Revista APAE em Destaque 27

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Ano 2021 • Edição 27

FEAPAES-SP ABRE CAMPANHA

SETEMBRO VERDE

Mudando

ANO 2021 • EDIÇÃO 27

Quem compra,

REVISTA APAE EM DESTAQUE

Vidas!

COM SOLENIDADE VIRTUAL

concorre e ajuda! São mais de 70 mil pessoas com deficiências beneficiadas pelo Vale Cap!

ENTREVISTA: MARCELO MONELLO FALA SOBRE CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR

FEAPAES-SP RECEBE SELO DOAR, QUE ATESTA QUALIDADE NA GESTÃO E TRANSPARÊNCIA

Foto APAE Batatais/Alex Raimundini

APAE em destaque

Publicação da FEAPAES-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo


doe agora e cause o bem junto com a gente

APAE

Só apontar a câmera do seu celular para o QR code


6 GALERIA DE FOTOS

APAE EM DESTAQUE FERNANDÓPOLIS PARIQUERA-AÇU AVARÉ

9 NOTAS APAE

35 AUTODEFENSORIA

53 VALE CAP

55 ENTREVISTA

MARCELO MONELLO

TATUÍ RIBEIRÃO PRETO IPAUSSU NOVA ODESSA SANTOS ICÉM ARAÇOIABA LOUVEIRA CAMPINAS SUZANO VOTUPORANGA CAPELA DO ALTO ILHABELA ITARARÉ LEME CAÇAPAVA JUNDIAÍ

61 JURÍDICO INFORMA

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SUMÁRIO

CAPA

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PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, FEAPAES-SP ABRE CAMPANHA SETEMBRO VERDE EM SOLENIDADE ON-LINE

FEAPAES EM REVISTA FÓRUM DOS PRESIDENTES

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PARCERIA COM A COOP

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II CONGRESSO CIENTÍFICO DA FEAPAES-SP

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REUNIÃO MINISTÉRIO

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REUNIÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021

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SAÚDE EM PAUTA

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APAES PAULISTAS TÊM CEBAS DEFERIDO

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REUNIÃO COM A SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO

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FEAPAES-SP RECEBE CERTIFICAÇÃO SELO DOAR

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ARTIGO ENVELHECIMENTO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA

EDITORIAL

Presidente Vera Lucia Ferreira Vice-presidente Agenor Gado 1º Diretor Secretário Luís Roberto Roson 2º Diretor Secretário Paulo Arantes 1º Dir. Financeiro Cézar Vilela

CONSELHO FISCAL Titulares Roberto Franceschetti José Carlos Silva Maria Aparecida Sampaio

É

com muita alegria que escrevo este editorial, o último do ano de 2021. E o motivo da alegria não poderia ser outro, senão a certeza de estar entregando para você, caro leitor, uma revista repleta de projetos bem-sucedidos das APAES do estado de São Paulo. Uma dessas iniciativas importantes e que merece ser citada é o da APAE de Caçapava, que implementou, com recursos do Fundo de Projetos, uma iniciativa que simula uma residência com o objetivo de trabalhar a autonomia dos usuários da entidade. Outra ação igualmente relevante foi a da APAE de Campinas, que em parceria com a FEAC Campinas implantou o projeto Gestão do Cuidado, que promove atendimento multidisciplinar para diagnosticar atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual. E também não poderia deixar de destacar a matéria de capa desta edição, que trata da campanha Setembro Verde, idealizada pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e APAE de Valinhos, em 2015, que pelo segundo ano consecutivo teve sua abertura realizada no formato on-line, porém com o mesmo brilho e importância, que é dar visibilidade à causa da pessoa com deficiência e pôr em pauta a importância da inclusão social da pessoa com deficiência. E, antes de encerrar, convido você, leitor, a conferir a reportagem que trata de um importante conquista da FEAPAES-SP, que foi a obtenção da certificação Selo Doar, que atesta qualidade na gestão e transparência. Espero que gostem! Eu volto em 2022 com muitas outras ações do movimento apaeano paulista! Até lá! Boa leitura! Thaís Demacq Jornalista – Mtb 44568/SP comunicacao@feapaesp.org.br

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2º Dir. Financeiro Maria de Fátima Dalmédico de Godoy Diretora Social Cristiany de Castro Diretor de Patrimônio Paulo Geiger Autodefensora Rita de Cássia Leal Autodefensor Wellington Clementino

Suplentes Carlos Eduardo Torres Luiz Antônio Lopes Garcia Salvador Anésio Ruiz

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Maria Carolina Correia Paoliello Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira José Armando Pescatori José Avanilson da Silva Antônio Severino dos Santos Nelson Bassanetti Marcelo Ramos Ferreira Alexandre Leme de Oliveira José Marcelo Campos Alduíno Cloves dos Santos Barbosa Sayma Pimentel Zeraik Viduedo Miguel Henrique Moreno

Francisco Innocencio Pereira João Belini Filho Wilson Marquez Moacyr Fonseca Júnior Odair Pereira Mariane Sanches Araújo Gallego Norma Tavares Vieira Consani José Afonso Furlan Edivete Maria Boareto Belotto Nilza Ribeiro Fernandes Afonso José Francisco Romano

PROCURADORIA JURÍDICA Titular Acir de Matos Gomes

Suplente Paulo Roberto de Mendonça Sampaio

EQUIPE TÉCNICA | FEAPAES-SP Coordenação técnica Cláudia Fragoso coordenadoratecnica@feapaesp.org.br Financeiro e Mobilização de Recursos Lucas Almeida (coordenador) Fátima Melo Eduardo Caloni Camila Archetti Livia Ricardo Barbosa (estagiária) financeiro@feapaesp.org.br Comunicação Thaís Demacq (coordenadora) Débora Simões Sabrina Aparecida Leonardo Antônio Fróes Cunha comunicacao@feapaesp.org.br Jurídico Thiago Mellem juridico@feapaesp.org.br Equipe da Qualidade Aline Lima Elaine Lemos Joseane da Silva Poli Amanda Luiza Severino Ribeiro coordqualidade@feapaesp.org.br

Ouvidoria Patrícia Dupim Aires Furtado Brum Neto Ângelo Carlos Campion Fábio Rodrigues Fabricio Morotti da Rocha Paulo José da Silva Nogueira auxiliaradm@feapaesp.org.br Administrativo Kênia Santana Sandra Cristina Gonçalves Silva Regiane Faria Rayssa Stefany Malaquias Souza (aprendiz) feapaes@feapaesp.org.br Tecnologia da Informação (TI) Lucas Henrique Nascimento suportetecnologia@feapaesp.org.br Cursos FEAPAES-SP e Uniapae-SP Denise Costa (coordenadora) Lyvia Eduarda Fontelas Fonseca Amanda Cristina da Silva Souza coorduniapaesp@feapaesp.org.br Voluntário Roberto Estante

Edição concluída em novembro de 2021 Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Tomaz Pedro do Couto, 471 | Polo Industrial Abílio Nogueira | Franca/SP CEP: 14406-065 | Fone: 16 3403-5010 E-mail: feapaes@feapaesp.org.br www.feapaesp.org.br

Revista APAE em Destaque

Redação: Débora Simões (Mtb 81427/SP) e Thaís Demacq (MTB 44568/SP) Edição: Thaís Demacq PRODUÇÃO EDITORIAL Produção Editorial:

ZEPPELINI

P U B L I S H E R S

Errata: Comunicamos que no expediente da Revista APAE em Destaque, edição 26, o nome do Sr. Paulo Geiger – diretor de patrimônio, apareceu equivocadamente na função de 1º diretor secretário, haja vista que esse cargo pertence ao Sr. Luis Roberto Roson.


PALAVRA DA PRESIDENTE

E

sta é a última Palavra da Presidente do ano de 2021, em meu primeiro ano à frente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). Muitas lutas e muitos aprendizados foram vivenciados nesses 365 dias, mas, mesmo diante dos obstáculos, não poderia deixar de destacar o quão honroso é poder contribuir com uma causa tão importante, que impacta milhares de pessoas em nosso país: a inclusão da pessoa com deficiência. Neste primeiro ano de mandato, me dediquei a conhecer de perto, por meio de encontros in loco com as lideranças da rede paulista, a realidade de várias de nossas filiadas, as quais tive a oportunidade de visitar e conhecer as lutas e empenhos de cada uma, o que nos rendeu conhecimentos preciosos para fomentar a busca pelo fortalecimento do movimento apaeano do estado de São Paulo. Além das reuniões com nossos presidentes apaeanos, acompanhada da diretora social da FEAPAES-SP e da superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP, Cristiany de Castro, realizamos o Fórum dos Presidentes nos conselhos de Administração da FEAPAES-SP, o que nos permitiu apresentar os pleitos e as defesas da Federação. Realizamos reuniões com várias autoridades visando sempre à defesa de garantia de direitos das pessoas com deficiências, entre elas com a ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, com o vice-governador, Rodrigo Garcia, e com integrantes do Conselho de Direitos que atua na defesa de Direitos de Crianças e Adolescentes (CONDECA) e da Secretaria Estadual de Educação e Assistência social de São Paulo, oportunidade em que apresentamos informações importantes sobre as ações que as APAES prestam às pessoas com deficiência e suas famílias. Encerro destacando que em 2022 a luta continua e estamos preparados para isso, buscando melhor qualidade de vida aos nossos atendidos! Desejo a todas as APAES e aos nossos leitores um ano-novo de muita luz, esperança e amor! Estaremos juntos em 2022! Vera Lucia Ferreira Presidente da FEAPAES-SP

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GALERIA DE FOTOS

SETEMBRO VERDE NAS APAES

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RIBEIRÃO GRANDE

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APAE APAE EM DESTAQUE EM DESTAQUE • ANO•2021 ANO XX • EDIÇÃO • EDIÇÃO 27X

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NOTAS APAE

PROJETO DA APAE DE RIBEIRÃO GRANDE UTILIZA SACOLAS ECOLÓGICAS PARA TRABALHAR SUSTENTABILIDADE E ARTE

C

om o objetivo de promover a autonomia e a inclusão social, a APAE de Ribeirão Grande implantou em junho de 2021 o projeto Sacolas Ecológicas, em parceria com o Fundo Social de Solidariedade do município. Idealizada pela coordenadora e pela psicóloga da APAE, Rosângela Marina de Proença e Manoele Mayara de Almeida, a iniciativa propõe a pintura de sacolas ecológicas pelos usuários da APAE, a fim de trabalhar a sustentabilidade. Conhecidas como ecobags, as sacolas são uma ótima opção para se evitar o descarte de sacolas de plástico, e por meio da a arte os usuários são estimulados a expressarem sua criatividade e emoções, além de melhorar a coordenação motora. A equipe que desenvolve o trabalho é composta de uma psicóloga, uma fonoaudióloga e uma educadora social. Atende 25 usuários de 16 a 30 anos, duas vezes na semana. “Eles estão gostando muito do projeto, expressando seus sentimentos e alegrias de uma forma criativa e divertida”, revela a coordenadora da APAE, Rosângela Marina de Proença Manoel.

DURANTE A PANDEMIA, PROJETO DA APAE DE ANGATUBA TRABALHA O AUTOCUIDADO COM AS MÃES DOS USUÁRIOS

E

m virtude do isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19, muitas famílias de usuários atendidos pelas APAES estão com a saúde mental abalada, principalmente as mães, que, na maioria dos casos, estão com uma carga maior de responsabilidades. A fim de trabalhar o autocuidado com as mães dos usuários, a APAE de Angatuba realizou uma série de ações com o objetivo de identificar os principais problemas e fazer com que, por meio do autoconhecimento, soluções fossem levantadas. Para que as mães consigam cuidar dos filhos, é necessário que elas estejam bem psicologicamente, principalmente quando o filho tem alguma deficiência que necessite de cuidados específicos. Por meio do aplicativo WhatsApp, a equipe multidisciplinar da APAE de Angatuba realizou um quiz e desafios com o grupo de mães. Ao todo, 22 mães participaram do quiz e, por meio do resultado, foi constatado que, durante a pandemia, 50% delas estão mais cansadas e 52% ficariam mais felizes se todos na casa colaborassem com os afazeres domésticos, além de apontar que 61% delas consideram-se a pessoa mais irritada da casa, e, por fim, que o momento de lazer de 36% é assistir TV. “Entendemos que essas mães, responsáveis de alguma maneira por zelar pelo bem-estar, de gerar circunstâncias em que o outro é o centro dos seus cuidados, conseguiu, por um breve momento, olhar para si mesma, assumindo o compromisso de também cuidarem delas próprias”, afirma a psicóloga da APAE de Angatuba, Raquel Wartto Cyrineu Pagador. Após os questionários serem respondidos por todas as mães, as respostas foram computadas e, no Grupo de Mães, semanalmente, a psicóloga postava o resultado de cada resposta, sempre com uma análise qualitativa, quando as mães interagiam sobre a análise.

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AUTODEFENSORES DA APAE DE JAÚ REALIZAM CAMPANHA PARA ANGARIAR ALIMENTOS

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s autodefensores da APAE de Jaú, Ana Carla e José Carlos, usuários da própria APAE eleitos pelos colegas, têm desempenhado muito bem o seu papel de defender e atuar em prol das demais pessoas com deficiências. Prova disso é que, para amenizar os impactos provocados pela pandemia nas famílias dos usuários do próprio programa de autodefensoria e do setor pedagógico da instituição, deram início à campanha A Fome Não Espera. Por meio da iniciativa que teve início em maio de 2021, a APAE recebeu doações de lugares diferentes. Uma única cooperativa que possui filial na cidade doou 150 cestas básicas, totalizando mais de duas toneladas de alimento, após tomarem conhecimento da arrecadação nas mídias sociais da APAE. A campanha foi organizada pelos autodefensores por meio de videochamadas, pois, em virtude da pandemia, não estavam permitidos encontros presenciais. Para fazer a distribuição, os autodefensores receberam ajuda da equipe da APAE.

APAE DE PRAIA GRANDE RECEBE CHEQUE DE R$ 46 MIL DE LOJA DE DEPARTAMENTO

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APAE de Praia Grande recebeu da loja Havan, no dia 16 de agosto, um cheque simbólico no valor de R$ 46 mil reais, referente à campanha Troco Solidário. A iniciativa da loja conta com a participação dos clientes para arrecadar doações para entidades e instituições na cidade onde está inserida. Ao pagar suas compras com dinheiro, o cliente é convidado pelo operador de caixa da loja a doar parte de seu troco. As doações são contabilizadas no sistema da loja e a pessoa recebe um comprovante de participação da campanha com o nome da entidade que está ajudando. De acordo com Silvio Luiz Ursini, superintendente da APAE, o valor angariado com a campanha será utilizado na folha de pagamento e em outras despesas, haja vista que, mesmo com a pandemia, os atendimentos continuaram de forma on-line e remota. “Principalmente agora na pandemia, veio para ajudar bastante a gente, vai nos ajudar a pagar parte do RH, as despesas administrativas”, afirma Silvio.

