Revista APAE em Destaque 25

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Publicação da FEAPAES-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo

Ano 2020 • Edição 25

REVISTA APAE EM DESTAQUE

Usuária da APAE de Tupã

vidas!

ANO 2020 • EDIÇÃO 25

Mudando

CAMPANHA

SETEMBRO VERDE 2020: INOVAÇÃO EM PROL DA INCLUSÃO SOCIAL INTERNACIONAL: CONGRESSO CIENTÍFICO ONLINE REUNIU MAIS DE 880 INSCRITOS DE TODO O PAÍS, ALÉM DE MOÇAMBIQUE E PORTUGAL

APAE DE FRANCA ARRECADA MAIS DE 80 MIL EM LIVE SOLIDÁRIA

Foto APAE Orlândia

APAE em destaque

Nosso muito obrigado ao Vale do Paraíba e Litoral Norte por confiar no Vale Cap e ajudar as APAES da nossa região.


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6 GALERIA DE FOTOS

APAE EM DESTAQUE

OURINHOS

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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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TAQUARITUBA

26 27 28 30 31

AMERICANA JUNDIAÍ FRANCA

9 NOTAS APAE

CAPÃO BONITO CARAGUATATUBA IGUAPE ITABERÁ ITUVERAVA

54 VALE CAP

55 ENTREVISTA DANILO TIISEL

MONTE APRAZÍVEL

VÁRZEA PAULISTA CABREÚVA CAJATI DRACENA

61 JURÍDICO INFORMA

SUMÁRIO

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CAPA

CAMPANHA SETEMBRO VERDE 2020: INOVAÇÃO EM PROL DA INCLUSÃO SOCIAL

FEAPAES EM REVISTA CONGRESSO

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FUNDO DE PROJETOS

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PRIMEIRO CENSO FEAPAES-SP

40

DOAÇÃO DE CHOCOLATES PARA APAES

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WEB TV FEAPAES-SP

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FEAPAES-SP EM REVISTA CIENTÍFICA INTERNACIONAL

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SECRETÁRIO-EXECUTIVO DE SAÚDE E APAES

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PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA E APAES

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DOAÇÃO DE CADEIRAS DE RODAS

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DOAÇÕES DE PRODUTOS DENTAIS DA UNILEVER

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SEMANAS TÉCNICAS DA FEAPAES-SP

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ARTIGO CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE

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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA

EDITORIAL

Presidente Cristiany de Castro Vice-presidente José Marcelo Campos Alduíno 1º Diretor Secretário Paulo Rogério Geiger 2º Diretor Secretário Celso Roberto Pegorin 1º Dir. Financeiro Salvador Anésio Ruiz Aylon

CONSELHO FISCAL

O

lançamento de cada Revista APAE em Destaque é algo para ser comemorado, pois trata-se de um importante espaço de divulgação do impacto social provocado pelo movimento apaeano paulista. É por isso que volto aqui, mais uma vez, cheia de alegria para apresentar para você, leitor, um pouco do trabalho realizado pelas APAES paulistas, bem como pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), que não mede esforços para o aperfeiçoamento constante de suas filiadas. Esta edição, em especial, trouxe uma diversidade de ações bem-sucedidas realizadas pela FEAPAES-SP, em um momento tão conturbado, o de pandemia. A entidade teve de se reinventar para continuar assessorando suas filiadas com excelência, e conseguiu. Realizou o seu I Congresso Científico Online, de forma inédita, reunindo mais de 850 inscritos de 23 estados brasileiros, além de Portugal e Moçambique, com mais de 120 artigos submetidos. Também lançou o 8º Ciclo do Fundo de Projetos, dando um folego a mais para algumas APAES em um momento tão delicado e de grande necessidade, sendo estas duas ações — Congresso e Fundo de Projetos — temas de algumas das reportagens que verá nas páginas a seguir. E as APAES não ficaram atrás com seus projetos de grande impacto na vida de seus usuários. Uma dessas ações foi a da APAE de Franca, que durante a pandemia realizou uma live e conseguiu arrecadar mais de R$ 80 mil. Além dos projetos realizados durante o período de isolamento social, há também aqueles que foram implantados há algum tempo, mas que também são considerados cases de sucesso, como o Selo Empresa Parceira, da APAE Ourinhos, um projeto criado em 2016, mas que já angariou 104 empresas que contribuem mensalmente para a APAE. Despeço-me desejando uma excelente leitura! Espero que goste! Um grande abraço, Thaís Demacq Jornalista — Mtb 44568/SP comunicacao@feapaesp.org.br

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APAE EM DESTAQUE • ANO 2020 • EDIÇÃO 25

Titulares Celso Bueno de Oliveira Carlos Eduardo Torres Vera Lúcia Ferreira Lima

2º Dir. Financeiro Luis Roberto Rozon Diretor Social Paulo Arantes Diretor de Patrimônio José Roberto Guimarães Autodefensora Rita de Cássia Leal Autodefensor Wellington Clementino

Suplentes Cézar Sousa Vilela Celso Fujioka Silvio Filippini

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Nilza Ribeiro Fernandes Afonso Francisco Innocencio Pereira Hélio Tadeu Zago Jorge Martins Salgado José Avanilson da Silva José Carlos da Silva Josiane Claudia da Silva Jacob Leila Barban Radaelli Lucia Helena Gonçalves Senteio Márcia Cardoso Luqueti Gianoti Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira Márcio Nardo

Maria Aparecida Gomes Sampaio Maria Carolina Paoliello Maria de Fátima Dalmédico de Godoy Maria José de Souza Nunes Meiri Aparecida Sant’ana Rodrigues Moacyr Fonseca Júnior Nelson Bassanetti Norma Tavares Vieira Consani Paulo César Zeni Sayma Pimentel Zeraik Viduedo Sonia Aparecida Martins Bento de Oliveira

PROCURADORIA JURÍDICA Acir de Matos Gomes

EQUIPE TÉCNICA | FEAPAES-SP Coordenação técnica: Cláudia Fragoso coordenadoratecnica@feapaesp.org.br Financeiro e Mobilização de Recursos Lucas Almeida (coordenador) Fátima Melo Eduardo Carloni Camila Archetti financeiro@feapaesp.org.br Comunicação: Thaís Demacq (coordenadora) Débora Simões Sabrina Aparecida Leonardo A. Fróes Cunha (estagiário) comunicacao@feapaesp.org.br Jurídico: Thiago Mellem Thales Araújo juridico@feapaesp.org.br Equipe da Qualidade: Cíntia Faccirolli (coordenadora) Aline Lima Elaine Lemos Patrícia Dupim Ricardo Alexandre Pereira coordqualidade@feapaesp.org.br

Ouvidoria: Karla Pereira Bruno Faria Fábio Rodrigues Paulo José da Silva Nogueira Sílvio Balan auxiliaradm@feapaesp.org.br Administrativo: Adriana Queiroz Lyvia Eduarda Kênia Santana Joseane da Silva Poli feapaes@feapaesp.org.br Tecnologia da Informação (TI) Lucas Henrique Nascimento suportetecnologia@feapaesp.org.br Cursos FEAPAES-SP e Uniapae-SP Denise Costa (coordenadora) Aline Barnabé Amanda Cristina da Silva Souza coorduniapaesp@feapaesp.org.br

Edição concluída em dezembro de 2020 Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Tomaz Pedro do Couto, 471 | Polo Industrial Abílio Nogueira | Franca/SP CEP: 14406-065 | Fone: 16 3403-5010 E-mail: feapaes@feapaesp.org.br www.feapaesp.org.br

Revista APAE em Destaque

Redação: Débora Simões (Mtb 81427/SP) e Thaís Demacq (MTB 44568/SP Edição: Thaís Demacq Revisão e Diagramação: Zeppelini Publishers


PALAVRA DA PRESIDENTE

É

hora de dar adeus a 2020, um ano que ficará para a história. Enfrentamos uma das maiores pandemias mundiais e ainda não vencemos essa guerra. Sabemos que teremos um período difícil de pós-pandemia, em que as organizações enfrentarão grandes desafios. Contudo, não podemos deixar de relembrar também as vitórias alcançadas até hoje. No próximo dia 31 de dezembro, deixo a presidência da FEAPAES-SP, cargo que ocupei com honra por dois mandatos, de 2015 a setembro de 2020. E nesse período foram muitas as conquistas para o movimento apaeano paulista: criamos a campanha Setembro Verde, o que fez nossa causa ganhar repercussão e visibilidade nacional, atingindo toda a sociedade; repassamos mais de 33 milhões para as APAES paulistas; criamos o Fundo de Projetos, que repassou mais de R$ 3,8 milhões para 193 APAES. Também lançamos o Fundo de Projetos da Assistência Social, que repassou mais de R$ 2,6 milhões para 134 APAES em projetos voltados para a respectiva área. Lutamos pela educação especial e conseguimos a ampliação do repasse da educação de R$ 3.500 por aluno/ ano para R$ 4.304,32 no ano de 2017. Estávamos sem reajuste desde 2014. Após 2017, o valor foi reajustado, todos os anos, de acordo com o valor do Fundeb. Fortalecemos as parcerias já existentes com a iniciativa privada, isso porque passamos a fazer a entrega de certificados e placas nas unidades da COOP, uma forma de reconhecer o importante apoio da cooperativa, responsável pelo repasse de mais de R$ 2,2 milhões para nove APAES das cidades que a COOP tem loja. Também consolidamos muitas outras parcerias, como com a EDP, que repassou mais de R$ 5,5 milhões para 13 APAES, além de repassarmos mais de R$ 250 mil para duas APAES via parceria com a Algar Telecom. Nos tornamos mais notados, a partir de um planejamento de comunicação bem estruturado, o que nos permitiu parcerias com grandes empresas, como Unilever e Ferrero. Fizemos um intenso trabalho técnico pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência, e pelo fortalecimento das APAES em suas áreas de atuação. Criamos o Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE/SP, com o intuito de difundir o conhecimento entre os profissionais que atuam nas áreas da assistência social, educação, saúde e gestão e para servir de campo de formação, treinamento e aperfeiçoamento para profissionais do terceiro setor; fomentar os meios para a pesquisa científica e disseminar publicações que promovam o conhecimento acerca do universo da pessoa com deficiência. Seria impossível discorrer sobre todas as ações nesse breve espaço, mas é valioso destacar que todo trabalho foi realizado com muita responsabilidade, seriedade, em uma gestão transparente e participativa, em total respeito à rede apaeana do Estado de São Paulo. Gratidão, é com essa palavra que entrego a minha última “Palavra da Presidente”, com a certeza de missão cumprida! Desejo que você tenha um 2021 de muito amor, saúde e paz! Avante! Cristiany de Castro Presidente da FEAPAES-SP APAE EM DESTAQUE • ANO 2020 • EDIÇÃO 25

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GALERIA DE FOTOS

SETEMBRO VERDE NAS APAES

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NOTAS APAE

APAE DE AGUAÍ APOSTA NOS ATENDIMENTOS REMOTOS DURANTE PANDEMIA

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om o objetivo de superar o momento atípico de pandemia e consequente isolamento social, a APAE de Aguaí tem realizado, desde o dia 27 de abril, os atendimentos da educação de forma remota. A iniciativa beneficia 52 usuários, que recebem as atividades de forma física, além de orientações diárias via WhatsApp. “Todos os alunos recebem em casa um material físico elaborado para 15 dias com atividades adaptadas à necessidade individual, de acordo com o Plano de Ensino Individualizado, o PEI. Além das atividades pedagógicas, são oferecidos diariamente orientações da equipe técnica e acompanhamento sistemático das famílias mais vulneráveis. Também recebem as videoaulas pelo WhatsApp, com explicações das atividades propostas pelas professoras para o dia”, explica Angela Amaral Assunção, diretora pedagógica da APAE de Aguaí. Além de minimizar os impactos psicológicos, as medidas foram tomadas com o intuito de favorecer o desenvolvimento educacional do educando. As famílias têm se adaptado bem ao novo formato das aulas. “Temos contado com 100% de participação das famílias. Tem sido muito produtivo”, conclui a diretora.

APAE DE CATANDUVA DESENVOLVE PROJETO XÔ COVID

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APAE de Catanduva desenvolveu um importante projeto voltado para seus professores e demais profissionais que atuam na entidade durante a pandemia, trata-se do Xô Covid APAE Catanduva. Coordenado pelo educador físico Andrey Fabiano Cascão, o projeto proporcionou a realização de atividades físicas e jogos recreativos com o intuito de aumentar a autoestima e o rendimento diário dos seus colaboradores. Trata-se de uma maneira de amenizar de forma recreativa e prazerosa os impactos emocionais trazidos pela Covid-19. Os momentos de integração aconteceram uma vez por semana, durante uma hora, proporcionando benefícios de curto a longo prazo, além de períodos de descontração, socialização e ganhos na qualidade de vida por meio da atividade física. Para Maura Guerreiro, diretora da APAE de Catanduva, o projeto ajudou os colaboradores a superarem o momento imposto pela pandemia. “O Xô Covid veio dar uma base para que os profissionais pudessem ser alicerçados, pudessem ter força, fossem respaldados, porque todos estavam com medo, todos estavam apreensivos, muitos de nós, profissionais de APAES, estávamos perdidos, então o Xô Covid veio nos dar uma base, nos dar uma força”, conclui.

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APAE BATATAIS CELEBRA DIA DO IDOSO COM AÇÕES REMOTAS

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APAE Batatais preparou uma programação especial para comemorar o Dia do Idoso, celebrado no dia 1º de outubro. Como acontece todos os anos, a data foi lembrada por meio de ações que aconteceram, remotamente, entre os dias 1º e 9 de outubro. Entre as iniciativas preparadas para o público do Centro Dia do Idoso — que desde o mês de março está em casa, em isolamento motivado pelo novo coronavírus —, esteve uma conversa via Celebração do Dia do Idoso em 2019. aplicativo de mensagens sobre cuidados e sobrecarga, a exibição de um vídeo e a entrega de kits de cuidado pessoal. Segundo a coordenadora da área de assistência social, Fernanda Girardi, a Semana do Idoso tem como objetivo destacar a importância da convivência e estimular a interação e os cuidados à pessoa idosa. “Não só a pessoa idosa, mas a família e a comunidade precisam compreender que os idosos, em especial os com deficiência, necessitam de cuidados diferenciados, que vão interferir diretamente na qualidade de vida desses indivíduos”, afirma. Há 17 anos o Centro Dia do Idoso da APAE Batatais dedica-se ao cuidado de pessoas idosas, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, que vivem em situação de vulnerabilidade ou risco social e que dependem do auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para a realização de atividades de vida diária. Atualmente, 35 idosos são atendidos no local. Considerando-se as necessidades, prioridades e vulnerabilidades apresentadas no contexto familiar em que o idoso está inserido, são ofertados atendimentos diurnos em períodos de permanência de 4 a 8 horas. Desde o mês de março as atividades do local estão suspensas devido à COVID-19 e, segundo a coordenadora Fernanda, não existe uma previsão de retorno.

