Revista
Nº 146
Dez 2021/Jan 2022 Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais
Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT
E agora? Saiba o que muda na regulação do mercado de combustíveis com a publicação da Resolução 858 da ANP
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Nº 146 – Dezembro 2021 / Janeiro 2022
MENSAGEM DO PRESIDENTE
A hora da virada
se aproxima D
irijo-me a vocês pela primeira vez em 2022, ano que, acredito, será o da grande virada. A vacinação avançou, as escolas estão retornando à normalidade, o comércio reabriu definitivamente as portas, e começa o período eleitoral. Em 2021, vivemos as consequências do fatídico ano da pandemia, e, agora, acredito ter chegado a hora de retomada plena da economia. Seremos os mesmos? É claro que não. A situação sanitária mudou tudo, e todos nós, humanos, temos plena capacidade de nos adaptar e melhorar diante de situações adversas – e o que precisa, creio eu, vai acontecer. Adaptar-se, a propósito, é, mais do que nunca, uma necessidade da Revenda varejista de combustíveis. Inúmeras mudanças já começam a valer – venda direta de etanol, delivery e fim do congelamento do ICMS. Como o mercado e os consumidores vão se comportar diante da nova realidade? É uma incógnita, por isso é preciso que os donos de postos
se ajustem ao cenário e se mantenham resilientes. Valerá a pena comprar etanol diretamente da usina? Será interessante investir em um caminhão adequado às regras para fazer entrega de combustível no meu município? São perguntas que todos devem se fazer no atual momento, que exige do revendedor criatividade e ousadia, mas, sobretudo, capacidade de gestão para tomar as decisões acertadas. Dada a conjuntura mais recente, marcada por queda abrupta das vendas e incertezas as mais variadas, não errar pode definir a sobrevivência do negócio. A hora da virada é agora. Se o biênio passado exigiu resistência, é chegado o momento da ascendência. A pandemia e o rastro de destruição econômica deixado por ela mostraram que só sobrevive aos momentos mais incertos quem sabe administrar o próprio negócio. Agora é o momento de voltar a crescer.
Carlos Guimarães Jr. Presidente do Minaspetro carlos@minaspetro.com.br
Boa leitura!
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DIRETORIA Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais Sede: Rua Amoroso Costa, 144, Santa Lúcia CEP 30350-570 – Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2108-6500 Fax: (31) 2108-6547 0800-005-6500 Diretoria Minaspetro Presidente: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior 1º Vice-presidente: Felipe Campos Bretas 2º Vice-presidente: Paulo Miranda Soares 1º Secretário: João Victor Carneiro de Rezende Renault 2º Secretário: Bruno Henrique Leite Almeida Alves 1º Tesoureiro: Humberto Carvalho Riegert 2º Tesoureiro: Rafael Milagres Macedo Pereira Diretores de Áreas Específicas Diretor de Relações Trabalhistas: Maurício da Silva Vieira Diretora de Lojas de Conveniência: Maurícia Lopes Vieira Zama Diretor de Postos de Rodovias: Wagner Carvalho Villanuêva Diretor de Postos Próprios de Distribuidoras: Flávio Marcus Pereira Lara Diretor de Marca Própria: Ademyr Eger Diretores Regionais Belo Horizonte: Fábio Croso Soares Contagem: Leonardo Lemos Silveira Divinópolis: Roberto Rocha Governador Valadares: Rubens Perim Ipatinga: Vanda Maria Brum Avelar João Monlevade: Genilton Cícero Machado Juiz de Fora: Renata Camargo Lavras: Marcos Abdo Sâmia Montes Claros: Gildeon Gonçalves Durães Paracatu: Irlan César Fernandes de Moura Passos: Reinaldo Vaz Ribeiro Patos de Minas: Moisés Elmo Pinheiro Poços de Caldas: Renato Barbosa Mantovani Filho Pouso Alegre: Luiz Anselmo Rigotti Sete Lagoas: Sérgio José do Carmo Teófilo Otoni: Leandro Lorentz Lamêgo Varginha: Leandro Lobo Motteran
Conselho Fiscal Membros Efetivos: Bernardo Farnezi Gontijo Fernando Antônio de Azevedo Ramos Rogério Lott Pires Membros Suplentes: Evandro Lúcio de Faria José Roberto Mendonça Júnior Paulo Eduardo Rocha Machado Diretores Adjuntos: Adriano Jannuzzi Moreira Fábio Vasconcellos Moreira Gerente Administrativa Márcia Viviane Nascimento Departamento Administrativo Adriana Soares Élcia Maria de Oliveira Gislaine Carvalho Luciana Franca Martins Poliana Gomides Departamento de Expansão e Apoio ao Revendedor Esdras Costa Reis Gabriela Corrêa João Márcio Cayres Júlio César Moraes Marcelo Rocha Silva Oriolo França Raphael Mike dos Santos Calixto Ricardo Donizetti Rodrigo Loureiro Araújo
Metrológico Ana Violeta Guimarães Simone Marçoni Trabalhista André Luis Filomano Bruno Abras Rajão Fabiana Saade Malaquias Klaiston Soares Luciana Reis Rommel Fonseca Tributário BMM Advocacia Empresarial Ambiental Bernardo Souto Lígia Macedo Sindical Klaiston Soares Advogados Regionais Governador Valadares: Natécia Pereira Barroso Montes Claros: Hércules H. Costa Silva Poços de Caldas: Matheus Siqueira de Alvarenga Juiz de Fora: Moreira Braga e Neto Advogados Associados Uberlândia: Lira Pontes e Advogados Associados Uberaba: Lira Pontes e Advogados Associados Ipatinga: José Edélcio Drumond Alves Advogados Associados Varginha: Eduardo Caselato Dantas Divinópolis: Luciana Cristina Santos Teófilo Otoni: Eliene Alves Souza
Departamento de Comunicação Guilherme Barbosa Marcelo Teixeira Departamento Jurídico Cível/Comercial Arthur Villamil Martins Flávia Lobato
EXPEDIENTE
• Comitê Editorial: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior, Esdras Reis, Márcia Viviane e Guilherme Barbosa • Produção: Prefácio Comunicação • Jornalista responsável: Ana Luiza Purri (MG 05523 JP) • Edição: Alexandre Magalhães • Redação: Cláudia Duarte • Projeto gráfico: Tércio Lemos • Diagramação: Angelo Campos e Tércio Lemos • Revisão: Cristina Mota e Luciara Oliveira • Rua Dr. Sette Câmara, 75 • CEP: 30380-360 • Tel.: (31) 3292-8660 - www.prefacio.com.br • Impressão: Paulinelli Serviços Gráficos • As opiniões dos artigos assinados e as informações dos anúncios não são responsabilidade da Revista ou do Minaspetro. • Para ser um anunciante, solicite uma proposta pelo telefone (31) 2108-6500 ou pelo e-mail ascom@minaspetro.com.br. • Sede Minaspetro: (31) 2108-6500 e 0800-005-6500 (interior)
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SUMÁRIO
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Resolução 858 da ANP mexe com o setor de combustíveis
Decisão do Confaz que congelou PMPF vale só até o dia 31 de janeiro
Arquivo pessoal
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As “dores” dos revendedores bandeirados e de Marca Própria
ESCOLA
360
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Aulas da Escola 360 já são sucesso
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Brasil: preço de combustíveis acima da paridade internacional
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Podcast #AVozdaRevenda: no site e em todas as plataformas digitais
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Cartão-frota: bom ou ruim?
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Mercado de lubrificantes: estagnação em 2021
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Minas no radar do novo formato de conveniência da Ale
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Artigo: gasolina, opcional para o cliente?
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Tabela de formação de preços
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Gil Leonardi/Imprensa MG
JURÍDICO
O governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS sobre o diesel de 15% para 14% a partir de 1º de novembro
Bom só para quem utiliza diesel Em Minas, decisão do Confaz de congelar PMPF não foi aplicada à gasolina nem ao etanol
D
ia 31 de janeiro de 2022: esta é a data de validade da decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que congelou o valor do Preço Médio Ponderado para o Consumidor Final (PMPF) para fins de cáIculo do ICMS sobre a venda de combustíveis. Anunciada em 29 de outubro, a medida visa colaborar com a manutenção dos preços vigentes a partir de 1º de novembro. “Houve, de certa forma, um ‘excesso de alarme’ no mercado imaginando-se que a medida resolveria a questão do preço dos combustíveis e conteria a escalada de reajuste”, pondera o advogado Bruno Tourino, do Departamento Jurídico Tributário do Minaspetro. A questão, inclusive, confundiu os consumidores no início. Isso porque, no dia 25 de outubro, o gover-
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no do Estado havia anunciado que a alíquota do ICMS sobre o diesel seria reduzida de 15% para 14% a partir de 1º de novembro. A medida ocorreu poucas horas depois de o governador Romeu Zema ter falado no Twitter em “congelamento” do imposto no diesel. “De fato, o governador se precipitou. Zema quis dizer que haveria um congelamento do PMPF pelo Confaz, ao passo que o Estado de Minas corroboraria a referida medida, reduzindo a alíquota do ICMS do diesel em 1%”, acrescenta Bruno. O advogado observa que uma mudança relevante viria com esse despacho do Confaz junto com a minoração de alíquotas de todos os combustíveis (diesel, gasolina e etanol), e, assim, seria gerado um efeito cascata – ou um círculo virtuoso – na questão do preço.
