Metrópole Magazine

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Julho de 2015 – Ano 1 – nº 5 – Distribuição gratuita

Bela São José

Conheço Ilhabela, suas praias e estou muito feliz em poder representá-la na passarela do samba. Pretendo desfilar também no carnaval da Ilha em 2016”, diz Marcia Freire, rainha de bateria da Unidos de Vila Maria sobre o Carnaval 2016 pág. 16

ENTREVISTA João Doria fala do desafio de ser o principal investidor da temporada de inverno em Campos do Jordão pág. 14




PREFEITURA NO BAIRRO A Prefeitura de São José dos Campos está cada vez mais perto dos cidadãos. O Programa Prefeitura no Bairro vai a cada região da cidade para levar mais serviços e ouvir as reivindicações dos moradores. Quatro bairros já foram atendidos pelo programa que agora chega para atender quem vive no Alto da Ponte.

COMPAREÇA, PARTICIPE E AJUDE A PREFEITURA FAZER A DIFERENÇA. SERVIÇOS E MUITO MAIS CADASTRO DA HABITAÇÃO PROCON

RUAS DE LAZER

CARTEIRA DE TRABALHO PLANTA POPULAR

SEBRAE IPTU

INSCRIÇÕES EM CURSOS

ADOÇÃO DE ANIMAIS EMISSÃO DE CPF EMISSÃO DE BILHETE ÚNICO ASS. JURÍDICA

PRÓXIMO ATENDIMENTO

18 de julho - Das 9h às 14h

Alto da Ponte E.M.E.F. Profª Ana Berling Macedo, Rua Alziro Lebrão, 318

BAIRROS QUE JÁ FORAM ATENDIDOS Jardim Telespark • Santa Inês

Jardim Cruzeiro do Sul • Putim

Saiba mais: www.sjc.sp.gov.br



São JoséMetrópole dos Campos, – Edição Julho 5de 2015 6 | Revista

metr pole magazine Diretora Executiva Regina Laranjeira Baumann

EDITORIAL

Editor-Chefe Fábio Figueira Edição e Revisão Kelma Jucá Diretora Comercial Fabiana Domingos

PARABÉNS, BELA SÃO JOSÉ! A Metrópole Magazine do mês de julho presta uma homenagem ao aniversário da cidade de São José dos Campos, por meio de matérias, artigos, fotos e depoimentos que confessam o amor pela cidade. Nascida num eixo importante, entre Rio de Janeiro e São Paulo, pacientemente esperou para formar o seu povo que, nos últimos 50 anos, se materializou através do sentimento daqueles que aqui vieram para trabalhar e formaram suas famílias. Pais e mães que encontraram em São José o local ideal para criar seus filhos, transmitiram o aconchego da receptividade para os seus descendentes, que sentem orgulho em dizer que nasceram aqui e não vislumbram nenhum outro lugar onde criar a sua prole. A fertilidade desta terra de oportunidades permitiu o sucesso de indústrias, importantes centros de estudos, a melhor universidade de engenharia do país (ITA), a maior indústria aeronáutica (Embraer), o Parque Tecnológico e grandes profissionais em todas as áreas de atuação. Tímida e séria, a cidade amadurece e delineia os primeiros parques, teatros, companhias de dança e grupos de música. As famílias se conhecem e aos poucos experimentam a maturidade com a vinda de grandes nomes para ministrar palestras e mostrar aos jovens o futuro promissor da maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. O Grupo Meon de Comunicação comemora com todos os habitantes de São José dos Campos esta data tão importante para lembrar as suas origens mas, também, com o olhar no futuro, contribuir de forma efetiva para grandes conquistas, mantendo a qualidade de vida das pessoas, com muito respeito aos seus cidadãos.

Regina Laranjeira Baumann

Elaine Rodrigues João Pedro Teles Repórteres

Moisés Rosa Rodrigo Ribeiro Thiago Fadini

Diagramação e Arte Camilo Alvarez Netto Colunista Elaine Santos

Ainara Manrique Carol Tomba Colaboradores Flávio Pereira Marcelo Caltabiano

Arte Gabriel Gaia

Departamento Maria José Souza Administrativo

Metrópole Magazine Avenida São João, 2.375 –Sala 2.010 Jardim das Colinas –São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br

A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação Tiragem: 15 mil exemplares

Acesse: www.meon.com.br


São José dos Campos, Julho de 2015 | 7

Espaço do Leitor Edição 4 – Junho de 2015 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

QR CODE

Para dar mais dinamismo e interatividade entre Metrópole Magazine e Portal Meon, esta edição possui uma série de QR Code em que, por meio do celular, você, leitor, é direcionado para o Meon, seja para uma versão online ou o complemento das reportagens. O QR Code é um código de barras em 2D que é escaneado pela câmera fotográfica dos aparelhos celulares. Para que esse código possa ser lido é necessário que o usuário baixe um software de leitura. Esses aplicativos podem ser baixados gratuitamente.

No iPhone, basta acessar a App Store e buscar pelo aplicativo Qrafter. No sistema Android, o software QR Droid está disponível no Android Market. A leitura de um QR Code é rápida e simples. Depois de instalado o aplicativo, posicione a câmera digital sobre o código para que ele seja escaneado. A partir daí, o aplicativo irá redirecioná-lo imediatamente para o link que está no código.

Revista Não conhecia a revista Metrópole Magazine, tirei uma que estava no balcão de uma pousada em Ilhabela e gostei muito. Normalmente estou na internet, mas a revista trouxe matérias variadas que gostei e já emprestei a revista para o prefeito de Jaboticabal, onde moro agora, para estimular uma ação igual a da matéria “O FIM DO DDD”. Parabéns. Edson Lobo

Bela revista Gostei muito da revista, o Portal Meon já conhecia. Só me cabe o hábito de acessar sempre, pela qualidade. Apreciei a bela matéria sobre a Fazenda dos Ingleses em Caraguá. O meu foco como leitor numa revista regional são os temas ligados à região. A matéria sobre os blogs é muito boa. No mais, sucesso ao portal e vida longa à revista. João Carlos Faria

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metropolemagazine@meon.com.br

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8 | Revista Metrópole – Edição 5

Sumário

A expectativa é que esta seja a melhor temporada de inverno dos últimos anos João Doria, sobre Campos do Jordão pág. 14

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CARNAVAL Ilhabela será tema de samba-enredo! As belezas naturais da cidade vão ser cantadas pela Unidos de Vila Maria e prometem encantar o sambódromo

TURISMO A Metrópole Magazine foi conhecer o exuberante Pantanal Mato-grossense e encontrou um ecossistema de rara beleza, que abriga espécies ameaçadas de extinção

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ESPORTES A casa do futebol americano! Em menos de um ano, Caraguatatuba ganhou atletas, reconhecimento e uma “casa”: o único campo no estado com medidas oficiais da NFL

248 ANOS

Um novo mercado?

São José dos Campos em festa! No aniversário de 248 anos da maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a Metrópole Magazine chega com uma edição especial onde você, leitor, poderá celebrar a data com textos e fotos especiais sobre a cidade

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Nesta data especial, joseenses com destaques em várias áreas mandam um recado. Além de parabenizarem a cidade, eles falam o que faz São José dos Campos ser especial

46 51 7 10 12 e 44

Em uma cidade com quase 700 mil habitantes, quem faz acontecer em São José? Veja histórias de empreendedores e como eles se relacionam com a cidade É possível imaginar uma São José sem trânsito, asfalto ou aviões? Duas irmãs quase centenárias contam histórias de um lugar que poucos de nós chegou a conhecer

Espaço do Leitor Aconteceu& Artigo&

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Depois de nomes como Cassiano Ricardo e Ozires Silva, conheça a nova geração de “pensadores” e “engenheiros” que querem deixar seus nomes marcados na história de São José dos Campos

58

A Tecelagem Parahyba marcou história na economia joseense e chegou a dominar o mercado nacional. Mas, hoje, quem são as pessoas que trabalham para manter viva o que já foi a princial fonte de emprego na cidade?

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São José dos Campos se tornou potência no ramo tecnológico. E para atrair turistas a fim de descontração, secretarias e entidades apostam na integração para alavancar o turismo na maior cidade da RMVale

30 32 66

Social& Chef em Casa& Arquitetura&



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Aconteceu&

Dor e comoção marcaram o enterro da educadora Miriam Ramos Ricci, que faleceu no dia 10 de junho, aos 70 anos, em São José dos Campos. Miriam foi fundadora e diretora da Escola Monteiro Lobato. Nascida em São José, a educadora foi uma das pioneiras na adoção do método de ensino Montessoriano. Miriam cumpriu a rotina de trabalho até maio, quando o colégio comemorou 45 anos de atividades.

Alexandre Moreira

Arquivo pessoal

Morre a educadora Miriam Ramos Ricci, aos 70 anos, em São José

Obra da Tamoios, em Caraguatatuba, fica R$ 860 milhões mais cara O futuro trecho da Nova Tamoios (SP-099) vai ficar R$ 860 milhões mais caro. Os novos valores estão no projeto de lei do governo Geraldo Alckmin (PSDB) aprovado no dia 25 de junho pela Assembleia Legislativa, que autoriza o Estado a contrair empréstimo de mais R$ 750 milhões para financiar a obra. Com isso, o custo total da obra será de R$ 3,2 bilhões e a entrega está prevista para 2019, três anos após a previsão inicial.

Carlos Cleber Moreira/Divulgação

Foto de casal apaixonado no Parque da Cidade mobiliza internautas em São José Uma foto de uma cena romântica, registrada pelo fotógrafo Carlos Cleber Moreira, no Parque da Cidade em São José dos Campos, mobilizou internautas pelas redes sociais. Com milhares de compartilhamentos, todos queriam saber: quem era o casal apaixonado da foto? Depois de quatro dias, o mistério acabou. A cena romântica, onde aparece um jovem com uma cesta de vime e flores nos braços ao lado de uma moça caminhando com os olhos vendados, foi protagonizada pelo casal Edmilson Roger Santos Vidal, 22 anos e Cecília Leme da Silva, 25 anos, e mostra o que foi a comemoração do Dia dos Namorados do casal apaixonado.


São José dos Campos, Julho de 2015 | 11

Santa Casa de Jacareí faz primeira captação para transplante de coração

Divulgação

O dia 11 de junho foi um marco na história da Santa Casa de Jacareí. Na data, o hospital realizou a primeira captação para transplante de coração. Uma jovem, que não teve a idade divulgada e que faleceu por morte cerebral, teve o coração e outros órgãos transplantados, como rins, pâncreas, córneas e fígado.

Objetivo é iniciar as obras do BRT no início de 2016, diz Carlinhos Almeida

Carol Tomba/Meon

A Prefeitura de São José dos Campos apresentou, no dia 29 de junho, o projeto básico para a implantação do BRT (Bus Rapid Transit). O objetivo é iniciar as obras do Mobi, como foi batizado o projeto, no início de 2016. O Mobi vai ter 75 paradas, distribuídas por 51 km de linhas, em todas as regiões da cidade e a estimativa é de que todo o projeto custe R$ 840 milhões. O projeto foi assinado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake.

Reprodução/Ian Vogler/Daily Mirror

Legacy 600 da Embraer vira jato oficial da Rainha Elizabeth II Um jato Legay 600 da joseense Embraer virou o jato oficial da Rainha Elizabeth II, na Inglaterra. O voo ocorreu durante uma viagem para a Alemanha, onde Elizabeth, 89 anos, e seu marido, o Príncipe Philip, 94 anos, visitaram campos de concentração nazista e tiveram encontros com sobreviventes do Holocausto. O novo jato causou furor na imprensa inglesa que definiu a aeronave como luxuosa e "com uma impressionante cabine interior, que proporciona conforto e privacidade de fazer qualquer viagem tão relaxante quanto possível para até 13 passageiros".


