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Agosto de 2015 – Ano 1 – nº 6 – Distribuição gratuita
Publicitários da RMVale mostram como o momento de crise pode se revelar em grandes oportunidades
Nos EUA, as igrejas históricas mais antigas já fecharam. Eu procuro que isso não aconteça no meu tempo de pastor. Apesar do que construímos, não podemos nos apegar à estrutura Carlito Paes, pastor da Igreja da Cidade
pág. 14
ILHA EM FESTA
Capital Nacional da Vela, Ilhabela comemora 210 anos com uma beleza ímpar na rota nacional e internacional do turismo pág. 30
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São JoséMetrópole dos Campos, – Edição Julho 6de 2015 6 | Revista
metr pole magazine
EDITORIAL
Diretora Executiva
Regina Laranjeira Baumann
Editor-Chefe
Fábio Figueira
Revisão
Kelma Jucá
Comercial
Fabiana Domingos
João Pedro Teles Moisés Rosa
Repórteres
Rodrigo Ribeiro Thiago Fadini
O momento criativo Enquanto os economistas retratam a crise econômica que escassa o Brasil, projetando meses de recessão, aflora a criatividade dos publicitários. Se uma crise nunca é igual a outra, o triunfo do marketing está fundamentado na estratégia desta nova realidade, visando sobreviver à retração e prosperar pelas ações estrategicamente desenvolvidas. Não é incomum empresas afirmarem que não foram atingidas pela crise. Mas, para aquelas que estão no olho do furacão, não restam dúvidas: quem divulga mais, vende mais, porque através da divulgação os consumidores tomam conhecimento sobre a existência da empresa e passam a desejar adquirir seus produtos e serviços. Esta é uma unanimidade que coloca o profissional de marketing em evidência nos momentos em que o recuo do consumidor desperta no empresário a rápida reação de buscar alternativas que permitam continuar navegando à espera de águas tranquilas. Refletindo a própria essência da atividade, o mercado publicitário se movimenta e se reinventa, ciente da responsabilidade de criar marcas fortes, diferenciar e destacar produtos e serviços. Isso irá gerar mais vendas e consequentemente mais empregos e crescimento econômico.
Regina Laranjeira Baumann
Diagramação e Arte
Camilo Alvarez Netto
Colunista
Elaine Santos Ainara Manrique Carol Tomba Filipe Manoukian
Colaboradores
Flávio Pereira Idelter Xavier Pedro Ivo Prates Rogério Marques
Arte
Gabriel Gaia
Mídias Sociais
Lucas Henrique
Metrópole Magazine Avenida São João, 2.375 –Sala 2.010 Jardim das Colinas –São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br
A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação Tiragem: 15 mil exemplares
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São José dos Campos, Agosto de 2015 | 7
Sumário
Minha mãe não sabia. Aí, um dia cheguei com uma autorização para ela assinar. Foi quando descobriu que eu estava no rúgbi Edna Santini, medalha de bronze no Pan de Toronto
pág. 52
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14
COMPORTAMENTO
ENTREVISTA
Qual o perigo do uso abusivo da bebida alcoólica pelos jovens? A Metrópole Magazine abre o debate e traz números sobre o tema
Líder da maior comunidade evangélica do Vale do Paraíba, o pastor Carlito Paes fala sobre a Igreja da Cidade (antiga PIB) e seu projeto de expansão
HOMENAGEM A ELES
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Nos mês “deles”, nossa reportagem traz histórias de pais que realmente “vestem a camisa” e têm atitudes que emocionam
Um novo mercado?
CELEBRAÇÃO Um dos principais paraísos do Litoral Norte está em festa. Com exuberância ímpar, Ilhabela celebra 210 anos na rota nacional e internacional do turismo
34
A arte de criar
Crise? Saiba como a publicidade e a criatividade podem ser aliadas em um momento de instabilidade econômica. A Metrópole Magazine convidou publicitários consagrados da região que confirmam: são nos momentos de crise que surgem as melhores oportunidades!
8 10 12 17 e 23 42
Espaço do Leitor Aconteceu& Frases& Artigo& Cultura&
48 58 60 62 66
RESPONSABILIDADE NA WEB Quem nunca compartilhou, visualizou ou recebeu alguma informação nas redes sociais? Muitas vezes é preciso cuidado e responsabilidade na hora de repassar qualquer mensagem: em alguns casos, você pode acabar disseminando histórias falsas ou notícias equivocadas
44
Veículos& Chef em Casa& Social& Arquitetura& Crônicas&Poesia
8 | Revista Metrópole – Edição 6
Espaço do Leitor Edição 5 – Julho de 2015 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
QR CODE
Para dar mais dinamismo e interatividade entre Metrópole Magazine e Portal Meon, esta edição possui uma série de QR Code em que, por meio do celular, você, leitor, é direcionado para o Meon, seja para uma versão online ou o complemento das reportagens. O QR Code é um código de barras em 2D que é escaneado pela câmera fotográfica dos aparelhos celulares. Para que esse código possa ser lido é necessário que o usuário baixe um software de leitura. Esses aplicativos podem
ser baixados gratuitamente. No iPhone, basta acessar a App Store e buscar pelo aplicativo Qrafter. No sistema Android, o software QR Droid está disponível no Android Market. A leitura de um QR Code é rápida e simples. Depois de instalado o aplicativo, posicione a câmera digital sobre o código para que ele seja escaneado. A partir daí, o aplicativo irá redirecioná-lo imediatamente para o link que está no código.
Linda homenagem Fantástica a edição de aniversário de São José dos Campos da Metrópole Magazine. Parabéns a todos que participaram da edição, que teve bons textos e trouxe histórias lindas desta cidade que eu amo. Cristiane Rodrigues
Revista Olá! Conheci a revista Metrópole Magazine e gostei muito. Achei ótima a edição de aniversário de São José dos Campos. Parabéns. Marcelo Kajiura
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PRA SABER O QUE ACONTECE EM SÃO JOSÉ, VÁ ATÉ A CÂMARA. OU TRAGA A CÂMARA ATÉ VOCÊ. Acompanhe as sessões da Câmara Municipal, toda terça e quinta, a partir das 17h30, na Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 – Vila Santa Luzia. Você também pode saber tudo o que acontece, ao vivo, sintonizando a TV Câmara nos canais 7 digital ou 29 analógico da NET. Ou do seu computador, tablet ou smartphone, acessando o site da Câmara: www.camarasjc.sp.gov.br .
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10 | Revista Metrópole – Edição 6
Aconteceu& Deputados da região defendem votos sobre redução da maioridade penal A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 2 de julho, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Os dois deputados federais que representam a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) no Congresso Nacional, Eduardo Cury (PSDB) e Flavinho (PSB), utilizaram as redes sociais para defenderem seus votos sobre o polêmico projeto que reduz a maioridade penal. “Votei a favor da redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e
O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do Vale do Paraíba e Litoral Norte apresentou melhora entre 2000 e 2010. Os dados são do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e foram divulgados no dia 1º de julho. O estudo avalia dimensões de natureza econômica, escolar e social. No quesito de distribuição de renda per capita, o índice aumentou de R$ 759,40 para R$ 933,37, em dez anos. Os casos de extremamente pobres caíram de 3,3% para 1,4%. O percentual de pobreza também teve redução; em 2010, 12,03% da população era pobre, e, em 2010, o índice declinou para 5,67%, ou seja, caiu pela metade. De acordo com o estudo, a região apresenta IDHM de ‘alto desenvolvimento humano’, com 0,781 − a faixa vai de 0,700 a 0,799. A região ocupa o 5º lugar no ranking das regiões metropolitanas do país.
outros), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte”, escreveu Cury em sua página do Facebook. O deputado Flavinho também usou de sua página no Facebook para esclarecer o voto. “Votei contra o texto substitutivo por estar convicto de que este não é o caminho para resolver, de fato, o problema da criminalidade em nosso país. A grande mídia inflamada por parlamentares de uma bancada formada por delegados, evangélicos e ex-militares acabaram fomentando na população ódio, desejo de vingança e uma sede de justiça insaciável, porém, de forma irresponsável o fizeram contra as pessoas erradas de forma covarde e mentirosa”, escreveu.
Divulgação/Assessoria
Adenir Britto/PMSJC
Pobreza na RMVale cai pela metade, aponta pesquisa do Pnud
Divulgação/PMCJ
Morre idoso que foi socorrido por Geraldo Alckmin José de Oliveira, conhecido como “Zé Macaco”, de 81 anos, morreu na noite do dia 22 de julho, em Taubaté. O idoso passou mal durante evento onde era o homenageado da cerimônia de inauguração de um centro equestre, na Vila Abernéssia, em Campos do Jordão. Ele teve uma parada cardíaca e caiu no palco. O idoso estava ao lado do governador Geraldo Alckmin, que realizou os primeiros socorros no local. A morte ocorreu em decorrência das lesões sofridas pelo ataque cardíaco.
Arquivo/Fazenda Esperança
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 11
Freira é morta a facadas na Fazenda Esperança em Guaratinguetá Dor e comoção marcaram a morte da freira Odete Franciscana, de 65 anos, que foi morta após ser esfaqueada durante um assalto, na manhã do dia 24 de julho, na Fazenda Esperança, um centro de reabilitação, em Guaratinguetá. De acordo com a polícia, por volta das 5h30, um criminoso invadiu o local e iniciou um assalto a uma casa dentro da fazenda onde a vítima vivia com outras duas freiras. Irmã Odete Franciscana trabalhava voluntariamente há seis anos na Fazenda, com foco na catequese e acompanhamento espiritual para jovens. Um homem foi preso pelo crime.
Com faixa de 67 metros, Meon parabeniza São José dos Campos Quem passou pela região do Jardim Colinas, do dia 24 de julho a 8 de agosto, com certeza reparou em uma grande faixa instalada no edifício Helbor Offices, localizado na avenida São João. Com 67 metros de altura e 3 metros de largura, o Grupo Meon de Comunicação fez uma homenagem aos 248 anos de São José dos Campos. O trabalho foi feito durante o dia 23 de julho e levou mais de oito horas para ser finalizado. Uma equipe especializada desceu o prédio -onde o Grupo Meon de Comunicação está instalado-, de rapel. Todo o trabalho foi registrado em vídeo pelo mídias sociais, Lucas Henrique. Veja no QR Code ao lado
A planta da General Motors, em São José dos Campos, vai ficar fora do plano da montadora para a produção de uma nova linha de veículos no país. No dia 28 de julho, a montadora anunciou que vai investir nos próximos anos R$ 6,5 bilhões para desenvolver uma linha com seis modelos de veículos Chevrolet. De acordo com a GM, os modelos vão ser produzidos em apenas duas fábricas: Gravataí (RS) e São Caetano (SP). A planta de São José não produzirá os modelos. Os investimentos serão em novas tecnologias, suporte, eficiência energética e testes. Os novos veículos estão sendo desenvolvidos por um time multinacional de engenheiros e designers, de acordo com a montadora. Os veículos começarão a ser produzidos em 2019.
Divulgação/GM
GM de São José fica fora de nova produção de veículos
12 | Revista Metrópole – Edição 6
Frases&
“
Eu fiz esse fechamento de vida, esse olhar pra trás, de tantas pessoas que passaram pelas minhas mãos. Fiz um apanhado de quantas pessoas eu pude transformar e torná-las felizes com o meu trabalho. E se eu posso fazer isso, se eu tenho essa ferramenta, esse é o maior retorno do meu trabalho. .
”
Cristina Cará, bailarina, sobre o lançamento do livro “Cristina Cará 30 anos de dança”
“
O PSDB tem feito uma oposição séria e responsável. Estamos trabalhando para o fortalecimento do partido e para apresentar um nome que represente os anseios da população.
”
Fernando Petiti (PSDB), vereador de São José dos Campos, falando sobre o trabalho tucano na cidade
“
Por ser minha primeira vez como presidente, o desafio é grande. Acredito que estou tendo o respeito dos vereadores e eles também têm contribuído com ideias e sugestões. Sabemos a dificuldade que é administrar uma Casa com dinheiro público.
”
Rodrigo Luis Silva, o “Digão” (PSDB), falando do desafio como presidente da Câmara de Taubaté
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 13
“
Acho que a força do projeto está se firmando na cidade. É um projeto confiável, duradouro, que é importante para o Brasil. O problema são times que se montam e acabam em um ano. A equipe é forte, competitiva. Acredito que nosso time tem grande chance de brigar por títulos. .
”
Lucarelli, ponteiro da seleção e do Vôlei Taubaté/São Paulo FC, sobre a temporada 2015/2016
“
As 32 primeiras-damas e presidentes de Fundos Municipais da região de São José dos Campos apresentaram os projetos realizados em parceria com o Fundo Social. Escola de Moda, Escola de Beleza, Escola de Construção Civil, Padaria Artesanal, Horta Educativa, Praça de Exercícios do Idoso e Geração de Renda. Até o momento, são mais de 3.700 convênios firmados com municípios e entidades, em funcionamento em todo o Estado.
