Issue #0
Junho 2020
Apropriação ou aculturação Estudo e reflexão sobre extensões gráficas e visuais entre heranças Africanas e Europeias
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ESAD.CR Mestrado de Design Grรกfico Projeto para a unidade curricular Atelier Design Grรกfico
Docente: Marco Balesteros Discente: Denise Santos 2
Aculturação ou Apropriação? A expressão apropriação provém da palavra apropriar-se, palavra que remete para um sentido de posse e domínio, pode ser considerado o ato de absorver uma cultura ou de fazer submeter a sua cultura a outro povo, levantando questões de poder. Aculturação faz parte de uma globalização, do assumir de uma cultura “estrangeira” de forma consciente ou inconscientemente. A aculturação e apropriação são palavras diferentes cuja prática e propósito imerge em consequências semelhantes desde do assumir ao apropriar de uma outra cultura, gerando impacto de uma cultura sobre outra. Os descobrimentos tiveram repercussões nas culturas colonizadas e na cultura que as “conquistou”, o ato de assenhorar-se do povo e da sua cultura reflete se durante o período da colonização e na atualidade, como processo de crescimento natural de cada nação. Encontra-mo nos, numa fase histórica de descolonização e globalização sendo pertinente voltarmos ao passado para compreender a identidade do presente, para encontramos o início da zona de contacto entre países. A identidade cultural e gráfica de um povo abrange a história do mesmo e as influências adquiridas de outros povos. Nesta publicação irá ser abordada como uma linha de desenvolvimento de ambas as culturas, ocidental e africana. Serão refletidas áreas tangíveis ao tema de forma a compreender a identidade contemporânea de ambas as culturas, marcas que vem afetar as culturas mutuamente concebendo na história do design, conceitos, formas e técnicas que dão início a globalização de conhecimento no design gráfico e outras áreas no campo cultural.
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Diagrama
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Coordenadas do diagrama - Viaje e explore o tema atravĂŠs do mapa
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Malorie Blackman 1962 / Londres Malorie Blackman escritora que vive e nasceu em Inglaterra. Para além de livros escreve dramas televisivos fictícios para crianças e adultos jovens distopia.
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Blackman trabalha sobre literaturas relacionadas com diferentes etnias prevalecendo o lado fictício das suas histórias com o objetivo de nos fazer refletir e criar perspetivas divergentes sobre uma temática ou acontecimento. As suas obras são escritas direcionadas para jovens adolescentes principalmente da diáspora africana. O livro “Noughts and Crosses” troca a narrativa da história do colonialismo, colocando o povo africano na posição de colonizador e o povo europeu como povo de minoria e de exclusão social “Blackman o inverte no seu mundo fictício, no qual os brancos são as vítimas”. O enredo do livro decorre em Inglaterra e a autora opta por não dar grande destaque a raça ou etnia das personagens, mas sim ao descrever das suas vivências. “Cheio de amor, tristeza, sofrimento e sátira sobre a injustiça, Noughts and Crosses é um romance notável, inclusive para abordar o assunto da raça com simplicidade brilhante.” Esta obra em particular de Malorie Blackman faz nos rever questões de identidade de um povo assim como as noções de apropriação de cultos de uma sociedade, que naturalmente observe por consequência de uma inversão de questões de domínio.
https://literature.britishcouncil.org/writer/malorie-blackman
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“Nought & Crosses” o Livro
Recentemente foi realizada uma série baseada no livro “Noughts and Crosses” de Blackman, cuja montagem de cenários e figurinos têm grande impacto por captar a vivência da comunidade, subressaindo a antropologia e estrutura da cidade, ver como se apropria das formas culturais associadas ao povo africano.
Capa do livro “ Noughts & Crosses” de Malorie Blackman publicado em 2001 pela editora Verlagsgruppe Random House
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“Nought & Crosses” a série televisiva/ 2020 Screenshots de partes da série
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https://www.youtube.com/watch?v=R6qDGmx1-WU
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Yinka Shonibare 1962 / Londres / Viveu na Nigéria Artista inglês nascido na Nigéria, estudou e vive atualmente em Londes. Realiza trabalhos sobre questões de raça, classe, questionando definições culturais nacionais. Utiliza nas suas obras o tecido Batik como símbolo de identidade e independência africana. Nos seus projetos existe uma procura constante por histórias que se relacione com a obra de forma conceptual, temas como por exemplo o colonialismo, a identidade visual e cultural africana entre outros que procuram fazer prevalecer a reflexão sobre a presença da arte africana na contemporaneidade. 12
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The African Library (2018) A biblioteca Africana é composta por aproximadamente 4,900 livros furados com o tecido batik celebrando de forma conceptual a presença e o contributo que os africanos imigrantes e descendentes que realizaram nos movimentos de independência do continente africano. Nas lombas destes livros encontramos gravados a dourado os nomes de pessoas cujos contributos ofereceram nas mais diversas áreas, ciências, artes, evolução da tecnologia entre outras.
http://yinkashonibare.com/
“The African Library” by Yinka Shonribake, 2018
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ESCULTURA DE VEN III 2014 (MUSEU DE CONTEMPORÂNEA
Escultura de Vento VII Wind Sculpture VII é a primeira escultura instalada permanentemente em frente ao Museu Nacional Smithsonian de Arte Africana.