APAE DE MOGI DAS CRUZES VÊ FORTALECIMENTO DOS LAÇOS FAMILIARES DURANTE A PANDEMIA

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APAE de Mogi das Cruzes também teve de adaptar os seus atendimentos para que os usuários fossem menos prejudicados pela pandemia da COVID-19. Após um período de recesso escolar e de férias, a entidade decidiu retornar com as aulas não presenciais no dia 18 de maio. As atividades e outras informações estão sendo transmitidas via redes sociais, meios digitais, contato telefônico ou até mesmo no formato impresso. “Esse período de pandemia gerou um cenário bem diferente do convencional e todos tivemos de nos adaptar ao novo momento e não deixar que o ensino-aprendizagem parasse. Então, uma nova rotina foi criada e tivemos de nos reinventar a cada dia, buscando novas condutas”, destaca a diretora pedagógica, Ana Paula Nogaroto. A diretora ainda completa que o ensino a distância fortaleceu os laços familiares. “Neste momento, as famílias estão tendo um papel relevante na educação de seus filhos e se tornado essenciais para que a criança continue evoluindo no aprendizado, com a orientação dos professores. Os pais e responsáveis estão correspondendo nas devolutivas. Tudo isso, de maneira nenhuma, substitui as nossas aulas presenciais, mas neste momento é necessário e indispensável para o desenvolvimento de nossos educandos”, finaliza a diretora pedagógica.

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APAE EM DESTAQUE

APAE DE AMERICANA APLICA TÉCNICA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Durante a pandemia, os atendimentos foram realizados de acordo com as normas da Organização Mundial da Saúde APAE EM DESTAQUE • ANO 2020 • EDIÇÃO 25

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Integração Sensorial (IS) é um método desenvolvido pela terapeuta ocupacional Jean Ayres. A técnica é baseada na teoria que trata da forma como os humanos desenvolvem a capacidade de organizar sensações para o propósito de executar atividades autodirigidas e significativas. Voltada para crianças que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e da Síndrome de Down, a técnica é aplicada na APAE de Americana desde 2017, em cerca de 50 usuários da instituição, crianças entre 2 e 12 anos. No início da pandemia da COVID-19, os atendimentos foram suspensos, mas, por se tratar de um serviço essencial, em maio as sessões voltaram a acontecer, foram implementadas condutas para segurança e proteção dos usuários e profissionais.

“Os atendimentos são de suma importância porque as crianças que normalmente são atendidas são autistas e quando eles não recebem os atendimentos eles saem da rotina, o que pode afetar seu desenvolvimento”, explica a diretora clínica, Jocimeire Aparecida Pires Godoy. A sala foi reorganizada, sendo retirados todos os equipamentos e materiais que não viabilizam a higienização adequada; entre um paciente e outro foi implementado o uso de jaleco descartável pelos profissionais; uso de máscaras, que são trocadas a cada duas horas; higienização de brinquedos após o uso e higienização das mãos dos atendidos com álcool gel 70% no início e término dos atendimentos. Para maior proteção, foi proposto que cada família trouxesse para os atendimentos alguns materiais, como, por exemplo, massinha de modelar, amoeba, pincéis, cremes, para que fossem utilizados de forma individual. Orientações aos pais também estão sendo feitas para que, no surgimento de qualquer sintoma (tosse, febre, coriza), desmarquem o atendimento.

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

“OS ATENDIMENTOS SÃO DE SUMA IMPORTÂNCIA PORQUE AS CRIANÇAS QUE NORMALMENTE SÃO ATENDIDAS SÃO AUTISTAS E QUANDO ELES NÃO RECEBEM OS ATENDIMENTOS ELES SAEM DA ROTINA, O QUE PODE AFETAR SEU DESENVOLVIMENTO” - Jocimeire Aparecida Pires Godoy -

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A teoria se baseia em um processo pelo qual o cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, a fim de organizar as sensações do próprio corpo em relação ao ambiente. Nossas capacidades de processamento sensorial são usadas para a interação social, o desenvolvimento de habilidades motoras e a atenção e concentração. A técnica tem como benefício estimular a habilidade de integrar as informações sensoriais, o que é fundamental para a criança se desenvolver e interagir com o mundo, pois a dificuldade em detectar, regular, interpretar e responder aos inputs sensoriais gera uma desorganização sensorial que afeta diretamente o desenvolvimento infantil, prejudicando seu desempenho, sua participação e sua aceitação nas atividades de vida diária, no aprendizado escolar, na escrita, na alimentação, na higiene, no brincar e na interação com outras crianças Dessa forma, o tratamento propicia a integração dos sistemas sensoriais visando à melhoria na regulação das disfunções sensoriais, tendo como reflexo melhora na atenção, nas habilidades motoras, nas respostas emocionais, maior participação social, escolar e em suas atividades de vida diária.


APAE EM DESTAQUE

APAE DE JUNDIAÍ

DISPONIBILIZA ESPETÁCULOS NO SEU CANAL DO YOUTUBE A peça teatral SELF e a Mostra de Dança da APAE de Jundiaí, apresentadas presencialmente no final de 2019, podem ser assistidas na íntegra

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á dizia Friedrich Nietzsche, “temos a arte para não morrer da verdade”. A citação não poderia ser mais atual, pois em tempos tão difíceis, em que a humanidade tem sido obrigada a passar por momentos de reclusão, a arte pode ser uma grande aliada: além de propiciar enriquecimento cultural, possibilita momentos prazerosos de lazer. E, por isso, a iniciativa da APAE de Jundiaí de disponibilizar os espetáculos realizados por seus usuários, no canal do YouTube da instituição, veio em um excelente momento.

O espetáculo SELF, apresentado no dia 19 de dezembro de 2019 e a 19ª Edição da Mostra de Dança da APAE de Jundiaí, realizada no dia 2 de dezembro do mesmo ano, já estão disponíveis no canal. “Criamos o canal do YouTube por conta da pandemia, para divulgar as orientações de atividades para nossos alunos e, quando recebemos as cópias em vídeo dos espetáculos, percebemos que era uma boa oportunidade também para quem quisesse assistir pela primeira vez ou rever este lindo espetáculo produzido pelos nossos profissionais e encenado pelo Grupo de Teatro da APAE de Jundiaí”, destaca o presidente da APAE, Luiz Bernardo Begiato.

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O ESPETÁCULO De acordo com Adriana Lourenço de Almeida Azevedo, coordenadora de Assistência Social, o espetáculo SELF foi um trabalho resultante das aulas de teatro realizadas desde janeiro de 2019, financiadas pelo Conselho Municipal da Criança e Adolescente (CMDCA). “Contamos com o apoio da Prefeitura Municipal e do SESC Jundiaí, que cedeu o espaço para a apresentação”, destacou Adriana. As aulas de teatro buscam desenvolver o conceito de autogestão em crianças e adolescentes com deficiência intelectual, para promover a autonomia, a autodefesa e a inclusão social, minimizando a violência direta e/ou a violação de direitos. “Eles têm a oportunidade de aprender a se prevenir contra situações de risco, exclusão, isolamento, discriminação e rompimento de vínculos familiares, por exemplo”, explicou a coordenadora. O espetáculo SELF teve a direção do professor e ator Rodrigo Loboda Biondi e trouxe a plenitude humana de cada integrante do grupo de teatro da instituição. “Exploramos o conceito transcendental junguiano de si mesmo, ao de se fotografar: o espetáculo representou a identidade, sonhos e anseios de cada aluno”, explicou o professor.

MOSTRA DE DANÇA A 19ª Edição da Mostra de Dança da APAE de Jundiaí, disponível no YouTube, apresentou o espetáculo que teve como tema Narizinho no Reino das

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Águas Claras. Durante uma hora, os alunos dançaram e interpretaram a estória do primeiro livro de Monteiro Lobato, e quem escolheu o tema foi a professora e coreógrafa, Raquel Tumolo. “Gosto muito dos livros de Monteiro Lobato: a riqueza de seus personagens nos ajudou a trabalhar todo o potencial dos alunos. As crianças e o público conhecem e gostam das estórias deste autor brasileiro que encantou milhares de crianças e adultos com suas estórias, além de programas de tevê e peças teatrais”, explica. A preparação dos alunos envolveu o trabalho e a dedicação da professora durante todo o ano. “Durante as aulas no primeiro semestre, o objetivo foi prepará-los com exercícios de memorização, lateralidade, coordenação motora, localização espaço corporal. Depois, em agosto, quando apresentei o tema que iríamos trabalhar e seus personagens, iniciamos a montagem da coreografia”, revela Raquel. De acordo com o presidente da APAE de Jundiaí, Luiz Bernardo Begiato, as redes sociais ganharam mais importância neste momento. “Estamos usando o YouTube para divulgar vídeos das nossas professoras e coordenadoras, com dicas e orientações para pais e alunos. E, agora, todos que participaram da Mostra de Dança vão poder rever esta apresentação emocionante e vai ficar lá disponível, uma oportunidade também para quem não assistiu ver pela primeira vez: eu garanto, vai valer a pena”, convida o presidente da APAE de Jundiaí.


APAE EM DESTAQUE Músicos Diego Figueredo e Marcílio Garcetti participaram de live em prol da APAE de Franca.

APAE DE FRANCA REALIZA SUA PRIMEIRA LIVE E ARRECADA MAIS DE R$ 80 MIL Parceria com empresas e artistas do município foram fundamentais para o sucesso do evento online

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pandemia da COVID-19 afetou a mobilização de recursos da grande maioria das APAES paulistas, pois muitas precisam realizar eventos para complementar a receita para ofertar os atendimentos. Diante da necessidade do isolamento social, tais eventos não podem ser realizados no momento, como leilões, festas temáticas, rifas, bingos, entre outros. Uma das alternativas foi a realização de lives musicais, que visam à arrecadação de fundos para instituições. Vendo a arrecadação diminuir e seu principal evento do primeiro semestre ser cancelado, o Leilão União de Forças, a APAE de Franca resolveu realizar a Live Amigos da APAE. “A APAE de Franca depende de iniciativas próprias, eventos e a parceria com empresas e a sociedade para captar recursos e manter o equilíbrio financeiro da organização social, tendo em vista que o poder público financia parcialmente os serviços

que a APAE presta a 960 pessoas com deficiência intelectual”, explica o vice-presidente a APAE de Franca, Toni Salloum Filho. O evento aconteceu no dia 6 de junho, das 13h às 18h, e contou com a participação do músico internacionalmente renomado, Diego Figueiredo e seus convidados, além dos cantores regionais Fabiano Sá, João Neves, Rafael Lemos, Rafaela Neves, Rico e Roney, Turquin Violeiro & Cleiton Prado. Outra participação especial foi a do conceituado artista plástico W. Veríssimo, que pintou uma tela de Nossa Senhora ao vivo e doou para ser leiloada no final da live. “Nós, artistas, de qualquer segmento, temos o dever de levar a nossa arte até o povo, pois a arte é um veículo de transformação do ser humano! É de grande importância participar de momentos culturais, principalmente nesta fase que vivemos. Além de levar nossa arte até as pessoas, temos a oportunidade de ajudar as entidades que precisam. E o melhor ainda é fazer isso na nossa própria cidade, e ainda ser reconhecido pelas pessoas que fazem parte da nossa história de vida e de arte”, explica W. Veríssimo.

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Artista plástico W. Veríssimo pintou obra ao vivo para ser leiloada em prol da APAE de Franca.

ARRECADAÇÕES A Live Amigos da APAE obteve quase sete mil visualizações e teve o apoio de grandes patrocinadores, como Carmem Steffens, Soft Works, Benevida/Med Clin, Sabesp, O Boticário, Loja do Mecânico, Unimed Franca, Loja Maçônica XX de Agosto, J. A Saúde Animal, Cutelo Beef Shop, J. Arantes e Drogafarma. Nas três semanas que antecederam a live também ocorreram uma campanha de arrecadação de produtos diversos e um drive-thru em sua sede. O resultado final das ações foi 12.600 toneladas de alimentos, 2.026 litros de leite, 570 máscaras e uma arrecadação em dinheiro de R$ 84.812,08. Com destaque para a tela de Nossa Senhora, que foi arrematada por R$ 6.000.

APAE E A PANDEMIA Segundo a gestora administrativa da APAE de Franca, Karina Magalhães, as arrecadações junto a pessoa física e jurídica da instituição teve queda de 32%, um total de R$ 311.350. E a estimativa com a realização do Leilão União de Forças era de R$ 700 mil, evento que teve de ser cancelado. “Os serviços desenvolvidos em parceria com o poder público também sofreram reduções,

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contribuindo, assim, para o déficit orçamentário da instituição, principalmente considerando que os financiamentos são parciais. As parcerias foram reduzidas em aproximadamente 24% no repasse mensal, o que representa um déficit de R$ 213 mil em três meses”, explica a gestora administrativa. Contudo, a instituição não parou, e para que os atendimentos presencias individuais da saúde e remotos das áreas de educação e assistência social tivessem continuidade, a diretoria e a gestão financeira atuaram na negociação junto a prestadores de serviços com o intuito de obter descontos e renegociações de contratos. Ainda, para que seus atendimentos não deixassem de acontecer, a instituição adotou as alternativas propostas pela Medida Provisória nº 936, fazendo a suspensão de alguns contratos e a redução de carga horária, porém sem que isso impactasse na qualidade do serviço prestado remotamente. “A manutenção de toda a equipe de profissionais neste momento de pandemia tem sido fundamental para a continuidade dos serviços prestados, mesmo que parcialmente de forma não presencial. Estamos com saudade de nossos atendidos e, tão logo passe essa pandemia, retornaremos com os atendimentos 100% presenciais”, finaliza Karina.


APAE EM DESTAQUE Plantação realizada antes da pandemia.

APRENDENDO COM A TERRA

APAE de Capão Bonito desenvolve várias habilidades em usuários com projeto Horta Terapêutica Cultivando Esperança

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cultivo de uma horta traz inúmeros benefícios à mente e à saúde, além de contribuir para as relações pessoais. Diante disso, a APAE de Capão Bonito implantou na instituição o projeto Horta Terapêutica Cultivando Esperança, que tem entre os objetivos o incentivo ao trabalho em equipe e ressaltar a importância de uma alimentação saudável. Além disso, de acordo com a responsável pelo projeto, a terapeuta ocupacional Marina Tutumi, por meio da horta os usuários descobrem que os alimentos não nascem nas feiras e nos supermercados; há promoção da educação ambiental e, ainda, incentivo à socialização e à inclusão social, haja vista que a comunidade compra o excedente. “Além da questão da socialização, tem o trabalho em equipe, tem todo esse movimento entre os usuários, a comunidade e os colaboradores aqui da APAE”, conta. Ainda de acordo com Marina, os usuários participam de todo o processo, desde o preparo dos

canteiros, o plantio das mudas de hortaliças, os cuidados, a rega, a colheita, a higienização, a até mesmo o preparo para consumo nas refeições. Entre os alimentos cultivados estão: couve, alface, beterraba, cheiro-verde e morango. “Tem um grupinho que é mais independente e a gente põe na cozinha para preparar a salada”, explica. São também os usuários que fazem a confecção de espantalho e todo o processo de compostagem, haja vista que nada se perde, tudo é reaproveitado. “Tem os lixos separados para os restos de materiais orgânicos, tanto na cozinha como no refeitório, nós separamos e a sala que é responsável naquele dia leva e deposita na composteira, e nós usamos o pó de serra para decompor”, destaca Marina. O projeto só foi possível graças às parcerias firmadas com a comunidade, que garantem a sustentabilidade da horta por meio de doações de insumos agrícolas, como ferramentas, equipamentos, fertilizantes orgânicos, esterco animal, mudas e orientações sobre os cuidados com as plantas por intermédio de consultorias e palestras.