”
Lu Alckmin, sobre encontro das primeiras-damas que aconteceu em Lorena
“
Acredito que o atual governo está cumprindo com as metas estabelecidas, porém sabemos as dificuldades que existem para a realização de alguns projetos. O cenário para 2016 será de grande disputa. A população está cada vez mais atenta e buscando informações nos meios de comunicação, principalmente na internet. É importante que cada um conheça bem o seu candidato.
”
Antonele Marmo (PT), vereador de Jacareí, sobre a expectativa para as Eleições 2016
14 | Revista Metrópole – Edição 6
ENTREVISTA
A fé arrojada de Carlito Paes Comandante de uma “locomotiva” evangélica, o pastor arrasta mais de 13 mil fiéis para a Igreja da Cidade (antiga PIB), complexo religioso com 205 mil metros quadrados
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 15
João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
“
Em 1999, Deus me deu a visão da Colina”. É assim que Carlito Paes, o pastor de cabelos um tanto desalinhados e óculos de traços finos que desaparecem no rosto largo, começa a explicar a razão pela qual coordenou a construção do campus Colina, área de 205 mil metros quadrados às margens da via Dutra que serve como suntuosa sede da Igreja da Cidade (antiga Primeira Igreja Batista), de São José dos Campos. Com 45 anos, casado e com quatro filhos, o pastor parece saído de uma agência de marketing. Veste um blazer escuro por cima de uma camisa básica preta. Calça jeans e tênis despojado – de cadarços impecavelmente brancos –
completam um figurino sem adornos. Carlito é botafoguense, nascido na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro. Bacharel e mestre em Teologia, chegou a São José dos Campos em 1997. À época, encontrou uma igreja tradicional, situada em um prédio de 1982, no centro da cidade e com 620 membros. As práticas “voltadas para dentro” da igreja incomodavam o pastor, adepto a ações de maior envolvimento com a sociedade. “Tínhamos uma boa igreja para uma ótima cidade. Precisávamos de uma ótima igreja para uma ótima cidade”, comenta. Para chegar aos mais de 13 mil membros que a igreja possui atualmente, Carlito encabeçou um plano de expansão ambicioso que teve como um de seus principais pilares o “Auto de Páscoa”. O espetáculo teatral, que em 2015 atraiu 30 mil pessoas em cinco apresentações, hoje conta com aproximadamente mil voluntários envolvidos na produção. Em agosto de 2001 foi a hora de ocupar um prédio maior, na avenida Engenheiro Francisco José Longo. A essa altura já eram mil membros que frequentavam a igreja. Foi neste período que a então PIB se expandiu. Em pouco tempo, o espaço foi se tornando pequeno. Em 2003, o campus Colina começou a virar realidade. O terreno foi adquirido por R$ 10 milhões – valor dividido em nove anos e quitado no ano passado.
O complexo tem de tudo um pouco. Baseado na experiência de igrejas norte-americanas, que ofereciam não somente espaço de oração, mas também locais para a prática esportiva, estudo, alimentação e diversão, a Colina foi se estabelecendo como uma espécie de pequena cidade. Em 2013, por meio de uma parceria com empresários, a igreja iniciou a construção do Colégio Inspire, que possui quatro mil metros quadrados de área construída, 60 professores, 28 turmas e 560 alunos. Com uma proposta bilíngue, a escola abrange estudantes que vão do primeiro ano do Ensino Fundamental ao segundo ano do Ensino Médio. O pequeno “império” religioso da Igreja da Cidade ainda conta com uma estação de rádio, a Rádio Cidade, uma editora, uma livraria, departamento comercial e grife de roupa jovem. A Igreja da Cidade também dispõe de um complexo poliesportivo de 22 mil metros quadrados que oferece gratuitamente 30 modalidades esportivas. Hoje, atende a 1.500 jovens e é aberto ao público. Além disso, a igreja é mantenedora da ABAP (Associação Beneficente de Ajuda ao Próximo) que atua com 18 programas sociais e serve a 2.500 famílias por mês. “Já estamos em fase de construção do maior auditório da cidade, com 6 mil lugares, área de 5.400 metros quadrados. Será um local para abrigar cultos e todos os eventos, da Páscoa ao Natal. Vamos ter um teatro enorme, coxia de orquestra e acústica. A ideia é ser um lugar para servir mesmo a comunidade”, explica.
Para não acomodar O ritmo vertiginoso com o qual a igreja vem crescendo nos últimos anos é reflexo de uma máxima que Carlito cita repetidas vezes durante a entrevista: a fé não pode ser fossilizada.
16 | Revista Metrópole – Edição 6
Campus Colina tem área de 205 mil metros quadrados às margens da via Dutra
Política Se Carlito dispensa a maior parte de sua energia ao crescimento daquilo que, há 16 anos, vislumbrou-se como um anúncio divino, o mesmo não acontece quando o assunto é envolvimento político. “Não tenho nenhuma pretensão política. Já são 18 anos construindo um projeto de longo prazo e de vez em quando as pessoas ainda pensam nisso. Eu não preciso de um mandato de quatro anos se já tenho um chamado para a vida. A política é partidária e eu sou pastor de todos. Se eu me candidato, assumo um partido. E eu não tenho um partido só, sou de todos”, diz. Outro assunto que incomoda é o conceito de bancada religiosa. Apesar de advogar que o Estado é laico, mas não é ateu, o pastor é categórico na questão dos limites para os parlamentares que representam os interesses religiosos. “Não deve haver bancada evangélica, bancada católica, ou de qualquer grupo. Ninguém está ali pago por um segmento. Está pago pelo recolhimento dos impostos de todos”. Quando o assunto inclina-se para a política, Carlito não fica em cima do muro. Mesmo sem ser questionado, adianta-se para expressar sua opinião sobre a polêmica do impeachmet da presidente Dilma Rousseff.
“Eu tenho repensado essa questão. Eu entendo que quem foi eleito deve cumprir o seu mandato, afinal, estamos em uma democracia. Porém, pelo que se mostra estamos próximos de provar que a campanha da presidente contou com o dinheiro de corrupção. Dessa forma, funciona mais ou menos como nas Olimpíadas. Se o atleta ganha a medalha e se descobre que ele estava dopado, ele fica com a medalha ou não?”.
Intolerância Em um ano recheado de casos de violência envolvendo intolerância religiosa e homossexual, o pastor não titubeia para defender a liberdade de pensamento. E se vale da clássica frase de Voltaire. “Voltaire era ateu, mas ficou famoso por dizer que ‘Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las’. Aceitar não é concordar. Eu tenho que aceitar todo mundo. Do mais intransigente ao mais liberal. Agora, o estado de direito tem que garantir o direito de ser contrário. Não preciso aceitar o jeito que você vive para que eu possa conviver com você. Não temos opção, ser cristão é amar e aceitar, não concordar”, diz.•
Fotos: Rogério Marques/Meon
“A religião é movimento e não monumento. Nos Estados Unidos, as igrejas históricas mais antigas já fecharam ou enfrentam uma debandada de fiéis. E eu procuro que isso não aconteça no meu tempo de pastor. Apesar do que construímos, não podemos nos apegar à estrutura”, diz. Como prova do “desapego”, Carlito cita as próprias mudanças de nome pelas quais a igreja passou nos últimos anos. “Mudamos de nome quatro vezes. Já fomos Igreja Baptista de São José dos Campos, depois viramos Igreja Baptista da Praça Kennedy. Em 1982, adotamos o nome PIB e, agora, Igreja da Cidade. Não temos medo da mudança, mas sim de ficarmos parados no tempo”. A troca mais recente de nome teve como finalidade padronizar a nomenclatura de toda a rede que a Igreja da Cidade possui na região. Ao todo, são nove localidades: Caçapava, Guaratinguetá, Jambeiro, Jacareí, Paraibuna, Pindamonhangaba, São Bento, São Paulo e Taubaté. Todas elas já haviam aderido à nomenclatura. “E aqui, no Cone Leste Paulista, nós vamos implantar mais 40 igrejas nos próximos dois anos. Isso é uma coisa estabelecida que a gente quer alcançar futuramente. Outra meta é ampliar a escola para o ensino universitário”.
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 17
Artigo&
Educação: caos e renascimento
E
nquanto a educação foi para poucos, deu-se conta dela, no Brasil. Quando o imperativo de educar democraticamente se coloca, a escola, a sociedade e a família não sabem o que fazer. A família parece abster-se de educar seus filhos e parece querer delegar isso à escola. Escola e professores criticam, idealizam, fogem: ensinar não é educar. Ensino e educação brigam. Verdades, saberes e sabedorias. A circulação disso depende de escolhas, de ideais, de valores. Mas, enquanto o dinheiro, a política, os poderes e as ideologias divergem, se instauram e disputam espaços, crianças, jovens e velhos estão, grandemente, à mingua de atenção. Educar, num tempo de diversidade e para a diversidade, é muito difícil. Como demover o aluno, como acolher seus saberes e sua humanidade decomposta? Os problemas sociais existem, não podem ser calados, não podem ser subsumidos nas imposições hegemônicas e antidemocráticas. As tecnologias competem a atenção dos educandos, o prazer que não pode cessar, o consumo que não pode cessar: um profundo hedonismo de ignorância, uma inconsequência dos
professores, que não querem cuidar, uma inconsequência dos alunos, que pensam que nada, ou tudo, “não dá nada para nós!”, uma inconsequência dos pais, permissivos, ausentes, despreparados, uma inconsequência das instituições, interesseiras e vazias, uma inconsequência dos poderes constituídos, levianos e sovinas, uma inconsequência da sociedade, cega e acusadora. Insensível, esse conjunto de coisas derrota a todos, mais que as estatísticas, mais que a incompetência, mais que a ignorância. Todos parecem estar num estado de torpeza e letargia e se vendem a ideologias de números e de discursos derrotistas. Um estado de histeria toma conta de todos. A ausência de contato com a realidade nas escolas, nas famílias, nos governos e na sociedade impera patrocinada por uma indústria cultural abaixo do medíocre, e tacanha, cujo capitanear dos meios de comunicação de massa apenas corrobora as diversas deformações da realidade. O antídoto para a histeria parece ser a história. Historicizar-nos e não nos ficcionarmos, nas diversas maneiras de nos ficcionarmos que empreendemos. O ter-se em alta conta, os direitos maiores que os deveres, a tirania
da infância e da adolescência e da juventude, de novo o hedonismo, a ausência de humildade, de um lado, e o não olhar de amor humano, do outro, além da falta de preparo, da preguiça, do não dar conta da especificidade dos conteúdos. Salários baixos, humilhação. Valores morais inexistentes, excesso de doutrinação religiosa de diversos dogmatismos, desvalor político, crenças pouco claras, ineficiências, ausência de pragmatismo, de utilidade, de finalidade social e humanística, tecnicismo vazio, descasos. Busquemos: a honestidade, a inteireza, a prontidão, a gentileza, o respeito, as ideologias e as ideias, o aprendizado de nos aprendermos. Que nos olhemos, sem histeria, sem desprezo, com um olhar de amor humano, com vontade de trabalho.
Luzimar Goulart Gouvêa é Professor Mestre, especialista em Língua Portuguesa, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Taubaté e professor de Comunicação e Expressão da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Bragança Paulista. Autor dos livros: Monteiro Lobato e Mazzaropi e o imaginário caipira, A poesia usina e Poemas vagabundos.
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NOTÍCIAS SAÚDE
Beber não é cool
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Socialmente aceita, a bebida alcoólica mata um jovem a cada 36 horas no país; o consumo por adolescentes é ainda mais perigoso e pode levar à dependência no futuro
Da Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A
ntônio de Pádua Vieira da Costa, codinome Luís Antonio, não imaginava que seu samba bem-humorado da década de 1970, que estourou na voz de Elizeth Cardoso, seria um retrato às avessas do Brasil quase 50 anos depois. Os versos “Eu bebo sim e estou vivendo”, que ela cantava, mudaram para “eu bebo sim e estou morrendo”. A canção é um símbolo singelo da visão amistosa do brasileiro para com a bebida e que, nos últimos anos, também evoluiu para uma relação perigosa, sobretudo para os jovens.
