Aventuras no país
da Copa Leonardo Lamartine e o relato de viagem inesquecível à África do Sul
em cena há um século Cearenses celebram o centenário de um dos mais importantes teatros do País
História Urbana A beleza do Circuito das Pontes do Recife em um passeio de catamarã Orquestra Criança
Cidadã Jovens músicos levam emoção à entrega de apartamentos
Soluções Crescimento das capitais mostra a expansão urbana no Nordeste
editorial
o estado real da expansão
O
termo em inglês que designa o setor imobiliário – real estate – tem origem nas terras reais, propriedades das monarquias, que eram doadas aos nobres da corte em troca de serviços ou em reconhecimento pela distinção social. O termo remonta ao ambiente feudal europeu do século 17, tendo atravessado o milênio e chegado até nós com o significado dominante de negócios imobiliários no âmbito da economia privada – o mercado imobiliário propriamente dito. A atividade imobiliária em seus diversos ramos compõe hoje uma das principais áreas da economia, com interferência direta sobre a modelagem local, construindo e impulsionando o desenvolvimento das cidades. Em mercados regulados como o brasileiro, os negócios imobiliários desempenham papel crucial para a estabilização macroeconômica, estimulando toda uma cadeia produtiva ao seu redor, de maneira consistente e sustentável. Em relação especificamente à incorporação imobiliária, podese destacar o home building, a construção de residências em locais existentes, ramo em que se concentra a maioria das empresas, e o real estate, que é a incorporação mais ampla, que engloba o home building. A atividade de real estate cria destinos imobiliários, sendo capaz
de deslocar o centro de gravidade de regiões em direção a novas fronteiras de crescimento. Essas novas fronteiras proporcionam a melhoria da infraestrutura, induzindo novas ondas de ocupação e beneficiando os investimentos programados. Nesta edição da Plural, abordamos o tema da expansão na matéria de Soluções, que apresenta as principais tendências da expansão urbana em cinco capitais nordestinas, revelando os caminhos por onde os novos investimentos imobiliários vão forçosamente passar. O ambiente de crescimento generalizado e acelerado que se observa no Nordeste tem nessas cidades um retrato perfeito dos desafios vislumbrados com a nova face econômica da região. Fenômenos de intensa modificação do espaço urbano, tanto em nível estrutural quanto na configuração espacial de cidades como Recife, Natal, Salvador, Fortaleza e Maceió, indicam sem erro o surgimento de grandes metrópoles, com papéis relevantes a desempenhar no Brasil do século 21. A ampliação e a modernização da infraestrutura nordestina ficam evidentes no cenário de mudanças que desponta nas capitais. No Recife, a Via Mangue e a nova Av. Norte são vultosos investimentos previstos para melhorar o fluxo de transportes que não para de crescer. As perceptíveis
alterações na rota para Suape, como a Ponte do Paiva, também vão preparando a expansão das oportunidades ao longo do caminho. Em Natal, a Ponte Newton Navarro une as zonas Norte e Sul da cidade. Em Fortaleza, somente para 2010, estão previstos R$ 800 milhões em obras de infraestrutura. Em Maceió, as ligações viárias do Centro para a Zona Oeste, e para o litoral norte, são consideradas vitais. E, em Salvador, a Via Expressa contará com 12 pistas e um complexo integrado de viadutos, túneis e passarelas desde a BR-324 até a região portuária. Este momento importante para o Nordeste e o país aquece a atividade do home building, em virtude da corrida pela diminuição do déficit habitacional, mas também do real estate, com a configuração de novos mapas de expansão. O Nordeste brasileiro experimenta um salto qualitativo na ocupação: as fronteiras criadas ou reformuladas acarretam efeitos positivos em cascata, efeitos multiplicadores da própria atividade imobiliária, de sua cadeia produtiva e de toda a economia. É com satisfação que constatamos a dimensão concreta de um fenômeno consolidado e com potencialidade de ir muito mais além – o estado real da expansão imobiliária nordestina é ao mesmo tempo sintoma e prova cabal de que a economia da região está diante de um ciclo de prosperidade.
Marcos Roberto Dubeux
08 Ano 7 - Edição 20 - Junho de 2010 A revista Plural é uma publicação da Moura Dubeux Engenharia. MOURA DUBEUX ENGENHARIA Av. Domingos Ferreira, 467 Pisos P1, P2, 12º e 13º, Boa Viagem, Recife-PE. Fone: (81) 3087.8000 - www.mouradubeux.com.br Diretoria Editorial Aluísio J. Moura Dubeux Gustavo J. Moura Dubeux Marcos J. Moura Dubeux Marcos Roberto Moura Dubeux Editor Geral Marcos Roberto Moura Dubeux mrd@mouradubeux.com.br Editor Executivo Fábio Lucas (DRT/PE 2428) fabiolucas@uol.com.br Coordenação e Atendimento Comercial Bruno Perrelli bruno@mouradubeux.com.br Coolaborador Editorial Marcos Alencar Textos Ana Luisa Erthal, Carlyle Paes Barreto, Cecília Dalla Nora, Fabiana Gonçalves, Júlia Nogueira de Almeida, Maíra Passos, Mariana Costa Mendes, Mariana Queiroga. Colaboradores desta edição Francisco Cunha Leonardo Lamartine Projeto Gráfico Felipe Duque e G Design Comunicação Diagramação Felipe Duque Fotografia Canindé Soares, Fabio Lima, Germana Soares, Gustavo Pellizzon, Jacques Antunes, Leandro Lima, Leonel Albuquerque, Leonardo Lamartine, Renata Victor, Rogério Maranhão, SECOM/PMS, SECULT/ CE, SEMPLA/Maceió, Sérgio Lobo, Sérgio Pedreira, Tânia Collier e Vicente Luiz. Capa: SECULT/CE. Revisão Laércio Lutibergue e Solange Lutibergue Impressão Gráfica Unipauta Tiragem 10 mil exemplares *Os artigos divulgados não refletem necessáriamente a opinião desta revista. **Os projetos imobiliários apresentados podem sofrer alterações após sua divulgação. A Plural foi feita pensando em você. Participe das próximas edições enviando suas críticas, sugestões e assuntos de seu interesse para o e-mail da nossa redação, o faleconosco@mouradubeux.com.br. Contamos com a sua colaboração.
Sumário 08 Passeio pelas águas do Recife A bordo de um catamarã, o Circuito das Pontes conta a história da capital pernambucana por ângulos diferentes
12 Ação Social Entrega de apartamentos da Moura Dubeux tem a participação da Orquestra Criança Cidadã
16 Cidade Moderna Recife Ed. Porto Ravena é novo empreendimento nas imediações do Parque D. Lindu
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20 Um século em cena Destaque da vida cultural de Fortaleza, o Theatro José de Alencar comemora cem anos
28 Cidade Moderna Recife Perto do Sítio da Trindade, Ed. Ayrton Carvalho terá área de lazer independente
30 Soluções Desenvolvimento regional impulsiona expansão das capitais nordestinas
42 Artigo Marcos Alencar diz como as empresas devem segurar os seus talentos
44 Cidade Moderna Recife Ed. Parque Madalena será construído na área cada vez mais valorizada da Beira Rio
46 Muito além da Copa Na seção Relato de Viagem, Leonardo Lamartine fala sobre as aventuras e os encantos da África do Sul
50 Cidade Moderna Gravatá Agreste pernambucano ganha destaque com o Jardim Imperial
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53 Gastronomia
Cordeiro, pato, bife de chorizo e bacalhau são os pratos da edição
58 Sob o sol da Toscana
A sommelière Fabiana Gonçalves conta a história de uma das regiões vinícolas mais conhecidas do mundo
60 Cidade Moderna Natal
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Edifícios Geraldo Pinho, José de Almeida e Jardins de Lagoa Nova são lançados no RN
64 Cidade Moderna Fortaleza Ed. Amazonas tem diferencial de área verde preservada na Aldeota
66 Estilo de Vida
O professor Janguiê Diniz ensina como a obstinação pode se transformar em sucesso
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70 Decoração
Arquitetos dão dicas especiais para ambientação da cozinha, da porta de passagem, do home theater e do quarto dos adolescentes
76 Um cenário deslumbrante
Cenário urbano integrado à beleza natural encanta novos moradores do centro do Recife
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78 Bairros: Farol
Tempos modernos para o bairro mais tradicional de Maceió
81 Parceria de porte
A Moura Dubeux une forças com a construtora mineira MRV
84 Gestão Hoje Especial
É preciso aproveitar o bom momento do Nordeste
86 Andamento das obras
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história urbana - recife
Passeio pelas águas do Recife Roteiro do Circuito das Pontes pode ser feito a bordo de catamarã e revela paisagens que mesclam história e beleza Cecília Dalla Nora Fotos: Renata Victor
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Q
uem já dedicou alguns minutos a pesquisar sobre o Recife certamente descobriu que a cidade é conhecida como a Veneza Brasileira. A explicação vem fácil: a capital pernambucana é cortada por seis rios – Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Pina, Tejipió e Jordão – e 60 canais. E, assim como na Veneza original, aqui também é possível passear pelas águas. Um dos roteiros preferidos dos turistas e dos recifenses é o Circuito das Pontes, que sai do Cais das Cinco Pontas e percorre o Rio Capibaribe a bordo de um catamarã, passando por diversos pontos históricos no Centro da cidade. Fonte de inspiração para poetas e escritores, esse rio é genuinamente pernambucano, nascendo no município de Poção. São 250 quilômetros até desaguar no mar. Neste percurso, banha 32 municípios e empresta suas águas a 74 afluentes. A Plural embarcou nessa jornada e escolheu alguns pontos históricos para compartilhar com seus leitores. O roteiro da viagem está marcado em pontos correspondentes no mapa.
Vista o colete salva-vidas, deixe a câmera fotográfica em punho e bom passeio! A primeira parada é o Parque de Esculturas (1), desenhado pelo artista plástico Francisco Brennand e inaugurado no ano de 2000 em homenagem aos 500 anos do Descobrimento do Brasil. No caminho, antigo e moderno se fundem, numa paisagem que ganhou novos elementos, os edifícios Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte
Coelho, ambos da Construtora Moura Dubeux. Do parque, é possível vislumbrar a Praça do Marco Zero, cujo piso guarda uma grande obra do pintor Cícero Dias, última obra do artista destinada aos pernambucanos antes de seu falecimento. Completam o cenário os edifícios da antiga Bolsa de Valores, do Instituto Cultural do Banco Real e da antiga Associação Comercial. A embarcação segue pelas águas do antigo Porto do Recife e atravessa a primeira ponte, até hoje chamada
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Espelho d’água valoriza o cenário histórico próximo à ponte Buarque de Macedo
de Giratória (2), que liga o Bairro do Recife ao bairro de São José. Apesar de não ter mais mobilidade, a edificação guardou o nome e ainda é possível ver a estrutura da ponte, construída em 1923, que dava passagem para que os navios atracassem no Cais da Alfândega e armazéns vizinhos. Dali já é possível notar o conjunto arquitetônico composto pelo belo edifício da antiga Alfândega, que hoje, remodelado, abriga o Shopping Paço Alfândega, e a Igreja da Madre de Deus. Nesse cais, os mais atentos percebem a presença do poeta Ascenso Ferreira, aquele mesmo que ia “danado para Catende com vontade de chegar”. A estátua integra o Circuito de Poesia do Recife, projeto que homenageia expoentes da cultura pernambucana. O catamarã cruza, então, a Ponte Maurício de Nassau (3), que liga o bairro de Santo Antônio ao bairro do Recife Antigo. Essa foi a primeira ponte de madeira construída sobre o Rio Capibaribe e a primeira ponte de grande porte no Brasil, inaugurada em 1643, sob a administração do príncipe holandês Maurício de
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Nassau. Em 1917, foi reconstruída em concreto armado. Atenção para a simpática figura de um senhor, atenta ao vaivém de transeuntes. É uma estátua do poeta e engenheiro calculista Joaquim Cardozo, também integrante do Circuito da Poesia. Chegamos à Ponte Buarque de Macedo (4), construída em 1890, em homenagem a Manuel Buarque de Macedo, ministro de Império de D. Pedro II. Foi a primeira ponte de concreto armado do Recife, com 286 metros de extensão. Desse ponto, é possível ver um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da capital pernambucana, a Praça da República, cercada pelo Palácio da Justiça, Teatro de Santa Isabel e Palácio do Campo das Princesas. Inaugurada em 1930, a sede do Poder Judiciário do Estado foi desenhada pelo arquiteto italiano Giácomo Palumbo. Projetado pelo arquiteto Louis Vauthier, o Teatro de Santa Isabel foi inaugurado em 1850. Foi lá que tantas vezes Joaquim Nabuco discursou em favor da abolição. O Palácio do Governo, também conhecido como Palácio do Campo das Princesas, foi erguido em 1841. O seu nome é uma homenagem às filhas do imperador D. Pedro II, que honraram a província com uma demorada visita de quase
um mês. Ao nos aproximarmos da quarta ponte, a Duarte Coelho (5), contemplamos dois prédios imponentes, um ocupado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, o Palácio Joaquim Nabuco, e o segundo pelo Ginásio Pernambucano. Inaugurado em 1875, o primeiro localiza-se na Rua da Aurora, às margens do Rio Capibaribe. Ao seu lado funciona o Ginásio Pernambucano, que teve sua construção iniciada em 1855. Por essa escola famosa passaram figuras ilustres como o escritor Ariano Suassuna e a escritora Clarice Lispector. A Ponte Duarte Coelho é tida como uma das mais belas e modernas pontes da cidade do Recife. Testemunha da alegria dos Carnavais, é por ela que passam milhares de foliões, todos os anos, no desfile do Galo da Madrugada. O passeio segue beirando a Rua da Aurora (6), assim chamada porque, voltada para o leste, é a primeira a receber os raios da manhã, com seu famoso casario, um deles abrigando o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam). É também na Rua da Aurora que encontramos mais duas estátuas do Circuito da Poesia: os poetas Manuel Bandeira e João
De cima para baixo: Ponte Duarte Coelho, casario na Rua da Aurora e Ponte da Boa Vista
Cabral de Melo Neto, observadores silenciosos da cidade. A Ponte da Boa Vista (7) foi inicialmente construída em madeira, no ano de 1640, a pedido do príncipe Maurício de Nassau, para ligar o bairro da Boa Vista ao de Santo Antônio. Reconstruída quatro vezes ao longo dos séculos, a atual ponte data de 1876. Com estrutura metálica similar a uma ponte ferroviária, a atual Ponte da Boa Vista foi fabricada na Inglaterra, toda em ferro batido. Existem nas suas quatro pilastras de entrada diversas inscrições que registram datas e fatos históricos relevantes de Pernambuco e do Brasil, como a invasão dos holandeses (1630), as Batalhas das Tabocas e dos Guararapes (1648 e 1649), a restauração de Pernambuco (1654), a Guerra dos Mascates (1710), a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador (1824). O passeio vai chegando ao final e, do barco, vemos as primeiras luzes da cidade se acenderem, ao som do Hino de Pernambuco. As águas do Recife também são um espetáculo noturno, com milhares de pontinhos brilhantes refletidos. São essas águas que enchem os olhos de turistas e fazem o orgulho de muitos pernambucanos – afinal, caso você não saiba, diz a história popular que os rios Beberibe e Capibaribe aqui se encontram para formar o oceano. Serviço O passeio de catamarã, operado pela Catamaran Tours, sai do Cais das Cinco Pontas, diariamente, em dois horários, às 16h e às 18h. Os barcos, com capacidade para 60 pessoas, são equipados com bar, toaletes e salva-vidas. Mais informações pelo site http://www.catamarantours.com. br ou pelo telefone (81) 3425-2845. PLURAL11
ação social
música para marcar Apoio à Orquestra Criança Cidadã, que vem desde a sua fundação, é reforçado com apresentação na entrega de imóveis da Moura Dubeux Ana Luisa Erthal Fotos: Leandro Lima
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creditar. Se esse sentimento não fosse compartilhado com tanto empenho por algumas pessoas, certamente sonhos não seriam realizados. A Orquestra Criança Cidadã é um bom exemplo de que é necessário unir-se com quem aposta em simples equações. Nesse caso, a música soma-se a jovens carentes e deságua na oportunidade de mudança. E é exatamente por acreditar em realizações que a Construtora Moura Dubeux, desde 12 PLURAL
novembro de 2009, contrata o grupo de jovens músicos para se apresentar na entrega de alguns dos seus imóveis. “Essa iniciativa é de uma sensibilidade ímpar”, atesta o presidente da Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC), desembargador Nildo Nery, parceira da Orquestra Criança Cidadã. A ideia surgiu de uma conversa entre o desembargador e o diretor da construtora, Marcos Dubeux, em que se buscou uma forma de dar
adesão maior ao projeto. “A orquestra é um dos mais bem-sucedidos e respeitados empreendimentos sociais do Brasil e, por isso, resolvemos ampliar o nosso apoio, que vem desde a fundação da orquestra”, afirma Marcos Dubeux. Nas primeiras três apresentações, a resposta dos moradores foi excelente. A primeira foi na entrega do Edifício Alice Queiroz, no Rosarinho; em seguida foi a vez de os moradores do Alameda dos Pinheiros, em Boa Viagem, verem a apresentação da Orquestra Criança Cidadã. A terceira aconteceu no
evento dos píeres Duarte Coelho e Maurício de Nassau, no final de dezembro do ano passado. “A experiência do grupo em tocar em situações como essa que a Moura Dubeux proporciona é muito rica. Tanto para as crianças que se apresentam como para quem assiste a elas”, avalia o desembargador Nildo Nery. “Para os músicos, o contato com outras esferas sociais é uma oportunidade de integração, fora o efeito de elevar a autoestima deles com elogios empolgantes e aplausos calorosos. É um reconhecimento que atesta que em tão pouco tempo esses jovens alcançaram a cidadania”, avalia o presidente da ABCC. Como tudo começou - O idealizador do projeto da Orquestra Criança Cidadã é o juiz João José Galvão Targino, que, em parceria com a ABCC e com o apoio de empresas
como a Moura Dubeux, conseguiu colocar o projeto para funcionar. E para que a iniciativa caminhasse a passos largos o maestro Cussy de Almeida foi convocado. “Conheci um trabalho que o maestro Cussy realizava na comunidade do Alto do Céu e fiquei encantado. Levei a ideia de trabalhar música e jovens ao desembargador Nildo Nery e em seguida entramos em contato com o maestro Cussy. Aí o projeto começou a se desenhar”, conta Targino. A Orquestra Criança Cidadã foi lançada oficialmente em julho de 2006. Trabalha com crianças e adolescentes da comunidade do Coque, considerada a região mais violenta do Recife. Desde então, funciona dentro do 7º Depósito de Suprimentos do Exército (7ºDSup), na Cabanga. No local, 130 crianças e adolescentes de 4 a 18 anos frequentam o projeto de segunda a
sábado, com turmas divididas em dois turnos, manhã e tarde. Os alunos também dispõem de três refeições – café da manhã, almoço e jantar – servidas no refeitório do quartel. Para entrar no projeto, um dos pré-requisitos é estar matriculado em uma escola pública. O aluno participa no período inverso ao das aulas escolares, sem prejudicar o desempenho de ambas as atividades. Assim, fica com o dia preenchido sem facilitar o ingresso na marginalidade. O processo de seleção é rigoroso. Além de teste vocacional, são realizadas provas de português e matemática, que auxiliam no diagnóstico do perfil de cada candidato. Uma vez selecionado, o futuro músico frequenta o local por um mês, em caráter experimental. Após esse período, é submetido a outra avaliação, que garantirá sua vaga na orquestra. PLURAL 13
Com tanta disciplina e responsabilidades sendo acompanhadas, o resultado aparece naturalmente. O maestro Cussy afirma estar satisfeito e motivado com o desempenho dos alunos. “É gratificante ver a evolução deles. Todos os dias, tenho boas surpresas e descobertas com esses meninos e meninas”, revela. O coordenador musical da orquestra ainda ressalta que o incentivo dos pais dos jovens é fundamental para o desenvolvimento deles. “Costumo orientá-los a sempre dar carinho e apoio. Afinal, através da música os filhos poderão oferecer uma vida melhor a eles e à família.” Plano pedagógico - Todo ano, os professores da orquestra apresentam uma proposta pedagógica com o conteúdo que será abordado com os alunos. O planejamento é para facilitar a assimilação e o aproveitamento, com foco na linguagem a ser usada, já que deve proporcionar a compreensão musical e a habilidade de tocar 14 PLURAL
um instrumento. Fora as aulas direcionadas ao universo musical, os jovens também aprendem inglês, espanhol, informática e recebem reforço escolar. Os futuros músicos também contam com acompanhamento psicológico. A psicóloga Tereza Cristina vai três dias por semana ao local. “Eles eram muito fechados. Aos poucos foram se abrindo e conquistei a confiança deles”, diz. Para solidificar o trabalho da equipe envolvida com os aprendizes, mensalmente a direção da orquestra se reúne com os familiares. A intenção dos encontros é garantir a integração e a harmonia necessárias para o desenvolvimento dos integrantes da orquestra. Abrindo horizontes - O trabalho de inclusão social e profissionalização da Orquestra Criança Cidadã não se restringe a abrir portas apenas em território local. O violonista Júlio Carlos, de 15 anos, está em Varsóvia, Polônia, onde ficará até o meio do ano. A oportunidade surgiu através de uma
A frente da Orquestra: o desembargador Nildo Nery, o juiz João José Galvão e o maestro Cussy de Almeida
bolsa, patrocinada pelo Rotary Club do Recife, para estudar na universidade daquela cidade, uma das mais tradicionais e qualificadas no ensino de música erudita. “Queria ser piloto da Aeronáutica, mas desde o primeiro contato com o violino senti que ali estava meu futuro. Me apaixonei”, relatou o jovem músico antes de embarcar para a temporada de quase um ano de dedicação à música. O apoio da família de Júlio Carlos foi imprescindível para a sua carreira. A mãe do rapaz conta que ela e o marido chegaram a alugar um barraco de madeira no Coque, onde moram, para o filho poder ensaiar com mais concentração. “Sabemos que o projeto melhorou a vida do nosso filho. Agradeço a Deus e a três pessoas enviadas por Ele, que transformaram a vida do meu filho: o maestro Cussy e os doutores Targino e Nildo Nery”, diz Joana da Rocha,
As crianças da orquestra recebem aulas de reforço escolar
mãe de Júlio. O incentivo para a carreira do rapaz decolar também vem de seu professor. “Júlio Carlos é um excelente aluno. Muito estudioso e talentoso. Sua principal característica é a determinação. Um desempenho nota dez que reflete sua perseverança”, avalia o violonista José Carlos, que leciona para o jovem músico desde que ingressou no projeto. Com o convite da Moura Dubeux para se apresentar na entrega de empreendimentos, a orquestra pode consolidar ainda mais suas atividades, abrindo espaço para novos apoios, além de ter a música dos jovens talentos divulgada entre o público diferenciado que são os clientes da MD.
