MORFEMA
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revista de ensaios sobre o espaço
P L A N O
Desde as primeiras manifestações de vontade de permanecer que o homem começou a transformar a sua envolvência, procurando conforto e projectando os seus desejos. Nasce o plano como manifestação desse devir. Do mais pequeno utensílio ao desenho de grandes cidades, o plano foi sempre expressão de hábitos, culturas, filosofias e políticas, mesmo quando não mais quis ser que instrumento para a resolução dos problemas e necessidades da crescente entropia civilizacional. Idealizações visionárias de um mundo melhor, ou revivalismos descrentes do progresso tecnocrático, utopias ou distopias da condição humana, o plano é expressão maior da nossa necessidade de imaginar, de projectar constantemente, a nós, ao espaço que habitamos e à forma como com ele interagimos. Porque de facto, homem é sonho, e sonhos planeiam-se.