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APAE EM DESTAQUE

APAE DE FERNANDÓPOLIS PROMOVE LIVE SOLIDÁRIA PARA MARCAR

JUBILEU DE OURO

Evento virtual resultou na arrecadação de mais de R$18 mil que serão utilizados na manutenção dos serviços

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APAE de Fernandópolis, fundada no dia 12 de maio de 1971, completou 50 anos em 2021 e, para comemorar o meio século de existência, a entidade realizou, no dia 13 de junho, a Live Solidária. O evento virtual contou com apresentação de artistas

locais com transmissão no YouTube e no Facebook da instituição e na TV Canal Dez. A ideia inicial de fazer um evento on-line para marcar o “jubileu de ouro” da entidade surgiu do educador social Pedro Fioroti, que, para tornar o evento realidade, contou com o apoio de diversos voluntários e empresas parceiras. Segundo ele, a pandemia provocada pela COVID-19 impediu a realização de

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“O MAIS IMPORTANTE ERA MARCAR OS 50 ANOS DA APAE, POIS É UMA DATA MUITO ESPECIAL PARA OS NOSSOS USUÁRIOS E PARA NÓS DA APAE, MAS, ALÉM DE MARCAR A DATA, NÓS CONSEGUIMOS ESSAS DOAÇÕES” - Pedro Fioroti, educador social da APAE de Fernandópolis-

diversos eventos já tradicionais na APAE, situação que motivou a diretoria executiva a acatar a ideia. “Eu expus a ideia para a diretoria, e por que não marcar os 50 anos da APAE com uma live solidária em prol dos usuários, das famílias e ajudar a manter os custos da APAE, que nesse momento de pandemia não parou, pois continuamos atendendo. A diretoria acatou, ajudou e apoiou”, conta Pedro. O evento virtual foi realizado no estúdio do DJ Aleks Carvalho e contou com shows da Banda Velho de War, do cantor Glauber Lima, de Stella

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e Silas e da dupla Thomaz e Rafael. A apresentação do evento ficou por conta de André Campos, Cassio Araújo e Djanira Ferreira. Durante a live, o público podia fazer doações de modo virtual, por meio de QR Code (PIX). Além disso, o evento contou com leilões de diversos itens, como chapéu, kit churrasco e de uma camiseta do Palmeiras autografada pelos jogadores de 2019, ano em que o time foi campeão brasileiro, sendo ela arrematada pelo vice-prefeito da cidade, Artur Silveira, pelo valor de R$ 1.600,00. Com a realização da live, a APAE arrecadou o montante de R$ 18.360,00 além de 544 kg de alimentos, 50 kg de mandioca e 400 litros de álcool 70%. De acordo com Pedro, o recurso será aplicado na continuidade aos atendimentos. Já as cestas básicas, as mandiocas e os produtos de higiene e limpeza foram destinados às famílias atendidas, e parte do álcool ainda será vendido e aplicado também na manutenção dos serviços. “O mais importante era marcar os 50 anos da APAE, pois é uma data muito especial para os nossos usuários e para nós da APAE, mas, além de marcar a data, nós conseguimos essas doações”, conclui Pedro.


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APAE DE PARIQUERA-AÇU IMPLANTA SALA TERAPÊUTICA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL VIA FUNDO DE PROJETOS O novo espaço visa desenvolver e potencializar as funções do cérebro por meio da estimulação dos sentidos, beneficiando o desenvolvimento biopsicossocial dos usuários

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conjunto de integração sensorial é um processo dinâmico que ocorre no sistema nervoso central e organiza as sensações do corpo em relação ao ambiente para que uma ação seja executada de forma eficiente. Se considerarmos a relação entre o processo neurológico e o comportamento, ele está presente em todos os aspectos da vida do indivíduo, incluindo sua capacidade de manter um estado de calma e alerta, de desenvolver novas capacidades e aprender a interagir e a relacionar-se. A fim de oferecer estímulos de forma controlada para atingir, no processo neurológico, a organização das sensações do próprio corpo e do ambiente, permitir a organização do comportamento e o uso eficiente do corpo nas ações e atividades do dia a dia, a APAE de Pariquera-Açu viu a necessidade da implantação da Sala Terapêutica de Integração Sensorial e inscreveu o projeto no edital do 8º ciclo do Fundo de Projetos da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). A APAE foi aprovada, no dia 28 de agosto de 2020, com o projeto no valor de R$ 19.866,50, que contemplava a compra de todos os equipamentos para a sala. “A gente sempre quis ter uma sala dessas, mas no prédio antigo não tinha espaço. A APAE de Pariquera-Açu está em uma sede nova, e aqui foi possível implantar. Ela é muito importante para o desenvolvimento das crianças”, explica a diretora da APAE, Maria Aparecida Sampaio.

ATENDIMENTOS Atualmente, 31 usuários, de 0 a 5 anos, da APAE de Pariquera-Açu são atendidos por semana na sala pela terapia ocupacional ou pela fisioterapia.

A Sala Terapêutica de Integração Sensorial é um espaço acolhedor e favorável, em que são oferecidas atividades físicas, aliadas a luzes, sons, cores, texturas e movimentos que produzem sensações que levam a respostas adaptativas, provocando estímulos que possibilitam ao cérebro melhorar sua eficiência e seu funcionamento em maior amplitude. “Está sendo muito útil, as crianças adoram porque a sala tem vários objetos de estimulação, é muito colorida, é uma sala perfeita”, afirma a diretora.

O FUNDO DE PROJETOS O Fundo de Projetos da Federação das APAES do Estado de São Paulo é uma plataforma de financiamento de projetos, de até R$ 20 mil, das APAES paulistas. Os recursos são advindos das parcerias com os títulos de capitalização Vale Cap e Hiper Cap Litoral. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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APAE DE AVARÉ INICIA PROJETO DE EQUOTERAPIA COM PARCERIA DE UMA CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS

Projeto atende semanalmente dez usuários da entidade proporcionando mais qualidade de vida, autoconfiança e autoestima

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equoterapia é uma ótima opção terapêutica, principalmente para pessoas com deficiências, pois os exercícios realizados no cavalo proporcionam inúmeros benefícios, como melhora da postura e do equilíbrio, aumento da autoestima e da autoconfiança, melhora do tônus muscular, entre outros. Diante de todos esses benefícios e com o objetivo de oferecer mais qualidade de vida para seus usuários, a APAE de Avaré passou a oferecer na entidade, em junho de 2021, o Projeto de Equoterapia. Atualmente, dez usuários, entre crianças e adolescentes, são atendidos pelo projeto. De acordo com a diretora-geral da entidade, Daiane Novaga, a equoterapia é um dos principais tratamentos de reabilitação para pessoas com limitações físicas ou mentais. “Isso porque ela consegue alcançar excelentes resultados com problemas relacionados aos movimentos dos quadris e da coluna vertebral, assim como no desenvolvimento da fala, socialização e até mesmo autoconfiança”, explica.

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Para tornar o projeto realidade, a APAE de Avaré contou com a parceria de uma concessionária da cidade. “Essa parceria surgiu de uma visita até a Proeste Avaré, que, na época, realizou uma campanha de arrecadação de chocolates a ser distribuída às famílias da nossa instituição, na Páscoa, pois estávamos em pandemia. Na oportunidade, foi falado sobre nosso espaço e os equipamentos que tínhamos da equoterapia, posteriormente foi apresentado o projeto e a Proeste Avaré abraçou nossa causa”, finaliza a diretora. Para a realização dos atendimentos do projeto, a APAE conta com dois cavalos e uma equipe multidisciplinar formada pela ANDE Brasil (órgão normatizador da equoterapia no país), atendendo usuários com Atraso de Desenvolvimento Neuropsicomotor (ADNPM) e deficiência intelectual leve, moderada e grave, de todos os programas da instituição.

ENTENDENDO A EQUOTERAPIA A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências. Nesse método terapêutico, emprega-se o cavalo como agente promotor de ganhos físico e psíquico. Trata-se de uma atividade que exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, a conscientização corporal e o aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. Já a interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.


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CLÍNICA MÓVEL: APAE DE TATUÍ

ADAPTA KOMBI PARA REALIZAR ATENDIMENTOS DA SAÚDE

Profissionais da instituição vão até a residência dos usuários e promovem os atendimentos dentro do veículo ou na calçada

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pandemia da COVID-19 trouxe vários desafios para as APAES, e parar os atendimentos aos milhares de pessoas com deficiência que utilizam os serviços das mais de 300 filiadas no estado de São Paulo não era uma opção. Com isso, cada APAE criou alternativas para manter o trabalho de excelência prestado. Como a APAE de Tatuí, que em março de 2021 implantou a Clínica Móvel, projeto que visa levar os atendimentos da área da saúde à residência dos usuários. “Em 2020, realizamos muitos atendimentos remotos, mas este ano não estávamos tendo muitas devolutivas, estava ficando repetitivo para as famílias. Então surgiu a necessidade de criar alternativas de atendimento”, explica a fisioterapeuta da APAE de Tatuí, Ana Claudia Moreira Salum. Para levar os atendimentos, uma Kombi foi adaptada, os bancos traseiros foram retirados e no lugar inseridos tatames revestidos de courino, para facilitar a limpeza, e alguns elementos de terapia para as atividades. A equipe elaborou um mapeamento dos usuários que tinham dificuldade de ir até a APAE e que precisavam de realizar as atividades. A equipe que realiza as visitas é composta de um terapeuta ocupacional, uma fisioterapeuta e uma psicóloga, em casos específicos a enfermagem e a assistente social podem acompanhar.

ATENDIMENTOS Os atendimentos na Clínica Móvel acontecem duas vezes por semana e atendem entre 15 e 17 usuários semanalmente. A periodicidade varia de acordo com a necessidade de cada usuário, alguns recebem as visitas todas as semanas, outros a cada 15 dias, e em alguns casos uma vez no mês. “Vai

de acordo com o que a família consegue reproduzir, sempre perguntamos se eles estão realizando as atividades fora o atendimento da clínica”, explica Ana. “Os atendimentos são realizados dentro da Kombi ou em frente à casa do usuário, não entramos nas residências. As famílias estão gostando dessa forma de atendimento”, conta o terapeuta ocupacional da APAE de Tatuí, Eduardo Moreira. E não são apenas os usuários que recebem atendimento, muitas vezes a psicóloga efetua sessões com as famílias enquanto os usuários fazem as demais atividades. Assim é possível avaliar a realidade de cada um. “Está sendo muito significativo e gratificante. Estamos vendo evoluções, os usuários ficam felizes com os atendimentos, estavam com saudade. Também está influenciando nos bairros, a gente para a Kombi e os vizinhos vêm ver o trabalho, essa também é uma forma de divulgarmos o trabalho da APAE”, conta a fisioterapeuta. Todo o trabalho é realizado seguindo os protocolos de segurança e a Kombi é higienizada após cada atendimento.

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APAE DE RIBEIRÃO PRETO INAUGURA PROJETO PARA

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA E SUAS FAMÍLIAS

Uma conquista importante para a área da assistência social da entidade que, além de atender adultos e idosos com deficiências, passou a oferecer atendimento especializado às crianças e a suas famílias

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om o objetivo de oferecer atendimento especializado às pessoas com deficiências nas faixas etárias de 0 a 17 anos e 11 meses bem como para as famílias, a APAE de Ribeirão Preto deu início, em agosto de 2021, ao Projeto de Atendimento Especializado à Criança e ao Adolescente com Deficiência e suas Famílias. A iniciativa foi possível depois de a instituição ser contemplada em um edital do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Ribeirão Preto. A ideia de implantar o projeto surgiu da observação dos profissionais da APAE durante os atendimentos, que perceberam a necessidade de atender as pessoas com deficiência

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nas fases primarias de desenvolvimento bem como apoiar os familiares e cuidadores no período pós-descoberta do diagnóstico da criança. “Pensou-se em uma proposta de trabalho na perspectiva da assistência social, priorizando o atendimento humanizado, a acolhida, cuidado, garantia de direitos e inclusão social”, explica Maria Helena Furini de Godoy, vice-presidente da APAE Ribeirão Preto. As atividades e os atendimentos ofertados visam estimular a autonomia e a independência da pessoa com deficiência, além de propiciar a importante ocupação humana, como, por exemplo, o brincar, que favorece o desenvolvimento infantil e também gera a melhoria da qualidade de vida. Ainda, de acordo com a vice-presidente, serão oferecidas oficinas temáticas, como: artes, jardinagem e horta, música, dança, jogos, atividades externas, inclusão social e atividades básicas de vida diária, bem como o respaldo também da família, que tem papel importante no desenvolvimento da pessoa com deficiência. “Um diferencial desse projeto é o acompanhamento familiar, por meio de atendimentos individuais, grupos, palestras e cursos. Sabe-se da importância de oferecer suporte para os cuidadores da pessoa com deficiência. Para o funcionamento, o serviço contará com a presença de uma equipe multiprofissional constituída por coordenador, assistente social, psicóloga, terapeuta ocupacional, pedagogo, educadores sociais e cuidadores”, finaliza a vice-presidente.


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APAE DE IPAUSSU TRANSFORMA PROJETO NA PANDEMIA PARA ATENDER

FAMÍLIAS CARENTES

Projeto Nossa Horta foi adaptado para o período de pandemia com o objetivo de doar hortaliças para os usuários e suas famílias

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pandemia trouxe inúmeros prejuízos para o mundo e um deles foi o aumento da situação de vulnerabilidade das populações, especialmente daquelas nas faixas mais carentes da sociedade. E foi pensando justamente em amenizar esse impacto que a APAE de Ipaussu transformou um projeto de horta para a realidade atual. Os canteiros, que antes eram cuidados pelos usuários da entidade, ficaram sob a responsabilidade de colaboradores e voluntários com o propósito de ofertar as hortaliças e leguminosas às famílias mais carentes atendidas pela APAE. O projeto, nomeado de Nossa Horta, começou em janeiro de 2021 e atende 34 famílias, que recebem, quinzenalmente, alface, almeirão, cebolinha, salsinha, cenoura, beterraba, rúcula, chicória e mostarda. “Como eles, os usuários, não poderiam estar ali presentes, nós fizemos essa adaptação, mas toda a arrecadação foi como uma maneira de complementar a alimentação das famílias desses usuários”, explica Vinicius José Pedraci, coordenador da APAE. O projeto deu tão certo, que a expectativa é que, mesmo com o retorno dos usuários a APAE, continue e seja até mesmo ampliado. “Mesmo os usuários voltando, nós vamos permanecer com esse projeto de doação”, completa Vinicius. Ainda, de acordo com Vinicius, os alimentos são bem recebidos pelas famílias e têm complementado a alimentação. “A pessoa tem a cesta básica que ela retira no Fundo Social ou recebe alguma doação,

mas é mais difícil acontecer a doação da hortaliça e leguminosas para complementar essa alimentação”, finalizou Vinicius.

