EDITORIAL É com grande prazer que lançamos essa EDIÇÃO ESPECIAL da nossa Metal Warriors Magazine alusiva ao evento que ocorrerá em nossa cidade, aos 8 de Fevereiro de 2014, no Bueiro do Rock, principal local de shows de nossa cidade, que já abrigou nomes como Krisiun, Mystifier, Ratos de Porão, Vulcano além de Enforcer, Master e Kuazar. Na ocasião, teremos no evento DARK AVENGER iniciando sua sequência de shows pelo Brasil, divulgando seu novo disco, “Tales of Avalon - The Lament”, pela segunda vez por essas bandas. No cast ainda o ORÁCULO da capital cearense, SCROK de Timon/ MA - Teresina/PI pela segunda vez em nossa revista, e a novata STEEL DANGER e seu heavy tradiça oitentista, apresentando um pouco dessa turma para a galera leitora da MW. Uma forma extra de lançarmos mais uma edição do nosso trabalho, e abrindo caminho para futuras publicações similares a esta. Esperamos realmente que curtam a idéia, cremos ser válida sempre qualquer e todo tipo de divulgação. Apóie sua cena! Fawster Teles Editor MW
THE WARRIORS Panda Reis
Historiador, Músico e Headbanger pandadrums@hotmail.com
Pedro Hewitt
Estudante e Headbanger lordgalder666@hotmail.com
Márcio Freitas
Designer e Headbanger marciohq@gmail.com
Fernando C. Branco Baixista na banda Növa
famcb73@gmail.com
NESTA EDIÇÃO
Matéria,
O Underground e o Capitalismo no Brasil ............... 4
O
,
ráculo
O legado do Heavy Metal ....... 6
D
ark
Avenger,
Retorno em grande estilo..... 10
S
,
S
Danger,
crok
Resistência Thrash ......................... 13 teel
Fawster Teles,
Editor do Metal Warriors Mag. metalwarriorsmag@gmail.com
CRÉDITOS FOTOS
Rock CE, Gabriel Torres, Desireé Galeotti, Divulgação e Domínio Público.
EXPEDIENTE
METAL WARRIORS MAGAZINE é uma revista de conteúdo direcionado aos apreciadores da música pesada. Essa é uma edição especial com tiragem de 300 cópias. Diagramação: Fawster Teles Impressão: Gráfica Livramento (Teresina - Piauí - Brazil)
CONTATO Facebook: /metalwarriorsmagazine Youtube: /metalwarriorsmag Loja Virtual: http://metalwarriors6.webnode.com/ Email: metalwarriorsmag@gmail.com Fones: (86) 9493-6208 (claro) ou (86) 9801-8205 (tim) Teresina - PI - Brazil - Earth
Na crista do Heavy Melódico ..16 Metal Warriors, #9 - Edição Especial - Fevereiro de 2014
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MATÉRIA Panda Reis Historiador, Músico e Headbanger pandadrums@hotmail.com
Falar de certos assuntos relacionados com o underground em geral, pode ser bastante complicado e obtermos visões muito diferentes e gerar interpretações distintas. Tudo bem quando falamos de opiniões e gostos, isso é bem aceitável, mas ao falarmos (de maneira sintética, por causa do espaço destinado) do underground no capitalismo, não se pode refutar que somos também um produto, mercadoria do sistema, mesmo de maneira amena, e em alguns casos, independentes de estilo, contestadores e anticapitalistas realmente, que usam o sistema inteligentemente contra ele próprio, é inegável que nos fizeram de “produto cultural” e algumas vezes “anti cultural” do sistema. Infelizmente não tenho como entrar de maneira mais analítica no assunto, que é muito interessante e está estritamente ligada à política nacional e internacional, psicologia e até filosofia... Pois poderia dividir o underground e o capital4
0 UNDERGROUND E O CAPITALISMO (NO BRASIL)
