Metrópole Magazine

Page 1

Maio de 2015 - Ano 1 - nº 3

São José do futuro? Cidade pode entrar para o seleto rol de metrópoles com o maior complexo comercial do mundo. Veja os prós e os contras da possível vinda do WTC

Só posso dizer que vou S melhorar. Esse ano, se quiser m o bicampeonato, vou ter de correr atrás do prejuízo d

O FUTURO DO LIXO Com apenas mais sete anos de vida, o aterro sanitário de São José é motivo de debate e preocupações pág. 22

Gabriel Medina pág. 42

PAG 01_CAPA.indd 1

05/05/2015 22:35:40


VOCÊ TEM CNPJ OU É PRODUTOR RURAL? A ITAVEMA FACILITA A COMPRA DO SEU 0KM. DESCONTOS ESPECIAIS TAXAS PROMOCIONAIS VEÍCULOS DE ACORDO COM SUA NECESSIDADE

STRADA ADVENTURE

CABINE DUPLA 2015

SJC - Av. Juscelino Kubitschek, 5.595 12 3924-6700

SJC - Av. Cassiano Ricardo, 2.173 (atrás do Telhanorte) 12

www.itavemafiat.com.br

www.orofiat.com.br

/itavemafiat

Na cidade somos todos pedestres.

3932-2050

/fiatoro

Fotos meramente ilustrativa. Consulte condições, descontos, documentação e

prazo de entrega. Válido até 31/05/2015. Reservamo-nos o direito de corrigir possíveis erros de digitação.

A MAIOR REDE DE CONCESSIONÁRIAS DA AMÉRICA LATINA

PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 2

05/05/2015 22:40:26


PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 3

05/05/2015 22:40:28


HOSPITAL É muito mais viver.

PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 4

05/05/2015 22:40:30


PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 5

05/05/2015 22:40:30


6

PHWU SROH PDJD]LQH

| São José dos dos Campos, Maio de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH Diretora Executiva Regina Laranjeira Baumann

EDITORIAL Editor-Chefe Fábio Figueira Edição e Revisão Kelma Jucá Diretora Comercial Fabiana Domingos

Elaine Rodrigues

Desenvolvimento x Qualidade de vida

João Pedro Teles Repórteres

O amanhã chegou e disso ninguém tem dúvidas. O desenvolvimento tecnológico aproximou pessoas e agregou valores, não só facilitando a vida com pagamentos online ou ao “dar um Google” para obter todas as respostas imagináveis, mas fez com que todos, sem exceção, entendessem ser impossível ficar de fora. A sensação de modernidade provocou um fenômeno, um bem-estar coletivo que mudou toda uma sociedade, independente de gerações. Pais e filhos, avós e netos, todos estão conectados. As notícias chegam em tempo real e, se isso não acontece, nos surpreendemos com a irritação à frente da tela ou telinha do smartphone. Esse movimento coletivo, mundial e tão individual, é relevante e impõe, como regra, elevar o nível: da informação e da qualidade de vida das pessoas. A Metrópole Magazine de maio convida ao debate sob esse enfoque. Em São José dos Campos, há uma área de 588 mil metros quadrados numa região nobre, próximo à Rodovia Presidente Dutra, que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Está localizada em um bairro que durante anos foi criticado por excesso de verticalização. Entretanto, firmou-se como sonho de consumo dos metropolitanos porque reúne residências, serviços e lazer, sem exigir locomoção por veículos automotores -vilão da mobilidade nos dias atuais. Seria bom que um complexo de renome internacional que reúne espaço para convenções, escritórios, shopping e etc. viesse a se instalar nesse espaço? Quantos empregos diretos isso irá gerar? Isso elevará a renda per capita da RMVale? Seria melhor permitir apenas que seja loteado, estabelecendo limites na verticalização? Independente do que for decidido no processo democrático que aprovará a nova Lei de Zoneamento, esclarecimentos são necessários para que a população tenha conhecimento do que, de fato, está sendo cogitado e o que poderá advir das decisões dos Poderes Públicos.

Moisés Rosa Rodrigo Ribeiro Thiago Fadini

Diagramação e Arte Daniel Fernandes Colunista Elaine Santos

Ainara Manrique Flávio Pereira Colaboradores

Guilherme Cursino Marcus Alvarenga Will Dias

Arte Gabriel Gaia

Mídias Sociais Naiara Damásio

Departamento Administrativo

Lucimar Vieira Maria José Souza

Metrópole Magazine Avenida São João, 2.375 - Sala 2.010 Jardim das Colinas - São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br

A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação Tiragem: 15 mil exemplares

Acesse: www.meon.com.br

Regina Laranjeira Baumann

PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 6

05/05/2015 22:40:30


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 7

Foram quatro anos pensando na construção desse projeto e estamos enfrentando essas dificuldades e entraves

Sumário

Rogério Penido pág. 14

A vinda de um gigante Um megaempreendimento que pode trazer 10 mil empregos e colocar São José dos Campos no mapa mundial de investimentos. Porém, quais os prós e os contras da implantação do WTC na cidade? A Metrópole Magazine entra na discussão e traz um raio-x do projeto

32 48

Restaurantes japoneses se tornam febre e se espalham por São José. Mas falta de qualificação faz empresários buscarem mão de obra fora do município

56

Cervejas artesanais caem no gosto dos joseenses e hoje são opções sofisticadas para um happy hour diferenciado

8 10 12 46

PAG 2-7_Editorial_Indice.indd 7

Espaço do Leitor Frases& Aconteceu& Cultura&

18 Deputado estadual Padre Afonso (PV) e deputado federal Flavinho (PSB) falam à Metrópole Magazine sobre a relação entre política e religião

22

A Metrópole Magazine traz um panorama do aterro sanitário de São José dos Campos. Próximo do fim do tempo de vida útil, qual a saída para o lixo na cidade?

36

Números positivos do Parque Tecnológico de São José fazem com que outras cidades da região, como Taubaté e Jacareí, se inspirem no modelo joseense

42

De volta à terra natal, Gabriel Medina reconhece desempenho abaixo do esperado, mas garante que vai lutar pelo bicampeonato mundial de surfe

54 60 64 16, 30, 44, 52 e 59

Chef em Casa& Arquitetura& Social& Artigo&

05/05/2015 22:40:31


8

PHWU SROH PDJD]LQH

| São José dos dos Campos, Maio de 2015

Espaço do Leitor EEdição 2 - Abril de 2015 SSÃO JOSÉ DOS CAMPOS Abril de 2015 - Ano 1 - nº 2

MOBILIDADE Especialistas e população entram no debate: quais as principais soluções para o trânsito de São José?

A gente faz a nossa parte, que é produzir um bom espetáculo e leválo ao maior número de lugares. Mas, há um custo muito alto Antonio Fagundes pág. 54

NAUFRÁGIOS EM ILHABELA Muito além da rica natureza e de belas praias, saiba a história que se esconde no fundo do mar da ilha pág. 42

PHWU SROH PDJD]LQH

24 | São José dos dos Campos, Abril de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH

chorões ou guerreiros?! O empresário brasileiro adora investir na sua empresa quando o PIB do país está bombando, a economia aquecida e dólares entrando por todos os lados através de investidores internacionais. Todo empolgado manda reformar seu comércio, compra novas máquinas para sua indústria, aumenta o estoque e até carro importado compra, sem contar as inúmeras viagens internacionais a passeio para comemorar o eventual sucesso econômico, esquecendo que todo eufórico é candidato a frustração. A conta sempre chega, pode apostar! Quando vem a famosa crise, que é sempre uma correção técnica do mercado financeiro ou da economia global, os

desinformados acham que o mundo vai acabar. Quando a crise mostra a sua cara, é um Deus nos acuda, é um tal de ir à missa todo santo domingo, fazer promessa, economizar ao máximo, cortar a pizza, tirar o filho do inglês, demitir funcionários que levou anos treinando, etc... enfim, a casa caiu! Toda essa cultura tupiniquim é totalmente ultrapassada, e não tem nenhuma inteligência financeira embutida nesse sentimento. O executivo brasileiro dorme general e acorda soldado. A regra é clara, se o país esta crescendo a um PIB de 5% ao ano sua empresa ou comércio cresce sozinho não precisa de investimentos notáveis. Agora quando o país esta com PIB no vermelho derretendo, aí sim, é hora de investir na empresa, no marketing, em novas estratégias, estudar a concorrência, capacitar melhor os funcionários, estudar novos mercados e principalmente abaixar os preços dos produtos que sempre têm uma boa gordura embutida! Ou seja, correr atrás do lucro aumentando volume da vendas e não aumentando os preços dos produtos. Ganância e crise nunca combinaram e o resultado pode ser trágico.

Então porque as crises existem? Simples: para fazer a humanidade se reinventar! A zona de conforto deixa o homem muito próximo a zona da burrice. Você reforma sua casa em qual situação: quando ela está caindo, ou quando ela está nova? A mesma lógica vale para sua empresa. Não dá para tirar mais leite da vaca quando ela esta magra, é matar sua fonte de renda, você tem que alimentá-la muito mais. Isso tem um nome: visão empresarial. Todo cidadão deveria aprender a ver os sinais que o mercado dá, a crise não começou 1º de janeiro de 2015, ela já vem dando sinais desde 2008 nos EUA e Europa, independente do governo de direita ou esquerda, mas sim quando começou a bolha imobiliária no EUA. Nós do mercado financeiro, vimos isso claramente quando o boom imobiliário fez várias construtoras abrirem capital na Bolsa de Valores e suas ações acompanharam a farra do tijolo louco Minha Casa, Minha Vida. As construtoras rapidamentec omeçaram a investir em projetos de diversas classes sociais jogando bilhões de reais no mercado imobiliário, lançando e construindo prédios freneticamente, acreditando

que era só construir que vendia tudo. Sim, claro, num primeiro momento, a juros baixos, tudo vende. Comprar é fácil, o difícil é saber quem vai conseguir pagar o financiamento até o final. Todo mercado tem data de validade. Os EUA, desde 2008, estão fazendo a lição de casa para sair da crise, com passos lentos, sólidos e estratégicos, os americanos já dão sinais de recuperação econômica, saindo de uma crise que eles mesmo criaram com excesso de financiamento de imóveis sem lastro financeiro, a famosa Subprime. A Europa continua patinando, procurando o seu novo caminho, tentando salvar a zona do Euro, onde a poderosa Alemanha está ditando as regras para cortar custos nos países que fazem parte do grupo e estão endividados. É bem possível que os brasileiros venham ver o que é crise realmente a partir de julho de 2015, quando as contas internas vierem à tona,reformas não acontecerem por conta da briga de braço entre poder Executivo e Legislativo. Hoje para se ter uma ideia do rombo, a dívida interna do Brasil é de R$2,2 trilhões e pagamos só de juros R$1 bilhão ao dia e nosso PIB em 2014

Esses aplicativos podem ser baixados gratuitamente. No iPhone, basta acessar a App Store e buscar pelo aplicativo Qrafter. No sistema Android, o software QR Droid está disponível no Android Market. A leitura de um QR Code é rápida e simples. Depois de instalado o aplicativo, posicione a câmera digital sobre o código para que ele seja escaneado. A partir daí, o aplicativo irá redirecioná-lo imediatamente para o link que está no código.•

Parabéns e sucesso

foi de R$5,2 trilhões ou seja, a conta não fecha nunca. O governo não teve nenhuma disciplina em cortar gastos ou administrar bem o orçamento da União nos últimos anos por conta dos PACs e outros projetos. Com isso, coloca em risco o Brasil, que poderá perder o tão cobiçado Grau de Investimento que demoramos décadas para conseguir. Somente com esse selo algumas multinacionais e grandes fundos de investimento internacionais podem atuar no país.

As Duas Faces da Crise Econômica economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. O pior resultado desde 2009 só perde para era Collor e só empata com a Rússia, que já teve seus tempos de potência econômica mundial. Hoje o mercado prevê um PIB para 2015 de -1% Mas qual seria a outra face da crise? Esse nome que cria pânico na população da Europa, Ásia, EUA e América Latina sempre que aparece nos jornais. A crise sempre vai existir, é um ciclo natural do mundo capitalista, mas os brasileiros esquecem de que crise é sempre sinônimo de oportunidade, enquanto muitos ficam nas empresas ou em casa chorando, outros mais otimistas e valentes vendem lenço! Afinal qual é o seu time: dos-

Para dar mais dinamismo e interatividade entre Metrópole Magazine e Portal Meon, esta edição possui uma série de QR Code em que, por meio do celular, você, leitor, é direcionado para o Meon, seja para uma versão online ou o complemento das reportagens. O QR Code é um código de barras em 2D que é escaneado pela câmera fotográfica dos aparelhos celulares. Para que esse código possa ser lido é necessário que o usuário baixe um software de leitura.

São José dos dos Campos, Abril de 2015 | 25

Artigo&

A

QR CODE

Quero parabenizar o trabalho de vocês, recebi no meu comércio aqui na Vila Ema, para entregar para meus clientes, e só recebi elogios. Revista e matérias bem feitas. Tenho um comércio de comida e como gosto de ver receitas e restaurantes amei. As matérias também amei. Parabéns e sucesso.

Hoje 60% das famílias estão endividadas, grande parte esta devendo até 5 vezes a sua renda familiar, e para contribuir, o governo não para de aumentar os juros para conter a inflação e na outra ponta matar o cidadão fazendo os juros do cartão de crédito e cheque especial chegar a 250% ao ano. E o que é pior, continua sufocando os empresários com aumento dos impostos e alavancando o famoso custo Brasil. O governo do PT nos últimos anos tirou o pobre da zona de miséria (mérito) e colocou a classe média na zona do desespero (tragédia).•

Rose Rovella

Samuel Gommez é formado em Administração de Empresas pela PUC de Campinas. Consultor Financeiro pessoal e empresarial opera no mercado financeiro no Brasil e em Nova York. Também é estrategista profissional em Business Plan e Projetos Imobiliários

Artigo Bastante oportuno e pragmático o artigo “As Duas Faces da Crise Econômica” do Samuel Gommez. Abordou de forma bem objetiva uma questão muito intessante que surge em qualquer momento de crise, que é a questão das oportunidades que sempre surgem junto com qualquer crise. Existem sempre pessoas que se aproveitam desses momentos ao invés de mergulhar na onda dos pessimistas que ficam propagando o apocalipse. Ricardo Rojas

facebook.com/portalmeon

PAG 8- 9_Carta do leitor.indd 8

Elaine Santos SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

São José dos dos Campos, Abril de 2015 | 49

Modo de preparo 1. Corte o frango em cubos grandes, tempere com sal do Himalaia, pimenta do reino moída na hora. 2. Polvilhe a farinha de trigo para ajudar na consistência do caldo. 3. Leve tudo à panela pré-aquecida com azeite de oliva, óleo de coco e manteiga. 4. Assim que dourar coloque a cebola, o alho. Refogue por dez minutos. 5. Acrescente o cheiro verde, pimentão, salvia, tomilho e alecrim. 6. Aguarde. Junte o creme de leite, o curry e a mostarda. 7. Mexa. Adicione o cravo da índia, açafrão da terra e a páprica (duas pitadas de cada), caldo e raspas de um limão inteiro, e o açúcar de coco. 8. Acompanha arroz integral.

Chef em casa Nesta edição do Chef em Casa fomos visitar a cozinha de Alexandre Blanco Ele que foi candidato a prefeito de São José dos Campos, em 2012, não descarta ter o nome nas urnas eletrônicas em 2016 pelo PSDB, porém deixa claro que se acontecer será uma decisão do partido. Sem cerimônias e com muita habilidade, ele nos preparou um Frango ao Curry, inquestionável no quesito sabor! Durante o preparo, Blanco mostrou o quanto a culinária já está presente no dia a dia. Solteiro novamente, ele sabe onde está cada condimento na cozinha, que mesmo compacta, dá um charme todo especial à decoração do apartamento duplex em plena avenida Adhemar de Barros. E olha, muita mulher não saberia nem pra que servem alguns dos condimentos ali usados, como o curioso açúcar de coco, que dá

PHWU SROH PDJD]LQH

Fotos: Flávio Pereira/Meon

PHWU SROH PDJD]LQH

48 | São José dos dos Campos, Abril de 2015

Sabor &

um toque todo especial à receita. Fato é que está comprovado e registrado: as fotos postadas por ele nas redes sociais elaborando pratos deliciosos são verdadeiras! “Gosto de cozinhar, faço com regularidade em casa alguns pratos e sempre estou me aprimorando. Mas nada de cursos de culinária, o mais próximo que cheguei foram algumas aulas de comida japonesa, que eu aprecio muito, e tem truques que realmente precisam ser seguidos à risca”, diz Alexandre apresentando a tábua de pouco mais de 1 metro de comprimento e as facas compradas especialmente para preparar comida japonesa. “Gosto de receber em casa e gosto mais ainda de preparar a refeição, é prazeroso. Aprendi com meu pai e também com minha mãe boa parte de tudo o que sei.”