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cidade moderna - recife
O Ed. Porto Ravena, com 17 pavimentos, será erguido nas proximidades do Parque Dona Lindu e da Praia de Boa Viagem Maíra Passos Imagens: Work-Viz
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à beira-mar, perto de tudo
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Avenida Boa Viagem, no Recife, continua sendo um dos locais mais procurados para quem deseja morar à beiramar. Como é uma área bastante valorizada, atrai muitas construtoras para empreendimentos residenciais. A Moura Dubeux lança mais um condomínio na avenida mais disputada do mercado imobiliário recifense, o Porto Ravena. O prédio ficará localizado nas proximidades do Parque Dona Lindu e a poucos metros do mar. Construído em uma área privativa total de 6.190,46 m², o Porto Ravena terá 16 pavimentos. Cada apartamento, com 172,59 m², será constituído de quatro quartos, sendo duas suítes, varanda, sala de estar e jantar, lavabo, circulação, copa, cozinha, área de serviço, quarto e banheiro reversível. Além disso, os condôminos terão à disposição de duas a três vagas na garagem. Já as coberturas terão 333,79 m², divididos em dois pisos, com direito a piscina e deques individuais. Na área de lazer, o empreendimento conta com terraço descoberto, apoio, sauna, piscina, salão de festas, bar e banheiros.
Edifício Porto Ravena
Este é o segundo empreendimento da Moura Dubeux nas proximidades do Parque Dona Lindu. O primeiro foi o Parque do Mar, lançado no ano passado, o que representa uma alta demanda do setor imobiliário na região. Segundo o gerente de marketing da incorporadora, Bruno Perrelli, o empreendimento tem um alto valor agregado devido a muitas pessoas sonharem em morar à beira-mar. “Boa Viagem é bastante procurado por causa das várias opções de lazer e pelo fato de ser perto de tudo”, comenta. Além de estar situado nas redondezas do Parque Dona Lindu e da Praia de Boa Viagem, o Porto Ravena fica perto de escolas, farmácias, hospitais, shopping center, bares, restaurantes e boates. Sobre a aquisição de um apartamento do Porto Ravena, o gerente comercial da Moura Dubeux, Tony Vasconcelos, explica que ele pode ser financiado pelo sistema de condomínio fechado, ou seja, a quitação do bem até a entrega das chaves. “Isso traz benefícios porque possibilita a compra do imóvel cerca de 20% mais barato que o valor de mercado”, completa. De acordo com o arquiteto Josemar Ferraz, responsável pelo projeto do edifício, a ideia foi possibilitar que a suíte máster e a sala fossem voltadas para o nascente. “A sala ganhará proporções maiores, pois terá mais de seis metros quadrados, enquanto a maioria tem três metros quadrados”. Com traçados de linhas retas e sóbrias, o arquiteto acredita que este será um dos últimos empreendimentos desse porte na Avenida Boa Viagem.
16 pavimentos tipo 2 apartamento por andar Área de 150,59 m² (cobertura: 300,79 m²) 4 quartos (2 suítes) 2 vagas na garagem Lazer completo com terraço descoberto, apoio, sauna, piscina, salão de festas, bar e banheiros.
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história urbana - fortaleza
um século em cena O Theatro José de Alencar, na capital cearense, comemora 100 anos de existência e se firma como um dos principais teatros do país Júlia Nogueira de Almeida Fotos: Jacques Antunes e SECULT/CE
I
naugurado em 17 de junho de 1910 como a principal casa de espetáculos do Ceará, o Theatro José de Alencar (TJA) surgiu para atender ao desejo da sociedade cearense da época, ansiosa por um palco para receber as grandes companhias de espetáculos europeias, que, até então, não se apresentavam no Estado pela falta de um espaço “à altura”, como 20 PLURAL
conta o professor de arquitetura e pesquisador do TJA, Liberal de Castro. Após 60 anos de reivindicações nascia, então, o grande teatro oficial do Ceará, a exemplo de outros Estados que já tinham seus próprios teatros – como o Teatro de Santa Isabel, no Recife. O TJA surgiu como símbolo de civilização e modernidade, incluindo
definitivamente o Ceará na rota das grandes montagens teatrais e “conferindo à capital o status que buscavam as grandes cidades na época, quanto ao embelezamento e à harmonia arquitetônica, objetivos de então do urbanismo do mundo ocidental”, afirma o arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Ceará (IphanCE), Francisco Veloso.
As obras, realizadas durante a administração de Nogueira Acioly, quando Fortaleza tinha uma população de 50 mil habitantes, duraram dois anos. O projeto de alvenaria foi assinado pelo capitão Bernardo José de Melo, então oficial de artilharia da Escola Militar do Ceará. Já a estrutura de ferro fundido que também compõe o TJA veio da escócia. O teatromonumento é uma edificação dividida em dois blocos: o da primeira fachada, voltada para a Praça José de Alencar; e o bloco da fachada interna, mais conhecida, de ferro vazado e com vitrais coloridos. Entre os dois blocos, um pátio a céu aberto. Construído em estilo eclético (muito comum no período em que foi inaugurado), o Theatro José de Alencar é uma espécie de “oásis” no Centro de Fortaleza, que, mesmo dotado de diversos equipamentos culturais, costuma ficar de fora dos roteiros de lazer da maioria da população da cidade e de seus visitantes. O TJA está localizado na praça de mesmo nome, espaço considerado nobre em outros tempos, mas que atualmente padece com problemas de ocupação desordenada, infraestrutura deficitária e a perda do glamour da região central, a exemplo do que ocorreu com muitas outras capitais brasileiras a partir do crescimento urbano. Um aspecto curioso em torno do surgimento do Theatro José de Alencar é que não existem documentos oficiais ou registros históricos sobre o período em que foi construído nem detalhes da obra. “Exceto pelo que foi noticiado nos jornais da época, pouco se sabe. Não existe uma planta ou projeto
original, contratos ou nada que revele os pormenores da construção. Espero que um dia apareça algum documento, esquecido em um arquivo ou entre as recordações dos descendentes dos fundadores”, afirma o professor cearense Liberal de Castro. Jardins de Burle Marx – Na década de 1970, o TJA esteve ameaçado pelo abandono e pela falta de conservação. Uma reforma salvou o prédio e, entre 1989 e 1991, outra intervenção deu ao José de Alencar a “cara” que tem hoje, com o redimensionamento dos jardins assinado pelo paisagista Burle Marx em 1970 e a construção de um prédio anexo, onde funciona o Centro de Artes Cênicas do Ceará Padaria Espiritual (Cena), destinado à formação de novos artistas e dotado de salas de ensaio de música, canto e dança. Hoje carinhosamente chamado de “Teatrão”, o José de Alencar é um verdadeiro complexo provedor e fomentador de cultura, com uma área total de 12 mil metros quadrados e estrutura completa. O prédio atrai e fascina seus visitantes pela arquitetura imponente e pela riqueza de detalhes característicos. A mesma diversidade de elementos presentes na Faculdade de Direito do Recife e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, por exemplo. Além da beleza arquitetônica, o TJA encanta por ser um lugar de passagem e de encontro, democrático, múltiplo e diverso, que abraça e acolhe todos os públicos, sem distinção. Diversidade, aliás, é a palavra de ordem no TJA. É ela que dá o tom de tudo o que é feito lá e é a principal característica da casa.
Os jardins do “Theatrão” e a roda de leitura com Fátima Souza
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Detalhes da entrada principal e da platéia do Theatro José de Alencar
Desde a última reforma, a “alma” do local ganhou os contornos atuais, e é justamente isso que faz dele um teatro tão diferente da maioria das casas de espetáculos conhecidas. A começar pela variedade de espaços cênicos, que vão muito além do palco. No TJA, a calçada, o saguão de entrada, o foyer, os jardins, o porão, os camarins e até a cantina são frequentemente usados para apresentações. A ideia é tornar úteis todas as áreas dos prédios que compõem o teatro (incluindo até as mais inusitadas), com intervenções e eventos de todos os portes e estilos, sem restrições ao espaço da caixa cênica (o conjunto palco, plateia e bastidores). A própria arquitetura do TJA estimula esse jeito incomum de ocupá-lo. Para completar, uma programação extensa, diversificada e permanente está sempre à disposição do público de terça a domingo. “Nosso objetivo é que o público procure o lugar e não a atração”, afirma a diretora do TJA, Izabel Gurgel. Para ela, são os visitantes e espectadores que dão sentido e vida ao TJA. E esse público é bastante variado: desde as pessoas que vão ao José de Alencar somente uma ou duas vezes por ano, durante a passagem de turnês nacionais 22 PLURAL
com elenco de artistas famosos de televisão; passando por idosos, apreciadores de música e jovens pertencentes a diversas classes sociais, que chegam geralmente em grupo, a pé, de carro, de ônibus ou de bicicleta (o teatro tem um estacionamento com dez vagas para bicicletas). Há ainda as pessoas que só vão em dia de programação gratuita e os frequentadores assíduos, verdadeiros multiplicadores da importância do TJA, cuja vida se confunde com a história do teatro, a ponto de os funcionários da casa conhecerem tais pessoas pelo nome.
Em 2009, o TJA recebeu mais de 350 mil pessoas Além das peças, exposições, lançamentos de livros e apresentações musicais, o José de Alencar também cede espaço para eventos de empresas, solenidades políticas e acadêmicas. A capacidade máxima da sala de espetáculos é de 800 pessoas. O foyer acomoda 120 pessoas e os jardins podem receber até duas mil pessoas circulando num mesmo evento. O TJA oferece programação gratuita toda primeira terça-feira de cada mês, todo dia 17 (parte do programa Theatro de Portas Abertas) e no último domingo do mês
(Domingueira no Theatro). Nessas ocasiões, pede-se que o público leve livros novos ou usados para doação. Além da relevância histórica, arquitetônica e turística, o Theatro José de Alencar é referência na formação de artistas. Para isso, mantém a Escola Livre de Artes Cênicas, que tem como carro-chefe o curso princípios básicos de teatro (CPBT), a mais regular atividade de formação do TJA, criado em 1991 e realizado em parceria com as Secretarias de Cultura e de Educação do Ceará. O curso tem duração de um ano, com a apresentação de um espetáculo montado e encenado pelos alunos no encerramento. Outros cursos, ministrados gratuitamente pelos técnicos do TJA, ampliam o leque de opções oferecidas pelo teatro e valorizam a prata da casa. São oficinas de noções básicas de iluminação, áudio, bilheteria e de maquinaria cênica, por exemplo. Visita guiada – Mesmo com uma programação tão rica, a maneira mais usada por quem quer conhecer o Theatro José de Alencar é a visita guiada, oferecida todos os dias, em diversos horários. A visita é um passeio no tempo e na história. É também a ferramenta mais regular de educação patrimonial e formação de público do TJA. De acordo com
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Izabel Gurgel, em 2009, o TJA recebeu mais de 350 mil pessoas, das quais 40 mil fizeram a visita guiada. A média mensal é de 3.600 visitantes, divididos em grupos de até 60 pessoas. “Sugerimos grupos pequenos, mas já tivemos grupos de até 400 pessoas. Geralmente são turistas que vão passar poucas horas na cidade. Nesses casos, agendamos com antecedência”. Além do português, as visitas também podem ser narradas em espanhol, francês e inglês. Com um guia, percorrem-se os três grandes núcleos que constituem o TJA: a edificação principal (1910); o jardim (inaugurado em 1975 e reinaugurado em 1991); e o Cena (anexo à edificação histórica), parte
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do TJA desde o grande restauro, realizado entre 1989 e 1991. Apesar dos turistas, cerca de 80% do público que procura a visita guiada é formado pela população local, principalmente alunos de escolas públicas, idosos e integrantes de projetos sociais. Além de dois guias fixos, outros funcionários do TJA também estão habilitados a orientar as visitas. A duração e o roteiro dos encontros variam de acordo com o perfil do público, mas geralmente as visitas duram pelo menos meia hora. “Todos os públicos são bemvindos. Investimos nas crianças porque elas são multiplicadoras da importância do TJA e têm noção da monumentalidade deste lugar. Esse é o nosso principal foco no trabalho
de formação de público”, explica Izabel Gurgel. No dia 17 de cada mês, quando é comemorado o aniversário do TJA, a visita ganha duas versões especiais. A primeira, às 10h, é conduzida pelo bailarino Hugo Bianchi, que tem uma relação de mais de 50 anos com o TJA. A segunda, às 16h, é destinada a portadores de necessidades especiais, deficientes visuais, auditivos ou motores, com audiodescrição e conversão em Libras (língua de sinais). No último domingo de cada mês, às 16h, é realizado outro roteiro especial, com destaque para as árvores presentes nos jardins do TJA. Um convite para apreciar os oitis centenários e outras espécies
O centenário é celebrado em plena atividade, com ampla programação cultural desde junho do ano passado
da flora local. “Adentrar o Theatro José de Alencar é conhecer sua arquitetura, suas histórias, os detalhes dos seus elementos artísticos e os artistas que o conceberam e construíram, é o partilhar de múltiplos espetáculos”, afirma Francisco Veloso. O Ano Cem do Theatro José de Alencar começou em junho de 2009, quando o TJA completou 99 anos, realizando o Zona de Transição – Encontro Internacional de Artes Cênicas, com artistas e pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, França e Itália. Para o ano do centenário propriamente dito, a diretoria prevê a intensificação da ocupação dos vários espaços do TJA ao longo do ano, com atividades de vários formatos. “Foram muitos os usos e ocupações do TJA ao longo de seus primeiros cem anos. A celebração do primeiro centenário dialoga com a trajetória da instituição, que não cessa de variar desde sua inauguração. Trabalhamos para criar campos férteis: pensar o TJA para além do que foi pensado, usá-lo, povoá-lo, sabendo que público/ plateia é uma construção coletiva”, diz Izabel Gurgel, que dirige o TJA desde março de 2007, ao lado da diretora administrativa Silêda Franklin e de uma equipe de mais 50 funcionários. De acordo com a direção, o Ano Cem será uma celebração que contará com o intercâmbio do Ceará com artistas da América Latina e Caribe, África e Europa. Essa troca inclui ainda a interlocução com mestres e aprendizes das tradições populares. As comemorações prosseguem até dezembro de 2010, com intensificação das ações entre março e junho. PLURAL 25
Destaques da visita guiada Fachada - A máscara de Dionísio (mitologia grega) ou Baco (mitologia romana), deus do vinho, da transformação, do teatro. Fica no alto da primeira fachada, voltada para a Praça José de Alencar. - O brasão do Ceará, todo branco, com jangadas ao mar, folhagens de café e de algodão. O brasão se reproduz colorido na pintura interna da grande sala de espetáculos, no alto do teto, próximo ao palco. Saguão - Um trecho que o restauro de 1989 a 1991 deixou como vestígio do tempo. São fragmentos de três pinturas distintas das muitas camadas que o TJA recebeu ao longo de 100 anos. - A assinatura do governador Nogueira Acioly, em cujo governo foi construído o TJA. No mesmo destaque, a informação de que o projeto da casa é do capitão Bernardo José de Melo. Pátio interno - Quando se chega pela primeira vez, é o local onde o visitante se deslumbra com a fachada metálica. É o teatro que se reconhece na série de reproduções da imagem da casa. - O poste no centro do pátio recebeu lâmpadas elétricas. Nos primeiros anos do TJA, era iluminado a gás, e conserva uma abertura em sua base, uma entrada para o gás que abastecia as lâmpadas.
