Revista APAE em Destaque 18

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APAE EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

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APAE EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

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Sumário

Nova diretoria

FEAPAES 06

Galeria de fotos

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Notas APAE

Capa 40

55

Entrevista

José Alberto Tozzi

APAE EM DESTAQUE POÁ

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TAQUARITUBA

13 14 16

BARUERI ARAÇATUBA FERNANDÓPOLIS BAURU FRANCA CABREÚVA

17 18 20 21

JUNDIAÍ MOGI MIRIM MORRO AGUDO OSVALDO CRUZ POMPEIA AMERICANA ITAPETINGA SOROCABA ITARARÉ REGISTRO

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Artigo

Síndrome de Down

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FEAPAES EM REVISTA

24 26 27 28 30

DEMANDAS MDS

31 32 34 36 38

CURSOS

PASSEIO VISITAS EDUCAÇÃO OLIMPÍADAS

SANTANDER CONSELHOS PESQUISA NOTA FISCAL VALE CAP

Projeto

60

Jurídico informa

39 42 43 44 45 46 48 50 51 52 58

A Síndrome de Down e o Envelhecimento

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Expediente DIRETORIA EXECUTIVA

Cristiany de Castro Presidente José Marcelo Campos Alduíno Vice-presidente Paulo Rogério Geiger 1º Diretor-secretário Celso Roberto Pegorin Diretor-secretário Salvador Anésio Ruiz Aylon 1º Diretor financeiro CONSELHO FISCAL

Titulares: Celso Bueno de Oliveira Carlos Eduardo Torres Vera Lúcia Ferreira Lima CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Editorial

É com muita alegria que entregamos a primeira edição da Revista APAE em Destaque de 2018, um importante veículo de comunicação que visa mostrar o trabalho de excelência desempenhado pelas APAES do Estado, bem como a luta da FEAPAES-SP pela defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Nesta edição você encontrará a cobertura completa da Reunião Geral, realizada no mês de fevereiro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), para tratar da manutenção da Nota Fiscal Paulista nos dois formatos de arrecadação (aplicativo e recolhimento e cadastro das notas físicas). Essa é uma das batalhas da FEAPAES-SP e das APAES, que também estão firmes e irredutíveis nesse propósito, haja vista que mais de trinta compareceram à reunião. E é claro que não poderíamos deixar de prestigiar nesta que é a 18ª edição, a posse da nova diretoria da FEAPAES-SP, que assume com todo o fôlego e disposição para lutar e tornar a Federação das APAES do Estado de São Paulo referência na defesa e garantia dos direitos da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla. Também poderão conferir nas páginas a seguir, projetos de algumas APAES que têm proporcionado aos usuários novas perspectivas e qualidade de vida. Dentre elas está a APAE de Itapetininga que mudou a cara da entidade com o Projeto Colorindo a APAE, no qual os próprios usuários se inspiraram na arte de Romero Britto e coloriram as paredes da Instituição. Já a APAE de Cabreúva inovou com o Projeto Golf For All (Golfe para todos), tendo em vista que os usuários puderam aprender as técnicas do esporte no Clube de Golfe da cidade. Despeço-me desejando a todos uma excelente leitura e um ano recheado de bons projetos!

Thaís Demacq

Jornalista- Mtb 44568/SP | comunicacao@feapaes.org.br

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Maria de Fátima D. de Godoy José Avanilson da Silva Moacyr Fonseca Júnior Maria José de Souza Nunes Norma Tavares Vieira Consani Meiri A. Sant’ana Rodrigues Maria Carolina Paoliello Nelson Bassanetti Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira Sayma Pimentel Zeraik Viduedo Francisco Innocencio Pereira Antônio Pio Hélio Tadeu Zago

Luís Roberto Rozon 2º Diretor financeiro Paulo Arantes Diretor social José Roberto Guimarães Diretor de patrimônio Stephanie Lima Ferreira Autodefensor Wellington Clementino Autodefensor Suplentes: Cézar Sousa Vilela, Celso Fujioka Silvio Filippini. Paulo César Zeni Jorge Martins Salgado Márcia Cardoso Luqueti Gianoti Lucia Helena Gonçalves Senteio Sonia Aparecida Martins Bento de Oliveira Maria Aparecida Gomes Sampaio Josiane Claudia da Silva Jacob José Carlos da Silva Márcio Nardo

EQUIPE TÉCNICA | FEAPAESP/SP

Superintendência Fernanda Peres Gomes superintendencia@feapaesp.org.br Coordenação Administrativa Cíntia Faccirolli coordadm@feapaesp.org.br Coordenação Financeira Lucas Almeida Financeiro Fátima Melo Eduardo Caloni financeiro@feapaesp.org.br Comunicação Thaís Demacq - Mtb 44568/SP Débora Simões - Mtb 81427/SP Comunicacao@feapaesp.org.br Jurídico Thiago Mellem Thales Araújo juridico@feapaesp.org.br Tecnologia da Informação Anderson Mesquita tecnologia01@feapaesp.org.br Equipe da Qualidade Aline Lima Ketully Fernanda Ascêncio Cadorim Lucila Castro Sílvio Balan

Elaine Lemos Gracieli Nogueira (estagiária) coordqualidade@feapaesp.org.br Ouvidoria Karla Pereira Paulo José da Silva Nogueira Paulo César de Rezende Fábio Rodrigues Johnny Barbosa auxiliaradm@feapaesp.org.br Administrativo Adriana Queiroz Amanda Cristina da Silva Souza Érika Biondi Eudson Lourenço da Cruz Letícia Lilian Rosa Batista (jovem aprendiz) faleconosco@feapaesp.org.br Administrativo Júlia Farias (estagiária) Natany P. de Souza (estagiária) institucional@feapaesp.org.br Cursos Lays Alves Eventos01@feapaesp.org.br

Edição concluída em março de 2018 Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Tomaz Pedro do Couto, 471 | Polo Industrial Abílio Nogueira | Franca/SP CEP: 14406-065 | Fone: 16 3403-5010 | Fax: 16 3403-5015 E-mail: feapaes@feapaesp.org.br | www.feapaesp.org.br Revista APAE em Destaque Redação: Débora Simões e Thaís Demacq. Edição: Thaís Demacq Diagramação: A4 art&mkt


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presidente Palavra da

Todos são iguais perante a lei. É isso que diz nossa Constituição Federal, mas o que vemos no dia a dia são fatos contrários ao seu Artigo 5º. Em 2017, travamos uma luta para conseguir atualizar os repasses às Escolas Especiais das APAES, que desde 2014, não sofriam qualquer reajuste. Além disso, o repasse para a pessoa com deficiência leve, matriculada no ensino comum, era muito acima dos destinados aos alunos das APAES, com deficiência grave. Onde estava a igualdade defendida em nossa lei? Com o bom senso de um Governo que reconhece que vivemos em um país com mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência - o que equivale a quase 24% da população geral, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que essa população, parte presente nas 305 APAES do Estado, merece frequentar um lugar onde ela possa desenvolver suas habilidades sem depender de terceiros, desenvolvendo sua autonomia e independência - conseguimos reajustar os valores para a nossa educação e assim garantir a continuidade dos serviços. Em 2018, a FEAPAES-SP lutará incansavelmente pela defesa dos direitos da pessoa com deficiência, em todas as frentes, seja na educação, assistência social e saúde, para que esses direitos não existam apenas no papel. Enquanto instituição de defesa e garantia de direitos vamos continuar trabalhando pela efetivação das políticas públicas voltadas à inclusão social. Contaremos para isso, com o apoio e participação das APAES em nossas batalhas e com o comprometimento do poder público, local onde sempre encontramos portas abertas para o diálogo. Despeço-me desejando meses de muitas vitórias! Conto com todos nessa empreitada.

Cristiany de Castro

Presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo

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NOTAS APAE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

APAE de Caconde realiza encontros com pais e educadores A APAE de Caconde realizou durante o ano de 2017, três encontros com pais e educadores da rede municipal e privada da cidade com o intuito de conscientizar o público sobre algumas deficiências, promovendo palestras e apresentando depoimentos de mães dos usuários da APAE. No dia 21 de março aconteceu o 1º Encontro de Pais e Educadores - Dia da Conscientização sobre a Síndrome de Down, onde o público pôde prestigiar também uma apresentação de bateria do usuário Victor Shaohu Liou. No dia 2 de abril aconteceu o 2º Encontro de Pais e Educadores - Conscientização sobre o Autismo e entre os dias 21 e 28 de agosto foi realizado o 3º Encontro de Pais e Educadores, em comemoração à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, com várias atividades voltadas às famílias, como o Dia da Beleza.

APAE de Icém realizou em 2017 grande desfile de modas A APAE Icém promoveu em agosto de 2017, o seu Desfile de Modas 2017. O evento acontece todos os anos e na ocasião os usuários da Instituição apresentam na passarela as mais novas tendências das lojas do município e cidades vizinhas. Na passarela os usuários divulgam as lojas patrocinadoras. Um dos grandes benefícios do evento, além da divulgação das marcas para a comunidade, de uma maneira bonita e criativa, é a satisfação pessoal dos usuários em receber todos os aplausos. Trata-se de uma sensação única, uma vez que podem expressar sua autonomia e independência que se inicia desde a escolha da roupa, calçados, música para desfilar, penteado e cor do esmalte. Crédito Fotos: Jornal O Município de Icém

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I Pedalada em prol da APAE de Palmares Paulista A APAE de Palmares Paulista, em parceria com um grupo de ciclistas da cidade, realizou no dia 8 de outubro de 2017 a I Pedalada em Prol da APAE. O evento começou com a concentração dos ciclistas na sede da APAE, às 7h. Todos foram recebidos com um delicioso café da manhã. Os participantes percorreram estradas próximas ao município. Às 12h, aconteceu o retorno dos ciclistas à APAE e deu-se início um grandioso almoço beneficente no prédio da APAE, com show ao vivo, bingos, prendas e várias doações. De acordo com a organização, o evento teve seu objetivo atingido, uma vez que proporcionou saúde, bem-estar, descontração, harmonia e ação social direcionada a entidade. Com o valor arrecadado do evento, foram realizadas manutenções e quitação de devedores.

APAE de Martinópolis promove Projeto Vida Saudável A APAE de Martinópolis começou no início de fevereiro de 2018 o projeto Vida Saudável, que tem como objetivo orientar os usuários para que eles produzam o próprio alimento, estimular a ideia de produzir para a venda no meio em que vivem e propor apoio e suportes específicos às necessidades apresentadas pelos adultos. Além disso, o projeto proporciona um ambiente inclusivo, com experiências que levem os aprendizes a adquirirem atitudes e hábitos de trabalho em equipe e conhecimento de seus direitos e deveres. As aulas acontecem uma vez por semana na cozinha da entidade e têm duração de 3 horas. Os alunos participam de todo o processo de produção e venda dos pães e bolachas artesanais integrais, desde a compra do material, em mercados e lojas, até utensílios de embalagens e higiene, o que lhes proporcionam habilidades no preparo de alimentos, utilizando adequadamente materiais, ingredientes e utensílios, observando as medidas de higiene e segurança. O projeto segue até o mês de dezembro.

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Projeto de Karatê da APAE de Presidente Bernardes completa quatro anos No começo do ano de 2014, teve início o Projeto de Karatê na Escola de Educação Especial Professora Hildegat Galdiks Pesente, da APAE de Presidente Bernardes/SP. As aulas tiveram início com a adesão de poucos alunos, porém foi ganhando força e admiradores, que por sua vez, aderiram a prática. “Desde então, uma grande evolução por parte dos alunos vem sendo registrada, que, gradativamente, aumentam o grau de aprendizagem, subindo de categoria, que é a troca de faixa/graduação”, explica Renato Amorim Lessa, sensei e professor de educação física da APAE de Presidente Bernardes. O projeto, dentre inúmeros objetivos, visa aumentar o nível de condicionamento físico dos alunos, melhorar a coordenação motora global, além de aspectos atitudinais como respeito, trabalho em equipe, autocontrole, entre outros. Hoje, 20 alunos participam das aulas de Karatê e, a cada quatro meses, realizam exames para troca de faixa com o sensei e professor.

APAE de Itatiba comemora 50 anos A APAE de Itatiba está em festa neste ano de 2018, isso porque a entidade completa os seus 50 anos de fundação. E para marcar a data, foi realizada no dia 6 de março uma grande festa que contou com a presença dos diretores, funcionários, familiares, usuários, autoridades do município e da região, ex-funcionários e representantes de APAES vizinhas. Marcelo Alduíno, vice-presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), também esteve no evento. No dia, a entidade foi toda enfeitada com balões coloridos para receber os convidados, teve ainda apresentação do Coral da APAE, que encantou os convidados, show com artistas locais para divertir e animar os presentes e corte de bolo.

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APAE de Poá entra na folia e realiza Pedágio de Carnaval Iniciativa visa dar visibilidade ao trabalho realizado e arrecadar fundos para a entidade

Muita diversão e solidariedade marcaram o 2º Pedágio de Carnaval da APAE de Poá, realizado dia 8 de fevereiro. O evento que tem por objetivo mostrar para a população local o trabalho realizado e arrecadar verba para a manutenção da instituição, foi idealizado pelo presidente da entidade, Odair Pereira, que viu na iniciativa uma forma de ganhar espaço na sociedade. Durante o dia os usuários, familiares e colaboradores ficaram na porta da instituição com faixas e instrumentos musicais, chamando a atenção da população para a causa da pessoa com deficiência. Além do barulho, a APAE também fechou a passagem dos carros para apresentar o trabalho e entregar garrafas d’água para quem doasse para a instituição, as águas foram doadas para a APAE pela Fonte Primavera. “O pedágio é uma realidade, que atua em duas áreas distintas: visibilidade e arrecadação, ambas são metas de gestão da atual diretoria, desde o início do mandato. Acredito que o pedágio é uma oportunidade para várias APAES, pois além da entidade ganhar visibilidade e arrecadar fundos, os usuários também se divertem ao som de marchas de carnaval” afirma o presidente da APAE de Poá e idealizador do projeto, Odair Pereira. Cerca de 120 pessoas participaram do evento, entre os períodos da manhã e tarde. Segundo a diretora da APAE de Poá, Paula Fernanda Samuel Nakashima, os usuários aproveitaram a folia ao som de instrumentos de percussão. “Todos adoraram participar, fazer barulho e cantar e o evento faz com que comecemos o ano com alegria” afirma a diretora.

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Este ano a APAE conseguiu arrecadar cerca de R$ 2.500,00 em um único dia. Segundo a diretora, a população recebeu muito bem o projeto e a maioria das pessoas que passaram por lá, ajudaram.

“Acredito que o pedágio é uma oportunidade para várias APAES, pois além da entidade ganhar visibilidade e arrecadar fundos, os usuários também se divertem ao som de marchas de carnaval”


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APAE de Taquarituba entrou no clima de rodeio Feira Agropecuária da cidade motiva instituição a realizar diversas atividades com os usuários Em Taquarituba, interior do estado de São Paulo, a cultura do rodeio é muito presente, a população espera durante todo o ano pela Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Taquarituba (Facita). Em 2017 a Facita foi realizada entre os dias 10 e 14 de novembro, e para entrar no clima da festa a APAE de Taquarituba promoveu diversas atividades com os usuários durante a semana que antecedeu o evento. Cerca de 80 usuários participaram das atividades, o projeto Dando Asas do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONDEF) em parceria com a APAE, abriu a semana de atividades. Os usuários que participam do projeto apresentaram uma dança country, que remete ao universo dos rodeios. A equipe de ecoterapia que é comandada pelo equitador e campeão estadual de rodeio, Osvaldo José Pacheco, realizou exercícios no picadeiro com cavalos e também apresentou vídeos de quando o equitador competia. “Pacheco é uma referência na cidade, foi campeão do Estado e já ganhou competições em Barretos/SP”, conta a coordenadora pedagógica da APAE de Taquarituba, Gisele Pereira Rodrigues. Os usuários também visitaram o local onde a Facita é realizada, conheceram todo o espaço e também ficaram mais familiarizados com a realidade equestre e com o mundo dos rodeios. Também conheceram o palco onde as atrações musicais são realizadas. Para finalizar as atividades, foi realizado o concurso Miss e Mister Country da APAE de Taquarituba e o evento contou com a participação da Rainha e das Princesas da Facita de 2017. “Os usuários adoraram a participação da Rainha e das Princesas, elas foram muito atenciosas e tiraram muitas fotos com eles”, afirma a coordenadora pedagógica. Os usuários campeões do concurso Mister e Miss Country da APAE, foram Ruan Pablo e Bruna Caroline.

