#3 O MotoGP está de volta

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#3 F E V E R E I R O | T H E G R E AT E S T M O T O R C Y C L E S P O R T S M A G A Z I N E - N Ú M E R O # 3

FALCÃO DÁ NOVOS VOOS A PORTUGAL Análise aos testes de Sepang / Tudo sobre os testes no Qatar páginas 36 a 49

HORA DA REDENÇÃO PARA YAMAHA E ROSSI Documentário: Dani Pedrosa (O adeus do Samurai) / Entrevista a Ken Roczen páginas 66 a 75

BMW S 1000 RR / Kawasaki Ninja ZX 10 RR páginas 76 a 89


BMW Motorrad

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ÍNDICE 4 8

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As várias equipas de fábrica apresentaram-se para a época de 2019

C

de MotoGP, bem como a satélite KTM Tech3 de Miguel Oliveira e

clismo ao nível mundial – às quais o Motorcycle Sports não

a Yamaha SRT. Trazemos-lhe tudo sobre as apresentações que já

fica indiferente.

decorreram.

O Campeonato do Mundo de MotoGP teve os seus testes

Notícias A atualidade do motociclismo mundial passada em revista.

Apresentações das equipas de MotoGP

Testes de MotoGP em Sepang e no Qatar O mês de fevereiro marcou as preparações dos pilotos do Mundial de MotoGP para a nova temporada, com os ensaios de Sepang na Malásia e de Losail no Qatar. Trazemos-lhe o essencial sobre os seis dias de testes.

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Mundial de Superbike na Austrália Os Mundiais de Superbike e de Supersport arrancaram na Austrália, no caso da categoria principal para uma nova era com o formato revisto.

54

66

Dakar 2019

no motociclismo. É uma altura do ano em que para todos os envolvidos suscita especial entusiasmo, re-

pleta de novidades nas mais diversas categorias do motoci-

de pré-temporada de 2019 em Sepang e Losail – que estão naturalmente em destaque nesta terceira edição. Além disso, as várias equipas apresentaram as suas novas cores para a época que aí vem, incluindo a KTM Tech3 de Miguel Oliveira. Depois de toda uma revelação de design e otimismo que tanto caracteriza esta fase, o Mundial está cada vez mais próximo. No entanto, este arranque de temporada é diferente para muitos de nós já que todo um país será finalmente representado no pináculo das duas rodas. O ano de 2019 poderá, assim, ser o início de uma bela história de amor no qual Miguel Oliveira deixará certamente toda uma legião de adeptos a fervilhar de emoção e sentimento. Mas não só de MotoGP se faz o motociclismo. O Mundial de

Motorcycle Sports traz-lhe o rescaldo da prova ganha por Toby

Superbike, com novo formato, e o Mundial de Supersport, ti-

Price, da KTM.

veram início em Phillip Island, Austrália; o Dakar terminou na

Entrevista a Dani Pedrosa Apresentamos-lhe uma entrevista de Dani Pedrosa num Pequeno Samurai.

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om o fim de fevereiro, chegou o regresso da ação

O Dakar 2019 realizou-se no passado mês de janeiro e o

documentário da Red Bull, em que é possível conhecer melhor o

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EDITORIAL

Entrevista a Ken Roczen Ken Roczen, uma das estrelas do AMA Supercross, tem destaque

segunda quinzena de janeiro com a continuidade do domínio da KTM. Nesta terceira edição Motorcycle Sports passamos, assim, um olhar pelos testes e apresentações das equipas de MotoGP, pelo Dakar, pela ronda australiana do WSBK e do WSSP e apresentamos-lhe duas entrevistas – a Dani Pedrosa e a Ken Roczen. Não faltam, como é claro, as habituais novidades das

nesta edição Motorcycle Sports.

motas de estrada e a ‘incursão’ pelo mundo das café racers.

Novidades de estrada

trazemos neste início de março…

É, por isso, uma edição repleta de variedade aquela que lhe

A BMW S 1000 RR e a Kawasaki Ninja ZX 10 RR são duas das propostas de motas desportivas de estrada para 2019 e nós

Bernardo Matias/Gonçalo Viegas

apresentamos-lhe os detalhes de cada uma.

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Café Racers Voltamos a trazer-lhe o ‘universo’ das café racers, dando-lhe a conhecer alguns dos trabalhos mais recentes de fábricas ou de oficinas não oficiais com as suas custom bikes.

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NOTÍCIAS Dani Pedrosa só deverá voltar à ação em abril O início de trabalho na KTM não está a ser fácil para Dani Pedrosa, que teve de falhar os testes de pré-temporada devido a lesão. O piloto foi operado à clavícula direita no início de fevereiro, sendo alvo de uma

Arnau Puig / Red Bull Content Pool

Milagro

Aprilia é a equipa com mais wild-cards planeados para 2019

cirurgia reconstrutiva. O site oficial do MotoGP escreve que a recuperação deverá demorar cerca de três meses, o que só deixaria Pedrosa voltar nos testes de Barcelona previstos para junho. Mais otimista é a previsão do diretor desportivo da KTM, Mike Leitner, que afirmou ao site Motorsport.com que em abril Pedrosa poderá

participações wild-card ao longo desta época. O diretor da Aprilia, Romano Albesiano, revelou ao site oficial do campeonato que a formação de Noale é aquela que pretende fazer mais participações wild-card – cinco com Bradley Smith. Já a KTM não tem previsto qualquer wild-card. Estes são os pedidos para wild-card, cuja aceitação ainda não estava confirmada no fecho desta edição: Aprilia, Bradley Smith – GPs do Qatar, Catalunha, República Checa, Aragão e Valência Ducati, Michele Pirro – GPs de Itália, San Marino e Valência Honda, Stefan Bradl – Pelo menos dois Grandes Prémios Suzuki, Sylvain Guintoli – GPs da Catalunha, República Checa e Japão Yamaha, Katsuyuki Nakasuga – GP do Japão

Jeffrey Herlings recupera de lesão e tem novos exames em breve Lesionado no pé direito em janeiro, Jeffrey Herlings foi submetido a uma complexa intervenção cirúrgica. A recuperação afastou-o do início da temporada do Mundial de MXGP e a 11 de março terá mais novidades

estar na moto: ‘Estará completamente em forma no final de abril, se tudo correr como dizem os médicos’.

Colton Haaker lidera Mundial de SuperEnduro a uma ronda do fim; Vieira em sexto Colton Haaker foi o mais forte das quatro primeiras provas do Mundial de SuperEnduro. Embora só tenha sido o mais pontuado no GP de Espanha em Madrid, o norte-americano da Husqvarna tem sido o mais regular. Na última prova terá 12 pontos de margem para gerir face a Cody Webb (KTM). Taddy Blazusiak (KTM) também está na luta pelo título, seguindo em terceiro a 27 pontos da frente. Destaque para Diogo Vieira, com o luso a fazer até agora uma boa campanha – especialmente no GP de Espanha do passado mês de janeiro, em que conseguiu dois quartos lugares e foi sexto nas contas finais. Vieira é sexto no Mundial e segue na luta pelo top quatro. O Mundial de SuperEnduro chega ao fim a 6 de abril em Bilbau, com o GP Euskadi.

Salvador Vargas entrou a ganhar no CNTT

sobre o processo.

Salvador Vargas triunfou no Raide

Nesse dia, o campeão em título irá ser submetido a novos exames mé-

TT Góis, que a 16 e 17 de fevereiro

dicos, trocando o gesso por um suporte mais leve. Joel Smets, diretor

deu início ao Campeonato Nacional

desportivo da KTM Motocross, salientou em comunicado que se trata de

de Todo-o-Terreno (CNTT). O piloto

uma lesão complicada que afeta um pé – zona do corpo que sofre muito

da KTM ainda teve alguns problemas com o pneu traseiro no último troço,

no motocross.

mas acabou por confirmar a vitória. Em segundo lugar ficou Daniel Jordão

Herlings, por seu turno, mostrou-se confiante nos progressos da sua re-

(Yamaha) a 1m22s, tendo sofrido duas quedas na última etapa que o atrasa-

cuperação: ‘Não consigo sentir muito o meu pé por causa do gesso, mas

ram. Já o pódio ficou fechado pela Husqvarna de Bernardo Megre.

parece que está a progredir bem depois da cirurgia e estou ansioso por

O trio ganhou as classes TT3 (Vargas), TT2 (Jordão) e TT1 (Megre), ao passo

ter alguns dos parafusos removidos nas próximas semanas quando tam-

que Vargas ainda foi o mais forte da classe Junior. Em Veteranos ganhou Ar-

bém mudar o gesso’.

mindo Neves (SWM) e Diogo Pais (Yamaha) levou a melhor em Promoção.

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© 2019 Federação Motociclismo Portugal

Cinco das seis equipas de fábrica do Mundial de MotoGP têm planos para


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MotoGP 2019

Apresentação da Yamaha Yamaha Motor Europe

TEXTO: Bernardo Matias

Viñales (esq.) e Rossi (dir.) juntos na Yamaha pela terceira época seguida.

Um recomeço pleno de novidades para a Yamaha As novidades na Yamaha são várias para esta nova temporada, na qual a formação de Iwata espera dar a volta aos resultados menos positivos das últimas épocas e regressar à luta pelos títulos.

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Depois de um ano muito abaixo

projeto após ocupá-lo em 2017

das expectativas, a Yamaha tem

e 2018, dando lugar a Takahiro

um novo começo em 2019. Novo

Sumi. Por outro lado, com a saí-

patrocinador principal, nova deco-

da do patrocinador principal do

ração, novo líder de projeto – en-

ano passado, a Yamaha não per-

fim, foram diversas as novidades

deu tempo a encontrar outro – a

apresentadas em Jacarta (Indoné-

Monster Energy, pelo que pas-

sia) no passado dia 4 de fevereiro.

sa a chamar-se Monster Energy

Desde logo, mesmo antes da

Yamaha MotoGP Team.

apresentação soube-se que Kouji

Há ainda que registar a maior in-

Tsuya sairia do cargo de líder de

teração entre o Japão e a Europa,


Yamaha Motor Europe

com uma equipa de testes basea-

diretor-geral da secção de motoci-

alimentar o desejo de ganhar en-

lado técnico mas também do lado

da em solo europeu que tem Jonas

clismo da Yamaha Motor, Kouichi

quanto nos preparamos para o

da gestão, o que é importante

Folger ao seu serviço. Uma apos-

Tsuji, explicou: ‘Este ano marca um

MotoGP 2019, assegurando que

para as mudanças que queremos

ta que vinca a determinação da

passo importante, com a Yamaha

não estamos só a competir ao

fazer este ano. Outra mudança

Yamaha em conseguir recuperar

a passar por várias mudanças es-

mais alto nível, estamos a ganhar’.

muito importante é a interação

de dois anos menos conseguidos

truturais. De certa forma a nova

e que coloca a formação nipónica

decoração reflete isso […]. Embo-

‘INTERAÇÃO ENTRE A EUROPA

é a principal parte em termos de

a par das rivais que já tinham equi-

ra as alterações sejam muito mais

E O JAPÃO SERÁ MUITO

desenvolvimento da moto mas

pa de testes europeia – como são

profundas do que uma nova deco-

IMPORTANTE’ – LIN JARVIS

agora a parte da engenharia da

os casos, por exemplo, da Ducati

ração, foi uma ótima sensação de

Já o diretor de equipa Lin Jarvis

Yamaha Motor Racing passa a ter

e da Suzuki.

entusiasmo e motivação de todos

comentou, citado pelo Crash.net:

uma parte importante a esse nível

entre o Japão e a Europa. O Japão

os presentes quando revelámos

‘Acho que em qualquer estrutura

para o futuro. Temos outro grupo

‘ESTE ANO MARCA UM PASSO

a moto deste ano e o novo lo-

de equipa vão sempre haver mu-

focado na aerodinâmica e outro

IMPORTANTE’ – KOUICHI TSUJI

gótipo. Isto é crucial. Precisamos

danças a ajustes que precisam de

na eletrónica. Estamos a expandir

Sobre essas mesmas mexidas, o

dessa unidade e entusiasmo para

ser feitos. Claro que não só do

operações na Europa, em Itália,

MONSTER ENERGY YAMAHA MOTOGP TEAM Presidente da Yamaha Motor Racing: Kouichi Tsuji Chefe de equipa: Lin Jarvis Diretor-geral da divisão Motorsports Development: Hiroshi Itou Líder de projeto: Takahiro Sumi Diretor de equipa: Massimo Meregalli Diretor técnico: Takeo Yokoyama Pilotos: Maverick Viñales #12 e Valentino Rossi #46 Engenheiros de pista: Esteban García (Viñales); Silvano Galbusera (Rossi) Piloto de testes: Jonas Folger

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MotoGP 2019

por isso essa interação entre a Europa e o Japão será muito importante’. ‘SERÁ COMPLETAMENTE UM NOVO INÍCIO PARA TODOS NÓS’ – MAVERICK VIÑALES Maverick Viñales enfrenta a sua terceira temporada na Yamaha. Depois de um bom início em 2017, os resultados menos positivos sucederam-se, com o piloto a acabar por ser vítima da falta de competitividade da Yamaha YZR-M1. Não obstante, no ano passado foi o único da equipa a ganhar (no GP da Austrália) e foi o melhor nas contas finais terminando o Mundial em terceiro.

Apresentação da Yamaha

PERFIL DE MAVERICK VIÑALES Nome completo: Maverick Viñales Ruiz Naturalidade e nacionalidade: Figueres; Espanhola Data de nascimento: 12 de janeiro de 1995 (24 anos) Dorsal: #12 Classificação final em 2018: Quarto, 193 pontos Equipa em 2018: Yamaha Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2011, 125cc (resultado: nono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2015 (resultado: 14.º) Primeira vitória em Mundiais: GP de França de 2011, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2016 Títulos: Um (2013, Moto3) Melhor classificação final no MotoGP: Terceiro lugar (2017) Equipas anteriores: Avintia (125cc e Moto3), Team Calvo (Moto3), Pons Racing (Moto2) e Suzuki (MotoGP)

No comunicado de lançamento, o espanhol que muda o número -temporada! Os meses de in-

parte passei a treinar, pelo que es-

tamente um novo início para to-

verno foram uma boa oportuni-

tou pronto para começar a pilotar

dos nós […]. Tudo se juntou muito

dade para preparar a época de

novamente a minha M1. Terminá-

bem, pelo que agora tudo o que

2019. Tive algum tempo para

mos a temporada passada mais

temos de fazer é começar a pré-

relaxar e refletir, mas uma boa

fortes do que começámos, pelo Yamaha Motor Europe

para o #12 afirmou: ‘Será comple-

que será importante manter esse ímpeto enquanto nos preparamos para a primeira corrida no Qatar’. ‘PODEMOS MELHORAR FACE AO ANO PASSADO E VOLTAR AO TOPO’ – VALENTINO ROSSI Com 40 anos de idade, Valentino Rossi continua a reforçar o estatuto de lenda viva no MotoGP. De longe o decano do pelotão, Il Dottore continua com uma vitalidade e energia impressionantes tendo em conta a sua idade, tendo sempre de ser visto como um dos candidatos aos lugares cimeiros. Esses fugiram mais ao longo de 2017 e 2018, com apenas uma vitória nesses dois anos (GP da Holanda, Junho de 2017), mas

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PERFIL DE VALENTINO ROSSI Nome completo: Valentino Rossi Naturalidade e nacionalidade: Urbino; Italiana Data de nascimento: 16 de fevereiro de 1979 (40 anos) Dorsal: #46 Classificação final em 2018: Terceiro, 198 pontos Equipa em 2018: Yamaha Estreia nos Mundiais: GP da Malásia de 1996, 125cc (resultado: sexto lugar) Estreia nas 500cc/MotoGP: GP da África do Sul de 2000 (resultado: abandono) Primeira vitória em Mundiais: GP da República Checa de 1996, 125cc Primeira vitória nas 500cc/MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2000 Títulos: Nove (um de 125cc, um de 250cc e sete de 500cc/MotoGP) Equipas anteriores: Aprilia (125cc e 250cc), Honda e Ducati (MotoGP)

temporada nos Mundiais (entre 125cc, 250cc, 500cc e MotoGP) que pode ser ou não a sua penúltima – o contrato do italiano expira no fim de 2020, mas ainda não confirmou que nesse momento vai deixar a carreira. No comunicado de apresentação, Rossi mostrou-se bastante entusiasmado com o arranque de temporada: ‘Tirei algum tempo para relaxar e treinar nestes últimos meses, mas, tal como os adeptos, estive maioritariamente ansioso por começar a nova época. O nosso rendimento melhorou no final da época passada, mas queremos e precisamos de fazer mais progressos grandes […]. Estou sinceramente ansioso pela nova época […]. Sinto-me tão bem e determinado como sem-

Motor: Quatro cilindros em linha Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 240cv Velocidade máxima: Não divulgada Transmissão: Caixa de seis velocidades tipo cassete Quadro: Alumínio de tubo duplo Delta Box Rodas: 17 polegadas em magnésio forjado Suspensão: Garfo invertido dianteiro Öhlins e amortecedor traseiro Öhlins

Rossi continua totalmente moti-

pre, nada mudou nesse aspeto, e

vado para competir ao mais alto

acredito que, com algum trabalho

nível e crente de que é capaz de o

árduo, podemos melhorar face ao

fazer. Agora, parte para a sua 24.ª

ano passado e voltar ao topo’. Yamaha Motor Europe

DADOS TÉCNICOS YZR-M1

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MotoGP 2019

Apresentação da Ducati TEXTO: Bernardo Matias

Ducati em Missão: Conquistar o MotoGP A Ducati foi a primeira a apresentar a sua equipa para o Mundial de MotoGP deste ano, fazendo-o no passado dia 18 de janeiro em Neuchâtel, Suíça. Andrea Dovizioso e o recémchegado Danilo Petrucci foram apresentados, tal como a nova Desmosedici GP19.

Sem perder tempo, a Ducati an-

Desmosedici GP19 é desde logo

tecipou-se a todas as outras equi-

diferente ao nível da decoração. O

pas dando início à época de lan-

vermelho alarga a sua presença de

çamentos do MotoGP de 2019. A

forma significativa, não passando

formação de Borgo Panigale viu

despercebido também o logótipo

Jorge Lorenzo sair mas mantém

da Mission Winnow, um projeto

a ambição dos últimos anos: lutar

do principal patrocinador da equi-

pelos títulos de pilotos, equipas e

pa que dá também o nome oficial

construtores na categoria-rainha,

à Ducati (Mission Winnow Ducati

numa altura em que se completam

Team).

12 anos desde as últimas conquis-

Andrea Dovizioso mantém-se na

tas.

Ducati, sendo a grande aposta

Além de algumas novidades do

para 2019. Depois dos vice-cam-

ponto de vista técnico, a Ducati

peonatos dos dois últimos anos, o


nova moto, o diretor-geral da Ducati Corse, Gigi Dall’Igna, prometeu uma moto atualizada e evoluída a todos os níveis: – Para melhorar face a 2018 temos de fazer mais e melhor do que temos feito nos últimos anos. Temos de ter novas ideias que possam efetivamente aumentar os índices competitivos do nosso projeto. Já testámos algumas no teste em Jerez e encontrámos desde logo um bom ponto de partida para a nova moto no teste em Valência, após a corrida. Vamos

Ducati 2019, esq. para a dir.: Dovizioso, Dall’Igna, Domenicali, Ciabatti, Pirro, Petrucci e Tardozzi.

aprimorar estas ideias em Sepang e no Qatar, imediatamente antes da primeira corrida, vamos testar a nova carenagem. A evolução que temos cobre todas áreas, desde a aerodinâmica, o chassis, a eletrónica e sem dúvida o motor, que

MISSION WINNOW DUCATI TEAM Diretor-geral da Ducati Corse: Luigi (Gigi) Dall’Igna Diretor desportivo da Ducati Corse: Paolo Ciabatti Diretor técnico da Ducati Corse: Davide Barana Diretor de equipa: Davide Tardozzi Pilotos: Andrea Dovizioso #04 e Danilo Petrucci #9 Engenheiros de pista: Alberto Giribuola (Dovizioso) e Daniele Romagnoli (Petrucci) Piloto de testes: Michele Pirro

italiano tem naturalmente de ser

satélite Pramac, Petrux chega ago-

será atualizado com mais potên-

visto como um dos fortes candi-

ra à formação principal da Ducati.

cia.

datos ao Mundial deste ano. Pela

A fasquia não é tão alta como a

O objetivo, salientou Dall’Igna, é o

frente terá uma hercúlea tarefa de

que tem o seu colega, passando

título, embora recuse favoritismo:

travar o ímpeto de Marc Márquez,

pela sua estreia nas vitórias e por

‘O nosso objetivo como equipa é

além de outros rivais como o ex-

discutir sempre o pódio. E com

lutar pelo campeonato do mundo.

-colega de equipa Jorge Lorenzo.

o contrato válido apenas por um

Sem dúvida que não somos favo-

O substituto do espanhol é Danilo

ano, terá de corresponder às ex-

ritos mas vamos tentar ainda mais

Petrucci. Depois de quatro tem-

pectativas.

fazer com que 2019 seja um ano

poradas convincentes na equipa

Na cerimónia de apresentação da

incrível para todos os ducatistas’.

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MotoGP 2019

Apresentação da Ducati

PERFIL DE ANDREA DOVIZIOSO Nome completo: Andrea Dovizioso Naturalidade e nacionalidade: Forlimpopoli; Italiana Data de nascimento: 23 de março de 1986 (32 anos) Dorsal: #04 Classificação final em 2018: Vice-campeão, 245 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP de Itália de 2001, 125c (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2008 (resultado: quarto lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP da África do Sul de 2004, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2009 Títulos: Um (2004, 125cc) Melhor classificação final no MotoGP: Segundo lugar (2017 e 2018) Equipas anteriores: RCGM (125cc), Team Scot (125cc e 250cc), Honda, Tech3 (MotoGP)

da segunda parte da temporada [de 2018] e julgo que iremos melhorar ainda mais nos testes para começar o novo campeonato da melhor forma possível. As expectativas da próxima época são elevadas, tenho um bom entendimento com a equipa e com a moto e ainda temos mais experiência’. PETRUCCI QUER CHEGAR AO GP DO QATAR ‘NAS MELHORES CONDIÇÕES DA SUA VIDA’ Autor de um percurso pouco convencional, Danilo Petrucci transitou da Superstock 1000 Cup para o MotoGP – primeiro nas equipas

‘AS EXPECTATIVAS SÃO

MotoGP, mas foi na Ducati que

da extinta classe CRT e depois

ELEVADAS’ – ANDREA

Andrea Dovizioso se estabeleceu.

nas equipas satélite IodaRacing

DOVIZIOSO

Está em Borgo Panigale desde

e Pramac – que foi aonde se no-

Já esteve com três construtores

2013 e já conhece todos os can-

tabilizou e acabou por merecer a

distintos desde que chegou ao

tos à casa, tendo vindo a progre-

promoção à Ducati.

dir de forma gradual ao longo dos

pidas nas 293 corridas que já dis-

anos.

putou entre todas as categorias.

Depois de dois vice-campeonatos,

No lançamento da temporada de

é naturalmente um dos grandes

2019, Dovizioso mostrou-se con-

candidatos ao título deste ano. No

fiante em progressos ainda maio-

palmarés tem um título mundial

res face aos evidenciados no ano

(125cc), 21 vitórias, 92 pódios, 20

passado: ‘Estou muito contente

pole positions e 21 voltas mais rá-

com o trabalho da equipa, lutámos pela vitória em todas as corridas


DADOS TÉCNICOS DESMOSEDICI GP19 Motor: 4 tempos, V4 a 90º Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 250cv Velocidade máxima: Superior a 350km/h Transmissão: Ducati Seamless Transmission (DST_EVO) Alimentação: Injeção eletrónica indireta; acelerador controlado pelo Throttle Control & Feedback Quadro: Liga de alumínio Suspensão: Garfo Ohlins invertido; amortecedor traseiro Ohlins e sistema de travão hidráulico Travões: Brembo, disco duplo dianteiro de carbono e disco único traseiro de aço inoxidável

Tem 118 corridas disputadas, ao

pode melhorar enquanto piloto:

longo das quais conquistou seis

‘Competir com as cores oficiais é

pódios e duas voltas mais rápidas,

um motivo de grande satisfação

tendo os oitavos lugares finais

para mim e não vejo a hora de

de 2017 e 2018 como melhores

começar: estou muito bem com a

classificações. Agora, o objetivo é

nova equipa, aonde o nível técnico

fazer melhor e estar na luta pelos

é verdadeiramente alto. Da minha

pódios regularmente e estrear-se

parte sei no que posso melhorar

a ganhar.

ainda e inclusivamente mudei a

O recém-chegado Petrucci, está

minha forma de me preparar para

agradado com este novo passo na

chegar à primeira corrida nas me-

carreira, mas também ciente que

lhores condições da minha vida’.

PERFIL DE DANILO PETRUCCI Nome completo: Danilo Carlo Petrucci Naturalidade e nacionalidade: Terni; Italiana Data de nascimento: 24 de outubro de 1990 (28 anos) Dorsal: #9 Classificação final em 2018: Oitavo, 144 pontos Equipa em 2018: Alma Pramac Racing Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2012, MotoGP (resultado: abandono) Títulos: Zero (melhor classificação final: oitavo lugar em 2017 e 2018) Carreira antes do MotoGP: Europeu de Superstock 600 (2007 a 2008); Superstock 1000 Cup (2010 e 2011, vicecampeão em 2011) Equipas anteriores: Imperiale Moto, Team Trasimeno (Europeu de Superstock 600), Team Pedercini e Barni Racing Team (Superstock 1000 Cup), IodaRacing (MotoGP)


MotoGP 2019

Apresentação da Honda TEXTO: Bernardo Matias

Márquez (esq.) e Lorenzo (dir.) junto das suas Honda RC213V.

Em decoração vencedora (quase) não se mexe Honda apresentou as suas cores para o Mundial de MotoGP no passado dia 23 de janeiro num evento realizado em Madrid. A decoração da RC213V permanece praticamente igual à de 2018 quer ao nível de cores, quer ao nível de esquema, num ano em que a equipa comemora 25 anos de parceria com a Repsol na categoria-rainha.

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O dia 23 de janeiro de 2019 vai

Marc Márquez.

ficar na história como aquele em

Além dos dois homens que vão

que Jorge Lorenzo foi oficialmen-

atacar o Mundial de MotoGP des-

te apresentado pela Honda. Ape-

te ano, a cerimónia contou tam-

sar de se ter lesionado dias antes

bém com dois dos campeões da

num pulso, o espanhol não deixou

história da equipa – Álex Crivillé

de marcar presença no evento de

e Mick Doohan, que desponta-

lançamento da equipa, naquele

ram na década de 1990 e nos

que foi o primeiro acontecimento

primeiros anos da parceria Repsol

oficial em que marcou presença

Honda. Presente esteve também

com as cores Honda ao lado de

o diretor da Honda Racing Cor-


Honda Racing Corporation

REPSOL HONDA TEAM poration, Tetsuhiro Kuwata, além de várias figuras como o diretor-executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta. Como campeã em título, a Honda ambiciona naturalmente a renovar o título. Para isso conta com Marc Márquez, que só falhou um título desde que se estreou no

zo – campeão de 2015. No papel,

Diretor-geral de competição da HRC: Tetsuhiro Kuwata Diretor de equipa: Alberto Puig Diretor técnico: Takeo Yokoyama Pilotos: Marc Márquez #93 e Jorge Lorenzo #99 Engenheiros de pista: Santi Hernández (Márquez); Ramón Aurín (Lorenzo) Piloto de testes: Stefan Bradl

é uma equipa de sonho como já está a ser apelidada; e o sonho tem tudo para se tornar realidade. Mas antes é preciso confirmar o favoritismo em pista e o início de época pode não ser fácil, uma vez que ambos os pilotos estarão em convalescença depois de sofrerem lesões nos últimos meses. Honda Racing Corporation

MotoGP em 2013, e Jorge Loren-

‘ESTOU AQUI, A AJUDAR A REPSOL E A HONDA A GANHAREM MAIS TÍTULOS’ – MARC MÁRQUEZ Aos 26 anos de idade, Marc Márquez é um verdadeiro fenómeno do motociclismo. Apesar da tenra idade conta com um palmarés de fazer inveja a muitos: sete títulos mundiais, cinco deles na categoria-rainha, 70 triunfos, 116 pódios, 80 pole positions e 60 voltas mais rápidas entre todas as classes, num total de 186 corridas iniciadas. O espanhol é o segundo com mais títulos do atual pelotão apenas atrás de Valentino Rossi, cuja mar| MOTORCYCLE SPORTS | -17-


MotoGP 2019

Apresentação da Honda

PERFIL DE MARC MÁRQUEZ ca de nove títulos poderá mesmo

Nome completo: Marc Márquez Alentà Naturalidade e nacionalidade: Cervera; Espanhol Data de nascimento: 17 de fevereiro de 1993 (26 anos) Dorsal: #93 Classificação final em 2018: Campeão, 321 pontos Equipa em 2018: Honda Estreia nos Mundiais: GP de Portugal de 2008, 125cc (resultado: 18.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2013 (resultado: terceiro lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP de Itália de 2010, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP das Américas de 2013 Títulos: Sete (um de 125cc, um de Moto2 e cinco de MotoGP) Primeiro título: 2010, 125cc Primeiro título no MotoGP: 2013 Equipas anteriores: KTM, KTM Ajo (125cc) Team Catalunya (Moto2)

ser igualada enquanto estiver em atividade (prevê-se que se retire em 2020). Além disso, Márquez é conhecido pelo seu estilo agressivo e destemido, não tendo problemas em explorar os limites ao longo dos treinos – o que origina muitas quedas, mas raramente no momento decisivo do fim de semana que é a corrida. O piloto de Cervera comentou na apresentação da Honda: ‘Quando era criança e quando via as corridas do sofá de minha casa queria estar aqui a envergar estas cores. […]. E agora estou aqui, a ajudar a Repsol e a Honda a ganharem mais títulos tornando a sua história ainda mais bem-sucedida. […]. Aqui somos uma família, o relacionamento com a Repsol e

dos tardaram em aparecer, Jorge

colegas de equipa que se antevê

com a Honda é fantástico e isto

Lorenzo embarca num novo de-

empolgante.

é algo muito importante para al-

safio. Na Honda, vai tentar voltar

Com 31 anos de idade, o maior-

cançar os nossos objetivos, ano

às conquistas que lhe faltaram em

quino tem cinco títulos, três deles

após ano. Espero que no fim de

Borgo Panigale, formando dupla

no MotoGP. Ao longo de 282 cor-

2019 possamos celebrar algo bo-

com Marc Márquez num duelo de

ridas em todas as classes que dis-

nito juntos’. Quanto ao rótulo de equipa de

DADOS TÉCNICOS RC213V

sonho que se coloca à Honda, Márquez foi claro: ‘Estar nesta equipa significa lutar pelas vi-

normal e o corpo reage sempre de

tórias, pódios e títulos, porque

uma maneira, mas estamos a tra-

senão é uma falha. Podem falar

balhar para estar a 100 por cento

sobre equipa de sonho ou seja o

e o importante é ir devagar para

que quiserem, mas os resultados

não cometer erros; precisamos de

é que são importantes’.

ir passo a passo’.