Em síntese, congelando a base de cálculo e diminuindo a alíquota, certamente o preço para a Revenda e para o consumidor final começaria a baixar de modo significativo. CAPACIDADE FISCAL A Revista Minaspetro ouviu especialistas sobre a medida. Para o professor titular do Departamento de Ciências Administrativas da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG Ivan Ckagnazaroff Beck, congelar o PMPF afeta a arrecadação do ICMS e fragiliza a capacidade fiscal dos estados. “Isso prejudica ainda mais a capacidade de respostas que esses entes possuem em relação a demandas que a sociedade apresenta. E se dá exatamente quando a atuação estatal se faz mais necessária diante de problemas relacionados à pobreza, ao desemprego e à saúde.”
Conforme o professor, a medida tem caráter populista e não lida com outros componentes do preço final dos combustíveis no país. Dentre eles, Beck salienta o fato de o petróleo ser uma commodity e, como tal, ter seu preço afetado pelo mercado internacional. “Nesse ponto, a depender do valor da nossa moeda em relação ao dólar americano, essa influência pode ser mais ou menos danosa. Assim, é relevante prestar atenção a fatores que afetam a taxa cambial, como a estabilidade política e econômica do país”, frisa o professor da UFMG. Para ele, a reforma tributária não basta. “É necessário tornar a aprimorar a produtividade e eficiência da Petrobras, já que ela é o principal ator nesse mercado; tornar o mercado mais competitivo na esperança de que se tenha uma
concorrência que possa influenciar o preço e que o governo federal tenha uma atuação minimamente planejada na economia”, pontua. A análise da vice-presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/MG e professora da PUC Minas, Alessandra Brandão, vai além. Para ela, a reforma tributária ideal para o Brasil seria aquela que unificasse a tributação sobre o consumo, ou seja, transformasse PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS em um único tributo, com crédito amplo (financeiro) relativo às aquisições. “Isso simplificaria o sistema, além de reduzir o custo de se manter conforme a lei, que é muito alto, diante de tantas legislações regulando a matéria. O crédito amplo também reduziria o custo de produção e venda, permitindo que os preços pudessem reduzir-se,
fazendo com que a economia girasse. As empresas vendendo mais, empregariam mais pessoas, o que aumentaria a base de consumo, que gera arrecadação”, acrescenta. A advogada reforça que é preciso reduzir a carga tributária sobre o consumo, elevando a tributação da renda e patrimônio, com a cautela necessária.
“Houve, de certa forma, um ‘excesso de alarme’ no mercado” BRUNO TOURINO ADVOGADO DO MINASPETRO
Sindicato busca tributação justa dos combustíveis em Minas No dia 23 de dezembro, o presidente Carlos Guimarães participou de uma reunião com o secretário-geral de Governo de Minas, Mateus Simões, na Cidade Administrativa. Na pauta, estavam a busca por soluções para o ICMS dos combustíveis e também a possibilidade de prorrogação do congelamento do PMPF no estado, que estará em vigor até o dia 31 de janeiro, de acordo com decisão do Conselho de Política Fazendária (Confaz). O encontro debateu também o Projeto de Lei do Senado (PLS) 11, que trata sobre a Cide que incide na comercialização de derivados do petróleo. Além do presidente do Minaspetro, participaram da reu-
nião o secretário de Estado de Fazenda, Gustavo de Oliveira Barbosa; o deputado estadual, Guilherme da Cunha; o vice-presidente de Micro e Pequenas Empresas da CDL, Lucas Pitta Maciel; o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Marcelo Araújo; a diretora-executiva da Associação Brasileira de Downstream, Valéria Amoroso Lima; e o diretor de Relações Institucionais da Ipiranga, Guido Silveira. A presença do Minaspetro em uma reunião com nomes fortes do executivo estadual demonstra a força política do Sindicato e o trabalho institucional que vem sendo realizado ao longo de toda a gestão, a fim de discutir soluções para uma
tributação mais justa para consumidores e revendedores varejistas de combustíveis.
Presidente do Minaspetro, Carlos Guimarães, e outros representantes do setor participaram de reunião na sede do Governo de Minas
MINASPETRO SE POSICIONA EM ARTIGO PUBLICADO EM OUTUBRO PELO JORNAL ESTADO DE MINAS, O PRESIDENTE DO MINASPETRO, CARLOS GUIMARÃES, EXTERNOU O POSICIONAMENTO DA ENTIDADE FRENTE À POLÍTICA DE PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS. O TEXTO PODE SER ACESSADO POR MEIO DO QR CODE AO LADO.
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MINASPETRO
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Rotas traçadas Sindicato já tem em mãos demandas dos núcleos de Marca Própria e de Bandeirados
Pedro Filgueiras, revendedor da Raízen, contou alguns problemas do relacionamento comercial com a companhia
A
reunião com os empresários de Marca Própria inaugurou o projeto Minaspetro Pós-Pandemia, em novembro de 2021. Por meio da iniciativa, o Sindicato pretende realizar encontros periódicos para compilar demandas coletivas e buscar soluções que atendam às necessidades dos revendedores. A iniciativa se estende ainda aos Núcleos de Bandeirados, que reúnem separadamente os donos de postos de combustíveis das distribuidoras BR, Raízen/Shell e Ipiranga. “O objetivo dessas reuniões é ouvir vocês. É saber quais são as ‘dores’ em comum dos revendedores, principalmente os pequenos e do interior de Minas Gerais, para que o Sindicato reúna todas as informações e cobre providên-
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cias das companhias”, afirmou Carlos Guimarães, presidente do Minaspetro, em um dos encontros virtuais. Realizadas via plataforma Zoom, as reuniões são abertas a todos os revendedores associados que queiram participar das discussões. O encontro de novembro contou com a participação de revendedores de todo o estado, além do presidente do Minaspetro e do diretor de Marca Própria, Ademyr Eger. Em pauta, estavam assuntos como a Resolução 855 da ANP (nas páginas de 12 a 15) ideias para consolidação de compras coletivas; possíveis melhorias no processo de licenciamento ambiental para o interior; criação de um plano de marketing específico para o pequeno revendedor de Marca Própria, além da Escola 360, que integra o
projeto Minaspetro Pós-Pandemia (páginas 10 e 11) e está treinando frentistas e gerentes de pista, além dos próprios revendedores. Uma das primeiras ações já foi realizada: uma reunião remota com a ANP, para que a Agência abandone o termo “Bandeira Branca” e adote “Marca Própria” ou “Independente”, a depender da preferência dos revendedores, que serão ouvidos por meio de pesquisa. Dimitry Lopes de Lima, dono do Grupo Minutus, com revendas no interior de Minas Gerais e um estabelecimento em Carmo (RJ), foi um dos participantes da reunião. “É mais uma excelente iniciativa do Minaspetro. O encontro foi bastante proveitoso”, elogia o revendedor, que, em Minas, possui postos em Juiz de Fora, Carangola, Fervedouro, São Francisco e Muriaé. Ao todo, a rede comercializa cerca de 700 mil litros/mês, somadas as vendas registradas na unidade instalada no estado vizinho. O empresário reivindica maior fiscalização dos postos que atuam de forma irregular e uma cobrança mais efetiva junto ao Ministério Público no que diz respeito à recente liberação do delivery e à venda direta de combustíveis pelos TRRs. “A compra coletiva de alguns insumos por quem é Marca Própria é também uma demanda da nossa área”, disse Dimitry à Revista Minaspetro. BANDEIRADOS A segunda etapa de reuniões foi dedicada aos bandeirados e teve início em 17 de novembro, data em que o presidente do Minaspetro promoveu um encontro virtual exclusivo para os empresários parceiros da BR. O Sindicato ouviu as reclamações específicas desses revendedo-
Ao seu lado desde 1971
“O objetivo dessas reuniões é ouvir vocês. É saber quais são as ‘dores’ em comum dos revendedores, principalmente os pequenos e do interior de Minas Gerais”
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periódicas serão importantes por possibilitarem que a Revenda se una em busca de soluções para cada núcleo. No dia 29 de novembro, o primeiro ciclo de reuniões com a Revenda se encerrou. Os revendedores da Ipiranga lotaram a sala online para tratar do que precisa ser melhorado no relacionamento comercial com a companhia. Instabilidade no aplicativo, taxas do Abastece Aí, valores do plano de marketing, entre outras demandas, foram debatidos no encontro. O próximo passo será solicitar, formalmente, uma reunião com representantes de cada distribuidora para que as reivindicações coletadas venham a ser discutidas.
