Mudando
Vidas!
Foto: Marcus Vinicius Lucas
APAE em destaque
Publicação da FEAPAES-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo
Ano 2021 • Edição 26
REVISTA APAE EM DESTAQUE
concorre e ajuda! São mais de 70 mil pessoas com deficiências beneficiadas pelo Vale Cap!
ANO 2021 • EDIÇÃO 26
Quem compra,
NOVA DIRETORIA DA FEAPAES-SP TOMA POSSE EM SOLENIDADE VIRTUAL PRESIDENTE DA FEAPAES-SP ARTICULA COM SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
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APAE DE ARARAS TRANSFORMA EVENTO ANUAL EM VÁRIOS DRIVE-THRUS 24/05/2021 17:58:41
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6 GALERIA DE FOTOS
APAE EM DESTAQUE
SANTOS
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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SÃO ROQUE
30 32 33 34 36
ARARAS ITUPEVA BAURU BIRIGUI BOTUCATU
8 NOTAS APAE
CORDEIRÓPOLIS DIADEMA ITABERÁ ITANHAÉM JUNDIAÍ
53 VALE CAP
55 ENTREVISTA
VERA LÚCIA FERREIRA
SUZANO MIRASSOL MOGI DAS CRUZES
TAMBAÚ TAQUARITUBA LIMEIRA TAUBATÉ
61 JURÍDICO INFORMA
SUMÁRIO
CAPA
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NOVA DIRETORIA DA FEAPAES-SP TOMA POSSE EM SOLENIDADE VIRTUAL
FEAPAES EM REVISTA ATENDIMENTO DURANTE PANDEMIA
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HIPER CAP LITORAL
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SUSPENSÃO DA COBRANÇA DO IPVA 2021
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FUNDO DE PROJETOS
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REIVINDICAÇÃO PARA A SECRETÁRIA ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
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PARCERIA COM CAUSEI O BEM
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SUPERINTENDENTE DO UNIAPAE-SP
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TESTE DO PEZINHO
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UNIAPAE-SP
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APAE QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE
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ARTIGO NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E OS PROFESSORES DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA REDE APAE-SP
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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA
EDITORIAL
Presidente Vera Lúcia Ferreira Vice-presidente Agenor Gado 1º Diretor Secretário Luís Roberto Roson 2º Diretor Secretário Paulo Arantes 1º Dir. Financeiro Cézar Vilela
CONSELHO FISCAL Titulares Roberto Franceschetti José Carlos Silva Maria Aparecida Sampaio
Q
ue bom estar de volta para lançar para você, caro leitor, mais uma edição da Revista APAE em Destaque. Nas páginas a seguir, em nossa matéria de capa, vamos mostrar como foi a posse da nova diretoria da FEAPAES-SP, para o triênio 2021, 2022, 2023, considerando-se que foram necessárias algumas adaptações na solenidade de posse, em função da pandemia. Também vamos falar da nova parceria com o Causei o Bem, uma nova forma de mobilização de recursos para as APAES do Estado de São Paulo. Além disso, também daremos destaque ao assessoramento realizado pela equipe técnica da FEAPAESSP durante a pandemia, que resultou no deferimento da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) de 39 APAES do estado de São Paulo. E, na editoria APAE em Destaque, apresentaremos projetos incríveis de várias APAES do Estado e como elas têm se desdobrado para que os milhares de usuários não fiquem sem atendimento. Você perceberá que criatividade não faltou para a APAE de Araras, que driblou a pandemia e transformou seu principal evento de mobilização de recursos em vários drive-thrus mensais. É de se surpreender! E não menos encantador é o projeto da APAE de São José do Rio Preto, Pet Terapia, que tem como terapeutas principais a Mel e o Duk! Mas, chega de spoiler, vou deixar para que você mesmo veja o impacto de nossas APAES na vida de milhares de pessoas com deficiências! Boa leitura! Thaís Demacq Jornalista – Mtb 44568/SP comunicacao@feapaesp.org.br
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APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
2º Dir. Financeiro Maria de Fátima Dalmédico de Godoy Diretora Social Cristiany de Castro Diretor de Patrimônio Paulo Geiger Autodefensora Rita de Cássia Leal Autodefensor Wellington Clementino
Suplentes Carlos Eduardo Torres Luiz Antônio Lopes Garcia Salvador Anésio Ruiz
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Maria Carolina Correia Paoliello Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira José Armando Pescatori José Avanilson da Silva Antônio Severino dos Santos Nelson Bassanetti Marcelo Ramos Ferreira Alexandre Leme de Oliveira José Marcelo Campos Alduíno Cloves dos Santos Barbosa Sayma Pimentel Zeraik Viduedo Miguel Henrique Moreno
Francisco Innocencio Pereira João Belini Filho Wilson Marquez Moacyr Fonseca Júnior Odair Pereira Mariane Sanches Araújo Gallego Norma Tavares Vieira Consani José Afonso Furlan Edivete Maria Boareto Belotto Nilza Ribeiro Fernandes Afonso José Francisco Romano
PROCURADORIA JURÍDICA Titular Acir de Matos Gomes
Suplente Paulo Roberto de Mendonça Sampaio
EQUIPE TÉCNICA | FEAPAES-SP Coordenação técnica Cláudia Fragoso coordenadoratecnica@feapaesp.org.br Financeiro e Mobilização de Recursos Lucas Almeida (coordenador) Fátima Melo Eduardo Carloni Camila Archetti financeiro@feapaesp.org.br Comunicação Thaís Demacq (coordenadora) Débora Simões Sabrina Aparecida Leonardo A. Fróes Cunha (estagiário) comunicacao@feapaesp.org.br Jurídico Thiago Mellem Thales Araújo juridico@feapaesp.org.br Equipe da Qualidade Aline Lima Ana Claudia Rezende Elaine Lemos Patrícia Dupim
Ouvidoria Karla Pereira Aires Furtado Brum Neto Ângelo Carlos Campion Fábio Rodrigues Fabricio Morotti da Rocha Paulo José da Silva Nogueira auxiliaradm@feapaesp.org.br Administrativo Lyvia Eduarda Kênia Santana Joseane da Silva Poli Sandra Cristina Gonçalves Silva feapaes@feapaesp.org.br Tecnologia da Informação (TI) Lucas Henrique Nascimento suportetecnologia@feapaesp.org.br Cursos FEAPAES-SP e Uniapae-SP Denise Costa (coordenadora) Aline Barnabé Amanda Cristina da Silva Souza coorduniapaesp@feapaesp.org.br Voluntário Roberto Estanti
Edição concluída em junho de 2021
Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Tomaz Pedro do Couto, 471 | Polo Industrial Abílio Nogueira | Franca/SP CEP: 14406-065 | Fone: 16 3403-5010 E-mail: feapaes@feapaesp.org.br www.feapaesp.org.br
Revista APAE em Destaque
Redação: Débora Simões (Mtb 81427/SP) e Thaís Demacq (MTB 44568/SP) Edição: Thaís Demacq Revisão e Diagramação: Zeppelini Publishers
PALAVRA DA PRESIDENTE
I
nicio minha primeira “Palavra da Presidente”, da Revista APAE em Destaque, agradecendo a todas as APAES pela confiança em mim depositada. Reforço meu compromisso de continuar o trabalho da minha antecessora, a doutora Cristiany de Castro, a quem nutro singular respeito e admiração. Assumi a presidência da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) em um momento difícil de pandemia mundial e creio que ainda enfrentaremos muitos desafios resultantes desse caos global. Há mais de 20 anos no movimento apaeano, nunca havia presenciado um momento tão difícil e desafiador. Creio que os impactos gerados pela pandemia de COVID-19 serão sentidos a médio e longo prazo e demandarão das APAES esforço extra na luta pelos direitos das pessoas com deficiências. Sabemos que a vulnerabilidade, já existente na grande parte das famílias atendidas pelas APAES, se acentuará ainda mais. Uma pesquisa promovida pelo Datafolha junto com a Ambev indicou que metade das organizações sem fins lucrativos do país enfrentarão dificuldades para se manter no pós-pandemia. A pesquisa aponta que as principais dificuldades serão a falta de apoiadores financeiros (41%), seguida pela falta de doação de materiais e equipamentos (13%) e de voluntários para atuarem na restauração das organizações (11%). Ciente disso, a FEAPAES-SP não tem medido esforços para levar às APAES novas formas de mobilização de recursos. No mês de março, fechamos a parceria com o Causei o Bem, que por meio de uma plataforma digital conectará doadores e APAES, permitindo uma doação rápida, segura e simples. No mês de fevereiro, apresentamos também um novo título de capitalização que beneficiará a todas as APAES paulistas, o Hiper Cap Litoral. Finalizo com a certeza de que, juntos, venceremos todas as dificuldades e continuaremos a possibilitar para milhares de pessoas com deficiências um mundo mais justo e igualitário. Um grande abraço a todos! Vera Lúcia Ferreira Presidente da FEAPAES-SP
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GALERIA DE FOTOS
CARNAVAL DAS APAES
SALES OLIVEIRA RIA
RANCHA
VOTUPOR
ANGA
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EIRA
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FERNA
NDÓPO
ICÉM
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ILHA SOL TEIRA
APAE APAE EM DESTAQUE EM DESTAQUE • ANO•2021 ANO XX • EDIÇÃO • EDIÇÃO 26X
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NOTAS APAE
APAE DE CAÇAPAVA INOVA COM BRECHÓ ON-LINE
P
ara não ficar sem os recursos do seu tradicional Brechó da APAE — uma iniciativa das grandes amigas e atuais presidente e vice-presidente da APAE de Caçapava, Jaisa Lemes e Ghislaine Ferrari —, a instituição teve uma grande ideia ao ver os itens se acumulando e o espaço físico para o armazenamento diminuindo: o de fazer a venda das peças nas plataformas digitais. Após a realização de cinco edições presenciais, com absoluto sucesso e apoio da comunidade, que abraçou a causa, a versão on-line teve o mesmo apoio e o resultado foi surpreendente. Devido ao cenário pandêmico, a APAE de Caçapava publicou mais de quinhentos posts, o que resultou em mais de mil itens comercializados digitalmente e, assim, a instituição conseguiu triplicar o faturamento. Além de representar significativa arrecadação aplicada em diversos projetos, o brechó sempre levantou a bandeira do consumo consciente e o impacto que isso tem no meio ambiente.
ATIVIDADES FÍSICAS DOS USUÁRIOS DA APAE DE CAJOBI SÃO MANTIDAS EM NOVO FORMATO DURANTE A PANDEMIA
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prática de exercícios físicos é fundamental para o ser humano, pois traz inúmeros benefícios ao organismo, como a prevenção de doenças, como, por exemplo, diabetes, hipertensão, obesidade, entre outras. Diante disso, três meses após a suspensão das atividades por conta da pandemia de COVID-19, a APAE de Cajobi decidiu realizar os atendimentos de maneira domiciliar ou em ambientes abertos e com número de usuários reduzido. Para garantir a segurança de todos os envolvidos, as aulas são realizadas seguindo todos os requisitos de segurança, tais como: aferição da temperatura corporal, utilização de máscara, uso de álcool em gel e distanciamento mínimo de dois metros. “Os objetivos gerais desse programa de exercício foram melhorar a qualidade de vida e oferecer um leque de atividades físicas”, explica o responsável pelo projeto, Wilian Pacheco Fonseca.Além disso, a ação ainda tem o intuito de melhorar a coordenação motora, a resistência aeróbia, o equilíbrio, a agilidade, a velocidade, a resistência muscular localizada, a flexibilidade bem como promover as gincanas lúdicas.
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APAE DE GUARULHOS REFORMA QUADRA POLIESPORTIVA POR MEIO DE PARCEIRA COM A FUNDAÇÃO TELEFÔNICA VIVO
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m 2020, a APAE de Guarulhos participou, pela segunda vez, da Semana dos Voluntários Telefônica, projeto global da Fundação Telefônica Vivo que engloba todos os colaboradores da empresa, a fim de mobilizar esforços e atuar em ações solidárias. A instituição foi contemplada com a reforma da quadra poliesportiva. O piso foi todo reformado, tirando as irregularidades, e foram feitas nova pintura e marcações das linhas. “Essa obra já estava nos planos, mas, devido ao uso para as atividades dos usuários e também o custo do projeto, não teria como ser feito antes, mas, aproveitando agora a pandemia e, consequentemente, as suspensões das atividades, e o aporte da Fundação Telefônica, conseguimos concretizar mais essa conquista”, explica o responsável pelo marketing da APAE de Guarulhos, Willian Barbosa.
PREVENÇÃO À COVID-19 É TEMA DE PROJETO DA APAE DE ITAPORANGA
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m setembro de 2020, a APAE de Itaporanga criou o Projeto de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19, que teve por objetivo promover ações pontuais por meio de suporte domiciliar às famílias dos usuários atendidos pela instituição nas áreas de assistência social e psicologia no combate e na prevenção à doença. Foram realizados atendimentos diretos à pessoa com deficiência e aos familiares, orientando-os sobre os cuidados necessários, levando informações, oferecendo acolhimento e buscando amenizar os estresses causados pelo contexto. No primeiro contato foi entregue um kit composto por álcool em gel, máscaras e panfleto informativo sobre o vírus e as formas de prevenção, sendo ele lúdico e interativo. E, para compreender como as famílias estavam enfrentando a pandemia e seus desdobramentos, a APAE de Itaporanga realizou a coleta de informações por meio de um questionário. A iniciativa foi finalizada em janeiro de 2021, com a aplicação de um segundo questionário que buscava entender como as famílias estavam diante da situação, mesmo depois de tempo em isolamento, acompanhada de uma cartilha direcionada às famílias e destacando os principais sentimentos identificados nos atendimentos com formas de manejo para conduzi-los.
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APAE DE VOTORANTIM IMPLANTA PROJETO TAMPINHA LEGAL
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fim de angariar fundos e conscientizar a comunidade em relação à preservação do meio ambiente, a APAE de Votorantim iniciou, em janeiro de 2020, uma ação socioambiental em parceria com o Congresso Brasileiro do Plástico (CBP), a Tampinha Legal. O projeto incentiva instituições sociais a criarem campanhas de coleta de tampinhas de plástico. Assim, além de destinar adequadamente o material, a venda das tampinhas é uma fonte de recursos para auxiliar na manutenção dos serviços prestados pelas organizações. A APAE mobilizou o município por meio das famílias dos usuários e pelas redes sociais. Até o momento, já arrecadou aproximadamente cem sacos de tampinha e a meta para fazer o resgate do valor das vendas é de trezentos sacos. Com objetivo de incluir os usuários no projeto, além de arrecadar o material, eles também auxiliavam na separação e, assim, a atividade também visava trabalhar a parte pedagógica. Contudo, devido à pandemia de COVID-19, esse trabalho foi interrompido, mas os colaboradores deram continuidade.
APAE DE DRACENA REALIZA 1ª EXPOSIÇÃO PEDAGÓGICA
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om objetivo de apresentar o trabalho pedagógico realizado pelos professores e as atividades realizadas remotamente pelos usuários no 2º semestre de 2020, a Escola de Educação Especial Professor Leuzi Gardini da APAE de Dracena realizou a 1ª Exposição Pedagógica. As atividades pedagógicas remotas foram elaboradas e executadas a partir de uma avaliação inicial realizada pelo professor regente, pela coordenadora pedagógica e pela família (os pais e/ou responsáveis), com o objetivo de investigar o comportamento e a descrição da rotina diária dos usuários no lar e na comunidade em geral bem como o desejo dos pais pela realização de determinadas atividades. As entregas e o recebimento das atividades remotas aconteceram a cada 15 dias e eram registrados, datados e assinados pela família. Após a data de entrega, os professores avaliaram todas as atividades para registrar a evolução nos portfólios, que deram base para a exposição pedagógica.