Já citado pelo jornal Marca, o #93 falou da recuperação à cirurgia

LORENZO QUER DEMONSTRAR

no ombro a que se submeteu em

EM PISTA QUE A HONDA É

dezembro passado, ao afirmar: ‘A

MESMO UMA EQUIPA DE

situação requereu uma interven-

SONHO

ção cirúrgica significativa. Mas o

Após dois anos atribulados ao ser-

processo que estamos a seguir é

viço da Ducati, em que os resulta-

-18- | MOTORCYCLE SPORTS |

Motor: 4 tempos, V4 Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 244cv Velocidade máxima: Não divulgada Transmissão: Manual sequencial de seis velocidades Quadro: Alumínio de tubo duplo Suspensão: Öhlins – Garfo telescópico dianteiro; amortecedor traseiro pro-link Travões: Brembo, em fibra de carbono (Yukata, em aço, para chuva)


PERFIL DE JORGE LORENZO toda a confiança que me deram

Nome completo: Jorge Lorenzo Guerrero Naturalidade e nacionalidade: Palma de Maiorca; Espanhol Data de nascimento: 4 de maio de 1987 (31 anos) Dorsal: #99 Classificação final em 2018: Nono, 134 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP de Espanha de 2002, 125cc (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2008 (resultado: segundo lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP do Brasil de 2003, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP de Portugal de 2008 Títulos: Cinco (dois de 250cc e três de MotoGP) Primeiro título: 2006 Primeiro título no MotoGP: 2010 Equipas anteriores: Derbi Racing (125cc), Honda e Aprilia (250cc), Yamaha e Ducati (MotoGP)

com bons resultados. […]. Gosto muito da moto, vira muito bem e é muito suave. […]. O meu principal objetivo para 2019 é, primeiro que tudo, recuperar a 100 por cento para poder demonstrar na pista que somos mesmo a equipa de sonho sobre a qual as pessoas estão a falar’. Sobre a lesão que sofreu no escafoide da mão esquerda, Lorenzo – que falha os testes de Sepang de fevereiro – afirmou: ‘É complicado, o escafoide é um dos ossos mais complicados que podes fraturar. Em 2019 temos a tecnologia médica que é incrível e a cirurgia é muito avançada e agora inserem como que um pequeno prego dentro do osso e recuperas muito mais rapidamente. O problema que temos é que sem esta

putou somou 68 vitórias, 152 pó-

conseguirá fazer já em 2019, mas

cirurgia por vezes pode demorar

dios, 69 pole positions e 37 voltas

para já as indicações são positivas

sete ou oito meses a recuperar.

mais rápidas. Não são números

– ainda que uma lesão num pul-

Neste caso tive de fazer isto, não

tão impressionantes como os de

so sofrida em janeiro não venha

Márquez, mas existe a capacidade

ajudar.

objetivos para este ano: ‘Sou mui-

15 dias é muito curto, provavel-

de Lorenzo para discutir títulos e

À margem do evento de lança-

to exigente comigo mesmo e ten-

mente estaria a doer muito. Mas

triunfos. O tempo de adaptação à

mento, Lorenzo revelou gostar da

to sempre obter o melhor de cada

para poder estar no Qatar preci-

RC213V poderá determinar se o

sua nova moto e estabeleceu os

situação. Quero retribuir à equipa

sava da cirurgia’. Honda Racing Corporation

Passado e futuro da Honda; da esquerda para a direita: Mick Doohan, Marc Márquez, Jorge Lorenzo e Álex Crivillé.

podemos estar em Sepang porque

| MOTORCYCLE SPORTS | -19-


MotoGP 2019

Apresentação da KTM TEXTO: Gonçalo Viegas

David Goldman/Gold and Goose Photography/Red Bull Content Pool

KTM desvendou as cores com que vai competir numa nova fase da sua história

Pol Espargaró

Depois de dois anos a aprender o máximo possível sobre o MotoGP, a KTM preparou nestes últimos meses a nova temporada de 2019. A Tech3 e a Yamaha oficializaram o final de relações ainda durante o campeonato passado e, face a isso, a fábrica de Mattighofen começou a planear este ano com bastante cautela. -20- | MOTORCYCLE SPORTS |

Depois de todo esse tempo, tanto

da KTM afirmou que além da par-

isso, ter uma segunda equipa no

a equipa de fábrica como a estru-

ceria com a Tech3, o importante

MotoGP dá-nos a sensação incrív-

tura privada apresentaram oficial-

é todo o caminho que vai desde

el de que o nosso sistema está em

mente as suas cores – no passado

os escalões mais baixos até ao

funcionamento.´

dia 12 de fevereiro – tendo esta-

pináculo do motociclismo: ‘Para

A KTM é conhecida tanto pelo

do presentes os pilotos de Moto3

nós, este é outro momento muito

esforço como pela vontade de

(Can Öncü), Moto2 (Brad Binder,

especial na nossa história e é um

querer vencer e as provas foram

Jorge Martín) e MotoGP (Pol Es-

marco conseguir ter uma estrutura

mais do que dadas em outras cat-

pargaró, Johann Zarco, Miguel Ol-

destas em ordem. O nosso projeto

egorias nomeadamente no MXGP,

iveira e Hafizh Syahrin).

de corridas de pista tem vindo a ser

no AMA e mesmo no Mundial de

Na opinião de Pit Beirer este arran-

construído consistentemente des-

Cross-Country. Tendo consciên-

que de temporada é um momen-

de 2012 (…) e diria que temos um

cia disso mesmo, Pol Espargaró

to muito importante para a KTM,

´caminho´ incrível até ao MotoGP.

mostra-se crente de que os quat-

quer em termos desportivos quer

Na classe rainha, duas motos não

ro pilotos que rodam sobre uma

em termos históricos. Por isso e

são suficientes para desenvolver

RC16 serão capazes de conseguir

muito mais, o Diretor Desportivo

tecnologia ao mais alto nível. Por

bons resultados nesta nova tem-


Créditos: Sebas Romero/Red Bull Content Pool

Pol Espargaró

boa equipa para ajudar e ensi-

- Temos um grande objetivo à

nar pilotos, assim como também

nossa frente este ano e acho que

é boa a desenvolver uma moto.

estamos num bom lugar. Johann

2019 será um ano de melhorias:

[Zarco] integrou-se bem na equipa

ninguém é perfeito e aprendo

se avizinha no qual espera mel-

fiança. Fizemos um bom trabalho

e já aparenta ser rápido. Isso sig-

algo todos os anos. Acho que com

horar com o completar das provas

então a motivação está em altas.

nifica que estamos prontos para

o Johann como companheiro de

que compõem o campeonato.

Mesmo quando fazemos grandes

a temporada. Achei que o Miguel

equipa posso aprender com ele

‘Estou feliz por estar aqui e esta

melhorias em teste percebemos

[Oliveira] foi muito rápido no teste

e tornar-me num melhor piloto e

é a minha primeira apresentação

que ainda há espaço para fazer

e isso é surpreendente para um

um melhor trabalhador. Só quero

numa equipa de fábrica! Desco-

mais, que há mais passos a dar.

novato. Sei que o Hafizh está a

dar o melhor de mim em 2019.’

bri Mattighofen e a fábrica da

Isso ajuda a avançar (…). Diria que

trabalhar duro.

Johann Zarco está a viver uma

KTM pela primeira vez em janei-

sou um piloto rápido, então con-

Falando em comunicado oficial

história algo diferente quando se

ro e fiquei muito impressionado.

sigo dar boas informações e ten-

sobre a relação da KTM com a

compara com o seu companheiro

Após alguns testes, posso agora

ho muito orgulho em fazer parte

Tech3, Espargaró encarou esta

de equipa. O piloto que venceu

dizer que estou muito feliz: sinto

desta história da KTM’, comentou

parceira com bons olhos: ‘Todas

dois mundiais de Moto2 chegou à

que as pessoas da equipa confiam

em comunicado oficial no dia da

as informações oriundas da Tech3

Tech3 depois de um par de tem-

em mim e é bom sentir essa con-

apresentação.

poderão ser uteis quer para mim

poradas bem animadoras onde foi

como para a equipa e para todos

sexto da geral em 2017 e 2018.

os engenheiros. Sei, por experiên-

Agora, a nova aposta da KTM está

cia própria, que a Tech3 é uma

confiante para a temporada que

David Goldman/Gold and Goose Photography/Red Bull Content Pool

porada para a marca laranja:

Johann Zarco

| MOTORCYCLE SPORTS | -21-


MotoGP 2019

Apresentação da Tech3

Sebas Romero

TEXTO: Gonçalo Viegas

Miguel Oliveira

Tech3 levantou o véu sobre as suas novas motos para um ano cheio de singularidades e desafios únicos A temporada passada de MotoGP foi uma das mais singulares no que diz respeito ao mercado de pilotos e equipas. Depois de Jorge Lorenzo ter sido destaque em 2016 com a sua mudança para a Ducati, o ano passado também foi singular já que o espanhol voltou a ser a estrela do ano ao oficializar a sua mudança para a Honda. Contudo, houve outra alteração de peso que criou bastante impacto no paddock. -22- | MOTORCYCLE SPORTS |

Face às prestações de Johann Zar-

tos da equipa satélite. A situação

co no seu primeiro ano de MotoGP,

piorou e tanto a fábrica de Iwata

várias foram as vozes que queriam

como a estrutura privada anuncia-

ver o francês a ter uma moto de

ram o fim de uma relação que já

fábrica da Yamaha no campeonato

durava desde 2001 - o último ano

seguinte, em 2018. Apesar dessa

das 500cc onde a Tech3 chegou

´força exterior’, a Yamaha manteve

a trabalhar com Olivier Jacque e

as relações com a Tech3 ao for-

Shinya Nakano.

necer motos não atuais aos pilo-

Desde essa oficialização, bastaram


© KTM Images

tornar uma realidade: a Tech3 seria a segunda equipa da KTM. Desde

Sebas Romero

© KTM Images/Sebas Romero

algumas semanas para o certo se

então, o mercado de pilotos teve outro brilho para a KTM: Johann Zarco ascendeu à equipa da fábrica de Mattighofen, tendo este Pol Espargaró como companheiro de equipa. Já a equipa francesa optou na renovação de Hafizh Syahrin mas só depois de ter anunciado Miguel Oliveira como a sua grande aposta para o ano de 2019. Os meses que se seguiram foram caracterizados pela grande preparação, já que o objetivo era ter uma Tech3 com as ferramentas mínimas para que conseguisse testar adequadamente as motos nos dois primeiros testes de pré-temporada: Valência e Jerez. Após esses dois momentos e de | MOTORCYCLE SPORTS | -23-


MotoGP 2019

-24- | MOTORCYCLE SPORTS |

Apresentação da Tech3

mais algumas semanas de trabalho

Toro Rosso tem na F1, mas o papel

moto de fábrica, o português terá

interno, tanto a marca austríaca

da KTM em toda esta relação fez

todo o apoio desta. O agora #88

como a Tech3 chegaram ao dia 12

com que o laranja fosse uma parte

subiu ao MotoGP após ter termi-

de fevereiro com as novas cores

importante no desenho das motos

nado o Mundial de Moto2 na se-

a serem apresentadas. Muito se

de Oliveira e Syahrin.

gunda posição mostrando serviço

suspeitava que essas mesmas co-

Apesar de Miguel Oliveira não

e surpreendendo a sua equipa nos

res seriam semelhantes às que a

estar a ocupar um lugar de uma

primeiros testes da pré-tempora-


Sebas Romero

da. Desde que o jovem da Char-

pináculo do motociclismo.

único e mostra claramente que a

neca da Caparica chegou à equipa

‘Estou muito contente com as no-

KTM quer dominar esta categoria.

de Hervé Poncharal, os elogios

vas cores, a moto está espetacu-

Estou muito orgulhoso e sinto-me

têm sido uma constante ao mes-

lar. O visual de tudo é incrível e

privilegiado por fazer parte deste

mo tempo que Oliveira enalteceu

bem diferente de tudo aquilo que

projeto’, argumentou o piloto ofi-

as cores da sua nova menina e o

estamos habituados. (…). Ter duas

cialmente.

empenho que a KTM está a ter no

equipas de fábrica na grelha é algo

O profissional que para muitos é | MOTORCYCLE SPORTS | -25-


Apresentação da Tech3 Sebas Romero

MotoGP 2019

um exemplo a seguir continuou:

Hafizh Syahrin é a segunda força

fotes no deserto. Estou muito sa-

aparência.

‘O final da temporada passada

da equipa sediada em França com

tisfeito com a sua aparência e mal

‘Foi ótimo mostrar ao mundo a

foi muito bom, acabámos bem

o malaio a mostrar-se empolgado

posso esperar pelo arranque da

nossa nova decoração. Vi, pela pri-

perto na luta pelo título. Agora o

com esta nova temporada. O #55

temporada.

meira vez, as cores em dezembro

momento é outro em termos de

elogiou de igual forma todo o tra-

Além dos pilotos, Hervé Poncharal

e não podia acreditar: é uma moto

desempenho nesta classe, o Mo-

balho criativo feito na sua moto

também não se mostrou indiferen-

fantástica. Claro, o mais impor-

toGP. É uma classe muito compe-

onde ainda se mostrou ansioso

te às novas cores das suas motos

tante para uma moto de corrida é

titiva, os primeiros testes correram

para a primeira corrida do ano:

e de toda a sua criação. O francês

o facto de ser veloz e estamos a

bastante bem, senti-me próximo

- Estou muito entusiasmado com

afirmou oficialmente que já tinha

trabalhar nesse sentido’, comentou

da equipa e gostei do trabalho que

esta nova pintura. Acho que é real-

visto as cores de 2019 no passado

Poncharal.

começámos a desenvolver. Além

mente diferente de tudo o resto.

mês de dezembro e nessa altura

O patrão de Miguel Oliveira de-

disso confio nas minhas capacida-

Mal posso esperar para estar em

ficou abismado com o que viu. No

senvolveu um pouco mais a sua

des e no trabalho, por isso acre-

pista no Qatar com esta moto. É

entanto, o responsável reconhece

opinião onde partilhou o desejo

dito que tudo vai acontecer a seu

fantástica e acho que será muito

que o importante é a competitivi-

por ver as suas duas motos a con-

tempo.’

mais quando estiver sob os holo-

dade da RC16 e não tanto a sua

seguirem bons resultados já no

-26- | MOTORCYCLE SPORTS |


Sebas Romero Sebas Romero

Hafizh Syahrin

Qatar:

sas e exigentes. Com a subida de

- O teste que tivemos em Sepang

Pol Espargaró ao lugar mais baixo

há alguns dias foi muito interes-

do pódio, é natural e legitimo pen-

sante, mas a moto pode ser rápi-

sar que o feito poderá ser repeti-

da e bonita; o que é um grande

do este ano. As condições básicas

bónus. Por isso, estamos orgulho-

para tal voltar a acontecer estão

sos de ter mostrado qual serão as

criadas e agora basta que tanto a

nossas cores e mal posso aguentar

KTM como a Tech3 trabalhem em

para ver isso sob os holofotes no

conjunto para verem as suas qua-

Qatar uma vez que ficará mais in-

tro motos o mais à frente possível.

crível ainda. Espero que possamos

Vontade existe e a KTM já mos-

ver estas motos em boas posições.

trou ao mundo do motociclismo

A KTM terminou a temporada pas-

que entra num campeonato para

sada com um terceiro lugar em Va-

ganhar no qual o MotoGP poderá

lência sob condições bem adver-

não ser exceção! | MOTORCYCLE SPORTS | -27-


MotoGP 2019

Apresentação da Suzuki www.suzuki-racing.com

TEXTO: Bernardo Matias

Mir (esq.), Guintoli (centro) e Rins (dir.) acompanhados pelos responsáveis da Suzuki.

Suzuki, a aposta na juventude A Suzuki reforça a sua opção por pilotos jovens numa altura em que procura continuar a acercar-se do topo do MotoGP. Álex Rins, de 23 anos, e Joan Mir, de 21 anos, fazem a dupla mais jovem das equipas de fábrica. Será a escolha certa para fazer melhor do que em 2018 num ano em que as concessões de desenvolvimento acabaram?

-28- | MOTORCYCLE SPORTS |

A temporada de 2018 do Mun-

cessões. Este ano tentará manter

dial de MotoGP correu de feição

a trajetória ascendente.

à Suzuki. A equipa de Hamamatsu

Agora sem essas concessões, o

recuperou de um 2017 abaixo das

desenvolvimento da GSX-RR es-

expectativas corrigindo os erros

tará naturalmente mais limitado.

e tirando o melhor proveito pos-

Por isso, o desafio da Suzuki é

sível das concessões de desen-

manter o rumo de crescimento

volvimento. Dessa forma, entrou

sem as mesmas armas que teve

regularmente na luta por pódios,

no ano passado. Da última vez

tanto que conquistou os suficien-

que a equipa não teve conces-

tes para perder o direito às con-

sões, em 2017, os resultados fica-


www.suzuki-racing.com

www.suzuki-racing.com

ram aquém do esperado, mas uma

Joan Mir – uma aposta de risco

é ver-nos num nível competitivo.

construir do nada, mas continuar

opção incorreta ao nível do motor

da Suzuki num jovem de 21 anos

Temos trabalhado em vários aspe-

a crescer passo a passo no que já

acabou por comprometer todo o

com apenas uma época de Moto2

tos da GSX-RR e com a contribui-

conseguimos. Para nós, a boa pi-

ano – pelo que agora há todas as

após o título no Moto3. No entan-

ção de todos os nossos pilotos […]

lotagem da moto é uma exigência

condições para o cenário não se

to, a equipa já provou dar-se es-

conseguimos melhorar o nosso

e nessa base tentámos melhorar

repetir.

pecialmente bem com os estrean-

conjunto técnico. […]. Diria que

todas as áreas da moto sem com-

Se a estrutura se mantém essen-

tes (vejam-se os casos de Rins e

temos uma equipa boa e sólida

prometer o equilíbrio geral’.

cialmente a mesma, tal não se

de Maverick Viñales).

e esperamos ter uma época de

pode dizer da dupla de pilotos.

2019 positiva’.

DAVIDE BRIVIO ANTEVÊ ÉPOCA INTERESSANTE

Álex Rins vai iniciar a sua terceira temporada no MotoGP e na

‘A MINHA EXPECTATIVA É VER-

‘TENTÁMOS MELHORAR SEM

A Suzuki volta a ter Davide Brivio

Suzuki e, aos 23 anos, é o mais

NOS NUM NÍVEL COMPETITIVO’

COMPROMETER O EQUILÍBRIO

como diretor de equipa, que de-

experiente e vai ser o teórico ‘lí-

– SHINICHI SAHARA

GERAL’ – KEN KAWAUCHI

pois do progresso surpreendente

der’ da equipa no que aos pilotos

O líder de projeto Shinichi Sahara

Ken Kawauchi, diretor técnico,

em 2018 está entusiasmado por

diz respeito. Isto porque Andrea

referiu que as suas expectativas

falou dos desenvolvimentos da

começar esta época: ‘Estamos

Iannone saiu para a Aprilia e o seu

passam por um bom nível de com-

Suzuki GSX-RR para 2019: ‘De-

quase a começar uma temporada

lugar é preenchido pelo rookie

petitividade: ‘A minha expectativa

senvolvemos uma nova especifi-

interessante. No ano passado sur-

cação de motor, um novo chassis,

preendemos todos com o nosso

e fizemos algumas melhorias na

progresso e um rápido regresso

eletrónica e na carenagem. Isto

às posições de pódio. Ter o Álex

está em linha com a filosofia da

Rins a continuar connosco é mui-

Suzuki – que é não destruir e re-

to importante quando tentamos

TEAM SUZUKI ECSTAR Diretor de equipa: Shinichi Sahara Gestor de equipa: Davide Brivio Diretor técnico: Ken Kawauchi Pilotos: Álex Rins #42 e Joan Mir #36 Engenheiros de pista: Jose Manuel Cazeaux (Rins); Francesco Carchedi (Mir) Piloto de testes: Sylvain Guintoli

| MOTORCYCLE SPORTS | -29-


MotoGP 2019

Apresentação da Suzuki

PERFIL DE ÁLEX RINS Nome completo: Álex Rins Navarro Naturalidade e nacionalidade: Barcelona; Espanhola Data de nascimento: 8 de dezembro de 1995 (23 anos) Dorsal: #42 Classificação final em 2018: Quinto, 169 pontos Equipa em 2018: Suzuki Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2012, Moto3 (resultado: décimo lugar) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2017 (resultado: nono lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP das Américas de 2012, Moto3 Melhor resultado no MotoGP: Segundo lugar (GPs da Holanda, Malásia e Valência de 2018) Títulos: Zero (melhor: vice-campeão de Moto3 em 2013 e vice-campeão de Moto2 em 2015) Melhor classificação final no MotoGP: Quinto lugar (2018) Equipas anteriores: Estrella Galicia (Moto3), Pons (Moto2)

melhorar o rendimento da nossa equipa. […]. Além disso, estamos a começar um projeto com o Joan Mir […]. Acreditamos firmemente que ele tem um grande talento e cabe agora à equipa extrair todo o seu potencial com a Suzuki GSX-RR’.

fos: ‘Finalmente o inverno está acabado e posso voltar a pilotar!

‘É ALTURA DE IR À PROCURA DO

Sabemos o que nos faltava na

MAIOR PRÉMIO – A VITÓRIA’ –

moto, pelo que acredito que o de-

ÁLEX RINS

partamento de pesquisa e desen-

Pelo terceiro ano consecutivo,

volvimento no Japão irá disponibi-

Álex Rins alinha no MotoGP pela

lizar um conjunto que nos permita

Suzuki. A temporada de 2018 foi

melhorar mais. O meu inverno foi

de consolidação e confirmação

muito intenso, com uma recupera-

em 2018, passando agora a ser

ção bem-sucedida e um programa

o mais veterano da equipa com

de treino intenso. Este é um ano

apenas 23 anos. Apesar da tenra

importante porque em 2018 con-

idade, o potencial do espanhol

seguimos mostrar que podemos

está mais do que provado – foi o

lutar consistentemente por pódios

quinto classificado do campeona-

e agora é tempo para ir à procura

to em 2018 terminando com uma

do maior prémio: a vitória’.

série de três pódios nas últimas

-30- | MOTORCYCLE SPORTS |

quatro corridas. Promete muito

‘NÃO TENHO QUALQUER

para 2019.

PRESSÃO’ – JOAN MIR

Em comunicado, Rins mostrou-se

Aos 21 anos de idade, Joan Mir

ambicioso ao apontar aos triun-

atinge o topo do motociclismo


www.suzuki-racing.com

DADOS TÉCNICOS GSX-RR Motor: Quatro cilindros em linha Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 240cv Velocidade máxima: 340km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades, sistema seamless Quadro: Alumínio twin-spar Rodas: 17 polegadas em magnésio forjado Suspensão: Garfo invertido dianteiro Öhlins e amortecedor traseiro Öhlins Travões: Disco de carbono/aço Brembo

de velocidade. Uma temporada

depois do título de Moto3 no ano

no Moto2 – nem tanto, uma vez

anterior. Parte agora para aque-

que a confirmação surgiu ainda na

la que será apenas a sua quarta

primeira metade de 2018 – foi su-

época completa nos Mundiais. O

ficiente para convencer a Suzuki.

talento existe, faltando agora ver

Foi no ano passado o melhor

quando e como é que Mir o irá

rookie da categoria intermédia

conseguir expressar na categoria

no físico, que até agora tem dado

confiar na experiência deles para

máxima.

resultados positivos. É claro que

melhorar […]. Não tenho qualquer

O espanhol de Palma de Maiorca

preciso de muitas mais horas na

pressão, mas é certo que o meu

comentou no lançamento da épo-

moto, há várias coisas que ainda

objetivo claro será acabar a época

ca: ‘Este inverno foi muito

preciso de compreender para ser

com uma margem mais curta face

longo sem pilotar mas

ainda mais eficaz, mas sinto-me

ao vencedor comparando com a

focado no meu trei-

muito apoiado pela equipa e irei

primeira corrida’.

PERFIL DE JOAN MIR Nome completo: Joan Mir Mayrata Naturalidade e nacionalidade: Palma; Espanhola Data de nascimento: 1 de setembro de 1997 (21 anos) Dorsal: #36 Classificação final em 2018: Vice-campeão, 245 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP da Austrália de 2015, Moto3 (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: Rookie Primeira vitória em Mundiais: GP da Áustria de 2016, Moto3 Títulos: Um (2017, Moto3) Equipas anteriores: Leopard Racing (Moto3) e Marc VDS (Moto2)

| MOTORCYCLE SPORTS | -31-


MotoGP 2019

Apresentação da Petronas Yamaha SRT TEXTO: Gonçalo Viegas

David Goldman/Gold and Goose Photography

Yamaha SRT revelou apostas para esta nova temporada No passado dia 28 de janeiro, a Petronas Yamaha Sepang Racing Team apresentou as suas cores para o campeonato de 2019. Além

Fabio Quartararo

de Ayumu Sasaki (Moto3), John McPhee (Moto3) e Khairul Idham Pawi (Moto2), Fabio Quartararo e Franco Morbidelli – melhor rookie do ano passado - foram os grandes destaques desse dia. A apresentação em questão decorreu nas Torres Petronas, um dos símbolos da cidade de Kuala Lumpur, com a equipa a mostrar as suas cores alusivas ao patrocinador oficial. A estrutura malaia chega ao MotoGP assumindo o lugar da Ángel Nieto Team com motos YZR-M1 de 2019, o que significará uma relação de proximidade entre a equipa e a própria Yamaha. Apesar das dificuldades previstas para Sepang, Johan Stigefelt referiu que esta seria uma

mostrava elevados níveis de entu-

ração para o início da temporada

qualquer piloto que sobe do Moto2

boa oportunidade para levar um

siasmo. A esperança de ser melhor

no Qatar.

é ser rookie do ano, então vamos

completo programa de testes para

notou-se claramente nas palavras

Por fim, Fabio Quartararo referiu

trabalhar para o conseguir’, declarou

a Malásia.

do piloto com o próprio a confiar

que a sua meta para 2019 é apren-

o francês oficialmente.

‘Voltaremos a trabalhar em pista

no desenvolvimento da sua moto:

der o máximo possível e tornar-se

Depois das apresentações, a equipa

muito em breve no nosso circui-

- Este é um ótimo dia para a Pet-

‘Rookie do Ano’ no final do campe-

foi para Sepang com a finalidade de

to caseiro. Começaremos com os

ronas Yamaha SRT! Adorei como a

onato que se avizinha.

testar uma penúltima vez antes do

pilotos de MotoGP que poderão

moto, o fato e o capacete ficaram e

‘Estou feliz por começar a nova

correr no Qatar. Após o final dos

desfrutar das suas novas motos

estou ansioso pela próxima semana

temporada porque esta é uma das

três dias de testes, Morbidelli foi

e do novo material da Yamaha.

para testar pela primeira vez no Cir-

minhas pistas preferidas. Vamos

o oitavo mais veloz fazendo uma

Planeámos um extenso programa

cuito Internacional de Sepang. Têm

dar o nosso melhor para aprender

melhor volta em 1:59.141 enquan-

de testes mesmo que os pilotos já

todos bastante trabalho pela frente,

o máximo possível. Temos seis dias

to que Quartararo foi 16.º fazendo

tenham uma pequena experiência

por isso estou ansioso para voltar à

de testes antes da primeira cor-

um registo de 1:59.497. De salien-

com esta moto’, disse oficialmente

moto e para me juntar à equipa de

rida no Qatar, por isso farei todos

tar que Petrucci foi o melhor pilo-

o patrão da equipa.

forma a dar continuidade ao nosso

os possíveis para estar pronto na

to em pista ao conseguir rodar em

Nesta altura, Franco Morbidelli já

progresso, assim como a prepa-

corrida de abertura. O objetivo de

1:58.239.

-32- | MOTORCYCLE SPORTS |


| MOTORCYCLE SPORTS | -33-


MotoGP 2019

Apresentação da Aprilia TEXTO: Gonçalo Viegas

Aprilia Racing Team Gresini

Aprilia apresentou-se de cara lavada antes dos testes do Qatar Aleix Espargaró e Andrea Iannone

A fábrica de Noale foi a marca que pior desempenho apresentou na temporada passada. No ano de 2018, a Aprilia acabou por ser ultrapassada pela KTM – que tem menos tempo no MotoGP – depois de ter acumulado apenas 59 pontos em 18 provas.