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res, tais como perda de produto, além de problemas relacionados a aplicativos de fidelidade e condições comerciais. Foi praticamente unânime na reunião a queixa de que os revendedores têm sido penalizados com a perda de produtos durante o carregamento dos caminhões. Por essa razão, o Minaspetro já fez contato formal com o Inmetro para agendamento de aferição na base de carregamento da BR. Dificuldades no relacionamento comercial com as distribuidoras de combustíveis também continuam a ocupar a agenda de encontros mantida por Carlos Guimarães. Na tarde de 22 de novembro foi a vez de 65 revendedores Raízen/Shell se reunirem com o presidente do Sindicato por mais de uma hora na sala virtual. Falta de produto para compra; instabilidade no sistema Shell Box; planos de marketing; acesso limitado aos assessores comerciais da companhia, entre outros assuntos, foram debatidos no encontro. O maior problema enfrentado por Pedro Filgueiras, proprietário de dois postos da bandeira em Papagaios e em Arcos, diz respeito ao Shell Box. “Não consigo saber, por exemplo, se os pagamentos foram feitos. É um jogo de empurra constante. Você liga para a Shell, e a informação é que não é lá; você liga na pagadora, e nada também. Como há várias formas de pagamento, a burocracia e a bagunça imperam”, criticou o revendedor, para quem as reuniões
CARLOS GUIMARÃES PRESIDENTE DO MINASPETRO Sensor de Vazamento
Acompanhe Os revendedores associados de Marca Própria e Bandeirados da BR, da Raízen/Shell e da Ipiranga que não conseguiram participar das reuniões podem entrar em contato por meio do e-mail ascom@minaspetro.com.br e solicitar o link da gravação de cada encontro virtual e se informar sobre as principais demandas levantadas nos encontros realizados.
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MINASPETRO
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Conhecimento especializado ao alcance de todos Arquivo pessoal
Aulas virtuais para frentistas, gerentes e proprietários de postos já são sucesso; projeto terá módulos em 2022
Gerente do Posto Catete, em Mariana, Felipe Brangioni elogia a iniciativa do Minaspetro de ofertar cursos para todos os envolvidos no trabalho da Revenda
O
gerente de pista Felipe Brangioni, do Posto Catete, em Mariana, afirma: a expectativa para os cursos oferecidos pelo Minaspetro a frentistas, gerentes e donos de postos, por meio do projeto Escola 360, era bem alta. “E foi perfeitamente atendida. O conteúdo é excelente, foi bastante proveitoso”, relata. As aulas online estão sendo ministradas por especialistas em suas respectivas áreas de atuação: Jonathan Rocha (Frentista Júnior e Frentista Especialista), Agleibe Ferreira (Gerente de Pista) e Carlos Bispo (Revendedor do Futuro). E melhor: todos os cursos são gratuitos para os associados Minaspetro. Responsável por uma equipe
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de dez frentistas, Felipe considerou muito importante ter participado do curso de Gerente de Pista e também do de Frentista Especialista. “Trabalho há três anos no posto, e foi meu primeiro curso no cargo de gerente. Conhecimento é tudo e vale, claro, para todas as áreas”, avalia o aluno, que elogiou a dinâmica das aulas, mesmo oferecidas em ambiente virtual. Esta foi, por exemplo, uma das preocupações de Jonathan Rocha, consultor especialista em postos. Segundo ele, o formato online da Escola 360 tem dado certo porque foram feitas adaptações. “Durante todo o treinamento, estimulamos a participação dos alunos. Temos cinco dinâmicas durante as aulas,
que permitem fazer com que eles entendam qual a importância de manter o padrão de qualidade no atendimento. Esse formato, por sua vez, facilita a consolidação do conhecimento. Além disso, entregamos o Certificado Dourado para o frentista que mais se destaca e também para o posto no qual ele trabalha”, explica. Ainda de acordo com o instrutor, os cursos também são importantes em razão do elevado turnover registrado atualmente. O de Frentista Júnior, por exemplo, é voltado para comportamento e atendimento; já o de Especialista é dividido em três módulos, e um deles aborda, especificamente, técnicas de vendas. “É impossível você vender uma coisa
que não conhece bem. Antes, é preciso saber quais são os atributos e as qualidades do que é vendido”, orienta Jonathan. Em dezembro, cada turma do curso de Frentista Júnior reuniu, em média, 100 alunos, enquanto o módulo 1 de Especialista atraiu cerca de 300 profissionais de todas as regiões do estado. E em janeiro tem mais. GERENTES E REVENDEDORES A primeira turma do curso de Gerente de Pista se reuniu no dia 23 de novembro. Para gerenciar um posto, esse profissional precisa dominar os chamados 3 P: pessoas, produtos e processos, que são parte do rico conteúdo ministrado por Agleibe Ferreira, da Escola Posto Nota 1.000. “O primeiro tema abordado foi o relativo a pessoas e havia 148 alunos ativos do início ao fim da aula”, comemora a professora, para quem um dos principais diferenciais do projeto é o fato de levar conhecimento a quem está distante de um grande centro como Belo Horizonte. Ela acrescenta que o retorno recebido tanto em suas redes sociais quanto nas do Minaspetro demonstrou que os alunos consideraram o treinamento proveitoso. Até a conclusão desta edição, outros dois módulos do curso ainda estavam previstos: controle de qualidade com solução de problemas e processos de manutenção atendendo à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Um dos cursos mais esperados da Escola 360 é o Revendedor do Futuro, ministrado por Carlos Bispo, especialista em lucratividade de postos e lojas de conveniência. Com conteúdo voltado exclusivamente para donos de postos que desejam aprimorar suas habilidades de gestão do negócio, seu primeiro módulo foi ao ar no dia 30 de novembro.
Agleibe Ferreira, professora do curso de Gerente de Pista, será a primeira a concluir a primeira fase do Escola 360
Para Bispo, o projeto inovador do Minaspetro tem tudo para fortalecer a Revenda mineira.“Revendedores do Brasil inteiro podem até ter acesso a esses conteúdos em programas privados, porém isso requer um bom investimento, e quase nunca são capazes de reunir especialistas desse calibre. E, neste momento, os revendedores mineiros estão recebendo os conteúdos gratuitamente.” Ele fez questão de ressaltar que o Minaspetro é referência nacional no mercado de combustíveis e que não tem dúvidas de que outros sindicatos do segmento vão se espelhar na Escola 360. O especialista também apontou que uma das grandes dificuldades do revendedor é mesmo a gestão de recursos financeiros – o que envolve capital de giro e controle de endividamento. Conforme explicou, a organização financeira dita o ritmo da Revenda e proporciona as melhores oportunidades do mercado. E foi bem-humorado ao se referir a um bordão atual da Revenda: “Hoje, todo revendedor diz que ‘caixa é rei’ e ‘venda é a rainha’. Ou seja, cuidando bem de ambos, abre-se uma grande possibilidade de manter a Revenda financeiramente
forte e preparada para enfrentar eventuais crises.” Maraíse Braga, revendedora de Nazareno, cidade de 8 mil habitantes na região de Campo das Vertentes, só teve elogios ao curso. “É show de bola. O Bispo é perfeito. Para nós, que somos pequenos, temas como capital de giro, cartão-frota e taxas de cartões são imprescindíveis, principalmente no atual momento”, analisou. Segundo ela, o conhecimento adquirido pode ser aplicado já no dia seguinte pela Revenda. E dá um exemplo prático: “Como você paga um combustível à vista e recebe só daqui a 30 dias? Acabamos de crer que a tal da notinha não vale a pena mesmo”, exemplifica. O Curso Revendedor do Futuro é dividido em seis módulos – um por mês. Cada um deles foi estrategicamente escolhido por Bispo para lidar com uma “dor” da Revenda ou apresentar benefícios relacionados à gestão do negócio. Importante: o revendedor que perdeu o primeiro módulo pode ter acesso aos demais sem prejuízo para o conhecimento.“Mas é notório que aquele que participar de todos os módulos terá muitas vantagens adicionais”, adverte o professor.
