#2 D E Z E M B R O | T H E G R E AT E S T M O T O R C Y C L E S P O R T S M A G A Z I N E - N Ú M E R O # 2
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM
MIGUEL OLIVEIRA
+
página 46
ENTREVISTAS COM HERVÉ PONCHARAL E HAFIZH SYAHRIN
Antevisão do Dakar 2019
Os Portugueses no Dakar
página 58
página 64
Família Ducati Panigale 2019. página 72
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ÍNDICE 4
EDITORIAL
Notícias Fique a par dos principais acontecimentos da atualidade do mundo do motociclismo.
8
Plantel de MotoGP de 2019
S
O Mundial de MotoGP vai ter ‘caras novas’ e algumas mudanças de
bem difíceis mas ainda assim Andrea Dovizioso conseguiu terminar a
equipas na temporada de 2019.
temporada da melhor maneira ao dividir o pódio com Álex Rins e Pol
Testes de MotoGP em Valência e em Jerez
Espargaró.
GP de Valência O Circuito Ricardo Tormo marcou o final da temporada dos Mundiais de motociclismo, com as contas dos títulos já fechadas.
16 24
Dias depois da temporada terminar, o Mundial de MotoGP começou a preparar 2019 com os primeiros testes em Valência e, uma semana depois, em Jerez.
36
Testes de Moto-E Jerez de la Frontera foi o palco da estreia em pista com as equipas da nova categoria Moto-E World Cup, nos primeiros testes de préépoca.
38 40
ros testes oficiais da categoria-rainha; testes esses que continuaram em Jerez com as equipas a quererem melhorar os aspetos menos positivos das máquinas do ano passado. No entanto, as novidades não se ficaram pelos testes... Entraram novos pilotos para a melhor e mais difícil categoria de motociclismo mundial onde Miguel Oliveira experimentou a sua RC16 mais ‘a sério’. Esta tem sido uma fase marcada pela adaptação do #88, mas
hecerem o novo motor Triumph nos ensaios de Jerez em novembro.
No sentido de explorar a sua perspetiva sobre o passado, o presente
Entrevista exclusiva a Hervé Poncharal
e o futuro, o Motorcycle Sports entrevistou Miguel Oliveira para
Entrevista exclusiva a Miguel Oliveira ras impressões e ambições de Miguel Oliveira para o MotoGP.
Entrevista a Hafizh Syahrin A completar a ‘trilogia’ de entrevistas exclusivas, trazemos-lhe as pa-
tentar compreender os sentimentos vividos pelo herói português neste primeiro contacto com a realidade desejada. Hervé Poncharal e Hafizh Syahrin também desenvolveram os seus pontos de vista, dando uma imagem generalizada do que está a acontecer dentro da garagem da Tech3. Mas não só de velocidade e se faz esta edição. Janeiro é o mês do todo-o-terreno por excelência, com o Dakar a ir para a estrada no Peru. Uma edição curta, mas exigente, como é expectativa geral dos principais pilotos, que promete animar este mês inaugural de 2019
lavras de Hafizh Syahrin, o colega de Miguel Oliveira no MotoGP
e o Motorcycle Sports traz-lhe tudo o que precisa de saber para a
em 2019.
acompanhar a prova – com grande destaque para o ‘elenco’ de nove
Antevisão do Dakar 2019 O lançamento do Dakar 2019 que em janeiro se disputa no Peru, com as etapas, principais pilotos e equipas, os portugueses e os maiores candidatos ao triunfo em detalhe.
Ducati Fique a conhecer melhor as motos com um teste exclusivo para o Motorcycle Sports.
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O paddock permaneceu ainda no traçado de Cheste para os primei-
melhorar sem olhar para a concorrência.
Em mais um exclusivo Motorcycle Sports, fique a conhecer as primei-
72
porada. O Mundial de MotoGP terminou em Valência sob condições
Pilotos e equipas de Moto2 tiveram a primeira hipótese de con-
alguns dos assuntos abordados.
58
cação visou explorar, principalmente, o final de mais uma tem-
o próprio piloto mostrou-se determinado e com vontade de querer
Poncharal. A nova era da Tech3 no MotoGP e Miguel Oliveira são
52
centrou-se nos maiores nomes de 2018, esta segunda publi-
Testes de Moto2
O Motorcycle Sports traz-lhe em exclusivo uma entrevista a Hervé
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e na primeira edição da Revista Motorcycle Sports o foco con-
portugueses à partida. As novidades que no que toca às motas de estrada não faltam, com amplo destaque nesta edição para novos modelos de três construtores: BMW, Ducati e Kawasaki; mas também algumas das últimas café racers que poderá conhecer um pouco mais ao pormenor. O motociclismo está, assim, mais uma vez em amplo destaque nesta segunda edição Motorcylce Sports. Sendo segundo número, que implica uma maior experiência adquirida, prometemos ainda maior
Novidades de estrada
qualidade, como de resto não podia deixar de existir naquele que é o
Apresentamos-lhe os detalhes da aguardada BMW R 1250 GS e
maior órgão especializado em motociclismo em Portugal.
também da híper desportiva Kawasaki Ninja H2.
92
Café Racers Entre no mundo das café racers, conhecendo alguns dos modelos mais atuais de fábrica, protótipos e custom bikes.
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Ducati e Honda definem datas de Cirurgia bem-sucedida a Marc Márquez Um dia depois de Jorge Lorenapresentação para o MotoGP zo, foi a vez de Marc Márquez
Já se conhecem as datas de apresentação de algumas das equipas de
passar pelos blocos operató-
MotoGP para a época de 2019. A Ducati é a primeira a mostrar-se para a
rios do Hospital Universitário
época que vem, entre as que já anunciaram as datas, fazendo-o a 18 de
Dexeus. O campeão em título
janeiro em Neuchâtel, Suíça segundo adianta o jornal La Gazzetta dello
foi operado ao ombro esquer-
Sport.
do, que ao longo de 2018 so-
Já a Honda terá a sua apresentação a 23 de janeiro em Madrid, em local
freu de deslocamentos cons-
e hora ainda a anunciar. Jorge Lorenzo é a grande novidade na formação
tantes afetando naturalmente
nipónica, chegando para fazer dupla com Marc Márquez. Será também
o piloto.
uma das primeiras hipóteses de ver o #99 com as cores da Honda.
Dias depois, Márquez regressou a casa para dar os passos seguintes na
De referir que os testes de pré-temporada em Sepang começam duas
recuperação. E usou as redes sociais para dar conta que se encontrava
semanas depois da apresentação da Honda, a 6 de fevereiro.
num bom estado de espírito: ‘Olá a todos! Já estou em casa, tudo correu
Gareth Harford/Gold and Goose
NOTÍCIAS
bem. Quero agradecer-vos por todas as vossas mensagens de apoio. Segu-
Jorge Viegas é o novo presidente da FIM
ramente voltarei mais forte’, escreveu no Twitter.
Jorge Lorenzo operado ao pé direito
Federação Motociclismo Portugal
Depois da queda em Aragão e na Tailândia há alguns meses, Jorge Lorenzo nunca mais ficou totalmente bom do seu pé direito. Assim, finda a temporada e os testes de novembro, foi submetido a uma operação no dia 3 de dezembro, numa intervenção que durou cerca de meia hora. Segundo o Motorsport.com, a cirurgia aconteceu no Hospital Quirón em Barcelona. Numa entrevista emitida cerca de uma semana mais tarde pelo canal BT Sport, Lorenzo mostrou-se agradado com os primeiros dias após a operação: ‘Estou bem, passaram poucos dias da operação, infelizmente ainda tenho uma pequena parte de osso no metatarso, pelo que tenho algumas dores ao andar e eles têm de me tirar esse osso. […]. No
Wolfgang Srb, sendo eleito com 79 votos em 101 possíveis.
Valentino Rossi com novo êxito em Monza
Assim, pela primeira vez um luso ocupa o mais alto cargo na entidade
Entre 7 e 9 de Dezembro, Valentino
federativa. Viegas passou por outros cargos da instituição anteriormente,
Rossi deslocou-se a Monza para a já
incluindo o de vice-presidente, e já tinha sido derrotado por o agora seu
habitual participação no Monza Rally Show… e dominou. Das nove especiais,
predecessor Vito Ippolito nas últimas eleições. O natural de Faro afirmou:
Il Dottore só não ganhou uma a bordo do seu Ford, conseguindo terminar
– Estou verdadeiramente honrado por ser eleito presidente da FIM. Para mim
1m07,2s à frente de Teemu Suninen, piloto regular do Mundial de Ralis.
é o feito de uma vida ver a minha paixão pelo motociclismo crescer a um
Seguiram-se Roberto Brivio e Alessio Salucci, com outra lenda do motociclis-
ponto em que me permite ter um impacto positivo no desporto. Passei muitos
mo – Tony Cairoli – a fechar o top cinco. O nove vezes campeão do mundo
anos a trabalhar para a FIM e estou ansioso para que tenhamos juntos um
de motocross acabou a 2m52,4s de Rossi nesta prova em que comandou um
futuro brilhante.
Hyundai i20 WRC.
Jorge Viegas foi eleito a 1 de dezembro como o presidente da Federação Internacional do Motociclismo (FIM). O português foi o único candidato nas eleições realizadas em Andorra, depois da desistência prematura de
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Monza Eni Circuit/Beretta
geral estou muito feliz’.
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MotoGP
GP da Comunidade Valenciana © 2017 Ducati Motor Holding spa
TEXTO: Gonçalo Viegas
Andrea Dovizioso
Dovizioso fechou temporada com chave de ouro
Sob condições adversas, a Ducati e Suzuki regressam aos pódios com a companhia especial da KTM de Pol Espargaró Após um surpreendente Grande Prémio da Malásia, onde Marc Márquez venceu a corrida depois de uma queda de Valentino Rossi nas voltas finais, o paddock de MotoGP redobrou as suas atenções para o GP de Valência. Isso aconteceu porque o traçado espanhol recebeu a última ronda do mundial, assim como a primeira dose de testes oficiais no que respeita ao calendário de 2019. -8- | MOTORCYCLE SPORTS |
No entanto, esta última fase da tem-
sagem do italiano pela Ducati. De-
porada podia ser decisiva para alguns
pois disso, Rossi retornou à Yamaha
pilotos… O ano de 2018 não foi mui-
e a partir desse momento foi capaz
to positivo para Valentino Rossi e
de vencer pelo menos uma vez por
Dani Pedrosa pois ambos os atletas
ano. Olhando para os números, Rossi
não tinham conseguido, até então,
teve em 1997 (125cc), 2001 (500cc),
terminar no lugar mais alto do pódio.
2002 e 2005 (MotoGP) a sua maior
Antes da ronda de Cheste, o #46 es-
quantidade de vitórias por tempora-
tava em posição de igualar a ausência
da ao conseguir subir ao lugar mais
de vitórias que se verificaram na pas-
alto do pódio um total de 11 vezes.
Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa
Sem contar com a sua passagem na Ducati, 1996 (125cc), 2013 e 2017 (MotoGP) foram os anos onde o #46 registou apenas um triunfo. Estatis-
para além desta ser uma das suas rondas caseiras, Valência simbolizava o final de uma história de amor que nunca teve passagem pelo altar. Lorenzo teve uma jornada atribulada na
ticamente, Valência podia salvar o
Ducati e isso acabou por ser razão
piloto de um registo menos positivo,
para o #99 dar o salto para a Honda.
mas este último traçado não era, de
Independentemente dessa mudança,
todo, favorável à Yamaha.
o profissional fez de tudo para estar
Dani Pedrosa estava, também, numa
nas melhores condições nesta última
situação algo semelhante ao seu
corrida com a fabricante italiana.
Jorge Lorenzo
colega de profissão. O #26 chegou
‘Estarei em Valência e estarei em boa forma física para poder competir. Não
apenas no ano seguinte começou
sei qual vai ser o meu nível, calculo que
FAlePhoto
à categoria de 125cc em 2001 e a vencer. Desde então, Pedrosa foi acumulando vitórias onde conseguiu
80% ou 90%. Infelizmente tive azar ao lesionar-me no pior momento, com
variar entre uma conquista (2014 e
várias corridas seguidas. Como se não
2016 no MotoGP) e oito triunfos
chegasse, uma rutura de ligamentos
(2005 nas 250cc) por ano. Apesar
complicou ainda mais as coisas. Mo-
de na temporada passada Pedrosa
tegi foi impossível. Talvez conseguisse
ter vencido o GP da Comunidade
regressar em Sepang, mas estaria ape-
Valenciana, este final de temporada
nas a lutar na parte de trás do pelotão.
aparentava ter um significado algo
Dentro de dias estarei na pista em Va-
diferente, uma vez que esta seria a
lência. Não acho que possa lutar pela
sua última corrida antes do espanhol
vitória ou mesmo por um pódio, mas
abandonar a Honda em prol de um
vou tentar um resultado positivo’, asse-
lugar de piloto de testes na KTM.
gurou Lorenzo citado pelo GPOne.
De forma a comemorar todos os
Danilo Petrucci
feitos que Pedrosa fez na categoria rainha, o piloto foi anunciado ofi-
Apesar do campeonato ser dado como terminado em Valência, as contas pela disputa das melhores po-
cialmente como uma Lenda de Mo-
sições estavam praticamente encer-
toGP. Perante esta novidade, o #26
tal de cinco ocasiões… Contudo, isso
aos comandos de uma Panigale V4.
radas. Márquez voltou a casa como
juntou-se ao clube onde Giacomo
não foi suficiente pelo que o profis-
Perante a ausência confirmada de
campeão e com um total de 321
Agostini, Mick Doohan, Nicky Hay-
sional já tinha oficializado o retorno
Rabat, a Avintia estava novamen-
pontos em sua posse. Andrea Dovi-
den, Wayne Gardner, entre outros,
ao Mundial de Moto2 com a Dyna-
te dependente de Xavier Siméon e
zioso não levou a luta pelo título até
também fazem parte.
volt Intact GP.
Jordi Torres que, por sua vez, foi au-
ao fim, tal como no ano passado, e o
A juntar a este leque de pilotos, Tom
Além dos pilotos que chegaram a
torizado a competir na quinta-feira
atleta da Ducati possuía nesta altura
Lüthi arriscava-se a terminar o ano
Valência com estatísticas menos
anterior à corrida depois do #81 ter
‘apenas’ 220 pontos. Valentino Rossi
sem pontuar. A defender, ainda, as
positivas, havia ainda quem não ti-
sido operado a um dos seus dedos
era terceiro com 195 pontos, Viñales
cores da EG 0,0 Marc VDS, o suíço
vesse sequer condições mínimas
da mão esquerda; dedo esse que fi-
quarto com 193 pontos e Álex Rins
apresentou um dos piores desempe-
para lá competir, nomeadamente
cou fraturado na Malásia.
fechava o top cinco com menos 44
nhos de toda a categoria. Ao longo
Tito Rabat. O espanhol sofreu uma
Nos dias que se antecederam à rea-
pontos que o segundo piloto da
de 17 provas, o #12 foi ultrapassado
fratura tripla na sua perna direita em
lização do Grande Prémio da Comu-
Yamaha.
por todos os rookies chegando a Va-
Silverstone e desde então tem esta-
nidade Valenciana, Jorge Lorenzo foi,
Na sua chegada à última corrida do
lência com as mãos completamente
do a recuperar. No entanto, o piloto
naturalmente, um dos destaques
ano, Johann Zarco liderava as con-
vazias – mesmo Xavier Siméon regis-
da Avintia confirmou a sua ausência
deste final de temporada. O espa-
tas de pilotos independentes com
tou um ponto na ronda de Phillip Is-
do Grande Prémio ao mesmo tempo
nhol iria correr em casa depois de
uma vantagem de um ponto para Cal
land quando terminou em 15.º lugar.
que oficializou a sua presença nos
não ter conseguido marcar presen-
Crutchlow. No entanto, o britânico
Oportunidades não faltaram, tanto
primeiros testes oficiais para 2019,
ça nas corridas de Buriram, Motegi,
estava lesionado e acabara por não
que Lüthi terminou em 16.º num to-
depois de já ter testado em Valência
Phillip Island e Sepang. Contudo,
participar nesta última prova. Pe| MOTORCYCLE SPORTS | -9-
GP da Comunidade Valenciana Yamaha Motor Europe
MotoGP
trucci era terceiro a cinco pontos do,
Ao contrário da qualificação, Marc
então, piloto da Tech3. Morbidelli as-
Márquez dominou a sessão de Warm
segurava a liderança do campeonato
Up e isso fez antever uma prova po-
de rookies com 50 pontos conquis-
tencialmente forte para o espanhol.
tados; campeonato esse que ainda
Antes da corrida, o #93 registou uma
estava por decidir uma vez que Ha-
volta em 1:40,154 e criou uma dife-
fizh Syahrin era segundo com menos 10 pontos que o pupilo de Valentino
Valentino Rossi
rença de pouco mais de oito décimas para Aleix Espargaró e a sua Aprilia
Rossi.
RS-GP. Valentino Rossi fez o tercei-
O arranque deste fim de semana não
ro melhor tempo numa manhã onde
foi deveras fácil. A primeira sessão de
não melhorou o seu tempo do FP1.
do 16.º posto – literalmente atrás do
o traçado continuava a ser alvo de
treinos começou por ser interrom-
Ainda assim, o piloto da Honda ficou
seu ex-companheiro de equipa.
chuva.
pida nos primeiros minutos graças
com o segundo melhor tempo com
Já o Q2 trouxe alguns momentos
Contudo, o momento mais alto do
à chuva que decidiu estar presente.
Dovizioso (1:39,800) a ser terceiro
mais arrepiantes. Logo no início da
fim de semana seria o Grande Pré-
Com 37 minutos para a bandeira de
após uma volta 0,088s mais lenta que
sessão, Marc Márquez sofreu uma
mio que, por sua vez, foi bastante
xadrez,
Márquez liderava a tabe-
a do #9. Jack Miller fez o quarto me-
queda na quarta curva do traçado
animado. Após o apagar das luzes,
la com uma volta em 1:50,029. No
lhor tempo combinado (1:38,873),
valenciano e desde então apresen-
Álex Rins fez o holeshot da corrida
entanto, depois de tudo ter voltado
Zarco foi quinto (1:40,141) e Valen-
tou algumas queixas físicas no seu
deixando Maverick Viñales – aquele
à normalidade, a bandeira verde foi
tino Rossi (1:40,750), assim como
ombro esquerdo. Apesar do sucedi-
que arrancou da pole – atrás de si. A
mostrada e vários pilotos consegui-
Jorge Lorenzo (1:41,026), ficaram
do, o campeão dirigiu-se à sua gara-
partir do primeiro momento, o pilo-
ram lutar pela melhor volta da ses-
de fora do apuramento direto para
gem e retomou os seus trabalhos em
to da Yamaha discutiu posição com
são. No final de contas, Márquez
o Q2. O piloto da Yamaha fez o 14.ª
pista. No seio desta agitação, Jack
Andrea Dovizioso numa altura em
retornou ao topo com uma volta em
melhor tempo, enquanto que Loren-
Miller aproveitou para se colocar na
que Pol Espargaró e Marc Márquez
1:39,767.
zo foi o 17.º mais competitivo.
pole position provisória, mas o aus-
batalhavam pelo primeiro posto de
As bases estavam assim estipuladas e
Apesar do FP4 não contar para o
traliano acabou por não conseguir
fora do pódio.
as sessões que se seguiram serviram
apuramento para a segunda sessão
fazer frente aos mais fortes na parte
Com o placard a registar 25 voltas
para melhorar o trabalho feito nestes
de qualificação, Marc Márquez não
final.
para o fim, o homem da Suzuki se-
primeiros minutos. A segunda sessão
baixou os braços e fez o melhor tem-
Os primeiros minutos foram bem
guia na dianteira com uma vantagem
de treinos foi, também, alvo de uma
po (1:32,571) numa sessão onde
movimentados com as Ducati a can-
de quase três segundos para Dovi-
bandeira vermelha pelas mesmas ra-
Johann Zarco ficou a meio segundo
didatarem-se à primeira posição para
zioso, momentos antes de Aleix Es-
zões e apesar da forte velocidade de
do seu adversário. A maior surpresa
o arranque da corrida de domingo.
pargaró ser o primeiro atleta a regis-
Márquez, Danilo Petrucci conseguiu
desta sessão foi mesmo Pol Esparga-
No entanto, Maverick Viñales aca-
tar uma queda. Pouco tempo depois,
fazer o tempo mais competitivo. No
ró (1:33,219) que colocou a sua KTM
bou por se colocar na pole depois
Viñales começou a perder posições
final, o italiano apresentou um re-
RC16 no terceiro lugar. Aleix Espar-
de não ter melhorado a sua volta de
– o que deixou Espargaró e Márquez
gisto em 1:41,318, ficando à frente
garó (1:33,284) e Andrea Dovizioso
1:31,312. Apesar de ter estado em
a discutirem o terceiro lugar.
do #93 por uma diferença de quatro
(1:33,577) fecharam o top cinco.
risco de perder a primeira posição da
Rins continuava na frente da prova a
décimas numa sessão onde Valenti-
A primeira sessão de qualificação se-
grelha de partida, Viñales acabou por
aumentar a diferença para os restan-
no Rossi foi terceiro a 0,763s do seu
ria a oportunidade de ouro para Jorge
ficar à frente de um Álex Rins que
tes, ao mesmo tempo que as quedas
compatriota.
Lorenzo e Valentino Rossi subirem ao
também se mostrou extremamente
continuavam a acontecer. Entretan-
Depois de um FP2 com voltas bas-
Q2. No entanto, o piloto mais veloz
rápido. Com uma volta 0,080s mais
to, o piloto foi perdendo terreno que
tante difíceis, a terceira sessão de
foi Andrea Iannone com um tempo
lenta que Viñales, Andrea Dovizio-
outrora tinha conquistado e a corrida
treinos livres colocou os tempos em
de 1:31,382 enquanto que Maveri-
so terminou a 0,012s do piloto da
foi interrompida dadas as condições
linha com o FP1 no qual Petrucci
ck Viñales foi segundo (1:31,858) e
Suzuki. Danilo Petrucci fez o quarto
do circuito. Devido ao facto de os
repetiu o feito da segunda sessão.
o último a conseguir garantir passa-
melhor tempo, Márquez concretizou
atletas não terem completado mais
Com um registo de 1:39,712, o pi-
gem para a sessão seguinte. Desta
a quinta melhor volta – com um dife-
do que três quartos da prova, esta
loto da Alma Pramac Racing fez o
forma, ao ser o terceiro melhor atleta,
rencial de 0,130s – e Pol Espargaró
acabou por ser retomada mais tarde.
melhor registo combinado ao mesmo
Lorenzo soube que iria partir do 13.º
foi uma das grandes surpresas ao fe-
Perante o sucedido, a grelha de parti-
tempo que Marc Márquez (1:39,767)
lugar enquanto que Rossi arrancaria
char os acessos à segunda linha.
da iria, assim, estar de acordo com as
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posições que os pilotos tinham mar-
ta de um excelente resultado.
nheiro de equipa. Por fim, Álex Rins
carreira. Takaaki Nakagami cessou
cado no final da volta 13. Nesta fase,
‘Foi uma corrida de loucos. No início,
manteve a última posição do top cin-
o ano com 33 pontos totais, Xavier
haveria por completar um total de 14
na primeira parte, não tinha grandes
co ao conseguir mais 20 pontos. No
Siméon acumulou apenas um ponto
voltas onde Rins partiu da pole po-
sensações e o Rins começou tão ve-
final de contas, o atleta que continua
enquanto que Tom Lüthi se despediu
sition. Dovizioso seguiu o espanhol,
loz que não o consegui acompanhar.
a defender as cores da Suzuki para
da categoria rainha sem nunca ter
Rossi era terceiro e Pedrosa estava
Depois disso, passo a passo fui sen-
2019 fechou a temporada com um
disputado este campeonato com os
no quarto lugar. Johann Zarco fecha-
do cada vez mais veloz. Estou orgu-
diferencial de 152 pontos para Már-
nomes anteriormente referidos.
va os acessos ao top cinco enquanto
lhoso por não cair na primeira fase da
quez.
Relativamente às fabricantes, a Hon-
que Márquez já tinha abandonado a
corrida porque havia muita água em
No que respeita à classificação de
da voltou a terminar o ano com mais
corrida graças a uma queda.
pista. Para a segunda corrida fizemos
pilotos independentes, Johann Zar-
um título em sua posse. A Ducati foi
Com esta segunda partida, Rins vol-
algumas mudanças na moto, colocá-
co foi o grande vencedor. O francês
a segunda melhor força ao terminar o
tou a colocar-se à frente do toda a
mos pneus novos. Senti-me muito
terminou o ano com 158 pontos e
campeonato com 40 pontos de atra-
gente com Dovizioso e Rossi a per-
bem, a moto esteve muito bem e
uma diferença de apenas dez pontos
so para a marca nipónica, enquanto
seguirem o espanhol. Apesar de ro-
consegui forçar o ritmo como quis e
para o lesionado Cal Crutchlow. Da-
que a Yamaha ficou a 94 pontos do
dar no segundo lugar, DesmoDovi
foi demasiado para os nossos rivais.
nilo Petrucci foi terceiro a 14 pontos
topo. A Suzuki terminou em quarto
assumiu instantaneamente o modo
É bom acabar assim a temporada’, ar-
do #5, enquanto que Álvaro Bautis-
a 142 pontos da Honda, enquanto
de ataque para deixar o líder atrás de
gumentou em parque fechado logo
ta se despediu do MotoGP ao ser o
que a KTM e a Aprilia foram as mais
si numa altura em que Rossi acompa-
após a prova.
quarto melhor piloto independente.
fracas. Em termos de equipas, nada
nhava esta situação de perto.
Depois de se ter completado esta úl-
O espanhol fechou as contas com
mudou no topo da tabela. A Honda
A nove voltas do fim Dovizioso não
tima prova, era altura de olhar para as
66 pontos para Zarco enquanto que
foi, novamente, mais forte com a
poupou esforços para se deixar isola-
contas finais do campeonato. Com a
Jack Miller foi quinto a um ponto de
Ducati e a Yamaha a deterem um di-
do, deixando a sua concorrência mais
sua queda ainda na primeira corrida,
Bautista.
ferencial de 46 e 47 pontos, respeti-
direta a sonhar apenas com o segun-
antes da interrupção, o campeão
Continuando ainda o balanço às
vamente, para a equipa de Márquez
do lugar. Rossi acabou por ultrapas-
manteve os mesmos 321 pontos.
contas finais da temporada, Franco
e Pedrosa. A Suzuki foi a quarta me-
sar o #42 mas quando isso aconte-
Já Andrea Dovizioso reduziu a dife-
Morbidelli foi o Rookie do Ano ao
lhor classificada e a Pramac Racing
ceu o vice-campeão já possuía um
rença de 101 para 76 pontos face a
terminar as 19 provas do calendário
fechou o top cinco.
diferencial de quase dois segundos;
Márquez, ao mesmo tempo que se
com apenas 50 pontos. Nesta fase
Sendo assim, esta foi uma corrida
diferença essa que continuou a au-
afastou de Valentino Rossi. O piloto
final da temporada, e não só, o pu-
que teve um significado bastante
mentar nas voltas seguintes.
da Yamaha não terminou a prova e
pilo de Valentino Rossi disputou o
importante para Dani Pedrosa que
No entanto, Valentino Rossi voltou
fechou este campeonato com 123
título de rookie com Hafizh Syahrin
se despediu do MotoGP, enquanto
a repetir a infelicidade de Sepang
pontos para o seu adversário mais
mas os quatro pontos de diferen-
piloto a tempo inteiro, com um dig-
quando sofreu uma queda na curva
direto, enquanto que Viñales ficou a
ça foram suficientes para o italiano
no quinto lugar. Com o fechar deste
12 a cinco voltas do fim. Tal acon-
meros cinco pontos do seu compa-
conquistar mais um belo feito na sua
capítulo o #26 terminou a temporawww.suzuki-racing.com
tecimento deixou Rins em segundo e Pol Espargaró em terceiro. Até à bandeira de xadrez não houve mais surpresas e Dovizioso fechou o ano da melhor forma ao conseguir a sua
da em 11.º lugar, sendo este o único ano em que o espanhol terminou fora do top dez – o seu pior ano foi 2001 quando chegou às 125cc e conseguiu terminar em oitavo da ge-
quarta vitória da temporada, numa
ral ao registar dois terceiros lugares.
corrida onde a KTM subiu ao pódio
Além disso, a temporada de 2018 foi
pela primeira vez desde que chegou
aquela em que o piloto não conquis-
ao MotoGP em 2017.
tou qualquer pódio e qualquer pole
Ao vencer pela primeira vez em Va-
position, igualando as temporadas
lência – o seu melhor resultado foi
de 2016 e 2001. Independentemen-
um segundo lugar ainda nas 125cc
te de tudo, Pedrosa deixará um es-
em 2004 – Dovizioso afirmou que as alterações feitas para a segunda corrida foram essenciais para a conquis-
Álex Rins
paço vazio no MotoGP; espaço esse que só se sentirá realmente no início do GP do Qatar. | MOTORCYCLE SPORTS | -11-
Moto2
GP da Comunidade Valenciana
Miguel Oliveira despede-se do Moto2 com triunfo sob condições adversas Tal como na categoria de MotoGP,
Miguel Oliveira
- Esta é a minha última corrida com a família Red Bull KTM Ajo. Foram três
cia já com o campeão descoberto.
anos incríveis ao lado deles. Por um
David Goldman - Gold and Goose Photography
a classe intermédia chegou a ValênFrancesco Bagnaia levantou o título mundial de Moto2 em Sepang depois do italiano ter terminado na terceira posição numa corrida vencida por Miguel Oliveira. Para que a luta tivesse que chegar à última corrida, o pupilo de Valentino Rossi teria que ter terminado a prova fora do pódio mas isso
lado, estou triste por deixar uma família e uma equipa que me deu tantas vitórias e tantos pódios. Por outro, estou empolgado por enfrentar uma nova classe e um novo desafio; todos sonham em competir no MotoGP. Espero desfrutar em Valência e, acima de tudo, deixar a equipa com outra vitória. Valência é um
acabou por não acontecer. Por isso,
circuito que se adequa muito bem quer
Valência seria a oportunidade e o lo-
à KTM, quer à minha pilotagem. Iremos
cal ideal para Miguel Oliveira celebrar
perseguir esse último triunfo e o título de
o título de vice-campeão numa pista
equipas no domingo. Quero agradecer à
onde o português contou com uma
Red Bull KTM Ajo por estas temporadas
forte legião de fãs.
em conjunto e estou orgulhoso pelo óti-
Contudo, entre o fim da jornada asiá-
mo trabalho que fizemos com a moto de
tica e o início do último fim de sema-
da final, foi o facto de Lukas Tulovic ter
melhor homem ao ter menos de 71
Moto2 da KTM num espaço de tempo
na de corridas, o paddock assistiu a
sido anunciado como a próxima apos-
pontos para o seu companheiro de
tão curto.
algumas novidades no que concerne
ta da Kiefer Racing. Depois de Domi-
equipa enquanto que detinha uma
Desde o FP1 que os pilotos não ti-
ao futuro de equipas e pilotos. Uma
nique Aegerter ter estado abaixo do
vantagem de 39 pontos para o quarto
veram as melhores condições à sua
das primeiras novidades que apare-
rendimento esperado – a dada altura
classificado: Lorenzo Baldassarri. Álex
disposição, uma vez que a chuva foi
ceu logo após Sepang foi o possível
do ano o piloto ficou sem agente e
Márquez fechava o top cinco com um
sempre uma variável a ter em conta.
regresso de Romano Fenati, aliado à
isso fez com que o suíço ficasse mais
atraso de cinco pontos para o #7.