ismo por décadas e fazer um paralelo entre a cena musical underground e a situação econômica do País, assim perceberíamos e entenderíamos alguns períodos musicais, aceitação, divulgação em determinado momento histórico. Mas sejamos mais rasteiros na análise e mais simplório e direto no assunto, pois o que muita gente não percebe é que o nosso underground, nosso pequeno e emergente underground é refém do nosso resultado econômico como País, mesmo aqueles que não gostam de política, não estão fora do “jogo”, pois em um Estado, você é ob-
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rigado a seguir as regras do sistema que rege o Estado. Não é preciso uma análise mais profunda para notar que nos anos setenta tínhamos meia dúzia de bandas atuantes na cena, estávamos em um regime militar, marcado por uma censura e poucos se arriscavam a fazer arte underground, que normalmente era relacionada à cultura subversiva, nos anos oitenta tínhamos uma dezena de bandas que ainda na ressaca da repressão levavam sua arte adiante, já nos anos noventa tivemos um boom de bandas, zines, casas e gravadoras, isso se intensifica no final da
década e no século XXI. Não é de se estranhar que músicos passaram a viver de sua arte. Agora raciocinemos, o aumento e internacionalização da cena se devem as mudanças econômicas e políticas de cada período, não tem como negar, pode-se assumir estando em uma posição de contrariedade ao sistema, mas usando as armas do sistema, não se pode ficar imune ao capitalismo estando em uma banda, seja nos anos sessenta, setenta, oitenta, noventa ou no século XXI, pois tudo evolve capital. Mas o que queria deixar claro aqui nesse artigo é que, inseridos, estamos à mercê das instabilidades
econômicas do Estado, e em tempos de globalização, estamos à mercê não só do mercado nacional, mas do mercado internacional.
Ser realmente independente seria ser totalmente mendigo... E mesmo o sendo, não se poderia usar o capital... Século XXI, é muito mais difícil estar fora do “jogo”, quando os ganhadores desse jogo, dão as cartas até mesmo no underground, queira ou não queira. Século XXI, a molecada grava discos no quarto, não precisam mais de gravadoras e nem distribuidoras, então somos mais independentes?? Não ... somos mais alienados ao que realmente o Estado, o Capitalismo representa hoje. Então pelo menos, usem as armas deles contra eles.
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Pedro Hewitt
Estudante e Headbanger lordgalder666@hotmail.com
O legado do Heavy Metal O nordeste sempre teve e tem uma incrível e brutal cena de bandas que impressionam a cada ano que estão na ativa. Direto de Fortaleza, capital do grande Ceará, em meados de 1994 nasce uma banda com pegadas do Old School Heavy Metal e camadas de um bom Rock’n Roll, formado por amigos da região, como Robson Alves (vocal) Paulo Henrique (1°Guitarra), Daniel Farias (2°Guitarra), Vicente Wilson (Baixo) e Sula (Bateria), chamada ‘Oráculo’. A banda completou 19 anos de estrada no 6
início do ano, passando por fases boas e ruins, mostrando seus traços aventureiros como os eventos mais importantes: Seletiva do W.O.A em 2008 (Ficando em 2° lugar), 4 edições da Feira da Música e abriram também para bandas renomadas como Shaman, Dominus Praelii, Khalice e Farscape. A primeiro registro da banda foi produzida em ‘98, intitulada como ‘Shadows’. Que já deu um gás na época para a banda prosseguir com seus shows e chamadas para eventos locais. Depois de um