Serviço Visita guiada ao Theatro José de Alencar Horários: De terça a sexta, às 8h, 9h, 10h, 11h, 13h, 14h, 15h e 16h. Sábados, domingos e feriados, às 13h, 14h, 15h e 16h. Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). * Gratuito para todos nos dias 17 de cada mês e no último domingo do mês. Gratuito de terça a domingo para grupos previamente agendados de escolas públicas e projetos sociais. Agendamentos de terça a sexta: (85) 3101-2566/ 2567. Mais informações e programação completa: www.secult.ce.gov.br Agradecimentos Secretaria de Cultura do Estado do Ceará Equipe do Theatro José de Alencar Iphan Ceará Professor Liberal de Castro Professor João Alfredo Sá Pessoa 26 PLURAL
Fachada da sala de espetáculo - Um colorido vibrante “vaza” dos vitrais ao longo do dia, um jogo com a luz do sol em meio ao gradil de ferro importado da Escócia, com desenhos em art nouveau. - As máscaras da comédia e da tragédia no desenho em ferro. Foyer (palavra que remete a fogo, acolhimento) - O salão nobre no alto do primeiro prédio já teve vários usos. Foi ateliê dos pintores Raimundo Cela e Ramos Cotoco, sala de aula de dança, sede da Câmara de Vereadores da cidade e um museu da instituição. No teto, os rostos de José de Alencar e Carlos Gomes, com as datas de inauguração (17 de junho de 1910) e do início da construção do teatro (6 de junho de 1908). - É salão das leituras teatrais, reuniões pontuais, lançamentos de livros, seminários, palestras. - Os lustres são originais da antiga Assembleia Provincial, hoje sede do Museu do Ceará. Sala de espetáculo - A pintura no alto da boca de cena apresenta José de Alencar sendo aclamado por seus personagens. - Na profusão de detalhes da pintura do teto, elos de uma corrente quebrada remetem ao fato de o Ceará ter sido o primeiro Estado no Brasil a abolir a escravatura. - Um teatro aberto: o TJA é um dos raros no mundo que podem ser vistos à luz natural. Palco e bastidores - A caixa cênica é o conjunto formado pelo palco com toda a maquinaria necessária para o artista entrar em cena. Ao olhar para o teto, o visitante pode ver as dezenas de varas de cenário e de luz, suportes para o trabalho da técnica e para fazer acontecer o espetáculo. - O TJA é um dos únicos no mundo onde você pode estar no palco e ver a rua, com o movimento da cidade. - Nos fundos do palco, o armário do piano de cauda longa. Em dias de concerto, o instrumento desliza sobre rodas até o proscênio (espaço do palco mais próximo da plateia). - Acima do palco, dois camarins. Descendo, o porão, área ampliada no restauro de 1989 a 1991. Tem camarins, copa, apoio técnico. Normalmente é uma área de bastidores, de trabalho invisível ao público, que tem acesso para cumprimentar artistas depois dos espetáculos. No caso do TJA, também é usado como espaço cênico.
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cidade moderna - recife
C
requinte até na diversão Perto do Sítio da Trindade, Ed. Ayrton Carvalho contará com área de lazer independente Maíra Passos Imagens: DPI Studio
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om a proposta de empreendimentos conectados com o meio ambiente, a Moura Dubeux lançou o Condomínio Ayrton Carvalho, localizado na Rua Bento Loyola, Estrada do Arraial, Zona Norte do Recife. Espalhados em 36 pavimentos, sendo dois por andar, os apartamentos ocuparão uma área de 129,73 metros quadrados e serão compostos de quatro quartos, sendo duas suítes. O condômino conta ainda com 2 vagas na garagem e com um clube acoplado ao edifício. O proprietário poderá adquirir o imóvel através do sistema de condomínio fechado, produto tradicional da construtora, que é o valor do bem quitado até a entrega das chaves, o que resulta em uma economia de cerca de 20% na aquisição. De acordo com o gerente comercial da Moura Dubeux, Tony Vasconcelos, “o diferencial do empreendimento é sua relação de custo-benefício positiva para os valores agregados e as dimensões do imóvel”. O prédio vai ficar próximo ao Sítio da Trindade, o que proporciona, além do contato com o verde, uma vista peculiar ao condômino. O gerente de marketing da Moura Dubeux, Bruno Perrelli, explica que o lote onde o Ayrton Carvalho vai ser levantado fica numa área privilegiada da cidade, com tudo ao alcance, pois é próximo de shopping center, escolas, hospitais, supermercados e várias opções de lazer, como é o caso de quem mora na Zona Norte da cidade. “Mas também ele está situado numa região que permite a tranquilidade, com muito verde ao redor”, diz. O edifício contará com uma estrutura de lazer completa, como minicampo, piscina e salão de festa. O detalhe é que toda a área
Edifício Ayrton Carvalho
de diversão comum do edifício ficará loteada separadamente, uma espécie de clube independente. “Isso se torna mais cômodo para os moradores quando acontece uma festa, por exemplo, não ocupando os elevadores do edifício e evitando tumulto”, conta o arquiteto André Lobo, responsável pelo projeto do Ayrton Carvalho. O clube tem acesso independente e de estacionamento exclusivo para os visitantes. Todo o prédio, que será construído com predominância de materiais nobres, será voltado para o nascente, proporcionando uma boa ventilação. E, para potencializar a circulação, as janelas terão grandes dimensões. Conta também o arquiteto que o estilo do condomínio é predominado por traços retilíneos, caracterizando-o como um imóvel clássico, mas arrojado. “Essa foi uma forma de aproveitar o lote ao máximo”, comenta André Lobo.
36 pavimentos 2 apartamentos por andar Área de 129 m² 4 quartos (2 suítes) 2 vagas de garagem Lazer com clube independente dotado de minicampo, piscina e salão de festa
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soluções
a nova expansão urbana Favorecidas pelo desenvolvimento da região, capitais nordestinas buscam espaços para crescer Júlia Nogueira de Almeida Fotos: Leonel Albuquerque, Renata Victor, Canindé Soares, Gustavo Pellizzon, Fabio Lima, SEMPLA/Maceió e SECOM/PMS
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O
s bons ventos da economia impulsionam o desenvolvimento sustentado que os centros urbanos do Nordeste têm experimentado nos últimos anos. Mas com isso vem o desafio de acomodar mais gente dentro dos limites estáticos das cidades. Nesta edição da Plural, observamos o novo processo de expansão visível nas capitais de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, do Ceará, de Alagoas e da Bahia. No Recife, a modernização do espaço urbano faz ressurgir áreas tradicionais da cidade. Em Natal, o corredor de entrada do município cresce em ritmo celerado. Em Fortaleza, a valorização da Zona Leste e da rota para o litoral é destaque. Em Maceió, a ocupação das praias ganha força. E, em Salvador, um conjunto de projetos elaborados por arquitetos de todo o Brasil propõe a revitalização e a requalificação de parte da cidade. Tendências como a verticalização, a renovação de áreas centrais, o melhor aproveitamento da beleza natural e a remodelação de bairros tradicionais dão a configuração de metrópoles que despontam, no século 21, como polos renovados de atratividade em seus Estados, na esteira da modernização econômica e social que sacode o Nordeste brasileiro.
Recife: caminhos de crescimento O Recife como conhecemos é resultado de um processo de povoamento tão ou mais antigo que a própria cidade. Os primeiros caminhos que ajudaram a direcionar o crescimento do espaço urbano datam do século XVII, com vias que existem até hoje, como as estradas – que mais tarde viriam a ser chamadas de avenidas – Norte, Rosa e Silva e Rui Barbosa; os caminhos de Apipucos, as estradas de Belém e Beberibe, o Marco Zero e todo o entorno do rio Capibaribe. Esses caminhos já davam sinais da vocação como vetores de crescimento da cidade e funcionavam como rotas de escoamento da produção canavieira local até o porto. No século XX iniciou-se o processo de expansão, com a fragmentação do solo em loteamentos, numa estrutura parecida à atual. No período entre 1920 e 1970, o Recife tinha pelo menos 2,5 mil loteamentos em áreas diversas da cidade, como Beberibe, Várzea e localidades no entorno do Centro. O processo de arruamento, com a divisão do solo em quadras e terrenos (lotes), era necessário para albergar o crescimento populacional.
Dos sítios e chácaras, a população passava a viver em vilas, com casas muito próximas umas às outras. A verticalização do Recife teve início na década de 1930. O primeiro edifício da cidade foi o Hotel Central. Depois vieram o Grande Hotel e prédios comerciais, que se multiplicavam. “O Recife acompanhou a cultura urbanística das cidades brasileiras, onde os loteamentos deram lugar às residências verticais”, explica a arquiteta urbanista pernambucana Amélia Reynaldo. De acordo com ela, a cultura urbanística brasileira nasceu a partir do Modernismo, movimento segundo o qual o “monumento do Brasil é o edifício vertical”. Zona Sul: de passagem a residência – O bairro de Boa Viagem, que hoje concentra o maior número de edifícios residenciais do Recife, demorou a ser ocupado como local de moradia. Antes a praia era ponto de passagem de viajantes e área de veraneio. Essa lógica foi quebrada a partir dos anos 1950 por uma legislação que, pela primeira vez, sinalizou a relevância da região como
O bairro de Boa Viagem, no Recife
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crescimento. Já na Zona Oeste, a Avenida Maurício de Nassau (paralela da Caxangá) é um vazios ocupável em potencial, com a vantagem de estar próximo ao rio Capibaribe. Além disso, a bacia do rio Beberibe, as áreas próximas à BR-232 e o município vizinho de São Lourenço da Mata são regiões que, num futuro próximo, poderão receber empreendimentos residenciais e de infraestrutura para dar suporte a esse crescimento. Cais José Estelita, no Recife
área de moradia. Nessa época, o modelo de crescimento da cidade em “ondas” (ou círculos concêntricos) foi rompido, com a expansão irreversível para o litoral. O presidente do Instituto da Cidade do Recife Engenheiro Pelópidas Silveira, arquiteto Milton Botler, explica que, no mapeamento da cidade, Boa Viagem é considerado um “centro tradicional”, com características de bairro e, ao mesmo tempo, um raio de influência regional. Ainda segundo Botler, essa influência se acentua nos limites demarcados pelas avenidas Mascarenhas de Morais e Domingos Ferreira, bem como pelas ruas Ernesto de Paula Santos e Antônio Falcão. Esse quadrado concentra residências, negócios e um shopping center. Se antes o esforço era para fragmentar o solo, hoje o que se busca é a reagregação de terrenos. O principal problema, segundo Amélia Reynaldo, é que a infraestrutura urbana não acompanha o ritmo do crescimento da verticalização da cidade. “A cidade que herdamos tem um padrão do período em 32 PLURAL
que foi ocupada e se transforma sobre si mesma, ou seja, estamos reocupando o Recife em cima do que já temos, sem criar novas estruturas para suportar esse crescimento”, diz. Amélia explica que lógica segue na contramão do planejamento urbano de cidades muito mais antigas, como Paris e outras cidades europeias, que planejam o espaço urbano em longo prazo. “A cultura urbanística brasileira tem dificuldade de trabalhar o conceito de crescimento simultâneo à preservação”, avalia. Paisagem renovada – Apesar do grande crescimento de Boa Viagem e outras áreas, o Recife ainda tem vazios a ocupar, a exemplo do Cais José Estelita, onde a Moura Dubeux construiu os condomínios Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte Coelho, que já fazem parte da paisagem renovada do Centro do Recife, que contará em breve com um grande empreendimento no Cais José Estelita, cujo projeto se encontra em processo de aprovação. Na Zona Sul, a Via Mangue vai ajudar a desafogar o trânsito, abrindo um novo caminho a partir do Pina. Na Zona Norte, a Avenida Norte também é um importante vetor de
Renovação da paisagem do Centro e expansão metropolitana A administração municipal do Recife programa uma série de obras de infraestrutura que terão impacto direto sobre a mobilidade urbana da cidade. A maioria tem previsão de ficar pronta antes da Copa do Mundo de 2014, que terá Pernambuco como uma das sedes. Entre essas obras está a Via Mangue, que, segundo o coordenador do Plano Municipal de Mobilidade, Milton Botler, vai consumir mais de R$ 400 milhões. Até a Copa do Mundo, também está na pauta a modernização do corredor da Avenida Norte, com a implantação do Basic Rapid Transit (BRT), um modelo de eficiência do modal. A prefeitura estuda ainda a criação de um corredor de ônibus na Avenida Abdias de Carvalho, sem data definida. Além das vias propriamente ditas, a urbanista Amélia Reynaldo lembra que é importante atentar para o conceito de novas centralidades, segundo o qual um equipamento urbano ou comercial atua como
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A ponte Newton Navarro e as obras de drenagem e abastecimento de água em Natal
gerador de atração para o seu entorno, num raio que pode ser estender por alguns quilômetros. Um exemplo é o Shopping Center Recife, que, mesmo após mais de 20 anos de existência, continua atraindo novos empreendimentos no bairro de Boa Viagem – como o Evolution Shopping Park, novidade em conceito de moradia, da Moura Dubeux. O Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, e a Ponte do Paiva, em Jaboatão, também são exemplos de novas centralidades. Em direção a Suape – De todos os eixos indutores do crescimento do Grande Recife, a expansão RecifeSuape é, talvez, o mais recente e notável. Suape já é uma realidade. Em recente estudo, a Agência Condepe/Fidem, órgão vinculado
Obras no Complexo Portuário de Suape em ritmo acelerado
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à Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco, formatou o Território Estratégico de Suape, um documento que sugere um modelo de gestão integrado para a área que compreende o Complexo Industrial Portuário de Suape e seu entorno. Inicialmente, o trabalho contemplou os municípios de Jaboatão, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Moreno e Escada. De acordo com o presidente da Agência Condepe/Fidem, Luiz Quental, a iniciativa de realizar o estudo surgiu da necessidade de planejar o crescimento de Suape, tendo em vista o grande volume de investimentos econômicos e turísticos que vêm sendo destinados à região. “É preciso estar preparado para gerenciar e absorver essa demanda crescente. Esse é um trabalho inédito de planejamento integrado entre os cinco municípios estudados. Bebemos na fonte dos planos diretores das cidades, e vice-versa.
Foi uma via de mão dupla”, afirma Quental. O trabalho, elaborado entre 2006 e 2009, traça diretrizes para uma ocupação sustentável e lança um olhar regional sobre Suape. O documento teve base em três eixos: organização do território, mobilidade e meio ambiente e saneamento ambiental. “Mais do que nunca, precisamos pensar num modelo de governança metropolitana, para que os municípios do território de Suape não fiquem isolados individualmente”, diz Luiz Quental. Cidade da Copa – São Lourenço da Mata foi escolhida como “Cidade da Copa” em Pernambuco após uma série de estudos de viabilidade, que descartaram outras localidades cotadas para receber o evento. “Um estádio sozinho não se viabiliza. É preciso ter o suporte de empreendimentos imobiliários, com o estádio atuando como equipamentoâncora, um catalisador”, explica o secretário executivo de Operações Urbanas do Governo do Estado, o arquiteto Zeca Brandão. A identificação de São Lourenço da Mata como sede da Copa do Mundo no Estado é uma grande oportunidade que, se bem aproveitada, pode significar o surgimento de uma nova centralidade no Grande Recife. A cidade carrega a marca de uma tentativa frustrada de urbanização da Zona Oeste na década de 1970. Da iniciativa, o único equipamento que saiu do papel foi o Terminal Rodoviário de Passageiros, no Curado. Por outro lado, o município oferece uma série de atrativos, como a presença de mata atlântica preservada e a proximidade com o rio Capibaribe. “Para que dê certo, é preciso promover o desenvolvimento
urbano e econômico na área. É necessário criar um bairro com vários tipos de usos e moradores de diferentes classes sociais. Do contrário, o projeto se desvirtua e o estádio corre um grande risco de ficar encalhado depois que a Copa acabar”, alerta Brandão.
Natal: mudança acelerada A capital do Rio Grande do Norte se expande no sentido leste-sul, com destaque para os entornos da BR-101, na entrada da cidade, numa região conhecida como Cidade Satélite. A área compreende os bairros de Pitimbu, em Natal, e Nova Parnamirim, no município vizinho de Parnamirim, atualmente o terceiro mais desenvolvido do Estado. A BR-101 passa entre os dois bairros, como marco divisor das cidades. Devido ao grande fluxo de veículos, o local é estratégico e ainda dispõe de terrenos livres. O crescimento também se dá ao longo das principais vias de penetração da cidade, como as avenidas Senador Salgado Filho, Hermes da Fonseca e Engenheiro Roberto Freire, principal
via de acesso à Praia de Ponta Negra. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Kalazans Bezerra, existe ainda um processo de adensamento nos bairros centrais da cidade, como Petrópolis, Tirol e Lagoa Nova, que apresentam uma melhor oferta de infraestrutura urbana, com sistema viário, rede de esgoto, abastecimento d’água e drenagem de águas pluviais bem consolidados. As obras de
infraestrutura, aliás, são as ações que melhor ilustram o crescimento de Natal. Um exemplo de obra indutora de desenvolvimento é a Ponte Newton Navarro, sobre o rio Potengi, integrando os lados norte e sul da cidade. De acordo com o superintendente da Moura Dubeux no Rio Grande do Norte, Fernando Amorim, a área Pitimbu-Parnamirim está em franco desenvolvimento, já com a PLURAL 35
presença de condomínios-clube, projetos ousados e empreendimentos imobiliários de maior porte, de quatro a seis torres, além de condomínios horizontais. Seguindo essa tendência, a Moura Dubeux lançou, em junho do ano passado, o Natal Brisa Condomínio Clube, com cinco torres residenciais e um total de 340 apartamentos de dois e três quartos, para atender um público diversificado de Pitimbu e adjacências. O condomínio, que será entregue em 2011, foi todo vendido em seis meses. “A velocidade com que o empreendimento foi comercializado demonstra o grande potencial de crescimento dessa região”, afirma Fernando Amorim. Outra região valorizada é o bairro de Capim Macio, bem localizado e ainda com predominância de casas e bons terrenos, muito procurado pelo mercado imobiliário devido à boa oferta de infraestrutura urbana e de serviços. Segundo Fernando Amorim, atualmente o público que vem migrando para os edifícios residenciais que estão sendo construídos no bairro é formado por consumidores que buscam uma moradia de alto padrão. Esses consumidores moravam em casa no próprio bairro ou nos bairros vizinhos, como Candelária, Lagoa Nova e DixSept Rosado. Plano Diretor – Hoje a cidade de Natal tem 800 mil habitantes e sua região metropolitana soma 1,1 milhão de pessoas. O Plano Diretor da cidade, em vigor desde 21 de junho de 2007, é o principal instrumento da política de desenvolvimento urbano e orientador da gestão do espaço urbano da cidade. O documento é resultado de quatro anos de debates com a população. 36 PLURAL
Beira mar de Fortaleza
Todo o território do município é considerado zona urbana, contando com dez Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), mas, por enquanto, somente a metade delas tem regulamentação definida. A administração do município atua em parceria com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal para regularizar as outras cinco ZPAs até o final deste ano.
