das redes sociais para cativar agentes de viagens e clientes. “Nossa estratégia, entre outras, é o de valorizar a experiência, a emoção das viagens, compartilhando e estimulando nossos seguidores a fazer o mesmo”, explica. “Trabalhamos curiosidades relacionadas com os conteúdos que nossos clientes desejam. Criamos também promoções ‘relâmpago e especiais’, principalmente para aqueles que já são nossos clientes”, completa. A Serra Verde Express tem, segundo Arruda, mais de dois mil seguidores no Twitter e cerca de 6 mil fãs no Facebook. “A nossa presença nas redes sociais só está crescendo. A empresa busca estar próxima e manter um relacionamento estreito com seus clientes, além de achar primordial estar presente nestes canais abertos e rápidos de comunicação direta”, conclui. Além do Twitter e Facebook, a operadora também utiliza as imagens para estimular os internautas a viajar de trem com um canal no YouTube, onde é possível encontrar vídeos com experiências dos roteiros de trem da operadora.
TURISMO RURAL IDESTUR
Turismo Rural no caminho da profissionalização Andréia Roque
Filipe Cerolim Com a campanha para 2013 ‘Turismo Rural: A cereja do bolo.... Não acredita? Prove e comprove’, Andreia Roque, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural (Idestur), acredita no fortalecimento e inserção do Turismo Rural. “As perspectivas são o fortalecimento e inserção do segmento Rural nas prateleiras do Turismo, mas mais que fluxos de negócios, isso é um sintoma de reposicionamento no mercado nacional. Profissionalismo, modernidade, sem perder a ruralidade, este é o mote, por isso os projetos institucionais de 2013 focam no fortalecimento das parcerias entre instituições afins, bem como ações concretas como a elaboração de estudos para identificação do novo panorama estratégico de Turismo Rural nacional.” Para Andreia, 2012 foi responsável por tornar o setor mais profissional, mostrando a força e as opções que possui. “O Turismo Rural, em
2012, trilhou o caminho da profissionalização, modernidade sem perder a ruralidade, com produtos elaborados principalmente com foco na criatividade, na economia da experiência e produção associada ao Turismo. A proposta apresentada para agências e operadoras é que o Turismo Rural é um dos novos elos de negociação com o consumidor final. Este é o indicativo que o segmento vem olhando atentamente a realidade empresarial do mercado, que envolve desde preparação para os grandes eventos nacionais, bem como o entendimento das novas acomodações estratégicas como os consórcios entre operadoras, fusão entre entidades e reaproximação com as agências de viagens. Neste cenário, não cabe mais entender o Turismo Rural como ação futura do mercado, mas sim, reconhecer o amadurecimento da atividade”. A presidente do Idestur ainda destaca que é necessário mais do que as feiras para ajudar no desenvolvimento do setor. “Não cabe mais um Turismo Rural pouco profissional, presente somente em feiras e festas, e sim, um Turismo Rural brasileiro inserido como negócio, no mercado. Com este vasto calendário de feiras, se faz necessário a informação e o conhecimento
para a escolha da ação mais promocional, mais eficaz e condizente com o momento. Quantidade, não condiz com a qualidade”. Ela ainda destacou as parcerias que fortalecem o setor. “O foco estratégico, que o Idestur preconizou para 2012 foram as parcerias que fortaleceram acordos entre Abraturr, Sebrae, Abav e Braztoa e internacionais com redes interamericanas como Iica e europeias como Privetur e Eurogites que trouxe para o Brasil em setembro, a Reunião Internacional de Turismo Rural com foco no fortalecimento da Organização Mundial do Turismo Rural”. Andreia aproveitou para falar sobre a assistência das mídias sociais no setor. “Novos destinos rurais, oferecidos como ‘um dia a mais’ dos roteiros tradicionais de sol e mar do Nordeste, são ofertados estrategicamente nas redes sociais, fortalecendo a imagem e as sensações rurais, e conseguem alcançar um público fiel que não só transforma-se em consumidor, como também veste a camisa da ruralidade e reproduz para suas próprias redes sociais a mensagem, atraindo novos turistas nacionais e internacionais, gerando um ciclo virtuoso”.