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PROJETO DA APAE DE NOVA ODESSA TRABALHA PSICOMOTRICIDADE E CORPO ESPAÇO A ciência que abarca conceitos psicológicos, psiquiátricos, psicossomáticos, psicolinguísticos e sociológicos é fundamental para o desenvolvimento e a consciência corporal

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nfatizar a educação psicomotora, trabalhando os transtornos de equilíbrio da coordenação e da estruturação do esquema corporal, bem como a descoberta do corpo e suas possibilidades com a pessoa com deficiência intelectual e múltipla é um dos objetivos do Projeto Corpo, Espaço e a Psicomotricidade, desenvolvido pela APAE de Nova Odessa. A iniciativa do professor de educação física especialista em fisiologia e bioquímica do exercício, José Renato Mariano, teve início em 2016, quando

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a instituição percebeu que os usuários tinham dificuldade de organização com as atividades diárias, assim como a expressão corporal ligada às áreas cognitiva e motora. Ao todo, 80 usuários, entre 6 e 30 anos, da área da educação com deficiência intelectual e autismo participam do projeto em atendimentos semanais e individuais. “Com o projeto, trabalhamos os conteúdos pertinentes para o desenvolvimento, de acordo com cada faixa etária. Como o conhecimento do corpo (percepção e domínio das partes), a lateralidade, a apuração dos sentidos e as habilidades sociais”, afirma Renato. A psicomotricidade visa proporcionar oportunidades para os usuários desenvolverem-se social e emocionalmente no contexto escolar, por meio de atividades de estimulação perceptiva. Por isso, trabalhar a noção de espaço e o reconhecimento de direita e esquerda exige técnicas e conceitos para organização cognitiva, assim como realizar tarefas para desenvolver a estrutura espacial, orientação frente, atrás, em cima, embaixo, direita e esquerda, orientação oculomotora para direcionalidade de movimentos específicos que são atividades funcionais para o dia a dia dos usuários. As atividades focadas na psicomotricidade têm a tendência de evoluir tanto para o conhecimento corporal quanto para a superação da autoestima. Segundo Renato, desde o início do projeto, as evoluções dos usuários são perceptíveis, principalmente quanto à noção espacial de lugar, à noção corporal, ao maior desenvolvimento físico e à organização cognitiva. “Durante as atividades pedagógicas fica visível que existe um trabalho paralelo de estímulo”, finaliza o professor.


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PROJETO DA APAE DE SANTOS UNE APRENDIZADO E RECICLAGEM

Por meio da criação de jogos pedagógicos individualizados, a iniciativa auxiliou no ensino remoto durante a pandemia

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a educação especial voltada às pessoas com deficiência intelectual e múltipla é necessário traçar um Plano de Ensino Individualizado (PEI), pois cada pessoa tem uma necessidade específica. Ele é um instrumento de caráter inclusivo que visa planejar e acompanhar, de maneira individualizada, o processo de aprendizagem dos alunos. Por isso, a APAE de Santos utiliza o instrumento nos projetos pedagógicos desenvolvidos na instituição, como o dos jogos pedagógicos feitos de materiais recicláveis, iniciativa que visa unir aprendizado e reciclagem de forma lúdica e recreativa. E durante a pandemia, em que as aulas estavam de forma remota, os jogos pedagógicos se tornaram uma importante ferramenta, pois, para as famílias, era uma forma mais fácil de reproduzir as atividades com os usuários. Ao todo, 126 usuários participam do projeto e, em julho, todos receberam 2 jogos cada, todos eles foram personalizados para cada usuário, foram cerca de 40 jogos diferentes. Em outras épocas do ano, os jogos são voltados para os usuários que não conseguem realizar processos gráficos no papel. “Os materiais são feitos na APAE pelos professores, são elaborados de acordo com o PEI visando à necessidade de cada usuário”, explica a diretora pedagógica da APAE de Santos, Rosângela Sion. O projeto também incentiva a reciclagem e trabalha os vínculos entre os usuários e suas famílias, pois todo o material é feito com itens que iriam para o lixo e os jogos são feitos em família. Assim, além de contribuir para o aprendizado, a iniciativa também auxilia o meio ambiente e aproxima os usuários e suas famílias.

“OS MATERIAIS SÃO FEITOS NA APAE PELOS PROFESSORES, SÃO ELABORADOS DE ACORDO COM O PEI VISANDO À NECESSIDADE DE CADA USUÁRIO” - Rosângela Sion, diretora pedagógica da APAE de Santos -

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APAE DE ICÉM DESENVOLVE PROJETO VOLTADO À VIDA SAUDÁVEL Usuários aprenderam receitas saudáveis e que utilizam os alimentos em sua totalidade

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om o objetivo de utilizar estratégias para diminuição do sobrepeso, comorbidades e demais sintomas associados ao sedentarismo e a uma alimentação inadequada, a APAE de Icém deu início, no mês de abril de 2021 ao Projeto Vida

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Saudável. Desenvolvido no formato híbrido, a iniciativa envolveu, no decorrer do ano, dez usuários e toda a equipe técnica da APAE, como nutricionista, monitor, psicóloga, educador físico e fisioterapeuta. O projeto ainda contou com atendimento clínico por meio de parceria com a Estratégia da Saúde da Família (ESF 1). O intuito é que os participantes coloquem em prática mudanças necessárias para estimular hábitos mais saudáveis fundamentais para promover a melhoria na qualidade de vida. “O projeto está sendo realizado no formato híbrido, com atendimento presencial de psicologia, condicionamento físico e fisioterapia, além de atividades realizadas na oficina de inclusão produtiva inicial com elaboração de receitas saudáveis e envio de vídeos para as famílias, todas essas orientações feitas por uma nutricionista”, explica Daniela Hemura Carleto, coordenadora-geral da APAE. Ainda, de acordo com Daniela, as receitas produzidas utilizaram alimentos funcionais que, quando consumidos como parte da dieta usual, produzem efeitos benéficos à saúde. “Foram então elaborados bolos, biscoitos, panquecas, saladas, dentre outras receitas doces e salgadas, com aproveitamento integral dos alimentos, evitando e conscientizando sobre o desperdício das partes que contêm um grande valor nutricional”, detalha a diretora. Com o término previsto para o mês de dezembro de 2021, o projeto buscou destacar receitas que utilizassem 100% dos alimentos. “Foram selecionas receitas com aproveitamento integral dos alimentos, como bolo de banana com aveia, pão de cenoura, aveioca, acrescidas de sucos de legumes e vegetais. Todas as receitas elaboradas tiveram uma boa aceitabilidade pelos usuários”, finaliza Daniela.


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APAE DE ARAÇOIABA DA SERRA DESENVOLVE PROJETO QUE ESTIMULA O CONTATO

COM A NATUREZA

Atividade envolveu todos os usuários da entidade que tiveram a oportunidade de conhecer diferentes formas e cores da natureza

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correria típica do dia a dia de quem vive na cidade tem feito com que, cada vez mais, as pessoas se distanciem da natureza. Entretanto, o contato com o meio ambiente pode trazer inúmeros benefícios para quem o pratica, como desenvolvimento de sentidos, estimulação da criatividade, além da sensação de bem-estar. Diante disso, a APAE de Araçoiaba da Serra implantou o Projeto Convivendo e Aprendendo com a Natureza. O intuito do projeto é estimular a autonomia e a independência na vida diária e no cotidiano dos usuários atendidos pela APAE, fazendo com que eles reconheçam que tudo na natureza está pronto e ao alcance de todos, expandindo a criatividade por meio das cores e formas encontradas na natureza. “O projeto foi realizado com o envolvimento direto no meio ambiente, acontecendo alguns momentos de reflexão, admiração e apropriação do material a ser utilizado; nesse momento, os nossos assistidos puderam entender algumas variações de texturas, cores, formas, flores, folhas, e, até mesmo, estimulando as percepções”, explica Karem de Cassia Bachega, coordenadora da APAE. Além disso, o contato com a natureza ajuda a fomentar a autoconfiança e a capacidade de escolha na tomada de decisões, além de contribuir para o desenvolvimento da coordenação global, benefícios esses que puderam ser compartilhados com todos os usuários da entidade. “Dividimos por eixos: apreciação, coleta e confecção. Cada

Usuária durante realização do Projeto. um participou da maneira que sentiu maior afinidade com a proposta, sendo que alguns foram direcionados para outros eixos, devido a algumas dificuldades ou comorbidades, mas todos dentro de suas especificidades participaram”, finalizou a coordenadora.

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APAE DE LOUVEIRA FAZ

DRIVE-THRU GASTRONÔMICO PARA ANGARIAR RECURSOS

Os valores foram utilizados para o custeio do aluguel da entidade que atende 52 pessoas com deficiências organizações que precisavam manter seus atendimentos foram os famosos drive-thru. Nesse caso, a inovação deveria ficar por conta da criatividade do cardápio a ser oferecido e, nesse quesito, a APAE de Louveira não deixou barato: a receita de frango bêbado foi um sucesso e resultou na venda de 161 marmitas. De acordo com a diretora administrativa da APAE, Maria Ivone Teixeira Saciloti, são realizados, todos os anos, de 2 a 3 grandes eventos para mobilizar recursos para o pagamento do aluguel do prédio que abriga a instituição, mas com a pandemia eles tiveram de se reinventar. “A gente faz o aniversário, faz um almoço, e com essa pandemia não deu para fazer eventos presencias, então acabamos fazendo o drive-thru e, a cada dois meses, a gente realiza o nosso pastel solidário, que também é para pagamento de aluguel”, explica a diretora. Com o drive-thru do frango bêbado — frango cozido na cerveja com legumes frescos — a instituição arrecadou R$4.702,00. “Esses eventos fazemos desde que a gente inaugurou há três anos para pagar o aluguel, normalmente os eventos grandes são para pagar nosso aluguel, que hoje custa R$ 3 mil por mês”, explica Maria Ivone.

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ssim como outras instituições, a APAE de Louveira precisou encontrar alternativas para angariar os recursos que, antes, eram arrecadados com a realização dos eventos presenciais. E uma alternativa inteligente e segura encontrada por todas as

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AJUDA DE VOLUNTÁRIO E DA COMUNIDADE Para se tornar realidade, o drive-thru da APAE de Louveira contou com a solidariedade da comunidade de Louveira e do Sr. Luís Alfredo Leiva, da empresa VBA, que há três anos organiza os eventos gastronômicos da APAE. “Todos os ingredientes foram doados, conseguimos a doação da sociedade louveirense, não tivemos custo nenhum com esse evento”, conclui a diretora administrativa.


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PROJETO DA APAE DE CAMPINAS VISA OTIMIZAR O FLUXO DE

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NO MUNICÍPIO

Em parceria com a FEAC Campinas, o projeto Gestão do Cuidado promove atendimento multidisciplinar para diagnosticar atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual

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s APAES prestam um serviço de excelência a milhares de pessoas com deficiência intelectual, múltipla e autismo diariamente, mas a demanda por atendimento é ainda maior, a fila de espera

é grande e, muitas vezes, o diagnóstico chega à instituição incompleto ou errado, o que pode ampliar ainda mais a fila. Em 2007, a APAE de Campinas criou o serviço de avaliação diagnóstica, a fim de otimizar o fluxo do município, diante da demanda de pessoas com suspeita de limitações intelectuais, incluindo alguns

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assistente social, além da assessoria da neuropsicóloga, Marina Stahl Merlin. Os pacientes são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Campinas para cinco Distritos de Saúde, respeitando a classificação de risco, priorizando bebês e crianças que necessitam de intervenção precoce. O município utiliza um sistema de agendamento de consultas e exames via internet, denominado SOL (Saúde On-Line). A gestão da agenda é realizada pelos apoiadores de cada Distrito de Saúde.

ELEGIBILIDADE DOS DIAGNÓSTICOS

transtornos do neurodesenvolvimento, tais como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual, transtorno do espectro autista e transtornos específicos da aprendizagem, a partir de um diagnóstico qualificado com a emissão de um laudo interdisciplinar que contempla aspectos científicos, descrição dos procedimentos de avaliação, análise dos dados com embasamento teórico, assim como conclusões e encaminhamentos necessários para cada caso. Até 2018, o projeto era exclusivamente em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e atendia 20 pessoas por mês. Contudo, a fila de espera ainda era alta e muitos desses casos não correspondiam aos que, de fato, necessitavam da avaliação diagnóstica; com isso, a APAE de Campinas identificou que era necessário aumentar a elegibilidade dos diagnósticos e, assim, criou, em 2019, o Projeto Gestão do Cuidado, em parceria com a Fundação FEAC Campinas. Com a parceria, a APAE ampliou os atendimentos para 40 pessoas por mês, 20 via SUS e 20 via FEAC, e iniciou as ações de matriciamento (novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, em um processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica) com as redes de saúde e educação do município, com a finalidade de qualificar e otimizar o fluxo. A equipe multidisciplinar é composta por neuropediatra, neuropsicóloga, psicopedagoga e

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Um dos objetivos do projeto é diminuir os erros nos diagnósticos, por isso foi implantado o matriciamento, momento em que a equipe multidisciplinar na APAE de Campinas se reúne com as equipes das UBS e disponibiliza um questionário para apoio nos encaminhamentos. “Como pretendido no projeto encaminhado para a FEAC, um dos indicadores quantitativos seria aumentar a elegibilidade de 70 para 80% (ou seja, melhorar a eficácia nos diagnósticos das pessoas que estão na fila de espera). Apesar do prejuízo causado às ações de matriciamento em decorrência da pandemia, a elegibilidade dos encaminhamentos de suspeita de deficiência intelectual, superou a métrica dos 70%. Consideramos que esse resultado reflete os dois anos de reuniões de matriciamento com as UBS e a utilização do questionário elaborado pela APAE para apoio nos encaminhamentos dos pacientes. Com retorno presencial das discussões prévias, dos casos com a equipe de profissionais que atuam na ponta, a identificação dos casos será mais assertiva”, explica a diretora pedagógica da APAE e responsável técnica do projeto, Eliane de Fátima Trevisan Nogueira.