INSCRIÇÕES AINDA ABERTAS
Para se atualizar sobre os cursos, acesse o site minaspetro.com.br/programacao ou a página do Instagram @minaspetro. As inscrições podem ser feitas até janeiro. Uma novidade para a terceira etapa é que o participante poderá solicitar entrar em grupo de WhatsApp específico da turma, onde será compartilhado material didático e informações complementares ao conteúdo.
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Resolução 858:
o que muda na comercialização de combustíveis no Brasil Minaspetro cobra da ANP explicações sobre pontos obscuros das novas regras, principalmente no que diz respeito ao TRR e ao delivery 12
O
mercado de combustíveis no Brasil está mudando. E muito. A Resolução 858, publicada pela ANP em 8 de novembro de 2021, alterou as regras relativas à comercialização dos produtos. Entre as principais novidades estão a autorização para o funcionamento do delivery de combustíveis e a possibilidade de os TRRs venderem também gasolina e etanol. Trata-se de uma discussão que já vinha desde a greve nacional dos caminhoneiros em 2018, que paralisou o país e provocou escassez na oferta de combustíveis. Desde então, o tema capturou todas as atenções da Revenda. Não poderia ser diferente. E por mais que o Minaspetro e a Fecombustíveis tenham se posicionado contrariamente a algumas medidas, por acreditar que elas não são saudáveis à concorrência e à lisura do mercado no que diz respeito à tributação, não resta alternativa à Revenda senão adequar-se à nova realidade. Algumas medidas já entram em vigor, mas houve interpelações por parte do Minaspetro. O Departamento Jurídico Metrológico estudou a fundo a nova resolução e, dois dias depois da publicação da 858, protocolou um ofício junto à diretoria da ANP cobrando explicações claras sobre determinadas exigências para evitar insegurança jurídica e interpretações dúbias. “A Resolução 858 está muito obscura em vários pontos, sobretudo no que concerne ao delivery de combustíveis. Infelizmente foram medidas que, no nosso sentir, na prática não trarão benefícios palpáveis para a revenda, sendo, inclusive, algumas medidas inviáveis em razão da vinculação contratual em vigor do posto às companhias distribuidoras”, critica a advogada do Minaspetro Simone Marçoni. No artigo 25 está uma das mudanças de implementação imediata, que requer atenção para evitar autuações. Anteriormente, apenas o revendedor de Marca Própria era obrigado a identificar a origem do produto nas bombas medidoras, informando de maneira destacada
a razão social e o nome fantasia, além do CNPJ do distribuidor/fornecedor do respectivo combustível automotivo. A partir de agora, todos os revendedores – bandeirados ou não – devem fazê-lo, sob pena de serem multados. A mudança causou estranheza ao Departamento Jurídico Metrológico do Minaspetro, que quer saber se não houve erro no texto publicado, uma vez que o revendedor bandeirado que não optar pela “bomba branca”, obviamente, só vai comercializar combustível da empresa parceira. ATUALIZAÇÃO CADASTRAL Outro ponto alterado é que agora o revendedor tem até 30 dias para comunicar à ANP qualquer alteração cadastral, inclusive no que diz respeito à marca comercial. Assim, tão logo a empresa entre no site dentro desse prazo de 30 dias para alterar sua opção de exibir ou não a marca comercial de um distribuidor de combustíveis, este terá até 15 dias da data de alteração indicada na ficha para retirar todas as referências visuais da marca comercial do distribuidor antigo e identificar na bomba medidora a origem do combustível, informando o nome fantasia, se houver, a razão social e o CNPJ do distribuidor fornecedor do respectivo combustível automotivo.
“Por que não liberou o delivery do diesel para a Revenda, que já era feito pelos TRRs, que agora também podem comercializar gasolina e etanol?” SIMONE MARÇONI ADVOGADA DO MINASPETRO
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Na prática, esta é uma boa notícia para o revendedor, que não terá que ficar aguardando o deferimento da ANP para concretizar o processo de mudança de bandeira. Contudo, caso haja pendências documentais para o seguimento da análise e deferimento do pedido, este será indeferido, e o posto terá enorme prejuízo em desfazer o processo de descaracterização à bandeira antiga. Assim, a atualização cadastral, seja para que situação for, só deverá ser solicitada pelo revendedor se o posto estiver de posse de todos os documentos obrigatórios atualizados e com seus dados corretos, de acordo com a Receita Federal. DELIVERY Com relação ao delivery, as contestações feitas pelo Minaspetro vão desde regras simples sobre a ausência de menção ao balde aferidor como equipamento obrigatório no caminhão de delivery até a incerteza do modelo da planilha de envio de dados para implementação da modalidade de vendas. O artigo 31-C determina, por exemplo, que,
além da documentação referente à outorga de autorização para a revenda varejista de combustível, os interessados em abastecer veículos fora das instalações autorizadas deverão apresentar outros documentos elencados no mesmo artigo. Assim, o Minaspetro questionou o seguinte: os documentos já exigidos para a atividade de Revenda de combustível deverão contemplar o delivery como atividade secundária e servirão para instruir o pedido de autorização para a entrega fora do estabelecimento ou serão exigidos documentos distintos para as duas atividades (aqueles para a prática da Revenda no posto e os destinados à prática pelo posto da modalidade delivery)? Para a advogada do Departamento Jurídico Metrológico do Minaspetro Simone Marçoni, da forma como está, o delivery não será um “plus” que permita ao revendedor ampliar a atividade – um dos argumentos utilizados pelo governo federal nas discussões sobre maior competitividade. “Primeiro porque o investimento é altíssimo, e a 858 traz
múltiplas exigências, especificações e atualizações. O próprio caminhão é um investimento alto, e ainda será necessário dispor de um aplicativo, uma vez que a venda só pode se dar previamente, por meio de plataforma própria. E o atendimento estará restrito ao município para o qual o revendedor possua autorização da ANP. Obviamente o caminhão não pode estacionar em garagem, não pode abastecer em via pública, em piso permeável. Tudo está detalhado na resolução em questão. É preciso ter uma autorização especial extra, além da que tem a Revenda para combustíveis, e esta deve estar devidamente publicada no Diário Oficial, pois, do contrário, não é permitido exercer a atividade”, pontua. Para a advogada, a ANP propicia maior liberdade para determinados agentes da cadeia produtiva de combustíveis e segrega outros. “Por que não liberou o delivery do diesel para a Revenda, já que os TRRs, em suas atividades, já comercializavam diesel e agora também podem comercializar gasolina e etanol?”
Outras mudanças previstas na Resolução 858 Com prazo para entrada em vigor de 180 dias após a publicação da nova resolução, os preços por litro de todos os combustíveis automotivos comercializados deverão ser expressos pela Revenda com duas casas decimais (em vez das atuais três casas decimais) no painel de preços e nas bombas medidoras, facilitando o entendimento pelos consumidores. O prazo, portanto, para os postos se adequarem é até o dia 5 de maio de 2022. Já no dia 6, quem não estiver com as duas casas decimais poderá ser autuado. Ressalte-se que os postos que já quiserem efetivar tal mudança imediatamente poderão fazê-lo. Aprimoramento da base de dados de localização dos postos revendedores. Com a publicação da nova resolução, passou a ser obrigatório, também, o envio à ANP das coordenadas georreferenciadas (GPS) do posto revendedor quando do pedido de autorização para o exercício da atividade à ANP. Para aderir ao delivery, o posto revendedor deverá estar adimplente com o Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis (PMQC) da ANP.
