Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 08

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Ano I nº 08 Dezembro 2007

O sabor do Natal

Final de ano faz duplicar as vendas da Stuttgart, empresa blumenauense que importa produtos finos, principalmente da Alemanha, e distribui para estados do Sul e Sudeste

A empresária Hanna Hirt-Duebbers fundou a empresa em 1993, na garagem de casa

ASSOCIATIVISMO: consultor Rainer Müller-Glodde fala sobre núcleos setoriais




Luís C. Kriewall Filho

EDITORIAL

Encontro de sucesso Evento reuniu 1.858 empresários e governantes e criou oportunidades de negócios entre os dois países Blumenau deu ao Encontro Econômico Brasil-Alemanha a importância que ele realmente tem. Foram 1.858 inscrições, sendo 267 da Alemanha. Nunca uma edição do evento reuniu tantos empresários interessados nas oportunidades de negócios entre os dois países. Além disso, o Encontro contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que impressionou a muitos com o discurso que fez na abertura do evento. Foi a primeira vez que um presidente do Brasil marcou presença em 25 edições. Ao atrair a atenção de tantos, o evento realizado em Blumenau consolida-se como um dos mais importantes já realizados e marca a cidade como um potencial destino de novos investimentos europeus. Da mesma forma, o produto fabricado em Blumenau ganha força no competitivo mercado global. O Encontro serviu como uma enorme vitrine para os potenciais da cidade, revelando aos alemães um cantinho do Brasil familiar, acolhedor, trabalhador e que prima pela qualidade em tudo que faz. O sucesso do trabalho realizado antes e durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha está intimamente ligado ao empenho daqueles que estiveram à frente da organização do evento. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) mostraram a vontade necessária para fazer o melhor e não dar margem para falhas no desenvolvimento do evento. É claro que alguns problemas localizados foram identificados, mas nada que comprometesse a impressão positiva que os participantes levaram de Blumenau. Também devemos creditar o sucesso ao apoio dado por diversas entidades e pelos governos federal, estadual e municipal. Atento às oportunidades, o governador Luiz Henrique da Silveira, por exemplo, transferiu a sede da capital do Estado para Blumenau no período de realização do evento. Além disso, o apoio dado pela Câmara Brasil Alemanha, Blumenau Convention & Visitors Bureau, Câmara de Dirigentes Lojistas e Acib foram determinantes para fazer com que a cidade aproveitasse ao máximo a rápida e valorosa estada dos participantes do evento. Outro trabalho de destaque foi o da imprensa blumenauense, que se mostrou comprometida com o futuro da região, dando cobertura poucas vezes vista na história da cidade. Tamanha reunião de forças mostra que a cidade está empenhada em receber cada vez mais eventos de qualidade, que mostrem Blumenau como um pólo de oportunidades nas mais diversas áreas da economia e do turismo. Temos estruturas confiáveis para a realização desses eventos, como o Parque Vila Germânica, o Teatro Carlos Gomes e diversos hotéis. Nossa rede hoteleira investe em melhorias como há tempo não se via. Nossos acessos e rodovias estão sendo reestruturados e vão facilitar a vida de quem chega à cidade. Mas o principal parece ser o envolvimento de toda a comunidade, que percebeu a necessidade de bem receber e de se envolver em toda movimentação em torno dos eventos que atraem novos olhares para a cidade. Parabéns, Blumenau! Estamos preparados para novos desafios. A Diretoria 4



SUMÁRIO

EXPERIÊNCIA COM NÚCLEOS SETORIAIS

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O consultor Rainer Müller-Glodde ajuda a espalhar esta filosofia pelo mundo

INVESTIR EM TECNOLOGIA DÁ RETORNO

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UMA DÉCADA DE BONS RESULTADOS

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BluSol completa 10 anos de atuação gerando crédito para micro e pequenos empreendedores

Legalização dos softwares nas empresas é uma medida indispensável para o progresso

20 O sucesso do encontro Brasil-Alemanha 22 Como fazer doações deduzindo do IR 28 Artigo - Brasil-Alemanha: conexão jurídica

31 Acib é notícia 42 Memória

EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo REPÓRTERES Ana Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Ivan Fernando Schulze FOTOS Ivan Fernando Schulze, Gilberto Viegas e Divulgação DIRETOR COMERCIAL Cleomar Debarba - 47 3035.5500 - debarba@mundieditora.com.br DIRETOR EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br DIRETOR EDITORIAL Luiz Mund - 0189 JP (MTb/SC) - mund@mundieditora.com.br

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SABORES REQUINTADOS Fundada em 1993 na garagem de casa, a Stuttgart Importação e Distribuição trás ao Brasil o doce sabor europeu

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar Neumarkt Financial & Trade Center CEP: 89010-205 Blumenau – SC 47 3326.1230 www.acib.net

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Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten

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Empreendedorismo

Natal com

sabor requintado

Hanna Hirt-Duebbers, participante do Conselho Consultivo da Câmara da Mulher Empresária e do Conselho Deliberativo da Acib, é o nome forte por trás da Stuttgart Importação e Distribuição. Fundada em 1993, na garagem de casa, a empresa começou muito pequena, com apenas algumas importações. Após três anos de calmaria, a empresa se profissionalizou e hoje tem uma equipe forte e pronta para atender o mercado de importação de alimentos finos. A história da importadora iniciouse muito antes da data de sua fundação. Nascida em Florianópolis, moradora de Blumenau e com pais alemães, o que lhe fornece uma ligação intensa com a Alemanha, foi pela primeira vez para o país europeu para estudar na Escola de Técnicas Paramédicas da universidade de Marburg an der Lahn. Viveu 10 anos na Alemanha e em cada uma das suas viagens de volta para o Brasil, trazia diversos produtos alemães, como salsichas, pães e chocolates. Voltando ao Brasil, passou a trabalhar com o esposo Robert, o qual assumiu a representação em Blumenau de uma multinacional alemã especializada em instrumentos para controle de processos industriais. Com a venda da multinacional para um grupo norte-americano, Hanna 8

resolveu buscar novas oportunidades de negócios, criando a importadora Stuttgart, para trazer da Alemanha produtos alimentícios para o Brasil. O início dos trabalhos foi lento, com importações de pequenos valores e poucos produtos. Após três anos, decidiu investir mais pesado na nova empresa que havia se formado e passou a explorar com mais força esse nicho de mercado. A empresa instalou-se em um novo prédio, no bairro Vila Nova, onde está localizada até hoje. Ampliou o número de fornecedores estrangeiros, já contando com cerca de 250 produtos de 40 fornecedores alemães, de 11 Estados alemães diferentes (no total a Alemanha tem 16 Estados). Além destes fornecedores, ainda existem mais da Hungria, Estados Unidos, França e Dinamarca. A empresa cresceu, contratou mais funcionários, hoje contando com nove colaboradores e mais de vinte representantes no país, e distribui alimentos finos importados para grandes redes de varejo, lojas de delicatessen e lojas especializadas em chocolates. A Stuttgart distribui seus produtos por mais de 1,5 mil estabelecimentos comerciais no Brasil, a maioria localizada em São Paulo (49%), Rio de Janeiro (13%), Paraná (11%) e Santa Catarina (11%). Mesmo com o crescimento vertiginoso, a Stuttgart comemora seus 15 anos de existência em 2008 e continua sendo uma

empresa familiar. Além de Hanna, seu filho Frank Norman Hirt, de 26 anos, comanda a área de marketing e vendas da importadora. Conhecedor dos negócios da família desde criança, Frank iniciou seus trabalhos oficialmente na Stuttgart aos 16 anos, e com 10 anos de experiência, já consegue organizar tudo para que a empresa continue mantendo o nível crescente de qualidade e competência. Frank acompanha Hanna nas viagens ao Exterior, com o intuito de participar de feiras de produtos alimentícios realizadas em todo o mundo. É nessas feiras que os dois fazem contatos com clientes, fornecedores e procuram novidades da área de alimentos finos. Assim, conseguem trazer a Blumenau somente os melhores produtos encontrados no mundo. Para os contatos mundo afora, Hanna e Frank dominam, além do português, o inglês e o alemão, além de terem boas noções de francês. Hanna conta que esta é uma herança que veio de casa, quando ainda era criança e seus pais obrigavam os filhos a falar somente em alemão quando estivessem em casa. “Quando estávamos na rua, podíamos falar na língua que quiséssemos, mas em casa, só em alemão”, explica. A mesma técnica foi utilizada com seu filho, que logo tomou gosto pelas línguas e culturas diferentes. “Cada idioma que você fala, é uma porta a mais que se abre para o seu mundo”, garante.


