The Scientist Writes a Letter Tom Verlaine
It’s snowing again, seems like it’s always snowing. Sit down to write and it’s so cold.
The winter is here Cassiano Viana
Sabe-se do mito, aquilo que dizem dos esquimós e um número improvável de termos para nomear a neve, algo entre sete e quatrocentas palavras. É inverno. Por fora, não está lá tão frio. Mas do lado de dentro, a temperatura caiu muito nos últimos dias e já ameaça a dignidade dos ossos. e como diz o poema: Passaram quase todos os dias frios de dezembro e a saudade não, não passa. O inverno chegou O inverno foi embora O inverno virá O inverno está aqui
Vapor Juliana Amato
Fazia tempo que não escrevia, nada, nem um verso Como se esperasse o fim do inverno, é o começo Como se buscasse palavras acertadas, mas distraio Como uma janela embaçada, do outro lado um rosto — O seu – imóvel, impassível, perscruta – seu rosto de pedra: Meu texto oculto à espera Quero tocar o que existe (o seu rosto) além do vidro Mas o silêncio, esse vento, anuncia perigo.
Sin Alice Turnbull
Alexandre Sant’Anna
Dois Irmãos
Carol Azevedo
Eva nas RuĂnas do Patriarcado
uma parte do céu geral chovia solitário embarque porto inseguro incerto incesto insolúvel cafeína tenho medo de me acostumar a você agradável tardinha (in)sensível demais morangos na pia pingam corações de galinha caipira no céu.
Pequeno Guia da Saudade Antecipada - Capítulo IV Aline Miranda
Raissa de Goés
sem título
Cinzas de Segunda Haydée Lima
De uma hora para a outra perdi-me dos passos que vinham atrás do que sou. Encontrei-me quase que instantaneamente no corpo ao lado, que diria em outros tempos, ser mais do tamanho do meu. Para que um fosse, ela precisou chegar. Mesmo que nada impedisse ser a troca de um incômodo por outro, aceitei os termos e abracei os riscos. Eram outros olhos, no fim das contas. Grandes e penetrantes. Disseram-me mais do que a boca, até que cheguei aos lábios. Se foram noites longas, passaram-me invisíveis. Depois da primeira vez que ela foi, só sustentei possibilidades imaginárias de mudanças de plano ou de apartamento. Voltou mais algumas, com o pretexto de meras saudades ou do frio que fazia lá fora. Acolhi o que pude, mas esqueci as pontas das minhas convicções entre o sorriso junto às covinhas e o som da sua risada embriagada. Já não lembrava o que eram aqueles ombros descobertos na cozinha cheirando a café nas manhãs de junho. As conversas de liquidificador viraram silêncios telepáticos madrugada a dentro. E é claro que uma hora chegaram as frases completas, sem forma alguma de meias interpretações. Era o que era, e ponto. Daqui, vejo sumir aquela esquina. Nem faz tanto tempo, mas recolhi-me ao calor de mim. Entendo que os dias estejam curtos em algum espaço do esquecimento, mas por aqui neva. E aí vim trocando o sol pela lua numa forma de não vê-la. E de todas as tentativas frustradas, sentei-me com os pés suspensos. Deixei que doesse. Que doessem as noites, a falta, os bilhetes na geladeira e as chaves atrás da porta. Vim parar no cheiro dos lençóis e na substância doce da sua fala. Quantas estações serão necessárias para abafar essa música nesse complexo vasculhar de mim? Trinta cigarros depois da primeira decepção a gente acaba se acostumando ao sabor. Então deixo que leve anos ou a infinidade do curto espaço de um segundo. Porque faça o frio que fizer por entre as brechas da janela onde está estampado
teu sorriso, em algum momento vou me apaixonar por outra primavera. E mesmo que caia em Abril, eu mudo o disco, a mesa de lugar, a roupa das gavetas e nada se parecerá com suas linhas. Nem mesmo as trinta e sete cartas, que ficaram guardadas na tentativa de não entregá-la, assim de mão beijada, o meu amor, serão perdoadas. Salvo a última garrafa de vinho do armário e os gramas de alecrim em cima da pia. Esses junto ao cheiro de tabaco e incertezas vespertinas formam o que não vou me desfazer sobre ela. São as únicas coisas que sobraram ou pertencem só a mim. Chame de egoísmo quem assim inspirar. A vernácula fórmula não pode ser expressa. Só a quem viveu e sentiu a tal proporção em que pude acessá-la. Somos inteiros substrato do que ontem deixamos morrer. Lá fora, ela chove. Aqui dentro, vive.
