Março/Abril 2025 - No 7 - Ano IV www.mundoagro.com.br

Março/Abril 2025 - No 7 - Ano IV www.mundoagro.com.br
SENSIBILIDADE, ATITUDE
E PRESSÃO DO MERCADO
IMPULSIONAM MUDANÇA
DO PERFIL DO SETOR DE PRODUÇÃO DE PROTEÍNA
ANIMAL
A Revista MundoAgro traz um Especial abordando a questão do bem-estar animal no sistema de produção de proteína animal. Os impactos, a visão da indústria, a visão do produtor e dos pesquisadores. O que há de mais atual sobre o tema e o impacto no dia a dia no campo.
Bem-Estar Animal na
Prática: O modelo dos Cinco Domínios
“Guia de Recomendações Sobre Como Melhorar o Bem-Estar dos Bovinos no Brasil” fortalece a pecuária sustentável no país
Protocolos de bem-estar animal para matrizes poedeiras de frango de corte
Bem-estar de bezerros: boas práticas de manejo do nascimento ao desmame E muito mais!
Caro leitor,
Em março celebramos o Mês da Mulher. A Mundo Agro Editora presta uma homenagem às trabalhadoras do agronegócio brasileiro. Aquelas que se dividem entre a casa e o campo. A casa e a granja. A casa e a plantação.
São muitas missões diárias. É hora de cuidar da criação. As galinhas, os frangos, os porquinhos, as vacas...o milharal, a soja no pé...nada pode esperar. Assim como a filho que chora no berço pela ausência da mãe que se faz presente na lida...ele também não pode esperar, mas muitas fezes, a ausência da figura materna se faz necessária. Ela se vira e vê no olhar do filho, ao mesmo tempo a dor da ausência e a admiração por aquele ser que somente ele pode transmutar-se na sensação entre o divino e o humano em uma única forma, em um único ser... Por um instante o coração pulsa na urgência de seu trabalho.
O campo, a granja, o pasto...chamam, gritam, imploram...o suor escorre e se transforma em saudade. A cada minuto que passa o mesmo suor que se transforma em saudade se transforma em sonhos que se realizam. Nada se faz mais urgente do que a força da mulher!
O coração da mulher se divide em uma potência única e inequívoca de força, fé e atitude. Nada pode pará-la! É uma honra para a Mundo Agro poder externar nossa mais profunda admiração pelas mulheres. Nada se compara. Nada se faz igual. Nada se faz tão forte e ao mesmo tempo tão suave e amável.
A mulher é como a água que se molda e se adapta às mais diferentes situações, conforme a necessidade que a vida lhes impõe. Que o mundo cada vez mais reconheça e valorize as mulheres. Parabéns a todas!
Natasha Garcia, CEO Mundo Agro Editora
Editor Mundo Agro
Diretora Natasha G. Di Fonzo +55 19 98963-6343 natasha@mundoagro.com.br
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Redação Giovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
José Carlos Godoy jcgodoy@mundoagro.com.br imprensa@mundoagro.com.br
Coordenação técnica e redação Gisele Dela Ricci - Zootecnista, Mestre, Doutora e Pós - Doutora em Produção e Ciência Animal revista@mundoagro.com.br
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Mundo Agro Editora Ltda. - Rua Erasmo Braga, 1153 - 13070-147 - Campinas, SP. Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
EVENTOS
MERCADO EXTERNO
A política “América First” de Donald Trump e o mercado de proteína animal
LEGISLAÇÃO
10 - Lei de Bioinsumos promete ser um marco para o agronegócio brasileiro
LEGISLAÇÃO
12 - Reforma tributária: como as empresas do setor de produção de proteína animal devem se preparar para o futuro do sistema fiscal brasileiro?
EMPRESAS
Estresse Oxidativo, um importante desafio metabólico para matrizes
O QUE FOI NOTÍCIA NO AVISITE
BEM-ESTAR ANIMAL
30 - Protocolos de bem-estar animal para matrizes poedeiras de frango de corte
BEM-ESTAR ANIMAL
32 - Bem-estar animal na prática: o modelo dos cinco domínios
SUSTENTBILIDADE
34 - Uso de energia elétrica de fonte limpa e renovável tem sido diferencial da Seara visando desenvolvimento sustentável
O QUE FOI NOTÍCIA NO OVOSITE
PRODUÇÃO ANIMAL
Da granja à mesa: fatores para se obter um ovo de qualidade
EMPRESAS
Mantiqueira Brasil avalia crescimento do setor de postura como um indicador positivo e alinhado às tendências de mercado
MERCADO
Mercado de ovos busca atualização de suas embalagens
O QUE FOI NOTÍCIA NO SUISITE
CUSTOS DE PRODUÇÃO
A resiliência dos produtores de suínos: enfrentando variações no custo e rentabilidade
BEM-ESTAR ANIMAL
Principais desafios de bem-estar animal na produção de leitões
PRODUÇÃO ANIMAL
Gestação suína com nascimento de 45 leitões é recorde mundial
QUE FOI NOTÍCIA NO PECSITE
O papel da intensificação das pastagens na sustentabilidade social, econômica e ambiental no Brasil
BEM-ESTAR ANIMAL
Guia de recomendações sobre como melhorar o bem-estar dos bovinos no Brasil fortalece a pecuária sustentável no país
BEM-ESTAR ANIMAL
Bem-estar de bezerros: boas práticas de manejo do nascimento ao desmame
PONTO FINAL
Bem-estar animal e legislação: o caminho para o futuro do agronegócio
ABRIL:
25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura
08 a 10 de abril
Chapecó, SC nucleovet.com.br/simposios/avicultura
Agrishow 2025
28 de abril a 02 de maio
Ribeirão Preto, SP www.agrishow.com.br
MAIO:
35ª Reunião Anual do CBNA 2025 14 de maio
Distrito Anhembi, São Paulo, SP https://www.cbna.com.br/Home/Index
Fenagra 2025 13 a 15 de maio
Distrito Anhembi, São Paulo/ SP www.fenagra.com.br
SinSui 2025 13 a 15 de maio
PUCRS - Porto Alegre, RS www.sinsui.com.br
41ª Conferência FACTA WPSA-Brasil 21 e 22 de maio
Sociedade Hípica de Campinas, /SP facta.org.br/
JUNHO:
5ª CONBRASUL OVOS
01 a 03 de junho Gramado, RS conbrasul.com.br
Avicultor 2025
25 e 26 de junho Expominas, Belo Horizonte,MG www.avimig.com.br
Megaleite 2025
10 a 14 de junho Parque da Gameleira, Belo Horizonte, MG
www.girolando.com.br/noticia/4346/ girolando-anuncia-nova-data-damegaleite-2025
+ EM NOSSAS REDES SOCIAIS
Investimentos em pesquisa para impulsionar o progresso equilibrado e sustentável na saúde e produtividade das aves.
Lamarck Philippe Melo Coordenador de Inteligência Comercial na Pif Paf Alimentos
Barreiras sanitárias ou restrições às importações podem impactar o comércio brasileiro
Apolítica “América First”, que será retomada com a reeleição de Donald Trump em 2025, promete reconfigurar a economia global, priorizando o mercado interno dos EUA com políticas protecionistas. Para o setor de proteína animal do Brasil, este cenário representa desafios e oportunidades que exigem estratégias focadas na adaptação, inovação e liderança.
Sob a política “América First”, espera-se que os Estados Unidos intensifiquem tarifas e barreiras comerciais para proteger sua indústria doméstica. Embora o setor de proteínas animais não tenha sido o principal alvo dessas políticas
no passado, barreiras sanitárias ou restrições às importações podem impactar o comércio brasileiro.
Além disso, a política protecionista pode ampliar tensões comerciais entre os EUA e a China, criando oportunidades para o Brasil fortalecer sua presença no mercado asiático. O histórico de 2017-2021 mostrou que responder rapidamente a essas dinâmicas será essencial para o Brasil manter sua competitividade global.
A China continuará sendo um mercado-chave para o setor de proteínas brasileiras, mesmo com a recuperação gradual do rebanho local
A experiência passada revelou estratégias fundamentais para mitigar os impactos de políticas protecionistas. Nos próximos anos, o Brasil deve intensificar seus esforços, com foco em:
• Diplomacia Comercial: fortalecer parcerias estratégicas com países importadores e blocos econômicos, negociando acordos que garantam acesso sustentável a mercados e abram portas para novos destinos comerciais.
• Sustentabilidade e imagem internacional: promover práticas sustentáveis no agronegócio para reforçar a reputação global do setor.
• Inovação e análise de dados: utilizar tecnologias avançadas para prever tendências de mercado, otimizar a cadeia produtiva e garantir eficiência competitiva.
• Acesso a novos mercados promissores: investir em infraestrutura logística e explorar regiões emergentes, como a África, onde o crescimento populacional impulsionará a demanda por proteínas no futuro.
após surtos de Peste Suína Africana (PSA). Além da China, regiões como Oriente Médio, Sudeste Asiático e União Europeia destacam-se pelo potencial de crescimento nas exportações brasileiras.
Em um horizonte de longo prazo, o mercado africano desponta como a região de maior potencial para o consumo de proteínas, devido ao crescimento populacional positivo, enquanto outras áreas enfrentam declínio demográfico.
Assim, a diversificação de mercados, alinhada à conformidade com rigorosas exigências sanitárias e ambientais, deve ser prioridade para garantir sustentabilidade e reduzir a concentração dos destinos comerciais tradicionais.
A volta da política “América First” representa desafios, mas também grandes oportunidades para o Brasil consolidar sua posição no mercado global. Com uma postura proativa e investimentos contínuos em inovação, sustentabilidade e diversificação, o Brasil está preparado para superar barreiras comerciais e atender à crescente demanda global.
Ao reforçar sua capacidade de adaptação e liderança, o Brasil pode não apenas preservar sua relevância, mas também expandir sua participação em mercados estratégicos, especialmente na África, que se destaca como um dos mercados mais promissores para o futuro. O cenário de 2025, embora desafiador, abre inúmeras possibilidades para um país que continua a se destacar pela inovação e resiliência no setor.
Aspectos regulatórios e jurídicos impediam o avanço acelerado da utilização de bioinsumos.
RGiovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
ecentemente foi aprovada a nova lei que regulamenta a produção e o uso de bioinsumos no Brasil. A regulamentação marca uma etapa importante para o agronegócio do país. Com práticas sustentáveis ganhando espaço, os fertilizantes biológicos despontam como uma alternativa promissora para melhorar a produtividade agrícola, reduzir custos e preservar o meio ambiente.
Segundo João Máximo, advogado cível do Marcos Martins Advogados, mesmo com o crescimento do uso, aspectos regulatórios e jurídicos impediam o avanço acelerado da utilização desses insumos.
“A ausência de uma legislação específica para esse tipo de produtos trava a sua utilização. A legislação usada, baseada no Decreto nº 10.375/2020, ainda apresentava lacunas e exigências de aprimoramento porque trazia definições muito genéricas e ambíguas, dificultando a aplicação prática e gerando insegurança jurídica tanto para produtores, quanto para empresas”, afirma o advogado. De acordo com Máximo, a aplicação da nova lei permitirá que agricultores possam produzir ativos biológicos em suas propriedades, desburocratizando processos, estimulando a adoção de práticas sustentáveis e garantindo a sua segurança jurídica.
Ele explica que quanto à produção dessas culturas
em si, a título introdutório, o Brasil é líder mundial na exportação de carne de frango e um dos maiores produtores de ovos, o Estado de Santa Catarina lidera a produção avícola no Brasil, e o país é o 4º maior exportador global, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e um dos maiores produtores de leite. “Sobre a regulamentação, ela é bastante ampla, abrangendo sanidade, rastreabilidade, bem-estar animal e manejo sustentável. Alguns exemplos que podemos citar: o Decreto nº 9.013/2017 (RIISPOA), que regulamenta a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal; o Plano ABC+, que incentiva práticas sustentáveis, como o manejo de pastagens e sistemas integrados (ILPF), Instrução Normativa nº 48/2019, que regula o manejo de resíduos pecuários etc. Enfim, realmente há uma ampla gama de regulamentações que podemos citar em outra oportunidade”, detalha.
Quanto à evolução das leis sobre o sistema de produção de proteína animal, de acordo com João Máximo, houve importantes avanços nos últimos anos com foco na sustentabilidade e bem-estar animal como introdução dos Programas de Autocontrole (Lei nº 14.515/2022), que reduz a burocracia e aumenta a eficiência na fiscalização, e o incentivo ao uso de bioinsumos (Decreto nº 10.375/2020), promovendo práticas mais sustentáveis.
No Brasil, o uso de fertilizantes biológicos está
em ascensão. Estima-se que o mercado global de bioinsumos pode atingir US$ 45 bilhões até 2032, segundo estudo realizado pela CropLife Brasil –associação que representa a indústria de defensivos químicos, bioinsumos, biotecnologia, mudas e sementes – e pelo Observatório de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Eles são especialmente relevantes em culturas como soja, milho e cana-de-açúcar. Segundo João, a lei impunha uma burocracia excessiva, especialmente no que tange à produção “on farm” e, além disso, não estabelece incentivos econômicos ou financeiros à adoção de bioinsumos.
Com a adoção da nova regra, os agricultores poderão superar diversas limitações já que o projeto determina, por exemplo:
Desburocratização da produção “On Farm”: dispensa o registro para bioinsumos produzidos e utilizados exclusivamente na propriedade, reduzindo custos e facilitando a adoção pelos pequenos e médios agricultores.
Simplificação do registro de produtos comerciais: define critérios mais claros e eficientes para o registro de bioinsumos destinados à comercialização.
Fomento à sustentabilidade: estimula práticas agrícolas mais sustentáveis, reduzindo a dependência de insumos químicos importados e de alto custo.
A nova lei se destaca por fortalecer a segurança jurídica para o mercado de agentes biológicos, pois além de garantir que agricultores que produzem bioinsumos para uso próprio não sejam penalizados, tal regulamentação promove a elaboração de contratos mais seguros entre
João Máximo, advogado: “Com uma regulamentação mais clara e favorável, o mercado de bioinsumos no Brasil tem tudo para crescer exponencialmente, reduzindo custos de produção, aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro e contribuindo para a preservação ambiental”.
produtores, fornecedores, distribuidores e negociações comerciais.
“Com uma regulamentação mais clara e favorável, o mercado de bioinsumos no Brasil tem tudo para crescer exponencialmente, reduzindo custos de produção, aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro e contribuindo para a preservação ambiental”, pontua João Máximo. “Além disso, ao incentivar a pesquisa e o desenvolvimento, o projeto de lei pode atrair investimentos e promover a inovação no setor, criando um ecossistema favorável para o uso de tecnologias biológicas no campo”, conclui o advogado.
Há preocupações em relação ao aumento da carga tributária para alguns segmentos do setor.
Asanção presidencial da Lei
Complementar nº 214/2025 trouxe a reforma tributária para o centro das atenções empresariais no Brasil. Apesar de ainda estar sujeita a deliberações no Congresso Nacional sobre vetos presidenciais, o início da transição em 2026 exige que as empresas se preparem para mudanças que afetarão profundamente sua estrutura operacional e financeira. O impacto será direto em áreas como logística, compliance, precificação, gestão de contratos e, claro, o agronegócio, demandará um plano estratégico robusto para garantir a adaptação às novas regras.