Alguns produtos demoram para serem aceitos no Brasil, como o pão integral e o marzipan. Ninguém conhecia o marzipan, e hoje ele é um produto que não pode faltar em nenhuma cesta de Natal

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Empreendedorismo

Artigos de primeira qualidade A importadora é especializada em produtos alimentícios alemães, mas também trabalha com produtos da Hungria, Estados Unidos, França, Dinamarca e recentemente Itália, estes são em menor número. Para encontrar os melhores produtos, visitam as feiras e fazem muita pesquisa através de catálogos e conversas com fornecedores. A afinidade de Hanna com os produtos alemães ajuda na hora da escolha, por ela ter morado já diversos anos naquele país. Hoje, além dos chocolates, pães integrais e salsichas, a Stuttgart também importa produtos como biscoitos, chás, geléias, arenque, salgadinhos e pães orgânicos, Spätzle, nhoques e conservas, além de sete tipos de cervejas alemãs e uma extensa linha DIET para diabéticos. Para a aquisição de novos produtos, além das detalhadas pesquisas, todos os produtos são degustados pelos funcionários da Stuttgart, que já têm senso crítico para decidir sobre a aprovação ou não de determinado produto. Alguns dos representantes da marca também são convidados a fazer o teste e discutir a importação

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ou não do produto. “Alguns produtos demoram um pouco para se tornarem bem aceitos aqui no Brasil, como o pão integral e o marzipan. Ninguém conhecia o marzipan aqui no Brasil, e hoje ele é um dos produtos que não pode faltar em nenhuma cesta de Natal”, diz Hanna. Hoje, a diretora da empresa já comemora: “é uma unanimidade, toda cesta de importados tem que ter algum produto da Stuttgart”. Os importados são procurados pelo sabor diferenciado que apresentam. Nisso, Hanna garante que os alemães se destacam do restante. “Quatro coisas fazem a Alemanha tão boa em seus produtos. Um sabor inigualável, tecnologia avançada, uma bela aparência e o know-how de anos de experiência na produção dos alimentos”, define a diretora da Stuttgart. O Natal se aproxima e é nessa época do ano que as vendas da Stuttgart duplicam. As vendas de Natal da empresa já começam no mês de junho, e os produtos a serem importados da Alemanha já precisam ser decididos no mês de janeiro. Tudo isso para garantir que o estoque es-

tará repleto de delícias, e que as cestas de final de ano estejam completas em todo o país. E para isso, Hanna faz questão de cuidar pessoalmente das embalagens, e coloca a mão na massa para garantir que os clientes receberão os melhores produtos existentes no mercado. “Não consigo ficar longe daqui. Nem que eu só possa passar uma hora por dia na área de expedição, eu venho, tenho que estar presente nesse trabalho”, conta. “Quando vejo os pedidos prontos para serem embalados, fico admirada com o lindo sortimento de produtos que o cliente fez para as suas vendas de Natal”, completa.

informações Stuttgart Importação e Distribuição Fundação: 1993 Postos de trabalho: 9 E-mail: hanna@stuttgart.com.br Site: www.stuttgart.com.br Telefone: (47) 3323-2137



ASSOCIATIVISMO

Rainer

Müller-Glodde

No início da década de 90, a Acib ainda era uma entidade em fase de consolidação. Uma parceria com entidades alemãs trouxe, no dia 8 de fevereiro de 1991, Rainer Müller-Glodde à cidade, onde implantou a metodologia de Núcleos Setoriais na entidade. “Encontrei uma ACI pequena, não-representativa. Uma ACI de médias empresas, onde a elite das empresas de Blumenau não participava”, conta o consultor.

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Consolidação do

trabalho em equipe

Quando implantava-se uma nova forma de trabalho na entidade, optou-se por começar organizando os grupos por ramos de atividades. Rainer conta que o primeiro grupo formado foi com os proprietários de panificadoras, o que causou uma grande discussão na época. Os proprietários destes estabelecimentos não eram considerados empresários, o que demonstrou as diferenças entre as metodologias de trabalho aplicadas no Brasil e na Alemanha. “Esse era um modelo de ACI que já não funciona mais”, explica Rainer. Ele conta que na época, as decisões eram tomadas apenas pela direção dos grupos, como se a diretoria soubesse o que seria melhor para todos. Com o tempo, aprendeu-se que o método de trabalho teria que ser modificado, e que os próprios empresários é quem deveriam definir quais

suas necessidades. Outra dificuldade encontrada na época foi que os empresários blumenauenses tinham muito medo de mostrar seus segredos para outros empresários, tidos então como concorrentes. “Tivemos que explicar que como eram 10 empresários, e cada um colocava um segredo na mesa, a matemática mostrava que cada um deles ainda saía com nove segredos de lucro”, lembra o consultor. Ainda assim, o consultor alemão alerta que este é um problema encontrado em todo o mundo, e não apenas em nossa cidade. “Essa desconfiança é comum em todos os países, seja Brasil, Argélia ou Sri Lanka. Em todo lugar acontece a mesma coisa”, diz, ao contar que o sistema de Núcleos conseguiu atravessar essa desconfiança, desenvolvendo a autoconfiança de todo o grupo.

Isso passou a encorajar os empresários a iniciar novas atividades em suas empresas e também fora delas. Trabalhando em grupo, os empresários podem exigir cursos de qualificação, palestras e uma procura por resultados ligados diretamente ao problema existente. Também oodem buscar soluções para os problemas que os afligem, não precisando ficar presos na superficialidade das coisas genéricas. Notou-se que os problemas de um, também ajudavam os outros a resolverem seus próprios problemas. Em grupo, os empresários se tornaram mais fortes. O objetivo principal de um núcleo setorial é criar um grupo de lobby, utilizando o trabalho em grupo para aumentar a força de todos os seus membros. “Isso é uma escola de futuros líderes”, completa Reiner .


ASSOCIATIVISMO

Trabalho em equipe Mas para isso, é necessário manter uma metodologia de trabalho, sempre apostando na troca de idéias e no trabalho em equipe. Rainer explica que uma coisa que não se pode deixar acontecer é o presidente da entidade querer resolver tudo sozinho. “Se ele for centralizador, não vai adiantar nada, esse é um formato já ultrapassado. Para dar certo, todos têm que participar”, garante. Essa descentralização não necessariamente atinge a hierarquia das organizações que a adotam, mas faz com que a hierarquia não seja dividida por cargos, e sim por conhecimento. As decisões, tomadas em grupos, são escolhidas por todos os membros, não se tornando assunto apenas da diretoria, ou de um pequeno grupo de pessoas. Essa mesma técnica desenvolvida em Blumenau também já foi levada mundo afora, em países como Uru-

guai, Chile, Bolívia, Equador, Nicarágua, Sri Lanka, Argélia, Vietnã, Moçambique, Costa de Marfim e México. Apesar da participação ativa dos alemães na construção da metodologia dos Núcleos Setoriais, este sistema é um produto brasileiro, desenvolvido em nosso país e utilizado apenas em países com estas características econômicas e culturais. Na própria Alemanha, este procedimento não é praticado da forma com que ele aqui é realizado. “Lá, tudo acontece por escrito. São artigos, pesquisas, informações trocadas através de cartas. No Brasil, precisamos buscar uma nova forma de comunicação, pois tudo que entra por escrito em uma empresa acaba no lixo. Aqui, só se acredita em uma pessoa encontrando ela pessoalmente”, diz Rainer. Ele exemplifica esta diferença de comunicação contando que as reuniões de diretoria das ACIs alemãs

ocorrem quatro vezes por ano, enquanto no Brasil esse encontro é semanal. Rainer explica que a tática de Núcleos pode ser usada dentro das empresas, nas próprias famílias, e todo local que contar com outras pessoas, em que você estiver inserido. Neste sistema, onde todos participam, nenhuma idéia é perdida, o que aumenta a chance de se encontrar uma solução para os problemas em comum. Para isso, todos os personagens do núcleo têm que participar no mesmo nível, um não podendo ser mais importante que outro. A prova do sucesso deste sistema é o crescimento acentuado da Acib desde a primeira visita de Rainer à entidade. Mesmo com o amplo crescimento da Acib na última década, Rainer lembra que ainda há muito trabalho pela frente, para fortalecer a entidade. “A Acib só conta com 850 empresas, algo como 5% de representatividade do empresariado blumenauense. Mesmo que se diga que são as maiores empresas da cidade, ainda não é muito. É preciso atingir ainda mais empresas”, alerta. Outro problema que precisa ser sanado para o crescimento futuro da entidade é quanto aos parâmetros de qualidade e crescimento das empresas. “Os parâmetros utilizados aqui são os que eram utilizados há 20 anos na Alemanha. A realidade blumenauense mudou e a cidade continua atrasada em relação a isso”, constata o consultor.

