Edição Especial Abav Collab 27 de Setembro a 2 de outubro de 2020
OS CAMINHOS DA RETOMADA APÓS A PIOR CRISE DA HISTÓRIA, INDÚSTRIA DO TURISMO MOSTRA RESILIÊNCIA E JÁ ESTÁ PRONTA PARA A VOLTA DAS VIAGENS
DESTINOS Protocolos e atrativos dos estados brasileiros
TUDO SOBRE Agências e Operadoras, Aviação, Hotelaria, Cruzeiros e Locadoras
ENTREVISTAS O que pensam os lideres do setor sobre crise e retomada
SUPLEMENTOS ESPECIAIS Ceará São Paulo
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EDITORIAL A RETOMADA É AGORA Desde o primeiro dia do impacto na pandemia, quando boa parte dos negócios relacionados ao Tu r is m o ti ve r a m q u e d as bruscas de receita, fala-se em uma retomada. Especialistas e autoridades do trade começaram a proje tar e desenhar o que seria o setor no pós-pandemia. Pesquisas apontavam que o consumidor desejava viajar, mas havia ainda um receio muito forte de se deslocar por conta do avanço da Covid-19. Os estados estão – já há alguns meses – reabrindo e reativando a economia aos poucos. Comércio, restaurantes e hotéis já recebem clientes em todo o Brasil e, ao que parece, estamos aprendendo a conviver com este inimigo invisível. É claro que a segurança total só chegará quando houver, de fato, uma vacina. Mas não podemos negar que a retomada chegou antes dela. Uma pesquisa da Braztoa mostra que já no mês de agosto cerca de 8 0% de suas associadas realizaram vendas. Um aumento gradual, mas que mostra que o Turismo não está mais na lona. Ao mesmo tempo, o CEO da CVC Corp, Leonel Andrade, disse – em entrevista ao Jornal Nacional - que a empresa já está comercializando 40% do que vendia em 2019. O mais
interessante de sua fala , no entanto foi a afirmação de que este percentual está ascensão. Conversas informais com agentes e operadores dão conta de que a procura por pacotes para o Réveillon e para a temporada de verão estão bem acima do esperado. Resor ts, hotéis fazenda e pousadas próximos aos grandes centros também registram ocupação relevante, especialmente aos finais de se mana e no úl timo fe riado prolongado. Isso demonstra o quanto o nosso setor é resiliente. Embora não tenha sido a primeira crise que passamos, ela foi – de longe – a mais longa e profunda. Mesmo assim, agora é seguro dizer que está passando. Já es ta m os reag i n d o e já é possível até ver empresas contratando. É obvio, porém, que a crise também está deixando cicatrizes profundas. Muitas empresas não aguentaram e com elas milhares de empregos. Quem tinha mais planejamento e uma maior capacidade de preser var o caixa, conseguiu chegar até aqui. E, aos poucos, as coisas vão se encaixando e voltando a acontecer. A tão esperada hora da retomada já chegou. Boa Leitura!
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25 O QUE PENSAM OS LÍDERES
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Fotos: Freepik
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DESTINOS
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A RETOMADA DE CADA SEGMENTO
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No Ceará é assim U
ma famosa canção do cearense Fagner, chamada “No Ceará é Assim”, diz “Eu só queria que você fosse um dia ver as praias bonitas do meu Ceará. Tenho certeza que você gostaria dos mares bravios das praias de lá”. Talvez a poesia da letra consiga dar o tom certo do que é este estado, pois é difícil explicar por meio de simples palavras tamanha grandeza quando se fala em belezas naturais e potencialidade para o Turismo.
Com quase 600 quilômetros de litoral, o estado do Ceará abriga muitas praias, paisagens e até mesmo falésias de areias coloridas. Com a mistura perfeita entre a vida na cidade e a calmaria do sol e mar, o Ceará possui temperaturas altas ao longo de todo o ano – um dos seus maiores atrativos quando se fala de Turismo. Em cada uma das praias deste imenso litoral é possível encontrar uma característica diferente. Na capital a mistura do urbano de uma metrópole como Fortaleza impressiona, especialmente pela estrutura. Mas o Ceará é muito mais que isso. São praias com diversas características diferentes, água morna e – em quase todos os destinos litorâneos – um
A praia de Iracema está entre as mais bonitas e famosas de Fortaleza
Avenida Beira Mar é movimentada por turistas e pela população local
verdadeiro convite à prática de esportes aquáticos. Para aqueles que buscam diversão e adrenalina, a parada obrigatória é o Beach Park, que fica a 40 minutos de Fortaleza, no município de Aquiraz. O parque aquático tem mais de 18 atrações, entre elas, o destaque do Guinness Book: Insano, um escorregador de 41 metros de altura, atingindo 105 km/h na descida.
Foto: Jade Queiroz - MTur
Fortaleza
Praia do Futuro é uma das mais frequentadas da capital
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porta de entrada para o destino é a capital, Fortaleza, cujo aeroporto recebe voos do mundo todo, sendo um hub para as principais companhias nacionais. Com uma bela estrutura, é o ponto de partida para explorar todas as possibilidades de um dos mais ricos estados do País quando se fala em Turismo. São 32 quilômetros de litoral e o destaque maior é a Avenida Beira Mar, que acompanha a orla da praia. Ela conta com diversos quiosques e barracas que oferecem bebidas e muitas opções de frutos do mar, marco característico da gastronomia regional, além de feiras de artesanato, com lembranças da cidade e outras comidas típicas. A Praia do Futuro é a mais movimentada da capital, apesar de ser um pouco mais afastada do centro. Lá, estão concentradas as barracas mais bem estruturadas da cidade, uma das características das praias de Fortaleza. Saindo um pouco do sol e praia, o destino oferece também muita cultura. Iracema, nome de uma das principais praias da cidade e também conhecida como a Virgem dos Lábios de Mel, foi imortalizada no romance de mesmo nome do famoso escritor de Fortaleza, José de Alencar, que ganhou um teatro com seu nome. O Theatro José de Alencar, de 1922, é uma das mais notáveis obras da capital do Ceará, misturando estilo art noveau e neoclássico. Ele recebe peças, orquestras e shows. Outra jóia artística da cidade chama-se Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Ele reúne em seus 30 mil metros quadrados o Memorial da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea, o Teatro Dragão do Mar, salas de cinema, anfiteatro, auditório e planetário.
Mais segurança para o turista
Hotelaria tem protocolos rígidos para prevenção do Coronavírus
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ssim como em todo o Brasil, o Governo do Ceará estabeleceu uma série de protocolos para as diversas atividades. Com o Turismo não foi diferente. Agências de Turismo, Barracas de Praia, Serviços de Transporte Turístico, Parques Temáticos e, claro, Hotéis e Restaurantes, ganharam novas regras e orientações. O objetivo é proporcionar mais segurança tanto aos trabalhadores como para os visitantes. O protocolo geral do estado torna obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a todos os funcionários e terceirizados. Além disso, todos os estabelecimentos precisam disponibilizar álcool a 70% nas formas disponíveis (líquida, gel, spray, espuma ou lenços umedecidos) em locais estratégicos. Também é necessário que todos os estabelecimentos tenham controle de acesso, marcação de lugares, controle da área externa, organização das filas e um distanciamento mínimo de 2 metros. Funcionários e visitantes também são obrigados a utilizar máscaras.
No caso específico da hotelaria, os empreendimentos terão que estabelecer o check-in de forma escalonada e estimular o hóspede a fazê-lo de forma antecipada via online. Também será necessário manter tapetes higienizadores nas portas de acesso. Os elevadores dos estabelecimentos deverão operar sempre com um terço de sua capacidade total. A limpeza nos apartamentos também será reforçada. Ao final da estadia do hóspede, deverá ser realizada limpeza e desinfecção completa da unidade habitacional e de suas superfícies - antes da entrada de novo hóspede - com produtos de higiene específicos e com protocolos de segurança para o colaborador, mantendo janelas e portas abertas para uma maior ventilação natural. O apartamento só será liberado para um novo hóspede após 24 horas decorridas da saída do hóspede anterior. Enquanto spas e saunas deverão permanecer fechados, até que sejam liberados por Decreto Governamental, os
espaços de descanso deverão ser usados com agendamento prévio (por hora marcada) e, após o uso dos equipamentos, estes deverão ser desinfetados por profissionais, conforme as normas de limpeza. As academias podem abrir, mas devem seguir um protocolo próprio. No caso dos restaurantes, por enquanto, será necessário interromper as atividades do tipo self-service em refeitórios. O café da manhã só poderá ser servido a la carte ou continental. Deverão ser implementados serviços com porções individuais servidas em embalagens fechadas, às quais os
Restaurantes e demais estabelecimentos devem seguir uma série de novas regras
usuários não terão acesso aos alimentos e serão servidos por profissionais devidamente equipados e higienizados, segundo as boas práticas de fabricação de alimentos. Já nas barracas de praia, a ocupação está restrita a 50% da capacidade e o funcionamento é permitido das 9 às 23 horas e sem entretenimento ao vivo. Também há um protocolo específico para os parques temáticos. A lotação está restrita a 30% da capacidade, além da adoção dos demais protocolos, como uso de EPIs e estações de sanitização com a disponibilização de álcool 70%.
Jericoacoara A
cidade de Jijoca de Jericoacoara, no Ceará, é conhecida por ter uma das praias mais lindas do mundo, Jericoacoara, que, rodeada de dunas e coqueirais, possui águas azuis, cristalinas e de temperatura agradável, ideais para os amantes dos esportes náuticos. Famoso destino de praia do Ceará, em 2017 ganhou ainda mais destaque quando figurou entre os 15 lugares mais legais para se visitar no mundo em uma lista divulgada pela revista Forbes. A revista fez uma pesquisa com grandes agências de turismo para fechar esta seleção de lugares imperdíveis, e Jericoacoara figurou entre os 15 por sua singularidade e peculiaridade. De lá pra cá, o destino ganhou ainda mais notoriedade com a maior presença de companhias aéreas nacionais, com voos regulares e fretamentos de operadoras. Isso foi possível graças a instalação de um aeroporto comercial na cidade, em 2017. No ano passado, ele superou a marca dos 100 mil passageiros. Entre as belezas e principais atrações turísticas de Jericoacoara, estão a Pedra Furada e a Duna Pôr do Sol. A Pedra Furada, um grande arco esculpido pela ação das ondas,
Jeri é muito propícia para a prática de esportes aquáticos
Lagoa do Paraíso é um dos pontos mais conhecidos de Jericoacoara
fica situada na região rochosa de Jericoacoara. A faixa de praia tem início após a Praia da Malhada, a primeira a leste da vila, já fora da enseada. A Região Rochosa se estende por cerca de 2 quilômetros de litoral, terminando na Pedra do Frade. Uma vez por ano, a posição do sol ao se pôr, coincide com o furo da pedra. A Duna do Pôr do sol impressiona pelo seu tamanho e perfeição das formas e é considerada uma das atrações turísticas mais importantes de Jeri. A comunidade, por tradição, reúne turistas e moradores num ritual diário em seu topo para apreciar o espetáculo do pôr do sol de frente ao mar. Não se pode falar de Jeri sem citar a Praia do Preá, a 17 quilômetros da vila. Ela tem ventos mais que propícios para prática de winsurf e kitesurf, além de uma estrutura turística
que vem crescendo. As águas cristalinas da “Lagoa Azul” e da “Lagoa Paraíso” fazem com que as duas sejam as mais visitadas do município. Há uma boa infraestrutura para o turismo, com pousadas confortáveis e restaurantes. Muitos turistas aproveitam para deitar nas redes dentro da água e também para praticar o stand up paddle.
Uma das paisagens deslumbrantes do Cearรก, a praia de Canoa Quebrada
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Foto: MTur
Venha para o
Cearรก
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Canoa Quebrada O
Foto: Jade Queiroz - MTUR
litoral de Aracati é cercado de belezas naturais, e sua praia mais famosa é a internacionalmente conhecida Canoa Quebrada. Uma lua e estrela esculpidas nas falésias são o símbolo da cidade. Os ventos são ideais para a prática de esportes náuticos e voos de parapente; já os passeios de buggy pelas dunas são ideais para quem procura emoção e belas paisagens naturais. Na região de Canoa Quebrada, as dunas merecem uma visita, começando pela a duna do Pôr do Sol, o Parque de Dunas e asLagoas. Não deixe de praticar o esquibunda, descubra o Cumbee a foz do Rio Jaguaribe.Quando anoitece os moradores e turistas se encontram na rua principal apelidada de “Broadway”. A Praia de Canoa Quebrada foidescoberta para o turismo nas décadas de 1960 e 1970 – épocaem que o local era habitado apenas por uma tribo indígena e alguns pescadores. O litoral de Aracati é cercado de belezas naturais e a praia mais famosa é Canoa Quebrada Lá, hippies (a maioria de países europeus) encontraram um lugar quase inacessível, com povo sim- de barro, que muitas vezes serviram de hospedagem para os ples ehospitaleiro. Até hoje os nativos preservam a vila visitantes. De lá pra cá, a região mantém a sua beleza, mas sua de pescadores com as mesmas casas do passado feitas estrutura receptiva evoluiu e muito.
Canoa Quebrada é um dos principais destinos do estado e uma das praias mais impressionantes
Foto: Setur-CE
Flecheiras
Flecheiras é uma das mais belas praias do Litoral Oeste do Ceará
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aconchegante Praia de Flecheiras é um dos destinos mais indicados do litoral oeste do Ceará. A praia está localizada entre coqueirais e dunas de areia branca, a 130 quilômetros de Fortaleza. O paraíso de bons ventos e piscinas naturais é rústico e menos explorado que as demais praias do estado, mas oferece conforto. Seu leste de mar é protegido por arrecifes, que formam piscinas naturais excelentes para prática do mergulho livre. Sua direção oeste a praia é de mar aberto, com ondas fortes, ideais para surfe e velejos. Os ventos são
fortes e propiciam uma boa prática de wind e kitesurfe. Entre as atividades, além do wind e kitesurfe, ainda tem banho nas águas cristalinas e calmas do mar, snorkel, mergulho, surfe, pesca submarina, passeio de jangada e caminhada na praia durante a maré seca, finalizando com um mergulho nos corais. Flecheiras tem ligação com as praias da Lagoinha e do Mundaú, que ficam a poucos minutos de carro pela praia. Quem visita Flecheiras não pode deixar de visitar as praias de Mundaú e Guajiru, que contam com belos cenários naturais de rio e mar.
Cumbuco L
ocalizada no município de Caucaia, a praia do Cumbuco, a 28 quilômetros de Fortaleza, é uma das primeiras paradas da Costa do Sol Poente, rota de experiências únicas que somente as praias do Ceará podem oferecer. A Praia do Cumbuco é uma antiga colônia de pescadores, emoldurada por vasto coqueiral e dunas errantes. Embora o Cumbuco continue sendo uma pequena vila, o visitante pode encontrar serviços de diversas categorias e preços, entre restaurantes, hotéis e pousadas. Aos que querem emoção, vale experimentar, ou repetir, o passeio de buggy pelas brancas dunas em roteiros com ou sem emoção. Para os mais comedidos, existem passeios de jegues e cavalos. Já os que querem conferir o mar do Cumbuco mais de perto, há a opção de passear de jangada pelo litoral. Também cativam os visitantes as Lagoas de Parnamirim e do Banana, onde o visitante pode aproveitar diversas opções de lazer na água, como passeios de caiaque, lanchas e banana-boat. A constância dos ventos atrai para a Praia do Cumbuco diversas competições nacionais e internacionais de esportes como kitesurfe, bodyboard e surfe. Outra opção de diversão é a Lagoa do Banana, que oferece passeios de jet ski. Também são bem conhecidas as descidas de esquibunda para o encontro do rio com o mar na Barra do Cauipe. Próximo dali fica no distrito de Catuana, perto das praias do Cumbuco e Icaraí. Ele guarda uma paisagem de encher os olhos, formada por dunas, mangue, coqueirais, vegetação rasteira no seu entorno e serras como cenário de fundo. Possui água de tonalidade escura, e uma profundidade aparentemente pequena. Ventos oscilando de fracos a moderados.
Vista aérea da praia de Cumbuco
Passeio de buggy na praia de Cumbuco
Praia do Cumbuco sempre recebe praticantes do windsurf
Aquiraz C
onhecida como a primeira capital do Ceará, Aquiraz é uma das cidades históricas mais belas do Brasil. Em seu perímetro central, situado em torno da bucólica Praça Cônego Araripe, que tem traçado de missão jesuítica, encontram-se as principais edificações de interesse histórico-arquitetônico do local. Porto das Dunas é a praia mais conhecida de Aquiraz. Tem área completamente loteada, com ocupação disciplinada e presença de grandes equipamentos voltados para o lazer e o turismo, enriquecida por belas mansões, pousadas e hotéis. Área onde se localiza o complexo turístico Beach
Praia de Barra Nova em Aquiraz
Beach Park é uma das atrações de Aquiraz
Park, uma das principais atrações do Ceará. É o maior parque aquático da América Latina. O parque reúne uma série de atrações, classificadas em radicais, moderadas e para toda a família. Mais de 7,7 bilhões de litros de água garantem muita diversão e adrenalina aos visitantes. A praia é um diferencial, um dos poucos parques aquáticos à beira-mar no mundo.As atrações do parque agradam todos os estilos, dos mais corajosos aos mais tranquilos, mas a verdade é que não há quem não volte a ser criança. Além do parque aquático, Aquiraz tem outros atrativos como a Praia do Presídio, que se destaca por seu passado histórico onde serviu de prisão para os holandeses e por suas construções modernas. Possui hotéis, pousadas e restaurantes, oferecendo ao visitando uma boa infraestrutura. Por fim, no Centro das Rendeiras Mirian Porto Mota, na Praia do Iguape, é possível conhecer a produção do artesanato local. Construído em formato de um navio ancorado à praia, uma homenagem aos pescadores cearenses, o local tem um amplo espaço de visitação, áreas de estar e lazer, cafeteria e mirante, já que o equipamento está localizado na beira da praia.
Icapuí
Contrastes de cores e muita natureza estão entre as características de Icapuí Foto: Gustavo Pellizon - Setur-CE
I
capuí é conhecida também como a terra da lagosta. A região é formada por três praias principais: a Praia da Ponta Grossa, a Praia da Redonda e a Praia da Peroba. Elas têm falésias com formação exótica e colorações que variam do vermelho ao laranja, mas quando a maré baixa é possível ver outras colorações na areia como azul e verde, totalmente naturais. Comunidade em que a maioria dos nativos é descendente de holandeses, a Praia de Ponta Grossa tem diferentes paisagens. Falésias com formação exótica e com colorações que variam do vermelho fechado ao laranja, proporcionando ao local, paisagens selvagens com clima de magia. Quando a maré baixa expõe uma fonte de água doce na praia, os nativos chamam de olheiro (água doce). Na enseada protegida pela Ponta da Redonda, com falésias de areias e pedras coloridas de grande beleza, fica a Praia da Redonda. É uma ponta rochosa muita alta, com rochas pontilhando todo o mar a sua frente. O núcleo primitivo situa-se ao pé da rocha em forma linear, e seu ancoradouro à frente; o acesso é apenas pela praia. É a que tem mais estrutura de pousadas e restaurantes. O mar é sempre calmo e a paisagem mistura dunas e falésias.
Vista aérea mostra as belezas únicas de Icapui
Já na enseada da Ponta da Peroba, no sopé do rochoso e da falésia de areias vermelhas, fica a Praia da Peroba. É uma vila de pescadores cercada de belezas naturais com um cenário repleto de coqueiros e falésias coloridas, ideal para quem busca sossego. O verde da vegetação das dunas contrasta com o vermelho da areia, que é acessível somente pela praia.
Beberibe E
m Beberibe, cidade que faz parte da Rota das Falésias, os atrativos são as praias de Morro Branco. O contraste entre o verde do mar e o vermelho das falésias realça ainda mais a beleza do local. Uma das principais atrações é o passeio no Labirinto das Falésias. A rápida caminhada por entre os paredões coloridos pode ser feita sem guia, mas vale a pena contratar um, ouvir as histórias da região e conhecer de perto as areias coloridas, matéria-prima para as garrafinhas decoradas que encantam os visitantes. O paraíso cinematográfico já foi cenário de novelas, séries e filmes, e é orgulho dos guias turísticos da região,
Falésias de Beberibe vistas de cima, um verdadeiro espetáculo da natureza
Praia de Morro Branco, em Beberibe, um dos principais atrativos da região
que não se cansam de falar da fama do local.Além das fontes de água doce e um passeio de jangada, os visitantes podem desfrutar de um pôr do sol sem igual na grande duna branca que dá nome à praia. A região conta com passeios de lancha e jangada (em alto-mar), ainda conta com passeios de jet-ski na Praia das Fontes. Para descer as dunas e ainda percorrer os labirintos de falésias, os buggys são uma ótima opção. Mas, se tiver interesse em adrenalina mais forte, pode encontrar passeios de ultraleve com vista panorâmica e ainda registrar tudo. Ou ainda, os passeios de caiaque pelas águas do rio.
Foto: Alex Uchoa - Setur-CE
SERVIÇO Capital: Fortaleza Região: Nordeste Clima: Tropical e Semiárido População: 8,8 milhões Informações: setur.ce.gov.br ou @descubraceara 20
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Canoa Quebrada
A RETOMADA
COMEÇA PELO DOMÉSTICO
PUBLIEDITORIAL
DIVERSIDADE É A PALAVRA-CHAVE DO TURISMO EM SÃO PAULO Foto: Ken Chu
A capital paulista é a porta de entrada do estado e também oferece uma infinidade de opções aos turistas Foto: MTur
Foto: Elias Gomes - Expressão Studio
Boa estrutura e belas praias dão o tom em Guarujá
Pôr do Sol em Ilhabela Foto: Vandenir Rodrigues
Brotas é referência quando se fala em esportes radicais
Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, é um verdadeiro convite da natureza
Tudo de Bom é como se pode definir o estado de São Paulo para o Turismo em poucas palavras. A infinidade de opções, no entanto, não cabem apenas em palavras. As experiências oferecidas vão muito além dos clichês mais conhecidos e se espalham por todo o estado, incluído sol e praia, natureza, esportes de aventura, resorts, águas termais e muito mais. São várias regiões e que favorecem aquilo que é mais importante neste momento, o distanciamento. Começando pelo litoral, é possível falar da paradisíaca Ilhabela, localizada no litoral norte e repleta de praias de águas claras, cachoeiras e mata atlântica preservada. Ainda neste quesito, outro destaque é Guarujá, que abriga 27 22
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praias e uma imensa diversidade. Nos anos de 1970, foi apelidado de Pérola do Atlântico e, hoje, a Praia do Tombo é uma das únicas do Brasil com o selo Bandeira Azul de Certificação Ambiental. Agora, se o verão não é sua estação preferida, Campos de Jordão é um dos destinos recomendados. Com edifícios de estilo alemão, o município destaca-se pela atividade de inverno e pela semelhança com as pequenas cidades europeias. Embora conhecida pelos seus restaurantes e vida noturna, a cidade tem diversas atividades que privilegiam o ar livre e o contato com a natureza. O Morro do Elefante, o Parque Amantikir e o Bosque do Silêncio são alguns dos exemplos.
E já que estamos falando de contato com a natureza, não dá para deixar de citar Brotas, uma referência brasileira quando o assunto é esportes de aventura. Uma cidade cheia de riquezas e belezas naturais exuberantes, que abriga muitas nascentes e cachoeiras em suas serras. Rafting, bóia-cross, canoagem, arvorismo, escalada e rapel são algumas das atividades que podem ser encontradas no destino. A capital continua sendo uma opção e a porta de entrada para toda esta diversidade. A cidade de São Paulo abriga dezenas de parques, como o Ibirapuera, restaurantes internacionais, centro de compras e muito respeito aos protocolos para garantir a saúde de todos. SERVIÇO: www.visitsp.tur.br/protocolos
PUBLIEDITORIAL
PRONTO PARA RECEBER TURISTAS TONI SANDO, PRESIDENTE EXECUTIVO DO VISITE SÃO PAULO residências e fazerem viagens, a princípio, domésticas. Muita gente quer sair com a família e fazer programas de curta distância. O mais importante neste momento, segundo ele, é passar a mensagem de que São Paulo está pronto para receber os visitantes. “Estamos prontos, mas mostrando, neste momento, muito mais os protocolos do que os atributos que o destino oferece. A importância da segurança e de quebrar esta barreira do medo talvez seja o grande desafio da promoção de destinos atualmente. Depois veremos como será o comportamento do mercado”, destacou.
São Paulo está pronto para receber visitantes. Importante dizer, no entanto, que não se trata de Turismo de massa, mas sim de um leque de opções que só este estado pode oferecer. E é isso que a segunda etapa de promoção da campanha SP Pra Todos reforça com a divulgação dos protocolos e toda a segurança sanitária que os destinos paulistas oferecem. A coordenação da campanha é feita pelo Visite São Paulo, entidade que congrega as mais diversas empresas ligadas pela economia do Turismo. O presidente executivo do Visite São Paulo, Toni Sando, falou da importância – neste momento – de comunicar muito bem, tanto ao mercado como aos turistas, que o estado tem protocolos sólidos e que foram construídos para garantir a segurança de todos. “A segunda fase da campanha ‘SP Pra Todos’, uma marca já em sintonia com os players do mercado, a apresenta-
ção de protocolos aos visitantes. Na terceira fase, teremos um conjunto de imagens sobre o que o Estado pode oferecer ao visitante”, destacou. E São Paulo está pronto? Praticamente todo o estado já se encontra na fase amarela, que permite uma maior flexibilização das atividades. Outro ponto que favorece é o tamanho e a diversidade do estado, que oferece praias, campo, resorts e muitas opções que não geram aglomerações. “A vantagem é que o volume de visitantes é pulverizado em diversas locações”, destacou Toni. Por outro lado, Toni Sando lembra que a retomada está tendo início com as pessoas buscando viagens curtas. Então, o alvo inicial são os próprios paulistas e estados vizinhos. Para, depois, ampliar mais o leque, à medida que os viajantes se sintam mais seguros. “Existe uma grande expectativa das pessoas de saírem de suas
Mesmo com o estado pronto, Sando reitera que a retomada é gradual. Embora muitos hotéis tenham registrado boas ocupações em fins de semana e no último feriado prolongado, é preciso ter calma, uma vez que as pessoas ainda estão inseguras em viajar. “Acredita muito que doméstico será a bola da vez e o destino que souber colocar na prateleira produtos e canais de ofertas para facilitar e induzir as pessoas a fazerem os passeios e se hospedare fora saem na frente”, disse. No caso do Turismo de Negócios e Eventos, ele acredita que embora deva demorar um pouco mais, a retomada vai acontecer. Por isso o Visite São Paulo segue trabalhando muito em promoção, ofertas e captação de eventos. “Estamos prospectando os eventos, mesmo sem a certeza das datas, porque quando os organizadores estiverem prontos, já saímos na frente”, afirmou. “Só quem estiver preparado pode surfar uma boa onda, quando ela vier. Este é o momento. Por mais que muita gente esteja desmotivada, o Turismo tem que estar pronto para não deixar passar”, finalizou. ABAV COLLAB
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PUBLIEDITORIAL
COOPERAÇÃO E CONECTIVIDADE AMPLIAM POTENCIAL DO ESTADO EDUARDO SANOVICZ, PRESIDENTE DA ABEAR Ampliar a malha e fazer o transporte aéreo chegar a mais cidades do estado sempre esteve no radar de São Paulo. Encurtar e facilitar as distâncias estimula e fomenta a demanda do Turismo é a proposta do projeto SP pra Todos, que une as forças da Secretaria de Turismo, Visite São Paulo e Abear. A união e cooperação deu origem a um amplo programa que envolve a promoção do destino e uma maior conectividade em todo o estado. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, destaca o sucesso da iniciativa, que foi proposta pela entidade e prontamente aceita pelo governador João Dória. Aliás, a trajetória dos dois profissionais se confundem. Dória, passou pelo SPCVB (hoje Visite São Paulo) e pela Embratur. Assim como Sanovicz, que agrega também a presidência da SPTuris. Isso significa dizer que o governador paulista conhece muito bem a realidade do setor e os caminhos para estimular o Turismo. O caminho, no entanto, segundo Sanovicz não foi tão simples. Ele explicou que desde que a Abear foi fundada, uma das principais bandeiras é alinhar as regras do Brasil ao mercado internacional. E um dos pontos principais é o custo do combustível, uma vez que o imposto estadual (aqui o ICMS) sobre o combustível de aviação não existe em outros países. “Ainda que a tarifa média, desde 2003, tenha caído pela metade, por conta de um conjunto de coisas, as passagens domésticas custam em média 27% mais no Brasil”, contou. “Por muitos anos tentamos debater isso com São Paulo, mas não encontramos eco. Quando Dória é eleito governador, isso muda, porque ele conhece o setor”, complementou. A partir daí, foi colocar as ações em prática. Da parte da Abear, a meta de 490 voos foi ultrapassada e chegou a 700. E, para estimular esta demanda, um amplo programa de promoção e formatação de 24
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produtos sob a tutela do Visite São Paulo – entidade sem fins lucrativos - teve início e contribuiu para posicionar o estado. “Vim do Convention Bureau e posso dizer que é a entidade que melhor representa o Turismo em termos de pluralidade, pois congrega toda a cadeia”, disse. “Lá no início, conversei com Toni Sando, presidente do Visite São Paulo, e com o secretário de Turismo, Vinicius Lummertz. Colocamos a redução do ICMS como a única forma de ampliar voos e uma parte da promoção a cargo do Visite São Paulo, porque só o poder público não dá conta”, explicou. São Paulo com uma promoção forte e com mais voos, tanto em cidades do interior como – de uma forma bastante significativa – como nos três principais aeroportos: Guarulhos, Viracopos e Congonhas. “Com mais ligações domésticas, as internacionais também foram impactadas em um segundo momento”, ressaltou Sanovicz.
