Texfair Magazine - Ed. 02

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editorial

Texfair 2009, 10 anos de sucesso e crescimento Há 10 anos foi lançada a Texfair do Brasil – Feira Internacional da Indústria Têxtil, evento formatado para ser um centro lançador de tendências e negócios nas áreas de confecção, vestuário, cama, mesa, banho e decoração. São 10 anos de sucesso, dedicação e muito trabalho por parte de todos os envolvidos no evento – organização, promoção e expositores. A trajetória da Texfair está intimamente ligada à história e ao desenvolvimento do pavilhão de exposições do Parque Vila Germânica e dos eventos de negócios realizados em Blumenau. O evento foi o grande motivador da construção do Parque Vila Germânica, inspirando e impulsionando o mercado de eventos na região, comprovando que era possível a realização de grandes feiras de negócios em Blumenau. As indústrias têxtil e de confecção do Vale do Itajaí e do Brasil acreditaram na ideia da Texfair e o retorno, não somente para a região, mas para todos que dela participam, tem sido altamente positivo, fazendo com que o evento aumente a sua importância ano após ano. Uma década é uma data importante de ser comemorada e queremos dividir esta alegria com todos vocês. Que venham os próximos 10 anos! Bem-vindos e bons negócios a todos, expositores e visitantes.

Ulrich Kuhn Presidente do Sintex

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sumário

TEXFAIR MAGAZINE Edição Danielle Fuchs (SC 01233 JP) Reportagem Michele Wilke – michele@mundieditora.com.br Coordenação de Arte Guilherme Faust Moreira – guilherme@mundieditora.com.br Diagramação Rodrigo dos Reis – rodrigo@mundieditora.com.br Fotografia Kakau Santos, Ivan Schulze, Banco de Imagens Mundi (Gilberto Viegas), divulgação (Prefeitura, Sintex - Edson Pelence - e empresas) Revisão Fernanda Souza Momm, Felipe Flesch Hoobs e Micheli De Nez

15. A indústria do bem-estar Dos teares às ruas, cores e formas se adaptam a diferentes estilos

Capa Modelo de capa: Simone Borba Foto: Fole Studio www.folestudio.com.br Assistência: Bruno Bachmann Edição e tratamento de imagem: Ferver Comunicação Maquiagem: Yana S. Dickmann Editoriais de Moda Maquiagem: Yana S. Dickmann Produção: Eduardo Kottmann Assistência e tratamento de imagem: Bruno Bachmann Fotos: Ivan Schulze – Fole Studio www.folestudio.com.br Modelos: Agência People (Lara Schramm, Simone Borba, Leonardo Silva, Dione Dalpra) Locação: Cia.Hering Promoção

Sintex Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau Rua Alwin Schrader, 89 – Blumenau/SC/ Brasil Cep.: 89.010-971 Telefone: (47) 3326-9662 www.sintex.org.br Organização

Vale Feiras e Eventos Alameda Rio Branco, 14, sala 306 Centro – Blumenau/SC/Brasil Cep.: 89.010-300 Telefone: (47) 3232-1215 / 3232-0990 Editora

Mundi Editora Editora-chefe Danielle Fuchs – danielle@mundieditora.com.br Gerente Comercial Cleomar Debarba – debarba@mundieditora.com.br Diretor Executivo Niclas Mund – niclas@mundieditora.com.br Rua Almirante Barroso, 712 – Sala 2 – Cep.: 89.035-401 Blumenau/SC/Brasil - Telefone: (47) 3035-5500 www.mundieditora.com.br

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10. 10 Anos Texfair 14. Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama 34. Mercado Infantil 40. Tecnologia 44. Economia 48. Nossa Cidade 50. Artigo


24. Natureza divertida Em sintonia com os quatro elementos, os pequenos ditam moda brincando

28. Moda democrática Com xadrez, poá ou floral, o importante é respeitar o corpo e a personalidade na Primavera-Verão 2010

36. Aguinaldo Diniz Filho: ‘Para manter a saúde financeira durante a crise é preciso investir em produtos com valor agregado’

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texfair 10 anos

Uma década de bons negócios 2000

2001

2007

2008

Vitrine da moda entre 12 e 15 de maio, Texfair do Brasil dá show de estilo e lança as coleções Primavera-Verão 2009/2010 Consolidada como o mais importante evento do calendário da indústria têxtil e de confecção América Latina, a Texfair do Brasil – Feira Internacional da Indústria Têxtil, está completando 10 anos. Criada pelo Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, hoje, a maior vitrine para artigos de alta tecnologia reúne as mais expressivas marcas de vestuário, malharia, cama/mesa/banho e decoração. O evento que ocorre de 12 a 15 de maio, na Vila Germânica, teve a visitação de aproximadamente 185 mil pessoas dos mercados interno e externo em nove edições, reunindo a cada ano uma média de 200 expositores e 400 marcas. Em 2008, a feira recebeu compradores de diversos países como Argentina, África do Sul, Portugal e Venezuela. “A Texfair teve uma razão para nascer e, hoje, tem a grande responsabilidade de fazer parte de um pro-

cesso que não pode parar, de solidificar Blumenau e o Vale como uma região de turismo de negócios”, explica o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn. Ele conta que o evento nasceu de uma ideia antiga. “Com o esvaziamento das grandes feiras de São Paulo na área têxtil, começou a nascer um movimento isolado para criar, inicialmente, um espaço para os associados e, ao mesmo tempo, contribuir com a cidade, já que uma das vocações de Blumenau é o turismo de eventos”. Além disso, a cidade sempre foi um dos principais polos têxteis do Brasil, concentrando grande parte da produção nacional. “Mas a entidade foi apenas a idealizadora. Os grandes responsáveis pelo sucesso da Texfair são as empresas, que solidificaram o evento que, aos poucos, contribuiu para a transformação da cidade e, hoje, lança tendências e reúne o supra-sumo do setor na América Latina”.

“A Texfair teve uma razão para nascer e, hoje, tem a grande responsabilidade de fazer parte de um processo que não pode parar” Ulrich Kuhn Presidente do Sintex

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10 anos de sucesso Edição Primeira Segunda Terceira Quarta Quinta Sexta Sétima Oitava Nona

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Lojistas 7 mil 12,5 mil 15 mil 21 mil 23 mil 25 mil 27 mil 29,68 mil 27,7 mil

Expositores/marcas 104/120 120/170 130/200 158/270 180/300 188/350 198/380 245/470 220/500 Fonte: Sintex

A feira Foco: lançamento das coleções Primavera-Verão 2009/2010 dos segmentos de vestuário, malharia, cama/mesa/banho e decoração. Data: 12 a 15 de maio Horário: das 10h às 19h Visitação: evento exclusivo para profissionais do setor Local: Parque Vila Germânica – Rua Alberto Stein, 199 – Bairro da Velha Blumenau (SC) Informações: www.texfair.com.br

A madrinha da Vila Para o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, a Texfair do Brasil foi a força motivadora que transformou a antiga Proeb no atual complexo. “Se não tivesse sido a Texfair, provavelmente não haveria o Parque Vila Germânica, já que não teríamos o desafio fantástico de começar as obras em novembro de 2005 e inaugurar no início de maio de 2006. Este foi um dos compromissos que o Governo do Estado de Santa Catarina e a Prefeitura do Município assumiram com a Texfair, o que acabou transformando a antiga Proeb em um dos mais modernos centros de exposições do País”. O prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, concorda que a feira internacional foi fundamental para viabilizar a criação do Parque Vila Germânica. “Por ser um grande evento, a Texfair do Brasil acabou viabilizando o investimento na Vila e isso acabou gerando para a cidade a possibilidade de atrair novas feiras, dentro do próprio setor têxtil como em outras áreas”, analisa Kleinübing. Ele acredita que, depois da construção do Centro de Exposições Parque Vila Germânica, a feira ganhou um novo impulso.