Inferno Jonas Sá Diz-se do inverno: Dias frios, chuvosos. Diz-se que se come mais, que as pessoas tomam menos banho e que é a estação que se perdeu na estrada Rio-São Paulo. É sabido que a gente do hemisfério sul acha que inverno maneiro é no hemisfério norte. No hemisfério norte dizem que inverno maneiro é na puta que te pariu. No inverno é mais difícil sair da cama e os narizes e a internet ficam congestionados. Mas fodam-se os narizes. Precisamos dar um remédio para a internet. O inverno sobrecarrega a internet e ela vira uma febre muito quente. As pessoas se vestem melhor e o instagram fica mais elegante. As pessoas fariam mais sexo no inverno porque elas ficam mais em casa, mas tirar a roupa causa frio e todos precisamos cuidar da internet, então não. Estou me sentindo muito gordo pra tirar a roupa na internet. É inverno. As pessoas serão tão frias com vão esnobar as minhas fotos. (ufa, essa foi por pouco) Há essa noção de que o inverno é uma época difícil. Muitas metáforas onde o inverno significa uma etapa dura, triste. Meu inverno está sendo duro, triste. Mas a culpa não é do frio do inverno. Não estou triste porque as praias estão vazias. Não estou triste por causa das poças de água e de lama. Não estou triste por causa dessa taça de vinho nem do meu shape esvoaçante tracejado pelas gotas da chuva. O inverno é o bode. Meu coração na grelha, meu amor. Ontem chorei por 28 minutos e acho que detestaria um céu azul marejado com a minha dor. O frio é parecido com tristeza porque te faz focar no que importa e não dar espaço pra tolices. A não ser que seja algo no Netflix. No inverno se assiste mais Netflix e, por falta de coisas novas, as pessoas encaram mais as séries escrotas e filmecos que evitaram durante o verão. Tua boca quente e molhada envolvendo meu pau no frio do inverno é demais. É romântico e delicioso. Mas cadê tua boca vermelha no azulão do ar? Cadê teus olhos entrando nos meus por trás do arrepio da pele do meu peito, dos meus braços e da minha barriga? No inverno a tinta dos quadros e o bico dos peitos ficam mais pontudos. - Why the long face? - É inverno. p.s: foi golpe sim. Tá sendo.
Sobre a Gravidade, Astronautas e Estrangeiros Carla Oliveira
o astronauta Sergei Krikalev estava em uma missão no espaço quando a União Soviética caiu ele teve que ficar 803 dias, 9 horas e 39 minutos no espaço até a situação se acalmar e o trazerem de volta Krikalev que tinha um nome adequado para um astronauta se tornou um sem pátria – o que todos nós somos – e como é bonito terem inventado o nome Krikalev nota: ler novamente O estrangeiro, mesmo com todos os encalacres porque você me fez gostar de ser amado com gravidade e quando viajávamos nos confundiam com italianos nós nunca vamos à Itália vieram me buscar às 7 da manhã trouxeram uma mala para que eu pudesse levar as minhas coisas lembro que me comovi quando você desenhou o refugiado dentro de
uma mala o refugiado era a mala e eu me dobrava para caber me protegeram num saco de tule que continha feno porcas sem parafusos e corações de galinha tinha eu e você ali e o ponto de ônibus da rua que era nossa que de acordo com o sol o lixo ou o caminhão de lixo o ponto de ônibus se movia ao sinal de qualquer indesejável interferência o ponto algo fixo uma referência ele se mudava podia ser o sol ou o lixo
Ressureição Aromática Leïlah Accioly
iBroke Wilson Oliveira
Descrenรงa, 2017 Ana Cavalieri
Sillas Henrique
Mini Trip
Camila Moura
Playa
Lulworth Cove Francesca Angiolillo
Na costa de Dorset há um lugar perto de uma pequena baía “cove” se chama o acidente geográfico Lulworth Cove algo assim como baíazinha sonolenta quão adorável seria pois tão inglês é o adjetivo adorável eu e você no quarto tão inglês do b&b com o nome do mais inglês dos poetas nossas caminhadas marinhas em jejum de manhã cedo depois da cama e à tardinha antes da cama seriam um perfeito lullaby em Lulworth Cove oh wouldn’t it be adorable?