Fortaleza: a metrópole em dois eixos Em tempos remotos, Fortaleza era um areal, local de passagem e pouso de embarcações, sem viabilidade econômica, ao contrário de outras cidades do Nordeste. Houve quem não acreditasse que a região inóspita, cheia de lagoas e baixios alagáveis, pudesse, um dia, se transformar em metrópole. Esse cenário começou a mudar com a criação de gado e o cultivo de algodão, que passou a ser exportado e mais tarde viria ajudar a consolidar um polo têxtil na região. A capital cearense passou a ter mais importância para o Nordeste a partir da segunda metade do século XIX,
quando já estava organizada como cidade propriamente dita. Na mesma época foi construída uma ferrovia para o escoamento da produção do café produzido no Maciço do Baturité. No período de 1850 a 1910, Fortaleza era considerada uma cidade equilibrada – condição gradativamente ameaçada pela migração crescente do interior para a capital. Na década de 1930 surgem as primeiras estradas, com corredores históricos localizados nos bairros do Alagadiço e Benfica. Nessa época, a cidade era espalhada, com 110 habitantes por hectare, e ainda conservava uma maioria de lagoas que hoje já não existem. O crescimento mais acentuado teve início a partir dos anos de 1960 e se intensificou nos anos de 1970 e 1980, a partir da migração em massa da população do interior. Hoje Fortaleza tem cerca de três milhões de habitantes e 100% de seu território é considerado zona urbana, contabilizando mais de 100 bairros. Para se ter uma ideia da rapidez do crescimento da cidade, nos anos 1950, Fortaleza tinha apenas 250
Feirinha na beira mar de Fortaleza
mil habitantes. Em pouco mais de 50 anos o número de habitantes se multiplicou mais de dez vezes. Fortaleza tem um padrão de crescimento peculiar, com base em dois eixos distintos: na direção sudeste, ao longo da bacia do rio Cocó, em direção à cidade de Eusébio, na região metropolitana, destino que vem sendo procurado como alternativa de moradia pela classe média alta, com expectativa de valorização crescente; e, para sudoeste, em direção ao município vizinho de Maracanaú, distrito industrial e cidade-dormitório, onde reside boa parte da população mais pobre da cidade. Lá os governos federal e estadual realizam obras do metrô, iniciadas em 1999 e ainda não concluídas. O preço do crescimento rápido e desordenado é a desigualdade. É comum trabalhadores dos bairros mais afastados precisarem pedalar vários quilômetros diariamente. “Fortaleza é uma cidade reativa ao planejamento. Aqui a tônica é o imediatismo, o planejar por fragmentos”, afirma o arquiteto e
urbanista cearense Fausto Nilo. Para o arquiteto, essa dispersão urbana desagrega as pessoas e abre espaço para a violência. “Não há como formar cidadãos sem vida comunitária”, diz. Para ele, os problemas na mobilidade urbana de Fortaleza exigem visão de longo prazo integrando três prioridades: pessoas, destinos e vias de transporte.
Requalificação do centro expandido e preservação da natureza Tabuleiro – Em contraponto, a Zona Leste da capital cearense concentra a população com maior renda. O crescimento em direção à cidade de Eusébio (localizada numa região geológica denominada Tabuleiro) é facilitado por pistas duplicadas e um ambiente privilegiado pela paisagem verde e boa ventilação, o que aumentou o interesse do mercado imobiliário pela região nos últimos 20 anos. Além disso, Eusébio tem boa conectividade com os acessos às principais praias e ao bairro de
Aldeota, de alto padrão. Outro vetor de crescimento muito valorizado pelo mercado imobiliário é o entorno da Avenida Washington Soares, principal via em direção às praias, que atravessa diversos bairros, como Água Fria e Edson Queiroz. De acordo com o superintendente da Moura Dubeux no Ceará, Fernando Amorim, ainda há bons terrenos disponíveis na área. Em 2010, a construtora lança um condomínio com duas torres (apartamentos de 160 m², dois por andar, quatro quartos), a 300 metros do Shopping Iguatemi, em Água Fria. Na Zona Oeste da cidade, o tradicional bairro de Fátima é outra área valorizada. A localidade começou a ser ocupada sob a forma de loteamentos nos anos 1950, como alternativa ao Centro da cidade. Hoje o bairro faz parte do chamado centro expandido de Fortaleza e ainda é predominantemente ocupado por casas, com disponibilidade de terrenos livres, boa infraestrutura no entorno e proximidade dos bairros de Aldeota e Meireles, considerados nobres. Meio ambiente - Ainda na mesma direção, no extremo leste da cidade, Fortaleza guarda uma joia, o Parque Municipal de Fabiaguaba, uma mistura de praia, leito de rio, mangue, dunas e pouca densidade populacional. A região é uma área de preservação ambiental. Além de Fabiaguaba, a cidade guarda outras pequenas áreas de preservação, com remanescentes de lagoas e mangues protegidos por lei. O Plano Diretor de Fortaleza foi elaborado entre 2005 e 2008 e entrou em vigor no ano passado. Um dos objetivos do documento é requalificar o entorno do chamado centro PLURAL 37
A cidade de Maceió na década de 80 e nos dias de hoje
expandido. “O crescimento rápido e desordenado deixou obsoletas áreas centrais da cidade, dotadas de boa infraestrutura”, explica o coordenador da Secretaria de Planejamento de Fortaleza, Meneleu Neto. Ao mesmo tempo, a prefeitura pretende desestimular a ocupação de áreas muito adensadas, com pouca infraestrutura ou que tenham fragilidade ambiental. Em 2006, a administração municipal de Fortaleza lançou o Programa Planefor 21, um conjunto de obras estruturantes que inclui: - Transfor: projeto de infraestrutura viária para aprimorar a interligação dos terminais de ônibus. Investimento de US$ 150 milhões, conclusão em 2012. - Projeto Vila Mar: requalificação do projeto paisagístico da orla e construção de habitações populares, contemplando as localidades de Pirambu, Carlito Pamplona, Álvaro Weyne e Barra do Ceará. - Requalificação da Praia de Iracema: reordenamento do uso da área e criação de centros culturais e museus. - Projeto Centros Urbanos de Cultura e Arte (Cuca): para atender o público jovem (formação profissional e lazer). Já existe um, inaugurado no ano passado na Barra do Ceará. De acordo com Meneleu Neto, no 38 PLURAL
orçamento municipal previsto para 2010 estão reservados R$ 800 milhões para obras de infraestrutura, a maior parte delas integrante do Planefor 21. Também está na pauta a recomposição do corpo técnico do Instituto de Planejamento da cidade, extinto nos anos 1990. O objetivo do instituto é assegurar a preservação da memória urbanística de Fortaleza e refletir, com a sociedade, sobre soluções para a cidade.
Maceió: praias que despontam Praias bem preservadas, perto da cidade e com terrenos disponíveis à beira-mar são a fórmula do crescimento da capital de Alagoas, que se expande para o litoral norte. Em breve, praias como Jacarecica, Guaxuma e Paripueira serão endereço fixo de quem antes veraneava nessas localidades. A cerca de 15 quilômetros de Maceió, as praias do litoral norte vêm se configurando como alternativa a bairros residenciais de classe média alta, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Estela Máris e Cruz das Almas, já bastante ocupados. Nesses locais, não há mais disponibilidade de terrenos e a única forma de construir novos empreendimentos é derrubando casas. De acordo com o diretor de Geoprocessamento da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Maceió, Tácio Rodrigues, localidades
como Garça Torta, Guaxuma, Riacho Doce, Pescaria, Ipioca e Jacarecica foram incorporadas como bairros da cidade desde 1998, quando uma lei definiu os 50 bairros da capital. Antes essas localidades eram consideradas áreas rurais, mas já com forte potencial de expansão. Com o crescimento para o norte e o aumento das demandas do mercado imobiliário na região, a administração municipal elaborou o Plano de Acessibilidade Viária do Litoral Norte, que definiu 33 novos acessos. O documento foi criado em 2008 e já está em prática. “Os quatro primeiros acessos já foram licitados e devem estar abertos até meados deste ano. Os demais serão abertos de acordo com a demanda da população”, explica Tácio Rodrigues. O Centro de Maceió concentra favelas em bairros como Feitosa e Jacintinho. Segundo o arquiteto urbanista alagoano Mário Aloísio Barreto Melo, hoje Maceió já soma mais de 70 favelas. “Resultado da migração em massa do interior, somada ao desinvestimento de políticas públicas na área”, afirma. No litoral sul, estão as praias do Francês e de Barra de São Miguel, destinos turísticos famosos da região metropolitana, localizados no município de Marechal Deodoro, que já começam a despontar como alternativas de moradia. Somente nos últimos 20 anos se intensificou a construção de condomínios de alto padrão em Maceió.
PLURAL 39
A ocupação urbana de Maceió nos anos de 2000 e 2005
2000
2005
Comparação
História – Maceió nasceu em função do porto. A nova capital substituiria a anterior, Marechal Deodoro. O início da ocupação se deu na parte baixa da cidade, pela região do Trapiche da Barra, que fazia o elo entre a antiga e a nova capital. O povoamento teve início em meados 40 PLURAL
do século XIX, pelas regiões central e sul, que compreendem os bairros de Bebedouro, Centro, Prado, Jaraguá, Farol, Pajuçara e Levada. Com a II Guerra Mundial, foi construído o aeroporto, a 30 quilômetros da cidade. Até 1970, o bairro mais importante de Maceió era o Farol. Depois disso, com a aceleração do processo de urbanização, o status do Centro e do Farol deu lugar aos “novos bairros nobres” de Ponta Verde e Pajuçara. Nos anos 60 e 70 houve grande aceleração do ritmo de construções na Zona Oeste da cidade, onde estão concentrados bairros populares, com favelas e complexos de conjuntos residenciais de baixa renda. O mais fiel exemplo desses conjuntos é Benedito Bentes, que concentra uma população de 200 mil pessoas. Com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, o ritmo das construções na área ganhou fôlego extra em bairros como Antares, Serraria e Cidade Universitária (já no limite com os municípios de Rio Largo e Satuba, na Grande Maceió). Recentemente, durante um evento que reuniu empresas do mercado imobiliário, 700 unidades habitacionais populares foram vendidas em dois dias. A recente inauguração do Shopping Pátio Maceió nas proximidades é outro indicador de que o mercado da construção civil não perde de vista os empreendimentos voltados às classes B, C e D. Atualmente, Maceió investe em obras de infraestrutura, com ênfase para a expansão viária. Algumas das principais obras são: - Via Norte: escoamento da Zona Oeste (Benedito Bentes) para o litoral norte. Já iniciada, com previsão de término para 2011.
- Eixo viário do complexo do Vale do Reginaldo, que vai ligar o Centro à Zona Oeste e remover moradores de favelas para apartamentos no Centro da cidade. - Recuperação da linha férrea, do Porto até Rio Novo, com instalação de veículo leve sobre trilho (VLT).
Salvador: saída para cima A cidade de Salvador tem a forma de península, o que, por si só, oferece restrições à expansão nas faixas territoriais que margeiam o mar. Por essa condição, a cidade cresceu e se adensou em regiões como o subúrbio ferroviário, do litoral norte até Itapuã e no chamado “miolo”, onde se concentram bairros populosos como Cabula, Castelo Branco, Cajazeiras e Pernambués. Desde a década de 1980, a cidade vem crescendo para o norte, na direção do aeroporto, tendo como principal vetor de expansão a Avenida Luiz Viana, mais conhecida como Paralela. De acordo com o arquiteto coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente de Salvador, Luiz Baqueiro, é justamente nessa área (que ainda preserva vestígios de mata atlântica) que se encontra uma alternativa potencial para novas construções, com o objetivo de vencer o déficit habitacional, em torno de 100 mil unidades. Além da tendência de crescimento para o norte, nota-se a retomada da região do “miolo” devido à implantação de um complexo residencial e comercial na área da Rótula do Abacaxi, o que deverá proporcionar a valorização dos
Salvador. Crescimento vertical
terrenos num raio de até três quilômetros. Soma-se a isso a implantação da Via Expressa, com 12 pistas, que vai ligar a BR-324 ao Porto de Salvador, integrada por grande complexo de viadutos, túneis e passarelas. Um dos maiores problemas de Salvador é a falta de espaço para crescer. A cidade não dispõe de vazios urbanos para receber novas ocupações e os poucos que restam oferecem restrições relacionadas à preservação ambiental ou por serem classificados como áreas de proteção rigorosa, de acordo com o novo Plano Diretor da cidade. Assim, a verticalização é a alternativa inevitável e crescente. As áreas de maior tendência à verticalização são exatamente as que ainda suportam os índices de crescimento, como o próprio “miolo”, algumas localidades do chamado Centro Antigo da cidade e outras nas áreas de atual expansão, como Boca do Rio, Patamares, Itapuã e Cidade Baixa, até a Península de Itapagipe. Segundo Luiz Baqueiro, o desafio de Salvador é crescer com critério e em harmonia com os bolsões de ocupação já consolidados. “Para isso, a cidade precisa investir amplamente no seu Plano de Mobilidade Urbana, revendo toda a malha viária e abrindo novas frentes de fluidez de tráfego, como túneis e novas avenidas de vale. Mas também precisa investir na eficiência do seu sistema de transporte coletivo e de massa, com novos modos de deslocamentos e de atenção ao pedestre”, explica. Capital mundial – Em janeiro, a Prefeitura de Salvador lançou um conjunto de 20 projetos arrojados que preveem grandes intervenções urbanísticas para o desenvolvimento sustentável da cidade. O projeto,
batizado de “Salvador, Capital Mundial – a cidade do nosso futuro”, foi criado por arquitetos e urbanistas de todo o Brasil e prevê soluções para o transporte, o trânsito e o crescimento da cidade, com abertura de novas vias de tráfego, implantação de sistemas de transporte mais modernos, revitalização da orla e da cidade baixa, novos equipamentos de cultura, lazer e esportes, requalificação e ampliação da estrutura turística. A meta é preparar a cidade para receber os jogos da Copa de 2014, quando parte dos projetos já deverá estar concluída e a cidade em condições de receber os milhares de turistas que vão assistir aos jogos do Mundial. Até dezembro, o metrô de Salvador deverá estar
funcionando e vai integrar o novo Sistema de Mobilidade Urbana e Transporte Público, o Transmetrópole, que pretende otimizar o fluxo do tráfego na cidade. Também até o final de 2010 Salvador terá cobertura de 100% de abastecimento d’água e 90% do sistema de esgotos, como parte do Programa Bahia Azul, o que eleva a cidade à condição de uma das mais bem atendidas do país. Isso tem contribuído para a revalorização de áreas anteriormente desqualificadas ou degradadas, como a Península de Itapagipe e a Orla Atlântica.
PLURAL 41
artigo
tEMOS QUE APRENDER A RETER TALENTOS O segredo é proporcionar para eles as melhores condições de trabalho do mercado Marcos Alencar Fotos: divulgação e Tânia Collier
C
om o aquecimento do mercado de trabalho, apesar da crise que bateu na nossa porta em 2008, muitos são os empregadores que estão reclamando de algo nunca visto nesta geração, que é a perda de talentos. Consultando alguns dicionários, encontramos um mix de definição para o que venha a ser um “talento”. Talento significa aptidão invulgar (natural ou adquirida); exemplo: possui talento para o magistério. Ou indivíduo engenhoso, de habilidade ou capacidade incomuns; exemplo: “É um talento de primeira ordem”. A palavra também tem origem no “peso usado pelos antigos gregos, o qual, na Ática, equivalia a cerca de 26 quilos”. e por nominar “antiga moeda grega, que representava o valor de um talento de ouro ou de prata”. Os empregados talentosos conhecem bem a sua aptidão e não temem o desemprego. É por isso que são muitas as histórias e lamentos. Exemplo: Dagmar, que era a melhor vendedora da companhia, um belo dia pediu demissão e se foi; Alberto, um excelente gerente de logística da empresa, pediu demissão e nem se importou com o desconto do aviso 42 PLURAL
prévio. Quando lhe perguntaram o porquê da saída, “disse que estava cansado da empresa e pretendia galgar novos desafios, etc.“ Mas o que fazer para reter esses empregados com o Q de diferencial? Se damos regalias, isso gera uma tremenda ciumeira nos demais
colegas de trabalho, sem contar que vai de encontro à isonomia salarial e às normas internas da empresa. E agora, o que fazer? Bem, receita pronta e acabada não existe. O caminho a ser traçado pelos empregadores que querem seduzir os bons profissionais, os talentosos,
deve ser planejado antes de eles se tornarem especiais e talentosos. Mas de que forma? Objetivamente falando, cabe ao gestor imaginar a empresa repleta de profissionais especiais, os melhores do mercado, os mais competentes, e com base nessa virtual projeção estipular um pacote de metas, de incentivos e de consideração, isso mesmo, de muita consideração e reconhecimento. Sei que muitos discordam, relutam em afirmar que o que prende um profissional numa determinada empresa é o valor do salário, o quanto em reais ele põe no bolso, independentemente do tratamento e das condições de trabalho. Eu aposto no inverso disso. As pessoas querem tratamento VIP, diferenciado, sincero, de qualidade. Desejam (sonham) com um excelente ambiente de trabalho em todas as esferas. Até o fardamento, o crachá, acreditem, é um diferencial para muitos. O salário? Ah, o salário é muito importante, mas não é significativo para reter o talento. É preciso que se entenda que o empregado talentoso tem um composto artístico e emocional muito forte. Isso é uma característica dos diferentes que fazem sucesso. No exemplo do Alberto, o tal gerente de logística, ninguém consegue obter da equipe o bom humor e empenho como ele; idem à compreensão do cliente quanto alguma mercadoria atrasa ou se extravia; ele consegue, não se sabe como, mas o que ele faz dá certo. Por causa disso, dessa realização profissional e do atingimento constante do sucesso, é que o talentoso busca essa qualidade de ambiente de trabalho. Portanto, não adianta um aumento de salário e um frio “tapinha nas costas”, que isso não vai retê-lo na empresa. O empregador que optar por esse caminho vai continuar
ouvindo a mesma ladainha de sempre: “Resolvi traçar novos vôos e buscar um horizonte diferente”. O mais grave disso tudo é que muitas vezes percebemos que nem mesmo o talentoso sabe que necessita disso. Ele decide ir embora muitas vezes por uma vontade interior sem uma razão específica. É o que percebemos em muitas entrevistas de desligamento. Então o segredo para reter os talentos do amanhã é identifica-los hoje e proporcionar-lhes as melhores condições de trabalho do mercado. Nessa hora vale tudo, desde o melhor fardamento, material de trabalho, equipamentos, ar condicionado de verdade, ambiente sem ruído, tratamento humano. Agindo assim o empregador terá o talento preso literalmente à sua estrutura empresarial, por mais famoso que o funcionário fique. Esse tema deve ser pauta do dia, porque o Nordeste está só começando!
Marcos Alencar é advogado trabalhista.