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A morte do universitário Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, em fevereiro passado em uma festa em Bauru, após a ingestão de mais de 20 doses de vodca, não é uma situação tão incomum no Brasil. Dados do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, de 2012, o último em escala nacional a mapear o consumo de bebidas e suas consequências, mostram que a cada 36 horas um jovem brasileiro morre de intoxicação aguda por álcool ou de outra complicação decorrente do consumo exagerado de bebida alcoólica. Ou seja, beber muito e rápido passou de exceção para regra entre jovens. E esses jovens estão, cada vez mais, começando a beber antes mesmo dos 15 anos. Pesquisa mais recente, de maio deste ano, mostra que a rápida absorção de grandes quantidades de álcool, também conhecida como “binge drinking”, tem aumentado entre os jovens ocidentais, a ponto de se tornar um fenômeno preocupante, de acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o estudo, a proporção de jovens que já beberam grandes quantidades de álcool aos 15 anos chega a 43%.
Rebeldia É o caso de B.A., de 16 anos. A jovem, que mora em Caraguatatuba, conta com ar despreocupado que ao menos três vezes já apagou completamente após beber muito em festas com amigos. “Que eu me lembre, foram três vezes (risos). Não lembro absolutamente nada do que fiz, só sei que acordei no dia seguinte. Nem flashes tenho”. Nas meninas, o dano biológico que o álcool produz é ainda mais devastador, já que elas têm padrão enzimático de absorção do álcool mais efetivo e rápido, porque possuem relativamente mais gordura e menos água no organismo, explica a enfermeira Izabel Eliza Sbruzze Magalhães, do CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) de São José. “O álcool tem afinidade por células gordurosas, e as mulheres, em sua composição física, têm mais gordura no corpo que os homens. Isso também acontece com adolescentes, ou seja, uma jovem sofre os efeitos do álcool mais rápido com menor quantidade de substância ingerida”, pontua a enfermeira. G.A., irmã um ano mais velha de B.A, fez cara de reprovação durante a conversa que elas tiveram com a Metrópole Magazine. “Ela fica insu-
portável quando bebe. Falo para ela que isso pode matar”. A opinião da irmã é compartilhada pelos pais, que inclusive estão obrigando a filha mais nova a frequentar um psicólogo. Eles preferiram não se expor e pediram que as identidades das filhas também fossem preservadas. Porém, admitem: ficam com o coração na mão quando a filha vai à escola, às aulas de inglês, ao cinema ou a qualquer outro lugar. “Prender em casa não adianta”, disse G.A. “Eu não bebo nada, meus pais também não, no máximo ele (meu pai) bebe uma cerveja no domingo. Ninguém entende quais as frustrações da B.”, completou. “No geral, o adolescente, rotulado de rebelde, é facilmente influenciado pelos amigos e atraído pelo perigo. Mas, apesar de os jovens parecerem hostis e de estarem realmente lutando pela própria independência, eles também precisam de apoio, envolvimento e, acima de tudo, de orientação familiar”, explica Izabel. Para ela, as mudanças no corpo e a questão emocional podem colaborar para a fuga em direção às bebidas. “A adolescência é um período estressante e confuso, caracterizado por alterações de humor e por sentimentos de insegurança. O adolescente está lu-
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tando para descobrir quem ele é. Não à toa, é nesse período em que muitos jovens experimentam álcool, cigarro e drogas”, completa.
O álcool e outras drogas
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Uma das evidências mais consistentes na literatura médica é que o uso de álcool ou do cigarro antes dos 16, 17 anos aumenta muito o risco de o jovem partir para outras drogas. “O adolescente que bebe tem maior chance de se envolver com outras drogas, pois ao ingerir álcool, ele tem sua crítica rebaixada e fica mais disponível à experimentação de outras substâncias”, afirmou Izabel. À Metrópole Magazine, B.A. afirmou que não utilizou outras drogas, mas que já fumou cigarros algumas vezes. Questionada sobre por que
bebe, foi vaga: “Talvez para esquecer dos problemas”. “O álcool é uma substância barata, de fácil acesso e livre para o consumo. Existe uma série de critérios para a realização do diagnóstico de dependência, mas com apenas dois sintomas presentes podemos diagnosticar a dependência química. São eles: a compulsão pelo consumo e o uso da substância para aliviar o que está sentindo”, afirmou Izabel. B.A. garante que consegue ficar sem beber. “Não sou viciada”, resumiu. De fato, a dependência do álcool leva anos para se estabelecer. Na medicina, porém, há estudos que mostram que a exposição precoce à bebida alcoólica na adolescência aumenta muito a probabilidade de a pessoa se tornar dependente. “Temos muita dificuldade para
afirmar que o alcoolismo pode começar na adolescência, mas uma combinação de fatores comuns podem contribuir para que o uso nocivo se estabeleça e, posteriormente, a dependência química”, explicou Izabel. “Um indivíduo desenvolve a dependência depois de experimentar, fazer uso recreativo, uso nocivo e, por fim, vem a dependência”. Antes de terminar a entrevista, G.A. e B.A. voltam a trocar acusações e escárnios. Em tom de brincadeira, a mais nova chama a mais velha de “careta” e “quadrada”. G.A. devolve: “Pelo menos eu sei com quantos meninos eu já fiquei e não sou zoada na escola”.
O que fazer? Em artigo, um dos médicos mais conhecidos do país, Drauzio Varella,
Runzelkorn / Shutterstock
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Três perguntas sobre o álcool
destaca a legislação nacional como um dos facilitadores para o elevado número de jovens com problemas com o alcoolismo. “Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo –, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo”, escreveu ele. No mesmo texto, ele cita o exemplo dos Estados Unidos da América. Lá, a idade mínima que a pessoa precisa ter para comprar bebida alcoólica é 21 anos, pois se chegou à conclusão
de que o consumo precoce de álcool, além de aumentar o risco de acidentes, facilita o uso de outras drogas. E a lei não ficou só no papel nos EUA. Seu cumprimento passou a ser rigorosamente acompanhado por fiscais que controlam a venda de bebida para menores. Mais importante, contudo, é o ambiente doméstico. “A família tem fator primordial na educação dos filhos, sendo prioritário o exemplo positivo. Famílias disfuncionais e permissivas favorecem a iniciação ao consumo”, afirmou Izabel. O médico Drauzio Varella, em seu texto, conclui: “Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa”.
O alcoolismo e o beber muito em pouco tempo têm efeitos diferentes no corpo? O álcool é uma substância tóxica que, quando ingerida em grande quantidade, afeta a atividade das células. No alcoolismo, a ingestão ocorre de forma espaçada, o que compromete as funções das células, mas não as destrói. No consumo nocivo, a dose é tão grande e absorvida em tão pouco tempo que pode destruir células, comprometendo funções básicas como a respiração. As consequências são diferentes para a mulher? O corpo da mulher não tem a mesma tolerância no geral. Ela tolera 60% do volume que o homem suporta. Isso acontece porque o corpo feminino tem menor capacidade de metabolizar o álcool e menos água em sua composição. Dessa forma, a concentração de álcool dentro das artérias e veias é maior do que no homem e as consequências são mais severas. O que é coma alcoólico? O coma é uma situação neurológica em que a pessoa perde a capacidade de interagir com o ambiente. Acontece quando alguém não responde mais a estímulos auditivos. Ele pode ser causado por vários motivos, entre eles a ingestão excessiva de álcool. Há quatros estágios de coma. No terceiro e no quarto, a concentração dentro das células é tão alta que algumas morrem. A insuficiência respiratória é uma das causas comuns de morte.
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Nada cool A gíria em inglês, que reflete algo que não é legal, está estampada no rosto dos adolescentes que sentem vergonha tanto por ultrapassar os limites na ingestão de bebida alcoólica, quanto por falar no assunto. Receiam ser identificados pelos colegas, mas ruborizam-se quando alguém lhes aponta algo que aconteceu e não foi legal. O menor T.L.B., de 14 anos, afirma que cada um tem o direito de ingerir o que quiser, mas acha que deveria ter mais orientação aos menores, sobre o mal que a bebida faz. Uma menor, que não quer ser identificada, diz que os ado-
lescentes não contam aos pais sobre momentos em que ultrapassaram os limites porque têm medo da reação deles, sendo que em alguns casos eles perdem a cabeça e até batem nos filhos. Quando indagados sobre o que pensam de uma menina ou menino alcoolizados em uma festa, os jovens desconversam, aparentemente por que seus amigos podem identificar sua resposta. Dizem que, até certo limite, os alcoolizados são engraçados, mas quando ultrapassam, ou fazem alguma bobagem ou entram na bad, que significa ficar deprimido. Os meninos costumam ficar calados, sozinhos e as meninas
quase sempre choram. Aqueles que já ultrapassaram essa fase, pensam que não vale a pena beber. É o caso de Raphael Barros, 20 anos. Ele diz que muitas vezes os adolescentes bebem por que querem ser aceitos. Ingerem bebida alcoólica para ficarem menos tímidos e aí parece que “tudo dá certo”. Entretanto, diz, isso não é legal. Cada um tem que se sentir bem como é e não tentar se esconder atrás da bebida, fugindo da realidade e completa: “Eu gosto de treinar e, quando bebo em um dia da semana, prejudico o treino da semana toda. E isso realmente não vale a pena”.•
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Artigo& Por Regina Laranjeira Baumann
Os contratos devem ser cumpridos, mas podem ser revistos
O
princípio da pact sunt servanda, que significa que os contratos devem ser cumpridos, rege as relações contratuais no Brasil e no mundo. Este princípio da força obrigatória dos contratos está fundamento na regra de que o contrato é lei entre as partes quando celebrado com observância de todos os pressupostos e requisitos, cuja obrigatoriedade foi embasada através das mais diversas teorias. É certo, porém, que a concepção tradicional do contrato tem como base a vontade humana, na liberdade individual do homem em se obrigar e que, por isso, deve cumprir o que combinou. Entretanto, este paradigma tem sido questionado atualmente, em razão da aplicação do princípio da socialidade e da função social dos contratos que privilegia o interesse social em detrimento da pura autonomia da vontade. Se é de simples entendimento o princípio da exceptio non adimpleti contractus (exceção de contrato não cumprido, que define para qualquer uma das partes contratantes o direito de suspender a execução do contrato em face do inadimplemento da outra), importante observar que quando se
trata de contrato de execução futura, podem ocorrer que fatos sobre os quais o contrato foi construído se modifiquem com o tempo, gerando a onerosidade excessiva para uma das partes. Por consequência, esta modificação causará injustiça, surgindo daí o questionamento sobre a possibilidade de se alterar o que foi pactuado. Orlando Gomes, respeitado civilista, vinculado à regra da obrigatoriedade contratual, afirma que os contratos podem ser revistos se a alteração das circunstâncias for de tal ordem que a excessiva onerosidade da prestação não possa ser prevista. Isto porque as modificações normais do estado de fato existente ao tempo da formação do contrato devem ser previstas, pois constituem uma das razões que movem o indivíduo a contratar, garantindo-se contra as variações que trariam insegurança às suas relações jurídicas. Assim, se a agravação da responsabilidade econômica, mesmo que traga a um dos contratantes maior onerosidade, mas que podia ser razoavelmente prevista, não há que pretender a resolução do contrato ou a alteração de seu conteúdo. Nesses casos o princí-
pio da força obrigatória dos contratos conserva-se intacto. A denominada teoria da imprevisão impõe elementos para que a parte prejudicada possa requerer a revisão do contrato, como, por exemplo, que o contrato seja de execução futura, pois só assim existirá margem para a alteração de seu substrato; que haja a alteração das condições ambientes entre a celebração e a execução do contrato; a alteração deve ser imprevisível; e que advenha a onerosidade excessiva para uma das partes. Somente o judiciário poderá fazer essa revisão e os efeitos operam-se ex nunc, ou seja, passam a surtir a partir do momento em que ela é realizada. As prestações já adimplidas são intocáveis. Mas é de fundamental importância a observação de que os elementos subjetivos não podem ser invocados para justificar a revisão das obrigações, não se admitindo que fatos como o desemprego ou acidentes, por exemplo, possam interferir nas relações negociais, pois, ao se permitir que o contrato seja revisto em função do desemprego de uma das partes seria o mesmo que decretar o fim da imperatividade das obrigações, anarquizando o sentido da norma.