Ainda assim, Miguel Oliveira conse-
desistência da Marinelli Snipers Team
atarefado – a equipa decidiu apostar
Miguel Oliveira chegou a Valência
guiu fazer o terceiro melhor tempo
no que concerne ao Moto2. Depois
no jovem de 18 anos enquanto que
sem nada a provar! O português per-
(1:47,617) numa sessão onde Iker
do comportamento do piloto em Mi-
Aegerter acabou por rumar, mais tar-
deu a luta para com Francesco Bag-
Lecuona dizimou a concorrência com
sano e da morte do principal patroci-
de, à MV Agusta Forward Racing.
naia na ronda anterior e isso acabou
um registo em 1:46,705. Álex Már-
nador da equipa, a estrutura italiana
Depois do mundial ter ficado decidi-
por ser um ponto positivo, no senti-
quez foi segundo assegurando uma
decidiu dar um passo atrás e focar-se
do, as contas pelas primeiras posições
do de permitir ao #44 lutar pela vi-
vantagem de 0,114s para o portu-
apenas no Moto3 em 2019. A inten-
da tabela estavam, também, pratica-
tória em Valência sem qualquer tipo
guês.
ção passaria, então, por regressar à
mente fechadas. Bagnaia chegou à úl-
de pressão. Dias antes da sua última
Na segunda rodada de treinos, Le-
classe intermédia em 2020 de forma
tima pista do calendário com um total
corrida de Moto2, Oliveira admitiu
cuona voltou a colocar a sua KTM no
sustentável e bem preparada.
de 304 pontos conquistados e uma
oficialmente ter estado a viver uma
topo da tabela. Niki Tuuli foi segundo,
Outra novidade que ganhou desta-
diferença de outros 32 para Miguel
mistura de sentimentos antes de in-
Baldassarri terceiro e Oliveira não foi
que nos dias que antecederam a ron-
Oliveira. Brad Binder era o terceiro
gressar no pináculo do motociclismo:
além do sexto registo. Contudo, o jo-
-12- | MOTORCYCLE SPORTS |
Gareth Harford - Gold and Goose
vem da Charneca da Caparica manteve o terceiro melhor tempo do dia uma vez que os tempos pioraram em quase dois segundos para o FP2. A terceira sessão não foi de todo diferente e, tal como no FP1, Miguel Oliveira voltou a fazer o terceiro tempo ficando atrás de Xavi Vierge e Sam Lowes. Com o final das três sessões,
o apagar das luzes e Oliveira fez um
condições não eram as melhores e as
nato. Desta forma, o campeão ter-
Lecuona foi rei e senhor sobre o asfal-
arranque competitivo. Joan Mir, Lo-
quedas foram aparecendo. No total,
minou o ano com 306 pontos e uma
to valenciano enquanto que Oliveira
renzo Baldassarri e Luca Marini caí-
registaram-se onze quedas e ainda
diferença de outros nove para Miguel
perdeu o terceiro lugar para Vierge já
ram na curva dois, o que acabou por
assim Oliveira manteve-se firme num
Oliveira. Brad Binder concluiu os tra-
no FP3.
prejudicar alguns dos pilotos que es-
asfalto molhado e carente de melho-
balhos no terceiro da geral, mas com
Com as condições a melhorarem para
tavam em pista e que não sofreram
res condições… Apenas um erro afas-
um diferencial de 105 pontos para o
a qualificação, o #44 viu outros pilo-
qualquer tipo de queda, como foi o
tava Oliveira da vitória, mas esse erro
pupilo de Valentino Rossi. Com a que-
tos a lutarem pelos acessos à primeira
caso de ‘Pecco’ Bagnaia. Por outro
felizmente nunca apareceu, pelo que
da registada na primeira volta, Loren-
linha de partida enquanto que o pró-
lado, Miguel Oliveira colou-se à se-
o #44 fechou um capítulo da sua car-
zo Baldassarri perdeu o quarto lugar
prio português ficou um pouco mais
gunda posição com o olhar focado em
reira com bastante tranquilidade.
para Álex Márquez e ficou a meros 11
atrás. Luca Marini foi um dos homens
Xavi Vierge que procurava aumentar a
Para Miguel Oliveira esta vitória foi a
pontos do #73 e a 162 pontos do seu
a conseguir chegar bem longe, uma
pouca diferença que tinha para o pe-
forma ideal de fechar uma fase posi-
compatriota.
vez que o meio-irmão de Valentino
lotão que o perseguia.
tiva da sua carreira, numa altura em
Já o campeonato de rookies não teve
Rossi tinha feito o 25.º melhor tempo
Pouco tempo depois o #44 ultrapas-
que o #44 se preparava para os testes
tanta animação como o campeonato
combinado. Vierge manteve o ‘ímpe-
sou o piloto da Dynavolt Intact GP e
de MotoGP.
individual de pilotos. Joan Mir fechou
to’ que mostrou na terceira sessão e
acabou por imprimir uma velocidade
‘Foi sem dúvida uma boa maneira de
as contas com 155 pontos de dife-
fez o segundo melhor tempo enquan-
bem forte, ritmo esse que apenas
acabar a carreira na Moto2. Eu tinha
rença enquanto que Romano Fenati
to que Marcel Schrotter foi terceiro.
Álex Márquez conseguiu fazer frente.
dito que queria lutar aqui pela vitó-
foi segundo com apenas 14 pontos
Por outro lado, Miguel Oliveira não
Algumas voltas mais tarde, o irmão
ria. As condições estiveram matreiras
conquistados até Misano. Joe Roberts
manteve a competitividade que tinha
do campeão do mundo de MotoGP
para todos. Hoje parece-me que não
terminou em terceiro e Bo Bendsney-
demonstrado em piso molhado, mas
saltou para a liderança e afastou-se
foi o dia para ser o mais veloz, mas sim
der foi o último a conseguir entrar nos
isso acabou por não ser um impedi-
do português ao apresentar um ritmo
o mais regular. Senti-me bem na moto
pontos.
mento para sonhar mais alto na cor-
relativamente melhor. A diferença foi
e a cada volta a pista foi ficando cada
A Kalex foi a construtora mais regular
rida. Aos comandos da sua KTM, o
aumentando e a vitória parecia es-
vez mais seca e isso fez com que os
ao longo de todo o ano com a marca
atleta que transportou ‘A Portuguesa’
tar praticamente entregue ao #73.
pneus ficassem mais quentes, o que
alemã a despedir-se de Valência com
ao longo de 19 corridas fez o décimo
Contudo, este acabou por cometer
tornava mais fácil cair e cometer er-
407 pontos. Naturalmente, a KTM
tempo da qualificação e colocou-se
um erro e perdeu a frente na última
ros. Percebi isso quando o Márquez
terminou no segundo lugar com me-
na quarta linha de partida para o GP
curva. Oliveira aproveitou, liderou a
caiu à minha frente. Mantive o meu
nos 62 pontos enquanto que a Speed
da Comunidade Valenciana.
corrida e nunca mais largou a dian-
ritmo durante as últimas voltas e de-
Up se apresentou como a terceira
Antes da prova final, os pilotos ti-
teira. Já Márquez retomou à pista na
pois abrandei. (…) Ficar em segundo
marca mais competitiva.
veram direito a rodar mais algumas
terceira posição e passou a ser per-
no mundial e vencer a última corrida
No entanto, e apesar da Kalex ter
voltas no Warm Up. Nesta última
seguido por Mattia Pasini, enquanto
do ano é sem dúvida o que pretendía-
triunfado, a equipa da KTM foi a que
oportunidade de afinar os restantes
que Iker Lecuona pilotava no segunda
mos, estou contente por todos nós’,
mais pontos recolheu ao longo de to-
pormenores, Sam Lowes foi o melhor
posto após ter beneficiado da queda
disse o piloto aos microfones do site
das as corridas com um total de 498
piloto aos comandos de uma KTM
de Vierge.
oficial do MotoGP.
pontos. A SKY Racing Team VR46 foi
enquanto que este teve a companhia
Com o completar das restantes vol-
Com o final da prova e do respeti-
a segunda estrutura mais consistente
das duas Kalex de Márquez e Tuuli.
tas, a bandeira de xadrez acabou por
vo campeonato, as contas ficaram
ao acumular menos 45 pontos que a
Oliveira foi quarto a pouco mais de
ser mostrada e o pódio ficou inalte-
seladas. Bagnaia fechou a ronda de
sua principal força inimiga enquanto
quatro décimas para o britânico.
rado com Pasini e Remy Gardner a
Valência em 14.º lugar e conquistou
que a EG 0,0 Marc VDS terminou no
Entretanto, a corrida começou com
fecharem o top cinco. Em resumo, as
apenas dois pontos para o campeo-
terceiro posto a 170 pontos do topo. | MOTORCYCLE SPORTS | -13-
Moto3
GP da Comunidade Valenciana
Can Öncü fez história ao derrotar tudo e todos em estreia espetacular
As condições estavam bem matreiras e alguns dos pilotos terminaram a
Friedemann Kirn,Two World Media
sua corrida antes do tempo, como foi
Tal como nas anteriores categorias, o Mundial de Moto3 chegou à última ronda do campeonato com as contas praticamente decididas. Jorge Martín conquistou o título com 240 pontos após ter vencido o GP da Malásia
o caso de Kaito Toba e Dennis Foggia. Numa altura em que Arbolino liderava com dois segundos e meio para Öncü, Fabio Di Giannantonio, Jorge Martín e John McPhee completavam o top cinco. Com uma dúzia de voltas para a ban-
numa prova onde Marco Bezzecchi
deira de xadrez, o líder sofreu uma
não foi além do quinto lugar. Esse re-
queda e o turco, que se estreava no
sultado deixou o italiano a 26 pontos
Mundial, saltou para a dianteira da
de diferença para o espanhol e em
corrida. Entretanto, Bezzecchi voltou
possível posição de perder o vice-
a conhecer o sabor da gravilha valen-
-campeonato. Nada estava decidido
Marco Bezzecchi, Can Öncü, John McPhee
neste sentido pois Fabio Di Giannan-
ciana quando caiu uma segunda vez. Depois disso, o italiano voltou à cor-
tonio detinha menos nove pontos
rida, mas passou pela via das boxes
que Bezzecchi.
o que deixou o #12 no último lugar.
Assim como nos treinos das outras
Bezzecchi, fechando os treinos com
Com a grelha definida, os pilotos
A nove voltas do fim, Öncü liderava
duas categorias, os pilotos de Moto3
a 19.ª melhor volta.
completaram a sessão de Warm Up
com sete segundos de vantagem e
não se viram livres das dificuldades
Com o final dos treinos, o foco dos
que decorreu na manhã de domingo.
estava cada vez mais perto de fazer
que a chuva preparou. A primeira
pilotos estava agora na qualificação.
Nessa altura, Bezzecchi voltou ao
história. O tempo foi passando e o
sessão começou com condições ad-
Sendo esta uma sessão com o piso
topo da tabela depois de ter realiza-
#61 cruzou mesmo a meta na pri-
versas onde o mais veloz foi Nakarin
mais seco, os atletas foram capazes
do a sua melhor volta em 1:50,712,
meira posição. Jorge Martín recu-
Atiratpuvhapat (1:52,782), enquanto
de melhorar consistentemente os
enquanto que Enea Bastianini e Lo-
perou e terminou em segundo com
que Alonso Lopéz bateu o tempo do
seus tempos, sendo Tony Arbolino
renzo Dalla Porta mostraram a força
John McPhee a fechar o pódio. Di
tailandês ao marcar uma volta em
aquele que chegou mais longe. Aos
da Leopard Racing ao ficarem atrás
Giannantonio foi quarto, Bastianini
1:51,873. Em ambas as sessões, os
comandos da sua Honda, o italiano
do italiano. Face a um desempenho
quinto e Jaume Masiá foi o sexto
pilotos nunca tiveram contacto com
da Marinelli Snipers Team foi o úni-
mais tremido na sessão de qualifica-
mais veloz.
piso seco e isso perdurou ao longo
co a rodar no segundo 46 (1:46,773)
ção, Jorge Martín apresentou resul-
Após o final de mais uma jornada era
do fim de semana.
conseguindo criar uma diferença de
tados ao marcar o sexto registo.
altura de olhar para as tabelas uma
No entanto, o FP3 foi aquele que
duas décimas e meia para Nakarin
Por ter feito o melhor tempo na qua-
última vez. Jorge Martín fechou um
melhores tempos apresentou, uma
Atiratpuvhapat. O tailandês foi, natu-
lificação, Tony Arbolino arrancou da
capítulo da sua carreira com um total
vez que todos os pilotos bateram os
ralmente, o mais veloz dentro do se-
pole position e conseguiu o holeshot
de 260 pontos conquistados depois
seus registos pessoais de sexta-feira.
gundo 47 (1:47,017) ficando à frente
metros depois. Por outro lado, Dalla
de ter terminado o GP da Comuni-
Assim, a terceira e última dose de
de John McPhee.
Porta sofreu uma queda na volta
dade Valenciana no segundo lugar.
treinos definiu totalmente a tabela de
Can Öncü ainda tentou chegar a um
inaugural terminando prematura-
Fabio Di Giannantonio beneficiou da
tempos combinados onde Bezzecchi
lugar na primeira linha, mas o turco
mente a temporada deste ano.
queda de Bezzecchi e subiu ao se-
– o único a colocar-se no top3 em
não foi além do quarto posto. Arón
Arbolino continuou na dianteira da
gundo posto da geral com um dife-
todas as sessões – fez a melhor vol-
Canet terminou em quinto ao ser o
corrida e tinha em Marco Bezzecchi
rencial de 42 pontos para o seu com-
ta do fim de semana (1:49,406) até
último dos homens a rodar a me-
e Can Öncü os seus principais adver-
panheiro de equipa. Assim, o italiano
ao momento. Enea Bastianini ficou
nos de um segundo de Arbolino. Já
sários. No entanto, Bezzecchi per-
perdeu a luta pelo vice-campeonato
atrás do seu compatriota (1:49,793)
Marco Bezzecchi foi o responsável
deu o controlo da sua moto na curva
e fechou o top três do mundial com
e foi o último a rodar no segundo
por fechar os acessos à segunda li-
quatro e colocou-se em posição de
apenas quatro pontos para Di Gian-
49, enquanto que Tony Arbolino não
nha de partida ao fazer uma volta
perder, também, o vice-campeonato.
nantonio. Enea Bastianini assegurou
foi além dos 1:50,041. Jorge Martín
em 1:47,776, enquanto que Jorge
Face a essa possibilidade, o ‘discípulo’
o quarto lugar e Dalla Porta a quinta
– que não marcou presença no FP1
Martín fez o 13.º melhor tempo
de Valentino Rossi regressou à cor-
posição, enquanto que Jaume Masiá
– terminou a quase 1,6 segundos de
(1:48,124).
rida.
foi o ‘Rookie do Ano’.
-14- | MOTORCYCLE SPORTS |
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MotoGP
Plantel para 2019 TEXTO: Gonçalo Viegas
As mudanças na grelha de partida para 2019 Lukasz Swiderek/Mateusz Jagielski/PSP
Jorge Lorenzo é a maior novidade onde poucas foram as equipas que mantiveram os seus pilotos Depois do final do GP de Valência, as equipas de MotoGP focaram-se, mais do que nunca, em facilitar o arranque da pré-temporada seguinte; arranque esse que aconteceu no próprio traçado de Cheste alguns dias após o final do campeonato.
ceu o The Maniac. Para o lugar do italiano, a estrutura de Hamamatsu apostou em Joan Mir que foi o piloto revelação da categoria de Moto2. A Red Bull KTM Factory Racing olha para 2019 como um ano de con-
Com essa mudança, verificaram-se
tinuidade e foi por isso mesmo que
diversas alterações no que con-
a equipa austríaca decidiu manter
cerne à composição da grelha de
Pol Espargaró que terminou a ronda
partida, sendo que apenas duas eq-
Jorge Lorenzo
uipas mantiveram o seu line-up de
de Valência ao conseguir o primeiro pódio da sua carreira de MotoGP,
pilotos para 2019.
assim como o primeiro top3 da
A Repsol Honda Team foi a melhor
KTM. Bradley Smith teve melhores
estrutura de todo o campeonato de
diferente.
seguinte temporada depois dos
resultados face ao ano de 2017 –
2018. No entanto, isso não impediu
Já a Ducati perdeu bastante ao
dois pilotos terem renovado os
o primeiro da KTM na categoria
em nada que a equipa de fábrica da
deixar um piloto seu mudar-se para
seus contratos antes do arranque
rainha – mas isso não foi suficiente
Honda mudasse um dos seus pilo-
a sua principal adversária. No en-
do campeonato, em Losail.
para manter o britânico na estrutu-
tos: Dani Pedrosa. O espanhol fez
tanto, a marca italiana está conven-
A Team Suzuki Ecstar seguiu as
ra. Por isso, Smith rumou à Aprilia
uma das suas piores temporadas
cida de que tem tudo para conquis-
pisadas da Honda e da Ducati ao
para ser piloto de testes enquanto
desde que chegou ao circuito mun-
tar o mundial de 2019 e para tal
manter apenas um dos seus dois
que passou a defender as cores da
dial, em 2001, ao não conquistar
depositou toda a sua confiança em
pilotos, nomeadamente Álex Rins
One Energy Racing no MotoE. No
um único pódio e uma única pole
Andrea Dovizioso e Danilo Petruc-
que terminou o ano no quinto lugar
que respeita à segunda força da es-
position em 2018.
ci. Enquanto que o foco de ‘Desmo-
da geral. Apesar do espanhol ter fi-
trutura austríaca, esta apostou em
De forma a querer aumentar a
Dovi’ está totalmente dirigido para
cado atrás de Iannone no final da
Johann Zarco. O francês tem-se
fasquia e de aproveitar uma opor-
a luta pelo campeonato, Petrucci é,
primeira metade do campeonato, a
vindo a mostrar competitivo des-
tunidade única, a fábrica com sede
assumidamente, a segunda força da
verdade é que a relação entre Rins
de que chegou ao MotoGP, tendo
em Minato apostou fortemente em
Ducati, pelo que terá de apoiar o
e a Suzuki sempre foi saudável. O
fechado a temporada passada no
Jorge Lorenzo numa altura que este
#04 em tudo o que for preciso.
mesmo não se pode dizer de Ian-
sexto lugar e com o título de mel-
começou a mostrar-se competitivo
Por outro lado, a Yamaha foi a ter-
none com o italiano a passar um
hor piloto independente do ano.
na Ducati. Do outro lado da gar-
ceira melhor força da tempora-
mau bocado em 2017…
A Aprilia foi a pior fabricante com
agem, e apesar dos rumores que o
da passada apesar de apenas ter
Os ânimos acalmaram-se e o piloto
a fábrica de Noale a terminar atrás
ligaram à KTM, Márquez renovou o
conseguido uma vitória, em Phil-
mostrou um andamento compet-
da KTM por uma diferença de 13
seu contrato com a Honda, o que
lip Island, com Maverick Viñales.
itivo logo no início da temporada,
pontos. A marca italiana não con-
não serviu de impedimento para
A equipa japonesa é das poucas
mas a falta de melhores resultados,
seguiu fechar o campeonato com
Lorenzo querer aceitar um desafio
que mantém o seu line-up para a
apesar dos três pódios, não favore-
os seus dois pilotos dentro do top
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Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa
@Jesus Robledo/@Jaime Olivares Camps GGPP 2019
Marc Márquez
Andrea Dovizioso
15, onde Aleix Espargaró foi o 17.º
Rookie do Ano.
up para 2019. A Ángel Nieto Team
ter em Morbidelli um piloto capaz
melhor piloto enquanto que Red-
Com o bom desempenho que o
apresentou
tímidos
de disputar o título de piloto inde-
ding terminou na 21.º posição da
francês tem feito desde que che-
independentemente do facto de
pendente com o francês a batalhar
geral. Face aos resultados obtidos,
gou ao MotoGP, Zarco ascendeu
ter conseguido pontuar em quase
entre os rookies.
o espanhol permaneceu na equipa
à equipa oficial da KTM enquanto
todas as corridas – Termas de Rio
O ano de 2017 foi bastante difícil
enquanto que Redding se mudou
que Syahrin permaneceu no mes-
Hondo e Le Mans foram a exceção.
para a EG 0,0 Marc VDS, uma vez
para o Campeonato Britânico de
mo lugar. No entanto, para o ano de
No campeonato de 2018, a estru-
que a estrutura teve um final de
Superbike.
2019, o malaio terá Miguel Oliveira
tura espanhola subiu ao top cinco
história semelhante ao da Ángel
A Alma Pramac Racing foi a melhor
como companheiro de equipa, isto
um par de vezes graças ao bom de-
Nieto Team. A equipa de Marc Van
equipa independente do campe-
após o piloto português ter discuti-
sempenho de Álvaro Bautista nas
der Straten teve um arranque rel-
onato! Apesar de não ter igualado
do o título de Moto2 até à corrida
rondas de Sachsenring e Motegi.
ativamente tranquilo, mas a partir
os quatro pódios de 2017, Petrucci
de Sepang com Francesco Bagnaia.
No final, Bautista foi o 12.º melhor
de Jerez o clima dentro da equipa
subiu ao top três na corrida de Le
Depois
de
classificado com Karel Abraham a
mudou significativamente… e para
Mans antes de ter assegurado lugar
2016 e 2017 onde teve apenas
ocupar a 23.º posição da geral. Para
pior! Michael Bartholemy acabou
na equipa oficial da Ducati. Com
Cal Crutchlow como piloto, a LCR
o ano de 2019, a Ángel Nieto Team
por ser afastado logo após a primei-
a saída do italiano, a estrutura de
começou a última temporada com
decidiu focar-se no Mundial de
ra ronda europeia depois de supos-
Paolo Campinoti assinou contrato
uma segunda força: Takaaki Nakag-
Moto2 deixando a categoria máx-
tas declarações feitas em pleno GP
com Francesco Bagnaia enquanto
ami. A finalidade da equipa satélite
ima, onde a Petronas Yamaha SRT
de Espanha. Daí em diante, Franco
que manteve Miller na equipa de-
da Honda era ter Crutchlow a lutar
foi a equipa que ocupou as duas va-
Morbidelli e Tom Lüthi deram o
pois deste ter feito a pole no singu-
pelo título de piloto independente
gas da estrutura de Jorge Martínez
melhor de si sem saberem qual seria
lar GP da Argentina.
enquanto que o japonês se focava
Aspar. Face ao sucedido, Bautista
o futuro da sua equipa. O pupilo de
A Tech3 teve uma das temporadas
na batalha de Rookie do Ano. As
rumou ao Mundial de Superbikes
Rossi manteve-se no MotoGP en-
mais únicas de toda a sua história
pretensões não passaram a con-
através da Ducati enquanto que
quanto que Lüthi voltou ao Moto2
depois de ter perdido Folger an-
quistas graças a uma lesão contraí-
Abraham assinou contrato com a
depois de uma temporada sem con-
tes dos testes de Sepang e de ter
da por Crutchlow em Phillip Island.
Reale Avintia Racing.
seguir qualquer ponto.
oficializado a não renovação do
Apesar de Zarco e Petrucci terem
Perante todas estas mudanças, a
Por fim, a Reale Avintia Racing foi
contrato com a Yamaha. A relação
ficado com o trabalho facilitad, o
Petronas Yamaha SRT chegou aos
a pior equipa de todo o campeona-
com os nipónicos que começou em
#35 fechou as contas com o segun-
testes de Valência com a intenção
to. Tito Rabat foi conquistando di-
2001 terminou no GP de Valência,
do lugar de independentes – ficou
de dar suporte à marca nipónica
versos pontos até à prova no Red
uma vez que a equipa de Hervé
a 10 pontos do vencedor – e num
enquanto que os seus pilotos tra-
Bull Ring, fechando a 11.ª prova do
Poncharal assinou contrato com a
honroso sétimo lugar da geral. Do
balhavam sobre as primeiras im-
campeonato no 14.º lugar da geral,
KTM. Apesar das mudanças que
outro lado da garagem, Nakagami
pressões da nova moto. Para fazer
mas uma lesão em Siverstone fez
foram sendo planeadas ao longo
perdeu significativamente terreno
frente a uma temporada desafiante,
com que o espanhol dissesse um
do ano, Johann Zarco foi o melhor
para Morbidelli e Syahrin ao longo
a equipa privada escolheu Franco
adeus prematuro à temporada. Ain-
piloto independente com Hafizh
do decorrer da competição. Apesar
Morbidelli – pupilo de Valentino
da assim, Rabat manteve-se na eq-
Syahrin a perder a luta para Franco
de todos os azares, a LCR foi uma
Rossi – e Fabio Quartararo. Com
uipa enquanto que Xavier Siméon
Morbidelli na disputa pelo título de
das equipas a manter o seu line-
estas duas apostas, a finalidade é
deu o lugar a Karel Abraham.
dos
campeonatos
resultados
| MOTORCYCLE SPORTS | -17-
MotoGP
Testes Valência
Gold and Goose Photography
TEXTO: Bernardo Matias
Petronas Yamaha SRT em estreia absoluta (Morbidelli na imagem).
Ligaram-se os motores para 2019 Valência recebeu os primeiros testes de pré-temporada de MotoGP para 2019 com caras novas, estreias e outras novidades.
Como é tradicional no Mundial
ensaios que marcaram, de facto, o
guns pilotos pelas suas novas for-
lo Petrucci debutou na equipa de
de MotoGP, logo depois de ter-
arranque da temporada de 2019.
mações e também foram ensaios
Borgo Panigale na qual rende Jor-
minar uma temporada, a seguinte
Assim, muitas foram as novidades
que marcaram a estreia de uma
ge Lorenzo em 2019. O espanhol,
começa. Assim, dois dias depois
e as caras novas em Valência a 20
equipa completamente nova – fa-
por seu turno, teve o seu primeiro
do Grande Prémio da Comunida-
e 21 de novembro. Foi a primeira
lamos da Petronas Yamaha SRT.
contacto com a Honda. Francesco
de Valenciana, o Circuito Ricardo
hipótese dos rookies terem o con-
Miguel Oliveira fez a tão ansiada
Bagnaia, sucessor de Petrucci, ro-
Tormo voltou a ter ação em pista
tacto com as suas equipas e com
estreia no MotoGP com as cores
dou pela primeira vez com a Pra-
com o primeiro dos dois dias de
a categoria-rainha, a estreia de al-
da Tech3 KTM. Na Ducati, Dani-
mac Ducati, enquanto Joan Mir
-18- | MOTORCYCLE SPORTS |
© KTM Images/Sebas Romero
estreou-se em sessões oficiais de MotoGP pela Suzuki. Johann Zarco rodou com a KTM depois de dois anos com a Tech3 e com motos Yamaha, ao passo que Bradley Smith – de saída dos austríacos – esteve aos comandos a Aprilia (da qual vai ser piloto de testes). Também na equipa de Noale estreou-se Andrea Iannone. A Yamaha Test Team esteve em pista pela primeira vez com Jonas Folger e a Petronas Yamaha SRT fez a sua estreia absoluta com Franco Morbidelli e o rookie Fabio Quartararo. Estes primeiros testes também contaram com uma
Zarco foi o primeiro a fazer tempos
Só com quase duas horas decor-
ausência de peso – o lesionado
nesta pré-época.
ridas é que houve alguém a fazer
Cal Crutchlow foi substituído por
um registo. Tratou-se de Johann
Stefan Bradl na LCR Honda – e
Zarco, que se aventurou na sua
ainda com um regresso: Tito Ra-
– O médico que me opera diz que
O outro dos homens que chegou
KTM para completar uma volta
bat voltou às pistas pela Avintia
normalmente a lesão requer seis ou
magoado aos testes de Valên-
lançada em 1m40,822s antes de
quase três meses depois do grave
sete semanas para curar por com-
cia foi Marc Márquez, também
regressar de imediato às garagens
acidente de Silverstone.
pleto, tens o gesso durante três se-
da Honda, com o seu ombro es-
deixando o traçado valenciano
Dois dos pilotos principais do pe-
manas, eu tirei o gesso após uma
querdo a dar problemas há vários
outra vez vazio.
lotão chegaram a estes primeiros
semana para acelerar a recupera-
meses. O campeão em título co-
Com o passar do tempo, a pis-
testes com mazelas físicas. Loren-
ção e poder tentar competir na Ma-
mentou:
ta acabou por ganhar condições
zo não esteve a 100 por cento na
lásia. Nos últimos dez dias a evolu-
– Sou um dos pilotos que gosta de
que levaram mais pilotos a saí-
estreia com a Honda – a sofrer de
ção da lesão foi muito rápida, como
pilotar durante todo o dia, Valência
rem das boxes. Mesmo assim, a
uma lesão num pé que já o afas-
se pôde ver em piso seco na qualifi-
e Jerez são testes muito importan-
cerca de quatro horas do fim do
tara da fase final da época. Citado
cação consegui fazer um tempo por
tes. Mas tenho de ser preciso, não
dia de trabalhos, ainda nem todos
pelo site Motorsport.com, o espa-
volta respeitável. Todos os dias que
fazer várias voltas, é claro que a mi-
tinham entrado em ação – caso,
nhol afirmou antes dos testes:
passam sinto alguma melhoria.
nha condição física não está a 100
por exemplo, de Miguel Oliveira,
por cento. Portanto não vou fazer
isto numa altura em que Danilo
demasiadas voltas, só experimentar
Petrucci era o líder na frente de
algumas coisas, e é isso.
Pol Espargaró.
LORENZO SÓ PÔDE ASSOCIAR-SE EM PÚBLICO À HONDA EM 2019 Apesar de completar os testes de pré-temporada ao serviço da Honda, Jorge Lorenzo esteve impedido de se pronunciar sobre a sua nova equipa até ao ano de 2019 – uma vez que ainda vigorava o contrato com a Ducati. Com este elemento na equação, o espanhol não pôde associar-se a qualquer marca, o que significa que também não envergou as cores da Honda nos testes de novembro rodando com uma moto e um fato negros.
Quando Oliveira entrou finalmenPrimeiro dia com início tardio
te em pista, fez uma série de voltas
O primeiro dia de testes em Va-
em que melhorou de forma cons-
lência foi fortemente afetado pe-
tante (começou em 1m40,547s e
las condições meteorológicas na
acabou com 1m36,712s), dando
zona do circuito. De manhã o sol
assim os primeiros passos na nova
brilhava mas a temperatura era
categoria e na nova equipa – a
baixa e a pista ainda estava muito
Tech3, que também tinha muito
molhada devido à chuva que caí-
a aprender uma vez que saía de
ra horas antes, o que manteve os
cerca de duas décadas de parceria
pilotos nas boxes durante muito
com a Yamaha para colaborar com
tempo na fase inicial do dia.
KTM. | MOTORCYCLE SPORTS | -19-
Testes Valência Tino Martino/Milagro
MotoGP
Moto2 não deixou os seus créditos em mãos alheias na estreia numa MotoGP e falhou o top dez por pouco mais de uma décima de segundo, dando mostras de uma adaptação rápida à nova realidade. Miguel Oliveira, por seu turno, acabou com o último tempo em 25.º. Apesar da classificação modesta, o luso conseguiu dar mostras de evolução, sobretudo no seu terceiro stint no qual fez cinco voltas lançadas culminando
Vińales, a estrear o #12, na liderança no arranque Viñales mais rápido em dia en-
da pré-temporada.
curtado devido à chuva
com o seu melhor tempo do dia (1m35,118s). Logo à sua frente ficou o colega de equipa Hafizh Syahrin, demonstrando que a
O dia prosseguiu e os tempos
Tech3 tinha um longo caminho
continuaram a baixar. Quando
terceira marca a 0,429s. O melhor
cado ao serviço da recém-forma-
pela frente nesta mudança para
faltava cerca de hora e meia para
homem da Ducati foi Andrea Do-
da Petronas Yamaha SRT.
a KTM.
a bandeira de xadrez, Maverick
vizioso em quarto a apenas uma
Viñales tinha estabelecido pou-
milésima de Il Dottore, enquanto
Bagnaia liderou entre os rookies;
Top cinco do dia:
co antes um tempo de referência
Stefan Bradl deu boas indicações
Oliveira em 25.º.