ABRATURR
Novos campos para o Turismo Rural Francisco Garcez
Luciano Palumbo
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Na pauta - Para o presidente da entidade, o balanço do ano é extremamente positivo. “A Abraturr Nacional colocou o segmento do Turismo Rural na pauta em 2012”, disse. Segundo ele, as entidades nacionais e estaduais, hoje, discutem sua atuação dentro do setor para melhor colaborar com o desenvolvimento do segmento. “Além disso, projetos estão sendo implantados e outros elaborados para o desenvolvimento do setor. Isso sem falar de uma estruturação interna da entidade e captação de novos associados”, enfatizou. Para 2013, a expectativa de Garcez é de que o Turismo Rural do Brasil seja um dos segmentos mais procurados pelos consumidores e comercializados pelas operadoras e agências de viagens. “Que o empresário do Turismo Rural continue em constante qualificação e atualização do seu negócio”, emendou. Segundo o dirigente novas vertentes surgiram, como agroturismo e agricultura familiar, entre outros. “Vertentes estas que fortaleceram o segmento e assim o consolidaram não mais como uma tendência de mercado, mas sim, como uma realidade presente nas pretensões do cliente. Podemos citar como uma vantagem”, disse.
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O Turismo Rural brasileiro em 2012 trilha o caminho da profissionalização e modernidade sem perder a ruralidade, com produtos elaborados principalmente com foco na criatividade, na economia da experiência e produção associada ao turismo. Com esta a proposta, a apresentação do segmento para agências e operadoras reflete em novos elos de negociação com o consumidor final. Para o setor, este é o indicativo que o segmento olha atentamente a realidade empresarial do mercado nacional que envolve, desde a preparação para os grandes eventos nacionais, até o entendimento das novas acomodações estratégicas, os consórcios entre operadoras, a fusão entre entidades e a reaproximação com as agências de viagens. Novos destinos rurais, oferecidos como “um dia a mais” dos roteiros tradicionais de sol e mar do Nordeste, são ofertados estrategicamente
na redes sociais, fortalecendo a imagem e as sensações rurais, além de alcançar um público fiel voltado ao descobrimento de novos roteiros. Segundo Francisco Garcez, presidente da Associação Brasileira de Turismo Rural (Abraturr), não existe mais um Turismo Rural sem a profissionalização, principalmente, com presença somente em feiras e festas. “Estamos inseridos nos negócios e no mercado do Turismo, tem acontecido”, disse referindo-se ao expressivo calendário de feiras existente no país. “Estrategicamente, faz-se necessária a informação e o conhecimento para a escolha da ação promocional mais eficaz e condizente com o momento”, afirma. Segundo ele, quantidade, não condiz com a qualidade, não só no Turismo Rural, mas no Turismo de forma em geral e no Brasil e no mundo. Para Garcez, quanto mais eventos de Turismo, quer seja no formato de feiras, congressos ou em qualquer outro, mais haverá incentivo para a qualificação, promoção e comercialização dos produtos turísticos. “Porém, estes devem ser objetivos, claros, ricos em informações e que não estejam com sobreposição ou justaposição de eventos que já possuam o mesmo foco”, criticou.