PLURAL 43
cidade moderna - recife
C
o Capibaribe mora ao lado Mais um empreendimento na vizinhança da Avenida Beira-Rio confirma a qualidade da ocupação residencial da região Maíra Passos Imagens: DPI Studio
44 PLURAL
om a revitalização da Avenida Beira-Rio, que passa pelos bairros da Torre e Madalena, a população do Recife renovou o interesse pela região. E a Moura Dubeux continua investindo nesse local com mais um lançamento: o Parque Madalena, que tem o início das obras previsto para o próximo mês de junho. O imóvel pode ser adquirido pelo regime de financiamento bancário, com 30% do valor quitado até a entrega das chaves. Localizado na Rua José A. Silveira, próxima à Avenida Beira-Rio, no bairro da Madalena, o Parque Madalena será construído em um lote de 1.760 metros quadrados. Serão 32 pavimentos, com dois apartamentos por andar. Cada um com uma área privativa de 112,25 metros quadrados, contando com três quartos, sendo uma suíte com closet, além de varanda, sala de estar e jantar, rouparia, cozinha, copa, depósito, área de serviço, banheiro social e de serviço. No quesito garagem, cada condômino conta com duas vagas. Já a área de lazer será constituída de minicampo, piscina, salão de festa, espaço gourmet, sala de fitness e terraço descoberto. O gerente comercial da construtora, Tony Vasconcelos, comenta que a localização é o principal atrativo do empreendimento, com a proximidade de vários serviços, como hospitais, restaurantes, bares, farmácias, escolas, academias, entre outros. “O diferencial, porém, é a união da comodidade da área de lazer interna com o prazer de um espaço verde ao ar livre, como o da Beira-Rio.” Segundo o gerente de marketing da Moura Dubeux, Bruno Perrelli, esse contato com a natureza torna
o ambiente mais agradável e soma valor intangível ao imóvel. “É por isso que a Beira-Rio já está começando a ser uma das áreas mais disputadas pelo setor imobiliário do Grande Recife e tende a ser cada vez mais no futuro se a área continuar sendo preservada”, esclarece. Segundo o arquiteto Josemar Ferraz, responsável pelo projeto, o Parque Madalena tem como destaque sua localização. Por isso foi preciso rotacionar a torre para garantir vista através da rua lateral. “Assim, todos os condôminos podem desfrutar de todo o verde e beleza do local.” O arquiteto ainda conta que o prédio terá um tom sóbrio, predominando as linhas retas para melhor interação com a paisagem.
Edifício Parque Madalena 32 pavimentos 2 apartamentos por andar 112,25 m² de área privativa 3 quartos (1 suíte com closet) 2 vagas de garagem Lazer completo com minicampo, piscina, salão de festa, espaço gourmet, sala de fitness e terraço
PLURAL 45
relato de viagem
muito Além da Copa Bons hotéis, excelente gastronomia e roteiros exóticos que incluem passar a noite sobre uma árvore aguardam quem vai à África do Sul Leonardo Lamartine Fotos: acervo pessoal
O
imaginário contemporâneo em torno da África do Sul, ainda hoje, nos remete aos três principais ícones daquele continente: o presidente Mandela, o apartheid e o visual da savana. Mas quem vai ao país nos dias de hoje se depara com questões que vão muito além do passado recente da nação que foi colônia da Inglaterra durante boa parte de sua história. A nação está preparadíssima para receber turistas 46 PLURAL
e conta com uma das principais redes hoteleiras do continente africano. Minha viagem começou em Joanesburgo, o centro econômico do país. Uma metrópole vibrante e dinâmica, onde os executivos trabalham sem parar, enquanto os turistas aproveitam a infraestrutura local com ótimos hotéis, restaurantes ecléticos e museus históricos. De
lá embarcamos junto com sete pessoas, em um pequeno avião com nove lugares, para o aeroporto dentro da Reserva Kruger Park, que funciona como pista de pouso e decolagem para o Lion Sands, um dos principais hotéis da região. Em três noites por lá fizemos nove safáris, que duraram de três a quatro horas cada um. A experiência cansa o corpo, mas ativa a mente e, por que não, descansa a alma.
Andar em elefantes e dormir sobre árvores em camas de luxo, ao relento: aventuras em grande estilo
Uma das principais experiências do safári são as refeições, que sempre se realizam em locais diferentes. Você está no meio do safári e para em uma plataforma no meio da savana, onde já se encontra outra equipe, que vem montar o café da manhã ou almoço. E a experiência gastronômica é excepcional. São servidas carnes de caça, como zebra, javali, veado, búfalo e mais uma série de animais selvagens. São sabores exóticos que preenchem o imaginário como um atrativo pitoresco. O Lion Sands oferece outro atrativo pitoresco e interessante, que é a possibilidade de dormir uma das noites sobre uma árvore, bem em frente a um descampado onde descansam os leões, leoas e seus filhotes. A equipe do hotel leva o casal às 17h para essa suíte, que fica em cima de uma grande árvore, com proteções no tronco a fim de evitar que os animais subam. Mas não tem teto, pois lá chove poucas vezes no ano. O hotel monta uma mesa com o jantar e um lanche, além da cama de alto luxo para que o casal durma em cima da árvore e ao relento da savana. E no outro dia pela manhã vem uma equipe com uma Land Rover buscar o casal para levar de volta ao hotel. Depois dessas três noites no Kruger Park, seguimos a Cape Town, a Cidade do Cabo. É uma cidade imperdível para quem vai à África do Sul, muito parecida geograficamente com o Rio de Janeiro, bastante acidentada, com morros e colinas. Dois dos principais marcos naturais são a Montanha da Mesa e a Baía da Mesa, que garantem enorme deleite visual. A cidade, além de importante polo comercial e turístico, apresenta uma enorme beleza arquitetônica, PLURAL 47
O mergulho na jaula com tubarões brancos é conhecido no mundo todo
fruto da colonização holandesa e, posteriormente, portuguesa. Um dos locais mais belos é o Water Front, área repleta de restaurantes, bares e hotéis. Aos amantes da gastronomia, a recomendação é buscar pratos de frutos do mar, uma especialidade da região. Passamos quatro dias em Cape Town e de lá partimos com destino a Hermanus. Nesta cidade ficamos hospedados no Arabella Golf Resort & SPA e fizemos o mergulho na jaula com tubarões brancos, intitulado Shark Cage Diving. Conhecido no mundo inteiro, o passeio é realizado no ponto de saída dos barcos, a duas horas de Cape Town. Eles servem o café da manhã na base do programa, em terra, onde também dão as instruções de segurança e mostram a temperatura da água, os coletes e mais ou menos como será a viagem. Uma dica interessante para esse passeio, para os que não sabem lidar bem com enjoo, é contratar uma pequena lancha que vai até o ponto da aventura nos buscar logo após o mergulho. Custa uns 40 dólares por pessoa. Você viaja com mais ou menos trinta pessoas nesse barco e pode ser resgatado logo depois do mergulho, retornando a terra. Para quem gosta de aventura e de mergulho é imperdível, pois é realmente emocionante ficar frente a frente com um tubarão branco e vêlo comer um atum a menos de meio metro do nosso corpo. Obviamente existe todo o aparato de segurança para que não aconteça nenhum acidente. Em Cape Town, outro passeio interessante é a Rota dos Jardins, uma estrada belíssima, arborizada, com muitos jardins. Porém, na volta 48 PLURAL
para Joanesburgo, não há muito o que fazer em relação a atrações turísticas. Um dia ou dois na cidade de Joanesburgo é mais do que suficiente para conhecer tudo. O que é interessante conhecer é o Museu de Mandela, onde se encontra a história do apartheid, da questão racial e da África do Sul.
Cape Town é uma cidade imperdível, muito parecida geograficamente com o Rio de Janeiro Mais ao norte de Joanesburgo, existe um grande shopping center chamado Sandton, mesmo nome do bairro onde se localiza, que para mim é o melhor local para se hospedar em Joanesburgo. E por falar em dicas, assim que chegar ao aeroporto de Joanesburgo, alugue um carro e um GPS. O ideal é ir a Sun City, a duas horas e meia de viagem. Inspirada no projeto de Las Vegas, a cidade é equipada com seis hotéis e um cassino. Um deles é o famoso The Palace, com sete estrelas. Os maiores atrativos do complexo são o cassino e a piscina de onda, sem
descartar qualquer programação que se pode fazer em outros locais da África, como os safáris tradicionais. É um local recomendado para, por exemplo, quando você vai viajar para a África do Sul com crianças, porque hotéis como o Lion Sands, aquele primeiro de que falamos, não aceitam crianças menores de 12 anos. Já Sun City é o lugar ideal para você fazer tudo que você faz em um hotel de reserva, chamado de Game Reserve, porém de uma forma mais preparada para o turista: safári de balão, safári em cima do elefante, de Land Rover, além de vários passeios.
Destino certo para o desfrute de todos os sentidos, o país conta com ótima infraestrutura para receber os turistas
Pode-se comprar o pacote na central turística da própria Sun City. No caso do safári de balão, recomendo fazer uma reserva com antecedência, juntamente com a reserva do hotel, pois essa modalidade é muito concorrida. Na volta de Sun City para Joanesburgo, a dica é parar nos centros comerciais de artesanato africano. Vale a pechincha, porque o africano reduz até 50% do preço de pedida. Ele se assemelha ao turco e ao italiano na hora de negociar. Então sempre ofereça metade do preço que eles estão pedindo nas peças. No caminho, quase na periferia de Joanesburgo, existe um parque chamado Lions Park, onde você pode alimentar girafas e alisar filhotes de leão dentro da jaula. Enfim, uma viagem imperdível! Leonardo Lamartine é diretor presidente do Grupo Bonaparte, vice presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (AbraselPE), e Presidente do Conselho da Fundação de Mamíferos Aquáticos/Projeto Peixe Boi. PLURAL 49
cidade moderna - gravatá
refúgio em Gravatá Condomínio Jardim Imperial é opção diferenciada em um dos principais destinos do Agreste pernambucano Carlyle Paes Barreto Imagens: Work-Viz
A
menos de uma hora do Recife, Gravatá se notabiliza como refúgio do corre-corre do dia a dia. Seu clima ameno, especialmente no inverno, sua gastronomia e seus condomínios de luxo são chamativos para quem quer fugir do estresse da capital pernambucana nos finais de semana e feriados. E agora o município ganha novo empreendimento de alto padrão, o Jardim Imperial, lançamento da 50 PLURAL
Moura Dubeux, através da MD Urbanismo. O Jardim Imperial, projeto do renomado arquiteto Carlos Fernando Pontual, tem todo aparato necessário para mesclar local de descanso com lazer, além de possuir localização privilegiada. O condomínio fica logo no início de Gravatá, às margens da BR-232 duplicada. “O acesso é bem fácil, todo asfaltado e calçado”, enfatiza o
superintendente da Moura Dubeux, Homero Moutinho, destacando ainda a proximidade da entrada principal da cidade. “Sem falar que o condomínio está localizado num plano mais elevado, com uma bela vista. Para se ter uma ideia, à noite dá para avistar a iluminação de sete municípios”, acrescenta. São 185 megalotes, cada um com 1.600 metros quadrados, o que permite construção de alto padrão
com piscinas e estruturas individuais. “É um empreendimento que a MD procurava para entrar no mercado de Gravatá com características de vista, localização, tamanho e acesso. Acreditamos que será um dos mais diferenciados empreendimentos, pois os lotes são generosos e com excelente oferta de infraestrutura, que já se encontra em ritmo acelerado de obras”, diz o gerente comercial da construtora, Tony Vasconcelos. O preço médio dos lotes é de R$ 150 mil. O espaço em comum do Jardim Imperial é privilegiado. Além de amplo salão para eventos, há quadras de tênis, uma delas coberta. “Fizemos também uma área de apoio ao lado das quadras para confraternizações”, destaca Homero Moutinho. “Será uma grande opção de temporada, assim como para quem pensa em morar, com a facilidade da BR-232. A perspectiva para quem pensa em investir também é muito boa, pois, com o início da construção das casas, a valorização é crescente”, completa Tony Vasconcelos. Para Carlos Fernando Pontual, o empreendimento se destaca pela localização. “Sua visão panorâmica permite descortinar um horizonte ilimitado, livre de qualquer interferência e usufruindo da paisagem em toda a sua plenitude”, ressalta. Sobre a entrada monumental, o arquiteto enfatiza: “Uma grande praça antecede o portal de acesso com todo o requinte de segurança e conforto. Como um remanso aos lotes, generosa área de lazer se abre acomodada à topografia, em patamares cuidadosamente dimensionados”. A expansão mobiliária de Gravatá fez o município crescer e se modernizar. Hoje a cidade é um dos destinos
turísticos mais procurados do interior pernambucano. Além das tradicionais festas de São João e Semana Santa, a região recebe constantemente grandes eventos, como shows musicais e vaquejadas. O município possui uma grande concentração de haras e costuma receber importantes leilões. Gravatá se destaca ainda pelos esportes radicais, como trekking e
rapel. São vários pontos que recebem o turismo de aventura, como a linha férrea desativada, com 18 túneis, às margens da BR-232. Além de caminhadas, há pontes procuradas pelos aventureiros rapelistas. Sua gastronomia também é elogiada, indo desde os pratos típicos como carne de sol e de charque desfiada até a tradicional fondue para acompanhar o clima da serra.
PLURAL 51
52 PLURAL
gastronomia
para dar água na boca Receitas tradicionais de alguns dos melhores restaurantes do Nordeste Julia Nogueira de Almeida
Cordeiro
à casa, que tem inspiração na
ano), com pratos que têm base na
atmosfera dos bistrôs parisienses
cozinha francesa, com toques da
Depois de cinco anos funcionando
e uma cozinha autoral, comandada
culinária regional.
em Boa Viagem, zona sul do Recife,
pelo jovem chef Joca Pontes (eleito
O Cordeiro é um prato que tem
o Ponte Nova se mudou para o
pelo guia Veja - O melhor da cidade,
a cara do Ponte Nova. Receita
charmoso bairro das Graças, na
como Chef do Ano em 2007 e
original e um dos carros-chefe da
zona norte da cidade. A mudança
2008). O cardápio do Ponte Nova é
casa: uma paleta de cordeiro cozida
conferiu ares ainda mais intimistas
enxuto (modificado três vezes por
por cinco horas e, depois, fatiada, PLURAL 53
prensada e grelhada ao molho thaï,
Funcionamento: de 2ª a sábado, a
únicos, a exemplo do bife de
com o caldo de cozimento reduzido.
partir das 19h | 65 lugares
chorizo em destaque. A receita é
O prato é montado com tomates de
Foto: Sérgio Lobo
simples, com a carne preparada
forno cobertos com farofa de dendê
na grelha, exclusivamente com sal
e legumes grelhados. Acompanha
grosso. Nesse caso, o diferencial é
arroz Jasmine com passas,
Bife de chorizo
amêndoas e castanhas.
o corte, com garantia de qualidade do Murano Grill, desde o momento
O Ponte Nova faz parte da
Os grelhados nobres são o
em que a carne é processada no
Associação dos Restaurantes da
destaque do restaurante Murano
frigorífico até a mesa.
Boa Lembrança e tem uma estrela
Grill, com peças argentinas e
no conceituado Guia Quatro Rodas.
uruguaias, beneficiadas pela
Murano Grill
casa, sob o comando do chef
Novo endereço no Shopping Pátio
Ponte Nova
Luis Amorim. Um processo de
Dom Luis: Av. Dom Luis, 1200,
Rua do Cupim, 172, Graças, Recife-
maturação especial para alguns
Aldeota, Fortaleza-CE.
PE. (81) 3327.7226
cortes confere maciez e paladar
(85) 3268.1858
54 PLURAL
Funcionamento: de 2ª a 5ª: almoço
abobrinha e mix de cogumelos
um sabor peculiar e desmancha
a partir das 12h e jantar a partir das
- receita tão tradicional quanto
na boca. De acordo com o chef,
19h
apreciada – é o carro-chefe do
é o prato com maior índice de
6ªs, sábados e domingos: a partir
restaurante. “Trata-se de um
satisfação e elogios da casa.
das 12h para almoço e jantar | 130
clássico da culinária francesa,
lugares
receita mais que centenária, mas
Chez Bernard
Foto: Divulgação.
muito atual”, afirma Laurente
Rua Gamboa de Cima, 11, Aflitos,
Rézzete. A preparação é lenta: as
Salvador-BA. (71) 3328.1566
coxas de pato ficam no sal por
Funcionamento: aberto diariamente
24 horas. Depois de limpas, são
para o almoço a partir das 12h.
colocadas na gordura do pato
Jantar de 3ª a sábado, a partir das
O Chez Bernard é o principal
(obtida com as carcaças assadas
19h | 90 lugares
expoente da culinária francesa
no forno) e levadas ao forno à
Foto: Sérgio Pedreira.
da capital baiana. Eleito em 2009
exata temperatura de 70°C, por 48
pelo sétimo ano como o melhor
horas. Esse detalhe é o principal
restaurante francês pelo guia
responsável pelo sucesso do prato:
“Veja - O melhor da cidade”, tem o
a temperatura baixa é suficiente
comando do chef Laurent Rézette.
para cozinhar a proteína sem
Representante da cozinha
O Confit de pato com purê de
desidratar a carne, que adquire
portuguesa, o restaurante Abade é
Pato
Bacalhau
PLURAL 55
destaque na gastronomia da capital
do Porto, pela proprietária e chef
Abade
potiguar. A casa ganhou fama pela
do Abade, Rosa Holanda. Bem
Rua Hélio Galvão, 8828, Ponta
boa cozinha e pelas celebridades
colorido, “como deve ser todo bom
Negra, Via costeira, Natal-RN. (84)
que costumam freqüentar o
prato de bacalhau”, na opinião da
3219.4469
restaurante. Eleito como o melhor
chef que comanda uma equipe
Funcionamento: aberto de 3ª a
restaurante da cidade pelo Guia
de 15 profissionais da cozinha do
domingo para o almoço, das 12h
Veja Natal – O melhor da cidade
Abade, o Bacalhau com todos é
às 15h; e para o jantar, das 18h à
em 2006 e 2007, também foi
uma festa para os olhos. A receita,
meia-noite. | 200 lugares
lembrado em premiações regionais
assada no forno, é uma miscelânea
Foto: Divulgação.
com o título de ‘melhor comida
de um tipo nobre do peixe com
portuguesa’ e ‘melhor maitre’. Um
batatas à moda portuguesa,
dos destaques do cardápio da
azeitonas verdes, azeite, cebola
casa é a receita do “Bacalhau com
e legumes variados, coberto com
todos”, importada do restaurante
uma crosta de finas fatias de alhos
português Dom Manoel, na cidade
dourados.