1.º Maverick Viñales (Yamaha
em 1m31,416s com o qual saltou
na LCR Honda ao ser quinto. Mas
Mais atrás, em 11.º, ficou o me-
Factory Racing) – 1m31,416s
para a frente de Marc Márquez
a grande surpresa acabou por ser
lhor dos rookies, Francesco Bag-
2.º Marc Márquez (Repsol Honda
por 0,302s. O primeiro dos es-
Franco Morbidelli, sexto classifi-
naia. O campeão em título de
carenagem da sua Yamaha. Não muito depois, abateu-se uma chuva constante no Circuito Ricardo Tormo, o que significou o final prematuro dos trabalhos. Depois de um início tardio, pilotos e equipas voltaram a ser atrasados pelo estado do tempo, o que fez com que grande parte deste dia inaugural fosse desperdiçado por razões que, como é óbvio, ninguém pode controlar. Viñales acabou no topo da tabela 0,302s na frente de Márquez, enquanto Valentino Rossi rubricou a
-20- | MOTORCYCLE SPORTS |
Team) – 1m31,718s; + 0,302s 3.º Valentino Rossi (Yamaha
panhóis estreava o número 12 na
Bagnaia foi o melhor rookie no seu primeiro dia em MotoGP.
Factory Racing) – 1m31,845s; + 0,429s
© KTM Images/Sebas Romero
4.º Andrea Dovizioso (Ducati Team) – 1m31,846s; + 0,430s 5.º Stefan Bradl (LCR Honda) – 1m32,015s; + 0,599s […] 25.º Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) – 1m35,118s; + 3,702s As reações ao primeiro dia Nas suas primeiras declarações após comandar o primeiro dia em Valência, Viñales deu conta da sua satisfação com os progressos, apontando a configuração da eletrónica como a sua principal tare-
Oliveira deu os primeiros passos
fa nessa altura:
na KTM Tech3.
– Seguramente fizemos muitos pro-
líbrio da moto porque muda um
gressos. Senti-me muito bem com
bocado, há algumas mudanças no
a moto, experimentámos uma evo-
chassis. […]. Mas só começámos a
lução do motor e senti-me muito
pré-época, portanto tudo é novo,
ral de Il Dottore foi de satisfação
pilotar e podemos ser mais regu-
bem. Ainda precisamos de traba-
há que ir passo a passo’.
após o primeiro dia de trabalhos
lares. Em termos de aceleração é
lhar na aceleração porque o motor
Valentino Rossi pode ter feito o
com 2019 em vista.
mais ou menos igual, pretendemos
é muito diferente do que tivemos
terceiro tempo, o que não é ne-
– A travagem do motor à entrada
algo com um carácter mais suave
na época de 2018. Precisamos de
cessariamente sinónimo de que o
da curva também é nova com esta
para derraparmos menos atrás. Já
seguir em frente, estou feliz. […]
dia tenha sido totalmente satisfa-
versão do motor. É uma ajuda por-
é uma ajuda, mas para mim não
Estou muito feliz com o que temos
tório. Ainda assim, a sensação ge-
que a moto torna-se mais fácil de
chega. Seja como for temos sofrido
agora. Portanto quero fazer voltas e configurar muito bem a eletrónica porque muda muito em pista e ainda temos muito trabalho a fazer, especialmente em aceleração. Na vice-liderança ficou Márquez, que lamentou o pouco tempo em pista: ‘Infelizmente não testámos tudo porque de manhã estava o piso meio molhado, meio seco e depois à tarde começou a chover. Portanto só fizemos 25 voltas. Mas experimentámos três motos diferentes: a atual, uma especificação diferente e a mais antiga também ligeiramente diferente. Foi positivo, na maioria do dia pilotei as motos novas. Ainda há muito trabalho para fazer mas estamos no bom caminho. […] Temos de tentar perceber o equi-
demasiado com o desgaste do pneu
REGRESSO ANTES DO ESPERADO PARA RABAT Cerca de três meses depois das múltiplas fraturas sofridas numa perna devido a um acidente na qualificação do GP da Grã-Bretanha, Tito Rabat voltou à ação. O espanhol da Avintia acabou com um melhor tempo de 1m32,834s, a menos de segundo e meio do topo. Em declarações ao jornal AS, Rabat referiu que ainda sentiu muitas dores e que fez melhor do que o que esperava em termos de registo: – Doem-me as costas e os ombros porque, por muito que treines em casa, se não fizeres MotoGP são músculos diferentes e nunca chegas a essa intensidade. Depois de 36 voltas estava já estourado, mais que o físico é voltar a habituar-te. O importante é que não esperava estar como estive, rodando no 1m32s. Senti-me confortável e bem.
traseiro, ainda que também seja verdade que as condições foram muito más, e por norma os pneus têm problemas nestas condições. Para já parece que, mesmo após poucas voltas, continuamos a derrapar muito. Temos de continuar a trabalhar mas parece que estamos no bom caminho. Já o quarto classificado Andrea Dovizioso comentou: ‘Não conseguimos mesmo começar a comparar o novo material porque começámos muito tarde devido às condições e estávamos prontos a começar com as comparações quando a chuva começou mas não pudemos. É o que é. Fizemos algumas voltas com a moto antiga, só para compreender e criar a base porque não pudemos | MOTORCYCLE SPORTS | -21-
Testes Valência
@Jaime Olivares Camps GGPP 2018
MotoGP
a começar a fazer voltas, portanto estou feliz com isso. É óbvio que fomos muito lentos mas tenho a certeza que tenho tempo para compreender e fazer progressos sólidos. Tempos melhoraram substancialmente no segundo dia Se no primeiro dia no Circuito Ricardo Tormo a ação começou substancialmente atrasada devido ao estado da pista, o segundo dia não correu muito melhor. A chuva das horas anteriores deixou o asfalto molhado e durante largos
Márquez liderou durante algumas horas no segundo
meiras três voltas lançadas che-
minutos ninguém entrou em pista
dia em Valência.
gou ao 1m35s pela primeira vez.
para estabelecer tempos, espe-
Voltou a melhorar na terceira
rando por condições mais favo-
‘run’ na qual fez sempre voltas no
ráveis.
1m35s incluindo a sua melhor –
E tal como sucedera no dia an-
pilotar a moto com piso seco duran-
semana mais tarde.
te o fim de semana’.
1m35,118s.
terior, foi Johann Zarco a dar as
Miguel Oliveira deu os primeiros
Oliveira acabou por completar a
hostilidades na quarta-feira em
Bagnaia, o melhor rookie, im-
passos
sua maior fora de voltas (nove) da
Valência. O piloto da KTM – que
pressionado com a Ducati
Dia 20 de novembro de 2018
última vez que saiu para a pista.
tal como muitos outros precisava
Terminada a sua carreira no
ficará marcado como a estreia
Mais de metade foram cumpridas
de muito tempo em pista para
Moto2, Francesco Bagnaia es-
em pleno de Miguel Oliveira no
no 1m35s, algumas delas mesmo
se adaptar a uma nova moto e a
treou-se ao serviço no MotoGP
MotoGP. Não se pode falar em
abaixo do 1m35,5s. No entanto,
uma nova equipa – fez o primeiro
neste primeiro dia de testes em
estreia absoluta por parte do vi-
acabou por não melhorar o seu
registo com pouco mais de duas
Valência. O italiano rodou com a
ce-campeão de Moto2, uma vez
registo anterior e não foi além do
horas passadas desde o início
Pramac – equipa que representa-
que no ano passado completou
25.º e último posto da tabela de
da sessão. O seu melhor tempo
rá em 2019 – e foi o 11.º classifi-
um teste privado com a KTM em
tempos.
nas seis primeiras voltas foi de
cado naquele que foi um começo
Aragão, mas foi de facto a estreia
Satisfeito com a estreia, Oliveira
1m33,382s – a cerca de dois se-
positivo e encorajador.
em ‘modo trabalho’ para o alma-
desvalorizou a classificação obti-
gundos das marcas mais rápidas
Bagnaia falou assim do seu dia
dense.
da, salientando que passou o dia a
do dia antes.
inaugural: ‘É uma pena que devi-
Tal como os demais pilotos, Oli-
obter as primeiras sensações aos
Cerca de uma hora mais tarde, a
do à chuva só tenhamos feito 38
veira foi atrasado pelas condições
comandos da KTM RC16:
ação em pista já era muita, graças
voltas. Mas estou muito satisfeito
meteorológicas num dia em que
– Estou muito feliz por oficialmente
à melhoria do piso e também do
com este primeiro dia. Honesta-
tinha de começar a adaptar-se a
pilotar uma moto de MotoGP pela
estado do tempo. Marc Márquez
mente procurámos rodar o mais
uma realidade muito nova para
primeira vez. É óbvio que tudo pa-
chegou ao topo da tabela e supe-
possível. […]. A primeira sensa-
si. Quando saiu para a pista, co-
rece muito estranho. Passámos as
rou os melhores registos de ter-
ção? A moto é impressionante’.
meçou a rodar no 1m40s, perma-
nossas voltas a tentar obter uma
ça-feira – completou a sua quinta
De facto, Pecco viria a provar nos
necendo a rodar durante cinco
sensação dos comandos como o
volta em 1m31,019s, seguindo
testes seguintes que o facto de
voltas ‘úteis’ ao longo das quais
acelerador, o travão, a caixa de ve-
nessa altura 0,745s na frente de
ser o melhor rookie do dia não foi
melhorou gradualmente até ao
locidades, também o travão trasei-
Danilo Petrucci.
um acaso, estando sempre entre
1m36,712s.
ro, enquanto tentámos obter uma
Mais atrás, Franco Morbidelli co-
os melhores dos estreantes ao
Na segunda das suas quatro saí-
sensação geral da moto, além de
meçava desde logo em bom plano
longo do resto dos ensaios – quer
das, Falcão deu continuidade a
tentar perceber um bocado como
ocupando o quarto posto nesta
em Valência, quer em Jerez uma
esta tendência e nas suas pri-
funciona a eletrónica. Estivemos só
fase inicial. Em adaptação à ca-
-22- | MOTORCYCLE SPORTS |
| MOTORCYCLE SPORTS | -23-
MotoGP
Testes Valência
3.º M arc Márquez (Repsol Honda Team) – 1m30,911s; + 0,154s 4.º J ack Miller (Alma Pramac Racing Ducati) – 1m30,939s; + 0,182s 5.º D anilo Petrucci (Ducati Team) – 1m30,959s; + 0,202s […] 25.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) – 1m33,798s; + 3,041s As reações ao segundo dia
tegoria-rainha,
Depois de liderar novamente a ta-
Vińales foi o mais rápido
Logo atrás ficou Jorge Lorenzo,
bela, Viñales só lamentou não ter
em Valência.
no seu segundo dia pela Honda.
podido testar os motores como
Como já escrevemos há algumas
pretendia:
linhas, Oliveira terminou com o
– Não pudemos testar os motores
Oliveira
por 0,133s e Márquez por 0,154s.
24.º e último tempo, ficando a
muito bem, pelo que vamos decidir
completou uma primeira série de
Miguel
O top cinco do dia foi fechado por
3,041s do topo e a 0,770s do ri-
depois de Jerez qual dos dois es-
sete voltas nas quais apresentou
Jack Miller (Pramac) e Petrucci,
val mais próximo – Bradley Smith.
colhemos. Como disse, precisamos
um progresso constante para che-
com Morbidelli a confirmar nova-
gar ao 1m34,028s.
mente os bons primeiros passos
Top cinco do dia e dos testes:
convencidos acerca da decisão do
O tempo de Márquez foi preva-
na Petronas Yamaha SRT ao fazer
1.º M averick Viñales (Yamaha
motor, mas julgo que estamos no
lecendo durante algumas horas,
o sexto registo.
até que já na reta final do dia An-
Francesco Bagnaia foi – tal como
drea Dovizioso se encarregou de
no dia anterior – o 11.º classifica-
superar o rival sendo o primeiro
do e melhor dos rookies, mas des-
da semana de ensaios a entrar no
ta feita ainda mais perto do top
1m30s (1m30,890s). Por esta al-
dez, a escassas cinco milésimas.
tura, Miguel Oliveira já tinha dado por encerrado o seu dia ao fim de sete ‘runs’ e 32 voltas lançadas – a melhor delas, em 1m33,798s, não lhe possibilitou ir além do 24.º e último posto. Viñales superior no final Até à bandeira de xadrez ainda existiram mais mexidas na tabela de tempos deste segundo e último dia em Valência. O mais rápido acabou por ser novamente Maverick Viñales, que desta feita foi um dos três homens a entrar no 1m30s. Na sua melhor volta rodou em 1m30,757s, o que foi suficiente para bater Dovizioso -24- | MOTORCYCLE SPORTS |
de testar mais para estarmos mais
Factory Racing) – 1m30,757s 2.º A ndrea Dovizioso (Ducati Team) – 1m30,890s; + 0,133s
caminho certo. Precisamos de nos focar no estilo de pilotagem e em obter uma moto mais suave será
Bagnaia confirmou ser o melhor rookie em Valência.
Lukasz Swiderek/PSP/www.photoPSP.com
importante, especialmente quando não há aderência durante a corrida. […]. Nestes dois últimos dois dias só me foquei no motor e não toquei em nada no que respeita à configuração. […] Estou satisfeito por ao focar só no motor termos melhorado algumas décimas. De facto, olhando para os tempos e para as séries de voltas – que neste segundo dia foram essencialmente curtas – Viñales apresentou um ritmo relativamente constante rodando muito entre o 1m32s baixo e o 1m31s, com-
Último lugar para Oliveira apesar da
1m36s mas rapidamente desceu
pletando uma penúltima ‘run’ es-
evoluçăo efetuada.
a registos no 1m34s – que foram
pecialmente rápida com as suas únicas três voltas em 1m30s.
constantes ao longo das suas sete séries de voltas (fez 32 voltas lan-
Quanto a Dovizioso, vice-líder,
tes combinações, passando muito
não é o único indicador sobre os
çadas no total).
comentou: ‘Pudemos fazer vários
tempo na garagem de manhã, mas
progressos de um piloto nos tes-
Só por duas vezes entrou no
testes, inclusivamente compara-
consegui fazer algumas séries con-
tes, há que olhar para os registos
1m33s, a última das quais na sua
ções que nos permitiram encon-
sistentes de tarde.
completos de Oliveira ao longo de
derradeira volta cronometrada ao
trar soluções interessantes. São
quarta-feira para perceber melhor
Circuito Ricardo Tormo. Acabou
pequenos detalhes e agora que-
Miguel Oliveira deu continuida-
a evolução do almadense.
com uma marca de 1m33,798s
remos testá-los noutras condi-
de ao trabalho e ao progresso
No segundo dia a bordo da KTM
(fez também o seu melhor primei-
ções e noutras pistas para ter um
Como a tabela final de tempos
da Tech3, Oliveira começou no
ro setor) e acabou em 24.º do dia
feedback mais preciso. Estes dois dias de testes em Valência foram muito positivos’. Apesar do terceiro tempo e de ter ficado muito perto da dianteira, Márquez revelou que estava proibido de cair, pelo que não arriscou demasiado e focou-se no trabalho de testes: – Foi um bom dia para nós, uma vez que experimentámos várias coisas e recolhemos muita informação. Trabalhámos principalmente na nova moto e no set-up do motor, mas não só nisso. Tivemos várias coisas para testar e para compreender, uma vez que a sensação é muito diferente. De manhã estava muito confortável e já consegui ser rápido. Depois permaneci calmo e mantive o ritmo, porque para ser honesto não podia cair. Testámos diferen-
(25.º do combinado dos dois dias)
BAGNAIA REPETIU POSIÇÃO DE MELHOR ROOKIE Se Franco Morbidelli foi novamente a surpresa do dia ao acabar em sétimo na Yamaha da Petronas Yamaha SRT, Bagnaia foi o melhor estreante ao ser outra vez o 11.º da tabela de tempos. Já foi mais perto do término do dia que o italiano alcançou a sua melhor marca. Durante grande parte do segundo dia foi Joan Mir, da Suzuki, a ter a liderança entre os rookies, mas acabou por ceder perante o italiano campeão de Moto2. O espanhol foi 14.º a 0,309s de Pecco, sendo que ambos melhoraram quase em um segundo do primeiro para o segundo dia. De realçar a consistência de Bagnaia e Mir, que ao longo das suas dezenas de voltas estiveram quase sempre entre o 1m33s baixo e o 1m32s antes de melhorarem para o 1m31s – ambos os fizeram em séries curtas com poucas voltas lançadas.
a 3,041s do topo. No final, Oliveira confirmou que existiram progressos e, mais importante, pôde começar a mexer na sua KTM RC16, não deixando de salientar o tempo que é necessário para se adaptar: – Demos definitivamente um passo em frente comparando com o primeiro dia e melhorámos obviamente o nosso tempo por volta. Fizemos muitas mais voltas e continuámos a trabalhar na moto. […]. Agora pudemos fazer algumas mudanças. Por causa de ser tudo novo, a equipa demorou algum tempo a fazer essas mudanças e também a adaptar os meus comentários àquilo que eu pretendo da moto, pelo que é aprendizagem para todos nesta situação particular. Até agora tem sido positivo. | MOTORCYCLE SPORTS | -25-
-26- | MOTORCYCLE SPORTS |
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MotoGP
Testes Jerez TEXTO: Bernardo Matias
2018 fechou com os olhos postos em 2019 Repsol Media Jaime Olivares Camps GGPP 2018
O ano de 2018 do Mundial de MotoGP terminou oficialmente no Circuito Ángel Nieto em Jerez, com mais dois dias de testes de pré-época.
Jerez recebeu os dois últimos dias de testes em 2018.
Uma semana depois de chega-
tinham um momento particular-
todo entregue a Takaaki Nakagami
do Mundial de Superbike, Álvaro
rem ao fim os testes em Valência,
mente importante, uma vez que
– que viria a deixar uma impressão
Bautista manteve-se em terras an-
o pelotão do Mundial de MotoGP
procuravam já definir a direção de
muito boa, como mais adiante lhe
daluzas para estar de serviço pela
de 2019 voltou à ação em Espa-
desenvolvimento a seguir em ter-
iremos contar. Por outro lado, exis-
Ducati, uma vez que Michele Pirro
nha, para os ensaios de Jerez que
mos de motor, por exemplo.
tiram três pilotos a participar que
foi operado precisamente a 28 de
mais uma vez fecharam o ano ci-
Dos presentes em Valência, não
não marcaram presença nos pri-
novembro e não pôde marcar pre-
vil no que a trabalho em pista diz
regressaram Michele Pirro nem
meiros testes.
sença. Sylvain Guintoli ocupou o
respeito. Foi a 28 e 29 de novem-
Stefan Bradl. A ausência do alemão
Logo após se estrear em Jerez
lugar de piloto de testes da Suzuki,
bro. Nestes, algumas das equipas
deixou o trabalho na LCR Honda
com a Aruba.it Ducati em ensaios
enquanto Matteo Baiocco esteve
-28- | MOTORCYCLE SPORTS |
com a equipa de testes da Aprilia marcando assim uma presença muito pouco habitual no MotoGP. Em declarações ao site oficial do MotoGP, alguns dos pilotos anteciparam o que estaria em causa para eles nestes ensaios: Álex Rins (Suzuki): ‘O teste de Jerez é muito importante, depois do primeiro da pré-época, em Valência, até porque depois da última corrida do ano começámos a testar coisas novas. E depois é em Jerez que voltamos a experimentar as novidades. É depois de um segundo teste que sabemos está a resul-
Yamaha tinha decisões importantes
tar ou não’.
a tomar em Jerez.
Andrea Dovizioso (Ducati): ‘É pre-
volta lançada em 1m44,292s a bordo da sua Suzuki.
ciso ter muita atenção nesse teste
Outros pilotos se seguiram, entre
porque é aí que são tomadas de-
eles Álex Rins (Suzuki), Jorge Lo-
cisões importantes tendo em con-
decidir em Jerez. Será uma escolha
anterior em Valência. As primei-
renzo (Honda) e Jack Miller (Pra-
ta o planeamento para o próximo
fundamental para nós. Não quere-
ras horas de sessão tiveram muito
mac Ducati), que logo nos seus
ano. Será importante ter três, qua-
mos repetir o erro do ano passado.
pouca ação em pista e não exis-
primeiros
tro horas em pista com temperatu-
Quando corriges a eletrónica, pioras
tiram tempos marcados, com as
ram descer os registos ao 1m40s
ras boas para se poder fazer com-
as características do motor. Tenta-
condições climatéricas de frio a
– ainda a cerca de três segundos
parações do novo material’.
mos obter o caráter mais limpo e
manterem pilotos e máquinas nas
daqueles que viriam a ser os me-
Marc Márquez: ‘A maior parte das
suave possível com a mecânica do
garagens à espera que a tempera-
lhores tempos da semana.
corridas são na Europa, onde as
motor. Só depois iremos melhorar a
tura subisse com o evoluir do dia.
Conforme o tempo ia passando,
pistas são mais estreitas. Será im-
eletrónica.
Só quase duas horas depois de o
mais pilotos começaram a entrar
cronómetro começar a contar é
em pista e, consequentemente, as
portante para a fábrica entender
momentos
consegui-
algumas coisas, podem trabalhar
Início tardou no primeiro dia
que os tempos começaram a apa-
marcas iam baixando. Com três ho-
em dezembro e janeiro antes do
A chuva esteve afastada de Jerez
recer. O primeiro a entrar em pista
ras e meia decorridas já se rodava
teste a seguir’.
de la Frontera, mas mesmo assim
nessa fase foi Joan Mir, que tam-
no 1m39s baixo, embora apenas
Uma das formações que mais ur-
repetiu-se o cenário da semana
bém abriu a tabela completar uma
cinco pilotos tivessem conseguido
gência tinha em escolher o motor – depois de ter errado para 2018 – era a Yamaha, como de resto salientou o diretor de equipa Massimo Meregalli dias antes dos ensaios de Jerez em declarações à Sky Sports: – Durante estes dois dias [em Valência] o nosso trabalho concentrou-se apenas no motor. Não tivemos componentes diferentes a testar no chassis. Será importante escolher qual das duas especificações iremos validar para o próximo ano. Iremos
entrar no 1m39s. O melhor nesta
HONDA COM NOVO DEPÓSITO PARA LORENZO Apenas uma semana depois da estreia pela Honda, Jorge Lorenzo teve ao seu dispor um depósito de combustível com nova ergonomia em Jerez. Tendo sido a modificação desse componente essencial para os bons resultados do piloto na Ducati, a formação japonesa não perdeu tempo a arranjar uma solução similar para a RC213V por forma a adaptar-se a Lorenzo.
fase era Danilo Petrucci, à frente do seu colega Dovizioso por uma escassa margem. Miguel Oliveira também já tinha entrado em ação a bordo da sua KTM da Tech3. O português tinha completado uma primeira série de sete voltas lançadas nas quais rodou constantemente no 1m43s – isto depois de ter iniciado a mesma com tempos na ordem do 1m45s. Já depois de uma interrupção devido a uma aparatosa queda de Joan | MOTORCYCLE SPORTS | -29-
Testes Jerez www.suzuki-racing.com
MotoGP
Mir – sem consequências físicas para o piloto, apesar do mau estado em que ficou a Suzuki – houve mudança de líder. Lorenzo, que tinha ao dispor um depósito com nova ergonomia (ler caixa) chegou à liderança já a menos de três horas do fim do dia. Na altura, era o único a rodar no 1m38s e estava na frente de… Petrucci, o seu sucessor na Ducati. Miguel Oliveira já tinha melhorado para o 1m42s, mas descera ao 23.º lugar em que viria a terminar. LCR presente ao estabelecer o ter-
Joan Mir teve forte queda, mas não
Petrucci e Ducati superiores
ceiro registo na frente de Maverick
se deixou intimidar.
Nas últimas horas do dia inaugural
Viñales (Yamaha) e Márquez, que
em Jerez existiram algumas melho-
fecharam o top cinco – este último
rias no topo da tabela de tempos.
a pouco mais de meio segundo do
a Mir, que não se deixou intimidar
Marc Márquez chegou a passar
líder. Mais atrás, soavam os alar-
pela aparatosa queda sofrida para
– 1m38,348s; + 0,380s
pelo topo, mas acabaram mesmo
mes para a Yamaha, uma vez que
ser o décimo. Miguel Oliveira, por
4.º M averick Viñales (Yamaha
por ser as Ducati a ficarem na fren-
Valentino Rossi esteve discreto e
seu turno, ainda melhorou para
te, com Petrucci 0,217s à frente de
não foi além de 17.º.
entrar no 1m41s, mas acabou por
Dovizioso graças à única volta do
Depois de Francesco Bagnaia, da
não ir além de 23.º.
5.º M arc Márquez (Repsol Honda
dia feita em 1m37s (1m37,968s).
Pramac Ducati, ser o melhor rookie
Takaaki Nakagami deu desde logo
em Valência, neste primeiro dia
Top cinco do dia:
[…]
boas indicações na única Honda da
em Jerez essas honras couberam
1.º D anilo Petrucci (Ducati Team)
23.º M iguel Oliveira (Red Bull
+ 0,408s
KTM Tech3) – 1m41,699s; +
2.º A ndrea Dovizioso (Ducati
3,731s
Team) – 1m38,185s; + 0,217s As reações ao primeiro dia Gold & Goose/Red Bull Content Pool
de Márquez.
Factory Racing) – 1m38,376s;
Team) – 1m38,517s; + 0,549s
– 1m37,968s
Lorenzo (atrás, desfocado) no encalço
3.º T akaaki Nakagami (LCR Honda)
O líder da tabela de tempos, Danilo Petrucci, mostrou-se satisfeito, não tanto por causa do registo efetuado, mas mais devido às sensações e indicações que obteve: – Estou muito contente com a forma como correu o dia porque é sempre muito satisfatório acabar em primeiro lugar. Mas estou satisfeito sobretudo com a minha sensação com o pneu usado. Senti-me sempre muito bem como em Valência e para mim foi importante porque não mudámos quase nada nas configurações e no entanto andámos sempre bem. Não nos concentrámos nos tempos, mas trabalhámos muito no ritmo e tam-
-30- | MOTORCYCLE SPORTS |
Petrucci terminou no topo do primeiro dia em Jerez. lhorar. Precisamos de melhorar muito a tração porque sempre que acelero tenho muita patinagem, pelo que será muito importante […], depois de decidirmos o motor, focar-nos na tração. O 17.º lugar não era naturalmente motivo de grandes festejos para Valentino Rossi e, no final deste primeiro dia em Jerez, Il Dottore não escondeu a sua frustração. O piloto, que rodou bastante na casa do 1m39s, salientou que o que estava em causa relativamente ao motor era que nenhuma das opções dava o que era necessário: – A decisão de que motor descartar acho que está clara, ele [Viñales] bém experimentámos novos compo-
fez:
na moto deixam-me muito satisfei-
gosta mais de um porque tem me-
nentes que deram informações muito
– O dia foi muito positivo. Em Va-
to. […]. O motor sofreu uma grande
lhor travão motor, portanto não é
úteis. No geral estou muito satisfeito
lência testámos pela primeira vez o
melhoria. Tem muita potência mas é
problema. O grande problema é que
com a forma como estamos a traba-
modelo de 2018 do Cal [Crutchlow]
muito mais fácil de se pilotar a moto.
com nenhum dos motores damos um
lhar com a equipa.
e agora consegui ter muito boas sen-
Estamos no bom caminho e temos
grande passo em frente para sermos
A grande surpresa foi Nakagami,
sações, em termos de motor e de
tempo para melhorar mais ainda.
fortes como os primeiros. Ainda so-
que em declarações ao site oficial
potência, ainda que o chassis seja
Maverick Viñales, quarto classifica-
fremos com o ritmo, as Ducati e as
do MotoGP destacou em particular
o mesmo. Tanto com pneus novos
do do dia, tinha como uma das mis-
Honda, inclusivamente as Suzuki, são
o motor como peça fundamental
como usados o tempo por volta é
sões ajudar a Yamaha a escolher o
mais fortes. Precisamos de ser realis-
para ter feito a performance que
muito consistente e as sensações
motor para 2019. O espanhol sen-
tas e pensar que não somos fortes
tiu terem existido progressos, re-
como os primeiros, que com estes
velando também que este primeiro
novos motores continuamos a ter
dia ainda não tinha proporcionado
dificuldades.
ZARCO IMPRESSIONADO PELO MOTOR DA KTM Um dos homens em estreia pela KTM nesta pré-época foi Johann Zarco. Os registos numa fase em que se está a adaptar foram especialmente modestos, mas isso não impediu o piloto de ficar satisfeito com alguns aspetos – o motor em particular, como confessou citado pelo site Speedweek.com: – Repito para mim mesmo – é o motor. O motor dá-me uma boa sensação, mesmo à saída das curvas. Quando erras a entrar numa curva, podes acelerar perfeitamente. Sim, o motor é um dos pontos fortes da KTM. Esta vantagem será mais notória quando os tempos por volta melhorarem. Então, conseguiremos fazer um uso ainda melhor das vantagens deste motor.
conclusões. Por outro lado, apontou a tração como aspeto mais ur-
Mir foi o melhor rookie… mas não
gente de melhorar em declarações
ganhou para o susto
ao site do MotoGP:
O susto do dia foi certamente de
– Na verdade estou muito satisfeito,
Joan Mir. Ainda nas primeiras ho-
melhorámos o tempo por volta face
ras, sofreu uma violenta queda na
ao ano passado, o que significa que
curva sete de Jerez que deixou a
demos um bom passo em frente. Tra-
sua Suzuki visivelmente danificada.
balhei muito arduamente para o rit-
Ainda assim, o piloto não se deixou
mo de corrida porque julgo que nesta
tomar pelo receio e até fez os seus
pista tivemos muitas dificuldades no
melhores registos e velocidades de
ano passado. Ainda precisamos de
ponta depois do acidente.
decidir o motor mas estamos mais
Citado pelo site Motorsport.com,
seguros acerca de uma especifica-
Mir confessou que receou ter con-
ção. […]. Acabei por não experimen-
traído alguma fratura: ‘A verdade é
tar muito no set-up, pelo que acho
que foi uma queda bastante feia,
que ainda há muito espaço para me-
na curva sete, uma curva bastante | MOTORCYCLE SPORTS | -31-
MotoGP
Testes Jerez
Nakagami entrou a surpreender nos últimos
FAlePhoto
testes do ano. os seus melhores registos. Numa última série de quatro voltas lançadas, Oliveira completou duas em 1m41s – uma delas em 1m41,699s que foi a sua melhor deixando-o a 3,731s do líder. Os comentários que Oliveira fez no final deste dia foram estes: ‘Fizemos alguns bons progressos ao longo do dia. Não demos passos gigantes, mas pequenos passos de cada vez. Conseguimos compreender a moto cada vez melhor e encontrámos algumas coisas que estão em falta, também no estilo de pilotagem’.