TURISMO SOCIAL / TURISMO DE AVENTURA ABRATURR
Paulo Freitas
Turismo, saúde e lazer para o trabalhador brasileiro e seus familiares
Filipe Cerolim A Associação Brasileira de Cooperativas e Clubes de Turismo Social (Abraturr) foi criada com o objetivo de proporcionar ao trabalhador brasileiro e seus familiares saúde preventiva, através do lazer e do descanso, utilizando diárias da rede de hotéis conveniados nos principais destinos turísticos do país e em qualquer época do ano, gerando uma grande demanda e diminuindo de forma significativa a ociosidade da hotelaria nacional. “A Abraturr defende o Turismo Social no Brasil, o objetivo é congregar todas as entidades e empresas que envolvem hotel e Turismo Social no país. Desenvolvemos alguns programas junto ao Ministério do Turismo, sendo um deles muito interessante, que já foi votado no Senado e aprovado em várias comissões, o Vale Hospedagem. Ele desenvolve mais o Turismo interno e coloca o trabalhador
brasileiro neste caminho da viagem de lazer, da saúde preventiva, durante a baixa ocupação”. Tramitando no Congresso desde 2003 já foi aprovado em todas as comissões - o Projeto de Lei 00488/2003, de autoria do senador Leonel Pavan, que institui o Vale Hospedagem, concede o incentivo fiscal de até 5 % do imposto de renda devido pelas empresas, para dedução como despesas com a aquisição do Vale Hospedagem. Para Paulo Freitas o Vale Hospedagem é uma importante conquista. “Para quem declara Imposto de Renda é possível realizar a compra com os operadores de Turismo, e ter disponível diárias em hotéis na baixa temporada com café da manhã e hospedagem para duas pessoas para que o seu empregado possa descansar e restaurar a energia durante uma semana, em qualquer lugar do país. Outro programa realizado pela Abraturr, em parceria com a Associação Brasileira
da Indústria e Hotéis (ABIH Nacional), é o Programa Férias do Estudante e do Trabalhador Brasileiro. O projeto irá proporcionar ao estudante e ao trabalhador a oportunidade de viajar a lazer pelo país. A Abraturr, através de seus associados, disponibilizará ao Ministério do Turismo 100 mil planos de viagens, que serão comercializados pelos sindicatos, e a ABIH um milhão de diárias através de sua rede de hotéis a preços acessíveis. Em contrapartida, o Ministério do Turismo patrocinará uma grande campanha publicitária na mídia nacional para divulgação desse programa. O presidente da Abraturr também falou a respeito dos grandes eventos que o país receberá nos próximos anos. “O país está revitalizando hotéis e construindo novos para ter uma rede hoteleira mais equipada. Hoje, o setor está muito aquecido, principalmente no Nordeste com a construção de novos hotéis”, conclui.
BRAZILIAN ADVENTURE SOCIETY (BAS)
Turismo de Aventura não para de crescer Sérgio Franco
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Natália Strucchi Faz mais de dez anos que o Turismo de Aventura não para de crescer no Brasil, em porcentuais nunca inferiores à 15%. Por outro lado, a palavra Aventura tem demonstrado representar um apelo que ajuda a vender outras modalidades de Turismo, como o Turismo Rural, Ecoturismo e todos os outros que acontecem na natureza. “Até os grandes resorts incorporaram atividades de aventura no seu negócio. Na verdade, o que estão vendendo é vida ao ar-livre, com roupagem de aventura. Aliás, não é só o Turismo que usa essa estratégia, pois se percebeu que roupas, calçados e até carros fantasiados de aventura vendem mais”, enfatiza Sergio Franco, presidente da Brazilian Adventure Society. A Associação Brasileira de Empresas de EcoTurismo e Turismo de Aventura (ABETA), com apoio do Ministério do Turismo, fez uma pesquisa levantando só as empresas que se posicionam como especializadas em aventura. Os números foram animadores. O tíquete médio por cliente havia crescido 161%
entre 2008 e 2010. Passou de R$ 112 para R$ 293. E o faturamento total do mercado, que era de R$ 491, 5 milhões, saltou para R$ 515,8 milhões em 2009, sendo atendidos em média mais de 5,3 milhões de turistas. Esse crescimento tem se mantido até 2012. “Porém, cada empresa, individualmente, não tem a percepção desse crescimento, pois a quantidade de hotéis, parques e destinos que se posicionam anualmente como de aventura, cresce numa proporção maior que o crescimento de turistas, dividindo assim o mercado, o que acaba representando, muitas vezes, redução no faturamento de muitas empresas, em função do aumento da concorrência”, lamenta Franco. Segundo ele, o mercado de aventura ainda é um mercado novo. “Estamos em um momento de ajustes, que muitas vezes passa a sensação de crise para alguns empresários do setor. As empresas bem estruturadas, com bons produtos e que usam as redes sociais corretamente, estão tendo excelente retorno financeiro”, garante. O maior estado emissivo de Turismo de Aventura no Brasil é o Estado de São Paulo, sendo também o que mais tem municípios que se posicionaram como destino de aventura. “Isso fez crescer o Turismo de proximidade. Cidades como Brotas e Socorro são as que mais