Veja o vídeo da receita:

Receita do Chef Frango ao Curry por Alexandre Blanco

Ingredientes 3 cebolas picadas 1 ½ kg de peito de frango Azeite de oliva Óleo de coco 1 pimentão vermelho picado 1 pimentão verde picado 1 limão siciliano 2 colheres de sopa de curry 5 dentes de alho picado 1 colher sopa de gengibre ralado 1 pitada de açafrão 1 lata de creme de leite 1 ramo de alecrim 1 pitada de tomilho 2 colheres de manteiga folhas de salvia à gosto cheiro verde à gosto 1 pitada de pimenta do reino

1 colher de sopa de farinha de trigo Sal do Himalaia à gosto 1 colher sopa de mostarda 5 cravos da índia Páprica picante à gosto Tomilho à gosto

metropolemagazine@meon.com.br

www.meon.com.br

05/05/2015 22:41:16


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 9

Carta&

A parte de um todo

U

ma vez entregue o Plano de Mobilidade de São José dos Campos, começam as discussões sobre qual o impacto das medidas apresentadas no transporte da cidade, na qualidade de vida e na redução dos danos ambientais. A importância que um plano de mobilidade tem para uma cidade como São José dos Campos, com quase 800 mil habitantes, é visível para todos que convivem diariamente com o deslocamento no município. Nossa atual realidade mostra que quase metade da população de São José utiliza o automóvel como forma de deslocamento e somente um quarto utiliza-se do transporte público. Precisamos entender que o sucesso de um plano de mobilidade está diretamente ligado a um plano diretor bem elaborado e a uma lei de zoneamento eficiente e versátil. Implementar qualquer plano sem garantir o desenvolvimento das funções sociais da cidade, o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado de seu território de forma a proporcionar qualidade de vida e bem-estar de seus habitantes é um trabalho perdido. O Plano Diretor, uma vez sendo instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, deve nortear a Lei de Zoneamento, que consequentemente é um dos pilares de um plano

PAG 8- 9_Carta do leitor.indd 9

de mobilidade também eficaz, sendo assim interdependentes. Um exemplo de ação isolada é a criação das chamadas ciclofaixas. Quantas pessoas conhecemos que optariam por deixar o veículo na garagem e ir de bicicleta para o trabalho? Ou buscar os filhos na escola e até resolver pequenos problemas do dia a dia? O município encontrou na criação das ciclofaixas uma forma de acalmar os ânimos e desviar a atenção daquilo que, de fato, deveria estar sendo discutido e implantado, como, por exemplo, um transporte público eficiente e de qualidade. Nossas ciclofaixas são utilizadas pelas classes mais abastadas da sociedade para momentos de lazer, basicamente aos finais de semana. Esse investimento não causou qualquer alteração sensível no fluxo de veículos, não ajudou na redução de emissão de gases poluentes ou sequer contribuiu para minimizar os congestionamentos nos horários de pico. O problema com a mobilidade em São José dos Campos, como em todas as áreas metropolitanas brasileiras, é estrutural e, enquanto não houver uma atenção do poder público e da sociedade organizada para um Plano Diretor estratégico, de longo prazo, estruturante da política de desenvolvimento urbano, estaremos cuidando apenas de uma parte do todo e projetando para o futuro de nossa cidade problemas ainda maiores.•

Carlos Vilhena é engenheiro civil e presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de São José dos Campos, entidade com cerca de 3.400 associados, que representa os profissionais destas áreas na cidade.

05/05/2015 22:41:19


10 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH

Frases& Nesse momento em que o PSDB está sendo acusado em todo o Brasil de omissão, em São José vamos ser diferentes e mostrar que estamos dispostos a participar e mostrar a verdade. Já temos dados e informações importantes, que podem ajudar muito a comissão.

Quando fui acusado de desvio, experimentei o sentimento de injustiça. Afinal, eu não havia desviado um mísero lápis da coisa pública. Muito mais do que isso, eu não havia permitido que ninguém fizesse isso. Eu era diligente e obsessivo com possibilidades de desvio. Eu odiava (e odeio) corruptos. Muitos dos problemas que ainda enfrento se devem a essa minha obsessão em evitar que haja corrupção. Emanuel Fernandes, ex-prefeito de São José e ex-deputado federal, falando da absolvição do processo de desvio de verba em contrato de vale-refeição

Juvenil Silvério, líder da bancada do PSDB na Câmara, sobre a participação do partido na CEI dos Kits Escolares

O Taubaté não tem ma maior torcida do mundo, mas tem uma torcida fiel, que há 100 anos os vem acompanhando o time com dedicação, sempre empre com muita esperança. nça. Está chegando a hora! ora! Renato Teixeira, músico e embaixador do Esporte Clube Taubaté, convocando a torcida para ajudar o ‘Burrão’ em busca de uma vaga na Série A2 do Campeonato Paulista aulista

PAG 10-11- Frases.indd 10

05/05/2015 22:42:59


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 11

Fui verdadeiro, amei. E segui os ensinamentos de meu pai. O que meu pai deixou para mim foi uma integridade absoluta e sei que meu filho será igual. Eriberto Leão ator, ao receber a medalha Cassiano Ricardo, na Câmara de São José dos Campos

Nosso trabalho é preventivo e corretivo, para evitar que imóveis vazios e abandonados, com entulho ou recipientes que acumulem água parada e que precisam ser limpos, se tornem pontos vulneráveis à proliferação do mosquito da dengue. Sérgio Werneck, secretário de Defesa do Cidadão, sobre as medidas de combate à dengue tomadas em São José dos Campos

Semp fizemos a Sempre crôni crônica do tempo em que vivemos. Fora isso, havia vivem tamb também a necessidade de resgatar re alguns elem elementos importantes da identidade id da banda. Sérgio Br Britto, músico do Titãs, falando sobre o CD Nheengatu, Nheengat durante apresentação do grupo em São C José dos Campos

a

PAG 10-11- Frases.indd 11

05/05/2015 22:43:00


PHWU SROH PDJD]LQH

12 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Nepal Police/Fotos Públicas

Aconteceu& São José dos Campos ultrapassa quatro mil casos de dengue São José vive a pior epidemia de dengue da sua história. De acordo com balanço divulgado no dia 24 de abril, o município registrou, em 2015, três mortes e atingiu a marca de 4.666 casos confirmados, sendo 4.389 autóctones – contraídos na cidade – e 277 importados. Entre as principais medidas anunciadas pelo secretário de Saúde, Paulo Roitberg, estão a implantação de uma tenda, com atendimento 24 horas, no estacionamento do Hospital Municipal da Vila Industrial e a contratação de 34 médicos para atuarem, exclusivamente, em casos de dengue.

Terremoto de 7,8 graus na escala Richter deixa mais de sete mil mortos no Nepal

Divulgação/Corpo de Bombeiros

No dia 25 de abril, um terremoto de magnitude 7,8 estremeceu o Nepal. O tremor foi o pior a atingir o país em 80 anos. A força do terremoto foi sentida também em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest, onde uma avalanche foi provocada pelo abalo. Ao todo, mais de sete mil pessoas morreram e outras oito mil tiveram ferimentos e foram internadas. A expectativa do governo nepalês é de que o número

PAG 12-13_aconteceu.indd 12

suba ainda mais, à medida que as equipes de resgate chegam às áreas mais remotas, de difícil acesso. Saiba mais no especial que o Meon montou; acesse pelo QR Code.

Jovem morre em acidente na SP-50 em São José dos Campos Um grave acidente envolvendo dois ônibus, no dia 14 de abril, mobilizou o Vale do Paraíba. Dois ônibus se chocaram na rodovia SP-50, que liga São José dos Campos a Monteiro Lobato, no trecho do bairro Vila Paiva. O acidente deixou cerca de 40 vítimas, sendo uma vítima fatal. A estudante Flávia Barreto, 18 anos, vinha no veículo que trazia estudantes de Monteiro Lobato a São José dos Campos e não resistiu aos ferimentos. O motorista do outro ônibus, que fazia linha do transporte coletivo, ficou preso nas ferragens e foi socorrido com vida. Mais de 30 viaturas do Corpo de Bombeiros e do Samu participaram da ação de resgate e socorro às vítimas.

05/05/2015 22:47:59


PHWU SROH PDJD]LQH

Reprodução/Twitter

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 13

Corpo do filho de Geraldo Alckmin é enterrado em Pindamonhangaba O corpo do filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, 31 anos, foi enterrado, no dia 3 de abril, no cemitério municipal de Pindamonhangaba. O filho mais novo do governador morreu um dia antes, após a queda de um helicóptero em Carapicuíba (SP). Segundo a Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas acompanharam o sepultamento de Thomaz Alckmin. Também estiveram no enterro, o senador José Serra (PSDB), o deputado estadual Hélio Nishimoto (PSDB), os deputados federais, Eduardo Cury (PSDB) e Paulo Maluf (PP), o prefeito de Pindamonhangaba, Vito Ardito (PSDB), o secretário de Estado da Saúde, David Uip, o secretário municipal de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, entre outros.

Flavio Pereira/Meon

‘BBB’: Taubaté instala câmeras para monitorar prédios públicos

Rafael Souza/Arquivo pessoal

Para coibir vandalismos em prédios públicos, a Secretaria de Segurança de Taubaté instalou duzentas câmeras para monitoramento, que serão integradas ao sistema do COI (Centro de Operações Integradas). O pacote de segurança custou aos cofres públicos R$ 4,3 milhões e vai abranger 15 ginásios poliesportivos, parques municipais, Mercado Municipal, Rodoviária Nova, a sede da Secretaria de Serviços Públicos, entre outros. Segundo a Secretaria de Segurança, a intenção é minimizar as ações de vandalismo e depredações aos prédios municipais.

PAG 12-13_aconteceu.indd 13

Joseense é selecionado entre 5 mil e participa da Cúpula das Américas O empresário Rafael Souza, 29 anos, foi selecionado entre cinco mil jovens da América Latina para participar da 7ª Cúpula das Américas, realizada nos dias 8 e 9 de abril, no Panamá. Souza foi o único do Vale do Paraíba a participar do encontro, que reuniu 35 países e trouxe um fato histórico: a reaproximação do presidente Obama com a América Latina. Ao todo, foram selecionados 401 jovens. A presidente Dilma Rousseff participou do evento ao lado de outras autoridades.

05/05/2015 22:47:59


PHWU SROH PDJD]LQH

14 ENTREVISTA

O EMPREENDIMENTO DE R$ 285 MILHÕES Moisés Rosa SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Flávio Pereira/Meon

O empresário Rogério Penido, idealizador e presidente da Aerovale em Caçapava

PAG 14-15 Entrevista_Aerovale.indd 14

Prometido para ser uma referência na região e até modelo internacional de empreendimento privado, a Aerovale, aeroporto que está sendo construído às margens da rodovia Carvalho Pinto (SP70), em Caçapava, está com as obras totalmente paradas. O empreendimento, que prevê a construção de dois hotéis, um centro de convenções, torres comerciais, outlet e quadras poliesportivas, em uma área de 2,25 milhões de metros quadrados, já recebeu investimento de R$ 145 milhões em obras. A previsão, se liberado, é de que outros R$ 140 milhões sejam investidos para a finalização da obra. Em março, a área foi embargada a pedido do Ministério Público que aponta construções em APP (Áreas de Preservação Permanente). Segundo o presidente da Aerovale, Rogério Penido, o grupo está tentando reverter a situação na Justiça para que as obras sejam retomadas em breve. Após a decisão da Justiça em paralisar as obras, toda a equipe envolvida no projeto teve que ser dispensada. “Foram quatro anos pensando na construção desse projeto e estamos enfrentando essas dificuldades e entraves. Infelizmente, tivemos que dispensar todos os trabalhadores envolvidos no projeto, mas estamos tentando o desembargo. Nossa esperança é de retomar as obras o mais rápido e trazer empregos e desenvolvimento para a região”, conta.

05/05/2015 22:48:55


ES

PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 15

Penido tenta reverter embargo na Justiça; projeto é criar ‘aerotrópolis’ em Caçapava Além do embargo, outra situação também complicou a execução do projeto. O grupo Penido solicitou recuperação judicial, alegando dificuldades financeiras e dívidas que chegam a R$ 35 milhões. “O Brasil está em crise e na região não é diferente. A crise também nos afetou. O mercado imobiliário estava em crescimento e desde o ano passado teve uma queda absurda”, diz o empresário.

Recuperação De acordo com a ação, o grupo Penido pediu ao TJ-SP (Tribunal de Justiça) de São Paulo ajuda para que as dívidas sejam quitadas, por meio de um plano de recuperação, que deve ser apresentado dentro de 60 dias. No pedido, ainda são incluídas a própria construtora e a Penido Desenvolvimento Urbano e Participações. O pedido é um auxílio para a reestruturação das dívidas das empresas. O advogado do grupo, Alex Costa Pereira, afirma que a recuperação é um ‘socorro’. “Este pedido já foi deferido pela Justiça e agora iremos apresentar o plano de recuperação, para que o grupo possa ter condições de cumprir com suas obrigações”, diz Pereira. Já Penido justifica que o mercado na região está estagnado. “O mercado de obras no Vale do Paraíba está parado. Temos poucas obras na região. O faturamento estava crescente e depois imbicou”, relata sobre a crise.

Leilão Como garantia da recuperação judicial, o terreno da Aerovale foi levado a leilão nos dias 9 e 24 de abril pela Agência Desenvolve São Paulo. A área da pista estava avaliada em R$ 58 milhões no primeiro leilão; no segundo, o terreno foi arrematado por R$ 11 milhões. Outros lotes da área também foram

PAG 14-15 Entrevista_Aerovale.indd 15

leiloados num valor total de R$ 35,5 milhões, que inicialmente somavam R$ 102 milhões. O grupo Penido pretende recorrer do leilão. Segundo Rogério Penido, o procedimento de leilão é uma medida adotada pela agência do Estado. “Colocamos como garantia por conta da recuperação judicial que estamos pedindo e do projeto que iremos apresentar no prazo estipulado. Com a agência não há diálogo direto, apenas por meio judicial para cancelarmos este processo de leilão. Foram dados os terrenos como garantia à dívida bancária nesta etapa de recuperação. Nossa expectativa é de que ainda neste mês consigamos retomar o projeto e cancelarmos o leilão”, explica.

Aerotrópolis Com projeto inovador na região, o empreendimento é o primeiro na América Latina a contar com aeroporto privado, hotéis e quadras poliesportivas. A ideia do ‘aerotrópolis’ é o desenvolvimento da cidade no entorno do aeroporto. No Brasil, o modelo cidade-aeroporto de referência está localizado em Confins, Minas Gerais. Na proposta, o local possui mais rotas internacionais, onde a carga não precisa embarcar de São Paulo ou Rio de Janeiro, assegurando investimentos no local. No empreendimento de Caçapava, 117 lotes aeronáuticos vão abrigar hangares e 188 áreas são para condomínios industriais. Até o momento, 34% dos lotes foram vendidos. Penido afirma que a intenção é transformar a cidade em uma ‘aerotrópolis’. “Quando elaboramos o projeto, visualizamos a cidade com potencial de crescimento e tudo planejado. Só em Caçapava, a arrecadação do empreendimento deve impulsionar o orçamento, passando de R$ 200 milhões por ano para R$ 400 milhões

e 25 mil empregos diretos e indiretos. Queremos implantar aqui o conceito de aerotrópolis”, destaca Rogério Penido. Com a instalação da Aerovale em Caçapava, outros empreendimentos também já foram liberados para a serem instalados na cidade. No entorno do aeroporto, a prefeitura liberou projetos. “As possibilidades são enormes de crescimento e outros projetos já foram liberados pela prefeitura para implantação no entorno da Aerovale”, acrescenta o empresário.

No prazo O empresário diz que o atual momento deve ser ‘passageiro’ e a crise será superada. Sobre a interrupção da obra e uma possível interferência no cumprimento dos prazos, Rogério Penido afirma que pretende cumprir os 48 meses, conforme anunciado na autorização do novo aeroporto. “Temos ainda mais 27 meses de obras e a nossa previsão está dentro do cronograma de execução. Superados os entraves judiciais, iremos concluir na data prometida”, destaca. Penido diz que a região foi escolhida por conta de sua ótima localização. “O meio de transporte mais rápido é o aéreo. A região tem condições de abrigar este empreendimento, que será modelo”, relata.

Custo O aumento do preço do petróleo também influenciou nos valores da obra. A previsão inicial era de R$ 250 milhões. “Investimos R$ 145 milhões e faltam outros R$ 140 milhões para finalizarmos. Isso só em obras, sem falarmos no custo do terreno. O que alterou o orçamento foi o preço do petróleo que subiu 43%, desde o início do ano, para o asfalto do empreendimento”, conclui.•

05/05/2015 22:48:56


PHWU SROH PDJD]LQH

16 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Artigo&

NA CONTRAMÃO DO BRASIL São José surpreende e registra saldo positivo na geração de empregos

U

ma surpresa agradável que vem estimular o mercado local e o governo municipal. Ao registrar um saldo positivo de 131 postos de trabalho, em março deste ano, São José dos Campos teve 7.654 admissões contra 7.523 demissões, segundo dados do Ministério do Trabalho, divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado é superior ao registrado em março de 2014, quando o saldo ficou negativo em 34 postos. Ainda segundo o levantamento, pelo segundo mês consecutivo, o setor de serviços ‘puxa’ a alta, com saldo positivo de 339 postos de trabalho criados. Isso anima tanto a prefeitura como os empresários. No último mês, o saldo ficou positivo em 470 vagas formais. Já para o Brasil, o índice de desemprego aumentou 6,2% em março. O indicador é o mesmo registrado em março de 2012 e é o maior desde maio de 2011, quando chegou a 6,4%. No mês anterior, o índice havia chegado a 5,9%. A taxa foi considerada a

PAG 16 E 17_Artigo Samuel.indd 16

maior para fevereiro, desde 2011, atingindo 1,5 milhões de brasileiros, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O desemprego cresceu nas capitais: no Rio de Janeiro, foi de 4,2% para 4,8%; em Salvador, a taxa foi de 9,2%

para 12%; no Recife, de 5,5% para 8,1%; em Porto Alegre, de 3,2% para 5,1%; e em Belo Horizonte, de 3,6% para 4,7%. Em São Paulo, o desemprego permaneceu estável. Comparado aos dados de março de 2014, a ascensão do emprego no setor de serviços também foi superior. No ano passado, o setor obteve margem positiva de 87 vagas. Na ocasião, o número de admissões registrado foi de 4.175 postos de trabalho, contra 4.088 demissões.

