#2 - Miguel Oliveira em exclusivo

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#2 D E Z E M B R O | T H E G R E AT E S T M O T O R C Y C L E S P O R T S M A G A Z I N E - N Ú M E R O # 2

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM

MIGUEL OLIVEIRA

+

página 46

ENTREVISTAS COM HERVÉ PONCHARAL E HAFIZH SYAHRIN

Antevisão do Dakar 2019

Os Portugueses no Dakar

página 58

página 64

Família Ducati Panigale 2019. página 72


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ÍNDICE 4

EDITORIAL

Notícias Fique a par dos principais acontecimentos da atualidade do mundo do motociclismo.

8

Plantel de MotoGP de 2019

S

O Mundial de MotoGP vai ter ‘caras novas’ e algumas mudanças de

bem difíceis mas ainda assim Andrea Dovizioso conseguiu terminar a

equipas na temporada de 2019.

temporada da melhor maneira ao dividir o pódio com Álex Rins e Pol

Testes de MotoGP em Valência e em Jerez

Espargaró.

GP de Valência O Circuito Ricardo Tormo marcou o final da temporada dos Mundiais de motociclismo, com as contas dos títulos já fechadas.

16 24

Dias depois da temporada terminar, o Mundial de MotoGP começou a preparar 2019 com os primeiros testes em Valência e, uma semana depois, em Jerez.

36

Testes de Moto-E Jerez de la Frontera foi o palco da estreia em pista com as equipas da nova categoria Moto-E World Cup, nos primeiros testes de préépoca.

38 40

ros testes oficiais da categoria-rainha; testes esses que continuaram em Jerez com as equipas a quererem melhorar os aspetos menos positivos das máquinas do ano passado. No entanto, as novidades não se ficaram pelos testes... Entraram novos pilotos para a melhor e mais difícil categoria de motociclismo mundial onde Miguel Oliveira experimentou a sua RC16 mais ‘a sério’. Esta tem sido uma fase marcada pela adaptação do #88, mas

hecerem o novo motor Triumph nos ensaios de Jerez em novembro.

No sentido de explorar a sua perspetiva sobre o passado, o presente

Entrevista exclusiva a Hervé Poncharal

e o futuro, o Motorcycle Sports entrevistou Miguel Oliveira para

Entrevista exclusiva a Miguel Oliveira ras impressões e ambições de Miguel Oliveira para o MotoGP.

Entrevista a Hafizh Syahrin A completar a ‘trilogia’ de entrevistas exclusivas, trazemos-lhe as pa-

tentar compreender os sentimentos vividos pelo herói português neste primeiro contacto com a realidade desejada. Hervé Poncharal e Hafizh Syahrin também desenvolveram os seus pontos de vista, dando uma imagem generalizada do que está a acontecer dentro da garagem da Tech3. Mas não só de velocidade e se faz esta edição. Janeiro é o mês do todo-o-terreno por excelência, com o Dakar a ir para a estrada no Peru. Uma edição curta, mas exigente, como é expectativa geral dos principais pilotos, que promete animar este mês inaugural de 2019

lavras de Hafizh Syahrin, o colega de Miguel Oliveira no MotoGP

e o Motorcycle Sports traz-lhe tudo o que precisa de saber para a

em 2019.

acompanhar a prova – com grande destaque para o ‘elenco’ de nove

Antevisão do Dakar 2019 O lançamento do Dakar 2019 que em janeiro se disputa no Peru, com as etapas, principais pilotos e equipas, os portugueses e os maiores candidatos ao triunfo em detalhe.

Ducati Fique a conhecer melhor as motos com um teste exclusivo para o Motorcycle Sports.

82

O paddock permaneceu ainda no traçado de Cheste para os primei-

melhorar sem olhar para a concorrência.

Em mais um exclusivo Motorcycle Sports, fique a conhecer as primei-

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porada. O Mundial de MotoGP terminou em Valência sob condições

Pilotos e equipas de Moto2 tiveram a primeira hipótese de con-

alguns dos assuntos abordados.

58

cação visou explorar, principalmente, o final de mais uma tem-

o próprio piloto mostrou-se determinado e com vontade de querer

Poncharal. A nova era da Tech3 no MotoGP e Miguel Oliveira são

52

centrou-se nos maiores nomes de 2018, esta segunda publi-

Testes de Moto2

O Motorcycle Sports traz-lhe em exclusivo uma entrevista a Hervé

46

e na primeira edição da Revista Motorcycle Sports o foco con-

portugueses à partida. As novidades que no que toca às motas de estrada não faltam, com amplo destaque nesta edição para novos modelos de três construtores: BMW, Ducati e Kawasaki; mas também algumas das últimas café racers que poderá conhecer um pouco mais ao pormenor. O motociclismo está, assim, mais uma vez em amplo destaque nesta segunda edição Motorcylce Sports. Sendo segundo número, que implica uma maior experiência adquirida, prometemos ainda maior

Novidades de estrada

qualidade, como de resto não podia deixar de existir naquele que é o

Apresentamos-lhe os detalhes da aguardada BMW R 1250 GS e

maior órgão especializado em motociclismo em Portugal.

também da híper desportiva Kawasaki Ninja H2.

92

Café Racers Entre no mundo das café racers, conhecendo alguns dos modelos mais atuais de fábrica, protótipos e custom bikes.

| MOTORCYCLE SPORTS | -3-


Ducati e Honda definem datas de Cirurgia bem-sucedida a Marc Márquez Um dia depois de Jorge Lorenapresentação para o MotoGP zo, foi a vez de Marc Márquez

Já se conhecem as datas de apresentação de algumas das equipas de

passar pelos blocos operató-

MotoGP para a época de 2019. A Ducati é a primeira a mostrar-se para a

rios do Hospital Universitário

época que vem, entre as que já anunciaram as datas, fazendo-o a 18 de

Dexeus. O campeão em título

janeiro em Neuchâtel, Suíça segundo adianta o jornal La Gazzetta dello

foi operado ao ombro esquer-

Sport.

do, que ao longo de 2018 so-

Já a Honda terá a sua apresentação a 23 de janeiro em Madrid, em local

freu de deslocamentos cons-

e hora ainda a anunciar. Jorge Lorenzo é a grande novidade na formação

tantes afetando naturalmente

nipónica, chegando para fazer dupla com Marc Márquez. Será também

o piloto.

uma das primeiras hipóteses de ver o #99 com as cores da Honda.

Dias depois, Márquez regressou a casa para dar os passos seguintes na

De referir que os testes de pré-temporada em Sepang começam duas

recuperação. E usou as redes sociais para dar conta que se encontrava

semanas depois da apresentação da Honda, a 6 de fevereiro.

num bom estado de espírito: ‘Olá a todos! Já estou em casa, tudo correu

Gareth Harford/Gold and Goose

NOTÍCIAS

bem. Quero agradecer-vos por todas as vossas mensagens de apoio. Segu-

Jorge Viegas é o novo presidente da FIM

ramente voltarei mais forte’, escreveu no Twitter.

Jorge Lorenzo operado ao pé direito

Federação Motociclismo Portugal

Depois da queda em Aragão e na Tailândia há alguns meses, Jorge Lorenzo nunca mais ficou totalmente bom do seu pé direito. Assim, finda a temporada e os testes de novembro, foi submetido a uma operação no dia 3 de dezembro, numa intervenção que durou cerca de meia hora. Segundo o Motorsport.com, a cirurgia aconteceu no Hospital Quirón em Barcelona. Numa entrevista emitida cerca de uma semana mais tarde pelo canal BT Sport, Lorenzo mostrou-se agradado com os primeiros dias após a operação: ‘Estou bem, passaram poucos dias da operação, infelizmente ainda tenho uma pequena parte de osso no metatarso, pelo que tenho algumas dores ao andar e eles têm de me tirar esse osso. […]. No

Wolfgang Srb, sendo eleito com 79 votos em 101 possíveis.

Valentino Rossi com novo êxito em Monza

Assim, pela primeira vez um luso ocupa o mais alto cargo na entidade

Entre 7 e 9 de Dezembro, Valentino

federativa. Viegas passou por outros cargos da instituição anteriormente,

Rossi deslocou-se a Monza para a já

incluindo o de vice-presidente, e já tinha sido derrotado por o agora seu

habitual participação no Monza Rally Show… e dominou. Das nove especiais,

predecessor Vito Ippolito nas últimas eleições. O natural de Faro afirmou:

Il Dottore só não ganhou uma a bordo do seu Ford, conseguindo terminar

– Estou verdadeiramente honrado por ser eleito presidente da FIM. Para mim

1m07,2s à frente de Teemu Suninen, piloto regular do Mundial de Ralis.

é o feito de uma vida ver a minha paixão pelo motociclismo crescer a um

Seguiram-se Roberto Brivio e Alessio Salucci, com outra lenda do motociclis-

ponto em que me permite ter um impacto positivo no desporto. Passei muitos

mo – Tony Cairoli – a fechar o top cinco. O nove vezes campeão do mundo

anos a trabalhar para a FIM e estou ansioso para que tenhamos juntos um

de motocross acabou a 2m52,4s de Rossi nesta prova em que comandou um

futuro brilhante.

Hyundai i20 WRC.

Jorge Viegas foi eleito a 1 de dezembro como o presidente da Federação Internacional do Motociclismo (FIM). O português foi o único candidato nas eleições realizadas em Andorra, depois da desistência prematura de

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Monza Eni Circuit/Beretta

geral estou muito feliz’.


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MotoGP

GP da Comunidade Valenciana © 2017 Ducati Motor Holding spa

TEXTO: Gonçalo Viegas

Andrea Dovizioso

Dovizioso fechou temporada com chave de ouro

Sob condições adversas, a Ducati e Suzuki regressam aos pódios com a companhia especial da KTM de Pol Espargaró Após um surpreendente Grande Prémio da Malásia, onde Marc Márquez venceu a corrida depois de uma queda de Valentino Rossi nas voltas finais, o paddock de MotoGP redobrou as suas atenções para o GP de Valência. Isso aconteceu porque o traçado espanhol recebeu a última ronda do mundial, assim como a primeira dose de testes oficiais no que respeita ao calendário de 2019. -8- | MOTORCYCLE SPORTS |

No entanto, esta última fase da tem-

sagem do italiano pela Ducati. De-

porada podia ser decisiva para alguns

pois disso, Rossi retornou à Yamaha

pilotos… O ano de 2018 não foi mui-

e a partir desse momento foi capaz

to positivo para Valentino Rossi e

de vencer pelo menos uma vez por

Dani Pedrosa pois ambos os atletas

ano. Olhando para os números, Rossi

não tinham conseguido, até então,

teve em 1997 (125cc), 2001 (500cc),

terminar no lugar mais alto do pódio.

2002 e 2005 (MotoGP) a sua maior

Antes da ronda de Cheste, o #46 es-

quantidade de vitórias por tempora-

tava em posição de igualar a ausência

da ao conseguir subir ao lugar mais

de vitórias que se verificaram na pas-

alto do pódio um total de 11 vezes.


Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa

Sem contar com a sua passagem na Ducati, 1996 (125cc), 2013 e 2017 (MotoGP) foram os anos onde o #46 registou apenas um triunfo. Estatis-

para além desta ser uma das suas rondas caseiras, Valência simbolizava o final de uma história de amor que nunca teve passagem pelo altar. Lorenzo teve uma jornada atribulada na

ticamente, Valência podia salvar o

Ducati e isso acabou por ser razão

piloto de um registo menos positivo,

para o #99 dar o salto para a Honda.

mas este último traçado não era, de

Independentemente dessa mudança,

todo, favorável à Yamaha.

o profissional fez de tudo para estar

Dani Pedrosa estava, também, numa

nas melhores condições nesta última

situação algo semelhante ao seu

corrida com a fabricante italiana.

Jorge Lorenzo

colega de profissão. O #26 chegou

‘Estarei em Valência e estarei em boa forma física para poder competir. Não

apenas no ano seguinte começou

sei qual vai ser o meu nível, calculo que

FAlePhoto

à categoria de 125cc em 2001 e a vencer. Desde então, Pedrosa foi acumulando vitórias onde conseguiu

80% ou 90%. Infelizmente tive azar ao lesionar-me no pior momento, com

variar entre uma conquista (2014 e

várias corridas seguidas. Como se não

2016 no MotoGP) e oito triunfos

chegasse, uma rutura de ligamentos

(2005 nas 250cc) por ano. Apesar

complicou ainda mais as coisas. Mo-

de na temporada passada Pedrosa

tegi foi impossível. Talvez conseguisse

ter vencido o GP da Comunidade

regressar em Sepang, mas estaria ape-

Valenciana, este final de temporada

nas a lutar na parte de trás do pelotão.

aparentava ter um significado algo

Dentro de dias estarei na pista em Va-

diferente, uma vez que esta seria a

lência. Não acho que possa lutar pela

sua última corrida antes do espanhol

vitória ou mesmo por um pódio, mas

abandonar a Honda em prol de um

vou tentar um resultado positivo’, asse-

lugar de piloto de testes na KTM.

gurou Lorenzo citado pelo GPOne.

De forma a comemorar todos os

Danilo Petrucci

feitos que Pedrosa fez na categoria rainha, o piloto foi anunciado ofi-

Apesar do campeonato ser dado como terminado em Valência, as contas pela disputa das melhores po-

cialmente como uma Lenda de Mo-

sições estavam praticamente encer-

toGP. Perante esta novidade, o #26

tal de cinco ocasiões… Contudo, isso

aos comandos de uma Panigale V4.

radas. Márquez voltou a casa como

juntou-se ao clube onde Giacomo

não foi suficiente pelo que o profis-

Perante a ausência confirmada de

campeão e com um total de 321

Agostini, Mick Doohan, Nicky Hay-

sional já tinha oficializado o retorno

Rabat, a Avintia estava novamen-

pontos em sua posse. Andrea Dovi-

den, Wayne Gardner, entre outros,

ao Mundial de Moto2 com a Dyna-

te dependente de Xavier Siméon e

zioso não levou a luta pelo título até

também fazem parte.

volt Intact GP.

Jordi Torres que, por sua vez, foi au-

ao fim, tal como no ano passado, e o

A juntar a este leque de pilotos, Tom

Além dos pilotos que chegaram a

torizado a competir na quinta-feira

atleta da Ducati possuía nesta altura

Lüthi arriscava-se a terminar o ano

Valência com estatísticas menos

anterior à corrida depois do #81 ter

‘apenas’ 220 pontos. Valentino Rossi

sem pontuar. A defender, ainda, as

positivas, havia ainda quem não ti-

sido operado a um dos seus dedos

era terceiro com 195 pontos, Viñales

cores da EG 0,0 Marc VDS, o suíço

vesse sequer condições mínimas

da mão esquerda; dedo esse que fi-

quarto com 193 pontos e Álex Rins

apresentou um dos piores desempe-

para lá competir, nomeadamente

cou fraturado na Malásia.

fechava o top cinco com menos 44

nhos de toda a categoria. Ao longo

Tito Rabat. O espanhol sofreu uma

Nos dias que se antecederam à rea-

pontos que o segundo piloto da

de 17 provas, o #12 foi ultrapassado

fratura tripla na sua perna direita em

lização do Grande Prémio da Comu-

Yamaha.

por todos os rookies chegando a Va-

Silverstone e desde então tem esta-

nidade Valenciana, Jorge Lorenzo foi,

Na sua chegada à última corrida do

lência com as mãos completamente

do a recuperar. No entanto, o piloto

naturalmente, um dos destaques

ano, Johann Zarco liderava as con-

vazias – mesmo Xavier Siméon regis-

da Avintia confirmou a sua ausência

deste final de temporada. O espa-

tas de pilotos independentes com

tou um ponto na ronda de Phillip Is-

do Grande Prémio ao mesmo tempo

nhol iria correr em casa depois de

uma vantagem de um ponto para Cal

land quando terminou em 15.º lugar.

que oficializou a sua presença nos

não ter conseguido marcar presen-

Crutchlow. No entanto, o britânico

Oportunidades não faltaram, tanto

primeiros testes oficiais para 2019,

ça nas corridas de Buriram, Motegi,

estava lesionado e acabara por não

que Lüthi terminou em 16.º num to-

depois de já ter testado em Valência

Phillip Island e Sepang. Contudo,

participar nesta última prova. Pe| MOTORCYCLE SPORTS | -9-


GP da Comunidade Valenciana Yamaha Motor Europe

MotoGP

trucci era terceiro a cinco pontos do,

Ao contrário da qualificação, Marc

então, piloto da Tech3. Morbidelli as-

Márquez dominou a sessão de Warm

segurava a liderança do campeonato

Up e isso fez antever uma prova po-

de rookies com 50 pontos conquis-

tencialmente forte para o espanhol.

tados; campeonato esse que ainda

Antes da corrida, o #93 registou uma

estava por decidir uma vez que Ha-

volta em 1:40,154 e criou uma dife-

fizh Syahrin era segundo com menos 10 pontos que o pupilo de Valentino

Valentino Rossi

rença de pouco mais de oito décimas para Aleix Espargaró e a sua Aprilia

Rossi.

RS-GP. Valentino Rossi fez o tercei-

O arranque deste fim de semana não

ro melhor tempo numa manhã onde

foi deveras fácil. A primeira sessão de

não melhorou o seu tempo do FP1.

do 16.º posto – literalmente atrás do

o traçado continuava a ser alvo de

treinos começou por ser interrom-

Ainda assim, o piloto da Honda ficou

seu ex-companheiro de equipa.

chuva.

pida nos primeiros minutos graças

com o segundo melhor tempo com

Já o Q2 trouxe alguns momentos

Contudo, o momento mais alto do

à chuva que decidiu estar presente.

Dovizioso (1:39,800) a ser terceiro

mais arrepiantes. Logo no início da

fim de semana seria o Grande Pré-

Com 37 minutos para a bandeira de

após uma volta 0,088s mais lenta que

sessão, Marc Márquez sofreu uma

mio que, por sua vez, foi bastante

xadrez,

Márquez liderava a tabe-

a do #9. Jack Miller fez o quarto me-

queda na quarta curva do traçado

animado. Após o apagar das luzes,

la com uma volta em 1:50,029. No

lhor tempo combinado (1:38,873),

valenciano e desde então apresen-

Álex Rins fez o holeshot da corrida

entanto, depois de tudo ter voltado

Zarco foi quinto (1:40,141) e Valen-

tou algumas queixas físicas no seu

deixando Maverick Viñales – aquele

à normalidade, a bandeira verde foi

tino Rossi (1:40,750), assim como

ombro esquerdo. Apesar do sucedi-

que arrancou da pole – atrás de si. A

mostrada e vários pilotos consegui-

Jorge Lorenzo (1:41,026), ficaram

do, o campeão dirigiu-se à sua gara-

partir do primeiro momento, o pilo-

ram lutar pela melhor volta da ses-

de fora do apuramento direto para

gem e retomou os seus trabalhos em

to da Yamaha discutiu posição com

são. No final de contas, Márquez

o Q2. O piloto da Yamaha fez o 14.ª

pista. No seio desta agitação, Jack

Andrea Dovizioso numa altura em

retornou ao topo com uma volta em

melhor tempo, enquanto que Loren-

Miller aproveitou para se colocar na

que Pol Espargaró e Marc Márquez

1:39,767.

zo foi o 17.º mais competitivo.

pole position provisória, mas o aus-

batalhavam pelo primeiro posto de

As bases estavam assim estipuladas e

Apesar do FP4 não contar para o

traliano acabou por não conseguir

fora do pódio.

as sessões que se seguiram serviram

apuramento para a segunda sessão

fazer frente aos mais fortes na parte

Com o placard a registar 25 voltas

para melhorar o trabalho feito nestes

de qualificação, Marc Márquez não

final.

para o fim, o homem da Suzuki se-

primeiros minutos. A segunda sessão

baixou os braços e fez o melhor tem-

Os primeiros minutos foram bem

guia na dianteira com uma vantagem

de treinos foi, também, alvo de uma

po (1:32,571) numa sessão onde

movimentados com as Ducati a can-

de quase três segundos para Dovi-

bandeira vermelha pelas mesmas ra-

Johann Zarco ficou a meio segundo

didatarem-se à primeira posição para

zioso, momentos antes de Aleix Es-

zões e apesar da forte velocidade de

do seu adversário. A maior surpresa

o arranque da corrida de domingo.

pargaró ser o primeiro atleta a regis-

Márquez, Danilo Petrucci conseguiu

desta sessão foi mesmo Pol Esparga-

No entanto, Maverick Viñales aca-

tar uma queda. Pouco tempo depois,

fazer o tempo mais competitivo. No

ró (1:33,219) que colocou a sua KTM

bou por se colocar na pole depois

Viñales começou a perder posições

final, o italiano apresentou um re-

RC16 no terceiro lugar. Aleix Espar-

de não ter melhorado a sua volta de

– o que deixou Espargaró e Márquez

gisto em 1:41,318, ficando à frente

garó (1:33,284) e Andrea Dovizioso

1:31,312. Apesar de ter estado em

a discutirem o terceiro lugar.

do #93 por uma diferença de quatro

(1:33,577) fecharam o top cinco.

risco de perder a primeira posição da

Rins continuava na frente da prova a

décimas numa sessão onde Valenti-

A primeira sessão de qualificação se-

grelha de partida, Viñales acabou por

aumentar a diferença para os restan-

no Rossi foi terceiro a 0,763s do seu

ria a oportunidade de ouro para Jorge

ficar à frente de um Álex Rins que

tes, ao mesmo tempo que as quedas

compatriota.

Lorenzo e Valentino Rossi subirem ao

também se mostrou extremamente

continuavam a acontecer. Entretan-

Depois de um FP2 com voltas bas-

Q2. No entanto, o piloto mais veloz

rápido. Com uma volta 0,080s mais

to, o piloto foi perdendo terreno que

tante difíceis, a terceira sessão de

foi Andrea Iannone com um tempo

lenta que Viñales, Andrea Dovizio-

outrora tinha conquistado e a corrida

treinos livres colocou os tempos em

de 1:31,382 enquanto que Maveri-

so terminou a 0,012s do piloto da

foi interrompida dadas as condições

linha com o FP1 no qual Petrucci

ck Viñales foi segundo (1:31,858) e

Suzuki. Danilo Petrucci fez o quarto

do circuito. Devido ao facto de os

repetiu o feito da segunda sessão.

o último a conseguir garantir passa-

melhor tempo, Márquez concretizou

atletas não terem completado mais

Com um registo de 1:39,712, o pi-

gem para a sessão seguinte. Desta

a quinta melhor volta – com um dife-

do que três quartos da prova, esta

loto da Alma Pramac Racing fez o

forma, ao ser o terceiro melhor atleta,

rencial de 0,130s – e Pol Espargaró

acabou por ser retomada mais tarde.

melhor registo combinado ao mesmo

Lorenzo soube que iria partir do 13.º

foi uma das grandes surpresas ao fe-

Perante o sucedido, a grelha de parti-

tempo que Marc Márquez (1:39,767)

lugar enquanto que Rossi arrancaria

char os acessos à segunda linha.

da iria, assim, estar de acordo com as

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posições que os pilotos tinham mar-

ta de um excelente resultado.

nheiro de equipa. Por fim, Álex Rins

carreira. Takaaki Nakagami cessou

cado no final da volta 13. Nesta fase,

‘Foi uma corrida de loucos. No início,

manteve a última posição do top cin-

o ano com 33 pontos totais, Xavier

haveria por completar um total de 14

na primeira parte, não tinha grandes

co ao conseguir mais 20 pontos. No

Siméon acumulou apenas um ponto

voltas onde Rins partiu da pole po-

sensações e o Rins começou tão ve-

final de contas, o atleta que continua

enquanto que Tom Lüthi se despediu

sition. Dovizioso seguiu o espanhol,

loz que não o consegui acompanhar.

a defender as cores da Suzuki para

da categoria rainha sem nunca ter

Rossi era terceiro e Pedrosa estava

Depois disso, passo a passo fui sen-

2019 fechou a temporada com um

disputado este campeonato com os

no quarto lugar. Johann Zarco fecha-

do cada vez mais veloz. Estou orgu-

diferencial de 152 pontos para Már-

nomes anteriormente referidos.

va os acessos ao top cinco enquanto

lhoso por não cair na primeira fase da

quez.

Relativamente às fabricantes, a Hon-

que Márquez já tinha abandonado a

corrida porque havia muita água em

No que respeita à classificação de

da voltou a terminar o ano com mais

corrida graças a uma queda.

pista. Para a segunda corrida fizemos

pilotos independentes, Johann Zar-

um título em sua posse. A Ducati foi

Com esta segunda partida, Rins vol-

algumas mudanças na moto, colocá-

co foi o grande vencedor. O francês

a segunda melhor força ao terminar o

tou a colocar-se à frente do toda a

mos pneus novos. Senti-me muito

terminou o ano com 158 pontos e

campeonato com 40 pontos de atra-

gente com Dovizioso e Rossi a per-

bem, a moto esteve muito bem e

uma diferença de apenas dez pontos

so para a marca nipónica, enquanto

seguirem o espanhol. Apesar de ro-

consegui forçar o ritmo como quis e

para o lesionado Cal Crutchlow. Da-

que a Yamaha ficou a 94 pontos do

dar no segundo lugar, DesmoDovi

foi demasiado para os nossos rivais.

nilo Petrucci foi terceiro a 14 pontos

topo. A Suzuki terminou em quarto

assumiu instantaneamente o modo

É bom acabar assim a temporada’, ar-

do #5, enquanto que Álvaro Bautis-

a 142 pontos da Honda, enquanto

de ataque para deixar o líder atrás de

gumentou em parque fechado logo

ta se despediu do MotoGP ao ser o

que a KTM e a Aprilia foram as mais

si numa altura em que Rossi acompa-

após a prova.

quarto melhor piloto independente.

fracas. Em termos de equipas, nada

nhava esta situação de perto.

Depois de se ter completado esta úl-

O espanhol fechou as contas com

mudou no topo da tabela. A Honda

A nove voltas do fim Dovizioso não

tima prova, era altura de olhar para as

66 pontos para Zarco enquanto que

foi, novamente, mais forte com a

poupou esforços para se deixar isola-

contas finais do campeonato. Com a

Jack Miller foi quinto a um ponto de

Ducati e a Yamaha a deterem um di-

do, deixando a sua concorrência mais

sua queda ainda na primeira corrida,

Bautista.

ferencial de 46 e 47 pontos, respeti-

direta a sonhar apenas com o segun-

antes da interrupção, o campeão

Continuando ainda o balanço às

vamente, para a equipa de Márquez

do lugar. Rossi acabou por ultrapas-

manteve os mesmos 321 pontos.

contas finais da temporada, Franco

e Pedrosa. A Suzuki foi a quarta me-

sar o #42 mas quando isso aconte-

Já Andrea Dovizioso reduziu a dife-

Morbidelli foi o Rookie do Ano ao

lhor classificada e a Pramac Racing

ceu o vice-campeão já possuía um

rença de 101 para 76 pontos face a

terminar as 19 provas do calendário

fechou o top cinco.

diferencial de quase dois segundos;

Márquez, ao mesmo tempo que se

com apenas 50 pontos. Nesta fase

Sendo assim, esta foi uma corrida

diferença essa que continuou a au-

afastou de Valentino Rossi. O piloto

final da temporada, e não só, o pu-

que teve um significado bastante

mentar nas voltas seguintes.

da Yamaha não terminou a prova e

pilo de Valentino Rossi disputou o

importante para Dani Pedrosa que

No entanto, Valentino Rossi voltou

fechou este campeonato com 123

título de rookie com Hafizh Syahrin

se despediu do MotoGP, enquanto

a repetir a infelicidade de Sepang

pontos para o seu adversário mais

mas os quatro pontos de diferen-

piloto a tempo inteiro, com um dig-

quando sofreu uma queda na curva

direto, enquanto que Viñales ficou a

ça foram suficientes para o italiano

no quinto lugar. Com o fechar deste

12 a cinco voltas do fim. Tal acon-

meros cinco pontos do seu compa-

conquistar mais um belo feito na sua

capítulo o #26 terminou a temporawww.suzuki-racing.com

tecimento deixou Rins em segundo e Pol Espargaró em terceiro. Até à bandeira de xadrez não houve mais surpresas e Dovizioso fechou o ano da melhor forma ao conseguir a sua

da em 11.º lugar, sendo este o único ano em que o espanhol terminou fora do top dez – o seu pior ano foi 2001 quando chegou às 125cc e conseguiu terminar em oitavo da ge-

quarta vitória da temporada, numa

ral ao registar dois terceiros lugares.

corrida onde a KTM subiu ao pódio

Além disso, a temporada de 2018 foi

pela primeira vez desde que chegou

aquela em que o piloto não conquis-

ao MotoGP em 2017.

tou qualquer pódio e qualquer pole

Ao vencer pela primeira vez em Va-

position, igualando as temporadas

lência – o seu melhor resultado foi

de 2016 e 2001. Independentemen-

um segundo lugar ainda nas 125cc

te de tudo, Pedrosa deixará um es-

em 2004 – Dovizioso afirmou que as alterações feitas para a segunda corrida foram essenciais para a conquis-

Álex Rins

paço vazio no MotoGP; espaço esse que só se sentirá realmente no início do GP do Qatar. | MOTORCYCLE SPORTS | -11-


Moto2

GP da Comunidade Valenciana

Miguel Oliveira despede-se do Moto2 com triunfo sob condições adversas Tal como na categoria de MotoGP,

Miguel Oliveira

- Esta é a minha última corrida com a família Red Bull KTM Ajo. Foram três

cia já com o campeão descoberto.

anos incríveis ao lado deles. Por um

David Goldman - Gold and Goose Photography

a classe intermédia chegou a ValênFrancesco Bagnaia levantou o título mundial de Moto2 em Sepang depois do italiano ter terminado na terceira posição numa corrida vencida por Miguel Oliveira. Para que a luta tivesse que chegar à última corrida, o pupilo de Valentino Rossi teria que ter terminado a prova fora do pódio mas isso

lado, estou triste por deixar uma família e uma equipa que me deu tantas vitórias e tantos pódios. Por outro, estou empolgado por enfrentar uma nova classe e um novo desafio; todos sonham em competir no MotoGP. Espero desfrutar em Valência e, acima de tudo, deixar a equipa com outra vitória. Valência é um

acabou por não acontecer. Por isso,

circuito que se adequa muito bem quer

Valência seria a oportunidade e o lo-

à KTM, quer à minha pilotagem. Iremos

cal ideal para Miguel Oliveira celebrar

perseguir esse último triunfo e o título de

o título de vice-campeão numa pista

equipas no domingo. Quero agradecer à

onde o português contou com uma

Red Bull KTM Ajo por estas temporadas

forte legião de fãs.

em conjunto e estou orgulhoso pelo óti-

Contudo, entre o fim da jornada asiá-

mo trabalho que fizemos com a moto de

tica e o início do último fim de sema-

da final, foi o facto de Lukas Tulovic ter

melhor homem ao ter menos de 71

Moto2 da KTM num espaço de tempo

na de corridas, o paddock assistiu a

sido anunciado como a próxima apos-

pontos para o seu companheiro de

tão curto.

algumas novidades no que concerne

ta da Kiefer Racing. Depois de Domi-

equipa enquanto que detinha uma

Desde o FP1 que os pilotos não ti-

ao futuro de equipas e pilotos. Uma

nique Aegerter ter estado abaixo do

vantagem de 39 pontos para o quarto

veram as melhores condições à sua

das primeiras novidades que apare-

rendimento esperado – a dada altura

classificado: Lorenzo Baldassarri. Álex

disposição, uma vez que a chuva foi

ceu logo após Sepang foi o possível

do ano o piloto ficou sem agente e

Márquez fechava o top cinco com um

sempre uma variável a ter em conta.

regresso de Romano Fenati, aliado à

isso fez com que o suíço ficasse mais

atraso de cinco pontos para o #7.