Quem explica é Taís Baruchi, CEO e sócia da Ecovis BSP. De acordo com ela, de maneira geral, a reforma propõe a substituição de tributos como PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS por dois novos impostos: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Além disso, o Imposto Seletivo (IS), destinado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, também será implementado. “Essa transformação promete
simplificar o sistema tributário, mas também traz desafios imediatos e estruturais para empresas de todos os setores”, ela explica.
No agro, segundo ela, a lei estabelece alíquotas diferenciadas para produtos in natura e demais insumos. “Em alguns exemplos práticos, insumos agropecuários e alimentos in natura terão uma redução de 60% nas alíquotas do IBS e da CBS, enquanto itens da Cesta Básica Nacional, tais como arroz, feijão, café, leite e carnes, terão alíquota zero. Pequenos produtores com receita bruta anual inferior a R$ 3,6 milhões também terão isenção do IBS e da CBS, os quais poderão optar pelo não pagamento desses tributos”, aponta.
Taís Baruchi, explica que o Imposto Seletivo criado pela reforma será aplicado sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente – isentando produtos que fazem parte da Cesta Básica, bem como insumos agropecuários com alíquotas reduzidas, o que traz um alívio para os setores mais sensíveis,
de forma que a tributação neste setor não se torne um obstáculo para a produção e o abastecimento. “Todas essas mudanças trazem implicações importantes ao agronegócio, principalmente, na tão almejada simplificação tributária, a qual é vista como um avanço, já que a unificação de tributos reduzirá a burocracia e os custos de conformidade. Ainda, com o novo sistema, essas empresas tendem a ter menos dificuldades em cumprir com suas obrigações fiscais, alavancando sua competitividade no setor a nível internacional”, afirma.
Um de seus pontos negativos mais em pauta, de acordo com Taís, diz respeito à extinção de regimes fiscais especiais que, antes, ajudavam a reduzir os custos de produção, o que pode impactar negativamente certos nichos do agronegócio. “Para evitar esse risco, a implementação da reforma precisa ser bem planejada, de forma que as empresas se adaptem às novas regras”, afirma.
A transição também demanda adequações tecnológicas significativas. “O governo já anunciou alterações nos leiautes da Nota
Taís Baruchi, CEO e sócia da Ecovis BSP: “No agro a lei estabelece alíquotas diferenciadas para produtos in natura e demais insumos”.
O planejamento financeiro das empresas deste setor deve ser reestruturado para absorver o impacto do aumento de desembolsos nas aquisições, esperado já para o início de 2027. Esse ajuste exige atenção redobrada ao capital de giro, com a adoção de estratégias para assegurar recursos suficientes, como a obtenção de linhas de crédito mais acessíveis e a revisão das reservas financeiras. Além disso, é indispensável realizar simulações dos impactos tributários pós-reforma, contemplando cenários com diferentes alíquotas e variáveis operacionais. Embora o governo estime uma alíquota média de 28%, especialistas alertam para a possibilidade de esse índice chegar a 30%, reforçando a importância de projeções financeiras precisas para sustentar as operações e proteger a rentabilidade das empresas.
Fiscal de Serviço Eletrônica para incluir o IBS e CBS, com início em 2026. Assim, a atualização de sistemas de ERP é urgente, bem como o treinamento das equipes para operar os novos processos de cálculo tributário, conciliação financeira e emissão de notas fiscais”, aponta.
A fase de transição, que será escalonada até 2033, traz um desafio adicional: a convivência dos modelos antigo e novo. As empresas precisarão de um plano de ação detalhado para cada ano da transição, garantindo que processos operacionais, sistemas e estratégias tributárias estejam alinhados às exigências de cada etapa.
Por fim, é imprescindível acompanhar de perto as regulamentações complementares ainda em desenvolvimento. “A criação do Comitê Gestor do IBS e a definição de alíquotas do Imposto Seletivo são apenas algumas das questões pendentes. Empresas que se mantiverem informadas e ágeis na adaptação às novas regras estarão mais bem posicionadas para aproveitar os benefícios da reforma, como a redução da burocracia e a simplificação tributária”, diz Taís.
A Reforma Tributária é uma realidade que exige preparação imediata e estratégica. Apesar dos desafios, ela representa uma oportunidade para modernizar processos, otimizar custos e melhorar a competitividade no mercado. Ao agir agora, as empresas não apenas minimizam riscos, mas também garantem sua resiliência em um cenário fiscal transformador.
Prevenir um estado corporal de estresse oxidativo requer suplementação dietética extra de antioxidantes invivo.
Oestresse oxidativo é um problema importante e ainda subestimado na produção de reprodutores, levando a perdas significativas de desempenho de ovos e matrizes. Pode ser causado por múltiplos fatores, como: envelhecimento; estresse térmico; densidade de animais; vacinações; pressão patogênica; tratamentos com antibióticos; manejo de animais; qualidade da alimentação; ventilação e iluminação; muda induzida.
A alta atividade metabólica, combinada a produção intensiva, também representa um fator predisponente chave. Quando muitos desses estressores impactam a ave, eles criam um desequilíbrio entre a formação de oxidantes instáveis (ou seja, radicais livres) e a capacidade biológica das células do corpo de eliminá-los.
Assim, durante essas condições desafiadoras, a ave não consegue produzir antioxidantes
endógenos suficientes. Tal pressão oxidativa causa danos aos constituintes biológicos de todas as células do corpo e leva a lesões nos tecidos. Especialmente em reprodutores de frangos de corte, esse estresse oxidativo ocorre e resulta em uma queda no funcionamento dos órgãos vitais (por exemplo, intestinos, fígado e trato reprodutivo), bem como em uma maior suscetibilidade a doenças.
Economicamente, isso afeta o desempenho de postura, fertilidade dos ovos, eclodibilidade (incluindo qualidade dos ovos/desenvolvimento embrionário) e qualidade dos pintinhos de um dia. Para evitar esse estado comum de estresse oxidativo, reprodutores envelhecidos precisam de antioxidantes bioativos fornecidos suficientemente em sua dieta. Polifenóis biodisponíveis e potentes são compostos de ação antioxidante e de origem vegetal.
Prevenir um estado corporal de estresse oxidativo requer suplementação dietética extra de antioxidantes in vivo.
Classes distintas de polifenóis, originários de espécies vegetais específicas, provaram ser soluções antioxidantes poderosas e versáteis. Porém, nem todos os tipos de polifenóis são adequados ou eficientes na mitigação do nível de estresse na ave. Para que os polifenóis sejam verdadeiramente antioxidantes impactantes dentro do corpo, eles precisam de características particulares. Primeiramente, eles devem ter um comprimento de cadeia moderado ou peso molecular para garantir uma absorção intestinal.
Em segundo lugar, uma solubilidade adequada em água é de extrema importância para também fornecer proteção intracelular às estruturas biológicas. Além disso, um baixo potencial redox é uma propriedade química para que os polifenóis neutralizem facilmente os radicais livres. Refere-se à tendência de doar um elétron para diferentes agentes oxidantes. Vários polifenóis mostram um potencial de redução mais baixo e, portanto, maior atividade antioxidante do que a Vitamina E e C. Essa propriedade também permite que os polifenóis regenerem vitaminas antioxidantes e pigmentos carotenoides quando estão em sua forma usada.
Polifenóis dietéticos de tal natureza específica prevenirão danos oxidativos a
um nível significativo em reprodutores. Isso inclui a redução da inflamação do epitélio intestinal para proteger a absorção de nutrientes e uma barreira suficiente contra patógenos invasores. Após a absorção intestinal, eles também ajudarão a minimizar processos inflamatórios dentro do trato reprodutivo desafiado por radicais. Esses polifenóis garantem a qualidade do sêmen do galo, bem como a qualidade do folículo ovariano na galinha reprodutora para uma fertilização bem-sucedida dos ovos. Mas também durante a subsequente incubação dos ovos, polifenóis acumulados no ovo ajudam a melhorar o status antioxidante dos ovos de incubação, apoiando assim o crescimento ótimo do embrião.
Além de reduzir a suscetibilidade a doenças e problemas de fertilidade, esses bioativos fitogênicos também permitirão uma maior integridade das células sistêmicas do corpo em geral e, assim, economizar recursos metabólicos.
Fazendo isso, muitos mais nutrientes estarão disponíveis para a produção de ovos e não serão redirecionados ou perdidos para a reparação de células lesionadas para a homeostase corporal. Portanto, esses tipos de polifenóis contribuirão para manter o metabolismo da ave em um estado equilibrado, fechando eficientemente a “lacuna antioxidante”. Dada a capacidade antioxidante endógena reduzida dos reprodutores à medida que envelhecem.
Para reforçar os resultados dos polifenóis sobre reprodutores, foi utilizado uma dosagem de ELIFE®, uma mistura sinérgica e concentrada de extratos naturais cuidadosamente selecionados – cumprindo totalmente os critérios polifenólicos acima mencionados – na avaliação de matrizes como uma possível solução antioxidante dietética. Dois galpões de postura idênticas, cada uma contendo aproximadamente 20.000 galinhas (e aproximadamente 2.000 galos) de genética Ross 308, foram selecionadas em um ambiente de fazenda comercial (Bélgica, 2023). Cada galpão representava um grupo de tratamento (ou seja, Controle ou suplementação de ELIFE ® a 1 kg/t), portanto, não havia réplicas estatísticas disponíveis. Ambos os galpões tinham um peso corporal médio das galinhas, taxa de postura e taxa de mortalidade iguais no início do ensaio de suplementação (semana 26 de vida). Durante o ensaio de suplementação, todas as aves tiveram acesso restrito tanto à água quanto à ração comercial (ou seja, dieta à base de trigo-milho-soja) e receberam 13 horas de iluminação por dia. Durante a Fase 1 de postura (até 44 semanas), a produção de ovos por semana de galinha (%) foi semelhante para ambos os grupos, no entanto, durante a Fase 2 de postura (semana 45 até 62 de vida) foi consistentemente maior para o grupo tratado com antioxidantes em comparação ao controle (Figura 1). Em média, a suplementação de ELIFE® durante este período posterior elevou substancialmente a taxa de postura em 1,5 pontos percentuais. Portanto, a mistura fitogênica aumentou a persistência na postura das galinhas reprodutoras à medida que envelheciam (ou seja, estendendo sua produtividade).
Taxa de postura (%) durante a suplementação (sem
Ambos os grupos de tratamento mostraram uma mortalidade igualmente baixa das galinhas no alojamento das aves (na unidade de postura) até o início da suplementação com antioxidantes (ou seja, da semana 20 até a 26 de vida). No entanto, durante o período subsequente do ensaio (37 semanas), o grupo ELIFE® demonstrou uma sobrevivência consistentemente maior das galinhas (Figura 2). No final da produção, esse grupo tratado teve uma taxa de mortalidade cumulativa de 20 a 62 semanas de apenas 5,5% contra 6,1% do controle.
Mortalidade de galinhas (cum.%)
26-62).
Além da produção de ovos, a taxa de fertilidade (via ovoscopia automática no dia 18 de incubação na incubadora) dos ovos coletados durante a Fase 2 de postura foi maior para o grupo tratado com antioxidantes (Figura 3). Em média, a suplementação dietética com ELIFE ® durante este período posterior aumentou a fração de ovos férteis e viáveis em 1,7 pontos percentuais. Em linha com a fertilidade, a eclodibilidade dos
Fertilidade (%) durante a suplementação (sem 26-62).
ovos derivados desta fase de produção também foi maior para os reprodutores suplementados com antioxidantes (Figura 4). Durante este período crítico final, a adição de ELIFE ® à dieta do plantel parental elevou a taxa de eclosão em mais de 2 pontos percentuais em média (Tabela 1). No entanto, todos os resultados de fertilidade e eclosão foram originalmente semelhantes para ambos os grupos no início da suplementação.
Além disso, a fração de ovos férteis de incubação (desta 2ª fase de postura) dos quais os embriões eclodiram com sucesso foi 0,6 ponto percentual maior para o grupo tratado com antioxidantes (apesar de já ser muito alta para o controle). Em outras palavras, isso indicou uma melhor “eclodibilidade fértil” para o grupo suplementado com ELIFE® (Tabela 1). Portanto, além do grau de ovos férteis e viáveis (detectados no dia 18 de incubação), a força/qualidade embrionária também pareceu favorecida a partir da semana 45 de vida ao adicionar a mistura fitogênica à dieta parental.
Eclodibilidade dos ovos (%) durante a suplementação (sem 26-62).
Como resumo do ensaio comercial com reprodutores de frangos de corte, a visão geral na Tabela 1 mostra o valor médio de todos os parâmetros relevantes durante a Fase 2 de postura (semana 45 até 62 de vida) para cada grupo de tratamento. Como mostrado, durante esta 2ª metade da produção, a suplementação dietética de 1
kg/t de antioxidante bioativo ELIFE® criou melhorias relevantes do ponto de vista econômico. Combinando todos os seus efeitos na persistência da postura (semanagalinha), fertilidade dos ovos e taxa de eclodibilidade, foi calculado (cumulativamente por semana) que cerca de 3,4 pintinhos de um dia extras foram produzidos por galinha ao longo dessas últimas 18 semanas do ciclo de postura.
Os tecidos corporais de reprodutores adultos, especialmente os órgãos digestivos e reprodutivos, são consideravelmente afetados em condições de estresse oxidativo. Este estado é induzido por muitos fatores, incluindo envelhecimento, estresse térmico ou uma alta taxa metabólica e densidade de estocagem. Ele cria danos oxidativos nas células e várias perdas metabólicas em todo o corpo da ave, incluindo os tratos sensíveis mencionados acima. Em um ensaio de campo comercial, foi demonstrado que tratar a dieta de reprodutores de frangos de corte produtivos com 1 kg/t de antioxidante natural ELIFE® aumenta drasticamente a persistência na postura durante a Fase 2 de postura (ou seja, semana 45 até 62 de vida).
Também durante esta fase posterior, a suplementação dietética com esta mistura de polifenóis selecionados resultou em uma maior sobrevivência das galinhas, fertilidade dos ovos e taxa total de eclodibilidade em comparação ao controle. A eclodibilidade fértil também foi aumentada aqui, sugerindo que o antioxidante bioativo também apoiou o status antioxidante dos ovos de incubação e a força/vitalidade embrionária. Combinando todos esses efeitos, o tratamento com ELIFE® produziu mais de 3 pintinhos de um dia extras por galinha reprodutora nas últimas 18 semanas de produção. Fazendo isso, mostrou o potencial de criar benefícios econômicos interessantes para fazendas comerciais e incubadoras.
ELIFE® melhora a integridade das células ao combater oxidativo durante a segunda fase de produção de aves
ELIFE® melhora a integridade das células ao combater o estresse oxidativo durante a segunda fase de produção de aves poedeiras.
• Melhora a persistência da postura de ovos
• Melhora a persistência da postura de ovos
• Reduz a taxa de mortalidade de galinhas
• Reduz a taxa de mortalidade de galinhas
• Preserva a cor da gema e melhora a vida útil dos ovos
• Preserva a cor da gema e melhora a vida útil
• Maior fertilidade e move embriões viáveis
• Aumenta a taxa de eclodibilidade dos ovos
• Maior fertilidade e move embriões viáveis
• Aumenta a taxa de eclodibilidade dos ovos
Mistura 100% natural de antioxidantes de origem EU
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Para mais informações, entre em contato com nossa equipe : www.impextraco.com.br
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Quatorze países asiáticos, oito deles localizados no Oriente Médio; cinco países africanos; três países europeus, só um deles integrante da União Europeia; dois países da América do Sul; apenas um país da América do Norte. Essa a composição dos 25 principais importadores da carne de frango brasileira no decorrer de 2024.
