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Bimota Tesi H2

A mais espetacular das Tesi

Depois de anos no ostracismo, a Bimota ressurge com a força da Kawasaki como sócia e fornecedora de tecnologia

CONCEITO TESI A Tesi H2 mantém a originalidade das duas balanças de suspensão; na dianteira o sistema é bem complexo

Texto PEPE BURGALETAA Fotos DIVULGAÇÃO

Depois de alguns anos de isolamento, a Bimota, uma mítica empresa de motocicletas esportivas italiana, retornou à linha de frente, parcialmente adquirida pela Kawasaki. Aqui, mostramos a Bimota Tesi H2, uma das motos mais espetaculares do mundo! No século passado, a Bimota foi provavelmente uma das marcas de moto mais desejadas do planeta. O foco da empresa italiana era fabricar motocicletas especiais com motores poderosos. O nome Bimota veio da união das iniciais dos sobrenomes dos sócios: Bianchi, Morri e Tamburini (considerado o grande gênio da marca). A fábrica foi fundada em 1966 e ainda é lembrada pelas suas soluções tecnológicas e de design. Ficou famoso, por exemplo, seu chassi diferenciado de aço multitubular, com formato incrível, capaz de compor o design.

Das primeiras gerações, destacam-se os modelos equipados com motores Kawasaki, como o KB1 (Kawasaki Bimota-1), equipado com os motores Z900 e Z1000. O modelo KB2 (Kawasaki Bimota-2) tinha modelos de média cilindrada (Z400, Z500, Z550 e Z600). Já o modelo KB3, também com motor Z1000, usava estrutura de chassi multitubular, com placas de alumínio traseiras para ancorar o braço oscilante – solução ainda utilizada por muitas marcas até hoje.

As primeiras Bimota com motores Kawasaki datam de 1978, e as últimas, de 1984. Depois disso, não houve mais Bimota com motores Kawasaki... Até agora!

COMPLETA O painel mescla mostrador analógico e digital. Os semiguidões vão instalados em falsas bengalas, e o amortecedor de direção está sobre a mesa superior

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DIANTEIRA AVANÇADA A carenagem dianteira tem asas aerodinâmicas e chega até a linha do para-lama, proporção ousada

MATERIAL COMPOSTO Suporte do banco em fibra de carbono, também presente na dianteira como suporte. Balanças de alumínio

A crise e a solução No final do século passado, iniciou-se o declínio da Bimota, devido à maior disponibilidade de outras marcas no mercado e também pelo avanço das motos esportivas japonesas. Além disso, a Bimota passou por uma sucessão de problemas econômicos e mudanças de acionistas.

Então, três anos atrás, a Kawasaki recebeu uma proposta, que vinha justamente de uma empresa italiana. Hiroshi Ito, o gerente da divisão de planejamento de motocicletas e motores da Kawasaki Heavy Industries, ficou surpreso quando descobriu tratar-se da Bimota. O executivo decidiu chegar a um acordo, cuja negociação terminou em 2019 com a criação de uma nova sociedade chamada B & Motion. A empresa fica na Itália, em Rimini, o que permite alguma independência com relação à marca japonesa, com liberdade de atuação nas áreas de gestão, design, fabricação e comercialização. Mas a Kawasaki mantém o controle societário, com 49,9% das ações.

A nova companhia parece ser uma boa solução para ambas as partes, pois a Bimota terá acesso a vários recursos mecânicos e projetos diferenciados da poderosa Kawasaki. No entanto, a Kawasaki terá uma extensão ainda mais radical de sua linha de motos, com a Bimota. A prova de que esse acordo está indo bem é a nova Tesi H2, que dizem ser a moto mais espetacular do mundo. Vamos conhecer?

Bimota Tesi H2 As gerações do modelo Tesi estão entre as motos mais icônicas da Bimota. Originariamente eram motos baseadas nas teses do engenheiro Pierluigi Marconi, que desenhou a Tesi com um chassi dotado de trem dianteiro com um sistema de “hub centre”. São dois braços oscilantes dianteiros paralelos ao chão, chassi de alumínio em forma de arco e uma estrutura quase inédita para uma moto comercial.