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Artigo& Por Regina Laranjeira Baumann

O advogado e o cidadão

S

eria extremo dizer que um profissional é essencial em nossa vida? Um médico, dentista, advogado? A Constituição Brasileira diz que é indispensável a presença do advogado dentro da estrutura judicial. Deve ele defender o cidadão ou a Justiça? E o que é a Constituição Federal senão regras estabelecidas pelo Estado para convivência em sociedade? Minha escolha pela profissão de advogada ocorreu por razões práticas, eis que não poderia estudar fora de São José dos Campos, porque nossos recursos financeiros não permitiam. Busquei uma profissão onde tivesse autonomia de atuação, que coincidiu com o fato de minha genitora possuir os livros que eu usaria. Pelo menos, foi o que eu pensei. O resultado foi um amor tão profundo pelo Direito que, inúmeras vezes, sinto a paixão que me envolve quando analiso um processo, realizo um contrato ou defino uma estratégia de atuação. Se o Direito é, em si, a partícula que estabelece o vínculo entre todas as pessoas do planeta, o advogado está ali para estender a mão ao cidadão e explicar-lhe, orientar-lhe, defender-lhe. Ao consultar um advogado você busca a direção, o norte, a confiança para continuar sua trajetória de vida. E não sem razão. A justiça, na visão de Hans Kelsen, “é o eterno anseio do homem pela felicidade. É a felicidade que o homem não pode encontrar como indivíduo isolado e que, portanto, procura em sociedade”. E, diz a Constituição, não existe justiça sem a presença do advogado. O advogado é parcial na defesa dos interesses daquele que o contrata, porém, sempre sob a luz da legislação e cumprimento da legalidade. Diz-se que a justiça é uma virtude que só pode ser praticada em relação ao outro, conscientemente, sendo irracional na busca da felicidade da polis, da sociedade. O advogado é parte essencial na busca da felicidade social e, individualmente, garante ao homem o respeito pelo lugar que ocupa na sociedade.

“Fadiga” Óleo sobre tela José Marcos 04/09/78 Retrata a estudante de Direito Joana Maria Correa Laranjeira em aula na Fundação Valeparaibana de Ensino, exausta depois de um dia de trabalho.


VOCÊ FAZ A CÂMARA. A CÂMARA FAZ A CIDADE.

Fique por dentro das atividades da Câmara. A Câmara Municipal de Jacareí trabalha por você e por uma cidade cada vez melhor. Suas decisões procuram atender às necessidades e exigências dos cidadãos, que se transformam em leis para tornar Jacareí mais moderna e bonita, melhorando a qualidade de vida de todos nós. Assista às sessões. Assim, você conhecerá o processo legislativo e ajudará a garantir, cada vez mais, sua eficiência. Assista às sessões todas as quartas-feiras, a partir das 9h. • TV Câmara: canal 61.4 - UHF, 12 e 17 - NET. • Internet: www.jacarei.sp.leg.br. • Plenário: Praça dos Três Poderes, 74, Centro.

Melhorando seu dia, todos os dias.


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ENTREVISTA

A melhor

temporada Com a alta do dólar e a expectativa de gasto no turismo interno, o empresário João Doria espera que 2015 seja o melhor inverno dos últimos anos em Campos do Jordão

“A atual instabilidade da economia brasileira pode ser um fator positivo para os negócios do Grupo Doria em 2015”, diz


São José dos Campos, Julho de 2015 | 15

CAMPOS DO JORDÃO Ele é o principal investidor da temporada de inverno de Campos do Jordão. Há 19 anos, o empresário João Doria deixa a capital paulista rumo a principal cidade da Serra da Mantiqueira, onde aporta com o shopping sazonal Market Plaza. Em 2015, o Market Plaza só abriu as portas em julho, diferentemente dos últimos anos em que o shopping aproveitava o feriado de Corpus Christi para iniciar os negócios, um reflexo da crise na economia. Mas, a atual instabilidade da economia brasileira pode ser um fator positivo para os negócios do Grupo Doria em 2015. Com moedas estrangeiras em alta, as viagens para o exterior devem ficar em segundo plano e, com o mercado turístico brasileiro aquecido, Campos do Jordão se torna um dos principais pontos de passagem nestas férias de julho. Em entrevista cedida à Metrópole Magazine, João Doria demonstra confiança e aposta que a temporada 2015 será a melhor dos últimos anos. Você é o principal investidor da temporada de inverno de Campos do Jordão. Em tempos de crise econômica, como a atual, como aliar investimento e mercado? São boas as expectativas. De acordo com a Secretaria de Turismo de Campos do Jordão, a temporada deste inverno em Campos do Jordão será a melhor dos últimos 10 anos. O otimismo tem base na valorização do dólar frente ao real. A alta da moeda dificulta as viagens para o exterior. Assim, quem costuma viajar em julho para fora do Brasil, alterou seu roteiro e apostou em destinos nacionais de inverno. E, em se tratando de Campos do Jordão, com sua fama e projeção, o movimento será intenso em julho.

A abertura de uma loja popular, como a Riachuelo, pela primeira vez em 19 anos, é um exemplo dessa adequação? A Riachuelo inaugura no Market Plaza a sua primeira pop upstore. A loja segue o molde da loja da rua Oscar Freire, a rua mais luxuosa de São Paulo. Nos vinte anos de Market Plaza, sempre tivemos lojas voltadas para toda a família e todos os públicos. A Riachuelo está tendo muito sucesso no Market Plaza, com sua moda jovem, de qualidade e preços acessíveis.

inovador do Grupo Pão de Açúcar que oferece comidas frescas e prontas para lanches rápidos e pão quente a cada 15 minutos. Ainda temos a Riachuelo, com sua pop upstore; o belo espaço da Natura, com dicas de maquiagens para as visitantes. O Market Plaza terá também o Espaço Tarundu, com diversão para toda família. Ainda há o ótimo restaurante Te Puia e as Galerias Bia Doria e Romero Britto.

Como você mesmo já ressaltou, com a alta do dólar, muitas viagens Em comparação aos anos aninternacionais vão acabar sendo teriores, qual a expectativa de deixadas de lado. Como você traçamovimento para esta temporada ria o perfil do público que procura de inverno e quais as principais por Campos do Jordão nestas férias atrações do Market Plaza em 2015? de julho? A expectativa é que esta seja a Campos volta a ser um dos principais melhor temporada dos últimos anos. destinos dos brasileiros nas férias de O Market Plaza vem com muitas novi- inverno. Acredito que, nesta temporadades: tem o FoodTruck Hall, com 22 da, muitas famílias que costumavam foodtrucks na praça de alimentação; viajar ao exterior no mês de julho vão o Minuto Pão de Açúcar: um formato voltar a Campos do Jordão.• Fotos: Fredy Uehara Fotografia

Da Redação

Shopping Sazonal Market Plaza chega a sua 19ª edição na temporada de inverno de Campos do Jordão


Robson Fernandjes/LIGASP/Fotos Públicas

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Marcia Freire, rainha da bateria da Unidos de Vila Maria durante desfile em 2015


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Ilhabela vai dar samba

Arquipélago do Litoral Norte será tema do samba-enredo da Unidos de Vila Maria no Carnaval paulistano de 2016 Thiago Fadini ILHABELA

U

m dos arquipélagos mais preservados do país vai virar samba e ganhar a Avenida no Carnaval 2016 de São Paulo. A escola Unidos de Vila Maria irá desfilar no Sambódromo do Anhembi com um samba-enredo inspirado em Ilhabela. O tema ‘A Vila famosa é mais bela, Ilhabela da fantasia’ foi desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, que já foi campeão com a Portela e fez parte da equipe da Vai-Vai. O desfile de 65 minutos irá mostrar a cultura do povo caiçara e as belezas naturais da ilha. A estrutura contará com mais de 30 alas, cinco carros alegóricos e 4 mil integrantes. O custo total do desfile será de R$ 5 milhões e a prefeitura de Ilhabela arcará com R$ 989 mil. O projeto de lei que autoriza o repasse à agremiação foi aprovado pela Câmara de Vereadores na segunda semana de junho e gerou polêmica entre os representantes da oposição e da situação. Para o prefeito Toninho Colucci (PPS), a verba doada a Unidos de Vila

Maria é tratada como um investimento na divulgação do município, ponto que foi questionado na época por vereadores contrários ao repasse. “Tudo isso é divulgar a cidade. É falar de Ilhabela e incrementar o turismo na nossa cidade. Nós vivemos da indústria do turismo, que precisa de turista. Sabemos que a cabeça do turista tem que ser despertada, é assim que funciona”, explica o prefeito. “É lógico que estamos ajudando o carnaval. Não é um investimento pequeno, mas entendo que com a exposição que vamos ter em função deste carnaval, e o que vai se falar no nosso nome, vamos ter um retorno bom. Esse é um investimento para manter o emprego das pessoas, a nossa indústria é a indústria do turismo”, completa. Segundo Toninho Colucci, a ideia de participar do Carnaval de São Paulo não é nova. A proposta já havia sido debatida anos antes, ainda dentro de sua primeira gestão, e só não evoluiu por conta do alto valor solicitado à prefeitura pelas escolas na época − que girava em torno de R$ 3 milhões − e da instabilidade das agremiações.


Vagner Gamba / Shutterstock

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de primeira, trouxemos uma equipe de Parintins. Precisamos ser campeões, estamos investindo nisso, e como Ilhabela tem uma riqueza de história, pedimos a ajuda”, fala o diretor de marketing da Unidos de Vila Maria, Marco Antonio Bianchini, que possui uma casa na ilha. Finalizando a defesa, o chefe do administrativo garante que foi conferir a qualidade das apresentações de perto para não colocar o município em uma situação que não gerasse retorno para a cidade. “Fui conhecer a comunidade no ano passado. Fui a ensaios e estive com eles no carnaval no Anhembi neste ano. Desfilei com eles para sentir como

estavam enxergando a possibilidade ‘de ter Ilhabela’. Não queria um enredo colocado ‘goela a baixo’, queria ver como a comunidade enxergava esse carnaval de 2016 falando de Ilhabela”, argumenta Colucci.

Contrapartida A parceria entre a Unidos de Vila Maria e a cidade de Ilhabela não será apenas financeira. Após o Carnaval na capital paulista, 240 fantasias utilizadas nas alas serão doadas a seis escolas de samba do município, além de haver um intercâmbio entre as escolas. “Junto com isso vem a questão das oficinas de percussão, a alegoria, a bateria e três apresentações da escola

Robson Fernandjes/LIGASP/Fotos Públicas

“Nos últimos cinco anos, houve uma conversa com a Leandro de Itaquera, que caiu para o grupo de acesso. Fomos procurados também pela Nenê de Vila Matilde e agora pela Unidos de Vila Maria”, conta. Além da administração, a própria escola paulistana defende o valor do repasse com a justificativa de que a solicitação de verba a outras cidades, possíveis candidatas ao samba-enredo de 2016, foi superior a pedida à Ilhabela. “Tínhamos cidades que a ajuda seria três vezes maior e teríamos empresas que iam ajudar, com mais de R$ 6 milhões. Nós contratamos o ex-carnavalesco da Portela, que é maravilhoso, Alexandre Louzada. Fizemos um time

Visão geral da Unidos de Vila Maria durante desfile em 2015


na cidade. Também vamos ter uma seletiva: um dos sambas vai ser de Ilhabela, um dos sambas que vai é o nosso”, revela Toninho Colucci. De acordo com a prefeitura, os 65 minutos de desfile, que serão transmitidos ao vivo pela televisão, as reprises que serão realizadas e a exposição na mídia geral equivaleriam a um investimento aproximado de R$ 18,9 milhões em mídia espontânea.