Gold and Goose Photography
Novos horários no segundo dia… mas o arranque também demorou Depois de no primeiro dia de testes as primeiras horas terem ficado inutilizadas devido às baixas temperaturas, para o segundo dia o programa foi revisto e começou um pouco mais tarde, às 10h00 locais. Mantinham-se as oito horas de sessão, pelo que o dia iria prolongar-se até às 18h00 locais, já mesmo com a noite a cair. Mesmo assim, a primeira hora de testes não teve qualquer ação neste derradeiro dia de trabalhos em pista no ano civil de 2018. As equipas e pilotos quiseram esperar que o dia progredisse e trouxesse consigo melhores condições para a
Oliveira a ganhar ritmo
E foi isso que o almadense fez no
pista antes de começarem a rolar.
e experiência.
primeiro dia de testes em Jerez,
O primeiro a sair das garagens foi
uma pista que tão bem conhece.
o piloto de testes da Aprilia Matteo
Ao todo, completou 61 voltas,
Baiocco, que por isso mesmo teve
rápida, quando estávamos a testar
que no MotoGP o asfalto está mais
adquirindo quilometragem fulcral
a oportunidade de experimentar o
o pneu dianteiro médio. Pensava
duro’.
nesta fase da preparação para a
‘sabor’ da liderança uma vez que
que tinha fraturado algo, mas no
temporada de estreia no MotoGP.
foi o primeiro a fechar uma volta
centro médico vimos que não ha-
Miguel Oliveira mais familiariza-
No que aos registos diz respei-
lançada – em 1m46,491s.
via nada fraturado, apesar do po-
do com a KTM e a Tech3
to, o #88 mostrou-se consistente
Mas foi naturalmente ‘sol de pouca
legar direito me doer bastante e
As palavras de ordem para Miguel
a rodar entre o 1m43s baixo e o
dura’, uma vez que quando mais pi-
também os cotovelos, que tenho
Oliveira nestes testes de pré-tem-
1m42s médio-alto, mas foi mesmo
lotos começaram a entrar em pista
bastante inflamados. A verdade é
porada foram aprender e adaptar.
na fase final do dia que surgiram
os tempos desceram rapidamente
-32- | MOTORCYCLE SPORTS |
e o italiano foi ‘engolido’ pelo pelotão. Com cerca de duas horas passadas, Jorge Lorenzo (Honda) era o líder 13 milésimas na frente de Jack Miller, com estes dois a serem os únicos no 1m39s. Entre os vários pilotos que permaneciam sem tempos marcados nesta fase estava Miguel Oliveira, que só entrava em pista nesta altura. Mas quando entrou em ação, o português não demorou muito a
pos na frente de Danilo Petrucci e
Valentino Rossi na sua nova
evidenciar progressos face ao pri-
de um surpreendente Francesco
Yamaha.
meiro dia de testes em Jerez, uma
Bagnaia, que era por essa altura o
vez que logo na quinta volta bateu
melhor dos rookies e estava a ape-
o seu melhor registo anterior ao fa-
nas 0,390s do comando. Era, de
nâmicos (ver caixa), Andrea Dovi-
registo tinha sido melhor do que o
zer 1m41,688s.
resto, uma prova do bom começo
zioso também passou pelo topo da
mais rápido do dia anterior. Miguel
Enquanto mais homens se junta-
do italiano na categoria-rainha, ele
folha de tempos – que ocupava a
Oliveira prosseguia nas suas me-
vam à ação, os tempos iam baixan-
que já em Valência tinha deixado
cerca de duas horas e meia do fim,
lhorias, continuando no entanto
do, o que resultava naturalmente
boas indicações. Oliveira conse-
14 milésimas acima de Maverick
‘preso’ no 1m41s.
na descida dos tempos. A cerca de
guiu melhorar, entretanto, mas
Viñales, da Yamaha. Marc Márquez,
Nas últimas horas do dia e dos pri-
quatro horas e meia da derradeira
sem descer do 1m41,5s.
Álex Rins (Suzuki) e Miller encerra-
meiros testes de pré-temporada
bandeira de xadrez do ano, Már-
Num dia em que a Ducati experi-
vam o lote dos cinco mais rápidos
de MotoGP para 2019 começou
quez encabeçava a tabela dos tem-
mentou novos dispositivos aerodi-
nesta fase em que ainda nenhum
a desenhar-se a surpresa com que se iria chegar ao fim. Takaaki Nakagami assumiu a liderança com uma
Como é natural acontecer nos testes, as equipas experimentam soluções a diversos níveis, umas
volta avassaladora completada em
mais visíveis a olho nu, outras nem tanto. Esta que a Ducati trouxe a Jerez é daquelas que se
1m37,945s para destronar Marc
vêm bem, com Álvaro Bautista a rodar com uma espécie de ‘asas’ colocadas na parte traseira da
Márquez do comando que, entre-
Desmosedici, implicando também um novo sistema de iluminação na secção traseira.
tanto, tinha ocupado. FAlePhoto
Os dois pilotos da frente eram os únicos a entrar no 1m37s, mas só o nipónico bateu o melhor registo do primeiro dia. Uma prestação notável para Nakagami, que testou com uma Honda de especificações de 2018 apesar da ausência do seu colega Crutchlow destes trabalhos. Oliveira já quebrara a barreira do 1m41s estabelecendo o seu melhor tempo em 1m40,577s. Nakagami consumou surpresa no fim dos testes Até ao fim do dia não existiram mais nenhumas movimentações nas posições de topo da tabela. Nakagami chegou ao fim como o | MOTORCYCLE SPORTS | -33-
MotoGP
Testes Jerez
mais rápido garantindo assim uma surpresa neste derradeiro dia em pista do ano. Ao todo, o japonês completou 66 voltas durante o dia. Márquez, que não entrara mais em pista, ficou a 25 milésimas, com Viñales a estar novamente entre os mais rápidos ao ser o terceiro a 0,121s. A tabela deste segundo dia terminou com o equilíbrio a reinar, uma vez que o quarto classificado Jorge Lorenzo (Honda) ficou a 0,160s e Danilo Petrucci, quinto, a 0,164s. Franco Morbidelli foi outra das
Nakagami, o líder surpreendente da semana de
boas surpresas ao ser sexto na
testes em Jerez.
Yamaha da Petronas Yamaha SRT
As reações ao segundo dia
a escassos 0,173s do topo. Depois
Ao falar deste segundo dia em
de Joan Mir ter sido o mais forte
Jerez é incontornável salientar a
dos rookies no dia anterior, Fran-
surpresa de Nakagami. Numa en-
lá também foi boa. Testámos várias
gação durante todo o ano de 2018.
cesco Bagnaia voltou a ‘assumir
trevista ao site oficial do MotoGP,
coisas diferentes. Não mudámos o
E também com esta nova moto te-
as rédeas’ destas contas com um
questionado sobre se a prestação
set-up, isto é bom porque a nova
mos o problema porque é o mesmo,
positivo nono registo. Quanto a
foi produto de uma mudança pes-
moto parece funcionar bem. […]. [O
então há que analisar e experimentar
Oliveira, as melhorias evidenciadas
soal ou de uma combinação de as-
motor] é bom, mas não acho que seja
coisas diferentes.
ao longo do dia de ensaios permiti-
petos na moto, o nipónico afirmou:
o que vamos ter no futuro. Testamos
Na Yamaha, as sensações dos pilo-
ram-no terminar pela primeira vez
– Julgo que é uma combinação. O
alguns componentes mas acho que
tos eram notoriamente diferentes.
a menos de três segundos do líder
chassis é o mesmo, a entrega de
temos de trabalhar no chassis e na
Se Maverick Viñales esteve satis-
– 2,632s. No entanto, não evitou
potência é um bocado diferente de
eletrónica, o motor é bom. Mas com
feito e rodou nas primeiras posi-
a repetição do 23.º e penúltimo
2017 para 2018, o que está a aju-
as novas regras para a próxima épo-
ções, já Valentino Rossi evidenciou
lugar.
dar a velocidade de ponta. Neste
ca temos de os preocupar com a
dificuldades até para entrar no top
momento não mudei muito o estilo
eletrónica para a saída da curva e
dez da tabela de tempos. O fee-
Top cinco combinado dos dois
de pilotagem, é claro que tento en-
esta é uma área em que nos focamos
dback dos dois no fim foi distinto.
dias:
contrar o limite e sei que o Marc tem
muito.
Viñales referiu ao site oficial do
1.º T akaaki Nakagami (LCR Honda)
um talento especial, pelo que tento
No final da primeira fase da pré-
MotoGP: ‘Podemos sempre melhorar
ver como ele faz o tempo por volta.
-temporada, o terceiro mais rápido
mas para já definimos uma boa base
Ainda me falta estabilidade em tra-
da semana em Jerez, Marc Már-
e para a Malásia temos de melhorar
– 1m37,945s 2.º D anilo Petrucci (Ducati Team)
vagem mas de qualquer forma o tem-
quez, apontou o que ainda seria
um pouco a velocidade de ponta, que
3.º Marc Márquez (Repsol Honda
– 1m37,968s; + 0,023s
po por volta é bom. Vamos continuar
necessário melhorar:
é muito importante, mas no geral já
Team) – 1m37,970s; + 0,025s
a trabalhar mas estou muito ansioso
– É claro que melhorámos no motor.
temos uma moto bastante competi-
pela próxima época.
Ainda precisamos de melhorar um
tiva. […]. Precisamos de mais tração,
Factory Racing) – 1m38,066s;
O segundo classificado da semana
bocado mais porque ainda há alguns
este ainda é o nosso ponto fraco, o
+ 0,121s
de testes, Danilo Petrucci, reco-
aspetos em que tenho algumas difi-
que me deixa ainda mais contente é
nheceu que o trabalho a fazer era
culdades. Mas agora também temos
conseguir estes tempos com o nível
muito e a diversos níveis, ao referir
de perceber como melhorar o chas-
de tração que temos, isso mostra que
[…]
no site oficial do MotoGP:
sis porque em algumas áreas ainda
a moto está a funcionar bem’.
23.º M iguel Oliveira (Red Bull
– Estou satisfeito com estes quatro
me falta velocidade e precisamos de
Quanto a Rossi, pediu mais e me-
KTM Tech3) – 1m40,577s (+
dias de teste, também incluo os dois
analisar e perceber como melhorar
lhor à Yamaha: ‘Acho que tendo em
2,632s)
dias em Valência porque a sensação
porque é um dos pontos de interro-
conta os motores que testámos nes-
4.º Maverick Viñales (Yamaha
5.º J orge Lorenzo (Repsol Honda Team) – 1m38,105s; + 0,160s
-34- | MOTORCYCLE SPORTS |
Márquez foi o segundo
Gold and Goose Photography
mais rápido em Jerez.
que se estão a adaptar a uma nova realidade – o piloto chega à categoria máxima e a formação francesa cessou uma longa parceria com a Yamaha para passar à KTM. Ao longo do segundo dia no Circuito Ángel Nieto, Oliveira esteve constantemente a fazer voltas entre o 1m41s e o 1m42s, chegando mesmo ao 1m40s nas últimas três das 61 voltas que completou. O seu melhor pessoal foi 1m40,577s. Os progressos efetuados deixaram o #88 naturalmente agradado: ‘No último dia de testes do ano consegui dar um grande passo em frente comparando com o primeiro dia no
tes dias é muito fácil tomar uma de-
cisão do motor estava para breve
travão motor melhor, algo que es-
que diz respeito ao tempo de volta,
cisão sobre qual usar. […]. Mas para
e que havia concordância entre os
pecialmente o Maverick procurava
que foi uma melhoria de mais de um
mim temos muito trabalho a fazer
pilotos: ‘Julgo que estamos próxi-
talvez devido ao seu estilo de pilo-
segundo, o que me deixa agradado.
se queremos ser competitivos com a
mos, mas a última palavra será esta
tagem. Mas também talvez preci-
Voltámos a entender melhor a moto,
Honda e a Ducati e também com a
noite [no dia do fim dos testes]. Os
semos de alguma potência’.
no sentido do que nos falta, e estou
Suzuki. Por isso espero que a Yamaha
pilotos concordam mais ou menos,
continue a trabalhar para nos dar
mas ainda diferentes pontos de
Miguel Oliveira agradado com os
casa com uma ideia clara do que
algo melhor em fevereiro’.
vista em algumas áreas que têm
progressos
precisamos de fazer na moto. E acho
O diretor de equipa da Yamaha,
de ser esclarecidas até esta noite.
Entre os dois dias de testes em Je-
que isso é o demais positivo que reti-
Massimo Meregalli, explicou ao
Estamos à procura de uma entre-
rez, Miguel Oliveira desceu o seu
ramos deste dia’.
site oficial do MotoGP que a de-
ga de potência muito suave e um
tempo em cerca de um segundo.
progredir notoriamente.
Foi um atestado do caminho posi-
Poncharal destacou importância
tivo seguido pelo luso da Red Bull
da confiança
KTM Tech3 e pela própria equipa,
Os tempos dos pilotos da Tech3 – quer Oliveira, quer Hafizh Syahrin
Gold and Goose Photography
Oliveira fechou os ensaios a
feliz por a equipa e eu irmos para
– não foram especialmente fortes nos ensaios de Valência e Jerez. Mas Hervé Poncharal, diretor de equipa, fez questão de salientar que nesta fase os registos não são o mais importante: – É certo que o tempo por volta é o principal ponto de referência no fim do dia mas a confiança que quer o Hafizh, quer o Miguel estão a ter na moto é muito importante, porque sem essa sensação de confiança não consegues atacar e é nisto que temos trabalhado sem mudar demasiadas vezes os pneus, sem perseguir o tempo por volta, uma vez que ainda não estamos nessa fase. | MOTORCYCLE SPORTS | -35-
MotoE
Testes Jerez TEXTO: Gonçalo Viegas
David Goldman/Gold and Goose Photography
Bradley Smith abriu hostilidades nos primeiros testes de MotoE em Jerez Com o fim da temporada de 2018, algumas das equipas presentes no paddock passaram a ter mais um campeonato a disputar: o Mundial de MotoE. A competição é caracterizada pela utilização de motos elétricas, sendo o Circuito de Jerez o primeiro a acolher uma corrida no próximo dia 5 de maio. Para além da jornada espanhola, o Mundial de MotoE irá também marcar presença em Le Mans (19 de maio), Sachsenring (7 de julho), Áustria (11 de agosto) e Misano (15 de setembro) com este último fim de semana a hospedar duas corridas. Ao longo de três dias, os
Bradley Smith
pilotos terão duas sessões de trei-
piloto esteve a defender as cores
nos a decorrer na sexta-feira, uma
da estrutura espanhola uma vez
sessão de qualificação no sábado
que Xavier Siméon se lesionou em
e a habitual corrida no domingo
Com tudo definido para o início
melhor registo combinado. No en-
Valência e não conseguiu reunir
- corrida essa que está planea-
de um novo capítulo, os pilotos
tanto, a chuva apareceu na segun-
as condições mínimas para testar
da acontecer antes da prova de
abriram as hostilidades logo na
da sessão e poucos foram os ho-
a sua nova moto. Apesar do bom
Moto3. De salientar que no caso
primeira sessão onde Bradley Smi-
mens a querer arriscar uma queda
trabalho de Miralles, Eric Granado
de Misano haverá uma corrida no
th foi rei e senhor. Niccolò Canepa
e uma possível lesão. Ainda assim,
voltou a ser o mais veloz na penúl-
sábado e outra no dia seguinte.
foi o mais veloz no FP2 mas Niki
Smith retornou ao asfalto e mes-
tima sessão, mas este acabaria por
No entanto, antes de se começar a
Tuuli estabeleceu o melhor regis-
mo em condições complicadas as-
ser batido por Mike Di Meglio no
competir, pilotos e equipas deram
to do dia na última sessão através
sinou a melhor volta em 2:00,130,
último teste.
início aos testes de pré-tempora-
de uma volta em 1:51,721. Eric
ficando apenas atrás de Granado
Independentemente disso, Bra-
da. Jerez recebeu os primeiros três
Granado foi segundo a 0,121s de
por uma diferença de 0,935s. De
dley Smith manteve o estatuto de
dias de trabalhos com o traçado
atraso e Randy de Puniet fechou o
Puniet respondeu ao brasileiro
ser o mais veloz. Desde a primeira
espanhol a mostrar-se ocupado
top três com 0,185s para o finlan-
com uma volta em 1:57,308 no
sessão do segundo dia que mais
entre 23 e 25 de novembro. A
dês da Ajo Motorsport.
FP3, mostrando-se o mais veloz
ninguém passou a liderar a tabela
mesma pista irá novamente ser
A primeira sessão do segundo dia
em piso molhado.
de tempos combinados, pelo que
palco da segunda dose de testes
foi protagonizada, inicialmente,
A Avintia começou o terceiro e últi-
o homem da One Energy Racing
entre os dias 12 e 14 de março an-
por mais uma descida nos tempos
mo dia de testes no topo da tabela
conseguiu-se manter no topo.
tes dos trabalhos finais agendados
com Bradley Smith a entrar no se-
de tempos com Julián Miralles Jr. a
Niki Tuuli e Di Meglio fecharam
para 23, 24 e 25 de abril.
gundo 50 (1:50,265) e a fazer o
marcar um registo de 1:58,795. O
o top três enquanto que Matteo
-36- | MOTORCYCLE SPORTS |
David Goldman/Gold and Goose Photography
dimento e aprimoração. Entender como se curva bem nela será fácil de dominar, tal como a aceleração, mas descobrir como travar 240 quilos
PELOTÃO DE MOTOE PARA 2019:
sem adicionar pressão extra na frente vai demorar o seu tempo. Curiosamente a curvar não se sente tanto o
Ajo Motorsport Niki Tuuli
peso’, argumentou o piloto ao MCN ainda no primeiro dia de testes. No entanto, nem todos partilham exatamente a mesma opinião que o britânico. Luca Vitali afirmou que o peso da moto é um perigo a ter em conta depois do piloto ter fraturado uma clavícula e de ter visto um dos seus dedos da mão
Niki Tuuli
esquerda ser parcialmente amputado. ‘Talvez a dinâmica da queda tenha
Casadei e Matteo Ferrari cessa-
máquinas serem relativamente pe-
tido origem no peso, tendo em conta
ram os acessos às primeiras cinco
sadas.
como estava o pneu. No geral acho
posições. De salientar que este
‘É entusiasmante! Dei-me muito
que o peso excessivo da moto pode
leque de pilotos foi o mesmo que
melhor na moto do que estava à es-
ser perigoso na batalha logo no ar-
estabeleceu as melhores voltas na
pera, até porque por norma preciso
ranque das corridas. Não sei como
quarta sessão de trabalhos, onde
de mais tempo para entender tudo.
será pois ainda não vimos nenhuma
Ferrari ficou a 1,3s de diferença
A moto é muito fácil de se pilotar e
corrida da classe, mas como piloto
para o ex-piloto da KTM no Mo-
o Loris [Capirossi] mais a equipa de
posso adiantar que este pode vir a
toGP.
desenvolvimento fizeram um traba-
ser um problema’, disse ao GPOne.
Após uma grande quantidade de
lho excelente a colocar a moto ‘no
Independentemente do que acon-
voltas completadas, as avaliações
ponto’. A Michelin também esteve
teceu, os pilotos já sabem com
finais foram aparecendo com os
bem ao garantir que os pneus são
o que podem contar daqui em
pilotos a deixarem bons elogios à
seguros e funcionam bem na moto,
diante. Agora, resta esperar pela
Energica Evo – a moto escolhida
o que nem sempre é fácil. São muito
segunda e penúltima dose de tes-
para a estreia do Mundial de Mo-
pesadas, por isso travar é uma área
tes que irá acontecer a meados de
toE. Para Bradley Smith esta en-
que vai requerer um melhor enten-
março.
Alma Pramac Racing Alex de Angelis Josh Hook Ángel Nieto Team María Herrera Nicolas Terol Avintia Esponsorama Racing Eric Granado Xavier Siméon Dynavolt Intact GP Jesko Raffin EG 0,0 Marc VDS Mike di Meglio LCR E-Team Niccolò Canepa Randy de Puniet One Energy Racing Bradley Smith
trada com o pé direito mostrou-se
Pons Racing Sete Gibernau
Mike Di Meglio David Goldman/Gold and Goose Photography
bastante animadora, apesar das
SIC58 SquadraCorse Matteo Casadei Tech3 E-racing Héctor Garzó Kenny Foray Trentino Gresini MotoE Lorenzo Savadori Matteo Ferrari
| MOTORCYCLE SPORTS | -37-
Moto2
Testes Jerez
Motores Triumph estrearam-se em Jerez com Luca Marini na frente
A pré-temporada do Mundial de Moto2 arrancou no fim de novembro em Jerez de la Frontera e, com ela, a era Triumph na categoria intermédia.
Se os testes de novembro do Moto-
lhando o resto dos ensaios. No final
GP geram sempre muita expectativa
daquele dia, o espanhol da Red Bull
por serem os primeiros referentes à
KTM Ajo não escondeu o desalento:
nova época, em 2018 os ensaios de
– Tivemos um bom ritmo e ganhei
Moto2 do mesmo mês também fo-
confiança gradualmente. Estava numa
ram alvo de muita curiosidade. Tudo
volta muito boa, mas o ‘chattering’
porque marcaram não só o arranque
causou a queda. É uma pena e fico
de uma nova temporada como tam-
muito irritado por começar assim o
bém de uma nova era – a dos mo-
meu tempo com a Red Bull KTM, mas
tores Triumph de 765cc, que vêm
sendo positivo é melhor que aconteça
aproximar a classe intermédia do
agora do que a meio da época. Agora
MotoGP também graças à nova ele-
O novo motor Triumph de Moto2.
trónica comum da Magnetti Marelli.
é o momento de trabalhar para voltar mais forte.
Entre 23 e 25 de novembro, o CirDia de sábado com menos uma
cuito Ángel Nieto em Jerez recebeu os três primeiros dias de testes co-
VDS. Além disso, a MV Agusta con-
uma pouco representativa marca de
sessão ‘útil’
letivos de Moto2 com vista a 2019
sumou o seu regresso às pistas do
1m57,436s.
O segundo dia de testes, 24 de no-
e neles foi possível não só conhecer
Mundial em parceria com a Forward,
Mais tarde no mesmo dia, na sessão
vembro, foi um sábado, que come-
o som dos novos propulsores, como
tendo Dominique Aegerter e Stefa-
2 o tempo esteve melhor e, assim,
çou com uma quarta sessão da se-
também as novas motos a eles adap-
no Manzi nas suas fileiras.
Sam Lowes (Gresini) chegou ao
mana disputada em piso seco. Como
1m44s tal como Luca Marini (Sky
tal, houve pilotos a superarem as
tadas. Além disso, existiram estreias na classe intermédia e pilotos a mu-
Chuva afetou os ensaios; Martín
Racing Team VR46), com ambos a
marcas de referência – algo natural
darem de equipa.
azarado
terminarem nas duas primeiras posi-
uma vez que iam ganhando tempo
Destaque em especial para quatro
Tal como havia acontecido dias an-
ções. O dia acabou com o italiano na
em pista e experiência com as novas
estreantes – Fabio Di Giannantonio
tes em Valência com o MotoGP, os
frente de Lowes na sessão três, com
motos. O melhor foi Lorenzo Bal-
na Speed Up, Jorge Martín na Red
testes de Moto2 em Jerez foram
os tempos a descerem já ao 1m42s
dassarri (Pons HP40), que entrou no
Bull KTM Ajo, Marco Bezzecchi na
fortemente afetados pela chuva.
no caso dos cinco primeiros.
1m42s e superou o melhor registo
Red Bull KTM Tech3 e Nicolò Bulega
No primeiro dia, a sessão inaugural
Logo no primeiro dia de ensaios, um
de Marini no dia anterior por cerca
na Sky Racing Team VR46. Também
teve apenas 15 pilotos a fazerem
dos rookies teve o azar do seu lado.
de uma décima.
existiram diversos homens a estrea-
tempos e 16 em pista, todos com
Jorge Martín sofreu uma aparatosa
A tendência de melhoria prosseguiu
rem-se nas novas equipas, como
poucas voltas completadas devido à
queda na qual contraiu duas fraturas
na quinta sessão, que viu pela pri-
Sam Lowes na Gresini, Tom Lüthi na
queda de chuva. Simone Corsi (Tas-
no pé direito, tendo assim de passar
meira vez as novas motos com mo-
Intact GP ou Xavi Vierge na Marc
ca Racing) acabou na liderança com
pelo bloco operatório dias depois fa-
tores Triumph a rodarem no 1m41s
-38- | MOTORCYCLE SPORTS |
twitter.com/skyracingteam
Gold and Goose
Jorge Martín fraturou um pé no dia da estreia em Moto2.
Luca Marini foi mais rápido do segundo dia... e dos testes.
em Jerez. Foram quatro os homens
de la Frontera, mais concretamente
locou a 0,787s do tempo mais rápi-
os pilotos ainda melhor preparados
a conseguirem essas marcas, entre
na quinta sessão (segunda daquele
do em absoluto. Mais atrás, em 16.º,
para o MotoGP:
eles Luca Marini que ficou na frente
dia). Luca Marini conseguiu assim
classificou-se Fabio Di Giannantonio
– Sabemos que o Moto2 funciona
de… Sam Lowes. O dia acabou por
terminar no topo dos testes 0,268s
(Speed Up) a 0,501s do compatriota,
bem em termos de preparação dos
terminar, para todos os efeitos, de
acima de Lowes, com Álex Márquez
ao passo que logo depois Enea Bas-
pilotos mais rápidos para a passagem
forma prematura, uma vez que na
(Marc VDS) na terceira posição. O
tianini (Italtrans) registou a 17.ª mar-
ao MotoGP. Este já era o caso com o
terceira sessão prevista para sábado
top cinco foi completado por Remy
ca a 0,063s de Giannantonio.
antigo motor Honda e agora, com o
a chuva chegou em força e só dois
Gardner (em estreia na SAG Team)
Dias mais tarde, citado pelo site
novo motor, julgo que será ainda mais
homens saíram para a pista para
e Lorenzo Baldassarri, este a pouco
Speedweek.com, Luca Marini falou
verdade. Não só é mais potente, como
completar voltas lançadas – Steven
mais de meio segundo do topo.
das suas ilações após este primeiro
também nos ensina a trabalhar com
Odendaal (NTS) e Lukas Tulovic (Kie-
Apesar de ser uma nova era, as pri-
contacto com o novo Moto2, admi-
eletrónica mais avançada.
fer).
meiras indicações mostraram uma
tindo que as diferenças foram me-
Quanto a Sam Lowes, segundo mais
Kalex mais forte como tem aconteci-
nores do que o que esperava:
rápido dos ensaios, destacou um
Último dia sem melhorias
do nos últimos anos no Moto2. En-
– Não acho que mudará muito. O
propulsor com um caráter substan-
O dia 25 de novembro encerrou os
tre os 15 primeiros classificados, só
chassis é muito semelhante. Sim, o
cialmente distinto, ao referir citado
trabalhos em pista do Moto2 em
três não tripularam uma moto com
motor muda muito, mas não teremos
pelo Crash.net:
2018, com mais duas sessões de
chassis dos alemães. As exceções
a eletrónica que eu esperava. Os pneus
– Foi um teste muito positivo por-
testes. A primeira acabou com Jake
foram Jorge Navarro (sexto numa
são os mesmos. Talvez possamos usar
que pude trabalhar em várias coisas.
Dixon (Ángel Nieto Team) 0,181s na
Speed Up), Brad Binder (13.º numa
uma mudança diferente, uma trajetó-
A primeira, claro, foi habituar-me ao
frente de Nicolò Bulega (Sky Racing
KTM) e Stefano Manzi (14.º numa
ria diferente em algumas pistas, mas
novo caráter do motor e à nova moto.
Team VR46), mas nenhum deles
MV Agusta).
será muito semelhante.
Senti-me logo bem com a equipa e o
conseguiu sequer baixar do 1m52s,
No que aos rookies diz respeito, o
Outra das reações públicas foi de
motor é muito bom, tem um carácter
dadas as condições húmidas da pis-
melhor de todos foi Nicolò Bulega,
Hervé Poncharal. O diretor de equi-
completamente diferente do da Honda
ta.
com o italiano da Sky Racing Team
pa da Red Bull KTM Tech3 explicou
por isso há que pilotar a moto de ou-
Na derradeira sessão da semana de
VR46 a terminar em 11.º lugar com
ao site GPone que considera que a
tra maneira, mas estamos a trabalhar
testes, Odendaal voltou a terminar
uma marca de 1m42,311s que o co-
nova categoria intermédia deixará
nisso.
Gold and Goose
em primeiro, mas até fez pior do que no dia anterior quando liderou a sexta sessão do cômputo dos três dias. O sul-africano foi 0,186s mais
Top cinco final dos testes de Jerez: 1.º L uca Marini (Sky Racing Team VR46/Kalex) – 1m41,524s
rápido do que Dominique Aegerter
2.º S am Lowes (Federal Oil Gresini
no dia de domingo, com o suíço a
Moto2/Kalex) – 1m41,792s; +
estrear-se nestes testes pela MV
0,268s 3.º Á lex Márquez (EG 0,0 Marc
Agusta Forward Racing.
VDS/Kalex) – 1m41,901s; + Contas feitas… Marini na frente e
0,377s
motos Kalex a dominar
4.º R emy Gardner (SAG Team/
O segundo dia acabou por ser aquele em que os pilotos fizeram as melhores marcas dos ensaios de Jerez
Kalex) – 1m41,991s; + 0,467s
Brad Binder, terceiro no Mundial de 2018, foi 13.º nos testes.
5.º L orenzo Baldassarri (Pons HP40/ Kalex) – 1m42,035s; + 0,511s | MOTORCYCLE SPORTS | -39-
Entrevista exclusiva
Hervé Poncharal
Sebas Romero
‘O Oliveira é muito mais maduro do que outros jovens pilotos’
Jerez recebeu os dois últimos dias de testes em 2018.
Hervé Poncharal é mais uma das três entrevistas exclusivas que o Motorcycle Sports lhe traz nesta edição, numa altura em que a sua Tech3 entra numa nova etapa.
Hervé Poncharal é o novo diretor
expectativas quanto ao português
de equipa de Miguel Oliveira. O
e muito mais, como pode descobrir
piloto luso estreia-se no MotoGP
nas próximas linhas.
na estrutura do francês, a Tech3, que agora passa a ter a KTM como
MotorcycleSports (MS): Em quem
parceira.
apostarias para estar mais forte
O MotorcycleSports falou com
no final de 2019? Miguel Oliveira
Poncharal numa entrevista exclusi-
ou Hafizh Syahrin?
va que lhe passa a apresentar, em
Hervé Poncharal (HP): Julgo que
que o responsável da Tech3 abor-
esta questão é impossível para mim
ENTREVISTA: Gonçalo Viegas e
da vários aspetos sobre a nova
responder. Temos dois pilotos, eles
Bernardo Matias
‘vida’ da equipa, sobre Oliveira e as
vão ter o mesmo equipamento, va-
-40- | MOTORCYCLE SPORTS |
mos apoiá-los da mesma forma e
cil porque embora Portugal e Espa-
caber-lhes-á a eles e ao desporto
nha sejam países completamente
decidir quem estará à frente no fim
diferentes já temos quatro corridas
do ano. É tudo o que posso dizer,
em Espanha. Quando íamos ao GP
porque só fizemos uma pequena
em Jerez e ao de Portugal era mui-
quantidade de testes, e no último
to próximo.
teste o Miguel e o Syahrin fizeram
Não me cabe a mim decidir. O
quase exatamente o mesmo tempo
Carmelo Ezpeleta, diretor-execu-
por volta.
tivo da Dorna é o organizador do
Portanto estão próximos uns dos
campeonato, o promotor. Se existir
outros, já se sentem bem juntos,
alguém em Portugal com uma pista
estão felizes por ser colegas de
homologada pela FIM e pela Dorna
equipa. Seguramente vão puxar
Hafizh Syahrin, colega de equipa de Miguel Oliveira.
um pelo outro mas de forma positiva. E isso é a principal coisa que
para receber o MotoGP, se existir alguém com o orçamento para lá organizar um GP e estiver pronto
quero dizer. No final do ano vere-
para se comprometer cumprindo
mos. Tivemos grandes rivalidades,
as quatro motos serão do mesmo
fábrica da KTM, mas quando a cor-
as condições necessárias para ter
lembro-me do Olivier Jacques e o
ano, com a mesma especificação e
rida começa cada piloto quer bater
um GP, seguramente acho que to-
Shinya Nakano, portanto estamos
com a mesma evolução em conjun-
todos, incluindo os outros pilotos
dos ficariam felizes.
habituados a ter pilotos a lutarem
to, o que não era absolutamente
com motos da KTM.