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Lição debaixo d’água: parceria realizada pela APAE Barueri proporcionou aulas de mergulho para usuários As aulas aconteceram na piscina da própria instituição e contaram com o apoio de universidade e de uma escola de mergulho A parceria realizada entre a APAE Barueri, a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a escola de mergulho Scafo Mergulho ABC proporcionou aos usuários experiências diferentes das habituais. A pesquisa Mergulho para pessoas com Síndrome de Down ou déficit intelectual estudo exploratório sobre riscos, benefícios e função cardiorrespiratória, da professora Chrytianne Simões Del Cistia, permitiu que os usuários da instituição tivessem acesso a aulas de mergulho, com direito a conhecer o mar no encerramento do projeto. De acordo com Samara Lima, coordenadora do departamento de Desenvolvimento Institucional da APAE Barueri, o intuito da pesquisa foi o de descobrir as vantagens dessa atividade na vida das pessoas com Síndrome de Down ou com Deficiência Intelectual. “A pesquisa surgiu com o interesse de investigar os benefícios desta atividade, no aspecto respiratório para este público, propondo uma nova área de atuação por meio de um novo processo de esporte, atingindo como resultado final um protocolo de segurança criado mediante as aplicações do curso básico e teste feitos na piscina”, explica. As aulas aconteceram na própria piscina da instituição. Na ocasião, os usuários aprenderam técnicas teóricas e posteriormente a aplicaram nas lições práticas. “O projeto durou seis meses, foram realizadas catorze aulas entre teóricas e práticas de mergulho e reuniões com as famílias. O equipamento utilizado nas aulas práticas foi o SCUBA e foram cedidos pela escola de mergulho SCAFO MERGULHO ABC, assim como os seus instrutores”, conta a coordenadora.

Batismo ocorreu em Ilha Grande (RJ)

Aulas na piscina da APAE Barueri

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GANHOS PARA O CORPO E PARA A MENTE O esporte é sem dúvida um dos melhores meios para a saúde e para a mente, porém, os ganhos vão muito além disso, quem o pratica conquista inúmeros outros benefícios para sua vida. E mesmo não tendo o resultado final do projeto, a coordenadora descreve que foi possível notar muitos avanços nos usuários. “Ainda não temos o resultado final do projeto, haja vista que a pesquisa ainda se encontra em fase de conclusão, uma vez que estão sendo tabulados os dados no que diz respeito aos benefícios das capacidades cardiorrespiratórias. Entretanto, o projeto contribuiu para aprimorar a socialização, as habilidades motoras, o aprendizado, o fortalecimento dos vínculos, autonomia e a independência. Além de ter oportunizado experiências corporais aquáticas seguras e prazerosas”, comemora Samara.

“Os relatos dos usuários foram os mais diversos, como: sou capaz, estou mais confiante e seguro, venci o medo, grande momento, mostrar o que aprendemos. Com relação às famílias, os depoimentos foram: oportunidade única, cada dia é um progresso, percebi sua capacidade, ela tem se permitido desafiar em outras atividades porque está mais segura, ela conseguiu vencer todas as etapas, melhorou a ansiedade, venceu os medos”

Novas experiências para os usuários da APAE Barueri

Usuários ouvem atentos as orientações

O projeto, além de ter sido um agregador de qualidade de vida para os usuários, foi muito prazeroso para eles. Os familiares também comemoraram o sucesso do projeto e as conquistas de seus filhos. “Os relatos dos usuários foram os mais diversos, como: sou capaz, estou mais confiante e seguro, venci o medo, grande momento, mostrar o que aprendemos. Com relação às famílias, os depoimentos foram: oportunidade única, cada dia é um progresso, percebi sua capacidade, ela tem se permitido desafiar em outras atividades porque está mais segura, ela conseguiu vencer todas as etapas, melhorou a ansiedade, venceu os medos”, conta a coordenadora. Para encerrar o projeto, foi realizado o batismo na Ilha Grande (RJ), onde onze jovens concluíram o projeto, sendo que desses, oito conseguiram a certificação SCUBA Diver 8 (certificado de experiência em mergulho, emitido e aprovado pelo PADI- Advanced Open Water Diver) que os habilitará a mergulhar em qualquer lugar do mundo com acompanhante e em profundidade de até oito metros.

“A pesquisa surgiu com o interesse de investigar os benefícios desta atividade, no aspecto respiratório para este público, propondo uma nova área de atuação por meio de um novo processo de esporte, atingindo como resultado final um protocolo de segurança criado mediante as aplicações do curso básico e teste feitos na piscina” 15


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Capoeira:

cultura e bem-estar para usuários da APAE de Araçatuba

O sucesso das aulas foi tão grande que elas se estenderam para integrantes do Programa Educacional da entidade. A capoeira combina artes marciais, música, acrobacias e dança na realização de golpes rápidos. Os seus benefícios são inúmeros: desenvolve a coordenação motora, a capacidade de raciocínio, o tônus muscular e quantidade de movimentos, aumenta a flexibilidade e a capacidade cardiovascular. Diante de todos esses benefícios, alunos e usuários da APAE de Araçatuba estão desde o ano passado envolvidos em um projeto que tem gerado bastante repercussão, curiosidade e resultados. Trata-se das aulas de Capoeira Inclusiva que tem como principal objetivo oportunizar a prática e a vivência de uma cultura genuinamente brasileira. No ano de 2017 a atividade de capoeira estava inserida nas propostas do Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiências Idosas e suas Famílias, porém, as atividades desenvolvidas surtiram tantos efeitos que no ano de 2018, as propostas se estenderam também ao público atendido pelo Programa Educacional da APAE de Araçatuba. Com movimentos e golpes adaptados às necessidades e particularidades de cada participante, o projeto de capoeira está conseguindo reunir cada vez mais praticantes com as mais variadas limitações. “A capoeira é uma atividade que reúne vários fatores importantes para a o desenvolvimento global dos participantes. Ela nos permite obter resultados em usuários de diferentes faixas etárias e com limitações diversas, que vão desde crianças, quando os aspectos lúdicos são altamente explorados, até a idade adulta, momento no qual o trabalho de autovalorização, elevação da autoestima, aumento da concentração, diminuição do estresse e da agressividade são as bases dos trabalhos”, explica Victor Ferreira, professor responsável pelas aulas. O projeto visa, também, oportunizar aos participantes uma imersão ao amplo universo dessa arte nacional com vivências práticas, como aconteceu na Oficina de Instrumentos com Material Alternativo, realizada na Semana do Folclore. Nesta ocasião, os alunos confeccionaram pandeiros com pratos de vasos e tampinhas metálicas, bem como berimbau de tubo de PVC e garrafas PETs.

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Alunos durante aula de capoeira

O coroamento do projeto foi a festa de entrega das graduações e dos certificados aos alunos, que ocorreu na semana do dia 20 de novembro, em alusão ao mês da Consciência Negra. No evento denominado Festival de Integração Social, estiveram presentes cerca de 200 capoeiristas de diversas cidades da região e dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, bem como o bicampeão mundial de capoeira, Ricardo Oliveira, conhecido mundialmente por mestre Tucano Preto.

“A capoeira é uma atividade que reúne vários fatores importantes para a o desenvolvimento global dos participantes. Ela nos permite obter resultados em usuários de diferentes faixas etárias e com limitações diversas, que vão desde crianças, quando os aspectos lúdicos são altamente explorados, até a idade adulta, momento no qual o trabalho de autovalorização, elevação da autoestima, aumento da concentração, diminuição do estresse e da agressividade são as bases dos trabalhos.”


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APAE de Fernandópolis consegue patrocínio do Banco do Brasil para realizar projeto de dança Projeto que começou em novembro beneficia atualmente 58 usuários da APAE com aulas que acontecem três vezes por semana

Apresentação na agência bancária de Fernandópolis

Clientes observam atentos a apresentação

Todos sabem que a dança é uma ótima aliada do bemestar, autoestima e saúde e foi pensando nisso e em todos os outros benefícios que a APAE de Fernandópolis decidiu investir em um projeto voltado a arte de bailar. No ano de 2017, a instituição teve o seu projeto Dançar Conforme a Música, patrocinado pelo Banco do Brasil, o que possibilitou oferecer a 58 usuários o contato com a arte. O projeto ainda conta com a parceria do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA). Coordenado pela diretora escolar, Ester Pereira de Queiroz, e desenvolvido pelo professor de arte, Djalma Dias de Barros e pelo professor de música, Sérgio Marcio Kamiyama, o projeto tem como finalidade colaborar para o desenvolvimento das crianças e adolescentes com deficiências intelectuais, de vários graus e/ou associadas a síndromes e/ou atrasos neuropsicomotores, auxiliando novas possibilidades de descobertas, estimulando o cognitivo, social e o afetivo de cada um. “Já notamos melhora na autoestima, desinibem mais, é muito bom, pois conquistam autonomia, respeitam limites. Além disso, eles têm promovido a inclusão, pois foram se apresentar na agência do Banco do Brasil, às vezes vão em escolas também”, conta Ester.

Alegria definiu a apresentação dos usuários

A dança, a música e o teatro ainda contribuem decisivamente para que os atendidos alcancem um excelente rendimento de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento.

E os benefícios alcançados por meio do projeto que terá duração de 10 meses não param por aí, a dança, a música e o teatro ainda contribuem decisivamente para que os atendidos alcancem um excelente rendimento de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. APRESENTAÇÃO EM BANCOS E ESCOLAS De acordo com a diretora escolar, a apresentação ocorrida na agência bancária de Fernandópolis, ocorreu de duas maneiras: primeiro se apresentaram para funcionários e após a abertura do banco, para os clientes que estavam no local. O show ocorreu no quinto dia útil de dezembro, data em que as pessoas recebem seus salários, devido a isso o público foi grande.

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Raquel Pereira e a filha Rafaela

Exposição de fotos retrata laços entre as crianças com deficiência e seus familiares

Ensaio Faces da Infância realizado com usuários da APAE em Bauru é exposto no Bauru Shopping Criança é criança, independente de limitações físicas ou cognitivas e os laços familiares são essenciais nos primeiros anos de vida para um melhor desenvolvimento infantil. Mostrar essa relação foi a intenção da exposição Faces da Infância, que reúne 24 fotos, assinadas pelo fotógrafo Rogério Lopes, que retratam o afeto entre as crianças, atendidas pelo Centro Especializado em Reabilitação da APAE de Bauru, e seus familiares e amigos. O cenário escolhido para os cliques foi o Horto Florestal de Bauru, espaço dedicado ao lazer e a preservação ambiental, local perfeito para evidenciar os momentos de descontração entre as crianças e as famílias, retratando a sensibilidade e o amor existente entre eles. Entre os dias 30 de janeiro e 9 de março a população de Bauru pôde conferir no segundo piso do Bauru Shopping a exposição Faces da Infância. A diretora técnica da APAE Bauru, Salete Regiane Monteiro Afonso, visitou o evento. “A beleza dessa arte revela com sutileza o potencial das crianças com deficiência, as imagens captaram a harmonia, o carinho e a interação familiar, requisitos indispensáveis para o bom desenvolvimento de todas as crianças”, relata a diretora. A exposição foi idealizada pelo Bauru Shopping, parceiro da APAE de Bauru, segundo o coordenador de marketing do shopping, Daniel Lima, a relação familiar foi o foco do projeto. “O objetivo foi mostrar o trabalho realizado pela APAE, porém evidenciando a importância da participação da família em todo o processo de desenvolvimento infantil. A exposição foi um sucesso, temos um fluxo muito grande de público no shopping, e durante o evento, todos paravam para ver a exposição” afirma Daniel.

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“A beleza dessa arte revela com sutileza o potencial das crianças com deficiência, as imagens captaram a harmonia, o carinho e a interação familiar, requisitos indispensáveis para o bom desenvolvimento de todas as crianças”

FAMÍLIAS Em torno de onze crianças, com idade de um a nove anos, participaram do projeto. Uma delas foi a Rafaela de dois anos, que tem Síndrome de Down e frequenta o setor de Estimulação Precoce do Centro Especializado em Reabilitação da APAE de Bauru. No dia do ensaio fotográfico, Rafaela foi acompanhada da mãe, Raquel Pereira. “Foi muito legal participar do ensaio, mas confesso que me surpreendi quando fiquei sabendo que eu também estava na exposição, eu achei que eles iam focar nas crianças, eu adorei, ficou muito lindo” conta Raquel. Para Raquel a exposição tem um valor especial. “Eu como mãe estou sempre com a Rafaela, estou sempre acompanhando meu bebê em todas as atividades da APAE, eu e as outras famílias nos dedicamos integralmente aos nossos filhos, ver esse reconhecimento nas fotos é emocionante” afirma Raquel. Além do lado emotivo, Raquel Pereira também fala da importância da divulgação do trabalho da APAE de Bauru. “O projeto é essencial para dar visibilidade para as crianças com deficiência e mostrar a importância da estimulação precoce no desenvolvimento infantil, além é claro, de divulgar o trabalho realizado pela APAE para um público grande, como o do Bauru Shopping” finaliza Raquel.

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APAE de Franca

firma parceria com a Fundação Dom Cabral

Por meio do programa, a instituição implantará o seu Planejamento Estratégico e terá acesso ao Programa de Desenvolvimento de Dirigentes A APAE de Franca, em parceria com a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), iniciou no começo deste ano, o programa POS - Parceria com Organizações Sociais, da Fundação Dom Cabral. O objetivo do programa é cooperar com as organizações sociais para que se tornem autossustentáveis e mais atrativas para investimentos, tornando-se mais eficientes na transformação da sociedade. Por meio do programa, a APAE Franca busca entre outros, a autossuficiência e o aperfeiçoamento na captação de recursos. “Esperamos desenvolver ações que gerem autossustentabilidade, com a implantação de metodologias de gestão que tragam maior impacto de resultados em diversas frentes de atuação, inclusive na captação de recursos públicos e privados. Sem dúvida, o Planejamento Estratégico trará, a longo prazo, mudanças significativas e relevantes para a APAE Franca, independente de quem a esteja gerindo”, conta Agenor Gado, presidente da APAE Franca.

Equipe da APAE Franca durante apresentação do Programa

METODOLOGIA E ENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES

Além de colaborar na implantação do Planejamento Estratégico, que acontecerá por meio de um encontro mensal, a metodologia do POS ainda inclui seis módulos de 16 horas/aula, trata-se do Programa de Desenvolvimento de Dirigentes (PDD), no qual serão abordados diversos temas como: estratégias, finanças, marketing, pessoas, processos, projetos, avaliação de projetos sociais, mobilização de recursos, voluntariado e outros. Agenor ainda considera relevante a participação dos colaboradores da entidade, que estão motivados e engajados no aprimoramento da instituição. “Isso é imprescindível, nosso planejamento é participativo, realizado em conjunto. Os funcionários entendem que a APAE, mesmo sendo uma entidade filantrópica, precisa ter uma identidade organizacional. Do Planejamento Estratégico partiremos para o Planejamento Tático e na

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sequência para a prática, definindo as contribuições de cada um, orientadas para metas e resultados, desta forma, no momento de execução, todos terão uma visão integrada e sistêmica, remando na mesma direção. É um trabalho coletivo, envolve diretoria, parcerias e diversos setores da APAE”, explica o presidente. “O Planejamento Estratégico estava em nossa mente desde o início de nossa gestão, início de 2017, porém haviam outras necessidades primárias a serem resolvidas. Tão logo equilibramos as finanças, partimos para os estudos de elaboração e implantação. Firmamos uma parceria de dois anos com a Fundação Dom Cabral e é essa expertise que queremos para APAE Franca. A Dom Cabral é referência nacional e internacional em modelos de gestão e são nestes processos que estamos alinhando o nosso Planejamento Estratégico”, conclui o presidente.