Entre os 25, somente um estreante no grupo: o africano Congo (não confundir com a República Democrática do Congo), 26º lugar em 2023 e agora na 24ª posição. Ou seja: apenas um importador do ano retrasado não se encontra no grupo atual. No caso, o Egito, cuja queda nas importações fez o país recuar da 20ª para 26ª posição.
Em síntese, foram mínimas as alterações de um ano para outro. Inclusive no nível de participação sobre as exportações brasileiras, que permaneceu praticamente inalterado – quer no volume, quer na receita cambial, em torno dos 85%/87% do total. Assim, ainda que ligeiramente menor, a participação sobre o volume total exportado recuou menos de meio por cento em 2024. Já no tocante à receita houve um aumento de participação próximo de 1,5%.
CARNE DE FRANGO 25 principais importadores em 2024 (ordenados pelo
EXPORTAÇÃO
Apresentamos uma síntese do comportamento das exportações brasileiras de carne de frango entre 2014 e 2024 sob os ângulos do volume exportado, preço médio obtido e receita cambial decorrente.
Nesse espaço de tempo o volume exportado aumentou perto de 30%de, aproximadamente, 4 milhões de toneladas em 2014 para 5,158 milhões de toneladas no ano passado.
O preço médio mais recente, porém, ficou 5% aquém do registrado em 2014 – este, aliás, o segundo melhor resultado do período analisado. Acima dele, só o valor registrado em 2022 quando, mundialmente, as carnes atingiram os maiores preços da história.
Já a receita cambial também alcança agora novo recorde, apresentando aumento de pouco mais de 22% sobre 2024.
Mas o resultado mais recente é mais de 60% superior quando comparado com o de 2020, ano em que embarques e preços foram afetados pelos desdobramentos da Covid-19.
CARNE DE FRANGO
Evolução anual das exportações brasileiras
Volume, preço médio e receita cambial 2014 a 2024
Em 2024, praticamente dois terços (65,18%) da receita cambial obtida na exportação brasileira de carne de frango foi originada por países asiáticos. Mas a maior parte desse percentual (33,25%) foi gerada pelos países do Oriente Médio. Ou seja: embora a parcela destinada aos demais países asiáticos (32,10% do total, aqui inclusa a China) tenha sido maior que a do Oriente Médio (29,10%), recuou quase 9% em relação a 2023, fazendo com que a receita cambial do bloco caísse perto de 16%. Foi o que determinou a queda de quase 3% no volume e de mais de 5% na receita do produto destinado à Ásia.
Mas foi só. Porque nos outros quatro continentes os resultados foram positivos, tanto em volume como em receita. E, aqui, quem se coloca como segundo maior importador da carne de frango do Brasil é a África, responsável por 18,70% do total exportado, mas por apenas 10,37% da receita cambial total.
Moradores de bairros do Rio de Janeiro podem comprometer de 0,47% a 8,26% da renda média mensal para comprar um frango assado em serviços de delivery.
É o que sinaliza a nova edição do Índice Frangão Carioca, publicada em dezembro pelo Instituto Fundação João Goulart, ligado à Prefeitura do Rio. O estudo, relativo a 2024, evidencia as desigualdades no poder de consumo entre os bairros da capital fluminense.
Para isso, cruza duas variáveis: a renda média domiciliar per capita (por pessoa) e o preço médio do frango assado em cada local. A refeição é uma das mais tradicionais da mesa dos cariocas.
Parte da inspiração, segundo a presidente, vem do índice Big Mac, que
mostra o poder de compra dos países a partir dos preços do hambúrguer da rede de fast-food McDonald’s.
“Ele [Frangão] traz mais uma camada da percepção econômica que é olhar o comprometimento de renda com o recorte geográfico”, aponta Rafaela.
O levantamento analisou informações de 255 estabelecimentos no Rio. A coleta dos preços ocorreu por meio do aplicativo de delivery iFood.
O estudo contempla 113 bairros de um universo de 164 no município. O estudo afirma que essa diferença não significa necessariamente que não existam fornecedores nas regiões sem dados, mas que não havia lojas vendendo os produtos no iFood no intervalo da coleta (setembro de 2024).
Ainda de acordo com o estudo, se o morador de Ipanema comprometesse o mesmo percentual da renda de Barros Filho (8,26%), teria de desembolsar R$ 879,23 para comprar apenas um frango assado.
Em contrapartida, a mesma refeição em Barros Filho teria de sair por módicos R$ 2,90 para que a população do bairro gastasse a mesma proporção da renda verificada em Ipanema (0,47%).
A Barra da Tijuca, na zona oeste, teve o maior preço médio do frango assado no Rio (R$ 89,90), seguida pelo Humaitá (R$ 79,90), na zona sul.
Os menores valores, por outro lado, foram encontrados em Pedra de Guaratiba (R$ 28), na zona oeste, e Quintino Bocaiúva (R$ 29,50), na zona norte.
Quando a variável analisada é a renda média domiciliar por pessoa, a liderança fica com Ipanema (R$ 10.644,54). A Barra da Tijuca (R$ 9.999,88) aparece depois. Barros Filho e Costa Barros registraram o menor patamar: R$ 617,64. Os dois lugares são vizinhos na zona norte.
O índice leva em consideração dados de renda do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com ajustes metodológicos e atualização pela inflação.
“A renda per capita foi ajustada pelo IPCA acumulado de abril a setembro de 2024, garantindo que o indicador refletisse seu valor presente real, corrigido pela inflação do período. Essas atualizações foram necessárias para assegurar maior precisão e relevância aos resultados apresentados”, diz o estudo. (Folha de S.Paulo)
Bons números de emprego e renda no Brasil e desafios sanitários em países da Europa e Estados Unidos devem elevar demanda pela carne brasileira
Eeste ano foi positivo para o setor de produção de proteína de origem animal e as expectativas são de avanço para 2025. A avicultura e a suinocultura encerram 2024 com novos recordes e a perspectiva é de aumento na produção em 2025 impulsionado pelas demandas interna e externa. No mercado doméstico, os bons números da taxa de emprego e renda no país estimulam o consumo de proteína animal.
Para as exportações, as expectativas são de aumento da demanda pela carne brasileira, além de abertura de novos mercados. “O cenário de desafios sanitários enfrentados por mercados concorrentes, como os Estados Unidos e países da União Europeia, que enfrentam surtos de Influenza Aviária, Pneumovirose e outras enfermidades, devem elevar a procura pelo produto brasileiro”, defende o vice-presidente Regional da Evonik para as Américas na Linha de Negócios de Nutrição Animal, Paulo Teixeira.
De acordo com ele, este cenário positivo para a produção em 2024 teve impacto positivo no setor de aditivos nutricionais, que focou seus negócios no aumento da produção para atender a demanda que deve seguir forte impactada pelo aumento das exportações e também pelo mercado interno.
Diante deste quadro, Teixeira destaca três fatores cruciais que o setor deve estar atento para o ano que vem: a manutenção do nosso status sanitário, manter um bom patamar dos custos de produção e uma produção cada vez mais sustentável. “O nosso status sanitário é importante para manter nossos mercados externos e abrir novas regiões. Este é um campo de grandes oportunidades para o Brasil”, explicou o executivo.
Para ele, os custos precisam estar
equilibrados em uma atividade que trabalha com margens estreitas e também para manter a competitividade da carne brasileira. E, entre as oportunidades, a sustentabilidade desponta entre as mais importantes. “Precisamos manter a sustentabilidade no radar das empresas do setor, principalmente para as exportadoras, pois vemos com crescente preocupação as frequentes pressões externas e ameaças de imposição de barreiras não comerciais em função do aspecto ambiental, especialmente falando-se da União Europeia”, pontuou.
Teixeira salienta que o atual cenário leva a projeções otimistas para o setor de aditivos nutricionais em 2025, principalmente aqueles focados no aumento da produtividade. “O setor continua com sua busca incessante de produzir cada vez mais carne e ovos com custo acessível, com práticas que preservam o meio ambiente e o bemestar animal”.
O manejo adequado inicia-se pelo planejamento das instalações, que devem priorizar um ambiente confortável e seguro.
De acordo com a importância crescente do bem-estar animal no setor avícola, protocolos específicos para matrizes poedeiras de frango de corte são fundamentais para garantir não apenas a qualidade dos ovos férteis, mas também a sustentabilidade das práticas produtivas. A implementação desses protocolos exige a integração de conceitos éticos, técnicos e econômicos, promovendo condições que favoreçam a saúde, o comportamento natural e o conforto das aves.
O manejo adequado inicia-se pelo planejamento das instalações, que devem priorizar um ambiente confortável e seguro. A ventilação, iluminação e densidade populacional precisam ser ajustadas para atender às necessidades fisiológicas e comportamentais das matrizes. Estudos apontam que o controle preciso da
temperatura e da umidade é importante para evitar o estresse térmico, que pode comprometer a postura e a fertilidade dos ovos. Adicionalmente, o fornecimento de poleiros e áreas de nidificação contribui para a expressão de comportamentos naturais, reduzindo os níveis de estresse.
A nutrição desempenha papel fundamental na manutenção do bem estar e da produtividade. Dietas balanceadas, ajustadas para cada fase produtiva, garantem que as aves recebam todos os nutrientes necessários para a produção de ovos férteis de alta qualidade. Além disso, a disponibilidade contínua de água limpa e fresca deve ser uma prioridade em qualquer sistema de manejo.
A biosseguridade é assegurada por meio de
A implementação de protocolos de bem-estar animal exige a integração de conceitos éticos, técnicos e econômicos, promovendo condições que favoreçam a saúde, o comportamento natural e o conforto das aves.
protocolos de controle sanitário, incluindo vacinação, monitoramento de doenças e quarentenas, protegem as matrizes contra agentes patogênicos que podem comprometer sua saúde e a viabilidade dos ovos. Procedimentos rigorosos de limpeza e desinfecção das instalações, aliados à limitação do acesso de visitantes, minimizam os riscos de contaminação.
O manejo do plantel deve ser conduzido por equipes capacitadas, que compreendam a importância do bem-estar animal e saibam identificar sinais de desconforto ou doenças. A realização de treinamentos regulares e o acompanhamento técnico contínuo são estratégias eficazes para promover práticas
consistentes e alinhadas aos mais altos padrões de bem-estar.
As condições de transporte devem minimizar o estresse térmico, físico e psicológico, garantindo a integridade das aves e a viabilidade dos ovos durante todo o percurso.
Por fim, o monitoramento contínuo dos indicadores de bem-estar é indispensável para avaliar a eficácia dos protocolos implementados. Indicadores como mortalidade, níveis de estresse, padrões comportamentais e qualidade dos ovos devem ser registrados e analisados regularmente. Esse acompanhamento permite ajustes pontuais e a melhoria contínua das práticas adotadas.
Nos últimos anos o Modelo das Cinco Domínios de Mellor, vem sendo amplamente reconhecido como modelo mais aceito e prático para avaliação de bemestar animal. Esse modelo permite uma análise abrangente ao considerar tanto aspectos negativos quanto positivos que impactam diretamente a vida dos animais.
Mais recentemente a ciência do bem-estar animal passou para além de um foco bidimensional em nutrição e saúde (funcionamento biológico) em direção a uma compreensão de que as experiências mentais dos animais são o foco da consideração do bemestar. O Modelo dos Cinco Domínios é estruturada e sistematizada para considerar de forma mais holística as condições que contribuem para o estado interno do animal e sua percepção de sua situação externa, e as experiências mentais resultantes. O Modelo pode ser usado para alinhar melhor a expertise em bem-estar animal com a compreensão contemporânea da ciência do bem-estar animal (Littlewood e Beausoleil, 2021).
Visto que foi desenvolvido para superar as limitações do paradigma das Cinco Liberdades, uma vez que, que o Modelo das Cinco Domínios incorpora uma abordagem mais integrativa, voltada para a avaliação, monitoramento e melhoria do bem-estar animal. Seu objetivo
principal não é definir o bem-estar animal, mas caracterizá-lo por meio de domínios que refletem estados internos e externos, culminando em uma avaliação integrada do estado mental (afetivo) geral do animal (Mellor, 2017).
Com a evolução da ciência do bem-estar, é fato notório que a avaliação deve ser feita com base em critérios do ambiente (inputs), porém com foco principal nos indicadores baseados nos animais (outcomes), também conhecido como Welfare Outcome Measure – WOM, sem esquecer de monitorar registros e ferramentas de gestão para controle de aspectos que possam prejudicar o bem-estar no dia a dia da empresa. As medidas baseadas nos animais são valiosas porque fornecem uma avaliação clara da interação do animal com o meio ambiente que está inserido e, por fim, se ele é capaz de se adaptar e ter uma boa qualidade de vida.
Ao incorporar o modelo “Cinco Domínios” nas avaliações, considera-se a ausência de dor física e também as experiências e emoções positivas dos animais. Isso inclui a necessidade de engajamento positivo, estimulação mental e a expressão de comportamentos naturais. Essa mudança de perspectiva reconhece que o bemestar animal não se trata apenas de minimizar o sofrimento, mas também de promover o bemestar positivo.
DOMÍNIO FOCO
NUTRIÇÃO
AMBIENTE
Disponibilidade e qualidade de alimentos e água.
Condições físicas, climáticas e sensoriais que influenciam conforto e comportamento.
COMPORTAMENTO
ESTADO MENTAL
Prevenção e controle de doenças, integridade física e bem-estar clínico.
Oportunidades para expressão de comportamentos naturais e interação social.
Integra os efeitos dos domínios anteriores para avaliar a experiência subjetiva geral.
AFETOS RELACIONADOS
Negativos: fome, sede, desnutrição
Positivos: prazer ao consumir alimentos de boa qualidade, sensação de saciedade.
Negativos: desconforto térmico, poluição do ar, ruídos altos, monotonia ambiental.
Positivos: conforto térmico, acesso a espaços adequados, estímulos sensoriais agradáveis.
Negativos: dor, fraqueza, debilidade.
Positivos: ausência de doenças, boa condição física, vitalidade.
Negativos: frustração, tédio, isolamento social, estresse.
Positivos: brincadeiras, exploração, vínculo social, sensação de controle sobre o ambiente.
Combina: afetos de sobrevivência (fome, dor, sede) e experiências situacionais (conforto, prazer).
Dessa forma, adoção do Modelo dos Cinco Domínios tem se mostrado essencial para uma avaliação mais completa do bem-estar animal, ao considerar tanto os aspectos negativos quanto positivos que afetam a vida dos animais. Nese sentido, alguns protocolos de certificações já vêm adotando este modelo em suas avaliações ao incluir indicadores baseados nos animais em suas auditorias, garante que os critérios ambientais (inputs)
EXEMPLOS
• Escassez hídrica em regiões áridas: aumento da sede extrema.
• Fornecimento de dieta variada e equilibrada: melhora na experiência alimentar e redução de deficiências nutricionais.
• Ambientes confinados sem ventilação: aumento de estresse térmico e respiratório.
• Espaços amplos e enriquecidos: promoção de exploração e redução de ansiedade.
• Controle preventivo de doenças em rebanhos: aumento da vitalidade
• Confinamento excessivo: aumento do tédio e da depressão.
• Enriquecimento ambiental com brinquedos e desafios: aumento de comportamentos exploratórios e prazer.
• Animais em ambientes monótonos sem interação social: aumento da depressão e isolamento.
