47 minute read

Apresentações MotoGP

Yamaha rejuvenescida e de ambições renovadas

PARCIALMENTE RENOVADA, A MONSTER ENERGY YAMAHA MOTOGP APRESENTOU-SE NO DIA 15 DE FEVEREIRO PARA A TEMPORADA DE 2021 DO MUNDIAL DE MOTOGP. CONTINUANDO COM MAVERICK VIÑALES PARA A QUINTA ÉPOCA DO PILOTO, RECEBE AGORA FABIO QUARTARARO OLHANDO PARA O FUTURO COM UMA DUPLA JOVEM E COM PERSPETIVAS DE PERMANECER AO LONGO PRAZO.

Advertisement

TEXTO: SIMON PATTERSON / FOTOS: MARCA

Em 2020, a temporada começou de forma promissora e, ao mesmo tempo, ameaçadora para a Yamaha: por um lado teve uma dobradinha e monopolizou um pódio nas duas primeiras rondas. Por outro, problemas de motores criaram problemas sérios para o resto da temporada, em particular a Viñales que teve de gerir um número limitado de propulsores ao longo de mais de metade da campanha de 14 rondas. Por outro lado, Valentino Rossi teve a sua pior época de sempre, com um modesto 15.º lugar final e apenas um pódio, sofrendo cinco abandonos e falhando duas provas devido à Covid-19. Mesmo antes disso, já tinha sido substituído, uma vez que foi logo no começo de 2020 que Quartararo foi anunciado no seu lugar. Uma aposta na juventude do francês que, depois de vencer as duas corridas do ano passado, também teve dificuldades e foi inconstante, assumindo ter-se deixado levar pela pressão de liderar a classificação durante uma parte considerável da temporada. Começa agora uma nova fase na história da Monster Yamaha. Com uma equipa jovem – Viñales tem 26 anos e Quartararo 21 – tem tudo para alcançar solidez ao longo prazo. Tudo dependerá do desenvolvimento

da moto. Este ano, devido ao congelamento em vigor, não será possível fazer mexidas nos motores, mas outras áreas da moto poderão ser melhoradas de modo a tentar mitigar os problemas de inconstância – o que implica desde logo ter uma moto adaptável a todos os circuitos, o que os engenheiros de Iwata procuraram fazer através da aerodinâmica e do chassis. No evento de apresentação online, o líder de projeto da Yamaha, Takahiro Sumi, assegurou que há muitas áreas em que se pode mexer no sentido de fazer melhorias: ‘Apesar de o desenvolvimento do motor estar congelado, é apenas um elemento da moto. Todas as outras áreas ainda têm o desenvolvimento em aberto. Por isso tentamos melhorar o nos-

Monster Energy Yamaha MotoGP Team Diretor de gestão: Lin Jarvis Diretor de equipa: Massimo Meregalli Pilotos: Fabio Quartararo #20 e Maverick Viñales #12 Chefes de mecânicos: Diego Gubellini (Fabio Quartararo) e Esteban García (Maverick Viñales) Pilotos de teste: Cal Crutchlow

Yamaha YZR-M1 Motor: Quatro cilindros em linha Cilindrada: 1.000 centímetros cúbicos Potência máxima: Superior a 240cv Velocidade máxima: Não revelada Transmissão: Caixa de seis velocidades Quadro: Alumínio duplo tubo Suspensão: Öhlins à frente e atrás Braço oscilante: em alumínio e CFRP Travões: Brembo, pinça em alumínio e discos em carbono Peso mínimo: 157kg

so rendimento do motor ao lado da unidade do motor. E também trabalhamos no chassis como habitualmente, e temos a hipótese de atualizar a aerodinâmica, por isso também podemos fazer muitas coisas este ano’. Para o nipónico, o potencial existiu e ficou evidente em 2020, faltando agora a solidez e constância que faltaram numa época em que as YZR-M1 até obtiveram sete vitórias: ‘Lamentavelmente não conseguimos ganhar o campeonato, apesar de como Yamaha termos tido sete vitórias. Analisámos vários aspetos para determinar os aspetos a melhorar. Um dos problemas foi o rendimento inconsistente. Estamos a trabalhar no duro para preparar soluções para uma melhor adaptabilidade da moto a diferentes tipos de circuitos e de condições. Pensamos que isto pode ser conseguido ajustando o hardware da moto e esperamos melhorias na interação da moto e do piloto’. Também o diretor Lin Jarvis apontou a falta de consistência como principal lacuna da Yamaha em 2020, ao ilibar Quartararo pela quebra depois do arranque fulgurante quando ainda ao serviço da satélite Petronas Yamaha SRT: ‘Não creio que a questão com o Quartararo esteja relacionada com a pressão mental que ele possa sentir. Ele começou muito forte o ano passado e a vencer as primeiras duas corridas, e foi 'empurrado' para uma situação nova para ele uma vez que nunca tinha vencido uma corrida no MotoGP e venceu logo duas, por isso houve muita expectativa sobre ele, mas penso que não foi ele enquanto piloto que não deu seguimento ao que estava a fazer’. Fazendo «mea culpa», Jarvis sustentou que a Yamaha falhou ao não dar a Quartararo as condições necessárias: ‘O problema foi nosso porque tivemos muitos problemas, questões técnicas com a moto que se alongaram durante a época, depois tivemos a parte da consistência sobre a qual já falámos já na apresentação da equipa. Não lhe demos as ferramentas necessárias para continuar com as suas corridas de forma consistente, a responsabilidade é nossa e não dele. Ele é ainda muito novo e penso que numa situação normal, depois de ter vencido três corridas o ano passado, este ano ele pode vencer ainda mais e depende de nós’.

DEDICAÇÃO TOTAL ÀS VITÓRIAS

O diretor de equipa, Massimo Meregalli, disse em comunicado que a sensação é de confiança no seio da Monster Energy Yamaha, apesar das adversidades do ano passado e das contrariedades derivadas da pandemia: ‘A época de 2020 foi difícil, mas aprendemos com ela como equipa e agora estamos conscientes do que podemos esperar para 2021. Não podemos testar em Sepang devido à pandemia global contínua, por isso os adeptos terão de esperar um pouco mais antes de conseguirem ver os nossos pilotos em ação. Estamos a sentir-nos confiantes para o teste do Qatar. Os engenheiros japoneses da Yamaha dedicaram muito tempo e esforço a desenvolver a M1. Temos muitas coisas novas para testar, e mal podemos esperar por começar. Outra mudança é que agora temos dois pilotos jovens, que estão ambos decididamente ansiosos por começar a trabalhar, por isso estamos a abordar esta pré-época com a atitude «é possível fazer». Estamos 100 por cento dedicados a estar nisto para vencer durante a temporada de 2021’.

SERÁ QUE À QUINTA ÉPOCA É DE VEZ PARA VIÑALES?