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ESCULTURA DE VENTO V 2014 (MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE CHICAGO)
ESCULTURA DE VENTO
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NTO ARTE DE CHICAGO)
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Batik Tecido
Técnica de tingimento em tecido artesanal original da Indonésia. Desenhar a cera sobre o tecido e em seguida tingi lo, continuando o processo até termos o resultado esperado.
“Tecido Africano: símbolo, cores e um pouco de história” (Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Edila da Silva Schmidt -Rio dos Sinos – São Leopoldo –Brasil.)
As histórias transferidas para os tecidos através de símbolos carregados de significados transportavam a linguagem de um povo e a sua passagem cultural de geração para geração. A arte transcrita nos têxteis era a forma de criar, comunicar e preservar, a “arte africana, se torna uma forma de comunicação social subjetiva”. A forma expressiva e livre presente na arte negra influenciou e influência outras culturas, cultivando novas formas de produzir e expressar na arte. As formas que encontramos nestas peças relacionam a simbologias e estética, originando padrões que enfatizam a repetição de formas geométricas, a representação de humanos e/ou animais eram frequentemente estilizadas e simplificadas. “Triângulos, losangos, quadrados e formas entrelaçadas, aparecem repetidamente nos tecidos. Nota-se uma predominância da simetria. Os ornamentos tradicionais são: linha, ponto, linha quebrada, círculo, espiral, disco dentado, losango, triangulo, pirâmide.” Desta forma o tecido torna-se um símbolo da identidade e cultura dos povos africanos, sendo que cada um deles produzia as suas diferentes simbologias e narrativas, invocando numa só técnica diferentes descrições da vivência da comunidade.
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rocesso nest e link https://www .youtube.com /watch?v=l3 e221v
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Exemplos de alguns Tecidos produzidos por povos africanos atravĂŠs da tĂŠcnica Batik
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“Na África, o batik, tecidos estampados, e as serigrafias resultam de pesquisas ligadas a mitos e lendas, símbolos do folclore nativo. (...) Assim, percorremos a história dos tecidos africanos, com suas tramas, cores e texturas, que indicam papéis sociais, estampam mensagens, contam histórias, transmitem ideias e valores.”
“Tecido Africano: símbolo, cores e um pouco de história” (Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Edila da Silva Schmidt -Rio dos Sinos – São Leopoldo –Brasil.)
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Esther Mahlangu 1935 / Ndebele, África do Sul Faz parte da comunidade Ndebele situada na África do Sul que preserva as suas tradições ancestrais, arte que é passada de geração a geração. Assim que jovem rapariga da comunidade chega a puberdade é levada para longe dos indivíduos masculinos afim de aprender mais sobre a tradição Composições há primeira vista abstratas, mas no fundo, com uma base de sistema de sinais e símbolos. Eshter transpôs a sua arte tradicional para um público mais vasto.
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A artista cresceu a ver a sua mãe e avó a decorarem a casa com os padrões do seu povo, Mahlangu diz numa entrevista, “Os padrões originais que foram pintados nas casas no passado faziam parte de um ritual do povo de Ndebele para anunciar eventos como nascimento, morte, casamento ou quando um garoto vai para a escola de iniciação. Comecei a pintar sobre tela e quadro, pois percebi que nem todo mundo seria capaz de ver a pintura de Ndebele em Mpumalanga, onde moro, e senti que precisava levá-la para ver. Foi assim que meu trabalho começou a ser exibido em museus e galerias em todo o mundo.” Mahlangu como base para as suas obras utiliza a linguagem tradicional do seu povo, no entanto apropria-se desde para criar o seu próprio léxico visual e a sua paleta de cores, “Ela estava tentando misturar tradição com modernidade; portanto, embora exista uma trajetória familiar, também foi ela e sua geração que deram um passo adiante, fazendo essa agora reconhecida contribuição de Ndebele à arte contemporânea”. A artista ao expor a sua arte vem dar a conhecer uma das linguagens visuais que encontramos no continente africano, Mahlangu preserva a identidade do seu povo com o receiu que este desapareça pois as pessoas de Ndebele não têm tanto tempo para produzir esta arte ou vivem agora em grandes cidades como forma de sobreviver. Obra da Artista Esther Mahlangu, sem título 2018
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1991 BMW Art Car por Esther Mahlangu
Obra da Artista Esther Mahlangu, sem tĂtulo 2018
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Abstract , 2014 por Esther Mahlangu
Comunidade e Arte de Ndebele
Mulheres da comunidade de Ndebele (Créditos das fotos: Turismo na África do Sul)
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Estruturas arquitetónicas da comunidade de Ndebele
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Pancho Guedes 1925-2015 / nasceu em Portugal Arquiteto, escultor e pintor, estudou em São Tomé e Principe, Lisboa, Maputo, Porto, Moçambique e Joaneburgo. Realizou maior parte das suas obras em Moçambique. É considerado um arquiteto modernista com características exuberantes, ecléticos, complexos e pensativos.
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Pancho Guedes inspirou-se muito na artista Esther Mahlangue na arte do seu povo localizado em Ndebele, África do Sul, nos seus padrões e cores portadores da identidade cultural e social do povo, para realizar os seus projetos arquitetónicos. “A sua imaginação visual absorve muitas influências, desde a arte de Africa ao surrealismo, e sintetiza-as num estilo que é reconhecivelmente seu, embora os resultados possam parecer diferentes à primeira vista.” A residencial que projetou em 1956, ‘The Laughing Lion’, situado em Maputo, Moçambique podemos notar algumas dessas inspirações. As suas obras questionam a identidade cultural da comunidade moçambicana, assim como reflexões relacionadas com a apropriação e aculturação, e o que pode ser considerado à linguagem artística portuguesa e moçambicana neste caso.