recebem turistas e as estatísticas demonstram que a maioria é de moradores da Grande São Paulo. Ainda falando em Turismo interno, no verão, os destinos de praia acabam batendo todos os recordes. Agora, quando falamos dos destinos de alto impacto, podemos relacionar as Chapadas Diamantina, Veadeiros e Guimarães, Aparados da Serra, Bonito e Pantanal”, enumera. O Projeto da Estrada Real desempenhou um fator importante, principalmente, para o Turismo na Serra da Mantiqueira. Já Foz de Iguaçu é o destino de natureza mais visitado, pois é o mais escolhido pelos visitantes estrangeiros. “O interessante é a Amazônia, que é um ícone de aventura, tem seu território 65% no Brasil, mas só 5% dos turistas entram através do nosso país. Um mérito do excelente trabalho de divulgação feito por nossos vizinhos Perú, Bolívia, Colômbia”, justifica Franco. Para ele, o turista de aventura e o ecoturista são as categorias que mais têm consciência da importância da sustentabilidade. “O Turismo de Aventura acontece na natureza e é fácil de entender que, se a natureza não for preservada, não haverá esse tipo de Turismo. Por isso, os turistas acabam se tornando verdadeiros fiscais da natureza, pois, boa parte deles, critica o que encontram de errado e muitas vezes denunciam aos órgãões fiscalizadores”, relata.
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Vocação para esportes, aventura, natureza e muito Turismo
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Fotos Divulgação/Santur
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Vale Europeu oferece roteiros de aventura na bela Mata Atlântica O rio Itajaí-Açu abriga um dos portos mais importantes do Brasil, o Itajaí. À primeira vista a grande movimentação de navios e de contêineres no porto torna impossível para quem não o conhece saber as maravilhas que ele abriga. Para quem navega rio acima um belo cenário de Mata Atlântica ainda preservada se revela. Um dos melhores locais do país para quem gosta de fazer rafting: o Vale do Itajaí ou, como é mais conhecido, Vale Europeu. Na região entre Ibirama e Apiúna encontram-se alguns dos melhores pontos para praticar rafting. O trecho chamado de “Radical” tem corredeiras de classe IV. Já o “Aventura”, que tem quatro horas de duração, é um trecho mais leve de corredeiras classe III e pode ser feito por crianças com mais de dez anos. O local também abriga corredeiras mais pesadas, de classe V, mas estas só podem ser operadas por equipes profissionais. Além do rafting o Vale Europeu oferece outras atividades em seus roteiros de aventura, como canionismo e rapel. Para quem tem interesse em fazer canionismo, os cânions das Andorinhas e Rio Bravo são considerados de nível fácil e ideais para iniciantes e crianças. Para fazer o trecho do Cânion dos Índios, os interessados devem ter um bom condicionamento físico para enfrentar sete horas de percurso pela água, mas no final a recompensa é descer de rapel pela cachoeira Tabarelli, de 48 metros. Já o Cânion do Ferrioto é um dos maiores desafios do país e indicado apenas para os experientes. São cerca de dez horas para chegar ao final. Para quem estiver interessado em fazer rapel
no Vale Europeu não existem descidas fáceis para iniciantes. A Cachoeira Paulista e a Gruta Santo Antônio são de nível médio, as trilhas de acesso são tranquilas, mas as descidas são mais complicadas. O Salto do Zinco permite um visual panorâmico do Vale do Itajaí, e uma incrível descida de nível difícil e duração de cinco horas. O Vale Europeu também oferece aos turistas
circuitos de cicloturismo, como o Vale Europeu e o Parque Nacional da Serra do Itajaí. O primeiro circuito passa por estradinhas de terra com 300 quilômetros de extensão, divididos em sete etapas com nível variado de dificuldade, e duração de sete dias. Já o segundo circuito tem saída de Blumenau e passa por áreas de Mata Atlântica primária e estradas de terra.
