MovME - Movimento Mais Engenharia Nº3

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2014

® Movimento +Engenharia

Magazine nº 3 Agosto / Setembro

® Movimento +Engenharia

2014

Engenho ou Engenharia ?

Movimento +Engenharia – Pró Associação


2014 ® Movimento +Engenharia

EDITORIAL

Caros Colegas, Nesta terceira edição, antes do tradicional período de férias para a maior parte dos colegas, o principal objetivo é a consolidação das edições anteriores onde tivemos mais de 5000 leitores.

Marco Afonso

Rui Sardinha

Nesse sentido privilegiamos artigos de diferentes especialidades, e abrimos à participação de colegas de outras classes profissionais. Aproveitamos para informar que a partir do próximo mês de Setembro, regressaremos

Jorge Araújo

Joaquim Almeida

com periocidade mensal, nova imagem, novos temas e novos colaboradores, sempre na procura de soluções que contribuam para a valorização da profissão.

Paulo Bispo

Carlos R.da Silva

Colaboradores Alexandre Jerónimo Helder da Costa Mário Fernandes Marco Afonso Sergio Gomes da Silva Rui Abreu Octávio Pessoa Oscar Mota Gisela Ferreira

Movimento +Engenharia – Pró Associação

Aproveitamos para desejar a todos os colegas boas férias.


2014 ® Movimento +Engenharia

Índice

ENGENHO OU ENGENHARIA? Um panfleto político

3

Organizações Felizes e Infelizes. Será esta a causa da baixa produtividade? (parte II) 6 Trabalhar no estrangeiro: um Arquitecto português (entre muitos) em Macau

8

VI Fórum da Qualidade. ESCE IPVC

10

Seminário Cluster do Mar

11

Ciclo de Palestras +Engenharia

13

Movimento +Engenharia – Pró Associação


2014 ® Movimento +Engenharia embarcada. O turbo tem 50 anos ³. O motor a explosão tem 110 anos, pouco mudou. A ciência integrou-se. Já não se pode falar de dicotomias como Socialismo contra o Capitalismo. Aquele, em alguns países, misturou-se às piores práticas da ditadura, apesar de não usar torturas. Este usa o neuromarketing para oferecer à população gadgets que a TV ‘vende’ como

Jack Soifer

necessidade, como real progresso 4. Pedimos

Engª Eletrónico

empréstimo para comprar gadgets superfluos;

jackfer@sapo.pt

somos escravos brancos da banca, de impostos, de um sistema cada vez mais autoritário. A ENGENHO OU ENGENHARIA? Um panfleto político

engenharia não está mais a serviço do cidadão, mas do especulador financeiro, que manda na indústria.

grandes empresas não. Ainda há departamentos

É a integração entre pessoas livres que obtêm sinergias, o real progresso de uma sociedade.

que lutam uns contra outros. O que sabem os

Antes, ditadores podiam, com a força das armas ou

fundos, donos das gigaindústrias, das construtoras,

intrigas impor as suas verdades. Hoje temos Internet

sobre os seus clientes finais? Mas a Apple, quase

e redes sociais. Quem acredita na comunicação

esmagada pela Microsoft, ao focar-se no cliente

social? Como então crer que, ao melhorar aqui e

final, ao juntar a ciência da informática,

ali, empresas centenárias, lideradas pelos que, em

nanotecnologia, sociologia, das expectativas não-

vez de sorris- lhos têm só € na cara, podem valorizar algo imaterial, p.ex. eficácia, progresso,

A ciência mudou muito nos últimos 20 anos, as

verbalizadas de um mercado exigente, voltou a líder ar este mercado. Pergunte

bem-estar. Para eles, quanto

ao Ingvar Kamprad, IKEA ¹, que,

mais um país gastar em gadgets,

apesar dos esforços de financeiras

melhor. Para nós, contribuintes,

de abarcar a empresa com fama

quanto menos Portugal gastar,

de atender bem, resistiu e

ao usar a boa engenharia,

continua

melhor.

a

liderar

este

segmento de mercado.