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“Ao se autorizar o TRR a vender gasolina, estão sendo tirados potenciais clientes dos postos” FELIPE BRETAS DONO DA REDE JBRETAS
Felipe Bretas, dono da Rede JBretas, que mantém estabelecimentos em Belo Horizonte, Contagem, Betim e Sabará, aponta que a liberdade econômica aventada pelo governo federal não se concretiza na prática. “Permitir que TRR faça uma coisa e o posto outra não é justo. Por que liberar o TRR para vender gasolina e etanol, mas não o posto de fazer delivery com o diesel? O produto é o mais importante para entrega. Deveria ter sido liberado isso. Ao se autorizar o TRR a vender gasolina, estão sendo tirados potenciais clientes dos postos”, critica o empresário. Quanto ao Programa de Monitoramento da Qualidade de Combus-
GUIA ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE PARA OS ASSOCIADOS O Minaspetro elaborou o “Guia da Resolução 858”, que traz explicações simples e objetivas sobre as mudanças. Exclusivo para associados, o conteúdo pode ser acessado no site (www. minaspetro.com.br). Tão logo a ANP esclareça os questionamentos feitos no dia 10 de novembro, será marcada uma live para orientar melhor a Revenda sobre os pontos obscuros da Resolução 858.
tíveis (PMQC), com o qual a Revenda que opte pelo delivery tem que estar adimplente – distribuidoras e TRRs também, nesse caso –, a advogada do Minaspetro questiona por que em Minas Gerais ele ainda não foi instituído pela agência. “Não há como ter essa condicionante se aqui, no estado, não existe esse programa”, completa, adiantando que este é outro questionamento feito pelo Minaspetro. PREOCUPAÇÃO COM TRR Com relação à questão específica dos TRRs, a advogada aponta que hoje a maior preocupação dos revendedores diz respeito à competição com esses agentes. “Eles podem entregar para o ponto de abastecimento – e a Revenda vai vender para o consumidor final. Mas o TRR também pode entregar ao consumidor desde que este tenha restrição de locomoção para abastecer, o que
COMBUSTÍVEL MAIS CARO Para o professor doutor do Departamento de Energia e de Engenharia Civil da PUC Minas Getúlio Francisco Manoel, o consumidor brasileiro vai pagar mais caro pelo combustível com a venda das refinarias da Petrobras. Em sua Meta de Portfólio de Refino, divulgada em setembro de 2020, a petrolífera já anunciava que o objetivo é produzir menos com maior valor agregado, segundo o professor. O foco será o mercado premium. Até 2025, a meta é ter apenas cinco refinarias das atuais 11: RPPC, Reduc, Recap, Replan e Revap. Já foi vendida a RLAM, na Bahia – uma das maiores do país e a primeira a ser privatizada –, e a Reman, em Manaus, está em processo
inclui uma grande fazenda, uma indústria ou um consumidor de grande porte que tenha dificuldade de levar uma máquina pesada para ser abastecida. E o TRR estará autorizado a comercializar os três produtos (diesel, gasolina e etanol)”, detalha. O Departamento Jurídico Metrológico tem recebido questionamentos de revendedores de todo o estado. A advogada conta que, diante de todas as exigências da Resolução 858 e das benesses para o TRR, já há donos de postos considerando a possibilidade de se tornar um, já que não será economicamente vantajoso para os estabelecimentos adotar o delivery, sobretudo em face de a nova modalidade estar limitada ao município onde o posto tem seu registro junto à ANP. Ou seja, a área de atuação da modalidade delivery é muito limitada, além de todas as demais condicionantes e restrições.
final de negociação. Isso sem falar em outros ativos que já foram vendidos, como a BR Distribuidora. “A venda das refinarias vai aumentar o preço do combustível no Brasil, porque o parque de refino será drasticamente reduzido”, aponta o professor. Avaliação semelhante é feita pelo coordenador do curso de Administração da PUC Minas São Gabriel, Ricardo Ghizi Corniglion. “Não acredito que os preços vão cair no Brasil. A não ser que voltemos a ter uma queda na cotação do barril do petróleo, como no início da pandemia. Hoje (1º de dezembro) ele está valendo entre US$ 80 e US$ 85, o que é considerado relativamente caro”, conclui.
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MINASPETRO
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De volta à paridade Após ter mantido os preços dos combustíveis abaixo da média internacional por vários meses, na segunda quinzena de novembro o Brasil “mudou a chave”
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D e p o i s d e vá r i o s m e s e s praticando preços abaixo daqueles do mercado internacional, na segunda quinzena de novembro a Petrobras adotou cotação acima da do mercado internacional. Em 1º de dezembro, por exemplo, segundo a consultoria, o diesel S10 era cotado R$ 0,21 acima do prati-
Marcos Peron / Agência Petrobras
Brasil “virou a chave” em relação à paridade internacional dos preços de combustíveis em novembro de 2021, e isso foi bom para o mercado interno. A avaliação é dos consultores em mercado de combustíveis e sócios da Nortear Petro, Geraldo Lucena e Nélio Wanderley.
Em outubro e início de novembro, a Petrobras deixou de atender a todo o volume pedido pelas distribuidoras
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cado no exterior, e a gasolina, R$ 0,32. A empresa vinha ofertando preços abaixo daqueles do mercado externo – o chamado “gap” – por vários fatores, entre os quais a paralisação dos caminhoneiros. Em outubro e início de novembro, a Petrobras deixou de atender a todo o vo-
lume pedido pelas distribuidoras. “Com o preço abaixo do praticado lá fora e os grandes players – que são as grandes distribuidoras que representam 70% do mercado brasileiro (Raízen/Shell, Ipiranga e BR) – podendo comprar mais barato e segurar o produto importado deles, por que não fazê-lo?”, analisa Lucena. Segundo Nélio Wanderley, pela primeira vez na história a petrolífera reconheceu que não tem capacidade de atender ao mercado nacional e formalizou um pedido de importação às demais companhias. “Isso sinalizou que o mercado vai flutuar não só em relação ao preço Petrobras, ou seja, vai ser o preço dela mais o preço internacional. Tanto é que, apesar de a petroleira brasileira não ter anunciado aumento, o preço subiu em virtude da internacionalização, desse produto mais caro”, acrescenta o consultor. Foi a partir da segunda quinzena de novembro, ainda de acordo com Lucena, que a Petrobras inverteu o jogo. O que aconteceu lá fora? O preço do petróleo despencou por causa de uma disputa dos países consumidores com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e surgiu uma nova cepa do coronavírus – a variante ômicron. No dia 1º de dezembro, a Petrobras praticava valores acima do preço internacional devido a esses dois fatores, principalmente. Os países consumidores começaram a usar suas reservas estratégicas de combustíveis ao mesmo tempo em que eram confirmados casos da nova variante da Covid-19. “Hoje (dia 1º de dezembro), o mercado está muito nebuloso. A Petrobras bateu, em média, acima do mercado internacional de R$ 0,15 a R$ 0,30 no diesel. Está oscilando muito. Na gasolina, o preço está batendo de R$ 0,25 a R$ 0,40. Isso é uma situação momentânea”, ressalta.
DEMANDA Os especialistas explicam que a Petrobras tinha capacidade de suprir a demanda, porém, com a venda das refinarias – determinada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – o cenário está se modificando. A empresa já sinalizou que o mercado é livre e comprará fora se for mais interessante. A análise feita por Wanderley é que, quanto mais liberdade o país tiver, mais capacidade de negociação, mais players no mercado, mais refinarias terceirizadas – participando com as mesmas regras para todos, como, por exemplo, equiparação de tributos –, melhor. “O que desorganiza o mercado é muita intervenção política, benefícios fiscais para uns e, para outros, não. A deslealdade competitiva é o que atrasa o mercado”, avalia. Em novembro e dezembro, a petrolífera confirmou que a demanda tanto para o diesel quanto para a gasolina havia sido atípica – 20% a mais para o primeiro e 10% a mais para o segundo item. Wanderley esclarece que na primeira quinzena de novembro chegou a faltar produto em várias regiões do país, especialmente diesel S10 e, pontualmente, gasolina. “Postos de marca própria tiveram que pagar preços até mais caros pela falta de produtos. Foi aí que as importações cresceram e as companhias subiram os preços. Elas já haviam até comprado, e os produtos estavam nos portos para o desembaraço aduaneiro”, confirma ele. O Paraná, forte no agronegócio, chegou a considerar que faltaria produto. Houve faltas pontuais, conforme o especialista, mas elas foram solucionadas. Em nota à Revista Minaspetro, a ANP afirmou que faz o acompanhamento junto aos agentes regulados, em especial
as distribuidoras e os postos revendedores, e que, em 1º de dezembro, não havia indicação de falta de combustível. “Caso os dados de comercialização indiquem elevação dos riscos, a ANP adotará as medid a s cabíveis para minimizar os eventuais impactos no abastecimento.” O QUE ESPERAR PARA 2022 Wanderley e Lucena não arriscam um prognóstico para o mercado de combustíveis no início de 2022. “É preciso que alguns cenários permitam sinalizar alguma coisa. Importante, no entanto, é saber quanto a nova variante do coronavírus vai agitar o mercado, que trabalha com especulação. Não tem jeito”, aponta Lucena. Em dezembro, o mercado de commodities internacionais, não somente o petróleo, era afetado pela possibilidade da volta do lockdown. “Esse temor está fazendo com que os investidores se retraiam, mas é necessário esperar para ver o que acontece”, completa Wanderley.