A Bimota construiu a primeira Tesi DB1 com motor Ducati 851. O genial Pierluigi Marconi já era o diretor técnico da companhia. As suas três versões foram dotadas de motores Ducati V2 de diferentes tipos, com estruturas de alumínio ou aço, tubulares.

Agora, novamente Marconi está à frente do projeto com a nova Tesi, dotada, pela primeira vez, de um motor de quatro cilindros em linha, sobrealimentado, da Kawasaki H2, com 998 litros de cilindrada e 200 cv de potência. O conceito é o mesmo para toda a linha, porém essa moto tem importantes diferenciais. Em palavras do próprio Marconi, quando ele iniciou o desenho da moto, em sua cabeça estava construir um modelo com estrutura horizontal, para que os esforços tivessem lugar em um mínimo espaço possível. Para isso, desenhou um sistema de direção de braço duplo que fosse simétrico e eliminasse os esforços de torção do sistema. E também para que a direção e a suspensão atuassem de maneira independente.

Cilindrada 998 cm³ Potência máxima 200 cv a 11.000 rpm Torque máximo 13,6 kgf.m a 10.500 rpm Diâmetro x curso do pistão 76 mm x 55 mm Taxa de compressão 8,5:1 Quadro Motor Portante Cáster n.d. Trail n.d. Suspensão dianteira Sistema Hube Centre Suspensão traseira Monoamortecedor ajustável em pré-carga, compressão e retorno Freio dianteiro Discos de 320 mm, pinças radiais de 4 pistões Freio traseiro Disco de 220 mm com pinça de dois pistões Modelo do pneu Bridgestone Battlax RS11 Roda dianteira 120/70 - 17 M/C Roda traseira 200/55 - 17 M/C Tetracilíndrico, turbo charged, arrefecido a líquido DOHC I 16 válvulas I câmbio de 6 velocidades

MEDIDAS Comprimento • 2.200 mm Altura do assento • 840 mm Tanque • 17 litros Largura • n.d. Entre-eixos • 1.525 mm Peso seco • n.d.

Preço: Não divulgado SOLUÇÃO O amortecedor dianteiro agora está ao lado do traseiro na frente da balança

Evolução

1990 A Tesi D1 nasceu com motor Ducati 851, depois passou a 904 cm³ 2005 A Tesi 2D tinha motor em V de 1.000 cm³ da Monster e menos aspiração esportiva 2007 As últimas Tesi 3D eram 1.100 cm³ e desenho mais “all road”

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3 1 Muito material nobre, como alumínio e fibra de carbono aparente 2 A cruzeta no eixo da roda dianteira é responsável pela direção 3 O motor é parte estrutural do chassi. O escape tem estilo japonês Entretanto, a nova Bimota Tesi tem compromissos diferentes dos das anteriores. O motor tetracilíndrico da Kawasaki dispõe de uma estrutura muito compacta e tem outras atribuições que as últimas versões não tiveram, com a sua refrigeração líquida, o escape saindo pelo alto da lateral e seu compressor mecânico.

Sistema Tesi O que não mudou foi o sistema dianteiro, formado por uma cruzeta no eixo da roda, cujo braço horizontal está preso ao basculante dianteiro e se encarrega da suspensão. Enquanto o braço vertical utiliza um cilindro oco, que tem a cruzeta em seu interior, este se encarrega da direção.

A roda tem um cubo muito grande para abrigar o sistema em seu interior, que se situa apoiada em dois grandes rolamentos sobre o cilindro exterior e é capaz de girar nas curvas mediante um tirante exterior à própria roda, tal qual barras de direção. Além disso, no caso da Bimota, foi desenhado um sistema de tirantes que controla o giro do cilindro no interior da roda, para que a direção varie de acordo com o funcionamento da suspensão e de maneira totalmente controlada.

Esperemos que logo, logo a gente tenha a Bimota Tesi H2 no Brasil. Será uma utopia?

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