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Ilhabela hoje é um dos principais destinos turísticos do Litoral Norte. Com 83% da Mata Atlântica conservada, mais de 300 cachoeiras, pontos de mergulho e belas praias ao longo dos 128 quilômetros de costa da ilha principal, o arquipélago atraiu o próprio diretor de marketing da Unidos de Vila Maria, que não poupa elogios ao município. “Sou um apaixonado por Ilhabela. Estou lá há muitos anos e com toda riqueza que ela tem vou transformar o Carnaval de São Paulo. Vai ser uma coisa única. O que vemos de Ilhabela, todos nós vemos com muito encanto. A ideia é que o mundo conheça Ilhabela”, exalta Marco Antonio Bianchini. A admiração chega aos pés e ao coração de quem conduzirá o destaque do desfile. “Conheço Ilhabela e estou muito feliz em poder representá-la na passarela do samba de São Paulo. Pretendo desfilar também no Carnaval da Ilha em 2016”, diz a rainha da bateria, Marcia Freire. Questionável ou não, a única certeza sobre o samba-enredo da Unidos de Vila Maria é a de que o compositor terá dificuldade em selecionar o que chama mais atenção em Ilhabela. Natureza, naufrágios, cultura. Alexandre Louzada, bom trabalho!

Robson Fernandjes/LIGASP/Fotos Públicas

Ilhabela da fantasia

Capital da Vela, Ilhabela será tema de escola de samba de São Paulo


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Uma aventura no coração do Brasil A Metrópole Magazine passa sete dias entre rios e raras paisagens. Uma expedição aventureira sem direito a internet e celular


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Da Redação PORTO JOFRE

Christian Kohler / Shutterstock

Q

uase 150 quilômetros quadrados, que correspondem a cerca de 2% do território brasileiro. Mais de 80% de cobertura vegetal nativa, que abriga espécies ameaçadas de extinção a exemplo do tuiuiú, sua ave símbolo. O Pantanal é mesmo um ecossistema de rara beleza. Situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, o Pantanal também se estende pelo norte do Paraguai e leste da Bolívia – porção chamada de chaco boliviano. Bioma precioso, possui a maior planície alagada do planeta. Com centenas de espécies catalogadas de aves, répteis, peixes, anfíbios e mamíferos, ganhou, em 2000, o reconhecimento de Reserva da Biosfera Mundial, segundo a Unesco. Não à toa, o Pantanal recebe turistas de todo o mundo, inclusive do Vale do Paraíba. E é por intermédio de um entusiasta que começa nossa aventura ao maior cartão postal da beleza mato-grossense. A convite de um casal de amigos, a diretora executiva do Grupo Meon de Comunicação, Regina Laranjeira Baumann, não somente conheceu as belezas do lugar como também registrou num diário de bordo as experiências vividas por ela em uma semana de expedição.

Ondrej Prosicky / Shutterstock


22 | Revista Metrópole – Edição 5

A visita ao Pantanal se deu pelo convite do engenheiro Paulo Rossetto. Anualmente, ele divide seus convidados em quatro turmas, entre amigos, filhos e a companheira, Marilis Fernandes. As turmas são divididas por semanas e tudo começa com a pergunta: ‘Que cerveja você quer tomar?’. Já na capital de Mato Grosso, Rossetto nos recepciona no aeroporto de Cuiabá. Alegre, ele nos leva de carro por 250 km até Poconé, porta de entrada do Pantanal. E vai mostrando, falando com o orgulho de quem frequenta aquela região há 20 anos, sem nunca se cansar. Depois de uma pausa para almoço, seguimos por mais 150 km de estrada de terra, a Transpantaneira, que possui mais de cem pontes ao longo do percurso. Pela janela do carro ou nas paradas tínhamos uma visão privilegiada com animais curiosos a nos espreitar, como jacarés, garças e capivaras. A chegada surpreende porque é literalmente o fim da estrada. Em Porto Jofre, nosso destino, Rossetto nos instala com absolutamente tudo o que é necessário, desde pratos, talheres, geladeira, fogão, cafeteira e o mais que se puder imaginar. Verdadeiro anfitrião, ele cozinha com prazer e nos serve o jantar com a cerveja ‘escolhida’ super gelada. A paisagem é deslumbrante, e estamos a 30 metros da margem do rio. Uma família de ariranha fez sua toca bem à nossa frente e, num dos dias, uma cobra sucuri de 3 metros divertiu os visitantes. Acordávamos com os

Alexander David / Shutterstock

Diário de viagem pássaros. Na árvore que fazia sombra à nossa cozinha, morava uma família de araras azuis. No dia seguinte a nossa chegada, saímos para pescar. O rio é maravilhoso e a mata transmite um verde exuberante, com paz e silêncio quebrados apenas pelos inúmeros barcos similares ao nosso. O rio tem água em abundância e fartura de peixes, que saltam aos nossos olhos em cardumes e nos deixam maravilhados. Marilis conta que o Pantanal é surpreendente e jamais tinha visto o rio tão cheio. Nas outras vezes, ela fala que era possível ver as raízes das árvores. No primeiro dia, com sorte de iniciante, peguei um dourado de 2,5 kg. A pesca do dourado está proibida. Assim, temos o prazer de pescar e devolver os peixes ao rio. As piranhas são as mais frequentemente capturadas e todos os peixes têm um limite de tamanho para serem apanhados – no mínimo 30 centímetros – o que torna a pescaria ainda mais agradável, porque na maioria das vezes os peixes retornam ao seu habitat. Foram dourados, piavuçus, piraputangas, pintados, cacharas, palmitos, lambaris, abotoados, bagres, tuviras. Nos dias que se seguiram, pescaria e passeios pelo rio, ‘subimos’ por lugares exuberantes, como os Três Irmãos – local onde três rios se encontram. Marilis, a companheira que adora o programa, fica radiante quando pesca uma cachara, com 9 quilos e comprimento de um metro. “Era meu sonho pescar um peixe de couro”, fala. Sua alegria é tanta

Filipe Frazao / Shutterstock


que contagia. Sorri muito, fotografa, não se contém, parece uma criança que ganhou um presente há muito esperado. No camping, apenas com sorte você conseguirá sinal de internet ou celular. À noite, os inúmeros hóspedes, a maioria homens em turmas, ficam rodeando o local tentando conseguir o sinal para whatsapp. O sotaque é carregado e a maioria é de mineiros que, com inúmeras caixas de cerveja e muita música sertaneja, comemoram o resultado da pescaria do dia, encerrando a noite com um bom jogo de truco. Em um dos dias, saí para caminhar, contornando o camping. Passei em frente a um belo hotel e a uma pista de pouso preparada para receber aviões de pequeno porte. Quando retornei, fui surpreendida pelo olhar divertido de um dos moradores do lugar que, indagado se a ação havia sido temerária, diz sorrindo que uma onça foi vista por lá esses dias. Assim é o Pantanal. Lindo, silencioso e, por vezes, arriscado. “Na hora de ir embora fica a sensação de que passou rápido”, comenta Rossetto. Para encerrar a aventura, passamos um dia na Chapada dos Guimarães com um anfitrião cansado e olhar triste por pensar que somente daqui a um ano vai retornar àquele paraíso. Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

São José dos Campos, Julho de 2015 | 23

Veja mais sobre o Pantanal

Nas fotos, o casal Paulo Rossetto e Marilis Fernandes em pescaria

É muito m HOSPITAL

É muito mais viver. HOSPITAL


As pessoas falam em crises, problemas. Mas no que isso se compara à luta de uma criança ou jovem com câncer?

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Todos os presentes neste material cederam gentilmente suas imagens para campanha. Fotos dos artistas: Rafael Ribeiro



26 | Revista Metrópole – Edição 5

O navio caiçara prestes a zarpar

Em menos de um ano, o Caraguá Ghost Ship ganhou atletas, reconhecimento e uma “casa”

Thiago Fadini

Iuri Moura

CARAGUATATUBA

Iuri Moura

Caraguá Ghost Ship será a primeira equipe do Estado de São Paulo que terá campo com medidas oficiais da NFL


São José dos Campos, Julho de 2015 | 27

M

Objetivo é que a equipe seja competitiva e alcance notoriedade estadual e nacional

odalidade esportiva mais popular dos Estados Unidos, o futebol americano está ganhando espaço no Brasil. Em fevereiro deste ano, cerca de 500 mil pessoas acompanharam o Super Bowl XLIX por meio do canal pago ESPN, detentor dos direitos de transmissão da NFL (Liga de Futebol Americano). Em terras tupiniquins, já são dois torneios nacionais reconhecidos, com mais de 30 equipes nas disputas, além dos campeonatos regionais e estaduais. Seguindo a onda de crescimento, Caraguatatuba deu um passo importante para se fixar como um polo da modalidade. No início do mês de junho, a Prefeitura anunciou a demarcação de um campo especialmente dedicado ao futebol americano no Jardim Aruan, próximo ao Quiosque 39. Os trabalhos de preparação do espaço já começaram. A obra atende à solicitação do Caraguá Ghost Ship Football, time do município. O local terá as medidas oficiais de 120 jardas (109,73 m) de comprimento e 53 ⅓ jardas (48,76 m) de largura. O único detalhe atípico serão as traves de nove metros de altura que, diferentemente do jogo oficial, serão em formato ‘H’ ao invés de ‘Y’. “Isso por ser muito próximo ao mar e ventar muito”, explica Iuri Moura, jogador do Ghost Ship e segundo-secretário do time.

Navio Fantasma O Ghost Ship, que significa “Navio Fantasma” em inglês, nasceu há apenas oito meses por iniciativa de alguns entusiastas que se reuniam para praticar o esporte na areia. “Morei no Canadá um tempo e quando eu vim para o Brasil, só eu dos meus amigos que gostava. Aí me falaram que tinha um cara que estava dando treinos e precisava de alguém para lançar a bola. Treinei uns meses e comprei equipamento”, conta Flávio Trunkl Neto, que parou de jogar para se dedicar exclusivamente à presidência do Ghost Ship. O cara a quem Flávio se refere é Ricardo Medeiros, atual técnico do Caraguá. “Tinha o sonho de montar um time, mas não conhecia ninguém, só sabia de um pessoal que brincava na praia. Um dia estava no mercado com a camisa do New Orleans Saints (time dos EUA) e um cara chegou pra mim e perguntou se eu jogava futebol americano. Ele era um dos que brincavam na praia”, relembra Ricardo. E o que inicialmente era apenas um grupo de amigos que se reuniam para disputar uma boa partida virou algo mais sério. Os treinos foram se tornando mais específicos e frequentes em um campo no Jardim Aruan – local cedido recentemente pela Prefeitura para a prática do futebol americano. Em menos de um ano, mais adeptos foram surgindo e aumentando o número de ‘tripulantes’ do Navio Fantasma. Hoje, o time conta com 50 atletas – 40 estão completamente equipados, os outros 10 estão equipados com pelo menos helmet (capacete) ou shoulder (ombreira).

