Plano pedagógico participativo, EMAU Motirô e Escola Municipal Bianka Lorena de Rocha Capilé

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Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo – EMAU MOTIRÔ Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

PLANO PEDAGÓGICO COLABORATIVO DE ENSINO JUNTO A ESCOLA ESTADUAL BIANCA LORENA CAPILÉ Cuiabá/MT, Brasil Março, 2016


pg. 2 SUMÁRIO APONTAMENTOS SOBRE A INSERÇÃO DO ESCRITÓRIO MODELO DE ARQUITETURA E URBANISMO – EMAU MOTIRÔ JUNTO AO ASSENTAMENTO SADIA III (SÃO MIGUEL) 1. Apresentação ...................................................................................................................... pg. 3 2. Atuação ................................................................................................................................ pg. 3 3. Práticas ................................................................................................................................ pg. 3 3.1. Democratização da arquitetura ........................................................................................ pg. 3 3.2. Projeto participativo e autonomia .................................................................................... pg. 4 3.3. Projeto participativo e assistência técnica ....................................................................... pg. 4 4. Plano de ação ...................................................................................................................... pg. 4 4.1. Localidade ........................................................................................................................ pg. 4 4.2. Aproximação com a comunidade e levantamento das relações existentes ..................... pg. 5 4.3. Delimitação da intervenção – Projeto parque recreativo ................................................ pg. 5 PROPOSTA DE PLANO PEDAGÓGICO COLABORATIVO DE ENSINO JUNTO A ESCOLA BIANCA LORENA CAPILÉ 5. Escopo da proposta ............................................................................................................. pg. 6 6. Estrutura do plano pedagógico participativo ...................................................................... pg. 6 6.1. Atividades ......................................................................................................................... pg. 6 6.2. Cronograma de atividades do plano pedagógico participativo junto ao Ensino básico . pg. 13 6.3. Cronograma de atividades durante o mutirão de construção do Parque recreativo ..... pg. 14 Bibliografia ............................................................................................................................ pg. 15


pg. 3 APONTAMENTOS SOBRE A INSERÇÃO DO ESCRITÓRIO MODELO DE ARQUITETURA E URBANISMO – EMAU MOTIRÔ JUNTO AO ASSENTAMENTO SADIA III (SÃO MIGUEL) 1. Apresentação O escritório modelo de Arquitetura e Urbanismo – EMAU MOTIRÔ tem como objetivo ampliar o campo de atuação profissional e estudantil, de forma coletiva e pelo exercício multidisciplinar com outras áreas de conhecimento, tornando isto disponível as comunidades previamente organizadas em associação de moradores, entidades, conselhos de bairros e demais organizações. Tendo como princípio o não assistencialismo, relações de interesses pessoais, políticos e religiosos – comprometendo-se pela autonomia e cidadania, sem fins lucrativos ou de caráter voluntário. Hoje, a formação do escritório encontra-se composta por membros em ambos campos de atuação – profissional, composto por Jéssica Spadoni (Arquiteta e Urbanista, UNIC e estudante Engenharia Sanitária, UFMT) e Márcia Aroma Fernandes da Costa Filha (Arquiteta e Urbanista, UFMT) e estudantil, composto por Antônio Mascarenhas Junqueira (Arquitetura e Urbanismo, UFMT), Ana Vittori Frigeri (Arquitetura e Urbanismo, UFMT), Elizabeth Othon de Souza (Arquitetura e Urbanismo, UFMT), Taynara Barreto Macedo (Arquitetura e Urbanismo, UFMT) e Douglas Peron Pereira (Engenharia Civil, UFMT) e os colaboradores Thais Canavarros França, Talitha Vaes Teixeira e Kálylla Marina Souza Ribeiro. 2. Atuação A atuação está baseada na melhoria da qualidade de vida e do ambiente construído das comunidades assistidas, através da extensão universitária contribuindo para a troca de aprendizado e experiências mútuas entre o conhecimento popular e técnico, realizando ações como: a. Trabalhos de extensão para o coletivo, atingindo o maior número de beneficiários possível; b. Realizar estudos e elaborar diagnósticos, bem como assessorar a implantação de soluções indicadas para os problemas diagnosticados; c. Desenvolver projetos com participação dos beneficiários em todas as etapas do projeto em questão, de modo a garantir a mobilização social e a composição de propostas e intervenções que respondam democraticamente às necessidades e anseios das populações beneficiadas pelos trabalhos de extensão. 3. Práticas 3.1. Democratização da arquitetura A ocupação profissional em arquitetura, nos dias atuais, em geral, tem-se realizado pelo enfoque do mercado a atender grupos sociais composto pela parcela com médio ou alto poder aquisitivo em relação a parcela majoritária da sociedade, de baixo ou abaixo, daquele necessário a subsistência, e por este paradoxo que propomos a discussão – mediando os profissionais, a universidade e a sociedade – do exercício da função social como arquiteto e quanto a democratização da arquitetura, de forma equitativa em ambas parcelas citadas, partindo do objetivo de melhorar nelas, as condições vigentes de vida e sociabilidade, prioritariamente, às demandas precárias como moradia, infraestrutura, transporte e entre outras, que são estruturantes num