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Fotos: Rogério Marques/Meon
NOTÍCIAS REGIÃO
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Sonho lindo
O papai da grande família e o papai super-herói; neste mês, a Metrópole Magazine conta a história de dois pais reais, com suas aflições, felicidades, frustrações e, acima de tudo, recompensas
Samuel Alves Pereira e a mulher Liamar; no quadro os filhos do casal
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Filipe Manoukian SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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professor universitário Samuel Alves Pereira, 63 anos, e o metalúrgico Moacir Aparecido Fernandes, 44 anos, não se conhecem e tocam suas vidas de maneiras bem distintas. Mesmo assim, eles compartilham “um sonho lindo de morrer”, como escreveu Vinicius de Moraes em “O Filho Que Eu Quero Ter”, imortalizada na voz de Toquinho. Que sonho é esse? “Vejo um berço e nele eu me debruçar / Com o pranto a me correr / E assim, chorando, acalentar / O filho que eu quero ter”. Conversar com Samuel e Moacir é ouvir, lá no fundo, uma das mais belas canções sobre paternidade do cancioneiro brasileiro. É se emocionar com o carinho presente em cada uma das palavras que eles usam para descrever a relação deles com os filhos. E quando eu digo filhos, Samuel trata logo de explicar que, para ele, plural representa mais que a simples soma de número, afinal, ele tem quase 40 filhos! Pai de quatro filhos, sendo dois biológicos e dois adotados, Samuel e sua mulher, Liamar, traduzem literalmente o significado da palavra abnegação. Há pouco mais de duas décadas, os dois atuam como voluntários em associações que ajudam famílias vulneráveis e mães que muitas vezes não podem criar seus filhos. Por meio desse trabalho, eles já criaram no apartamento deles, no coração da Vila Ema, em São José, 35 bebês, além dos quatro filhos. “Em alguns casos, o bebê chegou a ficar oito meses com a gente, até que o juiz definisse um lar (para adoção)”, conta Samuel. A transformação da casa em lar hospedeiro se deu há cerca de 25 anos,
quando Samuel e a mulher perderam uma filha por complicações na gravidez. À época, eles já eram pais de Paulo, hoje com 29 anos, e Pedro, que tem 27. “Sempre quisemos adotar, mas foi naquele momento que acabamos agindo mesmo. Então, adotamos a Sara (atualmente com 24 anos) e começamos a auxiliar uma entidade que cuidava de mães solteiras”, lembra Samuel.
Sempre quisemos adotar, mas foi naquele momento que acabamos agindo mesmo. Então, adotamos a Sara (atualmente com 24 anos) e começamos a auxiliar uma entidade que cuidava de mães solteiras Samuel Alves Pereira
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
De lá para cá, o casal adotou permanentemente Vitor, 17 anos, e mais de 30 bebês provisoriamente. A rotina, desde então, é quase sempre a mesma. Muito amor, muito carinho, muita paciência, afinal, qual é o bebê que dorme uma noite inteira sem acordar para mamar? O retorno, porém, não tem preço: o primeiro sorriso, a primeira gargalhada, os primeiros passos, as primeiras palavras. Para Samuel e Liamar, a paterni-
dade é mais do que o ciclo natural da vida. É o respiro que os mantêm vivos. Discreto, Samuel deixa os louros todos para a mulher quando questionado sobre a força de vontade que é necessária para cuidar de uma casa tão cheia. “Ela é 100% dedicada. É um exemplo”, diz. O papai Samuel, no entanto, também tem seus méritos. A começar pela própria memória, a qual honra com todas as forças. A avó de Samuel, Luiza, ou simplesmente dona Nega, como era conhecida, era a tia mais famosa das fazendas do Mato Grosso há 50 anos. “A casa dela era sempre cheia de gente, cheia de crianças. Ela tomava conta de muitos filhos dos vizinhos”, lembra Samuel. A herança genética de amor e altruísmo passou para o pai de Samuel, Moisés. “Ele também. Era fazendeiro e vivia cuidando dos filhos dos outros”. Hoje, o papai da verdadeira grande família de São José já é avô. E o novo ofício o enche de orgulho. “Minha netinha biológica é a Luna, de 7 anos. Mas muitas das crianças que já passaram pela nossa casa me chamam de avô”, fala Samuel, com um sorriso.
Super-herói Mais ao leste de São José, mora Moacir Aparecido Fernandes, 44 anos, no Jardim Nova Detroit. Antes mesmo que eu perguntasse, ele logo apresenta seus filhos: Maurício, 19, e Daniel, 3. Adapto o poetinha: “Vejo um berço e nele o Moacir a se debruçar, com o pranto a lhe correr e, assim, chorando, acalentar o filho que ele quis ter”. Daniel perdeu a mãe, vítima de um acidente dentro de casa, quando ainda tinha quatro meses. Desde então, Moacir é pai e mãe do pequeno Daniel. Ou melhor: Moacir é o super-herói preferido de Daniel.
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Moacir Aparecido com os filhos Maurício e Daniel
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O papai diz que não, logo apontando que, sozinho, a tarefa seria muito difícil. “Como preciso trabalhar, sempre precisei arrumar alguém para também ficar com ele. No começo, tentei arrumar creche e não consegui, as particulares eram muito caras, foi muito difícil. Ainda bem que temos vizinhos, amigos, parentes”. A verdade, contudo, é que sim. Moacir tem superpoderes. Por que, então, Daniel ficou aos prantos quando você, Moacir, o deixou na escola pela primeira vez, no ano passado? E quando você passou noites no hospital infantil com o Daniel, com aquela gripe que nunca sarava? Era você, ele e muitas outras mamães lá no hospital. Só mamães. Hoje, Daniel não chora mais para ficar na escolinha. A gripe que o
atormentou por dias também passou. Daniel, inclusive, já não precisa mais de fraldas, pois aprendeu com o pai a usar o vaso sanitário e é um menino forte, brincalhão e muito esperto. A melhor companhia dele? O papai. “No começo, foi bem difícil. O instinto paterno não é o mesmo que o materno. Fiquei muitas vezes perdido, sem saber aonde ir, o que fazer”, conta Moacir. O que ele fazia, então? “O instinto fala mais alto”, explica. Eu corrijo: os superpoderes falam, Moacir. “Vai ser um parceiro para a vida toda, não vai?”, pergunto para ele. “Já é”, responde Moacir, sem hesitar. E o pequeno Daniel sorri, mostrando o brinquedo para o tio. “É o ‘cojutador’”, diz ele, com o computador em forma de coruja na mão.•
Curiosidades sobre o Dia dos Pais Celebrado no segundo domingo de agosto, a comemoração tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Lá, um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu um cartão que desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai. Nos tempos modernos, em 1909, a garota Sonora Smart criou o Dia dos Pais para homenagear o pai, William Jackson Smart, veterano de guerra que perdeu a mulher e criou os seis filhos sozinhos. Em 1972, o presidente Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais no país. Aqui no Brasil, a festa chegou em 1953. A princípio, a celebração era no dia 16 de agosto, Dia de São Joaquim. Alguns países festejam o Dia dos Pais em 1º de maio. Na Itália, a data é comemorada no dia 19 de março, Dia de São José, considerado pai por excelência na tradição católica.
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NOTÍCIAS CIDADES
Rogério Marques/Meon
Ilhabela: um paraíso natural na rota do turismo
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ILHABELA
U
Rogério Marques/Meon
m santuário natural em nossa região. Beleza que encanta. Natureza preservada. Encanto que os turistas encontram ainda nas lendas de piratas e corsários, histórias sobre os engenhos de pinga que existiam no município até o final do século 19. Este destino turístico se consolidou pelos seus eventos náuticos, como a Semana Internacional de Vela de Ilhabela, maior evento de vela da América Latina. Turistas e moradores de Ilhabela convivem harmonicamente entre si enquanto desfrutam de 42 praias e de uma variedade surpreendente de cachoeiras − 365 ao todo, ou uma para cada dia do ano. Tanta exuberância já faz parte da rota nacional e internacional do turismo. Afastado da rotina saturada de grandes centros urbanos, o arquipélago que ganhou, em 2011, o status de capital
nacional da vela − oferece práticas esportivas, trilhas e visitas às cachoeiras como diferencial para fomentar o turismo. Nesta edição, a Metrópole Magazine presta homenagem à cidade, que completa em setembro os seus 210 anos, com uma reportagem especial sobre o desenvolvimento do município e os projetos para as próximas décadas. Importante ilha da costa brasileira com mais de 340 quilômetros quadrados de área, Ilhabela possui características peculiares, sendo uma das mais acidentadas paisagens da região litorânea. Fundada no dia 3 de setembro de 1805, é famosa como ponto de observação de pássaros, abrigando mais de 300 espécies de aves. Verdadeiro paraíso natural, é uma área tombada pela Unesco, com 85% de Mata Atlântica preservada.
ano, são cerca de 1,5 milhão. Segundo o secretário de Turismo, Harry Finger, muitas residências são de veraneio, o que reforça a vocação turística da ilha. “Somos uma cidade que vive do turismo. O que queremos é preservar essa identidade e proteger as nossas características”, destaca. Para incentivar ainda mais o turismo na cidade, Ilhabela vai investir quase R$ 1 milhão para custear os gastos da escola de samba Unidos de Vila Maria, na capital paulista, no Carnaval do próximo ano. Segundo a prefeitura, a destinação da verba servirá para promoção do município nos âmbitos nacional e internacional. A agremiação promete mostrar ao mundo o que de melhor possui a cidade com o tema: ‘A Vila famosa é mais bela, Ilhabela da fantasia’.
Turismo
Cruzeiros
Ilhabela é uma das cidades do Litoral Norte de São Paulo mais visitadas por turistas. Com pouco mais de 30 mil habitantes, a cidade chega a receber, no verão, cerca de 450 mil turistas. Por
Um levantamento realizado pela administração municipal aponta que cerca de 130 cruzeiros fazem escala na cidade, totalizando 270 mil passageiros por temporada. Durante Divulgação/PMI
Moisés Rosa
Praia do Bonete, uma das mais belas da Ilha
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Transporte
ciaria diretamente na mobilidade, na infraestrutura e estimularia o aumento da população. Somos uma ilha e isso será preservado, pois acarretaria na degradação do nosso meio ambiente”, afirma o secretário.
Alternativa Como uma alternativa para melhorar o transporte entre as praias, a prefeitura investiu R$ 4,4 milhões na aquisição de três embarcações para o transporte marítimo municipal. Batizado de “Aquabus”, o transporte fará viagens com paradas nos píeres da cidade, com capacidade para 60 pessoas, sistema de ar-condicionado, TVs de tela plana,
Divulgação/Secretaria do Meio Ambiente
Preocupada com a alta demanda de turistas, a prefeitura afirma que pretende manter as atuais características da ilha. Hoje, o arquipélago possui uma frota de 6.190 automóveis, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2014. Este número poderia ‘inchar’, considerando a possibilidade da construção de uma ponte ligando São Sebastião e Ilhabela. Para chegar à ilha, a travessia é possível apenas pelas balsas que saem de São Sebastião. “Algumas pessoas falam da construção de uma ponte, mas a grande maioria dos moradores não quer. A obra influen-
Divulgação/Secretaria de Turismo
esse período, que vai de novembro até abril, são injetados R$ 4 milhões na economia local. Em 2014, Ilhabela foi a sexta cidade brasileira que mais recebeu navios, segundo dados da Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos). Dos cruzeiros que passam por Ilhabela, 80% são brasileiros, e outros 20% divididos em outras nacionalidades − Argentina, Alemanha, França e Holanda. “O turismo de cruzeiros é forte em nossa cidade. Recebemos pessoas de toda a parte do mundo, que escolhem Ilhabela por conta das belas paisagens e do ordenamento da cidade”, justifica Finger.