David Lee / Shutterstock


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Morei no Canadá um tempo e quando eu vim para o Brasil... me falaram que tinha um cara que estava dando treinos e precisava de alguém para lançar a bola. Treinei uns meses e comprei equipamento Flávio Trunkl Neto

Da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), a cidade será a primeira a ter um campo com medidas oficiais e capacidade para receber jogos de torneios chancelados pela Federação Paulista e pela Confederação Brasileira da modalidade. Mas o projeto do Caraguá Ghost Ship vai além de um campo para uma diversão organizada. A ideia é que a equipe seja competitiva e alcance

notoriedade estadual e nacional. Atualmente, para a manutenção e reinvestimento na própria equipe, os jogadores pagam uma mensalidade de R$ 20. De acordo com o presidente do Ghost Ship, o plano é começar a procurar patrocinadores para melhorar a logística e a estrutura. A estreia oficial do time aconteceu no dia 11 de julho, contra o Ribeirão Pires Vikings, em Caraguá. Entre os duelos, está prevista um “draft”, seletiva para Iuri Moura

PRESIDENTE DO GHOST SHIP

Futuro

Treinos começaram há menos de um ano em um campo no Jardim Aruan


Iuri Moura

São José dos Campos, Julho de 2015 | 29

buscar novos talentos no Litoral Norte. A diretoria também tem planos de criar uma divisão de base, com foco na modalidade Flag, como forma de preparação dos mais jovens para que um dia entrem no Full Pad. Uma equipe feminina também é cogitada para 2016, mas isso só quando o Navio Fantasma zarpar e tomar o rumo do reconhecimento estadual e nacional na modalidade estadunidense que mais cresce no país.

Elenco do Caraguá Ghost Ship conta com 50 atletas, sendo 40 com uniformes completos e outros 10 equipados com pelo menos helmet ou shoulder


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Social& De São José a Miami e Portugal O cirurgião plástico Roberto Bijos tem ganho fama internacional com o desenvolvimento do procedimento cirúrgico Modulação Atlética. Premiado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISPAPS), Bijos hoje mantém consultório nos Estados Unidos e na Europa. Esta técnica foi criada em 2000 e tem feito sucesso em público diverso. “É uma técnica cirúrgica para pessoas que têm estilo de vida saudável, mas que não conseguem definição da musculatura. O procedimento dura aproximadamente 3 horas e tem rápida recuperação. Em até 15 dias, o paciente já está de volta às academias. Continuo atendendo em São José dos Campos. Minha família e eu moramos aqui e, mesmo com excesso de ponte aérea internacional, não pretendo deixar a cidade, mas, sim, cada vez mais, ajustar as agendas entre Brasil, Miami e Portugal”, diz.

Novas manias cheias de sabores para as grávidas A empresária Cristina Carvalho mais uma vez ‘conquista pelo paladar’. Antenada nas novidades do mercado, Cristina trouxe para o Vale do Paraíba a nova mania das gestantes novaiorquinas: o bolo para o Chá Revelação. “Na verdade, é um mimo das mamães para familiares e amigos. Uma forma de reunir todos de uma só vez e revelar o sexo do bebê. O bolo decorado já com o nome faz as honras. É uma novidade no mercado nacional, mas que já tem boa aceitação”, diz. Outra tendência é o ‘smash the cake’, uma brincadeira saborosa para comemorar o primeiro ano do bebê com muita cor, sabor e fotos descontraídas! “Os pedidos de bolos temáticos têm aumentado cada vez mais. A verdade é que a cada ano o mercado quer mais e mais itens exclusivos e nada de decoração para ver, tem que comer”, brinca.


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Um mergulho voluntário com tubarões!

Bruna Serrano Zanini tem 19 anos e muita coragem! A jovem joseense se inscreveu e foi selecionada para um trabalho voluntário na África, na capital mundial dos tubarões, Gansbaai, uma pequena praia movida pela pesca, a 2 horas da cidade do Cabo. “O objetivo do trabalho que vou fazer por lá é reconhecer os costumes e assim poder preservar a espécie dos tubarões brancos que hoje sofrem devido ao preconceito de banhistas e até pescadores, por conta do modo agressivo, típico da espécie. Eles não se alimentam de humanos, mas acabam atacando banhistas desprevenidos mais por curiosidade do movimento do corpo no mar. Como eles não têm boa visão, acabam por confundir pessoas com focas, comuns naquela região e principal fonte de alimentação”, diz. Mesmo tão jovem, Bruna já tem a classificação Dive Master de mergulho, que possibilita trabalhos em até 60 metros de profundidade. “Vai ser uma experiência única. Estou no segundo ano da faculdade de veterinária e pretendo seguir esse rumo na carreira, com enfoque total para os animais marinhos, principalmente tubarões”.

O desafio da vida pela arte Régis Machado é um ícone da arte moderna regional. Natural de Paraibuna e residente em São José dos Campos, ele assina obras inconfundíveis. “A proposta do meu trabalho é um encontro do estético com o material. A ação das cores marca a obra, as formas apaixonam, os elementos a determinam e, finalmente, o conjunto a qualifica. Acredito que assim posso definir o que faço. Tenho obras a partir da década de 60. Na época, o que mais marcou o início do meu trabalho foi a minha primeira exposição, no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Um belo ponto de partida. Eu era tão empolgado com tudo que nem pensei em pesquisas de movimentos e, até hoje, a política e o socialismo não fazem parte da minha arte. Faço arte com sentimento íntimo, para ser admirado!”, diz. Régis Machado é pura emoção e há 50 anos respira arte. Este meio século lhe serviu para produzir mais de mil obras. “Costumo dizer que é, sim, um desafio viver de arte, mas, como em toda a área, se você tiver um trabalho bem feito, sério, com dedicação, não há com o que se preocupar. Minha fonte de inspiração é a evolução da própria obra. Reciclo minhas ideias. Produzo muito material que encontro no lixo. Esses dias encontrei mostras de papel de parede. Achei ali um verdadeiro filé mignon que me rendeu ótimas peças tridimensionais!”.


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Sabor& Por Elaine Santos elaine.santos@meon.com.br

Chef em casa

O prazer de receber harmonizado em sabores e amores

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ma rotina de muito trabalho, até voluntário, aliada a um casamento de 27 anos de puro companheirismo. O resultado: um casal harmonioso e que tem na vida o prazer de receber bem. Sebastião Blanch, ou Kako para os amigos, fica com a tarefa da alquimia dos alimentos. Já a esposa, Márcia Blanch, não é chegada ao fogão, mas tem a responsabilidade de fazer a diferença no quesito decoração. São tantos os detalhes, mas nada passa despercebido. Na casa, em um condomínio de São José dos Campos, Márcia tem uma dispensa especial na área gourmet só para armazenar os suplás, guardanapos, arranjos, toalhas, travessas e uma infinidade de louças, cuidadosamente escolhidas por ela, muitas até artesanalmente elaboradas pela própria. “Não sei cozinhar, não gosto, na

verdade, mas decorar é o que me dá prazer. Recebemos muito em casa, no sítio e por isso tenho tudo muito bem organizado”, conta Márcia. Já o marido, anfitrião nato, brinca que foi obrigado a aprender a cozinhar. “Cozinho há 27 anos, desde que casamos (risos). Na verdade é de família, meu pai sempre gostou muito de cozinhar e meu filho, Matheus de 22 anos, está indo pelo mesmo caminho. Às vezes, a gente viaja e no experimentar o prato eu já sei os ingredientes. Quando voltamos, reunimos os amigos só para reproduzir a receita”, diz Kako. Os encontros gastronômicos já são conhecidos, e até disputados entre os

amigos. Muitas vezes ultrapassa o grau intimista. Kako costuma fazer almoços beneficentes para até 500 pessoas. Há um ano como presidente do Clube de Campo Santa Rita, ele, com a ajuda de amigos voluntários, sempre está à frente de grandes almoços. “A primeira vez que cozinhei para um grupo de amigos, faz muitos anos, mas lembro, foi um macarrão à bolonhesa, e detalhe, ao molho branco. Foi um sucesso, mais de 60 pessoas em um sítio. De lá pra cá, não parei mais”, diz Kako que tem no currículo de chef de cozinha receitas autorais como: Paella à Mineira; Frango ao Catupiry e Milho; Baião de Dois; Feijoada; Arroz à Piamontese, Brusquetas e a Massa ao Frutos do Mar, que foi escolhida para ser a receita do Chef em casa desta edição.


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Massa ao Frutos do Mar Confira os ingredientes serve 5 pessoas 500 g de espaguete (preferência de marca – Barilla) 800 g de camarão fresco 500 g de lula fresca 200 g de mexilhão fresco Temperos a gosto Cheiro verde, salsinha, cebolinha, alho, cebola, alho, pimenta do reino, azeite, limão cravo, pimentão verde, pimentão vermelho, sal - marinho ou negro.

Modo de Preparo

Em uma frigideira, refogue alho, cebola e acrescente o camarão, o mexilhão e a lula. Por último, misture a massa que deve ser preparada ao dente, pimentões picados e cheiro verde.

Segredo do Chef

Para não emborrachar, a lula não deve ser refogada e, sim, lavada em água fervente.

Detalhes que fazem a diferença Para o casal, os sabores à mesa fazem parte da cultura de um país, de um povo. Por isso, as viagens de férias têm sempre reservado espaço especial para conhecer a gastronomia local. “A primeira coisa que faço é ir a mercados para experimentar ingredientes locais, e procurar lojas que tenham Le Creuset (linha de produtos e utensílios de cozinha francesa). Trago tudo na bagagem de mão (risos)”, conta Kako afirmando que

muitas vezes escolhe o destino pela gastronomia local. “Sempre tenho que experimentar o prato típico da cidade. Já viajamos muito atrás de sabores não só pelo exterior, como no Brasil também”, diz. Sebastião Blanch é empresário do ramo de seguros há 25 anos em São José dos Campos, e é o primeiro presidente do Clube de Campo Santa Rita a ser eleito com 20 conselheiros e sem ser membro de família tradicional joseense.

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Parabéns São José



CrĂŠditos Flavio Pereira: 1, 3 e 5 Marcelo Catalbiano: 2, 4 e 6 Carol Tomba: 7, 8 e 9

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Celebridades desejam parabéns à cidade Nem todos são joseenses de nascimento, mas de coração e homenagearam a cidade com mensagens e até vídeos para o Grupo Meon de Comunicação em comemoração à data. Confira aqui as frases e acesse o portal meon.com.br para conferir os depoimentos gravados! Veja vídeo de famosos parabenizando São José

METRÓPOLE ONLINE. A INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL

Falo direto de Houston, EUA, mas meu coração está na cidade onde nasceu minha filha [Ana Carolina, hoje com 24 anos]. A todos vocês, parabéns! Espero que São José continue a se desenvolver como uma das principais cidades não só de São Paulo, mas de todo o Brasil.

Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir para o espaço


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São José dos Campos! Parabéns para a cidade, onde morei com minha família e passei momentos maravilhosos da minha vida. Gostaria de dar meus parabéns para todos que moram na cidade. Quando eu puder eu volto. Adoro! É um ótimo lugar para se morar. Um beijão e parabéns!

Maisa Silva, artista infantil do SBT

Para mim, é um orgulho dizer que nasci na cidade de São José dos Campos. Gosto muito do clima e das pessoas que vivem nela. Por isso, toda vez que volto para a minha cidade de origem para rever meus parentes e amigos, tenho a sensação de estar sempre voltando pra casa. Quero parabenizar a todos os joseenses pelos 248 anos dessa cidade linda, repleta de tantas histórias e conquistas. Casemiro, jogador do Real Madrid


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Quero dar os parabéns a São José dos Campos, cidade em que nasci e tenho muito orgulho. É o lugar em que sempre me sinto em casa, onde mora minha família e grandes amigos. Parabéns, São José! E um grande abraço a todos. Carolina Oliveira, atriz


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São José, parabéns pelos 248 anos! Somos eu, a Louise [filha da atleta, com 5 meses], você que fazemos a nossa cidade cada vez melhor. Que nesse próximo ano de vida possamos torná-la ainda mais agradável, merecedora e próspera. Parabéns!