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EVENTO ANUAL DA APAE DE ARARAS SE TRANSFORMA EM DRIVE-THRUS MENSAIS DURANTE A PANDEMIA Feira das Nações foi substituída pelos drive-thrus, uma solução que permitiu à APAE manter as finanças em dia durante pandemia
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APAE de Araras não cruzou os braços durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus e contornou com muita criatividade os problemas. Impossibilitada de realizar o seu principal evento anual para angariar fundos, a Feira das Nações, responsável por aproximadamente 50% da sua renda, fez com que a instituição optasse pela realização mensal de drive-thrus com as comidas típicas de diversos países que eram servidas no evento. A nova forma de mobilizar recursos começou em abril de 2020, com o Nhoque Solidário, em maio teve a Feijoada Tradicional, em junho, o Porco no Rolete, em julho, a Festa Julina na Caixa, em setembro, a Parmegiana da Nona, em outubro, o Contrafilé com Batata Frita, em novembro, o Bacalhau à Lagareiro. Em 2021, os drive-thrus continuaram: em janeiro foi entregue a Paella Caipira e em fevereiro, o hambúrguer da Barraca Americana. “Só o drive-thru de Natal que não foi para mobilizar recursos. Fizemos uma cesta de Natal e entregamos presentes doadas por funcionários de uma empresa local”, explica Iraci Barbosa, diretora da APAE de Araras. Tradicional na cidade, o evento, que sempre foi realizado por voluntários, continuou, porém no formato diferente. Eles se dividiram em grupos de coordenadores, e cada um ficou responsável por uma barraca e por reunir os seus voluntários. De acordo com a diretora, são eles os responsáveis por toda a organização do evento, e a APAE fica apenas
como apoio. “A APAE dá todo o apoio de logística, salão, panelas, busca, liga, compra. Agora, quanto a buscar patrocínio, cada coordenador e responsável pelo seu. Não é tudo que ganhamos, uma parte a APAE compra, mas nós ganhamos muita coisa”, explica Iraci. Graças aos drive-thrus, a APAE de Araras tem conseguido fechar suas contas desde que começou a quarentena em todo o país. O evento que mais arrecadou atingiu o montante de R$ 41.120 e o que arrecadou menos de R$ 12.544. Esses recursos têm sido fundamentais para a manutenção das despesas que são pagas com recursos próprios, como reparos na própria infraestrutura, pagamento de pessoal, entre outros. “Tem muita coisa que a gente paga com recursos próprios, algumas folhas de pagamento. E nós também fazemos muitos investimentos em alguns projetos”, finaliza a diretora.
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CAMPANHA DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS DA APAE DE ITUPEVA ESTÁ PRESENTE EM MAIS DE 60 PONTOS COMERCIAIS DA CIDADE O Arredonda APAE, além de facilitar o troco no comércio, colabora para a manutenção geral da instituição
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m dos principais desafios das instituições do terceiro setor é a mobilização de recursos para a sua sustentabilidade financeira, por isso é necessário diversificar as práticas de captação e também contar com o apoio da população. Com esse objetivo, em 2017, a APAE de Itupeva criou a campanha Arredonda APAE, que visa arrecadar fundos por meio dos trocos em estabelecimentos comerciais do município, prática que, além de colaborar para a manutenção dos atendimentos realizados pela instituição, auxilia o comércio, pois, muitas vezes, é difícil ter moedas para o troco.
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O projeto se tornou um sucesso: atualmente, 61 pontos comerciais participam da campanha no município, que tem pouco mais de 60 mil habitantes. Desde quando começou o projeto, foram arrecadados mais de R$ 110 mil e apenas em 2020 foram mais de R$ 31 mil, valor que é destinado para a manutenção geral da APAE de Itupeva, como em reformas e na compra de materiais. Um dos parceiros da campanha é a rede de supermercados Monte Serrat, que automatizou a parceria e o troco é computado pelo sistema operacional. Nos demais estabelecimentos, a arrecadação é por meio das caixinhas que ficam perto do caixa. “Os estabelecimentos que aderem à parceria recebem um selo, o que também os incentiva a participar. No supermercado, nós fazemos algumas reuniões com os operadores de caixa e nos demais pontos comerciais, quando vamos buscar as caixas, perguntamos como está a arrecadação, para que eles incentivem os clientes a doarem”, explica o coordenador interino de comunicação social da APAE de Itupeva, Thiago Henrique Falasco. A campanha, divulgada pelas redes sociais e pelos próprios estabelecimentos comerciais, é um case de sucesso de parceria, pois todos os lados saem satisfeitos, já que facilita o trabalho das empresas e elas são reconhecidas por colaborarem para uma causa social. Os clientes também ficam satisfeitos em poder contribuir e a instituição consegue manter os serviços de excelência prestados à sociedade.
APAE EM DESTAQUE FEAPAES-SP foi representada na inauguração pela Dra. Cristiany de Castro (presidente na época).
APAE DE BAURU INAUGURA SUA TERCEIRA RESIDÊNCIA INCLUSIVA Referência no Brasil, APAE de Bauru acolhe 30 pessoas com deficiências em suas três residências inclusivas
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APAE Bauru inaugurou, no dia 15 de dezembro de 2020, a sua terceira Residência Inclusiva, em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Social de São Paulo (SEDS), por meio da Diretoria Regional de Desenvolvimento Social de Bauru (DRADS). A APAE de Bauru foi pioneira no Brasil nesse tipo de serviço há mais de 10 anos e, graças a isso, tem qualificação técnica reconhecida pela SEDS e pelo antigo Ministério do Desenvolvimento Social, incorporado ao Ministério da Cidadania. A inauguração refere-se a uma residência mista, ou seja, composta por homens e mulheres. A APAE já tem outras duas, sendo uma feminina e outra masculina. As três residências acolhem jovens e adultos com deficiência em situação de dependência, que não têm condições de autossustentabilidade ou de retaguarda familiar. “Todos são pessoas com deficiências intelectual, física, auditiva e visual acima de 18 anos até 65 anos”, explica Roberto Franceschetti Filho, coordenador-geral da APAE Bauru.
As casas têm estruturas físicas adaptadas, adequadas e acolhedoras, estando localizadas em bairros residenciais, o que contribui para a promoção da autonomia e da independência das atividades diárias, bem como promove participação social e comunitária. Inclusive, dos 30 residentes, 14 estão inseridos no mercado de trabalho. “Esses 14 vão sozinhos trabalhar, voltam sozinhos. Eles trabalham em vários lugares aqui em Bauru, ou seja, estão na comunidade fazendo o seu papel social e principalmente trazendo uma renda para eles mesmos”, detalha Roberto. Porém, não é apenas por meio das atividades profissionais que a entidade busca a inclusão de seus residentes. A residência tem profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, cuidadores, assistente social, que desenvolvem um trabalho multidisciplinar personalizado e adequado para as necessidades de cada residente e também do grupo, com o objetivo de romper com o isolamento da pessoa com deficiência, promover a inclusão social e o acolhimento e fortalecimento dos vínculos familiares.
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APAE DE BIRIGUI IMPLANTA PROJETO COZINHA FUNCIONAL VISANDO À AUTONOMIA DOS USUÁRIOS A iniciativa é um dos projetos aprovados pelo Fundo de Projetos da Assistência Social, promovido pela FEAPAES-SP APAE de Birigui está em contato com mães que trabalham com cozinha, para que elas ensinem os usuários e as famílias.
FUNDO DE PROJETOS
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m 2020, o setor de alimentos representou cerca de 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, e, durante a pandemia da COVID-19, foi um dos poucos que cresceram. Esse impacto se dá pelas grandes indústrias do setor, mas também, nos últimos anos, a produção artesanal vem ganhando destaque. A fim de promover autonomia, oportunizar conhecimentos e desenvolver habilidades, a APAE de Birigui criou o projeto Cozinha Funcional, espaço voltado para que os usuários e suas famílias aprendam receitas para o dia a dia e também para venda, para que assim, tenham uma renda extra. O projeto é voltado para os usuários acima de 30 anos que utilizam programas socioassistenciais da instituição. Atualmente, 60 usuários da APAE participam desses programas. Futuramente o projeto será estendido às famílias, para que elas tenham uma nova fonte de renda. A fim de estimular a troca de conhecimento, a
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A iniciativa foi financiada pelo Fundo de Projetos da Assistência Social (com recursos de título de capitalização), realizado pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), no valor de R$ 20.000. O Fundo de Projetos é uma plataforma que tem por objetivo patrocinar ações das APAES e, assim, promover a qualidade de vida das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. O edital da assistência social foi realizado em 2019 e tinha como objetivo incentivar os projetos voltados para a área. A APAE foi contemplada em novembro de 2019 e iniciaria o cronograma de execução em 2020. As compras dos materiais e a reforma do espaço foram finalizados; contudo, devido à pandemia, as atividades presenciais não puderam ser realizadas durante o ano passado e só em janeiro de 2021 os usuários começaram a utilizar o espaço. “Nosso objetivo era ter iniciado antes e até queríamos fazer um evento de inauguração do espaço, mas infelizmente não conseguimos, em janeiro cerca de 30 usuários da assistência social começaram a voltar, mas, devido ao aumento de casos de COVID, tivemos que voltar ao atendimento a distância”, explica Ivanete Lopes Possani, diretora da APAE de Birigui. Com o início do projeto, os usuários puderam aprender e se deliciar com diversas receitas, como bolos, vitaminas e macarrão, alimentos que são fáceis para eles reproduzirem em casa. “Nossa meta não é só fazer com que eles aprendam a fazer receita, mas também aprender a economizar e limpar a cozinha, desenvolvendo a autonomia deles”, conta Ivanete.
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UM OLHAR ESPECIAL PARA AS
PESSOAS ESSENCIAIS
Projeto da APAE de Botucatu acolhe as famílias por meio de orientações compartilhadas em um grupo de aplicativo; espaço também é utilizado para a compartilharem suas experiências e seus sentimentos
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pandemia provocada pelo novo coronavírus fez com que o mundo todo se adequasse: profissionais passaram a trabalhar em home office, alunos, que antes estavam acostumados a rotina de aulas presenciais, tiveram de se adaptar ao ensino remoto. Mas muito pouco se ouviu falar de como a pandemia impactou a vida dos cuidadores das pessoas com deficiências, geralmente pais, tios e avós. Pensando nessas pessoas, a APAE de Botucatu criou o Projeto Pessoas Essenciais com o objetivo de acolher os cuidadores e minimizar os efeitos sociais da pandemia. O título do projeto, Pessoas Essenciais, representa bem o seu objetivo ao fazer alusão aos serviços identificados como essenciais durante o período de pandemia, além de reconhecer os cuidadores como essenciais no processo de desenvolvimento das pessoas com deficiências. Ao criar o projeto, a APAE voltou os olhos da instituição para esse cuidador, melhorando sua qualidade de vida, reduzindo o estresse gerado pela sobrecarga e fortalecendo o vínculo com a instituição. De acordo com a coordenadora da assistência social da APAE, Raquel Oliveira da Silva Nunes, o projeto surgiu no momento em que detectaram que as atenções estavam voltadas apenas para os usuários. “A gente observou que a instituição estava oferecendo um atendimento remoto on-line para os usuários e deixando a família de lado, os cuidadores das famílias com deficiências, então sentimos a necessidade de voltar os olhos para os responsáveis, levando em consideração que esse período de pandemia e isolamento social, a sobrecarga deles aumentou significativamente”, explica Raquel.
Equipe técnica do Projeto Pessoas Essenciais. Os participantes do projeto recebem, por meio de vídeos, orientações elaboradas pelas técnicas de serviço social, psicologia, nutrição e educação física. Os temas são variados e abarcam as necessidades atuais desses cuidadores, como direitos sociais, autoestima, bem-estar psicológico e físico, alimentação saudável, atividades físicas. Além disso, o projeto ainda propicia um espaço para os cuidadores compartilharem suas experiências e angústias uns com os outros, gerando identificação de grupo. “Hoje, nós temos 30 pessoas no grupo de WhatsApp e elas recebem os vídeos orientativos. Nos montamos um cronograma mensal em que cada semana uma profissional fica responsável”, detalha a coordenadora. Ainda segundo Raquel, a opção pelos vídeos aconteceu pois permite visualização a qualquer hora. “Percebemos que durante a rotina das mães, dos cuidadores, não necessariamente elas acessam o vídeo naquele momento que enviamos, elas podem ter acesso ao vídeo depois”, finalizou.
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APAE EM DESTAQUE
APAE DE CORDEIRÓPOLIS IMPLANTA AVALIAÇÃO DO AMBIENTE FAMILIAR NO PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE Adequar o ambiente que a criança irá passar a maior parte do tempo é fundamental para um maior desenvolvimento FAMÍLIAS
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estimulação precoce é primordial para o desenvolvimento integral de crianças com deficiência. Nos primeiros anos de vida, devido ao evento denominado plasticidade cerebral, o cérebro da criança é capaz de se “moldar” diante dos estímulos proporcionados, sendo, assim, tais estímulos são importantes para o desenvolvimento nos primeiros anos de vida e na primeira infância, fase em que as crianças desenvolvem habilidades motoras mais complexas. Na APAE de Cordeirópolis, os atendimentos no programa de estimulação precoce são multiprofissionais e contam com fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta. Atualmente, atendem a 43 crianças de 0 a 3 anos e 11 meses, em sessões que, de modo geral, acontecem uma vez por semana. Em casos específicos, podem ocorrer mais atendimentos.
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E, compreendendo que a estimulação deve ir para além dos atendimentos na instituição, em janeiro de 2021, a APAE de Cordeirópolis implantou o Projeto Avaliação do Ambiente Familiar, que visa orientar os pais para estimulação do desenvolvimento motor do bebê em casa, pois é o lugar em que o bebê permanece por mais tempo, por isso estratégias de avaliação e ações centradas na família tornam-se cada vez mais importantes. “A avaliação é realizada no primeiro atendimento da criança, na triagem, em que avaliamos o ambiente domiciliar e realizamos a adequação por meio de orientações e entrega de kits de estimulação com brinquedos para que elas reproduzam em casa” explica a fisioterapeuta da APAE de Cordeirópolis, Vanessa Oliveira de Marchi Borri. O questionário aplicado é o Affordances no ambiente domiciliar para o desenvolvimento motor – Escala bebê (AHEMD-IS), que aborda questões do ambiente familiar de forma simples e eficaz para avaliação de dimensões, como, por exemplo: variedade de estimulação proposta ao bebê, espaço físico do lar (interno e externo), brinquedos de motricidade grossa e fina. Após as respostas da família é possível definir o domicílio em: menos que adequado, adequado, moderadamente adequado e excelente, e, assim, adaptá-los para incentivar e favorecer o desenvolvimento. Além dos questionários, já no primeiro atendimento as famílias recebem uma apostila com todas as fases da criança e as ações que cada profissional (fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta) irá realizar, além de uma cartilha geral sobre cuidados com recém-nascidos. “As famílias se interessam bastante em aprender os exercícios para realizarem em casa, elas nos enviam vídeos fazendo as atividades”, explica Vanessa.
APAE EM DESTAQUE
APAE DIADEMA RECEBE O
PRÊMIO MASTER MARKETING TERCEIRO SETOR 2020 DA ABCCOM Projeto do selo social que começou a ser desenhado em 2018 foi o responsável pela premiação
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APAE de Diadema fechou o ano de 2020 com chave de ouro, isso porque no dia 3 de dezembro a instituição participou da terceira edição do Prêmio Marketing ABC, promovido pela ABCCOM. Na ocasião, recebeu o Prêmio Master Marketing Terceiro Setor 2020. A ABCCOM é uma comunidade de marketing e comunicação que cria conteúdos, realiza eventos e ministra cursos para departamentos de marketing e agências de comunicação. O evento tem como objetivo premiar os melhores profissionais e as empresas de comunicação e marketing do ano no Grande ABC Paulista. A premiação é dividida em três blocos, em que reconhece em seu primeiro bloco as principais empresas multissetoriais da região na categoria master marketing. Além da APAE de Diadema, também foram premiadas na referida categoria empresas do ramo imobiliário, serviços, industrial, educação, varejo e saúde. O projeto bem-sucedido da instituição que resultou no prêmio foi o Selo Social Empresa Parceira da APAE Diadema, que nasceu em um evento organizado pela própria APAE em 2018, no qual cerca de 40 pessoas de diversas áreas e profissões se dividiram em grupos e apresentaram propostas de arrecadação sustentável para a instituição e foi desse encontro que saiu o selo social. “A ideia surgiu, tiramos papel, validamos com empresas e ganhamos o prêmio, tudo isso em um curto espaço de tempo”, comemora Fabrício. O objetivo do selo é oferecer um reconhecimento público para empresas que acreditam e investem na causa. “A empresa faz uma contribuição mensal e ganha o direito de utilizar o selo social em todos os seus veículos de comunicação, informando seus clientes, fornecedores e parceiros, que possui responsabilidade social e ajuda uma instituição
Fabrício Ondei no dia da premiação com o troféu. idônea e de grande causa”, explica Fabrício Ondei, captador de recursos da APAE de Diadema. Fabrício ainda explica que, para participar do projeto e contribuir com a APAE, a empresa pode escolher entre três versões do selo, sendo que cada versão oferece opções diferentes de divulgação: a versão bronze, que prevê o investimento de R$ 75, a versão prata, no valor de R$ 150, e a versão ouro, no valor de R$ 300 mensais. “Nós fizemos uma média dos valores que as empresas doavam antes do selo social e também uma pesquisa regional e determinamos esses números visando uma maior participação das empresas com a causa, consequentemente, maior visibilidade para a instituição”, destaca Fabrício. Atualmente, a APAE conta com 18 empresas, haja vista que a primeira a se associar ao projeto entrou em dezembro de 2019. Com a chegada da pandemia, a APAE encontrou dificuldades em conseguir novas empresas parceiras, mas, mesmo com os empecilhos, não desistiu. Entre janeiro e fevereiro de 2021, captou mais quatro empresas e, segundo Fabrício, a premiação irá contribuir ainda mais no que diz respeito à conquista de novos parceiros. “Nosso Selo Social é recente e, com certeza, essa premiação trará mais credibilidade e facilitará o crescimento do projeto”, finaliza. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
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APAE DE ITABERÁ TRANSFORMA ATIVIDADE REMOTA EM PROJETO ANUAL DE CULINÁRIA
A atividade Culinária Divertida foi tão bem recebida pelos usuários, que a partir dela a APAE criou o Projeto Oficina Culinária
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urante a pandemia, as APAES tiveram de se reinventar para não deixar os seus usuários sem atendimento e sem as atividades fundamentais para os seus desenvolvimentos. Pensando nisso, a APAE de Itaberá decidiu aplicar uma atividade culinária, na qual cada usuário deveria preparar um alimento divertido e com ele comemorar o Dia da Família, com o objetivo de estreitar os laços familiares. O retorno superou as expectativas da APAE, que decidiu ampliar a atividade por meio do Projeto Oficina Culinária. De acordo com Simone Jurado Simões de Lima, coordenadora pedagógica da APAE de Itaberá, o intuito do projeto é incentivar os usuários a terem uma alimentação saudável, bem como promover a autonomia deles com relação ao preparo dos alimentos. “Nosso objetivo foi o de proporcionar aos usuários uma prática diferente que através do contato com a culinária possa orientar, preparar, capacitar e qualificar o aluno para uma melhor qualidade de vida, atribuir atividades que tenham função para a vida diária, atual e futura dos assistidos”, explica.