Reforços A assinatura de uma parceria entre a Prefeitura de São José e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), marcada para o início deste mês de maio, deve dar novo fomento à economia local. O IPT é um dos maiores institutos de pesquisas do Brasil, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. O órgão fornece soluções e serviços tecnológicos para aumentar a competitividade de empresas de energia, trans-

05/05/2015 22:50:58


PHWU SROH PDJD]LQH

porte, petróleo e gás, meio ambiente, construção civil, cidades, saúde e segurança. Sem dúvida, o acordo entre a prefeitura e o IPT é um passo importante para os pequenos e médios empresários de São José dos Campos, pois eles poderão ter mais ferramentas para poder crescer num mundo globalizado e competitivo. Para completar esse cenário de crescimento, o BEJ (Banco do Empreendedor Joseense) e a Caixa Econômica Federal assinaram, em abril deste ano, um convênio para uma nova linha de financiamento. Além disso, micros e pequenos empresários passaram a contar com outro benefício, a ampliação das

PAG 16 E 17_Artigo Samuel.indd 17

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 17

operações de crédito. A partir desta parceria, o BEJ passa a disponibilizar o chamado Microcrédito Produtivo Orientado, um financiamento com taxas a partir de 0,47%. O valor do empréstimo pode variar de acordo com o tamanho do negócio ou pela evolução do empreendimento, partindo de um mínimo de R$ 300 até R$ 15 mil. Vamos torcer para que essa parceria entre a tecnologia e o capital dê o impulso necessário para o microempresário poder crescer dentro desse mercado. Por último, e não menos importante, estamos “bem na fita nas exportações”. Segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a

RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba) exportou U$ 8,1 bi em 2014, sendo a terceira no ranking, superada apenas pela Região de Campinas - U$ 8,3 bi - e a poderosa São Paulo - U$ 19 bilhões.•

Samuel Gommez é formado em Administração de Empresas pela PUC de Campinas. Consultor financeiro pessoal e empresarial. Opera no Mercado Financeiro Brasil e Nova York. Atua junto a fundos de investimentos nacionais e internacionais. É palestrante de Mercado Financeiro. gommez@uol.com.br

05/05/2015 22:50:59


18

PHWU SROH PDJD]LQH

| São José dos dos Campos, Maio de 2015

NOTÍCIAS POLÍTICA

REPRESENTANTES RELIGIOSOS: “EXISTE VOCAÇÃO PARA POLÍTICA” Fotos: Divulgação

Flavinho (PSB) e Padre Afonso (PV) falam sobre a relação entre a política e a religião

Rodrigo Ribeiro SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

C

ertamente, você já ouviu de alguém, em algum momento, que política, religião e futebol não se discutem. Há quem esteja diretamente ligado a um desses três temas –como vereadores, padres e atletas–, mas há também quem vivencie diariamente dois dos campos citados.

Nesta terceira edição da Metrópole Magazine, conversamos com os deputados estadual e federal, Padre Afonso Lobato (PV) e Flávio Augusto da Silva, o Flavinho (PSB), respectivamente, para discutir com ambos, esta relação entre política e religião. Mesmo entrevistados em datas diferentes, algumas falas possuem pontos em comum, especialmente o discurso com trechos de passagens bíblicas, fruto de uma trajetória de anos vividos no meio religioso. Padre Afonso Lobato (PV) é natural de Redenção da Serra e é sacerdote da Igreja Católica há 26 anos, sendo membro do clero da Diocese de Taubaté, onde exerce seu ministério. Em 2002, disputou pela primeira vez uma vaga para deputado estadual e foi eleito com 41.334 votos. Reelegeu-se, em 2006, com 67.138 votos; em 2010, com 87.764; e, em 2014, com 81.837. Flavinho, que é cantor, escritor e apresentador de programas de TV católica, foi eleito deputado federal em sua primeira disputa eleitoral, no ano passado, com 90.437 votos. Natural de Guaratinguetá, mora em São José dos Campos e é ligado à comunidade Canção Nova, da qual é missionário há cerca de 30 anos. Ambos afirmam que assim como para a prática da religiosidade também existe vocação para a política. “Com certeza, existe vocação, porque tudo na vida é vocacionado.

“O objeto da religião é a fé e do política é o bem comum”, fala Lobato

PAG 18-21_Politicaxreligião.indd 18

05/05/2015 22:52:27


PHWU SROH PDJD]LQH

Quando uma pessoa sente dentro de si a vontade de ajudar seu semelhante, existem muitas formas de fazer isso, de maneira pessoal ou coletiva. Essa percepção é a vocação política”, diz Lobato. Para Flavinho, todo ser humano é vocacionado para a política; exceto para os cargos eletivos e para a política partidária, que, segundo o deputado, exigem uma ‘vocação específica’. “Descobri essa vocação durante minha experiência como missionário.

PAG 18-21_Politicaxreligião.indd 19

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 19

Foi, então, que decidi entrar para a política e fazer essa experiência. Hoje, vejo que tudo que vivi foi para construir o homem público que sou hoje”, conta. Política e religião caminham juntas e, por isso, devem ser debatidas, acredita Flavinho. Ele completa: “É necessário discutir os dois temas; eles se entrelaçam em muitos momentos, principalmente no que toca à doutrina social, que é o cuidado com o outro, o bem comum na sociedade. A Igreja preza por isso”. “Hoje, por exemplo, tenho a oportunidade de colocar em prática na política toda minha experiência de 30 anos vividos na religião, realizando projetos que mudam de fato a vida das pessoas. Em João 10:10, Jesus disse: ‘Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância’”, continua Flavinho. De acordo com o deputado federal, falta convicção religiosa para as pessoas que não debatem o assunto. “Pessoas

que se dizem religiosas, mas que dizem que não se deve discutir política e religião, não têm uma clareza do que é uma coisa e outra. Quem é convicto na sua religião sabe que é muito tranquilo você trazer a discussão política para reuniões até mesmo dentro da Igreja”, opina Flavinho. Já Padre Afonso acredita que esses são campos diferentes, mas que não se separam. “O objeto da religião é a fé e o da política é o bem comum”, explica. O parlamentar ainda cita o apóstolo Tiago: “A fé sem obras é morta. Mostra-me a sua fé e eu te mostrarei as obras”. E segue com seu raciocínio: “Então, de fato, religião e política não se misturam nesse ambiente, mas a política, feita como deve ser feita, é o exercício do meu ministério sacerdotal. Não existe diferença do Padre Afonso exercendo o seu ministério com as questões religiosas e litúrgicas do Padre Afonso deputado, trabalhando pelo bem comum”. Ainda segundo o padre, a política é uma ferramenta para buscar os objetivos da religião. “Não acredito numa religião que não busque o engajamento, a construção de um mundo melhor, a promoção da justiça, da paz e da fraternidade. E a política é a ferramenta para se buscar isso. Embora sejam campos distintos, eles devem estar interligados”, complementa Lobato. O deputado estadual repudia, inclusive, “oportunistas” que se utilizam do meio religioso para promover-se. “Sou radicalmente contra a promoção de pessoas que muitas vezes não têm nenhum compromisso com a comunidade ou vivência religiosa. Isso é misturar e é o que não deve acontecer. Chega de pessoas que nada têm a ver com a igreja e com a comunidade, e que em época de eleições usam o ambiente religioso para se promover, para aparecer”, alerta. Mesmo com os últimos escândalos de corrupção que envolvem diversos partidos no país, tanto Flavinho

05/05/2015 22:52:28


PHWU SROH PDJD]LQH

20 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

como Lobato não temem que suas histórias na comunidade religiosa fiquem manchadas pela “entrada” na vida política partidária. “Isso seria uma atitude covarde ou omissa. Não podemos viver de maneira cômoda, enclausurada, no nosso mundo, preocupados apenas com os nossos problemas, como eu vejo muitos cristãos hoje, de todas as igrejas, fechados nos templos, não se envolvendo com os problemas da comunidade, com os problemas que implicam na qualidade de vida do povo”, diz Lobato. O deputado estadual tem consciência de que carrega uma missão enquanto sacerdote da Igreja Católica e que não pode comprometê-la. “Por isso, tomo todo cuidado, procuro viver a política de maneira transparente e honesta”, revela. Por outro lado, Flavinho admite que chegou a pensar na possibilidade de ter sua história manchada, após ingressar na política. “Porque depois de estar dentro [da política] não tem mais o que fazer. São quase 30 anos de uma carreira artística e missionária. De forma alguma, queria jogar isso no ‘lixo’ com uma atuação pífia, medíocre, ou me envolvendo com qualquer ato de corrupção que pudesse manchar minha história”, afirma. O deputado federal assume, inclusive, que não se candidatou nas eleições de 2010 e 2012, por ter dúvidas em relação à sua imagem. “Não quis participar nas eleições anteriores exatamente por que tinha dúvida se mancharia minha história. Após muitas conversas com minha esposa e amigos, vimos que se tenho segurança na minha história e coerência nos meus atos não teria que ter medo”, conta.

Preconceito político x religioso Os dois representantes da comunidade católica da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) na Câmara dos Deputados e na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) confessam terem sofrido e ainda sofrer preconceito por entrarem

PAG 18-21_Politicaxreligião.indd 20

Pessoas que se dizem religiosas, mas que dizem que não se deve discutir política e religião, não têm uma clareza do que é uma coisa e outra Flavinho DEPUTADO FEDERAL

na carreira política partidária. “Sofri muito e ainda sofro. Muitas pessoas ainda me olham com olhar desconfiado, achando que o padre perdeu a fé, que se desviou do caminho. Existe muito preconceito, mas no começo era bem mais. Também há uma grande parcela que hoje se orgulha de ter um padre como deputado”, conta Lobato. Segundo o padre, os católicos deveriam seguir o exemplo dos evangélicos que estão mais presentes na política. “Hoje, em todas as esferas, e, sobretudo no Legislativo, a presença dos evangélicos e o espaço que eles têm ocupado é muito grande. Infelizmente, nós católicos não descobrimos isso ainda e há aqueles que se denominam católicos, mas são ‘frouxos’, ‘mornos’, descomprometidos. Não defendem esses valores. Então, a gente ainda sofre com os preconceitos, mas eu não tenho medo de ‘cara feia’”, conclui o deputado estadual.

Flavinho credita o preconceito aos próprios políticos. “Sofri e vi como natural devido a esse desgaste do homem público. A imagem do político está muito desgastada por culpa do próprio homem público. Nunca na história do nosso país, tantos homens públicos foram incoerentes entre a fala e o ato. Então, quando decidi me candidatar, algumas pessoas disseram algumas coisas, mas, em sua maioria, não eram críticas, mas preocupação”, conta. A “preocupação” citada por Flavinho veio de pessoas que acompanham sua trajetória religiosa. “Elas disseram: ‘Puxa! Mas você não vai se perder? O congresso é um covil de víboras. Você vai se perder no meio daquele povo’. As críticas que vieram foram de pessoas ligadas a partidos e que já tinham um viés político até mesmo dentro da Igreja. Esses, sim, teceram críticas um pouco mais maldosas, como é próprio de adversários”, completa Flavinho. De fato, religião e política caminham juntas, prova disso é a própria Constituição Federal Brasileira, que segundo os representantes do povo na época, foi elaborada “sob a proteção de Deus”. Partindo do princípio de que a religião, inclusive as seguidas por Flavinho e por Padre Afonso, prega o cuidado com o outro e que a ética já deve ser um “pré-requisito” embutida no seio da política, em parte, a missão dos deputados é simples. Basta que ambos cumpram com suas ideologias religiosas e exerçam um mandato eletivo lícito e coerente, para não decepcionar fiéis nem eleitores. A ideia defendida pelo filósofo Platão desde o período clássico da Grécia Antiga também é válida – principalmente se compararmos com a realidade política no Brasil – e pode servir como base para os deputados. Platão criticava a democracia corrupta de Atenas, da época de Sócrates, seu mentor, e defendia uma política organizada, de pessoas empenhadas no bem comum e não em vantagens pessoais.•

05/05/2015 22:52:28


21

PAG 18-21_Politicaxreligi達o.indd 21

05/05/2015 22:52:29


PHWU SROH PDJD]LQH

22 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

NOTÍCIAS REGIÃO

Uma luz para o lixo Com apenas mais sete anos de vida, o aterro sanitário de São José dos Campos é motivo de debate e preocupações. Em um mar de opções tecnológicas e sugestões de mudanças profundas na política da cidade, o que fazer? Elaine Rodrigues SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

S

ão José dos Campos produz quase 14 mil toneladas de lixo por mês, cerca de 168 mil toneladas ao ano e seu aterro sanitário tem apenas mais sete anos de vida. O esgotamento é tema de discussão há anos entre

PAG 22-29_lixo.indd 22

ambientalistas, especialistas e acadêmicos da cidade, que procuram saídas para todo esse lixo, sem acordo. O que complica ainda mais a situação do lixo em São José é a impossibilidade da construção de um novo aterro, já que a atual legislação e a própria geografia do município não permitem. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, não há dentro dos limites da cidade uma

área disponível que fique longe o suficiente dos mananciais, dos aglomerados populacionais e do aeroporto, o que, em breve, vai obrigar a prefeitura a exportar o lixo para aterros fora da cidade. Alguns especialistas acreditam que a saída está na implantação de outras tecnologias no tratamento de resíduos sólidos, como, por exemplo, a construção de usina termelétrica movida por

05/05/2015 22:54:08


PHWU SROH PDJD]LQH

Fora da caixa “O aterro tem uma vida limitada, mesmo que bem gerido, ele vai ter um fim, não é eterno. Se a gestão continuar da mesma forma que está, o horizonte é de sete anos. Agora temos que pensar fora da caixa, não é só reciclar ou escolher tecnologias. Temos que traçar um plano completo que inclui da mudança de hábitos a coisas simples, como a compostagem”, explica Rubens Negrini Pastoreli Junior, diretor de gestão ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de São José. Pastoreli comanda a equipe que

Will Dias/Meon

está formulando o Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos. O plano atende a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), instituída em 2010 pela Lei Federal nº 12.305 e que obriga todos o municípios a criarem um projeto completo para o lixo produzido em seus limites, sob a pena de perderem recursos se não o fizerem. “Temos que mudar a forma como entendemos o que é lixo. Apenas 5% a 10% do que estamos enterrando diariamente no aterro é lixo. É preciso reduzir. Contudo, países da Europa que possuem os sistemas mais avançados do mundo, ainda precisam reduzir mais 30%. O ideal é uma meta difícil”, detalha o diretor. Seguindo a lógica de Pastoreli, das 600 toneladas de lixo que vão, todos os dias, para o aterro, apenas 60 toneladas deveriam estar ali. Nesse ponto é que entram as tecnologias e uma discussão

Rubens Negrini Pastoreli Jr. Diretor de Meio Ambiente

Will Dias/Meon

lixo, em um sistema de URE (Unidade de Recuperação Energética). Outros afirmam que é preciso mudar toda a forma como vemos o lixo, mudar o nosso comportamento, reduzir o consumo e pensar diferente.

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 23

SEM SAÍDA A cidade não possui área disponível, numa distância segura de mananciais e de bairros residenciais, para a construção de um novo aterro

Aterro sanitário de São José tem mais sete anos de vida útil

PAG 22-29_lixo.indd 23

05/05/2015 22:54:09


PHWU SROH PDJD]LQH

24 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

sem fim sobre qual a melhor saída para o lixo.

Horário de pico na

Contra o São tempo avenida João em São

Demos um prazo até junho para que a pasta apresente o plano e as alternativas para o aterro. Existem um monte de tecnologias. Agora, tem que fazer alguma coisa e logo Delma Vidal ESPECIALISTA DO ITA

O Plano Pastoreli revela alguns detalhes do plano que está sendo elaborado. Entre as Divulgação/PMSJC

O ambientalista José dos Campose ex-secretário de Meio Ambiente de São José, André Miragaia, acredita que o plano está atrasado e faz críticas sobre a demora da atual administração para apresentá-lo. Miragaia alerta para as consequências da falta de investimento para a evolução no tratamento de lixo na cidade. “Nos dez anos em que estive na prefeitura, trabalhamos para ampliar, junto com a Urbam, a vida útil do nosso aterro. Tentamos a todo custo trazer o que havia de melhor no mundo em tecnologias para tratamento de lixo, o que aumentaria e muito a capacidade do aterro, como a usina termelétrica. Mas um entrave político com a oposição, hoje no poder, fez com que não conseguíssemos avançar. Agora, o fim está próximo e queremos saber o que o atual governo irá fazer”, afirma. Em junho de 2011, Miragaia, então secretário da gestão PSDB, propôs a implantação de uma URE (Unidade de Recuperação Energética), que contaria

com uma termelétrica movida a lixo, que geraria energia, reduzindo em até 80% a massa a ser aterrada. A implantação da usina estava condicionada à mudança na lei orgânica da cidade que proíbe a instalação de termelétricas. Contudo, após consultas públicas e audiências, vereadores e ambientalistas acreditavam que o projeto era um risco e não o aprovaram. A doutora Delma Vidal, especialista em Geotécnica e Controle da Poluição do ITA (Instituto de Tecnologia Aeroespacial) e membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente, é uma das ambientalistas que foram radicalmente contra o projeto da termelétrica em 2011. Hoje, assim como Miragaia, também cobra uma solução da prefeitura. “Demos um prazo até junho para que a pasta apresente o plano e as alternativas para o aterro. Existem um monte de tecnologias. Opção do que fazer não falta. Agora, tem que fazer alguma coisa e logo”, ressalta.