pg. 4 longo prazo a prática justa como cidadão e/ou Estado em favor coletivo aquém a interesses individuais. A prática por este ponto de vista, portanto, tem que se realizar no exercício e na ocupação política da arquitetura perante a realidade concreta junto a essa parcela majoritária da sociedade, previamente organizadas em associação de moradores, entidades, conselhos de bairros e demais organizações, estimulando sua participação social nos espaços que compõem, compartilhando dessa forma com os técnicos envolvidos, a atuação e o pertencimento ao processo de investigação e transformação da sua própria realidade diária. 3.2. Projeto participativo e autonomia Assentado sobre o diálogo, o projeto participativo ocorre pela produção de um bem coletivo necessário a atender as demandas de determinada localidade, a partir da colaboração do técnico e da população envolvida, podendo resultar na apropriação e consequente sustentabilidade da comunidade. Para que haja essa apropriação, além do conhecimento técnico que nós como estudantes de arquitetura e urbanismo trazemos, é fundamental que a comunidade se sinta integrada ao processo de construção coletiva, contribuindo com o seu conhecimento empírico. Dessa forma, a ação do EMAU MOTIRÔ nas comunidades não se propõe a realização de propostas de cima para baixo, mas da possibilidade de uma ação flexível pelo processo compartilhado. É nesse processo envolvendo a comunidade que o escritório não caracteriza o seu trabalho enquanto assistencialista. 3.3. Projeto participativo e assistência técnica A assistência técnica é o direito definido pela Lei Federal nº 11.888 de 24 de Dezembro de 2008 que assegura às famílias de baixa renda, de forma pública e gratuita, o serviço de assessoria em projeto nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia e para a construção de habitação de interesse social, com renda de até três salários mínimos. O pressuposto ao emprego desse direito está associado a jurisdição de cada Estado e seus municípios a aprovação de forma própria a partir da Lei Federal e a elaboração conforme julgar dos instrumentos para o seu devido funcionamento e dos recursos para viabiliza-los, a partir de fundo público orçamentário ou privado contratado pelo beneficiário. A atuação pela assistência técnica tendo como metodologia o processo participativo em comunidades previamente organizadas em associação de moradores, entidades, conselhos de bairros e demais organizações, estende as possibilidades para a ocupação técnica e profissional quanto a situação social contraditória e como forma de minimizar as demandas reais de vulnerabilidade dessa parte da população, em relação aos direitos mínimos como cidadãos. 4. Plano de ação 4.1. Localidade A inserção do escritório modelo de Arquitetura e Urbanismo – EMAU MOTIRÔ junto ao Assentamento Sadia III (São Miguel) ocorreu a partir do contato com uma das professoras da Escola Bianka Lorena Capilé durante as eleições do SINTEP – VG (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública de Várzea Grande) em Maio/2015. Consequente, foram se estruturando a


