Only Trick - Jewel E. Ann

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Jewel E. Ann Only Trick Livro Único

Only Trick Copyright © 2015 Jewel E. Ann

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SINOPSE ‗Não olhe para trás com raiva‘. Em uma noite, eu perdi cinco anos da minha vida. Aqui está o que eu sei... Eu era sem-teto. Eu sou um viciado em drogas em recuperação. Minha pele com tatuagem me trás olhares lascivos. Eu tenho uma aversão grave às mulheres. Meu parceiro gay é um destruidor de lares. Eu possuo uma arma e eu tenho uma maldita boa pontaria. Eu sou um artista de maquiagem, mas isso é um insulto para o meu talento. Eu nunca quis possuir qualquer coisa, exceto a minha Ducati... até que eu conheci Darby. O que eu sei desde aquele dia na sala de emergência, quando ela me costurou... – nada, além de alguns pensamentos aleatórios. Minha nova ‗amiga‘ é perturbadora, pegajosa e obcecada com siglas, emoticons e frases como ‗almas gêmeas de café da manhã‘. Eu não queria gostar dela, mas ela rastejou sob minha pele e me engoliu inteiro. Agora nós somos melhores amigos e ela é o meu novo vício. Eu a beberia de um copo, a cheiraria pelo meu nariz ou a injetaria em minhas veias se eu pudesse. O que eu não vou fazer... é lhe dizer isso. Ela não me conhece... eu não me conheço. Quando esses anos que faltam voltar, eu acho que ela vai me odiar... acho que vou me odiar. Meus pais me chamam de Patrick Roth, e esta é minha história.

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A mente fala com razão e da lógica. O coração... ele não fala, ele só sente. Mas aqui está a coisa sobre sentimentos... eles são a verdade não dita. Darby Lucille Carmichael

Capítulo Um Saúde: ausência de doença e falta de estupidez. Minha manhã começa com um frequente paciente que não conseguia encontrar sua própria pulsação por mais de uma semana. A visita anterior dele foi por causa de dores no peito durante a masturbação após fumar crack, então eu sugeri que ele parasse ou com o crack ou de se masturbar. O próximo foi remoção de um absorvente interno podre, seguido de um exame em uma ‗catapora‘ em um pênis. Herpes a viiista! Finalmente, quando todo mundo está a salvo de fato, eu sou designada a um velhote se queixando de um carrapato preso em seu traseiro, o que na verdade descubro ser uma bala presa no pelo da bunda dele. A parte engraçada... eu já vi esse paciente várias vezes e ele é bem fresco... vive fazendo ‗cu-doce‘. Eu me racho! A verdade: eu amo meu trabalho. Quebra-cabeças são bem melhores do que TV para mim, mas nenhum deles jamais foi tão desafiador e viciante como o misterioso corpo humano. Nana, minha vó, tem uma velha arca de cedro que ela chama de cemitério. Ela está cheia de bonecas e bichos de pelúcia que parecem ter sido mutilados por uma matilha de lobos. Membros cortados ou arrancados depois costurados de volta, tapa-olhos, ataduras, coisas de papel marche e um esmalte vermelho mais conhecido como sangue seco - eu recebi meu chamado cedo. Conforme as sirenes penetrantes se aproximam com uma vítima ferida a bala, meus sentidos se ampliam. Eu me sinto mais forte e mais rápida, enquanto minha visão aguça e minha pele formiga, como um entorpecente que me faz sentir invencível à dor. Estou quase ofegante como um cão à espera de seu jantar; é possível que eu esteja até mesmo babando um pouco. Adrenalina: minha droga favorita.

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— Eu cuido disso. — Dr. Ellis empurra dois prontuários no meu peito antes de arrastar aquela bunda gorda autoritária pela entrada do Pronto Socorro como se Deus tivesse coroado ele rei do dia. — Dor abdominal na sala um; suturas, na três. Até mesmo no mundo adulto valentões estouram bexigas e acabam com a festa. Se eu fosse homem estaria apalpando minha virilha procurando minhas bolas. Sim, elas estão aqui com marcas de sapatos e tudo. — Ele só está chateado porque você está com Ashby e ele não. O turno dele terminou há dez minutos. — minha enfermeira e braço direito, Jade, me entrega uma caneta para assinar um prontuário. Eu bufo com desprezo por todos os homens. — Cabelo bonito. — eu olho para cima, forçando um pequeno sorriso. Ela afofa os curtos e rebeldes cachos pretos. — Eu decidi abraçar minha herança Africano-Americana. Eu rio, passando por ela em direção as suturas na sala três. — Isso ou você decidiu tentar um novo look para o Doutor... qual o nome dele? Ah, sim, Dr. ‗Eu Comprei Café Para Todas As Enfermeiras Em Troca De Boquetes‘. Por favor, me diga que você não está a fim do Creighton Esquisito. — Você só está azeda assim porque não bebe café. — Bem, sabor. Suturas?

mesmo

se

eu

bebesse,

ele

nunca

teria esse

Jade limpa a garganta. — Sim, sobre isso... Eu viro, a um quilômetro de distância da porta da sala três. — O que tem ele? — abrindo o prontuário, eu leio o histórico médico de Patrick Roth, vinte e oito anos de idade. — Ele cortou a mão consertando a moto dele. Eu olho por cima do prontuário. — E? — Ele é... intenso. — Você está suando? Jade passa os dedos pela testa, em seguida, olha para eles. — Não. Bem, talvez. — ela dá um passo mais perto, olhando em volta como se nós estivéssemos cercadas por espiões. — Ele é um esquilo.

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Eu jogo minha cabeça para trás, recuperando meu espaço pessoal. — Ele trouxe um esquilo? Jade fecha os olhos, balançando a cabeça. — Não. Ele é um esquilo. Sério, Darby? Você não sabe que um cara gostoso é chamado de esquilo? Eu fecho o prontuário. — Que idiota disse isso? — Eu vou arranjar um dicionário urbano de presente de Natal para você. Como você pode trabalhar no coração de Chicago e não manjar dos jargões das ruas? Jade recebe o meu melhor olhar reprovador enquanto eu abro a porta. Ah, merda! Jade colide com minhas costas devido a minha súbita parada, me obrigando a dar mais um passo para longe do que as minhas pernas voluntariamente iriam por conta própria. Ela aperta meu braço. — Eu disse, — ela sussurra. — Bom... Bom o quê? Bom dia? Boa tarde? Boa noite? Bom Deus! — Dia... bom dia, Sr. Roth. Eu sou... — este é um daqueles momentos. Aquele quando você está fazendo cooper pela calçada com passos fortes sentindo a perfeição, confiante e então acontece: tropeção. Talvez não mais do que meio centímetro de buraco que pega a ponta do seu sapato fazendo suas pernas se debaterem em pânico para manter seu corpo na vertical. Isso é tudo o que preciso. Um segundo para ir de destemida para atordoada. O ‗buraco‘ neste momento é uma mistura colorida de tinta cobrindo a pele de braços enxutos e musculosos que capturam meu olhar, parando o tempo por alguns embaraçosos segundos. Ele é tão... — Aham! — um braço enlaça meu cotovelo, me expulsando do meu devaneio. Ok, viajando e ainda com cara de idiota. — Patrick, essa é Darby Carmichael. Ela vai te dar pontos e te encaminhar. Sombrio, essa é a palavra. O cabelo escuro estrategicamente usado em pelo menos uma dúzia de direções conflitantes. Sobrancelhas e cílios escuros, barba escura por fazer e olhos castanhos me prendendo com um intenso ‗sombrio‘ olhar.

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— Ah hmm... Os lábios mais beijáveis que já vi se contraem, não em um sorriso, mais como um reconhecimento divertido de mim... sim, eu olhando e usando sons como ‗ah hmm‘ em vez de palavras reais que um profissional médico educado deve usar. Então eu noto uma perolada cicatriz desbotada acima do olho, uma daquelas pequenas imperfeições que dão personalidade e história para uma pessoa. — Darby? — Jade segura um par de luvas de procedimento azuis na frente do meu rosto balançando como um pêndulo de relógio. A voz dela é abafada e ecoa como se estivesse debaixo da água, o mundo misterioso submergido quando você se sente como se pudesse ouvir o sangue correndo em suas veias contra a cadência do seu coração. Eu puxo uma respiração, mais como um suspiro. Esfregando as mãos na pia com intensidade profunda, eu tento encontrar meu caminho de novo; a minha voz. Se há um Deus, eu oro para que me conceda um pequeno pingo de dignidade para seguir com isso. — Me conte o que aconteceu. — eu seco minhas mãos. Ele levanta a mão enrolada em uma toalha suja de sangue. — Cortei a minha mão... apertando um parafuso. — sim, sua voz é tão sombria como o resto de sua sensualidade sufocante. É profunda com uma ligeira rouquidão que me permite realmente senti-la, e não apenas ouvi-la. Ele poderia muito bem ter dito: ‗Eu só chupei seus mamilos‘. De qualquer maneira, eu estou congelada em um dia quente. Uma poça no chão no momento em que ele for embora. Foda-se a ameaça de sarampo... vou conseguir pontos por este desagradável caso gaguejando bobagens. Me dê uma vacina para isso! Eu desembrulho a mão dele, em seguida, olho para cima para observar sua reação ao corte profundo. Ele não pode desmaiar. Eu já me reservei esse direito e não tem nada a ver com a mão dele, apenas autopreservação. Mas ele não está olhando para a mão; ele está olhando para mim. Merda! Respire, Darby, respire. Ele cheira tão bem. Será o sabonete ou o perfume dele? Ou ele é atraente assim de natureza? Eu não achava que cheiro atraísse; até agora. Merda! Não respire, Darby, não respire.

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Patrick não é o meu primeiro ‗esquilo‘, mas meu profissionalismo nunca vacilou. Os pacientes são quebra-cabeças à espera de serem remendados, nada mais. Mas, meu Deus, tudo que eu quero fazer é esfregar meu nariz no pescoço dele e inalar como eu estivesse dando minha primeira respiração. — Eu vou limpar a ferida, depois você vai precisar de alguns pontos. — Você é a médica. Poutz! Aquela voz… Eu olho para baixo e começo a trabalhar em consertá-lo. — Eu não sou realmente uma médica. Eu sou uma MA, uma médica assistente. — e tchraaam! Com essas palavras, minhas mãos conquistam o que meu cérebro tem lutado para se lembrar. Eu sou uma médica assistente. Eu sou uma profissional e este homem não é nada mais do que o meu paciente. A mão dele se torna apenas isso, uma mão. Agora já não importa que ela esteja ligada a um corpo que... que... Deus, não há palavras, nem mesmo na minha cabeça. Eu me convenço de que poderia muito bem ser a mão de um cadáver. Eu não tenho certeza o que foi a minha falha há poucos momentos atrás. Talvez o comentário ridículo sobre esquilo de Jade mexeu com minha cabeça. Mas estou de volta. Boa conversa mental, Darby! — Troque o curativo a cada vinte e quatro horas e tente manter a ferida seca durante quarenta e oito horas. Você pode agendar para retirar os pontos em oito ou dez dias. Notei em seu histórico médico que você não se lembra se tomou vacina antitetânica; eu recomendo uma antes de sair. Jade pode ver isso para você. — eu retiro minhas luvas e lavo as mãos. — Você tem alguma pergunta? Ele balança a cabeça, eu espero que, em resposta à minha pergunta e não ao meu comportamento bajulador. Minha dignidade com certeza está balançando a cabeça enquanto se liberta da minha sufocante libido. Levou anos para conseguir meu diploma e apenas alguns minutos para meu cérebro derreter em uma poça de massa cinzenta. Eu fixo meu olhar na pia, no chão, em seguida, no prontuário dele, qualquer coisa para evitar o olhar para ele. — Ok, então, foi bom te conhecer, Sr. Roth.

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Eu arrisco um olhar com um sorriso nervoso. Aqueles olhos se encontram com os meus, em seguida, desaparecem ao longo do meu corpo como um lençol esvoaçando sobre uma cama, flutuando no ar até pousar sobre a superfície. Eu limpo minha testa com a palma da mão. Merda! Agora eu estou suando. Eu saio da sala em uma desesperada busca de minha confiança e profissionalismo. Elas estavam comigo antes de eu entrar na sala três, então tem que estar por aqui em algum lugar. Do computador na área das enfermeiras, eu dou uma olhada rápida enquanto o Sr. Roth desfila para fora da sala deixando um rastro de fêmeas em autocombustão ao longo de seu caminho. Como era de se esperar, ele está olhando para mim, nada de sorriso. Abaixando minha cabeça, eu passo a minha língua pelos meus dentes. Eu tenho algo em meus dentes? Por que o olhar? — É errado eu ter aplicado a antitetânica dele na bunda? Minha cabeça dispara na direção computador. — O quê? Você aplicou na...

dela

por

acima

do

Jade ri e bate o prontuário na minha frente. — Estou brincando. Mas puta merda, você viu as tatuagens desse cara? Um corpo que poderia te deixar sem palavras. Ah isso é certo... você ficou sem palavras. Me concentrando de volta no monitor, eu balanço minha cabeça. — Eu só estava distraída com o ferimento à bala que Ellis roubou de mim, é só isso. — Hmmm — Jade cantarola com um sorriso que coincide com o meu.

***

O trajeto de oito quilômetros ao meu condomínio na Lincoln Park leva vinte minutos para abrir caminho entre a enorme aglomeração de pessoas, carros e ônibus. Mantendo a minha rotina normal, eu tiro a roupa e entro em meus shorts e sutiã esportivo enquanto ouço as mensagens do telefone. Darby, Cal queria que eu te lembrasse sobre o jantar de angariação de fundos neste fim de semana. Vou te enviar seu

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vestido, e eu também posso arranjar alguém para fazer seu cabelo e maquiagem. O Steven vai te buscar ou envio um carro para você? Me liga, querida. — Me liga, querida! — desprezo e sarcasmo vazam de cada célula do meu corpo. Querida? Sério, aos quarenta e um anos, Rachel, minha ‗madrasta‘ está mais perto de minha idade do que a do meu pai. Eu acho que é por isso que ela se refere a ele como Cal, em vez de meu papai ou pai. Ela está presa no meio. Não é velha o suficiente para ser minha mãe, porém jovem o suficiente para ser filha de Calvin Carmichael. O que posso dizer? Meu pai tem Síndrome Hefner Hugh (Hefner Hugh. Você sabe, né? O dono e fundador da revista da Playboy que é casado coma modelo Crystal Harris 60 ANOS mais nova que ele). Ele tinha essa síndrome quando se casou com a minha mãe. Ela era vinte e dois anos mais jovem. Ele é meu pai e eu sou geneticamente programada para amá-lo, mas não, Calvin Carmichael não tem um osso monogâmico em seu corpo. Eu subo em minha bicicleta e alongo minhas pernas, porque eu amo me exercitar! Quem não gosta? É bom para o coração e eu amo a neurogênese, a melhora do humor, e a liberação de endorfina. Brincadeirinha! Eu faço isso porque eu amo comida tanto quanto botas e jeans skinny. Para tirar da minha mente o suor e o calor, eu assisto TV. Está passando Dating Naked1; eu reviro meus olhos para a estupidez de um programa onde as pessoas têm um encontro, entre outras coisas, nus. Falando de coisas estúpidas, eu me lembro de ligar para Steven. Ele atende no primeiro toque. — Eu tenho trinta segundos, Darb, vai. Sim, a nossa vida sexual é assim também. Que sorte a minha! — Você ainda está pensando em ir neste fim de semana? — pergunto como se eu me importasse... o que eu realmente não é verdade. — Ah droga! O evento de caridade. Estou de plantão, então eu provavelmente não vou poder ir ou vou ter que sair se houver uma emergência. Isso é um problema?

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Em uma tradução literal seria: Encontro nu. ~ 10 ~


Eu rio. Um jantar com pratos a cinquenta mil dólares que seus pais estão pagando para... nah, não é nenhum problema para mim. — Ei, você está salvando vidas. — Você sabe disso, baby. Tenho que ir. Dr. Steven Ashby, único herdeiro da Ashby Communications, dirige um Corvette conversível amarelo e se considera um metrosexual. Isso praticamente define sua personalidade. Nosso relacionamento é conveniente e aprovado tanto pelos pais dele quanto dos meus, bem, meu pai e a madrasta má. — Ei, Rachel, desculpe, eu perdi a sua ligação. Steven está pensando em comparecer ao jantar neste fim de semana, então eu vou com ele. Porém, ele está de plantão, mas eu tenho habilidade e recursos para conseguir meu próprio transporte. Estou ansiosa para ver o vestido que você escolheu para mim. Diga ‗oi‘ ao meu pai. Vejo você no sábado. Eu pressiono End no meu telefone e ponho uma marcha acima para ficar mais pesada até sentir minhas pernas queimando. Jeans skinny, jeans skinny, jeans skinny. Eu odeio mentir, mas com a minha família isso é necessário para a sobrevivência. A verdade? Eu não me sinto culpada por ter perdido a ligação da Rachel, e eu não estou ansiosa para ver o vestido que ela escolheu para mim. Rachel Hart fundou a Hart Designs quando ela tinha vinte e poucos anos. Ela tem a aparência e o dinheiro que meu pai gosta. Ele tem a influência e as conexões que ela gosta. Eu posso ser irônica, mas eu não sou cega. Ela tem um puta talento e celebridades ao redor do mundo fazem de tudo para ela projetar vestidos exclusivos. Tenho um armário cheio deles, principalmente em tons de verde. Rachel diz que roxo, azul, vermelho e outras cores são adequadas para o meu cabelo ruivo e pele clara, mas o verde é ‗impressionante em mim, então por que mexer com a perfeição?‘ O problema é que parecem perfeitos demais. Eu faço aniversário do dia São Patrício, ou seja, todos vestidos de verde em homenagem ao Santo padroeiro da Irlanda, então não tenho certeza se é por causa disso ou apesar disso... eu não gosto de verde. Depois de um intenso treino de pingar suor e uma chuveirada, eu inspeciono o reflexo no espelho com um olhar examinador, então ligo para Gemmie.

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— É uma emergência? — ela atende com sua atitude irritável de sempre. Eu rio. — Sim, Gemmie, é. — Não teria nada a ver com o pomposo jantar de arrecadação de fundos deste fim de semana, não é? — Você me conhece tão bem. Eu ia fazer o meu... — Sim, sim, você ia fazer seu próprio cabelo até que você fez uma pausa de salvar a cidade cheia de pecado que é Chicago ferida a facada e olhou no espelho. Então você percebeu que só há uma pessoa que pode transformar sua juba flamejante em uma obra de arte. Parágrafo: sinceramente. — Espero que toda essa besteira seja sua maneira de dizer que você vai fazer o meu cabelo no sábado. — Pergunte direito. Eu suspiro. — Por favor. — Por favor encaixará você em dois meses na minha agenda. — Muito por favor. — Um mês, vinte e nove dias... Outro suspiro. — Você é incrível. — Um mês... continue. — Eu preciso de alguma ajuda aqui, Gemmie... Gemmie, você é uma deusa... uma artista, e uma verdadeira fazedora de milagres. Eu preciso de você tanto quanto minha próxima respiração e... — Você diz o preço e eu pago. — ela vai me quebrar. — Vejo você em uma hora. Quem vai fazer a sua maquiagem? — Eu. Ela engasga. — Ah, de jeito nenhum! — Por que não? — eu me inclino mais perto do espelho e olho para a minha pele. É... praticamente... um bumbum de bebê? Pode haver algumas pequenas falhas, mas nada como a superfície esburacada que eu temia quando estava passando pela puberdade mais torturante. Um pouco de blush, gloss e rímel para acentuar meus olhos ~ 12 ~


azuis devem ser tudo o que preciso. Eu não quero chamar atenção muito menos ‗derreter‘. — Se você tem que perguntar, então essa é a resposta. Eu tenho um cara. Vou ligar para ele amanhã. — Gem... — Boa noite, querida.

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Meu vestido esmeralda foi entregue ontem. Felizmente ele coube. Eu não sou as girafas de passarelas que a Rachel está acostumada a vestir com os melhores têxteis do mundo. Com boa postura eu fico com 1,70 de altura, e o meu quadril, um pouco magro e tonificado, sugere que eu venho de uma linha de mulheres feitas para a gravidez. Algumas coisas você simplesmente não consegue mudar. — O Dr. Tédio vai te acompanhar hoje à noite? Eu espreito por baixo do pedaço de tecido que cobre meu rosto porque aparentemente eu preciso apenas de um pouco de destaque ao redor do meu rosto. — Ele não é tedioso. — Ele é. É por isso que ele dirige essa horrível banana sobre rodas. Ele está compensando. — Gemmie, você só o viu uma vez, e foi apenas uma apresentação rápida. Como você pode concluir a partir de ‗Oi, prazer em conhecê-la‘, que ele é monótono? Ela levanta as moldadas sobrancelhas para mim. — Eu não confio nele. Eu rio. — Minha estilista com metade da cabeça avoada e a outra metade azul tingida não confia no cara com quem eu saio porque ele dirige um carro esportivo amarelo. Por favor, me diga que você vê a ironia nisso. Ela me leva até a pia e me inclina para trás para lavar meu cabelo. — Você se refere a ele como Steven ou ‗o cara com quem eu saio‘, mas nunca o seu namorado. Mesmo você não namorando

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ninguém, e ele não coloca um anel em seu dedo. Por favor, me diga que você vê a ironia nisso? — Steven é um bom e excelente médico. — ele é egocêntrico e um médico medíocre, se eu fosse completamente honesta. Gemmie massageia meu couro cabeludo com as unhas; eu libero um gemido sem vergonha. Eu adoro que façam meu cabelo. Que mulher não adora? E fica pau a pau com tratamentos faciais e fazer as unhas. Se Steven conseguisse reproduzir uma boa massagem no couro cabeludo nas preliminares, acho que eu poderia esquecer o hábito incomum dele de falar na terceira pessoa durante o sexo. — Ele é conveniente, e você é preguiçosa demais para procurar um cara melhor. — Eu sou ocupada, não preguiçosa. Eu não preciso de um cara, e eu com certeza não preciso de um anel no meu dedo. Você pode não confiar em Steven, mas eu não confio em nenhum cara. Ela enrola uma toalha em volta da minha cabeça. — Tamo junto, colega. Eu sou a caçula de quatro meninas. Todas as minhas irmãs têm drenado o fundo de casamento dos meus pais e coberto eles com netos. Eu não consigo passar do terceiro encontro e que dirá encontrar um cara digno de conhecer a minha família. — Talvez seus padrões sejam muito altos. Apertando os lábios, ela inclina a cabeça como deixar um bom vinho respirar antes de prová-lo. — Nah, apenas homens não se fazem mais homens como antigamente, endogamia2 demais. Um bufo elegante escapa da minha gargalhada, levando as duas a um ataque de risos. Eu suspiro após o ataque de risos e um sorriso brando se instala. — Então, onde é que eu vou fazer essa maquiagem desnecessária? Gemmie gira a minha cadeira e assim que eu fico de frente para o espelho, ela indica com a cabeça a janela da frente. — Do outro lado da rua. Você pode me agradecer depois. O único lugar que é, possivelmente, mais difícil de entrar do que a cadeira onde está sentada agora. Eles não são facilmente persuadidos pelo ‗diga seu preço‘. 2Estado

da pessoa que só se casa com outra porque ambas pertencem a mesma classe e/ou tribo, visando preservar suas nobrezas, raças etc. ~ 14 ~


Eu olho para fora da janela. — Rogue Seduction3? — Sim. Eles não são do tipo páginas amarelas. Na verdade, você precisa de uma referência importante para conseguir marcar uma hora. Eu olho para a reflexão de Gemmie. — Você é minha referência? Ela ri com um olhar duh de olhos arregalados. — Sim, e eu só comecei a maquiar há um ano, então você deveria se sentir especial. Meus ombros sobem e descem uma vez, incapaz de reunir mais entusiasmo. — É só maquiagem. — É ‗apenas maquiagem‘ e o teto da Capela Sistina é ‗apenas uma pintura‘. Eu não discuto. Por mais que isso decepcione meu pai e Rachel, moda, glamour, dinheiro e influência, não são a minha praia. Meu pai é ‗político rico‘ o que significa que ele está bem, mas ele vive como os ricos e famosos por causa de Rachel. — Então esse cara maquiador, ele sabe que vou a uma arrecadação de fundos político? Eu não quero que meu rosto pareça um bolo ambulante. — Não importa, — ela grita por causa do secador. — O que quer dizer com não importa? — Não é sobre o que você quer; é tudo sobre o que você precisa. Eu estreito meus olhos para ela, esperando que o ceticismo do meu olhar encarando os dela acentuassem minhas palavras. — Bem, eu preciso não parecer com uma vagabunda barata. Ela é imune a minha superpotência inexistente. — Isso não é decisão sua. Trick vai decidir o que você precisa. Não se preocupe, eu prometo que você vai ficar com a aparência de uma vadia de alta classe. — Gemmie pisca. — Trick? — Sim. Acredite, você não vai se importar com o que ele faz para você quando você o ver. Meu rosto vira uma carranca de desconfiada.

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Sedução perigosa. ~ 15 ~


Gemmie sorri. — Não se preocupe. Ele é um prazer sem culpa. — Como assim? — Ele é gay.

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Capítulo Dois Um laranja amarelado perfeitamente esculpido fecha o tempo resistindo ao assalto brutal do ar abafado de julho conforme eu atravesso a rua em meu chinelo. Depois de sentar na cadeira de Gemmie por mais de uma hora, a umidade fez os meus shorts jeans escuros agarrar a minha bunda como contact enquanto a minha blusa branca de botão também grudou lindamente nas minhas costas. Tijolos cinzentos rústicos, descamação com toques de vermelho e Rogue Seduction escrito na janela em branco com a perfeição de uma criança de cinco anos de idade, este conjunto faz parecer como um verdadeiro buraco na parede. Gemmie é uma fazedora de milagres com o meu cabelo, mas eu não estou me sentindo tão confiante sobre como meu rosto vai ficar quando eu deixar este antro. Abrindo a porta, Fever da cantora Peggy Lee4 enche o ar com um surpreendente convite por dois segundos completos. Então eu observo meu redor com alguns passos lentos em direção ao centro do salão. A música clássica sedutora vem de uma vitrola no canto, que está em sintonia com o resto e com o tema da banda. Se o fantasma da minha avó Carmichael viesse para uma visita, tenho certeza de que este é o lugar onde ela apareceria. Este lugar me faz lembrar do sótão dela: uma pinup de Betty Grable, um velho trompete, uma foto de Harry James, um poster do filme Casablanca. É um choque de gerações. Há uma foto de Marilyn Monroe ao lado de um de Kelly Ripa e... eu olho mais perto... — Você deve ser a amiga da Gemmie. De. Jeito. Nenhum! Como isso acontece comigo? Eu nem sequer tenho que virar. Aquela voz profunda ressonante tem permanecido em meus ouvidos durante toda a semana. Apertando os olhos, eu me inclino mais perto da imagem de Kelly Ripa. Ela está sentada com seu sorriso de sempre no mesmo banquinho que está ao meu lado com a mesma trombeta que está pendurada na parede, e de pé atrás dela está um Peggy Lee, nome artístico de Norma Deloris Egstrom, foi uma cantora de jazz tradicional norte-americana conhecida por interpretar as canções "Is That All There Is?" e "Fever". 4

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cara que se parece com uma versão ligeiramente gótica de Patrick Roth. Eu viro. Inacreditável! — Patrick? — eu não sei por que pareço insegura. É ele. — Darby... Carmichael. — meu nome soa como sexo pingando da língua dele. Eu me sinto suja, envergonhada, chateada, excitada e cagando de medo tudo ao mesmo tempo. Esta cidade extremamente grande para eu ver o mesmo ‗esquilo‘ duas vezes em uma semana. — Patrick? — eu preciso encontrar uma nova palavra; eu pareço um papagaio. — Trick. Sente-se. — ele inclina a cabeça para o lado, apontando para o banco ao meu lado. Patrick era um ‗esquilo‘ ferido de poucas palavras. Ele estava um pouco sombrio e misterioso misturado com um monte de sensualidade. Trick é perigoso e intimidante, um leão circulando entre as ovelhas. Seu apelo sexual não é apenas uma distração, é enervante; uma camiseta branca expõe seus braços tonificados e sim... tatuagens. Deus, eu amo essas tatuagens! Eu engulo; na verdade eu engulo em seco. Meu torso oscila para frente um pouquinho para inspecionar o rosto ou o que parece ser sombras escuras sob os olhos, duplicando a sua intensidade, de fato, ah merda, eu acho que ele está usando delineador preto ou algum tipo de maquiagem nos olhos. Eu passei por uma breve fase gótica em meus anos de faculdade, mas os caras com quem eu estava naquela época pareciam amadores com giz de cera para maquiagem. Trick parece que saiu da capa da Rolling Stone. Eu relaxo no banco, apoiando meus pés em cima da barra inferior. Ele se move na minha frente, observando. Eu olho nos olhos dele depois desvio. Eu molho meus lábios, em seguida, aperto eles juntos. Eu cruzo minhas mãos, em seguida, deixo elas ao meu lado. Então eu repito este ciclo de gestos nervosos outra vez. — Olhe para mim. OK… Eu já fui maquiada antes, mas este é um interrogatório visual. As palavras de despedida de Gemmie cruzam minha cabeça. Ele é gay. É

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estranho que isso não me acalme, cesse o vazamento lento entre as minhas pernas ou suavize meus mamilos. O tempo acabou! Eu não posso mais olhar para ele. — Estou pensando em algo leve e sofisticado. — eu olho para suas botas pretas e calça jeans preta, a mão ainda enfaixada, e pulseiras de couro pretas no fim de sua tatuagem. Steven usa uma pulseira de identificação médica para suas alergias malucas, mas não é tão sexy como as faixas de couro de Trick. — Não importa o que você está pensando. Eu inclino a minha cabeça para o lado, e se eu fosse um cão, minhas orelhas estariam caídas para frente. — Como é que é? Ele dá um passo mais perto e escova meu cabelo para trás sobre meus ombros. — Eu não te disse como fazer o seu trabalho. Gemmie deixou de mencionar que eu estaria lidando com o Sr. Umbigo do Universo. Ele se vira e mexe com as coisas em seu balcão. Eu exalo mais alto do que pretendo, sem perceber que eu estava segurando a respiração. — Que cor é o seu vestido? — Esmeralda. Ele olha por cima do ombro. — É um tipo de verde. — eu solto um sorriso de lábios apertados. Os olhos dele se arregalam; ele fica de costa novamente. Provavelmente ele já sabia que esmeralda é um tom de verde. Eu só posso imaginar qual será a minha próxima declaração brilhante: minha cor dos olhos é igual ao céu... ele é azul. Ele se aproxima com a discrição de uma cobra rastejante, tentador, provocador. Eu posso sentir o cheiro dele... saboreá-lo. Ele é gay. Ele é gay. Ele é gay. Eu tremo com a forma como meu corpo se enrijece quando ele toca minha pele. — Relaxe. — aquela maldita voz sedutora me destrói! O rosto dele a meros centímetros do meu, me sufoca com uma estranha... intimidade. Meu coração martela no meu peito mais e mais sem que eu possa controlar. Certamente ele ouve ou sente. Inferno, eu acho que está vibrando todo o salão. Eu lambo meus lábios e engulo. Meu corpo vai entrar em colapso se eu olhar para os olhos dele,

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mas não tem como não olhar para eles. Eles estão bem aqui olhando para mim. Por que ele tem que ficar tão perto? Ele é míope? Jade estava certa; ele é intenso. Eu solto um muxoxo baixinho que parece um verdadeiro ‗Estou Tão Pateticamente Perdida‘ quando sua mão repousa sobre a minha perna. — Re.la.xe. Eu não tinha notado a energia reprimida que está sendo canalizada para a minha perna, saltando fora de controle. O que há de errado comigo? ELE É GAY! O problema é... EU não sou. A preferência sexual dele não anula o escaldante apelo sexual dele. Aposto que minha bunda está chamuscada por sua proximidade de queimar a calcinha. — Feche os olhos. Se ele não retirar a mão de minha perna eu vou me inclinar e atacar seu pescoço como um animal raivoso. Só um gostinho. — Co-como está sua mão? — eu me agarro a qualquer coisa que possa ser uma distração. Ele não responde, mas graças a Deus ele tira a mão da minha perna. — Então você gosta da era big band, hein? Nada. — Você é o dono? Nada ainda. O que acontece? Eu desisto. Eu estou entregando os pontos, deixando de lado e não quero nem saber. Ele não quer falar. Ótimo, nem eu! Meu foco se volta para a música, para a longa lista de idiotas que planejo evitar esta noite, e os resultados dos exames que eu preciso verificar no hospital no período da manhã. Então, contra a minha vontade, ele consegue me hipnotizar sob seu feitiço com aqueles traçados pretos olhos. O tempo se arrasta. Preciso de um banho, mas devido ao meu cabelo e maquiagem eu vou ter de me contentar com um banho de esponja. Ele define os meus lábios com um lápis, em seguida, faz uma

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lenta e torturante aplicação de batom. Eu tenho que manter meus lábios entreabertos, o que significa que ele pode ouvir e até mesmo sentir a minha respiração acelerando... eu estou ofegante. Patético. Trick dá um passo para trás, me deixando nua sob seu olhar examinador. — Linda! Eu engasgo com a minha língua na descrença de que ele acabou de dizer isso, então eu olho atrás dele no espelho. As palavras são insuficientes. Eu estou... puta merda, é como se eu estivesse olhando para a capa de uma revista glamour. Eu não entendi antes, mas agora eu entendo. Olá, Capela Sistina. — Tem algum problema? Eu pisco algumas vezes e balanço a cabeça como se eu estivesse perdida, e estou... o que dizer. — Você parece desapontada. Esse não é um olhar que eu estou habituado a ver. Sorte sua. Eu continuo a balançar a cabeça. Fecho os olhos e me dou um muito necessário tapa mental por estar decepcionada que o maquiador gay está admirando o trabalho dele e não eu. — Está perfeito. Obrigada. Eu pago pela hora mais cara e mais erótica da minha vida. Olhando para o meu relógio, eu percebo que eu preciso me apressar se eu for vencer Steven pelo meu lugar. A personalidade enigmática de Trick faz com que até mesmo um simples tchau pareça como um estranho em uma conversa entre duas pessoas que não falam a mesma língua. — Então... obrigada. Ele meneia a cabeça. Mais uma vez, me pego pensando o que a simples linguagem corporal dele diz. Talvez seja: ‗de nada‘ ou talvez ele esteja apenas me dispensando. Eu me arrasto com os meus chinelos até a porta e dou a ele um último sorriso, uma última chance de dizer alguma coisa! Ele não retribui. Eu não tenho certeza se ele realmente tem dentes. Ele nunca me deu mais do que um sorriso quase imperceptível. Um sorriso verdadeiro e cheio de retos dentes brancos imagino que estejam atrás ~ 21 ~


daqueles lábios saborosos que me levariam ao clímax. Talvez seja melhor eu nunca saber.

***

O enorme desperdício de dinheiro para captação de recursos políticos, ou a política em geral, me deixa fisicamente doente. É a ganância e a gula. Se eu realmente pensar nisso, é tudo sobre os sete pecados capitais. Ironicamente, eu acho que cometê-los é um prérequisito para exercer qualquer cargo mais elevado neste país ‗Uma nação sob Deus‘. Deus tem que estar balançando a cabeça. Estou encharcada de elogios sobre o meu vestido, cabelo e maquiagem. Se o concurso de popularidade da escola fosse minha praia, esta noite iria compensar o desastre que foi a minha formatura. Infelizmente, nada disso importa... mais. — O Hospital ligou. Eu tenho que ir, querida. — Steven me entrega o copo vazio e desliza sobre sua jaqueta Armani preta. — Você pode me deixar em casa? — eu pulo da minha cadeira, pegando meu cardigan longo. — Sua casa não é no caminho para o hospital. Você sabe disso. Além disso, você não quer ficar? Eu olho em volta, um pouco enjoada, indiferente. O jantar foi a mais de uma hora atrás, e meu pai e Rachel parecem ter desaparecido. Quem me dera. Se aliens fossem reais. — Não. Eu não quero ficar. Vou pegar um táxi. — Não, não vai. — Steven levanta um dedo, andando entre algumas mesas até onde seus pais estão sentados. Ele sussurra algo no ouvido de seu pai, em seguida, sorri em minha direção. — Jack vai te levar para casa. — Eu não vou pegar o carro e o motorista de seus pais e deixar eles sem, Steven. Ele me ajuda com o meu cardigan, pressionando os lábios contra meu ombro. — Eles vão ficar aqui por mais algumas horas ainda. Jack está esperando do lado de fora de qualquer maneira.

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Concordo com persistente acompanha para fora do hotel.

relutância

conforme

Steven

me

Ele me empacota na parte de trás da limusine e me beija com ânsia. — Eu te disse quão sexy você está hoje à noite? — ele arrasta seus lábios ao longo do meu ombro exposto. — Mais do que uma vez. — Leve-a de volta para a minha casa, Jack. — ele diz na frente. — Vou me apressar. Não tire o vestido antes de eu chegar lá. — Steven, eu tenho que trabalhar às sete. Já são onze. — Minha casa, — ele rosna enquanto chupa meu pescoço como um adolescente enlouquecido por hormônios. — Me dê um chupão e eu vou cortar seu pinto. Ele levanta, endireitando a gravata. — Nada de chupões então. Steven tem algo que ele prefere que você faça com o pau dele mais tarde. Tchau, querida. — ele fecha a porta e eu tremo, mas não como arrepios de antecipação, mais parecido com desconfortavelmente nervosa pedindo a suspensão da execução da promessa ou ameaça de suas palavras. Essa porcaria dessa terceira pessoa irritante também não ajuda. Sério, só massageie meu couro cabeludo! Ambos Gemmie e Trick mexeram com a minha cabeça hoje. Steven não é um desprendido tigre no quarto, mas ele tem as competências adequadas. Embora, ele poderia usar mais língua e menos os dedos. Às vezes eu não tenho certeza se ele está tentando me excitar ou me preparar para um exame de Papanicolau. Independentemente disso, desde a minha tarde agitada, eu realmente poderia ter uma boa liberação. Mas agora Trick está na minha cabeça. Eu não consigo parar de me perguntar onde fica o resto de suas tatuagens e o que elas significam. Será que eles cobrem algo ou expõem alguma coisa? Ele é gay, então nada disso deveria importar, mas eu só... Não consigo. Parar. De. Pensar. Nele! O carro começa a tremer com a sutileza de um pequeno tremor de terra quando Jack puxa para a direita, pouco antes do sinal vermelho. Um resmungo pouco detectável escapa da boca dele enquanto ele sai e anda até a parte de trás. — O que está acontecendo? — eu pergunto, descendo a minha janela.

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— Pneu furado, senhorita Carmichael. Peço desculpas pela inconveniência. Não deve demorar muito para consertá-lo. — Tudo bem. Não é culpa sua. — eu abro minha porta e saio. — Senhorita, por favor, fique no veículo. Não é seguro... Eu aceno uma mão, desconsiderando. — Não é seguro trocar um pneu furado com um passageiro no veículo. Estou bem. Jack aceita e continua a vasculhar o porta-malas. Esfregando as mãos nos meus braços, enquanto me abraço, eu contemplo agarrar o meu cardigan, mas em vez de perder o foco, eu reúno minhas ideias de onde estamos. O painel de néon de Gemmie está desligado, mas eu ainda reconheço algumas lojas do outro lado da rua. Isso significa que... eu continuo caminhando até que eu estou em pé na frente do Rogue Seduction. Eu me aproximo da janela para ver o interior. As luzes estão apagadas, limitando a minha visão a algumas sombras feitas pela luz da rua. — Estamos fechados. Eu salto, batendo minha mão contra o meu peito enquanto eu viro. — Oh meu Deus! Você quase me matou de susto! — Bem, isso não parece legal. — Trick enfia uma mão no bolso enquanto a outra mexe em um palito pendurado no canto de sua boca. Uma boca que ainda se recusa a abrir mão de um sorriso. Seus olhos castanhos parecem negros esta noite como se eu estivesse pedindo a opinião dele sobre o meu vestido... mas eu não estou. Eu tremo, apesar da minha pele corada pelo calor. — Você mora aqui? — Você está me perseguindo? Minha cabeça dispara para trás. Seu comentário atado com uma pitada de narcisismo imbecil me pega desprevenida. — O quê? Não. Eu... meu... eu quero dizer o pneu do carro furou. — eu aponto para onde o carro parou. Trick olha e assente com a cabeça assim que Jack caminha em direção a nós. — Eu sinto muito, senhorita Carmichael. Não há um pneu reserva. Eu liguei para a assistência e eles devem estar aqui em breve. — Não se preocupe com isso, Jack. Vou pegar um táxi. — Eu poderia ligar... ~ 24 ~


— Está tudo bem, Jack, de verdade. As costas dele se curvam em derrota enquanto ele abaixa a cabeça, lamentando como uma criança todo o caminho de volta para o carro. Trick olha em volta, brincando com seu palito. — Boa sorte em encontrar esse táxi. — ele se esquiva passando por mim em direção a um beco entre os prédios. Eu avalio o lugar escuro ao meu redor: empresas fechadas, luzes de rua quebradas, e algumas pessoas desabrigadas entrando e saindo dos becos. Vasculhando a minha bolsa, eu pego meu telefone, ele está morto. Ah, que ótimo! Olho para Jack encostado no carro, fumando um cigarro. — Nada de táxis? — Trick pergunta sem olhar para trás enquanto ele abre uma porta grande de metal. — Meu telefone está morto. Pode me emprestar o seu ou te pagar por uma carona? Ele resmunga, abrindo a porta. — Eu não quero o seu dinheiro. Eu esfrego as mãos sobre a pele fria de meus braços. — Você não teve problema com ele mais cedo. — Aquilo foi negócio. Entre. — ele aponta com a cabeça. Eu entro como se estivesse testando o chão para saber se era areia movediça. Está completamente escuro. A porta pesada bate fazendo um eco estranho nas paredes que parecem mais amplas e mais altas do que os olhos podem ver. Trick liga um interruptor de uma única lâmpada que parece que está pendurada em lugar nenhum. Sombras escuras envolvem tudo, menos um elevador de carga de portão velho alguns metros a nossa frente. Ele abre a porta e entra no elevador. Eu não. Temos um silencioso impasse. Eu não vou entrar nessa coisa velha e ele... bem, eu não acho que ele se importa com o que eu faço. — Como queira. — ele começa a fechar o portão. — Espere! — eu me apresso para entrar no elevador e ele fecha o portão atrás de mim. O elevador começa a subir com um tranco conforme as velhas engrenagens e polias gemem em protesto. Eu me inclino contra a parede ~ 25 ~


de trás com as mãos planas contra a parede para me amparar. O medo na minha cara é palpável; eu só posso imaginar o quão feio parece de fora. Meu medo é rebatido com outro sorriso desdentado. Presunçoso maldito! O elevador faz uma parada igualmente irregular. Trick abre os portões e sai, acendendo as luzes. Com menos hesitação que antes, eu o sigo como um cavalo que ele está adestrando. Ele vive em um antigo armazém. Tem monstruosos tetos abertos com dutos expostos e uma grade panorâmica nas janelas da parede oposta. As paredes são todas de tijolo vermelho cru e há uma escada de ferro em espiral no canto distante, levando a uma área de loft aberto. — Eu vou pegar uma jaqueta para você. — Eu estou bem. — eu me forço a parar de esfregar nervosamente as minhas mãos contra meus braços. Deve estar uns 30 graus aqui em cima, mas eu ainda sinto arrepios. Trick continua a subir a escada claramente ignorando cada palavra que eu disse. Este lugar é vazio de paredes interiores, com exceção de duas paredes de tijolos de vidro translúcido cerca de três metros de altura perto de um conjunto de mobília de quarto. Observando a escada esperando o retorno dele, eu caminho e espreito por dentro das paredes de vidro, é um banheiro. Arrastando meus pés para silenciar meus saltos, eu vou em direção à cozinha para que ele não me veja bisbilhotando perto do quarto. Com minhas mãos cruzadas atrás das costas aparentando inocência, eu espero por Trick. Depois da área de estar há várias figuras perto das janelas distantes. A iluminação fraca torna impossível dizer se são mais móveis ou qualquer outra coisa. Parece coisas diferentes cobertas com lençóis. — Aqui, — Trick diz descendo as escadas, segurando uma jaqueta de couro preta. — Eu gosto da sua casa. Ele levanta uma única sobrancelha incrédula para mim. — Eu gosto. Eu gosto da sensação industrial. Ele me dá um lento aceno que diz ‗Aham, com certeza você gosta‘, claramente não convencido. Na minha própria casa eu me cerco com decoração moderna e pouca desordem. Madrasta Rachel acha que ele

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tem uma hedionda e ‗estéril‘ sensação: aparelhos de aço inoxidável, branco e tons de tinta cinza, e pisos de superfície dura. — Você é um homem de poucas palavras, Patrick Roth. — eu sorrio, esperando conquistar o prêmio final: um sorriso de volta. — É Trick, e talvez você seja palavras. Coloque a jaqueta. Vamos lá.

uma

mulher

de

muitas

— Você poderia me oferecer uma bebida. — internamente eu faço uma careta. De onde veio isso? Eu não tenho nenhuma ideia do que estou fazendo ou qual é o meu objetivo, a minha motivação. Pode ser cinquenta por cento estupidez e cinquenta por cento curiosidade. Ok, mais como 70/30. Ele suspira. — Eu não tenho nada para te oferecer. O que ele quer dizer com isso? Ainda estamos falando de bebidas ou outra coisa, como por exemplo, que ele é gay e eu não sou? — Vinho? Ele balança a cabeça. — Cerveja? Outra negativa. — Chá? Sem negativa desta vez, apenas um olhar que diz que eu acabei de acordar a besta. Não diga isso; não diga... — Água? — eu sussurro com apreensão em meu rosto. Aff! Eu sou patética. A mandíbula dele aperta conforme ele se vira. Pegando uma garrafa de água de sua geladeira, ele a joga para mim. Eu pego e olho para ele por alguns segundos. — O quê? — diz ele com uma irritação cortante. Meu nariz se enruga. — Bem, meus dentes são sensíveis. Eu não posso beber água fria. — pura verdade. Ele descansa as mãos nos quadris e olha para o teto, o músculo em sua mandíbula trabalhando horas extras. ~ 27 ~


— Eu estou bem com água da torneira. — eu sussurro as palavras como se eu estivesse esperando o teto desmoronar. Ele pega a garrafa das minhas mãos, desenrosca a tampa e engole o conteúdo. Em seguida, ele preenche com água da torneira, olhando para mim com uma carranca pior ainda. — Jaqueta. Vamos. Agora! — ele entrega a garrafa para mim, indo em direção ao elevador. O estalo dos meus saltos ecoa com cada passo que eu dou na pressa de recuperar o atraso. Na descida, eu tomo um pequeno gole da água e dou a ele um olhar de soslaio envergonhado. Ele não olha para mim, os olhos firmes à frente, mãos em punho.

***

Deixando eu e minha água morna no elevador como se eu já não existisse, ele liga outra única luz que ilumina uma porta à nossa direita. Há um teclado na porta e ele digita um código muito antes de a porta vibrar e ele abrir. Eu corro para apanhar antes da pesada porta bater em meu rosto. Está escuro como breu novamente até que uma grande porta de serviço abre. Trick puxa uma capa com a confiança de um mágico revelando uma moto. Sugando meus lábios molhados em minha boca, eu os liberto com um pop. — Eu não vou subir nessa coisa. Nós dois olhamos para a moto em silêncio por alguns momentos. — Como queira. — ele joga a capa sobre ela e recua em direção ao elevador. — Espera! Ele se vira. E aponto para algo maior que também está coberto. — O que é isso? — Não é meu. Eu suspiro, desconfiada, puxando meus olhos em uma fenda apertada. Eu sei que há mais por trás do que seja lá o que não seja dele, mas eu não consigo ver bem nesta iluminação insuficiente. Eu poderia contar para ele as estatísticas de fatalidade de moto e as lesões com

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risco de vida que vejo no PS, mas algo me diz que minhas palavras não seriam nada mais do que mímica para uma pessoa cega. — Eu não posso passar a minha perna sobre uma moto neste vestido apertado. — eu aponto para minha saia que vai um pouco acima dos meus joelhos. Há uma fenda de três centímetros de um lado, mas não o suficiente para permitir passar a perna por cima. Ele dá três passos significativos antes de parar na minha frente cara a cara. Eu dou de ombros inocentemente com um ‗não é minha culpa de eu estar usando esse vestido‘, enquanto olho para ele, pensando que ele certamente entende minha situação. Olhos que não perdem nada da inspeção por toda a extensão do meu corpo, então ele se abaixa e rasga a saia do meu vestido até o meu quadril, expondo o cós da minha calcinha. — Que diabos? — eu guincho, agarrando os pedaços em uma batalha perdida para cobrir minha bunda exposta. Trick puxa a capa de sua moto e pega um capacete. Agora é a minha mandíbula que aperta com raiva. Ele segura o capacete entre os joelhos e junta o meu cabelo, torcendo-o até que ele fique em um coque em cima da minha cabeça antes dele empurrar o capacete em mim e abaixar a viseira. — Jaqueta, — ele resmunga, pegando ele do chão aos meus pés. Ele coloca ela em mim e fecha como se eu fosse uma criança; depois ele sobe na moto e dá a ela uma barulhenta partida. — Sobe. — ele olha para mim, seus olhos derivando pela minha perna nua. — Idiota! — eu bufo enquanto jogo uma perna por cima da moto e minha paciência ao vento. — Espere, — ele range, chegando mais perto, apalpando minha bunda, me puxando para perto dele, o que me deixa mais chateada. E excitada de um jeito muito parecido com o canibalismo sexual do louvadeus. Eu abraço o corpo dele sem necessidade com uma colher de ódio e uma garoa de luxúria. Como foi que a minha noite se transformou neste fiasco? — Qual é o seu endereço? — ele pergunta quando nós paramos em um sinal de trânsito.

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Eu não digo nada. Estou muito furiosa para falar. — Como queira. Eu levanto a viseira. — O que diabos isso significa? Por que você continua dizendo isso para mim? A luz fica verde. — Endereço, Darby... agora! Eu vomito meu endereço como veneno quando ele acelera em frente. Se eu não conhecesse melhor, e talvez não, eu acho que a missão dele é me lançar da parte traseira de sua moto. Meus dedos dão um aperto forte no abdômen dele. Se eu tivesse unhas compridas ele estaria sangrando até agora. Eu faço uma oração rápida em agradecimento quando nós paramos na frente da minha casa. Quase caindo no chão para ficar longe dele, eu arranco meu capacete e lanço nele. Ele pega com um olhar de choque no rosto. Retirando a jaqueta dele, eu a jogo no chão. — Tenha uma boa vida, idiota! — virando, eu sigo em direção a minha porta. Eu erro a fechadura conforme eu faço tentativas desesperadas nela com a minha chave. A chave desliza através dos dentes, mas antes que eu possa virá-la, Trick me prende contra a porta, minha bochecha pressionada contra o metal frio. Eu juro que minhas costelas poderiam rachar por meu coração bater com uma raiva tão estrondosa; cada respiração ofegante ferve por entre os dentes cerrados. Os lábios dele estão tão perto do meu ouvido que eu posso sentir seu calor. — Eu não sou um idiota. Eu só não gosto de vadias ricas que pensam que podem desfilar a porra dos seus narizes empinados por aí querendo me comprar porque elas têm uma conta bancária maior. Eu ofereci uma carona... ponto. Então, pare de coleguismo pra cima de mim. Você não tem nada que eu quero, porra. Entendeu? Eu me esquivo de seu agarre e viro. Smack! Fogo rasteja pela minha mão, os efeitos que eu tenho certeza que durarão mais tempo do que no seu rosto. — Você é um idiota. — eu o empurro, mas seus pés ficam enraizados firmemente no chão. Ele nem sequer balança. — Você não me conhece, e você com certeza não sabe o saldo da minha conta bancária. Portanto, fique longe de mim, e se

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certifique de que você nunca termine no meu PS novamente, porque eu não vou levantar um maldito dedo para te ajudar! Entendeu? Eu me movo depressa ao redor dele e tropeço para dentro, fechando e trancando a porta atrás de mim antes de cair no chão. — Porra! — ele grita. — Darby! — ele bate na porta, mas não me mexo. Estou tão puta. A cara de pau desse idiota! Pelo amor de Deus, ele rasgou meu vestido. Isso foi tão excitante! E quando ele me pressionou contra a porta e divagou sobre toda aquela merda arrogante para mim com um julgamento completamente injustificado, fiquei ainda mais irritada e proporcionalmente excitada. Eu tenho certeza que depois de uma boa noite de sono e o retorno do meu pensamento racional, a única lembrança que eu vou ter de hoje será da sua atitude imbecil. Mas, por agora, a coisa que mais me ofendeu sobre isso é que ele é gay!

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Capítulo Três Quatro horas de sono, não é suficiente. No entanto, eu arrasto o meu traseiro emocionalmente esgotado ao trabalho, falta de sono não é a minha maior preocupação. Minha bolsa de mão com minha carteira e telefone, também conhecida como minha vida, supera tudo o mais. Eu a esqueci na casa de Trick. Nota pessoal: Nunca corte relações com alguém se este alguém está com sua bolsa. Eu ainda não consigo entender o que aconteceu. Tudo parecia bem até que eu pedi uma bebida. Uma bebida. Era como se eu tivesse pedido por um transplante de rim. Eu pisquei e ele passou de concordar em me dar uma carona para me acusar de tentar o quê? Comprálo? Controlá-lo? Possuí-lo? Tudo isso por causa de um drinque? Ele é o idiota que rasgou meu vestido e tentou me matar com sua direção imprudente! Bem-vindo de volta, pensamento racional. — Bom Dia, flor do dia! Noite longa? — Jade me entrega meu Lanterna Verde, minha bebida favorita que eu estoco na geladeira da sala de descanso. Ela é a coisa mais próxima de uma melhor amiga que eu tenho, e isso é patético considerando que nós nunca nos encontramos fora do trabalho. Mas ela sabe que eu deixo meu suco fora da geladeira por trinta minutos para não estar tão frio quando eu for beber, e ela é legal o suficiente para não me zoar sobre isso, como algumas pessoas. — Obrigada! Humm... perfeito! — eu lambo meus lábios. — E sim, foi uma longa noite. Steven foi chamado para voltar ao trabalho e minha noite foi para o inferno dentro de uma bolsa depois disso. — e agora eu estou no inferno, porque na verdade eu fiquei sem a minha bolsa! Isso me lembra, Steven! Ele provavelmente está explodindo meu telefone com mensagens perguntando onde eu estive quando chegou em casa. — O que aconteceu? — Parada cardíaca a dez minutos, — Ellen anuncia.

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— Longa história, eu vou te contar mais tarde. Eu preciso fazer uma ligação rápida e me vestir. — eu coloco meu jaleco e ligo para Gemmie. — A-lô? — Gemmie, é Darby. Sinto muito por acordar você, mas eu preciso de um favor. — Puta merda, Darby! É 6h45 de um domingo! — Eu sei, por isso o pedido de desculpas. Eu preciso que você pegue minha bolsa com Trick. Eu preciso do meu telefone de volta o mais rápido possível. — Eles não abrem aos domingos. — eu consigo ouvir o bocejo em sua voz. — Está na casa dele. Ele mora... — Eu sei onde ele mora. Espere... como você sabe? — Longa história. — essa parece ser a resposta do dia. — Por favor... eu preciso do meu telefone. Eu vou ficar te devendo uma. — Uma longa história é tudo o que eu quero. Em breve! — Combinado. Tenho que ir. Obrigada. Eu te amo. Você é a melhor!

***

As próximas quatro horas são preenchidas com um fluxo constante de malucos de fim de semana. Uma nuvem de exaustão está me perseguindo, então eu só sigo trabalhando. — Sala dois, possível fratura. — Jade me entrega o prontuário. — Raio X? — Ainda não. — Faça um. Qual é o próximo? — Cinco anos de idade, um feijão preso no nariz, sala quatro. Eu reviro meus olhos. — Adorável. ~ 33 ~


— Darb. — Steven me pega no meu caminho para o nariz de feijão. — Oh, Steven, sobre a noite passada... — Sim, eu sinto muito, babe. Eu estava em cirurgia que levou mais tempo do que eu esperava. Eu só estou saindo agora. — Ah, bem... eu fui...— beleza, ele não precisa saber. — Eu quero dizer, não tem problema. Eu te ligo mais tarde. Eu olho para cima, em busca de um aceno de compreensão ou algo assim, mas seu olhar se fixou sobre meu ombro. Eu me viro para um Trick plantado atrás de mim como se ele só tivesse aparecido em vez chegar. Uma geleira, ele não aparenta nada com sua expressão quase indiferente, enquanto segura minha bolsa na mão. Um frio arrepio corre pela minha espinha. — Aquela é a sua bolsa? Eu olho para Steven. — Sim. É uma longa história, eu te ligo mais tarde. — aí está novamente: minha longa história. Pegando minha bolsa, eu passo pelo homem de gelo sem uma palavra. — De nada. Eu giro com vinagre em minhas veias. — Diga obrigada a Gemmie. Ele levanta a mão. — Enquanto eu estiver aqui, que tal você tirar esses pontos? Eu pego meu telefone da minha bolsa e a entrego para uma Jade de olhos arregalados atrás do balcão. — Só se passaram sete dias, eu disse oito a dez. — Como queira, eu vou arrancá-los por conta própria. Eu olho para Jade com um pedido desesperado em meus olhos, um SOS em silêncio. — Quarto dois foram para Raio X. — ela sorri, me jogando na cova dos leões e engolindo a chave. Eu fico vesga em uma carranca. — Jade, depois que você terminar com o raio-X da sala dois, Sr. Douglas, cortina seis, se sujou e precisa

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de sua ajuda. — minha carranca se transforma em sorriso vingativo enquanto eu giro em meus calcanhares. — Me siga, Patrick. Ele pula em cima da mesa, enquanto eu lavo minhas mãos. Eu pego várias toalhas de papel, dando um longo suspiro e o libero lentamente. Eu odeio me sentir irritada. Algumas pessoas diriam que eu ajo como um capacho, mas se eu fosse reagir como ontem à noite cada vez que um homem me irritasse, eu já estaria morta de um ataque cardíaco ou de acidente vascular cerebral. Certas personalidades anseiam essa reação; eles adoram rastejar sob a pele de outras pessoas como uma doença crônica. Se é Trick assim, então eu dei a ele exatamente o que ele queria ontem à noite. Meu foco permanece em sua mão, mas apenas a sua proximidade faz coisas indesejáveis com meu corpo que não entendeu a mensagem: eu desprezo esse idiota. Graças a Deus as minhas mãos estão imunes ao resto das minhas emoções agitadas enquanto eu tiro as suturas. — Eu realmente não sou um idiota. Eu solto um riso cínico. — Hm... sim, você com certeza é. — Eu posso ter julgado você mal. — Pode? Isso é eufemismo. Mas não importa... — eu removo o último ponto e olho para ele: — ...depois de hoje você não terá que ver esta ‗vadia rica controladora‘ novamente. Ele faz uma careta como se eu tivesse aberto sua ferida de volta. — Eu não deveria ter dito isso. Foi uma reação instintiva. Eu retiro minhas luvas e as atiro no lixo. — Não, você não deveria ter pensado isso em primeiro lugar. — eu lavo minhas mãos. — Seja como for, eu não preciso de outro crítico, e você deixou perfeitamente claro que você não quer ou precisa de nada de mim então... — eu seguro a porta aberta. —...tenha uma boa vida. — sorriso falso. Dentes serrados. Prendo a respiração. Ele morde os lábios, deixando cair o queixo em um gesto pensativo enquanto ele desce da mesa. Eu fico olhando para os meus pés como se fossem a coisa mais merecedora da minha atenção na sala enquanto ele caminha em minha direção. Há uma sensação de aperto no peito e uma sensação de vazio no estômago de uma mistura tóxica de raiva, dor e decepção. Depois, há o meu lado irracional que tem sido amordaçado e jogado no armário proverbial, tudo quente e incomodado. ~ 35 ~


— Que horas você sai do trabalho? Eu levanto minha cabeça, faço uma cara de o quê você disse. — Três. Por quê? — Eu te pego às sete. O jantar é por minha conta. — ele me dá o seu sorriso de sempre, que é uma pequena contração labial que é seu melhor esforço para não agir tão afetado em torno de mim. — Por que eu iria querer ir jantar com você? — Porque, mesmo que você não admita, algo dentro de você precisa saber que eu não sou o idiota que levou você para casa ontem à noite. Eu não sei o que me irrita mais, ele agir como se me conhecesse ou ele estar certo. Eu semicerro meus olhos, mas ele é ilegível. É insano que eu esteja até mesmo considerando sua oferta, uma provável segunda rodada de jogar o meu ego ferido no ringue. Eu suspiro. — Eu vou estar morrendo de fome por volta das cinco e você ainda é um idiota. Ele franze os lábios para o lado. — Faça um lanche, eu vou te buscar as seis, e... você está errada. — ele não me dá uma chance para réplica antes dele estar do lado de fora da porta. Eu preciso de um momento ‗que porra acabou de acontecer‘, mas eu não tenho esse luxo porque há um feijão no nariz de um garoto chamando meu nome.

***

Eu me viro para escapar do hospital antes de Jade ter uma chance de jogar vinte perguntas em cima de mim. Parte de mim está morrendo de vontade de falar sobre essa situação que eu me enfiei, mas isso exigiria uma explicação do meu fascínio por um homem gay que eu conheci recentemente. Essa é uma resposta que eu ainda não tenho. Steven é outra ‗resposta‘ que não tenho. Tenho certeza de que ‗satisfeito‘ não seria a palavra para descrever como ele se sentiria sobre eu ir jantar com Trick, mas pode um cara hétero realmente ter ciúmes de um cara gay?

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Eu passo os dedos pelas minhas longas ondas vermelhas que foram puxadas em um rabo de cavalo o dia todo. Trick tem visto meu rosto limpo, então não há necessidade de mexer com maquiagem. Tenho certeza de que faria tudo errado em seus olhos de qualquer maneira. Jeans desbotados skinny, botas pretas e uma blusa branca de ombros de fora que grita: ocasional... amigável. — Sério? — murmuro para mim mesma, vendo ele encostar sua moto. Aqui é Chicago; ele tem que ter algo que não seja uma moto. Conforme eu abro a porta, ele tira o capacete e desce de sua moto. Eu aperto as pernas juntas e pensando bem o jantar não foi uma grande ideia. Quão estúpida eu sou para me torturar assim? Me. Coma. Agora! Lá está e... Ah. Meu. Deus! É ainda melhor do que eu imaginava. Eu estou me afogando em minha própria saliva enquanto tento não babar. Cabelo escuro caótico, os olhos intensos, a sempre presente espessa barba escura, e agora um milhão, na verdade zilhões, de dólares em sorriso com dentes. Ele tem dentes! Lindos. Brancos. — Eu vou dirigir. — eu me movo de volta para minha porta. Ele balança a cabeça e me chama com um dedo. Trick é um grande mestre no olhar sexy ‗vem aqui‘. Como gays fazem isso melhor do que os homens heterossexuais? — Você vai tentar me matar de novo? — De novo? — ele inclina a cabeça para o lado. Eu deslizo minha alça da bolsa sobre a minha cabeça enquanto ele tira sua jaqueta preta e coloca ela em mim. — Sim, de novo. E não seja tímido; você não é tão bom nisso. Ele repete a torção no meu cabelo da noite passada e desliza o capacete dele na minha cabeça. — Se nós fossemos no meu carro nós dois estaríamos seguros. Ele sobe na moto. — Que diversão teria nisso? No momento em que eu chego a minha perna por cima, ele espalma minha bunda, novamente, e me puxa para frente. Trick é perigoso em todos os sentidos imagináveis. No entanto, eu ignoro toda a razão e apenas seguro. Tão louco que possa parecer, eu prefiro estar segurando Trick com camadas de roupas entre nós sabendo que nunca

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será mais do que isso, estar nua na cama com Steven e um futuro de possibilidades. Isto é tão confuso!

***

Trick pega o capacete e a jaqueta, depois me leva para o restaurante com passos largos que me fazem correr para alcançá-lo. Por que a pressa? — Alguma vez você já comeu comida marroquina? — ele olha para mim conforme esperamos pela mesa. — Não em Chicago. — Onde você comeu? — Marrocos. Ele pega a minha mão e me puxa para a porta. — Vamos lá. — O quê? — eu o sigo de volta para fora. Soltando minha mão, ele continua a andar. — Talvez você devesse escolher o restaurante. — ele diz de volta, com exasperação ponderando suas palavras. — Por quê? Eu não entendo. — Só... vamos embora. Eu ponho minhas mãos em meus quadris, me recusando a me mover até que ele se vira para olhar para mim. — Se isso é sobre você medir o meu status de puta rica pelos carimbos em meu passaporte, então você está apenas confirmando a minha avaliação anterior: você é um idiota. Trick se mexe, olhos vazios quando eles olham fixamente para mim como se eu fosse um código a ser decifrado. Em seguida, suas feições endurecidas suavizam. — Eu pago. — Com certeza você vai, — eu respondo e ele passa por mim. Eu não tenho certeza, mas acho que os cantos dos lábios dele encolhem um milímetro ou dois.

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Ele olha para mim com um milhão de pensamentos e zero palavras, completamente ilegível. — Mesa para dois, algo mais privado, por favor, — diz ele ao maître. Trick puxa a cadeira para mim, talvez como uma oferta de paz. — Tentando ser um cavalheiro? Um sorriso. — Posso te assegurar, eu não sou nenhum cavalheiro. Eu sabia disso, mas a confirmação dele dá um frio cortante. — Bem-vindos. Posso anotar suas bebidas? — nosso garçom pergunta. Trick olha para mim. — Eu quero um copo de vinho Riesling, por favor. — E para você, senhor? — Água está ótimo. O garçom acena com a cabeça, em seguida, muda para a próxima mesa. — Eu era um viciado. Isso parece um teste, então eu escolho a sutileza. Com um aumento de meus ombros, meus olhos mudam de meu cardápio para ele. — Eu não perguntei. — Você queria. — ele bate na borda do copo de água. Eu olho de volta para o meu cardápio. — Álcool? — Tudo. Eu encontro o olhar dele novamente, e ele me desafia a recuar com seu olhar inflexível. — A quanto tempo você está limpo e sóbrio? — Nove anos. O garçom trás meu copo e derrama o Riesling. — Devo dar a vocês mais alguns minutos? Nós dois acenamos.

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Tomo um gole do meu vinho. — Eu costumava roer unhas. Nana tentou de tudo para me fazer desistir: luvas, esmalte de sabor desagradável. Eu acho que ela até mesmo considerou terapia de choque. Todo o corpo de Trick visivelmente relaxa. Eu sorrio, saboreando sua reação à minha confissão inesperada. Eu odiaria ser previsível. — Quanto tempo se passou desde sua última roída? Eu rio. — Eu não tenho certeza. Provavelmente eu ainda dou uma mordiscada quando estou assistindo a um filme de terror ou algo assim. Ele alcança o outro lado da mesa e pega a minha mão, esfregando o polegar sobre minhas unhas curtas, ordenadamente aparadas. Eu prendo a respiração que é tão facilmente perdida ao seu toque, em seguida, deslizo minha mão da sua quando eu preciso respirar novamente. — Então, como você se tornou ‗O cara‘ no mundo da arte da maquiagem? — Meu parceiro me arrastou para o negócio. Eu limpo minha garganta. — Ele é maquiador também? — Não, ele possui vários salões de beleza, mas quando ele me encontrou, viu um ‗inexplorado‘ talento e decidiu abrir o Rogue Seduction. — Você deve ser muito bom. Sua empresa se parece um buraco por fora, mas Gemmie disse que você atende aos ricos e famosos. Ele balança a cabeça. — Não era para atrair qualquer um, daí a aparência de ‗buraco‘. Nós não aceitamos transeuntes, na verdade. O negócio é tudo Grady Cruz, meu parceiro. Ele conhece todo mundo desde antes de eu ter idade suficiente pra votar. Eu não posso explicar a decoração. É... Grady. Eu interiormente sorrio, pensando em Etta James 5 e minha avó Carmichael. — Um homem mais velho, huh? Trick levanta uma sobrancelha e sorri. — Sim, ele é mais velho do que eu. Quarenta e cinco para ser exato. — Vocês estão prontos para pedir? — o garçom interrompe.

5Etta

James, nascida Jamesetta Hawkins, foi uma cantora norte-americana de blues, R&B, jazz e música gospel, vulgarmente apelidada de Miss Peaches. ~ 40 ~


Eu peço um prato de salmão; Trick, cordeiro. Eu não posso acreditar que o namorado de Trick, parceiro... que seja, é dezessete anos mais velho que ele. Dando mais um gole de vinho, eu tento mascarar o meu choque. — Então você sabe que eu era um viciado e que eu moro com um homem mais velho... e que eu não sou um idiota, então qual é a sua história? Franzindo os lábios, eu cerro um olho. — A parte idiota ainda está em debate. — Não está... — Está. — eu insisto. — Então, você e Grady moram juntos? — Sim. — Onde ele estava na noite passada? — Los Angeles. — Ah? — Ele só fica em Chicago alguns meses do ano. — E você está bem com isso? Trick toma um gole de água. — Claro, por que não estaria? — Eu não sei. Relacionamentos à distância geralmente não funcionam. Ele mergulha o queixo em uma lenta confirmação. Há algo em seus olhos que me diz que para cada palavra que ele diz, há mil presas dentro que contam sua história real. Eu espero para ver se ele quer adicionar alguma coisa, mas ele parece hipnotizado pela chama bruxuleante da vela no meio da nossa mesa. — Ok, eu... vamos ver... eu amo trabalhar no pronto socorro, e gosto de andar em veículos com pelo menos quatro pneus. Trick ri e é um som tão bonito. É como se o frígido muro que tem ficado entre nós está começando a derreter com um riso, um sorriso de cada vez. — É isso? Tudo que eu ouvi são duas coisas que eu já sabia sobre você.

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— Você sabe que eu trabalho no pronto-socorro, mas você não sabe que eu adoro isso. E não se esqueça da parte sobre roer as unhas. Ele balança a cabeça enquanto o garçom traz as nossas saladas. — Obrigado, — nós dois dizemos ao garçom. — Qual é sua parte favorita sobre trabalhar no pronto-socorro? — O cheiro. Ele aperta os olhos, parando no meio da mordida. — Sim, é a refrescante mistura de álcool, saliva e sangue seco. Alguns quartos cheiram a tubos de plástico fresco. O posto de enfermagem cheira a borra de café, e o resto é só... Trick ainda não leva o garfo o resto do caminho até a boca. — Não pare agora. Você não arruinou completamente o meu jantar ainda. Eu sorrio. — Bem, se você insiste. Não há nada como o cheiro de uma incisão recente de abscesso... — Eu entendi! — Trick arregala os olhos. Eu rio. Ele não me deixou chegar às coisas boas como a amônia e o odor de peixe das partes de senhoras que precisam de ajuda, ou o cheiro pungente de fezes de um sangramento gastrointestinal. Vou guardar isso para a sobremesa. — Então, o que você está morrendo de vontade de saber se não é sobre meu hábito nojento de roer unha, meu modo favorito de transporte, ou o aroma do PS? Ele apunhala sua alface. — Estou morrendo de vontade de saber o que você estaria fazendo hoje se não fosse por mim. Eu mastigo, em seguida, limpo minha boca. — Isso é fácil. Eu estaria deitada recebendo uma transa meia boca. Trick engasga com a comida a ponto de eu sair da minha cadeira e me perguntar se eu precisaria fazer a manobra de Heimlich. — Você está bem? Ele acena com a mão em punho na boca. Eu volto para minha cadeira com apreensão. — Você tem certeza?

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— Sim, — ele diz com uma voz rouca antes de tomar um gole de água. Ele limpa a garganta. — Eu não posso acreditar que você disse isso. — Sério? O que mais a minha ‗bunda gorda rica‘ estaria fazendo? Ele recua. Eu sei que é golpe baixo, uma vez que ele está tentando fazer as pazes, mas eu fui julgada toda a minha vida e eu estou cansada da Darby capacho. — Sinto muito. Eu tenho problemas de confiança com as mulheres e eu não deveria ter dito isso. Mantenho os olhos sobre ele, tentando avaliar sua sinceridade. Então meu olhar desliza para minha taça de vinho e eu assinto. — Eu perdoo você. Peço desculpas por ter sido tão grosseira com minha observação. Eu tenho problemas de confiança com os homens, e nunca tive um amigo de verdade, então minhas habilidades de conversa casual não são muito refinadas... — Espere. — ele levanta o seu dedo. — Você nunca teve amigos? — Na verdade, não. — eu olho para o meu prato e empurro a minha comida ao redor. — Como isso é possível? — Minha personalidade estelar... — eu pisco. — ...foi disfarçada por cintas, espinhas, pontas duplas, óculos, quadris que se desenvolveram antes dos meus peitos, e, uma personalidade introvertida dolorosamente tímida... entendeu a situação? Ah, e como eu poderia esquecer, eu vomitei nas costas do garoto mais popular da escola, que estava sentado na minha frente em uma arquibancada no meu ano de caloura. Esse é o dia em que meu nome foi mudado oficialmente de Darby para Barfy6. O rosto de Trick se transforma em uma mistura de dor e humor. — E você roeu as unhas. Eu rio e aceno. — E isso. — Uau... apenas... wow. Bem, agora você é... — seus olhos se movem do meu rosto para o meu peito e de volta. — Sim, agora eu tenho peitos para equilibrar meus quadris. Eles podem não ser aqueles que aparecem em sonhos molhados, mas eles são funcionais e dão ao meu sutiã algo para fazer além de cobrir meus mamilos sob camisas brancas. E meu rosto sobreviveu à puberdade 6

Se sentir enjoado; muito perto de vomitar. ~ 43 ~


sem deixar cicatrizes. Eu fiz cirurgia em meus olhos para corrigir a miopia e Gemmie mima meu cabelo rebelde. Outro sorriso ofuscante. — Você não... — Trick sacode a cabeça lentamente. — ...está tentando me impressionar. Eu levanto a minha cabeça. — Isso é uma forma reversa de dizer que eu sou inexpressiva? — Pelo contrário, eu nunca estive tão impressionado. Eu semicerro meus olhos. — Foi a parte do Barfy, não foi? Ele ri. — introvertida?

Sim,

definitivamente

foi. E

a

sua

personalidade

Eu rio. — Na faculdade eu me arrastei para fora do meu pequeno buraco introvertido. Eu ainda não sou uma animadora de festas. A mandíbula de Trick afrouxa. — Eu sei. Como eu poderia não ser, certo? Minha profissão exige habilidades sociais adequadas, mas ainda tenho problemas para me sentir confortável perto de mulheres. Eu acho que isso vem de anos sem conseguir fazer parte de uma panelinha ou de um grupo. Trick levanta uma única sobrancelha. — Eu não sou lésbica ou qualquer coisa assim... — eu tento voltar minhas palavras, mas é tarde demais. Eu faço uma careta. — Quero dizer... eu não tenho problema com elas ou homens gays ou realmente a comunidade homossexual em geral. As duas sobrancelhas se levantam. Merda! Fechando meus olhos, eu belisco a ponta do meu nariz, parando apenas tempo suficiente para pensar antes de falar. — Eu queria desesperadamente me encaixar e ter amigos, eu só nunca soube como. Até hoje eu me sinto estranha com as minhas colegas do sexo feminino quando me sento com elas no refeitório. A menos que seja sobre trabalho, elas tagarelam e eu apenas sento e aceno com um sorriso educado. — Por que, o que elas falam? Eu sorrio. — Homens.

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Trick solta gargalhadas. — Mas você não tem nada a acrescentar? — Não, eu tenho. Eu só não reuni coragem para adicionar alguma mínima coisa. É como se minha mente regredisse de volta para a época da escola e os pesadelos que eu costumava ter. Eu imagino um silêncio constrangedor depois de eu dizer alguma coisa e, em seguida, toda a sala explodir em riso, dedos apontando, revirando os olhos, e eu afundando em minha carteira. Os lábios de Trick formam um sorriso confuso. — Você é paranoica. — Eu sou tímida. — Você está com medo. — Dane-se. Os homens são uns maneira. Qual é o ponto em falar sobre eles?

idiotas

de

qualquer

— Bem, se você está recebendo uma ‗meia boca‘ então talvez você precise falar sobre isso. — Por que você começou a usar drogas? Ele ri, me dando uma ligeira vibração da cabeça. — Sim, eu acho que já acabamos. — Levantando, ele joga um maço de dinheiro sobre a mesa. — Vem. Eu acho que nós dois acabamos. Ele passa por sua rotina de me deixar pronta para subir em sua moto sem dizer uma palavra. Eu deixo pra lá, porque preciso do toque físico dele, mesmo que seja apenas suas mãos torcendo meu cabelo ou encostando em meu pescoço enquanto ele aperta a jaqueta em mim. Então, há a parte realmente distorcida de mim que espera, reza, para que sua mão encontre o caminho para a minha bunda quando eu subo na parte de trás. Ele faz! Eu me sinto uma tola... uma desajustada desesperada. Eu não sou mais aquela garota. A necessidade de se encaixar desvaneceu ao longo do tempo e foi substituída por uma boa dose de confiança. Mas Trick tem um jeito de trazer a reprimida vulnerabilidade à superfície. Eu não sei como me sinto sobre isso.

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Capítulo Quatro Isso é a porra de um enorme erro, mas esta mulher veio do nada. Estou fascinado por ela. Uma distração? Ah, sim. Uma má decisão? Com certeza. Será que vou fazer a coisa certa? Improvável.

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Capítulo Cinco Eu espero que Trick pegue o caminho mais rápido para a minha casa e me dê um permanente adeus. Ele provou que ele não é um idiota total e limpou a consciência enquanto eu provei que eu sou uma aberração total. Eu tinha a vantagem, mas em algum lugar ao longo do caminho eu perdi. A maioria dos caras veriam o passado de aberração como troca por uma transa rápida. Então, eu fico surpresa quando ele entra em sua garagem gigantesca. Eu não tenho nada para oferecer a ele... pelo menos não o que ele quer. Ele estaciona a moto e tira meu capacete. Eu balanço meu cabelo como uma daquelas mulheres em um comercial da Garnier. Infelizmente... eu não acho que eu bati a marca sexy. Meu cabelo está emaranhado e preso na minha cara. — Por que estamos aqui? — eu afasto o meu cabelo para longe do meu rosto como um cão com pulgas. Ele escova algumas mechas que eu não percebi, então sorri. — Eu pensei que nós poderíamos jogar conversa fora. Eu semicerro meus olhos como ele estivesse falando chinês. Ele pega a minha mão e me puxa para o elevador. — Talvez eu vá ser o seu primeiro. Meu punho aperta enquanto o elevador sobe. — Meu primeiro? — Sim, o seu primeiro amigo. Nós saímos do elevador e Trick liga as luzes. — Por quê? Ele torce a boca como se estivesse mastigando o interior da bochecha. — Eu não sei. Talvez eu precise de um amigo também. Que sorte a minha. Meu primeiro amigo oficial é um cara, mas não apenas um cara... um esquilo, um esquilo gay. Eu não tenho certeza se ele é um presente ou uma maldição. — Então, o que você está pensando? Batalha naval ou xadrez?

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Trick me dá um olhar ‗acabou de nascer mais duas cabeças em você‘. — Você está falando sério? — Não? — eu me encolho com meu próprio constrangimento. Ok, eu estava falando um pouco sério. Ele ri. — Você não pode ser tão socialmente inepta. Sim, eu posso e eu sou. Eu tenho habilidades sociais adequadas quando se trata de jantares e conferências médicas. Já namorei vários homens desde que me formei da faculdade, mas as relações têm sido apenas sexo. Nós não ‗jogávamos conversa fora‘ além do quarto e restaurantes. Número de festas do pijama que eu já estive: 0. Número de fins de semana das meninas que estive: 0. Se Trick não quer um boquete ou um rolo rápido no feno, então eu estou em território desconhecido. — Então, o que você estava pensando? Trick se senta no sofá e repousa o tornozelo sobre o joelho. — Bem, eu só tenho que bater uma ‗meia boca‘ então... — Isso de novo não! Steven é um cirurgião e sua mente está sempre em seu trabalho. Não é que ele não tenha habilidades. — eu me estatelo no sofá ao lado dele, deixando espaço apenas suficiente para que eu não receba uma lufada de seus feromônios que parecem me deixar um pouco raivosa. Se essa amizade vai funcionar, eu preciso deixar pra lá meu desejo físico por ele. — Ele tem transtorno de déficit de atenção na cama? Eu rio entre dentes. — Eu não tinha pensado nisso dessa forma, mas talvez. O sorriso de Trick poderia derreter o Polo Norte; eu não sei por que ele é tão reservado com isso. — Então, como você conheceu Steve meia boca? Eu tiro as minhas botas e coloco meus pés debaixo de mim. — Nossos pais nos apresentaram em uma arrecadação de fundos político no ano passado. Meu pai está concorrendo ao seu segundo mandato no Senado, e o pai de Steven é um filho da puta rico que quer uma porrada de favores. Então eles são uma combinação perfeita no paraíso da campanha corrupta. Ele ri. — Seu pai deve estar orgulhoso do seu brilhante apoio.

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— Meu pai nunca ficou orgulhoso de mim por nada. — Ah Deus! Essas são palavras dignas de pena que eu nunca me deixei escapar em voz alta. — Problemas com o papai? Isso pode explicar por que você se contenta com relacionamentos meia boca? — Meus problemas com meu pai vão muito além de minha vida amorosa. Mas sim, os caras adoram que eu não espere nada deles. Podemos nos beneficiar mutuamente de sexo sem sentido sem temer que eu seja toda Atração Fatal pra cima deles. E sinceramente, eu não poderia me importar menos. Os homens são traidores, porcos mentirosos. — Trick faz uma cara feia. — Não todos, é claro. — eu tento colocar um sorriso na minha boca. — Meus primeiros dois anos de faculdade eu passei por uma fase escura, uma espécie de fase de gótica. Trick esfrega a parte de trás de seus dedos em seu queixo e levanta as sobrancelhas. — Eu não sei por que você usa delineador quando você trabalha, mas eu gosto do jeito que me lembra dos dois melhores e piores anos da minha vida. Se encontrar a si mesmo na faculdade é muito clichê, mas isso é o que aconteceu... infelizmente, tive de me perder por dois anos antes. Eu tingi meu cabelo de preto, usava maquiagem e roupas pretas, e experimentei sexo, álcool e algumas drogas recreativas. — eu rio. — Deus, meu pai ficou tão puto. Mas o que ele esperava? Eu não tinha tido os melhores modelos na minha vida, exceto pela Nana, ela é incrível. — Onde sua vó mora? — Lincoln Park. Não muito longe de mim. Ela é a única parente de sangue que me resta por parte da minha mãe, e ela veio morar conosco depois que eu nasci. — minha voz se desvanece apenas um pouco acima de um sussurro. — Minha mãe morreu ao dar à luz a mim, então Nana praticamente me criou. Trick me dá um sorriso triste que eu devolvo com um encolher de ombros que diz ‗é a vida‘. O ar pesado sufoca o momento, deixando um silêncio constrangedor. ‗Mãe morta‘ é o maior assassino de conversas. — Então... se você não tivesse piedade de mim e oferecesse um jantar e um ‗jogar conversa fora‘, o que você estaria fazendo hoje à noite? Ele molha os lábios, em seguida, os esfrega. — Desenhando.

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— Desenhando? Desenhando o quê? — Qualquer que seja o meu projeto atual. Eu franzo os lábios. — Estamos falando de giz, giz de cera, marcadores? — Lápis. — Sério? Posso ver? Ele olha para mim com um inesperado olhar severo em seu rosto antes de desviar os olhos para o seu colo: — Não. Eu rio, em seguida, tento sufocá-lo quando eu vejo seus lábios puxar em uma linha firme. — Você está falando sério? Você não vai me deixar ver? Trick balança a cabeça com absolvição. — Mas eu pensei que nós éramos amigos. — Nós somos, mas vamos ser honestos, se isso fosse um encontro, você transaria comigo essa noite? Se você não fosse gay? Sim! Sim, isso é tão errado para mim. — Não. Aonde você quer chegar? — Meu ponto é que algumas coisas são pessoais e exigem uma certa quantidade de confiança. Eu mexo na barra desgastada da minha calça jeans. — Então, você não confia em mim? — Eu não confio em mulheres. Esfregando as mãos sobre o meu rosto, eu suspiro. — Eu devia ter imaginado que isso viria. Você quer falar sobre isso? Ele olha para cima com as sobrancelhas apertadas. — Falar sobre o porquê de eu não confiar em mulheres? Eu concordo. — Não, eu não quero. Meu telefone toca. Nós dois olhamos para a minha bolsa. — Desculpa. — eu vasculho tudo e o acho enterrado na parte de

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baixo. Trick assiste com intensidade enervante enquanto eu digo alguns oks e vou estar lá. — Emergência? — ele pergunta quando eu largo meu telefone na minha bolsa. — Sim, um tiroteio com múltiplas vítimas. Desculpe, eu tenho que ir. Além disso, você não vai me mostrar a sua arte, então nós poderíamos muito bem fazer isso em outra noite. — eu amo a maneira como ele abaixa seu queixo para esconder o sorriso. Ele se levanta e eu aceno para ele. — Eu posso pegar um táxi. — Não, eu te levo lá mais rápido. Eu levanto uma sobrancelha desconfiada. — Eu acho que mais seguro é melhor do que mais rápido. — Vem, — ele grita por cima do ombro, conforme eu pulo em uma perna só, tentando recuperar o atraso enquanto calço minhas botas.