Veio, então, a pandemia da Covid-19. Os voos caíram de forma drástica, mas mesmo assim ainda era preciso seguir informando os paulistas e paulistanos de que – para quem precisasse – voar segue sendo seguro. “Resolvemos utilizar os recursos em caixa para campanhas de esclarecimento sobre as novas normas sanitárias. Seguimos em compasso de espera para ver como o estado evolui no processo de saída para retomarmos”, disse. O legado que este projeto pode deixar, para Sanovicz, vem justamente do exemplo de cooperação e, especialmente, articulação entre o poder público e a iniciativa privada. Além de tornar o estado mais conectado, produziu uma campanha para a promoção turística do estado. “Esta cooperação foi fundamental. O Lummertz conseguiu construir isso junto ao governador e os resultados foram excelentes. Agora, estamos esperando o momento certo para conseguirmos retomar”, finalizou.
PUBLIEDITORIAL
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO COMO PRIORIDADE VINICIUS LUMMERTZ, SECRETÁRIO DE TURISMO DE SP previstos no Estado, 2020 deverá totalizar 29,5 milhões no cenário mais provável, movimentando R$ 26,1 bilhões. A grande maioria 20,6 milhões são paulistas viajando para cidades dentro do Estado. Com a concentração populacional na Grande São Paulo, 21,5 milhões de pessoas, as três das principais regiões turísticas paulistas fora da capital — Baixada Santista, Campinas/Circuito das Águas e Vale do Paraíba/Mantiqueira/Litoral Norte — além do retorno mais rápido dos visitantes, aumentarão a participação percentual no todo o Estado. PROMOÇÃO E CONECTIVIDADE
Investimentos em infraestrutura, promoção e estímulos ao setor. Estes são pilares que fazem com que o estado de São Paulo seja reconhecido como um dos principais destinos turísticos do País. Sob o comando de Vinicius Lummertz, a Secretaria de Turismo de São Paulo demonstra que o setor é prioridade. E agora, neste momento de retomada, está pronto para receber os brasileiros. No que diz respeito a estrutura, nos oito primeiros meses de 2020 os repasses de recursos para as obras e infraestrutura turística nas estâncias e municípios de interesse turístico (MITs) chegaram ao maior valor dos últimos seis anos: R$ 129,9 milhões. Foram atendidas mais de 150 cidades. O valor é 28,7% superior a 2019, quando foram repassados R$ 100,9 milhões nos primeiros oito meses. Segundo Lummertz, os investimentos fazem com que as cidades turísticas fiquem mais bem preparadas para o retorno dos viajantes. São Paulo tem 70 estâncias turís-
ticas e 140 municípios de interesse turístico. “Nenhum outro Estado conta com essa variedade na oferta turística e um sistema de fomento tão consolidado”, lembra o secretário. “Em um primeiro momento os repasses ajudam na manutenção das atividades econômicas e na preservação dos empregos em todas as regiões, por meio das obras e, depois, deixam os nossos destinos turísticos atraentes para bem receber mais visitantes”, complementou. Segundo dados da própria Secretaria, mais de 16 milhões de viagens deixarão de ser realizadas em 2020 no Estado, por conta da covid-19. Por outro lado, o “turismo de proximidade” com viagens curtas, será positivo para as estâncias e MITs, acelerando o retorno. A retomada no estado é guiada também por dados. O Centro de Inteligência e Economia do Turismo (CIET) projetou o impacto da pandemia da Covid-19 em todas as regiões paulistas e os cenários da recuperação. Dos 46,3 milhões de turistas
Lummertz destaca ainda o planejamento de longo prazo, incluindo o projeto SP Pra Todos, que ampliou de forma significativa a malha aérea do estado. Até o mês de março – antes da pandemia - ele apresentou resultados significativos. As novas frequências ultrapassaram em mais de 40% a meta inicial, o crescimento do setor no Estado foi mais que o dobro do Nacional. “Já os nossos projetos de mais longo prazo continuaram mesmo durante a pandemia. A covid-19, contudo, impôs uma nova agenda: interromper as viagens foi uma decisão fundamental para o seu enfrentamento. Por cinco, seis meses, nada foi mais importante que isso. E deu certo, com São Paulo apresentando os bons resultados que permitiram o início seguro da flexibilização. As bases do SP Pra Todos, com estruturação, conectividade e promoção, estão sendo fundamentais para esta retomada. O que veremos agora, ainda em 2020, é uma necessária adaptação do programa ao novo elemento que veio para ficar: uma preocupação com a segurança sanitária. Com a chegada da vacina que, esperamos, não demore muito, voltaremos a mostrar as qualidades e a variedade do turismo, acrescentando a segurança permitida pela melhor infraestrutura do País”, ressaltou. ABAV COLLAB
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Em tempos de pandemia, segurança é tudo. Por isso, os protocolos adotados pelas companhias aéreas, hotéis, resorts, pousadas, bares, restaurantes e espaços para eventos são seguidos com rigor. Tudo para garantir o bem-estar e a segurança
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RINO COM
O ESTADO DE SÃO PAULO ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER TODO MUNDO.
de nossos visitantes e de todos os colaboradores. Siga os protocolos e conte sempre com a gente. Assista aos vídeos que preparamos para você e saiba mais em visitsp.tur.br/protocolos.
Apoio institucional
visitsp.tur.br ABAV COLLAB
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Praia do Toque, uma das belezas de São Miguel dos Milagres
A L AG O A S
Região: Nordeste Capital: Maceió Área: 27.768km2 Mais Infos acesse: turismoalagoas.com
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Famoso por suas belezas naturais e um litoral tropical encantador, o estado de Alagoas aos poucos se recupera das marcas deixadas pela pandemia do Covid-19. Em meio ao cenário crítico enfrentado por todo o país, com uma grave crise no setor turístico, o estado nordestino tem investido fortemente na segurança e na saúde da região. De acordo com o Secretário de Turismo do estado, Rafael Brito, “esse é um momento em que os estados de todo o país devem investir em uma divulgação diferenciada, voltada principalmente para a segurança sanitária, para que as pessoas tenham a segurança necessária para voltarem a viajar com a família e com os amigos”. Somente em junho, Alagoas passou a contar com um aumento de 35% dos voos, com operações da Gol, Latam e Azul, no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, segundo informações da
Sedetur. “Desde o início da pandemia, a malha aérea era uma preocupação grande, já que boa parte dos nossos turistas chegam por meio deste transporte. Diante disso, intensificamos as nossas ações com as empresas e traçamos metas. Seguiremos nas tratativas para que nossos voos sejam conquistados, já que nosso destino certamente será um dos mais procurados do país neste segundo semestre”, ressaltou Rafael Brito. Seguindo à risca o protocolo sanitário que estabelece diretrizes para a rede hoteleira e a cadeia de bares, restaurantes, receptivos e clubes de praia de todo o estado, Alagoas tem intensificado o foco nos cuidados com os visitantes. Na hotelaria, por exemplo, os processos de check-in e check-out estão sendo realizados de maneira virtual, as bagagens estão sendo higienizadas logo na entrada do hotel, os serviços de alimentação
Passeio de Buggy em Piaçabuçu é um atrativo clássico de Alagoas
O mercado de artesanato em Maceió também atrai muitos turistas
estão sendo adaptados e os hóspedes estão passando informações sobre suas condições de saúde, para que não haja nenhum risco de contaminação. Não é à toa que a hotelaria do estado lidera a adesão ao selo “Turismo Responsável” no Brasil, segundo dados do Departamento de Turismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ao todo, no final de julho, Alagoas já contava com 423 empreendimentos turísticos com o selo do MTur, sendo 178 meios de hospedagem - a maioria deles localizados em Maceió, Maragogi, Piranhas, São Miguel dos Milagres e Marechal Deodoro. Ainda de acordo com a pesquisa, o estado contou com uma adesão de 38% durante os dois primeiros meses de criação do selo, superando a média nacional, que era de 21%. Para o presi-
Praia de Pajuçara é uma das principais de Maceió
dente da ABIH-AL, André Santos, os bons resultados da adesão do selo são uma vantagem para os destinos que querem ganhar destaque ainda neste período de reabertura. “A certificação passa confiança ao viajante, eleva a competitividade do destino e melhora a imagem dos nossos produtos nos mercados emissores”, avaliou. Com a desaceleração da curva de contaminação da Covid-19 em Alagoas, a capital Maceió já avançou para a fase azul do plano controlado de retomada gradual das atividades econômicas, proposto pelo governo estadual. Os demais destinos turísticos alagoanos seguem na fase amarela das etapas de flexibilização do isolamento social. Ambas as fases permitem o retorno de segmentos como bares e restaurantes, passeios turísticos,
receptivos e shoppings. A previsão é de que até dezembro, o número de visitantes siga em crescimento e o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares conte com 70% de suas operações regularizadas. Em meio aos cenários encantadores que cercam o estado, com praias de água azul claro, falésias e faróis, o litoral alagoano conta com diversos atrativos - tanto na capital, quanto na região metropolitana. No estado você encontra: as piscinas naturais do Pratagy, as belezas e história de São Miguel dos Milagres, as águas rasas de Paripueira, as belas praias de Maragogi, as ondas e o surf da Praia do Francês, o encontro entre o mar e a lagoa na Praia do Gunga, as dunas de Marapé e os passeios pelo Rio São Francisco. ABAV COLLAB
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A capital, Salvador, é a porta de entrada para uma infinidade de belezas naturais, cultura e história
BAHIA
Região: Nordeste Capital: Salvador Área: 567.295km2 Mais Infos acesse: setur.ba.gov.br
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Com o início da pandemia da Covid-19 e a crise no setor do turismo, o estado da Bahia enfrentou grandes obstáculos, chegando a registrar, em março, os índices mais baixos na taxa de ocupação da história de Salvador. Em abril, o presidente do Salvador Destination, Roberto Duran, já calculava os impactos econômicos que o novo coronavírus teria nos setores ligados ao turismo, e medidas de fortalecimento do setor passaram a ser colocadas em prática, visando uma retomada segura e eficiente. Para fortalecer o comércio local, por exemplo, a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), lançou a campanha Salvador Pede em Casa. A iniciativa visou apoiar cerca de 100 bares e restaurantes situados nas zonas turísticas e cadastrados no site
de promoção turística da cidade. Entre maio e junho, o Aeroporto de Salvador passou a contar com uma maior número de operações das companhias aéreas, em especial a Gol, que passou a oferecer onze novos voos ligando Salvador a outras grandes cidades do país. Além disso, com a retomada gradual dos voos, o processo de check-in do aeroporto que havia sido transferida para o piso térreo no início da pandemia - voltou a ser realizado no 1º e no 2º piso do aeroporto. E, em agosto, a abertura gradual das lojas do terminal também foi aprovada junto à Anvisa. Em junho, a atividade turística registrou um crescimento de 19,8% quando comparado ao mês de maio. De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), junho foi
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As ladeiras do Pelourinho: beleza e cultura na capital baiana
As praias estão entre os principais atrativos da Bahia
o segundo mês consecutivo de crescimento do setor, que acumulou entre maio e junho um aumento de 28,1%. Dois meses após o lançamento do selo “Turismo Responsável - Limpo e Seguro”, o estado da Bahia já contava com quase 900 inscritos no programa. Como resultado da aplicação de todas as medidas de segurança sanitária, o estado aprovou a reabertura da rede hoteleira, que aos poucos foi retomando suas atividades e oferecendo experiências que se adequam ao protocolo de saúde para contenção da Covid-19. Os dados de crescimento das atividades turísticas, do número de operações de companhias aéreas no estado e da reabertura gradual dos comércios são fortes indicadores de que medidas de controle e conscientização estão sendo tomadas e de que, aos poucos, a retomada do turismo na região vem se fortalecendo. Não é à toa que, no final de agosto, a Secretaria de Turismo e Cultura de Salvador (Secult) anunciou que tanto a capital Salvador, quanto todo o estado da Bahia, lideravam uma pesquisa sobre intenção de viagens no Brasil. A Pesquisa de Sondagem 34
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Elevador Lacerda é um dos mais famosos cartões postaua de Salvador
Forte de São Marcelo em destaque na vista aérea da Baía de Todos os Santos
Turística, realizada entre os dias 9 e 22 de julho, revelou que Salvador liderou o ranking de “intenção do turista para a próxima viagem dentro do Brasil”, com 9,87%; enquanto ,entre os estados, a Bahia liderou a intenção de viagens com 18,2%. O estado baiano conta com diversas opções de destinos repletos de história, cultura e praias maravilhosas. Além disso, a região está
pronta para receber os turistas ao longo de todo o ano, com suas paisagens inesquecíveis e sua deliciosa gastronomia. Dentre os principais atrativos do estado estão: a Chapada Diamantina, a capital Salvador, as praias de Ilhéus, as águas claras e a tranquilidade de Arraial D’Ajuda, o agito e as festas de Porto Seguro, a tradição rústica da Vila de Caraíva e o pôr-do-sol do Morro de São Paulo.
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Foto: Jade Queiroz- MTUR
Jijoca de Jericoacoara, próxima a capital, é um dos destinos mais famosos do estado
CEARÁ
Região: Nordeste Capital: Fortaleza Área: 148.826km2 Mais Infos acesse: setur.ce.gov.br
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Com um montanhoso interior e belíssimas praias, o estado do Ceará vem enfrentando com forte estratégia a crise causada no Turismo devido à Covid-19. Após o fechamento de fronteiras e, consequentemente, o cancelamento de viagens e eventos de todas as categorias, o setor do Turismo foi um dos primeiros a sentir os efeitos negativos causados pelo novo coronavírus. Por isso, logo no início da pandemia, entidades do setor criaram um Comitê Estratégico no Ceará, com o objetivo de para traçar ações de contenção aos efeitos negativos causados pela pandemia. Ao longo dos últimos seis meses, o governo do estado do Ceará passou a implementar diversos protocolos de segurança para a contenção da Covid-19. Dentre as medidas exigidas para a hotelaria, estão: distanciamento social e uso obrigatório de máscaras em todas as
áreas comuns; redução da quantidade de hóspedes simultâneos; aferição da temperatura de todos os colaboradores, fornecedores e hóspedes; check-in e check-out online; treinamento de funcionários; e ítens de higiene em todas as áreas do hotel. Já no transporte oferecido pelos hotéis, tem sido necessário manter a ventilação natural dentro dos veículos através da abertura de todas as janelas, desinfetar regularmente os assentos e demais superfícies do veículo. Além disso, é válido ressaltar que todas as medidas exigidas pelo estado e aplicadas pela rede hoteleira contam com o processo de conscientização da equipe dos hotéis e com a higienização diária de todas as áreas com produtos específicos para eliminação do vírus. Após uma queda no número de casos do novo coronavírus e com a apli-
Praia de Canoa Quebrada, no Litoral Leste
Praia de Moitas: tranquilidade e muita natureza
Avenida Beira Mar, na capital Fortaleza, reúne praias, gastronomia e vida noturna
cação regularizada de todos os protocolos de saúde na rede hoteleira, o Ceará passou a ser destaque na busca de turistas pelo destino. No feriado do Dia da Independência, por exemplo, a taxa de ocupação hoteleira chegou a 85,7% nos principais centros turísticos do estado, com exceção da capital Fortaleza. Dentre os destaques, estavam as regiões de Camocim (87,17%), Canoa Quebrada (77,31%), Cumbuco (91,4%), Jericoacoara (97,56%), Flecheiras/Mundaú (100%) e Guaramiranga (83,33%). Com o objetivo de recuperar parte do que se esperava para os eventos ao longo de 2020, diversas ações para a movimentação da economia na região estão sendo desenvolvidas. Trazendo o tema “Cores e Sabores de Fortaleza” um festival culinário, realizado pelo Se-
brae-CE entre os dias 27 de agosto e 8 de setembro, movimentou mais de R$ 2,1 milhões na economia do estado e contou com a participação de 50 restaurantes locais. Em meio a expansão do Aeroporto de Fortaleza, a capital do Ceará conta ainda com a retomada gradual das operações domésticas operadas pela Gol, Latam e Azul, conectando o estado a todo o Brasil. Além disso, a retomada de operações internacionais já estão previstas para acontecer a partir de outubro e novembro, pela Air France-KLM e Air Europa. Atualmente, o aeroporto conta com todos os protocolos de higienização previstos por lei, uso obrigatório de máscaras e aferição de temperatura de passageiros via câmera térmica. Famoso por suas belíssimas paisagens
e sua gastronomia de dar água na boca, o Ceará conta com diversas opções de destinos. Apenas na capital, Fortaleza, são mais de 25 praias próprias para banho - além de toda a agitação noturna e dos renomados restaurantes da região. Partindo para o interior litorâneo, diversas cidades chamam a atenção por suas águas claras, pela diversidade de sua fauna e pelas paisagens inesquecíveis. Dentre as opções de passeios estão: a Rota do Sol Poente e a Costa do Sol Nascente, que contam com uma grande diversidade de praias e atrativos; e as encantadoras regiões de Jijoca de Jericoacoara, Guaramiranga, Icapuí, Caetanos de Cima, Beberibe, Cascavel, Trairi, Itarema, Caucaia, Quixadá, Camocim, Aracati, Paraipaba, Sobral e Juazeiro do Norte. ABAV COLLAB
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Foto: Cacio Murilo - MTur
Piscinas Seixas, na capital João Pessoa
PARAÍBA
Região: Nordeste Capital: João Pessoa Área: 56.585km2 Mais Infos acesse: turismo.joaopessoa.pb.gov.br
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Paraíba, terra de paisagens inesquecíveis, praias paradisíacas e alta gastronomia. São nos atrativos turísticos, belezas naturais e centro histórico que o estado tem investido sua esperança para uma retomada positiva ao turismo no Brasil. Aliado às medidas de segurança, o estado tem tudo para vencer a crise do setor e fechar o ano sem prejuízos. Desde julho, a rede hoteleira do estado tem adotado os protocolos de segurança apresentados pela ABIH-PB e validado pela ABIH Nacional. O material contempla os diversos tamanhos de empreendimentos hoteleiros e está sendo adotado na Paraíba como complemento ao manual da Associação Brasileira de Governantas e Profissionais da Hotelaria, específico para as UH’s. De acordo com o Protocolo Sanitário do estado para os Serviços de Hospedagem, deve haver delimitação de espa-
ços para o isolamento social, evitando a formação de filas e aglomerações. Além disso, nas áreas sociais, é necessário agendar um horário para que a pessoa possa utilizar o espaço individualmente. As refeições devem ser entregues nos quartos para evitar contato e compartilhamento de objetos como pratos, copos e talheres. Com relação à limpeza e higienização dos ambientes, o álcool em gel 70% deve ser colocado em locais estratégicos dos hotéis, como, por exemplo, o balcão da recepção. As janelas e portas de acesso aos ambientes em comum devem permanecer abertas, sempre que possível, para melhor circulação e ventilação do ar. “O que vai nortear as viagens das pessoas, a partir de agora, são essas ações de biossegurança. São as famílias saberem que vão chegar no hotel, na van,
Foto: Cacio Murilo - MTur
num passeio, no avião, no ônibus, com a certeza de que não vão correr risco de pegar o coronavírus. Todas estas ações adotadas pelo setor hoteleiro, bares e restaurantes e agências de receptivos são fundamentais para a retomada do turismo”, afirmou a presidente da PBTur, Ruth Avelino. Focado na retomada gradual, o governo da Paraíba anunciou em agosto o investimento de R$ 440 mil em campanhas promocionais. O objetivo da ação é atrair o público aos principais destinos da região, com foco no sol e mar. De acordo com o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Gustavo Feliciano, o sistema de saúde da Paraíba não sofreu colapso e a curva de casos tem se mantido em queda constante nos últimos dias, por isso, é importante o apoio à retomada do turismo - setor importante para a economia do estado. No mesmo mês, foi anunciado o processo de flexibilização e reabertura de seus atrativos turísticos. Municípios como Conde, Cabedelo e João Pessoa flexibilizaram o acesso às praias, comércio, bares, restaurantes e hotéis. “Uma flexibilização com os devidos cuidados, mostra que o turismo não é o vilão. Respeitando os protocolos de segurança, nós colocamos os turistas em segurança e também conseguimos preservar as empresas e os empregos. Vamos conti-
Foto: Cacio Murilo - MTur
Praia de Tabatinga, em Conde, é uma das mais famosas
Museu Três Pandeiros, em Campina Grande
nuar caminhando para que essa retomada se dê de forma responsável e que ganhe todos os brasileiros”, concluiu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Famosa por suas belas praias e pelos passeios à beira do rio, a Paraíba conta ainda com um forte número de atrativos históricos, como a Fortaleza de Santa Catarina, o Engenho do Triunfo, o Sítio Arqueológico do Ingá, o Museu e Cripta de Epitácio Pessoa, a Casa da Pólvora, as Ruína da Igreja do Bonsucesso e o Santu-
ário de Nossa Senhora da Penha. Além da capital, João Pessoa, o estado oferece ótimas opções de cidades litorâneas, repletas de cultura e gastronomia. Dentre os principais destinos do estado, estão: Campina Grande, Conde, Cabedelo e Cabaceiras. E para aqueles que querem conhecer ainda melhor o interior do estado, algumas das principais cidades turísticas são: Araruna e Cuité, na região de Curimataú; e Sumé, Monteiro, Taperoá e Serra Branca, na região do Cariri. ABAV COLLAB
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Foto: Bruno Lima- MTUR
Marco Zero, em Recife, é um dos pontos turísticos mais visitados da capital
PE R N A M B U CO
Região: Nordeste Capital: Natal Área: 52.797km2 Mais Infos acesse: natalbrasil.tur.br
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Logo no início da pandemia da Covid-19, o estado de Pernambuco já se mobilizava para que o Turismo não sofresse com a onda de cancelamentos que cercava todo o país e pedia aos turistas “Espere só mais um pouquinho”. A campanha lançada pelo governo do estado ainda em março incentivava a remarcação das viagens, ante o cancelamento das mesmas. Não foram poucos os esforços traçados por Pernambuco para que a crise do setor não se alastrasse. Além das campanhas e dos rígidos protocolos de segurança, o estado também investiu em ações e eventos online, como, por exemplo, o ‘Palco em Casa’. “O público tem curtido muito as apresentações como uma forma de se divertir em casa, com toda a família. Artistas pernambucanos e da cena nacional apresentam seus maiores sucessos para alegrar esses dias de isolamento. Nossa cultura é um dos atrativos turísticos importantes
do Estado e, dessa forma, mantemos a curiosidade e desejo das pessoas conhecerem Pernambuco tão logo a situação volte à normalidade”, comentou o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes. Foi durante o período de crise econômica e instalação de novos protocolos de higiene que o Aeroporto Internacional do Recife Guararapes/Gilberto Freyre recebeu uma grande notícia: foi considerado o melhor terminal aéreo regional do Brasil pelo World Airport Awards 2020. Administrado pela Aena Brasil, o aeroporto conquistou ainda o quarto lugar entre os aeroportos regionais da América do Sul. Com os números da contaminação por Covid-19 estáveis, no mês de junho o governo de Pernambuco já buscava por protocolos de reabertura gradual das praias e espaços públicos. Em setembro, na véspera do feriado do Dia da Independência, o comércio na faixa de areia do Recife e dos
Bolo de Rolo é um dos símbolos da culinária pernambucana
Morro dois Irmãos, na Ilha de Fernando de Noronha
Piscinas Naturais em Porto de Galinhas
municípios dos Litorais Norte e Sul voltava a ser permitido. Afinal, com a chegada do período de sol e calor o turismo em Pernambuco também é aquecido, seguindo sempre todos os protocolos de segurança e higiene. “O Governo do Estado leva em conta sempre a saúde da população, então todas as atividades liberadas seguem rígidos protocolos de segurança. Tudo está sendo feito com muito cuidado. A volta do comércio na faixa de areia é uma notícia que era muito esperada. Estamos dando passos importantes para o crescimento na atividade econômica de Pernambuco”, celebrou o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. Entre as principais novidades do Plano de Convivência com a Covid-19 anuncia-
Mergulho é uma das principais atividades em Fernando de Noronha
dos para este segundo semestre, está a autorização para o retorno das atividades de museus e espaços de exposições e a reabertura do Arquipélago de Fernando de Noronha, um dos destinos indutores do turismo em Pernambuco. O uso obrigatório de máscaras, as regras de circulação e a definição de quantidade de visitantes por ambientes e turnos, além de um rigoroso processo de higienização dos espaços, estão entre as normas sanitárias anunciadas para o funcionamento dos estabelecimentos. Com relação à liberação dos atrativos turísticos, os visitantes e os pernambucanos também já podem contar com os parques e os passeios de jangadas em Porto de Galinhas, Maracaípe e São José da Coroa Grande. Os tours de buggy e as
excursões por meio de agências de viagens já podem ser realizados pela região. Dentre os principais destinos e atrativos da região, estão: Recife, Olinda, Porto de Galinhas, Fernando de Noronha, Caruaru, Tamandaré e Ilha de Itamaracá. Um dos destaques das viagens durante a pandemia é a busca pelo turismo de isolamento. Em Pernambuco, o investimento tem sido na divulgação de destinos no interior do estado, com atrativos exclusivos e pouco visitados. “As pessoas têm procurado destinos que não tenham muita gente e por pousadas e hotéis que ofereçam produtos mais exclusivos e com menor taxa de ocupação”, afirmou a conselheira Associação Brasileira de Agentes de Viagens (ABAV), Fátima Bezerra, sobre o Turismo em Pernambuco. ABAV COLLAB
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Praia da Pedra do Sal, em Parnaíba
PIAUÍ
Região: Nordeste Capital: Teresina Área: 251.529 km2 Mais Infos acesse: pi.gov.br
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Das belezas naturais à inspiração de obras literárias, o Piauí conta com uma vasta diversidade de atrativos turísticos. Famoso por seus parques naturais, o estado oferece o que há de mais belo para o ecoturismo e para os viajantes que buscam por aventuras e maior contato com a natureza. Por isso, ele tem sido destaque como destino nessa fase de retomada do turismo brasileiro, especialmente nas viagens regionais. Desde o início da pandemia, o Piauí tem trabalhado com base nos protocolos de segurança sanitária para a contenção da Covid-19. Os esforços, no entanto, não foram o suficiente para que o número de casos não tomasse grandes proporções. Com mais de 90 mil casos da doença, o governo do estado segue desenvolvendo estratégias para que os casos, que estão em fase de estabilidade, passem a diminuir.
Depois de cinco meses sem operações, foi autorizado, em agosto, a abertura dos hotéis e pousadas do Piauí. No entanto, para a reabertura dos empreendimentos, os empresários precisaram seguir um protocolo específico e apresentar seu plano de segurança. Dentre as regras estabelecidas pelo governo, estão: distanciamento social entre os clientes, preparação prévia da disposição de mesas em restaurantes, disponibilização de tapetes sanitizantes, lavatórios e álcool em gel, alertas visuais e sonoros, uso obrigatório de máscaras, assim como orientações para todos os colaboradores. A abertura gradual do Turismo está previsto nas etapas do Programa de Retomada Organizada das Atividades Econômicas Covid-19, autorizado pelo Governo do Piauí. Além dos hotéis e pousadas, os bares e restaurantes tam-
Parque Zoobotânico, na capital, Teresina
Porto das Barcas, localizado em Parnaíba
Rio Camurupim, em Luis Correia, uma das paisagens do Piauí
bém abriram as portas aos visitantes, seguindo todas as normas de segurança sanitária previstas por lei. Dentre as exigências para a abertura estão: disponibilização de uma pia com água, sabão e papel toalha ou álcool 70%, para higienização das mãos; tapete higienizante e termômetro para aferição de temperatura na entrada do estabelecimento. Em mais uma fase da abertura gradual das atividades turísticas, o estado anunciou, em setembro, a reabertura de alguns dos parques nacionais. No primeiro momento, o Parque da Serra da Capivara fica aberto das 7h às 17h. Para visita ao local, a recomendação é de que sejam formados grupos de até oito pessoas, incluindo crianças do mesmo grupo familiar ou que viagem juntas. Além disso, até o início de novembro, apenas cinco circuitos poderão ser reabertos.