Foi em 2017 que Maverick Viñales chegou à Monster Energy Yamaha para aquela que era então a sua terceira temporada no Mun-

dial de MotoGP. Desde então, mostrou ter argumentos para lutar pelas posições cimeiras, mas a verdade é que ainda nunca conseguiu – tal como a Yamaha neste período – manter consistência ao longo de uma temporada. Ainda assim, já tem dois terceiros lugares no campeonato e, em corrida, sete triunfos. A época transata foi a segunda pior de Viñales desde que chegou à classe rainha, só superada pela de estreia. O sexto lugar com 132 pontos refletiu bem as adversidades em pista, depois de um começo em grande com dois segundos lugares que não teve sequência – uma vitória foi o seu único pódio nas 12 corridas entre Brno e Portimão. Mesmo assim, não deixou de mostrar os seus argumentos, especialmente em qualificação com três pole positions. Pelo meio, teve o assustador acidente no GP da Estíria, em que ficou sem travões a alta velocidade tendo de saltar antes de um embate que pudesse provocar males maiores. Recomposto dos altos e baixos e das contrariedades do ano passado, Viñales deposita total confiança na Yamaha, como salientou no lançamento da nova época: ‘Para mim o mais importante neste momento é manter a

YAMAHA NO MOTOGP ATÉ 2026

No mesmo dia em que se apresentou para este ano, a Yamaha Motor anunciou a renovação do seu compromisso com o Mundial de MotoGP até 2026. Sem grande surpresa, o construtor assinou com a Dorna para o próximo ciclo (2022-2026). Com este acordo, a Yamaha confirma o compromisso com a categoria rainha, onde se estreou em 1961. Já parte integral do campeonato, conta com 511 triunfos, 38 títulos de pilotos e 37 de construtores, sendo uma das grandes referências intemporais do motociclismo de velocidade do mais alto nível. Em comunicado, o diretor-executivo da Yamaha Motor, Toyoshi Nishida, afirmou: ‘Primeiro, e acima de tudo, gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Carmelo Ezpeleta e à Dorna, tal como a todo o pessoal da Yamaha que tornou possível o nosso sucesso ao mais alto nível do motociclismo de competição. Na Yamaha temos grande orgulho em participar nos Grandes Prémios. Todos estamos muito satisfeitos por podermos confirmar a renovação do contrato por mais cinco anos no começo de uma época importante para a nossa empresa. [...]. Ao mesmo tempo acho que os próximos cinco anos de colaboração com a Dorna e os outros construtores de MotoGP serão muito importantes para o futuro’.

@ GIGI SOLDANO/MILAGRO calma. Mudei muita coisa ao longo dos anos e o que eu quero é estabilidade. Esta mentalidade tem-me valido ou resultados muito bons ou resultados muito maus. Quero ter ao pé de mim pessoas que me possam ajudar a ter essa estabilidade. Falo muito com o Massimo e com o Lin e eles entendem que por vezes tenho dificuldades, mas eles entendem-me e sabem o que eu preciso para ser veloz. Aprendemos mais e mais a cada ano que passa. Espero este ano conseguir dar o meu melhor’. Fazendo eco dos problemas de falta de consistência, o #12 espera também ser mais favorecido pela sorte: ‘No ano passado tínhamos uma corrida boa, outra má...acho complicado acreditar que a moto muda tanto de uma pista para a outra. Por isso primeiro há que resolver os problemas que temos e aí os resultados aparecerão. Quer dizer, somos velozes nas qualificações, temos bom ritmo... por isso o que precisamos é de aprofundar e melhorar em pequenos detalhes. No ano passado tivemos muito azar, mas se este ano a sorte estiver connosco, iremo-nos divertir’. Outro dos aspetos fundamentais, para Viñales, é conseguir que o conjunto da Yamaha funcione como uma verdadeira equipa: ‘A união dentro da equipa é crucial. Nos últimos três anos cada pessoa na equipa tinha o seu caminho... agora com o Esteban Garcia [seu chefe de mecânicos], com o Massimo e o Lin, o nosso plano é o de pegar nas 20, 24 pessoas que trabalham na equipa e transformá-los numa equipa. Para mim isto é o mais importante para termos um bom ambiente na garagem. No ano passado foi complicado, havia a minha equipa e a do Valentino. Agora a Yamaha tem a oportunidade de

FABIO QUARTARARO

Nome completo: Fabio Quartararo Naturalidade e nacionalidade: Nice; Francesa Data de nascimento: 20 de abril de 1999 (21 anos) Dorsal: #20 Classificação final em 2020: 8.º, 127 pontos Equipa em 2020: Petronas Yamaha SRT Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2015, Moto3 (resultado: 7.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2019 (resultado: 16.º) Primeira vitória em Mundiais: GP da Catalunha de 2018, Moto2 Primeira vitória em MotoGP: GP de Espanha de 2020 Equipas anteriores: Team Estrella Galicia 0,0, Leopard Racing (Moto3), Pons HP 40, Speed Up Racing (Moto2), Petronas Yamaha SRT (MotoGP, 2019 e 2020)

Viñales em busca dos títulos na quinta época de Yamaha.

@ A.FARINELLI/FALEPHOTO

ter uma equipa unificada, com a meta de todos querermos seguir em frente e remarmos todos na mesma direção’.

QUARTARARO DÁ O PASSO PARA A EQUIPA OFICIAL

A surpresa foi geral em 2018 quando a Petronas Yamaha SRT anunciou Fabio Quartararo como um dos seus pilotos para o Mundial de MotoGP no ano seguinte, quando se estreava na classe máxima. Apesar de, outrora, El Diablo ter tido o rótulo de futuro campeão, a verdade é que a passagem pelos campeonatos do mundo de Moto3 e de Moto2 fez baixar em muito a sua cotação aos olhos do público. Porém, o talento não passou despercebido à estrutura de Razlan Razali e a aposta de risco não demorou a revelar-se acertada. Tão ou mais surpreendente do que a sua contratação foi a primeira época em 2019: rapidamente se colocou na luta pelos lugares cimeiros, com pole positions e pódios constantes, inclusive em duelos diretos com Marc Márquez. Faltou na ocasião mais experiência e consistência. Depois de uma temporada tão impressionante, as expectativas sobre Quartararo foram elevadas em 2020 e ainda mais ficaram quando ganhou de forma inequívoca as duas primeiras corridas. Daí em diante, tal como a Yamaha, sofreu uma quebra abrupta no rendimento e só conseguiu mais um pódio, que foi o triunfo em Barcelona. Assim, depois de liderar o campeonato durante boa parte da época, não foi além de um modesto oitavo posto final, pior do que em 2019. Mesmo assim, a temporada de estreia já tinha sido suficientemente convincente para a Monster Ener-

MAVERICK VIÑALES

Nome completo: Maverick Viñales Ruiz Naturalidade e nacionalidade: Figueres; Espanhola Data de nascimento: 12 de janeiro de 1995 (26 anos) Dorsal: #12 Classificação final em 2020: 6.º, 132 pontos Equipa em 2020: Monster Energy Yamaha MotoGP Team Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2011, 125cc (resultado: 9.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2015 (resultado: 14.º) Primeira vitória em Mundiais: GP de França de 2011, 125cc Primeira vitória em MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2015 Equipas anteriores: Blusens by Paris Hilton Racing (125cc), Blusens Avintia, Team Calvo (Moto3), Paginas Amarillas HP 40 (Moto2), Team Suzuki Ecstar (MotoGP em 2015 e 2016)

Quartararo na equipa oficial ao terceiro ano no MotoGP.

gy Yamaha, que em janeiro do ano passado anunciou a contratação de Quartararo para 2021 e 2022. Está agora a chegar o momento da tão ansiada estreia como piloto de fábrica, com o natural aumento de possibilidades, responsabilidades e expectativas – e recuperado da Covid-19, que no defeso o deixou de cama durante dez dias em dezembro. Falando sobre as diferenças de estar numa estrutura de fábrica, Quartararo comentou: ‘Como piloto de fábrica não tenho muita experiência, mas é seguramente um trabalho diferente. Acho que no teste temos de testar muitas coisas novas na moto e penso que desenvolver a moto é um pouco mais difícil porque na equipa satélite só verificas se tudo está bem para ti. Mas como piloto de fábrica penso que precisas de desenvolver e fazer a moto um pouco para ti. Talvez seja um pouco mais de pressão, mas há muitas coisas que serão melhores para mim’. Para 2021, Quartararo tem as suas metas bem definidas, passando por disputar o título de MotoGP: ‘O objetivo pessoal acho que é muito claro, queremos lutar pelo título. No ano passado tivemos alguns problemas, faltou-me alguma experiência. Foi só o meu segundo ano e aprendi muito no ano passado. Foi a primeira vez que liderei um campeonato, mesmo no Moto2 e no Moto3 estive muito longe e no ano passado foi a primeira vez a liderar no MotoGP. Nos maus momentos aprendes ainda mais. No ano passado foi uma pena, mas estou muito feliz por já ter esta experiência para este ano. Então, o objetivo é lutar pelo título’.

