EXPOSIÇÃO
RÂNEA ARTE CONTEMPO
OITO ARTISTAS NOUTRO LUGAR Ana Bezelga Ana Pais Oliveira Catarina Santos Daniela Nunes João Louro Mariana Baldaia Teresa Canto Noronha Vitor Caos Curadoria Miguel Sousa Ribeiro
CASA DO GOVERNADOR [CASTELO DE BEJA]
Fotografia: Miguel Sousa Ribeiro
Inauguração 23 Abril > Quarta-Feira > 18:00 Encerramento 23 Maio > Sexta-Feira > 24:00
EXPOSIÇÃO
RÂNEA ARTE CONTEMPO
OITO ARTISTAS NOUTRO LUGAR Ana Bezelga Ana Pais Oliveira Catarina Santos Daniela Nunes João Louro Mariana Baldaia Teresa Canto Noronha Vitor Caos Curadoria Miguel Sousa Ribeiro
CASA DO GOVERNADOR [CASTELO DE BEJA] Inauguração 23 Abril, 2014 > Quarta-Feira > 18:00 Encerramento 23 Maio, 2014 > Sexta-Feira > 24:00
Ficha Técnica
OITO ARTISTAS NOUTRO LUGAR Exposição de Arte Contemporânea Casa do Governador [Castelo de Beja] Museu Jorge Vieira-Casa das Artes
projecto
Estágio Curricular Auto-proposto Curadoria e Produção Artística Miguel Sousa Ribeiro
entidades
Câmara Municipal de Beja Instituto Politécnico de Beja
orientação
Maria João Macedo Viviane Soares Silva
exposição
Artistas Ana Bezelga | Ana Pais Oliveira | Catarina Santos Daniela Nunes | João Louro | Mariana Baldaia Teresa Canto Noronha | Vitor Caos
montagem
Miguel Sousa Ribeiro
catálogo
Textos Institucionais Câmara Municipal de Beja Instituto Politécnico de Beja Texto da Exposição Miguel Sousa Ribeiro Revisão Viviane Soares Silva Design gráfico Miguel Sousa Ribeiro Logística Câmara Municipal de Beja Agradecimentos Maria João Macedo Viviane Soares Silva Vitor Caos Todos os Artistas Obras - Artistas Imagens Obras- Artistas
OITO ARTISTAS NOUTRO LUGAR é uma exposição proposta por Miguel Sousa Ribeiro, aluno do curso de Artes Plásticas e Multimédia , do Instituto Politécnico de Beja, no contexto do seu estágio curricular na Câmara Municipal de Beja. Prosseguindo uma política de apoio e estímulo à criação artística e aos jovens, julgamos que este é o princípio de um caminho que o Município de Beja pretende trilhar. A parceria com o Instituto Politécnico de Beja começa a dar frutos e esta é apenas uma das primeiras colheitas e muitas outras se seguirão certamente. Sentimo-nos honrados em acolher jovens artistas nesta casa que é vossa também! Agora o desafio está do vosso lado, venham visitar-nos! Câmara Municipal de Beja
Organização
Parceria
O conceito e enquadramento da Exposição. Esta exposição resulta de um projecto de curadoria de Miguel Sousa Ribeiro – finalista do Curso de Artes Plásticas e Multimédia do IPBeja -, realizado no âmbito do seu estágio curricular no Museu Jorge Vieira/Casa das Artes em Beja. Este projecto foi orientado por Maria João Macedo, Chefe de Divisão de Turismo e Património Cultural da Câmara Municipal de Beja, e por Viviane Soares Silva, Artista Plástica e Docente do Curso de Artes Plásticas e Multimédia do Instituto Politécnico de Beja. Assente nos conceitos de experimentação e descentralização, esta mostra deixa de lado questões temáticas e unidireccionais, procurando conceber um projecto com vários discursos na tentativa de representar diferentes sentidos e interesses artísticos. A selecção de artistas mais referenciados e de jovens artistas reforça a questão experimental tida em consideração. Pretende-se conjugar práticas artísticas, diluir as suas fronteiras, explorar o espaço difuso, deixando de lado as questões temáticas, disciplinares e de fácil entendimento. Quer-se então explorar conjuntos diferenciados, com objectos de difícil categorização e com referência à metalógica das imagens. Ou seja, longe do entretenimento ou do facilitismo. A intenção foi então reunir obras de diferentes práticas artísticas, misturando-as, criando conjuntos que permitissem a libertação de outros sentidos, discursos e leituras. Pretende-se suscitar a dúvida, a questão, a controvérsia ou o desacordo e, fundamentalmente, a reflexão individual de
cada pessoa, potenciada por cada obra em si e não por uma temática préestabelecida - que pudesse induzir ou limitar o pensamento ou interpretação do espectador (a priori). A este nível, e ainda associado à experimentação, optou-se por seleccionar um conjunto de disciplinas artísticas que se desenham em torno da Escultura, da Vídeo-Instalação, da Pintura, do Desenho, da Fotografia e da Ilustração. Esta mescla de práticas artísticas procura, além da diluição das suas fronteiras, a sua conjugação e coabitação, permitindo pontuar conceitos, descontínuos, de forma a potenciarem uma maior proliferação de sentidos e reacções sobre uma obra. No nosso entender, a mostra potencia o questionamento, a reflexão crítica, não só pela abrangência das práticas artísticas, mas acima de tudo pelo cariz que cada uma das obras nos oferece. Tentou-se, a este nível, escolher objectos que problematizassem questões do foro político, social e estético. Obras-abertas a diferentes leituras, a vários contextos, e à forma como estas se relacionam com a vida em todos os seus foros. A reflexão é ‘exigida’ no momento do rendez-vous entre espectador e obra.