Centro de triagem no Torrão de Ouro - após separado, o lixo é prensado e vendido

PAG 22-29_lixo.indd 24

05/05/2015 22:54:11


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 25

/,;2 =(52 $ 3$57( 48( &$%( $ &$'$ 80

6(3$5(

/,03(

8VH XPD OL[HLUD SDUD UHFLFO£YHLV H RXWUD SDUD UHVWRV RUJ¤QLFRV 3DUD HVVHV LWHQV K£ FROHWD HP GDV FDVDV GH 6¥R -RV« &RP R QRYR SODQR SDUD R OL[R QD FLGDGH QR ƊWXUR TXHP VHSDUD SRGHU£ JDQKDU GHVFRQWR QR ,378

/LPSH RV UHV¯GXRV UHFLFO£YHLV DQWHV GH FRORF£ ORV HP VXD OL[HLUD /HPEUH VH GH TXH HPEDODJHQV VXMDV SRGHP Q¥R VHU UHFLFODGDV H DLQGD SUHMXGLFDUHP D UHFLFODJHP GH RXWUDV FRPR ODWDV JDUUDIDV 3(7 LVRSRU H DW« SDSHO

6DQ )UDQFLVFR QD &DOLIµUQLD (8$ TXHU DWLQJLU D PHWD GH /L[R =HUR DW« 'HVGH D FLGDGH WHP PXGDGR JUDGDWLYDPHQWH VXD OHJLVOD©¥R H LPSOHPHQWDGR SRO¯WLFDV TXH WUDQVIRUPDUDP D URWLQD GD SRSXOD©¥R (QWUH DV ¼OWLPDV DOWHUD©·HV HVW¥R D SURLEL©¥R GR XVR GH VDFRODV SO£VWLFDV LVRSRU H D YHQGD GH JDUUDIDV 3(7 FRP PHQRV GH PO FRP PXOWD GH 8 PLO SDUD TXHP GHVREHGHFHU 2 SURMHWR « HP SDUWHV PXLWR VLPLODU DR SURJUDPD TXH HVW£ VHQGR SHQVDGR SDUD 6¥R -RV« (P 6DQ )UDQFLVFR JUDQGH SDUWH GR OL[R GD FLGDGH « GHVWLQDGR SDUD D UHFLFODJHP RX FRPSRVWDJHP $ VHSDUD©¥R GH OL[R UHFLFO£YHO H RUJ¤QLFR « REULJDWµULD SDUD WRGDV DV FDVDV H WDPE«P JHUD PXOWDV 6HJXQGR D 6HFUHWDULD GH 0HLR $PELHQWH GH 6DQ )UDQFLVFR R SURJUDPD EDWL]DGR GH =HUR :DVWH FRQVHJXLX DW« UHGX]LU HP RV UHV¯GXRV GHVWLQDGRV D DWHUURV VDQLW£ULRV H HP DV HPLVV·HV GH JDVHV GH HIHLWR HVWXID

5('8=$

5(87,/,=(

2 FRQVXPLVPR « XP JUDQGH JHUDGRU GH OL[R &RPSUH GH IRUPD FRQVFLHQWH '¬ SUHIHU¬QFLD D HPEDODJHQV UHWRUQ£YHLV H D SURGXWRV QDWXUDLV TXH Q¥R SUHFLVDP GH SDFRWHV

8VH D FULDWLYLGDGH SDUD GDU QRYR XVR SDUD DTXLOR TXH DW« HQW¥R HUD YLVWR FRPR OL[R $SURYHLWH HPEDODJHQV H FDL[DV SDUD RUJDQL]DU GRFXPHQWRV H DW« UHDSURYHLWDU FRPR EULQTXHGRV 8VH D LPDJLQD©¥R

2 45 &RGH DR ODGR OKH OHYD DR VLWH GD 8UEDP RQGH « SRVV¯YHO VDEHU R GLD GDV FROHWDV FRPXP H VHOHWLYD H R TXH ID]HU FRP FDGD WLSR GH OL[R

PAG 22-29_lixo.indd 25

05/05/2015 22:54:12


PHWU SROH PDJD]LQH

soluções que devem ser adotadas em São José estão a compostagem, a expansão da reciclagem, a ampliação da coleta – que deve se tornar superseletiva – e mudanças na taxa de lixo com descontos para as regiões que separam melhor os resíduos, entre outros. Do que é recolhido diariamente pela coleta comum, 55% é material orgânico e cerca de 35% é material potencialmente reciclável que não é separado e vai direto para o aterro. Esse número cresce conforme os anos passam. Em 2007, a cidade coletava 407 toneladas de lixo por dia. Hoje, são quase 600 toneladas. “Uma solução simples que estamos desenvolvendo, juntamente com a Unesp e com a Urbam, é a compostagem. Uma técnica para transformar o lixo orgânico que é recolhido após as feiras livres em adubo. Hoje, cerca de 400 toneladas do total de lixo jogado por dia no aterro é orgânico e poderia ser transformado em adubo e usado, por exemplo, na agricultura”, detalha Pastoreli. Muitas das técnicas debatidas, hoje, pela Secretaria de Meio Ambiente dependem da participação da população, como é o caso da coleta chamada

168 MIL é a média de toneladas de lixo que é enviada para o aterro de São José por ano. Mensalmente, são cerca de 14 mil toneladas

Adenir Britto /PMSJC

26 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Apenas o lixo separado nas casas vai para o centro de triagem para ser reciclado em São José

‘superseletiva’, capaz de reduzir o que é enviado aos aterros, aumentando também a sua vida útil. Outros projetos demandam diversas mudanças na legislação e deverão ser feitos em etapas que podem levar de 1 até 30 anos para serem implantadas. “Estamos com um projeto-piloto neste sentido, coletando materiais diferentes em dias diferentes. A madeira e o papel na terça, por exemplo, e o plástico e o vidro, na quinta. Fora a coleta do lixo comum. Pode ser uma opção”, revela Pastoreli. Miragaia, contudo, acredita que o uso de tecnologias não conflitam com esses projetos e são de suma importância. “Sem uma solução prática e rápida, teremos que mandar o lixo para Jambeiro, por exemplo, indo provavelmente pela rodovia dos Tamoios, passando perto de mananciais, à beira de represas e pé da serra. Agora, você pensa na contaminação que o transporte de 600 toneladas de lixo todos os dias para outra cidade pode causar. Os caminhões muitas vezes pingam, vazam. Isso tem que ser visto”, destaca o ambientalista.

Tecnologias A cada dia, nasce uma nova tecnologia para o tratamento do lixo. As

PAG 22-29_lixo.indd 26

alternativas se multiplicam com as pesquisas realizadas em universidades e companhias pelo mundo. Opções como a descoberta pela Universidade do Arizona (EUA), onde cientistas perceberam que dar cerveja e refrigerante vencidos para as bactérias fazem com que a decomposição dos resíduos orgânicos acelere em 35% o tempo de tratamento, o que colabora para aumentar a vida dos aterros. Na verdade, a maioria das tecnologias aumenta a vida útil dos aterros, porque reduz o produto final a ser enterrado e, em alguns casos, produz energia. Existem processos térmicos, orgânicos, químicos, entre outros. Para Josmar Davilson Pagliuso, doutor pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em Controle Ambiental e professor da Escola de Engenharia da USP em São Carlos, aterros não são a solução. “Eles são apenas uma forma de postergar o problema, já que o resíduo continua lá. São sujeitos a vazamento de metano para a atmosfera, um potente gás de efeito estufa e a outros problemas, como a contaminação do solo e da água”, explica. Ao avaliar a situação de São José, o especialista acredita que várias tecnologias seriam aplicáveis à cidade, mas destacou uma saída: a produção de CDR

05/05/2015 22:54:12


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 27

7(&12/2*,$6 &203267$*(0 XP SURFHVVR GH GHFRPSRVL©¥R GR OL[R RUJ¤QLFR RQGH PLFURUJDQLVPRV DMXGDP QD WUDQVIRUPD©¥R GRV UHVWRV GH DOLPHQWRV H SODQWDV HP DGXER 3RVVXL PXLWDV YDQWDJHQV DPELHQWDLV HQWUH HODV D UHGX©¥R QD HPLVV¥R GR J£V PHWDQR H QRV FXVWRV GH RSHUD©¥R 7DPE«P SRGH VHU IHLWD QDV FDVDV HP FRPSRVWHLUDV GRP«VWLFDV 'H DFRUGR FRP D 3RO¯WLFD 1DFLRQDO GH 5HV¯GXRV 6µOLGRV /) WRGDV DV FLGDGHV W¬P D REULJD©¥R GH ,PSODQWDU VLVWHPD GH FRPSRVWDJHP SDUD UHV¯GXRV VµOLGRV RUJ¤QLFRV H DUWLFXODU FRP RV DJHQWHV HFRQ¶PLFRV H VRFLDLV IRUPDV GH XWLOL]D©¥R GR FRPSRVWR SURGX]LGR (P 6¥R -RV« R SODQR « XVDU R FRPSRVWR SDUD DGXEDU DV £UHDV YHUGHV H FRQIRUPH R DXPHQWR GD SURGX©¥R LQFHQWLYDU R XVR GR DGXER SHORV DJULFXOWRUHV

&'5 2 &'5 &RPEXVW¯YHO 'HULYDGR GH 5HV¯GXR « SURGX]LGR FRP RV UHMHLWRV GR OL[R DTXLOR TXH Q¥R « RUJ¤QLFR QHP UHFLFO£YHO 1R SURFHVVR GH PDWHULDLV WDLV FRPR WHFLGR LVRSRU DOJXQV SO£VWLFRV H PHWDLV UHVWRV GH HPEDODJHQV H SURGXWRV TXH Q¥R IRUDP VHSDUDGRV DQWHV GH LU DR DWHUUR V¥R WULWXUDGRV WUDWDGRV H FRPSDFWDGRV H VH WRUQDP XP WLSR GH FRPEXVW¯YHO 2 &'5 SRGH VHU HPSUHJDGR HP IRUQRV GD LQG¼VWULD FLPHQWHLUD H HP XVLQDV GH ELRPDVVD RQGH JHUD FDORU VXƆFLHQWH SDUD D RSHUD©¥R 㾎 5HXWLOL]D R TXH WHFQLFDPHQWH Q¥R WHULD VD¯GD H JHUD HFRQRPLD GH HQHUJLD HO«WULFD H XVR GH FRPEXVW¯YHLV IµVVHLV [ $SHQDV GR OL[R DWHUUDGR « FRQVLGHUDGR UHMHLWR « RUJ¤QLFR /RJR Q¥R UHGX]LULD PXLWR D PDVVD GHVWLQDGD DRV DWHUURV 4XHU VDEHU PDLV VREUH R 3ODQR GH 5HV¯GXRV 6µOLGRV TXH HVW£ VHQGR HODERUDGR SDUD 6¥R -RV«" $FHVVH R 45 FRGH DR ODGR

PAG 22-29_lixo.indd 27

05/05/2015 22:54:12


PHWU SROH PDJD]LQH

28 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Exemplos Algumas cidades no estado de São Paulo estão usando tecnologias de ponta e alternativas citadas por MiraA coleta superseletiva, um projeto-piloto, quer incentivar a reciclagem nas casas joseenses

PAG 22-29_lixo.indd 28

Elaine Rodrigues/Meon

gaia e Pagliuso para tratar o lixo, como Barueri. Na cidade, a prefeitura decidiu instalar a primeira URE do Brasil. Um projeto muito similar ao pensado para São José. Com capacidade para incinerar 850 toneladas de lixo por dia, a unidade irá receber, após uma triagem, os resíduos sólidos que serão queimados para redução do volume. O aterro de Barueri encerrou as atividades em 2007 e, desde então, o lixo – aproximadamente 305 toneladas por dia – é enviado para o aterro vizinho em Santana do Parnaíba. A usina, que está sendo feita por meio de uma PPP (Parceria Público Privada), já possui a licença prévia da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e deve começar a ser construída no segundo semestre de 2015 e passar a funcionar dentro de dois anos. “Todas as soluções existentes no mercado, no Brasil e no mundo, para tratamento foram pesquisadas, considerando até as mais lunáticas. Optamos pela URE, como o sistema que no nosso entender é o mais viável ao município, considerando que não existe um sistema 100% ideal”, conta Ricardo Pinto Filho, engenheiro da Secretaria de Recursos

André Miragaia, ex-secretário de Meio Ambiente, critica a falta de investimento

Naturais e Meio Ambiente de Barueri.

Conclusão Divulgação /PMSJC

(Combustível Derivado de Resíduo). O CDR pode ser usado em conjunto com o bagaço de cana ou outra biomassa em caldeiras industriais como combustível. Para não poluir, é preciso que seja utilizado com um conjunto de filtros que controlam a emissão de gases. “No final de 2013, conduzi um teste muito bem sucedido em uma unidade de grande porte em que o CDR foi misturado ao bagaço de cana e às emissões de poluentes atmosféricos, do ar e da água, foram baixas o suficiente para atender às legislações pertinentes do Brasil, da Europa e do Canadá”, detalha o professor. Sobre a proposta do ex-secretário tucano, de implantar uma termelétrica, o especialista acredita que existem vantagens e desvantagens, mas que a emissão de poluentes, que foi o que derrubou o projeto em São José, não é problema e destaca que o IPCC (International Pannel on Climate Change) menciona a incineração como técnica efetiva para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Todos os especialistas e ambientalistas concordam em uma coisa: não existe uma saída simples para o lixo e este é um grande desafio para a sociedade, não somente para São José, mas para o Brasil e o mundo. O importante – destacaram todos os entrevistados – está em não deixar de pensar no lixo que produzimos e, como prevê a própria política nacional, gerir o RSU com planos bem estruturados, que vão desde pensar nos detritos industriais e hospitalares, até o lixo que deve ser separado nas casas. A PNRS deixa claro o caminho: temos que reduzir, reutilizar, reciclar e, de preferência, não gerar, ou seja, evitar a produção de lixo – conceito complexo que pede mudanças no hábito de consumo, entre outros comportamentos. Para São José, a prefeitura promete apresentar, em breve, seu plano munici-

05/05/2015 22:54:13


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 29

pal. “Existe uma pressão e uma preocupação com a implantação dessa ou daquela tecnologia. Estamos propondo algo além, não queremos ficar só nisso, métodos para remediar. O plano tem um custo, cerca de R$ 95 milhões e vai ser completo. Já estamos dando alguns passos. Talvez tenhamos, sim, que mandar o lixo para outro aterro, em outra cidade. Não todo ele, mas metade. Nesse momento, estamos coletando dados, fazendo diagnósticos. Tecnologias realmente não faltam, o plano está em discussão. Não dá para decidir isso da noite para o dia”, conclui Pastoreli. URE, Termelétrica, CDR, compostagem, reciclagem, coleta superseletiva. Existem muitas saídas para o lixo da cidade, o que falta é um plano, uma solução definitiva para o aterro que está no limite. Como destacou a professora Delma Vidal do ITA: “Temos que cobrar que algo seja feito, e que possamos ter tempo para avaliar. Tem que ser logo”.•

SAIBA

MAIS

ENERGIA RECICLADA

A URE é um sistema de recuperação energética, onde o lixo destinado para o aterro é incinerado há mais de 850°C sobre uma grelha e gera três resultados: cinzas que são aterradas (a queima reduz em 90% a massa a ser enterrada), gases que são filtrados até estarem prontos para serem lançados na atmosfera e calor, que gera energia elétrica em um turbo gerador. De acordo com empresas que atuam com a implantação deste tipo de projeto, como a Foxx, responsável pela implantação da URE de Barueri, a energia produzida a partir de 850 toneladas de lixo, por exemplo, pode abastecer de eletricidade até 80 mil residências. Esse sistema é utilizado há décadas em muitos países da Europa, especialmente na França, que possui todos os

tipos de usinas de incineração de lixo. Contudo, a incineração é alvo de críticas das grandes Ongs ambientais, como a WWF e o Green Peace, e já foi desaconselhada pela própria Comissão Europeia, que estabeleceu na norma 76/2000 que “A incineração de resíduos perigosos e não perigosos, podem dar origem à emissão de poluentes do ar, da água e do solo e ter efeitos adversos na saúde humana (…)”. Outra questão debatida pelos ambientalistas destas ONGs é que o alto investimento neste tipo de tratamento tiraria o foco político e o dinheiro dos projetos de reaproveitamento e redução, o que resultaria no aumento gradativo da produção do lixo, em um movimento contrário ao que vem sendo construído no Brasil, com a reciclagem.

ENTRE NESSA LUTA VOCÊ TAMBÉM. Para saber mais: www.sjc.sp.gov.br

PAG 22-29_lixo.indd 29

Evite água parada em vasos de plantas e pneus. E não esqueça: se armazenar água em casa, lembre-se de tampar. São pequenos cuidados que dão grandes resultados. Juntos, vamos vencer esta batalha.

