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Honda Biz 125

A CUB mais querida do Brasil

A Biz 125 mantém a identidade da sua precursora, a C-100 Dream, só que é muito mais bonita e avançada tecnologicamente

Texto ISMAEL BAUBETA Fotos CHRISTIAN CASTANHO

FACILIDADE Muito leve e estreita, a Biz 125 se mostra obediente na direção

Bonita, estilosa, leve, ágil, não tem embreagem para acionar o câmbio, muito fácil de pilotar e acessível, esses são alguns dos atributos que fazem da Biz 125 a segunda moto mais vendida no país e, segundo a Honda, a de maior contingente feminino no comando de seu guidão, isso ajuda a explicar o sucesso da pequena Biz. O conceito de CUB (Cheap Urban Bike), que em português quer dizer moto urbana barata, nasceu no Japão e saiu da mente visionária do senhor Soichiro Honda, um sonhador japonês que quis oferecer à população japonesa uma motocicleta leve, ágil e tão fácil de pilotar que fosse capaz de substituir as bicicletas, o veículo mais utilizado na época. Nascia então a Honda Super Cub, revolucionária para seu tempo com seu motor de 50cc e câmbio de embreagem automática.

SOBRIEDADE A Biz 125, apesar da simplicidade mecânica, é sóbria e elegante e faz muito sucesso entre as mulheres

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1 e 2 Simplicidade dos comandos e qualidade no acabamento 3 Como de costume, o contato também abre o banco 4 Amortecedor traseiro sem ajustes na pré-carga 5 Banco confortável para piloto e garupa

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6 Espaço limitado sob o banco, só para miudezas ou capacete do tipo jet 7 O painel do tipo blackout valoriza o conjunto 8 Na traseira, o freio é a tambor, seu acionamento ativa a pinça dianteira também 9 Pinça de freio dianteira tem boa pegada e trabalha em conjunto com o tambor

PERFEITA A qualidade do acabamento e do encaixe dos plásticos é notável

Aqui no Brasil a Honda inaugurou o segmento CUB em 1992, com a C-100 Dream, que, depois de alguns anos e muitas pesquisas de mercado, se transformaria na Biz em 1997. De lá para cá, a marca já vendeu quase 3,5 milhões de unidades. Só em 2019, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), ela emplacou mais de 155 mil unidades, ficando atrás apenas da CG, a campeã de vendas no Brasil, que fechou o ano com praticamente o dobro desse número. Uma prova de que esta pequena moto caiu no gosto do brasileiro desde que foi lançada.

Segredos do sucesso A BIZ 125i está muito bem resolvida e com nível de acabamento de dar inveja. Seu design vem evoluindo com o passar dos anos e se atualizando sem perder a identidade de suas antecessoras. Novas combinações de cores, como a bege com detalhes na parte interna do frontal e banco em marrom, e a prata com os mesmos detalhes em azul, ficaram bem bonitas, e ambas vêm com as rodas em liga de novo desenho, com raios duplos, que ainda não foram capazes de me convencer. De qualquer forma, a qualidade do acabamento impressiona, com encaixes plásticos perfeitos e pintura caprichada. Décadas se passaram desde o lançamento, mas o conceito se manteve, claro, tecnologicamente muito mais avançada, agora ela tem motor bicombustível, sistema de freio combinado, mas ainda mantém suas principais virtudes, que são a agilidade, a leveza e a competência para transitar no pesado tráfego urbano como o de São Paulo, e o câmbio de embreagem automática ajuda na tarefa.

Motonetas O fato de não ter rodas pequenas e ter pedaleiras em vez de assoalho são algumas características que diferenciam as Cub dos scooter, e, geralmente, são mais leves também. A Biz 125 é 26 quilos mais leve do que uma PCX e tem 4 a menos que o Elite, por exemplo, o que facilita sua pilotagem e as manobras em espaços apertados.