pg. 5 forma que poderíamos atuar segundo as demandas da comunidade e o início da delimitação da intervenção pelo projeto e construção do Parque recreativo. O assentamento Sadia III (São Miguel) está localizado na zona rural do município de Várzea Grande/MT – distante cerca de 30 km da capital – foi criado em 1998 pela desapropriação da terra por improdutividade da propriedade rural então pertencente a empresa Sadia. Nos dias atuais, encontram-se 142 famílias distribuídas em 4.722 hectares. A Escola Bianka Lorena Capilé foi construída dentro da comunidade com o objetivo de atender a demanda educacional dos moradores do assentamento e no seu entorno, pela inviabilidade de deslocamento para os centros urbanos mais próximos, os municípios de Várzea Grande e Cuiabá. 4.2. Aproximação com a comunidade e levantamento das relações existentes A prática junto ao Assentamento Sadia III (São Miguel) tem ocorrido pelo processo de elaboração e discussão dos espaços de recreação dos alunos da Escola Bianka Lorena Capilé, em que funcionam no mesmo espaço físico etapas diferentes de ensino, sendo nos períodos da manhã e da tarde ofertado o Ensino Básico e Fundamental e no período noturno, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos – EJA. A escola involuntariamente é um dos principais espaços coletivos do Assentamento Sadia III (São Miguel), pois é ali em que ocorrem os encontros entre alunos, pais, professores e moradores. O plano de ação de projeto e construção participativo do Parque recreativo tem como intuito integrar e reforçar as relações existentes com a escola e todos os moradores da comunidade e entorno, sendo o meio inicial de integração entre o EMAU MOTIRÔ e a comunidade assistida. A primeira visita ao assentamento ocorreu em Agosto/2015, como forma de reconhecimento da área, realizamos filmagens, registros fotográficos e textuais, a partir da conversa com professores, moradores e crianças – por este levantamento físico e social da área, pudemos avaliar a importância do espaço efetivo do Parque recreativo tanto para escola quanto para os moradores em geral. A partir de então, em visitas posteriores em Outubro/2015, realizamos atividades junto aos alunos com o objetivo de identificar as relações existentes como o espaço da escola – os locais que mais gostam na escola no tempo livre, o que fazem neles e quais brincadeiras recorrentes – como método, pedimos que desenhassem os brinquedos que gostariam que houvessem nesses lugares que identificamos e pelos desenhos, pudemos listar e catalogar os brinquedos que mais se repetiram, servindo como base na elaboração do projeto do Parque recreativo. Na última visita em Dezembro/2015, fomos apresentados formalmente aos responsáveis pelos alunos na reunião de encerramento do ano letivo da escola e a partir do levantamento realizado anteriormente, como prática, fizemos com os alunos uma oficina para montar brinquedos de balanço com pneus, tendo instalado com eles, três balanços decidindo coletivamente o melhor lugar em que indicaram, pudemos nesse processo, também, identificar pela discussão e o envolvimento deles, aqueles locais com outras relações além do brincar – como o espaço em que eles estudam, que se dividem em grupos apenas com os meninos e noutro apenas com as meninas, onde fazem as refeições e outros. 4.3. Delimitação da intervenção – Projeto parque recreativo O assentamento Sadia III encontra-se na zona rural do município de Várzea Grande, apresentando dinâmicas muito diferentes dos espaços urbanos. A relação dos espaços públicos e pri-