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vinho
Sob o sol da Toscana Região italiana famosa por suas vinícolas é a síntese perfeita entre a tradição e a modernidade Fabiana Gonçalves Fotos: Divulgação e Vicente Luiz
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região central da Itália abriga uma das mais interessantes regiões vinícolas do mundo: a Toscana. Nela estão localizadas magníficas cidades, como Florença, Pisa, Arezzo e Livorno. Os vinhedos altos compartilham a terra com bosques e oliveiras. Já a área costeira e seus arredores apresentam terra plana e colinas suaves, ideais 58 PLURAL
para o cultivo de variedades viníferas. O clima é temperado, com boa insolação na primavera e no verão, enquanto o solo é uma mistura de argila e calcário, de onde se obtêm uvas ricas em açúcar e em extrato. É nesse cenário que nascem alguns dos vinhos mais surpreendentes do mundo. A principal uva da Toscana é a
tinta sangiovese, mas também se destacam a brunello (um clone da uva sangiovese grosso), canaiolo, malvasia e trebbiano. A Toscana possui 38 Denominaziones di Origine Controllata e Garantita (DOCGs) - que é a classificação mais alta para vinhos de qualidade da Itália - e Denominaziones di Origine Controllata (DOCs) - denominação
equivalente à Appellation d’Origene Contrôlée (AOC) francesa. Nelas estão as renomadas zonas vitivinícolas de Chianti, Brunello de Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano. A região também guarda outro tesouro: os vinhos supertoscanos. Trata-se de um fenômeno que começou nos anos 80, quando alguns produtores inventaram uma alternativa ao sistema DOC(G) e procuraram outras uvas para elaborar uma linhagem de vinhos de alto nível. Embora “tops”, esses vinhos foram classificados como Indicazione Geografica Tipica (IGT) ou Vino da Tavola (VdT), denominações criadas para vinhos mais simples. Portanto é comum encontrar vinhos classificados como IGT com o status de supertoscanos. A diferença está no preço, sempre mais alto que os dos IGTs “normais”. Entre alguns rótulos de supertoscanos estão Tassinaia IGT, Braccale Rosso Maremma, Schidione IGT, Magari IGT, Tignanello, Sassicaia, Ornelaia e Solaia. Chianti é a maior zona de vinho da Toscana, composta por sete subregiões: Clássico, Colli Arentini, Colli Fiorentini, Colli Senesi, Colline Pisane, Montalbano e Rùfina. Na região Chianti Clássico, destaca-se a área Gallo Nero (Galo Negro). Os vinhos de Brunello de Montalcino têm qualidade superior e produção limitada. É o único rótulo toscano com 100% da uva sangiovese e o DOCG mais caro da região. Intenso, concentrado e tânico, esse vinho normalmente requer um longo envelhecimento. Já o Rosso di Montalcino DOC é um vinho mais simples. As safras mais novas geralmente estão prontas para beber. O Vino Nobile di
Montepulciano DOCG tem imagem mais tradicional que Chianti e menos elitista que Montalcino. Produz vinhos quentes, de bom custo-benefício e caráter bem toscano. Outros destaques da Toscana são o Carmignano DOCG, vinho tinto seco feito de uma mistura parecida com o Chianti (embora a uva cabernet sauvignon também possa ser utilizada); o Morelino di Scansano DOC, feito com uvas do corte chianti na região de Meremma; o Vernaccia di San Gimignano DOCG, considerado o melhor vinho branco toscano, com aromas e sabor de amêndoa, e o Vin Santo, reverenciado vinho de sobremesa do interior da Toscana, feito de uvas passificadas. Reconhecida como o berço do renascimento da viticultura italiana, iniciada nos anos 60 e liderada pela família Antinori, a Toscana elaborou uma síntese perfeita entre os métodos tradicionais e as técnicas modernas de vinificação e cultura de vinhas. Esses fatores, somados à vasta riqueza artística e cultural local, além da receptividade do seu povo, fazem com que a região esteja incluída na lista dos melhores destinos enológicos do planeta. Se não for conhecer a Toscana, pelo menos prove os seus vinhos, pois eles traduzem tudo isso. Salute!
Fabiana Gonçalves é jornalista e sommelière profissional.
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cidade moderna - natal
espaço renovado Três lançamentos da Moura Dubeux confirmam a remodelação urbana da capital do Rio Grande do Norte Mariana Queiroga Imagens: Forge
Uma das mais belas cidades do litoral nordestino, Natal oferece aos seus habitantes os encantos da convivência com a natureza dentro de um espaço urbano que experimenta rápido desenvolvimento. É nesse cenário de crescimento que a Moura Dubeux 60 PLURAL
está lançando três empreendimentos diferenciados, com excelente localização e múltiplas opções de lazer para os moradores. São os edifícios Geraldo Pinho, em Petrópolis, José de Almeida, no Tirol, e Jardins de Lagoa Nova, no bairro de mesmo nome.
Edifício Geraldo Pinho: marco na paisagem O mercado imobiliário potiguar tem dois bairros tradicionais e antigos que apresentam a melhor qualidade de vida de todo o Estado do Rio Grande do Norte. Conhecidos por suas ruas e largas avenidas, projetadas pelo arquiteto Giácomo Palumbo, Tirol e Petrópolis fazem de Natal uma cidade diferente das outras capitais nordestinas. No coração de Petrópolis, com o privilégio do mar e do rio Potengi, será construído o novo empreendimento da Moura Dubeux. De acordo com o arquiteto responsável pela obra, Marcílio Coutinho, o Edifício Geraldo Pinho será projetado de maneira a proporcionar aos dois apartamentos
por andar uma orientação para a melhor ventilação nordeste e sudeste. “As áreas social e íntima ficarão com esse cenário, enquanto a parte de serviço da casa ficará banhada pelo sol, dando a salubridade tão necessária e importante para o espaço.” O empreendimento terá 25 pavimentos mais uma cobertura com quatro quartos, espaço de serviço completo, deque, piscina, três vagas de garagem. Tudo isso projetado nos 209 m² de área privativa. Os outros apartamentos terão quatro quartos, sendo duas suítes, sala para três ambientes e 150 m² de área com boa distribuição e espaços dimensionados. O acesso ao prédio será pela Rua
Primeiro de Maio, ficando as garagens acompanhando a declividade do terreno até a Rua General Cordeiro de Farias. Essa geometria possibilita um espaço para lazer bem diversificado para os moradores, com salão de festas, biblioteca, lan house, playground, fitness center, piscinas, quadra poliesportiva e estacionamento para visitantes. A área comum do prédio será constituída de hall social e de serviço, dois elevadores e escada para acesso aos demais pavimentos. Segundo Marcílio, o entorno do terreno, devido a alguns lançamentos imobiliários e também pela malha fundiária existente, reforça a garantia da vista livre para o rio ou o mar. “Além de tudo isso, a silhueta do empreendimento é inusitada e
glamourosa, tornando-se um marco na paisagem do tradicional bairro de Petrópolis” diz o arquiteto.
Edifício José de Almeida: harmonia com a natureza A cidade de Natal é conhecida por suas belas praias, que, junto com as dunas, formam um cenário maravilhoso tanto para os moradores quanto para os turistas. Morar em um prédio que tenha esse visual é um privilégio. Para atender as pessoas que procuram um apartamento moderno e com boa localização, a Moura Dubeux está lançando no mercado potiguar o Edifício José de
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Almeida. Situado no Tirol, bairro antigo e tradicional de Natal, o empreendimento terá 18 pavimentos mais uma cobertura. Os três apartamentos por andar serão voltados para a melhor ventilação norte, nordeste e leste e terão como vizinhança o verde da mata e o azul do mar, visto sobre as dunas, em um horizonte livre de construções. Devido à sua volumetria rica em curvas suaves e com a fachada em cores claras, o edifício ganhará elegância e uma identidade única na cidade. Além de todos esses elementos paisagísticos de grande valor, o bairro se destaca pelas boas condições de infraestrutura e serviços públicos e, o principal, pelo acesso fácil a todas as partes da cidade. De acordo com o arquiteto Marcílio Coutinho, a torre será erguida sobre uma esplanada, onde o lazer e os 62 PLURAL
serviços vão desfrutar de grandes espaços. “O condomínio terá jardins ao contorno graças à densa área verde do Parque das Dunas.” A área de lazer é completa, com salão de festas, sauna, piscina infantil e adulta, deque molhado, fitness center, lan house, relax, ducha e quadra poliesportiva. Todo esse espaço será projetado de forma harmônica, proporcionando um ponto de encontro para as futuras famílias. O apartamento terá três quartos com duas suítes, sendo uma máster, cozinha, área de serviço completa e sala para dois ambientes. Segundo Marcílio Coutinho, a organização espacial possibilita de forma natural alguns ajustes idealizados pelos futuros clientes. “O quarto de serviço poderá se acoplar a uma das suítes, assim como a varanda pode se conectar à sala, aumentando o espaço da casa.”
O cliente poderá escolher plantas com 105,39 m², 110,80 m² e 112,17 m², de acordo com as terminações dos andares. O empreendimento terá dois elevadores e cada morador terá direito a duas vagas de garagem, todas cobertas e distribuídas nos pavimentos de subsolo e térreo.
Edifício Jardins de Lagoa Nova: nova tendência Uma nova opção de moradia vem ganhando força e se diferenciando dos demais bairros da cidade de Natal. Lagoa Nova, localizada na Zona Sul, se destaca pela nobreza. É nesse novo cenário imobiliário que será construído o empreendimento da Moura Dubeux: o Edifício Jardins de Lagoa Nova. Esse novo destino tem uma
Edifício Geraldo Pinho
localização repleta de serviços, como supermercados, farmácias, escolas e bancos, para facilitar o dia a dia dos moradores. Segundo o arquiteto Marcílio Coutinho, a arquitetura do prédio será forte, com curvas, panos de vidro e recortes, tendo o sol como parceiro para potencializar e realçar suas sombras. “A torre vai marcar a paisagem do bairro, evidenciando a pureza das cores claras em contraste com os vidros, que servirão como protetores do sol.” O empreendimento, com 27 pavimentos e área total de 15 mil m², terá três apartamentos por andar, planta flexível, três quartos, sendo duas suítes, sala ampla para três ambientes, varanda, dependência completa, distribuídos nos 117 m² de área privativa. Cada morador terá duas vagas de garagem e acesso a todos os pavimentos através de três elevadores. Para atender a todas as necessidades das futuras famílias e proporcionar momentos de união entre os condôminos e também entre seus convidados, a área de lazer será completa, com salão de jogos, piscinas, deque molhado, playground, salão de festas, espaço gourmet, bar, copa, campinho, speedball, lan house, quadra poliesportiva, fitness center e estacionamento para visitantes. De acordo com Marcílio Coutinho, os apartamentos para o leste e o norte estabelecem uma dinâmica arquitetônica que resulta em um prisma de fachadas diferenciadas, porém harmônicas entre si. Com design arrojado e moderno, o Condomínio Jardins de Lagoa Nova será um marco para o surgimento de novos empreendimentos imobiliários nessa área tão bonita e que tem muito a ser explorado e mostrado para o público de Natal.
26 pavimentos 2 apartamentos por andar Área de 150 m² (cobertura: 209 m²) 4 quartos (2 suítes) Sala para 3 ambientes Lazer completo com salão de festas, fitness center, piscinas, quadra poliesportiva, playground, lan house e biblioteca
Edifício José de Almeida 19 pavimentos 3 apartamentos por andar 3 quartos (2 suítes) Sala para 2 ambientes Áreas de 105 m², 110 m² e 112 m2 2 elevadores 2 vagas de garagem
Ed. Jardins de Lagoa Nova 28 pavimentos 3 apartamentos por andar Área privativa de 117 m² por apartamento 3 quartos (2 suítes) Sala para 3 ambientes 3 elevadores 2 vagas de garagens por apartamento Lazer completo: piscinas, salão de jogos, salão de festas, playground, espaço gourmet, quadra poliesportiva e fitness center. PLURAL 63
cidade moderna - fortaleza
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vista para o verde Localização e área natural preservada ao lado são destaques do Edifício Amazonas, lançamento da Moura Dubeux na Aldeota Mariana Queiroga Imagens: Eikon
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m meio ao corre-corre cotidiano, na hora de comprar um apartamento, as pessoas, cada vez mais, procuram um lugar calmo e com muito verde, na tentativa de fugir um pouco do estresse e da poluição. Aliado a isso, elas buscam um prédio que seja bem localizado, próximo a estabelecimentos comerciais, para facilitar a vida e tornar a moradia mais confortável e cômoda. É pensando nesse público que a Construtora Moura Dubeux está lançando no mercado cearense o Edifício Amazonas. Localizado na Aldeota, bairro nobre da Zona Norte de Fortaleza, o empreendimento se destaca por estar próximo à área central da cidade, junto de um dos principais corredores de acesso ao coração do bairro. De acordo com o arquiteto Osvaldo Souza, o Edifício Amazonas, além de ter todas as facilidades de apoio comercial, colégios e hospitais, tem ao lado do terreno uma área de preservação. “Esse espaço nos favorece, garantindo junto ao empreendimento uma expansão de área verde e, consequentemente, uma significativa redução do adensamento no seu entorno, trazendo ventilação natural e horizontes visuais.” O condomínio ainda será privilegiado com esse acréscimo de área natural, onde os moradores poderão usufruir de uma praça, com playground de madeira, brinquedos para as crianças e pista de cooper. Tudo voltado para atividades relaxantes, acrescido de muita natureza ao redor. O empreendimento terá um único bloco arquitetônico composto por pavimentos subsolo e térreo, onde ficarão as vagas de garagem dos moradores e o piso pilotis, com a área de lazer completa: salão de
Edifício Amazonas
festas, copa, local para jogos, quadra gramada, fitness center, sauna, piscina adulto e infantil, home theater e ainda churrasqueira e forno de pizza. Segundo o arquiteto Osvaldo Souza, essa disposição dos pavimentos cria outra característica favorável ao edifício. “O morador do primeiro andar estará na verdade no nível que equivale ao quarto. Isso se torna uma vantagem, pois ele terá outra vista das suas janelas.” O prédio com 25 pavimentos terá quatro apartamentos por andar e áreas privativas de 86 e 96 metros quadrados. Os dois tipos de planta oferecem a mesma disposição: três quartos, sendo uma suíte máster com closet, uma suíte reversível, mais um quarto e dependência completa de empregada. Cada morador terá direito a duas vagas de garagem. De acordo com Osvaldo Souza, essa tipologia de plantas favorece uma significativa faixa de jovens recémcasados e casais já consolidados com necessidades específicas, dada a facilidade e a grande oferta de serviços encontrados na região. “Tudo isso acoplado em um edifício com arquitetura moderna e que permanecerá sempre atual ao longo dos anos”, diz o arquiteto.
25 pavimentos 4 apartamentos por andar Apartamentos com áreas de 86m² e 96m² 3 quartos (1 suíte) 2 garagens Lazer completo com salão de festas, copa, local para jogos, quadra gramada, fitness center, sauna, piscina adulto e infantil, home theater, churrasqueira e forno de pizza
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estilo de vida
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Empreendedor de sonhos Fundador do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz ensina que sonho e obstinação resultam em sucesso Cecília Dalla Nora Fotos: Germana Soares / Agência Renata Victor
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onversar com Janguiê Diniz é ter uma aula de perseverança e força de vontade. Aos 45 anos, o diretor-fundador do Grupo Ser Educacional guarda semelhanças com o menino nascido em Santana dos Garrotes, interior da Paraíba. Entre elas, a vontade de aprender sempre. Filho de analfabetos, aos 6 anos, Janguiê, fugindo da seca, foi morar com os pais e os seis irmãos em Naviraí, Mato Grosso do Sul. Dois anos depois, motivado pela falta de dinheiro para acompanhar os colegas ao cinema, montou seu primeiro empreendimento: pediu ao tio que fizesse uma caixa de engraxate. O lucro dava para a matinê do sábado e ainda sobrava para ajudar em casa. Com o passar do tempo, percebeu que vender mexericas era mais vantajoso. “Comprava na Ceasa e saía vendendo sozinho, de porta em porta”, conta. Estava criado o segundo empreendimento. Quando seu pai montou uma sorveteria e um bar para servir café da manhã aos peões da fazenda, Janguiê acordava de madrugada para comprar o leite e o trazia de ônibus. “Um dia o ônibus não passou e precisei carregar dois bujões de leite durante horas até conseguir uma
carona”, lembra. Quando ele tinha 10 anos, a família mudou-se para Pimenta Bueno, no Estado de Rondônia, onde índios andavam nus nas ruas. Matriculado em escola pública, Janguiê trabalhou em escritório de advocacia e contabilidade, lojas de roupa, bazares e até numa rádio como locutor infantil.
Aos 8 anos montou seu primeiro empreendimento: pediu ao tio para fazer uma caixa de engraxate Ao finalizar o primeiro grau, aos 14 anos, tomou a decisão que mudou o seu destino. Em vez de trabalhar nas fazendas com o pai, optou por seguir para o Nordeste em busca de parentes que pudessem ajudálo a terminar os estudos. Com a bênção do pai, em 1979, pegou um ônibus rumo ao Recife. Aqui chegando, procurou um tio, que lhe deu emprego e casa para morar, o suficiente para que o jovem trilhasse seu caminho.
Aplicado, Janguiê ingressou na Faculdade de Direito do Recife e, antes mesmo de se formar, já era dono da Janguiê Cobranças, empresa que chegou a reunir 30 advogados. Quando a firma começou a bambear, o então advogado partiu para a magistratura, sendo aprovado juiz do trabalho. “Nessa época já alimentava o desejo de formar uma instituição de ensino”, confessa. Para não ter que deixar a capital pernambucana, pediu exoneração do cargo e dedicou-se novamente aos estudos. Mais uma vitória: foi aprovado em 11° entre 8.600 candidatos que disputavam uma vaga no Ministério Público do Trabalho. Em 1984, conseguiu realizar o sonho de ensinar, com a criação do Bureau Jurídico, curso preparatório para concursos, seu quarto empreendimento. “Era uma salinha e um professor, eu, dando aula de quatro matérias”, revela. Estava lançado o embrião do Grupo Ser Educacional, hoje formado pela Faculdade Maurício de Nassau, entidade que já está presente no Recife, João Pessoa, Campina Grande, Maceió e Salvador, pela Faculdade Joaquim Nabuco, além PLURAL 67
do Colégio BJ, do Instituto Maurício de Nassau, do Bureau de Eventos e do Bureau de Turismo. O grupo emprega 2.400 funcionários e congrega mais de 30 mil alunos, distribuídos em 32 cursos. Escritor (um livro de poesias, um sobre educação e oito sobre direito), poliglota (inglês e francês), professor, mestre e doutor, o menino empreendedor continua transformando sonho em realidade.
Eu sou: “Obstinado”. Ser empresário em Pernambuco: “Trabalhar muito”. O melhor da sua atividade: “Conhecer pessoas”.
quebraram paradigmas: passar no vestibular para direito, meu primeiro filho e a aprovação no concurso para magistratura”. Sinto saudades: “Da época em que jogava pelada na Praia de Candeias”. Aprender ou ensinar: “As duas coisas. Aprender sempre e ensinar com carinho”.
Um supérfluo necessário: “Carros, motos”. Férias ideais: “Gosto de viajar com meus filhos, mas sem me afastar muito dos negócios”. Um presente inesquecível: “Tive três grandes presentes na vida, que
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Meu canto favorito em casa: “A rede na varanda”. Comida preferida: “Sou sertanejo, gosto de bode e buchada”. Sobre religião: “Respeito todas as que respeitam o criador”.
O que aprendeu de melhor: “Ser mais humano”.
Sobre política: “O homem é um animal político, mas não gosto da política partidária”.
E o que ainda não aprendeu: “Estou aprendendo a ajudar mais as pessoas”.
Um ritmo musical: “Frevo, maracatu, ciranda, coco... Todo o pluriculturalismo desta terra”.
Um educador: “Mozart Neves, que fez da sua vida a educação”.
Um time do coração: “A seleção brasileira de voleibol, esporte que eu também jogo”.