Ainda assim, Miguel Oliveira conse-

desistência da Marinelli Snipers Team

atarefado – a equipa decidiu apostar

Miguel Oliveira chegou a Valência

guiu fazer o terceiro melhor tempo

no que concerne ao Moto2. Depois

no jovem de 18 anos enquanto que

sem nada a provar! O português per-

(1:47,617) numa sessão onde Iker

do comportamento do piloto em Mi-

Aegerter acabou por rumar, mais tar-

deu a luta para com Francesco Bag-

Lecuona dizimou a concorrência com

sano e da morte do principal patroci-

de, à MV Agusta Forward Racing.

naia na ronda anterior e isso acabou

um registo em 1:46,705. Álex Már-

nador da equipa, a estrutura italiana

Depois do mundial ter ficado decidi-

por ser um ponto positivo, no senti-

quez foi segundo assegurando uma

decidiu dar um passo atrás e focar-se

do, as contas pelas primeiras posições

do de permitir ao #44 lutar pela vi-

vantagem de 0,114s para o portu-

apenas no Moto3 em 2019. A inten-

da tabela estavam, também, pratica-

tória em Valência sem qualquer tipo

guês.

ção passaria, então, por regressar à

mente fechadas. Bagnaia chegou à úl-

de pressão. Dias antes da sua última

Na segunda rodada de treinos, Le-

classe intermédia em 2020 de forma

tima pista do calendário com um total

corrida de Moto2, Oliveira admitiu

cuona voltou a colocar a sua KTM no

sustentável e bem preparada.

de 304 pontos conquistados e uma

oficialmente ter estado a viver uma

topo da tabela. Niki Tuuli foi segundo,

Outra novidade que ganhou desta-

diferença de outros 32 para Miguel

mistura de sentimentos antes de in-

Baldassarri terceiro e Oliveira não foi

que nos dias que antecederam a ron-

Oliveira. Brad Binder era o terceiro

gressar no pináculo do motociclismo:

além do sexto registo. Contudo, o jo-

-12- | MOTORCYCLE SPORTS |


Gareth Harford - Gold and Goose

vem da Charneca da Caparica manteve o terceiro melhor tempo do dia uma vez que os tempos pioraram em quase dois segundos para o FP2. A terceira sessão não foi de todo diferente e, tal como no FP1, Miguel Oliveira voltou a fazer o terceiro tempo ficando atrás de Xavi Vierge e Sam Lowes. Com o final das três sessões,

o apagar das luzes e Oliveira fez um

condições não eram as melhores e as

nato. Desta forma, o campeão ter-

Lecuona foi rei e senhor sobre o asfal-

arranque competitivo. Joan Mir, Lo-

quedas foram aparecendo. No total,

minou o ano com 306 pontos e uma

to valenciano enquanto que Oliveira

renzo Baldassarri e Luca Marini caí-

registaram-se onze quedas e ainda

diferença de outros nove para Miguel

perdeu o terceiro lugar para Vierge já

ram na curva dois, o que acabou por

assim Oliveira manteve-se firme num

Oliveira. Brad Binder concluiu os tra-

no FP3.

prejudicar alguns dos pilotos que es-

asfalto molhado e carente de melho-

balhos no terceiro da geral, mas com

Com as condições a melhorarem para

tavam em pista e que não sofreram

res condições… Apenas um erro afas-

um diferencial de 105 pontos para o

a qualificação, o #44 viu outros pilo-

qualquer tipo de queda, como foi o

tava Oliveira da vitória, mas esse erro

pupilo de Valentino Rossi. Com a que-

tos a lutarem pelos acessos à primeira

caso de ‘Pecco’ Bagnaia. Por outro

felizmente nunca apareceu, pelo que

da registada na primeira volta, Loren-

linha de partida enquanto que o pró-

lado, Miguel Oliveira colou-se à se-

o #44 fechou um capítulo da sua car-

zo Baldassarri perdeu o quarto lugar

prio português ficou um pouco mais

gunda posição com o olhar focado em

reira com bastante tranquilidade.

para Álex Márquez e ficou a meros 11

atrás. Luca Marini foi um dos homens

Xavi Vierge que procurava aumentar a

Para Miguel Oliveira esta vitória foi a

pontos do #73 e a 162 pontos do seu

a conseguir chegar bem longe, uma

pouca diferença que tinha para o pe-

forma ideal de fechar uma fase posi-

compatriota.

vez que o meio-irmão de Valentino

lotão que o perseguia.

tiva da sua carreira, numa altura em

Já o campeonato de rookies não teve

Rossi tinha feito o 25.º melhor tempo

Pouco tempo depois o #44 ultrapas-

que o #44 se preparava para os testes

tanta animação como o campeonato

combinado. Vierge manteve o ‘ímpe-

sou o piloto da Dynavolt Intact GP e

de MotoGP.

individual de pilotos. Joan Mir fechou

to’ que mostrou na terceira sessão e

acabou por imprimir uma velocidade

‘Foi sem dúvida uma boa maneira de

as contas com 155 pontos de dife-

fez o segundo melhor tempo enquan-

bem forte, ritmo esse que apenas

acabar a carreira na Moto2. Eu tinha

rença enquanto que Romano Fenati

to que Marcel Schrotter foi terceiro.

Álex Márquez conseguiu fazer frente.

dito que queria lutar aqui pela vitó-

foi segundo com apenas 14 pontos

Por outro lado, Miguel Oliveira não

Algumas voltas mais tarde, o irmão

ria. As condições estiveram matreiras

conquistados até Misano. Joe Roberts

manteve a competitividade que tinha

do campeão do mundo de MotoGP

para todos. Hoje parece-me que não

terminou em terceiro e Bo Bendsney-

demonstrado em piso molhado, mas

saltou para a liderança e afastou-se

foi o dia para ser o mais veloz, mas sim

der foi o último a conseguir entrar nos

isso acabou por não ser um impedi-

do português ao apresentar um ritmo

o mais regular. Senti-me bem na moto

pontos.

mento para sonhar mais alto na cor-

relativamente melhor. A diferença foi

e a cada volta a pista foi ficando cada

A Kalex foi a construtora mais regular

rida. Aos comandos da sua KTM, o

aumentando e a vitória parecia es-

vez mais seca e isso fez com que os

ao longo de todo o ano com a marca

atleta que transportou ‘A Portuguesa’

tar praticamente entregue ao #73.

pneus ficassem mais quentes, o que

alemã a despedir-se de Valência com

ao longo de 19 corridas fez o décimo

Contudo, este acabou por cometer

tornava mais fácil cair e cometer er-

407 pontos. Naturalmente, a KTM

tempo da qualificação e colocou-se

um erro e perdeu a frente na última

ros. Percebi isso quando o Márquez

terminou no segundo lugar com me-

na quarta linha de partida para o GP

curva. Oliveira aproveitou, liderou a

caiu à minha frente. Mantive o meu

nos 62 pontos enquanto que a Speed

da Comunidade Valenciana.

corrida e nunca mais largou a dian-

ritmo durante as últimas voltas e de-

Up se apresentou como a terceira

Antes da prova final, os pilotos ti-

teira. Já Márquez retomou à pista na

pois abrandei. (…) Ficar em segundo

marca mais competitiva.

veram direito a rodar mais algumas

terceira posição e passou a ser per-

no mundial e vencer a última corrida

No entanto, e apesar da Kalex ter

voltas no Warm Up. Nesta última

seguido por Mattia Pasini, enquanto

do ano é sem dúvida o que pretendía-

triunfado, a equipa da KTM foi a que

oportunidade de afinar os restantes

que Iker Lecuona pilotava no segunda

mos, estou contente por todos nós’,

mais pontos recolheu ao longo de to-

pormenores, Sam Lowes foi o melhor

posto após ter beneficiado da queda

disse o piloto aos microfones do site

das as corridas com um total de 498

piloto aos comandos de uma KTM

de Vierge.

oficial do MotoGP.

pontos. A SKY Racing Team VR46 foi

enquanto que este teve a companhia

Com o completar das restantes vol-

Com o final da prova e do respeti-

a segunda estrutura mais consistente

das duas Kalex de Márquez e Tuuli.

tas, a bandeira de xadrez acabou por

vo campeonato, as contas ficaram

ao acumular menos 45 pontos que a

Oliveira foi quarto a pouco mais de

ser mostrada e o pódio ficou inalte-

seladas. Bagnaia fechou a ronda de

sua principal força inimiga enquanto

quatro décimas para o britânico.

rado com Pasini e Remy Gardner a

Valência em 14.º lugar e conquistou

que a EG 0,0 Marc VDS terminou no

Entretanto, a corrida começou com

fecharem o top cinco. Em resumo, as

apenas dois pontos para o campeo-

terceiro posto a 170 pontos do topo. | MOTORCYCLE SPORTS | -13-


Moto3

GP da Comunidade Valenciana

Can Öncü fez história ao derrotar tudo e todos em estreia espetacular

As condições estavam bem matreiras e alguns dos pilotos terminaram a

Friedemann Kirn,Two World Media

sua corrida antes do tempo, como foi

Tal como nas anteriores categorias, o Mundial de Moto3 chegou à última ronda do campeonato com as contas praticamente decididas. Jorge Martín conquistou o título com 240 pontos após ter vencido o GP da Malásia

o caso de Kaito Toba e Dennis Foggia. Numa altura em que Arbolino liderava com dois segundos e meio para Öncü, Fabio Di Giannantonio, Jorge Martín e John McPhee completavam o top cinco. Com uma dúzia de voltas para a ban-

numa prova onde Marco Bezzecchi

deira de xadrez, o líder sofreu uma

não foi além do quinto lugar. Esse re-

queda e o turco, que se estreava no

sultado deixou o italiano a 26 pontos

Mundial, saltou para a dianteira da

de diferença para o espanhol e em

corrida. Entretanto, Bezzecchi voltou

possível posição de perder o vice-

a conhecer o sabor da gravilha valen-

-campeonato. Nada estava decidido

Marco Bezzecchi, Can Öncü, John McPhee

neste sentido pois Fabio Di Giannan-

ciana quando caiu uma segunda vez. Depois disso, o italiano voltou à cor-

tonio detinha menos nove pontos

rida, mas passou pela via das boxes

que Bezzecchi.

o que deixou o #12 no último lugar.

Assim como nos treinos das outras

Bezzecchi, fechando os treinos com

Com a grelha definida, os pilotos

A nove voltas do fim, Öncü liderava

duas categorias, os pilotos de Moto3

a 19.ª melhor volta.

completaram a sessão de Warm Up

com sete segundos de vantagem e

não se viram livres das dificuldades

Com o final dos treinos, o foco dos

que decorreu na manhã de domingo.

estava cada vez mais perto de fazer

que a chuva preparou. A primeira

pilotos estava agora na qualificação.

Nessa altura, Bezzecchi voltou ao

história. O tempo foi passando e o

sessão começou com condições ad-

Sendo esta uma sessão com o piso

topo da tabela depois de ter realiza-

#61 cruzou mesmo a meta na pri-

versas onde o mais veloz foi Nakarin

mais seco, os atletas foram capazes

do a sua melhor volta em 1:50,712,

meira posição. Jorge Martín recu-

Atiratpuvhapat (1:52,782), enquanto

de melhorar consistentemente os

enquanto que Enea Bastianini e Lo-

perou e terminou em segundo com

que Alonso Lopéz bateu o tempo do

seus tempos, sendo Tony Arbolino

renzo Dalla Porta mostraram a força

John McPhee a fechar o pódio. Di

tailandês ao marcar uma volta em

aquele que chegou mais longe. Aos

da Leopard Racing ao ficarem atrás

Giannantonio foi quarto, Bastianini

1:51,873. Em ambas as sessões, os

comandos da sua Honda, o italiano

do italiano. Face a um desempenho

quinto e Jaume Masiá foi o sexto

pilotos nunca tiveram contacto com

da Marinelli Snipers Team foi o úni-

mais tremido na sessão de qualifica-

mais veloz.

piso seco e isso perdurou ao longo

co a rodar no segundo 46 (1:46,773)

ção, Jorge Martín apresentou resul-

Após o final de mais uma jornada era

do fim de semana.

conseguindo criar uma diferença de

tados ao marcar o sexto registo.

altura de olhar para as tabelas uma

No entanto, o FP3 foi aquele que

duas décimas e meia para Nakarin

Por ter feito o melhor tempo na qua-

última vez. Jorge Martín fechou um

melhores tempos apresentou, uma

Atiratpuvhapat. O tailandês foi, natu-

lificação, Tony Arbolino arrancou da

capítulo da sua carreira com um total

vez que todos os pilotos bateram os

ralmente, o mais veloz dentro do se-

pole position e conseguiu o holeshot

de 260 pontos conquistados depois

seus registos pessoais de sexta-feira.

gundo 47 (1:47,017) ficando à frente

metros depois. Por outro lado, Dalla

de ter terminado o GP da Comuni-

Assim, a terceira e última dose de

de John McPhee.

Porta sofreu uma queda na volta

dade Valenciana no segundo lugar.

treinos definiu totalmente a tabela de

Can Öncü ainda tentou chegar a um

inaugural terminando prematura-

Fabio Di Giannantonio beneficiou da

tempos combinados onde Bezzecchi

lugar na primeira linha, mas o turco

mente a temporada deste ano.

queda de Bezzecchi e subiu ao se-

– o único a colocar-se no top3 em

não foi além do quarto posto. Arón

Arbolino continuou na dianteira da

gundo posto da geral com um dife-

todas as sessões – fez a melhor vol-

Canet terminou em quinto ao ser o

corrida e tinha em Marco Bezzecchi

rencial de 42 pontos para o seu com-

ta do fim de semana (1:49,406) até

último dos homens a rodar a me-

e Can Öncü os seus principais adver-

panheiro de equipa. Assim, o italiano

ao momento. Enea Bastianini ficou

nos de um segundo de Arbolino. Já

sários. No entanto, Bezzecchi per-

perdeu a luta pelo vice-campeonato

atrás do seu compatriota (1:49,793)

Marco Bezzecchi foi o responsável

deu o controlo da sua moto na curva

e fechou o top três do mundial com

e foi o último a rodar no segundo

por fechar os acessos à segunda li-

quatro e colocou-se em posição de

apenas quatro pontos para Di Gian-

49, enquanto que Tony Arbolino não

nha de partida ao fazer uma volta

perder, também, o vice-campeonato.

nantonio. Enea Bastianini assegurou

foi além dos 1:50,041. Jorge Martín

em 1:47,776, enquanto que Jorge

Face a essa possibilidade, o ‘discípulo’

o quarto lugar e Dalla Porta a quinta

– que não marcou presença no FP1

Martín fez o 13.º melhor tempo

de Valentino Rossi regressou à cor-

posição, enquanto que Jaume Masiá

– terminou a quase 1,6 segundos de

(1:48,124).

rida.

foi o ‘Rookie do Ano’.

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MotoGP

Plantel para 2019 TEXTO: Gonçalo Viegas

As mudanças na grelha de partida para 2019 Lukasz Swiderek/Mateusz Jagielski/PSP

Jorge Lorenzo é a maior novidade onde poucas foram as equipas que mantiveram os seus pilotos Depois do final do GP de Valência, as equipas de MotoGP focaram-se, mais do que nunca, em facilitar o arranque da pré-temporada seguinte; arranque esse que aconteceu no próprio traçado de Cheste alguns dias após o final do campeonato.

ceu o The Maniac. Para o lugar do italiano, a estrutura de Hamamatsu apostou em Joan Mir que foi o piloto revelação da categoria de Moto2. A Red Bull KTM Factory Racing olha para 2019 como um ano de con-

Com essa mudança, verificaram-se

tinuidade e foi por isso mesmo que

diversas alterações no que con-

a equipa austríaca decidiu manter

cerne à composição da grelha de

Pol Espargaró que terminou a ronda

partida, sendo que apenas duas eq-

Jorge Lorenzo

uipas mantiveram o seu line-up de

de Valência ao conseguir o primeiro pódio da sua carreira de MotoGP,

pilotos para 2019.

assim como o primeiro top3 da

A Repsol Honda Team foi a melhor

KTM. Bradley Smith teve melhores

estrutura de todo o campeonato de

diferente.

seguinte temporada depois dos

resultados face ao ano de 2017 –

2018. No entanto, isso não impediu

Já a Ducati perdeu bastante ao

dois pilotos terem renovado os

o primeiro da KTM na categoria

em nada que a equipa de fábrica da

deixar um piloto seu mudar-se para

seus contratos antes do arranque

rainha – mas isso não foi suficiente

Honda mudasse um dos seus pilo-

a sua principal adversária. No en-

do campeonato, em Losail.

para manter o britânico na estrutu-

tos: Dani Pedrosa. O espanhol fez

tanto, a marca italiana está conven-

A Team Suzuki Ecstar seguiu as

ra. Por isso, Smith rumou à Aprilia

uma das suas piores temporadas

cida de que tem tudo para conquis-

pisadas da Honda e da Ducati ao

para ser piloto de testes enquanto

desde que chegou ao circuito mun-

tar o mundial de 2019 e para tal

manter apenas um dos seus dois

que passou a defender as cores da

dial, em 2001, ao não conquistar

depositou toda a sua confiança em

pilotos, nomeadamente Álex Rins

One Energy Racing no MotoE. No

um único pódio e uma única pole

Andrea Dovizioso e Danilo Petruc-

que terminou o ano no quinto lugar

que respeita à segunda força da es-

position em 2018.

ci. Enquanto que o foco de ‘Desmo-

da geral. Apesar do espanhol ter fi-

trutura austríaca, esta apostou em

De forma a querer aumentar a

Dovi’ está totalmente dirigido para

cado atrás de Iannone no final da

Johann Zarco. O francês tem-se

fasquia e de aproveitar uma opor-

a luta pelo campeonato, Petrucci é,

primeira metade do campeonato, a

vindo a mostrar competitivo des-

tunidade única, a fábrica com sede

assumidamente, a segunda força da

verdade é que a relação entre Rins

de que chegou ao MotoGP, tendo

em Minato apostou fortemente em

Ducati, pelo que terá de apoiar o

e a Suzuki sempre foi saudável. O

fechado a temporada passada no

Jorge Lorenzo numa altura que este

#04 em tudo o que for preciso.

mesmo não se pode dizer de Ian-

sexto lugar e com o título de mel-

começou a mostrar-se competitivo

Por outro lado, a Yamaha foi a ter-

none com o italiano a passar um

hor piloto independente do ano.

na Ducati. Do outro lado da gar-

ceira melhor força da tempora-

mau bocado em 2017…

A Aprilia foi a pior fabricante com

agem, e apesar dos rumores que o

da passada apesar de apenas ter

Os ânimos acalmaram-se e o piloto

a fábrica de Noale a terminar atrás

ligaram à KTM, Márquez renovou o

conseguido uma vitória, em Phil-

mostrou um andamento compet-

da KTM por uma diferença de 13

seu contrato com a Honda, o que

lip Island, com Maverick Viñales.

itivo logo no início da temporada,

pontos. A marca italiana não con-

não serviu de impedimento para

A equipa japonesa é das poucas

mas a falta de melhores resultados,

seguiu fechar o campeonato com

Lorenzo querer aceitar um desafio

que mantém o seu line-up para a

apesar dos três pódios, não favore-

os seus dois pilotos dentro do top

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Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa

@Jesus Robledo/@Jaime Olivares Camps GGPP 2019

Marc Márquez

Andrea Dovizioso

15, onde Aleix Espargaró foi o 17.º

Rookie do Ano.

up para 2019. A Ángel Nieto Team

ter em Morbidelli um piloto capaz

melhor piloto enquanto que Red-

Com o bom desempenho que o

apresentou

tímidos

de disputar o título de piloto inde-

ding terminou na 21.º posição da

francês tem feito desde que che-

independentemente do facto de

pendente com o francês a batalhar

geral. Face aos resultados obtidos,

gou ao MotoGP, Zarco ascendeu

ter conseguido pontuar em quase

entre os rookies.

o espanhol permaneceu na equipa

à equipa oficial da KTM enquanto

todas as corridas – Termas de Rio

O ano de 2017 foi bastante difícil

enquanto que Redding se mudou

que Syahrin permaneceu no mes-

Hondo e Le Mans foram a exceção.

para a EG 0,0 Marc VDS, uma vez

para o Campeonato Britânico de

mo lugar. No entanto, para o ano de

No campeonato de 2018, a estru-

que a estrutura teve um final de

Superbike.

2019, o malaio terá Miguel Oliveira

tura espanhola subiu ao top cinco

história semelhante ao da Ángel

A Alma Pramac Racing foi a melhor

como companheiro de equipa, isto

um par de vezes graças ao bom de-

Nieto Team. A equipa de Marc Van

equipa independente do campe-

após o piloto português ter discuti-

sempenho de Álvaro Bautista nas

der Straten teve um arranque rel-

onato! Apesar de não ter igualado

do o título de Moto2 até à corrida

rondas de Sachsenring e Motegi.

ativamente tranquilo, mas a partir

os quatro pódios de 2017, Petrucci

de Sepang com Francesco Bagnaia.

No final, Bautista foi o 12.º melhor

de Jerez o clima dentro da equipa

subiu ao top três na corrida de Le

Depois

de

classificado com Karel Abraham a

mudou significativamente… e para

Mans antes de ter assegurado lugar

2016 e 2017 onde teve apenas

ocupar a 23.º posição da geral. Para

pior! Michael Bartholemy acabou

na equipa oficial da Ducati. Com

Cal Crutchlow como piloto, a LCR

o ano de 2019, a Ángel Nieto Team

por ser afastado logo após a primei-

a saída do italiano, a estrutura de

começou a última temporada com

decidiu focar-se no Mundial de

ra ronda europeia depois de supos-

Paolo Campinoti assinou contrato

uma segunda força: Takaaki Nakag-

Moto2 deixando a categoria máx-

tas declarações feitas em pleno GP

com Francesco Bagnaia enquanto

ami. A finalidade da equipa satélite

ima, onde a Petronas Yamaha SRT

de Espanha. Daí em diante, Franco

que manteve Miller na equipa de-

da Honda era ter Crutchlow a lutar

foi a equipa que ocupou as duas va-

Morbidelli e Tom Lüthi deram o

pois deste ter feito a pole no singu-

pelo título de piloto independente

gas da estrutura de Jorge Martínez

melhor de si sem saberem qual seria

lar GP da Argentina.

enquanto que o japonês se focava

Aspar. Face ao sucedido, Bautista

o futuro da sua equipa. O pupilo de

A Tech3 teve uma das temporadas

na batalha de Rookie do Ano. As

rumou ao Mundial de Superbikes

Rossi manteve-se no MotoGP en-

mais únicas de toda a sua história

pretensões não passaram a con-

através da Ducati enquanto que

quanto que Lüthi voltou ao Moto2

depois de ter perdido Folger an-

quistas graças a uma lesão contraí-

Abraham assinou contrato com a

depois de uma temporada sem con-

tes dos testes de Sepang e de ter

da por Crutchlow em Phillip Island.

Reale Avintia Racing.

seguir qualquer ponto.

oficializado a não renovação do

Apesar de Zarco e Petrucci terem

Perante todas estas mudanças, a

Por fim, a Reale Avintia Racing foi

contrato com a Yamaha. A relação

ficado com o trabalho facilitad, o

Petronas Yamaha SRT chegou aos

a pior equipa de todo o campeona-

com os nipónicos que começou em

#35 fechou as contas com o segun-

testes de Valência com a intenção

to. Tito Rabat foi conquistando di-

2001 terminou no GP de Valência,

do lugar de independentes – ficou

de dar suporte à marca nipónica

versos pontos até à prova no Red

uma vez que a equipa de Hervé

a 10 pontos do vencedor – e num

enquanto que os seus pilotos tra-

Bull Ring, fechando a 11.ª prova do

Poncharal assinou contrato com a

honroso sétimo lugar da geral. Do

balhavam sobre as primeiras im-

campeonato no 14.º lugar da geral,

KTM. Apesar das mudanças que

outro lado da garagem, Nakagami

pressões da nova moto. Para fazer

mas uma lesão em Siverstone fez

foram sendo planeadas ao longo

perdeu significativamente terreno

frente a uma temporada desafiante,

com que o espanhol dissesse um

do ano, Johann Zarco foi o melhor

para Morbidelli e Syahrin ao longo

a equipa privada escolheu Franco

adeus prematuro à temporada. Ain-

piloto independente com Hafizh

do decorrer da competição. Apesar

Morbidelli – pupilo de Valentino

da assim, Rabat manteve-se na eq-

Syahrin a perder a luta para Franco

de todos os azares, a LCR foi uma

Rossi – e Fabio Quartararo. Com

uipa enquanto que Xavier Siméon

Morbidelli na disputa pelo título de

das equipas a manter o seu line-

estas duas apostas, a finalidade é

deu o lugar a Karel Abraham.

dos

campeonatos

resultados

| MOTORCYCLE SPORTS | -17-


MotoGP

Testes Valência

Gold and Goose Photography

TEXTO: Bernardo Matias

Petronas Yamaha SRT em estreia absoluta (Morbidelli na imagem).

Ligaram-se os motores para 2019 Valência recebeu os primeiros testes de pré-temporada de MotoGP para 2019 com caras novas, estreias e outras novidades.

Como é tradicional no Mundial

ensaios que marcaram, de facto, o

guns pilotos pelas suas novas for-

lo Petrucci debutou na equipa de

de MotoGP, logo depois de ter-

arranque da temporada de 2019.

mações e também foram ensaios

Borgo Panigale na qual rende Jor-

minar uma temporada, a seguinte

Assim, muitas foram as novidades

que marcaram a estreia de uma

ge Lorenzo em 2019. O espanhol,

começa. Assim, dois dias depois

e as caras novas em Valência a 20

equipa completamente nova – fa-

por seu turno, teve o seu primeiro

do Grande Prémio da Comunida-

e 21 de novembro. Foi a primeira

lamos da Petronas Yamaha SRT.

contacto com a Honda. Francesco

de Valenciana, o Circuito Ricardo

hipótese dos rookies terem o con-

Miguel Oliveira fez a tão ansiada

Bagnaia, sucessor de Petrucci, ro-

Tormo voltou a ter ação em pista

tacto com as suas equipas e com

estreia no MotoGP com as cores

dou pela primeira vez com a Pra-

com o primeiro dos dois dias de

a categoria-rainha, a estreia de al-

da Tech3 KTM. Na Ducati, Dani-

mac Ducati, enquanto Joan Mir

-18- | MOTORCYCLE SPORTS |


© KTM Images/Sebas Romero

estreou-se em sessões oficiais de MotoGP pela Suzuki. Johann Zarco rodou com a KTM depois de dois anos com a Tech3 e com motos Yamaha, ao passo que Bradley Smith – de saída dos austríacos – esteve aos comandos a Aprilia (da qual vai ser piloto de testes). Também na equipa de Noale estreou-se Andrea Iannone. A Yamaha Test Team esteve em pista pela primeira vez com Jonas Folger e a Petronas Yamaha SRT fez a sua estreia absoluta com Franco Morbidelli e o rookie Fabio Quartararo. Estes primeiros testes também contaram com uma

Zarco foi o primeiro a fazer tempos

Só com quase duas horas decor-

ausência de peso – o lesionado

nesta pré-época.

ridas é que houve alguém a fazer

Cal Crutchlow foi substituído por

um registo. Tratou-se de Johann

Stefan Bradl na LCR Honda – e

Zarco, que se aventurou na sua

ainda com um regresso: Tito Ra-

– O médico que me opera diz que

O outro dos homens que chegou

KTM para completar uma volta

bat voltou às pistas pela Avintia

normalmente a lesão requer seis ou

magoado aos testes de Valên-

lançada em 1m40,822s antes de

quase três meses depois do grave

sete semanas para curar por com-

cia foi Marc Márquez, também

regressar de imediato às garagens

acidente de Silverstone.

pleto, tens o gesso durante três se-

da Honda, com o seu ombro es-

deixando o traçado valenciano

Dois dos pilotos principais do pe-

manas, eu tirei o gesso após uma

querdo a dar problemas há vários

outra vez vazio.

lotão chegaram a estes primeiros

semana para acelerar a recupera-

meses. O campeão em título co-

Com o passar do tempo, a pis-

testes com mazelas físicas. Loren-

ção e poder tentar competir na Ma-

mentou:

ta acabou por ganhar condições

zo não esteve a 100 por cento na

lásia. Nos últimos dez dias a evolu-

– Sou um dos pilotos que gosta de

que levaram mais pilotos a saí-

estreia com a Honda – a sofrer de

ção da lesão foi muito rápida, como

pilotar durante todo o dia, Valência

rem das boxes. Mesmo assim, a

uma lesão num pé que já o afas-

se pôde ver em piso seco na qualifi-

e Jerez são testes muito importan-

cerca de quatro horas do fim do

tara da fase final da época. Citado

cação consegui fazer um tempo por

tes. Mas tenho de ser preciso, não

dia de trabalhos, ainda nem todos

pelo site Motorsport.com, o espa-

volta respeitável. Todos os dias que

fazer várias voltas, é claro que a mi-

tinham entrado em ação – caso,

nhol afirmou antes dos testes:

passam sinto alguma melhoria.

nha condição física não está a 100

por exemplo, de Miguel Oliveira,

por cento. Portanto não vou fazer

isto numa altura em que Danilo

demasiadas voltas, só experimentar

Petrucci era o líder na frente de

algumas coisas, e é isso.

Pol Espargaró.

LORENZO SÓ PÔDE ASSOCIAR-SE EM PÚBLICO À HONDA EM 2019 Apesar de completar os testes de pré-temporada ao serviço da Honda, Jorge Lorenzo esteve impedido de se pronunciar sobre a sua nova equipa até ao ano de 2019 – uma vez que ainda vigorava o contrato com a Ducati. Com este elemento na equação, o espanhol não pôde associar-se a qualquer marca, o que significa que também não envergou as cores da Honda nos testes de novembro rodando com uma moto e um fato negros.

Quando Oliveira entrou finalmenPrimeiro dia com início tardio

te em pista, fez uma série de voltas

O primeiro dia de testes em Va-

em que melhorou de forma cons-

lência foi fortemente afetado pe-

tante (começou em 1m40,547s e

las condições meteorológicas na

acabou com 1m36,712s), dando

zona do circuito. De manhã o sol

assim os primeiros passos na nova

brilhava mas a temperatura era

categoria e na nova equipa – a

baixa e a pista ainda estava muito

Tech3, que também tinha muito

molhada devido à chuva que caí-

a aprender uma vez que saía de

ra horas antes, o que manteve os

cerca de duas décadas de parceria

pilotos nas boxes durante muito

com a Yamaha para colaborar com

tempo na fase inicial do dia.

KTM. | MOTORCYCLE SPORTS | -19-


Testes Valência Tino Martino/Milagro

MotoGP

Moto2 não deixou os seus créditos em mãos alheias na estreia numa MotoGP e falhou o top dez por pouco mais de uma décima de segundo, dando mostras de uma adaptação rápida à nova realidade. Miguel Oliveira, por seu turno, acabou com o último tempo em 25.º. Apesar da classificação modesta, o luso conseguiu dar mostras de evolução, sobretudo no seu terceiro stint no qual fez cinco voltas lançadas culminando

Vińales, a estrear o #12, na liderança no arranque Viñales mais rápido em dia en-

da pré-temporada.

curtado devido à chuva

com o seu melhor tempo do dia (1m35,118s). Logo à sua frente ficou o colega de equipa Hafizh Syahrin, demonstrando que a

O dia prosseguiu e os tempos

Tech3 tinha um longo caminho

continuaram a baixar. Quando

terceira marca a 0,429s. O melhor

cado ao serviço da recém-forma-

pela frente nesta mudança para

faltava cerca de hora e meia para

homem da Ducati foi Andrea Do-

da Petronas Yamaha SRT.

a KTM.

a bandeira de xadrez, Maverick

vizioso em quarto a apenas uma

Viñales tinha estabelecido pou-

milésima de Il Dottore, enquanto

Bagnaia liderou entre os rookies;

Top cinco do dia:

co antes um tempo de referência

Stefan Bradl deu boas indicações

Oliveira em 25.º.