• Animais em ambientes ricos e estimulantes: maior engajamento e bem-estar positivo.
resultem em uma melhoria contínua nos outcomes e no bem-estar dos animais, principalmente em certificações multiníveis, como é o caso da Produtor do Bem no Brasil. Essa abordagem não só promove uma melhor qualidade de vida para os animais, mas também proporciona benefícios produtivos e econômicos aos produtores, demonstrando que o bem-estar animal e a eficiência produtiva podem caminhar juntos de forma harmoniosa.
Em um único ano, a produção de energia solar nas granjas integradas à Seara em todo o país somou 205.182.885,60 kWh, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 90 mil habitantes ao longo de 12 meses.
Giovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
A Seara tem um checklist que baliza a política de bonificação para parceiros integrados de aves e suínos. Além de critérios de adequação estrutural e de procedimentos, também se contemplam itens de sustentabilidade. Entre os critérios ESG, além da instalação de fontes de energia renováveis nas granjas, como placas fotovoltaicas, também constam a implementação de programa para identificação, separação e destinação correta de resíduos sólidos e a adequação das granjas às normas de bem-estar animal. As granjas que se engajam nas três frentes passam a ter direito à bonificação.
Vamiré Luiz Sens Júnior, gerente-executivo de Sustentabilidade Agropecuária da Seara: “A implementação de painéis fotovoltaicos nas granjas não só contribui para a redução dos gastos com eletricidade, mas também diminui significativamente a pegada de carbono”.
NSeara, da JBS, encerrou 2024 com uma marca expressiva: 70% de seus produtores integrados de frango no país utilizam energia solar em suas granjas. Cinco anos antes, esse número era de aproximadamente 5,61%; desde então, houve um aumento exponencial de 1.149%. Em um único ano, a produção de energia solar nas granjas integradas à Seara em todo o país somou 205.182.885,60 kWh, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 90 mil habitantes ao longo de 12 meses.
As granjas abastecidas por energia solar estão distribuídas entre oito estados e o Distrito Federal. Em São Paulo, pouco mais de 77% das unidades adotaram placas fotovoltaicas, enquanto em Santa Catarina, o índice alcançou 73%.
Com a implementação de maior automação dos aviários, ambientes internos controlados, a energia elétrica passou a ter um papel relevante na formação de custo dos produtores. Por outro lado, os painéis fotovoltaicos com um domínio cada vez maior na produção de energia elétrica a partir das placas solares reafirma-se como uma oportunidade competitiva neste cenário.
Além de orientar e apoiar a implementação dos painéis, a Seara tem estimulado a instalação das placas fotovoltaicas nas granjas por meio de um checklist que busca reconhecer as boas práticas de produção, por meio de ações sustentáveis.
A Seara tem adotado práticas de sustentabilidade ambiental como o licenciamento das propriedades, que, por meio de um monitoramento constante, assegura que as granjas de produtores integrados operem sempre
segundo as melhores práticas. A marca também oferece soluções sustentáveis e eficientes para seus integrados, como é o caso do programa PARUS (Programa Ambiental Rural Seara), uma iniciativa inovadora para a coleta e destinação responsável dos resíduos gerados nas granjas, como embalagens, frascarias e outros insumos.
Segundo Vamiré Luiz Sens Júnior, gerenteexecutivo de Sustentabilidade Agropecuária da Seara, comprometida com os recursos hídricos, a empresa orienta os integrados sobre a importância da preservação das nascentes e utilização consciente deste precioso recurso. “Além das boas práticas de produção, estimula a captação de águas da chuva e armazenamento em cisternas que em períodos de estiagem se mostra uma solução bastante eficiente”, explica.
Em 2024, a Companhia assinou um memorando com a fabricante de equipamentos MWM-Tupy do Brasil para o estudo de uma bioplanta destinada à produção de biometano e organofertilizantes a partir de resíduos da suinocultura e avicultura de produtores integrados em Santa Catarina. Com isso, o CO2 pode ser aproveitado nos processos industriais reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo Sens Júnior, a inovação vai além. “Com o foco em sustentabilidade econômica, a Seara tem na energia solar uma solução para reduzir os custos de produção. A implementação de painéis fotovoltaicos nas granjas não só contribui para a redução dos gastos com eletricidade, mas também diminui significativamente a pegada de carbono”, diz. Na suinocultura, ele conta que a empresa foi além, incentivando a implementação de
biodigestores para produção de energia elétrica através de geradores alimentados com o biometano dos dejetos, evitando que este gás, 28 vezes mais poluente que o CO2 seja liberado para atmosfera reduzindo ainda mais os impactos ambientais. “Os produtores têm abraçado a energia solar. Uma das razões para esse engajamento é a redução significativa nas despesas com eletricidade, trazendo um benefício direto na rentabilidade das granjas. Com uma redução de custos de até 20%, os produtores não só melhoraram suas margens, mas também deram um passo importante rumo a uma produção mais sustentável”, afirma.
Com um olhar focado na descarbonização, a Seara planeja expandir o uso da energia solar em suas granjas e levar essa revolução energética para outras cadeias produtivas. “Mais do que uma tendência, a matriz solar tornou-se um pilar essencial na transição energética do Brasil, especialmente em um cenário de escassez hídrica. Por isso, a Seara considera a energia fotovoltaica como uma solução eficiente, que não só torna a operação mais sustentável, mas também garante viabilidade econômica a longo prazo. Como uma das protagonistas dessa mudança, a Seara segue empenhada em promover uma agricultura mais sustentável e eficiente”, afirmou.
Sandro Fontanella, produtor integrado em Forquilhinha (SC), explica que investir em sistemas de energias renováveis vai além dos benefícios ambientais. “É como investir em uma nova atividade, que se transforma em uma fonte de renda adicional para nós produtores”, afirma. “Antes, gastávamos um volume considerável na compra de energia das concessionárias. Hoje, o valor economizado ou
O investimento em energia limpa foi uma forma de reduzir os custos da produção e diminuir o impacto no meio ambiente.
gerado pelo sistema de painéis fotovoltaicos é destinado ao pagamento de seu financiamento, com prazo de seis anos”, destaca.
Atualmente, a granja de Fontanella atende entre 80% e 83% de sua demanda energética com energia limpa e renovável, o que corresponde a cerca de 220.000 kWh a 240.000 kWh por ano. “Estamos desenvolvendo um projeto de expansão para chegar a 100% de nossa demanda, algo viável graças às políticas de incentivo da Seara, que tornam o negócio ainda mais acessível”, afirma.
Em Campo Grande (MS), o empresário Adroaldo Hoffmann tem o orgulho de afirmar que sua propriedade é abastecida 100% por energia solar. Localizada na MS-040, a granja tem três núcleos e uma produção de 250 mil aves.
“Começamos o investimento em 2021 e há três meses terminamos o último núcleo. A implementação da energia solar foi de forma escalonada”, explica Hoffmann, que atua na avicultura há duas décadas.
O investimento em energia limpa foi uma forma de reduzir os custos da produção e diminuir o impacto no meio ambiente. “Hoje, 20% do custo de uma produção é com energia elétrica, os barracões dependem muito da energia, principalmente os equipamentos que são cada vez mais tecnológicos, ao ponto de, quando falávamos de redução de custos na produção, normalmente os cortes ocorriam na energia, mas isso impactava diretamente na qualidade do serviço e na perda de eficiência”, pontua.
Com a energia solar, o empresário consegue manter todos os equipamentos em funcionamento, o que garante a qualidade de vida dos animais e otimiza a produção. “A energia solar também é sustentável, diminui os impactos ambientais. Acredito que cada ramo do agro deve fazer a sua parte para ajudar o planeta e a energia limpa e renovável é um caminho”.
A expectativa é que o Avicultor Mais 2025 reúna cerca de 120 marcas e receba mais de 5 mil visitantes.
Uma boa notícia para empresas e visitantes do Avicultor Mais 2025 – frangos, ovos & peixes, que será realizado nos dias 25 e 26 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte (MG).
Como o evento terá o dobro de espaço em relação à última edição - mais de 10 mil m² -, a área destinada à exposição e negócios para Máquinas e Equipamentos foi ampliada. Assim, ao contrário da última edição, quando algumas empresas deixaram de participar devido à delimitação do setor, no próximo evento haverá mais espaço para as interessadas em estar presentes no Avicultor Mais 2025, considerado um dos mais importantes encontros da proteína animal, com grande destaque e repercussão em todo o país.
A expectativa é que o Avicultor Mais 2025 reúna cerca de 120 marcas e receba mais de 5 mil visitantes. Quem visitar a Feira de Produtos e Serviços do Avicultor Mais 2025 encontrará o que há de mais moderno em avançados equipamentos para a proteína animal. Entre as empresas que já confirmaram a participação e que poderão ser visitadas estão a Avioeste, Bambozzi, Brasilit, Casp/Agropan, Ferraz Máquinas, Famsun, Projetex, Artabas, Equipavi, Meitech, dentre outras.
A organização do evento destinou uma ampla área preparada e adequada a receber máquinas e equipamentos, de pequeno à grande porte, de empresas que atendam aos segmentos de aves, ovos e aquicultura. O local escolhido estrategicamente em um dos pavilhões é versátil, de fácil acesso para chegada e entrada das máquinas e, contando com um pé direito de mais de 17 metros, atende tranquilamente à logística de montagem dos espaços com toda segurança. Portanto, as empresas vão poder usar de muita criatividade para tornar o seu ambiente bem atrativo.
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS
O tamanho da área a ser ocupada por cada empresa no setor de Máquinas e Equipamentos pode variar de 16 m² a 48 m², dependendo da cota de participação escolhida: Master, Diamante, Ouro, Prata, Bronze ou apoio institucional. E, ainda, a partir da cota estabelecida, são diversas as contrapartidas oferecidas pela organização do evento, como divulgação em destaque da marca nos diversos espaços do Avicultor Mais; aplicação da logomarca em todas as peças de divulgação e sinalização do evento; possibilidade de ministrar palestras para público de corte, postura e aquicultura; veiculação de anúncio na Revista da Avimig; espaço no site e nas redes sociais da associação; credenciais para acesso ao evento e muito mais.
O Avicultor Mais 2025 é uma realização da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) e do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado de Minas Gerais (Sinpamig), com o apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Instituto Ovos Brasil (IOB) e Associação dos Aquicultores e Empresas Especializadas de Minas Gerais (Peixe MG).
Para os interessados em participar do Avicultor Mais 2025, como expositor e/ou patrocinador, as oportunidades de realizar bons negócios e mostrar sua marca para os principais players do mercado são infinitas.
A novidade visa aumentar o mix de produtos da Globoaves, atendendo às demandas do setor avícola brasileiro por genéticas com soluções mais eficientes e sustentáveis.
AGloboaves, uma das maiores produtoras e exportadoras de pintos de um dia e ovos férteis da América Latina, anunciou neste início de ano uma parceria estratégica com a Novogen, uma das maiores referências globais em genética avícola. Essa união marca um novo capítulo na atuação da empresa no mercado de aves de postura comercial, ampliando o portfólio de produtos oferecidos ao
mercado brasileiro, reforçando seu compromisso com a excelência e a inovação. A novidade visa aumentar o mix de produtos da Globoaves, atendendo às demandas do setor avícola brasileiro por genéticas com soluções mais eficientes e sustentáveis.
Segundo o gerente de vendas da Globoaves, Cheid Ribeiro, o mercado brasileiro tem buscado aves que combinem alta produtividade com eficiência no consumo de recursos. “Identificamos no mercado a necessidade de produtos que garantam uma maior produção de ovos com um baixo consumo de ração, otimizando os custos dos nossos clientes. Por isso, firmamos essa parceria com a Novogen, trazendo ao Brasil aves de postura que, além de diversidade de coloração tanto nas aves quanto nos ovos produzidos, ofereçam exatamente essa combinação de eficiência e desempenho.”
A Novogen, conhecida mundialmente por seu trabalho em genética avícola, destacou a adaptação de suas aves às condições do mercado brasileiro. “Estamos introduzindo no Brasil aves que representam o resultado de um aprimoramento genético cuidadosamente planejado para as condições e necessidades que o mercado brasileiro procurava a tempos”, afirmou Tercio Rodrigues, gerente de produtos Latam da Novogen.
“Nosso objetivo é proporcionar aos produtores brasileiros um produto que ofereça alta produtividade de ovos, garantindo rentabilidade e competitividade.”
Para a Globoaves, a parceria também reforça o compromisso da empresa em oferecer aos seus clientes soluções que gerem valor. O superintendente de operações, Wilson Bockhorny, enfatizou que a busca por inovação é um dos pilares da empresa. “Estamos sempre na vanguarda da avicultura, trazendo ao mercado avícola soluções que superam as expectativas. Nosso objetivo é garantir a satisfação de nossos clientes e, com isso, fortalecer a confiança que construímos ao longo destes 40 anos.”
Com essa novidade, a Globoaves reafirma sua posição como uma das líderes do mercado avícola no Brasil, oferecendo aos seus clientes produtos de qualidade superior e soluções que atendem às demandas do mercado em constante evolução.
As descobertas, publicadas no periódico Science, mostram como os vírus evoluem para se tornarem mais virulentos e podem levar ao desenvolvimento de formas mais eficientes de tratamento das infecções virais.
Uma equipe internacional de pesquisadores liderada por geneticistas e biólogos de doenças da Universidade de Oxford e da Ludwig Maximilian University de Munique (LMU) utilizou DNA ancestral para rastrear a evolução do vírus da doença de Marek (MDV, na sigla em inglês). Este patógeno global causa infecções fatais em galinhas não vacinadas e custa à indústria avícola mais de US$ 1 bilhão por ano.
As descobertas, publicadas no periódico Science, mostram como os vírus evoluem para se tornarem mais virulentos e podem levar ao desenvolvimento de formas mais eficientes de tratamento das infecções virais.
A equipe, que inclui arqueólogos e biólogos, recuperou e reconstruiu sequências antigas de MDV de galinhas arqueológicas abrangendo os últimos 1.000 anos. Ao comparar genomas virais derivados de aves modernas e ancestrais, eles foram capazes de identificar as alterações genéticas responsáveis pelo aumento da virulência do vírus moderno.
Com base nas sequências genéticas antigas, eles também foram capazes de ressuscitar processos biológicos antigos usando ensaios celulares, demonstrando que as cepas antigas eram significativamente mais brandas do que suas contrapartes modernas.
Essa descoberta não apenas lança luz sobre a história evolutiva do MDV, mas também promete o desenvolvimento de terapias mais eficazes contra essa devastadora doença avícola.
Este novo estudo é baseado em DNA isolado de ossos de galinha que foram escavados de 140 sítios arqueológicos
na Europa e no Oriente Médio. Esses genomas antigos revelaram que o MDV já estava disseminado em galinhas europeias pelo menos 1.000 anos antes de a doença ser descrita pela primeira vez em 1907. Isso destaca a importância de preservar vestígios arqueológicos, especialmente devido ao seu poder de revelar insights valiosos sobre a evolução da virulência.
Nas palavras do líder do estudo, Professor Dr. Steven Fiddaman, do Departamento de Biologia da Universidade de Oxford, “quando descrita pela primeira vez, essa doença só apresentava sintomas leves em galinhas adultas, mas, à medida que o consumo de frango aumentou dramaticamente nas décadas de 1950 e 1960, o MDV continuou a evoluir e se tornou cada vez mais agressivo, apesar do desenvolvimento de inúmeras vacinas”.
O professor Greger Larson (Escola de Arqueologia, Universidade de Oxford), coautor sênior, comentou: “Vimos como a mitigação de doenças frequentemente cria uma pressão de seleção que aumenta a virulência do vírus.