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longo tempo de muita luta e dedicação, em 2005 foi lançado mais um trabalho, porém de forma independente e apenas para download, chamada de ‘Wisdom’. Que aproveitando isso, pedi para os integrantes respondessem umas questões: Para vocês, o álbum Wisdom é o melhor ate agora? Defina-o. Vicente Wilson responde: “Antes de responder queria dizer que é um enorme prazer figurar nas páginas da Metal Warriors, desde já o Oráculo agradece a oportunidade e parabeniza a todos pela atitude de querer preservar este estilo de vida que é o Metal. Bom, agora falando sobre o ‘Wisdom’ ele demonstra uma maior maturidade musical da banda em relação a Demo-Tape (era K7 ainda) ‘Shadows’ de ‘98, pois notoriamente, somos suspeitos para elogiar, mas sob o nosso ponto de vista musical houve uma evolução sim, quanto a ser melhor até agora. Deixo o veredito logo após vocês escutarem o novo álbum intitulado ‘Disciples of Metal ‘ que será lançado neste ano.” Muitas bandas gostam de alguma forma mudar seu estilo e o gênero que tocam. Eles possuem lado que mudam a cada dia radicalmente, porém o Oráculo ate agora não houve isso. Já que foi comentado sobre o debut, pensam em incluir algo a mais do que ja foi tocado anteriormente? Aliás, o que acham de mudanças as vezes em bandas que tem a
postura so de um gênero? É importante? Mais uma vez Vicente comenta: Cara, mudar até pode, mas não pode fugir das raízes com a qual a banda começou, o pecado de mudanças do estilo de bandas é puramente por exigência das indústrias fonográficas. Nosso Debut, “Disciples of Metal”, tem algo novo sim, teclados, que não haviam em nenhuma composição até agora, mas não perdeu o peso, essência, agressividade instrumental e vocal do grupo. Repito, é importante às vezes mudar sim, desde quando não frustre seus fãs. Pois eles são o sustentáculo de qualquer banda. Pois bem, lembrando novamente que o Oráculo completou 19 anos recentemente. Um CD seria bem vindo com faixas inéditas e regravações. Ou então um dvd em um festival. Mas isso seria mais cabível na comemoração de 20 anos. Sei que está longe, mas o que podemos esperar? Dessa vez outro integrante responde: Temos orgulho de
está na ativa estes 19 anos de prazer e orgulho ao Heavy Metal, estamos concluindo as gravações do nosso Debut, que é um presente aos nossos fãs, não é a toa o titulo do álbum, estamos muitos contentes com esta data, apesar de obstáculos que estamos vencendo ultrapassando, e já passamos por vários bem difíceis. Adiantando também, este novo álbum possui 9 faixas inéditas de puro amor e dedicação ao Metal. Vivemos em um mundo onde o torrent, fan Page, etc disponibilizam som under-
ground para baixar, que infelizmente ditam regras para a indústria fonográfica, e muitas bandas chegam ate optar por isso, diferente dos anos noventa, que muitos ralavam para comprar uma única tape ou ate mesmo um cd simples com algumas músicas, mas digam ai, vocês acham que hoje em dia é mais dificil convencer os jovens a escutarem uma sonoridade como a de vocês do que foi no fim dos anos 90? ‘’Com certeza é difícil meu chapa, cada dia que passa surgem gerações de inúteis e alienados , eles não são culpados completamente de forma integral, pois a culpa deve ser divida pelo o que a TV e FM’s nos empurram “goela” a dentro somado ao poder de crítica dos adolescentes de hoje em dia que é zero. Cara, não sou pessimista, sou realista, se as pessoas não começarem a fazer sua parte e desenvolver o espírito de união, criticidade e reflexão, as geração futuras explodirão em seu próprio nicho ecológico.