pg. 6 vados na cidade é pautada na existência de praças, parques, centros comunitários e quadras de esportes. Já em um assentamento da reforma agrária o caráter público de alguns espaços é resinificado, no assentamento Sadia III a escola é entendida enquanto centro da comunidade, onde pais, alunos e trabalhadores da educação transitam e se relacionam. O edifício da escola Bianka Lorena Capilé localiza-se em um lote de 120m por 120m com 15.000 metros quadrados (equivalente aos dois campos oficias de futebol). Os edifícios ocupam cerca de 1000m² do terreno e os outros 14.000m² são áreas livres com grama e vegetação onde as crianças fazem atividades de recreação. A proposta do projeto consiste no projeto e construção de um parque recreativo destinado tantos aos alunos como à comunidade. Pretende-se envolver a comunidade nas atividades de projeto e construção do parque, mapeamento seus locais preferidos, as brincadeiras mais recorrentes, ensinando e aprendendo com a comunidade galgando conjuntamente a autonomia da comunidade para modificar seu espaço com suas próprias mãos. PROPOSTA DE PLANO PEDAGÓGICO COLABORATIVO DE ENSINO JUNTO A ESCOLA BIANKA LORENA CAPILÉ 5. Escopo da proposta O plano pedagógico tem como objetivo integrar a atividade de extensão do Motirô com as atividades pedagógicas realizadas na escola. Durante o ano de 2015 as atividades eram realizadas nas sextas feiras durante os períodos de recreação dos alunos, dessa maneira os encontros ficavam muito distantes entre si e as ações descontinuadas. No período letivo de 2016, temos por objetivo integrar o projeto e construção colaborativos do parquinho em disciplinas afins como Matemática, Geografia e Ciências. 6. Estrutura do plano pedagógico participativo 6.1. Atividades a. Crachás Descrição: Esta atividade tem como objetivo aproximar e reconhecer as relações existentes entre as crianças e aqueles que fazem parte do ambiente da escola. Sendo realizada em grupo orientados por um colaborador, cada participante iniciará a atividade preenchendo o crachá conforme quiser, desenhando o seu retrato com as características que identifica em si e escrevendo nele, informações como a sua idade, o local onde mora, o que gosta de fazer, o seu nome e como gostaria de ser chamado. Assim, pretende-se que cada criança tenha autonomia e confiança em como se identificar perante os outros participantes, estimulando a discussão involuntariamente, sobre as questões relacionadas ao gênero, características físicas e comportamento de maneira lúdica. Nível escolar pretendido: Ensino básico e fundamental. Materiais necessários: Barbante, papel e lápis de colorir ou outros similares. b. Leitura


pg. 7 Descrição: Esta atividade tem como objetivo mostrar pela leitura de livros que demonstrem por histórias ou narrativas, colocando a curiosidade delas a discutir como vivem, brincam e estudam outras crianças pelo mundo. Assim, pretende-se estimular as crianças a explorar outra realidade fora daquela que ela se encontra, tendo na leitura, um meio para transformar a sua realidade, de forma imaginária ou por práticas que possam ser pensadas a partir disso. Caso as crianças sintam-se estimuladas a partir da atividade, podem desenhar ou escrever como o conteúdo lido e discutido seria representado na realidade concreta delas. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Recomendamos algumas leituras, apenas como sugestões, ficando a critério daqueles que irão a organizar a atividade, são elas: BOTINNE, E. Mãe da Rua; COLOMBO, N. Perto; KINDERSLEY, B.; KINDERSLEY, A. Crianças como você e MEIRELLES, R. Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. Nível escolar pretendido: Ensino básico e fundamental. Materiais necessários: Fita adesiva, papel e lápis de colorir ou outros similares. c. Por onde se vai? Descrição: Esta atividade tem como objetivo observar e reconhecer os caminhos percorridos pelas crianças diariamente, nos trajetos entre a comunidade, a escola e a casa de cada uma, estando atento ao olhar delas em relação ao espaço, questionando-as sobre os sentimentos e as lembranças que determinados locais despertam, devendo estes escolhidos por elas. Espera-se que as crianças possam discutir, em especial, pela perspectiva dos trajetos que elas fazem juntas, no caso, entre o assentamento e a escola, uma vez que todas se utilizam do transporte público coletivo pelo município. Após a conversa com as crianças, pretende-se que elas desenhem um trajeto em comum escolhido entre elas, sendo cada participante da atividade responsável pela representação em desenho de uma parte do trecho, fazendo a sua parte do todo conforme a sua impressão da paisagem e do espaço, para estimula-las espera-se que o orientador as questione sobre elementos da comunidade – por exemplo, como se caracteriza o meio ambiente desse trecho (o formato vegetação, dos rios ou córregos, e quais animais são encontrados, etc.); como se desenha o caminho (nele encontra-se algum tipo de ligação ou passagem, uma ponte ou uma rua, qual o seu formato, em linha reta ou com curvas, etc.); percebe-se alguma edificação próxima (o que ali funciona, qual a sua relação de tamanho com outras edificações e com as árvores do entorno, etc.). Para finalizar a atividade, as crianças devem montar o trajeto inteiro, de forma que eles consigam agir e arranjar-se coletivamente. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Nível escolar pretendido: Ensino básico e fundamental. Materiais necessários: Fita adesiva, papel e lápis de colorir ou outros similares. d. Como se brinca? Descrição: Esta atividade tem como objetivo aprender e identificar pela prática aquelas brincadeiras que as crianças costumam realizar no espaço da escola e na comunidade, no próprio brincar com elas, os colaboradores terão que demonstrar em contrapartida as brincadeiras que realizavam na sua infância. Assim, pretende-se verificar a maneira como elas se apropriam de determinados locais e as relações que neles formam-se através das brincadeiras com outros personagens (como adultos, outras crianças, meio ambiente, edificações, etc.) comparado como ao longo do tempo essas relações se modificaram, espera-se que está troca aumente o