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Tacadas de inclusão:

usuários da APAE de Cabreúva participam de aulas de golfe Projeto Golf for All incentiva pessoas com deficiência intelectual à prática esportiva e ao enfrentamento de desafios Pioneiro no Brasil, o projeto Golf for All (Golfe para Todos), promove a prática do golfe por pessoas com deficiência intelectual, foi idealizado em 2015 pelo jogador e professor de golfe, Juscelino Teixeira, e pelo educador físico, Cássio Mathias, em parceria com o Portal Japy Golf Clube e com a APAE de Cabreúva. A iniciativa surgiu de um sonho pessoal do professor Juscelino de desenvolver um projeto social. “O golfe me ajudou muito, ele me jogou para o mundo, eu senti a necessidade de retribuir o que o esporte fez por mim. Conheci um projeto parecido na França e junto com o Cássio, que é um aluno meu, desenvolvemos o Golf for All para a APAE” explica Juscelino. Atualmente, o projeto atende 27 usuários da APAE de Cabreúva e acontece todas as quintas-feiras no Portal Japy Golf

Clube, que além de ceder todo o espaço e infraestrutura do clube, também oferece um café da manhã balanceado para os usuários em seu restaurante. “Durante as aulas eles têm acesso ilimitado ao clube, frequentam todos os espaços, acredito que assim promovemos a verdadeira inclusão social” afirma o professor. Voltado para o público da assistência social, a iniciativa atende usuários de 14 a 55 anos e promove inclusão social e autonomia, levando os participantes para um ambiente fora da APAE. “O projeto nos mostra que apesar das limitações e dificuldades dos usuários, eles podem e devem participar de diversos ambientes sociais”, afirma o presidente da APAE de Cabreúva, José Avanilson.

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ITINERÁRIO DO GOLFE

A quinta-feira é o dia mais esperado pelos os usuários da APAE de Cabreúva que participam do projeto Golf for All, e para ninguém ficar de fora, a instituição tem que fazer três viagens de van para levar os usuários ao Portal Japy Golf Clube. Ao chegar no clube eles fazem uma caminhada de 4km, logo após tomam água e vão para os alongamentos. Em seguida é servido o café da manhã no restaurante do clube de golfe e para finalizar, eles fazem as atividades de golfe. O projeto tem início às 8h e termina às 12h. Segundo a diretora da APAE de Cabreúva Patrícia Bellode Ramazzini, os usuários adoram participar do projeto. “Nos dias que por algum motivo, como a chuva, eles não podem ir no golfe, eles ficam muito chateados, o esporte motiva eles” afirma Patrícia.

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BENEFÍCIOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Praticar esportes faz bem para todos e existem diversas pesquisas que comprovam que eles promovem vários avanços clínicos em pessoas com deficiência, contudo não é qualquer esporte que auxilia também no desenvolvimento psicológico de pessoas com deficiência intelectual. Segundo o professor de golfe, Juscelino Teixeira, o golfe por ser um esporte individual trabalha muito o psicológico dos usuários. “No golfe é possível notar os pequenos progressos de cada um, pois é um esporte individual, característica que exige muito do atleta, pois ele tem obstáculos e objetivos a cumprir e isso depende apenas dele. Contudo é um esporte muito sociável, assim também promove a socialização e trabalha a parte cognitiva do indivíduo, além de melhorar o condicionamento físico e a coordenação motora” explica Juscelino.

“No golfe é possível notar os pequenos progressos de cada um, pois é um esporte individual, característica que exige muito do atleta, pois ele tem obstáculos e objetivos a cumprir e isso depende apenas dele.” Após uma avaliação do desenvolvimento dos usuários que participam do projeto, foi possível perceber que os homens na faixa etária de 14 a 25 anos evoluíram muito a parte física, enquanto as mulheres da mesma faixa etária melhoraram a parte psicológica. Contudo, os usuários com idade acima de 25 anos apresentam evoluções, mas em menor escala. “Com o projeto constatamos que uma pessoa com deficiência intelectual praticar golfe, por exemplo, a partir dos 10 anos, terá uma melhora muito significativa aos 20” afirma Juscelino. O projeto também colaborou para o relacionamento familiar dos usuários. “O golfe é uma atividade que motiva os usuários, quando chegam em casa querem contar as novidades das aulas para a família, eles têm assuntos para compartilhar” conta a diretora da APAE, Patrícia Ramazzini.

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APAE de Jundiaí realiza 3ª Mostra de Artes Exposição realizada por usuários retratou a imigração italiana e a história de Jundiaí Nos dias 4 e 5 de dezembro de 2017 foi realizada a III Mostra de Artes da APAE de Jundiaí, que teve como tema a Imigração Italiana, pois a cidade tem uma das maiores colônias do país, cerca de 75% da população é descendente de italianos. Pais, amigos e convidados puderam conferir, na sede da entidade, todos os trabalhos desenvolvidos pelos usuários do Centro de Convivência. Caracterizados de imigrantes italianos, os usuários Andrea Alves da Silva e Jone Gean de Oliveira receberam todos os convidados e explicaram toda a exposição, que foi montada em duas salas. Uma delas retratava a chegada dos imigrantes italianos no Brasil, diversos elementos que representaram a época foram reproduzidos: malas, barcos, maquetes de fazendas de café, maria fumaça e passaportes, estes foram customizados com fotos dos usuários.

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Na segunda sala da Mostra, o tema foi a história de Jundiaí. As famílias tradicionais foram lembradas através de fotos e elementos que caracterizam a cidade, como cachos de uvas (uma das principais economias agrícolas da cidade), forno à lenha, pizzas e o macarrão estavam presentes nos trabalhos artísticos. Cibele Roma Basália, mãe do usuário da APAE de Jundiaí, Miguel Basália, visitou a exposição pela primeira vez. “Bem interessante essa Mostra, é uma forma das crianças verem na prática como é, diferente de conhecer só a teoria. Visualmente é bem mais fácil deles aprenderem”, comentou Cibele. SOBRE OS TRABALHOS Os trabalhos começaram no final do mês de agosto de 2017 e envolveram todos os profissionais do Centro de Convivência.


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Cada profissional trabalhou uma modalidade e os usuários aprenderam sobre a comida típica italiana, preparando pizzas, nhoque e macarrão; sobre a dança típica através de coreografias e sobre a história da cidade através de arte plástica. “No meio do processo peguei um gancho das obras do Cândido Portinari, porque os pais dele eram imigrantes italianos e ele morou em uma fazenda com plantação de café, assim trabalhamos algumas obras dele também”, comentou a arte terapeuta, Fabiana Ribeiro Guedes. De acordo com Fabiana, o objetivo de trabalhar o tema Imigração Italiana foi

tentar resgatar a cultura e fazer com que os usuários conhecessem um pouco da história de Jundiaí. “Nós falamos sobre o processo de imigração, que aconteceu após a escravidão e contamos o porquê os imigrantes vieram para o Brasil, que foi uma promessa de emprego e dinheiro. Fizemos tudo isso em uma linguagem simples e de fácil compreensão para eles”, disse Fabiana. Para passar todo o contexto da história, os profissionais usaram livros, vídeos, visitas aos Museus dos Ferroviários e Solar do Barão, e ainda, trechos da novela Terra Nostra, exibida pela TV Globo, visto que muitos deles assistiram a dramaturgia.

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Centro Dia do Idoso de Mogi Mirim: espaço de proteção e cuidado para terceira idade Há aproximadamente oito anos, a instituição deu início ao atendimento de pessoas idosas com deficiência Envelhecer é um processo contínuo, comum a todos, mas também singular, pois cada indivíduo envelhece a seu modo, em virtude de fatores ambientais, econômicos e sociais. A APAE de Mogi Mirim, levando em consideração o aumento da expectativa de vida das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, e seu processo de envelhecimento que muitas vezes ocorre de forma precoce, avaliou a necessidade de ofertar um serviço especializado a essas pessoas e a partir daí surgiu o Centro Dia do Idoso, caracterizado como um espaço de acolhimento, proteção e convivência. Atualmente são atendidos 60 idosos de ambos os sexos residentes na zona rural e urbana do município. Alguns permanecem na Instituição meio período e outros em tempo integral, conforme necessidade apresentada pelo idoso. Após ingressar no serviço, a equipe elabora, em conjunto com a família, um Plano de Acompanhamento Familiar a fim de pactuar metas e objetivos, prevenindo assim situações de risco, isolamento social, institucionalização, visando o fortalecimento dos vínculos familiares e a não sobrecarga do cuidador.

Idosos atendidos pelo Centro Dia

“O objetivo do Plano é tratar com singularidade, trazer as necessidades de cada um, as condições de cada família. Temos que trabalhar a vulnerabilidade, então cada caso tem que ser visto de uma forma, nem sempre a vulnerabilidade é a questão econômica, então cada um tem que ter um Plano de Atendimento”, explica Roseli Marinho de Souza, diretora administrativa da APAE de Mogi Mirim.

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE Ter qualidade de vida na terceira idade significa aproveitar cada instante e, ao mesmo tempo, respeitar os limites trazidos pelo envelhecimento, em especial da pessoa com deficiência. No Centro Dia do Idoso da APAE de Mogi Mirim são realizadas várias atividades, com o objetivo de promover a convivência familiar, grupal e comunitária, a ampliação das relações sociais para evitar o isolamento, treinos da autonomia no domicílio e no território, entre outras. “Os idosos realizam atividades ocupacionais como a confecção de artesanatos; treinos das habilidades essenciais (AVD’s) / instrumentais (AVP’s); condicionamento físico; autocuidado; informática; música; grupos com assistente social, psicologia e hidroterapia, entre outras propostas que acontecem simultaneamente em grupos diversificados. Acontecem também propostas externas como passeios e ações na comunidade com o objetivo de promover a convivência familiar/ grupal e comunitária além da ampliação das relações sociais evitando assim o isolamento”, comenta a coordenadora e assistente social do Centro Dia, Camila Rebeck Moreira. Em abril deste ano foi inaugurado o novo prédio do Centro Dia da APAE, por meio de recursos oriundos do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Mogi Mirim.

“O objetivo do Plano é tratar com singularidade, trazer as necessidades de cada um, as condições de cada família. Temos que trabalhar a vulnerabilidade, então cada caso tem que ser visto de uma forma, nem sempre a vulnerabilidade é a questão econômica, então cada um tem que ter um Plano de Atendimento”

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Diversão:

APAE de Morro Agudo leva usuários a parque aquático Mais de 70 usuários da instituição vivenciaram um dia repleto de diversão e lazer no Barretos Country Thermas Acquapark O passeio anual a parques aquáticos já é tradição na APAE de Morro Agudo, há dez anos a entidade promove a excursão para os assistidos do projeto Superar (voltado para usuários da assistência social), contudo em 2017 o passeio foi estendido para todos os usuários da APAE. No dia 22 de novembro de 2017, mais de 70 usuários da APAE de Morro Agudo puderam ter momentos de lazer no Barretos Country Thermas Acquapark, parque aquático que está localizado a 76km da instituição. Para proporcionar diversão e alegria, com segurança, 17 profissionais da APAE acompanharam os usuários. “A participação da equipe foi fundamental, por exemplo, o professor de educação física fez a diferença, auxiliou os cadeirantes a entrarem na água” conta a coordenadora pedagógica da APAE de Morro Agudo, Rosângela da Costa Pereira.

A atividade, em 2017, foi financiada por uma verba da assistência social destinada ao lazer dos usuários, por esse motivo a APAE de Morro Agudo conseguiu levar todos. Nos passeios anteriores a verba era advinda da venda de artesanatos realizados pelo Projeto Superar. “Em 2017 a assistência teve por obrigação levar todos os usuários, só não foi quem os familiares não autorizaram” afirma Rosângela. Quando os passeios começaram, os usuários iam a Thermas dos Laranjais, parque aquático localizado em Olímpia (109 km de Morro Agudo), mas já faz dois anos que estão indo ao Barretos Country Thermas Acquapark, segundo a coordenadora pedagógica, além de ser mais barato, esse parque também é mais próximo. Durante o dia os usuários puderam nadar em piscinas de onda e em piscinas com águas termais, eles também andaram de trenzinho caipira e viram diversos animais. “Os usuários amam ir, é um passeio que eles esperam o ano inteiro. Ano passado a alegria foi ainda maior, porque os amigos que antes não podiam ir, foram” explica Rosângela.

“Os usuários amam ir, é um passeio que eles esperam o ano inteiro”

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APAE de Osvaldo Cruz recebe visita animal! Thor e Babi auxiliam no tratamento dos usuários da instituição

Todas as sextas-feiras a APAE de Osvaldo Cruz recebe a visita de dois voluntários bons para cachorro, ou para tartaruga, o Thor e a Babi são os responsáveis pela Pet Terapia. O projeto começou no início de 2018 e atende todos os 85 usuários da instituição. Fruto do sonho da diretora da APAE de Osvaldo Cruz, Ana Cláudia Consolari da Motta, o projeto ganhou vida no 2º semestre de 2017 com a chegada do Thor. Segundo ela diversas possibilidades foram pensadas, mas era inviável para a instituição manter um cachorro dentro da APAE, pois demandaria tempo e dinheiro. “Quando o filho da Flordenice Antoniazzi Rizzo, assistente social da APAE, comprou o Thor, que é da raça Golden Retriever, ela sugeriu que ele participasse do projeto, por ser de uma raça considerada amigável e carinhosa” conta Ana Cláudia. O Thor tem uma rotina semanal, desde filhote ele vai para o canil duas vezes na semana para ser adestrado e todas as sextas-feiras ele visita a APAE. Apesar do projeto ter iniciado em 2018, desde o 2º semestre de 2017, o Thor vai na instituição, pois era importante para usuários terem o contato com ele filhote. “Os usuários acompanharam todo o crescimento e evolução do Thor, isso fez com que hoje durante a terapia eles sintam-se mais à vontade” explica a diretora. O adestramento é realizado pelo canil de um padrasto de um usuário da APAE, que está oferecendo todo o trabalho gratuitamente para a instituição. Todo esse processo é necessário, pois para realizar a terapia é fundamental que o animal seja dócil e goste de crianças. A Babi, a tartaruga, também trabalha muito, durante os intervalos do Thor ela entra em cena com o seu charme e encanta todos os usuários. A dona dela é a auxiliar de cozinha da APAE, Patrícia Perez, que também colocou o animal à disposição da instituição.

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TERAPIA As sessões da Pet Terapia são divididas por turmas e são auxiliadas pelos profissionais de saúde da APAE de Osvaldo Cruz. Segundo Ana Cláudia os benefícios são imensos, o programa auxilia na autoestima dos usuários e também no desenvolvimento de questões relacionadas ao afeto e carinho. Segundo a diretora os usuários gostam muito do projeto. “Eles ficam esperando chegar a sexta-feira, alguns ainda têm um pouco de medo dos animais, mas com o tempo estão se adaptando e gostando. A Babi, por exemplo, está sempre com algum acessório, eles ficam ansiosos para saber qual será o acessório da semana” conta Ana Cláudia. “Nós temos uma usuária com autismo, a Gabriela, ela tinha pânico de cachorro e sempre ficava afastada durante as visitas do Thor, mas em uma das sessões o Thor percebeu que ela estava afastada do restante do grupo e foi até ela, eu achei que ela iria ter uma crise, mas quando o Thor chegou ela passou a mão e deixou ele lamber ela. Fiquei muito emocionada de em tão pouco tempo o projeto já apresentar grandes evoluções” finaliza a diretora.

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APAE de Pompeia utiliza Lego para desenvolver habilidades e competências Projeto em parceria com o Instituto Aprender Fazendo, braço social da Lego Education, tem como objetivo formar cidadãos críticos e criativos O Instituto Aprender Fazendo, braço social da LEGO Education, em parceria com a APAE de Pompeia, desenvolveu o projeto “Bloco a bloco - o Brasil que queremos”, utilizando a Robótica, Stop Motion, Maquetes com blocos e peças LEGO. Lançado em 2012, o projeto tem preparado educadores, através de treinamento em encontros que aconteceram na Faculdade Anhanguera, em São Caetano do Sul (SP).

Usuários durante projeto Bloco a bloco

“Melhorou muito a criatividade, coordenação motora, raciocínio lógico e matemático e tudo isso tem ajudado muito no desenvolvimento dos alunos”

O projeto tem como objetivo desenvolver por meio da metodologia do aprender fazendo, habilidades, competências, valores e atitudes para a vida, estimulando crianças e jovens a refletirem sobre o Brasil que queremos. Desde que foi implantado na instituição, muitos avanços foram notados na vida dos quarenta usuários atendidos. “Melhorou muito a criatividade, coordenação motora, raciocínio lógico e matemático e tudo isso tem ajudado muito no desenvolvimento dos alunos”, explicou a coordenadora pedagógica da APAE de Pompeia, Patrícia Favaro Monteiro. E os benefícios do projeto não param por aí, a APAE de Pompeia, por meio do projeto, oferece aos alunos a oportunidade de desenvolver habilidades e competências, com o intuito de desenvolver indivíduos críticos e criativos. Para concretizar suas ideias, os jovens utilizam a robótica educacional, a arte da construção em LEGO, além de materiais alternativos/reciclados. “O objetivo mesmo é formar cidadãos críticos, conscientes da sociedade”, completa a coordenadora.

