FESTURIS 2022 | ARTIGO ESPECIAL
OPERACIONALIZAÇÃO DO TURISMO Confira as dicas para adquirir conhecimento sobre o setor, entender o público alvo e definir estratégias assertivas de negócios
Airton Abreu* O Turismo é a atividade econômica que mais cresce no mundo, com altas taxas, tanto em número de turista quanto de dispêndios. Segundo dados levantados em 2018 pelo Conselho Mundial de Viagem e Turismo (WTTC), o setor gerou US$ 8,8 trilhões e manteve 319 milhões de empregos. O Brasil precisa ter uma política nacional, voltada para o turismo visando aumentar significativamente o fluxo de visitantes, pois não somos um destino consolidado, motivo pelo qual devemos dar atenção ao desenvolvimento do segmento, envolvendo os governos, federal, estadual e municipal de forma integrada. Assim, esforços em ações bem estruturadas poderão ser realizados para que possa impulsionar o destino, tornando-se uma atividade propulsora da economia. Temos condições inigualáveis no que diz respeito às nossas belezas naturais e características culturais peculiares para consolidarmos o turismo de lazer; negócios; incentivo; gastronômico; náutico; aventura; ecológico; cultural e religioso; áreas que atualmente não estão sendo exploradas adequadamente. Colocar em prática uma política de desenvolvimento do turismo em nível nacional com a participação efetiva de todos, envolvendo os governos, trade e sociedade organizada, tomando como base o binômio “desenvolver e promover”, ações de infraestrutura, qualificação de mão de obra, divulgação e comercialização, em suma, operacionalizar o segmento de forma integrada. As regiões turísticas brasileiras para se tornarem destinos preferidos pelos turistas tem que oferecer infraestrutura e
qualidade no que tange as vias de acesso, limpeza pública, higiene de bares e restaurantes, iluminação e segurança pública de qualidade, treinamento de profissionais do segmento, dentre outros. Com base em um calendário cultural previamente aprovado devemos desenvolver ações com jornalistas nacionais e internacionais com o objetivo de criar uma imagem positiva do país como destinação turística, especialmente nos eventos culturais como carnaval, festas religiosas, festival de música e cinema, artesanato, gastronomia, além do turismo de lazer e ecológico, promovendo ações de press trip, ou seja, arranjo de negócio em que uma entidade investe tempo e dinheiro para trazer jornalistas e/ou fotógrafos, para visitar um atrativo ou destino com objetivo de vender histórias e imagens sobre a estada, tornando-se um instrumento que poderá ser utilizado para conseguir publicidade positiva para os roteiros. Realizar com operadores e agentes de viagens visitação às regiões turísticas brasileiras, para que todos tenham uma visão unificada da infraestrutura e equipamentos existentes em cada destino, identificando de forma acertada a sua comercialização. Outro fator de fundamental importância é a utilização da segmentação para analisar as preferências dos turistas, facilitando a identificação das suas razões de viajar para um local específico, possibilitando aos gestores e as empresas atuarem de forma focada, atendendo às necessidades de cada grupo de clientes bem como a possibilidade do uso de campanhas de marketing de forma assertiva, obtendo respostas positivas na expansão do negócio. Definido o público-alvo para o seg12
mento turístico, devemos atentar ao fato que teremos que desenvolver ações de comercialização através das agências de turismo (operadoras de turismo e agências de viagem). Essa distribuição será realizada nos principais mercados emissores a nível nacional e internacional, isto é, com grandes operadoras que são empresas que elaboram pacotes turísticos, combinando transportes, meios de hospedagem, serviços de guias, entretenimento, alimentação proporcionando o convívio e a vivência do turista no destino escolhido. As agências de viagem funcionam como canais de distribuição dos produtos turísticos disponibilizados pelas operadoras , podendo ser oferecidos de forma segmentada por públicos diferentes ou por motivos diversos, atuando tanto fisicamente quanto no ambiente virtual, viabilizando o marketing, utilizando sites do destino, redes sociais, mídias cooperadas, incluindo o destino em seus catálogos distribuídos em seus pontos de venda, treinando estes atores para aprenderem a vender e divulgar uma imagem positiva do destino. Com as ações de divulgação e comercialização ocorrerá o incentivo da prática da operação dos voos fretados (charter), geralmente sem escalas direto ao destino e que possuem baixo custo de operação reduzindo o valor da passagem e do pacote turístico, objetivando aumentar o fluxo, porém é necessário divulgar, comercializar e operacionalizar o destino Brasil. A operacionalização poderá elevar o fluxo de visistantes para os diversos destinos turisticos brasileiros, porém é necessário realizar um diagnóstico com indicativo de solução por meio de uma equipe gestora capacitada para desenvolver e melhorar a infraestrutura básica, bem como promover os atratativos naturais, culturais e patrimoniais , por meio de cooperação de divulgação e comercialização com grandes operadores a níveis nacional e internacional, com o intuito de despertar o interesse do público alvo. *É formado em Economia pela Faculdade de Ciências Políticas Econômicas do RJ; em Administração pela Faculdade Cândido Mendes RJ; tem MBA em Gestão de Negócios em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi e ainda pós-graduação em Turismo e Hotelaria pela Faculdade Faveni. Foi secretário de Estado de Turismo do Maranhão de 2003 a 2006.