Rumo ao desconhecido Roberta Tostes Daniel Há uma tribo em Papua-Nova Guiné que fabrica suas próprias ilhas arquipélagos na extensão de um mangue. Seus habitantes retiram do fundo das águas as raízes das vegetações fluviais dispersando-as por sobre a camada de terra leve que se sustenta fragilmente à superfície. O traçado de linhas brancas que se vê com o Google Earth revela o que talvez seja uma tradição milenar. Descobrir tradições milenares em canais televisivos como no curso de um rio: guardar certas imagens. Querer escrever sobre o inverno. Imaginar o inverno na Oceania, o inverno em Papua-Nova Guiné, o inverno naquelas ilhas fabricadas por mãos humanas, talvez milenares. Lamentar ser um corpo tão limitado se orgulhar deste corpo tão limitado
entre paredes vermelhas e simetrias azuis de onde escapa o céu de Julho. Nuvens fosforescentes ao meu dia depois pesadas, que nem ilhas mas não leves. Ler um poema de Ana Estaregui um determinado poema que também impregna minha memória afetiva que fala do som elíptico de island sobre resistir às águas, “tuas águas”. Ser ilha, invernar a delicada estrutura de um corpo que se resfria há vários dias que pensa em ilhas, caça brechas de sol, treme ao vento mais leve a um punhado de temperatura mais baixa. Pensar que o inverno não é um estado de espírito mas uma condição topográfica como as ilhas mais do que climática e que tudo que se queda é de certa forma ilha e o que se sustenta é só o fino e passageiro cair de uma coisa a outra: o curso de um rio o ritual de um mangue mãos milenares que não sei que inverno escavam. Pensar que sob este céu de Comendador Soares entre paredes vermelhas e simetrias azuis fabrico meu próprio inverno por que não, minhas ilhas? Pensar que elas também se estendem como vegetais, por minhas palavras.
PedroM
sem tĂtulo
Mulher Malevich Yasmin Nigri Sua inconsistência é muito consistente. Uma vez a perguntei: - Por que você faz se é impossível? - Porque é interessantíssimo. Ela se diz livre como as cores quando finalmente liberadas pelos abstracionistas. Ela é a coisa mesma E eu a mesma coisa. O que realmente é visto quando se vê? Uma mulher Malevich ultrajantemente livre. Já não sei se posso me abrir o suficiente. Uma vez me chamaram agressiva agressiva. Ela veste branco E lembra os dias de escola em que eu me cortava. Ela diz me beija e o coração levanta vôo.
Sergio Werner
Nuit
L’obscurité de Cette
Neige J’entends dans
qui Cassent sous la
Le Bruit des Branches
Bergman Mood​ Francisco Eberling
Paula Gicovate A velhice dos meus pais é o relógio da minha data de vencimento correndo. A casa da minha infância amarelada, o papel de parede de flores mofado, a cama grande agora pequena, tudo isso me encara a retina enquanto eu penso se devo ou não amar você. Minha avó segura na minha mão e me diz que você é um anjo, minha mãe questiona se eu vou conseguir te amar pra sempre ou não, os portaretratos reconstruídos com fotos atuais das subfamílias da minha família comprovam a teoria do meu avô: “se não der certo, separa”. Eu tão machucada, mas ao mesmo tão nova nesse negócio de amor tô aprendendo aos poucos a entender que acaba, relacionamento e vida, e as vezes fico aqui paralisada vendo a casa da infância ruir junto com a pele do corpo dos meus pais, e do meu, enquanto seguro a chave do apartamento sem saber se te dou ou não. Eu achava que o mundo e nós acabaríamos junto. Isso quando “nós” ainda éramos eu e o outro, quando eu achava que amor era uma escolha de um dia, que nos outros eram só afirmação, algo que você decide se sim ou se não, e se a resposta for positiva, seguirão juntos até o fim dos dias. (Mas o fim chegou inesperadamente num domingo solar, eu fui inverno até você aparecer.) É difícil ter fé de novo no amor, penso nisso enquanto vejo a vida correr comigo correndo ao lado feito maratonista, para aproveitar o tempo que me resta junto aos meus. Então topo, vamos juntos, de novo, insistentes nesse lance de amor. Meu prazo de validade está correndo, “se não der certo separa”, o importante é ter memórias para contar para os netos na casa amarelada da infância deles, sendo personagem da melancolia de outra pessoa, que vive para tentar repetir as coisas que você já viveu.