Bloco Habitacional O Leão Que Ri ‘The Laughing Lion’, bloco residencial em Maputo (Moçambique). Projetado pelo arquiteto português Pancho Guedes, que se inspirou em um desenho feito por seu filho de 6 anos.
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Karabo Poppy 1992 / Africa do Sul Designer gráfico e ilustradora que representa a cultura visual africana contemporânea. As suas obras são caracterizadas pelo uso de cores como azul, rostos vermelhos e laranja brilhante, com ilustrações com características acentuadas. As suas referências partem dos padrões visuais e tecidos africanos como forma de captar o ambiente.
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Poppy nasceu e estudou no Sul de África, o facto de ter escolhido a arte como profissão gerou tensões na sua família, pois dentro da estrutura da sua comunidade a arte não era idealizada como carreira e/ou forma de sustento. “Eles não viram isso como uma homenagem à nossa família. Meus pais queriam que eu me tornasse médico, e por muito tempo também, porque nunca vi alguém do meu meio, que se parecia comigo, transformar arte em uma carreira. Sempre foi algo para pessoas nas grandes cidades ... na verdade, pessoas brancas nas grandes cidades. Sempre foi uma fonte de tensão.” Quando frequentava a faculdade deparou se com a falta de referências a obras de artistas africanos, “O que estávamos aprendendo era mais para uma narrativa ocidental, e realmente não estávamos vendo uma narrativa africana sendo ensinada ou explorada, ou mesmo incentivada”. Todas as suas experiências pessoais e académicas fizeram com que hoje fosse reconhecida pelo seu trabalho ligado a narrativas, cores, formas conectadas a identidade gráfica das suas origens africanas na arte contemporânea.
When They See Us ‘The Unbalanced Scale’ 2020
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https://www.behance.net/Karabo_Poppy Instagram: @karabo_poppy Twitter: @karabo_poppy
Castle Larger Homegrown Can Design - Maize / 2018
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World Kindness Day Coca-Cola (Time Square Billboard) / 2019
MRP Limited Edition T-Shirt Design (Project + Artists) / 2018
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Malangatana 1936-2011 /Moçambique Artista e poeta moçambicano reconhecido internacionalmente pelas suas obras diversificadas. Realizou desenhos, pinturas, esculturas, peças de cerâmica, murais, poesias e música.
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/9 “Tentativas Vitralicas” por Malangatana em 1982
“Monstros Grandes Devorando Monstros Pequenos” por Malangatana em 1961
Malangatana sempre apoiou a independência do seu país e as suas obras são representações das vivências do seu povo “faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador, criando assim uma identidade cultural moçambicana.”. As suas obras são caracterizadas pelo uso de cores quentes e uma grande presença da figura humana a ocuparem todo o espaço da tela, sufocando o espaço vazio. O artista não teve nenhuma formação académica, pelo que o seu trabalho vem de uma aprendizagem e expressão muito pessoal, contextualizando com a situação histórica do seu país e do mundo. “Os críticos ficaram impressionados com suas composições fortes, suas imagens cativantes e sua capacidade de contar histórias. O assunto era uma coisa, a outra era seu estilo único; paletas intensas de laranja, vermelho, amarelo, azul e preto e configurações densas, mostrando uma profusão de figuras e forma humana.”
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David Adjaye 1966 / Tanzânia / atualmente Londres Sir David Frank Adjaye é um arquiteto britânico mais conhecido pelos projetos do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana em Washington DC e da Escola de Administração Skolkovo em Moscou. Formou se em 1993 no Royal College of Art.
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/10 Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana Em 2009, juntamente com outros arquitetos, Davis Brody Bond e SmithGroup, criou o grupo Freelon para projetar o novo museu Museu Nacional de História e Cultura AfroAmericana de em Washington DC. O design do edificio apresenta um motivo de coroa da escultura iorubá.“Todo o edifício é envolto em uma treplica de bronze ornamental que é uma referência histórica ao artesanato afro-americano.” Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, renderes
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bell hooks 1952 / EUA / Gloria Jean Watkins Gloria Jean Watkins nome verdadeiro da escritora, professora, teórica, feminista, artista e ativista social. O seu pseudónimo bell hook, escrito em letras minúsculas para enfatizar o conteúdo da escrita e não à autora, foi escolhido em homenagem à sua bisavó, Bell Blair Hooks.
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?O ulher eu M negra” serei er “Não o e mulh 2018 ism oks femin ll ho as e b : t ito Escr uno Quin :N ução Trad
As suas principais obras e estudos são direcionados para temas sobre raça, género, classe e às relações sociais opressivas, com ênfase em temas como arte, história, feminismo, educação e mídia de massas. Hooks tem uma perspetiva pós-moderna e influenciada pela pedagogia crítica de Paulo Freire. A sua obra mais conhecidas tem por título “Não serei eu mulher? As mulheres negras e o feminismo” escrita durante a sua licenciatura e publicada anos mais tarde em 1981. A obra literária é considerada pioneira e um clássico para a teoria do feminismo, refletindo sobre o impacto do sexismo e racismo sobre a mulher negra. A comunidade negra é abordada no livro como uma comunidade desprezada e opressiva, e as mulheres negras tornam se protagonistas da obra pelo sofrimento, estereótipos, agressões físicas e psicológicas em que são colocadas ao longo das épocas, tornando mais evidente a sua invisibilidade na sociedade. Estas mulheres foram se aculturando da cultura “branca” e forma de estar da comunidade “branca” para se sentirem mais integradas na sociedade e para se sentirem mais femininas, tendo sinto um percurso difícil e de muitas rejeições. Se hoje em dia é nos difícil conhecer obras e trabalhos de artistas negros, obras de mulheres negras tornam se ainda mais difícil de encontrar pela sua exclusão racial e sexista perante a sociedade. 35
“(...) a sociedade racista e sexista condicionou-nos a desvalorizar a nossa femilidade e a olhar a raça como único rotulo de identificação que importa.”