Cicloturismo e rafting, atividades esportivas em meio à natureza
Divulgação/Santur
Além da neve, a Serra Catarinense oferece ótimos roteiros de aventura
Serra do Rio do Rastro, local para canionismo e observação de pássaros
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A Serra Catarinense é o lugar do Brasil que faz mais frio, e grande parte dos turistas que visitam a região estão em busca da neve, um fenômeno natural que acontece apenas poucas vezes no ano. No entanto, a neve não é o único atrativo da região que merece ser conhecido. Entre escarpas, encostas e espigões, misturam-se araucárias, campos abertos e remanescentes de Mata Atlântica, tudo isso num cenário grandioso cujo maior destaque são cânions de até 1.800 metros de profundidade. Atividades como arvorismo, caminhada, escalada, quadriciclo, tirolesa, turismo equestre e trilhas com veículos 4x4. Para praticar arvorismo o local ideal é a Via Ferrata, que tem a maior parte do circuito em rocha, com obstáculos como pontes, passagens por dentro da pedra, e no final um rapel de 25 metros em uma araucária. O trecho tem duração de duas horas e é considerado de nível médio. Crianças a partir de doze anos podem se divertir com a atividade. Mas a Serra Catarinense é uma ótima opção para quem gosta de praticar caminhada. São cinco trilhas que podem ser exploradas pelo visitante e variam de dificuldade e extensão. As trilhas do Cambaú Deitado e da Borda da Serra são de nível fácil e curta duração. O Cânion das Laranjeiras e a Trilha da Nascente do Rio Pelotas são de nível médio e ótimas oportunidades para observar a paisagem natural do local. Já a trilha da Pedra Furada é de nível difícil e duração de cinco horas, e ganhou esse nome porque a trilha termina na cavidade da pedra furada, que tem 30 metros de circunferência e é cercada por lendas que envolvem tesouros. Para escaladas a Serra Catarinense oferece o Complexo das Pedras Brancas, de vias grampeadas de nível variável entre médio e difícil. Mas que tem uma via especial de 25 metros de altura para quem nunca escalou. E além da escalda, o complexo também tem uma trilha de quadriciclo, de nível médio e de 3,5 quilômetros. Para quem tem interesse em trilhas com carros 4x4, o Cânion do Funil é um percurso de duas horas. E do alto do cânion, que tem 1.590 metros de altura, é possível ver atrações da serra como os Morros da Igreja e do Cindacta. A Serra do Rio do Rastro é um ótimo local para a observação de aves. Mais de 70 espécies de aves já foram observadas na serra, como o jacu, o arapaçu-escamado-do-sul e o taperuçu-de-coleira. Para a prática de tirolesa, o Adventure Park oferece uma descida de 1.200 metros, que dura mais de um minuto e pode ser feita por crianças a partir de três anos. Para o Turismo Equestre o Cânion da Ronda e o Capão dos Tropeiros oferecem trilhas de nível fácil. A primeira é feita em campo aberto e tem duração de duas horas. Já para segunda, a dica é fazê-la durante à noite para ter uma experiência como a dos tropeiros. Mas para quem se interessar é necessário estar acompanhado de um guia.