Se o presidente da entidade for centralizador, não vai adiantar nada, esse é um formato já ultrapassado. Para dar certo, todos têm que participar Atualmente, Reiner leva a filosofia dos núcleos setoriais para a África 14



Tecnologia

A serviço da

evolução Os benefícios que as novas tecnologias trazem para as empresas são impossíveis de serem enumerados em sua totalidade. Cada empresa pode solucionar seus problemas com um software específico, desenvolvido especialmente para aquele cliente, ou comprar um software já existente no mercado, que consiga concretizar seus desejos. O passo mais importante na hora de investir em tecnologia para sua empresa é verificar a necessidade da instalação desses produtos, e ter a certeza de que esse produto é o mais indicado para resolver o seu problema. O diretor da Keep It Tecnologia para Negócios, Agostinho Artur Schnaider, explica que toda empresa visa resultados financeiros. Assim, as tecnologias estão à disposição do empresariado, e cabe ao administrador escolher qual terá melhor aplicação. “É preciso sempre se perguntar qual será o retorno desse investimento”. Mudaram as formas de trabalho, as necessidades empresariais e até mesmo a cultura do blumenauense, hoje já globalizado pelo acesso instantâneo a qualquer parte do mundo via internet. A tecnologia tem papel fundamental nessa evolução, à disposição dos empresários. “Tecnologia aumenta a produtividade. Ela está aqui para acelerar nossos processos, dar mais tempo para fazer o que é necessário. Não precisamos mais perder tempo vasculhando papéis em busca de uma informação”, visualiza Schnaider. Para que não seja feito um grande investimento que acabe sendo desperdiçado, porém, é preciso planejamento e atenção para os resultados práticos deste investimento. “O investimento deve ser algo mensurável, é necessário saber quanto dará de retorno. A tecnologia serve para melhorar as coisas, mas o investimento tem que mostrar resultados”, explica o diretor. Para isso, vale a máxima de que tempo é dinheiro, e a tecnologia consegue fazer as ações serem mais rápidas. Hoje, a procura por informações ou arquivos através de um programa de buscas no sistema da empresa demora menos de três segundos. 16

Preocupações com o futuro Um bom exemplo de uma empresa que garantiu grandes melhorias em seu negócio ao fazer investimentos na área tecnológica é a ADD-Makler, que há três meses renovou toda a parte de hardware e software de sua matriz e de 10 filiais pelo país. Implantou um novo servidor, conectando todos os computadores, de todas as filiais, em um sistema único e instalou a última versão de todos os softwares necessários. “Nós trabalhamos com prestação de serviços, então o nosso bem mais importante é a informação. Antes, nada era online, perdíamos muito tempo buscando informações. Hoje a informação está disponível o tempo todo e em todo lugar”, comemora a responsável pelo suporte técnico-comercial da empresa, Valda Stange. A empresa se tornou mais ágil, mais eficiente e mais segura, com um monitoramento 24 horas de todo o sistema. Os resultados foram imediatos, com a redução total das manutenções com hardware e a agilidade que surpreendeu a todos. O que antes tinha problemas de deficiência de informação, hoje é exemplo de praticidade, com o

uso de smart phones, que possibilitam o acesso à informação de qualquer lugar do país, seja por computador ou até mesmo por celular. Tudo fica interligado e ocorre de forma instantânea, desde a leitura de e-mails até a agenda atualizada pela secretária em tempo real. “As melhorias são muito significativas”, conta Valda. Ao ser perguntado se vale à pena investir em tecnologia, Schnaider é categórico: “vale”. Mas ele completa explicando que é necessário saber o que se deve comprar e onde efetuar esta compra. Como o número de softwares e produtos de alta tecnologia não pára de crescer, e os próprios produtos estão sempre evoluindo, a transformação é constante, e a ajuda profissional é essencial. O investimento em tecnologia está ligado diretamente com a produtividade, e o resultado rápido é uma necessidade. “Tem que tomar cuidado para não se empolgar e investir em coisas desnecessárias, comprar algo no oba-oba”, alerta. “Não adianta comprar uma BMW quando você só precisa de um Fiat Uno”, exemplifica Schnaider.


Setor em crescimento As empresas podem ser classificadas em quatro setores, quando vistas sob o prisma da tecnologia de informação: Básica, Standart, Racionalizada e Dinâmica. As empresas básicas são aquelas que têm uma equipe de TI apenas para consertar pequenos problemas, ou que não conta com uma organização de sua equipe de TI. Ela é centrada no custo, tentando ser o mais econômica possível. O modelo Standart é mais eficiente, ainda com grandes preocupações com custos, enquanto a Racionalizada funciona como um facilitador de negócios, onde os custos ficam mais baixos e a eficiência ajuda a empresa a desenvolver seus projetos e atuar com maior qualidade. As Dinâmicas têm um custo mais alto, mas são as empresas que usam a tecnologia como recurso estratégico da marca. A maior parte das empresas ainda está se desenvolvendo lentamente na área, de acordo com pesquisas que demonstram que 100% das 300 maiores empresas do país estão classificadas no perfil Básico. Schnaider explica que em Blumenau não é diferente. “A cidade tem uma cultura grande em desenvolvimento de softwares, mas muitas vezes não traz nada novo, é muita gente reinventando a roda”, conta, ao exemplificar que a Microsoft, quando contrata brasileiros, busca profissionais no Recife, e não em Blumenau, considerada grande pólo tecnológico. Blumenau, apesar de ser considerada este pólo de tecnologia, hoje não investe muito na área de prevenção, de acordo com Schnaider. “A preocupação da equipe de tecnologias da informação em Blumenau é apagar incêndios. É apenas de resolver problemas, não de prevenção”, critica.


Tecnologia

Luta contra a pirataria Blumenau está mobilizada no combate à pirataria, bandeira levantada pela Acib e que aposta na conscientização da população. Schnaider elogia o movimento, e diz que essa conscientização é necessária e está começando a demonstrar seus efeitos. Ele explica que a pirataria de softwares, apesar de grande, ainda não é tão prejudicial quanto a de filmes e música. Mesmo assim, acredita que a população está conseguindo compreender as vantagens de adquirir um produto original. “A cultura da região está mudando, antigamente a preocupação em ter um software original era puramente legal. Hoje, já se têm consciência que o produto pirata é de qualidade inferior e é, também, crimi18

noso”, explica. A campanha Blumenau Sem Pirataria faz um trabalho forte de conscientização neste sentido, ao mostrar que o software pirata é igual ao tênis pirata, ao filme pirata, ao CD pirata e tantos outros produtos. Hoje, o software pirata está ligado diretamente à imagem de produto de baixa qualidade e como a informação está cada vez mais acessível na atualidade, o preço do produto original está cada vez mais barato, diminuindo a diferença entre o original e a cópia pirateada. O diretor da Keep It avisa que a campanha não tem “trabalho de polícia”, e não visa fiscalizar e coibir, e sim conscientizar. “Blumenau é uma cidade modelo para

muita coisa, que bom se formos para isso também”, torce. Ele alerta para o fato de que todo tipo de pirataria está ligado diretamente com o crime organizado. “Estamos falando de seqüestro, tráfico de drogas, crime organizado mesmo, isso tem que ficar bem claro. Se comprar um software pirata, um DVD pirata ou uma roupa pirata, você está bancando o tráfico da mesma forma”, alerta. A idéia da campanha Blumenau Sem Pirataria é mostrar o que é a pirataria e conscientizar as pessoas para não a apoiarem, não colaborarem com ela. “As pessoas estão se conscientizando de que não dá para ficar se enganando. Tudo tem um preço”, diz Schnaider.



IMPOSTO SOCIAL

Uma ajuda

que não custa nada Ajudar entidades assistenciais sem gastar nada a mais por isso. É dessa forma que a contribuição feita através da dedução do imposto de renda, tanto para empresas quanto para pessoas físicas funciona. Segundo o regulamento do imposto de renda, até 1% do imposto devido pelas empresas pode ser repassado a instituições atendidas pelos Fundos para a Infância e Adolescência (FIA) e até 6% do imposto devido pela pessoa física. Porém, é preciso estar atento, pois somente os optantes pelo formulário completo, no caso da pessoa física, e os que decidem pelo Regime de Lucro Real, para as empresas, podem usufruir da renúncia fiscal.