O Lugar da Exposição. A Casa do Governador [Castelo de Beja] foi o local escolhido para a exposição. Esta escolha foi intencional, na medida em que se pretende fazer uma reflexão sobre os tradicionais Lugares da Arte. A organização da exposição fora do circuito de disseminação da Arte chama ao discurso o conceito de descentralização.
Como sabemos o espaço expositivo da Casa do Governador, apesar de organizar exposições esporádicas, não é considerado, efectivamente, no circuito artístico da cidade de Beja. Isto permitiu o pensamento em torno da expansão, mas mais do que isso, permitiu perceber que é um espaço a ser explorado pois oferece condições excelentes para estar inserido na Agenda Cultural da Cidade. A qualidade do espaço define-se por ser um espaço amplo, aberto, contendo vários espaços interligados. A abrangência das práticas artísticas a mostrar, bem como a sua ligação e coa-bitação, dialogam com o espaço na medida em que apelam à diluição de fronteiras e hierarquizações. As ‘salas’ são consideradas espaços. Todos têm ligação. Tocam-se, coabitam. Esta qualidade do espaço reforça uma mostra inclusiva, que aproxime a comunidade quer à exposição, quer à cidade, mas acima de tudo à Cultura e à Arte. Constitui-se como uma mais-valia e um acréscimo bem vincado para o presente e futuro da cidade e do público. A escolha do Lugar - a Casa do Governador – por se situar dentro do Castelo de Beja, que é, por si só, a maior referência da cidade e onde qualquer pessoa, também de fora, se desloca, diria, prioritariamente, torna-se, decisiva para a tal relação de proximidade desejada entre arte e sociedade. A selecção de obras em causa nunca foi exposta em Beja. Este foi um compromisso assumido com o intuito de tornar a mostra inovadora e inclusiva mas, fundamentalmente, que permitisse uma circulação da arte, assente na descentralização.
Sabe-se que o fosso entre centros e periferia existe há vários anos, em diversos sectores da sociedade na qual a arte não é excepção, e, percebendo-se a pertinência do assunto, mesmo que não seja novo, é actual. Assim, houve a intenção de acrescentar algo mais para que essas diferenças se reduzam e se perceba que há cidades ditas periféricas, com capacidade e potencial para serem actuantes e efectivas. Todos os intervenientes tendem a perceber a pertinência e a premência em torno da descentralização. Há cada vez mais vontade de desfazer os limites territoriais ou geográficos. A arte pode, e deve, chegar a todo lado. Ser potenciadora, também, de uma circulação, dita nacional. Fazer circular o que se produz nos centros para as periferias e vice-versa. Não é suposto fechar a arte por territórios. Ela pode ser itinerante, mas não enformada a uma região 1. Isto permitirá a descentralização e o diálogo entre todos os intervenientes e os territórios, para novos contactos no futuro, que permita uma maior partilha, colaboração e cooperação.
1.De acordo com Alexandre Melo no texto Arte e Dinheiro, «É convencional ver os centros como lugares de criação/irradiação de uma arte internacional/cosmopolita e a periferia, segundo o seu grau de afastamento, como mais provincial. A noção de periferia, como a de centro, pode reportar-se a uma cidade/região ou mesmo a um país: Portugal é um país “periférico”.» E acrescenta, «No centro, concentram-se recursos, há mais artistas e um público mais numeroso, mas isso não significa que a periferia tenha que ser – por não dispor desses privilégios – um lugar de atraso; há periferias onde se podem desenvolver projectos avançados, de resistência, alternativa e ruptura.»
Relação com Artistas e Obras Esta exposição apresenta obras dos artistas: Ana Bezelga; Ana Pais Oliveira; Catarina Santos; Daniela Nunes; João Louro; Mariana Baldaia; Teresa Canto Noronha e Vítor Caos. Com um pensamento e posicionamento próprio, todos permitiram a proliferação de sentidos que a mostra se propôs potenciar, conjugadas com uma produção e prática artísticas distintas e abrangentes para a criação de conjuntos diferenciadores. Ana Bezelga evoca várias vezes no seu trabalho Marcel Duchamp. Isso é evidente na obra intitulada Pina Menichelli, Tigre Real, 1916; Marcel Duchamp Photographed by Man Ray as Rrose Sélavy, 1921; Ana Bezelga as Marcel Duchamp Photographed by Hans Scherer (2008) - [Espaço 2]. Uma sequência fotográfica, que nos remete para a apropriação. Podemos ver um retrato da actriz Pina Menichelli, Marcel Duchamp fotografado por Man Ray - vestido como Rrose Sélavy, uma das personagens que o artista encarnava, de 1921-, e Ana Bezelga como Marcel Duchamp fotografada por Hans Scherer. Esta obra foi seleccionada pelo seu carácter subversivo, revolucionário, que o incontornável Marcel Duchamp ‘impôs’ à arte, ou à noção de objecto artístico meramente estético que ele tanto questionou. Ana Bezelga reporta-se à acção de disfarce de Duchamp, apropria-se do seu pensamento (e performance) para nos apresentar, quase um século mais tarde, uma sequência, ou actualização do mesmo prolongado no tempo. Curioso o facto de Marcel Duchamp, à época, mais do que questionar o valor