1.º Maverick Viñales (Yamaha

em 1m31,416s com o qual saltou

na LCR Honda ao ser quinto. Mas

Mais atrás, em 11.º, ficou o me-

Factory Racing) – 1m31,416s

para a frente de Marc Márquez

a grande surpresa acabou por ser

lhor dos rookies, Francesco Bag-

2.º Marc Márquez (Repsol Honda

por 0,302s. O primeiro dos es-

Franco Morbidelli, sexto classifi-

naia. O campeão em título de

carenagem da sua Yamaha. Não muito depois, abateu-se uma chuva constante no Circuito Ricardo Tormo, o que significou o final prematuro dos trabalhos. Depois de um início tardio, pilotos e equipas voltaram a ser atrasados pelo estado do tempo, o que fez com que grande parte deste dia inaugural fosse desperdiçado por razões que, como é óbvio, ninguém pode controlar. Viñales acabou no topo da tabela 0,302s na frente de Márquez, enquanto Valentino Rossi rubricou a

-20- | MOTORCYCLE SPORTS |

Team) – 1m31,718s; + 0,302s 3.º Valentino Rossi (Yamaha

panhóis estreava o número 12 na

Bagnaia foi o melhor rookie no seu primeiro dia em MotoGP.

Factory Racing) – 1m31,845s; + 0,429s


© KTM Images/Sebas Romero

4.º Andrea Dovizioso (Ducati Team) – 1m31,846s; + 0,430s 5.º Stefan Bradl (LCR Honda) – 1m32,015s; + 0,599s […] 25.º Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) – 1m35,118s; + 3,702s As reações ao primeiro dia Nas suas primeiras declarações após comandar o primeiro dia em Valência, Viñales deu conta da sua satisfação com os progressos, apontando a configuração da eletrónica como a sua principal tare-

Oliveira deu os primeiros passos

fa nessa altura:

na KTM Tech3.

– Seguramente fizemos muitos pro-

líbrio da moto porque muda um

gressos. Senti-me muito bem com

bocado, há algumas mudanças no

a moto, experimentámos uma evo-

chassis. […]. Mas só começámos a

lução do motor e senti-me muito

pré-época, portanto tudo é novo,

ral de Il Dottore foi de satisfação

pilotar e podemos ser mais regu-

bem. Ainda precisamos de traba-

há que ir passo a passo’.

após o primeiro dia de trabalhos

lares. Em termos de aceleração é

lhar na aceleração porque o motor

Valentino Rossi pode ter feito o

com 2019 em vista.

mais ou menos igual, pretendemos

é muito diferente do que tivemos

terceiro tempo, o que não é ne-

– A travagem do motor à entrada

algo com um carácter mais suave

na época de 2018. Precisamos de

cessariamente sinónimo de que o

da curva também é nova com esta

para derraparmos menos atrás. Já

seguir em frente, estou feliz. […]

dia tenha sido totalmente satisfa-

versão do motor. É uma ajuda por-

é uma ajuda, mas para mim não

Estou muito feliz com o que temos

tório. Ainda assim, a sensação ge-

que a moto torna-se mais fácil de

chega. Seja como for temos sofrido

agora. Portanto quero fazer voltas e configurar muito bem a eletrónica porque muda muito em pista e ainda temos muito trabalho a fazer, especialmente em aceleração. Na vice-liderança ficou Márquez, que lamentou o pouco tempo em pista: ‘Infelizmente não testámos tudo porque de manhã estava o piso meio molhado, meio seco e depois à tarde começou a chover. Portanto só fizemos 25 voltas. Mas experimentámos três motos diferentes: a atual, uma especificação diferente e a mais antiga também ligeiramente diferente. Foi positivo, na maioria do dia pilotei as motos novas. Ainda há muito trabalho para fazer mas estamos no bom caminho. […] Temos de tentar perceber o equi-

demasiado com o desgaste do pneu

REGRESSO ANTES DO ESPERADO PARA RABAT Cerca de três meses depois das múltiplas fraturas sofridas numa perna devido a um acidente na qualificação do GP da Grã-Bretanha, Tito Rabat voltou à ação. O espanhol da Avintia acabou com um melhor tempo de 1m32,834s, a menos de segundo e meio do topo. Em declarações ao jornal AS, Rabat referiu que ainda sentiu muitas dores e que fez melhor do que o que esperava em termos de registo: – Doem-me as costas e os ombros porque, por muito que treines em casa, se não fizeres MotoGP são músculos diferentes e nunca chegas a essa intensidade. Depois de 36 voltas estava já estourado, mais que o físico é voltar a habituar-te. O importante é que não esperava estar como estive, rodando no 1m32s. Senti-me confortável e bem.

traseiro, ainda que também seja verdade que as condições foram muito más, e por norma os pneus têm problemas nestas condições. Para já parece que, mesmo após poucas voltas, continuamos a derrapar muito. Temos de continuar a trabalhar mas parece que estamos no bom caminho. Já o quarto classificado Andrea Dovizioso comentou: ‘Não conseguimos mesmo começar a comparar o novo material porque começámos muito tarde devido às condições e estávamos prontos a começar com as comparações quando a chuva começou mas não pudemos. É o que é. Fizemos algumas voltas com a moto antiga, só para compreender e criar a base porque não pudemos | MOTORCYCLE SPORTS | -21-


Testes Valência

@Jaime Olivares Camps GGPP 2018

MotoGP

a começar a fazer voltas, portanto estou feliz com isso. É óbvio que fomos muito lentos mas tenho a certeza que tenho tempo para compreender e fazer progressos sólidos. Tempos melhoraram substancialmente no segundo dia Se no primeiro dia no Circuito Ricardo Tormo a ação começou substancialmente atrasada devido ao estado da pista, o segundo dia não correu muito melhor. A chuva das horas anteriores deixou o asfalto molhado e durante largos

Márquez liderou durante algumas horas no segundo

meiras três voltas lançadas che-

minutos ninguém entrou em pista

dia em Valência.

gou ao 1m35s pela primeira vez.

para estabelecer tempos, espe-

Voltou a melhorar na terceira

rando por condições mais favo-

‘run’ na qual fez sempre voltas no

ráveis.

1m35s incluindo a sua melhor –

E tal como sucedera no dia an-

pilotar a moto com piso seco duran-

semana mais tarde.

te o fim de semana’.

1m35,118s.

terior, foi Johann Zarco a dar as

Miguel Oliveira deu os primeiros

Oliveira acabou por completar a

hostilidades na quarta-feira em

Bagnaia, o melhor rookie, im-

passos

sua maior fora de voltas (nove) da

Valência. O piloto da KTM – que

pressionado com a Ducati

Dia 20 de novembro de 2018

última vez que saiu para a pista.

tal como muitos outros precisava

Terminada a sua carreira no

ficará marcado como a estreia

Mais de metade foram cumpridas

de muito tempo em pista para

Moto2, Francesco Bagnaia es-

em pleno de Miguel Oliveira no

no 1m35s, algumas delas mesmo

se adaptar a uma nova moto e a

treou-se ao serviço no MotoGP

MotoGP. Não se pode falar em

abaixo do 1m35,5s. No entanto,

uma nova equipa – fez o primeiro

neste primeiro dia de testes em

estreia absoluta por parte do vi-

acabou por não melhorar o seu

registo com pouco mais de duas

Valência. O italiano rodou com a

ce-campeão de Moto2, uma vez

registo anterior e não foi além do

horas passadas desde o início

Pramac – equipa que representa-

que no ano passado completou

25.º e último posto da tabela de

da sessão. O seu melhor tempo

rá em 2019 – e foi o 11.º classifi-

um teste privado com a KTM em

tempos.

nas seis primeiras voltas foi de

cado naquele que foi um começo

Aragão, mas foi de facto a estreia

Satisfeito com a estreia, Oliveira

1m33,382s – a cerca de dois se-

positivo e encorajador.

em ‘modo trabalho’ para o alma-

desvalorizou a classificação obti-

gundos das marcas mais rápidas

Bagnaia falou assim do seu dia

dense.

da, salientando que passou o dia a

do dia antes.

inaugural: ‘É uma pena que devi-

Tal como os demais pilotos, Oli-

obter as primeiras sensações aos

Cerca de uma hora mais tarde, a

do à chuva só tenhamos feito 38

veira foi atrasado pelas condições

comandos da KTM RC16:

ação em pista já era muita, graças

voltas. Mas estou muito satisfeito

meteorológicas num dia em que

– Estou muito feliz por oficialmente

à melhoria do piso e também do

com este primeiro dia. Honesta-

tinha de começar a adaptar-se a

pilotar uma moto de MotoGP pela

estado do tempo. Marc Márquez

mente procurámos rodar o mais

uma realidade muito nova para

primeira vez. É óbvio que tudo pa-

chegou ao topo da tabela e supe-

possível. […]. A primeira sensa-

si. Quando saiu para a pista, co-

rece muito estranho. Passámos as

rou os melhores registos de ter-

ção? A moto é impressionante’.

meçou a rodar no 1m40s, perma-

nossas voltas a tentar obter uma

ça-feira – completou a sua quinta

De facto, Pecco viria a provar nos

necendo a rodar durante cinco

sensação dos comandos como o

volta em 1m31,019s, seguindo

testes seguintes que o facto de

voltas ‘úteis’ ao longo das quais

acelerador, o travão, a caixa de ve-

nessa altura 0,745s na frente de

ser o melhor rookie do dia não foi

melhorou gradualmente até ao

locidades, também o travão trasei-

Danilo Petrucci.

um acaso, estando sempre entre

1m36,712s.

ro, enquanto tentámos obter uma

Mais atrás, Franco Morbidelli co-

os melhores dos estreantes ao

Na segunda das suas quatro saí-

sensação geral da moto, além de

meçava desde logo em bom plano

longo do resto dos ensaios – quer

das, Falcão deu continuidade a

tentar perceber um bocado como

ocupando o quarto posto nesta

em Valência, quer em Jerez uma

esta tendência e nas suas pri-

funciona a eletrónica. Estivemos só

fase inicial. Em adaptação à ca-

-22- | MOTORCYCLE SPORTS |


| MOTORCYCLE SPORTS | -23-


MotoGP

Testes Valência

3.º M arc Márquez (Repsol Honda Team) – 1m30,911s; + 0,154s 4.º J ack Miller (Alma Pramac Racing Ducati) – 1m30,939s; + 0,182s 5.º D anilo Petrucci (Ducati Team) – 1m30,959s; + 0,202s […] 25.º M iguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) – 1m33,798s; + 3,041s As reações ao segundo dia

tegoria-rainha,

Depois de liderar novamente a ta-

Vińales foi o mais rápido

Logo atrás ficou Jorge Lorenzo,

bela, Viñales só lamentou não ter

em Valência.

no seu segundo dia pela Honda.

podido testar os motores como

Como já escrevemos há algumas

pretendia:

linhas, Oliveira terminou com o

– Não pudemos testar os motores

Oliveira

por 0,133s e Márquez por 0,154s.

24.º e último tempo, ficando a

muito bem, pelo que vamos decidir

completou uma primeira série de

Miguel

O top cinco do dia foi fechado por

3,041s do topo e a 0,770s do ri-

depois de Jerez qual dos dois es-

sete voltas nas quais apresentou

Jack Miller (Pramac) e Petrucci,

val mais próximo – Bradley Smith.

colhemos. Como disse, precisamos

um progresso constante para che-

com Morbidelli a confirmar nova-

gar ao 1m34,028s.

mente os bons primeiros passos

Top cinco do dia e dos testes:

convencidos acerca da decisão do

O tempo de Márquez foi preva-

na Petronas Yamaha SRT ao fazer

1.º M averick Viñales (Yamaha

motor, mas julgo que estamos no

lecendo durante algumas horas,

o sexto registo.

até que já na reta final do dia An-

Francesco Bagnaia foi – tal como

drea Dovizioso se encarregou de

no dia anterior – o 11.º classifica-

superar o rival sendo o primeiro

do e melhor dos rookies, mas des-

da semana de ensaios a entrar no

ta feita ainda mais perto do top

1m30s (1m30,890s). Por esta al-

dez, a escassas cinco milésimas.

tura, Miguel Oliveira já tinha dado por encerrado o seu dia ao fim de sete ‘runs’ e 32 voltas lançadas – a melhor delas, em 1m33,798s, não lhe possibilitou ir além do 24.º e último posto. Viñales superior no final Até à bandeira de xadrez ainda existiram mais mexidas na tabela de tempos deste segundo e último dia em Valência. O mais rápido acabou por ser novamente Maverick Viñales, que desta feita foi um dos três homens a entrar no 1m30s. Na sua melhor volta rodou em 1m30,757s, o que foi suficiente para bater Dovizioso -24- | MOTORCYCLE SPORTS |

de testar mais para estarmos mais

Factory Racing) – 1m30,757s 2.º A ndrea Dovizioso (Ducati Team) – 1m30,890s; + 0,133s

caminho certo. Precisamos de nos focar no estilo de pilotagem e em obter uma moto mais suave será

Bagnaia confirmou ser o melhor rookie em Valência.


Lukasz Swiderek/PSP/www.photoPSP.com

importante, especialmente quando não há aderência durante a corrida. […]. Nestes dois últimos dois dias só me foquei no motor e não toquei em nada no que respeita à configuração. […] Estou satisfeito por ao focar só no motor termos melhorado algumas décimas. De facto, olhando para os tempos e para as séries de voltas – que neste segundo dia foram essencialmente curtas – Viñales apresentou um ritmo relativamente constante rodando muito entre o 1m32s baixo e o 1m31s, com-

Último lugar para Oliveira apesar da

1m36s mas rapidamente desceu

pletando uma penúltima ‘run’ es-

evoluçăo efetuada.

a registos no 1m34s – que foram

pecialmente rápida com as suas únicas três voltas em 1m30s.

constantes ao longo das suas sete séries de voltas (fez 32 voltas lan-

Quanto a Dovizioso, vice-líder,

tes combinações, passando muito

não é o único indicador sobre os

çadas no total).

comentou: ‘Pudemos fazer vários

tempo na garagem de manhã, mas

progressos de um piloto nos tes-

Só por duas vezes entrou no

testes, inclusivamente compara-

consegui fazer algumas séries con-

tes, há que olhar para os registos

1m33s, a última das quais na sua

ções que nos permitiram encon-

sistentes de tarde.

completos de Oliveira ao longo de

derradeira volta cronometrada ao

trar soluções interessantes. São

quarta-feira para perceber melhor

Circuito Ricardo Tormo. Acabou

pequenos detalhes e agora que-

Miguel Oliveira deu continuida-

a evolução do almadense.

com uma marca de 1m33,798s

remos testá-los noutras condi-

de ao trabalho e ao progresso

No segundo dia a bordo da KTM

(fez também o seu melhor primei-

ções e noutras pistas para ter um

Como a tabela final de tempos

da Tech3, Oliveira começou no

ro setor) e acabou em 24.º do dia

feedback mais preciso. Estes dois dias de testes em Valência foram muito positivos’. Apesar do terceiro tempo e de ter ficado muito perto da dianteira, Márquez revelou que estava proibido de cair, pelo que não arriscou demasiado e focou-se no trabalho de testes: – Foi um bom dia para nós, uma vez que experimentámos várias coisas e recolhemos muita informação. Trabalhámos principalmente na nova moto e no set-up do motor, mas não só nisso. Tivemos várias coisas para testar e para compreender, uma vez que a sensação é muito diferente. De manhã estava muito confortável e já consegui ser rápido. Depois permaneci calmo e mantive o ritmo, porque para ser honesto não podia cair. Testámos diferen-

(25.º do combinado dos dois dias)

BAGNAIA REPETIU POSIÇÃO DE MELHOR ROOKIE Se Franco Morbidelli foi novamente a surpresa do dia ao acabar em sétimo na Yamaha da Petronas Yamaha SRT, Bagnaia foi o melhor estreante ao ser outra vez o 11.º da tabela de tempos. Já foi mais perto do término do dia que o italiano alcançou a sua melhor marca. Durante grande parte do segundo dia foi Joan Mir, da Suzuki, a ter a liderança entre os rookies, mas acabou por ceder perante o italiano campeão de Moto2. O espanhol foi 14.º a 0,309s de Pecco, sendo que ambos melhoraram quase em um segundo do primeiro para o segundo dia. De realçar a consistência de Bagnaia e Mir, que ao longo das suas dezenas de voltas estiveram quase sempre entre o 1m33s baixo e o 1m32s antes de melhorarem para o 1m31s – ambos os fizeram em séries curtas com poucas voltas lançadas.

a 3,041s do topo. No final, Oliveira confirmou que existiram progressos e, mais importante, pôde começar a mexer na sua KTM RC16, não deixando de salientar o tempo que é necessário para se adaptar: – Demos definitivamente um passo em frente comparando com o primeiro dia e melhorámos obviamente o nosso tempo por volta. Fizemos muitas mais voltas e continuámos a trabalhar na moto. […]. Agora pudemos fazer algumas mudanças. Por causa de ser tudo novo, a equipa demorou algum tempo a fazer essas mudanças e também a adaptar os meus comentários àquilo que eu pretendo da moto, pelo que é aprendizagem para todos nesta situação particular. Até agora tem sido positivo. | MOTORCYCLE SPORTS | -25-


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MotoGP

Testes Jerez TEXTO: Bernardo Matias

2018 fechou com os olhos postos em 2019 Repsol Media Jaime Olivares Camps GGPP 2018

O ano de 2018 do Mundial de MotoGP terminou oficialmente no Circuito Ángel Nieto em Jerez, com mais dois dias de testes de pré-época.

Jerez recebeu os dois últimos dias de testes em 2018.

Uma semana depois de chega-

tinham um momento particular-

todo entregue a Takaaki Nakagami

do Mundial de Superbike, Álvaro

rem ao fim os testes em Valência,

mente importante, uma vez que

– que viria a deixar uma impressão

Bautista manteve-se em terras an-

o pelotão do Mundial de MotoGP

procuravam já definir a direção de

muito boa, como mais adiante lhe

daluzas para estar de serviço pela

de 2019 voltou à ação em Espa-

desenvolvimento a seguir em ter-

iremos contar. Por outro lado, exis-

Ducati, uma vez que Michele Pirro

nha, para os ensaios de Jerez que

mos de motor, por exemplo.

tiram três pilotos a participar que

foi operado precisamente a 28 de

mais uma vez fecharam o ano ci-

Dos presentes em Valência, não

não marcaram presença nos pri-

novembro e não pôde marcar pre-

vil no que a trabalho em pista diz

regressaram Michele Pirro nem

meiros testes.

sença. Sylvain Guintoli ocupou o

respeito. Foi a 28 e 29 de novem-

Stefan Bradl. A ausência do alemão

Logo após se estrear em Jerez

lugar de piloto de testes da Suzuki,

bro. Nestes, algumas das equipas

deixou o trabalho na LCR Honda

com a Aruba.it Ducati em ensaios

enquanto Matteo Baiocco esteve

-28- | MOTORCYCLE SPORTS |


com a equipa de testes da Aprilia marcando assim uma presença muito pouco habitual no MotoGP. Em declarações ao site oficial do MotoGP, alguns dos pilotos anteciparam o que estaria em causa para eles nestes ensaios: Álex Rins (Suzuki): ‘O teste de Jerez é muito importante, depois do primeiro da pré-época, em Valência, até porque depois da última corrida do ano começámos a testar coisas novas. E depois é em Jerez que voltamos a experimentar as novidades. É depois de um segundo teste que sabemos está a resul-

Yamaha tinha decisões importantes

tar ou não’.

a tomar em Jerez.

Andrea Dovizioso (Ducati): ‘É pre-

volta lançada em 1m44,292s a bordo da sua Suzuki.

ciso ter muita atenção nesse teste

Outros pilotos se seguiram, entre

porque é aí que são tomadas de-

eles Álex Rins (Suzuki), Jorge Lo-

cisões importantes tendo em con-

decidir em Jerez. Será uma escolha

anterior em Valência. As primei-

renzo (Honda) e Jack Miller (Pra-

ta o planeamento para o próximo

fundamental para nós. Não quere-

ras horas de sessão tiveram muito

mac Ducati), que logo nos seus

ano. Será importante ter três, qua-

mos repetir o erro do ano passado.

pouca ação em pista e não exis-

primeiros

tro horas em pista com temperatu-

Quando corriges a eletrónica, pioras

tiram tempos marcados, com as

ram descer os registos ao 1m40s

ras boas para se poder fazer com-

as características do motor. Tenta-

condições climatéricas de frio a

– ainda a cerca de três segundos

parações do novo material’.

mos obter o caráter mais limpo e

manterem pilotos e máquinas nas

daqueles que viriam a ser os me-

Marc Márquez: ‘A maior parte das

suave possível com a mecânica do

garagens à espera que a tempera-

lhores tempos da semana.

corridas são na Europa, onde as

motor. Só depois iremos melhorar a

tura subisse com o evoluir do dia.

Conforme o tempo ia passando,

pistas são mais estreitas. Será im-

eletrónica.

Só quase duas horas depois de o

mais pilotos começaram a entrar

cronómetro começar a contar é

em pista e, consequentemente, as

portante para a fábrica entender

momentos

consegui-

algumas coisas, podem trabalhar

Início tardou no primeiro dia

que os tempos começaram a apa-

marcas iam baixando. Com três ho-

em dezembro e janeiro antes do

A chuva esteve afastada de Jerez

recer. O primeiro a entrar em pista

ras e meia decorridas já se rodava

teste a seguir’.

de la Frontera, mas mesmo assim

nessa fase foi Joan Mir, que tam-

no 1m39s baixo, embora apenas

Uma das formações que mais ur-

repetiu-se o cenário da semana

bém abriu a tabela completar uma

cinco pilotos tivessem conseguido

gência tinha em escolher o motor – depois de ter errado para 2018 – era a Yamaha, como de resto salientou o diretor de equipa Massimo Meregalli dias antes dos ensaios de Jerez em declarações à Sky Sports: – Durante estes dois dias [em Valência] o nosso trabalho concentrou-se apenas no motor. Não tivemos componentes diferentes a testar no chassis. Será importante escolher qual das duas especificações iremos validar para o próximo ano. Iremos

entrar no 1m39s. O melhor nesta

HONDA COM NOVO DEPÓSITO PARA LORENZO Apenas uma semana depois da estreia pela Honda, Jorge Lorenzo teve ao seu dispor um depósito de combustível com nova ergonomia em Jerez. Tendo sido a modificação desse componente essencial para os bons resultados do piloto na Ducati, a formação japonesa não perdeu tempo a arranjar uma solução similar para a RC213V por forma a adaptar-se a Lorenzo.

fase era Danilo Petrucci, à frente do seu colega Dovizioso por uma escassa margem. Miguel Oliveira também já tinha entrado em ação a bordo da sua KTM da Tech3. O português tinha completado uma primeira série de sete voltas lançadas nas quais rodou constantemente no 1m43s – isto depois de ter iniciado a mesma com tempos na ordem do 1m45s. Já depois de uma interrupção devido a uma aparatosa queda de Joan | MOTORCYCLE SPORTS | -29-


Testes Jerez www.suzuki-racing.com

MotoGP

Mir – sem consequências físicas para o piloto, apesar do mau estado em que ficou a Suzuki – houve mudança de líder. Lorenzo, que tinha ao dispor um depósito com nova ergonomia (ler caixa) chegou à liderança já a menos de três horas do fim do dia. Na altura, era o único a rodar no 1m38s e estava na frente de… Petrucci, o seu sucessor na Ducati. Miguel Oliveira já tinha melhorado para o 1m42s, mas descera ao 23.º lugar em que viria a terminar. LCR presente ao estabelecer o ter-

Joan Mir teve forte queda, mas não

Petrucci e Ducati superiores

ceiro registo na frente de Maverick

se deixou intimidar.

Nas últimas horas do dia inaugural

Viñales (Yamaha) e Márquez, que

em Jerez existiram algumas melho-

fecharam o top cinco – este último

rias no topo da tabela de tempos.

a pouco mais de meio segundo do

a Mir, que não se deixou intimidar

Marc Márquez chegou a passar

líder. Mais atrás, soavam os alar-

pela aparatosa queda sofrida para

– 1m38,348s; + 0,380s

pelo topo, mas acabaram mesmo

mes para a Yamaha, uma vez que

ser o décimo. Miguel Oliveira, por

4.º M averick Viñales (Yamaha

por ser as Ducati a ficarem na fren-

Valentino Rossi esteve discreto e

seu turno, ainda melhorou para

te, com Petrucci 0,217s à frente de

não foi além de 17.º.

entrar no 1m41s, mas acabou por

Dovizioso graças à única volta do

Depois de Francesco Bagnaia, da

não ir além de 23.º.

5.º M arc Márquez (Repsol Honda

dia feita em 1m37s (1m37,968s).

Pramac Ducati, ser o melhor rookie

Takaaki Nakagami deu desde logo

em Valência, neste primeiro dia

Top cinco do dia:

[…]

boas indicações na única Honda da

em Jerez essas honras couberam

1.º D anilo Petrucci (Ducati Team)

23.º M iguel Oliveira (Red Bull

+ 0,408s

KTM Tech3) – 1m41,699s; +

2.º A ndrea Dovizioso (Ducati

3,731s

Team) – 1m38,185s; + 0,217s As reações ao primeiro dia Gold & Goose/Red Bull Content Pool

de Márquez.

Factory Racing) – 1m38,376s;

Team) – 1m38,517s; + 0,549s

– 1m37,968s

Lorenzo (atrás, desfocado) no encalço

3.º T akaaki Nakagami (LCR Honda)

O líder da tabela de tempos, Danilo Petrucci, mostrou-se satisfeito, não tanto por causa do registo efetuado, mas mais devido às sensações e indicações que obteve: – Estou muito contente com a forma como correu o dia porque é sempre muito satisfatório acabar em primeiro lugar. Mas estou satisfeito sobretudo com a minha sensação com o pneu usado. Senti-me sempre muito bem como em Valência e para mim foi importante porque não mudámos quase nada nas configurações e no entanto andámos sempre bem. Não nos concentrámos nos tempos, mas trabalhámos muito no ritmo e tam-

-30- | MOTORCYCLE SPORTS |


Petrucci terminou no topo do primeiro dia em Jerez. lhorar. Precisamos de melhorar muito a tração porque sempre que acelero tenho muita patinagem, pelo que será muito importante […], depois de decidirmos o motor, focar-nos na tração. O 17.º lugar não era naturalmente motivo de grandes festejos para Valentino Rossi e, no final deste primeiro dia em Jerez, Il Dottore não escondeu a sua frustração. O piloto, que rodou bastante na casa do 1m39s, salientou que o que estava em causa relativamente ao motor era que nenhuma das opções dava o que era necessário: – A decisão de que motor descartar acho que está clara, ele [Viñales] bém experimentámos novos compo-

fez:

na moto deixam-me muito satisfei-

gosta mais de um porque tem me-

nentes que deram informações muito

– O dia foi muito positivo. Em Va-

to. […]. O motor sofreu uma grande

lhor travão motor, portanto não é

úteis. No geral estou muito satisfeito

lência testámos pela primeira vez o

melhoria. Tem muita potência mas é

problema. O grande problema é que

com a forma como estamos a traba-

modelo de 2018 do Cal [Crutchlow]

muito mais fácil de se pilotar a moto.

com nenhum dos motores damos um

lhar com a equipa.

e agora consegui ter muito boas sen-

Estamos no bom caminho e temos

grande passo em frente para sermos

A grande surpresa foi Nakagami,

sações, em termos de motor e de

tempo para melhorar mais ainda.

fortes como os primeiros. Ainda so-

que em declarações ao site oficial

potência, ainda que o chassis seja

Maverick Viñales, quarto classifica-

fremos com o ritmo, as Ducati e as

do MotoGP destacou em particular

o mesmo. Tanto com pneus novos

do do dia, tinha como uma das mis-

Honda, inclusivamente as Suzuki, são

o motor como peça fundamental

como usados o tempo por volta é

sões ajudar a Yamaha a escolher o

mais fortes. Precisamos de ser realis-

para ter feito a performance que

muito consistente e as sensações

motor para 2019. O espanhol sen-

tas e pensar que não somos fortes

tiu terem existido progressos, re-

como os primeiros, que com estes

velando também que este primeiro

novos motores continuamos a ter

dia ainda não tinha proporcionado

dificuldades.

ZARCO IMPRESSIONADO PELO MOTOR DA KTM Um dos homens em estreia pela KTM nesta pré-época foi Johann Zarco. Os registos numa fase em que se está a adaptar foram especialmente modestos, mas isso não impediu o piloto de ficar satisfeito com alguns aspetos – o motor em particular, como confessou citado pelo site Speedweek.com: – Repito para mim mesmo – é o motor. O motor dá-me uma boa sensação, mesmo à saída das curvas. Quando erras a entrar numa curva, podes acelerar perfeitamente. Sim, o motor é um dos pontos fortes da KTM. Esta vantagem será mais notória quando os tempos por volta melhorarem. Então, conseguiremos fazer um uso ainda melhor das vantagens deste motor.

conclusões. Por outro lado, apontou a tração como aspeto mais ur-

Mir foi o melhor rookie… mas não

gente de melhorar em declarações

ganhou para o susto

ao site do MotoGP:

O susto do dia foi certamente de

– Na verdade estou muito satisfeito,

Joan Mir. Ainda nas primeiras ho-

melhorámos o tempo por volta face

ras, sofreu uma violenta queda na

ao ano passado, o que significa que

curva sete de Jerez que deixou a

demos um bom passo em frente. Tra-

sua Suzuki visivelmente danificada.

balhei muito arduamente para o rit-

Ainda assim, o piloto não se deixou

mo de corrida porque julgo que nesta

tomar pelo receio e até fez os seus

pista tivemos muitas dificuldades no

melhores registos e velocidades de

ano passado. Ainda precisamos de

ponta depois do acidente.

decidir o motor mas estamos mais

Citado pelo site Motorsport.com,

seguros acerca de uma especifica-

Mir confessou que receou ter con-

ção. […]. Acabei por não experimen-

traído alguma fratura: ‘A verdade é

tar muito no set-up, pelo que acho

que foi uma queda bastante feia,

que ainda há muito espaço para me-

na curva sete, uma curva bastante | MOTORCYCLE SPORTS | -31-


MotoGP

Testes Jerez

Nakagami entrou a surpreender nos últimos

FAlePhoto

testes do ano. os seus melhores registos. Numa última série de quatro voltas lançadas, Oliveira completou duas em 1m41s – uma delas em 1m41,699s que foi a sua melhor deixando-o a 3,731s do líder. Os comentários que Oliveira fez no final deste dia foram estes: ‘Fizemos alguns bons progressos ao longo do dia. Não demos passos gigantes, mas pequenos passos de cada vez. Conseguimos compreender a moto cada vez melhor e encontrámos algumas coisas que estão em falta, também no estilo de pilotagem’.