05/05/2015 22:54:14


An

PHWU SROH PDJD]LQH

30 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Artigo&

Por uma educação ecológica

A

presente crise ambiental é, antes de mais nada, uma crise da educação. O atual estado das coisas reflete, de modo geral, a mentalidade que a humanidade anda por aí usando. A ganância, a intolerância, a separação, a ignorância voluntária, o preconceito, a rivalidade, entre outros, são desvalores socialmente compartilhados, transmitidos e praticados à exaustão. Esses comportamentos não são próprios ou naturais aos seres humanos. Antes, são ensinados, apreendidos e reproduzidos: são culturais. Sugerem, portanto, que algo vai mal no modo como nos educamos, enquanto membros de uma mesma comunidade biótica, ainda que divididos em nações, etnias, tribos, religiões e culturas distintas. Por outro lado, se almejamos uma existência socialmente justa e ambientalmente responsável, ou seja, outra forma de ser/estar no planeta Terra, é necessário que sejamos reeducados, que os valores humanos sejam desde já cultivados. Mantenho comigo minhas esperanças, pois “nessa Terra, em se plantando, tudo dá”.

PAG 30-31_Artigos educação Ecológica.indd 30

Todos juntos, vivenciamos uma crise de paradigmas. Encontrar as soluções para nossos problemas se utilizando das mesmas ferramentas que os criaram é improvável. São necessários instrumentos inteiramente novos, ainda desconhecidos para a grande maioria das pessoas, embora já floresçam, há muito, em algumas vilas ou aldeias, até mesmo em grandes cidades. A Permacultura é um conceito contemporâneo, que antecipa a tendência de uma existência mais harmônica e integrada à natureza, enquanto bebe da fonte dos mais variados conhecimentos ancestrais para se reinventar a todo instante. Criada pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren, a Permacultura vem da junção das palavras “Permanent” e “Culture”, Cultura Permanente ou Cultura de Permanência. Resumidamente, os princípios da Permacultura orientam o desenvolvimento de uma ética de cuidado com o planeta, cuidado com as pessoas e a partilha dos excedentes. Reverberando as palavras do

autor, “fazendo o planejamento com a natureza, não contra ela, podemos criar paisagens que operam como um sistema saudável, onde a energia é conservada, os desperdícios eliminados e os recursos são abundantes”. Enfim, Permacultura trabalha com todo tipo de design em escala humana, desde hortas domésticas ao desenho mais adequado das cidades. A sugestão, valiosa por sinal, é que se comece pelo pequeno, fazendo a transição do menor para o maior. Mais que um convite às idealizações de uma utopia futura, a Permacultura é um chamado para uma tomada de decisão que se faz urgente, pois a mudança já está em curso –e é inevitável. Haja vista –para a expressão e manifestação mais saudáveis de nossas atividades cotidianas, como a convivência fraterna, a boa alimentação, a mobilidade eficiente, o consumo consciente, a arte de se relacionar, de trabalhar, criar os filhos, enfim, produzir e usufruir da cultura como um bem–, implica uma tomada de consciência e posicionamento ativo diante dessas questões. A Permacultura é um conceito orientado para a ação, além de um processo de poder pessoal, pois está ao alcance de cada um de nós. Ao invés de apontar as soluções, a Permacultura acaba sendo um convite para olharmos para a essência das questões do mundo hoje, para o cerne da relação entre homem e natureza, permitindo o recriar de novas possibilidades de existência, para que nos tornemos os sujeitos ativos e conscientes dos processos em andamento.•

Yuri Almeida, 27 anos, sociólogo, permacultor e coordenador do coletivo Pupa.

05/05/2015 22:55:32


Anúncio_120 Minutos_Revista_01a.ai

1

31/03/15

19:18

O JORNALISMO DE CREDIBILIDADE PARA QUE VOCÊ TENHA UM BOM DIA.

Celso Guisard

Antônio Baum

Na Conectcar SPRio FM, você conta com um time de jornalismo como nenhum outro no rádio regional. Sempre pronto para trazer o que você precisa na nossa região, no Brasil e no Mundo. Nada melhor do que ouvir entrevistas isentas com quem realmente importa e a opinião no momento certo, do jeito certo. Essa é a hora perfeita para ter a precisão nas condições do trânsito e na previsão do tempo. Se credibilidade é ter certeza de contar com quem é preciso, pode contar com a gente.

Ao vivo a partir das

7h às 9h

12h às 12h30.

PAG 30-31_Artigos educação Ecológica.indd 31

José Márcio Mendonça

Ayl Marques

Armindo Ferreira

Política e Economia

Esportes

Comunicação

whatsapp: (12) 98123.7522 facebook.com/RadioConectcarSprio telefone: (12) 3206.4538

05/05/2015 22:55:33


32 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH

WTC Nova York/Divulgação

NOTÍCIAS ECONOMIA

WORLD TRADE CENTER JOSEENSE EM XEQUE

Novo World Trade Center de Nova York, inaugurado em 2014

PAG 32 E 35_WTC.indd 32

05/05/2015 22:57:36


PHWU SROH PDJD]LQH

João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

I

nvestimento bilionário, com torre de escritórios, hotel, centro de convenções e shopping center. Expectativa de 10 mil empregos gerados direta e indiretamente. Um terreno de 588 mil metros quadrados na região mais valorizada de São José dos Campos e uma Lei de Zoneamento urbano que impossibilita toda a investida. Esse é só o início do cenário que cerca a discussão sobre a vinda do complexo World Trade Center para São José dos Campos. Desde que o grupo demonstrou interesse em instalar a segunda sede brasileira do WTC na cidade, há pouco mais de seis meses, a vinda do megaempreendimento se transformou em uma verdadeira novela. Uma reunião no WTC de São Paulo, com o prefeito Carlinhos Almeida (PT), junto a uma comitiva da prefeitura e vereadores da base aliada marcou o capítulo de estreia. Na ocasião, os joseenses foram recebidos pelo presidente do Conselho de Administração do grupo, Ozires Silva, pelo presidente da organização, Gilberto Bomeny e pelo diretor executivo, Luciano Menezes. O investimento ganhou caráter de urgência na prefeitura. Os capítulos decorrentes foram de correria para articular uma mudança na Lei de Zoneamento no terreno no Jardim Aquarius. Classificado como ZUC1 –onde apenas edificações de até dois pavimentos e comércio de baixo impacto podem ser construídos–, a gleba só poderia receber o investimento caso

PAG 32 E 35_WTC.indd 33

fosse alterada para uma ZQA (Zona de Qualificação), que permite edificações mais altas. Apressada, a administração chegou a anunciar as cinco audiências públicas que discutiriam a mudança do projeto para um único dia, mas recuou da decisão e os encontros aconteceram entre 24 e 28 de novembro do ano passado. O atropelo causou desconforto até mesmo entre parte da bancada governista na Câmara, que acusou certo desprestígio por não ser consultada sobre as decisões. O desconforto foi o estopim para a criação do chamado Centrão, grupo de parlamentares dissidentes da bancada governista e que, no início do ano, conseguiu eleger o presidente da casa, o vereador Shakespeare Carvalho (PRB). Nas audiências, outro entrave: moradores das proximidades exigiam contrapartidas viárias e questionavam a construção do megaempreendimento no local estipulado pelo grupo WTC. Com o panorama desfavorável, a projeção da prefeitura de enviar a proposta de mudança pontual na lei de zoneamento à Câmara ainda em 2014 caiu por terra. A troca da presidência da casa e o clima de apertada maioria para o governo Carlinhos no Legislativo fez com que a discussão esfriasse.

Estratégia O secretário de Planejamento Urbano, Miguel Sampaio, sinaliza com uma nova estratégia, de incluir a mudança de zoneamento do terreno no texto da nova Lei de Zoneamento, que ainda não tem previsão para ser enviado à Câmara. “O que pretendemos é criar as condições necessárias para a atração do empreendimento. Temos que ter uma postura ativa e criar condições para a instalação desse empreendimento. Isso será feito com transparência e respeito à qualidade de vida que temos hoje. A proposta que nós vamos apresentar à cidade irá apontar soluções para o zoneamento do município como um todo. Precisamos mostrar que a cidade está disposta a receber novos investimentos”, diz. Uma das maiores preocupações da população durante as audiências públicas que discutiram a vinda do megaempreendimento, o aumento no fluxo de trânsito nas imediações, não preocupa o secretário. Sampaio afirma que é possível equacionar a questão trabalhando com contrapartidas do grupo para instalação do WTC. Ele usa a avenida Eduardo Cury, que, recentemente, recebeu mais uma faixa para carros nos dois sentidos, como exemplo. “Isso foi negociado pela Prefeitura com empreendedores da área Divulgação

Megaempreendimento pode trazer 10 mil empregos e colocar a cidade no mapa mundial de investimentos, mas São José precisa decidir se quer ou não a vinda do WTC

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 33

Prédio do WTC em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos

05/05/2015 22:57:37


PHWU SROH PDJD]LQH

34 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

como uma contrapartida. É um modelo perfeitamente aplicável em relação a outros empreendimentos”, afirma.

Contra o tempo

Projeto Mesmo sem a aprovação na mudança da Lei de Zoneamento, o WTC apresentou, em março, um esboço do que pode ser o projeto do megaempreendimento na cidade. Além das construções já previstas, o rascunho contempla 200 mil metros quadrados dedicados a área verde, com seis lagos, quatro ruas largas e ciclovia. A medida deixaria espaço livre para que prédios menores fossem construídos em parceria com outros empresários no local. “Seria como um novo bairro com vocação comercial. O projeto contempla toda uma área verde, lagos, ciclofaixa, calçadas mais largas. É um presente para a cidade. Seria um exemplo de ocupação do solo”, explica. “Basta ver o que é hoje

Pretendemos criar as condições necessárias para a atração do empreendimento. Temos que ter uma postura ativa e criar condições para a instalação desse empreendimento Miguel Sampaio SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO URBANO

a área onde há 20 anos foi instalado o WTC de São Paulo. O centro empresarial de São Paulo veio para a Avenida Berrini, que ganhou infraestrutura e obras do porte da ponte estaiada”, completa. Na Comissão de Planejamento Urbano no Legislativo, entretanto, o projeto não

Will Dias/Meon

Há mais de seis meses na espera, a direção do WTC dá mostras de que a novela pode estar se estendendo por tempo demais e acena com a possibilidade de encurtar o roteiro, deixando a cidade a ver navios. Com outras concorrentes, como Ribeirão Preto e Campinas no páreo, a indefinição de São José pode levar o investimento bilionário para outras praças. Para o diretor executivo do WTC, Luciano Menezes, a cidade está com a faca e o queijo na mão. O grupo só aguarda a afirmação positiva da prefeitura para dar início à construção prevista, que deve ficar completamente pronta em um prazo de cinco anos. “Mas antes de falar de qualquer coisa, a cidade precisa saber se quer um WTC ou não. Não temos o menor interesse em causar atrito. Mas o mundo gira, ninguém fica esperando e as avaliações de investimento podem mudar”, adverte. Entretanto, o CEO do grupo não é só advertência em seu discurso. Menezes admite que houve uma movimentação da cidade desde que

o grupo demonstrou interesse em São José dos Campos. O executivo também compreende que investimentos dessa magnitude exigem ampla discussão com a comunidade local. “Não acho que a cidade esteja parada. Já houve discussões na Câmara e audiências públicas. Ainda estamos no início de um namoro que pode se transformar em casamento. Um casamento vitalício, que exige tempo para ponderar o que é bom para os dois lados. As coisas estão evoluindo”, garante.

Área no Jardim Aquarius que pode receber o WTC

PAG 32 E 35_WTC.indd 34

05/05/2015 22:57:37


PHWU SROH PDJD]LQH

Tabu Para o urbanista e professor universitário, Carlos Eugênio Monteclaro, de Taubaté, é preciso desmistificar o conceito da verticalização. Esclarecer o tema, de acordo com o especialista, é fundamental para qualificar a discussão sobre a vinda do WTC para São José dos Campos. A solução virou um tabu na cidade devido ao exemplo do Jardim Aquarius, que após ter liberada a verticalização, transformou-se em uma região adensada e com poucas áreas verdes. Mesmo assim, o urbanista afirma que a cidade não

PAG 32 E 35_WTC.indd 35

pode simplesmente ignorar o recurso. “No caso do WTC, por exemplo, tudo depende do estudo de impacto. Se apontar que há possibilidade de compensação, basta negociar a contrapartida. Não vejo com espanto esse tipo de intervenção. A malha viária na região já é bem razoável. Aumentando a oferta de transporte público acredito que a adaptação não será tão impactante”, explica.

Resistência Entretanto, representantes de moradores dos bairros próximos demonstram insatisfação com a vinda de um megaempreendimento para a já sobrecarregada região. De acordo a presidente da Associação de Amigos do Bairro Esplanada, Maria Lúcia Fonseca Garcia, há dois principais problemas para a vinda do WTC a este terreno. O primeiro deles é

a falta de contrapartida viária para comportar o impacto urbano que seria causado. O segundo é ambiental, já que o terreno conta com olhos d’água e ainda é uma importante área verde na região, que também tem um papel de regulador climático em meio a um bairro cercado por prédios. “Não somos contra o investimento, mas por que a construção neste terreno? A cidade tem outros locais que poderiam abrigar um megaempreendimento como este. O que atrapalha a vinda do WTC e de qualquer outro investimento para São José dos Campos é a falta de infraestrutura. Podem fazer um prédio de 100 andares, desde que tenham estrutura para absorver o impacto. Mas pelo histórico recente de São José, sabemos que isso não acontece”, explica.• Prédio do WTC no Bahrain

Divulgação

agradou. O ponto de discórdia é justamente o espaço liberado para a construção de empreendimentos menores no terreno. De acordo com o vereador Roniel Soeiro (PP), relator da comissão, o projeto abre brechas para o crescimento desordenado na região. “A gente acha interessantíssima a vinda do WTC para São José dos Campos. Mas este projeto não está muito cheiroso. Se todo o complexo pode ser construído em 100 mil metros quadrados, por que liberar 600 mil metros quadrados? Para dar espaço a mais 40 novos prédios no local? E o secretário ainda não soube explicar quantos andares serão liberados. Ou seja, do que eu vi agora, não gostei”, afirma.

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 35

05/05/2015 22:57:38


36 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH

NOTÍCIAS TECNOLOGIA

São José dos Campos: ‘o berço’ da tecnologia Com exemplo de sucesso implatando no município joseense, Jacareí e Taubaté devem expandir o setor e investir na construção de parques tecnológicos

PAG 36-41_berçoTecnologia.indd 36

05/05/2015 22:59:12


PHWU SROH PDJD]LQH

Laboratório do IP&D (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento) da Univap

Moisés Rosa SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

C

onhecida como o ‘berço’ da tecnologia do Vale do Paraíba, São José dos Campos é reconhecida internacionalmente pela ciência e tecnologia de ponta que são produzidas na cidade e pelos centros e desenvolvimentos de pesquisas. O reconhecimento está inspirando outras cidades vizinhas a investirem na área, como Jacareí e Taubaté, que possuem centros de pesquisa e projetam a construção de parques tecnológicos, a exemplo da cidade joseense. Favorecida pela localização entre o eixo São Paulo-Rio de Janeiro, São

PAG 36-41_berçoTecnologia.indd 37

José começou o seu legado na área de ciência e tecnologia com a instalação do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), na década de 1950. Hoje, a cidade possui 250 empresas de base tecnológica, entre elas: a Embraer, o Ita (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o Parque Tecnológico – que abriga infraestrutura e serviços especializados, organizado em torno de seus vários Centros de Desenvolvimento Tecnológico (CDTs), Centros Empresariais (CEs) e universidades. Em números, o cluster –conjunto de empresas semelhantes e que colaboram entre si– aeroespacial brasileiro é constituído em sua maioria por empresas estabelecidas em São José e movimenta R$ 1 bilhão por ano, não

Fotos: Will Dias/Meon

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 37

incluindo a Embraer. “São José dos Campos tem hoje aproximadamente 250 empresas de base tecnológica, entre elas a Embraer, que emprega quase 11 mil pessoas no município e responde por mais de 10% de seu valor adicionado”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Sebastião Cavali. Para o vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Embraer, Nelson Salgado, a cidade joseense já se tornou referência e classifica a região como um polo aeroespacial e tecnológico. “A cidade se tornou o berço da Embraer graças ao ambiente de formação qualificada e pesquisa proporcionados pela criação do Centro Técnico Aeroes-

05/05/2015 22:59:13


PHWU SROH PDJD]LQH

38 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

pacial (CTA) e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Desde então, a região tornou-se um polo aeroespacial e tecnológico, com a presença da Embraer tendo estimulado a vinda de muitos fornecedores e o desenvolvimento de uma cadeia voltada à inovação e tecnologia”, conta Salgado. Para estimular ainda mais a elaboração de pesquisas, a Embraer intensifica as parcerias com universidades. “Nossa intenção é sempre fortalecer essa relação. Para se manter na vanguarda da indústria, a Embraer aposta na inovação aberta em temas pré-competitivos e mantém parcerias com dezenas de universidades, centros de pesquisa e outras empresas em todo o mundo, que formam verdadeiras redes de conhecimento. São José tem base industrial e de conhecimento para desempenhar um papel fundamental nessas redes. Por meio de programas conjuntos, pode-se estabelecer novas linhas de pesquisa e infraestrutura laboratorial, e se formar pesquisadores para manter o país na vanguarda tecnológica, com benefícios para todos”, completa o vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Embraer.