“Por ser um grande evento, a Texfair acabou viabilizando o investimento feito na Vila Germânica e isso acabou gerando para a cidade a possibilidade de atrair novas feiras” João Paulo Kleinübing Prefeito de Blumenau

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texfair 10 anos

A meta é crescer A Texfair já nasceu como uma feira internacional, mesmo sendo sediada em um dos pavilhões da antiga Proeb. “Agora o Sintex está discutindo de que maneira irá fazê-la crescer, já que esta é a grande feira da América do Sul. Por isso, precisamos encontrar o caminho certo. A grande meta atingida nestes 10 anos foi transformar um projeto, que era considerado visionário, na grande feira da América do Sul nos segmentos vestuário, malharia, cama/ mesa/banho e decoração. A partir de agora, a nossa grande meta é o crescimento”, avisa Ulrich Kuhn. Kuhn afirma que, atualmente, este é o grande obstáculo da Texfair, já que a feira está limitada ao espaço, além de estar limitada na capacidade hoteleira de Blumenau. “A cidade sente muito a falta de uma área específica para congressos, mas também acaba tendo um limite, no processo de feiras, pela capacidade hoteleira. Este ainda é o ponto mais crucial. Por isso, a cidade tem que superar este problema, a exemplo de Joinville que, hoje, tem uma fantástica rede hoteleira”.

Texfashion Apesar da crise econômica mundial, o brilho da Texfair do Brasil não foi afetado. “Na verdade, houve uma troca de expositores, já que algumas empresas desistiram. Mas havia uma lista de espera”, explica Kuhn. Para o presidente da Fiesc - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, Alcantaro Corrêa, a feira ganha importância ainda maior em um momento como este, em que existe uma grande preocupação com o desempenho atual e futuro da economia. “É necessário ser realista na avaliação do cenário e tomar rapidamente todas as medidas necessárias para enfrentar a atual conjuntura. E algumas dessas medidas são justamente buscar novos negócios e intensificar os esforços para inovar e ser criativo. A Texfair catalisa isso, é a oportunidade para que produtos e empresas possam ver e ser vistas”, conclui Corrêa. O Texfashion – desfile/show que foi lançado em 2006 para trazer um glamour à feira – estará fora da programação em 2009. “Nós sabíamos que, da forma que estava sendo realizado, o Texfashion teria que passar por modificações. O desfile não pode ser limitado a convidados especiais. Ele deve estar integrado dentro da feira, como acontece na Europa, que tem uma área dentro do pavilhão que permite que os visitantes acompanhem as apresentações na passarela”, explica Kuhn. O retorno do desfile, em 2010, integrado dentro da feira, também é um dos desafios apontados pelo empresário. “Precisamos transformar o Texfashion em um componente efetivo de negócios, não apenas um evento à parte”.

“É necessário ser realista na avaliação do cenário e tomar rapidamente todas as medidas necessárias para enfrentar a atual conjuntura. E algumas dessas medidas são justamente buscar novos negócios. A Texfair catalisa isso, é a oportunidade para que produtos e empresas possam ver e ser vistas” Alcantaro Corrêa Presidente da Fiesc

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Quem expõe na Texfair A.S. Têxtil Abit Admitt Alamo Allegrini Altenburg Angel Appel Ari Beraldin Art’Moderna Artelassê Assad Abdalla Atlantica Beijinho e Beijoka Bela Adormecida Belchior Bella Janela Bello Mare Bernadete BGO BMT Brandili Branyl Buettner Burdays Buzatex Cajadan Camesa

Camila Camú Camú Carambella Catha Cativa Cheniltex Cinerama Conpro Copa e Cia Copespuma Cortbras Corttex Corttins Coteminas Couselo Creative Licensing Cris Turismo Cristina Cyber Informática Dafe Dahruj Daltex Dianneli Döhler Drem’s E Tamer Neto Edytony Elian

Elite Estamparia Etruria Fakini Fatex Fibrasca Fiesc Formas Y Colores Formitz Fuá Kito Baby Gaz Up Giuliana Home GMT Griffo’s Gruber Guaratingueta Guerreiro Guia Têxtil HB Metais Hertz Hering ICP Ilhatur Interlar Inylbra Ione Enxovais Isapatex J Serrano

Jo Jo Jolitex Juma Kacyumara Kanto Intimo Kapazi Karsten Kekambas Kissaman Koffe Neipe Eventos Kyly Laibel Lalitex Lancer Laura Ashley Laura Masri Lavive Enxovais Le Petit Lepper LMG Roupas Loa LPR Lucat Luli Lunender Malhas Wilson Malwee Mannes

Marcia Barbieri Marka Marken Fassi Marlan Marp Martins Maryssil Mello Mensageiros dos Sonhos Mercado Brasil Mônaco Tapetes Mundi Editora Niazitex No War Ober Omartex Pacifico Sul Palme Brasil Parahyba Paros Antifurto Pelican Plooma Plumasul Produttex Pupi Pzama Questão de Estilo Rafimex

Raner Rau Rayza RBS TV Restaurante Tabajara Revista Catarina Revista Sucesso Revista Têxtil Revista Varejo Ric Record Rolu Rovitex São Carlos SBA Secretaria de Turismo Shadow’s Sport Shopping Via Catarina Sintex Sisa Stilo Maria Studio Trama Sulamita Sultan Suzigan & Talasso Tabacow TAM Tapeçaria Italiana Tapetes Junior

Tec. Jolitex Tecebem Tecnitubo Teka Termocel Texlu Textilia Tookas Trânsito Trifil Trisoft Tulipane Vale Feiras e Eventos Via Star Vilela Vinculo Vogue World Fashion Xanfer YKZ Yoot