Gold and Goose Photography

Novos horários no segundo dia… mas o arranque também demorou Depois de no primeiro dia de testes as primeiras horas terem ficado inutilizadas devido às baixas temperaturas, para o segundo dia o programa foi revisto e começou um pouco mais tarde, às 10h00 locais. Mantinham-se as oito horas de sessão, pelo que o dia iria prolongar-se até às 18h00 locais, já mesmo com a noite a cair. Mesmo assim, a primeira hora de testes não teve qualquer ação neste derradeiro dia de trabalhos em pista no ano civil de 2018. As equipas e pilotos quiseram esperar que o dia progredisse e trouxesse consigo melhores condições para a

Oliveira a ganhar ritmo

E foi isso que o almadense fez no

pista antes de começarem a rolar.

e experiência.

primeiro dia de testes em Jerez,

O primeiro a sair das garagens foi

uma pista que tão bem conhece.

o piloto de testes da Aprilia Matteo

Ao todo, completou 61 voltas,

Baiocco, que por isso mesmo teve

rápida, quando estávamos a testar

que no MotoGP o asfalto está mais

adquirindo quilometragem fulcral

a oportunidade de experimentar o

o pneu dianteiro médio. Pensava

duro’.

nesta fase da preparação para a

‘sabor’ da liderança uma vez que

que tinha fraturado algo, mas no

temporada de estreia no MotoGP.

foi o primeiro a fechar uma volta

centro médico vimos que não ha-

Miguel Oliveira mais familiariza-

No que aos registos diz respei-

lançada – em 1m46,491s.

via nada fraturado, apesar do po-

do com a KTM e a Tech3

to, o #88 mostrou-se consistente

Mas foi naturalmente ‘sol de pouca

legar direito me doer bastante e

As palavras de ordem para Miguel

a rodar entre o 1m43s baixo e o

dura’, uma vez que quando mais pi-

também os cotovelos, que tenho

Oliveira nestes testes de pré-tem-

1m42s médio-alto, mas foi mesmo

lotos começaram a entrar em pista

bastante inflamados. A verdade é

porada foram aprender e adaptar.

na fase final do dia que surgiram

os tempos desceram rapidamente

-32- | MOTORCYCLE SPORTS |


e o italiano foi ‘engolido’ pelo pelotão. Com cerca de duas horas passadas, Jorge Lorenzo (Honda) era o líder 13 milésimas na frente de Jack Miller, com estes dois a serem os únicos no 1m39s. Entre os vários pilotos que permaneciam sem tempos marcados nesta fase estava Miguel Oliveira, que só entrava em pista nesta altura. Mas quando entrou em ação, o português não demorou muito a

pos na frente de Danilo Petrucci e

Valentino Rossi na sua nova

evidenciar progressos face ao pri-

de um surpreendente Francesco

Yamaha.

meiro dia de testes em Jerez, uma

Bagnaia, que era por essa altura o

vez que logo na quinta volta bateu

melhor dos rookies e estava a ape-

o seu melhor registo anterior ao fa-

nas 0,390s do comando. Era, de

nâmicos (ver caixa), Andrea Dovi-

registo tinha sido melhor do que o

zer 1m41,688s.

resto, uma prova do bom começo

zioso também passou pelo topo da

mais rápido do dia anterior. Miguel

Enquanto mais homens se junta-

do italiano na categoria-rainha, ele

folha de tempos – que ocupava a

Oliveira prosseguia nas suas me-

vam à ação, os tempos iam baixan-

que já em Valência tinha deixado

cerca de duas horas e meia do fim,

lhorias, continuando no entanto

do, o que resultava naturalmente

boas indicações. Oliveira conse-

14 milésimas acima de Maverick

‘preso’ no 1m41s.

na descida dos tempos. A cerca de

guiu melhorar, entretanto, mas

Viñales, da Yamaha. Marc Márquez,

Nas últimas horas do dia e dos pri-

quatro horas e meia da derradeira

sem descer do 1m41,5s.

Álex Rins (Suzuki) e Miller encerra-

meiros testes de pré-temporada

bandeira de xadrez do ano, Már-

Num dia em que a Ducati experi-

vam o lote dos cinco mais rápidos

de MotoGP para 2019 começou

quez encabeçava a tabela dos tem-

mentou novos dispositivos aerodi-

nesta fase em que ainda nenhum

a desenhar-se a surpresa com que se iria chegar ao fim. Takaaki Nakagami assumiu a liderança com uma

Como é natural acontecer nos testes, as equipas experimentam soluções a diversos níveis, umas

volta avassaladora completada em

mais visíveis a olho nu, outras nem tanto. Esta que a Ducati trouxe a Jerez é daquelas que se

1m37,945s para destronar Marc

vêm bem, com Álvaro Bautista a rodar com uma espécie de ‘asas’ colocadas na parte traseira da

Márquez do comando que, entre-

Desmosedici, implicando também um novo sistema de iluminação na secção traseira.

tanto, tinha ocupado. FAlePhoto

Os dois pilotos da frente eram os únicos a entrar no 1m37s, mas só o nipónico bateu o melhor registo do primeiro dia. Uma prestação notável para Nakagami, que testou com uma Honda de especificações de 2018 apesar da ausência do seu colega Crutchlow destes trabalhos. Oliveira já quebrara a barreira do 1m41s estabelecendo o seu melhor tempo em 1m40,577s. Nakagami consumou surpresa no fim dos testes Até ao fim do dia não existiram mais nenhumas movimentações nas posições de topo da tabela. Nakagami chegou ao fim como o | MOTORCYCLE SPORTS | -33-


MotoGP

Testes Jerez

mais rápido garantindo assim uma surpresa neste derradeiro dia em pista do ano. Ao todo, o japonês completou 66 voltas durante o dia. Márquez, que não entrara mais em pista, ficou a 25 milésimas, com Viñales a estar novamente entre os mais rápidos ao ser o terceiro a 0,121s. A tabela deste segundo dia terminou com o equilíbrio a reinar, uma vez que o quarto classificado Jorge Lorenzo (Honda) ficou a 0,160s e Danilo Petrucci, quinto, a 0,164s. Franco Morbidelli foi outra das

Nakagami, o líder surpreendente da semana de

boas surpresas ao ser sexto na

testes em Jerez.

Yamaha da Petronas Yamaha SRT

As reações ao segundo dia

a escassos 0,173s do topo. Depois

Ao falar deste segundo dia em

de Joan Mir ter sido o mais forte

Jerez é incontornável salientar a

dos rookies no dia anterior, Fran-

surpresa de Nakagami. Numa en-

lá também foi boa. Testámos várias

gação durante todo o ano de 2018.

cesco Bagnaia voltou a ‘assumir

trevista ao site oficial do MotoGP,

coisas diferentes. Não mudámos o

E também com esta nova moto te-

as rédeas’ destas contas com um

questionado sobre se a prestação

set-up, isto é bom porque a nova

mos o problema porque é o mesmo,

positivo nono registo. Quanto a

foi produto de uma mudança pes-

moto parece funcionar bem. […]. [O

então há que analisar e experimentar

Oliveira, as melhorias evidenciadas

soal ou de uma combinação de as-

motor] é bom, mas não acho que seja

coisas diferentes.

ao longo do dia de ensaios permiti-

petos na moto, o nipónico afirmou:

o que vamos ter no futuro. Testamos

Na Yamaha, as sensações dos pilo-

ram-no terminar pela primeira vez

– Julgo que é uma combinação. O

alguns componentes mas acho que

tos eram notoriamente diferentes.

a menos de três segundos do líder

chassis é o mesmo, a entrega de

temos de trabalhar no chassis e na

Se Maverick Viñales esteve satis-

– 2,632s. No entanto, não evitou

potência é um bocado diferente de

eletrónica, o motor é bom. Mas com

feito e rodou nas primeiras posi-

a repetição do 23.º e penúltimo

2017 para 2018, o que está a aju-

as novas regras para a próxima épo-

ções, já Valentino Rossi evidenciou

lugar.

dar a velocidade de ponta. Neste

ca temos de os preocupar com a

dificuldades até para entrar no top

momento não mudei muito o estilo

eletrónica para a saída da curva e

dez da tabela de tempos. O fee-

Top cinco combinado dos dois

de pilotagem, é claro que tento en-

esta é uma área em que nos focamos

dback dos dois no fim foi distinto.

dias:

contrar o limite e sei que o Marc tem

muito.

Viñales referiu ao site oficial do

1.º T akaaki Nakagami (LCR Honda)

um talento especial, pelo que tento

No final da primeira fase da pré-

MotoGP: ‘Podemos sempre melhorar

ver como ele faz o tempo por volta.

-temporada, o terceiro mais rápido

mas para já definimos uma boa base

Ainda me falta estabilidade em tra-

da semana em Jerez, Marc Már-

e para a Malásia temos de melhorar

– 1m37,945s 2.º D anilo Petrucci (Ducati Team)

vagem mas de qualquer forma o tem-

quez, apontou o que ainda seria

um pouco a velocidade de ponta, que

3.º Marc Márquez (Repsol Honda

– 1m37,968s; + 0,023s

po por volta é bom. Vamos continuar

necessário melhorar:

é muito importante, mas no geral já

Team) – 1m37,970s; + 0,025s

a trabalhar mas estou muito ansioso

– É claro que melhorámos no motor.

temos uma moto bastante competi-

pela próxima época.

Ainda precisamos de melhorar um

tiva. […]. Precisamos de mais tração,

Factory Racing) – 1m38,066s;

O segundo classificado da semana

bocado mais porque ainda há alguns

este ainda é o nosso ponto fraco, o

+ 0,121s

de testes, Danilo Petrucci, reco-

aspetos em que tenho algumas difi-

que me deixa ainda mais contente é

nheceu que o trabalho a fazer era

culdades. Mas agora também temos

conseguir estes tempos com o nível

muito e a diversos níveis, ao referir

de perceber como melhorar o chas-

de tração que temos, isso mostra que

[…]

no site oficial do MotoGP:

sis porque em algumas áreas ainda

a moto está a funcionar bem’.

23.º M iguel Oliveira (Red Bull

– Estou satisfeito com estes quatro

me falta velocidade e precisamos de

Quanto a Rossi, pediu mais e me-

KTM Tech3) – 1m40,577s (+

dias de teste, também incluo os dois

analisar e perceber como melhorar

lhor à Yamaha: ‘Acho que tendo em

2,632s)

dias em Valência porque a sensação

porque é um dos pontos de interro-

conta os motores que testámos nes-

4.º Maverick Viñales (Yamaha

5.º J orge Lorenzo (Repsol Honda Team) – 1m38,105s; + 0,160s

-34- | MOTORCYCLE SPORTS |


Márquez foi o segundo

Gold and Goose Photography

mais rápido em Jerez.

que se estão a adaptar a uma nova realidade – o piloto chega à categoria máxima e a formação francesa cessou uma longa parceria com a Yamaha para passar à KTM. Ao longo do segundo dia no Circuito Ángel Nieto, Oliveira esteve constantemente a fazer voltas entre o 1m41s e o 1m42s, chegando mesmo ao 1m40s nas últimas três das 61 voltas que completou. O seu melhor pessoal foi 1m40,577s. Os progressos efetuados deixaram o #88 naturalmente agradado: ‘No último dia de testes do ano consegui dar um grande passo em frente comparando com o primeiro dia no

tes dias é muito fácil tomar uma de-

cisão do motor estava para breve

travão motor melhor, algo que es-

que diz respeito ao tempo de volta,

cisão sobre qual usar. […]. Mas para

e que havia concordância entre os

pecialmente o Maverick procurava

que foi uma melhoria de mais de um

mim temos muito trabalho a fazer

pilotos: ‘Julgo que estamos próxi-

talvez devido ao seu estilo de pilo-

segundo, o que me deixa agradado.

se queremos ser competitivos com a

mos, mas a última palavra será esta

tagem. Mas também talvez preci-

Voltámos a entender melhor a moto,

Honda e a Ducati e também com a

noite [no dia do fim dos testes]. Os

semos de alguma potência’.

no sentido do que nos falta, e estou

Suzuki. Por isso espero que a Yamaha

pilotos concordam mais ou menos,

continue a trabalhar para nos dar

mas ainda diferentes pontos de

Miguel Oliveira agradado com os

casa com uma ideia clara do que

algo melhor em fevereiro’.

vista em algumas áreas que têm

progressos

precisamos de fazer na moto. E acho

O diretor de equipa da Yamaha,

de ser esclarecidas até esta noite.

Entre os dois dias de testes em Je-

que isso é o demais positivo que reti-

Massimo Meregalli, explicou ao

Estamos à procura de uma entre-

rez, Miguel Oliveira desceu o seu

ramos deste dia’.

site oficial do MotoGP que a de-

ga de potência muito suave e um

tempo em cerca de um segundo.

progredir notoriamente.

Foi um atestado do caminho posi-

Poncharal destacou importância

tivo seguido pelo luso da Red Bull

da confiança

KTM Tech3 e pela própria equipa,

Os tempos dos pilotos da Tech3 – quer Oliveira, quer Hafizh Syahrin

Gold and Goose Photography

Oliveira fechou os ensaios a

feliz por a equipa e eu irmos para

– não foram especialmente fortes nos ensaios de Valência e Jerez. Mas Hervé Poncharal, diretor de equipa, fez questão de salientar que nesta fase os registos não são o mais importante: – É certo que o tempo por volta é o principal ponto de referência no fim do dia mas a confiança que quer o Hafizh, quer o Miguel estão a ter na moto é muito importante, porque sem essa sensação de confiança não consegues atacar e é nisto que temos trabalhado sem mudar demasiadas vezes os pneus, sem perseguir o tempo por volta, uma vez que ainda não estamos nessa fase. | MOTORCYCLE SPORTS | -35-


MotoE

Testes Jerez TEXTO: Gonçalo Viegas

David Goldman/Gold and Goose Photography

Bradley Smith abriu hostilidades nos primeiros testes de MotoE em Jerez Com o fim da temporada de 2018, algumas das equipas presentes no paddock passaram a ter mais um campeonato a disputar: o Mundial de MotoE. A competição é caracterizada pela utilização de motos elétricas, sendo o Circuito de Jerez o primeiro a acolher uma corrida no próximo dia 5 de maio. Para além da jornada espanhola, o Mundial de MotoE irá também marcar presença em Le Mans (19 de maio), Sachsenring (7 de julho), Áustria (11 de agosto) e Misano (15 de setembro) com este último fim de semana a hospedar duas corridas. Ao longo de três dias, os

Bradley Smith

pilotos terão duas sessões de trei-

piloto esteve a defender as cores

nos a decorrer na sexta-feira, uma

da estrutura espanhola uma vez

sessão de qualificação no sábado

que Xavier Siméon se lesionou em

e a habitual corrida no domingo

Com tudo definido para o início

melhor registo combinado. No en-

Valência e não conseguiu reunir

- corrida essa que está planea-

de um novo capítulo, os pilotos

tanto, a chuva apareceu na segun-

as condições mínimas para testar

da acontecer antes da prova de

abriram as hostilidades logo na

da sessão e poucos foram os ho-

a sua nova moto. Apesar do bom

Moto3. De salientar que no caso

primeira sessão onde Bradley Smi-

mens a querer arriscar uma queda

trabalho de Miralles, Eric Granado

de Misano haverá uma corrida no

th foi rei e senhor. Niccolò Canepa

e uma possível lesão. Ainda assim,

voltou a ser o mais veloz na penúl-

sábado e outra no dia seguinte.

foi o mais veloz no FP2 mas Niki

Smith retornou ao asfalto e mes-

tima sessão, mas este acabaria por

No entanto, antes de se começar a

Tuuli estabeleceu o melhor regis-

mo em condições complicadas as-

ser batido por Mike Di Meglio no

competir, pilotos e equipas deram

to do dia na última sessão através

sinou a melhor volta em 2:00,130,

último teste.

início aos testes de pré-tempora-

de uma volta em 1:51,721. Eric

ficando apenas atrás de Granado

Independentemente disso, Bra-

da. Jerez recebeu os primeiros três

Granado foi segundo a 0,121s de

por uma diferença de 0,935s. De

dley Smith manteve o estatuto de

dias de trabalhos com o traçado

atraso e Randy de Puniet fechou o

Puniet respondeu ao brasileiro

ser o mais veloz. Desde a primeira

espanhol a mostrar-se ocupado

top três com 0,185s para o finlan-

com uma volta em 1:57,308 no

sessão do segundo dia que mais

entre 23 e 25 de novembro. A

dês da Ajo Motorsport.

FP3, mostrando-se o mais veloz

ninguém passou a liderar a tabela

mesma pista irá novamente ser

A primeira sessão do segundo dia

em piso molhado.

de tempos combinados, pelo que

palco da segunda dose de testes

foi protagonizada, inicialmente,

A Avintia começou o terceiro e últi-

o homem da One Energy Racing

entre os dias 12 e 14 de março an-

por mais uma descida nos tempos

mo dia de testes no topo da tabela

conseguiu-se manter no topo.

tes dos trabalhos finais agendados

com Bradley Smith a entrar no se-

de tempos com Julián Miralles Jr. a

Niki Tuuli e Di Meglio fecharam

para 23, 24 e 25 de abril.

gundo 50 (1:50,265) e a fazer o

marcar um registo de 1:58,795. O

o top três enquanto que Matteo

-36- | MOTORCYCLE SPORTS |


David Goldman/Gold and Goose Photography

dimento e aprimoração. Entender como se curva bem nela será fácil de dominar, tal como a aceleração, mas descobrir como travar 240 quilos

PELOTÃO DE MOTOE PARA 2019:

sem adicionar pressão extra na frente vai demorar o seu tempo. Curiosamente a curvar não se sente tanto o

Ajo Motorsport Niki Tuuli

peso’, argumentou o piloto ao MCN ainda no primeiro dia de testes. No entanto, nem todos partilham exatamente a mesma opinião que o britânico. Luca Vitali afirmou que o peso da moto é um perigo a ter em conta depois do piloto ter fraturado uma clavícula e de ter visto um dos seus dedos da mão

Niki Tuuli

esquerda ser parcialmente amputado. ‘Talvez a dinâmica da queda tenha

Casadei e Matteo Ferrari cessa-

máquinas serem relativamente pe-

tido origem no peso, tendo em conta

ram os acessos às primeiras cinco

sadas.

como estava o pneu. No geral acho

posições. De salientar que este

‘É entusiasmante! Dei-me muito

que o peso excessivo da moto pode

leque de pilotos foi o mesmo que

melhor na moto do que estava à es-

ser perigoso na batalha logo no ar-

estabeleceu as melhores voltas na

pera, até porque por norma preciso

ranque das corridas. Não sei como

quarta sessão de trabalhos, onde

de mais tempo para entender tudo.

será pois ainda não vimos nenhuma

Ferrari ficou a 1,3s de diferença

A moto é muito fácil de se pilotar e

corrida da classe, mas como piloto

para o ex-piloto da KTM no Mo-

o Loris [Capirossi] mais a equipa de

posso adiantar que este pode vir a

toGP.

desenvolvimento fizeram um traba-

ser um problema’, disse ao GPOne.

Após uma grande quantidade de

lho excelente a colocar a moto ‘no

Independentemente do que acon-

voltas completadas, as avaliações

ponto’. A Michelin também esteve

teceu, os pilotos já sabem com

finais foram aparecendo com os

bem ao garantir que os pneus são

o que podem contar daqui em

pilotos a deixarem bons elogios à

seguros e funcionam bem na moto,

diante. Agora, resta esperar pela

Energica Evo – a moto escolhida

o que nem sempre é fácil. São muito

segunda e penúltima dose de tes-

para a estreia do Mundial de Mo-

pesadas, por isso travar é uma área

tes que irá acontecer a meados de

toE. Para Bradley Smith esta en-

que vai requerer um melhor enten-

março.

Alma Pramac Racing Alex de Angelis Josh Hook Ángel Nieto Team María Herrera Nicolas Terol Avintia Esponsorama Racing Eric Granado Xavier Siméon Dynavolt Intact GP Jesko Raffin EG 0,0 Marc VDS Mike di Meglio LCR E-Team Niccolò Canepa Randy de Puniet One Energy Racing Bradley Smith

trada com o pé direito mostrou-se

Pons Racing Sete Gibernau

Mike Di Meglio David Goldman/Gold and Goose Photography

bastante animadora, apesar das

SIC58 SquadraCorse Matteo Casadei Tech3 E-racing Héctor Garzó Kenny Foray Trentino Gresini MotoE Lorenzo Savadori Matteo Ferrari

| MOTORCYCLE SPORTS | -37-


Moto2

Testes Jerez

Motores Triumph estrearam-se em Jerez com Luca Marini na frente

A pré-temporada do Mundial de Moto2 arrancou no fim de novembro em Jerez de la Frontera e, com ela, a era Triumph na categoria intermédia.

Se os testes de novembro do Moto-

lhando o resto dos ensaios. No final

GP geram sempre muita expectativa

daquele dia, o espanhol da Red Bull

por serem os primeiros referentes à

KTM Ajo não escondeu o desalento:

nova época, em 2018 os ensaios de

– Tivemos um bom ritmo e ganhei

Moto2 do mesmo mês também fo-

confiança gradualmente. Estava numa

ram alvo de muita curiosidade. Tudo

volta muito boa, mas o ‘chattering’

porque marcaram não só o arranque

causou a queda. É uma pena e fico

de uma nova temporada como tam-

muito irritado por começar assim o

bém de uma nova era – a dos mo-

meu tempo com a Red Bull KTM, mas

tores Triumph de 765cc, que vêm

sendo positivo é melhor que aconteça

aproximar a classe intermédia do

agora do que a meio da época. Agora

MotoGP também graças à nova ele-

O novo motor Triumph de Moto2.

trónica comum da Magnetti Marelli.

é o momento de trabalhar para voltar mais forte.

Entre 23 e 25 de novembro, o CirDia de sábado com menos uma

cuito Ángel Nieto em Jerez recebeu os três primeiros dias de testes co-

VDS. Além disso, a MV Agusta con-

uma pouco representativa marca de

sessão ‘útil’

letivos de Moto2 com vista a 2019

sumou o seu regresso às pistas do

1m57,436s.

O segundo dia de testes, 24 de no-

e neles foi possível não só conhecer

Mundial em parceria com a Forward,

Mais tarde no mesmo dia, na sessão

vembro, foi um sábado, que come-

o som dos novos propulsores, como

tendo Dominique Aegerter e Stefa-

2 o tempo esteve melhor e, assim,

çou com uma quarta sessão da se-

também as novas motos a eles adap-

no Manzi nas suas fileiras.

Sam Lowes (Gresini) chegou ao

mana disputada em piso seco. Como

1m44s tal como Luca Marini (Sky

tal, houve pilotos a superarem as

tadas. Além disso, existiram estreias na classe intermédia e pilotos a mu-

Chuva afetou os ensaios; Martín

Racing Team VR46), com ambos a

marcas de referência – algo natural

darem de equipa.

azarado

terminarem nas duas primeiras posi-

uma vez que iam ganhando tempo

Destaque em especial para quatro

Tal como havia acontecido dias an-

ções. O dia acabou com o italiano na

em pista e experiência com as novas

estreantes – Fabio Di Giannantonio

tes em Valência com o MotoGP, os

frente de Lowes na sessão três, com

motos. O melhor foi Lorenzo Bal-

na Speed Up, Jorge Martín na Red

testes de Moto2 em Jerez foram

os tempos a descerem já ao 1m42s

dassarri (Pons HP40), que entrou no

Bull KTM Ajo, Marco Bezzecchi na

fortemente afetados pela chuva.

no caso dos cinco primeiros.

1m42s e superou o melhor registo

Red Bull KTM Tech3 e Nicolò Bulega

No primeiro dia, a sessão inaugural

Logo no primeiro dia de ensaios, um

de Marini no dia anterior por cerca

na Sky Racing Team VR46. Também

teve apenas 15 pilotos a fazerem

dos rookies teve o azar do seu lado.

de uma décima.

existiram diversos homens a estrea-

tempos e 16 em pista, todos com

Jorge Martín sofreu uma aparatosa

A tendência de melhoria prosseguiu

rem-se nas novas equipas, como

poucas voltas completadas devido à

queda na qual contraiu duas fraturas

na quinta sessão, que viu pela pri-

Sam Lowes na Gresini, Tom Lüthi na

queda de chuva. Simone Corsi (Tas-

no pé direito, tendo assim de passar

meira vez as novas motos com mo-

Intact GP ou Xavi Vierge na Marc

ca Racing) acabou na liderança com

pelo bloco operatório dias depois fa-

tores Triumph a rodarem no 1m41s

-38- | MOTORCYCLE SPORTS |


twitter.com/skyracingteam

Gold and Goose

Jorge Martín fraturou um pé no dia da estreia em Moto2.

Luca Marini foi mais rápido do segundo dia... e dos testes.

em Jerez. Foram quatro os homens

de la Frontera, mais concretamente

locou a 0,787s do tempo mais rápi-

os pilotos ainda melhor preparados

a conseguirem essas marcas, entre

na quinta sessão (segunda daquele

do em absoluto. Mais atrás, em 16.º,

para o MotoGP:

eles Luca Marini que ficou na frente

dia). Luca Marini conseguiu assim

classificou-se Fabio Di Giannantonio

– Sabemos que o Moto2 funciona

de… Sam Lowes. O dia acabou por

terminar no topo dos testes 0,268s

(Speed Up) a 0,501s do compatriota,

bem em termos de preparação dos

terminar, para todos os efeitos, de

acima de Lowes, com Álex Márquez

ao passo que logo depois Enea Bas-

pilotos mais rápidos para a passagem

forma prematura, uma vez que na

(Marc VDS) na terceira posição. O

tianini (Italtrans) registou a 17.ª mar-

ao MotoGP. Este já era o caso com o

terceira sessão prevista para sábado

top cinco foi completado por Remy

ca a 0,063s de Giannantonio.

antigo motor Honda e agora, com o

a chuva chegou em força e só dois

Gardner (em estreia na SAG Team)

Dias mais tarde, citado pelo site

novo motor, julgo que será ainda mais

homens saíram para a pista para

e Lorenzo Baldassarri, este a pouco

Speedweek.com, Luca Marini falou

verdade. Não só é mais potente, como

completar voltas lançadas – Steven

mais de meio segundo do topo.

das suas ilações após este primeiro

também nos ensina a trabalhar com

Odendaal (NTS) e Lukas Tulovic (Kie-

Apesar de ser uma nova era, as pri-

contacto com o novo Moto2, admi-

eletrónica mais avançada.

fer).

meiras indicações mostraram uma

tindo que as diferenças foram me-

Quanto a Sam Lowes, segundo mais

Kalex mais forte como tem aconteci-

nores do que o que esperava:

rápido dos ensaios, destacou um

Último dia sem melhorias

do nos últimos anos no Moto2. En-

– Não acho que mudará muito. O

propulsor com um caráter substan-

O dia 25 de novembro encerrou os

tre os 15 primeiros classificados, só

chassis é muito semelhante. Sim, o

cialmente distinto, ao referir citado

trabalhos em pista do Moto2 em

três não tripularam uma moto com

motor muda muito, mas não teremos

pelo Crash.net:

2018, com mais duas sessões de

chassis dos alemães. As exceções

a eletrónica que eu esperava. Os pneus

– Foi um teste muito positivo por-

testes. A primeira acabou com Jake

foram Jorge Navarro (sexto numa

são os mesmos. Talvez possamos usar

que pude trabalhar em várias coisas.

Dixon (Ángel Nieto Team) 0,181s na

Speed Up), Brad Binder (13.º numa

uma mudança diferente, uma trajetó-

A primeira, claro, foi habituar-me ao

frente de Nicolò Bulega (Sky Racing

KTM) e Stefano Manzi (14.º numa

ria diferente em algumas pistas, mas

novo caráter do motor e à nova moto.

Team VR46), mas nenhum deles

MV Agusta).

será muito semelhante.

Senti-me logo bem com a equipa e o

conseguiu sequer baixar do 1m52s,

No que aos rookies diz respeito, o

Outra das reações públicas foi de

motor é muito bom, tem um carácter

dadas as condições húmidas da pis-

melhor de todos foi Nicolò Bulega,

Hervé Poncharal. O diretor de equi-

completamente diferente do da Honda

ta.

com o italiano da Sky Racing Team

pa da Red Bull KTM Tech3 explicou

por isso há que pilotar a moto de ou-

Na derradeira sessão da semana de

VR46 a terminar em 11.º lugar com

ao site GPone que considera que a

tra maneira, mas estamos a trabalhar

testes, Odendaal voltou a terminar

uma marca de 1m42,311s que o co-

nova categoria intermédia deixará

nisso.

Gold and Goose

em primeiro, mas até fez pior do que no dia anterior quando liderou a sexta sessão do cômputo dos três dias. O sul-africano foi 0,186s mais

Top cinco final dos testes de Jerez: 1.º L uca Marini (Sky Racing Team VR46/Kalex) – 1m41,524s

rápido do que Dominique Aegerter

2.º S am Lowes (Federal Oil Gresini

no dia de domingo, com o suíço a

Moto2/Kalex) – 1m41,792s; +

estrear-se nestes testes pela MV

0,268s 3.º Á lex Márquez (EG 0,0 Marc

Agusta Forward Racing.

VDS/Kalex) – 1m41,901s; + Contas feitas… Marini na frente e

0,377s

motos Kalex a dominar

4.º R emy Gardner (SAG Team/

O segundo dia acabou por ser aquele em que os pilotos fizeram as melhores marcas dos ensaios de Jerez

Kalex) – 1m41,991s; + 0,467s

Brad Binder, terceiro no Mundial de 2018, foi 13.º nos testes.

5.º L orenzo Baldassarri (Pons HP40/ Kalex) – 1m42,035s; + 0,511s | MOTORCYCLE SPORTS | -39-


Entrevista exclusiva

Hervé Poncharal

Sebas Romero

‘O Oliveira é muito mais maduro do que outros jovens pilotos’

Jerez recebeu os dois últimos dias de testes em 2018.

Hervé Poncharal é mais uma das três entrevistas exclusivas que o Motorcycle Sports lhe traz nesta edição, numa altura em que a sua Tech3 entra numa nova etapa.

Hervé Poncharal é o novo diretor

expectativas quanto ao português

de equipa de Miguel Oliveira. O

e muito mais, como pode descobrir

piloto luso estreia-se no MotoGP

nas próximas linhas.

na estrutura do francês, a Tech3, que agora passa a ter a KTM como

MotorcycleSports (MS): Em quem

parceira.

apostarias para estar mais forte

O MotorcycleSports falou com

no final de 2019? Miguel Oliveira

Poncharal numa entrevista exclusi-

ou Hafizh Syahrin?

va que lhe passa a apresentar, em

Hervé Poncharal (HP): Julgo que

que o responsável da Tech3 abor-

esta questão é impossível para mim

ENTREVISTA: Gonçalo Viegas e

da vários aspetos sobre a nova

responder. Temos dois pilotos, eles

Bernardo Matias

‘vida’ da equipa, sobre Oliveira e as

vão ter o mesmo equipamento, va-

-40- | MOTORCYCLE SPORTS |


mos apoiá-los da mesma forma e

cil porque embora Portugal e Espa-

caber-lhes-á a eles e ao desporto

nha sejam países completamente

decidir quem estará à frente no fim

diferentes já temos quatro corridas

do ano. É tudo o que posso dizer,

em Espanha. Quando íamos ao GP

porque só fizemos uma pequena

em Jerez e ao de Portugal era mui-

quantidade de testes, e no último

to próximo.

teste o Miguel e o Syahrin fizeram

Não me cabe a mim decidir. O

quase exatamente o mesmo tempo

Carmelo Ezpeleta, diretor-execu-

por volta.

tivo da Dorna é o organizador do

Portanto estão próximos uns dos

campeonato, o promotor. Se existir

outros, já se sentem bem juntos,

alguém em Portugal com uma pista

estão felizes por ser colegas de

homologada pela FIM e pela Dorna

equipa. Seguramente vão puxar

Hafizh Syahrin, colega de equipa de Miguel Oliveira.

um pelo outro mas de forma positiva. E isso é a principal coisa que

para receber o MotoGP, se existir alguém com o orçamento para lá organizar um GP e estiver pronto

quero dizer. No final do ano vere-

para se comprometer cumprindo

mos. Tivemos grandes rivalidades,

as quatro motos serão do mesmo

fábrica da KTM, mas quando a cor-

as condições necessárias para ter

lembro-me do Olivier Jacques e o

ano, com a mesma especificação e

rida começa cada piloto quer bater

um GP, seguramente acho que to-

Shinya Nakano, portanto estamos

com a mesma evolução em conjun-

todos, incluindo os outros pilotos

dos ficariam felizes.

habituados a ter pilotos a lutarem

to, o que não era absolutamente

com motos da KTM.