***

Cabelo preso. Capacete. Jaqueta. Traseiro apalpado. Uhu! Felizmente ninguém pode ver o sorriso de gato Cheshire de Alice no País das Maravilhas no meu rosto enquanto Trick costura o tráfego até o hospital. As últimas quarenta e oito horas têm sido surreal. Depois de testemunhar tantas lesões e mortes de motoqueiros, eu jurei que nunca iria subir na parte de trás de uma, mas aqui estou eu, curtindo cada minuto de frio na barriga. A ideia de ter um verdadeiro amigo tinha ficado de lado; agora ele está de volta, de frente e no centro. E capturar a atenção de um cara como Trick... bem, não há palavras. Riqueza nem sempre equivale à popularidade. Saindo de uma limusine elegante diz rico. Eu tenho feito isso mais vezes do que eu gostaria de lembrar uma vez que o meu pai se casou com Rachel. Relaxando minhas pernas sobre a parte traseira de uma moto atrás de um cara que se parece com problemas diz: popular. Aos vinte e sete anos, é tarde demais para ser popular? Eu entrego a Trick meu capacete e tiro sua jaqueta. — Obrigada pelo jantar. — eu me abraço, esfregando meus braços. É o meio do verão. Por que eu vivo congelando ou queimando na presença dele?

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Ele balança a cabeça, vestindo sua jaqueta. — Deveríamos sair de novo. — na minha cabeça, é uma pergunta; na minha voz é uma sugestão. Outro aceno de cabeça. — Apareça qualquer hora. — Eu vou. — eu começo a ir embora, depois viro. — Só pra você saber, eu não sou virgem. Então sexo em nosso segundo encontro é uma boa possibilidade. Mas uma vez que eu não tenho a anatomia correta, eu vou concordar com uma visita privada de seus esboços. — se ele não fosse gay, eu ainda estaria balbuciando como no primeiro dia em que nos conhecemos. Mas ele é inalcançável, então eu não tenho nada a perder sendo eu mesma com ele. Por mais que estar com Trick parece ser um gotejamento lento de adrenalina, ele me ofereceu algo que eu preciso muito mais do que satisfação física, amizade. Ele liga sua moto enquanto meus olhos se concentram em seus lábios. Eu espero por isso... eu acho que uma pequena parte de mim ainda reza por ele... lá está ele, o ligeiro tremor de seus lábios. Eu vejo que ele está satisfeito, o que é perfeito, porque eu também estou.

***

O interruptor acende. Eu adoraria morder meu lábio e torcer meu cabelo, contemplando as possibilidades infinitas da minha relação com Trick, mas eu não posso. Sem desperdiçar nem mais um segundo, eu corro para o pronto-socorro, me troco e faço o que faço de melhor: monto quebra-cabeças. Apesar da falta de intervalos, extenuantes horas do relógio tiquetaqueando um batimento cardíaco de cada vez, eu nunca pergunto por que eu estou aqui fazendo isso. A maioria dos dias eu sinto que este é o meu único objetivo na vida, dar mais do que tomar. Mesmo com os cheiros desagradáveis, que são realmente a minha parte menos favorita do trabalho, eu ainda amo estar aqui. — Acabou? Me viro para um Steven perdido em sua tela do telefone celular. — Quase. — eu respondo, assinando meu último prontuário e bocejando. — Café da manhã?

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— De jeito nenhum. Cama. — eu bocejo novamente. Ele desliza seu telefone de volta no bolso e sorri. — Eu gosto disso. — ele mexe as sobrancelhas. Steven é um banho morno. Ele tem cabelos loiros encaracolados que normalmente mantém curto, mas hoje eu noto alguns cachos rebeldes em torno de suas orelhas. Olhos azuis e covinhas, ele é o típico bonito. É o fator wow que está faltando. Só recentemente, uma vez que eu experimentei o wow, que cheguei a essa conclusão. — Me deixe esclarecer; eu preciso dormir. Tem vinte e quatro horas que eu estou acordada eu estou pronta para hibernar. — Quer que eu te traga um café? — Eu não bebo café, Steven. — ele me conhece há quase um ano e estou certa que já abordamos este assunto antes. — Então, chá preto, suco de mijo verde, ou seja lá o que é que for que você bebe. Eu passo por ele para ir trocar de roupa. — Eu também não bebo chá, e eu não quero ficar acordada, então eu passo sua oferta de ‗suco de mijo verde‘ também. Tchau, Steven. Depois de libertar o meu cabelo emaranhado do meu rabo de cavalo e tirar meu uniforme, eu cavo dentro da minha bolsa de mão pela minha chave. — Merda! — eu não vim dirigindo. — Algo errado? — Jade pergunta de um canto. — Eu esqueci que eu não vim dirigindo ontem. — Que lástima. Você pode ter que recorrer ao transporte público como os outros noventa e nove por cento de nós. Atirando minha bolsa por cima do meu ombro, eu encaro Jade com um olhar implacável. Os olhos dela escorregam para o seu armário. — Eu estou brincando. Não fique tão séria. Me viro e caminho até a porta, em seguida, paro assim que abro. — Você percebe que essa ‗riqueza‘ a que você está se referindo pertence à esposa do meu pai e está segura e protegida por um gigantesco acordo pré-nupcial. Além de caronas ocasionais que eu sou ~ 53 ~


arrastada ou alguns vestidos de grife, eu não me beneficio do dinheiro dela. A porta do armário dela bate. — Darby eu estou... — Está tudo bem... estou acostumada a ser julgada. A voz fraca dela rasga o breve silêncio. — Sério... eu sinto muito. Mantendo as costas para ela, aceno uma vez e saio.

***

Eu deveria ligar para Steven e pedir desculpas por explodir com ele ontem, mas ele queria fazer planos para - transar. Mas não é isso que eu quero fazer. Por razões desconhecidas para mim no momento, eu quero ver Trick novamente. Talvez seja cedo demais, mas não é como se estivéssemos nos encontrando, de modo que o período de espera habitual não se deve aplicar. Eu preciso de uma razão para parar lá, como eu se tivesse acontecido de eu estar na vizinhança. Honestamente, eu não estou na vizinhança, a menos que eu tenha um compromisso com Gemmie. É isso aí. Eu deveria parar e comprar alguns produtos de cabelo. Meu nariz enruga quando eu olho a hora. Gemmie fechará a loja em menos de uma hora. — Escolha, Darby. — eu me castigo por minha especialista habilidade de tomar decisões difíceis com facilidade, ainda que as mais fáceis são as me debilitam. A escolha é feita sozinha. Eu estou indo para o sul em minha BMW vermelha e antes que meu cérebro alcance, meu corpo já decidiu. Eu estou indo ver o meu novo amigo, o meu único amigo. — Ei! Eu esqueci de colocá-la em minha agenda? — Gemmie pergunta com preocupação enrugando os cantos de seus olhos enquanto ela borrifa spray sobre o cabelo ondulado de uma jovem loira. — Não, eu só preciso de algum... — Droga! Eu tenho que vender essa mentira melhor se eu espero que a sempre cética Gemmie compre ela. — …condicionador.

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Gemmie não está convencida como fica evidente por seus olhos semicerrados. Eu olho para os produtos expostos com precisão perfeita na prateleira de vidro da janela. — Terceira prateleira de cima para baixo na extrema direita. Eu pego o pote de condicionador. — Você ainda vem no sábado? Eu viro, aperto meus os lábios juntos conforme aceno. — Eu vou adicionar ele à sua conta, querida. — Hmm... obrigada. — eu mostro meu sorriso nervoso revelando minha mentira enquanto eu caio fora. O olhar sagaz dela perfura minhas costas; eu posso sentir a queimadura gelada da desconfiança. Não há sentido em esconder o meu próximo passo, então eu jogo meus ombros para trás e passo para o outro lado da rua. A cada passo meu coração palpita, aquecendo a minha pele, enquanto os dedos longos de ansiedade estrangulam meus nervos. A campainha de segurança da porta do Rogue Seduction anuncia minha chegada tanto para Trick quanto para a esqueleto de cabelos negros vestida em Prada empoleirada na cadeira. Ele ainda está trabalhando e talvez eu devesse ter pensado nisso. Nem todo mundo trabalha nas mesmas horas imprevisíveis de um PS que eu trabalho. A mulher olha para mim com o que eu percebo ser um olhar hostil. Trick, no entanto, não fez mais do que encolher em reconhecimento da minha chegada. Eu espero ele dizer alguma coisa, mas, novamente, sou quem entrou através de sua porta. Este é um plano mal pensado. Segurando o frasco de condicionador, eu dou de ombros com um sorriso leve. — Eu estava no bairro, então eu pensei... — ou o chão está afundando ou eu estou tendo flashbacks da minha juventude sendo a garota nova indesejada na escola. De qualquer maneira, eu me sinto uns centímetros mais alta. — Desculpe, eu deveria ter ligado ou... — Senta, — diz Trick com uma voz entrecortada, mantendo toda a sua atenção sobre Sra. Maçãs do rosto altas e lábios carnudos. A parte reprimida da minha personalidade, a parte desafiante, sopra para fora do seu peito. Talvez eu não queira sentar. Talvez eu queira ficar de pé e esperar. Ou talvez eu não queira esperar.

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— Ou fica de pé. — Trick olha por cima do ombro. E lá está: os lábios contraídos. Puta merda! Nunca imaginei que um cara poderia parecer outra coisa senão rebelde com maquiagem, mas pelo amor de todas as coisas que arrepiam a pele, que tiram o fôlego e endurecem o mamilo... Trick com lápis de olho me faz desejar atrito nas minhas partes femininas como nada e nem ninguém antes. Eu engulo. — Eu acho que eu vou sentar, muito obrigada. — tome isso! Trick contorna os lábios carnudos dela com uma tonalidade vermelho-alaranjado que parece surpreendentemente bom nela. Olhos escuros emoldurados por um quilômetro de cílios me observam. Eu luto contra a vontade de me contorcer com a insegurança, como quando as crianças populares reviraram os olhos para mim com escrutínio. — Linda. — eu ouço um sotaque francês quando eu olho para cima à espera de vê-la admirando seu reflexo. Em vez disso, ela ainda está olhando para mim. — Ela é, — responde Trick, a apenas centímetros do rosto dela. Constrangimento e choque correm através do meu corpo, destruindo a minha capacidade de responder, ou pensar, ou... respirar. Estas duas belas pessoas estão falando sobre mim... eles estão chamando a mim de bonita. Isso é... loucura! Entrelaçando os meus dedos, eu olho para as minhas mãos enquanto eu mexo meus dedos assim como Nana faz. Aposto que minha mãe fez isso também. — Você é um deus, — sotaque francês jorra enquanto ela se levanta, se inclinando para o espelho. Eu dou uma espiada, mas olho para baixo quando ela caminha até o caixa. — Vejo você no local na próxima semana, querido. Através do canto do meu olho eu vejo Trick menear a cabeça enquanto pega um maço de notas da mão perfeitamente bem cuidada. Ela acena seus dedos em um aceno delicado em direção a saída. Eu devolvo um sorriso tímido. Trick arruma sua área de trabalho enquanto eu faço meu caminho e subo no banquinho.

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— Ela é bonita. — Obrigado, — ele responde com um sorriso, mantendo seus olhos baixos em suas mãos ocupadas reorganizando tudo. — Não seja tão arrogante. Ela pode pensar que você é um deus, mas a beleza dela é natural. Você apenas melhorou. Trick vira e caminha para perto de mim, tipo muito perto. Se eu tentar recuperar meu espaço pessoal, eu vou cair do banco, então eu apenas rezo para que ele não sinta meus nervos ou veja todo o meu corpo corar com o calor. Suas mãos se levantam e eu vacilo, mas isso não impediu a intenção dele. Agarrando alguns fios do meu cabelo, ele enrola entre os dedos, provocando e depois soltando eles no meu peito. Respira, respira, respira! — Se você tivesse dito que ele é bonito, então o elogio seria para ele. Mas você disse que ela é bonita, então o elogio é para mim. — Ela... ele... era um homem? — a incredulidade da minha voz viaja através do ar. Trick me mostra seu sorriso completo cheio de orgulho. — Don ou ‗Donna‘ faz shows de cabaré. — ele se vira e termina de limpar. — Eu... eu quero dizer... uau! — Obrigado. — ele me lança outro sorriso. Eu reviro meus olhos. — Pare de ser tão arrogante. Não combina com você. — Ah é? — ele olha para mim com uma sobrancelha levantada. — Então o que combina comigo? Com um olhar pensativo, eu torço meus lábios para o lado. — Eu ainda não tenho certeza. Eu vou te avisar quando eu descobrir. — Vamos. — ele desliga as luzes. — Onde estamos indo? — Compras de supermercado. — Por quê? — eu pulo para fora do banco e o sigo para fora da porta. — Eu preciso de algumas coisas.

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— Quer que eu dirija? — Não, nós vamos andando. — Trick está a uns bons dez passos a minha frente. O cara não espera por nada nem ninguém. Eu corro para alcançálo.

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Capítulo Seis Meu desconcentrador novo amigo sexy me arrasta através de cada corredor, e todos os olhares sedentos passam despercebidos por ele, mas não por mim. — As mulheres com certeza gostam de você. Trick inspeciona cada maçã antes de colocá-las no carrinho. — Impossível. Elas nem sequer me conhecem. Provando meu ponto, eu olho para uma senhora ‗vou comer ele com o olhar‘ enquanto seus filhos se agarram ao lado de seu carrinho como uma tropa de macacos. — Me deixe reformular, elas gostam do seu corpo. Ele empurra o carrinho para o caixa, olhando para mim. — Gostam do meu corpo? Eu engulo em seco, agarrando e folheando uma revista enquanto esperamos na fila. — Está bem. Acho que sim. Eu não tinha prestado muita atenção. — Não? Eu mordo meu lábio e sacudo a cabeça. Dez minutos depois, saímos com seis sacolas de compras. Ele carrega duas em cada mão, e eu levo as outras duas. — Se você não me alimentar quando voltarmos, vou me sentir usada. Você realmente deveria considerar trocar sua moto por algo mais prático. O olhar que ele me dá erra a minha jugular por alguns milímetros. Aviso recebido. Foi uma brincadeira, bem... mais ou menos. — Se você está com fome pode beber uma das quatro caixas de suco fresco que você enfiou no meu carrinho. — ele me dá um rápido olhar de soslaio. — Eles estavam em promoção. Ele ri. — O quê? Tem algo errado em economizar dinheiro? ~ 59 ~


Ele para, gira, e se abaixa, então estamos na mesma altura dos olhos. — Você não pagou por eles. Meu rosto se transforma em uma pequena careta. — Eu vou pagar você. Ele balança a cabeça, continua andando e mais uma vez eu tenho que correr para alcançá-lo. — Eu não quero o seu dinheiro. — Eu sei... — eu dou um empurrão brincalhão nele. —...é por isso que eu vou deixar você ser meu amigo. — Que sorte a minha. — ele solta duas sacolas para abrir a porta. — Ah... sim. Eu sou um achado. Ele olha para trás com uma sobrancelha questionando. — Eu não quero dizer de uma forma romântica... Seu olhar se intensifica. — Não que eu não seja romântica, apenas não com você porque você é... Uma sobrancelha levantada se transforma em duas. — Eu sou? Eu suspiro. — Ugh! Apenas... vamos. — eu chuto o calcanhar da bota dele. Aquele sorriso dele de sempre cheio de um milhão de palavras não ditas faz uma aparição. Em um curto espaço de tempo, eu desenvolvi uma relação de amor e ódio com ele. Despejamos as compras no balcão. — Eu vou tomar banho. Sintase livre para colocar as coisas para fora e começar o jantar. — Trick caminha em direção ao banheiro com paredes de vidro. Torça a minha calcinha e enxugue minha baba. Ele tira sua camisa revelando um corpo gostoso marcado com várias tatuagens. — Você está encarando, prestando atenção. — E-eu... não estava, — eu coaxo. Minha pele se aquece a um bom vermelho. — Você estava, — ele responde sem olhar para mim antes de desaparecer a trás da parede. — Presunçoso filho da mãe, — murmuro para mim mesma.

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— Eu ouvi isso. — Tanto faz e... não se ache. — eu começo a tirar as compras das sacolas, colocando as coisas onde quer que eu queira. Ninguém mandou ele ser tão mandão. — Você não é meu tipo, — eu grito sobre o som da água do chuveiro. — Sério? Então qual é o seu tipo? Certinho? Não, só héteros em geral! — Engraçadinho, — eu grito de volta. — Então, palhaços gordos? Eu bato a sacola de salgadinhos azuis contra o balcão contra o comentário palhaço gordo. — Sensível. — Então, frescos? — ele grita. Opa, eu odeio quando o galão de cinco litros de água acidentalmente esmaga a pequena caixa de ovos vulneráveis. Eu sorrio para a diabólica vingança quando gema escorre para a prateleira inferior da geladeira. — Inteligente. — Enfadonho. — ele fecha a água quando eu pisoteio o pacote de macarrão. — Sexy. — eu empurro a palavra através de meus dentes, determinada a não deixá-lo tirar o melhor de mim. Tarde demais... meu orgasmo espontâneo! Trick sai com uma toalha cinza enrolada na cintura, gotas de água caem de seu cabelo bagunçado e um riacho escorre pelo seu entalhado corpo. — Você está encarando de novo. Eu limpo minha garganta. — Eu não estou, que coisa! — minha voz grita a um decibel que mesmo eu não reconheço quando ele deixa cair a toalha revelando sua bunda. Eu viro em um tiro e aperto meu olhos fechados, mas o corpo nu dele está marcado em meu cérebro. Eu faço a única coisa que posso neste momento; eu me comprometo a levar essa imagem ‗levanta tesão‘ para o meu leito de morte. — Eu disse que você estava olhando.

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Eu me inclino contra o balcão segurando a borda de costas para ele, os olhos ainda fechados com força. — Você está de pé em cima do meu macarrão? Abrindo os olhos, eu olho para baixo. — Caiu. Ele se abaixa, felizmente com jeans, mas ainda sem camisa, e puxa o pacote de macarrão quebrado que está debaixo da minha bota marrom de salto alto. — Ele caiu debaixo da sua bota? — ele se levanta, lançando o pacote em cima do balcão, me dando uma careta ameaçadora. Eu dou de ombros. — Algo assim. — Eu gosto de café da manhã para o jantar. O que você acha de torradas e ovos? — ele abre a porta da geladeira. — Por mim tudo bem. — eu cravo meus dentes em meu lábio inferior. Trick resmunga enquanto tira o leite de cima da caixa de ovos esmagados. Gema pinga no chão conforme ele a traz para o balcão. Eu sorrio apesar do rangido de dentes e o alargamento de narinas dele. — Eu vou fazer os ovos. — eu pego a embalagem da mão dele como uma espécie de oferta de paz. — Pode ser ovos mexidos? Outro grunhido, de fato, pode ser um rosnado. — Para sua informação eu gosto deles fritos, inteiros, mas suas habilidades perturbadoras de ‗amizade‘ indicam que mexidos é a minha única opção neste momento. — Você estava sendo cruel. Ele me dá uma frigideira depois que eu abro todas as portas do armário, exceto as com panelas e frigideiras. — Eu estava brincando, como um senso de humor, que acredito era o número um em sua lista de características desejáveis. Eu borrifo a panela e despejo cerca de quatro ovos na frigideira enquanto sufoco minha resposta inicial. O que ele não ouviu foi que um homem hétero é o meu número em características desejáveis. — Sim, você é praticamente um Stand up Comedy. Eu acho que eu vi seus dentes uma... duas vezes. Você é... frio. — Frio? — Trick inclina a cabeça ao deixar cair duas fatias de pão na torradeira. — Como assim? ~ 62 ~


Eu tempero os ovos e mexo. — Você tem uma... como vou dizer isso? É uma... vibe cai fora. Ele me dá um olhar atravessado. — Bem, você com certeza não recebeu a mensagem. — Não significa que você não mandou. — eu coloco os ovos nos pratos. Trick coloca duas torradas em cada prato, e desliza ele para a borda oposta da bancada. Em seguida, ele pega manteiga, geleia, suco de laranja, e um frasco do armário de temperos. — Então você ainda quer eu caia fora? — eu pergunto, subindo na banqueta. Ele me dá um garfo e faca. — Eu vou querer se você não parar de mutilar as minhas compras. — não há humor na sua voz, mas estou aprendendo que isso é Trick. Suas emoções são sutis e difíceis de ler, como tinta borrada. Eu espalho manteiga e geleia de morango na minha torrada. — O engraçado é que... eu não sou normalmente uma pessoa vingativa. Pelo menos eu nunca pensava assim até que eu conheci você. — eu dou de ombros e empilho ovos na minha torrada. — Eu acho que você traz para fora o mal em mim. Parabéns, eu fui considerada um capacho por anos, então isso é um progresso para mim. Trick olha para mim, em seguida, dá uma mordida na sua torrada com manteiga com geleia com ovos empilhados em cima. Ele pode ter controle militar sobre suas emoções, mas eu não. Um sorriso se espalha pelo meu rosto. Durante anos, meu pai me deu uma carranca de desaprovação à mesa do café por minha torrada com geleia e ovo misturado. Mas agora, eu encontrei minha alma gêmea de café da manhã. — O quê? — ele resmunga com a boca cheia, apertando os olhos para mim. — OMG7! É oficial; nós somos BFFs8. Ele termina de mastigar, em seguida, toma um gole de seu suco. — De jeito nenhum... — ele balança a cabeça. — ...se você alguma

7 8

Ai meu Deus! Melhores amigos para sempre. ~ 63 ~


vez usar OMG e BFF na mesma frase novamente será o nosso F.I.M! Entendeu? Meu sorriso assumiu residência permanente no meu rosto. Eu falo em código durante todo o dia no trabalho, então eu não sou realmente a menina das abreviaturas; eu estava apenas brincando com ele. No entanto, a reação dele foi tão estupidamente excitante que eu sei que vou acabar cutucando a onça de novo e de novo. Comendo meu último grande pedaço, eu bato no pé dele com o meu. — Nós somos almas gêmeas de café da manhã e você sabe disso, — murmuro, enquanto limpo os cantos da minha boca com os dedos. — Quais são as chances de que nós dois comamos torrada com geleia e ovos mexidos em cima? Sério, uma em um zilhão. Ele puxa um frasco que ele pegou do armário de temperos. — Primeiro, eu gosto de torradas com geleia e ovo frito. — ele olha para mim. — Segundo, eu coloco pimenta caiena nos meus ovos. E eu tenho certeza que a coisa toda está longe de ser uma ideia original. Segurando o frasco de caiena como uma espada desembainhada, eu aceito o seu desafio. O mais picante melhor, outro momento OMG somos tão BFFs. No entanto, eu mantenho isso para mim mesma, por agora. A ideia de termos um F.I.M me apavora porque isso tem que ser tão bom quanto parece: super esquilo sem camisa, tatuagens sensuais e comedor de torradas com geleia e ovos. Demais. Trick me observa com um olhar curioso, olhos dilatados, lábios firmes para resistir ao sorriso de sempre. Eu polvilho pimenta Caiena suficiente para queimar permanentemente minhas papilas gustativas, em seguida, dou uma mordida. Mastigo lentamente, sorrio, enquanto saboreio a colisão doce e ardente ao longo da minha língua e na minha garganta. — O que você está pensando? — meus nervos liberam as palavras reféns que estavam algemadas na minha garganta desde que nos conhecemos. Cada olhar parece um enigma indecifrável; estou cansada de adivinhar. Ele olha para o prato, em seguida, dá outra mordida antes de olhar para mim de novo. — Estou tentando entender você. Eu quase engasgo com meu riso. — Eu? Você não pode estar falando sério. Eu sou o epítome de um livro aberto. Eu já te disse quase tudo sobre mim. O que mais você poderia querer saber?

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Trick desliza seu prato para longe e descansa os braços cruzados sobre o balcão, perto de mim. Seus olhos esquadrinham o meu rosto e cabelo, em seguida, pelo meu corpo antes de encontrar os meus novamente. — Eu quero saber por que você está aqui comigo? Gulp! Ele poderia muito bem me perguntar o significado da vida. É uma pergunta simples com uma resposta infinitamente impossível, mas eu procuro por ela de qualquer maneira. Os olhos dele não têm a resposta, os lábios são uma porta de entrada para algo que ele acha divertido em mim, e então eu olho para o arco-íris brilhante de tinta ao longo de seus braços, peito e costas. Estrelas, pequenas flores, penas, símbolos e sânscritos 9 , eles poderiam significar nada; eles poderiam dizer tudo. Eu estou atraída por ele, mas não delirante. Ele nunca vai olhar para mim do jeito que eu olho para ele... ainda assim, eu estou aqui. Então, eu dou de ombros percebo que a resposta sou eu, não ele. — Eu gosto de mim com você. Ele olha para os meus lábios; ele faz muito isso. Ele provavelmente está pensando que eu poderia usar uma injeção de Botox. Sem chance! — Quem é você comigo? — virando o rosto para mim, ele puxa minha cadeira mais perto da sua, então minhas pernas vão para entre as dele. Sugando uma respiração, eu pego minha torrada e dou outra mordida para esconder o meu nervosismo. Ele tem cabelo curto no peito e escuro que se arrasta para baixo, desaparecendo sob seus jeans. No lado esquerdo de seu abs há um símbolo sânscrito preto gravado em um negrito perfeito. Eu adoro olhar para ele. — Eu fico fora de controle. Ele levanta uma sobrancelha enquanto eu sorrio. — A vida de ninguém está em minhas mãos, e eu não sou a filha do senador. Você me viu sem maquiagem e quase me molhar na parte traseira de sua moto, mas você ainda sugeriu que fôssemos amigos. Uma risada suave escapa quando ele descansa as mãos sobre meus joelhos. A próxima parte eu quero ser cem por cento verdadeira,

9Grupo

de línguas e dialetos indo-áricos antigos do Norte da Índia. ~ 65 ~


mas não é, ainda. — Eu não tenho que pensar em dormir com você ou com quem você está dormindo quando não sou eu. As mãos dele apertam mais os meus joelhos. Eu seguro minha respiração. Eu a prendo, a controlo, em seguida, libero com facilidade quando ele me solta. Agarrando meu suco, eu sugo do jeito que ele suga todo o controle para fora de mim. O tilintar do meu copo batendo no balcão quebra o silêncio lúgubre, sufocante que paira como uma nuvem neste grande espaço aberto. — Me conte sobre sua família. — Grady e Tamsen são minha única família. — ele empurra a cadeira para trás e dá um pulo de seu banco. — Tamsen? — Irmã de Grady, — Trick lava nossos pratos. — E seus pais? — eu desço e entrego para ele a frigideira. — O que tem eles? — Caramba, Trick! Que conversa cansativa. É cansativo tirar informações de você. Ele fecha a porta da máquina de lavar louça e se inclina contra o balcão com os braços cruzados sobre o peito, cabeça abaixada. — Eu acho que eles morreram. Eu balanço a minha cabeça. — Como assim? Ele olha para cima. — Você trabalha em um hospital, mas você não sabe o que significa morrer? — Não, seu idiota! Eu não entendo é como você não sabe se seus pais estão vivos ou mortos. — Bem, sorte sua. — ele se afasta, pega uma camisa, e desliza sobre suas botas antes de ir em direção ao elevador. — Vem. — Onde estamos indo? Ele abre o portão e entra no elevador, se virando para mim. — Eu vou te levar. — Você está me chutando para fora? — eu tento esconder o choque na minha voz, mas eu tenho certeza que ele pode ver na minha postura que murcha um ou dois centímetros.

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— Vou te levar. Eu olho ao redor da sala em busca de... algo. Meu orgulho? Um pouco de dignidade? Nada. Arranho minhas botas pelo chão, eu vou amuada para o elevador. Trick fecha o portão. — Você não tem que me levar até o meu carro, — eu digo em voz fraca quando ele abre a porta exterior. Ele sai como se não tivesse me ouvido, me fazendo ter que acompanhá-lo. Quando chegamos à rua, ele para. Eu aponto para o meu carro do outro lado, e ele continua em direção a ele. Depois que eu desbloqueio, ele abre a porta do motorista. Sua máscara está de volta, sem uma única contração, apenas... pedra. Eu começo a entrar, mas paro. Ficando ereta, eu o abraço. Como se fosse possível, o corpo dele enrijece mais. Seus braços ficam colados ao seu lado. — Sinto muito sobre seus pais... onde quer que estejam. — soltando-o, eu deslizo em meu assento e fecho a porta. Sem olhar para ele, eu me afasto do meio-fio, apenas arriscando um olhar em meu espelho retrovisor quando ele já está fora de vista. Trick acha que seus pais estão mortos, e talvez eles estejam. Falta de encerramento pode ser uma tortura. Eu me pergunto se ele desistiria de qualquer outra possibilidade só para conseguir esse encerramento.

***

Eu deveria fazer aulas de yoga ou algo para limpar minha mente. Psicologicamente falando provavelmente não é do meu interesse me submergir em um trabalho mentalmente e às vezes emocionalmente desgastante, em seguida, me envolver com fudidores de mente que é o Trick no meu tempo livre. Ele irradia um elemento de mistério e perigo. Qualquer tentativa de entendê-lo seria o equivalente a mergulhar de cabeça em um abismo escuro. No entanto, eu estou atraída por ele em mais do que apenas no sentido físico, e eu não tenho certeza se é algo que eu possa

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controlar. Mas o mais preocupante é a constatação de que eu não quero controlar isso. Estacionando na frente da casa da Nana, eu olho as horas. Ela é uma madrugadora, o que significa que ela geralmente está na cama por volta das dez. Ainda é oito, então espero que eu a pegue antes que ela ative o alarme e desligue as luzes. — Sim? — ela responde logo após eu pressionar o botão do interfone. — Sou eu, vó. A porta abre. — Bem, que agradável surpresa. — ela abre os braços, reluzentes olhos azuis que espelham os meus dobram nos cantos. — Espero que eu não a tenha acordado. — eu a abraço e sinto o calor dela em seus braços, os únicos braços que já senti como o que eu imagino o amor de uma mãe deve ser. — Eu não acho que isso seja possível hoje. Mary me convidou para um café mais cedo e eu deveria ter pulado o segundo copo. Acho que vou estar por um tempo ainda. Então venha, sente-se. — um felpudo roupão creme envolve sua pequena estrutura. O brilho rosado de suas bochechas e nariz indicam que ela lavou o rosto, mas o cabelo amarelo e branco de Peter Pan dela ainda parece perfeitamente feito em salão de beleza. — Você está de folga esta noite? — Sim. — eu sento na poltrona ao lado dela. — Eu trabalho na parte da manhã. — Você foi convocada para o jantar que seu pai vai dar neste fim de semana? Puxo meus joelhos para o meu peito, e rio. — Claro. Ele reivindicou todos os meus fins de semana até novembro. — Você poderia dizer não. Você não deve nada a ele. Eu dou de ombros. — Eu sei, mas eu odeio conflito. — normalmente. — É mais fácil simplesmente fazer uma aparição, deixá-lo me apresentar a algumas das pessoas mais chatas do mundo, em seguida, fugir depois que ele... — desviando meus olhos para baixo, eu suspiro.

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— Depois que ele foge para a sala privada mais próxima para foder alguma loira burra? — Vooó! — meu queixo cai. Ela sorri com conhecimento de causa. Nada passa por ela. — Um idiota com muito dinheiro e poder. — Ele ainda é meu pai. Eu própria maneira distorcida ele me ama.

sei

que

em

sua

Ela balança a cabeça uma vez com os lábios franzidos. — Então, eu sei que você não passou aqui para falar sobre o seu pai. Levantando minhas sobrancelhas, eu respondo. — Nãaao. — Steven propôs? — Deus, não! Nós não estamos lá ainda. — Ainda? — ela se anima. — Nunca. Não é ele. — Sério? Isso quer dizer que tem alguém está tomando a dianteira? Eu aperto meus lábios. — Desembucha, querida. Quem é ele? — Ele é um maquiador que a Gemmie recomendou. Mas ele não está, nem nunca estará ‗tomando a dianteira‘. — Casado? — ela sorri como se o pensamento de eu ser amante de alguém lhe agradasse. É possível todos os meus parentes vivos serem um pouco distorcidos. Eu balanço minha cabeça e sorrio. — Não, vó, ele não é casado. Ele é gay. Ela joga a cabeça para trás e leva a mão contra o peito em um ataque de risos. — Ó meu Deus! — Por que a preferência sexual dele é tão hilária? — Oh, querida... — ela limpa os cantos dos olhos — ...só você tem a pior sorte no amor. Quando foi que você descobriu?

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Eu chego mais perto e pego um lenço de papel da mesa do sofá e entrego a ela, revirando os olhos. Então eu continuo a contar tudo, não deixando de fora um único detalhe, incluindo a minha atração magnética por ele que não deveria ser sexual, mas é. — Bem, querida, você tirou a sorte grande. — O quê? Como você chegou a essa conclusão a partir de tudo o que eu te disse? — Um amigo gay? Ouvi dizer que é o sonho de toda garota. Exceto, que pelas coisas que você contou, Trick precisa agir mais como gay e parar de confundir mulheres inocentes. — Agir mais como gay? Quem é você? Ela me dá um soco no ombro. — Eu leio revistas de fofocas, você sabe. — Sim? Bem, então você deve saber que gay não tem cara. — Esse é o problema. Você costumava ser capaz de dizer pelo piercing na orelha: na direita é gay, na esquerda hétero. Ou é o contrário? De qualquer forma, nos dias de hoje todos podem ter piercings e assim tudo fica muito confuso. Nana oferece entretenimento a qualquer hora, e cada vez que eu passo por aqui para vê-la, eu me censuro por não fazer isso com mais frequência. — Nós somos amigos, ponto. E talvez você tenha razão. Se ele ‗agisse mais como gay‘ eu poderia sentir o efeito da sorte grande. — Sim, fazer compras, cabelo, maquiagem e filme água com açúcar sem competição de hormônios ou competir pelos mesmos homens. — Ou desejando que ele não fosse gay, — eu sussurro para mim mesma. Ela inclina a cabeça para o lado, me dando um sorriso suave, simpática. — Ou isso também, querida.

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Capítulo Sete Gemmie é um dos meus poucos prazeres. Hoje à noite não é uma festa de gala, e eu poderia fazer no meu cabelo algo apresentável para o jantar do meu pai, mas eu preciso de uma hora em sua cadeira para aliviar a pressão da semana. — Eu conversei com Trick mais cedo. Ele disse que você não estava na agenda dele esta tarde. Você esqueceu de agendar? — É um jantar. Eu acho que posso passar um pouco de rímel e gloss para a noite. Além disso, depois que você terminar de fazer a sua magia, todos os olhos estarão no meu cabelo, não no meu rosto. — eu pisco para ela no espelho. — Então... o que você estava fazendo com ele na outra noite? Eu estive esperando por esta pergunta. — Nós jantamos, só ovos e torradas. — Você me ouviu dizer que ele é... — Gay. Sim eu sei. Nós somos apenas amigos. — Hmm, isso é... surpreendente. Eu suspiro. — Por quê? Porque eu não sou digna de ter amigos? Por que... — Calma, menina! Caramba, o que está acontecendo com você? Eu quis dizer Trick. Ele é muito privado e não do tipo de fazer amigos com... — Com? Ela puxa meu cabelo enrolado para um rabo de cavalo mais elegante que eu já vi. — Mulheres. Ele maquia noventa por cento de sua clientela, mas ouvi dizer que ele as tolera... apenas um pouco. No entanto, eu não acho que tenha algo a ver com ele ser gay. Eu acho que é algo do passado dele. Então ele fazer amizade com você é muito milagroso.

~ 71 ~


O nó recém-formado no meu estômago me dá náuseas. Eu sei que ele não confia em mulheres, mas eu me senti a exceção, até agora. Eu sou a obra de caridade de Trick? Ele está me tolerando? Eu me sinto como uma completa idiota... de novo. Como que isso continua acontecendo comigo? A ideia de encontrar um verdadeiro amigo para mim é assim tão absurda? Aparentemente é. — O que você acha? — Gemmie me entrega um espelho para eu ver a parte de trás. — Eu não acredito que você está perguntando. — eu sorrio. — Está fabuloso, como sempre. Ela sabe que não tem que perguntar, mas eu não acho que ela vai se cansar de clientes jorrando elogios sobre o seu talento. Meus olhos não conseguem deixar de passear em direção ao Rogue Seduction quando saio da Gemmie. O reflexo da janela faz com que seja difícil de ver, mas não parece que as luzes estão acesas. Trick provavelmente espeta agulhas em bonecos vodus do sexo feminino.

***

Rachel não me mandou um vestido esta semana. Isso é um código que o jantar não está recebendo a atenção da mídia que pode ser publicidade gratuita para sua marca, ou isso significa que ela está em Nova York neste fim de semana. Isso fará com que as indiscrições do meu pai sejam mais fáceis de esconder. Olho para o meu vestido tomara que caia de chiffon vermelho com prata, sandália de salto alto que estão estendidos sobre a minha cama quando o meu interfone toca. Eu entro em meu robe de cetim branco e atendo o interfone. — Sim? — Oi. Eu chupo uma respiração nervosa e aperto o cinto no meu robe. — Trick? — Sim. — sua economia de palavras me surpreende.

~ 72 ~


Eu murmuro e desço as escadas, assim que ele fecha a porta da frente. Jeans desbotados, botas pretas, camiseta preta colada, tatuagens expostas em seus braços tonificados... ele definitivamente precisa agir mais como gay. — Oi. — Oi. — ele enfia as mãos nos bolsos até as pulseiras de couro. — Desculpe, eu estou me preparando para sair em breve... Ele sobe as escadas em direção a mim. — Eu sei. — ele continua subindo e passa por mim, olhando para a esquerda e depois para a direita no topo da escada. Virando à direita, ele passa pelo corredor até o meu quarto e direto para o meu banheiro. Nunca na minha vida eu literalmente persegui tanto um cara, só Trick. — O que você está fazendo? Ele se atrapalha através das minhas gavetas e nécessaire de maquiagem. — Vamos. — ele aponta com a cabeça, sem olhar para mim. — Eu já fiz a minha maquiagem. Ele empurra de penteadeira. — Suba.

lado

a

desordem

na

parte

superior

da

Soltando um suspiro exasperado, eu faço o que ele manda. — O vestido na cama, é que o que você vai usar? Concordo com a cabeça conforme ele puxa alguns diferentes pincéis e delineador. Ele dá um passo para trás e olha para mim. Eu não gosto dessa parte. Meus nervos queimam com ansiedade, e eu posso sentir a minha pele começar a ficar vermelha. Trick aperta a gola do meu robe e afasta ambos os lados sobre meus ombros, deixando-os à mostra junto com o vão dos meus seios. Minha respiração engata. Lábios contraídos. Idiota! Ele dá um passo para frente, empurrando minhas pernas para ficar entre elas, então estamos tão perto que eu não sei se o calor entre nós é a respiração dele ou a minha. — Feche os olhos.

~ 73 ~


Minha boca saliva enquanto as cerdas da escova fazem cócegas na minha pele, cada movimento lento e sedutor, enviando uma onda de tremores e arrepios ao longo da minha pele. Seus hálito mentolado e quente paira tão perto de meus lábios que eu posso sentir. Eu engulo em seco novamente. — Frio? — aquela voz. É uma fricção contra os meus mamilos duros mal cobertos pelo meu robe. Engulo novamente. — Um pouco. — eu não estou. Como ele não pode ver que eu estou queimando? Sua presença traz sempre um choque de sensações, um suor frio. Sua mão esquerda repousa sobre a minha perna, seu polegar tocando a pele nua do interior da minha coxa, onde meu robe caiu. Ah meu Deus! É preciso poder sobre-humano para impedir minhas pernas de envolverem em torno da cintura dele. Minhas mãos apertam meu robe, evitando que ele caia dos meus seios. É a respiração dele... o calor entre nós é a respiração dele, porque eu não consigo me lembrar de respirar. — Sinto muito. — Hã? — eu ofego. Ótimo! Eu fui reduzida a ruídos monossílabos. — Meus pais eram... — Não. — eu encontro minha voz e abro os olhos. Suas sobrancelhas se juntam. — Eu não quero ser o seu caso de caridade, ou o seu tratamento, ou o que quer que isso entre nós é. Gemmie me disse que você basicamente despreza as mulheres, então não se torture por minha causa. Estou farta de relacionamentos insinceros e... Ele cobre meus lábios com o dedo e balança a cabeça como se eu estivesse vestindo uma camisa de força e falando outras línguas. — Como eu estava dizendo... — ele levanta a escova de volta para o meu olho, me forçando a fechar os dois — ...meus pais acabaram sem teto quando eu tinha cinco anos. Eu cresci nas ruas. Então, um dia, pouco depois do meu aniversário de quinze anos, eu voltava da escola e eles se foram. Ao longo dos próximos meses eu chequei todos os abrigos e igrejas, mas não havia nenhum sinal deles. Ninguém tinha visto ou sabia nada sobre eles. Era como se eles simplesmente tivessem desaparecido.

~ 74 ~


Ele apaga os cantos dos meus olhos com a borda de um tecido. — Não faça isso. Eu não quero sua piedade. Abro os olhos marejados e ele continua a secar a umidade. — Não é pena. É compaixão e existe uma diferença. Ok? Seus lábios se apertam em uma carranca. — apenas... tudo bem, Darby Carmichael. — lábios contraídos!

Você

é

Por dentro minhas emoções dão um salto mortal, cambalhotas, e socos no ar. Ele delineia meus lábios enquanto ele faz beicinho em frustração conforme eu me esforço para não sorrir, na verdade explodir em fogos! — Eu tenho uma vagina, você sabe? Dentes brancos vibrantes espreitam através de seu sorriso descontrolado. — Eu ouvi esse boato. — Você pode lidar com isso? Ele desliza o brilho nos meus lábios. — Eu vou lidar com você, e você pode lidar com sua vagina. Eu rio quando ele me tira da penteadeira. Alcançando a beira minha cama, eu olho para o meu vestido, em seguida, encolho ombros. Ele é gay... então dane-se! — Você fecha ele para mim? — pergunto, soltando meu roupão no chão e entrando em meu vestido costas para ele. — Você gosta do meu corpo? — eu sorrio.

da os eu de

Ele fecha o meu vestido com lenta facilidade, apenas as pontas dos dedos deslizando sobre a minha pele perto do topo do zíper. — É... legal. Eu não prestei muita atenção. — a voz dele quebra na última palavra. — Touché. — inclinada para frente, eu pego meus saltos e deslizo sobre eles. — Mas ele não faz isso para você, certo? — eu me viro, mas ele não está ali. — Trick? — Aqui embaixo, — ele chama. Eu desço as escadas cautelosamente em meus saltos. — Você tem que vir comigo. Steven está trabalhando e eu odeio ir sozinha, então... — Não é a minha praia. — Trick inclina contra a porta da frente, com as mãos nos bolsos.

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Agarrando minha bolsa de mão, eu rio. — Não é a minha também. Em uma noite boa eu sou chamada para ir ao hospital, mas não estou de plantão neste fim de semana, então eu preciso de outra desculpa para sair mais cedo. — Obrigado, mas não obrigado. — Oh, vamos lá, vamos comer e sair, uma hora no máximo. — eu fecho o espaço entre nós. Ele se endireita, olhando para mim e talvez até um pouco... nervoso? Meu peito aperta contra o seu; eu inclino meu queixo para cima e bato meus cílios. — Por favorzinho? — por que eu me torturo está além da minha compreensão, mas eu não consigo parar. Talvez eu seja masoquista. Estando perto de Trick e sabendo que ele não me quer do jeito que eu o quero é masturbação sem a liberação. Trick dá um passo para trás e pigarreia. — Eu não estou vestido para a ocasião. — Não há nenhum código de vestimenta. É na casa do meu pai. Ele esfrega os dedos pela barba rala e escura de seu queixo. — Você está vestida muito extravagante para ‗nenhum código de vestimenta‘. Tirando meus saltos, eu corro lá para cima e troco por uma calça jeans preta skinny, uma camiseta do Maroon 5 vermelha e botas pretas. — Veja, nenhum código de vestimenta, — eu anuncio, saltando pelas escadas. Trick me olha com um sorriso e um aceno de cabeça. — Eu não achei que você tivesse deixado a fase rebelde para trás. Eu mudo de bolsa novamente. — O que posso dizer? Você é uma má influência. Eu poderia até pintar o meu cabelo de preto novamente. Vamos. — eu olho para trás e sorrio conforme eu conduzo ele para a porta dos fundos. — Eu dirijo. Nós saímos com o carro da garagem. — Onde o seu pai mora? — Barrington Hills. — Claro que ele mora lá. — Trick olha fixamente para fora de sua janela. Sim, o meu pai vive numa grande propriedade em Barrington Hills, mas pertence à esposa dele. Eu moro em uma casa simples em Lincoln Park que Nana comprou pra mim. Ela chama a casa, e minha

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educação universitária livre de dívidas, um presente da minha mãe. Eu moro a duas quadras do condomínio dela que ela reduziu para depois que eu saísse da faculdade. Trick pensa que eu sou rica... mas eu não sou. No entanto, eu poderia ter sido. — Foi Gemmie? Trick olha de soslaio para mim. — Ela mencionou os meus planos para esta noite? Não me lembro de dizer a você, assim como você saberia para aparecer e me salvar de me apresentar como uma camponesa? Ele sorri e esfrega as palmas das mãos contra as coxas, como se fosse um hábito nervoso. — Sim, ela me mandou uma mensagem. Chamou de emergência. — Ah, caramba! — Eu mandei uma mensagem para ela dizendo que você não precisava da minha ajuda. Dou a ele um olhar rápido com a confusão enrugada puxando a minha testa. — Mas você veio. Ele dá de ombros. — Sim, mas ela não precisa saber disso. — Então a menina camponesa realmente precisava de sua ajuda? — Não. Eu só queria ver você. Uma grande exibição de fogos de artifício explodiu dentro de mim, então rapidamente cessou devido aos pensamentos na minha cabeça. É isso que ter um BFF gay é? Todos os elogios que as mulheres sonham que seu amante diga, mas não como preliminares. É acariciar e afagar após o sexo... sem o sexo. Merda! É isso que eu quero?

***

Meu novo amigo enigmático mantém a conversa focada em mim pelos 45 minutos de carro: a minha decisão de pegar um trabalho de PS em vez de me juntar ao corpo de paz como eu tinha planejado originalmente, meu amor pela medicina, meus casos mais difíceis... ele

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não me pergunta sobre a minha família e isso me emociona. Por quarenta e cinco minutos eu sou Darby, assistente de médico, compassiva humanitária, desajustada, amiga de Patrick Roth. Então nós cruzamos os portões pretos de ferro da propriedade HartCarmichael e me torno Darby Carmichael, a garota que não pode sequer imaginar como é crescer sem-teto nas ruas. Trick não disse isso, mas eu sinto e vejo em seus olhos. — Srta. Carmichael. — um dos assistentes de estacionamento me cumprimenta com um sorriso caloroso. — Boa noite! — eu retorno o sorriso enquanto um choque dispara ao longo da minha pele quando ele olha um segundo a mais para minha roupa. Darby: Criança rebelde! É bom estar de volta em meus sapatos velhos. Se Trick está com qualquer tipo de temor daqueles que o rodeiam ele não precisa se preocupar. Imagino Grady, guru do salão de beleza das estrelas, levando Trick para alguns eventos bastante luxuosos. Hoje à noite é apenas um jantar político para levar alguns no papo. Trick agarra a minha mão e me leva à porta da frente como se ele pertencesse ao lugar. Sua sexy confiança deixa minha pele quente e os meus mamilos estalam para fora para dizer Olá! A multidão na porta da frente se afunila em único balcão quando cada hóspede é marcado na lista e levado pela segurança. — Sinto muito, senhor, você não está na lista. — i cavalheiro com o iPad dá a Trick um olhar de desaprovação sem realmente verificar a lista. Trick aperta minha mão e me puxa para frente dele, minhas costas contra seu peito. Então, ele pega uma espingarda e explode a minha cabeça. Ele corre os braços sob os meus e apoia as mãos na minha barriga, ele me puxa para mais perto e beija o meu pescoço! Não existe mais uma diferença distinta entre a minha camisa vermelha e minha pele. Sr. iPad quase engasga com sua própria língua com um olhar ‗quem diabos é esse tatuado para beijar a filha do senador‘. Ele limpa a garganta. — Srta. Carmichael, me desculpe, eu não vi você. — um sorriso nervoso puxa seus lábios. — Por favor... — ele gesticula para nós irmos para dentro. Eu driblo a segurança com facilidade, mas eles seguram Trick. — Não há necessidade. Ele está comigo.

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Trick franze o cenho para os guardas de segurança; os guardas de segurança franzem a testa para mim, mas deixam passar. Meu coração dispara em meu peito e meu pescoço ainda sente o calor dos lábios dele. Por que ele fez isso? Agora eu sei o que aqueles lábios podem fazer sentir. Eu sei a forma que sua barba espessa provoca um calafrio e arrepios ao longo da minha pele. E agora eu posso sentir seus lábios em todos os lugares e isso me destrói. — Darby Lucille! — me viro quando Trick agarra a minha mão de novo, lembrando meus mamilos que eles vão ficar assim a noite toda. — Vó! O que você está fazendo aqui, — Trick solta minha mão, e eu abraço Nana, que está usando um esmero vestido de renda bordado verde? Um original de Rachael Hart. — Eu decidi vir para dar apoio moral. Mas parece que você trouxe seu próprio apoio. — ela levanta a sobrancelha para Trick. — Você deve ser o infame Trick. — ela estende a mão, mas não para um aperto. Para minha surpresa, Trick não hesita. Ele pega a mão dela e aperta os lábios nas costas da mão dela. Mão sortuda. — Trick esta é a Nana, Grace McDermot. — É um prazer conhecer você. Nana cora e pisca para mim. Deus! Ela poderia ser mais óbvia? O ego de Trick tem que estar pronto para estourar: caras o amam, meninas também, até mesmo senhoras idosas ficam fracas dos joelhos em sua presença. — Onde está meu querido pai? Nana ainda está batendo os cílios para Trick. Então é aí que eu entendi. — Vóoo! Ela franze a testa e olha para mim como se eu fosse uma criança de quatro anos de idade, interrompendo bruscamente os adultos. O olhar dela vai por sobre meu ombro para a grande escadaria dividida. Eu viro. Meu pai caminha em minha direção com uma loira do lado dele. Sim, como isso não fosse óbvio! — Minha filha linda, parece que está vestida para um show no parque. Por que isso? — ele cerra os dentes e um sorriso falso antes de me beijar na bochecha.

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— Eu não queria que um de seus doadores ricos me confundisse com uma das caras garotas de programa que você convidou para o bordel. — eu disparo de volta. Ele agarra meu pulso e segura tão apertado que lágrimas picam meus olhos. — Chega! — ele range perto do meu ouvido. — O que deu em você? Eu sinto a mão de Trick pegar a minha, forçando meu pai a me libertar. — Trick, este é o meu pai, Calvin Carmichael. Trick força um aceno amigável, mas meu pai apenas dá a ele um olhar rápido com um aceno de cabeça de nojo antes de virar um ombro frio para ir cumprimentar seus convidados mais importantes. — Bem, vamos? — Nana sorri, obviamente se divertindo com a luta pelo poder que se seguiu esta noite. Seguimos ela de volta para a grande tenda branca brilhando com lustres elegantes, mesas redondas decoradas com velas e taças, e uma orquestra tocando no canto mais distante. As socialites se misturam em seus grupos esnobes. É a minha formatura tudo de novo. — Ah, lá está Cynthia Kane. Eu vou falar com vocês dois mais tarde. — Nana pega uma taça de champanhe de um garçom e sai desfilando. Trick agarra duas taças da bandeja e me entrega uma. Eu olho para ele. — Não olhe para mim assim. — ele não está nem olhando para mim, então como ele sabe que olhar eu estou dando? — É para você quando terminar com isso. Algo me diz que você vai precisar. — Trick continua a examinar a multidão e o resto do nosso entorno. Eu bebo em uma ocasião rara, porque normalmente estou de plantão. Ele tem razão. Eu poderia precisar disso hoje à noite. — Estou dirigindo. — Não mais, por isso beba. — ele sorri para mim enquanto eu entorno a taça, deixando a efervescência borbulhante fazer cócegas na minha língua. Nós nos misturamos com um punhado de pessoas que não têm vergonha de serem vistos com os desajustados humildemente vestidos,

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principalmente Nana e alguns dos membros da equipe. Um guincho realmente horrível silencia o ambiente conforme meu pai toma o microfone e agradece a todos por terem vindo, em seguida, os convida a se sentar para jantar. Meu cartão do assento está sempre ao lado de meu pai, mas não esta noite. Finalmente eu encontro o meu e o de Steven, que agora pertence à Trick, em uma mesa muito para trás, a mesa da escolta. Tenho certeza que foi um arranjo de última hora, assim que chegamos, mas eu não reajo à omissão de meu pai. — Sua vó não foi rebaixada para a parte de trás, — sussurra Trick no meu ouvido quando ele me acomoda na minha cadeira. — Isso nunca iria acontecer. Enquanto ela estiver viva, ela vai sempre ter o melhor assento na casa. Trick coloca o guardanapo de pano em seu colo. — Por quê? Tomo um gole da minha quarta? taça de champanhe. Deve ser por isso que eu estou com os lábios um pouco frouxos agora. — Meu pai acha que Nana controla o dinheiro. Trick dá um aceno cortês para a loira que toma um assento ao lado dele. Em seguida, ele coloca o braço ao redor da parte de trás da minha cadeira e se inclina para mais perto até sua sexy colônia fazer minha já tonta cabeça girar para o seu lado. — Controla o dinheiro? Eu rio. — Sim, controla o dinheiro. Charles McDermot, meu avô, que morreu quando minha mãe tinha dezesseis anos, era muito rico. Minha mãe era apenas uma criança e ia herdar uma fortuna um dia. Meu querido pai era um advogado que circulava com os mesmos três ternos baratos quando ele conheceu minha mãe. Meu pai não precisa do dinheiro, enquanto ele tem Rachel, mas eu acho que todos nós sabemos que não vai durar para sempre, então ele pressupõe que quando Nana morrer vou herdar a fortuna McDermot e, claro acha que me sentirei obrigada a compartilhar com ele. — eu tomo outro gole de champanhe. — Então, enquanto ele pensar assim, Nana recebe tratamento de estrela do rock. Ele sabe que ela é o meu ponto fraco e eu me importo mais sobre como ele trata ela do que como ele me trata. — Acha? Acho que você não planeja compartilhar com ele? — Não, não é isso. Depois que me formei na faculdade eu disse para Nana que eu não queria o dinheiro, então que ela doasse a maior parte dele para várias instituições de caridade. Nana tem algum dinheiro, mas ela não está mais sentada na fortuna como meu pai acha que ela está.

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Eu soluço de uma forma muito pouco feminino, provocando olhares esnobes das vadias sentadas em torno de nós. Eu não consigo evitar a risadinha que escapa, então eu enterro meu rosto na curva do pescoço de Trick. — Eles tem vergonha de se sentar comigo também, — eu digo com uma voz que é um pouco mais alta do que um sussurro. Eu inalo o cheiro dele. — Deus, você tem um cheiro bom. — Eu acho que você alcançou o seu limite. — ele agarra meu rabo de cavalo e dá um puxão suave. Uau! Por que isso parece tão... excitante? Eu me endireito e me contorço no meu assento. Visões dele puxando meu rabo de cavalo em um ambiente mais íntimo conduz minha linha de pensamento. Os nossos pratos de jantar são colocados na nossa frente, e eu não perco tempo analisando a mistura artística enquanto uma das loiras da mesa está tirando uma foto com seu telefone. Realmente elegante. Eu acho que elas comem três tiras de cenouras, juntas, então fazem cara feia para mim com desgosto porque eu devoro a minha refeição toda. — Pare de encarar. Os seus agora esqueléticos ossos vão parecer caminhões algum dia quando sua privação anoréxica se transformar em um festival de encher a pança. Então, eu espero que você tenha um plano B além de fazer boquetes a quinhentos reais por hora. Trick tosse, talvez mascarando sua risada, enquanto eu estou enfrentando olhos arregalados e lábios com Botox em formato de O. — Vamos. — ele limpa a boca e sai de sua cadeira, em seguida, me ajuda a sair da minha. — Mas a sobremesa não foi servida ainda, — eu lamento. — Vamos parar para tomar um sorvete no caminho de casa. — Sério? — eu me animo. Ele não responde conforme nós fazemos uma saída apressada. Eu tropeço nos meus próprios pés pesados quando ele me puxa para fora da porta. — O carro da Srta. Carmichael, por favor, — diz ele ao atendente. Eu colapso em seu peito, sentindo uma súbita onda de cansaço cobrir o meu corpo entorpecido. — Você me embebedou, Sr. Roth. — eu

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rio. — Agora o que você vai fazer comigo? — eu acaricio meu nariz em seu pescoço novamente. — Levar você para casa. — Chato, — murmuro contra sua pele enquanto minhas mãos deslizam nas suas costas. Eu deslizo minha mão em seu bolso de trás, e ele não me impede. — Você é meu... muito melhor... amigo... para sempre. — eu suspiro, fechando os olhos e sorrindo com contentamento. As mãos dele vão de estática ao seu lado para descansar na parte inferior das minhas costas e a outra cobrindo a parte de trás da minha cabeça. Eu não estou certa, mas quando o meu carro aparece eu acho que sinto lábios pressionarem no topo da minha cabeça.

***

Eu me rendo aos meus olhos pesados dentro de segundos antes de sair do meu pai. Cada solavanco e curva em nosso caminho de volta para Lincoln Park passam despercebidos pelo meu quente e entorpecido corpo. — Chegamos, — uma voz sussurra suave em meu ouvido. — Mmm... — eu sorrio, abrindo minha pálpebra de chumbo. — Diga isso de novo. Trick desata o cinto. — Por quê? — Porque eu gosto do som da sua voz. — eu rio. — Isso é estranho? — Sim. — Trick me pega no colo e me carrega para dentro. Eu grito quando ele me estatela na minha cama. — Você está certo... você não é um cavalheiro. — Você pode cuidar de si mesma agora? — ele enfia as mãos nos bolsos, olhando para mim. Suspirando um bocejo sonolento, eu deixo meus olhos se fecharem novamente. — Você poderia tirar minhas botas. Ele desamarra, também. — Bom?

em

seguida,

~ 83 ~

puxa,

e

tira

minhas

meias


— Minhas calças jeans também. — eu esfrego meus olhos. Depois de alguns momentos, eu luto para abrir meus olhos novamente. Um olhar intenso, isso é tudo que eu vejo. Eu me atrapalho com meu botão e zíper. — Qual é o seu problema? Você não tem que gostar do meu corpo, mas você também não tem que ter medo ou nojo dele. Ele molha os lábios, os olhos se movendo pelo meu corpo. — Eu não estou enojado com seu corpo. — ele dá um tapa nas minhas mãos e tira minha calça. — Agora você está bem? — Você vai ficar? — O quê? Eu rolo em direção a ele, agarrando a mão dele. — Só fique e me abrace. Por favor. Ele olha para o teto, balançando a cabeça. — Você é carente. Eu rio, puxando sua mão. — Só quando eu bebo, e você foi quem me embebedou, então você me deve. — Tudo bem, — ele resmunga, removendo sua camisa e calças, em seguida, deslizando sob os lençóis. — O que você está fazendo? — eu pergunto quando ele pega o meu cobertor e empilha entre nós da nossa cintura para baixo. — Protegendo a mim mesmo. — De que? De mim? — eu rio. — Você acha que eu vou molestar você durante a noite? Deitado de costas, ele descansa os braços ao lado do corpo como um cadáver. — Você poderia. Eu levanto o braço e abraço seu peito com o meu nariz aninhado em seu pescoço. Seu corpo fica rígido por um momento, em seguida, derrete de volta em um estado semi descontraído. Eu suspiro contra o seu pescoço. — Noite, BFF!

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Capítulo Oito Ela está me dobrando. Eu preciso ficar forte. Ela não me conhece, eu não me conheço. Grady vai cuidar de mim. Eu não posso complicar as coisas, e ela é complicação demais.

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Capítulo Nove Pelas próximas três semanas eu passo cada momento que não estou trabalhando com Trick. Uma parte de cada vez, ele está derrubando sua armadura emocional. Ele é meu amigo, um amigo de verdade. Parece que nós nos conhecemos por muito mais tempo do que algumas semanas. Minha ansiedade por ver ele me faz contar os minutos até que o meu turno acabe e eu nunca fiz isso antes. Tenho evitado Steven a tal ponto de ele suspeitar de que eu estou traindo ele, se você pode chamar isso assim. Nós nunca rotulamos nosso relacionamento. A campanha do meu pai foi a minha desculpa para minha correria, mas depois da eleição eu vou ter que descobrir se Steven e eu já tivemos um relacionamento, e se sim, se vale a pena tentar salvar. Trick partiu para a Califórnia há dois dias para participar da abertura de um novo salão com Grady. Ele me convidou para ir com ele, mas eu tinha que trabalhar e eu sabia que ele precisava de algum tempo sozinho com Grady. Ele diz que vai passar para me ver quando ele estiver a caminho da casa dele, mas o vôo dele atrasou, então eu não estou contando com isso. No entanto, eu não ativei o alarme e ele sabe o meu código de entrada... só para o caso. Eu assisto a um programa de entrevista já tarde da noite, um programa de entrevista, e na metade do programa meu corpo e mente cai vítima do sono. — Deus, eu senti sua falta. — leva um momento para eu perceber que a voz profunda, vibrando não está na minha cabeça. — Eu preciso da minha Darby. — eu rolo e abro meus olhos para vê-lo sentado na beira da minha cama. Ele desliza meu cabelo para longe do meu rosto. — Você está de volta, — eu sussurro e sorrio tão largo que ele não consegue me recusar o mesmo sorriso em troca. Sento e jogo meus braços em volta do pescoço dele, puxando ele no travesseiro comigo, então ficamos cara a cara. — Também senti sua falta. Como foi Los Angeles? — Insana. Você deveria ter vindo comigo.

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Eu esfrego meu nariz em seu pescoço. — Eu não tenho certeza se Grady teria gostado de você levar uma abelhuda quando ele ficou meses sem te ver. Ele repousa a palma da mão na parte de trás da minha cabeça e acaricia meu cabelo. — Você não conheceu Grady ainda, e quando você conhecer, estou certo de que ele vai te amar. — Não se ele achar que tem de compartilhar você comigo. Ele sabe que estivemos dormindo juntos? — eu rio porque eu dormi várias vezes na casa de Trick, e ele ficou muito comigo desde aquela primeira noite. Nós dormimos juntos no sentido mais literal. Pelo menos a nossa complicada situação não está dificultando seu relacionamento sexual com Grady; embora, isso esteja apagando completamente as chamas entre mim e Steven. — Não, eu não mencionei. — Ele ficaria louco? — Não. Eu me inclino para trás para ver seus olhos. — Você tem certeza? Ele sorri. — Positivo. Agora volte a dormir, — diz ele, puxando a minha cabeça de volta para seu pescoço. — Você vai ficar? — murmuro em voz sonolenta. Ele beija o topo da minha cabeça. — Eu vou ficar.

***

Eu acordo cedo e encontro um local vazio ao meu lado. São seis horas e eu tenho que trabalhar em duas horas. Assumindo que Trick já saiu, eu faço o meu caminho para o banheiro, mas paro ao ouvir o chuveiro e ver a fenda de luz debaixo da porta. Enquanto considero esperar ele terminar ou descer para preparar ovos e torradas gelatinosas para gente, eu ouço o que parece ser um gemido. Meus dentes apertam meu lábio inferior quando pego a maçaneta da grande porta de correr. Movendo apenas alguns centímetros, eu espio lá dentro com o coração trovejando no meu peito e pulsando na minha garganta. Ah meu Deus!

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Através da porta de vidro borrada pelo vapor do chuveiro, eu vejo Trick, a pele coberta de tatuagem tensa sobre músculos tensos, de cabeça baixa, uma mão contra a parede e a outra... envolvida em torno do seu pau. Meu cérebro grita para eu fechar a porta. Ele é humano e os seres humanos se masturbam. Ele é um cara com um parceiro a quem ele fica meses sem ver. Parece que eu estou me intrometendo em um momento particular que certamente não significou nada para os meus olhos. Ainda assim... eu não consigo desviar o olhar. Não importa o quanto eu tente eu só... não consigo... desviar... o olhar. Ele é incrível, uma obra de arte. E eu acho que eu sabia disso semanas atrás, mas eu sei isso agora. Nenhum homem jamais irá se comparar a Trick. Meu marido, o pai dos meus filhos, meu clichê terreno de alma gêmea nunca vai alcançar Trick. Ele é a perfeição dos meus olhos. Eu pisco minhas lágrimas, porque cada vez que eu me permito pensar nele dessa forma, tudo o que eu sinto é tristeza. É como se eu estivesse de luto pela perda de algo que eu nunca tive. — Porra... — ele geme com a mão em punho contra a parede e a mão segurando seu pau desliza com golpes mais rápidos ao longo de seu comprimento duro. Brota saliva em minha boca e eu engulo várias vezes sentindo meu coração tentando se libertar do meu peito. Deslizando minha mão sob o cós do meu short de dormir e calcinha, eu me toco, combinando o ritmo da minha mão com o dele. Meus dedos são a língua ao longo do meu clitóris. Em seguida, eles se tornam seu pau enquanto elas deslizam em meu canal molhado. Ele está a menos de três metros de distância e estou desesperada para remover a roupa e entrar no chuveiro com ele. Eu quero prová-lo na minha boca e senti-lo enterrado dentro de mim, sem nada entre nós, só carne nua molhada. Ele está perto... ah caramba... eu também. Os glúteos dele ficam duros quando ele pulsa em sua mão. Em mim. Meus dedos, seu pau, empurra dentro de mim conforme eu circulo meu polegar sobre meu clitóris. Ele cai para o chão do chuveiro e eu derreto em minha mão, ambos sem fôlego. Fechando a lacuna da porta, eu me inclino contra a parede ao lado dela, corada e envergonhada. Isso tudo é meu. Nana e Trick são uma combinação perfeita: o que eu não posso contar a um, eu posso contar ao outro. Mas isso...

~ 88 ~


isso é meu e tão confuso e fodido quanto isso é, eu só tenho que manter isso para mim e esperar que isso nunca aconteça novamente.

***

Isso acontece novamente. Quatro vezes para ser mais exata! Mais uma vez na minha casa e três vezes na dele. A última foi apenas dez minutos atrás. Eu acho que ele faz isso toda vez que ele toma banho. Quem pode culpá-lo? Se eu tivesse aquele corpo e aquele pau, eu os acariciaria todos os dias também. Eu sou uma pervertida voyeur10. Eu vou cortar os pulsos se ele descobrir que eu o espio no chuveiro e me masturbo com ele. Nós dois estamos nos concedendo prazer, mas o dele é normal e meu é perseguidor psicopata. — Grady está voltando neste fim de semana, — Trick anuncia, andando em sua cozinha vestindo jeans, sem camisa, do jeito que eu gosto. Eu deslizo um prato para ele: torrada com geleia, ovos fritos e suco. — É essa a sua maneira de me dizer para eu sumir por uns tempos? — Dificilmente. — ele beija o topo da minha cabeça e senta ao meu lado no balcão. — Nós vamos a uma festa na noite de sábado. Você deveria vir. Eu limpo minha boca e engulo. — Acho que não. — Você vai trabalhar? — Não, eu estou de folga este fim de semana, mas eu não acho que iria me encaixar. — Você está errada. É uma festa exclusiva, cheia de pessoas ricas e celebridades. Você vai se encaixar bem, a menos que você ameace demitir os seguranças porque eles olham para você de forma errada. Com um olhar de soslaio, eu olho para ele. — Engraçadinho. Ele se inclina e morde meu pescoço. — Ái! — eu grito e encolho.

10

Pessoa que sente prazer em assistir outras pessoas fazerem sexo. ~ 89 ~


Todo o rosto dele se enruga com o riso que escapa dele conforme seus olhos derivam do meu rosto para o meu peito. Uma careta transforma seu rosto, seus olhos voando de volta para os meus. Eu olho para o meu peito à espera de ver uma gota de geleia vermelha na minha camiseta branca. — Ah merda! — eu giro no meu banquinho para longe dele e cubro meus seios. Eu não coloquei sutiã esta manhã e os meus mamilos escuros acordaram para a vida com a boca dele no meu pescoço. Infelizmente a minha fina camisa branca não esconde nada. — Desculpe... -— ele começa a dizer com uma apreensão que suaviza sua voz. — Ah... não... hm, não é sua culpa. Hm... está apenas um pouco frio aqui. — eu corro em direção à cômoda dele. — Se importa se eu pegar emprestado um moletom ou algo assim? — Segunda gaveta debaixo para cima. Eu pego um moletom cinza e coloco sobre a minha cabeça. — Eu não queria... — sua testa fica tensa. Eu dispenso sua tentativa com um aceno quando eu subo de volta no banco do balcão. — Pare, não é sua culpa. — Eu não deveria ter mordido você. Eu enfio um pedaço de torrada em minha boca. — Está frio aqui, isso é tudo, — murmuro sobre a minha comida. — Pare de pensar que você me excitou ou algo ridículo como isso. Você é gay pelo, amor de Deus. Ele franze os lábios e acena com a cabeça uma vez lentamente. — Mas você não é. Lá estão elas, as palavras que me fazem questionar essa amizade mais incrível. Ele está apenas reconhecendo a parte do nosso relacionamento que eu temo com tal intensidade de cortar o coração. Tomando uma tremida respiração, eu solto o ar, sentindo um puxão no nó da minha barriga. — Não... eu não sou. — eu olho para ele, completamente aberta e vulnerável, e eu espero ele me dizer o que isso significa, o que significamos. Ele me dá um meio sorriso; é forçado e eu sei disso. — Venha com a gente para a festa neste fim de semana e traga um cara. ~ 90 ~


— Como um encontro duplo? Ele balança a cabeça, me observando com reserva em seus olhos, como se estivesse esperando eu hesitar ou dizer algo que possa mostrar o que eu tenho certeza que ele já desconfia, meus sentimentos por ele são obscuros. — Tudo bem... — eu finjo confiança. — ...eu vou arranjar um encontro. Ele sorri. — Você sempre acompanhantes de seu pai.

pode

ver

com

o

serviço

de

Meu rosto amassa. — Rá! Muito engraçado. Não tenho que contratar um cara; muito obrigada por sua confiança. Sem dúvida eu vou ter que contratar um cara. Poutz, o que há com a família Carmichael?

***

— Um acompanhante? — Nana ofega, em seguida, cai em um ataque de risos. O garçom do Local Root, um dos meus restaurantes favoritos de Chicago, completa nossos copos com água e sorri para Nana que falha em manter qualquer tipo de compostura. Dou a ele um sorriso de desculpas. — Você tem de anunciar a todos aqui? — eu digo em voz baixa. — Ah querida! Eu nunca pensei que veria o dia... — Não é para sexo e não é porque eu não posso encontrar um cara. É apenas para curto prazo e eu não conheço muitos caras que entendam a minha relação com Trick. — Inferno, eu não entendo! — Então você precisa de um profissional? — ela toma um gole de água com um sorriso ainda grudado em seu rosto. Eu suspiro. — Eu preciso de alguém que... ugh! Sim, eu preciso de um profissional. — descansando meus cotovelos sobre a mesa, eu deixo cair a minha cabeça em minhas mãos. — Como é que eu passei a ser tão patética?

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— Não se preocupe, querida. Eu vou te encontrar alguém. Ótimo. Nana está me contratando um encontro. É como se ela fosse um cafetão ou uma cafetina. Não, isso não é certo também. Isso tudo é muito errado. — Vai ser difícil para você ver Trick com Grady? — Nana espeta um tomate cereja com o garfo e o estala na boca. — Na verdade, sim, mas o que posso fazer sobre isso? Eu tenho sentimentos românticos por um homem gay, e eu estou certa que Trick não é gay por escolha. Digo a mim mesma que, se um dia ele acordar hétero eu seria o amor de sua vida. — Hmm, isso ajuda? — Não, — eu murmuro com uma voz amuada depois de morder um pedaço de pão italiano quente. — Mas ele realmente quer ser meu amigo e eu dele, então o problema é comigo, então eu tenho que resolver. Eu não acho que a resposta é cortar os laços neste momento. — eu dou de ombros. — Eu não sei... talvez vê-lo com Grady vá me tirar o furor apaixonado que estou agora. — Claro, dois rapazes gostosos que se tocam... deve fazer isso mesmo. — ela pisca para mim. Deve haver um clube Dercy Gonçalves a que Nana pertença. Se ela não ficar louca primeiro, eu tenho certeza que ela vai morrer com seu último comentário sendo completamente louco. — Eu estou ferrada. — eu suspiro. — Talvez eles deixem você assistir. — Vó!

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Capítulo Dez Wyatt Jasper vem me buscar em dez minutos. Se ele aparecer vestindo um chapéu de vaqueiro e uma fivela gigante eu vou matar a Nana. Não sei nada sobre ele, nem mesmo se ele foi contratado ou voluntariamente se ofereceu para o papel de par da Darby na saga Encontro Duplo de hoje à noite. Meu cabelo é outra obra-prima de Gemmie, mas a minha maquiagem é ‗faça você mesmo‘. Passei quase trinta minutos discutindo com Trick sobre isso. Grady o colocou para fazer a maquiagem de três das celebridades que estarão presentes hoje à noite. Sei que ele é um perfeccionista que não gosta de ser apressado, então eu me recusei a ser mais um estresse para ele hoje. Eu cavo um original de Rachel Hart do fundo do meu guarda roupa. É um vestido tomara que caia verde-oliva de cocktail com enfeite brilhante ao longo do corpete. Ah... e é ridiculamente curto. Antes de descer, eu enrolo um lenço preto fino ao redor do meu pescoço, deslizo em meus saltos de tiras negras, e dou uma última olhada no espelho. Meus cabelos de volume reforçados caem em ondas vermelhas, a franja jogada para um lado, e minha maquiagem é mínima. Trick seria mais crítico se eu tentasse ser muito aventureira com ela. Pego minha bolsa e um casaquinho prata, assim que minha campainha toca. — Tô indo! — eu grito para a porta. Enfiando minha bolsa sob meu braço, eu abro a porta. Gulp! Eu ergo o dedo indicador pedindo um segundo e sorrio, em seguida, volto para dentro e fecho a porta. Apoiando-se contra ela, eu cavo meu telefone e ligo para Nana. — Alô? — Que diabos, vó! — eu digo num sussurro gritando. — Você gostou? — pergunta ela com um ronronar em sua voz. — Onde você o encontrou? — Minha amiga Mary; a filha dela, Nora, é dona de uma agência de modelos. Wyatt é novo e Nora achou que ele ir a uma festa de classe ~ 93 ~


alta como a sua seria uma boa maneira para ele fazer alguns contatos. E você precisava de um encontro, então eu achei que ele era uma escolha melhor do que um acompanhante. Seria estranho se alguém na festa reconhecesse o cara que estivesse com você como um acompanhante. Você sabe, estranho como aparecer no mesmo vestido que alguma outra esteja vestindo. — Qual a idade dele? — Hmm... não posso dizer com certeza, mas jovem. Talvez proibir as bebidas dele esta noite seja bom. Só por precaução. — Ugh! Tchau, vó! Deslizando o meu telefone na minha bolsa, eu descanso minha cabeça contra a porta e rolo lentamente para os lados. Inacreditável. Meu vestido é definitivamente curto demais, o meu par é provavelmente jovem demais, e eu estou saindo para encontrar o sonhado cara gay pela primeira vez. A única coisa que pode me salvar esta noite é o hospital. Eles precisavam de uma pessoa extra de plantão e eu me ofereci. Acho que o meu subconsciente está olhando por mim. — Ei, desculpe por isso. — eu sorrio, abrindo a porta. — Eu precisava dar um telefonema rápido. Me desculpe por mantê-lo esperando. Eu sou Darby, a propósito. — eu estendo minha mão. — Wyatt. — ele pega a minha mão e a beija. Lisonjeiro. Há provavelmente um milhão de palavras para descrever a figura impecável na minha frente vestindo calça preta com uma camisa branca desabotoada no topo e uma jaqueta preta sob medida, mas a primeira coisa que vem à mente é um jovem sósia do Ashton Kutcher. E eu gostaria de saber por que quando eu tinha treze anos eu tinha cartazes dele na minha parede, coberto de marcas de batom. — Prazer em te conhecer. Obrigada por me acompanhar hoje à noite. — eu não sei por que eu sinto a necessidade de esclarecer que se trata de um acordo mútuo e não de um encontro, mas que poderia ter algo a ver com a idade dele. Ele me leva para um sedan luxuoso, sem dúvida, arranjado por Nana, e o motorista abre a porta. A festa é em um exclusivo bar de whisky somente a dez minutos de carro, não o suficiente para ir a pé. — Eu não tenho certeza do que foi dito para você sobre esta noite, mas...

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Ele desabotoa o casaco que veste perfeitamente seus ombros largos. — Eu sei tudo sobre você, provavelmente mais do que deveria... — ele sorri e eu coro — ...e minha história é sua para contar, então o que é que vai ser. Droga! Ele é bom. Eu mexo com a gola do meu casaco. — Bem, eu acho que nós deveríamos manter tão perto da verdade quanto possível. Eu não sou boa mentindo, e se você está pensando em fazer conexões hoje à noite, eu não acho que um trabalho como estagiário no hospital onde eu trabalho é uma boa ideia. Então... você é um modelo e nós recentemente nos conhecemos através de amigos em comum. Dizer que a mãe de seu chefe e a Nana nos apresentou soa extravagante. Wyatt sorri. — Um pouco. O carro para e antes que Wyatt saia, eu agarro seu braço. — A propósito, quantos anos você tem? — Dezenove, mas isso soa extravagante demais, então vamos dizer vinte e um hoje à noite. Oh, Deus, eu vou para o inferno! Ele sai com... bem, a confiança de um modelo de pista quando o motorista abre a porta. Espero Wyatt me oferecer o braço, mas ao invés disso ele pega a minha mão, que parece muito intimista, mas eu vou com ele. Como esperado, eu estou na lista VIP com ‗e convidado‘ e nós tranquilamente passamos a linha serpenteada da entrada privada no lado do edifício. O rugido da multidão misturada com música escapa conforme um segurança musculoso abre a porta para nós. — Eles estão aí dentro, — diz ele. — Srta. Carmichael, bem-vinda. — Obrigada. — meus olhos digitalizam o lugar aberto de dois andares. — Se você quiser, Mel pode guardar o seu casaco. — ele acena para a loira atrás do balcão à nossa esquerda. Depois de guardar meu casaquinho, pegamos bebidas no bar e subimos as escadas até a sala VIP. Está cheio de pessoas de parede a parede a partir do topo das escadas até as janelas traseiras e portas que dão para um pátio com aquecedores, luzes, e mais mesas, bem como um bar ao ar livre.

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— Você está vendo seus amigos? — Wyatt descansa a mão nas minhas costas, se inclinando no meu ouvido. — Não... espere. — eu fico nas pontas dos pés para ficar alguns centímetros mais alta do que meus saltos já permitem. No pátio vejo um círculo de pessoas, a maioria mulheres, uma das quais está deslizando os dedos pela nuca de um cara... o pescoço do meu cara! — Por aqui. — eu tento manter minha fervente raiva no mínimo conforme eu agarro a mão de Wyatt, nos enfiando no meio da multidão. O ar fresco da noite serve como uma bem-vinda saudação a minha já vermelha pele. Um cavalheiro de altura média, com um corpo parecendo em forma, vestindo calça cinza clara e uma camisa listrada rosa, cinza e branco de botões, me espia através de seus óculos finos de armação preta. É difícil dizer por causa de sua cabeça raspada, mas ele parece mais maduro, mas definitivamente bonito. Ele está de pé na frente de Trick, que está de costas para mim e para a loira superficial anoréxica pegajosa dedilhando seu cabelo. — Ah. Meu. Deus! Você tem que ser Darby! — o cara da cabeça raspada grita de uma forma muito feminina. Grady. Tanto Trick quanto a loira viram para mim e Wyatt. A loira faz uma carranca quando seus olhos fazem uma inspeção maliciosa, mas os lábios de Trick se contorcem, quebrando a calma fachada de badboy, mas só para mim. — Darby, querida! — Grady passeia em minha direção com os braços abertos. Querida: uma palavra que eu nunca ouvi Trick usar e certamente não em uma voz soprano como a de Grady. Trick poderia tomar algumas lições de como agir como gay com Grady. Eu abraço Grady e, em seguida, ele beija minhas duas faces. — Você é primorosa. Trick disse que você era bonita, mas hmmm, hmmm, hmmm, isso é eufemismo. — Grady escova seu dedo na minha bochecha. — Trick, dê a esta mulher o dinheiro dela de volta. Nem mesmo o seu talento poderia melhorar tal perfeição. Trick que se dane. Grady é o meu homem. Ele é a minha sorte grande de BFF gay. Eu estou falando de compras, pé e mão, e conversa séria de meninas. E embora ele seja bonito, não há uma célula do meu corpo que está fisicamente atraída por ele. — Grady, é tão bom conhecer você. Trick ficava cantando seus louvores.

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Grady olha por cima do ombro para Trick. — Séeeerio? Trick dá de ombros. — É verdade. — Bem, quem sabe? De qualquer forma, quem é seu amigo bonito? Eu olho para o lado e sorrio. — Este é Wyatt Jasper. Wyatt oferece sua mão para Grady. — Wyatt Jasper, é um verdadeiro prazer. Eu sou Grady Cruz. — Grady é um flerte em pessoa. Eu olho para Trick que observa Wyatt também, mas ele não está sorrindo. Eu imagino que ele não está muito emocionado por Grady estar tão descaradamente babando sobre o meu par. — Então, Wyatt, o que você faz? — Eu sou modelo. — Ah meu Deus, isso está ficando cada vez melhor. Como vocês se conheceram? — Grady nos olha sobre a armação de seus óculos. — Um amigo em comum nos apresentou, — responde Wyatt e eu sorrio concordando. Trick se afasta da borda do pátio, deixando a loira para trás, e faz o seu caminho para mais perto de nós. — Amigos em comum, hein? E aqui vamos nós. — Sim. — Wyatt balança a cabeça, mas não continua. — Qual amigo? Como você sabe, Darby tem tantos. Eu olho para Trick. Onde ele quer chegar com isso? Me convidar para esta festa foi ideia dele, e trazer um cara foi ideia dele. Agora ele quer interrogar Wyatt? — Ele é um paciente de Darby, então eu não acho que citar o nome dele é uma boa ideia. Você sabe, sigilo profissional e todas essas coisas de privacidade. Puta merda! Meu jovem garoto bonito é bom... realmente bom. — Entendo. — Trick olha para mim.