Sendo eles: Boqueirão da Pedra Furada, Sítio do Meio, Serra Vermelha, Invenção e o de Caminhadas. Além disso, a unidade de Sete Cidades também já está de portas abertas, funcionando entre 8h e 17h. A visita ao local está limitada a 200 pessoas por dia. As trilhas estão abertas apenas para caminhadas, não sendo permitido o uso de bicicleta até outubro. A máscara é de uso obrigatório por parte dos guias, condutores, turistas e funcionários, além da distância mínima de 1,5 metro preconizado pelos órgãos de saúde. Com o objetivo de investir ainda mais nos ‘tesouros’ do Piauí, no final de julho, o Ministério do Turismo destinou R$ 6,5 milhões para obras de infraestrutura turística de São Raimundo Nonato (PI), uma das portas de entrada do Parque Nacional da Serra da Capivara. Com
o montante, será possível pavimentar as ruas que recebem maior fluxo de veículos, além de revitalizar e reformar o Centro de Apoio ao Turista. O Piauí conta com uma variedade de destinos turísticos para viajar com a família e com os amigos, ou até mesmo em uma viagem romântica. Dentre os principais destinos do estado, estão: Delta do Parnaíba, listado como uma das paisagens mais bonitas do Piauí; Praia de Barra Grande, com um azul paradisíaco; e o Parque Nacional Serra da Capivara, que conta com a maior concentração de sítios pré-históricos das Américas. Além disso, o município de Teresina é hoje a porta de entrada para o turismo da região, contando com uma vasta área verde, passeios pelo rio e roteiros históricos. ABAV COLLAB
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Praia de Baia Formosa, um dos tesouros do Rio Grande do Norte, fica no extremo leste do estado
RIO GRANDE DO NORTE
Região: Nordeste Capital: Natal Área: 52.797km2 Mais Infos acesse: natalbrasil.tur.br
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Desde o início da pandemia, o governo do Rio Grande do Norte tem investido em medidas de contenção da Covid-19. Mesmo com o Turismo sendo uma das principais fontes de renda da região, foi possível observar o cuidado do estado para que todos os protocolos fossem colocados em prática. Afinal, as medidas que protegem são as mesmas que permitem a reabertura gradual das atividades turísticas. Ainda em março, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra solicitou à Agência Nacional de Aviação (Anac) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a suspensão de todos os voos internacionais com destino ao Rio Grande do Norte. O objetivo da ação foi de minimizar os riscos de contaminação por meio de estrangeiros que che-
gassem à região por via aérea. Para manter o interesse dos turistas no destino e fortalecer as viagens pós-pandemia, o Rio Grande do Norte investiu ainda em tours virtuais, que permitiam que os interessados pudessem conhecer os principais atrativos da região sem precisar sair de casa. A campanha digital, chamada “Deixe o RN Visitar Você”, foi lançada com o objetivo de estreitar laços com os agentes, operadores e turistas em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Em julho, o Rio Grande do Norte lançou o selo “Turismo Mais Protegido” com o objetivo de posicionar o estado como um destino seguro para os turistas. A ação foi uma iniciativa da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) e da Secretaria de Turismo do Estado, em parceria com entidades
Passeios de barco e mergulho em Parrachos de Maracajau
Passeio de buggy nas dunas é um grande atrativo para os turistas
representativas do Turismo no estado. “O trabalho reforça o pioneirismo do Rio Grande do Norte ao apresentar um selo próprio pautado na capacitação do trade turístico potiguar, padronização dos protocolos de segurança e o monitoramento para manutenção a cada seis meses do selo”, afirmou a Emprotur. A rede hoteleira do estado iniciou, ainda em julho, a retomada gradual de suas atividades, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Não é à toa que o estado foi o primeiro do Brasil a receber o certificado internacional de Destino Seguro pelo WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo). “Os hotéis retomaram suas atividades com a preocupação em oferecer toda segurança sanitária
Pôr do Sol na Lagoa de Guaraíras, em Tibau do Sul
necessária aos hóspedes, para que possam se sentirem seguros e usufruir de uma agradável estadia. Tivemos a preocupação, não só em adotar os protocolos, mas também treinar as equipes”, ressaltou o presidente da ABIH-RN, José Odécio Júnior. Aos poucos, as operações no Aeroporto Internacional de Natal também passam por uma retomada gradual e os número de voos domésticos e internacionais crescem a cada mês, chegando a registrar em setembro um aumento de 35% no número de passageiros. Além disso, a partir de outubro, a TAP retoma suas operações no aeroporto, garantindo a conectividade entre as Américas e a Europa.
O estado do Rio Grande do Norte, localizado em um dos pontos mais próximos entre a América do Sul e a Europa , abriga os mais diversos tipos de belezas e atrativos: praias paradisíacas, monumentos históricos, dunas, cavernas, mares e rios. Para facilitar a experiência dos turistas, o estado foi dividido em cinco polos turísticos: Agreste Trairi, Seridó, Costa Branca, Serrano e Costa das Dunas. Dentre os principais atrativos do estado, estão: Muriú, na cidade de Ceará Mirim; Maracajaú, em Maxaranguape; Tourinhos, em São Miguel do Gostoso; o vilarejo de Galinhos; Pipa, em Tibau do Sul; Barra do Cunhaú, em Canguaretama; e a Lagoa da Coca Cola, na Baía Formosa. ABAV COLLAB
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Manaus: vista aérea da capital do Amazonas e a porta de entrada para os turistas
AMAZONAS
Região: Norte Capital: Manaus Área: 46.095km2 Mais Infos acesse: setur.es.gov.br
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Quando falamos em Turismo no estado do Amazonas, uma das primeiras características que vem em mente é o contato com a natureza. É a certeza do contato com paisagens únicas e encantadoras, com espécies de fauna e de flora nunca vistas antes e de uma experiência gastronômica de dar água na boca. Não é à toa que no início da pandemia da Covid-19, quando a situação se agravou em todo o estado, o país inteiro se comoveu ao acompanhar as notícias e a situação que a região enfrentava. Os três primeiros meses de pandemia marcaram o estado com um grande número de óbitos e uma crise econômica que abalou os comerciantes, principalmente no setor turístico. Foi necessário um investimento do governo em medidas de contenção ao vírus e
uma fiscalização frequente para que todos os protocolos de saúde e higiene fossem seguidos à risca, evitando que a Covid-19 causasse ainda mais danos ao Amazonas. Com uma estabilização no número de casos, deu-se início ao processo de reabertura gradual do turismo no Amazonas. A retomada foi dividida em quatro momentos, que aconteceram ao longo do mês de junho de acordo com os dados obtidos ao longo dos dias. “Utilizamos como base de pesquisa diversos protocolos realizados em outros estados brasileiros e, principalmente, divulgado em outros países. Por meio disso, adaptamos as medidas à realidade do estado e às necessidades de cada setor”, afirmou Roselene Medeiros, presidente da Amazonastur.
Famoso Encontro das Águas nos rios Negro e Solimões Foto: Mario Oliveira - MTUR
Palacio Rio Negro, em Manaus, é a sede do governo do estado
Além das medidas desenvolvidas para a região urbana do estado, foi desenvolvido, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do estado do Amazonas, medidas e protocolos específicos para as unidades de conservação e para as comunidades indígenas e ribeirinhas, com a doação de materiais de limpeza e higiene. Estes segmentos são parte fundamental do turismo na região, que oferecem experiências de imersão e contato com a natureza. Para Roselene Medeiros, é exatamente o contato com a natureza que fará com que os turistas brasileiros busquem por viagens pelo estado do Amazonas. “Eu penso que as pessoas vão passar a buscar por momentos de paz e locais em que possam se sentir seguro.
Teatro Amazonas é um dos símbolos de Manaus
Acreditamos que a busca será por destinos mais tranquilos e não de turismo em massa. É nisso que estamos apostando para a retomada do turismo doméstico”, afirmou. Em meio ao cenário de recuperação, a Azul anunciou duas novas bases no Amazonas, nas cidades de Lábrea e Coari. Desde de julho, os destinos passaram a contar com três voos por semana cada para a capital Manaus, operados em parceria com a TwoFlex. Ao todo, o estado já conta com sete bases da Azul, também nas cidades de Manaus, Tefé, Maués, Tabatinga e Parintins. No mês de agosto, a Empresa Estadual de Turismo do Estado do Amazonas (Amazonastur) promoveu uma Pesquisa de Prospecção do Mercado Turístico do Amazonas, que contou com a participação de
mais de 800 operadores nacionais e internacionais. O objetivo da ação foi o de coletar dados para conhecer as demandas e traçar estratégias dentro do plano de retomada das atividades turísticas no Amazonas. O turismo sustentável é uma das principais características do Amazonas. Cercado pelas belezas da Amazônia, floresta considerada uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza, são diversas as opções de lazer e de atrativos no estado. Dentre elas, o Encontro das Águas (Rio Negro e Rio Solimões), o Parque Nacional de Anavilhanas, os Jungle Lodges (também conhecidos como hotéis de selva), as Grutas do Madadá, as cachoeiras do Parque Nacional do Jaú, a cidade de Novo Airão (terra do boto cor-de-rosa) e o Festival de Parintins. ABAV COLLAB
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Foto: MTUR
Orla de Belém: a natureza foi generosa com a capital paraense Foto: Bruna Brandão - MTUR
Foto: Bruna Brandão - MTUR
O vasto património cultural do estado é fruto do encontro dos colonizadores portugueses, o índio e o negro africano.
O Centro Histórico de Belém é um grande patromônio cultural do Pará
PARÁ
Região: Norte Capital: Belém Área: 1.248.000km2 Mais Infos acesse: setur.pa.gov.br
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Tradições históricas e religiosas, pequenas aldeias com rios e paisagens inesquecíveis, artesanato, gastronomia e muito contato com a natureza. São essas as principais características que regem do Turismo no estado do Pará. O setor ainda é um dos pontos fortes na economia do estado, que sofreu com a crise instaurada pela pandemia da Covid-19 e que, aos poucos, se recupera do cenário enfrentado nos últimos sete meses. Logo no início da pandemia, sem que houvesse um único caso no Pará, os órgãos de Turismo se reuniram para debater as medidas necessárias para que o vírus não chegasse com força ao estado, incentivando a remarcação das viagens, ante o cancelamento. O que eles não esperavam era o cenário trágico que enfrentariam nos próximos meses com o grande número de casos e uma crise
na ocupação de leitos hospitalares. Aos poucos, mais protocolos de contenção ao novo coronavírus foram sendo realizados pelos órgão estaduais e municipais. Para a crise do setor, orientações técnicas foram oferecidas online e gratuitamente pelo Setur aos empreendedores do Turismo na região. A iniciativa buscava aumentar a capacidade competitiva das cidades paraenses, levando em consideração as novas tendências de mercado. Com a queda e estabilização no número de casos da Covid-19, o governo do estado passou a registrar um crescimento no turismo interno, marcado por moradores da região que passaram a buscar por atividades de lazer nas praias e nos balneários. Aos poucos, os transportes terrestre e o fluvial voltaram a funcionar, e a Estação da Docas, um importante complexo turístico da capi-
Foto: Bruna Brandão - MTUR
A praia de Alter do Chão é considerada uma das mais bonitas do mundo
O Mercado Ver-o-Peso um marco de Belém, é também um ícone da gastronomia e cultura local
tal do estado, também retomou suas atividades. Com o objetivo de fortalecer e incentivar a retomada gradual do turismo no Pará, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo (Setur), lançou em setembro o plano “Abre Caminho”. A iniciativa visa retomar os negócios no atual cenário da pandemia do novo coronavírus, com diferentes protocolos sanitários de reabertura dos estabelecimentos. Além disso, o órgão lançou a campanha publicitária #RedescobrirOPará, com o objetivo de fomentar o turismo entre os próprios moradores da região. “A campanha, criada no âmbito do
Plano Abre Caminho, foi estruturada em conjunto com a iniciativa privada, com o objetivo de fomentar o turismo dentro do próprio Pará. Nossa ideia é que o paraense possa, ao redescobrir o seu Estado, ajudar as empresas que atuam nesse setor da economia na recuperação da crise financeira imposta pela pandemia da Covid-19”, explicou o secretário de Estado de Turismo, André Dias. Com a retomada gradual das atividades turísticas e dos voos para a região, a Azul anunciou o início de novas operações para o destino, a partir de setembro. Principal centro de conexões da
companhia no Norte do país, a capital paraense passa a contar com voos diretos para Carajás e Imperatriz, além de uma maior frequência ligando o destino a Macapá, no Amapá, e São Luís, no Maranhão. Em 2019, o Pará foi o destino mais procurado pelos turistas na região Norte do país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Turismo, divulgada em agosto deste ano. Dentre os destinos que atraem os visitantes para o estado, estão: a capital Belém, Santarém, Alter do Chão, Ilha de Marajó, Salinópolis, Serra das Andorinhas e a Ilha de Algodoal. ABAV COLLAB
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Foto: MTUR
Congreso Nacional, onde estão a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
DISTRITO FEDERAL
Região: Centro-Oeste Capital: Brasília Área: 5.780km2 Mais Infos acesse: turismo.df.gov.br
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Conhecido majoritariamente por seu centro político, a região do Distrito Federal conta com diversas opções de turismo e lazer - setores que foram enfraquecidos pela crise da Covid-19. O destaque está para o belo artesanato da região, que sofreu queda nas vendas e comprometeu grande parte da renda dos profissionais artesãos. Como solução, a Secretaria de Turismo se uniu a Federação das Associações de Artesanato do DF e as demais associações do setor para a criação de uma plataforma de venda online dos produtos. Dentre as medidas anunciadas para a preservação do trade turístico do distrito, esteve o movimento #JuntosPorBrasília #JuntosPeloTurismo - ação que visava chamar a atenção para o Turismo como uma forma de recuperação da crise instaurada pela Co-
vid-19 e acompanhar os resultados de campanhas de incentivo ao turismo na região. Além disso, outra ação do Setur-DF foi a realização de visitas virtuais guiadas por roteiros de Brasília. “As viagens virtuais são uma nova maneira de vivenciar as cidades e aguçar ainda mais a curiosidade em conhecer pessoalmente esses locais. Não é comum podermos contratar um guia de turismo específico para estar conosco nesse momento e mostrar com riqueza de detalhes todos os pontos desse atrativo turístico, então, encontramos uma forma de nos adequar à nova realidade, reinventando o turismo, mas sempre atentos e acompanhando as mudanças”, afirmou a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça. Em julho, deu-se início ao processo de flexibilização da quarentena e da retomada gradual do turismo no Dis-
Vista da Torre da TV com a explanada dos ministérios e o Congreso Nacional ao fundo Foto: Roberto Castro - MTUR
A Ponte JK conecta o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião a parte central de Brasília, através do Eixo Monumental Foto: Roberto Castro - MTUR
trito Federal. No período, o Aeroporto Internacional JK recebeu 260.358 passageiros e mais de 4 mil pousos e decolagens, o que fez com que os setores da hotelaria e demais segmentos de turismo encarassem a retomada com otimismo. A Gol Linhas Aéreas, por exemplo, reativou o hub em Brasília com voos para 32 cidades. Em agosto não foi diferente: a previsão de crescimento era para 58% no número de operações. Já em Setembro, com o feriado de Independência, o Aeroporto esperava receber mais de 80 mil passageiros - com 841 voos e decolagens. Um dos grandes focos do Distrito Federal tem sido o turismo pedagógico. No início de setembro, o governo assinou um acordo de cooperação técnica que busca valorizar a memória política e histórica do Brasil. Com o objetivo de assegurar o acesso do público escolar à capital federal, seus monumentos e histórias, o programa “Brasília, nossa capital - Turismo Cívico Pedagógico para o Brasil e para o mundo”desenvolverá ações de promoção de Brasília como capital do país, ressaltando a importância de seu reconhecimento pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade e de Cidade Criativa do Design. Além do turismo voltado para a política e para a inovadora arquitetura do Distrito Federal, a capital do país conta com diversas opções de atrativos turísticos. Dentre eles: parques naturais, teatros e museus especializados, Chapada da Contagem, Chapada Imperial e o Instituto Teosófico de Brasília (também conhecido como Paraíso na Terra).
A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi o primeiro monumento a ser erguido na capital federal
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Foto: MTUR
O Pantanal matogrossense é a maior planície alagada do mundo
MATO GROSSO DO SUL
Região: Centro-Oeste Capital: Campo Grande Área: 357.125km2 Mais Infos acesse: visitms.com.br 62
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O contato com a natureza e os atrativos de aventura são características que destacam o Mato Grosso do Sul como um destino para visitar durante a retomada gradual do turismo no estado. A tendência é que os viajantes busquem ainda mais por lugares tranquilos e que ofereçam experiências diferenciadas. No entanto, desde o início da pandemia da Covid-19, o estado tem lutado contra a crise, que deixou um de seus principais destinos, Bonito, com as ruas vazias e fez com que 34% das empresas de turismo do estado registrassem faturamento zero entre março e maio deste ano. No estado, um dos setores que mais sofreram com a crise instaurada pelo novo coronavírus foram os hotéis. Entre março e junho deste ano, a hotelaria da região enfrentou uma queda de até 90% na taxa de ocupação - taxa abaixo do necessário para cobrir os gastos e
investimentos do estabelecimento. Por isso, a adoção dos protocolos de saúde e higiene foram fundamentais para que a retomada pudesse acontecer. Em Bonito, por exemplo, a retomada gradual do turismo se deu no início do mês de julho, exigindo que todos os estabelecimentos seguissem os protocolos de biossegurança elaborados pela Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur) e aprovados também pela prefeitura de Jardim. Dentre as exigências estabelecidas, estavam: o uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, diminuição de 30% no número de pessoas por grupo, redução dos horários e higienização intensificada dos equipamentos. No entanto, mesmo com o retorno das atividades, demorou um pouco até que o turista se sentisse confiante para encarar uma viagem até o destino. Não é à toa
Foto: Fundtur
Cachoeira da Serra da Bodoquena, na região de Bonito
Abismo Anhumas, em Bonito
que, até o mês de agosto, o número de destinos mato grossenses que aderiram ao selo “Turismo Responsável – Limpo e Seguro”, lançado em junho pelo Ministério do Turismo, chegou a 208 - enquanto no mês de julho, eram apenas 103 o número de inscritos no programa. Visando fortalecer ainda mais o turismo na região, o governo do Mato Grosso do Sul anunciou em setembro o investimento de R$ 1,6 milhão em obras e empreendimentos turísticos nas cidades de Bonito, Costa Rica, Jardim, Nova Andradina e Rochedo. A ideia é que a cidade desenvolva ainda mais o turismo local, atraindo não apenas visitantes de outros estados do país, mas também de todo o estado mato grossense. Foi o feriado do Dia da Independência, no dia 7 de setembro, o marco de virada para o turismo do estado. A região de Bonito registrou uma grande movimentação pela cidade e seus atrativos - o triplo do registrado no mesmo feriado em 2019. Como reflexo da grande procura pelo destino, o trade turístico da cidade comemorou o lucro de cerca de R$ 12 milhões. “Correu tudo muito bem. Todo o setor turístico seguiu rigorosamente todos os critérios de biossegurança estabelecidos, assim como os protocolos. A Polícia Militar, Guarda Municipal e fiscali-
zação sanitária também trabalham constantemente coibindo aglomerações”, afirmou o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano. Parte fundamental para a recuperação do turismo no estado, tem sido o investimento contínuo no programa Decola MS. “Já estamos com 94% dos voos em relação ao mesmo período de 2019 no MS. São poucos os estados hoje no Brasil que, em meio à pandemia, têm conseguido recuperar os voos. Isso é fruto do trabalho e das estratégias que a Fundação de Turismo vem desenvolvendo juntamente com o programa Decola MS, uma articulação junto às companhias aéreas que já vem acontecendo desde 2018″, afirmou o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Bruno Wendling. O Mato Grosso do Sul conta com diversas possibilidades de destinos e atrativos, que incluem muito contato com a natureza e uma gastronomia de dar água na boca. Dentre os principais destinos da região, estão as cidades de Bonito, Jardim, Bodoquena, Aquidauana, Miranda e Costa Rica. Ótimas opções para os viajantes que buscam dias de calmaria ou até mesmo para os mais aventureiros, que querem a adrenalina do ecoturismo. ABAV COLLAB
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O Cristo Redentor de braços abertos para a Baía de Guanabara
RIO DE JANEIRO
Região: Sudeste Capital: Rio de Janeiro Área: 43.696km2 Mais Infos acesse: visit.rio
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Rio de Janeiro: terra da música, da dança, do Cristo Redentor, do mar azul e de paisagens inesquecíveis. Consolidado como um dos destinos mais procurados no Brasil, o estado do Rio de Janeiro tem enfrentado diariamente as consequências da crise instaurada pela pandemia da Covid-19. Com o fechamento dos atrativos turísticos e a queda no número de visitantes, o estado investe agora nas medidas de contenção ao novo coronavírus. No início da pandemia, em abril, a capital fluminense já decretava estado de calamidade pública e solicitava ajuda emergencial. A rede hoteleira da cidade, por exemplo, registrava ocupação inferior a 5% e um prejuízo de quase R$130 milhões apenas no primeiro trimestre. A partir de então, foram desenvolvidos protocolos de segurança sanitária para a contenção da Covid-19 e a estabilização do número de casos no estado.
Em junho, o Rio de Janeiro lançava o programa “Rio de Janeiro Turismo Consciente”, que visava a retomada gradual das atividades turísticas fluminenses durante a pandemia da Covid-19. Elaborado pela Secretaria de Turismo em parceria com a Secretaria de Saúde, o selo tinha o objetivo de orientar as empresas do setor a adotar em suas rotinas as recomendações sanitárias do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Com o lançamento do selo “Turismo Responsável - Limpo e Seguro” pelo Ministério do Turismo no dia 4 de junho, quase 1.700 prestadores de serviços turísticos obtiveram seu registro no projeto, no período de um mês. O selo vale como referência de que todos os protocolos de saúde e seguranças estão sendo seguidos no estabelecimento, gerando maior confiança para os viajantes na fase de retomada dos atrativos turísticos.
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M&E ONLINE EM NÚMEROS USUÁRIOS ÚNICOS..................................... ...............MÉDIA DE
15 MIL POR DIA
MÉDIA NOS ÚLTIMOS MESES: Janeiro – 437 mil
Abril – 507 mil
Fevereiro – 435 mil
Maio – 449 mil
Março – 638 mil
Junho – 521 mil
DURAÇÃO MÉDIA DAS SEÇÕES:
PAGEVIEWS:
9 MINUTOS E 32 SEGUNDOS
1,5 milhão /média mensal
18 milhões por ano
USUÁRIOS DOS PAÍSES ABAIXO ACESSAM REGULARMENTE O M&E: BRASIL - ESTADOS UNIDOS - PORTUGAL - REINO UNIDO - ESPANHA - FRANÇA - ITÁLIA - ARGENTINA ALEMANHA - COLÔMBIA - COSTA RICA - ANGOLA - PARAGUAI - IRLANDA - NORUEGA - CANADÁ - CHILE - SUÍÇA - JAPÃO - EMIRADOS ÁRABES - PERÚ - BOLÍVIA - AUSTRÁLIA - CHINA - FINLÂNDIA - RÚSSIA URUGUAI - CABO VERDE - BÉLGICA - TURQUIA - PANAMÁ - ISRAEL - REPÚBLICA DOMINICANA - ÁUSTRIA - GRÉCIA - NOVA ZELÂNDIA - ÁFRICA DO SUL - DINAMARCA - ARÁBIA SAUDITA - SUÉCIA - ARUBA - VENEZUELA
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Vista aérea da Cidade Maravillosa
Teleférico do Pão de Açúcar, um dos passeios clássicos do Rio
E para garantir que todas as medidas de segurança estão sendo de fato aplicadas pelos hotéis, a ABIH-RJ lançou a certificação Hóspede Oculto. A ação visa a fiscalização da rede hoteleira do Rio por meio de hóspedes ocultos, que se instalam nos hotéis como um hóspede comum e preenchem um formulário de avaliação das medidas de proteção. Com o início da abertura gradual das atividades turísticas, entre os meses de julho e setembro, os principais atrativos turísticos voltaram a funcionar. Dentre as medidas necessárias para que as operações sejam realizadas, estão: redução no número de participantes, distanciamento social, uso obrigatório de máscaras e outras medidas de segurança sanitária necessárias para evitar a transmissão da Covid-19. Ainda em agosto, a Secretaria de Esta-
Estádio do Maracanã
do de Turismo do Rio de Janeiro (Setur-RJ) adquiriu o status de embaixadora do selo internacional “Safe Travels”, criado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Intermediada pela Setur-RJ, a medida visa estabelecer protocolos, a fim de tornar as viagens ainda mais seguras. O estado foi o primeiro da região Sudeste a emitir o selo internacional. Famosa por reunir mais de 3 milhões de visitantes todos os anos, a festa de Réveillon do Rio de Janeiro terá um formato diferenciado este ano - ela será transmitida de forma virtual ao vivo pelo canal oficial da Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur) no Youtube, com intérpretes de libras em todas as apresentações. Além disso, Está prevista ainda a possibilidade de transmissão pela TV aberta ou fechada. “O Réveillon Rio 2021 terá um novo mo-
delo, devido ao cenário em que o mundo se encontra com a pandemia da covid-19. Teremos o réveillon da responsabilidade social e não incentivamos as pessoas a irem às ruas. Além disso, a iniciativa privada terá uma oportunidade única para criar um réveillon que seja marcante, traduzindo o sentimento de esperança e desejo de que tenhamos um ano melhor”, afirmou o presidente em exercício da Riotur, Fabrício Villa Flor de Carvalho. Famoso por suas belezas, o estado do Rio de Janeiro conta com diversas opções de destinos. Dentre eles: a capital fluminense, Paraty, Cabo Frio, Petrópolis, Nova Friburgo, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Angra dos Reis e Ilha Grande. Na capital, os principais atrativos são: o Cristo Redentor, Corcovado, Pão de Açúcar, Parque Nacional da Tijuca, Pedra da Gávea, além das belíssimas praias da região. ABAV COLLAB
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Avenida Paulista, principal centro financeiro da cidade e um dos pontos turísticos de São Paulo
SÃO PAULO
Região: Sudeste Capital: São Paulo Área: 248.209km2 Mais Infos acesse: turismo.sp.gov.br
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Conhecido como o principal centro comercial e tecnológico do Brasil, o estado de São Paulo foi uma das primeiras regiões do país a implementar as medidas de combate à Covid-19. Isso porque, com uma alta taxa populacional e grande contato com estrangeiros, o estado estava em situação de risco e foi o primeiro a registrar um caso de contaminação do novo coronavírus no Brasil, no final de fevereiro deste ano. Com o objetivo de conter a contaminação pelo vírus no estado, ainda em março, a prefeitura da cidade de São Paulo ordenou o cancelamento de todos os eventos públicos de grande aglomeração. Além disso, o governo passou a recomendar o adiamento das viagens que estivessem marcadas para os
próximos meses, por meio da campanha #AdieSuaViagem, apresentada pelo secretário de Turismo do Estado, Vinicius Lummertz. No Litoral Norte de São Paulo, que integra as cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, foi anunciado o bloqueio das praias em abril. Em conjunto, as cidades da região pediam para que os turistas não cancelassem suas viagens, mas remarcassem para uma data futura. Com a estabilização no número de casos da Covid-19 no estado de São Paulo, em maio o governador João Dória anunciou o início da flexibilização da quarentena. O processo foi dividido em quatro etapas: a vermelha, considerada de alerta máximo, com o funcionamento permitido apenas dos serviços essen-
ciais; a laranja, que exige controle e dá a possibilidade de algumas aberturas; a amarela, com a abertura de alguns setores; e a verde, que permite a abertura de um número maior de estabelecimentos. Por fim, a fase azul é denominada de “Normal Controlado”, com tudo funcionando, mas ainda com medidas de distanciamento. No final de maio, foram apresentados os protocolos com recomendações a serem colocadas em práticas pelo setor de turismo. As medidas incluíam: redução da capacidade de participantes, isolamento social, higienização das áreas comuns, higienização pessoal, uso obrigatório de máscaras, entre outras. As regras foram personalizadas para cada um dos segmentos do setor, como hotelaria, transporte e lazer. Em junho, algumas cidades deram início à retomada gradual dos atrativos turísticos. No litoral Norte, as cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba foram liberadas para começar a receber os visitantes. Além do controle municipal para evitar a contaminação e o reforço nas estruturas de atendimento hospitalar, o trade turístico se preparou por meio de protocolos de segurança dos principais órgãos de saúde. No mês de julho foi a vez dos parques da capital paulista abrirem as portas para os visitantes. A retomada permitia a abertura com 40% da capacidade total de nove dos dezesseis parques estaduais da cidade. Dentre os protocolos a serem seguidos pelos parques, estavam: acesso proibido aos parquinhos, quadras, campos e ginásios de prática esportiva coletiva; uso de máscaras em tempo integral; distanciamento social de, no mínimo, dois metros; e proibição do uso de bebedouros e chuveiros. A a festa de celebração de Ano Novo na capital foi cancelada e a realização de outros eventos, como a Parada LGBT, a Marcha para Jesus e até mesmo o Carnaval de 2021, foram adiados pela prefeitura. O objetivo do adiamento é conseguir realizar as festas sem que haja risco de contaminação pela população e
Teatro Municipal, no Centro Histórico da capital paulista
Bairro da Liberdade foi fundado por imigrantes japoneses
Prestes a ser reaberto, o Museu Paulista guarda coleção histórica sobre a família real e a independência do Brasil
pelos organizadores dos eventos. São Paulo conta com uma grande variedade de atrativos, para todos os tipos de grupos e de gostos. Dentre os principais atrativos do estado, estão: as belas praias do litoral norte e sul; o frio das monta-
nhas nas serras de Campos do Jordão e Pindamonhangaba; as trilhas e aventuras de Juquitiba, Brotas e do Vale das Ostras; e as belíssimas paisagens de Cunha, Guararema, Socorro, São Francisco Xavier e o Parque Estadual do Alto da Ribeira. ABAV COLLAB
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Cidades históricas de Ouro Preto, Tiradentes e Mariana guardam muita cultura e arte
MINAS GERAIS
Região: Sudeste Capital: Belo Horizonte Área: 586.528km2 Mais Infos acesse: mg.gov.br
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Quando pensamos no Turismo de Minas Gerais, pensamos no contato com a natureza, nas aventuras do ecoturismo e na deliciosa gastronomia da região. Mas quem planejava viajar para Minas no início deste ano se assustou ao se deparar com a pandemia da Covid-19. Ao todo, a taxa de cancelamento das diárias em hotéis chegou a 70% ainda em março - comprometendo mais de 5 mil empregos na região. Com a queda na frequência dos voos na capital mineira, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte anunciou, em abril, o fechamento de parte do Terminal 2. O objetivo da alteração, ainda que temporária, era o de gerar mais eficiência operacional aos pousos e decolagens, que estavam limitados a uma malha aérea essencial. No mesmo mês, órgãos
de turismo do estado realizaram uma sondagem para acompanhar os efeitos da pandemia, com resultados desanimadores para todo o trade. Nesse meio tempo, a Secretaria de Lazer e Turismo de Minas Gerais passou a disponibilizar uma série de visitas virtuais aos seus atrativos. Uma maneira de manter os visitantes por perto a apresentar os principais destinos turísticos por meio de uma ação de imersão e realismo. Mais de 100 pontos turísticos e destinos mineiros puderam ser visitados por meio de um portal, utilizando a ferramenta “Minas em 360 graus”. Com a estabilização do número de casos de contágio pela Covid-19, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte recebeu, em junho, um crescimento de 57% no número de voos domésticos, quando comparado
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Vista aérea da capital Belo Horizonte
Ouro Preto, uma das cidades históricas de Minas Gerais
Igreja São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte
às operações realizadas em maio. Com 885 voos nacionais, o aeroporto recebeu mais de 50 mil passageiros ao longo do mês. O setor de Turismo deu início, em julho, à etapa de flexibilização das atividades turísticas, mantendo, no entanto, os restaurantes e atrativos fechados. Mas já em agosto, os destinos turísticos do estado começaram a se organizar e adaptar aos novos protocolos de segurança sanitária e às demandas dos visitantes. Nesta etapa, as opções de passeio em meio à natureza foram destaque na procura dos turistas. A cidade de Monte Verde, por exemplo, desenvolveu um sistema de controle para a recepção dos
visitantes. O projeto baseia-se em controlar a taxa de ocupação das hospedagens e casas de aluguel por meio de um sistema interno de reservas, criado exclusivamente para o distrito. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Turismo do estado, desde a implantação deste novo sistema, foram mais de 48 mil viajantes visitando o distrito. Tamanho foi o sucesso da aplicação, que o modelo já está sendo replicado em diversas cidades brasileiras. Para valorizar ainda mais o setor de eventos em Minas Gerais, o Ministério do Turismo anunciou o investimento de R$ 2,8 milhões para a construção de um Centro de Convenções na cidade de Montes
Claros, beneficiando mais de cem cidades no norte do estado. “Esta parceria vai ser muito importante para fomentar o turismo de negócios que já é uma vocação muito forte e muito evidente da cidade de Montes Claros”, afirmou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O estado de Minas Gerais é o segundo destino brasileiro mais procurado pelos viajantes, de acordo com o boletim do Observatório do Turismo de Minas Gerais. Dentre os principais atrativos da região, estão: Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Carrancas, Diamantina, Brumadinho, Monte Verde, Conceição do Ibitipoca e Capitólio. ABAV COLLAB
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Ponte Hercílio Luz, uma das construções mais notáveis de Florianópolis
SANTA CATARINA
Região: Sul Capital: Florianópolis Área: 95.346km2 Mais Infos acesse: turismo.sc.gov.br
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O estado de Santa Catarina, com sua costa para o Atlântico e ilhas paradisíacas, é uma das grandes belezas do território brasileiro. Sua capital, Florianópolis, oferece aos visitantes visitas encantadoras, em contato com seu centro histórico, sua gastronomia e suas praias. Com grande parte da economia do estado originada do Turismo, Santa Catarina tem enfrentado as críticas consequências da pandemia de Covid-19 e do isolamento social. Logo no início da pandemia, Santa Catarina já iniciava a aplicação dos protocolos de segurança sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tornando obrigatório o uso de máscaras de proteção nos estabelecimentos e nas ruas das cidades. No entanto, com o cancelamento de eventos e festas tradicionais da região, soma-se que o setor tenha sofrido um prejuízo de milhões de reais. Com o número de casos de contamina-
ção pela Covid-19 estabilizados, o estado passou a flexibilizar a quarentena e a dar início à retomada gradual das atividades turísticas. Cerca de 900 estabelecimentos ligados ao setor aderiram ao selo Turismo Responsável no estado, demonstrando interesse e comprometimento com os protocolos de saúde e higiene. Além disso, em meio à pandemia, Santa Catarina foi presenteada com uma boa notícia: o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, localizado em Florianópolis, foi eleito o melhor do Brasil entre os 20 maiores aeroportos de todo o país. O resultado faz parte da Pesquisa de Satisfação do Passageiro e Desempenho Aeroportuário da Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura. O feriado da Independência, no dia 7 de setembro, serviu como um termômetro para o estado, que aproveitou o grande número de visitantes para testar todas as
Foto: Daniel Vianna - MTUR
medidas sanitárias de contenção ao novo coronavírus. Em diversas cidades foram instaladas barreiras sanitárias, com aferição de temperatura e questionários rápidos sobre a saúde do visitante. Protocolos de distanciamento social foram aplicados em bares e restaurantes do estado; e as praias foram monitoradas por fiscais da saúde. Ainda em setembro, a cidade e o aeroporto de Florianópolis receberam o certificado internacional “Safe Travels”, de locais seguros para serem visitados. A certificação ocorreu em consequência de todas as ações de combate à Covid-19 realizadas pela prefeitura e pela Floripa Airport. Com isso, Florianópolis se tornou o primeiro destino a obter o selo ‘Safe Travels’, onde a porta de entrada da cidade, no caso o aeroporto, também está certificado. “O selo Safe Travels é um reconhecimento importante à cidade de Florianópolis e ao seu aeroporto neste momento em que o setor turístico enfrenta junto
com o poder público, a guerra contra a Covid-19. Tem sido um desafio diário e constante mas sem dúvidas, sairemos dessa crise ainda mais fortes”, celebrou o Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. Agora, a poucos meses do verão, a capital Florianópolis se prepara para a temporada de verão, que costuma atrair milhares de turistas todos os anos. Até o mês de dezembro, serão decididas todas as medidas sanitárias a serem aplicadas durante a temporada. Festas de fim de ano, como o Réveillon, ainda não foram descartadas e passam por avaliação. Santa Catarina conta com diversas opções de turismo e lazer, seja para famílias, amigos ou em uma viagem romântica. Dentre os principais destinos do estado, estão: Bombinhas, litoral com muito contato com a natureza; Nova Veneza, uma cidade histórica e cheia de paisagens encantadoras; Balneário Camboriú, famoso por suas praias; e Florianópolis, que conta com belas praias e incríveis dunas de areias.