pg. 8 repertório de brincadeiras das crianças. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Nível escolar pretendido: Ensino básico e fundamental. Materiais necessários: Fita adesiva, papel e lápis de colorir ou outros similares. e. Olhar ao redor Descrição: Esta atividade tem como objetivo observar e registrar o cotidiano do assentamento, tendo o ponto de vista das crianças por meio de imagens fotografadas por elas. A longo prazo, pretende-se que se realize a exposição dessas imagens junto à comunidade e na escola. Dessa forma, espera-se que os participantes e aqueles que foram fotografados possam ver pelas imagens a perspectiva estática do espaço em que vivem e discutir o seu pertencimento nele por aquele contexto fotografado, por exemplo, contar a história do momento que foi fotografado, identificar o local e as pessoas que encontram-se na fotografia, etc. Os participantes não precisam necessariamente ser orientados por um adulto, o tempo estipulado para esta atividade tenderá a ser maior pra que as crianças possam analisar a paisagem e discernir sobre qual momento ou local deve-se registrar. Critérios da atividade: Investigar os materiais que compõe as edificações da escola; reconhecer as semelhanças e as diferenças entre os modos de vida na cidade e do campo, relativas ao trabalho, às construções e moradias, aos hábitos cotidianos, às expressões de lazer e de cultura; registrar por meio de fotografias as relações cotidianas. Relação interdisciplinar: Ciências (recursos tecnológicos) e Geografia. Nível escolar pretendido: Ensino fundamental. Materiais necessários: Celular com câmera fotográfica ou máquina de fotográfica de qualquer tipo. f. Mapa afetivo Descrição: Esta atividade tem como objetivo representar o espaço que compõe a comunidade, pelo mapeamento de determinados locais no assentamento, a partir da percepção dos participantes pela relevância ou impedimentos que estes locais apresentam. Espera-se que os participantes questionem os porquês dos locais representados no mapa. Assim, pela análise das relações sociais e de uso existentes no espaço da comunidade, por esta atividade poderemos identificar áreas a delimitação para ação de valorização ou transformação do espaço conforme as necessidades apontadas junto as crianças, a médio prazo, servindo como base para investigação das demais demandas existentes na comunidade como todo. No processo de construção do mapa, os participantes podem inserir outros elementos além da representação gráfica por desenho, como as imagens fotografadas na atividade Olhar ao redor que esteja de acordo com o contexto. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Critérios da atividade: Observar as formas geométricas presentes nos elementos naturais e em objetos criados pelo homem, suas características; estabelecer comparações entre objetos do espaço físico e objetos geométricos, como esféricos, cilíndricos, cônicos, cúbicos, piramidais ou prismáticos – sem obrigatoriamente seguir a nomenclatura (por exemplo, representar em