O PROGRAMA

O programa é operado pelo Instituto Aprender Fazendo (IAF), que tem o intuito de expandir seus projetos na área social. A metodologia utilizada é a da ZOOM Editora Educacional do Brasil, baseada nos quatro pilares da UNESCO: aprender a conhecer, o aluno aprende a perceber o mundo e a prestar atenção nas situações que o cercam; aprender a conviver, enfatiza a importância da exploração dos diferentes espaços de convívio social e da articulação dos alunos com eles; aprender a ser, proporciona o conhecimento da ética, da responsabilidade, do respeito e da cooperação; aprender a fazer, etapa de colocar em prática as ideias para melhoria da qualidade de vida das pessoas e do meio em que vivem.

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Método Ensino Estruturado é adotado pela APAE de Americana Ensinar de maneira intencional e estruturada auxilia no desempenho dos usuários A partir do 2º semestre de 2017, a APAE de Americana mudou o método de ensino das aulas da Escola de Educação Especial da instituição no ensino fundamental e socioeducacional. O novo método adotado é o ensino estruturado aliado ao Currículo Funcional Natural (CFN), técnicas que têm por objetivo estruturar as aulas de forma previamente planejada e com atividades que sejam funcionais para o dia a dia dos usuários. Atualmente o novo método de ensino beneficia 107 alunos da Escola de Educação Especial da APAE de Americana. “Nós trabalhamos com um tema gerador, onde toda a aula é planejada em torno do tema, esses temas são pensados de acordo com assuntos que vão auxiliar no dia a dia do aluno, como trabalhamos a febre amarela. E todo o material é confeccionado pelas professoras com a intenção de desenvolver a aprendizagem de acordo com o tema” explica a coordenadora pedagógica, Giovana Rodrigues Pereira O objetivo é ensinar de maneira intencional, desenvolvendo habilidades, de modo que o aluno atinja a fase autônoma da aprendizagem. Segundo a coordenadora pedagógica, os alunos estão mais entusiasmados em desenvolver as atividades propostas, fator que, consequentemente, promove um ganho social, melhora no desempenho das tarefas e desenvolvimento das habilidades.

METODOLOGIAS O ensino estruturado refere-se a uma forma de ensino sistemática e explícita, baseada não apenas em estratégias didáticas robustas, mas numa organização da apresentação dos conteúdos sob o comando de um professor. Já o Currículo Funcional Natural busca educar conhecimento e aptidões, que possam ser utilizadas pelo estudante e que sejam úteis em sua vida, para que ele se torne mais autônomo e produtivo. A palavra Funcional nesse contexto, significa eleger objetivos educacionais com ênfase no que é útil para o aluno na ocasião. Já a palavra Natural significa ensinar no espaço em que, normalmente, o episódio ocorre ou em circunstância semelhante ao que advém no mundo real.

“O objetivo é ensinar de maneira intencional, desenvolvendo habilidades, de modo que o aluno atinja a fase autônoma da aprendizagem.” 31


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Colorido das pinturas chama a atenção nos muros da APAE

Projeto de arte da APAE de Itapetininga utiliza Romero Britto como referência O Colorindo a APAE trabalhou com todos os usuários da instituição e os incentivou a tomarem gosto pela arte

Com o objetivo de instigar nos usuários o gosto pela arte, mostrar para a sociedade a escola da APAE “Doutor Armando de Paula Assis”, sob o olhar dos próprios alunos, bem como expor para a comunidade as suas habilidades, talento e autonomia, a APAE de Itapetininga idealizou o projeto Colorindo a APAE. Por meio do projeto, a instituição teve suas paredes pintadas pelos usuários que usaram como inspiração as obras do renomado artista plástico brasileiro, Romero Britto. O Colorindo a APAE teve a coordenação da professora de artes Maria das Graças Medeiros Vieira e a parceria do Rotary Clube da cidade, e permitiu aos usuários desenharam e pintaram a fachada e entrada da escola. As sessões artísticas ocorreram nos horários das aulas e tiveram a participação de todos os educandos, que deixaram suas marcas no muro da escola. “A ideia era que todos os alunos participassem de alguma forma, nem que fosse mínima (a participação), inclusive os cadeirantes, então todos os usuários da APAE fizeram alguma participação no trabalho”, conta a professora de artes.

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CULTURA E VALORIZAÇÃO DOS USUÁRIOS

Além de proporcionar o crescimento cultural dos usuários, que passaram a conhecer a biografia e as obras de um grande artista brasileiro, que é o Romero Britto, o projeto Colorindo a APAE agregou muitos outros benefícios para a vida deles. “O maior benefício é a valorização que eles sentiram, nossos alunos são muitos carentes, eles têm necessidade de ser útil em alguma coisa, então como todos eles participaram de alguma maneira do mural, da fachada da nossa escola, então diariamente eles passam por ali e veem que eles também fazem parte daquele trabalho”, explica Maria das Graças. E os ganhos não se restringem a autoestima dos usuários, o projeto Colorindo a APAE propiciou o desenvolvimento da coordenação motora, o despertar do aprendizado motor e visual por meio do trabalho com as cores fortes e vibrantes.


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Alegria das cores em obras feitas por usuários da APAE Itapetininga

MOVIMENTO POP ART E O ARTISTA ROMERO BRITTO A escolha pelas obras do artista pop brasileiro Romero Britto se deu por sua alegria e cor, assim pode-se trabalhar também a identificação do autor. Romero Britto além de consagrado artista plástico, é escultor, serígrafo e tornou-se reconhecido no mundo inteiro pela sua arte pop. Ele nasceu em Recife, Pernambuco, em 6 de outubro de 1963, e aos oito anos de idade começou a mostrar interesse e talento pelas artes. A sua obra é tão completa que ele foi considerado embaixador das artes no Estado da Flórida (EUA).

Maria das Graças com alunos em uma das 33 obras inspiradas na arte de Romero Britto


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Oficina Cozinha Experimental da APAE Sorocaba estimula alimentação saudável e prepara usuários para o mercado de trabalho Atividade conta com o apoio da AB Brasil de Sorocaba, empresa especializada em produtos alimentícios A cozinha não é um ambiente bem visto pelos pais, quando se trata da segurança de seus filhos, principalmente daqueles que têm alguma deficiência. Mas, para quebrar esse paradigma, a APAE Sorocaba, em parceria com a empresa especializada em produtos alimentícios AB Brasil, realiza diariamente com os usuários a oficina prática Cozinha Experimental, que estimula a alimentação saudável e o desenvolvimento de novas habilidades, preparando-os também para o mercado de trabalho. A coordenadora técnica da APAE Sorocaba, Cátia Rocha, destaca que, no primeiro semestre deste ano, dois atendidos que participaram da oficina conquistaram o primeiro emprego. “A Cozinha Experimental é uma das estratégias de preparação para o mercado de trabalho, sendo uma prática de absorção e repetição de conteúdos necessários para a vida independente, com resgate também da autoestima e autoconfiança. Por meio desse projeto, é possível trabalhar alguns aspectos relacionados à autonomia, higiene e conservação do ambiente de trabalho e convívio social, além de ampliar o olhar sobre as possibilidades para as contratações”, destaca. Durante a execução da oficina, os usuários aprendem a reconhecer os alimentos, elaborar um cardápio com informações nutricionais e reaproveitar os itens. A cada aula, eles colocam a mão na massa e preparam deliciosas receitas. O projeto está alinhado ao programa “Lançando Sementes”, que envolve o plantio e a manutenção de horta com temperos, hortaliças, legumes e verduras na própria instituição. O supervisor de recursos humanos da AB Brasil, Jaime Mariano, destaca que a empresa equipou toda a cozinha utilizada para o programa com eletrodomésticos novos e adaptou o espaço físico de acordo com as necessidades dos usuários. “Além

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“Apresento todos os alimentos de uma forma lúdica e natural. Mesmo diante das limitações de cada um, a atividade está sendo muito bem aceita por todos”


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de contribuir com o desenvolvimento de cada usuário da oficina, nosso foco é capacitá-los também para o mercado de trabalho. É um prazer fazer parte desta família! Estamos muito satisfeitos em poder ajudar esta entidade, que faz um trabalho tão importante para sociedade”, ressalta. O programa é conduzido pela técnica em nutrição da APAE Sorocaba, Gabriela Maria Silva, com apoio de uma equipe técnica formada por assistente social, psicóloga e terapeuta ocupacional. “A atividade também trabalha a coordenação motora dos usuários, pois ensinamos a eles procedimentos simples, como manusear corretamente e com segurança uma faca para cortar carnes e legumes, lavar e secar louças e a mexer os ingredientes dentro de uma panela”, explica. Gabriela conta que, antes de começar a cozinhar, primeiramente o atendido tem contato com todos utensílios de cozinha, a exemplo dos talheres de que eles geralmente têm receio e são desencorajados a utilizar pela família. “Sempre procuro apresentar receitas que envolvam culturas gastronômicas de diferentes países e pratos que não são muito consumidos por eles no dia a dia, com a ideia de que experimentem novos sabores”, fala. Para os que encontram mais dificuldades, a profissional trabalha com o estudo das cores, aromas e texturas dos alimentos. “Apresento todos os alimentos de uma forma lúdica e natural. Mesmo diante das limitações de cada um, a atividade está sendo muito bem aceita por todos”, conclui.

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Judoca da APAE de Itararé irá disputar o mundial da Holanda Júlio César fará parte da seleção brasileira do Judô para Todos

Nos dias 14 e 15 de abril irá acontecer, em Beverwijk na Holanda, o Special Needs Wold Judô Games, maior evento mundial de judô para pessoas com deficiência, ao todo serão 500 atletas de 20 países. O Brasil terá 20 representantes de peso, entre eles o atleta da APAE de Itararé/SP, Júlio César Pinheiros, de 27 anos, que irá competir na categoria de até 75kg com deficiência intelectual média. Júlio César faz parte do projeto Judô para Todos, que visa disseminar o esporte para pessoas com deficiências. Na APAE de Itararé o projeto, que começou há nove meses, foi idealizado pelo Maycon Francisco Proença da Silva, professor de educação física da Instituição há seis anos. “Eu sempre tentei levar diferentes esportes para os usuários, a fim de renovar o conteúdo pedagógico aplicado nas aulas, já ensinei slackline, fundamentos de boxe, entre outros. Mas, conversando com um amigo meu Sensei (professor de judô) iniciamos o judô na APAE” conta Maycon. Todo o processo de implantação do projeto Judô para Todos teve o auxílio do professor de educação física e técnico da APAE de Ribeirão Preto, Christopher Rodrigues, que já faz esse trabalho na APAE de Ribeirão Preto há um tempo. “Como em Ribeirão Preto o projeto já era bem difundido eu resolvi conversar com o Christopher, que é um profissional que já conseguiu levar um atleta para um campeonato mundial e poderia me ajudar na implantação em Itararé”, explica o professor Maycon. A classificação do Júlio César para o Special Needs Wold Judô Games veio através de sua participação na Copa Akatsuki/ Sesc Ribeirão Preto, em que a equipe da APAE de Itararé foi campeã em diversas categorias. “Estávamos querendo participar de um campeonato de peso e aí surgiu a Copa Akatsuki, foi uma surpresa, pois ganhamos tudo, com cinco meses de projeto fomos campeões no geral e no individual. O Júlio César ganhou a competição individual, garantindo a classificação para o mundial” conta Maycon. Professor Maycon em entrevista sobre o projeto

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PREPARATIVOS A classificação de Júlio César está movimentando toda a cidade, é algo inédito para um município de 50 mil habitantes, e muitas pessoas passaram a ver o trabalho da APAE de uma outra forma. “O Júlio, por exemplo, sofria muito preconceito no bairro em que vivia, hoje as pessoas veem ele com outros olhos, esse trabalho é importante para dar mais espaço, voz e reconhecimento para pessoas com deficiência intelectual” diz o professor de educação física.

Conseguir arrecadar o dinheiro necessário para a viagem não foi fácil, mas hoje Júlio César e o professor Maycon não precisam mais se preocupar com esta questão, atualmente estão focados nos treinos. Isso graças à conquista de um patrocinador, que irá custear grande parte dos gastos, e a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP) também está apoiando o atleta.

“O Júlio está cada vez mais focado, sua dedicação aos treinos dobrou depois da classificação. Estamos muito ansiosos, e fiquei muito feliz porque a seleção brasileira me chamou para ser membro da equipe técnica, então eu também vou para acompanhá-lo” finaliza o Maycon.

Equipe de Judô da APAE de Itararé

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Coral das Mães na Festa de Encerramento dos alunos com o tema Cada Canto do Brasil

Projeto da APAE de Registro proporcionou o conhecimento das várias tradições brasileiras

Projeto Cada Canto do Brasil permitiu aos alunos o conhecimento da cultura popular do país favorecendo a aprendizagem A APAE de Registro desenvolveu durante todo o ano de 2017, um importante projeto que tinha como objetivo proporcionar aos usuários o conhecimento dos costumes, tradições e cultura de todos os estados brasileiros. O projeto Cada Canto do Brasil envolveu várias atividades como, dança, festas, músicas, artes, comidas, brincadeiras e literatura. Este projeto teve início no Carnaval e terminou com uma apresentação no mês de dezembro de 2017. O projeto Cada Canto do Brasil permitiu aos cem usuários da instituição o conhecimento da cultura popular do povo brasileiro, o que favoreceu a aprendizagem, bem como despertou sentimentos de amor e patriotismo, propiciando a preservação e a perpetuação das diversas tradições presentes no Brasil, haja vista que se trata de um país com dimensões continentais. “O objetivo era que os alunos vivenciassem a música, a literatura e tudo que existe em cada canto do Brasil”, explica Lucélia Predoso, diretora pedagógica da APAE Registro.

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“Todos participaram do projeto, são cem usuários e os cem participaram. Claro que cada um conforme sua faixa etária: os pequenos com livros infantis, os adultos com livros mais adultos, músicas adultas e infantis, tudo de acordo com sua idade, mas participaram todos” “Todos participaram do projeto, são cem usuários e os cem participaram. Claro que cada um conforme sua faixa etária: os pequenos com livros infantis, os adultos com livros mais adultos, músicas adultas e infantis, tudo de acordo com a sua idade, mas participaram todos”, explica a diretora.

PASSEIOS E FESTAS CULTURAIS O projeto viabilizou aos usuários diferentes atividades, como visitas a outras cidades e a diversos espaços culturais, bem como a reservas ecológicas. Também dentro do Projeto, foram realizados eventos que fazem referência a cultura e tradições brasileiras, como o Carnaval, Festa Junina, bem como foi realizada a 5ª Mostra Literária, que obteve grande sucesso de público. “Nós tivemos mil pessoas frequentando nossa Mostra Literária, nós montamos todo o espaço na quadra e convidamos as escolas, as entidades, a cidade inteira para prestigiar o trabalho”, conta Lucélia. A festa de encerramento do projeto, que aconteceu em dezembro, contou com a participação do Coral das Mães Vozes do Coração, cantando Um mundo bem melhor.


FEAPAES EM REVISTA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

FEAPAES apresenta demandas da pessoa com deficiência ao MDS Presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, esteve no mês de março em Brasília para tratar de interesses da pessoa com deficiência A Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), representada por sua presidente Cristiany de Castro, esteve em Brasília no dia 28 de março para levar algumas importantes demandas da pessoa com deficiência ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). A reunião foi agendada pelo deputado federal Márcio Alvino (PR). Foram entregues ao ministro ofícios com importantes pautas. A ampliação do acesso das pessoas com deficiência ao Benefício de Prestação Continuada (BPC); procedimentos adotados pelo MDS por ocasião da renovação da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS); incentivo governamental para aperfeiçoamento das unidades de Cadastro Único considerando a inscrição dos beneficiários do BPC e o aumento das metas e cofinanciamento da Política de Assistência Social para os serviços de proteção social destinados às pessoas com deficiência, foram os assuntos discutidos.

Cristiany de Castro em reunião com o ministro Osmar Terra

“A reunião foi altamente relevante porque as APAES são organizações de assistência social. Nós tratamos das questões de mudanças nos critérios do Benefício de Prestação Continuada, da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social, indicação de um valor especifico para o atendimento à pessoa com deficiência”, conclui Cristiany.