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APAE EM DESTAQUE

PROJETO ÁGUA VIVA,

DA APAE DE CARAGUATATUBA, PROMOVE HIDROTERAPIA PARA PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN

Iniciativa é fruto de recursos advindos da parceria com o Vale Cap

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índrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, é uma alteração genética caracterizada pela presença adicional de um cromossomo 21 nas células de nosso corpo e é causada por um erro na divisão celular durante a fecundação. A presença do cromossomo 21 a mais nas células é responsável por um déficit cognitivo, o que a caracteriza como deficiência intelectual, e também pela hipotonia, que é a diminuição do tônus muscular e da força, o que causa moleza e flacidez. A Síndrome de Down pode vir associada a outros problemas de saúde, como malformações cardíacas e gastrointestinais, doenças da tireoide, problemas de visão e audição etc. Existem também alguns estudos que apontaram que há predominância da obesidade na população com Síndrome de Down em comparação com a população geral. E foi pensando em realizar uma terapia voltada para o tratamento desses problemas de saúde que a APAE de Caraguatatuba criou o projeto Água Viva, que visa oferecer hidroterapia para os usuários com Síndrome de Down da instituição. Realizado pela terapeuta ocupacional, Juliana Almeida Guimarães, na piscina da APAE, o projeto associa exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. Segundo a instituição, o treinamento

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“A PISCINA É UMA GRANDE CONQUISTA PARA A APAE DE CARAGUATATUBA. OS USUÁRIOS ADORAM, QUANDO SABEM QUE É DIA DA SESSÃO ELES VÊM MAIS ANIMADOS, ELES AMAM MESMO” - Cristiane Souza dos Santos -

muscular pode auxiliar no equilíbrio e na melhora da hipotonia. “O público foi definido pela própria terapeuta ocupacional, que identificou que pessoas com Síndrome de Down obesas precisam de exercícios específicos para a reabilitação”, explica a diretora da APAE, Cristiane Souza dos Santos Rocha. A escolha da hidroterapia se deu, pois, na água, o organismo é submetido a diferentes forças físicas e, em consequência, realiza uma série de adaptações


“O PÚBLICO FOI DEFINIDO PELA PRÓPRIA TERAPEUTA OCUPACIONAL, QUE IDENTIFICOU QUE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN OBESAS PRECISAM DE EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA A REABILITAÇÃO” - Cristiane Souza dos Santos -

fisiológicas, além de a técnica representar vantagens para esse grupo populacional, com aproveitamento das suas propriedades, possibilitando melhor rendimento. Inicialmente, cinco usuários participavam, individualmente, das sessões que duram, em média, 40 minutos. Contudo, devido à pandemia de COVID-19 o projeto foi suspenso e irá retornar assim que for seguro para os usuários e a profissional.

VALE CAP A piscina terapêutica da APAE de Caraguatatuba é fruto dos recursos repassados diretamente à instituição via parceria com o Vale Cap, um certificado de contribuição emitido pela FEAPAES-SP. Inaugurada em abril de 2018, a piscina é utilizada

por três áreas distintas: fisioterapia, educação física e terapia ocupacional. “A piscina é uma grande conquista para a APAE de Caraguatatuba. Os usuários adoram, quando sabem que é dia da sessão eles vêm mais animados, eles amam mesmo”, conta Cristiane. Segundo ela, também foi necessário conscientizar os usuários e as famílias de que o objetivo era a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência, e não para recreação, como tomar um banho de piscina. Para os usuários que frequentam a educação da APAE, as sessões são realizadas no contraturno e para os da assistência que frequentam o centro de convivência, as atividades são no horário comum.

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ÓLEO DE COZINHA SE TRANSFORMA EM SABÃO NA APAE DE IGUAPE

Com o projeto Sabão Ecológico, usuários aprendem um ofício e ainda contribuem com a natureza “JÁ TIVEMOS UM PROJETO QUE, COM ESSE DINHEIRO, NÓS FOMOS NO MERCADO, CADA UM RECEBEU UM VALOR E CADA UM COMPROU O QUE QUERIA. DEPOIS A GENTE FOI FAZER UM PIQUENIQUE COM ELES NA PRAÇA” - Cíntia Marques -

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oucos sabem, mas o Brasil produz mais de três bilhões de litros de óleo vegetal por ano, e cada família consome, em média, quatro litros por mês e descarta um. E o mais impactante é que um litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água potável, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleo (Abiove). Diante do impacto ambiental que o descarte incorreto do óleo pode causar, a APAE de Iguape decidiu criar o projeto Sabão Ecológico. Além de recolher o óleo que seria descartado indevidamente na rede de esgoto e no aterro sanitário, por meio do projeto os usuários da APAE o transformam em sabão e, com isso, aprendem um ofício que no futuro poderá gerar uma renda, conquistam a autonomia por intermédio dos ensinamentos de matemática, português, natureza e

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sociedade. Além disso, o projeto, de iniciativa das professoras Rosenil da Silva e Cíntia Marques, ainda estimula a coordenação motora e promove a inclusão social, haja vista que os usuários também participam da venda do produto. “A gente queria fazer algo que desse uma renda para eles mesmos. Nós pesquisamos e encontramos esse projeto, que os pais também ajudam, porque eles mandam o óleo”, explica Cíntia Marques sobre como conseguem a principal matéria-prima para a fabricação do sabão ecológico.

RENDA EXTRA Além dos inúmeros benefícios trazidos ao meio ambiente e ao desenvolvimento dos usuários, a fabricação do sabão gera uma pequena renda que é revertida aos próprios usuários. Acompanhados dos professores responsáveis, eles vão até ao supermercado para realização de atividade de currículo funcional, como escolher os produtos de seu interesse, obedecer a ordem da fila e aprender todo o processo de compra. “Já tivemos um projeto que, com esse dinheiro, nós fomos no mercado, cada um recebeu um valor e cada um comprou o que queria. Depois a gente foi fazer um piquenique com eles na praça”, conclui Cíntia.


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APAE DE ITABERÁ SE REINVENTA E CRIA PROJETO MINHA HORTA A instituição já realizava o projeto in loco, mas, devido à pandemia, a iniciativa passou a ser na casa dos usuários

“OS PROFESSORES BUSCAM ENSINAR A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO COM OS ALIMENTOS E DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL” - Adriana Aparecida Nunes -

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star em contato com a natureza, produzir o próprio alimento e aprender sobre plantas medicinais e temperos são alguns dos benefícios do projeto Minha Horta, implementado pela APAE de Itaberá. A iniciativa faz parte das ações realizadas pela área da educação da instituição durante o período de isolamento social causado pela pandemia de COVID-19. O projeto tem como objetivo proporcionar aos usuários da APAE conhecimentos sobre plantio e preservação do meio ambiente, bem como criar ferramentas para o desenvolvimento da autonomia. Segundo a instituição, o trabalho é pautado no Currículo Funcional Natural, metodologia que visa trabalhar atividades que tenham função para a vida diária atual e futura da pessoa com deficiência.

“Os professores buscam ensinar a importância do cuidado com os alimentos e de uma alimentação saudável”, explica a diretora-geral da instituição, Adriana Aparecida Nunes. O projeto Minha Horta teve início em maio, e atualmente 42 usuários divididos em 6 salas participam da iniciativa. Os professores encaminham as atividades e os usuários realizam em casa, e o projeto é avaliado por meio de fotos e vídeos. Com o auxílio dos familiares, os usuários realizaram o plantio de temperos, como manjericão, cebolinha, erva-doce, e também de plantas medicinais, o que torna o momento de cultivo um espaço para a interação entre pais e filhos, fortalecendo os vínculos. Segundo a diretora-geral, quando as aulas retornarem os usuários irão levar algumas das plantas cultivadas para a APAE de Itaberá e replantarão na horta da instituição.

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PROJETO DA APAE DE ITUVERAVA INCENTIVA O EMPREENDEDORISMO

E A INDEPENDÊNCIA

Projeto Sabores da Vida envolve 80 usuários e ensina a produção de doces diversos como uma opção de renda

Usuária durante processo de fabricação dos chocolates.

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empreendedorismo tem um papel relevante quando o assunto é o desenvolvimento econômico e social de um país. Com o surgimento de novas empresas, aparecem também novos empregos, movimenta-se a economia, além de gerar ações de responsabilidade social, como a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Melhor ainda é quando as pessoas com deficiências são as empreendedoras. E é com essa intenção que a APAE de Ituverava criou o projeto Sabores da Vida, com aproximadamente 80 usuários da instituição envolvidos. De acordo com a psicóloga da APAE, Manuela Marcos Dias, a atuação profissional contribui para

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o processo de estruturação e formação do mundo psíquico, influencia a autoestima e garante o respeito como cidadão. E, considerando as pessoas com deficiências, auxilia para que não se sintam às margens da sociedade, como pessoas incapazes e improdutivas. “O projeto é uma proposta para trabalhar a questão da inclusão no mercado de trabalho, uma alternativa para trabalhar o empreendedorismo”, explica. Ainda de acordo com Manuela, o empreendedorismo e o trabalho autônomo são uma alternativa de atuação diante das barreiras para a inserção formal da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. O projeto visa também oferecer subsídios para uma ocupação dentro ou fora da escola, com foco na independência. “Nós fazemos todo o processo com os meninos, eles fazem o processo de compra, avaliam os panfletos dos supermercados para ver o que precisa, fazem a divulgação na internet, são eles que montam a divulgação com o apoio dos professores”, conclui.

AS RECEITAS E AS DATAS COMEMORATIVAS O foco do projeto é na fabricação de doces, nas aulas eles aprendem a fazer ovos, trufas e pirulitos de chocolate. “A gente trabalha muito com datas festivas, já trabalhamos com questões relacionadas à Páscoa e também estendemos para as questões das rifas. Trabalhamos também o Dia dos Namorados”, completa Manuela. O dinheiro conquistado com a venda dos doces é guardado e, no final do ano, é revertido para os próprios usuários, em uma viagem ou em uma comemoração com comidas que eles gostam. “Ano passado ou retrasado nós fomos em Peirópolis e no outro ano fizemos um evento com eles, compramos refrigerante e salgadinhos”, conclui Manuela.


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ANIVERSÁRIO DELIVERY: COMEMORAÇÃO EM TEMPO DE PANDEMIA Iniciativa da APAE de Monte Aprazível que leva alegria aos usuários no mês de aniversário recebe Moção de Aplausos da Câmara Municipal da cidade

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pandemia da COVID-19 forçou milhares de pessoas a ficarem em casa em isolamento social para que não houvesse contágio. Por esse motivo, a maioria das atividades das APAES foi realiza-

da remotamente. A fim de manter os vínculos com as famílias e também proporcionar alegria aos usuários, a APAE de Monte Aprazível se reinventou e criou o Aniversário Delivery, projeto que entrega, ao final de cada mês, um bolo, refrigerante, balões e um cartão assinado por todos os colaboradores da instituição aos usuários aniversariantes de cada mês. A iniciativa vem adaptar um dos momentos mais esperados pelos usuários, que é a comemoração dos aniversariantes do mês, evento que a APAE realizava mensalmente na instituição. Segundo a diretora da instituição, Vera Nilce Regiani Pereira, a proposta visa celebrar a vida e levar felicidade aos usuários e suas famílias em um momento difícil como o atual de pandemia: “Levar até nossos usuários a lembrança de comemorar o dom da VIDA, o aniversário, neste momento de distanciamento social para combater a COVID-19, foi gratificante”, explica. Com início em junho, o projeto atendeu 51 usuários até o final de agosto. Cada um dos aniversariantes ganha um kit de aniversário, inclusive as irmãs gêmeas Caroline Inês Pereira Monteiro e Inês Gabrielle Pereira Monteiro, que ganharam cada uma um bolo. Todo o projeto é custeado pela própria APAE, segundo a coordenadora pedagógica da instituição, Drielle Brito, a padaria onde os bolos são comprados dá um desconto, mas o restante é pago com recursos próprios da instituição.

Comemoração do aniversário das gêmeas Caroline Inês Pereira Monteiro e Inês Gabrielle Pereira Monteiro.

MOÇÃO DE APLAUSOS Devido à iniciativa, a APAE de Monte Aprazível recebeu, no dia 26 de junho, uma Moção de Aplausos da Câmara Municipal da cidade. O documento evidencia a sensibilidade e a dedicação da instituição e dos colaboradores para com os usuários, além de reconhecer a importância da atuação da APAE no município.

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SELO CRIADO PELA APAE DE OURINHOS ATRAI EMPRESAS PARCEIRAS Projeto criado em 2016 já angariou 104 empresas que contribuem mensalmente com a APAE para a população e para a comunidade que aquela empresa faz parte de uma corrente do bem e que é uma empresa parceira da APAE”, explica. As empresas que fazem parte da parceria pagam mensalmente, por meio de boletos, valores a partir de R$ 100. Para uso do selo, a empresa paga o valor mínimo de R$ 300, recursos esses importantes para a continuidade dos atendimentos. “Às vezes, supre alguma manutenção dentro da entidade, supre alguma verba para alimentação específica, depende da necessidade. É um dinheiro que fica como uma reserva”, conta Regiane.

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obilizar recursos é um desafio presente no terceiro setor, pois, mesmo sendo composto por instituições sem finalidade lucrativa, elas precisam de recursos para colocar em prática seus projetos sociais, manter suas infraestruturas e a continuidade dos atendimentos. Diante disso, em 2016, o proprietário da empresa 3PRO Assessoria se uniu voluntariamente a diretoria da APAE de Ourinhos e implantou o projeto Empresas Parceiras da APAE de Ourinhos. De acordo a responsável pelo departamento de mobilização de recursos da APAE, Regiane Vieira Faria, não se trata de doação, mas de uma parceria que favorece tanto a empresa como a entidade. O foco do projeto não é pedir ajuda, e sim a venda de parcerias. As empresas usam a marca APAE por meio do selo Empresa Parceira. “Ele (selo) atesta

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GANHA-GANHA O ganha-ganha é um termo muito utilizado no mundo dos negócios. Trata-se de uma negociação em que ninguém perde, todos ganham, e no marketing social a ideia é essa. Muito utilizado por grandes corporações, esse tipo de marketing surgiu com o objetivo de unir, de forma colaborativa, instituições e empresas, na busca por um mundo melhor. E, nesse sentido, há benefícios para os dois lados: uma empresa com engajamento social mostra integridade e autenticidade em suas ações, e, com isso, conquista a confiança de seu público. Para as instituições, esse tipo de ação gera bons recursos. E foi usando esse conceito de ganha-ganha que a APAE de Ourinhos teve sucesso com o projeto. “Eu vou até a empresa, ofereço o serviço de marketing. Eu divulgo semanalmente em um jornal da cidade. Saem os logos dos meus parceiros, divulgo também nas redes sociais e a cada três meses nós fazemos outdoor e panfletagem”, conclui Regiane.