estético do objecto e a necessidade de se criar algo novo, pretender a sua legitimação independentemente do seu autor, por isso assumia outras personagens, para que o objecto não fosse aceite só porque era da autoria de alguém de renome. Noutra peça de Ana Bezelga, In Spaces Between (2005) - [Espaço 4], a autora apresenta-nos filmagens de pescadores em acção na praia de Oeiras, sobrepostas a stills pós-produzidos de quatro fachadas de espaços museológicos situados em Lisboa e importantes centros divulgadores de arte contemporânea no actual panorama artístico – Museu do Chiado, Centro Cultural de Belém, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e Culturgest. Nesta obra de Video Art, “o conceito relaciona-se com a sobreposição de duas paisagens em que qualquer sujeito pode ter uma acção de contemplação. Um pescador observa o fio da sua cana à espera do movimento certeiro de um peixe, ao mesmo tempo que, inserido em espaços museológicos “pratica” lazer cultural.” Com este pensamento, a autora problematiza a relação do público com o museu, questionando se, e como a arte pode ser mais acessível a todos. Esta relação entre um público comum e os principais museus associada à ideia de contemplação, questionando se o caminho é considerar tais museus como templos sagrados e realçando o afastamento que ainda é tido pelo público no acesso a estes lugares. A transformação e a difusão que a artista nos apresenta no vídeo, [entre os espaços - praia e museu], quererá dizer que a mesma será necessária para desmistificar préconceitos associados à forma como ainda se pretende perpetuar a arte (exposições) só para alguns, encarando
o seu pensamento como uma crítica a esses pré-conceitos, fazendo reflectir estas opções e o próprio público. É para ele que a arte tem que ter o seu foco, logo ele também terá uma palavra a dizer em relação ao habitat que considera natural mesmo que ainda haja a ideia de espaços sacralizados. Ana Pais Oliveira, faz um uso privilegiado da cor, colocando-o como elemento visual/expressivo determinante no seu processo criativo, de modo a ser capaz de transformar significativamente o espaço e o modo como o percepcionamos, especificamente na sua intersecção com a relação complementar e intertextual entre a pintura e a arquitectura. Essa relação de contaminação das duas linguagens está presente na série Houses, Several Corners of the World (2012) [Espaço 2] que é apresentada como um friso que desenha uma linha cromática, descontínua, no espaço arquitectónico, criando espaços vazios, intervalos (do real), como uma pausa ou avanço, ocorridos num determinado momento. A paisagem cromática, pode ser vista como um todo, pois cria um elemento único prolongado pelo espaço arquitectónico que desenha um percurso que exige o espectador a percorrê-lo, de forma a poder ser vista, individualmente, casa “House”. Interessa-lhe, igualmente, estudar o potencial transformador das relações cromáticas em objectos de pintura que, de algum modo, se apropriam de elementos da arquitectura ou assumem uma mais evidente qualidade arquitectónica através da distensão da pintura para o espaço real e derivação tridimensional da pintura. Deste modo, percebe-se no seu trabalho uma clara tentativa da diluição das fronteiras en-
tre a pintura e a arquitectura, incorporando em cada objecto especificidades e elementos formais e estruturais das duas linguagens. Em Neighborhood #2 (2012) [Espaço 2] a pintura pretende sair de si mesma, assumindo uma dimensão arquitectónica sem deixar, nunca, de ser pintura. Estes ‘bairros arquitectónicos’ assumem a intenção de contaminação do espaço pictórico e arquitectónico desde logo no suporte e no modo como cada um se relaciona entre si e com o espaço expositivo. O mesmo pode ser visto na Pintura Fora de si (2014) [Espaço 1] na qual se percebe o exercício de expansão da pintura para o espaço real, dando tridimensionalidade à peça, a partir do suporte escolhido e das suas, diferentes, espessuras, com forte associação à arquitectura parecendo torres urbanas. Este trabalho insere-se na sua actual produção artística. Ana Pais Oliveira apropria-se da linguagem arquitectónica para o espaço pictórico como modo de desenhar e estruturar a paisagem, o espaço, o lugar. Assume o lugar como um espaço onde foram introduzidas memórias, experiências, vivências, afectos e objectos. A casa, como exemplo paradigmático da sua abordagem ao lugar, está sempre presente e é o lugar por excelência, o local onde nos podemos sentir bem e para onde queremos regressar, sempre. Mas paradoxalmente trabalha a casa de forma desconstruída, descontextualizada, disfuncional, quase sempre aberta e com uma geometria errada, acentuando a ausência e o vazio, questionando o seu papel de lugar e o que nos leva a ‘sentir em casa’. Se o espaço em si, se o contexto, se as nossas coisas, se aquilo que nos preenche e nos pertence ou que simplesmente preen-
che a casa. Assumindo que “a casa também vive e morre, não é perene nem inviolável, o que acentua a nossa fragilidade e vulnerabilidade”. Catarina Santos tem particular interesse pela técnica da colagem, assumindo-a como ponto de partida para iniciar o seu processo criativo. Fá-lo apropriando-se de imagens, que lhe interessam, para as descontextualizar de forma a atribuirlhes um novo significado, criando novos conceitos e criaturas surreais apelando ao imaginário de cada indivíduo. Coloca-nos perante qualquer coisa insólita que nos faz ver para além da imagem representada, de acordo com a percepção e perspectiva que cada um tem sobre o Mundo que partilha. O seu trabalho insere-se na Ilustração Artística e tem forte relação com a comunicação, uma das bases, talvez a principal, desta disciplina. Tendo igualmente uma forte predominância de motivos conceptuais pois faz-nos pensar, reflectir e nos impede de darmos uma imagem como adquirida a priori. A autora comunica de forma diferenciada e reflexiva, procurando distanciar-se do contexto actual de excessiva, desorganizada e saturada informação, apelando a que vejamos para além do que está representado, valorizando, além da forma, a não-forma enquanto espaços em branco, vazios, embora repletos de silêncio. As suas imagens carregam também a simplicidade de um discurso que remontam a um universo singular e fantástico, como no caso do Purgatório (2011) [Espaço 2 ]. Cada peça conta uma estória com pormenores tão subtis quanto insólitos, que assemblados resultam em composições híbridas, metafóricas, que nos fazem pensar, ver e visionar, com clara referência à metalógica das imagens.