-34- | MOTORCYCLE SPORTS |

Após os fracos resultados consegui-

série de trabalhos experimentais

Aprilia chegou aos testes do Qa-

dos nos últimos anos, a equipa ital-

depositou toda a sua confiança em

tar a apresentar novas cores para

iana apostou mais fichas para este

Bradley Smitth que já pilotou a M1

a seguinte temporada. Para este

novo campeonato tendo oficializado

da Yamaha e a RC16 da KTM. É um

campeonato, a decisão recaiu em

o seu primeiro grande investimento

piloto com experiência independen-

pintar a RS-GP maioritariamente de

em Andrea Iannone. O piloto teve

temente do facto de ter sido pouco

preto aliada ao branco e vermelho

um primeiro ano pouco positivo na

competitivo na equipa austríaca. Por

que tanto caracterizam a história da

Suzuki mas apesar dos três pódios

fim, o terceiro maior investimento

marca.

conseguidos na fase inicial do mun-

recaiu sobre a contratação de Mas-

Em comunicado oficial, Romano Al-

dial de 2018, a estrutura japonesa

simo Rivola mostrando uma clara

besiano elogiou todo o trabalho que

acabou por oferecer um contrato a

vontade de deixar o último lugar da

tem vindo a ser feito nos últimos

Joan Mir.

classificação de fabricantes.

meses ao mesmo tempo que sublin-

Mais tarde, a Aprilia decidiu criar uma

Depois de tudo definido e de mais

hou o contributo realizado pelos dois

equipa de testes e para guiar uma

uma série de mudanças internas, a

novos pilotos. Além das mudanças


Aprilia Racing Team Gresini

em capital humano, o responsável declarou ainda que também se fez alterações significativas na moto. ‘A parte final da última temporada e os

amos de continuar assim e melhorar passo-a-passo. O sentimento certo está lá. Além de Iannone, Bradley Smith é

testes de inverno foram fundamentais

uma das novidades da Aprilia já que

do ponto de vista técnico. A chegada do

este tem em si uma equipa de tes-

Andrea [Iannone] e do Bradley [Smith]

tes que visa melhorar a competitiv-

adicionaram novas informações à con-

idade dos seus dois pilotos. Apesar

tribuição fundamental do Aleix [Espar-

de estar mais afastado das pistas, o

garó], ajudando-nos a definir uma linha

britânico encontra-se motivado para

de evolução da RS-GP (…). Fizemos

este novo desafio enquanto admite

mudanças na arquitetura do chassis e

querer igualar os seus companheiros

na gestão da eletrónica, deixando es-

de fábrica em termos de rendimento

Aprilia RS-GP 2019

paço para avanços futuros que serão

desportivo.

feitos constantemente durante toda a

‘Começar o meu novo papel de piloto

temporada’, defendeu Albesiano.

de testes tem sido muito interessante. tido recentemente:

ver alguma expectativa extra quando

Gosto muito do lado analítico do Mo-

Racing, a aposta num piloto de tes-

- Os primeiros testes desta nova tem-

existe uma ‘simbiose italiana’. Devido

toGP e já aprendi bastante ao trabalhar

tes e numa reorganização interna

porada foram positivos. Fui veloz e

a este fator, o mesmo acredita que

de perto com a equipa. O shakedown

foram dois fatores de bastante im-

senti-me à vontade a pilotar a RS-GP

a pressão existente pode acabar por

na Malásia correu bem e estou satisfei-

portância que vieram facilitar a vida

de 2019. Do ponto de vista humano,

ser positiva para toda a garagem:

to que ambos os pilotos tenham tirado

à fábrica de Noale: ‘A reorganização

tenho agora à minha disposição uma

- Estamos diante um grande desafio. A

proveito de todo o trabalho realizado

do departamento de corridas e o re-

das melhores equipas da minha carrei-

ligação da Aprilia com um piloto ital-

durante o inverno, encontrando rap-

forço da equipa de testes foram dois

ra. Temos muito trabalho a fazer, mas

iano cria sempre certas expectativas,

idamente um bom sentimento com

fatores-chave na preparação durante

não posso deixar de estar otimista.

por isso é bom canalizar isso para uma

a RS-GP. O objetivo para a equipa de

o inverno, o que nos permitiu agilizar

Com a chegada do Andrea, do Bradley

pressão positiva. Aproximei-me da

testes consiste na minha capacidade

processos e ter uma análise de dados

e do Massimo [Rivola], estamos defin-

preparação para 2019 com alguma

de levar o desenvolvimento em frente

mais precisa. Estes são aspetos essen-

itivamente mais fortes. Mal posso es-

calma. Melhorámos em todas as saí-

e, claro, de ser capaz de me aproxi-

ciais no MotoGP atualmente.’

perar para começar a primeira corrida

das [para a pista] e, para ser sincero,

mar do ritmo do Aleix e do Andrea nas

Já Espargaró comentou que o ar-

no Qatar.

fiquei surpreendido com a velocidade

minhas participações wildcard. Temos

ranque da pré-temporada correu

Andrea Iannone é a grande aposta

com que os rapazes da Aprilia mu-

um grande potencial e estou ansioso

de feição à equipa italiana, deixando

da Aprilia para esta temporada. Se-

daram o projeto com base nos meus

para a próxima temporada’, disse o

elogios a todo o apoio que este tem

gundo o próprio piloto é natural ha-

pedidos entre Jerez e Sepang. Precis-

britânico.

Aprilia Racing Team Gresini

Para o Diretor Técnico da Aprilia

Face a toda esta aplicação, é expectável que a Aprilia consiga melhores resultados face àqueles que foram conseguidos no ano passado. As ferramentas de agora não são as mesmas de outrora e o apoio de Smith será importantíssimo tanto na velocidade como na consistência da RS-GP, pelo que será interessante acompanhar o andamento desta nova máquina. Além de todo o apoio a Espargaró e Iannone, a Aprilia tem este ano a oportunidade de conseguir ser mais competitiva uma vez que é detentora de uma dupla de atletas que já mostrou ter velocidade caso as peças se juntem. | MOTORCYCLE SPORTS | -35-


MotoGP

Testes Malásia TEXTO: Bernardo Matias

Ducati ‘arrasou’ em Sepang A Ducati deixou uma impressão de grande força nos primeiros testes de MotoGP em 2019, alcançando as quatro primeiras posições da classificação combinada dos três dias – com quatro pilotos abaixo do recorde oficial do circuito.

Petrucci ‘voou’ nos testes de Sepang.

Com o mês de fevereiro, vem o re-

das motos para a ronda inaugural da

Crutchlow, da LCR Honda, ainda se

principais pilotos no shakedown de

gresso da ação do Mundial de Mo-

época, com muitas novidades expe-

encontrava a recuperar de uma gra-

dois dias em Sepang antes dos tes-

toGP. Entre os dias 6 e 8 de feve-

rimentadas em solo malaio.

ve lesão sofrida no segundo treino

tes oficiais – tal como a Aprilia.

reiro, pilotos e equipas saíram para

No geral, as equipas estiveram na

livre do GP da Austrália de 2018.

a pista debaixo de um calor tórrido

sua máxima força, o que não foi o

A KTM esteve com os seus dois pi-

Márquez ultrapassou lesão para

no circuito de Sepang, na Malásia,

caso na Honda. Marc Márquez, ain-

lotos de fábrica, Johann Zarco e Pol

liderar primeiro dia; Oliveira em

para os primeiros testes oficiais do

da a recuperar da cirurgia ao ombro

Espargaró, mas o piloto de testes

16.º

ano civil.

a que foi submetido em dezembro

Dani Pedrosa não pôde marcar pre-

Ainda lesionado no seu ombro es-

Com apenas dois conjuntos de três

passado, esteve condicionado em

sença devido a lesão. Os austríacos,

querdo, Marc Márquez foi forçado

dias de ensaios antes do GP do Qa-

número de voltas. Já Jorge Lorenzo

que contaram também com Hafizh

a adotar uma estratégia ‘especial’

tar (os três de Sepang e outros três

falhou os testes de Sepang devido

Syahrin e Miguel Oliveira da satélite

para os testes de Sepang. Ao não

em Losail), não houve tempo a per-

à lesão num osso escafoide con-

Tech3, foram uma das formações

aguentar demasiado tempo aos co-

der para prosseguir as preparações

traída semanas antes, enquanto Cal

que pôde participar com os seus

mandos da sua moto, o piloto deli-

-36- | MOTORCYCLE SPORTS |


Gold & Goose/Red Bull Content Pool

Honda Racing Corporation

Marc Márquez mais forte no dia inaugural

Miguel Oliveira começou

em Sepang.

com um 16.º lugar

o melhor rookie – tendo passado

ao fim – até porque o calor da parte

Mais atrás, Miguel Oliveira foi o

nos voltas, mas com qualidade de

mais tarde pela frente Álex Rins

da tarde não deu aso a grandes me-

16.º classificado algumas posições

forma a maximizar os quilómetros

(Suzuki).

lhorias na frente.

acima do seu colega de equipa Ha-

acumulados.

A meio do dia, Márquez estabele-

Em terceiro lugar ficou Maverick

fizh Syahrin e de Johann Zarco, da

A primeira hora do dia terminou

ceu aquela que viria a ser a melhor

Viñales na melhor Yamaha, enquan-

equipa de fábrica da KTM. Prova

com Pol Espargaró no comando –

volta (1m59,621s), poucos minutos

to Tito Rabat acabou por chegar a

dos progressos do luso da KTM

ele que acabou por danificar uma

antes de dar o dia como terminado

um surpreendente quarto tempo

Tech3 é o facto de ter estabelecido

KTM na sequência de uma que-

a cerca de quatro horas do fim da

sendo o melhor homem numa Du-

o seu melhor tempo (2m00,902s)

da em que não sofreu mazelas de

sessão programada com 29 voltas

cati – na Desmosedici GP18 da

na sua última volta lançada mes-

maior. Volvidas duas horas era Da-

acumuladas. Bateu Rins por 0,259s

equipa satélite Avintia. O top cinco

mo no final do dia. Por outro lado,

nilo Petrucci (Ducati) a ocupar o

– ele que liderava nessa fase e caiu

foi fechado por Danilo Petrucci na

Oliveira ficou a 0,208s do melhor

topo da tabela de tempos – numa

para o segundo posto em que ter-

melhor Ducati de fábrica à frente

rookie, Francesco Bagnaia (Pramac

altura em que Miguel Oliveira era

minou, também sem melhorar até

de Valentino Rossi (Yamaha).

Ducati), que foi 15.º.

JORGE LORENZO AUSENTE POR LESÃO A ausência mais notada nos testes de Sepang foi a de Jorge Lorenzo. O piloto da Honda lesionou-se em janeiro no osso escafoide do pulso esquerdo e o processo de recuperação obrigou-o a adiar a estreia em pista com as cores oficiais da Honda – em novembro já esteve a ensaiar a RC213V mas ‘à paisana’ devido aos contratos que ainda tinha na altura. No programa After the Flag, Lorenzo deu conta dos seus progressos, confirmando que são satisfatórios e a recuperação decorria rapidamente: – Estou muito bem, ainda estou no processo de recuperação da lesão do pulso. Não é uma lesão simples, é muito complicada porque o escafoide é um osso difícil. Mas a recuperação está a ser muito rápida e estou muito feliz com isso. […]. Todos os dias estamos a ganhar movimento e energia no pulso, todos os dias me sinto mais forte.

Honda Racing Corporation

neou um plano para acumular me-

| MOTORCYCLE SPORTS | -37-


Testes Malásia

Milagro

MotoGP

No rescaldo do primeiro dia, o mais

na frente ficando a apenas quatro

rápido, Marc Márquez, confessou

milésimas do melhor registo do dia

que esperava estar em melhor esta-

anterior.

do: ‘Estou muito contente por voltar

Foi por isso com naturalidade que

a pilotar depois de um longo inver-

ainda na fase inicial do dia e ao cabo

no, mas esperava estar melhor do

da segunda hora Andrea Dovizioso

que estou. Ainda não tenho a força

(Ducati) e Cal Crutchlow (LCR Hon-

toda: estou bem para uma ou para

da) já tinham descido abaixo do re-

duas voltas, mas tive de mudar o

gisto de Márquez estabelecido na

meu estilo de pilotagem para com-

véspera. O primeiro a fazê-lo foi o

pensar. Parámos mais cedo para me

italiano, poucos minutos antes do

poupar para o resto dos testes. […].

britânico que se colocou a quatro

A moto está já a um bom nível, mas

milésimas de distância. Entretanto,

Viñales no topo do segundo dia com u

há sempre coisas para testar antes de chegar ao Qatar’.

ma Yamaha

O 16.º registo deixou Miguel Oli-

Oliveira era 19.º. Decorridas três horas havia um equilíbrio evidente, com menos de

veira agradado, ainda que o dia não

meio segundo a separar os nove

tenha sido isento de contratempos:

primeiros classificados – continuan-

‘O nosso dia foi bom. Tivemos um

do Dovizioso no topo. Entretanto,

pequeno progresso porque não

Pol Espargaró voltou a cair na se-

pudemos rodar tanto quanto que-

quência de um highside, incidente

ríamos com ambas as motos e as

que se juntou ao do primeiro dia.

mudanças demoraram muito, mas a equipa fez verdadeiramente um

Melhores registos surgiram perto

ótimo trabalho. Adaptámos o nos-

do fim do dia

so programa e conseguimos testar

Só já nos minutos finais do dia é

tudo o que queríamos. Fizemos

que existiram mais alterações aos

várias voltas boas, o que é um sinal

lugares cimeiros. A pouco menos

positivo. Por fim, fazer uma volta rá-

de oito minutos, Rins passou para

pida no fim foi bom, no geral tive

a liderança graças a uma volta com-

um ritmo decente’.

pletada em 1m59,424s, que já nos

Quanto ao melhor rookie da pri-

Petrucci ficou na frente do dia 3 e da

instantes finais acabou por ser ba-

meira sessão em Sepang, Francesco

tabela combinada.

tida por Viñales. O espanhol da

Bagnaia, comentou: ‘Fiz um primeiro dia positivo, sobretudo de manhã quando consegui ter um ritmo con-

Yamaha tornou-se o primeiro a entrar no 1m58s nestes ensaios fican-

3.º M averick Viñales (Monster

do 0,527s na frente do compatriota

vincente. De tarde colocámos um

Energy Yamaha MotoGP),

Viñales deixou Yamaha no topo

da Suzuki.

pneu novo para melhorar o tempo

1m59,937s (+ 0,316s) – 63

do segundo dia; Oliveira de novo

Jack Miller ainda chegou a terceiro,

voltas

no top 20

o que significa que a melhor Duca-

Os testes prosseguiram na quinta-

ti foi novamente a de uma equipa

Racing/Ducati), 1m59,983s (+

-feira, 7 de fevereiro, novamente

satélite – desta feita, da Pramac.

0,362s) – 59 voltas

um dia quente na Malásia e mais

Dovizioso não melhorou e teve de

por volta mas não me senti confortável. […]. No geral estou contente: estamos no caminho certo’. Top cinco do primeiro dia: 1.º Marc Márquez (Repsol Honda Team), 1m59,621s – 29 voltas 2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),

4.º T ito Rabat (Reale Avintia

5.º D anilo Petrucci (Mission

concretamente na região de Kuala

se contentar com o quarto lugar de-

Winnow Ducati), 2m00,051s (+

Lumpur aonde o circuito se localiza.

pois de passar grande parte do dia

0,430s) – 54 voltas

Na primeira hora, Valentino Ros-

no topo. Crutchlow fechou o top

si deu logo uma indicação do que

cinco, com Rossi mais uma vez em

16.º M iguel Oliveira (KTM Tech3),

1m59,880s (+ 0,259s) – 61

2m00,902s (+ 1,281s) – 59

poderia reservar aquela sessão de

sexto. Marc Márquez quedou-se

voltas

voltas

oito horas – colocou a sua Yamaha

pelo oitavo lugar e voltou a com-

-38- | MOTORCYCLE SPORTS |


Miguel Oliveira apresentou melhorias

Gold & Goose/Red Bull Content Pool

nítidas na Malásia.

pletar poucas voltas (37) face aos rivais salvaguardando o seu ombro lesionado. Bagnaia repetiu o feito de ser o melhor rookie, desta feita em 12.º a pouco mais de um segundo do

Evidenciando um bom nível de motivação, o português comentou ainda: ‘Estou muito motivado, além disso a equipa está a fazer um ótimo trabalho, percebemos cada vez mais a moto. Hoje só nos faltou

líder. Miguel Oliveira trabalhou es-

o ataque ao tempo, mas diria que

sencialmente em séries de voltas

estamos muito fortes e numa boa

curtas, tendo feito o seu melhor

direção’.

registo na sétima volta do dia – a

Mais uma vez, Francesco Bagnaia

última de uma das sequências mais

foi o melhor dos estreantes ten-

longas que completou.

do o melhor registo pessoal de

O registo de 2m00,672s deixou-o

1m59,995s. O campeão em título

em 20.º a pouco mais de três dé-

de Moto2 comentou: ‘Foi um dia

cimas de Pol Espargaró (17.º), o

muito positivo. Trabalhei muito

segundo melhor da KTM de fábri-

melhor do que na véspera ao nível

ca. De salientar que a marca esta-

técnico e à tarde demos um passo

belecida por Oliveira permitiu-lhe

em frente muito grande. […]. Até

melhorar 0,230s face ao primeiro

este momento está a ser um teste

dia de ensaios em Sepang, o que

positivo: volta após volta consigo

demonstrou a continuidade dos

compreender melhor a moto’.

progressos do rookie português da KTM Tech3.

Top cinco do segundo dia:

Concluído o segundo de três dias

1.º M averick Viñales (Monster

em Sepang, Maverick Viñales mos-

com pneus usados, também com o

usámos uma configuração diferente

Energy Yamaha MotoGP),

trou o seu agrado com os progres-

rendimento da moto. Foi só na úl-

do controlo de tração, que foi algo

1m58,897s – 63 voltas

sos que a Yamaha YZR-M1 evi-

tima série de voltas que não con-

diferente e combinado com o novo

denciou e com as sensações que

segui melhorar o tempo porque

pneu não funcionou’.

obteve em pista: – Honestamente tentámos trabalhar bastante no ritmo em corrida. Estivemos sempre a usar a especificação para a corrida. Senti-me bem e por volta do meio do dia fizemos bons tempos por volta, especialmente durante a simulação de corrida quando estava calor, sem aderência, pelo que na verdade estou muito feliz com a forma como trabalhámos hoje. Fizemos uma boa melhoria na moto. Quanto a Miguel Oliveira, explicou que acabou por não conseguir melhorar o registo na sua última saída para a pista como fazia parte dos planos: ‘Parece que conseguimos melhorar o nosso tempo por volta um bocado todos os dias. Estava muito feliz com a minha prestação

2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar), 1m59,424s (+ 0,527s) – 61 voltas

IANNONE AFASTADO DO ÚLTIMO DIA Andrea Iannone encurtou o seu programa de testes a apenas dois dias, ao não marcar presença em pista no último dia de ensaios em Sepang. De acordo com o Motorcycle News, um problema relacionado a uma cirurgia plástica obrigou The Maniac a tratar-se com antibióticos antes dos testes do início de fevereiro, o que teve naturais repercussões negativas na forma física do piloto. Em comunicado, Iannone esclareceu que optou por ficar ausente do derradeiro dia por precaução: ‘As condições aqui são duras mesmo quando estás em plena forma e, dado o trabalho que fizemos e o facto de a equipa de testes estar aqui, preferi descansar. Tomámos a decisão com a equipa, puramente como precaução’.

3.º J ack Miller (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m59,517s (+ 0,620s) – 49 voltas 4.º Andrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m59,562s (+ 0,665s) – 60 voltas 5.º C al Crutchlow (LCR Honda Castrol), 1m59,566s (+ 0,669s) – 53 voltas 20.º M iguel Oliveira (KTM Tech3), 2m00,672s (+ 1,775s) – 61 voltas Ducati avassaladora no fecho em Sepang; Oliveira entrou no 1m59s A 8 de fevereiro, equipas e pilotos despediram-se dos testes de Sepang. O calor voltou a ser um elemento a ter em conta, o que não | MOTORCYCLE SPORTS | -39-


MotoGP

Testes Malásia

Bagnaia foi o melhor rookie a 0,063s do topo da tabela.

Cal Crutchlow levou a melhor Honda, da LCR, ao sexto tempo. Rossi quedou-se desta feita pelo décimo lugar na frente de Marc Márquez, que foi novamente dos que realizou menos voltas – 39. A melhor delas deixou-o a 0,931s da marca de referência estabelecida por Petrucci. Miguel Oliveira teve um dia mais curto, com menos de quatro horas de trabalho e 38 voltas. A sua melhor, 1m59,949s, surgiu com 24 minutos decorridos – que foi uma das duas em que conseguiu rodar abaixo dos 2m00s. O português terminou na 19.ª posição a pouco mais de três décimas da melhor KTM, a impediu os registos de descerem de

meia hora. Mas cerca de dez minu-

Também foi numa fase prematura

de Johann Zarco, que alcançou o

forma acentuada – a generalidade

tos depois, Danilo Petrucci, em Du-

do dia que Jack Miller (Pramac Ra-

17.º posto do dia e do cômputo ge-

dos pilotos efetuou as suas melho-

cati, rodou em 1m58,239s e nun-

cing) e Andrea Dovizioso (Ducati)

ral dos três dias de ensaios.

res marcas precisamente nesse dia.

ca mais foi destronado do topo da

fizeram as suas melhores marcas.

De referir que a Aprilia teve uma

tabela de tempos – embora tenha

Como estes pilotos fecharam o lote

Top cinco do terceiro dia:

ausência de peso, Andrea Iannone,

sofrido mais adiante uma queda.

dos quatro mais rápidos, significa

1.º D anilo Petrucci (Mission

que deu por concluído os trabalhos

Quem mais perto ficou do #9 foi

que com pouco mais de 60 minu-

na Malásia após o segundo dia por

Francesco Bagnaia (Pramac Racing),

tos passados os lugares cimeiros

motivos de saúde.

novamente o melhor rookie do dia

ficaram ordenados e não sofreram

Foi logo na parte inicial do dia que o

e agora também dos testes – ficou

mais qualquer mudança até ao fim.

Pramac Racing/Ducati),

recorde oficial de Sepang foi batido.

a 0,064s com uma volta realizada

Viñales foi o melhor sem uma Du-

1m58,302s (+ 0,063s) – 21

O primeiro a fazê-lo foi Maverick

com pouco mais de uma hora de-

cati, ao ser quinto na sua Yamaha a

Viñales, decorrida pouco mais de

corrida.

0,405s da liderança.

Winnow Ducati Team), 1m58,239s – 32 voltas 2.º F rancesco Bagnaia (Alma

voltas 3.º J ack Miller (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m58,366s (+

EQUIPAS EXPERIMENTARAM NOVIDADES NAS MOTOS Como é natural nestes primeiros testes do ano, as equipas experimentaram diversas novidades nas suas motos, umas mais visíveis do que outras. A carenagem é um dos elementos mais visíveis em qualquer moto e neste campo vários construtores apresentaram novas soluções bem evidentes à vista desarmada. A Yamaha, por exemplo, introduziu uma nova carenagem aerodinâmica, enquanto a Suzuki apresentou duas carenagens distintas e também a Ducati dotou a Desmosedici GP19 de Andrea Dovizioso de uma nova carenagem.

0,127s) – 47 voltas 4.º A ndrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m58,538s (+ 0,299s) – 36 voltas 5.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m58,644s (+ 0,405s) – 79 voltas 19.º M iguel Oliveira (KTM Tech3), 1m59,949s (+ 1,710s) – 38 voltas No fim destes ensaios, Petrucci comentou: ‘[No último dia] começámos com o pé direito: era suposto

-40- | MOTORCYCLE SPORTS |


www.suzuki-racing.com

tentar dois ataques aos tempos mas numa tentativa apenas, feita com o pneu médio, foi suficiente. Quando vi o tempo da volta no painel fiquei realmente feliz. Depois disso, voltámos ao trabalho com alguns novos componentes.

Contudo,

infeliz-

mente, caí a meio quando estava a testar a nova carenagem. Uma vez que estava também com alguns bolhas nas mãos, decidimos parar um pouco antes do final para recuperar e garantir que estaremos no nosso melhor nos testes do Qatar. No geral, foi um teste muito positivo’.

Rins colocou a Suzuki no segundo lugar

Johann Zarco, que já tem dois anos

em dois dias.

de experiência. Eu tenho três tesMiguel Oliveira progrediu de

tes’.

forma constante

tacou os progressos efetuados por

ta de sempre a Sepang.

Oliveira e também pelo seu colega

No comunicado final de rescaldo,

com Miguel Oliveira

Hafizh Syahrin nos ensaios da Malá-

Pecco comentou: ‘Estou muito con-

Neste início de carreira no MotoGP,

sia: ‘Os nossos pilotos sentem mui-

tente com o trabalho que fizemos.

tou que não eram muitos os que

Oliveira está a deixar boa impressão

ta mais confiança, eles conseguem

Criámos uma boa base para come-

esperavam tal proximidade aos pi-

na KTM Tech3. Ao site paddock-gp.

dar informação muito mais precisa.

çar bem no Qatar. Ainda temos de

lotos de fábrica da KTM: ‘O tempo

com, o chefe de equipa Hervé Pon-

Claramente que penso que ambos,

trabalhar em alguns detalhes em

por volta foi bom. Não foi tão rápi-

charal salientou o bom trabalho do

o Miguel e o Hafizh, desfrutaram,

termos de eletrónica mas tenho de

do como esperava porque não con-

piloto luso e o feedback que dá aos

e assumo que deram comentários

admitir que estou muito satisfeito.

segui fazer corresponder a melhor

técnicos da formação.

e informação verdadeiramente va-

O ataque aos tempos foi muito bom

configuração da moto com os me-

O gaulês referiu após os testes de

liosos aos engenheiros da KTM. O

e até o ritmo não foi mau’.

lhores pneus no melhor momento,

Sepang: ‘Ele faz muito trabalho,

facto de termos cinco pilotos, todos

mas em qualquer caso estou muito

dando direções técnicas precisas e

a puxarem um pelos outros, todos a

Top cinco do terceiro dia:

perto dos dois pilotos de fábrica da

sendo sempre excessivamente cal-

melhorarem a cada dia, foi um sinal

1.º D anilo Petrucci (Mission

KTM, mais perto do que todos es-

mo. Se uma mudança de configura-

muito bom. Há uma energia incrível

Winnow Ducati Team),

peravam. Acho que isto é o maior

ção numa moto demorar uma hora,

dentro de todo o grupo e estamos

1m58,239s – dia 3

ponto positivo destes dias’.

ele nunca mostra sinal de irritação.

orgulhosos por fazer parte desse

Também a competitividade com

É verdadeiramente alguém que está

grupo’.

pneus usados deixou Oliveira en-

a descobrir e neste momento é

corajado: ‘Fomos verdadeiramente

muito empolgante, e especialmente

Bagnaia surpreendente

competitivos com pneus usados,

em relação à forma como ele roda.

Francesco Bagnaia foi consisten-

Racing/Ducati), 1m58,366s (+

o que é bom para a corrida. Nes-

Porque está só a três décimas do

temente o melhor rookie ao longo

0,127s) – dia 3

te momento consigo ver um claro

líder [da KTM] que é o Johann Zar-

dos três dias de ensaios, tal como

passo em frente, ainda assim sinto

co e a duas décimas do piloto mais

já havia sido em novembro do ano

que não extraímos o máximo do

experiente da KTM que é o Pol Es-

passado em Valência e em Jerez.

que temos’.

pargaró. O colega de equipa dele,

Por isso, o mais surpreendente foi

Entretanto, citado pelo Speedweek.

que já tem um ano de MotoGP, não

mesmo o facto de ter terminado

Energy Yamaha MotoGP),

com, Oliveira referiu: ‘A minha lebre

existiu durante estes cinco dias de

com uma impressionante segunda

1m58,644s (+ 0,405s) – dia 3

foi sempre a melhor KTM. No final

testes em Sepang…’.

marca no cômputo geral dos três

19.º M iguel Oliveira (KTM Tech3),

fiquei a três décimas do tempo do

Já em comunicado, Poncharal des-

dias a apenas 0,063s da melhor vol-

Quanto a Miguel Oliveira, o luso

Hervé

que melhorou cerca de sete décimas ao longo dos três dias susten-

Poncharal

entusiasmado

2.º F rancesco Bagnaia (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m58,302s (+ 0,063s) – dia 3 3.º J ack Miller (Alma Pramac

4.º A ndrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m58,538s (+ 0,299s) – dia 3 5.º M averick Viñales (Monster

1m59,949s (+ 1,710s) – dia 3 | MOTORCYCLE SPORTS | -41-


MotoE

Testes Qatar

Pré-época fechou com Yamaha na frente na noite de Losail

A pré-temporada do Mundial de MotoGP chegou ao fim de 23 a 25 de março com os testes no Qatar, mais concretamente no circuito de Losail que recebe a primeira prova do ano. Houve equilíbrio ao longo dos três dias, mas a Yamaha acabou no topo com Maverick Viñales.

-42- | MOTORCYCLE SPORTS |

TEXTO: Bernardo Matias

A cerca de duas semanas do arran-

Smith, da Aprilia que será wild-card

MAVERICK VIÑALES COMEÇOU

que do campeonato, os pilotos e as

em Losail. Todos os outros homens

NA FRENTE; OLIVEIRA PERTO

equipas de MotoGP tiveram a der-

presentes foram os do pelotão que

DO TOP 15

radeira chance de se prepararem, e

começará a época.

No sábado, 23 de fevereiro, os pi-

logo no palco da ronda inaugural no

Uma das grandes novidades foi o

lotos entraram em pista pela pri-

Circuito de Losail no Qatar. Foram

regresso de Jorge Lorenzo. Depois

meira vez em Losail este ano para

ensaios distintos começando ao

de falhar os testes malaios devido

darem início aos últimos testes.

entardecer e acabando à noite, tal

à lesão num osso escafoide em ja-

Na primeira hora não houve muita

como já é habitual – até porque a

neiro, o espanhol pôde estrear-se

movimentação, com Cal Crutchlow

prova de março é disputada à noite.

em pista com as cores oficiais da

(LCR Honda) e Franco Morbidelli

Nestes últimos três dias de testes

Honda – mas ainda em momento

(Yamaha SRT) a serem dos poucos

todo o tempo em pista era essen-

de recuperação. Já Andrea Iannone,

a rodarem quase durante uma hora

cial para ‘limar as arestas’ antes do

que falhara o último dia em Sepang

e meia.

começo da ação a sério, o que ex-

por motivos de saúde, voltou na

À medida que os pilotos começa-

plica que só tenha estado em ação

máxima força para continuar a sua

ram a sair para a pista, os tempos

um dos pilotos de testes – Bradley

adaptação à Aprilia.

foram descendo e, ao cabo de duas


Honda Racing Corporation

bretudo em séries curtas de voltas, com a maior a ter sete voltas no to-

Lorenzo estreou-se ‘vestido à Honda’.

horas, o líder era Danilo Petrucci – 0,317s na frente de Morbidelli

tal – sendo nessa que surgiu o seu melhor registo. No término deste primeiro dia em

dia – 1m55,051s.

Quanto a Miguel Oliveira, fez um

Losail, ao programa After the Flag

das. Por essa altura, Oliveira (KTM

As Ducati tiveram assim de se con-

dia em crescendo com a sua melhor

Maverick Viñales deu conta da sua

Tech3) já tinha completado as suas

tentar com os terceiro e quarto

volta a surgir com cerca de 3h45m

satisfação, assegurando estar con-

primeiras cinco voltas ocupando a

lugar – Dovizioso e Petrucci, res-

decorridas – rodou em 1m56,891s,

fortável em todas as pistas pelas

12.ª posição.

petivamente – enquanto Valentino

naquela que foi de resto a sua única

quais os testes com vista à época

À medida que o dia progrediu, os

Rossi melhorou na fase inicial do dia

marca de 1m56s no dia inaugural.

de 2019 passaram – Valência, Jerez,

tempos foram descendo, mas quase

para chegar ao quinto posto. Tito

Permitiu-lhe ficar em 17.º – a ape-

Sepang e Losail:

até à última hora esteve uma Ducati

Rabat (Avintia Ducati) surpreendeu

nas 0,121s de Johann Zarco que foi

– Estou muito contente porque sin-

no topo – Andrea Dovizioso ‘suce-

e foi o melhor das equipas satélite

o segundo dos homens da equipa

to-me muito bem na moto, estou

deu’ a Petrucci. Quando faltava cer-

em sexto, ao passo que Fabio Quar-

de fábrica da KTM.

confortável e para mim isso é o mais

ca de uma hora para o fim, Álex Rins

tararo levou a sua Yamaha da SRT

Oliveira, que realizou um total de

importante. No ano passado tive bas-

(Suzuki) chegou ao primeiro lugar

ao sétimo tempo sendo o melhor

42 voltas, ficou na frente de vete-

tantes dificuldades e este ano, em

da tabela de tempos, mas logo de

dos rookies de forma clara – o se-

ranos como Cal Crutchlow (18.º),

quatro pistas diferentes, estou confor-

seguida Viñales (Yamaha) superou-o

gundo nessas contas foi Joan Mir, a

Jack Miller (19.º) ou Jorge Lorenzo

tável. Não fizemos muitos testes, ten-

por 0,108s com o melhor registo do

quase meio segundo.