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PROJETO OFICINA DE BRINQUEDOS, DA APAE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, ESTREITA LAÇOS E AUXILIA O DESENVOLVIMENTO DOS USUÁRIOS Iniciativa visa ensinar os familiares a confeccionar brinquedos utilizando materiais recicláveis

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estimulação precoce é fundamental para o desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual e/ou múltipla, e uma queixa comum dos profissionais é de que as famílias não replicam os exercícios ou as atividades em casa para dar continuidade no tratamento. A equipe do programa de Intervenção Precoce da APAE de São José dos Campos resolveu investigar alguns dos motivos pelos quais a família não estava realizando as atividades e descobriu que o preço dos brinquedos utilizados era elevado para a condição financeira da maioria. Com isso, a terapeuta ocupacional Ozeni Victor Lima de Carvalho teve a ideia de fazer os brinquedos com material reciclado. E, em fevereiro de 2019, a APAE implementou a Oficina de Brinquedos, voltada aos pais e responsáveis das crianças de 0 a 6 anos atendidas pelo programa de Intervenção Precoce, que, enquanto aguardam o atendimento, participam da oficina e aprendem a confeccionar os brinquedos que irão ajudar na estimulação de seus filhos. “Ao criar o brinquedo, eu deixo claro os objetivos de cada um deles, em que eles vão ajudar no tratamento da criança”, explica Ozeni. O projeto, que já acontece há quase dois anos, proporciona inúmeros benefícios. Segundo a coordenadora do programa de Intervenção Precoce, Denise Freire de Barros Teixeira, os brinquedos e jogos confeccionados ajudam a estimular aspectos cognitivos como: atenção, concentração, raciocínio lógico, noção de conceitos básicos, memória

e análise síntese, aspectos de coordenação motora fina e viso-motora, além fala e linguagem. “O projeto também intensifica a interação entre pais e filhos, pois eles brincam juntos em casa”, conta a coordenadora. Alguns dos brinquedos produzidos foram: quebra-cabeças, jogo da memória, jogo de encaixes e painel de roscas. Antes da pandemia da COVID-19, a oficina acontecia duas vezes por semana, em sessões de 30 minutos; ao todo, mais de 40 famílias participaram em grupos de 8 a 10 pessoas.

DURANTE A PANDEMIA Devido à COVID-19, a realização das atividades presenciais da Oficina de Brinquedos teve de ser suspensa, porém a equipe continuou de forma online. A equipe criou grupos de WhatsApp com familiares de 91 usuários e envia semanalmente vídeos ensinando a confeccionar os brinquedos. “As famílias encaminham fotos e vídeos dos brinquedos prontos e das atividades sendo realizadas em casa”, explica Ozeni Victor Lima de Carvalho. APAE EM DESTAQUE • ANO 2020 • EDIÇÃO 25

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PROJETO RÉDEAS DA AMIZADE: LIÇÕES IMPORTANTES DE RESPEITO E AMIZADE

APAE de Taquarituba iniciou, no mês de março, o projeto com o objetivo de desenvolver habilidades sociais e aprimorar a motricidade global O intuito do projeto é desenvolver habilidades sociais e aprimorar a motricidade global, além de estimular experiências que ofereçam o fortalecimento dos vínculos, utilizando o cavalo como mediador, proporcionando o bem-estar emocional e social em um ambiente afetuoso e agregador, bem como aprimorando as aquisições psicomotoras e as funções mentais por meio da aproximação com cavalos. “O objetivo é proporcionar a interação entre os alunos da APAE com o Centro de Equoterapia. Na verdade, alguns tinham conhecimento da equoterapia, mas não tinham contato com o cavalo, com o manejo, então o objetivo era este, fazer com que os alunos interagissem com o Centro de Equoterapia”, completa Eder Fernando dos Santos, educador físico da APAE.

ETAPAS

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convivência com animais traz inúmeros benefícios para quem se dispõe a conhecê-los e a respeitá-los. A redução do estresse, o aumento da interação social e da concentração, bem como a melhora da disposição, estão entre os principais benefícios. E se engana quem acredita que somente o contato com animais domésticos traz ganhos, com outros bichos, como os cavalos, o efeito pode ser o mesmo. Diante disso, a APAE de Taquarituba criou o projeto Rédeas da Amizade, uma oportunidade para que os usuários da entidade conhecessem e interagissem com os cavalos da instituição. A equipe escolar e a da equoterapia da entidade deram início ao projeto no mês de março.

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O projeto foi dividido em seis etapas: na primeira foi realizada uma apresentação do histórico do cavalo, o seu surgimento e sua domesticação. Na segunda etapa foi exibida a história dos cavalos do Centro de Equoterapia da APAE de Taquarituba por meio da exploração de fotos. Já na terceira etapa, a mais esperada, os usuários se aproximaram dos animais, tiveram o contato visual e puderam tocá-los. Na quarta etapa eles aprenderam sobre a alimentação que é oferecida aos cavalos, puderam tocar e sentir a textura dos alimentos. Na quinta etapa eles prepararam a refeição dos cavalos e os alimentaram. E, por fim, na sexta e última etapa eles assistiram a um filme que explorava a amizade entre homem e cavalo. E, de acordo com o responsável pelo projeto, o retorno dos alunos foi surpreendente, haja vista a empatia que tiveram com o animal. “Eles tiveram uma atenção com o cavalo, um carinho que foi gratificante, porque eu não esperava que eles fossem ter tanto amor pelo cavalo”, conclui Eder.


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APAE DE VÁRZEA PAULISTA INOVA E DESENVOLVE PLATAFORMA

PLANO DE ENSINO INDIVIDUALIZADO DIGITAL Iniciativa que teve início em 2019 visa aprimorar e facilitar a elaboração do Plano de Ensino Individualizado

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a educação especial é muito importante que os profissionais percebam cada aluno como único e é necessário criar um Plano de Ensino Individualizado (PEI), para compreender a necessidade de cada um. Para a metodologia ser efetiva, é necessário que o PEI seja elaborado de forma colaborativa com professores, coordenadores pedagógicos, pais e profissionais de educação que fazem o acompanhamento do usuário. O aluno também pode opinar sobre o processo de aprendizagem. O educador precisa verificar quais as necessidades pedagógicas do aluno, avaliar as áreas de conhecimento com as quais ele tem mais facilidade ou dificuldade, para adequar o espaço físico e o currículo escolar ao usuário. É importante definir o que é primordial ensinar, ou seja, encontrar os conteúdos e as habilidades necessárias que precisam ser aprimoradas para cada período do aluno. A maioria das APAES do estado de São Paulo adota essa metodologia por avaliar vários aspectos da vida do usuário e trazer resultados importantes para o desenvolvimento de novas atividades pedagógicas. A APAE de Várzea Paulista, que já utiliza o PEI há alguns anos, percebeu a necessidade de aprimorar a metodologia, pois são diversas informações a serem preenchidas e, muitas vezes, a avaliação dos resultados é demorada. Com a ajuda do publicitário voluntário da instituição, Ricardo Seiki Iha, em janeiro de 2019 a instituição desenvolveu uma ferramenta baseada no

Avaliação sendo efetuada pela professora. processo avaliativo existente, chamada PEI Digital, que visa concentrar todas as avaliações dos alunos em um único espaço, além de ser sustentável, pois evita a impressão de papéis. Ela permite ter uma análise mais ampla do desempenho pedagógico dos alunos porque acompanha a evolução quantitativamente com gráficos, possibilitando comparar essa evolução entre semestres. É possível ainda consolidar as avaliações de uma turma inteira para acompanhar a evolução do trabalho realizado. “Todo o trabalho em nossa instituição é realizado em equipe, e para um melhor desempenho pedagógico de nossos alunos se fez necessária a criação dessa ferramenta, que vem para facilitar e tornar o ensino muito mais eficaz, proporcionando, assim, uma melhor qualidade nos atendimentos”, explica o diretor escolar da APAE de Várzea Paulista, Luiz Antônio Lopes Garcia.

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QUATRO USUÁRIOS DA APAE DE CABREÚVA SE FORMAM

NO ENSINO MÉDIO

Por meio do Projeto Facilitadores da Inclusão, professores da rede regular de ensino recebem suporte da APAE

Francisco Orleans Ramos Feitosa não desistiu e levou para casa seu canudo de formando.

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romover a inclusão social da pessoa com deficiência é o que norteia as APAES paulistas. Pensando nisso, a APAE de Cabreúva criou o Projeto Facilitadores da Inclusão, que visa orientar a comunidade escolar da cidade, sobre os direitos das pessoas com deficiências, ofertando ainda aos professores locais, o suporte necessário para receber com qualidade os alunos com deficiências. E mesmo não atuando na área da educação, a APAE de Cabreúva conseguiu incluir seus usuários

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na rede regular de ensino, e o resultado foi a formatura de quatro de seus usuários no ensino médio. Os alunos Vinicius Victório Pereira Silva, 21 anos, Ana Carolina Neves Silva, 19 anos, Francisco Orleans Ramos Feitosa, 23 anos, e o Guilherme da Silva Moreira, 19 anos, mostraram que a deficiência é uma barreira que pode ser superada, quando há as condições necessárias para seus desenvolvimentos e oportunidades são ofertadas. E além de terem deixado todos da APAE orgulhosos, profissionais e colegas, também encheram de alegria a família. “Para nós, pais do Vinícius, ele ter concluído o ensino médio foi uma conquista muito gratificante, apesar de ter sido uma caminhada com muitas barreiras, nunca desistimos do direito de inclusão dele. Agradeço a Deus pela nossa persistência, APAE Cabreúva que sempre me orientou e pelas pessoas que receberam o Vinícius com muito amor e carinho: equipe de todas as escolas por onde ele passou em Cabreúva, diretores, professores, cuidadores, alunos e colegas de sala, e todos os funcionários das escolas, o nosso muito obrigada”, declara Nivalda Victório da Silva, mãe do Vinícius. A mãe da Ana Carolina também se diz muito grata por todo o apoio que a filha recebeu em sua caminhada escolar. O agradecimento veio no formato de uma carta, que dizia em um dos trechos. “Ela sempre teve o carinho de todos, desde o pessoal da limpeza, cozinha, coleguinhas e até dos professores e diretores, porque a dificuldade vem da lei da inclusão, que não sai do papel, e não dá condições favoráveis para ninguém. Temos que ter garra para não desistir”, escreve Josefa Neves Silva.


Vinicius Victorio Pereira Silva comemora seu diploma.

Guilherme da Silva Moreira em pose no dia da formatura.

INCLUSÃO O desabafo de Josefa é também o de milhares de outras famílias que lutam diariamente para que seus entes tenham seus direitos respeitados e garantidos. Tirar a lei do papel é um desafio e uma luta constante do movimento apaeano paulista. Preparar os professores para receber o aluno com deficiência e educá-lo com qualidade foi o desafio aceito pela APAE Cabreúva. “Tem alguns profissionais que tem uma aceitação melhor, uma facilidade maior, e isso não é só no município de Cabreúva, eu acredito que no geral, na sociedade geral. Existem ainda algumas dificuldades, mas eles (professores) aceitam a orientação, estão dispostos. Temos tido uma boa relação com a rede de educação do município”, conta Suzete Imperato Geraldo, diretora da APAE de Cabreúva.

“AGRADEÇO A DEUS PELA NOSSA PERSISTÊNCIA, APAE CABREÚVA QUE SEMPRE ME ORIENTOU E PELAS PESSOAS QUE RECEBERAM O VINÍCIUS COM MUITO AMOR E CARINHO: EQUIPE DE TODAS AS ESCOLAS POR ONDE ELE PASSOU EM CABREÚVA, DIRETORES, PROFESSORES, CUIDADORES, ALUNOS E COLEGAS DE SALA, E TODOS OS FUNCIONÁRIOS DAS ESCOLAS, O NOSSO MUITO OBRIGADA” - Nivalda Victório da Silva -

E mesmo na quarentena, as orientações não cessaram, haja vista que durante esse período as dificuldades dos professores aumentam. “Nessa quarentena temos feito orientações para os professores da rede que estão fazendo tudo por vídeo aula, principalmente no programa que a gente atende só autistas. Então, tem algumas atividades que a equipe técnica tem orientado e dado suporte aos professores”, conclui Suzete.

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PROJETO RECICLAR É PRECISO

REAPROVEITA NOTAS FISCAIS E CONSCIENTIZA USUÁRIOS DA APAE DE CAJATI

Notas fiscais que seriam descartadas se transformam em matéria-prima para a produção de papel reciclado “A IDEIA SURGIU A PARTIR DO ACÚMULO DE NOTAS, QUE ERAM SEMPRE DESCARTADAS NO LIXO, FOI ASSIM QUE SURGIU A IDEIA. PESQUISAMOS NO YOUTUBE, NA INTERNET, COMO FAZER O PAPEL E VIMOS QUE É MUITO FÁCIL” - Érika Rodrigues de Sena -

Papel reciclado se transformam em lembranças de Natal.

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oneladas de lixo são descartadas diariamente no meio ambiente. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a humanidade produz 2 bilhões de toneladas de lixo por ano e, para suprir o uso de recursos e absorver todo esse lixo gerado, seria necessário 70% de outro planeta Terra. Cabe à própria humanidade o gerenciamento consciente de seu lixo, e a APAE de Cajati está fazendo a sua parte, reaproveitando as notas fiscais que são recolhidas do comércio local e conscientizando os seus usuários sobre a importância da reciclagem para o meio ambiente. Por meio do projeto Reciclar é Preciso, a APAE transforma as notas fiscais já digitadas e que seriam descartadas no lixo em papel reciclado, e posteriormente em caixas para presente, lembrancinhas de Natal, entre outros. “A ideia surgiu a partir do acúmulo de notas, que eram sempre descartadas no lixo, foi assim que surgiu a ideia. Pesquisamos no YouTube, na internet, como fazer o papel e vimos que é muito fácil”, conta a monitora do projeto, Érika Rodrigues de Sena. O projeto que começou com os usuários do grupo Conviver, faixa etária acima dos 30 anos, deu tão certo que foi ampliado para outros grupos dentro da APAE. “Começou com a sala do Conviver, com 20 usuários, e depois a professora Dirce também gostou e começou a fazer com a sala dela, que é a sala socioeducacional, que tem 11 usuários”, conta Érika. O projeto precisou ser pausado devido à pandemia ocasionada pela COVID-19, mas, de acordo com monitora, as notas estão sendo guardadas para que o projeto retome com o fim do isolamento social. “A gente está recolhendo os papéis (notas fiscais), eles estão ficando aqui conosco guardados, temos as telas, então a gente vai retomar sim, porque deu muito certo”, conclui Érika.


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APAE DE DRACENA IMPLANTA PROJETO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA Atualmente, a iniciativa atende dez usuários com dificuldades de se comunicar por meio da fala

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comunicação entre os indivíduos está presente em todos os momentos da vida, sendo essencial ao seu desenvolvimento. Contudo, apesar de a linguagem oral ser o meio de comunicação mais utilizado, há pessoas que, devido a fatores neurológicos, físicos, emocionais e cognitivos, mostram-se incapazes de se comunicar por meio da fala. Comunicação Alternativa e Suplementar é uma área da Tecnologia Assistiva que ajuda indivíduos sem fala, sem escrita funcional ou com prejuízos em sua comunicação ou capacidade de falar ou escrever, em que são utilizados cartões e pranchas de comunicação, vocalizador, entre outros vários recursos para auxiliar nas habilidades de compreensão e expressão. Visando atender usuários que têm dificuldades de se comunicar por meio da linguagem oral, a APAE de Dracena implementou o protocolo de treinamento PECS® (Picture Exchange Communication System), que, traduzido para o português, significa “sistema de comunicação pela troca de figuras”. Ferramenta que atua paralelamente ao desenvolvimento normal da linguagem, no sentido de que, primeiro, ensina o usuário “como” comunicar ou quais são as regras básicas de comunicação e, em seguida, o instrui a comunicar mensagens específicas, primeiro com figuras isoladas e, mais tarde, a combinar imagens para aprender diversas estruturas gramaticais, relações semânticas e funções comunicativas. Atualmente, dez usuários, entre quatro e dez anos, participam do protocolo em sessões de 30 minutos uma vez por semana com a participação

Atendimento realizado antes da pandemia. de fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, professores, outros profissionais da instituição e familiares. “O resultado, mesmo sendo lento ainda, encontramos resultados positivos, mas precisamos contar com a participação ativa da escola, família e, às vezes, até de pessoas do convívio social para que o aluno/destinatário possa se comunicar de maneira satisfatória e funcional”, afirma a terapeuta ocupacional, Jeane Junqueira Pereira Monte. É importante compreender que o PECS® é aplicado a pessoas diversas e que não basta simplesmente utilizar técnicas e recursos de qualquer maneira, sem fundamentação ou sem conhecimento a respeito da história dessas pessoas. É necessário conhecer seus desejos, suas características físicas e psicomotoras, sua família, seu convívio social e, a partir disso, construir a dinâmica e a escolha dos melhores recursos para melhor utilizar a Comunicação Alternativa e Suplementar. O objetivo principal é a comunicação, buscando garantir o exercício da autonomia e a interação na vida social.