Agora têm o presidente da FIM, o

um com o outro na mesma equipa,

o caso na situação que tínhamos

isto é normal. Mas espero que seja

com o nosso anterior construtor. O

‘SE O MOTOGP VOLTAR

gal. Portanto veremos o que acon-

de maneira limpa. Veremos e res-

Pit Beirer, diretor do departamen-

A PORTUGAL, TODO O

tece. Mas também é importante

ponderei à vossa questão no fim

to de motociclismo, deixou muito

PADDOCK FICARÁ MUITO

compreender sem por vezes ser

do ano.

claro que para eles o importante é

FELIZ’

nacionalista que há que olhar para

sr. [Jorge] Viegas, que é de Portu-

ter uma KTM na frente. E se uma

MS: Sabendo que o MotoGP se

o panorama completo. E quando

MS: Conseguirá mais tarde a

KTM estiver a ganhar eles ficarão

despediu de Portugal em 2012,

há, por exemplo, o Brasil, o México

Tech3 superar a equipa de fábrica

muito felizes, não importa se é

gostarias de ver a categoria rainha

ou a Indonésia, quando percebes

da KTM?

uma Tech3 KTM ou uma KTM de

de novo neste país que agora é

sobre o mercado e as possibilida-

HP: Não percebo exatamente o

fábrica.

representado pelo Oliveira? Tens

des aí, é também algo a ser tido em

que querem dizer com a vossa

Se a questão é se eu quero batê-

saudades de Portugal?

conta.

questão. Mas a KTM é uma fábrica

-los, eu não quero batê-los particu-

HP: Eu pessoalmente, Hervé Pon-

E é isso. Veremos. Mas se o pad-

que é muito bem-sucedida, estou

larmente. Julgo que estamos todos

charal como pessoa, sinto falta de

dock voltar a Portugal posso dizer

muito feliz por eles devido a isso –

juntos e precisamos da Tech3 e da

Portugal. Sempre gostei de Por-

que eu, primeiro, mas todo o pa-

em termos comerciais, marketing e

KTM a crescerem, a desenvolve-

tugal. Quando era jovem fui de

ddock ficará muito feliz. Portanto

posicionamento como uma marca

rem e a melhorarem a moto de for-

férias a Portugal e é uma viagem

cabe a vocês fazer isto acontecer e

jovem. Eles já estão no MotoGP

ma a lutar pelo título. Mas é claro

que nunca esquecerei. Passei bons

fazer disto uma possibilidade.

há dois anos, mas tendo só duas

que se o Miguel conseguir terminar

momentos aí, lembro-me que a se-

épocas ainda são muito jovens no

à frente do [Johann] Zarco ou do

mana no Algarve foi bela. Mas foi

‘O MIGUEL NÃO TEM O

MotoGP. A equipa de fábrica está

[Pol] Espargaró ou se o Syahrin ter-

no início dos anos 1980, em 1982

MESMO PERFIL DE OUTROS

agora por três anos a partir de

minar à frente dos pilotos de fábri-

ou 1983. Eu gosto de Portugal e

JOVENS PILOTOS’

2019 porque o acordo que a Tech3

ca ficaremos felizes. Mas eles não

por vezes ainda vou a Portugal de

MS: Quais acreditas serem os as-

assinou com a KTM é para 2019,

são os nossos inimigos. Mas assim

férias.

petos mais fortes de Miguel Oli-

2020 e 2021.

que a corrida começar, e este é um

Sinto falta do GP de Portugal? Sim.

veira? E os aspetos a melhorar?

Portanto esse acordo é muito bom

desporto individual, cabe aos pilo-

Mas já temos 19 corridas, sabemos

HP: É uma questão muito difícil

para nós, estou muito feliz com a

tos mostrar que são os melhores.

que há muitos outros países a ‘ba-

para responder. Só tivemos duas

situação. A KTM confirmou que

Trabalhamos bem com a equipa de

terem à porta’. A situação não é fá-

sessões de testes com o Miguel, | MOTORCYCLE SPORTS | -41-


Hervé Poncharal Gold and Goose

Entrevista exclusiva

muito curtas – uma em Valência e

anos de diferença em idade. Isto

outra em Jerez. É difícil dizer algo

é logo algo muito diferente. Julgo

acerca do Miguel. Tudo o que pos-

que é também diferente o Valen-

so dizer é que estou impressiona-

tino estar numa Yamaha e o Marc

do com a carreira dele até agora

numa Honda.

no Moto3 e no Moto2. No primei-

Para ser mais sério, acho que o

ro contacto que tivemos com ele

Valentino foi claramente o mestre

vimos alguém inteligente, a tentar

até o Marc chegar. Ele estava a do-

compreender antes de atacar. É

minar o pelotão em resultados mas

Miguel Oliveira nos testes de Jerez.

muito tranquilo e isto é muito im-

também na forma como ele usava por vezes a guerra psicológica ou

Para mim, o Miguel não tem exa-

as palavras. Ele usava muito bem a

Gold & Goose/Red Bull Content Pool

portante. tamente o mesmo perfil de outros jovens pilotos. Diria que é mais maduro e gosto muito disso. Até agora tudo é positivo mas só estamos a começar o relacionamento humano e técnico. Portanto é difícil sobre os aspetos fortes, sobre

imprensa e ele era o ‘sr. MotoGP’. Agora, o Marc é um grande rival. É claro que em termos de resultados o Marc dominou o Valentino Rossi nos últimos quatro ou cinco anos. Isto é um facto quando olhamos para os resultados. Acho que

o que é preciso melhorar. Precisa-

nesse aspeto a corrida da Malá-

mos de esperar um bocado mais.

sia foi muito interessante quando vimos o Márquez a perseguir o

MS: Acreditas que tens maiores

Valentino, a pressioná-lo e o Va-

probabilidades de chegar mais

lentino acabou a vacilar perante a

longe com a KTM do que aquilo

Márquez e Rossi têm sido dois dos protagonistas do

pressão. Portanto isto mostra que

que alcançaste em tantos anos

MotoGP.

talvez o relacionamento entre eles

com a Yamaha? HP: Sabes o que é o passado por-

os dois é um bocado diferente e talvez o Marc tenha vantagem so-

que é claro e tens história, resul-

fábrica este ano?

fortável, que o deixe confiante de

bre o Vale neste momento.

tados, é preto no branco. Com a

HP: Equipas de fábrica ou pilotos

forma a atacar. Este é o objetivo e

Tive 25 anos, tive 40 anos e posso

Yamaha foram 20 anos de parceria,

de fábrica porque o Miguel Olivei-

depois veremos onde estaremos.

dizer que 15 anos a esse nível faz

de aventura, e é claro. O que con-

ra não é uma equipa, é um piloto.

Todos estão a esforçar-se ao máxi-

uma grande diferença. Julgo que

quistaremos com a KTM, se vai ser

Veremos. Mais uma vez, acho que

mo, a trabalhar arduamente, todas

o Marc é um piloto muito rápido,

melhor ou pior, quem sabe? Não

é melhor falar quando tiveres con-

as seis fábricas. Veremos e mais

uma pessoa muito inteligente. Ele

tenho uma bola de cristal, não con-

quistado alguma coisa em vez de

uma vez digo-vos um bocado mais

aprendeu muito através do seu

sigo ver muito bem o futuro. Tudo

dizeres ‘vou fazer isto’ e pareceres

no fim da época.

duelo e luta com o Valentino na

o que posso dizer é que estamos

estúpido porque falaste demasiado

todos muito empolgados, estamos

muito cedo. Julgo que o Miguel é

‘MÁRQUEZ DOMINOU O ROSSI

imprensa.

a sentir-nos dez anos mais jovens

muito humilde, eu também tento

NOS ÚLTIMOS QUATRO OU

Eles são diferentes: um é de Itália,

porque há muita energia e paixão

sempre ter uma atitude humilde,

CINCO ANOS’

o outro de Espanha; um é muito

dentro da fábrica da KTM e da

respeitar os meus adversários. Não

MS: Quais é que achas que são as

agressivo, outro é muito mais sua-

equipa de MotoGP da KTM. Isto é

sei, veremos.

principais semelhanças e diferen-

ve. É tudo o que posso dizer. Ve-

algo que nos deixa felizes e dese-

Neste momento o Miguel tem de

ças entre Valentino Rossi e Marc

remos quem vai ganhar em 2019.

josos de começar o ano que vem. É

aprender o MotoGP, nós temos de

Márquez?

tudo o que vos posso dizer.

o compreender, a KTM tem de me-

HP: [Risos] Que pergunta. A prin-

MS: Achas que o Oliveira tem po-

lhorar a sua moto, trabalhar ardua-

cipal diferença é que o Valentino

tencial para dar o salto, entrar na

MS: Será que Miguel Oliveira con-

mente e queremos dar ao Miguel

vai fazer 40 anos e o Marc tem 25

equipa oficial da KTM e coroar-se

seguirá bater alguma equipa de

uma moto que o faça sentir con-

anos, portanto têm algo como 15

campeão do mundo?

-42- | MOTORCYCLE SPORTS |

pista mas também no centro de


HP: Esta pergunta é muito próxima da segunda. Julgo que o Miguel Oliveira já está numa equipa oficial, na equipa oficial da KTM. Não é a equipa detida pela KTM mas tem a mesma moto. Se o Miguel tem o potencial e estiver a pilotar da forma como quer pilotar, se tiver a moto que esteja a responder aos seus desejos ele pode ser campeão mundial com a Tech3 KTM ou com a equipa oficial da KTM porque temos exatamente o mesmo material e apoio da fábrica. Ele ainda nem começou. Ele está a começar connosco, portanto não queremos falar sobre a probabilidade de saltar para algum lado. Façamos o tempo funcionar a favor dele.

Johann Zarco foi a mais recente aposta da Tech3 em introduzir

MS: Este é um novo começo para

mais jovens, cheios de energia e

a tua equipa. O quão difícil é mu-

muito ansiosos de fazer parte des-

dar depois de tantos anos com o

te grande projeto da KTM no Mo-

mesmo parceiro?

toGP e de conseguir subir todos

quando subiram para a moto de

tados de topo podes estar seguro

HP: Quando trabalhas 20 anos

juntos o degrau alcançando o topo.

MotoGP em 2016 em Valência, no

que não precisas de muito tempo

com um construtor habituas-te a

Mas este é um sonho, somos parte

fim do ano… e na primeira corrida

para teres um bom rendimento e

várias coisas. Conheces o sistema

desse sonho e estamos felizes.

o Zarco liderou sete voltas no Qa-

seres rápido no MotoGP.

deles, conheces a forma de traba-

jovens no MotoGP a estabelecer-se com sucesso.

tar.

Este é o futuro e estou sempre

lhar deles, conheces muito bem

‘ESPERO QUE O OLIVEIRA

Vimos este ano, nos primeiros

muito orgulhoso e feliz por estar

as pessoas. Quando tens um pro-

CONSIGA MOSTRAR QUE É UM

testes, o quão rápidos foram o

ligado aos jovens pilotos. Eu já não

blema sabes que pessoa está res-

POTENCIAL VENCEDOR DE

[Francesco] Bagnaia, o [Joan] Mir e

sou muito jovem e trabalhar com

ponsável pelo departamento rela-

MOTOGP’

até o [Fabio] Quartararo nas suas

pessoas jovens ajuda-me a perma-

cionado ao teu problema, pelo que

MS: Andrea Dovizioso, Bradley

motos. Clara e felizmente para os

necer um bocado mais fresco. Por-

talvez seja mais eficiente porque

Smith, Cal Crutchlow, Johann

pilotos com ‘mais experiência’ os

tanto isto é muito importante para

conheces a estrutura.

Zarco, Marco Melandri, Pol Espar-

jovens pilotos vão ser os de topo

o nosso projeto, estou muito feliz

Mas quando estás a viver a mesma

garó… todos eles representaram a

do MotoGP muito em breve. Espe-

por fazer isto e irei sempre tentar

situação, a viver com as mesmas

tua equipa e tiveram grande su-

remos que o Miguel Oliveira faça

dar aos jovens pilotos a oportu-

pessoas e a organizar e a trabalhar

cesso. O quão importante é para

parte disto. O futuro pertence aos

nidade de mostrar o seu talento.

com a mesma fábrica ou empresa

o teu projeto trazer e desenvolver

jovens pilotos.

Também estamos envolvidos no

por vezes também te podes sentir

os novos talentos?

Graças à forma como a Dorna

Moto2, temos muitos talentos que,

um bocado adormecido. É o hábi-

HP: É uma boa pergunta. Julgo

organizou o campeonato com o

esperamos, mostrem o seu poten-

to. Portanto, claramente agora é

que… falámos sobre as diferenças

Moto3 e depois a classe intermé-

cial no futuro próximo. Mais uma

mais difícil perceber quem está a

entre o Valentino Rossi e o Marc

dia Moto2, há um caminho muito

vez, espero que o Miguel Oliveira

fazer o quê, como são os proces-

Márquez… o futuro é o futuro e o

claro para ir para o MotoGP. Julgo

consiga mostrar que é um piloto de

sos deles nos vários departamen-

futuro são os jovens pilotos. Quan-

que o Moto2 é uma categoria incrí-

topo e um potencial vencedor no

tos. Mas também é muito empol-

do viste o quão rápidos foram o

vel para preparar para o MotoGP e

MotoGP através do seu envolvido

gante. Todos se sentem dez anos

[Johann] Zarco e o [Jonas] Folger

quando sais do Moto2 com resul-

com a KTM e com a Tech3. | MOTORCYCLE SPORTS | -43-


-44- | MOTORCYCLE SPORTS |


| MOTORCYCLE SPORTS | -45-


Entrevista

-46- | MOTORCYCLE SPORTS |

Miguel Oliveira


© KTM Images / Sebas Romero

“Não acho que tenha entrado com o pé esquerdo em Valência” Miguel Oliveira chega ao pináculo do motociclismo depois de mostrar os seus talentos dentro da pista e fora dela, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento de um protótipo de competição.

Numa altura em que o piloto por-

que foi um bom primeiro contacto

tuguês se encontra focado em se

com a moto e com a equipa. Foi

adaptar ao MotoGP, o Motorcycle

tudo novo para toda a gente, en-

Sports entrevistou exclusivamen-

tão não considero que o primeiro

te Miguel Oliveira, entrevista essa

momento seja desapontante, tal

onde foi possível abordar alguns

como está mencionado na ques-

aspetos quer sobre esta sua nova

tão. Então, é tudo novo para todos

etapa, como do campeonato pro-

e estou feliz que tudo tenha corri-

priamente dito.

do bem.

Motorcycle Sports (MS): Dado o

MS: Grandes mudanças trazem

facto de teres entrado no MotoGP

grandes desafios... Com esta su-

com o pé esquerdo, em Valência,

bida ao MotoGP tens mudado

temes que isso possa influenciar o

algo no teu tipo de treino? Se sim,

próximo arranque de temporada?

quais foram essas alterações?

Miguel Oliveira (MO): Não acho

MO: Sinto que a moto é um pou-

que tenha entrado com o pé es-

co mais pesada. Claro, penso que

querdo em Valência. Penso, sim,

ter mais potência nos travões tor-

ENTREVISTA: Gonçalo Viegas

| MOTORCYCLE SPORTS | -47-


Miguel Oliveira

na tudo fisicamente mais exigente

que eu admiro; é bom, mas não é a

Apesar disso, achas que a con-

do ao ser espanhol… acho que se-

e isso requere um pouco mais de

minha prioridade.

quista do décimo título é um so-

ria uma frase aleatória porque che-

Philip Platzer/Red Bull Content Pool

Entrevista

nho que se poderá tornar realida-

guei ao MotoGP ao ser português,

tem sido direcionado mais nesse

MS: A tua carreira tem apresen-

de?

então acho que isso acrescenta

sentido com a finalidade de ganhar

tado uma progressão ascendente.

MO: Bem, para mim o Valentino é

muito mais valor do que haver mais

um pouco mais força muscular.

Comparativamente com o salto

um grande piloto. Ele ainda tem a

um espanhol na grelha.

força nos músculos. Então, o treino

para o Moto3 e, mais tarde, para

capacidade de pilotar a sua moto e

MS: Tens tudo para bater o Fran-

o Moto2, sentes que agora estás a

de ser competitivo e se o seu so-

MS: Com a KTM, acreditas que

cesco Bagnaia e a sua Ducati?

ser mais requisitado pelos meios

nho é conseguir o décimo título,

consegues fazer frente ao domí-

MO: Não estou focado no Bagnaia

de comunicação social? O mesmo

então ele vai fazer o que for preci-

nio que Márquez e a Honda estão

e na sua Ducati [risos]. Para mim,

se aplica aos media portugueses?

so. Agora se vai ser uma realidade

a ter no MotoGP?

[Bagnaia] é um outro rookie tal

MO: Felizmente, tenho sido sem-

ou não, não acho que possa estar

MO: Gostaria de dizer que sim,

como os outros dois [Joan Mir e

pre solicitado pelos media espe-

inteiramente relacionado com ele…

mas de momento é demasiado

Fabio Quartararo]. Garantidamen-

cialmente em Portugal. Fui o pri-

as motos e os adversários estão

cedo para afirmar que a KTM vai

te, estamos em posições muito di-

meiro português a fazer muitas

muito fortes, então vamos ver!

ser uma moto que irá bater a Hon-

ferentes: ele está numa moto que

coisas. (…) Os media querem mais

já mostrou um grande potencial e

entrevistas, mas isto é normal. Es-

MS: Acreditas que se tivesses na-

este é o objetivo final: ser o mais

que já ganhou muitas corridas. A

pecialmente quando consegues

cionalidade espanhola terias tido

rápido, ser o melhor… então numa

equipa tem também bastante ex-

bons resultados, há mais pedidos.

uma ascensão mais rápida à cate-

perspetiva a longo prazo acredito

periência com a moto, então pen-

É algo que vem com o sucesso e

goria máxima?

que isso seja uma possibilidade.

so que o trabalho dele será muito

acho isso positivo.

MO: Não sei… Talvez esta questão

Contudo, atualmente, ainda é di-

nunca tenha sido feita por mim ou

fícil dizer qual é o nível da moto,

mais fácil do que o meu, mas isto é

da ou o Márquez. Seguramente,

apenas o início e não estou focado

MS: Valentino Rossi não está a

para mim. Sou português e acho

mas acredito que temos todas as

nisso. Ser o melhor rookie é algo

repetir as conquistas de outrora.

que dizer que cresceria mais rápi-

ferramentas e o potencial para o

-48- | MOTORCYCLE SPORTS |


© KTM Images / Sebas Romero

fazer. Todavia, antes do Márquez e da Honda temos, também, outros adversários ao quais necessitamos de tomar atenção. MS: Com a tua chegada ao pináculo do motociclismo, acha que a modalidade pode voltar a Portugal? MO: Acho que é uma forte possibilidade que o campeonato consiga voltar a Portugal. Seria um sonho tornado realidade correr na categoria de MotoGP no meu país, mas não depende de mim. Sei que há também grandes países que querem receber e fazer parte do círculo do MotoGP. Agora, o mercado é um pouco competitivo. Para mim, [o regresso] faz sentido porque sou o único piloto que não tem um Grande Prémio caseiro, então receber o MotoGP em Portugal seria algo muito bom. MS: Em 2019 vais correr com o #88. Pol Espargaró deu-te alguma hipótese de correres com o #44? MO: Bem, ele não me deu qualquer hipótese [risos]. É o seu número desde que começou, tal como eu, mas ele chegou ao MotoGP primeiro. Por isso, ele tinha a prioridade em conseguir este nú-

mente, as suas prioridades no Mo-

que ouve as situações e os nossos

encontra-se confortável com esta

mero e para mim o #88 é algo que

toGP. O suporte e a atenção que

problemas. O Pit [Beirer] é um ho-

mota… vamos ver. (…) [Risos] Para

representa um novo desafio, uma

tens no MotoGP é mais alto com-

mem que acompanha bastante o

mim também é um objetivo poder

nova página na minha carreira. As-

parativamente com as outras ca-

que acontece em todas as catego-

um dia vir a ser campeão mundial e

sim, estou contente por correr com

tegorias, porque o investimento é

rias. Tenho bastante apoio.

ter uma boa prestação. Mas é claro

este número.

também maior. É algo normal, mas

que Márquez é alguém que elevou

também tive um bom apoio em

MS: Achas que Marc Márquez

o desporto a outro nível e é prová-

MS: Sentes que vais ter mais

ambas as classes… não me posso

conseguirá bater os nove títulos

vel que ele consiga bater os títulos

apoio da KTM agora no Moto-

queixar sobre nada. A KTM sempre

de Valentino Rossi e os quinze tí-

do Valentino e, também, os que o

GP do que aquela que tiveste no

foi muito profissional e lidou com

tulos de Giacomo Agostini?

Agostini tem… tudo depende de

Moto2 e no Moto3?

todo o desenvolvimento bastante

MO: Ele é obviamente um bom

até quando ele pretende prolongar

MO: Acho que a KTM tem, obvia-

bem. Temos de igual forma alguém

piloto e está em boa forma. Ele

toda a sua carreira.

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-50- | MOTORCYCLE SPORTS |


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Philip Platzer/Red Bull Content Pool 1


Hafizh Syahrin

© KTM Images/Sebas Romero

Entrevista

‘Vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa’

ENTREVISTA: Gonçalo Viegas e Bernardo Matias -52- | MOTORCYCLE SPORTS |


David Goldman/ Gold & Goose/Red Bull Content Pool

Hafizh Syahrin foi o último piloto a

luta perdida para Morbidelli não

ingressar na grelha de 2018 depois

ficou esquecida. Essa mesma infe-

de ter oficializado a sua parceria

licidade está mais do que ultrapas-

com a Tech3 já depois dos testes

sada e, depois de ter testado a sua

de Buriram. Jonas Folger anunciou

KTM RC16, o profissional que car-

antes dos testes de Sepang de

rega as novas cores da Tech3 reve-

2018 que não iria competir no Mo-

lou o que diferencia esta sua nova

toGP e depois do trabalho mostra-

moto da ‘velhinha’ Yamaha M1

do, Syahrin foi contratado para ser

numa entrevista completamente

a nova aposta de Hervé Poncharal.

exclusiva ao Motorcycle Sports.

Apesar da falta de quilómetros face

Não tenho receio de ser superado pelo Miguel Oliveira porque para mim é uma oportunidade fazer equipa com o Oliveira. Ele é um piloto rápido. [...]. Desejo-lhe o melhor - o título de Rookie do Ano - e vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa.

algumas ideias. Assim, desejo-lhe o melhor – o título de Rookie do Ano – e vamos tentar crescer juntos, fazendo crescer também a equipa. MS: Porque razão corres com o #55? HF: Porque nasci a 5 de maio e foi por isso que escolhi o #55. É um bom número e existem muitas coisas na minha vida que estão ligadas

aos rookies da temporada passada,

Motorcycle Sports (MS): Tens re-

o #55 foi o único que conseguiu

ceio de ser superado pelo Miguel

discutir o título de ‘Rookie do Ano’

Oliveira?

com Franco Morbidelli. O título

Hafizh Syahrin (HF): Não… porque

não foi parar às mãos do jovem

para mim é uma oportunidade fa-

malaio mas isso não impediu que

zer equipa com o Oliveira. Ele é

Syahrin justificasse o voto de con-

um piloto rápido – é o único por-

fiança por parte do seu patrão.

tuguês. (…) Estou muito contente

Agora, Syahrin fala sobre a sua re-

por ter um piloto muito rápido na

feito na categoria rainha?

lação com Miguel Oliveira onde a

garagem onde podemos partilhar

HF: Claro que sim. Na corrida de

ao número cinco. MS: Sabes que a Malásia tem apostado fortemente no motociclismo. Sabendo que corres representando a bandeira do teu país, acreditas que tens o que é preciso para retribuir todo o investimento

| MOTORCYCLE SPORTS | -53-


Hafizh Syahrin

©Jesus Robledo/© KTM Images

Entrevista

Sepang deste ano vimos que o

var a equipa o mais longe possível

número de espectadores cresceu

tentando obter o máximo de infor-

muito mais face a 2017. Então,

mação para o seu desenvolvimen-

acreditamos que investimos no

to. Como já disse antes, podemos

país e estou muito orgulhoso por

crescer juntos. É bom para o futuro

fazer parte de tudo isto.

de todos.

MS: Sabemos que já começaste a

MS: Perdeste para Franco Mor-

preparação para o próximo ano.

bidelli na batalha pelo título de

Achas que tens alguma vanta-

‘Rookie do Ano’. 2019 é o teu ano

gem face ao Oliveira por estares

de ‘vingança’?

a correr no MotoGP uma segunda

HF: Para mim… na temporada

temporada?

passada perdi por apenas quatro

HF: Talvez eu possa ter um pouco

pontos porque tivemos boas cor-

mais de experiência no MotoGP

ridas, mas não terminámos algu-

que ele. Já conheço os pneus e

mas provas, como foi o caso de

um pouco melhor a eletrónica, mas

Barcelona e Phillip Island, porque

mudámos para a KTM… há uma

cometemos erros de rookies. Pa-

grande diferença em comparação

rece que se não tivesse caído, po-

com a temporada passada com a

deria ter conquistado o título de

Yamaha. Então, estamos a traba-

‘Rookie do Ano’, mas a temporada

lhar duro e a tentar compreender

já terminou e estou à procura de

toda a situação de forma a me-

me desafiar para ser melhor. A si-

lhorar a moto. Claro que na pista

tuação na Marc VDS teve diversas

plo, a Tech3 que é a melhor estru-

somos mais ‘frios’, mas na garagem

implicações, tal como a Tech3 com

tura independente e tem bastante

somos colegas que tentamos le-

a Yamaha. Acho que a Yamaha é

experiência.

-54- | MOTORCYCLE SPORTS |

Perdi apenas por quantro pontos porque tivemos algumas boas corridas, mas não terminámos algumas provas [...] porque cometemos erros de rookies. Parece que se não tivesse caído, poderia ter conquistado o título de ‘Rookie do Ano’, mas a temporada já terminou e estou à procura de me desafiar para ser melhor.

[uma moto] mais fácil de controlar. Já em termos de potência de motor a questão é bastante similar, tanto que lutámos mais ou menos juntos ao longo da temporada. Agora, eu comecei uma nova jornada com a KTM enquanto que ele foi para a Yamaha com um melhor conjunto. A KTM é uma boa máquina, mas ainda precisamos de desenvolver a moto e entendê-la melhor. Não é como a Yamaha ou como as segundas Yamaha; eles têm uma segunda equipa com muitos anos no campeonato. Então, eles sabem o que precisam de melhorar. A KTM começou há dois anos, então não temos nenhuma experiência. Precisamos de continuar a trabalhar para entender as coisas um passo de cada vez e assim desenvolver a moto. É bom para a KTM ter uma segunda equipa como, por exem-

Assim,

esperamos


bem como a melhorar, o que torna

topo.

tudo um pouco mais fácil para ele.

KTM Tech3 Racing

KTM Tech3 Racing/©Jesus Robledo

fazer algo para colocar a KTM no

é diferente das outras pistas.

motor é semelhante no que se concerne à potencia, mas, às vezes, é

Para nós, é um pouco diferente

MS: És o primeiro malaio a chegar

difícil ter uma boa velocidade. Para

MS: Pilotaste a M1 durante uma

porque apenas temos [dados de]

ao MotoGP e um dos teus melho-

mim, a potência é a mesma e ape-

temporada. Conseguirás extrair

duas motos: a de 2017 e de 2018,

res resultados foi conseguido em

nas precisamos de melhorar. Não é

algo dessa experiência que te aju-

para além de agora eles terem uma

Sepang. Como te sentes em rela-

preciso mudar muitas coisas den-

de no desenvolvimento da RC16?

equipa satélite.

ção a isso? Vês-te como um pionei-

tro da moto. Precisamos apenas

HF: Sim. Garantidamente que será

Eles vão querer puxar porque que-

ro do motociclismo do teu país?

de fazer pequenas mudanças que

algo útil para mim, mas a moto é

rem levar a KTM ao topo e eu es-

HF: Creio que sim. (…) Queria ser

nos ajudem a melhorar muito mais.

um pouco diferente da Yamaha. O

tou muito contente por fazer parte

piloto de MotoGP e agora sou o

A RC16 é uma máquina nova, tem

motor é bastante similar em rela-

desta família e por pilotar a RC16.

primeiro piloto da Malásia na cate-

apenas dois anos no campeonato

ção à potência, mas o chassis tem

Vamos tentar melhorar a moto e

goria rainha. Estou orgulhoso dis-

do mundo e a potência é seme-

um carácter um pouco diferente. Já

levá-la ao topo.

so, mas, ao mesmo tempo, espero

lhante às restantes motos mas pre-

que a Malásia consiga ter mais pi-

cisamos de melhorar algo no seu

fizemos dois testes: um em Valência e outro em Jerez. Fizemos algo

MS: Quais os aspetos que dife-

lotos. Tento dar alguma motivação

manuseio. Claro, eles conseguem

diferente no estilo de pilotagem e

renciam o Circuito Internacional

aos mais jovens, àqueles que aspi-

fazer algo porque as pessoas da

tentámos trabalhar, especialmen-

de Sepang dos restantes traçados

ram ser pilotos de MotoGP, espe-

KTM querem mesmo levar a marca

te, na eletrónica.

do calendário?

cialmente agora que o desporto

ao topo. Agora vamos estar para-

É totalmente diferente da Yamaha…

HF: É a minha corrida caseira; o

malaio está a crescer. Espero que

dos durante dois meses e espero

eles usam 2D e nós Magneti Ma-

sentimento é diferente e existe um

no futuro algum piloto [malaio] me

que eles consigam, nesse período,

relli. A equipa também é nova no

pouco mais de pressão. Contudo,

possa substituir (…).

fazer algo para a melhorar. Vamos

que respeita a esta eletrónica e

há uma maior motivação porque

eles precisam de tempo para com-

temos muitos fãs que aparecem

MS: Quais são as principais dife-

sas para testar e espero ajudar com

preender a RC16. O [Franco] Mor-

para dar apoio. (…) Temos tudo à

renças entre a KTM e a Yamaha?

algo na pilotagem. Vamos ver, por-

bidelli saltou para a Yamaha porque

nossa volta, então tens que dar o

HF: A grande diferença entre estas

que eu não sei o que vai acontecer

eles já têm uma boa moto e já sa-

teu melhor e é por isso que Sepang

duas motos é mesmo o chassis. O

no próximo ano.

chegar a Sepang com muitas coi-

| MOTORCYCLE SPORTS | -55-


-56- | MOTORCYCLE SPORTS |

KTM Tech3 Racing/©Jesus Robledo


| MOTORCYCLE SPORTS | -57-


Dakar 2019

Peru recebe as emoções do todo-o-terreno entre 7 e 17 de janeiro de 2019

Pela primeira vez, o Dakar desenrola-se apenas num país, o Peru, com um percurso de 3.000km cronometrados maioritariamente disputado em areia, com muitas dunas. As emoções prometem ser fortes e a questão impera: alguém conseguirá bater a KTM?

-58- | MOTORCYCLE SPORTS |

DPPI/E. Vargiolu

TEXTO: Gonçalo Viegas


DPPI/F. Le Floc’h

Está aí à porta mais uma edição do Dakar. A 41.ª vai ter como grande particularidade o facto de ser integralmente disputada no Peru – nunca antes se disputou apenas num país, nem mesmo na altura em que se realizava no continente africano. A prova foi também encurtada em número de etapas, com apenas dez etapas e um dia de

Areia vai marcar 70 por cento do percurso.

descanso entre 7 e 17 de janeiro. Vamos por partes. A ‘montagem’ do Dakar 2019 deu algumas dores de cabeça à Amaury Sport Organi-

uma montra para promover o nosso

» Etapa 3, 9 de janeiro: San Juan

Étienne Lavigne, será um percurso

sation (ASO), com o percurso a ser

país. Queremos fazer todos os esfor-

de Marcona-Arequipa, 331km

invulgar mas com etapas intensas

complicado de delinear. No mês

ços possíveis para receber o Dakar

cronometrados (799km no total)

que irão exigir uma boa forma físi-

de abril passado ainda só o Peru

2019.

tinha confirmado a disponibilidade

Ultrapassados todos os contra-

para receber a ‘caravana’. Do Chile

tempos, em julho de 2018 foi

havia vontade, à qual não foi dado

anunciada a composição de todo o

seguimento, situação similar à do

percurso do Dakar, com todas as li-

Moquegua-Arequipa, 345km

ta forma diferente. Promete ter uma

Equador. Já a Bolívia e a Argentina

gações reveladas – entre as quais a

cronometrados (776km no total)

geografia única e particular em que

não demonstraram grande interes-

etapa maratona Arequipa-Moque-

11 de janeiro: Dia de descanso

as dunas estarão muito presentes.

se em manter-se no itinerário.

gua e Moquegua-Arequipa para as

» Etapa 6, 13 de janeiro: Arequipa-

As etapas serão curtas mas intensas

A confirmação de um Dakar total-

motos. Na altura não se ficaram a

San Juan de Marcona, 317km

e ter-se-á de estar em boa forma fí-

mente disputado em solo peruano

conhecer mais pormenores acerca

cronometrados (839km no total)

sica para conseguir ultrapassar isto

surgiu precisamente em Maio, com

das etapas, mas ficou a saber-se

o início e o final em Lima. Mas isso

que dos 3.000km cronometrados

Juan de Marcona-San Juan de

melhorias e navegação serão aspetos

não significou o final dos contra-

cerca de 70 por cento decorreriam

Marcona, 323km cronometrados

essenciais nesta edição de 2019.

tempos. Só cerca de um mês mais

em areia. Prometia-se assim um

(387km no total)

tarde é que os governantes do

Dakar com muitos motivos de in-

Peru tomaram a decisão final de

teresse.

acolher a prova e acerca dos aspe-

Os detalhes sobre cada etapa do

tos financeiros.