“Não serei eu Mulher? O feminismo e mulher negra” 2018 Escrito: bell hooks Tradução: Nuno Quintas
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Negras novas a caminho da Igreja para o batismo. Jean Baptiste Debret (1768-1848)
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Maria Alice Fernandes 1939 / Praia, Cabo Verde / Pintora Naif
Obras de Maria Alice Fernandes
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A/9 Amílcar Cabral 1924-1973 / Nasceu na Guiné-Bissau e cresceu em Cabo Verde / Ideólogo da Independência - PAIGC “A independência para quê?’ Sim, a independência para quê? Para nós, em primeiro lugar, para sermos nós próprios. Para sermos homens africanos, com tudo o que nos caracteriza, mas caminhando para uma vida melhor, e que nos identifique, cada vez mais, com os outros homens no Mundo. Salazar dizia que a África não existe sem os Europeus. É um exagero. Nós consideramos que a nossa independência permitirá desenvolver a nossa cultura, desenvolver-nos a nós mesmos e ao nosso país.Levando o nosso povo a sair da miséria, do sofrimento, da ignorância, porque este é o estado onde nos encontramos após 500 anos de presença portuguesa.” Arquivo de Ephemera, Cartazes sobre Amílcar Cabral
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Harmonia Rosales 1984 / nasceu na América / Afro-cubana Pintora contemporânea que foca as suas obras na representação da mulher negra inserida na cultura ocidental em memória aos seus antepassados.
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A representação de Oshun deusa padroeira do rio na Nigéria é frequentemente identificado nas suas obras como símbolo da feminilidade, da fertilidade, da beleza e do amor. A valorização da mulher negra tornou se o foco dos seus projetos, diz “Ao criar obras de arte positivas usando mulheres negras, o oposto completo do qual estávamos acostumados a ver, podemos começar a desconstruir a nossa estrutura de poder”
od, es like G e g a m i l erfu sam take pow want to cut the t o n at y “Wh union th ? I don’t / m y a t i d n A u r some in a Jesus o to create age, but s t s n e a m w I e , d. story e the sam ed to be separate b o t d e ’t ne continu . We don han we think. ” y a w t n e cted t differ re conne o m e r a We
https://www.youtube.com/watch?v=fWDgsS1gK_I
Rosales cresceu a estudar artistas ocidentais homens, apreciava muito as pinturas do renascimento, mas não se identificava e sentia falta de ver a identidade da mulher negra representada nessa arte/vanguarda. “Quando tudo o que vemos na história da arte é um céu branco dominado por homens, nos tornamos inferiores a esse género e imperialismo cultural. Não apenas as conceções sociais de caráter negro são distorcidas nesse processo, mas também as conceções de mulher e o seu valor como coiguais numa sociedade igualitária.” A artista reconta a história através das suas pinturas deixando o seu DNA de artista afro-cubana. “Desde que a história global foi documentada, religião e poder andam de mãos dadas. Às vezes, esse poder pode ser abusado pela ganância” cita Harmonia Rosales numa entrevista.
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https://www.harmoniarosales.com/collections
ojetos Veja pr ta s da Arti
Harmonia Rosales - “Imaginary To Counter Hegemony” (2017)
Harmoni Rosales - “A criação de Deus”
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A/3 Sandro Botticelli (Pintor renascentista) 1445-1510 / Itália
“O nascimento de Vénus” 1485/1486
Michelangelo (Pintor renascentista) 1475-1564 / Itália
“A criação de Adão” localizado na capela Sistina (Vaticano) 1508
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Kady Araújo 1987 / nasceu na Praia, Cabo Verde Cantora caboverdiana com formação nos Estados Unidos, Brasil e Portugal. Realizou coros para diversos cantores cabo verdianos como por exemplo, Djodje, Dani Santoz, Sara Alhinho e Ricky Boy.
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Diz Só Letra da música
[Refrão] Diz só quem falou, diz só Tens que matar pra vencer na vida Diz só quem falou, diz só Que nós andamos à deriva Diz só quem falou, diz só Que somos geração perdida, ai é? Diz só quem falou, diz só Que esta viagem é só de ida [Estrofe 1] Olha lá, é muito mar Para tão pouco horizonte Se navegar for preciso Só nos resta seguir em frente E só sei Que um dia também não vais notar Mas eu sei Tudo aquilo que hoje tens para dar Se eu pedir aqui Só pode ser assim Quero ser livre com quem me ensine Que não gagueja quando pensa Então vem e diz só
sica a mú k Oiça deste lin és v a r t a
https://www.youtube.com/watch?v=ekbfjDMeGV4
A música aborda o feminismo e a mulher negra, refletindo sobre as suas lutas e percurso, apelando pela nossa força enquanto mulheres no mundo e relembrando que a nossa voz tem grande valor.