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Até o momento, 30 usuários já foram atendidos pelo projeto — que acontece no formato presencial, com sistema de rodízio e respeitando todos os protocolos exigidos pela Vigilância Sanitária do município — e a previsão é de que o Oficina Culinária permaneça em funcionamento até o final de 2021. A ideia é utilizar as datas comemorativas para a realização do projeto, porém respeitando o gosto dos participantes. “Fizemos uma pesquisa para ver a preferência deles, e focamos em pratos para festinhas e lanches, como pão, bolo, biscoito, docinhos”, completou Simone. E a boa aceitação dos usuários com relação ao projeto é nítida. Sempre questionam quando será a próxima aula da Oficina Culinária, ou seja, aguardam ansiosos pelo momento de aprender um novo prato. “Há sempre uma pergunta por parte deles, quando e qual prato será o próximo a ser feito e em que momento vamos realizá-los. Percebemos o quanto estão motivados e precisamos dessa motivação para a realização do projeto. Eles gostam muito de participar e no final sempre há uma mesa para saborear ou oferecer aos assistidos e funcionários da instituição”, finaliza a coordenadora.
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DO ACOLHIMENTO AO ATENDIMENTO: MÃE DE GÊMEAS COM SÍNDROME DE DOWN RELATA A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DA
APAE DE ITANHAÉM
A descoberta da deficiência aconteceu durante a gestação, e desde então o trabalho desenvolvido pela instituição foi fundamental tanto para o desenvolvimento das meninas quanto para o processo de compreensão da deficiência pela família
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chegada de uma criança traz aos pais e à família diversas expectativas sobre suas características físicas, comportamentais e diversos sonhos para o seu futuro. Quando se descobre uma deficiência, as
expectativas, em sua maioria, se transformam em medo: como será a vida do meu filho na escola? No trabalho? Será que eu vou conseguir dar tudo que ele precisa? O processo de transformar os medos em novas perspectivas de futuro e de como lidar com a deficiência é árduo, e para que ele ocorra o mais rápido
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Flávia, que afirma que, no início, a frustração foi grande, mas que depois ela resolveu buscar informações para aprender a lidar com a situação. E, ao olhar sua situação, houve desespero, pois as dificuldades seriam grandes, visto que ela estava com uma bebê de um ano, desempregada e grávida de gêmeas com Síndrome de Down. Nesse momento, ela descobriu a importância do conhecimento e de uma rede de apoio. “Nessa jornada, encontrei muita ajuda de familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos que imaginavam que teríamos uma vida com sérias dificuldades. As pessoas ofereceram de tudo: tempo, dinheiro, fraldas, roupas, acessórios de bebê e muita informação. E foi nesses contatos que nos falaram da APAE de Itanhaém e tratamos de ligar rapidamente para entender como era o processo de inscrição e atendimento. Eu queria fazer tudo por elas, já desde a gestação”, conta Flávia.
IMPORTÂNCIA DA APAE
possível é necessário que a família tenha uma rede de apoio e, principalmente, muita informação. Se descobrir que um filho tem deficiência não é fácil, imagina descobrir que está grávida de gêmeas e que as duas terão deficiência? Essa é a história de Flávia Margarido da Silva e Lucas de Almeida Guerra, pais das pequenas Bruna e Taís, gêmeas idênticas e com Síndrome de Down.
A HISTÓRIA “Em setembro de 2019, recebi uma das notícias mais impactantes da minha vida: eu estava grávida de gêmeos idênticos e ambos teriam alguma condição diferente do esperado”, conta Flávia, que descobriu nos primeiros meses de gestação, por meio de exames, que as crianças teriam alguma deficiência. E, segundo ela, o processo foi muito difícil porque sua mãe estava doente e ela não queria preocupá-la e seu marido é muito fechado e racional. Com isso, ela não tinha com quem conversar e, apesar de já ser mãe de duas outras meninas, essa situação era completamente diferente. “Após uma breve pesquisa na internet sobre quais condições meus bebês poderiam ter, cheguei à conclusão de que a Síndrome de Down seria o melhor dos mundos. Meses depois a confirmação: Trissomia Livre do cromossomo 21”, explica
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O atendimento da APAE de Itanhaém com a família teve início antes mesmo de as gêmeas nascerem. “Esse foi o primeiro caso da família nos procurar antes do nascimento, nós realizamos algumas orientações e fizemos o cadastro delas para o programa de estimulação precoce”, explica a coordenadora operacional da APAE de Itanhaém, Cláudia Lopes Adoglio. Bruna e Taís nasceram no dia 8 de abril de 2020, e foram para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficaram internadas por 39 dias. Nesse período, o Brasil estava começando a registrar casos de COVID-19 e o estado de São Paulo adotou medidas de distanciamento social mais rigorosas, por isso a APAE não pode realizar os atendimentos de imediato. Em agosto, quando os atendimentos do programa de estimulação precoce voltaram, as meninas começaram a fisioterapia e, em março de 2021, o atendimento foi complementado com a terapia ocupacional. “A APAE tem sido essencial nessa jornada, recebemos tanto o tratamento terapêutico essencial para as meninas quanto um acompanhamento psicológico. Os profissionais se dedicam a entender as necessidades de cada um, a ponto de nos auxiliarem com itens e equipamentos que contribuem no desenvolvimento delas. Além de receberem doações que auxiliam no dia a dia das famílias, para que possam estar focadas no bem-estar de seus entes queridos”, finaliza Flávia.
APAE EM DESTAQUE Presidente da APAE, Luiz Bernardo Begiato, com certificado do Selo Doar
APAE DE JUNDIAÍ CONQUISTA SELO DOAR DE GESTÃO E TRANSPARÊNCIA O Selo Doar tem como objetivos incentivar, legitimar e destacar o profissionalismo e a transparência nas organizações não governamentais brasileiras
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APAE de Jundiaí conquistou o Selo Doar, com o conceito A+ em padrões de Gestão e Transparência. O selo foi conferido pelo Instituto Doar de Gestão e Transparência e essa nota coloca a APAE
entre as cem melhores organizações não governamentais brasileiras. Para o presidente da APAE de Jundiaí, Luiz Bernardo Begiato, mais que uma honra, o selo é um reconhecimento pelo esforço de todos. “O Selo Doar é uma conquista que fortalece nosso compromisso com doadores, parceiros, diretoria e
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“É IMPORTANTE RECONHECER O EMPENHO E ESFORÇO DE TODOS E AGRADECER NOSSA EQUIPE, CUJO TRABALHO, DESEMPENHO E RESPONSABILIDADE NOS LEVARAM A ESTA CERTIFICAÇÃO” - Luiz Bernardo Begiato, presidente da APAE de Jundiaí.-
conselheiros na realização de nossas atividades de forma responsável, confiável e transparente”, reforça. “É importante reconhecer o empenho e esforço de todos e agradecer nossa equipe, cujo trabalho, desempenho e responsabilidade nos levaram a esta certificação”, completa. Foram avaliados 52 critérios nos temas: Causa e Estratégia, Governança, Contabilidade e Finanças, Gestão, Recursos Humanos, Estratégia de Financiamento, Comunicação, Prestação de Contas e Transparência. “Nós passamos por um processo de auditoria que avaliou e atribuiu um ponto para cada critério: nós conquistamos 49 pontos dos 52 possíveis. O Selo Doar trará ainda mais credibilidade para a nossa organização”, comemora Begiato. De acordo com Suely Angelotti, diretora executiva da APAE de Jundiaí, o Selo Doar vai garantir segurança às empresas que colaboram com a APAE de que suas doações estão sendo bem geridas e empregadas. “Já prestamos contas de tudo que fazemos aos nossos doadores. Em nosso site também é possível acompanhar os nossos relatórios, os repasses que recebemos, balanços e demonstrações contábeis”, enumera Suely.
MAIS TRANSPARÊNCIA COM A LGDP De acordo com Suely, 18% das atividades planejadas foram concluídas. “Toda a documentação solicitada está sendo entregue. Entre os últimos
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documentos que estão sendo desenvolvidos estão o mapa de dados e as listas de ativos. Participamos de treinamentos com os comitês operacional e de proteção de dados e também com o departamento de recursos humanos, para as devidas adequações”, explicou. Quando o processo for finalizado, o Comitê de Proteção de Dados vai atuar como canal de comunicação entre a organização, colaboradores, prestadores de serviços, parceiros, fornecedores e o encarregado dos dados, profissional conhecido como DPO: é o especialista em proteção de dados, que vai monitorar a organização para garantir que tudo esteja em compliance com as regras e boas práticas do setor. “Conforme formos avançando neste projeto de adequação, vamos divulgando os resultados e os próximos passos”, garantiu Suely. A SeusDados selecionou a APAE de Jundiaí entre uma lista de outras entidades. “Este é o nosso primeiro projeto social na cidade. A nossa empresa está crescendo e esta é uma forma de agradecer todos os nossos resultados positivos”, completou. Luiz Bernardo Begiato, presidente da APAE de Jundiaí, destacou a importância de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Nós lidamos com os dados de nossos usuários, colaboradores, doadores e parceiros, diariamente: esta ação será muito importante para garantir a eles o controle, a transparência e sigilo destas informações”, explicou.
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APAE DE SUZANO REALIZA PROJETOS COM ABORDAGENS LÚDICAS PARA ATRAIR E TORNAR ATIVIDADES MAIS PRAZEROSAS Projetos da área da educação e da saúde foram executados com a temática carnaval e atividades foram bem recebidas pelos usuários
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APAE de Suzano é mais uma das APAES do estado de São Paulo que têm se reinventado durante a pandemia e procurado alternativas para que os usuários não fiquem sem o atendimento necessário e que, além disso, também tenham prazer em desenvolver as atividades em casa. Para isso, a equipe da instituição apostou em uma abordagem diferenciada, inserindo a temática Carnaval no Projeto Social e Ações Educativas, da área da educação, e no Projeto Ação, da área da saúde. “Considerando o momento de pandemia e a modalidade de teleatendimento, as profissionais utilizaram o tema Carnaval para reforçar a importância da ludicidade no processo terapêutico. A atividade lúdica deve ser, sempre que possível, associada ao processo de reabilitação, pois o ato de brincar é considerado fundamental, a partir dele se cria a fantasia, estimula a imaginação e o desenvolvimento psicológico e motor. A integração desses elementos contribui para um desenvolvimento saudável”, explica Claudinéia Machado, diretora-geral da APAE de Suzano. Além disso, o Projeto Social e Ações Educativas teve como objetivo: desenvolver nos usuários uma imagem positiva de si, fazendo com que eles atuem de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações; ajudá-los a descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidados com a própria saúde e bem-estar; desenvolver ações que proporcionem o desenvolvimento das habilidades motora e sensorial, respeitando individualidades e fornecendo adaptações e recursos necessários e possibilitar oportunidades lúdicas com vistas ao aprender a brincar,
desenvolvendo, assim, a criatividade e a diversidade de expressão. Já o Projeto Ação tem o intuito de ofertar atendimento humanizado e de qualidade às pessoas com deficiência, às famílias e aos cuidadores; qualificar o processo de acompanhamento e avaliação centrado nas necessidades do usuário, desenvolver atividades que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania e qualificar a equipe multidisciplinar envolvida no projeto. No total, 266 usuários foram beneficiados pela nova abordagem, sendo 136 no Social e Ações Educativas e 130 no Projeto Ação. Para a coordenadora, a aplicação da temática Carnaval tornou as atividades mais prazerosas para as crianças e ainda ressaltou a importância da brincadeira na infância. “O balanço e o grande diferencial de ver que, mesmo em tempo de pandemia, os usuários e as crianças necessitam muito desse espaço, que faz toda a diferença na vida deles e de seus familiares, um trabalho significativo e de muito amor na qual nossos profissionais se dedicam muito para que esse atendimento, mesmo que a distância seja o melhor possível e com qualidade”, finaliza a diretora. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
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PROJETO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA DA APAE DE MIRASSOL É SELECIONADO PELO
CRIANÇA ESPERANÇA Projeto Oba usa da tecnologia para estimular a comunicação de usuários com déficit cognitivo
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comunicação é fundamental para a vida em sociedade; fazer-se entender e mostrar suas necessidades e desejos é uma das principais características dos seres humanos, que ao longo da história desenvolveu diversos mecanismos de comunicação, como a fala, a escrita, os gestos, entre outros.
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Contudo, mesmo com esses recursos muitas vezes algumas pessoas se deparam com barreiras que impedem a comunicação, como outra língua de origem ou, às vezes, uma deficiência. Para ambos os casos, cada vez mais são desenvolvidos recursos para romper essas barreiras, seja um curso de línguas para quem vai viajar ou um aplicativo tradutor para um momento inesperado, seja a criação de uma língua de sinais para auxiliar
pessoas surdas e mudas, ou um aplicativo que lê livros, sites, redes sociais para pessoas com deficiência visual. Em determinadas deficiências, expressar sentimentos e desejos é ainda mais difícil, como em alguns casos severos de paralisia cerebral, que, por causar limitação física e déficit cognitivo, torna a comunicação um desafio. Mas tecnologias estão sendo desenvolvidas para auxiliar no processo comunicacional. Um exemplo é o Livox, aplicativo de comunicação alternativa e aprendizagem funcional com inteligência artificial. E foi esse aplicativo que a APAE de Mirassol escolheu para o projeto Oba, iniciativa que surgiu para possibilitar que os usuários com dificuldade de fala e escrita tivessem um recurso alternativo digital. O projeto foi contemplado pelo edital do Criança Esperança/UNESCO em 2019, e com os recursos a instituição fez a aquisição de tablets, a contratação de uma fonoaudióloga, capacitação de seus colaboradores e a aquisição das licenças de uso vitalício do aplicativo.