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Isso tudo vale também para música em geral. Então no caso, o tempo, ele proporciona um verdadeiro status ‘cult’ na história de muitos gêneros, como também na do Heavy Metal. Entretanto, hoje em dia o estilo se tornou plástico (por assim dizer) e a maioria das bandas novas carecem dos fundamentos que devem seguir. Qual o ponto de vista da banda, sobre o Heavy Metal (Pode ser em geral também) atual como indústria, bandas e fãs? ‘’Esta pergunta é um pouco foda, não pela resposta, pois a mesma não é difícil, mas por ter que escrever em poucas linhas o que é o Heavy Metal em termos gerais. Vou dizer minha opinião, sabemos que toda banda precisa de grana para bancar suas coisas, baquetas, cordas, CDs, camisas, etc. E algumas bandas as vezes pensando na facilidade, se vende e cede aos gostos e estilos musicais impostos pela mídia para obter fundos. Com 8
este gesto vai aumentar seu patrimônio, atrair uma ‘porrada de doidinhos’ metidos a bangers, como resultado desta feita, os verdadeiros bangers, que idolatram e zelam com amor e orgulho ao metal se afastam, e como tudo que é moda é perene, logo, logo esta banda acaba. Só lembrar que até hoje se houve Elvis, Deep Purple, Sabbath, Led Zepellin, e por ai vai. Cara o que vem fácil vai fáci. Dinheiro é necessário, mas a vontade e perseverança de se chegar a algum lugar sólido é mais importante.
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Para finalizar: ‘’O cenário de bandas de true Heavy Metal baixaram um pouco nos últimos anos. O que acham dessa cena atual?’’ Brother, não vou longe, na década de 80 e 90 em Fortaleza haviam muitas bandas de Heavy Metal, bandas de grandes qualidades tinham muitas mesmo, e hoje são poucos, mas as que estão atuando, com nós da Oraculo correm atrás de seu sonho. Nós da Oráculo Sempre iremos levar a bandeira do Metal Nacional por todo lugar. Queremos agradecer mais uma vez a oportunidade de compartilhar um pouco de nossos bastidores, do nosso convívio e detalhes da banda, bem como fazer notar que ainda existe resistência, e a MW está aí, provando que tudo que é feito com dedicação e empenho gera bons frutos, procuro sempre dizer que o alicerce de tudo está assentado na tríade: União, Amor e luta. Valeu. “
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Márcio Freitas
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Retorno em Grande Estilo
O Dark Avenger existe desde 1994. Sempre teve grande respeito de todos, jornalistas, fãs de todo país, pois já faziam um som unindo o melódico com o Heavy Metal tradicional, algo raro na época. A trajetória como acontece com muitas bandas, 10
não foi fácil, mas com muito esforço e suor, se mantiveram fortes, apesar de vários problemas, como mudanças de formação que sempre foi o grande problema, pois manter músicos bons, de alto nível, é muito difícil no Brasil. Viver de música no Brasil
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não é fácil, ainda sim, conseguiram compor e gravar e lançar bons materiais. O amor pelo que se faz de melhor foi o que trouxe a banda novamente às atividades. “Este período de hiato, fez ela crescer muito musicalmente, pois como sempre digo, cantar, tocar
não é tão dificil, o difícil e pra poucos, é ser artista por completo”, comenta Mário, líder da banda. A legião de fãs, foi o que mais motivou Mário Linhares a procurar as pessoas que hoje, estão suando a camisa na Dark Avenger. Hoje há uma produção executiva, que está viabilizando tudo, dando suporte para que pudessem entrar em estúdio e fazer o que está preso na garganta há treze anos. A “Rossom Records” abraçou o Dark Avenger como um filho, e está cuidando da banda como jamais aconteceu unido ao talendo de Leonel Valdez (guitarrista, compositor e fundador do D.A) e Kayo John (baterista e também compositor). “Depois de tanto tempo com este material engavetado, eu, Leonel e Kayo, com nossa afinidade “mostruosa “ e com
melhores equipamentos, disponibilidade, pronto atendimento, estudio todo a disposição...varando a madrugada todo os dias...conseguimos captar todo o sentimento que as músicas pediam, eu sempre interpreto muito o que canto, e em cada trecho do disco voce percebe isso claramente. Tito Falaschi contribuiu muito conosco, deu creio eu o seu melhor neste trabalho...R.R Shumman,
Thiago Silva e o gênio Michael Wagener finalizando com sua mão mágica na mixagem e masterização. Pois quando alguem faz um disco chamado de “Master of Puppets”, “No More Tears”, “Slave To The Grind”, não tem como dar errado, é sucesso na certa. Somos muito gratos à todos”, enfatiza o vocalista. Com o amadurecimento musical dos caras, eles conseguiram captar todo o sentimento que as letras pediam, diziam. “O disco é sobre sentimento, creio que conseguimos passar isso através dos riffs, arranjos e principalmente voz”, diz Kayo John. A banda que montaram após o fim da banda, Harllequin, ainda existe. Está em fase de composições. Agora tem novamente Kayo John, retomando as bateras depois de algum tempo, gravando
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e compondo várias coisas juntamente com Leonel e Mário, visando o primeiro álbum, coisas muito porradas vem por ai, mas como o D.A toma muito tempo dos caras, um novo material do Harllequin ainda vai levar um bom tempo pra sair.