solidariedade

Uma caminhada que entrou na moda O brilho da Texfair começou mais cedo em 2009, dando espaço à solidariedade com a 10ª Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama Todas as atenções estão voltadas para as tendências da moda que são apresentadas no Parque Vila Germânica, em Blumenau, onde é realizada a 10ª Texfair do Brasil. Este ano, contudo, o brilho da feira começou antes e ganhou um novo ingrediente: a solidariedade. Os famosos se uniram e vieram à Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, que está completando uma década, assim como a Texfair. Estiveram em Blumenau Daniel Dalcin, Sidney Sampaio, Juliana Boller e Ellen Roche. O evento reuniu 1,2 mil participantes que partiram da Vila Germânica, na manhã do dia 10 de maio, domingo de Dia das Mães. O percurso foi de 7,3 mil metros para a corrida e 4 mil metros para a caminhada. “Esta é a primeira vez que este evento acontece fora de uma capital”, comenta o diretor administrativo da Cia.Hering, Carlos Tavares D`Amaral. A empresa apoia a campanha ‘O Câncer de Mama no Alvo da Moda’, desde 1995, quando foi criada. A linha de vestuário com o famoso logotipo, criado pelo estilista internacional Ralph Lauren, é produzido e comercializado com exclusividade nas 230 lojas da Hering espalhadas pelo Brasil. “Já comercializamos mais de 6 milhões de camisetas e parte da renda foi revertida ao IBCC - Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, que conseguiu ampliar o centro de tratamento, transformando-o em um dos 10 melhores de São Paulo. É um orgulho para nós ter ajudado nesta transformação”. A Hering também participa da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama desde a primeira edição, em 1999. Rede Feminina O representante do IBCC e produtor-executivo da campanha ‘O Câncer de Mama no Alvo da Moda’ no Brasil, Onésimo Affini Júnior, conta que a caminhada foi criada por dois motivos. “Primeiro, por que o professor e fundador do IBCC, João Sampaio Góes Júnior, repetia sobre a importância da atividade física na prevenção do câncer. Em segundo, por que já existia a corrida, mas queríamos a participação das mulheres, já que é muito importante a prevenção do câncer de mama”. A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau, Aglaê Nazário de Oliveira, comenta que a renda revertida através das inscrições para a Corrida e Caminhada em Blumenau contribuiu para manter os setores da entidade filantrópica em atividade. “No ano passado não realizamos o pedágio. Por isso, este presente veio em boa hora, já que a entidade sobrevive de doações”. Cada inscrição teve o custo de R$ 20 e metade deste valor foi revertida à Rede Feminina. A outra metade foi destinada ao IBCC. A gerente de Comunicação Corporativa da Hering, Amélia Malheiros, que coordenou a organização da Corrida e Caminhada em Blumenau, comemora o sucesso do encontro que teve responsabilidade social. “Acreditamos que a Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama teve muito a ver com a Texfair. Afinal, está na moda a mulher se cuidar”.

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O percurso da saúde Corrida – 7,3 mil metros Saída foi no Galegão, passando pela Rua Humberto de Campos, Rua 7 de Setembro, Fonte Luminosa, Rua das Palmeiras, Rua XV de Novembro, Rua Paulo Zimmermann, Rua 7 de Setembro, Rua Humberto de Campos, encerrando no Galegão. Caminhada – 4 mil metros Saída foi no Galegão, passando pela Rua Humberto de Campos, Rua 7 de Setembro, Rua Padre Jacobs, Rua XV de Novembro, Rua Paulo Zimmermann, Rua 7 de Setembro, Humberto de Campos, encerrando no Galegão.


editorial adulto

A ind煤stria do bem-estar

Vestido Cobertura para Luli Malhas Acess贸rios Femme House


Vestido Rovitex Brincos Femme House



Blusa Cativa Mulher Saia Naguchi Acess贸rios Femme House


Camiseta Rovitex Jeans Naguchi TĂŞnis Nike para General Lyy


Ele: P贸lo Exco-Oil para Cativa Jeans Naguchi T锚nis Nike para General Lyy Ela: Regata Up-Girl para Malharia Cristina Jeans Naguchi Acess贸rios Femme House


P贸lo Beagle para Marp


Ela: Blusa e Jeans Hering Ele: Camiseta Hering Jeans Naguchi


Camiseta Malwee Bermuda Naguchi

Vestido Malwee


editorial infantil

Natureza divertida

Ele: Camiseta Street One Wear para Luli Malhas


Ela: Vestido Luka Puka para Luli Malhas


Ela: Macaquinho Kyly Ele: Conjunto Kyly Colcha: Teka

Ele: Camiseta Fido Dido para Cativa Ela: Blusa Sรก para Cativa Toalha de Mesa Karsten


Camiseta Brandili

Ele: Conjunto Malwee Ela: Blusa Malwee

Maquiagem: Yana S. Dickmann Produção: Eduardo Kottmann Assistência e tratamento de imagem: Bruno Bachmann Fotos: Ivan Schulze – Fole Studio www.folestudio.com.br Modelos: Agência People (Lara Schramm, Simone Borba, Leonardo Silva, Dione Dalpra) Locação: Cia.Hering Agradecimentos Amélia Malheiros, João Alberto Pereira, Femme House, General Lyy, Naguchi, Agência People Vestido Puc


tendências

As vibrações e direções da moda

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Inspirada no reposicionamento global, a coleção Primavera-Verão 2009/2010 vem com tendências distintas, que reinventam a criatividade com base em valores sustentáveis. Estilista e consultor nas áreas têxtil e de confecção, Carlos Simões, que foi idealizador e coordenador-geral do Fórum de Tendências da Fematex - Feira Internacional de Materiais para a Indústria Têxtil e de Confecção, realizada em fevereiro pelo Sintex, adianta que a alegria vai ditar moda na alta estação, principalmente através das cores e estampas. Confira o raio-x da moda sob a lente de Simões.


Inspirações da Primavera/Verão 2010

Cores e ousadia na estação

Para a estação Primavera-Verão 2009/2010 o foco está, basicamente, voltado a um reposicionamento global onde o homem é o protagonista. É necessário cortar excessos, entrelaçar culturas, rever as origens, reorganizar códigos urbanos, cooperativismo em substituição ao neoliberalismo, reinventar a criatividade com base em valores sustentáveis e, sobretudo, expressar a alegria através da descontração com elegância.

A estação desperta o frescor e a leveza através das composições harmônicas entre cores fortes com claras e a imersão nos tons vivos e energéticos, que marcam a presença constante da alegria. Os verdes vão compor com tons em rosa, fúcsia, laranja e lavanda, traduzindo um ar mais romântico e sedutor. Os tons terrosos permitem uma adaptação da natureza com a realidade urbana, associados às cores techno que trazem uma nova organização de forma inteligente e responsável. As variações de cinzas irão se infiltrar nos códigos do masculino e feminino. As combinações pouco usuais – como tons pasteis pálidos e beges – combinados com verdes, rosas e amarelos, no limite da ousadia, resultam num novo glamour frenético, chique e barato.

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tendências Estilo e moda são estado de espírito Cada vez mais a moda permite que cada consumidor, independentemente do seu lifestyle, use e abuse do estilo que melhor traduza seu estado de espírito, seu estilo de vida. É a democratização da moda. O importante é estarmos inseridos dentro de um contexto social, porém, deixando claro nossas características de individualidade.

Formas valorizadas na medida certa

Tecidos e estampas renovadas Os tecidos estão cada vez mais tecnológicos para atender o dia-a-dia dos consumidores. Os sintéticos se apresentam em versões mais leves e puros, ou misturados com outras fibras, resultando em maior dinamismo. Importância para o aspecto visual através do enobrecimento. Uma atenção especial para o espaço ocupado pela malharia e a continuidade dos tecidos de alfaiataria. Um retorno aos tecidos dos anos 70, onde renovar é o relevante. Para o denim, a presença das superfícies super brancas evocando um certo brilho e também a lavagem tipo trash - gasto, envelhecido. Tanto para o brim como o índigo, estampas xadrezes, bichos, amassados e manchado. O black jeans também ganha força na alta estação. As estampas florais; mas não como são apresentadas na natureza e nem no estilo romântico, elas são artificiais, étnicas, orgânicas, gigantes ou microscópicas, o que importa é que sejam retrabalhadas. Destaque para os desenhos abstratos, listrados em todas as variações, regulares e irregulares, listras largas, bicolores, xadrez estilo madras e tartãns, gestual étnico.