Ser capaz de observar esse processo ocorrer por meio do sequenciamento de genomas de vírus antigos mostra o quão dramaticamente a virulência do MDV aumentou no século passado”.
O professor Adrian Smith (Departamento de Biologia, Universidade de Oxford), coautor sênior, acrescentou: “O DNA antigo nos forneceu uma perspectiva inédita sobre a evolução do MDV como um vírus mortal em galinhas e pode nos proporcionar lições aplicáveis ao controle de outras infecções virais de importância médica e veterinária.”
País foi o principal destino, seguido por Emirados Árabes, Estados Unidos e Japão.
UAs exportações brasileiras de ovos, incluindo produtos in natura e processados, totalizaram 18.469 toneladas em 2024, representando uma queda de 27,3% em relação às 25.404 toneladas exportadas no ano anterior, segundo levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O Chile se destacou no ano passado como o maior importador de ovos do Brasil.
A receita do setor também recuou, somando US$ 39,2 milhões em 2024, 37,9% a menos do que os US$ 63,2 milhões registrados em 2023.
Apesar da retração no acumulado anual, dezembro trouxe sinais de recuperação. As exportações no mês chegaram a 2.054 toneladas, um aumento de 116,8% em comparação com o mesmo período de 2023. Em receita, houve incremento de 72,2%, alcançando US$ 4,317 milhões, contra US$ 2,507 milhões no mesmo mês do ano anterior.
BRASIL
O Chile encerrou o ano como o principal destino dos ovos brasileiros, importando 6.871 toneladas, o que representa um aumento de 141,4% em relação ao ano anterior.
Outros mercados que se destacaram foram Emirados Árabes Unidos (2.354 toneladas, +108,7%), Estados Unidos (2.115 toneladas, +84,9%), Japão (1.633 toneladas, -84,3%) e Catar (1.107 toneladas, +7,1%).
Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, as exportações do setor enfrentaram pressões devido à alta demanda interna pelo produto, mas ainda se mantiveram acima dos níveis registrados há dois anos.
“O último trimestre de 2024 marcou o início de um fluxo positivo nas exportações brasileiras de ovos, em patamares que deverão se sustentar ao longo de 2025”, afirmou Santin.
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de ovos (entre in natura e processados) totalizaram 18.469 toneladas nos doze meses de 2024, número 27,3% menor em relação ao ano anterior, com 25.404 toneladas. A receita das exportações de 2024 totalizaram US$ 39,2 milhões, número 37,9% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 63,2 milhões.
Em dezembro, as exportações de ovos do Brasil registraram forte elevação, chegando a 2.054 toneladas, número 116,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 947 toneladas.
Em receita, houve incremento de 72,2%, com US$ 4,317 milhões no último mês de 2024, contra US$ 2,507 milhões no mesmo período de 2023.O Chile encerrou o ano como
maior importador de ovos do Brasil, com 6.871 toneladas (+141,4% em relação ao ano anterior), seguido pelos Emirados Árabes Unidos, com 2.354 toneladas (+108,7%), Estados Unidos, com 2.115 toneladas (+84,9%), Japão, com 1.633 toneladas (-84,3%) e Catar, com 1.107 toneladas (+7,1%).
“As exportações do setor, embora pressionadas pela alta demanda interna pelo produto, se mantiveram sustentadas em patamares muito acima ao ocorrido há dois anos. Ao mesmo tempo, o último trimestre de 2024 marcou o início de um fluxo positivo nas exportações brasileiras de ovos, em patamares que deverão se sustentar ao longo de 2025”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Novos veículos reforçam ações do Programa Estadual de Sanidade Avícola, em parceria com a CDA.
AAssociação Paulista de Avicultura (APA, São Paulo/ SP), representante oficial da cadeia de produção avícola no estado de São Paulo, anuncia a renovação da frota de veículos utilizados pelos médicos-veterinários contratados por meio do Termo de Colaboração em Defesa Sanitária Animal firmado com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo (SAA).
O convênio, firmado inicialmente em 2006 e renovado em 1º de novembro de 2024, reflete o compromisso contínuo da APA e da CDA com o fortalecimento do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA), garantindo suporte eficiente aos 14 médicos-veterinários que atuam exclusivamente no monitoramento e controle sanitário dos estabelecimentos comerciais paulistas. “Esse Termo de Colaboração permitiu a substituição por veículos novos, que asseguram maior eficiência no deslocamento, segurança no transporte e melhores condições de trabalho para os profissionais”, destacou José Roberto Bottura, Diretor Técnico da APA.
A nova frota é vista como mais um marco estratégico na parceria entre a APA e o Governo do Estado de São Paulo para preservar e monitorar o status sanitário das granjas paulistas. “A renovação da frota é um marco importante
para assegurar a execução plena das ações de defesa sanitária animal, essenciais para a sustentabilidade e competitividade do setor avícola paulista”, afirmou Erico Pozzer, Presidente da APA.
A iniciativa evidencia a relevância da união entre os setores privado e público na promoção da sanidade animal. “A renovação dos veículos é mais um exemplo do esforço conjunto entre a APA e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, que, ao longo de quase duas décadas, tem contribuído significativamente para o desenvolvimento do setor avícola em São Paulo”, ressaltou Luiz Henrique Barrochelo, Coordenador da CDA.
Érico Pozzer, presidente da APA, concluiu: APA segue empenhada em atuar como parceira do estado, promovendo iniciativas que consolidam São Paulo como referência nacional e internacional em produção avícola de alta qualidade.”
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Caso isolado de Newcastle foi a causa principal.
Osetor avícola do Rio Grande do Sul acusa impacto nas exportações de carne de frango do RS, queda está relacionada ao caso isolado de Newcastle registrado em julho de 2024 no Município de Anta Gorda/RS.
No acumulado do ano (de janeiro a dezembro de 2024), o setor sofreu redução de -6,5% sobre o ano de 2023, ou seja, as exportações de carne de frango neste período ficaram em 691,7 mil toneladas, queda de 47,8 mil toneladas sobre o volume de 2023, que registrou 739,5 mil toneladas exportadas.
Já nas receitas do ano (de janeiro a dezembro de 2024), a queda foi de -12,7%, ficando em US$ 1,266 bilhão, ou seja, US$184,8 milhões de queda nas receitas sobre o faturamento de 2023, que registrou US$ 1,451 bilhão.
COMO PRINCIPAL FATOR O CASO DE
NEWCASTLE NO RS EM 2024
O ano de 2024 para exportações avícolas do RS de carne de frango acusou o prejuízo com caso de Newcastle na ordem de US$ 184,8 milhões de dólares, referente a 47,8 mil toneladas que deixaram de ser exportadas no ano.
O setor vinha com expectativas e estimativas de crescimento nas exportações de carne de frango do RS na ordem de 3% a 4% para 2025.
“No ano de 2024, tivemos prejuízos estruturais, perda de planteis, instalações e equipamentos danificados em detrimento as enchentes, porém , o impacto nas exportações se deve ao caso isolado de Newcastle, proveniente de vírus de pombo detectado em julho aqui no estado, isso é altamente danoso e alarmante.” diz, Eduardo Santos Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/ Sipargs).
E PRODUÇÃO
No setor de ovos, houve crescimento no acumulado de janeiro a dezembro de 2024, na ordem de 4,3% em volumes, ou seja, 266 toneladas a mais do que o exportado em 2023, que ficou em 6,234 mil toneladas. Isso é mais um passo rumo a consolidação da exportação da proteína ovos que a cada ano vem conquistando mais espaço no mercado externo.
Em receita, a queda nas exportações de ovos no período de janeiro a dezembro de 2024 foi de -19%, ficando em US$ 17 milhões, ou seja, US$4 milhões inferior ao registrado em 2023, que ficou em US$ 21 milhões. Isso deve a variação do preço médio da tonelada no mercado externo e ofertas de países concorrentes, mas com a alta constante do dólar poderemos ter uma reversão neste cenário já no primeiro trimestre de 2025.
“Numa análise realista, das exportações avícolas do RS podemos apurar que os prejuízos poderiam ser ainda maiores caso não tivéssemos uma certa agilidade na erradicação e encerramento da crise sanitária gerada por um único caso de Newcastle , mas isso não serve de conformismo, mas sim um grande alerta para o setor e os demais envolvidos com a sanidade do nosso estado e do nosso país, que sirva de profunda reflexão” conclui Santos.
Alguns embargos às exportações avícolas gaúchas, como China, Chile ainda permanecem.
Os produtores enfrentam uma série de desafios para entregar um produto de qualidade ao consumidor, desafios esses, ligados a saúde animal, nutrição adequada e ambiente propicio.
Oovo é um alimento rico em proteínas, vitaminas e minerais, sendo o alimento mais completo depois do leite materno. O consumo desse produto tende a aumentar cada vez mais, principalmente por ser uma fonte de proteína de alta qualidade e baixo custo em comparação com outros alimentos ricos em proteínas, como a carne. Segundo a ABPA, em 2023 o brasileiro consumiu cerca de 242 ovos.
De acordo com o IBGE, no 1º semestre de 2024 a produção de ovos de galinhas no país ultrapassou os 2,261 bilhões de dúzias (cerca de 27,134 bilhões de unidades). Embora essa produção seja 90% vendida no mercado interno, as exportações brasileiras de ovos bateram recorde no primeiro bimestre de 2024, com um aumento de 69,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Hoje, o Brasil
exporta ovos para diversos países como, Japão, Chile, Taiwan e Emirados Árabes.
Atualmente, os produtores enfrentam uma série de desafios para entregar um produto de qualidade ao consumidor, desafios esses, ligados a saúde animal, nutrição adequada e ambiente propicio. Além de todos os parâmetros de biosseguridade animal e normas alimentares exigidas para que o consumidor receba um ovo de extrema qualidade.
Desde o alojamento da ave, é essencial adotar uma série de cuidados com a pintainha para assegurar a produção de ovos de alta qualidade. Na fase de cria e recria, costumamos dizer que é a principal fase para prepará-la para a produção, pois é quando ocorre todo o desenvolvimento fisiológico, imunológico e reprodutivo do
animal. Nessa fase, existe um amplo programa de vacinação a ser seguido, garantindo a imunização adequada para proporcionar saúde ao longo de todo o ciclo de vida da galinha. Sabe-se que aves saudáveis tendem a produzir mais ovos de qualidade.
O ovo é único entre os alimentos porque já vem naturalmente embalado, sua própria casca serve como uma proteção. Além de garantir a integridade do conteúdo, a casca ajuda a preservar a qualidade e a segurança do ovo até o consumo.
Os prejuízos gerados com a má qualidade de casca são grandes. É imprescindível que o ovo tenha uma casca boa e resistente para garantir que chegue íntegro aos consumidores. Ovos com a casca frágil não resistem aos processos industriais, causando prejuízos para os produtores. Estima-se que de 6% a 8% dos ovos acabam quebrando antes de chegar ao consumidor final.
Com as tecnologias e inovações das casas genéticas, a galinha tem um potencial de botar até 500 ovos durante o seu ciclo produtivo, podendo se estender até 100 semanas. Mas, para que ela consiga explorar a sua genética, a saúde, nutrição e ambiência precisam andar de mãos dadas.
A dieta das aves influencia diretamente a qualidade do ovo, sendo fundamental fornecer uma alimentação balanceada, que inclui níveis adequados de energia, proteína, vitaminas e minerais, a fim de atender todas as exigências nutricionais, além da possibilidade de
suplementar com produtos que auxiliam na saúde animal.
A casca do ovo de galinha contém cerca de 40% de cálcio, sendo o mineral mais abundante. Além do cálcio, outros minerais podem ser encontrados, como magnésio (Mg), ferro (Fe), selênio (Se), entre outros (ROVENSKÝ et al., 2003), reforçando assim a importância da nutrição balanceada para formação da casca.
O ovo é rico em vitamina A, D, E, K, B12 e selênio, que são importantes para a saúde humana, auxiliando na imunidade, aumento da produção de células vermelhas, ação antioxidante e prevenção de doenças cardíacas, provando que é um mito o aumento do colesterol estar relacionado com o consumo de ovos. Há ainda estudos que relacionam a deficiência de vitamina B12 com a depressão em humanos (SANTOS; BRITO; PEREIRA, 2016).
Atualmente, existem diferentes tipos de criação de aves, como criação em gaiolas, sistemas cagefree, free-range e caipiras. Embora cada sistema tenha suas particularidades, a ambiência é fator crucial para todos eles. É essencial garantir às aves conforto térmico, qualidade do ar e água de boa qualidade, pois esses parâmetros influenciam diretamente na produtividade e bem-estar animal.
No Brasil, onde o clima é predominantemente quente, os investimentos em aviários climatizados e automatizados, com maior capacidade de alojamento, vêm ganhando espaço. Esses sistemas não apenas auxiliam na manutenção da temperatura ideal, reduzindo a
A dieta das aves influencia diretamente a qualidade do ovo, sendo fundamental fornecer uma alimentação balanceada, que inclui níveis adequados de energia, proteína, vitaminas e minerais.
mortalidade, como também possibilitam o alojamento de um maior número de aves, o que resulta em um aumento significativo na produção de ovos. Além da temperatura, é fundamental trabalhar outros aspectos da ambiência, como a qualidade do ar, que impacta diretamente a saúde respiratória das aves, contribuindo para sua longevidade e eficiência produtiva.
Para além da nutrição e da ambiência, o manejo das aves exerce uma influência direta na qualidade e quantidade dos ovos produzidos. O cuidado com a qualidade da água e das matérias primas que compõe a ração é fundamental nesse processo. As galinhas precisam ter acesso a água fresca e abundante, livre de contaminações, enquanto a ração deve ser oferecida de forma contínua, com várias pequenas porções ao longo do dia, para estimular o consumo.
É importante destacar que a hidratação está diretamente ligada à alimentação: se a ave não bebe água, ela não se alimenta adequadamente. De fato, as galinhas consomem, em média, o dobro de água em relação à ração. Isso significa que a falta de água compromete diretamente sua ingestão de alimentos e, consequentemente, sua produção.
Para avaliar a qualidade dos ovos, são realizadas análises que consideram a qualidade interna e qualidade externa. Essas são divididas em análises de peso, resistência de casca e avaliação da Unidade Haugh.
Avaliação de Peso. Os ovos são avaliados e categorizados conforme o seu peso. Segundo a Portaria MAPA/SDA Nº 1179 DE 05/09/2024, os ovos são classificados em:
JUMBO mínimo de 68g
EXTRA mínimo de 58g - máximo 67,99g
GRANDE mínimo de 48g - máximo 57,99g
MÉDIO Mínimo de 38g - máximo de 47,99g
Para avaliar a qualidade da casca do ovo existem métodos diretos e indiretos. Nos métodos diretos, a análise envolve a quebra do ovo, enquanto nos métodos indiretos, preservam sua integridade, dentre os métodos diretos destacam-se: resistência da casca à quebra, porcentagem de casca, espessura da casca, peso de casca por superfície de área. Já no método indireto, a gravidade específica é a técnica utilizada.
A gravidade específica é uma técnica em que consiste na avaliação da casca do ovo sem a sua devida quebra e traz a vantagem de avaliar vários ovos ao mesmo tempo. A gravidade do conteúdo do ovo é bem próxima à gravidade da água; porém, a do conteúdo da casca é diferente. Essa avaliação consiste em preparar soluções salinas de diferentes concentrações com o uso de um densímetro, variando de 1.060 até 1.090, com intervalos de 5 em 5 ou 10 em 10.