Proteção para dias turbulentos Yuli Anastassakis
Bel Petri a essa altura depois de toda aquela chuva que ainda não tinha parado e me conservava agradecida em casa trabalhando dia e noite feito uma formiga marinha desenvolta e frutífera sabendo que preparava os túneis cheios de comida pra uma estação que gostaria de adiar mais um pouco -- eu já sentia como se tudo molhado, uma camada vinte centímetros acima do meu rosto tivesse ensopado os panos de prato e os de chão velhos e cheios do negror de uso duma casa razoavelmente alegre e eles unidos feito uma colcha que se liga pelas arestas sobrepostas fizessem um anteparo translúcido, talvez uma coxia, que separava parcialmente o espaço entre nós mesmos e os acontecimentos pontuais e felizes que minha memória tinha escolhido guardar por cima da pilha dos outros, os feios: jantar com tio à meia luz na cidade histórica - um bebê gordo atravessa nosso antepasto de polvo, sorrindo de sono. massagem com sebo de carneiro e cânfora em quatro pés, seguida de quatorze horas de sono compartido na terceira melhor cama da história. a estrada sagrada com os lobos guarás escondidos por todo canto, vigiando nossa passagem que calou rádio e bocas como se fosse contar um segredo muito antigo. minutos imediatos antes e depois do encontro na curva da massa feita de gente brilhando no escuro, avisado por todos os diabretes de época que sabiam o que sabíamos e queríamos: era questão de minutos e curva certa, no bairro das ruínas crescentes, ossos pulando das covas nos meio-fios, num determinado e nunca esquecido fevereiro. tudo estava pra sempre em conserva imediatamente debaixo do rio de panos empapados, pra sempre, até chegar o limo, o musgo, as pequenas plantas e logo as maiores fazendo nossa memória viva e pulsante deitar em concha eternamente um andar abaixo do piso, iluminado feito coração de extraterrestre, até que se esqueçam ou quase nos esqueçamos onde estava, como o velho corsário não lembra onde onde enterrou o baú e depois de tanto deixa de procurar. está lá. não faz diferença onde.
Como atravessar a noite em pleno dia Priscilla Menezes
árida (se ao menos houvesse alguma coisa que pudesse me levar adiante) Duda de Almeida
seis meses. exatamente seis meses até que o sol volte a queimar forte e a respiração incendeie o corpo de dentro para fora. ela aprendeu a andar sobre o fogo, mas não sobre o gelo. esse frio todo, esse pavor, essa sensação árida de que não há mais nada além das grandes geleiras que de tão brancas são azul-claro. não há senso de humor ou esperança capaz de atravessá-las. os sapatos não servem pra andar nesse terreno escorregadio, e de tanto cair ela sangra os cotovelos porque os braços também não foram feitos pra patinar. se ao menos houvesse algo, qualquer coisa, que pudesse levá-la adiante. deitou no gelo, o corpo tremendo de fora para dentro, e se pôs a imaginar um bicho que fosse grande e quente e rápido e que não desse medo e ainda assim fosse feroz e a acolhesse e salvasse para além daquele lugar. imaginou-o com olhos de cachorro, penas grandes como cobertores, e como seria gostoso enfiar-se debaixo delas!, e imaginou-o com patas de pêlo fofo de leão e grandes unhas que não machucam mas dão estabilidade, e uma crina macia onde entrelaçaria os dedos e sentiria-se totalmente segura. apertou os olhos conjurando as rugas que ainda não tinha, a respiração acelerou, os dentes colidiram, as unhas cravaram a palma da mão. ela contraiu-se tanto de desejo e acabou ficando rija, mas tão rija, que os membros pararam de tremer e apenas repousaram até dominarem-se completamente. o gelo nas costas deixou tudo dormente, como uma mandinga de vó. abriu os olhos, viu apenas céu. o ar se tornou fumaça diante de seus olhos. então levantou-se, encarou a grande geleira, e prosseguiu a caminhada.