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CAMPANHA

CAPA

SETEMBRO VERDE 2020

SE REINVENTOU E MESMO A DISTÂNCIA MOVIMENTOU INSTITUIÇÕES, EMPRESAS E A POPULAÇÃO EM TODO O ESTADO DE SÃO PAULO As redes sociais foram um dos principais canais de divulgação das ações tanto da FEAPAES-SP e de suas filiadas como também dos usuários das plataformas digitais

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inclusão da pessoa com deficiência no Brasil e no estado de São Paulo é um dos principais desafios sociais enfrentado diariamente, por isso a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), instituição que atua na defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiências trabalha a fim de romper barreiras estruturais, arquitetônicas e principalmente atitudinais. Com esse objetivo, em 2015 surgiu a campanha Setembro Verde, que visa ampliar o debate sobre a efetivação dos direitos e a conscientização sobre o que são deficiências, para que haja a quebra dos preconceitos. O Setembro Verde foi instituído em parceria entre a FEAPAES-SP e a APAE Valinhos-SP a fim de difundir a campanha em todo o estado de São Paulo.

INOVAÇÃO Como é de costume, todos os anos a FEAPAESSP realiza a cerimônia de abertura do Setembro Verde para iniciar a campanha no estado. Contudo, devido à pandemia da COVID-19, este ano o evento não pode ser presencial, mas a instituição inovou e realizou, no dia 1º de setembro, às 19h, a cerimônia online pelo seu canal no YouTube/apaesp. O evento contou com a palestra Lei Brasileira da Inclusão: compreendendo a interdição na atualidade. O tema foi apresentado pelo juiz do Tribunal de Justiça da Bahia, Dr. Pablo Stolze Gacliano. A abertura foi conduzida pela presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, que aproveitou para destacar a importância da campanha no fomento das discussões acerca da causa da pessoa com deficiência. “Tudo isso para trazermos à tona a importância de todos nós, juntos, adotarmos atitudes inclusivas, acessíveis, respeitosas, para que tenhamos uma sociedade que, de fato, receba as pessoas com deficiências com igualdade de oportunidades”, destacou a presidente. O presidente da APAE de Valinhos, Luiz Roberto Roson, também destacou a importância da campanha. “Este é o primeiro ano de forma diferente, de forma virtual, mas não menos importante para que a gente possa debater um pouco, fazer algumas reflexões sobre o Setembro Verde”, afirmou. Também participaram da abertura os autodefensores estaduais, Rita de Cássia Leal e Wellington

Cerimônia de abertura.

“TUDO ISSO PARA TRAZERMOS À TONA, A IMPORTÂNCIA DE TODOS NÓS, JUNTOS, ADOTARMOS ATITUDES INCLUSIVAS, ACESSÍVEIS, RESPEITOSAS, PARA QUE TENHAMOS UMA SOCIEDADE, QUE DE FATO, RECEBA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS COM IGUALDADE DE OPORTUNIDADES” - Cristiany de Castro -

Clementino de Oliveira, ocasião em que se pronunciaram, também, sobre a relevância da campanha. “Eu quero dizer que este mês de setembro é muito importante para nós, pessoa com deficiência. Eu quero falar também para a sociedade que não nos julguem pela nossa aparência e pelas nossas limitações, e sim pelo que temos a oferecer”, falou Rita em seu pronunciamento. Na sequência, Wellington também deixou sua mensagem para que pessoas com deficiências e suas famílias lutem pela efetivação de seus direitos. “Na questão dos direitos da pessoa com deficiência, nós devemos lutar pelos nossos direitos, nunca devemos desistir”, destacou o autodefensor. O evento, idealizado pela APAE de Valinhos e pela FEAPAES-SP, vem a cada ano conquistando maior alcance graças a apoios importantes. A

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Equipe da FEAPAES-SP em comemoração ao Setembro Verde.

exemplo de anos anteriores, a campanha teve a adesão da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que publicou em suas redes sociais arte da campanha. Além disso, afirmam na publicação que no mês de setembro o prédio que abriga a Secretaria foi iluminado com a cor verde.

NAS APAES O Setembro Verde já faz parte do calendário de atividades realizadas pelas APAES paulistas e neste ano não foi diferente. Mesmo com a pandemia, diversas ações foram realizadas em todo o estado. A APAE de Araçoiaba da Serra levou a campanha para as alturas: no dia 14 de setembro, em parceria com o balonista Johnny Alvarez Silva, conhecido como Johnny do Balão, a instituição realizou um voo de um balão na cor verde com um banner preso do lado de fora do cesto com o logo da APAE. “Pessoal, eu gostaria de ressaltar que o Setembro Verde da APAE é o setembro da inclusão, eu gostaria de levantar essas questões para os nossos governantes, para que eles comecem a olhar com outros olhos para essa causa, a inclusão” explica o Johnny do Balão. “O balonista iniciou em 2020 como influenciador do bem através da live e feijoada que realizamos no mês de junho em prol a APAE A partir daí o Johnny passou a ser um ‘soldado’ da APAE,

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como ele gosta de ser chamado. E na campanha do Setembro Verde o balonista propôs hastear a bandeira da inclusão no céu de Araçoiaba”, explica o presidente da APAE de Araçoiaba da Serra, Enzo Todisco. Já a APAE de Orlândia realizou uma grande carreta no dia 1º de setembro para dar início à campanha. Ao todo, foram mais de 60 carros, que contaram com a presença de autoridades e da impressa local, cosplay do super-herói Thor, empresas, carro de som, corpo de bombeiros, polícia militar, além de uma van, um ônibus e um trenzinho. Devido à pandemia, os usuários não puderam estar presentes fisicamente, mas a instituição fez questão de se lembrar de cada um deles, colocando suas fotos dentro dos veículos. “Como presidente, me emociono em sentir que os nossos objetivos estão sendo alcançados, estamos somando forças e juntos nos tornaremos uma APAE referência no desenvolvimento e qualidade em gestão e serviços prestados à pessoa deficiência”, afirma a presidente da instituição, Edna M. Galindo Leite de Moraes. Antes de dar início à carreata, toda a equipe se reuniu para soltar balões verdes com gás hélio dando a largada, simbolizando renovação e esperança de dias melhores. Durante todo o percurso foram colocados pontos de aguardo para que os usuários e suas famílias aguardassem com bexigas


APAE de Araçoiaba da Serra realiza ação do Setembro Verde.

APAE de Orlândia em comemoração ao Setembro Verde.

verdes. “Foi um grande evento, nosso maior objetivo foi alcançado, mobilizamos Orlândia durante o percurso e com com a música ‘A APAE é coisa nossa’. A carreata de abertura do Setembro Verde foi um marco para nossa APAE, uma surpresa para os munícipes de Orlândia, é pura emoção

para os usuários e familiares da APAE de Orlândia. Conseguimos mobilizar e engajar toda a equipe, empresários e a sociedade com o propósito de fortalecer a causa e unir forças para garantir os direitos e a inclusão da pessoa com deficiência”, conta a diretora executiva da instituição Deisy Maria Lima.

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I CONGRESSO CIENTÍFICO ONLINE DA FEAPAES-SP TEVE MAIS DE 880 INSCRITOS Evento atraiu inscritos de 23 estados brasileiros, além de outros países, como Portugal e Moçambique 36

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I Congresso Científico Online da FEAPAES-SP, que aconteceu entre os dias 24 e 27 de agosto, atraiu o interesse de estudiosos da causa da pessoa com deficiência de diversas localidades do Brasil e do mundo. Isso porque o evento teve 882 inscritos e 125 artigos submetidos. O congresso foi realizado pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e pelo Instituto de Ensino em Pesquisa UNIAPAESP, e teve como tema: “Intersetorialidade: saberes e práticas sobre a questão da pessoa com deficiência”. O evento ganhou repercussão nacional e internacional, despertando o interesse de estudiosos de Portugal e Moçambique, e de 23 estados brasileiros: Pará, São Paulo, Alagoas, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Amapá, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Pernambuco, Maranhão, Piauí. “Na verdade, as impressões do congresso foram, para mim, maravilhosas, atingiu bem os objetivos, foram muito boas as discussões, a carga horária também foi excelente”, afirma Matheus Wisdom Pedro de Jesus, psicopedagogo da APAE Salvador. De acordo com a organização do evento, a preocupação sempre foi a de propiciar discussões relevantes e que contribuíssem para a causa da pessoa com deficiência. “Tivemos inúmeros feedbacks positivos, além do número expressivo de inscritos e artigos submetidos, o que reafirma que o congresso e os temas das palestras forneceram conhecimento aos participantes”, afirma Denise Costa, professora doutora em serviço social e coordenadora do UNIAPAE-SP. Além de contar com a expertise da FEAPAES-SP, o congresso contou com o apoio da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” (Unesp) e teve como objetivo incentivar estudos, pesquisas e discussões acadêmicas voltados ao universo da pessoa com deficiência. “Há alguns anos, a FEAPAES-SP busca participar de estudos acadêmicos voltados à pessoa com deficiência, já realizamos parcerias com diversas universidades e grupos de estudos. Em 2019, criamos o Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP, com objetivo de fortalecer o conhecimento nas área voltadas ao terceiro setor. O congresso científico veio para reunir e construir

Cristiany de Castro na abertura do evento. saberes, para que possamos disseminar informações entre entidades, profissionais, poder público, estudantes e pesquisadores” explica a presidente da FEAPAES-SP”, Cristiany de Castro.

DISCUSSÕES IMPORTANTES No primeiro dia de evento, 24, foram apresentadas duas palestras, a primeira foi Os direitos da pessoa com deficiência e seus desafios na contemporaneidade, com a professora e mestre Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior. Na sequência, o professor e mestre Alexandre Manir Figueiredo Sarquis falou sobre Tribunais de contas e parcerias com o terceiro setor. No dia 25, segundo dia de evento, a professora doutora Débora Deliberato falou sobre Tecnologia assistiva. No mesmo dia, também aconteceu a palestra Transtornos do desenvolvimento: causas genéticas, ambientais e epigenéticas, com o professor doutor Décio Brunoni. O tema Educação inclusiva e o futuro das instituições especializadas no Brasil abriu o terceiro dia de evento, com a professora doutora

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Denise Costa mediando segundo dia do Congresso.

“HÁ ALGUNS ANOS, A FEAPAES-SP BUSCA PARTICIPAR DE ESTUDOS ACADÊMICOS VOLTADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA, JÁ REALIZAMOS PARCERIAS COM DIVERSAS UNIVERSIDADES E GRUPOS DE ESTUDOS. EM 2019, CRIAMOS O INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA UNIAPAE-SP COM OBJETIVO DE FORTALECER O CONHECIMENTO EM TERCEIRO SETOR. O CONGRESSO CIENTÍFICO VEIO PARA REUNIR E CONSTRUIR SABERES, PARA QUE POSSAMOS DISSEMINAR INFORMAÇÕES ENTRE ENTIDADES, PROFISSIONAIS, PODER PÚBLICO, ESTUDANTES E PESQUISADORES” - Cristiany de Castro -

Enicéia Gonçalves Mendes. Na sequência, aconteceu a palestra “Autismo na primeira infância”, com a professora doutora Érika Parlato de Oliveira. E, no último dia de evento, o público assistiu à palestra As APAEs e o sistema único de assistência social, com o professor doutor Edgilson Tavares Araújo. O evento foi fechado pelo professor doutor Wederson Rufino

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dos Santos, com a palestra Proteção social para pessoas com deficiência. “Eu destacaria muito uma palestra sobre tecnologia assistiva, para mim foi muito bacana. A palestra falando sobre autismo na primeira infância trouxe muitos aspectos contemporâneos, foi fantástico. Outra palestra falando sobre o futuro das instituições especializadas no Brasil, eu digo isso, pois, como psicopedagogo, como educador, é bom ver essa integralidade das APAES, de ver o que outras APAES estão fazendo e de como eu posso melhor desempenhar esse trabalho dentro da APAE Salvador”, completou Matheus. Para Lord Aníbal Chissiua, docente da Universidade Licungo, em Moçambique, o congresso mudou sua perspectiva sobre a educação inclusiva. “Esse congresso foi um momento de muita aprendizagem, em que nós discutíamos a questão da educação inclusiva em Moçambique numa perspectiva, mas quando vemos a experiência, principalmente dos palestrantes, com temáticas tão brilhantes, nós percebemos que este é um processo extremamente complexo. Por minha parte, aprendi bastante, o meu comportamento mudou automaticamente quando eu discuto a questão da educação inclusiva”, destacou.