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As praias de Imbituba, Garopaba e Laguna são locais de observação da baleia Franca. Esses locais são os únicos do mundo onde as baleias se aproximam mais da orla. Elas podem ser observadas das praias e bem de perto a bordo de pequenos barcos
Fernanda Hinning/Editora Letras Brasileiras
Descubra as belezas do Litoral Sul de Santa Catarina
Fotos: Divulgação/Santur
Quem tem interesse em viajar para o Litoral Sul de Santa Catarina espera encontrar lindas praias e ótima culinária de frutos do mar, e a região não desaponta. O Litoral Sul catarinense é famoso pelo surfe, com suas praias de águas agitadas e ótimo camarão. Uma das que se destaca é a Ferrugem, em Garopaba, considerada a capital estadual do surfe. Já as praias da Vila e da Água, em Imbituba, com ondas mais fortes que as outras, não são indicadas para iniciantes. Mas para quem quiser aprender existem boas escolas de surfe na região. Para quem se interessa pela prática de kitesurfe e windsurfe as ondas e ventos das praias da Barra de Ibiraquera e Prada do Luz são ideias. O kitesurfe é uma atividade que consiste em manejar uma pipa enquanto se equilibra em uma prancha com suporte para os pés sobre as ondas do mar. No entanto, é preciso levar o equipamento, que pode ser alugado em escolas locais. Porém, os municípios de Garopaba, Imbituba e Laguna oferecem muito mais. Situada a 72 quilômetros de Florianópolis, Garopaba é um dos destinos mais procurados na região: além de suas nove praias, tem bom número de hotéis, restaurantes e atividades ecoturísticas. Aqui, as embarcações disputam espaço no mar com pranchas de surfe, kitesurfe e windsurfe, esportes muitos praticados na região. As pranchas invadem até mesmo as areias: nas dunas da Praia do Siriú, o sandboard é um dos preferidos dos turistas. Distante 30 quilômetros ao sul, Imbituba conta com oito praias de águas cristalinas, envoltas por trilhas que permitem ao turista conhecer e curtir a bela paisagem local. Mas o destaque é para a Praia do Rosa, considerada uma das mais bonitas do país. Além dos sete quilômetros de areia branca, o local é conhecido por receber visita de baleias-francas entre os meses julho e novembro. A cidade de Laguna, localizada ao sul do estado de Santa Catarina, também oferece belas praias aos turistas que visitam o Litoral Sul Catarinense. São mais de dez praias, entre elas a de Galheta, que possui três quilômetros de extensão. Suas águas são agitadas e boas para a prática de surfe, no entanto, o lugar é calmo e procurado por veranistas que constroem suas residências para desfrutarem privacidade. Localizada após a praia do Gi e a Pedra do Frade, a Praia do Sol é urbanizada e está em um local em pleno desenvolvimento. A praia possui uma faixa de areia larga, é possível ir de carro até a beira da praia, e mar com poucas ondas. No entanto, Laguna é considerada uma cidade histórica, que além das belas praias, oferece ao turista mais de 600 casas e monumentos históricos tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, como o Museu Anita Garibaldi, a Fonte da Carioca, e a Casa Pinto D’Ulissea.
Praia do Rosa e muito surfe nas praias do litoral sul catarinense
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Florianópolis é um destino contemplado com mais e quarenta praias e baías, enseadas e penínsulas, que se espalham por 434 quilômetros quadrados de área. Com mar por todos os lados, e duas grandes lagoas internas, a ilha é o local ideal para atividades aquáticas como surfe, kitesurfe, windsurfe, canoagem e snorkeling. Mas não são apenas as atividades aquáticas que a Floripa oferece. Em terra firme, as dunas da Joaquina são perfeitas para experimentar o sandboard, ao passo que inúmeras trilhas até sítios arqueológicos ou praias selvagens recebem ciclistas e amantes do trekking ou de cavalgadas. No ar, de parapente e principalmente no voo livre, descortina-se a visão panorâmica desta bela cidade, um verdadeiro cenário de encantamento. Por ser uma grande ilha, Florianópolis consegue reunir agito e sossego, luxo e simplicidade, chamando a atenção de turistas com perfis completamente diferentes: surfistas, jovens, famílias com crianças, naturistas e estrangeiros. Outra indicação repleta de encantos é Santo Amaro da Imperatriz, esse destino faz parte da Grande Florianópolis e se encontra em uma posição geográfica privilegiada por estar ligada ao planalto e ao litoral catarinense. Suas montanhas imponentes de Mata Atlântica e as belezas da Serra do Tabuleiro vem atraindo um número cada vez maior de adeptos das atividades de aventura como voo livre, rafting, rapel, entre outros. Além de belas praias e grande número de atividades para ecoturismo e Turismo de aventura, Florianópolis também