O contador Rolf Hartmann

O contador Rolf Hartmann esclarece que sem essa opção, o valor do imposto de renda é passado integralmente ao governo federal. A grande vantagem é que tanto as pessoas declarantes quanto as empresas podem dar um destino cer-

Passo a Passo 1° Calcule o valor máximo de sua destinação. Para pessoa física é 6% do Imposto de Renda Devido e para empresas é 1% do Imposto de Renda Devido. Lembre-se, apenas os optantes pelo Formulário Completo (PF) e os optantes pelo Regime de Lucro Real (empresas) podem usufruir da renúncia Fiscal. 2° Defina para qual Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente você destinará os recursos. 3° Deposite o valor na conta do Fundo. Os depósitos deverão ser efetuados dentro do exercício fiscal, ou seja, até 31 de dezembro do corrente ano. 4° Entre em contato com o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do referido município, Estado ou União, para o qual você depositou os recursos e informe seu dados (nome, endereço completo, valor do depósito e CPF). Dessa forma o Conselho irá providenciar o recibo e lhe encaminhará. Este recibo será seu comprovante junto à Receita Federal. 5° Informe sua destinação ao preencher sua Declaração de Imposto de Renda. Há um campo no formulário de declaração de Imposto de Renda onde você deverá informar a data, o valor e o CNPJ do Fundo para qual o recurso foi depositado. Assim que os dados forem inseridos, o próprio programa da Receita Federal já considerará a renúncia fiscal. Nota: Para saber onde os recursos do Fundo serão aplicados, ligue para o Conselho e informe-se. Fonte: http://www.proconselhobrasil.org.br/hotsitefia2006/passoapasso.html

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to para um percentual do que está sendo pago. Essa é uma garantia de que parte do tributo fica no município para atender as entidades locais. “Ninguém precisa mexer no bolso, trata-se de um percentual destinado para as entidades de um dinheiro que seria pago como imposto de qualquer forma. Então, por que não ajudar o próprio município?”, questiona o contador. Um dos empecilhos nos quais os profissionais da contabilidade esbarram é que o imposto de renda sempre tem como base o ano anterior. Por exemplo, a empresa que doar em 2007 deve incluir na declaração de 2008 e o valor será descontado do imposto que vence em abril. Isso quer dizer que é necessário antecipar o dinheiro, pois o depósito deve ser feito para o FIA até o último dia útil bancário do ano base. Por este motivo, muitas empresas deixam de contribuir, alegando não ter o dinheiro disponível. Hartmann aponta que falta deixar claro que a antecipação é de apenas quatro meses e, após a análise da Receita Federal, o valor é devolvido junto da restituição devida ou será deduzido do valor a pagar, se for o caso. Os Fundos da Infância e da Adolescência atuam no âmbito municipal, estadual e federal e são instrumento de captação de recursos designados exclusivamente para projetos de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Controlado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), o FIA recebe os valores e, de acordo com os projetos e planos de aplicação das instituições, distribui a verba. Esses recursos são gerenciados pelo CMDCA, que é formado por membros que representam o poder público e a sociedade civil organizada. Caso o contribuinte queira destinar sua doação a uma entidade específica, deve indicar ao CMDCA ou à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc). A doação também pode ser feita diretamente na conta da entidade, desde que ela esteja devidamente cadastrada aos órgãos fiscalizadores, para que se faça valer a dedução. Quando o depósito é feito diretamente na conta da entidade, é preciso entrar em contato com o CMDCA do município, Estado ou União e informar os dados necessários.



Encontro Brasil-Alemanha

Acib aproveita encontro

econômico Diretores, conselheiros, colaboradores e integrantes dos núcleos setoriais da Acib aproveitaram ao máximo a realização de um dos mais importantes eventos já organizados em Blumenau. Desde a abertura, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dezenas de empresários ligados à entidade participaram dos painéis, palestras e workshops para identificar possíveis parcerias com empresas alemãs.

Lula recebeu reivindicações da Prefeitura, FurbAcib e outras entidades empresariais

O acordo firmado em 2005 precisa ser cumprido. Por isso vamos chamar 50 novos policiais para o município. Com isto, mostramos, mais uma vez, a nossa preocupação com Blumenau e com todo o Vale do Itajaí

Logo na abertura o presidente Lula recebeu um ofício da Prefeitura de Blumenau com quatro importantes pedidos: a federalização da Universidade Regional de Blumenau (Furb), a duplicação da BR-470 (Rodovia Ingo Hering), a liberação de verbas previstas para a conclusão da Via Expressa e a construção da Ponte do Vale, em Gaspar. O documento foi assinado pelo prefeito João Paulo Kleinübing, pelo presidente da Câmara Municipal, José Luis Gaspar Clerici, pelo presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, pelo presidente da Acib, Ricardo Stodieck, pelo presidente da CDL, Marcelino Campos, pelo coordenador da Intersindical Patronal, Osmar Labes, pelo presidente da Ampe, Airton Pires de Moraes, e pelo reitor da Furb, Eduardo Deschamps.

A lib investim seguran in

Luiz Henrique da Silveira, governador do Estado de Santa Catarina.

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secretário de


O presidente da Acib, Ricardo Stodieck, também aproveitou bem a passagem do Governo do Estado por Blumenau, durante a realização do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Duas importantes reuniões foram realizadas na Casa do Comércio, onde foi instalado o gabinete do governador Luiz Henrique da Silveira durante o evento. A primeira delas contou com a presença do presidente da CDL, Marcelino Campos, do coordenador da Intersindical Patronal, Osmar Labes, do presidente do Sinduscon, Jorge Strehl, do prefeito João Paulo Kleinübing, do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Paulo França, e do presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, Ércio Krieck. O grupo entregou um documento ao governador solicitando a inclusão de cinco importantes obras viárias para a região no BID V, programa financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Como resposta, o governador ordenou

beração de 50 novos policiais é o mento mais importante na área da nça. Porque neste caso estamos nvestindo no ser humano

Ronaldo Benedet,

e Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão

Stodieck participou de reuniões com o governador do Estado, Luiz Henrique(acima). Empresários e autoridades brasileiras e alemâs participaram do encontro (abaixo)

Luís C. Kriewall Filho

Luís C. Kriewall Filho

Infraestrutura e segurança

a licitação do projeto para a construção da nova SC-474, que será um prolongamento da Via Expressa. A segunda reunião foi sobre segurança pública e reuniu também representantes da OAB e da comunidade. Com a presença do secretário de Estado da Segurança Pública, Ronaldo Benedet, o governo decidiu fazer um novo edital que vai contemplar 50 novos policiais militares para Blumenau. Uma semana antes, havia sido lançado um edital que não contemplava o reforço para

a cidade. “Temos que cumprir o acordo firmado há dois anos, quando prometemos 150 novos policiais para Blumenau”. Em outra decisão importante, o governador determinou a licitação imediata do edital para a construção da nova Delegacia Regional de Polícia Civil em um terreno doado pela Prefeitura na Rua Humberto de Campos. O projeto executivo da obra foi pago pela Acib, CDL, Intersindical Patronal, CEB, Prefeitura e Governo do Estado.