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MAIS DE CEM APAES

SÃO CONTEMPLADAS NO 8º CICLO DO FUNDO DE PROJETOS DA FEAPAES-SP A instituição, mesmo durante a pandemia, não deixou de realizar a plataforma de financiamento de projetos das APAES filiadas

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Fundo de Projetos, plataforma de financiamentos de ações das APAES do estado de São Paulo que é fruto do certificado de contribuição Vale Cap, emitido pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), já beneficiou centenas de APAES paulistas em projetos de assistência social, educação, gestão e saúde. No dia 24 de julho, a FEAPAES-SP lançou o edital para o 8º Ciclo do Fundo de Projetos, com o aporte de até R$ 2.300.000 para projetos de no máximo R$ 20 mil. Ao todo, foram 115 APAES contempladas totalizando um repasse de R$ 2.287.896,31. A plataforma foi idealizada a fim de auxiliar as APAES filiadas na ampliação do atendimento, mas também para contribuir em momentos de crise. Devido à pandemia da COVID-19, muitas APAES paulistas sofreram queda em suas arrecadações, seja por não poder realizar eventos, seja por corte nos recursos repassados pelo público, ou até mesmo pela queda nas doações de pessoas físicas e jurídicas. Nos ciclos anteriores, os recursos dos projetos não aprovados voltavam para o fundo e eram provisionados para o próximo edital. Diante do atual cenário, no 8º ciclo a FEAPAES-SP possibilitou a reabertura do edital para repassar praticamente todo o valor do aporte às filiadas. “A diretoria da FEAPAES-SP está sempre preocupada não só em assessorar, mas também em contribuir para que as APAES tenham sustentabilidade financeira e em diversos momentos a atual gestão criou mecanismos para realizar repasses às nossas filiadas. Ampliamos o 8º ciclo para atender centenas de filiadas, pois sabemos que este momento é difícil e nós, como movimento social, devemos

Lucas Almeida em sorteio das APAES contempladas na reabertura do 8º ciclo do Fundo de Projetos. nos unir para que todos saiam desse momento fortalecidos”, explica a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro. Devido à crise, grande parte dos projetos foi direcionada para pagamento de salários dos funcionários, cerca de 32 filiadas utilizaram o recurso para esse fim. “As APAES, com seus projetos, têm efetivado melhorias diversas nas adequações de suas instalações, novas construções como piscinas, jardins sensoriais e até na aceleração da construção de uma nova sede. Além de compra de veículos, no pagamento de colaboradores e compra de materiais”, explica o coordenador financeiro da FEAPAES-SP, Lucas Almeida

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INÉDITO: FEAPAES-SP INOVA E REALIZA SEU PRIMEIRO CENSO Pela primeira vez em sua história, FEAPAES-SP realiza um processo censitário para conhecer com profundidade o seu cenário de atuação

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), em ação inédita, concluiu o seu Censo do Movimento Apaeano do Estado de São Paulo, coletado no ano de 2019. O intuito da pesquisa foi o de mapear toda a rede paulista com o objetivo de fortalecer a luta pela defesa dos direitos da pessoa com deficiência. O questionário, composto de 172 questões, abrangeu todas as áreas de atuação das APAES: assistência social, educação, saúde e gestão. De acordo com a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, os dados coletados pelo Censo contribuirão para que a entidade estadual construa estratégias que fortaleçam ainda mais a luta junto aos setores público e privado. “Temos em mãos informações importantes que irão fortalecer e nos dar argumentos em nossa luta, consolidando o diálogo e nossas defesas em busca das melhorias nas políticas públicas voltadas às pessoas com deficiências”, comenta. Das 305 APAES, 282 responderam ao Censo referente à área da assistência social, mostrando que

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dos 69.535 usuários totais da rede, 39.632 estão incluídos no serviço da assistência social. Desses, 10.779 têm mais de 30 anos. Também foi constatado que a rede paulista tem 282 serviços realizados na Proteção Social Especial para pessoas com deficiências, idosas e suas famílias, além de 12 residências inclusivas na modalidade Proteção Social Especial. Outro destaque foi que 197 APAES têm o Programa da Autogestão e Autodefensoria, essencial para que a pessoa com deficiência tenha voz, tornando-se atuante nas questões que lhe dizem respeito. Já o Censo da área da educação, respondido por 267 APAES, apontou que 31.861 alunos são atendidos nos serviços educacionais — Escolas Especiais ou Atendimento Educacional Especializado (AEE) — e que essas instituições contam com 3.282 professores em suas equipes de colaboradores. Além disso, o mapeamento revelou que 93,7% das APAES atuam na área da educação, das quais 99,6% mantêm parceria com o poder público para financiamento das Escolas Especiais. A área da saúde teve a participação de 253 APAES, sendo que 209 têm serviços de habilitação e reabilitação, 205 têm o cadastro no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), 182 APAES realizam o serviço de estimulação precoce, atendendo cerca de 3.650 crianças de 0 a 3 anos e 11 meses e totalizando cerca de 56.038 atendimentos mensais no serviço de saúde. Além das três áreas de atuação das APAES, o Censo da área da gestão trouxe dados significativos referentes à quantidade de profissionais técnicos que trabalham em prol da qualidade de vida dos usuários. A pesquisa revelou que nas 251 APAES que responderam há 3.025 profissionais com especialização em educação especial e áreas afins, 6.285 profissionais que fazem parte da equipe técnica e uma equipe de 12.038 profissionais contratados ou cedidos. O documento completo será disponibilizado no site da FEAPAES-SP: www.feapaesp.org.br


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DOAÇÃO PARA APAES:

MAIS DE 56 MIL PESSOAS BENEFICIADAS COM CHOCOLATES DA EMPRESA FERRERO Doação de 200 mil Kinder Joy beneficiou usuários de 75 APAES e de outras três instituições da cidade de Franca

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or meio de uma ação conjunta realizada pela Descubra a Sua Causa — um programa da Pátria Voluntária (governo federal) — e pela campanha Influenciadores do Bem (FEAPAES-SP), 56.596 pessoas com deficiência intelectual e múltipla, bem como pessoas em situação de vulnerabilidade social e suas famílias, receberam 200 mil unidades de Kinder Joy, que foram doados pela empresa Ferrero. As doações contemplaram 75 APAES paulistas e mais três instituições congêneres do município de Franca (SP). “Essa parceria veio em um momento muito importante, pois estamos vivenciando um período de muitos desafios e de muitas restrições. Muitas famílias estão mais vulneráveis financeiramente, o que, na maioria das vezes, as impossibilitam de adquirir alimentos que não compõem a alimentação básica”’, explica a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro. A Escola de Aprendizagem e Cidadania de Franca (Esac), uma das instituições de Franca (SP) que recebeu o donativo, destacou que os doces vieram em boa hora, um gesto que amenizou os empecilhos trazidos pela pandemia. “A doação feita à Esac e às demais entidades dos Kinder Joy trouxe uma doçura, trouxe um momento de alegria, de alento para as famílias. As crianças e adolescentes que estão em casa sem contato com os outros amigos, então foi realmente um momento delícia

“UMA OUTRA QUESTÃO IMPORTANTE TAMBÉM É QUE AO LEVAR CESTAS BÁSICAS PARA ALGUMAS FAMÍLIAS, A GENTE VIA A NECESSIDADE DO ALIMENTO, MAS AO RECEBER QUATRO KINDER JOY, QUE FOI O QUE CADA USUÁRIO RECEBEU, ELES NÃO ACREDITAVAM, ERA COMO SE ESTIVESSE RECEBENDO O MELHOR PRESENTE DO MUNDO. ENTÃO, ISSO REPRESENTA PARA NÓS, QUE FOMOS INSTRUMENTOS, AQUELE MOMENTO DE TERNURA, DE AFETO” - Geraldine Garcia Fuga Menezes -

como alguns usuários comentaram conosco”, conta Geraldine Garcia Fuga Menezes, gerente administrativa e assistente social da Esac. “Uma outra questão importante também é que ao levar cestas básicas para algumas famílias, a gente via a necessidade do alimento, mas ao receber quatro Kinder Joy, que foi o que cada usuário recebeu, eles não acreditavam, era como se estivesse recebendo o melhor presente do mundo. Então, isso representa para nós, que fomos instrumentos, aquele momento de ternura, de afeto”, completou Geraldine.

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Chocolates sendo entregues na FEAPAES-SP.

BRILHO NO OLHAR

APAE de São Joaquim da Barra fazendo a entrega dos chocolates.

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Quem não gosta de receber um carinho, de ganhar um presente, ou uma simples lembrança? E foi justamente essa a percepção que a Caminhar, outra instituição que recebeu os donativos, teve ao entregar os chocolates para seus usuários. “Pode ter certeza que o brilho no olhar dessas famílias foi diferente, a partir do momento que elas receberam a doação desses chocolates. E quem não gosta de um mimo, de um chocolate, um carinho e de uma lembrança?”, contou a presidente da instituição, Elizabete Salloum. A APAE de São Joaquim da Barra também foi uma das instituições beneficiadas que puderam agraciar seus usuários com os chocolates. De acordo com a diretora da entidade, Dulcelina Olini Bell, foi uma surpresa muito bem recebida. “Como eles não estão acostumados a ter essas guloseimas deliciosas sempre que querem ou alguns nem conheciam, ficaram muito felizes e gratos pelo presente. Eles se sentem valorizados, lembrados e muito amados. A satisfação deles é muito grande. Para eles tem um significado de gratidão”, concluiu.


FEAPAES EM REVISTA Cristiany de Castro com Roberto Cullen Dellapiazza, presidente da APAE de Americana.

WEB TV FEAPAES-SP:

APAES PAULISTAS GANHAM NOVA FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO Plataforma conta com três programas semanais, às quartas, quintas e sextas-feiras, sempre às 15h

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) inovou mais uma vez no que diz respeito ao assessoramento prestado as suas 305 filiadas. Desta vez, a entidade lançou sua Web TV FEAPAES-SP, que tem em sua grade três programas: FEAPAES Acontece, APAE em Foco e Do Bem Show. O intuito foi proporcionar às APAES paulistas um canal exclusivo do movimento

apaeno paulista, levando informação importante acerca da pessoa com deficiência e também um espaço para as unidades divulgarem suas ações e seus projetos. O programa FEAPAES Acontece, apresentado pela advogada e presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, vai ao ar todas as quartas-feiras, às 15h, e traz notícias atualizadas sobre as articulações realizadas pela entidade estadual, leis e decretos que dizem respeito à pessoa com deficiência e ao terceiro setor. O APAE em Foco, apresentado pela jornalista e

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O programa APAE em Foco mostra projetos e ações das APAES paulistas.

“COM O USO CADA VEZ MAIS INTENSO DE INTERNET, AINDA MAIS NESTE MOMENTO DE PANDEMIA, EM QUE AS PESSOAS TÊM FICANDO MAIS EM CASA, O CONSUMO DE INFORMAÇÃO AUMENTA, POR ISSO PROPOR DIFERENTES FORMATOS DE COMUNICAÇÃO SERÁ ESSENCIAL ATÉ MESMO PARA ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR QUE PRECISAM DE VISIBILIDADE”

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FEAPAES Acontece informa sobre temas relevantes para movimento apaeano.

- Cristiany de Castro -

coordenadora de comunicação da FEAPAES-SP, Thaís Demacq, é uma nova proposta para que as APAES paulistas divulguem suas ações e seus projetos. Já o Do Bem Show tem o formato de talk show, no qual os convidados são as personalidades do movimento apaeano paulista ou pessoas que fazem o bem. Durante o programa, apresentado também pela Cristiany de Castro, os convidados contam suas histórias e debatem temas relevantes da atualidade. “Com o uso cada vez mais intenso de internet, ainda mais neste momento de pandemia, em que as pessoas têm ficando mais em casa, o consumo de informação aumenta, por isso propor diferentes formatos de comunicação será essencial até mesmo para entidades do terceiro setor que precisam de visibilidade”, explica Cristiany.

Outra vantagem da Web TV FEAPAES-SP é que a sua programação estará disponível para consumo a toda hora e em qualquer lugar, pois os conteúdos podem ser acessados por computador pessoal, tablets e celulares, dependendo unicamente de uma conexão com a internet. “O crescimento do mercado digital está aí e, cada vez mais, leva as pessoas a consumir esse tipo de produto. Acredito que isso trará muitos benefícios para a rede paulista”, conclui Cristiany. As sugestões de pautas podem ser enviadas para a redação do programa, por meio do e-mail comunicacao@feapaesp.org.br. As APAES devem enviar fotos, vídeos e um breve texto explicativo. Para assistir aos programas da Web TV FEAPAES-SP, basta acessar o site da entidade: www.feapaesp.org.br.

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FEAPAES-SP É CITADA EM ARTIGO DE RENOMADA REVISTA CIENTÍFICA INTERNACIONAL Pesquisa estuda os padrões determinantes de crescimento e obesidade em pessoas com deficiência intelectual e faz parte da parceria entre a FEAPAES-SP e a Unicamp

Roberto Antônio Soares, coordenador estadual de Cientista Fábio Bertapelli (Unicamp-FAPESP). educação física, desporto e lazer.

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) tem, entre seus objetivos, apoiar pesquisas que visam à qualidade de vida da pessoa com deficiência. Diante disso, firmou uma importante parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que permitiu, em 2018, a participação de 300 usuários de APAES paulistas na pesquisa Padrões e determinantes de crescimento

e composição corporal em crianças e adolescentes com deficiência intelectual. O projeto de pós-doutorado do professor de educação física, Fabio Bertapelli — fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a FAPESP —, teve a participação do coordenador estadual de educação física, desporto e lazer da FEAPAES-SP, Roberto Soares, e foi destaque na revista científica Adapted Physical Activity Quarterly, da Federação Internacional de Atividade Física Adaptada.

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%Gordura = 56,708 -(729,200 ×[1÷índice de massa corporal]) + (12,134 × gênero). 0 = masculino; 1 = feminino Equação desenvolvida no estudo

Fábio Bertapelli exemplificando como fazer as medidas no professor André Luiz Borel.

“A FERRAMENTA QUE CRIAMOS É UM MARCO NA ÁREA. OS PROFISSIONAIS SERÃO OS MAIORES BENEFICIADOS, POIS, COM APENAS DUAS MEDIDAS, PODERÃO AVALIAR A GORDURA DE SEUS USUÁRIOS. O EXCESSO DE GORDURA LEVA A DOENÇAS CARDIOVASCULARES E MORTALIDADE PRECOCE. PRODUZIDA COM APOIO DAS APAES, A FERRAMENTA AJUDARÁ NO COMBATE À OBESIDADE E NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE MUITOS JOVENS” - Fabio Bertapelli -

O objetivo geral da pesquisa, na sua primeira fase, foi avaliar os padrões e determinantes de crescimento e obesidade em amostra populacional de crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual (DI) do estado de São Paulo. Na fase dois da pesquisa, o intuito foi avaliar a composição corporal em jovens com DI do estado de São Paulo.

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“A ferramenta que criamos é um marco na área. Os profissionais serão os maiores beneficiados, pois, com apenas duas medidas, poderão avaliar a gordura de seus usuários. O excesso de gordura leva a doenças cardiovasculares e mortalidade precoce. Produzida com apoio das APAES, a ferramenta ajudará no combate à obesidade e na melhora da qualidade de vida de muitos jovens”, explica o cientista Fabio. O estudo publicado é o primeiro no âmbito internacional e certamente vai ajudar profissionais do mundo todo. A Adapted Physical Activity Quarterly é a revista científica de maior prestígio na área. “A FEAPAES-SP considera pauta de alta prioridade o apoio a pesquisas científicas, missão essa que cabe não apenas aos governos, mas também às instituições e à iniciativa privadas. Somente a partir do incentivo à comunidade científica é que obteremos os melhores resultados de impacto social”, destaca a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro. O uso da equação desenvolvida atualmente pode também contribuir para novos estudos. Por exemplo, a FEAPAES-SP e a Unicamp já estão planejando utilizar a equação para avaliar o impacto da pandemia nos níveis de percentual de gordura dos usuários das APAES assim que as atividades presenciais forem retomadas. Além disso, a avaliação da gordura corporal desses indivíduos pelos profissionais das APAES mediante uma equação simples será extremamente útil para avaliar a eficácia de intervenções para redução da obesidade de nossos usuários. “A FEAPAES-SP, através da coordenadoria de educação física alinhada com grandes centros de pesquisa e ciência, auxilia e produz conhecimento de relevância e impacto internacional. A equação trata-se de um recurso científico inovador para identificação do percentual de gordura, possibilitando a atualização do software do projeto em avaliação física APAE Qualidade de Vida e Saúde”, explica o coordenador estadual de educação física, desporto e lazer, Roberto Antônio Soares.


FEAPAES EM REVISTA

SECRETÁRIO-EXECUTIVO DE SAÚDE RECEBE LIDERANÇAS DO MOVIMENTO APAEANO PAULISTA Presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, e outras lideranças da rede paulista de APAES estiveram com o secretário-executivo de saúde

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presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Cristiany de Castro, esteve, no dia 25 de agosto, com o secretário-executivo da Secretaria Estadual de Saúde, Eduardo Adriano, para apresentar pleitos de interesse do movimento apaeano paulista. Marcio Alvino, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa das APAES e Pestalozzis, e a coordenadora estadual da saúde (FEAPAES-SP), Juliana Sigolo, também participaram da reunião. Entre as solicitações apresentadas está o financiamento de serviços para a avaliação diagnóstica nas APAES mediante Termo de Colaboração, articulação junto ao Ministério da Saúde para habilitação de novos Centro Especializado em Reabilitação (CERs) no estado de São Paulo, disponibilização de cotas de exames especializados destinado para diagnósticos, tais como: eletroencefalograma, ressonância magnética, exames genéticos, entre outros. “Nós apresentamos importantes pleitos que visam beneficiar milhares de pessoas com deficiências que utilizam o serviço de saúde das APAES ou que precisam de serviços dessa área. Levamos também para

a reunião os presidentes das APAES de Araçatuba e São Vicente, para que apresentássemos as demandas relacionados ao atendimento com autistas das duas unidades”, explicou Cristiany de Castro.