Rogério Marques/Meon
Barcos de pesca são comuns nas Praias da Fome (direita) e Saco da Capela (abaixo)
Cachoeira do Gato em Ilhabela
Rogério Marques/Meon
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda e Bom Sucesso, situada no Morro do Baepi
motores modernos e sistema GPS. Na primeira fase, vão ser oito pontos de parada: Portinho, Feiticeira, Praia Grande, Barra Velha, Perequê, Engenho D’Água, Vila e Ponta Azeda. A compra das embarcações foi paga com recursos dos royalties; cada embarcação custou R$ 1,46 milhão. A previsão é de que o “Aquabus” entre em operação no próximo verão.
clui a revisão do Plano Diretor”, destaca o prefeito Toninho Colucci. Projetos que tratam do futuro a parte, a ilha é uma beleza preservada e cuidada por seus moradores. Tanto os que ali nasceram como os que adotaram o arquipélago como lar, advindos de outras regiões ou de outros países. Mas, Ilhabela é abençoada por Deus. É bonita por natureza. Ilhabela é de todos.•
Futuro
É muito mai
Divulgação/PMI
Os moradores do arquipélago estão discutindo, em audiências públicas, o futuro do município. No “Plano Futuro”, a administração municipal irá debater e revisar as diretrizes dos principais planos: Plano Diretor, Mobilidade Urbana, Mata Atlântica, Paisagem Urbana, Novo Código de Obras e projeto Orla. “Desde o início do nosso governo, sempre realizamos as chamadas reuniões comunitárias nos bairros, ouvindo a população e apresentando os projetos. Essa é uma etapa maior, com o ‘Plano Futuro’, que tratará de questões para os próximos 20 anos, em que se in-
HOSPITAL
É muito mais viver. HOSPITAL
Harry Finger é o secretário de Turismo de Ilhabela
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Criatividade: a palavra da vez Em tom otimista, publicitários da RMVale destacam que o momento da economia é propício para quem quer consolidar a sua marca – e um passeio pela história confirma a tese Da Redação
Pedro Ivo Prates/Meon
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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uem tem medo da crise? Eles não têm. Para eles, crise não passa de um substantivo feminino pronto para ser superado. É também uma desculpa para a falta de coragem. Crise, segundo eles, é o momento de crescer, inovar e ser mais criativo. É a hora certa para aparecer. Resumindo: tire a consoante ‘s’ de crise e tenha a palavra crie! Para eles, a mágica da boa sacada segue soberana e, pode apostar, eles continuam com o poder de influenciar seu comportamento, escolher por você
a melhor marca de um refrigerante e ainda grudar na sua cabeça aquele jingle irritante, mas que você vive cantarolando. Como diz o velho clichê, eles criam as nossas necessidades. Quem são eles? Alguns dos publicitários mais conhecidos da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Otimistas por natureza, eles defendem com afinco o velho ditado: “São nos momentos de crise que surgem os melhores negócios”. Sobre a temida crise, a Metrópole Magazine conversou com Cássio
Rosas (diretor de operações da KMS Publicidade), Daniele Botelho Rojas (diretora-proprietária da Arriba! Comunicação), José Renato Pulice (diretor da Regional Marketing), Luiz Carlos Bassit (sócio-proprietário da Bassit Comunicação), Marcelo Haruo Tomita (sócio-proprietário da Central Marketing), Mario Celso Stefano do Prado (diretor da BZ Propaganda & Marketing) e Oswaldo Rodrigues Filho (VP da Central Business). Todos foram unânimes: a publicidade pode ficar mais forte e criativa neste momento José Renato, Mario Celso, Daniele Rojas, Oswaldo Rodrigues e Cássio Rosas. Eles não têm medo da crise e garantem: este é o momento de crescer, inovar e ser criativo
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Arquivo Pessoal
Luiz Carlos Bassit está há quase 20 anos no mercado publicitário do Vale do Paraíba e crava: “A criatividade é fundamental, sempre, mas essencialmente durante uma crise”
de crise. “Este é o momento de aparecer. Se você não aparece, você é engolido”, crava Marcelo. José Renato, por sua vez, faz da crise, criatividade. “Veja só que interessante. Se você tirar a consoante ‘s’ da palavra ‘crise’, surge a palavra ‘crie’, que, para mim, é o caminho para tentar enfrentar este momento que está afetando praticamente todo o mercado, nem o pipoqueiro ficou de fora dessa”. “A crise, para o mercado publicitário, representa exatamente a mesma coisa que para os outros segmentos
da economia, retração nos investimentos. Mas, se por um lado corremos o risco de sofrermos com a diminuição da arrecadação, por outro somos positivamente desafiados a crescer, a inovar e a ser mais criativos para levar aos clientes soluções de comunicação com um melhor custo-benefício”, define Daniele. Cássio é direto: “As oportunidades de fato aparecem e são as melhores nos momentos de crise”, aponta. Luiz Carlos Bassit acredita que novas ideias são fundamentais para o crescimento em tempos de instabili-
dade econômica. “Para superar crises, você precisa de criatividade, de uma nova ideia, da conjugação de novos fatores, da adpatação de algo que pode surgir na área da comunicação. Tudo isso auxilia na solução destas tensões e situações que as empresas passam em momentos de crise”.
A história ensina Chamado de “o superlativo” no mercado nacional de publicidade, Nizan Guanaes, o cabeça do Grupo ABC – que conta com 15 agências, entre as quais Africa e DM9DDB, 3 mil funcionários
Quem são eles
Conheça os profissionais de publicidade e propaganda da região que participaram da reportagem
Cássio Rosas: diretor de operações da KMS Publicidade, com mais de 20 anos de experiência na área.
Daniele Botelho Rojas: diretora-proprietária da Arriba! Comunicação, já recebeu a certificação Great Place to Work à frente de sua agência.
José Renato Pulice: diretor da Regional Marketing, tem 30 anos de experiência e diversas premiações de reconhecimento.
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e uma receita que se aproxima de R$ 1 bilhão –, costuma classificar a temida crise com a seguinte frase: “Enquanto eles choram, eu vendo lenços”. A frase, aliás, dá nome a uma biografia do publicitário, escrita por João Wady Cury e editada pela Agir. Foi exatamente isso o que fez a Renault durante a recessão de 1991. Foi naquele ano que a montadora de automóveis decidiu lançar, com pesados investimentos de marketing, o Clio, um modelo de automóvel radicalmente novo para a empresa e que se transformou em um de seus maiores sucessos. À época, a divulgação pesada do novo modelo em um momento em que a queda nas vendas dos carros novos no mercado europeu chegava a 18% levou as vendas a atingir patamares que surpreenderam a montadora. Em dois anos, a Renault subiu do nono para o quarto lugar no ranking da categoria de carros compactos na Europa. Ainda durante a recessão de 1991, Sam Walton, fundador da Wal-Mart, cunhou a frase que se tornaria uma espécie de mantra para períodos semelhantes em sua empresa. “Perguntaram-me o que eu achava da recessão. Pensei a respeito e decidi que não participaria dela”, disse ele. O resultado? Se há hoje uma empresa que resolveu tomar a crise como opor-
Luiz Carlos Bassit: sócio-proprietário da Bassit Comunicação, está na área de publicidade desde 87, com foco em atuação na cidade.
Se por um lado corremos o risco de sofrermos com a diminuição da arrecadação, por outro somos positivamente desafiados a crescer, a inovar Daniele Rojas
DIRETORA-PROPRIETÁRIA DA ARRIBA! COMUNICAÇÃO
tunidade, esta é a Wal-Mart, maior rede de varejo do mundo. Mais importante: os dois casos não são isolados. Em um estudo realizado em 2002, a consultoria McKinsey analisou a atuação de mil empresas entre 1982 e 1999, que compreendeu três grandes crises – o segundo choque do petróleo com a revolução dos aiatolás no Irã, a recessão americana no final da década de 1980 e as crises da Ásia e da Rússia no final dos anos 1990. A
Marcelo Haruo Tomita: sócioproprietário da Central Marketing, trabalha no ramo há mais de 13 anos.
constatação foi que apenas as empresas que mantiveram ou aumentaram os investimentos em marketing nos anos difíceis tiveram aumento nos lucros na posterior fase de retomada econômica. Em estudo semelhante da prestigiada London Business School, observou-se que as companhias que realizaram cortes em verbas publicitárias levaram mais tempo para recuperar as vendas e a lucratividade ao fim da recessão. E o mais profundo trabalho sobre o tema, desenvolvido pelo consultor Tony Hillier, avaliou as estratégias de marketing de mil empresas durante a crise de 1991. De acordo com o estudo, as companhias que aumentaram os investimentos em propaganda tiveram, em média, lucratividade 4,3% maior do que antes da recessão. Além disso, as empresas que aumentaram os orçamentos de marketing em períodos de recessão ganharam participação de mercado quase três vezes mais rápido do que as empresas que cortaram verbas.
Criatividade À frente da Central Marketing, Marcelo aposta em estratégia semelhante. Um dos seus clientes, a Comevap, está lançando um novo produto no atual cenário econômico e investindo na divulgação do mesmo. “Você precisa
Mario Celso Stefano do Prado, diretor da BZ Propaganda & Marketing, deixou o ramo de TI para apostar na publicidade em 99.
Oswaldo Rodrigues Filho, VP da Central Business, está no ramo há mais de 20 anos e tem atuação em diversas regiões do Estado.
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Pedro Ivo Prates/Meon
Mario Celso, Cássio Rosas, Oswaldo Rodrigues Filho, José Renato e Daniele Botelho Rojas entram no consenso de que, em tempos difíceis, o melhor a se fazer é investir na marca da empresa
“A maioria dos empresários, nessas horas, corta seus investimentos em comunicação, acreditando que precisa cortar despesas, quando o certo seria reforçar sua verba publicitária para se destacar perante a concorrência e solidificar sua marca” José Renato
DIRETOR DA REGIONAL MARKETING
trabalhar a marca em todos os momentos”, explica ele. “A maioria dos empresários, nessas horas, corta seus investimentos em comunicação, acreditando que precisa cortar despesas, quando o certo seria reforçar sua verba publicitária para se destacar perante a concorrência e solidificar sua marca”, afirma José Renato. “Assim, a crise também cria oportunidades, e é preciso estar atento e agir na hora certa. Cabem aos publicitários e profissionais de marketing o trabalho de conscientizar e convencer esses empresários que é melhor vender lenço do que ficar chorando”. Mario Celso concorda. “Não se vende só um produto, vende-se uma essência. Os comerciais da Coca-Cola vendem o refrigerante? Não, o produto é um símbolo, não precisa mais de comerciais para vender. Mesmo assim, a Coca sempre investe em publicidade,
o que reforça o símbolo que se tornou”. Para o fundador da BZ Propaganda & Marketing, ainda, “o mundo é dinâmico, em constante evolução, e corre muito risco quem fica esperando”. “É preciso estar adaptado ao mundo e às circunstâncias. Crise, hoje, tornou-se uma palavra usada para esconder a falta de coragem”. Para tanto, a palavra de ordem é criatividade. “Criatividade é tudo. Em tempos de crise, pode ajudar o cliente anunciante a ter retorno igual ou melhor com soluções mais baratas, com melhor custo-benefício”, afirma Daniele. “É com essa criatividade que conseguimos ver oportunidades onde antes parecia não haver nada, que conseguimos reduzir custos, não necessariamente fazendo cortes, mas, sim, melhorando processos, motivando pessoas, fazendo diferente. Ser criativo, desenvolver essa habilidade, pode fazer toda a diferença nos mais
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diversos tipos de negócio”, completa Cássio da KMS. E ainda há espaço para ser criativo? “Amanhã é um dia que nunca existiu, você não sabe se estará lá. Hoje também é um dia singular, você nunca teve um dia igual ao de hoje. Ou seja, todos os dias são dias de oportunidades, sempre vai ter espaço para coisas novas”, afirma Mario Celso, em tom motivacional, próprio dele. Mario Celso, mais do que ninguém, é uma pessoa que entende de crises e superações. Com 54 anos, 16 deles dedicados à publicidade, somente há três anos ele recuperou sua audição, que perdera aos 21. “Como surdo, nessa área, todos os dias tinha que subir uma
montanha com outra montanha nas costas e, então, percebi que não existe a palavra crise, devemos começar o novo todos os dias”. A opinião de Mario Celso é compartilhada por José Renato. “A criatividade não tem fim, sempre existirá espaço para se criar coisas novas, principalmente agora com maior intensidade na mídia digital. A participação do meio internet no bolo publicitário vem crescendo assustadoramente”. “A comunicação, como braço da gestão da empresa, auxilia na superação dos desafios que uma crise impõe aos negócios. A criatividade, portanto, é fundamental, sempre, mas essencialmente durante uma crise. Estou
no ramo de comunicação desde 1987, quando montei minha primeira agência de propaganda e vivenciei diversos cenários de crises, tanto como empresário, na minha própria empresa, quanto no planejamento da comunicação e do marketing de meus clientes. As crises geram oportunidades, mas também úlceras e muita tensão. Os que resistem aos solavancos, além de persistência, devem ter a capacidade e a competência para criar, adaptar, conjugar, associar, integrar novas soluções ao seu negócio”, ressalta Luiz Carlos Bassit. Daniele finaliza: “Sempre há espaço para coisas novas. Aliás, espaço para a criatividade é o que mais temos”.•
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42 | Revista Metrópole – Edição 6
Cultura& Divulgação/ Vale Sul Shopping
O sucesso do Chaves em São José
“Chaves: A Exposição” atraiu mais de 150 mil pessoas em três semanas de evento em São José dos Campos
Da Redação
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A primeira réplica em tamanho real do cenário do programa Chaves em São José dos Campos se tornou uma verdadeira febre. Em três semanas, mais de 150 mil pessoas passaram pelo local, o que fez com que o Vale Sul Shopping prorrogasse a exposição até o dia 16 deste mês, com expectativa de atingir cerca de 300 mil visitantes. “Chaves: A Exposição” foi montada por uma equipe de cenografia
do SBT e faz todos se sentirem no verdadeiro espaço onde personagens como Chaves, Chiquinha, Quico, Seu Madruga, e tantos outros foram imortalizados. Vale a pena conferir de perto o pátio, a escada da vila e até a parte interna da casa do Seu Madruga. Itens que eram vistos nas gravações, como triciclos, o barril do Chaves, os botijões de gás, uma gaiola presa na casa do Seu Madruga e o sofá desgastado da casa dele, o quadro com a foto da Chiquinha, a televisão antiga, os troféus e as luvas
de pugilista também estão expostos. Para completar o passeio, o som ambiente traz as músicas do programa e os monitores do evento estão vestidos de Chaves e Chiquinha para garantir selfies com o público. A exposição é gratuita, mas é preciso retirar ingressos no local do evento, com o próximo horário disponível anotado. É permitido a entrada de 30 pessoas a cada 10 minutos. Desta forma, o shopping evita que os fãs do Chaves fiquem esperando na fila por muito tempo.