Foto: MTUR
Balneário Camboriú: bares, praias e paradas de cruzeiros marítimos
Iatajaí, famosa por seu porto, também tem opções de esportes radicais
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Foto: Zig Koch - MTUR
Parque Nacional do Iguaçu onde estão localizadas as Cataratas do Iguaçu, principal mirante natural do estado
PARANÁ
Região: Sul Capital: Curitiba Área: 199.315km2 Mais Infos acesse: turismo.pr.gov.br
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É no litoral paranaense que se encontram as belas praias atlânticas de Guaratuba e do grande porto de Paranaguá. A região conta ainda com a grandiosidade de uma floresta subtropical e diversas espécies selvagens, localizadas ao redor das Cataratas do Iguaçu. Com tantas belezas naturais e diversas opções de lazer pela região, o estado foi um dos grandes afetados pela crise no setor de turismo mediante à pandemia da Covid-19. Logo no início do período de quarentena, o estado do Paraná já sofria os impactos de um período sem eventos e sem turismo. Com a necessidade da realização de quarentena e de isolamento social, foram mais de R$ 4 bilhões em prejuízos para o turismo paranaense, apenas entre março e maio de 2020, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Com o passar dos meses, o Turismo do estado foi se adaptando às novas demandas e seguindo à risca os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo governo do Paraná. O Instituto Municipal do Turismo, por exemplo, destinou uma área de seu site para a disponibilização de orientações, documentos legais, protocolos, pesquisas e documentos complementares para apoio ao gerenciamento de empresas. “O momento, embora não pareça, é propício para se falar de viagens, despertar o imaginário das pessoas, visto que estão em isolamento e planejam suas próximas experiências com ansiedade, mesmo com a concretização da viagem sendo um fato futuro, sem data marcada”, explicou a presidente do Instituto de Turismo de Curitiba, Tatiana Turra. Em junho, o estado já se preparava para a retomada gradual do Turismo. O
Foto: MTUR
Parque Tanguá, um dos mais visitados de Curitiba Foto: Zig Koch - MTUR
Jardim Botânico é um dos espaços mais famosos da capital paranaense
O ônibus turístico é uma boa opção para conhecer Curitiba
Sebrae/PR e a Fecomércio PR, em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), elaboraram manuais de conduta segura para serviços de bares e restaurantes, de hospedagem e para eventos do estado do Paraná. Na primeira fase de abertura, foram capacitadas 417 pessoas, de 351 empresas. Já no mês de agosto, foi a vez dos parques e unidades de conservação abrirem suas portas para os visitantes. Os primeiros locais a passarem pela redução de restrição estavam espalhados pelas dez regionais da cidade, evitando a concentração de pessoas em apenas um local.
Ferroviária de Paranaguá, um dos principais cartões-postais da região. Além disso, tem sido debatida a possibilidade de inserção do estado do Paraná nos roteiros de viagens dos proprietários de motorhome do país, fazendo com que as cidades paranaenses façam parte de um forte segmento do setor, que tem crescido e atraído mais turistas a cada ano. Com diversas opções de lazer a atrativos voltados ao contato com a natureza, o estado do Paraná atrai milhares de turistas todos os anos. Dentre os principais destinos da região, estão: Colônia Witmarsum, Antonina e Morretes, Vila Velha, Paranaguá, Tibagi, Ponta Grossa, Sapopema, Foz do Iguaçu, Curitiba, Ilha do Mel e Porto Rico.
No momento, o uso dos espaços estavam limitados a execução de exercícios físicos, de maneira individual, com uso de máscaras e higienização das mãos. Com o avanço da retomada, o Governo do Paraná investiu no desenvolvimento do turismo regional, incentivando viagens de até 200 quilômetros dentro do próprio estado - em especial as viagens voltadas para o ecoturismo, turismo de aventura e rural. “Queremos garantir que os destinos turísticos do Paraná entrem na rota dos paranaenses, dos brasileiros e dos estrangeiros”, afirmou o secretário de Turismo, Márcio Nunes. Para fomentar ainda mais o turismo na região, o Ministério do Turismo investiu R$ 1,7 milhão na restauração da Estação
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Serra gaúcha reúne natureza intocada com boa estrutura para os turistas
RIO GRANDE DO SUL
Região: Sul Capital: Porto Alegre Área: 199.315km2 Mais Infos acesse: turismo.rs.gov.br
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Na fronteira com a Argentina e com o Uruguai, está localizado o Rio Grande do Sul. O estado brasileiro conta com diversos atrativos turísticos, como centros históricos, cidades serranas e uma variedade de vinícolas. O turismo no estado, no entanto, teve que se reinventar nos últimos meses para sobreviver à crise instaurada pela Covid-19. Apenas no período de março à junho, por exemplo, o prejuízo no setor ultrapassou os R$6 bilhões, segundo informações da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Mas, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária necessários, o setor se prepara para a retomada gradual das atividades turísticas, após a estabilização no número de casos de contaminação da Covid-19. “Por mais que o Rio Grande do Sul esteja relativamente bem em relação a outros destinos turísticos do Brasil, com a pan-
demia de forma menos acentuada, houve uma paralisia no setor aéreo, o que afeta o Estado. Isso porque os destinos turísticos, de negócios e de eventos dependem da aviação civil”, explicou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Uma das principais ações do Governo do Rio Grande do Sul, foi a criação do “Modelo de Distanciamento Controlado”. Nele, o estado foi dividido em vinte regiões, analisadas de acordo com a velocidade de propagação da Covid-19 e a capacidade de atendimento do sistema de saúde. Ao todo, onze indicadores determinam a classificação das bandeiras da região, como número de novos casos, óbitos e leitos de UTI disponíveis, dentre outros. Com a estabilização do número de casos, em agosto, os principais destinos do
Chimarrão é um dos símbolos locais
Famoso churrasco gaúcho, ícone gastronomía do estado
Gramado, na Serra Gaúcha, é um dos principais destinos do estado
Rio Grande do Sul abriram suas portas aos turistas, retomando gradualmente as operações em hotéis, pousadas, bares, restaurantes e atividades turísticas. Dentre os protocolos a serem seguidos pelos estabelecimentos, estavam: distanciamento social, higienização dos ambientes e uso obrigatório de máscaras em todas as áreas comuns. No mesmo mês, o setor turístico ficou otimista com as baixas temperaturas e as previsões de neve para o estado. E para garantir a segurança dos visitantes, cerca de mil estabelecimentos do Rio Grande
do Sul emitiram o selo de “Turismo Responsável”, do Ministério do Turismo. A ideia é que os turistas possam se sentir mais seguros para viajar e frequentar locais que cumpram protocolos específicos para a prevenção da covid-19. Nesse período de retomada, a grande aposta está no turismo regional, com turistas que viajam de carro pelo próprio estado. Com o receio de contágio, a tendência é de que destinos mais distantes fiquem de fora dos roteiros dos viajantes em um primeiro momento. Além disso, a grande busca tem sido por destinos que
oferecem opções de ecoturismo, incluindo contato com a natureza, aventuras e paisagens. O Rio Grande do Sul oferece as mais belas paisagens, com uma cultura encantadora, os mais variados atrativos e uma gastronomia de dar água na boca. Dentre os principais destinos do Rio Grande do Sul, estão: a famosa dupla Gramado e Canela; Porto Alegre; Bento Gonçalves; Torres; Três Coroas; Cambará do Sul; São Miguel das Missões; Antônio Prado; Caxias do Sul; Pelotas; e Nova Prata. ABAV COLLAB
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MAGDA NASSAR: “É AQUI MESMO QUE EU TINHA QUE ESTAR” MAGDA NASSAR, PRESIDENTE DA ABAV NACIONAL No último dia 14 de setembro, Magda Nassar completou 15 meses à frente da Associação Brasileira das Agências Viagens (Abav Nacional). Além do desafio de ser a primeira mulher à frente da entidade, ela também se deparou com aquela que talvez seja a gestão mais desafiadora destes quase 67 anos de história da associação. Em 2019, com grandes dificuldades e apenas três meses, Magda e sua equipe conseguiram colocar de pé uma Abav Expo, que acabou se mostrando uma das edições mais interessantes dos últimos anos. Esse feito, somado a um perfil de liderança participativa e representativa, a reconduziram por aclamação à presidência, em eleição realizada em dezembro do ano passado. Mas se a feira foi um desafio, os meses seguintes seriam outro ainda maior. A pandemia de Covid-19 paralisou o setor e afetou severamente o segmento de agências de viagens, composto em sua maioria por micro e pequenas empresas, que se viram praticamente sem faturamento durante alguns meses. O momento exigia medidas emergenciais por parte do setor público, e certamente, ter uma das principais lideranças do Turismo no comando da associação que representa as agências contribuiu para que essas medidas fossem formatadas para atender às demandas emergenciais da categoria. Paralelamente a tudo que acontecia, Magda Nassar também teve que encontrar uma solução para a não realização da Abav Expo em 2020, principal feira do setor de Turismo no Brasil. Esta solução veio por meio da Abav Collab, que mais do que uma alternativa acabou se mostrando uma iniciativa inovadora e com diversas possibilidades, reunidas em um evento híbrido, que contará com uma grande estrutura virtual e uma presencial, em menor escala, em Salvador. Gerir uma entidade, ouvir agências, lutar pela sobrevivência do setor, buscar apoio de autoridades, realizar uma fei84
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“TEM UNS QUE VÃO DA FEIRA AO BAILE, EU FUI DA FEIRA À PANDEMIA.” ra e ainda gerir a própria empresa, isso tudo ainda encontrando tempo para desempenhar o seu papel de mãe. Este leque de atividades talvez explique o semblante muitas vezes exausto de Magda nas dezenas de lives e eventos online em que sua participação é requisitada. Esse também é o motivo de ela rechaçar uma possível reeleição. Mas Magda não encara este cenário como algo ruim, mas como uma tarefa que ela está disposta a cumprir. Em sua visão, ela está exatamente onde deveria estar neste momento. MERCADO & EVENTOS: Em junho você completou um ano na presidência da Abav, como está sendo a experiência? Quais foram as vitórias neste período? MAGDA NASSAR: Eu só peguei bucha. Esta é a definição. Tem uns que vão da feira ao baile, eu fui da feira à pandemia. Quando eu assumi foi totalmente ines-
perado. Não foi um cargo que eu tinha me programado pra ter, mas acabou acontecendo e eu não sou uma pessoa de dar as costas para problemas. Acabou que fizemos um trabalho bem-sucedido. Conseguimos dar uma reorganizada na Abav. Aí chegou a pandemia e isso foi um desafio muito maior do que qualquer coisa que eu já passei na vida. Foi um desafio em etapas regulamentar o setor, encontrar saídas e se posicionar como parceiro dos empresários e funcionários do turismo. Agora estou vivendo um momento de ansiedade em ver a Collab desabrochar paralelamente a todos estes problemas e vamos nos virando. Cada vitória é uma vitória de muita gente e saber que é um trabalho que eu coloquei a mão para mim é muito importante, pois o turismo é minha vida profissional inteira. E quanto a uma possível reeleição? MAGDA NASSAR: Não quero. Primeiro que meu mandato só termina em dezembro do ano que vem e eu ainda penso em entregar antes. Houve uma pressão para que eu ficasse e as coisas acabaram acontecendo. Não vou dizer que tudo que passamos foi a coisa mais legal da minha vida, mas não foi a pior. Sou uma pessoa de resultado e não só de discursos. Hoje eu consigo olhar para trás, após seis meses de pandemia, e ver que era aqui mesmo que eu tinha que estar, pois estaria agoniada em estar na minha empresa vendo tudo isso acontecer sem poder resolver estes problemas do setor. Como estão os preparativos para a Abav Collab? MAGDA NASSAR: Estamos esperando mais de que os 32 mil inscritos da feira no ano passado. É um evento longo. Vamos ter abertura dia 27 de setembro e no dia 28 teremos um dia inteiro de navegação, para as pessoas se habituarem, então muita gente vai acabar se escrevendo no dia. Mas é interessante se inscrever antes,
O QUE PENSAM OS LÍDERES até porque teremos diversas ativações. Quem se inscrever antes pode receber uma surpresa em casa e participar de algumas destas ativações. No Brasil tem mais de 70 mil CNPJs de agências de viagens abertos. Este evento não é só para agentes de viagens. Ele foi feito pelos agentes de viagens e é para o trade intei-
“HOJE EU CONSIGO OLHAR PARA TRÁS, APÓS SEIS MESES DE PANDEMIA, E VER QUE ERA AQUI MESMO QUE EU TINHA QUE ESTAR” ro. Todo mundo pode estar no evento em sua totalidade. Uma agência pode inscrever todos os funcionários que podem entrar e sair do evento. Eu acho que vamos bater muitas metas, pois as pessoas têm nos procurado e falado muito do evento. Será um conteúdo sensacional, com grandes apresentações e ativações muito legais. Também temos o Black Friday. Como foi a escolha de Salvador para receber a abertura oficial e a parte física do evento? MAGDA NASSAR: Quando a gente decidiu fazer a abertura oficial, queríamos comemorar isso de alguma forma, até porque é o dia mundial do Turismo. Resolvemos conversas com todos os presidentes das Abavs estaduais e pensamos em destinos como Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro e acabamos em Salvador. O prefeito ACM Neto foi um grande parceiro, assim como Secretário de Cultura e Turismo, o Pablo Barrozo. Eles foram sensacionais e abraçar a ideia na hora. É uma honra para gente, pois vamos praticamente inaugurar o novo centro de convenções, obviamente em um evento muito restrito e exclusivo por conta da Covid-19. Vamos ter um show do Olodum, que vamos transmitir em uma live para o país inteiro. Teremos muitos players do mercado e muita gente falando sobre o dia mundial do Turismo, inclusive com o envolvimento da Organização Mundial do Turismo. É uma coisa para a gente celebrar a nossa resiliência. Em que a experiência da Abav Collab pode agregar para as futuras edições da
Abav Expo? Este ambiente digital deve estar presente também na próxima edição da feira? MAGDA NASSAR: É a primeira vez que qualquer um nesse país faz um evento virtual deste porte, com tantos parceiros importantes, com esse olhar tão amplo. Mas vamos analisar isso depois. Acho que os encontros presenciais têm sua força, mas nesse novo olhar de ampliar os horizontes, o Collab é um caminho, tanto para um evento híbrido, quando para uma Abav Expo transmitida ao vivo. A Abav tem um compromisso com o agente de viagens, ela existe por causa dele. Para nós o evento não é só uma questão comercial, mas é algo que tem a obrigação de movimentar o setor. Este evento já é híbrido, pois tem pontos físicos, mas este híbrido pode aumentar e o virtual acompanhar. Não é tão fácil fazer um evento como a Collab. Estamos com um time inteiro trabalhando, então fazer isso e mais um presencial do tamanho que é a Abav Expo simultaneamente eu não sei se é possível. Não são apenas salas de Zoom com palestras, é importante que se ressalte isso. É um grande evento comercial.
“PARA NÓS O EVENTO NÃO É SÓ UMA QUESTÃO COMERCIAL, MAS É ALGO QUE TEM A OBRIGAÇÃO DE MOVIMENTAR O SETOR.” Algumas ações, como as MPs 936, 948 e 963 foram fundamentais para garantir um respiro ao setor. Qual o balanço é possível fazer sobre a importância destas medidas para as agências de viagens e da atuação do governo parta o setor de turismo? MAGDA NASSAR: Foram fundamentais. Junto com outra MP, a 944, essas MPs foram se complementando. A Abav trabalhou muito em todas elas, seja na aprovação, no texto, ou no texto e aprovação e nas bases das medidas. A gente se envolveu bastante em todas, sempre levando contribuições importantes, indo atrás dos líderes e fazendo reuniões. Isso resultou na criação do G20, esse grupo de associações que trabalharam juntas. Acho que o setor não teria sobrevivido minimamente sem esta ajuda. Agora,
com a MP 963, a gente chega nos finalmentes do escoamento destes recursos do Fungetur, que para nós é fundamental. Trabalhamos muito para que esse crédito chegasse nas agências. É um recurso exclusivo para o turismo e tem funcionado. Fizemos um acordo com a Caixa Econômica Federal, para facilitar o acesso dos associados a esse crédito. Já a 948 fui fundamental para estabelecer este acordo entre clientes e agentes de viagens e também fornecedores. Foi uma vitória para esmagadora, pois a gente conseguiu a retenção da comissão para os agentes, pois o entendimento é de que ele prestou o serviço, diferentemente de outros elos da cadeia. A Abav teve uma atuação exemplar e conseguiu amenizar as dores do setor. A nossa grande luta agora é para conseguir uma lei sobre a responsabilidade solidária para que ela seja menos canibal.
“ACHO QUE O SETOR NÃO TERIA SOBREVIVIDO MINIMAMENTE SEM ESTA AJUDA.” A nota técnica divulgada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) isenta as agências desta responsabilidade solidária. Ela não é suficiente para resolver esta questão? MAGDA NASSAR: Ela encaminha, mas não é uma lei. Queremos uma lei e estamos brigando por isso. Acho que tem que ser tudo muito claro, e por isso eu gosto de leis. Tentamos emplacar isso na Lei Geral do Turismo, o que não foi possível, mas em tempos de pandemia conseguimos que muita gente nos ouvisse. As coisas estão acontecendo porque estamos brigando muito. Após estas ações, que vieram para “estancar a sangria”, quais as demandas são prioridades para o setor? MAGDA NASSAR: Acho que essa medida da responsabilidade solidária é fundamental. Precisamos também nos organizar para criar seguros aplicáveis ao mercado, incluindo seguro para passageiros, seguro contra quebra para empresas e também para a responsabilidade civil. Temos que trabalhar para ter viajantes e empresários cobertos de eventuais proABAV COLLAB
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O QUE PENSAM OS LÍDERES blemas. Outro ponto é a regulação dos transportes terrestres, que a Abav tem trabalhado. Temos também a compra de passagens pelo governo, que é uma causa de que somos simpatizantes, pois queriam comprar diretamente com as companhias aéreas e pular as agências, o que é inadmissível. As mudanças em relação a alíquotas de IRRF para remessas ao exterior acabaram sendo excluídas na votação da MP 907 (MP da Embratur), o que levou ao veto presidencial, por questões de responsabilidade fiscal. Como o setor está lidando com esta questão? Já existe uma movimentação para uma nova MP ou projeto de lei que aborde a questão? MAGDA NASSAR: O IRRF estava na 907 e acabou sendo vetada na presidência, porque houve um entendimento errado na hora do voto. O imposto voltou para 6% e isso não era permitido pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O Congresso entendeu que o texto com estava seria um aumento de imposto. A gente já
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preparou outra MP junto com o Ministério do Turismo, mas esta MP infelizmente está empacada na Receita Federal, pois estão analisando uma compensação (para a redução do imposto). Não sei por que a compensação, pois obviamente o movimento deste ano não será igual ao do ano passado. Estamos brigando, mas essa é uma MP já pacificada. Tenho certeza que quando a Receita liberar essa MP ela vai para a presidência e será assinada. Essa nova MP estabelece 6% de alíquota. Para mim o IRRF é um tema absurdo, pois ele penaliza o setor. Isso é uma bitributação. O que nos consola, é que nos países em que o Brasil tem acordo o dinheiro pode ser enviado sem tributação. Mas a MP está pronta e a gente espera esse olhar mais efetivo para o setor.
“PARA MIM O IRRF É UM TEMA ABSURDO, POIS ELE PENALIZA O SETOR.”
O que a pandemia já modificou no segmento de agenciamento de viagens. E qual é sua visão sobre o futuro do setor após esta crise? MAGDA NASSAR: Eu acho que se os agentes continuarem nessa linha, vamos ter grandes consultores de viagens provando seu valor. Vamos ter uma nova percepção desse ofício. Em algum momento a percepção errada de que é mais caro comprar com o agente, ou que não é necessário ou até que o consumidor pode saber mais que o agente. Essa percepção errada foi colocada à prova durante a pandemia, pois vimos pessoas totalmente perdidas. Os agentes fizeram repatriação reembolsos, restituições, remarcações. Foi um setor que exigiu muito dos profissionais, pois eles tiveram que lidar com imprevistos muito difíceis. Os consumidores que não tinham estes profissionais enfrentaram muito mais dificuldades. Essa mudança de percepção vai ser fundamental nessa caminhada dos agentes de viagens, mostrando que as técnicas profissionais são insubstituíveis.
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O QUE PENSAM OS LÍDERES
APÓS PICO DA CRISE, OPERADORAS VIVEM MOMENTO DE RETOMADA E PERSPECTIVAS POSITIVAS PARA 2021 ROBERTO NEDELCIU, PRESIDENTE DA BRAZTOA Entre o fim de março e o início de abril as operadoras de turismo se depararam com um cenário aterrorizante. Vendas paradas, cancelamentos e incertezas sobre o futuro das viagens e de suas próprias empresas. Quase seis meses depois, o cenário ainda não é o desejado, mas motiva muito mais otimismo que em abril, com 79% das operadoras realizando vendas. Apesar de um volume muito abaixo do de 2019, as perspectivas para 2021 mostram um horizonte positivo para o segmento, que viveu nos últimos meses a pior crise de sua história. Já é possível notar um crescimento nas vendas para todas as regiões do Brasil, com destaque para o Nordeste, assim como para destinos internacionais, incluindo Portugal, Itália, Cancún, Punta Cana, Orlando, Miami, Maldivas, Argentina e Peru. Em entrevista, o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Roberto Nedelciu, falou sobre os momentos vividos nestes últimos meses e analisou as perspectivas, após o setor chegar ao que se pode chamar de “fundo do poço”. O presidente da Braztoa também destacou a importância das medidas governamentais, abordou demandas do setor e traçou uma perspectiva sobre o futuro do segmento. MERCADO & EVENTOS: As operadoras de turismo estão entre as empresas mais afetadas pela pandemia. De acordo com dados da Braztoa, o segmento deixou de faturar R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre? É possível detalhar este impacto? ROBERTO NEDELCIU: Abril foi o pior mês de vendas. Esse indicativo foi evoluindo, gradativamente e com muita cautela, mês a mês. Hoje, já chegamos ao patamar de 79% das operadoras Braztoa realizando algum tipo de venda. O 88
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volume de vendas ainda é baixo se comparados a 2019, porém essas variações positivas refletem o cenário já previsto anteriormente de uma retomada de faturamento lenta e gradual, de longo prazo, mas, acima de tudo, presente. Tanto que para 87,5% das operadoras, agosto foi melhor ou similar a julho.