@ A.FARINELLI/FALEPHOTO

Yamaha SRT, nova «casa» de Rossi, ataca 2021 com ambição

NO SEU TERCEIRO ANO DE ATIVIDADE NO CAMPEONATO DE MOTOGP, A PETRONAS YAMAHA SEPANG RACING TEAM TEM A PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO SEU ALINHAMENTO DE PILOTOS. NÃO PARA APOSTAR NA JUVENTUDE, COMO QUER FAZER, MAS SIM NA VETERANIA DE VALENTINO ROSSI EM CIRCUNSTÂNCIAS MUITO PARTICULARES QUE O TORNARAM POSSÍVEL.

TEXTO: SIMON PATTERSON / FOTOS: MARCA

Atemporada de 2020 do MotoGP foi marcante para a Petronas Yamaha SRT. Naquele que foi apenas o seu segundo ano na classe rainha, conseguiu um total de seis vitórias entre os seus dois pilotos, assim como seis pole positions, o segundo lugar entre as equipas e também entre pilotos. Por outro lado, também perdeu um dos seus pilotos. Ainda antes de começar a época – e da pandemia – Fabio Quartararo foi confirmado na Monster Energy Yamaha MotoGP para 2021. Com o piloto de Nice a subir à equipa de fábrica, foi necessário encontrar um colega de equipa para Franco Morbidelli. Desde relativamente cedo que a decisão pareceu lógica. Valentino Rossi estava disponível, mas até algum tempo depois do começo da época passada em julho foi incerto sobre se continuaria em ação ou se aceitaria rumar à equipa satélite. A confirmação surgiu e, então, Il Dottore vai mesmo começar o último capítulo da sua carreira na equipa malaia. A ideia foi optar pela estabilidade e certezas de um veterano como Rossi, em vez de arriscar num jovem vindo do Moto2 num ano anormal devido à pandemia. Há também um misto de juventude com Morbidelli e de experiência com Rossi. Para além disso, a equipa tem agora acesso a uma Yamaha YZR-M1 da especificação mais recente (a de Rossi) e outra com especificação anterior (a de Morbidelli). Ingredientes que espera serem suficientes para novos êxitos.

DUPLA IDEAL, OLHOS POSTOS NO TOPO

Como é amplamente sabido na comunidade MotoGP, Morbidelli e Rossi têm um forte relacionamento fora de pista, com uma grande amizade e muito trabalho em conjunto nos treinos. Por isso mesmo, a Petronas Yamaha SRT acredita que terá um duo de fácil gestão, como disse ochefe de equipa Razlan Razali em conferência de imprensa: ‘O relacionamento, a amizade, a história deles juntos… eles treinam juntos, são bons amigos. Acho que será mais fácil de gerir para nós. Não temos de colocar quaisquer paredes entre os dois pilotos e acho que é uma dupla com a qual estamos ansiosos, porque penso que os dois pilotos se vão dar bem e serem amigos independentemente do que acontecer’. No evento de apresentação, o malaio assumiu que espera uma época árdua, mas não é por isso que deixa de ter ambição de sucesso, considerando que os pilotos terão as armas necessárias para tal: ‘A equipa tem tido uma trajetória incrível desde que chegou a esta modalidade e estamos

Petronas Yamaha Sepang Racing Team Moto: Yamaha YZR-M1 Chefe de equipa: Razlan Razali Diretor de equipa: Johan Stigefelt Gestor de equipa: Wilco Zeelenberg Pilotos: Franco Morbidelli #21 e Valentino Rossi #46 Chefes de mecânicos: Ramón Forcada (Franco Morbidelli) e David Muñoz (Valentino Rossi)

@ A. FARINELLI/FALEPHOTO

JÁ HÁ PROPOSTA PARA RENOVAR COM A YAMAHA

O atual contrato da Petronas Yamaha SRT como equipa satélite da Yamaha expira no fim desta época. No entanto, a renovação parece a caminho de acontecer, existindo mesmo um esboço de proposta para o efeito. Foi o que revelou em conferência de imprensa o chefe de equipa Razlan Razali: ‘Começámos a discutir a renovação com a Yamaha desde dezembro do ano passado. Já tenho o esboço de proposta da Yamaha para os próximos cinco anos. Ainda estamos a discutir, esperamos completar tudo até maio ou junho deste ano’. Um dos problemas que teve de ser corrigido para a Petronas Yamaha SRT foi não se sentir numa verdadeira parceira, contou Razali: ‘Resolvemos essa situação durante a nossa reunião do fim do ano com a Yamaha, que foi em dezembro. Ao mesmo tempo deram-nos a proposta para os próximos cinco anos. Resolvemos isso, a forma como sentíamos que éramos apenas um cliente pagante e não um parceiro. Dissemos que queríamos fazer mais do que os outros’.

agradecidos à Petronas e à Yamaha pelo apoio e por partilharem as nossas ambições. 2020 foi um ano incrível para nós, mas há sempre áreas em que podemos melhorar. Estamos a fazer conta de ter outro ano duro com muitas batalhas em pista e vamos dar tudo para apoiar o Franco e o Valentino, para garantir que eles têm ao dispor as ferramentas que precisam’. Já o diretor de equipa, Johan Stigefelt, disse na apresentação que há duas linhas de desafios – dar seguimento aos bons resultados e proporcionar a Rossi satisfação na equipa: ‘Tivemos uma temporada incrível com o Franky a ter bons resultados na segunda metade do campeonato. Vai ser um desafio dar continuidade a isso, mas ele está determinado e focado que nunca e tenho a certeza de que ele vai querer continuar onde ficou em 2020. Será uma grande experiência acompanhar a equipa, ainda para mais com um piloto novo na estrutura. O Valentino junta-se a nós e será outro desafio para nós tentar que ele se sinta feliz e satisfeito na nossa equipa de forma a desfrutar da sua pilotagem mais uma vez. Para nós, como equipa, vemos isso como um desafio’.

ROSSI ÁVIDO DE VOLTAR AOS ÊXITOS

As épocas recentes do Mundial de MotoGP não foram fáceis para Rossi. Nos últimos anos, parece estar a passar por uma fase descendente da carreira, sem qualquer vitória desde o GP dos Países Baixos de 2017. Em 2020 teve a sua pior temporada nos Mundiais, registo que espera inverter agora que começa uma nova fase na sua carreira. Terá novas cores, numa nova equipa

– voltando a uma satélite – mas terá uma Yamaha YZR-M1 na máxima força e mantém uma estreita ligação ao construtor de Iwata. Ao mesmo tempo terá menos pressão, num ambiente ideal para voltar ao seu melhor nível naquele que pode ser o seu último ano – é a duração deste contrato, mas não está descartada a renovação. Na apresentação, Rossi deixou claras as suas metas para esta nova temporada: ‘Ser competitivo, lutar para ganhar corridas, lutar por pódios e também por uma boa posição no fim da época. Estamos todos muito focados, muito concentrados, para fazer melhor’. Para alcançar os seus desideratos, o veterano de Tavullia conta com uma equipa competente e uma moto competitiva, como referiu: ‘Estou muito orgulhoso por fazer parte da Petronas Yamaha Sepang Racing Team. É um novo desafio para mim, é uma equipa muito nova, mas já foram muito competitivos nos últimos dois anos. A moto continua a ser a mesma, a minha Yamaha M1, e acho que será divertido. Tenho uma carreira muito longa e também muitas épocas com a Yamaha M1, é a minha moto – sinto-me pilo-

Rossi inicia em 2021 o (provável) último capítulo da sua carreira.

to Yamaha. Mal posso esperar por trabalhar em conjunto com os engenheiros da Yamaha e com toda a equipa para tentar melhorar o rendimento da moto’.