Parente na Lagoa da Conceição, em Florianópolis e a Praia de Lagoinha do Leste
oferece um ótimo passeio pela história. O Forte Santa Cruz de Anhatomirim é uma das quatro fortalezas construídas para proteger a costa brasileira do ataque espanhol no século 17. Passeios de escuna que saem da Avenida Beira Mar Norte, sob a Ponte Hercílio Luz, e da praia de Canasvieiras, levam ate lá, passando por outras fortalezas. O Forte São José da Ponta Grossa tem ruínas bem conservadas que ainda guarda grandes canhões e muralhas de pedra. A exposição permanente ajuda a entender mais sobre o passado da região. Já o Forte de Sant’ana é pequeno e fica resguardado sob a Ponte Hercílio Luz, com uma bela vista da baía. Além disso, o forte abriga o Museu de Armas Lara Ribas da Polícia Militar. Para os apaixonados por história a Ilha do Campeche é um excelente passeio. O visitante pode escolher entre seis opções de trilhas, mas em todas elas é obrigatório o acompanhamento de guia contratado em empresa de Turismo. Além de alcançar mirantes com belas vistas para a Ilha de Santa Catarina, chamam a atenção os objetos de pedra e desenhos inscritos em paredões, que datam da Pré-história. Fica aqui também a Pedra do Ímã, onde acredita-se que o campo magnético desoriente bússolas. Mas não apenas os fortes e os sítios arqueológicos que trazem o aspecto histórico à Florianópolis. O Centro histórico da cidade abriga uma famosa figueira, cujos galhos enormes fazem sombra em boa parte da Praça XV de Novembro. Não perca a Catedral Metropolitana (construída em 1773), o Mercado Público e o Memorial Cruz e Souza, dentro do Museu Histórico, onde o poeta está enterrado.
Fotos: Fernanda Hinning/Editora Letras Brasileiras
Conheça mais sobre a capital de Santa Catarina
Fotos: Fernanda Hinning/Editora Letras Brasileiras
Desvende as praias de outras cidades de Santa Catarina
Cruzeiros em Porto Belo e as praias de Balneário Camboriú
está o município de Itapema, que é extremamente urbanizado e possui uma ótima infraestrutura turística. A região costuma receber inúmeros visitantes na temporada de verão. Há pousadas e hotéis na cidade, e também casas e apartamentos para alugar. A praia pais conhecida e frequentada de Itapema é a Meia Praia. No entanto, quem visitar a cidade não pode deixar de conferir a Praia do Cabeço, ideal para o surfe, e a praia do Costão, que possui uma das mais belas paisagens. Outro local para ser visitado no Litoral Norte é Itajaí, o maior porto pesqueiro do Brasil. A cidade conta com praias famosas como Praia Brava, que é ponto de encontro de surfistas e gente jovem, não somente durante o dia para aproveitar as ondas, mas também pelo agito noturno de bares, restaurantes e boates. No entanto, ainda há lugares quase intocados como o Canto do Morcego. Já na Grande Florianópolis, um município que é importante ponto de parada é Governador Celso Ramos, que possui mais de vinte praias e
cinco ilhas. A praia de Palmas é a maior e mais frequentada do município por banhistas e surfistas. E a festa durante a noite é certa nos bares e restaurantes da região. No entanto, a praia também traz um pouco de história com engenhos de açúcar. Mais é na Ilha de Anhatomirim que encontra-se um dos pontos mais importantes da história da região: a Fortaleza de Santa Cruz. Há 60 quilômetros de Florianópolis, o município de Porto Belo possui incríveis atrativos naturais. A cidade foi considerada como melhor porto natural do Brasil e funciona como ancoradouro de grandes navios que realizam cruzeiros marítimos. A principal atração do município é a Ilha João da Cunha, ou Ilha de Porto Belo, que fica a 900 metros do continente e atrai o turista com a beleza da mata atlântica e lindas praias. Da ilha é possível ter uma visão geral da praia de Porto Belo e suas águas tranquilas. Outras praias como Perequê, Costão das Vieiras, Araçá e Estaleiro, também merecem ser visitadas e são ótimas para um banho de mar.