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https://www.youtube.com/watch?v=ekbfjDMeGV4
[Refrão] Diz só quem falou, diz só Tens que matar pra vencer na vida Diz só quem falou, diz só Que nós andamos à deriva Diz só quem falou, diz só Que somos geração perdida, ai é? Diz só quem falou, diz só Que esta viagem é só de ida [Estrofe 2] E olha lá, que saia daqui Um verso que nos faça justiça Lugar de fala, seja aqui O lugar onde a voz se oiça Só sei Nada acontece sem paixão, não, não Mas eu sei Porque falo a língua do chão Diz-me, quem foi Angela, Cesária ou Michelle Diz-me, quem foi Paulina, Maria, Grace ou Marielle [Refrão] Diz só quem falou, diz só Tens que matar pra vencer na vida Diz só quem falou, diz só Que nós andamos à deriva Diz só quem falou, diz só Que somos geração perdida, ai é? Diz só quem falou, diz só Que essa viagem é só de ida, ei Essa viagem é só de ida
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Cristina Roldão 1980 / Portugal Socióloga afrodescendente cujos seus estudos recaiem sobre temas relacionados com a raça, o racismo, o feminismo negro e a discriminação no ensino sobre as minorias.
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Cristina Roldão cresceu e viveu num bairro social onde viu e sentiu injustiças criadas em tornou das crianças negras e de ela mesma. Com o objetivo de diminuir atos de racismo e o impacto que têm sobre a comunidade negra, Roldão cria vários projetos como a associação Kutuca que pretende ajudar e apoiar as crianças do bairro nos seus estudos e projetos de investigação para procurar saber mais sobre a história da comunidade negra em Portugal. Roldão discute sobre a falta de identificação pessoal de alunos afrodescendentes, a dificuldade que têm em se integrar na escola, os livros de história representam a sua comunidade como escravos e de como com o decorrer dos anos escolares torna-se cada vez mais difícil encontrar professores ou colegas que se possam identificar com a sua cultura.
https://www.youtube.com/watch?v=0AOvAdY11Yg
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O tema encaixa se na temática principal por refletir sobre o que é retirado aos jovens de comunidade negra, o que os afasta enquanto pessoas e coloca los num grupo estereotipado com o objetivo de tornando-los invisíveis. Na seguinte página encontramos uma coleção de livros relacionada com o impacto das migrações em termos científicos e políticos em Portugal, Cristina escreve coletivamente um desses livros com o título “Caminhos escolares de jovens Africanos (PALOP) que acedem ao ensino superior”. a alestr ma p sobre u a j e V ga cioló ção da so na Educa o m is c a R
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B/4 Coleção de Estudos do Observatório das Migráções (2003) “Esta coleção do Observatório das Migrações (OM), lançada em 2003, tem por finalidade apresentar, em cada Estudo, uma reflexão científica sobre migrações. Para sustentar a atribuição de investigação-ação do OM, esta coleção é sempre concluída com um capítulo de recomendações para política pública sobre o tema em estudo. Os estudos desta Coleção são publicados em suporte papel e disponibilizados em suporte digital neste espaço por ordem decrescente da sua data de publicação. As análises e posições expressas em cada volume da Coleção Estudos OM são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não vinculam o ACM (ou outras instituições referidas nos estudos).”
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B/3 Paulo Freire 1921- 1997 / Brasil Educador e filosofo brasileiro que nasceu dia 19 de setembro a 1921, aborda principalmente a educação num âmbito pedagógico crítico. Os seus artigos e livros refletem sobre uma abordagem que tem o intuito de deixar o educando livre para criar a sua narrativa de ensino, sem a obrigação de seguir padrões. Freire cita outros filósofos e estudiosos como Platão nas suas obras. Defende que os oprimidos através da educação tenham um maior senso de humanidade, ou seja, que se liberte e deixe de agir e pensar como oprimido, mas que se apoie na sua educação para a sua libertação. Freire define a pedagogia crítica, acredita que a educação é um ato político, uma forma de formatar os alunos a pensamentos e ideologias do sistema escolar e dos professores. “a educação faz sentido porque as mulheres e homens aprendem que através da aprendizagem podem fazerem-se e refazerem-se, porque mulheres e homens são capazes de assumirem a responsabilidade sobre si mesmos como seres capazes de conhecerem.” (Freire, 2004, p. 15) Voltando a questão da invisibilidade da minoria e a tentativa de as silenciar dando-lhe menos ferramentas para criar uma opinião crítica. 51
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Felwine Sarr 1972 / Senegal Erudito que se centra em estudar e escrever ensaios que apelam a descolonização conceitual e a reapropriação cultural dos povos africanos. Restituição do patrimônio cultural africano e a herança africana.
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No dia 06 de Março de 2020 Felwine Sarr deu uma conferência na culturgest, em Lisboa sobre “A Restituição da Herança Cultural Africana” abordando a oportunidade de recuperar a memória e reconstrução da sua identidade (africana) atráves de artefactos históricos “roubados” pela sociedade europeia. Resconstruir da sua memória/ Reescrever a sua história /Definir a sua visão. O painel explorará as propostas do relatório e a questão da restituição de peças do patrimônio cultural africano ao país de origem, como parte de um novo capítulo na história global do pós-colonialismo. O livro Afrotopia parte de uma reflexão sobre como criar uma utopia ativa, relativamente ao vasto universo mitológico e tradições antigas do continente, nutrindo uma reinvenção cultural e adotando tecnologias verdes que combatem as mudanças climáticas e desafios demográficos. Afrotopia leva o leitor a uma jornada filosófica e exige a elevação de uma consciência coletiva. O futuro sobre África como um todo e a sua auto reconstrução a fim de cometer os seus próprios erros e criar a sua própria história. Para estudo e reflecção foi lido um artigo sobre o livro Afrotopia e as suas ideias, sublinhando traços de pensamentos importantes e de maior relevância para o tema da publicação.