Daniela Nunes trabalha com base na totalidade do pensamento, no Homem, na sua existência, e na procura por uma definição de identidade. Essa procura e relação é percebida em Indivíduos (2014) [Espaço 3] obra na qual a artista faz referência a questões identitárias. “É sobre esta procura de identidade que me pretendo debater” diz-nos. O seu trabalho apresenta rostos de outros. Mas são outros que dela fazem parte. Além de seus modelos, são pessoas que lhe são próximas e íntimas - sejam amigos, familiares ou amantes. Essa sua relação com a intimidade dos ‘seus’ outros, dá-lhe confiança e responsabilidade de os julgar. Definir sob o seu juízo de valor. Assim, coloca-os perante o observador de uma forma conhecedora, pessoal, livre, próxima e íntima. Expõe a verdade que vê nos seus modelos, explorando mais que o corpo físico, o metafísico. Mais que a exterioridade, a interioridade. Mais que a aparência, a identidade. A vida. A autora assume o centro da observação e é dessa forma que manipula, desconstrói e sobrepõe as imagens, do que vê, numa visão pessoal e mental. A artista mostra-nos um corpo em camadas, deformado e omitido. Não pretende a beleza, pelo menos a mais aceitável e cómoda. Confronta, isso sim, o público para uma reacção ou emoção, fazendo com que este possa ver mais além do que a mera aparência, que certamente nada poderá dizer sobre identidade. Essa possibilidade é dada quando a autora permite observar as layers quando nos remete para um corpo aberto e nos mostra de que matéria ele é feito, remetendo-nos, claramente, para um (o seu) retrato psicológico. Daniela Nunes projecta-se neste processo, assumindo que é sobre ela e
não sobre quem está a representar que o mesmo se trata. Partindo do pressuposto que o mesmo se realiza sob a sua perspectiva e visão sobre o outro, com base no que considera relevante retirar da sua análise assente nos sues valores morais, éticos, traumas ou vícios. Para reforçar a sua percepção da identidade dos ‘seus’ indivíduos insere, referente a cada pessoa, o respectivo vestígio de ADN, escolhido por si e pelo que julga ser mais característico em cada um. Deixa-nos com uma questão pertinente: “De que forma pensa o Homem sobre o Homem? Seleccionamos também um outro processo da artista, os Desenhos a duas vistas (2014) - [Espaço 3 e 4] por uma forte componente sobre a estética relacional. A forma como nos relacionamos com os outros, a posição que ocupamos que sempre está ligada a uma dicotomia da observação. Num determinado tempo e espaço podemos ser observadores e observados. Realça o individuo que vê mas que também é visto, e que não vive sozinho, pois o homem tem necessidade de ser visto, julgado, observado para se sentir avaliado, saber que lhe dão atenção em forma de afecto e elevação do ego. Este é um dos propósitos do ser humano, a natureza do prazer estético, de um sentir heterogéneo que projecta para fora, para a troca e para o discurso. Daniela Nunes explora esta ligação, ou relação, de forma clara colocando-nos em locais comuns de paisagem urbana, onde tanto podemos ser vendedores como compradores e confronta-nos com as duas perspectivas, que revela, aos outros e a nós mesmos, quem nos tornamos e somos a partir dum fenómeno que é simultaneamente presença e sentido. A análise desta relação entre espectador/observador-actor/observado é a forma de completarmos a obra, percebendo o seu sentido.