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As formas apresentadas para a estação são a ampulheta, que valoriza os ombros e quadris com proporções corretas; o New Look, que marca a cintura e valoriza os volumes das saias; a Linha “A” ou fluida, que valoriza toda a silhueta feminina. Para as brasileiras, devemos tomar cuidado com as silhuetas que valorizam ou marcam demasiadamente o quadril, em especial os jodhpurs e as calças tipo bag. Aparecem as assimetrias, babados (preferível usá-los nos tops ao invés dos bottons por causa do volume), calças pantalonas, às vezes com cintura alta.


Moda masculina, expressão da personalidade Falar sobre moda masculina, ainda hoje, requer algumas considerações sobre indumentária e as diferenças entre os sexos. Alguns estudiosos observam que a moda para os homens ainda está carregada de certa obsessão pelo conservadorismo, enquanto que, para as mulheres, chega a exteriorizar diferentes graus de histeria por novidades. Grande parte dos designers de moda masculina trabalha muito em reciclar aquilo que sempre existiu e poucos se aventuram ao novo. Cada homem passa a ser dono de várias opções e precisa apenas adequar esse repertório ao que imagina ser aquilo que mais o agrada, que mais o deixa confortável, que mais se encaixa na composição de sua imagem e expressa sua personalidade; quem sabe até resgatando algo do seu narcisismo e exibicionismo. Combinar, descombinar abusar das cores, estampas e sobreposições. O ponto forte é a proporção mais justa ao corpo, não significa uma calça super justa, mas peças sem a impressão de sobra de tecido. O uso do xadrez, a estamparia para a camisaria, os paletós de dois ou um botão, a volta da gravata em crochê, hit dos anos 70.


tendências Na moda da sustentabilidade

Potencial criativo é no Brasil Os profissionais brasileiros são mestres nas cores vibrantes e na diversidade de culturas em razão da miscigenação do País. Isso resulta, sem dúvidas, num potencial criativo, fonte primordial para a moda. O que devemos tomar cuidado e atenção é para a qualidade na confecção e industrialização dos produtos de moda brasileiros. Antes de fazermos moda temos que fazer roupa. Roupa é commodities, moda é valor agregado. Só podemos agregar valor a um produto que esteja, verdadeiramente, dentro de padrões e em conformidade internacionais.

Queiramos ou não, tudo no planeta tem que se tornar sustentável. Isso não é uma exceção, é uma regra. A tecnologia tem um papel cada vez maior no segmento da moda. As indústrias responsáveis pelos produtos e insumos químicos direcionados à moda estão em constante pesquisa para atender o mercado e consumidores cada vez mais exigentes. Easycare, easywear, saúde, conforto, reciclagem, sustentabilidade, meio ambiente, preservação, são palavras que, quase obrigatoriamente, constam das etiquetas e tags da maioria dos produtos de moda.

Alfaiataria para uma silhueta elegante

Estilistas atualizados e dinâmicos Uma das principais características do estilista ou designer de moda é conseguir “sentir as vibrações e as direções” com tempo suficiente para transformar as “vontades ou necessidades do inconsciente coletivo” em produtos e negócios no segmento da moda. No planejamento e mecanismo da moda industrial uma mesma linha sempre será seguida, porém, o que irá diferenciar o trabalho de cada designer será sua atualização tecnológica, sua sensibilidade em relação ao comportamento socioeconômico, a moda como negócio, a eficiência e, com tudo isso, captar as novas direções com antecedência precisa.

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As peças de alfaiataria como os blazers, paletós, coletes, bermudas e calças aparecem mais ajustados ao corpo e em tecidos de gramatura mais leve, como a lã fria. Os blazers estão com ar contemporâneo com aspectos mais joviais e delicados. Traduzem a ousadia através de cores fortes e brilhantes e sobrepõem vestidos ou outras combinações como calças e blusas. A peça-chave da estação são os coletes, do corte formal ao despojado passam por inúmeras variações de modelos e deixam uma silhueta mais fina e elegante.



moda infantil

Nunca foi tão divertido... Público exigente, as crianças estão ganhando uma fatia cada vez maior do mercado da moda no Brasil

A indústria da moda percebeu há tempos que são as crianças que decidem o que vão vestir. Devido a essa interferência na escolha das roupas, os pequenos viraram público-alvo de empresas que atuam no mercado de moda. As que não trabalhavam com o segmento, passaram a criar linhas infantis e as que já atuavam resolveram inovar para conquistar ainda mais os pequenos consumidores que, diferentemente dos adultos, precisam renovar o guarda-roupa a toda hora. Para a publicitária Cinira Baader, que possui especialização no Estudo do Comportamento do Consumidor Infantil, “as crianças se relacionam com as roupas de uma forma lúdica e divertida, assim como acontece com os brinquedos. Para elas, o ato de se vestir faz parte da grande brincadeira que é ser criança. A especialista, que é proprietária da Central Kids Comunicação, de Blumenau, acompanha de perto a relação das crianças com a moda. “Primeiro a criança encara tudo como uma brincadeira, mas a informação de moda chega na sequência”. Assim, os pequenos aprendem, desde cedo, que existem estilos diferentes e quais as cores que combinam mais. Hoje, a maioria das empresas especializadas em moda infantil conta com um estilista ou profissional de moda que esteja sempre ligado nas tendências, já que foi-se o tempo em que meninas vestiam apenas rosa e meninos azul. “A moda infantil também segue tendências e isso acontece por causa da própria criança, que está cada vez mais informada, já que é na sociedade que as crianças buscam seus modelos de comportamento. Além, é claro, das mães que gostam de ver seus filhos bem vestidos e com estilo”.

Os pequenos são grandes O segmento infantil ocupa uma fatia equivalente a 15% do mercado de vestuário no Brasil (mercado de vestuário: US$ 30,5 bilhões. Vestuário infantil: US$ 4,5 bilhões) O faturamento do mercado de vestuário infantil no Brasil cresce cerca de 6% ao ano Aproximadamente 1 bilhão de peças de vestuário infantil são produzidas anualmente As confecções para meninas representam cerca de 70 % do total de peças vendidas

Fonte: Abit

Aos poucos, o mercado da moda infantil foi passando por uma transformação, exigindo profissionais especializados. “Toda essa informação de conceito de moda que as crianças estão adquirindo faz com que o mercado de moda infantil tenha que estar cada vez mais preparado e adequado. As roupas devem seguir as tendências, estar sempre com algo diferente, trazer novidades. Caso contrário, os produtos podem não ganhar a atenção e encantamento das crianças”.

“As crianças se relacionam com as roupas de uma forma lúdica e divertida, assim como acontece com os brinquedos. Para elas, o ato de se vestir faz parte da grande brincadeira que é ser criança” Cinira Baader, publicitária com especialização em Estudo do Comportamento do Consumidor Infantil

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...se vestir bem Inspiração vem do Exterior A responsável pela criação de produtos da Kyly, Karine Martins Ruiz, diz que as estilistas da empresa pesquisam as últimas tendências de moda no Exterior. “Fazemos pesquisa de mercado o ano todo e, mais intensamente, durante o período de desenvolvimento das coleções. Após a pesquisa lá fora, o trabalho é focado para adaptar as novidades ao gosto do consumidor brasileiro e à identidade da marca”. A equipe de desenvolvimento de produtos da Kyly, que atua há 15 anos no segmento infantil, é formada por estilistas e desenhistas, que criam estampas, modelagens e novos efeitos. As principais linhas – Bebê, Primeiros Passos, Infantil e Juvenil – estão presentes em diversas lojas do Brasil, além de estarem sendo exportadas para países da América do Sul, América do Norte e Central, além da Europa e Oriente Médio.