Agora têm o presidente da FIM, o
um com o outro na mesma equipa,
o caso na situação que tínhamos
isto é normal. Mas espero que seja
com o nosso anterior construtor. O
‘SE O MOTOGP VOLTAR
gal. Portanto veremos o que acon-
de maneira limpa. Veremos e res-
Pit Beirer, diretor do departamen-
A PORTUGAL, TODO O
tece. Mas também é importante
ponderei à vossa questão no fim
to de motociclismo, deixou muito
PADDOCK FICARÁ MUITO
compreender sem por vezes ser
do ano.
claro que para eles o importante é
FELIZ’
nacionalista que há que olhar para
sr. [Jorge] Viegas, que é de Portu-
ter uma KTM na frente. E se uma
MS: Sabendo que o MotoGP se
o panorama completo. E quando
MS: Conseguirá mais tarde a
KTM estiver a ganhar eles ficarão
despediu de Portugal em 2012,
há, por exemplo, o Brasil, o México
Tech3 superar a equipa de fábrica
muito felizes, não importa se é
gostarias de ver a categoria rainha
ou a Indonésia, quando percebes
da KTM?
uma Tech3 KTM ou uma KTM de
de novo neste país que agora é
sobre o mercado e as possibilida-
HP: Não percebo exatamente o
fábrica.
representado pelo Oliveira? Tens
des aí, é também algo a ser tido em
que querem dizer com a vossa
Se a questão é se eu quero batê-
saudades de Portugal?
conta.
questão. Mas a KTM é uma fábrica
-los, eu não quero batê-los particu-
HP: Eu pessoalmente, Hervé Pon-
E é isso. Veremos. Mas se o pad-
que é muito bem-sucedida, estou
larmente. Julgo que estamos todos
charal como pessoa, sinto falta de
dock voltar a Portugal posso dizer
muito feliz por eles devido a isso –
juntos e precisamos da Tech3 e da
Portugal. Sempre gostei de Por-
que eu, primeiro, mas todo o pa-
em termos comerciais, marketing e
KTM a crescerem, a desenvolve-
tugal. Quando era jovem fui de
ddock ficará muito feliz. Portanto
posicionamento como uma marca
rem e a melhorarem a moto de for-
férias a Portugal e é uma viagem
cabe a vocês fazer isto acontecer e
jovem. Eles já estão no MotoGP
ma a lutar pelo título. Mas é claro
que nunca esquecerei. Passei bons
fazer disto uma possibilidade.
há dois anos, mas tendo só duas
que se o Miguel conseguir terminar
momentos aí, lembro-me que a se-
épocas ainda são muito jovens no
à frente do [Johann] Zarco ou do
mana no Algarve foi bela. Mas foi
‘O MIGUEL NÃO TEM O
MotoGP. A equipa de fábrica está
[Pol] Espargaró ou se o Syahrin ter-
no início dos anos 1980, em 1982
MESMO PERFIL DE OUTROS
agora por três anos a partir de
minar à frente dos pilotos de fábri-
ou 1983. Eu gosto de Portugal e
JOVENS PILOTOS’
2019 porque o acordo que a Tech3
ca ficaremos felizes. Mas eles não
por vezes ainda vou a Portugal de
MS: Quais acreditas serem os as-
assinou com a KTM é para 2019,
são os nossos inimigos. Mas assim
férias.
petos mais fortes de Miguel Oli-
2020 e 2021.
que a corrida começar, e este é um
Sinto falta do GP de Portugal? Sim.
veira? E os aspetos a melhorar?
Portanto esse acordo é muito bom
desporto individual, cabe aos pilo-
Mas já temos 19 corridas, sabemos
HP: É uma questão muito difícil
para nós, estou muito feliz com a
tos mostrar que são os melhores.
que há muitos outros países a ‘ba-
para responder. Só tivemos duas
situação. A KTM confirmou que
Trabalhamos bem com a equipa de
terem à porta’. A situação não é fá-
sessões de testes com o Miguel, | MOTORCYCLE SPORTS | -41-
Hervé Poncharal Gold and Goose
Entrevista exclusiva
muito curtas – uma em Valência e
anos de diferença em idade. Isto
outra em Jerez. É difícil dizer algo
é logo algo muito diferente. Julgo
acerca do Miguel. Tudo o que pos-
que é também diferente o Valen-
so dizer é que estou impressiona-
tino estar numa Yamaha e o Marc
do com a carreira dele até agora
numa Honda.
no Moto3 e no Moto2. No primei-
Para ser mais sério, acho que o
ro contacto que tivemos com ele
Valentino foi claramente o mestre
vimos alguém inteligente, a tentar
até o Marc chegar. Ele estava a do-
compreender antes de atacar. É
minar o pelotão em resultados mas
Miguel Oliveira nos testes de Jerez.
muito tranquilo e isto é muito im-
também na forma como ele usava por vezes a guerra psicológica ou
Para mim, o Miguel não tem exa-
as palavras. Ele usava muito bem a
Gold & Goose/Red Bull Content Pool
portante. tamente o mesmo perfil de outros jovens pilotos. Diria que é mais maduro e gosto muito disso. Até agora tudo é positivo mas só estamos a começar o relacionamento humano e técnico. Portanto é difícil sobre os aspetos fortes, sobre
imprensa e ele era o ‘sr. MotoGP’. Agora, o Marc é um grande rival. É claro que em termos de resultados o Marc dominou o Valentino Rossi nos últimos quatro ou cinco anos. Isto é um facto quando olhamos para os resultados. Acho que
o que é preciso melhorar. Precisa-
nesse aspeto a corrida da Malá-
mos de esperar um bocado mais.
sia foi muito interessante quando vimos o Márquez a perseguir o
MS: Acreditas que tens maiores
Valentino, a pressioná-lo e o Va-
probabilidades de chegar mais
lentino acabou a vacilar perante a
longe com a KTM do que aquilo
Márquez e Rossi têm sido dois dos protagonistas do
pressão. Portanto isto mostra que
que alcançaste em tantos anos
MotoGP.
talvez o relacionamento entre eles
com a Yamaha? HP: Sabes o que é o passado por-
os dois é um bocado diferente e talvez o Marc tenha vantagem so-
que é claro e tens história, resul-
fábrica este ano?
fortável, que o deixe confiante de
bre o Vale neste momento.
tados, é preto no branco. Com a
HP: Equipas de fábrica ou pilotos
forma a atacar. Este é o objetivo e
Tive 25 anos, tive 40 anos e posso
Yamaha foram 20 anos de parceria,
de fábrica porque o Miguel Olivei-
depois veremos onde estaremos.
dizer que 15 anos a esse nível faz
de aventura, e é claro. O que con-
ra não é uma equipa, é um piloto.
Todos estão a esforçar-se ao máxi-
uma grande diferença. Julgo que
quistaremos com a KTM, se vai ser
Veremos. Mais uma vez, acho que
mo, a trabalhar arduamente, todas
o Marc é um piloto muito rápido,
melhor ou pior, quem sabe? Não
é melhor falar quando tiveres con-
as seis fábricas. Veremos e mais
uma pessoa muito inteligente. Ele
tenho uma bola de cristal, não con-
quistado alguma coisa em vez de
uma vez digo-vos um bocado mais
aprendeu muito através do seu
sigo ver muito bem o futuro. Tudo
dizeres ‘vou fazer isto’ e pareceres
no fim da época.
duelo e luta com o Valentino na
o que posso dizer é que estamos
estúpido porque falaste demasiado
todos muito empolgados, estamos
muito cedo. Julgo que o Miguel é
‘MÁRQUEZ DOMINOU O ROSSI
imprensa.
a sentir-nos dez anos mais jovens
muito humilde, eu também tento
NOS ÚLTIMOS QUATRO OU
Eles são diferentes: um é de Itália,
porque há muita energia e paixão
sempre ter uma atitude humilde,
CINCO ANOS’
o outro de Espanha; um é muito
dentro da fábrica da KTM e da
respeitar os meus adversários. Não
MS: Quais é que achas que são as
agressivo, outro é muito mais sua-
equipa de MotoGP da KTM. Isto é
sei, veremos.
principais semelhanças e diferen-
ve. É tudo o que posso dizer. Ve-
algo que nos deixa felizes e dese-
Neste momento o Miguel tem de
ças entre Valentino Rossi e Marc
remos quem vai ganhar em 2019.
josos de começar o ano que vem. É
aprender o MotoGP, nós temos de
Márquez?
tudo o que vos posso dizer.
o compreender, a KTM tem de me-
HP: [Risos] Que pergunta. A prin-
MS: Achas que o Oliveira tem po-
lhorar a sua moto, trabalhar ardua-
cipal diferença é que o Valentino
tencial para dar o salto, entrar na
MS: Será que Miguel Oliveira con-
mente e queremos dar ao Miguel
vai fazer 40 anos e o Marc tem 25
equipa oficial da KTM e coroar-se
seguirá bater alguma equipa de
uma moto que o faça sentir con-
anos, portanto têm algo como 15
campeão do mundo?
-42- | MOTORCYCLE SPORTS |
pista mas também no centro de
HP: Esta pergunta é muito próxima da segunda. Julgo que o Miguel Oliveira já está numa equipa oficial, na equipa oficial da KTM. Não é a equipa detida pela KTM mas tem a mesma moto. Se o Miguel tem o potencial e estiver a pilotar da forma como quer pilotar, se tiver a moto que esteja a responder aos seus desejos ele pode ser campeão mundial com a Tech3 KTM ou com a equipa oficial da KTM porque temos exatamente o mesmo material e apoio da fábrica. Ele ainda nem começou. Ele está a começar connosco, portanto não queremos falar sobre a probabilidade de saltar para algum lado. Façamos o tempo funcionar a favor dele.
Johann Zarco foi a mais recente aposta da Tech3 em introduzir
MS: Este é um novo começo para
mais jovens, cheios de energia e
a tua equipa. O quão difícil é mu-
muito ansiosos de fazer parte des-
dar depois de tantos anos com o
te grande projeto da KTM no Mo-
mesmo parceiro?
toGP e de conseguir subir todos
quando subiram para a moto de
tados de topo podes estar seguro
HP: Quando trabalhas 20 anos
juntos o degrau alcançando o topo.
MotoGP em 2016 em Valência, no
que não precisas de muito tempo
com um construtor habituas-te a
Mas este é um sonho, somos parte
fim do ano… e na primeira corrida
para teres um bom rendimento e
várias coisas. Conheces o sistema
desse sonho e estamos felizes.
o Zarco liderou sete voltas no Qa-
seres rápido no MotoGP.
deles, conheces a forma de traba-
jovens no MotoGP a estabelecer-se com sucesso.
tar.
Este é o futuro e estou sempre
lhar deles, conheces muito bem
‘ESPERO QUE O OLIVEIRA
Vimos este ano, nos primeiros
muito orgulhoso e feliz por estar
as pessoas. Quando tens um pro-
CONSIGA MOSTRAR QUE É UM
testes, o quão rápidos foram o
ligado aos jovens pilotos. Eu já não
blema sabes que pessoa está res-
POTENCIAL VENCEDOR DE
[Francesco] Bagnaia, o [Joan] Mir e
sou muito jovem e trabalhar com
ponsável pelo departamento rela-
MOTOGP’
até o [Fabio] Quartararo nas suas
pessoas jovens ajuda-me a perma-
cionado ao teu problema, pelo que
MS: Andrea Dovizioso, Bradley
motos. Clara e felizmente para os
necer um bocado mais fresco. Por-
talvez seja mais eficiente porque
Smith, Cal Crutchlow, Johann
pilotos com ‘mais experiência’ os
tanto isto é muito importante para
conheces a estrutura.
Zarco, Marco Melandri, Pol Espar-
jovens pilotos vão ser os de topo
o nosso projeto, estou muito feliz
Mas quando estás a viver a mesma
garó… todos eles representaram a
do MotoGP muito em breve. Espe-
por fazer isto e irei sempre tentar
situação, a viver com as mesmas
tua equipa e tiveram grande su-
remos que o Miguel Oliveira faça
dar aos jovens pilotos a oportu-
pessoas e a organizar e a trabalhar
cesso. O quão importante é para
parte disto. O futuro pertence aos
nidade de mostrar o seu talento.
com a mesma fábrica ou empresa
o teu projeto trazer e desenvolver
jovens pilotos.
Também estamos envolvidos no
por vezes também te podes sentir
os novos talentos?
Graças à forma como a Dorna
Moto2, temos muitos talentos que,
um bocado adormecido. É o hábi-
HP: É uma boa pergunta. Julgo
organizou o campeonato com o
esperamos, mostrem o seu poten-
to. Portanto, claramente agora é
que… falámos sobre as diferenças
Moto3 e depois a classe intermé-
cial no futuro próximo. Mais uma
mais difícil perceber quem está a
entre o Valentino Rossi e o Marc
dia Moto2, há um caminho muito
vez, espero que o Miguel Oliveira
fazer o quê, como são os proces-
Márquez… o futuro é o futuro e o
claro para ir para o MotoGP. Julgo
consiga mostrar que é um piloto de
sos deles nos vários departamen-
futuro são os jovens pilotos. Quan-
que o Moto2 é uma categoria incrí-
topo e um potencial vencedor no
tos. Mas também é muito empol-
do viste o quão rápidos foram o
vel para preparar para o MotoGP e
MotoGP através do seu envolvido
gante. Todos se sentem dez anos
[Johann] Zarco e o [Jonas] Folger
quando sais do Moto2 com resul-
com a KTM e com a Tech3. | MOTORCYCLE SPORTS | -43-
-44- | MOTORCYCLE SPORTS |
| MOTORCYCLE SPORTS | -45-
Entrevista
-46- | MOTORCYCLE SPORTS |
Miguel Oliveira
© KTM Images / Sebas Romero
“Não acho que tenha entrado com o pé esquerdo em Valência” Miguel Oliveira chega ao pináculo do motociclismo depois de mostrar os seus talentos dentro da pista e fora dela, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento de um protótipo de competição.
Numa altura em que o piloto por-
que foi um bom primeiro contacto
tuguês se encontra focado em se
com a moto e com a equipa. Foi
adaptar ao MotoGP, o Motorcycle
tudo novo para toda a gente, en-
Sports entrevistou exclusivamen-
tão não considero que o primeiro
te Miguel Oliveira, entrevista essa
momento seja desapontante, tal
onde foi possível abordar alguns
como está mencionado na ques-
aspetos quer sobre esta sua nova
tão. Então, é tudo novo para todos
etapa, como do campeonato pro-
e estou feliz que tudo tenha corri-
priamente dito.
do bem.
Motorcycle Sports (MS): Dado o
MS: Grandes mudanças trazem
facto de teres entrado no MotoGP
grandes desafios... Com esta su-
com o pé esquerdo, em Valência,
bida ao MotoGP tens mudado
temes que isso possa influenciar o
algo no teu tipo de treino? Se sim,
próximo arranque de temporada?
quais foram essas alterações?
Miguel Oliveira (MO): Não acho
MO: Sinto que a moto é um pou-
que tenha entrado com o pé es-
co mais pesada. Claro, penso que
querdo em Valência. Penso, sim,
ter mais potência nos travões tor-
ENTREVISTA: Gonçalo Viegas
| MOTORCYCLE SPORTS | -47-
Miguel Oliveira
na tudo fisicamente mais exigente
que eu admiro; é bom, mas não é a
Apesar disso, achas que a con-
do ao ser espanhol… acho que se-
e isso requere um pouco mais de
minha prioridade.
quista do décimo título é um so-
ria uma frase aleatória porque che-
Philip Platzer/Red Bull Content Pool
Entrevista
nho que se poderá tornar realida-
guei ao MotoGP ao ser português,
tem sido direcionado mais nesse
MS: A tua carreira tem apresen-
de?
então acho que isso acrescenta
sentido com a finalidade de ganhar
tado uma progressão ascendente.
MO: Bem, para mim o Valentino é
muito mais valor do que haver mais
um pouco mais força muscular.
Comparativamente com o salto
um grande piloto. Ele ainda tem a
um espanhol na grelha.
força nos músculos. Então, o treino
para o Moto3 e, mais tarde, para
capacidade de pilotar a sua moto e
MS: Tens tudo para bater o Fran-
o Moto2, sentes que agora estás a
de ser competitivo e se o seu so-
MS: Com a KTM, acreditas que
cesco Bagnaia e a sua Ducati?
ser mais requisitado pelos meios
nho é conseguir o décimo título,
consegues fazer frente ao domí-
MO: Não estou focado no Bagnaia
de comunicação social? O mesmo
então ele vai fazer o que for preci-
nio que Márquez e a Honda estão
e na sua Ducati [risos]. Para mim,
se aplica aos media portugueses?
so. Agora se vai ser uma realidade
a ter no MotoGP?
[Bagnaia] é um outro rookie tal
MO: Felizmente, tenho sido sem-
ou não, não acho que possa estar
MO: Gostaria de dizer que sim,
como os outros dois [Joan Mir e
pre solicitado pelos media espe-
inteiramente relacionado com ele…
mas de momento é demasiado
Fabio Quartararo]. Garantidamen-
cialmente em Portugal. Fui o pri-
as motos e os adversários estão
cedo para afirmar que a KTM vai
te, estamos em posições muito di-
meiro português a fazer muitas
muito fortes, então vamos ver!
ser uma moto que irá bater a Hon-
ferentes: ele está numa moto que
coisas. (…) Os media querem mais
já mostrou um grande potencial e
entrevistas, mas isto é normal. Es-
MS: Acreditas que se tivesses na-
este é o objetivo final: ser o mais
que já ganhou muitas corridas. A
pecialmente quando consegues
cionalidade espanhola terias tido
rápido, ser o melhor… então numa
equipa tem também bastante ex-
bons resultados, há mais pedidos.
uma ascensão mais rápida à cate-
perspetiva a longo prazo acredito
periência com a moto, então pen-
É algo que vem com o sucesso e
goria máxima?
que isso seja uma possibilidade.
so que o trabalho dele será muito
acho isso positivo.
MO: Não sei… Talvez esta questão
Contudo, atualmente, ainda é di-
nunca tenha sido feita por mim ou
fícil dizer qual é o nível da moto,
mais fácil do que o meu, mas isto é
da ou o Márquez. Seguramente,
apenas o início e não estou focado
MS: Valentino Rossi não está a
para mim. Sou português e acho
mas acredito que temos todas as
nisso. Ser o melhor rookie é algo
repetir as conquistas de outrora.
que dizer que cresceria mais rápi-
ferramentas e o potencial para o
-48- | MOTORCYCLE SPORTS |
© KTM Images / Sebas Romero
fazer. Todavia, antes do Márquez e da Honda temos, também, outros adversários ao quais necessitamos de tomar atenção. MS: Com a tua chegada ao pináculo do motociclismo, acha que a modalidade pode voltar a Portugal? MO: Acho que é uma forte possibilidade que o campeonato consiga voltar a Portugal. Seria um sonho tornado realidade correr na categoria de MotoGP no meu país, mas não depende de mim. Sei que há também grandes países que querem receber e fazer parte do círculo do MotoGP. Agora, o mercado é um pouco competitivo. Para mim, [o regresso] faz sentido porque sou o único piloto que não tem um Grande Prémio caseiro, então receber o MotoGP em Portugal seria algo muito bom. MS: Em 2019 vais correr com o #88. Pol Espargaró deu-te alguma hipótese de correres com o #44? MO: Bem, ele não me deu qualquer hipótese [risos]. É o seu número desde que começou, tal como eu, mas ele chegou ao MotoGP primeiro. Por isso, ele tinha a prioridade em conseguir este nú-
mente, as suas prioridades no Mo-
que ouve as situações e os nossos
encontra-se confortável com esta
mero e para mim o #88 é algo que
toGP. O suporte e a atenção que
problemas. O Pit [Beirer] é um ho-
mota… vamos ver. (…) [Risos] Para
representa um novo desafio, uma
tens no MotoGP é mais alto com-
mem que acompanha bastante o
mim também é um objetivo poder
nova página na minha carreira. As-
parativamente com as outras ca-
que acontece em todas as catego-
um dia vir a ser campeão mundial e
sim, estou contente por correr com
tegorias, porque o investimento é
rias. Tenho bastante apoio.
ter uma boa prestação. Mas é claro
este número.
também maior. É algo normal, mas
que Márquez é alguém que elevou
também tive um bom apoio em
MS: Achas que Marc Márquez
o desporto a outro nível e é prová-
MS: Sentes que vais ter mais
ambas as classes… não me posso
conseguirá bater os nove títulos
vel que ele consiga bater os títulos
apoio da KTM agora no Moto-
queixar sobre nada. A KTM sempre
de Valentino Rossi e os quinze tí-
do Valentino e, também, os que o
GP do que aquela que tiveste no
foi muito profissional e lidou com
tulos de Giacomo Agostini?
Agostini tem… tudo depende de
Moto2 e no Moto3?
todo o desenvolvimento bastante
MO: Ele é obviamente um bom
até quando ele pretende prolongar
MO: Acho que a KTM tem, obvia-
bem. Temos de igual forma alguém
piloto e está em boa forma. Ele
toda a sua carreira.
| MOTORCYCLE SPORTS | -49-
-50- | MOTORCYCLE SPORTS |
| MOTORCYCLE SPORTS | -51-
Philip Platzer/Red Bull Content Pool 1
Hafizh Syahrin
© KTM Images/Sebas Romero
Entrevista
‘Vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa’
ENTREVISTA: Gonçalo Viegas e Bernardo Matias -52- | MOTORCYCLE SPORTS |
David Goldman/ Gold & Goose/Red Bull Content Pool
Hafizh Syahrin foi o último piloto a
luta perdida para Morbidelli não
ingressar na grelha de 2018 depois
ficou esquecida. Essa mesma infe-
de ter oficializado a sua parceria
licidade está mais do que ultrapas-
com a Tech3 já depois dos testes
sada e, depois de ter testado a sua
de Buriram. Jonas Folger anunciou
KTM RC16, o profissional que car-
antes dos testes de Sepang de
rega as novas cores da Tech3 reve-
2018 que não iria competir no Mo-
lou o que diferencia esta sua nova
toGP e depois do trabalho mostra-
moto da ‘velhinha’ Yamaha M1
do, Syahrin foi contratado para ser
numa entrevista completamente
a nova aposta de Hervé Poncharal.
exclusiva ao Motorcycle Sports.
Apesar da falta de quilómetros face
“
Não tenho receio de ser superado pelo Miguel Oliveira porque para mim é uma oportunidade fazer equipa com o Oliveira. Ele é um piloto rápido. [...]. Desejo-lhe o melhor - o título de Rookie do Ano - e vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa.
algumas ideias. Assim, desejo-lhe o melhor – o título de Rookie do Ano – e vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa. MS: Porque razão corres com o #55? HF: Porque nasci a 5 de maio e foi por isso que escolhi o #55. É um bom número e existem muitas coisas na minha vida que estão ligadas
aos rookies da temporada passada,
Motorcycle Sports (MS): Tens re-
o #55 foi o único que conseguiu
ceio de ser superado pelo Miguel
discutir o título de ‘Rookie do Ano’
Oliveira?
com Franco Morbidelli. O título
Hafizh Syahrin (HF): Não… porque
não foi parar às mãos do jovem
para mim é uma oportunidade fa-
malaio mas isso não impediu que
zer equipa com o Oliveira. Ele é
Syahrin justificasse o voto de con-
um piloto rápido – é o único por-
fiança por parte do seu patrão.
tuguês. (…) Estou muito contente
Agora, Syahrin fala sobre a sua re-
por ter um piloto muito rápido na
feito na categoria rainha?
lação com Miguel Oliveira onde a
garagem onde podemos partilhar
HF: Claro que sim. Na corrida de
ao número cinco. MS: Sabes que a Malásia tem apostado fortemente no motociclismo. Sabendo que corres representando a bandeira do teu país, acreditas que tens o que é preciso para retribuir todo o investimento
| MOTORCYCLE SPORTS | -53-
Hafizh Syahrin
©Jesus Robledo/© KTM Images
Entrevista
“
Sepang deste ano vimos que o
var a equipa o mais longe possível
número de espectadores cresceu
tentando obter o máximo de infor-
muito mais face a 2017. Então,
mação para o seu desenvolvimen-
acreditamos que investimos no
to. Como já disse antes, podemos
país e estou muito orgulhoso por
crescer juntos. É bom para o futuro
fazer parte de tudo isto.
de todos.
MS: Sabemos que já começaste a
MS: Perdeste para Franco Mor-
preparação para o próximo ano.
bidelli na batalha pelo título de
Achas que tens alguma vanta-
‘Rookie do Ano’. 2019 é o teu ano
gem face ao Oliveira por estares
de ‘vingança’?
a correr no MotoGP uma segunda
HF: Para mim… na temporada
temporada?
passada perdi por apenas quatro
HF: Talvez eu possa ter um pouco
pontos porque tivemos boas cor-
mais de experiência no MotoGP
ridas, mas não terminámos algu-
que ele. Já conheço os pneus e
mas provas, como foi o caso de
um pouco melhor a eletrónica, mas
Barcelona e Phillip Island, porque
mudámos para a KTM… há uma
cometemos erros de rookies. Pa-
grande diferença em comparação
rece que se não tivesse caído, po-
com a temporada passada com a
deria ter conquistado o título de
Yamaha. Então, estamos a traba-
‘Rookie do Ano’, mas a temporada
lhar duro e a tentar compreender
já terminou e estou à procura de
toda a situação de forma a me-
me desafiar para ser melhor. A si-
lhorar a moto. Claro que na pista
tuação na Marc VDS teve diversas
plo, a Tech3 que é a melhor estru-
somos mais ‘frios’, mas na garagem
implicações, tal como a Tech3 com
tura independente e tem bastante
somos colegas que tentamos le-
a Yamaha. Acho que a Yamaha é
experiência.
-54- | MOTORCYCLE SPORTS |
Perdi apenas por quantro pontos porque tivemos algumas boas corridas, mas não terminámos algumas provas [...] porque cometemos erros de rookies. Parece que se não tivesse caído, poderia ter conquistado o título de ‘Rookie do Ano’, mas a temporada já terminou e estou à procura de me desafiar para ser melhor.
[uma moto] mais fácil de controlar. Já em termos de potência de motor a questão é bastante similar, tanto que lutámos mais ou menos juntos ao longo da temporada. Agora, eu comecei uma nova jornada com a KTM enquanto que ele foi para a Yamaha com um melhor conjunto. A KTM é uma boa máquina, mas ainda precisamos de desenvolver a moto e entendê-la melhor. Não é como a Yamaha ou como as segundas Yamaha; eles têm uma segunda equipa com muitos anos no campeonato. Então, eles sabem o que precisam de melhorar. A KTM começou há dois anos, então não temos nenhuma experiência. Precisamos de continuar a trabalhar para entender as coisas um passo de cada vez e assim desenvolver a moto. É bom para a KTM ter uma segunda equipa como, por exem-
Assim,
esperamos
bem como a melhorar, o que torna
topo.
tudo um pouco mais fácil para ele.
KTM Tech3 Racing
KTM Tech3 Racing/©Jesus Robledo
fazer algo para colocar a KTM no
é diferente das outras pistas.
motor é semelhante no que se concerne à potencia, mas, às vezes, é
Para nós, é um pouco diferente
MS: És o primeiro malaio a chegar
difícil ter uma boa velocidade. Para
MS: Pilotaste a M1 durante uma
porque apenas temos [dados de]
ao MotoGP e um dos teus melho-
mim, a potência é a mesma e ape-
temporada. Conseguirás extrair
duas motos: a de 2017 e de 2018,
res resultados foi conseguido em
nas precisamos de melhorar. Não é
algo dessa experiência que te aju-
para além de agora eles terem uma
Sepang. Como te sentes em rela-
preciso mudar muitas coisas den-
de no desenvolvimento da RC16?
equipa satélite.
ção a isso? Vês-te como um pionei-
tro da moto. Precisamos apenas
HF: Sim. Garantidamente que será
Eles vão querer puxar porque que-
ro do motociclismo do teu país?
de fazer pequenas mudanças que
algo útil para mim, mas a moto é
rem levar a KTM ao topo e eu es-
HF: Creio que sim. (…) Queria ser
nos ajudem a melhorar muito mais.
um pouco diferente da Yamaha. O
tou muito contente por fazer parte
piloto de MotoGP e agora sou o
A RC16 é uma máquina nova, tem
motor é bastante similar em rela-
desta família e por pilotar a RC16.
primeiro piloto da Malásia na cate-
apenas dois anos no campeonato
ção à potência, mas o chassis tem
Vamos tentar melhorar a moto e
goria rainha. Estou orgulhoso dis-
do mundo e a potência é seme-
um carácter um pouco diferente. Já
levá-la ao topo.
so, mas, ao mesmo tempo, espero
lhante às restantes motos mas pre-
que a Malásia consiga ter mais pi-
cisamos de melhorar algo no seu
fizemos dois testes: um em Valência e outro em Jerez. Fizemos algo
MS: Quais os aspetos que dife-
lotos. Tento dar alguma motivação
manuseio. Claro, eles conseguem
diferente no estilo de pilotagem e
renciam o Circuito Internacional
aos mais jovens, àqueles que aspi-
fazer algo porque as pessoas da
tentámos trabalhar, especialmen-
de Sepang dos restantes traçados
ram ser pilotos de MotoGP, espe-
KTM querem mesmo levar a marca
te, na eletrónica.
do calendário?
cialmente agora que o desporto
ao topo. Agora vamos estar para-
É totalmente diferente da Yamaha…
HF: É a minha corrida caseira; o
malaio está a crescer. Espero que
dos durante dois meses e espero
eles usam 2D e nós Magneti Ma-
sentimento é diferente e existe um
no futuro algum piloto [malaio] me
que eles consigam, nesse período,
relli. A equipa também é nova no
pouco mais de pressão. Contudo,
possa substituir (…).
fazer algo para a melhorar. Vamos
que respeita a esta eletrónica e
há uma maior motivação porque
eles precisam de tempo para com-
temos muitos fãs que aparecem
MS: Quais são as principais dife-
sas para testar e espero ajudar com
preender a RC16. O [Franco] Mor-
para dar apoio. (…) Temos tudo à
renças entre a KTM e a Yamaha?
algo na pilotagem. Vamos ver, por-
bidelli saltou para a Yamaha porque
nossa volta, então tens que dar o
HF: A grande diferença entre estas
que eu não sei o que vai acontecer
eles já têm uma boa moto e já sa-
teu melhor e é por isso que Sepang
duas motos é mesmo o chassis. O
no próximo ano.
chegar a Sepang com muitas coi-
| MOTORCYCLE SPORTS | -55-
-56- | MOTORCYCLE SPORTS |
KTM Tech3 Racing/©Jesus Robledo
| MOTORCYCLE SPORTS | -57-
Dakar 2019
Peru recebe as emoções do todo-o-terreno entre 7 e 17 de janeiro de 2019
Pela primeira vez, o Dakar desenrola-se apenas num país, o Peru, com um percurso de 3.000km cronometrados maioritariamente disputado em areia, com muitas dunas. As emoções prometem ser fortes e a questão impera: alguém conseguirá bater a KTM?
-58- | MOTORCYCLE SPORTS |
DPPI/E. Vargiolu
TEXTO: Gonçalo Viegas
DPPI/F. Le Floc’h
Está aí à porta mais uma edição do Dakar. A 41.ª vai ter como grande particularidade o facto de ser integralmente disputada no Peru – nunca antes se disputou apenas num país, nem mesmo na altura em que se realizava no continente africano. A prova foi também encurtada em número de etapas, com apenas dez etapas e um dia de
Areia vai marcar 70 por cento do percurso.
descanso entre 7 e 17 de janeiro. Vamos por partes. A ‘montagem’ do Dakar 2019 deu algumas dores de cabeça à Amaury Sport Organi-
uma montra para promover o nosso
» Etapa 3, 9 de janeiro: San Juan
Étienne Lavigne, será um percurso
sation (ASO), com o percurso a ser
país. Queremos fazer todos os esfor-
de Marcona-Arequipa, 331km
invulgar mas com etapas intensas
complicado de delinear. No mês
ços possíveis para receber o Dakar
cronometrados (799km no total)
que irão exigir uma boa forma físi-
de abril passado ainda só o Peru
2019.
tinha confirmado a disponibilidade
Ultrapassados todos os contra-
para receber a ‘caravana’. Do Chile
tempos, em julho de 2018 foi
havia vontade, à qual não foi dado
anunciada a composição de todo o
seguimento, situação similar à do
percurso do Dakar, com todas as li-
Moquegua-Arequipa, 345km
ta forma diferente. Promete ter uma
Equador. Já a Bolívia e a Argentina
gações reveladas – entre as quais a
cronometrados (776km no total)
geografia única e particular em que
não demonstraram grande interes-
etapa maratona Arequipa-Moque-
11 de janeiro: Dia de descanso
as dunas estarão muito presentes.
se em manter-se no itinerário.
gua e Moquegua-Arequipa para as
» Etapa 6, 13 de janeiro: Arequipa-
As etapas serão curtas mas intensas
A confirmação de um Dakar total-
motos. Na altura não se ficaram a
San Juan de Marcona, 317km
e ter-se-á de estar em boa forma fí-
mente disputado em solo peruano
conhecer mais pormenores acerca
cronometrados (839km no total)
sica para conseguir ultrapassar isto
surgiu precisamente em Maio, com
das etapas, mas ficou a saber-se
o início e o final em Lima. Mas isso
que dos 3.000km cronometrados
Juan de Marcona-San Juan de
melhorias e navegação serão aspetos
não significou o final dos contra-
cerca de 70 por cento decorreriam
Marcona, 323km cronometrados
essenciais nesta edição de 2019.
tempos. Só cerca de um mês mais
em areia. Prometia-se assim um
(387km no total)
tarde é que os governantes do
Dakar com muitos motivos de in-
Peru tomaram a decisão final de
teresse.
acolher a prova e acerca dos aspe-
Os detalhes sobre cada etapa do
tos financeiros.