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Fotos: Fernanda Hinning/Editora Letras Brasileiras
Santur
A cidade de Balneário Camboriú, localizada no Litoral Norte de Santa Catarina, conta com nove praias, uma ilha e boa infraestrutura turística. A praia central, que possui cerca de 6 quilômetros de extensão, é a mais frequentada porque a cidade se formou ao seu redor. Os moradores costumam utilizar as areias da praia para praticar esportes. Mas esta é mais frequentada pelos turistas em função de sua boa infraestrutura de restaurantes e da proximidade com os hotéis da região. A praia de Laranjeiras é a mais próxima do centro e por isso uma das mais concorridas. Para chegar à praia, o turista pode escolher a via terrestre através da Rodovia Interpraias, barcos que fazem o transporte a partir da Barra Sul, ou ainda pelo teleférico. Já a região de Costa Brava, formada por sete praias, chama a atenção por ser o principal patrimônio ecológico do município e uma Área de Proteção Ambiental. Além das praias, no Parque Unipraias o turista pode usufruir do ecoturismo e de um ótimo passeio de Bondinho. Também no Litoral Norte de Santa Catarina
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Mapa das regiões turísticas O Estado de Santa Catarina possui 5,9 milhões de habitantes em 293 municípios distribuídos por uma área de 95.346 km2, divididos em dez regiões turísticas.
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DEZ REGIÕES TURÍSTICAS DE SANTA CATARINA REGIÕES
PRINCIPAIS CIDADES
OUTRAS CIDADES DE INTERESSE
Caminho dos Príncipes
Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, São Francisco do Sul
Rio Negrinho, Campo Alegre, Corupá, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Itaiópolis, Mafra, Itapoá
Costa Verde e Mar
Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Porto Belo, Navegantes, Balneário Piçarras
Bombinhas, Penha, Camboriú, Ilhota, Luís Alves
Vale Europeu
Blumenau, Pomerode, Brusque, Nova Trento, Rio do Sul
Gaspar, Indaial, Timbó, Botuverá, Ibirama, Apiúna, Rodeio, Rio dos Cedros, Presidente Getúlio, Doutor Pedrinho, Benedito Novo
Grande Florianópolis
Florianópolis, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça
Biguaçu, Águas Mornas, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, São Pedro de Alcântara, Angelina, Antônio Carlos, Anitápolis, São Bonifácio
Encantos do Sul
Laguna, Imbituba, Garopaba, Criciúma, Tubarão
Urussanga, Nova Veneza, Orleans, Gravatal, Jaguaruna, Içara, Balneário Rincão
Caminho dos Cânions
Araranguá, Sombrio
Passo de Torres, Balneário Gaivota, Santa Rosa do Sul, Jacinto Machado, Turvo, Timbé do Sul, Meleiro, Morro Grande, Maracajá, Balneário Arroio do Silva, Praia Grande
Serra Catarinense
Lages, São Joaquim, Urubici, Urupema, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro
Bocaina do Sul, Correia Pinto, Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul, Cerro Negro, Capão Alto, Otacílio Costa, Rio Rufino, São José do Cerrito, Painel, Palmeira
Vale do Contestado
Videira, Treze Tílias, Fraiburgo, Tangará, Pinheiro Preto, Piratuba, Irani, Itá, Caçador, Curitibanos, Porto União
Canoinhas, Frei Rogério, Seara, Rio das Antas, Campos Novos, Capinzal, Concórdia, Joaçaba, Herval d’Oeste
Grande Oeste Catarinense
Chapecó, Xanxerê
Xaxim, São Domingos, Vargeão, Abelardo Luz, Mondaí e São Lourenço do Oeste, Saudades, Maravilha, Guatambu
Caminhos da Fronteira
São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira
Itapiranga, Guaraciaba, São José do Cedro
FOLHA DO TURISMO
Retrospectiva
Edição Especial do 40º Congresso da Abav e Feira das Américas
Edição Especial do 40º Congresso da Abav e Feira das Américas Rio de Janeiro - Outubro 2012
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Turismo descobre novas formas de relacionamento e de fazer negócios
Rio de Janeiro z
Outubro 2012
Destinos Cadernos Especiais: Rio de Janeiro e Santa Catarina Congresso e Feira da Abav Instruções para o evento e as mudanças para 2013 Números Vários dados, gráficos e pesquisas sobre diversos setores