PANDEMIA O Projeto Gestão do Cuidado continuou durante a pandemia da COVID-19. “Os atendimentos estão ocorrendo de forma presencial, com redução dos encontros necessários, de acordo com a disponibilidade de cada família, quando são avaliados por diferentes profissionais, de forma a condensar os atendimentos. Quanto às reuniões de matriciamento, algumas foram realizadas de forma remota e com a garantia de retorno presencial a partir do 2º semestre 2021”, finaliza Eliane.


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ÁGUA SOLIDÁRIA NO FAROL:

PROJETO DA APAE DE SUZANO NASCEU NA PANDEMIA PARA SUPRIR A FALTA DOS EVENTOS PRESENCIAIS Além de mobilizar recursos, projeto tem permitido que mais pessoas conheçam a APAE

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pandemia provocada pela COVID-19 mudou todo o cotidiano das APAES, que, antes, tinham nos eventos presenciais uma boa alternativa para captar recursos. Diante da nova realidade, elas precisaram encontrar alternativas para levar dinheiro para a instituição e manter os atendimentos. Umas optaram por drive-thrus gastronômicos, enquanto a APAE de Suzano encontrou a solução logo ali, na calçada da APAE, com o Projeto Água Solidária no Farol. A ação visa arrecadar recursos para a instituição, para suprir parte dos recursos angariados nos eventos presenciais que não puderam acontecer. Ao menos três vezes na semana, a equipe se organiza para a realização da venda de garrafas de água no farol que fica em frente à APAE. “Esse projeto surgiu entre nós, foi uma maneira de tentarmos trazer alguma verba para a instituição”, explica Claudinéia da Silva Machado, diretora-geral da APAE de Suzano. Para tornar o projeto realidade, a APAE conta com a ajuda de amigos que doam as garrafas de 500 ml, enquanto uma parte também é comprada pela própria instituição e revendida por um valor maior. Cada vez que vão ao farol, conseguem angariar uma média de R$ 200. “A gente vende essa garrafa a R$ 2 quando o farol fecha e isso tem nos ajudado bastante”, completa Claudinéia. Vale destacar que a APAE manteve todos os cuidados para evitar a transmissão do coronavírus. “A gente toma todos os cuidados necessários no farol, a gente se reúne cinco minutos antes, as meninas colocam todo o equipamento necessário para ir

para a rua e nós ficamos aqui no farol mesmo, em frente à instituição”, explica a diretora.

DIVULGAÇÃO Além de conseguir o recurso, a APAE notou que o projeto tem sido uma maneira de apresentar a instituição para a comunidade e de dar mais visibilidade ao trabalho da APAE. “E, com isso, também a gente vê o reconhecimento do pessoal com o nosso trabalho. Muitas pessoas passam, pagam a água, pagam o valor ou, às vezes, até mais do que o valor, para poder estar ajudando”, conclui Claudinéia.

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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

É TEMA DE PROJETO DA APAE DE VOTUPORANGA

Iniciativa conta com a parceria do curso de nutrição da UNIFEV e ensina aos usuários os benefícios de uma dieta balanceada da pandemia de COVID-19, não pudemos mais exercer as aulas presenciais com os usuários, então eles adaptaram esse projeto para a forma remota. A professora Vanessa de Castro envia um link na plataforma Meet todas as quartas-feiras, às 10h da manhã”, explica a coordenadora pedagógica da APAE de Votuporanga, Sonia Catarina Amancio.

O PROJETO

U

m cardápio equilibrado e variado é benéfico para o corpo e para a mente. Quem tem o hábito de uma alimentação saudável possui mais energia e disposição, além de ser menos suscetível a ter algumas doenças, como: obesidade, câncer, artrite, anemia, diabetes e hipertensão. Com o objetivo de promover a conscientização dos usuários a respeito de uma dieta balanceada, a APAE de Votuporanga, em parceria com o Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV), implantou o projeto Alimentação Saudável. Iniciativa em que a nutricionista e professora da UNIFEV Vanessa de Castro e seus alunos do curso de nutrição apresentam alternativas de cardápios acessíveis para que os usuários possam inseri-lo no dia a dia. “Temos essa parceria com a UNIFEV há alguns anos, e o curso de nutrição oferece uma professora com seus estagiários, para contribuir com orientações e seguimentos sobre alimentação saudável, saúde nutricional e atividade física. Com o início

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O projeto on-line teve início no segundo semestre de 2020 e foi ofertado a todos os usuários da educação da APAE, contudo muitas famílias não podem acessar no horário e a turma que mais aderiu ao projeto é a da educação especial para o trabalho, ministrada pela professora Márcia Daniela Brandt. “A professora Márcia e a professora Vanessa estão desenvolvendo em 2021 um trabalho de sucesso e muito relevante sobre a alimentação saudável”, elogia Sonia. Ao todo, 14 usuários com idade entre 15 e 29 anos participam do projeto. “Os meus alunos querem participar sempre e, após cada reunião, eu passo um desafio para eles desenvolverem com os alimentos que eles têm em casa. Caso não tenham, a APAE compra e envia para as famílias”, explica a professora. Segundo Márcia, após o início do projeto, muitos usuários mudaram os hábitos alimentares, muitos tinham um cardápio restrito e com as reuniões eles começaram a experimentar novos alimentos. “Por exemplo, um dos meus alunos não comia legumes, e hoje, segundo a avó dele, ele passou a comer”, conta a professora. Além da alimentação, o projeto também trabalha a prática de atividade física, com o objetivo de promover mais qualidade de vida para os usuários da APAE de Votuporanga.


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APAE CAPELA DO ALTO

DESENVOLVE PROJETO VOLTADO AOS COLABORADORES Ação teve por objetivo promover mais qualidade de vida à equipe da entidade no período de pandemia

O

s cuidados com a saúde emocional e física dos trabalhadores no ambiente de trabalho tornaram-se fundamentais neste período de pandemia, e nas instituições que compõem o terceiro setor o cenário não foi diferente. De acordo com a terceira fase da pesquisa A pandemia de COVID-19 e os (as) profissionais da assistência social no Brasil, realizada pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (NEB FGV-EAESP), 78% dos profissionais afirmam que a saúde mental foi abalada pela pandemia. Para mudar essa realidade, a APAE de Capela do Alto implantou na instituição o Projeto Acolher, com o intuito de promover aos colaboradores mais qualidade de vida no período de pandemia. “É um projeto voltado para o funcionário da entidade que tem por objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida focando na questão física, emocional, de fazer todos os contextos da ocupação humana”, explica Deivid Machado, terapeuta ocupacional da APAE de Capela do Alto. O projeto teve como objetivo trabalhar diferentes temas. A temática que abriu o projeto, em maio, tratou dos impactos que a ansiedade gera no cotidiano; em junho, o intuito foi proporcionar vivência de relaxamento conduzido e técnicas do psicodrama (expressão corporal), a fim de promover melhor qualidade de vida aos funcionários da instituição. “O projeto acontece uma vez ao mês, em que foi aplicada uma avaliação de qualidade de vida e, a partir do questionário dessa avaliação, a gente está proporcionando as habilidades e vivências”, explica Deivid.

A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO A iniciativa da APAE de Capela do Alto vem ao encontro do cenário atual de aumento do estresse, ocasionado pela mudança de rotina provocada pelo isolamento social e pelo medo de contrair o coronavírus. Por isso, promover apoio ao colaborador tornou-se algo ainda mais relevante na pandemia, não apenas para manter funcionários emocional e fisicamente saudáveis, mas também para estimular a produtividade. De acordo com uma pesquisa feita pelo professor de Economia da Universidade de Warwick, Andrew Oswald, funcionários felizes são 12% mais produtivos do que os insatisfeitos. Felizmente, a APAE de Capela do Alto percebeu os benefícios de ter funcionários acolhidos e lançou mão do projeto que deve refletir no atendimento aos usuários da instituição. “Então a gente teve esse olhar voltado ao funcionário agora que a gente retornou às aulas presenciais, a gente via a necessidade de acolher mesmo esse funcionário”, conclui o terapeuta ocupacional.

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APAE DE ILHABELA FAZ PARCERIA

COM O MUNICÍPIO PARA ATENDIMENTO DE CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

Inaugurada no início de 2021, a área de estimulação precoce da instituição atende 17 crianças e pretende ampliar projeto no futuro

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APAE de Ilhabela inaugurou, em janeiro de 2021, a sua Sala de Estimulação Precoce, viabilizada por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Atualmente, são atendidas 17 crianças com idades de zero meses a três anos e 11 meses e que apresentam diagnóstico de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. O projeto da estimulação precoce foi idealizado a partir do reconhecimento de uma significativa demanda de bebês e crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, identificado pelo Setor de Neuropediatria da Secretaria Municipal de Saúde de Ilhabela. De acordo com a psicóloga social da instituição, Paula Angélica Russi, a expectativa é expandir a abrangência do projeto. “A

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gente vem aumentando conforme a demanda, atualmente vamos começar a trabalhar com uma lista de espera, porque as vagas já estão ocupadas, mas nós temos, sim, um projeto de ampliação um pouco mais para frente, pensando até em aumentar a faixa etária de atendimento das crianças”, conta. As crianças com algum atraso e que têm laudo são encaminhadas pela Secretaria de Saúde do município ou por livre demanda e, após atendimento na assistência social, passam por uma avaliação técnica para serem incluídas na Sala de Estimulação Precoce. “Nós fazemos uma avaliação aqui com a nossa equipe e, a partir disso, a gente insere a criança na sala de estimulação”, explica Paula. Importante ressaltar que a estimulação precoce tem como base a premissa de que é nos primeiros anos de vida que o bebê e a criança pequena têm janelas de desenvolvimento, o que torna esse período tão importante para a estimulação cognitiva, da linguagem, psicossocial e motora. Atualmente, na sala, que comporta até três crianças, são aplicadas intervenções terapêuticas e pedagógicas adequadas para sua demanda. A equipe responsável é composta por psicóloga, pedagoga, fisioterapeuta, fonoaudióloga, enfermeira, neuropediatra, nutricionista e terapeuta ocupacional, mas o sucesso do tratamento também depende de outros fatores, como a participação da família na realização, em casa, das atividades dadas pelos profissionais. “A participação é fundamental, então a gente faz os atendimentos aqui semanais, faz um acompanhamento individual com as crianças, passando um pouquinho do que é trabalhado aqui, até para as crianças darem continuidade em suas estimulações em casa, então é uma parceria muito grande que a gente faz com as famílias”, conclui Paula.


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RECICLAGEM EM PROL DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA É TEMA DE PROJETO DA APAE DE ITARARÉ A iniciativa Lacre Solidário da APAE e Reciclando para o Bem já arrecadou cerca de R$ 2 mil, verba que será destinada para a manutenção de cadeira de rodas e compra de órteses

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liar a reciclagem a melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência é uma combinação de sucesso. E foi essa a iniciativa da APAE de Itararé, por meio do Projeto Lacre Solidário da APAE e Reciclando para o Bem, que visa arrecadar materiais recicláveis para vendê-los para angariar fundos, a fim de comprar órteses e realizar a manutenção das cadeiras de rodas dos usuários da instituição, provendo, assim, mais conforto e mobilidade. O projeto teve início em 2019, pela professora da APAE de Itararé, Maria Cristina Dias da Rosa, que decidiu trabalhar com a sua turma a importância da reciclagem e estimulou a arrecadação de lacres de latinhas. “No início, o projeto era para trabalhar em sala de aula com os meus alunos, mas tivemos a ideia de estender para toda a APAE”, explica a professora. Em 2020, o projeto de expandiu para arrecadar outros materiais recicláveis, como garrafa PET, tampinhas das garrafas e caixa de leite. Além dos usuários, atualmente a comunidade também auxilia na arrecadação dos materiais. “O comércio local ajuda a arrecadar e traz para a APAE, como os restaurantes que trazem garrafas”, conta Maria Cristina. Atualmente, a APAE conta com mais de 220 usuários, de 6 meses a 75 anos, e o projeto engloba a participação de todos e suas famílias.

ARRECADAÇÃO A primeira venda dos materiais aconteceu em maio de 2021, e apenas com os lacres arrecadou R$ 1.035,00; ao todo, até o final de junho a APAE já angariou cerca de R$ 2 mil. O dinheiro está em uma conta da APAE e ainda não foi investido. Segundo a professora Maria Cristina, está sendo elaborado um projeto de como serão feitas as manutenções e a compra das órteses, após a finalização a verba começará a ser usada. As arrecadações dos materiais continuam, semanalmente os parceiros levam as doações para a instituição.

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PANDEMIA: APAE DE LEME OPTOU POR ENTREGAR ATIVIDADES IMPRESSAS E OBTEVE BOA ADESÃO DAS FAMÍLIAS Em 2020, foram entregues aproximadamente 18 mil atividades impressas e até junho de 2021 cerca de 15 mil

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primeiro caso de COVID-19 foi detectado no Brasil no dia 26 de fevereiro de 2020. Pouco tempo depois, em meados de março, as autoridades anunciavam o fechamento de várias atividades, para evitar a disseminação da doença, dentre elas as escolas de educação especial. Para que os alunos não ficassem sem o atendimento fundamental para seus desenvolvimentos, a APAE de Leme, após avaliar o perfil de suas famílias, optou por fazer a entrega das atividades de forma 100% impressa, a cada 15 dias. “Nosso público, os familiares e os usuários da APAE de Leme, têm por característica não ter um acesso efetivo às redes sociais e à internet, a não ser pelo celular, com o uso do WhatsApp. Então, esse é o aplicativo que a gente utiliza, principalmente para estar informando às famílias com relação à

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retirada de materiais”, explica Estevan de Almeida, coordenador pedagógico da APAE de Leme. As retiradas dos materiais pelas famílias acontecem por meio de horários previamente agendados para evitar aglomerações e no mesmo dia elas já devolvem as atividades que foram realizadas pelos usuários em casa. “Quando elas (famílias) vêm buscar, passam por uma orientação das próprias professoras, que orientam como realizar as atividades propostas”, detalha o coordenador. Apesar de garantir que o ensino presencial é o mais recomendando e eficaz para o processo de ensino-aprendizagem, o coordenador garante que a estratégia de entregar as atividades impressas para as famílias deu certo, haja vista a boa adesão das famílias. “Nós tivemos uma efetividade de quase 100% com relação a isso. Um caso isolado ou outro a gente acaba tendo, então o que a gente faz? A gente vai fazendo as buscas, a gente vai à casa, visita”, finaliza Estevan.