Fabíola Molina, atleta olímpica de natação

Gostaria de deixar aqui meu abraço e meu carinho à nossa cidade que está comemorando mais um ano de vida. Sou joseense por adoção e tenho o maior carinho e gratidão por essa terra maravilhosa que me acolheu de braços abertos desde a minha chegada. Sucesso e prosperidade a essa terra maravilhosa. Chico Oliveira, músico


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Difícil expressar algo que não seja ‘saudade’ quando lembro da minha cidade. Nela, está minha raiz plantada e é, provavelmente, onde um dia voltarei a morar. Nasci na Vila Nair, bem ao lado do CTA. Ali, os aviões passavam em cima da minha casa e eu acordava todo dia com aquele barulho achando que estava dentro de um foguete! Desde, então, meu sonho era voar... Nesta cidade, tive a melhor infância da vida e posso dizer que vivi anos incríveis onde os pais sentavam na calçada depois das 19h para conversar enquanto os filhos brincavam de pega-pega! Portões eram baixos, janelas floridas e abertas, as tiazinhas debruçadas vendo o movimento... Cidade boa, simples, aconchegante, verde e que sabe oferecer anos maravilhosos a quem ali vive! Eu nasci, cresci e vivi em São José dos Campos no Vale do Paraíba e posso dizer... Parabéns, São José dos Campos. Eu te amo!

Leilah Moreno, cantora


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Artigo&

O futuro é agora

S

ão José dos Campos completa, neste mês de julho, 248 anos e reflete, em suas ruas e bairros, o sentimento do homem comum que aqui encontrou o desejo de viver. Nasci em 1958 e, desde muito jovem, assisto ao desenvolvimento da cidade, crescendo e se modernizando, com ruas sendo asfaltadas e bairros despontando num terreno entre duas grandes cidades, São Paulo e Rio de Janeiro. Avenidas como a Francisco José Longo e Adhemar de Barros ainda eram de terra e bairros como Jardim Maringá, Vila Ema e Jardim Satélite começavam a se delinear. Sabia que queria participar deste crescimento. Estudei no Senai em Taubaté, cidade que rivalizava com São José como a capital do Vale. Sob meu olhar, ocorreu a explosão do crescimento desta cidade, boom que se iniciou na década de 70 e se projetou por 80, 90, 2000 e continua em 2010. Cidade planejada, trânsito organizado, assistimos seu desenvolvimento que transcorre de

forma serena, porém efetiva, firme, solidificada na convicção do joseense que nasceu aqui ou aqui escolheu para ser o seu lar. Com pai nordestino, minha visão empresarial estendeu-se pelo norte e nordeste, buscando conhecimentos pela América do Sul, cuja primeira viagem foi aos 13 anos, para a Argentina e logo em seguida para Estados Unidos, Europa e Ásia. Terra de oportunidades, permitiu-me comprar a pequena loja que pertenceu ao meu pai, antes mesmo que completasse 18 anos e por isso tive que ser emancipado. O primeiro carro, que ainda guardo como lembrança, o primeiro terreno e o trabalho desenvolvido em solo fértil, que recompensa aqueles que acreditam e enfrentam os desafios. Tudo o que vi nestes últimos 40 anos não me surpreende quando vislumbro nesta cidade os próximos 40, mantendo-se não só como a capital do Vale, mas como um centro empresarial impressionantemente bem localizado, próximo à montanha, ao

mar, à capital do estado e ao Rio de Janeiro, ao porto de São Sebastião e ao aeroporto de Guarulhos, que o coloca no mundo, em poucas horas. As pessoas chegam e não querem ir. Quem não pode ficar, lamenta. Cada vez mais, cresce a população da cidade, numa miscigenação que atrai pela diversidade, desafia os empresários e absorve a inovação, a criatividade. Floresce no dia a dia com novos talentos e orgulha quem participa ativamente em todos os setores, empreendendo, construindo, formando, contribuindo e acreditando. Caminhar, olhar, participar da produtividade e empregar pessoas. Ouvir, ver e parar apenas para contemplar. São José reúne as condições para ser o que é. Parabéns, São José do Campos, por mais um aniversário.•

Wagner Louis de Souza Century do Brasil Ind. Eletro Eletrônica e Vale Sul Shopping



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Gente que faz São José Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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lberto ‘Mano’ Marques é paulistano de Santa Cecília, centrão da capital. Mas, há 18 anos, escolheu São José para criar as duas filhas, Aline (21) e Luiza (24). A ideia era educar com pouco mais de liberdade. Andar de bicicleta na

Alberto ‘Mano’ Marques

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ma cidade é feita das pessoas que nela habitam. É a sua gente que a leva adiante, resolve os problemas, trata as feridas, comemora os sucessos. São os moradores as “células” desse organismo vivo, que pulsa entre ruas e avenidas e cresce conforme a capacidade do seu povo. “É possível ver o futuro de uma cidade pela disposição de sua gente em mudar”, disse o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, 77 anos, em passagem por São José, em março deste ano. Para homenagear os 248 anos da cidade, escolhemos histórias de empreendedores para contar como eles se relacionam com a cidade. Como usaram de criatividade e força de vontade para superar desafios e fazer do município um lugar melhor para se morar.

rua, aproveitar as praças. “Trabalhávamos há 30 anos com academia na capital e percebemos a oportunidade em São José, principalmente com a retomada das obras do Colinas Shopping”, diz ele. Naquele momento, conta o empresário, o empreendimento se tornou

“maior do que o mercado suportava”. Ele lembra: “Éramos nós e o Cinemark em obras, e por muitas vezes escutamos que era um investimento sem volta, que a cidade não comportava uma academia deste porte, com 4 mil metros quadrados”. Mas deu certo, celebra Mano, como é conhecido na cidade. Antes de abrir, a academia contava com 500 inscritos. “A verdade é que, desde aquela época, a cidade tomou uma decisão, a de se tornar um centro de serviço para toda a macrorregião, e nós contribuímos para isso”, afirma. Na visão de empresário e como ex-secretário de Educação e Esporte de São José, Mano acredita que a cidade caminha para um futuro que a torne “de classe mundial”. “São José já é conhecida fora do país pelo histórico tecnológico e reconhecida nacionalmente como uma cidade boa pra se viver, não só morar”, diz o empresário. “Ficamos tão contentes com a decisão de vir para São José que minha dedicação na política por oito anos, na educação e no esporte, vejo como uma forma de retribuir, tanto como cidadão quanto como empresário”.


São José dos Campos, Julho de 2015 | 47

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ostais com fotos do Bar Coronel, um dos mais badalados de São José, circulam por vários países do mundo. O motivo? A sagacidade de Benedito Segretto Córdoba, 53 anos, que não fundou o bar, mas deu a ele a alma que tem até hoje. São cerca de 10 fotos do boteco − Benê Córdoba, como é conhecido o empresário, faz questão de chamar o negócio assim − e de petiscos e bebidas servidos ali que compõem a estampa dos postais. O cliente pode escolher um deles e mandar para qualquer lugar do mundo. Quem paga a postagem é Benê. “Tem sido um sucesso de marketing essa história dos postais”, diz o empresário. Foi com os ‘calos’ que o balcão traz e muito trabalho na frente e atrás dele que Benê transformou um boteco ao lado do cemitério, fadado ao fracasso, em um negócio de sucesso a ponto de

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om uma mesa de escritório e um computador comprados em um leilão, mais o telefone, tudo espremido em um quarto apertado, Célia Natale Moscardi, 57 anos, começou um dos negócios mais bem-sucedidos na região na área de recursos humanos. Após 17 anos em grandes empresas, ela decidiu dar um salto na

Célia Natale Moscardi

poder vir a se tornar uma franquia. “Muitas pessoas diziam que não daria certo”, lembra Benê, que, ao lado de uma tia, comprou o bar de dois tios. Um ano e meio depois, sozinho na empreitada, inspirou-se no Bar do Léo, em São Paulo, para construir a sua marca. Ele trocou a cerveja pelo chopp, acrescentou salgados, petiscos e antepastos e transformou a equipe de 45 funcionários em uma família. “Quando um só quer ganhar, todos perdem. Aqui trabalhamos como uma equipe”, diz ele. “O cliente é a nossa razão de ser”. Completando 23 anos de Coronel, Benê irá reformar toda fachada do bar, que ganhará uma decoração retrô inspirada nos anos 1960. A revitalização vai custar R$ 150 mil e deve começar ainda neste ano. Benê Córdoba

carreira e tornar-se empreendedora. Em 1995, fundou a Conexão Desenvolvimento Empresarial em São José dos Campos. Desde o início uma empresa familiar, a Conexão chamou a atenção da FGV. Em três anos e meio prestando consultoria, Célia participou de uma seleção com outras três companhias candidatas e venceu a disputa, tornando-se conveniada da Fundação Getúlio Vargas. “Temos duas empresas: a Conexão Treinamento e Desenvolvimento e a Conexão FGV. Ambas estão muito bem no mercado prestando consultoria e dando cursos a milhares de pessoas”, diz Célia. “Nosso foco é preparar pessoas e empresas para o mercado cada vez mais competitivo”. Desde então, o grupo Conexão só cresceu e hoje atua, em parceria com a FGV, em sete cidades: as paulistas São

José dos Campos, Taubaté, Mogi das Cruzes e Guarulhos e as mineiras Pouso Alegre, Varginha e Poços de Caldas. Casada e mãe de três filhos, Célia conta com a família para gerenciar os negócios. O marido, José Vanderlei Moscardi, deixou o emprego para tocar a Conexão com a mulher, lá nos primórdios da empresa. Hoje, ele dirige a Conexão FGV com o filho Rafael. A filha Priscila toca a Conexão Treinamento e Desenvolvimento com a mãe. A outra filha, Mariana, formou-se em arquitetura e design de interiores. A diferença para o sucesso, segundo Célia, está em quanto a empresa, a família ou o executivo se compromete com o próprio aprendizado, que é sempre constante. E não se deve priorizar apenas a parte técnica ou tecnológica, mas também investir no lado comportamental.


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Fernanda, Renata e Mariana Cury

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m é pouco, dois é bom e três é demais. O velho ditado cabe perfeitamente na vida das irmãs Fernanda, Renata e Mariana Cury, de São José, só que no sentido inverso ao conhecido. Demais, no caso delas, é sinônimo da qualidade nos negócios que “as meninas”, como são chamadas pelas clientes, imprimem no Boulevard Depot, espaço que reúne os empreendimentos das irmãs no Jardim Esplanada, região central de São José. Elas trazem no sangue, por assim dizer, a tradição de comerciantes do

avô libanês e do pai, Eduardo Cury, falecido em 2000. Eles trabalharam muito atrás de balcões, como na conhecida loja São Jorge, que não existe mais, e passaram a experiência para as filhas. Tudo começou para elas em 2001, quando abriram a loja Depot (depósito, em francês) no CenterVale Shopping, em São José, e lá ficaram cerca de um ano. Depois, passaram para um ponto no Shopping Esplanada e, em 2010, chegaram ao atual endereço, no Jardim Esplanada. O conceito por detrás do negócio, explica Mariana, é a de uma loja

multimarcas de roupas femininas, com atendimento diferenciado e quase customizado para cada cliente. “Tratamos nossos clientes como amigos, o que de fato eles se tornaram”. A Depot ganhou a companhia de lojas de franquia assumidas pelas irmãs, como Bobstore e Stroke, além do Maison du Café, espaço para degustar café gourmet. Prestes a completar 15 anos de loja, as irmãs Cury investem no setor financeiro da empresa e planejam abrir uma ‘Depot Casa’, com itens para decoração.