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*Afrotopia
“Nourrir, éduquer, soigner, mobiliser une jeunesse africaine avec de nouveaux modèles, l’Afrique en a-t-elle les moyens ? Est-ce réellement de l’ordre d’une utopie ? Seule certitude, la lecture d’ Afrotopia de Felwine Sarr réactive des réf lexions anciennes à un moment où l’Afrique, si elle veut quitter le champ de l’utopie et restaurer sa conscience historique, n’a plus d’autre choix que d’arrêter de confier son destin aux autres et de construire ses propres alternatives.” “Alimente, eduque, cuide, mobilize uma juventude africana com novos modelos, a África tem os meios? É realmente utópico? A única certeza é que a leitura de Afrotopia de Felwine Sarr reativa reflexões antigas em um momento em que a África, se quiser deixar o campo da utopia e restaurar sua consciência histórica, não tem outra escolha senão ‘pare de confiar seu destino a outros e construa suas próprias alternativas’.
“Ne payons pas le tribut à l’Europe en créant des États, des institutions et des sociétés qui s’en inspirent. L’humanité attend autre chose de nous et cette imitation caricaturale est obscène. Si nous voulons transformer l’Afrique en une autre Europe, alors confions à des Européens les destinées de nos pays […]. Mais si nous voulons que l’Humanité avance d’un cran, si nous voulons la porter à un niveau différent de celui où l’Europe l’a manifestée, alors il faut inventer, alors il faut découvrir.”
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“Não vamos prestar homenagem à Europa, criando estados, instituições e sociedades que são inspiradas por ela. A humanidade espera algo mais de nós e essa imitação de caricatura é obscena. Se queremos transformar a África em outra Europa, confie os destinos de nossos países aos europeus [...]. Mas se queremos que a Humanidade suba um nível, se queremos levá-la para um nível diferente daquele em que a Europa a manifestou, então temos que inventar, temos que descobrir. ”
“Inventer des formes sociétales contemporaines alternatives, c’est proposer des re-narrations du moderne qui s’inspirent du potentiel et du projet de rénovation que les cultures africaines portent en soi. La modernité, en tant que processus de transformation et de re-modulation des formes, est une démarche propre à chaque société ; aucune culture n’en a le monopole.” “Inventar formas alternativas da sociedade contemporânea significa propor uma nova narrativa do moderno inspirada no potencial e no projeto de renovação que as culturas africanas carregam consigo. A modernidade, como um processo de transformação e remodulação de formas, é uma abordagem específica para cada sociedade; nenhuma cultura têm o monopólio. ”
“l’Afrique se réapproprier ses espaces politiques, ses ressources économiques et ses références culturelles.”
Amzat boukari-Yabara “Felwine Saar. Afrotopia” (2016) Disponível em
“A África está reivindicando seus espaços políticos, seus recursos econômicos e suas referências culturais.”
<https://www.cairn.info/revueafrique-contemporaine-2016-1page-150.htm >
“Sarr apparaît comme une volonté de construire une pensée africaine autonome, à l’écart des polémiques entourant les relations néocoloniales, ainsi que des réactions nationalistes et chauvines émanant des régimes africains.”
“En privilégiant la quantification, l’économie favorise des modes de régulation fondés sur la prédation et l’accumulation, plutôt que sur l’intégration de l’humain dans un cadre social et solidaire.”
“Prudência de Sarr aparece como um desejo de construir um pensamento africano autônomo, longe das controvérsias que cercam as relações reações neocoloniais e nacionalistas e chauvinistas que emanam de Regimes africanos.”
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“No favorecendo a quantificação, a economia favorece modos de regulação básica dados sobre predação e acumulação, ao invés de integração humana em uma estrutura social e unida.”
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Achille Mbembe 1957 / Camarões, centro de África Filósofo e investigador de temas principalmente relacionados com a história de África, póscolonialismo, ciências sociais e política. Teórico do pós-colonial.
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O filósofo escreve vários livros entre eles “Politiques de l’inimitié” e “Critique de la raison nègre” como reflexão sobre questões de raça e política, refletindo sobre as temáticas relacionando-as com a forma de pensar do povo africano e também o pensamento dos europeus. Ambos os livros foram estudados através de artigos que fazem uma reflecção sobre os mesmos, alguns trechos desses artigos expostos aqui na publicação pela sua maior relevância com o tema. o da razã “Crítica Achille e d ” ra neg be, 2013 Mbem
s da “Política ille de Ach ” e d a inimiz bembe, 2017 M
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itié m i n i ’ l es de u q i t i l * Po izade m i n i da s a c “La démocratie doit i t í l * Po produire, désigner et exterminer des ennemis pour continuer à être démocratique – sous peine d’être contrainte de s’observer elle-même comme l’autre qu’elle a toujours été : le « besoin d’ennemi » est « l’équivalent d’un besoin quasi anal d’ontologie”. “A democracia deve produzir, designar e exterminar inimigos para continuar democrática - sob pena de ser forçada a se observar como a outra que sempre foi: a“ necessidade de um inimigo ”é“ o equivalente a uma necessidade quase anal de ontologia ”.