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APAE DE CAÇAPAVA IMPLANTA PROJETO QUE SIMULA UMA RESIDÊNCIA PARA TRABALHAR AUTONOMIA DOS USUÁRIOS A iniciativa chamada Casa Inclusiva foi financiada pelo Fundo de Projetos da FEAPAES-SP

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deficiência permanente, como o próprio nome já diz, é uma situação de longo prazo e, muitas vezes, pode dificultar a realização de atividades de vida autônoma e social (AVAS). Contudo, é necessário adaptar e trabalhar ações que visem à execução das atividades pela pessoa com deficiência.

A fim de estimular a realizações de ações do dia a dia das pessoas com deficiência intelectual e múltipla atendidas pela APAE de Caçapava, a instituição sonhava em criar a Casa Inclusiva, que é um espaço que representa os ambientes domésticos, simulando a casa em que os usuários residem, de forma acessível, e, assim, oferecer melhor qualidade e participação por meio das AVAS.

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“AGRADEÇO AO 8º CICLO DO FUNDO DE PROJETOS, GRANDE E IMPORTANTE AÇÃO REALIZADA PELA FEAPAES-SP, QUE APROVOU NOSSO PROJETO, CASA INCLUSIVA, INCREMENTO FINANCEIRO NECESSÁRIO PARA REALIZARMOS UM DOS MAIORES SONHOS DA NOSSA INSTITUIÇÃO, HOJE ELE É REALIDADE” - Carlos Eduardo Teodoro Vieira, coordenador institucional e de projetos da APAE de Caçapava -

Assim, a APAE de Caçapava inscreveu o projeto no edital do 8º ciclo do Fundo de Projetos, realizado em 2020 pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). A iniciativa foi selecionada e, no dia 7 de julho de 2021, a instituição inaugurou o novo espaço. “Agradeço ao 8º ciclo do Fundo de Projetos, grande e importante ação realizada pela FEAPAES-SP, que aprovou nosso projeto, Casa Inclusiva, incremento financeiro necessário para realizarmos um dos maiores sonhos da nossa instituição, hoje ele é realidade. O projeto é alicerçado nas áreas de assistência social, educação e saúde”, explica o coordenador institucional e de projetos da APAE de Caçapava, Carlos Eduardo Teodoro Vieira.

OBJETIVOS Um dos objetivos do projeto é proporcionar condições de acessibilidade, possibilitando o alcance da equiparação de oportunidades em todos os contextos da sociedade na qual a pessoa está inserida. Isso porque as condições do ambiente influenciam o desenvolvimento da pessoa. Nesse contexto, o projeto visa realizar a articulação de serviços de estimulação a pessoa com deficiência; orientação, formação e apoio aos familiares/ cuidadores; por meio da adaptação e dos equipamentos da Casa Inclusiva, na qual contém uma cozinha, copa, sala, quarto, área de serviço e jardim

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externo. Assim, o projeto irá integrar as ações já desenvolvidas pela instituição. A execução do projeto auxilia os familiares no dia a dia, pois reduz a sobrecarga, uma vez que as limitações nas atividades da vida diária (AVDs) causam maior demanda por cuidados. As influências exercidas no ambiente permitem às pessoas com deficiência usufruir de suas potencialidades e maximizam o seu senso de autoeficácia, além de possibilitar melhor enfrentamento diante do processo da convivência com a deficiência. Sendo assim, as influências externas são pré-requisitos para o engajamento do indivíduo no meio educacional; na brincadeira; lazer; participação social e, principalmente, no trabalho, tornando-se componente-chave para a inclusão profissional, a autonomia e a independência.

FUNDO DE PROJETOS O Fundo de Projetos da Federação das APAES do Estado de São Paulo é uma plataforma de financiamento de projetos de até R$ 20 mil das APAES paulistas. Os recursos são advindos das parcerias com os títulos de capitalização Vale Cap e Hiper Cap Litoral. O Projeto Casa Inclusiva teve o custeio de R$ 19.975,59, que foram destinados à reforma do espaço e à compra de móveis, eletrodomésticos e utensílios em geral para todos os ambientes da casa.


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CAMPANHA DA APAE DE JUNDIAÍ RECONHECE O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO Com o tema “Ser resiliente é a nossa cara”, a iniciativa visa dar visibilidade a cerca de cem colaboradores que dedicam seu trabalho a cuidar do próximo

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s APAES nascem com o propósito de fazer a diferença na vida de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, e assim buscam ter no seu time profissionais capacitados para oferecer atendimento de qualidade, profissionais que oferecem muito mais do que seus conhecimentos em prol da causa, mas também cuidado, respeito e amor. Há mais de 60 anos, a APAE de Jundiaí, primeira do estado de São Paulo, sabe que para trabalhar na APAE é necessário ser resiliente, ou seja, os colaboradores devem saber lidar com desafios e superar os problemas e os transformar em aprendizado, são pessoas que se superam a cada atividade. São pessoas que trabalham com pessoas. Esse é o dia a dia da APAE de Jundiaí. E, com objetivo de reconhecer o comprometimento e a força de cerca de cem colaboradores que trabalham, atendem, orientam, ouvem, conversam, brincam, riem e até choram com os usuários e suas famílias, a instituição criou a campanha de marketing “Ser resiliente é a nossa cara”, que está norteando todas as divulgações da APAE de Jundiaí em 2021. “Durante a pandemia, descobrimos que a resiliência, mais do que um modismo, expressa um sentimento que sempre fez parte do nosso dia a dia. Estamos mostrando para a cidade, nossos apoiadores e para as famílias dos nossos usuários o quão importante

Suely Angelotti, diretoria-executiva da APAE de Jundiaí

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“DURANTE A PANDEMIA, DESCOBRIMOS QUE A RESILIÊNCIA, MAIS DO QUE UM MODISMO, EXPRESSA UM SENTIMENTO QUE SEMPRE FEZ PARTE DO NOSSO DIA A DIA” - Luiz Bernardo Begiato, presidente da APAE de Jundiaí-

Lúcia Maria de Souza, professora de educação especial da APAE de Jundiaí.

são as pessoas que fazem o dia a dia da APAE de Jundiaí”, comentou o presidente da APAE, Luiz Bernardo Begiato. “Vivemos um momento difícil, que foi novidade para todo o mundo, mas acompanhamos profissionais engajados, comprometidos e empenhados em atingir os objetivos propostos, apesar de todas as mudanças”, completa o presidente.

A CAMPANHA A campanha, que teve início em março de 2021, conta semanalmente, nas redes sociais e no site da instituição, histórias de profissionais da APAE de Jundiaí que se entregam ao trabalho que desempenham, como é o caso da professora de educação especial, Lúcia Maria de Souza, que está há 10 anos na APAE. “Quando comecei a trabalhar na APAE, eu ainda era estagiária e recebi todo o apoio para continuar, para fazer o que estava me propondo. Gosto muito de crianças e o vínculo com meus alunos é muito forte, eles amam com muita intensidade”, explica a professora.

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Lúcia viu seus alunos crescerem. “Quando comecei a dar aulas, eles ainda eram crianças e, ao longo dos anos, fui acompanhando, orientando e comemorando os progressos e as vitórias, com eles e suas famílias. Participar da vida deles é muito especial, sou muito privilegiada por isso”, conta emocionada. Com os desafios que o momento de pandemia impôs, a diretoria da APAE de Jundiaí teve a certeza de que seu time de colaboradores é resiliente, pois são profissionais que se superam todos os dias em busca das melhores soluções e conseguiram, ao adaptar atividades, tarefas e exercícios, envolver pais e filhos com a instituição. O resultado? Crianças, jovens e adultos mais empoderados e preparados para novas descobertas. De acordo com a diretora-executiva, Suely Angelotti, a APAE de Jundiaí, assim como todas as APAES, é feita por pessoas que cuidam de pessoas e essa relação é muito intensa e o que os torna mais fortes.


AUTODEFENSORIA Wellington Clementino, Rita de Cássia Leal com o senador Flávio Arns.

AUTOGESTÃO E AUTODEFENSORIA: DANDO AUTONOMIA E VOZ ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Autodefensores estaduais, Wellington Clementino e Rita de Cássia Leal falam da importância do programa e das ações desenvolvidas

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á mais de 65 anos, as APAES promovem a reflexão sobre o papel da pessoa com deficiência intelectual na sociedade e a importância da inclusão social. E, para que o debate tenha embasamento, é necessária a participação efetiva das pessoas com deficiência; para isso, é fundamental a criação de espaços que as incentivem e as capacitem para, de fato, lutarem pelos seus direitos.

Desde 2001, o movimento apaeano promove ações para incentivar e trabalhar a autogestão e a autodefensoria, programa que visa dar voz às pessoas com deficiência intelectual e estimular a sua autonomia. Atualmente, um casal de autodefensores representa todos os usuários das APAES do Estado de São Paulo: Wellington Clementino, 32 anos, da APAE de São Vicente, e Rita de Cássia Leal, 58 anos, da APAE de Bauru. Ambos foram eleitos em 2017, no 2º Fórum Estadual de Autodefensores,

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Wellington Clementino.

Rita de Cássia Leal.

Lucia Ferreira, participou para ouvir os pleitos do grupo. As principais demandas apresentadas foram voltadas para ações de comunicação, para que as pessoas com deficiência tenham mais voz e sejam vistas pela sociedade; também foi sugerida uma campanha para prevenção de COVID-19 desenvolvida pelos autodefensores e foram discutidas ações para articulações junto ao poder público, tanto no âmbito municipal quanto no estadual. “É muito importante dar espaços para que as pessoas com deficiência apresentem suas demandas, pois é para eles que trabalhamos e ninguém melhor que eles para dizer o que precisam. As propostas foram muito pertinentes, já iremos dar início às que estão ao nosso alcance, e as mais complexas irei, junto à diretoria, ver a viabilidade e as que forem possíveis iremos traçar soluções para desenvolvermos”, explica Vera Lucia.

PRECONCEITO em Águas de Lindóia, representando, cada um, a sua região. “A autodefensoria luta pelos nossos direitos e trabalha na defesa da valorização da pessoa com deficiência”, explica Rita. Os autodefensores do estado são atuantes, participam de reuniões junto à diretoria e de eventos, bem como realizam, mensalmente, uma reunião com os autodefensores representantes das regiões do estado. O encontro mensal visa debater assuntos do dia a dia da pessoa com deficiência e, assim, pleitear junto a diretoria ações de defesa e garantia de direitos. Alguns temas tratados foram: preconceito, sexualidade, inclusão e acessibilidade. Os encontros são mediados pela técnica especializada da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Aline Lima. “Nós, autodefensores do estado, passamos confiança para os demais, eu e a Rita conseguimos dialogar com eles, nós entendemos eles e eles nos entendem”, conta Wellington.

AÇÕES Durante os encontros, os autodefensores também propõem ações para dar visibilidade ao Programa de Autogestão e Autodefensoria. Na reunião do dia 27 de maio, a presidente da FEAPAES-SP, Vera

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Ambos, Rita e Wellington, relatam preconceito por parte da sociedade. Rita é cadeirante e relata que em poucos lugares encontra acessibilidade. “Um dos principais desafios da autodefensoria é o preconceito, em muitos lugares que vou não tem acessibilidade”. Wellington tem deficiência intelectual, e não é aparente, segundo ele, muitas vezes não consegue usufruir de seus direitos. “Quando eu andava de ônibus e sentava nos lugares reservados para pessoas com deficiência, as pessoas me tiravam do lugar por achar que eu não fazia parte”, relata o autodefensor.

AUTODEFENSORIA Estar como autodefensores e representar as mais de 70 mil pessoas com deficiência intelectual do estado de São Paulo tem um peso muito grande, e ambos levam com seriedade o papel que assumem. “Para mim, é muito importante ser autodefensor, porque represento meus colegas de todo o estado, 307 APAES. Para mim, é muito importante ter meu nome reconhecido perante a todos da APAE”, diz Wellington. “Ser autodefensora é muito importante para mim, porque é um aprendizado e estimula a participação efetiva da pessoa com deficiência na sociedade”, afirma Rita.


CAPA Equipe APAE Batatais.

PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, FEAPAES-SP ABRE CAMPANHA

SETEMBRO VERDE

EM SOLENIDADE ON-LINE Iniciativa nasceu em 2015 e de lá para cá tem conquistado mais destaque e fomentado a causa da pessoa com deficiência APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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APAE de Capela do Alto em ação pelo Setembro Verde.

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omentar a importância da inclusão social da pessoa com deficiência é uma pauta importante que todos os anos é alavancada pela campanha Setembro Verde. E, para que a mobilização ganhasse o destaque que merece em virtude de sua importância, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) abriu o mês com uma solenidade on-line: a campanha Setembro Verde no estado de São Paulo — a segunda nesse formato em razão da pandemia da COVID-19. Participaram da abertura virtual a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira, a diretora social Cristiany de Castro, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa

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das APAES e Pestalozzis Marcio Alvino, o presidente da APAE de Valinhos, Luís Roberto Roson, o procurador jurídico da FEAPAES-SP, Acir de Matos Gomes, a diretora da APAE de Andradina, Lídia Nakaguma, e os autodefenderes estaduais Wellington Clementino e Rita de Cassia Leal. No seu pronunciamento, Vera destacou que, apesar dos avanços trazidos pela Lei Brasileira da Inclusão (LBI), ainda há muito pelo que lutar. “Mesmo com a LBI, sabemos que ainda temos muito que evoluir, tirar do papel e aplicar na vida de milhares de pessoas com deficiências tudo aquilo que são delas por direito, e a FEAPAES-SP não medirá esforços para que as pessoas com deficiências usufruam da oferta de sistema educacional inclusivo, de acordo com suas características, interesses e necessidades de aprendizagem, que tenham acesso a bens culturais em formatos acessíveis”, ressaltou. Comunga da mesma opinião de Vera a diretora social da FEAPAES-SP e secretária executiva da Frente Parlamentar Mista em Defesa das APAES e Pestalozzis, Cristiany de Castro. “A gente tem uma legislação boa, mas nós ainda temos muitos obstáculos, por isso é tão necessário a gente falar o termo inteiro e, mais do que falar, agir porque a inclusão depende de ações”, discursou. Com o intuito de dar mais visibilidade e pôr em discussão a causa da pessoa com deficiência, a campanha Setembro Verde também promove o empoderamento das pessoas com deficiência, que ganham voz para mostrar e defender seus direitos de inclusão. No seu discurso, Roson destaca que a campanha vem para destacar tudo isso. “Tradicionalmente, o nosso mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Verde, que reforça a importância da acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência”.