MORBIDELLI QUER FAZER MELHOR – A TODOS OS NÍVEIS

Na sua quarta temporada do Mundial de MotoGP – terceira com a Petronas Yamaha SRT – Morbidelli procura dar continuidade a uma tendência que tem sido de crescimento constante. Se em 2018 somou 50 pontos e foi 15.º, no ano seguinte melhorou para décimo com 115 pontos e em 2020 foi vice-campeão com 158 pontos – e menos cinco corridas – com três triunfos e um total de cinco pódios, bem como duas pole positions. A ideia de Morbidelli é voltar a dar passos em frente – embora, em termos de classificação final, a única coisa que pode fazer melhor é ser campeão, o que não será tarefa fácil. Sobretudo porque terá a Yamaha YZR-M1 com as especificações da que usou no fim do ano passado. Uma decisão não baseada nos resultados, mas sim na indisponibilidade financeira e contratual, segundo explicou Razali – garantindo também total apoio da Yamaha no sentido de uma moto o mais atualizada possível dentro das circunstâncias. Seja como for, Morbidelli tem desideratos ambiciosos para 2021, como referiu na apresentação: ‘O meu objetivo pessoal para 2021 é melhorar; melhorar como pessoa, piloto e atleta. Sei que é duro e difícil porque no ano passado fomos muito rápidos e fizemos ótimas corridas e alcançámos ótimos resultados. Não obstante, teremos de tentar melhorar comparando com 2020, por isso esse é o meu objetivo, tentar ser melhor ano após ano’. E, como não podia deixar de ser, Morbidelli confessou um particular entusiasmo com a chegada de Rossi: ‘Este será o meu terceiro ano com a equipa e há várias coisas de que gosto na Petronas Yamaha SRT. A decoração da YZR-M1 de 2021 é semelhante à dos últimos dois anos, mas ainda mudou; é a mesma, mas diferente, portanto gosto dela. O que é diferente dos últimos anos é o meu colega de equipa; espero que seja uma ótima época para o Vale e para mim. Temos uma relação forte há vários anos e aprenderemos muito um com o outro’.

Fasquia alta para Morbidelli depois do vice-campeonato.

VALENTINO ROSSI

Nome completo: Valentino Rossi Naturalidade e nacionalidade: Urbino; Italiana Data de nascimento: 16 de fevereiro de 1979 (42 anos) Dorsal: #46 Classificação final em 2020: 15.º, 66 pontos Equipa em 2020: Monster Energy Yamaha MotoGP Estreia nos Mundiais: GP da Malásia de 1996, 125cc (resultado: 6.º) Estreia nas 500cc/MotoGP: GP da África do Sul/500cc (resultado: abandono) Primeira vitória em Mundiais: GP da República Checa de 1996, 125cc Primeira vitória em 500cc/MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2000/500cc Títulos: Nove (sete de 500cc/MotoGP, um de 250cc e um de 125cc) Equipas anteriores: Scuderia AGV Aprilia (125cc), Nastro Azzurro Aprilia (125cc, 250cc), Nastro Azzurro Honda, Repsol Honda Team, Yamaha Motor Racing, Ducati Team (MotoGP)

FRANCO MORBIDELLI

Nome completo: Franco Morbidelli Naturalidade e nacionalidade: Roma; Italiana Data de nascimento: 4 de dezembro de 1994 (20 anos) Dorsal: #21 Classificação final em 2020: 2.º, 158 pontos Equipa em 2020: Petronas Yamaha SRT Estreia nos Mundiais: GP de San Marino de 2013, Moto2 (resultado: 20.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2018, MotoGP (resultado: 12.º) Primeira vitória em Mundiais: GP do Qatar de 2017, Moto2 Primeira vitória em MotoGP: GP de San Marino de 2020 Títulos: Um (Moto2, 2017) Equipas anteriores: Federal Oil Gresini Moto2, Italtrans Racing Team (Moto2), EG 0,0 Marc VDS (Moto2 em 2016 e 2017 e MotoGP em 2018)

«Revolução» na Pramac, o mesmo estatuto

UMA DAS EQUIPAS ALVO DE RENOVAÇÃO TOTAL PARA A ÉPOCA DE 2021 DO CAMPEONATO DO MUNDO DE MOTOGP FOI A PRAMAC RACING. APESAR DE SE MANTER COMO A PRINCIPAL EQUIPA SATÉLITE DA PRAMAC RACING, TEM AGORA DOIS PILOTOS NOVOS: JOHANN ZARCO E JORGE MARTÍN, EM FASES MUITO DIFERENTES DAS RESPETIVAS CARREIRAS.

TEXTO: SIMON PATTERSON / FOTOS: MARCA

APramac Racing deu, nos últimos anos, pilotos talentosos à Ducati. Como principal equipa satélite, formou Danilo Petrucci que em 2019 ascendeu à estrutura de fábrica. Agora, chegou a vez de Francesco Bagnaia e Jack Miller darem o mesmo passo, confirmando-se como o espaço ideal para desenvolver os jovens. Para 2021, os objetivos vão ser os mesmos. Johann Zarco chega à equipa italiana vindo do patamar imediatamente antes, a Esponsorama Racing, procurando confirmar o relançamento que conseguiu fazer em 2020. Já Jorge Martín será um estreante absoluto no Mundial de MotoGP, vindo do Moto2. Os dois pilotos vão estar a bordo de motos iguais às da Ducati Team, com um par de Desmosedici GP21 ao dispor. Por isso mesmo, têm todas as condições para lutar por resultados importantes, em particular Zarco que já conhece bem o MotoGP e a Ducati – ao contrário de Martín que tem toda uma aprendizagem por fazer.

PRAMAC PRONTA NUMA MISTURA DE JUVENTUDE E EXPERIÊNCIA

Com um alinhamento de pilotos que conjuga a experiência de um já veterano como Zarco e um rookie na classe rainha como é Martín, a Pramac Racing dispõe do melhor de dois mundos. Também se renova por completo, num processo que nem sempre é fácil pelo que acarreta, mas isso não é nada que deixe a formação italiana apreensiva. Antes pelo contrário. O diretor de equipa, Paolo Campinoti, disse no evento de lançamento que há orgulho em acolher estes dois pilotos: ‘Estamos muito satisfeitos porque foi um grande sucesso enviar tanto o Pecco como o Miller para a equipa oficial. Ao mesmo tempo estamos orgulhosos por dar as boas-vindas a dois grandes pilotos, o Jorge Martín e o Johann Zarco, que integram a família da Pramac este ano. O Martín é um estreante com um grande talento enquanto o Zarco tem muita experiência’.