João Louro na obra de Vídeo Art - Aplauso, ensaios dos dados imediatos da consciência (2001) - [Espaço 5] analisa o meio que passa a mensagem, visto como um canal de comunicação para massas, sendo que mais actual não há. O próprio meio dá-nos uma consciência dos actos tidos aquando uma determinada acção que no momento nos é impossível constatar. Por isso, a imagem em movimento, o registo, ao ser posteriormente analisado dá-nos uma consciência, e podemos afirmar que o meio é que é auto-consciente. O facto de João Louro ser um artista por natureza conceptual e a Video Art se inserir no campo epistemológico da Arte Conceptual, revelaram-se factores importantes para a sua inclusão, bem como a pertinência da obra, pois com mais de uma década mantém-se, bastante, actual. Num momento em que comunicar parece que se tornou banal, que nos passa, por vezes, despercebido, dando uma perda da noção de comunicação cada vez mais globalizada e ‘imatérica’, onde se perdeu a noção de lugar definido para a concretizar, em espaço físico. Uma grande parte da comunicação actual faz-se por via de intermediário, por via de um meio, virtual o que poderá levar a um contexto de [in]comunicação. Esta questão pode ser vista nesta sua obra. Tende a mostrar e a comunicar, mas de facto isso não acontece, pelo menos na sua totalidade. Há uma enorme incomunicabilidade que se torna desconcertante para o espectador, ainda mais nos dias de hoje, um momento onde queremos saber tudo, ter acesso a tudo. Esse desconforto é causado precisamente porque o espectador nunca chega a perceber o motivo causador desse desconforto na peça. Como nos diz João Louro “…não sabemos o motivo dos aplausos e isso
cria desconforto a quem vê…esperamos mais informação que nunca chega, revelando-se incomunicação, pois nunca se percebe o motivo da alegria e dos aplausos”. Ou seja, a plateia está alegre e aplaude efusivamente, mas nunca se percebe o porquê daquelas reacções do público presente na peça. O que nos faz pensar no paradoxo do próprio meio se anular a ele mesmo, ou seja, anula a linguagem com a própria linguagem, no momento que um meio comunicador falha na sua função. Esta obra pode também ser vista como uma crítica ao consumidor, actual, compulsivo do médium, num momento excessivo de tecnologia e da suposta comunicação globalizada, virtual, manipulada, invisível, ‘imatérica’, sem presença e sentir, sem referente e sem real. Querendo com isso realçar o pensamento, a consciência e a consciencialização que devemos ter em consideração. A consciência de que num momento tão aberto e excessivo, a vários níveis, é cada vez mais necessário estar atento, analisar, e ver além daquilo que nos querem mostrar, ou ver para além da imagem representada. Mas esta obra faz referência a outras leituras e associações. Desde logo à relação entre observador e observado. O motivo em falta, pode, num determinado momento da peça, ser considerado o próprio espectador/observador, pois os risos e aplausos das pessoas que integram a peça e o seu olhar vêem na nossa direcção, podendo causar a sensação de o motivo sermos nós mesmos, passando de observador para observado, despoletando o desejo escondido de alguns minutos de fama que qualquer Humano tem. Será reforçada esta leitura com a colocação de um palco em frente à peça.
Mariana Baldaia alia a prática do design e da ilustração, reflectindo-se na enorme plasticidade que a sua obra assume. Facilmente se torna imperceptível se estamos perante um cartaz ou uma pintura, pois além da sua mestria no desenho, que lhe dá originalidade e identidade, a autora utiliza técnicas de impressão no seu processo criativo, como a monotipia e materiais como o acrílico, que fazem com que o trabalho além de plástico seja expressivo e artístico, diferenciando-se, portanto. Esta particularidade é conseguida pelo afastamento que faz da tecnologia. O seu trabalho, antes de um cartaz, é um desenho ou uma pintura. É desta forma que o encaramos, como por exemplo na mulher no cinema (2013) - [Espaço 2]. Raramente nos apresenta a cor de forma linear, pelo contrário, ela surge além de pouco saturada, misturada, difusa, riscada, disforme, criando um ruido harmonioso, conjugado com uma paleta de cores bem vincada e associadas às suas vivências do campo. Mariana Baldaia comunica de forma desconstruída e é desta forma que actua na realidade. Teresa Canto Noronha tem particular interesse pelas emoções. As pessoas, os sentidos, tudo o que é humano. A paisagem – os mundos que constrói – servem para confrontar as pessoas com as suas emoções. O isolamento – pela dificuldade que as pessoas têm em comunicar essas emoções – é potenciado no seu trabalho, como na sua peça S/ título #5 (2012) [Espaço 3]. Com grande pertinência e reflexão na actualidade onde a comunicação física, presencial tem sido relegada, num contexto onde o intermediário tecnológico ganha dramática predominância. As pessoas fecham-se
cada vez mais e tendem a uma incomunicação física, presencial e real, como é percebido noutra peça da artista Estás Aí? (2011) - [Espaço 3]. Teresa Canto Noronha explora a questão da visibilidade, de cada um de nós, questionando se pelo facto da exposição, mediatização ser enorme, será suficiente para nos darmos a conhecer? Colocando em causa o que se vê e o que realmente se é. Bem como o próprio meio que é potenciador da comunicação invisível. Uma presença ausente. A sua procura reflecte-se na peça The Book (2011) - [Espaço 3], na qual a artista potencia e apela aos sentidos, ao toque, ao contacto físico, não meramente visual – mais do que ver é necessário sentir – o livro lê-se mas não com os olhos. Lê-se sentindo. É um ver pessoal e interno, porque, como diz Teresa Canto Noronha “ a arte deve ser vista com todos os sentidos”. Vitor Caos, apresenta-nos uma Escultura/Maquete, Harmonia (2014) [Espaço Ext.] para um projecto de arte pública a concretizar. A selecção deve-se à leveza e elegância que a obra sugere ligadas, entre si, a uma musicalidade enquanto sistema de comunicação não-verbal. A sua colocação suspensa além de lhe acentuar a leveza e nos remeter para conceitos metafísicos, evidencia questões relacionais e estéticas, entre a peça e o observador, confrontando-o com uma maior aproximação do real. Intui à reflexão da obra enquanto vista do Lugar e visionada, imaginada, no espaço público que cada um lhe atribuirá. Apesar da peça se situar num espaço de transição, entre exterior (público) e interior (privado), uma vez que se encontra fora mas é dentro, do Lugar, que a mesma pode ser vista, ela parece querer mostrar a sua força e imposição, assu-
mindo um espaço que será seu por natureza. Esta relação é reforçada no momento em que o seu posicionamento permite que a obra seja vista - além do Lugar e do contexto de exposição - de forma descontexctualizada das outras obras, ganhando o seu próprio discurso - de, futura, obra pública -, na possibilidade que a escultura tem em ser vista fora do espaço expositivo, logo individual e independente, potenciando a função a que se propõe de obra interventiva no espaço público.