(21.º). O português apostou so-

támos focar apenas nas coisas princi-

SUZUKI TESTOU NOVO ESCAPE Como é habitual nos testes de prétemporada, as equipas estiveram a testar componentes novos nas suas motos. Um dos casos mais visíveis neste primeiro dia foi o da Suzuki, que introduziu na GSX-RR de Álex Rins um escape de dupla saída da Akrapovic, desconhecendo-se ao certo que vantagens a equipa procurou. A verdade é que a solução manteve-se nos dias seguintes.

www.suzuki-racing.com

com apenas seis voltas concretiza-

| MOTORCYCLE SPORTS | -43-


Testes Qatar

Gold and Goose

Moto2

RINS COLOCOU SUZUKI NA FRENTE DO SEGUNDO DIA; OLIVEIRA A PROGREDIR Foi necessário esperar cerca de meia hora até ver os primeiros pilotos a saírem à pista no segundo de três dias em Losail. Um dos primeiros a fazê-lo foi Miguel Oliveira para uma primeira série de três voltas lançadas. Mas só no final da primeira hora é que o tráfego se começou a intensificar dentro da pista. Finda cerca de uma hora, Petrucci encabeçava a tabela de tempos

Oliveira 17.º no dia inaugural em Losail.

pais. Para ser honesto, a geometria da moto é similar. ‘O PRIMEIRO DIA FOI BEM CURTO’ – MIGUEL OLIVEIRA

gem para Rins – que mais tarde se haveria de se tornar o grande pro-

Energy Yamaha MotoGP),

Winnow Ducati Team),

tagonista do dia. Mais abaixo, o rit-

1m55,051s – 50 voltas

1m55,594s (+ 0,543s) – 37

mo inicial permitia a Miguel Oliveira

voltas

ocupar o sétimo posto a 0,754s do

2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),

Quanto a Miguel Oliveira, realizou

1m55,159s (+ 0,108s) – 48

um dia de testes curto, atrasando

voltas

a sua entrada em pista em quase

3.º A ndrea Dovizioso (Mission

duas horas por causa das condições

Winnow Ducati Team),

que se verificaram no circuito qata-

1m55,550s (+ 0,499s) – 29

ri. Melhorou cerca de meio segundo

voltas

em termos de tempo de volta. No

com apenas 24 milésimas de vanta-

4.º D anilo Petrucci (Mission

5.º V alentino Rossi (Monster

topo.

Energy Yamaha MotoGP),

Com duas horas decorridas, os

1m55,604s (+ 0,553s) – 47

tempos já tinham descido e a tabe-

voltas

la evidenciava um grande equilíbrio

17.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM

– nessa altura, a KTM era o único

Tech3), 1m56,891s (+ 1,840s)

construtor que não estava entre os

– 42 voltas

seis primeiros, com o top 11 a caber www.suzuki-racing.com

final, o luso comentou em comunicado: – O primeiro dia foi bem curto para ser honesto. Começámos um pouco mais tarde devido às condições da pista, mas finalmente conseguimos fazer algum trabalho na moto. Testámos duas configurações completamente diferentes, procurando por alguma estabilidade na parte traseira. Até agora, estou feliz com o trabalho. Infelizmente, só usámos um conjunto de pneus macios. Por isso, o tempo não foi provavelmente aquele que deveria ter sido no final. De qualquer das formas, trabalhámos bastante. Top cinco do primeiro dia: 1.º M averick Viñales (Monster -44- | MOTORCYCLE SPORTS |

Rins no topo do segundo dia de pré-época no Qatar.


Gareth Harford/Gold and Goose

em menos de um segundo. Petrucci encontrava-se 0,327s na frente de Dovizioso com uma volta em 1m55,365s que se aproximava dos melhores registos do dia inaugural. Oliveira também ficara mais perto do seu registo de referência do dia anterior e era 17.º. A menos de duas horas e meia, e depois de ter sido o primeiro a entrar no 1m54s, Petrucci perdeu em definitivo a liderança, ao ser superado por Viñales. Mas o espanhol não melhorou mais e ainda foi batido por Rins a cerca de duas horas do final do segundo dia. O homem da Suzuki rodou em 1m54,593s na sua penúltima volta lançada e não mais

Quartararo surpreendeu no dia 2 dos últimos testes.

foi ultrapassado.

lhorar para 1m56,274s naquela

Viñales ficou a 57 milésimas e Fa-

que foi a sua melhor volta do dia.

bio Quartararo (Yamaha SRT) dei-

Embora tenha passado o dia quase

xou uma boa impressão quando

todo a fazer séries curtas de voltas,

nhã! Temos feito um ótimo trabalho;

se aproximou dos dois primeiros a

Oliveira fez uma mais longa com 11

em Sepang testámos muitas peças,

menos de 1h20 para o término da

voltas que foi a sua penúltima. Ao

mas aqui estamos a confirmar que es-

‘A NOSSA POSIÇÃO NÃO

sessão. O gaulês foi o melhor rookie

longo do dia, melhorou mais de sete

sas peças são boas. Mas o importante

REFLETE O NOSSO TRABALHO,

e das equipas satélite, a 0,315s do

décimas.

é a forma com estou a andar, passo a

MAS…’ – MIGUEL OLIVEIRA

topo. Petrucci e Marc Márquez

Depois de liderar este segundo dia

passo com um bom ritmo, e também

Como já lhe contámos, Miguel Oli-

(Honda) encerraram o top cinco –

de ensaios no Qatar, Rins não es-

com pneus desgastados. O objetivo é

veira progrediu de forma clara em

naquele que foi o ressurgir do es-

condeu o desejo de que a corrida

deixar tudo 100 por cento claro para

termos de tempo por volta ao longo

panhol no topo da tabela depois

de Losail chegasse, mas, acima de

quando voltarmos para a primeira

do penúltimo dia de pré-tempora-

de um primeiro dia mais ‘apagado’.

tudo, salientou o bom ritmo evi-

corrida. Eu sinto que o nosso conjunto

da. A verdade é que isso não o im-

Aleix Espargaró levou a Aprilia ao

denciado:

é melhor que no ano passado, apenas

pediu de terminar quatro posições

sexto registo e Pol Espargaró colo-

– Seria bom se a corrida fosse ama-

mudando as pequenas coisas. Eu sin-

abaixo face à véspera, em 21.º. O

to-me feliz com a moto.

cou a melhor das KTM no top dez em décimo a 0,662s da frente. Mais atrás, Miguel Oliveira fechou em 21.º. Uma classificação inferior à da véspera, mas que não é sinónimo de piorias – pelo contrário. O português da KTM Tech3 completou 51 voltas e com cerca de três horas passadas bateu o seu registo mais rápido anterior antes de me-

MAIS NOVIDADES NAS MOTOS NO SEGUNDO DIA DE TESTES Neste penúltimo dia de testes voltaram a verificar-se várias novidades nas motos, com as equipas a aproveitarem as últimas hipóteses de testar soluções e ajustes nos seus modelos. A Ducati rodou com uma nova carenagem de três conjuntos de asas, a Honda apostou também numa nova carenagem para a RC213V bem como numa ‘salad box’ na parte traseira e alguns assentos distintos na moto de Jorge Lorenzo. A Aprilia experimentou uma nova carenagem aerodinâmica, bem como a Suzuki, sendo que Maverick Viñales esteve com uma nova secção traseira e assento na sua Yamaha. Também Pol Espargaró rodou com uma secção traseira nova na KTM.

| MOTORCYCLE SPORTS | -45-


Testes Qatar

Gold and Goose

Moto2

rookie português referiu em comunicado que ficou com a sensação de que a posição ocupada não traduz o trabalho efetuado: – Melhorámos o tempo de volta, o que é um bom aspeto. Todos rodaram muito perto uns dos outros. Além disso, conseguimos fazer um bom trabalho na moto, mantivemos o foco mais na questão da distância e de como a corrida deveria ser; em termos de pneus e também nos ajustes, adaptámos muito a moto – não para fazer uma volta rápida, mas para ter um ritmo rápido. No geral, senti-me bastante forte, terminei a sessão com uma boa volta e com um pneu

Winnow Ducati Team),

bastante usado. Neste momento, a

1m54,953s (+ 0,360s) – 48

nossa posição não reflete realmente o

voltas

nosso trabalho e o que fizemos neste dia, mas não foi o foco principal.

Miguel Oliveira

4.º D anilo Petrucci (Mission

5.º M arc Márquez (Repsol Honda

2019. Pela última vez antes do GP

pilotos adiassem a sua entrada em

do Qatar, os pilotos e as equipas

ação, tendo de se esperar quase 40

Team), 1m55,004s (+ 0,411s) –

tiveram a chance de estar juntos

minutos até à primeira volta que foi

57 voltas

em pista a prepararem os últimos

de Andrea Dovizioso, pouco depois

21.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM

detalhes nas suas motos e também

seguido por Marc Márquez – com

NA YAMAHA

Tech3), 1m56,274s (+ 1,681s)

a participação na ronda inicial da

registos muito distantes dos melho-

Se por um lado Maverick Viñales

– 51 voltas

temporada a poucas semanas da

res da véspera.

SENSAÇÕES CONTRADITÓRIAS

terminou na segunda posição e

mesma acontecer.

Volvidas cerca de duas horas de-

ficou bastante agradado com a

VIÑALES ENCEROU PRÉ-ÉPOCA

Mas o dia não decorreu de forma

corridas, a tabela de tempos já es-

Yamaha – que diz ser a melhor que

NO TOPO; OLIVEIRA NO TOP 20

ideal, com o vento forte a condicio-

tava mais ‘povoada’, com Viñales

já pilotou – Valentino Rossi estava

O dia 25 de março foi o derradeiro

nar e muito o trabalho. Essas mes-

a seguir na liderança com 0,179s

mais apreensivo. Citado pelo To-

da pré-temporada do MotoGP em

mas condições levaram a que os

de margem para Petrucci – o me-

doCircuito.com, Il Dottore afirmou: ‘Espero, do fundo do coração, que o Maverick esteja certo e eu errado, porque julgo que neste momento não somos suficientemente fortes para pensar na vitória’. Top cinco do segundo dia: 1.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar), 1m54,593s – 47 voltas 2.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m54,650s (+ 0,057s) – 52 voltas 3.º F abio Quartararo (Petronas Yamaha SRT), 1m54,908s (+ 0,315s) – 54 voltas -46- | MOTORCYCLE SPORTS |

Viñales ‘voou’ no último dia de pré-época.


Gold and Goose

lhor marca (1m55,773s). Essa permitiu-lhe acabar o dia em 18.º na segunda melhor KTM – mais bem classificada só a de Pol Espargaró num positivo sétimo lugar. Top cinco do terceiro dia: 1.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m54,208s – 50 voltas 2.º F abio Quartararo (Petronas Yamaha SRT), 1m54,441s (+ 0,233s) – 48 voltas 3.º M arc Márquez (Repsol Honda

Miguel Oliveira fechou ensaios do Qatar em 20.º.

Team), 1m54,613s (+ 0,405s) – 53 voltas 4.º V alentino Rossi (Monster Energy Yamaha MotoGP),

lhor registo nesta fase, 1m55,663s,

mundial deixava assim o ‘aviso’ para

Num dia curto em que completou

1m54,651s (+ 0,443s) – 38

ainda estava aquém dos melhores

a sua presença mesmo ainda em

apenas 28 voltas, Miguel Oliveira

do dia anterior. Nas suas primeiras

recuperação física do ombro a que

conseguiu ser constante no 1m56s

voltas, Miguel Oliveira apresentou

foi operado no início de dezembro.

– na segunda metade do dia nun-

Team), 1m54,653s (+ 0,445s) –

uma boa consistência, rodando fre-

Rossi e Jorge Lorenzo fecharam o

ca rodou acima desse registo em

33 voltas

quentemente entre o 1m57,0s e o

top cinco, com o espanhol a de-

volta lançada – fazendo também

18.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM

1m56,9s.

monstrar por fim velocidade para

melhorias. Nas suas duas últimas

Tech3), 1m55,773s (+ 1,565s)

Pouco depois, Joan Mir assumiu a

as primeiras posições após dois dias

voltas lançadas dos testes chegou

– 28 voltas

dianteira que manteve até que os

muito discretos com a Honda.

ao 1m55s, fechando com a sua me-

voltas 5.º J orge Lorenzo (Repsol Honda

pilotos mais rápidos do dia começaram a chegar ao 1m54s, já na segunda metade da sessão de três horas. O melhor de todos acabou por ser Viñales, que a cerca de 2h45 do fim da pré-temporada conseguiu realizar uma volta em 1m54,208s – a última lançada de uma série de duas. Logo de seguida, Fabio Quartararo voltou a surpreender colocando-se a 0,233s do espanhol. Os dois acabaram por não ser ultrapassados até ao fim do dia, com Marc Márquez (Honda) – que liderava antes das Yamaha chegarem à frente – a ficar em terceiro a 0,405s. O campeão

Maverick Viñales

| MOTORCYCLE SPORTS | -47-


Testes Qatar

Gold and Goose

Moto2

melhorar para a corrida’. Questionado sobre se acredita que o triunfo está ao alcance no GP do Qatar, o #12 respondeu: ‘Primeiro que tudo temos de melhorar a aceleração e depois vamos estar preparados. Penso que a próxima corrida será muito importante para nós, especialmente para ver se conseguimos encontrar aderência. A nossa moto tem coisas muito positivas mas também outras negativas mas também algumas negativas. Portanto, agora precisamos de tirar conclusões e ver aonde podemos melhorar’. ‘DEIXAMOS ALGUMAS

Miguel Oliveira

DÉCIMAS EXTRA PARA O GP’ – MIGUEL OLIVEIRA Detentor de um registo de progres-

TRÊS YAMAHA NO TOP CINCO

(LCR Honda, 17.º) – que não me-

– As conclusões são que precisamos

so ao longo de toda a pré-tempo-

FINAL; OLIVEIRA EM 20.º

lhoraram no último dia.

de melhorar. Honestamente pilotei

rada, Miguel Oliveira fechou os

No cômputo geral dos três dias em

Quanto a Miguel Oliveira, graças ao

muito bem na pista, senti que estava

testes do Qatar em 20.º depois de

Losail, o mais rápido de todos foi

seu registo da última sessão de pré-

muito rápido com a quantidade de

o último dia ter sido o melhor dos

Maverick Viñales, graças à marca

-temporada alcançou um lugar en-

aderência que a pista teve hoje. Mas

três em termos de tempo por volta

que também lhe permitiu comandar

tre os 20 melhores em Losail ao ser

de qualquer forma precisamos de

– 1m55,773s.

o terceiro dia. Em segundo ficou Fa-

20.º. Mas, mais importante do que

melhorar, não tenho muito boa ade-

O homem de Almada acabou por

bio Quartararo a 0,233s, igualmen-

classificações, o estreante luso evi-

rência no limite e acho que os nossos

ter um dia complicado devido ao

te fruto da sua volta mais rápida do

denciou um progresso constante ao

adversários aproveitam muito o pneu

vento, que segundo referiu em co-

último dia. Já Álex Rins alcançou o

longo destes ensaios e da pré-tem-

no limite. Portanto precisamos de

municado condicionou os seus tra-

terceiro posto com a marca que o

porada como um todo. Foi sempre

continuar a trabalhar, especialmente

balhos:

deixara no comando do segundo

superior no duelo interno da KTM

nesse aspeto. Penso que na acelera-

– Definitivamente encontrámos con-

dia dos testes qataris, ao passo que

Tech3 com Hafizh Syahrin e ficou

ção melhorámos muito desde Sepang,

dições mais difíceis do que nos dois

Marc Márquez e Valentino Rossi

a apenas 57 milésimas da segunda

estou muito feliz com o que temos na

dias anteriores por causa do vento.

encerraram o lote dos cinco mais

KTM da equipa de fábrica – a de

travagem mas temos de melhorar na

Começámos um pouco lentos em ter-

rápidos da semana.

Johann Zarco que concluiu em 19.º.

aceleração.

mos de tempo por volta, mas depois

Falando do ritmo em corrida,

apanhei o ritmo e estive a pilotar mui-

Nestes seus primeiros testes com as cores da Honda, Jorge Lorenzo

VIÑALES SENTE NECESSIDADE

Viñales explicou: ‘Não está mau.

to bem. Infelizmente, uma queda aca-

alcançou a sexta posição na tabela

DE PROGREDIR NA

Agora experimentei fazer dez voltas

bou o teste, mas senti que estava a

combinada dos três dias, enquan-

ACELERAÇÃO

para compreender como a moto es-

tornar-me mais forte e a equipa tam-

to atrás de si Franco Morbidelli

No final do derradeiro dia de pré-

tava mas agora estava muito frio para

bém fez algumas mudanças à moto,

(Yamaha SRT), Pol Espargaró (sur-

-temporada, apesar da liderança

os pneus médios. De qualquer forma

com as quais fiquei muito feliz.

preendente oitavo na melhor KTM),

Viñales não estava completamente

pilotei bem, com bom ritmo e talvez

Por outro lado, Oliveira antecipou

Takaaki Nakagami (LCR Honda) e

satisfeito, sobretudo com a acele-

pudesse atacar um pouco mais. Mas

que haverá mais décimas para ga-

Petrucci fecharam o top dez. Fora

ração da Yamaha YZR-M1. Ao pro-

de qualquer maneira continua a ace-

nhar no GP do Qatar: ‘Julgo que

dele ficaram, entre outros, Dovizio-

grama After the Flag, o espanhol

leração, não temos aderência no li-

terminámos este testes sem chegar

so (Ducati, 15.º) e Cal Crutchlow

comentou:

mite e penso que é muito importante

ao limite e extrair o máximo da moto,

-48- | MOTORCYCLE SPORTS |


Gareth Harford/Gold and Goose

Romano Albesiano, Aprilia: ‘De um a dez? Digamos sete no que toca ao Aleix [Espargaró] e seis com bom potencial no que toca ao Andrea [Iannone]’. Davide Tardozzi, Ducati: ‘Oito. Vocês sabem, nunca podes estar 100 por cento satisfeito mas acho que fizemos um bom trabalho, portanto oito’. Alberto Puig, Honda: ‘Do meu

Quartararo foi a grande surpresa em Losail.

ponto de vista não é possível responder. Só posso dizer que será avaliado na corrida e essa é a ava-

pelo que deixamos algumas décimas

tar – não escondeu a sua satisfação

extra para o GP’.

com os progressos e adaptação à YZR-M1, ao referir:

Yamaha SRT), 1m54,441s (+

liação real’.

0,233s) – dia 3 3.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),

Mike Leitner, KTM: ‘Avaliá-la-ia

FABIO QUARTARARO CAUSOU

– Até agora este ano tenho apenas

1m54,593s (+ 0,385s) – dia 2

SENSAÇÃO COMO MELHOR

seis dias na moto e para ser sincero

4.º M arc Márquez (Repsol Honda

ROOKIE

sinto-me confortável com ela. Con-

Team), 1m54,613s (+ 0,405s)

Davide Brivio, Suzuki: ‘Estamos

À semelhança do que aconteceu

segui fazer algumas voltas realmente

– dia 3

muito satisfeitos com a pré-tempo-

nos testes de Sepang, o melhor dos

rápidas e foi isso que faltou em Se-

5.º V alentino Rossi (Monster

rada, portanto diria oito porque de

estreantes foi um dos pilotos das

pang. Aqui [no Qatar] não tivemos di-

Energy Yamaha MotoGP),

forma a fazer a avaliação final de ver

equipas satélite e acabou em se-

ficuldade para fazer tempos de volta,

1m54,651s (+ 0,443s) – dia 3

as corridas. Então, aí direi o quão

gundo lugar. Depois de Francesco

entrámos no ritmo rapidamente e es-

20.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM

Bagnaia (Alma Pramac Racing) na

tivemos muito rápidos. Foi bom para

Tech3), 1m55,773s (+ 1,565s)

Malásia, foi Fabio Quartararo o au-

também para fazer uma simulação

– dia 3

tor da ‘proeza’ em Losail.

de corrida e comparando esta com a

No último dia, o jovem francês

que fiz em Sepang, foi melhor em ter-

DIRETORES DE EQUIPA DE

porque agora vemos o nosso valor,

– que é o primeiro a chegar ao

mos de velocidade mas também em

FÁBRICA AVALIARAM A PRÉ-

o valor da Suzuki, o valor da Ducati,

MotoGP com menos de 20 anos

termos de dificuldade porque estive

TEMPORADA DE UM A DEZ

mas o valor da Honda foi escondi-

de idade desde 2004 – rodou em

virtualmente sozinho o tempo inteiro.

O fim dos testes de pré-tempora-

do por causa das lesões dos pilotos.

1m54,441s. Nos dois dias anterio-

Penso que estamos a evoluir fazer de

da é também o momento de fazer

Portanto seguramente esperamos

res foi também o melhor rookie,

forma gradual, sem parar.

balanços de como decorreram as

que eles estejam na luta, mas o

preparações com vista à nova épo-

mais importante é que nós também estaremos’.

dando mostras de estar a adaptarTop cinco combinado dos três

ca. Por isso mesmo, o site oficial do

Quartararo acabou a apenas 0,233s

dias:

MotoGP foi falar com os diretores

de Maverick Viñales, da equipa de

1.º M averick Viñales (Monster

de equipa das seis formações ofi-

saios, o #20 – que ficou no top três igualmente no segundo dia no Qa-

Energy Yamaha MotoGP),

ciais para saber da avaliação de

1m54,208s – dia 3

cada um aos trabalhos nos testes

2.º F abio Quartararo (Petronas

boas ou más foram as preparações’. Massimo Meregalli, Yamaha: ‘Digamos oito. Temos algumas dúvidas

-se bem à categoria-rainha.

fábrica da Yamaha. No final dos en-

com um sete’.

de inverno. | MOTORCYCLE SPORTS | -49-


WSBK

Austrália Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019

TEXTO: Gonçalo Viegas

Álvaro Bautista, Jonathan Rea e Leon Haslam

Phillip Island recebeu a abertura do Mundial de Superbike com fim de semana histórico

Álvaro Bautista chegou, venceu e é candidato ao título Depois de uma pré-temporada longa e cheia de trabalhos para todas as fábricas e equipas presentes no Mundial de Superbike, o paddock chegou a Phillip Island para a última rodada de testes que decorreria dias antes do arranque de mais um campeonato.

-50- | MOTORCYCLE SPORTS |

Álvaro Bautista fez o melhor tempo

Haslam e Jonathan Rea ocuparam

dos dois dias de testes (18 e 19 de

as posições seguintes. Melandri foi

fevereiro) com o ex-piloto de Mo-

o quinto mais veloz nestes testes e

toGP a registar uma volta rápida

o melhor independente, pelo que

em 1:30,303. Tom Sykes colocou a

se podia esperar diversas e boas

sua BMW S1000 RR a pouco mais

lutas ao longo de todo o campe-

de duas décimas de distância para

onato.

o espanhol, enquanto que Leon

Com o final da pré-época todas


Jamie Morris

Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019

Álvaro Bautista

Jonathan Rea

as equipas estavam preparadas

melhor lapidou as suas capaci-

uipa, Haslam também conseguiu

Superbike que caracterizam o pre-

para o primeiro fim de semana de

dades nesta última sessão já que

ser melhor que o espanhol da

sente calendário. Logo a partir da

corridas que decorreu poucos dias

mais ninguém o conseguiu destro-

ARUBA.IT Racing – Ducati depois

terceira curva, Bautista saltou para

mais tarde. Na sexta-feira houve

nar. No final dos três treinos, o pi-

de ter completado uma volta em

a liderança e começou a trabalhar

tempo para duas sessões de tre-

loto natural de Talavera da Rainha

1:29,624. Por outro lado, o ex-pi-

arduamente para se estrear nas

inos onde Bautista voltou a brilhar

foi o único a rodar no segundo 29

loto de MotoGP não melhorou o

vitórias no que diz respeito a este

com um tempo de 1:30,327. O

(1:29,785), já que Leon Haslam

suficiente

acabando

seu novo desafio. Volta após vol-

recém-chegado ao Mundial de Su-

e Jonathan Rea ficaram a meio

por arrancar na posição mais baixa

ta, o espanhol foi melhorando os

perbike ficou à frente do campeão

segundo, sensivelmente, do seu

da primeira linha. Tom Sykes fez o

tempos e apresentando um ritmo

Rea por um diferencial de apenas

novo adversário.

quarto tempo, tendo a companhia

que lhe daria os tão desejados 25

0,014s, enquanto que Haslam foi

Na Superpole, a história foi um

de Alex Lowes e Sandro Cortese –

pontos logo na corrida de abertu-

terceiro a 0,155s do espanhol.

pouco diferente… Tal como fez

o alemão era nesta altura o piloto

ra, igualando o feito de Max Biaggi

O sábado começou bastante bem

em boa parte do ano passado, Rea

independente com posição mais

quando este chegou ao campe-

para os principais pilotos, com es-

fez o melhor registo (1:29,413)

adiante para a primeira manga.

onato no ano de 2007.

tes a melhorarem os seus tempos

conseguindo bater o tempo que

Com o apagar das luzes de par-

A partir do momento que o pilo-

das duas sessões anteriores. Ainda

Bautista tinha marcado no FP3.

tida, os pilotos arrancaram para

to de 34 anos já rodava isolado,

assim, Álvaro Bautista foi quem

A par do seu companheiro de eq-

a primeira de muitas corridas de

o foco da prova passou para Rea,

Jamie Morris

(1:29,729)

Haslam e Lowes. A corrida passou a ganhar forma e com isso os dois homens da Kawasaki passaram a disputar entre si a segunda posição, enquanto Lowes e Sykes estavam de olho nesta luta de forma a tirar possíveis vantagens. Com o mostrar da bandeira de xadrez, Bautista mostrou que não está efetivamente para brincadeiras neste seu primeiro ano no WSBK. O profissional venceu a corrida com uma vantagem de 14 segundos para o campeão que

Leon Haslam

| MOTORCYCLE SPORTS | -51-


Austrália

Álvaro Bautista

Graeme Brown/ GeeBee Images

Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019

WSBK

Leon Haslam, Jonathan Rea, Toprak Razgatlıoğlu, Alex Lowes

decidida neste pequeno desafio.

prova com 12 segundos de van-

não cedeu face à insistência da sua

isolado. A terceira posição acabou

Álvaro Bautista voltou a ser o mais

tagem.

concorrência em querer acompan-

por ficar destinada a Marco Melan-

veloz, mas o piloto não se con-

Com o último apagar de luzes de

har o ex-piloto de MotoGP. Até ao

dri que ficou logo à frente dos seus

seguiu distanciar da mesma forma

Phillip Island, Bautista começou

final da corrida, a liderança tornou

dois companheiros de fábrica (Alex

que fez no sábado. Ainda assim,

desde cedo a forçar o anda-

a mudar de mãos mas Haslam aca-

Lowes e Michael van der Mark),

cruzou a meta com um diferencial

mento com a ideia de repetir o

bou por perder posição para o seu

isto depois de ter feito uma corrida

de 1,176s para Jonathan Rea com

mesmo feito no dia anterior. A

companheiro de equipa. Michael

de recuperação dado que o italiano

este a ficar à frente do seu novo

corrida começou logo da mel-

van der Mark foi o primeiro a ficar

partiu do nono lugar.

colega de equipa – Leon Haslam.

hor forma com o recém-piloto da

arredado do pódio, Alex Lowes foi

Com o final desta primeira manga,

Estava assim definida a primeira

Ducati a conseguir colocar-se na

quinto e Marco Melandri fechou os

os pilotos descansaram e prepara-

linha para a segunda manga da

dianteira logo a partir da primeira

acessos ao top seis.

ram o dia de domingo onde teriam

primeira jornada do mundial. A

curva numa altura em que Haslam

Perante toda a velocidade demon-

duas corridas diferentes. A primei-

reduzida distância entre Bautista

era segundo.

strada, o vencedor das duas provas

ra de todas seria uma Superpole

e Rea não criou qualquer tipo de

Além de Bautista, o #91 também

comentou estar surpreso com a

Race onde os atletas teriam de

medo ao espanhol, pelo que este

tentou forçar o andamento en-

velocidade que mostrou ao longo

completar apenas dez voltas com o

voltou a repetir a grande diferença

quanto que Rea procurou não per-

de todo o fim de semana.

melhor rendimento possível, pois a

que já tinha aplicado na primeira

der terreno para a dianteira. Bau-

‘Foi um fim-de-semana perfeito e a

grelha para a segunda manga seria

manga concluindo a sua segunda

tista mostrou fibra de campeão e

minha estreia nas Superbikes não

Michael van der Mark

-52- | MOTORCYCLE SPORTS |

Yamaha Motor Europe

GeeBee Images

também terminou a sua prova

Michael van der Mark, Marco Melandri


GeeBee Images

da foi parar às mãos de Gradinger graças à volta (1:33,150) que este tinha feito no primeiro treino livre. Caricasulo foi terceiro. Depois de todos os retoques finais no que concerne à afinação das suas máquinas, os pilotos foram para a Superpole com a finalidade de se colocarem o mais adiante possível. No final de contas, Caricasulo suplantou o seu companheiro de equipa e foi dos poucos a conseguir pilotar no segundo 32. O italiano fez assim a pole position enquanto que Krumennach-

Randy Krummenacher

er foi segundo a 0,079 segundos enquanto que Cluzel fechou a primeira linha.

podia ter sido melhor! Fizemos uma

corrida Superpole. Estou satisfeito,

o melhor tempo. Com uma volta

O arranque da prova decorreu com

limpeza de tudo ao ganhar a corrida,

mas ainda há trabalho a fazer.

em 1:32,777, o suíço bateu toda

os principais pilotos do campeona-

a Superpole e a corrida 2. Se as pes-

Face ao domínio apresentado,

a concorrência e distanciou-se de

to a quererem desde cedo saltar

soas me tivessem dito isso antes, que

Álvaro Bautista terminou este

Thomas Gradinger em 3,7 décimas

para a liderança. Jules Cluzel gan-

ganharia três corridas, não acredi-

primeiro fim de semana no topo da

de segundo enquanto que Feder-

hou alguma vantagem logo nos

taria nelas… mas trabalhámos duro

classificação geral com um total de

ico Caricasulo fez o terceiro regis-

primeiros metros mas o piloto aca-

durante os testes para prepararmos

62 pontos conquistados. Jonathan

to.

bou por ser alcançado no final da

uma moto fantástica. Na corrida

Rea segura o segundo lugar com

O FP2 já trouxe algumas mudanças

primeira volta por Caricasulo. No

desta manhã, na Superpole, diver-

menos 13 pontos e Marco Mel-

uma vez que Julez Cluzel – o prin-

meio de todos estes momentos

ti-me muito ao lutar com o Rea, sabia

andri fecha os acessos ao top três

cipal adversário de Cortese no

iniciais, Krummenacher foi para a

que ele estava forte e iria puxar sem-

sendo o melhor piloto independ-

ano passado – melhorou a volta

frente da prova sendo que o públi-

pre. (…) Estou muito contente com os

ente ao deter uma distância de 32

que Krummenacher tinha feito na

co assistiu a um duelo bem anima-

resultados, hoje é um dia que não irei

pontos para Bautista.

sessão anterior apresentando um

do entre os dois profissionais, en-

tempo de 1:33,208. Caricasulo foi

quanto Cluzel acompanhava este

esquecer nunca! Um muito obrigado à equipa Aruba, à Ducati e a toda a

RANDY KRUMMENACHER

segundo, Krummenacher tercei-

belo momento desportivo.

minha equipa por fazer isto possível.’,

COMEÇOU TEMPORADA

ro e Lucas Mahias colocou-se no

A meio da prova, os pilotos foram

declarou o profissional em comuni-

COM A MELHOR PRENDA DE

quarto posto à frente de Raffaele

à box para efetuar uma mudança

cado oficial de equipa.