São José dos Campos tem hoje aproximadamente 250 empresas de base tecnológica, entre elas a Embraer, que emprega quase 11 mil pessoas Sebastião Cavali SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Pesquisas Como incentivador das pequenas, médias e grandes empresas, o Parque Tecnológico agrega os principais centros de pesquisas e laboratórios do

Laboratório do IP&D (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento) da Univap

PAG 36-41_berçoTecnologia.indd 38

país. O parque ocupa uma área de 188 mil metros quadrados às margens da rodovia Presidente Dutra, com 36 mil metros quadrados de área construída. O secretário Sebastião Cavali destaca o potencial do Núcleo do Parque Tecnológico. “A cidade tem um potencial extraordinário, pois conta com logística privilegiada e mão de obra extremamente qualificada. Sede do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) , do INPE, da Embraer e do ITA, São José dos Campos é o maior polo aeroespacial da América Latina e é hoje a única cidade do mundo a reunir em seu Parque Tecnológico as três maiores fabricantes de aviões do planeta: Embraer, Boeing e Airbus”, ressalta Cavali. E ele acrescenta: “O LEL (Laboratório de Estruturas Leves), único do gênero no hemisfério sul, foi inaugurado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) no início do ano passado e exigiu investimentos da ordem de R$ 47 milhões. Podemos citar, ainda, o Centro Tecnológico para Espaço e Defesa, inaugurado no mês passado pela franco-italiana Thales Alenia Space e pela brasileira Omnisys”.

IP&D Na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos, o IP&D (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento) possui 54 docentes-pesquisadores, em 32 grupos, que se revezam em importantes frentes de pesquisas. Na instituição, o modelo de pesquisa é multidisciplinar e conta com a participação de alunos, desde 1996. Credenciada como instituto em 1998, a universidade recebe verbas de órgãos para a implantação de projetos. Atualmente, um grupo de pesquisadores da universidade está desenvolvendo um reator capaz de captar as cinzas da queima de lixo hospitalar e transformá-las em vidro, podendo ser comercializado como piso, por exemplo. Outro importante projeto do instituto em fase de pesquisa está relacionado à área de cosméticos; os docentes estão

05/05/2015 22:59:13


PHWU SROH PDJD]LQH

pesquisando a eficácia de produtos de beleza na regeneração da pele. Porém, para a ampliação das pesquisas, o instituto esbarra na morosidade e na liberação de verbas de empresas e de recursos públicos voltados para a área, também proveniente do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O valor das pesquisas varia entre R$ 500 mil e R$ 4 milhões, dependendo da complexidade da proposta. Para a implementação dos projetos, o IP&D depende da aprovação das propostas. “Para tocarmos os projetos é preciso a liberação de recursos e há o período de avaliação dos órgãos para a liberação das propostas. É preciso reconhecer mais as pesquisas que são realizadas aqui [IP&D]”, explica a coordenadora, Profª Drª Sandra Costa. Apesar da pouca ‘idade’, o instituto já vem sendo reconhecido pelo nível

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 39

das pesquisas. “O IP&D teve repercussão internacional pela qualidade das pesquisas realizadas nos laboratórios e analisadas em artigos científicos e avaliações. Temos ótimos pesquisadores e laboratórios. Inclusive, nossos equipamentos são de ponta e permitem a realização de um bom trabalho”, destaca a coordenadora do IP&D.

Jacareí Também com potencial para desenvolvimento e pesquisa nas áreas de tecnologia e inovação, Jacareí abriga o maior polo vidreiro do país, um importante polo cervejeiro e, desde o ano passado, uma montadora de automóveis chinesa – a primeira a se instalar no país. Na cidade, as pesquisas são realizadas no CDTI (Centro de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), que fomenta o desenvolvimento tecnológico da cidade e conta com 19

empresas instaladas. “No CDTI, ainda está instalado o Laboratório de Biotecnologia, criado em parceria com a USP para dar suporte às pesquisas nestas áreas. Desde que foi criada, em 2006, já foram graduadas 18 empresas, que foram geradas na incubadora e hoje atuam no mercado, e gerados 110 projetos, sendo 51 nas incubadas”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Jacareí, Emerson Goulart. Desde 2013, quando as empresas começaram a se instalar na cidade, incluindo a Chery, o investimento na área tecnológica e industrial gerou milhares de empregos na cidade. “O parque industrial de Jacareí tem se diversificado nos últimos anos e a cidade atualmente se encontra em ciclo econômico com crescimento consistente nos últimos anos. Tivemos investimentos de R$ 1,8 bilhão em

Aluna durante experimento em laboratório de pesquisa da Univap em São José

PAG 36-41_berçoTecnologia.indd 39

05/05/2015 22:59:14


PHWU SROH PDJD]LQH PH U SROH PDJD LQH

Sãoo Jos José dos dos C Campos, amp s, M Maioo de 2015 40 | Sã

Taubaté deve ganhar Parque Tecnológico no primeiro semestre de 2016 Estudantes de engenharia desenvolvem tecnologia de drone

empreendimentos industriais e imobiliários e geração de cerca de 5 mil empregos diretos e grandes investimentos em infraestrutura por parte do poder público”, conta. Goulart ressalta que a prefeitura pretende construir um Parque Tecnológico na cidade. “A Prefeitura, juntamente com universidades, instituições de pesquisa e empresas e entidades empresariais do município, tem se empenhado na implantação de um parque tecnológico na cidade. A criação da Incubadora (com foco no desenvolvimento e na inovação), a vinda de entidades (como o IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo), que inaugurou um campus em Jacareí, no ano de 2014) e a assinatura de convênios entre a Incubadora com instituições (como a USP e o IFSP) são procedimentos que temos adotado em busca da implantação e fomento de um parque tecnológico na cidade”, conclui.

PAG 36-41_berçoTecnologia.indd 40

Taubaté Já na cidade taubateana, o projeto do Parque Tecnológico está tomando ‘corpo’. A construção do parque foi iniciada, em fevereiro deste ano, e a projeção da Prefeitura de Taubaté é de que o parque seja reconhecido no setor a curto prazo. O término das obras está previsto para o primeiro semestre de 2016 e o modelo do projeto está baseado no perfil de 4ª geração – onde empresas são instaladas e recebem incentivos para se desenvolverem. De acordo com o gerente do Gein (Grupo Executivo Industrial), Gutemberg Ramos, o parque vai abrigar empresas nacionais e internacionais. “É um total de 300 lotes de 500 metros quadrados, podendo ser doado até dois com uma metragem de mil metros quadrados no total. A projeção de crescimento é de cinco anos e de ser uma referência nacional. Além de poder somar com os outros parques já existentes no Brasil, por meio de parce-

rias”, avalia Ramos. Com o setor da tecnologia movimentando cerca de R$ 1 bilhão, segundo a prefeitura, atualmente 1.182 empregos são do ramo de tecnologia, distribuídos nos seis distritos industriais de Taubaté. A cidade também possui as chamadas empresas ‘âncoras’ da economia, sendo as principais: LG, Alstom, GE, Ford, Volkswagen, Usiminas e Safran. Já com a expansão do setor e a construção do parque, a administração municipal estima crescimento para 2 mil empregos diretos, para a área, na cidade. A intenção do gerente do Gein é atrair outras empresas e ampliar o setor de ciência e tecnologia. “Queremos atrair novas empresas tecnológicas do exterior e nacionais. A cidade que tem parque ou que esteja montando um parque tecnológico, terá uma situação mais favorável e competitividade no mercado para atrair novos investimentos”, finaliza Gutemberg Ramos.•

05/05/2015 22:59:15


PAG 36-41_berรงoTecnologia.indd 41

05/05/2015 22:59:17


42 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

PHWU SROH PDJD]LQH

Atual campeão do Circuito Mundial de Surfe, o sebastianense Gabriel Medina ainda não se encontrou no Mundial 2015. Em três etapas disputadas, foram apenas quatro baterias vencidas

PAG 42-43_medina.indd 42

Thiago Fadini/Meon

NOTÍCIAS ESPORTES

05/05/2015 23:00:19


PHWU SROH PDJD]LQH

z

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 43

Gabriel Medina encontra boa comida e ‘paz’ em casa Após início abaixo da expectativa, campeão mundial evita falar sobre o circuito do WCT e tenta dar exemplo aos mais jovens: “Ainda é difícil dar conselhos”

SÃO SEBASTIÃO

S

empre que retorna a São Sebastião, o campeão mundial de surfe Gabriel Medina não hesita em mostrar o quanto sente falta de sua terra natal. O atleta esteve na Praia de Maresias, Litoral Norte de São Paulo, no fim de abril para o lançamento da última etapa do circuito Rip Curl Groom Search, voltado para surfistas de até 16 anos. Em entrevista, ele falou sobre como sente a falta da família e do clima de tranquilidade nas temporadas internacionais. “É diferente. Minha casa é muito boa. Pô! É onde eu descanso, onde eu tenho a minha família, onde estou fora de competição, onde estou fora daquele monte de gente em volta olhando pra você (sic)... Me sinto bem em casa, com as ondas daqui e com a comida daqui. Sinto muita falta”. Enquanto está em São Sebastião, a rotina do atleta é a mesma de um morador comum. “Quando eu estou em Maresias, eu vou à praia, claro! Gosto de ir a um restaurante daqui que tem um mirante que eu gosto sempre de visitar. Me sinto bem lá, me dá uma paz”, conta. O surfista vive hoje um momento diferente de 2014, quando foi campeão pelo WCT, Circuito Mundial de Surfe. Na atual temporada, ele venceu apenas

PAG 42-43_medina.indd 43

o cargo de “mentor” de outros atletas. “Ainda é difícil dar conselhos, estou me acostumando com isso, mas o que eu tento passar pra eles é que precisa treinar bastante. Ter muita fé, confiar, porque no nosso esporte a gente precisa disso. E dar o seu máximo, como se fosse seu último dia competindo”, afirmou. Em boa fase ou não, Medina continua sendo um espelho, não só para os atletas, mas também para os moradores de São Sebastião. E é com as energias renovadas que o campeão mundial inicia, no dia 11 de maio, a disputa da quarta etapa do circuito da World Surf League, que será realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e se estende até 22 de maio. O circuito terá ainda mais dez etapas até dezembro.• Thiago Fadini/Meon

Thiago Fadini

quatro baterias em três etapas disputadas no circuito. No ano passado, ele já havia conquistado o troféu de Gold Coast, na Austrália. Atualmente, ele ocupa a 16ª colocação do ranking mundial. À sua frente, estão os brasileiros Miguel Pupo (12º), Filipe Toledo (3º) e Adriano de Souza (1º). Em casa, ele preferiu ‘esquecer’ o circuito. “Só posso dizer que vou melhorar (risos). Esse ano, se quiser o bicampeoato, vou ter de correr atrás do prejuízo”, comentou. No evento em que foi anfitrião, Gabriel Medina conheceu 16 jovens de nove países, além do Brasil, e participou de uma sessão de surfe com os finalistas. Mesmo sabendo que é o exemplo da nova geração do esporte, ele confessa que ainda não sabe lidar muito bem com

Em Maresias, Gabriel Medina volta a ficar de bem com a vida

05/05/2015 23:00:21


PHWU SROH PDJD]LQH

44 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Artigo&

É FOMO. O que é mesmo?

C

ompartilhei com um amigo que estaria escrevendo nos próximos dias um artigo para uma revista, e que seria sobre FOMO e a relação das pessoas com seus smarts, tablets e a conexão full time com a internet. Continuado com o assunto, perguntei se sabia do que se tratava. E a resposta veio em forma de pergunta: fome e sono juntos?

PAG 44 e 45_ARTIGO fomo.indd 44

Dei risada e tive a certeza de que seria interessante escrever sobre esse assunto, afinal, ninguém ao certo já tinha ouvido falar e me respondido com segurança a pergunta. Uma coisa não tão nova, mas longe de ser velha. FOMO é a abreviação do termo em inglês “fear of missing out”, e que, traduzido para o português, pode ser escrito como “medo de ficar por fora”.

FOMO é quando uma pessoa desenvolve a percepçãode que não consegue acompanhar tudo que está acontecendo ao seu redor, e essa percepção gera um sentimento de perda momentânea. Um sentimento de exclusão por não fazer parte de algo em determinado momento ou a sensação que não está aproveitando a vida tão bem como as outras pessoas estão. Como por exemplo: perder um importante evento do seu esporte favorito, não assistir ao filme que ganhou Oscar e que está sendo comentário, não ir a um famoso festival de música que ficou sendo anunciado por meses, não estar numa certa balada ou evento social, não ler o bestseller do momento, perder aquele concerto de música clássica, não fazer um curso profissional. Na verdade, são diversas as situações e das mais variadas origens e tipos, e podemos incluir com mesmo peso, o conhecimento das notícias que mais foram comentadas ou compartilhadas em uma rede social (aquilo que deu buzz no meio social). É a necessidade de fazer parte de tudo, e mais importante, mostrar nas redes sociais. O termo se tornou comentado em 2011, que desde então é visto com certa frequência em matérias, pois esse fenômeno acompanha o nosso comportamento e acabou se tornando, na verdade, um reflexo da rela-

05/05/2015 23:01:29


PHWU SROH PDJD]LQH

ção que existe com a necessidade de aceitação eequiparação/inclusão social e como utilizamos as redes sociais para isso. Durante esses anos de FOMO, houve quem disse ser algo diagnosticado faz muito tempo, e que hoje, existe uma nova terminologia para esse distúrbio. Em canais americanos e europeus, o assunto vai bem além da ansiedade gerada pelo uso excessivo de redes sociais e entra na relação familiar, no trabalho e outras esferas fora do ambiente digital. O que mais se destaca ao pesquisar o termo na internet, por exemplo, são conteúdos em blogs escritos por profissionais e pesquisadores da área de comunicação, psicologia, psiquiatria, tecnologia, publicações em portais de ensino e sites de revistas, que na grande maioria fazem associação de que esse sentimento hoje está potencializado por conta da nossa ligação com smarts e uso de redes sociais por longos períodos. Hoje também já podemos ler que ter FOMO é o medo de ficar off line, algo que está associado ao fato de estar 100% conectado com as pessoas e com os assuntos

PAG 44 e 45_ARTIGO fomo.indd 45

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 45

das redes sociais – inclui também a verificação de e-mails. Por exemplo, um estudo da Cisco, realizado em 2013, ouviu pessoas de 18 a 30 anos em 18 países, mostrou que os brasileiros estão entre os mais compulsivos na hora de checar suas atualizações. Segundo a pesquisa, o smartphone fica ao lado da cama e é a primeira atividade do dia. O pesquisador Andrew Przybylski , um psicólogo da Universidade de Essex , na Inglaterra, escreveu em conclusão de pesquisa com mais de 1000 pessoas: Quanto menos as pessoas possuem autonomia , competência e união em suas vidas diárias, mais eles sentiam FOMO. Pessoas com maiores índices de FOMO também são maiores usuários de mídia social. Algumas pessoas passam a comparar o que veem na timeline do seu Facebook e começam a gerar valor baseado em como as outras pessoas levam a vida, ou pelo menos, como mostram através de fotos postadas. “Pensando bem, todos sofremos de FOMO”, diz a autora do livro Alone Together. “E é preciso atentar para o que a pessoa repre-

senta online. Na rede, estão versões idealizadas do que as pessoas estão fazendo de fato”. O uso da rede social aumenta a FOMO, ou a FOMO leva ao uso da rede social? Embora não seja considerado um transtorno mental, a presença deste sentimento em excesso tem contribuído para desencadear o aumento de ansiedade nas pessoas. Vale ler os links abaixo, pois além de interessante o assunto, é fácil de identificar os sintomas e associar com os próprios comportamentos, dos nossos amigos e pessoas do círculo social. O termo se encontra na Wikipedia em inglês, porém há um grande volume de conteúdo a respeito do FOMO na internet. Se sentiu por fora por não conhecer esse termo que é discutido há meia década? Sentiu? Isso é “fear of missing out – FOMO”. Pelo caminhar, um bom negócio será investir em reabilitação digital.• Alguns links a respeito: http://www.forbes.com/sites/work-in-progress/2014/03/27/do-you-have-fomo-fear-of-missing-out/ http://www.telegraph.co.uk/women/ womens-life/10061863/FoMo-Do-you-have-a-Fear-of-Missing-Out.html http://en.wikipedia.org/wiki/Fear_ of_missing_out

Fernando Griskonis Formado em Publicidade e Propaganda e pós-graduado em Marketing Político, Griskonis atua profissionalmente há mais de 11 anos no mercado do Vale do Paraíba, Campinas e região. Em 2009, ao lado dos sócios Eduardo Spinelli e Fabiano César, fundou a Molotov Propaganda.

