Revista
Nº 150
Maio 2022
Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais
Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT
A hora é esta Minaspetro retoma Congressos Regionais com eventos ajustados ao gosto da Revenda
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Nº 150 – Maio 2022
MENSAGEM DO PRESIDENTE
S
eja bem-vindo à abertura do Ciclo de Congressos do Minaspetro, em Uberlândia! Como estávamos ansiosos por este momento. A pandemia nos obrigou ao distanciamento, mas agora estamos de volta com tudo! O tempo parado serviu para que o Minaspetro produzisse um evento premium para as cidades que vão receber o ciclo deste ano. Iniciamos o trabalho realizando uma pesquisa com os revendedores, questionando quais os principais anseios para o Congresso, identificamos as principais tendências e moldamos o formato do evento de acordo com os gostos e as dores da Revenda mineira. Como resultado, o Ciclo terá uma ação inédita, a Oficina dos Gerentes. Enquanto o revendedor participa de palestras importantes para o setor sobre regulação, tendências, inovação e comportamento do consumidor, o empresário poderá levar seu colaborador ao evento para que ele seja treinado por Jonathan Rocha, especialista em capa-
citação de equipe de postos, e José Antônio Rocha, secretário-executivo da Fecombustíveis. Caber ressaltar que será uma medida estendida a todos os eventos regionais, ou seja, Ipatinga, Montes Claros, Pouso Alegre e Juiz de Fora também irão receber a Oficina. A Revenda do interior representa aproximadamente 70% dos empresários varejistas de combustíveis. Isso significa que são protagonistas do mercado e o Minaspetro tem um olhar especial para os associados de fora da capital. Por isso, os eventos com o conceito de primeira linha continuarão sendo planejados de forma contínua. Estamos com poucos meses de gestão desta Diretoria. Reitero que é só o começo de uma nova era que se avizinha na entidade, com mais participação de revendedores do interior e ações customizadas de acordo com o perfil de cada empresário, seja ele grande, médio, pequeno, bandeirado ou de Marca Própria. Só estamos no início, muito mais vem por aí!
Comunicação Minaspetro
É dada a largada para os Congressos!
Rafa Macedo Presidente do Minaspetro
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DIRETORIA Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais Sede: Rua Amoroso Costa, 144, Santa Lúcia CEP 30350-570 – Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2108-6500 Fax: (31) 2108-6547 0800-005-6500 Diretoria Minaspetro Presidente: Rafael Milagres Macedo Pereira 1º Vice-presidente: Paulo Miranda Soares 2º Vice-presidente: Ricardo Pires Lage 1º Secretário: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior 2º Secretário: Artur Henrique Ferreira Pedrosa 1º Tesoureiro: Fábio Vasconcellos Moreira 2º Tesoureiro: Flávio Eduardo de Rezende Diretores de Áreas Específicas Diretor de Relações Trabalhistas: Maurício da Silva Vieira Diretor de Postos de Rodovias: Pedro Moreira Guedes Diretor de Postos Próprios de Distribuidoras: Flavio Marcus Pereira Lara Diretor de Relações Ambientais: Felipe Campos Bretas Diretores Regionais Caratinga: Astulho Tavares de Alcântara Contagem: Leonardo Lemos Silveira Divinópolis: Diogo Valadão dos Santos Governador Valadares: Rubens Perim Ipatinga: Marco Antônio Alves de Magalhães João Monlevade: Thaillor Berchmans Fonseca Teixeira Juiz de Fora: Leonardo Assis Mascarenhas Lavras: Marcos Abdo Sâmia Montes Claros: Gildeon Gonçalves Durães Paracatu: Daniel Almeida Kilson Passos: Reinaldo Vaz Ribeiro Patos de Minas: Moisés Elmo Pinheiro Poços de Caldas: Renato Barbosa Mantovani Filho Pouso Alegre: Luiz Anselmo Rigotti Sete Lagoas: Sérgio José do Carmo Teófilo Otoni: Leandro Lorentz Lamêgo Ubá: Walternir Fagundes Lima Uberaba: Ivan Biondi Dias Uberlândia: Alexander Gervásio Neves Varginha: Ronaldo Rezende
Conselho Fiscal Membros Efetivos: Fernando Antônio de Azevedo Ramos Humberto Carvalho Riegert Fábio Croso Soares Membros Suplentes: Wagner Carvalho Villanuêva Paulo Eduardo Rocha Machado José Eustáquio Magalhães Elias Diretores Adjuntos: Ademyr Eger Flávio Augusto Diniz Pereira Bruno Henrique Leite Almeida Alves Gerente Administrativa Márcia Viviane Nascimento Departamento Administrativo Adriana Soares Élcia Maria de Oliveira Gislaine Carvalho Luciana Franca Martins Poliana Gomides Departamento de Expansão e Apoio ao Revendedor Esdras Costa Reis Gabriela Corrêa João Márcio Cayres Júlio César Moraes Marcelo Rocha Silva Oriolo França Eduardo Lemes Marcelo Silva Claudio Alexandre Rodrigo Loureiro Araújo Departamento de Comunicação Guilherme Barbosa Marcelo Teixeira
Departamento Jurídico Cível/Comercial Arthur Villamil Martins Flávia Lobato Metrológico Ana Violeta Guimarães Simone Marçoni Edimo Antonio Carlos Trabalhista André Luis Filomano Bruno Abras Rajão Fabiana Saade Malaquias Klaiston Soares Luciana Reis Rommel Fonseca Tributário BMM Advocacia Empresarial Ambiental Bernardo Souto Lígia Macedo Sindical Klaiston Soares Advogados Regionais Governador Valadares: Natécia Pereira Barroso Montes Claros: Hércules H. Costa Silva Poços de Caldas: Matheus Siqueira de Alvarenga Juiz de Fora: Moreira Braga e Neto Advogados Associados Uberlândia: Lira Pontes e Advogados Associados Uberaba: Lira Pontes e Advogados Associados Ipatinga: José Edélcio Drumond Alves Advogados Associados Varginha: Eduardo Caselato Dantas Divinópolis: Luciana Cristina Santos Teófilo Otoni: Eliene Alves Souza
EXPEDIENTE
• Comitê Editorial: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior, Esdras Reis, Márcia Viviane e Guilherme Barbosa • Produção: Prefácio Comunicação • Jornalista responsável: Ana Luiza Purri (MG 05523 JP) • Edição: Alexandre Magalhães • Redação: Cláudia Duarte • Projeto gráfico: Tércio Lemos • Diagramação: Angelo Campos e Tércio Lemos • Revisão: Cristina Mota e Luciara Oliveira • Rua Dr. Sette Câmara, 75 • CEP: 30380-360 • Tel.: (31) 3292-8660 - www.prefacio.com.br • Impressão: Paulinelli Serviços Gráficos • As opiniões dos artigos assinados e as informações dos anúncios não são responsabilidade da Revista ou do Minaspetro. • Para ser um anunciante, solicite uma proposta pelo telefone (31) 2108-6500 ou pelo e-mail ascom@minaspetro.com.br. • Sede Minaspetro: (31) 2108-6500 e 0800-005-6500 (interior)
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SUMÁRIO
Minaspetro/Arquivo
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Abuso: taxas cobradas por cartões subiram muito acima da inflação
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Gotas
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Artigo: Ter ou não self-service no posto?