Como consultor, durante 44

Os conceitos, equipamentos e

anos, o Jack aprendeu a caçar

materiais usados em transportes

1 - Navio hightech transporta plataforma

são centenários. A maioria dos

des-perdícios na fabricação, administração, transporte, nas

nossos navios foi construída comos princípios da

vendas. A entrevistar o cliente final. Tinha que

era da pro-pulsão a vapor. A bitola ibérica das

fazê-lo pensar em produtos que ainda não existiam:

nossas vias-férreas baseia-se na largura de uma

‘E se…’. Pois a ciência e a tecnologia estão sempre à

parelha de bois ². Os camiões de hoje pouco

frente do mercado. Como os truques do lóbi que

diferem dos de há 80 anos, excepto a electrónica Movimento +Engenharia – Pró Associação


2014 ® Movimento +Engenharia não as quer, está sempre à frente da legislação 5.

Escandinávia?

O que é o progresso?

No mundo, os políticos ainda se vangloriam dos

O futuro da engenharia está em repensar tudo. A centralização da indústria e da grande distribuição

milhões de carros que anualmente atravancam cada

trouxe alimentos com químicos perigosos, que o

poluição e desperdício de combustível. Uma solução

lóbi convence os políticos em Bruxelas a deixar

ilógica, que só beneficia a indústria-auto e as

passar, pois não matam para já 6. Ela matou a

petroleiras, que anunciam que isso é bom. E as TVs

vez mais as mesmas avenidas e ruas, causando stress,

produção alimentar próxima da fonte da matéria-

alardeiam-no como real progresso 8.

prima e do consumidor. E trouxe grande lucro à

Há décadas o PIB deixou de medir bem-estar. Na

indústria de fármacos, necessários para curar as

China, quando lá trabalhei, os idosos nas famílias

doenças causadas pelos conservantes feitos nas

de agricultores saíam muito cedo nos triciclos para

químicas que os mesmos especuladores dominam.

levar arroz, verduras e frutas para os mercados

Os engenheiros e os químicos foram obrigados a

públicos urbanos. À tarde atravessavam a rua e,

fazer máquinas e processos para os especuladores.

com o valor das vendas, compravam no mercado

Os chefes têm cada vez menos tempo para viajar

de artesanato, roupa, calçado, alfaias, cerâmicas.

para reuniões e assim usam cada vez mais o skype,

Nada disto era registado. Hoje temos as mesmas

que lhes permite até mostrar protótipos em ecrã

vendas, mas tudo registado e assim entra na

3D 7, com óculos apropriados. Quando vão para

contabilidade pública, no PIB. Pelo menos metade

os primeiros encontros com líderes profissionais, preferem ir direto de um ponto a outro, evitar

hubs, troca de comboio ou avião. Mas os fundos forçaram a engenharia a construir o jumbo, que exige troca de avião, TGV que só é económico se

do aumento do PIB da China, na última década, deve-se a este truque. São os mesmos alimentos e os mesmos calçados que trocam de mãos, aparenta um crescimento real, quando é apenas contabilístico.

levar 600 passageiros, só 3 vezes ao dia, onde o

Cada

tempo gasto do meu escritório ao do meu

customizadas, consoante o nicho. Hoje, as

parceiro deixou de ser importante, só o tempo

exigências de segurança e do meio-ambiente,

daquela viagem, ignorando as deslocações a que

podem rentabilizar p.ex. seis tipos de carruagens ou

me obrigam, ao dificultar uma ida direta ao meu

TIR para líquidos, mais ou menos viscosos, + ou -

destino, no horário que me convém. Ignoram que

densos, + ou - inflamáveis. A rapidez na carga e

é possível fazer o check-in num autocarro

descarga trouxe, como na Suécia, carruagens com

específico ou numa carrinha, na ida do centro

diferentes formatos e resistência do aço, consoante a

para a aerogare; e assim economizar o tempo que

facilidade no escoamento (lateral ou por baixo) de

conta, o meu. Pois não conta no PIB o tempo em

grãos, minerais, areias, pellets, etc 9. São fáceis de

que deixámos de fazer algo produtivo ou divertido

atrelar e desatrelar, para reduzir o tempo em que

para chegar à gare ou ao aeroporto. E os

um comboio pára numa estação intermediária, para

engarrafamentos no trânsito urbano, evitável

levar mais carga ou deixar parte dela. E ainda, as

com um bom transporte público, como na

locomotivas de tração elétrica recuperam a energia

Movimento +Engenharia – Pró Associação

vez

mais

precisamos

de

soluções


2014 ® Movimento +Engenharia obtida nas travagens. O mesmo em camiões.