Os ovos são imersos na solução de menor densidade; se flutuarem devem ser retirados e, se afundarem, devem ser transferidos para a próxima solução de maior valor. A gravidade específica de um ovo é igual à gravidade específica da solução salina no momento em que o ovo flutua, ou seja, se o ovo mergulhado nessa solução afundar, significa que ele pesa mais do que o volume representado pela solução. Se ele flutuar, seu peso é menor que o da solução, considerando o mesmo volume. Caso ele se mantenha no meio, seu peso é equivalente ao da solução.
Entre os métodos de avaliação da qualidade da casca, considera-se a resistência da casca à quebra a medida mais confiável (BAIN, 2005).
A resistência da casca é uma medida de força necessária para romper a casca do ovo. Portanto, para avaliar essa resistência, os ovos são submetidos a testes em equipamentos específicos que medem a força de compressão necessária
para quebrar a casca, sendo assim, quanto maior a força registrada pelo equipamento, maior é a resistência.
A Unidade Haugh é o principal indicador de frescor do ovo, que influencia diretamente na qualidade do produto e no shelf life. É a expressão matemática que correlaciona o peso do ovo com a altura da clara espessa. Quanto maior a Unidade Haugh, melhor a qualidade dos ovos.
Os ovos recebem a seguinte tipificação de acordo com a sua análise de Unidade de Haugh, segundo o USDA:
-Tipo AA: 100 – 72
- Tipo A: 71 – 60
- Tipo B: 59 – 30
- Tipo C: 29 – 0
Esse parâmetro é obtido por meio do uso de uma balança e um paquímetro de alta precisão. Podendo sofrer interferência do tempo e temperatura de armazenamento, assim como do status sanitário das aves.
A fórmula utilizada para calcular a Unidade Haugh é: UH = 100 x log (H + 7,57 – 1,7 x W0·³7). Onde: H: Altura do albúmen denso (mm) e W: Peso do ovo (g).
Esse método é amplamente utilizado para garantir a padronização e a entrega de ovos frescos e de alta qualidade aos consumidores.
Depois de ter o produto final, o ovo enfrenta uma série de etapas até chegar à mesa do consumidor. Para esse produto ser comercializado no mercado interno e externo é necessário seguir uma extensa lista de legislações que garantem a sua qualidade.
Desde o momento em que a galinha bota o ovo, ele é classificado e passa por análises de qualidade interna e externa. Ovos com alterações em casca e com a qualidade interna comprometida são retirados da linha de produção. Os ovos in natura são classificados por peso, embalados e transportados até chegar nos supermercados. Ovos destinados a indústria são processados e comercializados, muitas vezes vendidos como ovo pasteurizado líquido, clara pasteurizada, gema pasteurizada e ovo em pó.
Outro aspecto relevante é que os ovos devem ser mantidos em condições de baixa temperatura para preservar sua qualidade interna e prolongar seu tempo de prateleira. Estudos demonstram que os valores de Unidades de Haugh (UH) diminuem mais rapidamente quando os ovos são armazenados em temperatura ambiente, em comparação com o armazenamento refrigerado, evidenciando que a refrigeração retarda a deterioração da qualidade interna, além de reduzir as chances de
contaminação por microrganismo (ALLEONI; ANTUNES, 2001).
Contudo, outro erro bem comum é lavar os ovos logo após a compra. Isso não deve ser feito, pois a lavagem remove a cutícula protetora da casca, tornando os ovos mais vulneráveis à entrada de microrganismos. Isso também aumenta o risco de contaminação e acelera a deterioração, comprometendo a qualidade do produto.
O ovo é um alimento extremamente benéfico para a alimentação humana, oferecendo uma ampla gama de nutrientes essenciais. Para que esse produto chegue à mesa do consumidor com todos os seus benefícios preservados, é indispensável que sejam seguidas rigorosas etapas de manejo, produção, análises, armazenamento e distribuição. Ao valorizar a qualidade e o cuidado em sua produção, o ovo se torna um aliado importante para uma alimentação equilibrada e saudável. Por isso, aproveite todos os seus benefícios e inclua-o no seu dia a dia. Coma ovo!
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Giovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
Produção de 3,94 bilhões de dúzias de ovos impulsiona crescimento do setor em 2025.
Omercado de ovos no Brasil projeta avanços significativos em 2025, com estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) indicando um crescimento de 3,4% na produção nacional,
alcançando a marca histórica de 3,94 bilhões de dúzias. Embora o ritmo de expansão seja mais moderado em relação ao crescimento de 10,5% registrado entre 2023 e 2024, o cenário segue positivo para a avicultura.
No consumo interno, o avanço também é promissor. Segundo a Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita deve atingir 265 unidades por habitante em 2025, representando um aumento de 1% em relação a 2024, quando o consumo chegou a 263 unidades. Este marco reflete o crescente interesse dos brasileiros pelos ovos, impulsionado pelos elevados custos das proteínas cárneas e pela busca por opções mais acessíveis e nutritivas.
No mercado externo, a projeção é de que as exportações brasileiras de ovos atinjam 22 mil toneladas em 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Este desempenho reflete a manutenção do status do Brasil como um país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), o que reforça sua posição como fornecedor confiável e seguro no cenário global, especialmente frente aos surtos da doença registrados em outros países.
Outro fator relevante para o setor em 2025 é a previsão de maior oferta interna de milho e farelo de soja, insumos fundamentais para a avicultura. Este cenário pode contribuir para conter os custos de produção e melhorar a rentabilidade dos produtores, embora seja crucial equilibrar a expansão dos plantéis com a capacidade de absorção do mercado doméstico para evitar quedas nos preços, como observado em 2024.
André Carvalho, diretor de Marketing e
André Carvalho, diretor de Marketing e Inovação da Mantiqueira Brasil: “Mesmo com uma maior oferta de insumos, observa-se também um aumento na demanda, especialmente devido ao crescimento expressivo da indústria de etanol de milho, que mais do que triplicou seu volume nos últimos cinco anos. Esse cenário gera desafios adicionais para Originação em determinadas praças e localidades. Nossa diretoria de Originação tem trabalhado em parceria com fornecedores estratégicos para garantir insumos de qualidade a custos competitivos. Esse trabalho integrado possibilita maior previsibilidade e controle, otimizando a eficiência da produção e contribuindo para o equilíbrio de custos”.
Inovação da Mantiqueira Brasil, avalia o crescimento como um indicador positivo e alinhado às tendências de mercado, onde os consumidores têm valorizado o ovo como uma proteína completa, acessível e versátil, a produção de ovos cresceu 4,46% ao ano no Brasil nos últimos 10 anos (dados da ABPA). “Acreditamos que seguiremos nesse ritmo nos próximos anos. Para acompanhar essa expansão, estamos ampliando nossa capacidade de produção de ovos de galinhas livres em unidades estratégicas localizadas em Lorena (SP), São João do Itaperiú (SC) e Formosa (GO). Com isso, fortaleceremos a presença dos nossos ovos Happy Eggs® no mercado, atendendo à crescente demanda por produtos alinhados ao bem-estar animal”, explica.
Carvalho detalha que a Mantiqueira continua a intensificar seus esforços de marketing, destacando a versatilidade dos ovos e suas opções dentro do portfólio Mantiqueira Brasil. “Campanhas nos
principais pontos de venda, ações em mídias digitais, mobiliário urbano são algumas das estratégias utilizadas. Essas iniciativas têm como foco conscientizar o consumidor sobre os benefícios dos ovos para a saúde e valorizá-los como proteínas de alta qualidade com preço acessível, em especial os Happy Eggs®, promovendo-os como uma escolha ideal para diferentes dietas e cardápios”, diz. “Estamos prontos, inclusive, para atender a demanda internacional graças às nossas certificações internacionais, como a International Featured Standard (IFS Food) para ovos in natura, conquistada na unidade de Itanhandu (MG), e a Food Safety System Certification 22000 (FSSC 22000) da indústria de ovos pasteurizados Eggscelente, localizada em Uberlândia (MG). Esses reconhecimentos, aliados às expansões em Lorena, São João do Itaperiú e Formosa, reforçam nossa capacidade de atender às exigências do mercado internacional com qualidade e eficiência. Vale também destacar que os processos de melhoria nas etapas de produção continuam assim como a obtenção de outras certificações internacionais”, explica.
André Carvalho conta ainda que a automatização das unidades produtivas é uma tendência-chave, com investimentos em tecnologias avançadas de países como a Alemanha. “Esses equipamentos garantem biosseguridade e asseguram que o consumidor seja o primeiro a manusear os ovos. Além disso, a logística é outro pilar estratégico. Investimos em soluções que aumentam a eficiência operacional, mantendo a qualidade e o frescor dos ovos até o consumidor final. Esses avanços reforçam nosso compromisso com inovação e excelência em toda a cadeia produtiva”, finalizou.
Temas como sustentabilidade e economia circular fazem parte do debate sobre o avanço das embalagens do setor avícola de postura
As embalagens de ovos têm evoluído significativamente em resposta à crescente demanda por soluções mais sustentáveis.
De acordo como Rafaella Rufino, Gerente de Inovação e Desenvolvimento da Smurfit Westrock, líder global em embalagens sustentáveis, a substituição de materiais de origem fóssil, como o plástico, por alternativas de fonte renovável, tem sido uma prioridade. “A embalagem para ovos precisa atender a três necessidades essenciais: proteção, eficiência e visibilidade. Produtos como ovos são sensíveis, o que torna a embalagem um fator crítico para evitar perdas e garantir a integridade durante o transporte e armazenamento”, explica.
Rafaella detalha ainda que o setor produtivo de ovos tem buscado soluções que combinem proteção, eficiência logística e sustentabilidade. “O crescimento da produção de ovos e a profissionalização do setor exigem embalagens que atendam a padrões rigorosos de segurança alimentar, além de contribuírem para a redução de perdas ao longo da cadeia de distribuição. O design eficiente, que maximiza o transporte e minimiza custos indiretos, aliado ao uso de materiais de fonte renovável e recicláveis, é uma demanda clara do mercado”, diz.
De acordo com Rafaella, a sustentabilidade
EMBALAGENS PARA O
SUPERMERCADO E PARA O E-COMMERCE
As embalagens para supermercados têm um foco maior no ponto de venda, na impressão e design da caixa, segundo Rafaella. “Nesse contexto, utilizamos a metodologia Shelf Smart para melhorar a visibilidade e a atratividade das embalagens na prateleira. Já no e-commerce, o objetivo principal é garantir que o produto chegue ao consumidor final em perfeitas condições, mesmo após o transporte, e ter uma experiência de unboxing agradável. Para isso, oferecemos soluções como impressão interna e Hygraphics, além de design reforçado, capaz de suportar os desafios logísticos específicos desse canal”, aponta.
não precisa significar aumento de custos, pelo contrário, ela pode representar uma oportunidade de economia no longo prazo. “Utilizamos o Supply Smart, uma ferramenta que nos permite analisar o custo total da cadeia logística, indo além do preço unitário da embalagem, isso porque um design mais eficiente pode reduzir custos de transporte, armazenamento e, inclusive, as emissões de carbono, além de agregar valor à marca dos nossos clientes”, aponta.
“Acreditamos nessa ambição e estamos caminhando nessa direção. Por meio da nossa iniciativa Better Planet Packaging impulsionamos a inovação em embalagens para ajudar nossos clientes a resolver seus desafios de sustentabilidade, buscando substituir materiais não renováveis ou otimizar a embalagem de papelão buscando causar um menor impacto possível no meio ambiente”, aponta Rafaella Rufino.
“Nós já utilizamos matéria-prima proveniente de florestas plantadas manejadas de forma sustentável, aplicando princípios da agricultura regenerativa, além de fibras recicladas, contribuindo para a circularidade da matéria-prima. Isso garante não apenas um impacto ambiental positivo, como também a contribuição às metas de sustentabilidade de nossos clientes. Além disso, estamos constantemente investindo em inovação e tecnologia para desenvolver embalagens recicláveis, reduzindo emissões de carbono e otimizando o uso de recursos ao longo de toda a cadeia de suprimentos”, Finaliza.
Os dados compilados pelo MAPA junto à SECEX/MDIC apontam que em 2024 o Brasil exportou 9,665 milhões de toneladas de carnes, volume que representou aumento anual de 9,61%. Tais exportações geraram uma receita cambial de US$26,181 bilhões, volume 11,35% superior ao do ano anterior. Todos os resultados observados, quer individualmente, quer globalmente, corresponderam a novos recordes.
A carne bovina continuou sendo o carrochefe das exportações brasileiras de carne. Embora tenha correspondido a menos de 30% do total de carnes exportadas, gerou quase metade da receita cambial obtida.
Representando pouco mais de 53% do total de carnes exportadas, a carne de frango registrou aumento de volume próximo de 3% e de pouco mais de 1% na receita. Mas em decorrência de seu preço menor (pouco mais de 40% do preço da carne bovina) gerou não mais que 37% da receita cambial das carnes.
Mais significativo (quase 9% a mais) foi o aumento de volume da carne suína, cuja receita aumentou perto de 7,5%.
Com tais resultados, correspondeu a 13,5% do total exportado e gerou receita equivalente a perto de 11,5% da receita cambial das carnes.
A despeito dos volumes recordes, a receita poderia ter sido maior não fosse o recuo
generalizado dos preços registrados. E, aqui, a maior perda (redução de 3% em relação ao preço alcançado em 2023) foi o da carne bovina. O preço da carne de frango recuou 1,6% e o da carne suína 1,3%.
Notar que, na tabela abaixo, a carne de frango in natura surge com resultado negativo tanto em volume quanto em receita. É provável, no entanto, que nessa compilação a carne de frango salgada (cujas exportações recuaram 7,5%) tenha sido incluída entre os produtos in natura, pois, pelos dados da SECEX/MDIC, nesse segmento o volume exportado aumentou mais de 3%, enquanto o aumento de receita ficou próximo de 1,5%.
Embarques superaram em 10% o volume registrado em 2023, de acordo com a ABPA
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 1,352 milhão de toneladas entre janeiro e dezembro de 2024, estabelecendo novo recorde para o setor. O número supera em 10% o total exportado em 2023, com 1,229 milhão de toneladas.
A receita das exportações anuais do setor superou, pela primeira vez, o patamar de US$ 3 bilhões. Ao todo, foram obtidos US$ 3,033 bilhões com as exportações de 2024, saldo 7,6% superior ao alcançado no ano anterior, com US$ 2,818 bilhões.
No mês de dezembro, os embarques de carne suína totalizaram 109,5 mil toneladas, número 1,3% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, com 110,9 mil toneladas. Já em receita, houve forte alta de 11,6%, com US$ 258,3 bilhões no último mês de 2024, contra US$ 231,5 bilhões no mesmo período do ano anterior.
“O setor fechou o ano de 2024 aumentando expressivamente a capilaridade de suas exportações, incrementando significativamente a receita dos embarques e elevando a média mensal de embarques em mais de 10 mil toneladas. Os indicativos seguem positivos em 2025, com tendência de manutenção de fluxo para os países asiático e das Américas”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Santa Catarina fechou o ano de 2024 como maior exportador de carne suína do Brasil, com 730,7 mil toneladas (+10,1%); seguido pelo Rio Grande do Sul, com 289,9 mil toneladas (+3,2%); Paraná, com 185,5 mil toneladas (+9,1%); Mato Grosso, com 37,9 mil toneladas (+22%); e Mato Grosso do Sul, com 29,2 mil toneladas (+17,97%).