EM PRÁTICA A iniciativa começou a ser executada em 2020 e está sendo ofertada a 130 usuários de 6 a 30 anos que utilizam o serviço da educação. Nos dois primeiros meses de implantação do projeto, as atividades foram realizadas presencialmente e algumas práticas da vida cotidiana foram trabalhadas. Alguns usuários participaram de visitas de campo, em que, junto aos profissionais, foram a um supermercado e cada um deles recebia uma lista de compra e o aplicativo os auxiliava a realizar as compras. “O aplicativo possibilita trabalhar o aprendizado funcional por meio do tablet e isso é bárbaro, utilizamos o Currículo Funcional Natural e desenvolvemos atividades para o dia a dia”, explica Yara Sílvia Sumariva Dalul, gestora de projetos da APAE Mirassol e coordenadora geral do projeto. Em março, devido à pandemia de COVID-19, os atendimentos tiveram de ser suspensos e o projeto teve uma pequena pausa. Para que os usuários mais comprometidos não ficassem sem os recursos do projeto, a APAE de Mirassol selecionou dez para receber o atendimento domiciliar com a fonoaudióloga. No ápice da pandemia, em 2020, os atendimentos tiveram de ser remotos e as famílias apoiaram os usuários em determinadas atividades. E, no final do ano, para atender a mais usuários, com a ajuda de
“O APLICATIVO POSSIBILITA TRABALHAR O APRENDIZADO FUNCIONAL POR MEIO DO TABLETE E ISSO É BÁRBARO, UTILIZAMOS O CURRÍCULO FUNCIONAL NATURAL E DESENVOLVEMOS ATIVIDADES PARA O DIA A DIA”. - Yara Sílvia Sumariva Dalul -
uma professora, a fonoaudióloga desenvolveu atividades sem o tablet e criou videoaulas para os usuários reproduzirem em casa com o apoio das famílias. “Com a pandemia tivemos de nos adaptar, fizemos de tudo, realizamos vários testes para ver o que se adaptava melhor, mas o resultado foi positivo, apesar de ser mais difícil mensurar a distância, tivemos usuários bem comprometidos que começaram a apontar para fazer escolhas, iniciamos o aprendizado de autodefesa e isso nos empolgou muito”, finaliza Yara.
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APAE DE MOGI DAS CRUZES IMPLANTA PROJETO MULTIPROFISSIONAL DURANTE PANDEMIA E COMEMORA RESULTADOS Projeto que começou em novembro de 2020 atenderá 20 crianças pelo período de 12 meses
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APAE de Mogi das Cruzes implantou em novembro de 2020, durante a pandemia, o projeto Intervenção Multiprofissional para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O projeto, que tem por objetivo propor atendimento individualizado a autistas nas áreas da psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e assistência social, financiado por uma emenda individual do deputado federal Márcio Alvino, já tem apresentado bons resultados. Durante 12 meses, 20 crianças com idades entre 1 e 12 anos com diagnóstico de TEA receberão atendimento em uma sala de integração sensorial, com estrutura, equipamentos e materiais interativos sensoriais. “Todos os equipamentos da sala de integração sensorial foram adquiridos com recurso da emenda parlamentar, bem como a manutenção da equipe atuante”, explica Aldri Rodrigues, coordenadora de saúde da APAE de Mogi das Cruzes. O principal objetivo do projeto é estimular o desenvolvimento sensorial e cognitivo dos
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usuários, além de promover a inclusão e alcançar a melhoria de compreensão de mundo, socialização e desenvolvimento do processo de comunicação verbal ou alternativa. O projeto prevê avaliações das áreas envolvidas e preparação das crianças para inserção ou permanência em ambiente social e pedagógico, tanto do ensino regular como do especial. Em pouco mais de quatro meses de implantação, já é possível observar avanços na vida dos usuários atendidos. “O projeto teve início em novembro de 2020, sendo possível observar ganhos nas habilidades sociais e de autonomia das crianças, com relato de aquisições pelos pais”, completa Aldri. Além disso, o projeto permitiu suprir a demanda represada de crianças autistas do município de Mogi das Cruzes que necessitavam de atendimento individualizado. “É de grande importância para as famílias, pois a troca de informações e as orientações realizadas pela equipe permitem melhora no quadro geral de seus filhos e para a APAE permite cumprir seu papel de inclusão da pessoa com deficiência na sociedade”, finaliza Aldri.
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PROJETO DA APAE DE SANTOS ATENDE A MÃES E GESTANTES EM PROJETO VOLTADO À AMAMENTAÇÃO Amamenta Amor surgiu após profissionais da instituição perceberem o desmame prematuro de bebês do serviço de estimulação precoce
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uem nunca ouviu alguém falar que o leite materno é o melhor alimento para um recém-nascido? E essa afirmação é verdadeira, haja vista que a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a amamentação durante, pelo menos, seis meses, pois é uma das formas mais eficazes de garantir a saúde infantil. Diante desse fato e após perceber um desmame prematuro de bebês atendidos pelo serviço de estimulação precoce, a APAE de Santos criou o Projeto Amamenta Amor. Trata-se de um projeto que auxilia e apoia gratuitamente gestantes e mães no processo da amamentação de seus bebês prematuros, com diagnóstico de Síndrome de Down (Trissomia 21) ou Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor. “A equipe percebeu que as crianças que chegavam ao serviço de estimulação precoce, geralmente, já haviam passado pelo processo do desmame precoce. Frente a esta situação, realizamos um levantamento para identificação dos motivos e concluímos que com a nossa experiência teríamos condições de ajudar essas famílias a promover a amamentação tão importante para o desenvolvimento físico e emocional”, explica Adriana Politano, assistente social da APAE de Santos. De acordo com Adriana, as mães e os bebês chegam à APAE encaminhados pelos serviços da rede pública de saúde ou por procura espontânea e recebem atendimento de uma equipe formada por vários profissionais. “Nossa equipe é composta por fonoaudióloga e terapeuta ocupacional qualificadas sobre este tema, por psicóloga, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta que atendem tanto os bebês quanto as famílias e sua rede de apoio, garantindo que todos os benefícios da amamentação para o desenvolvimento global da criança sejam aproveitados
Imagem ilustrativa. ao máximo. A fonoaudióloga, a terapeuta ocupacional e a fisioterapeuta realizam uma intervenção clínica direta com os bebês e o restante da equipe oferece apoio nas demais necessidades e demandas relacionadas ao contexto familiar”, completa.
AMAMENTAÇÃO NA PANDEMIA Com a chegada da COVID-19, muitas dúvidas surgiram quanto à continuidade, ou não, da amamentação durante a pandemia. A recomendação do Ministério da Saúde é de que a amamentação continue levando em consideração os benefícios para a saúde da criança e da mulher, e de que não há constatações científicas significativas sobre a transmissão do coronavírus por meio do leite materno. No caso das mães que tenham confirmação ou estejam com suspeita de COVID-19 que não puderem ou não quiserem amamentar, devem ser orientadas por profissionais de saúde a realizar a extração do leite materno manualmente ou por bomba. Vale ressaltar que, antes de qualquer decisão, a mulher deve procurar profissionais de saúde para obter orientações sobre os cuidados necessários para manter a amamentação no período da infecção pelo vírus.
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PET TERAPIA:
CÃES AUXILIAM USUÁRIOS DA APAE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Desde 2019 a instituição aderiu a Pet Terapia com o objetivo de proporcionar mais qualidade de vida aos seus usuários
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ue os cães são paixão nacional todos sabem, mas que eles podem ajudar pessoas com deficiências a terem mais qualidade de vida ainda pode ser uma novidade para muita gente. Isso mesmo, a Terapia Assistida por Animais (TAA), mais conhecida por Pet Terapia, é um excelente tratamento auxiliar que desencadeia bem-estar, saúde emocional, física, social e cognitiva em pessoas com deficiências.
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Com todos esses benefícios comprovados, a APAE de São José do Rio Preto apostou na ajuda vinda dos cachorros, ou melhor, na ajuda vinda da Mel e do Duk, dois cães da raça labrador, e implantou, no ano de 2019, a Pet Terapia na entidade. Para abranger mais usuários, a APAE separou os atendimentos de duas formas: na educação, acontecem de forma coletiva e beneficiam 377 usuários. Na saúde, são realizados de forma individual, permitindo que 25 usuários tenham acesso à terapia. “Na educação, os atendimentos são semanais. Na saúde, são
realizados de acordo com a solicitação do profissional”, explica Reginaldo Almeida Júnior, adestrador e responsável pelos cães. É comprovado que o contato com os animais ajuda a liberar alguns hormônios do bem, que acabam reduzindo os níveis de ansiedade e estresse. Além disso, estar com um animal incentiva o contato social, diminui a percepção de dor e amplia a comunicação. Mas, além desses benefícios, Reginaldo garante que outros avanços já são notados nos usuários da APAE. “Notamos mais amor pelos animais, respeito entre os humanos e os animais, controle de ansiedade, respeito as regras, facilidade no convívio, melhora da coordenação motora, locomoção, cognitivo, dentre outros”, pontua o adestrador. E é claro que os usuários da APAE já se renderam aos encantos da Mel e do Duk. “Os usuários gostam demais e ficam pedindo para ter mais sessões e manter mais contato com os cães. Todos nos dão
um feedback muito positivo e a alegria é contagiante entre os usuários, professores, equipe de saúde, ou seja, todos os envolvidos acabam fazendo parte da Pet Terapia”, conclui Reginaldo.
MAS QUANDO E ONDE SURGIU A PET TERAPIA? A Pet Terapia surgiu em 1792, na Inglaterra, quando William Tuke indicou o uso de animais domésticos no tratamento de doentes de um asilo em Londres. Tuke ficou reconhecido mundialmente por meio de sua luta pelo tratamento humanizado. Hoje, a Pet Terapia também é utilizada para tratamento contra câncer, doenças cardíacas, estresse, depressão e paralisias. Além de cães e gatos, podem ser utilizados outros animais, como cavalos, peixes, pássaros, coelhos, aranhas, cobras e até botos. Isso mesmo, um projeto chamado de bototerapia é utilizado no Brasil para auxiliar crianças que lutam contra a leucemia no Amazonas.
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EMOÇÕES E SENTIMENTOS
DURANTE A PANDEMIA NORTEIAM O TRABALHO DA APAE DE SÃO ROQUE EM 2020 E 2021 O projeto visa dar suporte emocional aos usuários e suas famílias durante o isolamento social
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pandemia da COVID-19 trouxe à tona diversos sentimentos em todas as pessoas, pois é um momento em que o isolamento social é necessário e que ocasionou uma crise financeira não só no Brasil, mas em todo o mundo. Situações que trazem sentimentos ruins tanto nos adultos quanto nas crianças, e como lidar com eles é um grande desafio. Para as pessoas com deficiência intelectual, essa dificuldade é um pouco maior, pois muitos não conseguem exteriorizar os sentimentos e, muitas vezes, nem sabem o que de fato estão sentindo, o que pode acarretar crises de ansiedade, insônia e, até mesmo, agressividade. Com esse objetivo, a APAE de São Roque decidiu que emoções e sentimentos seriam a temática de trabalho de todas as áreas da instituição durante o período de pandemia. Foi adquirido um instrumental técnico específico sobre emoções que norteou todo o projeto e, como a maioria dos atendimentos é remota, os emojis (representação gráfica usada
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em conversas on-line) foram elementos essenciais para representar os sentimentos. A iniciativa foi idealizada pela equipe terapêutica e pedagógica, pois foi identificada uma dificuldade em saber de fato os reais sentimentos dos usuários devido a uma cognição prejudicada e ao isolamento social. Os principais pontos trabalhados foram: como interpretar sentimentos, como se comportar quando tiver raiva, medo ou insegurança, como responder quando não quer fazer alguma coisa e o porquê de o ser humano ter esses sentimentos. “A pandemia trouxe muitos sentimentos, que definimos como ruins, à tona, como raiva, medo, angústia e hoje todo mundo está vivendo mais na internet, em que o tempo é líquido e a resposta instantânea faz com que a gente não desenvolva a paciência, trazendo, assim, a ansiedade à tona também. Por isso a equipe está trabalhando com cada usuário um tempo maior, mesmo que por meio de videochamadas, para abordar essa abstração do sentimento, e os emojis são utilizados para exemplificar de forma concreta cada sentimento”, explica a
supervisora do projeto e terapeuta ocupacional da APAE de São Roque, Maria Beatriz Grillo. O projeto abrange 222 usuários, desde as crianças até as pessoas idosas que participam do centro dia, e para cada uma das faixas etárias um tipo de trabalho é desenvolvido. “Por exemplo, para os pequenos apresentamos, por meio de vídeos de personagens de desenho animado, as primeiras emoções, que são: alegria, tristeza, raiva e medo, eles devem identificar o que cada um está sentindo, logo após perguntamos para eles quando eles sentem cada sentimento”, explica uma das psicólogas da APAE de São Roque, Ana Carolina Manzoli.
“A PANDEMIA TROUXE MUITOS SENTIMENTOS, QUE DEFINIMOS COMO RUINS, À TONA, COMO RAIVA, MEDO, ANGÚSTIA E HOJE TODO MUNDO ESTÁ VIVENDO MAIS NA INTERNET, EM QUE O TEMPO É LÍQUIDO E A RESPOSTA INSTANTÂNEA FAZ COM QUE A GENTE NÃO DESENVOLVA A PACIÊNCIA, TRAZENDO, ASSIM, A ANSIEDADE À TONA TAMBÉM” - Maria Beatriz Grillo, supervisora do projeto e terapeuta ocupacional da APAE de São Roque -
FAMÍLIAS O projeto também foi extensivo para as famílias, pois o momento de pandemia afetou a todos e, com isso, a APAE de São Roque percebeu a importância do suporte emocional e do acolhimento para todos do núcleo familiar. “Estamos orientando as famílias a também trabalharem os sentimentos, porque o isolamento social, os usuários em casa e a crise financeira estão gerando, também, sentimentos ruins
nos responsáveis e muitos têm dificuldade em lidar com isso”, explica Ana Carolina. Segundo a profissional, é importante que os responsáveis mostrem para os usuários que eles também sentem tristeza, medo, raiva, pois são sentimentos naturais do ser humano e, ao demonstrar tais emoções, os vínculos são estreitados.
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SONHO REALIZADO: APAE DE TAMBAÚ MONTA SALA SENSORIAL COM RECURSOS DO FUNDO DE PROJETOS O novo espaço contará com equipe multidisciplinar composta de terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, além de profissionais da educação
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dia 3 de dezembro ficará marcado na história da APAE de Tambaú. Isso porque nesse dia a instituição inaugurou a sua sala sensorial, que foi adquirida com recursos do Fundo de Projetos — uma iniciativa da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e Vale Cap, que patrocina projetos de até R$20 mil das APAES paulistas — e que permitirá que 68 usuários recebam atendimento e tenham uma melhor qualidade de vida. O projeto teve como responsável a assistente social Vanessa Aparecida Tessarin Violim e contou com o apoio da diretoria executiva da APAE, bem como com o da diretora Luciene de Vasconcelos Jorge Sachetto. De acordo com a assistente social, a integração sensorial é relevante, pois trabalha o desenvolvimento do sistema nervoso central, fundamental em todos os aspectos da vida, incluindo as capacidades de manter o estado de calma e alerta e de desenvolver novas habilidades, relacionamentos e interação com o meio. “A diversidade e a multissensorialidade oferecidas por esse espaço levarão o usuário a buscar constantemente novas interações,
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estimulando o desenvolvimento físico, mental e social, proporcionando a interação com os profissionais responsáveis, estabelecendo empatia e vínculo que auxiliam o usuário no desenvolvimento psíquico, emocional e cognitivo”, explica Vanessa. Os objetivos principais do projeto são estabelecer melhor qualidade de vida a cada usuário; desenvolver e potencializar as funções do cérebro das crianças e adolescentes por meio da estimulação dos sentidos, beneficiando o desenvolvimento como um todo; oferecer estímulos de forma controlada para atingir no processo neurológico a organização das sensações do próprio corpo e do ambiente; e permitir a organização do comportamento e o uso eficiente do corpo nas ações e atividades do dia a dia. “Afirmo ter grande importância a montagem da sala sensorial. Alguns estímulos comumente percebidos podem não ser notados facilmente pela maioria de nossos usuários. Dessa forma, a sala sensorial auxilia o desenvolvimento de percepção e, com o esforço de todos, o objetivo de maior autonomia pode ser alcançado. Os nossos principais objetivos são a melhoria de qualidade de vida, além de garantir a eles melhores estímulos da visão, audição, olfato, tato e paladar para garantir maior bem-estar e independência”, destaca Vanessa. Por causa da pandemia, a APAE informou que a sala sensorial ainda não foi utilizada, mas que já foi higienizada e está pronta para o uso, assim que houver o retorno dos atendimentos presenciais. “Algumas famílias, infelizmente por medo da pandemia, não aderiram ao atendimento presencial, mas, de qualquer forma, não serão esquecidas. Serão atendidas no formato on-line por meio de orientações sempre que for necessário”, finaliza Vanessa.