custa numa estrada são os movimentos de terra se

Este é um exemplo de inovações existentes em

quisermos linhas retas em zonas montanhosas; são

alguns países mas que não chegam aqui pois há

as pontes e os viadutos. Aos empreiteiros, amigos

interesse em travá-las, com medo das 13 poderosas

dos políticos, interessa manter os padrões

famílias que mandam na banca e assim na economia

centenários. A Europa do Norte usa p.ex. um 2º

e na engenharia, de perderem parte do seu poder.

trailer no TIR, ou carruagens automotoras, com o

Para dar a impressão que foca-se em inovação,

motor em baixo da plataforma, que limita o peso

fazem concursos, dizem financiar ideias e patentes,

‘morto’ (tara) por eixo e reduz o custo das pontes.

mas a roda aqui continua quadrada, não querem

Temos a tecnologia pendular, que permite, mesmo

importar a roda que já roda lá fora, nem deixam os

para carga, fazer curvas com raios menores, sem

inventores fabricar a roda nova.

grandes movimentos de terra. Temos GPS e

Novos materiais, novos modelos

sistemas de sinalização e comunicação, que

A nanotecnologia e não só, trouxe-nos novos materiais. Com o nanotubo de carbono 10 temos hoje compósitos cada vez mais leves e resistentes. Já não se usa o termo borracha nem plástico; estão há décadas integrados nos ‘termoplásticos’

permitem muito trânsito numa só via, com linhas duplas só nalguns troços 13. Ou estradas com seis faixas, onde as duas centrais mudam o sentido consoante o trânsito, ao comando do computador. A tecnologia dos catamarans e trimarans aqui não é

que podem incorporar peças

bem

de aço ou outro metal, p.ex,

embarateça

em

Novos

fluvial, o que faria as PME

conceitos e materiais de

do interior poder exportar.

construção são usados há

O cidadão é que paga pela

décadas

economizar

ganância de uns poucos e os

energia no Norte da Europa,

governos já não governam,

autopeças.

para

utilizada, o

embora transporte

volta-se a usar materiais locais, mas em Portugal

não usam a nossa competência de bons

ignoramos a tecnologia green.

engenheiros, que acabam por emigrar.

Sabia que o óxido de térbio já está a 650 dólares o quilo e vai aumentar? Que o de európio, usado em fibra óptica vai duplicar? Que o zircónio é usado em biocerâmica, p.ex. implantação dentária 11? A Suécia já não faz auto-estradas há 15 anos. Usa 3 faixas, onde uma alterna entre a que vai e a que vem e permite ultrapassagens seguras a cada 2 km 12. Na Europa do Norte há ciclo-vias em todas as cidades. Hoje o que mais custa no transporte público, não é a carruagem, o bus ou a aeronave, mas as infraestruturas, o combustível, a segurança. O que mais

!

Movimento +Engenharia – Pró Associação

Referências ¹ Turekull, Bertil, História da IKEA, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2010 ² Silva, Luis Cabral: Plano Integrado de Transportes, SPG, Lisboa, 2009 ³ Soifer, Jack: Old Innovations in Seminário da UNESCO, Coastal Preservation, Tanger, Oct/10 4 Lavareda, António: Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais, Objetiva, Rio, 2009 5 Modernidade e Telecom, in OJE, 22/02/11, p.6 6 Nilsson, Mats-Eric: Akta Vara, Ordfront, Estocolmo, 2008 7

http://www.nyteknik.se/popular_teknik/teknikrevyn/article3118294. ece 8 Soifer, Jack: Como Sair da Crise ‘A’, Edição do autor, Lisboa, 2009, p.92 9 Malmbanan… in LKAB-framtid, Kiruna (Suécia) Nov/10, p.4 10 http://en.wikipedia.org/wiki/Carbon_nanotube 11 http://en.wikipedia.org/wiki/ Dental_implant 12 Soifer, Jack: Como Sair da Crise ‘C’, Edição do autor, Lisboa, 2010, p.133