“A reunião foi altamente relevante porque as APAES são organizações de assistência social. Nós tratamos das questões de mudanças nos critérios do Benefício de Prestação Continuada, da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social, indicação de um valor especifico para o atendimento à pessoa com deficiência”

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CAPA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

Nova diretoria da FEAPAES-SP é apresentada em solenidade na Câmara Municipal de Franca O evento contou com a presença de autoridades municipais, estaduais e federais, além de inúmeras APAES e instituições de Franca Aconteceu na Câmara Municipal de Franca, na noite do dia 11 de janeiro, a cerimônia de posse da nova diretoria da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) que estará à frente da entidade pelo triênio 2018, 2019 e 2020. Na ocasião, quatorze membros assumiram solenemente seus cargos na diretoria executiva e no conselho fiscal. Além deles, foram apresentados à sociedade os responsáveis pelos 22 Conselhos Regionais, braços administrativos da FEAPAES-SP no Estado. Várias autoridades prestigiaram o evento, dentre elas o vice-prefeito de Franca Frank Sérgio Pereira, o senador Airton Sandoval, o deputado estadual Celso Nascimento, o vice-presidente da Câmara Municipal de Franca Carlos César Bucci, o promotor de justiça Fernando Andrade Martins e o presidente da Federação Nacional das APAES (FENAPAES) José Turozi. De acordo com a presidente reeleita, Cristiany de Castro, a nova gestão terá como base o fortalecimento das APAES em vários aspectos. “Nosso foco será o fortalecimento do Movimento Apaeano do Estado, trabalhar a questão da sustentabilidade, pois as entidades têm muitas dificuldades nessa questão financeira e desenvolver muitas pesquisas científicas em parcerias com universidades”, explicou a presidente. Ainda de acordo com Cristiany, as APAES vêm desempenhando um importante papel nas áreas de assistência social, saúde e educação e pelos próximos três anos, a FEAPAES-SP irá trabalhar no aprimoramento dos atendimentos prestados aos mais de 60 mil usuários atendidos em todo o Estado. “A APAE acaba atuando diretamente na área da saúde, às vezes chegam bebês para a estimulação precoce e nós vamos acompanhando como eles vão se desenvolvendo, avançando. Tem também a questão da educação especial que requer um atendimento

especializado, individualizado e tudo isso vai resultando em progressos, o que não aconteceria se não tivessem esse tipo de atendimento”, destaca a importância das APAES para milhares de pessoas com deficiência no Estado. Durante a cerimônia, as autoridades se mostraram sensibilizadas pela causa da pessoa com deficiência e deixaram registrados os seus apoios. “É importante uma instituição ser presidida por uma pessoa de caráter, de índole e com muito preparo como é o caso da Cristiany, e nós vamos estar aqui em Franca à disposição para ajudá-la no seu mandato”, falou Adermis Marini, vereador em Franca e que recentemente ocupou cargo de deputado federal.

Cristiany de Castro e Fernando de Andrade Martins (Promotor de Justiça)

“Nosso foco será o fortalecimento do Movimento Apaeano do Estado, trabalhar a questão da sustentabilidade, pois as entidades têm muitas dificuldades nessa questão financeira e desenvolver muitas pesquisas científicas em parcerias com universidades”

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Cristiany de Castro e José Turozi (Presidente FENAPAES)


APAE EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

Diretores e autoridades na mesa de honra

INTEGRANTES DA NOVA DIRETORIA

Fernanda Gomes (superitendente FEAPAES), Regina Gali, Cristiany de Castro, Antônio Ap. Gali (Diretor Operacional SJC CAP), Cinomar Teodoro ( Coordenador de Projetos SJC CAP)

Norma Tavares Vieira Consani (Santa Cruz do Rio Pardo), Cristiany de Castro e Vera Lúcia Ferreira Lima (Conselho Fiscal)

A chapa eleita em assembleia realizada no mês de outubro de 2017 é composta por : Cristiany de Castro (presidente), José Marcelo Campos Alduíno (vicepresidente), Paulo Rogério Geiger (1º diretor secretário), Celso Roberto Pegorin (diretor secretário), Salvador Anésio Ruiz Aylon (1º diretor financeiro), Luís Roberto Rozon (2º diretor financeiro), Paulo Arantes (diretor social) José Roberto Guimarães (diretor de patrimônio), os conselheiros fiscais efetivos, Celso Bueno de Oliveira, Carlos Eduardo Torres, Vera Lúcia Ferreira Lima e os conselheiros fiscais suplentes, Cézar Sousa Vilela, Celso Fujioka e Silvio Filippini. Além deles, há os 22 conselheiros regionais: Maria de Fátima Dalmédico de Godoy (Nova Odessa), José Avanilson da Silva (Cabreúva), Moacyr Fonseca Júnior (Pirassununga), Maria José de Souza Nunes (Guarulhos), Norma Tavares Vieira Consani (Santa Cruz do Rio Pardo), Meiri Aparecida Sant’ana Rodrigues (Várzea Paulista), Maria Carolina Paoliello (Araçatuba), Nelson Bassanetti (Catanduva), Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira (Batatais), Sayma Pimentel Zeraik Viduedo (Lorena), Francisco Innocencio Pereira (Monte Alto), Antônio Pio (Praia Grande), Hélio Tadeu Zago (Jaú), Paulo César Zeni (Mogi Mirim), Jorge Martins Salgado (São Caetano do Sul), Márcia Cardoso Luqueti Gianoti (Votuporanga), Lucia Helena Gonçalves Senteio (Martinópolis), Sonia Aparecida Martins Bento de Oliveira (Lençóis Paulista), Maria Aparecida Gomes Sampaio (Pariquera Açu), Josiane Claudia da Silva Jacob (Taquarituba), José Carlos da Silva (Tupã) e Márcio Nardo (Laranjal Paulista).

“É importante uma instituição ser presidida por uma pessoa de caráter, de índole e com muito preparo como é o caso da Cristiany, e nós vamos estar aqui em Franca à disposição para ajudá-la dentro do mandato” 41


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Usuários de Ourinhos em passeio do Roda SP Solidário

Parceria da FEAPAES e Secretaria de Turismo proporcionou um dia divertido de passeio a usuários de APAES Riqueza cultural, aprendizado e vivências lúdicas para 170 usuários de quatro APAES do estado de São Paulo No final de 2017, por meio de uma parceria entre a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP) e a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, quatro APAES do Estado tiveram acesso ao programa Roda SP Solidário, o que beneficiou 170 usuários. Trata-se de uma ação desenvolvida pelo Governo do Estado de São Paulo, como parte complementar do programa Roda SP. O Programa destina-se a atender grupos sociais, de APAES, CRAS, ONGs e demais instituições voltadas para garantia dos direitos de pessoas com deficiência, dentre elas mental, auditiva, visual, com o devido acompanhamento da equipe do grupo solicitante. O objetivo é proporcionar aos participantes uma experiência fora do ambiente habitual, gerando riqueza cultural, aprendizado e vivências lúdicas a partir de passeios de um dia. Participaram das viagens as APAES de Itararé, Itu, Ourinhos e Taquarituba, com roteiros recheados de diversão, alegria e conhecimento histórico. “Chegando em Águas de Santa Barbara, fomos recepcionados pelo Guia José Rafael dos Santos Silveira, que acompanhou a visita nas trilhas, no parque do Lago, SPA, e nos levou até a Cascata Capão Rico onde foi disponibilizada a lanchonete para que pudéssemos realizar o lanche. Ficaram encantados com a cachoeira”, conta Rosangela Maria da Silva, diretora da APAE Taquarituba.

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Já a APAE de Itararé visitou o Bairro do Morro Chato, zona rural do município. “Os usuários adoraram o passeio, diversão garantida, motoristas superatenciosos, ajudaram e brincaram com nossos usuários, vieram contando sobre a natureza, brincadeiras ao ar livre, um dia diferente, piquenique maravilhoso e pediram mais passeios na natureza”, fala a diretora Cyntia Mara Muller de Oliveira. Os usuários da APAE de Itu visitaram pontos turísticos da cidade de Sorocaba, como a Estação Ferroviária, Museu da Estrada Ferroviária Sorocabana, Zoológico Quinzinho de Barros e Museu Histórico. A APAE de Ourinhos também esteve em Águas de Santa Barbara, onde visitaram o Parque das Águas, realizaram trilhas e conheceram a Cascata.

“Os usuários adoraram o passeio, diversão garantida, motoristas superatenciosos, ajudaram e brincaram com nossos usuários, vieram contando sobre a natureza, brincadeiras ao ar livre, um dia diferente, piquenique maravilhoso e pediram mais passeios na natureza”


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Presidente da FEAPAES-SP retoma visitas às APAES em 2018 Encontros aproximam APAES da FEAPAES e contribuem para o diálogo sobre o cenário atual das Associações A presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Cristiany de Castro, retomou em janeiro de 2018 a sua agenda de visitas as APAES e as sedes dos Conselhos Regionais. Em todos os encontros ela esteve com diretores, colaboradores e com familiares dos usuários, bem como com as autoridades dos municípios para apresentar o trabalho das APAES do Estado e os projetos e pleitos da FEAPAES para o ano de 2018. Em janeiro ela visitou Ipaussu, Jales, Santa Fé do Sul e Presidente Prudente. Em fevereiro ela esteve em Jaú e Mirassol. No mês de março em Registro, Batatais, Presidente Venceslau e Santo Anastácio. “No ano de 2017 trabalhamos firmes com o propósito de despertar na sociedade e nas autoridades do nosso Estado, a importância do trabalho das APAES, que hoje atendem em São Paulo aproximadamente 60 mil pessoas diretas e 180 mil indiretas”, fala Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP.

No ano anterior, a presidente visitou 16 APAES sedes de Conselhos, o que possibilitou muitos avanços na luta pela defesa de direitos da pessoa com deficiência. “Os encontros permitem que dialoguemos um pouco mais sobre o contexto legal em que estão envolvidas as organizações. Juntos nós traçamos algumas metas para que o Movimento Apaeano continue contribuindo para que a pessoa com deficiência alcance o seu protagonismo. Além disso, nas visitas discutimos os avanços e as lutas que temos travado junto ao governo”, completa a presidente.

MOVIMENTO FORTALECIDO As visitas da presidente têm sido positivas para as APAES do Estado, que tem aproveitado para apresentar suas demandas e assim fortalecer a luta em prol do Movimento Apaeano. “É muito importante vocês (FEAPAES) estarem aqui conosco para fortalecer o Movimento da nossa região e do Brasil como um todo”, comenta Cristiane Godoy dos Santos, coordenadora técnica da APAE de Presidente Prudente.


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Governo Estadual cede e amplia valor do repasse da educação Cristiany de Castro durante mobilização na ALESP, em 2016.

Após três anos sem qualquer reajuste, APAES conseguem aumento de R$97 por aluno/mês nos repasses feitos para a manutenção das Escolas Especiais As Escolas Especiais das APAES estavam desde 2014 sem qualquer reajuste nos valores que são repassados para sua manutenção pelo Governo Estadual. Com a defasagem dos valores e o aumento do custo para manter o serviço em funcionamento, corria-se o risco que o mesmo fosse suspenso, o que deixaria aproximadamente 21 mil usuários sem o atendimento voltado à educação. Em 2017, o repasse feito as APAES era de R$3.500 por aluno/ano (R$291 por aluno/mês) e com o primeiro reajuste oferecido pelo Governo Estadual, de apenas 6,28%, o montante passaria para 3.719 por ano/aluno (R$309 por aluno/mês), ou seja, uma diferença de apenas R$18 por aluno/mês. Porém, após os constantes pedidos da FEAPAES-SP, o valor do per capita da educação foi revisto, passando para R$ 4.304,32 por ano, em 2018, atingindo assim o montante de R$ 358 mês/aluno. O anúncio ocorreu após intensa mobilização do Movimento Apaeano, somando-se a inúmeras reuniões, tratativas e expedição de ofícios por parte da FEAPAES-SP. Trata-se de uma grande vitória para os usuários que necessitam do atendimento prestado pelas Escolas Especiais das APAES. “Essa notícia foi recebida com grande alegria e chegou em um momento muito importante para as APAES, que têm sofrido há anos com a defasagem no repasse. Esses alunos custam aproximadamente R$800 por mês e estávamos recebendo apenas R$291”, explica a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro.

APAES CONVENIADAS Atualmente, a rede conta com 21.062 alunos conveniados que recebem verba da Secretaria da Educação como beneficiários da Educação Especial. Destes, 19.265 possuem Deficiência Intelectual e 1.797 são autistas. As APAES conveniadas oferecem atendimento pedagógico e educacional para alunos com deficiência intelectual, múltipla e transtornos globais de desenvolvimento associados à deficiência intelectual e que necessitam de apoio permanente, assim como estudantes com o Transtorno do Espectro Autista.

“Essa notícia foi recebida com grande alegria e chegou em um momento muito importante para as APAES, que têm sofrido há anos com a defasagem no repasse. Esses alunos custam aproximadamente R$800 por mês e estávamos recebendo apenas R$291”

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FEAPAES EM REVISTA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

Olimpíadas Especiais das APAES acontecerá em julho e movimentará a cidade de Franca Evento deverá mobilizar aproximadamente 800 pessoas das APAES do estado de São Paulo

As equipes da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP) e da APAE Franca, já estão a todo vapor nos preparativos da 19º Olimpíadas Especiais das APAES 2018 – Edição Estadual, que já tem data marcada para acontecer. O maior evento esportivo do Movimento Apaeano irá movimentar inúmeros atletas das APAES do Estado entre os dias 17 e 22 de julho de 2018, na cidade de Franca (SP). As reuniões com representantes da Prefeitura de Franca começaram no mês de setembro de 2017. Foi solicitada a disponibilização dos espaços para as competições, que acontecerão de maneira simultânea, nos seis dias de evento, segurança, ambulâncias, entre outros. “A Prefeitura de Franca se mostrou muito solícita ao nosso pedido e sabemos que a cidade possui uma excelente estrutura de quadras, ginásios e piscinas. Temos certeza que teremos um evento recheado de muita superação e emoção, com a ajuda de todos”, conta Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP. O evento deverá envolver cerca de 800 pessoas, entre atletas, técnicos e acompanhantes, nas modalidades de atletismo, basquetebol, futsal, futebol de sete, natação, voleibol adaptado, tênis de mesa, dama e dominó. A Federação, em parceria com a APAE da cidade que sedia o evento, realiza as Olimpíadas Especiais das APAES a cada três anos, oportunidade na qual os melhores atletas de cada região competem, demonstrando sua potencialidade, além de terem nessa ocasião a chance de trocar experiências e confraternizar-se com outros atletas do Estado. “A iniciativa de trazer para Franca as Olimpíadas Especiais das APAES muito nos alegra. Estamos ansiosos por receber equipes de todo o Estado. Temos certeza que, independente dos resultados obtidos, este evento será uma grande vitória para todos”, comenta Agenor Gado, presidente da APAE Franca.

Momentos de superação marcaram a edição anterior

Além disso, o evento objetiva favorecer o desenvolvimento global da pessoa com deficiência intelectual e sua integração na sociedade por meio da prática esportiva adequada às suas necessidades e a aquisição de experiências que venham enriquecer seus conhecimentos e facilitar sua relação com o meio em que vive, dessa forma contribuindo para o exercício da cidadania.

PROGRAMAÇÃO ANIMADA Além das competições, os atletas poderão usufruir de momentos de muita diversão, o que possibilitará que vivenciem novas e alegres experiências. “Podemos adiantar que teremos investimentos além da parte esportiva, como atividades culturais e de lazer, passeios, festa de confraternização, cinema, entre outros e para isso contamos com parceiros”, antecipa Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP. Após a realização da 19º Olimpíadas Especiais das APAES, a FEAPAES/SP, junto com sua coordenadoria de esporte e através de critérios previamente definidos, irá classificar, organizar e identificar os usuários e equipes (atletas, técnicos e acompanhantes), para a formação da delegação que representará o estado de São Paulo na Olimpíada Nacional das APAES, que será realizada no final do segundo semestre de 2018, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.

Dama foi uma das modalidades realizadas em 2015

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Ano de capacitações nas APAES Em 2018 a Federação das APAES do Estado de São Paulo irá promover mais de 100 cursos e eventos A fim de cumprir o compromisso da gestão 2018/2020 de intensificar a atualização profissional das APAES e de fortalecer os conselhos regionais de administração, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP) irá promover mais de 100 cursos e eventos em 2018, em todo o Estado. As capacitações tiveram início em fevereiro e estão abordando temáticas voltadas para todas as áreas de atuação das APAES, abrangendo assim, todos os profissionais das 305 filiadas. Para atender todas as APAES os cursos estão geograficamente divididos para englobar os 22 Conselhos de Administração da FEAPAES-SP, facilitando a participação de todos.

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“Por meio da capacitação dos colaboradores das APAES é possivel conquistar avanços na qualidade de vida das pessoas com deficiência. Uma das missões da nossa gestão é promover a atualização profissional contínua às APAES, para que os mais de 60 mil usuários tenham um atendimento de qualidade,” afirma a presidente da FEAPAES/SP, Cristiany de Castro.

FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS Em março a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP) deu início a uma agenda de visitas as sedes dos Conselhos Regionais que continuarão durante todo o ano para atender aos 22 Conselhos de Administração da FEAPAES-SP. Na ocasião, a superintendente da FEAPAES/SP, Fernanda Gomes, apresenta detalhadamente as ações e serviços desenvolvidos pela instituição em benefício das APAES. É muito importante a presença dos dirigentes e diretores de todas as APAES, para o fortalecimento dos Conselhos Regionais. De acordo com a superintendente são momentos de partilha, esclarecimentos de dúvidas e apresentação de sugestões de melhoria, com objetivo de tornar o Movimento do estado de São Paulo mais forte e coeso. “Essas visitas aproximarão a FEAPAES das APAES, e facilitará a troca de informações entre as instituições”, explica Fernanda. Para saber mais sobre as capacitações de 2018, confira a seguir o calendário de cursos e eventos.


APAE EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

CALENDÁRIO

E RIV VE ND DRI N PE

PE

CURSOS E EVENTOS FEVEREIRO

JULHO

19 - Treinamento Argus - São Caetano do Sul 20 - Treinamento Argus - Franca 26 - Gestão - Indicadores de Metas e Resultados - Franca

De 17 a 22 - Olimpíadas Especiais das APAES - Edição Estadual - Franca

MARÇO 13 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Itu 16 - Autodefensoria das Pessoas com Deficiência Intelectual: da prática à teoria - Batatais 22 e 23 - I Jornada de Legislação do Terceiro Setor - Bauru 27 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Viradouro 28 - Cebas - Franca

ABRIL 02 e 03 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Limeira 03 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Cotia 03 - Treinamento Argus - Catanduva 04 - Treinamento Argus - Santa Cruz do Rio Pardo 05 - Treinamento Argus - Taquarituba 05 - Emprego Apoiado - Jacareí 10 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Itu 11 - eSocial - Taubaté 17 - Inserção da Pessoa com Deficiência Intelectual no Mercado de Trabalho - Tupã 18 e 19 - Curriculo Funcional Natural (CFN) - Cabreúva 24 - Reforma Trabalhista - Itu 25 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Catanduva 25 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Nova Odessa 27 - Autodefensoria das Pessoas com Deficiência Intelectual: da prática à teoria - Presidente Prudente

MAIO 03 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Itu 08 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Ituverava 09 - eSocial - Monte Alto 10 e 11 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Pindamonhagaba 17 - Reforma Trabalhista - Cruzeiro 15 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Mogi Mirim 16 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Porto Ferreira 18 - Autodefensoria das Pessoas com Deficiência Intelectual: da prática à teoria - Guaratinguetá 23 - eSocial - Tatuí 24 - Emprego Apoiado - São José do Rio Preto

JUNHO 04 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Martinópolis 05 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Pindamonhagaba 06 - Reforma Trabalhista - Lençóis Paulista 12 e 13 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Bebedouro 13 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Avaré 15 - Autodefensoria das Pessoas com Deficiência Intelectual: da prática à teoria - Itu 19 e 20 - Curriculo Funcional Natural (CFN) - Araras 21 - Emprego Apoiado - Itu 22 - Reforma Trabalhista - Ourinhos 26 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Mogi das Cruzes 29 - Autodefensoria das Pessoas com Deficiência Intelectual: da prática à teoria - Pederneiras

AGOSTO 01 e 02 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Várzea Paulista 02 - Reforma Trabalhista - Itápolis 07 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Atibaia 09 - eSocial - Jaguariúna 14 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Valinhos 16 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - General Salgado 28 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Birigui 29 e 30 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Araçatuba 30 - eSocial - Itu 31 - Abertura do Setembro Verde - São Paulo

SETEMBRO 05 - Reforma Trabalhista - Laranjal Paulista 05 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Santa Cruz do Rio Pardo 11 e 12 - Jornada da Educação - Pirassununga 18 - Emprego Apoiado - Agudos 19 e 20 - Currículo Funcional Natural (CFN) - Itu 20 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Andradina 25 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Catanduva 26 - Reforma Trabalhista - Votuporanga 27 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Praia Grande

OUTUBRO 02 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Pedro Toledo 04 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Olímpia 09 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Jaú 09 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Diadema 10 - Reforma Trabalhista - Rancharia 19 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Lençóis Paulista 24 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Bastos 25 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Santos 30 e 31 Curriculo Funcional Natural (CFN) - Guarujá 31 - Como Estabelecer Parceria com o Poder Público - Itápolis

NOVEMBRO 07 - Reforma Trabalhista - Pariquera-Açu 07 e 08 - Currículo Funcional Natural - São Manuel 08 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Presidente Prudente 13 -Inserção da Pessoa com Deficiência Intelectual no Mercado de Trabalho - Itu 21 e 22 - Currículo Funcional Natural (CFN)- Martinópilis 22 - Emprego Apoiado - Ribeirão Preto 27 - Planejamento Educacional Individualizado (PEI) - Botucatu 28 - Reforma Trabalhista - Bragança Paulista 29 - Diagnóstico de DI e Transtorno de Espectro Autista - Garça

Programação sujeita a alterações Mantenha-se informado, acesse: www.feapaesp.org.br

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Clientes do Santander podem ajudar as APAES do estado de São Paulo

Recursos doados pelos clientes Santander serão revertidos para as APAES do estado de São Paulo que poderão desenvolver novos projetos

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A Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) firmou uma parceria com o Banco Santander para oferecer benefícios para os clientes e ainda ajudar as APAES do estado de São Paulo. Os clientes que possuem cartão Santander podem se cadastrar no site www.santanderesfera.com.br para ter descontos nas lojas parceiras e ainda ganhar pontos que podem ser doados em benefício das APAES. Esta parceria estabelecida pela FEAPAES-SP com o Banco Santander auxiliará as APAES por meio do programa Santander Esfera, que é uma rede de benefícios que oferece ofertas e opções para ganhar e acumular bônus. A cada compra realizada com o cartão, o cliente acumula pontos que podem, posteriormente, ser trocados em mercadorias ou doados para instituições. A FEAPAES-SP é agora uma destas instituições que podem ser beneficiadas com os pontos do Esfera. A cada 1000 (mil) pontos doados, a FEAPAES-SP recebe R$10. Os valores doados serão revertidos ao Fundo de Projetos, trimestralmente, e consequentemente financiará iniciativas das APAES. Veja mais detalhes sobre como doar pelo link: www.bonusesfera.com.br/t/produtos/doacoes.

SOBRE O FUNDO DE PROJETOS O Fundo de Projetos é uma plataforma de financiamento de projetos da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) que surgiu para direcionar recursos do Título de Capitalização Vale Cap às APAES. Ele tem como objetivo patrocinar projetos sociais das APAES nas áreas da educação, saúde e assistência social. Para participar, as APAES precisam enviar projetos em datas previamente definidas em editais publicados no site da Federação e com ampla divulgação em seu site e mídias sociais. Os recursos podem ser aplicados em reformas ou construções de espaços físicos da instituição, aquisição de mobiliário e equipamentos, auxílio no adimplemento das obrigações institucionais e aperfeiçoamento na qualidade de atendimento. O Fundo de Projetos já contemplou 76 APAES do estado de São Paulo. A presidente da FEAPAES/SP, Cristiany de Castro, afirma que a iniciativa é importante para promover a qualidade de atendimento dos mais de 60 mil usuários atendidos no Estado. “Essa é uma importante iniciativa que possibilita o financiamento de projetos das APAES do estado de São Paulo, nas áreas de assistência social, educação e saúde. Por meio do Fundo, as APAES conseguem viabilizar projetos que não teriam como arcar sem essa ajuda. É sem dúvida uma vitória que irá melhorar significativamente o atendimento oferecido, em um momento tão difícil para as APAES do Estado” conclui Cristiany de Castro.

Os recursos podem ser aplicados em reformas ou construções de espaços físicos da instituição, aquisição de mobiliário e equipamentos, auxílio no adimplemento das obrigações institucionais e aperfeiçoamento na qualidade de atendimento. O Fundo de Projetos já contemplou 76 APAES do estado de São Paulo.

Entrega simbólica dos cheques do Fundo de Projetos às APAES contempladas

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FEAPAES/SP promove treinamento de conselheiros O evento capacitou os conselheiros da Federação das APAES do Estado de São Paulo Realizado no dia 23 de fevereiro na APAE de Tupã, o treinamento de conselheiros teve por objetivo capacitar e atualizar os conselheiros regionais da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP). Na ocasião diversos temas foram tratados como: a responsabilidade dos Conselhos, a participação e realização de reuniões e o trabalho do Conselho juntamente a FEAPAES, além do encontro ter sido um momento de troca de experiências entre os conselheiros. O treinamento foi conduzido pela superintendente da FEAPAES/SP, Fernanda Gomes. “Estamos em um momento de renovação em alguns conselhos, então se faz necessária a capacitação e a apresentação dos trabalhos realizados pela Federação para quem está entrando, mas também para os veteranos foi um momento de atualização e de trocar experiências” conta Fernanda. No início foi realizada uma dinâmica para todos se conhecerem, na atividade todos tiveram que se apresentar e contar um pouco de sua trajetória no Movimento Apaeano. Este é o primeiro ano de Márcio Nardo, como conselheiro regional. “Assumir o Conselho regional de Laranjal Paulista é uma responsabilidade muito grande, pois são as dezessete APAES, e devemos trabalhar em conjunto para conseguirmos promover a defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla” afirma Márcio. Logo após foram apresentados aos conselheiros os três estatutos que regem o movimento (Estatuto das APAES, Estatuto

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da Federação Estadual e o Estatuto da Federação Nacional). E no Estatuto da Federação Estadual foi enfatizado as atribuições do Conselhos Regionais de Administração, para que os conselheiros conhecessem suas funções junto a FEAPAES/SP. Fernanda Gomes também apresentou a equipe e todas as ações realizadas pela FEAPAES/SP, desde assessoramento a parcerias, além de mostrar os principais canais de atendimento e como os conselheiros devem orientar as APAES em relação a estas ações. “O treinamento foi muito produtivo, pois foi nos informado tudo o que a Federação Estadual tem feito para fortalecer o movimento Apaeano”, explica o conselheiro de Laranjal Paulista. Além dos estatutos, também foi entregue aos conselheiros manuais que auxiliam as APAES em procedimentos jurídicos e de comunicação, como o Manual da Reforma Trabalhista, de Mobilização de Imprensa e de Confecção de Artes para Eventos (todos disponíveis no acesso restrito do site da FEAPAES/SP: feapaesp.org.br). O encontro foi finalizado com a troca de experiências entre os conselheiros, ocasião que eles puderam tirar dúvidas e contar um pouco do trabalho realizado em cada APAE. “Um ponto importante da participação na reunião foi a troca de informações com os conselheiros mais experientes” finaliza Márcio.


FEAPAES EM REVISTA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

A fim de mensurar a satisfação das APAES filiadas e promover a melhoria contínua dos serviços prestados, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP) realizou a Pesquisa de Satisfação de 2017. A análise foi feita segundo o método NPS (Net Promoter Score), que tem como meta realizar a mensuração do grau de satisfação e fidelidade dos consumidores de qualquer tipo de empresa ou organização. A FEAPAES/SP solicitou que as filiadas avaliassem cada área de atuação da entidade e também o trabalho de modo geral, ao todo 162 APAES responderam a pesquisa. Nesse contexto, a pesquisa apontou que três áreas estão na zona de aperfeiçoamento e outras duas ficaram na zona de qualidade, assim como a satisfação geral quanto aos serviços oferecidos pela FEAPAES. Utilizando o modo analítico, método que aponta a porcentagem das respostas, a pesquisa mostrou que 94% das APAES, que responderam o questionário, recomendariam a FEAPAES/SP para outra APAE.

FEAPAES/SP divulga resultado de pesquisa de satisfação A avalição permite que cada área da instituição trace novas metas de melhoria contínua

“A pesquisa de satisfação é fundamental para medirmos a qualidade do trabalho realizado pela FEAPAES/SP e quais pontos devemos melhorar. Fico feliz com o resultado, isso mostra que estamos na busca da melhoria contínua”, avalia a presidente da FEAPAES/SP, Cristiany de Castro.

“Nesse contexto, a pesquisa apontou que três áreas estão na zona de aperfeiçoamento e outras duas ficaram na zona de qualidade, assim como a satisfação geral quanto aos serviços oferecidos pela FEAPAES”

Programa de Tecnologia FEAPAES/SP 51 Saiba mais, acesse www.feapaesp.org.br


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Cristiany de Castro orienta APAES após evento

Reunião Geral da Nota Fiscal Paulista reúne mais de trinta APAES em São Paulo Movimento Apaeano esteve na Assembleia Legislativa de São Paulo para defender a derrubada do veto do Projeto de Lei nº 718/2017

Aconteceu no dia 26 de fevereiro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) uma Reunião Geral para discutir as mudanças no programa Nota Fiscal Paulista. Inúmeras instituições, das quatro mil no Estado, e dezenas de APAES prestigiaram o evento portando bandeiras com as frases: “As entidades merecem respeito”, “Os atendimentos às pessoas mais carentes do Estado não podem parar!”. Na ocasião, a presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Cristiany de Castro, compôs a mesa e falou da importância desse recurso para que as diversas entidades do Estado continuem a ofertar serviços para crianças, idosos e pessoas com deficiência. “Nós estimamos que haja uma queda na arrecadação desse programa em até 80%, o que vai prejudicar diretamente os atendimentos. No caso das APAES, por exemplo, o serviço que se destina a pessoa com deficiência intelectual é um serviço caro, que nós precisamos a todo momento realizar atividades junto a sociedade civil já massacrada, já que é um momento de crise para todo mundo. A diminuição dessa receita impacta diretamente, gera prejuízos”, falou a presidente durante seu pronunciamento no evento.

A VOZ DO MOVIMENTO APAEANO Desde que foi anunciada as mudanças no Programa Nota Fiscal Paulista, a FEAPAES-SP não tem medido esforços para sensibilizar o Governo Estadual da relevância desses recursos para as APAES. A FEAPAES-SP, representada por sua presidente Cristiany de Castro, realizou dezenas de reuniões na Assembleia Legislativa de São Paulo, na busca do apoio dos parlamentares, no Palácio dos Bandeirantes, com o intuito de sensibilizar o governador Geraldo Alckmin e buscar uma solução para o impasse entre o Estado e as entidades assistenciais. “Nós sabemos que quando o governo destina alguns recursos ele não faz nenhum favor, ele está ali respeitando o papel constitucional de garantir a efetividade dessa política pública. Nós avançamos, desde o ano passado, em relação ao Programa Nota Fiscal Paulista, essa brusca mudança havia sido anunciada para setembro do ano passado e depois de muita caminhada nossa e de outras instituições, houve uma prorrogação e os pedidos permaneceram para que essa prorrogação se desse por mais tempo e para que a sociedade possa se adaptar“, completou a presidente.

“Nós sabemos que quando o governo destina alguns recursos ele não faz nenhum favor, ele está ali respeitando o papel constitucional de garantir a efetividade dessa política pública” 52


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Nota fiscal Presidente da FEAPAES na mesa durante seu pronunciamento

“Não tem ninguém contra a informatização do sistema, a Secretaria (Fazenda) justificou que estava mudando tal formato porque tinha instituição que não o usava corretamente, mas estão nivelando por baixo, porque nós, inclusive, apresentamos a sugestão de instituir um programa de prestação de contas, todas as entidades que aqui estão, estão acostumadas a prestar contas rotineiramente” E como não poderia deixar de ser, as APAES do estado de São Paulo atenderam ao pedido da FEAPAES-SP e compareceram a Reunião Geral. No dia, mais de trinta estiveram no evento, fortalecendo ainda mais a luta para que os deputados derrubem o veto do Projeto de Lei nº 718/2017, do deputado Jorge Caruso. As APAES que estiveram em São Paulo são as de: Cunha, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Pariquera Açu, Miracatu, Juquiá, Cajati, Caieiras, Santa Barbara D’Oeste, Nova Odessa, Jarinu, Limeira, Caraguatatuba, São Vicente, Peruíbe, Itapevi, Batatais, Ribeirão Preto, Brodowski, Descalvado, Jacareí, Sumaré, Americana, Cordeirópolis, Campinas, Tatuí, Ourinhos, Salto Grande, Várzea Paulista, Santa Cruz do Rio Pardo, Mogi das Cruzes, Laranjal, Registro, São Sebastião, Franca Barueri e Cabreúva.