A segurança pública sempre foi uma grande preocupação. Embora vivamos numa região com baixos índices de criminalidade, precisamos continuar mantendo este nosso desempenho

Paulo França, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional de Blumenau

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Crédito

Uma década

GERANDO RENDA

Segundo o presidente Cláudio Giovani Peixer, o BluSol contribui para o desenvolvimento dos empreendimentos de micro e pequeno portes

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Há 10 anos foi fundado em Blumenau o BluSol, surgido da necessidade de se criar uma alternativa de crédito para empreendedores que não têm acesso ao sistema tradicional de crédito, mas desejam ampliar ou criar o seu próprio negócio. O BluSol é uma Organização Não-Governamental (ONG) sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Ao fornecer microcrédito para empreendimentos de micro e pequeno porte, o BluSol torna-se instrumento de geração de renda e emprego. Faz despertar e incentiva o empreendedorismo, apoiando o surgimento de novos empreendimentos e gerando trabalho. A missão da entidade é ampliar o acesso ao crédito para os mais carentes e, assim, reduzir a pobreza. “O objetivo é fornecer crédito a quem não pode ter crédito nos bancos”, explica o presidente do BluSol e empresário do ramo de consultoria e coaching, Cláudio Giovani Peixer. “O empréstimo de dinheiro para pessoas que não conseguem acesso ao crédito no mercado formal é uma forma de dar, aos mais pobres, a oportunidade de colocar em prática suas habilidades não utilizadas ou subutilizadas”, completa. Assim, o BluSol participa na geração de emprego e renda de diversas famílias, como na consolidação de microempreendimentos, sejam eles formais ou informais. “Há dois anos, cerca de 40% dos clientes eram informais, hoje esse número já chega a 65%”, conta o presidente da entidade. São cinco as filiais do BluSol no Vale do Itajaí: além da matriz em Blumenau,


a empresa é encontrada em Gaspar, Brusque, Indaial e Rio do Sul. Até o ano 2000, o BluSol atuava apenas em Blumenau, então começou a se regionalizar. Nesses 10 anos, o banco contabilizou mais de 7 mil clientes, atendidos em 47 municípios de toda a região. Estudos feitos sobre impactos de programas de microcrédito revelam que a simples existência desses serviços já produz efeitos positivos no nível de renda e consumo da família, no volume de recursos e gestão dos micronegócios e no nível de autonomia dos microempreendedores. De acordo com levantamentos feitos no mês de agosto pelo BluSol, a renda per capita de seus clientes teve um crescimento médio anual de 24,32%, enquanto 876 empregos foram gerados e a renda do empreendimento cresceu numa média anual de 16,67%. Os créditos do BluSol são fornecidos somente para geração de emprego e renda. Assim, os clientes que utilizam o dinheiro passam a fortalecer sua renda familiar, e muitas vezes quem não tinha

Ido José Steiner representa a Acib, uma das entidades fundadoras do BluSol, no Conselho Deliberativo do banco

nenhuma renda pode passar a sustentar a família. Os empréstimos vão de R$ 100 a mais de R$ 2,5 mil. Os valores já chegaram a patamares mais altos, mas a preferência do banco é de ajudar mais pessoas a valores mais baixos. A história do microcrédito no Brasil ainda é recente, de acordo com Peixer. “Eu acho que o microcrédito seria um bom caminho para os usuários do Bolsa Família”, aposta Peixer. Ele reforça que o microcrédito vai contra a prática do assistencialismo, pois dá uma real oportunidade para a pessoa se manter com seu próprio trabalho. O BluSol conta hoje com uma equipe bem treinada, formada por 33 colaboradores, e adota um modelo moderno de gestão. Com parceiros como a Prefeitura, associações de bairros, de artesãos, Fundação Cultural e outras entidades organizadas, consegue se inserir em todos os meios da comunidade blumenauense. Tem penetração desde a área sindical, comercial e industrial, até à população mais necessitada.

Decisões em conselho Desde de agosto deste ano, Ido José Steiner integra o Conselho Deliberativo do BluSol. Na Acib, o empresário ocupa o cargo de diretor de Assuntos Internacionais. Steiner explica que o Conselho da instituição se reúne com freqüência para definir diretrizes do banco, entre elas os novos nichos de mercado, modelos de financiamento, taxa de juros, definição da estratégia, remuneração de diretores, critérios de avaliação, inclusive abertura de nova filial e mudança de sede. “O Conselho é formado essencialmente por pessoas que possuem boa avaliação de aspectos econômicos que envolvem o banco”, observa. Steiner ressalta que a linha mestra do BluSol é a questão social e acredita ser esta a principal característica para satisfação dos clientes. “O objetivo do Blusol não é o lucro financeiro. O banco se preocupa em criar oportunidades para pessoas com menos acesso ao crédito. Por ser um crédito produtivo orientado, o banco dá condições aos clientes de utilizarem-no da melhor forma”, assinala. Ele ainda destaca como ponto positivo que nestes 10 anos o banco tenha adotado independência em relação aos interesses políticos e se volta apenas para as necessidades do mercado.

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Crédito

Uma história de ousadia e sucesso

João Krein foi o primeiro presidente do BluSol, entre 1997 e 2005

João Krein foi presidente do BluSol desde sua criação, em 1997, até 2005, quando foi substituído por Cláudio Giovani Peixer. Ex-presidente do sindicato dos bancários, já naquela época Krein estava sempre envolvido em debates sobre a democratização do crédito, desde o início dos anos 90. Em um período em que os pequenos e micro empreendedores não tinham qualquer tipo de acesso a crédito, os debates ainda estavam se iniciando no Brasil quando a idéia do BluSol começou a surgir. Em 1995, Krein acompanhou de perto o processo de criação do PortoSol, banco do povo criado em Porto Alegre, como alternativa de crédito a pequenos e micro empresários. Com esta experiência, decidiu trazer o processo para os blumenauenses. “Blumenau tinha sete grandes empresas e milhares de trabalhadores. Da noite para o dia, eram milhares de desempregados. Muitos deles abriram seus próprios negócios, pois tinham vasta experiência, mas não tinham nenhum acesso a crédito”, explica. 26

Depois de seis meses de estudos e debates junto à sociedade, através de entidades e sindicatos, um projeto foi enviado à Câmara de Vereadores, que foi aprovada por unanimidade. A proposta pedia um aporte financeiro da Prefeitura de Blumenau na razão de R$ 1 milhão. No dia 28 de agosto de 1997 o BluSol foi fundado, e em 12 de dezembro do mesmo ano abriu as portas para os empreendedores interessados. Hoje, o BluSol já é referência em todo o País quando o assunto é crédito. “Mesmo quando o Governo trocou de PT para PFL, não aconteceu nada ao BluSol, por isso ele hoje é uma referência, está livre para caminhar com as próprias pernas”, afirma. Liberdade política O estatuto prevê mandatos de dois anos para presidente e vice. As entidades apoiadoras do BluSol indicam representantes para fazer parte do Conselho Deliberativo, e os próprios conselheiros é que votam na presidência, não deixando o

cargo ligado à política partidária. “Não estamos falando de uma entidade qualquer, é uma entidade financeira. Ela precisa manter a estabilidade institucional”, diz Krein. As bases do funcionamento do BluSol hoje são as mesmas da época de sua criação, porém com mudanças para a melhoria dos trabalhos, com o aprendizado que surgiu durante estes 10 anos. Hoje, o BluSol já emprestou recursos da ordem de R$ 74,2 milhões. “O pai, que é a Prefeitura, já criou o filho, que cresceu. Agora, o filho não pode mais ficar dependendo do pai para tudo, não pode mais ficar pedindo dinheiro emprestado para o resto da vida. Ele é crescido e pode ganhar seu próprio dinheiro, tem que se virar com seus próprios recursos”, compara o ex-presidente. Estes 10 anos fortaleceram o BluSol e, se na época de sua criação não havia qualquer legislação a respeito do tema, hoje o acesso ao crédito é muito mais fácil e regulamentado, graças aos debates gerados na década passada. “Hoje é diferente. Para mim foi um aprendizado incrível. A coisa mais bonita e prazerosa que fiz na vida”.



ARTIGO

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Brasil-Alemanha: conexão Jurídica A minha experiência na relação BrasilAlemanha tem duas faces: uma como professor universitário e outra como advogado na área internacional. Em 1983 estive pela primeira vez na Alemanha, quando estagiei por seis meses na Faculdade de Direito da Universidade de Tübingen e junto ao Tribunal de Justiça local (Landgericht), em pleno Schwabenland. Depois disso realizei, por vários anos seguidos, estágios de pesquisa no conhecido Instituto de Direito Internacional da Universidade de Heidelberg, então dirigido pelo professor Erik Jayme. Essas pesquisas no direito europeu me levaram mais tarde à Humboldt-Universität, de Berlim, onde inicialmente atuei junto à cadeira do Prof. Axel Flessner, da Faculdade de Direito. Mais tarde, culminando esse trabalho acadêmico, fui convidado pelo Prof. Hans-Peter Schwintowski para lecionar na referida faculdade, no âmbito de um programa específico de direito estrangeiro para estudantes de direito. A Humboldt, a mais antiga e tradicional universidade da capital alemã, situada no coração de Berlim, mais precisamente no bulevar Unterden-Linden, oferece aos estudantes de direito a opção de complementar sua grade curricular com dois semestres de direito estrangeiro, dentre os quais, direito francês, inglês, italiano, espanhol, chinês, russo e brasileiro, ministrados por professores desses países. Assim, já há alguns anos, leciono direito comercial brasileiro e direito comercial internacional, especialmente a matéria de contratos internacionais, a estudantes alemães. Quando sou abordado por brasileiros sobre esse assunto, a indagação mais comum é acerca do interesse dos estudantes alemães em estudar direito brasileiro.