pg. 9 desenho a paisagem do entorno da escola localizando outros elementos do meio ambiente, pessoas, animais e outras edificações, com base em diferentes pontos de referência e indicações de posição; representar o assentamento e a escola pelo método cartográfico, produzindo mapas ou roteiros como as relações de distância e direção, sistema de cores e legendas, orientação solar e a indicação do norte). Relação interdisciplinar: Matemática (espaço e forma) e Geografia. Nível escolar pretendido: Ensino fundamental. Materiais necessários: Fita adesiva, marcadores adesivos, papel e lápis de colorir ou outros similares. g. Linha do tempo Descrição: Esta atividade tem como objetivo compreender as mudanças que ocorreram ao longo do tempo na comunidade a partir da obsevação e pela discussão com as crianças e os adultos, medindo por aspectos positivos e negativos, como isto ocorreu no espaço que convivem e no seu cotidiano. Deve-se permitir que os participantes expressem livremente suas memórias, estimulando a longo prazo, sobre o que eles planejam para o futuro delas e da comunidade. O registro dessas informações pode ocorrer de duas formas - no formato de documentário onde os participantes registrem depoimentos em vídeo ou áudio com personagens da comunidade sobre esse contexto; ou pela produção da linha do tempo por meio de desenho, tendo os participantes que relacionar períodos determinados a história do assentamento, a partir da investigação na comunidade de imagens recentes ou antigas e relatos importantes de moradores, montando um diagrama dos períodos escolhidos com texto e imagens do material recolhido, podendo utilizar outras informações produzidas nas atividades Olhar ao redor e Mapa afetivo que esteja de acordo com o contexto. No final da atividade, pretende-se que ambos os registros sejam expostos a comunidade. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Critérios da atividade: Observar as formas geométricas presentes nos elementos naturais e em objetos criados pelo homem, suas características; estabelecer comparações entre objetos do espaço físico e objetos geométricos, como esféricos, cilíndricos, cônicos, cúbicos, piramidais ou prismáticos – sem obrigatoriamente seguir a nomenclatura (por exemplo, representar em desenho a paisagem do entorno da escola localizando outros elementos do meio ambiente, pessoas, animais e outras edificações, com base em diferentes pontos de referência e indicações de posição; representar o assentamento e a escola pelo método cartográfico, produzindo mapas ou roteiros como as relações de distância e direção, sistema de cores e legendas, orientação solar e a indicação do norte. Relação interdisciplinar: Matemática. Nível escolar pretendido: Ensino fundamental, Ensino médio e Educação de Jovens e Adultos – EJA. Materiais necessários: Celular com câmera fotográfica (ou com capacidade para vídeo) ou máquina de fotográfica de qualquer tipo, fita adesiva, marcadores adesivos, papel e lápis de colorir ou outros similares. h. Jornal


pg. 10 Descrição: Esta atividade tem como objetivo estimular a postura crítica nas crianças e nos adultos perante as demandas existentes na comunidade, colocando-os quanto cidadãos e agentes na produção do espaço em que vivem, tendo direitos e deveres, assim como, voz e mãos a ação e a denúncia. Inicialmente, os participantes devem debater e idenificar as questões positivas e negativas dentro das demandas que a comunidade necessita, por execomplo, em relação ao emprego, a educação, a saúde, a infraestrutura, etc. Isto feito, os participantes separados em grupos devem expor essas questões a outros personagens da comunidade e propor que eles apontem alternativas que julguem necessárias para resolve-las. O registro dessas informações deve ocorrer no formato de entrevista onde os participantes registrem depoimentos em vídeo ou áudio, podendo utilizar outras informações produzidas nas atividades Olhar ao redor, Linha do tempo e Mapa afetivo que esteja de acordo com o contexto. No final da atividade, pretende-se os registros sejam expostos a comunidade. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Nível escolar pretendido: Ensino fundamental, Ensino médio e Educação de Jovens e Adultos – EJA. Materiais necessários: Celular com câmera fotográfica (ou com capacidade para vídeo) ou máquina de fotográfica de qualquer tipo. i. Maquete Descrição: Esta atividade tem como objetivo representar o espaço construído da comunidade, partindo da observação das edificações existentes, deve-se escolher uma ou mais delas dependendo do número de participantes que sejas relevantes pelo uso ou afeição em relação as crianças, para ser modelada em escala reduzida, montada a partir de materiais que eles utilizam na escola. Pretende-se que as crianças compreendam as relações de tamanho e escala do espaço que convivem diariamente. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Critérios da atividade: Representar o espaço construído em modelos produzido manualmente por meio de maquetes; calcular o perímetro e a área de figuras desenhadas em malhas quadriculadas; comparar o perímetro e área de duas figuras sem usar fórmulas (por exemplo, produzir a maquete da escola; mostrar as noções de delimitação de lote e calcular a área do lote em que a escola se encontra, o mesmo para a quadra esportiva e do assentamento no todo). Relação interdisciplinar: Matemática (grandezas e medidas). Nível escolar pretendido: Ensino fundamental e Ensino médio. Materiais necessários: Cola escolar, fita adesiva, tesoura e estilete (deve haver supervisão para o manuseio), papelão, reguá, papel, lápis de escrever e lápis de colorir ou outros similares. j. Colagem de brinquedos Descrição: Esta atividade tem como objetivo representar um ou mais brinquedos dependendo do número de participantes, a partir do repertório de brincadeiras das crianças, podendo utilizar outras informações produzidas nas atividades Como se brinca? que esteja de acordo com o contexto. Depois de escolher os brinquedos, as crianças devem desenha-los em papel e utilizando a técnica de lambe-lambe (cola escolar e aguá), cola-los nas paredes da escola ou em