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— Então, quem é sua amiga? — eu aceno com a cabeça em direção à loira, mudando de assunto. — Eu fiz a maquiagem dela mais cedo. — Entendo. Ela parece muito agradecida. — meu rosto não sabe se sorri ou faz uma carranca. Trick estreita os olhos para mim; é um desafio como se ele estivesse me desafiando a dizer mais. Entre o trabalho e encontrar um par esta semana, eu não vi Trick em cinco dias e eu estou um pouco agitada, mas eu não sei por que. — Todas as mulheres amam meu Trick. — Grady belisca as bochechas de Trick. — Mas olhe para esse rosto... por que não? São exatamente os meus pensamentos quando eu dou uma checada no meu lindo amigo em seu traje habitual preto, tatuagens à mostra. Grady parece uma rainha da moda; eu me pergunto o que ele acha da seleção de roupa para a ocasião de seu parceiro. Percebo que ele está vestindo uma fina linha de lápis de olho esta noite que faz com que seus olhos fiquem com o dobro de intensidade. Faz definitivamente muito tempo desde que eu o toquei, ou a mim mesma; estou me sentindo muito quente nesta noite fria. — Ah, lá está Trent! Darby, devo roubar seu homem; ele tem que conhecer Trent. — Grady leva Wyatt embora. Eu enfrento Trick e nós dois olhamos para longe, em seguida, fazemos contato visual novamente. — Wyatt é novo. Eu dou de ombros e tomo um gole da minha bebida. — Grady é velho. Trick sorri. — Mais velho, sim. A estranheza do momento irrita os meus nervos. Eu quero envolver meus braços em torno dele, enterrar meu nariz em seu pescoço, e me sentir em casa novamente, mas eu não sei se isso é permitido aqui com Grady e todos os seus amigos. — Você acha que vai vê-lo novamente? — Trick cruza os braços sobre o peito. — Wyatt? — minhas emoções substituem o meu bom senso. — Acredito que sim. Você deu uma boa olhada nele? ~ 98 ~


Um músculo se contrai na mandíbula de Trick. — Esse vestido fica incrível em você. Eu engulo meu choque, não esperava esse elogio dele. — Obrigada. Você não acha que é muito curto? Os olhos de Trick exploram minhas pernas. — Depende do efeito que você está procurando. Eu dou goladas no resto do meu martini, precisando entorpecer os nervos que se mantêm disparados cada vez que ele olha para mim. — Bem, desde que você achou que eu precisava de um encontro para o fim de semana, eu suponho que eu estou procurando o efeito ‗abra bem as minhas pernas e me foda duro‘.— Ah merda! Isso não acabou de sair da minha boca. Infelizmente, não é a primeira vez que essas palavras fugiram da separação dos meus lábios... tem apenas alguns anos. Escondendo meu próprio choque por trás de um sorriso falso, eu olho para cima à espera de ver a boca de Trick entreaberta ou ele sorrindo com diversão. Em vez disso, parece que ele poderia matar alguma coisa. O copo de martini vazio na minha mão é substituído por um completo, mas estou tão focada em Trick que eu não vejo quem o fez. Eu imagino que o pessoal daqui sabe nunca deixar os VIPs se misturarem com copos vazios. — Por que você está me olhando assim? — eu entorno o meu martini como um copo de água. Trick agarra meu copo e me dá o dele. — Eu acho que você já teve o bastante. Tomo um gole do seu. — Isto está muito diluído, o que é? — Água com limão. Em seguida, eu me lembro. Estou de plantão esta noite. Merda! Eu viro o resto do dele e faço sinal para o garçom por outra água. — Você está me distraindo. Estou de plantão esta noite e não devo beber. — Eu estou te distraindo? — ele ri, balançando a cabeça, que só me enfurece muito mais. — Sim, você está me distraindo. Você e as mulheres penduradas em cima de você, e Grady agindo como se não fosse grande coisa. A

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maneira como você olha para Wyatt, a forma como você olha para mim... tudo está me distraindo pra caralho! — Ah merda... de onde é que tudo isso vem? Eu sou a autodestruição em pessoa. Alguém faça isso parar! Um poço de silêncio nos rodeia. A minha pele queima por causa dos seus olhos brilhando em cima de mim. Trick é uma estátua: olhos ilegíveis, lábios em uma linha firme. — Está tudo bem? — a mão de Wyatt repousa sobre minhas costas. Eu limpo minha garganta e pisco as emoções para longe. — Tudo bem. E-eu não estou me sentindo bem; eu acho que eu deveria ir. — Ah... ok, eu vou pegar seu casaco. — Wyatt leva o copo vazio da minha mão. — Wyatt, querido! — Grady chama do outro lado do terraço lotado. Wyatt olha para ele, em seguida, de volta para mim. Ele dá de ombros com um sorriso triste, em seguida, tomando minha mão, me conduz de volta para dentro e para as escadas. Dou um último olhar para Trick. Ainda nada. — Fique, — eu digo, enquanto coloco meu casaco em volta dos meus ombros. — O quê? Não, eu vim aqui com você. Eu balanço minha cabeça e sorrio. — Não tem problema, eu estou indo para casa e para a cama. Você deve ficar... você merece. Wyatt olha para trás, para as escadas com um olhar tenso, contemplativo. — Você tem certeza? — Positivo. — eu o beijo na bochecha. — Obrigada, talvez eu verei você por aí.

***

Meu motorista faz uma parada para eu comprar água e lanche a caminho de casa. A pessoa que volta do bar não sou eu, ou talvez

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seja. Caramba! Com Trick na minha vida, todos os dias parecem com uma experiência de quase morte me observando de fora do meu próprio corpo. Eu culpo Trick, o que é irônico que eu culpe meu amigo que não bebe pelo meu comportamento irresponsável por causa do álcool. Mas eu culpo. Eu o culpo por roubar o meu autocontrole, a minha capacidade de ver claramente e pensar com clareza. Eu pensei que iria ficar melhor ao longo do tempo; eu pensei que vê-lo com Grady mudaria tudo, mas isso não aconteceu. Eu sabia que ele era gay, mas optei por me envolver de qualquer maneira, a dormir juntos, a masturbação. Onde foi que eu achei que esse relacionamento ia dar? Mas agora, eu estou com dor e nenhuma quantidade de pensamento racional vai facilitar isso. O motorista me deixa na calçada. — Obrigada. — Tenha uma noite agradável, Srta. Carmichael. Ele se afasta do meio-fio, mas não posso me mover. Meus pés são como chumbo e o resto do meu corpo acaba sendo vítima do desgosto paralisante que sinto sobre o pensamento que eu poderia estar perdendo Trick. Apenas a alguns metros da minha porta, eu fecho meus olhos e deixo as lágrimas caírem. Dói tão pra cacete. Eu me apaixonei pelo meu melhor amigo e ele nunca conseguirá retornar o meu amor. — Não chore. Eu engulo o soluço que começa a escapar quando meu corpo paralisa por causa do som daquela voz profunda que eu amo tanto. Eu obrigo meu corpo a virar. Trick está na beira da calçada com os braços flácidos em seus lados. — Por favor... só vai embora. — as palavras cortam minha garganta. — Eu não posso fazer isso... eu não posso ser sua amiga. — Por que não? Olhando para o céu, eu afasto mais uma lágrima e balanço a cabeça. — Não faça isso... — a cada palavra um apelo desesperado — ...por favor, não faça isso. Eu olho para ele, meu orgulho tão quebrado para esconder meus sentimentos, então eu o deixo ver a minha dor. — Você me deu a coisa que eu pensei que mais queria na vida. — apertando meus lábios

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trêmulos juntos, eu sinto o gosto salgado das minhas emoções. — Mas então você mudou tudo... e eu não consigo respirar quando estou com você... — fungando, eu chupo uma respiração instável — ...e eu não posso pensar sem você. Eu rio sobre as minhas lágrimas, enquanto balanço a cabeça. — Porra! Eu estou uma fodida bagunça. Eu sei que você não pode mudar, mas... — um fluxo renovado de lágrimas escorre pelo meu rosto, e a dor incapacitante detém as minhas palavras a um suave sussurro, — ...mas nem eu. Eu deixo escapar um soluço e através da neblina de lágrimas, eu o vejo fechar a distância entre nós. Seus dedos entrelaçam no meu cabelo, apertando para trazer meus lábios nos dele. Meu mundo explode em um milhão de fragmentos de céu e inferno quando eu caio mole em seus braços. Eu não posso pensar, então eu só reajo aos seus lábios punitivos e a língua exigente. Meus braços voam ao redor do pescoço dele e meus dedos arranham a parte de trás de sua cabeça. Eu saboreio, cheiro, sinto, quero ele... eu preciso dele pra caralho. Ele dá um passo para frente e eu para trás até que estamos em minha porta, e então, através da porta. Eu prefiro morrer a perder o toque dele. Ele chuta a porta e quase rasga meu casaquinho para longe de mim. Um deslize rápido do meu zíper e meu vestido cai aos meus pés. Suas fortes mãos cobrem e apertam meus seios, os polegares tornando meus mamilos duros. Eu gemo em sua boca, enquanto empurro para cima sua camisa. Ele agarra a camisa com uma mão, interrompe nosso beijo pela primeira vez quando a puxa sobre sua cabeça. Em pé, separados apenas por alguns centímetros, completamente sem fôlego, nós olhamos fixamente um para o outro. Os olhos dele viajam de meus lábios para o meu peito descoberto, minha calcinha de renda branca, em seguida, aos meus saltos, antes de encontrar meus olhos novamente. E, como se ele isso tivesse perseguido a gente todo o caminho até em casa, meu cérebro acorda. Eu não consigo ler sua expressão, mas aquele olhar... eu acho que é confusão... ah meu Deus, é arrependimento. Não é a culpa dele, e eu odeio que isso esteja acontecendo, mas meus olhos já vermelhos se enchem com mais lágrimas de vergonha. Eu sabia que no momento em que nossos lábios se separassem, a feiura da nossa realidade estaria esperando, sacudindo seus dedos. Eu tento piscar minhas lágrimas ao morder meu estúpido trêmulo lábio. Movendo minhas mãos para cobrir meus seios, eu evito olhar para ele. — Ess-está tudo bem. Sinto muito, a culpa é minha. ~ 102 ~


A mão dele segura meu queixo, levantando minha cabeça. O meu olhar fugaz se transforma em um olhar de anseio. Ele roça o polegar em meus lábios molhados. Eu fecho meus olhos. Deslizando sua boca do meu pescoço até o meu ouvido, ele sussurra: — Não é culpa de ninguém. — trazendo a outra mão pro meu rosto, ele me beija novamente. Se ele parar desta vez... Eu. Vou. Morrer. Tirando as mãos dos meus seios, eu corro para desabotoar a calça de brim dele. E se ele não estiver duro? Será que isso tudo é para mim? E se… Trick agarra a parte de trás das minhas pernas, me levantando, então me carrega até as escadas. Caindo de joelhos no topo, ele me coloca no chão e tira o jeans e cueca boxer dele com os olhos queimando nos meus. — Tric... A boca dele se choca com a minha novamente, e antes que eu possa compreender o que está acontecendo, ele puxa a minha calcinha para o lado e mergulha em mim. Levantando meus joelhos, eu choro em sua boca. Entrelaçando nossos dedos, ele desliza as mãos acima de nossas cabeças e me leva para um lugar de êxtase físico... e emocional.

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Capítulo Onze Faz dois dias desde que eu vi ou ouvi Trick. Sem uma única palavra, ele me pegou do chão e me levou para minha cama. Dando um beijo lento em cima da minha cabeça, ele limpou um pouco mais das minhas lágrimas e então... ele partiu. Eu me sinto completa e vazia, tudo ao mesmo tempo. Mas, principalmente, eu me sinto como a mulher mais irresponsável do mundo. Pelo amor de Deus, eu sou uma profissional de saúde, mas eu deixei um cara com uma história conhecida de abuso de drogas ter sexo desprotegido comigo. Eu tomo anticoncepcional, então gravidez não é a minha preocupação; são todas as doenças sexualmente transmissíveis com risco de vida que estão tirando o meu sono. Eu sou uma idiota! Eu preciso ligar para ele, já que é evidente que ele não vai me ligar, mas eu não sei se eu consigo ouvir a voz dele e segurar a barra. Em vez disso, eu tomo o caminho covarde e mando uma mensagem de texto para ele. Eu: Você precisa fazer exames e me enviar os resultados. Eu deslizo meu telefone no meu bolso quando a ambulância estaciona, e eu fico estranhamente grata pela distração. Meu trabalho me faz seguir em frente; quando eu estou aqui e neste momento, eu não tenho tempo para olhar para o acidente de trem que aconteceu no sábado à noite. O menino de cinco anos de idade, que caiu de uma árvore vai para raios-X, enquanto Jade continua me encarando da estação das enfermeiras. — O quê? — Você está de mau humor. É por causa de Steven e da estagiária pegos na sala de plantão? Adorável! Eu suspiro, revirando os olhos. — Não, eu não falei com ele nas últimas semanas.

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— Então as coisas terminaram? Eu rio. — Bem, se elas não estavam, eu tenho certeza que agora elas estão. — Você é louca? Eu assino um prontuário. — Não. — é verdade, mas eu queria muito estar. Isso ia significar que eu tinha sentimentos por um cara, um cara heterossexual que consegue retornar meus sentimentos. Em vez disso, eu recebo uma transa de piedade do meu melhor amigo gay e, possivelmente, um agradável coquetel de doenças sexualmente transmissíveis.

***

O resto da semana passa e nada de resposta de Trick. A dor tem cozinhado em fogo brando com uma poção volátil de raiva. Eu estou pronta para dirigir até lá com uma agulha de grosso calibre e tirar sangue da veia dorsal do pau dele! — Darby, há um paciente na sala dois que está solicitando você. — Mary espia na sala de estar e sorri. — Ele disse que você pediu que ele retirasse sangue, mas eu não vi nenhuma anotação sobre isso no prontuário dele. Jade desliza pela porta, passando por Mary. — Darby, o esquilo voltou! Dr. Ellis derrama uma xícara de café; linhas profundas se reúnem em sua testa. — Esquilo? Entrando no meu jaleco, eu sorrio. — Jade vai explicar. Nos vinte passos que levam para chegar à sala dois, eu tenho uma enorme conversa de vitalidade comigo mesma e forço dez respirações profundas. Ajusto meu rabo de cavalo, jogo para trás os meus ombros e abro a porta. Meus pulmões desinflam. Trick está sentado na cama com um olho negro, lábio inchado e queixo machucado. — O que diabos aconteceu? — eu me movo em direção a ele com passos cautelosos e levanto o queixo dele com o meu dedo para

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inspecionar o resto do seu rosto crivado de contusões que parecem de vários dias atrás. — Pegue o que você precisa. — ele estende o braço. Um soco de culpa acerta meu estômago, como que pedindo para ele fazer o teste mostrasse a minha falta de confiança nele. Mas eu tenho que começar a pensar com a minha cabeça, então eu lavo minhas mãos, coloco minhas luvas, e tiro sangue dele. Eu sinto seus olhos em mim o tempo todo. — Eu vou pedir para alguém te ligar com os resultados amanhã. — eu escrevo em seu prontuário, incapaz até mesmo de olhar para ele. Ele pula para fora da cama. — Não há necessidade. Eles podem te ligar. Eu já sei que o resultado será negativo. Culpa. Culpa. Culpa. Ele roça em mim a caminho da porta. — Trick. — eu viro, mas ele continua de costas para mim com a mão segurando a maçaneta da porta. — Eu fui a sua primeira? — Primeira o quê? — Eu fui a primeira mulher que você fez amor? Ele não diz nada, não se move. Eu não tenho certeza se eu ainda quero a resposta dele. E de todas as perguntas que eu deveria estar fazendo, esta parece a menos relevante, mas é a que não consigo tirar da minha mente. — Sim, — ele sussurra, e então ele vai embora.

***

O teste dá negativo, mas eu me desmancho em culpa. Eu tenho que começar a ser mais responsável e às vezes isso não me faz popular. Nana vem tomar café da manhã comigo no domingo. É a primeira vez que eu não falo com ela mais de uma semana, um recorde para nós. Nana é a constante na minha vida, e se eu vou ter culpa por qualquer coisa deveria ser da minha falta de contato com ela. Ela me deixou várias mensagens, mas eu estive muito ocupada com muito medo de ligar de volta até ontem. Eu precisava dos resultados do exame ~ 106 ~


de sangue antes que eu pudesse falar com alguém sobre último fim de semana. — Eu vou te tirar do meu testamento se você me der outro choque de silêncio como esse. — ela aponta o dedo indicador para mim conforme ela se senta. — Ah claro... o testamento. — eu reviro meus olhos. Ela me dá um olhar atravessado. — Desculpe, eu deveria ter ligado de volta. — Sim, você deveria. Eu estava preocupada. Eu rio. — Você sabe onde eu moro, mas eu nunca vi você aparecer. Ela encolhe os ombros, olhando para o seu cardápio. — Bem, você me ligou... então desembucha. — Eu tive relações sexuais com ele. — Wyatt? — suas costas endireitam em atenção. — Trick. O cardápio desliza da mão dela e nosso garçom pegou e voltou com ele nas mãos dela antes que ela piscasse. — Como isso é possível? Eu balanço minha cabeça. — Realmente, eu tenho que explicar a história da sementinha para a Nana de setenta e cinco anos, vó? — Ah, você sabe o que quero dizer. Eu pensei que ele fosse gay. — Ele é, ou foi, ou... eu não sei. — Bem, o que ele disse sobre isso? — Ele não disse. Nós só nos vimos uma vez depois do que aconteceu, e tudo que eu sei é que eu sou a primeira mulher com quem ele dormiu. — E o parceiro dele? — Eu não sei se ele contou a Grady. Quando o vi no outro dia, o rosto dele tinha tomado uma surra em algum momento, mas ele não quis me dizer sobre isso. De jeito nenhum Grady faria isso com ele então... eu... eu só não sei. Eu estou tão confusa, e com raiva e magoada. ~ 107 ~


Nana estala a língua e balança a cabeça. — E agora? — Eu acho que acabou. — eu bato meu dedo na borda do meu copo. — Mas o pior é que eu sinto que preciso de algum tipo de encerramento. Eu preciso que ele me diga por que ele fez isso, e tanto quanto as palavras vão doer, eu preciso saber se ele se arrepende. Sem pelo menos isso eu não sei como seguir em frente. Ela vai até o outro lado da mesa e descansa a mão sobre a minha. — Eu não poderia estar mais orgulhosa de você, e se sua mãe estivesse aqui, eu sei que ela diria a mesma coisa. Você é uma mulher bonita, inteligente e talentosa. Não deixe que ninguém tire isso de você. Portanto, se você precisa de respostas, vá buscá-las. Faça isso por você; eu posso prometer que você nunca vai se arrepender. Concordo com a cabeça, sentindo as emoções picarem meus olhos. Ela não estaria tão orgulhosa se ela soubesse como eu estive suando pelos resultados de um teste de DST. — Amo você, vó. — Eu também te amo, querida.

***

Meu banho de uma hora atrás foi um completo desperdício. Eu já estou suando assim como as palmas das minhas mãos úmidas quando pego bolsa e chaves. Embora eu saiba o código de Trick, eu não me sinto bem em entrar sem permissão, então eu toco seu interfone. — Olá? — Grady. — Ei, Grady. É a Darby. A porta vibra e eu pego o elevador. Como se enfrentar Trick não fosse suficiente, eu tenho que enfrentar seu provável amante descontente. — Ei, querida! — Grady me cumprimenta com um entusiasmo inesperado. — Eu estava saindo. — ele beija as minhas bochechas. — Ele está no banheiro tirando a maquiagem dos hematomas. Eu faço uma careta. — Não foi você que... ou você... — Espancou ele? Meu rosto se contorce. — Sim, isso. ~ 108 ~


— Com certeza fui eu. — ele pisca, depois ri conforme eu examino ele, procurando por qualquer sinal que Trick deu um soco: óculos quebrados, hematomas, cortes. É como se ele pudesse ler meus pensamentos. — Ele não revida sobre certas coisas. Divirta-se. — ele fecha a porta do elevador e acena quando ele começa a descer. Eu nunca vou me acostumar com a estranha dinâmica do relacionamento deles. Eu diria que é uma coisa gay, mas eu acho que é apenas uma coisa de Grady e Trick. Roubando meus pensamentos, Trick aparece no canto do banheiro, a caminhada dele da uma súbita parada quando me vê. Por mais que eu não queira deixar meus olhos vagarem pelo seu peito nu e braços com tatuagens dos quais os significados eu nunca vou saber sobre, eles têm uma mente própria, e dou uma olhada final de qualquer maneira. — Oi, — eu digo com voz fraca. — Ei, — ele responde com a mesma falta de entusiasmo. — Eu não vou entrar em contato com você depois de hoje, mas eu preciso de algumas respostas. Ele assente e linhas profundas aparecem em sua testa. — Eu só preciso saber por que. Ele olha para baixo, lábios puxados em uma linha firme. — Foi pena? Sua cabeça empurra para cima. — Por que você diria isso? Eu pressiono a articulação do meu dedo ao canto do meu olho e engulo o caroço na minha garganta. — Porque eu acredito que nós éramos amigos verdadeiros e às vezes amigos fazem sacrifícios pelo outro. E eu não te culpo por nada disso; eu realmente não sei. Mas agora eu tenho todas essas emoções e eu não sei o que fazer com elas. Eu preciso de algum tipo de encerramento para seguir em frente. Eu preciso que você me diga que era tudo por mim e que você partiu porque você se arrependeu... você se arrependeu de nós. Só... por favor e-eu preciso de algo... por favor, Trick. — eu limpo meu rosto. A parte de mim que sempre vai pertencer a ele se sente como se ele estivesse morrendo. Não é uma metáfora; meu coração dói fisicamente agora. Ele balança a cabeça. — Eu não posso. — é quase um sussurro, mas eu escutei.

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As palavras dele apertam meu coração dolorido, ameaçando esmagá-lo. — Trick, por favor, não faça isso. Você me deve. — eu ando em direção a ele. — Basta dizer que... só me diga que foi pena. Diga que era uma curiosidade bizarra. Diga que você estava confuso sobre sua sexualidade. Diga que não foi nada... diga que nós não éramos nada, diga... — EU NÃO POSSO! — ele ruge conforme a cabeça dele se levanta, olhos selvagens, o peito arfante. — Porque significou alguma coisa! Aquilo estava fodendo com tudo! Você não entende isso? As palavras dele são veneno em minhas veias. É isso, o único quebra-cabeça que não consigo montar. Eu sei melhor do que deixar que um homem brinque comigo do que a maneira que meu pai tem feito todos esses anos. Eu deixei ele ver uma parte de mim que ninguém jamais viu. Eu fiz isso por Trick, meu melhor amigo, somente Trick. — Eu não entendo. — eu balanço minha cabeça, confusão distorce os meus pensamentos. Ele segura meu rosto com as duas mãos. Eu engulo em seco. — Mas você é gay. — Eu não sou. Eu continuo a balançar a cabeça. — M-mas eu perguntei se eu fui a primeira mulher com quem você esteve. Ele balança a cabeça. — Não... — descansando sua testa na minha, ele fecha os olhos — ...você me perguntou se você foi a primeira mulher com quem eu fiz amor. As palavras dele me cortam conforme a picada da decepção e da mentira contamina tudo o que eu pensei que nós tivéssemos. Eu empurro ele, deixando ele parecer derrotado, como um animal ferido. — Você é a porra de um doente! Por quê? Quem faz isso? Hã? Isso é alguma brincadeira bissexual entre você e Grady com mulheres? Eu tenho sentimentos! Sentimentos. Reais. Porra! Eu contei pra você coisas que eu nunca contei pra ninguém! — eu limpo meu nariz cheio de coriza como uma verdadeira dama com as costas da minha mão. — Eu odeio você. — eu passo por ele em direção ao elevador. Trick não sai da frente. — Darby... — Nada de Darby, seu imbecil! — eu viro a chave para trazer o elevador de volta para cima. — Eu odeio você, — eu soluço. Ele me pressiona contra a parede. — Darby...

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— Eu te odeio tanto! — minhas lágrimas parecem ácidas no meu rosto. Meu intestino perfurado, meu coração esmagado. Trick enxuga minha bochecha molhada com seu polegar. — Bem, eu amo você. Plaft! Ele fecha os olhos, absorvendo o impacto da minha mão em seu rosto. — Não diga isso para mim. — eu olho para ele, raiva fervendo em minhas palavras. Ele abre os olhos. — Eu amo você. Plaft! Ele engole seco e abre os olhos de novo. — Eu amo você. Plaft! Plaft! Plaft! Ele toma tudo o que eu dou como se ele precisasse. Eu bato meus punhos contra seu peito nu. — Você não merece me amar! Eu odeio você... eu odeio você... eu odeio você... Eu-eu... — eu desmorono contra o peito dele, meu corpo arfando em ondas de dor, quebrando em soluços. — Eu-eu amo você. Ele envolve um braço em volta de mim e descansa a outra mão na parte de trás da minha cabeça, em seguida, ele beija o topo dela.

***

Entregue. Eu nunca vou me amar por odiá-lo, nem vou me odiar por amá-lo. Então só há realmente apenas uma escolha: amá-lo. As palavras que nós compartilhamos podem ter sido bonitas, feias e todo o universo no meio. Ainda há muito a dizer, mas quando Trick pega a minha mão e me leva para o banheiro dele, eu permito que ele diga muito mais do que palavras jamais poderiam dizer. Ele liga o chuveiro, uma grande chuva de água jorra de um chuveiro retangular e gigantesco suspenso diretamente acima do banheiro. Voltando-se para mim, ele faz uma pausa, olhando nos meus

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olhos. Eles sangram com emoção e lágrimas se formariam se eu não as tivesse deixado secar. Ele me despe com movimentos lentos e suaves quando eu fico parada e assisto. Em seguida, ele faz o mesmo com as roupas dele antes de me levar para o chuveiro fumegante. Eu fecho meus olhos e derreto em seu toque amoroso. Mãos pacientes massageiam meu couro cabeludo e acariciam meu corpo. Às vezes eu sinto seus lábios tocar a minha pele e se demorar, nunca exigindo, sempre dando. De joelhos, ele toca meu corpo com completa adoração, ele me ama. Com uma leve pressão, ele enrola os dedos na curva da minha bunda enquanto descansava sua testa contra a minha barriga. Eu levo minhas mãos à cabeça dele. Ele olha para mim, piscando o riacho de água. — Você me assusta, Trick. Ele se senta no chão do chuveiro e me puxa para o seu colo, então estamos nariz com nariz. — Você me assusta também. — ele sorri e eu o beijo, mergulho de cabeça no desconhecido. Eu não quero precisar dele, mas eu preciso. Eu não quero amálo... mas eu amo. Quebrando o nosso beijo, eu fico de joelhos e o toco pela primeira vez. Ele fecha os olhos brevemente, em seguida, abre, a mandíbula relaxada. Uma pequena parte de mim que ainda questionava sua sexualidade evapora enquanto ele beija meus seios, fazendo cócegas em minha carne sensível com seu áspero rosto. Ele leva meu coração tão completamente; e se ele me devolver, eu sei que será um quebra-cabeça que eu nunca vou ser capaz de juntar novamente. Eu afundo em cima dele, me deixando preenchida de todas as formas possíveis.

***

Um feixe suave de luar cai sobre nossos corpos nus enrolados nos lençóis. Descansando meu queixo no peito dele, eu traço as asas tatuadas ao longo de seu ombro enquanto minha mente separa a realidade da nossa situação. Talvez eu não devesse ter ficado. Uma mulher mais inteligente teria saído pela porta, se recusando a ser feita de tola.

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Mas Trick não é um cara que eu fiquei algumas vezes. Nós nunca saímos em um encontro. Ele passou de estranho aleatório para o meu melhor amigo. Eu poderia recuperar minha dignidade e me afastar de Trick, que fodeu com meu corpo e mente no topo da minha escada. Mas Trick, meu melhor amigo, significa muito para mim. Eu fiquei por ele... eu o perdoei. — Trick? — Hmm? — seus olhos permanecem fechados. — Por que você quer ou deixa as pessoas acharem que você é gay? Um silêncio cai sobre nós quando suas palavras levam o seu tempo. — Eu me sinto... usado por mulheres. Eu não estou completamente certo do porque, é apenas um sentimento do meu passado. Isso me deu uma aversão a elas. — Por que você fala assim? Como se você não soubesse ou se lembrasse? É sobre o seu vício? Ele levanta os ombros. — Sim... isso é definitivamente uma parte. Meu passado é complicado. Eu realmente não consigo explicar. Mas por alguma razão, as mulheres que eu encontro na minha linha de trabalho não gostam de receber um não como resposta, e eu não gosto de me sentir controlado. — Mas se você for ‗gay‘, elas não se aproximam de você? Ele ri. — Não, se eu sou gay eu não perco trabalho quando eu recuso as ofertas delas. Isso é aceito como uma preferência sexual e não uma rejeição. Eu descanso minha bochecha contra seu peito e fecho meus olhos, me fundindo com o belo ritmo do seu coração. — Trick? — Hmm? — Você vai tentar me explicar seu passado complicado? O pomo de Adão dele sobe e desce quando ele engole a seco. — Eu espero que sim... algum dia. Minhas lágrimas se renovam quando a voz dele quebra na última palavra. Mesmo sem saber o que é, eu sinto a sua dor. Uma parte da minha mente que eu não posso desligar vai ladeira abaixo com imagens de abuso ou pior. ~ 113 ~


Me lançando para cima, eu enterro meu rosto em seu pescoço, pressionando meus lábios nele. — Eu não preciso saber.

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Capítulo Doze Bocejo. Espreguiço. — Ah merda! — eu reparo no tempo, e eu tenho trinta minutos para entrar pelas portas do hospital. Eu nunca dormi demais; porém, eu nunca choro, como eu chorei ontem. É fisicamente desgastante. — Dormiu demais? — eu ouço Trick, mas ele não está na cama. Eu me debato entre as cobertas tentando me desembaraçar. Então eu salto e corro para o banheiro, desacelerando apenas o suficiente para ter uma ação retardada de olhar Trick em uma esteira de yoga fazendo alguma insana inversão de antebraço. — Você está fazendo yoga de novo? — Trick é um cara dedicado. Eu não acho que alguma vez ele deixou passar seu treino da manhã. Ele ri. — Por que me livrar disso? Uma outra imagem inesquecível: Trick sem camisa vestindo calças de cordão soltas, balançando em seus antebraços que faz todos os seus músculos flexionarem em definição perfeita. Sim, não há nada sexy sobre isso. Pois bem! Eu continuo na quina das paredes de vidro para o banheiro. — Ah, e o tapete de yoga desiste. Depois de me enfiar em minha roupa em pouco menos de trinta segundos, eu passo a língua ao longo dos meus dentes. Eca! — Somos um daqueles casais que podem ocasionalmente compartilhar uma escova de dente? — eu grito. — Depende. Eu salto, não esperando que ele estivesse em pé na porta com os braços cruzados sobre o peito parecendo completamente digno de dar um perdido no trabalho, o que eu nunca fiz. — De? — eu já estou apertando a pasta de dentes, porque isso está acontecendo independente se ele gosta ou não. — Se você precisa que te envie meus registros dentários primeiro.

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Eu termino de escovar e cuspir. — Não é engraçado, — eu balanço minha cabeça, mas sorrio quando eu começo a escovar o cabelo, passando por ele. Ele me agarra e me prende contra a parede, atacando meu pescoço como um vampiro com tesão. — Bem, seu rosto diz o contrário. Eu me esquivo de seu poder e agarro minha bolsa e chaves. — Sem café da manhã? — Eu bebo meu Lanterna Verde no hospital. Ele veste uma camisa, enfia os pés em suas botas, e me segue para o elevador. — Lanterna Verde? É algo que eu deveria saber? — me puxando em seus braços, ele me beija, até meus joelhos, literalmente, ceder. Depois de me acompanhar até o meu carro, ele me beija de novo, e eu sem dúvida vou precisar trocar de calcinha antes de eu começar a trabalhar. — Vá salvar o mundo. Eu entro e ele fecha a porta. Antes de eu sair, eu desço minha janela. — Ah, e se você realmente me ama, então você certamente vai fazer a sua lição de casa sobre o Lanterna Verde. — eu mando um beijo e acelero.

***

As próximas quarenta e oito horas passam como um borrão. Um surto desagradável de gripe deixa o PS lotado e com pouco pessoal. Eu não fui para casa ainda, e meu sono intermitente na sala de plantão me deixou beirando entre náuseas e alucinações. — Você parece uma merda. — Obrigada, Jade, — eu digo através de um grande bocejo. — Você consegue dirigir até em casa? — Boa pergunta, mas eu acho que se eu descer a janela e estourar o volume do rádio eu devo ficar bem.

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Atirando minha bolsa no meu ombro, eu olho para o meu telefone. Trick não é um perseguidor e ele definitivamente não é pegajoso. Eu mandei mensagens para ele várias vezes nos últimos dois dias só para avisar que eu não iria sair do hospital tão cedo. Ele respondeu uma vez com ‗Isso é péssimo‘. Eu acho que é melhor do que nada. Agora eu estou desejando ele, mas eu preciso dormir, então eu decido ir para casa; além disso, são nove da manhã e ele provavelmente está trabalhando de qualquer jeito. Eu: FINALMENTE acabei. Indo para casa desmoronar. Sinto sua falta. Vinte minutos depois de eu entrar em casa, meu celular apita. Trick: Quer que eu vá te cobrir? Urgh! Sim, eu quero vê-lo, mas eu pareço uma porcaria e me sinto exausta. Eu: Sim, mas eu acho que eu gostaria ainda mais se você viesse me acordar daqui umas 6 horas. Trick: Eu vou ver o que posso fazer. Eu quero desmaiar pelos pensamentos sobre ele, mas no momento em que meu corpo atinge a cama, já era.

***

Seis horas mais tarde, eu me forço a engatinhar para fora da cama, direto para o banheiro. Quase setenta e duas horas sem tomar banho ninguém merece. Trick se perderia em minha oleosidade. Cabelo embaraçado e partes íntimas peludas são irresistíveis. Depois de secar o cabelo, eu vou até a cozinha já imaginando que não vou encontrar nada, uma vez que não tenho feito compras de supermercado a mais de uma semana. Os armários estão vazios, mas na prateleira de cima da minha geladeira tem uma garrafa de Lanterna Verde com uma nota anexada a ela. Acho que isso significa que eu te amo. Seis horas não se encaixavam no meu horário. Eu vim as quatro, por falar nisso, você ronca como um trator sem escape.

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Agito o frasco do suco verde e rolo meus olhos. — Eu não ronco. — nem mesmo seu humor sarcástico pode me tirar das nuvens que o resto do bilhete me deixou. Virando para pegar meu telefone no carregador, eu vejo outro bilhete em um DVD. Apenas para o caso de eu estar errado sobre o suco. O DVD é do Lanterna Verde. Eu rio em voz alta. Um cara que não tem medo de dar a sua garota um filme de Ryan Reynolds, quão sortuda eu sou? Agora eu preciso vê-lo, tocá-lo, saboreá-lo, cheirálo. Instinto assume e em poucos minutos eu estou a caminho do Rogue Seduction, suco na mão, sorriso enorme. Vejo ele pela janela fazendo a magia artística dele quando eu estaciono meu carro e pago com meu aplicativo ParkChicago no meu telefone. Eu seguro meu cabelo em um lado conforme o vento luta para chicoteá-lo em todas as direções enquanto eu corro para o outro lado da rua para dentro do prédio. A jovem loira impressionante em seu banco olha para mim enquanto ele se concentra em seu rosto, não reconhecendo a minha presença. — Oi, — eu digo. — Ele está concentrado, não espere que ele responda. Eu viro, tendo perdido a sósia de Gabrielle Union 11 sentada no caixa fazendo algo no computador. Sim, ela se encaixa perfeitamente bem aqui: pele negra impecável, olhos escuros, dentes brilhantes, maçãs do rosto de matar e cabelos longos de seda preta. — Você tem hora marcada? — maravilhosamente acolhedor e convidativo.

ela

pisca

seu

sorriso

Entre os quatro de nós no recinto, sem dúvida, eu sou a única que se parece com um ogro. Graças a Deus eu pelo menos tomei um banho. — Hm, não, eu não. Passei só para vê-lo. — Ele está esperando por você? Estou quase entrando em colapso e correndo porta a fora. Por que me sinto tão deslocada? — Eu estou. — a voz de Trick aquece minha pele e faz coisas embaraçosas comigo em outras áreas também. Eu me viro, mas ele ainda está de costas para mim. 11

A negra linda do filme As Apimentadas ~ 118 ~


A bonitona do caixa levanta uma sobrancelha surpresa e sorri. — Posso lhe oferecer algo para beber? Vinho, café, chá, água? — Obrigada, mas eu estou bem agora. Ela balança a cabeça e indica dois sofás de couro preto do estúdio próximo a janela. — Sinta-se a vontade para sentar enquanto espera. Eu sorrio e sento. Trick nunca mencionou ter uma recepcionista e eu não a vi antes. Eu mentalmente adiciono ela as outras milhões de perguntas que ainda tenho para o meu homem misterioso. Durante os próximos vinte e cinco minutos, eu percorro as revistas da mesa lateral enquanto ouço jazz suavemente misturado com blues ocasionais quando a recepcionista altera o álbum na vitrola antiga. Passando por mim, ela me examina com um sorriso de gato Cheshire do Alice no País das Maravilhas e a loira oferece um ocasional olhar feroz de gato que diz que ela pode arranhar os meus olhos se eu não parar de olhar para Trick. Meow! A loira pavoneia até a recepcionista, enquanto eu mantenho minha cabeça baixa, como se eu estivesse na parte errada de Chicago depois de escurecer. — Vamos. — eu olho para cima assim que Trick passa por mim, caminhando em direção a uma porta na parte de trás. Olhando ao redor, eu me pergunto se ele está falando comigo. — Agora, Darby. Ok, ele está falando comigo. Eu corro atrás dele como se eu estivesse escapando. Estou encarando sua expressão de pedra conforme ele segura a porta aberta para mim. Ele acende a luz e fecha a porta de uma sala de armazenamento de dez por dez com prateleiras ao longo de duas paredes. — Eu só tenho dez minutos, — diz ele com palavras cortadas. Eu olho em volta para as pilhas de cosméticos e acessórios nas prateleiras e, em seguida, para ele que vem em direção a mim. — Ah, bem... então eu vou volto de... Trick agarra meu cabelo e esmaga sua boca na minha que vai me dar um caso sério de pele irritada pela barba dele. A melhor pele irritada de todos os tempos! Eu seguro seus bíceps, procurando por

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equilíbrio. Ele está com fome e eu estou morrendo de fome. Soltando os meus lábios, ele encolhe os ombros para fora de sua camisa. — Você vai gozar, certo, mas vai ter que ser nos próximos dois minutos. Porra! Eu acho que eu acabei de gozar. — M-mas sua recepcionista está lá fora, — eu digo com uma voz sussurrada quando ele abre meu jeans e puxa para baixo com a minha calcinha enquanto eu aperto o cabelo dele para me segurar. Ele olha para mim com um flash rápido de confusão, então sorri. — Está, então eu te diria para você não fazer barulho, mas eu não tenho certeza de que vai ser possível. — Por que você diz iiiisso! — eu grito quando ele empurra simultaneamente dois dedos em mim e chupa meu clitóris, reivindicando o orgasmo mais rápido do mundo. NADA cavalheiro! — Trick! Oh meu deus... o-oh. meu deus! — o coro cantando aleluia ecoa em meus ouvidos enquanto a bola cai em Times Square com uma queima de fogos alucinantes atrás dos meus olhos bem fechados, e cada nervo do meu corpo aplaude em um pandemônio de celebração. Minhas pernas cedem, mas ele me segura, meus seios, meu pescoço, meus lábios. Então, ele está dentro de mim e meu corpo faz o que sempre faz: o persegue. Eu estou... eu estou quase coerente. Eu não posso sequer abrir os olhos. Toda vez que eu começo a descer, começo a recuperar a consciência, as mãos e os lábios navegam como ímãs para todas as zonas erógenas no meu corpo e ele me acende de novo. — Puta merda! Você é perfeita, — ele fala com uma voz grossa. Eu acho que ele gozou, mas honestamente eu-eu não sei. Eu-eu não consigo pensar. Ele fica parado por um breve momento, então ele solta seu aperto na minha bunda. — Eu estou tentando te ajudar, gostosa, mas você tem que tentar. Talvez travar seus joelhos ou algo assim. Levantar. Acho que consigo. Oh Deus, ele está me limpando! Uma década ou algo assim passa na minha cabeça, e eu estou magicamente vestida novamente e sentada no canto do armário de abastecimento. — Tenho que ir. Vou levá-la para jantar mais tarde, ok? — ele me joga uma chave. — Tranque a porta quando sair.

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Aceno. Eu acho que consigo fazer isso também. Ele se inclina e me beija, depois sai, fechando a porta atrás de si. Por que ele está sempre me deixando para trás? O que acabou de acontecer? Loucura. Não há outra palavra para o que aconteceu.

***

Quarenta e cinco minutos mais tarde - eu ainda estou no armário de abastecimento. Por quê? Eu ainda não reuni coragem de mostrar a minha cara. A recepcionista dele e todos dentro de um raio de um quilômetro me ouviram; eu sei disso. Tão bom quanto... bem... o que quer que fosse, não é desculpa para o fato de que ele está lá fora com outra cliente e me ignorando presa aqui, paralisada de humilhação. Parabéns para ele por sair como se ele só tivesse vindo aqui pegar um batom, mas alguns de nós não temos a habilidade especial para esconder toda a emoção. Droga! Eu tenho que fazer xixi. Certamente ele terminará em breve e vai vir me resgatar. Vinte minutos mais tarde... Minha bexiga tá estourando. Trinta minutos mais tarde... Acabou o tempo! Eu tenho que fazer uma escolha: molhar minhas calças ou enfrentar a recepcionista perfeita dele. O fato de que eu estou mesmo contemplando esta decisão é um verdadeiro testamento do que meu BFF faz comigo. Eu vou matá-lo! Com uma volta lenta da maçaneta, eu abro a porta. O sol se pôs e está escuro lá fora e aqui também. Que diabos? Ninguém está na área de recepção. Eu fecho a porta e pego a chave do meu bolso para trancá-la, mas não há um cadeado na porta.

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Sério... Que. DIABOS? Na ponta dos pés, eu espreito em volta. O lugar está vazio. Minha raiva chega a um vermelho-fogo que coincide com o meu cabelo. Eu vou até o banheiro e alivio a minha bexiga. Estou tão chateada, no sentido literal e proverbial. Depois que eu lavo minhas mãos, meu telefone toca. É ele! — Sim? — eu estalo. — Ei, onde está você? Eu achei que você estivesse esperando por mim. — Eu estou esperando por você. — Sério? Hm... você está se escondendo? Porque eu não estou te vendo. — Muito engraçado, mas adivinha? Eu não estou rindo. — O-kay... estou deixando passar alguma coisa? — Você me deixou no armário! — Darby, eu tinha que ir. Eu só tinha dez minutos para chegar ao meu próximo cliente. Eu achei que você precisasse de alguns minutos para... se recuperar. — O que quer dizer chegar ao seu próximo cliente? — Foi um trabalho fora, em Streeterville. — E a sua recepcionista? — Minha recepcionista? Ah, ela veio comigo. Eu fico olhando para a chave, em seguida, abro a porta da frente e giro a fechadura. Ela serve. — Você não está no armário, está? — ele ri e posso dizer que ele está brincando, porque realmente... que idiota ainda estaria no armário? — Hã... não, claro que não. — eu tranco a porta e giro a esquina em direção a casa dele. — Eu acabei de ver o seu carro ainda estacionado na rua e você disse que você está esperando por mim, então, se você não está aqui, então...

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Eu ouço o zumbido de sua porta através do telefone quando eu aperto o botão. — Sou eu. Sem mais perguntas. Entendeu? — eu pressiono desligar e sigo para dentro do elevador. Ele abre a porta quando eu chego ao topo, ostentando o raro sorriso cheio de dentes brancos. — Nem mais uma palavra, — eu adverto. — Ei, Darby! Eu olho sobre o ombro de Trick para ver a recepcionista dele descendo as escadas no canto mais distante. — Desculpe, eu não sabia quem você era quando você apareceu mais cedo. — ela ostenta um sorriso angelical. Minhas bochechas ficam vermelhas. Tanto para evitar a situação embaraçosa. Eu ofereço minha mão enquanto ela se aproxima, mas ela vai direto para um abraço. Agora seria o momento adequado para jogar um jogo rápido de vinte perguntas. Começando com Quem é você? — Darby, essa é Tamsen. Meus olhos se iluminam com reconhecimento, então eu olho de soslaio com um pouco de confusão. — A irmã de Grady? Ela ri. — Mesmo pai, mães diferentes. Eu concordo. — Muito prazer em conhecê-la. — Tchau, querido. — ela se inclina e beija Trick na bochecha. — Foi bom conhecer você, Darby. — ela se move por nós para o elevador. Meu cérebro me diz que eu deveria ficar com ciúmes agora que eu sei que Patrick Roth não é gay. Mas ela tem essa vibe positiva que torna difícil não gostar dela e Trick disse que ela é como família. Como uma deusa como irmã. — Tchau, — eu digo com alguns segundos de atraso e um sorriso amável em troca. — Pronta? — ele veste sua jaqueta de couro e me entrega uma também. Eu deslizo meus braços através dela e seguro, tomando conhecimento de que me serve. — De quem é essa jaqueta?

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— Sua. — O que você quer dizer? Ele vira a alavanca para o elevador voltar para cima. — Quero dizer que é sua. — Você comprou para mim? — eu sigo ele até o elevador. — Sim. — Obrigada. — eu envolvo meus braços em volta do pescoço dele e o beijo pela jaqueta. Como para o incidente da sala de armazenamento, que eu ainda estou chateada. Infelizmente, eu não posso expressar toda a minha raiva sem confessar a verdadeira quantidade de tempo que passei nela. Seus olhos procuram meu rosto por um momento. — De nada. Quando a grande porta da garagem se abre, ele torce e puxa meu cabelo e me coloca um capacete. Esse também se encaixa perfeitamente. Dois momentos maravilhosos em uma noite. Eu fico olhando para ele, nem mesmo tentando esconder minha adoração. Ele será o quebra-cabeça mais difícil que já tentei montar. — De nada. — ele sorri antes de trazer seu próprio capacete sobre sua cabeça. Duas perguntas dançam na minha cabeça: o que estou fazendo com esse cara misterioso que é curiosamente imprevisível e completamente adorável? E o que ele está fazendo comigo?

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Capítulo Treze As vezes conhecimento é uma porcaria, como agora, quando tudo o que eu quero é curtir o passeio, mas imagens de macas com corpos flácidos sendo levado às pressas para o pronto-socorro após acidentes de moto dançam na minha cabeça. À medida que costuramos através do tráfego, eu derreto no corpo de Trick permitindo que uma pequena e irracional parte de mim se sinta segura. Me entregando à minha vulnerabilidade, eu deixo ele controlar o meu destino. Trick segue ao longo da rua até a Cantina Laredo. Depois de retirar o capacete, ele tira o meu e eu passo os dedos pelo meu cabelo. — O quê? — eu o questiono por causa de sua expressão estoica. — Eu sei, estou uma bagunça com o meu cabelo esmagado do capacete e rosto lavado. As mãos dele deslizam até o meu pescoço e no meu cabelo, me puxando para ele. — Você está uma bela bagunça. — ele escova seus lábios contra os meus; é um mero sussurro de um beijo do lado dócil de Trick Roth que deve ter sido amordaçado e amarrado pelo ego dominante que teve seu caminho comigo apenas horas antes. Do lado de fora ele é um vale profundo com bordas irregulares, mas eu só comecei a captar um vislumbre do que a maioria das pessoas não vê além da superfície... e é impressionante. — Vamos. — Ele pega a minha mão e me leva ao restaurante. — Você poderia dizer por favor. — eu dobro a velocidade dos meus passos para acompanhar. — Você poderia dizer não. — ele abre a porta e como um verdadeiro cavalheiro, que eu não acho que ele realmente seja, ele me deixa entrar primeiro. — O que você faria se eu dissesse não? — Pegaria uma mesa perto da janela, pediria um aperitivo, e veria você ficar na calçada se deleitando na sua independência.

~ 125 ~


Estamos sentados perto de uma janela, ironicamente. — Alguém com certeza machucou você. — eu balancei minha cabeça. — Desculpe. — ele olha para o cardápio. — Estou em território desconhecido com você. Obrigado por me acompanhar ao restaurante. — seu sorriso malicioso rouba toda a sinceridade de suas palavras. Dane-se. Trick será o meu enigma insolúvel, e eu apenas decidi que não iria querer isso de nenhuma outra maneira. Ele é um cara ‗me aceite como eu sou porque eu não dou a mínima‘, parando na escala de confiança tímido arrogante também conhecido como um sexy ‗faço você implorar por isso‘. Eu encontrei o meu jogo. É possível eu estar realmente fora do meu campeonato. Não se preocupe, vou responder ao desafio. — De nada. — eu circulo meus ombros e sorrio com confiança, olhando para o meu cardápio. — Obrigada pelo orgasmo alucinante na sala de armazenamento. — Ahã. — a nossa garçonete limpa a garganta. Ótimo, como eu perdi ela apontando para a gente? Eu mantenho o meu sorriso frio, apesar da onda de calor de constrangimento que correm ao longo da minha pele. Trick não vacila, com exceção de sua contração labial. Idiota arrogante! Tenho certeza que ele está pensando, ‗É isso mesmo... eu sou bom assim’. Tenho certeza que ela está pensando: ‘Você poderia demonstrar em mim?’ A pele dela combina com a minha, então isso é exatamente o que ela está pensando. — O prazer foi meu. — ele sorri, olhando para o cardápio. Ah merda! Alguém me mata, agora! Eu não posso acreditar que ele acabou de dizer na frente dela. — Nós vamos querer o Top Shelf Guacamole, Camarones Escondidos e Pescado Del Día. Obrigada. — eu pego o cardápio de Trick e entrego juntamente com o meu para nossa garçonete desavisada e completamente perturbada. Ela tropeça para longe. Eu vou me surpreender se ela lembrar do nosso pedido. — Você pediu para mim? — ele se inclina para frente com os olhos arregalados com descrença.

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— Bem, ela queria anotar o nosso pedido, mas você estava muito ocupado ostentando a sua conquista da tarde, então eu pedi para nós dois. Ele se inclina para trás com um sorriso irônico. — Eu estava simplesmente sendo educado e me engajando na conversa que você começou. — O que aconteceu com seu rosto? — Então, nós terminamos de falar sobre... — Sim, nós terminamos. — eu saboreio a minha água. — Por que Grady te espancou? Trick sorri, olhando para os talheres que ele está arrumando. — Foi um mal-entendido. — Sobre? — Ele achou uma coisa. — ele levanta os olhos para encontrar os meus, como se ele estivesse me desafiando a ir mais longe. Tamborilando os dedos sobre a mesa, eu suspiro. — O que ele achou? O olhar dele vacila com desgosto. — Algumas gramas de cocaína sob uma estátua de Buda minha. Não reaja. Não reaja. Não reaja. Ah merda, ele ainda está usando drogas! — E? — eu questiono com uma voz neutra com apenas uma sugestão de tremor nervoso. — E o quê? — ele dá de ombros. Eu poderia gritar; ele está me atraindo, esperando minha reação como se houvesse um certo contra um errado. Estou velha demais para jogar, e eu sou muito jovem para me envolver nessa confusão de merda. — E nada, Trick. Se você estiver usando novamente eu quero ajudar, eu vou te ajudar. Se você não quer ajuda, então eu estou fora daqui. Se você tem uma explicação diferente desses dois cenários, então agora seria o momento certo para me contar. Se este é um teste da minha confiança para você, então aqui está o negócio: eu vou confiar em você até que você me dê uma razão para não.

~ 127 ~


A cabeça dele se move; é leve, mas eu o aquilo desde que eu parei de ir para o N.A. É seus lábios torcem em um sorriso e então pequena risada. — Eu o tive durante oito anos usar.

vejo acenar. — Eu tinha apenas um lembrete. — ele deixa escapar uma e nunca fiquei tentado a

— Então Grady pensou que você estava usando? Ele aponta para suas contusões agora amarelado-marrons em seu rosto. — Acho que a resposta é sim. — Por que você não disse pra ele que você tinha aquilo todo esse tempo? — Ele sabe. Eu me inclino para frente, descansando os braços sobre a mesa. — Então por que ele acha que você ia usá-lo? Ele desvia os olhos, esquadrinhando o restaurante como se ele estivesse procurando a resposta. — Porque eu estava com o pacotinho na mesa... apenas olhando para ele quando ele chegou em casa. Uma pontada de culpa misturada com dor me bate. — Quando? — Quando o quê? — Quando isso aconteceu? — Na manhã após a festa. — os olhos dele fazem uma lenta mudança para os meus. Eu sugo meu lábio para conter a raiva. — Você quer dizer a manhã depois que fizemos sexo pela primeira vez, na manhã que você me deixou. — eu rio, fechando os olhos por um breve momento. — Inacreditável. Você considerou voltar a um vício de risco de vida depois de uma noite comigo. Deus! Isso me faz sentir... — eu dou de ombros e pisco algumas lágrimas. — Especial. — ele alcança o outro lado da mesa, segurando minhas mãos. — Sim, Trick. Isso é uma coisa realmente especial! — Eu estava me livrando daquilo. Eu tento me afastar. — Claro, enchendo a porra do seu nariz por causa da sua aversão às mulheres.

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Ele me agarra mais apertado, não se importando se alguém em torno de nós estava assistindo. — Não! — ele range os dentes. — Porque eu já não precisava de um lembrete de onde eu estive... eu tenho você para me lembrar de onde eu estou indo, e quando eu estou com você, eu não quero olhar para trás. Eu olho para ele, me sentindo sobrecarregada por sua confissão e ainda um pouco chateada com alguma coisa. — Então por que você deixou ele fazer uma bagunça em seu rosto? Trick solta minhas mãos e se senta para trás com um sorriso indiferente marcando seu rosto. — Eu me senti um merda pela mentira que eu deixei você acreditar e por deixá-la naquela manhã, enquanto eu me esgueirava para fora. Então eu percebi que eu merecia, mesmo se eu não fosse usar drogas. A nossa garçonete traz a comida; parabéns para ela, tudo está certo. Eu coloco meu guardanapo no colo e olho para Trick com o meu rosto contorcido em descrença. — Isso é tão confuso. Você deveria ter dito a ele. Trick corta sua comida. — Não há necessidade de fazê-lo se sentir mal. Nós comemos o nosso jantar, trocando poucas palavras. Minha mente rebobina, tentando processar os sentimentos de Trick por mim e seu senso incomum de autoestima. Um minuto ele está emocionalmente fechado como se ele estivesse se protegendo, e no próximo ele está deixando Grady espancá-lo, porque ele se sente merecedor disso. Há tal ambiguidade sobre suas ações que me deixa perplexa.

***

Eu deixo Trick prender meu capacete a gosto dele, e seus olhos de admiração não passam despercebidos por mim. — Você gosta da jaqueta, não é? — Sim. — ele roça os dentes ao longo do lábio inferior. — Calça de couro completaria o pacote. — ele sobe, em seguida, eu pulo na parte de trás, ansiosa por envolver meus braços em torno dele. — Então é isso que eu sou para você? Um pacote.

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Ele chega mais perto, colocando a mão na minha bunda e me puxando para mais perto. — Você é o pacote. A moto ruge para vida; ele acelera algumas vezes antes de disparar para o fluxo do tráfego. Nana vai perder os dentes sorrindo de emoção quando ela descobrir sobre mim e Trick. E quando eu contar a ela que eu tenho minha própria jaqueta de couro e capacete de motoqueira provavelmente vai mandá-la para a sua sepultura. Não que ela vai se preocupar, pelo contrário. Ela esteve me dizendo a minha vida toda para viver, arriscar, e se apaixonar por um cara que faria o meu pai estremecer com desaprovação. Feito. Feito. E. MUITO. FEITO! Nós entramos em sua garagem, se pode chamar isso assim. O nível mais baixo deste armazém tem que ser bastante grande, mas é sempre muito escuro para eu ver além de sua moto e algumas outras coisas cobertas que eu sei que têm que ser automóveis mais seguros. — Espere! — eu digo quando a porta começa a descer. — Eu não posso ficar. Eu tenho que trabalhar amanhã. Ele retira o meu capacete e o coloca na prateleira ao lado do dele, então abre a minha jaqueta. Quando ele olha para mim com a intensidade escura que é somente de Trick, minha respiração se acelera conforme um choque de antecipação corre através de mim, em espera de seu toque. — Eu preciso da minha dose de Darby primeiro. — ele desliza minha jaqueta e joga sobre o assento da sua moto. Essa voz é tão sexy, que eu juro que ele poderia me levar a um orgasmo sem sequer me tocar. Suas mãos deslizam pelo meu cabelo, segurando ele e me trazendo para mais perto até que seus lábios se encontram em meu pescoço. — Trick... — Darby, — ele sussurra, chupando minha orelha em sua boca. — Eu achei que você tivesse pego a sua dose de Darby na sala de abastecimento mais cedo. — minha voz sussurrada faz um protesto fraco. Escovando a barba dele ao longo da minha mandíbula, ele me seduz com um toque de penas que provoca uma onda emocionante de arrepios. Seus lábios puxam em um sorriso escovando contra os meus; ele sabe exatamente o que ele faz comigo. — Eu não tinha visto ~ 130 ~


você fazia dois dias... tocado em você faziam dois dias... e então eu tive que te devorar. Mas agora... — a língua provocando meu lábio superior, — ...eu quero saborear você. — Mas Grady e Tamsen... — Não vão voltar por horas... se voltarem esta noite. Qualquer tentativa de negar seria inútil e tudo na minha cabeça, como agora. Meus pensamentos seguram forte meu início de manhã, minhas responsabilidades de trabalho; mas minhas mãos já desabotoaram a calça jeans, garantindo que a moto dele não seja a última coisa que eu vou montar esta noite. Eu sou tão viciada em sexo com ele.

***

O armário de abastecimento foi luxúria, sexo... uma necessidade crua. Isso, isso é amor. Trick me ama como se fosse seu único propósito na vida, e estar recebendo um amor tão afortunado é... uma feliz mudança de vida. — Eu tenho que ir, — eu sussurro em seu pescoço. Trick solta um resmungo leve, mas eu não tenho certeza de que ele está acordado, então eu me solto de seu braço e deslizo para fora do nosso emaranhado de lençóis. Meu Deus, ele é lindo. Eu não sei o que é isso... o que somos, mas ele é inesperado, um presente. Luz brilha no meu peito e formigamento vibra ao longo da superfície da minha pele e sua proximidade agitam todas as minhas terminações nervosas, é a vida. Quando estou com Trick eu sinto tudo... eu me sinto completamente viva. Eu suspiro com uma carranca e me visto sem acordá-lo. É um pouco depois da meia-noite quando eu entro no elevador. Infelizmente é um animal barulhento, então eu tenho certeza que minha descida o acorda; mas ele sabe que eu não posso ficar, então espero que ele vá dormir com o mesmo sorriso satisfeito que eu ainda estou usando. Quando eu viro a esquina de seu prédio, ouço vozes. Dois indivíduos encostados em meu carro, fumando seus cigarros. Merda!

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Eu desbloqueio meu carro, esperando que o sinal sonoro vá convencê-los a se afastar. Não tive essa sorte, em vez disso, eles estão acompanhando a minha abordagem. É hora de tomar uma decisão: continuar até o meu carro com confiança sem mostrar nenhum medo ou voltar para Trick e esperar que eles não me sigam. — Com licença, senhores, — eu digo com um sorriso educado quando me aproximo da porta do motorista que eles estão bloqueando. Deixo meu polegar pairar sobre o botão de pânico no meu chaveiro. Nesta parte da cidade, não vai chamar muita atenção, mas ele pode trazer Trick se ele de fato acordou quando eu estava saindo. — Este carro é seu, Ruiva? — o garoto negro mais jovem diz para o cara branco mais velho, talvez da minha idade, que sorri como se ele estivesse deixando seu protegido lidar comigo. — Ele é. Me dêem licença, por favor. — O que uma coisa boa como você está fazendo por estas bandas tão tarde? Assim que me viro para voltar para Trick, o garoto mais jovem agarra meu braço, tirando o alarme da minha mão. Meu sangue corre frio. — Onde você vai, Ruiva? Eu tento me esquivar, mas ele agarra meu outro braço também. — Darren... ah, vamos embora. — o outro cara começa a se afastar do meu carro. — Com certeza vamos embora. Eu vou ter um passeio aqui nessa granfina gostosa. Eu cerro os dentes. — Tire a porra das mãos de mim! — Darren! Estou falando sério, cara, vamos sair daqui. Deixe ela ir. — Quem diabos é você? — Darren me agarra mais apertado quando ele olha por cima do meu ombro. — Eu sou o Grim Reaper12, se você não fizer o que a senhora pede e tirar a porra das mãos dela. — Trick! — eu grito com o som de sua voz atrás de mim. 12

Grim reapers são espíritos malignos que controlam organismos mortos-vivos. ~ 132 ~


Darren me puxa para seu corpo, me abraçando apertado, e é aí que eu sinto a ponta afiada de uma faca nas minhas costas. — O que você vai fazer? Atirar em mim antes de eu cortar ela? Eu me contorço para tentar ver Trick atrás de mim, mas a faca pressiona com mais força contra mim. O que diabos Darren está falando? Trick está com uma arma? — E se você errar? — o rosto de Darren contorce em um sorriso maroto feio. — Eu nunca erro. Mas. Que. Porra? Darren continua olhando para o amigo. — Solte ela, agora! Darren relaxa seu aperto em mim e levanta as mãos, a faca ainda na mão direita, como se ele estivesse se rendendo. — Trick! — eu grito quando viro e corro para ele. Ele coloca uma mão na parte de trás da minha cabeça e beija a parte superior dela enquanto a outra mão mantém a arma apontada para Darren. — Fique aqui, — ele sussurra para mim. Eu solto ele e abraço meus braços em volta de mim enquanto ele dá calculados passos lentos em direção a Darren. — Se eu vir você por aqui outra vez, vai ser a última vez. Eu solto um suspiro, cobrindo minha boca com a mão, quando Trick dá uma coronhada em Darren, derrubando-o no chão, completamente apagado. Apesar de Darren ter me ameaçado apenas dois segundos atrás, meu instinto é examinar e avaliar seus ferimentos, chamar uma ambulância, juntar as peças. — Não. — Trick agarra meu braço, me puxando para longe de Darren quando o amigo de Darren o arrasta para a calçada e o iça pelo ombro. — Você está bem? — ele desliza a arma no cós da calça jeans. — Você está bem? — ele repete, emoldurando meu rosto em suas mãos. Eu aceno com uma confusão lenta. — O que você estava pensando? Por que você saiu? — as palavras dele carregam uma ponta afiada. — Eu-eu tenho que trabalhar cedo. ~ 133 ~


— Eu teria levado você ou, pelo menos, acompanhado até o seu carro. Jesus! Nunca venha aqui fora à noite sozinha. Você entendeu? — o rosto dele fica tenso com raiva quando ele agarra meu rosto mais apertado. Meus olhos arregalados fixam nos dele com uma mistura perturbadora de medo e confusão. — Por que você tem uma arma? — eu sussurro. Ele beija a minha testa e suspira. — Porque eu não cresci em Barrington Hills.

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Capítulo Catorze Eu atinjo o ponto de não retorno. Não há nada que eu me ressinto mais do que a voz na minha cabeça dizendo que eu não a mereço. E talvez eu não a mereça, mas ela é a cor e a luz, música e risos, calor e ar. Ela é a respiração... ela é vida. Não há nada tão feroz quanto o meu instinto de protegê-la. Eu mataria por ela... eu morreria por ela.

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Capítulo Quinze Eu tenho uma visão perfeita, então é impossível para mim me fingir de cega para a arma que Trick tem. Tantas baixas desnecessárias cruzam meu caminho diariamente para eu sentir que armas são necessárias e proporcionam segurança nas mãos do cidadão comum. No entanto, Trick com sua arma me salvou de ser estuprada ou pior. Essa percepção só me dá uma pausa para reavaliar as fortes crenças que eu possuo por tanto tempo. Nós não falamos sobre aquela noite desde que ele me levou para casa e me segurou em seus braços até que o sono me reivindicasse, tranquilizando meus nervos trêmulos. Para mim, eu não sei o que eu diria sobre isso. Devo pedir desculpas por ter saído sem ele me escoltar? Devo agradecer por ele possuir uma arma? — Me conte sobre Tamsen, — eu digo, sentando de pernas cruzadas em minha penteadeira enquanto Trick aplica a minha maquiagem para a festa angariação de fundos com trajes de gala desta noite. Seus lábios se contraem. — Olhe para cima, — ele comanda com foco completo. — Ela é linda. Outra contração. — Não pisque. — Eu conversei com Grady sobre ela ontem quando você estava no chuveiro, mas ela estava voltando, então não consegui tirar muito dele. Ele disse que ela é uma paramédica em Nova York e ela não é gay nem finge ser. Trick ri, o que é muito pouco característico dele quando ele está trabalhando. — Ela e Grady são originalmente de Chicago? Trick faz uma pausa e olha nos meus olhos por um momento como se a minha pergunta fosse... estranha? Ele balança a cabeça e continua.

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— Ela tem um namorado? Ele levanta os ombros. Típico de homem, é claro que ele não sabe. Eu testo a próxima pergunta na minha cabeça algumas vezes e decido que será apropriada se eu conseguir manter um tom indiferente na minha voz. — Vocês dois... já ficaram juntos? Trick levanta uma sobrancelha. Eu suspiro. — Vocês já... fizeram amor? Ele morde o lábio inferior, arrastando-o entre os dentes para uma liberação lenta. — Eu fiz amor com você. Eu rolo os olhos para a semântica dele. — Você já fez sexo com ela, transou com ela? — tanta coisa para na tentativa de usar o tato. Ele seca meus lábios que estão molhados dele e começa a delineálos. — Não. Isso importa? — Claro que não. É só que você tem uma atitude tão insalubre com as mulheres, você sabe... desprezando elas e tudo... por isso estou curiosa como ela ficou em tão em alta conta com você. — Eu não desprezo você. — ele passa batom em meus lábios. — Bem, isso é um alívio. — eu pego a cintura dele e começo a desabotoar as calças. — Não comece algo que você não pode terminar. — Quem disse que eu não posso terminar? — Eu vou estragar o seu cabelo e a Gemmie vai ficar puta. E depois há a sua maquiagem... — ele dá um passo para trás e coloca toda a maquiagem e acessórios para longe. Eu desço da penteadeira e dou de ombros, vestindo nada além de meu sutiã e calcinha. — Você está me dizendo não, Sr. Roth? Ele fecha suas calças e se inclina contra o balcão com os braços cruzados sobre o peito. — Você está realmente bonita. Eu olho no espelho. Gemmie tem um talento especial para criar o impossível com as minhas ondas naturais parecendo domesticadas e livres ao mesmo tempo. E Trick sempre encontra os tons certos de sombra e linhas para trazer um toque de azul vibrante em meus

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olhos. — Eu sou apenas um produto de algumas pessoas muito talentosas. Trick para atrás de mim, então olha por cima do meu ombro para o nosso reflexo no espelho. — Darby Carmichael, você é linda. Gemmie recebe uma linda cabeça cheia de cabelo para brincar, e eu recebo uma tela perfeita. — ele beija meu pescoço e minhas pálpebras ficam pesadas pelo seu toque. — Mas, honestamente, minha beleza sedutora, marcar sua pele perfeita parece um sacrilégio. — Trick... me toque, — eu sussurro com os olhos fechados e uma névoa envolvendo meu cérebro. — Se eu tocar em você, nenhum de nós estará comparecendo aos nossos respectivos compromissos de hoje à noite. Meus olhos se abrem. — Por mim tudo bem. — eu agarro as mãos dele, colocando elas na minha barriga nua. Ele aperta meus lados, provocando um guincho e um salto. — Isso porque a sua festa de gala vai ser abafada e chata. Eu pego o meu recente novo vestido verde Rachel Hart e entro nele. — Isso porque você não está vindo comigo. Ele fecha o meu vestido. — Se Tamsen não estivesse partindo amanhã, eu iria com você. — Quem vai passar despercebido comigo em algum canto privado e me lembrar de quão sexy eu estou hoje à noite? Ele beija a pele exposta na parte de trás do meu vestido. — Só alguém querendo morrer. Eu fecho meus olhos, tentando sacudir a memória de Trick segurando a arma como se fosse uma extensão de si mesmo, confiante, controlado e extremamente sério. — Meu motorista provavelmente está aqui. — eu abro meus olhos e escorrego em meus saltos. Depois de pegar meu casaco e bolsa de mão, Trick me acompanha até o carro que meu pai mandou para mim. Ele beija meu pescoço, tomando cuidado para não estragar minha maquiagem. — Me liga se você precisar de ajuda para sair do seu vestido mais tarde, — ele sussurra em meu ouvido enquanto o motorista mantém a porta aberta. ~ 138 ~


Ele é tão mal. — Diga tchau para Tamsen por mim. Ele balança a cabeça quando eu mergulho na parte de trás do carro.

***

Ao entrar no grande salão de baile, eu reconheço a mesma multidão de ricos. Tudo cheira a dinheiro e ganância. A equipe de jovens políticos aspirantes que meu pai envia de porta em porta pedindo votos não são instruídos para convidar os cidadãos médios de Illinois a estas galas e angariações de fundos. Por que disso? Senador Calvin Carmichael ostenta suas qualidades ‗relacionáveis‘ em anúncios de TV, lembrando o público que cresceu filho de um funcionário do estacionamento de hotel e de uma assistente social. Os anúncios não mencionam que ele basicamente renegou seus pais depois que ele se casou com a minha mãe e começou sua primeira empresa. Minha avó Carmichael morreu de câncer de pulmão há alguns anos, e eu adoro que a decoração do Rogue Seduction me faça lembrar de seu sótão e as muitas horas que passei ouvindo suas histórias de cada peça de ‗colecionador‘ que possuía. Mas meu avô ainda está vivo. Logo após a morte da minha avó, ele se mudou para uma pequena casa em Watseka, Illinois, onde cresceu. Nós não éramos tão próximos, porque ele estava sempre trabalhando, mas eu ainda o visito várias vezes por ano. — Aí está minha menina. — meu pai rompe com seus companheiros para me cumprimentar com um sorriso e abraço. Eu ouço o clique de câmeras e fico cega com os flashes ofuscantes. — Sem companhia hoje à noite? — ele sorri. — Não. Vejo que isso lhe agrada. — eu finjo o meu melhor sorriso. — Bobagem, querida. Eu gosto de Steven. — Mmm, você gosta do pai do Steven. Ele ignora o meu comentário quando Rachel se junta a nossa pequena reunião de família. — Darby! — Rachel me cumprimenta com entusiasmo fingido que ela está aperfeiçoando ao longo dos anos. Ela é um outdoor ambulante

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para Botox, seios e bulimia. — Olhe para você. Sempre a mais bonita da festa. — ela está elogiando seu vestido em mim, porque quando eu não estou usando um de seus projetos, ela nunca menciona a minha aparência. — Eu só visto o que chega à porta. Rachel vira seu cabelo loiro para trás sobre seu ombro e se inclina para o seu conhecido beijo no ar quando os flashes entram em erupção novamente. — Onde está Steven? É óbvio o quanto ela e meu pai se comunicam. — Eu não estou mais com Steven. Ela olha ao redor da sala, me dando uma fração de sua atenção. — Isso é ruim. Existe alguém novo? — Sim, minha querida neta, há alguém novo? Eu viro. — Nana! — eu a abraço porque ela é a única pessoa aqui nesta noite que eu estou realmente feliz em ver. — Grace. — Rachel a rouba para mais beijos no ar. A única razão pela qual Rachel tolera minha Nana é porque ela morava com a gente até que eu terminei o ensino médio. Então, quando meu pai e se casou com Rachel era um fato óbvio que Nana e eu éramos um pacote fechado. Eu estava no ensino médio. Nós já vivíamos em Barrington Hills em uma casa ‗menor‘. Rachel insistiu em comprar a maior casa que ela podia pagar e todos nós fomos morar com ela. Eu mal podia esperar para me formar e dar o fora de lá; Nana também. — Bem, se as senhoras me derem licença... — a quota do meu pai de três minutos com sua família. Tenho certeza que ele tem uma garota, não muito mais velha do que sua própria filha, esperando com seu vestido para cima e calcinha para baixo. Um garçom nos oferece champanhe. Eu balanço minha cabeça, forçando um sorriso educado enquanto Nana e Rachel pega um copo. — Então, como está seu amigo? Você me manteve no escuro. Rachel levanta as sobrancelhas com o comentário de Nana. — Então há um novo cara. Eu aliso meu vestido com as palmas das mãos, desejando que eu tivesse tomado um copo só para ter algo a fazer com as minhas mãos nervosas. — É uma longa história, mas Trick é bom... estamos bem. —

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Nana vai ter que esperar para a versão completa quando estivermos sozinhas. Nana pisca para mim; ela é uma figura. — Trick é um nome diferente. — as sobrancelhas de Rachel se juntam, olhos piscando. — É abreviação de Patrick. Sua língua desliza sobre o lábio inferior enquanto ela dá um aceno lento. — Como vocês se conheceram? — Ele vem fazendo a minha maquiagem para esses ‗obrigatórios‘ eventos. — Bem, você deve trazê-lo para jantar esta semana antes de eu voar de volta para Nova York. — Sim, querida, você deve, e você deve pegar sua Nana no caminho. — a postura de Nana endurece com um ar de prontidão. — Nossos horários podem ser difíceis de coordenar... — eu olho para Nana, procurando incentivo dela — ...mas vou ver o que posso fazer. — Perfeito. Me mande uma mensagem, querida. — Rachel vira seu cabelo e ginga para longe em seu vestido de cetim sereia negra. — Obrigada por isso. Nana envolve o braço em volta da minha cintura. — Vai ser o destaque do meu ano. Eu mal posso esperar para ver como seu pai lida com uma refeição inteira com seu artista rebelde. — Ele não é um rebelde. Isso é tão estereótipo, Nana. Ok, o fato de que ele poderia aparecer para o jantar maquiado pode qualificá-lo como rebelde. — Ele é um homem gay pegando a filha do senador. Se isso não é um rebelde, então eu não sei o que é. Meu peito da um nó e minha pele fica vermelha quando eu inclino para mais perto de seu ouvido. — Ele não é gay, Nana! — eu ranjo através de meus dentes. Seus olhos se iluminam. — Oh meu Deus, isso está ficando cada vez melhor.

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Eu tenho certeza em uma centena de maneira que eu não vou votar em meu próprio pai na próxima eleição, mas eu detesto as atenções, a fraude, os escândalos, e toda a zombaria das expectativas que tem cansado nosso sistema político. Tudo é tão elaborado e tão... não eu. Nana só se encaixa porque ela viveu esta vida por muito tempo, mas ela conseguiu navegar por tudo isso e ao mesmo tempo manter um senso de si mesma. Eu não posso, não mais. Estou cansada de ser colocada como uma da equipe. Uma equipe eu já não quero estar dentro. Conforme os nossos pratos de jantar são substituídos por pratos de sobremesa, eu empurro minha cadeira para trás. A sala é gigantesca, mas eu me sinto tão claustrofóbica que eu quero rastejar para fora da minha própria pele. A orquestra, a conversa entorpecente, a equipe ansiosa esperando fazer tudo, mas vá se ferrar, é demais. — Estou indo, — eu sussurro para Nana enquanto ela ouve uma senhora falar merdas sobre a tarefa cansativa de organização de almoços, partidas de tênis, jantares, e como ela não foi a manicure em mais de duas semanas. Isso é o que os ricos chamam de situação precária, patético! Nana balança a cabeça, apertando a minha mão enquanto finge estar encantada com o que a mulher tem a dizer. Nana é uma santa. Meu motorista é chamado para frente do hotel, e assim que eu entro, eu ligo para Trick. — Oi. — Estou saindo do hotel e eu poderia precisar daquela ajuda com meu zíper. — Hmm, você não ficou muito tempo. — meu corpo vibra quando seu zumbido acende um fogo na minha barriga enquanto as borboletas tomam voo. — Faça isso de novo. — eu aperto as pernas juntas e fecho os olhos. — Fazer o quê? ~ 142 ~


— Isso. — eu gemo. — Caramba, Trick. Quando você fala parece que você está me despindo com sua voz e me deixando nua. Implorando por apenas mais uma palavra. — Darby... — É isso aí, continua falando. Ele ri. — Grady convidou alguns amigos. Mande seu motorista trazer você aqui, mas me liga e eu vou te buscar no carro. — Trick, eu estou fisicamente vestida demais, mentalmente nua, e com necessidade desesperada por uma dose de Trick. Vou para casa e você me liga quando todo mundo sair. — Dose de Trick? Essa frase é minha. Você vai dormir antes que isso aconteça. Venha para cá. Eu cuidarei de você. — O que isso significa? Você vai ter uma muda de roupa para mim ou você vai me dar o que eu preciso? — Apenas venha. Ele termina a chamada, me deixando uma poça no banco. Quando o motorista para na rua, eu aviso Trick por mensagem para que ele saiba que estou aqui. Abro a porta antes que o motorista tenha a chance de sair quando vejo Trick aparecer ao virar a esquina. Ele está todo de preto, incluindo olhos com delineadores, suas tatuagens do braço expostas até a sua pulseira de couro. Perfeição! Apertando meu casaco em torno dos meus ombros para bloquear o vento, eu tilinto meus saltos desenhados para torturar meus pés até Trick. — Vamos. — ele envolve seu braço em volta de mim, me levando para dentro, onde o ar quente cumprimenta meu corpo gelado. Antes de chegar ao elevador, ouço risadas e vozes lá de cima. — Quantas pessoas Grady convidou? — Cinquenta ou algo assim. — Cinquenta? Dez é convidar alguns amigos. Cinquenta é uma festa. Ele fecha à porta do elevador, agarrando as minhas mãos e prendendo elas nas minhas costas, e me empurra contra a parede, o ~ 143 ~


meu peito pressionado contra o seu. — Então me fale sobre essa dose que você precisa. — o elevador se movimenta enquanto seus lábios pairam dolorosamente perto dos meus. Eu engulo em seco, em seguida, invisto contra seus lábios, mas ele puxa a cabeça para trás, me negando. — Me diga. — ele abaixa a cabeça, seus lábios pairando sobre os meus seios. — Me diga o que você precisa, — ele sussurra. — Eu... eu... Nós sacudimos quando o elevador para e alguém desliza o portão, mas meus olhos não deixam ele. E aí está: a contração dos lábios. — Tarde demais. — ele pisca. — Darby! — Grady grita. Trick dá um passo para trás, arrastando seu olhar por toda a extensão do meu corpo, me tentando, me provocando, me torturando. Uma multidão de pessoas que eu nunca vi o puxa em uma direção enquanto Grady beija meu rosto. — Bem, olha quem acabou de sair da capa da Vogue! — ele me mantém em um abraço. — Lembre-se, Trick é meu hoje à noite, — Grady se inclina e sussurra em meu ouvido. — Agora, pegue uma bebida e se misture. — ele me empurra para a multidão em direção à cozinha. Trick é meu esta noite? Eu pego um monte de olhares interessados, alguns um pouco assustadores, quando eu mergulho para a cozinha. Este encontro eclético tem de tudo: gótico, modelo de passarela, tatuagens, piercings, cabeças raspadas, chapéus extravagantes, e até mesmo o look rapper com gorro e calça folgada. A única coisa que falta é uma filha muito produzida de um senador. Aqui! Vamos começar a diversão. — Não se incomode com Grady... — eu viro e encontro um sorriso amigável de Tamsen. — ...a mascarada relação gay simbiótica entre Trick e ele já dura anos. Então mesmo que Trick decidisse estar pronto para sair do armário gay reverso, Grady ainda precisaria de seu chamariz favorito.

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— Chamariz? — eu rio porque não há nada de normal sobre Grady e Trick. — Grady é meu irmão e eu o amo, mas ele é a versão homemputa de um homem. Eu olho em volta para Grady e Trick para ver quem mais está ouvindo Tamsen. — E o que isso tem a ver com Trick? Tamsen enlaça seu braço ao meu, me puxando para fora da congregação das pessoas e para o lado. — Grady tem um talento especial para se apaixonar por homens casados, geralmente aqueles que têm muito dinheiro e uma reputação a zelar. — Homens casados? — estou me sentindo densa, completamente incapaz de seguir o que ela está dizendo. Tamsen ri. — Sim, homens, casados que vivem duas vidas. A única socialmente aceitável com a esposa, três filhos e um cachorro, e aquele que envolve Grady em reservas em elegantes quartos de hotel pelo fim de semana para que eles possam ser quem eles realmente são. — Mas Trick... Ela levanta um dedo. — Estou chegando lá. Trick... bem, olhe para ele; quem trai um cara com essa aparência? — Tamsen pisca para mim. — Então ninguém nunca suspeita que Grady é um destruidor de lares e Trick de bom grado atesta sempre que ele entra em uma situação complicada. Ele é o chamariz perfeito e sempre disposto a oferecer Grady um álibi porque Trick não se importa com as pessoas pensando que ele é gay, especialmente as mulheres. — ela ri. — No entanto, é bastante divertido ver os caras baterem nele. — E-eu não sei o que dizer... — Bem, você apareceu do nada e mudou Trick completamente, então Grady sabe que o acordo mútuo entre eles está prestes a expirar. Ele está apenas ganhando tempo, isso é tudo. — Então eu tenho que fingir que eu não estou com Trick? Tamsen dá de ombros. — Não. — se levantando na ponta dos pés, ela olha ao redor da sala e sorri quando seus olhos se fixam em algo ou alguém. — Como você pode ver, as mulheres estão babando em Trick. Elas sempre estão, elas acham que podem convertê-lo, mas ele as ignora como qualquer cara gay faria. — ela franze os lábios para conter seu sorriso. — No entanto, se fosse comigo, eu usaria isso como uma

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vantagem minha. — me olhando de cima, seu sorriso se alarga. — Você parece gostosa essa noite e não há um cara hétero nesta sala que não tenha notado você, então eu encontraria o meu próprio grupo de atenção. Pelo menos se fosse meu homem, eu o faria suar por um tempo. — Você acha que eu deveria flertar com outros caras? — Flertar, não. Trick não está flertando. Na verdade, se você perguntar, ele vai dizer que simplesmente não está fazendo nada. Então você deve percorrer a lagoa, e se você pegar alguns peixes ao longo do caminho, que assim seja. Só não faça nada. Eu amo Tamsen. Ela é a amiga que eu nunca tive, mas sempre quis. — Você é má... mas brilhante. — eu sorrio. Ela me dá um copo de vinho e me cutuca, olhando para a multidão. — Não, apenas experiente. Agora vá pegá-los. Espremendo através da multidão, eu procuro por um rosto amigável. — Olá. Eu me viro. Bingo! Eu não estou orgulhosa do fato de que eu estou bastante familiarizada em saber quando um cara está interessado. Depois de sair da minha fase menina nerd na escola, eu me rebelei... realmente me rebelei. Eu perdi minha virgindade no banheiro de um pub no campus para um cara que eu conheci duas horas antes, não é o meu momento de maior orgulho. Eu nunca mais o vi depois daquela noite. Com rebelião vem a atitude teimosa que todas as suas decisões ruins são culpa de alguém. Esses dois primeiros anos, tudo era culpa do meu pai. — Eu acredito que não tive o prazer ainda. Eu sou Drake. Eu sorrio por dentro. Drake tem muitos piercings para o meu gosto, mas as tatuagens em seus braços musculosos e até seu pescoço grosso rivaliza com o de Trick. Sua cabeça é raspada, mas seus olhos azuis espelham os meus, e também o sorriso amigável dele. — Eu sou Darby. Drake se encaixa tão perfeitamente no plano de Tamsen como se tivesse sido contratado para fazer isso. Colocando a mão na parte inferior das minhas costas nua, ele me puxa para mais perto de seu

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lado. — Phil, Bradley, Todd, essa é Darby. — os skinheads me circulam com olhos ávidos. — Darby, seu vestido é foda! — Todd lambe os lábios enquanto seus olhos ganham liberdade pelo meu corpo. — Obrigada, eu acabei de vir de outro evento, então eu me sinto um pouco super produzida. Bradley balança a cabeça, os olhos vidrados. — Não. Você está perfeita pra caralho. — Ela está não está? — a mão de Drake desliza uma polegada mais para baixo. Não faça nada. Não faça nada. — Como você conhece Grady e Trick? — Drake provoca leves círculos na minha pele. Eu olho em volta e localizo Trick entre uma multidão de mulheres, mas seus olhos estão fixos em mim. A morena baixa à sua direita passa as pontas de seus dedos, provocando o cós da camiseta de Trick. Sim, isso é conversa! — Eu sou cliente de Trick, — murmuro, mantendo meus olhos em Trick. — Entendo. Bem, você já viu o andar de cima? Se não, eu poderia te dar um tour privado. As palavras de Drake são um eco distante na minha mente em Trick. — Hm... você pode me dar licença por um momento? Eu vou para longe do grupo e direto para Trick, que está inclinado sobre o encosto do sofá agindo como um lhama em um zoológico. Há tantas mulheres ao seu redor que ele é intocável para mim. É como se ele fosse uma estrela do rock e eu não o posso ver sobre suas groupies. — Me perdoe. Com licença. De um passo para o lado, por favor. — eu cotovelo meu caminho através das mulheres, ganhando uma série de olhares desagradáveis e assobios maliciosos. Quando eu roubo a posição diretamente na frente de Trick, ele cruza os braços sobre o peito. Eu cruzo meus braços, espelhando com ele, como se estivéssemos segundos de distância de um confronto.

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Eu não sei se é o pouco de vinho que eu bebi, meus nervos desgastados da festa de gala, ou a minha necessidade de estar a sós com Trick, mas algo se encaixa e minha mente esquece toda a razão e as minhas palavras escapam sem censura. — Eu acho que Drake quer me levar lá em cima para uma transa rápida. O que você pensa sobre isso? O nosso pequeno círculo de espectadores fica em silêncio, com exceção de alguns suspiros e sussurros. Trick tem o controle dominante sobre suas emoções, mas eu posso ver no leve enrijecimento de sua mandíbula que ele está oscilando. Eu franzo os lábios, inclinando a cabeça para o lado. — Então, você não tem alguma opinião sobre o assunto? — eu levanto os meus ombros. — Ok, então, ele parece ser um cara bem legal e eu estou com um tesão do inferno, então tenha uma noite agradável, Sr. Roth. — girando sobre os calcanhares, a multidão de mulheres abre como o Mar Vermelho e eu caminho orgulhosamente em direção a Drake. — Vem! — uma mão forte com um aperto doloroso aperta meu braço, me puxando na direção oposta. Praticamente me arrastando para o elevador, Trick bate o portão e aciona o interruptor para baixo. Eu tento me livrar de seu abraço, mas ele aperta, me puxando em seu peito. Soltando minha mão, ele agarra a minha cabeça e beija minha vida e talvez a próxima para fora de mim. Sua língua exige toda a minha boca e os lábios possuem os meus em um frenesi de emoção que é preenchido com tanta paixão e todo o meu mundo gira sobre o eixo dele. O elevador para. Sua boca e implacável barba fazem uma viagem de punição pelo meu pescoço enquanto suas mãos apertam a minha bunda tão apertada que eu já prevejo minha pele com contusões. — Nunca brinque comigo assim de novo, — ele adverte, cada palavra parece como um raio rachando através do ar enviando arrepios ao longo da minha espinha. Eu tomo dois punhos cheios de seu cabelo e sacudo a cabeça dele para longe do meu pescoço. — Nunca deixe outra mulher tocar em você assim de novo, porra! — eu cuspo cada palavra com os dentes cerrados, o peito arfando, os olhos selvagens. Ele olha maliciosamente para mim com tal intensidade que eu juro que ele está vendo mais do que eu vejo em mim. Em seguida, sua expressão se rende: seus lábios amolecem, a mandíbula relaxa, os olhos

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ganham vida. Suas mãos cobrem as minhas até que eu solto seu cabelo, e ele as orientam para o seu rosto, fechando os olhos como se ele estivesse sentindo meu toque em sua alma. Ele balança a cabeça. — Estas mãos... somente estas mãos...