“Importante, no entanto, é saber quanto a nova variante do coronavírus vai agitar o mercado, que trabalha com especulação. Não tem jeito” GERALDO LUCENA CONSULTOR EM MERCADO DE COMBUSTÍVEIS
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MINASPETRO
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Uma nova opção para
se manter informado Podcast #AVozdaRevenda pode ser acessado a qualquer momento no site e nas redes sociais do Minaspetro
F
oi-se o tempo em que, para assistir ao seu programa de TV favorito, o telespectador precisava ligar o aparelho no horário exato da transmissão. Ou que, para acompanhar o programa de rádio de sua preferência, o ouvinte era obrigado a sintonizar a estação na hora anunciada. Com a disseminação dos computadores pessoais e smartphones, telespectadores e ouvintes se libertaram não apenas dos aparelhos convencionais, mas, sobretudo, dos horários. E não demorou para que uma nova forma de reproduzir informações e debater assuntos variados conquistasse corações e mentes mundo afora: o podcast. Basicamente, o podcast é um programa de rádio que pode ser ouvido pela internet a qualquer hora, por meio do celular ou do computador – tendência que, para especialistas do mercado digital, veio para ficar. Não por acaso, portanto, o Minaspetro já disponibiliza esse serviço em suas
plataformas digitais. Trata-se do programa #AVozdaRevenda. O novo canal de comunicação tem o objetivo de aproximar a entidade de revendedores de todas as regiões do estado. Veiculado mensalmente, o programa reúne informações essenciais aos donos de postos e, conforme dito, pode ser acessado a qualquer momento. Nas seis edições já levadas ao ar, #AVozdaRevenda abordou temas como marketing e utilização de redes sociais por postos, elementos fundamentais para alavancar os negócios na atualidade; aproveitamento de espaço; qualidade no atendimento; e Escola 360, projeto lançado em outubro de 2021 que já faz sucesso entre frentistas, gerentes de pista e revendedores leia mais nas páginas 10 e 11. A última edição de #AVozdaRevenda foi ao ar em dezembro, com os assuntos vendas sazonais e promoções para lojas de conveniência. A ideia é dar dicas de forma bem didática aos donos de postos, que precisam, cada vez mais, melhorar a rentabilidade do seu estabelecimento.
Os programas, que têm formato de bate-papo com pessoas ligadas ao setor de combustíveis, duram, em média, 15 minutos. Marcelo Borja, consultor de treinamento para postos e parceiro do Sindicato há vários anos, foi o convidado da terceira edição. “Vejo o trabalho do Minaspetro como uma referência no mercado varejista de combustíveis não só em Minas Gerais, mas em todo o país. E é fundamental que o Sindicato tenha a preocupação de levar ao associado todas as formas possíveis de formação e conhecimento”, afirma o especialista.
COMO OUVIR O podcast #AVozdaRevenda está disponível no YouTube, Instagram e Facebook do Minaspetro, além do site. Use o QR Code ao lado para acessar. O revendedor que quiser contribuir com sugestões de conteúdo para o podcast pode enviar e-mail para ascom@minaspetro.com.br. O Sindicato quer ouvir a Revenda e trocar ideias sobre assuntos que possam ser discutidos no programa.
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NA REVENDA
Cartão-frota: um mal necessário? Depositphotos
Revendedor do Vale do Aço trabalha atualmente só com empresas que ofereçam melhores condições de negociação
Problemas com administradoras de cartões-frota são recorrentes
A
discussão é antiga. Os cartões-frota continuam a ser alvo de reclamações constantes de revendedores em todo o estado e já foram pauta de inúmeras reuniões feitas pelo Minaspetro com administradoras desse tipo de benefício. Quem o aceita em seus estabelecimentos sabe como é complicado negociar com as empresas. Donos de postos de combustíveis afirmam que prevalece a unilateralidade – em prejuízo sempre de quem o adquire. As principais reclamações dizem respeito a taxas abusivas e prazos de reembolso. Na avaliação de Marco Antônio Magalhães, proprietário da Rede AP Magalhães, que abriga 11 postos de combustíveis nas cidades de Ipatinga e Timóteo, no Vale do Aço, a postura deveria ser uma só: cartões-frota que pratiquem taxas abusivas ou não negociem abertamente têm que ser retirados da cartela. Ele conta que seus estabelecimentos já che-
garam a aceitar inúmeros cartões, hoje restritos a quatro. Segundo o revendedor, a negociação normalmente prevê entre 2,5% e 3% de taxa administrativa, até aparecerem taxas de lote e transferência bancária. “Quando você se debruça sobre o seu custo efetivo, observa que pode chegar a 4%, 4,5%. E tenho que repassá-lo integralmente ao cliente, pois não dá para ficar no zero a zero. Se não deu para repassar, não fico. Encerro o contrato, e ponto final”, explica. Para ele, o que importa é o que chamou de a “última linha” do balanço do posto. “Somos mais de 4 mil postos concorrendo no estado. Custo é igual a linha, e tem que cortar todo dia. Se o custo com o cartão corporativo está alto, você vai aumentar sua receita e cortar sua despesa. A Revenda reclama, reclama, mas não toma atitude.” Os prazos de reembolso, por sua vez, são estendidos. Os lotes normalmente são fechados de sete em sete
dias, e o recebimento se dá em até 35 dias, em média. Antes da pandemia, o faturamento da AP Magalhães com o cartão-frota era de cerca de R$ 700 mil ao mês. Hoje, segundo Marco Antônio, é de aproximadamente R$ 100 mil. “Você perde de um lado e ganha de outro. A minha venda caiu não por causa do meu posicionamento diante do cartão-frota, mas da pandemia. A diferença é que está voltando de forma mais sadia”, pontua o revendedor. O mais importante para ele é que cada revenda analise sua Demonstração de Resultados e Exercícios (DER).
As principais reclamações sobre cartões-frota dizem respeito a taxas abusivas e prazos de reembolso 19
NA REVENDA
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Mercado de lubrificantes: perspectiva de recuperação
só em 2024
Após estagnação registrada em 2021, revendedores mineiros estão pessimistas para este ano
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ano de 2021 foi de estagnação para o mercado de lubrificantes em Minas Gerais. A avaliação é de Paulo César Jannuzzi, diretor comercial da Bel Lube, uma das maiores revendedoras do estado. “Comparando 2021 com 2020, estagnamos. Não houve crescimento nem declínio”, aponta. A pequena alta de 0,6% indica que o mercado de lubrificantes ficou “flat”. Os números do setor refletem um cenário nada animador também no Brasil e no mundo, que igualmente registraram queda. Em âmbito global, em 2020, o mercado de lubrificantes havia registrado queda de 10% frente a 2019, e, no Brasil, a redução foi de cerca de 8%. A previsão é que os níveis de comercialização anteriores à pandemia só retornem em 2024. Os dados foram apresentados durante o 14º Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), realizado em outubro passado, que teve como tema “A indústria de lubrificantes no pós-pandemia”. As projeções, por sua vez, foram apresentadas pelo sócio-diretor da Factor Kline, empresa de consultoria estratégica e inteligência competitiva, Sérgio Rebêlo. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a perspectiva para o mercado global de
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lubrificantes em 2021 era de um crescimento entre 5% e 7% (dados fechados em outubro). “Ainda assim, esse crescimento será insuficiente para compensar a queda de 2020”, explicou o consultor. Ele acredita que o crescimento do mercado fique entre 1,5% e 2% ao ano até 2024 e, somente a partir daí, volte aos níveis do pré-pandemia. Tudo, porém, vai depender da evolução da cepa ômicron, que começou a ser detectada no fim do mês de novembro. Diretor do Minaspetro e também da Bel Lube, Adriano Jannuzzi, não traça boas perspectivas para 2022. “Estamos sentindo uma redução da demanda. E não há muitas perspectivas para o presente em virtude do cenário econômico do pós-pandemia e também da própria situação do Brasil, no que diz respeito à política e à economia. E 2022 é ano de eleições presidenciais. A perspectiva é de continuidade e, talvez, até de um agravamento”, avalia o diretor. CONSUMO EM QUEDA Paulo César Jannuzzi acrescenta que, em 2020, no auge da pandemia, o mercado de lubrificantes em Minas registrou queda em volume de vendas em torno de 15% a 18%. Em 2021, o “tombo” ficou entre 6% e 8%. “O que impactou o setor foi a alta de preços. Os lubrificantes tive-
ram na ponta reajuste em torno de 30% na comparação com 2020”, diz. Ele confirma que o aumento foi integralmente repassado ao consumidor e conta que já vê mudanças no comportamento do mercado. “Em relação ao consumo, a gente vê uma queda, que é influenciada tanto pelos preços dos sintéticos e semissintéticos, que são produtos de maior valor agregado, quanto pelos constantes reajustes”, acrescenta o diretor comercial da Bel Lube. Adriano Jannuzzi vai mais longe em sua análise. “Teremos no mundo pós-pandemia o mesmo que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial: recessão e um cenário de muitos desafios. É um momento em que as empresas têm que se reinventar ainda mais. Têm que usar todo um ecossistema de inovação, considerando ainda que vivemos uma transformação digital, que influencia os hábitos dos consumidores e abre novas perspectivas de mercado”, diz o diretor do Minaspetro. Não por acaso, a Bel Lube está investindo em canais digitais e em novas estratégias de e-commerce. Para isso, é preciso quebrar paradigmas do setor de lubrificantes, que até então concentrava seus negócios na figura do representante de vendas. “Agora, o desafio é fazer com que nosso cliente interaja
“Não há muitas perspectivas para o presente em virtude do cenário econômico pós-pandemia e também da própria situação do Brasil, no que diz respeito à política e à economia” ADRIANO JANNUZZI DIRETOR DO MINASPETRO
mais conosco nas plataformas de e-commerce”, revela o diretor comercial. CENÁRIO NOS ESTADOS Revendedores de estados como Espírito Santo e São Paulo também relatam um cenário preocupante. De acordo com Paulo César, distribuidores capixabas registraram uma redução no volume de vendas de cerca de 70% em 2021, e colegas paulistas, 80%. “O mercado está muito retraído”, afirma. Para o diretor comercial, mesmo com o avanço da vacinação no Brasil, a retomada está
sendo lenta. “Observamos que o consumo não está evoluindo. Até o início de 2020, vínhamos com um crescimento muito forte, principalmente em razão da demanda do agronegócio. De lá para cá, a procura vem caindo, e o primeiro semestre de 2022 ainda vai ser bem fraco”, prevê. Em dezembro, as petrolíferas anunciaram um reajuste de cerca de 8% no preço dos lubrificantes. Se o aumento se concretizasse, o setor teria que repassá-lo integralmente ao consumidor. “Isso, em média, porque há mercados que vão ter que subir mais”, conclui Paulo César.