Confira o volume total de carne suína adquirido entre janeiro e dezembro do ano passado pelos maiores importadores do produto brasileiro, com a variação em relação ao resultado obtido em 2023:
Filipinas: 254,3 mil t (+101,8%), China: 241 mil t (-38%),
Chile: 113 mil t (+29,1%),
Hong Kong: 106,9 mil t (-15,5%),
Japão: 93,4 mil t (+131,6%),
Singapura: 79,1 mil t (+23%),
Vietnã: 52,5 mil t (+9,7%),
Uruguai: 46,6 mil t (-5,2%),
México: 42,8 mil t (+49,9%).
O desafio de equilibrar custo, preço e rentabilidade é constante, mas o setor tem potencial para se manter competitivo e sustentável.
Leandro Dias Consultor Técnico de Suinocultura leandroreisdias@gmail.com
Nos últimos quatro anos, a suinocultura enfrentou um cenário desafiador, marcado por variações expressivas no custo de produção, preços de venda e rentabilidade. O gráfico que relaciona os custos do quilo do suíno produzido, os valores da BSMG (Bolsa de Suínos de Minas Gerais) e a rentabilidade evidencia os desafios enfrentados pelos produtores, além de reforçar a importância de estratégias sólidas e adaptativas para manter a sustentabilidade no setor.
Ao analisar os dados do gráfico, é possível observar períodos críticos em que o custo médio de produção se aproximou ou até mesmo superou o preço de venda. Essa situação, especialmente frequente em 2022, gerou perdas significativas, como apontam as quedas na rentabilidade que ultrapassaram -40%. Fatores como aumento no preço de insumos básicos
(milho e farelo de soja), alta do dólar e crises logísticas contribuíram para elevar os custos produtivos.
Por outro lado, o ano de 2023 mostrou sinais de recuperação, com a rentabilidade ganhando força em relação aos custos. Isso foi impulsionado pela redução dos custos de insumos em algumas regiões e pela valorização do preço do suíno vivo, graças a uma maior demanda do mercado interno e externo.
Diversos fatores externos influenciaram a volatilidade da suinocultura nos últimos anos. Entre os mais notáveis estão:
1. Pandemia de COVID-19: Alterou significativamente a logística global e o consumo, impactando o preço de insumos e o fluxo de exportações.
2. Crise de insumos em 2022: O aumento no preço do milho e do farelo de soja elevou o custo de produção.
3. Crise energética e climática: Afetou o custo de transportes e a produtividade das lavouras.
4. Oscilações de demanda: O mercado interno sofreu com o aumento do desemprego e redução do poder de compra, enquanto o mercado externo apresentou maior demanda em determinados períodos.
Esses fatores exigiram dos produtores adaptações rápidas e inteligentes, que muitas vezes envolveram escolhas difíceis para equilibrar as contas.
Apesar dos desafios, o produtor de suínos se destaca pela capacidade de adaptação e resiliência. Planejamento financeiro, otimização
O desafio de equilibrar custo, preço e rentabilidade é constante, mas com planejamento, tecnologia e apoio adequado, o setor tem potencial para se manter competitivo e sustentável.
de recursos e adoção de tecnologias têm sido ferramentas indispensáveis para enfrentar momentos de crise. Muitos produtores investiram em estratégias como:
• Produção própria de insumos: Para reduzir a dependência de mercado.
• Planejamento estratégico: Compra de insumos em períodos de preços mais baixos.
• Adoção de tecnologia: Melhoria nos índices zootécnicos, como conversão alimentar e peso ao abate.
• Parcerias comerciais: Estreitar relações com cooperativas e frigoríficos.
Ainda assim, os desafios continuam. Muitos pequenos e médios produtores relatam dificuldades com desabastecimento de caixa e altos custos financeiros, o que torna a manutenção da atividade um verdadeiro exercício de força e planejamento.
A suinocultura brasileira possui um papel essencial no agronegócio, sendo uma das principais responsáveis pelo abastecimento de proteína animal no mercado interno e pelas exportações globais. Para garantir a
sustentabilidade do setor, é essencial que haja:
• Políticas públicas de apoio: Incentivos para reduzir o custo de insumos e investimentos em tecnologia.
• Capacitação e assistência técnica: Para melhorar os índices zootécnicos.
• Acesso ao crédito: De forma mais facilitada e menos onerosa.
A força do produtor é inegável, mas o apoio do setor público e privado será crucial para que a suinocultura continue desempenhando seu papel na economia brasileira e global.
O gráfico analisado reflete os altos e baixos de um setor fundamental para o agronegócio brasileiro. Apesar das dificuldades, o produtor de suínos segue em frente, movido pela resiliência, pela fé no futuro e pela busca constante de melhoria. A história da suinocultura é, acima de tudo, uma história de superação e adaptação.
O desafio de equilibrar custo, preço e rentabilidade é constante, mas com planejamento, tecnologia e apoio adequado, o setor tem potencial para se manter competitivo e sustentável.
Nas fases de maternidade e creche, é fundamental adotar práticas de manejo que garantam conforto, nutrição adequada, prevenção de doenças e redução do estresse.
Aprodução de leitões é uma das etapas mais desafiadoras da suinocultura, pois requer cuidados intensivos que afetam diretamente a saúde, o bem-estar e o desempenho dos animais. Desde o nascimento até o desmame, os leitões enfrentam um período de transição, com adaptações térmicas, nutricionais e ambientais que impactam a sobrevivência e o ganho de peso. O manejo adequado, aliado à tecnologia, é fundamental para otimizar as condições ambientais e garantir a saúde dos animais.
Nas fases de maternidade e creche, é fundamental adotar práticas de manejo que garantam conforto, nutrição adequada, prevenção de doenças e redução do estresse. O bem-estar dos leitões nas fases iniciais influencia significativamente as etapas subsequentes da produção, refletindo na eficiência alimentar, na qualidade da carcaça e na sustentabilidade do sistema produtivo. Além disso, práticas de manejo comportamental, como o incentivo à interação social e a redução de estresse psicológico, têm impacto positivo no desenvolvimento dos leitões.
Portanto, entender e superar os desafios térmicos, nutricionais, sanitários e comportamentais é essencial para uma produção ética, eficiente e alinhada às exigências legais e de mercado.
Manter uma temperatura adequada é importante para o desenvolvimento dos leitões. Na fase de maternidade (do nascimento até 23 dias), a temperatura ideal varia entre 32°C e 34°C, pois recém-nascidos são vulneráveis à hipotermia. Equipamentos como escamoteadores e aquecedores são essenciais para fornecer o calor necessário e garantir o conforto térmico dos leitões. Além disso, é importante considerar outros fatores ambientais, como ventilação, umidade controlada e iluminação, que impactam diretamente o conforto e a saúde dos animais.
Na fase de creche (do desmame, por volta dos 23 dias, até aproximadamente 56 dias), a temperatura deve ser gradualmente reduzida à medida que os leitões ganham maior capacidade de termorregulação. Inicialmente, a temperatura deve ser mantida entre 28°C e 30°C, e reduzida em torno de 1°C por semana até alcançar
Entender e superar os desafios térmicos, nutricionais, sanitários e comportamentais é essencial para uma produção ética, eficiente e alinhada às exigências legais e de mercado.
aproximadamente 22°C ao final da fase. Essa redução gradual evita estresse térmico, facilita a adaptação dos animais e melhora seu desempenho, como ganho de peso e eficiência alimentar.
Para essa fase, a nutrição adequada é fundamental para o crescimento saudável dos leitões. A ingestão de colostro nas primeiras horas de vida oferece imunidade passiva e energia essencial. À medida que os leitões crescem, é importante fornecer dietas específicas para cada fase, que atendam às suas necessidades nutricionais, e incluir o uso de probióticos ou prebióticos para melhorar a saúde intestinal, prevenir doenças e otimizar o desempenho. A gestão alimentar precisa ser constantemente adaptada para garantir que os animais recebam todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento ideal.
Em relação à saúde, a diarreia é uma preocupação significativa nas fases de maternidade e creche, pois pode causar desidratação, desnutrição e redução no ganho de peso dos leitões. Outras doenças, como infecções respiratórias, coccidiose e problemas intestinais, também devem ser monitoradas. Para minimizar esses impactos, é essencial implementar medidas de higiene rigorosas, manejo adequado, monitoramento constante e vacinação. Manter
uma densidade populacional adequada nas instalações e proporcionar espaço suficiente para os animais são práticas fundamentais que ajudam a reduzir o risco de doenças e estresse.
Além disso, a legislação brasileira tem avançado no tema Bem-estar Animal, proibindo práticas dolorosas em leitões, como o corte de cauda e a castração sem anestesia. Técnicas menos invasivas, associadas ao uso de analgesia, são recomendadas para reduzir o sofrimento animal, alinhando a produção suína às exigências legais e éticas atuais.
A produção de leitões exige uma abordagem integrada, em que práticas adequadas em todas as fases são essenciais para garantir o desenvolvimento saudável dos animais. Cuidados com saúde, nutrição, bem-estar e ambiente de criação afetam diretamente o desempenho dos leitões, refletindo na qualidade dos animais terminados e na sustentabilidade da produção. O cumprimento rigoroso dessas diretrizes assegura não apenas a saúde dos animais, mas também a viabilidade e a competitividade do sistema produtivo como um todo.
A granja fica na cidade mineira de Luz e é integrada à Pif Paf.
Giovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
Odia 22 de janeiro de 2025 vai entrar para a história do agronegócio brasileiro. Na Granja Santa Inês, localizada em Luz, Minas Gerais, de propriedade da integrada Gilda de Oliveira Santos Silva, uma porca do plantel da Pif Paf Alimentos deu à luz 45 leitões. A empresa avalia a possibilidade de registrar o feito no Guinness Book como o novo recorde mundial, já que no mesmo consta o feito de 1993 com 37 nascidos totais.
Airton Martins, Gerente Executivo de Agropecuária da Pif Paf, destaca que o resultado é fruto de um trabalho contínuo de aprimoramento genético, aliado à nutrição adequada e ao manejo eficiente. “Resultados como esse só podem ser alcançados com a combinação de uma excelente qualidade genética, nutrição adequada e manejo cuidadoso, com destaque para a atenção da equipe de campo no trato dos animais. Embora isso não garanta o sucesso, oferece as melhores
condições para que os animais expressem todo o seu potencial reprodutivo”, afirma.
Martins ainda mencionou o histórico de evolução nos resultados da empresa, na Granja Dourados, em Patrocínio Minas Gerais, citando dois nascimentos anteriores de 38 leitões nos anos de 2023 e 2024.
A especialista em Bem-estar Animal da Pif Paf, Gisele Dela Ricci, ressalta que a empresa mantém um compromisso com a saúde, o conforto e a segurança dos animais em todas as etapas do processo produtivo. “Trabalhamos para assegurar a saúde, o conforto e a segurança dos animais. Isso inclui capacitações, monitoramentos diários e um compromisso com a melhoria contínua. Cada etapa do processo é guiada por princípios que visam práticas mais éticas e eficientes”, explica.
Leitões nascidos na Granja Santa Inês: resultado poderá ser registrado no Guinnes Book. Nas primeiras 24 horas, os leitões ingerem o colostro, um leite rico em anticorpos essencial para fortalecer o sistema imunológico e garantir sua sobrevivência. Para assegurar que todos tenham ingerido colostro, os leitões são marcados com tinta atóxica, uma prática comum na suinocultura.
Quando nascem muitos leitões, é comum transferi-los para outras porcas para garantir que todos possam mamar adequadamente. Essa transferência deve ocorrer até poucas horas após o nascimento, para garantir o aceite pela porca que receberá os animais.
Durante a fase de maternidade, as fêmeas são mantidas em gaiolas de parição, como permitido pela legislação, mas busca-se proporcionar o maior conforto possível, com controle da temperatura ambiente, cuidados com a saúde, alimentação de qualidade e condições adequadas de bem-estar.
PAF DÁ DETALHES DE COMO FOI A OBTENÇÃO
DO ALTO NÚMERO DE
LEITEGADA: “ESSE
AMundo Agro foi conversar com Airton Martins, Gerente Executivo de Agropecuária da Pif Paf Alimentos, para entender como o processo para obtenção do alto número de leitões em um mesmo nascimento.
Mundo Agro: Como foi possível tal feito? Geneticamente foi alterada algum fator técnico nesta porca especificamente?
Airton Martins: O aumento do número de leitões em uma leitegada pode ser atribuído a avanços na genética, mas geralmente não envolve alteração genética direta de um animal individual, como pode ocorrer com transgenia ou edição genética (CRISPR). O que acontece é que, ao longo do tempo, programas de seleção genética melhoram características como a prolificidade (capacidade reprodutiva) dos animais. A escolha de reprodutores com características genéticas desejáveis, como maior número de óvulos ovulados ou maior capacidade de gestação, é fundamental para alcançar esse tipo de resultado.
Airton Martins, Gerente Executivo de A evolução na genética dos suínos envolve a seleção contínua de animais com características desejáveis”.
Mundo Agro: Poderia nos dar mais detalhes técnicos se houve algum ajuste técnico ou nutricional para tal feito?
Airton Martins: Sim, a nutrição desempenha um papel crucial na produtividade reprodutiva dos suínos. Além disso, fatores como o manejo reprodutivo e o controle da saúde também são importantes. No caso da nutrição, dietas balanceadas, ricas em nutrientes essenciais, como proteínas de alta qualidade, vitaminas e minerais, ajudam a garantir que as fêmeas atinjam seu potencial reprodutivo máximo. Também são utilizados suplementos alimentares que favorecem a produção hormonal adequada, resultando em melhores taxas de ovulação e maior número de leitões por leitegada. Além disso, ajustes no manejo, como a otimização do ambiente onde os animais são mantidos e a redução do estresse, contribuem para o aumento da produtividade.
Mundo Agro: É possível que se repita este resultado?
Airton Martins: Sim, é possível que esse tipo de feito se repita. Desde que a seleção genética continue sendo realizada de forma adequada e que as condições nutricionais e de manejo sejam mantidas, a probabilidade de gerar leitegadas com um número elevado de leitões pode se tornar uma prática recorrente. Contudo, os resultados podem variar de acordo com fatores ambientais, saúde do animal e até mesmo variações no processo reprodutivo.
Mundo Agro: Todos os leitões são saudáveis e comercialmente viáveis?
Airton Martins: Não necessariamente. Embora um grande número de leitões em uma leitegada seja um resultado desejável, nem todos os leitões podem sobreviver ou se desenvolver de forma ideal, especialmente se a porca não tiver recursos suficientes para cuidar de todos os filhotes, como leite ou espaço. A viabilidade comercial dos leitões depende de fatores como o cuidado neonatal, nutrição inicial e o ambiente em que os leitões são criados. Além disso, a saúde dos leitões depende de práticas de manejo, vacinas e controle de doenças.
Mundo Agro: Você destacou que o grande número de leitões é resultado de um trabalho contínuo de aprimoramento genético feito pela companhia, aliado a uma nutrição adequada e ao manejo eficiente do plantel. Poderia nos dar mais detalhes técnicos desse trabalho? Como é essa evolução e este aprimoramento?
Airton Martins: Esse trabalho é fruto de anos de pesquisa em genética e nutrição. A evolução na genética dos suínos envolve a seleção contínua de animais com características desejáveis.
Isso é feito por meio de testes genéticos, análises de pedigrees e avaliações do desempenho reprodutivo e produtivo dos animais. O aprimoramento genético é realizado ao longo
de várias gerações para que as características desejáveis, como prolificidade, resistência a doenças e eficiência alimentar, sejam transmitidas aos descendentes.