05/05/2015 23:01:30


PHWU SROH PDJD]LQH

46 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Cultura&

Divulgação

Virada Cultural é atração em São José dos Campos e Caraguatatuba Moraes Moreira é um dos destaques da programação em São José

Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Virada Cultural Paulista chega a sua nona edição e será realizada em duas cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte: São José dos Campos e Caraguatatuba. No município joseense, os maiores nomes da edição 2015 são Moraes Moreira e CPM 22, com destaque ainda para Filipe Catto, Graça Cunha e a banda indie Vanguart. Em São

PAG 46-47_CULTURA.indd 46

José dos Campos, o festival acontece nos dias 23 e 24 de maio, tendo o Parque da Cidade como palco central das atrações. Já no município litorâneo, o line up vem formado pela Banda Eddie, Brothers of Brazil, Flávia Bittencourt, Ira! e o rapper Projota. Em Caraguatatuba, a Virada Cultural Paulista acontece nos dias 30 e 31, com palco principal montado na Praça de Eventos. Todos os shows são gratuitos. Outros nomes ainda podem surgir durante o mês de maio, de acordo com Secretaria de Estado da Cultura.•

Virada Cultural Programação 23 e 24/05 São José dos Campos CPM 22, Filipe Catto, Graça Cunha, Moraes Moreira e Vanguart 30 e 31/05 Caraguatatuba Banda Eddie, Brothers of Brazil, Flávia Bittencourt, Ira! e Projota

05/05/2015 23:03:33


PHWU SROH PDJD]LQH

DVD&

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 47

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) Preços: DVD: R$ 39,90 Blu-ray: R$ 69,90

Vencedor de quatro estatuetas do Oscar 2015, inclusive o de melhor filme e melhor diretor, Birdman chega em DVD e Blu-ray no Brasil. O filme de Alejandro Iñárritu é sobre um astro do cinema hoje

CINEMA&

decadente, Riggan Thomson (Michael Keaton), que tenta recuperar um pouco do antigo prestígio com uma peça na Broadway e que, ao longo do processo, perde o contato com a realidade.•

LITERATURA&

Mad Max: Estrada da Fúria

Toda Luz que não Podemos Ver Anthony Doerr

Preço: R$ 24,90

Ação pós-apocalíptica! Essa é a definição do novo filme da série Mad Max: Estrada da Fúria, que chega ao cinema brasileiro em 14 de maio. Dirigido e produzido por George Miller, é o quarto filme da triologia Mad Max que tornou famoso o ator Mel Gibson. A história se passa nos confins do planeta, em uma desértica paisagem onde a humanidade está em colapso. Em um mundo marcado por fogo e sangue, dois rebeldes tentam restaurar a ordem. Max (Tom Hardy) é um homem de ação, mas que está em busca de paz de espírito, após a perda de sua mulher e de seu filho. Já Furiosa (Charlize Theron), é uma mulher de fibra, que busca cruzar o deserto para voltar a sua terra natal e

assim encontrar o caminho da sobrevivência. O longa ainda traz nomes como Nicholas Hoult (X-Men: Primeira Classe), Rosie Huntington-Whiteley (Transformers: O Lado Oculto da Lua), Zoë Kravitz (Depois da Terra) e Riley Keough (Magic Mike). O filme foi rodado ao longo de seis meses no deserto da Namíbia e na África do Sul, até dezembro de 2012. O motivo do intervalo de quase três anos entre o fim das filmagens e a estreia não foi explicado. A triologia original é composta pelo filme original Mad Max, lançado em 1979 na Austrália; Mad Max 2: The Road Warrior, de 1981 e Mad Max 3: Beyond Thunderdrome, de 1985. Todos sob direção de George Miller.•

Marie-Laure vive em Paris. Quando fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo. Em uma região da Alemanha, o órfão Werner cresce encantado pelo rádio que certo dia encontra em uma pilha de lixo. Durante a guerra, cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver.•

SOM&

Os Paralamas do Sucesso Os Paralamas do Sucesso – 1983-2015 (Universal Music)

Preço: R$ 357,90

PAG 46-47_CULTURA.indd 47

Um das principais bandas do rock brasileiro, Os Paralamas do Sucesso lançam uma reedição de toda sua discografia. O box “Os Paralamas do Sucesso 1983-2015” traz 20 CDs que mostram a solidez da obra do trio formado por Herbert Vianna (voz e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria). Além dos discos consagrados como Selvagem? (1986), Bora Bora (1988) e 9 Luas (1996), o box ainda traz dois CDs recheados de raridades.•

Bixiga70 Bixiga70 (Traquitana)

Preço: R$ 24,90

Nome forte na cena pop instrumental, os paulistanos do Bixiga 70 trazem em seu terceiro disco homônimo um grande leque de ritmos e referências como jazz e afrobeat que influenciam diretamente as músicas do grupo. Os destaques do álbum ficam para “Ventania”, “Martelo” e “Machado”. No terceiro álbum do Bixiga70, todas as composições são assinadas e arranjadas pelos 10 integrantes.•

05/05/2015 23:03:33


PHWU SROH PDJD]LQH

48 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

NOTÍCIAS GASTRONOMIA

Culinária nipônica ignora crise e ganha espaço Fotos: Will Dias/Meon

Aumento no número de estabelecimentos deixa clientela mais exigente, mas falta de qualificação ainda faz empresários buscarem mão de obra fora da cidade

Barca de sushi e sashimi

Temaki de salmão, um dos pratos preferidos dos joseenses

PAG 48-51_comida_japonesa.indd 48

João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

tuais queridinhos dos joseenses, os restaurantes japoneses passam por uma nova fase na cidade. Se num primeiro momento o desafio era quebrar o preconceito contra as iguarias que levam peixe cru, algas marinhas e outros ingredientes estranhos ao nosso cardápio, a ordem agora é apurar os serviços oferecidos para destacar-se em um ambiente mais competitivo dentro da cidade. É difícil estipular quantos restaurantes especializados existem na cidade. Nem prefeitura, nem Sinhores (Sindicato dos Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares) sabem especificar este número. Entretanto, pesquisas informais feitas por empresários do ramo apontam que já passam de 20 as casas especializadas. O panorama já é bastante diferente de três anos atrás, quando o empresário Adilho Mota Trindade inaugurou o Kasato, na avenida Anchieta. Com outra casa recém-inaugurada – a Sushi do Vale, na avenida Andrômeda, zona sul da cidade —, Trindade afirma que o número maior de restaurantes deixa

05/05/2015 23:05:05


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 49

Opções de pratos japoneses oferecidos pelos restaurantes em São José dos Campos o público mais exigente. “O padrão de exigência subiu e o público se acostumou com melhores serviços, ambientes mais sofisticados e cardápios variados. Acredito que ainda haja espaço para todo mundo, mas entrar no mercado está ficando mais difícil. Outra indicação de que o público mudou é o fato de a cidade aceitar um restaurante japonês fora do centro. Levamos isso em consideração na hora de abrir um estabele-

cimento na avenida Andrômeda, no jardim Satélite”, explica. Inaugurado no início de 2013, o Edo Zushi apostou, à época, em uma proposta arriscada e inédita na cidade: criar um ambiente de alto padrão exclusivamente para uma gastronomia japonesa sofisticada e assinada pelo chef Shundi Kobayashi, um dos principais do país. Pouco mais de dois anos após a abertura, o restaurante já conta

com uma clientela fiel, que não diminuiu mesmo com o desaquecimento da economia. De acordo com o proprietário, Eduardo Suga, o segredo está em trabalhar com um exigente padrão de qualidade na escolha dos ingredientes e com uma equipe especializada. “Assumimos um padrão alto de qualidade, portanto somos bastante criteriosos em relação aos insumos. Procuramos nos diferenciar justamente pela qualidade do que colocamos nas nossas receitas. Infelizmente, ainda tenho que importar praticamente toda a equipe que trabalha aqui conosco. Isso por que São José não conta com uma formação específica para a comida japonesa, o que deixa o mercado carente de mão de obra”, explica.

Obstáculo

Esrom Vellenich e Marcelo Ribeiro, proprietários do Yak In Box

PAG 48-51_comida_japonesa.indd 49

O presidente do Sinhores de São José dos Campos, Antonio Ferreira Junior, explica que o problema para encontrar profissionais especializados tem sido um dos maiores obstáculos para os restaurantes japoneses na cidade. De acordo com o presidente, a reclamação é geral entre os proprietários. Sem qualificação, cabe aos próprios estabelecimentos encarregarem-se desta função.

05/05/2015 23:05:09


Sãoo Jos José dos dos C Campos, amp s, M Maioo de 2015 50 | Sã

PHWU SROH PDJD]LQH PH P U SROH PDJD LQH

“Apesar da crise econômica, a gente vem percebendo que o setor está reagindo bem. A comida japonesa, normalmente mais cara do que a convencional, tem aumentado sua representatividade na cidade, mas é preciso que haja mais qualificação para que a cidade não perca as oportunidades de emprego que essas casas proporcionam na gastronomia. Contratar uma equipe de fora é muito comum entre os empresários de São José”, explica Ferreira Junior.

Delivery Depois de fechar as portass do Guinez sucesso za, casa na zona sul que fez no início dos anos 2.000 com comida esário japonesa e karaokê, o empresário om Esrom Vellenich está de volta com o delivery Yak In Box. A receita é a mesma que atraía os clientes em seu antigo estabelecimento.•

Porção de guioza ARTE2BOLD oferecida pelo Sushi ARTE2LIGHT do Vale

PRA SABER O QUE ACONTECE EM AC SÃO JOSÉ, VÁ ATÉ A S CÂMARA. OU TRAGA A CÂMARA ATÉ VOCÊ. Acompanhe as sessões da Câmara Municipal, toda terça e quinta, a partir das 17h30, na Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 – Vila Santa Luzia. Você também pode saber tudo o que acontece, ao vivo, sintonizando a TV Câmara nos canais 7 digital ou 29 analógico da NET. Ou do seu computador, tablet ou smartphone, acessando o site da Câmara: www.camarasjc.sp.gov.br .

( PAG 48-51_comida_japonesa.indd 50

05/05/2015 23:05:14


(P PRPHQWRV FRPR HVVH GLYXOJDU VXD HPSUHVD « D PHOKRU HVFROKD

( 9(-$ 68$ (035(6$ '(&2/$5

3257$/ 0(21 5(9,67$ 0(75 32/( 0$*$=,1(

(6&2/+$ 2 9( &8/2 ( ,1&/,1( 68$ (035(6$ 5802 $2 7232

(QWUH HP FRQWDWR PAG 48-51_comida_japonesa.indd 51

ZZZ PHRQ FRP EU DQXQFLH DTXL FRPHUFLDO#PHRQ FRP EU 05/05/2015 23:05:15


PHWU SROH PDJD]LQH

52 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Artigo&

A importância do feijão em nossa gastronomia

O

feijão em suas mais diversas variedades é considerado um dos mais antigos alimentos utilizado pelo homem, tornando-se parte importante da dieta de várias civilizações. Estão entre as primeiras plantas a serem domesticadas e cultivadas, inserido na própria invenção da agricultura. Descobertas arqueológicas, que datam aproximadamente de 10.000 a.C., sugerem que o feijão cultivado tenha sua origem na América do Sul, mais precisamente no Peru, em um local conhecido como sítio arqueológico Caverna Guitarrero. Posteriormente, foi levado para regiões mexicanas, onde vestígios encontrados indicam que o feijão fora domesticado desde 7.000 a.C. Quase todos os lugares da terra têm seus tipos específicos de feijões, o que teve importante papel na formação sociocultural de várias civilizações, seja por motivos religiosos, sociais ou meramente alimentícios. Na Roma antiga, os feijões eram utilizados como moedas em jogos de apostas e na elaboração de sofisticados pratos para imperadores. Existem registros de receitas assinadas por Apicius, um dos mais famosos gourmet que viveu na época do Imperador Augusto. Algumas tribos

PAG 52 E 53_ARTIGO FEIJÃO.indd 52

indígenas da América do Norte consideravam o feijão um dos três “irmãos” responsável pela base de sua alimentação: feijão, milho e abóbora. Os budistas, na busca de uma dieta ideal, em que não consomem carnes, encontraram no feijão um grande aliado para manter sua alimentação saudável. Na Grécia clássica, o feijão era oferecido como lanche em simpósios, quando os homens se reuniam para discutir política ou filosofar depois do jantar. No Brasil, o consumo de feijão não poderia ser diferente de muitos países, sendo um dos principais pratos que formam a nossa

base alimentar. O famoso prato de feijão com arroz se tornou o mais típico prato da culinária brasileira. Os tipos mais conhecidos no Brasil são: feijão preto, roxinho, fradinho, mulatinho, branco, rosinha, verde, carioca, entre outros. Os mais consumidos pelos brasileiros são o carioca, o preto e o roxinho. O feijão é responsável por um dos pratos mais famosos da culinária mundial, a Feijoada.•

Alexandre Bertolasse é chef de cozinha. Hoje está à frente do restaurante Le Palmier em São José dos Campos

05/05/2015 23:06:47


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 53

MODO DE PREPARO INGREDIENTES • 1 kg de feijão branco • 1 kg de robalo em postas

1. Escolha, lave o feijão e deixe-o de molho de um dia para outro 2. Tempere o peixe com suco de limão, sal e pimenta

• 1/2 kg de lulas cortadas em rodelas • 1 kg de camarões médios

3. Cozinhe o feijão até ficar bem macio

• 1 kg de mariscos

4. Enquanto isso, prepare os mariscos e os mexilhões: lave-os bem,

• 1 kg de mexilhões • Sal e pimenta do reino a gosto • Suco de limão

em abundante água e coloque-os em uma panela sem acrescentar água e deixe no fogo por 20 minutos

• 4 colheres de azeite

5. Retire os moluscos das conchas abertas e reserve (as conchas que

• 2 cebolas

não abrirem no fogo devem ser descartadas)

• 2 raízes de alho poró • 1 pimentão vermelho

6. Esquente o azeite e refogue o alho poró, a cebola, a azeitona, o

• 1 caixa de tomate cereja

pimentão e o tomate. Acrescente o vinho branco e as ervas frescas

• Ervas frescas picadas • 2 cálices de vinho branco

7. Deixe ferver por alguns minutos e despeje no feijão

• ½ kilo de ervilha fresca (na ausência

8. Junte o peixe, as lulas, os mariscos, os mexilhões e o camarão e co-

pode ser congelada)

zinhe por mais alguns minutos, sem deixar que os peixes se desfaçam

• 200 g de azeitonas pretas

9. Sirva bem quente

PAG 52 E 53_ARTIGO FEIJÃO.indd 53

05/05/2015 23:06:48


PHWU SROH PDJD]LQH

54 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Sabor & Por Elaine Santos elaine.santos@meon.com.br

Chef em casa Mãe executiva: decidida e prática até na cozinha!

O

Chef em casa desta edição foi procurar um estilo de mãe que tem dominado a sociedade. Aquela, que trabalha o dia todo fora e nunca tem tempo para nada, a não ser mimar a família, é claro. Mas isso não quer dizer ficar horas à beira do fogão! Gabriela Tavares é um ótimo exemplo. Executiva, aos 41 anos, ela administra a construtora de imóveis Tavares Filho, de São José, e tem uma carga de mais de 8 horas por dia de trabalho. Prática, decidida e sucinta, Gabriela leva pra casa a agilidade para decisões que usa no trabalho e confessa: não é fã de cozinha. Em casa, esse lado gourmet fica mais para o marido, o empresário Alexandro Tavares, que cedeu o espaço e as panelas ‘temporariamente’ para que a esposa pudesse provar que a praticidade também tem vez na gastronomia caseira. E não é que deu certo? Gabriela escolheu uma receita para o inverno que conquista muitos paladares, o Caldo Verde – típico português –, e em menos de uma hora o aroma do prato já estava por toda a casa. A receita foi tão rápida que deu tempo de sobra para, ao lado da filha caçula Rafaela (15 anos), preparar uma sobremesa: bananas flambadas com calda de laranja e sorvete de creme. “Eu pouco venho para a cozinha. Mas sei fazer de tudo um pouco, principalmente o trivial. O ‘chef’ da casa mesmo, que gosta de inventar receitas é meu marido. Adora risotos e novas experiências. Já eu gosto mesmo é de simplicidade com

PAG 54-55_Sabor.indd 54

sabor. Minhas receitas são todas de 30 minutos de preparo no máximo! Se for mais que isso não faço, troco a receita”, diz. Atenta ao preparo, Rafaela só concorda com a cabeça e afirma que a mãe é quem faz funcionar a casa e mesmo com tanta distância da cozinha, todo o cardápio feito por ela é bom. “Gosto muito das carnes, o picadinho dela é muito gostoso. Mas como eu gosto de cozinhar, fico sempre do lado de quem estiver por aqui mais vezes, principalmente do meu pai (risos)”, diz.

Receita do Chef Confira as receitas e teste com cronômetro em casa! Caldo Verde (serve 6 porções) 1 1/2 kg de batatas 2 paios grandes 4 folhas de couve 1/2 cebola ralada Sal a gosto 1 tablete de caldo de galinha

05/05/2015 23:07:33


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 55

Modo de preparo Corte as batatas em cubos pequenos e cozinhe na pressão, com o caldo de galinha, por cerca de 10 minutos. Reserve o caldo e esprema a batata como purê. Junte novamente ao caldo. Pique o paio e, numa frigideira, refogue até soltar toda a gordura. Acrescente a cebola ralada já refogada em uma colher de manteiga. Junte todos os ingredientes e coloque para ferver. Após 10 minutos de fervura, acrescente a couve cortada em tiras finas e picadas grosseiramente. Deixe mais 5 minutos no fogo brando e sirva em seguida.

Bananas flambadas (serve 4 porções) Ingredientes 2 bananas nanicas maduras 2 bolas de sorvete de creme Suco de 2 laranjas 3 colheres de açúcar cristal

PAG 54-55_Sabor.indd 55

Modo de preparo Em uma panela, derreta o açúcar e acrescente o suco das duas laranjas. Logo que levantar fervura, coloque as bananas cortadas ao meio. Deixe no fogo por 10 minutos. Sirva com sorvete e decore com folhas de hortelã.