Meu maior bem: “Honra e família”. Não dá para viver sem: “Saúde”.
qualidade: “Infraestrutura, bons professores e seriedade”.
Um livro: “Uma breve história do mundo e Uma breve história do século XX, que me fizeram viajar pelo mundo em poucas páginas”. Quem gostaria de ter como professor: “Pontes de Miranda”. Um lugar para morar: “Eu adoro o Recife, cidade que me deu tudo”. O segredo da educação de
Quem é destaque em Pernambuco: “Na área política, tenho como ídolo Eduardo Campos. Na área empresarial, João Carlos Paes Mendonça”. Morar num Moura Dubeux: “Qualidade, boa localização, bom acabamento, sinônimo de ter o melhor”.
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decoração
Aproveitando bem os espaços Dicas de quatro arquitetos para ambientação da cozinha, da porta de passagem, do home theater e do quarto dos adolescentes Mariana Queiroga Fotos: Germana Soares / Agência Renata Victor e divulgação
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er uma casa própria bonita e bem decorada está nos planos de muita gente. Mas quem pensa que é só comprar o apartamento e pronto está enganado. Decorar todo o ambiente pode dar muita dor de cabeça se não for bem planejado. Por isso, é necessária a ajuda de um arquiteto, que vai fazer todo o projeto de acordo com as 70 PLURAL
necessidades do cliente – e, claro, também dará um toque especial a cada canto com muito conforto, aconchego e modernidade. Com a experiência desses profissionais em relação a cores, piso, móveis e objetos de decoração, os espaços serão corretamente explorados de maneira que fiquem funcionais para quem vai viver naquele lugar. Para ajudar o cliente na hora
de montar seu apartamento, convidamos quatro arquitetos para dar dicas e apontar as tendências contemporâneas. A seguir, os talentos de Cecília Dubeux, Cristiana Correia de Araújo, Mônica Paes e Sandra Brandão em sugestões para o home theater, o quarto dos adolescentes, a cozinha e a porta de passagem.
Cecília Dubeux, Cristiana Correia de Araújo, Mônica Paes e Sandra Brandão
Home theater: diversão com sofisticação Para um cliente jovem, solteiro e que gosta de receber amigos, a arquiteta Cecília Dubeux idealizou um projeto moderno com objetos de decoração, quadro, luminárias e equipamentos, de forma que seguissem e reforçassem o conceito de sofisticação e atualidade do projeto. “Pensei em um projeto de linhas horizontais utilizando um móvel da loja Bontempo, com gavetões largos e bem funcionais para guardar DVDs e CDs. As cores escolhidas foram masculinas, como o cinza, o grafite e o preto,” diz Cecília. Por ser um ambiente da casa onde as pessoas se reúnem para assistirem a um show, filme, jogo ou até mesmo conversar, a ideia foi fazer um espaço com pouco mobiliário, mas que fosse valorizado com algum objeto. “Escolhi um sofá espaçoso com três metros de largura e com assentos retráteis para permitir um maior conforto. Assim como utilizei poltronas giratórias para completar a decoração e um tapete harmonioso com o ambiente, para passar a ideia de aconchego ao momento do encontro e da diversão.” Para deixar a descontração mais agradável, a dica é climatizar o espaço. Neste projeto, dois splits hi wall, modelo Art Cool Mirror, bastante modernos e todos espelhados com fumê, dão um toque de tecnologia que valoriza ainda mais o ambiente.
Quarto do adolescente: refúgio de identidade “Fazer quartos para jovens é sempre um desafio, pois estão na fase de
descoberta da identidade e desejam expor sua percepção do mundo.” Essa é a opinião da arquiteta Cristiana Correia de Araújo. Para os jovens, o quarto não é só um local para dormir, mas também um refúgio para receber amigos, ouvir música e estudar. Como o ambiente a ser explorado é o quarto, diferindo apenas no sexo, alguns toques dão a personalidade dos clientes. No quarto dos meninos foi utilizado o preto no branco, já que eles estão sempre antenados com as novas tecnologias (iPod, LCD, DVD e os jogos de última geração). Já no quarto das meninas o tom branco com berinjela trouxe um ar mais moderno e feminino. De acordo com a arquiteta Cristiana Araújo, a combinação dos móveis, cores e iluminação é a essência do processo decorativo. “Tudo está interligado e é muito importante fazer um espaço que corresponda à idade do ocupante, de acordo com as necessidades de cada um.” Em ambos os espaços, os móveis brancos, da loja Bontempo, se destacam pelos painéis e nichos com cor. Nas portas dos guarda-roupas, os espelhos fumê e cristal provocam um efeito de amplitude ao quarto. Cristiana destaca que, internamente, esse móvel foi bem modulado. Nele tudo tem seu lugar, assim como na bancada de estudo. “Procuramos integrar soluções de organização para facilitar a arrumação e também ajudar a manter as coisas sempre em mão.” A dica para iluminação é importante, já que é essencial em qualquer lugar da casa. Uma luz geral foi usada, outra para ler à noite, outra para curtir os amigos. Sem falar na valorização de cada cantinho e nos acessórios, que foram escolhidos a dedo para criar um ambiente charmoso e agradável. PLURAL 71
Com relação às cortinas, a arquiteta diz que pensou em uma perfeita gestão de luz natural, conciliando os aspectos estéticos e naturais. “Dois tipos de cortinas foram usadas. Uma tipo roll-on motorizada na cor branca, com blecaute, para que pudéssemos usar cortinas mais extensas e assim diminuir a entrada da luz. E a outra foi o roll-on elegance, pelo lado estético. Esse tipo pode proporcionar momentos de transparência para o ambiente”, diz Cristiana.
Cozinha para o dia a dia e para as visitas Quando se tem um espaço reduzido em alguma área da casa, torna-se bem mais difícil ambientá-lo. Por isso um bom projeto, aliado ao conhecimento do profissional de arquitetura, é importante para que o resultado seja bonito e satisfatório. Com a cozinha não é diferente. A ideia da arquiteta deste projeto, Mônica Paes, foi explorar o máximo com armários distribuídos tanto em cima quanto na parte de baixo, e 72 PLURAL
um móvel para servir de apoio. “Os armários, todos da Bontempo, servem para guardar as louças, copos e utensílios do dia a dia. Enfim, devido ao tamanho, quis fazer uma cozinha o mais racional possível.” As cores escolhidas foram o preto e o laminado de madeira. O piso é em porcelanato e o balcão todo em granito preto, inclusive a cuba. Como o cliente gosta de cozinhar, Mônica pensou em um ambiente com o necessário para o preparo dos pratos, tanto para o dia a dia quanto na hora de receber uma visita. Apesar de a cozinha ser um local primordial em uma casa, quando não se tem muito espaço a dica é aproveitar o possível da área, sem deixar o cliente com a sensação de sufocamento com tantos móveis ao redor.
Porta de passagem: versatilidade Como atualmente a tendência dos ambientes é serem climatizados, muitos clientes estão optando por
usar este produto de alta qualidade e bem versátil. Podendo ser usado em home theater, living, flats, closets, room office e escritórios, a sua aplicação torna-se funcional e bastante estética. De acordo com a arquiteta Sandra Brandão, a ideia de utilizar essa porta de passagem se deve quase sempre aos ambientes climatizados. “É mais uma questão de isolamento do espaço, tornando o encontro mais ‘privado’, e ao mesmo tempo você não tem o desperdício do ar condicionado.” Sandra destaca que a área mais escolhida para ter uma porta de passagem é o home theater, por ser usada com mais frequência e se comunicar com o espaço do living e do jantar. Como esses dois locais só são utilizados quando se recebe uma visita, os ambientes ficam todos climatizados e a porta passa a apresentar a função estética. O produto da marca Cinex, vendida na Bontempo, é o que há de melhor no mercado para portas de correr. Com ele é possível aliar técnica e estética com um pé-direito de até três metros,
e também grandes painéis na largura, conferindo ao ambiente leveza e limpeza estética. Segundo Sandra, a porta de passagem é feita de alumínio e o material pode ser de vidro em várias cores e acabamentos. “O
detalhe mais importante está na tecnologia dos trilhos, roldanas e perfis, que permite muita leveza no manuseio e quase nunca precisa de manutenção”, diz a arquiteta. A dica para escolha desse produto vai de acordo com o conceito
trabalhado na ambientação do apartamento. Se o cliente gosta de cozinhar, por exemplo, o espaço gourmet pode ser separado da sala ou a sala de jantar da sala de almoço. Tudo depende da necessidade, dos hobbies e manias dos clientes.
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mercado
um cenário deslumbrante Vista das torres Píer Duarte Coelho e Píer Maurício de Nassau encanta moradores e apresenta nova face do Recife Ana Luisa Erthal Fotos: Leonel Albuquerque e Renata Victor
O
rio Capibaribe e o mar estão à frente. À esquerda, o Recife Antigo e, mais adiante, Olinda. À direita, o Pina, Boa Viagem e a extensão da costa sul do litoral da cidade. Numa visão de 180 graus, são esses os cenários imediatos que a vista dos píeres Duarte Coelho e Maurício de Nassau proporciona a 76 PLURAL
seus moradores. Na parte de trás dos apartamentos, vê-se o bairro de São José – e, quanto mais alto for o andar, é possível ter uma visão panorâmica do Recife. Para alguns moradores das torres, a localização e a paisagem contaram na hora de fechar o negócio. “Sou cliente antigo da Moura Dubeux
e aposto com ela nesses bairros que vão se desenvolver. Já tinha adquirido um apartamento na BeiraRio e apostei neste do bairro de São José. A paisagem foi um dos critérios que contribuíram para comprá-lo, e muito!”, enfatiza Alan Paterson, morador do 27° andar do Píer Maurício de Nassau. “Familiares e amigos que visitam minha casa ficam encantados. O impacto visual é forte. Tanto de dia como à noite, quando vemos a cidade toda iluminada”, completa. No caso de Jalingson Guimarães Júnior, proprietário do apartamento 601 do mesmo píer, a compra do imóvel uniu o útil ao agradável. “A vista é formidável, chama a atenção de crianças e adultos. Como meus filhos gostam de esportes náuticos e tenho uma embarcação, acabo usufruindo do que vejo lá de cima”, diz o morador. Tanto o Píer Maurício
de Nassau como o Duarte Coelho possuem deque de acesso para o rio Capibaribe. Apesar da beleza visual que o local desperta, teve morador que resistiu para conhecer as torres, mas acabou cedendo. “Fui ver a contragosto. Por insistência do corretor. Quando cheguei, subi no apartamento e vi, foi paixão à primeira vista. Minha esposa também ficou maravilhada com o cenário. Foi fator determinante para a compra”, conta Antônio Fernando Monteiro Filho, do apartamento 1102 do Píer Duarte Coelho. O morador também diz que só o fato de olhar a paisagem tem efeito terapêutico. “Seja ao chegar em casa, depois de um dia estressante de trabalho, ou quando olho pela janela de manhã cedo.” Mas, além de revigorar, Antônio diz que sua casa tem sido point de visitação quase turística desde que se mudou. “É um entra e sai tão grande de amigos e familiares que querem conhecer o local e apreciar a vista, que faço rodízio de
convidados; uns eu chamo e outros se oferecem”, declara, com muito bom humor, Monteiro Filho. “Essa história já rendeu tanta risada que já fui aconselhado a cobrar ingresso”, diverte-se. O cenário do local também desperta interpretação poética por quem tem o privilégio de estar tão perto da natureza e da história da cidade. “A paisagem é ativa, não é só contemplativa. Ali podemos, de
maneira confortável, acompanhar o que acontece na vida náutica do Recife. Eu e minha família nos sentimos integrados. Além disso, de um lado está Boa Viagem, com a parte moderna e contemporânea da cidade. Do outro, o lado autêntico, com o bairro de São José, o Recife Antigo e as construções de séculos passados”, expressa Geraldo Lobo, que reside no segundo andar do Píer Duarte Coelho.
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bairros - maceió
a volta da tradição em grande estilo De moradia de luxo a bairro comercial, o Farol, área nobre de Maceió, está retomando seu perfil residencial Mariana Costa Mendes Fotos: Rogério Maranhão
E
ra um lugar de mansões. Moradia de luxo das famílias aristocráticas e burguesas de Maceió, capital alagoana. Aos poucos, o Farol foi se tornando mais e mais comercial. Hoje, apesar de cercado de escritórios, consultórios e lojas por todos os lados, o bairro 78 PLURAL
está retomando suas características residenciais. E por incrível que pareça, apesar de toda a oferta de serviços disponíveis, tem como principal atrativo a tranqüilidade. Fugir do barulho, da vida noturna que agita a orla marítima com seus bares e boates, poder contar
com total infra-estrutura, encontrar moradias de alto e médio padrão. São esses, em geral, os objetivos daqueles que escolhem o Farol para viver. “O morador típico do Farol quer um lugar sossegado e ter proximidade com o local de trabalho, a escola dos filhos”, observa o
A Igreja de Santa Terezinha, a Praça do Centenário e o por do sol na lagoa
professor de História Alagoana,
diz: “Eu fui batizado na capela do
Jair Pimentel, que além de ser um
Farol, Matriz de Santa Rita, Maceió”.
estudioso do comportamento da cidade, mora no bairro há 25 anos. O Farol é um dos bairros mais antigos e tradicionais de Maceió. Central, eqüidistante da praia e do centro, em relação aos principais bairros fica na metade do caminho até o aeroporto. É próximo à rodoviária e está a apenas cinco minutos da beira-mar. Não foi a toa que o Farol, eminentemente
“E por mais que me afaste, estarei sempre aqui e serei este vento e a luz do farol...” (Trecho do poema Planta de Maceió, de Ledo Ivo)
residencial, se transformou em comercial e hoje é um bairro misto. “Acho que a instalação de alguns colégios modernos - vindos do Sudeste - nas proximidades de Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara, praias urbanas mais famosas de Maceió, contribuiu para as transformações do Farol”, comenta o empresário Alexandre Castellotti, 35 anos, que morou no Farol até os 23. Naquela época os filhos da elite só estudavam no Sacramento, Marista e Madalena Sofia, as escolas alagoanas mais tradicionais, e todas com endereço no Farol. “Hoje isso mudou um pouco, alguns prévestibulares viraram moda e outros bairros se tornaram uma alternativa para as pessoas de maior poder aquisitivo”, acredita Alexandre. “Mas tenho muitas lembranças boas do Farol, de ir com os amigos nas festas de 15 anos, nas casas de festa da época”, completa. Muitas lembranças devem ter também outros ex-moradores do bairro. Usineiros, industriais, magistrados, políticos, e nomes como os do diretor de cinema Cacá Diegues e o músico Djavan, alagoano que compôs e lançou uma canção chamada Alagoas, em que PLURAL 79
Igreja de São Gonçalo
Foi na década de 1850 que o Alto do Jacutinga passou a se chamar Farol. Uma homenagem à torre de concreto que por quase um século avisou as embarcações, com seus fachos de luz, da proximidade da costa. A construção não resistiu a uma grande cheia que aconteceu em 1949 e desmoronou. A torre foi reerguida no bairro do Jacintinho, mas o nome Farol permaneceu atribuído ao primeiro local onde ela foi instalada.
80 PLURAL
Lugares e lembranças - Cheiros, sabores, tantas são as experiências que ajudam a contar a história dos lugares. E quantos não devem ser os anônimos com lembranças de um belo pôr do sol visto da Cidade Alta? Do Mirante de São Gonçalo se avista o mar. Do Mirante de Santa Terezinha se pode ver o Centro e a lagoa. E há ainda os belíssimos casarões, reminiscências dos séculos passados, suntuosas construções de grande valor arquitetônico. A Igreja de São Gonçalo, o Seminário Arquidiocesano... Caminhar a pé pelo bairro pode ser aprazível. O clima do planalto é mais ameno que o do resto da cidade e uma brisa sopra do mar. O fato é que agora os cerca de três mil quilômetros quadrados do Farol, além de residências, abrigam agências bancárias, faculdades, farmácias, hospitais, emissoras de rádio e TV, restaurantes, supermercados, cinema, postos de combustíveis e diversos outros estabelecimentos que tomam conta das vias principais do bairro, contrastando com suas praças e jardins. Com tantos atrativos, o movimento de pedestres e veículos é intenso durante o dia e o comércio de serviços crescente. A Avenida Fernandes Lima, que corta o bairro, recebeu recentemente um novo visual, com canteiro totalmente arborizado entre as pistas duplas, e dois modernos viadutos acabaram de ser construídos para dar suporte ao tráfego local. Mas o ambiente tranquilo ainda é um forte apelo para os que chegam. Em grande estilo, a tradição está retornando ao local e os antigos e novos moradores podem contar com as conquistas em infraestrutura sem abrir mão da paz de viver à luz do Farol.
negócios
parceria de porte Duas das maiores construtoras do país, a Moura Dubeux e a mineira MRV juntam forças para ofertar produtos de qualidade ao segmento econômico Carlyle Paes Barreto Imagens: Work-Viz
O
lançamento do Condomínio Praia de Piedade marcou a estreia da parceria de duas das maiores construtoras do Brasil. A pernambucana Moura Dubeux e a mineira MRV Engenharia se juntaram e irão, já no primeiro ano, oferecer quatro mil unidades habitacionais voltadas ao segmento econômico no Estado. No primeiro empreendimento, são 864 apartamentos, com custo abaixo dos
R$ 100 mil, enquadrado no programa Minha Casa, Minha Vida, que subsidia parte do investimento. Próximo ao Shopping Guararapes, o Praia de Piedade é um compacto com três quartos, sendo uma suíte. São 4 apartamentos por andar. Cada um terá 57,51 m², onde estarão distribuídos ainda a sala para dois ambientes, varanda, cozinha e área de serviço. Os moradores terão à disposição uma vaga na garagem e
outras 21 estarão disponíveis para os visitantes. “O condomínio possui toda uma infraestrutura de lazer. São 28 itens. Há piscina monumental, parque, praça e quadras esportivas”, destaca o superintendente de incorporações, Homero Moutinho. O condomínioclube conta também com dois salões de festa, espaço zen, redário, espaço de ginástica, pista de cooper e área de patinação e skate. O Praia de Piedade fica num terreno de 35 mil metros quadrados. Serão 27 edifícios, neste primeiro empreendimento, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 80 milhões. “A MRV Engenharia é a maior parceira da Caixa Econômica Federal no País no segmento de financiamento para moradia popular. Queríamos contar com a experiência da empresa”, explica o gerente Comercial da Moura Dubeux, Tony Vasconcelos, referindo-se à parceria. “As pessoas vão poder adquirir um PLURAL 81
apartamento dando apenas 5% do valor total de entrada. O restante poderão pagar quando estiverem morando. Isto vai facilitar muito para quem estiver pagando aluguel”, acrescenta. A expectativa é de que a parcela do imóvel fique em torno de R$ 600 e vá decrescendo, chegando ao fim do contrato em R$ 230, aproximadamente. Os subsídios do Governo Federal podem chegar a R$ 17 mil. O Praia de Piedade será
82 PLURAL
entregue em novembro de 2011. O segundo lançamento da Moura Dubeux com a MRV, sob a bandeira Vivex, é o Torres da Tamarineira, situado no cinturão verde da Zona Norte do Recife. São três torres, com 184 unidades no total. “Fica nas proximidades do Hospital Agamenon Magalhães, na entrada de Casa Forte, uma das áreas mais valorizadas da cidade”, enfatiza Moutinho. Segundo o vice-presidente comercial da MRV, Eduardo Barretto, a
empresa buscou para sua entrada em Pernambuco um parceiro que é considerado pelo mercado a maior construtora e incorporadora do Nordeste. A companhia decidiu intensificar sua atuação na região e está preparando, junto com a Moura Dubeux, novos lançamentos na Região Metropolitana do Recife, que somam R$ 200 milhões, em Valor Geral de Vendas. Para Barretto, o mercado imobiliário em Pernambuco é bastante promissor, mas ao mesmo tempo carente de opções destinadas às famílias com renda até 10 salários mínimos, principal publico de atuação da MRV Engenharia. A empresa é a maior plataforma de imóveis econômicos do Brasil, presente em 75 cidades de 14 estados.