Quando perguntado sobre a última vez que estiveram em Teresina, Mário diz: “Foi maravilhosa nossa primeira vinda aqui. Amamos tocar no Nordeste, e especialmente ai em Teresina. As pessoas
são muito dedicadas, amigas, hospitaleiras, curtem de verdade, se aproximam, nos respeitam. O que esperamos é o de sempre: que as pessoas se divirtam como antes, só que agora, o Dark Avenger vem ainda mais forte, ainda mais maduro, e com a vontade ainda maior de vencer. Contamos com todo carinho do público, e tenham certeza, que grandes surpresas estamos preparando para o dia 08 próximo”, finaliza. CONTATO:
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Fernando C. Branco Baixista na banda Növa
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O Scrok é uma banda que nasceu pra ser sui generis. Vinda de Timon, no estado do Maranhão, cidade separada , geograficamente, da capital do Piauí, Teresina, pelo rio Parnaíba; mas com fortes laços econômicos e culturais. Lá, na casa de um forrozeiro com filho roqueiro (e guitarrista canhoto virtuoso), nascia a Scrok. O baixista Valter, único remanescente dessa época, lembra desse despretensioso começo: “A banda começou em agosto de 1993. Surgiu da idéia de um amigo chamado Francisco, na época, baterista da banda pernambucana Devotos do Ódio. Ele veio de férias a Timon, onde conheceu Valter e ao Preto, que viríamos a ser integrantes fundadores da banda. Francisco ficou impressionado com a quantidade de equipamentos na casa de Preto, que era filho de um conhecido músico da região,
Resistência Thrash o sanfoneiro Kariri. Ele incentivou Valter e Preto a criarem uma banda de metal e então assim começaram os primeiros ensaios. “Já havia um cenário bem estruturado na cena metal em Teresina, mas nós éramos a única banda em Timon à época”, recorda Valter. “Nossas influências eram as bandas locais, como Megahertz e Scud, e outras conhecidas no cenário nacional e mundial, como o Sepultura, Sarcófago, Metallica e Slayer. Não imaginávamos que iríamos tão longe, que duraríamos tanto tempo, que
fizéssemos sucesso, apenas queríamos tocar o que a gente mais gostava: metal”. Os primeiros shows, quase sempre em Teresina, rapidamente ajudaram a levantar o nome do Scrok na cena local, mas os percalços eram muitos, e enquanto outras bandas lançavam fitas demos (ainda em formato K7) e os primeiros trabalhos em formato CD, a Scrok tentava estabilizar seu lineup. “A constante mudança na formação da banda atrapalhou muito a composição das músicas e a seleção de um repertório que pudéssemos gravar. Mas logo que pudemos solidificar o nosso trabalho, lançamos a demotape First, em 1998, lembra
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Valter. Data dessa época a passagem do guitarrista André Melo (hoje na Anno Zero), numa primeira tentativa de formação em quarteto. “Ele entrou na melhor fase, a época da demo-tape. Gravamos, fizemos vários shows, viajamos e ele contribuiu muito para a formação da banda. Além da contribuição, ficou a amizade.” Mesmo com a boa recepção da demo “First”, as constantes mudanças de formação continuaram a gerar turbulências dentro da banda. Em 2007, saturado por divergências internas, a Scrok amargou uma “geladeira voluntária”. “As mudanças na formação da banda já eram constantes antes de 2007, devido a vários motivos: formação religiosa, família, trabalho e principalmente a falta de compromisso de alguns integrantes”, lembra Valter. “Fiquei de saco cheio de tudo isto e resolvi dar um tempo em 2007 e só voltar quando 14