SETEMBRO VERDE NAS APAES PAULISTAS No dia seguinte à solenidade de abertura da campanha, as 307 APAES deram largada para iniciar as ações propostas pela FEAPAES-SP. Neste ano, foi sugerido que as filiadas e demais instituições realizassem semanalmente uma atividade. Para a primeira semana do mês, do dia 1º, a sugestão era de se fazer a decoração na APAE; na semana do dia 5, incentivar brincadeiras em família; na semana do dia 12, promover arte em casa; a semana do dia 19 foi reservada para o plantio de árvore; e na última semana, do dia 26, promover carreata. Além de


propor atividades, a FEAPAES-SP ainda solicitou que as ações fossem compartilhadas via redes sociais com a hastags setembroverde2021. A APAE de Batatais entrou no clima verde e realizou várias ações no município, em parceria com a Associação Batataense dos Deficientes Físicos (ABADEF), a Fundação Lazzarini, a Câmara Municipal, veículos de comunicação e comunidade batataense. A exemplo das edições anteriores, a comissão organizadora do evento preparou uma programação especial para fortalecer o movimento, como encontros, dinâmicas e divulgações na rede SOU (grupo de influenciadores da cidade), com vídeos informativos acerca dos direitos da pessoa com deficiência, vídeos estimulando a prática de atividades físicas, entrevistas nos veículos de comunicação local, além de uma audiência pública na Câmara Municipal de Batatais que teve como objetivo discutir temas de interesse das pessoas com deficiência com o propósito de torná-las mais participantes do exercício da cidadania. A coordenadora de assistência social da APAE Batatais, Maria Carolina Bortoleto Fustaino, que também compõe a comissão organizadora do evento, destaca que este é um momento muito importante para reflexões. “Constantemente estamos na busca de caminhos para garantir os direitos da pessoa com deficiência, que ainda enfrentam muitas barreiras para acessar políticas públicas, por isso precisamos provocar temáticas que abordem essas questões”, afirma. A APAE de Capela do Alto também foi além das ações propostas pela FEAPAES-SP, pois conseguiu o apoio da prefeitura para iluminar na cor verde o letreiro com o nome do município, em referência à campanha. “Agendamos uma reunião com o prefeito Kéke Gonçalves e o vice-prefeito Henrique Daniel Leme, com o objetivo de conscientizá-los sobre o que é a campanha Setembro Verde e fortalecer a luta da entidade para o atendimento e inclusão das pessoas com deficiência”, conta Rosa Maria Wincler Pires, diretora escolar da APAE. Em Registro, a APAE local também inovou nas atividades, realizou uma abertura solene com usuários e funcionários, promoveu sessões de filmes de conscientização, gincanas interativas, desfiles, caminhada e piquenique, incentivou a alimentação saudável na cor verde, promoveu atividades de colagens, de decoração de máscara também na cor da campanha. “A campanha se torna importante para relembrar as famílias e a sociedade de quanto

APAE de Registro também mobilizou-se em prol da campanha.

“MESMO COM A LBI, SABEMOS QUE AINDA TEMOS MUITO QUE EVOLUIR, TIRAR DO PAPEL E APLICAR NA VIDA DE MILHARES DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS TUDO AQUILO QUE SÃO DELAS POR DIREITO” -Vera Lucia Ferreira, presidente da FEAPAES-SP é valioso a superação e a luta diária das pessoas com deficiência”, afirma Carmem Lúcia Gorgulho de Almeida de Alencar, musicoterapeuta da APAE de Registro. Mobilizações não faltaram no mês de setembro em todo o estado de São Paulo, buscando assim despertar na sociedade o que tão bem o presidente da APAE de Valinhos mencionou em seu discurso. “Para finalizar minha fala, deixo uma frase do escritor Paulo Freire: ‘A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades’”.

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FEAPAES EM REVISTA Fórum dos Presidentes do conselho Região Metropolitana de Campinas – Bem Viver, realizado na APAE de Nova Odessa.

FEAPAES-SP REALIZA FÓRUM DOS PRESIDENTES NAS SEDES DOS CONSELHOS REGIONAIS Encontros apresentaram as ações da instituição às filiadas e proporcionaram troca de experiência entre os gestores das APAES

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gestão de instituições sem fins lucrativos é um grande desafio, principalmente em um cenário de pandemia, em que os recursos estão escassos. Trocar experiências e estudar sobre os desafios do mercado

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é fundamental para a sustentabilidade financeira. A fim de apresentar as ações da nova diretoria eleita para o triênio de 2021 a 2023 às APAES e proporcionar um espaço de troca entre os gestores das instituições filiadas, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) realizou 23 edições do Fórum dos Presidentes.


Cristiany de Castro, diretora social da FEAPAES-SP palestrando no Fórum dos Presidentes do conselho Verde Sudoeste Paulista.

Presidente da FEAPAES-SP, Vera Lucia Ferreira, palestrando no Fórum dos Presidentes do conselho Baixa Mogiana na APAE de Mogi Mirim.

“Achei produtivo saber da realidade de outros municípios, e a troca de informações foi muito boa. Foi um evento rápido, com falas que agregam e com conteúdo”, analisa a presidente da APAE de Orlândia, Edna Maria Galindo Leite de Moraes. Os encontros aconteceram na cidade da APAE sede de cada conselho de administração e reuniram os presidentes das APAES pertencentes a cada conselho. Os eventos aconteceram presencialmente, seguindo todos os protocolos, a fim de prevenir a disseminação de COVID-19. “O evento nos mostrou a importância e os benefícios que a sociedade têm com a inclusão, participação dos pais, políticos locais e autoridades para transformar uma ideia em engajamento e, assim, tentar alcançar um futuro melhor para as pessoas com deficiência intelectual e outras deficiências, para que possam sonhar e vivenciar essa transformação nos meios sociais e ter segurança quando seus pais faltarem”, avalia o presidente da APAE de Pirapozinho, Rocky Allan Lamers.

APAES devem desenvolver, como aproximação com as famílias e contato direito com o poder público dos municípios que cada uma atende, ações do UNIAPAE-SP e estratégias para mobilização de recursos. “Nosso objetivo é mostrar em que a FEAPAES-SP pode auxiliar as APAES diretamente, e também apresentar alternativas de ações que elas possam desenvolver no seu município, a fim de ter cada vez mais credibilidade e sustentabilidade financeira, estamos vivendo um momento nunca antes visto e os desafios são gigantes”, explica Vera Lucia. “Precisamos estimular as formações e participações em prol do fortalecimento do movimento apaeano paulista, com isso teremos cada vez mais, pessoas com deficiências inclusas, de fato, na sociedade, com acesso a políticas publicas essenciais para o seu empoderamento e autonomia, importantes para lhes garantir uma vida digna”, destaca Cristiany de Castro. “Foram realizados explanações sobre as formas de captação, programas de autodefensoria, informações para as famílias usando meios como o WhatsApp, também abordou-se a importância da divulgação das ações das APAES e a importância da UNIAPAE-SP, e que se deve escolher, para gerir as APAES, pessoas que se envolvam de coração e alma”, finaliza Rocky.

PAUTA Conduzido pela presidente da FEAPAES-SP, Vera Lucia Ferreira, e pela diretoria social e superintendente do UNIAPAE-SP, Cristiany de Castro, os eventos abordaram as seguintes temáticas: parcerias, programas, ações e eventos da FEAPAES-SP, ações fundamentais que as

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FEAPAES EM REVISTA

PARCERIA COM A COOP

CONTRIBUIU COM ATENDIMENTOS DA APAE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS DURANTE PANDEMIA Várias ações da APAE no período pandêmico aconteceram com a ajuda da parceria entre FEAPAES-SP e Coop

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om a chegada do coronavírus no Brasil, veio também a necessidade de as APAES adaptarem seus atendimentos, respeitando o distanciamento social. Para fazer a adaptação do presencial para o remoto e on-line, a APAE de São José dos Campos, uma das beneficiadas pela parceria com da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e Coop, contou com os recursos oriundos dessa união, que foi iniciada no ano de 2010. De acordo com a presidente da instituição, Vera Marcondes Buffulin, a APAE se esforçou para que os atendimentos não fossem interrompidos em um

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momento que as famílias necessitavam ainda mais do respaldo da entidade. “Desde o início da pandemia, nosso desafio foi dar assistência aos usuários e familiares de forma remota e virtual. Os atendimentos presenciais foram substituídos por contatos telefônicos, videochamadas e por ações virtuais, por meio de aplicativo de mensagens, além de entregas de kit de atividades. A parceria com a empresa COOP foi de extrema importância para dar seguimento às atividades, viabilizando várias ações na instituição”, explica. “Com recursos da empresa COOP, foi adquirido um aparelho celular para a gravação de vídeos e conteúdo, que são enviados para as famílias via aplicativo de mensagens. Também, com o celular, são realizadas videochamadas e ligações para os assistidos e seus familiares, aproximando a equipe do usuário nesse período em que se faz necessário o distanciamento social. Também foi possível a realização de lives pela equipe da APAE, utilizando o aparelho”, completa Vera. Além disso, a parceria contribuiu com algumas outras ações da instituição no período, como compra de alimentos e produtos de higiene para as famílias atendidas e EPIs para os colaboradores da APAE, entre outros. “A parceria com a empresa COOP é de extrema importância para a APAE de São José dos Campos, pois por meio dela é possível que várias ações sejam realizadas. São parcerias desse nível que promovem a integração e auxiliam a viabilizar ações e projetos tão importantes para nossos usuários”, finaliza Vera.


Nova parceria Hiper Cap Litoral

Ampliação das

arrecadações via título de capitalização, beneficiando as APAES paulistas


FEAPAES EM REVISTA

II CONGRESSO CIENTÍFICO DA FEAPAES-SP REUNIU MAIS DE 400 PESSOAS O evento teve por objetivo fomentar estudos e discussões voltados à construção e divulgação de práticas e saberes sobre a pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e o seu Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP realizaram entre os dias 13 e 16 de setembro o II Congresso Científico Online da FEAPAES-SP com o tema Políticas

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Públicas e a Pessoa com Deficiência no Brasil. O evento teve por objetivo fomentar estudos e discussões voltados à construção e divulgação de práticas e saberes sobre a pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla. O evento contou com mais de 400 inscritos de 10 estados brasileiros e da Argentina, que participaram dos quatro dias de evento com palestras nas áreas


da assistência social, educação, gestão e saúde. “O conhecimento se torna cada vez mais necessário em todos os espaços, é somente valorizando a ciência, a pesquisa e a produção de conhecimento que conseguiremos enfrentar de maneira assertiva os inúmeros desafios da realidade social, desafios estes, que se ampliam quando falamos da realidade das pessoas com deficiência. Neste sentido o UniapaeSP tem buscando incessantemente contribuir para a produção do conhecimento acerca da questão da pessoa com deficiência, realizando lives, webinars, semanas técnicas, simpósio e congresso científico”, destacou a coordenadora do UNIAPAE-SP, doutora em serviço social, Denise Costa. “A missão e objetivos realizados neste evento foram além do esperado, aprender e apreender com experiências profissionais deram um toque mais que especial ao evento, na qual foi uma honra participar deste encontro e trocas de aprendizado. Obrigada pela oportunidade de agregar mais conhecimentos a minha vida”, conta uma das participantes, Abisague Salustiano Costa. Além disso, o evento também foi um importante canal para o intercâmbio entre entidades, profissionais, poder público, docentes, estudantes e pesquisadores. De acordo com a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lucia Ferreira, o congresso permitiu o networking entre profissionais e instituições. “Tivemos um espaço propício para estabelecer parcerias e criar ligações visando enfrentar com otimismo e assertividade os desafios que a atualidade nos traz, buscando a melhoria contínua das ações voltadas para as pessoas com deficiência e suas famílias”, destaca. “As palestras de saúde e educação foram de grande valia, para que eu possa conhecer as políticas públicas necessárias para as pessoas com deficiência intelectual e múltipla no nosso país. Foi excelente! Parabéns à Federação das APAES do Estado de São Paulo por proporcionar momentos como este”, afirma uma das inscritas, Edinei Rodrigues Nogueira.

SUBMISSÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Ao todo, o II Congresso Científico Online da FEAPAES-SP contou com 40 submissões de artigos, dos quais 36 foram aprovados. Os participantes puderam optar entre trabalho completo ou resumo expandido, dentro dos seguintes eixos: A Política de Assistência Social e seus serviços para a efetivação dos direitos da pessoa com deficiência e de suas famílias; A Política Pública de Saúde e os

“A MISSÃO E OBJETIVOS REALIZADOS NESTE EVENTO FORAM ALÉM DO ESPERADO, APRENDER E APREENDER COM EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS DERAM UM TOQUE MAIS QUE ESPECIAL AO EVENTO, NA QUAL FOI UMA HONRA PARTICIPAR DESTE ENCONTRO E TROCAS DE APRENDIZADO” - Abisague Salustiano Costa -

serviços de habilitação e reabilitação para pessoa com deficiência; Políticas Públicas Educacionais e os direitos das Pessoas com Deficiência e Transtornos do Espectro Autista; Os desafios da Gestão das Organizações da Sociedade Civil em tempos de pandemia; Os direitos da pessoa com deficiência no Brasil e o papel das políticas públicas de inclusão. “A participação das APAES, bem como de outras organizações que atendem ao público da pessoa com deficiência nesses espaços de conhecimento, é fundamental para que essas pessoas usufruam cada vez mais dos seus direitos, seja na área da saúde, educação ou assistência social. Por isso, ampliamos nossa atuação abrindo espaço para a pesquisa e os estudos que terão um impacto direto na qualificação dos profissionais que trabalham com a pessoa com deficiência. Esse movimento promove a melhoria dessas organizações propiciando novas técnicas e resoluções que refletem diretamente na qualidade de vida da pessoa com deficiência”, explica a superintendente do UNIAPAE-SP, Cristiany de Castro. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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MINISTRA DAMARES ALVES RECEBE PRESIDENTE DA FEAPAES-SP NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS Vera Lucia Ferreira e a diretora social, Cristiany de Castro apresentaram as demandas da assistência social das APAES paulistas

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o dia 4 de agosto, a presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP), Vera Lucia Ferreira, juntamente com a diretora social, Cristiany de Castro, esteve com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e com a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Priscila Roberta Gaspar de Oliveira, para apresentar as demandas das APAES paulistas. Um dos temas tratados foi a necessidade de maior investimento por parte do governo federal para a

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política pública de assistência, tendo em vista que as APAES estão ofertando uma contrapartida muito alta, tornando inviável a manutenção dos serviços. Outro ponto abordado foi o envelhecimento das pessoas com deficiência. Atualmente, as APAES do estado de São Paulo ofertam o Serviço de Proteção Social Especial de Média Complexidade para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias, e outras ofertam também o serviço de acolhimento institucional de alta complexidade na modalidade de Residência Inclusiva. “É muito importante falarmos sobre o envelhecimento dessas pessoas. Na reunião de hoje apresentei as ações do movimento e destaquei a importância de o governo federal dar uma atenção diferente por parte do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos para a causa da pessoa com deficiência em geral”, explica Vera Lucia.