O diretor comercial da Fakini Têxtil, Francis Giorgio Fachini, também investe em viagens internacionais em busca de pesquisa de mercado e novas tendências. “Como também trabalhamos com marcas próprias, é necessário seguir as tendências e temas específicos através de pesquisas e viagens, dentro e fora do Brasil. Já as linhas licenciadas seguem as orientações da detentora da marca”. Para Fachini, que está à frente dos negócios desde que a empresa foi criada em 1994, é necessário estar sempre bem atualizado para sobreviver ao mercado competitivo da moda infantil. “Precisamos manter uma linha de produtos de bom giro de venda, bom visual e bom preço. Afinal, o importante para o segmento infantil é aliar o bom gosto ao preço atrativo, já que as crianças precisam renovar o guarda-roupa constantemente devido ao rápido crescimento que faz parte da infância”.


entrevista: Aguinaldo Diniz Filho

‘É preciso sinergia entre empresário e Poder Público’ “Em 2008, co setor bateram recordm todas as dificuldades, os empresários desembolso junto ao e de investimento de US$ 1,5 bilhões, do prova que realmente BNDES e importação de máquinas, o em q na crise se aproveita m as oportunidadesu”e

A crise oferece muitas oportunidades. A opinião é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. Para o empresário, a criatividade é a chave para fugir das turbulências. Entre as alternativas apontadas por Diniz para ter sucesso nesta fase está o investimento em produtos inovadores, com maior valor agregado. A liderança ressalta, contudo, que para ter resultado é preciso que haja sinergia entre empresariado e Poder Público. Confira abaixo trechos da entrevista exclusiva concedida por Diniz à Texfair Magazine, na qual o empresário traça um raio-x do setor e faz projeções para 2009. Texfair Magazine - A indústria têxtil e de confecção cresceu 4% em 2008, com faturamento de R$ 43 bilhões. A expectativa para este ano é crescer, no máximo, 2,5%, devido à alardeada crise mundial. Há alternativas para, no mínimo, manter o desempenho do ano passado? Aguinaldo Diniz Filho – As alternativas para que o desempenho deste ano seja ao menos equivalente ao apresentado no ano passado depende de movimentos sinérgicos dos empresários e do Poder Público. Faz-se necessário um esforço para o tema tributário, buscar uma tributação diferenciada para o setor e aproveitar as oportunidades que a

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crise também oferece, como inovação e redução de custos. TM – O mercado interno é uma alternativa para fugir de crises externas como a dos Estados Unidos. Empresas como a Karsten, que já exportaram 50% da produção, partiram para isso. Que outros caminhos devem ser trilhados para garantir a saúde financeira das indústrias do setor? Diniz Filho – Em recente pesquisa da Abit com empresários do setor, as soluções mais apontadas para manter a saúde financeira durante a crise foram os investimentos em produtos inovadores, com maior valor agregado, além a redução de custos a partir de uma variedade de matérias-primas alternativas. TM – A retração nas exportações do setor foi grande nos primeiros meses deste ano, com queda de 50% nas vendas. Mas para quem não abre mãos do mercado externo, qual seria a taxa cambial ideal para garantir os contratos e se manter competitivo fora do Brasil? Diniz Filho – A contração das exportações, desta vez, não tem ligação com o câmbio atual. Não adianta termos um câmbio que esteja a nosso favor se os mercados externos estão retraídos. Além disso, outro fator importante que foi o grande responsável

pela queda nas exportações neste ano foi a decisão da Argentina em impor o licenciamento prévio ao Brasil, visto que esse é o nosso maior mercado de destino. TM – A Fiesc lançou em abril uma unidade da ApexBrasil em Santa Catarina. O objetivo é incentivar as exportações. Qual a importância da Agência e como ela pode contribuir em momento de crise? Diniz Filho – A Apex-Brasil tem grande importância quando falamos em incentivo às exportações, contribuindo positivamente em momentos de crise. Em parceria com a Apex, a Abit criou em 2001 o Texbrasil, que tem como missão apoiar e preparar as empresas do setor para apresentar, de maneira organizada, os produtos brasileiros no mercado internacional. Utilizando diversas ferramentas e ações, o Programa objetiva o aumento da plataforma de empresas brasileiras exportadoras, incentivando a inserção das mesmas no mercado globalizado. Em 2008, o Programa participou de 28 feiras internacionais, trouxe 177 compradores de mais de 20 países, realizou 37 palestras de tendências de moda, 41 clínicas de produtos e 184 jornalistas internacionais vieram conhecer a moda brasileira, dentre outras várias ações realizadas pelo Programa.


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entrevista: Aguinaldo Diniz Filho

“Faz-se necessá tema tributário, burisco um esforço para o diferenciada para o se ar uma tributação to oportunidades que ar e aproveitar as crise oferece”

TM – A China, que foi diretamente atingida com a crise nos Estados Unidos, ainda é uma ameaça ao setor? Diniz Filho – A China pode ser muito mais uma oportunidade do que uma ameaça ao Brasil, se for estabelecida uma concorrência equilibrada. Infelizmente, ainda não temos visto o governo chinês preocupado em implantar uma concorrência leal além do discurso. Portanto, enquanto isso não for efetivo, não podemos considerar a China uma economia de mercado e, sendo assim, ainda é uma ameaça a vários setores que utilizam mão-de-obra intensiva no Brasil. TM – O Brasil vem operando abaixo da sua capacidade instalada. O que é preciso para reverter isso? Diniz Filho – A Abit tem apresentado em reuniões frequentes com o governo federal relatórios de acompanhamento do mercado mundial, demonstrando os movimentos pós-crise no setor têxtil, a produção e o consumo no Brasil e no mundo, os

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anúncios feitos por alguns governos para recuperar a produção e, paralelamente, as medidas que podem defender o Brasil de um volume maior de importados ilegais ou subfaturados e, conjuntamente, incentivar o aumento da produção nacional. O momento exige movimentos sinérgicos dos empresários e do Poder Público.

TM – Qual o conceito da indústria têxtil do Sul no mercado nacional e internacional? Não existe um certo preconceito com a região, e uma centralização de forças e decisões no Sudeste do País? Diniz Filho – Todas as regiões têxteis no Brasil são importantes e imprescindíveis para a cadeia têxtil e de confecção brasileira.

TM – Recentemente, um seminário promovido pela Abit abordou como agregar valor ao produto têxtil através da inovação tecnológica e responsabilidade ambiental. Como investir nisso em tempos de crise e operando abaixo da capacidade? Diniz Filho – Por incrível que pareça, em 2008, com todas as dificuldades, os empresários do setor bateram recorde de investimento de US$ 1,5 bilhão, em desembolso junto ao BNDES e importação de máquinas, o que prova que realmente é na crise onde se aproveitam as oportunidades.