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EM PARCERIA COM ARTERIS S/A, APAE DE TAQUARITUBA IMPLANTA PROJETO DE ARTES MARCIAIS Iniciativa atende usuários da intuição e alunos da rede municipal de ensino da cidade
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prática de artes marciais por crianças e adolescentes contribui para a sua formação como cidadãos, pois o esporte incentiva a disciplina, o respeito, os equilíbrios físico e mental e o trabalho em equipe. E com esse objetivo a APAE de Taquarituba, em parceria com a Arteris S/A (companhia do setor de concessões de rodovias), criou o Projeto Formação do Cidadão do Futuro por meio das Artes Marciais, que visa oferecer aulas da modalidade esportiva para usuários da instituição e alunos da rede municipal de ensino da cidade, no total são 60 vagas. O projeto, que teve início em novembro de 2020, tem a duração de 10 meses e acontece 3 vezes por semana, em turmas de 15 pessoas, na APAE de Taquarituba. Desde o início, a instituição adotou todas as normas sanitárias para que as aulas pudessem acontecer de forma presencial; contudo, devido ao avanço da pandemia de COVID-19 no início de 2021 no estado, as aulas passaram a ser on-line, por meio de videoaulas. Das 60 vagas, 30 foram ofertadas para os alunos de 6 a 11 anos da rede municipal de ensino. Ao todo, 5 escolas participam, já as 30 vagas restantes são voltadas aos usuários da educação da APAE com idade de 6 a 30 anos, para ambos as aulas acontecem no contraturno escolar. “Apesar de terem sido poucas aulas presenciais, os usuários gostam muito do projeto e estão ansiosos, pois vão chegar os quimonos e as camisetas”, explica a responsável pelo projeto e pelo setor de captação de recursos da APAE de Taquarituba, Lizandra Cristina Roberto Alves. O professor responsável é o Juliano Damasceno, faixa preta em Jiu-jitsu e Kickboxing e proprietário
de uma academia na cidade. As aulas utilizam o Gerenciamento Progressivo de Comportamento Inconveniente (GPCI), que são técnicas de verbalização e comunicação não verbal, além de trabalhar estratégias de segurança e defesa pessoal, e são divididas em: história das modalidades, noções básicas, alongamentos, preparação física e exercícios de solo. “Foi meu primeiro trabalho focado em pessoas com deficiência e, junto com os professores de educação física e fisioterapeutas da APAE, conseguimos desenvolver um trabalho bem bacana. Os usuários compreendem com muita facilidade e colocam em prática, alguns têm determinadas limitações físicas, mas, dentro dessas limitações, eles fazem muito bem”, explica Juliano. O professor, que atua na área há 15 anos, também enfatiza que a experiência está sendo de muito aprendizado para ele também, pois notou a capacidade e a determinação dos usuários. “Muitas vezes, a gente subestima o potencial deles, mas com as aulas e percebi que são tão capazes quanto qualquer pessoa sem deficiência”, finaliza o professor. APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
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APAE DE LIMEIRA PROMOVE ESPETÁCULO DIGITAL INSPIRADO NA OBRA DE CHICO BUARQUE O espetáculo digital Saltimbanda, uma adaptação de Os Saltimbancos, foi apresentado no canal do YouTube da instituição
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á 13 anos, a APAE de Limeira produz espetáculos de teatro, dança e música, tendo como protagonistas os usuários da entidade. A qualidade dos espetáculos fez com que o evento fosse sempre aguardado pelas famílias e pela comunidade local. No ano de 2020, devido à pandemia do coronavírus, o evento, para não ser cancelado, foi readequado à nova realidade. Isso mesmo, a equipe do Projeto APAE
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Cultural, responsável pela produção dos espetáculos, analisou as alternativas e decidiu promover o evento no formato virtual. De acordo com Ana Paula Marini, coordenadora dos serviços de assistência social e do Projeto Apae Cultural da APAE Limeira, os desafios não foram fáceis, porém o evento, que nos anos anteriores chegou a atrair um público de 500 pessoas, não podia deixar de ser realizado. “Não foi fácil encontrar uma alternativa, entender dos recursos tecnológicos para filmar, editar, promovendo a participação
Fotos feitas durante a gravação do espetáculo dos usuários remotamente. Tratava-se de uma nova concepção, afinal, produzir vídeo é muito diferente de produzir um espetáculo teatral”, explica. Porém, mesmo com as dificuldades, a equipe não mediu esforços para que a apresentação fosse um sucesso e que todos os usuários interessados pudessem participar. “Convidamos todos os alunos da Escola de Educação Especial João Ometto, além dos usuários do Projeto Conexão Teen, e os usuários que fazem parte dos grupos de teatro, dança e música foram convidados a participar desta produção. No entanto, a participação é livre e, considerando o novo formato digital, nem todos quiseram participar, falando em números, foram 82 usuários que participaram”, conta Ana Paula. Os quatro personagens principais — Gata, Galinha, Cachorro e Jumento — foram interpretados por: Silvana Fonseca, assistente social e colaboradora voluntária do Projeto APAE Cultural (Gata); Luciana Barbosa, monitora e colaboradora voluntária do Projeto APAE Cultural (Galinha); Luan Vieira, professor de música do Projeto APAE Cultural (Cachorro); e Daniel Faria, professor de teatro e diretor artístico do Projeto APAE Cultural (Jumento).
Os usuários ficaram com a parte das coreografias, que deviam ser gravadas em casa e enviadas para serem inseridas no vídeo final do espetáculo. “As equipes da APAE confeccionaram o figurino de cada personagem, em EVA. Durante o semestre, muitas atividades de vídeo foram disponibilizadas para que se familiarizassem com os personagens, com o TNT usado como fundo base para inserir, posteriormente, os efeitos de computação, com a história. Foram vários exercícios até que nos enviassem os movimentos da coreografia correspondente”, explica Ana Paula. E tudo foi pensado nos mínimos detalhes: até um convite foi produzido com a data, o horário e o endereço do espetáculo para ser enviado para o público de familiares. E não parou por aí. “Entregamos um convite simbólico, contendo as informações sobre o horário e endereço do canal para assistirem ao vídeo, juntamente com um kit pipoca, para acolher e tornar esse momento uma diversão em família. A ideia foi aproximar, ainda que virtualmente, famílias, usuários e parceiros neste momento de distanciamento ou isolamento social”, finalizou a coordenadora dos serviços de assistência.
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RÁDIO APAEXONA-SE 107.9: UMA PROGRAMAÇÃO PARA LÁ DE CARINHOSA
Os programas produzidos pela equipe da APAE de Taubaté são compartilhados nos grupos de WhatsApp e nas mídias sociais da entidade
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pandemia impôs um novo modelo de ensino para estudantes de todo o país: as aulas, antes presenciais e com a presença dos amigos e professores, passaram a ser on-line e na solidão do confinamento domiciliar. Mas a APAE de Taubaté não entregou os pontos e por iniciativa do professor de educação física, Marcos Roberto, criou a RÁDIO APAEXONA-SE 107.9 — A rádio que ninguém escuta, mas que toca o seu coração, como um meio de motivar e incentivar os alunos na execução das tarefas enviadas pela entidade.
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Mas, ao contrário do que diz o slogan da rádio, os usuários da instituição escutaram, sim, e, tocados bem no coração, retribuíram a iniciativa dando audiência para o novo veículo de comunicação da instituição. “A rádio é fictícia, mas a intenção foi de interagir com os usuários, instruir as atividades, passar as mensagens da COVID-19 e as formas de prevenções, possibilitando um modo de abraçá-los e de estar perto deles de uma forma diferente. Então, eles pedem as músicas e a gente toca, e nessa troca a gente envia as atividades para serem realizadas”, conta Gabriella Miranda de Souza, coordenadora pedagógica da APAE.
Além do professor Marco Roberto, mais conhecido como o locutor MarcoLove, a rádio também contou com a participação de outros dois apresentadores: Bejamim Arantes, professor de música, e Bruna Melo, professora de artes, vulgos BenjaLove e BrunadaRádio. E foi a partir da atuação desses três personagens que a rádio conseguiu transmitir os conteúdos necessários, do Folclore ao Natal. “A rádio foi criada com o intuito de levar brincadeiras para os alunos e tentar amenizar esse momento tão difícil que estamos passando, diminuir um pouquinho da ansiedade que os usuários estão passando em casa”, completa a coordenadora.
“A RÁDIO FOI CRIADA COM O INTUITO DE LEVAR BRINCADEIRAS PARA OS ALUNOS E TENTAR AMENIZAR ESSE MOMENTO TÃO DIFÍCIL QUE ESTAMOS PASSANDO, DIMINUIR UM POUQUINHO DA ANSIEDADE QUE OS USUÁRIOS ESTÃO PASSANDO EM CASA” - Gabriella Miranda de Souza, coordenadora pedagógica da APAE -
FREQUÊNCIA 107.9 A frequência pode até não existir realmente, mas os programas são reais e, até o fechamento desta reportagem, a instituição já havia produzido aproximadamente 80 edições, todas compartilhadas nos grupos de WhatsApp da APAE e em suas mídias sociais. “Essas pautas foram feitas de acordo com as atividades, brincadeiras, datas comemorativas, informativos, covers de artistas, entrevistas com todos os funcionários contando suas vivências
e experiências apaeanas”, explicou Gabrielle, como são criados os conteúdos. “A proposta da rádio não é dar aula, e sim estimular os usuários a fazer os conteúdos que os professores colocam nas aulas, tudo de forma didática, lúdica, então é uma maneira de estimular esse ensino por meio de brincadeiras que são feitas na rádio”, conclui a coordenadora.
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CAPA
Vera Lúcia Ferreira, presidente empossada da FEAPAES-SP.
NOVA DIRETORIA DA FEAPAES-SP TOMA POSSE EM SOLENIDADE VIRTUAL Com o lema “continuar e avançar”, membros assumem gestão da federação estadual pelo triênio 2021–2023
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Posse da nova diretoria da FEAPAES-SP ocorreu no formato on-line.
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iferentemente das posses realizadas nos anos anteriores, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) precisou adaptar a solenidade, antes prestigiada presencialmente por APAES de todo o estado e autoridades dos cenários municipais, estaduais e federais, para o formato on-line, evitando, assim, a disseminação da COVID-19 e atendendo às recomendações dos órgãos governamentais. O evento foi transmitido ao vivo nas redes sociais da FEAPAES-SP no dia 22 de janeiro. Na ocasião, 14 membros assumiram solenemente seus cargos na diretoria executiva e no conselho fiscal da entidade. Além deles, foram apresentados a sociedade os responsáveis pelos 23 Conselhos de Administração. “Optamos pelo formato on-line, pois consideramos que essa seria a atitude correta devido a gravidade da pandemia que estamos vivendo. Nossa decisão foi pautada no respeito à vida humana e às milhares de famílias que perderam seus entes queridos para essa doença grave e desconhecida”, explica Vera Lúcia Ferreira, presidente empossada da FEAPAES-SP. Além da presidente, participaram da solenidade virtual, Cristiany de Castro, presidente por dois mandatos e atual diretora social, o prefeito
de Ourinhos, Lucas Pocay, os deputados federais, Márcio Alvino e Eduardo Barbosa, o presidente da APAE Brasil, José Turozi, e o então senador Major Olímpio, que, por complicações da COVID-19, faleceu no dia 18 de março.
“AVANÇAR E CONTINUAR” SERÁ O LEMA DA NOVA GESTÃO No dia 7 de novembro de 2020, a FEAPAES-SP realizou, na cidade de Bauru (SP), uma assembleia em que, dentre as pautas, estava a eleição da nova diretoria da FEAPAES-SP pelo triênio 2021, 2022 e 2023. Na ocasião, a chapa Continuar e Avançar, liderada pela Vera Lúcia Ferreira, da APAE de Ourinhos, venceu o pleito com 150 votos contra 23 em favor da chapa concorrente. No mesmo dia, ainda no local em que ocorreu a votação, Vera, Cristiany e Paulo Sampaio, advogado e presidente da APAE de Dracena, que na ocasião exerceu o papel de presidente da assembleia, fizeram uma transmissão ao vivo com o intuito de comunicar o resultado para as demais filiadas. O vídeo, em poucos minutos, passou a receber inúmeras mensagens parabenizando a nova gestão. “Quando o trabalho é sério e o foco é o bem coletivo, o resultado não poderia ser outro. Parabéns, Cristiany, pelo trabalho desenvolvido junto a FEAPAES-SP, e sucesso a Vera em sua gestão.
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A vitória foi do movimento apaeano!”, disse Tina Assunção em um dos comentários. Indicada pela ex-presidente, Vera afirma que a sua administração terá como base o fortalecimento do movimento em vários aspectos, com a continuidade do trabalho. “Manterei o trabalho profissional e ético que já vinha sendo desenvolvido, preservando os princípios da gestão participativa, governança, compliance e transparência para o fortalecimento da rede apaeana do estado de São Paulo, visando o permanente avanço do movimento pela defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla do Estado”, afirma. Para Cristiany, que no mês de março também foi nomeada por Vera como superintendente do UNIAPAE-SP — braço educacional da FEAPAESSP —, as APAES têm muito a ganhar com uma líder experiente à frente da FEAPAES-SP. “A Vera acumula várias conquistas à frente da APAE de Ourinhos e minha indicação se pautou nessa experiência de mais de 20 anos no movimento apaeano. Seu conhecimento técnico e administrativo será fundamental para as APAES paulistas, principalmente no cenário que vamos enfrentar de pós-pandemia”, explica Cristiany.
INTEGRANTES DA NOVA DIRETORIA A chapa eleita no mês de novembro de 2020 é composta por: Vera Lúcia Ferreira, presidente; Agenor Gado, vice-presidente; Cézar Sousa Vilela, 1º diretor financeiro; Maria de Fátima Dalmédico de Godoy, 2ª diretora financeira; Luís Roberto Roson, 1º diretor-secretário; Paulo Arantes, 2º diretor-secretário; Dra. Cristiany de Castro, diretora social; Paulo Geiger, diretor de patrimônio, os conselheiros fiscais titulares, Roberto Franceschetti Filho (APAE Bauru), José Carlos Silva (APAE Tupã), Maria Aparecida Sampaio (APAE Pariquera Açu), e os conselheiros fiscais suplentes, Carlos Eduardo Torres (APAE de Borborema), Luiz Antônio Lopes Garcia (APAE de Várzea Paulista), Salvador Anésio Ruiz Aylon (APAE Franca). Além deles, tomaram posse os 23 conselheiros: Maria Carolina Correia Paoliello (Tietê Vivo), Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira (Alta Mogiana), José Armando Pescatori (Coração Paulista), José Avanilson da Silva (Roteiro dos Bandeirantes), Antônio Severino dos Santos (Vale do Ribeira), Nelson Bassanetti (Águas Termais), Marcelo Ramos Ferreira (Noroeste Paulista), Alexandre Leme de Oliveira (Raízes do Interior Paulista), José Marcelo
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Campos Alduíno (Conselho de Jarinu), Cloves dos Santos Barbosa (Médio Tietê), Sayma Pimentel Zeraik Viduedo (Vale do Paraíba e Litoral Norte), Miguel Henrique Moreno (Baixa Mogiana), Francisco Innocencio Pereira (Rio Turvo), João Belini Filho (Região Metropolitana de Campinas (RMC) Bem Viver), Wilson Marquez (Estrelas da Alta Paulista), Moacyr Fonseca Júnior (Vale do Mogi Guaçu), Odair Pereira (Alto Tietê e Litoral Norte), Mariane Sanches Araújo Gallego (Sol do Oeste), Norma Tavares Vieira Consani (Vale do Paranapanema), José Afonso Furlan (Ouro Verde), Edivete Maria Boareto Belotto (Conselho ABCDMRR), Nilza Ribeiro Fernandes Afonso (Litoral Sul), José Francisco Romano (Verde Sudoeste Paulista) A cerimônia de posse continua disponível do canal da FEAPAES-SP. Para acessar basta apontar a câmera do seu celular para o QR Code.