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Tabela de formação de preços
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Minaspetro/Arquivo
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Há 25 anos, mercado se libertava da tutela do Estado
Estamos de volta! Uberlândia sedia o 13º Ciclo de Congressos Regionais com novidades
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Prazo para troca de bombas é estendido pelo Inmetro, mas para contenção de vapor, da alçada do MTP, não muda
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DOCUMENTO HISTÓRICO
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Liberdade ainda que tardia Minaspetro/arquivo
Promulgada em 1997, “Lei do Petróleo” extinguiu tutela do Estado sobre distribuição e comercialização de combustíveis no país e contribuiu para o amadurecimento do mercado
Até meados da década de 1990, mercado era fortemente engessado, mas nem por isso liberalização agradou a todos
E
m 6 de agosto deste ano, completam-se 25 anos de uma decisão histórica para a distribuição e a Revenda de combustíveis no Brasil: a promulgação da Lei 9.478, que extinguiu o controle de preços, das margens de comercialização e dos fretes, até aquela data sob responsabilidade exclusiva do Estado brasileiro. Também conhecido como “Lei do Petróleo”, o conjunto de regras deu início a um processo de liberalização de toda a cadeia produtiva de petróleo, gás natural e biocombustíveis e resultou na gradual redução dos subsídios governamentais. A liberalização completa do mercado de combustíveis automotivos só seria concluída, no entanto, em 31 de dezembro de 2001, data a partir da qual todos os agentes
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econômicos – do poço ao posto – se tornaram livres para estabelecer preços de venda e margens. Outra medida derivada da regulação aprovada em 1997 foi a criação da ANP, à qual foi conferida competência para implementar uma nova política energética no país relativamente aos três insumos, de modo a assegurar o suprimento de todo o território brasileiro e defender os interesses dos consumidores no que dizia respeito a preço e qualidade. Tais atribuições passaram a ser exercidas por meio da proteção do processo competitivo. Bráulio Chaves, que já naquela época era proprietário do Posto Chaves, em Belo Horizonte, conta que, até então, todo o mercado era fortemente engessado, mas nem por isso a liberalização foi vista com
bons olhos por todos os donos de postos. “O tema era polêmico e dividia opiniões, porque era confortável trabalhar com o preço tabelado – a regulação excessiva fazia com que qualquer um conseguisse realizar algum lucro por mais incompetente que fosse”, recorda. Não por acaso, um dos efeitos imediatos da medida foi o fechamento de muitos postos na capital mineira, que não suportaram a concorrência que se estabeleceu a partir de então. “A partir daí, vimos postos mais antigos darem lugar a edifícios em diversas regiões da cidade.” GUERRA EXPLICA CONTROLE Antes de detalhar os impactos da liberalização, é importante, contudo, recuar um pouco no tempo para compreender os motivos pe-
No começo dos anos 2000, Minaspetro promoveu campanha contrária à adulteração
los quais o mercado permaneceu excessivamente regulado por tanto tempo. Tudo começou em 1973, quando a guerra do Yom Kippur opôs árabes e israelenses e fez com que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reajustasse vertiginosamente o preço do barril de petróleo cru, de US$ 2,60 para US$ 11, em represália ao apoio dado pelos países ocidentais a Israel. Conhecido como o primeiro “choque do petróleo”, o episódio repercutiu em todo o mundo sob a forma de recessão, e, para o Brasil, que importava 80% do óleo processado nas refinarias, o golpe foi avassalador. Os gastos com as compras saltaram de US$ 600 milhões/ano, naquele ano, para US$ 2,5 bilhões em 1974. Resultado: desequilíbrio na balança comercial brasileira, aumento da dívida externa e disparada da inflação. A saída encontrada pelo governo foi limitar o consumo de gasolina, e, para isso, várias medidas foram tomadas: proibição da venda a prazo; imposição de horário de funcionamento dos postos – das 6h às 22h; fechamento aos sábados e domingos; e até mesmo uma campanha que limitava a velocidade nas estradas brasileiras a 80 km/h. A “quebra” do país, em 1981, já no apagar das luzes do ciclo militar, fez com que as restrições se prolongassem por quase toda aquela década. Em 1987, os postos foram autorizados a funcionar pelo tempo que quisessem – inclusive nos fins de semana – e a vender a crédito.
Em 1991, por sua vez, foi permitido dar desconto sobre o preço de tabela, mas a liberalização de fato só se daria a partir de 1997, ano em que foi dado sinal verde para distribuidoras e postos praticarem os preços que julgassem convenientes. O “liberou geral” trouxe dois efeitos colaterais principais, lembrados por Bráulio: “A guerra de preços que sucedeu a promulgação da ‘Lei do Petróleo’ resultou na proliferação indiscriminada de distribuidoras de combustíveis – estima-se que 450 novas empresas tenham se credenciado junto à ANP no período – e, consequentemente, na explosão dos casos de adulteração de combustíveis e sonegação fiscal, que andavam juntas e perduraram até meados da década seguinte.” Diretor do Minaspetro à época, Bráulio, inclusive, coordenou uma campanha da entidade para esclarecer a população sobre o problema, diferenciar os bons e os maus empresários do ramo e preservar os interesses dos consumidores. Uma agência de publicidade foi contratada, e, em troca de uma contribuição à iniciativa, os postos participantes receberam faixas, bonés e panfletos alusivos ao tema. Além disso, peças foram veiculadas em emissoras de rádio e TV. CHOQUE Em meio à campanha, um episódio chocou o país: o assassinato a sangue frio do promotor de justiça Francisco José Lins do Rego Santos, executado em plena luz do dia em um movimentado cruzamento da
região sul de Belo Horizonte. Proprietário de uma rede de postos, o mandante do crime havia sido proibido pelo promotor de revender gasolina após a constatação de que seus estabelecimentos comercializavam o produto adulterado e sonegavam impostos. “O assassinato de Chico Lins teve o efeito de turbinar a nossa campanha, e, com isso, Paulo Miranda, então presidente do Minaspetro, passou a ser convidado a tratar do assunto em diversas emissoras de rádio e televisão, e o nosso posicionamento contrário à adulteração se tornou explícito. Ao mesmo tempo, as autoridades acordaram para problema, e, graças à ação determinada do Fisco, a identificação dos sonegadores passou a revelar o funcionamento de uma extensa rede dedicada à adulteração. Assim, felizmente, foi possível resguardar a imagem dos proprietários de postos que atuavam conforme a lei e proteger a população dos maus revendedores”, completa Bráulio. Não há dúvida de que este foi um período traumático para a Revenda, em razão da concorrência predatória que se estabeleceu. “Entre os anos de 1997 e 2004, quem trabalhava idoneamente tinha prejuízo. Não havia condição de ter lucro se o concorrente que sonegava vendia mais barato do que eu comprava – o que também explica o grande número de postos fechados. Porém, a partir do momento em que os casos de sonegação e adulteração passaram a ser identificados e punidos, a normalidade se restabeleceu”, completa o revendedor.