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NA REVENDA
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Ale: novo formato
para a conveniência Ale Distribuidora/Arquivo
Minas Gerais, que concentra postos de combustíveis da marca, já vive expectativa de inauguração da loja A Esquina
Primeira loja de conveniência A Esquina foi inaugurada em novembro passado em Alphaville, no estado de São Paulo
M
esmo em meio à pandemia, o mercado de lojas de conveniência registrou expansão no Brasil. O desempenho é explicado pelo surgimento de novos hábitos e novas necessidades por parte dos consumidores. O varejo de proximidade já é uma tendência no país, e, ao que tudo indica, a transformação veio para ficar. A Nielsen e Zebra Technologies, empresa de consultoria da área de varejo, fez um levantamento, que revelou que o número de lojas de conveniência cresceu 11,9% em 2020 frente a 2019 no Brasil. A alta foi impulsionada,
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sobretudo, pela pandemia. Lojas desse tipo já se consolidaram no país, e há espaço para crescerem, diferentemente de outras áreas do varejo. De acordo com outra empresa da área, a AGR Consultores, apenas 20% dos 40 mil postos de combustíveis brasileiros possuem uma loja de conveniência associada. No país, elas são 8.100, segundo levantamento mais recente, enquanto na Argentina, para falar de um vizinho próximo, metade dos postos já oferece o serviço. Nos Estados Unidos, por sua vez, 94% das revendas de combustíveis têm uma loja desse tipo.
Atenta aos números, em novembro passado, a Ale apresentou ao mercado um novo conceito de conveniência ao inaugurar em Alphaville, na cidade de Santana do Parnaíba, em São Paulo, a primeira franquia A Esquina. E Minas Gerais, que abriga um número significativo de postos da marca, já está no radar da distribuidora, conforme adianta o executivo de Operações de Varejo da Ale, Frederico Amorim. “Nosso foco, neste primeiro momento, é o Sudeste, e Minas Gerais, que é o berço da empresa, possui enorme concentração de postos Ale. Logo, temos fortes expectativas
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“Criamos um modelo de negócio muito robusto, com uma entrega valiosa” FREDERICO AMORIM EXECUTIVO DE OPERAÇÕES DE VAREJO DA ALE
de que, em breve, tenhamos lojas A Esquina em Minas”, disse à Revista Minaspetro. A meta da distribuidora é inaugurar 150 novas lojas de conveniência no país nos próximos cinco anos. O modelo A Esquina possui três diferentes tipos: Self-service, Café e Padaria – este último para áreas acima de 70 m². A primeira loja em Alphaville adotou o modelo Padaria, em uma área de 90 m². No momento em que concluíamos esta edição, uma loja Café também estava sendo construída em São José do Rio Preto, no interior paulista, e a inauguração estava prevista para dezembro. Na mesma cidade, outra loja no formato Padaria será instalada em 2022. Segundo a assessoria de comunicação da Ale, além disso, outras duas unidades estavam em fase final de negociação em Curitiba (PR). DIFERENCIAIS Entre os diferenciais das lojas A Esquina está o conceito de “navegação guiada”, em que o consumidor percorre um trajeto passando por estações. Segundo Amorim, essa característica facilita a localização das categorias de produtos e a lógica das compras. “A loja se apresenta como solução para diversas jornadas de consumo diferentes, desde desde a pessoa que tem pressa até a que quer se sentar e fazer uma
refeição substancial, com garfo e faca, como em uma cafeteria ou pâtisserie, por exemplo”, explica o executivo. Outra novidade é que o modelo tem também um painel “instagramável”, que exibe uma mensagem irreverente bastante iluminada. “Os clientes vão poder tirar fotos à vontade e compartilhá-las nas redes sociais”, diz. Outro grande destaque, na visão de Amorim, é o food service. A Ale firmou parcerias com grandes indústrias para levar uma experiência diferente ao consumidor. Em A Esquina haverá uma linha chamada de “produtos de indulgência”, que podem ser degustados na loja ou levados para comer no carro ou em casa. E, para se destacar na paisagem “pasteurizada” das lojas de conveniência, haverá uma linha exclusiva de produtos de panificação, assinada pelo chef Rogério Shimura, eleito recentemente o melhor padeiro do mundo pela International Union of Bakers and Confectioners (UIBC). INVESTIMENTOS A taxa de franquia prevista é de R$ 15 mil, e os royalties mensais vão de 3% a 5%. Já a taxa de propaganda é de 1,5%. Questionado se o investimento não é alto para o mercado brasileiro, Amorim afirma que “é menor do que o exigido pela maioria das distribuidoras congêneres”. “E criamos um modelo de negócio muito robusto, com uma entrega valiosa”, garante. A Revenda que quiser ter a nova conveniência da Ale no modelo Self-service precisa investir cerca de R$ 120 mil em mobiliário e equipamentos – isso sem contar a obra para a loja. Já para a Café, o investimento é de R$ 250 mil e, no caso da Padaria, chega a R$ 350 mil. Tudo vai depender, no entanto, do tamanho da loja e da quantidade de equipamentos e móveis que cada projeto específico requer. O modelo Self-service oferece margem média de 30%, enquanto, no caso da Café e da Padaria, pode chegar a 40% ou mais.
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ARTIGO
Nº 146 – Dezembro 2021 / Janeiro 2022
Arquivo pessoal
No futuro, os postos de combustíveis também venderão gasolina!