ANIVERSÁRIO

de Rosa.

obrigatória de pneus. Com essa

Em comunicado, Jonathan Rea

Além da categoria de Superbike,

Para a última oportunidade antes

troca e uma segunda metade algo

confirmou estar triste com a falta

Phillip Island também recebeu a

da Superpole, o público australiano

mais calma, Krummenacher cru-

de vitórias apesar de ainda ter con-

primeira jornada para o Mundial

viu Krummenacher a conseguir al-

zou a bandeira de xadrez com uma

seguido uma pole position:

de Supersport. Com a subida de

cançar de novo o topo da tabela

vantagem de pouco mais de seis

– Estou um pouco desapontado com

Sandro Cortese ao WSBK, através

de tempos ao falhar o segundo 32

segundos de diferença para Cluzel.

a classificação porque a diferença

da GRT Yamaha, diversos eram os

por 0,067s. Caricasulo ficou nova-

Caricasulo foi o terceiro classifi-

para o vencedor é demasiada. Nós

candidatos à conquista do título

mente atrás do seu companheiro

cado com o italiano a ficar a um

esperávamos uma corrida realmente

mundial.

de equipa e viu Cluzel a colocar-se

segundo do francês. Perante este

difícil. Eu tive de lutar para ter os re-

Logo no primeiro treino livre, Ran-

atrás de si por apenas 0,036s. Em

resultado, o alemão despede-se

sultados, mas no final saímos daqui

dy Krummenacher mostrou que é

termos de tempos combinados, a

da Austrália com a liderança do

com três segundos lugares, uma pole

um piloto a ter em conta nesta bat-

liderança não mudou enquanto

campeonato no mesmo dia em que

position e uma volta mais rápida na

alha com o mesmo a estabelecer

que o segundo melhor registo ain-

completou 29 anos de idade. | MOTORCYCLE SPORTS | -53-


Dakar TEXTO: Bernardo Matias

Marcin Kin

Dakar curto, intenso e repleto de emoções

No fim é que se fazem as contas pode ser um ‘chavão’, mas assenta em pleno no Dakar 2019. As trocas de líder foram quase diárias e as vantagens do primeiro classificado foram sempre curtas. Toby Price acabou por ser quem destacou para alcançar o seu segundo título, apesar de lutar contra as dores num pulso lesionado cerca de um mês antes.

-54- | MOTORCYCLE SPORTS |

Foi uma edição muito curta em ter-

serem aspetos fulcrais.

mos de dias e de quilómetros, mas

Em dez tiradas houve oito vencedo-

rica em emoções. As características

res diferentes e Toby Price só tem

do percurso, com muita areia, múlti-

uma vitória em etapa – precisamente

plas dunas e navegação complicada,

na última, em que tinha de gerir uma

contribuíram em muito para estas

curta margem para Pablo Quintanilla

emoções – não foi difícil errar e per-

que acabou por cair à sua frente du-

der tempo, com a posição de partida

rante o percurso desse mesmo der-

e consequentemente a estratégia a

radeiro dia.


BMW Motorrad


Barreda entrou a ganhar

Marcin Kin

Honda Racing Corporation

Dakar

Walkner deu a primeira vitória em etapa à KTM em 2019

Este Dakar teve uma ampla par-

riores e um line-up com alguns dos

pela frente que não podia decidir

que a equipa nipónica estava a bom

ticipação portuguesa. Foram um

melhores do todo-o-terreno (Ma-

nada mas podia já causar atrasos ou

nível nesta fase inicial da prova.

total de nove lusos a entrarem em

tthias Walkner, Sam Sunderland,

abandonos – quem não se lembra da

O equilíbrio foi evidente ao longo

competição – por ordem alfabética:

Toby Price) colocavam a marca de

queda de Joaquim Rodrigues na tira-

do itinerário, com os dois primeiros

António Maio, David Megre, Fausto

Mattighofen num patamar superior.

da inaugural em 2018?

a acabarem separados por meros

Mota, Hugo Lopes, Joaquim Rodri-

Mas rivais não faltavam – a Honda,

Nesta tirada houve um homem que

22 segundos. Na geral, isso também

gues, Mário Patrão, Miguel Caetano,

com Joan Barreda e Kevin Benavides

se destacou – Joan Barreda liderou

se refletia: Barreda manteve-se na

Paulo Gonçalves e Sebastian Bühler.

em pleno, a Husqvarna com Pablo

a tabela de tempos em todos os

frente, mas apenas 1m31s acima de

Destes, cinco chegaram ao fim, com

Quintanilla desejoso de alcançar o

waypoints e acabou por ser o ven-

Walkner – que ascendeu a segundo

Rodrigues a ser o mais forte em 17.º.

primeiro título ou a Yamaha que ti-

cedor (mesmo com uma queda…)

– e com 1m33s de margem face a

nha Adrien van Beveren e Xavier de

batendo Pablo Quintanilla (Husq-

Brabec, que com estes resultados

O que os pilotos tiveram pela

Soultrait como grandes candidatos a

varna) por 1m34s. Toby Price arran-

conseguiu conservar o terceiro posto

frente

quebrar o jejum de vitórias.

cou a prova com um terceiro lugar a

da classificação. Tal como na véspera,

A edição de 2019 do Dakar foi bas-

A expectativa era de um Dakar de

3m08s, neste que foi um arranque

Gonçalves foi o melhor dos pilotos

tante difícil de montar. A falta de

emoções fortes e assim aconteceu.

positivo para a Honda. Entre o con-

portugueses participantes repetindo

interesse dos países sul-americanos

Não houve nenhum dia monótono

tingente luso, Paulo Gonçalves (Hon-

o 11.º posto. Maio fez novo top cin-

obrigou a Amaury Sport Organisa-

neste Dakar no que toca às duas

da) foi o melhor em 11.º, sendo de

co entre os rookies, desta feita sendo

tion a encontrar uma solução de re-

rodas, com surpresas a acontece-

destacar o facto de António Maio ter

o terceiro dessas contas e 35.º em

cursos mais perto da prova do que é

rem quase diariamente. Para ter uma

sido o quinto melhor dos rookies.

absoluto.

habitual – a pouco menos de meio

ideia da dureza da prova, dos 137

ano. Realizar a prova exclusivamente

que arrancaram apenas chegaram ao

Segunda etapa: Walkner no topo

Terceira etapa: três dias, três

no Peru com apenas dez etapas foi a

fim 75 pilotos, com a primeira tirada

Depois de um primeiro contacto

vencedores

solução. Curto, mas duro, o percurso

a ter feito logo duas ‘baixas’.

com o terreno deste Dakar, a segun-

O terceiro dia do Dakar levou os

da etapa levou os pilotos de Pisco a

pilotos de San Juan de Marcona a

não teve nenhuma etapa sem dunas nem areia, mas também o fesh-fesh

O DAKAR 2019 ETAPA A ETAPA

San Juan de Marcona, num total de

Arequipa com 331km cronometra-

colocou dificuldades aos pilotos,

Primeira etapa: Barreda entrou

342km cronometrados e 211km de

dos e 467km de ligação. Depois de

além de alguns pisos mais rochosos.

mais forte

ligação com a partida das motos a ser

controlar durante a grande maioria

Foram

cronometrados,

Como ‘aquecimento’, a curta etapa

depois dos carros. Pela primeira vez

do percurso, Xavier de Soultrait ga-

com o habitual dia de descanso entre

inaugural teve 84km cronometra-

nesta edição houve uma KTM a ga-

rantiu a primeira vitória em etapa do

as quinta e sexta tiradas.

dos e 247km de ligação entre Lima

nhar, com Matthias Walkner a bater

ano para a Yamaha ao bater Pablo

À partida, o favoritismo recaía na

e Pisco, no dia 7 de janeiro. Era uma

dois homens da Honda – Ricky Bra-

Quintanilla por 15 segundos. O ho-

KTM. 17 títulos nos 17 anos ante-

distância curta que os pilotos tinham

bec e Barreda, que assim mostravam

mem da Husqvarna passou a liderar

2.951km

-56- | MOTORCYCLE SPORTS |


Honda Racing Corporation

a geral 11m23s na frente de Kevin Benavides (Honda), naquela que foi a primeira mudança de comandante. É que Barreda entrou nesta etapa como o líder, mas foi forçado a abandonar depois de ficar preso numa

luso desta etapa, em 18.º, enquanto

ravina na qual entrou mas não con-

na geral Mário Patrão passou a ser o

seguiu sair com os próprios meios.

primeiro dos portugueses em 21.º.

Acabou por ser resgatado do local e só foi possível remover a sua Honda

Sexta etapa: Quintanilla chegou

cinco dias depois, num desfecho de

ao topo

grande desilusão para o espanhol. Paulo Gonçalves, em sexto, voltou a

Depois de um dia de descanso me-

Paulo Gonçalves em crescendo foi o melhor luso

recido em Arequipa, o Dakar voltou

na fase inicial

ser o melhor dos lusos.

com a sexta tirada entre Arequipa e San Juan de Marcona. Com 336km

Soultrait este esteve longe de ser

cronometrados e 502km de ligação,

Honda Racing Corporation

De referir que apesar da vitória de um dia positivo para a Yamaha, que se viu reduzida de quatro para dois pilotos. Franco Caimi cedeu à lesão que já tinha colocado a sua participação em dúvida, enquanto Rodney Faggotter teve problemas na moto.

esta foi a etapa mais extensa em termos de distância total. Em mais um dia duro e cheio de areia e dunas, Pablo Quintanilla alcançou o seu primeiro triunfo do ano ao bater Kevin Benavides por 1m52s. Com Brabec e Sunderland (que abriu a estrada) a

Quarta etapa: Brabec vencedor e

perderem vários minutos, Quintanilla

líder da geral na etapa maratona

voltou assim ao comando da classi-

A quarta etapa ligou Arequipa e Mo-

ficação 4m38s na frente de Brabec.

qegua com 405km cronometrados,

Quintanilla, vencedor do dia, fez as-

sendo a etapa maratona sem qual-

Brabec recolocou a Honda no topo

quer assistência no final. Continuan-

sim o rescaldo da etapa: ‘Tudo correu consoante o planeado e estou feliz por

do a tendência dos primeiros dias,

ganhar a etapa. O dia não foi fácil, o

houve novo vencedor, agora Ricky

ritmo foi muito rápido e a navegação

Brabec batendo Matthias Walkner

foi difícil. Também tivemos fortes ven-

por claros 6m19s. Com Quintanilla

tência consigo.

a atrasar-se, Brabec pôde assumir a

Gonçalves – que caíra – e viu-lhe se-

tos contrários. Tivemos uma boa luta

rem devolvidos os minutos cedidos.

com o Kevin Benavides e numa altura

dianteira da classificação 2m19s na

Quinta etapa: Brabec concluiu

Assim, a vitória sorriu ao britânico da

consegui passá-lo e manter a liderança’.

frente do chileno. Toby Price, terceiro

primeira semana na frente

KTM, com um tempo 3m23s mais

António Maio e Sebastian Bühler

da etapa, subiu à mesma posição da

A primeira semana do Dakar chegou

rápido do que o de Soultrait. Embora

estiveram em plano de destaque no

geral.

ao fim com a quinta etapa entre Mo-

tenha terminado num modesto 12.º

que respeita ao contingente portu-

Tal como nas anteriores etapas, Pau-

quegua e Arequipa – foram 345km

lugar, Brabec foi capaz de continuar

guês, sendo 17.º e 21.º respetiva-

lo Gonçalves foi o melhor luso, repe-

de especial e 431km de ligação. A

na frente da prova 59 segundos aci-

mente, além de primeiro e tercei-

tindo um sexto lugar em etapa. De

partida foi dada em grupos de dez pi-

ma de Sunderland.

ro entre os rookies. e melhor dos

registar a primeira desistência dos

lotos, o que tornou a tirada bastante

Gonçalves viu o seu Dakar terminar

rookies naquele que era o seu me-

pilotos portugueses presentes à par-

emocionante, com incerteza até ao

neste quinto dia devido a uma apa-

lhor resultado em etapa até então.

tida. Hugo Lopes foi um dos 26 pi-

fim. Xavier de Soultrait cortou a meta

ratosa queda que o deixou lesionado

Uma queda violenta afastou Mário

lotos a ceder na dureza desta etapa,

como o mais rápido, mas acabaria

ao ponto de ter de ser transferido

Patrão desta edição do Dakar, redu-

ficando com a sua moto destruída. O

por não levar de vencida…

para um hospital, mas não com gravi-

zindo assim o grupo de portugueses

piloto competiu na categoria Original

… isto porque Sam Sunderland per-

dade. Com Gonçalves de fora, cou-

a seis. O homem de Seia foi trans-

by Motul, sem qualquer tipo de assis-

deu muito tempo a ajudar Paulo

be a Joaquim Rodrigues ser o melhor

portado ao hospital em Lima. Apesar | MOTORCYCLE SPORTS | -57-


de fisicamente não sofrer mazelas

A vitória foi assim comentada por

de maior, Patrão ficou naturalmente

Brabec: ‘Sabe bem. Precisava que o dia

desiludido, como admitiu: ‘A dure-

corresse bem. Sabia que tinha feito por-

za do fesh-fesh e a pouca visibilidade

caria no dia anterior. […]. O dia é mais

‘bateram-me à porta’ e infelizmente

ao meu estilo como onde vivo, foi diver-

estou fora de prova, o que me deixou

tido e confortável. Estávamos todos a

muito triste. No km74 embati em algo

pilotar juntos e a divertir-nos com isso’.

que creio ser uma pedra, tendo capota-

Joaquim Rodrigues, da Hero Motos-

do para a frente com muita violência.

ports, foi o melhor dos portugueses

Ainda lutei até ao WP2, mas as dores

nesta sétima etapa com o 11.º tem-

ditaram a minha sorte’.

po, sendo ainda de realçar o 19.º

Marcin Kin

Dakar

posto de Sebastian Bühler que era o Top cinco da etapa:

seu melhor resultado até ao momen-

1.º P ablo Quintanilla (Husqvarna),

to – foi também segundo melhor

3h50m47s 2.º K evin Benavides (Honda), + 1m52s 3.º M atthias Walkner (KTM), + 4m21s

Queda afastou Mário Patrão da prova

rookie, logo na frente de António Maio (20.º). O melhor luso desta tirada, Rodri-

360km cronometrados e 215km de

areia. Tive algumas pequenas quedas

gues, comentou: ‘Foi uma etapa muito

ligação. Matthias Walkner venceu

no fesh-fesh, estava muito nevoeiro e

difícil com as condições meteorológicas

pela segunda vez em 2019, desta

durante muito tempo não conseguias

4.º T oby Price (KTM), + 4m48s

a não serem boas para pilotar. Foi uma

feita 45 segundos à frente de Pablo

mesmo ver bem à tua frente. Fiquei

5.º A drien van Beveren (Yamaha), +

etapa rápida e passámos muitos trilhos

Quintanilla. Com Sam Sunderland

verdadeiramente satisfeito com a mi-

anteriores que estavam completamen-

penalizado (com uma penalização

nha pilotagem’.

5m31s

te destruídos. A tempestade de areia

posteriormente anulada), Toby Price

António Maio foi a quarta vítima

Sétima etapa: Emoção continuou

no deserto foi terrível e tornou difícil ver

aproveitou para ascender ao coman-

portuguesa, com problemas na sua

ao rubro e Brabec voltou ao

algo além da moto, complicando muito

do da prova após ser o terceiro mais

Yamaha quando estava a acercar-

comando

a navegação. Mesmo antes do fim, o

rápido.

-se do top 20 da prova a forçarem

Com início e fim em San Juan de

Michael Metge ficou sem combustível

O australiano beneficiou também do

o abandono. Rodrigues foi o melhor

Marcona, a etapa sete propunha aos

pelo que tentei empurrar a moto dele

abandono de Brabec. O até então

dos lusos em 12.º. O piloto de Bar-

pilotos enfrentar 323km cronome-

até à meta. Estou muito feliz por aca-

líder foi vítima do motor da sua Hon-

celos ainda teve um contratempo

trados e apenas 64km de ligação.

bar a etapa e também com a forma

da, que cedeu a apenas três dias do

que podia tê-lo forçado a ficar pelo

Confirmando-se a tendência que es-

como a moto se comportou’.

fim e quando a vitória parecia bem

caminho, como revelou: ‘Uma queda

encaminhada – dispunha de 7m47s

num buraco por assinalar deixou-me

tava a verificar-se, o vencedor do dia anterior – com a tarefa de abrir es-

Top cinco da etapa:

de margem face a van Beveren. Azar

maltratado nas costas. Na zona de

trada – teve dificuldades, nomeada-

1.º S am Sunderland (KTM),

de uns, sorte de outros, e Price ficou

reabastecimento fui visto pela equipa

1m03s à frente de Quintanilla. Com

médica que me aconselhou a não se-

Walkner a 6m35s, os dois últimos

guir, mas medicaram-me e pude conti-

mente Pablo Quintanilla que perdeu mais de 21 minutos para o vencedor da tirada.

3h51m41s 2.º J ose Ignacio Cornejo (Honda), +

dias prometiam ser intensos. Entre-

nuar’. Destaque ainda para Sebastian

Esse foi Sam Sunderland, ao ser

3.º R icky Brabec (Honda), + 6m30s

tanto, Kevin Benavides foi alvo de

Bühler, cujo 21.º tempo permitiu-lhe

1m51s mais rápido do que Jose Ig-

4.º A drien van Beveren (Yamaha), +

uma dura penalização por levar no-

ser o segundo melhor rookie.

nacio Cornejo (Honda). Foi outro homem da equipa nipónica, Ricky Brabec, a sair mais satisfeito deste

1m51s

9m40s 5.º L uciano Benavides (KTM), + 11m19s

dia, uma vez que sem ganhar a res-

tas não permitidas e ficou fora da contenda.

Top cinco da etapa:

Walkner, vencedor do dia, comen-

1.º M atthias Walkner (KTM),

tou: ‘Foi um bom dia para mim, tentei

3h55m25s

ponsabilidade de abrir a estrada re-

Oitava etapa: Price assumiu as ‘ré-

atacar durante todo o dia. Partir com

cuperou a liderança da geral 7m47s

deas’ em dia inglório para Brabec

os carros não foi tão mau. [...]. Cheguei

na frente de Adrien van Beveren –

Com o final do Dakar cada vez

ao reabastecimento e vi que o Toby ti-

3.º T oby Price (KTM), + 1m13s

que se mantinha na luta a bordo de

mais próximo, a oitava etapa ligou

nha recuperado algum tempo, pelo que

4.º A ndrew Short (Husqvarna), +

uma Yamaha.

San Juan de Marcona a Pisco com

sabia que tinha de atacar mesmo na

-58- | MOTORCYCLE SPORTS |

2.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), + 45s

9m51s


???????????

Honda Racing Corporation

Brabec regressou ao comando na etapa sete

5.º A drien van Beveren (Yamaha), + 11m48s

Metge, que devolveu a Sherco aos triunfos em tirada, afirmou: ‘Foi uma etapa muito longa para mim. Começá-

Price chegou ao topo (e de nunca lá mais saíria...)

3m28s 4.º M atthias Walkner (KTM), + 3m29s

na etapa) acabou em terceiro – viu-lhe devolvido o tempo da penaliza-

Nona etapa: Decisões adiadas até

mos no segundo grupo com o Daniel

ao fim

Nosiglia e permanecemos juntos ao

Lima estava cada vez mais perto,

longo da etapa, atacando muito. Co-

Décima etapa: Price triunfal na

que assim acabou em quarto.

mas antes os pilotos ainda tinham

meti alguns erros de navegação mas

emocionante última etapa

Chegou assim ao fim da melhor for-

pela frente a nona etapa com início

mantivemos um bom ritmo e, no final,

Com apenas 1m02s a separarem os

ma um Dakar intenso para Price. Le-

e fim em Pisco – 313km contra o

apanhámos o primeiro grupo. Estava

dois primeiros classificados, a última

sionado num pulso cerca de um mês

cronómetro e 96km de ligação. O

stressado no final porque a vitória foi

etapa entre Pisco e Lima prometia

antes da prova, o australiano teve

dia podia ser decisivo, mas também

muito disputada, mas tentei permane-

ser de emoções. 112km cronometra-

de sofrer muito para alcançar o seu

podia deixar tudo por decidir – como

cer focado e quando cruzei a meta foi

dos e 247km de ligação não davam

segundo título e o 18.º consecutivo

foi o caso.

muito bom’.

tranquilidade ao líder Toby Price e

da KTM.

O arranque foi em grupos de dez

Rodrigues foi o melhor dos pilotos

incentivavam o segundo classificado

Sebastian Bühler fez o seu melhor

pela ordem da classificação do dia

portugueses ao estabelecer a 18.ª

Quintanilla a atacar.

resultado da prova ao ser décimo

anterior, o que acabou por dar aso

marca. Ainda assim, o barcelense so-

O chileno deu o tudo por tudo em

nesta última etapa a 10m41s de Pri-

a um resultado surpreendente. Mi-

freu um percalço, como revelou no

busca do triunfo e acabou por exa-

ce. Mais abaixo, Joaquim Rodrigues

chael Metge (Sherco) e Daniel No-

fim do dia: ‘Foi duro, tive um acidente

gerar numa duna quebrada protago-

foi 12.º, com ambos sempre na dis-

siglia Jager (MEC HRC) discutiram

e danifiquei um bocado a minha moto.

nizando uma violenta queda. Apesar

cussão dos últimos lugares do top

os primeiros lugares desde o início e

As minhas costas ainda estão doridas,

de ficar magoado num pé, Quinta-

dez ao longo da etapa. David Megre

acabou por ser o francês a levar de

pelo que decidi ter calma e trazer a mi-

nilla seguiu até final, só que muito

abandonou devido a queda a uma

vencida com dois minutos de vanta-

nha Hero até ao fim de forma segura.

atrasado e já sem esperanças de lutar

escassa distância do fim, uma vez

gem face a Jager.

Foi um dia muito difícil mas estamos

pelo triunfo.

que teve de ser transportado a um

Quintanilla rubricou a terceira marca

na meta com apenas mais um dia em

Price, que viu o rival cair mesmo

hospital.

e conseguiu recuperar um segundo

falta’.

à sua frente, só teve de gerir o seu

Em termos de classificação geral, Ro-

ritmo e manter-se a salvo de contra-

drigues fechou como o melhor luso

ao líder Price – ficou a 1m02s do

5.º T oby Price (KTM), + 3m29s

posto final e Sam Sunderland (quarto

ção sofrida dias antes e beneficiou ainda dos problemas de Quintanilla,

topo. A Yamaha ficou sem Adrien van

Top cinco da etapa:

tempos até ao fim, acabando mesmo

em 17.º – mais adiante, aprofunda-

Beveren quando este ainda acalen-

1.º M ichael Metge (Sherco TVS),

por ganhar a etapa para celebrar o

mos a prova dos portugueses. Des-

seu segundo título no Dakar. Jose

taque ainda para o 20.º posto final

Ignacio Cornejo e Walkner comple-

de Bühler, terceiro melhor estreante.

tava esperanças de discutir o título – a cerca de 15km do fim da etapa, o motor do francês partiu ditando o abandono de forma inglória.

3h46m38s 2.º D aniel Nosiglia Jager (MEC HRC), + 2m00s 3.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), +

taram o lote dos três mais rápidos da tirada. Walkner chegou ao segundo

Top cinco da décima etapa: | MOTORCYCLE SPORTS | -59-


Frédéric Le Floc’h

Dakar

Michael Metge surpreendente ao ganhar a nona tirada

Joaquim Rodrigues terminou como melhor português

1.º T oby Price (KTM), 1h14m01s

cos partiam naturalmente como os

vindima’ bem se pode aplicar à per-

[…]. Fazer os três primeiros lugares pode

2.º J ose Ignacio Cornejo (Honda), +

grandes candidatos e confirmaram o

formance da KTM no Dakar 2019.

parecer fácil em teoria, mas se seguem

grande favoritismo, apesar do equi-

Apesar de ter tardado em assumir

o Dakar e o quão difícil foi chegar a este

líbrio reinante ao longo de toda a

a dianteira da classificação, o cons-

resultado, é incrível o que o nosso pessoal está a fazer’.

2m21s 3.º M atthias Walkner (KTM), +

prova.

trutor austríaco teve sempre um

4.º S am Sunderland (KTM), + 3m19s

2m38s

Como não só de velocidade se faz

dos seus pilotos no top três da geral

5.º L uciano Benavides (KTM), +

o Dakar, mas também de resistên-

desde a segunda etapa – na primei-

Toby Price, vencedor

cia, estratégia, calma e paciência, a

ra semana, só Benavides não passou

Numa análise piloto a piloto, Toby

3m20s

KTM não pareceu incomodada pelo

por lá.

Price fez uma prova bastante regu-

Top cinco final:

facto de nunca ocupar a liderança

Quando Toby Price chegou ao co-

çar: excetuando a tirada inaugural,

1.º T oby Price (KTM), 33h57m16s

na primeira semana de prova. Das

mando na etapa oito, nunca mais o

esteve sempre no top cinco da geral,

(1m33s de penalização)

quatro principais fábricas, a marca de

largou. Soube gerir uma curta mar-

fazendo uma progressão gradual ao

2.º M atthias Walkner (KTM), +

Mattighofen e a Husqvarna foram as

gem face a Pablo Quintanilla para

longo da segunda semana – come-

únicas a chegar ao fim com todos os

levar de vencida 9,13s na frente do

çando por subir de quarto para ter-

9m13s (3m00s de penalização) 3.º S am Sunderland (KTM), +

seus principais pilotos – no caso da

colega Walkner. A queda de Quin-

ceiro na etapa seis antes de chegar

13m34s (2m00s de penalização)

KTM, Luciano Benavides, Matthias

tanilla permitiu a Sunderland fechar

ao topo na etapa oito nunca mais o

4.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), +

Walkner, Sam Sunderland e Toby

um pódio totalmente KTM – bem

largando.

Price.

como o facto de o britânico ter visto

O australiano apenas ganhou a últi-

A primeira semana de prova podia

anulada uma forte penalização que

ma etapa, mas nem teria precisado

deixar antever um ponto final no mo-

recebera dias antes.

dessa vitória em especial para selar

20m46s 5.º A ndrew Short (Husqvarna), + 44m10s

nopólio da KTM. Nas cinco primeiras

Pit Beirer, diretor desportivo da

o triunfo – o que vinca bem que o

O BALANÇO DOS PRINCIPAIS

etapas, nunca passou pela liderança

KTM, fez assim o rescaldo deste

Dakar não se faz de triunfos em eta-

CONSTRUTORES NO DAKAR

da classificação geral, algo que só

Dakar: ‘Para nós é outro momento

pa, mas sim de uma regularidade for-

2019

aconteceu pela primeira vez desde

especial, particularmente entrando na

te entre os mais rápidos, sem erros

O Dakar da KTM

que os austríacos começaram a par-

nova época, uma vez que todo o mun-

de maior.

Começa a ser difícil encontrar pala-

ticipação de fábrica em 1994.

do da competição está a olhar para

Price, que lutou contra uma lesão

vras para descrever a magnitude do

Já desde que começou a série de tí-

o Dakar. […]. É uma longa luta e pre-

sofrida cerca de um mês antes do

domínio da KTM no Dakar. Nunca

tulos em 2001 só por quatro vezes é

paramos sempre e esperamos com os

Dakar, comentou assim o seu segun-

em nenhuma categoria uma marca

que ao fim das cinco tiradas inaugu-

nossos pilotos. Lutámos com a dor de-

do título: ‘É louco saber que ganhei o

conseguiu monopolizar os títulos du-

rais não havia uma KTM no topo da

les mas acabámos por conseguir dar a

rali – nem sequer pensei que conseguia

rante tantas edições seguidas – com

geral nas motos.

volta à corrida outra vez e ganhar com

chegar ao dia de descanso. A minha

a deste ano, já são 18. Os austría-

O ditado ‘até ao lavar dos cestos é

um resultado tão dominador é incrível.

moto esteve incrível, a moto esteve

-60- | MOTORCYCLE SPORTS |


Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

incrível, honestamente sem a ajuda e apoio de todos em torno de mim não estaria aqui como vencedor do Dakar.

– incluindo a última, na qual perdeu a chance de lutar pelo título. Para Quintanilla, o quarto lugar terá

[…]. O pulso ficou pior a cada dia mas

certamente um sabor algo amargo –

tive de serrar os dentes por uma últi-

apesar de ser um dos seus melhores

ma vez [no último dia] e lutar por isto.

resultados finais, nunca terá estado

Felizmente, todo o trabalho árduo valeu

tão próximo de vencer como em

a pena e a dor já não importa – estou

2019. Quanto ao norte-americano

Toby Price

aqui como campeão do Dakar 2019’.

Short, a completar a sua segunda participação, teve uma prova sólida,

Matthias Walkner, segundo clas-

sempre a rondar os dez primeiros lu-

sificado

gares e sem cometer erros de maior.

Matthias Walkner entrou no Dakar

cinco da geral em duas etapas), sen-

primeiras etapas, nunca de lá saiu na

Subiu gradualmente na tabela até al-

para defender o seu título. Conse-

do regularmente um dos cinco mais

segunda semana. Contas feitas, aca-

cançar um positivo quinto lugar final.

guiu duas vitórias em etapa, mas uma

rápidos ao longo dos dias. A anula-

bou no oitavo posto da geral. Já Laia

Da parte da Husqvarna, o diretor de

terceira tirada menos positiva rele-

ção da penalização sofrida na oitava

Sanz, depois de lutar contra o vírus

equipa Pela Renet elogiou o trabalho

gou-o para o oitavo posto. Daí em

etapa permitiu-lhe assegurar o lugar

Epstein-Barr falhou o top dez final

de ambos os pilotos: ‘Quer o Pablo,

diante esteve sempre em recupera-

mais baixo do pódio. Sunderland co-

por muito pouco ao ser 11.ª. Tam-

quer o Andrew, fizeram um trabalho

ção até chegar ao segundo lugar final

mentou: ‘Estou feliz por ter terminado

bém nas fileiras KTM estava Mário

incrível no Peru. O Pablo atacou pela

terminando a 9m13s de Price. Mes-

o Dakar, este ano foi muito difícil quer

Patrão, que abandonou na quinta

vitória na geral até à última etapa e o

mo sem o título, o austríaco ficou sa-

mental, quer fisicamente. […]. No geral

etapa com problemas na sua moto.