17 de maio, pré-inverno dp minha construção foi violenta nos congelados jardins da escola nos banheiros de frios ladrilhos verdes nas salas-de-aula vazias nas ruas esqueléticas muitas vezes e ainda outras sou devorado por um frio por gritos, olhares, nomes que não cabem sou forçado a engolir um gélido funil de metal desce hasta minhas entranhas não desejo paz, desejo arrancar as tripas dos homens (que espancaram meu amigo) e enforcá-los arrancar seus olhos, me inundar em sangue e gritar gritos guturais, inumanos grunhidos e gestos animais e deixar seus corpos pendurados nas ruas do centro e corvos invernais devorarão seus órgãos meu corpo se desfaz essa mancha branca que se alastra pela minha pele irradia como raízes sob o cruel o solo de abril
Denise Cathilina
Tecnoperformance - Newton & Jobs
Eu Lírico
essepê
Inverno Mariano Marovatto
Voltar-se de costas para entender a paisagem feito moai Negar a praia e confiar na gula das ondas Comparar com outras dunas, reverso feito moai Medir a temperatura dos coqueiros, dobrarse com eles Não aguardar o eco na paisagem de verão feito moai Deixar que ela tome tudo para si: banhistas, notas, cachorros, ultravioletas são como o verão É como o inverno, seu irmão feito moai
Girl Holding Chicken Biel Carpenter
Ismar Tirelli Neto
O Inverno do Sr. Torso
sem tĂtulo filho
À espera Rocca
Lembra: de quando escapávamos em viagens, ignorávamos os filmes e estudávamos os gostos. Daquela vez que imaginamos os signos e os nomes ainda antes de decidirmos a cidade. De quando eram duas as horas em que nos arrumávamos e, nelas, a nossa hora e meia ocultos, estrechamente abrazados. Daquela comida que ele só fazia porque ela gostava, das rendas adornando o corpo dela porque ele curtia, do perfume que ele usa desde que ela escolheu. Do dezesseis de julho de dois mil e dez, o inverno mais cálido. De Istambul à Isla Negra, el uno había sonreído. Da derrocada: do êxtase absoluto à inesperada queda. Do vermelho tão quente pingando naqueles dias frios. Das quatro paredes brancas fazendo inverno os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. De todos os tremores, la otra huía aterrada. De todas as lembranças que, de algum modo, chegavam a você. Dessa solitária estação com sua infinidade de dias e de horas. Da pausa à espera. Do silêncio dela, da esperança dele, do amor deles. De las aventuras disímiles: hoje fez oito graus em Amsterdã, é verão.
carimbaria
minotauro inverno Tom Verlaine - The Scientist Writes a Letter Cassiano Viana - The Winter is Here Juliana Amato - Vapor Alice Turnbull - Sin Alexandre Santtana - Dois Irmãos Carol Azevedo - Eva nas Ruínas do Patriarcado Aline Miranda - Pequeno Guia da Saudade Antecipada Capítulo IV Raissa de Goes - sem título Haydée Lima - Cinzas de Segunda Jonas Sá - Inferno Camila Puni - Bruxa Feminista Carla Oliveira - Sobre a Gravidade, Astronautas e Estrangeiros Leilah Aciioly - Ressureição Aromática Wilson Oliveira - iBroke Ana Cavalieri - Descrença, 2017 Sillas Henrique - Mini Trip Camila Moura - Playa Francesca Angiolillo - Lulworth Cove Roberta Tostes Daniel - Rumo ao Desconhecido PedroM - sem título Yasmin Nigri - Mulher Malevich Sergio Werner - Le Bruit des Branches qui Cassent sous la Neige J’entends dans L’obscurité de Cette Nuit Francisco Eberling - Bergman Mood Paula Gicovate - sem título Yuli Anastassakis - Proteção para dias turbulentos
Bel Petri - sem título Priscilla Menezes - Como Atravessar a Noite em Pleno Dia Duda de Almeida - Árida Denise Cathilina - Ficha Técnica: Tecnoperformance - Newton & Jobs fotografia, 2010 Eu Lírico - “essepê” fotografia, 2017 Mariano Marovatto - Inverno Biel Carpenter - Girl Holding Chicken Ismar Tirelli Neto - O Inverno do Sr. Torso filho - sem título Rocca - À espera Carimbaria - p.s. agora está nevando
Winter Trees Sylvia Plath
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The wet dawn inks are doing their blue dissolve. On their blotter of fog the trees Seem a botanical drawing -Memories growing, ring on ring, A series of weddings.
minotauro 03 inverno rio de janeiro agosto 2017 editores cassiano viana diego paleólogo
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