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DOCUMENTO HISTÓRICO
Excluídos os efeitos colaterais, é certo, no entanto, que a liberalização trouxe muito mais ganhos do que prejuízos. Pode-se afirmar que os empresários que conseguiram atravessar o período saíram dele muito mais amadurecidos e se tornaram comercialmente muito mais responsáveis, na avaliação do ex-dirigente sindical. “A partir
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daí, ficou claro que de nada adianta querer levar vantagem sobre o concorrente, pois o resultado é ruim para todo mundo, inclusive, para o consumidor”. Por fim, aquela época deu origem à difusão de um conceito que se consolidaria ao longo deste século: o posto de serviços. “Viu-se que não era possível manter o
negócio apenas com a venda de combustível, e os empresários passaram a cobrar por uma série de serviços efetivamente prestados que até então eram oferecidos gratuitamente, como calibração, aspiração e lavagem. Este foi outro sinal de amadurecimento, assim como a expansão das lojas de conveniência”, conclui Bráulio.
LINHA DO TEMPO Em 1º de janeiro passa a vigorar o regime de liberdade de preços no mercado de combustíveis automotivos.
2002
2001 Promulgada em 21 de julho, a Lei 9.990 estende o prazo estipulado pela Lei do Petróleo e fixa nova data (31 de dezembro de 2001) para a conclusão do processo de liberalização de preços de combustíveis.
2000 1999
Preços de gasolina automotiva e etanol hidratado combustível nas unidades de comércio atacadista e varejista, bem como margens de comercialização dos postos revendedores e das distribuidoras, são liberados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, no Distrito Federal e na Base de Barra do Garça (MT). Posteriormente, medidas se estenderam aos estados de Tocantins e Mato Grosso e aos municípios de Porto Velho (RO), Manaus (AM) e Belém (PA).
1996
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Portaria Interministerial publicada em 27 de julho libera os preços de venda de óleo diesel nas unidades de comércio atacadista e varejista em todo o país. Processo de abertura do mercado brasileiro de combustíveis é concluído na data prevista, após a liberação dos preços nas unidades produtoras ainda sob controle.
Portaria autoriza a liberação dos preços de gasolina automotiva e etanol hidratado combustível nas unidades de comércio atacadista e varejista, bem como das margens de comercialização dos postos revendedores e das distribuidoras nas localidades não contempladas anteriormente.
1997 É estabelecido prazo de 36 meses para conclusão do processo de liberalização dos preços dos combustíveis automotivos – a ser completado em agosto de 2000. São liberadas as margens de distribuição e revenda de óleo diesel em todo o território nacional.
Passadas duas décadas e meia, a extinção do monopólio da Petrobras na exploração de óleo e gás ainda suscita um questionamento principal: a medida foi positiva para o mercado de combustíveis, os consumidores e a própria Petrobras? De modo geral, podemos afirmar que sim, embora, como é comum a qualquer acontecimento de grande repercussão, falhas possam eventualmente ser apontadas, a depender do viés de quem o observa. Antes de partir para a análise dos impactos da abertura do mercado, vale, porém, recapitular os fatores que a motivaram. Quem viveu aquela época certamente se recorda da difícil situação fiscal vivida pelo país, das crises cambiais que resultariam na maxidesvalorização da moeda e da retomada gradual da inflação. Ainda em seu primeiro mandato, tendo em vista a dificuldade da União em dispor de recursos para investimentos, Fernando Henrique Cardoso e sua equipe puseram em prática uma política de atração de capitais privados não restrita ao setor de óleo e gás, mas extensiva a outras áreas (bancária, ferroviária, siderúrgica e de telecomunicações, entre outras). “A exploração de petróleo é uma atividade que envolve risco elevado, além de ser intensiva em capital e desafiadora dos limites tecnológicos. Sem investimentos não há como sustentar a produção, e o Brasil precisava de recursos, especialmente para a exploração offshore (marítima). Nesse sentido, a abertura do mercado, além de ter capitalizado a Petrobras, foi fundamental para alavancar a oferta de óleo e gás”, explica o químico industrial Marcelo Gauto, especialista em petróleo, gás e energia. De fato, tanto as receitas disponíveis quanto os investimentos cresceram na época. Dezenas de novas empresas ingressaram no mercado brasileiro, e não tardou para que a produção de óleo e gás aumentasse. “Ainda que alguns erros possam ser apontados, o resultado
Satya Prem/Pixabay
Exploração compartilhada
global foi positivo”, acrescenta Gauto. Bráulio Chaves concorda: “Como cidadão, enxergo a quebra do monopólio como algo bom, uma vez que a Petrobras não dispunha de capital suficiente para explorar as reservas existentes e não fazia sentido mantê-las intocadas. De mais a mais, há muito tempo a produção não é mais um valor estratégico – estratégico passou a ser o conhecimento que determinada empresa detém”, afirma. FARDO Por sua natureza, de forma geral, monopólios resultam em menor eficiência – uma das raras exceções é identificada na distribuição de água, em que não é econômico ter duas empresas fazendo o mesmo serviço. E não há dúvida de que a existência do monopólio para exploração, produção e refino de petróleo e gás no Brasil impôs um pesado fardo tanto à Petrobras quanto ao contribuinte. Isso porque, por mais eficiente que a estatal tenha se revelado nos últimos 69 anos, a dimensão territorial mantida sob sua exclusiva responsabilidade impediu que os resultados obtidos correspondessem ao seu gigantismo. A considerar ainda o fato de que, até a quebra do monopólio, a Petrobras disputava recursos públicos escassos, o que impôs limites ao crescimento da própria empresa e do setor de óleo e gás brasileiro. Por essas razões, não há dúvida de que foi acertada a autorização para que mais empresas participassem do mercado e a Petrobras passasse a ter
acesso a financiamento externo para levar adiante sua missão. Ambas as possibilidades multiplicaram o potencial de investimento em óleo e gás no país, o que resultou em significativos recursos para a União, estados e municípios, seja por meio dos leilões de concessão, seja dos investimentos mínimos estipulados, dos royalties e das participações especiais arrecadadas. “Os ganhos foram visíveis”, observa o especialista em petróleo, gás e energia. Já os problemas apontados na época por opositores da quebra do monopólio podem ser atribuídos, sobretudo, ao emaranhado tributário que deu origem a práticas pouco ortodoxas por parte de alguns agentes, que passaram a se beneficiar de liminares judiciais para poupar recursos. Por fim, Gauto discorda daqueles que afirmam que o monopólio não deixou de existir de fato. “Não há mais monopólio, e é preciso que isso fique claro. O que existe é uma participação ainda relevante da Petrobras no caso de alguns combustíveis”, diz. Ele cita como exemplo o ciclo Otto, em que o volume de gasolina A produzido pelas refinarias da Petrobras responde por cerca de um terço do total consumido por veículos leves no Brasil. Situação semelhante ocorre com o etanol (anidro e hidratado) – nesse caso específico, a participação da estatal alcança 50%. O especialista acredita, contudo, que tal participação tende a diminuir, haja vista os desinvestimentos da empresa em refino e a entrada de novos atores no mercado.