Andrew excedeu as expectativas de to-

tisfeito com o seu rendimento: ‘A cor-

estou feliz com a forma como pilotei e

rida foi tão renhida este ano, acredito

já estou ansioso pela próxima corrida’.

verdadeiramente que fiz o meu Dakar

dos ao ficar dentro do top cinco. […]. O Dakar da Husqvarna

Estamos orgulhosos destes dois pilotos

A seguir à KTM, a Husqvarna mos-

incríveis da nossa equipa e prometemos voltar ainda mais fortes no futuro’.

de sempre. Todos os dez dias correram

Luciano Benavides e Laia Sanz

trou ser a equipa mais forte neste

bem e cometi o mínimo de erros’.

também chegaram ao fim

Dakar. Apenas com dois pilotos à Pablo Quintanilla, quarto

tanilla, teve sempre pelo menos um

O principal oponente de Toby Price

A completar um pódio totalmente

realizando o seu melhor Dakar de

dos seus pilotos entre os mais rápi-

nos últimos dias do Dakar foi Quin-

KTM ficou Sam Sunderland. O ven-

sempre. Evidenciou um progresso

dos das etapas. O chileno conseguiu

tanilla. Chegou a ser vice-líder, a

cedor de 2017 também realizou uma

constante – depois de só ter sido um

inclusive a ‘proeza’ de só estar fora

pouco mais de um minuto do austra-

prova constante (só ficou fora do top

dos dez mais rápidos numa das cinco

da zona de pódio em três das etapas

liano, entrando na derradeira tirada

Matthias Walkner

Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

partida, Andrew Short e Pablo Quin-

grou o quarteto principal da KTM,

Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

Luciano Benavides também inteSam Sunderland, terceiro

Sam Sunderland

| MOTORCYCLE SPORTS | -61-


Marcin Kin

Dakar

com legítimas esperanças de lutar

des protagonistas da luta pelos luga-

pelo triunfo final. No entanto, uma

res cimeiros… até abandonar. O pilo-

aparatosa queda na última etapa

to entrou na nona e penúltima etapa

afastou-o dos lugares de pódio. No

em quinto a 11m48s do líder, o que

final, Quintanilla afirmou: ‘Estou feliz

lhe abria boas perspetivas de levar a

por ter acabado este Dakar. Aceito o

luta até ao fim. No entanto, acabou

quarto lugar e foco-me no futuro. No

por ser atraiçoado pela sua Yamaha.

geral, estou feliz e dei 100 por cento

Pablo Quintanilla

neste Dakar e corri alguns riscos a lutar

O francês apresentou uma regularidade impressionante – excetuando o

pela vitória. Voltarei mais forte no ano

sétimo lugar na segunda etapa, este-

que vem’.

ve sempre entre o quarto e o quinto postos, passando brevemente pela

Andrew Short, quinto

to de Xavier de Soultrait, embora as

enquanto o mais alto que conseguiu

vice-liderança no fim da etapa sete.

Foi um Dakar sólido para Andrew

expectativas iniciais fossem a de lu-

antes foi o 13.º posto de 2015. Pelo

Quem também abandonou no con-

Short, que na sua segunda presença

tar pelo triunfo que já escapa desde

meio, deu uma vitória em etapa à

tingente da Yamaha foi Franco Caimi.

não se deixou intimidar pelas dunas

1998.

Yamaha na terceira tirada. Uma certa

Uma lesão numa perna tinha coloca-

e pela areia do Peru – só por duas

O diretor de equipa da Yamaha, Ale-

inconstância acabou por impedir o

do a sua participação em risco, mas

vezes esteve fora do top dez em

xandre Kowalski, destacou os pon-

francês de ficar melhor classificado,

o piloto quis arriscar e tentar estar

etapa e na geral, fazendo uma pro-

tos positivos da prova: ‘Este Dakar

mas deu um salto significativo na oi-

à partida. Ainda completou as duas

gressão gradual na tabela ao longo

deu-nos um misto de emoções mas

tava tirada para conseguir a sexta po-

primeiras etapas, sendo 18.º e 17.º,

dos últimos quatro dias para acabar

este ano mostrámos mais uma vez que

sição final. De Soultrait afirmou: ‘Este

mas na terceira abandonou.

em quinto. O desfecho deixou Short

temos uma moto competitiva e uma

foi um Dakar duro e este resultado é a

Igualmente na terceira etapa ficou de

efusivo, segundo as suas palavras:

ótima equipa de pilotos que podem lu-

melhor recompensa para mim e para

fora Rodney Faggotter. O veterano

‘Foram duas semanas longas e estou

tar pela vitória. Estou verdadeiramente

toda a equipa. […]. Estou feliz porque

australiano viu a sua Yamaha ceder

felicíssimo com o meu quinto lugar na

orgulhoso do trabalho árduo que todos

este ano fizemos grandes melhorias

com um problema técnico perto do

geral. […]. Estou muito feliz por tudo ter

os nossos pilotos e membros de equipa

com a moto e toda a nossa abordagem

fim da tirada e foi forçado a aban-

corrido bem para mim este ano. […].

fizeram este ano’.

como equipa’.

donar, depois de ter sido 29.º e 28.º

Estou também feliz porque consegui fa-

nos dois primeiros dias.

zer grandes melhorias durante a corrida

Xavier de Soultrait, sexto

Van Beveren, Caimi e Faggotter

e julgo que isso também se evidenciou

Pela sexta vez num Dakar, de Soul-

abandonaram

O Dakar da Honda

nos meus resultados’.

trait conseguiu aquele que foi o seu

Pelo segundo ano consecutivo,

A edição de 2019 esteve longe de

melhor resultado final – sexto lugar,

Adrien van Beveren foi um dos gran-

ser ‘amistosa’ para os construtores

O Dakar da Yamaha

japoneses nas motos. A Yamaha

Dificilmente pode ser positivo para

chegou ao fim com apenas um dos

a Yamaha o balanço do Dakar 2019.

seus quatro pilotos e a Honda quase

A equipa entrou com quatro pilotos

sofreu o mesmo destino – de cinco

e só chegou ao fim com um, Xavier

que começaram, só dois chegaram

de Soultrait, que alcançou o quinto

ao final e bastante atrasados – Jose

posto final. Os seus colegas ficaram

Ignacio Cornejo e Kevin Benavides.

pelo caminho por diversos motivos –

Saíram assim goradas as expectativas

entre eles, Adrien van Beveren, que

da Honda recupera um título que já

na nona etapa viu a sua moto ceder

foge há três décadas, desde 1989.

muito perto do término do percurso.

O início até foi promissor. Com uma

Mas também Franco Caimi e Rodney

vitória e um terceiro lugar, Joan Bar-

Faggotter foram forçados a abandonar numa altura prematura – ambos

Xavier de Soultrait

reda liderou a geral nas duas primeiras etapas, mas na terceira sofreu o

na terceira etapa. No fim, a Yamaha

primeiro abandono da marca nesta

salvou a sua honra com o sexto pos-

prova. Sempre com um piloto entre

-62- | MOTORCYCLE SPORTS |


Honda Racing Corporation

Van Beveren abandonou perto do fim

Ignacio Cornejo foi outra das surpresas do Dakar

os três mais rápidos das tiradas, a

correu, especialmente na parte final.

da geral após duas etapas. A penali-

reda. O início foi forte, com a vitória

Honda recuperou o comando com

Nós, como equipa, fizemos o melhor

zação sofrida na oitava etapa termi-

na primeira etapa e o terceiro lugar

Ricky Brabec na quarta tirada man-

que podíamos e demos tudo. A prova

nou de vez com as suas esperanças

na segunda a darem-lhe o topo da

tendo-o na seguinte – precisamente

terminou sem um prémio merecido,

e o 12.º lugar foi o resultado possí-

geral 1m31s à frente de Matthias

no dia em que Paulo Gonçalves ficou

mas a equipa trabalhou arduamente e

vel. O argentino admitiu que a prova

Walkner. Mas na etapa três entrou

fora de prova devido a uma aparato-

tudo funcionou bem’.

esteve longe de correr conforme o

numa ravina da qual não conseguiu

sa queda.

esperado: ‘Não se desenrolou da for-

sair pelos próprios meios tendo de

No início da segunda semana, a Hon-

José Ignacio Cornejo, sétimo

ma que pensámos que acabaria […]. É

ser resgatado. Final inglório para o

da continuou a dar boas indicações

Depois de ser chamado à última hora

um bocado feio acabar assim e que as

espanhol.

– Brabec perdeu o primeiro lugar na

em 2018 para substituir o lesionado

coisas sejam resolvidas na secretaria.

Paulo Gonçalves, o outro dos ho-

etapa seis mas recuperou-o na se-

Paulo Gonçalves, Jose Ignacio Cor-

Acabei a prova de forma decente, com

mens da Honda, também abando-

guinte… apenas para abandonar com

nejo mereceu a confiança desde iní-

a minha cabeça erguida como um bom

nou, na quinta etapa devido a uma

problemas na sua moto na oitava

cio para este ano. Fez uma prestação

atleta. Quer a Honda, quer eu, fizemos

aparatosa queda. Mas dele falare-

etapa. No mesmo dia, Kevin Bena-

sólida e quase sempre em trajetória

as coisas bem’.

mos mais ao pormenor mais à frente,

vides sofreu uma dura penalização

ascendente na geral, sendo de desta-

de três horas por usar notas alega-

car três segundos lugares em etapa.

Ricky Brabec e Joan Barreda desis-

damente ilegais e assim o único ho-

No fim, foi sétimo da classificação

tiram

mem da Honda ainda com chances

e o melhor dos homens da Honda.

Um dos grandes azarados do Dakar

As surpresas do Dakar 2019

de discutir o triunfo ficou arredado

Esta prestação deixou Ignacio Cor-

2019 foi Ricky Brabec. Na entrada

Tal como em qualquer prova, à par-

da batalha.

nejo agradado: ‘A verdade é que estou

da reta final da prova era o grande

tida existem sempre outsiders e, no

No final da prova, José Ignacio Cor-

muito feliz com a recuperação que fiz.

candidato da Honda a um triunfo,

fim, quase sempre surpresas. Este

nejo – que deu boas indicações ao

No início perdi tempo numa etapa e as

liderando após a sétima etapa com

Dakar não foi exceção. Andrew Short

longo de todo o rali – foi o melhor

hipóteses de estar no top dez caíram

7m47s de vantagem face a Adrien

foi talvez a maior surpresa – conse-

da Honda em sétimo a mais de uma

um bocado, mas não desistimos e ata-

van Beveren. Tendo terminado de

guiu terminar na quinta posição ao

hora do vencedor, enquanto Brabec

quei até ao fim. Terminei em sétimo na

forma constante entre os três mais

serviço da Husqvarna, num resultado

se quedou pelo 12.º posto – teria

geral, pelo que estou muito feliz’.

rápidos de cada etapa, o norte-ame-

que até está acima das suas expecta-

alcançado o top cinco não fosse a

quando abordarmos todos os nove portugueses que arrancaram.

ricano podia estar muito bem a ca-

tivas iniciais.

penalização da etapa oito.

Kevin Benavides, 12.º

minho de um inédito título. Só que

Também José Ignacio Cornejo se

Raul Castells, diretor de equipa da

Depois de ser vice-campeão no ano

o destino assim não quis e o motor

destacou, fazendo alguns dos me-

Honda, não escondeu o desalento

passado, Kevin Benavides era uma

da Honda atraiçoou-o na etapa oito.

lhores resultados da Honda em eta-

com o desfecho: ‘Estamos muito in-

das principais esperanças da Honda.

Apenas dois dias completos foi o que

pa além de ser o melhor classificado

satisfeitos com a forma como o Dakar

No entanto, só esteve no top cinco

durou o Dakar 2019 para Joan Bar-

da equipa no fim – em sétimo. O jo| MOTORCYCLE SPORTS | -63-


Dakar

Joaquim Rodrigues, o melhor luso em 17.º

Bühler foi o terceiro melhor rookie

vem Luciano Benavides também deu

pa Kenneth Gilbert. Sebastian Bühler

boa conta de si e acabou em oitavo

foi o terceiro e Miguel Caetano o

neste que foi o seu segundo Dakar.

19.º, enquanto os outros rookies

Joaquim Rodrigues, 17.º

Bühler. O piloto esteve em crescen-

Michel Metge evidenciou um bom

portugueses – António Maio e Hugo

Voltando ao Peru depois do apara-

do ao longo da prova e foi, de facto,

nível na Sherco TVS e foi o único

Lopes – ficaram pelo caminho.

toso acidente do ano passado, Joa-

sempre um dos melhores rookies – a

vencedor de etapa fora das quatro

Em Malle Moto – agora Original by

quim Rodrigues teve um Dakar mais

par de António Maio até ao abando-

maiores equipas. Foi 25.º na geral.

Motul – foi Edwin Straver a vencer

discreto do que aquele que talvez se

no deste, esteve sempre na luta pe-

Nessa mesma classificação, Daniel

superiorizando-se face a Arnold Bru-

pudesse antecipar. Sobretudo na pri-

las posições cimeiras dessas contas.

Nosiglia Jager (MEC HRC) fechou o

cy. Miguel Caetano entrou para as

meira semana, em que só por duas

No final, foi o terceiro dos estrean-

top dez e foi o melhor privado para

contas desta classificação e acabou

vezes terminou acima de 30.º. Mas

tes atrás de Ross Branch e Kenneth

fazer o resultado mais forte da sua

na 13.ª posição. Por fim, Laia Sainz

nos últimos quatro dias os resultados

Gilbert, conseguindo ainda um sabo-

carreira.

superou a doença que lhe afetou a

do homem da Hero Motosports me-

roso 20.º lugar absoluto. O seu me-

Também Ross Branch (BAS Dakar

preparação para ser a mais forte das

lhoraram substancialmente mesmo

lhor resultado em etapa foi o décimo

Team) surpreendeu – foi o melhor

senhoras (11.ª em absoluto) batendo

apesar de uma queda que o deixou

posto na última tirada. Estas foram

rookie num honroso 13.º lugar abso-

Mirjam Pol por mais de 16 horas e

com problemas nas costas – dois

as declarações finais de Bühler: ‘Aca-

luto. Também nas contas dos rookies,

meia. Anastasiya Nifontova, terceira

12.º lugares, um 11.º (o melhor que

bámos o Dakar. Foi uma prova que me

destaque para Kenneth Gilbert e

classificada feminina, foi a primeira

conseguiu em etapa) e um 18.º vale-

correu muito bem. Apesar do problema

para o português Sebastian Bühler,

mulher a chegar ao fim em Original

ram-lhe a ascensão até ao 17.º posto

com o pneu não tive mais nenhum

que encerraram o top 20 absoluto e

by Motul.

final.

percalço. Senti que evolui a cada dia.

Para Rodrigues, foi particularmen-

[…]. Acima de tudo o meu objetivo era

o top três dos estreantes.

deixaram boas impressões.

tinha melhores condições de chegar ao fim mais acima era Sebastian

A ‘ARMADA’ LUSITANA NO

te especial chegar ao fim do Dakar:

terminar a corrida. Estou satisfeito com

Os outros vencedores

DAKAR 2019

‘Este é um momento emotivo para

os resultados, mas chegar ao fim era o

Além da classificação geral, há outras

Joaquim Rodrigues foi o melhor

mim. Quis vir aqui e terminar o que não

mais importante’.

contas com vencedores no Dakar.

dos quatro lusos que chegaram

pude começar no ano passado. Iniciei

Na classe maratona, Maurizio Gerini

ao fim

e terminei este Dakar na mesma espe-

Fausto Mota, 29.º

levou de vencida na frente de Marc

Foi uma edição do Dakar repleta de

cial em que caí no ano passado. Estou

A competir mais uma vez na catego-

Sola Terradellas, numa classificação

portugueses: alinharam nove para

muito aliviado por concluir desta vez e

ria maratona, o homem do Tesla-Ta-

em que Fausto Mota terminou no

esta prova e no fim tiveram sortes

ganhar eta luta da minha vida’.

mega Rally Team rubricou mais uma

quinto posto e Miguel Caetano foi

distintas. Mais de metade – quatro

25.º.

– concluíram a prova e chegaram a

Sebastian Bühler, 20.º

resultados mais fortes surgiram nas

Já nos estreantes foi Ross Branch a

Lima e alguns deles fizeram os seus

Dos quatro portugueses estreantes

etapas da segunda semana (com três

ganhar superando o colega de equi-

melhores resultados da carreira e

neste Dakar, um dos que em teoria

top 30), conseguindo alcançar a sua

-64- | MOTORCYCLE SPORTS |

forte participação no Dakar. Os seus


Marcin Kin

posição final – 29.º - na penúltima

fora de prova, o que me deixou muito

tirada depois de fazer uma trajetó-

triste. [Na sexta etapa] no km74 emba-

ria quase sempre ascendente. O seu

ti em algo que creio ser uma pedra, ten-

melhor resultado em etapa foi o 25.º

do capotado para a frente com muita

tempo da nona tirada.

violência. Ainda lutei até ao WP2, mas

Além do 29.º posto absoluto, Mota

as dores ditaram a minha sorte. […]. O

foi ainda quinto na classe maratona.

Dakar virou-me as costas, mas já estou

O piloto considera que a prova lhe

focado na minha recuperação’.

correu de forma positiva: ‘Foi um Dakar duro, ao qual já estamos habituados, mas correu tudo muito bem.

Paulo Gonçalves, abandono

Mário Patrão integrou a estrutura da KTM

Outro dos portugueses que ficou pelo caminho foi Paulo Gonçalves.

queda que nos condicionaram um pou-

Apesar de uma cirurgia de remoção

co, mas fiz a minha melhor exibição no

do baço em dezembro, o homem da

ASO/DPPI

Tive um problema mecânico e uma

Rali Dakar até ao momento e só poderia estar feliz com esse resultado’.

Honda alinhou de forma improvável para este Dakar. A sua participação estava a ser positiva e em trajetória

Miguel Caetano, 69.º

ascendente até que na quinta etapa,

A competir sem qualquer tipo de

quando era oitavo da geral depois de

equipa de assistência na classe Malle

dois sextos lugares, sofreu uma apa-

Moto, Miguel Caetano foi o último

ratosa queda.

dos quatro portugueses que chega-

O incidente levou-o a ser transpor-

ram ao fim do Dakar. Manteve-se à

tado para o hospital e significou o

margem de percalços de maior ao

abandono. Foi apenas a desilusão e

longo dos dez dias e acabou com os

o susto, embora se tenha chegado a

seus dois melhores resultados em etapa (73.º) para acabar em 69.º. Foi

Paulo Gonçalves forçado a abandonar devido a queda

falar de uma lesão no crânio que não se confirmou. Gonçalves escreveu

ainda 13.º em Malle Moto, 19.º dos

nas redes sociais: ‘Apenas saio com al-

rookies e 25.º da classe maratona.

gumas dores e um pouco triste por este acontecimento. Fiz o que estava ao

David Megre, abandono

cional de todo-o-terreno António

Saímos de cabeça erguida e com a

meu alcance, mas ainda não foi desta.

Foi um final inglório do Dakar para

Maio realizou uma prova sempre em

certeza de que fizemos um excelente

Nunca foi minha filosofia de vida jogar

David Megre. Na sua segunda parti-

crescendo – todos os dias ganhou

trabalho’.

a toalha ao chão, por isso voltaremos

cipação, o piloto esteve na luta pelo

posições na geral até ao 21.º posto.

top cinco da classe maratona até ao

O seu melhor resultado em etapa

Mário Patrão, abandono

fim, entrando também nas contas

foi um 17.º lugar. Apesar de estar a

Inserido na estrutura oficial da KTM,

Hugo Lopes, abandono

do top 30. Tem o 32.º lugar da sexta

caminho de um bom resultado final

Mário Patrão estava na luta pelo top

Hugo Lopes fez a sua estreia neste

etapa como melhor resultado e che-

e de um possível top três entre os

20 no fim da primeira metade do

Dakar, inserido também na Malle

gou a ser 32.º na tabela. Até podia

rookies, na oitava etapa tudo che-

Dakar, ao seguir em 21.º tendo dois

Moto. Sem grandes aspirações em

ter terminado algumas posições aci-

gou ao fim devido a problemas na

22.º tempos como melhores resulta-

termos de resultados, o piloto por-

ma, não fosse uma queda já muito

Yamaha de Maio.

dos em etapas. Tudo terminou com

tuguês foi realizando uma prova sem

perto da meta da última etapa mo-

No seu Facebook, Maio assegurou

uma queda violenta na sexta etapa

contratempos de maior nas primeiras

tivar o transporte para o hospital por

que abandonou mas de cabeça er-

que resultou numa vértebra fratura-

três etapas – chegou a estar em 92.º

suspeitas de fratura num pé.

guida: ‘Um problema no motor da

da.

da tabela. No entanto, um inciden-

a lutar!’.

moto obrigou-me a abandonar o rali

Patrão usou as redes sociais para fa-

te na quarta etapa (etapa maratona)

António Maio, abandono

mais cedo do que queria. Foram oito

lar acerca deste desfecho: ‘A dureza

deixou-o com a KTM muito danifi-

Em estreia absoluta ao serviço da

etapas sem quedas onde conseguimos

do fesh-fesh e a pouca visibilidade ba-

cada e forçou ao abandono muito

Drag’On Rally Team, o campeão na-

mostrar aquilo de que somos capazes.

teram-me à porta e infelizmente estou

prematuro. | MOTORCYCLE SPORTS | -65-


Documentário

Dani Pedrosa

O campeão a quem a sorte nunca sorriu

Depois de 2018 ter sido o pior ano do ‘Pequeno Samurai’, a Red Bull realizou um documentário onde foi possível perceber melhor a perceção do piloto face à sua carreira

TEXTO: Gonçalo Viegas -66- | MOTORCYCLE SPORTS |

Dani Pedrosa é um nome que para

um título de MotoGP.

muitos não quer dizer muito, en-

A temporada de 2018 foi a última

quanto para outros é um exem-

de Dani Pedrosa enquanto pilo-

plo de persistência, resiliência,

to profissional a tempo inteiro. O

competitividade e tantas outras

espanhol estreou-se no circuito

características singulares. A sua

mundial no ano de 2001 e logo aí

forma de estar na moto e o forte

conseguiu dois terceiros lugares,

compromisso que teve para com

fechando as contas do seu primei-

a Honda foram dois dos aspetos

ro mundial com uma oitava posi-

que marcaram mais do que uma

ção na classificação geral. No ano

geração, apesar de o número 26

seguinte começou a mostrar-se

nunca ter conseguido conquistar

mais competitivo tendo alcança-


do três vitórias, seis presenças no

ter terminado a última temporada

pódio e outras seis pole positions.

da sua carreira enquanto piloto a

Bem feitas as contas, e ao fim de

tempo inteiro, Pedrosa começou

tantos anos, Pedrosa pendurou o

por falar sobre o papel das motos

capacete com um total de:

na sua infância: ‘A minha paixão pe-

● 54 vitórias (31 na MotoGP; 15

las motos veio do meu pai. Ando de

nas 250cc e oito nas 125cc)

moto desde que tenho memória de

● 52 segundos lugares (40 na Mo-

mim mesmo e sei que chorava quan-

toGP; oito nas 250cc e quatro

do me tiravam de cima dela. Todos

na classe 125cc)

os meus brinquedos eram motos.

● 47 terceiras posições (41 na Mo-

Tudo girava em torno disso.’

toGP; uma nas 250cc e outras

A verdade é que essa paixão foi

cinco nas 125cc)

crescendo e o pequeno Dani co-

● 153 pódios (112 na MotoGP; 24 nas 250cc e 17 nas 125cc)

meçou a competir em mini motos. O tempo foi passando e a impor-

● 49 pole positions (31 na Mo-

tância de continuar a crescer nes-

toGP; nove nas 250cc e outras

te mundo foi ganhando destaque,

nove na categoria mais baixa)

quer para o piloto quer para a sua

● 64 voltas mais rápidas (44 na

família. Contudo, o motociclismo

MotoGP; 15 nas 250cc e cinco

já era na altura um desporto caro,

nas 125cc)

pelo que Pedrosa assumiu ter en-

● 3 campeonatos mundiais (dois nas 250cc e um título nas 125cc)

tendido e compreendido a incapacidade financeira dos seus pais:

De forma a fazer homenagem a

- Tinha 12 anos quando ganhei o

todos estes números e a toda uma

campeonato de Espanha de mini

carreira que primou por alguma

motos e depois tínhamos de pensar

falta de sorte, a Red Bull realizou

em dar um passo maior, mas… não

um pequeno documentário - in-

podíamos pagar. Não fiquei muito

titulado de ‘The Silent Samurai’ -,

triste, na verdade. Entendi a situa-

onde recordou alguns dos melho-

ção. Não sei porquê…na altura, não

res (e piores) momentos do núme-

pensei que seria um piloto de motas.

ro 26.

Entre o chegar aos mundiais e

‘Obrigado a todos por estarem aqui.

conquistar o seu primeiro mundial,

Gostaria de vos informar que no

Pedrosa não perdeu muito tempo.

próximo ano não vou competir no

O piloto começou a competir no

campeonato. Foi uma decisão difícil.

circuito mundial de 2001 e logo

Não vivo as corridas com a mesma

nesse ano mostrou ter boas ca-

intensidade de antes. Agradeço aos

pacidades, aliada a alguma consis-

fãs por terem dado sempre o seu

tência. Como prova disso mesmo

apoio mesmo nos momentos mais

surge o facto de ter fechado as

difíceis. Este é o caminho que acre-

contas com 100 pontos e um oita-

dito ter de percorrer’. Estas foram as

vo lugar da geral. No ano seguinte

palavras que marcaram o início do

terminaria no terceiro posto com

fim quando, em Sachsenring, o es-

243 pontos, apresentando uma di-

panhol anunciou a sua retirada no

ferença de 30 pontos para com o

final da temporada de 2018.

campeão Arnaud Vincent. Manuel

O tempo foi passando e depois de

Poggiali seria segundo com 254 | MOTORCYCLE SPORTS | -67-


Documentário

Dani Pedrosa

pontos. Depois de dois anos a mostrar uma clara evolução, Pedrosa conquistou o seu primeiro título mundial em pleno Circuito de Sepang a duas rondas para o fim do campeonato. Nessa altura, o número três mostrou que todo o trabalho desenvolvido até então acabaria por dar a devida recompensa. ‘Quando ganhei o primeiro campeonato mundial foi realmente o melhor momento. Estar no pódio parecia impossível, mas dentro do impossível…foi possível. (…) A minha vida sempre foi um conjunto de situações onde mostrei a mim mesmo que podia fazer coisas que nem eu acreditava que conseguia’, disse o atual piloto de testes da KTM. Porém, na ronda seguinte – em Phillip Island – não teve a sequência vitoriosa desejada face à conquista que havia conseguido dias antes...Tudo devido a uma queda numa aproximação à curva dez. Sobre o sucedido, Alberto Puig – ex-patrão de Dani Pedrosa – comentou que esta foi uma fase muito complicada para o então jovem piloto: ‘Foi duro mas, felizmente, já tínhamos vencido o campeonato na semana anterior na Malásia. Foi um golpe duro. Lembro-me que tínhamos de ficar na Austrália. Ele lesionou-se a sério em ambos os tornozelos. Ele teve a sorte de ter um médico incrível, porque é ótimo quando tudo corre bem numa altura em que precisas de uma cirurgia de urgência.’ Por outro lado, Basilia Ramal – a mãe de Pedrosa – declarou que este momento menos favorável deixou o pequeno Pedrosa com algumas dúvidas sobre o seu futuro: - Lembro-me muito bem que ele fazia os seus exercícios e um dia dis-68- | MOTORCYCLE SPORTS |


se-me: ‘Mãe, achas que vou ser o mesmo que antes?’ E eu disse: Não, não vais ser o mesmo, vais ser muito melhor. As palavras de Basilia tiveram tanto efeito no recém-campeão que o piloto chegou à África do Sul e lutou pela vitória, apesar do próprio ter reconhecido ‘ter chegado tarde’ à nova categoria. Ainda assim, e mantendo-se na sua Honda, Pedrosa venceu com uma vantagem de meio segundo para Randy de Puniet, que estava aos comandos de uma Aprilia. Como justificação para os seus primeiros pontos na categoria intermédia, Pedrosa referiu com um sorriso que ‘estava com pressa’ de vencer, uma vez que tinha menos quilómetros acumulados face aos seus adversários mais diretos.

Island.

e que te permite não perder. É difícil

que suscitou algumas dúvidas no

Ao longo do ano, Pedrosa apre-

Em 2005 conquistou o último

de explicar, mas… quando ganhas

colega de equipa de Nicky Hay-

sentou uma consistência de fa-

mundial, deixando Casey Stoner

muito, isso permite-te não perder.

den.

zer inveja a qualquer adversário.

e Andrea Dovizioso nos restantes

Por outro lado, quando não vences

Por isso mesmo Pedrosa encarou

Depois de ter vencido a primeira

lugares do pódio geral. Para justi-

fazes perguntas. É por causa disto

este desafio com uma certa nor-

corrida, o espanhol não terminou

ficar o seu terceiro campeonato, o

ou daquilo? Porquê? Analisas tudo…

malidade, admitindo mostrar-se

a ronda em Jerez. No entanto, até

agora ex-atleta da Honda referiu

mas quando ganhas tu apenas sen-

contente com qualquer feito que

ao final da temporada, Pedrosa

que a sua consistência desportiva

tes.’

conseguisse alcançar. ‘Qualquer

concluiu todas as corridas e ter-

foi o fator principal para adquirir

Com a subida para a categoria rai-

coisa que fizesse no MotoGP estaria

minou no pódio num total de 12

mais um título mundial antes de

nha Dani Pedrosa teve muito que

para mim mais do que bom’, dado

vezes, ficando de fora do top três

dar o grande passo para o Moto-

aprender. As motos eram ‘gigantes

que Pedrosa defendia que foi ‘dese-

apenas em Portugal e em Phillip

GP: ‘Vencer é uma droga que te vicia

e tinham muito mais potência’, o

nhado para as pequenas categorias,

| MOTORCYCLE SPORTS | -69-


Documentário

Dani Pedrosa

não para o MotoGP.’

renzo não perdeu a oportunidade

Apesar da sua estrutura física não

para dizer que Pedrosa mexeu se-

estar totalmente adaptada às ne-

riamente com o crescimento dos

cessidades e exigências de uma

seus adversários ao conseguir ser

MotoGP, a verdade é que ser pe-

mais veloz à saída das curvas:

queno também trouxe vantagens

- Tecnicamente, o que mais desta-

para a pilotagem do então piloto

caria de Dani Pedrosa é a sua faci-

da Honda. Quem o diz é Kevin

lidade para levantar a moto, tendo

Schwantz, campeão do mundo de

sido o primeiro a implementar esta

500cc em 1993:

técnica. Muitos pilotos começaram a

- Podem dizer que é um obstáculo,

adotar a mesma metodologia no seu

mas ao mesmo tempo é uma vanta-

estilo de pilotagem. Ele fazia-o mui-

gem. Ele é pequeno, mais leve, mais

to bem porque ele é um piloto muito

veloz e tem maior facilidade em tra-

leve que consegue acelerar antes dos

var. O aspeto físico permite-lhe mu-

outros, pois já tinha a moto muito

dar de direção mais rapidamente, ser

direita. Podia aproveitar toda a sua

mais consistente ao longo de uma

aceleração porque pesava muito

distância de corrida, independente-

menos que os outros. Pesava menos

mente dessa mesma distância.

10, 15 ou 20 quilos.

A verdade é que o ano de Rookie

Quem elogia Pedrosa é também

correu bastante bem a Pedrosa.

Marc Márquez: ‘Dani é o mais sen-

Chegou à primeira corrida, em Je-

sível em cima de uma moto. Ele sen-

rez, a lutar pelo pódio e cruzou a

te coisas que eu não sinto. Ele é tão

linha de meta na segunda posição,

sensível que o torna peculiar. O seu

ficando atrás de Loris Capirossi, da

físico requer que ele seja bastante

Ducati Marlboro Team, por uma

meticuloso aqui e preciso acolá por-

diferença de 4,3 segundos. Daí em

que tem de ter tudo no sítio.’

diante conseguiu pontuar em qua-

Na perspetiva do próprio piloto, a

se todas as corridas – Catalunha e

sua sensibilidade é um pau de dois

Estoril foram as exceções – ces-

bicos. Por um lado, ter essa carac-

sando o ano com um quinto lugar

terística pode oferecer-lhe uma

na tabela geral e um total de 215

certa vantagem, mas a verdade é

pontos conquistados, menos 37

que também pode ser uma variá-

pontos que Nicky Hayden - que

vel que não lhe permite ser mais

nessa temporada venceu o título

parece-me incrível’ – é assim que

ring e se viu obrigado a não poder

veloz.

com uma vantagem de cinco pon-

Emilio Pérez de Rozas, jornalista

competir na corrida. Em Aragão,

‘Infelizmente, sou o mais sensível.

tos para Valentino Rossi.

desportivo, vê toda a carreira de

na mesma temporada, sofreu uma

Isso significa que há os dois lados

‘Ele foi três vezes vice-campeão,

Pedrosa na MotoGP.

queda quando perseguia Jorge Lo-

da moeda. Sou muito sensível, pos-

duas contra um piloto como Jorge

Por outro lado, para o homem na-

renzo depois de Marc Márquez ter

so captar muitas coisas facilmente,

Lorenzo e outra contra Casey Stoner.

tural de Sabadell faltou ‘um pouco

tocado muito ao de leve na moto

mas por outro lado pode acontecer

Ele esteve lá, lutou contra eles. Con-

de sorte’ em alguns momentos da

do seu colega de equipa.

o inverso. É algo que a Honda apre-

seguiu mais do que 150 pódios. Tu

sua carreira. Pedrosa destaca que

Apesar de alguns contras ao lon-

cia bastante uma vez que eu posso

vês isso e dizes: este tipo sobe a uma

em 2012 teve uma ‘clara opor-

go da sua carreira, Dani Pedrosa

ser bastante crítico. Por isso consigo

besta como esta [mota da Honda] e,

tunidade’ de se tornar campeão,

influenciou o paddock com a sua

entender a fonte de uma certa vibra-

suportando a sua potência, levou-a

mas alegou ter tido algum azar na

pilotagem. Tal como já tinha dito

ção, de um determinado som ou de

ao máximo, fazendo frente a estes

ronda de Misano. O mesmo acon-

Schwantz, a reduzida altura do es-

um problema’, alega o ex-piloto da

adversários… e ganhou. Competiu

teceu no ano seguinte quando

panhol trouxe algumas vantagens

Honda ao encarar este seu aspeto

contra eles e esteve lá. A mim, isso

sofreu um acidente em Sachsen-

para dentro das pistas. Jorge Lo-

com alguma naturalidade.

-70- | MOTORCYCLE SPORTS |


A ‘invejável’ sensibilidade de Pe-

estou certo de que passo os 200’,

como cristal’, argumentou o profis-

E continuou: ‘Vou ser recordado

drosa não é o único aspeto que

argumentou.

sional antes de abordar a decisão

pelo meu valor, pela minha atitude,

o torna um piloto único. Existem

Constatando

de Pedrosa em abandonar o piná-

por aquilo que representei e pela

também pontos negativos que

Pedrosa olha para este facto com

culo das duas rodas:

forma como o fiz. (…) Mais do que

marcaram a passagem do espanhol

uma naturalidade que tanto o ca-

- Esta decisão foi considerada com

vitórias ou derrotas, mais do que nú-

pela categoria máxima do moto-

racteriza, não mostrando qualquer

bastante cautela. Não foi fácil. É a

meros. O êxito está no [nosso] inte-

ciclismo profissional. Desde que

mágoa pelo que aconteceu. Aos

sua vida. O seu dia-a-dia é a moto,

rior. Se te sentes realizado por aquilo

chegou ao MotoGP, o ‘Pequeno

olhos do espanhol, todos estes

o circuito e o medo de fazer algo er-

que queres fazer ou fazes, isso é ter

Samurai’ registou pelo menos uma

momentos complicados ‘são expe-

rado.

sucesso.’

lesão em quase todas as tempora-

riências de vida e no final do dia é

Apesar da ausência de um título de

Em boa verdade, estas palavras de

das. Para Dani, o problema não re-

preciso encontrar uma leitura mais

MotoGP, o atleta de 1,58m consi-

Pedrosa não podiam caracterizar

side na quantidade de lesões mas

positiva.’

dera que a sua carreira não pode

melhor a passagem do piloto pelo

sim no intervalo temporal em que

Mas porque razão Pedrosa foi as-

ser desvalorizada pelo facto de

paddock.

elas ocorrem.

solado por tantas lesões ao longo

faltar essa conquista no expoen-

Há quem o critique pelo facto de

‘Uma lesão, duas, três, quatro le-

da carreira? Terá sido azar ou po-

te máximo do motociclismo. ‘Tive

não ter sido campeão de MotoGP,

sões… depende do tempo em que

derá ter existido um outro porme-

muito sucesso com as motos. É fácil

assim como por nunca ter mudado

elas acontecem. Mas não...elas não

nor que potencializou a anormal

justificar o sucesso [de uma carreira]

de equipa, mas face a todas as ad-

me afetam. Todavia, uma, duas, três,

ocorrência de lesões? Na perspe-

com base em resultados, mas acho

versidades, mostrou sempre quali-

quatro, cinco, seis, sete, oito… Mui-

tiva de Juan Martínez, fisiotera-

que esse conceito é um erro. Acima

dades de campeão. Agora, após 18

tas juntas de seguida sim. As lesões

peuta do atleta, a estrutura óssea

de tudo, o mais gratificante é a for-

anos no circuito mundial, o peque-

em momentos chave deixam mar-

do próprio ‘Samurai’ é a principal

ma como me vou lembrar de todos

no grande piloto vai enfrentar um

cas profundas. São mais difíceis de

culpada de tantas idas ao hospital.

os fãs, de todas as pessoas que me

desafio diferente da sua carreira

apagar. São momentos que ficam

‘O problema do Dani é a má sorte

encorajaram e que me apoiaram nos

ao ser o piloto de testes da KTM,

contigo e que criam impacto no teu

das quedas porque ele tem uma es-

meus momentos, quer eles fossem

trabalhando ao lado de Pol Espar-

carácter, na tua perspetiva, no teu

trutura óssea tão fina - como o es-

bons ou maus, e que muitas vezes

garó, Johann Zarco, Mika Kallio,

foco no futuro. Não sei exatamente

queleto de uma criança - que cada

impediram que eu deitasse a toalha

Hafizh Syahrin e, obviamente, Mi-

quantos pontos tenho no corpo mas

vez que ele cai algo se quebra. É

ao chão.’

guel Oliveira!

tamanho

registo,

| MOTORCYCLE SPORTS | -71-


Entrevista

Ken Roczen

Ken Roczen é conhecido por muitos como uma das principais caras das duas rodas e um dos pilotos mais resilientes de toda a sua categoria. Defende as cores da Honda desde 2017 no AMA Supercross/AMA Motocross e este ano poderá ser bem mais animador para a carreira do alemão de 24 anos, depois destas duas últimas temporadas terem sido bastante complicadas.

-72- | MOTORCYCLE SPORTS |


Garth Milan/Red Bull Content Pool

O exemplo perfeito de que um campeão também se faz fora das pistas

Foi campeão mundial júnior de 85cc em 2007 e desde então Roczen foi acumulando quase um título por ano. As temporadas de 2009 e 2010 viram Ken a triunfar no ‘German ADAC MX Masters Champion’ e no ano seguinte foi campeão mundial de MX2. Juntou-se aos festejos depois de ter vencido, com Maximilian Nagl e Marcus Schiffer, o Motocross das Nações em 2012 e no ano seguinte seria campeão da costa oeste nas 250SX em plenas terras do ‘Tio Sam’. Em 2014 e 2016 seria campeão nas 450MX e no ano de 2015 conheceria o sentimento de conquistar a glória no Monster Energy Cup. Apesar de todo este sucesso, a verdade é que a carreira de Roczen não foi um mar de rosas. Há dois anos o piloto sofreu uma queda gravíssima no Anaheim 2 fraturando o seu braço esquerdo. Inicialmente pensou-se que regressaria a tempo das provas outdoors, mas a verdade é que o #94 viu a sua temporada ser dada como terminada logo no início. Voltaria a competir um ano depois… Numa entrevista que o piloto deu em janeiro passado à ESPN, Roczen afirmou que desde cedo percebeu que estava numa situação nada favorável quando sofreu a forte queda: - Eu não me conseguia mexer. O meu braço estava a abanar e doía-me tanto. Fui do ponto mais alto ao mais

TEXTO: Gonçalo Viegas

baixo e pensei: Merda, lá se vai tudo. Perante o sucedido, a equipa mé-

| MOTORCYCLE SPORTS | -73-


Ken Roczen Garth Milan/Red Bull Content Pool

Entrevista

dica fez as avaliações necessárias

de um piloto de alta competição,

czen voltou a ser operado uma

O tempo foi passando e a sua con-

e desde cedo percebeu que o real

a pior parte é a que se segue a

série de vezes para que Viola e a

dição física foi melhorando aos

dano do acidente era muito maior

uma operação: ver os adversários

sua equipa conseguissem limpar as

poucos. Quando estavam reuni-

do que o expectável. Segundo

a competir e, consequentemente,

suas feridas; os ossos, as articula-

das todas as condições, diga-se

Randy Viola – especialista em or-

a triunfar, enquanto se recupera

ções, os músculos estavam ainda

mínimas, para subir a uma moto,

topedia na famosa Steadman Clinic

numa cama de hospital. Mas pe-

com alguma terra da noite da cor-

Roczen não olhou para trás. No

– a queda que Roczen tinha regis-

rante a situação, Roczen afastou-

rida quando o alemão se lesionou.

entanto, o primeiro dia de regresso

tado teve consequências tão gra-

-se psicologicamente do seu mun-

Além disso, o profissional, que é

à sua máquina de competição, em

ves que o coração não conseguia

do... E continuou: ‘A última coisa

uma referência no Motocross, ain-

finais de julho, não foi nada fácil.

bombear sangue suficiente para ir-

que queres ver quando tens uma le-

da levou mais parafusos e placas

Segundo conta Alyssa Roenigk –

rigar o braço graças aos ferimentos

são como esta é ver os outros pilotos

para segurar o seu braço. Duas

jornalista do ESPN a quem Roczen

e ao inchaço que se verificaram; os

a ganharem. Não tinha interesse. Eu

semanas e meia depois, Roczen

cedeu a entrevista – este primeiro

tecidos do braço de Roczen esta-

próprio me fechei numa ilha.’

voltaria a casa 11 quilos mais leve

contacto foi fisicamente exigente

vam a ficar sem oxigénio.

Na opinião do próprio profissional,

sabendo que teria que ser operado

tanto que o piloto teve que andar

´Tens seis a oito horas para reabas-

a namorada de Roczen – Courtney

novamente.

na sua moto sobre a relva, uma vez

teceres sangue antes de se perder o

Savage - foi um apoio fundamental

Dois meses após ter deixado a clí-

que a terra ainda era bastante dura

braço. Nós estávamos a consertá-lo

neste doloroso processo de recu-

nica, Roczen é submetido à 12.ª

para o seu estado físico.

para que ele pudesse jantar, não para

peração, já que os seus pais esta-

cirurgia sob o olhar atento da equi-

Contra todas as dificuldades, a

voltar a pilotar’, disse o especialista

vam a morar na Alemanha: ‘Ela foi a

pa de Randy Viola. Nesta fase, o

Honda conseguiu contar com Ro-

segundo o ESPN.

única a cuidar de mim e dei bastante

jovem admitiu que ‘não estava a

czen para o arranque da tempo-

A verdade é que Roczen teve em

valor a isso. Esta experiência fez-me

pensar em correr’ uma vez que a

rada de 2018. O ‘monstro’ que se

risco de ver o seu braço amputado

valorizar todos aqueles que estão na

sua prioridade era ‘usar novamente

ergueu dos escombros foi bem-re-

e graças à cirurgia tudo não passou

minha vida.’

o braço [esquerdo]’ pois Roczen é

cebido por todos os seus admira-

de um grande susto. Na cabeça

Nas duas semanas seguintes, Ro-

canhoto.

dores e meios de comunicação

-74- | MOTORCYCLE SPORTS |


Garth Milan/Red Bull Content Pool

social. Logo nesse fim de semana, o #94, não estava com o à vontade que costumava ter habitualmente, muito por culpa das dores que acabaram por limitar o seu desempenho. Ainda assim, o aspeto mais positivo desta situação era que o seu braço direito – o que não ficou lesionado – estava a funcionar em plenas condições, permitindo a Roczen controlar melhor a aceleração da sua máquina. são e a minha mão esquerda ainda

taria a subir à sua moto três meses

no terceiro lugar ficando apenas

natural de Mattstedt conseguiu fa-

não estava a 100%. Não sabia se

depois do incidente em São Diego

atrás de Eli Tomas – o campeão – e

zer a melhor volta da qualificação

conseguia fazer tudo novamente.

e conseguiu ainda completar toda

Marvin Musquin.

em Anaheim 1 e terminou a primei-

O incidente resultou num segundo

a parte outdoor da temporada.

‘Estou confiante, mas mais calmo

ra jornada do ano num excelente

metacarpo da mão direita fratura-

Graças às dores, o atleta admitiu

agora. Quero o título, mas de que

quarto lugar. Nas provas seguintes

do com a cirurgia a voltar a fazer

sentir-se desconfortável fazendo

vale a pena falar sobre isso se depois

registou três pódios e ainda con-

parte da vida do piloto. A recupera-

referência a uma estatística menos

não consigo fazer 10% da tempora-

seguiu liderar metade da ronda de

ção ficou estimada entre seis a oito

desejada:

da? Quero estar no final a lutar pela

Houston. Perante esta consistên-

semanas, o que deixara Roczen

- Fiz cinco corridas em ano e meio e

vitória. Quero, também, aproveitar

cia, quase que inesperada e tendo

fora da luta pelo título. Ainda as-

tudo parecia diferente. Foi uma sen-

mais alguns anos de corridas sem

em conta o que aconteceu no ano

sim, e segundo o ortopedista que

sação estranha, tendo em conta que

me lesionar. Quero divertir-me com

anterior, vencer já parecia ser um

acompanhou Roczen nesta jorna-

eu compito desde os meus três anos.

a Court [a sua mulher – casaram-

objetivo fazível.

da difícil, a segunda operação não

Depois de ter arriscado na sua

-se em 2017] e o nosso cão. Ulti-

No entanto, São Diego trouxe os

teve nada a ver com a primeira em

última prova, o piloto não adotou

mamente entendi que também há

medos de Roczen novamente à

2017 denominando-a de ‘a piece of

a mesma postura no AMA Moto-

vida para além das corridas’, disse

tona. Numa disputa de posição

cake‘.

cross já a pensar na corrente tem-

Roczen numa entrevista cedida à

com Cooper Webb, o ídolo de

Surpreendentemente, Roczen vol-

porada. Terminou o campeonato

ESPN.

muitos jovens talentos perdeu posição para o homem da Yamaha e arriscou numa resposta sua. Como resultado, a tentativa demasiado agressiva, colocou Roczen no chão com o seu braço direito a ficar preso na moto do seu adversário. Com

Garth Milan/Red Bull Content Pool

Apesar das dificuldades, o piloto

O ano de 2019 rapidamente se mostrou diferente com o #94 a conseguir lutar com os melhores pilotos do campeonato logo a partir da primeira ronda. Apesar de não ter conseguido vencer uma prova nas primeiras cinco jorna-

isto, o profissional da Honda admi-

das, a verdade é que Roczen tem

tiu que receou voltar a passar por

capacidade para disputar o título

tudo novamente:

que tanto ambiciona. Após duas

- Eu estava: não não não não, outra

temporadas para esquecer, o pi-

vez não! Sentei-me na pista a pensar

loto alemão vai fazer de tudo para

que esta era provavelmente a minha

conquistar o único título que lhe

última corrida. Eu sabia o quanto

falta conseguir: o Mundial de Su-

precisava para voltar da primeira le-

percross.

| MOTORCYCLE SPORTS | -75-


BMW

S 1000 RR

BMW S 1000 RR DO QUE

-76- | MOTORCYCLE SPORTS |


MAIS POTENTE NUNCA

TEXTO: Bernardo Matias

Créditos markus-jahn.com

A BMW S 1000 RR continua a ser a aposta da marca bávara para o segmento supersport. Entra na sua terceira geração dez anos depois do lançamento original. Inclui uma série de novidades, incluindo ao nível do motor que é mais potente ao debitar um máximo de 207cv de potência.

| MOTORCYCLE SPORTS | -77-


BMW

S 1000 RR

O motor da nova BMW S 1000 RR

‘Ainda mais leve, rápida e fácil de con-

tricos, algo que entre os seguidores

troduzida, destinando-se à tempo-

incompatíveis. Com a tecnologia BMW

trolar’. É assim que a BMW anuncia a

gera opiniões contrárias.

rização das válvulas e do batimento

ShiftCam conseguimos um salto quali-

das válvulas de admissão (que são

tativo’.

nova S 1000 RR, lançada em novembro do ano passado no Salão EICMA

Motor de quatro cilindros

fabricadas em titânio). A atuação

De destacar também que os cilindros

em Milão. A supersport bávara conta

totalmente novo

desta tecnologia resulta num binário

têm agora o impulso diretamente da

com um novo motor e novas suspen-

Um dos grandes destaques é o mo-

maior e em maior potência a regimes

cambota, desaparecendo a engre-

sões para o ano em que o modelo

tor RR, que é 4kg mais leve do que

de rotações mais baixos e médios,

nagem intermediária. O sistema de

comemora o décimo aniversário do

o seu antecessor. Trata-se de um

bem como numa potência máxima

admissão está otimziado de forma a

lançamento original.

propulsor de quatro cilindros em li-

aumentada.

aumentar a potência máxima e tam-

Esta é a terceira geração da S 1000

nha totalmente novo que debita um

Jörg Vogt, gestor de projeto, co-

bém o binário na gama de rotações

RR, que promete ser mais ‘user-frien-

total de 207cv de potência máxima

mentou: ‘O redesenhar do motor RR

baixa e média. Associada ao motor

dly’ no seu design, tendo igualmente

às 13.500 rotações por minuto – é

confrontou-nos com um desafio con-

está uma transmissão leve compacta

diversos sistemas de ajuda de condu-

um aumento de 8cv face ao anteces-

siderável de várias formas diferentes.

de seis velocidades com Shift Assis-

ção como os controlos de tração e de

sor. Já o binário fica nos 113 Nm às

Uma potência máxima ainda mais alta

tant Pro de série.

cavalinho, ABS e Hill Start Control.

11.000 rpm, sendo a velocidade má-

combinada com um maior binário a ro-

O sistema de escape da BMW S

Um dos grandes destaques é que os

xima de rotação 14.600 rpm.

tações do motor mais baixas e médias

1000 RR é completamente novo e

faróis dianteiros passam a ser simé-

A tecnologia BMW ShiftCam foi in-

– estes são, aparentemente, opostos

quase 1,3kg mais leve, com o silen-

-78- | MOTORCYCLE SPORTS |


markus-jahn.com

ciador dianteiro e curto e silenciador traseiro compacto. É fabricado em aço inoxidável tal como o seu antecessor, dispondo de dois conversores catalíticos de três vias. Além da redução de peso da mota no geral, o escape contribui também para um melhor rendimento. O condutor tem ao dispor quatro modos de condução, o controlo de tração dinâmico DTC mais recente e a DTC Wheelie Function. Há ainda outros três modos opcionais, os ‘Pro Mode’ destinados essencialmente ao uso da supersport da BMW em pista. Os modos de condução disponíveis resultam em distintos comportamentos e são estes: • Rain (chuva): resposta do acelerador suave, binário reduzido em mudanças baixas; • Road (estrada): resposta do acelerador ótima, binário reduzido em

Como opção, o cliente pode acres-

durante o deslocamento é outro ele-

lizada através do menu de configu-

mudanças baixas;

centar três modos – o Race Pro 1

mento dos ‘Pro Modes’.

ração. Assim, ativa automaticamente

• Dynamic (dinâmico): resposta do

a 3, que podem ser configurados a

De série é o Hill Start Control que fa-

o travão de estacionamento quando

acelerador ótima, binário reduzido

vários níveis. Em todos os casos há

cilita o arranque em planos inclinados

a manete de travão de mão ou de

em mudanças baixas;

uma resposta suave do acelerador e

ascendentes, sendo que o Hill Start

pé é ativada em plano inclinado de

• Race (corrida): resposta do acele-

um binário máximo em todas as mu-

Control Pro é opcional integrando os

pendente superior a cerca de cinco

rador ótima, binário máximo em

danças. O travão de motor com ajus-

‘Pro Modes’ – tem a função adicional

por cento.

todas as mudanças.

te em três fases do arrasto do binário

de Auto HSC que pode ser individua-

O Shift Assistant Pro permite fazer

BMW S 1000 RR NO MUNDIAL DE SUPERBIKE Em colaboração com a Shaun Muir Racing, a BMW compete este ano no Mundial de Superbike. É precisamente a nova BMW S 1000 RR a servir de base para o modelo competitivo da BMW Motorrad WorldSBK Team. Tem como pilotos o campeão em título do Europeu de Superstock 1000, Markus Reiteberger, e o veterano Tom Sykes campeão de WSBK em 2013. Além disso, a BMW Motorrad mantém o seu programa de clientes em várias provas de âmbito nacional e internacional.

| MOTORCYCLE SPORTS | -79-


BMW

S 1000 RR

passagens de caixa para cima sem

de três segundos enquanto a mota

ativar a embraiagem, garantindo

está parada com o motor em ponto

dessa forma uma aceleração perfei-

morto. Também pensado para o uso

ta sem interromper o binário. Além

em pista é o Pit Lane Limiter que

disso é possível com este sistema

possibilita rodar à velocidade limitada

reduzir velocidades sem ativação da

passando pela via das boxes.

embraiagem ou da válvula do acelerador, isto a determinadas cargas e

Suspensão nova para a

velocidades de motor.

BMW S 1000 RR

Concebido para o uso em pista, o

A dinâmica de condução da nova S

Launch Control dá apoio ativo nos

1000 RR deve muito à suspensão

arranques de corrida, sendo ativado

com uma engenharia totalmente

ao pressionar um botão durante mais

nova. A ponte de alumínio do quadro

-80- | MOTORCYCLE SPORTS |


EQUIPAMENTO OPCIONAL VASTO O cliente tem uma vasta gama de equipamento e acessórios de forma a personalizar a sua BMW S 1000 RR. Entre eles estão um sistema de alarme, cobertura do banco de passageiro, controlo de pressão dos pneus RDC e sistema de chamada de emergência E-Call. Destaque também para três pacotes opcionais: • Pacote M: Em estreia num modelo de estrada, inclui Pro Mode, acabamento de pintura Motorsport, rodas M em fibra de carbono, bateria leve M, banco desportivo M, kit de chassis M com ajuste de altura de condução e pivot do braço oscilante. • Pacote Dynamic: Controlo de amortecimento dinâmico DDC de próxima geração, punhos aquecidos, controlo de velocidade de cruzeiro. • Pacote Race: Pro Mode, roda forjada M, bateria leve M, kit de chassis M com ajuste de altura de condução e pivot do braço oscilante.

tendo um feedback melhorado no

nova geração. Opcional, dota a mota

controlo das rodas. O ângulo da ca-

de um sistema de suspensões regu-

beça de direção é ligeiramente mais

lado eletronicamente. Há três con-

acentuado, a distância entre eixos foi

figurações principais do DDC: Rain,

melhorada e o novo braço oscilante

Road, Dynamic e Race.

traseiro é de secção única. A distri-

Nos modos Rain e Road, o sistema

buição da carga das rodas foi otimiza-

foca-se em assegurar um amorteci-

da e a cinemática Full Floater Pro no

mento agradável, sendo o Road des-

controlo da roda traseira foi desen-

tinado a estradas rurais com asfalto

volvida inteiramente de novo para o

de mau a bom. Quanto ao modo

mantém-se mas foi consideravel-

estrutura de compósito do quadro

controlo de suporte da mola central.

Dynamic, é para estradas rurais de

mente alterada. O quadro principal

principal, quadro traseiro e braço

O braço oscilante é derivado do mo-

qualidade disponibilizando a caracte-

continua configurado como uma

oscilante foi recalculada de forma

tociclismo de competição, sendo que

rística de amortecimento ‘Road dyn.’

estrutura aparafusada composta por

a conjugar de forma ideal rigidez e

toda a suspensão traseira beneficia o

Já o modo Race é orientado para

quatro elementos. Os dois tubos

flexibilidade, daí o Flex Frame. Toda

conforto do condutor e o rendimen-

as pistas. Há ainda os modos Race

superiores do chassis, a secção da

a construção do quadro resulta numa

to da BMW S 1000 RR. Na dianteira

Pro em que a característica Race do

cabeça de direção e as fixações do

posição das coxas do condutor muito

há um garfo de suspensão telescópi-

amortecimento DDC individualmen-

motor estão desenhadas de modo a

menos espalhada e, consequente-

co totalmente ajustável. Este garante

te ajustável assegura o uso ideal em

que a função de carga do motor seja

mente, numa postura de pilotagem

uma máxima dinâmica de pilotagem

pista.

mais expandida.

mais relaxada. O guiador é novo e

e opções de configuração individual

A nova BMW S 1000 RR conta com

O quadro traseiro da nova RR é ain-

está configurado como uma única

na nova supersport vinda da Baviera.

novas rodas de 17 polegadas que

da mais leve graças à sua construção

secção com a ponte do garfo.

O sistema de controlo dinâmico do

pesam menos 1.6kg do que na ge-

com tubos de alumínio circulares. A

A geometria da suspensão é nova,

amortecimento DDC entra numa

ração anterior. As massas rotacionais

| MOTORCYCLE SPORTS | -81-


BMW

S 1000 RR

Racing Red

reduzidas resultam em respostas de

vão de aço. O ABS Pro é de série e

cional nas travagens incrementando

ma a existir uma performance dinâ-

aceleração e de travão melhoradas.

foi ainda mais desenvolvido além de

a segurança até em situações mais

mica máxima.

Opcionais são as rodas forjadas M e

ser configurado para os modos indi-

difíceis ao evitar a ativação acidental

A secção frontal de baixo nível e a

as rodas em fibra de carbono M.

viduais.

do acelerador.

silhueta estreita confere um aspe-

O ABS Pro favorece não só a segu-

to leve e atlético à nova BMW. A

Sistema de travagem com ABS Pro

rança quando se trava em reta, como

Design e cores

conduta de entrada de ar está entre

de série

também em curva. Impede as rodas

A nova BMW S 1000 RR foi desen-

a área pintada em forma de T com

O sistema de travagem é concebido

de bloquearem ao travar rápido em

volvida do zero também ao nível

acabamento em preto mate. O farol

de maneira a ser bastante eficaz no

posição inclinada, o que significa que

do design. Tem um layout bastante

dianteiro integrado também contribui

uso em pista. A dianteira possui pin-

há menos risco de falhar a travagem.

compacto e está concebida para as

para reforçar o aspeto de competição

ças fixas de quatro pistões e discos

Os modos Race Pro possibilitam

pistas. Todos os elementos técnicos,

da RR na sua terceira geração. Com

de aço de 320 milímetros, ao passo

configurar o ABS em cinco níveis

desde o motor ao quadro, passando

as funções da luz traseira a serem

que na traseira há uma pinça flutuan-

diferentes. O controlo de travagem

pelo escape e mesmo pelo sistema

mudadas para o suporte da placa de

te de pistão único e um disco de tra-

dinâmico DBC fornece apoio adi-

de luzes, estão desenhados por for-

matrícula, as proporções da traseira

-82- | MOTORCYCLE SPORTS |


BMW M

são altamente dinâmicas, mais curtas e compactas do que nunca. O triângulo ergonómico entre as extremidades do guiador, superfície do banco e poisa-pés assegura uma ergonomia ideal. Há assento não só para o condutor como também para o passageiro, sendo possível incluir um saco de dez litros para o passageiro. Também opcionais são os bancos M alto e baixo e a cobertura do banco do passageiro. Em termos de cores há duas opções distintas. Racing Red (vermelho) e

| MOTORCYCLE SPORTS | -83-


BMW

S 1000 RR

Painel de instrumentos da nova BMW S 1000 RR

BMW M com as tradicionais cores

detalhes em azul Racing Blue e ver-

quatro visualizações distintas: Pure

do motor pelo DTC, aviso de veloci-

branca, azul e vermelha da marca. A

melho Racing Red, além do preto.

Ride com os detalhes principais e

dade ultrapassada caso tenha sido

primeira destas opções tem a base

três Core orientados para o uso em

excedida uma velocidade previamen-

em vermelho que é conjugado com

Novo painel de instrumentos

pista, que podem ser selecionados

te definida, quilómetros totais ou

preto contrastante. Já o BMW M é

O painel de instrumentos da nova

pelo condutor conforme as suas ne-

consumo de combustível médio.

o esquema de cores de competição,

BMW S 1000 RR é composto por

cessidades. O ecrã TFT foi desenha-

Este novo painel de instrumentos

com a base em branco Lightwhite e

um ecrã TFT de 6.5 polegadas com

do para ser grande de modo a asse-

oferece também dados interessantes

gurar uma boa leitura. Está ligado ao

para quem usa a RR em pista, tais

Multi Controller localizado no painel

como: tempo por volta e distância da

de guiador do lado esquerdo – que

volta, modo ativo por volta, velocida-

permite operar o ecrã de forma rápi-

des específicas por volta, número de

da e segura.

trocas de caixa por volta, total de vol-

Elementos como a velocidade, rota-

tas, tempo de pilotagem e distância

ções por minuto, modo selecionado

ou a melhor volta de sempre, entre

ou configurações são exibidos digi-

outros dados.

talmente, com o ecrã a permitir ainda

-84- | MOTORCYCLE SPORTS |

a aceder a uma vastidão de informa-

Iluminação LED

ções – como a posição de inclinação

A iluminação da BMW S 1000 RR

atual, desaceleração atual em metros

nova é totalmente em LED. Os faróis

por segundo, redução de velocidade

dianteiros, agora simétricos (iguais


CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS BMW S 1000 RR Motor: Quatro cilindros em linha, 999cc Potência: 207cv às 13.500 rotações por minuto Binário: 113 Nm às 10.500 rotações por minuto Transmissão: Caixa de seis velocidades Quadro: Quadro do tipo ponte em compósito de alumínio Suspensão dianteira: Garfo telescópico com amortecimento eletronicamente ajustável Suspensão traseira: Braço oscilante em alumínio com amortecimento eletronicamente ajustável Travões dianteiros: dois discos; pinças radiais fixas de quatro pistões Travões traseiros: disco único, pinça flutuante de um pistão Capacidade do depósito de combustível: 16.5 litros Consumo de combustível: 6.4 litros/100km Aceleração 0-100km/h: 3,1s Velocidade máxima: 200km/h

dos dois lados) conferem uma aparência altamente dinâmica e assegura uma melhor iluminação da estrada pela frente. Já as luzes de estacionamento integradas têm um nível de intensidade definido de forma a que não tenham de ser homologadas como luzes diurnas. Os indicadores de mudança de direção dianteiros estão agora integrados nos espelhos. Igualmente em LED, as unidades de iluminação traseiras foram desenvolvidas do zero. O suporte da matrícula, os indicadores de mudança de direção traseiros e as luzes de matrícula estão todos desenhados para formar uma única unidade, sendo que a luz de travão e a luz traseira foram também integradas nos indicadores de mudança de direção.

| MOTORCYCLE SPORTS | -85-


KAWASAKI

A Kawasaki lançou a nova Ninja ZX-10R, o modelo de estrada agora renovado que se baseia diretamente na versão de competição tão bemsucedida no Mundial de Superbike.

NINJA ZX 10 RR

Ninja nas pistas… e na estrada

Kawasaki Ninja ZX-10RR

A Kawazaki Ninja ZX-10R está reno-

quatro temporadas com Jonathan

elevado potencial para circuitos,

noca KECS e rodas forjadas Mar-

vada para 2019, com mais potência

Rea.

complementado com componen-

chesini.

e melhores performances quer do

Desde logo, existem três variações

tes de elevado grau como Balance

• Ninja ZX-10RR: Produção limitada

motor, quer do chassis. Também em

distintas do mesmo modelo, uma

Free Front Fork e suspensão BFRC,

a 500 unidades, focada em pista

versão 10RR e SE, tem como base a

delas com produção limitada. Essas

além de travões Brembo.

com um único assento. Incremen-

moto que a marca japonesa usa com

variações são:

amplo sucesso no Mundial de Superbike – sendo campeã nas últimas

-86- | MOTORCYCLE SPORTS |

• Ninja ZX-10R SE: Complementa o

ta o potencial do modelo de base

• Ninja ZX-10R: Modelo de base,

potencial para circuitos do modelo

com mais modificações ao motor e

dispõe de motor e chassis com um

de base com a suspensão eletró-

ao chassis, configurações de sus-


pensão afinadas e rodas forjadas Marchesini. Graças a uma série de modificações no motor, a potência máxima da nova Ninja ZX-10R é mais elevada, situando-se nos 200cv. O rendimento sai beneficiado em toda a gama de rotações do motor, elevando a curva de binário do anterior modelo. A capa da cabeça de cilindro é pintada em cor vermelha, expressando a elevada performance do motor. No modelo RR, os elos com assinatura da Pankl deixam de ser em aço para passarem a ser de titânio, o que representa um menor peso. O sistema de mudanças rápidas Kawasaki Quick Shifter (KQS) de du-

gurações das suspensões diantei-

pla direção é equipamento de série

ra e traseira revistas para tirar total

em todos os modelos, permitindo as

partido dos benefícios dos elos de

trocas de caixa sem recurso à em-

titânio. As opções de suspensão são

braiagem quer nos aumentos, quer

distintas entre os modelos. Na Ninja

nas reduções. Embora esteja con-

ZX-10R e na Ninja ZX-10RR incluem

cebido para a pilotagem desportiva

um garfo dianteiro invertido e um

também pode ser usado em estrada

amortecedor BFRC, ao passo que na

até às 2.500 rotações por minuto.

Ninja ZX-10R SE se conjuga o siste-

O modelo RR conta com as confi-

ma de controlo eletrónico KECS. No modelo SE, a pintura recebe um tratamento especial com a Highly Durable Paint da Kawasaki, que permite que os riscos se reparem sozinhos graças a um revestimento especial. Isto não abrange riscos causados, por exemplo, por uma moeda, chave ou fechos. Já a Kawasaki ZX-10RR, limitada a

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10R Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 200cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Binário máximo: 114.9 Nm às 11.200 rpm Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros Suspensão traseira: Amortecedor BFRC Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)

500 unidades de produção, tem uma característica que a distingue: a inclusão de placa de número de série

mente reconhecida. Já a ZX-10R SE

debita 200cv de potência graças a

no formato ‘X/500’ a reforçar a ex-

surge em cinzento carbono metálico,

uma série de melhorias de que foi

clusividade desta variante da nova

prateado nêutron e verde lima.

alvo. Podendo ser usada em estrada,

gama supersport da Kawasaki.

O motor das nova Ninja foi melhorado em vários aspetos.

não deixa de proporcionar a emoção

Ao nível de cores, a Ninja ZX-10R

VERSÃO DE ENTRADA:

aos condutores quando os seus limi-

surgirá em verde lima, ébano e cin-

NINJA ZX-10R

tes são explorados em pista.

zento grafite metálico, enquanto a

A Kawasaki Ninja ZX-10R é a varian-

O painel de instrumentos de elevada

ZX-10RR é totalmente em verde lima

te de entrada no trio de supersports

visibilidade com o tacómetro LED,

– a cor pela qual a Kawasaki é facil-

para 2019, possuindo um motor que

os travões Brembo com pinças mo-

| MOTORCYCLE SPORTS | -87-


KAWASAKI

NINJA ZX 10 RR

NINJA ZX-10R SE Esta versão da Ninja para 2019 encontra-se a complementar a original ZX-10R e a ZX-10RR focada nas pistas, prometendo ser ideal para o uso em estrada e em pista. O nível de conforto das suspensões e a resposta do amortecimento garante uma condução fácil. O condutor tem à sua disposição três modos de pilotagem – Road, Track e Manual – que permitem dotar a mota das configurações mais desejadas. Em Road e Track, as definições são estabelecidas para terem uma base mais macia ou sólida consoante o uso da mota seja em estrada ou em

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10R SE Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 200cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Binário máximo: 114.9 Nm às 11.200 rpm Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros, compressão controlada pelo KECS Suspensão traseira: Amortecedor BFRC, compressão controlada pelo KECS Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)

nobloco Brembo M50 – comuns a

Possui também um amortecedor de

todas as versões – ou o amortecedor

direção

Balance Free Rear Cushion (BRC) da

desenvolvido pela Öhlins. Este for-

Showa são algumas das característi-

nece o amortecimento adequado

cas que saltam logo à vista nesta ver-

com base na velocidade da moto e

são de entrada.

no grau de aceleração ou desacele-

-88- | MOTORCYCLE SPORTS |

eletrónico

especialmente

ração. Tem configurações otimiza-

pista. Já no modo Manual, o próprio

das para o uso em pista e também

condutor pode ajustar configurações

nas estradas sinuosas. O escape, tal

da base do amortecimento de forma

como na Ninja ZX-10R SE e na Ninja

a adaptar a máquina ao seu estilo. O

ZX-10RR, é em titânio.

controlo pode ser efetuado através


do painel de instrumentos. Possui

uma

carenagem

superior

que corta o ar de forma eficiente e protege mais o condutor do vento, o que significa maior facilidade em mudar de posição para a entrada em curva ao conduzir em pista. Destes três novos modelos Ninja para 2019 é o único a possuir as suspensões controladas eletronicamente (sistema KECS, Kawasaki Electronic Control Suspension). Desenvolvido em conjunto com a Showa, resulta num amortecimento controlado eletronicamente na dianteira e num sistema semi-ativo na traseira que se adapta em tempo real às condições do percurso e da condução.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10RR

A pintura, em que os tons de cinzento predominam, recebe o revestimento especial Highly Durable Paint

EDIÇÃO (MUITO LIMITADA):

da Kawasaki que permite que certos

A NINJA ZX-10RR

tipos de riscos se reparem por si só.

A versão topo de gama para 2019 é a Kawasaki Ninja ZX-10RR, orientada totalmente para o uso em pista. Como tal, possui um diverso número de características que a tornam apta para esse efeito – desde elementos do motor, aos travões ou mesmo às rodas. Trata-se de uma versão muito limitada, com 500 unidades produzidas ao nível mundial, todas numeradas. O propulsor debita 201cv de potência, contando com uma cabeça de ci-

Cada unidade da ZX-10RR tem o número de série inscrito.

lindro modificada, tal como o são os

Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 201cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros Suspensão traseira: Amortecedor BFRC Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)

cárteres. Com um limite de rotações por minuto mais elevado (600 rpm), o motor debita 201cv de potência.

versão tem especificação de um só

configurar a mota de modo a fazer

As bielas são em titânio permitindo

assento. As suspensões dianteira

tempos mais rápidos.

esses aumentos de rpm e de potên-

e traseira prometem garantir uma

As jantes de sete raios multidire-

cia. Ao ser de série em todos os mo-

transferência de pesos suave duran-

cionais em alumínio forjado foram

delos, o Kawasaki Quick Shifter de

te a aceleração e a desaceleração

concebidas pela Marchesini e con-

mudanças rápidas também surge na

nos circuitos. As configurações da

tribuem para uma manobrabilidade

Kawasaki Ninja ZX-10RR.

suspensão, tal como os pneus Pirelli

mais leve, sobretudo ao mudar de

Sendo vocacionada às pistas, esta

Diablo Supercorsa SP, possibilitam

direção.

| MOTORCYCLE SPORTS | -89-


Volker Rost

CAFÉ RACERS

Enigma, a café racer premiada personalizada a partir de uma Indian Motorcycles A comemoração do 80.º aniversário de um dos líderes do vestuário e

uma Indian Chief Vintage para a trabalhar por forma a torná-la numa café

acessórios de motociclismo resultou na transformação de uma Indian

racer. Assim nasce a Enigma.

Chief Vintage na café racer Enigma. Quando comemorou 80 anos, a Motorrad-vertriebsgesellschaft mbH de

Mota muito premiada

Detlev Louis – líder no vestuário e acessórios de motociclismo – decidiu

A estreia pública da mota aconteceu em setembro de 2017 e não demo-

assinalar o marco de forma muito especial. Nesse sentido, aproveitou

rou muito a cativar as atenções no evento Glemseck 101. Seguiram-se

-90- | MOTORCYCLE SPORTS |


Volker Rost

outras presenças bem-sucedidas em concursos de sprint e design, conseguindo inclusive um segundo lugar no Custom Show Emirates realizado em Abu Dhabi – em que competiu na classe V2 Custom Class. Mas os prémios não se ficaram por aqui: na Alemanha ganhou o Custom Show de Dortmund e foi considerada a melhor Streetbike do Berliner Dell Ano da Motor Bike Expo na categoria de melhor profissional. A Enigma continuou a ganhar prémios no Swiss Custom em Zurique – que foi o que lhe valeu a presença no Custom Show Emirates.

Volker Rost

Motorrad Tage em Berlim. Em Verona foi galardoada com o prémio Ferro

A ‘alma’ da Enigma – motor com maior rendimento e visualmente quase intacto Para tudo isto, há uma mota que tem diversas alterações face ao modelo original. O motor é um Thunder Stroke 111 da mesma marca, a Indian, contribuindo não só para o rendimento da máquina como também para a vertente artística da mesma graças ao seu revestimento cromado. Trata-se de uma unidade 1.8 litros em V que conjuga o aspeto clássico Indian e tecnologia de ponta. Exemplos em termos de design são os tubos os motores que aquele construtor teve nas décadas de 1940 e de 1950. As novidades do propulsor não se ficam por aqui. Tendo em conta que teria de competir em corridas sprint, foi entregue ao especialista Ulf Penner

Volker Rost

pushrod e as cobertas de cabeça do cilindro cujos ângulos homenageiam

que introduziu diversas melhorias de forma a extrair o máximo potencial da unidade. As cabeças dos cilindros são atualizadas, há um novo mapeamento, um fluxo de ar mais direto e ainda árvore de cames mais agressiva. Tudo isto confere 70 por cento de potência adicional, o que não compromete de nenhuma maneira o visual do motor. O silenciador Shark e o sistema de escape STParts assegura ainda que a mota dispõe de 125cv de potência além de um som adequado. Quadro leve a receber um garfo dianteiro invertido e um amortecedor traseiro Wilbers. O sistema de travagem provém da Brembo e conjuga-se com as jantes Kineo, havendo igualmente grampos triplos da Alpha Racing com

Volker Rost

O quadro leve da UNO é novo, com o chassis de elevada performance

um guiador Gilles. No que diz respeito ao farol dianteiro, ao banco e ao depósito de combustível, o autor do projeto recorreu ao especialista em personalizações Michael Naumann – que aprimorou o design minimalista que tinha sido implementado por Kay Blanke, da equipa de Louis. Quanto à pintura, foi responsabilidade de Danny Schramm da Schrammwerk. Este juntou as cores da Indian Motorcycles e também da marca de Louis. A construção da mota foi realizada por Detlef Stüdemann e Martin Struckmann, da equipa de Louis. O painel de instrumentos é simples: inclui um botão de ignição e um velocímetro básico.

| MOTORCYCLE SPORTS | -91-


CAFÉ RACERS

Officine Rossopuro

Moto Guzzi Ritmo Veloce 850 Foi a partir de uma Moto Guzzi California T3 que a Officine Rossopuro chegou à Ritmo Veloce, uma café racer que, como o nome indica, se propõe a bons níveis de velocidade – sendo construída precisamente para ser rápida. O quadro original mantém-se, mas as alterações foram diversas nas mais variadas áreas. De acordo com um comunicado, este foi o conceito da Officine Rossopuro: ‘A ideia foi ter uma clássica muito especial mas ao mesmo tempo com soluções modernas e com uma aparência desportiva e compacta’. Nesse sentido, as rodas escolhidas medem 17 polegadas, sendo uma

Officine Rossopuro

nova patente que envolve o uso dos antigos cubos de roda Guzzi por forma a conseguir rodas de alumínio de raios sem tubo. Por este motivo, o braço oscilante traseiro teve de ser aumentado. Por outro lado, na dianteira a carenagem do garfo poderá dotar a parte frontal de um design baixo e aparência completa. Toda a carroçaria seguiu este conceito, sendo pretensão dos construtores da Ritmo Veloce continuar com uma moto compacta tal como acontece a original – sendo o mesmo verdade para as suas curvas e linhas. O responsável por este modelo não quis fazer mudanças estruturais ao quadro da Moto Guzzi T3 California, tendo em conta o valor histórico do modelo. Por isso, a secção de cauda foi construída por forma a conseguir uma aparência de comprimento curto da mota. A construção do depósito de combustível e dos painéis laterais também procura não fazer mudanças estruturais à máquina de base.

Officine Rossopuro

Uma característica curiosa é a incorporação dos instrumentos no depósito, ao passo que o farol dianteiro insere-se numa carenagem especialmente construída para o efeito que possibilita manter linhas compactas e limpas. Isto obrigou à construção de um guiador específico para que a linha da Ritmo Veloce se mantivesse muito baixa. No que ao motor diz respeito, foi completamente limpo e as peças restauradas, procedendo-se da mesma maneira com os componentes da transmissão e da caixa de velocidades – algo que a Officine Rossopuro faz questão de ter em todas as suas motas para que além de um bom aspeto tenham também que possam ser muito usadas. O sistema de escape foi concebido de propósito para esta mota, tendo a colaboração da MASS Moto. Os amortecedores traseiros são da Marzocchi com potência ajustável, a pinça traseira de apoio é em alumínio, ao passo que os discos de travão são mais leves.

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Heiwa Motorcycles transformou a BMW R75 na R75 Adrian É do Japão e de Kengo Kimura da Heiwa Motorcycles que surge a R75

da transmissão que equipa esta mota, que recebeu uma pintura única

Adrian. Com o nome indica, a base foi uma BMW R75, neste caso da-

brilhante da Six Shooter.

tada do longínquo ano de 1971. A versão personalizada café racer ficou

Os punhos são Slim Chopper, ao passo que o guarda-lamas traseiro segue

completa em novembro do ano passado e agora passamos a apresentar

as linhas do banco. Na dianteira não há guarda-lamas, sendo de destacar

os detalhes mais relevantes. O motor é o original, com uma ignição de

um farol vintage importado dos Estados Unidos. A luz traseira é da pró-

transístor e 750cc de cilindrada, sendo perfeitamente percetível na vista

pria Heiwa MC. Os poisa-pés, tal como o depósito de combustível, são

lateral a designação ‘BMW R75/6’. Não foram fornecidos detalhes acerca

únicos para este modelo personalizado, enquanto o banco é em couro escuro com costuras contrastantes. O garfo dianteiro é da KYB derivado de uma Kawasaki e o amortecedor traseiro da IKON. Ao nível das rodas, a dianteira tem uma jante em H e está equipada com pneu Firestone Deluxe Champion, à semelhança do que sucede com a roda traseira. Na roda dianteira, de destacar o cubo vindo de uma Kawasaki. Refira-se que a caixa de limpeza de ar foi removida sendo colocada no seu lugar a bateria de iões de lítio. Kengo Kimura enviou alguns esclarecimentos ao Motorcycle Sports, explicando que pretendeu nesta construção ‘um estilo que nunca existiu’. Limpou o motor, substituiu peças, sendo que o depósito de combustível é em alumínio. A base do banco foi fabricada especialmente e é em alumínio. A caixa debaixo do banco tem uma bobina de ignição. Quanto ao sistema de escape – tubo e silenciador – são feitos em ferro propositadamente para a R75 Adrian. | MOTORCYCLE SPORTS | -93-


CAFÉ RACERS

Jean-Francois Muguet

Conheça a Kawasaki Z900RS by MRS

Graças a uma colaboração entre a Kawasaki France e a MRS Oficina, uma

década de 1970. Houve componentes originais que se mantiveram, ca-

Z900RS daquela marca japonesa foi transformada numa café racer única

sos do farol e do garfo dianteiro, mas existiram muitas modificações cuja

– a Z900RS by MRS. Este é o terceiro produto da parceria entre ambas

incorporação exigiu muito trabalho.

as entidades.

Um subquadro multitubular e o guarda-lamas dianteiro recortado, bem

Primeiro, foi uma Vulcan S transformada numa café racer em 2016; de-

como as cores – com maior abundância do preto – o logótipo da MRS no

pois, em 2017, foi a Z650 a tornar-se num modelo que segue o estilo flat

depósito de combustível são alguns dos aspetos mais distintivos deste

track. Agora, a escolha para modelo de base foi a nova Kawasaki Z900RS.

modelo personalizado, bem como o assento que passa a ser castanho e

Não faltou a atenção ao detalhe, bem como criatividade, por forma a

com um tipo de estofo diferente.

Jean-Francois Muguet

conceber o modelo personalizado que faz referências à Kawasaki Z1 da A origem do projeto A MRS Oficina revelou como todo o projeto nasceu: ‘Quando a Z900RS foi revelada na EICMA em 2017 quis imediatamente preparar uma moto a partir dessa base. O modelo original foi realmente apelativo para mim e, embora não soubesse se alguém me iria contactar para um novo projeto, eu instintivamente imaginei o resultado que podia alcançar. Por fim, a Kawasaki France confiou mais uma vez em mim para conseguir esta terceira colaboração’. Quanto ao conceito, esta foi a explicação daquela oficina: ‘A Kawasaki Z900RS remete à mítica Z1 dos anos 1970 e eu estou muito feliz por acrescentar o meu toque pessoal. Tentei manter tantos componentes original quanto possível, como o farol e o garfo, pelo que houve muito trabalho para harmonizar as modificações e os componentes originais, e espero que o resultado final seja do agrado do público’. -94- | MOTORCYCLE SPORTS |


A café racer polaca que ganhou um prémio no Custom Rumble da Ducati projeto. O convite surgiu em dezembro de 2018, o que deu a Sylwester muito pouco tempo para completar tudo. De facto, as filmagens só ficaram concluídas a dois dias do evento, sendo a candidatura submetida mesmo nos instantes finais do prazo. O que mudou na ESG Rumble 400 Numa nota na secção de classificados do thebikeshed.cc, pode ler-se um pouco mais acerca da ESG Rumble 400. Todo o quadro foi reconstruído, tal como o braço oscilante, o que permitiu baixar o centro de gravidade – obtendo assim uma melhor manobrabilidade e estabilidade de toda a mota. A carroçaria, a secção de traseira (feita a partir de uma folha plana de metal), o depósito de combustível, o guarda-lamas e o farol foram igualmente construídos de novo. Quanto ao depósito, foi reconstruído de forma a albergar elementos ligados à instalação elétrica da mota, passando a ter do lado de fora o

le da Ducati foi a ESG Rumble 400 da Eastern Spirit Garage. Trata-se de

logótipo da Eastern Spirit. O guarda-lamas dianteiro é totalmente novo a

uma garagem localizada a cerca de 100km da capital da Polónia, Varasó-

partir de uma folha de metal, tendo sido desafiante: Sylwester pretendia

via, e de Enter Sylwester – nome bem conhecido no cenário das custom

ter pneu slick para as rodas e foi forçado a mudar as jantes, o que por

bikes.

consequência requereu um pensamento cuidado de toda a forma da sec-

Foi o resultado da abordagem da Ducati Poland para construir uma mota

ção dianteira com o guarda-lamas.

baseada numa Ducati Scrambler. Segundo o site bikebound.com, Sylwes-

No farol, a parte superior foi aberta para que pudesse incorporar o ve-

ter acabou por aceitar abraçar o desafio de fazer o seu primeiro projeto

locímetro original num elemento personalizado sendo a base vinda de

não baseado num modelo japonês e também o primeiro vindo de uma

uma mota russa encontrada num leilão. O espelho também teve de ser

mota verdadeiramente nova. E só teve 45 dias para o completar, o que

reconstruído e adaptado às regras atuais. O manípulo de troca de veloci-

significa que teve de correr contra o tempo.

dades e a manete do travão são em aço inoxidável tal como a fixação do

Desafio aceite, mãos à obra. A base foi a Ducati Scrambler Sixty2 de

farol dianteiro.

400cc, uma escolha oposta à de grande parte dos construtores que opta

Quanto à pintura, recebeu um verniz de sete camadas com uma profun-

por plataformas de 1.100cc. O objetivo era concorrer à categoria Melhor

didade muito grande, sendo um tom de vermelho predominante. Ao nível

Concessionário Oficial Ducati pela Ducati Poland, que encomendou o

do sistema de travagem foi apenas incluído um disco dianteiro maior e

Eastern Spirit Garage

Uma das motas vencedoras da segunda edição (2018) do Custom Rumb-

uma nova bomba traseira face ao modelo original. A fixação da suspensão traseira foi alterada e a suspensão dianteira foi encurtada e reconstruída a partir do interior para assegurar maior dureza – Sylwester considera a suspensão original da Ducati Scrambler demasiado macia. O sistema de escape mereceu uma atenção especial, por forma a transmitir o caráter da café racer e também um som adequado do motor de 400cc da ESG Rumble 400. Além disso, houve a preocupação de precaver eventuais queimaduras nas pernas do condutor com o silenciador de baixo. Há um segundo silenciador em cima que é responsável por um som mais elevado. Além do som e da estética, houve também um impacto positivo no rendimento da mota. Através dos pneus slick, Sylwester pretendeu realçar o espírito de competição do modelo e dar uma referência à pista de Misano – em que o Custom Rumble 2018 aconteceu. | MOTORCYCLE SPORTS | -95-


CAFÉ RACERS

Black Max, a fusão entre bobber e café racer da Kevils Speed Shop A Kevils Speed Shop pegou numa BMW R80 800cc para conceber uma mota personalizada completamente distinta da original: aliando o estilo bobber ao estilo café racer, com diversas modificações face ao modelo de base produziu a Black Max. Kevils Speed Shop

O assento para uma só pessoa é em couro costurado, os pneus Chunky Firestone, havendo também um amortecedor traseiro totalmente ajustável. A KSS acrescentou indicadores de mudança de direção LED discretos na dianteira e na traseira, os punhos são retro e barras clip-on pretas. Além do farol, há também uma luz amarela adicional. Segundo o fabricante, a mota passou por uma reconstrução total, sendo

dominância de tons cinzento escuro, com uma faixa num tom dourado

todos os componentes substituídos por novos. A eletrónica foi atualiza-

no contorno do depósito de combustível. Curiosa é também a colocação

da, passando a haver uma ignição moderna, a Black Max dispõe de uma

da placa de matrícula, paralela à roda traseira acima do meio da mesma.

unidade Motogadget M unit e de carburadores Mikuni novos.

Há também duas saídas de escape – uma do lado direito e outra do lado

Em termos de aparência, como pode ver na imagem, a mota tem a pre-

esquerdo.

A Yamaha Corsa Scorcher XSR700 da Rough Crafts Da Rough Crafts chega a Corsa Scorcher XSR700. A plataforma escolhida foi a Yamaha XSR700, para um projeto Yard Built em que o autor do trabalho preferiu apostar no quadro tubular – isto apesar de ter ficado dividido devido à potência da XSR700. Tendo a mais nova versão da mota de base um quadro mais curto e um roughcrafts.com

quadro traseiro desmontável, não foi necessário fazer cortes ao mesmo. Dividido entre torná-la uma café racer com clip-ons ou uma tracker, o construtor desta custom bike decidiu enveredar pelos dois caminhos, construindo duas versões distintas. Aquela sobre a qual nos debruçamos é a Corsa Scorcher XSR700, que é a café racer. A suspensão é uma unidade X2E da Shark Factory totalmente

rir que a mota pesa 168kg, dez por cento a menos do que a XSR700 que

ajustável por controlo remoto digital, sendo que a café racer inclui rodas

serviu de base. A ignição de chave original foi recolocada, mantendo-se a

em fibra de carbono ultra-leve da Rotobox e clip-ons da Gilles Tooling.

grande maioria dos componentes elétricos e o sistema ABS. A decoração

O escape de titânio Akrapovic é de uma Yamaha R1. Os travões são da

surge com o preto dominante e duas faixas em amarelo que percorrem

Beringer.

toda a parte lateral da carenagem da dianteira à traseira. O mesmo ama-

Quando ao kit de carenagem é totalmente em fibra de carbono. De refe-

relo fica a colorir o logótipo Yamaha.

-96- | MOTORCYCLE SPORTS |


O ‘falcão’ da Kott Motorcycles desarmada. O depósito de combustível é de uma 750SS, o que exigiu o fabrico de

Kott Motorcycles

nova montagem. O banco também foi construído de novo, ao passo que a bateria é mais pequena, sendo as pedaleiras personalizadas reposicionadas de forma a acomodar o novo ângulo do silenciador. O farol dianteiro mantém-se o original, mas com suportes alterados. O tambor do travão dianteiro provém de uma Honda CB 350 e, segundo a Kott Motorcycles, visou ‘trazer simplicidade à moto’. A Kott Motorcycles decidiu basear-se no motor de uma Honda CB550

Quanto à pintura, não podia deixar de ser diferente face ao modelo

e inspirar-se na cor de um Ford Falcon de 1964 para produzir a Fal-

original. Recebeu um esquema de decoração que conjuga o prateado e

con 550. Trata-se de uma café racer que, face ao modelo original, tem

o azul, enquanto o assento surge em couro vermelho e castanho crian-

diversas alterações – como de resto é logo possível constatar à vista

do um contraste com a pintura do resto da mota.

A Kawasaki Z1000 transformada em café racer pela Nova Motorcycles Nova Motorcycles

uma Kawasaki ZX6, ao passo que a traseira foi reconstruída por forma a poder receber o amortecedor e rodas modernas. O depósito provém de uma Yamaha XS850. Este contribui para o estilo marcante desta Kawasaki Z1000 interpretada pela Nova Motorcycles. A decoração surge com uma base em preto e pormenores em cor de cobre que cria um contraste único. O sistema Sendo já uma clássica, a Kawasaki Z1000 notabilizou-se ao longo das

de escape e o motor também são em preto, enquanto a cor do assento

décadas e é também agora alvo de trabalhos de personalização. Este,

é num tom aproximado ao do cobre.

com a assinatura da Nova Motorcycles de Turners Falls (Estados Unidos

O farol dianteiro possui a mesma cor metálica, sendo constituído por

da América), transformou-a numa café racer que lhe passamos a apre-

dois LED – o que significa que tem tecnologia moderna enquanto man-

sentar.

tém uma aparência retro através do seu estilo. No cockpit, o condutor

O site Cafe Racer Garage refere que a parte dianteira da mota vem de

encontra instrumentos e botões Motogadget. | MOTORCYCLE SPORTS | -97-


CAFÉ RACERS

A Honda CB550 café racer da Team Guzzi Motobox Esta mota é mais uma vez baseada na Honda CB550, que remonta aos anos 1970 e é atualmente procurada para transformações para café racer. A assinatura é da Team Guzzi Motobox, que restaura e prepara motas clássicas há mais de duas décadas. O motor original foi mudado completamente de forma a conferir o bom estado de conservação dos componentes. Houve alguns substituídos, como -se o segundo disco dianteiro. O banco é diferente do original, mais estreito e, por isso mesmo, ajustado ao novo estilo da mota. A pintura recebeu as cores da oficina que construiu a custom bike do tipo café racer – em tons de vermelho, preto e branco.

Team Guzzi Motobox

válvulas, devido ao desgaste. Os travões foram revisto, passando a incluir-

‘Magia negra’ da Ventus Garage: Moto Guzzi V65 Black Magic A partir de uma Moto Guzzi V65 de 1994, a Ventus Garage partiu para a construção de um dos seus modelos personalizados, a Black Magic. A para esse efeito a serem levadas a cabo. A suspensão foi rebaixada, com amortecedores traseiros mais curtos e duros, havendo molas mais curtas na dianteira. As rodas originais não fo-

Ventus Garage

opção foi produzi-la num estilo café racer, com as alterações necessárias

ram aproveitadas, sendo colocadas no seu lugar rodas de 18 polegadas vindas de uma Moto Guzzi V75 Police. Assim, foi possível ter mais opções em termos de pneus, com a opção a recair nos Avon AM26. O quadro foi encurtado de forma a encaixar-se na secção traseira de café racer, o assento foi desenhado pela própria Ventus Garage com material sintético à prova de água em cor-de-laranja. As pastilhas das pinças de travão Brembo foram alteradas para umas mais eficientes, sendo também mudado o fluído de travões. As pinças receberam uma cor vermelha. Quanto ao motor, recebeu uma pintura estrutural VHT para ganhar resistência às temperaturas elevadas. O óleo e o filtro foram substituídos, os carburadores foram limpos e os jatos são maiores. O depósito foi pintado em preto com uma faixa em cor-de-laranja, recebendo o logótipo da Venum aspeto clássico de café racer e uma posição confortável ao condutor. Os punhos são Biltwell Kung Fu Natural. O sistema de escape termina sem silenciadores defletores, o que favorece o som do motor. -98- | MOTORCYCLE SPORTS |

Ventus Garage

tus Garage. O guiador clip-on foi fabricado pela própria oficina, conferindo


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