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Capítulo Dezesseis Darby Carmichael faz o que eu jurei que nenhuma mulher jamais iria fazer: ela me possui. Ponto. Eu ofereci nada, mesmo assim ela pegou tudo, e eu não quero porra nenhuma de volta. — Deixa que eu faço, — ela sussurra enquanto eu começo a retirar minha camisa. Eu levanto os meus braços, me entregando a ela conforme a peça escura é puxada do meu corpo. Seus olhos exploram minha pele marcada, e quando a língua rosa dela desliza para fora, molhando os perfeitos lábios cereja... caramba, eu quero cair de joelhos aqui no quarto dela e implorar por redenção. Eu vou adorá-la até o dia que eu morrer, porque só o toque dela pode tirar os pecados que atormentam minha alma cansada. Eu cerro os meus punhos quando ela puxa as minhas calças. Ela quer isso... eu. Ela quer ver tudo de mim. Meu controle oscila no limite da insanidade, porque tudo que eu quero é tocar, saborear... inalar como um viciado que nunca soube que eu era. O viciado que eu... Nunca. Soube. Que. Eu. Era. Por um breve momento, eu aperto meus olhos, lutando para me lembrar, morrendo de vontade de esquecer. Ela não tem noção das profundezas de sua própria beleza. Eu me escondi atrás de tinta e maquiagem, assim como eu tenho feito por tantas outras pessoas. Mas Darby tem a mais pura pele sem marcas que eu já vi. Seu cabelo ruivo puxa os mais incríveis tons de azul de seus olhos. Ela é... impressionante. Quando ela alcança a parte de trás e abre seu vestido, deixando ele em uma pilha aos seus pés, eu morro um pouco. Curvas sutis com definição exemplificam a essência da beleza feminina exatamente como ela foi concebida para ser. Saindo de seu vestido, ela se move para trás de mim. Eu chupo uma respiração enquanto seus lábios pressionam minhas costas, os dedos traçam a tinta por todo o caminho até o meu ombro.

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— Isso... — ela sussurra — ...as cores são primorosas... — ela move os lábios ao longo da minha tatuagem — ...mas por que um abutre? Respire, respire, respire. Eu continuo a cerrar músculos ficarem rígidos em tocá-la é insuportável. — Anti mas também paciência... — eu

os punhos, sentindo todos os meus resposta. Meu Deus, a necessidade de convencionalismo... destruição... morte, engulo — ...renovação... proteção.

Os dedos dela se arrastam pelo meu braço conforme ela se move para minha frente novamente. Um olhar mais suave segue o toque por cima das minhas variadas penas, flores e um rio de letras pretas e símbolos, todo o caminho até a minha mão. Como é que vou dizer a ela que eu não sei o que metade deles significa? Como vou mostrar a ela o que eu não posso ver? — Eu te amo, Trick. — seus olhos ternos encontram os meus, então caem para seu dedo traçando sobre o grande sânscrito preto no meus abs em torno das minhas costas. — O que isto significa? — Não olhe para trás com raiva, — eu sussurro. As sobrancelhas delicadas dela ficam tensas quando ela move a cabeça em um gesto lento. — Você e eu... — ela pressiona seus lábios contra meu peito — ...nós não somos um jogo. Fingimentos nunca mais. — ela olha para mim. — Fingimentos nunca mais, — eu confirmo. Virando as costas para mim, ela remove sua calcinha, em seguida, joga seu longo cabelo sobre o ombro. Eu beijo seu pescoço e morro um pouco mais quando seu corpo estremece ao meu toque. Desengancho o sutiã, e sussurro em seu ouvido. — Você quer saber o que está fazendo comigo? Ela segura a respiração em seu peito enquanto se vira para mim. — Às vezes... — seus olhos intercalam entre os meus olhos e minha boca. Eu devoro os lábios que eu anseio enquanto a coloco em sua cama. Seus dedos fazem uma reivindicação profundamente em minhas costas, ao mesmo tempo em que suas pernas apertam em torno da minha bunda, me puxando para dentro. Pálpebras pesadas se rendem; ela geme meu nome. Resistindo à vontade de me mover, meu

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queixo relaxa, liberando minha respiração ofegante conforme espero ela olhar para mim de novo. Abrindo os olhos, ela move as mãos sobre meu rosto. — Mas a maior parte do tempo... — ela me beija e eu balanço meus quadris em seu belo corpo — ...eu me pergunto o que eu faria sem você.

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Capítulo Dezessete Trick toca cada parte do meu corpo com a precisão de um profissional pianista tocando dez folhas de Bach: macio, duro, rápido, lento, e uma infinidade de beleza entre eles. — Trick... por favor... oh, por favor... eu-eu estou tão perto... oh... Deus... aí, bem... aí... — eu arqueio minhas costas, montada nele quando nossos corpos sincronizam no ritmo, buscando o auge do prazer sexual. Ele se senta com nada entre nós, além de suor e carne. Nossas bocas absorvem cada gemido gutural e choro, e quando ele goza com um vibrante gemido, eu chego ao clímax em outro mundo. Nunca... e eu quero dizer nunca, nunca, experimentei nada parecido. Em cada olhar, cada toque, cada respiração há amizade, amor e um sentimento maior do que palavras - uma sinergia inexplicável. Nós entramos em colapso sobre os lençóis encharcados de suor que parecem que acabamos de terminar uma maratona. Eu não suo tanto assim quando eu ando de bicicleta. — O que foi isso? — eu digo entre penosas respirações, olhando para o teto. Trick ri com a mão pousada sobre o molhado pelo escuro de seu peito. — Alucinante pra caralho. — Sim... — eu rio — ...isso resume tudo muito bem. Quer dizer, isso não foi normal. Ele rola de lado com a cabeça apoiada no cotovelo. — Sexo sobrehumano? Eu rio. — Sim. Como nos filmes quando dois imortais fazem sexo você sabe que é... transcendental. — Você é a sexy super-heroína, eu sou apenas o imortal. — inclinando, ele suga meu mamilo em sua boca e arrasta os dentes ao longo dele com um sorriso perverso.

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Eu o empurro, deitando ele de costas e rolo em cima dele, mordendo seu salgado pescoço molhado. — Foi tudo você. Eu estava só acompanhando o tempo todo, como sempre faço com você. Ele reúne meu cabelo em um rabo de cavalo e torce numa direção e depois na outra. — Pelo que me lembro eu deixei você ir primeiro, e eu acho que você foi uma segunda também. De nada. Eu rio em seu pescoço. — Você e suas lembranças são uma verdadeira mão-cheia. Ele beija minha cabeça. — Pelo que me lembro, você provou que eu facilmente encho duas mãos. Me sento e bato nele com o meu travesseiro. — O que há com vocês homens e seus paus? Sim, você é extremamente grande e o que você faz com ele é lendário. É isso que o seu ego precisa? Trick agarra meu travesseiro e o abraça contra o peito. — Lendário, hein? Empurrando meu travesseiro para longe dele, eu capoto de volta na cama de costas para ele. — Urgh! Boa noite. Enganchando o braço em volta da minha cintura, ele me puxa para ele, acariciando a parte de trás do meu pescoço com o rosto dele. — Boa noite, gostosa.

***

Nada é melhor que torradas com manteiga, geleia de morango e ovos com a sua alma gêmea no café da manhã. É claro que eu não digo isso para Trick, porque ele não é um fã de coisas sentimentais como OMG, BFF, coisas assim. As únicas coisas que ele despreza mais do que isso são Emojis em mensagens, então é claro que todas as minhas mensagens para ele são preenchidas com eles e algumas são apenas de Emojis. Meu amor por ele pode ser um pouco doentio e distorcido. — Rachel quer que venha para o jantar esta semana, quando os nossos horários permitirem, aliás amanhã à noite, porque essa é a única noite que meu pai ainda não tem planos. Trick para atrás de mim, sem camisa, e segura minha bunda enquanto escova seu queixo ao longo do meu pescoço. ~ 154 ~


— Calma garoto, ou seu ovo frito vai colidir com o meu mexido, — advirto, segurando a espátula. Ele dá um tapa na minha bunda, então pula em cima do balcão. — Eu estou surpreso que seu pai queira me ver novamente. — Vai ser surpresa. — eu sorrio, trazendo a colher da geleia em direção a minha boca. Trick agarra meu pulso e se inclina para lamber a geleia da minha colher. — Você está cruzando a linha, colega. — Linha? — ele pula e carrega nossos pratos à mesa. — Existem linhas entre nós? — Sim, sobre geleias. Regra número um... na minha casa eu lambo a geleia da colher. Ele esfrega o pé descalço dele contra o meu debaixo da mesa. — Bem, se você quer lamber geleia de algo... Eu o encaro, apesar do fato de que eu gostaria de lamber a geleia de morango de qualquer parte do corpo dele. — Rachel quer conhecer você. — Por quê? — ele dá uma mordida na torrada. — Porque ela é intrometida e controladora. — Parece divertido, mas eu acho que vou passar. — O quê? — meus olhos se arregalam. — Você não pode dizer não. Ele termina sua mordida e pressiona um guardanapo à boca. — Sim, eu posso. Eu não preciso da aprovação dela e nem você. Eu murcho, pelo menos por dentro. Meu pai tem poucas qualidades redentoras, mas ele ainda é meu pai. E Rachel... bem ela é tolerável, não muito. Eu não esperava que Trick fosse pular de alegria com a ideia de jantar com eles, mas eu também não esperava que ele fosse pular fora. Nós dois terminamos de comer, o ar vazio de conversa. Agarrando nossos pratos, eu os levo para a cozinha. — Eu preciso de um banho. Eu tenho que ir para o trabalho por turnos. Ele me segue até as escadas. — Você está brava.

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Eu continuo andando. — Não. — Então olhe para mim. Parando na porta do meu banheiro, eu suspiro antes de virar. Ele para a poucos passos de distância, os braços cruzados sobre o peito. — Eu irei. — Não. — eu giro e deixo cair meu roupão no chão, em seguida, ligo a água do chuveiro. — Você não quer ir. — É verdade, mas eu vou por você, se é isso que você quer. Eu entro no chuveiro e reviro os olhos. É claro que é o que eu quero, é por isso que eu pedi, mas agora o seu declínio inicial mudou tudo. Agora eu quero que ele queira ir. Merda! Eu nunca fui assim com qualquer outro cara. Um caso perdido de carência. — Não. Tarde demais. Agora eu não quero que você vá. Vou levar Nana porque ela gosta da minha companhia. Cale a boca, Darby! Com cada palavra eu fico mais patética. Fecho os olhos e deixo que a água lave o ego inchado do peito que está tentando se agarrar a mim. Eu fico imóvel quando os braços de Trick serpenteiam em volta da minha cintura, puxando minhas costas contra seu peito. — Você acabou de me desconvidar para o jantar? Eu sorrio, fechando os olhos por um instante, enquanto solto um suspiro, em seguida, viro em seus braços e olho para ele com um meio sorriso e um aceno de cabeça. Pressionando meus lábios em seu peito, eu abraço sua cintura. — Eu quero que você venha... por mim. Ele inclina meu queixo para cima com o dedo. — Eu sei e é por isso que eu vou estar lá por você. Alguém precisa juntar os pedaços quando eles te decepcionarem. Eu abro minha boca para argumentar, mas Trick me para com seus lábios sensuais. Ainda bem, meu argumento é fraco. Ele tem razão. Vou me decepcionar como eu sempre faço. Quando vou aprender?

***

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Uma tempestade de ansiedade rasga através do meu corpo, deixando cada último nervo desgastado até o final do dia. Desde a pequena discussão que tive com Trick sobre o jantar com meu pai e Rachel, a pressão para que tudo vá tão suave quanto possível pesa sobre mim como um prédio desmoronado. — Grandes planos hoje à noite? — Dr. Repugnante Creighton pergunta quando eu termino de assinar o meu último prontuário. — Jantar com a família. — Parece emocionante, — ele responde com um interesse incomum em meus planos. — Sim, realmente emocionante. — eu escorrego minha caneta no bolso e viro para ir me trocar. — Você tem planos para o fim de semana? Fazendo uma volta lenta, meus olhos se estreitam para ele. — Por quê? Ele desliza as mãos nos bolsos do jaleco. — Eu ouvi que você e Ashby não estão mais juntos, então eu pensei que nós poderíamos jantar ou beber alguma coisa. Eca! Eu sinto aranhas invisíveis rastejando ao longo da minha pele. Cada célula do meu corpo rejeita até mesmo o pensamento de jantar com ele. Eu era jovem e estúpida quando dormi com caras demais durante a minha fase rebelde, mas o Dr. Creighton dormiu com quase todas as mulheres da folha de pagamento do hospital. Ele não é mais tão jovem, agora ele é apenas estúpido. Há uma diferença. Ele é o mesmo copo de café que todos vêm bebendo nos últimos dois anos. Eu tenho que sufocar o ‗nem fudendo‘ e forçar uma versão muito mais educada. — Estou saindo com alguém. — Uau, foi rápido. Sério? O michê do hospital está me julgando? — Não que seja da sua conta, mas Steven e eu não nos vemos a um longo tempo.

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Ele dá um passo mais perto, os olhos me lambem como um cão salivando quando ele abaixa a cabeça. — Bem, se esse novo cara não der certo... você sabe o que dizem sobre mim. Eu inclino minha cabeça para o lado, sobrancelhas bem apertadas e nariz enrugado. — Sim, para uma noite comigo ser épica. Não, para uma noite comigo ser trágica. E as pessoas confiam suas vidas a esse cara. Eu viro e vou embora. — Eu posso viver com a tragédia. — Você é um nojento pedaço de merda! Depois de uma rápida troca de roupas, eu mando uma mensagem para Trick com no mínimo cinco Emojis para que ele saiba que eu estou a caminho de casa e vou buscá-lo em uma hora. Eu sou uma planejadora, então eu procuro tópicos de conversa que sejam aceitáveis durante o jantar hoje à noite, e na hora que eu chego em casa, eu não consegui nada. Trick estará em julgamento hoje à noite, e, embora meu pai não pratique a lei em anos, sua empenhada análise de personalidade ainda está viva e pronta para atacar a qualquer momento. Infelizmente, ele teve muito mais do que um piscar de olhos para se preparar para esta noite. Vasculhar meu guarda roupa leva muito tempo. Eu já estou vinte minutos atrasada para pegar Nana. — Tudo bem, me conta todos os detalhes antes de chegarmos a Trick, — Nana insiste no momento em que ela entra no meu carro. — Os detalhes? — eu rio. — Bem, não toda as coisas que acontecem entre quatro paredes... a menos que você queira me dizer. Você pode se surpreender ao saber que sua Nana foi bastante atrevida um dia. O sorriso genuíno e sincero de amor borbulha do meu peito para minha Nana que é a coisa mais verdadeira que eu já conheci. — Nana, nada que você dissesse iria me surpreender. Você sabe que você é uma estrela do rock aos meus olhos. — E Trick? Eu suspiro. — Ele é... alguma coisa. — Mas não é gay de verdade?

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Eu rio. — Definitivamente não é gay. — um formigamento quente se instala entre as minhas pernas só de pensar sobre todas as maneiras que Trick demonstrou sua heterossexualidade para mim. — Ele tem um passado conturbado, que lhe deu uma aversão à mulheres, então ele e seu amigo destruidor de lares, Grady, vêm fingindo ser parceiros para evitar atenção indesejada. É complicado, estranho, e até mesmo um pouco perturbador. Eu ainda não mergulhei de cabeça nisso. — Ele parece como o problema que você precisa. — Nana descansa a mão na minha perna, dando um aperto de provocação. — Ele é problema, com certeza. Conturbado, sombrio e sexy. Eu não me reconheço quando estou com ele. Ele traz a tona meu lado selvagem... — os olhos de Nana animam junto com seu sorriso largo, — ...e também um lado ciumento. Eu não gosto desse lado. — Ciúmes, hein? Olhando de lado, eu franzo a testa. — Sim, é tóxico como gripe. Eu me sinto uma merda quando eu permito que ele afunde suas garras desagradáveis em mim. É tão diferente com Trick. Não que eu não estive em relacionamentos antes, eu apenas nunca senti as dores do ciúme ou da necessidade. — Necessidade? Oh, querida, você está perdida. Eu nunca sonhei que veria o dia em que minha menina independente iria se sentir carente. — Eu sei! É isso mesmo. Eu quase tive um colapso emocional quando Trick disse que não queria vir para o jantar. E então, quando ele finalmente concordou, eu fiquei de mau humor porque eu queria que ele quisesse ir. O que é isso? Pense em uma bagunça. Eu jurei que nunca seria aquela menina que brinca com jogos de mente e fica magoada pela menor confrontação, mas isso é que eu me tornei. — Isso se chama vulnerabilidade, e nem sempre é uma coisa ruim. Temos de abrir nossos corações para permitir que o amor nos encontre e com isso vem a vulnerabilidade, ciúme e até mesmo a sua temida carência. É tudo uma frente para nos proteger do nosso medo final. — Que é...? — Dor. Eu acho que Trick pode me causar dor? Sim.

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— Eu vou mandar uma mensagem para ele que estamos aqui. — eu olho para o meu telefone quando Nana limpa a garganta. — Eu não acho que é necessário. Eu olho para cima e com certeza... ele está me matando. Quem é esse cara e o que ele fez com o meu Trick? — Seu garoto arrumado parece realmente bem. É isso mesmo. Eu não quero Trick ‗arrumado‘ e parecendo um impostor. Eu quero camisetas apertadas de manga curta com muitas tatuagens em exposição, pulseiras de couro fodásticas, jeans gastos, e botas de motoqueiro pretas. Eu saio do carro enquanto ele se aproxima em seu terno preto e gravata. Puta merda! Ele está vestindo um terno? Minha calça capri, blusinha vermelha e sandália parecem muito casuais em sua presença. — Ei, gostosa. — ele me abraça, me levantando de meus pés. — O que você está fazendo? Ele me desce. — Da última vez que eu fiquei sabendo, estávamos indo jantar com sua família. — Eu estou falando sobre o seu terno. — eu gesticulo com minha mão. — Eu estava mal vestido na última vez que fomos ao jantar do seu pai, então eu achei que eu iria intensificar um nível. Você não aprova? Eu suspiro e o puxo para mim pela lapela do casaco. — Eu só quero que você se sinta confortável em sua própria pele perto da minha família. Ele me beija, suave e lento. — É um terno. Minha pele é a mesma embaixo. — ele se inclina mais perto da minha orelha. — Eu vou te mostrar tudo isso mais tarde. Ah que ótimo, lá se foi minha calcinha seca! Nós dois viramos para o som batendo na janela. Nana sorri, apontando para o relógio. — É melhor irmos.

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Trick abre minha porta e, em seguida, fica no banco de trás. — Olá, meu jovem. Eu posso me sentar atrás se você quiser sentar na frente. — Nana veste seu sorriso encantador, embora não tenha nenhuma intenção de ir para trás. — Olá novamente, Grace. Obrigado pela oferta, mas eu estou bem aqui. — Como queira. Eu engasgo com minha própria risada quando olho para Trick no espelho retrovisor. Ele pôde não ver a graça, mas tudo o que consigo pensar são as numerosas ocasiões em que ele me disse ‗Como queira‘. — Ouvi dizer que você não é gay, afinal. — Nana! — eu aperto o volante e cerro os dentes. Os lábios de Trick se contorcem quando eu olho para trás, completamente horrorizada. — Eu ouvi isso também. — ele é uma geleira maldita lá atrás, enquanto eu estou em autocombustão por causa dos comentários de Nana, um de cada vez. Este vai ser... Um. Longo. Percurso.

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Capítulo Dezoito Conforme Trick abre minha porta, eu espero ver sangue escorrendo de seu pescoço. Nana falou tanto em suas orelhas por todo o caminho até aqui. Além do esclarecimento sobre a orientação sexual, a maioria era sobre como ela e meu avô se encontraram e quão duro ele trabalhou até que ele morreu. Nana marcha em direção à porta da frente, em seguida, se vira. — Não se esqueça de perguntar à Darby sobre o primeiro beijo dela. Pelo amor de Deus, Nana! — Então me diga... — Não. — eu me esquivo. Ele agarra meu braço. — Desembucha. Eu resmungo, nada em particular, enquanto eu me viro com uma cara azeda. — Meu primeiro beijo foi no dia em que me formei no ensino médio. Meu pai e Rachel fizeram uma festa para mim. — eu olho para os meus pés, balançando em meus calcanhares enquanto encosto os dedos dos meus pés juntos. — Nenhuma criança da minha classe veio, apenas os amigos de meu pai e Rachel. Um dos vizinhos... bem, o filho deles estava em casa de férias da faculdade e me beijou na parte de trás do jardim de rosas. Trick gargalha. — Um menino mais velho, hein? Eu arrisco um olhar para ele com um sorriso tímido. — Uma menina mais velha. Seus lábios se contorcem. Estou controle. — Você beijou uma menina?

impressionada

com

— Ela me beijou. — Você gostou? — Cala a boca. Tive uma infância de merda, não que você... Ah. Merda!

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seu


— Trick, eu estou... — Não. — ele me beija, descansando sua testa contra a minha. — Mas você cresceu com nada... — E você cresceu com tudo. — ele me beija novamente. — Estou feliz que foi dessa forma e não o contrário. — Trick... Ele balança a cabeça, provavelmente vendo as lágrimas de pesar nos meus olhos. — Venha. — pegando minha mão, ele me puxa para a porta da frente. Assim que entramos, somos recebidos pelo tom enjoativo da voz de Rachel, porque sério... Deus não era cruel o suficiente para realmente dar a alguém aquela voz natural. — Nós estamos aqui. Trick começa a me puxar em direção à voz como se ele vivesse aqui, não eu. Eu amo tudo nele, até mesmo as coisas que me enlouquecem. Ele tem uma aparência de badboy sexy com um comportamento reservado, mas ele é confiante e dominante pra caramba quando ele quer ser. — Oi... — eu dou um puxão em sua mão e envolvo meus braços ao redor dele antes de chegar à sala de estar formal — ...obrigada por isso. Ele se inclina em direção meu pescoço e eu inclino minha cabeça, pedindo à boca dele que reclame minha pele. — Você pode me agradecer de uma forma mais adequada mais tarde. — ele suga e morde a minha carne sensível. — Ah-hã... Eu começo a me mover, mas Trick leva o seu tempo, nem mesmo pestanejando, antes de ele me dar uma última mordiscada. — Boa noite, Rachel. Trick levanta a boca do meu pescoço com as costas ainda para Rachel. Ele molha os lábios, em seguida, os esfrega juntos; eu juro que ele me fode com os olhos e um sorriso que diz: eu não dou a mínima para quem acabou de entrar, se eu quero você, eu vou tomá-la. Deus, eu nunca quis tanto ser dobrada nesse corrimão de madeira na minha vida. Desejo costumava ser uma reflexão tardia, um luxo. Agora é uma erupção cutânea que eu não consigo parar de coçar. ~ 163 ~


— Trick, esta é Rachel Hart, a... esposa do meu pai. — eu finjo um sorriso. Trick vira e oferece sua mão. — Prazer em te conhecer. Rachel parece estar prestes a morrer, a cor dela foi drenada de seu rosto e seu peito sobe e desce com respiração rápida e superficial. É o efeito Trick. Os olhos dela se arregalam e disparam entre o rosto e a mão dele. Trick olha para mim com sua mão ainda levantada e me dá um olhar com a sobrancelha arqueada. Eu rolo meus olhos e abano a cabeça, porque eu não sei qual é o problema dela. Ela tem uma personalidade peculiar. — Rachel? — eu digo em duas sílabas lentas. Ela engole, em seguida, limpa a garganta. — Uh... sim, desculpe. É um prazer conhecer você também. — aceitando a mão com hesitação, ela olha para ele como se estivesse esperando ele dizer mais alguma coisa. Trick solta sua mão e olha para mim com um sutil olhar de soslaio que mostra persistente confusão em seus olhos. — Bem, vamos? — Rachel sinaliza com um aceno de cabeça para a sala de estar. Nem mesmo sua testa com Botox esconde sua tensão quando ela força um sorriso de boca fechada enquanto pisca como se tivesse acabado de colocar lentes de contato. — Aí está minha menina. — meu pai estende seus braços. Eu solto a mão de Trick e abraço meu pai. Nana pisca para mim com um sorriso malicioso que rouba seus lábios. — Pai. — eu dou um passo para trás, agarrando a mão de Trick novamente. — Você se lembra do Trick. Meu pai balança a cabeça uma vez, seu rosto se torna azedo. — Sim, eu me lembro. Que gentil da sua parte saciar a curiosidade de minha esposa por se juntar a nós para o jantar. — Estou satisfazendo sua filha, e não sua esposa. — Talvez por agora. Vamos comer. — meu pai reestabelece seu sorriso de político enquanto todos carregam a tensão, fazendo nosso caminho para a sala de jantar.

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Eu reconheço aquele olhar nos olhos do meu pai. É a sua maneira de dizer: ‗Vejo você no tribunal‘. Hoje à noite a sala de jantar vai servir como sala do tribunal e Trick será julgado durante o jantar. Trick puxa a cadeira, mas eu não acho que suas falsas maneiras cavalheirescas vão ganhar pontos com o meu pai. Ele se senta ao meu lado e se inclina para minha orelha enquanto eu tomo um gole de água. — A única coisa que vai me fazer passar por esta noite é saber que quando acabar eu vou transar com você até cansar. Eu engasgo, procurando com desespero a minha próxima respiração. Um sorriso irônico desliza no rosto de Trick enquanto ele acaricia minhas costas. — Você está bem? — Nana e meu pai disparam ao mesmo tempo, enquanto Rachel fecha a cara para mim, como se asfixia na mesa de jantar fosse apenas mais um exemplo da minha falta de educação. Pressionando a minha mão no meu peito, eu aceno. — B-bem. — Então, Trick, você nasceu em Chicago? — meu pai não perde tempo. — Querido, nós acabamos de sentar. Você precisa começar com o interrogatório? — Rachel toma seu vinho, evitando contato visual com todos. Nana me olha como se eu tivesse a resposta para o comportamento atípico de Rachel. Eu esperava que meu pai e Rachel fizessem a equipe de interrogatório. — Perguntar a ele de onde ele é não é um interrogatório. Você se sente interrogado, Trick? — meu pai adora colocar as pessoas na berlinda e então desafiá-las a admitir que sentem o calor. — Eu sou de Queens. Olho para Trick. Isto é novidade para mim. Evidentemente, eu nunca perguntei de onde ele era. De alguma forma, eu fiz a suposição de que ele cresceu sem-teto nas ruas de Chicago. Ele olha para todos, exceto para mim, como se medir a reação deles fosse mais relevante do que o choque nos olhos arregalados no meu rosto. — Entendo. Os seus pais ainda moram lá? — Eles estão mortos. — Trick dá uma mordida em sua salada.

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— Irmãos? — meu pai não tem sequer a decência de oferecer suas condolências antes de passar para a próxima pergunta. — Não. — O que te trouxe para Chicago? — ele apenas continua disparando a distância. — Cal, você pode deixar o menino apreciar o seu jantar dele? — Rachel surge para salvar o dia, mas nem fudendo eu sei o porque. — Oferta de emprego. — Trick ignora todo mundo, menos meu pai e um olhar ocasional para Rachel. — E o que é que você faz? — Eu sou um artista de maquiagem. Meu pai ri e dá sua primeira garfada na comida, como se ele fizesse o seu caso e estivesse pronto para julgar o testemunho da base. — Eu comecei a fazer desenhos e vendê-los na rua e nos festivais de arte locais. Comida deve estar pendurada para fora da minha boca. Eu não posso acreditar que Trick está voluntariamente distribuindo informações que ele nunca compartilhou comigo. Informações que eu tenho tido muito medo de perguntar. Qual é a intenção dele? — Se vocês me dão licença, eu preciso verificar algo com Susie na cozinha. — Rachel sai da mesa. — Darby, o que há de novo no trabalho? — Nana rompe o silêncio. Eu sorrio para ela, então olho para Trick que parece estar em uma profunda reflexão com os olhos fixos em sua comida conforme mastiga cada mordida com lenta concentração. Ele parece a um milhão de quilômetros de distância.

***

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Rachel não retorna mais para a mesa e ninguém vai ver como ela está. O que isso diz sobre ela? O que isso diz sobre nós? Meu pai tem uma chamada ‗importante‘ antes de a sobremesa ser servida e não retorna mais. Nana e eu acabamos tendo uma conversa sobre o diagnóstico de diabetes recente de sua amiga. Trick não diz nada, apenas um aceno ou dois sempre que tentamos envolvê-lo em nossa conversa. Saímos sem um único adeus de Rachel ou de meu pai. Geralmente sou eu que sou evitada pela minha falta de educação, mas agora eu estou tão envergonhada pela forma como eles nos largaram como se não valêssemos o tempo deles. Nana balança a cabeça olhando pela janela a caminho de casa enquanto Trick olha pela janela traseira. Eu me sinto como um motorista de táxi, e, por fim, eu ligo o rádio para abafar o silêncio monótono. — Nana, — eu sussurro, dando a ela um pequeno empurrão, mas mesmo assim ela se assusta. — Oh, querida! Eu cochilei? — Sim, eu acredito que sim. — eu rio. Trick sai e abre a porta. — Obrigada. Você é um cavalheiro. Ele não é. — Eu vou te levar até a porta. Ela dá um tapinha no peito dele. — Não precisa. Eu consigo, mas obrigada. Noite, querida. — ela acena para mim conforme se dirige até a entrada da casa. — Boa noite, Nana. Trick senta no banco do passageiro e fecha a porta. — Eu tenho que acordar cedo amanhã. — ele me dá um fraco sorriso. É mais do que uma contração labial e menos do que um sorriso pleno, então eu sei que é forçado. — Eu também, mas eu ainda deixaria você me foder até cansar. Ele move a mão atrás da minha cabeça e desvia os olhos antes de encontrar meu olhar novamente. — Talvez amanhã.

~ 167 ~


— O que aconteceu? — Nada. Eu só tenho que acordar cedo. Eu vou fazer um trabalho local para uma sessão de fotos. — ele olha para frente. Meus ombros caem. — Ok. Amanhã, talvez. — eu me afasto do meio-fio. — Por que você não me disse que era de Nova York? — Não me passou pela cabeça, eu acho. — E os desenhos... você vendeu sua arte? — Ahã. É um pouco chocante que ele nunca tenha me mostrado os desenhos dele e a única menção que ele fez sobre eles desde a primeira noite na casa dele é para o meu pai e para Rachel, por quem não me importo nem um pouco. Eu nem sei onde está tudo. Ele mudou todos, completamente para fora de vista. — Você deve ter intimidado Rachel... o que é difícil de fazer. — Por que você diz isso? — ele pergunta, olhando para os lados. — Ela insiste em saber tudo sobre todos, e não só ela não te perguntou, bem... qualquer coisa, como tentou impedir meu pai de sondar. Foi... — eu balanço minha cabeça, — ...estranho. Não é que eu não me sentia um pouco intimidada por Trick quando nos conhecemos, mas Rachel Hart é cruel; recuar não é o estilo dela. — Sim, isso é estranho. Quando eu entro na rua de Trick, ele desata o cinto de segurança. — Dirija com cuidado. — ele desliza seus dedos na minha bochecha, em seguida, começa a sair. Mas que coisa? — Você está falando sério? — eu não consigo esconder a mágoa na minha voz. Ele se abaixa, olhando para além de mim. — Dirija com cuidado? Só isso? Que diabos aconteceu desde me foder até cansar? Eu fiz algo errado? É sobre minha família, porque eueu não entendo?

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Ele suspira, fechando os olhos por um breve momento. — Eu estou apenas... aéreo esta noite. Eu vou... — ele faz uma pausa com outro suspiro, — ...eu vou estar bem amanhã. Eu quero sair e abraçá-lo em algum tipo de submissão, mas eu sinto este muro entre nós agora. E tanto quanto eu o amo, eu realmente não o conheço bem o suficiente ainda para prever como ele pode reagir a ser empurrado para se abrir para mim. A parte de Trick que eu não entendo parece sombria e isso me assusta mais do que eu jamais poderia admitir a ele. Pressionando meus lábios, eu aceno e ele fecha a porta. Enquanto eu me afasto, eu me olho no espelho retrovisor e o vejo passar as mãos pelos cabelos.

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CapĂ­tulo Dezenove Eu acho que eu transei com Rachel Hart... ou talvez ela tenha transado comigo. Eu nĂŁo sei porque eu nĂŁo me lembro, mas ela lembra... ela me conhece... ela lembra.

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Capítulo Vinte O sono me evita. Eu selecionei o número de Trick no meu telefone pelo menos uma meia dúzia de vezes, mas o meu dedo não vai pressionar Ligar. Depois de horas de inquietação e ansiedade reprimida, eu ignoro o relógio mostrando 03h30 e me enfio em meu shorts e sutiã esportivos. Uma hora mais tarde, eu estou encharcada de suor, e minhas pernas estão parecendo geleia. A única coisa mais exausta do que minhas pernas é a minha mente. Eu repassei a noite muitas vezes na minha cabeça tentando descobrir o que deu errado. Por que Trick se sentia aéreo e o que isso quer dizer? É como se ele tivesse algo a ver com Rachel, mas o que realmente não faz sentido também. Ele a olhou com um olhar tenso de confusão, mesmo quando ela não estava olhando para ele. Talvez ele estivesse chateado que ela foi tão insistente em jantar, em seguida, completamente evitado todos os tópicos de conversa que o envolvia. Argh! Eu queria poder descobrir. Em vez disso, eu tomei banho e estou pronta para o trabalho duas horas mais cedo. A fome não chegou, e exaustão está à espreita, mas não o suficiente para ultrapassar o meu fluxo incessante de pensamentos. Uma rápida mensagem de texto pode aliviar a minha mente. Ele vai ver quando ele acordar e talvez me responder para que eu possa me concentrar no trabalho hoje sem obsessão sobre a noite passada. Eu: Desculpe sobre o jantar. Você estava certo, não deveria ter ido. Não consegui dormir bem sem você... sinto sua falta. Espero que seu dia não seja tão ‘aéreo’. Depois que enviei, enfiei goela a baixo meu último Lanterna Verde e fui para o trabalho mais cedo. É triste que eu espere alguma emergência vir que exija um conjunto extra de mãos. Eu preciso ocupar minha mente até que eu possa ver Trick novamente.

*** ~ 171 ~


O dia extraordinariamente lento no PS se arrasta, mas eu estou de saída agora e indo direto para Trick. Ele não me mandou uma mensagem de volta, o que é surpreendente, uma vez que fui boa o suficiente ao enviar uma mensagem sem Emoji. As luzes estão apagadas no Rogue Seduction, então eu estaciono e vou para a casa dele. Quando eu chego ao andar superior e abro o portão, eu sou recebida por ele em apenas em shorts fazendo uma ridícula posição de yoga que traz tons de carmesim a minha pele. Só o seu nome me excita; todo o resto é um bônus erótico. — Oi. — eu sorrio quando ele se levanta. — Oi. — ele limpa o rosto com uma toalha. — Eu não sabia que você estava vindo. Eu paro meus passos de se aproximar, que têm a intenção de colocar meu corpo em seus braços, o lugar que eu estou tão desesperada para estar agora. — Hm... bem, me desculpe. Acho que eu deveria ter ligado. Ele engole um copo de água, limpando os lábios com as costas da mão. — Então, como vai? Eu não sou a maior especialista em relacionamentos, pelo menos aqueles que significam alguma coisa, mas o nó grosso e apertado no meu estômago me dá a sensação desagradável de que ele está tentando me ignorar. Puta merda, ele está me dando um pé na bunda? Trick não está dizendo as palavras, mas suas ações falam por si. Ele não me deu um beijo de boa noite; ele não retorna minha mensagem; ele não está me acolhendo com qualquer tipo de afeto... ele não está me fazendo sentir bem-vinda. Empurrando as palavras através do nó na minha garganta, eu solto um sorriso fraco. — Nada de mais. Eu pensei que nós poderíamos jantar ou algo assim... — Eu já comi. — ele coloca o copo na mesa e olha para mim como se eu fosse o equivalente a um vizinho vindo para pedir uma xícara de açúcar... e ele não tem nenhum. Uma confusão embaraçosa de emoções ameaça ultrapassar a compostura. — Ok, bem... — eu dou um passo para trás em direção ao elevador, — ...acho que vejo você por aí. Ele olha para mim... não há palavras, mas seu silêncio diz tudo.

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Eu fecho a porta e viro a chave. Com apenas um suspiro, meu coração transborda de dor sufocante empurrando uma enxurrada de emoções para a superfície. Colocando a mão sobre minha boca, eu prendo a respiração, minhas lágrimas, e os meus soluços dentro até que uma golfada de ar me bate quando eu escapo de seu prédio. A porta fecha e eu me inclino contra a lateral do edifício de tijolo e caio aos pedaços. Eu sei que a raiva vai bater em algum momento, e vou dizer as palavras para ele que vão me dar de volta um pouco de dignidade e ajudar a reconstruir a minha confiança; mas agora... eu só preciso chorar. Não ser capaz de fazer sentido apenas intensifica a dor. Foi o meu pai? Rachel? A riqueza que me rodeia? Enxugando as lágrimas, eu empurro o lado do edifício e ajusto meu cachecol para que ele cubra a maior parte do meu rosto manchado de lágrimas quando dou passos vacilantes em direção ao meu carro. — Darby. — a voz de Trick em minhas costas torce a faca um pouco mais profundo. Eu paro, mas eu não posso virar e olhar para ele. — Vem. Fechando os olhos, algumas lágrimas mais dolorosas caem pelo meu rosto enquanto eu balanço a minha cabeça. Abrindo eles, eu tomo uma respiração de coragem e continuo a caminhar para o meu carro. — Darby! Minhas pernas se movem mais rápido até que eu estou correndo. A cada passo batendo, eu guio meu coração para a segurança. Braços fortes me agarram por trás, e quando ele me abraça, eu quebro completamente. Meu cérebro grita para ele me deixar ir, mas as minhas palavras são enterradas sob muitas emoções. Quando o amor e raiva colidem, chove uma enxurrada de dor de cabeça. Eu odeio me sentir vulnerável; dói pra caralho. — Sinto muito. Eu estou tão arrependido, só volte. — Eu-eu não entendo... Trick me vira; o rosto estoico que eu estou acostumada a ver foi substituído por sobrancelhas escuras reunidas em uma expressão de dor. — Eu estou confuso e eu deveria... — ele aperta os olhos.

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Cerrando os dedos em sua camisa, eu o empurro. — O quê? Você deve o quê? Me deixar? — fúria está presente em cada palavra, cada respiração. Ele abre os olhos, arrependido. Deus, sua expressão é tão tensa. — Se você tentar vir com essa conversa de ‗não é você, sou eu‘ ou ‗eu deveria te deixar ir‘, eu juro que eu nunca vou te perdoar. — eu solto um soluço. — Então, tome a porra de uma decisão... — eu balanço minha cabeça, emoções surgindo fora de controle, —...porque você está me matando. Trick agarra a minha cabeça, e segurando pelo meu cabelo ele me beija tão forte que parece como se ele estivesse tomando o meu último suspiro. Minha língua briga com a dele pelo controle quando o desejo se transforma em uma necessidade insaciável que já não pode ser ignorada. Conforme ele começa a baixar os braços, eu pego o seu rosto, segurando sua boca na minha. Parar ou até mesmo abrandar parece impossível. Agarrando minha bunda com um aperto de deixar marcas, ele me levanta e eu aperto minhas pernas em volta dele enquanto ele se move em direção ao beco. Ele empurra minhas costas contra a parede de tijolos alguns passos de sua porta e arranca meu cachecol. A fricção de seu rosto áspero queima minha pele sensível quando ele suga e arrasta os dentes sobre minha carne. — Trick... — eu pressiono meus quadris contra ele, sentindo a cabeça de sua ereção através de seus shorts. Minha mente me alerta para: e se alguém olhar para o beco? Mas isso é tudo. — Transa comigo, Trick... Suas mãos se movem sob a minha blusa, e com a impaciência que estou ansiando, ele empurra para baixo o meu sutiã e segura meus seios tão forte que eu grito de dor. Deslizando uma mão ao redor, ele espalma minha bunda e tropeça nos últimos passos até a porta. Ele digita o código enquanto eu chego entre nós, deslizando minha mão em seu calção. — Porra! — ele abre a porta, cambaleando para dentro até que minhas costas atinjam o portão de metal do elevador. O meu domínio sobre seu pau enrijece e ele também, conforme eu o acaricio, deslizando meu polegar sobre a ponta molhada. Puxando minha mão, ele me coloca em pé. Antes que ele possa abrir o portão, eu me inclino e tiro o calção e cueca dele.

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— Darby... Eu o coloco na minha boca e sugo até que ele cai para frente com um tinir do portão, encostando a testa contra ele e agarrando com as mãos. — Merda! Pa-para... — suas palavras saem desesperadas e separadas conforme ele cerra os dentes, sugando uma respiração sibilante. Liberando ele, eu beijo o meu caminho até seu torso, empurrando sua camisa até que ele agarra ela com uma mão e tira. Pressionando meus lábios nos músculos do peitoral duro dele, eu o mordo, saboreando o gosto salgado de seu suor. Ele rosna e agarra meu rosto, prendendo nossas bocas juntas. Eu cavo o pouco de unhas que eu tenho em sua bunda dura com uma mão e o acaricio com a outra. Um minuto eu estou com a minha camisa e no próximo ele está a rasgando aberta; o tilintar dos botões quicando pelo chão quase inaudível sobre nossos gemidos. Meus seios formigam, pesados em suas mãos quando ele os amassa com um aperto firme, áspero, circulando os polegares sobre os meus mamilos. — Trick -— minha cabeça cai para trás contra o portão, apertando a mandíbula. Ele tortura meu pescoço todo o caminho até minha clavícula beliscando beijos; às vezes chupando tão forte que eu juro que ele está me marcando. Quando sua boca encontra meus seios, eu pego dois punhos cheios de seu cabelo e o mantenho para mim enquanto arqueia as costas. Pressionando uma mão na parte inferior das minhas costas, ele desliza a outra na frente das minhas calças. — Oh... Deus... — meu queixo cai ao meu peito, ele olha para mim com a boca cobrindo meu mamilo, sugando e provocando enquanto desliza dois dedos em mim, pressionando a palma da mão contra o meu clitóris. — Você está tão molhada. — ele solta meu mamilo e geme, mantendo meu olhar. Trick me hipnotiza com seus olhos. Eu seguro o sexy rosto dele, passando o meu polegar sobre seus lábios enquanto minha respiração fica mais rápida. Sua língua se lança para fora e eu deslizo meu polegar na sua boca. Fechando os olhos, ele suga meu dedo, igualando o ritmo lento de seus dedos dentro de mim.

~ 175 ~


— A-agora... preciso agora, — eu imploro com uma voz fraca e ofegante. Eu choramingo pela perda de seu toque, mas depois ele tira minhas botas e remove minha legging e calcinha encharcada. Ele molha os lábios e agarra meus quadris. Eu sei onde ele está indo, mas no instante em que seu toque viola minhas dobras, eu sei que eu vou explodir, e eu preciso que isso dure. — Não! Ele olha para mim com uma ligeira confusão. Meu coração ainda dói, e eu quero que ele tire esse sentimento de dentro de mim. Eu preciso senti-lo rastejar debaixo da minha pele e me possuir... reivindicar... — Apenas me foda... eu preciso de você me fodendo até que a única coisa que eu sinta seja o quão forte você está me fodendo. Em um instante, uma tempestade aparece em seus olhos e tudo fica escuro. Eu vejo a cor de seu passado e sinto a intensidade que irradiava de seu corpo conforme ele fica em pé. Eu olho para cima e eu. Apenas. Necessito. — Como queira. — nenhum sorriso, nem mesmo uma contração muscular. Agarrando meus quadris, ele me vira em direção ao portão. Meu coração bate contra minhas costelas, minha respiração é o único som cortando o silêncio assustador. Eu engulo qualquer medo que tenta fazer o seu caminho até a minha garganta conforme Trick desliza as mãos pelos meus braços, deixando um formigamento em seu rastro. Com um aperto firme, ele toma minhas mãos e as coloca na estrutura do metal. — Segure firme, — ele rosna no meu ouvido. Forçando sua perna entre as minhas, ele me estende bem, aperta meus quadris até que eu chupo uma respiração entre os dentes, e, em seguida, ele entra em mim. Meu choro convulsivo não o detém. Ele puxa de volta e faz isso várias vezes. Meus joelhos ameaçam fraquejar quando a intensidade se constrói. Trick agarra meu cabelo e puxa minha cabeça para trás com um puxão lento, mas muito firme. — Fique de pé, — ele exige através de respirações forçadas.

~ 176 ~


Meus dedos dormentes enrolam no metal implacável do portão que está escorregando do meu aperto suado. — Trick! — eu grito seu nome conforme os dedos pressionam meu clitóris. — Eu estou... eu-eu estou... perto... E então... ele se afasta. — Não! — o orgasmo que estava sentado no limite esperando para ser liberado borra minha visão. Chicoteando meu desorientado corpo ao redor, ele assalta os meus seios e pescoço com os lábios, dentes e língua. Missão cumprida, o meu coração não sente nada, além do seu próprio ritmo galopante. Agora eu preciso de liberação, então eu movo minha mão entre minhas pernas e meus olhos bêbados começam a rolar de volta na minha cabeça. — De jeito nenhum. — Trick agarra meu pulso e move minhas mãos em volta do pescoço dele. — T-Trick... Ele me levanta e me deita em cima dele. Eu deixo cair a minha cabeça em seu ombro, mas ele não se move, mesmo quando eu tento balançar minha pélvis contra ele, nossos peitos fluindo e refluindo juntos. A fração de segundo de trégua termina e eu também. Minhas costas atinge o portão e o metal arranha minha pele enquanto ele não mostra misericórdia me fodendo não até cansar, mas até quase me matar. Mesmo depois de meu orgasmo me rasgar e sua libertação quente me invadir, ele continua a moer em mim como se ele estivesse se certificando de que tenha absolutamente nada para sentir, conforme cada impulso é um ponto de exclamação no final da mais profunda sentença. Quando os nossos corpos vêm para descansar, ele lambe um caminho lento até meu pescoço e sussurra coberto de suor no meu ouvido, — Forte o suficiente para você? Tentando achar minha respiração que está longe demais das minhas vistas, eu aceno. Envolvida em torno de seu corpo, tomamos o elevador e ele me coloca em sua cama. Em algum lugar entre o primeiro beijo punitivo e meu incrível orgasmo arduamente ganho, a dor evaporou e agora eu estou... melhor.

~ 177 ~


***

Confusão? Dor? Arrependimento? Eu me pergunto o que está acontecendo na mente de Trick quando ele senta na borda da cama, de costas para mim, a cabeça curvada. Me sento e pressiono um beijo suave em seu ombro enquanto envolvo meus braços em torno dele. — Quando eu tinha vinte anos eu fui atropelado por um carro. O meu aperto sobre ele fica mais forte. Eu descanso minha bochecha contra suas costas, esperando ansiosa pela sua próxima palavra. — O trauma na minha cabeça envolvia alguma perda de memória. Eles disseram que poderia ser permanente ou temporário... parecia permanente. Segurando minha respiração, eu permaneci paralisada por suas palavras. — Quando eu penso sobre o meu passado é... é como se eu não conseguisse me lembrar e eu não conseguisse esquecer. Às vezes eu fico tão perdido que não posso encontrar minha própria realidade. Traçando meu dedo ao longo do sânscrito que envolve suas costas, eu pisco através das lágrimas... empatia crua que sinto por ele. Não olhe para trás com raiva. — Qual a última coisa que você lembra? Ele deixa escapar um pequeno suspiro e uma risada. — Desenhando meu pai tocando sua gaita na estação de metrô. Ele fez vinte e um dólares e cinquenta e dois centavos naquela noite. Eu vendi o esboço para um viajante por trinta. Eu paro o meu movimento. — Mas você me contou sobre o dia em que seus pais desapareceram. — eu não consigo me convencer que eles estão mortos. — Isso tem que ser depois de você ter esboçado seu pai. — Eu fui presenteado com pedaços do meu passado perdido com pessoas que me conheciam. Um pastor de uma igreja da cidade era uma dessas pessoas. Ele me visitou no hospital todos os dias após o acidente. Quando eu estava pronto para enfrentar a realidade da minha perda de memória, ele me contou sobre as semanas que passei procurando pelos meus pais. — Trick se vira e olha para mim, mas

~ 178 ~


apenas por um momento, antes que ele vire seus olhos para baixo. — Então, às vezes eu pego essas peças e preencho as lacunas para me dar uma história... um passado. Claro que eu não consigo entender o que ele realmente passou, mas de uma maneira pequena eu entendo o que é gostar de tomar pedaços de algo e dar-lhe uma vida de novo. Eu faço isso todos os dias. — Foi isso que aconteceu na noite passada? Você estava dando a si mesmo um passado para o meu pai e Rachel... para mim? Seus olhos encontram os meus novamente, e lá estão eles: milhões de emoções não ditas. — Tipo isso. — Eu ainda não entendo por que você tentou me calar. Com um leve aceno de cabeça, ele suspira. — Foi demais. Ontem à noite eu queria muito me lembrar; eu precisava me lembrar, mas eu não podia. Cinco anos de minha vida, perdidos, apagados. E se eu me lembrar? E se eu não era uma pessoa agradável? E se eu fiz coisas ruins? — ele repousa a palma da mão contra a minha bochecha. — Você ainda vai escolher me amar? Colocando minha mão sobre a dele, eu fecho meus olhos. Um mundo onde eu não estou amando Trick parece inimaginável e cruel. Mas desde que ele se esgueirou para a minha vida e afirmou minhas emoções, eu não tenho nenhuma ideia de como eu reagiria. Ele é bom em guardar segredos, ele é dono de uma arma, e uma hora atrás, eu achava que ele estava me dando um pé na bunda. Prever a minha reação à porrada do desconhecido que aconteceu em cinco anos perdidos de vida de um viciado em drogas é astronomicamente impossível. Abrindo os olhos, tudo o que posso fazer é dizer o que meu coração quer dividir com o dele. — Se você se lembrar de quem você era, você ainda optaria por me amar? Ele responde com um beijo lento. Pode ser um sim ou pode ser um não... ou pode ser apenas que no amor e na vida certeza nunca é mais do que um fôlego.

~ 179 ~


Capítulo Vinte e Um O alarme do meu telefone grita para mim, um lembrete indesejado que a sessão vampiro está aqui: eu irei trabalhar no escuro e voltar para casa no escuro. Deixar um Trick nu na cama para trás não é uma tarefa fácil. É claro que eu amo meu trabalho e o sentimento de valor que recebo por ajudar os outros, mas agora eu quero me ajudar por um Trick nu. Me deliciando com a benção física dele dentro de mim, possuindo cada átomo do meu ser. — Merda, — eu sussurro para mim mesma na percepção de que as minhas roupas estão lá embaixo espalhadas ao longo da entrada. Após pisar nas pontas dos pés, eu me encolho quando o portão chocalha, mas Trick não se mexe. O elevador range em parada barulhenta. Eu franzo a testa para os botões espalhados pelo chão conforme eu reúno minhas coisas. — Porra! Darby! Eu estremeço com um aperto que deixa os nós dos meus dedos brancos na trouxa de roupas. É possível que ele pense que eu saí... sozinha de novo no escuro. Enquanto o elevador sobe, eu vejo botas de couro pretas primeiro, em seguida, jeans, um peito descoberto, mandíbula apertada e, finalmente, vapor fervendo de suas narinas. Abrindo a porta com cautela, eu pressiono meus lábios com uma careta enquanto meu estômago embrulha. Com um passo hesitante em direção a ele, eu engulo os meus nervos e fico nas pontas dos pés, escovando meus lábios contra os dele antes de depositar um pequeno beijo. — Eu estava apenas recolhendo a minha roupa. Puxando e soltando um suspiro, seu olhar estala para cima, conforme a cabeça dele vira em um minuto. — Você deveria ter me acordado. Passando por ele, uma risada sarcástica me escapa. — Para descer no elevador comigo? — eu puxo minha legg, em seguida, roubo uma camisa de sua cômoda.

~ 180 ~


Trick vira. — Você ia me acordar antes de sair? — Sim. Talvez. — Eu vou programar o código da porta da garagem em seu carro e de agora em diante você vai estacionar aqui dentro. Depois de amarrar meu cabelo para trás, eu enfio os restos da minha camisa em minha bolsa. — Sr. Roth, o senhor está me dando acesso irrestrito a sua casa? — minha sobrancelha levanta. Trick puxa uma camiseta sobre sua cabeça. — Eu estou te dando acesso irrestrito a mim. E eu estou te mantendo segura. — Você acha que é meu protetor? — eu pergunto, enquanto empurro meus pés em minhas botas. — Venha, — ele me chama, em direção ao elevador, me deixando... como sempre... correndo atrás dele.

***

Trick é uma extrema montanha russa emocional. Estive em cima, embaixo e chicoteada em todas as direções, me sentindo assustada, nervosa, doente e um lote inteiro de frio na barriga, a adrenalina aumentando o desejo por mais. — Oh meu Deus! Que diabos aconteceu com você? — a voz estridente de Jade me assusta quando estou colocando meu uniforme. — Do que você está falando? — eu inclino minha cabeça para o lado. — Suas costas. — ela olha para mim com olhos arregalados. Vou até o espelho e puxo a minha camisa, olhando por cima do meu ombro. Merda! Eu deslizo minha camisa sobre meus vergões vermelhos. Ironicamente, eles não doem muito. É difícil dizer, porque eu tenho uma dor geral na maior parte dos meus músculos, alguns

~ 181 ~


chupões no meu peito, bem como algumas marcas de mordida. Isso é o que eu ganho por pedir para ser fodida fortemente. O ‗eu caí‘ ou ‗eu fui assaltada‘ não funcionará com Jade. Ela é muito inteligente. — Eu fui pressionada contra um velho portão de elevador. — Me sento no banco e amarro meus sapatos. — Você estava sendo assaltada? Eu estava errada. — Não... eu não diria isso. — olhando para cima, eu me encolho, sentindo um rubor rastejar através de minhas bochechas. Sua mandíbula mergulha no chão. — Sexo? São marcas de sexo? Meu ego é apunhalado pela incredulidade na voz de Jade. — Seria tão difícil de acreditar? — eu sou um fracasso em manter uma cara séria. Jade ri quando eu aperto meus lábios para conter meu próprio sorriso de gato que comeu o rato. — Sim, seria difícil de acreditar, mas você é muito honesta para mentir, então... Eu puxo o meu jaleco e ajusto meu crachá. — E daí? — Então, quem é o cara e onde eu posso conseguir um para mim? — É o esquilo. Jade termina de se vestir. — Um esquilo, hein? — Não, não um esquilo, eu disse o esquilo. Ela congela, no meio do laço de sua calça. — Eu sabia! Eu conseguia sentir a tensão sexual na sala naquele dia. Oh meu, ele deve ser uma máquina de verdade. Ele é? Ele gosta de sexo bruto? Oh Deus... eu aposto que ele gosta. Ele te amarra? Algema? Me deixe ver seus pulsos. — Eu não vou falar sobre isso, Jade. — eu balanço minha cabeça e saio pela porta. Sim, ele é uma máquina.

~ 182 ~


O tom afiado da voz dele, uma proverbial faca na minha garganta, Trick não precisa usar algemas... ele me paralisa com um olhar, me imobiliza com palavras e me controla com seu corpo.

***

O dia começa em alta, mas quando as leis da gravidade dão o ar da graça, não tenho para onde ir, senão para baixo. Ao meio-dia, recebo uma mensagem de texto de Trick. Trick: Pegando um voo para Los Angeles em 2 horas. Te ligo mais tarde. Eu começo a desanimar lentamente pelo resto da tarde. Conforme ando para o meu carro, eu recebo outra mensagem. Rachel: Nós precisamos conversar. O MAIS CEDO POSSÍVEL! Adorável. Eu: Indo para casa. Eu te ligo mais tarde. Rachel não responde. Ela está acostumada a trabalhar com uma equipe de cães a sua volta, rabos abanando, apenas esperando ela dar um comando. Eu não sou tão obediente. Já posso vê-la apertando os olhos para seu telefone, perguntando onde meu pai errou comigo. Eu espio um Cadillac Escalade preto na minha rua em frente de casa quando estava entrando. Parece que Rachel está pronta na cidade. Me perseguindo. Minha campainha da porta da frente toca no exato momento em que eu ando para a minha porta traseira. Eu deveria me apressar para deixá-la entrar; está começando a chover lá fora. Em vez disso, eu troco as minhas roupas por de ginástica, enquanto a porta continua a zumbir em intervalos irritantes. — Rachel. — eu cumprimento com um sorriso inocente como se eu tivesse acabado de ouvir o barulho da porta. — Darby. — ela passa por mim sem um convite para entrar. — Nós precisamos conversar. — Como você disse em sua mensagem. — eu fecho a porta e a sigo para a sala de estar. ~ 183 ~


Rachel se sente em casa sentada no sofá de dois lugares, pernas em cima do sofá cruzadas nos tornozelos e mãos cruzadas sobre o colo. — Eu... bem, Cal e eu não queremos que você veja Trick novamente. Droga! Ela tem culhões em baixo daquela saia lápis preta dela. Meus cílios vibram um pouco quando sorrio. Eu estou ganhando tempo para o meu cérebro formular uma resposta pensada que não envolva as palavras vai se foder. — Uau, isso é um poderoso grande pedido. — eu chego perto do sofá, descansando minhas mãos nas costas dele à sua frente, dedos cavando no tecido mostarda. — Você é muito inteligente, Darby, para se fingir idiota comigo. Esta não é a primeira eleição de Cal, e você sabe que os membros malandros na família podem acabar com uma carreira política. Meu pescoço e mandíbula endurecem; minha sobe. — Malandro? Sério que você está dizendo isso?

temperatura

— Não fique tão na defensiva. Tudo era como deveria ser quando você estava com Steven, mas agora você arrastou para casa um cara de quem não sabemos nada. Ele poderia ter algum podre escondido que seria fim de carreira. — Wow! — eu empurro a cabeça para trás. — Não se preocupe com a felicidade da Darby. Deus! Essa tem sido a história da minha vida, mas não mais. — eu enfio meus pés em meu tênis e me curvo para amarrá-los. — Você pode dizer ao Cal que ele nem sequer tem o meu voto, então ele com certeza não tem uma palavra a dizer sobre quem eu escolho amar. Metade dos meus genes, isso é tudo que ele tem, e na maioria dos dias eu desejo que ele nem sequer tivesse isso. — eu endireito minha postura, cruzando os braços sobre o peito. Rachel fica de pé, esfregando as mãos na frente de sua saia. Seus lábios se esticam em sorriso de Satanás, então desaparece. — Amor? — ela zomba, me prendendo com um olhar penetrante. — Você vai conseguir seu coração esmagado, menina. — ela se aproxima alguns centímetros. — Caras como Trick não são capazes de amar. Você não tem ideia no que você está se metendo. — puxando o casaco, ela caminha até a porta da frente, em seguida, vira quando fecha o último botão. — Corte as amarras, Darby. Eu não estou pedindo.

~ 184 ~


Meus músculos tremem de raiva. Ela está julgando Trick sem conhecer, da mesma forma que as pessoas têm me julgado toda a minha vida. Que ela se foda! Darby o capacho, nunca mais. Malandro? Eles não viram nada ainda. Eu aumento a música para que eu possa realmente senti-la, então eu pego a minha bicicleta e ando até meu coração ameaçar entrar em colapso junto com o resto do meu corpo.

***

Minha comida chega assim que termino de secar o cabelo. Um treino forte de ciclismo me deixa pronta para desmaiar no sofá. Fazer meu próprio jantar? Sem chance. Meu telefone toca na hora que eu largo minha bunda cansada no sofá com minha caixa de comida chinesa na mão. Urgh! Eu me equilibro em meus pés de novo e pego meu telefone antes de estatelar para baixo de novo. — Oi! — eu me sinto culpada por fazer uma cara feia para o meu telefone quando vejo a foto de Trick na minha tela. — Oi, gostosa. Sentiu minha falta? — Eu senti, e pra que isso? Grady diz pula e você disse quão alto? — a nova mais ousada Darby emerge com uma atitude atrevida depois do confronto anterior com Rachel. Não faz muito tempo que eu era uma conformista no Clube Não Fique Causando. — A amiga dele é uma pequena maquiadora para um filme que eles estão filmando. Ela entrou em trabalho de parto ontem. De qualquer forma, a assistente dela iria ajudar desde que ela foi orientada por quase um ano, mas eu acho que ela não ficou tão pronta como eles esperavam. Então, eu estou aqui ajudar.

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Eu pesco o meu macarrão Lo Mein com pauzinhos. — Você está tentando me dizer que em toda Los Angeles, não havia outra pessoa que poderia ajudar? — E ainda permitir que Grady seja aquele que ‗salvou o dia‘? Não. — Ele está fazendo isso para impressionar a amiga dele, por quem eu suponho que você queira dizer amante. Trick ri. — Você está afiada. — Quanto tempo? — Uma semana, talvez duas. Eles estão quase terminando de filmar. — E quanto a seus clientes? — Grady cuidou da minha agenda. — Ele é como seu cafetão de maquiagem. — É um trabalho. Com Grady eu sempre tenho um emprego. — Sim, Grady é um doce. A propósito, eu nunca te perguntei por que Tamsen estava trabalhando com você quando ela veio aqui te visitar. Ela é uma paramédica, certo? — Grady pediu a ela para vir e lidar comigo. — O que isso significa? — Tamsen me internou em uma clínica de reabilitação depois que me recuperei do meu acidente. Além do treinamento de emergência, ela tem experiência com reabilitação de drogas, então sempre que Grady acha que posso estar saindo da linha ele chama Tamsen. Ela fica na minha cola por alguns dias, e quando ela está convencida de que eu não estou perdendo minha cabeça de novo, ela volta para casa. — Você parece difícil de lidar. — Gostosa, eu acho que você sabe por experiência própria que eu sou muito fácil de lidar. — Puxa, aqui vamos nós de novo. Não se iluda. Eu facilito. Ele ri dissimuladamente. Eu posso ver seus lábios torcendo em um sorriso diabólico. — Acho que você é muito corajosa quando está a três mil quilômetros de distância de mim, hein?

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— Eu diria a mesma coisa se você estivesse aqui. Mesmo por que, o que você faria? Transar comigo na porta do elevador até que eu fique com vergões nas minhas costas? O diabo ri de novo. — Eu as vi esta manhã. Mas... Ele acabou de roubar meu entusiasmo. — Você viu? Por que você não disse nada? — Eu não vi necessidade de te deixar toda agitada. — Eu tenho marcas nas minhas costas! Minha enfermeira entrou esta manhã enquanto eu estava me trocando e achou que tinha sido assaltada! — E o que você quer dizer é...? Meu queixo cai, mas as palavras não saem. Como ele pode me perguntar isso? — Pelo que me lembro... me deixe pensar... oh sim, suas palavras foram: 'foda-me até que a única coisa que sinta seja o quão forte você está me fodendo‘. Isso soa familiar? Eu levanto e abaixo meu queixo como um maldito fantoche, mas ainda não há palavras. — Bem, esta manhã, quando eu vi suas costas, parecia que você deve ter sentido o quão forte eu estava transando com você. Como um... um carimbo ou selo de aprovação. — O que, você está falando sério? — o choque na minha voz chega a picos de ópera. — Você não estava? — Sim... não... eu não sei. — Você poderia ter me dito para parar. Você queria que eu parasse? — aquela voz... ela racha com frieza, em seguida, escorre a confiança de seu ego em chamas. — Trick... — eu suspiro em frustração. — Darby... — ele me incita. — Então, qual o tipo de filme que eles estão filmando?

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Ele solta um pequeno risinho. — Pornografia, BDSM... nada muito emocionante. Só um monte de pessoas nuas se esfregando uns nos outros. Eu largo minha caixa de macarrão na mesa de café e sento ereta, tomando uma grande respiração. — Oh, isso é... bem, requer um monte de maquiagem. — Darby? — Hmm? — eu cantarolo além dos nervos de insegurança. — Eu só estou sacaneando você. É um filme paranormal baseado em um livro. Pego minha caixa descartável para viagem como se eu fosse jogála nele. Droga! Eu gostaria de poder acertar a cabeça dele com isso ou uma joelhada no estômago. — Eu te odeio! Ele ri. — Não odeia não, mas caramba, você é tão crédula. Eu posso ver você mordendo os lábios até que fiquem brancos. Eu aposto que suas mãos estão apertadas como se você quisesse me espancar. Estou quase esmagando a caixa de macarrão e com a outra segurando o telefone com os nós dos dedos brancos. Idiota! — Você é mal. — Você é linda. Derreti... Ele manipula as minhas emoções com maestria. — Eu sinto falta de você. — eu me rendo ao poder dele sobre mim, na prisão que ele me tem a três mil quilômetros de distância. — Eu tenho que ir. Grady está revirando os olhos e batendo o pé. — Oi docinho! Estou levando nosso cara noite. Beijo. Beijo. Te amo! — Grady grita do fundo. — Ok, bem... tchau. — Darby? — Oi. — Amo você.

~ 188 ~

para

sair

esta


— Amo você também.

***

Depois de mais de dois longos dias de trabalho e apenas um curto ‗Bom dia, gostosa‘ e um ‗Boa noite, gostosa‘ por mensagem de Trick, eu decido convidar Nana para jantar e baralho. Ela gosta de Bridge e eu gosto de 21, então nós nos sentamos com uma garrafa de vinho e a caixa de trufas que ela trouxe. — Rachel me visitou no outro dia. Nana olha por cima de suas cartas. — Sortuda. Eu saboreio o meu vinho. — Sim, sortuda. Ela basicamente me disse para terminar as coisas com Trick. As sobrancelhas dela se uniram. — Por que ela faria isso? Eu dou de ombros. — Eu não tenho certeza. Alguma porcaria sobre podres escondidos e familiares malandros que terminam carreiras políticas. Ela bufa com um riso. — Você a viu na outra noite no jantar. Ela é louca de pedra. Eu olho por cima de minhas cartas, tentando uma cara de poker. — Tenho certeza que ela pensa a mesma coisa sobre você. Nana coloca uma trufa na boca, os olhos dela rolam. Acho que ela acredita que chocolate é melhor do que sexo. Eu amo chocolate, mas se Trick vir em porções do tamanho de mordidas embrulhadas em papel alumínio, ele falia a indústria do chocolate. — Eu sou maluca de pedra, mas desde que eu reconheci isso, eu não sou mais um perigo. — ela pisca. — Mas Rachel desconhece sua loucura, o que faz dela uma responsabilidade para todos ao seu redor. — Bem, a loucura dela estava sem freios no outro dia. Antes de ela sair, ela me avisou que ela não estava pedindo. Minha vida amorosa é da maldita conta dela. Nana reabastece nossos copos de vinho. — É isso? — Da conta dela? — eu pergunto.

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— Amor. Trick é amor? Eu suspiro com um sorriso sonhador que aparece apenas com a menção de seu nome. — Eu te contei que ele comprou para mim um capacete e uma jaqueta para andar na parte de trás da moto dele? A postura de Nana infla pelo menos seis centímetros até que todo o corpo dela enverga com orgulho. Meu rosto esquenta e eu me sinto como uma menina de treze anos de idade, com o meu primeiro amor, o capitão da equipe de futebol. Aquele em que todas as outras meninas são caidinhas de inveja por que o cara mais popular da escola só tem olhos para a menina tímida com a pele pálida e cabelos ruivos indisciplinados. Eu saboreio mais vinho, me deixando cair em minha cadeira, me permitindo realmente pensar sobre Trick com a guarda baixa e sem julgamentos. — Ele era o cara que eu nunca me imaginei estar... agora ele é o cara que eu não consigo me imaginar sem. A expressão de Nana amolece. — Estou feliz por você, querida. Concordo com a cabeça e sorrio com algumas lágrimas nos meus olhos. — Eu o amo; eu nem tenho mais certeza de que é uma escolha. — eu rio e balanço a cabeça. — A verdade é que ele pode ter um monte de podres escondidos, mas eu não saberia... e eu não tenho certeza que ele não tenha. Nana inclina a cabeça para o lado. — Ele sofreu um acidente, foi atropelado por um carro. Agora ele tem perda de memória parcial, cerca de cinco anos de sua vida apenas... se foi. — Oh, Darby... Dou a ela um sorriso triste. — Ele tem problemas de confiança e eu acho que grande parte é culpa da perda de memória... bem isso e o fato de que ele cresceu sem-teto. Seu rosto se contorce em uma careta triste. — Ele estava sem casa aos cinco e órfão aos quinze anos. Você pode imaginar? Com 15 anos de idade voltar para casa... — eu balanço minha cabeça, —...onde quer que ‗casa‘ fosse quando você está desabrigado, para descobrir que seus pais simplesmente desapareceram. Ele assume que eles estão mortos e talvez eles estejam,

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mas e se eles não estão? — eu saboreio meu vinho. — Eu não sei o que pensar, mas eu sei que eu o amo, mesmo a parte que ele não pode compartilhar comigo. Você acredita que ele tem uma arma? Nana balança a cabeça. — Não significa que ele fez alguma coisa ruim com ela. Um monte de pessoas possuem armas para proteção. Eu tenho uma no meu criado-mudo. O quê? — Feche a boca, querida. Não é muito elegante. — Nana. Eu-eu não sei o que dizer. Você tem uma arma? Ela ajeita suas cartas conforme nós estamos terminando este jogo. — Claro, Clube de Bridge as terças e quintas, quarta e sexta eu vou almoçar e fazer compras com amigas, mas às segundas Mary e eu vamos para o campo de tiro. Como você acha que eu consegui manter essa definição muscular nesses velhos braços de senhora? — Pilates, Nana. Você vai para o Pilates, e não para o campo de tiro. Ela acena com a mão para mim com um pfft desconsiderando. — Eu não faço Pilates em quase seis meses, não desde que Mary fez a cirurgia no joelho. Descansando os cotovelos sobre a mesa, eu esfrego minha testa, mas isso não ajuda. Essa conversa está acontecendo. Não é um sonho ou pesadelo. — Meu ponto é que Trick é um cara inteligente. Ele não cresceu sob as mesmas circunstâncias que você, e ele não vive no melhor bairro. Você deveria pedir para ele te ensinar como usar uma arma. Eu balanço minha cabeça. — De jeito nenhum. A noite ele deu uma coronhada em meu atacante me lembrei da violência que enfrento todos os dias e... — Darby! Você foi atacada? Eu faço uma careta. — Desculpe, não é que eu não quis contar. Não fui atacada. Havia dois bandidos tentando me assustar uma noite, quando eu deixei a casa de Trick. Mas ele saiu com uma arma e... ficou tudo bem. Estou bem.

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Ela se inclina para frente e descansa a mão no meu braço. — Você deveria ter me dito, e você está bem, porque Trick tinha uma arma com ele. — Eu não acho que a arma importava. Eles teriam me deixado ir, mesmo que ele não tivesse uma arma. — eu falo as palavras, mas eu ainda tento me convencer. — Eu acho que eu o amo também. — ela dá um tapinha no meu braço, um sorriso tímido puxando seus lábios. — Steven não saberia o que fazer nessa mesma situação. Ele poderia ter atropelado eles com seu conversível amarelo, mas mesmo isso não seria muito provável. O impacto deixaria um amassado. — Oh, Nana! Steven não é um cara mau. — Eu sei, mas quanto mais o seu pai gostava dele, menos eu gostava. Temos de desconfiar de qualquer um que seu pai goste muito. — Você sabe que era o pai de Steven, não Steven na verdade. Ela inclina a garrafa de vinho em direção a ela apenas para descobrir que ela está vazia. — Humpf. Bem, você sabe o que eles dizem, a maçã não cai longe da árvore. Eu suspiro. — Então, o que isso diz sobre mim? — Diz que você é filha de sua mãe, e, acredite ou não, quando ela o conheceu, ele era um homem melhor. Lucy tinha um gosto impecável para tudo. Calvin não a merecia, mas ela fez dele um homem melhor, até que... — ela engole de volta a emoção não característica dela. Nana é uma rocha, mas a minha mãe, Lucille, é uma parte desprotegida do seu coração que sempre provoca um lampejo de emoção crua em seus olhos. — Até eu, — eu sussurro. Nana alcança o outro lado da mesa, agarrando minhas mãos e apertando firmemente. — Ela escolheu você, Darby... todos nós escolhemos. Eu deixei escapar uma lágrima. — É loucura sentir falta de alguém que você nunca conheceu? Ela estende a mão pegando minhas lágrimas com o polegar. — Você a conheceu. Eu juro que ela lhe deu sua alma quando ela morreu. Você é tão gentil, amorosa e complacente. É por isso que,

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apesar das milhões de razões dadas pelo seu pai para você deserdá-lo, você ainda o ama. Isso é Lucy em você. Eu adoro você, Darby, e eu acho bonito o jeito que você ama minha Lucy, porque ela com certeza amava você. Durante nove meses, você foi a dona do coração dela. E então ela me deu seu último suspiro enquanto eu tomava a minha primeira respiração. Eu pisco mais lágrimas. — Obrigada, Nana, por me dar o amor de uma mãe. Ela se levanta, caminha ao redor da mesa, e me abraça junto ao peito.

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Capítulo Vinte e Dois Deve ser um certo período de tempo que justifica minha falta de Trick. Desesperada falta dele. Faz provavelmente mais de cinco dias, e se eu for honesta comigo mesma, eu comecei a sentir isso vinte e quatro horas depois de sua partida. Patético? Sim, mas fazer o quê. — Sentiu minha falta, gostosa? Eu me esgueiro em uma sala de exames vazia e encosto contra a porta, pressionando o meu telefone na minha orelha, olhos fechados. Apenas por alguns momentos, eu preciso ser seduzida por sua voz. — Eu sou um caso perdido, e não se atreva a se achar. Apenas me diga que você sente a minha falta nem que seja metade do que eu sinto de você. Ele ri e meus mamilos acordam e gritam para minha vagina ‗Trick no telefone!‘ Minha vagina ruboriza, uma baba lenta flui em seus lábios. — Sua falta é pior do que reabilitação. Eu tenho tremores; eu preciso pra caralho da minha dose de Darby. Uma batida na porta me sacode do meu estado de sonho. Eu escancaro ela aberta. — Desculpe, eu não sabia que esta sala estava ocupada. — Jade olha com desconfiança para mim. — Com qual paciente você está? — Ninguém, eu estou no telefone... com um... farmacêutico. — Desculpe, eu preciso da sala e você tem suturas esperando na sala dois. Eu sorrio contra os dentes cerrados. — Um minuto, me dê um minuto. Jade revira os olhos. — Tá bom. Um minuto. Trazendo o telefone de volta ao meu ouvido, eu suspiro. — Você tem que ir, — diz Trick. — Sim, infelizmente.

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— Eu preciso voltar para o trabalho de qualquer maneira. As estrelas da pornografia estão voltando para o set. — Você não é engraçado. — Sou um pouco engraçado. — Tchau. — Até mais tarde. Eu abro a porta e Jade tropeça em minha direção. — Você estava escutando? Ela endireita o corpo rapidamente. — Não, eu estava me preparando para abrir a porta e te dizer que seu minuto acabou quando você abriu a porta. Eu olho para o meu relógio. — Eu ainda tenho trinta segundos. — eu olho feio para ela. — Você... estava escutando. — Era Patrick? — ela me segue até o posto de enfermagem como um pequeno cachorro feliz. — Eu disse que eu estava falando com um farmacêutico. — eu pego o prontuário e começo a ler. Ela caminha ao meu lado, me cutucando com o ombro. — Eu sei que você me disse; agora eu estou perguntando a verdade. Mantendo minha cabeça abaixada, eu sorrio. — Oh, Jade, Jade, Jade... se pelo menos isso fosse da sua conta. — Oh, vamos lá, Darby! Me jogue um osso. Eu deslizo o prontuário para ela. — Ok, Sr. Howard, sala quatro. Possível pélvis fraturada... se bem me lembro isso é um osso. Por que você não me arranja um raio-X? Ela dispara sua língua para fora. Algumas outras enfermeiras riem entre dentes. — Você não é divertida. Eu me dirijo para as suturas. — Oh, eu sou um barril de diversão; você simplesmente nunca teve tempo para conhecer o meu lado divertido. Essa coisa incrível aconteceu desde que eu conheci Trick. Minha carência por aceitação, inclusão, começou a desaparecer. Eu não quero dizer isso de uma maneira rude ou esnobe; eu adoraria ser amiga de

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Jade fora do trabalho, mas eu não anseio por isso como eu ansiei todos os dias da minha vida antes de eu o conhecer. Trick... ele é meu melhor amigo. Ele me deu isso antes de roubar meu coração. Porém, eu não acho que ele realmente roubou meu coração. Eu acho que eu dei a ele quando eu ainda achava que ele era de Grady. É uma prova de que a amizade dele significa para mim: tudo.

***

Quinquagésimo dia sem Trick. Também conhecido como 10º dia. O meu coração mantém o tempo diferente. A boa notícia: eu sobrevivi ao jantar de arrecadação de fundos políticos de hoje à noite sozinha. Ajudou o fato de Rachel ter voltado à Nova York e meu pai estava ocupado demais para conversar sobre a minha vida pessoal. A má notícia: eu tenho o dia de folga amanhã e pouco para tirar a minha mente de Trick. Eu percorro os canais, leio alguns capítulos no meu livro, e ligo para ele à noite. Não há necessidade de ficar acordada por mais tempo quando Trick espera por mim em meus sonhos. Na escuridão da noite, eu o vejo com tanta vivacidade: olhos em chamas intensas e uma forte mandíbula coberta com uma espessa barba por fazer. Eu esfrego minhas mãos sobre ele e seus lábios se contorcem, minha contração de lábios favorita. É o menor sorriso; aquele que diz que sabe o quanto eu amo tudo sobre ele. Eu sinto o cheiro dele; que é sabonete, um sândalo e colônia robusta e todos esses feromônios que eu poderia reconhecer em uma sala cheia de homens com os olhos fechados. Meu nariz fuça em seu pescoço; enfio as mãos dele nos meus cabelos, apertando, me trazendo para ele. Deus, eu amo o jeito que ele sempre segura meu cabelo como se eu fosse sua tábua de salvação. — Trick… — Eu preciso da minha dose de Darby. Meu coração pula na minha garganta prendendo minha respiração enquanto eu abro meus olhos, porque essa voz... não está no meu sonho. Ele está aqui! Eu coloco minhas mãos em sua barba sexy com lenta apreensão, como se ele pudesse desaparecer sob o meu toque. A luz vinda da rua ~ 196 ~


através das minhas cortinas ilumina a vida naqueles olhos incríveis. — Você está aqui. — Eu estou aqui. — ele me beija e uma lufada de ar enche meus pulmões, alimentando meu coração, e despertando cada célula do meu corpo. O sabor é de um refrescante copo de água com um toque de hortelã. Uma convidativa língua calorosa cumprimenta a minha com lentos, mas firmes golpes, um desespero controlado. Soltando os meus lábios, ele beija minha bochecha, enquanto embala meu rosto. Eu me afasto só para olhar para ele. Meus olhos piscam em rápida vibração. Ele me dá o que não dá para qualquer outra pessoa... aquele sorriso maroto com dentes brancos e perfeitos, enquanto ele sai de sua camisa. A bela cobertura de músculos e tatuagens encontram meus olhos. Em seguida, ele empurra para baixo seu jeans e cueca boxer, o sorriso largo aparece conforme eu desvio meus olhos longe dele para fitar os olhos dele... meu Deus, ele é a sua própria melhor obraprima. Eu não me importo, ele pode usar aquele sorriso arrogante quanto ele quiser. Depois de dez dias eu vou ficar de boca aberta descaradamente em cada parte dele. Feito uma estátua, ele fica na beira da minha cama. Eu arrasto o meu olhar bêbado de volta para seus olhos novamente. — Sentiu minha falta, gostosa? Eu cavo meus dentes em meu lábio inferior para conter o meu entusiasmo enquanto eu dou a ela um aceno lento. Ele se abaixa e puxa minha camiseta sobre a minha cabeça. Eu deito. Ele tira minha calcinha e beija uma trilha lenta até o meu corpo; minhas pálpebras pesam com seu toque. — Darby... — ele sussurra sobre meus lábios. Abro os olhos e pressiono as palmas das mãos em seu rosto. — Eu amo você. — ele pega a minha perna direita e a levanta conforme ele se afunda em mim. Eu luto para manter os olhos abertos enquanto minha respiração engata. — Eu também amo você... pra caramba. — eu expiro, puxando seu rosto para o meu, dobrando meu outro joelho, e permitindo que seu corpo reivindique completamente o meu.

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***

Brrr... Eu nem sequer pensei em ligar o aquecedor ainda porque o verão ainda não acabou. No entanto, o outono tem trazido granizo e dois dias surpreendentemente frios no final do verão. Ontem à noite ele caiu até os 5 graus com chuva e rajadas de vento e agora minha casa está congelando! Trick praticamente morreu e, tanto quanto isso me mata, deixar seu corpo quente nu, eu tenho que aquecer este lugar apenas para manter o frio do lado de fora. — Ai! — o chão gelado quase congela os dedos dos meus pés quentinhos. Fazendo uma corrida louca para o termostato na sala, eu me embrulho em um casaco de chenille em volta do meu corpo nu. Envolvida pelo calor, eu corro nas pontas dos pés de volta para o quarto. Um cara divertido apoiado sobre um braço tatuado me cumprimenta. — O que você está fazendo? — ele levanta as cobertas quando eu percorro o resto do caminho, jogando o casaco para o chão e pulando na cama. Eu dou um abraço de urso em seu corpo quente, o nariz frio se aninhando em seu pescoço. — Eu não posso acreditar que eu tenho que ligar o aquecedor, mas está uns cinco graus aqui. Ele beija o topo da minha cabeça. — Você parecia muito quente na noite passada. Na verdade, eu acho que você estava suando. Eu rio, beijando meu caminho até seu peito debaixo das cobertas. — Eu estava apenas dando a você sua dose de Darby. Ele levanta as cobertas, inclinando o queixo para olhar para mim. — E o que você está fazendo agora? — essa voz é um vibrador acústico; isso faz com que cada conversa seja preliminares para mim. Eu cubro o caminho para baixo, beijando abaixo do umbigo, em seguida, lambendo ao longo da ponta de sua ereção. Seus quadris se mexem automaticamente. Eu sorrio. — Agora eu estou recebendo minha dose de Trick. Ele geme conforme eu o levo em minha boca. Suas mãos seguram meu cabelo e as cobertas caem sobre minha cabeça, me deixando em

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uma escuridão de prazer. Isso nunca foi minha praia... até Trick. Tudo sobre ele é oficialmente minha praia. Tudo nele me deixa na sobrecarga sensorial mais incrível. Eu estou tão bêbada em cima dele. Ele geme e puxa meu cabelo, me deixando louca de desejo. Trick desencadeia alguma parte indomável de mim... eu poderia devorá-lo. — Darby... pare... De jeito nenhum. Eu sinto o conflito em seu aperto no meu cabelo. Ele começa a me afastar, mas seus quadris impulsionam em direção a mim, implorando por mais. — Porra... Darby... eu-eu estou... sério... Eu deslizo suavemente minha mão sobre o quadril dele até a bunda, cavando meus dedos em seus músculos tensos. Por apenas alguns minutos eu quero controlar seu corpo do jeito que ele faz com o meu. Eu quero senti-lo perder a cabeça, impotente ao meu toque. — Merda... Darby! — seu corpo fica rígido enquanto eu engulo a última gota de sua salgada essência. Minha viagem de volta pelo seu corpo é tão agradável como foi para baixo. Melhor. Dose. De. Trick. De. Todas! Ele tira o cobertor da minha cabeça e seu sorriso no rosto é... sem palavras, apenas sem... palavras. — Bom dia, Sr. Roth. — eu sorrio, correndo minha língua em um círculo sedutor sobre meus lábios. Ele balança a cabeça. — Eu acho que é hora de eu retribuir o favor. Esfregando meus lábios, eu sinto um formigamento quente de excitação espalhar ao longo minhas bochechas. — Hum, sim sobre isso... — meu nariz se enruga — ...eu meio que cuidei disso também...— eu cavo meus dentes em meu lábio e dou de ombros — ...você sabe, desde que eu tinha uma mão livre. — Jesus, Darby! — Trick se contorce debaixo de mim. Eu o sinto começar a voltar à vida. — Você tem alguma ideia do que o pensamento de você se tocando com meu pau em sua boca faz comigo?