Pramac Racing Moto: Ducati Desmosedici GP21 Chefe de equipa: Paolo Campinoti Diretor de equipa: Francesco Guidotti Pilotos: Johann Zarco #5 e Jorge Martín #89 Chefes de mecânicos: Marco Rigamonti (Johann Zarco) e Daniele Romagnoli (Jorge Martín)

Na apresentação, Francesco Guidotti, gestor de equipa da Pramac, confirmou que Zarco terá acesso a uma moto totalmente atualizada, ao contrário de Martín que estará um passo atrás: ‘Teremos duas motos magníficas, mas quais serão dependerá do Gigi [Dall'Igna] e do que ele nos enviar [risos]. Agora a sério, teremos a versão mais recente da Desmosedici. Creio que o Zarco terá ao longo do ano as atualizações, a curto prazo, para estar ao nível dos pilotos oficiais, enquanto infelizmente o Martín ainda não teve a oportunidade de completar uma única volta para experimentar a moto. Terá de usar as primeiras corridas como se fossem testes’.

ZARCO QUER PENSAR NAS VITÓRIAS

Em 2019, Zarco teve uma passagem sem sucesso pela Red Bull KTM, que terminou prematuramente no decorrer do ano depois de muitas dificuldades de adaptação à RC16. Competiu pela LCR Honda em substituição do lesionado Takaaki Nakagami nas últimas rondas desse ano, mas foi de onde menos se esperava que outra porta se abriu. No ano passado, Zarco foi inesperadamente aposta da Esponsorama Racing para o lugar de Karel Abraham (que tinha contrato válido). Nesta mudança, foi acompanhado pelo

JOHANN ZARCO

Nome completo: Johann Zarco Naturalidade e nacionalidade: Cannes; Francesa Data de nascimento: 16 de julho de 1990 (30 anos) Dorsal: #5 Classificação final em 2020: 13.º, 77 pontos Equipa em 2020: Esponsorama Racing Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2009, 125cc (resultado: 15.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2017 (resultado: abandono) Primeira vitória em Mundiais: GP do Japão de 2011, 125cc Primeira vitória em MotoGP: Nenhuma vitória (melhor resultado: 2.º) Títulos: Dois (Moto2 em 2015 e 2016) Equipas anteriores: WTR San Marino Team, Avant-AirAsia-Ajo (125cc), JiR Moto2, Came IodaRacing Project, Air Asia Caterham, Ajo Motorsport (Moto2), Monster Yamaha Tech3 (MotoGP, 2017 e 2018), Red Bull KTM Factory Racing (MotoGP, 2019), LCR Honda (MotoGP, 2019), Esponsorama Racing (MotoGP, 2020) apoio da Ducati e, apesar de ter uma versão muito desatualizada da Desmosedici, conseguiu mostrar os seus argumentos tendo mesmo um pódio e uma pole position. Os resultados na Esponsorama Racing foram convincentes para a Ducati o levar a dar o próximo passo na estrutura, subindo à Pramac. Com uma moto a par das de fábrica, Zarco tem legítimas esperanças de lutar por resultados fortes e, na apresentação, apontou mesmo aos triunfos: ‘Para mim é a segunda com a Ducati. Tenho de lhes agradecer porque em 2020 voltei a um bom nível de pilotagem. Para 2021 seria bom ser competitivo e lutar pelo pódio e também pensar nas vitórias. Porque existiram tantos vencedores no ano passado, e isto faz-me pensar que eu também devo ganhar’.

ROOKIE DO ANO E APRENDER, AS METAS DE MARTÍN

Um dos rookies do Campeonato do Mundo de MotoGP este ano vai ser Jorge Martín. O campeão do mundo de Moto3 de 2018 passou duas temporadas no Moto2 e, apesar de não ter somado qualquer título, a trajetória foi suficiente para convencer a Ducati a contratá-lo – separando-se, assim, da KTM, que apostou nele para o Moto2. Depois do título do Moto3, Martín não con-

@ FALEPHOTO seguiu qualquer conquista na sua curta passagem pelo Moto2. Ainda assim, o piloto de 23 anos mostrou a sua valia com pódios e vitórias, sendo quinto classificado de 2020 – ano em que falhou duas corridas por ser infetado pela Covid-19, sofrendo dois abandonos no regresso numa série de quatro corridas que lhe arredaram da disputa pelo campeonato. De qualquer modo, conseguiu a promoção ao MotoGP pela Pramac, uma das principais equipas satélite do pelotão. Na apresentação, ciente que terá muito para aprender, Martín disse que tem duas linhas de objetivos em mente: ‘O objetivo principal é o de ser rookie do ano, mas é uma coisa que não tenho tanto em mente. Penso mais em bons resultados ao longo do ano. Penso que é possível, mesmo se eles dois são muito fortes, mas penso que é um objetivo realista’. O piloto que alterou para o número #89 (o seu #88 já está ocupado por Miguel Oliveira) disse também que se sente preparado para este capítulo: ‘Acho que todos tiveram de fazer um passo entre uma moto com menos rendimento e uma de MotoGP. Para mim é uma boa experiência porque no passado ganhei um título mundial e ganhei também corridas. Cometi erros, mas aprendi com eles e creio que estou pronto para o MotoGP’.

JORGE MARTÍN

Nome completo: Jorge Martín Almoguera Naturalidade e nacionalidade: Madrid; Espanhola Data de nascimento: 29 de janeiro de 1998 (23 anos) Dorsal: #89 Classificação final em 2020: 5.º, 160 pontos (Moto2) Equipa em 2020: Red Bull KTM Ajo (Moto2) Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2015, Moto3 (resultado: 15.º) Estreia no MotoGP: Estreante Primeira vitória em Mundiais: GP da Comunidade Valenciana de 2017, Moto3 Primeira vitória em MotoGP: Nenhuma vitória (estreante) Títulos: Um (Moto3, 2018) Equipas anteriores: Aspar Mahindra Team, Del Conca Gresini Moto3 (Moto3), Red Bull KTM Ajo (Moto2)

Alinhamento jovem e ambicioso

NUM LANÇAMENTO EM DOIS MOMENTOS, A LCR HONDA COMEÇOU POR APRESENTAR ÁLEX MÁRQUEZ, COM TAKAAKI NAKAGAMI APRESENTADO NO DIA SEGUINTE. COMO ÚNICA EQUIPA SATÉLITE DA HONDA, TEM UMA DUPLA DE PILOTOS LIGADOS AO CONSTRUTOR JAPONÊS, COM MATERIAL AO NÍVEL DA FÁBRICA E COM RECONHECIDOS TALENTO E POTENCIAL.

TEXTO: SIMON PATTERSON / FOTOS: DIVULGAÇÃO LCR HONDA

Atemporada de 2021 do MotoGP é de renovação para a LCR Honda. Depois de seis anos, perde a referência que foi Cal Crutchlow, responsável por vários feitos entre 2015 e 2020 com diversos pódios incluindo três triunfos. Para além disso, era um dos mais experientes aos comandos da RC213V, mudando-se agora para a Yamaha como piloto de testes. Para o lugar de Crutchlow entrou Álex Márquez. Esta será a sua segunda temporada na categoria rainha, numa confirmação que chegou cedo em 2020 nem tendo verdadeiramente tempo para mostrar a sua valia na Repsol Honda Team. Agora com mais experiência, mas ainda muito por aprender, terá um ambiente de menos pressão no qual evoluir. Quanto a Nakagami, vai usufruir da estabilidade da quarta temporada no MotoGP e na LCR Honda. Vem da sua melhor época da carreira até ao momento, tentando agora confirmar o seu potencial a bordo de uma moto mais nivelada com as das equipas oficiais ao contrário do que sucedeu até ao ano passado.