Desempenho O motor monocilíndrico rende honestos 9,2 cv a 7.500 rpm de potência máxima e 1,04 kgf.m a 3.500 rpm de torque, suficientes para fazê-la acelerar rápido e competentemente nas arrancadas, como nas saídas de semáforos, mas suas retomadas também permitem uma tocada divertida e segura. Logicamente você não deve esperar adrenalina enquanto pilota a Biz, não que não possa fazer diabruras e buscar divertimento, mas afinal esta pequena Cub tem suas limitações.

Cilindrada 124,9 cm³ Potência máxima 9,2 cv a 7.500 rpm Torque máximo 1,04 kgf.m a 3.500 rpm Diâmetro x curso do pistão 52,4 mm x 57,9 mm Taxa de compressão 9,3:1 Quadro Monobloco em aço Cáster 26,3º Trail 69 mm Suspensão dianteira Garfo telescópico com 100 mm de curso, Suspensão traseira Biamortecida com 86 mm de curso, sem ajustes Freio dianteiro Disco de 220 mm, pinça de 2 pistões (combinado) Freio traseiro Tambor de 110 mm Modelo do pneu Pirelli Mandrake Roda dianteira 60/100 - 17” Roda traseira 80/100 - 14" Monocilíndrico, arrefecido a ar OHC I 2 válvulas I câmbio de 4 velocidades

MEDIDAS Comprimento • 1.894 mm Altura do assento • 753 mm Tanque • 5,1 litros Largura • 714 mm Entre-eixos • 1.264 mm Peso seco • 100 kg

Preço: R$ 10.077

Lâmpada • HS1 35W

PRIMEIRA IMPRESSÃO A Biz 125 é daquelas motos que impressionam pela simplicidade e pelo bom desempenho geral. Ela pode ser perfeita para o dia a dia, afinal é pequena, leve e muito ágil, condição que a torna um bom meio de transporte e, o que é melhor, com muita economia. Ela pode chegar aos 40 km/l (e até mais) se você for daqueles que gosta de andar na boa, ao mesmo tempo é capaz de rodar 100 km/h em autoestradas sem sacrifício. Ela também é legal para substituir sua moto maior em pequenos deslocamentos. O único porém é que o espaço sob o banco só acomoda os capacetes do tipo jet. De qualquer modo, os pouco mais de R$ 10.000 pedidos por ela serão bem investidos.

TRADICIONAL O belo desenho de farol, lanterna e piscas conservou as lâmpadas tradicionais, mas já merecia o LED

Acionar o câmbio não tem segredo, todas as marchas são para baixo e, caso você pare em quarta e última marcha, não precisa voltar todas as marchas para cima, é só pisar novamente no pedal para baixo que o neutro entra, uma característica do câmbio rotativo. As reduções devem ser feitas com pequena aceleração para evitar os trancos, principalmente devagarinho, de segunda para primeira.

Quanto à ciclística, a Biz 125 é bem resolvida, obedece rapidamente aos comandos e sua leveza é capaz de fazer você curvar antes do tempo se você for meio afoito ou se distrair e apontar na direção de uma vez. Suas suspensões têm boa capacidade de absorção de impactos e são ajudadas pela roda de 17 polegadas na diantei

ra e de 14 na traseira, os dois amortecedores de trás são desprovidos de regulagem, tem funcionamento limitado e transmitem parte de seus movimentos para o corpo do piloto, com garupa, os encontros no final de seu curso são frequentes, e as pancadas podem ser cruéis. Parada final Agora a Biz 125 tem como equipamento de série e obrigatório os freios combinados, eles permitem paradas rápidas e seguras, principalmente para os menos experientes, que costumam utilizar o freio traseiro como único meio de parada em qualquer situação. O sistema aciona a pinça dianteira ao pisar no pedal do freio traseiro, multiplicando a capacidade de frenagem com a utilização somente dele. Em algumas situações, pode ser a salvação dos ocupantes, embora esse sistema atrapalhe um pouco nas manobras de baixa velocidade. Uma prova de que não se pode ter tudo ao mesmo tempo.

Pouco mais de R$ 10.000 são justos para esta motoneta, capaz de enfrentar todos os desafios do ir e vir do dia a dia com desenvoltura e estilo. É perfeita para quem não quer uma moto e prefere a postura delas à dos scooter. Sem dúvida a melhor opção das Cub a venda.

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