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CAPA
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Bem-vindos de volta,
revendedores! 13º Ciclo de Congressos Regionais do Minaspetro chega a Uberlândia
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É
hora de adquirir conhecimento, trocar experiências, fazer bons negócios e aprimorar o networking. O 13º Ciclo de Congressos Regionais do Minaspetro está de volta, depois de uma pausa de dois anos devido à pandemia, repaginado e com a “cara” da Revenda. Com o slogan “Conhecimento é a chave para o futuro”, ele traz palestrantes de renome nacional, além de novidades como a Oficina de Gerentes. O evento começa por Uberlândia. Com apoio da Fecombustíveis, o 13º Ciclo de Congressos Regionais é uma oportunidade para que o revendedor faça uma imersão em conteúdos estratégicos para seu negócio, especialmente pela seleção dos palestrantes. O Sindicato convidou para o evento alguns dos mais renomados nomes do mercado – nunca antes reunidos em um único encontro no interior de Minas. “Não medimos esforços. O revendedor do interior vai sair do evento com uma bagagem excepcional de conhecimento”, afirma o presidente do Minaspetro, Rafa Macedo. “Congressos são oportunidades de vislumbrar outros ângulos de visão”, reforça Ivan Biondi Dias, diretor regional em Uberaba. O mercado de combustíveis atravessa um momento de rápida evolução, e, para Moisés Elmo, diretor regional em Patos de Minas, as palestras são uma possibilidade para se pensar o negócio, ter acesso a inovações e debater novos temas relacionados a gestão de pessoas ou a estratégia de vendas, por exemplo. “Estávamos muito ansiosos pela volta dos Congressos Regionais, e não tenho dúvida de que esse retorno vai ser fantástico”, diz. Um dos anfitriões do evento, o diretor regional em Uberlândia, Alexsander Gervásio, ressalta o fato de o Congresso possibilitar que o revendedor se prepare para o futuro: “O Congresso é muito importante para que desenvolvamos senso crítico em relação ao negócio daqui para a frente”. CICLO DE PALESTRAS Quem abre a programação do 13º Ciclo de Congressos Regionais é Dado Schneider. Graças a seu espírito inovador, o gaúcho foi considerado “um dos nomes imperdíveis” da versão brasileira da Campus Party – maior festival de tecnologia, empreendedorismo, ciência e disruptividade do mundo. Ele promete surpresas no formato da palestra “O mundo muda, a palestra muda”. “Precisamos ter disposição para enfrentar desafios e bom humor para lidar com questões complexas”, reforça. Outra presença de destaque é Marcelo Borja, graduado em Ciência da Informação, pós-graduado em Gestão de Pessoas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e consultor de grandes redes de postos no Brasil, cuja his-
tória promete inspirar a Revenda. Fato curioso é que ele começou a carreira como frentista, no interior de São Paulo, e, por isso, conhece muito bem o mercado de combustíveis. O 13º Ciclo de Congressos Regionais traz também o colunista da Revista Minaspetro e especialista em comportamento do consumidor, Roberto James. Ele vai falar sobre o tema atendimento ao cliente. E, encerrando a etapa de palestras, Arthur Igreja, nome consagrado no tema inovação, convidará os revendedores a refletir sobre a velocidade necessária no mundo que voa. (Confira a programação completa nas páginas 14 e 15). OFICINA DE GERENTES Os gerentes são colaboradores estratégicos para a Revenda, e, por essa razão, a novidade do 13º Ciclo é uma oficina dedicada a eles, que ocorrerá simultaneamente à programação. “Na Escola 360, que tem sido um sucesso, eles são a categoria mais engajada nos cursos. Essa oficina vem atender um pleito da Revenda por assuntos mais ligados ao dia a dia do posto”, revela o presidente do Minaspetro, Rafa Macedo. Professor da Escola 360, Jonathan Rocha vai tratar do seguinte tema “Como transformar as crises em uma orquestra de resultados práticos”. “Sem dúvida, os grandes maestros dos postos são os gerentes e encarregados de pista. Eles têm contato direto e contínuo com o cliente e com a equipe e precisam saber entregar os resultados que sua plateia/clientela espera por meio do seu time”, ressalta. O tema fiscalização será abordado por José Antônio Rocha, secretário executivo da Fecombustíveis. Ele vai falar sobre os principais processos para se evitar autuações por parte dos órgãos fiscalizadores que, além do prejuízo financeiro, podem levar ao fechamento temporário e até definitivo do estabelecimento em caso de reincidência. A Oficina de Gerentes traz também Cícero Lima, mais conhecido como Tom. A palestra dele tem o título “Descubra o segredo da gerência que pensa, faz e acontece.”
“O revendedor do interior vai sair do evento com uma bagagem excepcional de conhecimento.” RAFA MACEDO PRESIDENTE DO MINASPETRO
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CAPA
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FEIRA DE NEGÓCIOS Nos intervalos entre as palestras, os negócios vão estar em alta. A tradicional feira sempre traz os melhores fornecedores e serviços do mercado de combustíveis e é uma oportunidade para a Revenda. Vinte e duas empresas montaram estandes e prometem atender às expectativas dos revendedores mineiros por bons preços e parcerias. (Confira a lista das participantes na página 15). O 13º Ciclo de Congressos Regionais conta ainda com a presença do corpo jurídico do Sindicato, que vai tirar dúvidas no painel “A hora do Jurídico Minaspetro”; o bate-papo “De Revendedor para Revendedor”, com o presidente, Rafa Macedo, o vice, Ricardo Pires, e com o agora primeiro secretário, Carlos Guimarães, com mediação de Carlos Bispo, do portal Seu Posto de Gasolina e especialista em varejo de combustíveis. Para fechar o evento, um coquetel com música ao vivo e a participação especial do comediante Paulo Araújo prometem animar a Revenda mineira.