05/05/2015 23:07:34


PHWU SROH PDJD]LQH

56 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Empório Hopfields é ponto de encontro de cervejeiros de carteirinha em São José

São José da cevada Cervejas especiais caem no gosto dos joseenses e tornam-se opção para sofisticar o happy hour

PAG 56-59 - São José Cevada.indd 56

João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

R

ed Ale, Witibier, Weiss, American Pale Ale ou Indian Pale Ale são expressões cada vez mais corriqueiras no vocabulário do bebedor de cerveja em São José dos Campos. Os diferentes estilos da bebida estão na ponta da língua dos clientes que vêm lotando casas especializadas nos rótulos artesanais. Com o lema de beber menos e com

05/05/2015 23:09:57

Will Dias/Meon

NOTÍCIAS COMPORTAMENTO


São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 57

Flávio Pereira/Meon

Will Dias/Meon

to de sé

Will Dias/Meon

PHWU SROH PDJD]LQH

Celso Prado, beer sommelier e proprietário do Hopfields

mais qualidade, os estabelecimentos oferecem uma experiência bastante diferente do habitual barzinho de happy hour. Nesses ambientes, a cerveja é sempre o ponto de partida para as conversas de um púbico interessado em descobrir novos sabores e diferentes combinações. E como o papo que começa com cerveja é sempre interessante, as casas do gênero já viraram ponto de parada obrigatório na noite joseense. Desde 2012, em São José dos Campos, o Empório Hopfields é o mais prestigiado ponto de encontro dos admiradores do malte e da cevada na cidade. O modesto e rústico ponto de esquina na rua Elisa Costa Santos ferve de frequentadores que ganham as mesas, o balcão e a calçada em frente à casa. “No começo, a gente tinha que dar uma verdadeira palestra para os clientes, explicando as diferenças entre os paladares, os aromas e a história de cada rótulo. O que aconteceu foi que os próprios clientes se transformaram em multiplicadores. Assim, esse conhecimento tem sido mais difundido e, atualmente, as pessoas já vêm para o empório

PAG 56-59 - São José Cevada.indd 57

com um conhecimento maior”, afirma o beer sommelier e proprietário da casa, Celso Prado. À medida que o público vai se habituando às cervejas especiais, o estabelecimento também vai introduzindo novidades para atender um gosto cada vez mais exigente. “Temos essa preocupação em não parar de surpreender. Então, oferecemos novos rótulos, opções de chopes importados e pratos que combinem com a nossa proposta”, fala.

Clube O aumento no número de fãs das cervejas especiais chamou a atenção dos empresários Pedro Nogueira e Lucas Rodrigues, que fundaram, no início do ano, o 4Beer. Trata-se de um clube que reúne admiradores da bebida e que oferece descontos em estabelecimentos especializados em cervejas artesanais. A carteirinha do clube, que atualmente conta com pouco mais de 40 associados, dá direito a descontos em dez casas de São José dos Campos e uma em São Paulo. Os descontos vão de 5% a 15%, dependendo do estabelecimento.

Oferecemos novos rótulos, opções de chopes importados e pratos que combinem com a nossa proposta Celso Prado EMPRESÁRIO E BEER SOMMELIER

“Além de pagar menos nas cervejas, os associados também participam dos eventos promovidos pelo clube. Fazemos um por mês nas casas cadastradas. As reuniões são exclusivas para os sócios e nós conseguimos uma cota gratuita de chope ou cerveja. Às vezes, a gente até

05/05/2015 23:09:59


PHWU SROH PDJD]LQH

Pedro Nogueira e Lucas Rodrigues, sócio-proprietários do clube de cerveja 4Beer

consegue chope liberado para os participantes”, explica Lucas Rodrigues. A carteirinha custa R$ 238,80 e pode ser dividida em até doze vezes no cartão de crédito, o que resulta em uma mensalidade de R$ 19,90. O clube também prepara vantagens para os estabelecimentos cadastrados. Bares e restaurantes recebem treinamento para trabalhar com os rótulos especiais e têm a carta de cerveja elaborada pela dupla. “O interesse não é apenas das casas especializadas. Bares que não serviam cervejas artesanais e até mesmo restaurantes e pizzarias têm nos procurado. Isso demonstra que o interesse está aumentando em São José dos Campos”, acredita.

lada e, atualmente, produz 3.500 litros por mês. Depois da reestruturação, a Three Lions passou a fabricar quatro tipos de cerveja: Cream Ale, American Pale Ale, Indian Pale Ale e Red Ale. “O fato de ser uma cerveja da cidade tem nos ajudado muito na distribuição em São José. Atualmente, a gente distribui apenas para o Vale do Paraíba, mas há planos para uma expansão. Nosso objetivo agora é de fixar a marca na região e temos tido uma boa resposta dos consumidores”, explica o sócio e cervejeiro da empresa, Marcelo Portela.

Em casa Além da produção em escala comercial, há também os cervejeiros caseiros, que produzem sua própria bebida para consumo próprio e para dividir com os amigos. De acordo com a Concervap (Confraria dos Cervejeiros do Vale do Paraíba), atualmente são 150 cervejeiros caseiros na região. O grupo existe desde 2012 e serve como um ponto de encontro para que os produtores troquem experiências sobre a prática e, claro, se encontrem para beber cerveja. Presidente da confraria, Conrado Mioni afirma que ainda existem muitos produtores caseiros espalhados pela região que ainda não fazem parte do grupo. “A gente vai descobrindo conforme a confraria vai aumentando. O legal da produção própria é que o cervejeiro pode fazer experimentos e ousar mais nas receitas. Afinal, não há um compromisso comercial, é só pelo prazer mesmo de tomar uma boa cerveja feita em casa”, explica Mioni. “Em geral, a produção é de boa qualidade e algumas cervejas saem realmente ótimas. E ainda tem aquela questão de cada cerveja ser única, pois uma receita nunca fica exatamente igual a outra”, completa.• Flavio Pereira/Meon

João Pedro Teles/Meon

58 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Produção O aumento no interesse dos joseenses também impulsiona a produção. Única cervejaria de São José dos Campos, a Three Lions comemora crescimento no consumo. Há pouco mais de um ano, a cervejaria renovou completamente a fórmula de suas receitas para ganhar espaço entre os fãs da cevada. A fábrica, que fica no bairro Chácaras Reunidas – polo de pequenas indústrias em São José dos Campos –, foi reformu-

PAG 56-59 - São José Cevada.indd 58

Cervejas artesanais que ganham novos adeptos a cada dia

05/05/2015 23:10:01


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 59

Artigo&

Heranças

A

saga humana sobre a Terra é uma das histórias mais fascinantes que eu consigo conceber. Teorias e teologia à parte, tudo indica que já tenhamos andado curvados, dormido em árvores, povoado cavernas e cá estamos, decifrando taninos de vinhos envelhecidos, compondo jazz, escrevendo poesia, decodificando sequências de DNAS e descobrindo formas de povoar planetas distantes. Mas o que nos trouxe até aqui? O biólogo Richard Dawkins, no livro “o gene egoísta”, sustenta uma tese da Sociobiologia, de que somos máquinas programadas para passar nossos genes adiante e tudo o que fazemos está orientado para essa finalidade. Há evidências científicas dessa missão biológica natural. Muito do que somos hoje deriva dessa busca inconsciente. O pavão criou indumentárias cintilantes para pas-

sar seus genes adiantes. Animais inventaram rituais de acasalamento para passar seus genes adiante. Talvez não gostemos de admitir, mas é provável que muito do que façamos hoje guarde relação, ainda que inconsciente, com essa saga biológica ancestral. Muitas evidências, poucas certezas. A biologia evolutiva ainda não conseguiu juntar todas as peças desse fantástico quebra cabeças. E é esse mistério que torna tudo ainda mais mágico. O fascínio da incompreensão. Eu por exemplo, admito que cogitei seriamente não ter filhos. Hoje tenho dois e não posso dizer o quanto minha vida ganhou em sentido e propósito depois da chegada desses dois pequenos que viram a casa do avesso. A palavra transcendência ganhou um novo sentido. O futuro ganhou um olhar alongado. Eles são

mais do que meus genes passados adiante. São a representação da infinitude da Humanidade e do nosso poder ilimitado de renascer, evoluir e se perpetuar. Mas conquanto seja quase inalcançável saber o que nos trouxe até aqui, é legítimo que nos perguntemos o que vamos deixar quando não estivermos mais aqui. A vida não pode, ou não deveria, se resumir a uma corrida por dinheiro, procriação ou prazer, mas a algo que tenha um mínimo de transcendência. A busca de um propósito maior é o que faz a vida valer a pena e o que nos diferencia das outras espécies (até onde sabemos). O que faz alguém dedicar a vida a encontrar curas para doenças? A ajudar o próximo? A ensinar e a educar? A imaginar coisas que só o futuro verá nascer? Qual o rastro de sua existência você irá deixar quanto partir daqui? Vai deixar valores nos filhos? Ou filhos que só pensam em valore$? Vai plantar uma árvore, escrever um livro, educar uma criança, viver um grande romance, salvar uma vida? Criar uma obra qualquer que sobreviva além da nossa limitada existência, nem que seja na memória de quem amamos? E você, qual herança você pretende deixar?

Alexandre Correa Lima É empresário e cronista nas (poucas) horas vagas. Vive no Vale do Paraíba, com incursões ocasionais ao mundo da Lua.

PAG 56-59 - São José Cevada.indd 59

05/05/2015 23:10:02


60 | SĂŁo JosĂŠ dos dos Campos, Maio de 2015

Arquitetura& Por Elaine Santos

Fotos: Carol Tomba

elaine.santos@meon.com.br

PAG 60-63 - Arquitetura.indd 60

05/05/2015 23:14:34


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 61

ROÇA COM REQUINTE E DECORAÇÃO DE LUXO Móveis, tecidos e objetos ganham formas e tonalidades importantes para a fusão do rústico com o chique

R

não poderia fazer algo que agredisse a fazenda, sem contar que aqui é um espaço muito grande. Criei dois pavilhões: um moderno e outro que segue totalmente o estilo colonial do local. No moderno, fiz uma caixa de volume reto com pórtico de ladrilho hidráulico com grandes vãos para valorizar o jardim e toda a beleza da fazenda”, diz. Conhecida pelos projetos coloridos, Andrea Murao usou a criatividade e o olhar, que brinca com as cores para apostar em objetos divertidos e clássicos como o pavão, símbolo da cultura artesanal de Taubaté, os diversos tons de azul no piso e as

Fotos: Carol Tomba

odeada de verde, a área de lazer da fazenda Fortaleza, localizada na zona rural de Taubaté, tem vãos livres e muita simetria que casam o estilo colonial com o moderno sem conflitos. O tom de azul da ‘casa grande’ foi mantido em vários objetos e acabou ganhando força em outras tonalidades. A arquiteta Andrea Murao, que assina o projeto, explica como foi pensado cada canto do espaço que tem como objetivo hospedar os convidados em longo espaço de tempo. “Nesta fazenda, trabalhei muito o azul e o branco que são características já da arquitetura local. Eu

PAG 60-63 - Arquitetura.indd 61

05/05/2015 23:14:35


62 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

cores quentes usadas nas almofadas, que receberam, ali, papel importante para compor o ambiente. As panelas em cobre, de tamanhos bem ousados contrastam o tom bucólico colonial da cozinha, que ganhou no mármore branco um ar jovial. Outro segredo da área de lazer da fazenda está na piscina. A pedra aquamarine usada como revestimento oferece um tom natural à água que vai do verde ao azul, oferecendo um aspecto de água do mar. Até os bancos instalados dentro d’água são de pedra natural gnasse, em tom de cinza que se moldam perfeitamente no ambiente.

Dica da arquiteta A dica da arquiteta para formar locais como este é estar atento aos detalhes, e para não errar na combinação de cores o bom senso é sempre bem-vindo. “Ter a sensibilidade de notar os detalhes, além de sempre usar o branco como base é essencial. Como uso muita cor, acabo usando, para equilíbrio, a simetria nas formas dos ambientes. Outra dica que pode ajudar na composição das cores a serem trabalhadas é o olhar. Uma roupa que você achou bonita, por exemplo, ou um filme que você gostou, tudo serve como referência e inspiração no uso das cores”, diz.•

PAG 60-63 - Arquitetura.indd 62

05/05/2015 23:14:42


PHWU SROH PDJD]LQH

PAG 60-63 - Arquitetura.indd 63

São José dos dos Campos, Maio de 2015 | 63

05/05/2015 23:14:49


PHWU SROH PDJD]LQH

64 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Social& Por Elaine Santos elaine.santos@meon.com.br

O olhar joseense que conquistou o mundo A fotógrafa Raquel Cunha, que é de São José dos Campos, ganhou notoriedade recentemente com a foto ‘Adeus Gisele’, capa do jornal Folha de S.Paulo, do dia 16 de abril, quando a top model brasileira se despediu das passarelas. A foto é a mais acessada em todo o mundo. “A foto da Gisele foi um desafio. O jornal havia enviado três fotógrafos. Um para

fazer o PIT (lugar para fazer fotos da passarela), outro para qualquer movimentação da Gisele, fora da passarela, e eu, para a coluna social de Mônica Bergamo, que geralmente registra os convidados da primeira fila do desfile e talvez algo de backstage. Os convites do desfile geralmente não são entregues para fotógrafos que fazem a primeira fila, o comum é ganhar apenas um selo para entrar antes do desfile e fazer os convidados. Eu sabia que a foto, que acabou ganhando a capa, seria de um lugar onde outros fotógrafos não poderiam estar, por isso insisti por um convite, assim, eu poderia fazer uma foto diferente e fora do comum. No caso, a Gisele fazendo o caminho de saída da passarela e de costas para a

maioria dos fotógrafos”, diz. Desde 2013, Raquel Cunha tem conquistado espaço internacional com olhar refinado e senso crítico para os melhores ângulos. É com esse olhar que ela hoje coleciona créditos em veículos, como: Associated Press (AP), Agence France Press (AFP), Getty Images, Xinhua. “Além desses trabalhos, estou iniciando um novo desafio: retomar a fotografia de casamento. No período em que morei no México (2013/2014), além de trabalhar com agências internacionais, fotografei casamentos por todo o país. Foi um trabalho minucioso, aliando a espontaneidade do fotojornalismo com a estética perfeita da fotografia documental.”

Igualzinha à mamãe! E não é que a corujice de duas amigas com suas pequenas, Manu, de 4 anos e Lara, de 1 ano, se tornou investimento certo? Vivian Nunes (mãe da Lara) e Juliana Vieira (mãe da Manu) criaram a Chicletinho,

PAG 64 65 - social.indd 64

uma grife onde mães e filhas andam igualmente bem vestidas. “A ideia de roupas para mães e filhas já existia, claro, tanto que éramos consumidoras e a partir do consumo é que surgiu a expectativa

de criar a própria marca, de acordo com nossas necessidades: qualidade e conforto para as bebês principalmente”, explica Vivian Nunes. A Chicletinho tem apenas dois meses, mas a cartela de clientes não deixa a desejar pra nenhuma marca mais experiente. As vendas por atacado já conquistaram muita gente, mas é no varejo que está o foco e o bom resultado. O diferencial, segundo as mamães empresárias, é que a coleção sai do lúdico para o funcional e pode ser usada em qualquer ocasião, até mesmo em festas. “Vamos nos dedicar mais ao atacado. Inauguramos uma sala comercial em São José dos Campos, onde o varejo será apenas com hora marcada para, então, podermos focar no atendimento para todo o Brasil”, diz.

05/05/2015 22:46:26


PHWU SROH PDJD]LQH

São José dos ddos os Campo Campos, Mai Maio de 22015 015 | 65

CineArt & Wine A ideia é ‘um por todos e todos por uma noite dee cultura, arte e boa carta de vinhos’! A empresária Silvia Rocha, que idealizou o projeto e os arquitetos Karin Tavares e Fábio Rocha lançaram o CineArt & Wine, um encontro só para convidados, onde o clima é de descontração em conversas variadas voltadas a um único tema: arte. “A ideiaa é formar grupos de amantes da arte, não necessariamente te arquitetos, para degustar vinhos e apreciar bons filmes peloo menos uma vez por mês. Uma noite dedicada ao estudo da arte”, diz Karin Tavares.

A vida do mestre será retratada em um longa-metragem e o cenário escolhido é o Vale! Que ele tem um carinho especial pelo Vale do Paraíba muita gente já sabe, mas que era tão grande assim, a ponto de escolher como cenário principal para narrar a história de sua vida, isso é novidade. O maestro João Carlos Martins já está com o roteiro pronto para o longa-metragem que contará parte da trajetória de sua carreira. Tudo será gravado entre cidades do Vale do Paraíba e Nova York. “Se eu escolhi o Vale é por que realmente tenho uma ligação muito grande com essa região. O filme começa a rodar em outubro para ser lançado no meio de 2016, em 82 países. O Vale do Paraíba encabeça 70% da filmagem”, conta João Carlos Martins, garantindo que o elenco será pequeno, pois o longa irá tratar da época de sua obstinação pela carreira de maestro. A película ainda não possui nome definido. Porém, o maestro já adianta que ele mesmo não irá participar das cenas. O trabalho de campo, com a escolha das cidades para as gravações, será feito pelo cineasta brasileiro Bruno Barreto entre os meses de agosto e setembro.

PAG 64 65 - social.indd 65

05/05/2015 22:46:27


66 | São José dos dos Campos, Maio de 2015

Crônicas & Poesia PRESSÁGIO Por Fernando Pessoa

O AMOR, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p’ra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente... Cala: parece esquecer... Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse P’ra saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar...

Extraído do livro “Fernando Pessoa - Obra Poética - Inéditas”, Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 513

PAG 66-67_Poesia.indd 66

05/05/2015 23:16:19


PODE COMPARAR, NENHUMA OUTRA RÁDIO TOCA TANTA MÚSICA COMO A ANTENA 1.

PAG 66-67_Poesia.indd 67

05/05/2015 23:16:20


PAG 68_contra.indd 68

05/05/2015 23:19:52


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.