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Eu beijo o canto da boca dele, em seguida, sento, enrolando o lençol em torno de mim. — Eu tenho uma ideia. — Onde você está indo? — eu nunca ouvi Trick soar nada além de rústico e masculino, mas eu detecto um tom de um lamento em sua voz. Eu rio. — Ovos e torradas com gelatina. Estou com fome. Ele puxa meu lençol. — Mas você já comeu. Torcendo meu corpo, eu me liberto de suas garras. — Sim, eu tive a minha dose matinal de zinco, cálcio, potássio, frutose e proteína, mas não foi muito recheada. — Há mais de onde isso veio. Eu bufo. — Eu tenho certeza que sim. — levantando, eu me apresso até o meu armário e puxo uma calça rosa xadrez de flanela e uma camiseta. Ele desliza em sua calça jeans e puxa a camisa sobre a cabeça. — Eu não acho que a maioria das mulheres conheça a composição nutricional do sêmen. Passando os braços ao redor dele, eu deslizo minhas mãos frias em seus bolsos traseiros. Ele roça meu cabelo para longe do meu rosto enquanto eu olho para ele. — Eu nunca fui a maioria. Ele me beija, então escova seu nariz contra o meu. — Ainda bem.

***

— Então, o que meu BFF tem planejado para nós hoje? — eu prendo meu cabelo para cima, desligando o meu secador de cabelo. Trick se inclina contra a penteadeira, braços cruzados sobre o peito nu. Há algumas gotas de água ainda se apegando ao seu cabelo desarrumado pós-banho. — Você sabe que eu não respondo a sua conversa por mensagem de texto. Eu chego na ponta dos pés e beijo o canto de sua mandíbula. — Você com certeza respondeu no chuveiro. Toda vez que eu OMG, você me deu mais hashtag wow! — eu bato meus cílios para ele. — Emoji piscando um olho. Emoji soprando um beijo. ~ 200 ~


Eu acho que ele rosnou, mas é tão sutil que eu não posso dizer com certeza. A carranca... eu não deixei passar. — Se suas habilidades orais não fossem tão refinadas, nós não seríamos mais amigos. Empurrando meu secador no fundo da gaveta, eu rio. — Sim, nós seríamos. — eu subo na minha penteadeira ao lado dele. — Então, o senhor Deus Artístico das estrelas, do que minha cara precisa hoje? Trick se aproxima, se virando para mim. Eu não sei se um dia isso não vai acontecer. O dia em que eu não sinta uma pontada de nervoso sob o seu olhar examinador especialista dele. Ele desliza a parte de trás de sua mão em minha bochecha, então escova seu polegar ao longo do meu lábio inferior. — Você está comigo hoje. Seu rosto não precisa de nada. — ele desliza a mão por trás do meu pescoço e aperta os lábios abaixo da minha orelha. — Não precisa ser muito. Talvez apenas rímel ou gloss? Ele fica reto balançando a cabeça, depois se vira, passeando para fora do banheiro. — Eu só escondo a sua perfeição das outras pessoas. Venha. Estou começando a perder a conta de quantas vezes ele diz algo que parece como um desfibrilador para o meu coração estático. Trick não tem a pretensão de ser um cavalheiro, e sinceramente ele não é, mas quando se trata de me fazer flutuar, ele é a pessoa mais talentosa que eu já vi. — Para onde estamos indo? — eu passo por ele para o meu guarda roupa enquanto ele veste sua camisa. — Minha casa. Eu quero te mostrar algo. — Se é o seu arsenal de armas, eu não quero ver, mas Nana gostaria. Ele se inclina em minha porta do guarda roupa, apoiando as mãos em ambos os lados. — Eu não tenho um arsenal. Eu tenho uma arma... ou duas. Eu olho para ele, enquanto puxo minhas botas. — Sua vó tem arma? — Eu não sei se ela tem um facão ou um cinto de granadas, mas ela tem uma arma em sua mesa de cabeceira.

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Os olhos de Trick se encolhem nos cantos conforme um sorriso aparece em seu rosto. Eu passo debaixo do braço dele e pego meu telefone no criadomudo. — Isso é apenas metade da história. Ela e a amiga dela, Mary, vão para o campo de tiro toda segunda-feira. — Isso é... incrível. — ele se vira. — Incrível? — eu balanço minha cabeça, indo em direção as escadas. — Eu não acho que os idosos com mãos artríticas, glaucoma, demência, e uma série de outras questões deveriam andar armados. — Eles provavelmente oferecem um desconto para idosos no campo de tiro. — Eu também não acho que você deveria ter permissão a ter uma autorização de estacionamento para deficientes físicos e uma autorização de arma. — eu puxo minha jaqueta. — Isso não é verdade e você sabe disso. Na verdade, é exatamente o oposto; pessoas com deficiência podem se sentir vulneráveis e eles definitivamente precisam de uma maneira de se proteger. — Brilhante. Em pouco tempo eu vou prescrever receitas para revólveres. — Bem, se isso incomoda você, talvez você deva escrever para o seu senador sobre isso. Eu dou a Trick um olhar atravessado antes que ele passe por mim para a porta dos fundos. Ele desliza sobre suas meias e botas pretas que estão perto de sua mala. — Você dirige. Peguei um táxi no aeroporto. Meu coração incha com a ideia de ele vir para a minha casa direto do aeroporto. Se ele não estivesse aqui ainda, eu explodiria seu telefone com siglas de chat e Emojis.

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Capítulo Vinte e Três Vários fotógrafos nos saudaram com flashes e sorrisos tímidos enquanto eu tiro meu carro para fora da garagem. — Que diabos? — Trick afasta a cabeça das lentes intrusivas a apenas alguns centímetros das minhas janelas. — Contagem regressiva às urnas. As campanhas estão fazendo seus movimentos finais para cavar a sepultura de seu oponente. — Por que tirar fotos nossas? O que nós somos? Eu dou a Trick um olhar de soslaio. — Sujeira. — Eu vou ser um problema? Eu rio. — Deus, eu espero que sim. — Por que você diz isso? — há uma frieza nas suas palavras. — Você está me usando para se rebelar? Se enrolar com o cara sem-teto? Ele está tomando a defensiva como ele fez um pouco depois que nos conhecemos. Eu estava com dez por cento de raiva e noventa por cento excitada na época, mas agora isso me irrita profundamente por ele pensar isso de mim. Entendo que ele tem problemas de confiança, mas eu esperava que agora ele não tivesse mais aqui. — Obrigada pela confiança, mas não, eu não estou usando você para me rebelar. — eu suspiro. — Rachel me visitou no outro dia e basicamente me disse para parar de te ver. Ela teme que você tenha muitos ‗podres‘ em seu armário que possam destruir a chance de meu pai se reeleger. Os olhos de Trick mantém o foco na estrada à frente. — Ela também acha que você vai esmagar meu coração e que você é incapaz de me amar. — eu espero uma resposta. Eu preciso de uma resposta, mas ele ainda é uma estátua. Nenhuma resposta, nenhuma emoção. — Então, se você decidir que se rebelar como, por exemplo, dando ao meu pai e sua esposa o dedo do meio, não permitindo que eles ~ 203 ~


decidam quem eu escolho amar, então talvez eu seja uma rebelde. Mas, se a questão aqui é você não confiar em mim, então talvez a Rachel esteja certa. Talvez você vá esmagar meu coração. Ainda nada. Meu coração conhece ele muito para ter certeza, já a minha cabeça, nem tanto. Trick nunca iria me magoar de propósito, mas partido é partido. Este meu coração não vai se importar como isso aconteceu; a dor vai ser a mesma. A porta dele se abre conforme eu paro o carro. Eu coloquei ele em ponto morto, não desligo motor. Eu não vou ser Darby a Capacho! Ele se aproxima, desligando o carro. Eu fico olhando para ele, esperando, porque ele vai ter que me dar um bom motivo para abrir a minha porta. Eu luto contra o impulso de derreter em sua mão enquanto ele acaricia a palma da mão contra a minha bochecha. — Eu nunca me perdoaria se eu esmagasse o seu coração. — soltando uma respiração lenta, ele fecha os olhos por um momento. — Eu sinto muito pelo o que eu disse. Você pode ser a única pessoa que eu confio completamente... incluindo a mim. Meus lábios puxam em um sorriso triste enquanto eu cubro a mão dele com a minha e me inclino para seu toque. — Para isso que servem os BFFs. Isso faz eu ganhar uma contração labial, mas eu sei que ele está lutando contra o sorriso completo. — Vamos. — ele sai e eu também, porque eu quero, não porque ele me disse. Ele aperta o botão para abaixar o portão e, em seguida, vira vários outros interruptores. Eu suspeitava que o espaço desta garagem ou armazém expandia mais longe do que aquilo que eu já tinha sido capaz de ver com a iluminação limitada de um conjunto de lâmpadas fluorescentes ou a luz natural a partir da grande porta. O que eu não esperava era a enorme quantidade de coisas. — O que é tudo isso? É seu? — há mais do que apenas um automóvel coberto, são quatro para ser exata. Em uma rápida olhada vejo mais três motos, um conjunto de jet skis, pilhas de caixas, e lá trás

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há mais objetos cobertos que parecem com a sua obra de arte que estavam lá em cima. — Isso... — ele aponta para o parcialmente coberto Audi SUV preto — ...é de Grady. Mas o resto supostamente é meu. — ele enfia as mãos nos bolsos e me observa conforme eu dou alguns passos lentos em direção ao fundo do labirinto de coisas. — É de seu passado perdido? — Sim. — Onde estavam? — eu levanto a borda de outro carro coberto. É um Lamborghini verde limão. — Um armazém no Queens, mais ou menos como este. — Seu? — Sim. Não me lembro de viver lá, mas era o endereço em minha licença e o edifício foi adquirido em meu nome e completamente pago assim como tudo que estava dentro... tudo isso aqui. — Você teve um companheiro de quarto? — eu viro, levantando a tampa para uma caixa. Está cheia de equipamento de jogo. — Não que eu saiba. O que dizem na rua era que eu morava sozinho. — Você era um traficante? — Eu acho que não, mas é a única explicação lógica. Ninguém que eu falei me conhecia como um negociante, apenas um viciado. Eu topo com um cofre que estava aberto. — O que estava aqui? — Dinheiro. — Quanto? — Bastante. — Onde ele está agora? — Eu doei a maior parte dele para um programa de sem-teto. Eu concordo. — Então, por que manter todo o resto? Por que transferi-lo para um armazém semelhante aqui em Chicago?

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— Eu não podia ficar em Nova York por uma série de razões, mas Grady e Tamsen pensaram que recriando meu ambiente de vida, incluindo todas as minhas coisas, pudesse ajudar a trazer de volta a minha memória. O andar de cima é quase idêntico, bem como mobiliário, iluminação, até mesmo os aparelhos são idênticos. — Por que você não podia ficar em Nova York? — eu espreito outra grande caixa. Está preenchida com obras de arte emolduradas. Ninguém que eu reconheça; eles são todos originais. — Grady precisava de mim em Chicago, mas também não era seguro eu ficar. Eu estava em desvantagem; havia muitas pessoas que me conheciam, mas eu não os conhecia. Eu não sabia em quem eu podia confiar, e, aparentemente, eu não lidei com a multidão que estava me dando boas-vindas de braços abertos prontos para preencher os espaços em branco do meu passado. Tomando meu tempo, espreitando em mais algumas caixas aqui e ali, eu trilho meu caminho até o final. Trick me segue, mantendo uma distância segura entre nós. É como se ele estivesse me dando espaço... espaço para olhar tudo... espaço para processar tudo. A mistura de pertences é estranha. Eu não tenho certeza se consigo ver Trick comprado tudo isso com dinheiro de drogas. Algo me diz que essas coisas foram presentes. Eu quero perguntar se ele tem certeza de que seus pais eram seus verdadeiros pais, mas isso é um assunto que eu não acho que eu posso abordar. É só que tudo ao meu redor parece familiar, não as coisas em si, mais a sensação de tudo. Eu cresci com pessoas me dando coisas; para pessoas ricas é mais fácil dar dinheiro do que tempo. Meu pai me regava com presentes, mas nunca com atenção. Mesmo Nana fez isso em uma ocasião rara. Alguém estava dando a Trick uma coisa porque eles não podiam dar outra? Eu paro onde parece ser uma linha invisível. Tudo antes daqui está espalhado aleatoriamente. O que eu assumo ser o trabalho artístico de Trick está organizado e cuidadosamente embrulhado. Acho que tenho sua permissão tácita para continuar, mas isso parece ser pessoal. Antes eu estava navegando em coisas como eu faria em um leilão, mas tocar o que está diante de mim pareceria como espionagem, uma invasão de sua privacidade. Eu olho para ele. Ele se inclina contra uma viga de suporte de aço, as mãos cruzadas sobre o peito. — Vá em frente. — ele balança a cabeça. ~ 206 ~


Meu olhar vacila por um momento antes de se reunir com o dele novamente. — Você vai me mostrar? Se afastando da viga, ele se move sem hesitação, como se soubesse exatamente o que ele quer me mostrar primeiro. Conforme ele afasta o lençol, meu coração acelera, estrangulando minha garganta. Eu não consigo respirar. É uma fotografia de um casal sem-teto preguiçosamente encostados um contra o outro dormindo. Eles estão vestidos com roupas esfarrapadas, sentados em caixas de papelão achatadas contra um prédio de tijolos de pano de fundo. As mãos deles estão enluvadas mas seus dedos estão entrelaçados. É comovente e reconfortante ao mesmo tempo. — Meus pais. Concordo com a cabeça, mordendo os lábios enquanto tomo uma respiração instável. — Você tirou essa foto? Trick balança a cabeça. — Eu desenhei. O quê? Apertando os olhos, eu dou um passo mais perto, me inclinando, por isso a minha cara fica a centímetros da tela. As sombras, a exatidão de detalhes, cada ruga, cada cílio, descamação da pele de seus lábios secos... meu Deus, isso não é possível. O realismo é indescritível. Eu tive que dobrar os meus joelhos em reverência quando eu pensei que era uma fotografia, mas isto... — Trick, onde você aprendeu a fazer isso? — Eu não sei, quero dizer... eu não sabia. Eu nunca fui capaz de explicar como minhas mãos são boas em recriar o que os meus olhos já viram. — ele remove outro lençol, e outro, e outro até eu sentir tonturas. Minha cabeça não pode dar sentido a isso. Eles são todos de pessoas ou partes de seus corpos. Mãos que prendem um livro, dedos enrolando na grama, lábios sorvendo de um bebedouro. Inacreditável! A água da fonte parece tão real. Eu juro que sentiria a sensação de molhada, se eu a tocasse. — Alguma vez lhe ocorreu que talvez o seu dinheiro viesse da venda de sua arte? Ele ri. — Talvez quando eu estiver morto por um século. — Estou falando sério, Trick. Estes poderiam facilmente valer muito dinheiro, com certeza.

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— Então você acha que durante os cinco anos que faltam da minha vida, pelo menos, alguns dos quais eu estive viciado em drogas, eu estive vendendo meus esboços, o que pode levar até duas centenas de horas para completar um, para... — ele aponta para tudo no depósito — ...muito dinheiro? Eu dou de ombros. — Talvez você tenha um tio rico... talvez você ganhou na loteria. Quanto dinheiro estava em sua conta corrente após o acidente? — Menos de duzentos dólares. — ele balança a cabeça em direção ao cofre. — Aparentemente eu pago pelas minhas coisas em dinheiro. — Então, além do pastor, você não questionou amigos, vizinhos... ninguém? — Assim como aqui, eu não tinha vizinhos para questionar. Os únicos amigos que me lembro são do ensino médio, mas eles estavam muito longe na época, e de acordo com as minhas contas, eu era dono de um telefone celular, mas ele nunca foi encontrado. Tenho certeza que os números de uma lista de contatos teria sido útil. Grady estava nos meus registros telefônicos, mas a maioria das chamadas foram para números privados. Provavelmente os traficantes de drogas. Eu não sei. — ele suspira, passando as mãos pelos cabelos. — É tudo tão fodido. — Você quer saber? Sua testa fica tensa. — O que você quer dizer? — Quero dizer, você tinha todo aquele dinheiro. Por que não contratar um investigador particular para cavar seu passado, preencher os espaços em branco? Ele dá de ombros. — Uma vez que Grady e Tamsen me fizeram passar por reabilitação, eles me convenceram a deixar essa parte da minha vida para trás. Eu não sei, como se a minha perda de memória fosse uma bênção. Não é que eles não queriam que a minha memória voltasse. Obviamente, eles tiveram muito trabalho para fazer este lugar lembrar meu passado. Eles só querem que isso seja tudo ou nada. Eles querem que eu me lembre do meu passado... não que descubra ele. — É isso que você quer? Você acredita que é uma bênção você não se lembrar? Ele coça o pescoço, os olhos fixos em contemplação. — Eu acho que é uma bênção que eu estou limpo e sóbrio porque não tenho certeza se eu estaria se eu não tivesse perdido a memória. Mas sentir como algo ~ 208 ~


ou alguém desses cinco anos apagados poderia voltar para me assombrar é a parte que parece mais como uma maldição. — O que poderia assombrá-lo? Trick dá passos lentos em direção a mim; uma ruga de preocupação distorce seu lindo rosto. — Qualquer coisa que pudesse te levar para longe de mim. — com um toque leve, ele desliza os dedos ao longo meu rosto e do meu pescoço. Eu descanso minhas mãos em seus braços, fechando os olhos. — Eu não vou a lugar nenhum. — E se eu já tive uma dúzia de filhos? Eu sorrio, vibrando meus olhos abertos, uma risada escapa. — Então você vai ter que vender algumas dessas coisas para pagar apoio às crianças. — Estou falando sério. Você não é a primeira mulher que eu estive. Eu rio novamente. — Bem, você não é o primeiro homem que eu estive... nem perto disso. — eu me afasto dele e começo a cobrir seus esboços. — E se eu matei alguém? Eu engulo em seco, mas mantenho as mãos ocupadas para que ele não veja que me abalou. — Então eu vou esperar que o tribunal nos conceda visitas conjugais. — eu respondo, controlando meus nervos e censurando minha reação. — Você está dizendo isso porque você não acha que isso é verdade. Mas e se fosse? — não é sempre um olhar, com Trick muitas vezes é apenas um sentimento. Talvez seja algo que só eu possa sentir. Eu costumava pensar que era um desafio, parte da sua personalidade ‗me aceite ou me deixe‘. Mas, ultimamente esse sentimento tem uma pitada de medo... insegurança. — E se eu morrer amanhã? E se você morrer? E se os terroristas atacarem nossa cidade? — eu desabafo; realmente não há palavras de conforto. — Eu escolho amá-lo agora, porque não há futuro em Se, só há o agora.

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Olhos. Em. Mim. Deus, ele tem o olhar mais imponente, com um olhar predatório, caçando a sensação de estar encurralado onde a rendição é a única maneira de sobreviver. — Vem.

***

Nua sob um cobertor no sofá com Trick, bebendo chocolate quente após o incrível sexo, não poderia ficar melhor do que isso. — Quando você começou a perceber seu talento? — eu me inclino contra seu peito e saboreio meu chocolate. — No início do meu segundo ano na escola. Alicia Watson estava no último ano e tinha a maior comissão de frente que eu já vi. Ela era experiente e eu disse a ela que eu era também, mas na verdade era a minha primeira vez. Rumores de minhas habilidades, tudo verdade, claro, espalhou como fogo dentro de dias. Eu torço meu corpo em direção a ele. — Do que você está falando? Ele toma um gole, usando sua caneca para esconder seu sorriso. — Meu talento. Após o que aconteceu... você sabe, o gritando e implorando... eu achei que você estivesse se referindo ao meu talento sexual. — Oh meu Deus! — eu me viro para encará-lo e o acotovelo na barriga, quase derramando meu chocolate. — A única coisa que poderia ter se espalhado como fogo é o seu ego. E eles são seios, não uma comissão de frente! Ele continua a rir enquanto a mão livre desliza até meu peito. — Esses são seios... — ele circunda o polegar sobre meu mamilo — ...Alicia tinha uma comissão de frente, e para que conste, eu sou um cara que gosta de seios. — eu sinto sua ereção contra minhas costas. Minhas pálpebras ficam pesadas conforme Trick coloca sua bebida sobre a mesa e me puxa para o lado dele. Ele usa as duas mãos para acariciar meus seios, deixando de meus mamilos picos firmes. Arqueando as costas para seu toque, eu gemo. Meus olhos se abrem. — O que é? — eu aperto os olhos.

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Ele suga minha orelha em sua boca, provocando com os dentes. — O que é o quê? — ele murmura, arrastando sua língua no meu pescoço. Eu coloco minhas mãos sobre as dele, parando seu movimento. — Anexada ao tubo eletroduto. Isso é uma... — Câmera. — ele começa a apertar meus seios novamente, sua respiração quente no meu ouvido. — Câmera? — Para segurança. Não se preocupe, só eu que posso olhar as filmagens. — Oh meu Deus! Está sempre gravando? — É ativado por movimento. — ele belisca e chupa o meu pescoço um pouco mais, enquanto a mão direita desliza para baixo do meu abdômen. Ele geme e eu sinto uma gota de umidade nas minhas costas enquanto seus quadris balançam e sua ereção firme desliza contra a minha pele. — Porra, Darby... seu corpo é tão sexy. — seu dedo médio empurra sobre o meu clitóris entre minhas dobras lisas. Tudo é como um borrão quando ele me toca, mas isso não impede meus olhos de tentar se concentrar na câmara. Temos um cobertor sobre nós, mas está realmente encobrindo nossos movimentos? Será que estamos sendo gravados? Eu me importo? Puta merda! Trick joga o cobertor para fora de nós com uma mão enquanto a outra desliza para baixo. Um gemido escapa descontrolado quando o dedo desliza para dentro de mim. — Eu quero ver você gozar, sexy. A câmera… — Abra mais as suas pernas... Eu as afasto e seu dedo desliza o resto do caminho. — Isso. — suas palavras... a voz dele... isso me excita tanto quanto seu toque. — Olhe para si mesma... cada pico... — ele aperta meu mamilo, — ...cada nuance... — ele esfrega a palma da mão contra o meu clitóris enquanto o dedo me fode, me aquecendo, —...cada curva... — ele desliza a mão do meu peito para o meu quadril, e apertando firme ele me puxa para trás contra ele, sua ereção

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encontrando mais atrito contra as minhas costas, — ...Você é. Bonita. Pra. Caralho. Eu balanço minha pélvis em sua mão, arqueio minhas costas, e chego mais para trás, apertando seu cabelo. — Trick, oh meu Deus... A câmera… — Eu estou tão perto, não para... A câmera... a câmera... Ah Merda! A câmera! Isso me bate com tanta força que eu poderia morrer aqui mesmo. A câmera esteve me assombrando, mas não porque ela está gravando o que está acontecendo agora ou mesmo as inúmeras vezes que tivemos sexo antes de hoje. — Oh, Deus! — Se solta, gostosa. — a voz de Trick sussurra junto ao meu ouvido. Empurrando a mão dele enquanto debato meu corpo como um animal preso, eu pulo do sofá com uma urgência frenética. Eu pego o cobertor no chão e enrolo em volta do meu corpo. — Que diabos? — Trick grita com os olhos arregalados em confusão. — Você tem que apagar tudo o que foi gravado na câmara desde que você me conheceu. Por favor, eu estou te implorando. Não faça perguntas, não assista, basta apagar. Me prometa, Trick, me prometa que você vai fazer isso por mim. Se você me ama, você vai dizer que sim. Ok? — eu não acho que eu alguma vez tenha me sentido tão desesperada na minha vida. Meu coração bate com ansiedade, alimentado por cada nervo do meu corpo disparado com um medo de gelar o sangue. Trick olha para mim como se eu tivesse me transformado em um estranho e talvez eu tenha. — POR FAVOR! — eu caio de joelhos. Na verdade... Eu. Caio. Em. Meus. Joelhos. Trick se senta e se inclina para frente com os cotovelos sobre os joelhos. O sorriso mais arrogante que eu já vi puxar em seus lábios. — Darby Lucille Carmichael, o que diabos colocou você em tal frenesi? — seu olhar cai para minhas mãos assim como o meu. ~ 212 ~


Eu não achei que fosse possível parecer ou soar mais patética. Eu estava errada. Meus dedos estão entrelaçados e brancos nas juntas em meu peito. Eu fui despojada da minha dignidade, roubada do meu auto respeito, e colocada em exposição na praça da cidade com uma corda em volta do meu pescoço. Nesse ponto, eu não sei se eu prefiro a suspensão da execução ou no chão para cair debaixo de meus pés. Meu telefone toca e eu consigo esvaziar ainda mais. Eu rastejo, sim rastejo, para a mesa, porque eu não terminei de implorar. Eu respondo, mantendo meus olhos em Trick conforme uma das enfermeiras do hospital me informa de um acidente de ferimento múltiplos exigindo pessoal extra. Após uma resposta curta, eu pressiono End. Sentando em meus calcanhares, cobertor perdido ao longo do caminho, eu esfrego minhas mãos sobre o meu rosto. — Você tem que ir? — Trick pergunta. Eu assinto, deslumbrada com o timing. Algum idiota provavelmente estava preocupado em seu telefone celular, causando um enorme acidente crivado de vítimas. Eu deveria aproveitar esta oportunidade para contar minhas bênçãos e perceber que o meu problema não é nada em comparação com as vítimas a caminho do hospital. Mas eu sou humana e uma parte muito egoísta sente como uma das vítimas de hoje. — Podemos continuar essa conversa intrigante mais tarde. — Trick levanta, puxando a calça de moletom cinza enquanto eu me visto com movimentos rápidos. — Se você não apagar ou se você assistir, nós terminamos. — eu puxo minha camisa e enfio o meu telefone na minha bolsa. Trick agarra minha cintura e me empurra em seu peito nu. — Nós nunca terminaremos. — ele morde meu amuado lábio inferior. Empurro o peito dele e vou em direção ao elevador. — Terminamos, se você não fizer o que eu pedi. Se você assistir aquilo eu juro que vou te odiar para sempre! Viro e fecho a porta do elevador, um aviso severo no meu rosto. — Sim, bem, eu tenho sido o destinatário do chamado ódio antes, e eu acho isso meio que sexy. — ele molha seus lábios. — Além disso, eu estava aqui. Existe alguma performance especial que você não esteja orgulhosa? ~ 213 ~


Eu pressiono o botão para baixo, franzindo a testa enquanto ele desaparece. Sim, Trick! Eu não estou particularmente orgulhosa da ‘performance’ onde eu me masturbava enquanto observava você no chuveiro... mais de uma vez!

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Capítulo Vinte e quatro Treze pessoas estiveram envolvidas no acidente, oito sobreviveram... por enquanto, e dois dos oito sobreviventes são crianças. Seus pais foram vítimas. Uma versão mais jovem de Trick cruza minha cabeça. Um dia, seus pais estavam aqui, no dia seguinte eles se foram. No entanto, eu ainda não consigo juntar as partes de seu passado juntos. Não faz qualquer sentido. É quase onze da noite no momento em que eu chego em casa e meu próximo turno é na parte da manhã. Trick não tentou ligar ou mandar mensagens. Eu tenho a esperança, pelo menos uma pequena fresta de esperança neste dia emocional, que ele apagou as gravações sem assistir antes. Trick pode ser introvertido, mas eu trago a tona seu lado mais arrogante e eu sei que ele não iria esperar um segundo para ligar sobre a minha ‗performance‘, então eu não acho que ele esteja assistindo. Quanto mais rápido nós pudermos esquecer todas as minhas performances, incluindo o meu colapso, esta tarde, melhor. Eu assumo a liderança enviando um texto rápido como se nada tivesse acontecido. Eu: Acabei de amanhã? Amo você<3

chegar

em

casa. Tãaao

cansada. Janta

Eu não espero por uma resposta. Em vez disso, eu entro no chuveiro, em seguida, seco o meu cabelo e caio na cama. No instante em que desligo minha luz, meu telefone emite um som. Trick: Sim para o jantar. Durma bem. Amo você. Eu suspiro, fechando os olhos. Trick ganhou a minha confiança. Se não fosse pelo fato de que eu não quero nunca mencionar isso novamente, eu gostaria de enviar a ele uma multidão de Emojis agradecendo por respeitar meus desejos. Trick é o melhor... o muito, muito melhor!

***

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Apenas poucos meses atrás eu conheci o meu melhor amigo; então meus sonhos se tornaram realidade. Eu era uma lagarta até a metamorfose do seu amor me libertar, e agora eu vôo alto... tão alto em cada pensamento dele. Ponto A ao ponto B... tudo é felicidade na corrida de um trabalho que eu amo para o homem que eu amo. Será que uma pessoa merece ser tão feliz? Eu estaciono na garagem, meu lugar na garagem, e tomo o elevador para o andar de cima. Está escuro e silencioso, então eu suponho que Trick ainda está trabalhando. Talvez eu devesse ficar nua na cama e esperar por ele. Mas ele vai estar com fome e eu também, talvez o sexo possa esperar. Batendo minhas unhas no balcão da cozinha, eu contemplo a ideia de fazer o jantar para nós. Tenho certeza que Trick pensa que minhas únicas habilidades úteis são sexo e suturas. Inspecionando os armários e geladeira, eu percebo que as minhas opções são mínimas. Uma viagem para o supermercado é necessária, então eu decido dar um pulo lá em baixo e avisar Trick dos meus planos. Conforme eu ando pela janela, o vejo em sua área. A intensidade sexy em seu rosto quando ele trabalha faz todos os tipos de coisas loucas ao meu corpo. Abrindo a porta, a morena de cabelos encaracolados muda seu olhar para mim, mas o meu vai para a mão dela, seus dedos deslizaram dentro do bolso da frente de Trick. Ele, como de costume, não me olha. Eu olho para ela ao avaliar a situação. Por um segundo eu dou a ela o benefício da dúvida; talvez ela esteja instável no banquinho e usando ele para se equilibrar. Mas quando seu joelho começa a esfregar ao longo do interior da perna dele, a desculpa do equilíbrio desaparece. — Tenho certeza que ele iria gostar que você mantivesse suas mãos e pernas para si mesma. — eu me inclino contra o balcão de saída. Trick não vira em minha direção, ou mesmo recua ao reconhecer que acabei de falar. A morena sorri. A puta realmente sorri! E porque ela é realmente estúpida, ela se senta ereta, arqueando as costas e empurrando seus balões de silicone alguns centímetros do peito de Trick. Eu não preciso de um dicionário urbano de Jade para saber que esta vadia vai morrer! Eu me afasto do balcão e marcho ao lado de Trick. — Eu estou indo comprar algumas coisas no mercado, — eu digo com os dentes

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cerrados enquanto envolvo minha mão no pulso da imbecil e a removo do bolso de Trick. — Você não acabou de me tocar? — ela levanta as sobrancelhas como se eu tivesse cometido um crime. Trick finalmente olha para mim, em seguida, para a minha mão apertada em torno do pulso. — Darby, — ele adverte. Eu solto o pulso dela. — Sim, — eu sorrio, batendo meus cílios para ele. — Eu não sei quem ela pensa que é, mas se ela me tocar de novo... Trick levanta o dedo para ela enquanto olha para mim. — Darby estava de saída. Meus olhos se arregalarem enquanto inclino a cabeça para o lado. — Eu estava? — Mercado... vai. Trick pode não querer fazer ondas, mas se ele não colocar um fim nisso eu vou ser um maldito tsunami. A morena sorri e... de jeito nenhum! Quão imbecil ela consegue ser? A mão dela volta para o bolso dele. — Se você quiser todos os seus dedos funcionando quando você sair daqui, eu sugiro que você guarde suas mãos. Para. Você. Mesma! — eu agarro a mão dela com um pouco mais de força. — Tire suas mãos de mim, vadia! — ela grita, arrancando o pulso da minha mão. — Darby! — Trick rosna. — Você tire suas mãos dele, vadia! — eu tento me enfiar entre ela e Trick, encarando ela. Trick envolve seus braços em volta de mim por trás, me levantando para fora dos meus pés. — Me solta! — eu grito. — Quieta! — ele rosna em meus ouvidos enquanto me leva para a parte de trás. Abrindo a porta do armário de armazenamento, ele me solta e bate a porta atrás de nós.

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Eu chicoteio ao redor, mãos em punho, mandíbula apertada. — Ela está tocando em você! — Você está fazendo uma cena. — ele se inclina para frente em direção ao meu rosto. Eu mantenho a está. Tocando. Em. Você!

minha

reivindicação

original. —

Ela

— Ela não é nada. Quando eu estou trabalhando eu não percebo isso, não importa. Empurro seu peito, obrigando-o a recuar até as suas costas baterem na porta. — Importa para mim! Ele balança a cabeça. — Eu tenho que voltar lá. Vamos discutir isso mais tarde. — Não se atreva a se afastar de mim! — eu advirto quando ele se vira para abrir a porta. — Ou o quê? Eu solto uma respiração instável. — Ou você vai partir a porra do meu coração. Porque em algum lugar ao longo dos últimos meses eu tenho a impressão de que você me ama. Seus ombros caem. — E quando Grady convidou todas aquelas pessoas, você disse essas mãos, apenas estas mãos. Isso foi uma mentira? A mão dele aperta a minha. Eu fecho meus olhos. Por mais frustrante que Trick possa ser, nunca vai passar despercebido para mim o quanto ele dá de si mesmo para mim. Às vezes é mais do que eu acho que ele realmente tem que dar. Mas, mesmo para ele, eu não vou ser um capacho. Ele abre a porta e me leva para encarar uma morena obviamente perturbada. Puxando outro banco à sua direita, ele segura a minha mão enquanto eu subo no banco. A morena tenta queimar um furo em meu crânio com os olhos demoníacos conforme Trick traz a boca ao meu ouvido. — Eu realmente amo você.

~ 218 ~


Ele solta a minha mão e dá o seu foco de volta para ela. Meu coração fica parado no meu peito enquanto a mão dela chega ao bolso dele. — Tire as mãos, — Trick diz enquanto passa blush em suas bochechas. Isso ressuscita meu coração. Todo o corpo dela fica rígido conforme toda a cor é drenada de seu rosto chocado. Eu não dou a ela outro olhar. Só há uma pessoa nesta sala digna da minha atenção: Trick... somente Trick. Ele acaba, recebe o dinheiro, e fecha a porta depois que ela sai. Quando ele se vira, os meus lábios se transformam em um sorriso tímido. Ele caminha de volta para mim com aquele maldito olhar ilegível. Suas mãos vão direto para o meu cabelo enquanto ele se inclina e esfrega o nariz contra o meu. Eu escorrego minhas mãos sob sua camisa, e ele se aproxima enquanto eu deslizo minhas mãos por suas costas, cavando meus dedos nela. A reivindicação silenciosa que ele é de fato meu. — Darby? Lá vem bronca. Eu fecho meus olhos enquanto seus lábios encostam de leve sobre os meus. — Hmm? — Case comigo.

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Capítulo Vinte e cinco Três dias antes Eu não fico orgulhoso de olhar nos contatos telefônicos de Darby, mas eu preciso de algo que eu não posso pedir a ela: respostas. Agora, só há uma pessoa que eu sei que as tem. — Rachel Hart, — ela responde seu telefone com uma voz exasperada. — Como você me conhece? Seu silêncio confirma minhas suspeitas. — Quem é? — Como é que nos conhecemos? — Eu não sei o que você está... — Pare de mentir para mim! Ela suspira com impaciência. — quando minha enteada te trouxe para jantar.

Eu

o

conheci

— Você sabia que eu não iria te reconhecer, mas ainda assim você estava nervosa... isso eu reconheci. — Você está enganado. — Eu transei com você. Ela ri dissimuladamente, incapaz de esconder seu nervosismo. — Não se iluda. Eu sou uma mulher casada. — Eu amo a Darby. — Você não sabe o que é amor. — a intensidade da voz dela desmascara sua fachada. — Se resta alguma célula funcionando em seu cérebro, você vai ir embora e nunca mais vai entrar em contato comigo ou com a Darby. — Porque eu transei com você?

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— Entenda. Isso. Seu desperdício patético de espaço, eu sou uma mulher feita e posso garantir que nenhum homem jamais me fodeu! — ela desliga. Exatamente o que eu estava com medo... ela me fodeu.

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Capítulo Vinte e seis — O que você acabou de dizer? — meus dedos cavam mais fundo em suas costas. Trick fecha os olhos e escova seus lábios na minha testa, pela minha bochecha e encontra minha boca. — Case-se comigo, Darby Carmichael. — ele abre os olhos para os meus... meus olhos que... Não. Conseguem. Piscar. — Você é a única memória que eu sempre quis. Você pode fazer isso? Você pode me dar... você... para sempre? Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus! Lágrimas. Tantas lágrimas para uma amizade que nunca imaginei, um amor encontrado somente em sonhos, e um homem que conquistou o meu coração tão completamente e só posso respirar quando estou em seus braços. Trick escova parte de trás da sua mão sobre meu rosto e me beija com paciência e fragilidade. — Diga que sim, Darby, — ele sussurra com uma vulnerabilidade que puxa cada um dos meus sentimentos. A mente fala com razão e lógica. O coração... ele não fala, ele só sente. Mas aqui está a coisa sobre sentimentos... eles são a verdade não dita. — Sim. Ele enxuga minhas lágrimas. — Sim... — aquele sorriso, todos aqueles dentes brancos, eles são para mim! Agora ele me beija como se eu fosse sua, para sempre. Lógica quer tanto se intrometer, mas eu não estou pronta para compartilhar este momento com alguém ou alguma coisa que não seja Trick. — Vamos. — ele pega a minha mão e me leva para fora da porta. — Para onde estamos indo? — pergunto quando ele me puxa na direção oposta de sua casa.

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— Compras de supermercado. Não era o verdadeiro motivo da sua visita? Suponho que alguns caras poderiam sugerir uma viagem a Tiffany ou para a cama mais próxima para comemorar, mas o meu cara está me levando para compras de supermercado. A parte perfeita... eu não queria isso de nenhuma outra maneira.

***

— Eu gosto de linguine, — Trick anuncia quando eu pego uma caixa de espaguete. Eu franzo os lábios para o lado e troco a caixa de fettuccine. Trick sorri. Nós passamos os próximos quarenta e cinco minutos fazendo acordos e aprendendo sobre as preferências alimentares de cada um além de ovos, geleia de morango e pão multigrãos. Nós não mencionamos as palavras noivado, casamento ou matrimônio desde que saímos do Rogue Seduction, mas as nossas compras diz tudo. Estamos planejando o para sempre e, às vezes para sempre começa com algo tão simples como massas. Nós caminhamos de volta para a casa dele, ambas as mãos carregadas com sacolas de comida. As palavras são escassas, mas os olhares de soslaio com sorrisos sensuais são abundantes. Felicidade. É puro êxtase. — Eu vou tomar um banho rápido, — Trick anuncia quando eu coloco o salmão, que concordamos em fazer, no forno. — Ok. — Eu vou estar de volta cerca de dez minutos se te ajuda a medir o tempo. Lavo as mãos e pego uma toalha. — O salmão levará cerca de vinte, então você deve ficar bem. Ele tira sua camisa no caminho para o banheiro. — Eu não estava falando sobre o peixe. Eu só não sabia se dez minutos seriam tempo suficiente para que você possa fazer a sua coisa, enquanto eu estou no chuveiro.

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Eu olho para ele confusa. Ele tenta esconder seu sorriso, mordendo o lábio inferior. E então eu entendo. — Oh meu Deus! — minha pele queima com vergonha e raiva. — Você assistiu? Eu jogo a toalha nele, mas ela só cai uns passos a frente. Então eu pego a minha bolsa e parto em direção ao elevador. Ele conecta o braço em volta da minha cintura e me puxa para a cama. — Me solta! Me jogando na cama, ele sobe sobre mim, prendendo meus braços acima da minha cabeça. Com meus olhos bem fechados, eu viro minha cabeça de um lado para o outro. — Me volta! Eu confiei em você! — Darby... — Nós terminamos. Nada de Darby! Ele me mantém no lugar, mas não diz mais. Depois de toda a minha resistência até que a última gota de energia do meu corpo foi drenada, eu abro meus olhos. — Eu estou tão envergonhada, — eu sussurro entre respirações, evitando seu olhar. — Estou tão apaixonado. Maldito! Eu olho para ele e ele me beija. Nossas línguas deslizam uma contra a outra, suaves gemidos vibrando entre as nossas bocas. Liberando as minhas mãos e os meus lábios, ele se senta e me despe com olhos famintos, mas as mãos pacientes. Minha língua desliza para fora, molhando os lábios quando ele está para tirar suas calças. — Nunca pare de olhar para mim dessa maneira, — ele diz com emoção vulnerável em sua voz profunda. Eu movo meu olhar pelo seu corpo, até que eu encontro seus olhos. — Nunca deixe de me amar desta forma. Ele levanta meu pé, pressionando os lábios nele. — Nunca, — ele sussurra.

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Leva alguns segundos para percebermos que a fumaça e o alarme de fogo não é de nossa vida amorosa cheia de vapor. — Merda! — Trick pula da cama e corre para a cozinha. Com luvas em suas mãos, ele tira o salmão do forno, nu. Você não vê isso todo dia. Eu me embrulho em um cobertor e vou na ponta dos pés atrás dele. — Era para ser limão-pimenta, mas queimado é muito fino também. Ele me dá um olhar irônico, em seguida, olha para o teto. Como se com sugestão, o alarme parasse. Ele retira as luvas, em seguida, puxa meu cobertor. — Onde eu estava? Eu rio e agarro a manta. Envolvendo ela em torno das minhas costas, eu a mantenho aberta na frente. Trick abraça meu corpo nu e me iça e me leva de volta para a cama, enrolando o cobertor em torno de nós dois. Ele nos deita, eu em cima dele, nossos rostos escondidos sob uma cortina de cabelos vermelhos indisciplinados. — Eu não posso acreditar que você disse sim. Horas mais tarde, e aqui está ele, o primeiro reconhecimento de que o que eu acho que aconteceu não foi apenas um sonho. Eu sorrio. — Eu não posso acreditar que você pediu. Por um momento raro, há translucidez de suas emoções; agora eu sinto seus pensamentos. Eles são os únicos que não posso imaginar por que eu concordaria em me casar com alguém depois de apenas alguns meses, alguém com um passado conturbado, desconhecido. — Eu sei que você está se perguntando por que eu diria que sim para a parte escura da sua vida que você nem sequer compreende. — eu beijo o canto da boca dele. — Mas eu não acho que você tenha ideia de como eu me sinto honrada de ser convidada para as partes de você que não podem ser vistas. E hoje à noite... — eu continuo, — ...você me escolheu. Toda vez que eu prendo a respiração... esperando, rezando, precisando que você me escolha... você me escolhe. Você me escolheu e a última vez que alguém me escolheu foi o dia em que eu nasci... e depois ela morreu. Trick beija meu rosto manchado de lágrimas, enquanto suas mãos vão para a parte de trás da minha cabeça, o gesto de amor que eu vim a conhecer, esperar, e prezar. — Eu sempre vou escolher você.

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Já é depois das nove horas quando conseguimos separar um tempo suficiente para fazer um novo jantar: cereais com banana. Tanta coisa para mostrar minhas habilidades culinárias. Eu acho que a casa dele vai cheirar a salmão queimado pelos próximos seis meses. — Podemos falar sobre o vídeo? — Trick cutuca minha perna enquanto nós comemos o nosso cereal, sentados no sofá em extremidades opostas, pernas no meio. — Não. — eu faço uma carranca. — Foi quando você ainda achava que eu fosse gay. Eu recolho com a colher os últimos flutuantes flocos de trigo e sacudo as bananas em minha tigela, mantendo minha cabeça abaixada. O que eu não estou fazendo é me engajar nessa conversa. — Quer saber o que eu pensei quando vi aquilo? — Não. — Eu fiquei excitado pra caralho. Eu rolo meus olhos. Aparentemente, ele não sabe o que ‗não‘ significa. — Porque você tem que saber que eu estava pensando em você. Deus, desde o primeiro dia que eu conheci você, é tudo o que eu podia fazer. Vê-la, tocá-la, cheirar você, porra, dormir com você e suas mãos sobre mim, rosto no meu pescoço. Se eu não estava me masturbando fantasiando com você, eu estava me afogando em água gelada. Eu arrisco um olhar tímido, o rosto ainda vermelho. Seu sorriso travesso não faz nada para ajudar o meu constrangimento. — Tudo bem... — eu sento e começo a levar — ...eu acho que isso é suficiente. Ele agarra minha cintura, me puxando de volta para o sofá. — Mas... — ele espera eu olhar para ele — ...mas então eu me sentia culpado, como um completo idiota sempre por te deixar acreditar em qualquer coisa menos que a verdade, porque quando tudo acabou... quando você terminou...

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Eu balanço minha cabeça e tento me afastar de novo, mas o seu aperto firme impede a minha fuga. — Olhe para mim. Eu me sinto mais exposta do que eu já me senti na minha vida. — Depois disso, eu vi a dor em seu rosto: a vergonha, a culpa, a agonia da probabilidade de nunca sermos. E uma pequena parte de mim morreu naquele momento. — ele coloca nossas tigelas em cima da mesa e se ajoelha na minha frente, nariz com nariz. — Eu sinto muito, Darby. Estou arrependido pra caralho. Concordo com a cabeça e ele me beija. Minhas mãos seguram seu rosto barbado. — Então você apagou o vídeo? Sua cabeça empurra para trás. — De jeito nenhum! Pode ser triste, mas ainda é o pornô mais foda que eu já vi. Minha mão se afasta para bater nele, mas ele a intercepta e me prende contra o encosto do sofá. — Deus, eu amo o seu mau humor.— ele ataca meu pescoço. — E eu mal posso esperar para que você toque você mesma para mim. Eu me contorço em suas mãos. — Isso nunca vai acontecer. Ele morde o meu mamilo através da minha camiseta. — Oh... guarde as minhas palavras... isso vai acontecer.

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A garota que não confia em homens está se casando com o cara que não confia em mulheres. Quais. São. As. Chances? Não houve ficar em um joelho e não houve nenhum anel, mas foi a proposta mais inesperada e bonita. Estou morrendo de vontade de contar a alguém. Jade é uma possibilidade, mas eu sei que ela nunca iria guardar isso para si mesma, e eu não estou pronta para dizer ao mundo. Aqui é onde o BFF desde o jardim de infância que eu nunca tive viria a calhar. Nana vai descobrir logo que eu sair do trabalho, mas tem que ser em pessoa; é por isso que eu não posso dizer a ela ainda. Eu tenho que dizer a alguém! Eu: Eu preciso dizer ao meu BFF algo. Você pode ser meu BFF e só o meu BFF por alguns momentos?

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Trick: Sim, eu posso ser seu ‘amigo’. E aí? Eu: Na noite passada, o homem que dá ao meu coração propósito completo me pediu para casar com ele. Foi de tirar o fôlego, inesperado e completamente louco... mas eu disse que sim, porque afinal, ele é o sonho que todos os outros sonhos sonham ser. Você acha que eu sou louca? Trick: Sim. Mas eu acho que ele é um sortudo! Eu mando de volta cinco corações e Emojis de beijos. Ele não responde. No caminho para Nana, me ocorre que eu não tenho ideia de como meu pai propôs para minha mãe. Ele, é claro, nunca conversou sobre isso e nem a Nana. Eu imagino que tenha sido uma grande produção na frente de um monte de gente, um anel caro e emoções ensaiadas. Talvez em outra vida eu vá ser a garota que quer se casar com alguém como seu pai, mas não nesta. — Oi, Nana sou eu, abre. A porta vibra e eu salto escada acima com exuberância. — Bem, isso é uma surpresa inesperada. Pensei que íamos almoçar amanhã. Eu a abraço. — Nós vamos, mas eu tenho algo pra te contar e não posso esperar. Ela me mantém no comprimento do braço, olhando para mim com os olhos apertados. — Rachel e seu pai estão se separando? — O quê? Não! Quero dizer, isso seria uma notícia incrível também, mas não. Ela solta um pouco de ar e anda até a cozinha. — Vinho? — Não. Eu só preciso dizer isto, Nana! Ela pega um copo de vinho e derrama uma porção generosa de Merlot. — Eu sou toda ouvidos, querida. Calor irradia através do meu corpo quando o meu coração acelera no meu peito. — Irei me casar! Nana para no meio, engole e suspira. — O que você disse? Internamente, eu rio. Eu disse essas mesmas palavras para Trick.

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— Irei me casar. Trick propôs na noite passada. — Oh, querida, isso é... -— ela me abraça. — Louco, insano, fora do normal, muito breve, inesperado... eu sei, mas eu disse que sim de qualquer jeito. — Maravilhoso... eu ia dizer maravilhoso. — ela beija minha bochecha e gesticula para eu me sentar ao lado dela na mesa. — Eu suponho que você não disse a seu pai? Ou que Trick pediu a bênção dele. Eu quase engasgo. — Não, eu não disse a ninguém, só para você. E Trick ainda está vivo, então é seguro assumir que ele não pediu a bênção do meu pai. — Então, quando você vai dizer a ele? Eu dou de ombros. — Eu não sei... nunca. — Espero que ambos tenham passaportes atualizados porque quando ele descobrir, você vai ter que fugir do país. — ela mexe as sobrancelhas, enquanto toma seu vinho, em seguida, engole, seguido de um suspiro sonhador. — Mas o amor proibido é tão romântico. — Você faz parecer tão trágico. Ela pega a minha mão esquerda. — Onde está o anel? — Ele não me deu. Honestamente, eu não acho que ele planejou. Foi como se naquele exato momento ele decidiu que queria se casar comigo. Eu amo que ele nem sequer teve que pensar sobre isso; ele apenas... sabia. E eu também. O sorriso de Nana se espalha pelo seu pequeno rosto. Eu estive esperando o dia todo com antecipação impaciente para compartilhar isso com ela e é por isso: ela está genuinamente feliz por mim. — Então, quando vai ser o grande dia? Eu tamborilo meus dedos sobre a mesa. — Eu não sei. Quero dizer, em um minuto ele está propondo e no próximo estamos caminhando para o supermercado como qualquer outro dia normal. Nós realmente não conversamos sobre isso. Eu não sei se ele está pensando daqui a um mês ou um ano. Mas isso não importa. Eu só quero estar com ele. Inferno, eu iria até o juiz e me casaria com ele amanhã. Verdade.

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Eu aposto nele e em seu passado desconhecido num piscar de olhos. Eu estou disposta a dizer ‗dane-se‘ e apenas descobrir como conforme caminhamos.

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Capítulo Vinte e sete — Grady, vai. — Meu Deus, você realmente tentou soar importante. — eu balanço minha cabeça, botas apoiadas no balcão, esperando meu próximo cliente. — Diz o meu desmaio digno dos deuses de todas as coisas coloridas. Eu estou indo comprar um caixão. Você nunca me liga, o que está acontecendo? — Eu pedi a Darby para se casar comigo e eu acho que a madrasta dela me fodeu. — Fora, fora... todos para fora. Isto é uma emergência. — Grady entra no modo pânico, e todos em torno dele devem estar também. Ele é imprevisível quando sente que está perdendo o controle sobre mim. — Você ficou louco? — Eu não estou pedindo sua permissão ou mesmo seu conselho. Mas você e Tamsen são as pessoas mais próximas que eu tenho como família e eu nunca vou ser capaz de reembolsá-lo por tudo que você fez, então por respeito eu queria que você soubesse. — Eu estarei no primeiro vôo do aeroporto de Los Angeles. — Grady! Eu não preciso que você venha me salvar. — Eu nem mesmo estou preparado para digerir você propondo à filha do senador Carmichael. Tenho certeza de que, sem dúvida, sem o consentimento dele, mas a madrasta dela? Como você sequer chegou a uma acusação tão ridícula? — Você me disse que a única informação que você descobriu sobre o meu passado das chamadas ‗pessoas na rua‘ era que eu era um viciado e enrolado com mulheres mais velhas. Bem, Rachel Hart é mais velha e ela é de Nova York. — Cristo, Trick! Isso não é uma fodida conexão que signifique alguma coisa...

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— Eu vi... no olhar dela. O jeito que ela olhou para mim, ela não estava me vendo pela primeira vez. Ela estava nervosa com uma mistura sutil de dor e raiva. Eu sabia, naquela noite, mas eu tinha que ter certeza, então liguei para ela. — Você fez o quê? — Eu tinha que saber. — E ela confessou algum caso escabroso para você? — Claro que não, mas ela estava na defensiva e me avisou para ficar longe dela e de Darby. Você disse que suspeita que essas ‗mulheres mais velhas‘ se aproveitavam de mim. Ela me disse que os homens nunca fodem com ela; ela é que fode com eles. — Portanto, a sua brilhante solução para tudo isso é propor a Darby? — a voz de Grady assume um alto soprano. — Eu a amo. Grady ri. — Você a ama. Bem, isso é ótimo, Trick. M diga, ela aceitou a sua proposta antes ou depois de seu pau ter essa vaga lembrança de estar na buceta da madrasta dela? — Vá se foder! Eu não disse nada a ela. Eu não tenho nenhuma prova... ainda. — Então você vai iniciar a sua vida com ela enquanto esta epifania épica que você transou com a madrasta dela pesa em sua consciência? — Rachel está com medo de que eu pudesse lembrar de algo. Tenho certeza. Ela não vai dizer nada. Inferno, ela não quer admitir isso para mim, por que ela nunca disse nada a Darby? — Ela sabe que você propôs à filha do senador? — Não. — E o que você vai fazer se você estiver certo. E se você fosse com ela e um dia ela decide contar a Darby? Algumas pessoas cortam suas próprias gargantas em nome de vingança. — Darby me ama. Grady me dá outra risada cínica. — Bem, lá vamos nós, garoto, eu acho que vocês dois pombinhos têm tudo planejado. Boa sorte com isso.

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Eu pressiono End e passo meu braço por cima do balcão, derrubando maquiagem por toda parte. — Droga! Quem. Diabos. Eu. Era?

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Capítulo Vinte e oito — Oi. Trick vira ao som da minha voz, mandíbula cerrada, peito arfante, e uma confusão de maquiagem por todo o chão. Esfregando a parte de trás do seu pescoço, ele fecha os olhos e mergulha seu queixo. Eu ando na ponta dos pés em meio a bagunça até que eu fique na frente dele, olhando para o último cara que eu quero ver. — Então, meu dia foi bom. Como foi o seu? Ele abre os olhos. — Já tive melhores. Mordendo o interior da minha bochecha, eu assinto. — Eu posso ver isso. Quer falar sobre isso? Ele procura meu rosto com dor e intensidade em seus olhos. — Na verdade, não. Eu dou um passo para trás e consigo saltar no banco sem esmagar qualquer coisa debaixo dos meus pés. — Bem, se você não quer dizer a sua amante... — eu evito noiva por enquanto — ...talvez você deva informar a sua BFF. Isso geralmente funciona comigo. Plantando as mãos nos quadris, ele olha para mim, e contrai os lábios. Ele é meu agora. — Gostaria de dizer a minha amiga que, se eu já não tivesse perdido minha mente, eu juraria que estaria acontecendo agora. Gostaria de dizer a minha amiga que tudo que eu sei ao certo sobre o meu passado é que eu estava seriamente fodido. Gostaria de dizer a minha amiga que tudo que eu quero fazer agora é levar a minha amante para a cama e transar com ela até que o mundo faça sentido novamente, e então eu quero arrumar as malas e dar o fora daqui... e nunca mais voltar. Uhh...

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Tudo o que posso fazer é prender a respiração. Apenas... não há palavras. Trick levanta os ombros, em seguida, os deixa cair derrotado quando ele se abaixa, jogando algumas coisas no lixo e outras de volta no balcão. — Mas eu nunca diria isso a minha amante porque eu não gostaria que ela corresse para as montanhas. Então, para ela, eu diria que eu tive uma discussão com Grady e eu o deixei engatinhar sob a minha pele. Então, eu gostaria de sugerir que vamos jantar mais cedo e sair... talvez jogar Batalha naval ou palavras cruzadas. Seu tom derrotado leva todo o humor das últimas palavras. Eu deslizo para fora do banco. — Você vai ficar bem por um tempo? Eu preciso fazer uma coisa. Voltarei mais tarde. Trick acena sem levantar os olhos da confusão na frente dele.

***

No carro, eu ligo para o meu médico supervisor e, em seguida, eu ligo para Nana. Quando os portões abrem, espero meu coração começar a correr no meu peito, mas isso não acontece. É como se eu não me importasse mais. Eu não estou aqui para permissão ou aprovação. — Srta. Carmichael, que bom te ver. — Eu ainda sou Darby. — eu abraço Susie, a governanta que me conhece desde que eu nasci. Ela sorri, uma enrugadinha suave ao redor dos olhos e lábios mostrando os anos. — Ele está em seu escritório. — Obrigada. Concordo com a cabeça e sorrio para o segurança extra parado perto da casa. O lugar que eu chamava de lar por dois anos antes da faculdade se tornar uma fortaleza ao longo dos últimos meses. Eu bato na porta de madeira maciça. — Agora não. Eu rolo meus olhos e abro a porta.

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— Eu disse... -— meu pai olha para cima de sua mesa, óculos de leitura em seu nariz, cabelos grisalhos penteados ao estilo Donald Trump. — Darby. Eu dou um passo, fechando a porta atrás de mim. — Eu sabia que você estava vindo? Eu rio. — Não, desculpe, eu preciso agendar? Ele remove os óculos de leitura, joga eles em sua mesa, e se inclina para trás em sua cadeira. — Sente-se. — ele acena para a cadeira à sua frente. — Estou deixando a cidade. — me sento na beirada da cadeira, não pensando em ficar por muito tempo. Meu pai cruza as mãos e as descansa em seu colo. — Você fez a viagem até aqui para me dizer que você está saindo de férias? — Não, eu fiz a viagem até aqui para te dizer que eu estou partindo indefinidamente. — Esse bandido partiu seu coração? Eu gostaria que houvesse alguma compaixão em sua voz, como um pai deve ter se sua filha, de fato, tivesse seu coração partido, mas meu pai é desprovido disso. — Não, ele roubou meu coração. — Você é boa demais para ele. Você foi criada melhor do que isso. — Melhor do que o quê? Você sequer o conhece. — Eu já sei tudo que eu preciso saber. — Você já sabe tudo o que você precisa saber. E o que é? Suas tatuagens? Seu endereço? — Você não vai a lugar nenhum. Com dois meses restantes antes dos eleitores irem às urnas, a última coisa que eu preciso é você fazer uma cena. Eu pulo de minha cadeira, segurando a borda da mesa, inclinada para frente. — Uma cena? Me apaixonar e viver minha própria maldita vida não é fazer uma cena! Foder qualquer coisa com seios e uma saia é fazer uma cena!

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— Já chega! — Eu não sei o que a minha mãe alguma vez viu em você. — Eu disse que já chega! — Vá se foder, pai! Slept! O ácido do estômago sobe pela minha garganta, mas eu engulo de volta. Com a minha mão cobrindo meu rosto, eu sinto o gosto da mistura metálica salgada de sangue na minha língua quando a ponta dela traça o corte no meu lábio. — Olhe para o que você me fez fazer. — ele pega um lenço do bolso e limpa o sangue... meu sangue de sua mão. Eu chupo meu lábio ensanguentado, lábios trêmulos quando lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto. — Nana disse que minha mãe viu algo de especial em você... mas eu nunca vi isso. — virando, eu faço o meu caminho para a porta com passos vacilantes. O som cortante de ódio em sua voz me impede que eu gire a maçaneta. — Isso é porque esse algo foi embora. Morreu com ela... no dia em você a matou. Engolindo o choro, eu corro direto para o meu carro. A voz de Susie ecoa ao longe, mas eu não paro. O chumaço de tecido adere a meu lábio enquanto eu limpo o sangue e limpo o meu rosto no espelho retrovisor. Eu não era uma criança abusada. Eu posso contar em uma mão quantas vezes meu pai me bateu. Esta noite foi a número quatro. Justificado? Absolutamente não. Provocado? Sempre. A dor que ele distribui torna mais fácil ir embora, mas também torna mais fácil voltar. Quatro, o número de vezes que eu vi a dor... o amor que ele deve ter tido pela minha mãe. Vinte e sete, o número de aniversários que eu celebrei sem o meu pai. Ele sempre deixou um presente ou dinheiro, mas eu nunca o vi uma vez no meu aniversário. Essa linha entre amor e ódio é tão fina que é quase invisível. Eu pensei que iria ficar melhor, mas enquanto os anos progrediam, o seu ‗amor‘ por mim foi engolido pela dor, e agora tudo o que eu vejo é a sua raiva.

***

~ 237 ~


Levo menos de quinze minutos para arrumar minha mala. O momento que eu entro na garagem de Trick, eu sinto o peso em meu coração quase desaparecer. Ele é a minha casa, meu porto seguro. Antes de o elevador parar completamente, vejo Trick sentado no seu balcão da cozinha comendo um sanduíche. — Eu ia esperar você para comer, mas meu estômago prevaleceu, — Trick dá o seu primeiro olhar desobstruído em mim enquanto eu puxo minha mala do elevador. — Que porra é essa! — ele levanta com um empurrão, enviando o banco contra o concreto. Ele embala o meu rosto antes que eu possa dizer uma palavra. Eu vacilo quando seu polegar passa pelo meu lábio cortado. — Darby, o que diabos aconteceu? Com um suspiro, eu engulo o caroço na minha garganta, mas minhas lágrimas não recebem o memorando que não são mais necessárias. — Podemos ir... a-amanhã...— meu lábio inferior começa a tremer de novo — ... ir a-a qualquer lugar que você q-queira ir. — Darby! Quem fez isso com você? — a última vez que vi esse olhar no rosto de Trick, ele tinha uma arma apontada para o meu atacante. Eu balanço minha cabeça e fungo. — Eu d-disse algo que e-eu não deveria ter dito. — Quem? — ele ferve. — Meu pai. Ele me solta e começa a passar por mim. — Trick! — eu agarro seu braço. — Não... deixa pra lá. Por favor, eu preciso de você. Ele para, seu bíceps de aço em minha mão. — Eu preciso de você. Quando ele se vira para mim, eu coloco minhas mãos sobre seu peito. Seu coração bate contra cada subida e descida de seu peito respirando com raiva. Olhando para baixo, eu deslizo as mãos para o botão da sua calça. — Não. — ele agarra minhas mãos.

~ 238 ~


Fecho os olhos e as lágrimas transbordam. Eu os abro e olho para cima. — Se você disser não... isso vai doer mais do que qualquer coisa que ele disse ou fez comigo. Sua testa franze. Eu não quero causar-lhe sofrimento, eu só preciso que ele tire o meu. Eu preciso sentir física e emocionalmente amada mais do que nunca. Ele solta as minhas mãos e tira sua camisa. Suas mãos vão para a parte de trás da minha cabeça enquanto seus lábios pressionam a minha bochecha. A ponta da língua roça a minha pele, dissolvendo as minhas lágrimas. Ele consome minha dor com seu toque, uma pequena gota de cada vez. Me pegando em seus braços fortes, ele me leva para a cama e me coloca na beirada. Um suspiro final ricocheteia pelo meu corpo. Ele me despe com amor. Cada toque, cada olhar tira um pouco mais da dor. Então, ele acaba de se despir e me deixa apenas olhar para ele. Não é arrogante ou convencido, não há contração labial. Ele está me dando o que eu preciso. Preciso tomar tudo dele, deixá-lo fluir em todas as fissuras e fendas do meu coração, substituindo todas as peças que faltam. Seu amor me costura... me mantém inteira. Ajoelhado no chão, ele envolve seus braços em volta da minha cintura e descansa sua cabeça em minhas pernas. — Minha BFF me mandou uma mensagem hoje. Ela vai se casar. OMG, PQP... você acredita nisso? Emoji de coração, Emoji de beijo, Emoji de sorriso, Emoji de anel, Emoji de polegares para cima e Emoji de aplausos. Uma risada escapa do meu peito. Mais lágrimas, mas agora elas são lágrimas de alegria e de amor... meu Deus, muito amor. Corro os dedos pelo cabelo dele e ele levanta a cabeça, me dando um sorriso de tirar o fôlego. Minhas mãos vão para seu rosto barbado. — Sua BFF soa como a mulher mais sortuda do mundo inteiro. Seu olhar escorrega e ele concorda. — Deus, eu espero que sim. Eu fujo para o meio da cama. — Vem. Ele sorri, e ambos sabemos que eu posso usar o seu comando, mas o controle será sempre dele. — Você primeiro. — ele aperta as mãos na parte interna das minhas coxas, me abrindo. Quando o calor de sua boca e sua barba encontram minha carne sensível, eu gemo, deixando minhas pálpebras pesadas se fechando.

~ 239 ~


— Trick... — com uma mão apertando o lençol e a outra apertando seu cabelo, eu o deixo me levar para outro mundo - um mundo onde a luz e as trevas colidem, emoções desaparecem, e tudo o que resta é a mais incrível experiência fora do corpo. Depois que eu derreto em uma piscina de felicidade no meio de sua cama, ele ainda não para... ele continua. Suas mãos deslizam sobre cada curva com tanta paciência que parece que ele está me esculpindo. Seus lábios respiram amor sobre a minha pele, provocando um arrepio quando eu arqueio minhas costas em seu toque. Suas mãos deslizam para cima, puxando as minhas acima da minha cabeça. Nossos dedos se entrelaçam; eu grito quando sua língua toca meu mamilo sensível. — Darby... — ele sussurra sobre a minha pele enquanto afunda em mim, enchendo cada último vazio físico e emocional. Nossas mãos apertam juntas como se estivessem segurando em algo maior do que este momento. Ele entra em mim; pairando sobre o meu rosto, nós apenas olhamos... até que o mundo faça sentido novamente.

***

Os oitocentos miligramas de ibuprofeno que tomei antes de ir para a cama entorpeceu a dor e me permitiu entrar em colapso em um estado de coma. Eu não acho que eu me movi um centímetro a noite inteira. Eu acordo me sentindo descansada, mas meu rosto está doendo novamente. — Trick? — minha voz rouca de manhã chama. Ele aparece no canto em cueca boxer preta, esfregando uma toalha por seu cabelo molhado. — Bom dia. — ele sorri e se inclina para baixo, pressionando um suave beijo no meu lábio inchado. — Você dormiu feito uma pedra. Eu concordo. — Sim, eu devia estar esgotada. Ele se senta na borda da cama com uma perna apoiada. Seu olhar se concentra do outro lado do quarto em minha mala. — Eu reservei passagens para nós esta manhã. — ele olha para mim. — Você tem certeza?

~ 240 ~


Eu assinto, traçando a tatuagem escrita debaixo do braço dele. Não olhe para trás com raiva. — Tenho certeza. Trick descansa a mão na minha coxa. — Você não quer saber para onde estamos indo? Me sentando, eu saio da cama, amando o jeito que ele descaradamente olha para minha nudez quando o lençol cai de meu corpo. — Eu vou a qualquer lugar com você, — eu digo, caminhando para o banheiro.

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Capítulo Vinte e nove Chegando ao O'Hare, aeroporto internacional de Chicago, três horas antes do nosso voo, uma mistura tensa de nervos e emoções agitam minha barriga. O que estamos fazendo? Fugindo? Começando de novo? — Eu suponho que você esteja com o seu passaporte? — Trick olha para mim quando nós saímos do táxi. — Sim. — eu sorrio porque ele ainda não me disse para onde estamos indo, e eu não perguntei. Nós fazemos o check-in e percorremos nosso caminho através da linha de segurança em ritmo de caracol. Eu descobri agora que estamos indo para Los Cabos, mas Trick me garante que não é o nosso destino final. — Almoço? Concordo com a cabeça à medida que caminhamos para um bar e grill na parte de baixo de nosso terminal. Agora é depois do meio-dia para o local estar cheio. Nós optamos por comer no bar para economizar tempo. — Duas limonadas. — Trick pede para nós enquanto olhamos o cardápio. Quando eu olho entre a salada de milho em uma página e o sanduíche porto bello grelhado na página seguinte, algo familiar me chama a atenção na TV atrás do bar. Meus olhos voam de um lado para o outro sobre as palavras do closed caption. Meu pai. Eu agarro o braço de Trick e ele segue o meu olhar. Meu pai está sendo escoltado do hospital através de uma multidão de repórteres e fotógrafos, o braço na tipoia e seu rosto abatido. É difícil dizer em que medida por causa das ataduras e seus óculos de sol. As palavras na tela piscam rápido demais. Eu não consigo entender tudo isso.

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‘... Invasão de domicílio... Senador Carmichael foi agredido em seu sono... suspeita de mau funcionamento nas gravações de segurança... ninguém sabe como o intruso conseguiu passar pelos guardas...’ — Oh meu Deus, — eu sussurro. Trick volta para seu cardápio. — Eu acho que vou querer o clube de Turquia. O que você vai querer? Minha respiração engata na minha garganta enquanto eu inclino minha cabeça para o lado alguns centímetros, os olhos arregalados. O olhar dele sobe de seu cardápio para mim. Ele sabe a pergunta, e quanto mais tempo ele fica me olhando, sem emoção, eu sei a resposta. Meus olhos escorregam em sua garganta. Seu pomo de Adão sobe e desce, então meus olhos voltam aos seus. — Eu só vou dizer isto uma vez. — ele faz uma pausa como se fosse ter certeza que eu vou ouvir a sério a profundidade de sua voz, ou talvez para se certificar de que eu ouça o tom inabalável dele. Concordo com a cabeça uma vez com lenta apreensão. — Ninguém nunca vai se safar por machucar você. Entendido? Meu sangue se transforma em gelo; minha mente vacila. Eu estava tão fora de mim na noite passada. Foi assim que ele conseguiu se esgueirar sem eu saber. Meu Deus, ele acha que isso é olho por olho. Ele invadiu a casa de um senador dos Estados Unidos e o agrediu ele enquanto dormia e... — Darby? Meus olhos se concentram novamente. Trick gesticula para o barman que está esperando para anotar o meu pedido. — Hum... salada, molho italiano. Ele sorri então se vira para pôr nosso pedido no computador. — Ei, — Trick chama o barman. — Você pode mudar de canal? O barman pega o controle remoto sob o balcão e muda o canal para algum programa de entrevistas diurno. — Obrigado, — diz Trick. Voltando-se para mim, ele puxa meu banco mais perto do seu e segura a parte da trás da minha cabeça, trazendo meu rosto um sopro de distância do dele. — O que ele fez com você não é certo. Eu não quero nem saber se foi a primeira vez que ele

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pôs as mãos em você, porra. Mas eu posso prometer a você que foi a última. — ele aperta os lábios na minha testa. — Mas você poderia ir para a cadeia, — eu sussurro com uma voz trêmula. Trick solta minha cabeça e se inclina na cadeira, rindo. — Você viu minha foto na TV? — Ele provavelmente não sabe quem fez isso. Trick toma uma bebida e esmaga um pedaço de gelo entre os dentes. — Oh, ele sabe, mas ele também recebeu uma foto de você dormindo na noite passada, mostrando como seu rosto estava. — ele olha para minha cara. — Bem, antes de eu cobrir para você esta manhã. — Você está chantageando o meu pai, — eu sussurro, olhando à nossa volta. Trick esfrega a parte de trás de seus dedos sob o queixo. — Absolutamente não. Eu só mandei a foto para ele. Seja qual for as conclusões que ele tirar, serão só dele. Eu puxo o meu telefone da minha bolsa. A bateria acabou ontem à noite e eu não me lembro de ligá-lo novamente depois de carregálo. Tem que haver uma mensagem do meu pai ou de Nana. Mas quando eu ligo e verifico, não há nada. — Eu deveria ligar para ele. Trick balança a cabeça e ri. — E dizer o quê? Que você sente muito por alguém ter batido nele? — Ele é meu pai. — Ele é um doador de esperma. Eu recuo. O comentário dele aferroa... a verdade pode fazer isso. Trick se inclina, apertando minha perna com a mão. — Se você quiser ficar, é só dizer. Conforme minha língua escova meus lábios, eu descanso minha mão sobre a dele. Esta não é uma questão que deveria ter que ser respondida. — Eu quero ficar com você. — Você pode ficar comigo se nós ficarmos.

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Eu balanço minha cabeça. — Eu não quero ficar. Trick escova minha bochecha com o polegar, um alívio em sua expressão facial. — Eu também não.

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Nós aterrissamos em Los Cabos e Trick me informa que está alugando um carro para dirigirmos até Todos Santos, nosso destino final. Então ele me informa que só vai usar o aluguel até que ele organize para ter sua moto enviada para cá. Neste momento, a realidade do que estamos fazendo me bate. Eu disse a Nana que eu não sabia quanto tempo eu iria ficar fora, mas eu disse ao meu trabalho que eu precisava de uma licença por motivos pessoais, eu realmente não saí. Mas... eu ainda estou dentro. Onde quer que Trick vá, eu vou. — Vamos pegar um táxi para a concessionária de carros mais próxima. Trick pega a nossa bagagem da esteira. — Nós não vamos comprar um carro. — Bem, talvez nós não, mas eu vou. Chove no México também. — É por isso que nós vamos permanecer abrigados ou usar a nossa capa de chuva para moto. Venha. — ele vai em direção às portas. — Nós não podemos ter relações sexuais na parte traseira da sua moto. Ele para, me permitindo acompanhar. Apertando os lábios, seus olhos trilham meu corpo. — Eu peço desculpa, mas não concordo, porém, se é por isso que você quer um carro, então... — ele se vira e continua passando pelas portas, — ...fique à vontade. — Homens. — O quê? — pergunta ele, içando a nossa bagagem na parte de trás do táxi. Eu sorrio. — Nada.

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Trick olha para minha nova aquisição com as mãos apoiadas nos quadris. — É um carro de mulher e um ‗pega trouxa‘ de vendedor. De jeito nenhum nós vamos fazer sexo na parte de trás dessa coisa. Você deveria ter comprado um Cadillac Escalate que é um SUV de grande porte. Eu lhe entrego as chaves do meu pequeno Saab vermelho. — Sim, bem, nós vamos nos livrar dele uma vez que estivermos fora da cidade. Ele pega as chaves e desliza seus óculos de sol. — Se nós estamos fora da cidade, não há necessidade de se espremer no banco de trás. Eu vou te foder no capô. Eu abro a porta do passageiro e olho para ele através das lentes dos meus óculos de sol. — O capô estará muito quente do motor. Ambos dizemos ‗porta-malas‘ em uníssono e saltamos para dentro do carro. Ele liga o carro e coloca a mão sobre a marcha. Eu coloco minha mão sobre a dele. Ele olha para mim. — Obrigada. — Pelo quê? Eu me inclino e o beijo. É lento, nossas línguas fazem traços preguiçosos. Sua mão se move da marcha para meu rosto e quando eu começo a me afastar, ele me segura junto a ele, pousando o beijo mais suave que já vi no canto do meu lábio inchado. — Por querer fazer memórias comigo. — eu sorrio. — Eu te amo, Darby Roth. Minhas sobrancelhas sobem. — Eu não sou sua esposa, ainda. Ele coloca o carro em marcha e puxa para fora. — Você vai ser... em breve. Meu sorriso inicial desaba em uma careta quando o meu entusiasmo cresce tanto que puxa em meu lábio. Cada gota do meu ser faz uma dança feliz. Se este é o Karma para todos os anos que eu tentei encontrar amigos, que tentei me encaixar sem sucesso, então eu a amo. Karma e eu somos BFF... nem, depois de Trick, é claro. Nós descemos as janelas e deixo entrar a brisa morna. Eu estou no paraíso e não tem nada a ver com o México.

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— Por que Todos Santos? — Você já esteve lá? — ele me dá um rápido olhar de soslaio. — Não, e você? Ele balança a cabeça com um sorriso do tipo megawatt somente para Darby. — Meus pais se conheceram em Todos Santos. — Sério? Ele balança a cabeça, olhos na estrada. — Natal caiu no último ano do ensino médio deles. Os pais deles alugaram lugares ao lado uns dos outros na praia. A família dele era de Utah e a dela vivia em Minnesota. Ambos contaram a história da mesma maneira... amor à primeira vista. — ele ri. — Eu odiava ouvir isso uma e outra vez. Agora eu daria tudo para ver os olhos deles brilharem conforme eles narravam cada palavra, ambos contavam partes da história como falas de uma peça de teatro. — Então, como eles se tornaram... — eu odeio até mesmo dizer a palavra. A ideia de Trick e seus pais desabrigados machuca tão profundamente, especialmente depois de ver aquela imagem que ele desenhou deles. Era eles tendo tudo e nada ao mesmo tempo. — Sem-teto? Eu concordo. — Eles escreveram cartas e falaram ao telefone até depois que ambos se formaram na primavera. Meu pai até mudou a faculdade que pretendia frequentar para ficar na faculdade com a minha mãe. Então, o verão antes de seu primeiro ano de faculdade eles se encontraram em Colorado para o acampamento durante quatro semanas nas montanhas. Nenhum dos pais aprovou, mas ambos eram adultos, de modo que não havia muito que pudessem fazer. Trick pausa e eu quero fazer mais perguntas, mas eu sei que ele não acabou a história. Ele prende o lábio inferior entre os dentes, então eu espero. — Uma semana depois que começaram a faculdade, minha mãe descobriu que ela estava grávida de mim. Os pais deles fizeram campanha por um aborto, e os pais dele basicamente o deserdaram. Os pais dele encontrou religião... — ele olha para mim, — ...e eu digo isso porque eles realmente tinham se convertido e de jeito nenhum eles repudiariam o seu próprio filho sobre a criação de uma vida.

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— Acho que eles decidiram ter o bebê. — eu sorrio e ele também. — Sim, eu estou aqui. — ele suspira, como se a história estivesse apenas começando. — Meu pai tinha planejado especialização em negócios e trabalhar em Wall Street, e minha mãe estava estudando música e tinha sonhos de participar de Juilliard. Então, com os pais contra eles e sem basicamente nada, exceto um bebê a caminho, eles se mudaram para Nova York. Meu pai conseguiu um emprego de nível de entrada em Wall Street, também conhecido como zelador, e minha mãe ensinou lições de piano através de um programa evangelístico de música na cidade. Eles tinham um apartamento de um cômodo... — outro olhar para mim, — ...não quero dizer um quarto, era realmente um cômodo. Mesmo pagar o aluguel era uma luta para eles. Então eu nasci e sem plano de saúde, eles trouxeram para casa um bebê e um caminhão de contas do hospital. No momento em que eu tinha cinco anos, o programa de extensão fechou e três semanas depois, meu pai perdeu o emprego... eu acho que quando Wall Street não está indo bem, até mesmo o pessoal de zeladoria é afetado. Nenhum deles conseguiu encontrar trabalho e, por fim, eles foram despejados. Eu odeio ouvir isso, porque há tal equívoco sobre os sem-teto, como se todas as pessoas que acabam na rua são viciados e pessoas preguiçosas sem ética de trabalho. Eu nunca vou olhar para uma pessoa sem-teto da mesma forma novamente. — Então, por que não foram para casa? Trick dá de ombros. — Nem um deles tinha falado com seus pais desde que partiram para Nova York. Cinco anos mais tarde, eu não acho que eles se sentiram como se ainda tivessem família. Tenho certeza de que o orgulho era um grande fator também. Meu pai era um homem orgulhoso, mesmo com nada, somente as roupas do corpo, ele ainda era um homem orgulhoso. Ele nunca foi pedinte e odiava quando ele via minha mãe fazendo isso. Ela tinha um filho para alimentar e deixaria seu orgulho de lado e pediria dinheiro para comprar comida. Eu os admirava tanto por aquilo que acreditavam. Meu pai nunca deixou as circunstâncias o definir, e minha mãe... eu acho que ela teria pedido ajuda para a família, mas ela amava meu pai demais para fazer isso com ele. Eu enxugo algumas lágrimas. Tenho certeza de que nunca se tornaria um filme, mas agora sinto a história dos pais de Trick, o proibido, o amor irreversível, e a forma como eles realmente viveram ‗no pior e no melhor‘ era apenas... lindo. Talvez a mais bela história de amor que eu já ouvi. ~ 248 ~


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Há uma nuvem de melancolia sobre o resto da nossa viajem para Todos Santos. Eu imagino que a mente de Trick permanece com seu passado, talvez as vezes que ele se lembra, talvez tentando descobrir as partes que ele não tem. Eu penso sobre minha própria vida e que caminhos diferentes levamos para chegar aqui. Eu nunca diria isso em voz alta, mas uma parte de mim inveja o que ele teve enquanto crescia. Parece loucura, eu sei que sim, mas ele tinha dois pais que se amavam e o adoravam. Eu tinha tudo que eu precisava e não tinha, e, felizmente, muito felizmente, eu tive minha Nana. Mas eu sou a prova viva que o dinheiro não pode comprar a felicidade. Tudo sobre o passado de Trick volta para seus pais. Como é que os dois simplesmente desapareceram? Ele ainda era uma criança, quinze anos, mas ainda uma criança, o único filho deles. Não faz sentido abandonarem ele sem uma única palavra. Mas também não faz sentido eles simplesmente desaparecerem ou morrer sem deixar vestígios. Mas cada vez que eu menciono minha suspeita ou falta de compreensão à Trick, sua dor me faz sentir como se eu estivesse pisando em seus túmulos. — O que você acha? — Trick pergunta quando nós paramos em uma estrada de terra. Eu pulo para fora e arrasto meu chinelo da estrada para passar por um vermelho e rústico velho portão de madeira pintada. — É tudo o que consegui em curto prazo... — Trick anda atrás de mim, — ...nós estamos apenas alugando. Eu sei que não é nada enorme... — Eu amei. — eu me viro e jogo meus braços em volta do pescoço dele. Ele me abraça, me levantando do chão. — Eu amei... é perfeito. Ele ri. — Você ainda não viu o interior, e é escuro. Você não pode ver muito por aqui também. Soltando ele, eu praticamente vôo pelo portão para ver mais. A casa é uma autêntica arquitetura mexicana, com portas e janelas em arco, adobe exterior pintado que parece ser uma cor de areia, e telhado de telha tradicional. Eu ando mais alguns passos, em seguida, dou um giro completo em reverência aos exuberantes jardins e árvores frutíferas.

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— Não finja estar impressionada. Eu sei que você já viu lugares mais sofisticados que esse aqui. — Trick recua alguns passos e seu raro momento de insegurança me entristece. Eu balanço minha cabeça. — Eu estou pasma do momento... deste momento em minha vida. — recuando, eu coloco minhas mãos em suas bochechas. — É tudo. É a casa, estes jardins, e nós. Eu não quero nunca mais ir. — minha mente registra o que eu disse, mas só levo um momento para perceber que... é a verdade. Trick agarra a parte de trás das minhas pernas e me levanta. Minhas mãos em seu cabelo, seus lábios nos meus, e este mundo - nosso mundo - é o paraíso. Ele se move para o meu pescoço e eu gemo. — O que vamos batizar primeiro? — ele murmura ao longo da minha pele. Eu rio. — Se você não parar, eu acho que a terra debaixo dos nossos pés serão os primeiros. — Como queira. Meu estômago vira quando ele começa a nos baixar para o chão. — Trick! Eu não estou falando sério. Ele me coloca de pé e belisca meu pescoço, seguido de um tapa na minha bunda. — Entre. Isso e o sexo no banco traseiro que nunca aconteceu, você está sendo uma bela provocação hoje. Eu tento girar a maçaneta. — Está trancada. — O proprietário disse que iria deixar uma chave debaixo do vaso. Bingo! Nós andamos através da porta e encontramos o interruptor de luz. É surpreendentemente espaçoso, com aparelhos modernos, pedras artesanais e azulejos mexicanos. — Não há nenhuma mobília. — É uma locação, não uma casa de férias. Eu vou pegar nossa bagagem. Eu ando para o pátio coberto, recebida pela cadência das voltas das ondas do Pacífico e da vítrea reflexão da lua na superfície escura.

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— Bem, é a nossa noite de sorte. Alguém deixou uma espreguiçadeira. — Trick pousa nossa bagagem e me abraça por trás, apoiando o queixo no meu ombro. Eu olho para a espreguiçadeira de vime com uma almofada azul. — Nós vamos dormir sobre isso? — Vamos puxá-la para dentro. É só por uma noite. Pelo menos é um teto sobre nossas cabeças. Ái! Me viro em seus braços. — Com certeza. — eu sorrio, não querendo parecer uma menina rica e mimada por um único segundo. — Vamos verificar o resto da nossa casa. Ele me beija. — Mmm... nossa... eu gosto disso. Levamos a nossa bagagem no andar superior para o quarto principal. A parede cheia de janelas e portas duplas que se abrem para um terraço privado e uma vista panorâmica do oceano nos cumprimentam. — Uau! O lábio de Trick contrai quando eu olho para ele. Ele está satisfeito e eu também. Ele solta as nossas malas. — Nós nunca vamos embora. Eu rio. — Uh, sim... nunca.