“Congressos são oportunidades de vislumbrar outros ângulos de visão.” IVAN BIONDI DIAS DIRETOR REGIONAL UBERABA
“O Congresso é muito importante para que desenvolvamos senso crítico em relação ao negócio daqui para a frente.” ALEXSANDER GERVÁSIO DIRETOR REGIONAL UBERLÂNDIA
COM A PALAVRA, OS PATROCINADORES “Sabemos da relevância de ter essa marca – Minaspetro – como parceira de negócios e de prestigiar o Congresso. O Minaspetro é um sindicato forte e realmente consolidado. Ter a oportunidade de patrocinar um evento desse porte é importante para alicerçarmos o segmento de combustíveis.” MARA LÚCIA SANTOS COSTA CEO DO GRUPO REVENDA
“Fazemos questão de patrocinar os eventos do Minaspetro porque eles levam à Revenda temas sempre muito oportunos. Temos o compromisso de, juntos, orientar os revendedores de combustíveis a estar cada vez mais bem preparados.” DANIELA DE PAULA GERENTE COMERCIAL/MARKETING DA PLUMAS CONTÁBIL
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“A participação no 13º Ciclo de Congressos Regionais é uma grande oportunidade de estarmos juntos ao Minaspetro somando, cada vez mais, ao desenvolvimento da Revenda mineira.” CLÁUDIO LUIZ NOBI MARIANI GERENTE-GERAL DA LBC
“Estamos muito felizes em participar pela segunda vez do Congresso e com expectativas de repetir o sucesso da última edição, em 2019. Entendemos que esta é uma excelente oportunidade de estarmos mais perto dos revendedores do interior, mostrando nossas premissas e ouvindo nosso público.” ADRIANA BRACALE DIRETORA DE MARKETING DA TOTAL ENERGIES BRASIL
Fazendo a diferença Arquivo pessoal
A Revista Minaspetro antecipou-se e bateu um papo com Borja, que vai apresentar a palestra “Fazendo a diferença na pista e na vida do posto”, um dos temas mais aguardados pelos revendedores. Sua última participação em um Congresso Regional foi em Caxambu, pouco antes do agravamento da pandemia. Esse retorno presencial é um alento para o mercado. Quais são suas expectativas para o evento? As mais altas possíveis, e confesso que estou contando os dias para acontecer. No pós-pandemia, passamos a ter acesso a plataformas de estudo e conteúdo que até então não estavam disponíveis. Em pouco mais de dois anos, fiz treinamento virtual para cerca de 8 mil pessoas. Foi algo inovador, muito prático, mas a transmissão de informação, o cafezinho do intervalo, a troca de contatos somente são possíveis em um evento presencial como o Ciclo de Congressos Regionais. E é um grande alento rever os amigos revendedores. Qual é a diferença que o revendedor tem que fazer na pista e na vida do posto? Acredito que o revendedor precisa buscar a excelência operacional do seu negócio. Não temos mais espaço para amadorismo ou improviso no nosso segmento. Desconheço as particularidades de outros ramos, vivo do posto há mais de 20 anos e posso afirmar com certa tranquilidade: nenhum segmento é tão complexo, tão fiscalizado e tão difícil de ser administrado como o nosso. A história mostra isso. A abertura do mercado em 1997, ou seja, há 25 anos, deixou uma imagem antiga, a qual muitos revendedores ainda se apegam, que é trabalhar com margem alta (mais de 19%) e vendendo apenas três produtos – gasolina, etanol e óleo diesel. Isso, a meu ver, foi uma péssima escola para as gerações futuras que ainda pensam que o negócio se resume a vender combustíveis e que a margem deve ser calculada em centavos, e não mais em porcentagem. Tem que se ter outra visão. Quais os principais pontos da palestra? Minha palestra se baseia em uma tríade que, acredito, após anos de trabalho e estudos, constitui o ponto inicial da busca pela excelência operacional, que se traduz em fazer a diferença na pista e na vida do posto. 1. Foco no cliente – Todas as ações do negócio devem priorizar, atender e superar as expectativas do consumidor final
2. Estrutura para seus colaboradores – Não é sábio priorizar meu cliente sem dar condições para que meu time se sinta capacitado, motivado e valorizado para realizar seu trabalho 3. Resultados do negócio – O cliente está feliz, quem trabalha comigo está feliz, mas o dono do negócio também tem que estar. E felicidade para ele tem um nome: lucro. Qual o diferencial que o revendedor deve ter? O revendedor deve ser antes de tudo alguém com visão de negócio e, sempre que possível, tem que mudar seus paradigmas. Muitas vezes, a resistência ao novo por um modelo de gestão que tem dado certo faz com que ele fique parado no tempo ou use frases do tipo: em time que está ganhando não se mexe. Acontece que o campeonato é longo, e pode ser que os métodos que o trouxeram até aqui não garantam os próximos cinco anos do seu negócio. Entender que, se você cuidar bem dos seus funcionários, eles vão cuidar bem dos seus clientes é uma das verdades que trago como experiência de vida. Todos os casos de sucesso que conheço entre revendedores de postos são os que dão condições de trabalho ao time, o capacitam por meio de treinamentos e estão mais presentes no seu negócio.
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CAPA
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9h - Abertura Welcome Coffee – Credenciamento e distribuição de material. Visitação à feira 09h15 – Hino Nacional
Oficina de Gerentes (evento simultâneo)
9h – Gerente Regente – Jonathan Rocha “Como transformar as crises em uma orquestra de resultados práticos”
10h – Em dia com a Fiscalização – José Antônio “Se tem ordem nos processos, tem progresso no posto”
11h – Comandos em Ação – Cícero Lima (Tom) “Descubra o segredo da gerência que pensa, faz e acontece”
9h30 – Palestra – DADO SCHNEIDER “O Mundo Muda, a Palestra Muda” 10h30 – A hora do Jurídico Minaspetro Bernardo Souto (Ambiental), Bruno Tourino (Tributário), Flávia Amaral (Compliance), Klaiston Miranda (Trabalhista) e Simone Marçoni (Metrológico) 11h45 – Intervalo para almoço
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13h30 – Palestra – MARCELO BORJA “Fazendo a diferença na pista e na vida do posto” 14 h – Palestra – ROBERTO JAMES (RJ) “O seu foco é a margem? Mesmo? Aproxime-se do cliente, priorize o atendimento e veja o seu resultado agradecer” 14h30 – Mesa redonda “De revendedor para revendedor”. Participação de Cadu, Rafa Macedo, Ricardo Pires Mediação – Carlos Bispo 16h – Intervalo – Visitação à feira 17h – Palestra – ARTHUR IGREJA “A velocidade de que você precisa em um mundo que voa” 18h30 – Coquetel 19h – Música ao vivo Jhonny & Fabrício Acústico (estilos variados) Participação especial do humorista Paulo Araújo
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NA REVENDA
Nº 150 – Maio 2022
Números
comprovam abuso Taxas cobradas por adquirentes de cartões subiram muito acima da inflação nos últimos 12 meses, e Pix já é visto como saída para manutenção de margens mínimas de lucratividade
“A
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hipótese que considero é a seguinte: como boa parte dos consumidores tem aderido a outra modalidade de pagamento, as adquirentes, de forma deliberada, decidiram majorar seus custos muito acima da inflação para manter a lucratividade, em prejuízo da Revenda. Não vejo outra explicação para o fato de o centavo por litro ter subido tanto nos últimos 24 meses”, afirma um revendedor de combustíveis, que prefere não se identificar. Faz sentido. Afinal, o fato de as transações se darem rapidamente e de forma segura e serem isentas de custos tem feito com que, de alguns meses para cá, muitas pessoas deem preferência à ferramenta Pix para pagar suas despesas. Para os postos, por sua vez, esta tem sido uma alternativa interessante para driblar o abuso praticado pelas adquirentes, conforme os números revelam.