pg. 11 papelão criando tripés, ambos representando uma das vistas geométricas dos brinquedos. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Critérios da atividade: Observar as formas geométricas presentes nos elementos naturais e em objetos criados pelo homem, suas características; estabelecer comparações entre objetos do espaço físico e objetos geométricos, como esféricos, cilíndricos, cônicos, cúbicos, piramidais ou prismáticos – sem obrigatoriamente seguir a nomenclatura (por exemplo, representar em desenho a paisagem do entorno da escola localizando outros elementos do meio ambiente, pessoas, animais e outras edificações, com base em diferentes pontos de referência e indicações de posição; representar o assentamento e a escola pelo método cartográfico, produzindo mapas ou roteiros como as relações de distância e direção, sistema de cores e legendas, orientação solar e a indicação do norte. Relação interdisciplinar: Matemática (espaço e forma). Nível escolar pretendido: Ensino fundamental. Materiais necessários: Cola escolar, rolo de esponja, fita adesiva, tesoura e estilete (deve haver supervisão para o manuseio), papelão, reguá, papel, lápis de escrever e lápis de colorir ou outros similares. k. Oficina de brinquedos Descrição: Esta atividade tem como objetivo construir um ou mais brinquedos dependendo do número de participantes, a partir do repertório de brincadeiras das crianças, podendo utilizar outras informações produzidas nas atividades Como se brinca? que esteja de acordo com o contexto, tendo neste o meio e a intenção de demonstrar a elas como com criatividade e utilizando a geometria, de forma simples, é possível montar os seus próprios brinquedos. Critérios da atividade: Observar as formas geométricas presentes nos elementos naturais e em objetos criados pelo homem, suas características; estabelecer comparações entre objetos do espaço físico e objetos geométricos, como esféricos, cilíndricos, cônicos, cúbicos, piramidais ou prismáticos – sem obrigatoriamente seguir a nomenclatura (por exemplo, representar em desenho a paisagem do entorno da escola localizando outros elementos do meio ambiente, pessoas, animais e outras edificações, com base em diferentes pontos de referência e indicações de posição; representar o assentamento e a escola pelo método cartográfico, produzindo mapas ou roteiros como as relações de distância e direção, sistema de cores e legendas, orientação solar e a indicação do norte. Relação interdisciplinar: Matemática (espaço e forma). Nível escolar pretendido: Ensino fundamental. Materiais necessários: Cola escolar, fita adesiva, tesoura e estilete (deve haver supervisão para o manuseio), papelão, reguá, papel, lápis de escrever e lápis de colorir ou outros similares. l. Modelo 1:1 Descrição: Esta atividade tem como objetivo representar em escala real os objetos do espaço comum do cotidiano das crianças. Deve-se escolher um objeto ou mais dependendo do núme-