“A RESILIÊNCIA PARA ENTENDER, REAGIR E BUSCAR SOLUÇÕES TEM SIDO IMPRESCINDÍVEL ” Quais as principais as principais ações das operadoras para lidar com o momento? Qual foi a linha de atuação da Braztoa? ROBERTO NEDELCIU: Desde o início da pandemia provocada pelo Covid-19, a Braztoa está focada em uma gestão de crise, desenhada de forma conjunta entre Conselho de Administração e executivos. A entidade está mobilizada e
comprometida em monitorar, informar, atuar e ajudar seus associados, visando a continuidade e a sustentabilidade dos negócios em um novo ambiente de mercado. A resiliência para entender, reagir e buscar soluções tem sido imprescindível para a associação e seus membros que se tornaram cada vez mais unidos e colaborativos entre si. Em um momento de muitos desafios e necessidades, a Braztoa tem estimulado a geração de negócios entre seus associados e diferentes players do mercado, com ações de aproximação das redes de relacionamento e distribuição e com uma comunicação constante e transparente com o setor e o consumidor. Exemplo disso é o Movimento Supera Turismo, que busca a apoiar a retomada do turismo com segurança, divulgando as viagens de forma compartilhada com o maior número de pessoas engajadas, além da série de webinars realizada desde abril, e a atual articulação para a realização de uma série de eventos que conectem os destinos aos operadores, agentes e consumidores, que está prestes a ser anunciada. A maior parte das operadoras promoveu uma gestão que acompanhou seu volume de vendas e trabalho, o que culminou em demissões que abrangeram de 26 a 50% das equipes. É importante ressaltar que uma parte das operadoras, mesmo em tempos difíceis, não realizou nenhuma demissão. Uma equipe forte, focada e experiente é fundamental para que uma empresa esteja apta para a retomada. De forma geral, os fornecedores foram sensíveis ao momento do setor? ROBERTO NEDELCIU: Sim, muitos fornecedores foram e estão sendo sensíveis à situação, fazendo uma redução de preços, promoções. Um ponto forte é a marcante presença da possibilidade de
O QUE PENSAM OS LÍDERES remarcações sem custos adicionais. Isso tem ajudado a fechar muitas vendas, já que o consumidor se sente mais seguro. Podemos citar alguns fornecedores que vão no caminho contrário, aumentando seus valores por conta da redução da capacidade, mas a maior parte tem trabalhado com parceria. Em abril, mais da metade das operadoras não realizaram vendas. Este cenário, no entanto, foi melhorando, até chegar em julho, com 78% das operadoras realizando vendas. Já é possível fazer avaliações sobre o mês de agosto? Quais as perspectivas para os próximos meses? ROBERTO NEDELCIU: 79% das operadoras realizaram vendas no mês de agosto. Este indicativo manteve estabilidade ante os 78% apresentados em julho, fator traduzido com positividade, já que agosto é, tradicionalmente, um dos meses do ano com volume de vendas mais baixo. Quero destacar uma sutil, mas importante mudança no faturamento das empresas. O percentual de empresas que apontou ter vendido de até 50% comparado ao faturamento do ano anterior deu um salto de 10% para 25% no mês de agosto, dividindo o segundo lugar no ranking com as empresas que faturaram de 11% até 25% em relação ao mesmo período de 2019. O número de operadoras cujo faturamento ainda está até 90% menor do que em 2019, segue alto, em 40%, mas tem apresentado queda desde julho (era 45% em julho e 72% em junho). Como está sendo o comportamento do consumidor nesta retomada das vendas? Quais os principais destinos? ROBERTO NEDELCIU: O último levantamento realizado pela Braztoa, que traz dados de agosto, mostra que, quanto mais próximo de 2021, maior fica confiança das pessoas em viajar, à medida em que elas se sentem mais seguras e, também, pela possibilidade da aprovação de uma vacina e abertura de fronteiras. E chama a atenção que, embora o consumidor tenha se mantido recluso nesse período, ele tem aproveitado o isolamento para já planejar as viagens que desejam fazer logo depois. A região Nordeste se destacou mais uma vez, fazendo parte das vendas de 83% das operadoras, seguida das regiões Sudeste, indicada por 80% das pesquisadas, Sul
(74%), Centro Oeste (70%) e Norte (62%). Entre os destinos nacionais mais comercializados em agosto, em cada região, figuraram Salvador, Porto de Galinhas, Angra dos Reis, interior de São Paulo, Serra Gaúcha, litoral de Santa Catarina, Bonito e Amazônia. No internacional, destaque para a Europa, que esteve presente nas comercializações de 75% das pesquisadas, seguidas da América Central/Caribe (62%), América Sul (55%), América do Norte e Ásia/Oceania (48% cada) e África (24%). Entre os destinos mais procurados estão Portugal, Itália, Cancún, Punta Cana, Orlando, Miami, Maldivas, Argentina e Peru. As maiores preferências dos turistas se dividiram entre viagens com aéreo de curta distância (voos com menos de 2 horas de duração), seguidos de roteiros completos com voos de longa distância (voos superiores a 2 horas de duração), além das hospedagens em locais de curta distância (até 400 quilômetros). Os resorts aparecem com maior destaque entre as opções para acomodação. A locação de carro se mostrou constante e os cruzeiros marítimos começam a aparecer no ranking das escolhas, o que pode ter ligação com o maior volume de vendas concentrado no primeiro semestre de 2021. Destinos de praia, campo e cidade ficaram empatados no ranking de buscas, seguidos de locais de natureza e ecoturismo. Em relação ao tempo, as viagens mais comercializadas foram as de média duração (5 a 9 dias), seguidas das de curta duração (até 4 dias). As escapadas de final de semana aparecem em terceiro lugar e, na sequência, estão as viagens de longa duração (10 dias ou mais). Viagens para casais foram responsáveis pela grande maioria das vendas, seguidas dos roteiros para famílias com adolescentes ou adultos, que tiveram pouca diferença para as vendas de viagens para famílias com crianças pequenas. Viagens entre amigos e pessoas de terceira idade começaram a ganhar representatividade nas buscas. Em condições normais, quanto tempo o setor levaria para recuperar as perdas deste período? Em relação ao volume de vendas, já existe uma perspectiva de quando ele deve retomar os níveis pré-pandemia? ROBERTO NEDELCIU: Difícil prever uma retomada em condições normais, já que esse cenário atual, sem precedentes,
é a nossa realidade. Segundo um estudo da Braztoa, considerando o cenário atual da pandemia, mais da metade (54%) das operadoras espera atingir o mesmo volume de faturamento pré-pandemia apenas em 2022. Os que aguardam esses resultados em 2021 somam 13%, ficando quase empatados com os que esperam o mesmo apenas para 2023. Essa estimativa é muito volátil e tende a ter grandes mudanças de acordo com os acontecimentos, como a descoberta de uma vacina, abertura mais ampla das fronteiras, entre outras coisas. Como você prevê o futuro do setor em relação ao perfil das viagens e preocupações dos turistas? ROBERTO NEDELCIU: A retomada está se iniciando por viagens de menor duração e para regiões mais próximas dos grandes centros urbanos, onde boa parte das pessoas moram - trajetos de até 500 quilômetros de distância ou três horas de voo - com escolha por espaços rurais ou abertos, em meio à natureza, que possibilitem certo distanciamento social. Antes de mais nada, os viajantes buscarão locais que estejam atentos à normas rigorosas de biossegurança. Isso é uma prioridade. E quando falamos de mudança de valores, falamos também na escolha do viajante por respeitar e privilegiar as pessoas, as comunidades locais e sua cultura própria, pensando no apoio ao comércio local, em como sua presença e suas escolhas podem impactar a economia daquela cidade e das pessoas que vivem ali. Depois de um extenso período de distanciamento, voltar a se conectar com amigos e a família, inclusive por meio das viagens, será uma das prioridades das pessoas e destinos calmos, que remetam à segurança, paz interior e às experiências transformadoras estarão no topo das adesões. Vale ressaltar que há um movimento externo, de transformação da sociedade, que aos poucos passa a valorizar empresas que atuam de forma mais responsável. E isso repercute também no trabalho das Operadoras de Turismo, que atuam na intermediação - dos produtos e consumidores – e que aos poucos começa a adotar novos critérios para a seleção de parceiros comerciais, para sua gestão interna e para a estruturação das experiências que oferece na ponta aos viajantes. Com certeza. Esse era um movimento que já estava se delineando e que ganhou mais força nos últimos meses. ABAV COLLAB
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“PROCESSO DE APROVAÇÃO DOS PROTOCOLOS NO BRASIL ESTÁ AVANÇANDO”, AFIRMA MARCO FERRAZ MARCO FERRAZ, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA CLIA BRASIL Afetada drasticamente pela pandemia de Covid-19, a temporada brasileira de cruzeiros 2020/2021 passou de oito navios, como inicialmente previsto, para apenas três, todos eles da MSC Cruzeiros, única companhia a operar na costa brasileira. A redução é consequência de uma decisão da Costa de não realizar cruzeiros nesta temporada e da Pullmantur, que suspendeu suas operações. Em meio a este cenário, a Clia Brasil corre contra o tempo para definir protocolos junto as autoridades e garantir a realização da temporada. Em entrevista, o presidente-executivo da Clia Brasil, Marco Ferraz, destacou o trabalho que vem sendo realizado com Grupo Executivo Interministerial e afirmou que o processo de aprovação dos protocolos no Brasil está avançando. MERCADO & EVENTOS: A temporada brasileira 2020/2021 foi drasticamente reduzida por conta da pandemia de Covid-19. A Costa cancelou sua participação, a Pullmantur suspendeu operações e MSC reduziu a oferta e o número de navios. Qual avaliação é possível fazer sobre a temporada após estas modificações? MARCO FERRAZ: A CLIA não exerce interferências nas decisões de seus associados e reforça que está trabalhando para a concretização da temporada 2020/2021, com previsão para acontecer entre novembro/20 e abril/21, e também com foco na temporada 2021/2022, tanto para os Navios dedicados ao país (cabotagem), quanto para os que podem fazer suas viagens de longo curso passando por aqui. As definições serão divulgadas tão logo estiverem ajustadas. 90
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“ACREDITAMOS QUE OS PRECEDENTES POSITIVOS EM IMPLEMENTAÇÃO NA EUROPA, COM BONS FEEDBACKS, POSSAM SER REPLICADOS AQUI” Como está o trabalho junto a Anvisa e outros órgão para a definição de protocolos e diretrizes para a temporada? MARCO FERRAZ: Os novos protocolos estão há um tempo sob avaliação da Anvisa, com acompanhamento do Grupo Executivo Interministerial – GEI, que elaborou um grupo técnico sobre o assunto composto por diversos órgãos e Ministérios, como Saúde, Infraes-
trutura, Turismo, entre outros. Estes protocolos foram desenvolvidos por painéis de especialistas contratados pelas companhias marítimas, com base na ciência, na medicina, últimas tecnologias, inovações, e nas diretrizes de autoridades locais e globais de saúde, incluindo a Anvisa, a Organização Mundial da Saúde, os Centros de Controle de Doenças dos EUA, entre outras. A MSC anunciou um protocolo rígido, incluindo redução de capacidade, testagem, monitoramento e restrição de saída às excursões. Este protocolo já está funcionando em cruzeiros da companhia no Mediterrâneo. Será possível implementar este mesmo protocolo, aqui no Brasil. Quais adaptações serão necessárias?
O QUE PENSAM OS LÍDERES MARCO FERRAZ: O processo de aprovação dos protocolos no Brasil está avançando e acreditamos que os precedentes positivos em implementação na Europa, com bons feedbacks, possam ser replicados aqui. Ainda existe algum risco de que as autoridades proíbam a realização da temporada brasileira? Quais são os cenários possíveis? MARCO FERRAZ: Os números referentes ao estágio da pandemia estão melhorando gradativamente. Estamos confiantes de que os protocolos apresentados, que foram projetados para prevenir e mitigar ao máximo o risco de transmissão em todos os aspectos da jornada do hóspede, desde o momento da reserva até o embarque, a vida a bordo e até o retorno para casa, buscando uma experiência memorável, tornam a temporada viável e segura e aguardamos a evolução nos trâmites de aprovação. Durante coletiva de imprensa realizada em julho, o presidente da Clia, Adam Goldstein, avaliou como positiva a retomada de cruzeiros no norte da Europa. No entanto, dias depois houve um surto em um navio na Noruega, levou à proibição de cruzeiros no país. Como um caso como este, logo na retomada, impacta o setor? MARCO FERRAZ: Esse foi um caso isolado no qual a empresa já avaliou os pontos que precisavam ser melhorados para fazerem os ajustes necessários. Hoje, já possuímos associados operando, ou com datas próximas de operação, em outros países como Alemanha, França, Itália, Grécia, Croácia, Taiti e Taiwan, sem intercorrências e com bons feedbacks. Esse panorama positivo traz ainda mais confiança de que podemos ter uma temporada de sucesso por aqui, uma vez que os protocolos praticados nesses países são os mesmos que foram aqui encaminhados para aprovação. É importante ressaltar que o setor e as Companhias estão preparados para todos os cenários possíveis e os protocolos contam com um plano estruturado de contingência, caso seja necessário, sempre com medidas de isolamento e procedimentos de desembarque
e retorno seguro para casa o mais rápido possível, além de forte recomendação de aquisição de seguro viagem para todos os hóspedes. O Mediterrâneo começou a receber os primeiros navios em agosto. Até o momento, não há registros de surtos nestas primeiras operações, que contaram com protocolos mais rígidos. O sucesso desta retomada das grandes companhias deve abrir as portas para a volta dos cruzeiros em outras regiões, como Caribe e América do Sul, ou esta retomada depende apenas do momento da pandemia nestas regiões? MARCO FERRAZ: Precedentes positivos abrirão muitas portas pelo mundo, mas as decisões são baseadas em uma série de fatores. É importante ressaltar que, para a Clia (em todo o mundo) e para o setor de cruzeiros, o compliance, o meio ambiente e as pessoas estão sempre em primeiro lugar. Por isso, estamos melhorando o que já tem sido feito com rigor e iremos adicionar tecnologias e inovações para ir ainda mais longe nos esforços para proteger a saúde e o bem-estar dos hóspedes, da tripulação e das comunidades visitadas. Tendo essas premissas atendidas, a navegação pode e deve ocorrer, criando experiências memoráveis e contribuindo para um impacto econômico positivo nos locais por onde as embarcações passam. O setor de cruzeiros foi e ainda será um dos mais impactados pela pandemia. Além do impacto financeiro, houve pouca ajuda por parte de governos, o que levou as grandes companhias a recorrerem a venda de títulos de dívida, de ações e até aumento de capital. Isso se soma a medias administrativas, como demissões, redução salarial e venda de navios. É possível estimar o quanto o setor ‘encolheu’ com a pandemia? MARCO FERRAZ: Os Cruzeiros possuem grande importância para a economia e para a retomada do Turismo. Na temporada 2018/19, os navios foram responsáveis por um impacto econômico de R$ 2,08 bilhões na economia do Brasil, além da geração de cerca de 32 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Ainda estamos consolidando os números reais de impacto da pandemia no setor, mas estamos certos de que em breve e com a máxima segurança, teremos a oportunidade de rever nossos hóspedes, criar experiências memoráveis e visitar diversos destinos, contribuindo para um impacto econômico positivo nos locais por onde as embarcações passam, voltando a gerar renda e postos de trabalho. Estamos trabalhando fortemente para a retomada segura da nossa indústria e vamos voltar no momento certo, de forma gradual e segura. O setor de Cruzeiros marítimos é muito sólido e as Companhias não mediram esforços para voltar a prestar os melhores serviços e construir experiências memoráveis para os cruzeiristas fiéis e para os de primeira viagem, impactando positivamente os destinos e toda cadeia do Turismo. Como recuperar a confiança do cruzeirista a curto e médio prazo? MARCO FERRAZ: Oferecendo o que temos de melhor: segurança, tecnologia e experiências únicas. Este é um tipo de viagem que atrai muitos novos fãs, mas que também tem um público bastante fiel, que conhece muito bem e confia nas medidas de segurança e limpeza colocadas em prática dentro da embarcação. Nossa última pesquisa mostra que 86% dos cruzeiristas quer repetir o tipo de viagem. Depois que esse momento difícil passar, teremos uma grande demanda para atender. O foco das companhias de cruzeiros não está apenas nos navios, mas também na experiência dos seus clientes em terra, e seu impacto econômico e social positivo nas comunidades locais. Estamos melhorando o que já é feito com rigor e buscaremos apresentar o que existe de melhor no mundo, adicionando tecnologias e inovações para que todos se sintam extremamente seguros. Os cruzeiros, temporada por temporada, vêm se reforçando como uma das melhores maneiras de experimentar o mundo, pois oferecem os três tipos de viagem mais desejados hoje, de acordo com alguns estudos: Turismo de Experiência, Acessível e Transformador. ABAV COLLAB
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PARA ALEXANDRE SAMPAIO, ANTES DA RETOMADA, SETOR LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA ALEXANDRE SAMPAIO, PRESIDENTE DA FBHA “Não é retomada e sim sobrevivência”. É assim que Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) define o atual momento do setor hoteleiro no país. Em entrevista, Sampaio fez uma cronologia do setor desde que as primeiras medidas de isolamento começaram a ser implementadas no país. Como uma das principais lideranças do turismo, ele destaca a importâncias das Medias Provisórias publicadas para garantir a empregabilidade no segmento e sustentar a sobrevivência dos negócios. Ele ainda abordou questões como Ecad, guerra de preços e cobrou uma medida que permita a renegociação de tributos federais devidos pelos meios de hospedagem. MERCADO & EVENTOS: O setor hoteleiro foi um dos mais afetados pela pandemia. É possível fazer uma cronologia sobre os cenários e as reações do setor desde os primeiros efeitos, em março, até agora? ALEXANDRE SAMPAIO: No fim de março e início de abril todos os hotéis ficaram vazios e alguns começaram a reabrir lentamente ou pausadamente a partir de julho, em grande parte. Em áreas de fronteiras agrícolas ou na área petrolífera alguns hotéis ficaram trabalhando, assim como polos industriais no interior tiveram algum movimento, e áreas de mineradoras e de barragens. Tivemos a reunião em Brasília para descutir os avanços e a ajuda que o governo poderia dar. O setor hoteleiro utilizou muito a (MP) 936, agora lei 14.020, que é a suspensão de contrata de trabalho ou diminuição de carga horária com a redu92
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“EU DIRIA, QUE A PALAVRA NÃO É RETOMADA E SIM SOBREVIVÊNCIA.” ção da remuneração. Alguns hotéis também utilizaram a MP 944, que é a o financiamento da folha de pagamento. Depois começou para micro e pequenas empresas o Pronampe. Setores de hotelaria, alimentação, hostels, pousadas e motéis conseguiram os financiamentos, ou pelo Fampe do Sebrae, ou pelo Pronampe com garantia de 100% da operação pelo FCO do Banco do Brasil. Alguns agora mais recentemente conseguiram alavancar pelo FGI, que é aquele Fundo Garantidor do BNDES para faturamento acime de R$ 4,8 milhões no ano passado. Algumas empresas demitiram 10%. Há
uma projeção de perdas de mais ou menos R$ 182 bilhões no turismo como um todo. Muitas empresas quebraram e não vão reabrir, basicamente restaurantes, mas também pequenos empreendimentos hoteleiros. Agora, com os protocolos de pé, não só do governo federal, mas também estados e municípios e das próprias entidades que colaboraram, há uma pequena retomada que deve se estruturar até a vacina. Eu diria, que a palavra não é retomada e sim sobrevivência. Há uma estimativa sobre o percentual de UHs que já estão funcionando normalmente? ALEXANDRE SAMPAIO: Não sabemos o percentual de Unidades Habitacionais que estão abrindo. Há uma percepção que de 30 mil meios de hospedagem, em tese, 80% já se encontram abertos. Estamos falando de um número em torno de 24 mil
O QUE PENSAM OS LÍDERES que já devem estar abertos. Se tirarmos uma média de dez unidades por meio habitacional, estamos falando em quase 250 mil quartos ofer-
“TODOS OS HOTÉIS ESTÃO TRABALHANDO NO VERMELHO” tados. Isso é um número aleatório. As retomadas se deram em junho, e mais efetivamente em julho, porque eram férias. Agosto houve um número crescente, muito porque as pessoas estavam cansadas de ficar em casa, então as unidades ao redor de polos emissores, como capitais, com curta distância de acesso rodoviário, passaram a ter mais hospedagem de fim de semana. Os índices de contaminação e morte decrescentes a partir de setembro consolidam este processo, apesar de eu achar que percentualmente continuamos com 80% ou talvez 85% em funcionamento. Muitas unidades só vão abrir depois da vacina, principalmente nas grandes cidades. Com exceção a esses que citei no começo, todos os hotéis estão trabalhando no vermelho, com uma ocupação pífia durante a semana, o que não estimula que outras unidades reabram. Além de postergar o reembolso, qual a importância da segurança jurídica trazida pela Lei nº 14.046, de 2020, resultante da MP 948? ALEXANDRE SAMPAIO: A lei nos dá o respaldo para a empresa contratada não devolver estes depósitos antecipados. Isso tem temática de garantia de caixa, que é o que falta neste momento para manter de pé as empresas, pois se tivessem que devolver depósitos antecipados muitas quebrariam. Após estas medidas emergenciais, qual os outros pleitos do setor para garantir uma retomada sustentável? ALEXANDRE SAMPAIO: Saiu agora publicada a questão do Fungetur (Lei 14.051), então é fundamental que estes R$ 5 bilhões sejam permeados
por várias entidades financeiras para repasse, principalmente para giro. O governo também precisa ganhar uma sistemática de um Refiz para o turismo. Isso seria um fator fundamental, porque muitas empresas estão inadimplentes com tributos federais e não se permite auferir recursos públicos mesmo que indiretamente para financiamento. O fim da cobrança do Ecad em quartos é uma prioridade? Como está a busca por apoio para a sua aprovação? ALEXANDRE SAMPAIO: Eu diria que é importante, mas apesar de termos conseguido votar o regime de urgência da matéria, ela se junta a outras que lá estão e a presidência da Câmara só vai votar assuntos relacionados à Covid. Então eu acho pouco provável que isso venha ganhar pauta. Isso é um problema que vai demorar um pouco para poder
“JÁ ESTAMOS TENDO OPERAÇÕES NÃO SUSTENTÁVEIS. ELA (GUERRA DE PREÇOS) JÁ ESTÁ ACONTECENDO” andar. O apoio para aprovação ou não tem sido feito dos dois lados. Estamos falando muitas lideranças, e o Ecad também tem feito isso. Acho que o jogo está empatado. Qual estratégia para recuperar a confiança do hóspede na retomada? ALEXANDRE SAMPAIO: Campanhas como supera turismo são importantes para difundir a ideia de equipamentos seguros e destinos receptivos, para nós podermos trazer o cliente de novo aos nossos equipamentos. É importante também que estados e municípios tenham políticas hospitaleiras. No Rio de Janeiro, por exemplo, se não temos praia liberada, não tendo uma sistemática e só proibir por proibir não é o caminho adequado. Talvez seja necessária uma sistemática de agendamento e espaços demarcados.
Você acredita em uma guerra de preços? ALEXANDRE SAMPAIO: Ela já está acontecendo. Os preços caíram muito e falta poder aquisitivo à população. Os europeus para vir para cá ainda têm uma percepção de muita difusão da Covid entre nós, então ainda somos um destino a ser evitado. Só restam os brasileiros. Dado a queda de poder aquisitivo, os preços tiveram que se adequar em um patamar menor. Abaixo disso é pre-
“NÃO TEMOS MAIS TEMPO DE NOS QUEIXAR DO PREJUÍZO ECONÔMICO, PORQUE, AGORA, É HORA DE TRAZER SOLUÇÕES” juízo. Já estamos tendo operações não sustentáveis. Essa guerra já exite em função de uma adequação de valores cobrados para baixo. Em meio a toda esta turbulência, a FBHA está completando 65 anos de atuação. A entidade sempre foi pautada pela inovação e pela representatividade. O que podemos esperar da Federação no futuro? ALEXANDRE SAMPAIO: Nunca, em hipótese alguma, imaginamos que estaríamos passando por algo tão intenso e negativo para o nosso setor. Desde a chegada da Covid-19, tivemos que readaptar as nossas rotinas, mas, além disso, fomos obrigados, pelas condições da pandemia, a reinventar as nossas atuações. Não temos mais tempo de nos queixar do prejuízo econômico, porque, agora, é hora de trazer soluções. A inovação é fundamental nesta caminhada. Precisamos aprender coisas novas e, acima de tudo, readaptar o turismo para que continuemos movimentando renda, emprego e, claro, alegria para milhões de brasileiros. O aniversário da federação não podia ser diferente: nesses 65 anos de atividade, buscamos sempre modernizar. Neste ano, mais do que nunca, estamos entrando para o novo mundo. ABAV COLLAB
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COM AÇÕES EMERGENCIAIS E RÁPIDAS, MTUR GARANTE FÔLEGO AO SETOR DURANTE A CRISE MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO, MINISTRO DO TURISMO Desde que os efeitos da pandemia se agravaram no turismo brasileiro, em meados de março, o Ministério do Turismo iniciou uma forte atuação, que incluiu ouvir as necessidades do setor e trabalhar pela construção de medidas emergenciais junto a outros ministérios. Este trabalho resultou em medidas como a criação do selo “Turismo Responsável” e as MPs 936, que garantiu a flexibilização dos contratos de trabalho, 948, que deu segurança jurídica estabelecendo o prazo de 12 meses para reembolso, e por fim a 963, que liberou crédito para o setor. Em meio a estas medidas, a pasta toca paralelamente os projetos iniciados em 2019 e trabalha para equalizar questões como a cobrança do Ecad em hotéis e a criação de cassinos integrados a resorts. E entrevista, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio destacou esta atuação para gerir a crise do Turismo. MERCADO & EVENTOS: As entidades do setor elogiaram a atuação do MTur para gerir a crise do coronavírus. Qual balanço é possível fazer do papel desempenhado por ações como as MP 936, 948 e 963, já convertidas em leis, para a sobrevivência do setor de Turismo em meio a pandemia? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Temos um balanço bem positivo. Uma das nossas primeiras preocupações no início da pandemia era de evitar o desmonte do setor. Para isso, logo reuni os membros do Conselho Nacional do Turismo para tratar do assunto e iniciamos, naquele momento, o trabalho de medidas para ajudar o setor que é um dos mais impactados em todo o mundo. Entre as medidas adotadas estava a da publicação da MP 936, iniciada por 94
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dades do turismo, nós já temos um protocolo específico, seja na rede hoteleira, nas agências de viagens, seja nas locadoras de veículos. Além disso, divulgamos a ampliação do número de instituições financeiras do país para distribuir linhas de crédito do Fungetur; o programa Qualifica +Turismo, que ofertará cursos de qualificação nas 30 rotas prioritárias do programa Investe Turismo; além da destinação de recursos para que estados e municípios possam promover seus atrativos. Logo mais à frente, divulgaremos o detalhamento de todas as ações para a nossa retomada. nós, e que assegurou a manutenção de empregos no setor. Já tive bons retornos sobre a lei nº 14.046, que regulamenta a relação entre as empresas de turismo e cultura e os consumidores. E não poderia deixar de citar a MP 963, que recentemente, virou lei e já garantiu crédito em condições especiais para mais de 1.300 empreendimentos nos primeiros sete meses do ano. Ainda temos muito a fazer para colocar o nosso Turismo de volta ao ritmo de crescimento e aos recordes alcançados no ano passado. Conto com a ajuda do trade, das secretarias estaduais e municipais de turismo e dos nossos turistas para isso. Tomadas as ações para mitigar os impactos, quais são os próximos passos? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Estamos trabalhando um conjunto de ações de retomada da atividade no qual o selo “Turismo Responsável” é uma das principais frentes. Com ele, nós conseguimos colocar o Brasil entre os 10 primeiros países do mundo com o selo de biossegurança. Ou seja, em pelo menos 15 ativi-
O Fungetur já teve 1,3 mil projetos aprovados até julho, totalizando R$ 780 milhões, a maioria relacionada a capital de giro. Quantos pedidos ainda aguardam aprovação? A previsão é fechar o ano com quantos projetos aprovados? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Já empenhamos mais de R$ 1,4 bilhão para as instituições financeiras credenciadas, que confirmaram 1.301 operações contratadas entre janeiro e julho deste ano. Sendo 97% de micro e pequenas empresas. Dos 1.301 contratos, 851 foram para capital de giro, 428 para aquisição de bens, 13 para obras e 9 para bens/capital de giro ou bens/obra. Além disso, cerca de outros R$ 2 bilhões estão em negociação com os bancos e agências de fomento para que sejam efetuados novos repasses conforme ocorra o escoamento dos recursos anteriormente disponibilizados. Com a sanção recente da Lei nº 14.043, de 19 de agosto de 2020, a nossa expectativa é de que este número posso aumentar ainda mais, já que será possível a utilização do Fundo de Garantia de Operações (FGO) na contratação de crédito do Fungetur,
O QUE PENSAM OS LÍDERES facilitando ainda mais as condições para acesso ao crédito nos agentes financeiros credenciados. Uma das principais medidas deste período foi a criação o Selo Turismo Responsável, que já foi solicitado por mais de 20 mil prestadores de serviços turísticos. Como foi a construção desta ação? Está previsto algum tipo de fiscalização para verificar se os estabelecimentos continuam atendendo aos protocolos? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: O selo “Turismo Responsável” foi construído com a junção de esforços da equipe do Ministério do Turismo e o trade, com o objetivo de estabelecer boas práticas de higienização para os segmentos do setor e garantir ao turista toda a segurança necessária para o retorno das viagens. Todos os protocolos que orientam as atividades foram chancelados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e levaram em conta, ainda, o que é adotado por entidades internacionais. Destaco aqui que o Selo é uma ação promocional de incentivo à adoção de medidas de segurança sanitária durante a pandemia. Nós, do Ministério do Turismo, entendemos que as próprias empresas e profissionais do turismo são os principais interessados em assegurar um ambiente seguro para seus colaboradores e para seus clientes. Caso os protocolos de segurança não sejam cumpridos pelo estabelecimento, orientamos que o turista realize uma denúncia através do número 136 - Disque Saúde. No início do ano, o MTur comemorava vitórias conseguidas em 2019 e traçou como principais objetivos para o ano a criação das áreas especiais de interesse turístico e a concessão dos parques naturais. Como ficam essas metas em meio a este ano atípico? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Essas ações continuam andando dentro do Ministério do Turismo, inclusive estão dentro do conjunto de ações de retomada. Queremos continuar desenvolvendo-as, para isso criamos a Secretaria Nacional de Atração de Investimentos, Concessões e Parcerias, que tem a mis-
são de atrair investimentos privados para o setor através da melhora do ambiente de negócios com foco na segurança jurídica e nas parcerias público-privadas envolvendo concessões e autorizações. Acredito que logo mais traremos novidades para vocês. Qual a situação do programa Investe Turismo, principal ação anunciada em 2019? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: O programa, também, segue sendo desenvolvido nas 30 rotas turísticas anunciadas em 2019. São ações que estão sendo realizadas em quatro linhas de trabalho que vão desde o fortalecimento da governança, por meio de uma agenda estratégica entre os setores público e privado; melhoria de serviços e atrativos turísticos, com foco em micro e pequenas empresas; marketing e apoio à comercialização, por meio de campanhas, produção de inteligência mercadológica e da participação em eventos da área, até a atração de investimentos e o apoio ao acesso a linhas de crédito e fontes de financiamento. Os projetos buscam elevar a qualidade da oferta turística nas rotas selecionadas em todas as regiões brasileiras. Entre as propostas trabalhadas está a do desenvolvimento do turismo rodoviário no país, o nosso próximo passo é trabalhar na construção de terminais e na criação de linhas de ônibus, que sairão dos aeroportos para essas rotas turísticas e também para cidades do entorno. Essa promoção da conectividade dos modais de transporte no Brasil vai revolucionar o turismo e resolve uma demanda antiga dos turistas estrangeiros. Durante a reunião ministerial, que teve sua gravação divulgada, você defendeu a discussão sobre a legalização de cassinos integrados a resorts. A medida é vista como uma grande alternativa para alavancar o setor. Como esta está pauta dentro do governo. Já é possível prever quando alguma proposta sobre o tema será apresentada? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Obviamente é um tema que precisa ser discutido neste momento no Brasil.