“MANTEREI O TRABALHO PROFISSIONAL E ÉTICO QUE JÁ VINHA SENDO DESENVOLVIDO, PRESERVANDO OS PRINCÍPIOS DA GESTÃO PARTICIPATIVA, GOVERNANÇA, COMPLIANCE E TRANSPARÊNCIA PARA O FORTALECIMENTO DA REDE APAEANA DO ESTADO DE SÃO PAULO, VISANDO O PERMANENTE AVANÇO DO MOVIMENTO PELA DEFESA DE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA DO ESTADO”. - Vera Lucia Ferreira, presidente da FEAPAES-SP -
Vídeo da Cerimônia de Posse da FEAPAES-SP
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FEAPAES-SP ADEQUOU SEU ATENDIMENTO DURANTE PANDEMIA E COLHE RESULTADOS POSITIVOS APAES tiveram seu CEBAS deferidos em função do assessoramento realizado pelas técnicas da equipe da qualidade da FEAPAES-SP, das áreas da gestão e assistência social
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), desde o dia 20 de março de 2020, vem se adequando à nova realidade imposta pela pandemia do coronavírus para manter, com a mesma eficiência, o assessoramento prestado a todas as suas filiadas. De lá para cá, o atendimento, que não pode acontecer no formato presencial, passou a ocorrer com a mesma qualidade, porém, por meio de videoconferências, o que permitiu a 39 APAES do Estado o deferimento do CEBAS. “A importância do CEBAS é indiscutível para as APAES e outras instituições, pois trata-se de um incentivo para a boa execução da prestação dos serviços e um auxílio importante na efetivação do direito à saúde, à educação e ao bem-estar social da sociedade mais vulnerável”, destaca a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira. Além do assessoramento via videoconferência, as APAES paulistas conseguem acessar o atendimento da FEAPAES com facilidade por meio de outros canais, como os grupos de WhatsApp, chamados via acesso restrito — possível graças ao programa de tecnologia oferecido pela FEAPAES-SP, que inclui o sistema Argus —, além de e-mails e telefones. De acordo com as técnicas responsáveis pelos atendimentos que resultaram no deferimento do CEBAS para as 39 APAES, Elaine Lemos (gestão) e Aline Lima (assistência social), as APAES têm recebido bem o novo formato de assessoramento. “Notamos que as APAES entenderam bem a situação de pandemia e também se adaptaram à nova realidade. O assessoramento via videoconferência
foi muito positivo e prova disso foi o deferimento dessas APAES”, conta Elaine. “Temos utilizado o formato on-line para realizar também o assessoramento as APAES de outros assuntos que elas venham demandar. O balanço é muito positivo, pois foi a maneira que encontramos de estar presente de forma, rápida, objetiva e segura”, completou Aline. A presidente da FEAPAES-SP também reforçou que a entidade, por meio de sua equipe, não medirá esforços para que as APAES continuem contando com todo o respaldo necessário para continuarem com os atendimentos a seus usuários. “Vamos continuar firmes, junto com nossas filiadas, e, mesmo com as exigências impostas pela pandemia, estaremos, da forma que for possível, presentes nas APAES, auxiliando-as para que mantenham o excelente atendimento que fizeram do movimento apaeano referência no atendimento às pessoas com deficiência”, concluiu.
APAES CONTEMPLADAS PELO CEBAS Várzea Paulista; Cotia; Santo Antônio do Pinhal, Caçapava; Pariquera-Açu; Bariri; Ribeirão Grande; Itararé; Brotas; Duartina; Valparaíso; Dourado; Cajati; Roseira; Caieiras; Avaré; Ipaussu; Lins; Monte Aprazível; Catanduva; Itapuí; Fartura; Praia Grande; Palmeira d’Oeste; Martinópolis; Itaquaquecetuba; Morro Agudo; Iperó; Capivari; Colina; Rosana; Terra Roxa; Laranjal Paulista; Itapira; Bebedouro; Ilhabela; Bernardino de Campos; Mococa; Juquiá.
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FEAPAES-SP SERÁ A INSTITUIÇÃO BENEFICIADA COM AS VENDAS DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO HIPER CAP LITORAL A parceria irá contribuir diretamente com APAES da região de venda e também com todas as APAES paulistas por meio do assessoramento técnico, capacitação profissional e do Fundo de Projetos especialmente porque suas principais fontes de recursos, que são as doações de pessoas físicas, as parcerias com o setor público e privado e a realização de eventos, também estão afetadas. Por isso, a FEAPAES-SP não está medindo esforços para conseguir novas parcerias intensificando as articulações. É uma vitória conseguirmos ampliar a arrecadação em um momento tão difícil”, explica a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira.
HIPER CAP LITORAL Reunião com as APAES da Baixada Santista para apresentar a parceria.
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) está em constante articulação com o setor privado, visando parcerias que contribuam para a sustentabilidade financeira das APAES paulistas. Desde 2016, a FEAPAES-SP, que já tem um case de sucesso por meio de arrecadação via títulos de capitalização como o Vale Cap, está em busca de novos produtos nesse mesmo segmento dentro do território estadual. No final de 2020, a Dra. Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP naquele momento, intensificou as negociações para que a federação paulista se tornasse a instituição beneficiada com a venda do título de capitalização Hiper Cap Litoral, que é comercializado na Baixada Santista e emitido pela Capemisa Capitalização. “Estamos em uma crise mundial sanitária e econômica devido à pandemia da COVID-19, o que acarreta prejuízo de receitas em todas as esferas da economia, e para as APAES não é diferente,
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A parceria, formalizada no dia 25 de janeiro, nos mesmos moldes do Vale Cap, visa contribuir com a qualidade de vida de mais de 70 mil pessoas com deficiência intelectual e múltipla do estado de São Paulo. A comercialização teve início no dia 03 fevereiro e irá beneficiar diretamente oito APAES que estão localizadas na região da Baixada Santista, são elas as APAES de: Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe, Bertioga e Mongaguá. O Hiper Cap Litoral também irá contribuir com todas as demais APAES do estado. Conforme resolução aprovada na reunião da diretoria executiva, conselho fiscal e conselhos de administração da FEAPAES-SP, serão destinados 15% dos valores líquidos arrecadados (subtraindo o percentual obrigatório de repasse para a Federação Nacional das APAES) para o Fundo de Projetos — plataforma de financiamento de projetos das APAES paulistas. As APAES também são beneficiadas por meio do assessoramento nas áreas de assistência social, educação, gestão, saúde e jurídico, além das capacitações e dos grandes eventos promovidos pela FEAPAES-SP, ações que a instituição só consegue promover devido às parcerias.
Nova parceria Hiper Cap Litoral
Ampliação das
arrecadações via título de capitalização, beneficiando as APAES paulistas
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FEAPAES-SP PARTICIPA DE PROCESSO JUDICIAL PARA MANTER A SUSPENSÃO DA COBRANÇA DO IPVA 2021 PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA A instituição participa como “amicus curiae”, figura prevista no Código de Processo Civil, que atua no processo como fonte de conhecimento por ter representatividade adequada
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o dia 7 de dezembro de 2020, o Governo do Estado de São Paulo publicou o Decreto nº 65.337, que altera as regras de isenção de IPVA de veículos de pessoas com deficiência, restringindo o acesso somente a veículos de propriedade de pessoas com deficiência física severa ou profunda que permita a condução do veículo automotor especificamente adaptado e customizado para sua situação individual ou pessoa com deficiência física, visual, mental, intelectual, severa ou profunda, ou autistas, que impossibilita a condução do veículo. A Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), instituição de defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência, em conjunto com outras organizações que atendem esse público, realizou diversas reivindicações junto ao governo estadual, solicitando a manutenção da isenção do IPVA para os demais graus de deficiência. “Isenções de impostos para pessoas com deficiência contribuem para a inclusão social, como a isenção do IPVA, que facilita a mobilidade dessas
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pessoas em ações do dia a dia”, explica a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira. Tais reivindicações se baseiam na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que foi incorporada ao sistema jurídico brasileiro com força de emenda constitucional e tem como base os princípios do respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, a não discriminação, a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade e a acessibilidade, estabelecendo a promoção do “respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade”.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA Por entender que o novo regramento é absolutamente discriminatório e inconstitucional em relação às pessoas com deficiência, pois exclui mais de 80% dos beneficiários, o Ministério Público do Estado de São Paulo entrou com uma Ação Civil Pública contra o Governo do Estado. No dia 22 de janeiro, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu a cobrança do IPVA 2021 em relação aos contribuintes deficientes que tinham a isenção do recolhimento no exercício de 2020. Vale ressaltar que a decisão é provisória, podendo ser modificada futuramente. A FEAPAES-SP está atuando no processo judicial como “amicus curiae”, figura prevista no Código de Processo Civil, quando um terceiro com representatividade adequada possa intervir no processo para servir como fonte de conhecimento, a fim de subsidiar a decisão judicial.
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FEAPAES-SP REPASSA MAIS DE R$ 7,4 MILHÕES PARA APAES VIA FUNDO DE PROJETOS DESDE 2016 Recursos podem ser aplicados em reformas, compra de mobiliários e equipamentos, folhas de pagamentos, entre outros
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP) busca constantemente soluções para que as 305 APAES paulistas tenham sustentabilidade para manter seus serviços, focadas na qualidade e na melhoria contínua dos atendimentos realizados. Para isso, a entidade estadual não tem medido esforços na busca de novas parcerias e projetos inovadores. E, mesmo tendo sido criado há cinco anos, o Fundo de Projetos é uma dessas iniciativas de sucesso que permitiram a viabilização de 379 projetos em prol da pessoa com deficiência. “O Fundo de Projeto foi criado e aprovado em reunião de diretoria e conselho da FEAPAES-SP no dia 19 de março de 2016, tendo valores provisionados a partir dessa data e seu primeiro repasse foi realizado no dia 16 de março de 2017. O total repassado dos nove ciclos abertos até o momento foi de R$ 4.837.564,14”, conta Lucas Almeida, coordenador financeiro e de mobilização de recursos da FEAPAES-SP. Para se ter uma ideia, até o primeiro trimestre de 2021 foram beneficiadas 245 APAES no Fundo de Projetos convencional e mais 134 APAES no Fundo de Projetos específico da assistência social, totalizando 379 projetos, sendo que o fundo voltado às ações da assistência social renderam mais de R$ 2,6 milhões para as APAES. “O Fundo de Projetos da assistência social aconteceu em dois ciclos, abertos entre os anos de 2019 e 2020, sendo repassado o montante de R$ 2.630.868,99”, detalha Lucas. O 9º ciclo, o último até o fechamento desta reportagem, contemplou 31 APAES do Estado de São Paulo, totalizando o valor de R$613.717,04.
Entre as beneficiadas desse ciclo está a APAE de Atibaia, que apresentou um projeto para a construção de uma padaria para as mães aprenderem a fazer pães enquanto aguardam seus filhos nos atendimentos. A APAE conseguiu um padeiro voluntário para ensinar e toda a matéria-prima será fruto de doação. A renda será revertida para as famílias. “O projeto Mães na Massa é de grande importância para a APAE de Atibaia, pois, além de capacitar as mães que acompanham seus filhos à associação e lá permanecem durante o atendimento, possibilitará a geração de renda para as integrantes do projeto, com consequente melhoria na qualidade de vida e na autoestima do grupo. Sabemos que os cuidados com uma pessoa com deficiência têm impacto importante na vida de uma mãe e poder oferecer um caminho onde ela será a protagonista sem que tenha de abrir mão desses cuidados é maravilhoso”, destacou Luciano Leal, presidente da APAE de Atibaia.
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PRESIDENTE DA FEAPAES-SP FAZ REIVINDICAÇÃO PARA A SECRETÁRIA ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Foi solicitado para Célia Parnes que o Estado cofinancie o atendimento das pessoas com deficiências acima dos 30 anos não foi inserido no mercado de trabalho devido ao grau de dependência, estamos falando de aproximadamente 12.109 usuários”, destaca Vera. Ainda, de acordo com a presidente, há o agravante de ser uma faixa etária em que os pais já estão em fase de envelhecimento, o que sobrepõe vulnerabilidades, necessitando, assim, de maior proteção social. “A implementação de políticas públicas que atendam a pessoa com deficiência acima dos 30 é fundamental para garantir que essas pessoas, junto com suas famílias, tenham um futuro digno”, conclui a presidente.
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Reunião aconteceu em janeiro no formato on-line. presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), Vera Lúcia Ferreira, junto com as coordenadoras estaduais, Tina Assunção (assistência social) e Sirlene Rodrigues de Almeida (família), reuniu-se, no dia 27 de janeiro, com a secretária estadual de assistência social, Célia Parnes, e com o coordenador da Secretaria Estadual da Assistência Social, Edson Silva, para tratar dos atendimentos das pessoas com deficiências acima dos 30 anos. O prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay, e a coordenadora técnica da FEAPAES-SP, Cláudia Fragoso, também participaram do encontro. Na reunião, Vera solicitou aporte financeiro do governo estadual para cofinanciar, na modalidade fundo a fundo, o atendimento às pessoas com deficiência acima de 30 anos. O objetivo da solicitação é promover a habilitação e reabilitação dessas pessoas no campo da assistência social e apoiar às famílias na tarefa de cuidar, contribuindo na prevenção do isolamento e acolhimento institucional. “No Censo do Movimento Apaeano do Estado de São Paulo, realizado em 2019, detectamos que o público atendido pelas APAES, com idade superior a 30 anos,
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ARTICULAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL Buscando soluções para as escolas especiais das APAES, a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira, a diretora social, Cristiany de Castro e a coordenadora de educação estadual da Federação, Flávia Catanante, estiveram na manhã do dia 29 de abril, em reunião na Secretaria Estadual de Educação. Na ocasião, a equipe da FEAPAES-SP, que foi acompanhada pelo deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa das APAES e Pestalozzis, Marcio Alvino, apresentou para o subsecretário de articulação regional, Patrick Trajan, e para o coordenador pedagógico, Caetano Pansani informações importantes sobre as APAES e suas escolas especiais. Dentre as solicitações tratadas esteve o pedido de um direcionamento único da Secretaria a fim de que as orientações prestadas pelas Diretorias de Ensino sejam uniformes, em especial no que diz respeito às matrículas de alunos de outras redes ou fora da escola, em caso de vacância, e ampliação das vagas, a fim de que se possa apresentar a manutenção das vagas existentes nos Termos de Colaboração. Também foi solicitado que seja realizada uma reunião entre os supervisores das Diretorias de Ensino e coordenadores regionais da educação das APAES para alinhar orientações sobre procedimentos cotidianos e orientações pedagógicas para o plano de trabalho.
FEAPAES EM REVISTA
FEAPAES-SP FECHA PARCERIA COM CAUSEI O BEM PARA MOBILIZAR RECURSOS PARA APAES VIA
PLATAFORMAS DIGITAIS
As APAES que aderirem à parceria já recebem um kit de divulgação para dar início à campanha para angariar doações
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP) e o Causei o Bem fecharam uma importante parceria que visa oferecer para as APAES paulistas uma nova forma de angariar recursos. A captação se dará por meio da sensibilização dos cidadãos via plataformas digitais, ocasião em que eles serão incentivados a fazer a doação para a APAE de sua escolha, no estado de São Paulo. A plataforma digital já está em pleno funcionamento e tem todos os requisitos de segurança, e por isso dará mais confiança ao futuro doador, que poderá entrar e verificar a idoneidade do projeto, que visa atender às 305 APAES que, juntas, atendem a mais de 70 mil pessoas com deficiências, totalizando 200 mil pessoas, considerando as famílias, que também são atendidas pelas instituições paulistas. “Sabemos que essa fonte de recurso será de fundamental importância para as APAES do estado de São Paulo, haja vista que com a pandemia as dificuldades aumentaram, pois muitos eventos e outras promoções realizadas pelas APAES tiveram de ser cancelados”, destaca a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira. As APAES terão direito a 65% dos valores arrecadados nos primeiros 48 meses, depois a porcentagem passa para 70%. Vale ressaltar que, assim que aderir à parceria, a APAE já receberá um kit de divulgação, pois o ideal é que a APAE também mobilize a sua comunidade local e a incentive a doar via site, campanhas e links da entidade, da Causei o Bem ou da FEAPAES-SP. O portal do Causei pode ser acessado no site da FEAPAES-SP (www.feapaesp.org.br), no botão COLABORE.
Webinar de lançamento da parceria.
LIVE DE LANÇAMENTO Para lançar a parceria, a FEAPAES-SP e o Causei o Bem realizaram, no dia 16 de março, a live Mobilização de Recurso: lançamento da parceria Causei o Bem. Na ocasião, Lucas Almeida, coordenador financeiro e de mobilização de recursos da FEAPAES-SP, Anselmo Novais, gerente de operações e TI da Causei o Bem, Priscilla Cabral, analista de marketing, e Bruno Viana, analista de marketing, responderam a todas as dúvidas das APAES paulistas. A webinar contou com 167 inscritos e as principais dúvidas foram: tempo de repasse dos recursos, expectativa de doação e se a APAE teria algum custo. Todas essas perguntas foram respondidas na transmissão, porém, para respostas a novas questões das APAES já participantes ou daquelas que tenham interesse em aderir à parceria, basta entrar em contato com Camila Archetti, do departamento de mobilização de recursos da FEAPAES-SP, por meio do e-mail institucional@feapaesp.org.br.