realmente encontrássemos pessoas que quisessem levar a coisa a sério”. Entra em cena o ba-terista Félix Briano. Fã da Scrok e egresso da Dark Season. Briano buscava algo mais “relaxado”, ao mesmo tempo em que não queria apenas um projeto paralelo. Também da Dark Season, Félix trouxe Eduardo Macêdo para as guitarras. A Scrok começava sua segunda encarnação, com direito a uma bela colheita das sementes há muito plantadas ao longo do caminho. O EP “Devastation” (2010) contribuiu
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muito para essa repercussão, mas isso já é fruto de um compromisso sério com a banda, em ter ensaios regulares, fazer contatos, ter uma agência para cuidar da divulgação da banda etc.”, reflete Valter, “Mudou muita coisa e para melhor. Hoje a banda tem mais experiência, como por exemplo não se preocupar em apenas ser a banda mais rápida, mas procurar ter mais técnica e saber compor as músicas e as letras com mais qualidade.” Qualidade também sentida na exposição da banda. “Os shows que realizamos em Fortaleza, capital do Ceará, porque tínhamos ido ainda na época da (demo) “First”, o Marrecos Fest, em Brasília, onde pudemos mostrar nosso trabalho na capital federal, que é considerada o berço do Rock no Brasil e além disso, tivemos a oportunidade de fazer vários contatos com bandas e produtores de outros estados lá, além de abrir para bandas importantes da cena mundial, como Samael (UK) e Grave (ALE) .
Félix com o produtor Mike Soares
Amadurecido e seguro, a Scrok planejou o próximo passo inevitável: um CD inteiro, que consagrasse de vez a força de seu trabalho. Na opinião de Valter, “o (ep) “Devastation” tinha o intuito principal de mostrar que a banda estava de volta. Fizemos o show de volta da banda e no dia seguinte entramos no estúdio para gravar, foi tudo muito rápido. Já o álbum “Welcome to Terror” foi algo mais elaborado. Nós sentamos, nos reunimos para discutir como seriam as letras, os solos, a capa; enfim: tudo. Mesmo assim o “Devastation” teve uma ótima aceitação, tanto que fez com que chegássemos ao “Welcome to Terror”, enfatiza. A saída de Eduardo Macedo, às vésperas da gravação, acabou servindo de prova do amadurecimento artístico da banda. Mas Valter é categórico em analisar o momento, em retrospecto. “Pesou muito,
afinal, ele (Eduardo) era um ótimo compositor, mas principalmente foi uma prova de fogo para o Juliano Sousa, guitarrista que ainda estava se adaptando, mas no final deu tudo certo. A figura do guitarrista e produtor Mike Soares (Megahertz) na produção de “Welcome to Terror” foi outra ferramenta marcante nessa passagem. “Ele é nosso técnico em alguns shows, muito antes da gente entrar no estúdio. Por exemplo, em Brasília, muito se comentou sobre a ótima qualidade do nosso som, que foi mérito dele. Fizemos questão de deixar isso bem claro quando as pessoas chegavam para dizer que o som estava perfeito. Além disso, ele deu algumas dicas e também ouvia com atenção ao que eu queria fazer na hora dos vocais. Ele tem muita experiência, é detalhista, atencioso, perfeccionista. Chegava a ser chato, no bom sentido, mas a gente sabe que tudo