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Eu tenho um pequeno vislumbre da mágica que os pais de Trick tinham entre eles quando Trick me segura em seus braços na nossa espreguiçadeira, cercados pela escuridão. Realmente não importa onde estamos... só importa que estamos juntos. — Trick? — Hmm? — Por que você tem tanta aversão às mulheres? Seu pescoço enrijece enquanto engole. — Meu passado. ~ 251 ~


— A parte que você lembra? — A parte que eu não lembro. — Como pode sentir isso, se você não se lembra? Ele suspira. — Depois do meu acidente, Grady falou com pessoas que ou viveram perto do meu prédio ou trabalharam na área. Um cara que era dono de um caminhão de comida estacionado na esquina do meu prédio disse a Grady que ele ocasionalmente me viu chegando e partindo, geralmente com uma mulher, mas nem sempre a mesma e elas eram definitivamente mais velhas do que eu. Grady acha que as mulheres estavam se aproveitando de mim de alguma forma, provavelmente algo a ver com as drogas. Então entre lidar com a minha perda de memória e tentar ficar limpo, eu achei melhor evitar as mulheres fora do ambiente profissional. Ele ri. — A verdade é que minha clientela do sexo feminino era um bando de cadelas ricas que sempre quiseram mais do que o que eu estava disposto a dar. Elas foderiam um homem gay só para provar que podiam. É risível; não importa quanta maquiagem eu aplicasse nos rostos delas, a feiura interior sempre atravessou. Então, a maquiagem no meu rosto, a gelada atitude ‗cai fora‘ que você sentiu, era a minha defesa, a minha maneira de proteger a parte de mim que eu não conheço. Quanto menos conexão as mulheres tiverem comigo melhor. Essa é a merda com a perda de memória, faz você se sentir vulnerável. — Então, por que eu? Quero dizer, obviamente você me agrupava no mesmo grupo que as cadelas ricas no início, mas depois você mudou. Por quê? — Você me deu um tapa naquela noite. — ele ri. — Eu não sei se uma mulher alguma vez me atingiu daquela forma antes e no começo eu pensei que você estivesse ofendida. Eu já tinha visto aquele olhar muitas vezes... não me abalou. Mas a maneira como você se levantou contra mim... se levantou por si mesma, foi sexy... pra caralho. — Sexy? — eu dou risada. — Sim, sexy. Como ‗vamos parar de palhaçada e vamos direto ao assunto‘. Eu mordo minha língua. Naquela noite, depois que eu bati a porta na cara dele, eu estava tão excitada que eu mal conseguia pensar. A tensão entre nós naquela noite era sexual. Eu pensei que era só comigo.

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Depois de alguns minutos de silêncio, eu me inclino, beijando o ângulo de sua mandíbula. — As mulheres, em Nova York, talvez você estivesse as desenhando. Você já pensou nisso? — Grady pensou, mas eu nunca desenhei ninguém por dinheiro, de modo que não faria sentido. Quer dizer, eu vendi a minha arte, mas eu nunca fiz ‗pedidos especiais‘. — Bem, talvez você tenha feito e só não se lembra. Ele beija o topo da minha cabeça. — Pode ser. Boa noite, gostosa. Eu acaricio seu pescoço. — Boa noite, eu te amo.

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Capítulo Trinta Desorientada. Levo alguns minutos para eu juntar onde estou e como eu cheguei aqui. Estico, saindo da minha posição fetal, recebo uma baforada da almofada mofada florida da nossa cama improvisada. O que eu não estou vendo, sentindo ou cheirando é Trick. No entanto, eu ouço o mais convidativo som de sempre: o oceano. Eu olho para trás, para a porta aberta da varanda, e lá está ele... invertido em seu tapete de yoga e sem camisa. Tudo o que posso fazer é olhar. A vontade de dizer algo ou tocá-lo... meu Deus, a vontade de tocar naquele corpo é torturante, mas eu não faço isso. Este é o seu tempo, a sua coisa. Talvez ele precise de sua prática meditativa para dar sentido ao caos em sua vida. Quando eu viro em direção à cozinha, vejo várias mangas e bananas no balcão que não estavam lá na noite passada. Eu descasco uma manga, afundando meus dentes em sua polpa suculenta. Maravilhosa! — Você está se perguntando o que diabos nós fizemos? Aquela voz... meus mamilos respondem primeiro. Me limpando meu queixo e chupando o suco do meu dedo.

viro,

— Dedo sortudo. Deslizando para fora da minha boca, eu sorrio, lutando para manter meus olhos fora de seu peito nu: músculos, tatuagens, e o caminho do paraíso que de fato me leva ao paraíso. — Eu me sinto constrangido sob o seu olhar examinador. — ele puxa a pele de sua cintura, digo músculo e pele. — Estou começando a ficar com pneuzinhos? Eu rio. — Sim. — O quê? — ele olha para cima em choque com os olhos arregalados. Eu balanço minha cabeça. — Não, não sim para os seus adoráveis pneus, sim ao que seja lá o que for que fizemos. Eu não acho que era eu. Eu amo Chicago... eu amo meu trabalho. Então você veio e tudo mudou. Eu deixei minha casa e meu trabalho com apenas um piscar de

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olhos para pegar um avião com um cara que eu conheço a dois segundos. E agora estamos aqui e falando sobre ficar... para sempre. — eu rio. — Eu ainda tenho comida na minha geladeira e outras coisas no meu armário no trabalho. Isso é uma loucura. Trick se move em direção a mim com um olhar predatório naqueles olhos escuros. — Como é que eu mudei tudo? — pergunta ele, me empurrando contra o balcão, me enviando uma sobrecarga sensorial que ele faz tão bem. Eu molho meus lábios, desejando seu toque, seu gosto... o desejo dele por mim. — Você me mostrou o amor verdadeiro. — E agora? — ele agarra meu pulso, trazendo a minha manga para a boca, dando uma mordida e lambendo os lábios. Minha respiração acelera. — E agora meu lugar favorito para viver é em seus braços e meu trabalho favorito é... — eu franzo os lábios para o lado e esfrego minha mão sobre sua ereção que está pressionada contra a minha barriga. Ele sorri, a testa puxando para cima. — Ah é? Eu concordo. Trick olha para o pulso, para um relógio invisível. — Bem, é melhor você ir, gostosa. Eu odiaria que você se atrasasse para o trabalho. Eu rio, pressionando meus lábios em seu peito nu e facilitando meu caminho para o trabalho.

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Nós tomamos banho uma vez que o meu trabalho ficou um pouco confuso, especialmente depois de adicionar fruta na mistura, que eu descobri que ele pegou do nosso jardim da frente. Está crescendo mangas e bananas no nosso quintal da frente! Sim, essa menina do Centro-Oeste não conseguiu processar isso ainda. Eu ligo para Nana e aviso sobre meu paradeiro. Ela pergunta se eu ouvi sobre o ataque do meu pai, e eu me odeio por ter mentido, mas eu me finjo de morta de qualquer jeito. Eu ainda estou tentando lidar com isso sozinha. O que eu devo dizer? Sim, ele arrebentou meu rosto, ~ 255 ~


então Trick retribuiu com uma pequena visita a ele, e eu vi a notícia sobre isso no aeroporto, mas eu ainda escolhi deixar o país sem ao menos uma chamada de telefone para ver se ele está bem. Sinceramente, Nana não iria me culpar. Se ela soubesse disso, ela provavelmente iria contratar seu próprio espancador para bater nele. Talvez ela o fizesse sozinha. É possível que ela tenha faixa preta em alguma arte marcial que eu não saiba. Nana não está a par de qualquer um dos quatro incidentes entre mim e meu pai. Eu consegui evitá-la após os dois primeiros até que a prova tivesse sumido do meu rosto, e o terceiro eu disse que caí da escada. Eu me encolhi depois de dizer essas palavras para ela. É confuso; eu tinha dezoito anos quando ele me bateu pela primeira vez, então não era nenhum ‗abuso de crianças‘. O que eu deveria fazer? Mandar prender meu pai por agressão, porque eu tenho um talento especial para provocá-lo? — Sua vó me odeia? — Trick pergunta quando nos dirigimos à cidade para... fazer alguma coisa. — Odiar você? Por que você pergunta isso? — olho para ele. — Por te roubar e te levar para longe. — Tenho certeza que ela vai sentir saudades minhas como eu vou sentir dela, mas o sonho dela sempre foi de eu viver fora da caixa, arriscar, fazer algo inesperado. Basicamente enviar o meu pai para o túmulo mais cedo. Trick endurece com as minhas últimas palavras. Eu limpo minha garganta. — E por falar em mandá-lo a uma morte prematura. Eu tenho que saber... quer dizer, eu não queria no início, mas agora eu quero. A arma, a violência, as câmeras de segurança que você deve ter desabilitado... onde você aprendeu tudo isso? — Você realmente quer saber? — ele olha de lado, com as sobrancelhas pontiagudas. — Sim, bem, não... eu acho que eu preciso saber. Você não acha? Ele dá de ombros. — Você era um assassino? Trick ri. — Não. — Alguma vez você já matou alguém? ~ 256 ~


— Não... bem, eu espero que não. Sim, isso não era uma pergunta justa. — Alguma vez você já atirou em alguém? — Sim, mas isso foi em legítima defesa. Eu só acertei ele no joelho. Meus olhos se arregalam. — Mas você estava tentando matá-lo? Sua cabeça empurra para trás. — Não. Eu estava tentando acertar o joelho dele. Se eu tivesse tentado matar, ele estaria morto. — Então você é um bom atirador? — eu acho que eu sei isso a partir das palavras que foram compartilhadas na noite em que fui agredida do lado de fora da casa de Trick, mas eu quero ouvir isso dele. — Sim. — ele suspira como se ele não estivesse orgulhoso dele mesmo. — Eu entrei para uma gangue quando eu tinha doze anos. As crianças eram mais velhas e me ensinaram muito. Nós treinávamos tiro ao alvo sob os trilhos do trem e em antigos edifícios abandonados. A partir do momento em que colocaram uma arma na minha mão, eu poderia abater qualquer alvo. Eu não sei... eu sou dotado no departamento de coordenação ou algo assim. Eu acho que é por isso que eu consigo desenhar com tal precisão. Essa é uma constatação da realidade. Enquanto eu estava nos escoteiros aprendendo a amarrar um nó de pescador, Trick estava atirando com seus membros de gangues. — E as brigas? — Sobrevivência. A princípio não foi instinto. Eu fui espancado pra caralho várias vezes até que algo dentro de mim estalasse. Então, acabou. Nunca mais fui o garoto pobre com o rosto esmagado no chão. Eu fiz aulas de autodefesa no meu primeiro ano de faculdade, mas eu estava trepando com o instrutor, então eu não tenho certeza se aprendi muito mais do que ele gostava de estilo cachorrinho todas às vezes. Melhor manter essa pequena informação para mim mesma. — Por que uma gangue? Eu entendo o desejo de se encaixar. Deus sabe que eu tinha isso de sobra, mas você não estava preocupado em entrar em uma situação que poderia aterrá-lo na prisão ou pior?

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Trick para em uma área comercial. — Para mim, era mais seguro pertencer a uma gangue do que não. Prisão não era uma preocupação. Naquele tempo teria significado uma cama e três refeições quentes por dia. Eu não estou dizendo que nunca infringi a lei. Às vezes, nós roubávamos coisas para sobreviver, mas eu não fiz nada que teria significado anos na prisão. O cara que eu atirei no joelho estava tentando roubar coisas dos meus pais, que não eram muitas, e ele tinha uma arma também. — ele destranca o carro e olha para mim. Eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo. — Entendi. No meu último ano do ensino médio, Tammy Sievers roubou minha bolsa do vestiário. Eu nunca consegui provar, mas a cadela fez isso, então eu risquei o carro dela... dos dois lados. O lábio dele se contrai conforme o divertimento dança em seus olhos. — Você foi uma verdadeira mala. Pego minha bolsa e abro a porta. — Foda-se, eu estava certa. Agora venha.

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Nós desembarcamos em um oásis para amantes da arte. Trick se ilumina toda vez que passamos por uma galeria de arte ou uma loja com produtos locais artesanais. Trabalho? Que trabalho? Chicago? Onde é isso? Esta pacata cidade situada entre deserto, montanhas e mar faz Chicago parecer uma enxaqueca social. Eu não ouço sirenes ou buzinas e as pessoas aqui se movem no ritmo de um caracol, porque realmente... qual é a pressa? — Ok, então compramos mobiliário, nosso colchão será entregue hoje mais tarde... — E nós vamos testá-lo imediatamente, — Trick interrompe. Eu puxo a mão dele, indo em direção a uma pequena loja que parece de roupas de cama. — Sim, toda essa coisa de compras me deixou um trapo. Vamos precisar de uma soneca, com certeza. Trick me puxa de volta em seus braços. Meu vestido de verão sobe pelas minhas pernas conforme ele espalma minha bunda. — É melhor a gente parar para um pouco de cafeína, então, porque não vamos dormir

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naquele colchão tão cedo. — ele esfrega o nariz contra o meu então morde meu lábio inferior com um rosnado baixo. — Quieto, menino. Os turistas estão prestando atenção. — Bem, então vamos dar um show a eles. Enfio as mãos nos bolsos de trás de sua calça jeans rasgada e desfiada e beijo a linha do seu queixo. — Então, devemos fazer isso ao lado do edifício ou no porta-malas do nosso carro novo? Com uma mão, ele me segura como escudo enquanto ele se ajusta com a outra. — Porra, para! Você está me dando uma ereção. Eu continuo a beijar ao longo de sua mandíbula e pescoço. — Da última vez que eu soube, isso era um requisito para fornicação pública. — Entre na loja e pare de me provocar. — ele agarra meus braços, me vira, e me cutuca para seguir em frente. — Você começou. Depois de pegar toalhas e lençóis, decidimos voltar para casa. Outro choque para o meu cérebro: casa. Nós vamos viver aqui juntos para... bem, tanto quanto quisermos. Insano.

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Capítulo Trinta e Um Dentro de uma semana temos uma casa totalmente mobiliada, cozinha equipada, e nossa documentação de casamento. Trick dá a notícia a um Grady muito mal-humorado sobre a nossa mudança e plano de ficar aqui por tempo indeterminado. Desde que ele está em LA, eu não acho que ele desceria até aqui e pessoalmente estrangularia Trick. Rogue Seduction está fechado até que o substituto de Trick seja ‗descoberto‘ como Grady colocou. Quanto a minha casa, Nana se comprometeu a cuidar das necessidades. Eu disse para ela vendê-la; eu realmente não me importo, mas ela insiste em mantê-la no caso de eu decidir voltar para ‗casa‘. Meu trabalho, por outro lado, não tão satisfeito. Eu disse a eles que eu estava tomando um tempo pessoal, não desistindo. Mas me levou apenas dois dias aqui para ligar avisando que não ia voltar. Eu acho que a documentação de casamento empurrou qualquer dúvida da minha cabeça. Isso parece como uma lua de mel, embora nós não estivéssemos ainda tecnicamente casados. É fácil caminhar para fora de nossa varanda e suspirar com a incrível praia que é nosso quintal para o paraíso. Eu continuo pensando que eu deveria começar a arrumar minha mala porque as férias estão quase no fim. Mas não é, então eu vou manter minha bunda plantada na areia até que a vida me puxe para fora. — Você realmente deve vir comigo. Havia doze de nós hoje. — Trick para na minha frente, bloqueando o sol. Eu não posso reclamar. Ele está com sua bermuda, sem camisa e segurando uma toalha envolta ao pescoço. Ele perdeu algumas gotas de suor escorrendo pelo terreno acidentado de seu peito. — Eu não sou tão boa em yoga. Eu sou mais uma garota de bicicleta. — Amanhã você vai vir comigo. — as palavras de Trick tem uma finalidade nelas. — Oi, vizinhos.

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Trick vira e eu me inclino para o lado para ver atrás dele. Um rapaz com uma prancha de surf anda com casuais passos largos através da areia até nós. Um sorriso branco austero enfeita seu rosto, que dá lugar a um corpo bronzeado magro que tem sido aperfeiçoado por horas de sol e surf. Ele passa a mão preguiçosa através de seu cabelo loiro de cobre que o vento deixou uma bagunça, em seguida, oferece a mão para Trick. — Oi, eu sou Declan. Vocês devem ser os novos vizinhos que Martin disse que nós teríamos. Martin Cruz, o dono da casa que alugamos, possui quatro casas ao longo deste trecho de praia. — Trick e Darby Roth, — Trick aperta sua mão e meu queixo cai. — Prazer em te conhecer. Eu levanto, escovando a areia pegajosa de minhas pernas. — Darby Carmichael. — eu ofereço minha mão sem perder a contração de frustração no rosto de pedra de Trick. — Nós não estamos realmente casados ainda. Declan pega a minha mão. — Oh, bem, quando é o grande dia? — Hoje, — Trick anuncia quando meus olhos disparam para ele. Lábio contraído. Arrogante filho da puta! Trick serpenteia o braço em volta da minha cintura, me puxando para o seu lado e me forçando a largar a mão de Declan. — Parabéns! Fantástico! Vocês vão fazer um casamento de praia? Um monte de familiares ou apenas alguns amigos? Minha língua permanece espessa e entorpecida enquanto eu espero com antecipação para essa resposta junto com Declan. — Só nós. Vamos nos casar, não ter uma cerimônia. As palavras dele mergulham em minha mente. Eu tenho direito a alguma opinião nisso? — Ah cara, vocês deveriam fazer isso na praia. Vai estar um tempo muito louco hoje e Martin pode fazer a cerimônia. Ele fez três apenas no mês passado. Trick olha em volta e encolhe os ombros. — Pôr do sol?

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Declan sorri e acena com a cabeça. — Agora nós estamos conversando. Eu vou cuidar de tudo. Vejo vocês aqui em cerca de seis horas. — ele corre, indo embora e gira com um aceno final. — Prazer em conhecê-los, vizinhos! Trick me puxa para seu peito, um sorriso curvando em seus lábios. Puxando minha cabeça para trás e a inclinando para o lado, eu faço uma careta. — Ah. Meu. Deus! Você acabou de planejar meu casamento com um completo estranho bem na minha frente? Trick segura meu pescoço e me puxa para mais perto até que minha cabeça inclina para trás para olhar para ele. — Cerimônia de casamento, não um casamento. — seus lábios pressionam os meus quando sua outra mão vai para o laço da parte de cima do meu biquíni enquanto ele geme em minha boca. — Não. — eu o empurro, deixando ele ofegante com uma fome insaciável em seus olhos travessos. — Se eu não tiver uma palavra na minha cerimônia, então você não vai ter isso... — eu balanço minha cabeça enquanto amarro novamente meu biquíni — ...até que eu legalmente tenha o seu nome. Seus olhos se alargam. — Você está se recusando a fazer sexo comigo? — Sim. — girando na areia, eu pego minha toalha e caminho para a casa com os ombros para trás e um balanço extra no meu quadril. Conforme eu pego um copo de suco, a porta da varanda se abre e Trick entra completamente nu. O copo de vidro bate no balcão quando meu aperto enfraquece. — Eu vou estar no chuveiro, no caso de você desejar assistir. Eu engulo o suco da minha boca. — Não precisa. Eu já me dei prazer enquanto você estava fazendo yoga, — eu minto, porque caramba, que arrogante! Ouço um ruído surdo e ‗porra‘ presumivelmente meu convencido, em breve marido, literalmente tropeçou em minhas palavras a caminho das escadas.

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Eu sinto como se estivesse em um carro com a capota abaixada, o sol quente no meu rosto, a brisa dançando com o meu cabelo, o rádio suspirando uma serenata infinita, e o homem dos meus sonhos dirigindo com uma mão no volante e outra na minha perna, o aperto suave ocasional para me lembrar que este sonho perfeito é a minha vida. — Onde você vai? — pergunto quando Trick para atrás de mim enquanto eu tento adicionar alguns cachos propositais ao meu cabelo. Ele envolve seus braços em volta da minha cintura e encosta seus lábios no meu pescoço, olhos em nosso reflexo no espelho. — Você vai ver. Eu franzo a testa no espelho. — Por que dessa cara, gostosa? — Eu preciso de Gemmie. É minha casa... quero dizer o dia da minha cerimônia de casamento... — eu rolo meus olhos para ele. — ...e meu cabelo está parecendo a porra de um ninho de pássaro. — Você está perfeita. — ele mordisca a pele sensível abaixo da minha orelha. Eu suspiro. Jogando de lado meu babyliss, eu dou de ombros e saio de seu aperto para ir buscar o meu telefone. — Onde você está indo? — ele chama, mas eu o ignoro. Agarrando o meu telefone do balcão da cozinha, eu faço o que qualquer garota no meu lugar faria. Eu mando uma mensagem para o meu BFF. Eu: Caro BFF, eu preciso de você... eu não posso dizer ao meu noivo isso, mas é o dia do meu casamento e eu quero estar surpreendente para ele. Ele não entende que, por um dia, eu quero me sentir tão bonita quanto ele diz que eu sou. Meu cabelo está se rebelando e minha pele parece manchada do sol. Pode me ajudar? Eu toco na tela do meu telefone por alguns momentos até que ele toque. Trick: Vem.

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Meu sorriso cresce... meu coração transborda. Quando eu paro na porta do banheiro, Trick sinaliza com um dedo para mim. Lágrimas picam nos meus olhos quando eu ando até ele e ele me levanta sobre a penteadeira. — Minha amiga vai deixar o oceano e o pôr do sol com inveja de sua beleza. Então, ela vai se casar com um cara completamente indigno de seu amor. Eu tento engolir de volta a emoção quando ele colhe uma lágrima com o polegar. — Você não vai parar até que você tenha reivindicado cada parte do meu coração, não é? — eu sussurro. Ele desliza seus dedos ao longo do meu queixo, inclinando a cabeça para o lado, com uma intensidade nos olhos. — Eu não vou parar até que eu sinta sua alma tomar o meu último suspiro. Eu acho que seu acabou de tomar o meu.

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Não há nada que ele não possa fazer. Às vezes eu realmente espero que ele vá engasgar com a comida ou torcer um tornozelo só assim eu posso ser a única com habilidades. Mesmo tagarela, Gemmie ficaria sem palavras se ela pudesse ver como Trick transformou minhas chamas teimosas em um fogo controlado, impressionante e hipnotizante. Minha maquiagem, uma obra de arte. Depois de aplicar a loção em cada centímetro do meu corpo, eu saio do banho. Trick está olhando através de nossas janelas com as mãos apoiadas nos bolsos de seus jeans escuros, camisa branca abraçando cada curva com as mangas arregaçadas, tatuagens expostas. Babei... — Vem. Babei um pouco mais... Eu o sigo para dentro do closet. — Trick... — eu seguro as lágrimas, para não estragar seu trabalho duro. Ele desliza meu robe dos meus ombros até que ele lentamente caia no chão aos meus pés. Em seguida, ele pega o vestido de verão

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tomara que caia branco com uma sobreposição em renda do cabide. Eu entro nele quando ele o segura para mim. Enquanto ele fecha a parte de trás, eu passo minhas mãos sobre o material delicado. — Onde você conseguiu isso? — Na cidade, a dona da loja que fez. Ela tinha ele guardado para uma ‗ocasião especial‘. Eu a convenci que não iria acontecer nada mais especial do que hoje, enfeitando seu belo corpo. — Como pode... — eu balanço minha cabeça com espanto, — ...este dia sem amigos e familiares parecer tão... perfeito. — eu me viro para ele e pressiono as palmas das mãos no arrepiado escuro rosto dele. — Porque ele é... — eu sussurro, — ...é perfeito. Seus olhos, normalmente tão escuros, faíscam com vida... a nossa vida. — Vamos. — ele pega a minha mão e me leva ao nosso quintal de areia, com um punhado de completos estranhos em traje de praia casual. Eles iluminaram um caminho encantado de lanternas brilhantes da nossa varanda até a praia onde o sol lança tons celestiais de violeta, amarelo e laranja no final do nosso dia e o início do nosso para sempre. Martin Cruz, o dono da nossa casa celebrante, sorri por trás de sua desalinhada grisalha barba. Ele trocou sua camisa colorida de louco por uma roupa de colarinho amarelo suave e shorts brancos. Em nossos pés descalços fazemos um passeio descontraído lado a lado para o nosso grupo gracioso de testemunhas. Nós dois sorrimos para Martin e viremos um para o outro. Ele diz algumas palavras sobre amor, vida e compromisso. Eu não ouço nada disso. Tudo o que minha mente pode pensar é: Como ele me escolheu? — Trick, o que você gostaria de dizer para Darby? Trick sorri, meu sorriso. — Isso é tudo o que tenho para lhe dar: Eu. — ele levanta os ombros e sua vulnerabilidade pega um pequeno pedaço do meu coração. — Um livro com páginas em branco, desgastado nas bordas e com marcas de borracha, que é o que eu sou. Eu preciso de você para pintar o meu futuro, escrever a minha história com marcador permanente, assim como a marca que você deixou no meu coração no dia em que nos conhecemos. Seu toque é a única coisa que eu sinto, a sua voz a única coisa que ouço, seu rosto a única coisa que eu vejo, mas o seu amor... seu amor, minha linda, é a única coisa que eu preciso. — ele aperta minhas mãos e meus olhos respondem com algumas lágrimas. — As memórias são as emoções mortais, mas o amor... o que o coração sente, ele nunca se

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esquece. Eu nunca vou esquecer de você, então seja minha esposa, Darby. Escreva uma história comigo que nunca termina. Eu pressiono as pontas dos meus dedos médios nos cantos dos meus olhos, em seguida, tomo as mãos de Trick novamente. — Darby, o que você gostaria de dizer para Trick? Eu sorrio e pisco, segurando as emoções iminentes. — Há vinte e seis letras do alfabeto que podem ser organizadas para expressar uma infinidade de emoções. — eu balanço minha cabeça. — Mas não as minhas, não por você. Não há palavras para expressar a forma como todo o meu mundo cai aos seus pés, olhando com admiração para o meu melhor amigo, meu amante... o meu para sempre. O rio de amor por você que corre através de mim é profundo e tudo consome. Eu voltei a viver por você. Com o golpe suave do seu pincel, você pintou a minha vida em um milhão de tons incríveis e agora o meu coração encontrou o ritmo do seu amor... nosso amor... para sempre. Portanto, seja meu marido, Trick. Deixe que a nossa história seja a única que importa. Martin limpa a garganta e sorri. — Você Trick, aceita Darby como sua esposa? — Aceito. Eu solto um pequeno soluço disfarçado com uma risada. — Você Darby, aceita Trick como seu marido? — Aceito. — minhas palavras são apenas um sussurro, presas em um nó de emoção. — Então, com o poder investido em mim, eu os declaro marido e mulher. Trick, você pode beijar sua noiva. Nosso pequeno grupo de testemunhas batem palmas e gritam quando Trick segura meu rosto e me beija, não deixando os espectadores interferirem com o nosso momento. É lento e paciente enquanto nossas línguas se golpeiam languidamente uma contra a outra. — Eu te amo, — ele sussurra sobre meus lábios, me liberando. — Eu te amo. — eu digo isso, mas eu tenho certeza que ele e toda a gente já pode ver isso no meu ridiculamente grande sorriso que está no meu rosto para ficar.

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— Parabéns! — Declan bate a mão no ombro de Trick e dá um aperto viril de aprovação. Em seguida, ele estende seus braços e eu sorrio, enquanto ele me abraça como se nós nos conhecêssemos a muito mais do que oito horas. — Venha conhecer o resto de seus vizinhos. Trick me puxa para seu lado quando o resto do pequeno grupo se fecha sobre nós. — Este é Colby. Ele está a um ano fora da faculdade para encontrar a si mesmo. — todo mundo ri. — Então, se você vir o fantasma ou o gêmeo dele por aí, nos avise. Colby revira os olhos cor de avelã, lançando seu despreocupado, cabelo escuro surfista para o lado. — Diz o cara que ainda não foi aceito na faculdade de medicina. Declan dá de ombros. — Eu só estou lidando com algumas aulas, isso é tudo. — Facul de medicina, hein? — eu sorrio. — Me deixe saber se você precisar de ajuda com qualquer coisa. Eu era assistente de um médico em Chicago. — Sério? Isso seria incrível. Obrigado. — É o mínimo que posso fazer pelo que você fez pelo nosso casamen... quero dizer, cerimônia. Trick cava os dedos no meu lado que mostra sua falta de apreço por eu zombar dele. — Originalmente, eu pensei que ia fazer amor hoje à noite, mas você parece que está pedindo para eu te foder com força, — ele sussurra em meu ouvido. Espero que o cobertor escuro da noite cubra o meu rosto vermelho quando todo mundo olha para nós, provavelmente pensando que meu marido sussurra palavras doces no meu ouvido. Eles não têm ideia de que ele não é sempre um cavalheiro. — Aham... — o cara perto de Colby pigarreia. — Desculpe cara. Este é Wes. Ele é um estudante de biologia marinha e ele estará aqui pelos próximos meses para observar as baleias, também conhecido como obter crédito para faculdade através do surf.

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Wes bate na parte de trás da cabeça de Declan, e nós rimos. — Prazer em conhecê-lo e parabéns. — Wes é encorpado com cabelo louro cortado, e não parece o típico surfista. — Obrigado. — Trick e eu sorrimos. — E por último, mas não menos importante, esta é Mallory, a namorada de Colby. — Noiva. — ela o corrige, mostrando seu dedo anelar. Declan revira os olhos. — Tanto faz, você já está com o anel por dois anos e ainda não teve casamento, então não sei mais se é realmente um anel de noivado. Ela curva seus lábios carnudos e joga para trás seus longos cabelos escuros revelando silicones que derramam para fora de seu pequeno vestido de verão tomara que caia, então acotovela Colby na barriga. — Nós teríamos uma data definida se um certo alguém encontrasse a si mesmo mais depressa. De qualquer jeito, Trick e eu nos encontramos esta manhã. Eu fiz ioga com ele. Eu dou uma rápida olhada para Trick, que mantém um olhar impassível ao comentário dela. Então eu olho para ver se seus olhos estão tentados pelo grande airbag. Só no caso de velhos hábitos custarem a morrer. Sim, ele está olhando. Eu me aconchego a ele fingindo acariciar seu pescoço. — Se você não parar de olhar estupidamente para oairbag dela, a única coisa que você vai ver na porra desta noite vai ser a sua mão. — eu sorrio para todos, quando eles olham para nós como se fôssemos o casal do felizes para sempre, e somos... ou seremos, depois de esclarecer algumas coisas. Os dedos de Trick cavam ainda mais fundos no meu lado, mas eu não sei por que. Não sou eu quem está encarando. — Bem, devemos deixar os recém-casados ter algum tempo sozinhos, — Martin interrompe. — E hoje é quarta-feira, então alguns de nós têm que levantar cedo amanhã. — Quem seria? — Declan brinca. — Bem, nós realmente apreciamos isso. Foi muito gentil de todos vocês nos ajudar e fazer deste um dia especial. Nós deveríamos sair este fim de semana ou algo assim... se vocês quiserem. — eu odeio a insegurança que sangra de mim, da garota que nunca foi aceita na

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escola. Eles não me conhecem e eu não tenho nenhuma razão para pensar que não gostariam de serem amigos, mas a minha confiança foi derrotada muitas vezes. — Com certeza! — Declan responde. — Moramos bem ali. — ele aponta para a casa na beira da praia. — Martin aluga para os meus pais, mas eles estão na China pelos próximos seis meses, então decidimos não deixar uma casa perfeitamente boa na praia vaga. Concordo com a cabeça e sorrio. Todo mundo troca abraços e eu odeio ver a maneira como o corpo de Trick responde ao de Mallory e ao decote dela. Eu era ciumenta e possessiva quando eu achava que ele era gay. Casamento pode empurrar os meus limites além dos limites da razão. Quando o pequeno grupo caminha vagarosamente através da areia, nós assistimos em silêncio por alguns longos segundos; Trick então se vira e me puxa para seus braços. — Não. Eu levanto os meus ombros, evitando o contato visual. — Senhora Roth, olhe para mim. Eu não posso esconder meu sorriso fraco quando eu olho para cima. — Você já viu o carro Wienermobile da empresa Oscar Mayer, aquele em formato de pão? Eu rio das palavras que eu nunca imaginei que sairia de sua boca. — Sim, por quê? — Ele chama sua atenção quando você o vê? — Sim, por quê? — É porque você deseja que pudesse dirigi-lo ou você gostaria de ter um? Outra risada e um balanço de cabeça. — Não. Trick aponta o polegar na direção da casa do nosso vizinho. — Aquele airbag era um Wienermobile. — suas mãos deslizam para o zíper do meu vestido. Eu fecho meus olhos conforme ele o arrasta para baixo com paciência sedutora, provocando uma onda de arrepios por toda a minha pele. — Você, minha, gostosa e linda esposa... você é uma Ducati. — meu vestido cai na areia.

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Minhas pálpebras pesadas se abrem quando sua boca reivindica meu pescoço, suas mãos acariciamos meus braços. — Uma Ducati? — Mmm humm. — ele trabalha os botões de sua camisa, deixando os lábios me segurarem submissa ao seu toque. — Minha moto é uma Ducati. — Você ama sua moto? — Muito. — ele joga sua camisa para o lado e minhas mãos reivindicam a pele coberta por tattoos que eu tanto desejo. Ele é tão sexy; meu corpo parece a beira constante de convulsão apenas pelo calor de sua pele. — Mais que a mim? Trick se acalma, sua boca a um sopro de distância da minha. Ele olha para os meus lábios e, em seguida, passa rapidamente os olhos por mim. Lábio se contorce. — Não. — ele se move para capturar o meu beijo, mas eu me afasto. — Oh meu Deus! Você tem que pensar sobre isso? Na escuridão, seus dentes brancos brilham. Ele agarra minha cintura, roubando minha respiração enquanto ele me levanta para ele. Eu coloco minhas pernas ao redor da sua cintura, e ele me leva para a casa. — Você hesitou! — eu aperto o cabelo e puxo sua cabeça, fazendo-o olhar para mim. Ele tenta mergulhar a cabeça para baixo no meu pescoço. — Você hesitou! Enquanto ele me leva até as escadas para o nosso quarto, eu mantenho o controle firme sobre seu cabelo. — Eu casei com você. — Porque não iriam te dar permissão de casamento para se casar com sua estúpida moto. Me colocando na cama, ele me olha. Seu rosto tão perto do meu que nossos narizes estão se tocando. — Não precisa xingar, e eu hesitei, porque eu não conseguia acreditar que você perguntou isso. — ele deixa cair beijos lentos no meu rosto. — Minha moto me faz sentir bem por causa do meu trabalho duro. É a coisa mais bonita que eu comprei com

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meu próprio dinheiro. — ele desliza a mão por trás da minha cabeça. — Você me faz sentir bem comigo mesmo. Você não é minha posse... — ele pressiona seus lábios nos meus, nossas línguas colidem em uma explosão de necessidade — ...mas eu ainda quero possuir... cada... parte... de... você. Eu fecho meus olhos. Sua boca corre do meu pescoço para o meu ombro, por toda a minha clavícula, e para o meu peito. — Me possua... — eu solto um suspiro. Meu marido... meu Deus... meu marido se levanta e remove o resto de suas roupas e tira minha calcinha de renda. — Eu tenho a mais bela esposa. — Trick beija o interior do meu tornozelo e torna o momento uma eternidade... uma infinidade de amor. Lábios, respiração, língua, mãos, e todas as outras partes de seu corpo adoram o meu como se eu fosse sua religião e esta cama nossa igreja. E eu juro que o amor dele é enviado por Deus e seu toque é um vislumbre do céu aqui na terra. — Trick... é demais, — eu imploro quando ele me leva ao precipício mais e mais. Enterrado dentro de mim, ele me leva ao êxtase e depois puxa para fora e tortura meus mamilos sensíveis, meu pescoço, meus lábios, e o golpe ocasional de sua língua ao longo do meu sexo inchado. Eu estou a um toque de uma pena de distância do orgasmo ou da morte... poderia ser qualquer um neste momento. A bagunça suada emaranhada de lençóis se tornou típica da nossa tomada de amor que é realmente uma maratona ou tortura sexual, dependendo da noite. Ele me vira, então eu estou em cima dele, suada e tonta com tanta necessidade eu mal posso sentar. Agarrando meus quadris, ele me guia até que ele está alinhado à minha entrada, e então ele me traz em cima dele com tanta força que ambos gritamos quando eu entro em colapso em seu peito. Nossas bocas absorvem nossos gemidos agitados por seus últimos golpes profundos em mim. — T-tão bom... — eu ofego em seu pescoço — ...isso foi... tão... bom. — Concordo. — Trick ri com as mãos ainda emaranhadas no meu cabelo. Ele nos rola para o lado e sorri. — Esposa. Eu sorrio. — Marido.

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Após longos minutos de êxtase pós-coito, Trick esfrega algumas mechas do meu cabelo entre seus dedos com um olhar vidrado em seus olhos. — Por que você disse sim? Olho para o meu dedo traçando o sânscrito em seu abs. Já fiz isso tantas vezes que cada símbolo tem encontrado sua própria gravura em minha mente. — Porque você pediu. Ele ri. — Mas você não tem que dizer sim. — Você está errado. — Como assim? — seus músculos se contraem sob o meu toque. — Porque qualquer outra coisa teria sido uma mentira. — eu olho para ele. Ele balança a cabeça. É sutil, mas eu vejo isso. Estou sintonizada com um milhão de pequenas coisas sobre este homem que eu tenho certeza que ninguém mais vê. Cada pequena contração, recuar, aceno lento, ou piscar tem um significado. Estes são os momentos em que sinto os pensamentos dele. Essas emoções indefinidas significam muito. — Por que você me pediu para casar com você? — Eu queria que você soubesse que eu pertenço a você. — se inclinando, ele me beija. A profundidade de suas palavras roubam minha respiração. Ele não se casou comigo para tirar alguma coisa; ele fez isso para me dar tudo. Ele puxa um lençol solto e cobre nossos corpos nus, me puxando para mais perto até que meu nariz encontra conforto no ponto favorito na curva do pescoço dele. — Boa noite, esposa. — Boa noite, meu marido.

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Capítulo Trinta e Dois O sol, nosso alarme natural lança seu esplendor nos convidando a levantar. Eu rolo para acariciar, mas meu nariz não encontra nada, só o travesseiro. Deveria haver uma lei contra acordar sozinha após a noite da sua cerimônia de casamento. Eu alcanço o lençol que foi parar embaixo do meu corpo nu, precisando apagar os arrepios do ar frio da manhã. — Não. Eu não terminei de olhar para seus peitos. Eu me contorço, é claro agarrando o lençol e cobrindo meus peitos. Trick sorri, me entregando um copo de suco, em seguida, puxando o lençol para longe. Meus olhos vagueiam através de seu corpo, tropeçando quando batem em seus shorts de exercício. — É a nossa lua de mel. Por que você está de pé e vestido? — tomo um gole de suco. Ele se abaixa, sugando a pele ao longo do meu pescoço. — Nós vamos para yoga, então vamos voltar e eu vou foder a minha esposa até ela não conseguir andar. Eu tusso no meu suco, metade dele pousa sobre seu peito. Ele balança a cabeça enquanto limpa o peito com o lençol. Tudo o que sai de sua boca ou são palavras de uma poesia romântica ou de um marinheiro sujo cantando sua puta - raramente qualquer coisa no meio. — Não conseguir andar? — Sim. Mas primeiro devemos começar alongando. Venha. — ele se desloca para fora do quarto como se nós tivéssemos acabado de discutir a lista de compras. Eu balanço minhas pernas para o lado da cama. Talvez eu precise alongar. Trick me acordou no meio da noite com a cabeça enterrada entre as minhas pernas. Eu estava convulsionando em menos de sessenta segundos. Em seguida, ele mergulhou seu pau duro em mim e fez uma corrida implacável ao seu fim também. Depois disso, ele deu um beijo suave nos meus lábios e disse uma palavra: esposa, antes de me agarrar em seu corpo e cair no sono. Eu questiono se ele estava

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mesmo acordado. Parecia que ele estava sonâmbulo. Algumas pessoas andam ou assaltam a geladeira dormindo; talvez o de Trick vá ser sexo dormindo, acordar espontaneamente no meio da noite e comer sua esposa. Humm...

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Trick me espera com uma esteira de yoga e toalha extra. Eu encho minha garrafa de água e saio para a brisa fresca da manhã. — Esposa, — diz ele, de costas para mim. — Marido. — eu me aninho em suas costas nuas, envolvendo meus braços em torno dele. Ele agarra a minha água e toma um gole. — Pronta? Eu deslizo para sua frente, levantando na ponta dos pés para beijá-lo. Ele não me nega nada, agarrando a parte de trás da minha cabeça e me segurando em seus lábios para um longo beijo. — Eu vou te envergonhar. Ele ri. — Vem. Eu o sigo descendo as escadas para a praia, onde nos dirigimos para o norte. — Yoga não é um esporte competitivo. Você o faz por si mesmo sem se preocupar com o que as outras pessoas ao seu redor estão fazendo. — Isso vindo do cara que decidiu se casar comigo ontem para fazer sua reivindicação na frente do nosso vizinho. Eu não sei se eu deveria me sentir casada ou marcada. Ele olha para mim. — Eu sou espontâneo. — Você é incorrigível. Então, há um instrutor ou todo mundo apenas faz sua própria coisa? — eu corro para acompanhar seus passos largos. Porra! Por que ele está sempre com tanta pressa? — Bridget e Courtney se revezam puxando o grupo. Ontem foi a Courtney, então eu acho que vai ser a Bridget hoje. — Você é o único cara?

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— Não. Stuart estava lá ontem. Nós fazemos o nosso caminho em torno de uma pequena enseada e há cerca de dez pessoas que se estendem em suas esteiras na areia com o sol nascendo às suas costas e a extensão deslumbrante sobre o Pacífico na frente deles. — Trick e Darby! — Mallory pula para cima e para baixo. Ela está correndo o risco de ter um olho negro se ela não ficar na dela e parar de esfregar na cara de todo mundo aqueles silicones saltitantes. — Ei, todos, Trick e Darby se casaram ontem. Somos recebidos com sorrisos e parabéns quando Mallory me apresenta a todos os outros. O grupo é basicamente formado por corpos perfeitos de vinte e poucos anos com olhos sem vergonha sobre o meu marido. Então, sim, também estão lá Stuart e sua esposa Leona, ambos provavelmente na casa dos cinquenta. Nós espalhamos nossos tapetes quando Bridget faz todos virarem para o leste para uma Saudação ao Sol. À medida que progredimos através de mais poses, eu assisto Trick para me certificar de que estou fazendo certo, mas eu não sou a única a observá-lo. Todo mundo olha para ele também, com exceção de Stuart. Mesmo a esposa dele espia cada chance que ela tem. Trick parece alheio aos olhares ou talvez ele esteja em seu modo ‗ir com o fluxo‘ que Grady lhe ensinou. Os melões enormes de Mallory vão deslocar algo em seu pescoço se ela não manter a cabeça baixa durante a posição cachorro olhando para baixo, em que você tem que ficar com a bunda para cima formando um V com o corpo. Trick tem que vê-la olhando para a bunda dele. Bridget continua lembrando a todos de respirar com cada posição. Bem, eu estou fervendo e todo mundo está ofegante, talvez até babando um pouco. Trick e Stuart são os únicos que controlam a respiração para sincronizá-la com seus movimentos. — Todo mundo olhem para Trick. Eu chicoteio minha cabeça ao redor e quase caio na areia quando vejo Bridget andar até Trick. — Veja como os ombros são fortes, mas relaxados, afastados dos ouvidos. — ela apoia as mãos em seus ombros. — Seus abs estão puxados... — ela desliza os dedos sobre seus abs... — e ele está baixo em sua posição, o joelho da frente aberto e ele está firmando sua bunda. — sua mão começa a se mover em direção a sua bunda. A vadia está achando que ela vai tocar o traseiro do meu homem!

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— Aham! — pigarreio alto o suficiente para assustar Bridget de sua demonstração. Ela me dá um sorriso falso e se move de volta para seu tapete. Trick? Bem, seus lábios estão contraídos. Esse bastardo arrogante vai pagar por isso mais tarde! Nós terminamos uma sofrida hora de treinamento contorcionista e, em seguida, deitamos de costas em nossos tapetes para acalmar os nossos sistemas nervosos e limpar nossas mentes. Não vai acontecer aqui. Estou ligada em um frenesi de ciúmes que eu não estou nem um pouco orgulhosa da minha mente e seus pensamentos assassinos. Depois de nossas respirações de limpeza finais, Bridget saúda a todos com uma reverência lenta e um ‗Namaste‘. A luz em mim honra a luz em você. Como se todo mundo estivesse em um lugar amoroso e pacífico, mas eu me tornei a cadela monstro. — Vejo vocês amanhã! — Bridget diz enquanto caminhamos de volta para a praia. Não, não vai! Minha raiva desencadeia uma superpotência em minhas pernas que me permitem manter alguns passos à frente de Trick. — Você fica sexy quando está com ciúmes. — Cala a boca. Ele ri e é combustível para o meu fogo. — Isso vai ser divertido. Eu viro e ele a centímetros de me derrubar. — Divertido? — eu faço uma carranca, encarando ele. — Nós não estamos casados há vinte e quatro horas e já estou chateada com você. Você acha que isso é divertido? — Eu acho que nós vamos foder forte. — a determinação na voz dele não deixa espaço para dúvida. Ele está excitado pela minha raiva. Isto é preliminar para ele. É possível, pois no incidente do portão do elevador ele fez a suposição de que eu gosto de uma boa surra. Eu gosto, mas eu gosto nos meus termos. Há um quadro muito específico da mente que se passa com o cenário prazer/dor que temos feito algumas vezes. Conforme os meus pés afundam na areia com ele se elevando sobre mim, olhos ardentes em minha carne, eu não sinto que isso vai ser em meus termos.

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Apertando minhas pernas juntas, eu sou capaz de esconder a forma como o meu sexo derrete ao som de sua voz. Meus mamilos, no entanto, estão endurecidos. Preciso praticar mais autocontrole, uma fachada. — Eu odeio a maneira como você deixa as mulheres tocarem em você. — eu forço um pouco de determinação em minhas palavras. — Eu posso ver isso. — ele dá um passo tão perto que meu peito toca o dele. — Então. Por que. Você. Deixa. Elas. Fazerem. Isso? — Em uma escala de um a dez, quão molhada você está para mim agora. O quê?! — Você sabia que eu acordo no meio da noite com um desejo da porra por você? Gulp... eu realmente vi isso na noite passada. Ele se inclina para baixo, o calor de sua pele, sua respiração, e seu cheiro invadindo meu espaço pessoal em cada maneira possível. — Eu aposto que você está em dez e pingando, ultrapassando a porra da escala agora. Com o coração batendo contra o meu peito, eu pego as esteiras de ioga de sua mão e corro. Não há tempo para olhar para trás. Eu continuo indo até chegar a porta de trás e passo por ela sem trancála. Derrapando em nosso quarto, eu pego meu telefone do armário e corro para o quarto de hóspedes. Com uma rápida olhada ao redor, eu mergulho no armário e fecho a porta, me escondendo atrás de uma enorme quantidade de arte dele, que trouxeram ontem. Agora eu decido praticar minha respiração controlada de yoga, temendo que ele vá ouvir lá de baixo minha respiração. Em seguida, eu percebo. Eu estou me escondendo do meu marido... dentro de um armário. Que diabos? Isso não pode ser normal. Eu não consigo ouvir nada, então depois de alguns minutos eu ligo meu telefone. Eu: BFF, eu preciso de sua ajuda. Eu estou me escondendo do meu marido. Trick: Por que isso? Eu engulo em seco. Eu: Porque ele é intimidante. ~ 277 ~


Trick: Do que você tem medo? Trick: Ter seus mamilos fortemente sugados a ponto que você tenha um orgasmo no momento em que ele afundar seus dentes neles. Trick: Ter o pau dele tão fundo em sua boca que você não pode deixar de tocar a si mesma? Trick: Sentir os dedos dele enrolando dentro de você enquanto a língua dele se movimenta sobre seu clitóris e suas mãos estão presas e você fica impotente sob seu toque? Trick: Ou apenas uma boa foda à moda antiga sobre o encosto do sofá? Umm... uhh... — Ahh! — eu grito quando a porta do armário abre. Meu coração explode e eu quase me mijo. Eu embaralho meus pés contra o chão, fugindo tanto quanto consigo para o canto, abraçando meus joelhos no meu peito. — Vem. Eu balanço minha cabeça, prendendo a respiração. Seus lábios se contraem. Então, com o que só pode ser descrito como uma cena de um filme de terror, ele agarra meus tornozelos e me arrasta... porra ele me arrasta para fora do armário. — Trick! Ele me iça por cima do ombro, cheira minha bunda com tanta força que gani. — Estou pensando em sofá. — Trick! Pare! — eu grito, chutando e batendo quando ele me leva lá embaixo. Conforme eu bato meus punhos contra suas costas, algo chama atenção de meus olhos. Ele está tanto com a faixa de cetim e de toalha dos meus robes parcialmente escondidos no cós da cueca junto com um de seus cintos. AH MERDA! Ele me desce com a minha bunda apoiada na parte de trás do sofá, meu peito arfando, os olhos arregalados. — Você me ama? Eu engulo e afirmo com a cabeça. — Você confia em mim?

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Meu olhar vacila. — Darby? — ele levanta meu queixo com o dedo. — Você. Confia. Em. Mim? Outro engolir, outro aceno. — Ótimo. — ele passa meu top de yoga sobre a minha cabeça, molhando os lábios, quando olha para os meus seios. Então ele puxa as minhas calças, me deixando nua. Seus lábios roçam as minhas pernas, parando em meu sexo, mas tudo o que ele faz é apenas soltar o ar fazendo minhas pernas se juntarem mais. Então ele inala. De pé, ele me observa, me desafiando a correr novamente. — É o meu trabalho como seu marido lhe trazer prazer incomensurável. Entendido? Um aceno lento. — Ótimo. — ele pega o cinto e amarra as minhas mãos na minha frente. Eu fui amarrada antes, mas ele não sabe disso, e eu estou um pouco surpresa por ele não me perguntar se está tudo bem. — Vira. Eu fico olhando para ele por cima do meu ombro. Então eu lentamente me viro. Ele amarra os cintos de roupão ao redor das pernas de trás do sofá. — Afaste as pernas. Eu olho por cima do meu ombro para ele. Ele olha para cima com um olhar de não me faça falar de novo. Suspirando, eu abro minhas pernas e ele as amarra com as extremidades opostas dos cintos atados. Colocando a palma da mão nas minhas costas, ele me empurra para frente. — Curve-se. Eu me curvo. — Perfeito pra caralho. — Trick! — eu grito quando dois de seus dedos mergulham em mim com surpresa inesperada. — Você tem ideia de como você é linda?

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— Trick... — eu tento esfregar minha pélvis em seu toque. Ele bombeia seus dedos dentro de mim algumas vezes, em seguida, os remove. — Assim como eu suspeitava... ultrapassando um dez. Eu não consigo vê-lo, mas eu sinto seu sorriso arrogante e se eu conheço meu marido sujo, ele está sugando meus sucos de seus dedos neste exato momento. Mas meu corpo não tem tempo para se deliciar com a sua perversão, porque há uma batida na porta. — Trick... Ele se inclina sobre mim, passando a língua ao longo do meu ombro. — Shh... não se mova, — ele sussurra. Ele não enxerga o fato de que eu estou amarrada! Aonde diabos eu iria? Eu tenho que admitir que isto não é como eu imaginava que o nosso dia iria ser quando fazíamos amor a noite passada, pela primeira vez como marido e mulher. Se este é o segundo dia do nosso casamento, o que ele está deixando na lista para apimentar as coisas daqui a vinte anos? Há uma tagarelice de vozes abafadas. Presumo que Trick esteja tentando se livrar de um vizinho ou algo assim, mas ele está tomando seu tempo livre. Eu acho que eu vou amarrá-lo nu no sofá mais tarde, em seguida, ir às compras. Meu corpo fica rígido quando as vozes se aproximam. — Espere! — eu ouço Trick gritar. Não! Não! Não! — Bem, o que temos aqui? Grady. Eu fecho meus olhos e mortifico com dignidade zero. — Trick, não é que somos parecidos? Parece que ambos gostamos deles amarrados ao sofá, nus de bunda para cima. — Fora! — Trick mói os dentes cerrados enquanto ele libera as minhas pernas com as mãos rápidas. Como um animal solto de uma armadilha, eu corro lá para cima sem me preocupar em deixá-lo soltar meus pulsos. Caio na nossa cama,

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eu enterro minha cabeça em meu travesseiro; emoções em conflito entre gritar ou chorar. Então eu faço as duas coisas. — Shh... — o lado da cama afunda conforme mãos suaves liberam meus pulsos. Trick me puxa para o seu colo, e eu enterro meu rosto em seu peito nu. — Eu quero o divórcio. Ele beija meu cabelo e ri. — Nunca. — Eu estou tão envergonhada. — Desculpa. Eu compartilho a culpa. Minha cabeça se vira para ele. — Você compartilha a culpa? Os lábios de Trick torcem para o lado e ele concorda. — Se eu não tivesse amarrado seus tornozelos tão apertados você teria sido capaz de escapar antes que eles entrassem. — Eles? — Grady e Tamsen. — Tamsen estava lá embaixo? Ela me viu como... ahh! — eu bato meus punhos contra seu peito. — Nós... terminamos... terminamos... terminamos... Ele me abraça apertado, prendendo meus braços entre nós. — Tamsen é mulher. Você está sendo recatada a toa. Eu tento torcer e contorcer para fora do seu domínio. — Não é recato, seu idiota! Eles não só me viram nua, eles me viram amarrada no sofá. Eles viram minha bunda aberta. ELES VIRAM MINHA BUNDA ABERTA! Ele me libera de seu aperto com minha explosão final e eu tropeço e fico em pé. — Mas foi uma bela bunda aberta, querida! Como um eclipse de tirar o fôlego! — Grady grita lá de baixo. — Oh meu Deus! — eu fecho meus olhos e deixo minha cabeça cair em minhas mãos. — Se vista. Eu te encontro lá embaixo. — Eu te odeio!

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— Você me ama. — ele beija o topo da minha cabeça, em seguida, sai pela porta. — Eu odeio você! — eu digo um pouco mais alto. — Você me ama!

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Capítulo Trinta e Três Isso bate a humilhação do sexo no armário de abastecimento do Rogue Seduction dez vezes. Eu me enfio em algumas roupas e caminho até o topo da escada, em seguida, de volta ao nosso quarto meia dúzia de vezes, mas eu não consigo me convencer a descer. Então, eu vou sentar na nossa cama e esperar que eles vão embora, seja em uma hora ou uma semana. — Darby? — Tamsen diz com uma batida na porta. Tanto para evitar. — Entre. — o calor e as chamas de vermelho saturam minha pele. — Trick me pediu para vir até aqui. Reviro os olhos para o teto e suspiro enquanto ela fecha a porta atrás dela. — Você deve pensar que eu não sou nada além de uma assanhada louca por sexo após o incidente no almoxarifado e agora isso. Ela ri. — Dificilmente. Eu acho que você ama um homem que tem sido celibatário por um longo tempo e agora ele não consegue ter o suficiente de... você. — o sorriso dela, como sempre, parece reconfortante e genuíno. — Ele é intenso, isso é certo. — quando eu digo as palavras, me lembro que Jade disse a mesma coisa a primeira vez que Trick entrou no PS. Tamsen acena com a cabeça. — Essa é uma boa palavra. — ela se senta ao meu lado na cama. — Como é que um cara como Trick ficou tantos anos sem estar com uma mulher? Entendo que de alguma forma ele se sentiu enganado, mas se ele não se lembra dos detalhes, então como é que esse sentimento ficou preso por tanto tempo? — Grady. Ele é um lembrete constante para Trick de onde ele esteve e por que ele nunca quer voltar.

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Eu me apresso para o lado dela, assim eu fico olhando para ela. — Grady sabe mais sobre o passado de Trick do que ele lhe diz? Tamsen olha para mim e é o mesmo olhar que Trick me deu tantas vezes. O olhar que diz mais que mil emoções, mas apenas algumas palavras serão ditas. — Sim. — Eu não entendo. Por que ele não conta a ele? — Ele não vai saber o que fazer com a informação. É possível que possa provocar a sua memória, mas se isso não acontecer, então ele é deixado com o conhecimento de um homem que ele não pode reconhecer... — ela estreita os olhos uma fração, — ...especialmente se suas ações foram questionáveis. — Questionáveis? Tamsen descansa a mão sobre a minha. — Você está feliz. Trick está... como eu nunca vi antes. Então, talvez algumas coisas não importam. — Isso tem alguma coisa a ver com ele possuir uma arma? — Trick possui uma arma porque ela o faz sentir seguro, não porque ele é um criminoso procurado. Eu suspiro. — Em um momento eu desejo que a memória dele volte e no próximo... eu não sei. Mas na noite passada tudo mudou...— eu fecho meus olhos. — O que aconteceu ontem à noite? Eu os abro. Calor irradia através do meu corpo e um sorriso borbulhante aparece no meu rosto. — Nós nos casamos. — O quê? — Tamsen grita, olhos arregalados e brilhantes. Ela salta para cima e para baixo na beira da cama, em seguida, me puxa para um abraço exuberante. — Caramba! Grady disse que ele propôs, mas eu não tinha ideia de que isso iria acontecer tão rápido. — ela me empurra de volta ao comprimento do braço. — Você não está... -— ela faz uma careta. Eu rio e balanço minha cabeça. — Eu não estou grávida. O corpo de Tamsen relaxa. — Ótimo... eu não quis dizer que você ter um bebê seria ruim é só que...

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— Pare. Não precisa, eu entendo. — eu aceno uma mão desconsiderando. Seu sorriso pula de volta. — Trick se casou. — ela balança a cabeça. — Nunca em meus sonhos mais selvagens eu pensei que veria esse dia. Você, minha cara, tem operado um pouco de magia séria em seu coração. Eu mordo meus lábios juntos. — Isso é uma coisa boa, certo? — É a melhor. Bem, Grady pode não achar, mas ele vai superar isso. Ele adora você. — Ele adora? — eu viro minha cabeça para o lado. — Claro. Apesar da distorcida falsa ‗parceria‘, Grady realmente quer que Trick encontre a felicidade, mesmo que isso jogue areia nos planos imediatos de Grady. E você, minha cara, é, definitivamente, a felicidade de Trick. Eu pisco de volta algumas lágrimas. — Eu amo ele. Tamsen me abraça. — Eu sei que você ama, e ele te ama... provavelmente mais do que você jamais saberá. Só espero que, se a memória dele nunca voltar, você se lembre que o Trick no andar de baixo não é o mesmo homem que ele foi naquela época. Eu engulo o nó na minha garganta. Eu não quero olhar para trás, mas eu estaria mentindo se eu dissesse que não me assusta. — Eu nem sei o que dizer. — sento para trás, mostrando um sorriso tenso de culpa. — Ele me pediu em casamento a menos de duas semanas atrás, e então nós apenas decolamos. Eu não tenho um trabalho e nem ele. Quero dizer... isso é epicamente romântico, um momento de verdadeiro carpe diem, ou catastroficamente estúpido? Tamsen ri. — Épico... sem dúvida, épico. Eu espremo meus olhos para ela. — Então o que você e Grady estão fazendo aqui? Estou feliz que vocês estejam, bem... um telefonema teria sido bom. — eu sinto carmesim subindo novamente com a lembrança do que eles viram quando entraram pela porta. — Sim, eu não acho que nós vamos tentar a coisa da surpresa novamente. — ela pisca. — Grady voou de volta para Chicago para entrevistar alguém para a posição de Trick. Então ele veio para Nova York. Grady se sente como o irmão mais velho de Trick e ele se

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preocupa com ele. Então, depois que vocês dois fugiram, Grady pensou que nós dois deveríamos aparecer no México para garantir que nosso ‗irmão mais novo‘ esteja bem. Nós só vamos ficar por aqui alguns dias, e não se preocupe, nós vamos nos hospedar em um hotel... — Oh meu Deus, de jeito nenhum. Vocês dois vão ficar aqui. Nós temos uma cama extra e um sofá muito confortável. Se eles puderem esquecer a visão da minha bunda nua inclinada sobre ele. — Vocês são recém-casados, nós não sonharia... — Eu não aceito não como resposta. — eu levanto. — Vamos informar aos gays. Tamsen ri e levanta. — Eu já te amo, Darby. Nós vamos ser muito boas amigas. Eu sorrio e sigo para as escadas antes que as emoções tomem meu corpo. Tenho certeza que Tamsen tem um milhão de amigos. Com sua atitude amável e brilhante sorriso, eu não sei como ela não poderia. O que ela não sabe é que ela é a minha segunda amiga oficial para sempre, e eu estou sem palavras.

***

O som de Trick e Grady rindo de algo enquanto nós andamos lá para baixo incha meu coração. Eu amo o som de Trick rindo. Talvez porque ele compartilhe essa reserva com um pequeno e exclusivo grupo de poucas pessoas. — Darby! — Grady levanta, me prendendo com um abraço de tirar o fôlego. — Eu quero te odiar por tomar o meu menino, mas eu simplesmente não consigo. Tamsen passa por nós com um olhar de eu te disse. — Por favor, perdoe nossa invasão. Eu endureço. — Está tipo, realmente esqueça isso.

bem. Apenas

esqueça

sobre

isso...

Grady ri. — Esquecer... jamais, mas meus lábios estão selados oficialmente. — ele me solta, beijando minhas bochechas. ~ 286 ~


Trick sorri, reclinado no sofá com um tornozelo repousando sobre o joelho oposto. — Esposa. Eu espremo meus olhos e abano a cabeça. Estávamos a poucos minutos de ter o casamento mais curto já visto após o incidente desta manhã. Mas basta um olhar e eu sou dele de novo... eu sempre fui. — Marido. — eu pouso em seu colo enquanto ele descruza as pernas. Como se fôssemos as únicas pessoas na sala, ele me puxa para um beijo profundo e lento com as mãos mergulhadas em meu cabelo. É o lembrete de que, enquanto ele não pode me ter, ele sempre vai me possuir. — Me perdoa? — ele sussurra sobre meus lábios enquanto me solta. — Finalmente. — eu sorrio. Nós olhamos para os dois pares de olhos nós encarando com tanta adoração que me faz querer congelar este momento, este sentimento, para sempre. — Maldição! — Grady balança a cabeça. — Eu não posso acreditar que perdemos o casamento por causa de um dia. — Não foi um casamento. Foi uma cerimônia. — eu sorrio, batendo meus cílios para Trick. — O quê? — Tamsen pergunta com confusão estampada em seu rosto. — Nós conhecemos um dos nossos vizinhos na manhã de ontem, um jovem surfista. Ele estava sendo amigável, fazendo a campanha de boa vizinhança, e é aí que Trick anunciou que ia se casar... naquele dia. Então ele começou a planejar a ‗cerimônia‘ com o referido vizinho bem na minha frente. — Boa forma de reivindicar sua mulher. — Grady pisca para Trick. — Boa forma para ser um burro. — Tamsen acotovela Grady na barriga, enquanto faz uma cara feia para Trick. — Não admira que não fomos convidados ou que nenhum dos dois estão usando anéis. Me deixe adivinhar... o seu vizinho olhou para Darby como ela é a mulher

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bonita que ela é e você não poderia desperdiçar mais um dia antes de reivindicar ela... marcando-a como um animal. — Eu não a trato como animal. — Trick suspira com um leve aceno de cabeça. — Bem, na verdade você a amarrou... — Grady! — tanto Trick e Tamsen gritam. Grady dá de ombros. — Bem, você amarrou. — Você está desenhando? — lembrando do meu corpo nu amarrado.

Tamsen

pergunta. Ela

está

— Ainda não, mas eu vou começar de novo. Darby jura que meu trabalho está no valor de milhares de dólares, então eu acho que ele vai pagar o aluguel. Grady ri. — Pelo que me lembro, você foi muito bem pago em seu último trabalho. Você não pode estar sofrendo por dinheiro. — Não, mas Darby insistiu em mobiliar a casa logo que mudamos e isso não foi barato. Meu queixo vai ao chão, meus olhos esbugalhados. — Eu tentei pagar por tudo, mas você não me deixou! Um lábio se contorce. Idiota! Minhas pálpebras apertem. — Você é sádico. Você joga comigo o tempo todo. Eu estou dividida entre deixar um hematoma e pisar em seus dedos do pé. Ou eu estou exibindo o meu dinheiro ou tirando vantagem de você. — Você a fez assinar um acordo pré-nupcial? — Grady faz uma cara séria, mas eu vejo prazer dançando em seus perversos olhos. — Não. Foi mal. Ela já ameaçou se divorciar de mim e eu tenho certeza que ela vai levar a minha Ducati e meu computador com minhas gravações de vídeo vigilância. Eu pego o movimento da Tamsen e enfio meu cotovelo na barriga de Trick. Ele finge ter doído. — Tamsen e eu vamos fazer uma festa do pijama esta noite no meu quarto enquanto vocês dois garotos disputam o sofá e o quarto de hóspedes.

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Tamsen se levanta e se inclina para bater o punho no meu. — Falou, amiga. — Desde quando vamos ficar aqui? — Grady pergunta. — Desde que Darby insistiu que ficássemos com eles. — Mmm, mmm, mmm... oh querido, Trick. Eu acredito que você já perdeu suas calças nessa relação. Faz mesmo vinte e quatro horas? — Grady balança a cabeça. Eu sei o que está vindo porque há uma parte de Trick que sempre é previsível: seu lado arrogante. — Darby gosta mais de mim sem calça. Às vezes não vale a pena a luta. Eu dou de ombros. — É verdade, eu gosto. Grady e Tamsen caem em um ataque de riso, claramente não esperando minha admissão. Eu me inclino para trás e beijo a mandíbula dele e sussurro no ouvido de Trick. — Eu gosto de você como uma estátua grega: esculpido, nu e duro. Eu o sinto vir à vida sob a minha bunda quando ele agarra meus quadris e ajusta a minha posição sobre ele. Se alguém está contando, eu acho que eu acabei de assumir a liderança. — E quanto a você, Darby, você vai procurar um emprego também? Eu franzo a testa para Grady. — Sim, mas não vai ser na minha área. Eu não estou licenciada para a prática no México. — Você não vai sentir faltado seu emprego? — Tamsen olha para mim com um toque de simpatia. Eu olho para Trick e sorrio, apesar da preocupação que reveste seu rosto. Ele, também, está esperando por minha resposta. — Essa é a coisa engraçada... eu sempre imaginei encontrar o meu propósito e eu pensei que eu tivesse. Então, meu verdadeiro propósito me encontrou e estar com ele é tudo o que importa. Então, eu vou encontrar algum trabalho para me sentir como se eu estivesse fazendo uma contribuição e dando a minha parte do aluguel, é claro. — eu pisco para Trick. — Mas, por agora, eu só estou vivendo o momento... e esse é um dos bons. A minha declaração me rende outro beijo do tipo nós estamos sozinhos na sala. ~ 289 ~


— Porra, eu te amo. — É bom mesmo, porque eu me mudei para o ensolarado México com você e, caso você não tenha notado, eu sou uma ruiva de pele clara. — Você deve estar se adaptando... eu percebi que você já está com uma boa marquinha de biquíni, estilo cós largo moderno, legal! — Grady sorri. Estando perto de Grady, eu não sei como eu acreditei que Trick era gay. O cara pode identificar o estilo correto da parte inferior do biquíni por uma marquinha? Então, novamente, eu odeio mesmo ter tais pensamentos estereotipados. Isso é coisa de Nana. Eu também odeio que ele realmente viu a minha marquinha. — Grady não tem problema em não falar cada pensamento que aparece na sua cabeça. — Tamsen aperta os lábios. — Deveríamos arranjar um jantar. O que você acha? — eu mais uma vez desvio a conversa para uma direção adequada para mim. — Estou dentro! — Tamsen pula. — Me deixe ir mudar minhas roupas de viagem. — Idem, maninha. — Grady a segue para cima com as suas malas. Eu giro meu corpo, assim fico de frente para Trick, montando seu colo. — Você está atolado em problemas, senhor. Ele suga meu lábio inferior e o arrasta pelos seus dentes enquanto segura meu quadril. — Você pode me fazer sofrer na cama mais tarde. — Tamsen vai dormir comigo, lembra? Trick assalta meu pescoço. — Até parece... — ele murmura contra a minha pele.

***

— Eu não posso acreditar que estamos indo para o Hotel Califórnia para jantar. — Tamsen ri quando nós sentamos no banco de trás do meu Saab vermelho. ~ 290 ~


— Estamos em Todos Santos, claro que nós estamos indo para o Hotel Califórnia. É histórico e eu ouvi que o chef do restaurante é incrível! — Grady limpa seus óculos escuros e o coloca. — Você sabia que o hotel foi fundado pelo Sr. Wong, um imigrante chinês? Ele queria que os moradores pensassem que ele era mexicano, então ele mudou seu nome para Don Antonio Tabasco. No entanto, ele acabou sendo chamado de ‗El Chino‘, que significa ‗O Homem chinês‘. Ele trouxe gelo de La Paz e seu restaurante se tornou o primeiro e único na época a servir cerveja gelada. Tamsen descansa a mão no meu braço. — Grady é uma enciclopédia de informações inúteis. — Não seja maliciosa, maninha. Pelo espelho retrovisor vejo Trick segurar firme seu sorriso. — Então, ele não era propriedade dos Eagles? — eu pisco para Tamsen. Grady balança a cabeça e vira seu pulso de volta para mim. — Não, claro que não, menina boba. Você sabia que tem havido muitos relatos em primeira mão de espíritos e fantasmas no pátio do hotel? Tamsen e eu achamos graça. — Me deixe repetir... informação inútil. Grady faz uma carranca para a irmã, tentando esconder seu próprio sorriso. Nosso jantar mais cedo nos garante assentos disponível e as próximas horas são preenchidas com risos loucos por Trick e a farsa gay de Grady que colocava os dois nas piores situações ao longo dos anos. Tamsen e eu nos encontramos rindo só por rir quando Grady pede uma terceira garrafa de vinho. Trick me olha com uma curiosa mistura de diversão e cuidado quando eu acabo com outro copo de vinho tinto. Ele é o único sóbrio na nossa mesa. — Darby, eles pegaram quem agrediu seu pai? As palavras de Grady tentam puxar a minha consciência, mas ela já se foi afogada em vinho. No entanto, ainda tenho muita risada disponível. — Eu acho que não. — eu descanso minha mão na perna de Trick. — O que você acha, querido? Você acha que eles pegaram o cara que invadiu a propriedade de um senador dos Estados Unidos,

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desativou as câmeras de segurança, e o agrediu enquanto ele ainda estava de pijama Zimmerli. Ele descansa a mão sobre a minha, dando a ela um agarre apertado. — Como eu saberia? — Eles descobriram o motivo? — Tamsen pergunta. Trick me corta quando eu começo a falar. — O que você acha, Darby? O que poderia motivar alguém a atacar o pai dela? Alguma ideia? — ele descansa seu braço na parte de trás da minha cadeira, segurando meu cabelo apenas o suficiente para torná-lo firme, para fazer seu ponto. É incrível como as palavras certas podem ter um efeito mais sóbrio do que uma xícara de café forte. — Como eu poderia saber? — eu sorrio com os dentes cerrados. — Bem, você dois com certeza não sabem muito. — Tamsen ri dissimuladamente, e é cômico porque somos os únicos além do meu pai, que sabem o que realmente aconteceu. — É por isso que estamos aqui, para escapar de toda a porcaria que estava interferindo. — as palavras de Trick assegura uma finalidade a eles conforme ele solta seu aperto no meu cabelo, mas eu não quero que ele me solte. Desde a primeira vez que ele agarrou o meu rabo de cavalo no jantar político, o meu corpo reconheceu aquele puxão e sua conexão com um grupo de nervos entre as minhas pernas. Eu começo a rir, cobrindo minha boca com a mão, quando minha pele ruboriza. Meus últimos três grandes goles de vinho me pegou, deixando um ambiente aconchegante, formigante e uma sensação de entorpecimento abraçando meu corpo. — O que é tão engraçado? — Tamsen pergunta e começa a rir também... sem razão. Eu me inclino para a orelha de Trick e coloco minhas mãos em forma de conchas em volta da minha boca. — Eu acabei de perceber o quanto eu adoro quando você puxa o meu cabelo. Isso mexe com a minha buceta... de um jeito bom. — eu rio. — Eu até gostei de ser amarrada e eu amo quando você me fode forte. Isso faz de mim uma garota safada? Eu me endireito na minha cadeira e ajusto o guardanapo no colo. Um sorriso de satisfação toma meu rosto enquanto eu olho para Tamsen e Grady. Os olhos arregalados de curiosidade em seus rostos

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são impagáveis. Aposto que adorariam saber o que eu sussurrei no ouvido de Trick. Como se fosse uma deixa, ambos irrompem em uma explosão de risos, Tamsen cobrindo o rosto com as mãos e Grady abraçando sua barriga conforme se inclina para frente, mal respirando. Amassando meu nariz, eu olho para Trick esclarecimento sobre o comportamento estranho deles.

procurando

Ele faz uma careta enquanto crava seus dentes em seu lábio inferior. — Eu acho que é hora de zarpar. — Por quê? — eu olho para Grady e Tamsen novamente. Ambos estão limpando as lágrimas dos olhos. — O que é tão engraçado? — eu começo a rir também, porque deve ser algo realmente bom. Embora eu não saiba como eu perdi. Grady coloca suas mãos em forma de conchas em torno da boca e se inclina para Tamsen, imitando o que eu fiz com Trick. — Você se pôs em posição de sussurro, mas você esqueceu de realmente sussurrar.— ele racha de novo, deixando cair a testa no ombro de Tamsen. Virando, minha cara ganha um apertado e doloroso sorriso, procurando a confirmação de que eu deveria rastejar para debaixo da mesa e ficar lá até o fechamento. Trick acena e eu fecho meus olhos, afundando em minha cadeira conforme o chão me chama. — A resposta à sua pergunta, querida, é sim. Isso pode torná-la uma garota safada. — Oh meu Deus! — cubro o rosto antes de Grady terminar de falar. A sala gira quando constrangimento queima a superfície da minha pele. — A conta, por favor! — Grady grita para o garçom com um sorriso travesso.

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Capítulo Trinta e Quatro É infantil, mas necessário. Eu finjo adormecer logo que Trick fecha a porta do carro. Estou feliz e descontraída, mas não cansada... ainda não. Agora eu quero evitar mais embaraços na frente de Grady e Tamsen. Trick me leva para dentro de casa. Tamsen oferece, com uma risadinha e soluço, em renunciar à festa do pijama até amanhã à noite. Trick não responde, mas imagino que o olhar em seu rosto poderia matar. Ele me leva lá em cima e me coloca na nossa cama. No momento em que ouço o clique da tranca da porta do nosso quarto, meus olhos abrem. Eles estão bêbados e pesados com álcool e luxúria. Eu. Preciso. Dele. Sentando, nossos olhos se encontram. Ele sai de sua camisa. Meu olhar embriagado se arrasta sobre cada polegada de seu esculpido, gravado de tinta, sexy pra caralho corpo. Seus olhos de animais selvagens alimentam meu vício. Segurando meu olhar com uma dominância inabalável, ele continua a tirar as roupas. Olhar penetrante, movimentos controlados, e o corpo mais incrível me seduz. Só Trick pode me fazer ficar de joelhos... implorando... sem um único toque. Ele senta na cama, com as costas contra a cabeceira. — Venha. — uma palavra e ela vibra sobre a minha pele arrepiando minha espinha e roubando uma batida do meu coração quando algo dentro de mim explode. Um milhão de cacos de desejo ricocheteiam na minha própria essência. De pé, eu descalço meu salto alto e desço o zíper do meu vestido. Ele me come com seus olhos quando eu deslizo minha calcinha para baixo. Rastejando para cima da cama, eu me torno vítima de seu olhar atraente. Ele diz a única coisa que precisa ser dita... não haverá mais palavras. Montando nele, eu agarro seu cabelo e grito enquanto sua boca confisca meu peito. A palma da mão dele sobe pelas minhas costas. Agarrando meu cabelo, ele o puxa forte. Minha cabeça cai para

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trás e eu desmorono em cima dele. Outro grito passa pelos meus lábios enquanto ele me empala... me possuindo.

***

Aquele amor... aquele que é bom demais para ser verdade, e aquela paixão... aquela que parece como um animal selvagem tentando escapar de dentro. É o que eu sinto por Trick. A intensidade que partilhamos, o suor, a urgência, está corrigindo tudo que há de errado com o nosso passado, um olhar, um toque, uma respiração de cada vez. — Não se mova, — uma voz áspera, grogue adverte quando eu me mexo sob o cobertor de seu corpo. — Já passou das oito e eu tenho que fazer xixi. — Isso pode esperar. — Trick esfrega o rosto dele sobre o meu peito, beijando a curva dos meus seios. Suas mãos deslizam até meu lado e eu sinto o lembrete da sua insaciabilidade. — Minha bexiga discorda. Além disso, temos convidados e devemos tentar ser hospitaleiros. — Eu preciso estar dentro de você. Eu me contorço tentando sair. — Eu vou urinar em você e se você gosta de fazer xixi nos outros, eu não. — eu caminho até o banheiro. Trick enterra o rosto no travesseiro e geme. — Darby... Eu sorrio, olhando para minha pilha tatuada de perfeição, nu em nossos lençóis bagunçados. Ele é meu. Uma verdade que eu nunca vou me acostumar. Um xixi rápido e uma escovação dental muito necessária é interrompida pela necessidade matinal do meu marido que não vai sumir. Ele precisa dessa liberação, tanto quanto eu precisava do alívio da minha bexiga. Eu acho que pode ter algo a ver com a boca cheia de pasta de dentes que eu ainda não enxaguei ou a parte superior da pia fria contra a minha bunda, mas o meu orgasmo não aparece. No entanto, no momento em que saio do chuveiro eu estou mais do que satisfeita.

***

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— Humm, o que é esse cheiro? — eu sussurro para Trick quando nós fazemos o nosso caminho até o andar térreo uma hora depois de acordar. — Deve ser Grady. — Bom dia, aos recém-casados, — diz Grady com uma sugestão impertinente em seu tom. — É isso aí. — Trick espalma minha bunda sem vergonha nenhuma. À essa altura eu já não me importo mais. Grady e Tamsen já devem saber o que estamos fazendo tanto, falando ou pensando sobre sexo. Eu não sou do tipo de bêbada que sofre amnésia da manhã seguinte; minha memória depois do restaurante está tudo muito claro. Eu sou uma menina safada que gosta de ser dominada e manipulada no quarto pelo homem. Quem diria? Eu. — O que vocês dois meninos vão fazer hoje, enquanto Darby e eu nos exibimos na praia, observando os surfistas gostosos? — Como é que é? — Grady descansa seu punho em seu quadril, mostrando petulância. — Tudo bem... Trick, o que você vai fazer hoje, enquanto Darby, Grady e eu nos exibimos na praia, observando os surfistas gostosos? — De acordo com sua descrição, parece que eu vou surfar hoje. Convencido! — Você surfa? — eu levanto uma sobrancelha, cortando minhas panquecas. Trick empurra um pedaço em sua boca, balançando a cabeça. — O menino morava em Nova York, então se mudou para Chicago. Mas eu tenho certeza que ele poderia caminhar até a praia de bermuda, segurando uma prancha de surf e as mulheres não davam a mínima se ele conseguia ou não surfar. Trick revira os olhos para Grady, mas seu sorriso contradiz sua irritação fingida.

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Trick renuncia a praia, optando por se agarrar ao seu bloco de desenho e grafite em vez disso. Grady ativa seu próprio show para os espectadores passeando pela praia. Ele pode estar em seus quarenta, mas seu corpo está firme como trinta e poucos anos. Tamsen parece incrível em seu biquíni com a parte de baixo no estilo brasileiro, e o sol ama a pele dela tanto quanto Grady. O sol e eu? Não somos amigos ainda. Os meus únicos amigos de praia são o meu protetor solar fator cinquenta e um chapéu de abas largas, mas eu amo a brisa salgada do mar, e o som rítmico das ondas quebrando na praia, e a forma como a areia branca massageia meus dedos cada vez que eu os enrolo em sua legal aspereza. — Me diga, por que... Trick agrediu o seu pai? Eu inclino a borda do meu chapéu e olho para Grady reclinado com os olhos fechados. — Do que você está falando? — Eu posso ler Trick melhor do que ninguém, querida. Seu pai deve ter feito algo imperdoável. Trick não é cabeça quente. Tudo que ele faz tem um propósito e é controlado, mas talvez não com você. Estou começando a achar que você traz à tona um Trick que eu nunca vi antes. Com pouca consideração, eu descarto qualquer ideia de tentar negar a acusação de Grady, em vez disso foco em sua observação interessante. — Isso é uma coisa ruim? — No livro de Grady é. Ele tem sido o mentor de Trick para dizer ‗com propósito e controlado‘, — Tamsen ri. — Mostra o que você sabe. Eu acho que Darby é exatamente o que Trick precisa: uma distração. — Uma distração? — eu olho outra vez para Grady, mas ele permanece parado. — No começo eu estava chateado que ele saiu de Chicago, mas agora eu percebo que estar aqui com você é a distração do passado dele que ele precisa. Um oficial deixar pra lá e começar de novo. — Eu não estou tentando ser uma distração. E se um dia ele acordar e se lembrar de tudo? Não há nada previsível sobre perda de memória a partir de ferimentos na cabeça. Qualquer coisa poderia provocar a sua memória.

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— Bem, vamos esperar, pelo seu bem, que ele não lembre. Me sento, virando para encará-lo. — Por quê? O que vai acontecer que vai nos mudar? Pela primeira vez Grady rola a cabeça para o lado, e abre um olho. — É difícil dizer, mas o que eu sei é que ele fica drogado a maior parte do tempo e imprudente. — De onde vem todo o material caro da garagem dele? Grady dá de ombros, virando sua cara para o sol novamente. — Querida, você está procurando as respostas erradas. — O que isso significa? Quais são as perguntas para as respostas certas? — Há apenas uma pergunta. — Qual é? — É... isso realmente importa? — Importa se Trick pode estar em perigo! E se ele deve algo a alguém? Ele deveria seguir o resto da vida dele olhando por cima do ombro? Grady move sua mão para o meu braço, olhos fechados, lábios sorrindo. — Isso eu posso te assegurar. O passado de Trick não está tentando alcançá-lo; ele está correndo para longe dele com o temor de Deus nos olhos.

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Capítulo Trinta e Cinco Que porra é essa? Eu tentei esboçar Darby, mas minha mão faz todas as linhas e ângulos errados. É como se as sombras desta imagem em minha cabeça estivessem lutando para vir para a luz. Com cada golpe da minha mão, ela revela um pouco mais de si mesma. Que porra é essa? Há uma força motriz interior inexplicável que pode ser retida. Eu preciso tirá-la. Preciso vê-la. Ela é a resposta para mil perguntas, mas tenho medo dela. E se eu trazê-la à vida e ela sair deste papel e levar a minha embora? Que. Porra. É. Essa?

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Capítulo Trinta e Seis O Natal chega cedo a Todos Santos para Trick. Sua moto foi entregue e eu não tenho certeza, mas eu juro que ele estava com lágrimas nos olhos. Grady declara que ele está rodando de moto antes que Tamsen ou eu possamos dizer uma única palavra na conversa. Um beijinho rápido nos lábios e eles saem. — Você tem as coisas para fazer margaritas? — Tamsen pergunta. Bloqueando o sol com a mão acima dos meus olhos, eu assisto os caras partirem e balanço minha cabeça. — Desculpe, eu me casei com um viciado. — Bem, então, parece que é hora de me apresentar a seus vizinhos. Eu levanto uma sobrancelha para Tamsen. — Você acha que é uma boa ideia pedir aos vizinhos que eu mal conheço se eles têm ingredientes para fazer margaritas para nos emprestar? Ela circula o braço em minha cintura, me puxando na direção de Declan. — Eles estavam em seu casamento; eles são praticamente da família. — ela ri. Trinta minutos mais tarde, nós estamos de volta em casa bebendo margaritas na varanda. — Eu não acredito que você concordou em sair com Wes em troca de bebida. — eu balanço minha cabeça. Tamsen dá de ombros. — É apenas um café da manhã, e Grady e eu estaremos partindo no dia seguinte de qualquer forma. — ela toma mais um gole. — Mmm, e estão muito bons. Valeu totalmente a pena. Concordo com a cabeça em concordância. — Posso te perguntar algo? — Claro. — Qual a conexão entre você, Grady e Trick? Quero dizer, Trick pensa em você como família e eu sei que você levou ele para a

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reabilitação, mas surpreendentemente ele nunca me disse, e eu nunca perguntei como vocês três se tornaram tão próximos. Tamsen levanta seus óculos. — Sério? Você não sabe? Eu balanço minha cabeça. — Eu fazia parte da equipe que atendeu o acidente na noite em que foi atingido. — Oh... — eu torço meu todo o meu copo, — ...então como isso levou a todo o resto? Você estava apenas fazendo seu trabalho. Não termina depois de fazer a transferência para o hospital? Tamsen toma uma bebida, em seguida, esfrega os lábios com um aceno lento. — Sim, é verdade, mas naquela noite foi uma exceção. — Como assim? — Grady estava dirigindo o carro que atingiu Trick. — O quê? — eu abaixo meu copo e sento ereta. — Grady disse que Trick era como um animal correndo para a rua. Não houve tempo suficiente para parar. Álcool, drogas... estava tudo em seu sistema. Era o auge do inverno também e ele estava com uma camiseta, calça abaixada e pés descalços. Minha testa aperta. Isso é doloroso de ouvir. Não parece como se ela estivesse falando sobre o meu Trick. — Grady sabia que não era culpa dele, mas ele ainda se sentia responsável de alguma forma. Ele queria falar com a família de Trick e que eles soubessem o que aconteceu, mas quando ele descobriu que não havia família, ele não podia ir embora e deixá-lo. Grady tinha que saber que ele ia ficar bem. Tamsen olha fixamente para o copo. — Grady levou Trick para casa depois que ele foi liberado do hospital. Foi quando ele descobriu o mundo de Trick: a arte, as drogas, as ‗coisas‘ muito caras. Eu ainda não sei por que, mas ele tomou para si se certificar de que Trick saberia se cuidar sozinho. Ajudei-o num centro de reabilitação de drogas enquanto Grady foi implacável com a tentativa de juntar as peças do mistério de Patrick Roth. — Tamsen ri. — Grady sabia que Trick era oficialmente ‗seu‘ quando ele trouxe uma enorme quantidade de maquiagem e disse a Trick para fazê-lo parecer uma mulher. Eu sorrio, lembrando do incidente Don e Donna. ~ 301 ~


— No fundo, meu irmão tem um coração de ouro, mas ele sempre aproveitou as oportunidades que sejam mutuamente benéficas. Tamsen se senta e se vira para mim, descansando os pés no chão. — Na verdade, foi fácil para nós dois querer ajudar Trick. Ele estava tão perdido e indefeso, como uma criança. Debaixo do vício e das ações questionáveis, ele é um cara bom, e de alguma forma nós sentimos que a perda de memória era a chance dele de recomeçar. Eu sei que parece loucura, mas eu não consigo evitar me perguntar se foi o destino que ele e Grady tivessem seus caminhos cruzados naquela noite.