Dakar foram conhecidos no pas-

» Etapa 9, 16 de janeiro: Pisco-

Como tem sido hábito nos anos

Na altura, antes da tomada de de-

sado mês de novembro. Os pilotos

Pisco, 313km cronometrados

recentes, há quatro principais con-

cisões, o presidente do Conselho

vão cumprir estas dez etapas:

(410km no total)

juntos à partida do Dakar – a KTM,

de Ministros do Peru, Cesar Villa-

Etapa 1, 7 de janeiro: Lima-Pisco,

» Etapa 10, 17 de janeiro: Pisco-

a Honda Husqvarna e a Yamaha

nueva, afirmou citado pela publica-

84km cronometrados (331km no

Lima, 112km cronometrados

são as forças que têm dominado as

ção britânica Autosport:

total)

(358km no total)

últimas edições da mítica prova de

– É óbvio que o Dakar atrai o olhar

» Etapa 2, 8 de janeiro: Pisco-

» Etapa 4, 10 de janeiro:

ca por parte dos pilotos:

Arequipa-Moquegua, 352km

– Uma edição invulgar, já que é a pri-

cronometrados (511km no total)

meira vez que o Dakar decorre num

» Etapa 5, 11 de janeiro:

» Etapa 7, 14 de janeiro: San

» Etapa 8, 15 de janeiro: San

único país, com um formato de cer-

sem problemas. As capacidades para

KTM,

Honda,

Husqvarna

e

Juan de Marcona-Pisco, 361km

Yamaha, o ‘quarteto’ que tem do-

cronometrados (576km no total)

minado

todo-o-terreno, embora existam

do mundo ao Perú, estamos num

San Juan de Marcona, 342km

‘Etapas curtas mas intensas’

mais máquinas e pilotos que, aqui

bom momento económico e seria

cronometrados (554km no total)

Nas palavras do diretor do ASO,

e ali, conseguem imiscuir-se na luta | MOTORCYCLE SPORTS | -59-


Sebas Romero - KTM Media Library

Dakar 2019

PRINCIPAIS INSCRITOS: #1 Matthias Walkner, Red Bull KTM Factory Team #2 Paulo Gonçalves, Monster Energy Honda Team 2019 #3 Toby Price, Red Bull KTM Factory Racing #4 Adrien Van Beveren, Yamalube Yamaha Official Rally Team #5 Joan Barreda, Monster Energy Honda Team 2019 #6 Pablo Quintanilla, Rockstar Energy Husqvarna Factory Racing #14 Sam Sunderland, Red Byll KTM Factory Racing

pelos primeiros lugares nas etapas.

últimos anos, Laia Sanz. Na antevisão do Dakar, o vencedor

O quarteto da KTM para o Dakar 2018.

de 2018, Walkner, afirmou: – Estou ansioso por voltar à moto no Perú e à competição para defen-

como estou a pilotar e confiante com

em janeiro:

der o meu título. Há alguma pressão

a minha navegação. Sei que este ano

– 2018 foi um ano incrível para mim.

adicional para mim mas o plano é o

no Peru vai ser muito exigente do

Terminar o Dakar no pódio em tercei-

mesmo de sempre – permanecer se-

ponto de vista físico, pelo que tenho

ro logo depois de voltar de uma lesão

guro e fazer o meu melhor na prova.

trabalhado muito arduamente no

foi ótimo. O Mundial não começou

É difícil saber como as coisas serão

meu treino para estar na melhor for-

como esperava mas consegui manter

com a corrida realizada num só país

ma possível quando a prova começar

a minha cabeça no sítio, permanecer

e com tanto percurso em areia. A es-

em janeiro. É decididamente bom

consistente e os resultados finalmen-

tratégia será muito importante uma

para mim que tenhamos dez dias nas

te surgiram. Tudo correu bem em

vez que a nossa posição de partida

dunas. Adoro pilotar nesse tipo de

Marrocos naquela última ronda e

para o dia pode fazer uma enorme di-

terreno e pareço ter um bom ritmo

espero por algo semelhante no Peru.

ferença aos resultados. Acredito que

lá. Se irá cair a meu favor, não sei.

Vai ser um Dakar um bocado estra-

será muito renhido com muitos pilo-

Como sabemos, tudo pode acontecer

nho, o percurso parece que é cerca

tos na luta pela vitória, mas se tudo

nos ralis e não consegues prever uma

de 70 por cento nas dunas e vai ser

Três já campeões ao serviço da

correr conforme o planeado e con-

corrida como o Dakar. Este ano tive

um verdadeiro desafio, certamente

KTM

seguir manter um ritmo consistente,

uma vantagem de seis minutos na li-

não haverá tempo para relaxar. No

A Red Bull KTM Factory Team vol-

espero pelo menos por outro pódio.

derança depois do Peru, pelo que isso

passado existiram dias em que po-

ta a apresentar-se com um forte

Já Sunderland, depois do acidente

é encorajador, mas o plano é o habi-

line-up que tem, nem mais nem

e lesão que o afetaram no Dakar

tual – encarar um dia de cada vez.

menos, três já vencedores – o

2018, está otimista para esta pró-

O outro dos já vencedores a alinhar

campeão em título Matthias Walk-

xima edição, considerando que o

pela KTM é Toby Price. O austra-

ner, Sam Sunderland e Toby Price.

percurso o pode favorecer:

liano campeão da Taça do Mundo

A eles junta-se Luciano Benavides,

– À medida que estamos agora a

FIM de Ralis voltou ao pódio no

tendo ainda a estrutura oficial Má-

aproximar-nos do Dakar, sinto-me

Dakar 2018 depois da vitória de

rio Patrão e a melhor senhora dos

muito bem. Estou feliz com a forma

2016 e quer uma boa performance

-60- | MOTORCYCLE SPORTS |


Honda Racing Corporation

dias ter o teu próprio ritmo e ainda assim obter um bom resultado concentrando na navegação e em pilotar de forma suave – nesta edição julgo que vai ser a fundo desde o início. Honda no encalço da desejada vitória Se a KTM tem um plantel de luxo, a Honda não fica atrás. A liderar as ambições nipónicas está Paulo Gonçalves (sobre ele falaremos mais ao pormenor adiante), tendo como colegas Kevin Benavides, Joan Barreda, Juan Ignacio Cornejo Florimo – o substituto de Gonçal-

– A corrida irá decorrer inteiramente

Equipa da Honda para o Dakar apresentou-se

ves em 2018 – e ainda Ricky Bra-

no país sul-americano o que torna

na EICMA.

bec. Resta saber se a CRF450 Rally

cada vez mais claro que esta edição

está à altura das KTM….

do Dakar irá ser puramente estraté-

Na antecipação à prova, Raul Cas-

gica, uma vez que há etapas em que

estratégica de corrida crucial.

mos anos. A equipa trabalhou ardua-

tells, diretor de equipa da Honda,

os carros partem antes das motos e

Um dos grandes favoritos na Hon-

mente e tem estado a preparar-se

antecipou uma prova em que a

outras em que as motos irão ter uma

da, além de Gonçalves, é Joan Bar-

para cumprir esta missão e acredito

estratégia é fundamental tendo

partida em linha. Noutras etapas há

reda. O espanhol realçou na sua

que o Dakar 2019 será positivo para

em conta as características anun-

camiões e motos misturados e tudo

antevisão que o fulcral é o título

a Monster Energy Honda Team.

ciadas:

isto na areia e nas dunas irá fazer a

final:

A competir perto de casa, Kevin

– As vitórias em etapa são importan-

Benavides é outro dos homens a

tes mas, acima de tudo, a vitória final

ter em conta na equipa da Honda.

no rali é o mais importante, e é por

E o argentino está entusiasmado

isso que temos procurado nos últi-

apesar do ano de 2018 nem sem-

Quintanilla é o principal homem da Husqvarna.

pre ter sido fácil para si: – O Dakar 2019 será uma corrida totalmente nova e tens de começar com uma mente aberta. Foi um bom ano para mim, com alguns altos e baixos, mas tenho a certeza que estarei muito forte. Gosto do Peru, é uma área arenosa, portanto vão ser dez etapas cheias de areia. A estratégia de corrida será diferente mas tentarei manter um bom ritmo, fazer um bom trabalho com a navegação e tentar ser consistente em cada etapa para obter os melhores tempos possíveis. Quintanilla lidera ambições da Husqvarna A equipa oficial da Husqvarna vai | MOTORCYCLE SPORTS | -61-


RallyZone - Edoardo Bauer

Dakar 2019

mais uma vez tentar imiscuir-se

duro, longo e exigente do mundo,

Yamaha repete quarteto da

na luta pelas posições cimeiras do

mas em termos competitivos o que

última edição.

Dakar. Com um esforço de apenas

te deixa bem é vir com o ritmo do

duas motos, os suecos partem cla-

Mundial. […]. Será um Dakar muito

ramente em pior posição ao nível

exigente, difícil, exigente em todo o

a atravessar um ‘jejum’ de pódios

1979 com Cyril Neuveu, recolhen-

coletivo. Pablo Quintanilla será o

sentido.

– o último foi o terceiro lugar de

do depois disso mais oito vitórias –

‘ponta-de-lança’, tendo como co-

Olivier Pain em 2014.

a última de Stéphane Peterhansel

lega Andrew Short. O norte-ameri-

Yamaha com quarteto ao ataque

E a experiência dos pilotos não é

em 1998 numa YZE850T.

cano estará presente pela segunda

do Dakar

algo que prometa ajudar a Yamaha.

Aquele que é, aparentemente, o

vez num Dakar, depois de ter feito

Menos alargado face a KTM e

Van Beveren pode ter já um quarto

principal piloto da Yamaha para

a prova de 2017 terminando num

Honda, mas ainda assim maior do

lugar no palmarés, mas aos 27 anos

atacar os resultados é Van Beve-

honroso 17.º lugar.

que o da Husqvarna, é o line-up

tem apenas três participações. Aos

ren, que ao site oficial do Dakar

Apesar de ser um dos candidatos

da Yamaha. Os japoneses apre-

30 anos, o argentino Franco Caimi

afirmou que tem tudo o que preci-

aos lugares cimeiros, Quintanilla

sentam-se à partida com quatro

cumprirá apenas a sua terceira par-

sa para levar de vencida:

tem andado arredado das posições

pilotos. A grande especialidade

ticipação, enquanto Xavier de Sou-

– No ano passado estava a liderar o

da frente desde o terceiro lugar em

da marca têm sido os quads mas

ltrait – também de 30 anos – conta

rali quando deixámos o Peru. Adoro

2016. O vice-campeão mundial

a aposta mantém-se. Das qua-

com quatro presenças anteriores.

as dunas. Espero que a navegação

FIM de Ralis antecipou ao site ofi-

tro principais marcas presenças, é

Rodney Faggotter é um veterano

seja dura e que me perca e depois

cial da prova:

aquela que parece ter menos argu-

de 42 anos, mas mesmo assim só

encontre o meu caminho! Sei que te-

– Aprendi que a melhor forma de

mentos tendo em conta o palma-

vai alinhar num Dakar pela quinta

nho tudo o que preciso para ganhar.

chegar bem preparado ao Dakar é

rés dos anos recentes.

vez.

A competição será dura mas não es-

disputar o Mundial, com os melhores

Adrien Van Beveren é um dos

Adivinha-se assim difícil que a

tou demasiado preocupado com isso.

pilotos do mundo, os mesmos que

quatro homens presentes com a

Yamaha regresse aos seus melho-

depois tenho de enfrentar em cada

Yamaha, tendo feito em 2017 o

res dias no Dakar. Curiosamente foi

etapa. A preparação física e mental

quarto lugar. Este foi o melhor re-

precisamente a marca que venceu

é muito importante para o rali mais

sultado desde 2014, com a marca

a primeira edição da história em

-62- | MOTORCYCLE SPORTS |


Joaquim Rodrigues é o nome mais sonante da Hero Motosports.

VENCEDORES DA ÚLTIMA DÉCADA: 2018: Matthias Walkner (KTM) 2017: Sam Sunderland (KTM) 2016: Toby Price (KTM) 2015: Marc Coma (KTM) 2014: Marc Coma (KTM)

Hero Motorsports e Sherco tam-

com Oriol Mena e Chunchungu-

Mais modestos têm sido os resul-

bém estão à partida

ppe Shivashankar Santosh – C.S.

tados da Sherco. Depois de um

Entre as outras equipas oficiais

Santosh, como é mais conhecido. A

2018 particularmente desapon-

presentes no Dakar, destaque para

marca indiana deu especialmente

tante, o line-up da marca perdeu

a Hero Motosports e para a Sher-

nas vistas em 2017 e 2018, quan-

Juan Pedrero García, tendo agora

co. A primeira desta alinha com o

do Rodrigues e Mena alcançaram

Adrien Metge, Aravind Prabhakar,

luso Joaquim Rodrigues e também

os top dez no final.

Lorenzo Santolino e Michael Metge.

Stefan Svitko é um dos principais nomes entre os privados

Pedrero García e Svitko são os

(imagem de arquivo). DPPI/F.Gooden

nomes maiores entre os privados Entre os privados, a melhor dos dois últimos anos – a Himoinsa – não está à partida em 2019.

2013: Cyril Desprès (KTM) 2012: Cyril Desprès (KTM) 2011: Marc Coma (KTM) 2010: Cyril Desprès (KTM) 2009: Marc Coma (KTM)

Depois da saída de Gerard Farrés da competição, o projeto também

re-se também a classe particular

chegou ao fim, pelo que se procura

elegível para o prémio Original by

sucessor.

Motul. 34 pilotos vão estar nesta

Há dois candidatos que se desta-

categoria, entre eles os portugue-

cam particularmente na lista de

ses David Megre, Hugo Lopes e

inscritos. Juan Pedrero García saiu

Miguel Caetano. Todos os pilotos

da Sherco para ir para a privada

que competem por este prémio

Moto Racing Group aos comandos

não têm qualquer tipo de assistên-

de uma KTM. Numa moto austría-

cia – o que abrange gabinete de

ca estará também Stefan Svitko, ao

imprensa.

serviço da Slovnaft Team.

Como tal, a organização irá ter o papel de equipa de assistência a

Mais de três dezenas sem assis-

estes pilotos, fornecendo-lhes o

tência

material necessário para a partici-

Na competição das motos inse-

pação em prova e para pernoitar. | MOTORCYCLE SPORTS | -63-


Os portugueses no Dakar TEXTO: Bernardo Matias

Cores portuguesas defendidas por nove pilotos em 2019

Honda Racing Corporation

No que às motos diz respeito, o Dakar 2019 vai contar com nove portugueses à partida, num dos maiores contingentes lusos de sempre.

O Dakar 2019 vai contar com uma

veterano Paulo Gonçalves. Depois

da Hero Motosports. A última edi-

ticipar de forma consecutiva entre

vasta participação portuguesa nas

de em 2018 ter falhado o Dakar

ção não correu tão bem ao piloto,

2013 e 2017 foi forçado a abdicar

duas rodas. Entre regressos e es-

devido a uma lesão contraída

que numa fase inicial sofreu um

em 2018 devido a problemas de

treias, vão ser nove os homens pre-

pouco tempo antes, o piloto está

aparatoso acidente e ficou fora de

saúde, mas está de regresso e em

sentes à partida, o que dá motivos

de volta com as cores da Honda,

prova. Volta agora com as ambi-

forma para 2019.

de interesse acrescidos à maratona

equipa que procura há vários anos

ções renovadas.

Fausto Mota, que apesar de ser

de todo-o-terreno agendada para

o triunfo.

Também Mário Patrão vai integrar

português corre sob bandeira es-

7 a 17 de janeiro.

Uma das boas surpresas em 2017

uma equipa oficial, ao defender

panhola, parte para a sua quarta

As maiores esperanças recaem no

foi Joaquim Rodrigues, ao serviço

as cores da KTM. Depois de par-

participação num Dakar. Até agora

-64- | MOTORCYCLE SPORTS |


Honda Racing Corporation

nunca piorou face à presença ante-

triunfos em todas as etapas:

rior, pelo que arranca naturalmente

– Trabalhámos arduamente durante

com o objetivo de melhorar o 43.º

o ano para aumentar um dos aspe-

posto de 2018.

tos importantes para o Dakar, que

Pela segunda vez na carreira, David

é a durabilidade, e estamos muito

Megre vai alinhar num Dakar, agora na classe Original by Motul sem

satisfeitos com o resultado. A nossa

Paulo Gonçalves vai estar no Dakar pela 12.ª vez.

moto também recebeu uma atualização nas suspensões e no motor, o

aos comandos de uma KTM 450

que melhora bastante a performan-

Honda Racing Corporation/PACO foto agencia

qualquer tipo de equipa por trás e Rally. Também entre os homens sem equipa de assistência e inscritos no Original by Motul é Miguel Caetano, um estreante absoluto cuja máquina será também uma KTM 450 Rally. Após mais um título nacional de todo-o-terreno,

António

Maio

ce. Existiram pequenas melhorias em diferentes áreas que nos permitem estar mais confortáveis, sermos mais rápidos e também estarmos mais seguros. A HRC trabalhou arduamente ao longo do ano para entregar uma moto capaz de lutar pela vitória a cada etapa.

aventura-se agora no Dakar. O piloto vai competir a bordo de uma

O histórico de Paulo Gonçalves

Yamaha ao lado da Drag’On Rally

no Dakar

Team. Hugo Lopes é igualmente um estreante absoluto, compete

Remonta a 2006 a primeira parti-

Vitória de Gonçalves no Desafio Ruta 40.

cipação de Speedy no Dakar, aos

em Original by Motul e numa KTM

comandos de uma Honda. Foi 25.º

450 Rally Replica.

na estreia, resultado que melhorou

Por fim, Sebastian Bühler é o outro

em terras sul-americanas. No De-

também triunfou no Desafio Inca

logo no ano a seguir para 23.º tam-

dos homens portugueses presen-

safio Ruta 40 na Argentina em que

no Peru, a contar para as Dakar Se-

bém numa moto japonesa.

tes no Dakar 2019. Está inscrito

Gonçalves superou Toby Price.

ries, superando Matthias Walkner

Na mudança para a América do Sul,

com a nacionalidade alemã e vai

O ano de 2018 em termos de Taça

por cerca de três minutos. Parale-

Gonçalves adaptou-se bem: em

estar aos comandos de uma KTM

do Mundo fechou com o Rali de

lamente, esteve no Campeonato

2009 alcançou pela primeira vez o

450 Rally, integrando a Bühler Ra-

Marrocos em África, no qual Paulo

Nacional de Rally Raid no qual aca-

top dez ao ser décimo, novamen-

cing Team nesta sua estreia abso-

Gonçalves encerrou o top cinco.

bou em segundo com três triunfos.

te com uma Honda, sendo ainda o

luta.

Contas feitas, o piloto de Esposen-

Na antevisão ao Dakar, Paulo

melhor privado e o melhor da clas-

Gonçalves mostrou-se confiante,

se super produção. Foi ao Dakar

pontos – a 20 do campeão Price.

acreditando que a Honda será uma

2010 numa BMW e abandonou de

ções lusas

De referir que Paulo Gonçalves

moto que possibilitará discutir os

forma inglória volvidas seis etapas.

A alinhar com o número #2 na carenagem da sua Honda, Paulo Gonçalves irá estar à partida do Dakar pela 12.ª vez. Desde que se estreou em 2006 só falhou a prova por uma vez – precisamente em

Honda Racing Corporation

de acabou em quarto lugar com 71 Paulo Gonçalves lidera as ambi-

No ano seguinte deu-se a sua primeira vitória em etapa, também a bordo de uma BMW, ao bater Francisco López Contardo na quinta tirada. Três etapas depois, sofreu novo abandono. Em 2012, já de

2018 devido a lesão.

Husqvarna, acabou em 26.º. Pelo

Passado o desapontamento do iní-

meio, na oitava etapa ajudou Cyril

cio do ano, Gonçalves desenvolveu

Desprès que tal como ele ficara

uma temporada positiva na Taça

preso na lama… gesto esse não re-

do Mundo FIM de Todo-o-Terreno.

tribuído.

Começou com o quinto lugar em Abu Dhabi. Depois do Qatar e do Rali do Atacama no Chile, o regresso aos triunfos aconteceu também | MOTORCYCLE SPORTS | -65-


RallyZone - Edoardo Bauer

Os portugueses no Dakar

Joaquim Rodrigues ruma à sua terceira participação.

de um resultado entre os lugares

regressou em agosto para duas

cimeiros. Embora a vitória pareça

provas sul-americanas. No Ataca-

fora do alcance, o homem da Hero

ma Rally foi 17.º classificado e no

Motosports, de 37 anos de idade,

Desafio Inca concluiu no 28.º pos-

mostrou toda a sua valia na estreia

to.

ao ser décimo em 2017, mas um

Numa entrevista ao site oficial do

acidente em 2018 impediu-o de

Dakar, Joaquim Rodrigues admitiu

confirmar as indicações.

que depois do forte acidente da

O piloto chegou ao todo-o-terreno

edição passada passou por mo-

depois de passagens pelo super-

mentos complicados e chegou a

cross e pelo motocross mas rapi-

ponderar o abandono, com a sua

damente deu nas vistas na nova

confiança a sair afetada:

modalidade. Em 2016 conseguiu

– No começo foi duro. Ninguém sa-

Mais uma vez aos comandos de

sexto, resultado que ficou longe

alcançar o nono lugar no Merzou-

bia de eu poderia voltar a competir

uma Husqvarna, Gonçalves conse-

das ambições do piloto.

ga Rally e foi 15.º no Rali de Mar-

ou mesmo caminhar. Parti as minhas

rocos, duas provas africanas es-

costas e passei por duas cirurgias di-

guiu diversos pódios em etapa no Palmarés:

pecialmente exigentes. A primeira

fíceis. […]. Estive seis dias no hospital

lhor resultado final de sempre em

2006: 25.º

vitória no TT foi na India Baja do

no Chile à espera de voar para casa

décimo. O ingresso na Honda deu-

2007: 23.º

ano seguinte.

e pensei na minha vida – ‘Devo sair?

-se um ano mais tarde e a estreia

2009: 10.º

Já em 2018, depois de vários me-

Isto vale a pena?’ – mas depois de um

não acabou da melhor forma – viu

2010: Abandono (etapa 6)

ses de ausência devido à lesão

ou dois meses as coisas começaram

a sua moto incendiar na quinta eta-

2011: Abandono (etapa 8); uma

sofrida no Dakar logo em janeiro,

a correr bem novamente. […]. O Chile

pa sendo forçado a retirar-se.

vitória em etapa

Em 2015, Gonçalves entrou pela

2012: 26.º

primeira vez na discussão dos lu-

2013: 10.º

gares cimeiros terminando como

2014: Abandono (etapa 5)

vice-campeão a 16m53s de Marc

2015: 2.º; uma vitória em etapa

Coma. Na edição seguinte, um

2016: Abandono (etapa 11); uma

aparatoso acidente na décima eta-

vitória em etapa

pa afastou o luso da luta pelo pó-

2017: 6.º

FAlePhoto

Dakar 2013, igualando o seu me-

dio final. A última participação do português

O dorsal #27 no Dakar 2019 é

num Dakar remonta a 2017, ano

Joaquim Rodrigues

no qual sofreu uma forte penaliza-

O histórico de Joaquim Rodrigues

ção quando seguia na batalha pe-

pode não ser vasto, mas já o torna

las posições cimeiras. Acabou em

numa das esperanças portuguesas

OS MELHORES PORTUGUESES A CHEGAREM AO FIM

1999: Bernardo Vilar, 16.º

2007: H élder Rodrigues, quinto com

2000: Bernardo Vilar, nono

duas vitórias em etapa; Rúben

2001: Bernardo Vilar, décimo

Faria ganhou uma etapa

1994: Bernardo Vilar, 23.º

2002: Paulo Marques décimo

2009: H élder Rodrigues, quinto com

1995 Bernardo Vilar, 14.º Yamaha

2003: Ricardo Leal dos Santos, 90.º

uma vitória em etapa; Paulo

1997: Paulo Marques, oitavo (primeiro a

2006: Hélder Rodrigues nono; Rúben

Gonçalves em décimo assegurou o

Faria ganhou uma etapa

primeiro duplo top dez português

ganhar uma etapa) -66- | MOTORCYCLE SPORTS |


Ricardo Oliveira

foi muito duro para mim, a primeira corrida ao voltar. Estava fora de forma e mentalmente mal, não sabia se conseguia competir novamente – fazer grandes etapas, ser assim tão rápido. A minha confiança estava muito baixa mas fiquei muito feliz por

Palmarés:

terminar a prova. Foi um grande peso

2017: 10.º

que saiu de cima de mim.

2018: Abandono (etapa 1)

O luso acrescentou: ‘Foi por isso

Mário Patrão regressa após ausência em 2018.

que quis ir ao Peru [ao Desafio Inca],

Mário Patrão alinha pela sexta

porque sei por experiência que a

vez

parte mental é verdadeiramente im-

Integrado na estrutura oficial da

portante. Sabia que se conseguisse

KTM, Mário Patrão regressa ao

competir onde quase acabei a minha

Dakar em 2019 para a sua sexta

carreira e quase fiquei numa cadei-

participação aos 42 anos. Nas cos-

ra-de-rodas estaria apto a voltar aos

tas e na moto terá o dorsal #34.

treinos adequados’.

Uma apendicite sofrida a poucos dias do arranque da prova afastou-

O histórico de Joaquim Rodri-

-o da última edição, pelo que volta

gues no Dakar

agora e fortalecido à procura do

Até ao momento, Joaquim Rodri-

terceiro top 20.

gues só alinhou no Dakar por duas

O piloto de Seia regressa depois

vezes, sempre ao serviço da Hero

de uma temporada em que esteve

Motosports Team. A estreia aconteceu em 2017 e o piloto não se

Mário Patrão foi campeão nacional de TT3 e

intimidou pelo desafio que era ím-

vice-campeão mundial de Bajas em 2018

até perto do fim na luta pelo título nacional de todo-o-terreno a bordo de uma KTM. Acabou como

par na sua carreira até então.

vice-campeão e foi o campeão na

Conseguiu imiscuir-se na luta pe-

categoria TT3.

los bons resultados desde início e,

de duas horas e meia do vencedor,

no Peru sofreu uma aparatosa que-

Além disso, Patrão competiu tam-

mesmo não tendo terminado no

Sam Sunderland.

da em que susteve fraturas graves

bém no Campeonato Nacional de

pódio de nenhuma etapa, conse-

Em 2018, Rodrigues partiu para o

nas costas – o que quase o forçou

guiu dar nas vistas com top dez. Al-

Dakar com a expectativa de con-

a terminar a carreira. Felizmente,

cançou os dez primeiros lugares na

firmar as indicações deixadas no

tudo correu pelo melhor e conse-

classificação final ao ser o décimo

ano anterior. No entanto, logo na

guiu regressar ao ativo em agosto

(segundo melhor rookie) a menos

primeira etapa entre Lima e Pisco

de 2018.

2010: Hélder Rodrigues, quarto; Rúben Faria ganhou uma etapa 2011: Hélder Rodrigues, terceiro com uma vitória em etapa; Paulo Gonçalves ganhou uma etapa 2012: Hélder Rodrigues, terceiro com uma vitória em etapa

2013: R úben Faria, segundo com uma vitória em etapa 2014: Hélder Rodrigues, quinto 2015: P aulo Gonçalves, segundo;

uma vitória em etapa; Paulo Gonçalves ganhou uma etapa 2017: P aulo Goncalves, sexto; Hélder Rodrigues em nono e Joaquim

Hélder Rodrigues ganhou duas

Rodrigues em décimo fizeram o

etapas

primeiro triplo top dez português

2016: H élder Rodrigues, quinto com

2018: Fausto Mota, 49.º

| MOTORCYCLE SPORTS | -67-


Ricardo Oliveira

(Fonte: facebook.com/motafausto)

Os portugueses no Dakar

Fausto Mota tem tido uma trajetória ascendente no

António Maio é estreante absoluto

Dakar.

no Dakar.

Rally Raid sendo o terceiro classi-

nossos objetivos. […]. Os meus pa-

Palmarés

grande objetivo é de acabar a prova

ficado final. Um segundo lugar em

trocinadores são a força motriz por

2013: 30.º

e desfrutar. Esta edição ‘mais Dakar’

Mação foi o seu melhor resultado,

trás da nossa equipa e são por eles

2014: 36.º

que nunca, e o facto de ser disputa-

sendo que ficou a 11 pontos do

que estou a lutar. Espero um Dakar

2015: Abandono (etapa 10)

da totalmente no Peru é muito bom.

campeão Bruno Santos.

longo, duro e arenoso!

2016: 13.º

Já estive no Dakar da América do

2017: 20.º

Sul três vezes e o Peru é o cenário

Internacionalmente, Patrão fez diversas participações no estrangei-

O histórico de Mário Patrão no

ro, destacando-se o vice-campeo-

Dakar

Fausto Mota sonha com o top 30

prova é muito mediática, podemos

nato na Taça do Mundo de Bajas.

A estreia de Mário Patrão no Dakar

Aos 41 anos, Fausto Mota alinha-

falar com pessoas que não sabem

Foi também o vencedor do Moroc-

aconteceu em 2013 e, nesse ano,

rá num Dakar pela quarta vez na

nada do mundo motorizado e todos

co Desert Challenge.

acabou com o 30.º lugar a bordo

sua carreira, agora a bordo de uma

conhecem o rali Dakar. É viciante.

Na antecipação a este Dakar, Pa-

de uma Suzuki. No ano seguinte

Husqvarna da Tesla-Tamega Rally

Quando o Dakar acaba e estás a re-

trão referiu ao site oficial da pro-

regressou a terras sul-americanas

Team. Usará o número #54. Nas

gressar no avião já estás a dar voltas

va que espera uma edição árdua

e fez ligeiramente pior com o 36.º

suas outras três participações me-

à cabeça para saber com quem falar

e longa, tendo em conta as suas

posto.

lhorou sempre – foi 53.º em 2011,

para regressar de novo. E tem mui-

características:

O abandono de 2015 na décima

49.º em 2017 e 43.º na última edi-

to mais importância, se dizes a um

– Foi muito triste e frustrante não

etapa foi até agora o pior desfecho

ção. Agora, com uma moto melhor

patrocinador que vais ao Dakar eles

poder participar na última edição. Fi-

de um Dakar para Patrão, que no

ao dispor, eleva a fasquia e aponta

ficam mais dispostas a ajudar porque

zemos um bom trabalho de prepara-

ano seguinte respondeu da melhor

aos 30 primeiros lugares.

sabem o que é.

ção mas infelizmente, com a cirurgia,

forma: aos comandos de uma mais

O piloto nascido em Marco de Ca-

não pude partir. A única coisa que

competitiva KTM deu nas vistas

naveses esteve na Baja Portalegre

O histórico de Fausto Mota no

podia fazer era manter a minha ca-

com o 13.º lugar absoluto que lhe

500 deste ano e preparou-se du-

Dakar

beça erguida e continuar a lutar. Em

valeu também a vitória na classe

rante o ano no Campeonato Na-

A primeira participação de Fausto

2018 consegui tornar-me campeão

Maratona.

cional de Rally Raid, o qual termi-

Mota num Dakar remonta a 2011.

nacional de TT3, que era um dos

Em 2017, depois de ver a sua pre-

nou no quinto lugar final.

Na altura tripulou uma Yamaha

paração afetada por uma fratura

Em declarações ao site oficial do

que levou a um honroso 54.º lugar

numa perna, o beirão levou a sua

Dakar, Fausto Mota deixou bem

– quase a meio da tabela dos 94

KTM ao 20.º lugar final do Dakar.

claras as suas ambições para a

pilotos que chegaram à meta final.