pg. 12 ro de participantes que sejam relevantes pelo uso ou afeição em relação as crianças, para ser montado a partir de materiais que eles utilizam na escola. Pretende-se que as crianças compreendam as relações de tamanho e escala do espaço comparando-os com as dimensões do prórpio corpo. Os participantes devem ser orientados por um colaborador. Critérios da atividade: Ampliar e reduzir figuras planas segundo uma razão; identificar elementos que não se alteram como medidas de ângulos e dos que se modificam como medidas de lados, do perímetro e da área (por exemplo, transformar um objeto real, reduzindo-o e ampliando-o, como mesas e carteiras); representar diferentes vistas - laterais, frontal, posterior e superior - de figuras tridimensionais e reconhecer a mesma figura representada a partir das vistas (por exemplo, desenhar a quadra esportiva). Relação interdisciplinar: Matemática. Nível escolar pretendido: Ensino fundamental. Materiais necessários: Cola escolar, fita adesiva, tesoura e estilete (deve haver supervisão para o manuseio), papelão, reguá, papel, lápis de escrever e lápis de colorir ou outros similares.


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EF 2

17/06/2016

10/06/2016

03/06/2016

27/05/2016

20/05/2016

13/05/2016

06/05/2016

29/04/2016

22/04/2016

15/04/2016

08/04/2016

01/04/2016

Períodos

6.2. Cronograma de atividades do plano pedagógico participativo junto ao Ensino básico

EF 1

Crachás

EF 1

Como se brinca?

Conhecer

EF 1/2 EF 2

EF 2

Por onde se vai? EF 1

Olhar ao redor Leitura

EF 2

EF 2

Mapa afetivo EF 2

Linha do tempo e Jornal

EF 1/2

Escola-na-cidade, Visita a Universidade

Participar

EF 1/2

Mudar

AtIvidades

Colagem de brinquedos EF 1/2

Oficina de brinquedos EF 1/2

Maquete EF 1/2

Locação – Modelos 1:1 T

Festa, Aniversário do assentamento

EM

Apresentação do projeto do Parque recreativo

T

Exposição, Linha do tempo e jornal

T

Exposição, Olhar ao redor

T

Exposição, Modelos 1:1

Observações: Todas atividades pretendidas ocorrerão nas sextas-feiras durante a semana, podendo ser no período da manhã ou/e da tarde. Legendas: EF 1 - Ensino fundamental 1, EF 2 - Ensino fundamental 2, EF 1/2 - Ensino fundamental 1 e 2, T - Todos da comunidade, EM - Participantes, EMAU Motirô.


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26/06

25/06

24/06

23/06

22/06

21/06

20/06

19/06

18/06

16/06

15/06

14/06

13/06

Períodos

6.3. Cronograma de atividades durante o mutirão de construção do Parque recreativo

Transporte e organização dos materiais necessários para o mutirão

EM

Planejamento e montagem da infraestrutura necessária para o mutirão

Apoiar

EM

Planejamento do espaço comum entre o mutirão e a escola

EM

Planejamento do espaço próprio de camping, atividades e colaboradores

EM EM EM EM EM EM EM

Seminário, Universidade

EM

Ajuste final antes do mutirão

Construir

T

Deixar-se

Atvidades

T

T

Mutirão, Assentamento

T

Confecção dos crachás – Crianças e participantes

EM

Construção das mesas fixas T

Horta

T

Oficina de lambe - lambe

T

T

T

Mutirão, Parque Recreativo

T

T

T

Campeanato de futebol

T

Entrega, Parque recreativo

T

Festa junina T

Cinema aberto

Observações: Todas atividades pretendidas ocorrerão nas sextas-feiras durante a semana, podendo ser no período da manhã ou/e da tarde. Legendas: EF 1 - Ensino fundamental 1, EF 2 - Ensino fundamental 2, EF 1/2 - Ensino fundamental 1 e 2, T - Todos da comunidade, EM - Participantes, EMAU Motirô.


pg. 15 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:MEC/SEF, 1997. DUTRA, Italo M. Trajetórias criativas: jovens de 15 a 17 anos no ensino fundamental: uma proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia: caderno 1: proposta. Brasília: Ministério da Educação, 2014. FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 7ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3º ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997. PÉREZA, Beatriz C.; JARDIM, Marina D. Vamos ouvir as crianças? Caderno de metodologias participativas Projeto Criança Pequena em Foco. Rio de Janeiro: CECIP, 2013.


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