Miguel Sousa Ribeiro Abril de 2014
Artistas e Obras Ana Bezelga nasceu em Lisboa. Desde 2004 tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho que combina escultura, vídeo, instalação e fotografia. Obteve o grau de Mestre em Artes Visuais na Academia de Arte de Malmö, tendo sido bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, encontrando-se actualmente a concluir o doutoramento em Artes Visuais na Universidade de Évora com uma bolsa de investigação da FCT. O seu trabalho foi exposto em vários países, destacando-se as seguintes exposições: The Art of Critical Thinking and Transmuting Experience (Kunstraum Innsbruck, 2004), Impromptu (Skånes Konstförening, Malmö, 2009), The Story Framer (Wip: sthlm, Estocolmo, 2010), Kopia och Original (Museu de Arte de Malmö, 2010) Lunds Konsthall Presentation (Lund, 2011), A Casa do Firmino (Temporary Art Center, Eindhoven, 2011; Rotunda Gallery, Dubai, 2011 e Centro Nacional de las Artes, México, 2012). Em 2009, Bezelga ganhou o prémio de arte da Fundação Edstrandska e em 2010 o prémio anual da fundação Aase & Richard Björklund.
Pina Menichelli, Tigre Real, 1916; Marcel Duchamp Photographed by Man Ray as Rrose Sélavy, 1921; Ana Bezelga as Marcel Duchamp Photographed by Hans Scherer, 2008 Sequência fotográfica de três impressões emolduradas 42,3x38,2cm 2009
In Spaces between, 2005 Vídeo Instalação Vídeo (Portugal 2005; Mini DV; Pal; 5:4; Cor; estéreo; 5’20’’; transferido para LCD) #1/5 + 2 p.a.
Dialogue on paper, 2009 Digital print on paper, acrylic paint on wall 59,4 x 84,1 cm (Edition of 10) Papel dobrado e impresso com excertos do conto El Otro (em inglês “The Other”), escrito por Jorge Luis Borges em 1972.
Ana Pais Oliveira (Vila Nova de Gaia, 1982) é licenciada em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (Julho de 2005), onde frequenta actualmente o doutoramento em Arte e Design com o projecto Mecanismos de contaminação entre o espaço pictórico e o espaço arquitectónico nas práticas artísticas contemporâneas: o papel da cor. É membro colaborador do núcleo de investigação em Arte e Design no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade e bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). É também membro do AIC Study Group on Environmental Colour Design desde Julho de 2013. Foi oradora convidada para o Ciclo de Conferências A Cor Entre Formas, organizado pelo Mestrado Integrado em Arquitectura da Universidade Lusófona do Porto, onde participou com a conferência Paisagem e Cor no Processo Criativo da Pintura, a 26 de Abril de 2012. Obteve, em 2003, uma bolsa de mérito atribuída pela F.B.A.U.P. e venceu, em 2007, o Prémio Engenheiro António de Almeida para a melhor licenciatura em Pintura do ano lectivo de 2004/2005. Participou em diversas exposições colectivas, onde se destacam a XV Convocatória Internacional de Jóvenes Artistas da Galeria Luis Adelantado, Valencia (2013); Prémio Internacional de Artes Plásticas de Caja de Exremadura Obra Abierta 2014, Plasencia; Teoria da Pintura, Galeria da Aisca, Viana do Castelo (2014), entre outras. Expõe individualmente desde 2006, onde se destacam Sedução em Erro, Galeria S. Mamede, Lisboa (2014); Dwellings, Galeria Símbolo, Porto (2012) e Entre(tanto) e quase nada, Casa da Cultura/Casa Barbot, Vila Nova de Gaia (2009). Faz parte da selecção portuguesa para a Bienal Jovem Criação Europeia 2013/2015, itinerante por nove países europeus. Obteve o Prémio Aquisição dos Amigos da Biblioteca-Museu de Amarante na 9ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2013), o 1º Prémio Aveiro Jovem Criador (2009), o 1º Prémio Engenho e Arte – Melhor Trabalho Nacional (2009), o 3º Prémio no 1º Prémio Jovem de Artes Plásticas da Figueira da Foz (2009), o 1º Prémio Arte XXI 10 (2009), o 1º Prémio Eixo Atlântico na VIII Bienal Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (2008) e o 1º Prémio de Pintura Estoril Sol (2006). A sua obra está representada nas colecções da Fundação Focus-Abengoa (Sevilha), Banco BPI, Grupo Lena Construções, Eixo Atlântico, Casa da Cultura/Casa Barbot, Museu Municipal de Espinho e Museu Municipal de Amarante.