LUCIO CECCHINELLO AMBICIOSO

A LCR Honda tem sido uma das equipas satélite do MotoGP mais destacada ao longo dos anos, com pódios e vitórias, e até pole positions. Lucio Cecchinello, diretor de equipa, espera dar

Takaaki Nakagami foi uma das surpresas em 2020.

continuidade a essa trajetória, acreditando que os lugares cimeiros serão possíveis para Márquez: ‘Temos todos os ingredientes para ganhar corridas, honestamente. Porque temos um piloto muito talentoso, uma equipa técnica muito boa com grande apoio da Honda HRC. E temos a RC213V de fábrica. Podemos decididamente ganhar corridas e obter mais pódios’, disse na apresentação. Também sobre Nakagami as expectativas são elevadas, com Cecchinello a apontá-lo à luta por posições adiantadas: ‘Pela primeira vez, o Taka vai ter a versão mais recente da moto de fábrica da Honda. Ele terá a mesma moto dos outros pilotos. Por isso, acredito que ele tem o potencial para estar sempre com os pilotos da frente e de trazer mais pódios à história da LCR’.

ÁLEX MÁRQUEZ COM MENOS PRESSÃO PARA PROGREDIR

A estreia no MotoGP foi complicada para Márquez. No ano passado foi integrado na Repsol Honda Team, a equipa dominadora da história recente. Como se não bastasse a pressão dos resultados, ficou ainda como o principal piloto da equipa depois de o seu irmão Marc se lesionar logo na primeira corrida sendo substituído pelo piloto de testes Stefan Bradl. A «descida» à LCR Honda foi anunciada numa fase relativamente atempada da época de 2020, com a Repsol Honda a apostar em Pol Esparga-

TAKAAKI NAKAGAMI

Nome completo: Takaaki Nakagami Naturalidade e nacionalidade: Chiba; Japonesa Data de nascimento: 9 de fevereiro de 1992 (29 anos) Dorsal: #30 Classificação final em 2020: 10.º, 116 pontos Equipa em 2020: LCR Honda Estreia nos Mundiais: GP da Comunidade Valenciana de 2007, 125cc (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2018 (resultado: 17.º) Primeira vitória em Mundiais: GP dos Países Baixos de 2016, Moto2 Primeira vitória em MotoGP: Nenhuma vitória (melhor resultado: 4.º) Títulos: Zero Equipas anteriores: Red Bull MotoGP Academy, I.C. Team, Ongetta Team I.S.P.A. (Moto3), Italtrans Racing Team, Idemitsu Honda Team Asia (Moto2)

LCR Honda Team Moto: Honda RC213V Diretor de equipa: Lucio Cecchinello Pilotos: Álex Márquez #73 e Takaaki Nakagami #30 Chefes de mecânicos: Christophe Bourguignon (Álex Márquez) e Giacomo Guidotti (Takaaki Nakagami)

@ DIVULGAÇÃO LCR HONDA

ró para o seu lugar e Crutchlow de saída. Assim, pode dar continuidade à sua carreira, mas num ambiente de menor pressão pelos resultados, mais propício para os jovens, e com material e contrato de fábrica. Mesmo tendo uma época de experiência, o #73 mostrou-se ciente que ainda tem muito a aprender: ‘Tive de mudar muito o meu estilo na moto no ano passado. A potência da moto é a principal mudança para quem vem da Moto2 para a MotoGP. Na Moto2 não há eletrónica e na MotoGP temos de entender como usar essa componente nova para ser veloz, é uma das coisas mais difíceis também. A moto é completamente diferente, os pneus também...é outro passo, um mundo muito distinto. Da Moto3 para a Moto2 sente-se a diferença, mas da Moto2 para a MotoGP é um mundo de diferenças. Vai ser o meu segundo na MotoGP, tenho muito a aprender e a melhorar. Também por isso estou feliz por estar aqui. Temos pessoal na LCR muito profissional e que me podem ensinar muito. Não tenho dúvidas de que tenho mais a aprender com eles que eles comigo’. À margem da apresentação, Márquez traçou assim os seus objetivos: ‘Sinto-me mais preparado agora, depois de um ano de experiência e com dois pódios em meu nome. Há 12 meses estava mais nervoso e não tinha 100% de certeza de qual seria o meu objetivo. Na altura estava a trabalhar mais noutras áreas. Este inverno tentei

Álex Márquez na sua segunda época de MotoGP.

focar-me nas áreas onde quero melhorar, como a qualificação. Tenho as ideias mais claras agora para começar a trabalhar. Vou dar tudo desde o início com as metas bem definidas. Os meus objetivos para este ano são evidentes. Primeiro evoluir como piloto, mas o mais importante são os resultados. Tentaremos repetir os pódios do ano passado, quero ser regular e conseguir pontos importantes no campeonato’.

NAKAGAMI EM BUSCA DA CONFIRMAÇÃO

Nakagami entra na sua quarta temporada no Mundial de MotoGP. Até ao momento, esteve sempre aos comandos de motos de anos anteriores, e assim desde logo em desvantagem relativa face aos opositores. Sem embargo, isso muda em 2021 e assim as ambições podem ser maiores – com o piloto bem consciente disso. Em conferência de imprensa, o japonês frisou que conta com uma moto muito melhor: ‘Oxalá a HRC consiga escolher os melhores componentes para uma boa base no Qatar. Não estou preocupado com a nova moto porque é decididamente muito melhor da que usei no ano passado. Vou ter mais potência no motor de 2020 face ao de 2019’. E o #30 sublinhou a importância de ter uma moto atual: ‘Podemos usar a moto mais recente, que é de fábrica. Para mim é muito empolgante porque nas últimas três épocas não pudemos usar a moto mais recente, tive sempre de usar a do ano anterior. [...]. A maioria das vezes é muito difícil mostrar o nosso verdadeiro potencial’. Consciente de que precisa de melhorar vários aspetos, sobretudo o rendimento em curva, na hora de traçar as metas, Nakagami apontou à luta constante pelos pódios: ‘Acho que podemos ser mais consistentes para estar a lutar no topo ou, pelo menos, temos de lutar pelo pódio. Porque o meu objetivo para esta época é lutar pelo título e, para isto, tenho de ficar no grupo da frente em todas as corridas. Todos os pilotos têm motos competitivas e todos os pilotos têm potencial’.

ÁLEX MÁRQUEZ

Nome completo: Álex Márquez Alentà Naturalidade e nacionalidade: Cervera; Espanhola Data de nascimento: 23 de abril de 1996 (24 anos) Dorsal: #73 Classificação final em 2020: 14.º, 74 pontos Equipa em 2020: Repsol Honda Team Estreia nos Mundiais: GP de Espanha de 2012, Moto3 (resultado: 12.º) Estreia no MotoGP: GP de Espanha de 2020 (resultado: 12.º) Primeira vitória em Mundiais: GP do Japão de 2013, Moto3 Primeira vitória em MotoGP: Nenhuma vitória (melhor resultado: 2.º) Títulos: Dois (Moto3 em 2014 e Moto2 em 2019) Equipas anteriores: Estrella Galicia 0,0, Ambrogio Next Racing (Moto3), EG 0,0 Marc VDS (Moto2) e Repsol Honda Team (MotoGP, 2020)

Depois da tempestade, Honda procuraa bonança

VINDA DE UMA DAS SUAS PIORES TEMPORADAS DE SEMPRE, A REPSOL HONDA TEAM QUER VOLTAR AOS ÊXITOS NO CAMPEONATO DO MUNDO DE MOTOGP EM 2021. PARA TAL, CONTARÁ COM O RECÉM-CHEGADO POL ESPARGARÓ E COM MARC MÁRQUEZ, TENDO APRESENTADO A SUA ESTRUTURA NO PASSADO DIA 22 DE FEVEREIRO.