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Os meninos motoqueiros voltaram e Trick foi direto para o andar de cima desenhar. Eu fiquei acostumada a ter toda a atenção dele para mim, mas agora que sua moto está aqui e ele começou a desenhar de novo, eu vou ter que aprender a compartilhar. Lá pelas seis, eu perguntei se ele planejava se juntar a nós para o jantar. O que eu não esperava era encontrar a porta do quarto trancada. — Trick? — Hmm? — Posso entrar? — Só um segundo. Sério? — O que você precisa? — ele sorri, abrindo a porta, mas só um pouquinho. Eu estico minha cabeça de um lado para o outro tentando ver atrás dele. — O que você está desenhando? Ele raspa os dentes sobre seu lábio inferior. — Bem, eu tenho tentado desenhar você. — Eu? — meus olhos ficam largos para combinar com o meu sorriso. — Deixe-me ver. — eu dou um passo para frente, mas ele me bloqueia. — Não. Não até que ele esteja pronto. ~ 302 ~


— Por que não? — Eu não gosto que as pessoas vejam meu trabalho antes de estar pronto. Eu nunca imaginei que Trick fosse do tipo autoconsciente. Ele é tão arrogante sobre tudo, mas com a única coisa que ele tem todo o direito de ser arrogante ele demonstra vulnerabilidade. — Estou nua no desenho? — eu levanto uma única sobrancelha. — Dormindo. — Oh... isso é... interessante. Ele balança a cabeça. — Bem, nós vamos jantar. Você está pronto? Ele faz uma careta. — Você ficaria muito brava se eu não for hoje à noite? Estou no verdadeiro ponto crítico e eu não quero perder meu foco. Eu dou de ombros. — Ok, eu acho. Você deve estar inspirado? Ele balança a cabeça. — Quer que eu traga alguma coisa? — Nah, eu vou pegar um lanche mais tarde. Eu sinto meus lábios puxando em um bico, mas eu me recupero rápido e ele não vê a minha decepção. — Bem, eu te vejo mais tarde então. — eu me inclino para frente para um beijo quando ele fecha a porta... Na. Minha. Cara! — Se divirta, — ele grita do outro lado da porta. Parece que a lua de mel acabou. — Trick não vem, — eu anuncio na parte inferior da escada. — Vamos lá, nós não precisamos dele. Além disso, eu acho que é ótimo que ele esteja envolvido com arte novamente. — Grady me oferece o braço e eu o pego com um sorriso forçado. — No que ele está trabalhando? — Tamsen pergunta. — Em mim. — Ele está desenhando você? — Grady suspira. ~ 303 ~


— É o que ele disse. — Deus, essa relação de amor e ódio que eu tenho com você está ficando cada vez mais intensa. Eu faço uma careta para Tamsen conforme nós entramos em meu carro. — Grady está tentando fazer Trick desenhar ele a anos... nu, tenho certeza. — nós rimos, mas Grady despenca no banco de trás com uma cara amuada. — Mas Trick não vai fazer. Eu saio com o carro. — Não se sinta mal, Grady. Trick não está me desenhando nua também. Ele está me desenhando dormindo. — Sim, mas provavelmente nua, — Grady resmunga.

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Estou triste de ver Grady e Tamsen partirem. Eles estão começando a parecer como família pra mim também. Ontem, Tamsen manteve a promessa e foi tomar café da manhã com Wes enquanto Grady e eu fizemos um passeio ecológico em Todos Santos. Trick? Bem, ele está trancado no quarto de hóspedes, está até dormindo nele. Ele insistiu que Tamsen e eu tivéssemos nossa festa do pijama entre meninas, por duas noites. — Cuide do nosso menino. — Grady me abraça e eu sinto que ele é meu ‗irmão mais velho‘ também. — Suba a costa e venha me ver um dia desses. É um passeio fantástico. — Nós vamos. Tamsen me puxa para um abraço. — Amo você, querida. Tenho certeza de que você está sentindo falta do Trick, mas nosso tempo juntas nos últimos dias foi absolutamente o melhor. — Eu não poderia concordar mais. Você tem certeza que não quer se mudar pra cá com a gente? Tamsen ri. — Talvez quando meu príncipe encantado aparecer e tomar meu coração. Além disso, eu vou te mandar mensagem todo dia; você vai ficar agradecida de eu não estar mais aqui, pelo menos você pode desligar o seu telefone quando você se cansar de me ouvir.

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— Ok, senhoras. Já basta. Eu tenho que pegar um avião. — Trick abriu a porta quando você subiu para se despedir? Grady e Tamsen abanam a cabeça. — Ele só gritou ‗obrigado por terem vindo‘. Tamsen ri. — Pelo menos você não pode ficar brava com ele; ele ainda está meio que passando um tempo com você. — Ou ele está te traindo com você. — Grady ri dissimuladamente conforme passam pela porta. A casa assume um imediato silêncio... solidão. Tudo o que eu fico pensando é nas aproximadamente duzentas horas que pode levar para Trick completar um desenho. Eu não tenho nenhuma ideia de quanto ele está dormindo, mas eu duvido que seja muito. Talvez se eu tiver sorte eu poderia chegar a vê-lo em uma ou duas semanas.

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Torrada com geleia, ovos e pimenta me rendeu um beijo na bochecha quando ele abriu a porta apenas o suficiente para acomodar o diâmetro do prato. O prato do dia de um restaurante perto da zona comercial me rendeu uma piscadela quando ele pegou o saco e fechou a porta. Mas o jantar... bem, eu pulei o jantar e ofereci em vez disso a sobremesa. Eu bato na porta. — Hmm? — se tornou a resposta de sempre. — Com fome? — Um pouco. O que você trouxe? Eu balanço a cabeça par ao fato de que estamos tendo uma conversa através da porta trancada. — Eu trouxe o que costumava ser seu favorito. A tranca solta um click e a porta abre uma pequena fração. O sorriso de canto de Trick aparece enquanto seus olhos vagueiam sobre o meu corpo nu. — Nosso quarto, cinco minutos, — diz ele, fechando a porta.

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Cinco minutos se transformam em quinze, mas eu não reclamo, porque o que importa é que ele está na nossa cama dando à real Darby, não ao esboço, toda a sua atenção. Preliminares não aparecem hoje à noite. Não há sorver de martini; é uma dose forte de sexo... pra levantar, literalmente. Eu tenho que admitir, embora rápida, a precisão de Trick em encontrar o ponto G é impressionante. Maldito seja! Ele beija a minha testa, entra em sua calça jeans sem abotoar, e caminha para fora do nosso quarto. Assim que meu corpo flutuar de volta para a Terra, eu vou ficar realmente chateada com ele, por alguma coisa. Tenho certeza de que quando meu cérebro começar a formar pensamentos coerentes de novo eu vou saber que coisa é essa.

***

Ficou bastante claro que Trick tem encontrado uma maneira de se sentir produtivo novamente. Acho que é irreal pensar que a nossa contribuição mais valiosa para a sociedade é o alucinante sexo. Depois de uma noite solitária na cama e deixar o café da manhã de Trick na porta do quarto de hóspedes, eu me preparo para encontrar o meu propósito não Trick. Quando abro a porta da frente, eu sou cumprimentada por um Declan de bermuda e camiseta que mostra os músculos com a mão em punhos como se estivesse prestes a bater. — Oi. — eu sorrio. — Oi. Desculpe, você está saindo? — Sim, eu estava me preparando para... — encontrar meu novo propósito? — ...fazer algumas coisas. E aí? — Eu não sei se você estava falando sério sobre me ajudar com algumas das minhas aulas on-line, mas se você estava... — Eu adoraria! — eu faço uma careta pelo meu próprio entusiasmo. Eu sou uma recém-casada; eu não deveria estar pulando de alegria com a oportunidade de sair da minha casa e com o vizinho, mas eu estou porque eu estou entediada. Os olhos de Declan crescem. — Sério? — Claro. ~ 306 ~


Ele balança a cabeça. — Certo, ótimo. Quando é o melhor momento para você? Eu dou de ombros. — Agora. Sua cabeça empurra para trás. — Agora? Você não estava indo fazer algumas coisas? Eu dispenso com uma mão, fechando a porta atrás de mim. — Não é nada importante. Na sua casa? — Sim, claro. — ele aponta com a cabeça em direção a sua casa. — Então, o que Trick está fazendo hoje? Eu coloco meus óculos de sol. — Ele está desenhando. — Desenhando? — Sim, ele é um artista. — Uau, isso é incrível. O que ele desenha? — Pessoas. — Bem, ele veio para o lugar certo. Todos Santos é o paraíso de um artista. Ele vai vender os desenhos? — Acho que sim. Embora ele esteja trabalhando em um desenho meu agora. Eu não acho que ele está pensando em vendê-lo, mas honestamente eu não perguntei. Quando chegamos na casa de Declan, ele nos serve bebidas e lanches, pega seu laptop e vamos para a parte de fora. — Então, o que fez você querer se tornar uma Médica Assistente? Saio de minhas sandálias e me enrolo na espreguiçadeira. — Eu trabalhei com uma no meu último ano do ensino médio. Ela fez basicamente os mesmos procedimentos, diagnosticou e tratou como um médico faz, mas ela trabalhava três dias por semana. Você não vê muitos médicos com tempo parcial. Eu não sei se eu algum dia vou ter filhos, mas se eu tiver, eu gostaria de ter a opção de trabalhar em tempo parcial. Depois, há a opção de mudar especialidades sem voltar para a faculdade. Os médicos não podem mudar de cirurgia à dermatologia sem ter que voltar para a faculdade, mas MA‘s podem. — Qual foi a sua especialidade?

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— Eu trabalhei no PS. — eu sorrio. — Uma espécie de viciada em adrenalina, mas para mim era o desafio de montar o danificado quebracabeça. — Você deve ser boa sob pressão. Eu concordo. — Sim, no meu trabalho eu era. Ninguém faz a decisão certa cem por cento do tempo, mas eu era boa em meus instintos. — Confiante? — Sim. Porém é difícil. Às vezes você pode ser excessivamente confiante. Eu trabalho com algumas pessoas que pensam que não erram. Quanto a mim, eu tento encontrar esse equilíbrio. — Você já matou alguém? Eu rio. — Parece que temos de trabalhar em sua nomenclatura médica. Pacientes já morreram sob os meus cuidados? Sim. É inevitável se você trabalha no PS tempo suficiente. Depois de mais meia hora de conversa fiada, começamos a trabalhar em seu trabalho. Eu disparo uma mensagem rápida para Trick caso ele se pergunte por que o meu carro ainda está em casa, e eu não. Eu: Ajudando Declan com as aulas dele. Se você decidir fazer uma pausa, eu corro para casa! Meia hora depois eu recebo uma resposta. Trick: Ok No momento em que Colby, Wes e Mallory aparecem, nós fizemos quase quatro horas de aulas. Eles convidam Trick e eu para jantar, mas eu recuso, sabendo que Trick não será sociável até que ele tenha concluído seu projeto. O estranho silêncio me afoga quando eu abro a nossa porta da frente. Uma pequena parte de mim estava esperando que ele estivesse fazendo o jantar, assistindo TV, ou até mesmo fazendo yoga, o que ele não fez em dias. — Trick? Sem resposta. Eu vou lá para cima e bato na porta. — Hmm? ~ 308 ~


Eu suspiro. — Vamos sair para jantar. — Não essa noite. Talvez amanhã. Eu encosto minha testa contra a porta. — Por favor. — Amanhã. — sua voz está ausente de emoção. — Bem, eu vou. — Está bem. Arranhando meu couro cabeludo, eu balanço minha cabeça. Isso é péssimo. Eu não dou a mínima quão fabulosa este desenho de mim é; o ressentimento vai tirar todo o meu apreço por ela. — Oh, e eu vou com a sua Ducati. Alguma instrução especial antes de eu sair? — eu digo a caminho das escadas. O estrondo no andar de cima soa como a maçaneta da porta batendo na parede. — O que você disse? — Trick está no topo da escada com sua calça jeans, sem camisa e olhos selvagens. Mentalmente parabenizando o sorriso no meu rosto por se esconder, eu me viro. — Bem-vindo ao mundo novamente. — Você não vai levar minha moto. Eu dou de ombros. — Quem vai me parar? — Darby. — ele aperta os olhos. Pego minha bolsa e sua chave, em seguida, corro para fora e viro para a garagem. — Darby! — Trick grita, me perseguindo em seus pés descalços. Eu levanto a capa e agarro meu capacete. Ele empurra o meu capacete da minha mão junto com a chave e pega a capa do chão. — De jeito nenhum. — Me leve para um passeio, por favor. — Amanhã. — ele caminha em direção a casa enquanto eu luto contra as lágrimas.

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Capítulo Trinta e Sete O cérebro é complexo e algumas coisas simplesmente não podem ser explicadas, como a mulher que eu estou desenhando. Eu tenho que lembrar dela. Pelo amor de Deus, eu estou desenhando ela! É fácil para as minhas mãos acrescentar detalhes; elas conhecem cada um. Mas o que eu realmente quero fazer é bater a cabeça contra a parede porque ela é tão familiar. Eu a conheço, mas como? É minha memória voltando ou apenas fodendo comigo? Eu estou chateado, e paranoico, e... confuso. E há Darby. Eu mal posso olhar para ela. O que eu iria dizer a ela? Eu estou desenhando uma mulher dormindo que está nua. Eu não invento coisas. Eu não desenho coisas que eu não vi. Os meus desenhos não são imaginação, eles são lembranças. Eu estive com esta mulher. Porra! Eu posso até ouvir a voz dela, mas não as palavras dela. Eu preciso de um gatilho: um nome, um local... alguma coisa. Não está terminado, mas como acontece com a maior parte do meu trabalho, eu não tenho certeza se algum dia ele vai estar. Acho detalhes infinitos. Eventualmente, eu só tenho que passar para outra coisa. Deslizando meu telefone do meu bolso, eu tiro uma foto do meu desenho e envio para Grady com uma mensagem. Eu: Reconhece ela? Grady: Deveria? Eu: Eu transei com ela. Grady: Eu espero que não recentemente ;) Eu: Para de graça. Eu desenhei ela, mas eu não sei por que. Eu conheço ela, mas eu não sei como. Eu estou infeliz pra caralho. Grady: Você tem uma bela esposa e um futuro promissor. Esquece essa mulher. Eu: É isso mesmo! Eu não posso esquecer o que eu não me lembro. Grady: Pensei que você estivesse desenhando SUA ESPOSA!

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Eu não respondo. Não há mais nada a dizer. Eu sou um imbecil agora e eu tenho certeza que eu era naquela época também.

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Capítulo Trinta e Oito Algo está errado com Trick, mas eu não sei o que. A obsessão dele com me esboçar está indo longe demais. Ele não me deixa vê-lo. Ele não sai desse maldito quarto exceto para tomar banho e ir ao banheiro. Ele até dormiu lá durante as últimas cinco noites. Eu já me transformei em sua empregada pessoal: lavo roupa e sirvo comida no quarto ‗dele‘. O passeio de moto? Nunca aconteceu. Sexo? Não aconteceu também, e eu me recuso a ficar do lado de fora da porta dele nua novamente parecendo como se eu estivesse implorando por isso. Eu ainda não procurei por um trabalho. Declan me mantém ocupada durante as tardes ajudando ele. Ele insiste em me pagar, e apesar de eu tentar recusar, ele não aceita um não como resposta. Eu valorizo sua amizade além da de Wes, Colby e até mesmo de Mallory, com reservas. Eu jantei com eles duas noites diferentes, sem meu marido, e eu passei várias manhãs assistindo eles surfarem. Eles são realmente muito bons no que fazem. Gosto de me sentir como um deles e sei que dizer a Declan que é ridículo me pagar porque eu não preciso do dinheiro iria estragar isso. Então, eu convenientemente uso o dinheiro para comprar mais lanches e bebidas e contribuir para as refeições que temos juntos. Esta manhã eu tive que olhar duas vezes para acreditar quando Trick desceu as escadas antes que eu tivesse a chance de terminar de fazer o café da manhã e deixar um prato do lado de fora de sua porta. — Bom dia! — ele sorri e beija o topo da minha cabeça. — Bom Dia! Café da manhã? — eu estendo o prato. — Nah, eu vou comer quando eu voltar. — Voltar? Ele pega a chave de sua moto. — Eu preciso de algumas coisas. — T-ta bom. — eu abaixo o prato. — Trick? Ele para de costas para mim. — O que está acontecendo?

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— Nad... — E não diga nada! Isso é tudo o que eu ouvi durante a semana passada! — Vamos conversar mais tarde. — ele continua andando para fora da porta. Meu apetite dissolve, tragado por minha raiva. Assim que eu ouço ele sair a toda velocidade, eu corro lá em cima e giro a maçaneta. Está trancada. Claro que está. Corro para o meu banheiro e encontro um grampo de cabelo. É um bloqueio simples, é só forçar um pouco que ele abre facilmente. Espero ver um cavalete, bloco de desenho, ou algo assim, mas não há nada. Abrindo o armário, eu vasculho tudo. Nada. Eu suspiro com as minhas mãos em punho nos quadris. Ficando de quatro, eu olho debaixo da cama.

meus

Nada. Sentando em meu calcanhar, eu sinto uma pontada de derrota misturada com raiva, até que meus olhos param na quina de algo que escapa entre o colchão e o box. Eu levanto a quina, deslizando para fora um grande bloco de desenho. A primeira página estava em branco, e a segunda e a terceira. Minha frustração aumenta conforme eu folheio cada página vazia com impaciência. Ah. Meu. Deus. Na última página há um esboço de uma mulher... uma mulher nua e não sou eu. Minha respiração se torna mais rápida quando o pânico e a raiva toma todo o meu corpo. Ele mentiu para mim. Por que ele iria mentir para mim? Quem é essa mulher? Essa. Mulher. Nua. Eu não tenho certeza de quanto tempo passa, mas eu não consigo nem ficar de pé. Minhas pernas parecem dormentes de ficar sentada sobre elas por tanto tempo e meus olhos estão colados nela. O ciúme de saber que ele tem passado cada hora noturna, e muitas outras, enquanto eu estive dormindo, a desenhando... pensando nela... fantasiando sobre ela. Eu acho que eu me sentiria menos traída se ele tivesse passado uma hora em um hotel barato com uma prostituta.

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— Darby... — uma voz normal e forte flutua através do ar com um tom de cautela, uma pitada de vulnerabilidade. Eu não viro para olhar para ele. Eu não consigo. — Quem é ela? — Eu não sei. Eu rio, a alternativa é muito dolorosa. — Brilhante. Você não sabe. Ela está detalhada pra caralho para você não saber. — Sinto muito. Duas palavras que são supostamente para ser uma bandeira branca, uma concessão de atitude errada, o catalisador para uma trégua. Essas duas palavras me enervam. Elas são as duas últimas palavras que eu quero ouvir. Nós nem sequer chegamos perto de uma rendição. Eu o odeio por pensar que ele pode jogar essas duas malditas palavras! Um dos piores sentimentos é quando ‗Sinto muito‘ parece como um tapa na cara. Eu olho para ele. — O que você sente muito? Mentir para mim? Me ignorar? Ou por me trair, porra! — eu lanço o bloco de desenho em sua direção. — Eu não menti. — seu olhar desliza. Meus olhos se estava me desenhando!

arregalam. —

Você

me

disse

que

Ele balança a cabeça. — Eu disse que eu estava tentando te desenhar. — Você e sua estúpida semântica. — eu levanto, sangue alivia o formigamento nas pernas quando eu aponto para o bloco de desenho nos pés dele. — Alguma vez lhe ocorreu que o que você não diz, diz muito mais do que o que você realmente diz? — Eu não tive a intenção de te machucar. — Então por que você machucou? Por que você passou todo esse tempo desenhando ela em vez de estar comigo? Você vai vender isso? É este o nosso dinheiro do aluguel? Ele balança a cabeça, a derrota estampada em seu rosto, postura caída. — Eu tive que desenhar ela. — Por quê? — eu sussurro, a derrota me puxando para baixo.

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— Porque ela é parte do meu passado que meu subconsciente está compartilhando com as minhas mãos. Eu sinto como se meu cérebro estivesse tentando lembrar, mas... eu só não consigo. Eu enxugo algumas lágrimas. — Por que ela está nua? Ele dá de ombros. — É apenas a imagem que tenho dela, — ele sussurra, cabeça baixa, sem contato visual. Eu passo por ele. — Darby? Eu não paro. Ele não pode dizer qualquer coisa que vai fazer isso melhor, não agora. Quando as coisas começam a desmoronar não se pode tentar montá-los de volta até que os detritos assentem. Agora... eu ainda estou desmoronando. Eu ando até a praia até eu ver os nossos vizinhos pegando suas ondas da manhã. Declan caminha com dificuldade para ficar de pé e levanta uma mão amiga para mim, vindo em minha direção. — Bom dia. Eu forço um sorriso. — Oi. Como está a água? — Incrível. Quando é que eu vou te tirar daqui? — Eu não surfo. — Bem, há sempre uma primeira vez. — Talvez. — Ainda estamos combinados para hoje? Eu concordo. — Sim, mesma hora? — Claro, ou você pode vir um pouco mais cedo e nós podemos assar alguma coisa para almoço. — Nós adoraríamos. Eu congelo pelo som da voz de Trick quando Declan concentra sua atenção atrás de mim. — Oi, Trick! Finalmente saiu de sua caverna, hein? — Sim. — suas palavras são cortantes.

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A testa de Declan enruga com confusão. Tenho certeza que ele pode sentir a frieza entre Trick e eu até mesmo com o sol brilhando sobre nós. — Então... almoço hoje? Eu forço mais um sorriso e dou um aceno lento. — Ótimo, vejo vocês em cerca de uma hora. — ele corre em direção ao resto do grupo. — Vem. Eu cavo meus pés mais para dentro da areia. — Eu vou quando eu estiver bem e pronta. — Você vai ver o seu amigo em breve. Por agora você precisa voltar para casa com seu marido. Eu fico em pé em um segundo, frente a frente com ele. — Eu vou esquecer que você disse isso por que eu. Amo. Você. Eu estive ajudando Declan a estudar. Ponto! A diferença entre nós é que eu preferiria estar com você. Eu escolho você, mesmo quando você quebra a porra do meu coração. — eu giro, marchando meu caminho de volta para a casa.

***

Eu me tranco no quarto pela próxima hora e felizmente Trick me deixa em paz. A visita à praia foi mais uma vez minha reivindicação... outra competição de mijo, só Declan que não entendeu. Ele reconhece que eu sou uma mulher casada e não mostra nenhum interesse em mim além da amizade. Por que meu marido egocêntrico não consegue ver isso está além de mim. Para alguém que mostra o talento insano para o reconhecimento de detalhes, ele só vê o que quer ver quando se trata de mim. Quando minha hora acaba, eu passo tranquilamente por Trick na cozinha e vou direto para a porta da frente. Ele me alcança antes de eu chegar a Declan. Sem dizer nada, ele pega a minha mão. Eu não aperto de volta; em vez disso, eu deixo meus dedos caírem mole nos dele, como uma criança que não quer segurar a mão do seu pai do outro lado da rua. — Bem-vindos! — diz Colby com um enorme sorriso quando nós subimos as escadas traseiras.

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Declan e Wes viram o peixe na grelha e Mallory saltita, ainda usando seu biquíni. — Oi, Trick. Não vi você recentemente na yoga. — ela ajusta os laços da parte de cima, ajustando seu decote. — Eu estarei lá amanhã. — ele sorri, e eu não olho para ele tempo suficiente para ver se está focado no Airbag. O para choque de Mallory provavelmente será a próxima coisa que a mão dele tem que desenhar. — Você terminou o desenho de Darby? — Wes pergunta enquanto abre uma cerveja. — Sim, terminei meu desenho. Desenho. Mais de sua semântica furtiva. — Então, o que você achou, Darby? — Colby pergunta. Não é preciso olhar para Trick. Eu posso sentir seu corpo ficar rígido ao lado do meu. — É... inesperado. — eu monto um sorriso falso. — Mal posso esperar para ver. — Wes acrescenta. — É um nu. — meu sorriso estampado não se mexe. Eu dou de ombros. — Mas é realmente inacreditável, detalhes incríveis. Eu não me importaria de você dar uma olhada se estiver tudo bem para Trick. Todos os olhos se deslocam para Trick. — É pessoal. — a falha de controle vibra em seu tom. — Legal. — Colby dá um tapinha no ombro de Trick. — Bem, nós estamos felizes que você terminou e pode participar da festa. Nós almoçamos e ouvimos nossos vizinhos conversar sobre surfar, beber, e ocasionalmente a faculdade. Eu ajo comprometida com a conversa, mas Trick tem mais problemas para ir junto. O que não fazemos é olhar um ao outro. Mallory parece ser a única com suspeita em seus olhos. Provavelmente é porque ela está tão em sintonia com cada movimento que Trick faz. Eu posso ver por que ela e Colby ainda estão em fase de noivado, ele não percebe seus óbvios olhos perambulantes e safados. — Se vocês dois querem passar a tarde juntos, eu estou praticamente atolado em estudar, então...

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Eu digo: — Eu vou ficar. — ao mesmo tempo Trick diz: — Nós adoraríamos. — o constrangimento engrossa ao ponto de asfixia. Os olhos de Declan quicam entre nós. Se havia alguma incerteza se os recém-casados estão se dando bem, não há agora. Eu deixo cair a minha fachada e caminho até a praia, tirando minhas sandálias. — Obrigada pelo almoço. Vou estudar com você amanhã, Declan. O resto do grupo grita suas despedidas. Eu não tenho de olhar para trás para saber que Trick está dando passos rápidos para me alcançar. Ele pega a minha mão. — Que bom que você escolhe seu marido a seu aluno. Eu arranco a minha mão da dele. — Sério? Tem certeza que é o que você vai usar? O cartão do marido? Bem, adivinha? O cartão do marido foi negado, assim como o cartão da esposa foi negado a semana passada. Estou cansada de você mijando em mim para provar um ponto para Declan. Ele não está tentando entrar em minha calcinha. Ele não está tentando me roubar de você, e ele definitivamente não está trancado em seu quarto me desenhando nua! Outro momento fora da minha pele. Deve haver um sentimento de orgulho de não agir como a Darby Capacho, mas eu não sou conflituosa por natureza, exceto ocasionalmente com meu pai. Eu amo Trick, e eu ainda amo seu lado protetor, mas eu não ligo para o lado que não confia em mim. — Eu não estou traindo você, — diz ele com derrota em sua voz trêmula. — Mesmo? Bem, eu também não estou traindo você, e eu não estou fechando você fora da minha vida. Eu não fiz nada para perder sua confiança. — Eu confio em você, eu simplesmente não confio... — Não! Declan não fez nada de errado. Quando você age como um louco de ciúmes por nenhuma boa razão, tudo o que me diz é que você não confia em mim, não em Declan! — eu continuo fazendo meu caminho para casa. Eu sei que ele não vê a diferença. Tudo o que provavelmente está passando pela sua cabeça é o ciúme que eu mostrei quando as mulheres agarraram ele. Mas Declan nenhuma vez disse ou fez nada de

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inadequado. Se ele tivesse feito, então Trick teria a minha permissão para colocá-lo em seu lugar.

***

Quando eu passo pela nossa porta de trás, meu telefone toca. — Alô? — Oi, docinho. Está... tudo bem? — a voz suave de Tamsen amortece meu temperamento. — Tudo bem. — então eu reparo. — Por que você está perguntando? — Sem razão. Apenas verificando, só isso. — ela está fazendo um péssimo trabalho fingindo inocência. — Você deve saber sobre o desenho, né? Silêncio. Conforme Tamsen começa a falar, Trick entra pela porta de trás, me olhando com apreensão cautelosa. — Hum... sim, eu ouvi sobre isso. — eu posso imaginar a careta no rosto dela. — Eu vi esta manhã. Ele é muito talentoso. — eu não recuo diante do olhar de Trick. Obviamente, ele disse a ela e/ou a Grady sobre isso, então podemos muito bem todos ter uma discussão sobre isso. — Você está chateada e você tem todo o direito de estar. Eu não vi o desenho. Grady me disse sobre isso e eu não posso acreditar que Trick mentiu para você. — Oh, ele não mentiu. Fui eu. Sou sempre eu que entendo mal o que ele está dizendo. Ele estava tentando me desenhar. — eu inclino a minha cabeça para o lado, olhando para ele. — Agora que penso nisso, ele não é tão talentoso afinal de contas, porque o desenho não se parece nada comigo. Eu acho que devemos considerar o desenho um fracasso épico. — Ele ama você. Eu não estou desculpando seu comportamento, mas eu sei que ele ama você e seu maior medo é perder você para a

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realidade do passado dele. Ele perdeu tudo o que importava para ele, inclusive parte de sua memória. Ouço suas palavras, eu realmente ouço. Mais do que isso, eu sinto as suas palavras. Eu sei que com o tempo eu vou perceber que a minha reação é mais de dor do que a raiva, mas eu não estou lá ainda. Eu ainda estou desmoronando. — Eu sei. — Ele está aí, não é? — Sim. — Eu vou deixar você ir. Eu te amo, docinho. Eu te amo tanto, e eu sei que você vai passar por isso. Ok? — Obrigada, Tamsen. Amo você também. Eu pressiono End e ponho meu telefone para baixo, deixando meus olhos segui-lo. Trick descansa a mão sobre a minha. Apenas seu toque aperta meu coração até o ponto de dor. — Eu não quero falar sobre isso. Eu preciso estar com raiva e mágoa, e irracional... só por um tempo. — eu olho para ele com lágrimas nos meus olhos. — Você pode me dar isso? Há tanta dor em seus olhos quando ele concorda. — Vem. — ele pega os sapatos e me leva para fora da garagem. Ele trança meu cabelo do jeito que ele sempre faz, coloca meu capacete, e eu quase choro com seu toque enquanto ele espalma minha bunda me trazendo para mais perto. Deus, eu preciso do toque dele. Nós mergulhamos na brisa quente e isso é exatamente o que eu preciso: sem palavras, apenas o conforto de sua proximidade que eu tenho sentido tanta falta durante a semana passada. Com cada quilometro que passava, meus braços apertavam em torno dele e eu começava a sentir o peso em meu coração esvair, ficando para trás com o vento. Nossa conexão é indiscutível. Meu amor por ele é persistente... eu cruzei essa linha e não há como voltar atrás. Nós passeamos pelo que parece horas, e me pergunto se ele teme a perda do meu toque quando chegarmos em casa do jeito que eu temo a perda do dele. Por fim, nós chegamos em casa; não podemos correr para sempre. Trick desliga o motor. Ele tira o capacete, em seguida, toma o

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meu. Quando eu começo a andar em direção à casa, ele agarra meu braço com um puxão gentil, me virando. Suas mãos vão direto para o meu cabelo. Eu fecho meus olhos e sinto sua respiração no meu rosto. — Esposa. Eu libero uma respiração e o último grão da minha raiva, porque eu não preciso mais deles. — Marido, — eu sussurro, assim que os lábios de dele tocam os meus.

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Capítulo Trinta e Nove Eu acordo sozinha na nossa cama, nada de novo. Trick me possuiu ontem à noite. Não foi sexual, foi apenas amor. Nós não dissemos muito e isso foi a desculpa que eu precisava. Eu pedi tempo e ele me deu. Agora me sinto sozinha, e os fios que remendaram meu coração noite passada ameaçam romper com o pensamento dele de volta àquele quarto desenhando ela. Eu fecho meus olhos e tento uma respiração instável. — O favorito da minha esposa. Abrindo os olhos, Trick passa pela porta com torradas com ovos e geleia. Um genuíno sorriso de eu amo esse homem irrompe em meu rosto e parece uma eternidade desde que esteve lá. Sentando, eu pego o prato dele. Passando o dedo pela geleia escorrida na borda da torrada, eu pisco para ele. — Você é o meu favorito. — eu lambo a geleia. Ele senta na cama ao meu lado, nós dois com as costas contra a cabeceira da cama. — Então, nós ainda somos amigos? — ele dá uma mordida em sua torrada. — Não. Nós somos melhores amigos e companheiros de alma de café da manhã. Ele acena com um sorriso, e em vez de o balançar de cabeça de costume e o revirar de olhos que acompanham minhas siglas, seu corpo relaxa. Eu acho que ele precisa de minhas palavras, tanto quanto eu precisava que ele me trouxesse este café da manhã na cama em vez de estar no outro quarto desenhando. — Eu amo o jeito que você cantarola quando você come sua torrada com geleia e ovos. Eu franzo a testa. — Do que você está falando? Ele ri. — O fato de que você nem sabe disso me faz amar muito mais.

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Eu rolo meus olhos. — Eu não cantarolo quando eu como. — dando uma mordida, a coisa mais estranha acontece. Eu cantarolo. Caramba! Eu cantarolo quando eu como. Como é que eu nunca reparei? Trick ri. — Meu Deus, eu te amo. Eu sorrio, mas tão rapidamente quanto o momento aconteceu termina e nossos sorrisos desaparecem. É a memória de ontem assombrando hoje. Nosso riso cobre apenas a dor que ainda está lá. Depois de alguns minutos de silêncio, Trick sai do quarto. Eu continuo a comer meu café da manhã tentando não cantarolar. Meu telefone emite um som. Trick: BFF? Eu: Sempre Trick: Eu machuquei minha esposa ontem e eu me sinto estripado por dentro. Eu chupo uma respiração instável enquanto meus olhos se enchem de lágrimas. Eu: Por quê? Trick: Eu queria protegê-la do meu passado, da visão que tem me assombrado desde a semana passada. Eu tive que tirar a visão da minha cabeça e a única maneira de fazer isso era colocá-la no papel. Eu pensei que a mulher que eu desenhei traria de volta. Eu: Trazer de volta o quê? Trick: Minha memória. Eu limpo algumas lágrimas perdidas por ele, para os demônios que deve assombrá-lo. E então eu derramo um pouco mais pela culpa que sinto. Ele precisava de mim para fazer o que eu faço melhor: mostrar compaixão, ao invés disso... eu estripei ele. Eu: Vem. Ele para na porta. Eu limpo meu rosto e abaixo meu prato de lado. — Me conte sobre ela. Seus dentes cavam em seu lábio inferior. — Eu não sei como eu desenhei ela... eu apenas fiz. Ela é tão familiar, mas eu não me lembro dela.

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Concordo com a cabeça e engulo. — Por que você desenhou ela nua? — eu sussurro. As palavras ferem. Seu rosto se enruga em uma expressão de dor. — É apenas a visão que eu tinha. Eu não poderia colocar roupa nela... ela não estava usando nenhuma. — seus olhos encontram os meus. — Eu sei o quão doloroso isso deve ter sido para você. Isso significa que eu estava com ela... assim. Eu rio, os olhos ainda pingando algumas lágrimas. — É tão estúpido. Eu tenho ciúmes de um desenho. — balançando minha cabeça, eu continuo a rir do absurdo de meu ciúme. — Ela tinha você quando eu queria você. Ela tirou o meu tempo com você. Inferno, eu estava com ciúmes de mim mesma quando eu pensei que você estava gastando todo esse tempo me desenhando. Trick se move para a cama e me puxa em seu colo assim eu monto suas pernas. — Eu não estava mentindo quando eu disse que queria desenhar você. — ele esfrega o nariz contra o meu, deslizando as mãos pela minha camisola de cetim. — Eu sempre quero você. — ele beija meus lábios com reverência. — Eu quero você agora. — suas mãos deslizam em voltas até que seus polegares escovam sobre meus mamilos. — Posso ter minha esposa... agora? Minhas pálpebras pesam conforme eu aceno.

***

Dois dias depois, meu BFF me manda mensagem. Ele diz que está com muito medo de pedir a sua esposa uma hora para terminar o desenho dele, mas se ela concordar, ele promete levar o desenho à cidade e vendê-lo. Menos de uma hora depois, meu BFF me manda outra mensagem, agradecendo por colocar em uma boa situação com a esposa dele. Ele está finalizado e pronto para levar ele para a cidade. — Qual o preço que você quer colocar nele? — o cara da galeria pergunta depois de rasgar os olhos para longe do desenho. Vejo Trick se preparando para colocar um preço ridiculamente baixo nele. — Que tal você exibi-lo por uma semana e receber lances nele. Depois vendê-lo pelo maior lance, quando a semana acabar.

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O cara olha para o desenho, balançando a cabeça. — Você realmente desenhou isso? Trick ri. — Sim. — ele aponta para o canto. — E essa é a minha assinatura. O cara acena com a cabeça uma vez. — Quinhentos, — Trick diz quando entramos no carro. Eu aperto meu cinto de segurança. — Cinco mil, no mínimo. Ele levanta uma sobrancelha para mim. — Vamos tornar isso mais interessante? Eu deslizo meus óculos de sol para baixo do meu nariz, olhando sobre ele. — O que você tem em mente? — Se eu ganhar, você assisti o vídeo comigo... nua. — O vídeo de segurança? — meus olhos se arregalam. Ele acena com um sorriso diabólico. Eu encaro, na verdade, fito ele, em seguida, deslizo meus óculos de volta no meu nariz. — Fechado. Mas quando eu ganhar, você vai apagar as imagens na minha frente... nu. Trick deixa escapar uma risada roca. — Fechado, gostosa.

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Normalidade... nós caímos nela novamente, embora nós saibamos que com a memória de Trick e seu passado à espreita em cada esquina, nossas vidas podem mudar sem aviso prévio. Eu retomei minha tutoria com Declan, mas agora é em nossa casa, um compromisso. Trick iniciou um novo desenho e mesmo ele ainda não gostando de mostrar o seu trabalho até que ele esteja terminado, ele concordou em deixar a porta do quarto aberta e trabalhar nele não mais do que 40 horas por semana, o equivalente a um trabalho normal . — A galeria acabou de ligar, — eu digo com uma voz suave quando Trick se concentra em seu desenho que está de costas para mim.

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Ele olha por cima. — A é? Eu concordo. — E? — Eu lhe disse que não queria que ele me dissesse para que pudéssemos descobrir juntos quando formos pegar o seu pagamento. Ele cobre o desenho e esfrega as mãos com atrito ganancioso. — Eu deveria colocar o vídeo em modo de espera. — Não, você deve se preparar para excluí-lo. — Nós veremos. Vamos. Nós vamos de moto para a galeria. É claro que eu estou esperando que eu ganhe, não só porque eu quero aquele vídeo embaraçoso excluído, mas também porque eu quero provar a ele que seu talento é raro e vale muito mais do que ele pensa. — Meu pau está duro só de pensar em assistir o vídeo com você. — ele se ajusta à medida que desce da moto. Eu esfrego meus dedos ao longo da minha camisa sobre meus seios. — Meus mamilos estão ficando duros pensando em você pressionando o botão deletar. Ele dá um tapa no meu traseiro. — Entre lá. O dono da galeria sorri enquanto passamos pela porta. — Buenos días! — Olá, nós deixamos um esboço... — Si, eu sei, eu sei... — ele me corta. — Eu me sinto mal. Eu realmente gostaria que você tivesse me dado mais de uma semana. Eu sei que eu poderia ter conseguido muito mais. Trick se inclina para minha orelha. — Posso ver sua mão lentamente escorregando em sua roupa de baixo, — ele sussurra. Eu empurro meu cotovelo em seu estômago e sorrio para o proprietário. — Está bem. Na próxima vez vamos te dar mais tempo. Então, o que você conseguiu com esse? Ele franze o nariz. — Desculpe, apenas trinta.

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Eu tento não murchar completamente bem aqui na frente dele, mas eu estou tão decepcionada e chocada. Eu assumi que com Todos Santos sendo refúgio de artista que as pessoas por aqui teriam um maior apreço por algo tão artisticamente brilhante como o trabalho de Trick. — Eu costumo tomar cinquenta por cento de comissão, mas desde que eu me sinto mal por não conseguir mais para você, eu estou retirando apenas quarenta por cento desta vez. — ele nos entrega um envelope. É grosso. Eu abro e conto o dinheiro. — Que diabos? — Eu sinto muito, señorita. Eu precisava de mais tempo. — Há dezoito mil aqui! — Si. Trick pega o envelope de mim e conta o dinheiro. — Você vendeu o desenho dele por trinta mil? — Si. Isso é o que eu disse. — ele olha para mim com confusão gravada em sua testa. Me viro e olho para Trick, com meu sorriso mais convencido que eu já tive. — Ele vendeu seu desenho por Trinta. Mil! Trick parece tanto confuso quanto chocado, a testa enrugada, maxilar frouxo, e nada a dizer. Eu viro. — Deve ter sido uma pessoa muito rica que levou. Quais são as chances? — Ah não. Eu não o vendi aqui. Eu o vendi online. É onde a maioria das coisas é vendida. Eu enviei esta manhã. — Sorte minha... quero dizer, sorte nossa. — eu sorrio. — Muito obrigada. Tenha um bom dia. — eu me viro e praticamente tenho que empurrar Trick para fora da galeria. Ele ainda não disse uma palavra. — Meu herói. — eu envolvo meu braço em volta dele à medida que caminhamos para o carro. — Eu acredito que você acaba de pagar o nosso aluguel, água e luz, supermercado, conta de gás por vários meses ou mais.

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Ele desliza em seu capacete ainda em transe, me deixando colocar o meu sozinha desta vez. — Eu não posso acreditar nisso, — ele diz com uma ponta de tristeza ou decepção em suas palavras. — Como você pode dizer isso? Você não acha que você obteria mais de quinhentos por ele. Ele balança a cabeça, jogando a perna por cima da moto. — Eu não estou falando sobre o dinheiro. Eu não posso acreditar que eu tenho que apagar o vídeo. — Oh meu Deus! — entro atrás dele e cavo meus dedos em seus lados até que ele salta, trazendo os cotovelos para me parar.

***

— Faça isso. — eu planto minhas mãos em meus quadris, olhando sobre o ombro nu de Trick... na verdade, seu corpo nu. — Isso não pode ser desfeito. Você tem certeza que não quer pensar sobre... — Faça! Ele faz uma careta, pressionando seu dedo na tecla delete, parecendo que está a ponto de acabar com toda a vida na Terra. E... lá se foi! — Feliz agora? — ele resmunga, fechando seu laptop. — Sim. Ele se vira, mantendo seus braços levantados, palmas para cima. — Então, por que eu tenho que ficar nu para isso? Meu pedido fazia sentido, mas isso não. O mínimo que você poderia ter feito era chupar o meu pau para aliviar a dor da minha perda. — Sim, a maneira como você aliviou meu embaraço ao assistir o vídeo a primeira vez, e da maneira que você está falando sobre isso desde então. Ele move a mão para seu pau e começa a acariciar a si mesmo. — Que diabos você está fazendo?

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— Você gosta? Eu não posso olhar e eu também não consigo não olhar... então claro que eu estou olhando. — Pare! Seu comprimento cresce em sua mão com cada movimento. — Sinta-se livre para tocar a si mesma também. — Pare com isso! — minhas palavras são inflexisíveis, mas porra, eu não posso parar de olhar para ele. — Em que ponto, quando você costumava me assistir, fez você decidir que queria deslizar a mão dentro de sua calcinha? — Coloque suas roupas de volta. — eu me forço a virar as costas para ele. — Eu vou quando eu terminar. Toque-se, gostosa. Eu giro. Um sorriso arrogante desliza em seu rosto enquanto ele se acaricia com mais intensidade. Meus lábios partem conforme eu o assisto; então minha língua os circula. — Tire suas roupas... — ele range entre respirações pesadas. Com sedução lenta, eu removo minhas roupas. Parece que seus olhos estão lambendo minha carne. — Você... quer... tocar... a si mesma? — ele ofega cada palavra. — Sim, — eu respiro, deslizando minha mão pela minha barriga, em seguida, viro, eu corro até as escadas. — Darby! — Trick grita com um desprazer em sua voz. Eu bato a porta do nosso quarto e tranco. Descansando minhas costas contra ela, eu ajeito minha postura e... me toco. — Oh, Deus… — Darby! Bang! Bang! Bang! A porta vibra com seus punhos batendo o que só intensifica meu prazer. — Porra! — ele grita com um soco final. — Você está se tocando? Meus dedos aceleram, facilmente deslizando ao longo do meu sexo molhado, graças à Trick. — Me sinto... tão... bem...

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— Pare! — Eu estou... perto... oh Deus... sim... sim... sim! — eu derreto na porta quando meu orgasmo suga a vida de dentro de mim. Ele rosna alguns palavrões. — Eu quero o divórcio. — então eu ouço o resmungo rabugento conforme ele pisa nos degraus. Tanto quanto orgasmos auto induzidos são bons, esse foi o melhor. Ele me deixou tão excitada quando ele estava acariciando a si mesmo; então aquela voz, aquela maldita sexy voz faz isso comigo o tempo todo. Era torturante para mim também. Eu queria o corpo dele pressionado ao meu, me enchendo, mais do que quase qualquer coisa, exceto quanto eu queria mostrar a ele que eu ganhei a aposta e ele não ia roubar a minha vitória.

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Capítulo Quarenta Apesar da alegação de Trick de ‗tortura sexual‘, ainda estamos casados. Eu expliquei que não havia testemunhas, enquanto eu tenho duas testemunhas que me viram amarrada e coagida no encosto do sofá, nua. Memórias como essa me fazem ter um pouco de inveja da amnésia de Trick. Trick olha por cima de seu trabalho quando me inclino contra o batente da porta do quarto de hóspedes. — Posso te oferecer almoço? — Você? Eu rio. — Eu estava tomando café da manhã. Estou pensando em comida real. Talvez você pudesse fazer uma pausa. Poderíamos colocar nossos capacetes e ir a algum lugar. Ele sorri. — Ótima ideia, há algo que precisamos pegar enquanto estamos fora. — O que é? Ele se move em direção a mim com malícia sexy em seus olhos. Pousando um beijo suave nos meus lábios, ele sussurra: — Você vai ver. Paramos para almoçar e desfrutamos da nossa refeição e o excelente clima no pátio. Gostaria de saber quando chegará o dia em que eu vou parar de me beliscar por esta vida. Mesmo com toda a incerteza do passado de Trick, não tira a loucura que nos trouxe a este ponto em um curto espaço de tempo. Nós somos a prova de que a segurança é apenas no agora e no futuro não é nada mais do que um palpite aleatório. — Eu sou loucamente apaixonada por você. — eu sorrio, bebericando minha margarita. Trick se recosta na cadeira, mexendo seu refrigerante com seu canudo. — Bem, o primeiro é definitivamente uma exigência para o segundo.

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— Talvez. — eu cutuco o pé dele com o meu. — Como você entrou para yoga? Seus lábios puxam para o lado. — Tamsen sugeriu como parte da minha reabilitação de drogas. Um amigo dela é instrutor. Funciona bem com o programa de doze passos. Ele me ensinou novos mecanismos de enfrentamento. — E quando você faz yoga você parece insanamente fodível. Trick solta uma risada balançando a cabeça com meu grosseiro comentário que foi concebido para provocar essa exata reação. — Sim, é claro, essa é a principal razão de eu fazer. Os olhos dele ficam tensos quando ele encara o copo. Essas emoções ocultas estão correndo soltas; eu posso ver isso na forma como o seu sorriso desliza. — Por que seu pai bateu em você? Apesar de estarmos do lado de fora, parece que há uma falta de oxigênio no ar em torno de nós. Eu não vi essa pergunta vindo. — Eu suponho que um psiquiatra diria que ele nunca lidou adequadamente com a perda da minha mãe, e eu sou um lembrete dela. Eu estou aqui e ela não. Então, quando eu o irrito, todas essas emoções reprimidas forçam ele a lançá-las sobre mim. — Mas por que você acha que ele bateu em você? Meus olhos encontram os de Trick. — Porque ele é um covarde e um idiota, e ele sabe disso. Ele só não gosta quando eu o lembro disso. — Ele bateu em você, porque você disse a ele que estava saindo comigo. — Não. Ele me bateu porque minha mãe morreu e eu vivi. — Isso é fodido. Eu dou de ombros. Trick se inclina para frente, pegando a minha mão. — Eu devo tudo a sua mãe. Lágrimas. Eu engulo o caroço de emoção da minha garganta. — Eu mencionei que eu sou loucamente apaixonada por você? Lábios contraídos.

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Nós acabamos em Cabo... em um estúdio de tatuagem. — O que você vai fazer agora? — pergunto quando ele tira meu capacete. — Você tem certeza de que este é um lugar respeitável? Remoção de tatuagem não é um processo divertido, e você também precisa ter certeza de que você não vai acabar com uma infecção. Ele segura meu rosto com as duas mãos, colocando um beijo barulhento em meus lábios. — Eu verifiquei tudo. Nós ficaremos bem. — Nós? — Sim. — Eu não preciso de uma tatuagem. — Sim, você precisa. Venha. Eu não vou. Eu fico enraizada no chão perto da moto. Trick olha para trás. — O quê? — ele suspira. — Eu nunca pensei em fazer uma tatuagem antes. — Então não pense nisso agora. Venha. — ele aponta com a cabeça para a porta. Com peso em meus sapatos, eu vou em direção dele. Ele pega a minha mão e me arrasta para dentro. Depois de uma hora de espera é a nossa vez. Fui informada que eu não posso escolher a minha tatuagem. Imagina. Trick negocia com o artista enquanto eu observo nosso ambiente, inspecionando as condições sanitárias. — Você quer ir primeiro ou eu vou? — Trick pergunta. Ele realmente tem que perguntar? Um sorriso e um balançar de cabeça. — Eu vou primeiro. Dou a ele um lento acenar com a cabeça que diz pode apostar que você vai.

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Trinta minutos mais tarde e estamos a caminho de casa. Nossos dedos anelar esquerdo enfaixados sobre a data que nos casamos tatuadas em sânscrito. Eu quase chorei com o quão romântico esse gesto foi... isso e fazer uma tatuagem sobre a pele sensível do meu dedo doía pra caramba. Trick nem sequer pestanejou. Exibido arrogante! — Esposa. — Trick abre a porta de casa. — Marido. — eu sorrio, segurando meu dedo enfaixado enquanto passo por ele. — O que você está fazendo? — ele pergunta enquanto envio uma mensagem para Tamsen. — Eu estou contando para Tamsen que você me comprou uma aliança de casamento hoje... ou... — eu olho para cima com um sorriso irritado — ...uma marca de casamento. Ele se abaixa, enterrando seu rosto barbado na dobra do meu pescoço. — Você pode chamar de casamento... matrimônio... cerimônia... estar amarrado. — ele desliza as mãos para cima dos meus lados, deixando a boca para meu decote exposto pela minha blusa. — Você disse ‗eu aceito‘. Isso é tudo o que importa para mim. Trick é tudo menos convencional. Eu estava um pouco surpresa que o casamento fosse importante para ele, mas então ele me trouxe para o lugar onde seus pais se conheceram e eu vi um lado de Trick que estou certa que poucos já viram, o menino que cresceu testemunha da mais bonita, contudo trágica, história de amor que já existiu. — Mostre... me mostre o quanto isso é importante. — cada uma de minhas palavras sai ofegante conforme largo meu telefone em cima do balcão. Ele se endireita, aquele olhar sexy lentamente lambe o centro do meu sexo quando derreto com a necessidade de seu toque. Sem perder tempo, ele me dá o que ele sabe que eu quero, ele remove sua camisa. Eu sorrio e removo a minha. Nós nos apressamos em nos livrar nossos corpos do resto de nossas roupas. — Cama ou balcão? — ele aperta seu corpo nu ao meu, enredando as mãos nos meus cabelos, puxando minha cabeça para trás até que eu esteja olhando em seus olhos. — Balcão. Ele me beija e me levanta.

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— Aaaii! Cama! — eu grito, apertando minhas pernas em volta de sua cintura quando o azulejo frio encontra a minha bunda. Ele ri e me leva lá em cima. — Você acabou de fazer a sua primeira tatuagem, mas o balcão é frio demais? — Cala a boca. — eu o beijo conforme ele nos coloca na cama. Pressionando as palmas das mãos em seu rosto, eu o empurro para trás apenas o suficiente para olhar em seus olhos. — Balcão diz rapidinha. Eu não quero nada sobre isso seja rápido. — eu escovo o meu polegar sobre o lábio inferior dele. — Me mostre seus votos de casamento. Ele faz isso... ele me mostra que as memórias que fazemos será preenchida com longos passeios de moto, preguiçosos e longos almoços em pequenos restaurantes da cidade, e abundância de rapidinhas no mármore frio. Mas, ao final de cada dia vamos lembrar que nossas memórias são todas capítulos para uma história de amor... nossa história de amor.

***

Eu amo que nós somos o tipo de casal que permanece emaranhado no corpo um do outro a noite toda. Eu amo o jeito que ele segura meu cabelo como se ele estivesse segurando um cobertor de segurança quando eu enterro meu rosto em seu pescoço. Eu amo que ele ainda acorde quase todas as noites com a cabeça enfiada entre as minhas pernas, como se eu fosse um lanche da meia-noite, e que menos de dez minutos depois, ambos estão saciados e voltam a dormir, sem se sentir nem um pouco exaustos de manhã. Escorrego para fora da cama, tento fugir antes que ele acorde. — Darby, — sua voz grogue chama. — Volta a dormir. Você não deveria estar acordado. Eu vou surpreendê-lo com café da manhã na cama. Basta fingir que esta conversa nunca aconteceu. Os lábios dele se puxam em um sorriso quase imperceptível, mas ele não abre os olhos. Eu trabalho rápido nas torradas e ovos, enquanto noto que no meu celular tem treze chamadas não atendidas de Tamsen e uma mensagem e outra chamada perdida de Jade. Ela provavelmente

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está se perguntando o que fazer com as coisas no meu armário. Eu sorrio conforme ouço a mensagem de Tamsen enquanto passo manteiga e geleia na nossa torrada. Aposto que ela está morrendo de vontade de ver o meu anel. Eu não mencionei que é uma tatuagem. — Querida, sou eu. Eu venho tentando chegar a você e Trick. Darby... eu não sei se você já ouviu falar ou viu na TV... — o tremor em sua voz envia arrepios na espinha e quando ela faz uma pausa, eu prendo a respiração. — Houve um acidente. E desde que eu não tenha ouvido falar de você ou Trick, eu suponho que você não foi contatada ainda. Sua família sofreu um acidente de carro. Eu não sei de todos os detalhes ainda ou as condições deles, mas não se fala em outra notícia e parece ser muito sério. Então me ligue e me avise quando você receber essa mensagem. Grady e eu estamos em um vôo para Chicago; provavelmente vamos estar lá antes de você e Trick. Estou tão triste... eu não queria deixar uma mensagem, mas eu não sei mais o que fazer. Me liga. Com as mãos trêmulas e meu coração na minha garganta, eu ouço a mensagem de Jade. — Darby, é Jade. Sua família esteve em um acidente. Eu preciso que você me ligue assim que receber essa mensagem. Meu telefone cai no chão. — Oh meu Deus... — as palavras são apenas um sussurro. Eu não consigo falar; eu não consigo respirar. Felizmente as minhas pernas trabalham sem meu cérebro, me levando a subir as escadas e direto para o armário para pegar minha mala. — Darby? — Trick chama, mas eu ainda estou sem palavras. — O que você está fazendo? — ele está à porta, me observando atirar itens aleatórios em minha mala. — Darby! Eu salto e olho para cima, com um piscar as comportas se abrem. — Baby, o que aconteceu? — ele se abaixa perto de onde eu estou ajoelhada no chão e me puxa para seu corpo. — Ho-houve um-uma-acidente, — eu soluço. — Eu pre-preciso ir para casa. — O que aconteceu? — Acidente de ca-carro. Eu-eu tenho que ir. — eu me esquivo do abraço dele.

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Ele se levanta, me levantando em meus pés. Então ele se abaixa para olhar nos meus olhos. — Se vista. Vou arrumar nossas coisas e comprar nossas passagens. Ok? Eu aceno, meu lábio inferior tremendo.

***

Tudo é um borrão até pousar em O'Hare. Tenho certeza que Trick teve que me arrastar por toda parte até este ponto. Eu o vi em seu telefone celular e no meu também, mas eu não tenho sido capaz de formular as palavras para perguntar com quem ele está falando, e tem havido este estranho silêncio em meus ouvidos. Vejo os lábios das pessoas em movimento, mas é como se alguém tivesse apertado o botão mudo. Quando chegamos ao hospital, eu não espero Trick ou o ajudo com a bagagem. Eu vôo através das portas da sala de emergência, direto para o posto de enfermagem. — Darby. — Jade me vê antes de eu chegar ao balcão. Ela me puxa para seus braços, — Eu sinto muito. Eu recuo, confusa por sua seriedade. Ela olha para mim, então, algo sobre o meu ombro chama sua atenção e ela dá um pequeno aceno de cabeça. Eu viro. Trick pega a minha mão e me puxa de lado, então não estamos em pé no meio do caos. Ele embala o meu rosto e toma um gole. — Darby... Eu pisco, liberando lágrimas porque ele está me assustando. — Seu pai não sobreviveu. Eu engulo e só... encaro. As vozes ao meu redor são nada mais do que ecos distantes. — Onde está Nana? Trick franze a testa. — Ela está lá em cima. Os ferimentos dela foram menores. Eu me viro e vou direto para os elevadores. Trick me alcança, assim que as portas do elevador fecham.

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— Darby, olhe para mim. — ele agarra meus braços. — Você ouviu o que eu disse? Concordo com a cabeça quando as portas do elevador se abrem. — Que quarto ela está? Trick balança a cabeça quando eu mais uma vez me afasto de suas garras. Consigo o número do quarto de Nana e corro pelo corredor. Sua amiga, Mary, está sentada na cadeira ao lado de sua cama. — Darby. — Mary franze a testa com simpatia em seus olhos. — Como ela está? — Ela está bem, apenas uma concussão e alguns pequenos cortes e contusões. O médico disse que ela pode ir para casa amanhã de manhã. Mary descansa a mão nas minhas costas enquanto eu assisto Nana dormir. — Querida, eu sinto muito pelo seu pai. — Quando foi a última vez que ela esteve acordada? — O quê? — Maria pergunta, olhando para mim e depois para Trick. — Ela comeu alguma coisa hoje? — Uh... bem, sim. A mão de Trick desliza para cima nas minhas costas debaixo do meu cabelo, e com movimentos suaves ele massagens meu pescoço. — Você deve ser Trick? — Sim, — ele responde. — Oi, eu sou Mary. — Prazer em te conhecer. Mary dá alguns passos para trás. — Eu vou tomar um café. Posso trazer alguma coisa para vocês? Eu não respondo. — Estamos bem, obrigado, —Trick responde. — O que aconteceu? — eu sussurro.

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Mary para na porta. — Eles estavam indo jantar e um motorista passou um sinal vermelho. Eles atingiram a metade de trás do veículo do lado do seu pai. — Nana devia estar sentada na frente com o motorista. Ela sempre senta no banco do passageiro. — eu sorrio e aperto a mão dela, tão grata que ela estava em um local mais seguro. — Grady e Tamsen estão a caminho. — Trick beija o topo da minha cabeça. Eu concordo. — Você deve voltar com eles. Eu vou ficar aqui com Nana esta noite. Você pode vir nos buscar de manhã. — Eu vou ficar com você. — Não, Grady e Tamsen estão aqui para ver você. Trick se inclina para baixo, beijando o topo da minha cabeça. — Eles estão aqui para você, Darby. Estamos todos aqui para você. — Nana vai ficar bem. Grady e Tamsen não precisavam voar por causa de uma concussão. Trick começa a dizer algo assim que os olhos de Nana piscam abertos. — Nana! — eu aperto a mão dela novamente. — Darby, querida. — sua voz é áspera e fraca. — Eu estava tão preocupada com você. Ela move a cabeça de um lado para o outro. — Sinto muito... — Não, está tudo bem, Nana. Estou feliz que você esteja bem. — Foi ideia minha... ir jantar... ele não queria ir. Eu balanço minha cabeça. — Shh... está tudo bem, você está bem. O médico disse que você pode ir para casa amanhã. Eu vou ficar com você esta noite. Ela estreita os olhos, olhando através de mim para Trick. — Oi, Grace. Fico feliz em ver que você está bem. Eu me viro para olhar para Trick. Sua expressão é difícil de ler. É como se os dois estivessem dizendo algo que eles não estão realmente dizendo. ~ 339 ~


— Nós vamos te levar para casa amanhã e você e Darby podem gastar mais algum tempo sozinhas... conversando. Nana balança a cabeça, apertando a minha mão, os olhos cheios de lágrimas. — Sim, querida, amanhã vamos conversar.

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Capítulo Quarenta e Um Grady me manda uma mensagem avisando que ele e Tamsen estão na sala de espera, então eu peço licença e saio. Virando a esquina do quarto de Grace, sou recebido por Rachel. Ela congela, a cor é drenada de seu rosto. Tão rápido quanto ela desaparece ela volta. Ela olha pra mim. Eu não acho que ela estava esperando que eu desse as minhas condolências. — Os visitantes são restritos apenas a família, — ela zomba. — Eu estava visitando a avó da minha esposa. — eu ergo minha mão esquerda e aponto para a tatuagem no meu dedo anelar. A cor deixa o rosto dela novamente quando ela desvia os olhos, passando por mim. — A propósito... — eu me viro. A mandíbula dela se aperta e se cerram para mim. — Eu sei o que você está fazendo e é melhor você parar com isso ou eu vou enterrar você. Entendeu? Eu não se ela ‗entendeu‘ ou ‗entende‘ o que isso significa, mas eu não vou deixá-la saber. — Darby está lá. Eu não acho que ela quer te ver. Além disso, eu acho que sou considerado mais da família do que você, dado os últimos acontecimentos. Seu queixo cai. Aí está a porra da sua condolência, puta!

***

— Oi... — Tamsen me abraça. — Como está Darby? — Em negação.

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— O quê? — Grady me abraça também. — Eu disse a ela sobre seu pai e várias outras pessoas tentaram confortá-la, mas ela nem mesmo reconhece o que está sendo dito, muito menos que ele está morto. Seu único foco é Grace. — Isso não é bom, — Grady faz uma careta. — Não, mas Grace vai para casa amanhã e eu estou esperando que elas passando um tempo juntas Grace vá conseguir ajudá-la a reconhecer e aceitar o que aconteceu. — Ela está em choque, isso é tudo. — Tamsen me entrega uma garrafa de água. — Sim, eu suponho. — Vimos Rachel Hart caminhar daquele jeito, então ela saiu tão rápido quanto veio. — Grady bebe seu café. — Nós nos conhecemos anos atrás, mas eu tenho certeza que ela não se lembra de mim, caso contrário eu teria dado a ela as minhas condolências. Eu dou de ombros, engolindo o resto de minha água. — Não se preocupe. Dei a ela as condolências por todos nós. Grady levanta uma sobrancelha suspeito. — Deve ter sido por isso que ela estava saindo tão rápido. — Hmm... eu não tinha notado.

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Capítulo Quarenta e dois Eu insisto que Trick vá para casa com Grady e Tamsen. Todos me olham com um olhar atento. Olho para mim mesma. Eu me vesti com pressa, pode ser que minhas roupas estejam do avesso. — O quê? Grady e Tamsen me abraçam antes de sair do quarto. — Nada, baby. — Trick me puxa para seus braços, se inclinando para acariciar seu nariz no meu cabelo. — Eu te amo. Me ligue se precisar de alguma coisa. Ok? Eu aceno, em seguida, ele pressiona um beijo suave nos meus lábios. — Boa noite. — Noite. — eu sorrio. Nana come seu jantar enquanto eu saboreio um Lanterna Verde, com os cumprimentos de Jade. — Então, sobre o que você quer conversar? — Nana pergunta. Eu dou de ombros, então levanto minha mão esquerda com um sorriso. — Trick decidiu abandonar o diamante tradicional e no lugar permanentemente me marcar. Nana agarra a minha mão e ri. — Minha Darby fez uma tatuagem. Nunca pensei que veria isso um dia. — ela pisca. — Mas eu estou feliz que vi. — Todos Santos é incrível. Você tem que vir me visitar em breve. Estamos bem na praia e é um paraíso. — Então, isso é um convite oficial? — Sim. Embora você nunca vá precisar de um. Trick esteve desenhando... ele vendeu um por trinta mil em apenas uma semana. O

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dono da galeria disse que ele poderia ter conseguido muito mais se tivesse mais tempo. — O que ele desenhou? Meu coração afunda. Em todo o meu entusiasmo, eu meio que esqueci que seria uma questão de acompanhamento natural, mas esta é Nana e ela vai saber que eu estou mentindo se eu tentar dizer a ela qualquer coisa, além da verdade. — Uma mulher de seu passado. — eu franzo a testa. Seus olhos se arregalam. — Do passado que ele esqueceu? Eu concordo. — Então ele se lembra? — Na verdade, não. Tudo o que ele tem é a imagem. Ele não sabe por que ele a tem. Eu acho que ele a desenhou esperando que o desenho fosse trazer o resto de sua memória, mas não funcionou assim. — Ela é bonita? — Sim, mais velha... bem, pelo menos, mais velha do que ele teria sido no momento em que a viu pela última vez. — O que ela estava fazendo na foto? Eu faço uma careta. — Deitada em uma cama... nua. As sobrancelhas de Nana forma arcos altos. — E o que você fez quando você viu? — Eu meio que me apavorei. É uma história tão longa, mas estamos bem agora e o fato de que ele fez muito dinheiro com isso de alguma forma fez tudo melhor. — Porque, vocês dois precisavam do dinheiro? — Nana tem dificuldade em manter uma cara séria. Eu rolo meus olhos. — Sim, nós precisávamos. Temos aluguel e outras despesas, e além do pouco de dinheiro que eu fiz ensinando nosso vizinho, nem um de nós teve uma forma confiável de renda até que ele vendeu esse desenho. Nana afasta sua bandeja de comida. — Eu poderia te dar o dinheiro, querida.

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— Eu não quero. — Não é tanto quanto poderia ter sido, mas é seu por direito. Eu não vou viver para sempre e seu avô trabalhou duro para isso. Ele gostaria que você ficasse com ele. — Ele nunca me conheceu. — Mas ele teria adorado você. Eu sorrio. — Obrigada por dizer isso. — eu tomo sua mão. — Mas eu tenho dinheiro. Eu nunca paguei aluguel ou outros pagamentos de casa até agora. — eu dou a ela o olhar você deveria saber o por que. — E eu tenho trabalhado em tempo integral desde que me formei na faculdade, sem empréstimos estudantis para pagar. E eu fiz dinheiro decente com o meu trabalho. Nana sorri. — Eu estou tão orgulhosa de você. Você é uma joia cintilante, Darby. Você tem um coração tão grande e você sabe o que é importante na vida. Todas aquelas meninas na escola perderam por não terem você como amiga. Que vergonha. Aposto que nem uma delas cresceu para ser a metade da mulher que você é hoje. — Você quer dizer Darby a Capacho? — Não! — Nana faz uma carranca. — Se todas fossem duronas como eu, o mundo estaria em apuros. Nunca se desculpe por ser compassiva. É quem você é e os destinatários dessa compaixão são as pessoas mais sortudas do mundo, e posso garantir que eles nunca irão te esquecer. — Amo você, Nana. Agora... — eu puxo o cobertor para cima e o coloco sobre ela, — ...descanse um pouco.

***

Assim que Nana adormece, eu vou até o refeitório. Em todos os lugares que eu olho, eu encontro olhos atentos e expressões tristes. Eu compro um saco de pretzels e uma garrafa de água, em seguida, sento em uma mesa vazia. Primeiro eu sinto, então eu olho em volta para confirmar. Olhares que fazem um desvio rápido cada vez que eu olho para cima, seguido por sussurros e gestos sutis em minha direção. Eu

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estalo um mini pretzel em minha boca e mastigo em câmera lenta conforme eu olho para a TV no canto. Senador Carmichael foi declarado morto depois de quatro horas de cirurgia em tentativas de reparar hemorragia interna causada por um acidente de carro na noite passada. Não houve detalhes oficiais divulgados no que diz respeito aos preparativos para o funeral... Eu balanço minha cabeça lentamente. — Seu pai não sobreviveu. — Eu sinto muito… — Sinto muito sobre seu pai... — Estamos todos aqui para você. — Foi a minha ideia... ele não queria ir... — Não! — eu grito a palavra, silenciando a sala. Meu coração está pronto para explodir. Eu não consigo respirar enquanto minha mente tenta fazer sentido de tudo. Uma onda de náusea curva meu corpo. Pegando minha bolsa, eu corro, passando por cabeças que viram na minha direção para chegar ao banheiro. Eu mal alcanço o banheiro antes de expulsar o pouco que está em meu estômago. — Oh Deus! — eu continuo a vomitar nada. Sento no chão sujo do reservado, eu abraço meus joelhos no meu peito e tenho calafrios além do suor frio. Desastradamente pego minha bolsa, e consigo pescar meu telefone e envio uma mensagem com apenas cinco letras. Eu: Ajuda Eu deixo cair meu telefone na minha bolsa e coloco minha testa nos meus joelhos, rezando por ajuda. — Senhora? Você está bem? — uma voz vem de fora do meu reservado. Eu tremo, balançando a cabeça um pouco mais. — Posso buscar ou chamar alguém para você? — T-Trick. — Trick?

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Concordo com a cabeça, apertando os olhos fechados. — Você disse Trick? Concordo com a cabeça, mas não consigo falar. — Você tem um número? Abro a boca para falar, mas tudo o que sai são soluços, emoção dolorosa sendo arrancada do meu coração. — Um... eu vou ver o que posso fazer.

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Capítulo Quarenta e três Eu prefiro rasgar a merda do meu próprio coração do meu peito do que saber que ela precisa de mim e eu não consigo encontrá-la. Ela não me respondeu as mensagens ou atendeu ao telefone. Grace está dormindo, então Grady, Tamsen e eu nos separamos para procurar Darby. — Oi! — eu chamo, vendo um rosto familiar. A enfermeira que trabalhou com Darby vira. — Você viu Darby? — Não. Ela não está com Grace? Eu balanço minha cabeça e corro para o elevador. — Talvez ela esteja na lanchonete! Eu não respondo, mas eu estou indo para lá. Eu voo através da multidão de pessoas no elevador quando as portas abrem no térreo. Olho para a direita depois para a esquerda, mas não a encontro em vez disso vejo Grady e Tamsen. — Teve sorte? Ambos abanam a cabeça. Eu seguro meu cabelo entre os dedos e rosno de raiva. — Porra! Por que ela não responde ao telefone? — Você está procurando alguém? — uma mulher mais velha com um crachá de identificação pergunta. — Sim, — responde Tamsen então descreve como Darby é. — Ela correu para o banheiro cerca de uma hora atrás. Outra senhora entrou para ver como ela estava. Tudo o que ela disse foi ‗Trick‘.

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— Trick, você não pode simplesmente invadir o banheiro feminino! — Tamsen grita me perseguindo. Até parece que não! — Darby! — eu bato a porta com tanta força que faz um som batendo contra a parede traseira. Todos os reservados estão vazios, exceto um. — Darby! — eu bato nele e olho por baixo. — Abra a porta. Ela solta um soluço estrangulado, e eu não espero mais um segundo antes de empurrar a porta, lançando a trava de metal longe antes de fazer barulho no chão. — Shh... eu estou aqui. — eu a pego, embalando-a em meus braços enquanto seu rosto enterra no meu peito com gritos angustiantes. Tamsen pega sua bolsa e Grady mantém a porta aberta para nós. — E-ele está mor-morto... Eu pressiono meus lábios em sua cabeça, enquanto a levo para o elevador. — Eu sei, baby... eu sei, — eu sussurro. Grady nos leva para casa, e eu a coloco na cama e apenas a embalo. Não importa o que eu achava de seu pai. Apesar de tudo, eu sei que ela o amava. Isso é apenas ela, dando sempre mais do que ele merecia e se contentar com muito menos do que ela precisava do bastardo ingrato. Eu não sei exatamente quando o corpo dela finalmente se acalma e silencia. Tamsen tira os sapatos de Darby e os meus depois nos cobre com um cobertor. — Eu vou estar no sofá, se você precisar de alguma coisa, — ela sussurra. Concordo com a cabeça faço um silencioso obrigado com a boca. Nunca haverá tempo suficiente na minha vida para pagar Tamsen e Grady. Eles estão, sem exceção, sempre aqui para mim quando eu preciso deles, mas o que é mais surpreendente é que eles têm uma maneira de saber que eu preciso deles, mesmo antes de eu saber. As circunstâncias da minha vida nunca foram ideais, mas isso eu sei. Eu tenho sido amado mais do que a maioria das pessoas são em uma dúzia de vidas. Meus pais não tinham nada e ainda assim eu sentia como se tivesse tudo... tudo o que importava. Grady e eu nem ~ 349 ~


sempre conseguimos concordar em algumas coisas, mas ele me pegou, me tirou o pó, e me deu um propósito novamente. Tamsen... bem Tamsen é um anjo, se essas coisas existirem. Ela me curou de dentro para fora e sinceramente me devolveu o meu senso de autoestima. Depois, há a mulher em meus braços. Ela é o meu futuro... todo o meu mundo... minha amante... minha esposa... minha BFF.

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Capítulo Quarenta e Quatro Oh. Minha. Cabeça. Acho que meus olhos estão inchados. Conforme eu tento virar, braços fortes apertam em torno de mim. — Xixi... Preciso fazer xixi, — eu sussurro. Antes que eu possa dizer outra palavra, eu estou sendo levada para o banheiro. — Eu consigo andar. — eu encaro Trick pelas fendas das minhas pálpebras inchadas quando ele me põe em meus pés. Ele cruza os braços sobre o peito. Claro, como se eu quisesse que ele ficasse aqui e me visse fazer xixi. — Eu queria um copo de água. — Tamsen, Darby precisa de um pouco de água! Eu suspiro. — Eu preciso da minha bolsa também. — Pegue a bolsa dela também! — Ok, quer saber, eu não preciso de água ou minha bolsa. Eu preciso de trinta segundos sozinha para fazer xixi sem você me observando. Trick sorri. — Somos casados. — E eu gostaria de continuar assim. Então não vamos inventar de assistir um ao outro fazer coco ou xixi, ok? Ele ri. — Como queira. — quando Tamsen aparece no banheiro, ele sinaliza para ela sair e a segue para fora. Depois de lavar as minhas mãos e jogar água fria no meu rosto, eu me preparo para sair para o que eu sei que será três faces muito tristes olhando para mim. — Oi, flor. Eu fiz panquecas e ovos, mas eu poderia fazer torradas e geleia para você em vez disso, — Grady grita do fogão. — Panquecas está ótimo, obrigada. ~ 351 ~


Tamsen me dá um copo de suco de laranja, me dando seu sorriso genuíno, não o que todo mundo estava me dando ontem. — Obrigada. — Venha. — Trick dá um tapinha na banqueta ao lado dele. É a palavra que eu quero ouvir. Eu estava preocupada quando ele sentiu a necessidade de me levar ao banheiro. Ser mimada não é a minha praia. A noite passada foi meu colapso; agora é passado. Eu estou sensível e compassiva, e apesar do que alguns pensam, vadias maliciosas ter pensado ao longo dos anos, não equivale à fraca. Eu tive um momento de fraqueza, mas eu não sou uma pessoa fraca. — Quando você quer ir buscar a sua vó? Eu pulo no banco. — Assim que nós acabarmos de comer. Ela vai estar louca para sair. Além disso, eu me sinto horrível por abandoná-la na noite passada quando eu disse que eu iria ficar. — Não precisa, querida. Eu falei com as enfermeiras do andar e disse a elas que você não estava se sentindo bem e para contar a sua vó quando ela acordasse que você iria buscá-la na parte da manhã. — Grady pisca para mim, colocando uma pilha de três panquecas no meu prato, dois a mais do que vou ser capaz de comer esta manhã. — Você é o melhor. Grady dá a Trick um olhar de eu te disse. Trick descansa a mão na minha perna, dando um aperto suave. Eu espero que ele faça algum comentário malicioso para Grady, colocando ele em seu lugar da forma como ambos parecem fazer, mas ele não faz isso. Me pergunto se Trick partilha a minha gratidão pelo que nossos amigos, nossa família, tem feito.

***

Chegamos ao hospital, e somos recebidos por uma ansiosa Nana vestida e sentada em uma cadeira de hóspedes parecendo mais como uma visitante do que uma paciente. O médico deu alta a ela uma meia hora atrás. — Aí está minha menina. — ela está de braços abertos.

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— Bom dia, Nana. Desculpe não estar aqui mais cedo, mas perdi a hora e Grady fez café da manhã. — Não se preocupe, querida. Desde que paremos para um café de verdade no caminho de casa, eu vou ficar feliz. Trick me deixa dirigir e Nana senta no banco da frente. Mais uma vez, me permitindo ser forte, não me super protegendo, e permitindo que Nana tenha o lugar favorito dela no carro. — Então... como você está hoje, querida? — Nana rompe o silêncio, dando uma rápida olhada para trás em Trick. — Ela sabe. — ele dá a ela um sorriso triste, em seguida, encontra o meu olhar no retrovisor. — Bem, nesse caso, eu vou despejar mais uma má notícia para você. Rachel veio ao hospital nesta manhã antes de você chegar, e agora ela está pensando em nos encontrar na minha casa ao meio-dia para discutir os arranjos para o funeral. — Tenho certeza que ele tem tudo especificado em seu testamento. O que há para discutir? — Dia, hora... eu não sei. Nós paramos na frente da casa de Nana e Trick sai do carro para abrir a porta. — Obrigada, lindo. — ela pisca e ele sorri. — Você pode ficar se você quiser ou você pode me pegar depois. — eu envolvo meus braços em torno dele. — Eu vou dar a vocês um tempo sozinhas. — ele me beija. — Obrigada... por tudo, — eu sussurro contra seus lábios. — Não há nada esposa... minha vida.

que

eu

não

faria

para

a

minha

Eu sorrio. — Eu te ligo mais tarde. — eu lhe entrego as chaves e pego o café de ‗verdade‘ das mãos de Nana para que ela não tenha que manobrar nas escadas com ele na mão. Depois que eu consigo que ela se estabeleça no sofá com os pés para cima, um cobertor sobre o colo, e seu café, eu me enrolo na poltrona em frente a ela. — Eu não perguntei. Rachel estava no carro também? ~ 353 ~


— Não. Ela tinha um ensaio para uma amostra fashion para um feriado. Por isso convidei seu pai para jantar. Era... — ela força um sorriso triste, — ...o aniversário da sua mãe. Estávamos a caminho do restaurante favorito dela. O lugar ainda está em aberto depois de todos estes anos. Eu aposto que você nunca soube que nós fizemos isso todos os anos, apenas nós dois. É o único dia do ano que eu vejo um vislumbre do homem que costumava ser com Lucy. Mas este ano, pela primeira vez desde que ela morreu, ele tentou desmarcar. Disse que tinha muito a ver com a eleição chegando. Nana balança a cabeça, um olhar atento focado na tampa sobre sua xícara. — Eu insisti que ele viesse, apenas por uma ou duas horas. Eu não aceitaria um não como resposta. — ela solta uma respiração lenta e controlada. — Ninguém podia imaginar. — O que aconteceu com os motoristas? — A motorista do veículo que bateu em nós morreu. Ela não estava usando o cinto de segurança, pelo menos é o que Mary disse. Nosso motorista teve um braço quebrado, mas ele está bem. — o rosto de dor de Nana encontra o meu olhar. — Agora, querida, como você está lidando com isso? Eu sinto as emoções arderem em meus olhos quando eu rio. — Não muito bem na noite passada. É por isso que eu não fiquei com você. Mas agora eu só não sei. Estou triste, magoada e com raiva. Se ele merecia ou não, eu o amava. Eu acho que criança é programada para amar seus pais e me faz mal pensar em quanto tempo eu esperei que ele me mostrasse o amor. — eu reviro os olhos para o teto e engulo. — Quero dizer... isso vai nos dois sentidos, certo? Os pais devem ser programados para amar os seus filhos, não importa o quê. — eu limpo uma única lágrima do meu rosto. — Você sempre me disse que ele amava minha mãe, então eu não parava de pensar que, eventualmente, ele ia superar a perda dela e me abraçar como se eu fosse a única parte preciosa dela que foi deixada para ele. — Minha doce menina, ele a amava, mesmo que ele não soubesse como demonstrar isso. Eu dou de ombros. — Bem, é tarde demais. — há uma parte de mim que quer contar a ela sobre às vezes em que ele me bateu, mas eu acho que Nana precisa acreditar em algo bom sobre meu pai. Ela precisa dele para fazer o sentido de seu relacionamento com a minha mãe. — Isso é o que mais me afetou. Não foi a perda do homem que ele era; foi a perda do homem que eu esperava que um dia ele fosse.

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A campainha toca. Eu ergo minha mão para Nana. — Deixa comigo. — Darby. — Rachel diz com uma leve bufada quando ela passa por mim esbarrando em meu ombro. Os olhos dela não parecem nem ao menos um pouco inchados e sua máscara usual de cadela está firme no lugar. Tenho certeza de que quando ouviu a notícia sobre meu pai, provavelmente ela engoliu um calmante e continuou com seu dia depois de colocar um lembrete no seu celular para parar no hospital para apanhar os pertences pessoais dele. — Vamos nos apressar e passar por isso. Estou muito atrasada no trabalho, sem mencionar que eu tenho que estar de volta a New York no sábado. — Rachel desliza as luvas em sua bolsa e tira dos ombros o casaco de corpo inteiro. Nana e eu compartilhamos a mesma expressão. Que porra é essa? Ok, o de Nana pode ser: quem ela pensa que é? Mas o meu é definitivamente: que porra é essa? — Pode começar Rachel, nós odiaríamos demorar tempo demais sobre algo tão insignificante quanto a morte do meu pai. Rachel poderia congelar fogo com sua carranca e olhos de medusa, mas para minha sorte, eu sou imune ao olhar diabólico dela. — A vida continua para os vivos. Nana franze os lábios, mas eu posso ver o sorriso que ela está tentando esconder. Isso pode ser muito inadequado, mas eu não posso culpá-la. Se nós não rirmos de Rachel, vamos acabar estrangulando ela. — Verdade. Então o que você precisa de nós? — Nana bebe seu café. — Como tenho certeza que você já sabe, Cal deixou instruções detalhadas com relação ao funeral dele. No entanto, um de seus desejos era ter o caixão fechado. Nana e eu compartilhamos um olhar, este diz: quem liga pra essa merda? Ok, esse pode ser o meu, mas o de Nana é pelo menos: vá em frente vaca, você está desperdiçando o nosso tempo. Rachel fica olhando para nós com as mãos nos quadris quando ela está esperando por nós para o quê? Arfar? Gritar em protesto? — Cristo! Você chegou ao ponto? — Nana suspira, exasperada.

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Eu tusso para esconder minha diversão. Nana é simplesmente muito engraçada. Os lábios cheios de botox da Rachel fazem uma lamentável tentativa de puxar em uma linha firme. — Meu ponto é que eu estou lançando uma linha de vestuário formal masculino em menos de um mês e seria um absurdo não ter Cal vestindo um de meus projetos! — Então vista ele em um terno seu. Você não precisa de nossa autorização para isso. — eu rolo meus olhos, mesmo que seja desrespeitoso e rude. — Esse é o meu ponto! — ela mói as palavras, mas não importa que ela pareça um animal rosnando, seu ponto ainda está fora do meu radar de compreensão. — Eu não vou colocar o meu novo projeto nele, se ninguém vai vê-lo! Meu estômago e peito doem de segurar o riso iminente que está lutando para escapar. Nana está certa, Rachel é completamente louca. — Bem... querida... então deixe a tampa aberta, — diz Nana com um controle admirável enquanto eu mordo os lábios. — Eu não posso, não sem o consentimento de vocês. As alterações só podem ser feitas se houver acordo unânime entre nós três. — Você tem nossa bênção. — Nana vestiu suas luvas de pelica para falar pausada e lentamente com Rachel e é um histérico rir alto. Rachel pega seu casaco e caminha para a porta da frente. — Tudo bem então. Duncan vai ligar para pegar o consentimento de vocês. O funeral é quinta-feira às onze. Ela bate a porta da frente e nós caímos em um ataque de riso. Eu vou dar a Duncan, advogado do meu pai, o meu consentimento sobre este assunto mortalmente importante, mas não será sem conflito. Eu estou presa no meio. Parte de mim quer irritar meu pai, onde quer que esteja, deixando sua esposa vestir o cadáver como um manequim e colocá-lo em exibição contra a sua vontade. Depois, há a outra parte de mim que quer negar isso a Rachel, só porque isso seria muito divertido vê-la ter suas pequenas birras.