Dakar foram conhecidos no pas-
» Etapa 9, 16 de janeiro: Pisco-
Como tem sido hábito nos anos
Na altura, antes da tomada de de-
sado mês de novembro. Os pilotos
Pisco, 313km cronometrados
recentes, há quatro principais con-
cisões, o presidente do Conselho
vão cumprir estas dez etapas:
(410km no total)
juntos à partida do Dakar – a KTM,
de Ministros do Peru, Cesar Villa-
Etapa 1, 7 de janeiro: Lima-Pisco,
» Etapa 10, 17 de janeiro: Pisco-
a Honda Husqvarna e a Yamaha
nueva, afirmou citado pela publica-
84km cronometrados (331km no
Lima, 112km cronometrados
são as forças que têm dominado as
ção britânica Autosport:
total)
(358km no total)
últimas edições da mítica prova de
– É óbvio que o Dakar atrai o olhar
» Etapa 2, 8 de janeiro: Pisco-
» Etapa 4, 10 de janeiro:
ca por parte dos pilotos:
Arequipa-Moquegua, 352km
– Uma edição invulgar, já que é a pri-
cronometrados (511km no total)
meira vez que o Dakar decorre num
» Etapa 5, 11 de janeiro:
» Etapa 7, 14 de janeiro: San
» Etapa 8, 15 de janeiro: San
único país, com um formato de cer-
sem problemas. As capacidades para
KTM,
Honda,
Husqvarna
e
Juan de Marcona-Pisco, 361km
Yamaha, o ‘quarteto’ que tem do-
cronometrados (576km no total)
minado
todo-o-terreno, embora existam
do mundo ao Perú, estamos num
San Juan de Marcona, 342km
‘Etapas curtas mas intensas’
mais máquinas e pilotos que, aqui
bom momento económico e seria
cronometrados (554km no total)
Nas palavras do diretor do ASO,
e ali, conseguem imiscuir-se na luta | MOTORCYCLE SPORTS | -59-
Sebas Romero - KTM Media Library
Dakar 2019
PRINCIPAIS INSCRITOS: #1 Matthias Walkner, Red Bull KTM Factory Team #2 Paulo Gonçalves, Monster Energy Honda Team 2019 #3 Toby Price, Red Bull KTM Factory Racing #4 Adrien Van Beveren, Yamalube Yamaha Official Rally Team #5 Joan Barreda, Monster Energy Honda Team 2019 #6 Pablo Quintanilla, Rockstar Energy Husqvarna Factory Racing #14 Sam Sunderland, Red Byll KTM Factory Racing
pelos primeiros lugares nas etapas.
últimos anos, Laia Sanz. Na antevisão do Dakar, o vencedor
O quarteto da KTM para o Dakar 2018.
de 2018, Walkner, afirmou: – Estou ansioso por voltar à moto no Perú e à competição para defen-
como estou a pilotar e confiante com
em janeiro:
der o meu título. Há alguma pressão
a minha navegação. Sei que este ano
– 2018 foi um ano incrível para mim.
adicional para mim mas o plano é o
no Peru vai ser muito exigente do
Terminar o Dakar no pódio em tercei-
mesmo de sempre – permanecer se-
ponto de vista físico, pelo que tenho
ro logo depois de voltar de uma lesão
guro e fazer o meu melhor na prova.
trabalhado muito arduamente no
foi ótimo. O Mundial não começou
É difícil saber como as coisas serão
meu treino para estar na melhor for-
como esperava mas consegui manter
com a corrida realizada num só país
ma possível quando a prova começar
a minha cabeça no sítio, permanecer
e com tanto percurso em areia. A es-
em janeiro. É decididamente bom
consistente e os resultados finalmen-
tratégia será muito importante uma
para mim que tenhamos dez dias nas
te surgiram. Tudo correu bem em
vez que a nossa posição de partida
dunas. Adoro pilotar nesse tipo de
Marrocos naquela última ronda e
para o dia pode fazer uma enorme di-
terreno e pareço ter um bom ritmo
espero por algo semelhante no Peru.
ferença aos resultados. Acredito que
lá. Se irá cair a meu favor, não sei.
Vai ser um Dakar um bocado estra-
será muito renhido com muitos pilo-
Como sabemos, tudo pode acontecer
nho, o percurso parece que é cerca
tos na luta pela vitória, mas se tudo
nos ralis e não consegues prever uma
de 70 por cento nas dunas e vai ser
Três já campeões ao serviço da
correr conforme o planeado e con-
corrida como o Dakar. Este ano tive
um verdadeiro desafio, certamente
KTM
seguir manter um ritmo consistente,
uma vantagem de seis minutos na li-
não haverá tempo para relaxar. No
A Red Bull KTM Factory Team vol-
espero pelo menos por outro pódio.
derança depois do Peru, pelo que isso
passado existiram dias em que po-
ta a apresentar-se com um forte
Já Sunderland, depois do acidente
é encorajador, mas o plano é o habi-
line-up que tem, nem mais nem
e lesão que o afetaram no Dakar
tual – encarar um dia de cada vez.
menos, três já vencedores – o
2018, está otimista para esta pró-
O outro dos já vencedores a alinhar
campeão em título Matthias Walk-
xima edição, considerando que o
pela KTM é Toby Price. O austra-
ner, Sam Sunderland e Toby Price.
percurso o pode favorecer:
liano campeão da Taça do Mundo
A eles junta-se Luciano Benavides,
– À medida que estamos agora a
FIM de Ralis voltou ao pódio no
tendo ainda a estrutura oficial Má-
aproximar-nos do Dakar, sinto-me
Dakar 2018 depois da vitória de
rio Patrão e a melhor senhora dos
muito bem. Estou feliz com a forma
2016 e quer uma boa performance
-60- | MOTORCYCLE SPORTS |
Honda Racing Corporation
dias ter o teu próprio ritmo e ainda assim obter um bom resultado concentrando na navegação e em pilotar de forma suave – nesta edição julgo que vai ser a fundo desde o início. Honda no encalço da desejada vitória Se a KTM tem um plantel de luxo, a Honda não fica atrás. A liderar as ambições nipónicas está Paulo Gonçalves (sobre ele falaremos mais ao pormenor adiante), tendo como colegas Kevin Benavides, Joan Barreda, Juan Ignacio Cornejo Florimo – o substituto de Gonçal-
– A corrida irá decorrer inteiramente
Equipa da Honda para o Dakar apresentou-se
ves em 2018 – e ainda Ricky Bra-
no país sul-americano o que torna
na EICMA.
bec. Resta saber se a CRF450 Rally
cada vez mais claro que esta edição
está à altura das KTM….
do Dakar irá ser puramente estraté-
Na antecipação à prova, Raul Cas-
gica, uma vez que há etapas em que
estratégica de corrida crucial.
mos anos. A equipa trabalhou ardua-
tells, diretor de equipa da Honda,
os carros partem antes das motos e
Um dos grandes favoritos na Hon-
mente e tem estado a preparar-se
antecipou uma prova em que a
outras em que as motos irão ter uma
da, além de Gonçalves, é Joan Bar-
para cumprir esta missão e acredito
estratégia é fundamental tendo
partida em linha. Noutras etapas há
reda. O espanhol realçou na sua
que o Dakar 2019 será positivo para
em conta as características anun-
camiões e motos misturados e tudo
antevisão que o fulcral é o título
a Monster Energy Honda Team.
ciadas:
isto na areia e nas dunas irá fazer a
final:
A competir perto de casa, Kevin
– As vitórias em etapa são importan-
Benavides é outro dos homens a
tes mas, acima de tudo, a vitória final
ter em conta na equipa da Honda.
no rali é o mais importante, e é por
E o argentino está entusiasmado
isso que temos procurado nos últi-
apesar do ano de 2018 nem sem-
Quintanilla é o principal homem da Husqvarna.
pre ter sido fácil para si: – O Dakar 2019 será uma corrida totalmente nova e tens de começar com uma mente aberta. Foi um bom ano para mim, com alguns altos e baixos, mas tenho a certeza que estarei muito forte. Gosto do Peru, é uma área arenosa, portanto vão ser dez etapas cheias de areia. A estratégia de corrida será diferente mas tentarei manter um bom ritmo, fazer um bom trabalho com a navegação e tentar ser consistente em cada etapa para obter os melhores tempos possíveis. Quintanilla lidera ambições da Husqvarna A equipa oficial da Husqvarna vai | MOTORCYCLE SPORTS | -61-
RallyZone - Edoardo Bauer
Dakar 2019
mais uma vez tentar imiscuir-se
duro, longo e exigente do mundo,
Yamaha repete quarteto da
na luta pelas posições cimeiras do
mas em termos competitivos o que
última edição.
Dakar. Com um esforço de apenas
te deixa bem é vir com o ritmo do
duas motos, os suecos partem cla-
Mundial. […]. Será um Dakar muito
ramente em pior posição ao nível
exigente, difícil, exigente em todo o
a atravessar um ‘jejum’ de pódios
1979 com Cyril Neuveu, recolhen-
coletivo. Pablo Quintanilla será o
sentido.
– o último foi o terceiro lugar de
do depois disso mais oito vitórias –
‘ponta-de-lança’, tendo como co-
Olivier Pain em 2014.
a última de Stéphane Peterhansel
lega Andrew Short. O norte-ameri-
Yamaha com quarteto ao ataque
E a experiência dos pilotos não é
em 1998 numa YZE850T.
cano estará presente pela segunda
do Dakar
algo que prometa ajudar a Yamaha.
Aquele que é, aparentemente, o
vez num Dakar, depois de ter feito
Menos alargado face a KTM e
Van Beveren pode ter já um quarto
principal piloto da Yamaha para
a prova de 2017 terminando num
Honda, mas ainda assim maior do
lugar no palmarés, mas aos 27 anos
atacar os resultados é Van Beve-
honroso 17.º lugar.
que o da Husqvarna, é o line-up
tem apenas três participações. Aos
ren, que ao site oficial do Dakar
Apesar de ser um dos candidatos
da Yamaha. Os japoneses apre-
30 anos, o argentino Franco Caimi
afirmou que tem tudo o que preci-
aos lugares cimeiros, Quintanilla
sentam-se à partida com quatro
cumprirá apenas a sua terceira par-
sa para levar de vencida:
tem andado arredado das posições
pilotos. A grande especialidade
ticipação, enquanto Xavier de Sou-
– No ano passado estava a liderar o
da frente desde o terceiro lugar em
da marca têm sido os quads mas
ltrait – também de 30 anos – conta
rali quando deixámos o Peru. Adoro
2016. O vice-campeão mundial
a aposta mantém-se. Das qua-
com quatro presenças anteriores.
as dunas. Espero que a navegação
FIM de Ralis antecipou ao site ofi-
tro principais marcas presenças, é
Rodney Faggotter é um veterano
seja dura e que me perca e depois
cial da prova:
aquela que parece ter menos argu-
de 42 anos, mas mesmo assim só
encontre o meu caminho! Sei que te-
– Aprendi que a melhor forma de
mentos tendo em conta o palma-
vai alinhar num Dakar pela quinta
nho tudo o que preciso para ganhar.
chegar bem preparado ao Dakar é
rés dos anos recentes.
vez.
A competição será dura mas não es-
disputar o Mundial, com os melhores
Adrien Van Beveren é um dos
Adivinha-se assim difícil que a
tou demasiado preocupado com isso.
pilotos do mundo, os mesmos que
quatro homens presentes com a
Yamaha regresse aos seus melho-
depois tenho de enfrentar em cada
Yamaha, tendo feito em 2017 o
res dias no Dakar. Curiosamente foi
etapa. A preparação física e mental
quarto lugar. Este foi o melhor re-
precisamente a marca que venceu
é muito importante para o rali mais
sultado desde 2014, com a marca
a primeira edição da história em
-62- | MOTORCYCLE SPORTS |
Joaquim Rodrigues é o nome mais sonante da Hero Motosports.
VENCEDORES DA ÚLTIMA DÉCADA: 2018: Matthias Walkner (KTM) 2017: Sam Sunderland (KTM) 2016: Toby Price (KTM) 2015: Marc Coma (KTM) 2014: Marc Coma (KTM)
Hero Motorsports e Sherco tam-
com Oriol Mena e Chunchungu-
Mais modestos têm sido os resul-
bém estão à partida
ppe Shivashankar Santosh – C.S.
tados da Sherco. Depois de um
Entre as outras equipas oficiais
Santosh, como é mais conhecido. A
2018 particularmente desapon-
presentes no Dakar, destaque para
marca indiana deu especialmente
tante, o line-up da marca perdeu
a Hero Motosports e para a Sher-
nas vistas em 2017 e 2018, quan-
Juan Pedrero García, tendo agora
co. A primeira desta alinha com o
do Rodrigues e Mena alcançaram
Adrien Metge, Aravind Prabhakar,
luso Joaquim Rodrigues e também
os top dez no final.
Lorenzo Santolino e Michael Metge.
Stefan Svitko é um dos principais nomes entre os privados
Pedrero García e Svitko são os
(imagem de arquivo). DPPI/F.Gooden
nomes maiores entre os privados Entre os privados, a melhor dos dois últimos anos – a Himoinsa – não está à partida em 2019.
2013: Cyril Desprès (KTM) 2012: Cyril Desprès (KTM) 2011: Marc Coma (KTM) 2010: Cyril Desprès (KTM) 2009: Marc Coma (KTM)
Depois da saída de Gerard Farrés da competição, o projeto também
re-se também a classe particular
chegou ao fim, pelo que se procura
elegível para o prémio Original by
sucessor.
Motul. 34 pilotos vão estar nesta
Há dois candidatos que se desta-
categoria, entre eles os portugue-
cam particularmente na lista de
ses David Megre, Hugo Lopes e
inscritos. Juan Pedrero García saiu
Miguel Caetano. Todos os pilotos
da Sherco para ir para a privada
que competem por este prémio
Moto Racing Group aos comandos
não têm qualquer tipo de assistên-
de uma KTM. Numa moto austría-
cia – o que abrange gabinete de
ca estará também Stefan Svitko, ao
imprensa.
serviço da Slovnaft Team.
Como tal, a organização irá ter o papel de equipa de assistência a
Mais de três dezenas sem assis-
estes pilotos, fornecendo-lhes o
tência
material necessário para a partici-
Na competição das motos inse-
pação em prova e para pernoitar. | MOTORCYCLE SPORTS | -63-
Os portugueses no Dakar TEXTO: Bernardo Matias
Cores portuguesas defendidas por nove pilotos em 2019
Honda Racing Corporation
No que às motos diz respeito, o Dakar 2019 vai contar com nove portugueses à partida, num dos maiores contingentes lusos de sempre.
O Dakar 2019 vai contar com uma
veterano Paulo Gonçalves. Depois
da Hero Motosports. A última edi-
ticipar de forma consecutiva entre
vasta participação portuguesa nas
de em 2018 ter falhado o Dakar
ção não correu tão bem ao piloto,
2013 e 2017 foi forçado a abdicar
duas rodas. Entre regressos e es-
devido a uma lesão contraída
que numa fase inicial sofreu um
em 2018 devido a problemas de
treias, vão ser nove os homens pre-
pouco tempo antes, o piloto está
aparatoso acidente e ficou fora de
saúde, mas está de regresso e em
sentes à partida, o que dá motivos
de volta com as cores da Honda,
prova. Volta agora com as ambi-
forma para 2019.
de interesse acrescidos à maratona
equipa que procura há vários anos
ções renovadas.
Fausto Mota, que apesar de ser
de todo-o-terreno agendada para
o triunfo.
Também Mário Patrão vai integrar
português corre sob bandeira es-
7 a 17 de janeiro.
Uma das boas surpresas em 2017
uma equipa oficial, ao defender
panhola, parte para a sua quarta
As maiores esperanças recaem no
foi Joaquim Rodrigues, ao serviço
as cores da KTM. Depois de par-
participação num Dakar. Até agora
-64- | MOTORCYCLE SPORTS |
Honda Racing Corporation
nunca piorou face à presença ante-
triunfos em todas as etapas:
rior, pelo que arranca naturalmente
– Trabalhámos arduamente durante
com o objetivo de melhorar o 43.º
o ano para aumentar um dos aspe-
posto de 2018.
tos importantes para o Dakar, que
Pela segunda vez na carreira, David
é a durabilidade, e estamos muito
Megre vai alinhar num Dakar, agora na classe Original by Motul sem
satisfeitos com o resultado. A nossa
Paulo Gonçalves vai estar no Dakar pela 12.ª vez.
moto também recebeu uma atualização nas suspensões e no motor, o
aos comandos de uma KTM 450
que melhora bastante a performan-
Honda Racing Corporation/PACO foto agencia
qualquer tipo de equipa por trás e Rally. Também entre os homens sem equipa de assistência e inscritos no Original by Motul é Miguel Caetano, um estreante absoluto cuja máquina será também uma KTM 450 Rally. Após mais um título nacional de todo-o-terreno,
António
Maio
ce. Existiram pequenas melhorias em diferentes áreas que nos permitem estar mais confortáveis, sermos mais rápidos e também estarmos mais seguros. A HRC trabalhou arduamente ao longo do ano para entregar uma moto capaz de lutar pela vitória a cada etapa.
aventura-se agora no Dakar. O piloto vai competir a bordo de uma
O histórico de Paulo Gonçalves
Yamaha ao lado da Drag’On Rally
no Dakar
Team. Hugo Lopes é igualmente um estreante absoluto, compete
Remonta a 2006 a primeira parti-
Vitória de Gonçalves no Desafio Ruta 40.
cipação de Speedy no Dakar, aos
em Original by Motul e numa KTM
comandos de uma Honda. Foi 25.º
450 Rally Replica.
na estreia, resultado que melhorou
Por fim, Sebastian Bühler é o outro
em terras sul-americanas. No De-
também triunfou no Desafio Inca
logo no ano a seguir para 23.º tam-
dos homens portugueses presen-
safio Ruta 40 na Argentina em que
no Peru, a contar para as Dakar Se-
bém numa moto japonesa.
tes no Dakar 2019. Está inscrito
Gonçalves superou Toby Price.
ries, superando Matthias Walkner
Na mudança para a América do Sul,
com a nacionalidade alemã e vai
O ano de 2018 em termos de Taça
por cerca de três minutos. Parale-
Gonçalves adaptou-se bem: em
estar aos comandos de uma KTM
do Mundo fechou com o Rali de
lamente, esteve no Campeonato
2009 alcançou pela primeira vez o
450 Rally, integrando a Bühler Ra-
Marrocos em África, no qual Paulo
Nacional de Rally Raid no qual aca-
top dez ao ser décimo, novamen-
cing Team nesta sua estreia abso-
Gonçalves encerrou o top cinco.
bou em segundo com três triunfos.
te com uma Honda, sendo ainda o
luta.
Contas feitas, o piloto de Esposen-
Na antevisão ao Dakar, Paulo
melhor privado e o melhor da clas-
Gonçalves mostrou-se confiante,
se super produção. Foi ao Dakar
pontos – a 20 do campeão Price.
acreditando que a Honda será uma
2010 numa BMW e abandonou de
ções lusas
De referir que Paulo Gonçalves
moto que possibilitará discutir os
forma inglória volvidas seis etapas.
A alinhar com o número #2 na carenagem da sua Honda, Paulo Gonçalves irá estar à partida do Dakar pela 12.ª vez. Desde que se estreou em 2006 só falhou a prova por uma vez – precisamente em
Honda Racing Corporation
de acabou em quarto lugar com 71 Paulo Gonçalves lidera as ambi-
No ano seguinte deu-se a sua primeira vitória em etapa, também a bordo de uma BMW, ao bater Francisco López Contardo na quinta tirada. Três etapas depois, sofreu novo abandono. Em 2012, já de
2018 devido a lesão.
Husqvarna, acabou em 26.º. Pelo
Passado o desapontamento do iní-
meio, na oitava etapa ajudou Cyril
cio do ano, Gonçalves desenvolveu
Desprès que tal como ele ficara
uma temporada positiva na Taça
preso na lama… gesto esse não re-
do Mundo FIM de Todo-o-Terreno.
tribuído.
Começou com o quinto lugar em Abu Dhabi. Depois do Qatar e do Rali do Atacama no Chile, o regresso aos triunfos aconteceu também | MOTORCYCLE SPORTS | -65-
RallyZone - Edoardo Bauer
Os portugueses no Dakar
Joaquim Rodrigues ruma à sua terceira participação.
de um resultado entre os lugares
regressou em agosto para duas
cimeiros. Embora a vitória pareça
provas sul-americanas. No Ataca-
fora do alcance, o homem da Hero
ma Rally foi 17.º classificado e no
Motosports, de 37 anos de idade,
Desafio Inca concluiu no 28.º pos-
mostrou toda a sua valia na estreia
to.
ao ser décimo em 2017, mas um
Numa entrevista ao site oficial do
acidente em 2018 impediu-o de
Dakar, Joaquim Rodrigues admitiu
confirmar as indicações.
que depois do forte acidente da
O piloto chegou ao todo-o-terreno
edição passada passou por mo-
depois de passagens pelo super-
mentos complicados e chegou a
cross e pelo motocross mas rapi-
ponderar o abandono, com a sua
damente deu nas vistas na nova
confiança a sair afetada:
modalidade. Em 2016 conseguiu
– No começo foi duro. Ninguém sa-
Mais uma vez aos comandos de
sexto, resultado que ficou longe
alcançar o nono lugar no Merzou-
bia de eu poderia voltar a competir
uma Husqvarna, Gonçalves conse-
das ambições do piloto.
ga Rally e foi 15.º no Rali de Mar-
ou mesmo caminhar. Parti as minhas
rocos, duas provas africanas es-
costas e passei por duas cirurgias di-
guiu diversos pódios em etapa no Palmarés:
pecialmente exigentes. A primeira
fíceis. […]. Estive seis dias no hospital
lhor resultado final de sempre em
2006: 25.º
vitória no TT foi na India Baja do
no Chile à espera de voar para casa
décimo. O ingresso na Honda deu-
2007: 23.º
ano seguinte.
e pensei na minha vida – ‘Devo sair?
-se um ano mais tarde e a estreia
2009: 10.º
Já em 2018, depois de vários me-
Isto vale a pena?’ – mas depois de um
não acabou da melhor forma – viu
2010: Abandono (etapa 6)
ses de ausência devido à lesão
ou dois meses as coisas começaram
a sua moto incendiar na quinta eta-
2011: Abandono (etapa 8); uma
sofrida no Dakar logo em janeiro,
a correr bem novamente. […]. O Chile
pa sendo forçado a retirar-se.
vitória em etapa
Em 2015, Gonçalves entrou pela
2012: 26.º
primeira vez na discussão dos lu-
2013: 10.º
gares cimeiros terminando como
2014: Abandono (etapa 5)
vice-campeão a 16m53s de Marc
2015: 2.º; uma vitória em etapa
Coma. Na edição seguinte, um
2016: Abandono (etapa 11); uma
aparatoso acidente na décima eta-
vitória em etapa
pa afastou o luso da luta pelo pó-
2017: 6.º
FAlePhoto
Dakar 2013, igualando o seu me-
dio final. A última participação do português
O dorsal #27 no Dakar 2019 é
num Dakar remonta a 2017, ano
Joaquim Rodrigues
no qual sofreu uma forte penaliza-
O histórico de Joaquim Rodrigues
ção quando seguia na batalha pe-
pode não ser vasto, mas já o torna
las posições cimeiras. Acabou em
numa das esperanças portuguesas
OS MELHORES PORTUGUESES A CHEGAREM AO FIM
1999: Bernardo Vilar, 16.º
2007: H élder Rodrigues, quinto com
2000: Bernardo Vilar, nono
duas vitórias em etapa; Rúben
2001: Bernardo Vilar, décimo
Faria ganhou uma etapa
1994: Bernardo Vilar, 23.º
2002: Paulo Marques décimo
2009: H élder Rodrigues, quinto com
1995 Bernardo Vilar, 14.º Yamaha
2003: Ricardo Leal dos Santos, 90.º
uma vitória em etapa; Paulo
1997: Paulo Marques, oitavo (primeiro a
2006: Hélder Rodrigues nono; Rúben
Gonçalves em décimo assegurou o
Faria ganhou uma etapa
primeiro duplo top dez português
ganhar uma etapa) -66- | MOTORCYCLE SPORTS |
Ricardo Oliveira
foi muito duro para mim, a primeira corrida ao voltar. Estava fora de forma e mentalmente mal, não sabia se conseguia competir novamente – fazer grandes etapas, ser assim tão rápido. A minha confiança estava muito baixa mas fiquei muito feliz por
Palmarés:
terminar a prova. Foi um grande peso
2017: 10.º
que saiu de cima de mim.
2018: Abandono (etapa 1)
O luso acrescentou: ‘Foi por isso
Mário Patrão regressa após ausência em 2018.
que quis ir ao Peru [ao Desafio Inca],
Mário Patrão alinha pela sexta
porque sei por experiência que a
vez
parte mental é verdadeiramente im-
Integrado na estrutura oficial da
portante. Sabia que se conseguisse
KTM, Mário Patrão regressa ao
competir onde quase acabei a minha
Dakar em 2019 para a sua sexta
carreira e quase fiquei numa cadei-
participação aos 42 anos. Nas cos-
ra-de-rodas estaria apto a voltar aos
tas e na moto terá o dorsal #34.
treinos adequados’.
Uma apendicite sofrida a poucos dias do arranque da prova afastou-
O histórico de Joaquim Rodri-
-o da última edição, pelo que volta
gues no Dakar
agora e fortalecido à procura do
Até ao momento, Joaquim Rodri-
terceiro top 20.
gues só alinhou no Dakar por duas
O piloto de Seia regressa depois
vezes, sempre ao serviço da Hero
de uma temporada em que esteve
Motosports Team. A estreia aconteceu em 2017 e o piloto não se
Mário Patrão foi campeão nacional de TT3 e
intimidou pelo desafio que era ím-
vice-campeão mundial de Bajas em 2018
até perto do fim na luta pelo título nacional de todo-o-terreno a bordo de uma KTM. Acabou como
par na sua carreira até então.
vice-campeão e foi o campeão na
Conseguiu imiscuir-se na luta pe-
categoria TT3.
los bons resultados desde início e,
de duas horas e meia do vencedor,
no Peru sofreu uma aparatosa que-
Além disso, Patrão competiu tam-
mesmo não tendo terminado no
Sam Sunderland.
da em que susteve fraturas graves
bém no Campeonato Nacional de
pódio de nenhuma etapa, conse-
Em 2018, Rodrigues partiu para o
nas costas – o que quase o forçou
guiu dar nas vistas com top dez. Al-
Dakar com a expectativa de con-
a terminar a carreira. Felizmente,
cançou os dez primeiros lugares na
firmar as indicações deixadas no
tudo correu pelo melhor e conse-
classificação final ao ser o décimo
ano anterior. No entanto, logo na
guiu regressar ao ativo em agosto
(segundo melhor rookie) a menos
primeira etapa entre Lima e Pisco
de 2018.
2010: Hélder Rodrigues, quarto; Rúben Faria ganhou uma etapa 2011: Hélder Rodrigues, terceiro com uma vitória em etapa; Paulo Gonçalves ganhou uma etapa 2012: Hélder Rodrigues, terceiro com uma vitória em etapa
2013: R úben Faria, segundo com uma vitória em etapa 2014: Hélder Rodrigues, quinto 2015: P aulo Gonçalves, segundo;
uma vitória em etapa; Paulo Gonçalves ganhou uma etapa 2017: P aulo Goncalves, sexto; Hélder Rodrigues em nono e Joaquim
Hélder Rodrigues ganhou duas
Rodrigues em décimo fizeram o
etapas
primeiro triplo top dez português
2016: H élder Rodrigues, quinto com
2018: Fausto Mota, 49.º
| MOTORCYCLE SPORTS | -67-
Ricardo Oliveira
(Fonte: facebook.com/motafausto)
Os portugueses no Dakar
Fausto Mota tem tido uma trajetória ascendente no
António Maio é estreante absoluto
Dakar.
no Dakar.
Rally Raid sendo o terceiro classi-
nossos objetivos. […]. Os meus pa-
Palmarés
grande objetivo é de acabar a prova
ficado final. Um segundo lugar em
trocinadores são a força motriz por
2013: 30.º
e desfrutar. Esta edição ‘mais Dakar’
Mação foi o seu melhor resultado,
trás da nossa equipa e são por eles
2014: 36.º
que nunca, e o facto de ser disputa-
sendo que ficou a 11 pontos do
que estou a lutar. Espero um Dakar
2015: Abandono (etapa 10)
da totalmente no Peru é muito bom.
campeão Bruno Santos.
longo, duro e arenoso!
2016: 13.º
Já estive no Dakar da América do
2017: 20.º
Sul três vezes e o Peru é o cenário
Internacionalmente, Patrão fez diversas participações no estrangei-
O histórico de Mário Patrão no
ro, destacando-se o vice-campeo-
Dakar
Fausto Mota sonha com o top 30
prova é muito mediática, podemos
nato na Taça do Mundo de Bajas.
A estreia de Mário Patrão no Dakar
Aos 41 anos, Fausto Mota alinha-
falar com pessoas que não sabem
Foi também o vencedor do Moroc-
aconteceu em 2013 e, nesse ano,
rá num Dakar pela quarta vez na
nada do mundo motorizado e todos
co Desert Challenge.
acabou com o 30.º lugar a bordo
sua carreira, agora a bordo de uma
conhecem o rali Dakar. É viciante.
Na antecipação a este Dakar, Pa-
de uma Suzuki. No ano seguinte
Husqvarna da Tesla-Tamega Rally
Quando o Dakar acaba e estás a re-
trão referiu ao site oficial da pro-
regressou a terras sul-americanas
Team. Usará o número #54. Nas
gressar no avião já estás a dar voltas
va que espera uma edição árdua
e fez ligeiramente pior com o 36.º
suas outras três participações me-
à cabeça para saber com quem falar
e longa, tendo em conta as suas
posto.
lhorou sempre – foi 53.º em 2011,
para regressar de novo. E tem mui-
características:
O abandono de 2015 na décima
49.º em 2017 e 43.º na última edi-
to mais importância, se dizes a um
– Foi muito triste e frustrante não
etapa foi até agora o pior desfecho
ção. Agora, com uma moto melhor
patrocinador que vais ao Dakar eles
poder participar na última edição. Fi-
de um Dakar para Patrão, que no
ao dispor, eleva a fasquia e aponta
ficam mais dispostas a ajudar porque
zemos um bom trabalho de prepara-
ano seguinte respondeu da melhor
aos 30 primeiros lugares.
sabem o que é.
ção mas infelizmente, com a cirurgia,
forma: aos comandos de uma mais
O piloto nascido em Marco de Ca-
não pude partir. A única coisa que
competitiva KTM deu nas vistas
naveses esteve na Baja Portalegre
O histórico de Fausto Mota no
podia fazer era manter a minha ca-
com o 13.º lugar absoluto que lhe
500 deste ano e preparou-se du-
Dakar
beça erguida e continuar a lutar. Em
valeu também a vitória na classe
rante o ano no Campeonato Na-
A primeira participação de Fausto
2018 consegui tornar-me campeão
Maratona.
cional de Rally Raid, o qual termi-
Mota num Dakar remonta a 2011.
nacional de TT3, que era um dos
Em 2017, depois de ver a sua pre-
nou no quinto lugar final.