PREVENÇÃO E ENVELHECIMENTO Dois temas relevantes dentro do universo apaeano, que são a prevenção e o envelhecimento, também foram colocados em discussão na reunião. No ofício entregue ao secretário foi solicitado o financiamento de programas de prevenção da deficiência, tendo em vista que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos casos poderiam ter sido evitados se houvesse ações efetivas de prevenção. Também foram solicitados o incentivo e o cofinanciamento de serviços para pessoas com deficiências na fase de envelhecimento, visando minimizar o impacto do envelhecimento precoce, bem como os seus agravos à saúde. Outra reivindicação apresentada no documento entregue ao secretário foi a efetivação da parceria com as APAES para atendimento a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), adequando a Resolução SS-63, de 3 de julho de 2013, no que diz respeito à carga horária para que o atendimento do TEA seja pautado na Análise Aplicada ao Comportamento ABA.

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PRESIDENTE E PROCURADOR JURÍDICO DA FEAPAES-SP REÚNEMSE COM PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Reunião serviu para estreitar laços com Ministério Público na busca pela efetivação dos direitos das pessoas com deficiências

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) não tem medido esforços para que os direitos das pessoas com deficiências sejam efetivados. E, para garantir isso, a presidente da entidade, Cristiany de Castro, e o procurador jurídico, Acir de Matos Gomes, estiveram, no dia 6 de agosto, com o procurador-geral de Justiça do estado de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo. Seguindo todos os protocolos de segurança sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos órgãos competentes, devido à pandemia de COVID-19, o encontro aconteceu na sede da Procuradoria, na cidade de São Paulo. A reunião serviu para apresentar a vasta rede apaeana paulista. Além disso, também foi uma oportunidade para a Federação identificar estratégias e possíveis parcerias com o Ministério Público. “Estivemos com o procurador-geral do estado, com o objetivo de unir

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forças com o Ministério Público na defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Também apresentamos o UNIAPAE-SP, nosso braço educacional”, concluiu Cristiany de Castro. Para o procurador jurídico da FEAPAES-SP, Acir de Matos Gomes, a reunião foi muito significativa na medida em que o Ministério Público, na pessoa do procurador-geral, mostrou sensibilidade com a causa apaena. “Ele reconheceu a relevância e a seriedade dos serviços prestados pelas APAES em favor das pessoas com deficiências e criou oportunidades de trocas de experiências profissionais entre as instituições, FEAPAES-SP, UNIAPAE-SP e Ministério Público. Essa aproximação e a troca de experiências fortalecerão ainda mais o movimento apaeano, além de traduzir em efetivos resultados para as pessoas com deficiências, pois, se juntos somos mais fortes e vamos mais longe, quando se conhece o movimento apaeano, a força do amor e do trabalho sério e responsável que nele existe, o resultado só pode ser o da excelência”, conclui.


FEAPAES EM REVISTA

DE JANEIRO A SETEMBRO, MAIS DE 380 USUÁRIOS FORAM BENEFICIADOS COM A DOAÇÃO

DE CADEIRAS DE RODAS

FEAPAES-SP ainda solicitou mais 144 unidades, com previsão de entrega até o final de dezembro, totalizando 524 cadeiras em 2020

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parceria entre a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias continua a pleno vapor, mesmo com a pandemia. Por meio da parceria foram entregues, de janeiro a setembro de 2020, 380 cadeiras de rodas. A previsão é que até o final de dezembro sejam entregues mais 144 unidades. Até setembro, foram beneficiados usuários de vários conselhos/regiões: Tietê Vivo (Araçatuba), com 46 cadeiras de rodas; Região Metropolitana de Campinas Bem Viver (Nova Odessa), com 47; Águas Termais (Catanduva), com 46; Médio Tietê (Jaú), com 22; Vale do Paraíba e Litoral Norte (Lorena), com 33; Rio Turvo (Monte Alto), com 58; Vale do Mogi Guaçu (Pirassununga), com 45; Litoral Sul (Praia Grande), com 18; e Baixa Mogiana (Mogi Mirim), com 62. Já São Caetano do Sul, com 34; Verde Sudoeste Paulista (Taquarituba), com 49; e Vale do Paranapanema (Santa Cruz do Rio Pardo), com 59, são os conselhos que deverão receber as cadeiras até o final de dezembro de 2020. De acordo com a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, o objetivo é proporcionar às pessoas com deficiência autonomia de locomoção, entre outros benefícios relacionados à postura, ao conforto e à segurança. “Com as doações, oferecemos uma melhor qualidade de vida a diversas

Usuários dos conselhos do Rio Turvo e do Vale do Mogi Guaçu com as cadeiras novas. pessoas com deficiência, haja vista que as cadeiras são entregues para uso individualizado, e não para as instituições”, explica a presidente. A parceria, que foi renovada em 2016, já entregou, desde 2014, 2.534 cadeiras de rodas para as APAES e instituições parceiras em todo o estado de São Paulo.

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EM PARCERIA COM A SOLAR SOCIAL, A FEAPAES-SP RECEBE DOAÇÕES DE MILHARES DE PRODUTOS DENTAIS DA UNILEVER Ao todo, foram mais de nove mil unidades, entre cremes dentais e séruns potencializadores, doadas para 34 APAES paulistas

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) fechou uma parceria com a Solar Social, plataforma de solidariedade que conecta pessoas e empresas que querem doar com quem precisa, que articulou a doação de 9173 unidades de produtos dentais da linha Regenerate Enamel Science da Unilever para as APAES. A FEAPAES-SP recebeu 7.325 unidades do sérum potencializador, que é um tratamento mais intenso da linha. Como as APAES estão em quarentena, o produto foi destinado aos colaboradores das APAES e FEAPAES, e 1.848 unidades de creme dental foram enviadas aos usuários e colaboradores das instituições. “A parceria com a Solar Social e Unilever veio em um momento muito importante, estamos vivenciando um período de muitos desafios, e muitas famílias estão mais vulneráveis financeiramente e a doação de produtos de higiene fará a diferença, ainda mais por ser um produto de alto nível, que irá melhorar a qualidade de vida dos usuários e colaboradores beneficiados”, afirma Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP. As doações foram destinadas para 34 APAES: Américo Brasiliense, Altinópolis, Batatais, Brodowski, Franca, Jardinópolis, Patrocínio Paulista, Ribeirão Preto, Araçatuba, Araraquara, Bebedouro, Birigui, Cajobi, Cajuru, Catanduva, Icem, Ituverava, José Bonifácio, Guaraci, Matão, Mirassol, Monte Alto, Monte Aprazível, Monte

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Azul Paulista, Morro Agudo, Novo Horizonte, Nuporanga, Olímpia, Orlândia, Palmares Paulista, Penápolis, Pirangi, Pirassununga, Poloni, Potirendaba, Santa Rita do Passa Quatro, São Joaquim da Barra, São José do Rio Pardo, São José do Rio Preto, Tanabi e Votuporanga, e para a FEAPAES-SP. “A APAE de Franca agradece a Empresa Unilever, pela doação, bem como a FEAPAES/ SP, através de sua presidente Cristiany de Castro, pela mediação e destinação a instituição. Fizemos a distribuição às famílias, juntamente com outros apoios materiais, que estão sendo doados nesse período de pandemia”, diz Agenor Gado, presidente da APAE de Franca. “Agradeço a doação de creme dental pela Unilever, nós, da APAE de Patrocínio Paulista, ficamos muito contentes, pois para os nossos usuários é fundamental ter uma boa higiene bucal, muitos não falam e prevenir cáries e outros problemas bucais é importante para evitar dores”, explica a presidente da APAE de Patrocínio Paulista, Sirlene Rodrigues de Almeida.

SOLAR SOCIAL A parceria entre a FEAPAES-SP e a Solar Social começou no início 2020. Em dezembro de 2019, a APAE de Taubaté, cidade onde o projeto começou, certificou o fundador e CEO da Solar Social, Lendro Pato, como Multiplicador do Bem, assim ele conheceu o trabalho da FEAPAES-SP. Em janeiro, a Unilever entrou em contato com a Solar Social para intermediar a doação de uma


Doação na APAE de Franca.

“A PARCERIA COM A SOLAR SOCIAL E UNILEVER VEIO EM UM MOMENTO MUITO IMPORTANTE, ESTAMOS VIVENCIANDO UM PERÍODO DE MUITOS DESAFIOS, E MUITAS FAMÍLIAS ESTÃO MAIS VULNERÁVEIS FINANCEIRAMENTE E A DOAÇÃO DE PRODUTOS DE HIGIENE FARÁ A DIFERENÇA, AINDA MAIS POR SER UM PRODUTO DE ALTO NÍVEL, QUE IRÁ MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS USUÁRIOS E COLABORADORES BENEFICIADOS” - Cristiany de Castro -

quantidade grande de produtos de higiene e as instituições aptas a receber deveriam estar com toda a documentação em dia. “A FEAPAES SP, atendeu todos estes quesitos, pois faz um trabalho muito sério e importante para milhares de pessoas com deficiência, em todo estado de São Paulo, por meio de centenas de APAES, entidades que conhecemos de perto

e já fizemos várias ações, em mais de uma década de atuação”, explica Leandro Pato. De 14 a 16 fevereiro, a FEAPAE-SP realizou a II Capacitação para Dirigentes em São Pedro (SP), e no dia 16 Leandro Pato, fundador e CEO da Solar Social, apresentou para todos os presentes os projetos realizados pela plataforma. Para saber mais, acesse: solarsocial.net/.

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SEJA UM

INFLUENCIADOR

DO BEM COMPARTILHE

ESSA CAUSA


FEAPAES EM REVISTA

CAPACITAÇÃO NA PANDEMIA: SEMANAS TÉCNICAS DA FEAPAES-SP ABORDARAM TEMAS DE INTERESSE DAS APAES

Ao todo mais de seis mil pessoas participaram das oito edições do evento online gratuito

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onhecimento e atualização profissional são elementos fundamentais para a realização de atendimentos de excelência às pessoas com deficiência, este sempre foi um dos pilares da atual gestão da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). Devido à pandemia de COVID-19, as capacitações presenciais realizadas pela instituição tiveram de ser canceladas, contudo, com o dinamismo da equipe, que é moderna e atualizada, a FEAPAES-SP criou as Semanas Técnicas, evento online que faz parte da Série Saberes e Práticas sobre a Pessoa com Deficiência — Conhecer para Transformar e busca promover o debate e o compartilhamento de informações relevantes por meio de lives e webinars, além da realização de Semanas Técnicas e do I Congresso Científico, que ocorreu no mês de agosto. “É com o intuito de estimular os diálogos que a FEAPAES-SP criou as Semanas Técnicas. A busca pela promoção do debate e pelo compartilhamento de informações deve ser constate para que consigamos, de fato, promover a inclusão social e a defesa dos direitos da pessoa com deficiência”, explica a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro. Ao todo, foram oito semanas de muito conhecimento com mais de seis mil inscritos de todo o estado de São Paulo e de outras regiões do Brasil. As inscrições foram realizadas por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP. “As semanas técnicas foram enriquecedoras para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional,

Cheila assistindo a semana do autismo. pois a FEAPAES-SP nos proporcionou momentos de muitas aprendizagens e conhecimentos. Os eventos foram de grande valor neste momento, pois estou exercendo na área da educação especial há pouco tempo, através desses recursos pude conhecer novas estratégias e práticas pedagógicas, que contribuirão para o meu desenvolvimento profissional”, conta a professora da APAE de Cajati, Cheila Tomazia Ribeiro. Os temas das semanas foram: assistência social, mobilização de recursos, saúde, educação, autismo, gestão, Síndrome de Down e comunicação. Você pode conferir todas as palestras, que já ultrapassam 27 mil visualizações, no canal do YouTube da FEAPAES-SP. Acesse: www.youtube/apaesp ou escaneie com a câmera do celular o QR Code ao lado.

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VALE CAP

VALE CAP: APAE DE TAIAÇU REALIZA REFORMA E COMPRA EQUIPAMENTOS POR MEIO DO FUNDO DE PROJETOS Dois importantes espaços da instituição foram contemplados com as melhorias promovidas

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certificado de contribuição Vale Cap, promovido pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), com sorteios lastreados em títulos de capitalização na modalidade de incentivo emitidos pela Invest Capitalização S.A, transforma sonhos das APAES do Vale do Paraíba (onde o certificado é comercializado) em realidade. E, desde 2016, por meio do Fundo de Projetos, programa de financiamento de ações das APAES, as demais filiadas também estão aprimorando o atendimento às pessoas com deficiência intelectual e múltipla. A APAE de Taiaçu, contemplada pelo Fundo de Projetos da Assistência Social, realizou a adequação

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de dois espaços na instituição, sendo eles: a sala de oficinas e o refeitório, ambientes voltados para 23 usuários com idade acima de 30 anos. Segundo a assistente social da APAE de Taiaçu, Marina Caroline Honorato Fregonezi, a aquisição dos equipamentos foi muito importante para a instituição. “No refeitório, o mobiliário e os eletrodomésticos tinham anos de uso. A importância foi extrema, pois compramos tudo novo, adequamos da maneira como os usuários precisam”, conta Marina. O refeitório foi o ambiente que passou por uma maior mudança, foram adquiridos diversos eletrodomésticos e móveis, como refrigerador, ventilador, armários e mesas; ao todo, foram 42 equipamentos. O espaço é utilizado para os usuários aprenderem atividades de vida diária, como, por exemplo, a utilização dos talheres e a preparação de alimentos, ações que trabalham a autonomia e a independência. Os usuários são acompanhados pela orientadora social, a preparação dos alimentos, por exemplo, passa por diversas etapas, que vão desde o plantio na horta da instituição até a realização de algumas receitas, como bolos e tortas. Já a sala de oficinas ganhou uma SmartTV (televisão com conexão com a internet). O espaço é voltado para produção de artesanatos e o equipamento possibilita a realização de atividades com recursos audiovisuais, aprimorando as técnicas artesanais. “Os usuários adoraram os novos equipamentos, a televisão com internet, por exemplo, viabilizou a pesquisa deles por coisas voltadas ao artesanato”, finalizada a assistente social.


ENTREVISTA

“DIVERSIFICAR FONTES DE RECURSOS, EM REGRA, É IMPORTANTÍSSIMO PELO FATO DE QUE, SE A ORGANIZAÇÃO SE CONCENTRA DEMAIS NUM TIPO DE FONTE DE RECURSO, ELA ACABA TENDO MAIS RISCO NA SUA GESTÃO”, AFIRMA DANILO TIISEL Advogado e especialista em terceiro setor, Danilo Brandani Tiisel destaca a importância da diversificação de fontes de recursos, do planejamento e uma comunicação clara e bem desenvolvida APAE EM DESTAQUE • ANO 2020 • EDIÇÃO 25

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oi durante a realização da II Capacitação para Dirigentes, ocorrida em fevereiro de 2020, na cidade de São Pedro (SP), que Danilo Brandani Tiisel recebeu a redação da Revista APAE em Destaque, momento esse em que ele destacou o que é, de fato, a mobilização de recursos, ressaltou a importância da diversificação de fontes e ainda apontou fatores que podem atrapalhar ou estimular a busca por recursos. Advogado, graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), especialista em legislação do terceiro setor, governança institucional e desenvolvimento institucional, Danilo Tiisel ainda destacou a relevância de as organizações serem transparentes quando o assunto é prestar contas aos seus financiadores. Confira na entrevista abaixo.