“Le racisme, névrose ou « dérangement psychique » dans ses deux formes principales, racisme bio-psychologique et racisme culturel, est exploré à travers les blessures qu’il inflige.” “Racismo, neurose ou” distúrbio psicológico “em suas duas formas principais, racismo biopsicológico e racismo cultural, são explorados através das feridas que inflige”. 58
Magali Bessone “Achille Mbembe, Politiques de l’inimitié” - Paris, La Découverte, 2016, 181 p., notes bibliogr. (2019) Disponível em <http:// journals.openedition.org/ lhomme/29158 >
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gre è n n o s i a de la r e u q i t i r *C egra n o ã z a r da “Achille Mbembe plaide ainsi * Crítica pour un « devenir-nègre du monde » – grille de lecture autant que processus de transformations – qui est le produit d’expériences transculturelles et transhistoriques.” “Achille Mbembe defende, assim, um” tornar-se negro do mundo “- uma grade de leitura tanto quanto um processo de transformações - que é o produto de experiências transculturais e trans-históricas”.
“compte tenu du fait que le « Nègre » a occupé différents étages d’un édifice intellectuel européen chancelant.”
“discours nègre (a) été dominé par trois événements – l’esclavage, la colonisation et l’apartheid”
“Dado o fato de o “Negro” ter ocupado diferentes andares de um edifício intelectual europeu vacilante.”
“discurso negro (a) foi dominado por três eventos - escravidão, colonização e apartheid ”
Eddy Banaré “Achille Mbembe, Critique de la raison nègre” (2019)
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Disponível em < http:// journals.openedition.org/ lectures/12451 >
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Jean-Pierre Bekolo 1966 / Camarões, centro de África Focado em derrubar esteriótipos sobre África e/ou cinema africano. Trabalha contra espectativas restritivas do povo africano, “cinema africano feito para um público europeu”.
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Quartier Mozart ( JeanPierre Bekolo, 1992)
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“Portugal não é um país pequeno” de Henrique Galvão
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Um dos objetivos da publicação passa por refletir sobre a influência das artes gráficas em Portugal, ou seja, consequências dos efeitos de aculturação e apropriação no design e a procura da origem dessas influências, mais especificamente países lusófonos do continente Africano. Evidenciando uma linguagem personalizada dos artistas gráficos africanos, de modo a tentar perceber o cruzamento nas abordagens dos projetos, localizando atos de apropriação / aculturação por parte do design nacional português. Traços como símbolos e figuras nacionais, formas de expressar a própria cultura, questões ligadas à história do país e estereótipos de identidade, para refletir a fim de compreender melhor a identidade visual dos países em estudo. A publicação vem analisar a identidade cultural e gráfica dos artistas africanos ou afrodescendentes na sua contemporanedade e também analisar a invisibilidade e desconhecimento de grande parte destes artitas. Desta forma abrem se outros campos de investigação sobre a aculturação e apropriação no design.
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Mário Moura 1966 / Portugal Crítico de design, arte e cultura, e blogger português. Professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto e membro do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS).
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Mário Moura escreveu o livro “A força da forma” que é pertinente para o trabalho a fim de compreender e examinar formas gráficas nacionais e a sua “contaminação”, da mesma maneira que questiona o que é a identidade gráfica portuguesa. Durante o capítulo “Um país em forma de fronteira” deparamos nos com várias questões e reflexões que nos fazem repensar sobre todo o conceito de identidade gráfica e visual de um país. Há medida que fui lendo o livro fui retirando aquelas que podiam ser ideias chave para o projeto a fim de compreender melhor como o processo de aculturação e/ou apropriação se encaixa na identidade gráfica portuguesa. “Em cada uma das situações, fronteira e fachada, representa-se algo pela membrana quem separa o exterior. Trata-se de uma solução óbvia e genérica, mais simples do que representar o seu funcionamento, a sua identidade, o seu tom, os seus habitantes, as suas expetativas.” “É aquele que se pratica dentro daquele contorno, ou pode ser exercido fora dele, embora por gente nascida no seu interior?” “Aquilo que muitos se recusam a admitir é que, no fundo, somos feitos de pequenos empréstimos de sujeitos estrangeiros e, consequentemente, seremos seres de fronteiras.”
a” a form força d Livro “A Moura, 2019 o de Mári
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Nuno Coelho 1976 / Bruxelas, Bélgica
Designer gráfico e investigador que explora nos seus projetos o conceito de apropriação, vernáculo. Aborda questões temáticas sociais e políticas.