Na última edição, apesar de estar

quarta vez que estará na prova:

Depois de um longo hiato, o re-

inscrito, acabou por não poder ali-

– Este ano tenho uma moto mais

gresso de Mota ao Dakar deu-se

nhar devido a uma apendicite.

homogénea, e as minhas expetativas

em 2017. Novamente aos coman-

são terminar nos 30 primeiros mas o

dos de uma Yamaha, o luso melho-

-68- | MOTORCYCLE SPORTS |

perfeito para fazer esta corrida. Esta


rou face à sua participação anterior ao terminar na 49.ª posição. Já na edição passada, Fausto Mota foi desde cedo o único representante português em prova. Dando continuidade à tendência de evolução positiva das suas classificações finais, o piloto do Marco de Canaveses alcançou a 43.ª posição, na segunda metade da tabela. Tripu-

Ricardo Oliveira

lou uma Alfer. Palmarés 2011: 54.º 2017: 49.º 2018: 43.º António Maio estreia-se após

na sexta posição final com duas

hercúleo pela frente neste Dakar.

David Megre alinha pela segunda

novo título nacional de TT

vitórias. Também ficou no top dez

O piloto de 44 anos, que estará

vez no Dakar

Pela primeira vez, António Maio

do CNRR, no qual fechou a época

numa KTM com o número #134,

David Megre estará num Dakar

vai estar num Dakar. O piloto, que

com um triunfo em Reguengos de

é um estreante absoluto na mara-

pela segunda vez, depois de em

envergará o #75 e é GNR de pro-

Monsaraz.

tona de todo-o-terreno e estará

2017 ter sido forçado a abando-

fissão, competirá numa Yamaha da

nar quando as suas expectativas

Drag’On Rally Team. Este ano sa-

Hugo Lopes faz a primeira parti-

que lutará pela classe Original by

iniciais eram terminar entre os 30

grou-se tetracampeão nacional de

cipação

Motul.

primeiros. Vai competir na classe

todo-o-terreno ainda a uma ronda

Aos comandos de uma KTM 450

Trata-se de um empresário no

Original by Motul numa KTM 450

do final, superando Mário Patrão.

Rally Replica com o número #62,

ramo da restauração que esta-

Rally.

Foi também o quarto classificado

Hugo Lopes alinhará pela primeira

rá essencialmente a cumprir um

Ao longo deste ano, Megre deu nas

do Campeonato Nacional de Rally

vez num Dakar. Sem assistência,

sonho: não é piloto profissional

vistas no Campeonato Nacional de

Raid.

competirá na classe Original by

e não compete de forma regular,

Todo-o-Terreno, que concluiu no

Aquando do anúncio da partici-

Motul. Na sua carreira competiti-

pelo que naturalmente não parte

top dez final tendo um quarto lu-

pação, Maio mostrou-se natural-

va esteve sobretudo associado ao

com grandes aspirações em ter-

gar na Baja Ferraria como melhor

mente satisfeito, afirmando: ‘Che-

Enduro, tendo competido no ano

mos de resultado.

resultado.

gou finalmente a hora de participar

passado no Rali de Marrocos que

Em declarações ao Diário de No-

na prova rainha do todo-o-terreno

terminou em 22.º.

tícias, Miguel Caetano comentou:

O histórico de David Megre no

mundial. […]. Irei dar o meu melhor

O luso que cresceu na Suíça falou

‘Foi sempre um sonho. Há quem te-

Dakar

sabendo que levo comigo para o Peru

do cumprir de um sonho: ‘Tenho

nha loucuras maiores. Esta sempre

As participações anteriores de

a força de todos os que torcem por

grandes memórias dos ralis em Áfri-

foi a minha. […]. Não andei a fazer

David Megre no Dakar resumem-

mim’.

ca, vendo pilotos lendários em ação.

corridas nem a disputar campeona-

-se em poucas palavras. Só esteve

sem assistência – o que significa

Na altura disse que iria competir

tos nacionais. Foquei-me e trabalhei

presente por uma vez em 2017 e,

Sebastian Bühler também faz a

um dia em Touquet e no Dakar. Já

muito este ano em quatro pontos:

depois de um início complicado,

sua estreia

fiz Touquet por três vezes, pelo que

na preparação psicológica; na nave-

acabou por abandonar na sequên-

Após vários anos nos campeonatos

agora é a vez do Dakar. É verdadeira-

gação, porque é preciso aprender a

cia de uma queda na quarta etapa

nacionais, Sebastian Bühler tem a

mente um sonho de criança tornado

trabalhar com todos os instrumentos

quando estava fora do top 100.

chance de fazer a tão ansiada es-

realidade’.

[…]; a preparação física, até porque

treia no Dakar em 2019. Estará na

há um mês e meio numa queda parti

Palmarés:

KTM com o número #110.

Miguel Caetano em estreia na

o ombro e, finalmente, em andar de

2017: Abandono (quarta etapa)

Durante o ano destacou-se com a

Original by Motul

moto, fiz muitos milhares de quiló-

presença no CNTT, que terminou

Miguel Caetano tem um desafio

metros em todo o tipo de terreno’. | MOTORCYCLE SPORTS | -69-


Favoritos a vencer o Dakar TEXTO: Bernardo Matias

Os grandes candidatos ao triunfo no Dakar ceira etapa da prova – o austríaco

Matthias Walkner

atravessa o seu melhor momento da carreira no todo-o-terreno, ele que começou por dar nas visO Dakar 2019 será único, com um

tas no motocross tendo inclusive

percurso na sua maioria realizado

sido campeão mundial de MX3

em areia e sempre no mesmo país

em 2012. No seu palmarés conta

– o Peru. A edição 41 da mítica

também com o título mundial de

prova será assim muito particular,

todo-o-terreno de 2015.

Sebas Romero - KTM Media Library

Matthias Walkner vai defender o título no Dakar mas concorrência nesse objetivo não falta, com um leque alargado de pilotos no lote de candidatos ao triunfo final

#3 Toby Price

tos ao triunfo. As quatro principais

Vindo do ‘outro lado do globo’, da

marcas têm pelo menos um nas

Austrália, Toby Price, é outro dos

suas fileiras e passamos a apresen-

homens a seguir com atenção

tá-los.

no Dakar. O homem de 31 anos

Toby Price

venceu em 2016 e desde 2015 Red Bull KTM Factory Racing

só não terminou entre o top três

A equipa da KTM é a que tem um

final. Price, vencedor dos ISDE de

maior lote de candidatos nas suas

2014 na classe E3 e campeão FIM

fileiras – além do vencedor de

de todo-o-terreno 2018, tem na-

2018, Walkner, terá também os

turalmente de ser inserido no lote

vencedores das duas edições an-

de candidatos maiores ao título no

teriores – Sam Sunderland e Toby

Dakar 2019.

Price. Assim, os austríacos têm todas condições para dar sequência à

#14 Sam Sunderland

série vitoriosa que mantêm desde

O azar persegue o britânico no

2001.

Dakar e o triunfo de 2017 foi mesmo a única exceção. Nas outras

#1 Matthias Walkner

quatro participações abandonou

Vice-campeão do Dakar em 2017

sempre – em três dessas ocasiões

e campeão em 2018, Walkner tem

retirou-se à… quarta etapa. Na edi-

naturalmente de ser visto como

ção de 2018 sofreu um acidente

um dos ‘alvos a abater’. Aos 32

que o lesionou, pelo que agora re-

anos – completa 33 no dia da ter-

gressa para tentar dar a volta por

-70- | MOTORCYCLE SPORTS |

Sam Sunderland

Sebas Romero - KTM Media Library

poder antever os eventuais favori-

Sebas Romero - KTM Media Library

o que não significa que se deixe de


Honda Racing Corporation

cima aos acontecimentos e garante estar a 100 por cento para atacar a

dos crónicos candidatos aos pri-

glória no Dakar.

meiros lugares no Dakar. Conta já com um pódio alcançado em 2016

Monster Energy Honda Team Se a KTM tem três fortes candi-

quando foi terceiro classificado.

Joan Barreda

Esta vai ser a sétima participação de Quintanilla, seguindo-se a um

na equipa da Honda destacam-se

oitavo lugar que foi o seu pior re-

Honda Racing Corporation

datos ao triunfo final no Dakar, em especial também três nomes – Joan Barreda, Kevin Benavides e o português Paulo Gonçalves. E ambos chegam ávidos para recuperar

Kevin Benavides

de um Dakar de 2018 que não é de boa memória.

sultado nas três ocasiões em que chegou à meta final. Yamalube Yamaha Official Rally Team Nas fileiras da Yamaha estão quatro pilotos – os quatro do ano passado: Adrien Van Beveren, Franco

Aos 39 anos de idade, Paulo Gon-

Caimi, Rodney Faggotter e Xavier

çalves dispensa apresentações no

de Soultrait. E neste quarteto há

Dakar, com uma vasta carreira. A

um que se destaca e poderá intro-

vitória já esteve perto, nomeada-

meter-se na discussão dos lugares

Marcin Kin

#2 Paulo Gonçalves

mente em 2016 com o segundo lugar final. O piloto luso tem uma nova chance em 2019, depois de falhar a prova de 2018 por lesão.

cimeiros – Van Beveren. #4 Adrien Van Beveren

Pablo Quintanilla

Tendo em conta os resultados muito modestos da Yamaha nos anos

#5 Joan Barreda

recentes, pode parecer estranho

Desde 2016, Joan Barreda regista

considerar um homem da equipa

dois abandonos e um quinto lugar.

entre os favoritos. No entanto,

Uma das desistências prematuras

Adrien Van Beveren – que a 4 de

foi no ano passado, pelo que o es-

Janeiro completa 28 anos de idade

panhol pretende recuperar da me-

– é candidato. O francês vai para

lhor forma recolocando a Honda

a sua quarta participação motiva-

na órbitra dos triunfos no Dakar.

do pelo facto de no ano passado

Ainda assim, o piloto admitiu que

ter sido líder até à saída do Peru. E

se dá por satisfeito com um pódio

este ano a prova desenrola-se to-

depois de um ano em que foi alvo

talmente naquele país, num tipo de

de diversas cirurgias.

piso favorável ao piloto…

#47 Kevin Benavides

Possíveis outsiders

Com 29 anos de idade (30 a partir do dia 9 de janeiro), Kevin Be-

Além dos candidatos mais fortes,

Adrien Van Beveren

há outros pilotos que podem vir

navides tem uma carreira curta no

a assumir o papel de outsiders na

todo-o-terreno mas já demonstrou

luta pelos lugares cimeiros. Ca-

ter o que é preciso para vencer. No

sos, por exemplo, de Jose Ignacio

seu primeiro Dakar em 2016 foi

Rockstar Energy Husqvarna Fac-

da assim tem um favorito nas suas

Cornejo Florimo, Ricky Brabec da

quarto e no ano passado alcançou

tory Racing

fileiras – falamos, claro, do segun-

Honda, Franco Caimi da Yamaha

o segundo posto falhando o triun-

Neste Dakar, a equipa oficial da

do dos homens mencionados.

ou mesmo Oriol Mena e Joaquim

fo por pouco menos de 17 minu-

Husqvarna só se apresenta com

tos. É um dos grandes candidatos

dois pilotos à partida – Andrew

#6 Pablo Quintanilla

– que nos últimos dois anos sur-

para a prova realizada no Peru.

Short e Pablo Quintanilla. Mas ain-

O chileno de 32 anos é sempre um

preendeu ao alcançar o top dez.

Rodrigues da Hero Motosports

| MOTORCYCLE SPORTS | -71-


DUCATI PANIGALE

V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R

E S R CO A R T NOS A tradição foi quebrada e a Ducati lançou a sua primeira moto de produção em série equipada com um motor de quatro cilindros, a Panigale V4. Depois das versões S, S Corse e Speciale, a casa de Bolonha acaba de lançar a V4 R, uma desportiva mais radical que vai servir de base técnica ao modelo que vai competir no WSBK em 2019.

-72- | MOTORCYCLE SPORTS |


TEXTO: LuĂ­s Guilherme co-autor e apresentador do programa GTi na TVI24

| MOTORCYCLE SPORTS | -73-


DUCATI PANIGALE

N

V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R

ão há melhor laboratório

ti. Com todo o know how acumula-

tradição de motores bicilíndricos.

dros iria aumentar inevitavelmente

do que a competição para

do no MotoGP e no WSBK, a casa

Para Andrea Ferraresi, diretor de

as dimensões do motor. O resultado

encontrar as melhores so-

de Bolohna lançou a Panigale V4,

design da Ducati, “foi um grande

foi o mais compacto motor de quatro

luções técnicas no desenvolvimento

a primeira Ducati de produção em

desafio, por um lado era obrigatório

cilindros da sua classe”.

de uma moto desportiva para o dia-

série equipada com um motor de 4

manter a herança estilística do nome

Nada menos do que cinco designers

-a-dia. E se há marca que sabe fazer

cilindros, que vem substituir a icónica

Panigale, por outro sabíamos que a

foram envolvidos no desenvolvimen-

desportivas apaixonantes, é a Duca-

1299, rompendo assim com anos de

passagem de dois para quatro cilin-

to inicial desta desportiva, numa es-

-74- | MOTORCYCLE SPORTS |


Ducati Panigale V4

e rascunhos até chegar ao momento

sistema de distribuição Desmodro-

contraste com o esquema ‘frameless’

de apresentar a moto ao mundo, e

mic, a nova Panigale apresenta uma

com monocoque em que o motor

que alguns dos primeiros desenhos

potência de 214 cv às 13-000 rpm

estava ancorado à coluna de direção

já datam de 2014”.

e um binário de 122 Nm às 10.000

e ao braço oscilante, solução usada

pécie de competição interna. Após

O novo motor Desmosedici Stradale

rpm. Os engenheiros italianos man-

desde 2012 na Panigale.

os primeiros esboços passaram a

foi desenvolvido com base na expe-

tiveram o diâmetro dos cilindros (81

dois e finalmente para o vencedor,

riência acumulada no MotoGP, com

mm), mas aumentaram o curso (53,5

Várias versões

Julien Clement.

1.103 cm3, o V4 a 90° é mais peque-

mm) para conseguir melhor respos-

A partir da base V4, a Ducati desen-

O francês de 29 anos afirma que “de-

no do que o anterior V2, em com-

ta em baixo e médio regime. É mais

volveu várias versões, algumas com

senhar uma moto é um processo ár-

primento e altura, mas é mais largo.

pesado (2,2 kg) do que o da 1299,

incremento de potência e upgrade

duo e são necessários anos de ideias

Com quatro válvulas por cilindro e

mas é suportado pelo quadro, em

na cíclistica. Mas há uma versão re-

| MOTORCYCLE SPORTS | -75-


DUCATI PANIGALE

V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R

Ducati Panigale V4 S

cém-lançada, a V4 R de 2019, que

24.045 euros exigidos pela sua com-

vai servir de base técnica ao modelo

pra já incluem praticamente toda a

com que Chaz Davies vai disputar o

tecnologia moderna que se pode

campeonato do mundo de Super-

encontrar numa moto deste género.

bikes. Esta já conta com um motor

O equipamento de série da nova Pa-

V4 mais pequeno, com 998cm3 e 22

nigale V4 inclui Ducati Power Launch

cv às 15.250rpm, mas que consegue

(DPL), Ducati Quick Shift (DQS) up/

forquilha Showa, com bainhas cro-

pelas suspensões Öhlins, NIX30 de

atingir as 16.000rpm, comprovando

down EVO, ótica full LED com Day-

madas de 43mm e o monobraço em

43 mm, à frente, e um Öhlins TTX36

a sua vocação para a pista, apesar de

time Running Light (DRL), amortece-

alumínio está ancorado a um amorte-

atrás com ajuste eletrónico da com-

homologada para andar na estrada.

dor de direção Sachs, seleção rápida

cedor traseiro Sachs.

pressão e extensão, graças ao sis-

A Panigale V4 ‘simples’ é o primeiro

dos comandos ou o desligar auto-

estágio de acesso a uma das mais

mático dos indicadores de direção.

Panigale V4 S

de altíssimo nível, como as jantes

belas desportivas do mundo e os

A suspensão dianteira recorre a uma

A versão S destaca-se sobretudo

em alumínio forjado e a bateria de

-76- | MOTORCYCLE SPORTS |

tema Smart EC 2.0 e componentes


CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4/V4 S/V4 S Corse

iões de lítio.O preço sobe para os

Pirro levou à vitória na Corrida dos

28.495€

Campeões na WDW2018.O preço é

A V4 S Corse, é uma S mas com pin-

de 30.195€

tura com as cores oficiais da equipa Ducati de MotoGP e espelha a ver-

Panigale V4 Speciale

são especial da V4 S que, com um es-

Uma das particularidades da V4

quema de cores idêntico ao Michele

Speciale é ser uma série limitada,

Motor: Desmosedici Stradale V4 a 90° 1103cc Potência máxima: 214cv às 13.000 pm Transmissão: Caixa de seis velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4

| MOTORCYCLE SPORTS | -77-


DUCATI PANIGALE

V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R

Ducati Panigale V4 Speciale

que inclui mesa de direção superior

as jantes Marchesini sobe para os

porada de 2019, no mundial de Su-

ponto de vista estético) apêndices

elaborada num bloco único, número

45.445€.

perbikes.

aerodinâmicos de fibra de carbono,

de série e decoração específica (tri-

À primeira vista, esta R distingue-se

derivados da versão MotoGP, que

-color), escape em titânio, assento

Panigale V4 R (36.345 €)

pelo para-brisas maior, carenagem

aumentam a estabilidade nas mais

em Alcantara, proteção de calcanhar

A nova Panigale V4 R é o novo ro-

de faróis e lateral otimizadas para

variadas situações de pilotagem, pois

em carbono e vários elementos em

cket da marca de Borgo Panigale,

reduzir a resistência aerodinâmi-

reduzem a intervenção da eletrónica

alumínio. As jantes Marchesini em

uma moto de corrida homologada

ca, e extratores de ar para reduzir a

e aumentam a confiança do piloto.

magnésio estão disponíveis como

para ser usada no dia-a-dia e o ponto

temperatura em utilização intensa

O Desmosedici Stradale R é um mo-

equipamento opcional. O preço da

de partida para os modelos oficiais

em circuito. Outro elemento que

tor de 99cc mais focado na perfor-

Speciale é de 41.345 €, mas com

da Ducati que vão competir na tem-

salta à vista, são os “polémicos” (do

mance pura. Os 22cv de potência

-78- | MOTORCYCLE SPORTS |


CHAZ DAVIES PRIMEIRO TESTE COM A V4 R DE WSBK Neste momento ainda não foram divulgadas muitas informações técnicas da versão de competição que a equipa Aruba.it Racing - Ducati vai colocar nas mão de Chaz Davies, mas o piloto britânico rolou com a moto de 2019: “foi realmente emocionante trazer a Panigale V4 R para a pista pela primeira vez, senti-me como uma criança no Natal com um novo brinquedo”, adiantando que “normalmente, demoro sempre um pouco a conhecer e entender uma moto, mas sinceramente o oposto ocorreu hoje. Senti-me muito confortável e após a primeira saída já queria forçar o andamento, o que é positivo”. O otimismo era evidente nas declarações de Davies: “No geral, foi um ótimo começo. Fizemos grandes progressos e concluímos a maior parte do trabalho em ergonomia. Temos muitas coisas novas para tentar e ainda mais dados para analisar. O objetivo inicial foi ficar progressivamente confortável no banco e começar a familiarizar-me com a moto. Vamos refinando alguns detalhes antes de começar a puxar com mais força para ter uma ideia ainda mais clara do potencial da moto”.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4 Speciale Motor: Desmosedici Stradale V4 a 90° 1.103cc Potência máxima: 226cv* às 13.750rpm Transmissão: Caixa de seis velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4 *com Racing Kit

chegam às 15.250rpm, mas com a

ço oscilante com pino ajustável de

montagem do Racing Kit, que inclui

quatro direções.

escape Akrapovič, a potência máxi-

Como se espera nos dias de hoje, a

ma sobe para 234cv às 15.500rpm,

Panigale V4 R recorre a um pacote

o que não deixa de ser impressionan-

eletrônico da última geração, que

te para uma moto com apenas 193kg

gere todas as fases de pilotagem,

(peso em ordem de marcha).

graças ao sensor de seis eixos da

O conjunto dianteiro foi desen-

Bosch (6D IMU - Inertial Measure-

volvido em total colaboração com

ment Unit).

os engenheiros da Ducati Corse, e

Em termos de auxiliares eletrónicos

otimizado para uma utilização em

existem ABS Ducati, sistema anti ca-

competição, com amortecedores e

valinho (Ducati Wheelie EVO), Lau-

suspensões de direção Öhlins total-

nch-control, Ducati Quick Shift EVO

mente mecânicos, incluindo o novo

para cima e para baixo, e o sistema

garfo dianteiro pressurizado e o bra-

de travão motor (Motor Brake Con-

| MOTORCYCLE SPORTS | -79-


DUCATI PANIGALE

Ducati Panigale V4 R

-80- | MOTORCYCLE SPORTS |

V4/V4 S/V4 S CORSE/V4 SPECIALE/V4 R


CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Ducati Panigale V4 R Motor: Desmosedici Stradale R V4 a 90°, 998cc Potência máxima: 234cv* às 15.500rpm Transmissão: Caixa de 6 velocidades com DQS up&down EVO Quadro: Front Frame em alumínio Rodas: Cinco raios em liga leve, pneus Pirelli Diablo Supercorsa Norma emissões: Euro4 *com Racing Kit

trol EVO).

é transportado para o circuito de lu-

Outras das características da Paniga-

brificaçãoo.

le V4 R é a embraiagem seca (STM

A sonoridade mecânica da embraia-

EVO-SBK) em alumínio e placa de 48

gem seca é um pormenor que não

dentes.

deve ser subestimado, sobretudo

A embraiagem seca garante benefí-

para os tifossi da Ducati.

cios importantes na facilidade de ma-

Outro mimo desta versão, e estreia

nuseamento, mesmo durante as re-

absoluta nesta moto, é a função o

duções mais agressivas existe maior

Pit Limiter que permite controlar a

fluidez durante todos os estágios de

velocidade quando se circula no pit

acelerador em off. Além disso, existe

lane, não vá um piloto inexperiente

a possibilidade de personalizar o grau

ser castigado pelos comissários.

de travão motor.

A Panigale V4 R ja está à venda

Outros benefícios significativos são

e custa 36 345 €, que é o preço a

a ausência de resistência do óleo do

pagar por uma das mais infernais e

motor e a presença de um óleo mais

acessíveis motos desportivas do pla-

limpo: o pó do desgaste da placa não

neta.

| MOTORCYCLE SPORTS | -81-


BMW

R 1250 GS

BMW R 1250 GS em Azul Cosmic

BMW R 1250 GS em Preto Storm

BMW R 1250 GS, a nova tourer bávara para 2019 A BMW renova a R 1250 GS para 2019, sendo esta a aposta continuada da marca alemã para o segmento tourer de aventura.

-82- | MOTORCYCLE SPORTS |

É

um dos modelos mais espe-

Pela primeira vez, a BMW usa nos

te em aço, estando concebido para

rados da BMW para 2019.

seus motores de produção uma téc-

uma melhor expressão da potência e

Falamos da nova tourer de

nica para variar os tempos de regu-

do binário do propulsor, em ligação

aventura R 1250 GS. Esta mota foi

lação de válvula e o curso de válvula

à tecnologia BMW ShiftCam.

apresentada em setembro passado

no lado da admissão. As válvulas de

O condutor tem dois modos de con-

e agora pode conhecê-la um bocado

admissão também receberam uma

dução ao dispor, de série, bem como

mais ao pormenor.

configuração que lhes permite uma

o controlo de estabilidade automáti-

Esta nova BMW destina-se não só

abertura assíncrona das duas válvu-

co ASC e o controlo de arranque em

a viagens mais prolongadas como

las de admissão – o resultado acaba

plano inclinado Hill Start Control.

também às escapadelas de fim de

por ser uma combustão mais eficaz.

Os modos de condução de série são

semana, segundo a marca. Mantém

Mas estas não são as únicas modifi-

Rain e Road, que adaptam as carac-

a aposta no motor boxer de quatro

cações ao nível do motor. O aciona-

terísticas da condução à maior parte

válvulas presente há mais de 25

mento da árvore de cames acontece

das circunstâncias das estradas. A

anos, mas naturalmente com várias

agora a partir de uma cadeia denta-

suspensão eletrónica encontra-se

evoluções que lhe conferem um ní-

da, há uma melhoria na alimentação

pré-ajustada nestes dois modos ao

vel de potência superior, bem como

de óleo, as válvulas de injeção são

nível de amortecimento Road, que

conforto, suavidade de funciona-

de dois jatos e o sistema de esca-

pode ser alterado mesmo durante a

mento, consumos e emissões mais

pe é novo. Este segue o princípio

condução através de um botão.

baixos.

2-em-1 e é construído integralmen-

O ASC confere maior segurança à


BMW R 1250 GS HP

Markus Jahn

Joerg Kuenste

BMW R 1250 GS Exclusive

A mota vem equipada com tecnologia BMW ShiftCam.

A suspensão é eletrónica Dynamic ESA.

BMW R 1250 GS, enquanto o Hill

de aceleração não intencionada ao

forto. O amortecimento adapta-se

Dynamic (que é a base nos modos

Start Control permite um melhor ar-

intervir no sistema de controlo do

automaticamente às circunstâncias

Dynamic e Dynamic Pro) através de

ranque em subida. Opcionalmente,

motor. Sucintamente, com a sua

e há ainda uma compensação au-

um botão no guiador. Já nos modos

o cliente pode incluir mais modos de

atuação o DBC faz com que a mota

tomática da condução em todos os

Enduro e Enduro Pro, destinados ao

condução e outras ajudas. O pacote

permaneça estável em travagem e

estados de carga. Os sinais emitidos

uso fora de estrada, o amortecimen-

opcional Modos de condução Pro

reduz a distância de travagem.

pelos vários sensores podem reco-

to está ajustado precisamente para

acrescenta o Dynamic, Dynamic Pro

lher dados de forma completa e,

esse tipo de terrenos.

Enduro e Enduro Pro, bem como o

Suspensão eletrónica Dynamic

desta maneira, é possível ajustar de

A versão Style HP da BMW R 1250

controlo de tração dinâmico DTC,

ESA

forma precisa a moto às condições

GS permite incluir uma suspensão

sistema ABS Pro e Hill Start Control

Ao nível das suspensões, a R 1250

de condução.

desportiva orientada aos conduto-

Pro.

GS possui a suspensão eletrónica

Embora a configuração da Dynamic

res mais experientes a usar a mota

Destaque também neste conjunto

Dynamic ESA (Electronic Suspen-

ESA esteja pré-ajustada à caracte-

fora de estrada. Os maiores e mais

de opções para o novo controlo di-

sion Adjustment) Next Generation.

rística de amortecimento Road nos

pesados também poderão tirar es-

nâmico de travão DBC que propor-

Esta proporciona uma maior segu-

modos de condução Rain, Road e

pecial partido da suspensão des-

ciona maior segurança em travagem

rança de condução, favorecendo

Dyanmic, o condutor pode facil-

portiva, que só é possível incluir em

– isto ao impedir o acionamento

igualmente o rendimento e o con-

mente mudar para a característica

conjunto com o Dynamic ESA.

| MOTORCYCLE SPORTS | -83-


R 1250 GS

Markus Jahn

BMW

O ABS Pro disponibiliza uma segurança em travagem acrescida, in-

lizado e guiador prateado. A Exclusive junta o Preto Storm me-

clusivamente em posição inclinada,

talizado e o Preto Night, anuncian-

enquanto o Hill Start Control Pro

do-se como uma mota que ‘combina

oferece uma nova função adicional

temperamento clássico e caráter

Auto HSC que se pode personalizar

masculino com presença e elegância

através do menu de ajuste.

selecionadas’. O chassis central sur-

Ao nível do selim, a altura do as-

ge em Cinzento Agate metalizado

sento tem diversas variantes dispo-

mate, enquanto o chassis traseiro

níveis – desde um mínimo de 800

e o guiador anodizado são em cor

milímetros que deixa o selim baixo,

preta – tal como os apoios para rou-

Farol dianteiro LED.

até um máximo de 900 milímetros

pa dianteiros e o porta-malas. As rodas são em Preto Night e os garfos

suspensão desportiva e assento de

dianteiros Telelever também são em

Markus Jahn

disponível na versão Style HP com rali.

cor preta. A tampa do depósito de combustível e o para-lamas diantei-

Luzes LED com luz diurna opcional

ro também são em preto. As partes

No que à iluminação diz respeito, a

laterais do depósito em Preto Night

BMW R 1250 GS surge com faróis

mate combinado com um gráfico

LED de série, com a luz diurna LED

criam um contraste.

a ser um equipamento opcional.

A outra versão Style é a R 1250 GS

Também a tecnologia LED é aplica-

HP, que realça o caráter desporti-

da aos indicadores de mudança de

vo desta BMW. Combina as cores

direção e à luz traseira/de travão.

Branco Luminoso, Azul Racing metalizado e Vermelho Racing, vin-

Conectividade

cando a sua postura de Enduro de

O equipamento Conectivity é de sé-

longa distância e com capacidades

rie, mostrando o conjunto de instrumentos num ecrã TFT a cores de 6,5

O ecrã TFT exibe a instrumentação da mota.

fora de estrada. O branco é a base, aplicado no chassis central, enquan-

polegadas. A gestão é feita através

to o azul está na zona superior do

do Multi-Controller da BMW Mo-

depósito de combustível e o verme-

torrad que é de série e permite um

Connected App disponibiliza atra-

vel em caso de acidente, perigo ou

lho surge em alguns pormenores. O

acesso rápido e cómodo às funções

vés do ecrã TFT uma navegação de

emergência, este sistema eCall de

motor mantém-se em preto mate,

de conectividade.

cursores prática concebida para o

chamada de emergência inteligente

os garfos Telelever são igualmente

O sistema permite igualmente falar

uso diário. Está disponível nas lojas

é incluído como equipamento op-

em preto, tal como o para-lamas, o

ao telemóvel e ouvir música durante

Google e App Store. Outras das suas

cional.

protetor do chassis, suportes para

a condução caso se ligue, por exem-

funções são o registo de itinerários

plo, um smartphone com sistema

percorridos (que podem ser parti-

Estilo e design

de comunicação da BMW Motorrad

lhadas com outros pilotos através

A BMW R 1250 GS surge com duas

Personalização

através do ecrã via Bluetooth. Estas

da REVER Community) ou a visua-

novas cores básicas modernas –

Com a BMW Motorrad Spezial, a R

funções podem ser usadas sem re-

lização das estatísticas de condução

Azul Cosmic metalizado e Preto

1250 GS surge com possibilidades

correr a uma aplicação móvel (app).

e outras informações.

Storm metalizado – bem como duas

de personalização com equipamen-

Se existir uma ligação Bluetooth a

Entre outros dos equipamentos para

variantes Style – Exclusive e HP.

to opcional de fábrica. A Option 719

um smartphone ativa, o condutor

esta BMW encontra-se a chamada

Ambas as cores se combinam com

Spezial possui acabamentos em azul

poderá ouvir música durante a con-

de emergência inteligente. Conce-

as rodas em Cinzento Granito me-

Blueplanet metalizado e Sparkling

dução.

bido tendo em conta a necessidade

talizado mate, pinças pretas, chassis

Storm metalizado, sendo uma das

A app gratuita BMW Motorrad

de uma ajuda o mais célere possí-

traseiro preto, chassis central meta-

opções. O Option 719 Classic in-

-84- | MOTORCYCLE SPORTS |

roupa, guiador e porta-malas.