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O Exótico Hotel Marigold 2
DVD&
Preços DVD: R$ 39,90 Blu-ray: R$ 99,90
Sonny Kapoor (Dev Patel) tenta encontrar tempo para expandir os negócios enquanto se prepara para o casamento com Sunaina (Tena Desae).
CINEMA& &
O Hotel Marigold, na Índia, tem lotação praticamente esgotada e ele precisa de uma nova propriedade para receber novos hóspedes.
LITERATURA&
O Quarteto Fantástico
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O Quarteto Fantástico, mais antigo grupo de super-heróis da Marvel, está de volta ao cinema e conta a história de quatro jovens desconhecidos que se teletransportam para um universo alternativo e perigoso, onde têm suas formas físicas alteradas de maneiras
chocantes. Com as vidas completamente de cabeça para baixo, o time deve aprender a controlar as novas habilidades e trabalhar juntos para salvar a Terra de um antigo amigo, que tornou-se um perigoso adversário: o Doutor Destino.
Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton. Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele.
SOM&
Wilco Star Wars
A banda norte-americana Wilco volta a lançar um álbum depois de quatro anos e surpreende. “Star Wars” conta com 11 faixas que somam apenas 33 minutos, e prendem a atenção do ouvinte. A qualidade de músicas como “Random Name Generator” e “You Satellite” remetem aos discos mais inpirados do grupo “Yankee Hotel Foxtrot” e “Being There into Watersheds”.
Foals What Went Down
(dBpm)
(Warner Music)
Preço: R$ 39,90
Preço: R$ 39,90
O grupo inglês de rock Foals chega em agosto com o quarto álbum da carreira “What Went Down”. O novo disco traz um amadurecimento musical do grupo. A faixa que leva o nome do álbum é um dos destaques com grandes riffs e vocais fortes e marcantes de Yannis Philippakis. Ouça também as deliciosas “Mountain At My Gate” e “A Knife In The Ocean”. O Foals se apresenta no Brasil em outubro.
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NOTÍCIAS COMPORTAMENTO
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E você, já compartilhou algo hoje? Como a disseminação de falsas histórias pode interferir no uso responsável das redes sociais Rodrigo Ribeiro SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
S
e você utiliza as redes sociais, certamente, já compartilhou, visualizou ou recebeu alguma informação ou denúncia pela internet. Aliás, esse é o conceito do social media: estabelecer uma relação entre pessoas que partilham de informações e interesses em comum. Quando recebe ou compartilha algo, porém, você costuma apurar a veracidade do conteúdo? Em alguns casos, a ausência desta atitude acaba disseminando histórias falsas ou notícias equivocadas. Exemplos não faltam. Em junho deste ano, as Polícias Civil e Militar desmentiram um boato que circulou no Facebook e no Whatsapp de que uma quadrilha de tráfico de órgãos estaria sequestrando crianças no Vale do Paraíba. Ainda em 2015, foi compartilhado também no Facebook que um grupo de homens estaria praticando uma série de assaltos na região do bairro Cidade Vista Verde, na zona leste de São José
dos Campos. A Metrópole Magazine entrou em contato com o DP (Distrito Policial) da região que informou que não havia registro de nenhuma ocorrência da natureza citada. Além da veracidade das informações, outra questão que deve ser levada em conta é a periodicidade das notícias. “Recebi a foto de uma mulher que estaria desaparecida há uma semana. No entanto, a mesma foto já estava rolando na internet há no mínimo um ano”, conta o técnico em enfermagem, Danilo Faria, 28 anos, morador de São José dos Campos, que recebeu a mensagem de uma tia em um grupo no Whatsapp. Em outro caso, a intenção da informação era boa, o que faltou foi uma atualização. “Em junho, recebi no Whatsapp uma lista com vagas de emprego, mas já havia recebido exatamente a mesma mensagem no início do ano”, diz o joseense e estudante João Paulo Reis, de 22 anos. Segundo o CPI- 1 (Comando de Policiamento do Interior), responsável pela RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), a Polícia
Arquivo pessoal
Militar orienta as pessoas a estarem sempre atentas com o conteúdo publicado em mídias sociais. A Polícia alerta que a primeira preocupação de quem acessa as redes é com a própria exposição indevida, não tornando acessíveis referências pessoais como, por exemplo, rotinas de membros da família ou dados sigilosos, como senhas e informações financeiras. “Outra preocupação diz respeito à veiculação de conteúdo falso, muitas vezes com objetivo fraudulento, ou até mesmo com a finalidade de difundir alarmes indevidos na população, causando temor desnecessário nas pessoas”, explica em nota o CPI-1. De acordo com Fabiano Porto, especialista de gestão em mídias sociais e representante da Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais) no Vale do Paraíba, existem diversas pesquisas que demonstram que nosso nível de atenção está caindo para poucos minutos. “Se levarmos em consideração a média dos usuários, perceberemos que muitos nem leem toda a notícia antes de compartilhá-la. Às vezes, apenas o título ou o início do e-mail já basta, afinal, quem hoje fica de 5 a 10 minutos lendo um texto na internet?”, questiona Porto.
Sebastian Paulsen, psicanalista
Arquivo pessoal
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Fabiano Porto é especialista em mídias sociais Existe um campo de estudo que pode contribuir com a questão, segundo o especialista: os chamados gatilhos mentais. “Esses gatilhos mentais são como ‘atalhos’ que o autor do texto pode se valer para aumentar a relevância da informação. Nesses gatilhos mentais também reside a explicação daqueles golpes de vírus por e-mail, ao simular, por exemplo, uma comunicação de banco, o criminoso está utilizando o gatilho da credibilidade”, explica.
Uma voz na multidão “A internet é, essencialmente, guiada pelo interesse das pessoas. Todos têm voz e podem emitir suas opiniões. E é sabido que tudo que vemos de memes e conteúdos populares na internet são criados por apenas 1% da rede, ou seja, apenas 1% da rede é capaz de reverberar por todas as pessoas. Desta forma, as publicações que se espalham pela internet não surgem após várias pessoas colaborarem com conteúdo, mas sim pelo desejo e interesse, às vezes, de uma única pessoa”, comenta Fabiano Porto. Os principais fatores que levam
tantas pessoas a compartilharem informações falsas são o desejo daquela informação ser verdade, a sintonia da notícia (falsa) com sua opinião e a influência de alguém relevante para a pessoa. Para o psicanalista Sebastian Paulsen, essas situações de publicações ou compartilhamentos falsos têm como componente chave o apelo emocional. Em outras palavras: permite que facilmente as pessoas se identifiquem com a situação e reajam de um modo como talvez quisessem que os outros o fizessem caso ela mesma estivesse vivendo “o drama”. “Acredito que esse componente apelativo seja o principal responsável pela propagação de compartilhamentos sem fundamento nas redes sociais, somado à própria dificuldade de atestar a veracidade dos fatos”, acrescenta Paulsen.
É falso? Denuncie! Apesar dos casos citados na matéria, a PM informou à Metrópole Magazine que a troca de informações entre pessoas por meio de mídias sociais pode contribuir para a segurança
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pública. “Mas é oportuno lembrar que é por meio do B.O. [Boletim de Ocorrência] que a Polícia Militar realiza o planejamento do emprego do policiamento, daí a importância em elaborá-lo”, reforça a PM em nota. A PM orienta ainda para que ao receber informações por meio de mídias sociais, o internauta confirme o seu conteúdo, antes de divulgá-lo e, diante de qualquer anormalidade, elabore um B.O., caso tenha sido vítima de algum tipo de golpe, ou denuncie, por meio do Disque-Denúncia 181, que é gratuito e 100% anônimo. “Devemos sempre questionar as notícias que recebemos, verificar as fontes das informações e sempre ler todo texto antes de compartilhar. Mas, principal-
mente, devemos compreender e aceitar essa característica negativa da internet, pois ela é inevitável e sempre irá ocorrer, afinal, o ‘dono da notícia’ é cada um de nós. Somos livres na internet, podemos compartilhar o que quisermos, mesmo que seja algo falso. Cabe a quem recebe a notícia saber filtrar essas informações”, conclui Fabiano Porto.
Programa em São José Em 2013, foi criado o programa Escola Segura, da GCM (Guarda Civil Municipal), em São José dos Campos. De acordo com a Secretaria de Defesa do Cidadão, o projeto já atendeu mais de 40 mil alunos da rede municipal de ensino, com faixa etária de 0 a 15 anos e também foram realizadas mais de
800 palestras e 500 oficinas de fantoche, em quase 100 escolas. Neste segundo semestre, o programa irá apresentar aos alunos da rede municipal de ensino da cidade alertas sobre o uso das redes sociais, que integrarão as habituais palestras educativas e apresentações de fantoche, com temas sobre disciplina e respeito ao próximo. O assunto já vinha sendo trabalhado pelos guardas nas palestras, mas será reforçado. “Falaremos sobre as vantagens e desvantagens do uso das redes sociais, como interação, superexposição, precauções e conflitos”, disse o inspetor da GCM, Paulo de Oliveira Reis, um dos responsáveis pelo programa.•
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PREFEITURA NO BAIRRO A Prefeitura de São José dos Campos está cada vez mais perto dos cidadãos. O Programa Prefeitura no Bairro vai a cada região da cidade para levar mais serviços e ouvir as reivindicações dos moradores.
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ADOÇÃO DE ANIMAIS EMISSÃO DE CPF EMISSÃO DE BILHETE ÚNICO ASS. JURÍDICA
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Veículos Veículos&
De cidade com cara de aventura
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D
esde 2014, quando a Volkswagen apostou todas as fichas na Linha Up!, oito versões já foram lançadas (Take Up!, Move Up!, High Up!, Black Up!, Red Up!, White Up! e Speed Up!), mas o Cross Up! é o que mais surpreende. Apesar de ter visual off-road, o veículo é um crossover baseado no urbano, com grande performance na cidade, e que combina as dimensões de um compacto com o conforto de um pequeno SUV. A Metrópole Magazine testou o carro durante uma semana. No modelo de fábrica estão inclusos sensor de ré, rodas de liga leve de 15”, computador de bordo, faróis de neblina, direção elétrica com regulagem de altura, desembaçador, limpador e lavador do vidro traseiro, alarme, freios ABS com EBD, fixação Isofix para cadeirinhas infantis, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas e retrovisores elétricos. Há opções adicionais como ar quente, preparação para som, volante e alavancas de câm-
bio e freio de mão com revestimento em couro sintético, além de rodas com desenho exclusivo. O modelo oferece duas versões, uma com câmbio manual, com preço sugerido de R$ 38.040 e a transmissão automática, utilizando a tecnologia I-Motion (R$ 40.960). A versão automática deixa o motorista ainda mais confortável naquilo que o veículo oferece de melhor: a forma de dirigir. É um carro agradável em um ambiente urbano, onde andar a 50 km/h se torna uma maneira divertida de conduzir. Outros dois fatores são fundamentais se você tem dúvida em apostar ou não no Cross Up!: o baixo consumo de combustível e a segurança interna do veículo. Com um motor MPI flex de 75/82 cv (gasolina/etanol), o carro utiliza uma tecnologia com 3-cilindros de 1 litro, e dependendo das condições pode chegar a fazer 20 km/l. É uma das tecnologias mais modernas e completas utilizadas hoje no país.
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O carro
DESEMPENHO Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,8s (G) / 13,6s (E) Velocidade máxima: 163 km/h (G) / 164 km/h (E) MOTOR Cilindrada: 999 cm³ Potência líquida máxima: 75cv (G) / 82cv – 6.250 rpm (E) Torque líquido máximo: 9,7kgfm (G) / 10,4kgfm – 3.000 rpm (E) FREIOS Dianteiros: Disco ventilado Traseiros: Tambor PRINCIPAIS DIMENSÕES Comprimento: 3.628 mm Distância entre eixos: 2.753 mm Largura (sem / com espelho retrovisor): 1.649 / 1.914 mm Altura: 1.506 mm PESOS Em ordem de marcha: 959 kg
Já no quesito segurança, o Cross Up! se sai ainda melhor. O veículo ganhou cinco estrelas na proteção de adultos e quatro estrelas na proteção de crianças no Latin NCAP, organização que avalia a segurança dos veículos. A segurança vem dos freios ABS com EBD, dos dois airbags dianteiros, cintos de segurança com pré-tensionador e limitador de carga e fixação para dispositivo de retenção infantil. Olhando de fora, a primeira impressão é que o carro é pequeno por dentro. Mas a Volkswagen soube aproveitar bem o espaço interno. Com
1,50 metro de altura, é capaz de dar conforto para pessoas altas; na parte treseira, os passageiros não vão sofrer apertos e farão uma viagem tranquila. O único ponto negativo neste quesito é o porta-malas que oferece pouco mais de 280 litros. Em relação ao desempenho, o Cross Up! não deixa a desejar em nada para os concorrentes diretos. A aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 13,2 segundos quando abastecido com gasolina e em 13 segundos com etanol, e a velocidade máxima pode atingir até 164 km/h (com etanol).