A minha resposta tem sido sempre a mesma. Em primeiro lugar, a Humboldt procura oferecer a seus estudantes uma alternativa para atuar em um novo nicho de mercado, procurando novos espaços para recém-formados ante uma concorrência profissional cada vez maior. Os estudantes podem, dessa forma, vislumbrar a possibilidade de atuarem junto a multinacionais alemãs, dando-lhes suporte jurídico em seus investimentos no exterior, notadamente em países de grande futuro, como a China, o Brasil e a Rússia. E, em segundo lugar, o Brasil está na moda na Europa, especialmente na Alemanha, não só por seu potencial econômico, mas também pela intensa troca cultural entre os dois países, tanto na música e na gastronomia, como na literatura e no esporte. Trata-se de uma experiência gratificante. Berlim é uma cidade especial, por tudo que oferece no campo cultural e jurídico. Mas o principal prêmio veio com a comenda – a Bundesverdienstkreuz (Cruz de Mérito) – que a República Federal da Alemanha, pelo então Presidente Johannes Rau, me outorgou em 2001 por esse trabalho universitário de vários anos e que resultaram em publicações de livros e artigos, no Brasil e na Alemanha. Bem como pelo auxílio gratuito que prestei por anos a alemães encaminhados pelo consulado local e que necessitavam de auxílio urgente. Essa vida acadêmica, no entanto, é fruto da advocacia internacional que, de forma pioneira, implantamos em nossa região. Como a Pabst & Hadlich presta assessoria jurídica integral a empresas e diante da longa tradição exportadora de muitas delas, não havia como deixar de orientar e representar esses clientes também no plano internacional.

Passamos então a revisar a estrutura, o controle e a forma de administração dos contratos internacionais dessas empresas. Constatamos que muitas delas não dispensavam aos contratos internacionais o mesmo tratamento dado aos contratos nacionais. Vários contratos, por exemplo, eram simples cartas de nomeação de representantes no exterior, que não continham nenhuma regulamentação acerca da atuação desses agentes. Muitos contratos, especialmente de transferência de tecnologia e licenciamento de direitos autorais, escritos em inglês e mal traduzidos, longos e repetitivos, eram assinados sem os cuidados necessários. Mas esse quadro era perfeitamente compreensível, mesmo na década de 80. No entanto hoje, em tempos de globalização acelerada, quando a competição se acentua cada vez mais, as empresas necessitam apertar os controles, inclusive o controle sobre contratos internacionais, porque um erro no contrato pode causar, por vezes, grande prejuízo. Por fim, o assessoramento a empresas locais na constituição de subsidiárias no exterior ou a representação jurídica de empresas alemãs de médio e grande porte no Brasil complementam a tônica de nossa atividade – ou seja, a atuação jurídica visando o desenvolvimento do intercâmbio econômico Brasil-Alemanha, sem esquecer o aspecto cultural que sempre deve existir nas relações humanas. Haroldo Pabst Advogado em direito de empresa Sócio fundador da Pabst & Hadlich Advogados, Blumenau Professor de Direito Comercial e Internacional Brasileiro na HumboldtUniversität em Berlim, Alemanha

Em tempos de globalização acelerada, as empresas precisam apertar o controle sobre contratos internacionais. Um erro pode causar grande prejuízo 29



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Pesquisa vai mapear saúde privada de Blumenau O vice-presidente da Acib, Carlos Tavares D’Amaral, e o reitor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Eduardo Deschamps, assinaram, no dia 14 de novembro, um importante convênio. Nele está prevista a realização de uma pesquisa para mapear a área de saúde privada de Blumenau. A idéia é fazer um levantamento quantitativo e qualitativo do setor que é responsável por mais de 10% do Produto Interno Bruto da cidade. O trabalho foi idealizado pelo Núcleo de Saúde da Acib e faz parte do projeto Blumenau Referência em Saúde, lançado há um ano pelo grupo para tornar a cidade referência estadual em saúde privada. A pesquisa vai verificar quantos estabelecimentos, entre clínicas, consultórios e hospitais, existem em Blumenau e em quais especialidades eles atuam. Segundo o co-

Deschamps e Amaral assinam importante convênio ordenador do Núcleo de Saúde da Acib, Eduardo Schlup, os resultados servirão como base para as futuras ações do projeto. “Temos que saber como atua hoje o setor para podermos planejar o desenvolvimento e capacitação dos profissionais e estabelecimentos”, explica. Além do diagnóstico quantitativo, a pesquisa também vai avaliar o nível de satisfação dos pacientes que utilizaram os serviços na área de saúde privada nos últimos seis meses. “Esse levantamento já está em andamento e deve ficar pronto até o

fim do ano. A pesquisa quantitativa deve ser finalizada em, no máximo, seis meses”, esclarece o coordenador em exercício do Instituto de Pesquisas Sociais da Furb (IPS), Pedro Paulo Wilhelm. Os resultados da pesquisa também serão utilizados pela Universidade para planejar novos cursos e direcionar o trabalho dos já existentes. “Será uma importante ferramenta para o nosso planejamento interno. Pretendemos identificar novas demandas de capacitação”, enfatiza o reitor Eduardo Deschamps.

Comitivas internacionais na Acib

Comitiva da Costa do Marfim Empresários e políticos da Costa do Marfim (África), estiveram na Acib no dia 23 de novembro. Eles conheceram a estrutura da entidade e o método de trabalho utilizado para incentivar empresas da cidade e promover o desenvolvimento econômico da região. A comitiva tam-

bém conheceu o trabalho da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), com quem assinou uma carta de intenções que prevê a promoção de iniciativas conjuntas entre os países, visando a difusão de conhecimento e tecnologias. Os marfinenses também conheceram a Momento Ambiental, o Samae e a Escola Básica Municipal Machado de Assis. Os africanos passaram por outras seis cidades brasileiras. O objetivo da missão era conhecer projetos desenvolvidos nas áreas de coleta e tratamento de lixo, gestão de alimentação e cantinas escolares e campanhas educacionais para a preservação do meio ambiente. O grupo foi recebido em Blumenau por representantes da Acib Jovem e da Prefeitura. Já no dia 29 foi a vez da Acib receber a visita de 17 empresários e diretores de entidades empresariais da Argélia, outro país africano. O grupo conheceu o trabalho que a Acib desenvolve com os núcleos desde meados da década de 1990. O sistema está sendo implantado em asso-

ciações empresariais argelinas pelo mesmo consultor que realizou o trabalho em Santa Catarina, Rainer Müller-Glodde, que acompanhou o grupo. Rainer também se reuniu com os coordenadores de núcleo da Acib e com diretores e dirigentes da entidade que trabalhavam na época da instalação do sistema.

Argelinos conheceram a Acib 31


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Senadora fala sobre a Ponte do Vale e a BR-470 A senadora Ideli Salvatti esteve em Blumenau na sexta-feira, dia 30 de novembro. Ela vistoriou as obras de instalação da pista sintética de atletismo do Sesi e as de construção do viaduto sobre o Trevo da Mafisa, no cruzamento da BR-470 (Rodovia Ingo Hering) com a SC-474 (Rodovia Guilherme Jensen). As duas obras foram viabilizadas pelo governo federal com o apoio da senadora. A pista do Sesi deve ser inaugurada em maio ou junho de 2008. O investimento total é de R$ R$ 3,85 milhões. O governo federal repassou R$ 2,05 milhões. A contrapartida do Sesi foi de R$ 1,3 milhão e da Prefeitura de R$ 500 mil. Já o viaduto sobre Trevo da Mafisa vai custar mais de R$ 7,15 milhões, integralmente pagos pelo governo federal. O projeto executivo, no valor de R$ 150 mil, foi pago pela Prefeitura (1/3) e pela Acib (2/3) que contou com a colaboração de inúmeras empresas de Blumenau. A obra deve ser concluída no segundo semestre de 2008. Em entrevista coletiva a imprensa, realizada no Auditório do Sesi, a senadora anunciou para janeiro ou fevereiro o início das licitações para o projeto de engenharia da duplicação da BR-470, no trecho entre Navegantes e Indaial, e para obras emergenciais no trecho entre Indaial e a BR-116. Já a verba para a construção da Ponte do Vale, que ligaria a SC-470 (Rodovia