São José dos Campos, Julho de 2015 | 49

Mas é Ivan sem ene?”. Essa é uma das perguntas que Ivã Molina, 71 anos, provedor da Santa Casa de São José dos Campos, mais escuta na vida. O nome dele não tem mesmo o ene. “Foi meu pai quem registrou, não sei bem o motivo”, diz ele. Uma coisa ele sabe bem: ganhou o nome pelo pai ser comunista. Na Rússia, Ivã é o equivalente ao nosso João, que era o nome do pai de Molina. Após formar-se em mecânica na Etep, em São José, Molina foi morar na Califórnia, nos Estados Unidos, e ficou lá de 1966 a 1968. “Acho que sou o intercambista mais velho da cidade”, brinca ele. Na volta, passou a trabalhar com o pai até assumir de vez, em 1993, a administração da fazenda da família, além de atuar como corretor de imóveis. Casado e pai de quatro filhos, avô de oito netos, Molina conta que entrou

para o corpo diretivo da Santa Casa ao aceitar o convite do amigo Luís Roberto Porto, que assumiu a provedoria do hospital em 1990 para tirar a instituição de uma crise financeira. Em 1992, Molina tornou-se vice-provedor do hospital, cargo que ocupou até a morte de Porto, em 2012. “Dei continuidade ao trabalho dele. A Santa Casa deixou de ser um hospital ruim para se transformar em referência”. Prestes a completar 116 anos, a Santa Casa celebra resultados expressivos: 221 leitos, 1.200 funcionários, 400 médicos, 60% de atendimento via SUS (Sistema Único de Saúde) e dois transplantes de fígado por mês, além de uma das mais equipadas ala de queimados de São Paulo. O segredo da gestão, para o provedor, é manter os ouvidos bem abertos. “Escutar mais do que falar, e estar sempre disponível para o diálogo”.

Benedito Vieira

Nasci e fui criado em São José. Vou fazer 90 anos, um dia, claro (risos)”, assim começa muito bem-humorado a contar sua história com a cidade o empresário Benedito Vieira, presidente há 24 anos da Cooper. A Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos completa, neste ano, oito décadas de muita história e força para manter a produção ativa do trabalho rural local. “Hoje, São José é uma cidade modelo com todos os erros e acertos. Lembro da minha infância quando meu pai saiu com a família para morarmos na nossa fazenda em Caçapava com medo da tuberculose. Passamos cinco anos lá. Lembro da construção do CTA com as pedras da fazenda de meu avô, em 1950. De lá pra cá é que teve a grande expansão industrial. Antes, o Vale tinha característica ruralista, só depois, então, passou a ser industrial, principalmente com o surgimento e crescimento da Embraer. Aí, sim, é que a

Ivã Molina

cidade ficou conhecida no mundo todo como cidade tecnológica”, lembra. Para o empresário, foi a partir daí que a área rural da cidade ficou em segundo plano, mas mesmo assim, os cooperados continuaram o trabalho com a produção de leite, resistindo às crises, como a chegada do leite longa vida UHT e as grandes propagandas em rede nacional. “Embora não sejamos mais a identidade de São José, nós continuamos e neste ano vamos fazer uma homenagem a todos os ex-presidentes da cooperativa desde 1935, mostrando que a área rural está viva e procurando se modernizar cada vez mais”, diz o empresário lembrando que na época da fundação, mesmo com a metade da população, a produção de leite na região era 40% maior e o mercado também. “Sobreviver ao tempo e se adequar, aí é que está a magia. Procurar sempre inovar e caprichar em apresentar produtos melhores. A tecnologia veio para a cidade e nós nos adequamos à ela.”


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São José por um olhar centenário

Carol Tomba/Meon

As irmãs Flória e Genésia lembram de uma cidade que poucos conhecem

Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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las conheceram a São José literalmente dos Campos. Sem trânsito, asfalto ou aviões, como estão acostumados os habitantes da maior e mais importante cidade do Vale do Paraíba. Hoje, o município contabiliza números superlativos: quase 700 mil habitantes e PIB (Produto Interno Bruto) de 28 bilhões de reais (IBGE, dados de 2012), recorde absoluto na região e que coloca a cidade na 21ª posição no ranking dos 100 municípios mais ricos do país. Mas nem sempre foi assim. Houve uma época, e nem faz muito tempo, que a cidade era tranquila, pequena e sem ambições industriais ou tecnológicas, na qual os moradores se divertiam nadando em rios, subindo em árvores, andando a cavalo e em bailes domésti-

cos, além das “paqueras pedestres” na rua 15 de Novembro. “Tá passando avião, não vai chover. É o que se dizia na roça”, lembra Genésia Gonçalves Ferreira, que chegou aos 94 anos esbanjando lucidez. Segundo ela, na década de 1920, quando nasceu, aviões eram tão raros que prenunciavam o clima e não o progresso de um novo modelo testado pela Embraer, criada apenas em 1969. “Carro tinha um só, um Ford preto em Santana”, diz ela ao lado da irmã caçula, Flória Gonçalves de Oliveira, que fará 90 anos em novembro deste ano. A idade de ambas representa mais de um terço da existência oficial da cidade, que completará 248 anos em 27 de julho de 2015. O ponto alto da festa será um show da banda de rock Titãs. A apresentação será no domingo que antecede o aniversário, às 16h, no Parque da Cidade, na zona norte.

Na roça Bem diferente da época em que as irmãs eram meninas e os principais ritmos, aqueles que os irmãos tocavam “nos bailes na casa de mamãe”, eram a valsa, as marchas, a mazurca (dança de origem polonesa) e as quadrilhas. O rock ainda era um sonho distante na cabeça de músicos norte-americanos de country e blues. “A gente se divertia à beça nesses bailes, mas tinha que ir dormir às 21h. Papai não deixava passar desse horário”, conta Flória. “As mulheres não tinham vida fácil naquela época. Não podia estudar fora de casa. A gente era preparada para ser mãe e dona de casa”. As irmãs foram criadas em uma numerosa família de 14 filhos, oito homens e seis mulheres, que vivia na região norte de São José, no bairro Bandeira. Era roça mesmo, dizem as irmãs, com estradas de chão, gado e fazendas.


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Fotos: São José dos Campos Antigamente

“A única ligação para o centro da cidade era pela avenida Rui Barbosa. A gente só ia para a ‘cidade’ quando tinha que ir ao médico. Ficava todo o tempo na fazenda mesmo”, afirma Genésia. Ela se recorda das histórias que o pai contava para os filhos sobre restos de canoas de índios que encontrava no rio Paraíba, na Vila Cristina, vestígios das origens da cidade.

Vila O nascimento de São José remonta ao final do século 16, quando se formou a ‘Aldeia do Rio Comprido’, uma fazenda de jesuítas para atividades de pecuária. Mas os religiosos foram expulsos em 1611 e os aldeões, espalhados por várias outras regiões. Os jesuítas voltaram anos depois e se estabeleceram na região onde foi erguida a Igreja Matriz de São José, no centro da cidade. Tal núcleo deu origem ao município, elevado à categoria de vila em 27 de julho de 1767, com o nome de São José do Paraíba. Na época, para configurar o “progresso”, foram feitos o pelourinho e a Câmara. A cidade só ganhou o nome completo de São José dos Campos em abril de 1871, por meio de uma lei, que tirou o “do Paraíba” do título. Flória e Genésia fizeram a vida em São José. Ambas se casaram e tiveram

Na sequência: a Rua 15 de Novembro, na década de 1950 e a Rua Coronel José Monteiro, recém asfaltada

filhos na cidade. A primeira contabiliza quatro filhos, oito netos e três bisnetos. Genésia teve 12 filhos, mas criou seis, cinco netos, sete bisnetos e já dois tataranetos, de quatro e dois meses de vida.

andavam de um lado da rua e rapazes, do outro. Só trocavam olhares e era o que bastava para “se conhecerem”, e quem sabe engatar um namoro, com óbvia aprovação dos pais, tempos depois. O movimento era conhecido como “footing”.

Fábricas

A única ligação para o centro era pela avenida Rui Barbosa. A gente só ia para a ‘cidade’ quando tinha que ir ao médico. Genésia Gonçalves Pereira A mocidade de ambas mistura-se com o desenvolvimento de São José. Flória conta, por exemplo, que a rigidez na educação paterna evitava qualquer contato entre meninos e meninas pelas ruas da cidade. Eles chegavam a andar em calçadas diferentes para não se esbarrarem. Genésia recorda uma história saborosa que ocorria no centro da cidade, bem na avenida 15 de Novembro, ponto de encontro da rapaziada. Moças

As irmãs são contemporâneas da chegada de grandes fábricas ao município, na década de 1920. “Éramos crianças na época em que a Tecelagem Parahyba chegou. Meus irmãos foram os primeiros tecelões da empresa”, conta Genésia. Na década seguinte, a cidade se tornou instância climática e depois hidromineral e passou a ser procurada por milhares de tuberculosos em busca da cura para a doença. Flória e Genésia dizem que as jovens passavam ao lado das dezenas de pensões que abrigavam os tuberculosos para ver os “doentes mais bonitos”, mas havia também muito medo da tuberculose. As irmãs Gonçalves acompanharam todo o desenvolvimento da cidade, muitas vezes com espanto ante a rapidez do progresso. “A cidade cresceu muito, nem há mais espaço para parar carro aqui perto de casa”, reclama, com razão, Genésia, que mora no Jardim Paulista.


São José do Futuro Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Reprodução

Poeta joseense Cassiano Ricardo

A

garota sonha em percorrer o mundo para salvar animais em risco de caça e ameaçados de extinção. Em cada país, um bicho da terra. Animais nativos que podem ser salvos da sanha dos humanos em acabar com eles, muitas vezes apenas por prazer. Esse é o enredo do livro que a escritora-mirim Anna Beatriz Fedato de Asevedo, 13 anos, está escrevendo. Trata-se da quarta obra de Bia Fedato, como ficou conhecida em São José dos Campos depois que “A casa misteriosa” foi publicada em 2012, pela JAC Editora, quando ela tinha apenas 10 anos. Na época, o lançamento do livro na livraria Maxsigma, no Vale Sul Shopping, bateu o recorde de público em um mesmo dia para escritores regionais. Ligando passado e futuro, a estudante percorre trilha aberta por gente

como Cassiano Ricardo (1895-1974), jornalista, ensaísta e poeta joseense que alcançou o mais alto panteão das letras brasileiras, reconhecido em todo o país e membro das academias de letras Paulista e Brasileira. É claro que nem mesmo Bia tem certeza de que irá se tornar uma escritora profissional, mas é um desejo que ela mantém, ao lado de ser veterinária e viajar pelo mundo. É isso o que ela responde à tradicional pergunta: “O que quer ser quando crescer”. São ainda sonhos de adolescente, como explica a mãe, a engenheira civil Edilaine Fedato, 46 anos, mas que merecem atenção da família. Bia é criativa desde pequena e a literatura surgiu para ela como meio de extravasar suas ideias. Dar vida às histórias que levava na cabeça. Tanta criação já rendeu três livros, dois deles “publicados” apenas entre familiares e amigos.