Carga útil máxima : 411 kg COMPARTIMENTO DE CARGA Capacidade: 285 l DIREÇÃO Elétrica TRANSMISSÃO Automatizada de 5 velocidades RODAS E PNEUS Rodas: 5,5x15 Pneus: 185/60 R15 RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL Capacidade: 50 litros PASSAGEIROS Máximo: 5
100 95 75
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NOTÍCIAS ESPORTES
A gigante de bronze
Do começo entre os meninos até a medalha no Pan-Americano, a joseense Edna Santini busca a evolução e a quebra de barreiras no rúgbi feminino, dentro e fora do país
João Neto/Fotojump
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 53
Thiago Fadini SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
F
A joseense Edna Santini é destaque da seleção brasileira e fez parte do elenco que conquistou o inédito bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá
im de expediente no Centro de Treinamento da Seleção Brasileira de Rugby, em São José dos Campos. As meninas se unem por volta das 17h30 em um círculo para se alongar e se preparar para o pós-treino: banheira de gelo, massagem e descanso. Do centro do campo se aproxima uma menina de 1,52m e 55 quilos para conversar com nossa equipe de reportagem. Com um sorriso, a jogadora das chuteiras tamanho 35 topa ‘queimar’ alguns dos preciosos minutos de recuperação para contar um pouco da sua história de amor pelo rúgbi − do início em um campo na zona oeste de São José dos Campos até a inédita medalha Pan-Americana pelo Brasil. Edna Santini, de 23 anos, tem mais da metade da própria vida ligada ao esporte. É aquela velha história do amor que começa na infância. O interesse da joseense pelo rúgbi surgiu aos 10 anos de idade − época em que se deu seus contatos iniciais com o esporte. Os primeiros toques e as trocas de passes da half scrum do São José Rugby − posição da atleta −, no entanto, não foram entre outras meninas da própria idade. Na verdade, não foram nem com atletas do mesmo gênero. “A equipe de São José sempre treinava na frente da minha casa. Quando começou um projeto social para crianças, meus amigos começaram a jogar e eu vivia brincando com eles. Aí, entrei junto. Mas, na época, só tinha equipe masculina para menores de 12 anos e eu tinha dez anos. Então, dos 10 aos 14, joguei com os meninos”, contou.
O apoio da família Edna era apenas uma menina quando entrou num time constituído
somente por garotos mais velhos. A princípio, a situação, que envolve um esporte de contato, assustaria muitos pais. No caso de Edna, entretanto, ela sempre contou com o apoio da família. “Quando comecei, minha mãe não sabia. Eu vivia brincando na rua. Aí, um dia cheguei com uma autorização para ela assinar. Foi quando descobriu que eu estava no rúgbi, mas ela não me impediu, sempre me apoiou”, revela. “Ela sempre esteve perto da galera do rúgbi. Por um tempo, lavou todos os uniformes de categorias do São José. E como moro na frente do campo que eles treinam, meu pai chegou a alugar um quartinho pra eles guardarem material”, completa, sorrindo. Edna Santini teve como mentores Pedro Ernesto, João Paulo e Maurício Coelho, que coordenam a modalidade em São José dos Campos. A carreira começou a decolar desde muito cedo. Com 15 anos, a jogadora entrou para a equipe adulta feminina de Sevens − categoria com sete atletas em campo − do São José Rugby e, um ano depois, recebeu a primeira convocação para a seleção principal. Entre as melhores do país, ela teve que se limitar aos treinos e ficar de fora de torneios oficiais, por conta da idade. A dedicação trouxe o primeiro try na carreira (pontuação máxima no rúgbi) e, em 2011, já com a maioridade civil, teve a oportunidade de atuar com a camisa das tupis − como são chamadas as meninas da seleção brasileira −, num torneio oficial em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O talento deu à Edna um lugar de destaque no rúgbi mundial. Em 2013, foi eleita a melhor jogadora do Brasil e figurou na lista das 15 maiores pontuadoras do Circuito Mundial de Rúgbi de Sevens. Uma parte do desenvolvimento técnico e físico é muito creditado à base que recebeu quando conheceu a bola oval e trocou tackles (tentativas de
Thiago Fadini/Meon
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A joseense Edna Santini após treino em São José e com a delegação brasileira no Pan (no detalhe) derrubada no rúgbi) com os meninos. “Como são meninos, eu tinha que ser igual a eles, mais ligeira e mais rápida, para tentar me adaptar. Então, me forcei mais um pouquinho do que qualquer outra menina que começa hoje. Eu acho bom pra menina se desenvolver no meio dos meninos. Eles têm uma explosão, uma dinâmica muito mais rápida que a nossa e são mais fortes. Isso nos força, até porque lá fora (exterior) tem mulheres que correm mais que eles”, explica a atleta da seleção brasileira.
Os desafios Se no início não havia muitas barreiras a serem derrubadas por Edna, elas começaram a aparecer no auge da carreira. Em 2014, a half scrum quebrou a perna esquerda enquanto atuava e teve de ficar fora dos gramados por oito meses. No ano seguinte, viriam os Jogos Pan-Americanos
de Toronto, no Canadá. “Foi difícil quando quebrei minha perna. Estava no melhor momento da minha carreira, jogando muito bem e aí me caiu esse balde de água fria. Tive um baque, mas estou me recuperando aos poucos”, fala pausadamente. Passado o sufoco de não poder chegar perto do campo, Edna Santini reiniciou a batalha para estar na seleção brasileira, algo que para ela representa o maior desafio da carreira hoje. “Todos os dias, a gente tem que lutar para se manter, porque todos querem entrar na seleção. Mas entrar é fácil. Difícil é se manter. Tem muitas meninas que ‘colocam pressão’ e se você não está treinando e jogando bem, pode acabar saindo a qualquer hora”. A lesão que sofreu na última temporada é um dos argumentos que embasa a opinião de Edna Santini sobre o preconceito no rúgbi feminino. Para ela, o paradigma do ‘esporte violento e só
para homens’ ainda é o maior impedimento para que mais mulheres entrem no mundo da bola oval. “Ainda há aquela coisa de que machuca. As pessoas olham e acham que é muito violento [o esporte], mas as regras são feitas para que ninguém se machuque. Também por muitas mães acharem que é um esporte masculino, algumas meninas começam escondidas”, opina a atleta do São José Rugby. Após 13 anos dedicados ao rúgbi, a joseense teve a honra de chegar no Top 3 das Américas, com a seleção, ao conquistar, no último dia 12 de julho, a primeira medalha em um Pan-Americano para o rúgbi feminino nacional. O bronze na categoria Sevens veio com aquele gostinho a mais que todo brasileiro aprecia: vitória sobre a Argentina. “Pra gente, foi importante por ter participado de um evento tão grande, com toda aquela atmosfera. Por ganhar uma medalha, acho que abriu ‘um
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olhar pro mundo’ para ver que o feminino é bom. E não é só o masculino que existe. Ganhar da Argentina, como se fosse uma final, é sempre bom, apesar de que no rúgbi a gente sempre ganha delas. Temos dez sul-americanos e a maioria foi em cima da Argentina”, comenta com uma leve risada.
O futuro Passada a euforia do pódio em Toronto, as meninas do Brasil focam na preparação para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Disputar a maior competição esportiva do planeta é um sonho para Edna, que carrega ainda a extrema confiança da família. “Pretendo estar lá [nas Olimpíadas]. Meu pai e minha mãe acreditam muito e toda a galera daqui de São José também. Claro que quero isso, mas tudo pode acontecer”, confessa. Alcançado o objetivo de ir à cidade maravilhosa, o próximo passo da atleta será evoluir o próprio jogo e prová-lo no exterior, onde acredita que terá um aprendizado ainda maior. Enquanto isso, a ideia é ajudar o São José Rugby, dentro ou fora de campo, já que a seleção brasileira é quem dita seu calendário.
“Entrar na Seleção é fácil, difícil é se manter. Tem muitas meninas que chegam, colocam pressão e se você não está treinando e jogando bem, pode sair a qualquer hora”. Edna Santini
“Estamos focadas nos Jogos Olímpicos, mas dependendo de como for pra frente, pretendo fazer uma temporada fora. Vai ser bom para o meu desenvolvimento. Quero ir pra um clube que tenha o rúgbi mais desenvolvido. Dentro do meu clube, quero ajudar sempre ao máximo, nem que seja para dar treino para as categorias de base ou ir numa escola para recrutar crianças”, revela Edna.
Com cinco títulos pela seleção (três Sul-Americanos, um bronze no Pan-Americano e um bronze no Mundial Universitário) e outros dois, nacional e estadual, que ela não considera muito por ter ficado de fora da disputa pelo São José Rugby, Edna guarda especialmente na memória três conquistas. E uma delas não tem cor nem lugar no pódio. “Me marcam muito a medalha do Pan-Americano, a minha primeira medalha de ouro no Sul-Americano e um vídeo que ganhei do IRB (International Rugby Board), que se chama ‘A Estrela do Campeonato’. No filme, registro de uma etapa do Circuito Mundial em Barueri [interior de São Paulo], eles me escolheram como estrela. Acho que vale como troféu”, relembra com um ar de nostalgia. A notável joseense torce para que novos talentos do rúgbi feminino nasçam assim como ela, ao acaso e por curiosidade. Quem sabe assim o ‘esporte violento e só para homens’ vire o esporte símbolo da democracia dos gêneros e do respeito. Quem sabe assim, como diz o script do filme ‘Invictus’, que define o rúgbi como “um esporte de selvagens jogado por cavalheiros”, a modalidade inclua mais damas no século 21.•
Thiago Fadini/Meon
Centro de Treinamento da Seleção Brasileira em São José dos Campos
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Sabor& Por Elaine Santos elaine.santos@meon.com.br
Apaixonada pela cozinha, ou viciada?
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renda Faria afirma que o amor pela cozinha a concentra, a faz pensar e principalmente “organiza os pensamentos”. Filha de empresários e a professora de artes em Jacareí, divide com a coluna ‘Chef em casa’ um de seus bens mais valiosos: a receita tradicional de bacalhau português que aprendeu ainda menina, aos 12 anos, com a funcionária da casa onde morava, na cidade de Torto, em Portugal. “É meio uma alquimia. Gosto muito de cozinhar, é muita energia em troca, sou hiperativa e isso me acalma. Costumo dizer que preciso ir para a cozinha para pensar, me achar. É estranho falar isso, mas eu me balizo assim”, diz Brenda.
Com gosto em pilotar aviões e motos, Brenda é divertidamente excêntrica, e essa excentricidade é transmitida na organização e agilidade na cozinha. Questionada sobre como aprendeu as primeiras receitas, ela riu e respondeu divertidamente: “Eu sabia que me perguntaria e me questionei várias vezes. Não sei (risos). Minha mãe (Renata Cruz Lima) não sabe e não gosta de cozinhar ela até brinca com as amigas dizendo que é muito ‘Brendada’, porque eu sou quem sempre faço tudo pra ela quando quer receber os amigos em casa para um evento ou até mesmo um simples jantar”, conta. A verdade é que a necessidade a fez ser precisa nas receitas. Brenda sofre de restrição alimentar e não
pode consumir temperos industrializados, logo, tudo tem que ser feito de forma natural. “Desde sempre, tenho essa restrição alimentar e não posso comer nada na rua, a não ser que eu tome um antialérgico antes (risos), por isso, sou muito regrada, faço minha própria comida, levo sempre uma marmita comigo para onde quer que eu vá. Mas afirmo que hoje meu prazer é viver na cozinha. Por três anos trabalhei ao lado do chef Mané Young (hoje falecido), e ali aprendi muito. Muitos amigos brincam que eu deveria viver desse prazer. Pode até ser um dia. Estou pensando seriamente em fazer algo relacionado à cozinha, mas ainda não sei”, diz.•
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 59
Bacalhau português 1 kg de bacalhau (em lascas) 3 cebolas médias (em rodelas) 3 tomates grandes (em rodelas) 3 batatas grandes (pré-cozidas em rodelas) 100 g de azeitonas pretas grandes 20 dentes de alho (descascados) 3 ovos (cozidos)
MODO DE PREPARO Dessalgue o bacalhau e distribua em uma travessa untada de muito azeite, fazendo camadas com as cebolas e as batatas. Regue com azeite, à vontade, cubra com os tomates os ovos e as azeitonas. Leve ao forno por 40 minutos. Serve quatro pessoas.