TM – Qual a importância de feiras com a Texfair Brasil, que chega na 10ª edição, para movimentar o setor? Diniz Filho – A Texfair é uma tendência nacional em seu segmento. O evento contribui de forma muito positiva para uma visão completa e profissional da moda brasileira, evidenciando ainda mais os nossos produtos ao redor do mundo além, é claro, de trazer um maior entendimento deste mercado para a imprensa e empresas nacionais e internacionais.



tecnologia

Tecnologia em favor da moda Inovação e produtos com valor agregado revolucionam o setor têxtil As inovações estão causando uma revolução no mercado têxtil. Uma das novidades no setor é a Identificação por Rádio Frequência, também conhecida como tecnologia RFID. Na vanguarda da tecnologia da moda, a Haco Etiquetas, de Blumenau, adotou o sistema para agregar valor aos produtos. Agora, itens com etiquetas de RFID podem ser identificados simultaneamente e sem a necessidade de contato visual. “Os produtos dentro de caixas podem ser identificados sem a necessidade de abri-las, criando uma grande agilidade no processo logístico”, explica o diretor-executivo da empresa, Alberto Conrad Lowndes. Além disso, as etiquetas RFID podem ser regravadas, ao contrário das etiquetas de código

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de barras. Estas não podem ser alteradas, uma vez impressas. Outra vantagem da Identificação por Rádio Frequência é que o sistema cria uma identidade única do produto. “Como cada etiqueta é única, acaba sendo uma ótima ferramenta para combater a falsificação”, comenta Lowndes. Com a tecnologia RFID também é possível implementar soluções antifurto, aliando a identificação do produto à segurança. “Por sermos uma empresa que tem a inovação constante em nossos valores, buscamos a mais avançada tecnologia para identificação”. Para atender as demandas de pedidos e de futuros clientes, a Haco iniciou as pesquisas em 2003, com participação em

feiras de tecnologia e visitas a fornecedores internacionais, criando sólidas parcerias para o desenvolvimento de produtos RFID. “Estamos inaugurando um inovador show room RFID para demonstrar o funcionamento desta tecnologia e soluções em Identificação por Rádio Frequência”, adianta o diretor-executivo da Haco. A empresa conta com departamentos estruturados, com profissionais especializados em pesquisa e desenvolvimento de produtos. A equipe inclui engenheiros, profissionais da área de moda, design e comunicação, além de técnicos têxteis. “O acesso a informações atualizadas e as pesquisas internacionais fazem com que a empresa possa se manter na vanguarda deste segmento”.


Tecnologia inteligente Sistemas inovadores, como os provedores inteligentes, possibilitam que os designers participem da venda de seus produtos. Na hora de o cliente escolher um item para levar ao provador, por exemplo, recebe a ajuda automática do sistema que irá identificar possíveis combinações entre a roupa que o cliente escolheu e outras peças que possam ser utilizadas para compor um look. “Todas as informações de combinações são fornecidas ao sistema pelos designers. Então, quem cria a moda agora também pode participar da venda de seu produto. É uma ótima ferramenta para se trabalhar nas vendas cruzadas e aumentar o faturamento”, garante Lowndes. As prateleiras das lojas também podem ser monitoradas pelas antenas RFID que irão medir a movimentação das peças. Neste caso, o sistema fará o reconhecimento de quantas vezes o item foi retirado e colocado de volta à prateleira. Com isto, são gerados dados mensuráveis sobre o fluxo de movimentação das peças, além do fornecimento de um inventário automatizado. Medindo o fluxo de movimentação das peças, é possível saber se o metro quadrado da loja está sendo utilizado com eficiência. “A partir de um inventário automatizado, é eliminado o problema de perda de venda por falta de produto em estoque”. Para garantir ainda mais a satisfação dos clientes, os postos de venda podem ser automatizados e, com a tecnologia RFID, é possível fazer a leitura simultânea de vários itens, agilizando o processo de venda. “Para cada cliente é possível manter um histórico de consumo, além das roupas mais provadas. Com estas informações, os designers podem verificar qual a preferência individual de cada pessoa para desenvolver uma coleção exclusiva com a cara do seu cliente”.


tecnologia

Nanotecnologia, pequenas mudanças com grandes resultados O processo de cultivo de algodão de fibra longa é das novas tecnologias que também está sendo utilizada em Santa Catarina e outros estados do País. “Esse processo já foi usado antes e, agora, voltou. É um processo que agrega nanotecnologia e elimina gastos com a importação de matéria-prima. Pode-se dizer que esse processo pressuriza a cadeia têxtil”, detalha o engenheiro mecânico têxtil Sylvio Nápoli, que atua como gerente do Departamento de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Ele explica que o que há de mais atual em termos de nova tecnologia é a nanotecnologia, aplicada às têxteis e indústrias de confecção. Marcas como a Karsten, Teka, Coteminas e Renaux, por exemplo, investiram na linha dos tecidos tecnológicos desenvolvidos com base na nanotecnologia, oferecendo extrema absorção e maciez aos produtos, principalmente às toalhas de praia, rosto e banho. Com a aposta nos avanços da nanotecnologia, as empresas ampliaram a competitividade de seus produtos. A tecnologia em escala nano têm várias funções no desenvolvimento de produtos têxteis e confeccionados. Hoje existem cintas para grávidas com ergonomia exclusiva e função hidratante, microencapsulação de perfumes em têxteis, camisetas que monitoram a frequência cardíaca e enviam os resultados por wireless, edredons interativos, com MP3 integrado e efeito fotocromático (a estampa muda de cor), entre outros. A Karsten, pioneira no setor de cama, mesa e banho a utilizar esta tecnologia, possui a linha de toalhas Zero Twist e Valentina, uma linha de toalhas de banho e rosto que utilizam nanopatículas, chamadas nanocotton. O acabamento nanocottoon traz nanopartículas de amaciante aplicadas diretamente nas fibras das peças, e dispensa o uso excessivo de amaciante comum na lavagem caseira. Aliado à prélavagem e pré-encolhimento, as toalhas produzidas com o acabamento nanocotton também apresentam maciez superior e grande poder de absorção

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Teka adota nanotecnologia na linha Duomo Banho “Mas, no momento, essa é uma tecnologia embarcada, ou seja, compramos fora do Brasil. Já percebemos que algumas universidades nacionais estão investindo nestas pesquisas, mas é algo ainda restrito”. O gerente de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Abit diz que é importante lembrar que já há uma forte insistência para a presença de inovação em produtos e, também, em processos. “Apenas desta forma será possível agregar valor ao nosso produto, tornando uma commodity”. Alto investimento

“Há a necessidade de difusão dessas tecnologias para que os pequenos e médios tenham acesso, pois terão grandes vantagens no produto final”

No entanto, tais investimentos demandam gastos excessivos, o que acaba restringindo os avanços. “Há a necessidade de difusão dessas tecnologias para que os pequenos e médios tenham acesso, pois terão grandes vantagens no produto final. Um bom exemplo de nova tecnologia que tem dado retorno é o processo de cultivo de algodão de fibra longa”. Na verdade, os têxteis estão sempre inovando e a responsabilidade socioambiental é uma exigência nos tempos atuais, especialmente no mercado externo. A tecnologia contribui no sentido de dar a certificação de produtos e processos social e ecologicamente corretos. “Um processo novo só pode ser introduzido no mercado com a devida certificação. Mas é preciso acrescentar outro ingrediente aí. O mercado externo não vê com bons olhos empresas que não trabalham com ética no processo de comercialização. Isso também é um diferencial competitivo e, hoje, quem não se adequar está fora do mercado”, comenta Nápoli.