Inúmeras faixas foram vistas no evento

As instituições de Franca, Caminhar e o Lar de Idosos Euripedes Barsanulfo, a convite da FEAPAES, também participaram do evento. “Não tem ninguém contra a informatização do sistema, a Secretaria (Fazenda) justificou que estava mudando tal formato porque tinha instituição que não o usava corretamente, mas estão nivelando por baixo, porque nós, inclusive, apresentamos a sugestão de instituir um programa de prestação de contas, todas as entidades que aqui estão, estão acostumadas a prestar contas rotineiramente”, completou Cristiany.

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Vem aí!

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OLIMPÍADAS ESPECIAIS DAS APAES EDIÇÃO ESTADUAL - SÃO PAULO

FRANCA/SP 2018

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Prepare-se


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Entrevista

Sustentabilidade e profissionalização são grandes desafios das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), quesitos que estão interligados e são fundamentais para a sobrevivência das instituições atualmente. José Alberto Tozzi, mestre em Administração, especialista em Terceiro Setor e autor dos livros SOS da ONG e ONG Sustentável, conta um pouco dos desafios da gestão do Terceiro Setor e dá dicas de sustentabilidade e profissionalização para as organizações. Confira a entrevista de José Tozzi para a Revista APAE em Destaque.

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ENTREVISTA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

A grande maioria das OSCs nascem por meio do voluntariado, em um momento de crise financeira, como as organizações devem buscar a gestão profissional? Realmente a grande maioria das organizações do Terceiro Setor nascem através de voluntários em algum momento peculiar da vida dos beneméritos. O que acontece é que nem sempre este grupo de voluntários consegue manter a organização sustentável e em crescimento. Deve-se tomar muito cuidado, porque em crise financeira, normalmente, não se tem tempo e recurso para mudar. O ideal é estar sempre analisando a possibilidade de profissionalização e talvez, fazê-la aos poucos, contratando pessoas e montando uma estrutura com maior delegação, mas sempre, com o estabelecimento de planos, metas e controle dos resultados. Qual a melhor forma da organização se tornar sustentável? O primeiro passo é preparar um plano de sustentabilidade. Na preparação deste plano é importante fazer um diagnóstico da organização para saber exatamente o seus volumes de gastos a suas necessidades de recursos. Trabalhar fortemente num projeto de racionalização de custos e eficiência para adequar as necessidades de recursos. Em seguida começar a pensar na geração de rendas. Sou um adepto ao conceito de que a entidade poderá gerar a sua própria renda vendendo, principalmente, o seu produto social que é aquilo que ela sabe fazer de melhor. Qual a importância do planejamento nas organizações? Como ele afeta nos resultados? O planejamento é uma peça fundamental na gestão profissional de uma organização. É neste momento que vamos pensar o que vamos fazer, quanto vamos gastar e de onde virá o dinheiro. De onde virá o dinheiro faz parte do plano de sustentabilidade da organização que deve ser trabalhado por todos. Um dos principais fatores do planejamento é que definimos um foco e um caminho onde todo o grupo gestor da organização deverá percorrer direcionando o seus esforços. Por outro lado, não adianta só ter o planejamento sem fazer um acompanhamento periódico e uma necessária correção de rumos.

“Sou um adepto ao conceito de que a entidade poderá gerar a sua própria renda vendendo, principalmente, o seu produto social que é aquilo que ela sabe fazer de melhor.”

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O que a Lei nº 13.019/2014 trouxe de melhorias para o Terceiro Setor? Eu poderia destacar alguns aspectos: Segurança jurídica - realmente é uma lei que foi talhada especificamente para gerir e organizar as transferências voluntárias de recursos dos poderes públicos para as organizações. No passado convivíamos com uma “colcha de retalhos” de legislação e que eram adaptações e não tinha algo específico para esse tipo de transação. Outro aspecto é a valorização das Organizações da Sociedade Civil. Realmente a lei tem algumas características que podem valorizar a organização desde que ela faça valer o seu direito. Como exemplo, posso citar que a lei é textual de que a conta bancária é isenta de tarifas bancárias. Nem sempre os bancos tem adotado esta isenção, porém as Organizações devem fazer valer seus direitos, até judicialmente, se for o caso. A efetividade das parcerias é outro aspecto muito importante na medida em que a lei exige que o chamamento público tenha que definir metas e indicadores de resultado social a serem conseguidos com o recurso recebidos. Desta forma, tanto o Poder Público como a organização devem estar atentos para o estabelecimento e acompanhamento dessas metas, mostrando que não é só uma questão financeira e sim de resultado social Por que ela ainda sofre resistências? Nós somos resistentes por natureza. Esta lei tem a característica de ter uma abrangência nacional envolvendo tanto os poderes públicos: federal, estadual e municipal, além das organizações e os Tribunais de Contas, portanto um grande volume de pessoas envolvidas, interesses e necessidades que pulverizam a linha de resistência. Acreditamos que o seu uso a evolução tanto das organizações como dos poderes públicos, ao longo do tempo, provocará melhorias contínuas e revisões na lei. Facilitando e melhorando a relação entre os poderes públicos e as organizações do setor. A lei exige que as organizações apresentem resultados sociais, como mensurar esses resultados? Sempre quando pretendemos mensurar algum resultado devemos usar indicadores. Esses indicadores deverão ser definidos, em cada projeto, baseados no objetivo geral e nos objetivos específicos do projeto. Pressupõe-se, portanto, que os objetivos serão traduzidos em metas quantificadas através de indicadores que deverão ser acompanhados e apurados na prestação de contas final do projeto.


ENTREVISTA - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

Qual é o impacto dos resultados sociais para a organização? Acho que a gestão profissionalizada deve sempre buscar a medição de resultado social de cada projeto e da organização como um todo. Antes de ser um fator obrigatório por lei, considero um fator fundamental para análise da sustentabilidade e da gestão profissional da organização. Em outras palavras, ao medir o resultado social do projeto, a organização estará demonstrando a transformação do seu conhecimento (know-how) em resultado tangível. Este resultado pode ser considerado um produto social que será vendido no mercado como prestação de serviços sociais. A lei também exige a transparência, como ela pode auxiliar também a organização com as parcerias com o segundo setor? A transparência é um dos pilares da sustentabilidade de uma organização do Terceiro Setor. Não devemos só pensar em transparência em função da obrigatoriedade legal. A transparência deve ser um valor da organização e praticada como tal, demonstrando capacidade da organização em transformar o seu conhecimento em resultado social e contribuindo para a melhoria da sociedade. Transparência deve ser uma política da organização praticada com zelo e disciplina. Qual é a melhor forma de captar recurso com o segundo setor? E como chegar nas empresas? Atualmente observamos que o contato entre as organizações e as empresas privadas tem sido feito através de redes sociais e internet de um forma totalmente impessoal. Portanto um fator fundamental é escrever um projeto que seja lido e entendido sem a necessidade de uma apresentação pessoal, até porque ela não irá existir, mas principalmente demonstrando de uma forma clara e transparente a tangibilidade dos resultados sociais. Não devemos nos esquecer que o segundo setor trabalha basicamente com o conceito de retorno do investimento portanto, o resultado social é fundamental para essa análise.

“A transparência é um dos pilares da sustentabilidade de uma organização do terceiro setor. Não devemos só pensar em transparência em função da obrigatoriedade legal.”

“Atualmente o Terceiro Setor no Brasil está atravessando uma fase muito interessante que, na minha opinião, é de estruturação e profissionalização se preparando para o futuro um com vistas à sua sustentabilidade.” Como as empresas enxergam a responsabilidade social? A organização deve conhecer as características da empresa para ver como ela lida com a questão da responsabilidade social. Não existe uma regra, um padrão, cada empresa tem a suas peculiaridades a respeito. O fator mais importante nesta relação é que a organização consiga demonstrar que agrega valor às políticas de responsabilidade social da empresa através da execução de seus projetos e da obtenção do seus resultados sociais O que uma organização deve ter para conseguir sucesso em projetos sociais? Primeiro ter o seus projetos escritos, pensados e planejados de uma forma profissional, buscando, sempre, apurar e demonstrar o resultado social que se pretende atingir. Segundo, ter um processo de monitoramento e avaliação de resultados para garantir que aquilo que foi planejado e prometido ao investidor social está sendo alcançado sem riscos de grandes erros. Como você vê o terceiro setor hoje no Brasil? E no futuro? Atualmente o Terceiro Setor no Brasil está atravessando uma fase muito interessante que, na minha opinião, é de estruturação e profissionalização se preparando para o futuro um com vistas à sua sustentabilidade. Entendo que no futuro não estaremos vivendo esse modelo atual onde as organizações captam recursos públicos ou privados para realização do seus projetos e da sua missão. Acredito que, futuramente, viveremos um conceito de venda de produtos sociais onde uma organização do Terceiro Setor gera parte substancial da sua renda sem uma dependência para o financiamento dos seus projetos. Acho importantíssimo que as organizações estejam atentas à evolução das redes sociais, às práticas de inovação e ao conceito de empresa social.

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ESPECIAL - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

APAE de Areiópolis conquista Sala de Integração Sensorial Só no ano de 2017, mais de 100 usuários foram atendidos na Sala de Integração Sensorial da APAE de Areiópolis Graças ao Fundo de Projeto, uma inciativa da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e Vale Cap, a APAE de Areiópolis conquistou sua Sala de Integração Sensorial. O objetivo do novo espaço é proporcionar o tratamento de crianças, adolescentes e jovens que apresentam problemas de aprendizagem, comportamento e movimento. Somente no ano de 2017, 113 usuários foram beneficiados pela Sala de Integração Sensorial. Algumas pessoas com deficiência intelectual ou com outras deficiências associadas apresentam alterações no processamento de informações do sistema sensorial: visão, audição, paladar, olfato, equilíbrio e movimento corporal. Diante disso, a sala vem colaborando com o aumento de entrada de informações sensoriais de forma controlada e planejada. “Trouxe muitos ganhos, nós temos muitos usuários aqui com problemas nessa parte sensorial, então eles estão tendo um avanço através do trabalho feito nessa sala, com os equipamentos”, conta Geisa Maria Ramos Pereira de Miranda, diretora pedagógica da APAE de Areiópolis. A Sala é composta por vários aparelhos, dentre eles casulo elástico, escada com cordas, pneus com corda, tatame, trapézio em madeira, entre outros. À medida que a pessoa tem oportunidade para receber estímulos sensoriais e lidar com os desafios do ambiente, por meio desses aparelhos, suas respostas adaptativas se tornam mais complexas e criativas, além de organizadas.

SOBRE A INTEGRAÇÃO SENSORIAL A integração sensorial surgiu nos anos 60 quando Jean Ayres, uma terapeuta ocupacional e psicóloga educacional, estudou o cérebro e a forma como este processava a informação sensorial. Através da metodologia desenvolvida acontece a integração das sensações, principalmente no sistema tátil, vestibular e proprioceptivo. Com o trabalho das atividades lúdicas e a participação ativa do usuário, há o aumento da habilidade de processamento das informações e respostas apropriadas aos estímulos. As publicações de Ayres sobre integração sensorial abrangem um período de 30 anos a partir da década de 1960 até a década de 1980, e incluem estudos psicométricos, bem como ensaios clínicos e estudos de casos individuais.

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Equipamento na Sala de Integração Sensorial


APAE EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

Sala de Integração Sensorial proporciona mais qualidade de vida aos usuários

“Trouxe muitos ganhos, nós temos muitos usuários aqui com problemas nessa parte sensorial, então eles estão tendo um avanço através do trabalho feito nessa sala, com os equipamentos”

Usuário em atendimento

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PROJETO - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

A Síndrome de Down e o envelhecimento Introdução:

Projeto de Fisioterapia direcionado a pessoas com Síndrome de Down acima de 30 de anos da APAE de Nova Odessa.

A APAE de Nova Odessa funciona com atendimentos especializados ambulatoriais dos quais envolvem terapias cognitivas e motoras. São profissionais especializados para desenvolver competências e habilidades envolvendo todas as áreas do ser humano. Programas de intervenção precoce com uma equipe de terapeutas e educadores especiais são executados cotidianamente e dão a possibilidade de se desenvolver um trabalho focando a situação específica de cada criança, sendo aqui para portadores Idosos de Síndrome de Down que não receberam estimulação na infância. Além das características físicas típicas e das deficiências mentais, observamos, com frequência, outros problemas de saúde em pessoas com síndrome de Down. A justificativa para nosso Projeto foi exatamente elaborada devido a essas características que tanto marcam a vida dos usuários. Desenvolvimento da Pessoa Portadora de Síndrome de Down como justificativa do Projeto O Projeto é desenvolvido com um grupo de 12 usuários com idades variadas entre 24 a 60 anos. A partir de uma avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor do usuário na Escala do Desenvolvimento Global, foi constatado atrasos no motor, na linguagem e cognição. A presença de graus importantes de hipotonia muscular seguramente contribui para que aconteçam estes atrasos. Todos os marcos do desenvolvimento motor vão surgindo tardiamente. Constatamos que desde o andar existe algo que se aplica à todas as áreas do desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down, qual seja, que a variabilidade no desenvolvimento é muito mais ampla do que a observada em grupos de crianças normais. É evidente que um atraso no desenvolvimento motor da criança vai interferir com o desenvolvimento em outras áreas de atuação, como social e cognitiva, justificativa mais do que significativa para o desenvolvimento do Projeto na Apae de Nova Odessa. Grupo para usuários portadores de Síndrome de Down Desenvolvimento do Projeto Nos últimos anos, houve um aumento da expectativa de vida de portadores de Síndrome de Down devido a um acompanhamento médico especializado, associado com a melhora na qualidade de vida. Foi observado na prática clínica que a população em geral necessita realizar atividades físicas de rotina para garantir uma vida longa e envelhecimento saudável. Fato que se aplica aos portadores

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de síndrome de Down, que necessitam de atividades físicas funcionais, para manutenção da independência nas atividades de vida diária. Outro fator importante é que a autonomia favorece a inclusão e consequentemente o aumento do convívio social. Uma atividade física supervisionada é necessária para prevenção a lesões musculoesqueléticas, além de promover um bem-estar orgânico funcional. Os usuários são estimulados e orientados quanto à importância da prática de atividades físicas de rotina e até mesmo desenvolvendo habilidades para um esporte. Todos os estímulos são necessários para realização das atividades e também deve se levar em consideração que cada usuário tem seu próprio ritmo. Para justificar o trabalho, foi


PROJETO - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

levantado como diagnóstico os seguintes problemas com os usuários da APAE de Nova Odessa com faixa etária acima de 30 anos:

• Problemas cardíacos congênitos • Problemas respiratórios • Doença do refluxo gastro esofágico • Otites recorrentes • Apneia do sono • Disfunções da tireoide, daí o fato de serem propensas ao sobrepeso. • Vida sedentária

Pensando em atividades funcionais que acima de tudo facilitam também o tratamento de doenças recorrentes, foi montada uma sequência de atividades motoras somente para nossos usuários com Síndrome de Down com diferentes graus de comprometimento, levando assim ao hábito de atividades físicas importantes para saúde mental e física. As atividades são realizadas nas próprias instalações da APAE de Nova Odessa, em praças e academias parceiras. O grupo formado para atendimento tem como objetivo o fortalecimento global, aumento do tônus, estimulação vestibular, aumento da capacidade cardiopulmonar, desenvolvido através das seguintes atividades:

• Exercícios ativos com contração: isométrica, concêntrica e excêntrica. • Exercícios aeróbicos. • Treinamento de equilíbrio em aparelhos, terrenos irregulares e com obstáculos. • Atividades psicomotoras.

Outro fator importante refere-se ao fato de que o Projeto é voltado para questões cognitivas e comportamentais. Notadamente é

Daiene Ramos Bogre Duarte, fisioterapeuta formada na Unimep – Universidade Metodista de Piracicaba desde 2005, trabalha na Apae de Nova Odessa com Grupo de Estimulação Precoce e com Projetos relacionados a reabilitação e desenvolvimento de funcionalidades dos usuários da APAE de Nova Odessa.