Roberto James Especialista em comportamento do consumidor @canaldoerrejota Canal do ErreJota
PARE DE VENDER GASOLINA ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS... Título sensacionalista? Pode até parecer, mas a verdade é que as modificações constantes que todos os mercados vêm vivendo demonstram que o produto está sendo cada vez mais opcional para o cliente. O ato de vender e a experiência da jornada do consumidor têm um papel cada vez mais importante dentro do processo de escolha e, em alguns casos, chegam a ser mais relevantes que o produto. O consumo de combustíveis, baterias, produtos automotivos, entre outros, ligados diretamente à segurança e ao bom funcionamento do veículo, não é agregador de valor. Em estudos recentes verificou-se que esse tipo de relação é chamado
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de CONSUMO SECUNDÁRIO. Significa que o consumidor adquire, compra e utiliza produtos e serviços sem prazer direto algum pela aquisição. Veja o exemplo de uma bateria de carro: o cliente só compra uma quando a outra falha ou deixa de funcionar. Isso geralmente se dá durante a utilização, ou seja, a bateria velha sempre vai deixar seu dono na mão. Todo o processo de compra se dá por meio de uma condicionante forçada: compra ou, então, o carro não funciona. Nesse caso, qual o prazer de se comprar a bateria? Qual planejamento feito? Que satisfação o consumidor tem? Existem pessoas que só descobrem que o automóvel tem bateria depois de ter que trocá-la. Entendendo que o produto vendido pelos postos de combustíveis não é prazeroso para os cconsumidores, o que se deve fazer? Inicia-se aí a importância do conceito de POSTO DE SERVIÇO. DE POSTO DE GASOLINA PARA POSTO DE SERVIÇO, O QUE MUDA? O mercado de combustíveis no Brasil está um pouco atrasado em relação às tendências do mercado mundial. Menos de 40% dos postos possuem lojas de conveniência, não se tem ainda o delivery nem o autosserviço, os processos de pagamentos são lentos e burocráticos, enfim, existem ainda algumas mudanças que acontecerão independentemente de iniciativas dos revendedores. Um grande diretor do mercado, Luiz Carlos Almeida (ex-Shell), disse uma vez: um posto de combustíveis tem que faturar por metro quadrado. O que é isso? Um posto que vende apenas gasolina deixa de explorar diversos aspectos e oportunidades relacionadas às suas características. Dezenas de milhares de pessoas passam pelo ponto de venda, como uma parada entre seus compromissos e tentati-
vas de resolução das tarefas do seu dia a dia. Se o consumidor encontra uma, duas ou mais soluções para os seus desafios num mesmo lugar, fica condicionado a ter preferência e passará a frequentar por mais vezes esse local. Isso não foi criado agora, os shoppings, os centros comerciais, os centros médicos, entre outros, enxergaram, lá atrás, que levar facilidades ao cliente é um caminho para a satisfação durante a jornada de compra. As gigantes do mercado não têm em um produto específico toda ou grande parte de sua receita. Veja o caso da Apple: a maior parte de sua renda vem do iTunes, sua loja virtual de aplicativos e música. Há tempos a Amazon se tornou um operador logístico em que o tempo e a qualidade de entrega são seu maior produto. Empresas consolidadas do mercado de fast-food, como o McDonald’s, tiveram que sair do que faziam melhor, a rapidez na entrega de lanches com um cardápio reduzido a cinco ofertas, para um enorme leque de possibilidades de produtos customizados. O serviço hoje é tão ou mais importante que o produto. Uma característica comum a todos esses gigantes é que todos eles querem ouvir seus consumidores o tempo todo, entender as mudanças e tendências. Mudar os processos e se adaptar ao consumidor atual é parte do processo de sobrevivência desse mercado mundial globalizado. Por falar em consumidor, como está a perspectiva de consumo num futuro próximo? OS JOVENS NÃO QUEREM MAIS SABER DE CARRO, QUEM VAI COMPRAR GASOLINA? A população está envelhecendo, e alguns dados mostram um caminho de não renovação da clientela dos postos revendedores. A cada ano que passa, aqui, no Brasil, menos jovens entre 18
e 25 anos emitem carteiras de habilitação, e três fatores são ponderados para essa mudança de comportamento. Em primeiro lugar, o mundo reflete uma situação de aumento do custo de vida, novas tecnologias, e cidades inchadas transformam-se em mais gastos. As novas gerações não estão conseguindo superar, em números de renda e patrimônio, a geração paterna. Isso impacta diretamente o comportamento de consumo. O segundo ponto está conectado às questões sociais e ambientais, que gritam nos ouvidos dessa geração mais jovem. Isso explica o sucesso de Uber, apps de compartilhamento de caronas, entre outros. A própria vida virtual impactou a diminuição da necessidade de se locomover. Em-
bora distantes, as pessoas estão mais perto. Essas barreiras – ou, no caso, facilidades – criadas pelo mundo da internet mudaram a forma e necessidade de os mais jovens estarem o tempo todo se encontrando. O papo virtual, as videochamadas, as redes sociais são grandes responsáveis por essa nova onda jovem. O terceiro ponto está relacionado a uma mudança de valores atrelados ao sucesso. Nos anos 80 e 90 ter uma casa, um carro e um emprego era sinônimo de quem havia vencido na vida. Esse padrão mudou e se ampliou. Hoje se veem jovens na faixa dos 30 anos ainda morando com os pais. O trabalho remoto, intensificado pela pandemia, mostrou que muitos dos deslocamentos não eram assim tão necessários e que
os valores de sucesso mudaram. Ter um emprego, casa, carro e uma família não é mais um referencial de vencer na vida. Agora tem muito mais por trás disso. Carreira, empreendedorismo, não ser mãe, não se casar. O maior pilar do capitalismo consumista, a família, está em xeque nas novas gerações. Todos esses aspectos mudaram a forma de se consumir e de enxergar valor em produtos. Deve-se lembrar que não foi citada ainda a chegada dos carros elétricos, que devem demorar a ser uma realidade massificada no Brasil; isso se dá mais por insuficiência energética do que por outro motivo. Fica a reflexão para que se busque entender que num futuro próximo os postos de combustíveis TAMBÉM venderão gasolina.
Ranking Minaspetro de Bandeiras JANEIRO A DEZEMBRO/2021
OUTRAS
+12
+50
+9
-13
-9
+35
-14
Marca Pró.
BR DISTRIBUIDORA ALE
Janeiro: 292 Dezembro: 304 Balanço: +12
Janeiro: 915 Dezembro: 902 Balanço: -13
OUTRAS BANDEIRAS
Janeiro: 90 Dezembro: 81 Balanço: -9
IPIRANGA MARCAS PRÓPRIAS
Janeiro: 2152 Dezembro: 2202 Balanço: +50
Janeiro: 462 Dezembro: 471 Balanço: +9
TOTAL RAÍZEN
Janeiro: 528 Dezembro: 563 Balanço: +35
Janeiro: 131 Dezembro: 117 Balanço: -14
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FORMAÇÃO FORMAÇÃODE DEPREÇOS PREÇOS Gasolina – Minas Gerais / OUT - NOV - DEZ/2021 R$ 6,50 R$ 6,3072
R$ 6,3740
R$ 6,3429 R$ 6,3451
R$ 6,2600
R$ 6,1498 R$ 6,0056 R$ 6,00
R$ 5,50
16/10-22/10
23/10-29/10
30/10-5/11
6/11-12/11
13/11-19/11
20/10-26/11
27/11-3/12
Etanol – Minas Gerais / OUT - NOV - DEZ/2021 R$ 5,00 R$ 4,8184
R$ 4,8646
R$ 4,9284
R$ 4,8465 R$ 4,6929
R$ 4,6981
R$ 4,5717 R$ 4,50
R$ 4,00 16/10-22/10
23/10-29/10
30/10-5/11
6/11-12/11
13/11-19/11
20/10-26/11
27/11-3/12
Diesel S10 e S500 – Minas Gerais / OUT - NOV - DEZ/2021 R$ 5,00 R$ 4,7253 R$ 4,6977
R$ 4,7223 R$ 4,6529
23/10-29/10
30/10-5/11
R$ 4,7657 R$ 4,7213
R$ 4,7560 R$ 4,7189
R$ 4,7589 R$ 4,7183 R$ 4,6629 R$ 4,6562
6/11-12/11
13/11-19/11
20/10-26/11
R$ 4,5269 R$ 4,4877 R$ 4,50
R$ 4,00
16/10-22/10
S10
27/11-3/12
S500
Confira as tabelas completas e atualizadas semanalmente em nosso site – www.minaspetro.com.br –, no link Serviços, e saiba qual o custo dos combustíveis para a sua distribuidora.
Os preços de etanol anidro e hidratado foram obtidos em pesquisa feita pela Cepea/USP/Esalq no site http://www.cepea.esalq. usp.br/etanol/. Importante ressaltar que os preços de referência servem apenas para balizar a formação de custos, uma vez que as distribuidoras também compram etanol por meio de contratos diretos com as usinas. Esses valores não entram na formação de preços, de acordo com a metodologia usada pela Cepea/USP/Esalq. Os preços de gasolina e diesel foram obtidos pela formação de preço de produtores segundo o site da ANP, usando como referência o preço médio das refinarias do Sudeste. A tributação do etanol anidro e hidratado foi publicada com base nos dados fornecidos pela Siamig. Os valores do biodiesel foram obtidos por meio do preço médio sudeste homologado no 78º Leilão realizado pela ANP. Os percentuais de carga tributária foram calculados com base no preço médio no Estado de Minas Gerais (PMPF/Ato Cotepe) do respectivo mês, o mesmo usado para base de cálculo do ICMS. Os valores de contribuição de Pis/Pasep e Cofins da gasolina e diesel sofreram alterações pelo decreto 8395, de 28/01/15.
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Nós da LBC agradecemos à você pela connança e parceria neste ano. Que possamos atingir ainda mais sucesso juntos em 2022! 0800 760 0305
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