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Para se ter uma ideia, enquanto o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) – indicador calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro da inflação no Brasil – variou 15,56% no acumulado entre os meses de abril de 2021 e março de 2022, no mesmo período, o preço do litro da gasolina subiu 27,1% (de R$ 5,94 para R$ 7,55) em Minas Gerais, o que fez com que o montante arrecadado pelas adquirentes aumentasse. Como se isso não bastasse, no último ano elas reajustaram as taxas cobradas para utilização das maquinetas, ao passo que a margem de lucro auferida pelos revendedores permaneceu estacionada. Não por acaso, nos últimos meses, a diretoria do Minaspetro se reuniu por diversas vezes com praticamente todas as empresas adquirentes de cartão na tentativa de frear o avanço das taxas, especialmente diante da queda significativa das margens de lucro da Revenda. Concretamente, porém, o esforço resultou em praticamente nada, segundo Fernando Azevedo Ramos, diretor da entidade. “Volta e meia, chamamos as adquirentes para conversar na expectativa de alcançar uma negociação vantajosa para os postos, embora não nos seja facultada a possibilidade de negociar em nome de todos eles. A alternativa que temos é nos reunir com determinada empresa e buscar condições mais favoráveis para nossos associados, aproveitando o fato de que eles são muitos e do potencial de divulgação que temos em mãos. Os resultados, no entanto, não têm sido favoráveis, uma vez que cada rede ou posto possui uma realidade própria, que difere a depender do porte e da região em que se encontra”, explica o dirigente sindical. Por esse motivo, as negociações se dão de forma individualizada. As adquirentes, por sua vez, reservam os contratos mais vantajosos às redes e postos com maior potencial de venda. Ao mesmo
tempo, é comum a tentativa de impor à Revenda cotas mínimas de faturamento, como é o caso da Cielo, que, recentemente, obrigou um posto de combustíveis mineiro a recorrer à Justiça para não ter o contrato executado por não ter alcançado determinado volume – até a conclusão desta edição, a ação ainda tramitava. Alegação semelhante, ainda de acordo com o diretor do Minaspetro, foi utilizada tempos atrás pela Stone, que, após ter se comprometido a praticar determinada taxa, elevou-a de forma unilateral com a justificativa de que os postos não vinham atingindo o volume esperado quando da assinatura dos contratos. Tudo isso sem citar a tentativa de algumas adquirentes de condicionar o valor das taxas à manutenção de conta corrente nas instituições bancárias a que estão ligadas. “Isso ocorreu, por exemplo, com o Safra Pay, que, em troca de taxas mais favoráveis, exigiu que os revendedores mantivessem contas no banco Safra. Ocorre que o custo de manutenção de uma conta-corrente no Safra é elevado, sem contar o fato de que o banco dispõe de apenas duas agências em Minas Gerais, ambas localizadas em Belo Horizonte”, conta. Ele observa que a prática, no entanto, se estende a outras adquirentes, como a Get Net, ligada ao Santander; a Cielo, ao Banco do Brasil e ao Bradesco;
e a Rede, ao Itaú. Já o Pag Seguro, que também se propôs a negociar com o Minaspetro, segundo relatos de revendedores, não repassou aos postos todos os créditos previstos, “o que nos obrigou a tratá-lo com a devida cautela”, acrescenta o dirigente. SAÍDA Para o diretor do Minaspetro, diante da intransigência demonstrada pelas adquirentes, a saída para os postos está na disseminação do Pix. Isso porque, além de a transação ser isenta do pagamento de taxas, não envolve o uso de maquineta, outro motivo de dor de cabeça para muitos revendedores, tendo em vista os golpes recentemente registrados, que, inclusive, têm se sofisticado, conforme alerta publicado na última edição da Revista Minaspetro. “Não quero dizer com isso que do ponto de vista comercial o cartão de débito/crédito tenha deixado de ser importante para a Revenda. Ao mesmo tempo, não tenho dúvida de que o Pix resolveria mais de um problema que enfrentamos atualmente”, observa. Para ele, é fundamental, entretanto, que, antes de fechar qualquer negociação, o revendedor consulte no mínimo três empresas, uma vez que as taxas cobradas pesam significativamente nos resultados do negócio. “E, a depender da condição da rede ou do posto, o revendedor pode obter melhores taxas. Como frisei anteriormente, cada caso é um caso”, conclui.
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Nº 150 – Maio 2022
Minaspetro/Arquivo
NA REVENDA
Mais “fôlego” para troca de bombas Minaspetro obtém nova vitória em pedido para estender prazo, mas cronograma do Ministério do Trabalho para contenção de vapores não muda
O
Inmetro atendeu ao pleito do Minaspetro e estendeu o prazo para troca ou adequação de bombas de combustíveis, medida que tem o intuito de prevenir possíveis fraudes metrológicas. As trocas vão começar pelos equipamentos fabricados até 2004, e o cronograma foi estendido até 2024 – anteriormente, o prazo previsto era junho de 2023. A Revenda deve
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se manter atenta, porém, ao prazo para instalação de sistema de contenção de vapor de benzeno – que é regulado pelo Ministério do Trabalho e Previdência –, que não foi alterado. No dia 20 de dezembro do ano passado, o Departamento Jurídico Metrológico enviou ofício ao Inmetro solicitando que os prazos dados à Revenda fossem prorrogados, uma vez que não há no mercado
brasileiro bomba aprovada pelo órgão federal que atenda às novas exigências contidas no Regulamento Técnico Metrológico (RTM). O documento especifica uma série de inovações tecnológicas para as bombas de combustíveis, entre as quais a presença de um software que exige criptografia, para zelar pela segurança dos equipamentos medidores e, com isso, reduzir a possibilidade de fraudes. O custo
da troca, no entanto, é elevado, o que preocupa os revendedores, tendo em vista as apertadas margens a que os postos estão submetidos. O argumento apresentado pelo Sindicato foi atendido pelo Inmetro por meio da Portaria 159, publicada no último dia 4 de abril, que prorrogou os prazos para a Revenda. A nova portaria entrará em vigor no dia 1º de junho de 2022. O Departamento Metrológico salienta que tanto a Portaria 559/2016 bem como a Portaria 159/2022, que a substitui, permitem a adaptação dos equipamentos antigos, de modo a atender aos requisitos do novo RTM. “Porém, antes de submeter a bomba à adaptação, é preciso requerer aprovação prévia do Inmetro. É muito importante que a Revenda avalie com muita cautela se é possível proceder à adequação, bem como se os custos para adaptar os equipamentos aos novos critérios serão menores do que o de um novo equipamento”, instrui a advogada Ana Violeta Guimarães. Ela acrescenta que, em contato prévio com empresa mantenedora, o Minaspetro foi informado de que para alguns modelos mais antigos não será viável a adaptação da bomba. Isso porque não haverá empresas estruturadas e com capacidade técnica para promover a adequação de cada um dos tipos de equipamentos, sobretudo os mais obsoletos. “Já para os modelos acessíveis à adaptação (bombas não tão antigas), será necessário que o revendedor faça o cálculo para verificar se compensa adequar ou trocar o equipamento”, ressalta.