Na altura tripulou uma Yamaha
paração afetada por uma fratura
Em declarações ao site oficial do
que levou a um honroso 54.º lugar
numa perna, o beirão levou a sua
Dakar, Fausto Mota deixou bem
– quase a meio da tabela dos 94
KTM ao 20.º lugar final do Dakar.
claras as suas ambições para a
pilotos que chegaram à meta final.
Na última edição, apesar de estar
quarta vez que estará na prova:
Depois de um longo hiato, o re-
inscrito, acabou por não poder ali-
– Este ano tenho uma moto mais
gresso de Mota ao Dakar deu-se
nhar devido a uma apendicite.
homogénea, e as minhas expetativas
em 2017. Novamente aos coman-
são terminar nos 30 primeiros mas o
dos de uma Yamaha, o luso melho-
-68- | MOTORCYCLE SPORTS |
perfeito para fazer esta corrida. Esta
rou face à sua participação anterior ao terminar na 49.ª posição. Já na edição passada, Fausto Mota foi desde cedo o único representante português em prova. Dando continuidade à tendência de evolução positiva das suas classificações finais, o piloto do Marco de Canaveses alcançou a 43.ª posição, na segunda metade da tabela. Tripu-
Ricardo Oliveira
lou uma Alfer. Palmarés 2011: 54.º 2017: 49.º 2018: 43.º António Maio estreia-se após
na sexta posição final com duas
hercúleo pela frente neste Dakar.
David Megre alinha pela segunda
novo título nacional de TT
vitórias. Também ficou no top dez
O piloto de 44 anos, que estará
vez no Dakar
Pela primeira vez, António Maio
do CNRR, no qual fechou a época
numa KTM com o número #134,
David Megre estará num Dakar
vai estar num Dakar. O piloto, que
com um triunfo em Reguengos de
é um estreante absoluto na mara-
pela segunda vez, depois de em
envergará o #75 e é GNR de pro-
Monsaraz.
tona de todo-o-terreno e estará
2017 ter sido forçado a abando-
fissão, competirá numa Yamaha da
nar quando as suas expectativas
Drag’On Rally Team. Este ano sa-
Hugo Lopes faz a primeira parti-
que lutará pela classe Original by
iniciais eram terminar entre os 30
grou-se tetracampeão nacional de
cipação
Motul.
primeiros. Vai competir na classe
todo-o-terreno ainda a uma ronda
Aos comandos de uma KTM 450
Trata-se de um empresário no
Original by Motul numa KTM 450
do final, superando Mário Patrão.
Rally Replica com o número #62,
ramo da restauração que esta-
Rally.
Foi também o quarto classificado
Hugo Lopes alinhará pela primeira
rá essencialmente a cumprir um
Ao longo deste ano, Megre deu nas
do Campeonato Nacional de Rally
vez num Dakar. Sem assistência,
sonho: não é piloto profissional
vistas no Campeonato Nacional de
Raid.
competirá na classe Original by
e não compete de forma regular,
Todo-o-Terreno, que concluiu no
Aquando do anúncio da partici-
Motul. Na sua carreira competiti-
pelo que naturalmente não parte
top dez final tendo um quarto lu-
pação, Maio mostrou-se natural-
va esteve sobretudo associado ao
com grandes aspirações em ter-
gar na Baja Ferraria como melhor
mente satisfeito, afirmando: ‘Che-
Enduro, tendo competido no ano
mos de resultado.
resultado.
gou finalmente a hora de participar
passado no Rali de Marrocos que
Em declarações ao Diário de No-
na prova rainha do todo-o-terreno
terminou em 22.º.
tícias, Miguel Caetano comentou:
O histórico de David Megre no
mundial. […]. Irei dar o meu melhor
O luso que cresceu na Suíça falou
‘Foi sempre um sonho. Há quem te-
Dakar
sabendo que levo comigo para o Peru
do cumprir de um sonho: ‘Tenho
nha loucuras maiores. Esta sempre
As participações anteriores de
a força de todos os que torcem por
grandes memórias dos ralis em Áfri-
foi a minha. […]. Não andei a fazer
David Megre no Dakar resumem-
mim’.
ca, vendo pilotos lendários em ação.
corridas nem a disputar campeona-
-se em poucas palavras. Só esteve
sem assistência – o que significa
Na altura disse que iria competir
tos nacionais. Foquei-me e trabalhei
presente por uma vez em 2017 e,
Sebastian Bühler também faz a
um dia em Touquet e no Dakar. Já
muito este ano em quatro pontos:
depois de um início complicado,
sua estreia
fiz Touquet por três vezes, pelo que
na preparação psicológica; na nave-
acabou por abandonar na sequên-
Após vários anos nos campeonatos
agora é a vez do Dakar. É verdadeira-
gação, porque é preciso aprender a
cia de uma queda na quarta etapa
nacionais, Sebastian Bühler tem a
mente um sonho de criança tornado
trabalhar com todos os instrumentos
quando estava fora do top 100.
chance de fazer a tão ansiada es-
realidade’.
[…]; a preparação física, até porque
treia no Dakar em 2019. Estará na
há um mês e meio numa queda parti
Palmarés:
KTM com o número #110.
Miguel Caetano em estreia na
o ombro e, finalmente, em andar de
2017: Abandono (quarta etapa)
Durante o ano destacou-se com a
Original by Motul
moto, fiz muitos milhares de quiló-
presença no CNTT, que terminou
Miguel Caetano tem um desafio
metros em todo o tipo de terreno’. | MOTORCYCLE SPORTS | -69-
Favoritos a vencer o Dakar TEXTO: Bernardo Matias
Os grandes candidatos ao triunfo no Dakar ceira etapa da prova – o austríaco
Matthias Walkner
atravessa o seu melhor momento da carreira no todo-o-terreno, ele que começou por dar nas visO Dakar 2019 será único, com um
tas no motocross tendo inclusive
percurso na sua maioria realizado
sido campeão mundial de MX3
em areia e sempre no mesmo país
em 2012. No seu palmarés conta
– o Peru. A edição 41 da mítica
também com o título mundial de
prova será assim muito particular,
todo-o-terreno de 2015.
Sebas Romero - KTM Media Library
Matthias Walkner vai defender o título no Dakar mas concorrência nesse objetivo não falta, com um leque alargado de pilotos no lote de candidatos ao triunfo final
#3 Toby Price
tos ao triunfo. As quatro principais
Vindo do ‘outro lado do globo’, da
marcas têm pelo menos um nas
Austrália, Toby Price, é outro dos
suas fileiras e passamos a apresen-
homens a seguir com atenção
tá-los.
no Dakar. O homem de 31 anos
Toby Price
venceu em 2016 e desde 2015 Red Bull KTM Factory Racing
só não terminou entre o top três
A equipa da KTM é a que tem um
final. Price, vencedor dos ISDE de
maior lote de candidatos nas suas
2014 na classe E3 e campeão FIM
fileiras – além do vencedor de
de todo-o-terreno 2018, tem na-
2018, Walkner, terá também os
turalmente de ser inserido no lote
vencedores das duas edições an-
de candidatos maiores ao título no
teriores – Sam Sunderland e Toby
Dakar 2019.
Price. Assim, os austríacos têm todas condições para dar sequência à
#14 Sam Sunderland
série vitoriosa que mantêm desde
O azar persegue o britânico no
2001.
Dakar e o triunfo de 2017 foi mesmo a única exceção. Nas outras
#1 Matthias Walkner
quatro participações abandonou
Vice-campeão do Dakar em 2017
sempre – em três dessas ocasiões
e campeão em 2018, Walkner tem
retirou-se à… quarta etapa. Na edi-
naturalmente de ser visto como
ção de 2018 sofreu um acidente
um dos ‘alvos a abater’. Aos 32
que o lesionou, pelo que agora re-
anos – completa 33 no dia da ter-
gressa para tentar dar a volta por
-70- | MOTORCYCLE SPORTS |
Sam Sunderland
Sebas Romero - KTM Media Library
poder antever os eventuais favori-
Sebas Romero - KTM Media Library
o que não significa que se deixe de
Honda Racing Corporation
cima aos acontecimentos e garante estar a 100 por cento para atacar a
dos crónicos candidatos aos pri-
glória no Dakar.
meiros lugares no Dakar. Conta já com um pódio alcançado em 2016
Monster Energy Honda Team Se a KTM tem três fortes candi-
quando foi terceiro classificado.
Joan Barreda
Esta vai ser a sétima participação de Quintanilla, seguindo-se a um
na equipa da Honda destacam-se
oitavo lugar que foi o seu pior re-
Honda Racing Corporation
datos ao triunfo final no Dakar, em especial também três nomes – Joan Barreda, Kevin Benavides e o português Paulo Gonçalves. E ambos chegam ávidos para recuperar
Kevin Benavides
de um Dakar de 2018 que não é de boa memória.
sultado nas três ocasiões em que chegou à meta final. Yamalube Yamaha Official Rally Team Nas fileiras da Yamaha estão quatro pilotos – os quatro do ano passado: Adrien Van Beveren, Franco
Aos 39 anos de idade, Paulo Gon-
Caimi, Rodney Faggotter e Xavier
çalves dispensa apresentações no
de Soultrait. E neste quarteto há
Dakar, com uma vasta carreira. A
um que se destaca e poderá intro-
vitória já esteve perto, nomeada-
meter-se na discussão dos lugares
Marcin Kin
#2 Paulo Gonçalves
mente em 2016 com o segundo lugar final. O piloto luso tem uma nova chance em 2019, depois de falhar a prova de 2018 por lesão.
cimeiros – Van Beveren. #4 Adrien Van Beveren
Pablo Quintanilla
Tendo em conta os resultados muito modestos da Yamaha nos anos
#5 Joan Barreda
recentes, pode parecer estranho
Desde 2016, Joan Barreda regista
considerar um homem da equipa
dois abandonos e um quinto lugar.
entre os favoritos. No entanto,
Uma das desistências prematuras
Adrien Van Beveren – que a 4 de
foi no ano passado, pelo que o es-
Janeiro completa 28 anos de idade
panhol pretende recuperar da me-
– é candidato. O francês vai para
lhor forma recolocando a Honda
a sua quarta participação motiva-
na órbitra dos triunfos no Dakar.
do pelo facto de no ano passado
Ainda assim, o piloto admitiu que
ter sido líder até à saída do Peru. E
se dá por satisfeito com um pódio
este ano a prova desenrola-se to-
depois de um ano em que foi alvo
talmente naquele país, num tipo de
de diversas cirurgias.
piso favorável ao piloto…
#47 Kevin Benavides
Possíveis outsiders
Com 29 anos de idade (30 a partir do dia 9 de janeiro), Kevin Be-
Além dos candidatos mais fortes,
Adrien Van Beveren
há outros pilotos que podem vir
navides tem uma carreira curta no
a assumir o papel de outsiders na
todo-o-terreno mas já demonstrou
luta pelos lugares cimeiros. Ca-
ter o que é preciso para vencer. No
sos, por exemplo, de Jose Ignacio
seu primeiro Dakar em 2016 foi
Rockstar Energy Husqvarna Fac-
da assim tem um favorito nas suas
Cornejo Florimo, Ricky Brabec da
quarto e no ano passado alcançou
tory Racing
fileiras – falamos, claro, do segun-
Honda, Franco Caimi da Yamaha
o segundo posto falhando o triun-
Neste Dakar, a equipa oficial da
do dos homens mencionados.
ou mesmo Oriol Mena e Joaquim
fo por pouco menos de 17 minu-
Husqvarna só se apresenta com
tos. É um dos grandes candidatos
dois pilotos à partida – Andrew
#6 Pablo Quintanilla
– que nos últimos dois anos sur-
para a prova realizada no Peru.
Short e Pablo Quintanilla. Mas ain-
O chileno de 32 anos é sempre um
preendeu ao alcançar o top dez.
Rodrigues da Hero Motosports
| MOTORCYCLE SPORTS | -71-
DUCATI PANIGALE
V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R
E S R CO A R T NOS A tradição foi quebrada e a Ducati lançou a sua primeira moto de produção em série equipada com um motor de quatro cilindros, a Panigale V4. Depois das versões S, S Corse e Speciale, a casa de Bolonha acaba de lançar a V4 R, uma desportiva mais radical que vai servir de base técnica ao modelo que vai competir no WSBK em 2019.
-72- | MOTORCYCLE SPORTS |
TEXTO: LuĂs Guilherme co-autor e apresentador do programa GTi na TVI24
| MOTORCYCLE SPORTS | -73-
DUCATI PANIGALE
N
V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R
ão há melhor laboratório
ti. Com todo o know how acumula-
tradição de motores bicilíndricos.
dros iria aumentar inevitavelmente
do que a competição para
do no MotoGP e no WSBK, a casa
Para Andrea Ferraresi, diretor de
as dimensões do motor. O resultado
encontrar as melhores so-
de Bolohna lançou a Panigale V4,
design da Ducati, “foi um grande
foi o mais compacto motor de quatro
luções técnicas no desenvolvimento
a primeira Ducati de produção em
desafio, por um lado era obrigatório
cilindros da sua classe”.
de uma moto desportiva para o dia-
série equipada com um motor de 4
manter a herança estilística do nome
Nada menos do que cinco designers
-a-dia. E se há marca que sabe fazer
cilindros, que vem substituir a icónica
Panigale, por outro sabíamos que a
foram envolvidos no desenvolvimen-
desportivas apaixonantes, é a Duca-
1299, rompendo assim com anos de
passagem de dois para quatro cilin-
to inicial desta desportiva, numa es-
-74- | MOTORCYCLE SPORTS |
Ducati Panigale V4
e rascunhos até chegar ao momento
sistema de distribuição Desmodro-
contraste com o esquema ‘frameless’
de apresentar a moto ao mundo, e
mic, a nova Panigale apresenta uma
com monocoque em que o motor
que alguns dos primeiros desenhos
potência de 214 cv às 13-000 rpm
estava ancorado à coluna de direção
já datam de 2014”.
e um binário de 122 Nm às 10.000
e ao braço oscilante, solução usada
pécie de competição interna. Após
O novo motor Desmosedici Stradale
rpm. Os engenheiros italianos man-
desde 2012 na Panigale.
os primeiros esboços passaram a
foi desenvolvido com base na expe-
tiveram o diâmetro dos cilindros (81
dois e finalmente para o vencedor,
riência acumulada no MotoGP, com
mm), mas aumentaram o curso (53,5
Várias versões
Julien Clement.
1.103 cm3, o V4 a 90° é mais peque-
mm) para conseguir melhor respos-
A partir da base V4, a Ducati desen-
O francês de 29 anos afirma que “de-
no do que o anterior V2, em com-
ta em baixo e médio regime. É mais
volveu várias versões, algumas com
senhar uma moto é um processo ár-
primento e altura, mas é mais largo.
pesado (2,2 kg) do que o da 1299,
incremento de potência e upgrade
duo e são necessários anos de ideias
Com quatro válvulas por cilindro e
mas é suportado pelo quadro, em
na cíclistica. Mas há uma versão re-
| MOTORCYCLE SPORTS | -75-
DUCATI PANIGALE
V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R
Ducati Panigale V4 S
cém-lançada, a V4 R de 2019, que
24.045 euros exigidos pela sua com-
vai servir de base técnica ao modelo
pra já incluem praticamente toda a
com que Chaz Davies vai disputar o
tecnologia moderna que se pode
campeonato do mundo de Super-
encontrar numa moto deste género.
bikes. Esta já conta com um motor
O equipamento de série da nova Pa-
V4 mais pequeno, com 998cm3 e 22
nigale V4 inclui Ducati Power Launch
cv às 15.250rpm, mas que consegue
(DPL), Ducati Quick Shift (DQS) up/
forquilha Showa, com bainhas cro-
pelas suspensões Öhlins, NIX30 de
atingir as 16.000rpm, comprovando
down EVO, ótica full LED com Day-
madas de 43mm e o monobraço em
43 mm, à frente, e um Öhlins TTX36
a sua vocação para a pista, apesar de
time Running Light (DRL), amortece-
alumínio está ancorado a um amorte-
atrás com ajuste eletrónico da com-
homologada para andar na estrada.
dor de direção Sachs, seleção rápida
cedor traseiro Sachs.
pressão e extensão, graças ao sis-
A Panigale V4 ‘simples’ é o primeiro
dos comandos ou o desligar auto-
estágio de acesso a uma das mais
mático dos indicadores de direção.
Panigale V4 S
de altíssimo nível, como as jantes
belas desportivas do mundo e os
A suspensão dianteira recorre a uma
A versão S destaca-se sobretudo
em alumínio forjado e a bateria de
-76- | MOTORCYCLE SPORTS |
tema Smart EC 2.0 e componentes
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4/V4 S/V4 S Corse
iões de lítio.O preço sobe para os
Pirro levou à vitória na Corrida dos
28.495€
Campeões na WDW2018.O preço é
A V4 S Corse, é uma S mas com pin-
de 30.195€
tura com as cores oficiais da equipa Ducati de MotoGP e espelha a ver-
Panigale V4 Speciale
são especial da V4 S que, com um es-
Uma das particularidades da V4
quema de cores idêntico ao Michele
Speciale é ser uma série limitada,
Motor: Desmosedici Stradale V4 a 90° 1103cc Potência máxima: 214cv às 13.000 pm Transmissão: Caixa de seis velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4
| MOTORCYCLE SPORTS | -77-
DUCATI PANIGALE
V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R
Ducati Panigale V4 Speciale
que inclui mesa de direção superior
as jantes Marchesini sobe para os
porada de 2019, no mundial de Su-
ponto de vista estético) apêndices
elaborada num bloco único, número
45.445€.
perbikes.
aerodinâmicos de fibra de carbono,
de série e decoração específica (tri-
À primeira vista, esta R distingue-se
derivados da versão MotoGP, que
-color), escape em titânio, assento
Panigale V4 R (36.345 €)
pelo para-brisas maior, carenagem
aumentam a estabilidade nas mais
em Alcantara, proteção de calcanhar
A nova Panigale V4 R é o novo ro-
de faróis e lateral otimizadas para
variadas situações de pilotagem, pois
em carbono e vários elementos em
cket da marca de Borgo Panigale,
reduzir a resistência aerodinâmi-
reduzem a intervenção da eletrónica
alumínio. As jantes Marchesini em
uma moto de corrida homologada
ca, e extratores de ar para reduzir a
e aumentam a confiança do piloto.
magnésio estão disponíveis como
para ser usada no dia-a-dia e o ponto
temperatura em utilização intensa
O Desmosedici Stradale R é um mo-
equipamento opcional. O preço da
de partida para os modelos oficiais
em circuito. Outro elemento que
tor de 99cc mais focado na perfor-
Speciale é de 41.345 €, mas com
da Ducati que vão competir na tem-
salta à vista, são os “polémicos” (do
mance pura. Os 22cv de potência
-78- | MOTORCYCLE SPORTS |
CHAZ DAVIES PRIMEIRO TESTE COM A V4 R DE WSBK Neste momento ainda não foram divulgadas muitas informações técnicas da versão de competição que a equipa Aruba.it Racing - Ducati vai colocar nas mão de Chaz Davies, mas o piloto britânico rolou com a moto de 2019: “foi realmente emocionante trazer a Panigale V4 R para a pista pela primeira vez, senti-me como uma criança no Natal com um novo brinquedo”, adiantando que “normalmente, demoro sempre um pouco a conhecer e entender uma moto, mas sinceramente o oposto ocorreu hoje. Senti-me muito confortável e após a primeira saída já queria forçar o andamento, o que é positivo”. O otimismo era evidente nas declarações de Davies: “No geral, foi um ótimo começo. Fizemos grandes progressos e concluímos a maior parte do trabalho em ergonomia. Temos muitas coisas novas para tentar e ainda mais dados para analisar. O objetivo inicial foi ficar progressivamente confortável no banco e começar a familiarizar-me com a moto. Vamos refinando alguns detalhes antes de começar a puxar com mais força para ter uma ideia ainda mais clara do potencial da moto”.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4 Speciale Motor: Desmosedici Stradale V4 a 90° 1.103cc Potência máxima: 226cv* às 13.750rpm Transmissão: Caixa de seis velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4 *com Racing Kit
chegam às 15.250rpm, mas com a
ço oscilante com pino ajustável de
montagem do Racing Kit, que inclui
quatro direções.
escape Akrapovič, a potência máxi-
Como se espera nos dias de hoje, a
ma sobe para 234cv às 15.500rpm,
Panigale V4 R recorre a um pacote
o que não deixa de ser impressionan-
eletrônico da última geração, que
te para uma moto com apenas 193kg
gere todas as fases de pilotagem,
(peso em ordem de marcha).
graças ao sensor de seis eixos da
O conjunto dianteiro foi desen-
Bosch (6D IMU - Inertial Measure-
volvido em total colaboração com
ment Unit).
os engenheiros da Ducati Corse, e
Em termos de auxiliares eletrónicos
otimizado para uma utilização em
existem ABS Ducati, sistema anti ca-
competição, com amortecedores e
valinho (Ducati Wheelie EVO), Lau-
suspensões de direção Öhlins total-
nch-control, Ducati Quick Shift EVO
mente mecânicos, incluindo o novo
para cima e para baixo, e o sistema
garfo dianteiro pressurizado e o bra-
de travão motor (Motor Brake Con-
| MOTORCYCLE SPORTS | -79-
DUCATI PANIGALE
Ducati Panigale V4 R
-80- | MOTORCYCLE SPORTS |
V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4 R Motor: Desmosedici Stradale R V4 a 90°, 998cc Potência máxima: 234cv* às 15.500rpm Transmissão: Caixa de 6 velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4 *com Racing Kit
trol EVO).
é transportado para o circuito de lu-
Outras das características da Paniga-
brificaçãoo.
le V4 R é a embraiagem seca (STM
A sonoridade mecânica da embraia-
EVO-SBK) em alumínio e placa de 48
gem seca é um pormenor que não
dentes.
deve ser subestimado, sobretudo
A embraiagem seca garante benefí-
para os tifossi da Ducati.
cios importantes na facilidade de ma-
Outro mimo desta versão, e estreia
nuseamento, mesmo durante as re-
absoluta nesta moto, é a função o
duções mais agressivas existe maior
Pit Limiter que permite controlar a
fluidez durante todos os estágios de
velocidade quando se circula no pit
acelerador em off. Além disso, existe
lane, não vá um piloto inexperiente
a possibilidade de personalizar o grau
ser castigado pelos comissários.
de travão motor.
A Panigale V4 R ja está à venda
Outros benefícios significativos são
e custa 36 345 €, que é o preço a
a ausência de resistência do óleo do
pagar por uma das mais infernais e
motor e a presença de um óleo mais
acessíveis motos desportivas do pla-
limpo: o pó do desgaste da placa não
neta.
| MOTORCYCLE SPORTS | -81-
BMW
R 1250 GS
BMW R 1250 GS em Azul Cosmic
BMW R 1250 GS em Preto Storm
BMW R 1250 GS, a nova tourer bávara para 2019 A BMW renova a R 1250 GS para 2019, sendo esta a aposta continuada da marca alemã para o segmento tourer de aventura.
-82- | MOTORCYCLE SPORTS |
É
um dos modelos mais espe-
Pela primeira vez, a BMW usa nos
te em aço, estando concebido para
rados da BMW para 2019.
seus motores de produção uma téc-
uma melhor expressão da potência e
Falamos da nova tourer de
nica para variar os tempos de regu-
do binário do propulsor, em ligação
aventura R 1250 GS. Esta mota foi
lação de válvula e o curso de válvula
à tecnologia BMW ShiftCam.
apresentada em setembro passado
no lado da admissão. As válvulas de
O condutor tem dois modos de con-
e agora pode conhecê-la um bocado
admissão também receberam uma
dução ao dispor, de série, bem como
mais ao pormenor.
configuração que lhes permite uma
o controlo de estabilidade automáti-
Esta nova BMW destina-se não só
abertura assíncrona das duas válvu-
co ASC e o controlo de arranque em
a viagens mais prolongadas como
las de admissão – o resultado acaba
plano inclinado Hill Start Control.
também às escapadelas de fim de
por ser uma combustão mais eficaz.
Os modos de condução de série são
semana, segundo a marca. Mantém
Mas estas não são as únicas modifi-
Rain e Road, que adaptam as carac-
a aposta no motor boxer de quatro
cações ao nível do motor. O aciona-
terísticas da condução à maior parte
válvulas presente há mais de 25
mento da árvore de cames acontece
das circunstâncias das estradas. A
anos, mas naturalmente com várias
agora a partir de uma cadeia denta-
suspensão eletrónica encontra-se
evoluções que lhe conferem um ní-
da, há uma melhoria na alimentação
pré-ajustada nestes dois modos ao
vel de potência superior, bem como
de óleo, as válvulas de injeção são
nível de amortecimento Road, que
conforto, suavidade de funciona-
de dois jatos e o sistema de esca-
pode ser alterado mesmo durante a
mento, consumos e emissões mais
pe é novo. Este segue o princípio
condução através de um botão.
baixos.
2-em-1 e é construído integralmen-
O ASC confere maior segurança à
BMW R 1250 GS HP
Markus Jahn
Joerg Kuenste
BMW R 1250 GS Exclusive
A mota vem equipada com tecnologia BMW ShiftCam.
A suspensão é eletrónica Dynamic ESA.
BMW R 1250 GS, enquanto o Hill
de aceleração não intencionada ao
forto. O amortecimento adapta-se
Dynamic (que é a base nos modos
Start Control permite um melhor ar-
intervir no sistema de controlo do
automaticamente às circunstâncias
Dynamic e Dynamic Pro) através de
ranque em subida. Opcionalmente,
motor. Sucintamente, com a sua
e há ainda uma compensação au-
um botão no guiador. Já nos modos
o cliente pode incluir mais modos de
atuação o DBC faz com que a mota
tomática da condução em todos os
Enduro e Enduro Pro, destinados ao
condução e outras ajudas. O pacote
permaneça estável em travagem e
estados de carga. Os sinais emitidos
uso fora de estrada, o amortecimen-
opcional Modos de condução Pro
reduz a distância de travagem.
pelos vários sensores podem reco-
to está ajustado precisamente para
acrescenta o Dynamic, Dynamic Pro
lher dados de forma completa e,
esse tipo de terrenos.
Enduro e Enduro Pro, bem como o
Suspensão eletrónica Dynamic
desta maneira, é possível ajustar de
A versão Style HP da BMW R 1250
controlo de tração dinâmico DTC,
ESA
forma precisa a moto às condições
GS permite incluir uma suspensão
sistema ABS Pro e Hill Start Control
Ao nível das suspensões, a R 1250
de condução.
desportiva orientada aos conduto-
Pro.
GS possui a suspensão eletrónica
Embora a configuração da Dynamic
res mais experientes a usar a mota
Destaque também neste conjunto
Dynamic ESA (Electronic Suspen-
ESA esteja pré-ajustada à caracte-
fora de estrada. Os maiores e mais
de opções para o novo controlo di-
sion Adjustment) Next Generation.
rística de amortecimento Road nos
pesados também poderão tirar es-
nâmico de travão DBC que propor-
Esta proporciona uma maior segu-
modos de condução Rain, Road e
pecial partido da suspensão des-
ciona maior segurança em travagem
rança de condução, favorecendo
Dyanmic, o condutor pode facil-
portiva, que só é possível incluir em
– isto ao impedir o acionamento
igualmente o rendimento e o con-
mente mudar para a característica
conjunto com o Dynamic ESA.
| MOTORCYCLE SPORTS | -83-
R 1250 GS
Markus Jahn
BMW
O ABS Pro disponibiliza uma segurança em travagem acrescida, in-
lizado e guiador prateado. A Exclusive junta o Preto Storm me-
clusivamente em posição inclinada,
talizado e o Preto Night, anuncian-
enquanto o Hill Start Control Pro
do-se como uma mota que ‘combina
oferece uma nova função adicional
temperamento clássico e caráter
Auto HSC que se pode personalizar
masculino com presença e elegância
através do menu de ajuste.
selecionadas’. O chassis central sur-
Ao nível do selim, a altura do as-
ge em Cinzento Agate metalizado
sento tem diversas variantes dispo-
mate, enquanto o chassis traseiro
níveis – desde um mínimo de 800
e o guiador anodizado são em cor
milímetros que deixa o selim baixo,
preta – tal como os apoios para rou-
Farol dianteiro LED.
até um máximo de 900 milímetros
pa dianteiros e o porta-malas. As rodas são em Preto Night e os garfos
suspensão desportiva e assento de
dianteiros Telelever também são em
Markus Jahn
disponível na versão Style HP com rali.
cor preta. A tampa do depósito de combustível e o para-lamas diantei-
Luzes LED com luz diurna opcional
ro também são em preto. As partes
No que à iluminação diz respeito, a
laterais do depósito em Preto Night
BMW R 1250 GS surge com faróis
mate combinado com um gráfico
LED de série, com a luz diurna LED
criam um contraste.
a ser um equipamento opcional.
A outra versão Style é a R 1250 GS
Também a tecnologia LED é aplica-
HP, que realça o caráter desporti-
da aos indicadores de mudança de
vo desta BMW. Combina as cores
direção e à luz traseira/de travão.
Branco Luminoso, Azul Racing metalizado e Vermelho Racing, vin-
Conectividade
cando a sua postura de Enduro de
O equipamento Conectivity é de sé-
longa distância e com capacidades
rie, mostrando o conjunto de instrumentos num ecrã TFT a cores de 6,5
O ecrã TFT exibe a instrumentação da mota.
fora de estrada. O branco é a base, aplicado no chassis central, enquan-
polegadas. A gestão é feita através
to o azul está na zona superior do
do Multi-Controller da BMW Mo-
depósito de combustível e o verme-
torrad que é de série e permite um
Connected App disponibiliza atra-
vel em caso de acidente, perigo ou
lho surge em alguns pormenores. O
acesso rápido e cómodo às funções
vés do ecrã TFT uma navegação de
emergência, este sistema eCall de
motor mantém-se em preto mate,
de conectividade.
cursores prática concebida para o
chamada de emergência inteligente
os garfos Telelever são igualmente
O sistema permite igualmente falar
uso diário. Está disponível nas lojas
é incluído como equipamento op-
em preto, tal como o para-lamas, o
ao telemóvel e ouvir música durante
Google e App Store. Outras das suas
cional.
protetor do chassis, suportes para
a condução caso se ligue, por exem-
funções são o registo de itinerários
plo, um smartphone com sistema
percorridos (que podem ser parti-
Estilo e design
de comunicação da BMW Motorrad
lhadas com outros pilotos através
A BMW R 1250 GS surge com duas
Personalização
através do ecrã via Bluetooth. Estas
da REVER Community) ou a visua-
novas cores básicas modernas –
Com a BMW Motorrad Spezial, a R
funções podem ser usadas sem re-
lização das estatísticas de condução
Azul Cosmic metalizado e Preto
1250 GS surge com possibilidades
correr a uma aplicação móvel (app).
e outras informações.
Storm metalizado – bem como duas
de personalização com equipamen-
Se existir uma ligação Bluetooth a
Entre outros dos equipamentos para
variantes Style – Exclusive e HP.
to opcional de fábrica. A Option 719
um smartphone ativa, o condutor
esta BMW encontra-se a chamada
Ambas as cores se combinam com
Spezial possui acabamentos em azul
poderá ouvir música durante a con-
de emergência inteligente. Conce-
as rodas em Cinzento Granito me-
Blueplanet metalizado e Sparkling
dução.
bido tendo em conta a necessidade
talizado mate, pinças pretas, chassis
Storm metalizado, sendo uma das
A app gratuita BMW Motorrad
de uma ajuda o mais célere possí-
traseiro preto, chassis central meta-
opções. O Option 719 Classic in-
-84- | MOTORCYCLE SPORTS |
roupa, guiador e porta-malas.