2014 ® Movimento +Engenharia Desconhecimento total dos colaboradores e das suas reais competências. Má definição dos RH e má atitude por parte dos empresários que muitas vezes só vêm números e não têm em conta as mínimas necessidades dos Helena Rollo

colaboradores.

Engª Civil

Falta de respeito pelos colaboradores

geral@mhrconsultingsolutions.com

e pelos seus Valores. Não saber Ouvir

Organizações Felizes e Infelizes. Será esta a causa da baixa produtividade? (parte II II)

Podemos juntar a estes pontos algo muito

Na 1ª parte deste artigo abordei o que

Organizações

distingue uma organização feliz de uma

comportamento dos seus colaboradores, e

organização “doente” e a influência de cada

líderes e gestores que ainda não perceberam

uma delas no modo como os colaboradores

que

“vivem a organização”.

consequentemente da organização onde estão

De um modo geral, a baixa produtividade é

inseridos depende essencialmente do seu

resultante de os colaboradores se sentirem

próprio comportamento.

infelizes

estão

Saber planear, saber mostrar o caminho, saber

inseridos, sendo a culpa atribuída na maioria

ouvir, tornar bem visível a sua própria

das vezes aos líderes e gestores dessas

motivação, conhecer os valores de cada

organizações.

colaborador de modo a identificar o que

Salvo honrosas exceções, esta infelicidade é

motiva cada um (todas as pessoas são

devido a:

diferentes), saber incentivar, elogiar e mostrar

nas

organizações

onde

Falta de líderes e gestores que saibam motivar os seus colaboradores

comum na maior parte das empresas:

o

êxito

reconhecimento,

que

condicionam

do

seu

são

trabalho

o

e

características

fundamentais num líder.

Falta de reconhecimento pelo trabalho bem desenvolvido. Falta de orientação e planeamento Comunicação inexistente sobre os Resultado conseguidos, o que leva as pessoas a sentirem total indiferença pela Organização.

"

Movimento +Engenharia – Pró Associação

Cada vez mais, a capacidade para liderar pessoas é fundamental, no entanto, a primeira regra para uma liderança eficaz é saber que antes de liderar os outros deve saber liderar-se a si mesmo! Uma das tarefas que um líder tem como crucial, é motivar os seus colaboradores,


2014 ® Movimento +Engenharia primeiro que tudo com a sua própria

Empresas

Felizes,

motivação, que deve ser bem visível.

daquelas que já o são.

juntando-se

ao

grupo

Colaboradores desmotivados apresentam sinais que os líderes e gestores devem saber

Em tempos um colega escreveu-me a seguinte

identificar, como sejam:

frase que adorei:

Resistência a mudanças.

“ Em (mês) estou no mercado procurando ser

Trabalhos mal executados e atrasos na

Feliz numa empresa Feliz...e as infelizes que

sua execução.

me desculpem pois não tenho tempo para

Apatia, passividade e indiferença pelo

perder com elas”.

trabalho.

E você…está numa empresa feliz ou doente?

Falta de cooperação no ultrapassar de problemas e dificuldades. Pouca pontualidade e elevado absentismo. Mau humor e falta de brio Quem está motivado hoje, pode deixar de o estar amanhã. Motivar é pois um trabalho contínuo e o líder deve dar o exemplo com a sua motivação. Os líderes e gestores não devem

ficar

á

espera

que

sejam

os

colaboradores o motor. Não! Devem ser eles que devem Organizar, Planear, Incentivar, Motivar, Controlar e Elogiar os recursos mais importantes

de

uma

organização

-

os

Colaboradores. Os Líderes das melhores empresas para trabalhar consideram que se deve lutar pelo sucesso empresarial valorizando as pessoas, considerando os colaboradores um Recurso e não um Custo. Sendo um Recurso deve-se valorizá-lo, potencializá-lo e não reduzi-lo ou limitá-lo. Empresas com líderes e gestores que consigam implementar estas práticas poderão com certeza num futuro próximo vir a ser