“É muito importante que a Revenda avalie com muita cautela se é possível proceder assim, bem como se os custos para adaptar os equipamentos aos novos critérios serão menores do que o de um novo equipamento.” ANA VIOLETA GUIMARÃES ADVOGADA DO DEPTO. JURÍDICO METROLÓGICO
Outra modificação que cabe destacar é que, a partir de 15 de dezembro de 2022, qualquer estabelecimento autuado pelo Inmetro por fraude em bomba deverá substituir imediatamente o equipamento por outro que atenda ao RTM. A Portaria 559/2016, que permanecerá em vigor até 31 de maio deste ano, menciona que apenas as bombas aprovadas pela Portaria 23/1985, nas quais forem identificadas fraudes, devem ser substituídas. Com a nova regulamentação, entretanto, qualquer equipamento encontrado no mercado terá que ser substituído caso uma fraude venha a ser detectada.
21 de setembro deste ano para equipamentos fabricados até 2004. A Portaria 427/2021 do órgão estabeleceu que todas as bombas do Brasil possuam contentores de vapor, a fim de diminuir a exposição do trabalhador ao benzeno na pista de abastecimento. “Não deve haver mais prorrogação. Aqueles revendedores que não trocarem os equipamentos poderão, após o prazo, ser autuados e multados”, adverte o advogado do Departamento Jurídico Trabalhista, Klaiston Soares. O Ministério foi procurado, mas, até o fechamento desta edição, não havia se posicionado sobre uma eventual prorrogação do prazo.
MINISTÉRIO DO TRABALHO É importante salientar que o prazo estendido diz respeito somente à exigência do Inmetro. Para o Ministério do Trabalho e Previdência, que é o órgão responsável pela legislação relativa à contenção de vapores, segue valendo a troca da bomba ou adaptação até
CRÍTICA AO SISTEMA DAS BOMBAS O Departamento Jurídico Ambiental do Minaspetro tem uma posição crítica em relação ao sistema de contenção de vapor adotado no Brasil e há alguns anos faz um trabalho político-institucional junto ao poder público para tentar modificar a legislação. Conforme explica o advogado Bernardo Souto, já existe uma tecnologia no mundo – utilizada para a de contenção de vapor em carros –, cuja eficiência (98%) foi atestada nos EUA. Ao mesmo tempo, estudos internacionais apontam que a contenção de vapor em bombas gira em torno de 65% a 70%. “O sistema não é eficiente, vai gerar custos e necessidade de manutenção e mais obras numa área crítica – assim o posto é classificado. Quando se compara a tecnologia do Estágio II (de bombas) com a ORDR (de carros), esta é infinitamente superior. Por que não focar
CONFIRA O CRONOGRAMA ANO DE FABRICAÇÃO
ANO DA ÚLTIMA VERIFICAÇÃO DO IPEM/MG
De 2019 a 2022
2033
De 2016 a 2018
2030
De 2012 a 2015
2029
De 2008 a 2011
2028
De 2005 a 2007
2026
Até 2004
2024
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NA REVENDA
Nº 150 – Maio 2022
o que já é atestado por outros países? Tem muita coisa nova, e a tecnologia do Estágio II não avançou”, ressalta. Bernardo ainda questiona: “Em outros países essa tecnologia está em desuso. Se temos a opção de aprender com a experiência dos outros, por que não o fazemos? O mundo está aprendendo que recuperar vapor em carro é muito melhor, e temos a opção de escolher entre as duas.”
Minaspetro fechou parceria com a Bamaq Consórcio para revendedor que quiser adquirir bombas de combustíveis.
Curso sobre contenção de vapores Normas do Inmetro e do Ministério do Trabalho e, no meio delas, o revendedor. O cronograma oficial exige que bombas de fabricação anterior a 2004 já contenham o dispositivo de contenção de vapores em setembro deste ano. Mas como é feita essa adaptação? Quanto custa? É viável trocar? Para levar conhecimento à Revenda, a Escola 360 promoveu o curso gratuito “Contenção de Vapores”, ministrado pelo especialista Laércio Lopes, da PL Consultoria. Para o especialista, as principais orientações para a Revenda são manter contato com o fabricante da bomba de abastecimento e se certificar se o mais viável é adaptá-la ou trocá-la, além de contratar um instalador certificado pelo Inmetro para as obras de adequação das tubulações de retorno de vapor captado e da tubulação de respiro do tanque de armazenamento. Sobre custos, não há uma esti-
mativa conclusiva. “É difícil dizer quanto custará o sistema de recuperação, pois isso depende de uma série de adaptações, que variam de posto para posto. Para recuperação de vapor Estágio II, será necessário quebrar a pista para puxar uma tubulação que vai interligar o respiro no sump do tanque até o sump da bomba de abastecimento, paralelamente à tubulação de condução do líquido”, reforça Laércio. Ele afirma que os dois maiores fabricantes do Brasil são empresas multinacionais que estão aptas a fazer a instalação do sistema de contenção de vapor. “Eles já fazem esse tipo de adequação em outros países”, reitera o consultor. Para ele, a dificuldade técnica da adaptação é “pequena” e o maior problema poderá se dar na aprovação do modelo da bomba, uma vez que o processo deve ser conduzido exclusivamente pelo fabricante da bomba junto ao Inmetro.