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Mais visibilidade para o
MOVIMENTO APAEANO PAULISTA Os programas da Web TV FEAPAES-SP agora serão exibidos nos canais
26 e 526 da Net
Acesse também em nosso site:
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FEAPAES EM REVISTA
PRESIDENTE DA FEAPAES-SP INDICA CRISTIANY DE CASTRO A SUPERINTENDENTE DO UNIAPAE-SP Mestranda em desenvolvimento regional, Cristiany traz na bagagem experiências em gestão e direito
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Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP, área educacional da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), foi criado em 2019 com o intuito de difundir o conhecimento entre os profissionais que atuam no terceiro setor, mas foi em 2020, com os avanços na área digital e com a chegada da professora doutora Denise Costa, que o instituto ganhou notoriedade pelos conteúdos relevantes e por apresentar uma didática acessível a todos. A fim de fortalecer e consolidar o trabalho realizado, a presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira, indicou o nome de Cristiany de Castro a superintendente do instituto no dia 21 de janeiro durante a reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho de administração, a indicação foi aceita por unanimidade. “A Cristiany tem uma vasta experiência no movimento apaeano, são mais de dez anos de atuação no terceiro setor e nos últimos seis anos, como presidente da FEAPAES-SP, realizou uma gestão impecável, além de atuar efetivamente em grandes espaços de defesa e garantia de direitos, know-how que irá alavancar ainda mais o UNIAPAE-SP”, explica Vera. Alguns dos pilares do instituto são a fomentação de meios para a pesquisa científica e a disseminação de publicações que promovam o conhecimento acerca do universo da pessoa com deficiência, questões que sempre estiveram presentes na trajetória de Cristiany de Castro. “Sempre acreditei que o conhecimento quebra barreiras e que para as APAES continuem a prestar serviços de excelência a capacitação profissional contínua é essencial. Vivemos num mundo de constantes atualizações e estarmos preparados faz a diferença e é nesse sentido que nasceu
Cristiany de Castro e Vera Lúcia Ferreira. o UNIAPAE-SP e para mim será uma honra estar à frente desse trabalho tão importante”, diz Cristiany.
CONHEÇA MAIS SOBRE CRISTIANY DE CASTRO Cristiany de Castro é advogada, formada pela Faculdade de Direito de Franca (FDF), pós-graduada em direito processual civil e empresarial e mestranda em desenvolvimento regional pela Uni-Facef (Centro Universitário Municipal de Franca). Já trabalhou como procuradora jurídica da APAE de Franca e da FEAPAES-SP, instituição em que também atuou como presidente por seis anos (2015–2020). Foi membro do Conselho Estadual de Assistência Social e do Conselho Municipal de Assistência Social. Atualmente é diretora social da FEAPAES-SP, secretária executiva da Frente Parlamentar Mista em Defesa das APAES e Pestalozzis, e coordenadora das comissões do Terceiro Setor e Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB Franca, e agora assumirá a superintendência do UNIAPAE-SP.
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FEAPAES EM REVISTA
APROVADO PROJETO DE LEI APOIADO PELA FEAPAES-SP QUE
AMPLIA TESTE DO PEZINHO Objetivo do PL é ampliar de 6 para 14 grupos de doenças detectáveis no exame do pezinho
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Márcio Alvino e Cristiany de Castro.
Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP) é mais uma das muitas organizações que apoiam a ampliação do teste do pezinho. Atualmente, o exame fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) detecta apenas seis grupos de doenças. Porém, no dia 23 de março de 2021, um importante passo foi dado rumo à ampliação desse importante exame realizado em recém-nascidos: foi aprovado, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o Projeto de Lei (PL) 5043/2020, que tem como coautor o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa das APAES e Pestalozzis, Marcio Alvino, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990), para tornar obrigatório o teste do pezinho ampliado. A proposta será enviada ao Senado. De acordo com o deputado, esse é o primeiro passo para uma ampliação ainda maior no futuro. “O objetivo do PL é expandir esse número, a princípio para o diagnóstico de até 53 condições,
porém, para que pudesse ser aprovado teve alteração no texto, e passou para 14 grupos de doenças de forma escalonada, em prazo a ser determinado pelo Ministério da Saúde. Essas mudanças entrarão em vigor após um ano de sua publicação”, explicou o parlamentar em suas redes sociais. O Instituto Vidas Raras é uma das instituições que defendem a causa, é autor de uma petição on-line que convida os cidadãos interessados a assiná-la para solicitar ao Congresso Nacional que institua a realização dos exames do teste do pezinho ampliado como obrigatórios no âmbito do SUS e da rede privada. Esse grande movimento já conta com mais de 500 mil assinaturas. A FEAPAES-SP compartilha da mesma reivindicação por meio da atuação de sua diretora social, Cristiany de Castro, que também é secretária executiva da Frente Parlamentar em Defesa das APAES e Pestalozzis. “O teste do pezinho e fundamental para a detecção precoce de várias doenças. A ampliação no número de doenças a serem investigas vai permitir maior qualidade de vida para milhares de crianças e diminuir a mortalidade infantil, haja vista que o diagnóstico tardio leva a sequelas muito maiores, além de morte prematura”, destaca Cristiany.
AMPLIAÇÃO NO SUS Para que a ampliação ocorra de fato, além de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990), o deputado Marcio Alvino continua na luta com o PL 5176/2020, com o mesmo teor que persiste na ampliação do Programa Nacional de Triagem NeonataI no âmbito do SUS e da rede privada de saúde, objetivando maior número de doenças detectáveis, passando para 53 diagnósticos. O PL aprovado pelo Senado aguarda sanção do presidente. *Matéria concluída dia 05/05/21.
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CONHECIMENTO: EM 2021 UNIAPAE-SP IRÁ PROMOVER DIVERSAS CAPACITAÇÕES
VOLTADAS PARA O 3º SETOR
O instituto de ensino e pesquisa está ofertando lives, webinars, semanas técnicas e irá realizar o I Simpósio Online da FEAPAES-SP e o II Congresso Científico Online
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star em constante aprendizado é fundamental para estar no mercado de trabalho, e no terceiro setor não é diferente, principalmente porque as áreas estão em permanente atualização e é necessário estar por dentro nas inovações e dos novos campos de estudo. Nas APAES, por exemplo, um novo conhecimento pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência e fazer a diferença no seu desenvolvimento. A fim de levar conhecimento para os profissionais das APAES e demais instituições do terceiro setor, o Instituto de Ensino e Pesquisa UNIAPAE-SP preparou um calendário extenso de capacitações em diversas áreas de atuação durante todo o ano de 2021. No primeiro semestre foram realizadas diversas lives e webinars, eventos gratuitos que têm como objetivo disseminar informações relevantes e atuais que propiciem práticas mais assertivas de toda a rede apaeana. “É interessante ressaltar que estas ações têm contribuído não só com as APAES do estado de São Paulo, mas também com instituições do terceiro setor de todo o Brasil, se tornando uma referência nacional”, explica a professora doutora e coordenadora do UNIAPAE-SP, Denise Costa. O instituto também promoveu a Semana Técnica da Educação, evento gratuito com profissionais especialistas da área. As semanas técnicas são um excelente canal de formação para os profissionais da rede. Em 2020, foram 4.800 inscritos, com mais de 31 mil visualizações. Ainda em 2021 serão realizadas as Semanas Técnicas da Assistência Social, Saúde e Gestão. Dos dias 15 a 17 de junho será realizado o 1º Simpósio Online da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), que terá como
tema: lutas e conquistas das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. “O simpósio permitirá um debate aprofundado sobre a questão dos direitos das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla no Brasil, refletindo sobre as lutas e conquistas impetradas nos últimos tempos”, explica a superintendente do UNIAPAESP, Cristiany de Castro.
II CONGRESSO CIENTÍFICO ONLINE DA FEAPAES-SP Previsto para o segundo semestre de 2021, o II Congresso Científico Online da FEAPAES-SP deve acontecer em agosto. A equipe do UNIAPAE-SP já está em contato com palestrantes de renome e especialistas nas mais diversas áreas de atuação das APAES. O evento, que teve sua primeira edição em 2020, é um importante espaço para difusão e troca de conhecimentos da rede apaeana, não só paulista como de todos do Brasil. Na edição passada foram mais de 800 inscritos de 23 estados brasileiros, além de participantes de Portugal de Moçambique. O congresso abriu espaço para a submissão de trabalhos científicos, foram publicados dois e-books e os anais do evento, sendo, ao todo, 104 artigos que servem de referência para práticas e estudos, impactando diretamente a qualidade de vida das pessoas com deficiência no Brasil. Alguns artigos também foram publicados em um dossiê da Revista APAE Ciência, da Federação Nacional das APAES (FENAPAES).
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COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CONSELHO ALTA MOGIANA PROMOVE TREINAMENTO DE AVALIAÇÃO FÍSICA DO PROJETO APAE
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE
Capacitação envolveu 31 profissionais de educação física de 12 APAES do estado de São Paulo, além de alunos e professores da UNIP de São José do Rio Pardo
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pandemia não tem sido um empecilho para os profissionais de educação física das APAES paulistas. Por iniciativa da coordenadora regional de educação física, Iane Biones, da APAE de Cravinhos, foi realizada, no dia 12 de março, a capacitação on-line: Avaliação Física – Projeto APAE Qualidade de Vida e Saúde para os professores do Conselho da Alta Mogiana. A capacitação teve a participação de 31 profissionais das APAES de Batatais, Brodowski, Cajuru, Cravinhos, Franca, Ituverava, Morro Agudo, Nuporanga, Pontal, Sales de Oliveira, Miguelópolis e Serrana. Além dessas APAES, também participaram alunos e professores da Universidade Paulista de São José do Rio Pardo (UNIP), e profissionais das APAES de Birigui e Penápolis. A capacitação foi ministrada pelo professor e mestre, Luciano Antônio da Silva, da APAE de Cajuru, que destacou a importância da avaliação física dos usuários por meio da Ficha de Avaliação do Projeto. Ele ainda frisou que a avaliação é possível e necessária. “Ele mostrou todos os tipos de avaliação, esclarecendo sempre que o maior teste dependerá da boa vontade dos profissionais”, conta a professora e coordenadora regional de educação física - Alta Mogiana, Iane da Silva Moreira Bionês. Ainda, durante o treinamento, foram apresentados o Manual e a Ficha de Avaliação do Projeto APAE Qualidade de Vida e Saúde. Antes do término da reunião foi aberto espaço para as perguntas e sugestões. “Esta ação deixa evidente a importância pela busca do conhecimento e melhoria contínua nos processos e metodologias cientificamente comprovados, trazendo segurança, eficiência no registro
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e atendimento dos usuários da rede APAE”, conclui o professor e coordenador estadual e nacional de educação física, Roberto Antônio Soares.
A PARCERIA A parceria da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) com o Centro de Investigação em Pediatria, da Universidade Estadual de Campinas (Universidade Estadual de Campinas [Unicamp]) foi iniciada em 2011, com a participação de 48 APAES do estado colaborando com informações de medidas e anamnese da área de educação física, para o desenvolvimento de curvas de crescimento (peso, estatura, perímetro cefálico e IMC) para a população brasileira, na faixa etária de 0 a 20 anos, de ambos os sexos, com Síndrome de Down. A parceria cresceu e a FEAPAES-SP, com o suporte científico do Centro de Investigação em Pediatria (Unicamp), construiu, de 2012 a 2014, o Método de Avaliação Física APAE Qualidade de Vida e Saúde, por meio do Colegiado de Esporte e Cultura da FEAPAES-SP, coordenado pelo professor Roberto Antônio Soares, que padroniza a coleta de dados com fundamentação científica. E, em agosto de 2018, o professor e pesquisador Fabio Bertapelli formalizou o interesse em seu curso de pós-doutorado em utilizar as informações do projeto APAE Qualidade de Vida e Saúde para análise de resultados, por meio das fichas de avaliação, e concomitantemente apresentou o projeto de pesquisa denominado Padrões e Determinantes e Composição Corporal em Indivíduos com Deficiência Intelectual. Vale ressaltar que o estudo foi publicado na revista científica de maior prestígio na área, a Adapted Physical Activity Quarterly, da Federação Internacional de Atividade Física Adaptada.
VALE CAP
APAE DE ITÁPOLIS IMPLANTA ACADEMIA E PARQUE INFANTIL COM RECURSOS DO FUNDO DE PROJETOS E VALE CAP O projeto foi viabilizado pelo Fundo de Projetos da Assistência Social promovido pela FEAPAES-SP
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spaços que promovem mais qualidade de vida e momentos de lazer são essenciais na vida de todos, a prática esportiva é um poderoso instrumento de prevenção de doenças, propiciando o aumento das capacidades respiratória e circulatória bem como da densidade óssea (combate à osteoporose), além de atenuar os índices de estresse e ansiedade, contribuir para a criatividade e a
memória e promover a elevação da autoconfiança e da autoestima. Para as crianças, brincar em um parque infantil traz muitos benefícios, pois é um espaço que trabalha com as cores e o lúdico e estimula a liberdade, a exploração de espaços e sensações, além de ser lugar para a socialização e a criação de vínculos por meio da amizade. E foi com esses objetivos que a APAE de Itápolis implantou uma academia ao ar livre e um parque infantil na instituição.
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“EM 2020, O PROJETO IDEALIZADO POR MUITOS SAIU DO PAPEL ATRAVÉS DA PARCERIA REALIZADA COM A FEAPAES-SP E COM ESTE SONHO CONCRETIZADO IREMOS OFERECER AOS NOSSOS USUÁRIOS ATIVIDADES FÍSICAS E DE LAZER VISANDO MELHORIAS NOS SERVIÇOS PRESTADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PROPICIANDO SUA INCLUSÃO SOCIAL” - Maria Inês Friedrichsen Silva, diretora da APAE de Itápolis -
FUNDO DE PROJETOS A iniciativa foi viabilizada pelo Vale Cap (certificado de contribuição) por meio do Fundo de Projetos — plataforma de financiamento de projetos das APAES paulistas —, com aporte de R$ 20 mil, no edital exclusivo para a área da assistência social promovido pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), em 2019. Com o recurso, a APAE de Itápolis adquiriu brinquedos para o parque infantil, como gangorra,
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escorregador, gira-gira, dentre outros, e para a academia alguns dos equipamentos comprados foram: exercitador de pernas duplo, puxador de costas duplo e elíptico sentado (bicicleta), além dos brinquedos e equipamentos, parte da verba foi destinada para o frete e a instalação, que foi finalizada em fevereiro de 2020. “Em 2020, o projeto idealizado por muitos saiu do papel através da parceria realizada com a FEAPAES-SP e com este sonho concretizado iremos oferecer aos nossos usuários atividades físicas e de lazer visando melhorias nos serviços prestados à pessoa com deficiência, propiciando sua inclusão social”, explica Maria Inês Friedrichsen Silva, diretora da APAE de Itápolis. O projeto visa atender a 175 usuários da instituição, contudo, devido à pandemia de COVID-19, os espaços ainda não foram utilizados, pois, quando inauguraram, choveu muito e em março a quarentena teve início no estado de São Paulo. Segundo a diretora, quando o parque infantil e a academia ao livre puderem ser utilizados, as atividades serão acompanhadas pelos profissionais especializados, como professor de educação física, na academia, e professores e monitores, no parque infantil.
ENTREVISTA
“NESSES MAIS DE 20 ANOS DE APAE, PASSEI POR MUITOS MOMENTOS DIFÍCEIS, MAS IGUAL A ESTE NUNCA. ESSE É O PIOR MOMENTO QUE TODOS ESTÃO PASSANDO”, AFIRMA VERA LÚCIA FERREIRA Diretora de APAE e presidente da FEAPAES-SP, Vera Lúcia Ferreira destaca que dará sequência às ações da gestão anterior e que trabalhará por novas parcerias APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
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om mais de 20 anos de experiência no movimento apaeano, Vera Lúcia Ferreira, após seis anos como assistente social, passou a ocupar o cargo de diretora da APAE de Ourinhos. Depois de eleita, assumiu a presidência da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), em janeiro de 2021, momento em que o mundo tem se desdobrado para driblar as dificuldades ocasionadas pela COVID-19, e dentro das APAES o cenário não é diferente. Experiente na causa da pessoa com deficiência e conhecedora de todas as dificuldades das APAES, sua chegada agregará ao movimento todo o seu repertório de conhecimento e experiências conquistadas nessas décadas de trabalho em prol da pessoa com deficiência. Na entrevista concedida à redação da Revista APAE em Destaque, a nova presidente da FEAPAES-SP diz apostar na união do movimento e na participação dos presidentes apaeanos para a superação dos desafios pós-pandemia. Pós-graduada em trabalho social com famílias, a nova líder do movimento apaeano paulista já atuou como presidente do Conselho Municipal da Educação, foi vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, conselheira municipal da assistência social e exerceu o cargo de secretária no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), todos na cidade de Ourinhos (SP). Confira, na entrevista abaixo, um pouco mais de sua trajetória profissional, o que pensa e os seus planos de gestão.