PANDEMIA O contexto de pandemia também foi elencado, tendo em vista que durante esse período a vulnerabilidade e a fragilidade social das pessoas com deficiência intelectual e múltipla aumentaram. “É necessário realizar políticas públicas que revertam a situação que a pandemia causou a essas pessoas. Por isso enfatizamos a importância da continuidade dos atendimentos prestados pelas APAES paulistas, pois os serviços, programas e projetos realizados têm impacto social na vida de mais de 70 mil dessas famílias”, finaliza Cristiany de Castro.


FEAPAES EM REVISTA

PRESIDENTE DA FEAPAES-SP REALIZOU 50 REUNIÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021 Vera Lucia Ferreira visitou APAES e reuniu-se com autoridades do estado em prol dos direitos das pessoas com deficiências

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om o objetivo de fortalecer a luta em prol dos direitos das pessoas com deficiências, a presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Vera Lucia Ferreira, realizou nos seis primeiros meses de 2021 50 reuniões com membros da rede apaeana paulista, entre eles presidentes, vice-presidentes, diretores e assistentes sociais, além de algumas reuniões com autoridades do estado de São Paulo, entre outras. Nesse período, Vera visitou 19 APAES do estado no intuito de apresentar as defesas feitas em prol dos direitos das pessoas com deficiências, ocasião em que foi recebida pelos presidentes, que também tiveram a oportunidade de apontar as demandas da instituição. “Nesses encontros, além de fortalecermos a rede apaeana paulista, trata-se de uma excelente oportunidade de alinharmos os pleitos, pois enquanto rede temos que falar a mesma língua. Tem sido muito proveitosa essa troca de conhecimento e experiências”, destaca Vera. Outras iniciativas importantes da presidente da FEAPAES-SP foram os encontros com os presidentes de forma individual e as reuniões com os conselhos, oportunidade em que os dirigentes de cada APAE puderam trocar vivências. “As reuniões com os conselhos são fundamentais, pois permite que os presidentes troquem experiências, dividam os erros e os acertos, são espaços para discussões que visam o fortalecimento de toda a rede”, afirma Vera.

ARTICULAÇÕES PARA FORTALECIMENTO DA REDE Além das reuniões nas APAES, Vera participou em janeiro, com as coordenadoras estaduais Tina

Reunião na APAE de Várzea Paulista. Assunção (assistência social) e Sirlene Rodrigues de Almeida (família), de reunião com a secretária estadual de assistência social, Célia Parnes, e com o coordenador da Secretaria Estadual da Assistência Social, Edson Silva, para tratar dos atendimentos das pessoas com deficiências acima de 30 anos, entre outras demandas. Buscando soluções para as escolas especiais das APAES, a presidente da FEAPAES-SP com a diretora social, Cristiany de Castro, e a coordenadora de educação estadual da Federação, Flávia Catanante, estiveram no dia 29 de abril em reunião na Secretaria Estadual de Educação. Entre as solicitações tratadas esteve o pedido de um direcionamento único da Secretaria, a fim de que as orientações prestadas pelas Diretorias de Ensino sejam uniformes. Outros temas relevantes relacionados à educação especial também foram discutidos no encontro.

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SAÚDE EM PAUTA É O NOVO PROJETO DA FEAPAES-SP QUE TEM COMO UM DOS PATROCINADORES O LABORATÓRIO IPSEN

Voltado aos profissionais da saúde, projeto tem como objetivo oferecer materiais informativos e capacitação

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP, patrocinada pelo Laboratório Ipsen, por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP, pôs em prática um importante projeto que visa à produção de materiais informativos e capacitações para os profissionais que compõem a equipe técnica da área da saúde das APAES paulistas, o Saúde em Pauta. A iniciativa também atenderá os coordenadores regionais de saúde e envelhecimento e os gestores, além dos usuários e familiares integrantes das APAES. O principal resultado que se busca com o Saúde em Pauta é a melhoria contínua dos serviços prestados pelas APAES na área da saúde, fator primordial para o avanço da qualidade de vida de centenas de pessoas com deficiências atendidas no Estado. “Segundo os dados do Censo do Movimento Apaeano do Estado de São Paulo, realizado em 2019, confirmou ser de fundamental importância a capacitação permanente dos profissionais para que estejam preparados para um atendimento de qualidade e também oferecer ferramentas para que

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consigam se articular com a rede de saúde de seus municípios”, explica Vera Lucia Ferreira, presidente da FEAPAES-SP. Por meio da parceria, foi realizado em 2021 a live Espasticidade e reabilitação, os cursos Protocolo de segurança e gerenciamento de crises para alunos com TEA e Deficiência Intelectual e Atenção à saúde da pessoa com deficiência – viver sem limites, além da realização da Semana Técnica da Saúde e uma entrevista veiculada no programa FEAPAES Acontece, da Web TV FEAPAES-SP, que teve como pauta o teste do pezinho ampliado. O projeto também foi financiado pelo Vale Cap.

SOBRE A IPSEN A Ipsen instalou sua filial no Brasil em 2009, mas já operava no país desde 2002 por meio de parcerias. Tem como visão ser uma empresa global de biotecnologia líder em inovação com foco em três especialidades: neurociência, oncologia e doenças raras. A Ipsen dedica-se continuamente ao compromisso de trazer novos medicamentos e tecnologias que fortaleçam o sistema de saúde brasileiro e melhorem a saúde e a qualidade de vida de pacientes.


FEAPAES EM REVISTA

APAES PAULISTAS TÊM CEBAS DEFERIDO COM O APOIO DA FEAPAES-SP Assessoramento realizado por técnicas da FEAPAES-SP contribuiu para o deferimento da certificação de 39 APAES de junho a outubro de 2021

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) não tem medido esforços para atender e assessorar as APAES com relação à Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS). Diante disso, 39 APAES no periodo de junho a outubro de 2021 conseguiram a certificação, haja vista que o assessoramento das técnicas Aline Lima e Elaine Lemos contribuiu para a conquista. O assessoramento aconteceu via videoconferência, mas as APAES paulistas podem acessar o atendimento da FEAPAES com facilidade por meio de outros canais, como os grupos de WhatsApp, chamados via acesso restrito — possível graças ao programa de tecnologia oferecido pela FEAPAESSP, que inclui o sistema Argus —, além de e-mails e telefones. “Vamos continuar firmes, apoiando nossas filiadas, e, mesmo com as exigências impostas pela pandemia, estaremos, da forma que for possível, presentes nas APAES, auxiliando-as para que mantenham o excelente atendimento que fez do movimento apaeano referência no atendimento às pessoas com deficiências”, destaca a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lucia Ferreira. A publicação das portarias nº 91, de 13 de agosto de 2021 e nº 132, de 20 de outubro de 2021, apontou as seguintes APAES contempladas com a certificação: Lençóis Paulista, Cachoeira Paulista, Batatais, Itápolis, Orlândia, Sertãozinho, Taquaritinga, Porto Feliz, Dracena, Pirassununga, Presidente Prudente, Santa Rita do Passa Quatro, Guaíra, Mirassol, Registro, Águas de Lindoia, Marília, Cordeirópolis, Viradouro e Diadema.

Aline Lima e Elaine Lemos.

CEBAS DEFERIDOS EM 2021 Em junho de 2021, outras 19 APAES do estado já tinham conseguido o deferimento do CEBAS. O assessoramento também foi realizado pelas técnicas da qualidade da área da assistência social e gestão Aline Lima e Elaine Lemos. As APAES contempladas pelo deferimento nessa ocasião foram as de: Guarujá, Cajamar, Aparecida, São José do Rio Preto, Jales, Nhandeara, Fernandópolis, Caraguatatuba, Sete Barras, São Manuel, Ourinhos, Barueri, Patrocínio Paulista, Guaraci, Amparo, São Sebastião, Santo André, Franca e Presidente Venceslau. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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FEAPAES EM REVISTA

PRESIDENTE DA FEAPAES-SP REÚNE-SE COM INTEGRANTES DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO O encontro teve o objetivo de apresentar as demandas das escolas de educação especial das APAES paulistas

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fim de buscar soluções para as escolas de educação especial das APAES paulistas, a presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Vera Lucia Ferreira, a diretora social, Cristiany de Castro, e a coordenadora estadual de educação e ação pedagógica, Flávia Catanante, estiveram, na manhã do dia 29 de abril, na Secretaria Estadual de Educação para uma reunião com representantes da pasta.

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Na ocasião, a equipe da FEAPAES-SP, que foi acompanhada pelo deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa das APAES e Pestalozzis, Marcio Alvino, apresentou para o subsecretário de articulação regional, Patrick Trajan, e para o coordenador pedagógico, Caetano Pansani, informações importantes sobre as APAES e suas escolas de educação especial voltadas às pessoas com deficiência intelectual e múltipla pervasiva. Dentre as solicitações tratadas esteve o pedido de um direcionamento único da Secretaria, a fim de que as orientações prestadas pelas Diretorias de Ensino sejam uniformes, em especial no que diz respeito às matrículas de alunos de outras redes ou fora da escola, em caso de vacância, e ampliação das vagas, para que se possa apresentar a manutenção das vagas existentes nos Termos de Colaboração. Também foi solicitado que seja realizada uma reunião entre os supervisores das Diretorias de Ensino e coordenadores regionais da educação das APAES para alinhar orientações sobre procedimentos cotidianos e orientações pedagógicas para o plano de trabalho. “Estamos confiantes de que a Secretaria da Educação atenderá nossa solicitação, o que permitirá o aperfeiçoamento contínuo das escolas especiais, haja vista que o movimento apaeano já é referência no que diz respeito a educação especial”, destacou a presidente, Vera Lucia Ferreira. O encontro faz parte das articulações que a FEAPAES-SP vem realizando para ampliar os atendimentos, a fim de defender e garantir os direitos das milhares de pessoas com deficiência intelectual e múltipla no estado de São Paulo.


FEAPAES EM REVISTA

FEAPAES-SP RECEBE CERTIFICAÇÃO SELO DOAR QUE ATESTA QUALIDADE NA GESTÃO E TRANSPARÊNCIA Pela primeira vez na história, FEAPAES-SP conquista o Selo Doar, que atesta qualidade na gestão e transparência

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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) foi certificada pelo Instituto Doar com o Selo A Doar – Gestão e Transparência. O selo comprova a qualidade na gestão e transparência da organização. Assim, financiadores, apoiadores e doadores ganham mais segurança em investir na organização, que passou por uma avaliação isenta em vários quesitos. A avaliação é realizada em 52 itens relacionados à causa e estratégia, governança, contabilidade e finanças, gestão, recursos humanos, estratégia de financiamento, comunicação, prestação de contas e transparência. Isso significa que a instituição passa a fazer parte de um seleto grupo de organizações brasileiras certificadas de forma independente que alcançaram o padrão mínimo de qualidade definido pelo Instituto Doar, baseado nos principais modelos de certificação internacionais para organizações da sociedade civil. De acordo com Lucas Almeida, coordenador financeiro e de mobilização de recursos da FEAPAES-SP, o selo contribuirá para que a entidade estadual fortaleça suas parcerias atuais, além de abrir portas para que novas surjam. “O selo é uma garantia a mais que nossos parceiros possuem, pois atesta nossa seriedade, nossa qualidade de gestão e transparência com relação aos recursos investidos por eles, recursos estes revertidos para nossas 307 filiadas em assessoramento, capacitações, entre outros”, explica. Para a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira, a nova certificação vem confirmar todo o trabalho da instituição, que sempre prezou pela

“O SELO DOAR É UMA CONQUISTA IMPORTANTE, QUE COROA TODO O NOSSO EMPENHO E PROFISSIONALISMO COM RELAÇÃO AOS PADRÕES DE GESTÃO, TRANSPARÊNCIA E DOAÇÃO. O SELO MOSTRA A SERIEDADE DO NOSSO TRABALHO AOS NOSSOS PARCEIROS E FUTUROS PARCEIROS, BEM COMO PARA TODA A SOCIEDADE QUE CONTRIBUI COM AS APAES PAULISTAS” - Vera Lucia Ferreira -

transparência e eficiência na gestão. “O Selo Doar é uma conquista importante, que coroa todo o nosso empenho e profissionalismo com relação aos padrões de gestão, transparência e doação. O selo mostra a seriedade do nosso trabalho aos nossos parceiros e futuros parceiros, bem como para toda a sociedade que contribui com as APAES paulistas”, finaliza. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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Co�quistamo�

Certificação que atesta qualidade na gestão e transparência da organização.


VALE CAP

APAE DE ITUPEVA MELHORA SUA INFRAESTRUTURA COM A CONSTRUÇÃO DE NOVAS SALAS Seis novas salas beneficiarão 350 usuários e as famílias, que também são atendidas pela entidade

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Fundo de Projetos, plataforma de financiamento de projetos das APAES paulistas criada pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), com recursos do título de capitalização Vale Cap, colaborou para que a APAE de Itupeva construísse novas salas para o atendimento de grupos de voluntários, para o atendimento da assistência

social e de psicologia, bem como para as salas destinadas à comunicação social e ao depósito. Além dos recursos do Fundo de Projetos, que propiciou a construção de quatro salas, a construção foi viabilizada também com recursos do Programa Nota Fiscal Paulista, que promoveu a construção de outras duas salas. No total, 350 usuários serão beneficiados pelos novos espaços. De acordo com a presidente da instituição, Flávia Gomes Salles, o Fundo de Projetos é um recurso

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“FOI DE GRANDE IMPORTÂNCIA O FUNDO DE PROJETOS À INSTITUIÇÃO. COM ESSE VALOR, CONSTRUÍMOS SALAS PARA O MELHOR ATENDIMENTO, ACOLHIMENTO E PARA AS NECESSIDADES DOS NOSSOS USUÁRIOS, FAMÍLIAS E COLABORADORES” - Flávia Gomes Salles, presidente da APAE de Itupeva -

muito importante para as APAES, haja vista que com os valores as APAES conseguem pôr em prática seus projetos. “Foi de grande importância o Fundo de Projetos à instituição. Com esse valor, construímos salas para o melhor atendimento, acolhimento e para as necessidades dos nossos usuários, famílias e colaboradores”, explica a presidente da APAE Itupeva.