Sylvio Nápoli Gerente do Dep. de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Abit



economia

Setor têxtil sobrevive à crise Produtos com valor agregado mantêm o Brasil competitivo Apesar da crise econômica mundial, o setor têxtil espera aumentar e melhorar as vendas dentro e fora do País em 2009. A indústria têxtil é uma das maiores empregadoras e, no ano passado, contou com 1,7 milhão de trabalhadores que produziram desde o fio do tecido até peças acabadas. Mas é importante ressaltar que setor apresenta um leque muito grande de segmentos, a exemplo do que é apresentado na Texfair do Brasil. A feira apresenta três grandes porções do mercado: os segmentos de vestuário e malharia, cama/mesa e banho e o segmento de decoração. “Dentro da realidade brasileira, os setores de confecção e decoração foram os menos atingidos com a crise mundial. O de cama, mesa e banho sofreu mais com as quedas na exportação, já que era o maior exportador”, explica o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn. Segundo o empresário blumenauense, o setor têxtil não pode ser comparado com o ramo metalmecânico, metalúrgico e de linha branca, entre tantos outros setores brasileiros que foram diretamente afetados pela economia. “Se formos comparar, nós estamos com a luz amarela ligada, mas estamos sobrevivendo à crise”. O presidente da Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil, Aguinaldo Diniz Filho, afirma que no primeiro trimestre as exportações brasileiras de produtos têxteis e confeccionados apresentaram uma queda de 35,01% em termos de valor e 33,56% em volume, se comparado ao mesmo período do ano passado, excluídas as fibras de algodão. A Abit acredita que há muitas variáveis a serem consideradas no âmbito da economia mundial e da macroeconomia brasileira que afetaram e ainda podem afetar o setor neste ano. O cenário atual foge um pouco da simples lógica cambial, onde as exportações deveriam aumentar e as importações deveriam ser reduzidas pela alta do dólar. “Neste ano estamos convivendo com grandes mercados em recessão. Portanto, não está tão fácil exportar. Mas o Brasil volta ao jogo com melhores preços e continuará sua política de produtos com maior valor agregado”, comenta Diniz Filho.

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Importação em baixa

Tratamento isonômico

Em relação aos produtos importados, especialmente os asiáticos, o mercado está sentindo um aumento considerável no volume e no valor, basicamente em função do fim do acordo de restrições voluntárias e, também, pelas roupas de Inverno que foram compradas anteriormente à crise, quando o mercado ainda estava aquecido. “Acreditamos que as importações também deverão cair nos próximos meses”, aposta o presidente da Abit.

A crise também afeta o País à medida que países como a Argentina estão demorando a conceder as licenças de importações. A licença não-automática tem afetado diretamente o setor de cama/mesa e banho, já que a Argentina era o maior importador. “Temos empresas que esperam a liberação da licença de importação há mais de 100 dias. Como a moda é muito dinâmica, esse período é extremamente prejudicial para os negócios dos compradores. Entendemos que a Argentina queira se prevenir de um surto asiático, mas não deveria impor restrições aos parceiros do Mercosul. Precisamos de um tratamento isonômico e condizente para uma área de livre comércio”, resume Diniz Filho.

Para o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, não haverá uma mudança a curto prazo no cenário econômico do País. “Não existe nenhum indicador que faça eu acreditar nisso. Todos os atuais indicadores dizem que o Brasil vai ser menos afetado do que o resto do mundo, mas ainda não sabemos qual será o efeito de tudo o que está acontecendo. Afinal, ainda não dá para saber como os Estados Unidos e a China vão se recompor dessa história”. Para reaquecer o mercado, é necessário baixar efetivamente os juros e fazer a redução da carga através de uma reforma. “A redução de juros afeta a economia como um todo”, frisa Kuhn. Desoneração da folha de pagamento para empresas que tenham atividades intensivas de mão-deobra seria outra medida para melhorar a situação econômica do Brasil. “Deveria ser criado outro critério de calcular a carga sobre a folha. Isso já foi discutido pelo Governo, mas voltou à estaca zero”. Em recente pesquisa da Abit com empresários do setor, as soluções mais apontadas para manter a saúde financeira durante a crise foram os investimentos em produtos inovadores. A entidade também tem apresentado, em reuniões frequentes com o governo federal, relatórios de acompanhamento do mercado mundial, demonstrando os movimentos pós-crise no setor têxtil, a produção e o consumismo no Brasil e no mundo. “Discutimos os anúncios feitos por alguns governos para recuperar a produção e, paralelamente, as medidas que podem defender o Brasil de um volume maior de importados ilegais ou subfaturados, além de incentivar o aumento da produção nacional. O momento exige movimentos sinergéticos dos empresários e do poder público”, acredita o presidente da Abit.

Para o presidente do Sintex, o Brasil não tem força política e diplomática para reverter esse problema que está prejudicando diretamente os negócios com a Argentina, que era o maior parceiro comercial têxtil brasileiro. O país argentino era o segundo principal destino das exportações catarinenses. O primeiro mercado comprador é os Estados Unidos. Apesar do câmbio mais favorável, está havendo uma queda na área de comércio do exterior no Brasil. “É importante lembrar que a queda de demanda e a deflação de preços também são prejudiciais”. A queda média de exportações, até agora, é de 20% ao ano no Brasil. “Esse número vai piorar devido à licença não-automática. Os reflexos negativos serão sentidos daqui pra frente”, acredita Kuhn. Mesmo assim, o clima é de otimismo. “A economia vem e vai. Na verdade, esta é mais uma oportunidade, já que a cada crise surgem oportunidades de melhorar e avançar. A própria Texfair também vai demonstrar, neste período difícil, que é preciso estar cada vez mais preparado e buscar ainda mais inovações para poder superar os momentos de dificuldade”, analisa o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing. O presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, concorda. “Sabemos que é tudo uma questão de tempo e quem se preparou sairá na frente. É esse tipo de contribuição que um evento como a Texfair oportuniza e que deve ser explorado pelas empresas”.

A Fiesc - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catrina também está promovendo ações efetivas que podem auxiliar a indústria e encontrar alternativas que serão importantes, principalmente, quando o ciclo de retomada da economia internacional se iniciar. “Durante a Texfair do Brasil, a Fiesc estará apresentando o Projeto Comprador Al-Invest, que vai permitir o contato das empresas catarinenses e de mais sete Estados brasileiros com 11 companhias européias interessadas em comprar produtos e matérias-primas”, explica o presidente do Sistema Fiesc, Alcantaro Corrêa. As companhias internacionais são da Itália, Polônia e Suécia.