Vera, nos conte como começou sua trajetória no movimento apaeano? Entrei em maio de 1999 na APAE de Ourinhos como assistente social recém-formada e me deparei com um vasto trabalho a ser desenvolvido com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiências e promover a inclusão social, de fato, dessas pessoas.
Você é assistente social de formação, mas na APAE de Ourinhos você deixou esse cargo para ser diretora, ou seja, passou a ser o braço direito da diretoria da APAE de Ourinhos. Nos explique como isso aconteceu? Atuei por seis anos como assistente social, tempo em que conseguimos muitas mudanças na APAE.
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Buscamos novas parcerias, fizemos reformas e ampliações no prédio e implantamos novos programas de atendimento, fundamentais para o melhor desenvolvimento da pessoa com deficiência e suas famílias. Em 2005, por escolha da diretoria executiva e aprovação dos funcionários com mais tempo de casa e trabalho, fui promovida a diretora técnica, função que assumi com muita responsabilidade em prol da melhoria dos atendimentos, tanto para os usuários e suas famílias como para os próprios funcionários que compunham o quadro de recursos humanos.
Como você recebeu o convite da Dra. Cristiany para compor uma chapa como presidente da FEAPAES-SP? Ser convidada para compor a chapa Continuar e Avançar, como presidente da FEAPAES-SP, vejo que foi resultado do trabalho desenvolvido na APAE de Ourinhos e nos sete anos como conselheira regional da FEAPAES-SP. Aceitei com muito orgulho, muita responsabilidade, o convite para mais essa missão.
Naquela ocasião, você foi muito criticada pela oposição por ser “apenas uma funcionária” de APAE. Como você recebeu essa crítica? As críticas por ser apenas funcionária e nunca ter sido presidente, recebi com muita naturalidade. Penso que na vida as críticas fazem parte e contribuem para o nosso crescimento enquanto seres humanos. Preferi não perder o foco e me concentrei em mostrar as minhas propostas para o movimento apaeano paulista, para os próximos três anos. Era isso que as APAES queriam e foi o que fiz. Mostrei que sou experiente e capacitada para ocupar o cargo.
Nós sabemos que estar à frente de duas instituições não é uma tarefa fácil, pois na FEAPAES você é presidente e na APAE de Ourinhos você é diretora. Como você tem encarado esse novo desafio? Acredito que na vida nada é fácil, mas temos que assumir com responsabilidade o que é proposto e o que nos dispusemos a fazer. O objetivo do meu trabalho na federação e na APAE são praticamente os mesmos, a missão é a mesma: a qualidade de vida e a inclusão social das pessoas com deficiências e suas famílias. Eu assumi a presidência da federação
sabendo dos desafios e estou preparada para lutar pela causa da pessoa com deficiência, como já tenho feitos nos últimos 20 anos.
Você assumiu a FEAPAES-SP em um momento muito difícil não apenas para a APAES, mas para todo o mundo. Na sua visão, qual tem sido a maior dificuldade das APAES nesse período? Esse momento que estamos passando é um dos mais desafiadores que teremos de superar. Hoje, eu vejo como uma das maiores dificuldades das APAES, a busca por suprir a falta de atendimentos necessários à pessoa com deficiência nesse período de pandemia. Ficou para as APAES a responsabilidade de distribuir cestas básicas, máscaras, álcool em gel, entre outros. Mais uma vez, nossos governos foram omissos com as pessoas com deficiências. Também vejo muitas dificuldades das APAES nas renovações de parcerias com o poder público. Por isso, tendo essas dificuldades, as APAES devem procurar a FEAPAES-SP. Não deixem para última hora.
Nesses seus mais de 20 anos de movimento apaeano, você já tinha passado por uma situação tão difícil para as organizações sociais como essa? Nesses mais de 20 anos de APAE, passei por muitos momentos difíceis, mas igual a este nunca. Este é o pior momento que todos estão passando.
As APAES já trabalham com pessoas e famílias com grande vulnerabilidade social, qual será o cenário pós-pandemia, na sua opinião? Na minha opinião, vamos encontrar um cenário de muita dificuldade financeira, principalmente as famílias que já se apresentam em situação de vulnerabilidade social, em especial as que perderem benefícios. Será um trabalho árduo e teremos de nos preparar para atuar, iniciando desde já o acompanhamento, evitando um agravo maior.
Para finalizar, nos fale das suas principais propostas para a FEAPAES-SP para os próximos três anos? Vamos dar continuidade em todas as ações iniciadas na gestão da Dra. Cristiany. Também vamos avançar em novas parcerias de mobilização de recursos para todas as APAES, trabalharemos
“VAMOS ENCONTRAR UM CENÁRIO DE MUITA DIFICULDADE FINANCEIRA, PRINCIPALMENTE AS FAMÍLIAS QUE JÁ SE APRESENTAM EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL, EM ESPECIAL AS QUE PERDEREM BENEFÍCIOS. SERÁ UM TRABALHO ÁRDUO E TEREMOS DE NOS PREPARAR PARA ATUAR, INICIANDO DESDE JÁ O ACOMPANHAMENTO, EVITANDO UM AGRAVO MAIOR”. - Vera Lúcia Ferreira -
na ampliação dos cursos do UNIAPAE-SP para a capacitação profissional de colaboradores e dirigentes. Fortaleceremos a participação dos presidentes das APAES nas decisões importantes que dizem respeito ao movimento apaeano paulista e ao fortalecimento da causa da pessoa com deficiência. Articularemos com o poder público na busca por novas parcerias nas esferas municipais e estaduais.
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ARTIGO
NOVAS TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS E OS PROFESSORES DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA REDE APAE-SP
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rofessores e alunos tiveram de se adaptar às aulas de forma remota, a qual tornou-se alternativa significativa para a educação durante o período de pandemia, principalmente no Brasil. Consequentemente, nas Escolas de Educação Especial da Rede APAE no estado de São Paulo não foi diferente.
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Gestores, professores e demais integrantes do ambiente educacional tiveram de utilizar toda a criatividade para dar continuidade às atividades escolares, demonstrando a importância, principalmente dos professores, de se manterem atualizados e acompanhar os avanços tecnológicos, utilizando, para isso, a rede mundial de computadores, a Internet, que foi um diferencial nesse processo, e os diversos recursos tecnológicos disponíveis.
Exposto o contexto atual, destaca-se que é de suma importância a necessidade de o professor ter boa formação e domínio das novas tecnologias. Pensando no percurso educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais e no seu desenvolvimento ao longo da vida, a vivência e os estímulos com uso das novas tecnologias se fazem extremamente importantes, tanto para os professores quanto para os alunos, sendo necessário o profissional manter-se atualizado acerca das novas ferramentas tecnológicas e educacionais. Durante as atividade remotas na pandemia, professores e profissionais educadores saíram das suas zonas de conforto e buscaram conhecimentos, superando barreiras impostas pelas dificuldades de manuseio das novas tecnologias educacionais. Assim, puderam potencializar o desenvolvimento de seus alunos e facilitar a resolução dos problemas encontrados diante da situação atual. Desde o início desta grave situação de pandemia e consequente suspensão das aulas presencias, fez-se necessário estabelecer nas instituições de ensino integrantes da Rede APAEANA do estado de São Paulo mudanças em busca de melhorias, fazendo com que o educador pudesse estimular os alunos a pensar, instigar a curiosidade e fortalecer a autoestima sobre os assuntos desenvolvidos remotamente. Observou-se que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), apesar de desafiador, é crucial para reduzir os prejuízos do período na ausência das aulas presenciais. Sob essa ótica, o uso das TIC deve ser visto como uma nova metodologia de ensino, a qual auxilia os alunos na sua interação digital com os conteúdos, passando a interagir com diversas ferramentas que possibilitam os seus esquemas mentais. Nesse sentido, durante as atividades remotas, o uso de ferramentas tecnológicas por parte dos professores tornou-se de fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem, destacando-se a importância de trazer para o ambiente escolar novas tecnologias educacionais, pois estas estão presentes no cotidiano dos nossos alunos. Ressalto, ainda, que a tecnologia é uma grande ferramenta na educação, cabendo ao professor e à gestão escolar utilizar das TIC em sala de aula, proporcionando no ambiente escolar um espaço agradável e harmonioso, potencializando e contribuindo para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, afetivo, social e emocional aos alunos.
FLÁVIO VITOR CÂNDIDO DOS SANTOS Professor de educação física, pedagogo, especialista em educação especial (Deficiência Intelectual e TEA), coordenador pedagógico da APAE de Araçatuba (SP).
Tendo em vista o público-alvo das escolas de educação especial da Rede APAEANA do estado São Paulo, o uso das TIC deve ser entendido enquanto uma ferramenta de uso contínuo, não havendo a substituição do ensino presencial. A utilização das novas TIC, atrelado ao trabalho pedagógico junto às pessoas com necessidades educacionais especiais, torna-se uma forma colaborativa para a efetiva inclusão digital e social, proporcionando o acesso ao conteúdo, muitas vezes limitado à processos metodológicos de ensino-aprendizagem engessados com o passar do tempo. Com isso, no contexto atual, a utilização das TICs visa desenvolver processos de comunicação e interação nos quais o foco está na capacidade de compartilhar, aprender, interagir, construindo coletivamente em uma sociedade que, muitas vezes, os exclui.
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ualquer pessoa maior de 18 anos pode adotar, e isso independe de seu estado civil. Pessoas solteiras, viúvas, que vivem em união estável e também casais homoafetivos podem adotar; além do que, o cônjuge ou companheiro pode adotar o filho da companheira e vice-versa. Porém, em geral, a adoção ainda é repleta de preconceitos que, de maneira infeliz, vão além de crianças com deficiência, principalmente pela diferenciação que muitos fazem entre filhos biológicos e filhos por adoção. É importante compreender que, de certa forma, todo filho é biológico, pois é dessa maneira que surge um ser humano, entretanto, apenas se é filho por adoção quando a paternidade ou a maternidade são uma escolha (FONSECA et al., 2009). De acordo com breve pesquisa no Cadastro Nacional da Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2021), são 3.997 crianças e adolescentes disponíveis. E, destes, 809 têm alguma deficiência (mental ou física). Os números apresentados acima dão-nos a impressão de estarmos nos referindo a uma quantia muito pequena de jovens, o que de fato é, se compararmos ao número infinitamente maior de pessoas com deficiência no país, ou, mesmo reduzindo o grupo, se compararmos apenas com a quantia de pretendentes habilitados nos cadastros de adoção. Ocorre que, inegavelmente, a maioria das pessoas que pretende adotar um filho não tem como planos adotar um jovem com deficiência. A desinformação é um dos principais motivos. Muitos dos pais esperam adotar a criança dos sonhos, com saúde plena, com pouca idade e com características físicas semelhantes às suas, passando a procurar por meio da adoção o filho biológico que não puderam ter. Muitos desses jovens, então, aguardam durante anos, muitos até a maioridade, sem nunca encontrar uma família que os queira adotar. Essa triste realidade se agrava mais ainda quando tratamos de jovens com deficiências, sejam físicas ou intelectuais.
THALES ARAÚJO DIAS LEITE Advogado OAB/SP – 380.172 Analista Jurídico da Federação das APAES do Estado de São Paulo
Por essa razão, a Lei nº 12.955, sancionada no dia 06 de fevereiro de 2014, foi responsável por acrescentar, no artigo 47 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o parágrafo 9º, prevendo a prioridade de tramitação dos processos de adoção de crianças com necessidades especiais, com a seguinte redação (BRASIL, 1990): Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. [...] § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. Esse dispositivo de lei tem por objetivo acelerar a tramitação desses processos em que a criança tem algum tipo de necessidade especial, de modo a possibilitar, o mais breve possível, que ela tenha acesso ao convívio familiar e, consequentemente, possa APAE EM DESTAQUE • ANO 2021 • EDIÇÃO 26
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receber cuidados especiais de que venha a necessitar, que muito provavelmente não teria acesso satisfatório durante a permanência em um abrigo. Cabe ressaltar que a priorização não significa desatenção ou dispensa das exigências comumente feitas em um processo de adoção. O ECA prevê que a ordem cronológica das habilitações deve ser respeitada, a menos que a adoção em questão seja a melhor solução no interesse do adotando. Assim, podemos afirmar que, quando tratarmos de adotandos com necessidades especiais, devido à peculiaridade do caso e levando-se em conta que o número de habilitados para esse tipo de adoção é, ainda, muito reduzido, teremos, sim, a ordem de preferência dos adotantes alterada conforme o perfil da criança adotada, assim como afirma o Desembargador Jones Figueiredo Alves: A dinâmica de preferência ou prioridade, em cadastros, deve ser orientada em favor da criança e não aos adotantes inscritos, porque o interesse pela adoção deve ser considera em prol da criança e não dos pais interessados, segundo o princípio do melhor interesse do menor, extraído da doutrina da sua proteção integral, já expressa no art. 1º do ECA. O interesse maior da criança é um interesse diretor e regente. [...] crianças especiais merecem tratamento especial, por óbvio, com prioridade à adoção e aos programas de acolhimento, não devendo ser condenadas, indefinidamente, às filas de longa espera ou esquecidas em abrigos. (ALVES, 2021) Embora a demora e a burocracia do processo constituam uma das reclamações, muitos outros aspectos se mostram relevantes quando da dificuldade em adotar um desses jovens, o preconceito social e o preconceito dentro da própria família do adotante ou do cônjuge são os fatores que mais incomodam. Diz-se isso porque a realidade mostra o quão difícil é fazer com que as pessoas aceitem naturalmente a inclusão. Experiências como a tentativa de inclusão em ambientes de trabalho, ou escolas regulares, mostram que a sociedade não é preparada para lidar com pessoas que não se encaixem perfeitamente ao ritmo do comum, e que há necessidade de ações sociais conjuntas para que as medidas legislativas demonstrem eficácia. Precisamos mudar o paradigma sobre o conceito do que é normal. Somos seres humanos diferentes, distintos uns dos outros, cada um com suas características. Por que não adotar uma criança que tem deficiência?
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Hoje, com a Lei Brasileira de Inclusão, as pessoas com deficiência têm seus direitos garantidos e abrangidos, com direito à prioridade de atendimento, inclusive à justiça, como consta em seu art. 9º, VII, e, também como visto no ECA, prioridade na tramitação dos processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. E vai além disso. Crianças com deficiência têm o direito de se sentirem amadas, têm o direito de terem uma família. Adotar uma criança com algum tipo de deficiência é ver concretizadas as políticas de inclusão e ver seus direitos assegurados, porque uma criança com deficiência tem os mesmos direitos garantidos que qualquer outra. Há um grande número de crianças com deficiência esperando pela adoção, esperando por uma família, esperando serem amadas. Quem quiser adotar uma criança com deficiência ou doença crônica tem prioridade no trâmite processual garantida por lei. O adotado adquire, a partir desse momento, os mesmos direitos, como qualquer filho, ao nome, ao parentesco, a alimentos e, até mesmo, direitos sucessórios. Por outro lado, cabe ao adotado também os deveres de obediência e respeito mútuo. Os novos pais, por sua vez, têm os deveres de guarda, criação, educação e fiscalização. É preciso tornar realidade a concretização das adoções livres de preconceitos, para que se propicie a todos os jovens, sem exceção, as mesmas chances de integrarem uma nova família e conhecerem carinho, afeto e cuidado, coisas que todas as crianças e adolescentes deveriam ter.
REFERÊNCIAS ALVES,J.F. Adoção Especial.Disponível em: <https:// www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI196259,21048-Adocao+especial> Acesso em: 28 mar. 2021 BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos; 1990. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Cadastro Nacional de Adoção. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/cnanovo/pages/publico/index. jsf>. Acesso em: 28 mar. 2021 FONSECA, C. M. S. M. S.; SANTOS, C. P.; DIAS, C. M. S. B. A adoção de crianças com necessidades especiais na perspectiva dos pais adotivos. Paidéia (Ribeirão Preto), [S.l.], v. 19, n. 44, p. 303-31, dez. 2009. ISSN 1982-4327.
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