Markus Jahn

clui diversos elementos em alumínio usinado especialmente resistente, como as manetes ou os pousa-pés,

com um motor boxer completamen-

entre outros.

te renovado. A introdução aconte-

O pacote Peças Usinadas HP dis-

ceu com a R 1100 RS e, desde en-

ponibiliza a maior parte das super-

tão, recebeu variadas atualizações

fícies anodizadas em preto, bem

ao longo dos anos – incluindo uma

como algumas superfícies usinadas

das últimas, em 2012, que o dotou

enfatizando um aspeto natural de

de arrefecimento a água e de um

alumínio. As cobertas da cabeça do

alojamento partilhado para o motor

cilindro com elementos revestidos a

e caixa de velocidades. Já em 2018

azul anodizado e os sliders de plásti-

recebeu mais algumas evoluções.

co em azul conferem uma aparência

Ao nível de construção tem qua-

desportiva à R 1250 GS. A Option 719 de rodas fundidas está disponível em duas variantes – Classic em

Novos esquemas de cores em azul e preto.

tro válvulas por cilindro. O motor tem 1.254cc de cilindrada, debita uma potência máxima de 136cv às

cinzento brilhante e Sport em preto brilhante. O modelo pode receber silenciadores deslizantes desportivos HP da Akrapovic, feitos unicamente de titânio – que reduz o peso em cerca de meio quilograma face ao silenciador de série. Este é um equipamento opcional. A finalizar a Option 719, destaque para o selim elegante em castanho escuro oferecido com os acabamentos de pintura Blueplanet metálico e Sparkling Storm metálico. Trata-se de um assento exclusivo devido aos materiais empregues e às costuras decorativas. O motor boxer que dá a ‘alma’ à BMW R 1250 GS Como já lhe dissemos anteriormenum motor boxer de quatro tempos de dois cilindros arrefecido a ar/líquido. A árvore de cames é acionada

Markus Jahn

te, a BMW R 1250 GS surge com

por duas rodas dentadas situadas na parte de cima, existindo o controlo de árvore de cames de admissão variável ShiftCam da BMW e uma árvore de compensação. Foi em 1992 que a BMW surgiu

| MOTORCYCLE SPORTS | -85-


BMW

R 1250 GS

BMW R 1250 GS Exclusive.

anunciadas são de 110 gramas por

Em termos de transmissão, há uma

tem capacidade para 20 litros. O

quilómetro. Já o consumo de com-

caixa de seis velocidades.

6.250rpm. É prometido um tempo

controlo de emissões é assegurado

bustível proposto é de 4,75 litros

de aceleração dos 0 aos 100km/h

por um catalisador de três vias regu-

por cada 100km.

Quadro e chassis

de 3,6s, com a velocidade máxima a

lado, com a mota a cumprir a norma

Associada ao motor está uma em-

O quadro segue um conceito de

situar-se acima dos 200km/h.

de emissões poluentes Euro4 – as

braiagem húmida com função anti-

duas peças com quadro central e

O combustível é gasolina sem chum-

emissões de dióxido de carbono

-rebote acionada hidraulicamente.

quadro traseiro aparafusado. O gar-

Silenciador Akrapovic desportivo.

-86- | MOTORCYCLE SPORTS |

David Daub

bo 95 ou 98, sendo que o depósito

um binário de 143Nm disponível às

David Daub

7.750 rotações por minuto (rpm) e

As manetes são dos elementos em alumínio usinado.


Joerg Kuenste

BMW R 1250 GS HP.

fo é uma unidade Telelever BMW

quatro pistões. Atrás o travão é de

Motorrad, enquanto atrás há um

um disco com pinça flutuante de

braço oscilante em alumínio fundido

duplo pistão. O sistema ABS integral

com Paralever da BMW Motorrad. A

da BMW Motorrad desconectável

tensão prévia é ajustável de forma

é um equipamento de série, sendo

contínua hidraulicamente através de

possível dotar a BMW R 1250 GS

uma roda manual.

de ABS Pro como opção.

Quanto ao sistema de travagem, na

As jantes são em alumínio fundido

frente há um travão de dois discos

medindo 19 polegadas à frente e

flutuantes associado a pinças de

17 polegadas atrás. A mota pesa um

Esquema do motor boxer da BMW R 1250 GS.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

total de 249km pronta para rodar. A

banco varia entre 850 e 870 milí-

largura total, retrovisores incluídos,

metros, havendo pacotes opcionais

é de 952,5m, enquanto o cumpri-

que alargam este intervalo para 800

mento é de 2.207mm. A altura do

a 900 milímetros. Joerg Kuenste

Motor: Boxer de quatro tempos de dois cilindros Potência máxima: 136cv às 7.750 rotações por minuto Binário máximo: 143Nm às 6.250 rotações por minuto Aceleração 0-100km/h: 3,6 segundos Velocidade máxima: Superior a 200km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades Embraiagem: Húmida acionada hidraulicamente Luzes: Farol, indicadores de mudança de direção e luz traseira LED (luz diurna LED opcional) Quadro: Conceito de duas secções com quadro principal e quatro traseiro aparafusado Travão dianteiro: Dois discos flutuantes, pinças de quatro pistões Travão traseiro: Disco único, pinça flutuante de dois pistões Sistema ABS Integral em equipamento de série Controlo da roda dianteira: Forquilha BMW Motorrad Telelever Controlo da roda traseira: Braço oscilante em alumínio fundido com Paralever

| MOTORCYCLE SPORTS | -87-


KAWASAKI

NINJA H2

Kawasaki renova gama Ninja H2 para 2019

A Kawasaki apresentou os seus modelos da gama Ninja H2 para 2019 com novidades, incluindo uma edição limitada H2 Carbon e a nova H2 SX SE+.

Kawasaki Ninja H2 renovada para 2019.

A

Kawasaki Ninja H2 surge

Kawasaki por inovação e performan-

de produção atualmente no mercado.

Stylema (em estreia na Kawasaki)

com

ce nas suas motas.

O equilíbrio do motor resulta numa

monobloco – os mais recentes de es-

diversas

novidades

para 2019. Além do modelo

A H2 e a H2 Carbon dispõem de

eficiência de combustível similar à

pecificação elevada legais para usar

base, há ainda a H2R, a H2 Carbon

um motor turbo que debita cerca

apresentada pelo seu sucessor.

na estrada. As novas pinças têm um

e a H2 SX SE+. Estas constituem a

de 228cv de potência. Assim, diz a

aposta da marca japonesa para a sua

Kawasaki, é o modelo de estrada

Travões Brembo com pinças

interno percorrido pelo fluído de tra-

gama de híper desportivas – que

mais potente na sua gama, além de se

Stylema em estreia

vagem e assim permite uma resposta

comprova a procura incessante da

anunciar como a mais potente mota

Os travões são Brembo com pinças

mais direta.

-88- | MOTORCYCLE SPORTS |

menor volume, o que reduz o espaço


CAPs Association

GPS, avisos do telemóvel ou mesmo Estas pinças são também mais leves,

o acesso às configurações gerais do

com dimensões externas mais curtas

ecrã.

que possibilitam parafusos de mon-

Mesmo quando a mota está a rodar e

tagem mais curtos. Houve secções

o condutor a conduzir, se a aplicação

redesenhadas de forma a manter

móvel estiver ligada a máquina e o

uma rigidez no conjunto de travagem

telemóvel estão sempre ligados.

permitindo em simultâneo uma liga-

O painel de instrumentos da Ninja H2.

ção mais direta à área dos pistões. As

Luzes em LED e pintura altamente durável

rodas estão equipadas com os novos pneus Bridgestone RS11 desporti-

O sistema de iluminação é integral-

vos, que asseguram uma manobra-

como a quilometragem atual e mé-

a força de aplicação do travão; e o

mente em LED, incluindo a luz de

gem melhorada.

dia, consumo de combustível, ângulo

Type 4 que dá primazia à informação

matrícula, farol dianteiro, luzes de

de inclinação e função de gravação

importante apresentando-a grafica-

posição, luz traseira, indicadores de

Painel de instrumentos

de ângulo de inclinação máximo,

mente para uma leitura fácil.

mudança de direção e farol diantei-

No cockpit, o condutor dispõe de um

temperatura do refrigerante, relógio,

novo ecrã a cores TFT, com a instru-

entre outras.

Conectividade

revisto, enfatizando a maior potência

mentação a ter um design avançado

Através do pressionar de um botão,

Como não podia deixar de ser, a co-

que a nova Ninja H2 possui. As cores

e de alta tecnologia. Ao tacómetro de

o condutor pode selecionar o brilho

nectividade não foi esquecida nestes

realçadas transmitem que é um mo-

estilo analógico junta-se o ecrã que

e a cor de fundo do ecrã de modo

modelos da Kawasaki Ninja H2. A

tor especial de elevada performance.

pode exibir a informação de forma

a assegurar sempre uma boa visibili-

tecnologia Bluetooth incorporada no

Quanto à decoração, a pintura com

gráfica tendo quatro modos de exibi-

dade. Há quatro modos de exibição:

painel de instrumentos permite que

um tom base cinzento/prateado re-

ção selecionáveis. Assim, os condu-

o Type 1, fácil de ler apenas com a

o condutor se ligue à sua mota sem

cebeu o tratamento Highly Durable

tores podem dar a prioridade à infor-

informação básica necessária; o Type

fios podendo aceder a várias funções

Paint da Kawasaki de pintura alta-

mação que entenderem dependendo

2 que dá prioridade à informação im-

de instrumentos através da aplicação

mente durável em todos os compo-

da condução que estão a fazer a cada

portante apresentando-a de forma

de smartphone Rideology The App.

nentes da carroçaria que não são

momento.

gráfica, incluindo por exemplo indi-

Esta disponibiliza diversas funções,

feitos em fibra de carbono. O aca-

Além do velocímetro digital e do

cadores de forças G e de aplicação

como informação do veículo (incluin-

bamento é desta forma de elevada

indicador de mudança selecionada,

de acelerador; o Type 3 idêntico ao

do programação de manutenção),

qualidade.

são também mostradas informações

anterior mas que também mostra

o registo de condução com dados Boyd Jaynes

ro. O emblema ‘Supercharged’ foi

Kawasaki Ninja H2 Carbon é edição limitada Na mesma base da nova Ninja H2, a Ninja H2 Carbon é uma versão especial de edição limitada. Distingue-se pela carroçaria leve e forte em fibra de carbono, bem como as suas insígnias especiais. Kawasaki Ninja H2R com alterações para 2019 Apesar de estar praticamente sem alterações, a Ninja H2R também conta com pequenas novidades. Passa a dispor das novas pinças monobloco Stylema da Brembo, bem como da pintura com acabamento Highly Durable em todas as partes que não são fabricadas em fibra de carbono.

| MOTORCYCLE SPORTS | -89-


KAWASAKI

NINJA H2

A nova Kawasaki H2 SX SE+

Kawasaki Ninja H2 SX SE+ é uma nova aposta para 2019

A

Ninja H2 SX SE+ é o exem-

A Ninja H2 SX SE+ dispõe de um

as pinças de travão Brembo, os mo-

Showa BFRC – o mesmo usado na

plo máximo em 2019 da

propulsor turbo 998cc de quatro

dos de pilotagem integrados e conec-

Superbike Ninja ZX-10R. O garfo é

procura constante da Kawa-

cilindros em linha, que segundo a

tividade de smartphone através da

ajustável na parte de cima do lado

saki por inovação e performance,

Kawasaki faz uso do conhecimento

tecnologia Bluetooth e da aplicação

direito, ao passo que o amortecedor

contemplando um amplo leque de

da precisão de calibração de motores

móvel Rideology the App.

traseiro possui pré-carga ajustável

novidades. A suspensão é controlada

de forma a distribuir a potência para

eletronicamente, bem como as trava-

onde esta é mais útil – em rotações

A suspensão KECS e as novas pin-

melhor amortecimento.

gens, com o condutor a ter à disposi-

baixas e médias.

ças Brembo Stylema

O sistema de travagem inclui pinças

ção tecnologias de ajuda à condução

O modelo possui diversas caracterís-

A suspensão eletronicamente con-

dianteiras Brembo Stylema, das mais

desta ‘hyperbike’ que tem um motor

ticas novas para 2019, como a sus-

trolada KECS usa um garfo invertido

leves e pequenas disponíveis, arre-

turbo.

pensão eletronicamente controlada,

Showa e um amortecedor traseiro

fecendo rapidamente graças a um

-90- | MOTORCYCLE SPORTS |

eletronicamente

assegurando

um


CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

maior fluxo de ar em torno das pas-

proporciona uma condução mais des-

tilhas de travão, ao maior espaço em

portiva em estradas sinuosas. Já o

torno dos pistões e a uma abertura

Road garante características de con-

que possibilita a saída do ar.

dução confortáveis, para viagens de

Motor: Boxer de quatro tempos de dois cilindros Potência máxima: 136cv às 7.750 rotações por minuto Binário máximo: 143Nm às 6.250 rotações por minuto Aceleração 0-100km/h: 3,6 segundos Velocidade máxima: Superior a 200km/h Transmissão: Caixa de seis velocidades Embraiagem: Húmida acionada hidraulicamente Luzes: Farol, indicadores de mudança de direção e luz traseira LED (luz diurna LED opcional) Quadro: Conceito de duas secções com quadro principal e quatro traseiro aparafusado Travão dianteiro: Dois discos flutuantes, pinças de quatro pistões Travão traseiro: Disco único, pinça flutuante de dois pistões Sistema ABS Integral em equipamento de série Controlo da roda dianteira: Forquilha BMW Motorrad Telelever Controlo da roda traseira: Braço oscilante em alumínio fundido com Paralever

todo o tipo – na cidade, em estradas Quatro modos de condução inte-

rurais ou na autoestrada. Quanto ao

mota, a distância, percurso e tempo

de Emerald Blazed Green, o cinzento

grados

modo Rain eleva a segurança em pi-

de viagem e até se pode mudar as

Metallic Graphite que predomina na

Ao nível da condução, o condutor tem

sos de baixa tração.

configurações da Ninja H2 SX SE+

decoração e ainda o preto Mettalic

ao dispor quatro modos de condução

A conectividade ao smartphone é

mesmo ao nível dos modos de con-

Diablo. A pintura recebe o tratamen-

distintos: Sport, Road, Rain ou Ma-

garantida pela tecnologia Bluetooth

dução e da suspensão eletrónica.

to Highly Durable Paint da Kawasaki

nual – que ligam o controlo de tração

e pela aplicação Rideology the App,

KTRC, o modo de potência e o KECS.

que mesmo à distância permite ace-

Cores

da pintura – que pode reparar sozi-

O modo manual permite ajustar cada

der a várias funções e informações da

A Kawasaki Ninja H2 SX SE+ surge

nha alguns arranhões graças à tecno-

sistema independentemente. O Sport

mota – tal como verificar o estado da

com uma pintura em três cores: o ver-

logia que esse revestimento usa. James Wright/Double Red

que assegura uma maior durabilidade

A Kawasaki H2 SX SE+ em ação

| MOTORCYCLE SPORTS | -91-


CAFÉ RACERS Henric Olsson-Weller

Tarform junta o clássico ao moderno num conceito de café racer elétrica Numa altura em que a mobilidade elétrica ganha cada vez mais relevância, os projetos vão surgindo e, com eles, start-ups e projetos inovadores como a Tarform Motorcycles, desassociados dos principais construtores. A energia elétrica está a chegar cada vez mais aos transportes – em duas e quatro rodas – e, sendo vista como o futuro da mobilidade, há cada vez mais apostas nesse tipo de propulsão. Umas das mais recentes propostas chega dos Estados Unidos, mais concretamente da Tarform Motorcycles que apresentou em outubro passado os dois primeiros protótipos – um deles que apresenta de forma clara uma inspiração no ‘universo’ café racer. A Tarform Motorcycles é uma start-up que aposta em motas elétricas premium sem emissões poluentes que está baseada na Suécia (Estocolmo) e também nos Estados Unidos (Brooklyns, Nova Iorque). O seu diretor-executivo e cofundador é Taras Kravtchouk, um designer e empreendedor na

Henric Olsson-Weller

área da tecnologia. Em comunicado, a Tarform refere que os modelos serão construídos em torno de uma plataforma modular que facilita a personalização. Significa isto que permitirá aos clientes atualizarem os diversos componentes – conjunto de baterias incluído – à medida que a tecnologia progredir. A empresa tenciona também minimizar o desperdício, fabricando componentes com novos biomateriais. Como projeto totalmente apontado à tecnologia, incluirá também um sistema inteligente integrado que otimizará a experiência de condução ao monitorizar o estado da mota. Caso sejam detetados problemas ao nível da manutenção, o condutor será avisado através do seu smartphone e poderá marcar uma revisão diretamente a partir da aplicação móvel. Embora para já não passem de conceitos que pretendem exibir a visão e o design da Tarform, está já em desenvolvimento uma versão de produção da café racer (bem como uma do outro modelo, Scrambler). A apresentação está

Henric Olsson-Weller

prevista para meados de 2019, altura em que serão reveladas as especificações técnicas. Posteriormente, no fim do ano que vem, deverá iniciar-se a fase de produção. Taras Kravtchouk explicou que a intenção na conceção desta mota é juntar o clássico às tecnologias atuais, ao afirmar: – Procuramos reviver a forma clássica e uni-la com tecnologia moderna para criar uma nova experiência de condução. Um veículo elétrico que incorpora o espírito artesanal, construção avançada e tecnologia limpa. A integração de inteligência artificial e de visão computadorizada permite-nos criar uma máquina que está ciente do que está ao seu redor e informa o condutor de qualquer potencial perigo. Outro dos cofundadores da Tarform e seu diretor de operações, JC Jung, complementou: ‘As nossas ambições são globais. Nós queremos inspirar e mostrar que uma marca pode ter um impacto positivo enquanto entrega um produto verdadeiramente inovador’. -92- | MOTORCYCLE SPORTS |


MZ Skorpion transformada numa café racer por Mario Deuse com uma unidade da Motogadget. O velocímetro é da Acewell. Em termos de estilo, Mario inspirou-se nas cores originais da MZ para as faixas que cobrem o depósito de combustível e o guarda-lamas dianteiro – sendo por isso nas cores cinzento, verde e dourado. O depósito não é o original, vindo de uma Suzuki RGV 125 Gamma com algumas modificações para se encaixar na MZ. O quadro traseiro é novo. A cobertura do farol dianteiro é fabricada em alumínio, tratando-se de um farol elipsoide da Shin-Yo e os indicadores de mudança de direção Kellermann estão no guiador. Quanto ao silenciador, é uma unidade da GPR Há alguns anos desaparecida depois de declarar insolvência, a MZ mar-

Italy, sendo o tubo de ligação entre o escape original e o silenciador per-

cou o século XX no que ao mundo das duas rodas diz respeito. E da

sonalizado. O guarda-lamas dianteiro foi fabricado a partir de dois origi-

Alemanha, país do qual o fabricante é originário, chega uma custom bike

nais da MZ, cortados e soldados, com uma largura ligeiramente reduzida.

que transformou a MZ Skorpion numa café racer com 165kg de peso.

O depósito de óleo é completamente novo, à semelhança do que acon-

O autor do projeto, Mario Deuse, escreveu no seu blog que não foi prob-

tece com o quadro traseiro. As coberturas incluem alumínio maquinado.

lema encontrar um exemplar em bom estado, tendo demorado um ano a

O assento é igualmente personalizado, com a espuma colada ao alumínio

convertê-lo numa café racer. Dotou-a de um guiador da LSL com os pun-

que forma a base. Os estofos receberam costuras a verde e dourado

hos originais, travão e sistema de embraiagem. A eletrónica é completada

seguindo as faixas no depósito. A cobertura é feita em Alcantara.

Tomoto, a Moto Guzzi V7 única e artística de Tom Dixon e da Venier de Tom Dixon. Este queria uma mota com uma construção muito complexa mas em alumínio puro. Assim, a mota inclui desde logo uma carroçaria em alumínio, enquanto as rodas e os painéis laterais foram concebidos a corte de laser conforme um desenho idealizado por Dixon – e que constituem talvez os pontos que mais tornam esta mota única à vista desarmada – a par do também curioso farol dianteiro. O banco é personalizado, com uma costura oblíqua em cor preta e revestimento a couro também ele preto. A base do banco é em alumínio e inclui a luz traseira LED incorporada. O escape termina num silenciador A Tomoto é um projeto vindo de Itália, mais concretamente de Tom Dixon

personalizado fabricado pela Mass Moto consoante as instruções de Tom

com o apoio da Venier Motorcycles e da Moto Guzzi. A partir de uma V7

Dixon.

deste construtor, produziram uma mota única com traços café racer e

Igualmente personalizados, tornando o modelo ainda mais único, são os

design, no mínimo, curioso.

pneus. Isto foi possível graças a uma parceria entre Dixon e a Pirelli. No

O projeto, promovido oficialmente pela própria Moto Guzzi, foi construí-

depósito de combustível brilhante em alumínio destaca-se o ‘lettering’

do na Venier Motorcycle em Pordenone, Itália, sendo resultado da visão

Guzzi do lado direito e ‘Tomoto’ do lado esquerdo. | MOTORCYCLE SPORTS | -93-


CAFÉ RACERS

A Mark II Evo, uma BMW R100R café racer pelo Diamond Atelier Do Diamond Atelier – dedicado às custom bikes do tipo café racer – chega esta BMW R100R com ‘alma’ de café racer. O modelo original sofreu diversas modificações, incluindo ao motor, mantendo-se a suspensão traseira Paralever. Apesar de ser o de origem, o motor boxer de 1000cc sofreu uma reconstrução completa, tem mais um circuito de arrefecimento de óleo e disponibiliza cerca de 70cv de potência. O subquadro traseiro foi reforçado, mas está também mais escondido na secção traseira da mota. A Mark II Evo recebeu um design que a dota de uma forma elegante, havendo duas opções para o depósito de combustível – um com o ‘toque’ do Diamond Atelier ou então um conforme ao design original.

acerca da mota – isto graças à m.unit da Motogadget. O condutor pode

Em termos de tecnologia, inclui um sistema moderno de RFID, permi-

escolher um velocímetro de estilo analógico – que é uma das opções

tindo também que a mota se ligue ao smartphone do utilizador através

de customização, em conjunto com o novo tubo de escape Spark, por

de uma aplicação que permite seguir e controlar a informação relevante

exemplo.

Kaspeed Moto ‘transformou’ Honda CB 500 na CB 500 Four Cafe Racer A partir de uma Honda CB 500, a Kaspeed Moto realizou um dos seus mais recentes projetos. Falamos da Honda CB 500 Four Café Racer, que não deixando de ter o estilo clássico de uma café racer inclui diversas características que a modernizam. Na dianteira há discos de travão modernos. Os botões do guiador foram renovados, as manetes de travão são novas tal como o reservatório de

Motogadget à frente e Kellermann atrás.

fluído de travões e o velocímetro Acewell cromado que dota o cockpit de

O assento em si tem estofo personalizado em couro estando alinhado com

tecnologia moderna.

o depósito de combustível. Os punhos em castanho ecoam a cor do banco.

O farol dianteiro dá um especial destaque à parte frontal desta custom

O tubo de escape 4-em-1 é novo. Já a pintura ficou em prateado Silver

bike Honda, ao passo que atrás a carenagem do assento customizada inclui

Tempest mas possui alguns pormenores em dourado, ao passo que o qua-

uma luz traseira LED clássica. Os indicadores de mudança de direção são

dro e as jantes foram revestidos a preto.

-94- | MOTORCYCLE SPORTS |


‘Cafeína’ italiana ‘a jato’ – Caffeina, a nova café racer da Italjet Este é apresentado como um modelo com aparência clássica e tecnologia de ponta, dedicado a quem viaja de mota. Surge em duas variantes de cor: preto com couro borgonha, ou então prateado e amarelo (o assento, neste caso, é em preto). O propulsor é uma unidade 250cc de dois cilindros em V, que se anuncia como ‘único na sua categoria’. Debita um máximo de 17.7cv às 8.000 rotações por minuto, estando associado a uma caixa manual de cinco velocidades. A Italjet pode não ser das primeiras marcas italianas que vem à cabeça,

Quanto ao sistema de travagem, é hidráulico, consistindo de um disco de

mas também tem produtos que saltam à vista. É o caso da nova café racer

280 milímetros à frente e um de 240 milímetros atrás. Tem ABS associa-

Caffeina, desvendada recentemente no salão EICMA de Milão.

do. O depósito tem capacidade para 14 litros de combustível.

Kawasaki W800 Cafe renovada para 2019 sist & Slipper Clutch, oferece uma sensação mais leve na pega da caixa de velocidades. Os silenciadores foram substancialmente revistos de forma a potencializar o som característico do motor com uma cambota 360º. O quadro é do tipo berço duplo e é mais rígido, enquanto a suspensão inclui um amortecedor duplo traseiro mais duro e o garfo dianteiro de largo diâmetro aumentou de rigidez. O sistema de travagem inclui um disco dianteiro de 320 milímetros e um traseiro de 270 milímetros que substitui o disco tipo tambor da versão anterior da W800. O ABS é de série. Ao nível de ergonomia, a W800 Cafe não podia deixar de incluir uma posição desportiva que propicia mais a inclinação para a frente. O assento tem capacidade para duas pessoas. O depósito de combustível com Uma das novidades da Kawasaki para 2019 é a nova W800 Cafe, con-

capacidade para 15 litros, colorido a castanho, é outro dos elementos

cebida com as linhas das café racers em mente. Embora mantenha um

importantes no desenho da mota, tal como o farol dianteiro LED ao estilo

estilo retro e fiel ao original, o modelo sofreu diversas alterações para se

das café racers.

modernizar.

O condutor dispõe de instrumentos tradicionais com velocímetro e con-

O motor é de dois cilindros Vertical Twin com tratamento a preto, estan-

ta-rotações, que têm neles inseridos as luzes avisadoras como de pressão

do vinculado a uma caixa de cinco velocidades. A embraiagem, ao ser As-

do óleo ou baixo nível de combustível. | MOTORCYCLE SPORTS | -95-


CAFÉ RACERS

Yamaha XJR1300 cafe racer reinterpretada pela BlackSilver É mais um modelo personalizado que lhe trazemos, desta feira uma café racer Yamaha XJR1300 reinterpretada pela BlackSilver Customs – o que não é de surpreender, uma vez que a inspiração de todos os projetos da oficina surge das café racers. Ao site returnofthecaferacers.com, Ian Ketterer, o responsável por esta Yamaha, explicou que houve três principais desafios – a dianteira, que é de uma Yamaha R1 de 2008 possuindo também reservatórios de fluído Rizoma; a parte traseira da mesma R1 cuja integração obrigou ao redesenhar do eixo; e ainda ter uma linha limpa do depósito de combustível até à ponta da cauda que exigiu a construção de um subquadro totalmente

serviu para outros elementos do projeto. No cockpit há um velocímetro

novo para se nivelar ao depósito (o que por consequência levou a fazer

Acewell e os indicadores de mudança de direção em LED estão nas ex-

modificações às ancoragens dos amortecedores).

tremidades do guiador. Também a tecnologia LED é aplicada à luz traseira

Outro dos componentes modificados foi o braço oscilante, sendo o ban-

de travão. Já o farol dianteiro segue o estilo Prision Bar.

co também personalizado. O escape foi revestido a cerâmica. Ao nível da

A pintura, revelou Ian Ketterer, foi concebida a partir das indicações de

suspensão, o garfo é de uma Yamaha R1, ao passo que os amortecedores

um potencial cliente, baseando-se num tom de vermelho escuro que se

traseiros são da Öhlins.

conjuga com o branco associado a contornos pretos nas laterais do de-

Também as rodas não são da Yamaha XJR1300 original, vindo da R1 que

pósito de combustível e na secção traseira.

Gas & Oil #12Royal, uma Moto Guzzi Le Mans transformada em café racer Foi a partir de uma Moto Guzzi Le Mans com mais de três décadas que surgiu a GO#12Royal, um trabalho vindo da Gas & Oil Motorcycles da República Checa. É mais um de uma longa lista de projetos de custom bike da oficina de Matej Sysel, que só abriu em… 2014. No site da oficina, pode ler-se que o modelo original teve uma série de alterações. Desde logo ao nível do motor de 1.000cc que foi modificado. O carburador é uma unidade da Dell’Orto, sendo o escape SuperTrapp em cor preta. A suspensão é da KONI e o condutor – neste caso, o cliente que comprou a #12Royal – dispõe de poisa-pés de competição.

de alumínio.

O logótipo da Moto Guzzi na parte lateral do depósito estilo Rockers

As luzes traseiras estão integradas no quadro. Ao nível da eletrónica, des-

não falta (depósito esse pintado à mão), enquanto as carenagens foram

taque para os acessórios Motogadget – m.unit, m.swith, velocímetro Mo-

adaptadas de forma a seguirem o estilo café racer. A Gas & Oil reduziu o

toscope Pro e indicadores de mudança de direção nas extremidades do

peso global desta Le Mans, incluiu-lhe o banco de competição com base

guiador M.Blaze. A ‘calçar’ as rodas estão pneus da Bridgestone.

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A Suzuki GS850 café racer da Nitro Cycles com uma pintura muito especial subchassis é artesanal, enquanto o depósito vem de uma Honda CB750 Supersport, sendo os estofos do banco igualmente artesanais. Os amortecedores são à medida desta custom bike e são unidades Hagon Nitro. De acordo com o returnofthecaferacers.com, como não era possível incluir nenhum compartimento de armazenamento com o banco eleito, todos os componentes eletrónicos foram colocados num espaço baixo do pivot do braço oscilante. O cockpit inclui um velocímetro pequeno e A espanhola Nitro Cycles levou a cabo um projeto café racer a partir de

um cilindro de travão personalizado, com o guiador a ser clip-on.

uma Suzuki GS850. Aquela oficina descreve o conceito como seguindo

O garfo manteve-se o do modelo de origem, os filtros são cónicos e as

a filosofia ‘menos é mais’ e com inspiração ‘nas autênticas racer dos anos

mangueiras de travão são metálicas. Os escapes artesanais seguem o

1950’. O resultado é o que lhe passamos a apresentar, tendo a mota

formato 2-2. De referir ainda a luz traseira LED, indicadores de mudança

ficado substancialmente mais leve – e assim rápida – do que era antes

de direção LED da Tiny e uma pintura que é talvez o grande destaque de

da personalização.

toda esta Suzuki GS850 café racer – com as cores JPS que marcaram a

Para tal levou a cabo diversas modificações ao modelo original. O

Fórmula 1 nos anos 1980.

Three Stones Cycles criou uma Honda CB600 Hornet Café Racer aptada para se encaixar neste modelo. Recebeu uma nova tampa Monza. Entre os componentes artesanais, encontram-se o guarda-lamas e a cúpula essencial ao aspeto café racer. A pintura é em tom azul metalizado, possuindo também detalhes em tom de cinzento. Já o quadro recebeu uma pintura em esmalte num tom negro. As jantes foram polidas e receberam uma pintura em poliuretano. O farol e os espelhos retrovisores são Highsider, sendo o guiador da LSL. Os travões incluem mangueiras de metal e uma bomba de uma Kawasaki Da Argentina chega esta Honda CB600 Hornet, com a assinatura da

ZX6R – mesmo modelo do qual vêm os poisa-pés. A luz traseira da High-

Three Stones Cycles. A partir do modelo que serviu de base, datado de

sider é em LED, ao passo que os indicadores de mudança de direção

2006, aquele atelier concebeu uma custom bike com ‘alma’ de café racer

dianteiros são da Motogadget.

cujo motor tem mais de 100cv de potência. Apresentamos-lhe a mota

O assento é outro elemento artesanal, sendo revestido em tom negro

em sumário nas próximas linhas.

com listas em vermelho. A mesma cor vermelha distingue a mota com

No seu site, a Three Stones Cycles refere que o projeto levou quase um

uma pequena inserção no depósito em que se lê ‘By Three Stones Cy-

ano a ser executado. O autor pretendeu ter uma mota com ‘uma linha

cles’. Esta Honda CB600 Hornet Café Racer inclui ainda escapes GPR e

reta e limpa’, algo que fez modificando de forma extensiva o subchassis.

um carburador Dinojet, bem como transmissão DID. No cockpit há um

O depósito mudou, sendo uma unidade de uma Kawasaki K650S ad-

velocímetro analógico e um pequeno ecrã. | MOTORCYCLE SPORTS | -97-


O DAKAR VAI ESTAR EM DESTAQUE NA TERCEIRA EDIÇÃO, COM FOCO NOS ACONTECIMENTOS DA MARATONA DE TODO-O-TERRENO QUE DECORRE NO PERU.

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