Pintura fora de si Acrílico s/ tela 30x140 cm 2014
Desired Shelter #1 Acrílico e colagem s/ tela 70x70 cm
Série Houses, Several Corners of the World #30/70 Desenho e colagem s/ cartolina 15x30 cm 2012
Catarina Santos nasceu a 11 de Maio de 1990; natural de Sítio do Mouricão (Silves). Em 2012 terminou a licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia no Instituto Politécnico de Beja. Ao longo da formação teve os primeiros contactos com Ilustração. Foi o ponto de partida para desenvolver a sua identidade visual e conceptual dentro da área artística. Fez parte de algumas exposições colectivas: A Sardinha é de Todos! (Fundação Millenium BCP, Lisboa, 2013); Habitar as Imagens (Centro de Artes de Sines, 2013); Joven Ilustración Ibérica (Universidade de Huelva; Biblioteca da U.A.L.G.; Consulado de Portugal em Sevilha, 2013/2014). Alguns dos seus trabalhos estão publicados na secção de ilustração do Público – P3. Actualmente reside em Barcelos, onde continua a sua formação no Mestrado em Ilustração e Animação (M.I.A) no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
Purgatório Desenho e colagem s/ cartolina 15x30 cm 2012
Exmª Senhora Lady Miss Mademoiselle Desenho e colagem s/ cartolina 15x30 cm 2013 Colecção Privada
S/ título Colagem s/ papel 24x16,5 cm 2012
She went to Corporación Dermoestética Colagem s/ papel A4 2012
Daniela Nunes nasceu em Braga em 1991. Viveu em Santiago do Cacém e frequentou o agrupamento de artes em Santo André. Actualmente é finalista do curso de Artes Plásticas-Pintura da FBAUP, vive e trabalha no Porto. A pintura interessa-lhe pela sugestão de narrativas ambíguas onde um paralelismo entre padrão e padrão de pele se assume como preocupação plástica. O seu trabalho foi exposto em várias locais de onde se destacam alguns exemplos como 2014 - participação na Exposição Inaugural Galeria Emergentes dst | Shair, Braga, em 2013 - Prémio Jovem Criador Aveiro 2013, Aveiro (catálogo); Exposição Individual CO.A.BI.TAR no Silo Espaço Cultural, Porto; Exposição Individual Sobre as Escolhas há tudo ou nada a dizer na Galeria Quasiloja, Porto; Exposição Colectiva Uma escola cara a cara na Reitoria da Universidade do Porto; Exposição Colectiva Limites e Intercepções com Ana Torrie, Gina Frazão, Daniel Moreira, Maja Babic Kosir e José Pando Lucas no Silo Espaço Cultural, Porto; Participação no XXVI Salão Primavera do Casino Estoril (catálogo); 2012 - Exposição individual de Pintura e Desenho Agula-me no Hotel555; Participação no ESTUDIO4 (Hotel 555): [Arte - Postal] Mostra – Instalação e Ilustração Digital Porto; Restauro de Património Arquitectónico/Recuperação de interiores (in) Hotel555. Porto; 2011 - Exposição (DES) ENCONTROS com Fábio Barra na galeria Quasiloja, Porto; 2009 - Exposição individual na Albergaria D. Nuno, Santiago do Cacém; Exposição individual no Dolce Vita Monumental, Lisboa; 2008 Exposição colectiva na galeria do pólo de Música da Universidade de Évora; 2006 Exposição colectiva no museu Municipal de Santiago do Cacém.
Individuos Instalação Desenhos em caixas de luz e saco hermético com vestígio de ADN Dimensões variáveis 2014
Pormenor da instalação
Desenho a Duas Vistas Instalação Desenhos em caixas de luz Dimensões variáveis 2014
Desenho a duas vistas Instalação Desenhos em caixas de luz Dimensões variáveis 2014
João Louro (1963) vive e trabalha em Lisboa. Estudou Arquitectura na Universidade de Lisboa e Pintura na Escola Ar.Co. O campo de trabalho de João Louro abrange a pintura, a escultura, a fotografia e o vídeo. Descendente natural da arte minimalista e conceptual, este artista busca ultrapassar o paradigma romântico concedendo importância ao papel do espectador que deve completar a obra. Uma das suas maiores preocupações, é a reorganização do mundo visual e o que é que essa visualidade significa. Um outro tema recorrente e importante da sua obra é a linguagem, em todas as suas formas, possibilidades e aspectos. João Louro foi convidado por Maria de Corral a participar na “Experiencia da Arte”, no Pavilhão de Itália, na 51ª Edição da Exposição de Arte Internacional da Bienal de Veneza. As suas mais recentes exposições incluem: The Cold Man, Galeria Cristina Guerra Contemporary Art; 5 Minutes After Violent Death, Ermida, Lisboa; Boy meets Girl, Solar, Galeria de Arte Cinemática, Vila do Conde (2013); The Return of the Real, Museu do Neo Realismo de Vila Franca de Xira (2012); Territórios de Transição, BES Arte & Finança; Contest Terriories, Dorsky Gallery, New York; More Young Americans, L’Enclos des Bernardins, Paris; L’Écriture du Desastre, Galeria Fernando Santos, Porto; Monocromo, Fundación RAC, Pontevedra; Riso, Museu da Electricidade, Lisboa; In God we Trust, BES Arte & Finança, Lisboa; “Smoke and Mirrors, Galeria Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa; O Castelo em 3 Partes, Assalto, Destruição e Reconstrução”, Guimarães Capital da Cultura (2011); My Dark Places, MACRO – Museo d’Arte Contemporanea Roma, Roma; The Great Houdini, Centro de Arte Contemporânea de Bragança (2010); The Hustler, Centro de Artes Visuais de Coimbra; Johnny Cash, Roy Orbison e Elvis Presley, Galeria Fernando Santos, Porto, LA Confidential, Christopher Grimes Gallery, Santa Monica, Los Angeles (2008); Big Bang, Galeria Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa (2007); InSite 05 - Art Practices in the Public Domain, San Diego/Tijuana (2005); Blind Runner, Centro Cultural de Belém, Lisboa. A sua obra está presente em diversas colecções particulares portuguesas e internacionais e colecções públicas, tais como: Fundación ARCO, Madrid; Margulies Collection, Miami; Jumex Foundation, Mexico; Fundação de Serralves (MACS), Porto; Colecção BES, Lisboa; Colecção António Cachola, Elvas; MACRO – Museo d’Arte Contemporanea Roma, Roma. Museu do Caramulo, Caramulo; Coleccion Helga de Avela, Madrid; Coleccion Purificacion Garcia, Madrid.