***

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Quarta à noite foi o velório onde eu tentei canalizar algumas das emoções que tive na noite em que chegamos para que pudesse desempenhar o papel da filha de luto. O problema é que eu já tinha utilizado o meu choque inicial e agora estou empacada no papel de criança órfã que iria se acostumar com o passar dos anos. Acima de qualquer coisa, o meu maior desafio é lutar contra um caso prematuro de risadinhas quando eu tenho que ouvir Rachel descrever a todos como o que o meu pai está vestindo traz à tona os tons quentes naturais da pele dele. Talvez seja a minha formação médica, mas eu sempre assumi que uma vez que todo o sangue foi drenado do corpo humano, a pele já não tinha ‗tons naturais quentes‘. — Posso pegar alguma coisa pra você? — Trick sussurra no meu ouvido, pressionando seu corpo nas minhas costas. — Além de sair daqui? — eu digo com os dentes cerrados atrás do meu sorriso falso que é grande o suficiente apenas para dizer obrigado por ter vindo, mas não grande demais para ofuscar minha tristeza esperada. — Eu te amo. — ele beija o topo da minha cabeça e dá um passo para trás. Eu não acho que ele é tão imune ao olhar gelado de Rachel como eu sou. E para o que quer que seja a razão da completamente louca, ela continua olhando para trás para se certificar de que ele está nas sombras e não muito perto dela. — Oi, Darby. Eu olho para a esquerda para uma voz familiar e sorrio quando vejo Jade e várias outras enfermeiras do PS esperando para prestar seus respeitos. Pela primeira vez naquela noite eu quebro e não tem nada a ver com meu pai. Eu só estou chocada e emocionada que elas vieram aqui por mim. — Oi. — eu abraço cada uma delas e enxugo minhas lágrimas... lágrimas que elas nunca saberão que são pela bondade delas. Até o final da noite, pelo menos, uma dúzia de outros enfermeiros e médicos vem pela fila. Talvez eu estivesse errada. Talvez eu me tornei tão paranoica por julgamentos dos outros na minha vida que agi preventivamente e julguei outras pessoas primeiro. Lição de vida aprendida.

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***

Há uma melancolia no ar quando chegamos em casa do velório. Acho que o cansaço da viagem, lidar com a adrenalina dos eventos no hospital e agora um longo velório está pegando a gente. — Tamsen e eu vamos sair para tomar uma bebida. — Grady pisca para mim e Trick quando nós saímos da parte de trás do seu carro. — Estaremos de volta em, digamos que... duas horas? Trick acena para Grady, e Tamsen sorri, acenando para mim pela janela do passageiro. — Venha. — Trick pega a minha mão, me puxando em direção ao elevador enquanto Grady e Tamsen saem da garagem. — Você disse a eles para nos dar um tempo sozinhos? Para sexo? Trick ri conforme saímos do elevador. Então ele pega a minha jaqueta. — Grady estava com coceira para sair, então ele está nos usando como desculpa. — ele me puxa para seus braços. — Não se preocupe, nós não vamos fazer sexo. Concordo com a cabeça uma vez, envolvendo meus braços em torno dele. Nós acabamos de sair do velório do meu pai, e eu não dormi muito bem. Exaustão é eufemismo, mas eu gosto desse Trick que não quer sexo? Não! — Eu vou me trocar e escovar os dentes. — ele me libera e caminha em direção ao banheiro. Eu o assisto, admirando a forma como a sua camisa branca abraça seus ombros. Eu escorrego para fora do meu vestido e caminho para o banheiro vestindo apenas calcinha preta e sutiã sem alças. Trick cospe pasta de dentes na pia e limpa a boca quando eu começo a escovar os dentes. Olhando para seu reflexo no espelho, eu pego os olhos dele perscrutando o meu corpo de cima a baixo quando ele desabotoa sua camisa. Quando ele a tira de seus ombros, eu cuspo rápido antes que eu sufoque ou engula a pasta. Virando, eu descanso minhas mãos na borda da pia e encosto contra ela. Trick desabotoa suas calças, deixando-as cair no chão antes de sair deles e remover suas meias. Eu molho meus lábios. Meus olhos vagueiam no terreno de arte que eu passei a amar e ansiar. Leva alguns

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momentos para eu perceber que ele está parado. Eu levo meus olhos para seu rosto. Ele está tentando não parecer miseravelmente. — Você está encarando.

arrogante,

mas

falha

— Eu estou. — eu sorrio. — Por quê? — ele se aproxima. Eu fico ereta, descansando minhas mãos em seu peito. — Porque eu posso. Suas mãos deslizam para cima nos meus lados e em torno de minhas costas, soltando meu sutiã. Ele cai aos meus pés. — O que você está fazendo? — eu sussurro. — Admirando a minha linda esposa... — seus lábios escovam pelo meu queixo até o meu ouvido, — ...porque eu posso.

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Capítulo Quarenta e Cinco Enterrei meu pai hoje. Sem lágrimas, sem dor. Mesmo agora, a única emoção que reconheço é a culpa. Devo ter tido um número atribuído de lágrimas por ele, e eu as usei todas até a outra noite. A parte patética... eu na verdade tentei pensar em algo mais triste do que a morte de meu pai para tirar algumas. Minha falta de emoção atraía mais atenção do que a encenação digna de Hollywood de Rachel. Tenho quase certeza de que ela esguichou algo nos olhos dela para sair água pra caramba. — Sua vó? — Trick pergunta quando meu telefone toca sinalizando mensagem. — Não. Rachel. — eu balanço minha cabeça, em seguida, olho para trás pela janela, fascinada pelo brilho impressionante do horizonte de Chicago ficando à vista contra a escuridão descendente. — Deixamos ela, a viúva de luto, trinta minutos atrás e ela já está exigindo que eu encontre tempo para pegar as coisas do meu pai da casa que nós acabamos de sair e da cobertura dela em Nova York. — eu rio. — Inacreditável. Ele era o marido dela. Por que ela não lida com as merdas dele? Ela realmente acha que eu vou encontrar alguma lembrança preciosa e sentimental que eu não possa viver sem? — Diga a ela para ir se foder. Eu rio. Talvez eu não seja mais a Darby Capacho, mas eu também não sou o ‗Trick Roth que tudo se foda‘. — Se eu for honesta comigo mesma, eu tenho que admitir que há uma parte de mim que está curiosa para saber o que meu pai escondeu. Mesmo uma foto da minha mãe que eu não tenha visto antes iria fazer valer o meu tempo, então... — olho para Trick, — ...parece que eu estou indo para Nova York. Ele suga uma respiração lenta e solta com igual controle. — Eu não espero que você vá. Você pode ficar aqui ou voltar para Todos Santos. Eu entenderia. ~ 360 ~


Ele balança a cabeça, torcendo seus lábios para o lado. — Quando você vai? — Bem, eu não quero arrastar isso, então eu provavelmente vou pegar as coisas dele daqui amanhã, em seguida, voar no sábado, e voltar aqui ou em casa no domingo, dependendo de onde você vai estar. — Onde você quer que eu esteja? — ele pergunta quando nós entramos na garagem. Comigo. Eu dou de ombros. — Eu sei que você estava no meio de um desenho antes de sairmos para Chicago, então, se Grady e Tamsen estão partindo na parte da manhã, talvez você devesse ir para casa também, — eu digo abrindo a porta. Trick pega meus saltos que eu tirei no carro, meu casaco e bolsa em uma das mãos, em seguida, me ajuda a sair com a outra. Apesar de seus constantes lembretes de que ele não é um príncipe encantado que me levará para as nuvens com modos refinados e discurso censurado, todos os dias ele faz alguma coisa... o menor gesto... que me mostra que ele está se tornando meu cavalheiro. E agora ele está fazendo isso: levando os meus pertences em uma mão e me levando com a outra. Me sinto amada, querida e totalmente adorada. Melhor. Sentimento. Do. Mundo!

***

Quando Tamsen descobre sobre minha viagem a Nova York, ela muda de voo para voltar comigo no sábado. Em seguida, ela se oferece para ir comigo para Barrington Hills para escolher os itens pessoais do meu pai enquanto Trick leva Grady para o aeroporto. — Então você vai arrumar todos os ternos e coisas dele... — Tamsen segura uma camisa do Chicago Cubs como se ela fosse mordêla, —...e fazer o que com elas? Eu abro as gavetas do closet dele. — Eu não vou arrumar essas merdas. Rachel pode lidar com as roupas. Eu só estou procurando alguma coisa do meu passado ou o de minha mãe: fotos, joias, itens sentimentais. Embora eu não esteja alimentando muita esperança de que vamos encontrar algo parecido. Eu não acho que Calvin Carmichael

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era de fazer álbum de fotos ou ter uma arca de cedro cheio com relíquias ancestrais. Tamsen procura em gavetas no lado oposto, até mesmo verificando bolsos dos casacos pendurados acima dela. — O que é isso? Eu viro quando ela sustenta um colar com um pingente de coração, letras de diamantes ―LC‖ no meio. — Onde você encontrou isso? — eu tomo dela, correndo o polegar entre os diamantes. — Estava sob este lenço de seda. — ela aponta para a gaveta. — Você reconhece isso? Eu concordo. — Da foto de minha mãe no dia do casamento dela. Ela estava usando. Nana disse que meu pai deu a ela como presente de casamento. — LC? — Lucille Carmichael, — eu sussurro. — Estou surpresa que ele não deu a você. Eu balanço minha cabeça em lenta descrença. — Depois que ele e Rachel se casaram, pedi para ele, mas ele disse que perdeu na mudança. — Então ele mentiu? — Sim, mas... eu não entendo o porquê. Talvez ele tenha perdido e depois encontrou, mas se esqueceu de dizer alguma coisa. Tamsen ri. — Deus, eu amo a sua inocência. Eu coloco no bolso. — Você quer dizer minha ignorância ou ingenuidade. — eu balanço minha cabeça. — Eu só fico tentando ver o que minha mãe deve ter visto nele. Nós passamos as próximas duas horas passando pelas coisas dele, mas acabamos deixando tudo para trás, exceto o colar.

***

Assim que voltamos, Tamsen sai para se encontrar um velho amigo da faculdade para beber uma vez que decidiram ficar em Chicago

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por mais uma noite. Ela me convida para ir, e tão tentador quanto uma noite das meninas fora é para esta menina, eu recuso. — Desistiu de uma noite com Tamsen por mim, né? — Trick sorri, olhando por cima de seu computador no balcão. — Sim, então não me faça eu me arrepender. — eu tiro minhas botas e abraço suas costas. — Você decidiu ficar ou voar para casa? — Casa. Eu vou mergulhar no meu trabalho... — ele se vira para mim, — ...então quando você chegar lá eu vou tirar alguns dias de folga para ter uma longa dose de esposa. Eu brinco com os cabelos da nuca dele com meus dedos. — Então, a sua dose de Darby se transformou em dose de esposa, hein? — Sim. É patético, eu nunca consigo obter o suficiente. Concordo com a cabeça, esfregando os lábios, os examinando meu fodástico marido tatuado. — Tire sua camisa.

olhos

Ele levanta uma única sobrancelha. — Ah é? — É. — eu sorrio. E então isso começa com aquele único, quase imperceptível lábio contraído. Agora que ele é meu, eu dou boas vindas àquele convencido e igualmente arrogante. Hoje à noite é tudo o que eu quero. Ele tira sua camisa e eu observo, aguardando as palavras que eu quero ouvir. Eu posso sentir o seu ego inchando, tanto quanto as minhas mãos doem para tocar sua pele pintada... eu espero. — Apreciando a vista? Aí está... aquela voz que eu juro que vibra as partes mais íntimas do meu corpo. Mordendo meu polegar, eu encontro o seu olhar e aceno. — Mais alguma coisa que eu possa fazer por você? Deus! Está cada vez melhor. Outro aceno de cabeça. Ele sorri. — Sem calças. Ele se levanta, desabotoando seu jeans. — Como quiser.

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Eu não oriento ele a tirar sua cueca, mas eu não reclamo quando ele o faz. Eu estou muito fascinada por sua excitação. — Agora, o que, gostosa? — ele é tão confortável em sua pele, a confiança escorrendo de cada centímetro de sua carne. Eu torço meus lábios para o lado, um ligeiro tremular dos meus olhos. Levantando um dedo sinalizando para ele esperar, eu busco o cinto do meu robe no banheiro. Quando eu volto para a cozinha, os olhos de Trick voam para o cinto na minha mão. — Marido. — eu dou um sorriso perverso. — Esposa, — diz ele com apreensão lenta em sua voz, olhos pulando entre mim e o cinto. — Já foi amarrado, Sr. Roth? — eu inclino minha cabeça para o lado. A porra da contração labial. Eu amo isso! — Não... que me lembre. — Você está preparado para um pouco de diversão? — Pode vir, gostosa. — Vamos. — eu me viro e arrasto o tapete do lado da cama até a grande viga de aço no meio da sala. — Deite. Trick sorri e obedece. Eu levo os braços dele acima da cabeça e amarro eles juntos. — Minha esposa é uma pervertida sedutora. Concordo com a cabeça lentamente enquanto tiro a roupa para ele. — Você tem alguma ideia do quanto eu aprecio você tomando conta de mim ao longo dos últimos dias? Seus olhos caem para os meus seios que escapam livres quando eu removo meu sutiã, mas fico com a minha calcinha de renda rosa. — Eu acho que sim. — ele engole. Ajoelhando, eu sento em suas pernas, uma perna de cada lado. — Bem, me diga quando você sabe o quanto eu aprecio você. — eu me inclino para a frente, correndo minha língua por todo o comprimento de sua ereção.

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— Porra, Darby... Eu sorrio, um pouco antes de levá-lo em minha boca, provocando até que seus quadris começam a se mexer no chão. Eu olho para cima quando ele olha para baixo, lábios entreabertos, os olhos apertados e os músculos dos braços flexionados, puxando contra a restrição. Nenhum aviso necessário, ele sabe até agora que eu vou levar tudo o que ele me dá. Depois de alguns minutos de boca, lábios e língua homenageando o melhor marido do mundo, ele resmunga, — Porra! — gozando em minha boca. Depois de tirar a última gota, eu sorrio, lambendo meus lábios. — Você se sente apreciado, marido? Ofegante, ele balança a cabeça com um sorriso descontraído. Há alguns segundos de vulnerabilidade inconfundível nos olhos de um cara bem depois que ele perde o controle pelo toque de uma mulher. Impagável! Me sento, rastejando para o início de seu corpo. — Bom. Agora, estou me sentindo um pouco negligenciada. Será que você pode ajudar a uma menina a se perder? — parando de pé em frente ao seu rosto, ele molha seus lábios enquanto eu me inclino para frente, agarrando a viga de aço com as mãos enquanto me abaixo para sua boca. Eu gemo apenas com a sensação de sua respiração quente contra a minha calcinha de renda. Fazendo ele trabalhar para isso é a metade do prazer quando ele lambe e suga a virilha da minha calcinha molhada. — Eu estou com fome pra caralho de você. — a voz profunda me leva de molhada para encharcada. — Trick... — eu respiro seu nome quando o meu ritmo cardíaco aumenta. Circulando meus quadris enquanto seus dentes puxam o material fino para o lado, eu abaixo meu queixo e assisto sua língua lamber lentamente o meu sexo nu. — Oh. Meu. Deus... — eu engulo em seco quando seus olhos encontram os meus, um sorriso puxando seus lábios. — Merda! — eu abraço a viga de apoio, me levantando, os joelhos fracos. — Tamsen! Ela está vindo! — eu sussurro em pânico quando ouço o barulho do elevador. Corro para o banheiro para pegar o meu robe, que não vai ficar fechado porque o meu cinto está sendo usado para... merda! Meu marido nu, ainda amarrado e esparramado no tapete, que não mostra um vacilo de preocupação para o seu estado de exposição.

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— Você puxou muito, eu não consigo desfazer o nó, — eu sussurro, com as mãos tremendo. — E isso é minha culpa? — Trick levanta uma sobrancelha presunçosa. — Merda! — eu pego um cobertor no sofá e cubro seu corpo com ele, assim que grito para o elevador. — Você está de volta mais cedo? — eu sorrio, segurando meu robe fechado quando Tamsen sai do elevador. A testa dela enruga enquanto ela me olha, em seguida, olha em volta. — Sim, minha amiga, Debra, o marido dela ligou porque a filha deles estava com febre, então acabamos cedo. Uh... onde está Trick? — Pelado sob este cobertor e amarrado à viga. — minha pele fica vermelha pelo som da voz indesejada de Trick. Tamsen cobre a boca com a mão e tenta segurar o riso, mas não consegue. — Vocês dois são... realmente um par. Eu faço uma careta. — Eu sinto muito, eu não achei que você... Tamsen balança a cabeça, levantando a mão dela. — Tudo bem. Eu só vou... — ela aponta para as escadas, — ...dormir na cama de Grady. Boa noite. Eu fecho meus olhos, soltando um suspiro pesado. Ela deve pensar que somos o casal mais pervertido que existe. — Eu acabei com o seu pequeno segredo sujo? Meus olhos se abrem. Em lido com o meu embaraço, Trick ainda nu e preso de alguma forma escorregou da minha mente. — Nem mais uma palavra. — eu tiro o cobertor de cima de sua cabeça e tento desfazer os nós. — O que foi que eu fiz? — ele esfrega os pulsos enquanto eu deslizo o cinto pelo meu robe. — Você... você me deixa toda... — eu aceno minhas mãos no ar, — ...excitada e eu não estava pensando claramente. E você tinha que avisar a Tamsen onde você estava... Trick desliza dentro de sua calça jeans, sem cueca. — Sério? — ele sussurra, se inclinando para mim ao fazer um rápido olhar para as escadas. — Você acha que ela ia passar por mim no tapete com os pés para fora do cobertor e minhas mãos amarradas do outro lado?

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Eu cruzo meus braços sobre o peito. — Bem... eu acho que nunca saberemos, não é? — eu marcho para o banheiro como se eu tivesse um propósito, mas eu não tenho. Depois de um xixi rápido e uma longa lavagem de mãos, apenas para ganhar tempo, saio com a minha dignidade mal reestabelecida junta com a minha teimosia. Trick repousa contra o balcão com as pernas cruzadas nos tornozelos, olhando para o seu telefone. O meu toca na minha bolsa sobre a cama. Trick: amiga, minha esposa acabou de me amarrar a um poste e fez coisas comigo que eu nunca vou esquecer. Ela é tão gostosa! Eu olho para cima e sorrio porque ele ainda está olhando para o seu telefone como se ele estivesse esperando sua ‗amiga‘ responder. Eu: BFF, espero que sua esposa saiba que ela tirou a sorte grande com você. Trick: Café da manhã para o jantar? Eu olho para cima e sorrio para ele ainda olhando para o seu telefone. — Eu amo você pra caralho. Lábio contraído. Trick: Eu sei que você ama. Ele olha para cima e eu rio enquanto balanço a cabeça. Com a marcha mais sexy que nunca, ele faz o seu caminho até mim e me beija como se ele não fizesse isso um milhão de vezes antes, e por sua vez o meu corpo reage como se fosse a primeira vez. Me deixando sem ar e tonta, ele beija a ponta do meu nariz. — Vou começar os ovos e a geleia. — ele sorri. Eu rolo meus olhos. — Me passe o meu jeans. Ele pega do chão e o joga para mim. — Obrigada. — eu entro neles. — O que é isso? — ele se abaixa onde meu jeans estava. — Onde você conseguiu isso? — ele levanta o colar da minha mãe, olhando para o pingente pendurado. — Foi da minha mãe. — eu tomo dele e coloco na minha bolsa. — Meu pai deu a ela no dia do casamento deles. Tamsen encontrou em uma de suas gavetas hoje. — eu visto minha camisa. — Foi a única ~ 367 ~


coisa que eu peguei. Tenho a sensação de que New York vai ser uma viagem desperdiçada. Eu não posso imaginar encontrar qualquer coisa lá quando ele passou a maior parte de seu tempo aqui, mas eu suponho que eu deveria ir, apenas no caso eu estar errada.

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CapĂ­tulo Quarenta e Seis Porra! O colar. Eu me lembro dele... eu me lembro de tudo.

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Capítulo Quarenta e Sete Tamsen acaba descendo para comer o jantar de Trick, embora ela ignore a geleia e separe os ovos, provando totalmente o meu ponto que Trick e eu somos almas gêmeas de café da manhã. No entanto, não somos hoje à noite. Algo aconteceu muito rápido, porque em um minuto ele está me mandando mensagens com um sorriso no rosto e no seguinte ele está encolhido em posição fetal na cama e ficou pelas últimas duas horas. Eu tomo banho e tento fazer com que ele me deixe verificá-lo, mas ele não quer ser tocado, então eu o cubro com o cobertor e, eventualmente, caio no sono ao lado dele após a minha preocupação se instalar. Pela manhã, ele está na mesma posição. — Oi, docinho. Nosso voo sai em três horas, mas posso cancelar. — me sento na beira da cama, apertando minha mão na sua bochecha. Ele arrasta os olhos abertos e olha com um olhar vítreo, em branco. — Não. — Você tem certeza? Um aceno lento. Eu beijo sua testa. — Ok, mas aqui está o telefone. — eu o deixo na mesa de cabeceira. — Eu vou checar você antes de decolar. Certifique-se de se manter hidratado. — Se cuida, ok? — Tamsen tenta se colocar em sua linha de visão, mas é como se ele estivesse olhando através dela. — Amo você. — eu olho para ele quando nos dirigimos ao elevador. Nada.

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Antes de decolar eu tento falar com Trick pelo telefone. Ele não atende. — Eu não deveria tê-lo deixado. — eu suspiro enquanto coloco meu telefone em modo avião. Tamsen descansa a mão sobre a minha. — Ele vai ficar bem. Ele está, provavelmente, no banheiro, talvez tomando banho. — Veio tão repentinamente. — Provavelmente uma virose. Eu aceno, não muito convencida disso. — Esta viagem é um desperdício de tempo. — Mas você está curiosa? — Sim, mas não apenas sobre o que ele poderia ter lá. Tão louco quanto parece, eu quero ver a cobertura... eu nunca estive lá. É como se eu quisesse confirmar que ela é a puta sem coração que eu sempre pensei que ela fosse. Eu quero encontrar fotos de algum outro cara, ou sapatos de homem que não caberiam em meu pai. Por mais que eu a despreze, uma pequena parte de mim sente pena dela que meu pai estava sempre se prostituindo em torno dela. — Então... todo o fiasco sobre o caixão aberto não prova isso? Eu rio. — Você pensaria isso, não é? Mas isso é apenas Rachel. Em sua própria maneira distorcida ela pensou que estava fazendo um favor a ele, tanto quanto ela mesma. Ela sempre tinha um jeito de fazer meu pai ter uma boa aparência aos olhos do público, política e moda conversam.

***

Assim que o avião pousa eu tento Trick novamente. Sem resposta. — Talvez eu devesse ver se Gemmie pode verificá-lo?

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— Se você acha que vai aliviar sua cabeça. — Tamsen agarra nossas bolsas do compartimento de bagagem. — Mas se ele optar por ignorar a porta, então isso só vai te deixar mais ainda em pânico. — Eu sei. — eu franzo a testa quando saímos do avião. — Vamos voltar para minha casa. Você pode tentar lá novamente, se refrescar e, depois vamos para Rachel para que você possa fazer o que você veio fazer e voltar para casa para Trick. Ok? — Ok. Olho para o meu telefone durante todo o caminho para a casa de Tamsen, desejando que ele tocasse ou, pelo menos, sinalizasse uma mensagem de texto. Isso não acontece. Tamsen destrava a porta, deixando cair sua bolsa no interior. — O banheiro é no final do corredor à direita, se você precisar usá-lo e o quarto de hóspedes está no lado esquerdo. — ela polvilha um pouco de comida em seu aquário de peixes e pressiona o botão em sua secretária eletrônica. — Ligue a porra do seu celular! Meus olhos se arregalam com o som da voz irada de Grady. Tamsen balança a cabeça e continua a se concentrar em seu peixe. — Sempre a rainha do drama. Ele tem precisado de muita manutenção... — ela dá um olhar feio para mim, — ...bem, mais do que o habitual desde que você e Trick mudaram para o México. Recebo todas as chamadas e todas as explosões sem proporção de emergência que Trick costumava receber. — outro olhar ácido sobre o ombro. — Obrigada por isso. Acho que ele é um pouco bipolar. — Aposto que você está feliz que ele esteja em LA, pelo menos você pode ignorar as chamadas dele. Se ele estivesse aqui, estaria batendo em sua porta. — Amém, irmã. Eu ligo para Trick de novo, e de novo vai para o correio de voz. — Estou noventa por cento preocupada e dez por cento chateada que você não está atendendo a seu telefone ou qualquer uma das mensagens que eu te enviei. Por favor! Responda! Tamsen ri. — Agora você está parecendo como Grady. ~ 372 ~


Eu faço uma careta. — Sim, talvez você deva retornar a ligação dele. E se ele realmente for importante? — Tudo bem. — ela suspira enquanto pega o telefone. — Sou eu. Desculpe, eu perdi suas chamadas, mas, obviamente, eu não sou a única a não atender ao telefone. Eu estou saindo para ir para Rachel com Darby. Eu vou levar o meu celular ligado, então você pode me ligar quando você conseguir. Tchau. — ela empurra seu telefone no bolso de trás da calça jeans. — Pronta? Concordo com a cabeça, os olhos ainda colados no meu telefone.

***

Chegamos ao arranha-céu de Manhattan e, claro, Rachel não está. — Ela está me esperando, — eu asseguro ao fóssil na recepção do hotel. Ela olha sobre a armação de seus óculos de leitura. — Então você deve saber o código. — ela aponta para os elevadores. Eu sorrio. — Claro. — girando sobre meus pés, eu vou direto para o elevador com confiança. — Então você sabe o código? — sussurra Tamsen. — Não, mas eu tenho um bom palpite. Quando as portas se abrem entramos no elevador e eu digito um código de quatro dígitos. Tamsen sorri enquanto as portas se fecham e o elevador começa sua ascensão. — Bom palpite. — É o ano em que ela começou sua empresa, o mesmo código de quatro dígitos para a segurança em sua outra casa. Os vestidos de Rachel podem ser originais, mas termina aí. — Então, onde é que ela está hoje? — Tamsen pergunta quando saímos do elevador em um mar de piso de mármore preto e branco. — Sei lá. Eu poderia ligar, mas eu prefiro não ter ela olhando por cima do meu ombro enquanto eu estou aqui.

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— Você quer dizer enquanto você está bisbilhotando. Eu verifico meu telefone novamente, incapaz de parar de me preocupar com Trick. — Algo assim. — eu franzo a testa quando eu vejo que não existem notificações na minha tela. Nós fazemos nosso caminho através do labirinto de móveis caros e pedestais com esculturas nuas até chegarmos às portas duplas para a suíte master. — Você acredita que as pessoas realmente vivem assim? — As pessoas, não. Rachel, sim. — Droga! Olhe para esta cama. — Tamsen passa a mão em uma das colunas gigantescas da cama de dossel. Há dois armários com um banheiro no meio. — Eu vou ir para a direita, você vai esquerda. — eu ligo a luz e este closet, que é maior do que alguns flats, deveria me chocar, mas essa é Rachel e eu não esperaria outra coisa. Minha consciência me faz lembrar de que ela poderia aparecer a qualquer momento e isso claramente não é o armário do meu pai, mas minha curiosidade anula todo o bom senso. Ele está repleto de sapatos, vestidos e um cofre de parede do fundo, bolsas, cachecóis, casacos, chapéus. Parece toda a seção das mulheres de uma loja de departamento, e não um armário. Mas o que me chama a atenção é a caixa embaixo de um conjunto de gavetas. Eu nem tenho certeza porquê. Talvez porque tudo parece tão perfeito, impecável, mas depois há esta caixa que parece que foi a esmo empurrada lá. — Eu não estou vendo muito, Darby. E você? — Tamsen grita do outro armário. Eu ajoelho e puxo a caixa para fora. Kathleen Henderson. Eu não reconheço o nome ou o endereço da Queens. A caixa foi aberta em uma extremidade, então eu levanto só um pouco apenas o suficiente para que o conteúdo deslize para fora. Há um recibo no topo de... o desenho. Puta que pariu! — Eu acho que você está procurando no armário errado. Eu me assusto e olho para trás, uma presunçosa Rachel está de pé na porta. ~ 374 ~


— Darby, — a voz de Tamsen corta quando ela aparece no canto e vê Rachel. Rachel nem sequer a reconhece. — Onde você conseguiu isso? — eu olho para o desenho da mulher nua. — Quem é Kathleen Henderson? — Ela é uma velha amiga que trabalha para uma galeria de arte. Ela lida com os leilões on-line e quando se deparou com esta inquietante imagem ela comprou para mim. — Eu... eu... não entendo. Trick desenhou isso. — Sim, eu sei. Mas ele não deveria ter, e ele com certeza não deveria ter tentado vendê-lo. — Você conhece ela? — Eu conhecia ela. — ela ri e é sádico, vingativo. — Desde que Cal se foi, eu acho que não importa mais, não é? — Darby, — Tamsen fala com cautela. Eu vejo as linhas de nervosismo ao longo de sua testa. — O nome dela era Paula Bailey. Eu fecho meus olhos e abano a cabeça. Eu não a vi, mas o nome é familiar. — Você só estava começando a faculdade, mas eu tenho certeza que você ouviu o nome dela no noticiário. Quando a esposa do prefeito de Nova York morre de uma overdose de drogas, virá notícia nacional. Eu teria gostado de ter visto o olhar em seu rosto quando ele desenhou isso. Ele nem sequer se lembra dela, não é? De jeito nenhum ele poderia; se ele lembrasse nunca teria vendido. — Vá se foder. — eu zombo. Ela balança a cabeça, olhando para mim com olhos condescendentes. — Eu avisei para ficar longe dele, mas você não ficou, Darby. Você sempre foi tão teimosa, igual o seu pai. Só que ele não se escondia por trás de uma fachada gótica ridícula quando ele fodia tudo que se movia como você fez nos seus dois primeiros anos de faculdade. — Vamos, Darby. — a voz de Tamsen corta o ar com um tom urgente.

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— Darby não vai a lugar nenhum, não até que ela saiba com quem ela se casou. — Darby, por favor... — Tamsen balança a cabeça, — ...não ouça ela. Vamos embora. Eu não sei se eu conseguiria me levantar, e muito menos ficar em pé agora, mesmo se eu quisesse. Rachel lambe os lábios de Botox quando ela está se preparando para comer sua presa. — Você pode ser teimosa, mas você é inteligente... curiosa. Não é? Meu olhar vacila. Eu deveria ir embora. O passado de Trick não é dela para contar, mas eu não consigo. Eu preciso saber. — Devo continuar? Meu queixo cai de vergonha quando eu aceno. — Eu vi Patrick, Trick, no Central Park uma manhã bem cedo em minha corrida. Ele estava esboçando algumas crianças jogando frisbee com seu cão. Uma pequena multidão se reuniu para vê-lo. Eles estavam olhando para a sua arte; eu estava olhando para ele. Ele tinha um apelo sexual cru. Então, dei a ele o meu cartão de visita e disse a ele para me ligar. Uma semana depois, ele apareceu na Hart Designs porque ele não tinha um telefone para me ligar... ele não tinha muita coisa. Meus olhos se enchem de lágrimas não derramadas de dor e raiva. — Eu lhe ofereci um emprego, modelando minha roupa masculina. — a testa dela franze por um momento, talvez em confusão. Eu não posso dizer com certeza. — Uma coisa levou a outra e acabamos tendo um caso. O nó na garganta força as lágrimas enquanto meu coração se despedaça em um milhão de fragmentos dolorosos. Ela sorri. — Caso soa muito íntimo. Foi realmente só trepar. Eu não consigo respirar, quando náuseas e tontura sacodem o meu corpo. — Darby! — Tamsen passa por Rachel e se ajoelha ao meu lado, me puxando para seus braços. — Cala a boca! Você já disse o suficiente.

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— Oh, eu só estou começando. Eu vou admitir, ele foi a melhor trepada que eu já tive. O garoto com certeza sabia o que fazer com o corpo de uma mulher. Um soluço estrangulado escapa quando Tamsen me abraça mais apertado. — Mas nós ficamos um pouco imprudentes. Eu tinha esquecido sobre o meu almoço com Paula. A porta do meu escritório não estava trancada e ela entrou e nos viu. — Rachel limpa a garganta. — Mas eu tenho que dar crédito a Paula, ela fez a maior parte da situação. Eu pensei que nós éramos amigas, mas depois ela ameaçou nos expor. Foi quando o seu cavaleiro de armadura brilhante salvou o dia. Ele se ofereceu para deixar Paula entrar na nossa diversão. Oh meu Deus! Eu me afasto de Tamsen e abraço meu estômago. É demais. — Não finja estar tão desgostosa. Eu tenho certeza que durante esses dois anos que passou vestida de preto, se prostituindo em torno do campus para chatear o seu pai, você certamente entrou em algum trio ou em uma orgia. Eu balanço minha cabeça. Ela não sabe do que ela está falando. Eu dormi com mais caras do que deveria, e eu realmente fiz isso em uma espécie de rebelião, mas é só isso. Eles eram apenas encontros de uma noite, nada doente e distorcido. — Eu tenho certeza que você sabe que ele é um viciado em drogas. Por fim, isso era tudo o que Paula desejava... drogas, sexo e Trick. — Rachel pega o desenho e ri. — Eu aposto que ele desenhou a última coisa que ele se lembrava. Sabe o que é isso, Darby? Você sabe o que aconteceu naquela noite, a noite em que ele foi atropelado por um carro? Eu balanço minha cabeça. — Pare... chega. — Ela não está dormindo nesta imagem... ela está morta. — Não! Pare! Tamsen me ajuda a ficar em pé. — Ele drogou ela, fodeu ela e a matou. — Eu odeio você! — eu invisto contra ela, mas Tamsen me segura.

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— Não faça isso! Ela não vale a pena. Rachel sorri, dando um passo para o lado enquanto Tamsen me puxa para a porta. Quando alcançamos o elevador, eu encosto na parede e colapso. — Eu odeio ela... — eu soluço. — Eu o odeio... — eu aperto e puxo o meu cabelo. — Eu odeio essa porra de vida. Faça isso parar. — Shh... — Tamsen abaixa na minha frente. — Sinto muito, querida. — V-você-sabia? — levanto a cabeça para olhar em seus olhos. — Não, eu não sabia. Confio em Tamsen. Eu sei que ela não mentiria para mim. Ela é minha amiga... minha única amiga.

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Capítulo Quarenta e Oito — Cocaína? Eu balanço minha cabeça. — Álcool? Outra vibração de cabeça. — Você fodeu alguém além da sua esposa nas últimas vinte e quatro horas? — Não. — levantando a cabeça das minhas mãos, eu assisto Grady se sentar na cadeira em frente a mim. — Quanto você sabia? Grady esfrega a parte de trás do seu pescoço e suspira. Eu sempre soube que Grady sabia mais do que ele estava me dizendo, mas, apesar do fato de que ele estava dirigindo o carro que causou a minha perda de memória, de uma maneira estranha eu sentia como se ele me salvou por não me contar tudo e me tirar de Nova York. Confio em Grady; ele me protegeu. Até ontem à noite, eu não tinha ideia da extensão, da onde ele tinha que ir para me proteger. — Eu sabia que você estava com a esposa do Prefeito Bailey na noite em que ela morreu. Havia uma mensagem dela em seu telefone de mais cedo naquela noite. Concordo com a cabeça, esfregando as mãos sobre meu rosto. — Ela queria me ver. — Sim. — Onde você conseguiu meu telefone? Nós não conseguimos encontrá-lo após o acidente. — Você não poderia encontrá-lo. Levei de seus pertences no hospital. Eu estava procurando por família... pistas do que tinha acontecido. Na manhã após o acidente, todas as manchetes eram sobre ~ 379 ~


a trágica morte de Paula Bailey. O Prefeito Bailey chegou em casa tarde e descobriu que sua esposa teve uma overdose. Eu fico olhando para as minhas mãos. Toda a porra do meu corpo parece entorpecido. — Alguém moveu o corpo, mas estou certo de que não foi você. No entanto, quando contratei alguém para verificar seus registros de telefone, apareceu que você fez uma chamada para um número privado cerca de quinze minutos antes de você correr para a rua. Você se lembra para quem você ligou? Eu pressiono meus dedos nas minhas têmporas. — A lembrança mais forte que tenho é o quão fodida minha memória era naquela época por causa das drogas. — eu olho para cima. — Rachel Hart é a única pessoa que eu teria ligado. — eu balanço minha cabeça. — Eu acho que eu liguei para ela... eu não sei. Saí do banheiro e Paula estava... — Jesus, Trick... foi ela, Rachel? Concordo com a cabeça, os olhos deslizando para minhas mãos enquanto eu cerro os punhos na minha frente. — Por que você não me disse quando eu te mandei a foto do desenho? Grady suspira. — Pela mesma razão que eu não lhe disse anos atrás. Sem sua memória, você não saberia o que fazer com a informação. O que eu deveria dizer? ‘Sim, essa é Paula Bailey, a mulher do prefeito a quem eu imagino que você tenha cheirado cocaína direto dos peitos dela, então transou com ela logo antes de ela morrer de uma overdose‘. O que você ia fazer com essa pequena informação? Contar a Darby? Ligar para o prefeito e pedir desculpas? — E eu sei agora? — eu grito, não significa realmente lançar contra Grady. — Pelo menos agora você possui isso... faz sentido porque você tem isso. — Grady balança a cabeça. — Se você contar para Darby, isso vai destruí-la. Isso vai destruir tudo o que você tem. Eu resmungo. — Se. Você não pode estar falando sério. Não há se. Eu tenho que contar a ela. — Ela vai deixar você e ninguém iria culpá-la. Eu me sinto morto por dentro pra caralho, como se ela já me tivesse me deixado. — Eu prefiro perdê-la para a verdade, do que mantê-la pela mentira.

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— Eu sinto muito. — Grady esfrega o rosto com as mãos. — Talvez eu devesse ter dito a você. Eu balanço minha cabeça. — Não, você estava certo. Tinha que ser tudo ou nada. — eu rio, mas é desprovido de humor. — Eu desejo nunca ter sabido. Grady estremece. — Eu sabia que seria um escândalo, e que as coisas foram encobertas. É como eu tinha certeza de que ninguém estaria procurando por você, mas... eu nunca imaginei Rachel Hart. Como diabos um garoto sem-teto do Queens se envolveu com uma milionária designer de moda casada? Eu rio pela simpatia que sei que ele sente por mim. — E, pelo amor de Deus, quais são as chances de você acabar se casando com a enteada dela? Eu solto um suspiro pesado e continuo a contar tudo, começando com o colar que pertenceu à mãe de Darby. Aquele que Rachel costumava usar para me lembrar que o coração dela pertencia a outra pessoa. Impossível, considerando que aquela puta não tem coração.

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Capítulo Quarenta e Nove Tamsen me dá outra taça de vinho e uma nova caixa de lenços, em seguida, se senta no sofá ao meu lado. — Você precisa ligar para ele. — Eu tentei o dia todo. — eu fungo. — Ele não está atendendo, nem respondendo. E eu não sei o que eu diria. ‗Espero que você esteja se sentindo melhor e oh, a propósito, eu sei que você fodeu minha madrasta e matou sua amiga?‘ — eu deixo escapar outro soluço e mais lágrimas. — Eu sei em meu coração, que Trick não a matou. — Tamsen descansa a mão na minha perna. — Como? Como você pode saber disso? Ele era viciado em drogas e ele é dono de uma arma! — eu suspiro. — Eu sinto muito. — eu pressiono um lenço de papel para os meus olhos inchados. — Eu não estou tentando duvidar de você. Eu só estou tão... — Irritada? — Magoada. Estou morrendo por dentro, e eu sei que ele não queria me machucar, mas ele machucou. E agora? Ele não se lembra e eu tenho que contar para ele, forçando-o a lidar com as ações que ele não se lembra, ou eu tenho que fingir que eu não sei. — eu chupo uma respiração instável. — Ele vai saber. Ele vai ver... sentir. Ele só vai... saber. Um sorriso triste puxa em seus lábios. — Eu te amo, Darby. Porque, mesmo agora, quando você poderia estar jogando coisas, gritando com ele no telefone, ou pedindo os papéis de divórcio... a sua preocupação é com ele. Não importa o que você decida, sei que você é minha amiga e sempre será... com ou sem Trick em sua vida. Ok?

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As palavras de Tamsen traz uma nova rodada de soluços enquanto nos abraçamos. Neste momento eu sinto que ela está segurando fisicamente minhas emoções... segurando todas as minhas partes quebradas. Neste momento eu não sei se Trick me trouxe para Tamsen ou se ela me trouxe para Trick quando ela e Grady o salvou naquela noite.

***

Depois de um longo banho, Tamsen sorri, sentada de pernas cruzadas sobre a cama do quarto, segurando uma escova de cabelo. — Como foi o seu banho? — Bom. — eu forço os cantos dos meus lábios para cima. — Sente-se. Eu vou escovar o seu cabelo. É reconfortante... pelo menos eu acho. É agridoce que este momento de amigas está acontecendo quinze anos mais tarde do que deveria ser e sob tais circunstâncias, de partir o coração. — Eu também. Obrigada. — eu me sento em frente a ela e a deixo me tratar como a uma irmã mais nova que ela nunca teve, e viceversa. Meu telefone toca na penteadeira e nós duas congelamos. Eu lentamente levanto e o agarro da cômoda, em seguida, sento de volta. Tamsen descansa uma mão reconfortante no meu ombro. — É ele. Ela aperta mais forte. — Você consegue fazer isso. Eu deslizo meu dedo na tela e seguro ele em meu ouvido. — Oi. — eu engulo de volta todo o meu coração que está batendo na minha garganta. — Oi. Uma palavra da voz que me corta a minha alma é tudo o que preciso. Lágrimas... elas perseguem umas as outras pelo meu rosto, desesperadas para escapar do monstro da dor que reside dentro de mim. Eu prendo a respiração e Tamsen abraça minhas costas. Ouço-a fungar e eu sei a dor que ela sente por duas pessoas que ela ama e como uma família está rasgando ela em parte também, e a agonia dela compõe a minha própria.

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— Desculpe, eu não ligar de volta mais cedo. Eu... não estava muito bem. Eu pressiono minha mão no meu peito, lábio trêmulo, os olhos fechados. — Está tudo bem. — Darby, o que há de errado? Eu não posso fazer isso. A dor é muito grande. Meu telefone cai na cama e meu corpo despenca quando as emoções cruas aniquilam meu coração. — Shh... eu peguei você. — Tamsen segura meu corpo trêmulo. Ela pega meu telefone. — Você precisa vir, agora. — lançando o telefone de lado, ela se encontra ao meu lado, me acalmando... me ajudando a chegar para o meu próximo fôlego. Tamsen é um anjo de Deus, e esta noite ela está me salvando.

***

Eu sinto como se meus olhos estivem prestes a explodir; eu só posso abri-los parcialmente. Minha cabeça? Já era. Mesmo o menor movimento traz repercussão. Eu gemo, sentando. Tamsen se foi, mas há uma nota. No trabalho. Ibuprofeno ao lado da cama. Me liga se você precisar de qualquer coisa. Ele viu o olho vermelho, mas eu fiz ele ficar no sofá até que você esteja pronta. Só pra você saber: o colar da sua mãe desencadeou a memória dele, toda memória. Te amo, T. Eu chupo uma respiração, como se essa fosse a última. Ele não estava doente; ele estava em estado de choque. Os cacos de meu coração mexe no meu peito, fazendo novos cortes... nova dor. É amor, ódio, medo, raiva. Eu deslizo minhas pernas à beira da cama e congelo. Trick. Ele está no chão, enrolado de lado, a cabeça apoiada contra seu braço, dormindo. O amor que tenho por este homem é o suficiente para durar um milhão de vidas, mas a dor é como uma gota de sangue no lençol branco. Não importa quão grande o lençol, o pequeno ponto

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vermelho sempre se destaca, e se é o seu sangue, ele nunca pode ser ignorado. Seus olhos abrem com uma piscada lenta. Uma eternidade passa antes que ele olhe para mim e quando ele olha, é uma flor murcha implorando por água, um amor morrendo, e dor... tanta dor. Eu endureço ainda mais enquanto ele se senta sobre os joelhos. Suas mãos se deslocam para as minhas pernas. — Não... por favor. Seus olhos caem no chão em derrota e ele concorda. Eu mordo meus lábios juntos e rezo por força para aguentar, um pedaço quebrado de cada vez. As revelações de ontem me assombram, visões do meu marido com Rachel. A vida é tão cruel. — Eu te perdoo, — eu sussurro, e ele olha para cima lentamente, enquanto eu pisco e afasto a dor. — Mas... não é o suficiente. Os olhos dele encobrem com lágrimas. — Como é que você reconheceu o colar da minha mãe? Sua testa franze. — Isso importa? Você não precisa de mais nenhuma dor. Eu não posso... eu não vou fazer isso com você. — Rachel o usou? Meu pai deu a ela? Ele balança a cabeça. Eu olho para cima e balanço a cabeça. — O que ela disse que LC significava? — Love Cal. Eu rio. Inacreditável. — Lucy Carmichael. Significa Lucy Carmichael! — eu grito com mais raiva do que eu pretendo. Trick recua. — Eu sinto muito... eu não sabia. — cada palavra é quase um sussurro. — Por que ela estava usando? — eu soluço. — Para me lembrar que ela pertencia a outro homem.

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Meu marido comia minha madrasta, enquanto ela usava o colar da minha mãe morta. Isso não pode estar acontecendo. — Ela disse que você matou aquela mulher. Sua mandíbula se contrai. — Foi uma overdose de droga, ponto. — Mas você deu a ela as drogas. — Não, — diz ele com os dentes cerrados enquanto levanta. Ele anda pelo quarto, passando as mãos pelos cabelos. — Rachel deu as drogas. Rachel me deu as drogas. Eu não era a porra de um viciado em drogas até que eu a conheci! — Você poderia ter dito não. — Ela me chantageou! Eu balanço minha cabeça. — Do que você está falando? Ele para, apoiando os punhos em seus quadris. — Eu não apareci em seu escritório para foder. Eu apareci para roubá-la. Lá, eu disse isso. Ela me viu no parque e me disse quando eu tivesse terminado de rabiscar como uma criança, ela tinha um emprego de verdade esperando por mim. Ele me irritou, então fui para igualar o placar. Quando cheguei ao escritório dela, esperei pela oportunidade certa. Ela saiu por alguns momentos e, quando ela saiu, eu peguei a carteira de sua bolsa. Eu não queria o dinheiro, eu só queria irritála. Mas quando eu me sentei com a carteira no bolso do casaco foi quando eu percebi. Ele balança a cabeça. — Foi estúpido da minha parte não ter olhado primeiro. Ela tinha uma câmera de segurança em seu escritório, prova de que eu peguei a carteira. Antes que eu pudesse fazer outro movimento, ela voltou com um guarda de segurança e me confrontou sobre o que eu fiz. Joguei a carteira na mesa dela e ela dispensou o guarda. Ela disse que não me prenderia se eu concordasse em trabalhar para ela, então eu concordei. O olhar dele encontra o meu. — Ela tirou fotos minhas, mas nunca foram usadas. Ela me pagava em presentes que se tornavam cada vez mais elaborados. Eu fui a festas extravagantes com ela e foi aí que eu comecei a usar drogas. Drogas que ela fornecia. Por fim, as drogas e álcool levaram a... — ele fecha os olhos. Eu engulo em seco, algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Sexo, levaram a sexo.

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Ele balança a cabeça. De alguma forma, ele realmente admitir corta mais profundo do que eu imaginava. — Toda vez que eu tentava sair, ela ameaçava me denunciar e me assegurava que quando os policiais aparecessem, eles achariam drogas na minha casa, a casa que ela colocou em meu nome, para me colocar na prisão por um longo tempo. — Por quanto tempo? — Por quanto tempo o quê? — Por quanto tempo vocês transaram? Ele se encolhe como se tivesse levado um tapa no rosto. — Dois anos. — Você amava elas? — Eu te amo. Eu fecho meus olhos. — Você. Amava. ELAS? — Eu odiava... eu me odiava, ainda odeio. O tempo nunca vai apagar meu passado; prisão teria sido melhor. Porque eu estou no inferno agora, e eu não acho que vou escapar algum dia. Que apropriado, eu sinto que estou me afogando e nunca vou conseguir vir à tona. — Eu vou voltar para Chicago, sozinha. — Darby... — ele se move em direção à cama. Eu fujo para trás, balançando a cabeça. — Não. — Eu estou morrendo... — a voz dele se racha e uma única lágrima sangra por sua bochecha. — Por que não posso tocar em você? — a dor em seu rosto suga um pouco mais de ar para fora dos meus pulmões... fora da minha vida. — Porque agora tudo o que eu vejo é você com elas. Ménage à Trois! Eu vejo suas mãos sobre elas, seus lábios sobre elas. Vejo você transando com elas! — eu balanço minha cabeça e enxugo minhas lágrimas. — Você poderia ter dormido com milhares de mulheres que não teria importância, mas em vez disso você transou com aquela que... que não posso esquecer. Eu-eu só... não consigo... esquecer.

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Eu sei o quanto as minhas palavras devem doer, e tanta dor quanto eu estou sentindo, minha intenção não é machucá-lo. — Você nunca vai saber o quão miserável eu estou. — ele se vira, batendo a porta do quarto atrás dele.

***

Exceto para usar o banheiro, eu não deixo o quarto até Tamsen chegar em casa. — Oi. — ela abre a porta, segurando um saco. — Eu lhe trouxe o jantar. Trick me enviou mensagens mais cedo e disse que ainda não tinha comido hoje. Sento, esfregando os olhos. — Obrigada, mas eu não estou com fome. Ela fecha a porta e puxa o sanduíche do saco, colocando na mesa de cabeceira. — Mas você ainda precisa comer. Tudo o que posso fazer é olhar para o teto. — Trick disse que você vai para casa amanhã. — Eu vou. Você tem que trabalhar e eu... — eu dou de ombros, — ...eu preciso de tempo. Tamsen acena com a cabeça. — Ele te ama. — Eu sei. — Mas não é o suficiente? Eu balanço minha cabeça. — Eu gostaria que fosse. Eu sei que ele não mentiu para mim. Eu sei que ele tinha reservas sobre nós por causa de seu passado. Eu tentei pensar em todos os cenários e se seria algo que fizesse ele se lembrar, mas isso... isso eu nunca poderia ter imaginado. — Isso é algo que fez ele lembrar? Eu pisco as lágrimas. — Eu não sei. Eu o amo; eu sempre vou amá-lo. Não é sobre o perdão; eu o perdoei no momento em que as palavras saíram dos lábios de Rachel. Essa foi uma escolha, mas o

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esquecimento não é uma escolha. Portanto, a questão é se eu posso aceitar isso e... eu. Simplesmente. Não. Sei. — Qualquer decisão que você fizer vai ser o caminho certo. — ela beija o topo da minha cabeça. — Agora, eu tenho que ir enfiar um pouco de comida goela abaixo do seu mari... Trick. — ela me dá um sorriso triste. — Ele também disse que não está com fome. — Tamsen, — eu chamo como completamente inadequado, mas obrigada. — De nada.

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ela

abre

a

porta. —

É


Capítulo Cinquenta — Você está com uma cara péssima. Esparramado no sofá, sentindo um sopro tímido da morte, eu olho para o teto. — Bem, então, pelo menos eu pareço melhor do que eu sinto. Tamsen levanta meus pés, sentado onde eles estavam. — Ela precisa de tempo. Eu concordo. — E pensar que durante anos eu queria lembrar. Pelo menos agora, quando ela me deixar, eu vou entender o porquê. — Você não sabe se ela vai deixar você. — ela pega a minha mão, dando um aperto. — Você não a viu. Ela não me deixou nem sequer tocá-la. Isso me dilacerou pra caralho. Ela é minha esposa, a um quarto de distância e parece que não estamos nem mesmo no mesmo continente. O oceano entre nós é tão profundo, mas eu quero atravessá-lo... mesmo se eu morrer tentando. — Você é uma pessoa forte... uma das mais fortes que eu conheço. Você vai sobreviver, não importa o que aconteça. — Tamsen... — eu luto contra a porra das emoções que parecem como estar apunhalando minha alma, — ...eu não quero sobreviver sem ela. Ela levanta então se curva, beijando minha bochecha. — Eu sei, querido. Mas às vezes você faz coisas que você não quer... coisas que você acha que não pode, e esses são os momentos marcantes em sua vida. — ela me cobre com um cobertor. — Boa noite, querido. — Noite. Hoje meus amigos estão aqui para mim. Grady se ofereceu para vir à Nova York, mas eu disse a ele que eu precisava fazer isso sozinho. Tamsen escutou, mas ela nunca tentou resolver meus problemas ou mesmo oferecer falsas esperanças. Eu os amo pra caralho

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pela capacidade deles de me deixar encontrar meu caminho, tanto quanto eu os amei por mostrar isso para mim. Amanhã de manhã Darby vai me deixar. Eu não sei se é temporário ou permanente, para o meu coração não importa. Cada minuto sem ela parece uma vida. Eu não posso deixá-la sair sem a memória de meu toque... minhas mãos sobre ela... os meus lábios sobre ela... meu coração próximo ao dela. Mas eu não tenho escolha. Eu nunca vou sobreviver sem essa mulher... minha amiga... minha esposa... minha vida.

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Capítulo Cinquenta e Um Tamsen espera por mim perto da porta quando jogo minhas malas por cima do meu ombro. No momento em que eu olho para Trick dormindo no sofá, um rio de lágrimas transborda pelos meus olhos. Minha amiga me tem em seus braços em um piscar de olhos, sua jaqueta absorvendo meus soluços. Ela me dá um lenço de tecido e me leva para fora da porta. — Adeus, linda, — ele sussurra. Nós dois paramos. Tamsen agarra a minha mão, dando a ela um aperto. A confiança e força que eu preciso para não olhar para trás. Nós esperamos alguns segundos. Nada. E depois continuamos para fora da porta, o clique afiado dela fechando a sala. Quando chegamos ao carro de Tamsen estacionado na rua, ela agarra minhas malas e coloca no porta-malas. Quando eu abro a porta do passageiro, meu coração para, estrangulado pelo aperto no meu braço. Trick está diante de mim em jeans e nada mais, olhos vermelhos como se eles estivessem sangrando de dor. Agarrando minha cabeça, ele segura meu cabelo em punhos e me beija dolorosamente forte, desesperado, exigente, eterno. — Eu sei que você não pode esquecer, então se você vai se lembrar de algo, lembre-se disso. Você possui Cada. Fodido. Pedaço. De. Mim. — a voz dele oscila, nossas bocas em um fôlego. — Eu te amo. Eu vivo por você. Porra, eu respiro por você. Isso é o que você precisa se lembrar... só isso. Feios, soluços angustiantes rasgam minha garganta enquanto meu coração parece que está rompendo no meu peito. Virando, ele caminha até a porta do prédio sem olhar para trás.

*** ~ 392 ~


Levou tudo de mim para ir embora, e mesmo assim eu deixei muito para trás. Trick não é só o meu marido; em algum lugar ao longo do caminho ele se tornou uma parte de mim e eu me tornei parte dele. Eu sei que ele sempre vai possuir aquela parte. Eu nunca vou tê-la de volta. Há apenas duas perguntas que eu preciso descobrir: Posso viver sem ele? E eu quero? Não há ninguém para culpar por nada disso. É como dois carros que colidem porque ambos entram na pista ao mesmo tempo. É coincidência, uma circunstância infeliz, mau momento. Mas mesmo quando não há ninguém para culpar, ainda há vítimas. — Oi, Nana. Sou eu. Ela abre a porta e, sem uma única palavra ou explicação dos últimos dias. Ela abre os braços para mim. Eu desmorono na minha rede de segurança e, afinal, depois de muitos longos minutos emocionais, conto tudo para ela. Ela me dá um pouco de água e uma toalha fria para os meus olhos inchados. — O que você faria? — eu fungo. Ela senta em sua cadeira, cruzando as mãos sobre o colo. — Não importa. Eu não sou Darby Roth e Trick não é meu marido. Esta é a sua experiência de vida, minha querida. Toda mulher tem um lugar dentro de si, onde mantém sua verdade. Eu penso nisso como nossa essência. É onde nós reconhecemos o nosso maior amor, a nossa maior esperança, e nosso maior medo. É onde você vai encontrar a sua resposta. Você está certa. O perdão não é suficiente. Mas faz parte do pacote. Você não pode esquecer sobre o passado de Trick mais do que ele pode apagá-lo. Quando você olha para ele, você pode amar tudo dele? Você pode olhar além de suas cicatrizes? — ela se inclina para frente. — Não é um teste. Isto não é uma medida de seu amor por ele. É apenas uma escolha: esquerda ou direita, chocolate ou baunilha, praia ou montanha. Mas tem que ser a sua escolha.

***

Depois de deixar Nana e voltar para a casa que ela se recusou a vender, eu começo a contar: segundos a minutos, horas, minutos e horas a dias. Eventualmente, os dias se transformam em semanas. Eu ~ 393 ~


volto a trabalhar no hospital no sistema conforme a necessidade temporária. Ação de Graças vem com uma pequena celebração, nada mais do que jantar em um bom restaurante com Nana e uma mensagem de cumprimento de Tamsen e Grady. Tamsen, pelo menos, me diz que ela e Trick estão na Califórnia com Grady para o feriado. Então eu recebo uma mensagem que eu não esperava. Trick: BFF, sinto falta da minha esposa. Você poderia dizer a ela feliz Ação de graças por mim? E que eu a amo. Eu choro, desmoronando.

sinto

tanta

falta

dele...

mas

eu

ainda

estou

Todo dia eu tento avaliar os meus pensamentos, colocando-os em uma escala mental. Por um lado é Trick e por outro é passado. Nana está certa. Eles são um acordo, porque ainda é tão impossível pensar em um e não o outro. Eu continuo esperando que um dia eu vá acordar e só saber, talvez o universo vá me dar um sinal. Agradeço com os dias que me chamam para trabalhar. É um alívio emocional por algumas horas. Eu até fui convidada para sair com Jade e algumas outras pessoas do PS. Eu rio na sugestão, sorrio quando alguém olha para mim, e, ocasionalmente, contribuo uma ou duas palavras para a conversa. Mas, principalmente, eu penso sobre Trick. Trick: BFF, fiz torrada, geleia e ovos esta manhã. Sinto falta da minha alma gêmea de café da manhã. Você poderia dizer a ela que eu estou pensando sobre ela? Eu choro, desmoronando.

sinto

tanta

falta

dele...

mas

eu

ainda

estou

No Natal eu estou entorpecida, oito semanas sem vê-lo ou ouvir a sua voz. Duas mensagens, isso é tudo, e eu não podia nem reunir a força emocional para responder a qualquer uma delas. Deixei. Ele está sendo respeitoso com meus desejos e me dando espaço. Mas às vezes eu me pergunto se é muito espaço. Ele ainda está esperando por mim? A última mensagem foi a mais de três semanas atrás. Será que alguém preencheu o vazio que eu deixei? Antes de sair para Nana eu ligo para Tamsen. — Feliz Natal! Deus, eu sinto sua falta. Vamos ficar juntas no Ano Novo e eu não vou aceitar um não como resposta.

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Eu sorrio e é verdadeiro; eu acho que o primeiro que eu tive desde que deixei Nova York. Tamsen tem esse efeito. — Feliz Natal. Eu sinto falta de você também, e Ano Novo é definitivamente um grande sim. — Então, eu estou atrasada no envio do meu presente, mas você deve recebê-lo até segunda-feira. — O quê? Você não deveria ter feito isso. Eu não comprei nada. Agora me sinto como uma amiga terrível. — Tanto faz. Não é nada grande. Então, Papai Noel veio para a casa da Darby? Eu rio. — Ainda não. Eu estou indo para a casa da minha vó para o café da manhã e nós vamos trocar presentes lá. O que você está fazendo? — Rezando para Grady não queimar a casa. Ele e Trick estão assando um peru na varanda, o que eu não acho que seja permitido no meu prédio. Apenas o seu nome faz a minha respiração ficar presa na minha garganta, o coração batendo, lágrimas picando atrás dos meus olhos. — Com quem você está falando? — Grady chama no fundo. — Darby, — Tamsen responde. — Me dê o telefone. Oi, princesa! Feliz Natal. — Obrigada, Grady. Para você também. — Só porque você não está falando com o meu menino não significa que você precisa me esnobar. Eu não ouvi de você desde Ação de Graças. Preciso nos agendar um dia de spa? Eu rio, enxugando minhas lágrimas. — Isso parece incrível. — É um encontro então. Antes de voltar para Los Angeles, teremos um dia de Grady e Darby. Combinado? — Combinado. — Fabuloso. Eu tenho que verificar o peru. Amo você. — Amo você também. — a dormência que eu senti há poucos minutos se dissolve completamente e a dor está pulsando a partir de velhas feridas.

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— Desculpe por isso. — Tamsen ri. — Ele é tão carente de atenção... Trick, verifique as batatas no forno, — ela grita. — Ugh, está uma loucura por aqui. É melhor eu ir. — Sim, claro. — Amo você. Diga Feliz Natal para a sua vó por nós. Mais lágrimas caem. — Ok. — Ano Novo... te ligo em breve. Tchau. — Tchau, — eu sussurro depois que já estamos desconectados. Eu choro, desmoronando.

sinto

tanta

falta

dele...

mas

eu

ainda

estou

***

Eu faço um desvio enorme para Nana. A conversa pelo telefone desta manhã me coloca em uma pirueta inesperada, e agora tudo o que posso fazer é pensar sobre Trick, mas não são apenas pensamentos, são uma necessidade. Esta necessidade súbita me leva ao Rogue Seduction. Eu franzo a testa quando eu vejo a placa de Aluga-se na janela. Eu não tinha ideia que Grady desistiu de encontrar um substituto para Trick. Parte de mim se perguntava se Trick voltou a trabalhar, como eu fiz; acho que não. Quando dou a volta por trás do edifício, eu aperto o botão da porta da garagem. Vazio. Eu entro e ligo as luzes. Estéril, não há absolutamente nada aqui. Eu pego o elevador para o andar de cima e saio para outra sala completamente vazia. Nem uma única peça de mobiliário ou qualquer coisa de Trick ou de Grady. Abro alguns armários de cozinha e, em seguida, a geladeira. Nada. Não sei porquê, mas agora, estou me sentindo oca e vazia como este lugar. Quando me viro para sair, algo me chama a atenção. É um pacote no chão encostado na parede de vidro para o banheiro. Eu movo em direção a ela com cautela, uma sensação de medo ~ 396 ~


estranho. Curvando, pego o envelope que está colado com o meu nome nele. Retirando uma folha de papel dobrada, eu tomo uma respiração profunda e deixo as lágrimas caírem... tantas lágrimas. Eu não tenho nenhuma ideia do que todas essas palavras significam ainda, mas apenas ver sua caligrafia e meu nome no topo trazem tantas emoções para a superfície. Darby, Se você está lendo isto, significa que você está aqui. Eu não sei por que você veio, mas com nenhuma palavra sua eu vim a acreditar que é para dizer adeus. Se isso me faz um covarde, que assim seja, mas eu não posso ouvir essas palavras saírem de seus belos lábios. Então, aqui está tudo que eu posso te dar agora. Espero que em algum lugar nestas palavras você encontre o encerramento que você precisa. Nossa história, embora muito curta, foi perfeita, pois nossa vida juntos foi atemporal. Ainda assim, perder você tão rapidamente foi cruel, até eu aceitar meu passado. Agora eu sei que você entrou na minha vida para dar ela de volta para mim. Mesmo feio e cheio de pena, pois é, é uma parte de quem eu sou e sem a memória, eu sempre me senti incompleto. Agora o vazio no meu coração, na minha alma, é você. Você é a pessoa mais bela e extraordinária que eu conheço. Pena que as pessoas que tiveram a oportunidade de estar em sua vida e não a escolheram. Para mim, cada segundo tem sido um presente que eu provavelmente não merecia. Eu nunca vou olhar para o meu dedo anelar sem me lembrar que você disse ‘sim’. Mas a marca que deixou no meu coração vai viver muito tempo depois de o meu corpo ter desaparecido. Ele irá transcender o tempo para um lugar perfeito onde nosso passado é esquecido e dor não existe. Vou sempre sentir a lembrança de sua respiração no meu pescoço, seu coração contra o meu peito. Vou ver seus lábios em volta da minha colher de geleia, brilhantes olhos azuis cheios de amor, e o sorriso deslumbrante da minha BFF, minha alma gêmea de café da manhã, a mulher que disse sim. Eu sei que você me ama, eu realmente sei. Isto é tudo sobre mim... eu fiz isso para nós. Mas eu sei que não posso corrigi-lo, então eu vou fazer a única coisa que posso. Eu vou te dar a sua

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liberdade e espero que alguém merecedor do seu amor possa pegar as peças e consertá-las com um amor digno de seu coração. Adeus, Darby Carmichael Trick Carmichael, eu mal posso respirar. Olhos inchados, tinta borrada, e um coração sangrando. Com as mãos trêmulas, eu levanto o pacote e observo outro envelope por trás dele. Coloco o pacote de volta para baixo, abro o envelope, os papéis do divórcio com a sua assinatura. Se for fisicamente possível morrer de um coração partido, então este é o lugar onde eles vão encontrar o meu corpo. Os papéis escapam por entre meus dedos e flutuam até o chão em câmera lenta como um sonho, porque isso simplesmente não pode ser real. Eu descanso minhas mãos sobre os joelhos, meu corpo sacudindo por soluços. Toc. Toc. Toc. Minhas lágrimas caem no envelope marrom que cobre o pacote. Eu o pego e arranco o papel com uma raiva descontrolada, um aperto de morte de dor. — Oh... meu... Deus... — eu choro ainda mais, segurando o desenho. Só... não há palavras. Um ampliada imagem preto e branco, cada detalhe com tal precisão que posso senti-la, como se eu estivesse na foto... naquele momento. É da parte inferior do abdômen de Trick comigo pressionando meus lábios na tatuagem de sânscrito preta dele e sua mão segurando meu cabelo dentro da mão em punho. Não olhe para trás com raiva. Me apoiando contra a parede de vidro, eu deslizo para baixo, completamente drenada. Neste exato momento eu percebo uma coisa... eu já não estou desmoronando. Eu puxo o meu telefone do bolso do casaco e mando uma mensagem para o meu marido. Eu: Vem.

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Capítulo Cinquenta e Dois Tamsen levanta seu copo. — Um brinde a meus meninos por não queimar a minha casa toda e passar as férias com a sua irmã que não tem encontros, nem vida e que morrerá uma velha mulher do gato. — Você tem um gato? — Grady pergunta quando nossos copos tilintam juntos. — Não, eu estou me referindo a minha vagina. No mundo hetero é chamada de boceta. Eu vou morrer uma velha e com uma boceta minimamente usada. Todos riem. — Eu amo que você ache que tudo no ‗mundo gay‘ é diferente do ‗mundo hetero‘. Engraçado, todos esses anos eu achava que era apenas orientação sexual. — Grady balança a cabeça. — Eu tenho que ir. — eu levanto. — Me... desculpe. — eu sussurro, olhando para o meu telefone, sem palavras. — O que há de errado? — eles perguntam em uníssono. Eu fecho meus olhos e engulo em seco. Há uma semana, as minhas últimas coisas foram vendidas, deixei o desenho, os papéis do divórcio, e a carta no lugar que eu sabia que ela ia encontrar quando ela reunisse coragem de me enfrentar... para me deixar. Eu agradeci pelos melhores dias da minha vida, deixei o esboço, e fiz isso para que ela não tivesse que... eu a deixei ir. Pedir a ela para me amar com a recente revelação de meu passado é pedir demais de qualquer um, especialmente da pessoa que eu morreria para proteger. Mas só agora ela fez o que ela faz melhor... ela explodiu minha cabeça, me trazendo de joelhos, me lembrando que o meu coração ainda bate a muitos quilômetros de distância.

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— Eu estou indo para casa. — eu olho por cima do meu telefone, levantando ele para mostrar aquela única palavra para a minha família. Tamsen leva apenas dois segundos antes de enlouquecer, depois Grady também. Eu gostaria de dizer que eu me controlo, mas eu não. Eu lanço maioria das minhas coisas na minha mala e deixo tudo o que não está a vista. Eu dou a Tamsen e Grady abraços rápidos. — Então Chicago para o Ano Novo? — Grady pergunta. Me viro antes de fechar a porta atrás de mim. — Eu não estou indo para Chicago.

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Capítulo Cinquenta e Três Eu consegui um voo direto por apenas alguns minutos. Meu plano era sair amanhã, depois de passar o Natal com Nana, mas quando eu mostrei a ela o desenho, a carta e os papéis do divórcio ela foi reservar meu voo e me empurrar para fora da porta para o meu ‗destino‘ antes que eu pudesse soltar uma única palavra de protesto. Eu disse a ela que se Trick viesse, as chances de ele chegar aqui no mesmo dia seria remota na melhor das hipóteses. O pôr do sol lança a despedida do dia, me deixando em um cobertor de escuridão na nossa varanda, aninhada na antiga espreguiçadeira azul onde dormimos nossa primeira noite aqui. Eu não sei se ele vai vir, mas eu não estou deixando meu coração ter aquele pouco de dúvida. Ele me deixou ir e hoje poderia ser tarde demais. Eu não posso tropeçar nesses e se. Eu precisava de tempo e eu nunca esperei que ele fosse esperar por mim, mas eu não poderia prendê-lo por medo de perdê-lo, isso não é amor verdadeiro. Dois meses sem uma palavra minha, as lágrimas picam meus olhos enquanto eu me pergunto se ele se sentiu abandonado, como o dia em que seus pais simplesmente... desapareceram. Eu aliso a tatuagem do meu dedo. Ele pode nunca saber que meu coração tem a mesma marca que o dele, e se é tarde demais para nós nesta vida, eu vou esperar por ele na minha próxima. Ele está certo... o nosso amor é intemporal. — Esposa. Oh, Deus! Obrigada. Eu fecho meus olhos, sugando meus lábios, lágrimas. Com uma palavra, ele respira vida de volta para mim e eu sinto as peças desintegradas se unindo novamente. Me viro e levanto lentamente. Olhando para o meu mundo inteiro no vão da porta, eu pisco, liberando mais lágrimas. ~ 401 ~


A cada passo meu coração incha mais e mais. Os polegares dele acariciam minhas bochechas molhadas. Eu fecho meus olhos com um calafrio, tomando uma respiração instável. — Você é? Você ainda é minha esposa? — ele sussurra. Olhando para cima, eu mordo meus lábios trêmulos e aceno com a cabeça. — Eu sinto muito... — seus dedos enfiam no meu cabelo, puxando a minha boca para a dele. Eu soluço em nosso beijo, mas ele não para. Esta é a mais bela dor. Minhas mãos apertam sua camisa, meus lábios incham de seu toque desesperado. Me levantando ao seu corpo, ele me leva lá para cima, chupando e mordendo meu pescoço. Meu coração aperta quando ele geme como se estivesse morrendo de fome, como se a sua alma estivesse sangrando na minha. — Oh Deus... eu senti sua falta. — eu seguro seu cabelo em punho enquanto ele me possui. Nós caímos para a cama em um emaranhado de movimentos frenéticos. Ele separa os lábios da minha pele apenas o suficiente para se livrar da camisa dele e da minha. O fecho do meu sutiã é quebrado pelas mãos impacientes. — Ung! — eu choro quando a boca dele cobre meu peito, a mordida pungente de seus dentes no meu mamilo. Nossas mãos lutam, se atrapalham na hora de puxar as calças um do outro, lábios que se recusam a se separar. Enfio para baixo suas cuecas com o pé. Ele toma a rota mais rápida e rasga minha calcinha. Tudo parece como a primeira vez em que fizemos amor. Este não é apenas uma necessidade física, é uma reivindicação emocional. Entrelaçando os dedos acima da minha cabeça, ele afunda em mim. — Trick... — eu respiro seu nome, e pela primeira vez em dois meses eu me sinto viva. Ele acalma. Eu não tenho certeza se é um gemido de prazer ou dor que escapa de seu peito com o rosto enterrado na dobra do meu pescoço. Sexo é geralmente o meio de um comunicado, não esta noite. A urgência entre nós tem sido para chegar a este momento preciso, esta

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conexão perfeita que tudo consome. Eu fecho meus olhos e apenas o seguro, isso é amor, nós estamos fazendo amor. Levantando o rosto para o meu, ele olha para mim. Em seus olhos estão todas aquelas emoções que significam muito mais do que palavras jamais poderiam. Agora eu sinto como se meu corpo inteiro estivesse ligado ao dele. Eu posso não querer perder a minha individualidade, mas agora eu só quero ser um com meu marido. — Você voltou para mim, — ele sussurra. Meus lábios puxam em um sorriso triste quando eu vejo as lágrimas não derramadas em seus olhos. — Eu nunca realmente parti.

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Epílogo Passaram cinco anos desde que eu trouxe minha esposa em minha Ducati de volta para Chicago. Darby trabalha três dias por semana no PS enquanto eu desenho. Meus desenhos agora vendem muito mais do que qualquer um de nós jamais esperava. Nós viajamos o mundo visitando exposições de arte e vivendo cada dia ao máximo absoluto. Tamsen se mudou para Chicago um ano depois de nos mudarmos de Todos Santos. Ela disse que queria ficar mais perto da família. O destino interveio para nosso anjo favorito e lhe deu um marido um ano depois que ela chegou. Jordan trabalha para o Corpo de Bombeiro de Chicago, e de acordo com Tamsen e Darby, ele é um esquilo como eu. Ou qualquer merda desse tipo. Tamsen e Jordan estão esperando seu segundo filho, outra menina, em dois meses. Darby está apaixonada por Lyla, mas eu vejo a dor nos olhos dela que ninguém mais vê. Nós estamos tentando ter um bebê por mais de três anos. Darby acha que é karma por sua promiscuidade durante a faculdade. Eu acho que não é apenas o nosso tempo e paciência gera os maiores presentes. Grady se recusa a participar do movimento de realocação. Ele ama Los Angeles demais. No entanto, ele pula em um avião para vir visitar cada chance que ele tem, especialmente desde que Lyla é tão louca por ele. Ela tem sido uma boa influência para ele. Ele desistiu da sua vida de solteiro para uma relação de compromisso com Abel, um promotor imobiliário comercial, que é dez anos mais jovem e não é casado. Rachel Hart acabou de sair da prisão depois de pegar uma pena de cinco anos por posse de cocaína. Como ela foi parar no porta-malas do carro dela e quem avisou a polícia permanece um mistério. Aconteceu de estarmos em um bar de esportes, quando a notícia apareceu na tela. Darby fechou os olhos, respirou fundo, e então pediu ao barman para mudar o canal. O que ela não fez foi... me perguntar uma única palavra.

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A vó dela comemorou seu octogésimo aniversário este ano, mas ninguém disse a ela para abrandar. A mente dela é nítida, exceto quando ela gosta de fingir que está ficando com demência só para mexer com Darby. Em uma nota triste, a amiga dela, Mary, morreu há três anos, então Darby está preenchendo o tempo dela com compras e almoços de amigas, e eu a busco toda segunda-feira e a levo para o campo de tiro. Sim, Darby ama isso.

***

— Nana quer que eu vá buscá-la em vinte minutos. — minha provocação em forma de esposa pula para sentar sobre a pia do banheiro em seu sutiã de renda vermelha e calcinha de Natal. — Façame parecer bonita. — Feito. — eu afundo meus dentes no seu seio. Ela pega meu rosto. — É Natal... eu quero o especial de Trick. — Eu pensei que fosse isso o que você teve no chuveiro. — eu luto contra meu sorriso... o que ela chama de sutil mas arrogante sorriso favorito. — Se você quer a sua dose de esposa mais tarde, então eu sugiro que você comece a trabalhar. É claro que eu vou fazer sua maquiagem. Não há absolutamente nada que eu não faria por ela. Com um beijo do ar e uma provocação rápida para meu pau, (ela tortura ele o tempo todo) ela está vestida e vai para Nana, me deixando para supervisionar Grady e Abel que estão fazendo o jantar de Natal, enquanto Tamsen e Jordan mantém Lyla longe dos presentes por mais algumas poucas horas. — O que você comprou para Darby de Natal? — Tamsen pergunta. Eu fico olhando para Lyla penteando o cabelo da boneca bebê dela e desejo que minha resposta pudesse ser um bebê... mas eu não digo. Tamsen iria ver o meu desapontamento. — Vou mandar ela e Nana para um spa por uma semana.

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Tamsen dá um soquinho no estômago de Jordan. — Você ouviu isso? — Você está parindo minha filha em menos de dois meses. Eu não acho que você iria aproveitar plenamente. — Tanto faz. O meu telefone vibra quando eu estou indo ver Grady. Darby: BFF, seu presente está na porta da frente. Antes de abri-lo, eu quero que você saiba que não é só de mim, que é de toda a sua família. Nós te amamos mais do que você poderia imaginar. Você é o laço que nos liga e este é um presente muito especial que levou uns longos e esgotantes dois anos para fazer. Com amor, sua melhor amiga, alma gêmea de café da manhã e esposa. Eu rolo os olhos para todos os dez emojis. Como se todo mundo recebesse a mesma mensagem, Tamsen reúne todos na porta da frente e, em seguida, ela começa a chorar. Jordan balança a cabeça. — Não se preocupe com ela. É apenas hormônios. Concordo com a cabeça e abro a porta da frente. Darby e Nana estão de lado me filmando, mas eu estou... eu estou tão sem palavras eu mal consigo respirar. — Patrick. Eu pisco meus olhos tentando registrar o que eu estou vendo quando eu ouço o meu nome de uma voz familiar. Isso não pode estar... simplesmente não há maneira... eles estão... mortos... — Filho. — outra voz familiar. Eu balanço minha cabeça e começo a chorar como um fodido bebê... mas eu não consigo evitar. — Mãe? Pai? Meu pai me abraça e eu seguro em punho a parte de trás do casaco como uma criança. — Sentimos muito, filho. — a voz dele treme. Eu o libero e inclino para abraçar minha mãe, em uma cadeira de rodas. — Mamãe. Sua voz é impotente contra as lágrimas, então ela apenas envolve um braço em volta de mim e beija minha bochecha. Meus pais, eles estão vivos. Eu só não entendo. Eu cerro os punhos e sinto minhas ~ 406 ~


unhas cavarem em minhas mãos, para confirmar que estou vivo e experimentando este momento surreal. — Talvez você devesse convidá-los a entrar, — sugere Darby, perseguindo suas próprias lágrimas com um lenço de papel. Eu ajudo meu pai a colocar a cadeira de rodas dela para dentro. Então eu pego minha esposa e a abraço tão forte que eu acho que eu poderia quebrá-la. — Meu Deus, eu te amo. Eu não sei como eles estão aqui ou o que você fez, mas... Ela me beija. — Eles estão aqui por você... todos nós estamos aqui por você. — ela sorri, afastando as lágrimas. — Desde a primeira vez que você me contou sobre eles, eu simplesmente não conseguia afastar a sensação perturbadora de que talvez eles não estivessem mortos. Isto parece uma experiência fora do corpo. Eu não me sinto tão desorientado e confuso desde que eu estive sóbrio e limpo. Nós fazemos o nosso caminho para a sala onde todo mundo se senta, Darby no meu colo. — Alice, Ray, eu gostaríamos que vocês conhecessem Tamsen, Jordan e Lyla. E este é Grady e Abel. — minha esposa apresenta todos aos meus pais quando eu deveria estar apresentando meus pais para minha esposa. Meu pai chega à beira do sofá, descansando os cotovelos sobre os joelhos. — Bem, Darby partilhou a nossa história... com todo mundo, mas você, filho. Queríamos ser os únicos a lhe dizer. Darby entrelaça os dedos com os meus. — Sua mãe estava doente. Nós não sabíamos o que era, mas ela continuava a ter convulsões e enxaquecas. — meu pai, a pessoa mais forte que eu já conheci, engasga com suas próprias palavras, enquanto minha mãe esfrega suas costas. — Você tinha quinze anos e estava na escola com os amigos, e nós sabíamos que você ia ficar bem. A esse ponto você estava tomando mais conta de nós mais do que nós estávamos cuidando de você. Alguns dias nós nos sentíamos como um fardo. Sabíamos que, eventualmente, o seu talento poderia levá-lo a lugares, tirá-lo da rua. Foi a decisão mais difícil da minha vida. Eu sabia que se eu lhe dissesse, você insistiria em vir também, mas eu não acho que eles o aceitariam. Eu não acho que eles me aceitaram. — Quem? — pergunto.

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— Os pais de sua mãe, seus avós. Eu tinha dinheiro suficiente para pegar um ônibus para Minnesota. Eu estava levando-a para casa, rezando a Deus para que seus pais a recebessem e ajudassem a... salvar a vida dela. Eu sabia que eles me odiavam e por isso eu estava disposto a deixá-la se eles concordassem em ajudá-la. Eles concordaram em dar a ajuda médica que ela precisava e eles ainda me deixaram ficar; embora não fosse fácil para nenhum de nós. Ela foi diagnosticada com um tumor no cérebro. Eles o removeram e por algum milagre era benigno, mas no processo de removê-lo, houve danos nos nervos. Ela perdeu os movimentos de seu braço esquerdo e da perna. Levou anos de terapia para ela voltar a falar e agora ela tem algum movimento em seu lado esquerdo, mas não o suficiente para tirá-la da cadeira de rodas ainda. No momento em que sentimos como se tivéssemos o dinheiro para voltar e encontrar você, você tinha ido embora e ninguém sabia onde você foi. — ele limpa a garganta quando todos os outros na sala limpam seus olhos. — O Pastor Edwards nos disse sobre o seu acidente e perda de memória. Ele disse que um dia você estava fazendo perguntas sobre seu passado e no dia seguinte você se foi, sem adeus, nenhum endereço para contato, nada. — Pensávamos que tínhamos perdido você para sempre, — minha mãe sussurra através de seus gritos suaves. — Até que o investigador particular apareceu. Eu olho para Darby. Ela sorri com um encolher de ombros culpado. — Meus pais estão mortos agora e seu pai e eu estamos vivendo em Des Moines. Eu só não sei como Darby fez isso, mas eu agradeço a Deus que ela tenha feito. — minha mãe olha para Darby com tanto amor. Eu a aperto, beijando seu pescoço. — Nós fizemos isso. — Darby olha ao redor da sala, e eu posso dizer reverenciando as pessoas que são agora a nossa família. Todos esses anos eu me permiti acreditar que eu era órfão com quinze anos. Foi muito doloroso e inimaginável acreditar que meus pais me abandonaram. Eu não tenho certeza se a doze anos atrás, eu teria entendido. Eles nunca pareceram como um fardo para mim. Mas agora eu sei o que significa amar alguém mais do que a própria vida, a maneira como meu pai amou minha mãe. Eu sempre me sinto honrado em ser filho de Raymond Roth. ~ 408 ~


— E-eu não sei o que dizer. Eu ainda não posso acreditar que vocês estão aqui. Todo mundo sorri para mim, e como se por sugestão, Lyla grita, — Presentes! Nós todos rimos e concordamos em abrir os presentes antes de comer. Eu não tomo conhecimento de tudo o que está sendo aberto, mesmo quando Darby salta no meu colo depois de abrir o recibo do spa. Eu não tenho certeza quanto tempo vai levar para o choque passar. Eu juro que isso ainda é um sonho. — Aqui, Patrick. — minha mãe segura uma pequena caixa e Lyla traz para mim. — Você não precisa me dar nada. Meu Deus, você é o presente. Minha mãe sorri. — Não é de nós, mas é também para nós. Eu franzo as sobrancelhas, sem entender, mas meu cérebro está frito, então eu não a questiono. Pela segunda vez esta manhã, todos os olhos estão em mim e sala fica em silêncio. Eu arranco o papel de embrulho. É uma caixa de couro longa. Eu acho que é a caixa de uma pulseira de Darby que eu dei a ela pelo nosso aniversário. Eu abro a tampa. Leva alguns longos minutos para deixar tudo sobre este dia se assentar. Eu olho para Darby, lutando contra essas malditas lágrimas novamente. — Sim? Ela balança a cabeça, permitindo que suas honestas emoções fluam livremente por suas bochechas. — Feliz Natal, marido. Eu puxo o cabelo dela e a beijo sem sentido quando a nossa família ri e chora junto em comemoração. Liberando seus lábios, eu esfrego a ponta do meu nariz contra o dela. — Mamãe, — eu sussurro. Eu tenho o mundo inteiro no meu colo, sorrindo para mim com um enorme sorriso. Enterrando o rosto no meu pescoço, ela sussurra de volta para mim: papai.

Fim

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