Para se ter uma ideia, pelo menos 93% dos países ligados a OCDE já contam com os chamados resorts integrados e mais de 95% dos países desenvolvidos no mundo também adotaram essa medida. Então, é uma realidade no mundo. Estamos propondo um amplo debate entre o parlamento brasileiro, os órgãos de fiscalização e a população sobre o assunto. A discussão sobre a cobrança do Ecad em quartos de hotéis já foi retirada de duas MPs, durante votação na Câmara, o que mostra que lobby do setor cultural vem se mostrando mais forte que o do setor turístico no Congresso. Há no momento um projeto tramitando em regime urgência sobre o tema. O MTur tem sob seu guarda-chuva as duas áreas, como a pasta está se posicionando para resolver este impasse? MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO: Entendemos a importância do Ecad para os nossos artistas e apoiamos o reconhecimento cada vez maior
“A COBRANÇA DESTA TAXA EM QUARTOS DE HOTÉIS E CABINE DE CRUZEIROS MARÍTIMOS É INJUSTA.” dos direitos autorais. No entanto, a cobrança desta taxa em quartos de hotéis e cabine de cruzeiros marítimos é injusta pois acreditamos que trata esses locais como sendo de frequência coletiva e não de uso privado. Além disso, o recolhimento já é feito nas áreas comuns como hall de entrada, área de lazer e restaurante. As próprias operadoras de TV por assinatura ou de divulgação assemelhadas de streamings já pagam taxas para o Ecad. Portanto, quando se trata de quartos e cabines trata-se de uma dupla cobrança. Quando isso ocorre, ela reverte no custo do serviço ao consumidor. Por esse motivo, estamos trabalhando para eliminar essa cobrança, mas respeitando todos os direitos dos artistas. ABAV COLLAB
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EMBRATUR DESTINARÁ R$ 40 MI PARA PROMOÇÃO DOMÉSTICA GILSON MACHADO NETO, PRESIDENTE DA EMBRATUR A transformação da Embratur em agência de promoção, iniciada com a MP 907 e consolidada pela Lei 14.002, garantiu uma maior liberdade para a exploração de marca e promoção do Brasil no exterior. A agora agência, no entanto, teve cortada parte de sua verba prevista, após a tramitação do texto no Congresso, o que reforçou a necessidade de criar parcerias e estabelecer novos projetos que levantem os recursos necessários para capitalizar esta promoção. A não participação em feiras internacionais após o início da pandemia, garantiu à Embratur um caixa de R$ 310 milhões, que abre espaço para iniciar esta nova fase. Deste total, R$ 40 milhões serão reservados neste primeiro ano à promoção interna, em virtude do cenário criado pela pandemia. Em entrevista, o diretor-presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, detalhou a atuação da nova agência e destacou o seu papel na recuperação do turismo.
PROGRAMANDO PARA VIAJAR
tância. Nos somos talvez o único país do mundo onde todos querem tirar férias. Em um raio de 200 km os destinos brasileiros conseguem reunir gastronomia, cultura, história, natureza e negócios. Vamos focar nossas energias nesse turismo, que é o que foi sacramentado na MP 907, que foi transformada em lei. Mas não vamos abandonar o que fizemos. No ano passado muitos eventos no exterior e fizemos muitos contatos. Não perderemos este network. Vamos voltar a agir porque não é interessante perder este turista que já está se programando para viajar no próximo ano.
MERCADO & EVENTOS: Qual será o papel da Embratur nesta retomada do Turismo? GILSON MACHADO NETO: O papel da Embratur é basicamente estimular o turismo interno junto com o Ministério do Turismo, com ações para turismo de curta e média dis-
Qual vai ser a estratégia quando for o momento de recomeçar a promoção internacional? GILSON MACHADO NETO: Antes eu queria dar um dado. Se a Argentina não estivesse em crise e taxado em 30% qualquer turista que quisesse sair do País, hoje em relação aos gastos, nós teríamos passado de 7 milhões de turistas no ano passado,
“NÃO PERDEREMOS ESTE NETWORKING. VAMOS
VOLTAR A AGIR PORQUE NÃO É INTERESSANTE PERDER
ESTE TURISTA QUE JÁ ESTÁ SE NO PRÓXIMO ANO.”
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uma vez que todos os mercados tiveram um aumento de 4 a 25%, principalmente aqueles em que isentamos os vistos. Agora respondendo a pergunta, vamos focar, em primeiro lugar, nos nossos vizinhos do cone sul, nos nossos vizinhos e, claro, naqueles que têm conectividade com o Brasil. Na realidade, iríamos entrar com uma campanha pesada nos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, mas a pandemia mudou os planos. Este ano iríamos participar de mais de 40 feiras, que exigem o pagamento antecipado. Mas em fevereiro, quando começou a evoluir a pandemia, eu marquei uma reunião de emergência com o presidente Bolsonaro e decidimos que não iríamos fazer nenhum investimento em feiras neste momento. O dinheiro do Brasil está todo em caixa. Qual a estratégia para definir a participação em feiras internacionais no ano que vem. Como fica esta programação? GILSON MACHADO NETO: Es-
O QUE PENSAM OS LÍDERES tamos esperando as organizações das feiras definirem o futuro sobre os eventos. Muitos países abriram e fecharam novamente, por isso estamos aprendendo conforme o andamento da pandemia. Por mim, participaremos de todas as feiras que acontecerem.
“QUEREMOS TER NO MÍNIMO US$ 120 MILHÕES POR ANO.” Em relação aos escritórios de promoção internacional, os EBT, existe uma previsão de retomada e como seria o modelo? GILSON MACHADO NETO: No começo, os escritórios serão junto com as embaixadas. O ministro Ernesto (Araújo, das Relações Exteriores) já nos ventilou essa possibilidade. Teremos um escritório da Argentina, para cuidar da América Latina, que será coordenado pelo ex-ministro do Turismo da Argentina, Gustavo Santos. Teremos um escritório em Portugal, que cuidará da Europa, um em Miami, que cuidará dos Estados Unidos, outro na China, para o mercado asiático, e um em Dubai. Estamos dando preferência a pessoas que sejam do trade e que conheçam o mercado local e trabalhem em cima de metas. O orçamento da Embratur foi ampliado durante alguns meses entre a publicação da MP 907 e a sua transformação em lei, em maio. Na votação no Congresso, vocês acabaram perdendo as principais fontes de recurso, que viriam do Sistema S. Como está o orçamento da Embratur atualmente? GILSON MACHADO NETO: Hoje temos em caixa cerca de R$ 310 milhões, que já fizemos uma programação para dois anos. Neste primeiro ano vamos investir R$ 40 milhões até o fim do ano. Estamos buscando parceria junto ao Congresso Nacional e no próprio governo para viabilizar mais recursos. Temos conversas como o Ministério da Economia e até com a Caixa Econômica Federal, na criação de uma possível loteria do Turismo. Queremos ter no mínimo US$ 120 milhões por ano. Estes R$
“ASSUMI O COMPROMISSO DE NÃO COBRAR PISO DE FEIRAS PARA OS ESTADOS” 310 milhões são desta parte do sistema S que vigoraram até maio com a MP. A Lei que transformou a Embratur em agência também abre a possibilidade de conseguir recursos mediante a exploração da marca Brasil, com a venda de produtos licenciados. Já existe uma previsão para que estes produtos passem a ser comercializados para garantir este retorno financeiro? GILSON MACHADO NETO: Nosso departamento de marketing já está fazendo este trabalho. Estamos inclusive formatando esta marca. Eu não tenho dúvidas de que será uma fonte de recursos muito importante. Já estamos adiantando com a Caixa Econômica a loteria que estamos formatando para turismo. No lugar de números esta loteria contará com 60 destinos brasileiros. Isso também vai assegurar recursos pra Embratur. Uma das principais reivindicações dos estados é a criação de uma verba decentralizada de promoção, como já aconteceu no passado. Como a Embratur avalia esta possibilidade? GILSON MACHADO NETO: Isso é um pleito que tem que ser levado Ministério do Turismo. Nas reuniões que tive com o Fornatur, após a transformação em agência, eu assumi o compromisso de não cobrar piso de feiras para os estados. Os estados que forem, iremos ajudar com verba, pois sabemos da dificuldade que existe hoje em dia. Em relação a retomada, que é uma grande expectativa de todo o setor. quando você crê que o turismo possa voltar a sua normalidade? GILSON MACHADO NETO: Eu sou um otimista. Eu acho que as companhias vão voltar ao patamar de 2019 só em 2022. O setor hoteleiro já está em torno de 60% de reservas para de-
zembro e janeiro na comparação com 2019. O setor já começa a dar sinais evidentes de que vai se recuperar. O turismo, evidentemente é o primeiro a sofrer e o último a se recuperar. A Embratur iniciou em 2019 ações como a dos Embaixadores e o Reis do Rolê. Qual o balanço dessas ações? A pandemia atrapalhou o andamento destes projetos? GILSON MACHADO NETO: Nós mudamos o foco para trazer mais turismo de natureza, gastronomia, etnocultura e turismo náutico. Mudamos também o foco da música brasileira no exterior. O Brasil é Bossa Nova sim, mas o Brasil que lota estádio é sertanejo, forró, axé, samba e o frevo. Essa é a música que começamos a levar para a promoção no exterior. Fale um pouco mais sobre como os recursos da Embratur serão utilizados para o turismo interno neste primeiro momento. Já há uma perspectiva de quanto será gasto e como será a dinâmica desta campanha? GILSON MACHADO NETO: Serão reservados R$ 40 milhões para essa promoção interna, para ser usado em várias ações em parceria com o Ministério do Turismo. Faremos ações em mídia online, mídia offline, influenciadores e vamos explorar diversas possibilidades. Serão promoções convênios e outras várias coisas nas quais este capital pode ser investido. Já estamos pedindo materiais para as secretarias de turismo para desenvolver estas ações. Já grandes expectativas e projetos em relação aos parques nacionais. Como a Embratur está se estruturando para vender o país além do sol e praia? GILSON MACHADO NETO: Temos uma gerência de natureza na Embratur e também uma gerência de projetos especiais que estão focadas nisso. Estamos mapeando diversas regiões junto com ICMBio. Não tenho dúvidas de que o ecoturismo é um dos segmentos com mais potencial par promover o País. Começamos a ganhar mais espaço justamente quando começamos a focar neste turismo de natureza. ABAV COLLAB
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O QUE PENSAM OS LÍDERES
REDES DEVEM RECUPERAR NÚMEROS DO ANO PASSADO SÓ EM 2023, AFIRMA FOHB ORLANDO SOUZA, PRESIDENTE EXECUTIVO DO FOHB Afetada por cancelamento do lazer e pela quase paralisação do corporativo, a hotelaria foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia de covid-19. O setor foi um dos primeiros a se mobilizar na criação de protocolos e em adaptações em seu modelo de negócio. Essas medidas permitiram uma retomada gradual, que na primeira de setembro chegou a 90% de hotéis abertos, de acordo com o Fórum dos Operadores Hoteleiros (Fohb). Em entrevista, o presidente da entidade, Orlando Souza, destacou as medidas adotadas pelas redes e os cenários vividos durante a pandemia. MERCADO & EVENTOS: A hotelaria foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia. É possível fazer um balanço sobre a evolução do cenário para o setor nos últimos meses? ORLANDO SOUZA: Os números nos mostram dois tipos de movimento de recuperação. Um movimento mais intenso para as hospedagens de lazer e um movimento muito frágil para as hospedagens em viagens de negócios. Mas em ambos os casos com taxas ainda muito abaixo dos mesmos períodos de 2019. O FOHB informou que cerca de 85% dos quartos de hotéis já foram reabertos no Brasil. Como foi essa cronologia de abertura mês a mês. Entre os fechados, quais os motivos? ORLANDO SOUZA: Começamos a mapear semanalmente, desde a segunda semana, o ritmo de aberturas das unidades hoteleiras durante a pandemia. Na primeira semana de setembro já temos 90% dos hotéis dessa base de aproximadamente 900 hotéis abertos. Porém estar aberto não significa que teremos aumento das ocupações. Isso ainda vai demorar. Quais as principais mudanças que a 98
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suas matrizes internacionais e há as que adotam o protocolo desenvolvido pelo FOHB o qual foi, revisado por um especialista em segurança hospitalar, pela marQ- empresa especializada em processos de higienização hoteleira e chancelado pelo IMT – Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP.
pandemia já trouxe para a hotelaria? Quais ainda podem trazer? ORLANDO SOUZA: Uma mudança é a exigência de protocolos de segurança de higiene, com selo/chancela de órgão que dê credibilidade. As empresas, as operadoras, as agências não poderão mais indicar hospedagem em hotéis que não tenham um protocolo garantidor da segurança. Mudança que ainda virá será para hotéis sem capacidade de se modernizarem que certamente não terão condições de reabrir. Vai haver um downsizing na oferta dos meios de hospedagens. É possível falar em alterações da hotelaria como modelo de negócio? ORLANDO SOUZA: O COVID-19 só vai acelerar essa evolução. Marcas confiáveis e conhecidas serão um ativo importante no mercado além disso o uso intenso de tecnologia, coisa que nem todos os hotéis são capazes de ter, será um vetor de subsistência. Você pode falar um pouco sobre a adoção de protocolos e selos pelas redes hoteleiras? O que vem sendo priorizado na implementação destas medidas? ORLANDO SOUZA: No caso das redes do FOHB há aquelas que adotaram protocolos próprios, as vezes de
Como deve ser o comportamento da tarifa média nos próximos meses? ORLANDO SOUZA: Vai haver um processo de queda em virtude da baixíssima demanda. Mas só sobreviverão aqueles que tiverem um plano consistente de adequação da baixa demanda e de receitas. Só baixar o preço não vai trazer necessariamente hóspedes pois eles não estão viajando/hospedando por causa de uma pandemia e não por causa de preços. Em relação ao RevPAR. O estudo “Panorama da Hotelaria Brasileira” publicado no início do ano mostrou um crescimento significativo em 2019? A pandemia não só freou este crescimento como derrubou os índices. Há alguma expectativa sobre quando deve voltar aos mesmos níveis de 2019? ORLANDO SOUZA: Este ano os hotéis certamente fecharão suas contas em prejuízo. O equilíbrio talvez venha a partir do segundo trimestre de 2021. E falar em lucros apenas ou em números de 2019 só a partir de 2023 O que fazer para evitar uma guerra de preços entre redes e hotéis independentes nesta retomada? ORLANDO SOUZA: Ter uma consistente administração de “bi” e Revenue Management. A operação com as novas normas de segurança ficará mais dispendiosas. Novas despesas serão agregadas, baixar os preços simplesmente é o caminho para o fim.
O QUE PENSAM OS LÍDERES?
VOEPASS, retomando cada vez mais destinos, para te conectar com segurança e agilidade
São Gabriel da Cachoeira
Manaus
Parintins
Tefé Carauari
Coari
Itaituba
Eirunepé Lábrea
Salvador Brasília Goiânia
A VOEPASS intensificou os processos d e d e s i n f e c ç ã o d a s a e r o n av e s , seguindo todas as recomendações da ANAC e ANVISA, utilizando álcool em gel e produtos de limpeza de nível h o s p i ta l a r. D u ra n t e o s vo o s , o s dispositivos de renovação do ar das aeronaves trabalham na renovação automática de 100% do ar da cabine a ca d a 5 m i n u to s , g a ra n t i n d o u m ambiente livre de contaminações.
Campo Grande
Uberlândia
Três Lagoas
Ribeirão Preto Ponta Grossa Foz do Iguaçu
Rio de Janeiro São Paulo
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O QUE PENSAM OS LÍDERES
ABIH: OCUPAÇÃO MÉDIA NÃO CHEGA A 15% NOS HOTÉIS INDEPENDENTES MANOEL LINHARES, PRESIDENTE DA ABIH NACIONAL Se grandes redes hoteleiras foram afetadas pelos efeitos da pandemia de Covid-19, este cenário foi ainda mais desafiador para hotéis independentes, que não contam com a cobertura de uma grande marca para enfrentar a crise. As mudanças provocadas pelo período reforçaram a necessidade de o segmento se tornar mais eficiente e competitivo para garantir a sobrevivência. Em entrevista, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Manoel Linhares, abordou o cenário e a importâncias das Medidas Provisórias editas pelo governo federal para garantir a sobrevivência dos hotéis. Linhares, no entanto, destaca que as medidas não são suficientes. O empresário reforçou a necessidade de resolver questões relacionadas a cobrança do Ecad nos quartos de hotéis e falou sobre a adoção de protocolos de saúde e segurança. Manoel destacou ainda que a retomada está sendo lenta e que a ocupação média não chega a 15%, o que sequer cobre custos. MERCADO E EVENTOS: Os hotéis independentes estão entre os mais afetados pela crise do coronavírus. É possível estimar o percentual de hotéis que encerraram operações em virtude da pandemia? MANOEL LINHARES: A pandemia paralisou o setor hoteleiro. Esse ano está praticamente perdido. Ainda é difícil dimensionar o número de meios de hospedagem que encerrarão completamente suas operações, pois as atividades estão voltando e isso pode trazer um cenário mais positivo. Mas há ainda muitos hotéis e pousadas fechados ou funcionando com severas restrições. Estamos também em contato permanente com os hoteleiros por todo o país e todos são unânimes em afirmar que os prejuízos são incalculáveis. A ocupação média não 100 ABAV COLLAB
chega a 15%, o que sequer cobre seus custos. Teremos uma travessia difícil, mas temos trabalhado junto às autoridades para mostrar a importância da hotelaria para o turismo brasileiro. É fundamental pensar que a pandemia irá passar e o turismo retomará seu papel, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do país. Qual tipo de suporte a ABIH forneceu e vem fornecendo para os associados durante o período? MANOEL LINHARES: Nesse momento de retomada das atividades no turismo, a ABIH Nacional e várias outras entidades ligadas ao setor, conhecidas como G20, se uniram e estão trabalhando em esfera federal para viabilizarem a sobrevivência e a retomada dos empreendimentos ligados ao turismo. Iniciamos os trabalhos já em março com a campanha “Não cancele, remarque” e conseguimos aprovar as MP´s 936 e 948 e liberação de linhas de crédito e agora, em conjunto com a Embratur e o Ministério do Turismo. Estamos elaborando um plano
de divulgação para fomentar o turismo interno. Esse grupo de entidades também elaboraram, com apoio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o “Manual de Segurança e Higiene”, com todas premissas básicas para garantir a prevenção em saúde e a não transmissão do novo coronavírus, como o distanciamento social, a higiene pessoal, a sanitização de ambientes, a comunicação e o monitoramento dos protocolos e recomendações.
“COBRAR DIREITOS AUTORAIS NOS QUARTOS DE HOTÉIS É SEMELHANTE A FAZÊ-LO NA CASA DAS PESSOAS.” Já é possível fazer um panorama sobre a retomada? Quantas UHs já estão funcionando e o percentual de hotéis que reabriram? MANOEL LINHARES: A retomada
O QUE PENSAM OS LÍDERES tem sido bastante lenta. O setor tem sentido um pequeno aumento na demanda durante os finais de semana, nos hotéis próximos aos grandes centros, mas com as restrições ao número de hóspedes em alguns municípios. Esse movimento ainda é residual e nenhum hotel sobrevive apenas com venda de hospedagem nos finais de semana. Em relação as reservas, quais foram os piores meses? MANOEL LINHARES: Desde que começaram as restrições de circulação de pessoas, o setor de turismo, que é exatamente baseado no deslocamento das pessoas, parou completamente. De lá para cá, o cenário foi semelhante. A ABIH luta há algum tempo pelo fim da cobrança do Ecad nos quartos de hotéis. Como avaliou a retirada deste item da votação da MP 907? Isso mostrou um lobby mais forte do setor cultural do que do turístico no Congresso? MANOEL LINHARES: Não vemos dessa maneira. O projeto de lei que trata da questão da cobrança de direitos autorais para músicas executadas dentro dos quartos de hotéis teve seu requerimento de urgência aprovado. Após o texto finalizado, dependerá de uma decisão do presidente Rodrigo Maia de quando coloca o projeto de lei na pauta para ser votado. A isenção da cobrança de Ecad nos quartos de hotéis é uma antiga reivindicação do setor de hotelaria, já que pela Lei Geral do Turismo (n.º 11.771/08, de 17 de setembro de 2008), o quarto de hotel é considerado como um residência temporária do hóspede, portanto sujeito a regras e autorizações semelhantes a de uma casa quanto à entrada de quaisquer pessoas, profissionais ou mesmo autoridades. Com isso, cobrar direitos autorais sobre músicas executadas nos quartos de hotéis é semelhante a fazê-lo na casa das pessoas. Ha ainda outra questão: as formas mais comuns de se ouvir músicas hoje é através das tvs abertas e pagas e também pelos aplicativos de música que já recolhem direitos autorais. Outro ponto importante
é que em 2019, a arrecadação do Ecad chegou aos R$ 1,1 bilhão. Deste montante, os hotéis contribuem com mais de R$ 23 milhões (cerca de 2,5%), valor que pode ser investido nos hotéis nesse momento. Sem contar que representa muito pouco da arrecadação do órgão. É importante ressaltar ainda que há uma Diretiva (2006/115/CE) da Comunidade Europeia que também reconhece o quarto de hotel como ambiente privado, não sujeito ao recolhimento. Outra diretiva atesta que a mera disponibilidade da obra musical não gera pagamento de direito autoral. Como a ABIH vem trabalhando para resolver esta questão do Ecad? MANOEL LINHARES: Temos investido na argumentação de que a hotelaria não questiona a cobrança de direitos autorais sobre as músicas executadas em ambientes coletivos, mas apenas nos quartos dos meios de hospedagem, já que pela Lei Geral do Turismo, eles são considerados ambientes privados, como se fosse uma residência temporária, de uso exclusivo do hóspede. Qual foi a importância de MPs como a 936 e a 948 para a sobrevivência dos hotéis independentes? MANOEL LINHARES:Foram importantes, mas não suficientes. Graças às possibilidades de renegociação de contratos de trabalho, com redução de jornada e salários, trazidas pela MP 936, muitos empregos foram mantidos e pudemos ter algum fôlego para passar por momentos tão difíceis. Fomos no mundo um dos países que o governo federal mais apoiou a preservação de emprego.A MP 948 também foi importante. Eladesobrigou o reembolso, por parte dos fornecedores, dos valores pagos pelos consumidores por serviços, reservas e de eventos não prestados, em razão da pandemia do coronavírus. Ela também contribuiu para evitar o fechamento total de meios de hospedagem, principalmente, os menores. Como está sendo a adaptação aos protocolos de saúde e segu-
rança? MANOEL LINHARES:A questão principal que se colocará, depois de passarmos pela pandemia, é a segurança biológica. Normas técnicas e padrões estão sendo definidos por grandes redes de hotelaria junto à Anvisa e procedimentos rígidos terão que ser seguidos.Daqui para frente, para atender a esse novo hóspede, os cuidados deverão se redobrar com medidas de higienização mais intensas. A nova hotelaria terá que oferecer segurança que seus métodos garantirão que seus ambientes fiquem livres de qualquer possibilidade de contaminação.Por outro lado, a hotelaria sempre foi um dos primeiros setores a incorporar novas tecnologias e alguns dos procedimentos e produtos que estão sendo recomendados para evitar o coronavírus, já eram utilizados pela hotelaria há muito tempo. Desde que você assumiu a ABIH Nacional, um dos seus projetos é a criação de um sistema de reservas unificado para hotéis independentes. Como está este projeto? Você crê que seria um bom momento para implantá-lo e fortalecer o segmento muito abalado pela pandemia? MANOEL LINHARES:A pandemia atrasou os planos, mas seguiremos trabalhando com esse foco. Como você enxerga o futuro dos hotéis independentes após a pandemia, em relação a estrutura, parte administrativa e quadro de funcionários? MANOEL LINHARES:A hotelaria foi, sem dúvida, um dos setores mais atingidos pelos reflexos da pandemia do Coronavírus e não há outro caminho senão recomeçar, desde já, a desenhar como será o nosso futuro. Agora é a hora de tornarmos mais eficientes e competitivo nosso ambiente de negócios e assim retomarmos nossas atividades com força total, pois a hotelaria nacional continuará com suas instalações, seus apartamentos, áreas de lazer e espaços para eventos prontos para receber seus hóspedes. ABAV COLLAB 101
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ABRACORP: PROJEÇÃO É ALCANÇAR 45% DAS VENDAS REALIZADAS EM 2019 ATÉ O FIM DO ANO CARLOS PRADO, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ABRACORP Do fundo do posso ao início da retomada, o setor de viagens corporativas passou por vários momentos ao longo destes quase sete meses da pandemia de Covid-19. O segmento, que chegou a registrar queda de 95% em meados de abril, espera fechar o ano com vendas em um nível equivalente a 45% do registrado ano passado. Para o presidente da Asssociação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas, Carlos Prado, esta recuperação está um pouco abaixo do projetado pelo setor, o que representa uma necessidade de se adaptar a possíveis mudanças no comportamento do mercado. Em entrevista, ele destacou a importância das medidas governamentais para a sobrevivências das agências e cobrou uma redução da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para remessas enviadas ao exterior. MERCADO & EVENTOS: A Abracorp apontou um crescimento de 42% nas vendas entre abril e junho, mostrando uma tendência de recuperação do setor. Como está o desempenho neste trimestre? Esta tendência de recuperação continua? CARLOS PRADO: Está em uma crescente. Claro que não dá para comparar 2020 com 2019, pois é um outro cenário. Temos que vibrar com cada conquista. O fundo do poço abriu e depois fomos reagindo. No mês de junho foram R$ 96 milhões (de faturamento) e depois em julho R$ 123 milhões. Mas, comparando, o faturamento de julho representa apenas 15% do que tivemos neste mesmo mês no ano passado. Para agosto a previsão é que a gente tenha fechado com 21% do que tivemos em agosto de 2019. A primeira semana de setembro já foi mais aquecida, então temos melhorias dia após dia. Até o final do ano, a projeção da Abracorp 102 ABAV COLLAB
é alcançar 45% das vendas realizadas em 2019. Para chegar neste percentual, consideramos que as agências reduziram e adaptaram as suas estruturas de custos para a nova realidade e estão fazendo suas travessias e com certeza estão bem diante deste cenário. O que impacta é realmente a retomada no internacional, que tem uma participação muito grande na Abracorp. A nossa projeção é diferente de uma companhia aérea que tem basicamente operação dentro do território, porque sabíamos que o voo doméstico seria mais rápido. Mas está em uma crescente. Os hotéis vão caminhar bem, porque percebemos deslocamento de carro para regiões como Espírito Santo e Rio de Janeiro. E os hotéis estão aumento a ocupação semana a semana. Poderia detalhar como foi a cronologia da crise para as viagens corporativas? CARLOS PRADO: Em meados de março foi decretada a pandemia e, a partir daí, surgiram muitas perguntas, viagens para serem realizadas e trabalhamos muito para cancelar tudo. E o fundo do poço foi a queda de 95% no movimento que tínhamos, restando apenas algumas viagens emergenciais, viagens de manuten-
ção de máquinas e no setor de óleo de gás. Sobraram esses poucos profissionais se deslocando. Se hoje estamos com uma média de mil voos diários previstos, em março eram 50 voos. O sufoco foi de fato em abril. Em maio teve uma melhora sutil e houve uma aceleração maior nos meses de junho, julho até agora. Grandes empresas globais conseguem ter caixa para fazer uma travessia de até um ano, mas as empresas brasileiras não têm todo esse fôlego. De abril a junho, aguentamos a pedido das autoridades para fazer a quarentena, mas depois não tem como e percebemos que as pequenas empresas já estão viajando. As grandes empresas ainda aguardam autorização das headquarters. Você acredita que o lazer vai retomar mais rápido do que o corporativo? E isso pode fazer com que a tarifa média dispare nos próximos meses? CARLOS PRADO: As companhias aéreas estão falando do total de voos que tinham em 2019 em comparação a 2020. E o que pesa para o nosso setor também é hotelaria e viagem internacional que para esse ano não estamos considerando muito, e também eventos, que consideramos que teremos pouco ainda esse ano. Antes da vacina grandes aglomerações não ocorrerão. Em relação a sua pergunta de ticket médio, eu não acredito, particularmente, pelo seguinte. As companhias aéreas possuem tantas aeronaves no chão que o que elas preferem é ter aeronaves voando, é claro que de maneira sustentável, equalizando custo com o serviço prestado. Então deve estar dentro do previsto, mas ainda assim abaixo do ano passado. Um exemplo disso é que já chegou a bater 60% abaixo do ticket médio do mês de abril e maio
O QUE PENSAM OS LÍDERES do ano passado. Para a Abracorp essa retomada pior ou melhor do que se esperava no começo da pandemia? O mercado corporativo está retomando de maneira mais rápida ou mais lenta? CARLOS PRADO: Está sendo mais lento do que estimávamos. Imaginávamos um outro momento. Lutamos pela MP 936, agora Lei 14.020. Pelo que aconteceu na Europa e na China, tínhamos uma expectativa de que o retorno aconteceria após 90 dias, mesmo que tímido e gradual. Esperávamos fechar o ano com pelo menos 60% do que tivemos no ano passado, mas não vai dar. O quanto essa adaptação a realidade da pandemia pode influenciar para reduzir o nível das viagens corporativas? CARLOS PRADO: Vai ter uma adequação e pelo que percebemos vai haver uma redução de empresas que viajavam dez, vão passar a viajar oito, um pouco menos. Mas percebemos que somos muito relacionais, então o orçamento pode migrar das viagens corporativas para eventos, como já acontece com grandes empresas que trabalham em todo o globo e precisam deixar um orçamento para que periodicamente façam encontros regionais e globais. Então pode ocorrer de reduzir as viagens corporativas, mas aportar esse recurso para fazer mais encontros alavancando o orçamento na área de eventos. Vai cortar a viagem que não tem necessidade, mas se é para troca de conteúdo e treinamento, apenas a internet atende. Diferente do caso de eventos, que tem integração, questão cultural, trocas de ideias olho no olho. Isso não tem como substituir. E se acabar, as empresas vão perder muito culturalmente. Isso foi endossado por uma profissional de Recursos Humanos, Vicky Block, que valoriza o intercâmbio cultural e fala sobre a importância disso. Então aconselho as empresas a fazer um balanço mantendo orçamento para ambos os casos e usando o recurso de uma maneira inteligente. As agências corporativas devem sofrer alguma mudança na forma de atuação no pós pandemia?