Aplauso, Ensaio sobre os Dados Imediatos da Consciência 58’’ (loop) Vídeo, PAL, Color, Sound 2001
Land’s End Object, Vinil on Aluminium Lenght 102 cm 2002
Mariana Baldaia ( Alcabideque, 1985 ) é licenciada em Design Gráfico, 2009 pela Escola Superior de Artes e Design, Matosinhos. Fez uma pós-graduação em Ilustração pela Escola Superior Artística do Porto, pólo de Guimarães em 2011. Tem vindo a desenvolver cartazes para festivais nacionais e internacionais tais como Get Set Festival (2010 a 2012), The Massachusetts Independent Film Festival que lhe valeu o prémio bronze do Film Festival Poster Awards 2013 e foi seleccionado para a Trienal de Cartazes de Lahti, Finlândia, o Kuala Lumpur Eco Film Fest 2014, o Mûsîqât Festival na Tunísia, entre outros. Entre alguns prémios que tem recebido destacam-se o prémio de ilustração da cautela da Lotaria à Portuguesa 2013, o prémio Jovens Criadores 2012 e o Free Press International Poster Competition, Itália 2010. Foi convidada para a 1ª Edição da Bienal de Cartazes em Itália, 2013 e para a exposição Desassossego do Desconforto, com curadoria de Marco Dias e convite do estúdio This is Pacifica, 2013.
camaraman Monotipia s/ papel 70x100 cm 2013
mulher no cinema Monotipia, caneta e aguarela s/ papel
mûsîqât Monotipia, caneta e aguarela s/ papel 30x42 cm 2013
Teresa Canto Noronha n. Ponta Delgada, S. Miguel – Açores (1967) Que parte de nós é produto do ambiente onde crescemos? E que parte é a inevitabilidade do material que herdamos? Teresa Canto Noronha nasceu num tempo e num lugar preenchido pela literatura. Sem espaço para as artes plásticas. E foi essa a forma de expressão que escolheu. É jornalista desde 1989. Mas a informação genética, sub-repticiamente, foi ganhando o seu lugar. E a herança do avô materno, com quem conviveu apenas 15 dias, e que era pintor, acabou por se impor. Diz-se incapaz de desenhar. E é, efectivamente, a única coisa que não faz. Algumas das suas, mais recentes, exposições são S4 Adjacentes - 4 artistas açorianos na Sala do Veado, Museu de Ciência de História Natural, Março de 2014; CQD - Individual na Galeria Corrente d' Arte, em Lisboa, Outubro de 2013; On Commmunication Individual na Câmara Municipal de Ponta Delgada, Agosto e Setembro de 2013; 3 Séries e um Desfecho Inesperado - Individual no Fórum Cultural de Ermesinde, de Novembro de 2012 a Março de 2013; Participação em dois Gabinetes de Curiosidades Colectivas na galeria Corrente d' Arte, durante o ano de 2013 e na Bienal de Porto Santo Santo/2013
The Book Técnica mista Dimensões Variáveis 2011
Estás Aí? Técnica mista Dimensões Variáveis 2011
S/ título Técnica mista Dimensões Variáveis 2011
Vitor Caos (1967) nascido em Angola, vive e trabalha em Beja. Amante de cozinha, carpintaria, mergulho e bicicletas. Artista plástico por absoluta necessidade de criar a absoluta inutilidade. O seu trabalho combina a escultura, a instalação e também a fotografia. Interessalhe, apesar de nada ter contra os meios informáticos, a plasticidade, o sentir, o tocar o papel, como a pedra, e é isto também que ‘passa’ nas suas imagens. Destacam-se algumas exposições como As portas mortas, Instalação, itinerante por IPBeja, Beja, 2012 - Aljustrel verão de 2013 e Vidigueira inverno 2013/14; A Teia, Instalação, itinerante por - IPBeja, Beja 2012 e Aljustrel verão de 2013; Comboios, Cuba´s Bar, Cuba do Alentejo, 2012; Ou és um cromo ou não és nada, Galeria do Desassossego, Beja 2011; XPTO a cadeira do criador, IPBeja, Beja, 2011; Triologia do corno, Rural Beja 2011; O futuro radioso, Minas de São Domingos 2010; Memória em Branco, Galeria AoLado, Beja 2010; Bandeiras, colectiva - Participação com a peça “Abril, espuma controlada”, festa do avante 1999; Praça da República, Beja 2000; Trabalho colectivo, sobre dois textos de Bertold Brecht, Ouvimos dizer que estás cansado e O analfabeto político, para a Bienal de 1998 da festa do avante; Revolução, festa do avante 1997.
Pormenor
Pormenor_1
Harmonia Betão, ferro e aço 80x80x8 2014 Escultura/maquete à escala de 1/10
Espaço 3 Espaço 4
Espaço 5
Espaço 2
Espaço Ext.
Espaço 1
Entrada da Exposição
Piso 1
Entrada
Recepção
Piso 0
(Exterior)
Noites de Exposição 24, 25, 30 ABR - 01, 17, 23 MAI, 21:00>24:00
Dia Internacional dos Museus (Véspera) 17 MAI 2014 (Sáb), 21:00>24:00
Encerramento Conversa com os Artistas, Curador e Público. Aberto à Comunidade. 23 MAI 2014 (Sex)
Organização
Parceria