Bia Fedato, 13 anos, é uma promessa para a literatura da região

Marcelo Caltabiano/Meon

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Futebol Tudo começou no início do processo de aprendizagem, quando Bia incorporou a escrita em seu dia a dia. Com a ajuda da professora Denyse Lopes, a estudante passou a escrever cada vez mais e a transformar a imaginação em letras. “A professora me disse: ‘Escreve para ver até onde vai sua imaginação’. E eu fui escrevendo”, disse a escritora na época do lançamento do livro “A casa misteriosa”. Em tempos de domínio do computador, Bia ainda escreve à mão, na melhor tradição de Cassiano Ricardo, o que reforça a conexão entre os dois autores de São José. Ela também incorpora em suas criações situações e pessoas que estão em volta dela,

como familiares e amigos, o que a torna uma espécie de cronista infantil do cotidiano. O primeiro livro surgiu em 2010, quando ela tinha apenas 8 anos. “O futebol” revelou pela primeira vez quanto intensa é a criatividade da estudante. Ela colocou o irmão Bruno na obra. Na ficção, ele estava chateado por ninguém ter se lembrado do seu aniversário. Ao ir a um estádio de futebol, porém, é surpreendido com a torcida cantando parabéns. “Ela inventou essa história por que o irmão gosta muito de futebol. Mostrou criatividade com as coisas do dia a dia”, afirma a mãe, incentivadora das habilidades literárias da filha. “Escrever faz muito bem à ela”. A segunda obra, também restrita à família, contava as aventuras de três

amigas que vão ao shopping para comprar sapatos e são sequestradas. Envolvida com os estudos, cada vez mais exigente, Bia não sabe quando terminará o quarto livro, que já tem até título: “A Viagem de Tatiana”. Como a personagem, ela também começa a sua própria viagem pelo mundo das letras. E não está sozinha. Vai acompanhada de Cassiano, que, como ela, amava a literatura.

Céu elétrico Em terra de avião, quem voa é a imaginação. Foi o que fez o engenheiro mecânico e piloto Alexandre Zaramella, 41 anos, um dos sócios da ACS Aviation, empresa instalada no Jardim Santa Luzia, região sudeste de São José. Na melhor tradição de Ozires Silva, coronel da Aeronáutica e


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Coronel e engenheiro Ozires Silva, um dos fundadores da Embraer

Engenheiro mecânico, Alexandre Zaramella quer fazer a diferença no mercado de aviões

Divulgação

Marcelo Caltabiano/Meon

Veloz

também engenheiro, que foi um dos fundadores da Embraer, fabricante de aeronaves que presidiu por 17 anos, Zaramella busca a inovação e fazer a diferença no ultracompetitivo mercado de aviões. E ele já deu o primeiro passo rumo ao futuro: após uma década de pesquisas, Zaramella e quatro engenheiros levaram aos céus o primeiro avião elétrico tripulado do país. O voo da aeronave Sora-e ocorreu em 18 de maio deste ano, em São José, por cerca de 10 minutos para testes do equipamento. “Foi uma das etapas dos testes que vínhamos fazendo há tempos, com ensaio em solo e nas nossas bancadas. Foi um momento histórico para nós”, conta Zaramella sobre o primeiro voo da aeronave.

O monomotor para duas pessoas projetado pela empresa tem oito metros de comprimento e pesa 650 quilos. É feito de fibra de carbono e pode alcançar uma velocidade de cruzeiro de 190 km/h, com um máximo de 340km/h, velocidade significativa para uma aeronave com as suas características. O preço sugerido é R$ 280 mil. O pioneirismo dos cinco engenheiros da ACS foi adaptar para um avião convencional um sistema de propulsão elétrico, alimentado apenas por baterias que podem ser recarregadas em uma tomada. Eles usaram como base o ultraleve avançado movido a combustão, chamado de Sora, primeira aeronave a ser desenvolvida pela equipe joseense, em 2006. O engenheiro e os sócios se dedicam agora a aumentar a potência e a autonomia de voo, que é de cerca de uma hora e meia, por causa da limitação das baterias. A meta é dobrar a força do motor elétrico de 70 kW para 140 kW, alcançando até 180 cavalos de força, mais do que o dobro de um carro popular 1.0, por exemplo. O primeiro modelo do Sora-e foi vendido para a empresa Itaipu Binacional, que patrocinou parte do projeto − a aeronave também contou com recursos

da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) do governo federal. O investimento total foi de R$ 750 mil.

Ozires Zaramella é comedido ao responder se almeja chegar às alturas que Ozires Silva alcançou com a aviação. “Seria uma honra ser comparado ao Ozires Silva, mas conseguir realizar os mesmos feitos é algo quase inacreditável”, diz ele, que tem no fundador da Embraer uma fonte de inspiração e em São José o lugar propício para fazer a diferença. Nesse aspecto, ambos se unem na paixão pela inovação e por fazer sempre diferente. “Minha intenção é continuar aqui, uma região rica em oportunidades no campo aeronáutico e tecnológico”, afirma o engenheiro, que nasceu em Belo Horizonte (MG) e chegou a São José em 1998 para trabalhar na Embraer. “Demorou um tempo para me apaixonar pela cidade, mas, hoje, não me vejo morando longe daqui. A cidade oferece serviços similares aos dos grandes centros com o aconchego do interior”, explica Zaramella. Ele se ocupa de levar o nome da cidade que consagrou Ozires Silva ao promissor mercado mundial de aviões elétricos tripulados, que deve crescer muito nos próximos anos.




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Aquecendo a cidade


Marcelo Caltabiano/Meon

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Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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garotinho de pijama, touca e segurando uma vela, que abre a boca para bocejar, ilustra o quinto jingle mais conhecido do Brasil. Detalhe: a mítica propaganda foi criada na distante década de 1950 para uma marca de cobertores. Os produtos eram feitos em São José dos Campos e marcaram a cidade por causa de uma imensa fábrica inaugurada por portugueses em 1925, a Tecelagem Parahyba. Ao lado de cerâmicas e laticínios, a fabricação de cobertores foi uma das primeiras atividades industriais de grande porte de São José, chegando ao ápice da produção entre os anos 1950 e 1970, quando dominava quase 90% do mercado nacional com a produção de cobertores e exportava para até 98 países. O número de trabalhadores alcançou o patamar de 4 mil pessoas, sendo que 2.500 delas atuavam na cidade e o restante, em Pernambuco. “Já é hora de dormir. Não espere a mamãe mandar. Bom sorriso pra você e um alegre despertar”, cantava o menininho na propaganda dos cobertores Parahyba, que dominaram o mercado nacional por anos a fio até o declínio da empresa, que pediu falência em 1993.

Ricardo Kabbach é ex-funcionário da Tecelagem Parahyba, mas hoje trabalha como representante comercial da marca. “Sou um cliente da cooperativa, distribuindo os produtos feitos aqui”, diz

Cooperativa Mas a história não acaba aí. Com dívidas com o Estado, a empresa acabou sob o controle de funcionários, que criaram uma associação e depois uma cooperativa, a Coopertêxtil, em 1998, para tocar o negócio. A área inicial de cerca de 230 mil metros quadrados foi desmembrada e a maior parte dela passou para o

controle do Estado, sendo atualmente utilizada por instituições públicas. O imóvel é preservado pelo patrimônio histórico em São José e exige restauração. Ainda não há previsão de quando o complexo será revitalizado. A estrutura da antiga fábrica, que contempla a fazenda Santana do Rio Abaixo, é usada por 20 repartições públicas estaduais e municipais, que começaram a ocupar o complexo ainda em 1995 e que ajudam a preservar o patrimônio local.

Donos Hoje, os cerca de 60 funcionários são “donos” do próprio negócio e produzem em torno de 10 mil peças por mês, número bem distante da produção de 450 mil peças mensais na época do auge da empresa. Eles trabalham em três galpões nos fundos do Parque da Cidade, que somam 23 mil metros quadrados de área. Máquinas antigas dos anos 1970 se espalham pela produção, que funciona das 6h às 15h. “Estamos sobrevivendo à custa da nossa experiência de vendas e dos clientes. É um suspiro”, resume o ex-funcionário e hoje representante comercial da marca, Ricardo Kabbach, 59 anos. “Sou um cliente da cooperativa, distribuindo os produtos feitos aqui”, explica. Segundo ele, a fábrica enfrenta a concorrência dos produtos chineses, que passaram a dominar o mercado a partir dos anos 1990, quando o então presidente Fernando Collor de Mello abriu o mercado nacional a companhias têxteis estrangeiras, quase matando a indústria nacional. “As únicas fabricantes nacionais de cobertores que restaram foram nós e a fábrica de Guaratinguetá”, afirma Paulo Roberto Almeida, 52 anos, presidente da Coopertêxtil e também ex-funcio-


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Avião

Testemunhas

Almeida se lembra de uma história curiosa quando a empresa ainda estava no auge. Ele ainda é capaz de imaginar o coronel Ozires Silva, um dos fundadores e presidente da Embraer, entrando na tecelagem para comprar mantas que iriam adornar os aviões fabricados pela empresa. “Ele dizia que as mantas eram colocadas nos aviões antes de os modelos serem entregues aos clientes. Isso nos enchia de orgulho”, conta o presidente da Coopertêxtil. Hoje, os cooperados fabricam peças para o público infantil, os tradicionais cobertores de flanela da marca e peças variadas. Eles operam em meio a máquinas antigas enroscadas com os fios coloridos da matéria-prima, numa espécie de imagem histórica resgatada direto dos melhores momentos da Tecelagem Parahyba.

“O drama é narrado por depoimentos de personagens que fizeram parte desta história”, explicam as fotógrafas, no site da cooperativa. “Ex-operários, líderes sindicais, jornalistas e empresários contam como uma empresa, modelo de excelência nacional, quase chega à falência, sendo salva justamente por aqueles que mais sofreram, seus funcionários”. A partir da experiência deles, o documentário mostra como um plano

Coopertêxtil/Divulgação

nário da Tecelagem Parahyba.

Importação Segundo Kabbach, as marcas nacionais preferem importar os produtos do estrangeiro e apenas colocar suas etiquetas. Em São José, com cerca de 10 tipos de produtos fabricados, os cobertores e mantas continuam sendo os carros-chefes. Mas o futuro é indefinido para os cooperados. Há um passivo trabalhista que ameaça a associação de funcionários e o mercado tende a ficar cada vez mais competitivo, exigindo investimentos em tecnologia. “Infelizmente, os proprietários não preparam a fábrica para o futuro, para competir no mercado cada vez mais fechado. Agora pagamos o preço”, diz Almeida. Ele se refere à família do ex-ministro e senador Severo Gomes (1924-1992), que assumiu a Tecelagem Parahyba após os imigrantes portugueses abandonarem a empresa. Embora tenha conseguido levar a marca ao topo, eles não prepararam a companhia para o futuro. Com isso, a tecelagem sobrevive mais da história do que das perspectivas de mercado. As incertezas se acumulam ao mesmo tempo em que os trabalhadores continuam acreditando no negócio. “A concorrência da China é um absurdo”, afirma Kabbach. “É muito difícil concorrer nesse mercado. O nos-

Marcelo Caltabiano/Meon

so maior bem é a nossa marca, ainda muito conhecida”.

Idealizado pelas fotógrafas Bianca Oliveira e Natalie Rocha e pelo cinegrafista David Ferreira, com apoio de Débora Moreira e Lucaz Mathias, o projeto confeccionou uma exposição de fotos, organizada dentro do próprio galpão da tecelagem, em novembro do ano passado. O documentário foi um média-metragem de 45 minutos de duração, que custou cerca de R$ 100 mil para ser produzido. As gravações começaram em março de 2013. O vídeo traz relatos de ex-funcionários e pessoas que acompanharam o desenvolvimento da fábrica.