isso foi feito para que o trabalho saísse perfeito, afinal é o nome dele que estará no disco enquanto produtor”, lembra Valter. Se a Scrok caprichou nas gravações, a identidade visual de “Welcome to Terror” não deixou por menos. “Quem desenhou a capa foi o artista Leno Carvalho, que mora em Teresina e que já fez muitos trabalhos para a Marvel, explica Valter. “A ideia foi construída na discussão entre os integrantes da banda, dando sugestões de como poderia ser a capa. Com uma noção do que seria a capa, procuramos o Leno e descrevemos o que queríamos para ilustrar o nosso trabalho. Ele fez o esboço e de imediato aprovamos a arte. Acho que traduziu exatamente o que queríamos, se não melhor”. Com um disco novinho na bagagem, amadurecido e livre dos fantasmas do passado, a Scrok foca seus planos a curto prazo no que mais gosta e sabe fazer: “Queremos divulgar cada vez mais, fazer mais shows, produzir clips. Já temos composições para um próximo álbum, ou seja, trabalhar cada vez mais”. E assim, carregando pedras enquanto descansa, a Scrok segue sua carreira sui generis. E nem poderia ser diferente!
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Fawster Teles,
Editor do Metal Warriors Mag. metalwarriorsmag@gmail.com
Depois de alguns anos atuando na cena de heavy metal teresinense em bandas autorais e covers, sentiu-se a necessidade de
Na Crista do Heavy Melódico criar algo próprio, dentro das raízes do heavy metal tradicional dos anos 80, se engajando na tentativa de resgatar a grande época que a cena teresinense viveu décadas atrás. Fortemente influenciada por nomes como Black Sabbath, Dio, Judas Priest e é citado ainda influências modernas como 16
Angra, Dr. Sin e Hangar, e enfatiza o ícone piauiense, responsável por boa parte do que temos hoje: Vênus, que para quem não sabe, formou e deu forças para os guitarristas Ico Almendra e Thyrso Marechal, mais tarde formarem o “Avalon”, que após o lançamento do Split “Stop The Fire” (em
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conjunto com a também veterena Megahertz com lado “Technodeath”, material lançado 1989 pela Cogumelo Records). Assim, Diego Dourado (guitarra) e Márcio Bastos (vocal), membros fundadores, convidaram músicos também atuantes como Marcos Andrade (baixo) e
Richardson Esdras (Bateria) para completar a line up e nesse começo de ano, lançaram o Cd Demo “SOULS ON FIRE” com três faixas. “Para nossa surpresa foram vendidas todas as unidade logo de cara, obteve ótima receptividade do público. Buscamos gravar as músicas com a melhor qualidade possível, apesar de ser um demo, você logo
percebe a qualidade investida nela”, comenta Diego. Quando perguntado sobre como era a parte das composições, Márcio comenta: “na maioria das vezes o Diego chega com algum riff que todos gostam, e vamos moldando a música com o decorrer dos ensaios, todos dando suas opiniões até ela ficar do jeito que queremos. As letras, em sua maioria, são escritas por mim ou pelo Marcos, todas buscam falar de ‘crazy feelings’ do dia a dia, deixando tudo no ponto de vista do heavy metal. Podem ter certeza que a Steel Danger ainda tem muito pra mostrar, o ano está só começando e muita coisa virá ainda pela frente.
E fechando com sábias palavras, Diego afirma “a cena de heavy metal piauiense tem grandes bandas e músicos, no entanto não é dado a elas a oportunidade e o devido valor ao seu trabalho. Apesar de termos em Teresina pessoas que apoiam a cena, as dificuldades são grandes”. Esperamos que com a Steel Danger possamos contribuir para a reversão desse quadro, pois temos muitas pessoas da cena que nos apoiam e ficamos muito agradecidos por isso”.
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