$

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2014 ® Movimento +Engenharia com toda a certeza que mais tarde, quando profissionais, saberiam colaborar melhor. Mas o convite para fazer este artigo surgiu do facto de estar presentemente a trabalhar na “Pérola do Oriente”, Macau – isto depois de já ter estado em Angola entre 2006 e 2010. Perguntavam-me

Nuno Leal Arquitecto, Mestre em Gestão

nuno.leal@linhaderumo.pt

quais

as

hipóteses

dos

engenheiros encontrarem aqui oportunidades de trabalho. E, na realidade, são muitas – apesar de, em mais de um ano aqui, ainda não ter encontrado nenhum engenheiro português

Trabalhar no estrangeiro: um arquitecto português (entre muitos) em Macau. Quando fui desafiado a escrever para esta revista, primeiro estranhei: um arquitecto a escrever numa revista de um movimento de engenharia? Mas, após reflexão, e como diria Pessoa, depois entranhei: sim, porque cada vez mais estas duas áreas dependem uma da outra para fazer face à crise. Sempre fui apologista da necessidade das duas áreas actuarem de forma concertada para melhor se defenderem – ambas as ordens deveriam dialogar mais e tentar defender, quer no país, quer no estrangeiro, os seus membros de forma a melhor valorizar o trabalho que estes fazem. Infelizmente tenho a sensação que não é o que tem acontecido. Aliás, penso que essa ligação deveria começar no ensino universitário, em que cada um deveria aprender mais sobre aquilo que o outro executa – por essa razão frequentei uma especialização em Engenharia Civil, na área de

por cá… A receptividade aos trabalhadores é boa, no geral 1 . Os portugueses, graças ao acordo de transição assinado com a China que permitiu a entrega desta região de novo ao Governo Chinês, têm alguma facilidade em conseguir o “cartão de residente” de Macau, bastando para isso apresentar algumas garantias como uma proposta de contrato de trabalho ou local para habitar. No entanto, este processo não é imediato, podendo levar pelo menos uns 4 meses – sendo que nesse período de tempo não é permitido trabalhar… Uma boa opção de procura é através de sites de empregos, como o DB Jobs2. Trabalho, em Macau, não falta. Com um crescimento económico enorme, um superavit anual pois o Governo de Macau não consegue gastar todo o dinheiro angariado da indústria do jogo, todos os operadores do jogo estão a registar crescimentos da ordem dos 20% e estão, por isso, em plena expensão. 1

http://www.icote.pt/macau/

Processos e Gestão da Construção. Se houvesse

2

mais interdisciplinaridade na fase do ensino,

http://hk.jobsdb.com/HK/EN/Search/FindJobs?SearchFi elds=Positions,Companies&KeyOpt=COMPLEX&JSRV=1 &RLRSF=1&JobCat=0&Key=macau&Locations=0&oCou ntries=0

%

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2014 ® Movimento +Engenharia Para melhor se perceber o crescimento de

que deverá estar operacional a partir de 2016 é

Macau, que não é só económico mas também

uma excelente oportunidade. Para o futuro

físico, alguns dados: Macau tem hoje 28 Km2

está prevista a ampliação de novas linhas que

de superfície 3 – mas há 15 anos atrás tinha

deverão complementar o percurso fechando o

apenas 16 Km2. Na década passada foram

anel da península de Macau e ligando a ilha da

construídos alguns mega-casinos, dos quais se

Taipa à ilha de Coloane.