TEXTO: SIMON PATTERSON / FOTOS: HONDA RACING CORPORATION

REPSOL HONDA TEAM DIRETOR-GERAL: Tetsuhiro Kuwata

DIRETOR DE EQUIPA: Alberto Puig PILOTOS: Marc Márquez #93 e Pol Espargaró #44

CHEFES DE MECÂNICOS: Santi Hernández (Marc Márquez) e Ramón Aurín (Pol Espargaró)

PILOTO DE TESTE: Stefan Bradl

HONDA RC213V MOTOR: V4 CILINDRADA: 1.000 centímetros cúbicos

POTÊNCIA MÁXIMA: Superior a 241cv VELOCIDADE MÁXIMA: Não revelada TRANSMISSÃO: Caixa de seis velocidades QUADRO: Duplo tubo em alumínio

SUSPENSÃO: Öhlins BRAÇO OSCILANTE: em fibra de carbono

TRAVÕES: Brembo PESO MÍNIMO: 157kg

Após a KTM, Yamaha e Ducati, a Honda foi a terceira fábrica a apresentar-se para o Campeonato do Mundo de MotoGP deste ano. O evento aconteceu a 22 de fevereiro totalmente online, com clips e entrevistas pré-gravadas num ano muito diferente também nas apresentações devido à pandemia da Covid-19. Para a Repsol Honda, este é um ano que se espera de regresso aos lugares da frente. Privada de Marc Márquez por lesão logo na primeira corrida de 2020, a equipa ficou reduzida ao rookie Álex Márquez e ao piloto de testes Stefan Bradl durante praticamente toda a temporada passada. E isso teve naturais impactos nos resultados alcançados. Sem o seu piloto de referência, e com o veterano Cal Crutchlow também com problemas físicos na LCR Honda, os japoneses estiveram irreconhecíveis. Foi a pior temporada desde que a parceria entre a Repsol e a Honda começou em 1995: os títulos estiveram longe e pela segunda vez escapou o top três do campeonato de equipas, com o nono lugar final. Pior: a Repsol Honda apenas conseguiu dois pódios, com os segundos lugares de Álex Márquez nos GP de França e de Aragão, falhando as vitórias pela segunda vez desde 2004 e foi mesmo ultrapassada em 47 pontos pela satélite LCR Honda. Atrás só ficaram mesmo a Esponsorama Racing e a Aprilia Racing Team Gresini. É deste contexto que a Repsol Honda quer sair em 2021, provando que foi apenas um acidente de percurso esporádico e originado pelas circunstâncias do ano passado. Para tal, conta com um recém-chegado. Pol Espargaró tem agora um novo capítulo pela frente com os japoneses, onde encontra uma moto com uma base de sucesso já desenvolvida. Depois de quatro anos com a KTM levando os austríacos do fundo até ao topo, o espanhol tem uma prova de fogo pela frente: a de ter mais sucesso ao lado de Marc Márquez do que os seus antecessores Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo – excluímos daqui Álex Márquez pois só esteve em pista ao lado do irmão numa corrida. Para se adaptar a uma moto muito diferente e a uma nova equipa, Espargaró terá apenas cinco dias de testes, pelo que a tarefa será difícil. Do outro lado da garagem está Marc

Márquez. Ou pelo menos, espera-se que esteja a partir de algum ponto da época. Fora dos testes do Qatar, o hexacampeão de MotoGP continua a recuperar da grave lesão sofrida no úmero direito na queda do GP de Espanha de julho passado. O processo está no bom caminho, mas ainda está demorado, não se sabendo quando poderá voltar – e em que estado irá voltar depois das mazelas sofridas e de meses a fio fora da competição e até de qualquer mota.

AMBIÇÕES INTACTAS

O chefe de equipa, Alberto Puig, deixou bem claro numa entrevista ao departamento de imprensa da Honda que – apesar do percalço do ano passado – as ambições e objetivos permanecem os de sempre: ‘As expectativas da Honda são sempre tentarmos fazer o nosso melhor, o que significa tentar ganhar o título ou seja o que for que possamos ganhar. Isto está no «ADN» desta empresa e desta marca há vários anos na competição. O nosso dever, o nosso objetivo, é tentar alcançar isso. Entendemos que temos adversários que também querem fazer o mesmo, mas como ponto de partida o nosso objetivo é obter o título e melhorar as nossas motos e sermos mais fortes nos nossos trabalhos todos os dias’. Quanto às lições aprendidas com o caminho difícil do ano passado, o espanhol explicou que a aprendizagem é constante: ‘Aprendemos todos os dias, não apenas em 2020. Mas entendemos que as coisas podem acontecer, sabemos disto nas corridas, mas especialmente esse ano a situação foi muito complicada não só para nós, como para toda a comunidade dos GP. Tivemos este problema com esta pandemia que mudou as nossas vidas na forma como atuamos aqui, mas também para a Repsol Honda Team foi um começo de temporada muito, muito mau, porque perdemos o nosso piloto de topo, o nosso campeão. Tivemos de reagir a isso e normalmente quando tens um problema na vida, originalmente é um problema, mas creio que as pessoas inteligentes viram um problema para uma oportunidade de aprender. Acreditamos e queremos pensar que temos aprendido todo o ano e mostraremos essa aprendizagem no futuro. Este é o nosso objetivo’. Desenvolvimento em ano de congelamento A Repsol Honda Team, assim como todas as equipas e construtores, está impedida de fazer grandes alterações à sua moto para 2021, em particular ao nível do motor devido ao congelamento. Tetsuhiro Kuwata, diretor técnico, assumiu em entrevista que é uma situação particularmente desafiadora. O japonês salientou que, apesar de tudo, acaba por se manter a abordagem da procura incessante por melhorias nas áreas em que é possível mexer como a aerodinâmica e o chassis: ‘Este é um grande desafio para nós. Normalmente podemos desenvolver o motor todos os anos, mas com estes regulamentos especiais não podemos desenvolver os motores. Estamos a focar-nos noutras áreas; ainda podemos desenvolver algumas áreas em torno do motor como o escape. Tentaremos melhorar essas áreas e também no chassis podemos melhorar várias coisas. Em 2020 aprendemos muitas coisas com os nossos pilotos e tentamos continuar a melhorar os nossos pontos fracos. No final, não é uma grande mudança à nossa abordagem uma vez que só paramos o desenvolvimento do motor’.