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Social&
Divulgação
Um presente para o olhar
Artista plástico Hugo França terá obras expostas em Taubaté
também em instalações em meio ao Parque Ibirapuera, Parque Burle Marx, Largo do Arouche e Largo da Batata, todas áreas públicas da grande São Paulo. Já nos locais particulares, o mais inusitado é o cemitério das Cerejeiras, onde estão expostas mais de 20 peças que compõem um ambiente bucólico. A mostra de Hugo França em Taubaté pode resultar em uma nova obra de arte para a cidade. “Tentaremos fazer uma ação de aproveitamento pelo Hugo França de um Pau-ferro que está condenado, aqui na cidade”, afirma Mirian Badaró, galerista responsável pela exposição em Taubaté. A galeria de arte que leva o nome da galerista tem seis anos e um currículo invejável. Dentre os artistas de destaque que já estiveram no local estão: Marcello Grassmann, Isabelle Tuchband, Verena Matzen, Maurício Parra, Daniele Noronha, Tamara Andrade, Claudio Caropreso e Roberto Bernardo. As próximas exposições individuais previstas têm nomes, como: Gutlich e Isabelle Tuchband. Já o currículo de Mirian traz como primeira profissão a advocacia que logo foi abandonada por uma paixão: a arte. “Eu me formei pelo Mackenzie, com pós-graduação na FGV. Cheguei a advogar na área criminal por cinco anos, mas larguei tudo pela arte. Fiz, então, História
da Arte como aluna ouvinte pela Universidade de Taubaté, e Art Business na Escola São Paulo e hoje estou à frente da Galeria trabalhando diariamente em novos projetos que possam somar para a cultura da cidade”, afirma Mirian.
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Chegam à região do Vale, mais precisamente em Taubaté, as obras de Hugo França. A mídia especializada do segmento arte está enamorada pelo designer que ganhou fama internacional devido ao estilo despojado de criar obras de arte, cujo material principal é a madeira reciclada. Na verdade, são árvores condenadas pela ação do tempo ou do homem que ganham formas pelas mãos do artista e se transformam em esculturas mobiliárias. Mais de 30 peças do acervo de Hugo França estarão em exposição, e – detalhe – à venda, na galeria Mirian Badaró, em Taubaté. Essa agenda está em negociação desde 2014 e, enfim, chegou a hora do público do Vale do Paraíba poder apreciar todas as obras que ficam em exposição até 19 setembro! "Essa exposição mostra muito bem como as esculturas mobiliárias que crio cabem perfeitamente em ambientes internos. A mesma árvore que me inspira com suas formas orgânicas para ser um grande banco também pode ser transformada em mesas, cadeiras, gamelas e esculturas de menor dimensão. Cada novo tronco ou raiz é uma nova história e é muito importante levar essa arte para dentro de casa", diz Hugo França. Curiosidade – Pra quem tem tempo e não perde uma boa dica de passeios ao ar livre, as obras de Hugo França podem ser vistas
Mirian Badaró será a responsável pela exposição em Taubaté
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 61
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apoiador e meu padrinho, se posso dizer assim. Anos se passaram e já fizemos sete espetáculos juntos. Hoje, ele é meu sócio em uma produtora artística, e meu grande irmão (mas agora com cara de gente boa – e é gente boa de verdade!). Desde então, novas oportunidades vieram. Meu reconhecimento começou quando fiz a comédia "O Marido da Minha Mulher", dirigido por Carlinhos Machado e, então, novos produtores e diretores passaram a conhecer o meu trabalho. Passei por mais dois espetáculos e cheguei até a comédia "Não Sou Bistrô" na qual estou atualmente e tive o prazer de ser dirigido por Léo Stefanini que me deu de presente o personagem "Garçom MC (Mestre de Cerimônias)", com o stand-up que não tinha no texto original e que foi criado para mim. Nesta trajetória, já gravei algumas propagandas de TV, participei de três curtas-metragens e um longa-metragem, indo para o segundo longa que será rodado em Dublin e Amsterdam, em 2016. Já levei muitos e muitos "nãos" na minha vida, e continuo levando (risos). Nesta área é normal. Por isso, desistir, jamais! Por tudo que já me aconteceu profissionalmente, sou muito grato ao universo. E continuo agradecendo para novas conquistas e, assim, vendo onde poderei chegar.
Ator Ton Prado é de Jacareí e tem conquistado espaço nos palcos do país
Di Casa A coluna social deste mês traz um breve bate-papo com o artista Ton Prado. Ele é santo de casa, nascido e criado em Jacareí, e promete fazer milagres nos palcos e, em breve, nas telonas dos cinemas. Confira!
Como foi sua luta para conquistar os palcos? Comecei fazendo curso de teatro infantil na Fundação Cultural de Jacarehy aos 13 anos, mas na adolescência tive que escolher entre estudar e trabalhar. Então, deixei o sonho do teatro para trás. Só aos 28 anos voltei e me formei como ator profissional. No começo, tudo é muito complicado, ter que escolher entre um emprego que possa ganhar dinheiro, e viver tranquilo, ou correr atrás de um sonho e não ter dinheiro nenhum. Já que sou um
cara inquieto, escolhi viver desesperado sem dinheiro, mas fazendo o que gosto. Tudo foi muito difícil, não tinha dinheiro nem pro café, mas uma empresária de São José dos Campos, chamada Marcia Yamada, me deu a oportunidade de voltar a trabalhar com ela e fazer teatro ao mesmo tempo, e por conta dela pude pagar meu curso e meus cafés enquanto fazia teatro. Ao final de tudo isso era que mais faltava no emprego do que ia pro escritório, pois vida de ator não tem horário. Então, tive que sair do emprego e tomar uma atitude: Me arriscar de vez e ver onde eu chegaria... ainda continuo chegando! Encontrar oportunidades na área não é fácil, tive que procurar até achar a minha primeira, e até que um dia conheci uma figura (cara de bravo e naquela época bravo, de verdade) chamado Carlinhos Machado, meu primeiro diretor num espetáculo com texto de Luís Fernando Veríssimo. Ele foi meu grande
Qual sua relação com Jacareí? Minha relação com Jacareí é inteira, pois minha família que tanto amo e meus grandes amigos estão por lá. Sempre que posso fugir da minha correria é pra lá que vou. Gosto da minha casa, dos lugares onde sempre estive. No interior, sinto o cheiro do ar puro, sinto uma felicidade incrível com isso. Gosto das pessoas, dos sorrisos e das conversas, enfim, de tudo. Sem dúvida, é em Jacareí que tive os melhores momentos da minha vida! Tenho amigos espalhados por várias cidades da região, como São José dos Campos, Taubaté e Campos do Jordão. Não tem como viver longe desta região que tem tudo, principalmente o amor das pessoas. Desejo que minha relação com a cidade e com a região possa ser ainda maior, dividindo o que tanto amo com as pessoas: a cultura e a arte! Quem sabe o quanto antes... Quais as novidades para o próximo semestre? Até setembro, continuo na comédia "Não Sou Bistrô" que está em cartaz no Teatro Viradalata, em Perdizes, na capital paulista. Nos sábados, às 22h e nos domingos, às 20h, dividindo o palco com o mestre Fulvio Stefanini. Tô podendo, viu só!
62 | Revista Metrópole – Edição 6
Arquitetura& Por Elaine Santos
Iluminação é arte! Em espaços reduzidos ou em grandes ambientes, a iluminação pode ser a chave de uma decoração requintada e alternativa de custo mais baixo Na coluna Arquitetura& desta edição, temos um olhar diferenciado para espaços não tão valorizados que ganham todo um charme ao receber uma ‘luz’ especial. Para falar sobre este lado da arquitetura e da decoração, convidamos o arquiteto Marcelo Guedes, de São José dos Campos, expert no assunto.
Fotos: Carol Tomba /Meon
elaine.santos@meon.com.br
São José dos Campos, Agosto de 2015 | 63
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Eu sempre coloco para meus clientes que cada projeto é resultado de uma profunda análise do ambiente. É importantíssimo que se respeite sempre o dia a dia das pessoas. Por exemplo, se você é uma pessoa extremamente agitada, tenho que criar ambientes que sejam mais intimistas. Agora se você tem uma vida mais tranquila, devo propor cenários que ofereçam mais emoção. Ou seja, a iluminação está ligada diretamente ao sentimento das pessoas. Isso, porque ela trabalha diretamente com o humor. Então, claro que um projeto é essencial”. De acordo com o arquiteto, quando se tem a intenção de criar um ambiente mais tranquilo, a dica é procurar instalar luminárias indiretas, geralmente embutidas em rebaixos de gesso. Já para um ambiente mais dinâmico, as luminárias de estilo pendentes são
mais indicadas. “Elas proporcionam maior reflexo da luz, sem contar que podem ser encontradas em vários modelos e materiais, como cristais, vidros e acrílicos − os mais usados hoje em dia −, que oferecem maior oportunidade em formas e cores”. Já na questão decoração e preço, o arquiteto afirma que é possível brincar com uma série de novos produtos disponíveis no mercado, sem ser tão agressivo com o bolso. “Para cada solução apresentada no projeto, eu procuro buscar no mercado possibilidades que se adaptam à realidade do cliente. É possível criar soluções com produtos já habituais, que estão há tempo no mercado e até mesmo com as novas tecnologias, como, por exemplo, as lâmpadas de led”, diz. Um exemplo de que a iluminação
faz parte da decoração está nesta sala de apenas 20 metros quadrados. Aqui, o ambiente recebeu uma linha de iluminação toda em led, com o intuito de ressaltar o espaço: TV, bancada de lanche e cozinha. A ideia foi destacar cada ambiente, uma vez que todos são integrados no mesmo espaço. “Foram espaços pensados de acordo com o uso intenso da família. Ou seja, além da decoração foi trabalhado também a economia da conta de luz. Gosto de ressaltar que uma lâmpada tradicional tem o tempo de vida útil de 5 mil horas, já a led, 50 mil horas. Então, usamos ali uma solução técnica aliada à economia, uma solução sustentável, muito procurada nos dias de hoje”, explica. Já neste outro apartamento, todo o projeto foi pensado em valorizar o cenário unindo as cores do ambiente e
Profissionais e estudantes da área tecnológica... Esperamos vocês na Associação de Engenheiros e Arquitetos para fortalecer a nossa classe!
Apoio:
www.creasp.org.br
a funcionalidade dos móveis. “Aqui, pensamos em estimular o prazer na hora das refeições. Toda a iluminação trabalhada foi projetada para ampliar o ambiente. As luminárias mais altas oferecem a possibilidade de melhorar a distribuição da luz e ainda valorizam os acessos”, diz.
Trabalhamos desde 1958 para a valorização e qualificação de nossos associados com a realização de cursos, palestras, seminários e convênios. Venha fazer parte de Nossa Associação! Eng. Civil Carlos Vilhena Presidente
Dica do arquiteto para ambientes grandes Para ambientes mais avantajados, torná-los aconchegantes ainda é um desafio. O acertar sem pecar é sempre visto com muito cuidado. Para Marcelo Guedes, o foco deve estar sempre voltado para o número de pessoas que vão usar o espaço. “Quanto mais pessoas, maior deve ser a iluminação. Mas, cuidado ao escolher lustres de tamanhos grandes; deve-se ficar atento à segurança
da instalação e principalmente à manutenção. Os mais indicados são aqueles proporcionais de foco direcionado. Exemplo: o foco direto deve iluminar no mínimo um metro quadrado. Gosto mais do estilo moderno. Hoje, você consegue colocar um acrílico de forma diferenciada, que, além de compor a decoração e integrar o ambiente, oferece bom preço”, diz.
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66 | Revista Metrópole – Edição 6
Crônicas & Poesia
Precipitação Por Diogo Diniz
Sou alma de nuvem disperso e nublado volatilmente discreto comumente ignorado. Sou alma de nuvem candura e algodão que se vê com doçura mas que repele com trovão. Sou alma de nuvem de rasante incólume que precipita romance em tempestades disformes. Sou alma de nuvem agouro que não perora às vezes, eu chovo às vezes, o céu chora.
Diogo Diniz de Mattos, 23, formou-se em Publicidade e Propaganda na Universidade de Taubaté, mas o amor às letras o levou ao caminho do ensino. Hoje leciona Inglês e Japonês e está tentando encontrar nas línguas e palavras a sua vocação
PODE COMPARAR, NENHUMA OUTRA RÁDIO TOCA TANTA MÚSICA COMO A ANTENA 1.