Revista Minaspetro 150 - Maio de 2022

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NA REVENDA

Nº 150 – Maio 2022

Números

comprovam abuso Taxas cobradas por adquirentes de cartões subiram muito acima da inflação nos últimos 12 meses, e Pix já é visto como saída para manutenção de margens mínimas de lucratividade

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hipótese que considero é a seguinte: como boa parte dos consumidores tem aderido a outra modalidade de pagamento, as adquirentes, de forma deliberada, decidiram majorar seus custos muito acima da inflação para manter a lucratividade, em prejuízo da Revenda. Não vejo outra explicação para o fato de o centavo por litro ter subido tanto nos últimos 24 meses”, afirma um revendedor de combustíveis, que prefere não se identificar. Faz sentido. Afinal, o fato de as transações se darem rapidamente e de forma segura e serem isentas de custos tem feito com que, de alguns meses para cá, muitas pessoas deem preferência à ferramenta Pix para pagar suas despesas. Para os postos, por sua vez, esta tem sido uma alternativa interessante para driblar o abuso praticado pelas adquirentes, conforme os números revelam.

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Para se ter uma ideia, enquanto o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) – indicador calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro da inflação no Brasil – variou 15,56% no acumulado entre os meses de abril de 2021 e março de 2022, no mesmo período, o preço do litro da gasolina subiu 27,1% (de R$ 5,94 para R$ 7,55) em Minas Gerais, o que fez com que o montante arrecadado pelas adquirentes aumentasse. Como se isso não bastasse, no último ano elas reajustaram as taxas cobradas para utilização das maquinetas, ao passo que a margem de lucro auferida pelos revendedores permaneceu estacionada. Não por acaso, nos últimos meses, a diretoria do Minaspetro se reuniu por diversas vezes com praticamente todas as empresas adquirentes de cartão na tentativa de frear o avanço das taxas, especialmente diante da queda significativa das margens de lucro da Revenda. Concretamente, porém, o esforço resultou em praticamente nada, segundo Fernando Azevedo Ramos, diretor da entidade. “Volta e meia, chamamos as adquirentes para conversar na expectativa de alcançar uma negociação vantajosa para os postos, embora não nos seja facultada a possibilidade de negociar em nome de todos eles. A alternativa que temos é nos reunir com determinada empresa e buscar condições mais favoráveis para nossos associados, aproveitando o fato de que eles são muitos e do potencial de divulgação que temos em mãos. Os resultados, no entanto, não têm sido favoráveis, uma vez que cada rede ou posto possui uma realidade própria, que difere a depender do porte e da região em que se encontra”, explica o dirigente sindical. Por esse motivo, as negociações se dão de forma individualizada. As adquirentes, por sua vez, reservam os contratos mais vantajosos às redes e postos com maior potencial de venda. Ao mesmo


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