CARLOS PRADO: Mudanças sempre ocorrem, então estamos atentos em um novo momento desses executivos viajarem. Há empresas focadas em preço e talvez isso seja repensado. E estamos preparados para levar o equilíbrio disso. Acredito que vamos intensificar, por exemplo, o padrão de acomodação que um executivo tem na casa dele. É importante oferecer o bem-estar e buscamos melhorar processos, buscando mais
“A MUDANÇA DE MARKET PLACE VAI OCORRER E VAMOS LEVAR O MÁXIMO DE SOLUÇÕES QUE DESENVOLVEMOS NESSE PERÍODO DE PANDEMIA.” qualidade, cuidado redobrado, segurança no deslocamento e produtividade para agregar valor aos nossos clientes. A mudança de market place vai ocorrer e vamos levar o máximo de soluções que desenvolvemos nesse período de pandemia. Seja de gestão, gestão do orçamento dos clientes e novidades que nossos associados devem compartilhar muito em breve, para agregar mais experiência e melhores modos de compras. Tecnologia e gente onde precisa ter gente. Estamos atentos para levar o máximo de informação e cuidado para os nossos clientes, principalmente em regiões onde os casos de contaminação ainda são alto. Qual a previsão para as vendas chegarem ao nível de 2019? CARLOS PRADO: Somente no primeiro semestre de 2023 teremos o mesmo padrão que estávamos em 2019. Porque sempre vai ficar um residual, seja de desconforto em viajar, seja em uma empresa viajando mais e outra menos. Dependendo da atividade da empresa, ela não voltará nos mesmos patamares que consumiam em 2019. Então tem que ter novos entrantes e novos segmentos da economia tendo um a demanda maior de viagem.
Em 2019, alguns segmentos cresciam muito dentro do corporativo, como rodoviário, locação nacional e seguros. Como está o comportamento desses segmentos agora? CARLOS PRADO: O segmento menos afetado foi o de locação, que dentro dos números da Abracorp tiveram uma queda de 50%. O segmento de serviços rodoviários seguiu o mesmo receio de deslocamento aéreo. O que percebemos é uma movimentação maior de deslocamento rodoviário no mês de agosto. A economia brasileira tem se desenvolvido muito em pequenas cidades, que não são atendidas pelo setor aéreo. Obviamente, com isso, o deslocamento com o rodoviário tende a aumentar. Qual a importância de medidas como as MPs 936 e 948 para estancar a sangria de caixa das empresas? CARLOS PRADO: A MP 936 ajudou muito todo o ecossistema do turismo, isso trouxe uma tranquilidade. Já a 948, eu afirmo que evitou uma grande quantidade de processos para as empresas de turismo. Se não fosse esta medida teríamos muito mais falências no setor. Não poderia deixar de mencionar a MP 963, que é a do crédito. A entrada do governo como avalista melhorou as condições para que os bancos emprestassem dinheiro para as empresas, como agências e hotéis. Sem este oxigênio as empresas quebrariam. Também tevê o Pronampe para pequenas agências, que garantiu dinheiro a 3,5% de juros ao ano. Com adoção de novos protocolos na política de viagens, as corporações tendem a valorizar mais os serviços das TMCs? CARLOS PRADO: Eu acredito que sim. As TMCs, assim como as operadoras, ficaram do lado do seu passageiro resolvendo os problemas de uma maneira rápida junto aos fornecedores. Percebemos que as pessoas estão propensas a comprar com as agências de viagens tradicionais do que por outros meios. As agências online até resolveram o problema do cliente, mas gerou um pouco mais de estresse. As TMCs acompanham toda a jornada do viajante, e isso vai ser ainda mais um diferencial. ABAV COLLAB 103
O QUE PENSAM OS LÍDERES
“COM PANDEMIA, GESTOR DE VIAGENS DEIXA DE SER COADJUVANTE” ROBERTA MORENO, PRESIDENTE DA ALAGEV
Uma retomada em cadeia. É desta forma que a presidente da Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), Roberta Moreno, define a recuperação do segmento após o pico da pandemia. A executiva destaca que as empresas estão acompanhando a flexibilização e protocolos definidos pelos destinos para estabelecer seu planejamento de viagens corporativos. Roberta ressalta que, em virtude desta necessidade de uma análise mais detalhada e de uma preocupação maior com os executivos, o gestor de viagens deixa o papel de coadjuvante e assume uma posição estratégica na definição do planejamento. A presidente da Alagev ainda falou sobre as mudanças nas viagens e eventos corporativos e o impacto deste crescimento do ambiente virtual durante a pandemia na recuperação do setor. MERCADO & EVENTOS: O turismo de negócios caiu quase 90% durante a pandemia. É possível fazer uma cronologia da crise no setor ao logo destes últimos meses? ROBERTA MORENO: Nós fizemos duas sondagens com nossos associados, uma no início de março e outra logo que a pandemia de fato foi declarada, e a queda das atividades foi drástica. Apenas as viagens essenciais se mantiveram e mesmo assim com uma série de protocolos e restrições. As incertezas e restrições do mercado e o medo das pessoas em relação à doença fizeram com que os meses de março, abril e maio permanecessem estagnados. A partir de junho, começamos a enxergar um movimento bastante tímido para a retomada. Com protocolos de segurança já mais estabelecidos e a pandemia, em parte do mundo, com menos força, algumas atividades co104 ABAV COLLAB
meçaram a retomar, em especial nos países asiáticos e europeus que já haviam passado pelo “pior” da crise. No Brasil, com a questão da flexibilização da quarentena em algumas regiões, vimos a partir de julho, as viagens retomarem, tanto no mundo corporativo, quanto no de lazer. Contudo, muitas empresas ainda não liberaram a retomada das viagens corporativas de longa distância. O deslocamento de colaboradores a trabalho ainda é considerado um tema crítico em relação à segurança. O que temos visto, e acreditamos que até o final de 2020 deva seguir dessa forma, são viagens terrestres e rodoviárias sendo autorizadas. Ainda assim, há uma série de protocolos e autorizações necessárias para que o funcionário realize a atividade. O Duty of Care ficou ainda mais evidente e relevante dentro das organizações. Como o setor está se estruturando para garantir uma retomada rápida? ROBERTA MORENO: A indústria turística está unida e aplicando todos os protocolos de segurança e sanitização. Do ponto de vista de fornecedores, temos visto o comprometimento em oferecer, segurança e qualidade na prestação de serviços de forma que tranquilize o gestor e a empresa
sobre as questões de sanitização. Do ponto de vista das empresas, as que estão com viagens já liberadas, existe todo um trabalho de conscientização do colaborador para que siga as normas de segurança e protocolos impostos para este cenário. Em meio a protocolos e riscos, a busca das empresas por mais segurança aumenta. Você acredita que com isso o papel do gestor de viagens fica mais evidente, uma vez que a empresa terá que tomar um cuidado ainda maior com o seu executivo em viagem? ROBERTA MORENO: Sim, o gestor de viagens assume um papel estratégico dentro das organizações. Ele deixa de ser coadjuvante para ter um desempenho essencial no que se refere às negociações com fornecedores homologados para atender às necessidades de sanitização e protocolos de segurança. É uma oportunidade de apresentar à alta gestão a importância desse profissional, uma vez que, cada vez mais, será necessário aliar estratégia da empresa, ao budget disponível e com uma necessidade maior de cuidar do viajante em deslocamento. Muitas empresas ainda não estão autorizando seus executivos a viajarem. O que falta para recuperar essa confiança? Informação ou segurança nos destinos? ROBERTA MORENO: As empresas estão acompanhando as flexibilizações das regiões e demais países diariamente. Nos bastidores, há um trabalho extenuante de gestores de viagens no sentido de homologar fornecedores e se certificar de que todos os protocolos de segurança e sanitização estão sendo seguidos, além de acompanhar as fases de flexibilização de destinos que os viajantes corporativos vão. Além disso, há
O QUE PENSAM OS LÍDERES um trabalho importante de conscientização do viajante para que respeite as orientações e protocolos das empresas. Essa inteligência para voltar a viajar com segurança está sendo construída pela indústria e, pelos menos as viagens rodoviárias, já estão retomando. A retomada, assim como foi a parada é uma cadeia. Enquanto houver restrições de viagens, fronteiras fechadas e as pessoas não se sentirem seguras em retomar, as atividades ainda ficarão abaixo dos índices registrados. Mas há um trabalho bastante sério para que as atividades de viagens corporativas sejam reestabelecidas. O que deve mudar na política e nos protocolos das viagens de negócios após a pandemia? ROBERTA MORENO: Ainda é cedo para falarmos sobre mudanças nas políticas das empresas. Durante a pandemia, as empresas estão trabalhando com planos de contingência
e estabeleceram uma série de regras e protocolos para que possam dar diretrizes claras e objetivas sobre como proceder em caso de necessidade de viagens. O cenário ainda é muito volátil, então as tomadas de decisão elas estão sendo trabalhadas com um prazo menor de 2 a 3 meses e com uma equipe de profissionais acompanhando diariamente as mudanças de regras, flexibilizações e oportunidades de voltar às atividades de viagens. Algumas modalidades devem ganhar mais espaço? ROBERTA MORENO: O híbrido veio para ficar e acreditamos que essa modalidade vai marcar o mercado tanto de viagens corporativas, quanto de eventos. As reuniões e encontros acontecerão parte virtual, parte presencial. O que temos que ver com bons olhos são as oportunidades que essa modalidade híbrida permite, uma vez que consegue convergir
interesses e pessoas de diferentes formas. É possível que esse ambiente virtual resulte em uma retomada mais lenta? ROBERTA MORENO: A retomada vai acontecer independente do ambiente virtual. Isso porque há viagens que são imprescindíveis, como por exemplo, manutenção de equipamentos, reuniões de equipes globais (que impactam no fuso horário e disponibilidade de agenda), pesquisas, conclusão de negociações de alto investimento, entre outras oportunidades.Existe uma ânsia muito grande de profissionais e da indústria em retomar e acreditamos que sim, algumas reuniões virtuais ocuparão o espaço das viagens corporativos. Mas, há viagens estratégicas que o virtual não substitui. O que vamos ver acontecer é uma otimização dessas viagens. O virtual veio para somar e não para prejudicar.
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A RETOMADA DE CADA
SEGMENTO 106 ABAV COLLAB
OPERADORAS
DA CRISE A RETOMADA: O ANO DAS OPERADORAS A paralisação do turismo atingiu em cheio o mercado de agências e operadoras e intensificou a crise de algumas empresas, que já enfrentavam dificuldades financeiras nos últimos anos devido à concorrência com brokers, desvalorização do câmbio e a recessão dos anos 2015 e 2016. De abril a setembro, o mercado partiu de um quase suspensão das atividades para uma retomada lenta e gradual, ainda longe dos níveis pré-pandemia de Covid-19. Mas, se é possível apontar um lado positivo da crise, a pandemia acelerou discussões sobre responsabilidade solidária, acelerou mudanças no mercado e resgatou o papel de agências como consultoras, principalmente pelo suporte no pós-venda, vital para o passageiro que sofreu com cancelamentos ou com a dificuldade de voltar para casa. INÍCIO DA CRISE Com restrições decretadas no fim de março, o Brasil assistiu ao fechamento de meios de hospedagem e a um corte significativo da malha aérea. Esse movimento acompanhou o que acontecia em diversos países, principalmente em Europa, Ásia e Estados Unidos. Esta paralisação do Turismo foi solidificada pelo fechamento das fronteiras internacionais. Se no fim de março esse movimento já atingia 100% do setor, isso ficou evidente durante todo o mês de abril. Um estudo divulgado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em parceria com o Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB) apontou que 54% das operadoras não realizaram nenhuma venda em abril. O faturamento registrado pelas empresas no período foi inferior a 10% do registrado em abril 2019. Essas perdas fizeram com que o setor deixasse de arrecadar cerca de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre. O cenário levou as empresas a adequarem suas estruturas, o que acarretou na redução de quadros de diretoria e demissões. “A maior parte das operadoras promoveu uma gestão que acompanhou seu volume de vendas e trabalho, o que culminou em demissões que
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
abrangeram de 26 a 50% das equipes. É importante ressaltar que uma parte das operadoras, mesmo em tempos difíceis, não realizou nenhuma demissão. Uma equipe forte, focada e experiente é fundamental para que uma empresa esteja apta para a retomada”, destaca Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa. Esta manutenção de quadros e até a sobrevivência de muitas empresas do setor foi garantida por Medidas Provisórias destinadas ao setor. A MP 936, editada em 1º de abril, instituiu o programa emergencial de proteção ao emprego, flexibilizando a redução de salários e jornadas. Já 944 criou um programa de financiamento a folha de pagamento. Mas uma das principais medidas para o setor foi a MP 948, que retirou a obrigação de reembolso desde que as empresas reagendem a viagem ou oferecem créditos na compra de outros produtos. “A MP 936, que virou a lei 14.020, foi essencial, pois possibilitou um respiro financeiro no que diz respeito aos custos com salários. Foi uma medida que assegurou muitos empregos, pelo menos
até o momento. O Turismo ainda está em retomada. A MP 948 também foi de suma importância para que as empresas pudessem ter um tempo para garantir sua saúde financeira para vencer esse período de grandes desafios e também manter uma boa relação com os consumidores”, ressalta Nedelciu. RETOMADA As MPs estabeleceram bases para a retomada, que iniciou já a partir de maio, quando 60% das operadoras realizaram vendas. Em junho este número subiu para 70% e em julho chegou a 78%. Em setembro, porém, o crescimento foi de apenas um ponto percentual, chegando a 79%, o que aponta para uma estabilização nesse patamar. O número do mês passado, no entanto, é visto com otimismo por dois fatores. O primeiro é o fato de agosto se historicamente um mês de volume de vendas mais baixa. O segundo fator remete ao faturamento. Entre as empresas que realizaram vendas em agosto, 25% faturou entre 25% e 50% que no mesmo mês do ABAV COLLAB 107
OPERADORAS ano passado, enquanto 10% faturaram acima de 50%. Outros 25% venderam entre 11% e 25%. A maioria das empresas (40%) faturou abaixo de 10%, mas o número é menor que nos últimos meses. Em junho esse percentual foi de 72% e em julho 45%. DESTINOS Entre os destinos escolhidos, o destaque fica por conta da Nordeste, fazendo parte das vendas de 83% das operadoras, seguida das regiões Sudeste (80%), Sul (74%), Centro-Oeste (70%) e Norte (62%). Entre os destinos nacionais mais comercializados em agosto, em cada região, figuraram Salvador, Porto de Galinhas, Angra dos Reis, interior de São Paulo, Serra Gaúcha, litoral de Santa Catarina, Bonito e Amazônia. No internacional, destaque para a Europa, que esteve presente nas comercializações de 75% das pesquisadas, seguidas da América Central/Caribe (62%), América Sul (55%), América do Norte e Ásia/Oceania (48% cada) e África (24%). Entre os destinos mais procurados es-
tão Portugal, Itália, Cancún, Punta Cana, Orlando, Miami, Maldivas, Argentina e Peru. A maioria das vendas tem data da viagem agendada para o primeiro semestre de 2021. FIM DAS OPERAÇÕES E REESTRUTURAÇÃO da CVC O ano ficou marcada também pela suspensão da atividade de empresas tradicionais do setor. Antes mesmo da pandemia chegar ao Brasil, em janeiro, a Turnet, empresa com 20 anos de história no mercado, suspendeu suas operações, apontando as dificuldades enfrentadas no ano 2019. Já em meio a pandemia, foi a vez da MGM suspender suas operações. A operadora enviou um comunicado no qual destaca que as consequências da crise econômico-financeira mundial, decorrente da Pandemia da Covid-19, resultaram na decisão. A crise atingiu até mesmo a gigante brasileira do turismo. Impactada pelos erros de balanços financeiros dos últimos anos, a CVC Corp iniciou uma série de mudanças
e ações para se capitalizar durante a crise. O CEO, Luiz Fernando Fogaça deixou o cargo no início de março e novo CEO, Leonel Andrade, assumiu em abril, iniciando uma série de mudanças internas. A principal delas foi a unificação de canais B2B, que resultou nas saídas de s saídas de Maurício Favoretto, da Trend, Beto Santos, da Esferatur e Carla Gama, da Experimento. Com isso Luciano Guimarães, que já era diretor geral da RexturAdvance, passou a acumular também o comando da Trend, Visual e da Esferatur, as quatro empresas B2B da CVC Corp. A reestruturação ainda resultaria na demissão de cerca de 200 colaboradores em julho, incluindo nomes com anos de empresa, como Orlando Palhares, Sueli Ruotolo e Adriano Gomes, além de Fabana Pires da Trend. Mas uma das principais medidas foi o aumento de capital, que levabtou cerca de R$ 270 milhões em agosto. Nos documentos apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a CVC Corp informou que os recursos serão utilizados para reforçar o caixa e viabilizar a retomada da venda de passagens e pacotes de viagem a prazo, que representa 85% das vendas. O dinheiro também garantirá o enfrentamento da crise a curto prazo. MUDANÇA DE PERCEPÇÃO Além de crises e da retomada gradual, a pandemia possibilitou uma nova percepção sobre o mercado e a comercialização de viagens. Flexibilização e o pós-venda se tornaram um fator a ser analisado por quem compra um pacote de viagem. Para a presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens, Magda Nassar, essa mudança tende a ser permanente. “Em algum momento a percepção errada de que é mais caro comprar com o agente, ou que não é necessário ou até que o consumidor pode saber mais que o agente. Essa percepção errada foi colocada à prova durante a pandemia, pois vimos pessoas totalmente perdidas. Os agentes fizeram repatriação reembolsos, restituições, remarcações. Foi um setor que exigiu muito dos profissionais, pois eles tiveram que lidar com imprevistos muito difíceis. Os consumidores que não tinham estes profissionais enfrentaram muito mais dificuldades. Essa mudança de percepção vai ser fundamental nessa caminhada dos agentes de viagens, mostrando que as técnicas profissionais são insubstituíveis”, afirma.
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HOTELARIA
PROTOCOLOS, ADAPTAÇÃO, PREÇOS E MPs MOLDAM O CAMINHO DA HOTELARIA NO PÓS-PANDEMIA
Padrões de segurança e otimização de operações são desafios da hotelaria
A paralisação do turismo de lazer e das viagens de negócios, em decorrência da pandemia de Covid-19, fez com que a hotelaria suspendesse suas operações em quase todo Brasil. A estimativa de entidades representativas do setor é de que entre 90% e 95% dos meios de hospedagem fecharam durante a pandemia. Ficaram de fora desta conta alguns estabelecimentos em capitais e outros próximos a áreas agrícolas, petrolíferas e polos industriais do interior, que receberam profissionais das poucas áreas que continuaram funcionando. As restrições de circulação, somadas a fatores como cancelamentos, insegurança dos turistas e uma ocupação abaixo dos 10%, levou milhares de hotéis a fecharem as portas entre o fim de março e o início de abril. Este cenário começou a mudar a partir de junho, quando hotéis pas110 ABAV COLLAB
saram a reabrir, movimento que se intensificou em julho e agosto. Mas mesmo com as reaberturas, a baixa ocupação e o passivo acumulado nos meses fechados mostram um setor em busca de sobrevivência. “A pandemia paralisou o setor hoteleiro. Esse ano está praticamente perdido. Ainda é difícil dimensionar o número de meios de hospedagem que encerrarão completamente suas operações, pois as atividades estão voltando e isso pode trazer um cenário mais positivo. Mas há ainda muitos hotéis e pousadas fechados ou funcionando com severas restrições. Estamos também em contato permanente com os hoteleiros por todo o país e todos são unânimes em afirmar que os prejuízos são incalculáveis. A ocupação média não chega a 15%, o que sequer cobre seus custos”, destaca Manoel Linhares, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis (ABIH). Apesar de tímida, esta retomada se escora principalmente na criação de protocolos. No caso dos hotéis independentes, muito se baseia no selo “Turismo Responsável”, do Ministério do Turismo, e em regras estabelecidas pelos próprios destinos. No caso das redes, o próprio Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FHOB) desenvolveu um protocolo de biossegurança com base nas informações oficiais da OMS – Organização Mundial da Saúde, Anvisa e Ministério da Saúde. Grandes redes como Marriot e Accor, trabalharam no desenvolvimento de um protocolo próprio, chancelado por organismos internacionais de saúde. A estimativa da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) é de que 80% dos empreendimentos hoteleiros já retomaram as atividades até setembro.
HOTELARIA
Alexandre Sampaio, da FBHA, Orlando Souza, do Fohb, e Manoel Linhares, da ABIH
“Agora, com os protocolos de pé, não só do governo federal, mas também estados e municípios e das próprias entidades e empresas, há uma pequena retomada que deve se estruturar até a vacina. Eu diria, que a palavra não é retomada e sim sobrevivência”, prevê Alexandre Sampaio, presidente da FBHA. Entre os hotéis de rede, essas reaberturas já chegam a 90%. “Na primeira semana de setembro já temos 90% dos hotéis, dessa base de aproximadamente 900 hotéis, abertos. Porém estar aberto não significa que teremos aumento das ocupações. Isso ainda vai demorar”, avalia Orlando Souza, presidente do FOHB. Essa demora na retomada das taxas de ocupação deve agravar ainda mais o ano de prejuízos no setor. “Este ano os hotéis certamente fecharão suas contas em prejuízo. O equilíbrio talvez venha a partir do segundo trimestre de 2021. E falar em lucros ou em números de 2019 só a partir de 2023”, completa Orlando. MUDANÇAS NO NEGÓCIO A pandemia não só acelerou a necessidade de mudanças, como
também as tornou essenciais para a sobrevivência dos estabelecimentos hoteleiros. Modernização, tecnologia, otimização e higiene serão fundamentais. Para Mário Albuquerque, que atua na área de desenvolvimento e implantações da Rede Nobile, uma das alternativas para hotéis independentes será buscar a descentralização de serviços que não são da área fim, o que poder significar a terceirização de áreas administrativas, de recursos humanos e de serviços financeiros, por exemplo. “Hotéis de rede podem suportar isso, reduzindo seu quadro e se adaptando e fazer mais com menos. Esta não é a realidade dos independentes. O mercado de hotelaria não vai ser mais o mesmo, muita coisa vai precisar ser repensada, principalmente na questão destes serviços. Muitas coisas geram despesas, mas não geram receitas. Para hotéis independentes este custo não vai se pagar e isso vai ter um reflexo muito grande”, destaca Mario. SERVIÇOS EXTRAS DURANTE A PANDEMIA Para tentar mitigar impactos da crise, hotéis se adaptaram e pas-
saram a oferecer serviços além da hospedagem. A Accor criou um modelo de “Room Office”, adaptando quartos de hotéis para se tornarem escritórios. Já a Rede Bourbon estabeleceu o sistema de Day Use nos hotéis de lazer e adaptou a área de eventos do Boubon Ibirapuera para receber eventos híbridos (online e presencial). Outros hotéis passaram a oferecer a opção de locação total para eventos. Já resorts apostaram em ocupação reduzida, protocolos e atividades adaptadas para se tornarem uma opção para turistas em tempo de destinos restritos. MPs Mas mudanças, adaptações e protocolos não seriam suficientes para minimizar a crise do setor e garantir fôlego para retomada sem as medidas provisórias editadas pelo governo federal. As MPs 936, 944 e 948 foram fundamentais para criar uma base para hotéis de reestruturarem para enfrentar a pandemia e planejar a retomada. A primeira estabeleceu a possibilidade de redução de jornadas e salários. A segunda criou o programa em que o governo financia a folha de pagamento. Já a 948 é ABAV COLLAB 111
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS
02 HOTELARIA
DADOS DE MESMA BASE Taxa de ocupação (%) Julho/20
registraram desempenho negativo, próximo a 90%
Neste indicador, todos os municípios tiveram
apontada como uma das fundamen- receitas”, ressalta Orlando Souza. de preços). Os preços caíram muito PRINCIPAIS MUNICÍPIOS (além de Florianópolis), também está São Paulo decréscimos, variando entre -53,4% em Manaus e tais, pois estabeleceu o prazo de 12 e falta poder aquisitivo à população. (-89%). -89,6% emocupação Florianópolis. Dentre os munícipios que PREÇOS Taxa de (%) Julho/20 meses para o reembolso, impedindo Dado a queda de poder aquisitivo, que os hotéis devolvessem reserEm meio a retomada, a grande preos preços tiveram próximo que se adequar registraram desempenho negativo, a 90% Neste indicador, todos asos municípios tiveram vas antecipadas e estimulando a re- ocupação está na tarifa média. Dife- em um patamar menor. Abaixo disso (além de -70,8% Florianópolis),-59,2% também está São-60,4% Paulo decréscimos, entre -53,4% e -82,7% -89% variando -78,1% -86,2% -68,2% -85%em-80,2% -78,4% -53,4% marcação ao invés do cancelamento. rente Manaus do setor aéreo, que-82,9% conta com -87,8% é prejuízo. Já -89,6% estamos tendo opera(-89%).nacional ções não sustentáveis. Essa guerra já -89,6% Florianópolis. Dentre que a hotelaria 100% em “Foram medidas fundamentais paraos munícipios poucos players, as primeiras fases de combate ao im- conta com mais de 10 mil hotéis, de existe em função de uma adequação 75% pacto da pandemia no setor. Permitiu acordo com levantamento da consul- de valores cobrados para baixo”, sa50% -89% do-78,1% -68,2% -85% -80,2% -78,4% -82,7% -82,9% -70,8% -87,8% -59,2% -89,6% -53,4% -60,4% preservar parte caixa -86,2% das empretoria JLL, sendo 90% independentes. lienta Alexandre Sampaio. 25% 100% sas, e a manutenção de boa parte dos Este cenário torna quase que imposEntre as redes essa queda de preempregos. 0% 75% Sem isso teríamos uma sível estabelecer um piso tarifário ço já é significativa. Dados de julho SAO RIO e um BHZprocesso VIX CPQ SSA uma RECguerra FORde preços BSB GYN doCWB POA FLN MAO BEL quebra desenfreada para evitar em Fohb mostram quedas de até 28% 50% de demissão em massa. Afinal o73,55 mo- 52,17 busca63,73 de clientes. na68,21 diária 66,61 média 60,92 e de até 90% no Re2019 65,02 57,89 68,87 66,27 82,49 66,71 51,92 64,24 55,35 25% vimento da hotelaria foi para ‘zero de “Ela já está acontecendo (guerra vPAR. 2020
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15.783 SAO 6.355 RIO 3.586 BHZ 1.744 VIX 2.093 CPQ 2.331 SSA 1.448 REC 1.225 FOR 3.116 BSB 1.697 GYN 3.452 CWB 2.387 POA
UHs
92 Hotéis 2019 65,02 2020
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33 57,89
20 68,87
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1.134
6.355 UHs 15.783 Diária Média (R$) Julho/20
TARIFA MÉDIA NAS PRINCIPAIS
92 33 quinze 20 10 13 11 Hotéis média, Na diária dos municípios, apenas
CIDADES DO PAÍS EM JULHO -1,8% em Vitória e -28% em Porto Alegre. 9
8 15 10 apontam 26 16 7 11 entre9 As demais cidades quedas variando
Campinas apresenta desempenho positivo de 5%.