Markus Jahn
clui diversos elementos em alumínio usinado especialmente resistente, como as manetes ou os pousa-pés,
com um motor boxer completamen-
entre outros.
te renovado. A introdução aconte-
O pacote Peças Usinadas HP dis-
ceu com a R 1100 RS e, desde en-
ponibiliza a maior parte das super-
tão, recebeu variadas atualizações
fícies anodizadas em preto, bem
ao longo dos anos – incluindo uma
como algumas superfícies usinadas
das últimas, em 2012, que o dotou
enfatizando um aspeto natural de
de arrefecimento a água e de um
alumínio. As cobertas da cabeça do
alojamento partilhado para o motor
cilindro com elementos revestidos a
e caixa de velocidades. Já em 2018
azul anodizado e os sliders de plásti-
recebeu mais algumas evoluções.
co em azul conferem uma aparência
Ao nível de construção tem qua-
desportiva à R 1250 GS. A Option 719 de rodas fundidas está disponível em duas variantes – Classic em
Novos esquemas de cores em azul e preto.
tro válvulas por cilindro. O motor tem 1.254cc de cilindrada, debita uma potência máxima de 136cv às
cinzento brilhante e Sport em preto brilhante. O modelo pode receber silenciadores deslizantes desportivos HP da Akrapovic, feitos unicamente de titânio – que reduz o peso em cerca de meio quilograma face ao silenciador de série. Este é um equipamento opcional. A finalizar a Option 719, destaque para o selim elegante em castanho escuro oferecido com os acabamentos de pintura Blueplanet metálico e Sparkling Storm metálico. Trata-se de um assento exclusivo devido aos materiais empregues e às costuras decorativas. O motor boxer que dá a ‘alma’ à BMW R 1250 GS Como já lhe dissemos anteriormenum motor boxer de quatro tempos de dois cilindros arrefecido a ar/líquido. A árvore de cames é acionada
Markus Jahn
te, a BMW R 1250 GS surge com
por duas rodas dentadas situadas na parte de cima, existindo o controlo de árvore de cames de admissão variável ShiftCam da BMW e uma árvore de compensação. Foi em 1992 que a BMW surgiu
| MOTORCYCLE SPORTS | -85-
BMW
R 1250 GS
BMW R 1250 GS Exclusive.
anunciadas são de 110 gramas por
Em termos de transmissão, há uma
tem capacidade para 20 litros. O
quilómetro. Já o consumo de com-
caixa de seis velocidades.
6.250rpm. É prometido um tempo
controlo de emissões é assegurado
bustível proposto é de 4,75 litros
de aceleração dos 0 aos 100km/h
por um catalisador de três vias regu-
por cada 100km.
Quadro e chassis
de 3,6s, com a velocidade máxima a
lado, com a mota a cumprir a norma
Associada ao motor está uma em-
O quadro segue um conceito de
situar-se acima dos 200km/h.
de emissões poluentes Euro4 – as
braiagem húmida com função anti-
duas peças com quadro central e
O combustível é gasolina sem chum-
emissões de dióxido de carbono
-rebote acionada hidraulicamente.
quadro traseiro aparafusado. O gar-
Silenciador Akrapovic desportivo.
-86- | MOTORCYCLE SPORTS |
David Daub
bo 95 ou 98, sendo que o depósito
um binário de 143Nm disponível às
David Daub
7.750 rotações por minuto (rpm) e
As manetes são dos elementos em alumínio usinado.
Joerg Kuenste
BMW R 1250 GS HP.
fo é uma unidade Telelever BMW
quatro pistões. Atrás o travão é de
Motorrad, enquanto atrás há um
um disco com pinça flutuante de
braço oscilante em alumínio fundido
duplo pistão. O sistema ABS integral
com Paralever da BMW Motorrad. A
da BMW Motorrad desconectável
tensão prévia é ajustável de forma
é um equipamento de série, sendo
contínua hidraulicamente através de
possível dotar a BMW R 1250 GS
uma roda manual.
de ABS Pro como opção.
Quanto ao sistema de travagem, na
As jantes são em alumínio fundido
frente há um travão de dois discos
medindo 19 polegadas à frente e
flutuantes associado a pinças de
17 polegadas atrás. A mota pesa um
Esquema do motor boxer da BMW R 1250 GS.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
total de 249km pronta para rodar. A
banco varia entre 850 e 870 milí-
largura total, retrovisores incluídos,
metros, havendo pacotes opcionais
é de 952,5m, enquanto o cumpri-
que alargam este intervalo para 800
mento é de 2.207mm. A altura do
a 900 milímetros. Joerg Kuenste
Motor: Boxer de quatro tempos de dois cilindros Potência máxima: 136cv às 7.750 rotações por minuto Binário máximo: 143Nm às 6.250 rotações por minuto Aceleração 0-100km/h: 3,6 segundos Velocidade máxima: Superior a 200km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades Embraiagem: Húmida acionada hidraulicamente Luzes: Farol, indicadores de mudança de direção e luz traseira LED (luz diurna LED opcional) Quadro: Conceito de duas secções com quadro principal e quatro traseiro aparafusado Travão dianteiro: Dois discos flutuantes, pinças de quatro pistões Travão traseiro: Disco único, pinça flutuante de dois pistões Sistema ABS Integral em equipamento de série Controlo da roda dianteira: Forquilha BMW Motorrad Telelever Controlo da roda traseira: Braço oscilante em alumínio fundido com Paralever
| MOTORCYCLE SPORTS | -87-
KAWASAKI
NINJA H2
Kawasaki renova gama Ninja H2 para 2019
A Kawasaki apresentou os seus modelos da gama Ninja H2 para 2019 com novidades, incluindo uma edição limitada H2 Carbon e a nova H2 SX SE+.
Kawasaki Ninja H2 renovada para 2019.
A
Kawasaki Ninja H2 surge
Kawasaki por inovação e performan-
de produção atualmente no mercado.
Stylema (em estreia na Kawasaki)
com
ce nas suas motas.
O equilíbrio do motor resulta numa
monobloco – os mais recentes de es-
diversas
novidades
para 2019. Além do modelo
A H2 e a H2 Carbon dispõem de
eficiência de combustível similar à
pecificação elevada legais para usar
base, há ainda a H2R, a H2 Carbon
um motor turbo que debita cerca
apresentada pelo seu sucessor.
na estrada. As novas pinças têm um
e a H2 SX SE+. Estas constituem a
de 228cv de potência. Assim, diz a
aposta da marca japonesa para a sua
Kawasaki, é o modelo de estrada
Travões Brembo com pinças
interno percorrido pelo fluído de tra-
gama de híper desportivas – que
mais potente na sua gama, além de se
Stylema em estreia
vagem e assim permite uma resposta
comprova a procura incessante da
anunciar como a mais potente mota
Os travões são Brembo com pinças
mais direta.
-88- | MOTORCYCLE SPORTS |
menor volume, o que reduz o espaço
CAPs Association
GPS, avisos do telemóvel ou mesmo Estas pinças são também mais leves,
o acesso às configurações gerais do
com dimensões externas mais curtas
ecrã.
que possibilitam parafusos de mon-
Mesmo quando a mota está a rodar e
tagem mais curtos. Houve secções
o condutor a conduzir, se a aplicação
redesenhadas de forma a manter
móvel estiver ligada a máquina e o
uma rigidez no conjunto de travagem
telemóvel estão sempre ligados.
permitindo em simultâneo uma liga-
O painel de instrumentos da Ninja H2.
ção mais direta à área dos pistões. As
Luzes em LED e pintura altamente durável
rodas estão equipadas com os novos pneus Bridgestone RS11 desporti-
O sistema de iluminação é integral-
vos, que asseguram uma manobra-
como a quilometragem atual e mé-
a força de aplicação do travão; e o
mente em LED, incluindo a luz de
gem melhorada.
dia, consumo de combustível, ângulo
Type 4 que dá primazia à informação
matrícula, farol dianteiro, luzes de
de inclinação e função de gravação
importante apresentando-a grafica-
posição, luz traseira, indicadores de
Painel de instrumentos
de ângulo de inclinação máximo,
mente para uma leitura fácil.
mudança de direção e farol diantei-
No cockpit, o condutor dispõe de um
temperatura do refrigerante, relógio,
novo ecrã a cores TFT, com a instru-
entre outras.
Conectividade
revisto, enfatizando a maior potência
mentação a ter um design avançado
Através do pressionar de um botão,
Como não podia deixar de ser, a co-
que a nova Ninja H2 possui. As cores
e de alta tecnologia. Ao tacómetro de
o condutor pode selecionar o brilho
nectividade não foi esquecida nestes
realçadas transmitem que é um mo-
estilo analógico junta-se o ecrã que
e a cor de fundo do ecrã de modo
modelos da Kawasaki Ninja H2. A
tor especial de elevada performance.
pode exibir a informação de forma
a assegurar sempre uma boa visibili-
tecnologia Bluetooth incorporada no
Quanto à decoração, a pintura com
gráfica tendo quatro modos de exibi-
dade. Há quatro modos de exibição:
painel de instrumentos permite que
um tom base cinzento/prateado re-
ção selecionáveis. Assim, os condu-
o Type 1, fácil de ler apenas com a
o condutor se ligue à sua mota sem
cebeu o tratamento Highly Durable
tores podem dar a prioridade à infor-
informação básica necessária; o Type
fios podendo aceder a várias funções
Paint da Kawasaki de pintura alta-
mação que entenderem dependendo
2 que dá prioridade à informação im-
de instrumentos através da aplicação
mente durável em todos os compo-
da condução que estão a fazer a cada
portante apresentando-a de forma
de smartphone Rideology The App.
nentes da carroçaria que não são
momento.
gráfica, incluindo por exemplo indi-
Esta disponibiliza diversas funções,
feitos em fibra de carbono. O aca-
Além do velocímetro digital e do
cadores de forças G e de aplicação
como informação do veículo (incluin-
bamento é desta forma de elevada
indicador de mudança selecionada,
de acelerador; o Type 3 idêntico ao
do programação de manutenção),
qualidade.
são também mostradas informações
anterior mas que também mostra
o registo de condução com dados Boyd Jaynes
ro. O emblema ‘Supercharged’ foi
Kawasaki Ninja H2 Carbon é edição limitada Na mesma base da nova Ninja H2, a Ninja H2 Carbon é uma versão especial de edição limitada. Distingue-se pela carroçaria leve e forte em fibra de carbono, bem como as suas insígnias especiais. Kawasaki Ninja H2R com alterações para 2019 Apesar de estar praticamente sem alterações, a Ninja H2R também conta com pequenas novidades. Passa a dispor das novas pinças monobloco Stylema da Brembo, bem como da pintura com acabamento Highly Durable em todas as partes que não são fabricadas em fibra de carbono.
| MOTORCYCLE SPORTS | -89-
KAWASAKI
NINJA H2
A nova Kawasaki H2 SX SE+
Kawasaki Ninja H2 SX SE+ é uma nova aposta para 2019
A
Ninja H2 SX SE+ é o exem-
A Ninja H2 SX SE+ dispõe de um
as pinças de travão Brembo, os mo-
Showa BFRC – o mesmo usado na
plo máximo em 2019 da
propulsor turbo 998cc de quatro
dos de pilotagem integrados e conec-
Superbike Ninja ZX-10R. O garfo é
procura constante da Kawa-
cilindros em linha, que segundo a
tividade de smartphone através da
ajustável na parte de cima do lado
saki por inovação e performance,
Kawasaki faz uso do conhecimento
tecnologia Bluetooth e da aplicação
direito, ao passo que o amortecedor
contemplando um amplo leque de
da precisão de calibração de motores
móvel Rideology the App.
traseiro possui pré-carga ajustável
novidades. A suspensão é controlada
de forma a distribuir a potência para
eletronicamente, bem como as trava-
onde esta é mais útil – em rotações
A suspensão KECS e as novas pin-
melhor amortecimento.
gens, com o condutor a ter à disposi-
baixas e médias.
ças Brembo Stylema
O sistema de travagem inclui pinças
ção tecnologias de ajuda à condução
O modelo possui diversas caracterís-
A suspensão eletronicamente con-
dianteiras Brembo Stylema, das mais
desta ‘hyperbike’ que tem um motor
ticas novas para 2019, como a sus-
trolada KECS usa um garfo invertido
leves e pequenas disponíveis, arre-
turbo.
pensão eletronicamente controlada,
Showa e um amortecedor traseiro
fecendo rapidamente graças a um
-90- | MOTORCYCLE SPORTS |
eletronicamente
assegurando
um
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
maior fluxo de ar em torno das pas-
proporciona uma condução mais des-
tilhas de travão, ao maior espaço em
portiva em estradas sinuosas. Já o
torno dos pistões e a uma abertura
Road garante características de con-
que possibilita a saída do ar.
dução confortáveis, para viagens de
Motor: Boxer de quatro tempos de dois cilindros Potência máxima: 136cv às 7.750 rotações por minuto Binário máximo: 143Nm às 6.250 rotações por minuto Aceleração 0-100km/h: 3,6 segundos Velocidade máxima: Superior a 200km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades Embraiagem: Húmida acionada hidraulicamente Luzes: Farol, indicadores de mudança de direção e luz traseira LED (luz diurna LED opcional) Quadro: Conceito de duas secções com quadro principal e quatro traseiro aparafusado Travão dianteiro: Dois discos flutuantes, pinças de quatro pistões Travão traseiro: Disco único, pinça flutuante de dois pistões Sistema ABS Integral em equipamento de série Controlo da roda dianteira: Forquilha BMW Motorrad Telelever Controlo da roda traseira: Braço oscilante em alumínio fundido com Paralever
todo o tipo – na cidade, em estradas Quatro modos de condução inte-
rurais ou na autoestrada. Quanto ao
mota, a distância, percurso e tempo
de Emerald Blazed Green, o cinzento
grados
modo Rain eleva a segurança em pi-
de viagem e até se pode mudar as
Metallic Graphite que predomina na
Ao nível da condução, o condutor tem
sos de baixa tração.
configurações da Ninja H2 SX SE+
decoração e ainda o preto Mettalic
ao dispor quatro modos de condução
A conectividade ao smartphone é
mesmo ao nível dos modos de con-
Diablo. A pintura recebe o tratamen-
distintos: Sport, Road, Rain ou Ma-
garantida pela tecnologia Bluetooth
dução e da suspensão eletrónica.
to Highly Durable Paint da Kawasaki
nual – que ligam o controlo de tração
e pela aplicação Rideology the App,
KTRC, o modo de potência e o KECS.
que mesmo à distância permite ace-
Cores
da pintura – que pode reparar sozi-
O modo manual permite ajustar cada
der a várias funções e informações da
A Kawasaki Ninja H2 SX SE+ surge
nha alguns arranhões graças à tecno-
sistema independentemente. O Sport
mota – tal como verificar o estado da
com uma pintura em três cores: o ver-
logia que esse revestimento usa. James Wright/Double Red
que assegura uma maior durabilidade
A Kawasaki H2 SX SE+ em ação
| MOTORCYCLE SPORTS | -91-
CAFÉ RACERS Henric Olsson-Weller
Tarform junta o clássico ao moderno num conceito de café racer elétrica Numa altura em que a mobilidade elétrica ganha cada vez mais relevância, os projetos vão surgindo e, com eles, start-ups e projetos inovadores como a Tarform Motorcycles, desassociados dos principais construtores. A energia elétrica está a chegar cada vez mais aos transportes – em duas e quatro rodas – e, sendo vista como o futuro da mobilidade, há cada vez mais apostas nesse tipo de propulsão. Umas das mais recentes propostas chega dos Estados Unidos, mais concretamente da Tarform Motorcycles que apresentou em outubro passado os dois primeiros protótipos – um deles que apresenta de forma clara uma inspiração no ‘universo’ café racer. A Tarform Motorcycles é uma start-up que aposta em motas elétricas premium sem emissões poluentes que está baseada na Suécia (Estocolmo) e também nos Estados Unidos (Brooklyns, Nova Iorque). O seu diretor-executivo e cofundador é Taras Kravtchouk, um designer e empreendedor na
Henric Olsson-Weller
área da tecnologia. Em comunicado, a Tarform refere que os modelos serão construídos em torno de uma plataforma modular que facilita a personalização. Significa isto que permitirá aos clientes atualizarem os diversos componentes – conjunto de baterias incluído – à medida que a tecnologia progredir. A empresa tenciona também minimizar o desperdício, fabricando componentes com novos biomateriais. Como projeto totalmente apontado à tecnologia, incluirá também um sistema inteligente integrado que otimizará a experiência de condução ao monitorizar o estado da mota. Caso sejam detetados problemas ao nível da manutenção, o condutor será avisado através do seu smartphone e poderá marcar uma revisão diretamente a partir da aplicação móvel. Embora para já não passem de conceitos que pretendem exibir a visão e o design da Tarform, está já em desenvolvimento uma versão de produção da café racer (bem como uma do outro modelo, Scrambler). A apresentação está
Henric Olsson-Weller
prevista para meados de 2019, altura em que serão reveladas as especificações técnicas. Posteriormente, no fim do ano que vem, deverá iniciar-se a fase de produção. Taras Kravtchouk explicou que a intenção na conceção desta mota é juntar o clássico às tecnologias atuais, ao afirmar: – Procuramos reviver a forma clássica e uni-la com tecnologia moderna para criar uma nova experiência de condução. Um veículo elétrico que incorpora o espírito artesanal, construção avançada e tecnologia limpa. A integração de inteligência artificial e de visão computadorizada permite-nos criar uma máquina que está ciente do que está ao seu redor e informa o condutor de qualquer potencial perigo. Outro dos cofundadores da Tarform e seu diretor de operações, JC Jung, complementou: ‘As nossas ambições são globais. Nós queremos inspirar e mostrar que uma marca pode ter um impacto positivo enquanto entrega um produto verdadeiramente inovador’. -92- | MOTORCYCLE SPORTS |
MZ Skorpion transformada numa café racer por Mario Deuse com uma unidade da Motogadget. O velocímetro é da Acewell. Em termos de estilo, Mario inspirou-se nas cores originais da MZ para as faixas que cobrem o depósito de combustível e o guarda-lamas dianteiro – sendo por isso nas cores cinzento, verde e dourado. O depósito não é o original, vindo de uma Suzuki RGV 125 Gamma com algumas modificações para se encaixar na MZ. O quadro traseiro é novo. A cobertura do farol dianteiro é fabricada em alumínio, tratando-se de um farol elipsoide da Shin-Yo e os indicadores de mudança de direção Kellermann estão no guiador. Quanto ao silenciador, é uma unidade da GPR Há alguns anos desaparecida depois de declarar insolvência, a MZ mar-
Italy, sendo o tubo de ligação entre o escape original e o silenciador per-
cou o século XX no que ao mundo das duas rodas diz respeito. E da
sonalizado. O guarda-lamas dianteiro foi fabricado a partir de dois origi-
Alemanha, país do qual o fabricante é originário, chega uma custom bike
nais da MZ, cortados e soldados, com uma largura ligeiramente reduzida.
que transformou a MZ Skorpion numa café racer com 165kg de peso.
O depósito de óleo é completamente novo, à semelhança do que acon-
O autor do projeto, Mario Deuse, escreveu no seu blog que não foi prob-
tece com o quadro traseiro. As coberturas incluem alumínio maquinado.
lema encontrar um exemplar em bom estado, tendo demorado um ano a
O assento é igualmente personalizado, com a espuma colada ao alumínio
convertê-lo numa café racer. Dotou-a de um guiador da LSL com os pun-
que forma a base. Os estofos receberam costuras a verde e dourado
hos originais, travão e sistema de embraiagem. A eletrónica é completada
seguindo as faixas no depósito. A cobertura é feita em Alcantara.
Tomoto, a Moto Guzzi V7 única e artística de Tom Dixon e da Venier de Tom Dixon. Este queria uma mota com uma construção muito complexa mas em alumínio puro. Assim, a mota inclui desde logo uma carroçaria em alumínio, enquanto as rodas e os painéis laterais foram concebidos a corte de laser conforme um desenho idealizado por Dixon – e que constituem talvez os pontos que mais tornam esta mota única à vista desarmada – a par do também curioso farol dianteiro. O banco é personalizado, com uma costura oblíqua em cor preta e revestimento a couro também ele preto. A base do banco é em alumínio e inclui a luz traseira LED incorporada. O escape termina num silenciador A Tomoto é um projeto vindo de Itália, mais concretamente de Tom Dixon
personalizado fabricado pela Mass Moto consoante as instruções de Tom
com o apoio da Venier Motorcycles e da Moto Guzzi. A partir de uma V7
Dixon.
deste construtor, produziram uma mota única com traços café racer e
Igualmente personalizados, tornando o modelo ainda mais único, são os
design, no mínimo, curioso.
pneus. Isto foi possível graças a uma parceria entre Dixon e a Pirelli. No
O projeto, promovido oficialmente pela própria Moto Guzzi, foi construí-
depósito de combustível brilhante em alumínio destaca-se o ‘lettering’
do na Venier Motorcycle em Pordenone, Itália, sendo resultado da visão
Guzzi do lado direito e ‘Tomoto’ do lado esquerdo. | MOTORCYCLE SPORTS | -93-
CAFÉ RACERS
A Mark II Evo, uma BMW R100R café racer pelo Diamond Atelier Do Diamond Atelier – dedicado às custom bikes do tipo café racer – chega esta BMW R100R com ‘alma’ de café racer. O modelo original sofreu diversas modificações, incluindo ao motor, mantendo-se a suspensão traseira Paralever. Apesar de ser o de origem, o motor boxer de 1000cc sofreu uma reconstrução completa, tem mais um circuito de arrefecimento de óleo e disponibiliza cerca de 70cv de potência. O subquadro traseiro foi reforçado, mas está também mais escondido na secção traseira da mota. A Mark II Evo recebeu um design que a dota de uma forma elegante, havendo duas opções para o depósito de combustível – um com o ‘toque’ do Diamond Atelier ou então um conforme ao design original.
acerca da mota – isto graças à m.unit da Motogadget. O condutor pode
Em termos de tecnologia, inclui um sistema moderno de RFID, permi-
escolher um velocímetro de estilo analógico – que é uma das opções
tindo também que a mota se ligue ao smartphone do utilizador através
de customização, em conjunto com o novo tubo de escape Spark, por
de uma aplicação que permite seguir e controlar a informação relevante
exemplo.
Kaspeed Moto ‘transformou’ Honda CB 500 na CB 500 Four Cafe Racer A partir de uma Honda CB 500, a Kaspeed Moto realizou um dos seus mais recentes projetos. Falamos da Honda CB 500 Four Café Racer, que não deixando de ter o estilo clássico de uma café racer inclui diversas características que a modernizam. Na dianteira há discos de travão modernos. Os botões do guiador foram renovados, as manetes de travão são novas tal como o reservatório de
Motogadget à frente e Kellermann atrás.
fluído de travões e o velocímetro Acewell cromado que dota o cockpit de
O assento em si tem estofo personalizado em couro estando alinhado com
tecnologia moderna.
o depósito de combustível. Os punhos em castanho ecoam a cor do banco.
O farol dianteiro dá um especial destaque à parte frontal desta custom
O tubo de escape 4-em-1 é novo. Já a pintura ficou em prateado Silver
bike Honda, ao passo que atrás a carenagem do assento customizada inclui
Tempest mas possui alguns pormenores em dourado, ao passo que o qua-
uma luz traseira LED clássica. Os indicadores de mudança de direção são
dro e as jantes foram revestidos a preto.
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‘Cafeína’ italiana ‘a jato’ – Caffeina, a nova café racer da Italjet Este é apresentado como um modelo com aparência clássica e tecnologia de ponta, dedicado a quem viaja de mota. Surge em duas variantes de cor: preto com couro borgonha, ou então prateado e amarelo (o assento, neste caso, é em preto). O propulsor é uma unidade 250cc de dois cilindros em V, que se anuncia como ‘único na sua categoria’. Debita um máximo de 17.7cv às 8.000 rotações por minuto, estando associado a uma caixa manual de cinco velocidades. A Italjet pode não ser das primeiras marcas italianas que vem à cabeça,
Quanto ao sistema de travagem, é hidráulico, consistindo de um disco de
mas também tem produtos que saltam à vista. É o caso da nova café racer
280 milímetros à frente e um de 240 milímetros atrás. Tem ABS associa-
Caffeina, desvendada recentemente no salão EICMA de Milão.
do. O depósito tem capacidade para 14 litros de combustível.
Kawasaki W800 Cafe renovada para 2019 sist & Slipper Clutch, oferece uma sensação mais leve na pega da caixa de velocidades. Os silenciadores foram substancialmente revistos de forma a potencializar o som característico do motor com uma cambota 360º. O quadro é do tipo berço duplo e é mais rígido, enquanto a suspensão inclui um amortecedor duplo traseiro mais duro e o garfo dianteiro de largo diâmetro aumentou de rigidez. O sistema de travagem inclui um disco dianteiro de 320 milímetros e um traseiro de 270 milímetros que substitui o disco tipo tambor da versão anterior da W800. O ABS é de série. Ao nível de ergonomia, a W800 Cafe não podia deixar de incluir uma posição desportiva que propicia mais a inclinação para a frente. O assento tem capacidade para duas pessoas. O depósito de combustível com Uma das novidades da Kawasaki para 2019 é a nova W800 Cafe, con-
capacidade para 15 litros, colorido a castanho, é outro dos elementos
cebida com as linhas das café racers em mente. Embora mantenha um
importantes no desenho da mota, tal como o farol dianteiro LED ao estilo
estilo retro e fiel ao original, o modelo sofreu diversas alterações para se
das café racers.
modernizar.
O condutor dispõe de instrumentos tradicionais com velocímetro e con-
O motor é de dois cilindros Vertical Twin com tratamento a preto, estan-
ta-rotações, que têm neles inseridos as luzes avisadoras como de pressão
do vinculado a uma caixa de cinco velocidades. A embraiagem, ao ser As-
do óleo ou baixo nível de combustível. | MOTORCYCLE SPORTS | -95-
CAFÉ RACERS
Yamaha XJR1300 cafe racer reinterpretada pela BlackSilver É mais um modelo personalizado que lhe trazemos, desta feira uma café racer Yamaha XJR1300 reinterpretada pela BlackSilver Customs – o que não é de surpreender, uma vez que a inspiração de todos os projetos da oficina surge das café racers. Ao site returnofthecaferacers.com, Ian Ketterer, o responsável por esta Yamaha, explicou que houve três principais desafios – a dianteira, que é de uma Yamaha R1 de 2008 possuindo também reservatórios de fluído Rizoma; a parte traseira da mesma R1 cuja integração obrigou ao redesenhar do eixo; e ainda ter uma linha limpa do depósito de combustível até à ponta da cauda que exigiu a construção de um subquadro totalmente
serviu para outros elementos do projeto. No cockpit há um velocímetro
novo para se nivelar ao depósito (o que por consequência levou a fazer
Acewell e os indicadores de mudança de direção em LED estão nas ex-
modificações às ancoragens dos amortecedores).
tremidades do guiador. Também a tecnologia LED é aplicada à luz traseira
Outro dos componentes modificados foi o braço oscilante, sendo o ban-
de travão. Já o farol dianteiro segue o estilo Prision Bar.
co também personalizado. O escape foi revestido a cerâmica. Ao nível da
A pintura, revelou Ian Ketterer, foi concebida a partir das indicações de
suspensão, o garfo é de uma Yamaha R1, ao passo que os amortecedores
um potencial cliente, baseando-se num tom de vermelho escuro que se
traseiros são da Öhlins.
conjuga com o branco associado a contornos pretos nas laterais do de-
Também as rodas não são da Yamaha XJR1300 original, vindo da R1 que
pósito de combustível e na secção traseira.
Gas & Oil #12Royal, uma Moto Guzzi Le Mans transformada em café racer Foi a partir de uma Moto Guzzi Le Mans com mais de três décadas que surgiu a GO#12Royal, um trabalho vindo da Gas & Oil Motorcycles da República Checa. É mais um de uma longa lista de projetos de custom bike da oficina de Matej Sysel, que só abriu em… 2014. No site da oficina, pode ler-se que o modelo original teve uma série de alterações. Desde logo ao nível do motor de 1.000cc que foi modificado. O carburador é uma unidade da Dell’Orto, sendo o escape SuperTrapp em cor preta. A suspensão é da KONI e o condutor – neste caso, o cliente que comprou a #12Royal – dispõe de poisa-pés de competição.
de alumínio.
O logótipo da Moto Guzzi na parte lateral do depósito estilo Rockers
As luzes traseiras estão integradas no quadro. Ao nível da eletrónica, des-
não falta (depósito esse pintado à mão), enquanto as carenagens foram
taque para os acessórios Motogadget – m.unit, m.swith, velocímetro Mo-
adaptadas de forma a seguirem o estilo café racer. A Gas & Oil reduziu o
toscope Pro e indicadores de mudança de direção nas extremidades do
peso global desta Le Mans, incluiu-lhe o banco de competição com base
guiador M.Blaze. A ‘calçar’ as rodas estão pneus da Bridgestone.
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A Suzuki GS850 café racer da Nitro Cycles com uma pintura muito especial subchassis é artesanal, enquanto o depósito vem de uma Honda CB750 Supersport, sendo os estofos do banco igualmente artesanais. Os amortecedores são à medida desta custom bike e são unidades Hagon Nitro. De acordo com o returnofthecaferacers.com, como não era possível incluir nenhum compartimento de armazenamento com o banco eleito, todos os componentes eletrónicos foram colocados num espaço baixo do pivot do braço oscilante. O cockpit inclui um velocímetro pequeno e A espanhola Nitro Cycles levou a cabo um projeto café racer a partir de
um cilindro de travão personalizado, com o guiador a ser clip-on.
uma Suzuki GS850. Aquela oficina descreve o conceito como seguindo
O garfo manteve-se o do modelo de origem, os filtros são cónicos e as
a filosofia ‘menos é mais’ e com inspiração ‘nas autênticas racer dos anos
mangueiras de travão são metálicas. Os escapes artesanais seguem o
1950’. O resultado é o que lhe passamos a apresentar, tendo a mota
formato 2-2. De referir ainda a luz traseira LED, indicadores de mudança
ficado substancialmente mais leve – e assim rápida – do que era antes
de direção LED da Tiny e uma pintura que é talvez o grande destaque de
da personalização.
toda esta Suzuki GS850 café racer – com as cores JPS que marcaram a
Para tal levou a cabo diversas modificações ao modelo original. O
Fórmula 1 nos anos 1980.
Three Stones Cycles criou uma Honda CB600 Hornet Café Racer aptada para se encaixar neste modelo. Recebeu uma nova tampa Monza. Entre os componentes artesanais, encontram-se o guarda-lamas e a cúpula essencial ao aspeto café racer. A pintura é em tom azul metalizado, possuindo também detalhes em tom de cinzento. Já o quadro recebeu uma pintura em esmalte num tom negro. As jantes foram polidas e receberam uma pintura em poliuretano. O farol e os espelhos retrovisores são Highsider, sendo o guiador da LSL. Os travões incluem mangueiras de metal e uma bomba de uma Kawasaki Da Argentina chega esta Honda CB600 Hornet, com a assinatura da
ZX6R – mesmo modelo do qual vêm os poisa-pés. A luz traseira da High-
Three Stones Cycles. A partir do modelo que serviu de base, datado de
sider é em LED, ao passo que os indicadores de mudança de direção
2006, aquele atelier concebeu uma custom bike com ‘alma’ de café racer
dianteiros são da Motogadget.
cujo motor tem mais de 100cv de potência. Apresentamos-lhe a mota
O assento é outro elemento artesanal, sendo revestido em tom negro
em sumário nas próximas linhas.
com listas em vermelho. A mesma cor vermelha distingue a mota com
No seu site, a Three Stones Cycles refere que o projeto levou quase um
uma pequena inserção no depósito em que se lê ‘By Three Stones Cy-
ano a ser executado. O autor pretendeu ter uma mota com ‘uma linha
cles’. Esta Honda CB600 Hornet Café Racer inclui ainda escapes GPR e
reta e limpa’, algo que fez modificando de forma extensiva o subchassis.
um carburador Dinojet, bem como transmissão DID. No cockpit há um
O depósito mudou, sendo uma unidade de uma Kawasaki K650S ad-
velocímetro analógico e um pequeno ecrã. | MOTORCYCLE SPORTS | -97-
O DAKAR VAI ESTAR EM DESTAQUE NA TERCEIRA EDIÇÃO, COM FOCO NOS ACONTECIMENTOS DA MARATONA DE TODO-O-TERRENO QUE DECORRE NO PERU.
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