Senadora vistoria obras da pista sintética do Centro Esportivo do Sesi Jorge Lacerda) à BR-470, em Gaspar, ainda não está garantida no orçamento de 2008. A obra não foi aprovada entre as emendas coletivas da bancada catarinense e agora

Ideli Salvatti visitou as obras no Trevo da Mafisa 32

os representantes de Santa Catarina em Brasília tentam incluir a obra no PPA, através do Ministério das Cidades. “Já estamos conversando com o relator setorial de Infra-estrutura, o senador Leomar Quintanilha (PMDB/TO), para viabilizar a inclusão da obra no Orçamento Geral da União”, revela a senadora. A Ponte do Vale seria a primeira etapa do contorno viário de Gaspar. O projeto pretende tirar do centro da cidade o trânsito da Rodovia Jorge Lacerda, que liga Blumenau a Itajaí. Segundo Ideli Salvatti, a obra é tão importante quanto a do viaduto sobre o Trevo da Mafisa. “Juntas, elas desafogarão o trânsito, preparando a região para a duplicação da BR-470”. A construção da Ponte do Vale estava prevista no orçamento deste ano. Ela só não saiu do papel porque a obra foi atribuída, indevidamente, ao Ministério dos Transportes, que só pode realizar obras desse gênero em cidades que ainda não têm acesso a uma rodovia federal. Com isso, os R$ 15 milhões serão destinados à construção de uma ponte sobre o Rio Itajaí Açu em Ilhota. A licitação deve ser lançada até o final do ano.



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Blufix vence Olimpíada da Qualidade

Equipe foi campeã depois de prova de desempate A Blufix Indústria e Comércio Ltda (Arber Parafusos) foi a grande vencedora da 2ª Olimpíada da Qualidade, evento promovido pelo Núcleo da Qualidade da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). A decisão saiu no sábado, dia 10 de novembro, depois de mais de seis horas de provas da etapa final da Olimpíada. Para sagrar-se campeã, a equipe da Blufix ainda teve que passar por uma prova de desempate com a Electro-Aço Altona, que terminou em segundo lugar. Em terceiro ficou a equipe da Baumgarten Gráfica. O prêmio de melhor torcida foi para a Cia Hering. As provas finais da 2ª Olimpíada da Qualidade foram realizadas no ginásio da Associação Cultural Esportiva Cremer. Mais de 150 competidores de 15 equipes encararam a tarde de calor para cumprir oito provas de integração, técnicas e recreativas. Além de mostrar o conhecimento que têm sobre gestão da qualidade, os integrantes das equipes tiveram que mostrar que são bons de raciocínio, mímica e integração, alguns dos elementos exigidos nas provas do último dia. Até o grito de guerra de cada equipe foi avaliado pela organização. Cada integrante da equipe vencedora ganhou um livro sobre Gestão da Qualidade, um passaporte para o Beto Carrero World e uma medalha. Já a empresa vencedora ganhou um troféu, vídeos empresariais e terá direito a uma atividade com o Movimento Catarinense para a Excelência. A 2ª Olimpíada da Qualidade começou no dia 1º de outubro, quando foi entregue o caderno de provas aos coordenadores de cada equipe participante. As equipes tiveram que cumprir outras nove provas de caráter social, técnico e de integração. O destaque ficou por conta das provas sociais, que mobilizaram os colaboradores das empresas participantes na coleta de lixo reciclável e na doação de sangue. Outra prova de destaque foi a realização de uma palestra no dia 29 de outubro. Os participantes tiveram que vender convites para o evento, que teve como centro das atenções o tema Coaching, abordado pelo consultor Marcos Wunderlich. A palestra reuniu 517 pessoas no Teatro Michelangelo (Uniasselvi). A Olimpíada da Qualidade foi criada pelo Núcleo de Qualidade da Acib para estimular a consciência e despertar o interesse da comunidade empresarial para a gestão da qualidade e produtividade. No ano passado a equipe da Rigesa Celulose foi a grande vencedora. Nesta segunda edição, a competição contou com o apoio da A.C.E. Cremer, Cia Hering, ICPG, Link Quality, Movimento Brasil Competitivo, Movimento Catarinense de Excelência, Qualidade em Quadrinhos, Qualistore, Quality Mark, Sebrae, Senai e Uniasselvi. 34

Feirão do Imposto na xv de novembro Alertar a comunidade para a alta carga tributária brasileira foi o principal objetivo do Feirão do Imposto, realizado pelo Núcleo de Jovens Empreendedores de Blumenau (Acib Jovem) no sábado, dia 24 de novembro, em frente à escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo. Uma barraca com diversos produtos, dos mais diversos gêneros, foi montada na calçada. Cada produto tinha uma placa informando quanto se paga de imposto no preço final. Até um carro e uma moto foram utilizados para mostrar à comunidade o tamanho da carga tributária brasileira. Em média, o brasileiro paga 40% de imposto no que compra. Alguns produtos, como a cachaça, têm carga tributária maior que 80%. Os tributos estão embutidos no preço final e passam despercebidos por muitos. A organização do Feirão do Imposto teve o apoio da Abrapi, Copamil, Eisenbahn, Lojas Pernambucanas, Regata Motos, Sulfabril e Villa Têxtil.

População teve contato com a alta carga tributária

Horário de fim de ano A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) comunica à comunidade que não haverá atendimento em sua sede entre os dias 22 de dezembro e 6 de janeiro. A entidade reabre normalmente no dia 7 de janeiro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A Acib fica na Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center. O telefone para informações é o (47) 3326-1230.



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Café de Idéias – Pacto Global

os dez princípios Princípios de Direitos Humanos 1. Respeitar e proteger os direitos humanos; 2. Impedir violações de direitos humanos; Princípios de Direitos do Trabalho 3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho; 4. Abolir o trabalho forçado; 5. Abolir o trabalho infantil; 6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho;

Rui Souza e Jauro Soares falam sobre o Pacto Global O Núcleo de Responsabilidade Social da Acib recebeu dezenas de empresários em um evento especialmente promovido para abordar o tema Pacto Global. O Café de Idéias foi realizado no dia 28 de novembro, no auditório da entidade e teve como atração principal duas importantes presenças: a do presidente da Unimed Blumenau, Jauro Soares, e a do diretor de exportação da Dudalina, Rui Souza. As duas organizações assinaram o Pacto Global, proposto pela Organiza-

ção das Nações Unidas (ONU) através de uma parceria com a iniciativa privada. A idéia é promover a prática da responsabilidade social corporativa na busca por uma economia global mais sustentável e inclusiva. Todo o trabalho é baseado em 10 princípios universais (veja o quadro ao lado). Os dois convidados falaram sobre a experiência e as ações que estão sendo desenvolvidas na Unimed e na Dudalina. Para saber como colaborar, acesse o site www.pactoglobal.org.

Princípios de Proteção Ambiental 7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8. Promover a responsabilidade ambiental; 9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente. Princípio contra a Corrupção 10. Combater a corrupção em todas as suas formas inclusive extorsão e propina.

Empresária da Acib à frente do Ceme A empresária blumenauense Zalfa Benites, integrante da Câmara da Mulher Empresária da Acib, foi empossada para o segundo mandato à frente do Conselho Estadual da Mulher Empresária. A cerimônia foi realizada no dia 7 de novembro, durante o 17° Congresso Brasileiro da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), 4° Encontro Nacional do Empreender e 11° Encontro Estadual do Empreender, eventos realizados simultaneamente no Costão do Santinho, em Florianópolis. O presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Luiz Carlos Furtado Neves, também foi reconduzido ao cargo. Zalfa Benites foi reeleita no dia 1º de setembro, durante assembléia do Conselho realizada na sede da Acib. A presidente definiu como prioridade para o novo mandato de dois anos a integração nacional das mulheres empresárias. Para isso, uma pesquisa será feita com o objetivo de mapear os conselhos existentes em outros estados. A idéia é promover um grande encontro nacional para fortalecer a imagem da empreendedora brasileira. O Conselho Estadual da Mulher Empresária é composto por 33 câmaras ou núcleos da mulher empresária de todas as regiões do Estado.. 36

Zalfa Benites é empossada pelo presidente da Facisc



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Segurança no Trabalho presta homenagens A Comissão de Segurança da Acib de 1987 foi homenageada em um jantar promovido pelo Núcleo de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional da Acib. Naquele ano, a Acib doou uma viatura ao Corpo de Bombeiros de Blumenau, especialmente equipada para atendimentos de emergência e trauma. O atendimento estava sendo implantado na cidade e foi pioneiro no Estado e segundo no País. Receberam a homenagem o presidente da Comissão da Acib em 1987, Hans Dieter Didjurgeit, o médico Newton Mota, responsável pelo treinamento dos bombeiros na época, e o comandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militares, Ten.Cel. Carlos Menestrina, que representou a corporação. O evento foi realizado na A.D.R. Sulfabril em comemoração ao Dia do Profissional de Segurança e Saúde do Trabalho e reuniu cerca de 60 pessoas.