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MEDIÇÃO
PRINCIPAIS PRAZOS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DE VAPOR – ESTÁGIO II
1. Todos os postos com emissão
de alvará de construção (ou documento similar), a partir de 22 de setembro de 2019
2. Todas as bombas de abastecimento
ELETRÔNICA
E MONITORAMENTO
DE VAZAMENTO
ATENDE MINISTÉRIO DO TRABALHO MODELO MTV1-T Acesso remoto mobile
Painel de Controle
adquiridas a partir de 1º de janeiro de 2020
3. Bombas fabricadas antes de 2004 – até 21 de setembro de 2022. Demais prazos estão na portaria do MT
Antecipando-se aos novos custos que a Revenda vai ter com a troca de equipamentos para adequá-los às legislações do Inmetro e do Ministério do Trabalho, o Minaspetro já havia fechado uma parceria com o Grupo Bamaq no ano passado. Empresa com quase 50 anos de tradição nos setores automotivo, de consórcio, de seguros e de imóveis, a Bamaq Consórcio formatou um modelo de negócio para o associado. O diferencial, além da taxa de administração menor do que a praticada no mercado, é que o revendedor poderá, após o 12º mês de adesão, optar por adquirir a bomba, com um financiamento associado, sem a necessidade de aguardar ser contemplado por sorteio ou dar lance. A parceria também disponibiliza outros produtos e grupos para atender às necessidades de gestores, gerentes e funcionários dos postos, como aquisição de motos, veículos, imóveis, eletrônicos, pneus, caminhões, tratores entre outros.
“Criamos o grupo Equipamento Planejado, exclusivo para os associados do Minaspetro, para aquisição ou troca da bomba de combustível em condições que ele vai encontrar somente aqui”, explica o CFO do Grupo Bamaq, Píndaro Luiz de Sousa. Além da taxa de administração menor, o revendedor que aderir poderá financiar o valor do saldo devedor para a entrega antecipada do equipamento em condições exclusivas. Os créditos disponíveis nesse grupo variam entre R$ 40 mil e R$ 80 mil. No dia 7 de abril, foi realizada uma reunião de alinhamento entre a Bamaq Consórcio e os assessores comerciais do Minaspetro para apresentação dos produtos, das vantagens, da estratégia de atuação e dos canais para melhor atender à Revenda. Os assessores do Sindicato também estão aptos, a partir de agora, a orientar os revendedores sobre a aquisição de bombas de combustíveis.
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GOTAS
Nº 150 – Maio 2022
Mais informações sobre self-service Site do Minaspetro entrevistou o responsável da rede Mime por vitória jurídica em Santa Catarina, Gabriel Wulff
O
mercado varejista de combustíveis se movimentou com a autorização concedida pela 1ª Vara Federal de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, para que os postos da Rede Mime comecem a operar por meio de autosserviço, ou seja, sem a presença do frentista. O site do Minaspetro trouxe com exclusividade uma entrevista com o diretor-executivo da Rede Mime, Gabriel Wulff, para falar sobre como ele está pensando em iniciar a operação de autoabastecimento, os desafios de tecnologias que precisam ser pensados e comentar temas polêmicos: “A verticalização pode acontecer mesmo sem self-service. Na nossa rede, apenas 45% da equipe são de frentistas. A complexidade da quantidade de pessoas não vai gerar atratividade por este movimento, continuamos sendo um grande em-
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pregador. Uma companhia pode aportar dinheiro em uma empresa separada e operar os postos que ela ostenta bandeira, por exemplo. Isso já acontece. Penso que a companhia vai querer verticalizar no momento que for atrativo. Entes de fora podem vir e sentir que o mercado é interessante, acredito que competitividade e verticalização podem acontecer com ou sem self-service, não penso ser um facilitador.”
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ARTIGO
Nº 150 – Maio 2022
Ser self ou não ser, eis a questão! Arquivo pessoal
O self-service mexe com a cabeça de muitas pessoas do segmento da Revenda de combustíveis por ser desconhecido – e não está claro como o consumidor irá se comportar diante dele
Roberto James Especialista em comportamento do consumidor @canaldoerrejota Canal do ErreJota
Importante lembrar que, recentemente, houve um alvoroço em razão da mudança da política de preços da Petrobras. Imagine um mercado guiado por previsibilidade histórica, em que se registrava um ou dois aumentos anuais, mudar em pouco tempo para a PPI – política de paridade internacional? Logo, a adaptação da Revenda a ela demorou um pouco, mas chegou, apesar de ainda incomodar um pouco. Ao contrário da PPI, o autoatendimento não vai trazer uma
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mudança drástica e disruptiva em pouco tempo. O maior medo da Revenda é a tal da verticalização. O que é isso? É a possibilidade de que as distribuidoras possam administrar postos de combustíveis, se tornando concorrentes desiguais dos revendedores tradicionais e de novos entrantes. Essa possibilidade já acontece. Estamos no Brasil e sabemos que muitas distribuidoras operam postos como forma de resolver algumas questões como recebimento de dívidas, manutenção de ativos adquiridos, necessidade de expansão em áreas novas, entre outras. Claro que as brechas na lei permitem que isso aconteça. A questão, portanto, é: se elas já operam, por que o mercado ainda não foi verticalizado? QUAL EMPRESA DO MUNDO OPERA DOS INSUMOS AO VAREJO? Não precisamos ir longe para encontrar exemplos no Brasil. A verdade é que para uma empresa crescer há dois caminhos: ou ela aumenta ativos ou compartilha sua expertise via franquia. As distribuidoras operam dessa forma. Cuidam do macro e elegem os revendedores para alavancarem o micro, ou seja, o varejo. É evidente que essa possibilidade pode ser pensada ou até utilizada pelas distribuidoras, mas a verdade é que não é só a questão dos recursos humanos que impede a verticalização, mas a localização de cada bairro, ci-
dade e região. Estratégia de macro não cola em micro. Exemplos como JBS, Ambev, Guararapes, entre outros, estão aí para provar o que digo. Pode-se dizer que o self-service não será um grande diferencial na verticalização. Operar de ponta a ponta não é tão lucrativo quanto se pensa, principalmente no Brasil. Veja o caso das multas ambientais: você sabia que muitas delas são calculadas com base no capital social da empresa? Consegue imaginar uma distribuidora recebendo uma multa por um posto localizado na cidade de Igarapé/MG? Já pensou quando o fiscal do IBAMA descobrir que se trata de um posto próprio de uma grande distribuidora? Imagine todo o impacto das altas de preços, que hoje passam desapercebidos pelas distribuidoras, e que passarão a ser o foco dos consumidores, que já têm o pé atrás com as grandes corporações? Ou seja, o autoatendimento não resolverá todos os percalços decorrentes da verticalização – isso está claro. Será que a verticalização só tem um lado ruim? Não! Há questões a considerar como margem, market share, domínio de mercado, previsibilidade de compra de insumos, entre outros. A questão é: qual a forma mais barata de se ter isso? Bandeirando postos! Tal conduta, além de ser mais simples, demanda menos esforço e, como se vê hoje em dia, as distribuidoras estão nadando em boas margens enquanto a Revenda se preocupa com a verticalização.
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