MARC MÁRQUEZ VÊ A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL

Os últimos meses têm sido complicados para Marc Márquez. No fim de julho fraturou o úmero direito no GP de Espanha em Jerez. Na mesma semana foi operado e tentou regressar às pistas no GP da Andaluzia. Um erro crasso que o piloto pagou caro, com um processo de recuperação longo que dura desde então e já requereu três cirurgias. Depois da terceira operação, as coisas parecem estar definitivamente no bom caminho. Há uma luz ao fundo do túnel para o hexacampeão, mas o regresso ainda não tem data defi-

HONDA LIGADA AO MOTOGP ATÉ 2026

A Repsol Honda já assegurou a continuidade ao longo prazo no Mundial de MotoGP. Sem grande surpresa, o construtor assinou com a promotora do campeonato, a Dorna, para o próximo ciclo contratual com as equipas no período de 2022 a 2026. Um período no qual a Honda tentará dar continuidade a um legado que começou com 1959 contando já com 800 triunfos e 25 títulos do mundo de pilotos nas várias categorias dos Mundiais. Noriaki Abe, dirigente da Honda, afirmou em comunicado: – Gostaria de expressar o meu respeito e gratidão ao Carmelo Ezpeleta e a todos da Dorna Sports pelo seu árduo trabalho em organizar corridas durante a pandemia de Covid-19. Estou muito contente que tenhamos renovado o nosso contrato para competir no MotoGP de 2022 a 2026. A Honda tem competido no mundial da FIM desde 1959 e venceu o 800.º GP o ano passado, e acredita que as corridas são essenciais para as nossas atividades de desporto motorizado. O MotoGP é o pináculo das corridas, e permite-nos desenvolver várias tecnologias, e através da dura competição, ensinar os nossos engenheiros e aprimorar as suas técnicas.

nida. Marc Márquez não descarta ainda o GP do Qatar, mas a verdade é que mesmo nessa altura terão sido oito meses sem pilotar qualquer moto. Por isso mesmo, é muito improvável que no regresso o #93 seja de imediato aquele que todos conhecem. Algo admitido pelo próprio Marc Márquez numa conferência de imprensa de apresentação em que o Motorcycle Sports esteve presente: ‘Quando voltar à pista não vou ser o Marc de antes no primeiro dia. Isto é impossível. Não vou chegar, montar a moto e depois de sete, oito ou nove meses ser rápido desde a primeira volta. É um processo. Começarei, o meu primeiro objetivo é voltar a divertir-me em cima da moto. Quando me divertir começo a ser rápido, terei a primeira queda, e a partir daí o processo é para voltar a ser o Marc antes – se não este trabalho não tem sentido nenhum’. No que concerne ao momento do regresso, o piloto que conta com oito títulos do mundo entre as várias categorias disse que só acontecerá quando ele e os médicos sentirem que

MARC MÁRQUEZ

Nome completo: Marc Márquez Alentà Naturalidade e nacionalidade: Cervera; Espanhola Data de nascimento: 17 de fevereiro de 1993 (28 anos) Dorsal: #93 Classificação final em 2020: Não classificado Equipa em 2020: Repsol Honda Team Estreia nos Mundiais: GP de Portugal de 2008, 125cc (resultado: 18.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2014 (resultado: vitória) Primeira vitória em Mundiais: GP de Itália de 2010, 125cc Primeira vitória em MotoGP: GP do Qatar de 2014 Títulos: Oito (seis no MotoGP, um no Moto2 e um nas 125cc) Equipas anteriores: Repsol KTM 125, Red Bull KTM Motorsport, Red Bull KTM Ajo (125cc), Team CatalunyaCaixa Repsol (Moto2)

arc Márquez visa o regresso ainda com incertezas.

é adequado, sem mais precipitações: ‘É claro que neste momento não tenho ideia, mas tento sempre ser otimista e ter o próximo objetivo. O meu objetivo era estar no teste do Qatar, mas não estarei. Nessas semanas irei ser visto pelo médico e o segundo objetivo é estar na corrida do Qatar, depois veremos se é possível. Se não, tentaremos estar no Qatar 2; se não for possível tentaremos estar em Portimão. Mas, primeiro que tudo, o mais importante é que nos exames médicos a consolidação do osso esteja bem’. Com tantas incógnitas sobre a data do regresso e a sua condição, Márquez moderou as expectativas, ao dizer em entrevista à Repsol Honda: ‘Normalmente o objetivo para uma época, para um piloto, é tentar ganhar o campeonato e encontrar pequenos detalhes para lutar pelo campeonato. Mas esta época de 2021 é completamente diferente, o meu principal objetivo é tentar desfrutar outra vez de estar na moto. Este será o principal objetivo para mim: estar na moto outra vez, desfrutar da moto e depois, passo a passo, começar a ser rápido como era’.

POL ESPARGARÓ INICIA NOVA AVENTURA

Peça-chave na KTM de 2017 até 2020, Pol Espargaró decidiu juntar-se à Repsol Honda Team ainda durante o ano passado, o melhor do construtor austríaco em que mostrou finalmente os argumentos para lutar pelos lugares cimeiros. Não se arrependendo da decisão, o #44 procura desafiar-se na equipa que tem ganho mais títulos e ao lado daquele que é considerado o melhor piloto da atualidade, Marc Márquez – de quem espera poder aprender. É um ano de mudança em que a curta pré-temporada – cinco dias de testes e todos no mesmo circuito em Losail – não ajudará em nada. É que Espargaró tem de se adaptar a uma moto completamente diferente, que ainda não tem quaisquer das suas impressões tidas em conta ao contrário da KTM RC16 em que foi parte integral do desenvolvimento, e também a novas metodologias de trabalho na Repsol Honda.

POL ESPARGARÓ

Nome completo: Pol Espargaró Villà Naturalidade e nacionalidade: Granollers; Espanhola Data de nascimento: 10 de junho de 1991 (29 anos) Dorsal: #44 Classificação final em 2020: 5.º, 135 pontos Equipa em 2020: Red Bull KTM Factory Racing Estreia nos Mundiais: GP da Catalunha de 2006, 125cc (resultado: 13.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2014 (resultado: abandono) Primeira vitória em Mundiais: GP de Indianápolis de 2009, 125cc Primeira vitória em MotoGP: Nenhuma vitória (melhor resultado: 3.º) Títulos: Um (Moto2) Equipas anteriores: Campetella Racing, Derbi (125cc), Pons (Moto2), Monster Energy Yamaha Tech3 (MotoGP, de 2014 a 2016), Red Bull KTM Factory Racing (MotoGP, de 2017 a 2020)

Pol Espargaró em busca de títulos na Honda.

Mesmo ciente de que a pré-época limitada está longe de ser uma ajuda, Espargaró sabe bem que as expectativas são altas, como salientou em conferência de imprensa: ‘É difícil dizer antes de experimentar a moto. É fácil e claro o que a Honda fez nos últimos anos e o que a Honda vai pedir aos pilotos que estão nesta moto e com estas cores. É fácil dizer que a Honda espera que os pilotos tentem ganhar corridas e títulos mundiais e, mesmo que não consigam, fiquem muito perto. Cinco dias de testes antes da primeira corrida no Qatar não é a melhor situação. É o que é, mas isto não significa que a pressão não seja alta. Os resultados têm de existir – a moto existe, o Marc mostrou nos últimos anos que esteve a lutar pela vitória em quase todas as corridas e ganhou a maioria dos títulos por que lutou. E a Honda espera isso de mim e vou tentar fazê-lo’. Consciente da pressão que vai existir, o #44 falou das diferenças que espera encontrar: ‘Seguramente a pressão vai ser alta. É uma equipa vencedora com uma moto vencedora e quando estás neste tipo de equipas todos esperam que ganhes corridas e títulos. Disse que não ia dormir no dia antes de ir para a moto porque vai ser pleno de emoções e com sensações diferentes ao ir para uma moto completamente diferente da que estava habituado nos últimos quatro anos, que tinha feito desde início. E ir para uma moto que os outros fizeram, para mim vai ser muito diferente’. Sobre os seus objetivos e desideratos, Espargaró assumiu em entrevista que ainda é prematuro apontar algo: ‘Na verdade ainda não consigo responder a esta pergunta porque não sei o que esperar desta época. Primeiro que tudo, porque vimos que a época anterior foi bastante complicada por causa da situação da Covid-19 e não sabemos exatamente onde precisamos de correr, quantas vezes precisamos de lá correr, e a moto é nova. Não vou ter muitos dias de teste, por isso no começo do ano vai ser difícil, mas estou mesmo focado em alcançar os meus sonhos aqui’.

This article is from: