#3 F E V E R E I R O | T H E G R E AT E S T M O T O R C Y C L E S P O R T S M A G A Z I N E - N Ú M E R O # 3
FALCÃO DÁ NOVOS VOOS A PORTUGAL Análise aos testes de Sepang / Tudo sobre os testes no Qatar páginas 36 a 49
HORA DA REDENÇÃO PARA YAMAHA E ROSSI Documentário: Dani Pedrosa (O adeus do Samurai) / Entrevista a Ken Roczen páginas 66 a 75
BMW S 1000 RR / Kawasaki Ninja ZX 10 RR páginas 76 a 89
BMW Motorrad
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ÍNDICE 4 8
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As várias equipas de fábrica apresentaram-se para a época de 2019
C
de MotoGP, bem como a satélite KTM Tech3 de Miguel Oliveira e
clismo ao nível mundial – às quais o Motorcycle Sports não
a Yamaha SRT. Trazemos-lhe tudo sobre as apresentações que já
fica indiferente.
decorreram.
O Campeonato do Mundo de MotoGP teve os seus testes
Notícias A atualidade do motociclismo mundial passada em revista.
Apresentações das equipas de MotoGP
Testes de MotoGP em Sepang e no Qatar O mês de fevereiro marcou as preparações dos pilotos do Mundial de MotoGP para a nova temporada, com os ensaios de Sepang na Malásia e de Losail no Qatar. Trazemos-lhe o essencial sobre os seis dias de testes.
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Mundial de Superbike na Austrália Os Mundiais de Superbike e de Supersport arrancaram na Austrália, no caso da categoria principal para uma nova era com o formato revisto.
54
66
Dakar 2019
no motociclismo. É uma altura do ano em que para todos os envolvidos suscita especial entusiasmo, re-
pleta de novidades nas mais diversas categorias do motoci-
de pré-temporada de 2019 em Sepang e Losail – que estão naturalmente em destaque nesta terceira edição. Além disso, as várias equipas apresentaram as suas novas cores para a época que aí vem, incluindo a KTM Tech3 de Miguel Oliveira. Depois de toda uma revelação de design e otimismo que tanto caracteriza esta fase, o Mundial está cada vez mais próximo. No entanto, este arranque de temporada é diferente para muitos de nós já que todo um país será finalmente representado no pináculo das duas rodas. O ano de 2019 poderá, assim, ser o início de uma bela história de amor no qual Miguel Oliveira deixará certamente toda uma legião de adeptos a fervilhar de emoção e sentimento. Mas não só de MotoGP se faz o motociclismo. O Mundial de
Motorcycle Sports traz-lhe o rescaldo da prova ganha por Toby
Superbike, com novo formato, e o Mundial de Supersport, ti-
Price, da KTM.
veram início em Phillip Island, Austrália; o Dakar terminou na
Entrevista a Dani Pedrosa Apresentamos-lhe uma entrevista de Dani Pedrosa num Pequeno Samurai.
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om o fim de fevereiro, chegou o regresso da ação
O Dakar 2019 realizou-se no passado mês de janeiro e o
documentário da Red Bull, em que é possível conhecer melhor o
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EDITORIAL
Entrevista a Ken Roczen Ken Roczen, uma das estrelas do AMA Supercross, tem destaque
segunda quinzena de janeiro com a continuidade do domínio da KTM. Nesta terceira edição Motorcycle Sports passamos, assim, um olhar pelos testes e apresentações das equipas de MotoGP, pelo Dakar, pela ronda australiana do WSBK e do WSSP e apresentamos-lhe duas entrevistas – a Dani Pedrosa e a Ken Roczen. Não faltam, como é claro, as habituais novidades das
nesta edição Motorcycle Sports.
motas de estrada e a ‘incursão’ pelo mundo das café racers.
Novidades de estrada
trazemos neste início de março…
É, por isso, uma edição repleta de variedade aquela que lhe
A BMW S 1000 RR e a Kawasaki Ninja ZX 10 RR são duas das propostas de motas desportivas de estrada para 2019 e nós
Bernardo Matias/Gonçalo Viegas
apresentamos-lhe os detalhes de cada uma.
90
Café Racers Voltamos a trazer-lhe o ‘universo’ das café racers, dando-lhe a conhecer alguns dos trabalhos mais recentes de fábricas ou de oficinas não oficiais com as suas custom bikes.
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NOTÍCIAS Dani Pedrosa só deverá voltar à ação em abril O início de trabalho na KTM não está a ser fácil para Dani Pedrosa, que teve de falhar os testes de pré-temporada devido a lesão. O piloto foi operado à clavícula direita no início de fevereiro, sendo alvo de uma
Arnau Puig / Red Bull Content Pool
Milagro
Aprilia é a equipa com mais wild-cards planeados para 2019
cirurgia reconstrutiva. O site oficial do MotoGP escreve que a recuperação deverá demorar cerca de três meses, o que só deixaria Pedrosa voltar nos testes de Barcelona previstos para junho. Mais otimista é a previsão do diretor desportivo da KTM, Mike Leitner, que afirmou ao site Motorsport.com que em abril Pedrosa poderá
participações wild-card ao longo desta época. O diretor da Aprilia, Romano Albesiano, revelou ao site oficial do campeonato que a formação de Noale é aquela que pretende fazer mais participações wild-card – cinco com Bradley Smith. Já a KTM não tem previsto qualquer wild-card. Estes são os pedidos para wild-card, cuja aceitação ainda não estava confirmada no fecho desta edição: Aprilia, Bradley Smith – GPs do Qatar, Catalunha, República Checa, Aragão e Valência Ducati, Michele Pirro – GPs de Itália, San Marino e Valência Honda, Stefan Bradl – Pelo menos dois Grandes Prémios Suzuki, Sylvain Guintoli – GPs da Catalunha, República Checa e Japão Yamaha, Katsuyuki Nakasuga – GP do Japão
Jeffrey Herlings recupera de lesão e tem novos exames em breve Lesionado no pé direito em janeiro, Jeffrey Herlings foi submetido a uma complexa intervenção cirúrgica. A recuperação afastou-o do início da temporada do Mundial de MXGP e a 11 de março terá mais novidades
estar na moto: ‘Estará completamente em forma no final de abril, se tudo correr como dizem os médicos’.
Colton Haaker lidera Mundial de SuperEnduro a uma ronda do fim; Vieira em sexto Colton Haaker foi o mais forte das quatro primeiras provas do Mundial de SuperEnduro. Embora só tenha sido o mais pontuado no GP de Espanha em Madrid, o norte-americano da Husqvarna tem sido o mais regular. Na última prova terá 12 pontos de margem para gerir face a Cody Webb (KTM). Taddy Blazusiak (KTM) também está na luta pelo título, seguindo em terceiro a 27 pontos da frente. Destaque para Diogo Vieira, com o luso a fazer até agora uma boa campanha – especialmente no GP de Espanha do passado mês de janeiro, em que conseguiu dois quartos lugares e foi sexto nas contas finais. Vieira é sexto no Mundial e segue na luta pelo top quatro. O Mundial de SuperEnduro chega ao fim a 6 de abril em Bilbau, com o GP Euskadi.
Salvador Vargas entrou a ganhar no CNTT
sobre o processo.
Salvador Vargas triunfou no Raide
Nesse dia, o campeão em título irá ser submetido a novos exames mé-
TT Góis, que a 16 e 17 de fevereiro
dicos, trocando o gesso por um suporte mais leve. Joel Smets, diretor
deu início ao Campeonato Nacional
desportivo da KTM Motocross, salientou em comunicado que se trata de
de Todo-o-Terreno (CNTT). O piloto
uma lesão complicada que afeta um pé – zona do corpo que sofre muito
da KTM ainda teve alguns problemas com o pneu traseiro no último troço,
no motocross.
mas acabou por confirmar a vitória. Em segundo lugar ficou Daniel Jordão
Herlings, por seu turno, mostrou-se confiante nos progressos da sua re-
(Yamaha) a 1m22s, tendo sofrido duas quedas na última etapa que o atrasa-
cuperação: ‘Não consigo sentir muito o meu pé por causa do gesso, mas
ram. Já o pódio ficou fechado pela Husqvarna de Bernardo Megre.
parece que está a progredir bem depois da cirurgia e estou ansioso por
O trio ganhou as classes TT3 (Vargas), TT2 (Jordão) e TT1 (Megre), ao passo
ter alguns dos parafusos removidos nas próximas semanas quando tam-
que Vargas ainda foi o mais forte da classe Junior. Em Veteranos ganhou Ar-
bém mudar o gesso’.
mindo Neves (SWM) e Diogo Pais (Yamaha) levou a melhor em Promoção.
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© 2019 Federação Motociclismo Portugal
Cinco das seis equipas de fábrica do Mundial de MotoGP têm planos para
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MotoGP 2019
Apresentação da Yamaha Yamaha Motor Europe
TEXTO: Bernardo Matias
Viñales (esq.) e Rossi (dir.) juntos na Yamaha pela terceira época seguida.
Um recomeço pleno de novidades para a Yamaha As novidades na Yamaha são várias para esta nova temporada, na qual a formação de Iwata espera dar a volta aos resultados menos positivos das últimas épocas e regressar à luta pelos títulos.
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Depois de um ano muito abaixo
projeto após ocupá-lo em 2017
das expectativas, a Yamaha tem
e 2018, dando lugar a Takahiro
um novo começo em 2019. Novo
Sumi. Por outro lado, com a saí-
patrocinador principal, nova deco-
da do patrocinador principal do
ração, novo líder de projeto – en-
ano passado, a Yamaha não per-
fim, foram diversas as novidades
deu tempo a encontrar outro – a
apresentadas em Jacarta (Indoné-
Monster Energy, pelo que pas-
sia) no passado dia 4 de fevereiro.
sa a chamar-se Monster Energy
Desde logo, mesmo antes da
Yamaha MotoGP Team.
apresentação soube-se que Kouji
Há ainda que registar a maior in-
Tsuya sairia do cargo de líder de
teração entre o Japão e a Europa,
Yamaha Motor Europe
com uma equipa de testes basea-
diretor-geral da secção de motoci-
alimentar o desejo de ganhar en-
lado técnico mas também do lado
da em solo europeu que tem Jonas
clismo da Yamaha Motor, Kouichi
quanto nos preparamos para o
da gestão, o que é importante
Folger ao seu serviço. Uma apos-
Tsuji, explicou: ‘Este ano marca um
MotoGP 2019, assegurando que
para as mudanças que queremos
ta que vinca a determinação da
passo importante, com a Yamaha
não estamos só a competir ao
fazer este ano. Outra mudança
Yamaha em conseguir recuperar
a passar por várias mudanças es-
mais alto nível, estamos a ganhar’.
muito importante é a interação
de dois anos menos conseguidos
truturais. De certa forma a nova
e que coloca a formação nipónica
decoração reflete isso […]. Embo-
‘INTERAÇÃO ENTRE A EUROPA
é a principal parte em termos de
a par das rivais que já tinham equi-
ra as alterações sejam muito mais
E O JAPÃO SERÁ MUITO
desenvolvimento da moto mas
pa de testes europeia – como são
profundas do que uma nova deco-
IMPORTANTE’ – LIN JARVIS
agora a parte da engenharia da
os casos, por exemplo, da Ducati
ração, foi uma ótima sensação de
Já o diretor de equipa Lin Jarvis
Yamaha Motor Racing passa a ter
e da Suzuki.
entusiasmo e motivação de todos
comentou, citado pelo Crash.net:
uma parte importante a esse nível
entre o Japão e a Europa. O Japão
os presentes quando revelámos
‘Acho que em qualquer estrutura
para o futuro. Temos outro grupo
‘ESTE ANO MARCA UM PASSO
a moto deste ano e o novo lo-
de equipa vão sempre haver mu-
focado na aerodinâmica e outro
IMPORTANTE’ – KOUICHI TSUJI
gótipo. Isto é crucial. Precisamos
danças a ajustes que precisam de
na eletrónica. Estamos a expandir
Sobre essas mesmas mexidas, o
dessa unidade e entusiasmo para
ser feitos. Claro que não só do
operações na Europa, em Itália,
MONSTER ENERGY YAMAHA MOTOGP TEAM Presidente da Yamaha Motor Racing: Kouichi Tsuji Chefe de equipa: Lin Jarvis Diretor-geral da divisão Motorsports Development: Hiroshi Itou Líder de projeto: Takahiro Sumi Diretor de equipa: Massimo Meregalli Diretor técnico: Takeo Yokoyama Pilotos: Maverick Viñales #12 e Valentino Rossi #46 Engenheiros de pista: Esteban García (Viñales); Silvano Galbusera (Rossi) Piloto de testes: Jonas Folger
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MotoGP 2019
por isso essa interação entre a Europa e o Japão será muito importante’. ‘SERÁ COMPLETAMENTE UM NOVO INÍCIO PARA TODOS NÓS’ – MAVERICK VIÑALES Maverick Viñales enfrenta a sua terceira temporada na Yamaha. Depois de um bom início em 2017, os resultados menos positivos sucederam-se, com o piloto a acabar por ser vítima da falta de competitividade da Yamaha YZR-M1. Não obstante, no ano passado foi o único da equipa a ganhar (no GP da Austrália) e foi o melhor nas contas finais terminando o Mundial em terceiro.
Apresentação da Yamaha
PERFIL DE MAVERICK VIÑALES Nome completo: Maverick Viñales Ruiz Naturalidade e nacionalidade: Figueres; Espanhola Data de nascimento: 12 de janeiro de 1995 (24 anos) Dorsal: #12 Classificação final em 2018: Quarto, 193 pontos Equipa em 2018: Yamaha Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2011, 125cc (resultado: nono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2015 (resultado: 14.º) Primeira vitória em Mundiais: GP de França de 2011, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2016 Títulos: Um (2013, Moto3) Melhor classificação final no MotoGP: Terceiro lugar (2017) Equipas anteriores: Avintia (125cc e Moto3), Team Calvo (Moto3), Pons Racing (Moto2) e Suzuki (MotoGP)
No comunicado de lançamento, o espanhol que muda o número -temporada! Os meses de in-
parte passei a treinar, pelo que es-
tamente um novo início para to-
verno foram uma boa oportuni-
tou pronto para começar a pilotar
dos nós […]. Tudo se juntou muito
dade para preparar a época de
novamente a minha M1. Terminá-
bem, pelo que agora tudo o que
2019. Tive algum tempo para
mos a temporada passada mais
temos de fazer é começar a pré-
relaxar e refletir, mas uma boa
fortes do que começámos, pelo Yamaha Motor Europe
para o #12 afirmou: ‘Será comple-
que será importante manter esse ímpeto enquanto nos preparamos para a primeira corrida no Qatar’. ‘PODEMOS MELHORAR FACE AO ANO PASSADO E VOLTAR AO TOPO’ – VALENTINO ROSSI Com 40 anos de idade, Valentino Rossi continua a reforçar o estatuto de lenda viva no MotoGP. De longe o decano do pelotão, Il Dottore continua com uma vitalidade e energia impressionantes tendo em conta a sua idade, tendo sempre de ser visto como um dos candidatos aos lugares cimeiros. Esses fugiram mais ao longo de 2017 e 2018, com apenas uma vitória nesses dois anos (GP da Holanda, Junho de 2017), mas
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PERFIL DE VALENTINO ROSSI Nome completo: Valentino Rossi Naturalidade e nacionalidade: Urbino; Italiana Data de nascimento: 16 de fevereiro de 1979 (40 anos) Dorsal: #46 Classificação final em 2018: Terceiro, 198 pontos Equipa em 2018: Yamaha Estreia nos Mundiais: GP da Malásia de 1996, 125cc (resultado: sexto lugar) Estreia nas 500cc/MotoGP: GP da África do Sul de 2000 (resultado: abandono) Primeira vitória em Mundiais: GP da República Checa de 1996, 125cc Primeira vitória nas 500cc/MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2000 Títulos: Nove (um de 125cc, um de 250cc e sete de 500cc/MotoGP) Equipas anteriores: Aprilia (125cc e 250cc), Honda e Ducati (MotoGP)
temporada nos Mundiais (entre 125cc, 250cc, 500cc e MotoGP) que pode ser ou não a sua penúltima – o contrato do italiano expira no fim de 2020, mas ainda não confirmou que nesse momento vai deixar a carreira. No comunicado de apresentação, Rossi mostrou-se bastante entusiasmado com o arranque de temporada: ‘Tirei algum tempo para relaxar e treinar nestes últimos meses, mas, tal como os adeptos, estive maioritariamente ansioso por começar a nova época. O nosso rendimento melhorou no final da época passada, mas queremos e precisamos de fazer mais progressos grandes […]. Estou sinceramente ansioso pela nova época […]. Sinto-me tão bem e determinado como sem-
Motor: Quatro cilindros em linha Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 240cv Velocidade máxima: Não divulgada Transmissão: Caixa de seis velocidades tipo cassete Quadro: Alumínio de tubo duplo Delta Box Rodas: 17 polegadas em magnésio forjado Suspensão: Garfo invertido dianteiro Öhlins e amortecedor traseiro Öhlins
Rossi continua totalmente moti-
pre, nada mudou nesse aspeto, e
vado para competir ao mais alto
acredito que, com algum trabalho
nível e crente de que é capaz de o
árduo, podemos melhorar face ao
fazer. Agora, parte para a sua 24.ª
ano passado e voltar ao topo’. Yamaha Motor Europe
DADOS TÉCNICOS YZR-M1
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MotoGP 2019
Apresentação da Ducati TEXTO: Bernardo Matias
Ducati em Missão: Conquistar o MotoGP A Ducati foi a primeira a apresentar a sua equipa para o Mundial de MotoGP deste ano, fazendo-o no passado dia 18 de janeiro em Neuchâtel, Suíça. Andrea Dovizioso e o recémchegado Danilo Petrucci foram apresentados, tal como a nova Desmosedici GP19.
Sem perder tempo, a Ducati an-
Desmosedici GP19 é desde logo
tecipou-se a todas as outras equi-
diferente ao nível da decoração. O
pas dando início à época de lan-
vermelho alarga a sua presença de
çamentos do MotoGP de 2019. A
forma significativa, não passando
formação de Borgo Panigale viu
despercebido também o logótipo
Jorge Lorenzo sair mas mantém
da Mission Winnow, um projeto
a ambição dos últimos anos: lutar
do principal patrocinador da equi-
pelos títulos de pilotos, equipas e
pa que dá também o nome oficial
construtores na categoria-rainha,
à Ducati (Mission Winnow Ducati
numa altura em que se completam
Team).
12 anos desde as últimas conquis-
Andrea Dovizioso mantém-se na
tas.
Ducati, sendo a grande aposta
Além de algumas novidades do
para 2019. Depois dos vice-cam-
ponto de vista técnico, a Ducati
peonatos dos dois últimos anos, o
nova moto, o diretor-geral da Ducati Corse, Gigi Dall’Igna, prometeu uma moto atualizada e evoluída a todos os níveis: – Para melhorar face a 2018 temos de fazer mais e melhor do que temos feito nos últimos anos. Temos de ter novas ideias que possam efetivamente aumentar os índices competitivos do nosso projeto. Já testámos algumas no teste em Jerez e encontrámos desde logo um bom ponto de partida para a nova moto no teste em Valência, após a corrida. Vamos
Ducati 2019, esq. para a dir.: Dovizioso, Dall’Igna, Domenicali, Ciabatti, Pirro, Petrucci e Tardozzi.
aprimorar estas ideias em Sepang e no Qatar, imediatamente antes da primeira corrida, vamos testar a nova carenagem. A evolução que temos cobre todas áreas, desde a aerodinâmica, o chassis, a eletrónica e sem dúvida o motor, que
MISSION WINNOW DUCATI TEAM Diretor-geral da Ducati Corse: Luigi (Gigi) Dall’Igna Diretor desportivo da Ducati Corse: Paolo Ciabatti Diretor técnico da Ducati Corse: Davide Barana Diretor de equipa: Davide Tardozzi Pilotos: Andrea Dovizioso #04 e Danilo Petrucci #9 Engenheiros de pista: Alberto Giribuola (Dovizioso) e Daniele Romagnoli (Petrucci) Piloto de testes: Michele Pirro
italiano tem naturalmente de ser
satélite Pramac, Petrux chega ago-
será atualizado com mais potên-
visto como um dos fortes candi-
ra à formação principal da Ducati.
cia.
datos ao Mundial deste ano. Pela
A fasquia não é tão alta como a
O objetivo, salientou Dall’Igna, é o
frente terá uma hercúlea tarefa de
que tem o seu colega, passando
título, embora recuse favoritismo:
travar o ímpeto de Marc Márquez,
pela sua estreia nas vitórias e por
‘O nosso objetivo como equipa é
além de outros rivais como o ex-
discutir sempre o pódio. E com
lutar pelo campeonato do mundo.
-colega de equipa Jorge Lorenzo.
o contrato válido apenas por um
Sem dúvida que não somos favo-
O substituto do espanhol é Danilo
ano, terá de corresponder às ex-
ritos mas vamos tentar ainda mais
Petrucci. Depois de quatro tem-
pectativas.
fazer com que 2019 seja um ano
poradas convincentes na equipa
Na cerimónia de apresentação da
incrível para todos os ducatistas’.
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MotoGP 2019
Apresentação da Ducati
PERFIL DE ANDREA DOVIZIOSO Nome completo: Andrea Dovizioso Naturalidade e nacionalidade: Forlimpopoli; Italiana Data de nascimento: 23 de março de 1986 (32 anos) Dorsal: #04 Classificação final em 2018: Vice-campeão, 245 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP de Itália de 2001, 125c (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2008 (resultado: quarto lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP da África do Sul de 2004, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP da Grã-Bretanha de 2009 Títulos: Um (2004, 125cc) Melhor classificação final no MotoGP: Segundo lugar (2017 e 2018) Equipas anteriores: RCGM (125cc), Team Scot (125cc e 250cc), Honda, Tech3 (MotoGP)
da segunda parte da temporada [de 2018] e julgo que iremos melhorar ainda mais nos testes para começar o novo campeonato da melhor forma possível. As expectativas da próxima época são elevadas, tenho um bom entendimento com a equipa e com a moto e ainda temos mais experiência’. PETRUCCI QUER CHEGAR AO GP DO QATAR ‘NAS MELHORES CONDIÇÕES DA SUA VIDA’ Autor de um percurso pouco convencional, Danilo Petrucci transitou da Superstock 1000 Cup para o MotoGP – primeiro nas equipas
‘AS EXPECTATIVAS SÃO
MotoGP, mas foi na Ducati que
da extinta classe CRT e depois
ELEVADAS’ – ANDREA
Andrea Dovizioso se estabeleceu.
nas equipas satélite IodaRacing
DOVIZIOSO
Está em Borgo Panigale desde
e Pramac – que foi aonde se no-
Já esteve com três construtores
2013 e já conhece todos os can-
tabilizou e acabou por merecer a
distintos desde que chegou ao
tos à casa, tendo vindo a progre-
promoção à Ducati.
dir de forma gradual ao longo dos
pidas nas 293 corridas que já dis-
anos.
putou entre todas as categorias.
Depois de dois vice-campeonatos,
No lançamento da temporada de
é naturalmente um dos grandes
2019, Dovizioso mostrou-se con-
candidatos ao título deste ano. No
fiante em progressos ainda maio-
palmarés tem um título mundial
res face aos evidenciados no ano
(125cc), 21 vitórias, 92 pódios, 20
passado: ‘Estou muito contente
pole positions e 21 voltas mais rá-
com o trabalho da equipa, lutámos pela vitória em todas as corridas
DADOS TÉCNICOS DESMOSEDICI GP19 Motor: 4 tempos, V4 a 90º Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 250cv Velocidade máxima: Superior a 350km/h Transmissão: Ducati Seamless Transmission (DST_EVO) Alimentação: Injeção eletrónica indireta; acelerador controlado pelo Throttle Control & Feedback Quadro: Liga de alumínio Suspensão: Garfo Ohlins invertido; amortecedor traseiro Ohlins e sistema de travão hidráulico Travões: Brembo, disco duplo dianteiro de carbono e disco único traseiro de aço inoxidável
Tem 118 corridas disputadas, ao
pode melhorar enquanto piloto:
longo das quais conquistou seis
‘Competir com as cores oficiais é
pódios e duas voltas mais rápidas,
um motivo de grande satisfação
tendo os oitavos lugares finais
para mim e não vejo a hora de
de 2017 e 2018 como melhores
começar: estou muito bem com a
classificações. Agora, o objetivo é
nova equipa, aonde o nível técnico
fazer melhor e estar na luta pelos
é verdadeiramente alto. Da minha
pódios regularmente e estrear-se
parte sei no que posso melhorar
a ganhar.
ainda e inclusivamente mudei a
O recém-chegado Petrucci, está
minha forma de me preparar para
agradado com este novo passo na
chegar à primeira corrida nas me-
carreira, mas também ciente que
lhores condições da minha vida’.
PERFIL DE DANILO PETRUCCI Nome completo: Danilo Carlo Petrucci Naturalidade e nacionalidade: Terni; Italiana Data de nascimento: 24 de outubro de 1990 (28 anos) Dorsal: #9 Classificação final em 2018: Oitavo, 144 pontos Equipa em 2018: Alma Pramac Racing Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2012, MotoGP (resultado: abandono) Títulos: Zero (melhor classificação final: oitavo lugar em 2017 e 2018) Carreira antes do MotoGP: Europeu de Superstock 600 (2007 a 2008); Superstock 1000 Cup (2010 e 2011, vicecampeão em 2011) Equipas anteriores: Imperiale Moto, Team Trasimeno (Europeu de Superstock 600), Team Pedercini e Barni Racing Team (Superstock 1000 Cup), IodaRacing (MotoGP)
MotoGP 2019
Apresentação da Honda TEXTO: Bernardo Matias
Márquez (esq.) e Lorenzo (dir.) junto das suas Honda RC213V.
Em decoração vencedora (quase) não se mexe Honda apresentou as suas cores para o Mundial de MotoGP no passado dia 23 de janeiro num evento realizado em Madrid. A decoração da RC213V permanece praticamente igual à de 2018 quer ao nível de cores, quer ao nível de esquema, num ano em que a equipa comemora 25 anos de parceria com a Repsol na categoria-rainha.
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O dia 23 de janeiro de 2019 vai
Marc Márquez.
ficar na história como aquele em
Além dos dois homens que vão
que Jorge Lorenzo foi oficialmen-
atacar o Mundial de MotoGP des-
te apresentado pela Honda. Ape-
te ano, a cerimónia contou tam-
sar de se ter lesionado dias antes
bém com dois dos campeões da
num pulso, o espanhol não deixou
história da equipa – Álex Crivillé
de marcar presença no evento de
e Mick Doohan, que desponta-
lançamento da equipa, naquele
ram na década de 1990 e nos
que foi o primeiro acontecimento
primeiros anos da parceria Repsol
oficial em que marcou presença
Honda. Presente esteve também
com as cores Honda ao lado de
o diretor da Honda Racing Cor-
Honda Racing Corporation
REPSOL HONDA TEAM poration, Tetsuhiro Kuwata, além de várias figuras como o diretor-executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta. Como campeã em título, a Honda ambiciona naturalmente a renovar o título. Para isso conta com Marc Márquez, que só falhou um título desde que se estreou no
zo – campeão de 2015. No papel,
Diretor-geral de competição da HRC: Tetsuhiro Kuwata Diretor de equipa: Alberto Puig Diretor técnico: Takeo Yokoyama Pilotos: Marc Márquez #93 e Jorge Lorenzo #99 Engenheiros de pista: Santi Hernández (Márquez); Ramón Aurín (Lorenzo) Piloto de testes: Stefan Bradl
é uma equipa de sonho como já está a ser apelidada; e o sonho tem tudo para se tornar realidade. Mas antes é preciso confirmar o favoritismo em pista e o início de época pode não ser fácil, uma vez que ambos os pilotos estarão em convalescença depois de sofrerem lesões nos últimos meses. Honda Racing Corporation
MotoGP em 2013, e Jorge Loren-
‘ESTOU AQUI, A AJUDAR A REPSOL E A HONDA A GANHAREM MAIS TÍTULOS’ – MARC MÁRQUEZ Aos 26 anos de idade, Marc Márquez é um verdadeiro fenómeno do motociclismo. Apesar da tenra idade conta com um palmarés de fazer inveja a muitos: sete títulos mundiais, cinco deles na categoria-rainha, 70 triunfos, 116 pódios, 80 pole positions e 60 voltas mais rápidas entre todas as classes, num total de 186 corridas iniciadas. O espanhol é o segundo com mais títulos do atual pelotão apenas atrás de Valentino Rossi, cuja mar| MOTORCYCLE SPORTS | -17-
MotoGP 2019
Apresentação da Honda
PERFIL DE MARC MÁRQUEZ ca de nove títulos poderá mesmo
Nome completo: Marc Márquez Alentà Naturalidade e nacionalidade: Cervera; Espanhol Data de nascimento: 17 de fevereiro de 1993 (26 anos) Dorsal: #93 Classificação final em 2018: Campeão, 321 pontos Equipa em 2018: Honda Estreia nos Mundiais: GP de Portugal de 2008, 125cc (resultado: 18.º) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2013 (resultado: terceiro lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP de Itália de 2010, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP das Américas de 2013 Títulos: Sete (um de 125cc, um de Moto2 e cinco de MotoGP) Primeiro título: 2010, 125cc Primeiro título no MotoGP: 2013 Equipas anteriores: KTM, KTM Ajo (125cc) Team Catalunya (Moto2)
ser igualada enquanto estiver em atividade (prevê-se que se retire em 2020). Além disso, Márquez é conhecido pelo seu estilo agressivo e destemido, não tendo problemas em explorar os limites ao longo dos treinos – o que origina muitas quedas, mas raramente no momento decisivo do fim de semana que é a corrida. O piloto de Cervera comentou na apresentação da Honda: ‘Quando era criança e quando via as corridas do sofá de minha casa queria estar aqui a envergar estas cores. […]. E agora estou aqui, a ajudar a Repsol e a Honda a ganharem mais títulos tornando a sua história ainda mais bem-sucedida. […]. Aqui somos uma família, o relacionamento com a Repsol e
dos tardaram em aparecer, Jorge
colegas de equipa que se antevê
com a Honda é fantástico e isto
Lorenzo embarca num novo de-
empolgante.
é algo muito importante para al-
safio. Na Honda, vai tentar voltar
Com 31 anos de idade, o maior-
cançar os nossos objetivos, ano
às conquistas que lhe faltaram em
quino tem cinco títulos, três deles
após ano. Espero que no fim de
Borgo Panigale, formando dupla
no MotoGP. Ao longo de 282 cor-
2019 possamos celebrar algo bo-
com Marc Márquez num duelo de
ridas em todas as classes que dis-
nito juntos’. Quanto ao rótulo de equipa de
DADOS TÉCNICOS RC213V
sonho que se coloca à Honda, Márquez foi claro: ‘Estar nesta equipa significa lutar pelas vi-
normal e o corpo reage sempre de
tórias, pódios e títulos, porque
uma maneira, mas estamos a tra-
senão é uma falha. Podem falar
balhar para estar a 100 por cento
sobre equipa de sonho ou seja o
e o importante é ir devagar para
que quiserem, mas os resultados
não cometer erros; precisamos de
é que são importantes’.
ir passo a passo’.
Já citado pelo jornal Marca, o #93 falou da recuperação à cirurgia
LORENZO QUER DEMONSTRAR
no ombro a que se submeteu em
EM PISTA QUE A HONDA É
dezembro passado, ao afirmar: ‘A
MESMO UMA EQUIPA DE
situação requereu uma interven-
SONHO
ção cirúrgica significativa. Mas o
Após dois anos atribulados ao ser-
processo que estamos a seguir é
viço da Ducati, em que os resulta-
-18- | MOTORCYCLE SPORTS |
Motor: 4 tempos, V4 Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 244cv Velocidade máxima: Não divulgada Transmissão: Manual sequencial de seis velocidades Quadro: Alumínio de tubo duplo Suspensão: Öhlins – Garfo telescópico dianteiro; amortecedor traseiro pro-link Travões: Brembo, em fibra de carbono (Yukata, em aço, para chuva)
PERFIL DE JORGE LORENZO toda a confiança que me deram
Nome completo: Jorge Lorenzo Guerrero Naturalidade e nacionalidade: Palma de Maiorca; Espanhol Data de nascimento: 4 de maio de 1987 (31 anos) Dorsal: #99 Classificação final em 2018: Nono, 134 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP de Espanha de 2002, 125cc (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2008 (resultado: segundo lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP do Brasil de 2003, 125cc Primeira vitória no MotoGP: GP de Portugal de 2008 Títulos: Cinco (dois de 250cc e três de MotoGP) Primeiro título: 2006 Primeiro título no MotoGP: 2010 Equipas anteriores: Derbi Racing (125cc), Honda e Aprilia (250cc), Yamaha e Ducati (MotoGP)
com bons resultados. […]. Gosto muito da moto, vira muito bem e é muito suave. […]. O meu principal objetivo para 2019 é, primeiro que tudo, recuperar a 100 por cento para poder demonstrar na pista que somos mesmo a equipa de sonho sobre a qual as pessoas estão a falar’. Sobre a lesão que sofreu no escafoide da mão esquerda, Lorenzo – que falha os testes de Sepang de fevereiro – afirmou: ‘É complicado, o escafoide é um dos ossos mais complicados que podes fraturar. Em 2019 temos a tecnologia médica que é incrível e a cirurgia é muito avançada e agora inserem como que um pequeno prego dentro do osso e recuperas muito mais rapidamente. O problema que temos é que sem esta
putou somou 68 vitórias, 152 pó-
conseguirá fazer já em 2019, mas
cirurgia por vezes pode demorar
dios, 69 pole positions e 37 voltas
para já as indicações são positivas
sete ou oito meses a recuperar.
mais rápidas. Não são números
– ainda que uma lesão num pul-
Neste caso tive de fazer isto, não
tão impressionantes como os de
so sofrida em janeiro não venha
Márquez, mas existe a capacidade
ajudar.
objetivos para este ano: ‘Sou mui-
15 dias é muito curto, provavel-
de Lorenzo para discutir títulos e
À margem do evento de lança-
to exigente comigo mesmo e ten-
mente estaria a doer muito. Mas
triunfos. O tempo de adaptação à
mento, Lorenzo revelou gostar da
to sempre obter o melhor de cada
para poder estar no Qatar preci-
RC213V poderá determinar se o
sua nova moto e estabeleceu os
situação. Quero retribuir à equipa
sava da cirurgia’. Honda Racing Corporation
Passado e futuro da Honda; da esquerda para a direita: Mick Doohan, Marc Márquez, Jorge Lorenzo e Álex Crivillé.
podemos estar em Sepang porque
| MOTORCYCLE SPORTS | -19-
MotoGP 2019
Apresentação da KTM TEXTO: Gonçalo Viegas
David Goldman/Gold and Goose Photography/Red Bull Content Pool
KTM desvendou as cores com que vai competir numa nova fase da sua história
Pol Espargaró
Depois de dois anos a aprender o máximo possível sobre o MotoGP, a KTM preparou nestes últimos meses a nova temporada de 2019. A Tech3 e a Yamaha oficializaram o final de relações ainda durante o campeonato passado e, face a isso, a fábrica de Mattighofen começou a planear este ano com bastante cautela. -20- | MOTORCYCLE SPORTS |
Depois de todo esse tempo, tanto
da KTM afirmou que além da par-
isso, ter uma segunda equipa no
a equipa de fábrica como a estru-
ceria com a Tech3, o importante
MotoGP dá-nos a sensação incrív-
tura privada apresentaram oficial-
é todo o caminho que vai desde
el de que o nosso sistema está em
mente as suas cores – no passado
os escalões mais baixos até ao
funcionamento.´
dia 12 de fevereiro – tendo esta-
pináculo do motociclismo: ‘Para
A KTM é conhecida tanto pelo
do presentes os pilotos de Moto3
nós, este é outro momento muito
esforço como pela vontade de
(Can Öncü), Moto2 (Brad Binder,
especial na nossa história e é um
querer vencer e as provas foram
Jorge Martín) e MotoGP (Pol Es-
marco conseguir ter uma estrutura
mais do que dadas em outras cat-
pargaró, Johann Zarco, Miguel Ol-
destas em ordem. O nosso projeto
egorias nomeadamente no MXGP,
iveira e Hafizh Syahrin).
de corridas de pista tem vindo a ser
no AMA e mesmo no Mundial de
Na opinião de Pit Beirer este arran-
construído consistentemente des-
Cross-Country. Tendo consciên-
que de temporada é um momen-
de 2012 (…) e diria que temos um
cia disso mesmo, Pol Espargaró
to muito importante para a KTM,
´caminho´ incrível até ao MotoGP.
mostra-se crente de que os quat-
quer em termos desportivos quer
Na classe rainha, duas motos não
ro pilotos que rodam sobre uma
em termos históricos. Por isso e
são suficientes para desenvolver
RC16 serão capazes de conseguir
muito mais, o Diretor Desportivo
tecnologia ao mais alto nível. Por
bons resultados nesta nova tem-
Créditos: Sebas Romero/Red Bull Content Pool
Pol Espargaró
boa equipa para ajudar e ensi-
- Temos um grande objetivo à
nar pilotos, assim como também
nossa frente este ano e acho que
é boa a desenvolver uma moto.
estamos num bom lugar. Johann
2019 será um ano de melhorias:
[Zarco] integrou-se bem na equipa
ninguém é perfeito e aprendo
se avizinha no qual espera mel-
fiança. Fizemos um bom trabalho
e já aparenta ser rápido. Isso sig-
algo todos os anos. Acho que com
horar com o completar das provas
então a motivação está em altas.
nifica que estamos prontos para
o Johann como companheiro de
que compõem o campeonato.
Mesmo quando fazemos grandes
a temporada. Achei que o Miguel
equipa posso aprender com ele
‘Estou feliz por estar aqui e esta
melhorias em teste percebemos
[Oliveira] foi muito rápido no teste
e tornar-me num melhor piloto e
é a minha primeira apresentação
que ainda há espaço para fazer
e isso é surpreendente para um
um melhor trabalhador. Só quero
numa equipa de fábrica! Desco-
mais, que há mais passos a dar.
novato. Sei que o Hafizh está a
dar o melhor de mim em 2019.’
bri Mattighofen e a fábrica da
Isso ajuda a avançar (…). Diria que
trabalhar duro.
Johann Zarco está a viver uma
KTM pela primeira vez em janei-
sou um piloto rápido, então con-
Falando em comunicado oficial
história algo diferente quando se
ro e fiquei muito impressionado.
sigo dar boas informações e ten-
sobre a relação da KTM com a
compara com o seu companheiro
Após alguns testes, posso agora
ho muito orgulho em fazer parte
Tech3, Espargaró encarou esta
de equipa. O piloto que venceu
dizer que estou muito feliz: sinto
desta história da KTM’, comentou
parceira com bons olhos: ‘Todas
dois mundiais de Moto2 chegou à
que as pessoas da equipa confiam
em comunicado oficial no dia da
as informações oriundas da Tech3
Tech3 depois de um par de tem-
em mim e é bom sentir essa con-
apresentação.
poderão ser uteis quer para mim
poradas bem animadoras onde foi
como para a equipa e para todos
sexto da geral em 2017 e 2018.
os engenheiros. Sei, por experiên-
Agora, a nova aposta da KTM está
cia própria, que a Tech3 é uma
confiante para a temporada que
David Goldman/Gold and Goose Photography/Red Bull Content Pool
porada para a marca laranja:
Johann Zarco
| MOTORCYCLE SPORTS | -21-
MotoGP 2019
Apresentação da Tech3
Sebas Romero
TEXTO: Gonçalo Viegas
Miguel Oliveira
Tech3 levantou o véu sobre as suas novas motos para um ano cheio de singularidades e desafios únicos A temporada passada de MotoGP foi uma das mais singulares no que diz respeito ao mercado de pilotos e equipas. Depois de Jorge Lorenzo ter sido destaque em 2016 com a sua mudança para a Ducati, o ano passado também foi singular já que o espanhol voltou a ser a estrela do ano ao oficializar a sua mudança para a Honda. Contudo, houve outra alteração de peso que criou bastante impacto no paddock. -22- | MOTORCYCLE SPORTS |
Face às prestações de Johann Zar-
tos da equipa satélite. A situação
co no seu primeiro ano de MotoGP,
piorou e tanto a fábrica de Iwata
várias foram as vozes que queriam
como a estrutura privada anuncia-
ver o francês a ter uma moto de
ram o fim de uma relação que já
fábrica da Yamaha no campeonato
durava desde 2001 - o último ano
seguinte, em 2018. Apesar dessa
das 500cc onde a Tech3 chegou
´força exterior’, a Yamaha manteve
a trabalhar com Olivier Jacque e
as relações com a Tech3 ao for-
Shinya Nakano.
necer motos não atuais aos pilo-
Desde essa oficialização, bastaram
© KTM Images
tornar uma realidade: a Tech3 seria a segunda equipa da KTM. Desde
Sebas Romero
© KTM Images/Sebas Romero
algumas semanas para o certo se
então, o mercado de pilotos teve outro brilho para a KTM: Johann Zarco ascendeu à equipa da fábrica de Mattighofen, tendo este Pol Espargaró como companheiro de equipa. Já a equipa francesa optou na renovação de Hafizh Syahrin mas só depois de ter anunciado Miguel Oliveira como a sua grande aposta para o ano de 2019. Os meses que se seguiram foram caracterizados pela grande preparação, já que o objetivo era ter uma Tech3 com as ferramentas mínimas para que conseguisse testar adequadamente as motos nos dois primeiros testes de pré-temporada: Valência e Jerez. Após esses dois momentos e de | MOTORCYCLE SPORTS | -23-
MotoGP 2019
-24- | MOTORCYCLE SPORTS |
Apresentação da Tech3
mais algumas semanas de trabalho
Toro Rosso tem na F1, mas o papel
moto de fábrica, o português terá
interno, tanto a marca austríaca
da KTM em toda esta relação fez
todo o apoio desta. O agora #88
como a Tech3 chegaram ao dia 12
com que o laranja fosse uma parte
subiu ao MotoGP após ter termi-
de fevereiro com as novas cores
importante no desenho das motos
nado o Mundial de Moto2 na se-
a serem apresentadas. Muito se
de Oliveira e Syahrin.
gunda posição mostrando serviço
suspeitava que essas mesmas co-
Apesar de Miguel Oliveira não
e surpreendendo a sua equipa nos
res seriam semelhantes às que a
estar a ocupar um lugar de uma
primeiros testes da pré-tempora-
Sebas Romero
da. Desde que o jovem da Char-
pináculo do motociclismo.
único e mostra claramente que a
neca da Caparica chegou à equipa
‘Estou muito contente com as no-
KTM quer dominar esta categoria.
de Hervé Poncharal, os elogios
vas cores, a moto está espetacu-
Estou muito orgulhoso e sinto-me
têm sido uma constante ao mes-
lar. O visual de tudo é incrível e
privilegiado por fazer parte deste
mo tempo que Oliveira enalteceu
bem diferente de tudo aquilo que
projeto’, argumentou o piloto ofi-
as cores da sua nova menina e o
estamos habituados. (…). Ter duas
cialmente.
empenho que a KTM está a ter no
equipas de fábrica na grelha é algo
O profissional que para muitos é | MOTORCYCLE SPORTS | -25-
Apresentação da Tech3 Sebas Romero
MotoGP 2019
um exemplo a seguir continuou:
Hafizh Syahrin é a segunda força
fotes no deserto. Estou muito sa-
aparência.
‘O final da temporada passada
da equipa sediada em França com
tisfeito com a sua aparência e mal
‘Foi ótimo mostrar ao mundo a
foi muito bom, acabámos bem
o malaio a mostrar-se empolgado
posso esperar pelo arranque da
nossa nova decoração. Vi, pela pri-
perto na luta pelo título. Agora o
com esta nova temporada. O #55
temporada.
meira vez, as cores em dezembro
momento é outro em termos de
elogiou de igual forma todo o tra-
Além dos pilotos, Hervé Poncharal
e não podia acreditar: é uma moto
desempenho nesta classe, o Mo-
balho criativo feito na sua moto
também não se mostrou indiferen-
fantástica. Claro, o mais impor-
toGP. É uma classe muito compe-
onde ainda se mostrou ansioso
te às novas cores das suas motos
tante para uma moto de corrida é
titiva, os primeiros testes correram
para a primeira corrida do ano:
e de toda a sua criação. O francês
o facto de ser veloz e estamos a
bastante bem, senti-me próximo
- Estou muito entusiasmado com
afirmou oficialmente que já tinha
trabalhar nesse sentido’, comentou
da equipa e gostei do trabalho que
esta nova pintura. Acho que é real-
visto as cores de 2019 no passado
Poncharal.
começámos a desenvolver. Além
mente diferente de tudo o resto.
mês de dezembro e nessa altura
O patrão de Miguel Oliveira de-
disso confio nas minhas capacida-
Mal posso esperar para estar em
ficou abismado com o que viu. No
senvolveu um pouco mais a sua
des e no trabalho, por isso acre-
pista no Qatar com esta moto. É
entanto, o responsável reconhece
opinião onde partilhou o desejo
dito que tudo vai acontecer a seu
fantástica e acho que será muito
que o importante é a competitivi-
por ver as suas duas motos a con-
tempo.’
mais quando estiver sob os holo-
dade da RC16 e não tanto a sua
seguirem bons resultados já no
-26- | MOTORCYCLE SPORTS |
Sebas Romero Sebas Romero
Hafizh Syahrin
Qatar:
sas e exigentes. Com a subida de
- O teste que tivemos em Sepang
Pol Espargaró ao lugar mais baixo
há alguns dias foi muito interes-
do pódio, é natural e legitimo pen-
sante, mas a moto pode ser rápi-
sar que o feito poderá ser repeti-
da e bonita; o que é um grande
do este ano. As condições básicas
bónus. Por isso, estamos orgulho-
para tal voltar a acontecer estão
sos de ter mostrado qual serão as
criadas e agora basta que tanto a
nossas cores e mal posso aguentar
KTM como a Tech3 trabalhem em
para ver isso sob os holofotes no
conjunto para verem as suas qua-
Qatar uma vez que ficará mais in-
tro motos o mais à frente possível.
crível ainda. Espero que possamos
Vontade existe e a KTM já mos-
ver estas motos em boas posições.
trou ao mundo do motociclismo
A KTM terminou a temporada pas-
que entra num campeonato para
sada com um terceiro lugar em Va-
ganhar no qual o MotoGP poderá
lência sob condições bem adver-
não ser exceção! | MOTORCYCLE SPORTS | -27-
MotoGP 2019
Apresentação da Suzuki www.suzuki-racing.com
TEXTO: Bernardo Matias
Mir (esq.), Guintoli (centro) e Rins (dir.) acompanhados pelos responsáveis da Suzuki.
Suzuki, a aposta na juventude A Suzuki reforça a sua opção por pilotos jovens numa altura em que procura continuar a acercar-se do topo do MotoGP. Álex Rins, de 23 anos, e Joan Mir, de 21 anos, fazem a dupla mais jovem das equipas de fábrica. Será a escolha certa para fazer melhor do que em 2018 num ano em que as concessões de desenvolvimento acabaram?
-28- | MOTORCYCLE SPORTS |
A temporada de 2018 do Mun-
cessões. Este ano tentará manter
dial de MotoGP correu de feição
a trajetória ascendente.
à Suzuki. A equipa de Hamamatsu
Agora sem essas concessões, o
recuperou de um 2017 abaixo das
desenvolvimento da GSX-RR es-
expectativas corrigindo os erros
tará naturalmente mais limitado.
e tirando o melhor proveito pos-
Por isso, o desafio da Suzuki é
sível das concessões de desen-
manter o rumo de crescimento
volvimento. Dessa forma, entrou
sem as mesmas armas que teve
regularmente na luta por pódios,
no ano passado. Da última vez
tanto que conquistou os suficien-
que a equipa não teve conces-
tes para perder o direito às con-
sões, em 2017, os resultados fica-
www.suzuki-racing.com
www.suzuki-racing.com
ram aquém do esperado, mas uma
Joan Mir – uma aposta de risco
é ver-nos num nível competitivo.
construir do nada, mas continuar
opção incorreta ao nível do motor
da Suzuki num jovem de 21 anos
Temos trabalhado em vários aspe-
a crescer passo a passo no que já
acabou por comprometer todo o
com apenas uma época de Moto2
tos da GSX-RR e com a contribui-
conseguimos. Para nós, a boa pi-
ano – pelo que agora há todas as
após o título no Moto3. No entan-
ção de todos os nossos pilotos […]
lotagem da moto é uma exigência
condições para o cenário não se
to, a equipa já provou dar-se es-
conseguimos melhorar o nosso
e nessa base tentámos melhorar
repetir.
pecialmente bem com os estrean-
conjunto técnico. […]. Diria que
todas as áreas da moto sem com-
Se a estrutura se mantém essen-
tes (vejam-se os casos de Rins e
temos uma equipa boa e sólida
prometer o equilíbrio geral’.
cialmente a mesma, tal não se
de Maverick Viñales).
e esperamos ter uma época de
pode dizer da dupla de pilotos.
2019 positiva’.
DAVIDE BRIVIO ANTEVÊ ÉPOCA INTERESSANTE
Álex Rins vai iniciar a sua terceira temporada no MotoGP e na
‘A MINHA EXPECTATIVA É VER-
‘TENTÁMOS MELHORAR SEM
A Suzuki volta a ter Davide Brivio
Suzuki e, aos 23 anos, é o mais
NOS NUM NÍVEL COMPETITIVO’
COMPROMETER O EQUILÍBRIO
como diretor de equipa, que de-
experiente e vai ser o teórico ‘lí-
– SHINICHI SAHARA
GERAL’ – KEN KAWAUCHI
pois do progresso surpreendente
der’ da equipa no que aos pilotos
O líder de projeto Shinichi Sahara
Ken Kawauchi, diretor técnico,
em 2018 está entusiasmado por
diz respeito. Isto porque Andrea
referiu que as suas expectativas
falou dos desenvolvimentos da
começar esta época: ‘Estamos
Iannone saiu para a Aprilia e o seu
passam por um bom nível de com-
Suzuki GSX-RR para 2019: ‘De-
quase a começar uma temporada
lugar é preenchido pelo rookie
petitividade: ‘A minha expectativa
senvolvemos uma nova especifi-
interessante. No ano passado sur-
cação de motor, um novo chassis,
preendemos todos com o nosso
e fizemos algumas melhorias na
progresso e um rápido regresso
eletrónica e na carenagem. Isto
às posições de pódio. Ter o Álex
está em linha com a filosofia da
Rins a continuar connosco é mui-
Suzuki – que é não destruir e re-
to importante quando tentamos
TEAM SUZUKI ECSTAR Diretor de equipa: Shinichi Sahara Gestor de equipa: Davide Brivio Diretor técnico: Ken Kawauchi Pilotos: Álex Rins #42 e Joan Mir #36 Engenheiros de pista: Jose Manuel Cazeaux (Rins); Francesco Carchedi (Mir) Piloto de testes: Sylvain Guintoli
| MOTORCYCLE SPORTS | -29-
MotoGP 2019
Apresentação da Suzuki
PERFIL DE ÁLEX RINS Nome completo: Álex Rins Navarro Naturalidade e nacionalidade: Barcelona; Espanhola Data de nascimento: 8 de dezembro de 1995 (23 anos) Dorsal: #42 Classificação final em 2018: Quinto, 169 pontos Equipa em 2018: Suzuki Estreia nos Mundiais: GP do Qatar de 2012, Moto3 (resultado: décimo lugar) Estreia no MotoGP: GP do Qatar de 2017 (resultado: nono lugar) Primeira vitória em Mundiais: GP das Américas de 2012, Moto3 Melhor resultado no MotoGP: Segundo lugar (GPs da Holanda, Malásia e Valência de 2018) Títulos: Zero (melhor: vice-campeão de Moto3 em 2013 e vice-campeão de Moto2 em 2015) Melhor classificação final no MotoGP: Quinto lugar (2018) Equipas anteriores: Estrella Galicia (Moto3), Pons (Moto2)
melhorar o rendimento da nossa equipa. […]. Além disso, estamos a começar um projeto com o Joan Mir […]. Acreditamos firmemente que ele tem um grande talento e cabe agora à equipa extrair todo o seu potencial com a Suzuki GSX-RR’.
fos: ‘Finalmente o inverno está acabado e posso voltar a pilotar!
‘É ALTURA DE IR À PROCURA DO
Sabemos o que nos faltava na
MAIOR PRÉMIO – A VITÓRIA’ –
moto, pelo que acredito que o de-
ÁLEX RINS
partamento de pesquisa e desen-
Pelo terceiro ano consecutivo,
volvimento no Japão irá disponibi-
Álex Rins alinha no MotoGP pela
lizar um conjunto que nos permita
Suzuki. A temporada de 2018 foi
melhorar mais. O meu inverno foi
de consolidação e confirmação
muito intenso, com uma recupera-
em 2018, passando agora a ser
ção bem-sucedida e um programa
o mais veterano da equipa com
de treino intenso. Este é um ano
apenas 23 anos. Apesar da tenra
importante porque em 2018 con-
idade, o potencial do espanhol
seguimos mostrar que podemos
está mais do que provado – foi o
lutar consistentemente por pódios
quinto classificado do campeona-
e agora é tempo para ir à procura
to em 2018 terminando com uma
do maior prémio: a vitória’.
série de três pódios nas últimas
-30- | MOTORCYCLE SPORTS |
quatro corridas. Promete muito
‘NÃO TENHO QUALQUER
para 2019.
PRESSÃO’ – JOAN MIR
Em comunicado, Rins mostrou-se
Aos 21 anos de idade, Joan Mir
ambicioso ao apontar aos triun-
atinge o topo do motociclismo
www.suzuki-racing.com
DADOS TÉCNICOS GSX-RR Motor: Quatro cilindros em linha Cilindrada: 1.000cc Potência máxima: Superior a 240cv Velocidade máxima: 340km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades, sistema seamless Quadro: Alumínio twin-spar Rodas: 17 polegadas em magnésio forjado Suspensão: Garfo invertido dianteiro Öhlins e amortecedor traseiro Öhlins Travões: Disco de carbono/aço Brembo
de velocidade. Uma temporada
depois do título de Moto3 no ano
no Moto2 – nem tanto, uma vez
anterior. Parte agora para aque-
que a confirmação surgiu ainda na
la que será apenas a sua quarta
primeira metade de 2018 – foi su-
época completa nos Mundiais. O
ficiente para convencer a Suzuki.
talento existe, faltando agora ver
Foi no ano passado o melhor
quando e como é que Mir o irá
rookie da categoria intermédia
conseguir expressar na categoria
no físico, que até agora tem dado
confiar na experiência deles para
máxima.
resultados positivos. É claro que
melhorar […]. Não tenho qualquer
O espanhol de Palma de Maiorca
preciso de muitas mais horas na
pressão, mas é certo que o meu
comentou no lançamento da épo-
moto, há várias coisas que ainda
objetivo claro será acabar a época
ca: ‘Este inverno foi muito
preciso de compreender para ser
com uma margem mais curta face
longo sem pilotar mas
ainda mais eficaz, mas sinto-me
ao vencedor comparando com a
focado no meu trei-
muito apoiado pela equipa e irei
primeira corrida’.
PERFIL DE JOAN MIR Nome completo: Joan Mir Mayrata Naturalidade e nacionalidade: Palma; Espanhola Data de nascimento: 1 de setembro de 1997 (21 anos) Dorsal: #36 Classificação final em 2018: Vice-campeão, 245 pontos Equipa em 2018: Ducati Estreia nos Mundiais: GP da Austrália de 2015, Moto3 (resultado: abandono) Estreia no MotoGP: Rookie Primeira vitória em Mundiais: GP da Áustria de 2016, Moto3 Títulos: Um (2017, Moto3) Equipas anteriores: Leopard Racing (Moto3) e Marc VDS (Moto2)
| MOTORCYCLE SPORTS | -31-
MotoGP 2019
Apresentação da Petronas Yamaha SRT TEXTO: Gonçalo Viegas
David Goldman/Gold and Goose Photography
Yamaha SRT revelou apostas para esta nova temporada No passado dia 28 de janeiro, a Petronas Yamaha Sepang Racing Team apresentou as suas cores para o campeonato de 2019. Além
Fabio Quartararo
de Ayumu Sasaki (Moto3), John McPhee (Moto3) e Khairul Idham Pawi (Moto2), Fabio Quartararo e Franco Morbidelli – melhor rookie do ano passado - foram os grandes destaques desse dia. A apresentação em questão decorreu nas Torres Petronas, um dos símbolos da cidade de Kuala Lumpur, com a equipa a mostrar as suas cores alusivas ao patrocinador oficial. A estrutura malaia chega ao MotoGP assumindo o lugar da Ángel Nieto Team com motos YZR-M1 de 2019, o que significará uma relação de proximidade entre a equipa e a própria Yamaha. Apesar das dificuldades previstas para Sepang, Johan Stigefelt referiu que esta seria uma
mostrava elevados níveis de entu-
ração para o início da temporada
qualquer piloto que sobe do Moto2
boa oportunidade para levar um
siasmo. A esperança de ser melhor
no Qatar.
é ser rookie do ano, então vamos
completo programa de testes para
notou-se claramente nas palavras
Por fim, Fabio Quartararo referiu
trabalhar para o conseguir’, declarou
a Malásia.
do piloto com o próprio a confiar
que a sua meta para 2019 é apren-
o francês oficialmente.
‘Voltaremos a trabalhar em pista
no desenvolvimento da sua moto:
der o máximo possível e tornar-se
Depois das apresentações, a equipa
muito em breve no nosso circui-
- Este é um ótimo dia para a Pet-
‘Rookie do Ano’ no final do campe-
foi para Sepang com a finalidade de
to caseiro. Começaremos com os
ronas Yamaha SRT! Adorei como a
onato que se avizinha.
testar uma penúltima vez antes do
pilotos de MotoGP que poderão
moto, o fato e o capacete ficaram e
‘Estou feliz por começar a nova
correr no Qatar. Após o final dos
desfrutar das suas novas motos
estou ansioso pela próxima semana
temporada porque esta é uma das
três dias de testes, Morbidelli foi
e do novo material da Yamaha.
para testar pela primeira vez no Cir-
minhas pistas preferidas. Vamos
o oitavo mais veloz fazendo uma
Planeámos um extenso programa
cuito Internacional de Sepang. Têm
dar o nosso melhor para aprender
melhor volta em 1:59.141 enquan-
de testes mesmo que os pilotos já
todos bastante trabalho pela frente,
o máximo possível. Temos seis dias
to que Quartararo foi 16.º fazendo
tenham uma pequena experiência
por isso estou ansioso para voltar à
de testes antes da primeira cor-
um registo de 1:59.497. De salien-
com esta moto’, disse oficialmente
moto e para me juntar à equipa de
rida no Qatar, por isso farei todos
tar que Petrucci foi o melhor pilo-
o patrão da equipa.
forma a dar continuidade ao nosso
os possíveis para estar pronto na
to em pista ao conseguir rodar em
Nesta altura, Franco Morbidelli já
progresso, assim como a prepa-
corrida de abertura. O objetivo de
1:58.239.
-32- | MOTORCYCLE SPORTS |
| MOTORCYCLE SPORTS | -33-
MotoGP 2019
Apresentação da Aprilia TEXTO: Gonçalo Viegas
Aprilia Racing Team Gresini
Aprilia apresentou-se de cara lavada antes dos testes do Qatar Aleix Espargaró e Andrea Iannone
A fábrica de Noale foi a marca que pior desempenho apresentou na temporada passada. No ano de 2018, a Aprilia acabou por ser ultrapassada pela KTM – que tem menos tempo no MotoGP – depois de ter acumulado apenas 59 pontos em 18 provas.
-34- | MOTORCYCLE SPORTS |
Após os fracos resultados consegui-
série de trabalhos experimentais
Aprilia chegou aos testes do Qa-
dos nos últimos anos, a equipa ital-
depositou toda a sua confiança em
tar a apresentar novas cores para
iana apostou mais fichas para este
Bradley Smitth que já pilotou a M1
a seguinte temporada. Para este
novo campeonato tendo oficializado
da Yamaha e a RC16 da KTM. É um
campeonato, a decisão recaiu em
o seu primeiro grande investimento
piloto com experiência independen-
pintar a RS-GP maioritariamente de
em Andrea Iannone. O piloto teve
temente do facto de ter sido pouco
preto aliada ao branco e vermelho
um primeiro ano pouco positivo na
competitivo na equipa austríaca. Por
que tanto caracterizam a história da
Suzuki mas apesar dos três pódios
fim, o terceiro maior investimento
marca.
conseguidos na fase inicial do mun-
recaiu sobre a contratação de Mas-
Em comunicado oficial, Romano Al-
dial de 2018, a estrutura japonesa
simo Rivola mostrando uma clara
besiano elogiou todo o trabalho que
acabou por oferecer um contrato a
vontade de deixar o último lugar da
tem vindo a ser feito nos últimos
Joan Mir.
classificação de fabricantes.
meses ao mesmo tempo que sublin-
Mais tarde, a Aprilia decidiu criar uma
Depois de tudo definido e de mais
hou o contributo realizado pelos dois
equipa de testes e para guiar uma
uma série de mudanças internas, a
novos pilotos. Além das mudanças
Aprilia Racing Team Gresini
em capital humano, o responsável declarou ainda que também se fez alterações significativas na moto. ‘A parte final da última temporada e os
amos de continuar assim e melhorar passo-a-passo. O sentimento certo está lá. Além de Iannone, Bradley Smith é
testes de inverno foram fundamentais
uma das novidades da Aprilia já que
do ponto de vista técnico. A chegada do
este tem em si uma equipa de tes-
Andrea [Iannone] e do Bradley [Smith]
tes que visa melhorar a competitiv-
adicionaram novas informações à con-
idade dos seus dois pilotos. Apesar
tribuição fundamental do Aleix [Espar-
de estar mais afastado das pistas, o
garó], ajudando-nos a definir uma linha
britânico encontra-se motivado para
de evolução da RS-GP (…). Fizemos
este novo desafio enquanto admite
mudanças na arquitetura do chassis e
querer igualar os seus companheiros
na gestão da eletrónica, deixando es-
de fábrica em termos de rendimento
Aprilia RS-GP 2019
paço para avanços futuros que serão
desportivo.
feitos constantemente durante toda a
‘Começar o meu novo papel de piloto
temporada’, defendeu Albesiano.
de testes tem sido muito interessante. tido recentemente:
ver alguma expectativa extra quando
Gosto muito do lado analítico do Mo-
Racing, a aposta num piloto de tes-
- Os primeiros testes desta nova tem-
existe uma ‘simbiose italiana’. Devido
toGP e já aprendi bastante ao trabalhar
tes e numa reorganização interna
porada foram positivos. Fui veloz e
a este fator, o mesmo acredita que
de perto com a equipa. O shakedown
foram dois fatores de bastante im-
senti-me à vontade a pilotar a RS-GP
a pressão existente pode acabar por
na Malásia correu bem e estou satisfei-
portância que vieram facilitar a vida
de 2019. Do ponto de vista humano,
ser positiva para toda a garagem:
to que ambos os pilotos tenham tirado
à fábrica de Noale: ‘A reorganização
tenho agora à minha disposição uma
- Estamos diante um grande desafio. A
proveito de todo o trabalho realizado
do departamento de corridas e o re-
das melhores equipas da minha carrei-
ligação da Aprilia com um piloto ital-
durante o inverno, encontrando rap-
forço da equipa de testes foram dois
ra. Temos muito trabalho a fazer, mas
iano cria sempre certas expectativas,
idamente um bom sentimento com
fatores-chave na preparação durante
não posso deixar de estar otimista.
por isso é bom canalizar isso para uma
a RS-GP. O objetivo para a equipa de
o inverno, o que nos permitiu agilizar
Com a chegada do Andrea, do Bradley
pressão positiva. Aproximei-me da
testes consiste na minha capacidade
processos e ter uma análise de dados
e do Massimo [Rivola], estamos defin-
preparação para 2019 com alguma
de levar o desenvolvimento em frente
mais precisa. Estes são aspetos essen-
itivamente mais fortes. Mal posso es-
calma. Melhorámos em todas as saí-
e, claro, de ser capaz de me aproxi-
ciais no MotoGP atualmente.’
perar para começar a primeira corrida
das [para a pista] e, para ser sincero,
mar do ritmo do Aleix e do Andrea nas
Já Espargaró comentou que o ar-
no Qatar.
fiquei surpreendido com a velocidade
minhas participações wildcard. Temos
ranque da pré-temporada correu
Andrea Iannone é a grande aposta
com que os rapazes da Aprilia mu-
um grande potencial e estou ansioso
de feição à equipa italiana, deixando
da Aprilia para esta temporada. Se-
daram o projeto com base nos meus
para a próxima temporada’, disse o
elogios a todo o apoio que este tem
gundo o próprio piloto é natural ha-
pedidos entre Jerez e Sepang. Precis-
britânico.
Aprilia Racing Team Gresini
Para o Diretor Técnico da Aprilia
Face a toda esta aplicação, é expectável que a Aprilia consiga melhores resultados face àqueles que foram conseguidos no ano passado. As ferramentas de agora não são as mesmas de outrora e o apoio de Smith será importantíssimo tanto na velocidade como na consistência da RS-GP, pelo que será interessante acompanhar o andamento desta nova máquina. Além de todo o apoio a Espargaró e Iannone, a Aprilia tem este ano a oportunidade de conseguir ser mais competitiva uma vez que é detentora de uma dupla de atletas que já mostrou ter velocidade caso as peças se juntem. | MOTORCYCLE SPORTS | -35-
MotoGP
Testes Malásia TEXTO: Bernardo Matias
Ducati ‘arrasou’ em Sepang A Ducati deixou uma impressão de grande força nos primeiros testes de MotoGP em 2019, alcançando as quatro primeiras posições da classificação combinada dos três dias – com quatro pilotos abaixo do recorde oficial do circuito.
Petrucci ‘voou’ nos testes de Sepang.
Com o mês de fevereiro, vem o re-
das motos para a ronda inaugural da
Crutchlow, da LCR Honda, ainda se
principais pilotos no shakedown de
gresso da ação do Mundial de Mo-
época, com muitas novidades expe-
encontrava a recuperar de uma gra-
dois dias em Sepang antes dos tes-
toGP. Entre os dias 6 e 8 de feve-
rimentadas em solo malaio.
ve lesão sofrida no segundo treino
tes oficiais – tal como a Aprilia.
reiro, pilotos e equipas saíram para
No geral, as equipas estiveram na
livre do GP da Austrália de 2018.
a pista debaixo de um calor tórrido
sua máxima força, o que não foi o
A KTM esteve com os seus dois pi-
Márquez ultrapassou lesão para
no circuito de Sepang, na Malásia,
caso na Honda. Marc Márquez, ain-
lotos de fábrica, Johann Zarco e Pol
liderar primeiro dia; Oliveira em
para os primeiros testes oficiais do
da a recuperar da cirurgia ao ombro
Espargaró, mas o piloto de testes
16.º
ano civil.
a que foi submetido em dezembro
Dani Pedrosa não pôde marcar pre-
Ainda lesionado no seu ombro es-
Com apenas dois conjuntos de três
passado, esteve condicionado em
sença devido a lesão. Os austríacos,
querdo, Marc Márquez foi forçado
dias de ensaios antes do GP do Qa-
número de voltas. Já Jorge Lorenzo
que contaram também com Hafizh
a adotar uma estratégia ‘especial’
tar (os três de Sepang e outros três
falhou os testes de Sepang devido
Syahrin e Miguel Oliveira da satélite
para os testes de Sepang. Ao não
em Losail), não houve tempo a per-
à lesão num osso escafoide con-
Tech3, foram uma das formações
aguentar demasiado tempo aos co-
der para prosseguir as preparações
traída semanas antes, enquanto Cal
que pôde participar com os seus
mandos da sua moto, o piloto deli-
-36- | MOTORCYCLE SPORTS |
Gold & Goose/Red Bull Content Pool
Honda Racing Corporation
Marc Márquez mais forte no dia inaugural
Miguel Oliveira começou
em Sepang.
com um 16.º lugar
o melhor rookie – tendo passado
ao fim – até porque o calor da parte
Mais atrás, Miguel Oliveira foi o
nos voltas, mas com qualidade de
mais tarde pela frente Álex Rins
da tarde não deu aso a grandes me-
16.º classificado algumas posições
forma a maximizar os quilómetros
(Suzuki).
lhorias na frente.
acima do seu colega de equipa Ha-
acumulados.
A meio do dia, Márquez estabele-
Em terceiro lugar ficou Maverick
fizh Syahrin e de Johann Zarco, da
A primeira hora do dia terminou
ceu aquela que viria a ser a melhor
Viñales na melhor Yamaha, enquan-
equipa de fábrica da KTM. Prova
com Pol Espargaró no comando –
volta (1m59,621s), poucos minutos
to Tito Rabat acabou por chegar a
dos progressos do luso da KTM
ele que acabou por danificar uma
antes de dar o dia como terminado
um surpreendente quarto tempo
Tech3 é o facto de ter estabelecido
KTM na sequência de uma que-
a cerca de quatro horas do fim da
sendo o melhor homem numa Du-
o seu melhor tempo (2m00,902s)
da em que não sofreu mazelas de
sessão programada com 29 voltas
cati – na Desmosedici GP18 da
na sua última volta lançada mes-
maior. Volvidas duas horas era Da-
acumuladas. Bateu Rins por 0,259s
equipa satélite Avintia. O top cinco
mo no final do dia. Por outro lado,
nilo Petrucci (Ducati) a ocupar o
– ele que liderava nessa fase e caiu
foi fechado por Danilo Petrucci na
Oliveira ficou a 0,208s do melhor
topo da tabela de tempos – numa
para o segundo posto em que ter-
melhor Ducati de fábrica à frente
rookie, Francesco Bagnaia (Pramac
altura em que Miguel Oliveira era
minou, também sem melhorar até
de Valentino Rossi (Yamaha).
Ducati), que foi 15.º.
JORGE LORENZO AUSENTE POR LESÃO A ausência mais notada nos testes de Sepang foi a de Jorge Lorenzo. O piloto da Honda lesionou-se em janeiro no osso escafoide do pulso esquerdo e o processo de recuperação obrigou-o a adiar a estreia em pista com as cores oficiais da Honda – em novembro já esteve a ensaiar a RC213V mas ‘à paisana’ devido aos contratos que ainda tinha na altura. No programa After the Flag, Lorenzo deu conta dos seus progressos, confirmando que são satisfatórios e a recuperação decorria rapidamente: – Estou muito bem, ainda estou no processo de recuperação da lesão do pulso. Não é uma lesão simples, é muito complicada porque o escafoide é um osso difícil. Mas a recuperação está a ser muito rápida e estou muito feliz com isso. […]. Todos os dias estamos a ganhar movimento e energia no pulso, todos os dias me sinto mais forte.
Honda Racing Corporation
neou um plano para acumular me-
| MOTORCYCLE SPORTS | -37-
Testes Malásia
Milagro
MotoGP
No rescaldo do primeiro dia, o mais
na frente ficando a apenas quatro
rápido, Marc Márquez, confessou
milésimas do melhor registo do dia
que esperava estar em melhor esta-
anterior.
do: ‘Estou muito contente por voltar
Foi por isso com naturalidade que
a pilotar depois de um longo inver-
ainda na fase inicial do dia e ao cabo
no, mas esperava estar melhor do
da segunda hora Andrea Dovizioso
que estou. Ainda não tenho a força
(Ducati) e Cal Crutchlow (LCR Hon-
toda: estou bem para uma ou para
da) já tinham descido abaixo do re-
duas voltas, mas tive de mudar o
gisto de Márquez estabelecido na
meu estilo de pilotagem para com-
véspera. O primeiro a fazê-lo foi o
pensar. Parámos mais cedo para me
italiano, poucos minutos antes do
poupar para o resto dos testes. […].
britânico que se colocou a quatro
A moto está já a um bom nível, mas
milésimas de distância. Entretanto,
Viñales no topo do segundo dia com u
há sempre coisas para testar antes de chegar ao Qatar’.
ma Yamaha
O 16.º registo deixou Miguel Oli-
Oliveira era 19.º. Decorridas três horas havia um equilíbrio evidente, com menos de
veira agradado, ainda que o dia não
meio segundo a separar os nove
tenha sido isento de contratempos:
primeiros classificados – continuan-
‘O nosso dia foi bom. Tivemos um
do Dovizioso no topo. Entretanto,
pequeno progresso porque não
Pol Espargaró voltou a cair na se-
pudemos rodar tanto quanto que-
quência de um highside, incidente
ríamos com ambas as motos e as
que se juntou ao do primeiro dia.
mudanças demoraram muito, mas a equipa fez verdadeiramente um
Melhores registos surgiram perto
ótimo trabalho. Adaptámos o nos-
do fim do dia
so programa e conseguimos testar
Só já nos minutos finais do dia é
tudo o que queríamos. Fizemos
que existiram mais alterações aos
várias voltas boas, o que é um sinal
lugares cimeiros. A pouco menos
positivo. Por fim, fazer uma volta rá-
de oito minutos, Rins passou para
pida no fim foi bom, no geral tive
a liderança graças a uma volta com-
um ritmo decente’.
pletada em 1m59,424s, que já nos
Quanto ao melhor rookie da pri-
Petrucci ficou na frente do dia 3 e da
instantes finais acabou por ser ba-
meira sessão em Sepang, Francesco
tabela combinada.
tida por Viñales. O espanhol da
Bagnaia, comentou: ‘Fiz um primeiro dia positivo, sobretudo de manhã quando consegui ter um ritmo con-
Yamaha tornou-se o primeiro a entrar no 1m58s nestes ensaios fican-
3.º M averick Viñales (Monster
do 0,527s na frente do compatriota
vincente. De tarde colocámos um
Energy Yamaha MotoGP),
Viñales deixou Yamaha no topo
da Suzuki.
pneu novo para melhorar o tempo
1m59,937s (+ 0,316s) – 63
do segundo dia; Oliveira de novo
Jack Miller ainda chegou a terceiro,
voltas
no top 20
o que significa que a melhor Duca-
Os testes prosseguiram na quinta-
ti foi novamente a de uma equipa
Racing/Ducati), 1m59,983s (+
-feira, 7 de fevereiro, novamente
satélite – desta feita, da Pramac.
0,362s) – 59 voltas
um dia quente na Malásia e mais
Dovizioso não melhorou e teve de
por volta mas não me senti confortável. […]. No geral estou contente: estamos no caminho certo’. Top cinco do primeiro dia: 1.º Marc Márquez (Repsol Honda Team), 1m59,621s – 29 voltas 2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),
4.º T ito Rabat (Reale Avintia
5.º D anilo Petrucci (Mission
concretamente na região de Kuala
se contentar com o quarto lugar de-
Winnow Ducati), 2m00,051s (+
Lumpur aonde o circuito se localiza.
pois de passar grande parte do dia
0,430s) – 54 voltas
Na primeira hora, Valentino Ros-
no topo. Crutchlow fechou o top
si deu logo uma indicação do que
cinco, com Rossi mais uma vez em
16.º M iguel Oliveira (KTM Tech3),
1m59,880s (+ 0,259s) – 61
2m00,902s (+ 1,281s) – 59
poderia reservar aquela sessão de
sexto. Marc Márquez quedou-se
voltas
voltas
oito horas – colocou a sua Yamaha
pelo oitavo lugar e voltou a com-
-38- | MOTORCYCLE SPORTS |
Miguel Oliveira apresentou melhorias
Gold & Goose/Red Bull Content Pool
nítidas na Malásia.
pletar poucas voltas (37) face aos rivais salvaguardando o seu ombro lesionado. Bagnaia repetiu o feito de ser o melhor rookie, desta feita em 12.º a pouco mais de um segundo do
Evidenciando um bom nível de motivação, o português comentou ainda: ‘Estou muito motivado, além disso a equipa está a fazer um ótimo trabalho, percebemos cada vez mais a moto. Hoje só nos faltou
líder. Miguel Oliveira trabalhou es-
o ataque ao tempo, mas diria que
sencialmente em séries de voltas
estamos muito fortes e numa boa
curtas, tendo feito o seu melhor
direção’.
registo na sétima volta do dia – a
Mais uma vez, Francesco Bagnaia
última de uma das sequências mais
foi o melhor dos estreantes ten-
longas que completou.
do o melhor registo pessoal de
O registo de 2m00,672s deixou-o
1m59,995s. O campeão em título
em 20.º a pouco mais de três dé-
de Moto2 comentou: ‘Foi um dia
cimas de Pol Espargaró (17.º), o
muito positivo. Trabalhei muito
segundo melhor da KTM de fábri-
melhor do que na véspera ao nível
ca. De salientar que a marca esta-
técnico e à tarde demos um passo
belecida por Oliveira permitiu-lhe
em frente muito grande. […]. Até
melhorar 0,230s face ao primeiro
este momento está a ser um teste
dia de ensaios em Sepang, o que
positivo: volta após volta consigo
demonstrou a continuidade dos
compreender melhor a moto’.
progressos do rookie português da KTM Tech3.
Top cinco do segundo dia:
Concluído o segundo de três dias
1.º M averick Viñales (Monster
em Sepang, Maverick Viñales mos-
com pneus usados, também com o
usámos uma configuração diferente
Energy Yamaha MotoGP),
trou o seu agrado com os progres-
rendimento da moto. Foi só na úl-
do controlo de tração, que foi algo
1m58,897s – 63 voltas
sos que a Yamaha YZR-M1 evi-
tima série de voltas que não con-
diferente e combinado com o novo
denciou e com as sensações que
segui melhorar o tempo porque
pneu não funcionou’.
obteve em pista: – Honestamente tentámos trabalhar bastante no ritmo em corrida. Estivemos sempre a usar a especificação para a corrida. Senti-me bem e por volta do meio do dia fizemos bons tempos por volta, especialmente durante a simulação de corrida quando estava calor, sem aderência, pelo que na verdade estou muito feliz com a forma como trabalhámos hoje. Fizemos uma boa melhoria na moto. Quanto a Miguel Oliveira, explicou que acabou por não conseguir melhorar o registo na sua última saída para a pista como fazia parte dos planos: ‘Parece que conseguimos melhorar o nosso tempo por volta um bocado todos os dias. Estava muito feliz com a minha prestação
2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar), 1m59,424s (+ 0,527s) – 61 voltas
IANNONE AFASTADO DO ÚLTIMO DIA Andrea Iannone encurtou o seu programa de testes a apenas dois dias, ao não marcar presença em pista no último dia de ensaios em Sepang. De acordo com o Motorcycle News, um problema relacionado a uma cirurgia plástica obrigou The Maniac a tratar-se com antibióticos antes dos testes do início de fevereiro, o que teve naturais repercussões negativas na forma física do piloto. Em comunicado, Iannone esclareceu que optou por ficar ausente do derradeiro dia por precaução: ‘As condições aqui são duras mesmo quando estás em plena forma e, dado o trabalho que fizemos e o facto de a equipa de testes estar aqui, preferi descansar. Tomámos a decisão com a equipa, puramente como precaução’.
3.º J ack Miller (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m59,517s (+ 0,620s) – 49 voltas 4.º Andrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m59,562s (+ 0,665s) – 60 voltas 5.º C al Crutchlow (LCR Honda Castrol), 1m59,566s (+ 0,669s) – 53 voltas 20.º M iguel Oliveira (KTM Tech3), 2m00,672s (+ 1,775s) – 61 voltas Ducati avassaladora no fecho em Sepang; Oliveira entrou no 1m59s A 8 de fevereiro, equipas e pilotos despediram-se dos testes de Sepang. O calor voltou a ser um elemento a ter em conta, o que não | MOTORCYCLE SPORTS | -39-
MotoGP
Testes Malásia
Bagnaia foi o melhor rookie a 0,063s do topo da tabela.
Cal Crutchlow levou a melhor Honda, da LCR, ao sexto tempo. Rossi quedou-se desta feita pelo décimo lugar na frente de Marc Márquez, que foi novamente dos que realizou menos voltas – 39. A melhor delas deixou-o a 0,931s da marca de referência estabelecida por Petrucci. Miguel Oliveira teve um dia mais curto, com menos de quatro horas de trabalho e 38 voltas. A sua melhor, 1m59,949s, surgiu com 24 minutos decorridos – que foi uma das duas em que conseguiu rodar abaixo dos 2m00s. O português terminou na 19.ª posição a pouco mais de três décimas da melhor KTM, a impediu os registos de descerem de
meia hora. Mas cerca de dez minu-
Também foi numa fase prematura
de Johann Zarco, que alcançou o
forma acentuada – a generalidade
tos depois, Danilo Petrucci, em Du-
do dia que Jack Miller (Pramac Ra-
17.º posto do dia e do cômputo ge-
dos pilotos efetuou as suas melho-
cati, rodou em 1m58,239s e nun-
cing) e Andrea Dovizioso (Ducati)
ral dos três dias de ensaios.
res marcas precisamente nesse dia.
ca mais foi destronado do topo da
fizeram as suas melhores marcas.
De referir que a Aprilia teve uma
tabela de tempos – embora tenha
Como estes pilotos fecharam o lote
Top cinco do terceiro dia:
ausência de peso, Andrea Iannone,
sofrido mais adiante uma queda.
dos quatro mais rápidos, significa
1.º D anilo Petrucci (Mission
que deu por concluído os trabalhos
Quem mais perto ficou do #9 foi
que com pouco mais de 60 minu-
na Malásia após o segundo dia por
Francesco Bagnaia (Pramac Racing),
tos passados os lugares cimeiros
motivos de saúde.
novamente o melhor rookie do dia
ficaram ordenados e não sofreram
Foi logo na parte inicial do dia que o
e agora também dos testes – ficou
mais qualquer mudança até ao fim.
Pramac Racing/Ducati),
recorde oficial de Sepang foi batido.
a 0,064s com uma volta realizada
Viñales foi o melhor sem uma Du-
1m58,302s (+ 0,063s) – 21
O primeiro a fazê-lo foi Maverick
com pouco mais de uma hora de-
cati, ao ser quinto na sua Yamaha a
Viñales, decorrida pouco mais de
corrida.
0,405s da liderança.
Winnow Ducati Team), 1m58,239s – 32 voltas 2.º F rancesco Bagnaia (Alma
voltas 3.º J ack Miller (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m58,366s (+
EQUIPAS EXPERIMENTARAM NOVIDADES NAS MOTOS Como é natural nestes primeiros testes do ano, as equipas experimentaram diversas novidades nas suas motos, umas mais visíveis do que outras. A carenagem é um dos elementos mais visíveis em qualquer moto e neste campo vários construtores apresentaram novas soluções bem evidentes à vista desarmada. A Yamaha, por exemplo, introduziu uma nova carenagem aerodinâmica, enquanto a Suzuki apresentou duas carenagens distintas e também a Ducati dotou a Desmosedici GP19 de Andrea Dovizioso de uma nova carenagem.
0,127s) – 47 voltas 4.º A ndrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m58,538s (+ 0,299s) – 36 voltas 5.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m58,644s (+ 0,405s) – 79 voltas 19.º M iguel Oliveira (KTM Tech3), 1m59,949s (+ 1,710s) – 38 voltas No fim destes ensaios, Petrucci comentou: ‘[No último dia] começámos com o pé direito: era suposto
-40- | MOTORCYCLE SPORTS |
www.suzuki-racing.com
tentar dois ataques aos tempos mas numa tentativa apenas, feita com o pneu médio, foi suficiente. Quando vi o tempo da volta no painel fiquei realmente feliz. Depois disso, voltámos ao trabalho com alguns novos componentes.
Contudo,
infeliz-
mente, caí a meio quando estava a testar a nova carenagem. Uma vez que estava também com alguns bolhas nas mãos, decidimos parar um pouco antes do final para recuperar e garantir que estaremos no nosso melhor nos testes do Qatar. No geral, foi um teste muito positivo’.
Rins colocou a Suzuki no segundo lugar
Johann Zarco, que já tem dois anos
em dois dias.
de experiência. Eu tenho três tesMiguel Oliveira progrediu de
tes’.
forma constante
tacou os progressos efetuados por
ta de sempre a Sepang.
Oliveira e também pelo seu colega
No comunicado final de rescaldo,
com Miguel Oliveira
Hafizh Syahrin nos ensaios da Malá-
Pecco comentou: ‘Estou muito con-
Neste início de carreira no MotoGP,
sia: ‘Os nossos pilotos sentem mui-
tente com o trabalho que fizemos.
tou que não eram muitos os que
Oliveira está a deixar boa impressão
ta mais confiança, eles conseguem
Criámos uma boa base para come-
esperavam tal proximidade aos pi-
na KTM Tech3. Ao site paddock-gp.
dar informação muito mais precisa.
çar bem no Qatar. Ainda temos de
lotos de fábrica da KTM: ‘O tempo
com, o chefe de equipa Hervé Pon-
Claramente que penso que ambos,
trabalhar em alguns detalhes em
por volta foi bom. Não foi tão rápi-
charal salientou o bom trabalho do
o Miguel e o Hafizh, desfrutaram,
termos de eletrónica mas tenho de
do como esperava porque não con-
piloto luso e o feedback que dá aos
e assumo que deram comentários
admitir que estou muito satisfeito.
segui fazer corresponder a melhor
técnicos da formação.
e informação verdadeiramente va-
O ataque aos tempos foi muito bom
configuração da moto com os me-
O gaulês referiu após os testes de
liosos aos engenheiros da KTM. O
e até o ritmo não foi mau’.
lhores pneus no melhor momento,
Sepang: ‘Ele faz muito trabalho,
facto de termos cinco pilotos, todos
mas em qualquer caso estou muito
dando direções técnicas precisas e
a puxarem um pelos outros, todos a
Top cinco do terceiro dia:
perto dos dois pilotos de fábrica da
sendo sempre excessivamente cal-
melhorarem a cada dia, foi um sinal
1.º D anilo Petrucci (Mission
KTM, mais perto do que todos es-
mo. Se uma mudança de configura-
muito bom. Há uma energia incrível
Winnow Ducati Team),
peravam. Acho que isto é o maior
ção numa moto demorar uma hora,
dentro de todo o grupo e estamos
1m58,239s – dia 3
ponto positivo destes dias’.
ele nunca mostra sinal de irritação.
orgulhosos por fazer parte desse
Também a competitividade com
É verdadeiramente alguém que está
grupo’.
pneus usados deixou Oliveira en-
a descobrir e neste momento é
corajado: ‘Fomos verdadeiramente
muito empolgante, e especialmente
Bagnaia surpreendente
competitivos com pneus usados,
em relação à forma como ele roda.
Francesco Bagnaia foi consisten-
Racing/Ducati), 1m58,366s (+
o que é bom para a corrida. Nes-
Porque está só a três décimas do
temente o melhor rookie ao longo
0,127s) – dia 3
te momento consigo ver um claro
líder [da KTM] que é o Johann Zar-
dos três dias de ensaios, tal como
passo em frente, ainda assim sinto
co e a duas décimas do piloto mais
já havia sido em novembro do ano
que não extraímos o máximo do
experiente da KTM que é o Pol Es-
passado em Valência e em Jerez.
que temos’.
pargaró. O colega de equipa dele,
Por isso, o mais surpreendente foi
Entretanto, citado pelo Speedweek.
que já tem um ano de MotoGP, não
mesmo o facto de ter terminado
Energy Yamaha MotoGP),
com, Oliveira referiu: ‘A minha lebre
existiu durante estes cinco dias de
com uma impressionante segunda
1m58,644s (+ 0,405s) – dia 3
foi sempre a melhor KTM. No final
testes em Sepang…’.
marca no cômputo geral dos três
19.º M iguel Oliveira (KTM Tech3),
fiquei a três décimas do tempo do
Já em comunicado, Poncharal des-
dias a apenas 0,063s da melhor vol-
Quanto a Miguel Oliveira, o luso
Hervé
que melhorou cerca de sete décimas ao longo dos três dias susten-
Poncharal
entusiasmado
2.º F rancesco Bagnaia (Alma Pramac Racing/Ducati), 1m58,302s (+ 0,063s) – dia 3 3.º J ack Miller (Alma Pramac
4.º A ndrea Dovizioso (Mission Winnow Ducati), 1m58,538s (+ 0,299s) – dia 3 5.º M averick Viñales (Monster
1m59,949s (+ 1,710s) – dia 3 | MOTORCYCLE SPORTS | -41-
MotoE
Testes Qatar
Pré-época fechou com Yamaha na frente na noite de Losail
A pré-temporada do Mundial de MotoGP chegou ao fim de 23 a 25 de março com os testes no Qatar, mais concretamente no circuito de Losail que recebe a primeira prova do ano. Houve equilíbrio ao longo dos três dias, mas a Yamaha acabou no topo com Maverick Viñales.
-42- | MOTORCYCLE SPORTS |
TEXTO: Bernardo Matias
A cerca de duas semanas do arran-
Smith, da Aprilia que será wild-card
MAVERICK VIÑALES COMEÇOU
que do campeonato, os pilotos e as
em Losail. Todos os outros homens
NA FRENTE; OLIVEIRA PERTO
equipas de MotoGP tiveram a der-
presentes foram os do pelotão que
DO TOP 15
radeira chance de se prepararem, e
começará a época.
No sábado, 23 de fevereiro, os pi-
logo no palco da ronda inaugural no
Uma das grandes novidades foi o
lotos entraram em pista pela pri-
Circuito de Losail no Qatar. Foram
regresso de Jorge Lorenzo. Depois
meira vez em Losail este ano para
ensaios distintos começando ao
de falhar os testes malaios devido
darem início aos últimos testes.
entardecer e acabando à noite, tal
à lesão num osso escafoide em ja-
Na primeira hora não houve muita
como já é habitual – até porque a
neiro, o espanhol pôde estrear-se
movimentação, com Cal Crutchlow
prova de março é disputada à noite.
em pista com as cores oficiais da
(LCR Honda) e Franco Morbidelli
Nestes últimos três dias de testes
Honda – mas ainda em momento
(Yamaha SRT) a serem dos poucos
todo o tempo em pista era essen-
de recuperação. Já Andrea Iannone,
a rodarem quase durante uma hora
cial para ‘limar as arestas’ antes do
que falhara o último dia em Sepang
e meia.
começo da ação a sério, o que ex-
por motivos de saúde, voltou na
À medida que os pilotos começa-
plica que só tenha estado em ação
máxima força para continuar a sua
ram a sair para a pista, os tempos
um dos pilotos de testes – Bradley
adaptação à Aprilia.
foram descendo e, ao cabo de duas
Honda Racing Corporation
bretudo em séries curtas de voltas, com a maior a ter sete voltas no to-
Lorenzo estreou-se ‘vestido à Honda’.
horas, o líder era Danilo Petrucci – 0,317s na frente de Morbidelli
tal – sendo nessa que surgiu o seu melhor registo. No término deste primeiro dia em
dia – 1m55,051s.
Quanto a Miguel Oliveira, fez um
Losail, ao programa After the Flag
das. Por essa altura, Oliveira (KTM
As Ducati tiveram assim de se con-
dia em crescendo com a sua melhor
Maverick Viñales deu conta da sua
Tech3) já tinha completado as suas
tentar com os terceiro e quarto
volta a surgir com cerca de 3h45m
satisfação, assegurando estar con-
primeiras cinco voltas ocupando a
lugar – Dovizioso e Petrucci, res-
decorridas – rodou em 1m56,891s,
fortável em todas as pistas pelas
12.ª posição.
petivamente – enquanto Valentino
naquela que foi de resto a sua única
quais os testes com vista à época
À medida que o dia progrediu, os
Rossi melhorou na fase inicial do dia
marca de 1m56s no dia inaugural.
de 2019 passaram – Valência, Jerez,
tempos foram descendo, mas quase
para chegar ao quinto posto. Tito
Permitiu-lhe ficar em 17.º – a ape-
Sepang e Losail:
até à última hora esteve uma Ducati
Rabat (Avintia Ducati) surpreendeu
nas 0,121s de Johann Zarco que foi
– Estou muito contente porque sin-
no topo – Andrea Dovizioso ‘suce-
e foi o melhor das equipas satélite
o segundo dos homens da equipa
to-me muito bem na moto, estou
deu’ a Petrucci. Quando faltava cer-
em sexto, ao passo que Fabio Quar-
de fábrica da KTM.
confortável e para mim isso é o mais
ca de uma hora para o fim, Álex Rins
tararo levou a sua Yamaha da SRT
Oliveira, que realizou um total de
importante. No ano passado tive bas-
(Suzuki) chegou ao primeiro lugar
ao sétimo tempo sendo o melhor
42 voltas, ficou na frente de vete-
tantes dificuldades e este ano, em
da tabela de tempos, mas logo de
dos rookies de forma clara – o se-
ranos como Cal Crutchlow (18.º),
quatro pistas diferentes, estou confor-
seguida Viñales (Yamaha) superou-o
gundo nessas contas foi Joan Mir, a
Jack Miller (19.º) ou Jorge Lorenzo
tável. Não fizemos muitos testes, ten-
por 0,108s com o melhor registo do
quase meio segundo.
(21.º). O português apostou so-
támos focar apenas nas coisas princi-
SUZUKI TESTOU NOVO ESCAPE Como é habitual nos testes de prétemporada, as equipas estiveram a testar componentes novos nas suas motos. Um dos casos mais visíveis neste primeiro dia foi o da Suzuki, que introduziu na GSX-RR de Álex Rins um escape de dupla saída da Akrapovic, desconhecendo-se ao certo que vantagens a equipa procurou. A verdade é que a solução manteve-se nos dias seguintes.
www.suzuki-racing.com
com apenas seis voltas concretiza-
| MOTORCYCLE SPORTS | -43-
Testes Qatar
Gold and Goose
Moto2
RINS COLOCOU SUZUKI NA FRENTE DO SEGUNDO DIA; OLIVEIRA A PROGREDIR Foi necessário esperar cerca de meia hora até ver os primeiros pilotos a saírem à pista no segundo de três dias em Losail. Um dos primeiros a fazê-lo foi Miguel Oliveira para uma primeira série de três voltas lançadas. Mas só no final da primeira hora é que o tráfego se começou a intensificar dentro da pista. Finda cerca de uma hora, Petrucci encabeçava a tabela de tempos
Oliveira 17.º no dia inaugural em Losail.
pais. Para ser honesto, a geometria da moto é similar. ‘O PRIMEIRO DIA FOI BEM CURTO’ – MIGUEL OLIVEIRA
gem para Rins – que mais tarde se haveria de se tornar o grande pro-
Energy Yamaha MotoGP),
Winnow Ducati Team),
tagonista do dia. Mais abaixo, o rit-
1m55,051s – 50 voltas
1m55,594s (+ 0,543s) – 37
mo inicial permitia a Miguel Oliveira
voltas
ocupar o sétimo posto a 0,754s do
2.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),
Quanto a Miguel Oliveira, realizou
1m55,159s (+ 0,108s) – 48
um dia de testes curto, atrasando
voltas
a sua entrada em pista em quase
3.º A ndrea Dovizioso (Mission
duas horas por causa das condições
Winnow Ducati Team),
que se verificaram no circuito qata-
1m55,550s (+ 0,499s) – 29
ri. Melhorou cerca de meio segundo
voltas
em termos de tempo de volta. No
com apenas 24 milésimas de vanta-
4.º D anilo Petrucci (Mission
5.º V alentino Rossi (Monster
topo.
Energy Yamaha MotoGP),
Com duas horas decorridas, os
1m55,604s (+ 0,553s) – 47
tempos já tinham descido e a tabe-
voltas
la evidenciava um grande equilíbrio
17.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM
– nessa altura, a KTM era o único
Tech3), 1m56,891s (+ 1,840s)
construtor que não estava entre os
– 42 voltas
seis primeiros, com o top 11 a caber www.suzuki-racing.com
final, o luso comentou em comunicado: – O primeiro dia foi bem curto para ser honesto. Começámos um pouco mais tarde devido às condições da pista, mas finalmente conseguimos fazer algum trabalho na moto. Testámos duas configurações completamente diferentes, procurando por alguma estabilidade na parte traseira. Até agora, estou feliz com o trabalho. Infelizmente, só usámos um conjunto de pneus macios. Por isso, o tempo não foi provavelmente aquele que deveria ter sido no final. De qualquer das formas, trabalhámos bastante. Top cinco do primeiro dia: 1.º M averick Viñales (Monster -44- | MOTORCYCLE SPORTS |
Rins no topo do segundo dia de pré-época no Qatar.
Gareth Harford/Gold and Goose
em menos de um segundo. Petrucci encontrava-se 0,327s na frente de Dovizioso com uma volta em 1m55,365s que se aproximava dos melhores registos do dia inaugural. Oliveira também ficara mais perto do seu registo de referência do dia anterior e era 17.º. A menos de duas horas e meia, e depois de ter sido o primeiro a entrar no 1m54s, Petrucci perdeu em definitivo a liderança, ao ser superado por Viñales. Mas o espanhol não melhorou mais e ainda foi batido por Rins a cerca de duas horas do final do segundo dia. O homem da Suzuki rodou em 1m54,593s na sua penúltima volta lançada e não mais
Quartararo surpreendeu no dia 2 dos últimos testes.
foi ultrapassado.
lhorar para 1m56,274s naquela
Viñales ficou a 57 milésimas e Fa-
que foi a sua melhor volta do dia.
bio Quartararo (Yamaha SRT) dei-
Embora tenha passado o dia quase
xou uma boa impressão quando
todo a fazer séries curtas de voltas,
nhã! Temos feito um ótimo trabalho;
se aproximou dos dois primeiros a
Oliveira fez uma mais longa com 11
em Sepang testámos muitas peças,
menos de 1h20 para o término da
voltas que foi a sua penúltima. Ao
mas aqui estamos a confirmar que es-
‘A NOSSA POSIÇÃO NÃO
sessão. O gaulês foi o melhor rookie
longo do dia, melhorou mais de sete
sas peças são boas. Mas o importante
REFLETE O NOSSO TRABALHO,
e das equipas satélite, a 0,315s do
décimas.
é a forma com estou a andar, passo a
MAS…’ – MIGUEL OLIVEIRA
topo. Petrucci e Marc Márquez
Depois de liderar este segundo dia
passo com um bom ritmo, e também
Como já lhe contámos, Miguel Oli-
(Honda) encerraram o top cinco –
de ensaios no Qatar, Rins não es-
com pneus desgastados. O objetivo é
veira progrediu de forma clara em
naquele que foi o ressurgir do es-
condeu o desejo de que a corrida
deixar tudo 100 por cento claro para
termos de tempo por volta ao longo
panhol no topo da tabela depois
de Losail chegasse, mas, acima de
quando voltarmos para a primeira
do penúltimo dia de pré-tempora-
de um primeiro dia mais ‘apagado’.
tudo, salientou o bom ritmo evi-
corrida. Eu sinto que o nosso conjunto
da. A verdade é que isso não o im-
Aleix Espargaró levou a Aprilia ao
denciado:
é melhor que no ano passado, apenas
pediu de terminar quatro posições
sexto registo e Pol Espargaró colo-
– Seria bom se a corrida fosse ama-
mudando as pequenas coisas. Eu sin-
abaixo face à véspera, em 21.º. O
to-me feliz com a moto.
cou a melhor das KTM no top dez em décimo a 0,662s da frente. Mais atrás, Miguel Oliveira fechou em 21.º. Uma classificação inferior à da véspera, mas que não é sinónimo de piorias – pelo contrário. O português da KTM Tech3 completou 51 voltas e com cerca de três horas passadas bateu o seu registo mais rápido anterior antes de me-
MAIS NOVIDADES NAS MOTOS NO SEGUNDO DIA DE TESTES Neste penúltimo dia de testes voltaram a verificar-se várias novidades nas motos, com as equipas a aproveitarem as últimas hipóteses de testar soluções e ajustes nos seus modelos. A Ducati rodou com uma nova carenagem de três conjuntos de asas, a Honda apostou também numa nova carenagem para a RC213V bem como numa ‘salad box’ na parte traseira e alguns assentos distintos na moto de Jorge Lorenzo. A Aprilia experimentou uma nova carenagem aerodinâmica, bem como a Suzuki, sendo que Maverick Viñales esteve com uma nova secção traseira e assento na sua Yamaha. Também Pol Espargaró rodou com uma secção traseira nova na KTM.
| MOTORCYCLE SPORTS | -45-
Testes Qatar
Gold and Goose
Moto2
rookie português referiu em comunicado que ficou com a sensação de que a posição ocupada não traduz o trabalho efetuado: – Melhorámos o tempo de volta, o que é um bom aspeto. Todos rodaram muito perto uns dos outros. Além disso, conseguimos fazer um bom trabalho na moto, mantivemos o foco mais na questão da distância e de como a corrida deveria ser; em termos de pneus e também nos ajustes, adaptámos muito a moto – não para fazer uma volta rápida, mas para ter um ritmo rápido. No geral, senti-me bastante forte, terminei a sessão com uma boa volta e com um pneu
Winnow Ducati Team),
bastante usado. Neste momento, a
1m54,953s (+ 0,360s) – 48
nossa posição não reflete realmente o
voltas
nosso trabalho e o que fizemos neste dia, mas não foi o foco principal.
Miguel Oliveira
4.º D anilo Petrucci (Mission
5.º M arc Márquez (Repsol Honda
2019. Pela última vez antes do GP
pilotos adiassem a sua entrada em
do Qatar, os pilotos e as equipas
ação, tendo de se esperar quase 40
Team), 1m55,004s (+ 0,411s) –
tiveram a chance de estar juntos
minutos até à primeira volta que foi
57 voltas
em pista a prepararem os últimos
de Andrea Dovizioso, pouco depois
21.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM
detalhes nas suas motos e também
seguido por Marc Márquez – com
NA YAMAHA
Tech3), 1m56,274s (+ 1,681s)
a participação na ronda inicial da
registos muito distantes dos melho-
Se por um lado Maverick Viñales
– 51 voltas
temporada a poucas semanas da
res da véspera.
SENSAÇÕES CONTRADITÓRIAS
terminou na segunda posição e
mesma acontecer.
Volvidas cerca de duas horas de-
ficou bastante agradado com a
VIÑALES ENCEROU PRÉ-ÉPOCA
Mas o dia não decorreu de forma
corridas, a tabela de tempos já es-
Yamaha – que diz ser a melhor que
NO TOPO; OLIVEIRA NO TOP 20
ideal, com o vento forte a condicio-
tava mais ‘povoada’, com Viñales
já pilotou – Valentino Rossi estava
O dia 25 de março foi o derradeiro
nar e muito o trabalho. Essas mes-
a seguir na liderança com 0,179s
mais apreensivo. Citado pelo To-
da pré-temporada do MotoGP em
mas condições levaram a que os
de margem para Petrucci – o me-
doCircuito.com, Il Dottore afirmou: ‘Espero, do fundo do coração, que o Maverick esteja certo e eu errado, porque julgo que neste momento não somos suficientemente fortes para pensar na vitória’. Top cinco do segundo dia: 1.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar), 1m54,593s – 47 voltas 2.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m54,650s (+ 0,057s) – 52 voltas 3.º F abio Quartararo (Petronas Yamaha SRT), 1m54,908s (+ 0,315s) – 54 voltas -46- | MOTORCYCLE SPORTS |
Viñales ‘voou’ no último dia de pré-época.
Gold and Goose
lhor marca (1m55,773s). Essa permitiu-lhe acabar o dia em 18.º na segunda melhor KTM – mais bem classificada só a de Pol Espargaró num positivo sétimo lugar. Top cinco do terceiro dia: 1.º M averick Viñales (Monster Energy Yamaha MotoGP), 1m54,208s – 50 voltas 2.º F abio Quartararo (Petronas Yamaha SRT), 1m54,441s (+ 0,233s) – 48 voltas 3.º M arc Márquez (Repsol Honda
Miguel Oliveira fechou ensaios do Qatar em 20.º.
Team), 1m54,613s (+ 0,405s) – 53 voltas 4.º V alentino Rossi (Monster Energy Yamaha MotoGP),
lhor registo nesta fase, 1m55,663s,
mundial deixava assim o ‘aviso’ para
Num dia curto em que completou
1m54,651s (+ 0,443s) – 38
ainda estava aquém dos melhores
a sua presença mesmo ainda em
apenas 28 voltas, Miguel Oliveira
do dia anterior. Nas suas primeiras
recuperação física do ombro a que
conseguiu ser constante no 1m56s
voltas, Miguel Oliveira apresentou
foi operado no início de dezembro.
– na segunda metade do dia nun-
Team), 1m54,653s (+ 0,445s) –
uma boa consistência, rodando fre-
Rossi e Jorge Lorenzo fecharam o
ca rodou acima desse registo em
33 voltas
quentemente entre o 1m57,0s e o
top cinco, com o espanhol a de-
volta lançada – fazendo também
18.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM
1m56,9s.
monstrar por fim velocidade para
melhorias. Nas suas duas últimas
Tech3), 1m55,773s (+ 1,565s)
Pouco depois, Joan Mir assumiu a
as primeiras posições após dois dias
voltas lançadas dos testes chegou
– 28 voltas
dianteira que manteve até que os
muito discretos com a Honda.
ao 1m55s, fechando com a sua me-
voltas 5.º J orge Lorenzo (Repsol Honda
pilotos mais rápidos do dia começaram a chegar ao 1m54s, já na segunda metade da sessão de três horas. O melhor de todos acabou por ser Viñales, que a cerca de 2h45 do fim da pré-temporada conseguiu realizar uma volta em 1m54,208s – a última lançada de uma série de duas. Logo de seguida, Fabio Quartararo voltou a surpreender colocando-se a 0,233s do espanhol. Os dois acabaram por não ser ultrapassados até ao fim do dia, com Marc Márquez (Honda) – que liderava antes das Yamaha chegarem à frente – a ficar em terceiro a 0,405s. O campeão
Maverick Viñales
| MOTORCYCLE SPORTS | -47-
Testes Qatar
Gold and Goose
Moto2
melhorar para a corrida’. Questionado sobre se acredita que o triunfo está ao alcance no GP do Qatar, o #12 respondeu: ‘Primeiro que tudo temos de melhorar a aceleração e depois vamos estar preparados. Penso que a próxima corrida será muito importante para nós, especialmente para ver se conseguimos encontrar aderência. A nossa moto tem coisas muito positivas mas também outras negativas mas também algumas negativas. Portanto, agora precisamos de tirar conclusões e ver aonde podemos melhorar’. ‘DEIXAMOS ALGUMAS
Miguel Oliveira
DÉCIMAS EXTRA PARA O GP’ – MIGUEL OLIVEIRA Detentor de um registo de progres-
TRÊS YAMAHA NO TOP CINCO
(LCR Honda, 17.º) – que não me-
– As conclusões são que precisamos
so ao longo de toda a pré-tempo-
FINAL; OLIVEIRA EM 20.º
lhoraram no último dia.
de melhorar. Honestamente pilotei
rada, Miguel Oliveira fechou os
No cômputo geral dos três dias em
Quanto a Miguel Oliveira, graças ao
muito bem na pista, senti que estava
testes do Qatar em 20.º depois de
Losail, o mais rápido de todos foi
seu registo da última sessão de pré-
muito rápido com a quantidade de
o último dia ter sido o melhor dos
Maverick Viñales, graças à marca
-temporada alcançou um lugar en-
aderência que a pista teve hoje. Mas
três em termos de tempo por volta
que também lhe permitiu comandar
tre os 20 melhores em Losail ao ser
de qualquer forma precisamos de
– 1m55,773s.
o terceiro dia. Em segundo ficou Fa-
20.º. Mas, mais importante do que
melhorar, não tenho muito boa ade-
O homem de Almada acabou por
bio Quartararo a 0,233s, igualmen-
classificações, o estreante luso evi-
rência no limite e acho que os nossos
ter um dia complicado devido ao
te fruto da sua volta mais rápida do
denciou um progresso constante ao
adversários aproveitam muito o pneu
vento, que segundo referiu em co-
último dia. Já Álex Rins alcançou o
longo destes ensaios e da pré-tem-
no limite. Portanto precisamos de
municado condicionou os seus tra-
terceiro posto com a marca que o
porada como um todo. Foi sempre
continuar a trabalhar, especialmente
balhos:
deixara no comando do segundo
superior no duelo interno da KTM
nesse aspeto. Penso que na acelera-
– Definitivamente encontrámos con-
dia dos testes qataris, ao passo que
Tech3 com Hafizh Syahrin e ficou
ção melhorámos muito desde Sepang,
dições mais difíceis do que nos dois
Marc Márquez e Valentino Rossi
a apenas 57 milésimas da segunda
estou muito feliz com o que temos na
dias anteriores por causa do vento.
encerraram o lote dos cinco mais
KTM da equipa de fábrica – a de
travagem mas temos de melhorar na
Começámos um pouco lentos em ter-
rápidos da semana.
Johann Zarco que concluiu em 19.º.
aceleração.
mos de tempo por volta, mas depois
Falando do ritmo em corrida,
apanhei o ritmo e estive a pilotar mui-
Nestes seus primeiros testes com as cores da Honda, Jorge Lorenzo
VIÑALES SENTE NECESSIDADE
Viñales explicou: ‘Não está mau.
to bem. Infelizmente, uma queda aca-
alcançou a sexta posição na tabela
DE PROGREDIR NA
Agora experimentei fazer dez voltas
bou o teste, mas senti que estava a
combinada dos três dias, enquan-
ACELERAÇÃO
para compreender como a moto es-
tornar-me mais forte e a equipa tam-
to atrás de si Franco Morbidelli
No final do derradeiro dia de pré-
tava mas agora estava muito frio para
bém fez algumas mudanças à moto,
(Yamaha SRT), Pol Espargaró (sur-
-temporada, apesar da liderança
os pneus médios. De qualquer forma
com as quais fiquei muito feliz.
preendente oitavo na melhor KTM),
Viñales não estava completamente
pilotei bem, com bom ritmo e talvez
Por outro lado, Oliveira antecipou
Takaaki Nakagami (LCR Honda) e
satisfeito, sobretudo com a acele-
pudesse atacar um pouco mais. Mas
que haverá mais décimas para ga-
Petrucci fecharam o top dez. Fora
ração da Yamaha YZR-M1. Ao pro-
de qualquer maneira continua a ace-
nhar no GP do Qatar: ‘Julgo que
dele ficaram, entre outros, Dovizio-
grama After the Flag, o espanhol
leração, não temos aderência no li-
terminámos este testes sem chegar
so (Ducati, 15.º) e Cal Crutchlow
comentou:
mite e penso que é muito importante
ao limite e extrair o máximo da moto,
-48- | MOTORCYCLE SPORTS |
Gareth Harford/Gold and Goose
Romano Albesiano, Aprilia: ‘De um a dez? Digamos sete no que toca ao Aleix [Espargaró] e seis com bom potencial no que toca ao Andrea [Iannone]’. Davide Tardozzi, Ducati: ‘Oito. Vocês sabem, nunca podes estar 100 por cento satisfeito mas acho que fizemos um bom trabalho, portanto oito’. Alberto Puig, Honda: ‘Do meu
Quartararo foi a grande surpresa em Losail.
ponto de vista não é possível responder. Só posso dizer que será avaliado na corrida e essa é a ava-
pelo que deixamos algumas décimas
tar – não escondeu a sua satisfação
extra para o GP’.
com os progressos e adaptação à YZR-M1, ao referir:
Yamaha SRT), 1m54,441s (+
liação real’.
0,233s) – dia 3 3.º Á lex Rins (Team Suzuki Ecstar),
Mike Leitner, KTM: ‘Avaliá-la-ia
FABIO QUARTARARO CAUSOU
– Até agora este ano tenho apenas
1m54,593s (+ 0,385s) – dia 2
SENSAÇÃO COMO MELHOR
seis dias na moto e para ser sincero
4.º M arc Márquez (Repsol Honda
ROOKIE
sinto-me confortável com ela. Con-
Team), 1m54,613s (+ 0,405s)
Davide Brivio, Suzuki: ‘Estamos
À semelhança do que aconteceu
segui fazer algumas voltas realmente
– dia 3
muito satisfeitos com a pré-tempo-
nos testes de Sepang, o melhor dos
rápidas e foi isso que faltou em Se-
5.º V alentino Rossi (Monster
rada, portanto diria oito porque de
estreantes foi um dos pilotos das
pang. Aqui [no Qatar] não tivemos di-
Energy Yamaha MotoGP),
forma a fazer a avaliação final de ver
equipas satélite e acabou em se-
ficuldade para fazer tempos de volta,
1m54,651s (+ 0,443s) – dia 3
as corridas. Então, aí direi o quão
gundo lugar. Depois de Francesco
entrámos no ritmo rapidamente e es-
20.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM
Bagnaia (Alma Pramac Racing) na
tivemos muito rápidos. Foi bom para
Tech3), 1m55,773s (+ 1,565s)
Malásia, foi Fabio Quartararo o au-
também para fazer uma simulação
– dia 3
tor da ‘proeza’ em Losail.
de corrida e comparando esta com a
No último dia, o jovem francês
que fiz em Sepang, foi melhor em ter-
DIRETORES DE EQUIPA DE
porque agora vemos o nosso valor,
– que é o primeiro a chegar ao
mos de velocidade mas também em
FÁBRICA AVALIARAM A PRÉ-
o valor da Suzuki, o valor da Ducati,
MotoGP com menos de 20 anos
termos de dificuldade porque estive
TEMPORADA DE UM A DEZ
mas o valor da Honda foi escondi-
de idade desde 2004 – rodou em
virtualmente sozinho o tempo inteiro.
O fim dos testes de pré-tempora-
do por causa das lesões dos pilotos.
1m54,441s. Nos dois dias anterio-
Penso que estamos a evoluir fazer de
da é também o momento de fazer
Portanto seguramente esperamos
res foi também o melhor rookie,
forma gradual, sem parar.
balanços de como decorreram as
que eles estejam na luta, mas o
preparações com vista à nova épo-
mais importante é que nós também estaremos’.
dando mostras de estar a adaptarTop cinco combinado dos três
ca. Por isso mesmo, o site oficial do
Quartararo acabou a apenas 0,233s
dias:
MotoGP foi falar com os diretores
de Maverick Viñales, da equipa de
1.º M averick Viñales (Monster
de equipa das seis formações ofi-
saios, o #20 – que ficou no top três igualmente no segundo dia no Qa-
Energy Yamaha MotoGP),
ciais para saber da avaliação de
1m54,208s – dia 3
cada um aos trabalhos nos testes
2.º F abio Quartararo (Petronas
boas ou más foram as preparações’. Massimo Meregalli, Yamaha: ‘Digamos oito. Temos algumas dúvidas
-se bem à categoria-rainha.
fábrica da Yamaha. No final dos en-
com um sete’.
de inverno. | MOTORCYCLE SPORTS | -49-
WSBK
Austrália Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019
TEXTO: Gonçalo Viegas
Álvaro Bautista, Jonathan Rea e Leon Haslam
Phillip Island recebeu a abertura do Mundial de Superbike com fim de semana histórico
Álvaro Bautista chegou, venceu e é candidato ao título Depois de uma pré-temporada longa e cheia de trabalhos para todas as fábricas e equipas presentes no Mundial de Superbike, o paddock chegou a Phillip Island para a última rodada de testes que decorreria dias antes do arranque de mais um campeonato.
-50- | MOTORCYCLE SPORTS |
Álvaro Bautista fez o melhor tempo
Haslam e Jonathan Rea ocuparam
dos dois dias de testes (18 e 19 de
as posições seguintes. Melandri foi
fevereiro) com o ex-piloto de Mo-
o quinto mais veloz nestes testes e
toGP a registar uma volta rápida
o melhor independente, pelo que
em 1:30,303. Tom Sykes colocou a
se podia esperar diversas e boas
sua BMW S1000 RR a pouco mais
lutas ao longo de todo o campe-
de duas décimas de distância para
onato.
o espanhol, enquanto que Leon
Com o final da pré-época todas
Jamie Morris
Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019
Álvaro Bautista
Jonathan Rea
as equipas estavam preparadas
melhor lapidou as suas capaci-
uipa, Haslam também conseguiu
Superbike que caracterizam o pre-
para o primeiro fim de semana de
dades nesta última sessão já que
ser melhor que o espanhol da
sente calendário. Logo a partir da
corridas que decorreu poucos dias
mais ninguém o conseguiu destro-
ARUBA.IT Racing – Ducati depois
terceira curva, Bautista saltou para
mais tarde. Na sexta-feira houve
nar. No final dos três treinos, o pi-
de ter completado uma volta em
a liderança e começou a trabalhar
tempo para duas sessões de tre-
loto natural de Talavera da Rainha
1:29,624. Por outro lado, o ex-pi-
arduamente para se estrear nas
inos onde Bautista voltou a brilhar
foi o único a rodar no segundo 29
loto de MotoGP não melhorou o
vitórias no que diz respeito a este
com um tempo de 1:30,327. O
(1:29,785), já que Leon Haslam
suficiente
acabando
seu novo desafio. Volta após vol-
recém-chegado ao Mundial de Su-
e Jonathan Rea ficaram a meio
por arrancar na posição mais baixa
ta, o espanhol foi melhorando os
perbike ficou à frente do campeão
segundo, sensivelmente, do seu
da primeira linha. Tom Sykes fez o
tempos e apresentando um ritmo
Rea por um diferencial de apenas
novo adversário.
quarto tempo, tendo a companhia
que lhe daria os tão desejados 25
0,014s, enquanto que Haslam foi
Na Superpole, a história foi um
de Alex Lowes e Sandro Cortese –
pontos logo na corrida de abertu-
terceiro a 0,155s do espanhol.
pouco diferente… Tal como fez
o alemão era nesta altura o piloto
ra, igualando o feito de Max Biaggi
O sábado começou bastante bem
em boa parte do ano passado, Rea
independente com posição mais
quando este chegou ao campe-
para os principais pilotos, com es-
fez o melhor registo (1:29,413)
adiante para a primeira manga.
onato no ano de 2007.
tes a melhorarem os seus tempos
conseguindo bater o tempo que
Com o apagar das luzes de par-
A partir do momento que o pilo-
das duas sessões anteriores. Ainda
Bautista tinha marcado no FP3.
tida, os pilotos arrancaram para
to de 34 anos já rodava isolado,
assim, Álvaro Bautista foi quem
A par do seu companheiro de eq-
a primeira de muitas corridas de
o foco da prova passou para Rea,
Jamie Morris
(1:29,729)
Haslam e Lowes. A corrida passou a ganhar forma e com isso os dois homens da Kawasaki passaram a disputar entre si a segunda posição, enquanto Lowes e Sykes estavam de olho nesta luta de forma a tirar possíveis vantagens. Com o mostrar da bandeira de xadrez, Bautista mostrou que não está efetivamente para brincadeiras neste seu primeiro ano no WSBK. O profissional venceu a corrida com uma vantagem de 14 segundos para o campeão que
Leon Haslam
| MOTORCYCLE SPORTS | -51-
Austrália
Álvaro Bautista
Graeme Brown/ GeeBee Images
Matteo Cavadini/Alex Photo (C)2019
WSBK
Leon Haslam, Jonathan Rea, Toprak Razgatlıoğlu, Alex Lowes
decidida neste pequeno desafio.
prova com 12 segundos de van-
não cedeu face à insistência da sua
isolado. A terceira posição acabou
Álvaro Bautista voltou a ser o mais
tagem.
concorrência em querer acompan-
por ficar destinada a Marco Melan-
veloz, mas o piloto não se con-
Com o último apagar de luzes de
har o ex-piloto de MotoGP. Até ao
dri que ficou logo à frente dos seus
seguiu distanciar da mesma forma
Phillip Island, Bautista começou
final da corrida, a liderança tornou
dois companheiros de fábrica (Alex
que fez no sábado. Ainda assim,
desde cedo a forçar o anda-
a mudar de mãos mas Haslam aca-
Lowes e Michael van der Mark),
cruzou a meta com um diferencial
mento com a ideia de repetir o
bou por perder posição para o seu
isto depois de ter feito uma corrida
de 1,176s para Jonathan Rea com
mesmo feito no dia anterior. A
companheiro de equipa. Michael
de recuperação dado que o italiano
este a ficar à frente do seu novo
corrida começou logo da mel-
van der Mark foi o primeiro a ficar
partiu do nono lugar.
colega de equipa – Leon Haslam.
hor forma com o recém-piloto da
arredado do pódio, Alex Lowes foi
Com o final desta primeira manga,
Estava assim definida a primeira
Ducati a conseguir colocar-se na
quinto e Marco Melandri fechou os
os pilotos descansaram e prepara-
linha para a segunda manga da
dianteira logo a partir da primeira
acessos ao top seis.
ram o dia de domingo onde teriam
primeira jornada do mundial. A
curva numa altura em que Haslam
Perante toda a velocidade demon-
duas corridas diferentes. A primei-
reduzida distância entre Bautista
era segundo.
strada, o vencedor das duas provas
ra de todas seria uma Superpole
e Rea não criou qualquer tipo de
Além de Bautista, o #91 também
comentou estar surpreso com a
Race onde os atletas teriam de
medo ao espanhol, pelo que este
tentou forçar o andamento en-
velocidade que mostrou ao longo
completar apenas dez voltas com o
voltou a repetir a grande diferença
quanto que Rea procurou não per-
de todo o fim de semana.
melhor rendimento possível, pois a
que já tinha aplicado na primeira
der terreno para a dianteira. Bau-
‘Foi um fim-de-semana perfeito e a
grelha para a segunda manga seria
manga concluindo a sua segunda
tista mostrou fibra de campeão e
minha estreia nas Superbikes não
Michael van der Mark
-52- | MOTORCYCLE SPORTS |
Yamaha Motor Europe
GeeBee Images
também terminou a sua prova
Michael van der Mark, Marco Melandri
GeeBee Images
da foi parar às mãos de Gradinger graças à volta (1:33,150) que este tinha feito no primeiro treino livre. Caricasulo foi terceiro. Depois de todos os retoques finais no que concerne à afinação das suas máquinas, os pilotos foram para a Superpole com a finalidade de se colocarem o mais adiante possível. No final de contas, Caricasulo suplantou o seu companheiro de equipa e foi dos poucos a conseguir pilotar no segundo 32. O italiano fez assim a pole position enquanto que Krumennach-
Randy Krummenacher
er foi segundo a 0,079 segundos enquanto que Cluzel fechou a primeira linha.
podia ter sido melhor! Fizemos uma
corrida Superpole. Estou satisfeito,
o melhor tempo. Com uma volta
O arranque da prova decorreu com
limpeza de tudo ao ganhar a corrida,
mas ainda há trabalho a fazer.
em 1:32,777, o suíço bateu toda
os principais pilotos do campeona-
a Superpole e a corrida 2. Se as pes-
Face ao domínio apresentado,
a concorrência e distanciou-se de
to a quererem desde cedo saltar
soas me tivessem dito isso antes, que
Álvaro Bautista terminou este
Thomas Gradinger em 3,7 décimas
para a liderança. Jules Cluzel gan-
ganharia três corridas, não acredi-
primeiro fim de semana no topo da
de segundo enquanto que Feder-
hou alguma vantagem logo nos
taria nelas… mas trabalhámos duro
classificação geral com um total de
ico Caricasulo fez o terceiro regis-
primeiros metros mas o piloto aca-
durante os testes para prepararmos
62 pontos conquistados. Jonathan
to.
bou por ser alcançado no final da
uma moto fantástica. Na corrida
Rea segura o segundo lugar com
O FP2 já trouxe algumas mudanças
primeira volta por Caricasulo. No
desta manhã, na Superpole, diver-
menos 13 pontos e Marco Mel-
uma vez que Julez Cluzel – o prin-
meio de todos estes momentos
ti-me muito ao lutar com o Rea, sabia
andri fecha os acessos ao top três
cipal adversário de Cortese no
iniciais, Krummenacher foi para a
que ele estava forte e iria puxar sem-
sendo o melhor piloto independ-
ano passado – melhorou a volta
frente da prova sendo que o públi-
pre. (…) Estou muito contente com os
ente ao deter uma distância de 32
que Krummenacher tinha feito na
co assistiu a um duelo bem anima-
resultados, hoje é um dia que não irei
pontos para Bautista.
sessão anterior apresentando um
do entre os dois profissionais, en-
tempo de 1:33,208. Caricasulo foi
quanto Cluzel acompanhava este
esquecer nunca! Um muito obrigado à equipa Aruba, à Ducati e a toda a
RANDY KRUMMENACHER
segundo, Krummenacher tercei-
belo momento desportivo.
minha equipa por fazer isto possível.’,
COMEÇOU TEMPORADA
ro e Lucas Mahias colocou-se no
A meio da prova, os pilotos foram
declarou o profissional em comuni-
COM A MELHOR PRENDA DE
quarto posto à frente de Raffaele
à box para efetuar uma mudança
cado oficial de equipa.
ANIVERSÁRIO
de Rosa.
obrigatória de pneus. Com essa
Em comunicado, Jonathan Rea
Além da categoria de Superbike,
Para a última oportunidade antes
troca e uma segunda metade algo
confirmou estar triste com a falta
Phillip Island também recebeu a
da Superpole, o público australiano
mais calma, Krummenacher cru-
de vitórias apesar de ainda ter con-
primeira jornada para o Mundial
viu Krummenacher a conseguir al-
zou a bandeira de xadrez com uma
seguido uma pole position:
de Supersport. Com a subida de
cançar de novo o topo da tabela
vantagem de pouco mais de seis
– Estou um pouco desapontado com
Sandro Cortese ao WSBK, através
de tempos ao falhar o segundo 32
segundos de diferença para Cluzel.
a classificação porque a diferença
da GRT Yamaha, diversos eram os
por 0,067s. Caricasulo ficou nova-
Caricasulo foi o terceiro classifi-
para o vencedor é demasiada. Nós
candidatos à conquista do título
mente atrás do seu companheiro
cado com o italiano a ficar a um
esperávamos uma corrida realmente
mundial.
de equipa e viu Cluzel a colocar-se
segundo do francês. Perante este
difícil. Eu tive de lutar para ter os re-
Logo no primeiro treino livre, Ran-
atrás de si por apenas 0,036s. Em
resultado, o alemão despede-se
sultados, mas no final saímos daqui
dy Krummenacher mostrou que é
termos de tempos combinados, a
da Austrália com a liderança do
com três segundos lugares, uma pole
um piloto a ter em conta nesta bat-
liderança não mudou enquanto
campeonato no mesmo dia em que
position e uma volta mais rápida na
alha com o mesmo a estabelecer
que o segundo melhor registo ain-
completou 29 anos de idade. | MOTORCYCLE SPORTS | -53-
Dakar TEXTO: Bernardo Matias
Marcin Kin
Dakar curto, intenso e repleto de emoções
No fim é que se fazem as contas pode ser um ‘chavão’, mas assenta em pleno no Dakar 2019. As trocas de líder foram quase diárias e as vantagens do primeiro classificado foram sempre curtas. Toby Price acabou por ser quem destacou para alcançar o seu segundo título, apesar de lutar contra as dores num pulso lesionado cerca de um mês antes.
-54- | MOTORCYCLE SPORTS |
Foi uma edição muito curta em ter-
serem aspetos fulcrais.
mos de dias e de quilómetros, mas
Em dez tiradas houve oito vencedo-
rica em emoções. As características
res diferentes e Toby Price só tem
do percurso, com muita areia, múlti-
uma vitória em etapa – precisamente
plas dunas e navegação complicada,
na última, em que tinha de gerir uma
contribuíram em muito para estas
curta margem para Pablo Quintanilla
emoções – não foi difícil errar e per-
que acabou por cair à sua frente du-
der tempo, com a posição de partida
rante o percurso desse mesmo der-
e consequentemente a estratégia a
radeiro dia.
BMW Motorrad
Barreda entrou a ganhar
Marcin Kin
Honda Racing Corporation
Dakar
Walkner deu a primeira vitória em etapa à KTM em 2019
Este Dakar teve uma ampla par-
riores e um line-up com alguns dos
pela frente que não podia decidir
que a equipa nipónica estava a bom
ticipação portuguesa. Foram um
melhores do todo-o-terreno (Ma-
nada mas podia já causar atrasos ou
nível nesta fase inicial da prova.
total de nove lusos a entrarem em
tthias Walkner, Sam Sunderland,
abandonos – quem não se lembra da
O equilíbrio foi evidente ao longo
competição – por ordem alfabética:
Toby Price) colocavam a marca de
queda de Joaquim Rodrigues na tira-
do itinerário, com os dois primeiros
António Maio, David Megre, Fausto
Mattighofen num patamar superior.
da inaugural em 2018?
a acabarem separados por meros
Mota, Hugo Lopes, Joaquim Rodri-
Mas rivais não faltavam – a Honda,
Nesta tirada houve um homem que
22 segundos. Na geral, isso também
gues, Mário Patrão, Miguel Caetano,
com Joan Barreda e Kevin Benavides
se destacou – Joan Barreda liderou
se refletia: Barreda manteve-se na
Paulo Gonçalves e Sebastian Bühler.
em pleno, a Husqvarna com Pablo
a tabela de tempos em todos os
frente, mas apenas 1m31s acima de
Destes, cinco chegaram ao fim, com
Quintanilla desejoso de alcançar o
waypoints e acabou por ser o ven-
Walkner – que ascendeu a segundo
Rodrigues a ser o mais forte em 17.º.
primeiro título ou a Yamaha que ti-
cedor (mesmo com uma queda…)
– e com 1m33s de margem face a
nha Adrien van Beveren e Xavier de
batendo Pablo Quintanilla (Husq-
Brabec, que com estes resultados
O que os pilotos tiveram pela
Soultrait como grandes candidatos a
varna) por 1m34s. Toby Price arran-
conseguiu conservar o terceiro posto
frente
quebrar o jejum de vitórias.
cou a prova com um terceiro lugar a
da classificação. Tal como na véspera,
A edição de 2019 do Dakar foi bas-
A expectativa era de um Dakar de
3m08s, neste que foi um arranque
Gonçalves foi o melhor dos pilotos
tante difícil de montar. A falta de
emoções fortes e assim aconteceu.
positivo para a Honda. Entre o con-
portugueses participantes repetindo
interesse dos países sul-americanos
Não houve nenhum dia monótono
tingente luso, Paulo Gonçalves (Hon-
o 11.º posto. Maio fez novo top cin-
obrigou a Amaury Sport Organisa-
neste Dakar no que toca às duas
da) foi o melhor em 11.º, sendo de
co entre os rookies, desta feita sendo
tion a encontrar uma solução de re-
rodas, com surpresas a acontece-
destacar o facto de António Maio ter
o terceiro dessas contas e 35.º em
cursos mais perto da prova do que é
rem quase diariamente. Para ter uma
sido o quinto melhor dos rookies.
absoluto.
habitual – a pouco menos de meio
ideia da dureza da prova, dos 137
ano. Realizar a prova exclusivamente
que arrancaram apenas chegaram ao
Segunda etapa: Walkner no topo
Terceira etapa: três dias, três
no Peru com apenas dez etapas foi a
fim 75 pilotos, com a primeira tirada
Depois de um primeiro contacto
vencedores
solução. Curto, mas duro, o percurso
a ter feito logo duas ‘baixas’.
com o terreno deste Dakar, a segun-
O terceiro dia do Dakar levou os
da etapa levou os pilotos de Pisco a
pilotos de San Juan de Marcona a
não teve nenhuma etapa sem dunas nem areia, mas também o fesh-fesh
O DAKAR 2019 ETAPA A ETAPA
San Juan de Marcona, num total de
Arequipa com 331km cronometra-
colocou dificuldades aos pilotos,
Primeira etapa: Barreda entrou
342km cronometrados e 211km de
dos e 467km de ligação. Depois de
além de alguns pisos mais rochosos.
mais forte
ligação com a partida das motos a ser
controlar durante a grande maioria
Foram
cronometrados,
Como ‘aquecimento’, a curta etapa
depois dos carros. Pela primeira vez
do percurso, Xavier de Soultrait ga-
com o habitual dia de descanso entre
inaugural teve 84km cronometra-
nesta edição houve uma KTM a ga-
rantiu a primeira vitória em etapa do
as quinta e sexta tiradas.
dos e 247km de ligação entre Lima
nhar, com Matthias Walkner a bater
ano para a Yamaha ao bater Pablo
À partida, o favoritismo recaía na
e Pisco, no dia 7 de janeiro. Era uma
dois homens da Honda – Ricky Bra-
Quintanilla por 15 segundos. O ho-
KTM. 17 títulos nos 17 anos ante-
distância curta que os pilotos tinham
bec e Barreda, que assim mostravam
mem da Husqvarna passou a liderar
2.951km
-56- | MOTORCYCLE SPORTS |
Honda Racing Corporation
a geral 11m23s na frente de Kevin Benavides (Honda), naquela que foi a primeira mudança de comandante. É que Barreda entrou nesta etapa como o líder, mas foi forçado a abandonar depois de ficar preso numa
luso desta etapa, em 18.º, enquanto
ravina na qual entrou mas não con-
na geral Mário Patrão passou a ser o
seguiu sair com os próprios meios.
primeiro dos portugueses em 21.º.
Acabou por ser resgatado do local e só foi possível remover a sua Honda
Sexta etapa: Quintanilla chegou
cinco dias depois, num desfecho de
ao topo
grande desilusão para o espanhol. Paulo Gonçalves, em sexto, voltou a
Depois de um dia de descanso me-
Paulo Gonçalves em crescendo foi o melhor luso
recido em Arequipa, o Dakar voltou
na fase inicial
ser o melhor dos lusos.
com a sexta tirada entre Arequipa e San Juan de Marcona. Com 336km
Soultrait este esteve longe de ser
cronometrados e 502km de ligação,
Honda Racing Corporation
De referir que apesar da vitória de um dia positivo para a Yamaha, que se viu reduzida de quatro para dois pilotos. Franco Caimi cedeu à lesão que já tinha colocado a sua participação em dúvida, enquanto Rodney Faggotter teve problemas na moto.
esta foi a etapa mais extensa em termos de distância total. Em mais um dia duro e cheio de areia e dunas, Pablo Quintanilla alcançou o seu primeiro triunfo do ano ao bater Kevin Benavides por 1m52s. Com Brabec e Sunderland (que abriu a estrada) a
Quarta etapa: Brabec vencedor e
perderem vários minutos, Quintanilla
líder da geral na etapa maratona
voltou assim ao comando da classi-
A quarta etapa ligou Arequipa e Mo-
ficação 4m38s na frente de Brabec.
qegua com 405km cronometrados,
Quintanilla, vencedor do dia, fez as-
sendo a etapa maratona sem qual-
Brabec recolocou a Honda no topo
quer assistência no final. Continuan-
sim o rescaldo da etapa: ‘Tudo correu consoante o planeado e estou feliz por
do a tendência dos primeiros dias,
ganhar a etapa. O dia não foi fácil, o
houve novo vencedor, agora Ricky
ritmo foi muito rápido e a navegação
Brabec batendo Matthias Walkner
foi difícil. Também tivemos fortes ven-
por claros 6m19s. Com Quintanilla
tência consigo.
a atrasar-se, Brabec pôde assumir a
Gonçalves – que caíra – e viu-lhe se-
tos contrários. Tivemos uma boa luta
rem devolvidos os minutos cedidos.
com o Kevin Benavides e numa altura
dianteira da classificação 2m19s na
Quinta etapa: Brabec concluiu
Assim, a vitória sorriu ao britânico da
consegui passá-lo e manter a liderança’.
frente do chileno. Toby Price, terceiro
primeira semana na frente
KTM, com um tempo 3m23s mais
António Maio e Sebastian Bühler
da etapa, subiu à mesma posição da
A primeira semana do Dakar chegou
rápido do que o de Soultrait. Embora
estiveram em plano de destaque no
geral.
ao fim com a quinta etapa entre Mo-
tenha terminado num modesto 12.º
que respeita ao contingente portu-
Tal como nas anteriores etapas, Pau-
quegua e Arequipa – foram 345km
lugar, Brabec foi capaz de continuar
guês, sendo 17.º e 21.º respetiva-
lo Gonçalves foi o melhor luso, repe-
de especial e 431km de ligação. A
na frente da prova 59 segundos aci-
mente, além de primeiro e tercei-
tindo um sexto lugar em etapa. De
partida foi dada em grupos de dez pi-
ma de Sunderland.
ro entre os rookies. e melhor dos
registar a primeira desistência dos
lotos, o que tornou a tirada bastante
Gonçalves viu o seu Dakar terminar
rookies naquele que era o seu me-
pilotos portugueses presentes à par-
emocionante, com incerteza até ao
neste quinto dia devido a uma apa-
lhor resultado em etapa até então.
tida. Hugo Lopes foi um dos 26 pi-
fim. Xavier de Soultrait cortou a meta
ratosa queda que o deixou lesionado
Uma queda violenta afastou Mário
lotos a ceder na dureza desta etapa,
como o mais rápido, mas acabaria
ao ponto de ter de ser transferido
Patrão desta edição do Dakar, redu-
ficando com a sua moto destruída. O
por não levar de vencida…
para um hospital, mas não com gravi-
zindo assim o grupo de portugueses
piloto competiu na categoria Original
… isto porque Sam Sunderland per-
dade. Com Gonçalves de fora, cou-
a seis. O homem de Seia foi trans-
by Motul, sem qualquer tipo de assis-
deu muito tempo a ajudar Paulo
be a Joaquim Rodrigues ser o melhor
portado ao hospital em Lima. Apesar | MOTORCYCLE SPORTS | -57-
de fisicamente não sofrer mazelas
A vitória foi assim comentada por
de maior, Patrão ficou naturalmente
Brabec: ‘Sabe bem. Precisava que o dia
desiludido, como admitiu: ‘A dure-
corresse bem. Sabia que tinha feito por-
za do fesh-fesh e a pouca visibilidade
caria no dia anterior. […]. O dia é mais
‘bateram-me à porta’ e infelizmente
ao meu estilo como onde vivo, foi diver-
estou fora de prova, o que me deixou
tido e confortável. Estávamos todos a
muito triste. No km74 embati em algo
pilotar juntos e a divertir-nos com isso’.
que creio ser uma pedra, tendo capota-
Joaquim Rodrigues, da Hero Motos-
do para a frente com muita violência.
ports, foi o melhor dos portugueses
Ainda lutei até ao WP2, mas as dores
nesta sétima etapa com o 11.º tem-
ditaram a minha sorte’.
po, sendo ainda de realçar o 19.º
Marcin Kin
Dakar
posto de Sebastian Bühler que era o Top cinco da etapa:
seu melhor resultado até ao momen-
1.º P ablo Quintanilla (Husqvarna),
to – foi também segundo melhor
3h50m47s 2.º K evin Benavides (Honda), + 1m52s 3.º M atthias Walkner (KTM), + 4m21s
Queda afastou Mário Patrão da prova
rookie, logo na frente de António Maio (20.º). O melhor luso desta tirada, Rodri-
360km cronometrados e 215km de
areia. Tive algumas pequenas quedas
gues, comentou: ‘Foi uma etapa muito
ligação. Matthias Walkner venceu
no fesh-fesh, estava muito nevoeiro e
difícil com as condições meteorológicas
pela segunda vez em 2019, desta
durante muito tempo não conseguias
4.º T oby Price (KTM), + 4m48s
a não serem boas para pilotar. Foi uma
feita 45 segundos à frente de Pablo
mesmo ver bem à tua frente. Fiquei
5.º A drien van Beveren (Yamaha), +
etapa rápida e passámos muitos trilhos
Quintanilla. Com Sam Sunderland
verdadeiramente satisfeito com a mi-
anteriores que estavam completamen-
penalizado (com uma penalização
nha pilotagem’.
5m31s
te destruídos. A tempestade de areia
posteriormente anulada), Toby Price
António Maio foi a quarta vítima
Sétima etapa: Emoção continuou
no deserto foi terrível e tornou difícil ver
aproveitou para ascender ao coman-
portuguesa, com problemas na sua
ao rubro e Brabec voltou ao
algo além da moto, complicando muito
do da prova após ser o terceiro mais
Yamaha quando estava a acercar-
comando
a navegação. Mesmo antes do fim, o
rápido.
-se do top 20 da prova a forçarem
Com início e fim em San Juan de
Michael Metge ficou sem combustível
O australiano beneficiou também do
o abandono. Rodrigues foi o melhor
Marcona, a etapa sete propunha aos
pelo que tentei empurrar a moto dele
abandono de Brabec. O até então
dos lusos em 12.º. O piloto de Bar-
pilotos enfrentar 323km cronome-
até à meta. Estou muito feliz por aca-
líder foi vítima do motor da sua Hon-
celos ainda teve um contratempo
trados e apenas 64km de ligação.
bar a etapa e também com a forma
da, que cedeu a apenas três dias do
que podia tê-lo forçado a ficar pelo
Confirmando-se a tendência que es-
como a moto se comportou’.
fim e quando a vitória parecia bem
caminho, como revelou: ‘Uma queda
encaminhada – dispunha de 7m47s
num buraco por assinalar deixou-me
tava a verificar-se, o vencedor do dia anterior – com a tarefa de abrir es-
Top cinco da etapa:
de margem face a van Beveren. Azar
maltratado nas costas. Na zona de
trada – teve dificuldades, nomeada-
1.º S am Sunderland (KTM),
de uns, sorte de outros, e Price ficou
reabastecimento fui visto pela equipa
1m03s à frente de Quintanilla. Com
médica que me aconselhou a não se-
Walkner a 6m35s, os dois últimos
guir, mas medicaram-me e pude conti-
mente Pablo Quintanilla que perdeu mais de 21 minutos para o vencedor da tirada.
3h51m41s 2.º J ose Ignacio Cornejo (Honda), +
dias prometiam ser intensos. Entre-
nuar’. Destaque ainda para Sebastian
Esse foi Sam Sunderland, ao ser
3.º R icky Brabec (Honda), + 6m30s
tanto, Kevin Benavides foi alvo de
Bühler, cujo 21.º tempo permitiu-lhe
1m51s mais rápido do que Jose Ig-
4.º A drien van Beveren (Yamaha), +
uma dura penalização por levar no-
ser o segundo melhor rookie.
nacio Cornejo (Honda). Foi outro homem da equipa nipónica, Ricky Brabec, a sair mais satisfeito deste
1m51s
9m40s 5.º L uciano Benavides (KTM), + 11m19s
dia, uma vez que sem ganhar a res-
tas não permitidas e ficou fora da contenda.
Top cinco da etapa:
Walkner, vencedor do dia, comen-
1.º M atthias Walkner (KTM),
tou: ‘Foi um bom dia para mim, tentei
3h55m25s
ponsabilidade de abrir a estrada re-
Oitava etapa: Price assumiu as ‘ré-
atacar durante todo o dia. Partir com
cuperou a liderança da geral 7m47s
deas’ em dia inglório para Brabec
os carros não foi tão mau. [...]. Cheguei
na frente de Adrien van Beveren –
Com o final do Dakar cada vez
ao reabastecimento e vi que o Toby ti-
3.º T oby Price (KTM), + 1m13s
que se mantinha na luta a bordo de
mais próximo, a oitava etapa ligou
nha recuperado algum tempo, pelo que
4.º A ndrew Short (Husqvarna), +
uma Yamaha.
San Juan de Marcona a Pisco com
sabia que tinha de atacar mesmo na
-58- | MOTORCYCLE SPORTS |
2.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), + 45s
9m51s
???????????
Honda Racing Corporation
Brabec regressou ao comando na etapa sete
5.º A drien van Beveren (Yamaha), + 11m48s
Metge, que devolveu a Sherco aos triunfos em tirada, afirmou: ‘Foi uma etapa muito longa para mim. Começá-
Price chegou ao topo (e de nunca lá mais saíria...)
3m28s 4.º M atthias Walkner (KTM), + 3m29s
na etapa) acabou em terceiro – viu-lhe devolvido o tempo da penaliza-
Nona etapa: Decisões adiadas até
mos no segundo grupo com o Daniel
ao fim
Nosiglia e permanecemos juntos ao
Lima estava cada vez mais perto,
longo da etapa, atacando muito. Co-
Décima etapa: Price triunfal na
que assim acabou em quarto.
mas antes os pilotos ainda tinham
meti alguns erros de navegação mas
emocionante última etapa
Chegou assim ao fim da melhor for-
pela frente a nona etapa com início
mantivemos um bom ritmo e, no final,
Com apenas 1m02s a separarem os
ma um Dakar intenso para Price. Le-
e fim em Pisco – 313km contra o
apanhámos o primeiro grupo. Estava
dois primeiros classificados, a última
sionado num pulso cerca de um mês
cronómetro e 96km de ligação. O
stressado no final porque a vitória foi
etapa entre Pisco e Lima prometia
antes da prova, o australiano teve
dia podia ser decisivo, mas também
muito disputada, mas tentei permane-
ser de emoções. 112km cronometra-
de sofrer muito para alcançar o seu
podia deixar tudo por decidir – como
cer focado e quando cruzei a meta foi
dos e 247km de ligação não davam
segundo título e o 18.º consecutivo
foi o caso.
muito bom’.
tranquilidade ao líder Toby Price e
da KTM.
O arranque foi em grupos de dez
Rodrigues foi o melhor dos pilotos
incentivavam o segundo classificado
Sebastian Bühler fez o seu melhor
pela ordem da classificação do dia
portugueses ao estabelecer a 18.ª
Quintanilla a atacar.
resultado da prova ao ser décimo
anterior, o que acabou por dar aso
marca. Ainda assim, o barcelense so-
O chileno deu o tudo por tudo em
nesta última etapa a 10m41s de Pri-
a um resultado surpreendente. Mi-
freu um percalço, como revelou no
busca do triunfo e acabou por exa-
ce. Mais abaixo, Joaquim Rodrigues
chael Metge (Sherco) e Daniel No-
fim do dia: ‘Foi duro, tive um acidente
gerar numa duna quebrada protago-
foi 12.º, com ambos sempre na dis-
siglia Jager (MEC HRC) discutiram
e danifiquei um bocado a minha moto.
nizando uma violenta queda. Apesar
cussão dos últimos lugares do top
os primeiros lugares desde o início e
As minhas costas ainda estão doridas,
de ficar magoado num pé, Quinta-
dez ao longo da etapa. David Megre
acabou por ser o francês a levar de
pelo que decidi ter calma e trazer a mi-
nilla seguiu até final, só que muito
abandonou devido a queda a uma
vencida com dois minutos de vanta-
nha Hero até ao fim de forma segura.
atrasado e já sem esperanças de lutar
escassa distância do fim, uma vez
gem face a Jager.
Foi um dia muito difícil mas estamos
pelo triunfo.
que teve de ser transportado a um
Quintanilla rubricou a terceira marca
na meta com apenas mais um dia em
Price, que viu o rival cair mesmo
hospital.
e conseguiu recuperar um segundo
falta’.
à sua frente, só teve de gerir o seu
Em termos de classificação geral, Ro-
ritmo e manter-se a salvo de contra-
drigues fechou como o melhor luso
ao líder Price – ficou a 1m02s do
5.º T oby Price (KTM), + 3m29s
posto final e Sam Sunderland (quarto
ção sofrida dias antes e beneficiou ainda dos problemas de Quintanilla,
topo. A Yamaha ficou sem Adrien van
Top cinco da etapa:
tempos até ao fim, acabando mesmo
em 17.º – mais adiante, aprofunda-
Beveren quando este ainda acalen-
1.º M ichael Metge (Sherco TVS),
por ganhar a etapa para celebrar o
mos a prova dos portugueses. Des-
seu segundo título no Dakar. Jose
taque ainda para o 20.º posto final
Ignacio Cornejo e Walkner comple-
de Bühler, terceiro melhor estreante.
tava esperanças de discutir o título – a cerca de 15km do fim da etapa, o motor do francês partiu ditando o abandono de forma inglória.
3h46m38s 2.º D aniel Nosiglia Jager (MEC HRC), + 2m00s 3.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), +
taram o lote dos três mais rápidos da tirada. Walkner chegou ao segundo
Top cinco da décima etapa: | MOTORCYCLE SPORTS | -59-
Frédéric Le Floc’h
Dakar
Michael Metge surpreendente ao ganhar a nona tirada
Joaquim Rodrigues terminou como melhor português
1.º T oby Price (KTM), 1h14m01s
cos partiam naturalmente como os
vindima’ bem se pode aplicar à per-
[…]. Fazer os três primeiros lugares pode
2.º J ose Ignacio Cornejo (Honda), +
grandes candidatos e confirmaram o
formance da KTM no Dakar 2019.
parecer fácil em teoria, mas se seguem
grande favoritismo, apesar do equi-
Apesar de ter tardado em assumir
o Dakar e o quão difícil foi chegar a este
líbrio reinante ao longo de toda a
a dianteira da classificação, o cons-
resultado, é incrível o que o nosso pessoal está a fazer’.
2m21s 3.º M atthias Walkner (KTM), +
prova.
trutor austríaco teve sempre um
4.º S am Sunderland (KTM), + 3m19s
2m38s
Como não só de velocidade se faz
dos seus pilotos no top três da geral
5.º L uciano Benavides (KTM), +
o Dakar, mas também de resistên-
desde a segunda etapa – na primei-
Toby Price, vencedor
cia, estratégia, calma e paciência, a
ra semana, só Benavides não passou
Numa análise piloto a piloto, Toby
3m20s
KTM não pareceu incomodada pelo
por lá.
Price fez uma prova bastante regu-
Top cinco final:
facto de nunca ocupar a liderança
Quando Toby Price chegou ao co-
çar: excetuando a tirada inaugural,
1.º T oby Price (KTM), 33h57m16s
na primeira semana de prova. Das
mando na etapa oito, nunca mais o
esteve sempre no top cinco da geral,
(1m33s de penalização)
quatro principais fábricas, a marca de
largou. Soube gerir uma curta mar-
fazendo uma progressão gradual ao
2.º M atthias Walkner (KTM), +
Mattighofen e a Husqvarna foram as
gem face a Pablo Quintanilla para
longo da segunda semana – come-
únicas a chegar ao fim com todos os
levar de vencida 9,13s na frente do
çando por subir de quarto para ter-
9m13s (3m00s de penalização) 3.º S am Sunderland (KTM), +
seus principais pilotos – no caso da
colega Walkner. A queda de Quin-
ceiro na etapa seis antes de chegar
13m34s (2m00s de penalização)
KTM, Luciano Benavides, Matthias
tanilla permitiu a Sunderland fechar
ao topo na etapa oito nunca mais o
4.º P ablo Quintanilla (Husqvarna), +
Walkner, Sam Sunderland e Toby
um pódio totalmente KTM – bem
largando.
Price.
como o facto de o britânico ter visto
O australiano apenas ganhou a últi-
A primeira semana de prova podia
anulada uma forte penalização que
ma etapa, mas nem teria precisado
deixar antever um ponto final no mo-
recebera dias antes.
dessa vitória em especial para selar
20m46s 5.º A ndrew Short (Husqvarna), + 44m10s
nopólio da KTM. Nas cinco primeiras
Pit Beirer, diretor desportivo da
o triunfo – o que vinca bem que o
O BALANÇO DOS PRINCIPAIS
etapas, nunca passou pela liderança
KTM, fez assim o rescaldo deste
Dakar não se faz de triunfos em eta-
CONSTRUTORES NO DAKAR
da classificação geral, algo que só
Dakar: ‘Para nós é outro momento
pa, mas sim de uma regularidade for-
2019
aconteceu pela primeira vez desde
especial, particularmente entrando na
te entre os mais rápidos, sem erros
O Dakar da KTM
que os austríacos começaram a par-
nova época, uma vez que todo o mun-
de maior.
Começa a ser difícil encontrar pala-
ticipação de fábrica em 1994.
do da competição está a olhar para
Price, que lutou contra uma lesão
vras para descrever a magnitude do
Já desde que começou a série de tí-
o Dakar. […]. É uma longa luta e pre-
sofrida cerca de um mês antes do
domínio da KTM no Dakar. Nunca
tulos em 2001 só por quatro vezes é
paramos sempre e esperamos com os
Dakar, comentou assim o seu segun-
em nenhuma categoria uma marca
que ao fim das cinco tiradas inaugu-
nossos pilotos. Lutámos com a dor de-
do título: ‘É louco saber que ganhei o
conseguiu monopolizar os títulos du-
rais não havia uma KTM no topo da
les mas acabámos por conseguir dar a
rali – nem sequer pensei que conseguia
rante tantas edições seguidas – com
geral nas motos.
volta à corrida outra vez e ganhar com
chegar ao dia de descanso. A minha
a deste ano, já são 18. Os austría-
O ditado ‘até ao lavar dos cestos é
um resultado tão dominador é incrível.
moto esteve incrível, a moto esteve
-60- | MOTORCYCLE SPORTS |
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool
incrível, honestamente sem a ajuda e apoio de todos em torno de mim não estaria aqui como vencedor do Dakar.
– incluindo a última, na qual perdeu a chance de lutar pelo título. Para Quintanilla, o quarto lugar terá
[…]. O pulso ficou pior a cada dia mas
certamente um sabor algo amargo –
tive de serrar os dentes por uma últi-
apesar de ser um dos seus melhores
ma vez [no último dia] e lutar por isto.
resultados finais, nunca terá estado
Felizmente, todo o trabalho árduo valeu
tão próximo de vencer como em
a pena e a dor já não importa – estou
2019. Quanto ao norte-americano
Toby Price
aqui como campeão do Dakar 2019’.
Short, a completar a sua segunda participação, teve uma prova sólida,
Matthias Walkner, segundo clas-
sempre a rondar os dez primeiros lu-
sificado
gares e sem cometer erros de maior.
Matthias Walkner entrou no Dakar
cinco da geral em duas etapas), sen-
primeiras etapas, nunca de lá saiu na
Subiu gradualmente na tabela até al-
para defender o seu título. Conse-
do regularmente um dos cinco mais
segunda semana. Contas feitas, aca-
cançar um positivo quinto lugar final.
guiu duas vitórias em etapa, mas uma
rápidos ao longo dos dias. A anula-
bou no oitavo posto da geral. Já Laia
Da parte da Husqvarna, o diretor de
terceira tirada menos positiva rele-
ção da penalização sofrida na oitava
Sanz, depois de lutar contra o vírus
equipa Pela Renet elogiou o trabalho
gou-o para o oitavo posto. Daí em
etapa permitiu-lhe assegurar o lugar
Epstein-Barr falhou o top dez final
de ambos os pilotos: ‘Quer o Pablo,
diante esteve sempre em recupera-
mais baixo do pódio. Sunderland co-
por muito pouco ao ser 11.ª. Tam-
quer o Andrew, fizeram um trabalho
ção até chegar ao segundo lugar final
mentou: ‘Estou feliz por ter terminado
bém nas fileiras KTM estava Mário
incrível no Peru. O Pablo atacou pela
terminando a 9m13s de Price. Mes-
o Dakar, este ano foi muito difícil quer
Patrão, que abandonou na quinta
vitória na geral até à última etapa e o
mo sem o título, o austríaco ficou sa-
mental, quer fisicamente. […]. No geral
etapa com problemas na sua moto.
Andrew excedeu as expectativas de to-
tisfeito com o seu rendimento: ‘A cor-
estou feliz com a forma como pilotei e
rida foi tão renhida este ano, acredito
já estou ansioso pela próxima corrida’.
verdadeiramente que fiz o meu Dakar
dos ao ficar dentro do top cinco. […]. O Dakar da Husqvarna
Estamos orgulhosos destes dois pilotos
A seguir à KTM, a Husqvarna mos-
incríveis da nossa equipa e prometemos voltar ainda mais fortes no futuro’.
de sempre. Todos os dez dias correram
Luciano Benavides e Laia Sanz
trou ser a equipa mais forte neste
bem e cometi o mínimo de erros’.
também chegaram ao fim
Dakar. Apenas com dois pilotos à Pablo Quintanilla, quarto
tanilla, teve sempre pelo menos um
O principal oponente de Toby Price
A completar um pódio totalmente
realizando o seu melhor Dakar de
dos seus pilotos entre os mais rápi-
nos últimos dias do Dakar foi Quin-
KTM ficou Sam Sunderland. O ven-
sempre. Evidenciou um progresso
dos das etapas. O chileno conseguiu
tanilla. Chegou a ser vice-líder, a
cedor de 2017 também realizou uma
constante – depois de só ter sido um
inclusive a ‘proeza’ de só estar fora
pouco mais de um minuto do austra-
prova constante (só ficou fora do top
dos dez mais rápidos numa das cinco
da zona de pódio em três das etapas
liano, entrando na derradeira tirada
Matthias Walkner
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool
partida, Andrew Short e Pablo Quin-
grou o quarteto principal da KTM,
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool
Luciano Benavides também inteSam Sunderland, terceiro
Sam Sunderland
| MOTORCYCLE SPORTS | -61-
Marcin Kin
Dakar
com legítimas esperanças de lutar
des protagonistas da luta pelos luga-
pelo triunfo final. No entanto, uma
res cimeiros… até abandonar. O pilo-
aparatosa queda na última etapa
to entrou na nona e penúltima etapa
afastou-o dos lugares de pódio. No
em quinto a 11m48s do líder, o que
final, Quintanilla afirmou: ‘Estou feliz
lhe abria boas perspetivas de levar a
por ter acabado este Dakar. Aceito o
luta até ao fim. No entanto, acabou
quarto lugar e foco-me no futuro. No
por ser atraiçoado pela sua Yamaha.
geral, estou feliz e dei 100 por cento
Pablo Quintanilla
neste Dakar e corri alguns riscos a lutar
O francês apresentou uma regularidade impressionante – excetuando o
pela vitória. Voltarei mais forte no ano
sétimo lugar na segunda etapa, este-
que vem’.
ve sempre entre o quarto e o quinto postos, passando brevemente pela
Andrew Short, quinto
to de Xavier de Soultrait, embora as
enquanto o mais alto que conseguiu
vice-liderança no fim da etapa sete.
Foi um Dakar sólido para Andrew
expectativas iniciais fossem a de lu-
antes foi o 13.º posto de 2015. Pelo
Quem também abandonou no con-
Short, que na sua segunda presença
tar pelo triunfo que já escapa desde
meio, deu uma vitória em etapa à
tingente da Yamaha foi Franco Caimi.
não se deixou intimidar pelas dunas
1998.
Yamaha na terceira tirada. Uma certa
Uma lesão numa perna tinha coloca-
e pela areia do Peru – só por duas
O diretor de equipa da Yamaha, Ale-
inconstância acabou por impedir o
do a sua participação em risco, mas
vezes esteve fora do top dez em
xandre Kowalski, destacou os pon-
francês de ficar melhor classificado,
o piloto quis arriscar e tentar estar
etapa e na geral, fazendo uma pro-
tos positivos da prova: ‘Este Dakar
mas deu um salto significativo na oi-
à partida. Ainda completou as duas
gressão gradual na tabela ao longo
deu-nos um misto de emoções mas
tava tirada para conseguir a sexta po-
primeiras etapas, sendo 18.º e 17.º,
dos últimos quatro dias para acabar
este ano mostrámos mais uma vez que
sição final. De Soultrait afirmou: ‘Este
mas na terceira abandonou.
em quinto. O desfecho deixou Short
temos uma moto competitiva e uma
foi um Dakar duro e este resultado é a
Igualmente na terceira etapa ficou de
efusivo, segundo as suas palavras:
ótima equipa de pilotos que podem lu-
melhor recompensa para mim e para
fora Rodney Faggotter. O veterano
‘Foram duas semanas longas e estou
tar pela vitória. Estou verdadeiramente
toda a equipa. […]. Estou feliz porque
australiano viu a sua Yamaha ceder
felicíssimo com o meu quinto lugar na
orgulhoso do trabalho árduo que todos
este ano fizemos grandes melhorias
com um problema técnico perto do
geral. […]. Estou muito feliz por tudo ter
os nossos pilotos e membros de equipa
com a moto e toda a nossa abordagem
fim da tirada e foi forçado a aban-
corrido bem para mim este ano. […].
fizeram este ano’.
como equipa’.
donar, depois de ter sido 29.º e 28.º
Estou também feliz porque consegui fa-
nos dois primeiros dias.
zer grandes melhorias durante a corrida
Xavier de Soultrait, sexto
Van Beveren, Caimi e Faggotter
e julgo que isso também se evidenciou
Pela sexta vez num Dakar, de Soul-
abandonaram
O Dakar da Honda
nos meus resultados’.
trait conseguiu aquele que foi o seu
Pelo segundo ano consecutivo,
A edição de 2019 esteve longe de
melhor resultado final – sexto lugar,
Adrien van Beveren foi um dos gran-
ser ‘amistosa’ para os construtores
O Dakar da Yamaha
japoneses nas motos. A Yamaha
Dificilmente pode ser positivo para
chegou ao fim com apenas um dos
a Yamaha o balanço do Dakar 2019.
seus quatro pilotos e a Honda quase
A equipa entrou com quatro pilotos
sofreu o mesmo destino – de cinco
e só chegou ao fim com um, Xavier
que começaram, só dois chegaram
de Soultrait, que alcançou o quinto
ao final e bastante atrasados – Jose
posto final. Os seus colegas ficaram
Ignacio Cornejo e Kevin Benavides.
pelo caminho por diversos motivos –
Saíram assim goradas as expectativas
entre eles, Adrien van Beveren, que
da Honda recupera um título que já
na nona etapa viu a sua moto ceder
foge há três décadas, desde 1989.
muito perto do término do percurso.
O início até foi promissor. Com uma
Mas também Franco Caimi e Rodney
vitória e um terceiro lugar, Joan Bar-
Faggotter foram forçados a abandonar numa altura prematura – ambos
Xavier de Soultrait
reda liderou a geral nas duas primeiras etapas, mas na terceira sofreu o
na terceira etapa. No fim, a Yamaha
primeiro abandono da marca nesta
salvou a sua honra com o sexto pos-
prova. Sempre com um piloto entre
-62- | MOTORCYCLE SPORTS |
Honda Racing Corporation
Van Beveren abandonou perto do fim
Ignacio Cornejo foi outra das surpresas do Dakar
os três mais rápidos das tiradas, a
correu, especialmente na parte final.
da geral após duas etapas. A penali-
reda. O início foi forte, com a vitória
Honda recuperou o comando com
Nós, como equipa, fizemos o melhor
zação sofrida na oitava etapa termi-
na primeira etapa e o terceiro lugar
Ricky Brabec na quarta tirada man-
que podíamos e demos tudo. A prova
nou de vez com as suas esperanças
na segunda a darem-lhe o topo da
tendo-o na seguinte – precisamente
terminou sem um prémio merecido,
e o 12.º lugar foi o resultado possí-
geral 1m31s à frente de Matthias
no dia em que Paulo Gonçalves ficou
mas a equipa trabalhou arduamente e
vel. O argentino admitiu que a prova
Walkner. Mas na etapa três entrou
fora de prova devido a uma aparato-
tudo funcionou bem’.
esteve longe de correr conforme o
numa ravina da qual não conseguiu
sa queda.
esperado: ‘Não se desenrolou da for-
sair pelos próprios meios tendo de
No início da segunda semana, a Hon-
José Ignacio Cornejo, sétimo
ma que pensámos que acabaria […]. É
ser resgatado. Final inglório para o
da continuou a dar boas indicações
Depois de ser chamado à última hora
um bocado feio acabar assim e que as
espanhol.
– Brabec perdeu o primeiro lugar na
em 2018 para substituir o lesionado
coisas sejam resolvidas na secretaria.
Paulo Gonçalves, o outro dos ho-
etapa seis mas recuperou-o na se-
Paulo Gonçalves, Jose Ignacio Cor-
Acabei a prova de forma decente, com
mens da Honda, também abando-
guinte… apenas para abandonar com
nejo mereceu a confiança desde iní-
a minha cabeça erguida como um bom
nou, na quinta etapa devido a uma
problemas na sua moto na oitava
cio para este ano. Fez uma prestação
atleta. Quer a Honda, quer eu, fizemos
aparatosa queda. Mas dele falare-
etapa. No mesmo dia, Kevin Bena-
sólida e quase sempre em trajetória
as coisas bem’.
mos mais ao pormenor mais à frente,
vides sofreu uma dura penalização
ascendente na geral, sendo de desta-
de três horas por usar notas alega-
car três segundos lugares em etapa.
Ricky Brabec e Joan Barreda desis-
damente ilegais e assim o único ho-
No fim, foi sétimo da classificação
tiram
mem da Honda ainda com chances
e o melhor dos homens da Honda.
Um dos grandes azarados do Dakar
As surpresas do Dakar 2019
de discutir o triunfo ficou arredado
Esta prestação deixou Ignacio Cor-
2019 foi Ricky Brabec. Na entrada
Tal como em qualquer prova, à par-
da batalha.
nejo agradado: ‘A verdade é que estou
da reta final da prova era o grande
tida existem sempre outsiders e, no
No final da prova, José Ignacio Cor-
muito feliz com a recuperação que fiz.
candidato da Honda a um triunfo,
fim, quase sempre surpresas. Este
nejo – que deu boas indicações ao
No início perdi tempo numa etapa e as
liderando após a sétima etapa com
Dakar não foi exceção. Andrew Short
longo de todo o rali – foi o melhor
hipóteses de estar no top dez caíram
7m47s de vantagem face a Adrien
foi talvez a maior surpresa – conse-
da Honda em sétimo a mais de uma
um bocado, mas não desistimos e ata-
van Beveren. Tendo terminado de
guiu terminar na quinta posição ao
hora do vencedor, enquanto Brabec
quei até ao fim. Terminei em sétimo na
forma constante entre os três mais
serviço da Husqvarna, num resultado
se quedou pelo 12.º posto – teria
geral, pelo que estou muito feliz’.
rápidos de cada etapa, o norte-ame-
que até está acima das suas expecta-
alcançado o top cinco não fosse a
quando abordarmos todos os nove portugueses que arrancaram.
ricano podia estar muito bem a ca-
tivas iniciais.
penalização da etapa oito.
Kevin Benavides, 12.º
minho de um inédito título. Só que
Também José Ignacio Cornejo se
Raul Castells, diretor de equipa da
Depois de ser vice-campeão no ano
o destino assim não quis e o motor
destacou, fazendo alguns dos me-
Honda, não escondeu o desalento
passado, Kevin Benavides era uma
da Honda atraiçoou-o na etapa oito.
lhores resultados da Honda em eta-
com o desfecho: ‘Estamos muito in-
das principais esperanças da Honda.
Apenas dois dias completos foi o que
pa além de ser o melhor classificado
satisfeitos com a forma como o Dakar
No entanto, só esteve no top cinco
durou o Dakar 2019 para Joan Bar-
da equipa no fim – em sétimo. O jo| MOTORCYCLE SPORTS | -63-
Dakar
Joaquim Rodrigues, o melhor luso em 17.º
Bühler foi o terceiro melhor rookie
vem Luciano Benavides também deu
pa Kenneth Gilbert. Sebastian Bühler
boa conta de si e acabou em oitavo
foi o terceiro e Miguel Caetano o
neste que foi o seu segundo Dakar.
19.º, enquanto os outros rookies
Joaquim Rodrigues, 17.º
Bühler. O piloto esteve em crescen-
Michel Metge evidenciou um bom
portugueses – António Maio e Hugo
Voltando ao Peru depois do apara-
do ao longo da prova e foi, de facto,
nível na Sherco TVS e foi o único
Lopes – ficaram pelo caminho.
toso acidente do ano passado, Joa-
sempre um dos melhores rookies – a
vencedor de etapa fora das quatro
Em Malle Moto – agora Original by
quim Rodrigues teve um Dakar mais
par de António Maio até ao abando-
maiores equipas. Foi 25.º na geral.
Motul – foi Edwin Straver a vencer
discreto do que aquele que talvez se
no deste, esteve sempre na luta pe-
Nessa mesma classificação, Daniel
superiorizando-se face a Arnold Bru-
pudesse antecipar. Sobretudo na pri-
las posições cimeiras dessas contas.
Nosiglia Jager (MEC HRC) fechou o
cy. Miguel Caetano entrou para as
meira semana, em que só por duas
No final, foi o terceiro dos estrean-
top dez e foi o melhor privado para
contas desta classificação e acabou
vezes terminou acima de 30.º. Mas
tes atrás de Ross Branch e Kenneth
fazer o resultado mais forte da sua
na 13.ª posição. Por fim, Laia Sainz
nos últimos quatro dias os resultados
Gilbert, conseguindo ainda um sabo-
carreira.
superou a doença que lhe afetou a
do homem da Hero Motosports me-
roso 20.º lugar absoluto. O seu me-
Também Ross Branch (BAS Dakar
preparação para ser a mais forte das
lhoraram substancialmente mesmo
lhor resultado em etapa foi o décimo
Team) surpreendeu – foi o melhor
senhoras (11.ª em absoluto) batendo
apesar de uma queda que o deixou
posto na última tirada. Estas foram
rookie num honroso 13.º lugar abso-
Mirjam Pol por mais de 16 horas e
com problemas nas costas – dois
as declarações finais de Bühler: ‘Aca-
luto. Também nas contas dos rookies,
meia. Anastasiya Nifontova, terceira
12.º lugares, um 11.º (o melhor que
bámos o Dakar. Foi uma prova que me
destaque para Kenneth Gilbert e
classificada feminina, foi a primeira
conseguiu em etapa) e um 18.º vale-
correu muito bem. Apesar do problema
para o português Sebastian Bühler,
mulher a chegar ao fim em Original
ram-lhe a ascensão até ao 17.º posto
com o pneu não tive mais nenhum
que encerraram o top 20 absoluto e
by Motul.
final.
percalço. Senti que evolui a cada dia.
Para Rodrigues, foi particularmen-
[…]. Acima de tudo o meu objetivo era
o top três dos estreantes.
deixaram boas impressões.
tinha melhores condições de chegar ao fim mais acima era Sebastian
A ‘ARMADA’ LUSITANA NO
te especial chegar ao fim do Dakar:
terminar a corrida. Estou satisfeito com
Os outros vencedores
DAKAR 2019
‘Este é um momento emotivo para
os resultados, mas chegar ao fim era o
Além da classificação geral, há outras
Joaquim Rodrigues foi o melhor
mim. Quis vir aqui e terminar o que não
mais importante’.
contas com vencedores no Dakar.
dos quatro lusos que chegaram
pude começar no ano passado. Iniciei
Na classe maratona, Maurizio Gerini
ao fim
e terminei este Dakar na mesma espe-
Fausto Mota, 29.º
levou de vencida na frente de Marc
Foi uma edição do Dakar repleta de
cial em que caí no ano passado. Estou
A competir mais uma vez na catego-
Sola Terradellas, numa classificação
portugueses: alinharam nove para
muito aliviado por concluir desta vez e
ria maratona, o homem do Tesla-Ta-
em que Fausto Mota terminou no
esta prova e no fim tiveram sortes
ganhar eta luta da minha vida’.
mega Rally Team rubricou mais uma
quinto posto e Miguel Caetano foi
distintas. Mais de metade – quatro
25.º.
– concluíram a prova e chegaram a
Sebastian Bühler, 20.º
resultados mais fortes surgiram nas
Já nos estreantes foi Ross Branch a
Lima e alguns deles fizeram os seus
Dos quatro portugueses estreantes
etapas da segunda semana (com três
ganhar superando o colega de equi-
melhores resultados da carreira e
neste Dakar, um dos que em teoria
top 30), conseguindo alcançar a sua
-64- | MOTORCYCLE SPORTS |
forte participação no Dakar. Os seus
Marcin Kin
posição final – 29.º - na penúltima
fora de prova, o que me deixou muito
tirada depois de fazer uma trajetó-
triste. [Na sexta etapa] no km74 emba-
ria quase sempre ascendente. O seu
ti em algo que creio ser uma pedra, ten-
melhor resultado em etapa foi o 25.º
do capotado para a frente com muita
tempo da nona tirada.
violência. Ainda lutei até ao WP2, mas
Além do 29.º posto absoluto, Mota
as dores ditaram a minha sorte. […]. O
foi ainda quinto na classe maratona.
Dakar virou-me as costas, mas já estou
O piloto considera que a prova lhe
focado na minha recuperação’.
correu de forma positiva: ‘Foi um Dakar duro, ao qual já estamos habituados, mas correu tudo muito bem.
Paulo Gonçalves, abandono
Mário Patrão integrou a estrutura da KTM
Outro dos portugueses que ficou pelo caminho foi Paulo Gonçalves.
queda que nos condicionaram um pou-
Apesar de uma cirurgia de remoção
co, mas fiz a minha melhor exibição no
do baço em dezembro, o homem da
ASO/DPPI
Tive um problema mecânico e uma
Rali Dakar até ao momento e só poderia estar feliz com esse resultado’.
Honda alinhou de forma improvável para este Dakar. A sua participação estava a ser positiva e em trajetória
Miguel Caetano, 69.º
ascendente até que na quinta etapa,
A competir sem qualquer tipo de
quando era oitavo da geral depois de
equipa de assistência na classe Malle
dois sextos lugares, sofreu uma apa-
Moto, Miguel Caetano foi o último
ratosa queda.
dos quatro portugueses que chega-
O incidente levou-o a ser transpor-
ram ao fim do Dakar. Manteve-se à
tado para o hospital e significou o
margem de percalços de maior ao
abandono. Foi apenas a desilusão e
longo dos dez dias e acabou com os
o susto, embora se tenha chegado a
seus dois melhores resultados em etapa (73.º) para acabar em 69.º. Foi
Paulo Gonçalves forçado a abandonar devido a queda
falar de uma lesão no crânio que não se confirmou. Gonçalves escreveu
ainda 13.º em Malle Moto, 19.º dos
nas redes sociais: ‘Apenas saio com al-
rookies e 25.º da classe maratona.
gumas dores e um pouco triste por este acontecimento. Fiz o que estava ao
David Megre, abandono
cional de todo-o-terreno António
Saímos de cabeça erguida e com a
meu alcance, mas ainda não foi desta.
Foi um final inglório do Dakar para
Maio realizou uma prova sempre em
certeza de que fizemos um excelente
Nunca foi minha filosofia de vida jogar
David Megre. Na sua segunda parti-
crescendo – todos os dias ganhou
trabalho’.
a toalha ao chão, por isso voltaremos
cipação, o piloto esteve na luta pelo
posições na geral até ao 21.º posto.
top cinco da classe maratona até ao
O seu melhor resultado em etapa
Mário Patrão, abandono
fim, entrando também nas contas
foi um 17.º lugar. Apesar de estar a
Inserido na estrutura oficial da KTM,
Hugo Lopes, abandono
do top 30. Tem o 32.º lugar da sexta
caminho de um bom resultado final
Mário Patrão estava na luta pelo top
Hugo Lopes fez a sua estreia neste
etapa como melhor resultado e che-
e de um possível top três entre os
20 no fim da primeira metade do
Dakar, inserido também na Malle
gou a ser 32.º na tabela. Até podia
rookies, na oitava etapa tudo che-
Dakar, ao seguir em 21.º tendo dois
Moto. Sem grandes aspirações em
ter terminado algumas posições aci-
gou ao fim devido a problemas na
22.º tempos como melhores resulta-
termos de resultados, o piloto por-
ma, não fosse uma queda já muito
Yamaha de Maio.
dos em etapas. Tudo terminou com
tuguês foi realizando uma prova sem
perto da meta da última etapa mo-
No seu Facebook, Maio assegurou
uma queda violenta na sexta etapa
contratempos de maior nas primeiras
tivar o transporte para o hospital por
que abandonou mas de cabeça er-
que resultou numa vértebra fratura-
três etapas – chegou a estar em 92.º
suspeitas de fratura num pé.
guida: ‘Um problema no motor da
da.
da tabela. No entanto, um inciden-
a lutar!’.
moto obrigou-me a abandonar o rali
Patrão usou as redes sociais para fa-
te na quarta etapa (etapa maratona)
António Maio, abandono
mais cedo do que queria. Foram oito
lar acerca deste desfecho: ‘A dureza
deixou-o com a KTM muito danifi-
Em estreia absoluta ao serviço da
etapas sem quedas onde conseguimos
do fesh-fesh e a pouca visibilidade ba-
cada e forçou ao abandono muito
Drag’On Rally Team, o campeão na-
mostrar aquilo de que somos capazes.
teram-me à porta e infelizmente estou
prematuro. | MOTORCYCLE SPORTS | -65-
Documentário
Dani Pedrosa
O campeão a quem a sorte nunca sorriu
Depois de 2018 ter sido o pior ano do ‘Pequeno Samurai’, a Red Bull realizou um documentário onde foi possível perceber melhor a perceção do piloto face à sua carreira
TEXTO: Gonçalo Viegas -66- | MOTORCYCLE SPORTS |
Dani Pedrosa é um nome que para
um título de MotoGP.
muitos não quer dizer muito, en-
A temporada de 2018 foi a última
quanto para outros é um exem-
de Dani Pedrosa enquanto pilo-
plo de persistência, resiliência,
to profissional a tempo inteiro. O
competitividade e tantas outras
espanhol estreou-se no circuito
características singulares. A sua
mundial no ano de 2001 e logo aí
forma de estar na moto e o forte
conseguiu dois terceiros lugares,
compromisso que teve para com
fechando as contas do seu primei-
a Honda foram dois dos aspetos
ro mundial com uma oitava posi-
que marcaram mais do que uma
ção na classificação geral. No ano
geração, apesar de o número 26
seguinte começou a mostrar-se
nunca ter conseguido conquistar
mais competitivo tendo alcança-
do três vitórias, seis presenças no
ter terminado a última temporada
pódio e outras seis pole positions.
da sua carreira enquanto piloto a
Bem feitas as contas, e ao fim de
tempo inteiro, Pedrosa começou
tantos anos, Pedrosa pendurou o
por falar sobre o papel das motos
capacete com um total de:
na sua infância: ‘A minha paixão pe-
● 54 vitórias (31 na MotoGP; 15
las motos veio do meu pai. Ando de
nas 250cc e oito nas 125cc)
moto desde que tenho memória de
● 52 segundos lugares (40 na Mo-
mim mesmo e sei que chorava quan-
toGP; oito nas 250cc e quatro
do me tiravam de cima dela. Todos
na classe 125cc)
os meus brinquedos eram motos.
● 47 terceiras posições (41 na Mo-
Tudo girava em torno disso.’
toGP; uma nas 250cc e outras
A verdade é que essa paixão foi
cinco nas 125cc)
crescendo e o pequeno Dani co-
● 153 pódios (112 na MotoGP; 24 nas 250cc e 17 nas 125cc)
meçou a competir em mini motos. O tempo foi passando e a impor-
● 49 pole positions (31 na Mo-
tância de continuar a crescer nes-
toGP; nove nas 250cc e outras
te mundo foi ganhando destaque,
nove na categoria mais baixa)
quer para o piloto quer para a sua
● 64 voltas mais rápidas (44 na
família. Contudo, o motociclismo
MotoGP; 15 nas 250cc e cinco
já era na altura um desporto caro,
nas 125cc)
pelo que Pedrosa assumiu ter en-
● 3 campeonatos mundiais (dois nas 250cc e um título nas 125cc)
tendido e compreendido a incapacidade financeira dos seus pais:
De forma a fazer homenagem a
- Tinha 12 anos quando ganhei o
todos estes números e a toda uma
campeonato de Espanha de mini
carreira que primou por alguma
motos e depois tínhamos de pensar
falta de sorte, a Red Bull realizou
em dar um passo maior, mas… não
um pequeno documentário - in-
podíamos pagar. Não fiquei muito
titulado de ‘The Silent Samurai’ -,
triste, na verdade. Entendi a situa-
onde recordou alguns dos melho-
ção. Não sei porquê…na altura, não
res (e piores) momentos do núme-
pensei que seria um piloto de motas.
ro 26.
Entre o chegar aos mundiais e
‘Obrigado a todos por estarem aqui.
conquistar o seu primeiro mundial,
Gostaria de vos informar que no
Pedrosa não perdeu muito tempo.
próximo ano não vou competir no
O piloto começou a competir no
campeonato. Foi uma decisão difícil.
circuito mundial de 2001 e logo
Não vivo as corridas com a mesma
nesse ano mostrou ter boas ca-
intensidade de antes. Agradeço aos
pacidades, aliada a alguma consis-
fãs por terem dado sempre o seu
tência. Como prova disso mesmo
apoio mesmo nos momentos mais
surge o facto de ter fechado as
difíceis. Este é o caminho que acre-
contas com 100 pontos e um oita-
dito ter de percorrer’. Estas foram as
vo lugar da geral. No ano seguinte
palavras que marcaram o início do
terminaria no terceiro posto com
fim quando, em Sachsenring, o es-
243 pontos, apresentando uma di-
panhol anunciou a sua retirada no
ferença de 30 pontos para com o
final da temporada de 2018.
campeão Arnaud Vincent. Manuel
O tempo foi passando e depois de
Poggiali seria segundo com 254 | MOTORCYCLE SPORTS | -67-
Documentário
Dani Pedrosa
pontos. Depois de dois anos a mostrar uma clara evolução, Pedrosa conquistou o seu primeiro título mundial em pleno Circuito de Sepang a duas rondas para o fim do campeonato. Nessa altura, o número três mostrou que todo o trabalho desenvolvido até então acabaria por dar a devida recompensa. ‘Quando ganhei o primeiro campeonato mundial foi realmente o melhor momento. Estar no pódio parecia impossível, mas dentro do impossível…foi possível. (…) A minha vida sempre foi um conjunto de situações onde mostrei a mim mesmo que podia fazer coisas que nem eu acreditava que conseguia’, disse o atual piloto de testes da KTM. Porém, na ronda seguinte – em Phillip Island – não teve a sequência vitoriosa desejada face à conquista que havia conseguido dias antes...Tudo devido a uma queda numa aproximação à curva dez. Sobre o sucedido, Alberto Puig – ex-patrão de Dani Pedrosa – comentou que esta foi uma fase muito complicada para o então jovem piloto: ‘Foi duro mas, felizmente, já tínhamos vencido o campeonato na semana anterior na Malásia. Foi um golpe duro. Lembro-me que tínhamos de ficar na Austrália. Ele lesionou-se a sério em ambos os tornozelos. Ele teve a sorte de ter um médico incrível, porque é ótimo quando tudo corre bem numa altura em que precisas de uma cirurgia de urgência.’ Por outro lado, Basilia Ramal – a mãe de Pedrosa – declarou que este momento menos favorável deixou o pequeno Pedrosa com algumas dúvidas sobre o seu futuro: - Lembro-me muito bem que ele fazia os seus exercícios e um dia dis-68- | MOTORCYCLE SPORTS |
se-me: ‘Mãe, achas que vou ser o mesmo que antes?’ E eu disse: Não, não vais ser o mesmo, vais ser muito melhor. As palavras de Basilia tiveram tanto efeito no recém-campeão que o piloto chegou à África do Sul e lutou pela vitória, apesar do próprio ter reconhecido ‘ter chegado tarde’ à nova categoria. Ainda assim, e mantendo-se na sua Honda, Pedrosa venceu com uma vantagem de meio segundo para Randy de Puniet, que estava aos comandos de uma Aprilia. Como justificação para os seus primeiros pontos na categoria intermédia, Pedrosa referiu com um sorriso que ‘estava com pressa’ de vencer, uma vez que tinha menos quilómetros acumulados face aos seus adversários mais diretos.
Island.
e que te permite não perder. É difícil
que suscitou algumas dúvidas no
Ao longo do ano, Pedrosa apre-
Em 2005 conquistou o último
de explicar, mas… quando ganhas
colega de equipa de Nicky Hay-
sentou uma consistência de fa-
mundial, deixando Casey Stoner
muito, isso permite-te não perder.
den.
zer inveja a qualquer adversário.
e Andrea Dovizioso nos restantes
Por outro lado, quando não vences
Por isso mesmo Pedrosa encarou
Depois de ter vencido a primeira
lugares do pódio geral. Para justi-
fazes perguntas. É por causa disto
este desafio com uma certa nor-
corrida, o espanhol não terminou
ficar o seu terceiro campeonato, o
ou daquilo? Porquê? Analisas tudo…
malidade, admitindo mostrar-se
a ronda em Jerez. No entanto, até
agora ex-atleta da Honda referiu
mas quando ganhas tu apenas sen-
contente com qualquer feito que
ao final da temporada, Pedrosa
que a sua consistência desportiva
tes.’
conseguisse alcançar. ‘Qualquer
concluiu todas as corridas e ter-
foi o fator principal para adquirir
Com a subida para a categoria rai-
coisa que fizesse no MotoGP estaria
minou no pódio num total de 12
mais um título mundial antes de
nha Dani Pedrosa teve muito que
para mim mais do que bom’, dado
vezes, ficando de fora do top três
dar o grande passo para o Moto-
aprender. As motos eram ‘gigantes
que Pedrosa defendia que foi ‘dese-
apenas em Portugal e em Phillip
GP: ‘Vencer é uma droga que te vicia
e tinham muito mais potência’, o
nhado para as pequenas categorias,
| MOTORCYCLE SPORTS | -69-
Documentário
Dani Pedrosa
não para o MotoGP.’
renzo não perdeu a oportunidade
Apesar da sua estrutura física não
para dizer que Pedrosa mexeu se-
estar totalmente adaptada às ne-
riamente com o crescimento dos
cessidades e exigências de uma
seus adversários ao conseguir ser
MotoGP, a verdade é que ser pe-
mais veloz à saída das curvas:
queno também trouxe vantagens
- Tecnicamente, o que mais desta-
para a pilotagem do então piloto
caria de Dani Pedrosa é a sua faci-
da Honda. Quem o diz é Kevin
lidade para levantar a moto, tendo
Schwantz, campeão do mundo de
sido o primeiro a implementar esta
500cc em 1993:
técnica. Muitos pilotos começaram a
- Podem dizer que é um obstáculo,
adotar a mesma metodologia no seu
mas ao mesmo tempo é uma vanta-
estilo de pilotagem. Ele fazia-o mui-
gem. Ele é pequeno, mais leve, mais
to bem porque ele é um piloto muito
veloz e tem maior facilidade em tra-
leve que consegue acelerar antes dos
var. O aspeto físico permite-lhe mu-
outros, pois já tinha a moto muito
dar de direção mais rapidamente, ser
direita. Podia aproveitar toda a sua
mais consistente ao longo de uma
aceleração porque pesava muito
distância de corrida, independente-
menos que os outros. Pesava menos
mente dessa mesma distância.
10, 15 ou 20 quilos.
A verdade é que o ano de Rookie
Quem elogia Pedrosa é também
correu bastante bem a Pedrosa.
Marc Márquez: ‘Dani é o mais sen-
Chegou à primeira corrida, em Je-
sível em cima de uma moto. Ele sen-
rez, a lutar pelo pódio e cruzou a
te coisas que eu não sinto. Ele é tão
linha de meta na segunda posição,
sensível que o torna peculiar. O seu
ficando atrás de Loris Capirossi, da
físico requer que ele seja bastante
Ducati Marlboro Team, por uma
meticuloso aqui e preciso acolá por-
diferença de 4,3 segundos. Daí em
que tem de ter tudo no sítio.’
diante conseguiu pontuar em qua-
Na perspetiva do próprio piloto, a
se todas as corridas – Catalunha e
sua sensibilidade é um pau de dois
Estoril foram as exceções – ces-
bicos. Por um lado, ter essa carac-
sando o ano com um quinto lugar
terística pode oferecer-lhe uma
na tabela geral e um total de 215
certa vantagem, mas a verdade é
pontos conquistados, menos 37
que também pode ser uma variá-
pontos que Nicky Hayden - que
vel que não lhe permite ser mais
nessa temporada venceu o título
parece-me incrível’ – é assim que
ring e se viu obrigado a não poder
veloz.
com uma vantagem de cinco pon-
Emilio Pérez de Rozas, jornalista
competir na corrida. Em Aragão,
‘Infelizmente, sou o mais sensível.
tos para Valentino Rossi.
desportivo, vê toda a carreira de
na mesma temporada, sofreu uma
Isso significa que há os dois lados
‘Ele foi três vezes vice-campeão,
Pedrosa na MotoGP.
queda quando perseguia Jorge Lo-
da moeda. Sou muito sensível, pos-
duas contra um piloto como Jorge
Por outro lado, para o homem na-
renzo depois de Marc Márquez ter
so captar muitas coisas facilmente,
Lorenzo e outra contra Casey Stoner.
tural de Sabadell faltou ‘um pouco
tocado muito ao de leve na moto
mas por outro lado pode acontecer
Ele esteve lá, lutou contra eles. Con-
de sorte’ em alguns momentos da
do seu colega de equipa.
o inverso. É algo que a Honda apre-
seguiu mais do que 150 pódios. Tu
sua carreira. Pedrosa destaca que
Apesar de alguns contras ao lon-
cia bastante uma vez que eu posso
vês isso e dizes: este tipo sobe a uma
em 2012 teve uma ‘clara opor-
go da sua carreira, Dani Pedrosa
ser bastante crítico. Por isso consigo
besta como esta [mota da Honda] e,
tunidade’ de se tornar campeão,
influenciou o paddock com a sua
entender a fonte de uma certa vibra-
suportando a sua potência, levou-a
mas alegou ter tido algum azar na
pilotagem. Tal como já tinha dito
ção, de um determinado som ou de
ao máximo, fazendo frente a estes
ronda de Misano. O mesmo acon-
Schwantz, a reduzida altura do es-
um problema’, alega o ex-piloto da
adversários… e ganhou. Competiu
teceu no ano seguinte quando
panhol trouxe algumas vantagens
Honda ao encarar este seu aspeto
contra eles e esteve lá. A mim, isso
sofreu um acidente em Sachsen-
para dentro das pistas. Jorge Lo-
com alguma naturalidade.
-70- | MOTORCYCLE SPORTS |
A ‘invejável’ sensibilidade de Pe-
estou certo de que passo os 200’,
como cristal’, argumentou o profis-
E continuou: ‘Vou ser recordado
drosa não é o único aspeto que
argumentou.
sional antes de abordar a decisão
pelo meu valor, pela minha atitude,
o torna um piloto único. Existem
Constatando
de Pedrosa em abandonar o piná-
por aquilo que representei e pela
também pontos negativos que
Pedrosa olha para este facto com
culo das duas rodas:
forma como o fiz. (…) Mais do que
marcaram a passagem do espanhol
uma naturalidade que tanto o ca-
- Esta decisão foi considerada com
vitórias ou derrotas, mais do que nú-
pela categoria máxima do moto-
racteriza, não mostrando qualquer
bastante cautela. Não foi fácil. É a
meros. O êxito está no [nosso] inte-
ciclismo profissional. Desde que
mágoa pelo que aconteceu. Aos
sua vida. O seu dia-a-dia é a moto,
rior. Se te sentes realizado por aquilo
chegou ao MotoGP, o ‘Pequeno
olhos do espanhol, todos estes
o circuito e o medo de fazer algo er-
que queres fazer ou fazes, isso é ter
Samurai’ registou pelo menos uma
momentos complicados ‘são expe-
rado.
sucesso.’
lesão em quase todas as tempora-
riências de vida e no final do dia é
Apesar da ausência de um título de
Em boa verdade, estas palavras de
das. Para Dani, o problema não re-
preciso encontrar uma leitura mais
MotoGP, o atleta de 1,58m consi-
Pedrosa não podiam caracterizar
side na quantidade de lesões mas
positiva.’
dera que a sua carreira não pode
melhor a passagem do piloto pelo
sim no intervalo temporal em que
Mas porque razão Pedrosa foi as-
ser desvalorizada pelo facto de
paddock.
elas ocorrem.
solado por tantas lesões ao longo
faltar essa conquista no expoen-
Há quem o critique pelo facto de
‘Uma lesão, duas, três, quatro le-
da carreira? Terá sido azar ou po-
te máximo do motociclismo. ‘Tive
não ter sido campeão de MotoGP,
sões… depende do tempo em que
derá ter existido um outro porme-
muito sucesso com as motos. É fácil
assim como por nunca ter mudado
elas acontecem. Mas não...elas não
nor que potencializou a anormal
justificar o sucesso [de uma carreira]
de equipa, mas face a todas as ad-
me afetam. Todavia, uma, duas, três,
ocorrência de lesões? Na perspe-
com base em resultados, mas acho
versidades, mostrou sempre quali-
quatro, cinco, seis, sete, oito… Mui-
tiva de Juan Martínez, fisiotera-
que esse conceito é um erro. Acima
dades de campeão. Agora, após 18
tas juntas de seguida sim. As lesões
peuta do atleta, a estrutura óssea
de tudo, o mais gratificante é a for-
anos no circuito mundial, o peque-
em momentos chave deixam mar-
do próprio ‘Samurai’ é a principal
ma como me vou lembrar de todos
no grande piloto vai enfrentar um
cas profundas. São mais difíceis de
culpada de tantas idas ao hospital.
os fãs, de todas as pessoas que me
desafio diferente da sua carreira
apagar. São momentos que ficam
‘O problema do Dani é a má sorte
encorajaram e que me apoiaram nos
ao ser o piloto de testes da KTM,
contigo e que criam impacto no teu
das quedas porque ele tem uma es-
meus momentos, quer eles fossem
trabalhando ao lado de Pol Espar-
carácter, na tua perspetiva, no teu
trutura óssea tão fina - como o es-
bons ou maus, e que muitas vezes
garó, Johann Zarco, Mika Kallio,
foco no futuro. Não sei exatamente
queleto de uma criança - que cada
impediram que eu deitasse a toalha
Hafizh Syahrin e, obviamente, Mi-
quantos pontos tenho no corpo mas
vez que ele cai algo se quebra. É
ao chão.’
guel Oliveira!
tamanho
registo,
| MOTORCYCLE SPORTS | -71-
Entrevista
Ken Roczen
Ken Roczen é conhecido por muitos como uma das principais caras das duas rodas e um dos pilotos mais resilientes de toda a sua categoria. Defende as cores da Honda desde 2017 no AMA Supercross/AMA Motocross e este ano poderá ser bem mais animador para a carreira do alemão de 24 anos, depois destas duas últimas temporadas terem sido bastante complicadas.
-72- | MOTORCYCLE SPORTS |
Garth Milan/Red Bull Content Pool
O exemplo perfeito de que um campeão também se faz fora das pistas
Foi campeão mundial júnior de 85cc em 2007 e desde então Roczen foi acumulando quase um título por ano. As temporadas de 2009 e 2010 viram Ken a triunfar no ‘German ADAC MX Masters Champion’ e no ano seguinte foi campeão mundial de MX2. Juntou-se aos festejos depois de ter vencido, com Maximilian Nagl e Marcus Schiffer, o Motocross das Nações em 2012 e no ano seguinte seria campeão da costa oeste nas 250SX em plenas terras do ‘Tio Sam’. Em 2014 e 2016 seria campeão nas 450MX e no ano de 2015 conheceria o sentimento de conquistar a glória no Monster Energy Cup. Apesar de todo este sucesso, a verdade é que a carreira de Roczen não foi um mar de rosas. Há dois anos o piloto sofreu uma queda gravíssima no Anaheim 2 fraturando o seu braço esquerdo. Inicialmente pensou-se que regressaria a tempo das provas outdoors, mas a verdade é que o #94 viu a sua temporada ser dada como terminada logo no início. Voltaria a competir um ano depois… Numa entrevista que o piloto deu em janeiro passado à ESPN, Roczen afirmou que desde cedo percebeu que estava numa situação nada favorável quando sofreu a forte queda: - Eu não me conseguia mexer. O meu braço estava a abanar e doía-me tanto. Fui do ponto mais alto ao mais
TEXTO: Gonçalo Viegas
baixo e pensei: Merda, lá se vai tudo. Perante o sucedido, a equipa mé-
| MOTORCYCLE SPORTS | -73-
Ken Roczen Garth Milan/Red Bull Content Pool
Entrevista
dica fez as avaliações necessárias
de um piloto de alta competição,
czen voltou a ser operado uma
O tempo foi passando e a sua con-
e desde cedo percebeu que o real
a pior parte é a que se segue a
série de vezes para que Viola e a
dição física foi melhorando aos
dano do acidente era muito maior
uma operação: ver os adversários
sua equipa conseguissem limpar as
poucos. Quando estavam reuni-
do que o expectável. Segundo
a competir e, consequentemente,
suas feridas; os ossos, as articula-
das todas as condições, diga-se
Randy Viola – especialista em or-
a triunfar, enquanto se recupera
ções, os músculos estavam ainda
mínimas, para subir a uma moto,
topedia na famosa Steadman Clinic
numa cama de hospital. Mas pe-
com alguma terra da noite da cor-
Roczen não olhou para trás. No
– a queda que Roczen tinha regis-
rante a situação, Roczen afastou-
rida quando o alemão se lesionou.
entanto, o primeiro dia de regresso
tado teve consequências tão gra-
-se psicologicamente do seu mun-
Além disso, o profissional, que é
à sua máquina de competição, em
ves que o coração não conseguia
do... E continuou: ‘A última coisa
uma referência no Motocross, ain-
finais de julho, não foi nada fácil.
bombear sangue suficiente para ir-
que queres ver quando tens uma le-
da levou mais parafusos e placas
Segundo conta Alyssa Roenigk –
rigar o braço graças aos ferimentos
são como esta é ver os outros pilotos
para segurar o seu braço. Duas
jornalista do ESPN a quem Roczen
e ao inchaço que se verificaram; os
a ganharem. Não tinha interesse. Eu
semanas e meia depois, Roczen
cedeu a entrevista – este primeiro
tecidos do braço de Roczen esta-
próprio me fechei numa ilha.’
voltaria a casa 11 quilos mais leve
contacto foi fisicamente exigente
vam a ficar sem oxigénio.
Na opinião do próprio profissional,
sabendo que teria que ser operado
tanto que o piloto teve que andar
´Tens seis a oito horas para reabas-
a namorada de Roczen – Courtney
novamente.
na sua moto sobre a relva, uma vez
teceres sangue antes de se perder o
Savage - foi um apoio fundamental
Dois meses após ter deixado a clí-
que a terra ainda era bastante dura
braço. Nós estávamos a consertá-lo
neste doloroso processo de recu-
nica, Roczen é submetido à 12.ª
para o seu estado físico.
para que ele pudesse jantar, não para
peração, já que os seus pais esta-
cirurgia sob o olhar atento da equi-
Contra todas as dificuldades, a
voltar a pilotar’, disse o especialista
vam a morar na Alemanha: ‘Ela foi a
pa de Randy Viola. Nesta fase, o
Honda conseguiu contar com Ro-
segundo o ESPN.
única a cuidar de mim e dei bastante
jovem admitiu que ‘não estava a
czen para o arranque da tempo-
A verdade é que Roczen teve em
valor a isso. Esta experiência fez-me
pensar em correr’ uma vez que a
rada de 2018. O ‘monstro’ que se
risco de ver o seu braço amputado
valorizar todos aqueles que estão na
sua prioridade era ‘usar novamente
ergueu dos escombros foi bem-re-
e graças à cirurgia tudo não passou
minha vida.’
o braço [esquerdo]’ pois Roczen é
cebido por todos os seus admira-
de um grande susto. Na cabeça
Nas duas semanas seguintes, Ro-
canhoto.
dores e meios de comunicação
-74- | MOTORCYCLE SPORTS |
Garth Milan/Red Bull Content Pool
social. Logo nesse fim de semana, o #94, não estava com o à vontade que costumava ter habitualmente, muito por culpa das dores que acabaram por limitar o seu desempenho. Ainda assim, o aspeto mais positivo desta situação era que o seu braço direito – o que não ficou lesionado – estava a funcionar em plenas condições, permitindo a Roczen controlar melhor a aceleração da sua máquina. são e a minha mão esquerda ainda
taria a subir à sua moto três meses
no terceiro lugar ficando apenas
natural de Mattstedt conseguiu fa-
não estava a 100%. Não sabia se
depois do incidente em São Diego
atrás de Eli Tomas – o campeão – e
zer a melhor volta da qualificação
conseguia fazer tudo novamente.
e conseguiu ainda completar toda
Marvin Musquin.
em Anaheim 1 e terminou a primei-
O incidente resultou num segundo
a parte outdoor da temporada.
‘Estou confiante, mas mais calmo
ra jornada do ano num excelente
metacarpo da mão direita fratura-
Graças às dores, o atleta admitiu
agora. Quero o título, mas de que
quarto lugar. Nas provas seguintes
do com a cirurgia a voltar a fazer
sentir-se desconfortável fazendo
vale a pena falar sobre isso se depois
registou três pódios e ainda con-
parte da vida do piloto. A recupera-
referência a uma estatística menos
não consigo fazer 10% da tempora-
seguiu liderar metade da ronda de
ção ficou estimada entre seis a oito
desejada:
da? Quero estar no final a lutar pela
Houston. Perante esta consistên-
semanas, o que deixara Roczen
- Fiz cinco corridas em ano e meio e
vitória. Quero, também, aproveitar
cia, quase que inesperada e tendo
fora da luta pelo título. Ainda as-
tudo parecia diferente. Foi uma sen-
mais alguns anos de corridas sem
em conta o que aconteceu no ano
sim, e segundo o ortopedista que
sação estranha, tendo em conta que
me lesionar. Quero divertir-me com
anterior, vencer já parecia ser um
acompanhou Roczen nesta jorna-
eu compito desde os meus três anos.
a Court [a sua mulher – casaram-
objetivo fazível.
da difícil, a segunda operação não
Depois de ter arriscado na sua
-se em 2017] e o nosso cão. Ulti-
No entanto, São Diego trouxe os
teve nada a ver com a primeira em
última prova, o piloto não adotou
mamente entendi que também há
medos de Roczen novamente à
2017 denominando-a de ‘a piece of
a mesma postura no AMA Moto-
vida para além das corridas’, disse
tona. Numa disputa de posição
cake‘.
cross já a pensar na corrente tem-
Roczen numa entrevista cedida à
com Cooper Webb, o ídolo de
Surpreendentemente, Roczen vol-
porada. Terminou o campeonato
ESPN.
muitos jovens talentos perdeu posição para o homem da Yamaha e arriscou numa resposta sua. Como resultado, a tentativa demasiado agressiva, colocou Roczen no chão com o seu braço direito a ficar preso na moto do seu adversário. Com
Garth Milan/Red Bull Content Pool
Apesar das dificuldades, o piloto
O ano de 2019 rapidamente se mostrou diferente com o #94 a conseguir lutar com os melhores pilotos do campeonato logo a partir da primeira ronda. Apesar de não ter conseguido vencer uma prova nas primeiras cinco jorna-
isto, o profissional da Honda admi-
das, a verdade é que Roczen tem
tiu que receou voltar a passar por
capacidade para disputar o título
tudo novamente:
que tanto ambiciona. Após duas
- Eu estava: não não não não, outra
temporadas para esquecer, o pi-
vez não! Sentei-me na pista a pensar
loto alemão vai fazer de tudo para
que esta era provavelmente a minha
conquistar o único título que lhe
última corrida. Eu sabia o quanto
falta conseguir: o Mundial de Su-
precisava para voltar da primeira le-
percross.
| MOTORCYCLE SPORTS | -75-
BMW
S 1000 RR
BMW S 1000 RR DO QUE
-76- | MOTORCYCLE SPORTS |
MAIS POTENTE NUNCA
TEXTO: Bernardo Matias
Créditos markus-jahn.com
A BMW S 1000 RR continua a ser a aposta da marca bávara para o segmento supersport. Entra na sua terceira geração dez anos depois do lançamento original. Inclui uma série de novidades, incluindo ao nível do motor que é mais potente ao debitar um máximo de 207cv de potência.
| MOTORCYCLE SPORTS | -77-
BMW
S 1000 RR
O motor da nova BMW S 1000 RR
‘Ainda mais leve, rápida e fácil de con-
tricos, algo que entre os seguidores
troduzida, destinando-se à tempo-
incompatíveis. Com a tecnologia BMW
trolar’. É assim que a BMW anuncia a
gera opiniões contrárias.
rização das válvulas e do batimento
ShiftCam conseguimos um salto quali-
das válvulas de admissão (que são
tativo’.
nova S 1000 RR, lançada em novembro do ano passado no Salão EICMA
Motor de quatro cilindros
fabricadas em titânio). A atuação
De destacar também que os cilindros
em Milão. A supersport bávara conta
totalmente novo
desta tecnologia resulta num binário
têm agora o impulso diretamente da
com um novo motor e novas suspen-
Um dos grandes destaques é o mo-
maior e em maior potência a regimes
cambota, desaparecendo a engre-
sões para o ano em que o modelo
tor RR, que é 4kg mais leve do que
de rotações mais baixos e médios,
nagem intermediária. O sistema de
comemora o décimo aniversário do
o seu antecessor. Trata-se de um
bem como numa potência máxima
admissão está otimziado de forma a
lançamento original.
propulsor de quatro cilindros em li-
aumentada.
aumentar a potência máxima e tam-
Esta é a terceira geração da S 1000
nha totalmente novo que debita um
Jörg Vogt, gestor de projeto, co-
bém o binário na gama de rotações
RR, que promete ser mais ‘user-frien-
total de 207cv de potência máxima
mentou: ‘O redesenhar do motor RR
baixa e média. Associada ao motor
dly’ no seu design, tendo igualmente
às 13.500 rotações por minuto – é
confrontou-nos com um desafio con-
está uma transmissão leve compacta
diversos sistemas de ajuda de condu-
um aumento de 8cv face ao anteces-
siderável de várias formas diferentes.
de seis velocidades com Shift Assis-
ção como os controlos de tração e de
sor. Já o binário fica nos 113 Nm às
Uma potência máxima ainda mais alta
tant Pro de série.
cavalinho, ABS e Hill Start Control.
11.000 rpm, sendo a velocidade má-
combinada com um maior binário a ro-
O sistema de escape da BMW S
Um dos grandes destaques é que os
xima de rotação 14.600 rpm.
tações do motor mais baixas e médias
1000 RR é completamente novo e
faróis dianteiros passam a ser simé-
A tecnologia BMW ShiftCam foi in-
– estes são, aparentemente, opostos
quase 1,3kg mais leve, com o silen-
-78- | MOTORCYCLE SPORTS |
markus-jahn.com
ciador dianteiro e curto e silenciador traseiro compacto. É fabricado em aço inoxidável tal como o seu antecessor, dispondo de dois conversores catalíticos de três vias. Além da redução de peso da mota no geral, o escape contribui também para um melhor rendimento. O condutor tem ao dispor quatro modos de condução, o controlo de tração dinâmico DTC mais recente e a DTC Wheelie Function. Há ainda outros três modos opcionais, os ‘Pro Mode’ destinados essencialmente ao uso da supersport da BMW em pista. Os modos de condução disponíveis resultam em distintos comportamentos e são estes: • Rain (chuva): resposta do acelerador suave, binário reduzido em mudanças baixas; • Road (estrada): resposta do acelerador ótima, binário reduzido em
Como opção, o cliente pode acres-
durante o deslocamento é outro ele-
lizada através do menu de configu-
mudanças baixas;
centar três modos – o Race Pro 1
mento dos ‘Pro Modes’.
ração. Assim, ativa automaticamente
• Dynamic (dinâmico): resposta do
a 3, que podem ser configurados a
De série é o Hill Start Control que fa-
o travão de estacionamento quando
acelerador ótima, binário reduzido
vários níveis. Em todos os casos há
cilita o arranque em planos inclinados
a manete de travão de mão ou de
em mudanças baixas;
uma resposta suave do acelerador e
ascendentes, sendo que o Hill Start
pé é ativada em plano inclinado de
• Race (corrida): resposta do acele-
um binário máximo em todas as mu-
Control Pro é opcional integrando os
pendente superior a cerca de cinco
rador ótima, binário máximo em
danças. O travão de motor com ajus-
‘Pro Modes’ – tem a função adicional
por cento.
todas as mudanças.
te em três fases do arrasto do binário
de Auto HSC que pode ser individua-
O Shift Assistant Pro permite fazer
BMW S 1000 RR NO MUNDIAL DE SUPERBIKE Em colaboração com a Shaun Muir Racing, a BMW compete este ano no Mundial de Superbike. É precisamente a nova BMW S 1000 RR a servir de base para o modelo competitivo da BMW Motorrad WorldSBK Team. Tem como pilotos o campeão em título do Europeu de Superstock 1000, Markus Reiteberger, e o veterano Tom Sykes campeão de WSBK em 2013. Além disso, a BMW Motorrad mantém o seu programa de clientes em várias provas de âmbito nacional e internacional.
| MOTORCYCLE SPORTS | -79-
BMW
S 1000 RR
passagens de caixa para cima sem
de três segundos enquanto a mota
ativar a embraiagem, garantindo
está parada com o motor em ponto
dessa forma uma aceleração perfei-
morto. Também pensado para o uso
ta sem interromper o binário. Além
em pista é o Pit Lane Limiter que
disso é possível com este sistema
possibilita rodar à velocidade limitada
reduzir velocidades sem ativação da
passando pela via das boxes.
embraiagem ou da válvula do acelerador, isto a determinadas cargas e
Suspensão nova para a
velocidades de motor.
BMW S 1000 RR
Concebido para o uso em pista, o
A dinâmica de condução da nova S
Launch Control dá apoio ativo nos
1000 RR deve muito à suspensão
arranques de corrida, sendo ativado
com uma engenharia totalmente
ao pressionar um botão durante mais
nova. A ponte de alumínio do quadro
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EQUIPAMENTO OPCIONAL VASTO O cliente tem uma vasta gama de equipamento e acessórios de forma a personalizar a sua BMW S 1000 RR. Entre eles estão um sistema de alarme, cobertura do banco de passageiro, controlo de pressão dos pneus RDC e sistema de chamada de emergência E-Call. Destaque também para três pacotes opcionais: • Pacote M: Em estreia num modelo de estrada, inclui Pro Mode, acabamento de pintura Motorsport, rodas M em fibra de carbono, bateria leve M, banco desportivo M, kit de chassis M com ajuste de altura de condução e pivot do braço oscilante. • Pacote Dynamic: Controlo de amortecimento dinâmico DDC de próxima geração, punhos aquecidos, controlo de velocidade de cruzeiro. • Pacote Race: Pro Mode, roda forjada M, bateria leve M, kit de chassis M com ajuste de altura de condução e pivot do braço oscilante.
tendo um feedback melhorado no
nova geração. Opcional, dota a mota
controlo das rodas. O ângulo da ca-
de um sistema de suspensões regu-
beça de direção é ligeiramente mais
lado eletronicamente. Há três con-
acentuado, a distância entre eixos foi
figurações principais do DDC: Rain,
melhorada e o novo braço oscilante
Road, Dynamic e Race.
traseiro é de secção única. A distri-
Nos modos Rain e Road, o sistema
buição da carga das rodas foi otimiza-
foca-se em assegurar um amorteci-
da e a cinemática Full Floater Pro no
mento agradável, sendo o Road des-
controlo da roda traseira foi desen-
tinado a estradas rurais com asfalto
volvida inteiramente de novo para o
de mau a bom. Quanto ao modo
mantém-se mas foi consideravel-
estrutura de compósito do quadro
controlo de suporte da mola central.
Dynamic, é para estradas rurais de
mente alterada. O quadro principal
principal, quadro traseiro e braço
O braço oscilante é derivado do mo-
qualidade disponibilizando a caracte-
continua configurado como uma
oscilante foi recalculada de forma
tociclismo de competição, sendo que
rística de amortecimento ‘Road dyn.’
estrutura aparafusada composta por
a conjugar de forma ideal rigidez e
toda a suspensão traseira beneficia o
Já o modo Race é orientado para
quatro elementos. Os dois tubos
flexibilidade, daí o Flex Frame. Toda
conforto do condutor e o rendimen-
as pistas. Há ainda os modos Race
superiores do chassis, a secção da
a construção do quadro resulta numa
to da BMW S 1000 RR. Na dianteira
Pro em que a característica Race do
cabeça de direção e as fixações do
posição das coxas do condutor muito
há um garfo de suspensão telescópi-
amortecimento DDC individualmen-
motor estão desenhadas de modo a
menos espalhada e, consequente-
co totalmente ajustável. Este garante
te ajustável assegura o uso ideal em
que a função de carga do motor seja
mente, numa postura de pilotagem
uma máxima dinâmica de pilotagem
pista.
mais expandida.
mais relaxada. O guiador é novo e
e opções de configuração individual
A nova BMW S 1000 RR conta com
O quadro traseiro da nova RR é ain-
está configurado como uma única
na nova supersport vinda da Baviera.
novas rodas de 17 polegadas que
da mais leve graças à sua construção
secção com a ponte do garfo.
O sistema de controlo dinâmico do
pesam menos 1.6kg do que na ge-
com tubos de alumínio circulares. A
A geometria da suspensão é nova,
amortecimento DDC entra numa
ração anterior. As massas rotacionais
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BMW
S 1000 RR
Racing Red
reduzidas resultam em respostas de
vão de aço. O ABS Pro é de série e
cional nas travagens incrementando
ma a existir uma performance dinâ-
aceleração e de travão melhoradas.
foi ainda mais desenvolvido além de
a segurança até em situações mais
mica máxima.
Opcionais são as rodas forjadas M e
ser configurado para os modos indi-
difíceis ao evitar a ativação acidental
A secção frontal de baixo nível e a
as rodas em fibra de carbono M.
viduais.
do acelerador.
silhueta estreita confere um aspe-
O ABS Pro favorece não só a segu-
to leve e atlético à nova BMW. A
Sistema de travagem com ABS Pro
rança quando se trava em reta, como
Design e cores
conduta de entrada de ar está entre
de série
também em curva. Impede as rodas
A nova BMW S 1000 RR foi desen-
a área pintada em forma de T com
O sistema de travagem é concebido
de bloquearem ao travar rápido em
volvida do zero também ao nível
acabamento em preto mate. O farol
de maneira a ser bastante eficaz no
posição inclinada, o que significa que
do design. Tem um layout bastante
dianteiro integrado também contribui
uso em pista. A dianteira possui pin-
há menos risco de falhar a travagem.
compacto e está concebida para as
para reforçar o aspeto de competição
ças fixas de quatro pistões e discos
Os modos Race Pro possibilitam
pistas. Todos os elementos técnicos,
da RR na sua terceira geração. Com
de aço de 320 milímetros, ao passo
configurar o ABS em cinco níveis
desde o motor ao quadro, passando
as funções da luz traseira a serem
que na traseira há uma pinça flutuan-
diferentes. O controlo de travagem
pelo escape e mesmo pelo sistema
mudadas para o suporte da placa de
te de pistão único e um disco de tra-
dinâmico DBC fornece apoio adi-
de luzes, estão desenhados por for-
matrícula, as proporções da traseira
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BMW M
são altamente dinâmicas, mais curtas e compactas do que nunca. O triângulo ergonómico entre as extremidades do guiador, superfície do banco e poisa-pés assegura uma ergonomia ideal. Há assento não só para o condutor como também para o passageiro, sendo possível incluir um saco de dez litros para o passageiro. Também opcionais são os bancos M alto e baixo e a cobertura do banco do passageiro. Em termos de cores há duas opções distintas. Racing Red (vermelho) e
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BMW
S 1000 RR
Painel de instrumentos da nova BMW S 1000 RR
BMW M com as tradicionais cores
detalhes em azul Racing Blue e ver-
quatro visualizações distintas: Pure
do motor pelo DTC, aviso de veloci-
branca, azul e vermelha da marca. A
melho Racing Red, além do preto.
Ride com os detalhes principais e
dade ultrapassada caso tenha sido
primeira destas opções tem a base
três Core orientados para o uso em
excedida uma velocidade previamen-
em vermelho que é conjugado com
Novo painel de instrumentos
pista, que podem ser selecionados
te definida, quilómetros totais ou
preto contrastante. Já o BMW M é
O painel de instrumentos da nova
pelo condutor conforme as suas ne-
consumo de combustível médio.
o esquema de cores de competição,
BMW S 1000 RR é composto por
cessidades. O ecrã TFT foi desenha-
Este novo painel de instrumentos
com a base em branco Lightwhite e
um ecrã TFT de 6.5 polegadas com
do para ser grande de modo a asse-
oferece também dados interessantes
gurar uma boa leitura. Está ligado ao
para quem usa a RR em pista, tais
Multi Controller localizado no painel
como: tempo por volta e distância da
de guiador do lado esquerdo – que
volta, modo ativo por volta, velocida-
permite operar o ecrã de forma rápi-
des específicas por volta, número de
da e segura.
trocas de caixa por volta, total de vol-
Elementos como a velocidade, rota-
tas, tempo de pilotagem e distância
ções por minuto, modo selecionado
ou a melhor volta de sempre, entre
ou configurações são exibidos digi-
outros dados.
talmente, com o ecrã a permitir ainda
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a aceder a uma vastidão de informa-
Iluminação LED
ções – como a posição de inclinação
A iluminação da BMW S 1000 RR
atual, desaceleração atual em metros
nova é totalmente em LED. Os faróis
por segundo, redução de velocidade
dianteiros, agora simétricos (iguais
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS BMW S 1000 RR Motor: Quatro cilindros em linha, 999cc Potência: 207cv às 13.500 rotações por minuto Binário: 113 Nm às 10.500 rotações por minuto Transmissão: Caixa de seis velocidades Quadro: Quadro do tipo ponte em compósito de alumínio Suspensão dianteira: Garfo telescópico com amortecimento eletronicamente ajustável Suspensão traseira: Braço oscilante em alumínio com amortecimento eletronicamente ajustável Travões dianteiros: dois discos; pinças radiais fixas de quatro pistões Travões traseiros: disco único, pinça flutuante de um pistão Capacidade do depósito de combustível: 16.5 litros Consumo de combustível: 6.4 litros/100km Aceleração 0-100km/h: 3,1s Velocidade máxima: 200km/h
dos dois lados) conferem uma aparência altamente dinâmica e assegura uma melhor iluminação da estrada pela frente. Já as luzes de estacionamento integradas têm um nível de intensidade definido de forma a que não tenham de ser homologadas como luzes diurnas. Os indicadores de mudança de direção dianteiros estão agora integrados nos espelhos. Igualmente em LED, as unidades de iluminação traseiras foram desenvolvidas do zero. O suporte da matrícula, os indicadores de mudança de direção traseiros e as luzes de matrícula estão todos desenhados para formar uma única unidade, sendo que a luz de travão e a luz traseira foram também integradas nos indicadores de mudança de direção.
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KAWASAKI
A Kawasaki lançou a nova Ninja ZX-10R, o modelo de estrada agora renovado que se baseia diretamente na versão de competição tão bemsucedida no Mundial de Superbike.
NINJA ZX 10 RR
Ninja nas pistas… e na estrada
Kawasaki Ninja ZX-10RR
A Kawazaki Ninja ZX-10R está reno-
quatro temporadas com Jonathan
elevado potencial para circuitos,
noca KECS e rodas forjadas Mar-
vada para 2019, com mais potência
Rea.
complementado com componen-
chesini.
e melhores performances quer do
Desde logo, existem três variações
tes de elevado grau como Balance
• Ninja ZX-10RR: Produção limitada
motor, quer do chassis. Também em
distintas do mesmo modelo, uma
Free Front Fork e suspensão BFRC,
a 500 unidades, focada em pista
versão 10RR e SE, tem como base a
delas com produção limitada. Essas
além de travões Brembo.
com um único assento. Incremen-
moto que a marca japonesa usa com
variações são:
amplo sucesso no Mundial de Superbike – sendo campeã nas últimas
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• Ninja ZX-10R SE: Complementa o
ta o potencial do modelo de base
• Ninja ZX-10R: Modelo de base,
potencial para circuitos do modelo
com mais modificações ao motor e
dispõe de motor e chassis com um
de base com a suspensão eletró-
ao chassis, configurações de sus-
pensão afinadas e rodas forjadas Marchesini. Graças a uma série de modificações no motor, a potência máxima da nova Ninja ZX-10R é mais elevada, situando-se nos 200cv. O rendimento sai beneficiado em toda a gama de rotações do motor, elevando a curva de binário do anterior modelo. A capa da cabeça de cilindro é pintada em cor vermelha, expressando a elevada performance do motor. No modelo RR, os elos com assinatura da Pankl deixam de ser em aço para passarem a ser de titânio, o que representa um menor peso. O sistema de mudanças rápidas Kawasaki Quick Shifter (KQS) de du-
gurações das suspensões diantei-
pla direção é equipamento de série
ra e traseira revistas para tirar total
em todos os modelos, permitindo as
partido dos benefícios dos elos de
trocas de caixa sem recurso à em-
titânio. As opções de suspensão são
braiagem quer nos aumentos, quer
distintas entre os modelos. Na Ninja
nas reduções. Embora esteja con-
ZX-10R e na Ninja ZX-10RR incluem
cebido para a pilotagem desportiva
um garfo dianteiro invertido e um
também pode ser usado em estrada
amortecedor BFRC, ao passo que na
até às 2.500 rotações por minuto.
Ninja ZX-10R SE se conjuga o siste-
O modelo RR conta com as confi-
ma de controlo eletrónico KECS. No modelo SE, a pintura recebe um tratamento especial com a Highly Durable Paint da Kawasaki, que permite que os riscos se reparem sozinhos graças a um revestimento especial. Isto não abrange riscos causados, por exemplo, por uma moeda, chave ou fechos. Já a Kawasaki ZX-10RR, limitada a
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10R Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 200cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Binário máximo: 114.9 Nm às 11.200 rpm Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros Suspensão traseira: Amortecedor BFRC Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)
500 unidades de produção, tem uma característica que a distingue: a inclusão de placa de número de série
mente reconhecida. Já a ZX-10R SE
debita 200cv de potência graças a
no formato ‘X/500’ a reforçar a ex-
surge em cinzento carbono metálico,
uma série de melhorias de que foi
clusividade desta variante da nova
prateado nêutron e verde lima.
alvo. Podendo ser usada em estrada,
gama supersport da Kawasaki.
O motor das nova Ninja foi melhorado em vários aspetos.
não deixa de proporcionar a emoção
Ao nível de cores, a Ninja ZX-10R
VERSÃO DE ENTRADA:
aos condutores quando os seus limi-
surgirá em verde lima, ébano e cin-
NINJA ZX-10R
tes são explorados em pista.
zento grafite metálico, enquanto a
A Kawasaki Ninja ZX-10R é a varian-
O painel de instrumentos de elevada
ZX-10RR é totalmente em verde lima
te de entrada no trio de supersports
visibilidade com o tacómetro LED,
– a cor pela qual a Kawasaki é facil-
para 2019, possuindo um motor que
os travões Brembo com pinças mo-
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KAWASAKI
NINJA ZX 10 RR
NINJA ZX-10R SE Esta versão da Ninja para 2019 encontra-se a complementar a original ZX-10R e a ZX-10RR focada nas pistas, prometendo ser ideal para o uso em estrada e em pista. O nível de conforto das suspensões e a resposta do amortecimento garante uma condução fácil. O condutor tem à sua disposição três modos de pilotagem – Road, Track e Manual – que permitem dotar a mota das configurações mais desejadas. Em Road e Track, as definições são estabelecidas para terem uma base mais macia ou sólida consoante o uso da mota seja em estrada ou em
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10R SE Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 200cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Binário máximo: 114.9 Nm às 11.200 rpm Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros, compressão controlada pelo KECS Suspensão traseira: Amortecedor BFRC, compressão controlada pelo KECS Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)
nobloco Brembo M50 – comuns a
Possui também um amortecedor de
todas as versões – ou o amortecedor
direção
Balance Free Rear Cushion (BRC) da
desenvolvido pela Öhlins. Este for-
Showa são algumas das característi-
nece o amortecimento adequado
cas que saltam logo à vista nesta ver-
com base na velocidade da moto e
são de entrada.
no grau de aceleração ou desacele-
-88- | MOTORCYCLE SPORTS |
eletrónico
especialmente
ração. Tem configurações otimiza-
pista. Já no modo Manual, o próprio
das para o uso em pista e também
condutor pode ajustar configurações
nas estradas sinuosas. O escape, tal
da base do amortecimento de forma
como na Ninja ZX-10R SE e na Ninja
a adaptar a máquina ao seu estilo. O
ZX-10RR, é em titânio.
controlo pode ser efetuado através
do painel de instrumentos. Possui
uma
carenagem
superior
que corta o ar de forma eficiente e protege mais o condutor do vento, o que significa maior facilidade em mudar de posição para a entrada em curva ao conduzir em pista. Destes três novos modelos Ninja para 2019 é o único a possuir as suspensões controladas eletronicamente (sistema KECS, Kawasaki Electronic Control Suspension). Desenvolvido em conjunto com a Showa, resulta num amortecimento controlado eletronicamente na dianteira e num sistema semi-ativo na traseira que se adapta em tempo real às condições do percurso e da condução.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NINJA ZX-10RR
A pintura, em que os tons de cinzento predominam, recebe o revestimento especial Highly Durable Paint
EDIÇÃO (MUITO LIMITADA):
da Kawasaki que permite que certos
A NINJA ZX-10RR
tipos de riscos se reparem por si só.
A versão topo de gama para 2019 é a Kawasaki Ninja ZX-10RR, orientada totalmente para o uso em pista. Como tal, possui um diverso número de características que a tornam apta para esse efeito – desde elementos do motor, aos travões ou mesmo às rodas. Trata-se de uma versão muito limitada, com 500 unidades produzidas ao nível mundial, todas numeradas. O propulsor debita 201cv de potência, contando com uma cabeça de ci-
Cada unidade da ZX-10RR tem o número de série inscrito.
lindro modificada, tal como o são os
Motor: Quatro tempos, quatro cilindros em linha; bielas em titânio Potência máxima: 201cv às 13.500 rotações por minuto (rpm) Embraiagem: Manual, multidiscos húmida Quadro: Em alumínio, Twin spar Suspensão dianteira: Garfo invertido Balance Free de 43 milímetros Suspensão traseira: Amortecedor BFRC Travões dianteiros: Discos Brembo semiflutuantes/pinça radial monobloco Brembo M50 e quatro pistões opostos Travões traseiros: Disco único e pinça única Auxílio à travagem: ABS e KIBS (anti-bloqueio de travagem)
cárteres. Com um limite de rotações por minuto mais elevado (600 rpm), o motor debita 201cv de potência.
versão tem especificação de um só
configurar a mota de modo a fazer
As bielas são em titânio permitindo
assento. As suspensões dianteira
tempos mais rápidos.
esses aumentos de rpm e de potên-
e traseira prometem garantir uma
As jantes de sete raios multidire-
cia. Ao ser de série em todos os mo-
transferência de pesos suave duran-
cionais em alumínio forjado foram
delos, o Kawasaki Quick Shifter de
te a aceleração e a desaceleração
concebidas pela Marchesini e con-
mudanças rápidas também surge na
nos circuitos. As configurações da
tribuem para uma manobrabilidade
Kawasaki Ninja ZX-10RR.
suspensão, tal como os pneus Pirelli
mais leve, sobretudo ao mudar de
Sendo vocacionada às pistas, esta
Diablo Supercorsa SP, possibilitam
direção.
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Volker Rost
CAFÉ RACERS
Enigma, a café racer premiada personalizada a partir de uma Indian Motorcycles A comemoração do 80.º aniversário de um dos líderes do vestuário e
uma Indian Chief Vintage para a trabalhar por forma a torná-la numa café
acessórios de motociclismo resultou na transformação de uma Indian
racer. Assim nasce a Enigma.
Chief Vintage na café racer Enigma. Quando comemorou 80 anos, a Motorrad-vertriebsgesellschaft mbH de
Mota muito premiada
Detlev Louis – líder no vestuário e acessórios de motociclismo – decidiu
A estreia pública da mota aconteceu em setembro de 2017 e não demo-
assinalar o marco de forma muito especial. Nesse sentido, aproveitou
rou muito a cativar as atenções no evento Glemseck 101. Seguiram-se
-90- | MOTORCYCLE SPORTS |
Volker Rost
outras presenças bem-sucedidas em concursos de sprint e design, conseguindo inclusive um segundo lugar no Custom Show Emirates realizado em Abu Dhabi – em que competiu na classe V2 Custom Class. Mas os prémios não se ficaram por aqui: na Alemanha ganhou o Custom Show de Dortmund e foi considerada a melhor Streetbike do Berliner Dell Ano da Motor Bike Expo na categoria de melhor profissional. A Enigma continuou a ganhar prémios no Swiss Custom em Zurique – que foi o que lhe valeu a presença no Custom Show Emirates.
Volker Rost
Motorrad Tage em Berlim. Em Verona foi galardoada com o prémio Ferro
A ‘alma’ da Enigma – motor com maior rendimento e visualmente quase intacto Para tudo isto, há uma mota que tem diversas alterações face ao modelo original. O motor é um Thunder Stroke 111 da mesma marca, a Indian, contribuindo não só para o rendimento da máquina como também para a vertente artística da mesma graças ao seu revestimento cromado. Trata-se de uma unidade 1.8 litros em V que conjuga o aspeto clássico Indian e tecnologia de ponta. Exemplos em termos de design são os tubos os motores que aquele construtor teve nas décadas de 1940 e de 1950. As novidades do propulsor não se ficam por aqui. Tendo em conta que teria de competir em corridas sprint, foi entregue ao especialista Ulf Penner
Volker Rost
pushrod e as cobertas de cabeça do cilindro cujos ângulos homenageiam
que introduziu diversas melhorias de forma a extrair o máximo potencial da unidade. As cabeças dos cilindros são atualizadas, há um novo mapeamento, um fluxo de ar mais direto e ainda árvore de cames mais agressiva. Tudo isto confere 70 por cento de potência adicional, o que não compromete de nenhuma maneira o visual do motor. O silenciador Shark e o sistema de escape STParts assegura ainda que a mota dispõe de 125cv de potência além de um som adequado. Quadro leve a receber um garfo dianteiro invertido e um amortecedor traseiro Wilbers. O sistema de travagem provém da Brembo e conjuga-se com as jantes Kineo, havendo igualmente grampos triplos da Alpha Racing com
Volker Rost
O quadro leve da UNO é novo, com o chassis de elevada performance
um guiador Gilles. No que diz respeito ao farol dianteiro, ao banco e ao depósito de combustível, o autor do projeto recorreu ao especialista em personalizações Michael Naumann – que aprimorou o design minimalista que tinha sido implementado por Kay Blanke, da equipa de Louis. Quanto à pintura, foi responsabilidade de Danny Schramm da Schrammwerk. Este juntou as cores da Indian Motorcycles e também da marca de Louis. A construção da mota foi realizada por Detlef Stüdemann e Martin Struckmann, da equipa de Louis. O painel de instrumentos é simples: inclui um botão de ignição e um velocímetro básico.
| MOTORCYCLE SPORTS | -91-
CAFÉ RACERS
Officine Rossopuro
Moto Guzzi Ritmo Veloce 850 Foi a partir de uma Moto Guzzi California T3 que a Officine Rossopuro chegou à Ritmo Veloce, uma café racer que, como o nome indica, se propõe a bons níveis de velocidade – sendo construída precisamente para ser rápida. O quadro original mantém-se, mas as alterações foram diversas nas mais variadas áreas. De acordo com um comunicado, este foi o conceito da Officine Rossopuro: ‘A ideia foi ter uma clássica muito especial mas ao mesmo tempo com soluções modernas e com uma aparência desportiva e compacta’. Nesse sentido, as rodas escolhidas medem 17 polegadas, sendo uma
Officine Rossopuro
nova patente que envolve o uso dos antigos cubos de roda Guzzi por forma a conseguir rodas de alumínio de raios sem tubo. Por este motivo, o braço oscilante traseiro teve de ser aumentado. Por outro lado, na dianteira a carenagem do garfo poderá dotar a parte frontal de um design baixo e aparência completa. Toda a carroçaria seguiu este conceito, sendo pretensão dos construtores da Ritmo Veloce continuar com uma moto compacta tal como acontece a original – sendo o mesmo verdade para as suas curvas e linhas. O responsável por este modelo não quis fazer mudanças estruturais ao quadro da Moto Guzzi T3 California, tendo em conta o valor histórico do modelo. Por isso, a secção de cauda foi construída por forma a conseguir uma aparência de comprimento curto da mota. A construção do depósito de combustível e dos painéis laterais também procura não fazer mudanças estruturais à máquina de base.
Officine Rossopuro
Uma característica curiosa é a incorporação dos instrumentos no depósito, ao passo que o farol dianteiro insere-se numa carenagem especialmente construída para o efeito que possibilita manter linhas compactas e limpas. Isto obrigou à construção de um guiador específico para que a linha da Ritmo Veloce se mantivesse muito baixa. No que ao motor diz respeito, foi completamente limpo e as peças restauradas, procedendo-se da mesma maneira com os componentes da transmissão e da caixa de velocidades – algo que a Officine Rossopuro faz questão de ter em todas as suas motas para que além de um bom aspeto tenham também que possam ser muito usadas. O sistema de escape foi concebido de propósito para esta mota, tendo a colaboração da MASS Moto. Os amortecedores traseiros são da Marzocchi com potência ajustável, a pinça traseira de apoio é em alumínio, ao passo que os discos de travão são mais leves.
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Heiwa Motorcycles transformou a BMW R75 na R75 Adrian É do Japão e de Kengo Kimura da Heiwa Motorcycles que surge a R75
da transmissão que equipa esta mota, que recebeu uma pintura única
Adrian. Com o nome indica, a base foi uma BMW R75, neste caso da-
brilhante da Six Shooter.
tada do longínquo ano de 1971. A versão personalizada café racer ficou
Os punhos são Slim Chopper, ao passo que o guarda-lamas traseiro segue
completa em novembro do ano passado e agora passamos a apresentar
as linhas do banco. Na dianteira não há guarda-lamas, sendo de destacar
os detalhes mais relevantes. O motor é o original, com uma ignição de
um farol vintage importado dos Estados Unidos. A luz traseira é da pró-
transístor e 750cc de cilindrada, sendo perfeitamente percetível na vista
pria Heiwa MC. Os poisa-pés, tal como o depósito de combustível, são
lateral a designação ‘BMW R75/6’. Não foram fornecidos detalhes acerca
únicos para este modelo personalizado, enquanto o banco é em couro escuro com costuras contrastantes. O garfo dianteiro é da KYB derivado de uma Kawasaki e o amortecedor traseiro da IKON. Ao nível das rodas, a dianteira tem uma jante em H e está equipada com pneu Firestone Deluxe Champion, à semelhança do que sucede com a roda traseira. Na roda dianteira, de destacar o cubo vindo de uma Kawasaki. Refira-se que a caixa de limpeza de ar foi removida sendo colocada no seu lugar a bateria de iões de lítio. Kengo Kimura enviou alguns esclarecimentos ao Motorcycle Sports, explicando que pretendeu nesta construção ‘um estilo que nunca existiu’. Limpou o motor, substituiu peças, sendo que o depósito de combustível é em alumínio. A base do banco foi fabricada especialmente e é em alumínio. A caixa debaixo do banco tem uma bobina de ignição. Quanto ao sistema de escape – tubo e silenciador – são feitos em ferro propositadamente para a R75 Adrian. | MOTORCYCLE SPORTS | -93-
CAFÉ RACERS
Jean-Francois Muguet
Conheça a Kawasaki Z900RS by MRS
Graças a uma colaboração entre a Kawasaki France e a MRS Oficina, uma
década de 1970. Houve componentes originais que se mantiveram, ca-
Z900RS daquela marca japonesa foi transformada numa café racer única
sos do farol e do garfo dianteiro, mas existiram muitas modificações cuja
– a Z900RS by MRS. Este é o terceiro produto da parceria entre ambas
incorporação exigiu muito trabalho.
as entidades.
Um subquadro multitubular e o guarda-lamas dianteiro recortado, bem
Primeiro, foi uma Vulcan S transformada numa café racer em 2016; de-
como as cores – com maior abundância do preto – o logótipo da MRS no
pois, em 2017, foi a Z650 a tornar-se num modelo que segue o estilo flat
depósito de combustível são alguns dos aspetos mais distintivos deste
track. Agora, a escolha para modelo de base foi a nova Kawasaki Z900RS.
modelo personalizado, bem como o assento que passa a ser castanho e
Não faltou a atenção ao detalhe, bem como criatividade, por forma a
com um tipo de estofo diferente.
Jean-Francois Muguet
conceber o modelo personalizado que faz referências à Kawasaki Z1 da A origem do projeto A MRS Oficina revelou como todo o projeto nasceu: ‘Quando a Z900RS foi revelada na EICMA em 2017 quis imediatamente preparar uma moto a partir dessa base. O modelo original foi realmente apelativo para mim e, embora não soubesse se alguém me iria contactar para um novo projeto, eu instintivamente imaginei o resultado que podia alcançar. Por fim, a Kawasaki France confiou mais uma vez em mim para conseguir esta terceira colaboração’. Quanto ao conceito, esta foi a explicação daquela oficina: ‘A Kawasaki Z900RS remete à mítica Z1 dos anos 1970 e eu estou muito feliz por acrescentar o meu toque pessoal. Tentei manter tantos componentes original quanto possível, como o farol e o garfo, pelo que houve muito trabalho para harmonizar as modificações e os componentes originais, e espero que o resultado final seja do agrado do público’. -94- | MOTORCYCLE SPORTS |
A café racer polaca que ganhou um prémio no Custom Rumble da Ducati projeto. O convite surgiu em dezembro de 2018, o que deu a Sylwester muito pouco tempo para completar tudo. De facto, as filmagens só ficaram concluídas a dois dias do evento, sendo a candidatura submetida mesmo nos instantes finais do prazo. O que mudou na ESG Rumble 400 Numa nota na secção de classificados do thebikeshed.cc, pode ler-se um pouco mais acerca da ESG Rumble 400. Todo o quadro foi reconstruído, tal como o braço oscilante, o que permitiu baixar o centro de gravidade – obtendo assim uma melhor manobrabilidade e estabilidade de toda a mota. A carroçaria, a secção de traseira (feita a partir de uma folha plana de metal), o depósito de combustível, o guarda-lamas e o farol foram igualmente construídos de novo. Quanto ao depósito, foi reconstruído de forma a albergar elementos ligados à instalação elétrica da mota, passando a ter do lado de fora o
le da Ducati foi a ESG Rumble 400 da Eastern Spirit Garage. Trata-se de
logótipo da Eastern Spirit. O guarda-lamas dianteiro é totalmente novo a
uma garagem localizada a cerca de 100km da capital da Polónia, Varasó-
partir de uma folha de metal, tendo sido desafiante: Sylwester pretendia
via, e de Enter Sylwester – nome bem conhecido no cenário das custom
ter pneu slick para as rodas e foi forçado a mudar as jantes, o que por
bikes.
consequência requereu um pensamento cuidado de toda a forma da sec-
Foi o resultado da abordagem da Ducati Poland para construir uma mota
ção dianteira com o guarda-lamas.
baseada numa Ducati Scrambler. Segundo o site bikebound.com, Sylwes-
No farol, a parte superior foi aberta para que pudesse incorporar o ve-
ter acabou por aceitar abraçar o desafio de fazer o seu primeiro projeto
locímetro original num elemento personalizado sendo a base vinda de
não baseado num modelo japonês e também o primeiro vindo de uma
uma mota russa encontrada num leilão. O espelho também teve de ser
mota verdadeiramente nova. E só teve 45 dias para o completar, o que
reconstruído e adaptado às regras atuais. O manípulo de troca de veloci-
significa que teve de correr contra o tempo.
dades e a manete do travão são em aço inoxidável tal como a fixação do
Desafio aceite, mãos à obra. A base foi a Ducati Scrambler Sixty2 de
farol dianteiro.
400cc, uma escolha oposta à de grande parte dos construtores que opta
Quanto à pintura, recebeu um verniz de sete camadas com uma profun-
por plataformas de 1.100cc. O objetivo era concorrer à categoria Melhor
didade muito grande, sendo um tom de vermelho predominante. Ao nível
Concessionário Oficial Ducati pela Ducati Poland, que encomendou o
do sistema de travagem foi apenas incluído um disco dianteiro maior e
Eastern Spirit Garage
Uma das motas vencedoras da segunda edição (2018) do Custom Rumb-
uma nova bomba traseira face ao modelo original. A fixação da suspensão traseira foi alterada e a suspensão dianteira foi encurtada e reconstruída a partir do interior para assegurar maior dureza – Sylwester considera a suspensão original da Ducati Scrambler demasiado macia. O sistema de escape mereceu uma atenção especial, por forma a transmitir o caráter da café racer e também um som adequado do motor de 400cc da ESG Rumble 400. Além disso, houve a preocupação de precaver eventuais queimaduras nas pernas do condutor com o silenciador de baixo. Há um segundo silenciador em cima que é responsável por um som mais elevado. Além do som e da estética, houve também um impacto positivo no rendimento da mota. Através dos pneus slick, Sylwester pretendeu realçar o espírito de competição do modelo e dar uma referência à pista de Misano – em que o Custom Rumble 2018 aconteceu. | MOTORCYCLE SPORTS | -95-
CAFÉ RACERS
Black Max, a fusão entre bobber e café racer da Kevils Speed Shop A Kevils Speed Shop pegou numa BMW R80 800cc para conceber uma mota personalizada completamente distinta da original: aliando o estilo bobber ao estilo café racer, com diversas modificações face ao modelo de base produziu a Black Max. Kevils Speed Shop
O assento para uma só pessoa é em couro costurado, os pneus Chunky Firestone, havendo também um amortecedor traseiro totalmente ajustável. A KSS acrescentou indicadores de mudança de direção LED discretos na dianteira e na traseira, os punhos são retro e barras clip-on pretas. Além do farol, há também uma luz amarela adicional. Segundo o fabricante, a mota passou por uma reconstrução total, sendo
dominância de tons cinzento escuro, com uma faixa num tom dourado
todos os componentes substituídos por novos. A eletrónica foi atualiza-
no contorno do depósito de combustível. Curiosa é também a colocação
da, passando a haver uma ignição moderna, a Black Max dispõe de uma
da placa de matrícula, paralela à roda traseira acima do meio da mesma.
unidade Motogadget M unit e de carburadores Mikuni novos.
Há também duas saídas de escape – uma do lado direito e outra do lado
Em termos de aparência, como pode ver na imagem, a mota tem a pre-
esquerdo.
A Yamaha Corsa Scorcher XSR700 da Rough Crafts Da Rough Crafts chega a Corsa Scorcher XSR700. A plataforma escolhida foi a Yamaha XSR700, para um projeto Yard Built em que o autor do trabalho preferiu apostar no quadro tubular – isto apesar de ter ficado dividido devido à potência da XSR700. Tendo a mais nova versão da mota de base um quadro mais curto e um roughcrafts.com
quadro traseiro desmontável, não foi necessário fazer cortes ao mesmo. Dividido entre torná-la uma café racer com clip-ons ou uma tracker, o construtor desta custom bike decidiu enveredar pelos dois caminhos, construindo duas versões distintas. Aquela sobre a qual nos debruçamos é a Corsa Scorcher XSR700, que é a café racer. A suspensão é uma unidade X2E da Shark Factory totalmente
rir que a mota pesa 168kg, dez por cento a menos do que a XSR700 que
ajustável por controlo remoto digital, sendo que a café racer inclui rodas
serviu de base. A ignição de chave original foi recolocada, mantendo-se a
em fibra de carbono ultra-leve da Rotobox e clip-ons da Gilles Tooling.
grande maioria dos componentes elétricos e o sistema ABS. A decoração
O escape de titânio Akrapovic é de uma Yamaha R1. Os travões são da
surge com o preto dominante e duas faixas em amarelo que percorrem
Beringer.
toda a parte lateral da carenagem da dianteira à traseira. O mesmo ama-
Quando ao kit de carenagem é totalmente em fibra de carbono. De refe-
relo fica a colorir o logótipo Yamaha.
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O ‘falcão’ da Kott Motorcycles desarmada. O depósito de combustível é de uma 750SS, o que exigiu o fabrico de
Kott Motorcycles
nova montagem. O banco também foi construído de novo, ao passo que a bateria é mais pequena, sendo as pedaleiras personalizadas reposicionadas de forma a acomodar o novo ângulo do silenciador. O farol dianteiro mantém-se o original, mas com suportes alterados. O tambor do travão dianteiro provém de uma Honda CB 350 e, segundo a Kott Motorcycles, visou ‘trazer simplicidade à moto’. A Kott Motorcycles decidiu basear-se no motor de uma Honda CB550
Quanto à pintura, não podia deixar de ser diferente face ao modelo
e inspirar-se na cor de um Ford Falcon de 1964 para produzir a Fal-
original. Recebeu um esquema de decoração que conjuga o prateado e
con 550. Trata-se de uma café racer que, face ao modelo original, tem
o azul, enquanto o assento surge em couro vermelho e castanho crian-
diversas alterações – como de resto é logo possível constatar à vista
do um contraste com a pintura do resto da mota.
A Kawasaki Z1000 transformada em café racer pela Nova Motorcycles Nova Motorcycles
uma Kawasaki ZX6, ao passo que a traseira foi reconstruída por forma a poder receber o amortecedor e rodas modernas. O depósito provém de uma Yamaha XS850. Este contribui para o estilo marcante desta Kawasaki Z1000 interpretada pela Nova Motorcycles. A decoração surge com uma base em preto e pormenores em cor de cobre que cria um contraste único. O sistema Sendo já uma clássica, a Kawasaki Z1000 notabilizou-se ao longo das
de escape e o motor também são em preto, enquanto a cor do assento
décadas e é também agora alvo de trabalhos de personalização. Este,
é num tom aproximado ao do cobre.
com a assinatura da Nova Motorcycles de Turners Falls (Estados Unidos
O farol dianteiro possui a mesma cor metálica, sendo constituído por
da América), transformou-a numa café racer que lhe passamos a apre-
dois LED – o que significa que tem tecnologia moderna enquanto man-
sentar.
tém uma aparência retro através do seu estilo. No cockpit, o condutor
O site Cafe Racer Garage refere que a parte dianteira da mota vem de
encontra instrumentos e botões Motogadget. | MOTORCYCLE SPORTS | -97-
CAFÉ RACERS
A Honda CB550 café racer da Team Guzzi Motobox Esta mota é mais uma vez baseada na Honda CB550, que remonta aos anos 1970 e é atualmente procurada para transformações para café racer. A assinatura é da Team Guzzi Motobox, que restaura e prepara motas clássicas há mais de duas décadas. O motor original foi mudado completamente de forma a conferir o bom estado de conservação dos componentes. Houve alguns substituídos, como -se o segundo disco dianteiro. O banco é diferente do original, mais estreito e, por isso mesmo, ajustado ao novo estilo da mota. A pintura recebeu as cores da oficina que construiu a custom bike do tipo café racer – em tons de vermelho, preto e branco.
Team Guzzi Motobox
válvulas, devido ao desgaste. Os travões foram revisto, passando a incluir-
‘Magia negra’ da Ventus Garage: Moto Guzzi V65 Black Magic A partir de uma Moto Guzzi V65 de 1994, a Ventus Garage partiu para a construção de um dos seus modelos personalizados, a Black Magic. A para esse efeito a serem levadas a cabo. A suspensão foi rebaixada, com amortecedores traseiros mais curtos e duros, havendo molas mais curtas na dianteira. As rodas originais não fo-
Ventus Garage
opção foi produzi-la num estilo café racer, com as alterações necessárias
ram aproveitadas, sendo colocadas no seu lugar rodas de 18 polegadas vindas de uma Moto Guzzi V75 Police. Assim, foi possível ter mais opções em termos de pneus, com a opção a recair nos Avon AM26. O quadro foi encurtado de forma a encaixar-se na secção traseira de café racer, o assento foi desenhado pela própria Ventus Garage com material sintético à prova de água em cor-de-laranja. As pastilhas das pinças de travão Brembo foram alteradas para umas mais eficientes, sendo também mudado o fluído de travões. As pinças receberam uma cor vermelha. Quanto ao motor, recebeu uma pintura estrutural VHT para ganhar resistência às temperaturas elevadas. O óleo e o filtro foram substituídos, os carburadores foram limpos e os jatos são maiores. O depósito foi pintado em preto com uma faixa em cor-de-laranja, recebendo o logótipo da Venum aspeto clássico de café racer e uma posição confortável ao condutor. Os punhos são Biltwell Kung Fu Natural. O sistema de escape termina sem silenciadores defletores, o que favorece o som do motor. -98- | MOTORCYCLE SPORTS |
Ventus Garage
tus Garage. O guiador clip-on foi fabricado pela própria oficina, conferindo
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