Diária Média (R$) Julho/20 Na diária média, dos quinze municípios, apenas -13,6%
-15,5%
-3,5%
-1,8%
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Campinas apresenta desempenho positivo de 5%. R$360
R$270 R$180 -13,6% -15,5% -3,5% R$90 R$360 R$0 R$270 SAO RIO BHZ R$180 2019 312,85 219,22 215,15 R$90 2020 270,25 185,16 207,64 R$0 SAO
RIO
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As demais cidades apontam quedas variando entre
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221,75
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173,68
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202,28
223,26
227,27
229,77
173,68
195,42
No RevPAR, decréscimos variando -57,5% 2020 270,25 185,16 207,64 171,35entre 226,96 172,17em211,89
191,28
208,86
153,38
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163,62
199,95
158,26
183,31
RevPAR (R$) Julho/20 2019 312,85 219,22
REVPAR NAS PRINCIPAIS CIDADES
Manaus e -90,9% em Florianópolis. Outras cidades
RevPAR (R$) Julho/20
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-90,5% decréscimos -81,5% -86,7% variando -68,8% -84,2% No RevPAR, entre -83,1% -57,5%-79,4% em
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R$250 Manaus e -90,9% em Florianópolis. Outras cidades R$200 R$150 R$100 -90,5% -81,5% -86,7% -68,8% -84,2% -83,1% -79,4% -85,1% -85,1% -77,8% R$250 R$50 R$200 R$0 R$150 SAO RIO BHZ VIX CPQ SSA REC FOR BSB GYN R$100 2019 203,43 126,91 148,19 128,31 112,83 128,47 146,88 182,93 160,35 105,03 R$50 19,29 23,47 19,78 40,04 17,81 21,71 30,32 27,33 23,83 23,29 2020 R$0
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FOR
BSB
GYN
CWB
POA
FLN
MAO
BEL
2019
203,43
126,91
148,19
128,31
112,83
128,47
146,88
182,93
160,35
105,03
152,28
151,39
139,98
111,56
108,16
2020
19,29
23,47
19,78
40,04
17,81
21,71
30,32
27,33
23,83
23,29
17,72
44,46
12,68
47,40
40,13
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Ed. 156 | Julho 2020
Ed. 156 | Julho 2020
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AVIAÇÃO
DA MALHA EMERGENCIAL À RETOMADA: O CAMINHO DA AVIAÇÃO BRASILEIRA NA PANDEMIA A aviação comercial brasileira ainda se recuperava dos impactos provocados pelo fim das operações da Avianca Brasil, quando a pandemia de covid-19 atingiu o setor em cheio. Desta vez, não só destinos, aeroportos e passageiros foram prejudicados pela queda na oferta, mas as companhias aéreas, que viram a demanda e as receitas despencarem quase 90% em média. Juntas, Azul, Gol e Latam registraram um prejuízo líquido total de R$ 9,7 bilhões no 1º trimestre de 2020, de acordo com os balanços das companhias. Para se ter uma ideia do número, as mesmas empresas somaram R$ 1,2 bilhão de lucro líquido no ano inteiro de 2019. O resultado financeiro das três empresas foi impactado principalmente por perdas cambiais e monetárias devido à desvalorização do real frente ao dólar norte-americano. Individualmente os prejuízos foram de R$ 5,2 bilhões para a Azul, R$ 4 bilhões para a Gol e R$ 4,5 bilhões para a Latam. Este resultado financeiro refletiu a queda na malha. No fim de março, com o início das restrições nos estados e em diversos países, as aéreas brasileiras cortaram a oferta e, em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estabeleceram a malha emergencial. Com apenas 46 cidade atendidas e 1,2 mil voos sema-
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Oferta começa a subir, mas impacto da crise no setor foi forte
nais, a malha de abril representou uma queda de quase 92% na oferta. Mas a redução da oferta foi apenas uma de um leque de ações tomadas pelas aéreas para minimizar os impactos da crise. “Quando percebemos que era uma foto que a crise viria começamos a nos preparar para o enfrentamento. Algumas semanas antes, construímos um painel com 38 temas, que seriam a nossa bússola. Este painel é dividido em três blocos. O primeiro é composto por medidas pouco visíveis para o mercado, como revisão de custos, de contratos, jornadas e devolução de ae-
ronaves. O segundo bloco é o que chamamos de regulação e infraestrutura. As medidas mais importantes são o acordo que permitiu remarcar bilhetes sem custo e sem multa por um ano, a implantação da malha essencial que manteve o país conectado com todas as capitais atendidas e na sequência os protocolos de segurança sanitária que hoje estão completamente implantadas. O terceiro bloco, que o mais complexo, é o de medidas econômicas. Esse bloco contava com seis demandas, uma delas uma linha junto ao BNDES que nos permitiria ter capital de giro para atravessar a crise. Isso ainda está em debate e não se concretizou”, explica Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). As medidas se concretizaram por meio de duas medidas governamentais. A MP 936, que permitiu a redução de jornadas e salários de funcionários, e, principalmente a MP 925, que garantiu a remarcação de bilhetes sem custo e sem multa e estabeleceu o prazo de doze meses em caso de reembolso. Esta última, convertida na Lei 14.034, colaborou também para isentar as empresas de responsabilidade civil em casos de cancelamentos por motivos de força maior, como causas naturais ou problemas no aeroporto. “É um acordo importante pois resolve um problema muito grave, que é o dano moral quando temos um problema de
AVIAÇÃO porque há muitas cidades diferentes e a demanda ainda é instável. O fato de que termos a flexibilização com a nossa tripulação e com as nossas aeronaves faz muita diferença. Por isso, já estamos em 88 cidades. Antes da Covid-19 eram 120 e a nossa intenção é voltar para todas e até chegar a mais”, explica John Rodgerson, presidente da Azul.
força maior, fora da nossa governabilidade. Para fazer um parêntese para quem é leigo, quando atrasamos um voo por nossa culpa, é natural e é claro que temos que indenizar o passageiro ou remarcar. Mesmo quando a gente atrasa sem ser nossa responsabilidade, por exemplo, choveu, ou até nevou, no caso de um aeroporto internacional, fazemos isso. Só que a lei brasileira permite que o passageiro entre na justiça pedindo danos morais. Com isso, houve uma infestação do que a chama de site abutre e estes sites, que estimulam judicialização, viraram um problema gravíssimo, trazendo um custo adicional de R$ 300 milhões para os passageiros, pois estas indenizações acabam influenciando no preço, e impactaram nosso crescimento”, explica Sanovicz. BNDES Mas o terceiro pilar a que se refere Sanovicz ainda não foi solidificado. Desde o início da pandemia as companhias negociam um acordo por um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este acordo resultou em um modelo que inclui empréstimo do governo, de bancos privados e captação no mercado. A construção de um modelo único na indústria resultou em uma demora maior que a esperada e não proporcionando uma solução rápida, como ocorreu com as companhias nos Estados Unidos e na Europa. RETOMADA Com um cenário semelhante em abril e maio, uma volta gradual da malha aérea começou a se reestruturar nos meses de junho e julho. A oferta que chegou a ser 92% maior em abril aumentou em junho chegando a 85% do registrado em junho
2019. Em julho a oferta já representou 24% do registrado no mesmo mês de 2019. Em agosto, um levantamento da Abear mostrou que o total de decolagens diárias chegou a 743. O número representa apenas 31% do número de frequências operados no pré-pandemia quando a média era de 2,4 mil voos diários. Em setembro as companhias anunciaram grandes aumentos de oferta. A Latam chegou a 243 voos diários. Já a Azul anunciou 400 frequências diárias e a Gol 302. A reabertura de bases também marcou essa retomada, mesmo com um número menor de frequências, companhias optaram por estar presentes tanto em mercados importantes quanto nos recém-abertos. “Vamos continuar a estratégia em ter uma operação muito forte nos mercados domésticos. Vamos continuar explorando a fortaleza dos nossos hubs e através deles garantir também uma presença regional muito forte com aeronaves da Gol ou com a nossa parceria com a Voe Pass. Desta forma garantimos uma alta conectividade de malha. Vamos retomar isso ao passo que a pandemia for perdendo força”, afirma Eduardo Bernardes, vice-presidente de Vendas e Marketing da Gol. “Estamos sendo bastante cuidados em equilibrar a oferta e a demanda. As aeronaves estão no solo. Então, aumentar oferta não é difícil, mas precisamos fazer isso de uma forma responsável. Em relação a bases, já estamos operando 90% do que operávamos antes da pandemia”, completou. Essa volta às bases foi potencializada pela Azul, que conta com uma frota diversificada, possibilitando uma adaptação maior nesta retomada. “Temos uma frota diferenciada, com aeronaves pequenas, médias, grandes e super grandes, então isso tem ajudado a gente na retomada,
CODESHARE Uma das notícias mais impactantes da retomada foi a parceria entre Azul e Latam, que resultou em um codeshare de 65 rotas domésticas. “A crise trás oportunidades. Nunca tínhamos pensado em sentar na mesa com a Latam, mas pensamos em como criar mais demanda. Isso é o principal neste momento, quanto mais demanda, mais aeronaves voando e mais geração de emprego. Isso vai ajudar a nossa empresa a voltar”, conta Rodgerson. Apesar de ambas as companhias descartarem uma fusão, a tendência é de que esta parceria aumente mesmo com a recuperação da malha. “Este número de 64 pode aumentar ainda mais. Eles voam para muitos destinos que nós não voamos fora do Brasil. Aqui mesmo, há grandes aeroportos como Brasília e Guarulhos, onde somos humildes, mas somos muito fortes no interior de São Paulo, Minas Gerais e Recife, por exemplo. Então, conectar as malhar vai favorecer muito mais o que podemos fazer juntos”, completa o presidente da Azul. NOVO PLAYER Em meio a crise provocada pela pandemia, o surgimento de novos players foi um dos destaques. A Itapemirim Transportes Aéreos pretende iniciar suas operações domésticas comerciais já a partir de 2021, com frota composta inicialmente por dez A320s, hubs estabelecidos em Guarulhos (SP), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RIOgaleão), serviço de bordo “diferenciado” e a premissa de não ser uma companhia regional. A informação é do próprio CEO Tiago Senna, que divulgou detalhes sobre os planos da companhia aérea em live realizada em agosto. Também em agosto, a Azul apresentou a Azul Conecta, companhia de aviação sub-regional decorrente da aquisição TwoFlex. A nova subsidiária da Azul atuará em aeroportos de menor estrutura e na abertura de novos mercados e fazem arte da meta da compoanhia de chegar a 200 destinos. ABAV COLLAB 115
CRUZEIROS
PANDEMIA INTERROMPE EXPANSÃO BILIONÁRIA DA INDÚSTRIA DE CRUZEIROS
Mercado movimentou US$ 150 em 2018 e a expectativa era ter quase 300 navios em operação neste ano
No início de 2020, o setor de cru- ção em todo mundo. zeiros vivia um cenário de expectatiPassados nove meses a realidade vas positivas e números expressivos. e totalmente contrária. Em meio a Com cerca de 30 milhões de passa- criação de protocolos de saúde e segeiros transportados em 2019 e um gurança, o setor tenta se recuperar impacto econômico superior a US$ da maior crise de sua história e inicia 150 bilhões, a indústria sinalizava lentamente uma retomada das opecrescimento. A previsão para o ano rações. O estrago provocado pela12 era de 32 milhões de passageiros e pandemia de covid-19 paralisou o 19 novos navios, fazendo o setor se setor por mais de cinco meses e for2020 PASSENGER CAPACITY aproximar dos 300 navios em opera- çouSNAPSHOT grandes players a se adaptarem C R U I S E
L I N E S
I N T E R N AT I O N A L
A S S O C I AT I O N
2020 = 32 MILLION PASSENGERS EXPECTED TO CRUISE
CLIA Global Ocean Cruise Passengers (In Millions) 35 30 25 20 15 10 5 0
17.8
19.1
20.5
20.9
21.3
22.34
23.06
25.2
26.7
28.5
30
32
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
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2019p
2020p
Número de passageiros por ano e projeções antes da pandemia p = projection
116 ABAV COLLAB
de forma brusca à nova realidade. Uma das primeiras afetadas foi a Pullmantur, que além de suspender operações iniciou um processo de recuperação judicial na justiça espanhola. Gigantes como Royal Carribean, Norwegian e Carnival apelaram ao mercado financeiro, por meio de aumento de capital, venda de ações e repasse de títulos, para mitigar os impactos da paralisação do setor. Cortes nos salários dos principais executivos e demissões também foram comuns neste período. Cada medida foi adotada conforme os impactos na indústria foram se revelando. Primeiro, a suspensão das operações, ampliadas seguidas vezes por todas as companhias. Na sequência, o surgimento de políticas de cancelamento e remarcação, que em síntese favoreceram quem optasse por usar os créditos em cruzeiros futuros, evitando o reembolso. Outra marca foi flexibilização de datas dos cruzeiros, adotada pela maioria das armadoras. Após esta primeira etapa, as em-
CRUZEIROS presas se concentraram na gestão da crise, com medidas administrativas, como cortes e redução de salários, busca por recursos e gestão de frota, o que gerou a desativação de navios inteiros e o atraso nas entregas. Inaugurações aguardas como as do Odyssey of the Seas, da Royal Caribbean, Mardi Grass, da Carnival, Firenze, da Costa, e Virtuosa, da MSC ficaram para 2021. Simultaneamente a essas ações, as companhias trabalharam arduamente no desenvolvimento de protocolos para se adaptar ao novo cenário. Foram comuns parcerias entre armadoras, como ocorreu com Royal e Norwegian, e entre companhias e grupos de saúde e de biosegurança. Os resultados trouxeram novos elementos, como testagem universal de passageiros, uso de máscaras restrição de saídas, mudanças nos bufês,
redução de capacidade e até monitoramento de passageiros para rastrear casos de infecção. Com protocolos rígidos, a MSC Cruzeiros foi a primeira grande companhia a retomar operações. A armadora iniciou operações em agosto no Mediterrâneo, seu principal mercado, com dois navios e embarques limitados a passageiros do espaço de Schengen. Já a Costa iniciou em setembro as suas operações. A retomada no Mediterrâneo e significativa e serve de base por se tratar do segundo maior mercado do setor. Já o Caribe, principal mercado ainda segue sem previsão de retorno, em meio a restrições nos Estados Unidos e outros países da região. BRASIL O cenário de otimismo do início do ano se refletia no Brasil. Enquanto
Costa e MSC comemoram os 100% de ocupação da temporada 2019/20, as expectativas já estavam votadas para a temporada 2020/2021, que seria a maior em cinco anos. Mas os impactos da pandemia foram sentidos logo em março, abreviando a temporada e cancelado inclusive os cruzeiros de páscoa, um dos principais destaques deste ano. O fim precoce afetou os números da temporada, que tinha uma previsão inicial de 493 mil cruzeiristas. O início da pandemia criou uma incógnita sobre a próxima temporada brasileira. E os sinais de uma modificação no planejamento começar a dar sinais em junho, quando a MSC anunciou uma redução na oferta. O MSC Grandiosa, que navegaria no Brasil pela primeira vez, foi substituído pelo MSC Seaview, principal atração das últimas temporadas.
A temporada 2021 na América do Sul da MSC deve começar no dia 15 de novembro com o primeiro cruzeiro a bordo do MSC Preziosa
Os navios MSC Fantasia, que fariam roteiros de Santos (SP) para Uruguai e Argentina, e MSC Sinfonia, que teria Itajaí (SC) como porto-base, tiveram seus itinerários reduzidos e foram substituídos pelo MSC Musica. Completando a temporada, o MSC Preziosa realizará embarques no Rio de Janeiro, sendo o único navio da programação inicial mantido na temporada. A oferta da MSC Cruzeiros para a temporada brasileira em apenas alguns meses se revelaria a oferta total de cruzeiros da temporada brasileira. A primeira baixa foi o Soberano, da Pullmantur. Após a em-
presa anunciar recuperação judicial, a CVC Corp, que fazia o fretamento do navio, anunciou a suspensão das vendas e os passageiros remanejados para outros cruzeiros. O navio seguiu para a Itália, onde se iniciou um processo de remoção de diversos equipamentos estão sendo removidos, incluindo decoração, equipamentos de navegação e equipamentos elétricos. Já a notícia mais surpreendente se deu em setembro, com a Costa Cruzeiros anunciado o cancelamento da temporada 2020/2021. A companhia havia anunciado um aumento na oferta passando de dois pata três
navios no País, com Luminosa, Fascinosa e Pacifica. Ao anunciar o cancelamento, a Costa abriu vendas para 2021/22, com apenas dois navios, o Favolosa e o Pacifica. Com a temporada definida, o trabalho agora é para aprovar protocolos e garantir a sua realização. A Clia Brasil trabalha desde o primeiro semestre com a Anvisa e outras autoridades para desenvolver protocolos locais. “O processo de aprovação dos protocolos no Brasil está avançando e acreditamos que os precedentes positivos em implementação na Europa, com bons feedbacks, possam ser replicados aqui, afirma Marco Ferraz, ABAV COLLAB 117
CRUZEIROS presidente-executivo da Clia Brasil. O protocolo desenvolvido pela MSC, única a operar este ano no Brasil, inclui testagem universal de passageiros, restrição de saídas às excursões organizadas pela compa-
nhia, redução da capacidade para 70%, uso de máscara, distanciamento social nas áreas comuns e medição de temperatura no embarque. “O protocolo apresentado para as autoridades brasileiras já está sen-
do aplicado na Europa. Acreditamos que o nosso hóspede estará seguro, porque elaboramos um protocolo sem precedentes na indústria”, destaca Adrian Ursilli, diretor-geral da MSC Cruzeiros no Brasil.
Marco Ferraz, presidente-executivo da Clia Brasil e Adrian Ursilli, diretor Geral da MSC no Brasil
TEMPORADA BRASILEIRA 2020/2021 MSC SEAVIEW Roteiros: 7 noites com embarque em Santos e paradas em Maceió, Salvador e a ilha da Ilha Grande / Angra dos Reis e Búzios. Capacidade: 3,8 mil (70%)
MSC MUSICA Roteiros: 7 noites com embarque em Santos e Itajaí para Punta Del Este, Uruguai e uma noite em Buenos Aires, Argentina. Capacidade: 2,2 mil (70%) MSC PREZIOSA Roteiros: 3 a 8 noites com embarque no Rio de Janeiro e itinerários Nordeste e Sul, além de Punta Del Este, Uruguai e uma noite em Buenos Aires, Argentina. Capacidade: 3 mil (70%) MSC SINFONIA (EMBARQUES SO EM EM ARGENTINA E URUGUAI) Roteiros: 8 e 9 noites e itinerários para Itajaí, Ilhabela, Ilha Grande, Búzios e Rio de Janeiro Capacidade: 1,8 mil (70%) 118 ABAV COLLAB
LOCADORAS
LOCAÇÃO DE VEÍCULOS REFORÇA TENDÊNCIAS E JÁ MOSTRA REAÇÃO O reforço de tendências que já existiam antes da pandemia também acompanha o setor de locação de veículos. Processos quase que 100% virtuais, ampliação na gestão de frotas e uma higienização dos carros mais cuidadosa. Estes são apenas alguns dos pontos que estão fazendo deste seguimento um dos mais rápidos nesta retomada. No feriado prolongado de 7 de setembro, por exemplo, cidades como São Paulo chegaram a ter falta de carros em lojas de algumas locadoras. Os números da Abracorp referentes ao segundo trimestre também mostram que a locação nacional foi um dos itens com menor queda devido a pandemia da Covid-19. Enquanto este segmento teve uma baixa de 48,6% no período, a média geral foi superior a 90%. Nas últimas semanas, o M&E conversou com os dois principais players do mercado de locação nacional, a Localiza e a Movida. O objetivo foi entender as ações promovidas para mitigar os efeitos da crise e também as estratégias para passar por este momento. Os resultados divulgados pelas duas companhias – ambas com capital aberto – mostram que a retomada para a locação de veículos no Brasil já começou. A Localiza, por exemplo, obteve em junho de 2020, a divisão de aluguel de carros uma taxa de utilização em 60,7%, 7,7 pontos percentuais maior que em abril, já mostrando recuperação dentro do trimestre. A tarifa média também cresceu, bem como a divisão de Gestão de Frotas, cuja receita expandiu em 14,8%. Os resultados operacionais da Movida referentes ao segundo trimestre de 2020 mostram um aumento de 6% na receita em relação ao mesmo período do ano passado. Embora as vendas do rent a car tenham caído 8%, a taxa de ocupação se manteve em níveis de 73%. Em gestão e terceirização de frotas (GTF), houve uma expansão de 20% no volume de diárias na comparação com o mesmo período do ano passado, superando a marca de 3 milhões, com
Rapidamente, locadoras se cercaram de protocolos e tecnologia para passar pela crise
33 mil carros operacionais. SEGURANÇA Sobre os protocolos e aumento dos cuidados com a higiene, o diretor de Marketing e Vendas da Localiza, Paulo Henrique Pires, ressaltou que os procedimentos foram feitos com muito cuidado e detalhes para passar segurança ao cliente. “As lojas são higienizadas mais de uma vez por dia, há a marcação de distância e o atendente fica separado por uma proteção acrílico, além da disponibilização do álcool em gel em todos os pontos”, contou. Em relação aos carros, eles são higienizados a cada contato com uma pessoa e, na hora da retirada, os 12 pontos que mais são tocados durante o uso recebem uma nova higienização. “Estamos falando do cinto de segurança, retrovisores, câmbio, alavanca de porta, volante e outros. A ideia é dar esta segurança ao cliente e mostrar que a locação de carros é muito segura como forma de deslocamento neste momento”, destacou. Há ainda uma série de protocolos voltados exclusivamente aos colaboradores. “Disponibilizamos a nossa frota
para que os colaboradores não precisassem utilizar o transporte público, garantindo assim a integridade deles neste deslocamento”, revelou. Já no caso da Movida, o diretor executivo de Marketing e Vendas da Movida, Jamyl Jarrus, explicou que no início da pandemia o aluguel de carros foi entendido como um sérvio essencial, porque tem que servir ao setor agrícola e aos profissionais da saúde. Por este motivo, os protocolos foram adotados muito rapidamente. “Nossas lojas precisavam se manter abertas, mas obviamente existia o medo pela falta de informação. Adotamos então, vários novos protocolos, tanto na loja, no momento da contratação, como na entrega do veículo”, contou. “Quando o cliente chega, ele tem escudos de acrílico em cada ponto de atendimento e álcool em gel. Passamos a adotar novos procedimentos de higienização, incluindo a lavagem geral que já acontecia antes, há uma higienização nos pontos de contato e dois saches de álcool dentro do carro”, complementou. Além disso, para dar uma segurança maior para o cliente, após a higienização, os carros são “laABAV COLLAB 119
LOCADORAS
crados” com selos nas portas para que apenas a pessoa que alugou o veículo possa abri-lo. AJUDA DA TECNOLOGIA A tecnologia é também um dos trunfos das locadoras neste momento. A Localiza já tinha o aplicativo “Localiza Fast”, mas apenas para algumas cidades. Agora, com a pandemia ele foi ampliado e tem sido muito adotado pelos clientes, conforme relatou Paulo Henrique. “Já estávamos investindo muito forte no Localiza Fast e ampliamos agora. Nele, o cliente consegue retirar o carro sem passar pelo balcão. Todo contato é feito pelo celular e é hoje uma vantagem muito grande neste momento”, contou. “A tecnologia passou a ser um item essencial durante a pandemia”, adicionou. O mesmo acontece com a Movida, que ampliou o seu web check-in. Segundo ele, este processo foi acelerado durante a pandemia porque torna a experiência na loja muito mais rápida. “O aplicativo diminui o tempo de 15 para cinco minutos e acaba ficando menos tempo dentro da loja. Ele faz tudo de forma antecipada e chega na loja já com o QR Code apenas para retirar o veículo”, explicou. “Esta é uma de nossas características e vamos seguir apostando em tecnologia. Queremos que a pessoa passe menos tempo dentro da loja e tenha uma experiência boa dentro do carro”, completou. 120 ABAV COLLAB
RESULTADOS Pires comentou que um dos destaques neste momento os contratos de curto prazo de rent a car, a queda foi maior do que nos de longo prazo. A recuperação, porém, se deu antes do que qualquer outro do Turismo, com níveis de vendas já bastante relevantes no mês de junho. “Quando olhamos para junho, é bastante significativo porque nos coloca nos mesmos patamares do ano passado. Foi um processo de recuperação bastante surpreendente, claro com muito trabalho, mas que mostra a resiliência do setor de locação de veículos durante a pandemia”, disse. “Sofremos bastante no início e estamos recuperando, mas é preciso se atentar que tivemos um crescimento de 30% no ano passado”, completou. Jamyl Jarrus lembrou que a Movida agiu rápido no início da pandemia e que o pior momento foi em abril, uma vez que as empresas começaram a fechar em março. Foram feitas diversas ações para manter os carros, como por exemplo, dois meses gratuitos para os motoristas de aplicativo que tiveram Covid, renegociação de tarifas e redução de frota para que a taxa de ocupação permanecesse em um nível mais saudável. “Por um outro lado, o mercado de semi-novos estava aquecido. Fomos fazendo muitos trabalhos em várias frentes, inclusive com agências de viagens corporativas para iniciar esta retomada”, afirmou.
NOVOS PRODUTOS A mobilidade foi um dos setores mais impactados durante a pandemia. Por este motivo, muitas pessoas passaram a utilizar o carro e, consequentemente a locação para se locomover. Com isso, ganhou força o chamado carro por assinatura, produto que as locadoras têm ampliado e flexibilizado cada vez mais. De acordo com Paulo Henrique Pires, este produto já existe, mas em breve será lançado um novo para pessoas físicas. “Já começamos a notar as características da demanda. E as pessoas não querem imobilizar recursos em um veículo, portanto, começam a utilizá-lo neste modelo”, explicou. “A terceirização com este mindset tem favorecido os negócios”, complementou. Jarrus também ressalta que o carro por assinatura está crescendo desde maio, justamente pelo fato das pessoas estarem em busca de alternativas para a mobilidade. O diferencial, no entanto, é que este tipo de produto passou a ser disponibilizado para venda pelas agências corporativas. “Isso fortalece as duas pontas, as agências que estão com uma venda menor dos demais produtos e disponibilizamos o aluguel de carros como alternativa”, falou. O executivo também comentou a queda menor do que as concorrentes nas vendas as agências Abracorp. Enquanto a média geral ficou em 48%, a Movida recuou apenas 25%. “Nós lançamos produtos exclusivos para a base de agências, o time comercial também agiu muito rápido e segue muito próximo dos agentes, além uma negociação mais flexível. “Claro que 25% é uma queda acentuada, mas posso assegurar que estamos retomando fortemente nossa produção com as agências corporativas”, garantiu. MUDANÇA DE PERFIL Paulo Henrique Pires, da Localiza, citou duas tendências que estão acontecendo neste momento. A primeira é o tempo médio de locação, que tem sido ampliado significativamente. Isso porque tanto empresas como pessoas físicas têm optado por ficar mais tempo com veículo justamente para utilizá-los não apenas em viagens, mas em outros tipos de deslocamentos. A outra ocorre por conta da diminuição da taxa de devolução, permitindo que o carro seja entregue em outra cidade por um custo muito menor.
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