“Estamos no segundo ano do Projeto e já constatamos a mudança de hábitos tanto na alimentação, quanto na família que também abraça o Projeto, a base de tudo é a funcionalidade do dia a dia e da nossa observação na melhor forma de promover a saúde de nossos usuários,” explicam as terapeutas do projeto. grande a facilidade que eles adquirem hábitos de pessoas de sua convivência, sem questionamentos sobre o que estão aprendendo e executando, principalmente na convivência familiar, visto que, essas pessoas não são desprovidas de capacidade intelectiva e nosso objetivo é fazer com que desenvolvam, ao máximo, esse potencial cognitivo. A educação da pessoa Síndrome de Down depende de como intervém a família, a escola e a sociedade, devendo iniciar a partir do nascimento, com uma estimulação capaz de integrála progressivamente ao meio ambiente, a vida social adulta e principalmente a inclusão social. A rotina de trabalho da APAE de Nova Odessa tem como objetivo específico o reconhecimento, a percepção e a consciência corporal de cada pessoa envolvida. O cronograma de atividades práticas são desenvolvidas semanalmente, para dar a segurança de toda funcionalidade e importância do Projeto. O cronograma é desenvolvido de acordo com as possibilidades da entidade, tais como: caminhadas, circuito motor, treinamento funcional, massagem terapêutica, treino mastigatório, apoio no desenvolvimento familiar, social e principalmente a conscientização da importância da atividade física para melhor qualidade de vida.

Monica A. Provetti Weffort, fisioterapeuta formada na UFSCar – Universidade Federal de São Carlos desde 1995, atuou como terapeuta funcional no Hospital Sarah Kubitscheck em Brasília, está na APAE de Nova Odessa desde 2015 com Grupo de Estimulação Precoce e com Projetos relacionados a reabilitação e desenvolvimento de funcionalidades dos usuários da APAE de Nova Odessa.

Andréia Favarin Riqueti, pedagoga formada pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas, especialista em Educação Especial e Inclusão trabalha na APAE de Nova Odessa como Diretora Pedagógica.

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APAE EM-DESTAQUE ARTIGO ANO 2018 - EDIÇÃO - ANO 2018 18 - EDIÇÃO 18

Curvas de crescimento para brasileiros com síndrome de Down: Desenvolvimento e aplicação

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A construção das curvas

O crescimento na síndrome de Down Com população estimada entre 6,1 a 13,1 por 10.000, pessoas com síndrome de Down (SD) têm recebido atenção especial em relação a vários aspectos de saúde, resultando em maior expectativa de vida. No caso de jovens com SD, o acompanhamento do crescimento físico em etapas precoces previne e combate diversas comorbidades. O crescimento é determinado por diversos fatores. As alterações do crescimento ao longo da infância e adolescência na SD podem ser influenciadas por fatores genéticos e ocorrência de comorbidades. Fatores de risco relacionados ao baixo peso nos primeiros anos de vida envolvem desordens na ingestão de alimentos e comorbidades. A transição entre baixo peso nos primeiros anos de vida e a obesidade a partir da segunda infância tem sido associada às desordens do hormônio leptina, taxa metabólica basal, dieta, atividade física e comorbidades. Em linhas gerais, crianças com SD apresentam padrões de crescimento que os diferencia em relação às crianças sem SD. Neste contexto, a construção de curvas de crescimento específicas para crianças e adolescentes com SD são necessárias. A importância das curvas Curvas de crescimento são ferramentas muito importantes para orientar profissionais de diversas áreas, incluindo a Educação Física, Medicina, Enfermagem, Nutrição, e correlatas. Organizações de saúde tem recomendado o uso das curvas de crescimento para crianças brasileiras com SD na faixa etária entre 0 e 18 anos. No entanto, tais curvas utilizam dados de crianças de outros países e sua aplicabilidade no Brasil tem sido questionada. O Brasil é um país em desenvolvimento, com diferenças raciais, étnicas e econômicas. Há evidências, por exemplo, que crianças de países de baixa e média renda são mais propensas a apresentarem restrição de crescimento. Portanto, os padrões de crescimento de crianças brasileiras com SD são diferentes daquelas com SD de outros países. Equívoco bastante comum é a utilização de curvas de crescimento desenvolvidas para crianças sem SD. Como exemplo, observa-se a utilização de curvas de crescimento desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a avaliação de crianças com SD. Pesquisas anteriores demonstram que os padrões de crescimento da OMS podem subestimar o crescimento de crianças com SD, devido às diferenças significativas de peso e estatura entre as populações. Diante da falta de um padrão de crescimento, a Universidade Estadual de Campinas em parceria com instituições de referência no país desenvolveram as curvas de crescimento para brasileiros com SD.

O desenvolvimento das curvas de crescimento ocorreu em diversas regiões do Estado de São Paulo no período entre 2012 e 2015. Os dados foram obtidos na Universidade Estadual de Campinas, 48 Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de SP (Américo Brasiliense, Araçatuba, Araraquara, Arujá, Assis, Cabreúva, Campinas, Candido Motta, Caraguatatuba, Catanduva, Cordeirópolis, Cravinhos, Diadema, Dracena, Ferraz de Vasconcelos, General Salgado, Guaíra, Guaratinguetá, Ibitinga, Itapevi, Itápolis, Jaguariúna, José Bonifácio, Marília, Matão, Mogi das Cruzes, Monte Alto, Nhandeara, Nova Odessa, Novo Horizonte, Ourinhos, Palmital, Piedade, Pirassununga, Poá, Pompeia, Porto Feliz, São José do Rio Preto, Salto, Salto Grande, São Caetano do Sul, Santo André, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Taquaritinga, Taquarituba, Votuporanga e Xavantes) e duas instituições especializadas no atendimento de pessoas com SD de Campinas/SP. Os locais foram selecionados de modo a representar a população brasileira em termos de origens raciais e étnicas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Em adição, entrevistas com pais e responsáveis f​ oram conduzidas para obtenção de informações específicas, tais como idade gestacional, comorbidades, peso, estatura e perímetro cefálico. As medidas foram realizadas por avaliadores da Universidade e das instituições usando procedimentos padronizados. Os seguintes grupos etários foram utilizados para a construção das curvas: 0-36 meses (1 medida a cada mês); 3 a 20 anos (1 medida a cada ano). A análise de dados foi realizada em diversas etapas. Percentis 3 a 97 foram gerados para a construção das curvas de peso-para-idade, estaturapara-idade, e perímetro cefálico-para-idade. A população total foi constituída por um total de 938 participantes, sendo realizado um total de 10.516 avaliações de peso, estatura e perímetro cefálico. As curvas Curvas de peso-para-idade, estatura-para-idade, perímetro cefálico-para-idade e IMC-para-idade foram especificamente construídas para meninos e meninas com SD na faixa etária entre 0 a 20 anos. Curvas de IMC, por exemplo, podem ser observadas nas Figuras 1 e 2. Todas as curvas estão disponíveis na página da internet da Sociedade Brasileira de Pediatria, no seguinte link: http://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/ graficos-de-crescimento/ Diferenças com outras curvas O crescimento de crianças com SD do atual estudo foram comparadas com a OMS e Centro para o Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Como esperado, os participantes com SD foram significativamente mais baixos em todas as idades com relação à OMS. A divergência na estatura média aumentou nas idades 1215 anos e atingiu seu maior nível em 17-19 anos, resultando em 20 cm abaixo da média da população geral. Um dado interessante refere-se ao peso nos primeiros anos de vida. Os estudos anteriores destacavam a obesidade, mas não o baixo peso. O estudo mostrou que crianças com SD com idade entre 0 e 15 meses apresentaram menores valores de peso em comparação aos padrões da OMS. Por outro lado, os meninos e as meninas se mostraram mais pesadas do que o CDC em idades acima de dois anos, confirmando as evidências de obesidade em jovens com SD. Quando comparado

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a outros jovens com SD de outros países (Ex: Portugal, Holanda e Estados Unidos), o estudo também mostrou diferenças significativas, variando para mais ou para menos, em função da idade e sexo. As curvas e o Movimento Apaeano Em 2012 no primeiro contato da UNICAMP através do pesquisador Dr. Fabio Bertapelli, com a FEAPAES/SP, para promover uma parceria neste projeto de construção da curva de crescimento para pessoas com SD, o Presidente na época Dr. Marco Aurélio Ubiali, aceitou prontamente pela relevância e impacto do estudo, autorizando e criando condições através da Coordenadoria de Educação Física, Desporto e Lazer a colaborar na divulgação, orientação e coleta dos dados. A mobilização teve a adesão de 48 APAES do Estado de São Paulo que entenderam a importância desta ferramenta para a sociedade e também para uma significativa parcela do público que atende em suas unidades. Desde então o vínculo das duas instituições (FEAPAES/SP e UNICAMP) se fortaleceram e, juntas, pesquisam para oferecer o que há de melhor para os profissionais que atuam na rede APAE.

Curvas de Índice de Massa Corporal para crianças e adolescentes com síndrome de Down do sexo masculino na faixa etária entre 2 e 18 anos.

Utilização das curvas As curvas de peso, estatura e perímetro cefálico seguem o mesmo método de utilização. Peso e estatura podem ser avaliados mensalmente até os 36 meses de idade e anualmente até os 20 anos. O perímetro cefálico, até 24 meses. Recomenda-se que sejam utilizados os percentis para a interpretação das curvas. Crianças com peso acima do percentil 95 podem apresentar risco de obesidade. As crianças com peso abaixo do percentil 5 podem apresentar risco de desnutrição. O IMC também é uma curva adequada para monitorar o estado nutricional. O IMC pode ser avaliado anualmente de 2 a 18 anos. Para interpretação do IMC, utiliza-se a fórmula: Peso em Quilograma dividido pela estatura em metros elevado ao quadrado (Kg/m²).

Curvas de Índice de Massa Corporal para crianças e adolescentes com síndrome de Down do sexo feminino na faixa etária entre 2 e 18 anos.

Fabio Bertapelli

Graduação em Medicina (FCM – UNICAMP). Doutor em Pediatria (FCM – UNICAMP). Professor Titular do Departamento de Pediatria (FCM - UNICAMP).

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Roberto Antônio Soares

Graduação em Educação Física (FESC). Especialista em Educação Física Especial e Adaptada (UNICLAR). Coordenador Estadual e Nacional de Educação Física, Desporto e Lazer (FEAPAES-SP/FENAPAES).

Gil Guerra Júnio

Graduação em Educação Física (UNIPAR). Mestre em Atividade Física Adaptada (FEF - UNICAMP). Doutor em Ciências (FCM - UNICAMP). Pós-Doutorando (FAPESP/UNICAMP).


JURÍDICO EM DESTAQUE - ANO 2018 - EDIÇÃO 18

A importância dos professores vinculados à Administração Pública nas APAES É de conhecimento da população brasileira a importância e necessidade dos serviços prestados pelas APAES no atendimento especializado às pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. Na área da educação, as APAES do estado de São Paulo possuem em seus quadros de funcionários inúmeros profissionais especializados, que diariamente atendem mais de 23.000 (vinte e três mil) alunos com deficiências, aplicando seus conhecimentos e técnicas educacionais, a fim de oferecer o melhor serviço possível aos usuários. A Constituição Federal de 1988 garante os direitos das pessoas com deficiências em vários capítulos, e, especificamente no artigo 208, impõe que é dever do Estado a garantia de atendimento educacional especializado às pessoas com deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino. Cumpre ressaltar que o termo “Estado” inserido na Constituição Federal, não deve ser interpretado no sentido estrito e sim no sentido amplo, ou seja, a responsabilidade abrange a Administração Pública nos âmbitos municipal, estadual e federal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394/1996 - em seus artigos 4º, III; 58; 59 e 60 garante o atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência. Já o artigo 8º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146/2015 - indica que “É dever do Estado,

Thiago Carvalho Mellem Analista jurídico FEAPAES/SP

da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico”.

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Para o alcance de objetivos de interesses públicos e das entidades, em 2014 foi sancionada a Lei nº 13.019/2014, regulamentada pela Lei nº13.204/2015, que estabelece o regime jurídico das parcerias entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho, onde atualmente dispõe em seu artigo 45, inciso II: Art. 45. As despesas relacionadas à execução da parceria serão executadas nos termos dos incisos XIX e XX do art. 42, sendo vedado: (...) II - pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público com recursos vinculados à parceria, salvo nas hipóteses previstas em lei específica e na lei de diretrizes orçamentárias; Ao interpretar literalmente a Lei nº 13.019/2014, as entidades não poderiam remunerar, com recursos vinculados às parcerias, servidor ou empregado público que também fosse empregado da APAE, salvo hipóteses previstas em lei específica e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A exceção imposta pelo legislador no artigo em estudo somente existirá após articulação das entidades com os Poderes Executivo e Legislativo, não sendo matéria resolvida com brevidade, devendo ser construída através do engajamento das entidades. Ocorre que é notória a falta de escolas públicas especializadas em educação aos deficientes, fruto da omissão do Estado, fazendo com que diversas entidades se especializem no atendimento, e, em contrapartida, firmem parcerias e recebam repasses da Administração Pública. Ora, considerando a extrema especialidade dos serviços educacionais prestados nas APAES, percebe-se que a quantidade de profissionais capacitados é reduzida, entretanto, ao considerar a vedação estabelecida no artigo supracitado, a mão de obra que já é escassa se tornaria quase impossível. Sim, a título de informação, 62,5% dos municípios do Estado de São Paulo têm até 20.000 (vinte mil) habitantes, não sendo necessária vasta argumentação acerca da dificuldade de encontrar profissionais especializados em auxiliar pessoas com deficiências em cidades consideradas pequenas. Somando-se a isto, a maioria destes profissionais também exercem atividades remuneradas como servidores ou empregados na Administração Pública, logo, inúmeras são as dificuldades enfrentadas pelas APAES na contratação de profissionais educacionais especializados, que atendam o padrão dos serviços prestados. Equiparando-se a situação, sabe-se que é possível a acumulação remunerada de dois cargos de professores ou a de um cargo de professor com outro técnico ou científico público, conforme estabelece o artigo 37, XVI, “a” e “b” da Constituição Federal. Cumpre ressaltar que o artigo 2º, II do Decreto nº 62.294, que autorizou a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

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a firmar parcerias com OSCs para atender alunos com graves deficiências, também autoriza o repasse e a utilização dos recursos para remuneração dos profissionais relacionados à educação dos alunos: Art. 2º - Ao ajuste de que trata o artigo 1º deste decreto aplicam-se as seguintes disposições: (...) II - a Secretaria da Educação transferirá recursos financeiros à entidade parceira para pagamento da remuneração dos profissionais encarregados da execução do objeto do ajuste, bem como para atender a outras despesas previstas no artigo 46 da Lei federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014, alterada pela Lei federal nº 13.204, de 14 de dezembro de 2015, desde que incluídas no respectivo plano de trabalho Assim, em relação às parcerias na área da educação, a Secretaria da Educação do estado de São Paulo, baseando-se em pareceres e legislações pertinentes, já manifestou seu entendimento de que é possível a remuneração de professores e de todos os profissionais que estiverem relacionados com o processo de escolarização dos alunos, inseridos no Plano de Trabalho, com recursos vinculados à parceria. Portanto, havendo compatibilidade de horários, conforme estabelece o artigo 37, XVI da Constituição Federal e a Lei Complementar nº 444/85, ou seja, laborando em um turno na APAE e em outro na Administração Pública, não haverá vedação à remuneração dos referidos profissionais com recursos vinculados ao repasse da educação do estado de São Paulo. A viabilidade dos repasses de recursos é entendimento sensato e necessário, visto a maioria dos professores e outros profissionais relacionados à escolarização das pessoas com deficiência manterem vínculos com o Estado ou Município. Caso houvesse a vedação à remuneração dos citados profissionais com os recursos vinculados, haveria grande número de demissões, resultando certamente na inviabilização das parcerias, diante da impossibilidade de substituição dos profissionais. Sim, para fins práticos, o que ocorreria seria um caos nos atendimentos, visto a substituição não ser possível e, consequentemente, os serviços seriam paralisados. Como reflexo da paralisação, a Defensoria Pública e o Ministério Público tomariam as medidas necessárias à garantia dos direitos das pessoas com deficiências, colocando o Estado em flagrante situação de descumprimento de deveres constitucionais. Obviamente que a compatibilidade de horários deve ser fiscalizada pelos órgãos competentes, evitando situações ilegais que comprometam o objeto das parcerias. Portanto, a interpretação das legislações pertinentes e o entendimento emanado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, norteados pelos princípios constitucionais e amparados na finalidade legal, são totalmente sensatos, até porque o objeto da parceria certamente não seria alcançado.

Thiago Carvalho Mellem Analista Jurídico - FEAPAES/SP juridico@feapaessp.org.br


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USUÁRIA DA APAE DE GUARATINGUETÁ-SP

NOSSO MUITO OBRIGADO AO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE POR CONFIAR NO VALE CAP E AJUDAR AS APAES DA NOSSA REGIÃO


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