PLURAL 83
artigo
a hora e a vez do Nordeste O desafio de quem vive e trabalha na região é aproveitar essa maré de crescimento da melhor maneira possível Francisco Cunha Fotos: Divulgação e Tânia Collier
O
Brasil começou sua história no Nordeste, mas, com o passar do tempo, a região foi perdendo espaço para outras regiões do país. Primeiro foi Minas Gerais, para quem perdeu a dianteira do processo econômico com a descoberta do ouro no fim do século XVII. A partir daí, nunca mais recuperou a posição que teve no início do período colonial. Pelo contrário. Depois que a família real portuguesa, fugindo do cerco de Napoleão Bonaparte, fixou moradia no Rio de Janeiro, sobreveio o Império, o ciclo do café, a República, a industrialização paulista, o Estado Novo e o desenvolvimentismo juscelinista, ficando o Nordeste relegado, sucessivamente, a
84 PLURAL
segundo plano (atrás do Sudeste), a terceiro (atrás do Sul), a quarto (atrás do Centro-Oeste) e só não se isolou na lanterna das regiões brasileiras porque no Norte as dificuldades ainda são maiores... A exceção nesta trajetória de perda progressiva e contínua de protagonismo na cena nacional verificou-se, na segunda metade do governo de Juscelino Kubitschek, após a grande seca de 1958, com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), vinculada diretamente à Presidência da República, uma instituição modelarmente idealizada e inicialmente dirigida pelo grande intelectual e homem público brasileiro, o economista paraibano Celso Furtado. Após a eclosão do regime militar de 1964, todavia, com a cassação política e o exílio do fundador e de vários dos seus técnicos pioneiros, a Sudene
(junto com os instrumentos por ela inspirados de intervenção na realidade nordestina) foi perdendo progressivamente importância até ser inconsequentemente extinta no governo Fernando Henrique Cardoso e tropegamente recriada no segundo governo Lula. Única região brasileira a abrigar um amplo território semiárido (cerca de 2/3 da sua área total, quase do tamanho de Portugal, Espanha e França juntos), o Nordeste ficou, na ausência de políticas regionais, a reboque das erráticas políticas nacionais e, mais recentemente, mergulhado numa guerra fiscal fratricida entre os Estados para atração de investimentos do setor privado, conquistados à custa de renúncias fiscais que fragilizam os Tesouros estaduais. Todavia, a despeito de todos esses descaminhos, quis o destino irônico que conseguisse o Nordeste nos
últimos anos exibir uma performance econômica melhor do que a do Brasil, num contexto em que o próprio país tem apresentado um desempenho superior mesmo em plena crise econômica internacional Quinze anos de estabilização macroeconômica (inclusive com acúmulo de reservas cambiais acima de US$ 200 bilhões), crescimento econômico na faixa de 4,5% por mais de quatro anos seguidos e políticas sociais afirmativas e compensatórias por mais de sete anos ajudaram a mudar completamente a frágil capacidade de reação do país frente a desarranjos internacionais. Já o Nordeste, por concentrar 50% dos pobres do país (apesar de só ter 28% da população), foi amplamente beneficiado pela política de ênfase social do atual governo federal (ampliação do emprego formal, aumentos do salário mínimo acima da inflação, Bolsa Família, incremento do crédito pessoal, controle da inflação, juros cadentes). Além disso, por ser pouco industrializado e ter trocas internacionais reduzidas (baixas exportação e importação), sofreu menos com a crise (que atingiu mais fortemente o setor industrial e as exportações). E pela alta carência de infraestrutura foi generosamente contemplado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Resultado: crescimento econômico
acima do brasileiro, diminuição da pobreza e acentuada ampliação do consumo das classes C e D. De tal forma a realidade mudou que, antes, o quadro econômico era percebido na seguinte gradação: a situação mundial melhor do que a do Brasil; a situação do Brasil menos ruim do que a do Nordeste. Hoje a realidade está completamente invertida: as perspectivas de crescimento/desenvolvimento econômico são melhores para o Nordeste do que as do Brasil, que, por seu turno, tem perspectivas melhores que as do mundo. Um espanto mesmo para aqueles mais jovens e/ou mais otimistas. O desafio de quem vive e trabalha no Nordeste é aproveitar essa maré montante e “surfar”, da melhor maneira possível, a onda do crescimento recente. Já o dos formadores de opinião regionais é cobrar que esse bom momento não seja um sonho de uma noite de verão. É continuar exigindo uma
política nacional de desenvolvimento regional afirmativa que nos livre dos caprichos da sorte, como temos ficado até agora. Afinal, sorte muda com o vento e ele, de repente, pode voltar a soprar na mesma direção em que soprou durante séculos, ou seja, contra o Nordeste.
Francisco Cunha é consultor de empresas e diretor da TGI Consultoria em Gestão. fcunha@tgi.com.br
PLURAL 85
ANDAMENTO DAS OBRAS Acesse www.mouradubeux.com.br. Lá você, cliente Moura Dubeux, pode obter: • Relatórios do engenheiro sobre a sua obra • Fotos atualizadas
Alice Queiroz
Alameda dos Pinheiros
• Plantas em AutoCad para download • Atas das reuniões (para obras em condomínio) • Fale com a equipe da obra
Píer Maurício de Nassau
Píer Duarte Coelho
Recife - Rosarinho
Recife - Boa Viagem
Recife - São José
Recife - São José
132 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas
173 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 e 3 vagas
247 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas
247 m2, 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas
Entregue
Entregue
Entregue
Entregue
2
Maria Júlia
2
2
Brennand Plaza
A. Trajano
Clarice Roma
Recife - Pina
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Boa Viagem
118 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas
412 m , 4 Qts / 4 Sts, 5 vagas
233 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas
101 m2, 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Jul/10
Entregue
Entregue
Entregue
Acabamento
2
2
Parque Avenida
2
Mar Azul
Casa Rosada
Zezé Cardoso
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Rosarinho
Recife - Boa Viagem
119 e 124 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Ago/10
237 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 e 4 vagas Prev. de entrega: Ago/10
177 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Set/10
81 m2, 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Set/10
Acabamento
Acabamento
Acabamento
Acabamento
2
86 PLURAL
2
2
Alameda Capim Macio
Engenho Casa Forte
Hilson de Azevedo Mota
Beach Class International
Natal - Capim Macio
Recife - Casa Forte
Recife - Setúbal
Recife - Av. Boa Viagem
56 a 86 m , 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Nov/10
105 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Out/10
164 m , 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Nov/10
38 a 103 m2, 1 Qt / 1 St
Acabamento
Acabamento
Acabamento
Acabamento
2
Empresarial Jopin
2
Jardins do Capibaribe
2
Enseada do Mar
Prev. de entrega: Dez/10
Hanna Safieh
Recife - Pina
Recife - Graças
Recife - Pina
Natal - Petrópolis
281 e 289 m 4 a 11 vagas Prev. de entrega: Jan/11
185 m , 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Jun/11
160 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 e 3 vagas Prev. de entrega: Jun/11
55 e 82 m2, 2 e 3 Qts / 1 St, 1 e 2 vagas Prev. de entrega: Jan/11
Acabamento
Acabamento
Acabamento
Alvenaria
2
2
Antônio Pereira
Life
2
Adelmar da Costa Carvalho
Beach Class Residence
Recife - Boa Viagem
Natal - Tirol
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Av. Boa Viagem
154 m2, 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Abr/11
85 e 108 m2, 3 Qts / 1 e 3 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Abr/11
110 a 277 m , 3 e 4 Sts, 2 a 4 vagas Prev. de entrega: Mai/11
47 a 54 m2, 1 e 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Mar/11
Alvenaria
Alvenaria
Alvenaria
Alvenaria
Engenho Guimarães
2
Vanda Mota
Torres da Liberdade - Vivex
Carlos Gondim
Recife - Casa Forte
Recife - Jardim São Paulo
Recife - Setúbal
Natal - Tirol
156 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Mai/12
57 m , 3 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Fev/11
69 m , 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Fev/11
112 m2, 3 Qts / 2 Sts 2 vagas Prev. de entrega: Out/11
Alvenaria
Alvenaria
Estrutura
Estrutura
2
2
2
PLURAL 87
Soneto Potengi
Antônio Montenegro
Moacyr Maia
Beach Class Colonial
Natal - Petrópolis
Natal - Tirol
Natal - Tirol
Fortaleza - Meireles
214 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Set/11
150 m , 4 Qts / 2 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Ago/11
130 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Set/11
56 a 118 m2, 1 e 3 Qts / 1 e 2 Sts, 1 e 2 vagas Prev. de entrega: Nov/11
Estrutura
Estrutura
Estrutura
Estrutura
2
Evolution Shopping Park
2
Beach Class Executive
2
Alameda Imperial
Solaris - Vivex
Recife - Boa Viagem
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Monteiro
Maceió - Poço
87 a 170 m , 3 e 4 Qts / 1 a 4 Sts, 2 e 3 vagas Prev. de entrega: Dez/11
20 a 68 m , 1 e 2 Qts, 1 vaga Prev. de entrega: Dez/11
172 m , 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Ago/13
66 m2, 3 Qts / 1 St 1 vaga Prev. de entrega: Set/11
Estrutura
Estrutura
Estrutura
Estrutura
2
Terrazzos - Vivex
2
Natal Brisa - Vivex
2
Jardim Beira Rio
Condomínio de Galpões
Maceió - Farol
Natal - Cidade Satélite
Recife - Torre
Jaboatão dos Guararapes
86 m , 3 Qts / 1 ou 2 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Nov/11
55 e 94 m , 2 ou 3 Qts / 1 St, 1 ou 2 vagas Prev. de entrega: Dez/11
229 m , 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Mai/13
25.000 m2 e 10.280 m2 78 vagas de caminhão Prev. de entrega: Dez/10
Estrutura
Estrutura
Estrutura
Estrutura
2
Parque do Mar
2
Parque Amazonas
2
Reserva do Horto
Jardim das Ubaias
Recife - Av. Boa Viagem
Recife - Boa Viagem
Salvador - Horto
Recife - Casa Forte
48 a 84 m , 2 Qts / 1 St 1 vaga Prev. de entrega: Jul/11
40,5 a 58,2 m , 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Set/11
180 m , 4 Qts / 4 Sts 4 vagas Prev. de entrega: Mar/12
187 m2, 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Mar/13
Fundação
Fundação
Fundação
Fundação
2
88 PLURAL
2
2
International Trade Center
Morada Rosarinho
Atlântico Norte e Atlântico Sul
Grand Vitta - Vivex
Recife - Pina
Recife - Rosarinho
Recife - Boa Viagem
Recife - Torre
63 a 193 m 2 a 13 vagas Prev. de entrega: Ago/13
153 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Fev/14
173 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Jan/14
52 e 62 m2, 2 ou 3 Qts / 1 St 1 vaga Prev. de entrega: Abr/12
Fundação
Fundação
Início de Obras
Início de Obras
2
2
Jardim Imperial
Parque Madalena
Gravatá
2
Ayrton Carvalho
Porto Ravena
Recife - Madalena
Recife - Casa Amarela
Recife - Av. Boa Viagem
Lotes de 1.000m a 1.700m
112 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas
130 m , 4 Qts / 4 Sts 2 vagas
150 a 301 m2, 4 Qts / 4 Sts, 2 vagas
Lançamento
Lançamento
Lançamento
Lançamento
2
Novo Jardim
2
2
Geraldo Pinho
2
José de Almeida
Jardins de Lagoa Nova
Recife - Boa Viagem
Natal - Petrópolis
Natal - Tirol
108 m , 3 Qts / 1 St 2 vagas
149 a 208 m , 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas
105 a 112 m , 3 Qts / 2 Sts 2 vagas
117 m2, 3 Qts / 2 Sts, 2 vagas
Lançamento
Lançamento
Lançamento
Lançamento
2
Amazonas
2
Natal - Lagoa Nova 2
João Heráclio
Fortaleza - Aldeota
Recife - Av. Boa Viagem
2
86 a 95 m , 3 Qts / 1 St 2 vagas
204 m2, 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas
Lançamento
Lançamento
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PLURAL 89
Lançamentos«
Construção«
Previsão Vagas Garagem de entrega
01
Clarice Roma | Recife - Boa Viagem
1
101
3 Qts / 1 St
02
Jul/10
02
Parque Avenida | Recife - Av. Boa Viagem
1
119/124
3 Qts / 1 St
02
Ago/10
03
Mar Azul | Recife - Av. Boa Viagem
1
237
4 Qts / 4 St
03 ou 04
Ago/10
04
Zezé Cardoso | Recife - Boa Viagem
1
81
3 Qts / 1 St
02
Set/10
05
Casa Rosada | Recife - Rosarinho
1
177
4 Qts / 4 Sts
03
Set/10
06
Engenho Casa Forte | Recife - Casa Forte
1
105
3 Qts / 1 St
02
Out/10
07
Alameda Capim Macio | Natal - Capim Macio
1
56 / 86
2 Qts / 1 St
01
Nov/10
08
Hilson de Azevedo Mota | Recife - Setúbal
1
164
4 Qts / 2 St
03
Nov/10
09
Beach Class International | Recife - Boa Viagem
1
38/51/53/103
1Qt / 1 St
-
Dez/10
10
Condomínio de Galpões | Jaboatão dos Guararapes
-
25.000 e 10.280
-
78
Dez/10
11
Hanna Safieh | Natal - Petrópolis
1
55 / 82
2 ou 3 Qts / 1 St
01 ou 02
Jan/11
12
Empresarial Jopin | Recife - Pina
1
281/289
-
04 a 11
Jan/11
13
Torres da Liberdade - Vivex| Recife - Jardim São Paulo
3
57
3 Qts / 1 St
01
Fev/11
14
Vanda Mota | Recife - Setúbal
1
69
2 Qts / 1 St
01
Fev/11
15
Beach Class Residence | Recife - Av. Boa Viagem
1
47 a 54
1 e 2 Qts / 1 St
01
Mar/11
16
Antônio Pereira | Recife - Boa Viagem
1
154
4 Qts / 2 St
03
Abr/11
17
Life | Natal - Tirol
2
85 / 108
3 Qts/1 St e 3 Sts
02
Abr/11
18
Adelmar da Costa Carvalho | Recife - Av. Boa Viagem
1
110 a 277
3 e 4 St
02/03/04
Mai/11
19
Jardins do Capibaribe | Recife - Graças
1
185
4 Qts / 2 Sts
03
Jun/11
20
Enseada do Mar | Recife - Pina
1
160
4 Qts / 2 Sts
02 ou 03
Jun/11
21
Parque do Mar | Recife - Av. Boa Viagem
1
48 a 84
2 Qts / St
02
Jul/11
22
Antônio Montenegro | Natal - Tirol
1
150
4 Qts / 2 Sts
03
Ago/11
23
Soneto Potengi | Natal - Petrópolis
1
214
4 Qts / 4 Sts
03
Set/11
24
Solaris - Vivex | Maceió - Poço
1
66
3 Qts / 1 St
01
Set/11
25
Moacyr Maia | Natal - Tirol
1
130
4 Qts / 2 Sts
02
Set/11
26
Parque Amazonas | Recife - Boa Viagem
1
40,5 a 58,2
2 Qts / 1 St
01
Set/11
27
Carlos Gondim | Natal - Tirol
1
112
3 Qts / 2 Sts
02
Out/11
28
Beach Class Colonial | Fortaleza - Meireles
3
56 a 118
1/3 Qts / 1/2 Sts
01 ou 02
Nov/11
29
Terrazzos - Vivex | Maceió - Farol
1
86
3 Qts / 1 ou 2 Sts
02
Nov/11
30
Evolution Shopping Park | Recife - Boa Viagem
5
87 a 170
3 e 4 Qts / 1 a 4 Sts
02 ou 03
Dez/11
31
Beach Class Executive | Recife - Av. Boa Viagem
1
20 a 68
1 e 2 Qts
01
Dez/11
32
Natal Brisa - Vivex | Natal - Cidade Satélite
5
55 e 94
2 ou 3 Qts / 1 St
01 ou 02
Dez/11
33
Reserva do Horto | Salvador - Horto
1
180
4 Qts / 4 Sts
04
Mar/12
34
Grand Vitta - Vivex | Recife - Torre
1
52 a 62
2 ou 3 Qts / 1 St
01
Abr/12
35
Engenho Guimarães | Recife - Casa Forte
1
156
4 Qts / 2 Sts
02
Mai/12
36
Jardim das Ubaias | Recife - Casa Forte
1
187
4 Qts / 4 Sts
03
Mar/13
37
Jardim Beira Rio | Recife - Torre
1
229
4 Qts / 4 Sts
03
Mai/13
38
Alameda Imperial | Recife - Monteiro
1
172
4 Qts / 4 Sts
03
Ago/13
39
International Trade Center | Recife - Pina
1
63 a 193
-
02 a 13
Ago/13
40
Atlântico Norte e Atlântico Sul | Recife - Boa Viagem
2
173
4 Qts / 4 Sts
03
Jan/14
41
Morada Rosarinho | Recife - Rosarinho
1
153
4 Qts / 4 Sts
03
Fev/14
42
Jardim Imperial | Gravatá
-
1.000 a 1.700
-
-
-
43
Parque Madalena | Recife - Madalena
1
112
3 Qts / 1 St
02
-
44
Ayrton Carvalho | Recife - Casa Amarela
1
130
4 Qts / 4 Sts
02
-
45
Porto Ravena | Recife - Av. Boa Viagem
1
150 a 301
4 Qts / 4 Sts
02
-
46
Novo Jardim | Recife - Boa Viagem
1
108
3 Qts / 1 St
02
-
47
Geraldo Pinho | Natal - Petrópolis
1
149 a 208
4 Qts / 2 Sts
03
-
48
José de Almeida | Natal - Tirol
1
105 a 112
3 Qts / 2 Sts
02
-
49
Jardins de Lagoa Nova | Natal - Lagoa Nova
1
117
3 Qts / 2 Sts
02
-
1
86 a 95
3 Qts / 1 St
02
-
1
204
4 Qts / 4 Sts
03
-
50 Amazonas | Fortaleza - Aldeota 90 PLURAL 51 João Heráclio | Recife - Av. Boa Viagem
Entrega
Quartos/ Suítes
Acabamento
Área (m2)
Alvenaria
Torres
Estrutura
Nome
Fundação
Item
Início das obras
REsumo
PLURAL 91