Entre 1950 e 1970, a Tecelagem Parahyba dominava quase 90% do mercado nacional com a produção de cobertores e exportava para até 98 países

Documentário Tanta história não poderia ficar perdida. E não ficou. O Coletivo Criamundo (coletivocriamundo.com.br), que é uma associação de profissionais de comunicação, produziu o projeto “Por Entre Fios”, que engloba exposição de fotos e documentário sobre a Tecelagem Parahyba.

Hoje, cerca de 60 funcionários são “donos” do próprio negócio e produzem em torno de 10 mil peças por mês


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Marcelo Caltabiano/Meon das ligações da companhia com os imigrantes portugueses que a fundaram.

Benefícios As fotógrafas ressaltam curiosidades que encontraram durante as pesquisas. Segundo elas, a Tecelagem foi uma das primeiras empresas do Vale do Paraíba a oferecer benefícios aos funcionários, que se estendiam aos seus dependentes. Eles podiam morar na Vila dos

Operários, por exemplo, constituída de casas construídas pela Tecelagem para os funcionários. Os filhos deles estudavam numa escola mantida pela companhia ou ganhavam bolsa para cursar o colégio Olavo Bilac, um dos mais antigos de São José. E as curiosidades não param por aí: os funcionários com apoio da empresa organizavam festas religiosas, times de futebol e até escolas de samba.

Coopertêxtil/Divulgação

de engenharia foi útil para formar a primeira cooperativa de trabalhadores no Brasil no ramo de têxteis. Natalie explica que a curiosidade dela e da amiga fotógrafa foi despertada quando elas perceberam que a fábrica não era apenas um prédio histórico encerrado no Parque da Cidade. Ainda havia produção ali, e nas mesmas máquinas dos tempos áureos da companhia. O interesse delas as levou a um processo de pesquisa histórica de dois anos no arquivo público, além de consulta a historiadores. Bianca conta que foi justamente observar a produção sendo feita com os mesmos equipamentos de antigamente que chamou a atenção para a necessidade de aprofundar a pesquisa histórica.

Futuro As pesquisadoras pensam ainda em uma segunda etapa do projeto, que contempla a produção de um fotolivro e exposição de imagens em outros Estados, especialmente o de Pernambuco, sede de uma unidade da Tecelagem Parahyba. Outra ideia é expor o material no exterior, como em Portugal, em razão

No auge, a unidade de São José dos Campos chegou a ter 2.500 funcionários


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São José para os turistas SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

C

om empresas e instituições que formam um parque industrial e tecnológico exemplar, São José dos Campos se destaca no eixo Rio-São Paulo e é, sem dúvida, uma das principais cidades do país. No entanto, ainda engatinha quando o assunto é turismo, especialmente nos finais de semana e feriados. Para algumas secretarias e entidades, a integração é a palavra-chave para alavancar a recepção de turistas e movimentar o setor. De acordo com o presidente do Sinhores (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) e do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Antônio Ferreira Junior, atualmente,

espetáculos que acabam por ficar de fora da agenda paulistana. No entanto, um problema de infraestrutura impede a realização de grandes eventos na cidade. “Temos uma limitação de lugar, infraestrutura. Não conseguimos hoje um evento de médio e grande porte para duas mil pessoas. Seria importante que a iniciativa privada investisse, por exemplo, em um centro de convenções. Claro que é preciso uma perspectiva de ganho, mas o turismo é uma atividade econômica interessante e temos potencial”, conclui Ferreira Junior.

Secretarias e entidades apostam na integração para alavancar o turismo na maior cidade da RMVale Flavio Pereira/Arquivo/Meon

Rodrigo Ribeiro

a cidade é marcada pelo turismo de negócios, que acontece durante a semana. “Com a atividade industrial em baixa por causa da crise econômica do país, diminui também esse fluxo semanal em São José”, diz. A taxa média de ocupação nos hotéis da cidade, considerando todos os dias da semana é de 55% a 60%. “Que é uma taxa baixa”, reforça Ferreira Junior, que acredita ser necessária uma capacitação para os agentes de turismo da cidade. “Precisamos desenvolver nossa capacidade de atrair as pessoas. O Comtur está desenvolvendo junto com o Sebrae um planejamento estratégico para ir nas empresas do setor e capacitar as pessoas a cultivarem a maneira correta de receber os turistas”, completa. Uma opção para movimentar o turismo do fim de semana seria trazer para São José os eventos que não conseguiram datas em São Paulo e, assim, criar um calendário regional com os


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Flavio Pereira/Arquivo/Meon

Nas asas do progresso

Guichê de atendimento no aeroporto de São José dos Campos que passou a operar voos da TAM

“Iniciaríamos com um roteiro turístico no CTA (Centro Técnico Aeroespacial), aproveitando o pessoal da reserva da Aeronáutica que conhece a história e os projetos do CTA, que está desenvolvendo um projeto de acesso ao Centro para que as pessoas possam entrar e visitar. Lá existem casas e construções tombadas, projetos do Oscar Niemeyer, etc. Seria um turismo para conhecer história, ciência e tecnologia”, explica Cavali. A proposta do turismo tecnológico será implementada aos poucos ainda este ano . No futuro, a ideia é incluir a Embraer e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). “O turismo é uma atividade econômica espetacular e diferente das outras porque os recursos do turismo permeiam a mão da sociedade de uma forma rápida. A dificuldade é criar um modelo moderno que dê retorno para a cidade”, finaliza Cavali.

SITUAÇÃO

Flavio Pereira/Arquivo/Meon

Com o retorno dos voos comerciais em São José, em operação desde o dia 13 de julho, a expectativa é de que o aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf sirva como centro irradiador do turismo na região não somente para ‘exportar’ passageiros mas também para receber turistas. “Conversei com a TAM [companhia aérea que irá operar na cidade]. Eles têm um voo para Juazeiro do Norte, no Ceará. Já imaginou um turismo religioso entre Aparecida e Juazeiro do Norte?”, vislumbra o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sebastião Cavali. Para o secretário, é preciso pensar de forma coordenada as atividades ligadas ao turismo, como hotéis, restaurantes e empresas congêneres. “São José não é uma cidade de 700 mil habitantes, mas de dois milhões. Todas as cidades da região são integradas, mas o aeroporto é aqui. Estudos mostram que temos potencial de um milhão de passageiros por ano”, acredita. Outra aposta da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é a criação de um turismo tecnológico. Para movimentar o fim de semana na cidade, instituições e empresas voltadas para a Ciência e Tecnologia abririam suas portas para visitação.

São José dos Campos possui, atualmente, 45 hotéis e 30 pousadas, somando aproximadamente 7.400 leitos, incluindo os dos seus dois distritos, Eugênio de Melo e São Francisco Xavier.



PRA SABER O QUE ACONTECE EM SÃO JOSÉ, VÁ ATÉ A CÂMARA. OU TRAGA A CÂMARA ATÉ VOCÊ. Acompanhe as sessões da Câmara Municipal, toda terça e quinta, a partir das 17h30, na Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 – Vila Santa Luzia. Você também pode saber tudo o que acontece, ao vivo, sintonizando a TV Câmara nos canais 7 digital ou 29 analógico da NET. Ou do seu computador, tablet ou smartphone, acessando o site da Câmara: www.camarasjc.sp.gov.br .

www.camarasjc.sp.gov.br


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Arquitetura& Por Elaine Santos elaine.santos@meon.com.br

Interação com o verde... Uma ‘formula mágica’ para viver e morar bem na cidade ‘do futuro’


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Carol Tomba/Meon

Carol Tomba/Meon

José Roberto Damas Cintra tem um olhar experiente, futurista, mas que consegue ter a graça da nostalgia e a presença de uma alma urbana que não tem pretensão de esquecer a importância do respeito à integração com o meio ambiente. Com dezenas de obras residenciais e comerciais assinadas em São José dos Campos, o arquiteto e urbanista gosta de falar sobre o desenvolvimento da cidade onde ele, humildemente, deixa sua identidade. “Tenho a honra de participar do progresso dessa magnífica cidade desde 1969, quando tive a oportunidade de oferecer meu primeiro projeto como profissional”, diz. Na coluna Arquitetura& deste mês, três diferentes obras que têm em comum a irreverência e a integração com o verde. “A boa arte é aquela que faz bem aos sentidos. A boa arquitetura é a arte que envolve e acolhe o homem, criando uma sensação de aconchego e paz”.


A cidade nos deu asas para voar...

Casa Colonial Americana Amantes da natureza, o casal propôs a criação de uma moradia que envolvesse um jardim diferenciado e que interagisse com o interior da casa. O jardim conta com espelho d’água em formato irregular, simulando um córrego que, praticamente, entra na sala de estar. “Todo o estilo foi baseado num colonial americano com colunas brancas, majestosa porta de entrada e hall com pé direito duplo. A escadaria interna é peça importante na decoração, que é arremetida aos moldes clássicos”, diz.

Carol Tomba/Meon


... e voamos. Carol Tomba/Meon

Nós profissionais da área tecnológica estamos preparados para juntos voarmos mais alto! Carol Tomba/Meon

Jardim “O jardim, primorosamente cuidado, teve sua concepção inicial baseada na imitação da natureza. O riacho, em meandros, é adornado intensamente pela rica paisagem criada em suas margens, duplicada pelo efeito-reflexo em suas águas. O deck sobre a água, a pequena ponte curva, a prainha e as pedras submersas produzem integração com a obra, oferecendo a sensação de que estamos fora da área urbana”, conta o arquiteto.

A UNIVAP “O início da minha atuação junto a FVE (Fundação Vale Paraibana de Ensino) foi no campus da rua Paraibuna, ao projetar um conjunto de plantas com aspecto diferenciado do que existia. Serviu como modelo de edificação escolar – universitária –, progredindo para um modelo em estrutura pré-moldada em concreto armado, que se repetiria no campus da Urbanova (em maior número) e nos de Caçapava, de Jacareí e no Jardim Aquarius. Sua planta é ‘limpa’ e proporciona uma grande possibilidade e diversificação de layouts, partindo desde a compartimentação dos espaços das lajes em salas de aula até auditórios de grande capacidade”.

Parabéns São José! pelos seus 248 anos. Eng. Civil Carlos Vilhena Presidente


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Crônicas & Poesia A FLAUTA QUE ME ROUBARAM Por Cassiano Ricardo

Era em S. José dos Campos. E quando caía a ponte eu passava o Paraíba numa vagarosa balsa como se dançasse valsa. O horizonte estava perto. A manhã não era falsa como a da cidade grande. Tudo era um caminho aberto. Era em S. José dos Campos no tempo em que não havia comunismo nem fascismo pra nos tirarem o sono. Só havia pirilampos imitando o céu nos campos. Tudo parecia certo. O horizonte estava perto. Havia erros nos votos mas a soma estava certa. Deus escrevia direito por pequenas ruas tortas. A mesa era sempre lauta. Misto de sabiá e humano o vizinho acordava tranqüilo, tocando flauta. Era em S. José dos Campos. O horizonte estava perto. Tudo parecia certo admiravelmente certo.

Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos em 1895 e faleceu no Rio de Janeiro em 1974. Em São José dos Campos, Cassiano Ricardo dá nome para uma fundação cultural que se dedica a divulgar as mais diversas formas de arte


PODE COMPARAR, NENHUMA OUTRA RÁDIO TOCA TANTA MÚSICA COMO A ANTENA 1.



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