O que é, de fato, a captação de recursos e qual a importância dela para uma instituição? A captação de recursos é uma atividade de gestão da organização e o objetivo principal da captação é mobilizar recursos financeiros, recursos materiais e recursos humanos, inclusive voluntários, para que a organização consiga cumprir suas finalidades. A captação de recursos é a base da atividade-meio de uma organização sem fins lucrativos e ela é fundamental para que a organização tenha recursos para cumprir sua finalidade, para ter o efetivo impacto social.

No momento em que as organizações da sociedade civil se profissionalizam e disputam cada vez mais os recursos disponíveis, se torna imprescindível diversificar as fontes de recursos? Sim, diversificar fontes de recursos, em regra, é importantíssimo pelo fato de que, se a organização se concentra demais num tipo de fonte de recurso, ela pode acabar tendo mais risco para sua gestão. Isso porque se essa fonte de recursos parar de financiar a organização, ela poderá ter sérios problemas financeiros, podendo, inclusive, até fechar as portas. Além disso, a diversificação das fontes de recursos é importante tanto para a questão do risco quanto para a legitimidade da organização, que precisa ter contatos com públicos diferentes e ser reconhecida por eles. Nesse momento de maior concorrência por fontes de recursos, a diversificação é boa estratégia para a perenidade e sustentabilidade econômica.

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Quais opções de fontes de captação de recursos há disponíveis no Brasil? São muitas as fontes de recursos, existem várias formas de classificar, mas a gente tem de partir basicamente de fontes que são relacionadas a pessoas jurídicas, tais como empresas, institutos empresariais, temos as fundações, outras organizações congêneres que financiam organizações do terceiro setor, e temos, enfim, fontes institucionais, como os governos, as agências internacionais. Além das pessoas jurídicas, temos também as fontes pessoas físicas, que podem ser pequenos doadores, médios doadores, doares de grandes quantias, e temos também outras estratégias que não podem ser chamadas de fonte efetivamente, mas que muitas organizações realizam, principalmente para poder ter recursos desvinculados de projetos, por exemplo, venda de produtos, prestação de serviços, realização de eventos, criação de fundos patrimoniais, ou seja, são muitas possibilidades, o importante é que a organização desenvolva um plano de mobilização de recursos para que consiga trabalhar com todas essas fontes de maneira organizada.

Quais fatores podem atrapalhar a captação de recursos? O primeiro fator é realmente a gestão, se a gestão não for sistematizada, com uma missão clara, com a comunicação bem desenvolvida, você já começa a ter problemas. Quando a gente trabalha sempre correndo atrás do prejuízo, de maneira reativa, acabamos atuando de forma pontual e sempre precisando de recursos que parecem faltar. Não ter um planejamento claro dizendo para o que eu preciso desses recursos é o maior fator que atrapalha a captação, demonstrando uma gestão desestruturada.

E quais os fatores que estimulam a captação? Primeiro, justamente a gestão estruturada, inclusive com um planejamento claro. Quando a gente fala em captar recursos, a primeira coisa que a gente precisa saber é para o que precisaremos desses recursos, então, para isso, teremos de ter um planejamento claro com as ações que vão ser desenvolvidas, nossos projetos, programas, serviços, e, aí sim, quantificar tudo isso. A partir do momento em que sabemos os valores envolvidos nas ações planejadas, saberemos com clareza os valores a mobilizar, e com essa clareza podemos criar um plano de mobilização de recursos com as estratégias de


“SIM, DIVERSIFICAR FONTES DE RECURSOS, EM REGRA, É IMPORTANTÍSSIMO PELO FATO DE QUE, SE A ORGANIZAÇÃO SE CONCENTRA DEMAIS NUM TIPO DE FONTE DE RECURSO, ELA PODE ACABAR TENDO MAIS RISCO PARA SUA GESTÃO” - Danilo Tiisel -

captação e passar a implementar o plano. O resultado da implementação do plano são os recursos. Pensar dessa maneira é fundamental para o sucesso na captação.

A transparência nesse seguimento de captação é extremamente importante, mas como ser transparente e prestar contas aos financiadores? A transparência tem muito a ver, primeiro, com a essência de uma organização do terceiro setor. Uma organização da sociedade civil recebe recursos da sociedade, então precisa mostrar para a sociedade como ela está utilizando esses recursos, de maneira eficiente e, claro, sempre em busca do cumprimento de sua finalidade e do impacto positivo. Ser transparente significa você querer demonstrar a esses financiadores o que você tem feito com esses recursos, não é simplesmente ser honesto. E além de demonstrar o que se faz com o recurso, mostrar da forma mais adequada possível para cada público interessado. Por exemplo, quando eu vou ser transparente e prestar contas ao poder público, existe toda uma legislação específica que trata disso, que é a Lei 13.019/2014,

então a gente já tem ali todo o roteiro de como se deve prestar contas, o que é diferente de prestar contas, por exemplo, para pessoas físicas, que adotam outra forma de linguagem. Nesses exemplos, temos de comunicar a mesma coisa, só que de maneira adequada a cada tipo de público. Outro exemplo: se mobilizamos recursos via edital, apresentando um projeto, e se nosso projeto é selecionado, temos de prestar contas de acordo com o edital, no qual está escrita a maneira de prestar contas. Outro exemplo: podemos utilizar incentivos fiscais à cultura, incentivos fiscais à criança e ao adolescente, e muitos outros, e também teremos de prestar contas de acordo com aquela legislação. Em resumo, ser transparente e prestar contas depende muito do público financiador, se for poder público é uma coisa, se forem pessoas físicas, a forma de comunicar é outra, se estivermos trabalhando com empresas é outra forma, com agências internacionais, então o que importa é o profissionalismo e o entendimento de que a forma de se comunicar nem sempre é igual com todos os públicos. O mais importante é ter clareza para se comunicar com cada público e verificar se existem exigências específicas.

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ARTIGO

A UTILIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, INCLUSIVE NO MOMENTO DE PANDEMIA

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stamos vivendo, hoje, um momento de grandes dúvidas e incertezas sobre a atuação técnica do profissional da saúde em relação à situação de pandemia instalada. Questionamentos vêm surgindo principalmente em relação aos processos de avaliação e classificação neste momento, e sobre como podemos fazer isso de maneira adequada e sem gerar prejuízos à pessoa com deficiência nesse contexto. Uma alternativa possível e que vai ao encontro das necessidades atuais é a utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade,

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Incapacidade e Saúde (CIF). Retomando a legislação atual, a avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, e considerará: • os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; • os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; • a limitação no desempenho de atividades; • a restrição de participação (BRASIL, 2015). Tal descrição vai ao encontro dos domínios descritos na CIF, uma vez que é possível classificar as


funções do corpo e as estruturas do corpo, contemplando, assim, o primeiro item descrito na legislação. Depois, podemos classificar as limitações de capacidade e as restrições de desempenho, por meio das atividades de participação que estão descritas nos itens três e quatro da legislação. E, por fim, o último domínio, que são os fatores ambientais, contemplando aqui o item dois da legislação e que possibilita a descrição da condição atual em que vivemos. Nos fatores ambientais, vamos considerar as influências externas (sobre a funcionalidade e a incapacidade) e as influências internas (sobre a funcionalidade e a incapacidade) (OMS, 2004). Essas influências internas e externas, ou seja, os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais, podem interferir de forma positiva na funcionalidade, sendo considerados, neste caso, como um facilitador, bem como de forma negativa, quando serão considerados como uma barreira. Precisamos entender que, na pandemia, situações que antes poderiam ser facilitadoras passam, neste momento, devido à necessidade de isolamento social, a ser consideradas uma barreira. Podemos aqui pensar, por exemplo, nos Apoios e Relacionamentos e325, que classifica conhecidos, pares, colegas, vizinhos e membros da comunidade. Anteriormente à pandemia, esse apoio poderia ser um facilitador, hoje, na falta dessas relações, podemos ter uma barreira. Isso deve ser analisado e classificado de forma adequada pelos profissionais que irão intervir diretamente nos processos de habilitação e reabilitação. Assim, a importância da avaliação está relacionada a compreender as necessidades individuais de cada pessoa, considerando todos os aspectos de sua vida, o impacto da deficiência sobre sua funcionalidade, as barreiras e os facilitadores envolvidos nesse processo, e como pensar em estratégias de ação para habilitação e reabilitação, que são estabelecidas por meio de fatores clínicos, emocionais, ambientais e sociais envolvidos, considerando, acima de tudo, as expectativas da pessoa e de sua família sobre esse processo (ANTONIO; SIGOLO, 2016). Assim, de acordo com as normativas da OMS (2004), a CIF serve de instrumento para subsidiar a elaboração do Plano Terapêutico Singular (PTS), identificando as metas a serem atingidas, a equipe envolvida, as potencialidades e as deficiências da pessoa em seu processo de habilitação e reabilitação, visando à promoção de saúde, inclusive no contexto da pandemia.

JULIANA SIGOLO Psicóloga graduada pela Universidade do Sagrado Coração, com formação e licenciatura em psicologia, com especialização em escalas de inteligência pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus Bauru. Psicóloga da APAE de Bauru, coordenadora Estadual de Saúde da Federação da APAES do estado de São Paulo.

REFERÊNCIAS ANTONIO, D. H.; SIGOLO, J. R. A classificação internacional de funcionalidade como instrumento de interpretação das condições de saúde da pessoa com deficiência na APAE de Bauru. Pedagogia em Ação, v. 8, n. 2, p. 1-16, 2016. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/12910>. Acesso em: 29 jun. 2020. BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, 7 jul. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 14 jul. 2016. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Tradução e revisão de Amélia Leitão. Lisboa: OMS, 2004.

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JURÍDICO INFORMA

DAS ASSOCIAÇÕES E SEUS ASSOCIADOS

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oda Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais — ou, abreviadamente, APAE — tem natureza jurídica de associação, nos termos do Código Civil Brasileiro. Associar-se é um direito público subjetivo que permite a união voluntária de pessoas, por tempo indeterminado, objetivando a consecução de fins específicos sem intuito lucrativo, sendo regulamentado pelos artigos 53 a 61 do Código Civil. Em síntese, as associações são constituídas pela união de pessoas organizadas para fins não econômicos, ou seja, sempre que duas ou mais pessoas se juntarem com fins não lucrativos será formada uma associação. Diferente das sociedades, que têm Contrato Social, no qual seus sócios se unem para fins econômicos, quando nos referimos às associações, as pessoas que a integram são os associados, que devem ter direitos iguais, podendo o estatuto social instituir categorias com vantagens diferentes. Toda associação tem estatuto social que deverá conter informações obrigatórias, com a função de regulamentar as questões relacionadas à própria associação. É necessário observar que a Constituição Federal garante a plena liberdade de associação para fins lícitos, sendo que a adesão dos associados é livre e é vedado obrigar qualquer pessoa a associar-se ou a permanecer associado. Ademais, a criação de associação independe de autorização e é proibida a interferência estatal em seu funcionamento. A existência legal das associações surge com a inscrição de seu estatuto social no registro competente, uma vez satisfeitos os requisitos legais. Em relação ao movimento apaeano, as APAES são constituídas por número ilimitado de associados, pessoas físicas e/ou jurídicas, neste caso representada pelo Diretor ou Presidente que consta do Contrato Social. De acordo com os ensinamentos de Airton Grazzioli et al. (2016), os associados são peças

THIAGO CARVALHO MELLEM Advogado Analista Jurídico – FEAPAES/SP

fundamentais no universo de uma associação: “Os associados são a peça fundamental, no âmbito de uma associação civil, para administrá-la e conseguir realizar suas finalidades. A participação dos associados é vital para essa entidade, cuja razão de existir é a vontade das pessoas” (GRAZZIOLI et al., 2016, p. 50). O estatuto social padrão das APAES traz determinados requisitos para a admissão de associado: idoneidade, maioridade, capacidade legal, envolvimento com a causa da pessoa com deficiência, compromisso com as ações desenvolvidas pela APAE.

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Ademais, os associados não respondem, nem mesmo subsidiariamente, pelas obrigações e pelos encargos sociais da APAE. Na mesma linha, o artigo 14 do Estatuto Social das APAES (2015) traz as categorias de associados do quadro social das entidades: contribuintes; beneméritos; correspondentes; honorários; especiais e fundadores. Os associados têm direitos e também obrigações, podendo sofrer penalidades nos casos de infrações ao estatuto social da entidade ou cometimento de irregularidades de qualquer natureza. Sim, em que pese existir a previsão legal e estatutária que garante direitos e deveres aos associados, percebemos que a sua grande maioria não tem ciência e muito menos conhecimento sobre tais informações. Nesse sentido, interessante abordar um dos direitos dos associados especiais e contribuintes, quites com suas obrigações sociais, de convocarem os órgãos deliberativos da APAE por meio do requerimento de um quinto ou 20% dos associados. Esclarecemos que a Assembleia Geral é órgão soberano da APAE, constituída pelos associados especiais e contribuintes que a ela comparecerem, quites com suas obrigações sociais e financeiras, sendo que para sua convocação deverão ser observadas as formalidades estatutárias, como notificação, ampla publicidade, entre outras.

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Ora, os associados têm grandes poderes dentro das associações, inclusive podendo ser comparado à força que os sócios das empresas têm no âmbito de seus negócios, entretanto, esse mando é comumente dormente no dia a dia das entidades. Pois bem, em que pesem todas as garantias corroboradas pela legislação e Estatuto Social, na prática os associados tão pouco comparecem às Assembleias Gerais ou se apropriam das atividades rotineiras, tanto por desconhecimento quanto por desinteresse. Portanto, a gestão estatutária da associação deve ser realizada de forma democrática, ou seja, espera-se que todos contribuam para a sustentabilidade da entidade por intermédio do esforço conjunto. É necessário também o engajamento de todos para a consecução dos objetivos estatutários.

REFERÊNCIAS FEDERAÇÃO DAS APAES DO ESTADO DE SÃO PAULO (FEAPAES/SP). Estatuto Social da APAE. FEAPAES, 2015. GRAZIOLLI, Airton; PAES, José Eduardo Sabo; SANTOS, Marcelo Henrique dos; FRANÇA, José Antonio. Organizações da sociedade civil: associações e fundações. Constituição, funcionamento e remuneração de dirigentes. São Paulo: Educ, 2016.


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REVISTA APAE EM DESTAQUE

Usuária da APAE de Tupã

vidas!

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Mudando

CAMPANHA

SETEMBRO VERDE 2020: INOVAÇÃO EM PROL DA INCLUSÃO SOCIAL INTERNACIONAL: CONGRESSO CIENTÍFICO ONLINE REUNIU MAIS DE 880 INSCRITOS DE TODO O PAÍS, ALÉM DE MOÇAMBIQUE E PORTUGAL

APAE DE FRANCA ARRECADA MAIS DE 80 MIL EM LIVE SOLIDÁRIA

Foto APAE Orlândia

APAE em destaque

Nosso muito obrigado ao Vale do Paraíba e Litoral Norte por confiar no Vale Cap e ajudar as APAES da nossa região.


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