O FUNDO DE PROJETOS Criado em 2016, o Fundo de Projetos, uma iniciativa da FEAPAES-SP, tem como objetivo patrocinar projetos das APAES paulistas de até R$ 20 mil. Para participar, as instituições devem responder a alguns critérios apresentados em edital publicado pela entidade estadual, como estar em dia com suas obrigações estatutárias e financeiras, participar das ações e campanhas da FEAPAES-SP e apresentar todos os documentos solicitados. Desde a criação do Fundo de Projetos, já foram realizados dez ciclos de financiamento, que beneficiaram 265 APAES, totalizando o valor repassado de R$ 6.029.018,05. Além desses ciclos, em 2019, as APAES puderam concorrer ao Fundo de Projetos

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da Assistência Social, que era aberto também para as APAES beneficiadas em outros ciclos, porém Nessa edição foram repassados para 134 APAES o montante de R$ 2.630.868,99.

PROGRAMA NOTA FISCAL PAULISTA O Programa Nota Fiscal Paulista beneficia entidades paulistas sem fins lucrativos que atuam nas áreas de assistência social, saúde, educação, defesa e proteção animal e cultura. O consumidor que desejar fazer a doação pode pedir a nota sem o CPF e encaminhá-la para a entidade que quiser beneficiar. Outra opção é ele próprio cadastrá-la no sistema do programa em favor da instituição. Um terceira outra opção é informar o CPF na nota, acessar o sistema da Nota Fiscal Paulista, clicar em “Entidades” e “Doação de cupons com CPF (automática)”, selecionar o período e a entidade. Após confirmar os dados, todos os cupons do consumidor serão automaticamente doados. As entidades também poderão participar dos sorteios, concorrendo com os bilhetes gerados por suas próprias compras e pelas notas doadas. Mais informações podem ser obtidas no site www.nfp.fazenda.sp.gov.br


ENTREVISTA

CONTABILIDADE E TERCEIRO SETOR: MARCELO MONELLO EXPLICA PONTOS ESSENCIAIS PARA TRANSPARÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 27

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redibilidade e confiança são elementos fundamentais para a manutenção das organizações da sociedade civil, pois é por meio deles que parcerias, seja com o poder público ou com empresas, são firmadas, além de incentivarem a doação de pessoas físicas. Para isso, é necessária uma gestão transparente e que realize prestação de contas à sociedade, e a contabilidade é um ponto-chave para o sucesso da instituição. O contador especialista em terceiro setor, Marcelo Monello, conta para a Revista APAE em Destaque os principais pontos aos quais as organizações da sociedade civil devem se atentar. Marcelo é sócio da Monello Contadores, Escritório Contábil Dom Bosco, empresa especializada em gestão contábil de entidades do terceiro setor há mais de 55 anos, professor das disciplinas Contabilidade Societária e Accountability em projetos sociais do curso de pós-graduação na Universidade Presbiteriana Mackenzie e professor no curso de Gestão para Organizações do 3º Setor do Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas (PEC-FGV), além de ser especialista em administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP).

Qual a importância da contabilidade dentro das organizações sociais? A contabilidade tem como principal função o próprio controle; agora, dentro do contexto do terceiro setor, estamos dentro do controle social. Ao espelhar a realidade das operações daquilo que a entidade desenvolve atrelada a um orçamento, estamos praticando, por meio da contabilidade, também um controle social nas entidades de suas práticas e suas operações.

A maioria das organizações do terceiro setor goza de isenções ou imunidades tributárias, explique melhor quais são essas isenções e imunidades. As entidades, principalmente com as caraterísticas que têm as APAES, gozam da imunidade,

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“A CONDIÇÃO PRIMORDIAL DE TODO ESSE CONTEXTO DO MARCO REGULATÓRIO É A TRANSPARÊNCIA” . - Marcelo Monello -

por serem entidades no âmbito da assistência social, educacional e também da saúde. Então são entidades que têm como base principal constitucional os artigos 150, da imunidade, e 195, da imunidade das contribuições. As entidades outras, que desenvolvem outras operações sem fins lucrativos, tais como cultura, e outras áreas de pesquisa e tecnologia, podem, então, ter também a isenção, são entidades que dependem de uma outra situação e, dependendo da circunstância, podem usufruir de benefícios fiscais, no caso isenções.

Uma dúvida bem comum das APAES e de outras de organizações refere-se ao CEBAS; as entidades que pretendem obter ou renovar a certidão precisam apresentar quais documentos? Cada segmento dentro do terceiro setor tem uma regulação própria, como o da educação, o da assistência e o da saúde. Cada ministério determina os seus instrumentais e quais as demandas que se tem. Alguns exemplos básicos: na área da assistência social, um dos quesitos primordiais é ter inscrição no Conselho da Assistência Social e ser integrante do Sistema Único da Assistência Social


“O GRANDE PRONTO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS É O PLANEJAMENTO, QUE DEVE SER FEITO ANTES DE O PROJETO SE INICIAR” . - Marcelo Monello -

(SUAS), esse cadastro é realizado por meio de uma comunicação da secretaria ao ministério. Mas existem outras fundamentações para a área da assistência. Então, primeiramente detalhar todo o elenco das atividades da entidade é importante, verificando-se, dentro de cada atividade dela, se ela se enquadra nestas três áreas primordiais: a educação, com suas regras próprias; a assistência; e a saúde também, no seu contexto no âmbito no Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a celebração de parcerias com o poder público, a Lei nº 13.019/2014, conhecida como marco regulatório das organizações da sociedade civil, trouxe como uma das exigências escrituração de acordo com os princípios e as normas brasileiras da contabilidade, explique. A condição primordial de todo esse contexto do marco regulatório é a transparência. Uma contabilidade estruturada, que segue as orientações do Conselho Federal de Contabilidade e observa a técnica e o princípio, resulta em qualidade e transparência para as informações.

Lógico que é um contexto como um todo, não basta ser técnica sem a qualidade informativa, mas o que se pretende em uma contabilidade dessa é ter total transparência dos recursos aplicados àqueles projetos.

Qual o papel da contabilidade na prestação de contas que as organizações precisam realizar diante das parcerias firmadas com o poder público? Toda e qualquer prestação de contas, para órgãos públicos ou não, demanda do aspecto contábil para avaliação econômica/financeira de determinado projeto, é por meio da contabilidade que você comprova a sua execução. Então ela é fundamental, ela é de segurança e ela é de sustentabilidade, porque, se tiver problemas decorrentes da informação contábil, pode-se ter suspenção de projetos e perda de imunidade. Veja a importância da contabilidade, mas ela não é desassociada, o profissional não pode ser desassociado da administração, tem de ter um conjunto, a técnica e a qualidade de informação e gestão.

Qual a principal dificuldade das instituições quando o assunto é prestação de contas? Primeiramente, é conhecer a dinâmica da prestação de contas. Quando se imagina prestação de contas, as pessoas só fazem o planejamento da prestação de contas quando chega a prestação de contas. O que na realidade, o grande pronto da prestação de contas é o planejamento, que deve ser feito antes de o projeto se iniciar, quando vai elaborar o projeto, quando se coloca a entidade à disposição. Tem de ter em mente que você vai elaborar comprovações, dentre essas comprovações, tem o aspecto contábil, então, se eu não preparar a informação, eu não vou ter informação que alimente a contabilidade. Então, o ponto principal de tudo é o planejamento, que começa antes da execução e, até mesmo, antes de assinar o termo de colaboração e fomento. Todo mundo tem de ser inserido, todos os gestores, administradores e os técnicos, para que possam elaborar o melhor planejamento, com certeza isso fará a entidade ter êxito na prestação de contas.

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ARTIGO

ENVELHECIMENTO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

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a atualidade, o envelhecimento populacional apresenta-se como uma nova realidade social e, diante de um avanço numérico sem precedentes, altera de forma inédita a composição da pirâmide etária, representando a faixa com maior crescimento populacional nas últimas décadas. Segundo as Nações Unidas (2017), o mundo está vivenciando um processo de transição demográfica único e irreversível, assim, à medida que as taxas de fertilidade se reduzem, a proporção da população idosa acima de 60 anos deverá duplicar entre 2007 e 2050, alcançando o número de 2 bilhões de idosos. Dessa forma, o processo de envelhecimento e velhice mostram-se como um dos grandes desafios do século XXI, sendo um fenômeno mundial,

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concretizando-se de maneira gradativa nos países desenvolvidos e de forma acelerada nos países em desenvolvimento, principalmente nos últimos anos. A velhice apresenta-se como um fenômeno múltiplo, envolvendo as dimensões cronológica, biológica, psicológica, cultural, econômica e social, mostrando-se multifacetada, complexa e heterogênea. Sendo assim, não se configura de maneira única a todos, pelo contrário, é vivenciada de diversas formas pelos sujeitos, caracterizando-se de fato como o resultado da sua trajetória de vida. Para Beauvoir (1990, p. 15), a velhice tem uma dimensão existencial, modificando a relação do sujeito com o tempo e, portanto, sua relação com o mundo e com a sua própria história, no entanto o homem nunca vive em estado natural e, na velhice, como em qualquer outra fase da vida, sua condição lhe é imposta pela sociedade a qual pertence.


A questão sobre a deficiência no Brasil tem tido maior visibilidade, estando presente nas discussões do Estado, da sociedade civil e da academia, contribuindo para significativos avanços legislativos quanto aos direitos das pessoas com deficiência, segundo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em seu artigo 1º Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2017) O envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual no Brasil é considerado ainda recente, visto que essa população por inúmeras questões não chegou à velhice, fato que deve ser analisado com muita atenção, pois existem demandas próprias desse segmento populacional, permeado por situações de vulnerabilidade e dependência em todas as fases da vida. A deficiência no Brasil deve ser entendida mediante o modelo social, em que é definida não como um problema individual do sujeito, mas sim, como uma questão da própria sociedade. Dessa forma, a deficiência é o resultado da combinação de limitações impostas pelo corpo a uma sociedade pouco sensível à diversidade corporal. Nesse sentido, a deficiência não está nos sujeitos, mas em uma sociedade que é incapaz de prever e adaptar-se à diversidade. Outra questão que gera atenção, é o envelhecimento não só das pessoas com deficiência intelectual, mas também de seus cuidadores, em sua maioria pais e mães idosos que passam a apresentar vulnerabilidades físicas, biológicas e sociais. Diante disso, políticas públicas voltadas ao enfrentamento da questão do envelhecimento e da velhice da pessoa com deficiência e de seus cuidadores devem fazer parte da luta dos movimentos sociais ligados aos direitos das pessoas com deficiência, provocando o Estado a dar uma maior atenção a essa problemática.

REFERÊNCIAS BEAUVOIR, S. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. BRASIL. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com

DENISE COSTA Doutora em serviço social pela Unesp Coordenadora do UNIAPAE-SP.

Deficiência. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos; Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2007. BRASIL. Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jul. 2008, Seção 1, p.1. BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 ago. 2009. UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs, Population Division. World Population Prospects: the 2017 revision, key findings and advance tables. 2017. Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/ Files/WPP2017_KeyFindings.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2019.

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JURÍDICO INFORMA

DOS CRIMES COMETIDOS CONTRA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

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Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) estabelece que não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena sem prévia cominação legal. Qualquer pessoa, com deficiência ou não, pode ser vítima de crimes definidos no citado Código Penal. Entretanto, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, introduziu no ordenamento jurídico alguns crimes que têm, exclusivamente, como vítima as pessoas com deficiência. A previsão desses crimes contra a pessoa com deficiência se deu com o intuito de proteger a sua dignidade humana, seu patrimônio e sua saúde física e psicológica. De acordo com a LBI, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Os crimes cometidos contra a pessoa com deficiência têm pena de reclusão de até cinco anos, podendo ser aumentada em algumas hipóteses, além da estipulação de multa: Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

THIAGO MELLEM Advogado Analista Jurídico da FEAPAES-SP

§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de

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AO TER CONHECIMENTO DE QUALQUER CRIME QUE FOI OU ESTEJA SENDO PRATICADO EM FACE DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA, SEJA ELE PREVISTO NA LBI OU EM QUALQUER OUTRA LEGISLAÇÃO, É OBRIGAÇÃO LEVAR AO CONHECIMENTO DO DELEGADO DE POLÍCIA E/ OU DO MINISTÉRIO PÚBLICO, QUE TOMARÃO AS MEDIDAS NECESSÁRIAS À GARANTIA DOS DIREITOS PREVISTOS NAS LEIS.

meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (...) Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido: I - Por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou II - Por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.

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fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.

Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.

Todo cidadão deve conhecer as legislações, haja vista que ninguém pode descumpri-las alegando que não as conhece. Vale ressaltar que o descumprimento acarretará penas gravíssimas. Além disso, a prática de crime vitimando pessoa com deficiência é um ato de extrema covardia que causa repulsão em toda a sociedade. Ao ter conhecimento de qualquer crime que foi ou esteja sendo praticado em face de pessoa com deficiência, seja ele previsto na LBI ou em qualquer outra legislação, é obrigação levar ao conhecimento do Delegado de Polícia e/ ou do Ministério Público, que tomarão as medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nas leis. Combater a violência é obrigação de todos, sendo uma forma de inclusão das pessoas com deficiência, que devem, obviamente, ser tratadas em condições de igualdade com as demais.

Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência destinado ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações financeiras, com o

“Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiências” John F. Kennedy

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FEAPAES-SP ABRE CAMPANHA

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ENTREVISTA: MARCELO MONELLO FALA SOBRE CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR

FEAPAES-SP RECEBE SELO DOAR, QUE ATESTA QUALIDADE NA GESTÃO E TRANSPARÊNCIA

Foto APAE Batatais/Alex Raimundini

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