destaca o “The Venetian”, uma réplica de

Os ordenados não são excelentes, pelo menos

Veneza que inclui canais com gondolas dentro

não são ao nível do que é pago em Angola ou

do centro comercial e que é o 7º maior edifício

Moçambique, mas são bem melhores que em

do mundo em área de pisos , sendo que neste

Portugal, evidentemente. No entanto, o nível

momento estão em construção 5 novos centros

de vida aqui é geralmente mais caro do que em

mega-casinos – sendo que três deles são,

Portugal – nomeadamente no que toca à

segundo informações que me deram, ainda

habitação: o aluguer de um apartamento T2

maiores que o The Venetian…

modesto custará um mínimo de 600 euros,

A forma mais fácil, pelo que me apercebo, dos

podendo a fasquia subir bem acima dos 1000

engenheiros trabalharem em Macau é através

euros se falarmos nos condomínios e torres de

de grandes empresas multinacionais como a

luxo, pelo que a questão da habitação é um

“Mott Macdonald”, a “Meinhardt” ou a

factor a ter em conta antes de aceitar/pensar

“Inhabitat”, entre tantas outras, que a partir de

em trabalhar em Macau.

Hong Kong estão a trabalhar directamente

A língua pode ser um problema, pois apesar do

com os casinos na área das estruturas, das

português ser uma das línguas oficiais, para lá

fachadas,

redes

da comunidade portuguesa de pouco serve.

hidráulicas, da electricidade, da electrónica,

Maioritariamente fala-se cantonês na região e

das vias.

o

Também o Metro de Macau 5 , um comboio

profissionalmente. Nem todos os empregos

ligeiro de superfície e elevado, está a ser

obrigam a que se fale cantonês (ou mandarim)

construído de raiz, uma linha de 20 Km e 23

mas dominar-se a língua é um must.

estações que ligam o extremo norte do

O lado bom é que estamos pertos de destinos

território, as Portas do Cerco, até aos mega-

luxuriantes

casinos no istmo do Cotai (o aterro que ligou

dificilmente visitamos, mas que aqui, a menos

as ilhas da Taipa e de Coloane) terminando no

de 4 horas de avião a partir de Macau e por

aeroporto, numa impressionante obra de

vezes em voos de baixo custo, são facilmente

engenharia (com a participação da empresa

visitáveis,

portuguesa “Fase”) que se iniciou em 2012 e

Indonésia, Vietname, Laos, Cambodja ou a

4

3

do

ar-condicionado,

das

http://pt.wikipedia.org/wiki/Macau

inglês

é

e

a

língua

que

como

a

a

partir

mais

da

Tailândia,

usada

Europa

Malásia,

Coreia do Sul e o Japão, bem como a imensa

4

China. Um dos poucos privilégios de quem

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_largest_buildings_ in_the_world#Largest_area 5 http://www.git.gov.mo/pt/index.aspx

está longe de Portugal…

'

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2014 ® Movimento +Engenharia Desde o lean, six sigma, 5S, melhoria continua ou kaizen, passando formas mais ou menos elaboradas de combinações destas ferramentas ou suas derivadas, até algumas novas perspectivas houve de tudo.

Mário Fernandes Eng. Geógrafo mlopesfernandes@gmail.com

VI Fórum da Qualidade. ESCE IPVC Apresentação do caso de estudo de uma empresa de Engenharia Civil (área de projecto)

Na sequência de um convite do nosso colega Eng. José Carlos Sá, estive presente como orador no VI Fórum da Qualidade, em Valença.

Curioso foi verificar que a grande maior dos presentes, dos oradores, tinha formação em engenharia. Uns engenheiros químicos, ou engenheiros mecânicos, e outros engenheiros geógrafos (????). Todo este pluralismo de culturais de base, que se uniram num só propósito, num só ambiente, com a determinação de melhorarem as suas capacidades através da partilha, fizeram-me lembrar do que se encontra nos livros de história, nas suas referências aos primórdios da engenharia, e que se lê naquilo que está subjacente as palavras escritas.