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cenário têxtil

Números do setor no País em 2008 Faturamento US$ 41,3 bilhões US$ 43 bilhões (aumento de 4%) Número de empregos diretos 1,650 milhão 1,7 milhão Investimento do setor US$ 1 bilhão US$ 1,5 bilhão

Compare Exportações nacionais (2007/08) 2007 Tecidos (23%) Tecidos técnicos (23%) Têxteis Lar (20%) Vestuário (15%) Fibras manufaturadas (10%) 2008 Tecidos técnicos (26%) Tecidos (22%) Têxteis Lar (18,4%) Vestuário (14%) Fibras manufaturadas (9,3%)

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Importações brasileiras 1º trimestre Dados em US$ FOB Ano Total 2007 698.152.728 2008 933.472.509 2009 793.475.748 Importações catarinenses 1º trimestre Dados em US$ FOB Ano Total 2007 109.840.689 2008 215.266.806 2009 170.998.505



nossa cidade

Blumenau, bela e viável Cidade de colonização predominantemente germânica, Blumenau mantém características europeias que ficam evidentes na culinária, arquitetura, no lazer e até mesmo no perfil do povo, que é conhecido pela hospitalidade e empreendedorismo. A beleza da cultura atrai visitantes de todo Brasil e Exterior. Para receber estes turistas, a cidade dispõe de roteiros ecológicos, gastronômicos, industriais e culturais. Além de valorizar a tradição, Blumenau investe no desenvolvimento. Terceira maior economia do Estado de Santa Catarina, o município fica próximo de importantes cidades do Brasil (São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) e do Mercosul (Buenos Aires e Montevidéu). Num raio de 50 quilômetros há dois portos (Itajaí e Navegantes) e um aeroporto internacional, além da rodovia federal BR-101, que corta o País de Norte a Sul. Partindo-se de Blumenau, por via terrestre, pode-se chegar ao Litoral e à BR-101 por duas rodovias – uma federal (BR-470) e outra estadual (Jorge Lacerda).

De mãos dadas com a natureza Blumenau tem uma das maiores áreas verdes em relação ao tamanho do município do Brasil. Cerca de 70% de seu território é coberto por Mata Atlântica. A fauna foi igualmente privilegiada na cidade. Há capivaras em pleno Centro. A preocupação ambiental sempre fez parte da história do município. Blumenau foi a primeira cidade do Estado e a segunda do País a criar um órgão municipal para preservar e avaliar os impactos da intervenção humana na natureza: Faema. A maior unidade de conservação da cidade é o Parque Natural Municipal das Nascentes, localizado a 23 quilômetros do Centro.

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Raio-x Origem do nome: Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau Fundação: 2 de setembro de 1850 Economia: indústria, comércio, serviços e turismo População: 300 mil habitantes Colonização: alemã Principais etnias: alemã e italiana Localização: Médio Vale do Itajaí, a 50 km do Litoral Área: 512 quilômetros quadrados Clima: temperado quente, com temperaturas variando entre 16ºC e 27ºC

Unidades de conservação 1- Área de Preservação Ambiental (APA) Raulino Reitz 2- Área de Preservação Ambiental (APA) das Ilhas Fluviais 3- Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Roberto Miguel Klein 4- Parque Municipal Foz do Ribeirão Garcia 5- Parque Natural Municipal das Nascentes do Garcia 6- Parque Natural Municipal São Francisco de Assis 7- Parque Natural Municipal Bromberg 8- Reserva Florestal Particular da Cia. Hering Fonte: Faema


Software reconhecido Blumenau é um polo de softwares, vocação que nasceu em 1969, quando empresários do setor têxtil criaram o Cetil (Centro Eletrônico da Indústria Têxtil) – a primeira empresa de informática de Santa Catarina, com sede em Blumenau. Na década de 80, o Cetil venceu a concorrência para fazer o primeiro recadastramento de estrangeiros do Brasil, tendo se tornado a primeira empresa do País a utilizar impressão a laser para esse fim. Em 1992 nasceu o Blusoft (Blumenau Pólo Tecnológico de Informática), uma entidade que promove, com apoio da Prefeitura, o desenvolvimento de empresas do setor. Em 2002, um grupo de professores da Furb criou o Instituto Gene, que atua em quatro grandes áreas: incubação e empreendedorismo, transferência de tecnologia, capacitação e desenvolvimento e responsabilidade social.

Blumenau: zero em analfabetismo Em junho de 2007, Blumenau foi certificada com o selo “Cidade Livre de Analfabetismo”, concedido pelo Ministério da Educação aos municípios brasileiros que apresentam índice menor de 4% de analfabetos entre a população. Segundo dados do IBGE, Blumenau tem 2,79% de analfabetos. Além das escolas básica, média e fundamental, a cidade também investe em cursos técnicos e superiores. Instituições de renome nacional, como Senai e Senac, formam todos os anos técnicos para atuarem nas empresas, seja na indústria, comércio ou na prestação de serviços. Na educação superior, a cidade conta com cinco.


artigo

Design de moda: um projeto de coleção Quando um estilista olha um prédio, uma escultura, uma obra de arte ou um objeto do dia a dia, ele se inspira. A inspiração é única ao seu olhar e ele pode transformar aquilo no que quiser. Como? Através da criação de um projeto, chamado de coleção. A graça de criar uma coleção está em fazer toda uma pesquisa, unir conhecimentos empíricos e transformar tudo o que a criatividade permitir. É assim que funciona, na maioria das vezes. Cada um tem um jeito de ter ideias, mas sem ter uma visão global é difícil criar uma moda de verdade. A qualidade da moda está em absorver hoje e sempre o que acontece na sociedade. Sempre foi assim. O homem sentiu frio e precisou se proteger. A mulher precisou ir trabalhar na ausência do marido, do pai ou do irmão, que estavam em guerra. Jovens dos anos 70 queimaram sutiens e instigaram uma nova silhueta. A moda depende muito do que nós fazemos e precisamos e para desempenhar da melhor forma seu papel não basta apenas vestir. A moda não tem esse papel. Ela se comunica e se une a outras atividades para crescer cada vez mais. Integrar o design e a moda é o que o mercado atual pede. Não se pode mais querer viver num mundo próprio de criação sem pesquisa, sem pensar no todo. Somos dependentes da internet e de tudo que ela nos oferece. Lemos revistas e jornais e juntamos várias informações. Mas a melhor ideia pode surgir de um simples parafuso, para criar uma calça, por exemplo. O design que conhecemos atualmente é uma atividade nova, se comparada à moda. Surgiu, para muitos, da produção seriada e unifica vários campos para conceituar os melhores produtos, sejam impressos, sejam objetos. O design traz com ele toda a metodologia de produção e conceitos únicos, que são essenciais para se prevalecer no mercado. Para entender melhor: hoje, devemos pensar em design de moda e não mais em estilismo. Design de moda é algo muito mais amplo, que unifica duas áreas distintas, mas muito próximas que dependem uma da outra. Quando o estilista, que teve a inspiração logo que viu o prédio e um banco na frente deste, começar a criar a sua coleção, ele não vai poder pensar somente na roupa, na sua costura. Ele terá de buscar meios para que suas ideias apareçam na coleção e só sendo um designer de moda ele conseguirá fazer isso: agregar formas nada convencionais a nossa moda. Hoje todo mundo quer design. Ninguém mais quer uma moda solitária, sem inovação, sem criatividade. O design oferece à moda este suporte, através de metodologias, seja uma moda de passarela, seja uma moda para o mercado. A importância do design para a sociedade é extrema e poucas pessoas sabem disso. Sem design não teríamos um lápis para desenhar, um caderno para fazer croquis, máquinas para costurar, ergonomia para fazer modelagens, revistas para divulgar uma moda que cresce junto com o design a cada dia. O Santa Catarina Moda Contemporânea é um exemplo de trabalho que oferece esse caminho ao estudante e proporciona aos alunos inscritos a possibilidade de exercitar a criatividade. Auxilia na formação não apenas de designers, mas sim de profissionais com conteúdo. Santa Catarina Moda Contemporânea

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