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Saboaria e Perfumaria Confiança 1894-2011 / “referência no panorama industrial português do século XX. Esta fábrica centenária situada em Braga” A tese de doutoramento de Nuno Coelho sobre a Saboaria e Perfumaria Confiança foi estudada como forma perceber que olhar tinham os artistas portugueses sobre as culturas PALOP, com a finalidade de alcançar a sua interpretação sobre os mesmos. Investindo numa abordagem que trabalhe sobre a sua zona de contacto e as suas trocas não materiais. As embalagens com referências coloniais vinham de “contextos relacionados com antigas colónia portuguesas. Dos 29 casos identificado constatou-se a representação de populações nativas e de respetivas manifestações culturais, assim como motivos exóticos ultramarinos.” “rótulos dos sabonetes “Morna” (género musical cabo‑verdiano), “Mombaka” (complexo hoteleiro em Lubango, em Angola), “Huíla” (uma das províncias angolanas), “Mussulo” (praia nas imediações de Luanda),“Merengue” (estilo musical angolano), “Mambo” (estilo musical muito associado a Angola e cuja ilustração representa um nativo com um tambor e, em segundo plano, uma cabana africana), “Dinizes” (representação de uma mulher africana com um cesto na cabeça), “Angolanaco” (casal de nativos africanos a dançar).” 67
Embalagens com ReferĂŞncias Nacionais / Portuguesas
Embalagens com ReferĂŞncias Coloniais (PALOP)
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D/3
Sebastião Rodrigues 1929-1997 / Lisboa, Portugal
Designer gráfico com inspirações artísticas das culturas de países colonizados, inovou o design português tentando se libertar do “clássico design”. Em 1945 em Portugal nasce a primeira geração de designers, entre eles Sebastião Rodrigues, que explora os novos limites das artes gráficas. Conhecido por conter obras que se libertam do “clássico do design” e por relacionarem aos povos primitivos que expressavam a sua arte por meio de sentimentos profundos e emocionais. “Os seus objectos gráficos nasciam da investigação. Na pesquisa e no aprofundamento das expressões gráficas da cultura popular portuguesa está uma das chaves da expressividade do seu trabalho. Também aprofundou os conhecimentos sobre as culturas visuais de outros países: grega, japonesa, dos índios brasileiros, etc.”
Capas da revista Almanaque produzidas pelo designer Sebastião Rodrigues (19591961) editora Ulisseia
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D/2 João da Câmara Leme 1930-1983 / Moçambique Designer e ilustrador português João Camara Leme (19301983), nasceu em Moçambique, com um design influenciado pelas formas e cores da cultura do seu país de nascença.
Designer e ilustrador com vertentes do Modernismo Jazzy e urbano, reconhecido por renovar a imagem de vários livros nacionais. “(...)tantos e tão espantosos exemplos de um designer cujos trabalhos fizeram parte do tecido da cultura visual portuguesa, nessa sua década prodigiosa de 60. Mas talvez o maior espanto de todos seja que esta é apenas a primeira monografia dedicada a João da Câmara Leme.”
Obras ilustradas de João da Camâra Leme
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C/2 Coleção D 2011-2016 / coleção de livros sobre importantes designers portugueses
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https://www.publico.pt/2017/09/16/sociedade/noticia/as-varias-faces-do-activismo-negro-1785487
B/5
se o n a c fri A gal u t o r r g o o ne tes em P m s i Ativ scenden e Afrod e gal ortu P a em cia istóri H dên cen ção da s e frod nstru o T: A OR s e a C P a O t s R i l F A ria mo Me
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AFRO-PORT Nu Sta Djunto
mos quere , “Não ar divisões t a n m e u alim os fazer m a e t r n l” que horizo a n a s coi 72
“No cenário sociopolítico português, destaca-se os novos coletivos constituídos por pessoas afrodescendentes e afro diaspóricas, cuja existência social fundamental na construção das diferentes linguagens sociais sobre o real (...) essas pessoas só produzem narrativas sobre o seu não lugar em Portugal.”
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“Carla Fernandes analisa o aparecimento de novos grupos: estamos na Década dos Afrodescendentes, declarada em 2014, há as redes sociais que ajudam a espalhar a palavra e existe “o efeito contágio”.
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Denise Santos 1998 / Lisboa, Portigal / Afrodescendente Estudante do Mestrado de Design Gráfico na ESAD.Cr, licenciada em Design de Ambientes na mesma faculdade. Procura trabalhar a volta de questões de identidade visual, gráfica e cultural, explorando conceitos ligados às suas origens africanas.
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Projecto Prático O diagrama foi projetado como objetivo amplo de investigar e criar ligações entre os vários projetos e analogias criadas em torno da temática, a publicação vem como uma extensão do diagrama com uma abordagem mais ampla dos projetos, artistas e o projeto prático entra conceptualmente com o mesmo intuito de extensão da investigação. A criação de um espaço graficamente comunicativo, ou seja, uma curadoria de arquivo onde possamos saber mais sobre artistas africanos e afrodescendentes “invisíveis” no mapa da história, dar a conhecer os seus trabalhos e a sua contribuição para a linguagem gráfica e visual contemporânea e dar-lhes voz. “As novas formas e lugares para a exibição de arte. O museu como editor. Práticas curatoriais enquanto facilitadoras e orientadoras de leitura.” (Joana Morais, 2014) O projeto prático pretende ser a integração da investigação num espaço, proporcionando ao espetador uma experiência espacial sobre a temática de forma interativa e dinâmica “compartilhar pensamentos e ideias mais do que congelar o processo em um “modelo”. Consoante a informação recolhida, a ideia passaria por organizar e ordenar as referências de modo a originar ligações encontradas ao longo da pesquisa como encontramos no diagrama. Como sugestão o uso do recinto da escola como espaço expositivo, de forma a representar o fim de um ciclo e de dar a conhecer aos alunos da escola a temática. Idealmente a realização de círculos de conversa em torno do conteúdo expositivo, com convidados cujos o seus trabalhos imergem nas questões de aculturação e apropriação, para possibilitar a reflexão e discussão com o corpo docente. 75
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Referê
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ráfi g o i l b i cias b
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Obrigada