Isto deu-me um reforço na ideia de que o engenheiro tem que assumir o seu real papel: o de peça 2 - Mário Fernandes durante a apresentação fundamental na engrenagem que Foi um fórum poderá tirar este nosso querido país do marasmo e extremamente abrangente, com pessoas dos mais da profunda crise que nos vem assolando. diversos recantos da indústria em Portugal Considero que o fórum foi um imenso sucesso. Saí presente. Alguns deles tubarões do nosso meio de lá extremamente enriquecido. E deixo aqui o socio industrial, o que confesso que me deixou um meu agradecimento ao colega José Carlos Sá pela pouco intimidado. O rol de empresa era oportunidade. Aliás, quase que me apetece ligar-lhe impressionante. Desde Caetano Aeronautic, IKEA, e fazer-me convidado para o VII Fórum da Panrico, APCER, Siemens (através da presença da Qualidade ATEC), Faurécia, General Electric, GEWISS, o do ESCEHospital de Santo António, a NOS, e claro o meu IPVC, em GOP. Como podem ver pela amostra, o espectro de Valença. conhecimento é do mais vasto possível, e percorre transversalmente a totalidade da sociedade. A ideia do fórum era a partilha de experiências entre as diversas áreas de conhecimento, entre os diversos ambientes industriais, para que cada um dos assistentes determina-se quais a ferramenta, ou ferramentas, que se ajustariam à sua forma de trabalhar.

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Ilustração 1 - Panorâmica da sala durante a apresentação, com visão para a mesa de oradores. Da esquerda para a direita estão o representante da Panrico, o Director do IPVC, a representante da General Electiric e o representante da APCER


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Seminário Cluster do Mar Realizou-se no passado dia 10 de Julho, nas instalações da AERLis-Oeiras, o seminário “Cluster do Mar” promovido pelo movimento mais engenharia.

“O Mar é a maior área de Portugal, e a mais esquecida nas últimas décadas. Deixámos de inovar por incrementos. Por isso parece que quando falamos no Cluster do Mar estamos a descobrir a roda ou antes o caminho marítimo para a India. Mas não, estamos só a constatar que precisamos de recuperar o atraso, com grandes incrementos de inovação.

Eng. Pedro Antunes Empreendorismo

na

área

naval

e

a

necessidade de Internaciolização

O Mar não é só a industria pesada, é também software, química, biologia, energia, turismo, logística, desporto, drones, comunicações, arte, lazer e também .... Água. Viver uma espera sem esperança, resignados queixando nos de que a reforma do Estado não chega não é a solução. Temos de plantar um novo pinhal de Leiria e lançar novamente as caravelas que trouxeram mais mundos ao mundo. E isso está nas mãos dos empresários, das universidades e essencialmente da opinião pública. “

Prof. Alexandre Magrinho Inovação financiada a 95 e 125%

Joaquim Nogueira de Almeida

Contra Almirante Victor Gonçalves de Brito Contributos da Engenharia para a Economia do Mar Movimento +Engenharia – Pró Associação


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Ciclo de Palestras +Engenharia

A Reindustrialização Caros Amigos e Colegas,

O movimento +Engenharia tem a honra de vos convidar a participar na conferência sobre Reindustralização que se encontra a preparar e a promover. Esta conferência terá lugar em Vila Nova de Famalicão em Outubro próximo. É sabido que a Europa precise de uma nova política industrial que tome em linha de conta os desafios industriais que lhe vêem surgindo. Se a Europa precisa, Portugal ainda mais. Esta será a oportunidade de reduzirmos o fosso tecnológico e organizacional que separar a nossa indústria do patamar cimeiro onde pretendemos que ela esteja. Mas as questões essenciais que se colocam é como poderá Portugal relançar a sua indústria? Como combater a deslocalização da produção industrial? Como poderá a engenharia e os engenheiros portugueses participar e promover esse relançamento? É a estas questões, e outras essenciais para o perfeito desenvolvimento do tema, que pretendemos abordar e discutir nesta conferência. Procuramos incorporar neste debate / discussão a opinião de todos os engenheiros e de todas as especialidades. Porque todos são válidos. Porque todos são necessários. Porque todos, juntos, promovem a engenharia portuguesa. Proximamente iremos divulgar mais detalhes acerca deste evento, nomeadamente a lista de tópicos a abordar e a listagem de conferencistas. Contamos com a vossa presença em Vila Nova de Famalicão.

Local e data a anunciar brevemente

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