Didjurgeit recebe homenagem do diretor Avelino Lombardi

Cejesc em Blumenau

Tomás Dalsenter (E), coordenador da Acib Jovem, ao lado de Gaidzinski

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A Acib Jovem foi a anfitriã, no dia 19 de novembro, da Assembléia Geral Ordinária do Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina (Cejesc). A reunião foi realizada no Parque Vila Germânica, durante a realização do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Jovens empreendedores de diversas cidades catarinenses discutiram vários assuntos, entre eles o Feirão do Imposto e o planejamento estratégico para 2008. A assembléia em Blumenau foi a primeira da nova diretoria do Cejesc, empossada no início de novembro e presidida pelo jovem empresário André Gaidzinski, de Criciúma.



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II Fórum Sobre Esgoto Sanitário Um documento com sugestões para implementação do tratamento de esgoto sanitário nos municípios da Bacia do Itajaí está sendo formatado pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Acib. As informações foram obtidas durante o II Fórum Sobre Esgoto Sanitário, realizado no dia 22 de novembro, no Auditório do Senai. O evento reuniu mais de cem pessoas de toda a região e contou com a participação do diretor de Desenvolvimento e Cooperação Técnica do Ministério das Cidades, Umberto Luiz Teixeira. Ele falou sobre o Marco Regulatório do Saneamento (Lei 11.445/07). Os participantes também assistiram a apresentações de cases e conheceram os projetos que estão em andamento em Blumenau.

Aeroporto Regional é viável O diretor-presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, participou no último dia 12 de novembro de uma reunião conjunta do Conselho Deliberativo e Diretoria da Acib. Além de expor, em linhas gerais, a política de trânsito da cidade, o representante do Poder Público também conversou sobre os trabalhos que estão sendo atualmente desenvolvidos no Aeroporto Quero-Quero. O Seterb contratou a empresa H&S Serviços Aeronáuticos para fazer um levantamento completo da área. Segundo o representante da empresa, Clairton Hammer, algumas restrições foram encontradas pela equipe durante as análises, e todas deverão ser suprimidas antes de apresentar ao Governo Federal o projeto

Rudolf Clebsch se reuniu com diretores e conselheiros da Acib de ampliação do Aeroporto. A empresa contratada garantiu que o Quero-Quero é totalmente viável e pode operar com segurança se tomadas as providências necessárias. Conselheiros e diretores da Acib cobraram velocidade nas ações do governo municipal para tornar, o quanto antes, o Aeroporto referência na aviação regional. A reativação dos vôos comerciais na cidade é uma das mais importantes metas da Associação Empresarial de Blumenau (Acib).


Confraternização de fim de ano

Metropolitano na Acib

Mais de 150 pessoas foram ao Park Blumenau Restaurant na noite de segundafeira, dia 3 de dezembro, para a confraternização de fim de ano da Acib. Associados, parceiros, colaboradores, diretores e conselheiros tiveram a oportunidade de ouvir a saudação do presidente do Conselho Deliberativo da Acib, Hans Dieter Didjurgeit. Também foram entregues os certificados aos novos associados da entidade que compareceram ao evento. A noite foi animada pela música de Deco Dalponte e ganhou um charme a mais com a apresentação de esquetes da peça Então, é Natal... da Cia Carona de Teatro. Depois do jantar houve sorteio de dezenas de brindes, oferecidos por diversas empresas associadas à Acib. Salão lotado na despedida de 2007

Diretores e conselheiros da Acib conheceram na segunda-feira, dia 3 de dezembro, o projeto do novo Clube Atlético Metropolitano, apresentado pelo gestor da Metropolitano Investimentos e Participações, João Telles, e pelo presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Vilberto Schürmann. O projeto tem como base o trabalho feito no Figueirense e pretende dar projeção nacional ao clube blumenauense até 2015. A idéia do grupo que está gerindo o clube é apostar no bom trabalho com as equipes de base, que serão montadas com a ajuda de núcleos de treinamento espalhados por toda a cidade. Outro objetivo é dar à administração um caráter empresarial, visando o lucro para poder manter a estrutura e a equipe, além de tornar o Metropolitano uma importante peça de marketing para as empresas da cidade. “A Acib acredita na proposta e apóia o projeto do clube”, enfatizou o presidente da entidade, Ricardo Stodieck. Para mais informações acesse www.metropolitano.net.


Arquivo Histórico

MEMÓRIA

O Surgimento da

INDÚSTRIA (1880-1900)

Parte IV - Final

Funcionários de uma fábrica de charutos na Itoupava Seca (na época, Altona), em 1907 As cervejarias, criadas por mestres cervejeiros vindos da Alemanha, também prosperaram na colônia e continuavam a fazer parte do cenário do novo município. A primeira havia surgido em 1860, pelas mãos de Heinrich Hosang, quando Blumenau tinha apenas 950 moradores. A empresa permaneceu sob o controle de seus descendentes até 1923, quando foi vendida para a firma Bock, de Presidente Getúlio. A Rieschbieter Brauerei, criada em 1875, produzia marcas famosas na época, como a Bavária (clara), Favorita e Schwartzbier (escuras). Chegou a fabricar cem mil garrafas anualmente. Na Itoupava Seca , funcionava a cervejaria de Otto Jennrich, ponto de reuniões alegres e muita cantoria durante noites e mais noites bem regadas por garrafas de Polar, Estrela e Kulmbach. O movimento de substituição dos importados, no entanto, deu impulso especialmente à indústria têxtil. O crescimento desse setor no Brasil, entre 1885 e 1911, foi de 18,4 vezes. A produção de tecidos e confecções subiu de 20,6 milhões para 378,6 milhões de metros quadrados. Em 1907, corresponderia a 35,4% da produção industrial brasileira (têxtil, vestuário 42

e toucador), atrás apenas da indústria alimentícia. Ao lado de São Paulo, Santa Catarina começava a despontar no cenário nacional como centro de produção têxtil e de confecções, graças à vinda de tecelões da Alemanha. A produção, antes direcionada apenas para suprir o mercado interno, passou a buscar compradores em outros estados a partir de 1910. Produtos de Blumenau e Brusque seguiam para o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e até para o Nordeste. Entre 1880 e 1919, foram fundadas 18 indústrias têxteis em Santa Catarina, com notável destaque para o período compreendido entre 1910 e 1914. A inovação gerada pela Revolução Industrial chegou a todos os setores. No final do século XIX, os engenhos de serra (madeireiras) existentes em Blumenau começaram a operar movidos a água ou a vapor. Até então, o desdobramento das toras em tábuas, barrotes e sarrafos era fruto do esforço manual. A produção destinada à exportação foi expressiva. Além de 8.216 dúzias de tábuas, foram embarcadas outra 5 mil peças de madeira beneficiada. A oferta era tão significativa que a Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajaí-Blumenau decidiu realizar concorrências entre os engenhos para fornecimento da lenha que iria alimentar as caldeiras de

seus barcos. A cidade recebeu com tristeza a notícia de que Dr. Blumenau havia morrido na Alemanha, em 30 de outubro de 1899. Ele tinha 79 anos e passou os últimos dias em Braunschweig, sua cidade natal. A Câmara Municipal realizou sessão solene de luto e deu o nome do fundador da colônia ao Boulevard Wendeburg (rua das Palmeiras), onde ele havia vivido por mais de 30 anos. Blumenau entrou no século XX comemorando seu primeiro cinqüentenário de existência. A Câmara Municipal decidiu mudar a data oficial de fundação da colônia para 2 de setembro de 1850, dia da chegada dos 17 primeiros imigrantes alemães. O próprio Dr, Blumenau havia adotado como referência 28 de agosto de 1852, quando vendeu os primeiros dez lotes de terra situados na margem direita do ribeirão Garcia. A cidade comemorou seus 50 anos com desfile de barcos iluminados pelo rio Itajaí-Açu, baterias de fogos de artifício e o lançamento da pedra fundamental do monumento aos imigrantes no Jardim Público.

* Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.




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