Em paralelo, a nutrição é ajustada constantemente com base em pesquisas sobre as necessidades nutricionais dos suínos em diferentes estágios de desenvolvimento. Isso garante que a saúde e a produtividade dos animais sejam mantidas em alta. Além disso, o manejo eficiente envolve o treinamento dos profissionais responsáveis, tecnologias de monitoramento da saúde animal e a otimização do ambiente para reduzir estresse e melhorar o bem-estar dos animais.
Mundo Agro: Na sua visão, qual é o futuro da genética na suinocultura quando abordamos nutrição, genética, bem-estar e meio-ambiente?
Airton Martins: O futuro da genética na suinocultura será cada vez mais focado em soluções sustentáveis, com foco na eficiência produtiva, saúde animal e impacto ambiental reduzido. Espera-se que a genética continue a evoluir para produzir suínos com melhor conversão alimentar, maior resistência a doenças e maior capacidade reprodutiva. Além disso, a nutrição será cada vez mais personalizada, com dietas específicas para atender às necessidades de cada grupo de animais.
Em relação ao bem-estar, a genética poderá contribuir para a criação de animais com temperamento mais tranquilo, adaptabilidade a diferentes ambientes e menores níveis de estresse. Por fim, em termos de meio ambiente, o futuro pode envolver o desenvolvimento de práticas que minimizem a emissão de gases de efeito estufa e a utilização de recursos naturais, como a água e o solo, de forma mais eficiente. Tecnologias como a edição genética e a biotecnologia podem ser parte desse futuro, mas sempre com atenção às questões éticas e de bem-estar animal.
Considerado apenas o produto in natura, as três principais carnes exportadas pelo Brasil encerraram 2024 com volume mensal menor que o registrado um ano antes. O maior recuo (redução superior a 5%) foi o da carne de frango, vindo a seguir a carne bovina (-2,82%) e, por último, a carne suína (-1,73%).
Porém, contraditoriamente, o preço médio registrado pelas três carnes foi superior ao de dezembro de 2023. Assim, o da carne suína registrou aumento de 13,5%, o da carne bovina de quase 9% e o da carne de frango de 7,5%.
Tais desempenhos neutralizaram a queda de volume e, assim, a receita cambial do mês foi positiva (+5,03%) em relação à alcançada um ano antes. Neste caso, o maior aumento (+11,57%) recaiu sobre a carne suína, vindo a seguir a carne bovina (+5,84%) e, por fim, a carne de frango (+2,13%).
A despeito do fraco desempenho mensal, o volume acumulado no ano pelas três carnes aumentou, praticamente, 10%. E, neste caso, a maior contribuição veio da carne bovina, cujo volume foi mais de um quarto superior ao de 2023. O da carne suína aumentou 8,54% e o da carne de frango 3,21%.
A recuperação de preços observada nos últimos meses de 2024 não impediu que as três carnes fechassem 2024 com preços médios inferiores aos de 2023.
De toda forma, a significativa expansão no volume garantiu um também significativo incremento na receita: ela aumentou quase 12% em relação a 2023, superando os US$23,5 bilhões.
Graças, principalmente, à carne bovina, cuja receita aumentou perto de 23%.
A da carne suína registrou incremento de 7,64% e a da carne de frango teve expansão mais moderada, de 1,31%.
A ressaltar, ainda, que as três carnes
registraram recorde de volume em 2024. Porém, no tocante à receita cambial, os recordes ficaram restritos às carnes de frango e suína, pois a receita da carne bovina ficou pouco mais de 1% aquém dos US$11,8 bilhões alcançados dois anos antes, em 2022.
MERCADO
Considerados os preços pagos ao produtor do Estado de São Paulo pelo boi, suíno e frango vivos no quinquênio 2020/2024, constata-se que no período os preços do frango em relação ao boi sofreram redução anual contínua. Assim, enquanto em 2020 a cotação média do boi em pé (1 quilograma) correspondia a 4,182 kg de frango vivo, no ano passado recuou para, aproximadamente, 3,300 kg – uma redução de 21%.
A trajetória do suíno vivo foi um pouco diferente: aumentou no biênio 2021/2022, mas também recuou nos últimos dois anos. Fechou 2024 registrando evolução de pouco mais de 6% em relação a 2020, mas comparativamente ao pico de 2022 apresentou agora retração superior a 30%.
O suíno, por sinal, foi – entre os três – a cria de menor valorização nesse
quinquênio, pois, em relação a 2020, alcançou em 2024 valor apenas 13% superior. O frango vivo teve desempenho um pouco melhor, sua cotação média valorizando-se perto de 21%.
Mas o melhor desempenho coube mesmo ao boi: embora com preços em baixa no decorrer de 2024, na média do período alcançou valor perto de 45% superior ao de 2020.
Relação de preços ao nível do produtor paulista | 2020 a 2024 |
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Em 2024, o Brasil bateu um novo recorde histórico nos embarques totais do produto, atingindo 3,193 milhões de t.
Projeções realizadas pela consultoria Safras & Mercado para a carne bovina do Brasil nos próximos cinco anos indicam que a exportação do país poderá chegar a 4,35 milhões de toneladas em equivalente carcaça em 2030. A estimativa para 2025 é de mais de 4,032 milhões de toneladas.
Em 2024, o Brasil bateu um novo recorde histórico nos embarques totais de carne bovina (somadas carnes in natura, refrigeradas, industrializadas etc.).
As exportações atingiram 3,193 milhões de toneladas em 2024, 26% acima do ano
anterior, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), a partir da compilação e consolidação dos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC).
Aprodução de carne bovina em 2030 poderá chegar a 10,457 milhões de toneladas, superando as 10,006 milhões de toneladas previstas para este ano, prevê a Safras & Mercado.
A oferta interna de carne bovina no Brasil daqui a cinco anos poderá atingir 6,177 milhões de toneladas, superando o volume esperado para 2025, de 6,027 milhões de toneladas.
A projeção da consultoria indica que os abates de bovinos em 2030 poderão atingir 36,884 milhões de cabeças, acima das 36,485 milhões de cabeças esperadas para este ano.
O consultor de Safras & Mercado Fernando Iglesias projeta que, em 2030, o Brasil deverá atingir novamente um período de queda do ciclo pecuário, a exemplo do movimento que é esperado pelo setor para 2025. (Reuters)
Mais deve ser feito para controlar a disseminação da gripe aviária entre animais para evitar mais casos em humanos, disse a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), após a primeira morte de um paciente pelo vírus nos Estados Unidos.
A gripe aviária se espalhou pelo mundo nos últimos anos, devastando rebanhos, elevando os preços dos alimentos e levantando preocupações sobre uma nova pandemia.
“Esta situação realmente destaca a importância de gerenciar o risco na fonte animal, o que é realmente essencial para evitar a propagação da gripe aviária e sua possível transmissão aos humanos”, disse a diretora geral
da WOAH, Emmanuelle Soubeyran, à Reuters.
Soubeyran pediu mais investimentos no monitoramento do vírus em aves e animais selvagens para controlar o que ela disse ser um surto sem precedentes devido ao seu alcance global e ao número de espécies infectadas, principalmente gado leiteiro nos Estados Unidos.
“Se houver falta de conscientização sobre a situação, as pessoas têm mais probabilidade de se infectar e o vírus poderá circular entre aves, porcos, vacas e animais selvagens. É aqui que uma mutação (do vírus) acontecerá e potencialmente criará uma pandemia”, disse ela.
A gripe aviária geralmente é transmitida por aves selvagens migratórias antes de ser transmitida entre fazendas e, em alguns casos, para humanos, principalmente trabalhadores rurais.
Soubeyran também repetiu apelos por um uso mais amplo da vacinação, além de medidas de controle, para evitar a propagação do vírus.
“Se usado corretamente, reduzirá a circulação viral e, portanto, a exposição de humanos”, disse ela.
Grandes exportadores, exceto a França , têm relutado em vacinar aves, temendo que outros países interpretem isso como uma admissão de um problema e imponham restrições comerciais. (Reuters)
Em meio a uma crescente onda de relatos de infecções de Influenza Aviária em bovinos de leite e em outros mamíferos, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acaba de divulgar diretrizes instruindo seus membros sobre como implementar programas de vigilância eficazes para a detecção precoce da doença – não só no plantel bovino, mas também em outros mamíferos. A seguir, o que diz a FAO a respeito:
“Além das aves domésticas, o clado 2.3.4.4b da influenza A(H5N1) se espalhou para quase todas as regiões, infectando uma ampla gama de aves selvagens, mamíferos marinhos e terrestres e, recentemente, gado leiteiro nos Estados Unidos da América.
“Quando um vírus influenza circula em populações de aves e mamíferos, a probabilidade de transbordamento para humanos e o risco à saúde pública podem aumentar. Os eventos relatados do vírus influenza A(H5N1) entre mamíferos terrestres e marinhos em vários países, incluindo os casos recentes detectados nos Estados Unidos da América, tornaram
necessário melhorar a detecção do vírus em bovinos e outros mamíferos suscetíveis e monitorar de perto a evolução do vírus e a adaptação a hospedeiros extraordinários.
Essas recomendações visam apoiar os países no planejamento da vigilância da influenza A(H5N1) em bovinos para melhorar a detecção precoce, gerar informações baseadas em evidências para mitigar os impactos do transbordamento de aves para o gado e prevenir a transmissão entre rebanhos de bovinos.
Além disso, essas recomendações visam auxiliar os países, especialmente os de baixa e média renda, a otimizar o uso de recursos limitados para atingir seus objetivos de vigilância por meio da alavancagem de programas de vigilância já existentes.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que todos os países mantenham vigilância passiva para A(H5N1) visando detectar rapidamente eventos de transbordamento em espécies não
aviárias, adotando uma definição de caso apropriada, juntamente com programas de educação e divulgação para as partes interessadas mais relevantes, de forma a aumentar a conscientização sobre os riscos dessa doença emergente.
Além disso, os países podem adotar outras abordagens de vigilância para alavancar as amostragens de rotina adotadas na avaliação do status sanitário dos plantéis animais. A vigilância baseada em eventos também pode ser uma ferramenta útil na detecção precoce. Para países sob risco, abordagens de vigilância direcionadas ou baseadas em risco podem ser usadas para avaliar mais de perto a conexão do status sanitário de bovinos com aves domésticas ou selvagens, investigar surtos suspeitos em bovinos e demonstrar ausência de infecção. Essas recomendações têm uma ampla aplicação para outros mamíferos de criação também suscetíveis.
Abaixo, algumas das sugestões da FAO quanto a possíveis métodos de vigilância a serem adotados.
Métodos de vigilância a serem considerados ao elaborar uma estratégia nacional ou regional de vigilância para influenza A(H5N1) em bovinos, quando considerar usá-los e as vantagens e desvantagens relativas de cada método
MÉTODO QUANDO CONSIDERAR
Vigilância passiva A qualquer momento
Inspeção de rotina A qualquer momento, sobretudo quando o país é considerado de risco
Vigilância oportunística
Vigilância baseada em eventos
Baixo custo e alta cobertura
Aproveita as atividades de rotina para fornecer amostras de bovinos para influenza A(H5N1). Pode ser uma maneira econômica de atingir determinadas populações
Aproveita diferentes atividades relacionadas à saúde animal para observar ou testar o gado; pode ter baixo custo
Pode fornecer níveis muito altos de cobertura de uma população a baixo custo ou aproveitar outros investimentos em vigilância baseada em eventos
Pode não ser muito perceptível dada a falta de sensibilização ou conscientização. Também pode não ter especificidade devido a sinais clínicos vagos ou pouco claros que imitam doenças endêmicas (por exemplo, mastite)
Pode exigir novos processos e suporte financeiro para coleta e envio de amostras
Pode ser menos representativa da população de interesse do que outros métodos e exigir novos processos e suporte financeiro para coleta e envio de amostras
Pode ser tendencioso em relação ao que é digno de interesse em vez de apontar o que é necessário para atender aos objetivos de vigilância
A pecuária brasileira tem, nas pastagens, o principal componente da alimentação e seu mais importante aliado no mercado globalizado.
AJanaina Azevedo Martuscello janaina@ufsj.edu.br Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
internacionalização da economia impôs a diversas atividades econômicas o imperativo da competitividade, isso não seria diferente para nossa pecuária. Com dados animadores, a pecuária brasileira tem conseguido produzir mais em menores áreas, o que demonstra a capacidade adaptativa do setor, com consequente melhoria na eficiência bioeconômica. Dessa forma, as atividades relacionadas com a pecuária bovina, não só dentro da porteira, mas também fora dela (pesquisa e mercado), nos últimos anos, tem dedicado grande parte dos seus esforços na busca da melhoria de alternativas para que a atividade seja mais rentável e competitiva.
A pecuária brasileira tem, nas pastagens, o principal componente da alimentação e seu mais importante aliado no mercado globalizado. Nas últimas duas décadas, apenas uma pequena porcentagem do efetivo bovino, na maior parte das vezes inferior a 4% do total do rebanho ou a 18% dos animais oficialmente abatidos, foi terminada em confinamento (ABIEC, 2023) o que corrobora o papel fundamental dos mais de 165 milhões de hectares de pastagens na atividade bovinocultura. Assim, os avanços
que se fizerem possíveis nas áreas de avaliação, de utilização e de manejo de pastagens refletirão de forma positiva na rentabilidade final da atividade (Euclides, 2000). Por isso, é importante investir em pesquisas que tragam soluções para incremento de produção animal sob pastejo para que se possa garantir a permanência de nosso país como destaque nessa área.
Em relação ao uso de pastagens, o Brasil é destaque não somente na extensão da área e no efetivo do rebanho, mas também na capacidade de produção. Mas, muito embora já tenhamos avançado muito, ainda precisamos avançar mais. Boa parte das áreas de pastagens estão degradadas e, ou produzindo abaixo de seu potencial. Mas, a boa notícia é que já temos ciência e tecnologia suficientes para permitir a recuperação dessas áreas, que poderão, inclusive serem usadas para outros fins como lavoura ou reflorestamento, sem que isso comprometa nossos níveis de produção. Portanto, a intensificação de pastagens é uma realidade iminente. Cada vez mais estaremos pressionados a produzir mais e em menores áreas. Pastagens intensificadas promovem maior rendimento de carne e leite por área, com consequente aumento
Figura 1 – Numa mesma fazenda, é possível que existam pastagens diferentes, cada uma manejada com um nível tecnológico específico.
na rentabilidade e lucratividade, além do efeito de poupar a terra.
Mas, o que é intensificar pastagens? Talvez haja um confundimento acerca do conceito de “intensificação de pastagens”, uma vez que se acredita que sistemas intensificados são aqueles que trabalham com altas lotações. Embora, esse conceito não esteja totalmente equivocado, já que alta taxa de lotação é prerrogativa de sistema mais intensificado, vale ressaltar que intensificar uma área de pastagem é permitir que essa área produza mais do que vem produzindo. O ápice da intensificação são sistemas integrados, mas antes disso, outros passos precisarão ser dados. Portanto, a intensificação de pastagens é um processo contínuo, que usa a ciência e a tecnologia como aliados. Mas, não é possível intensificar sem que haja compreensão de qual o fator mais limitante da fazenda. Intensificar significa descobrir o que mais limita a produção e, a partir daí, iniciar o processo de melhoria.
Em relação a intensificação, vale ressaltar que, em uma mesma propriedade rural, normalmente existem pastagens manejadas com objetivos diferentes. Mas, uma fazenda intensificada, ou simplesmente um módulo dessa fazenda que esteja intensificado, passou pelos outros níveis de produção. Por isso, deve-se considerar a intensificação como parte do planejamento estratégico de uma fazenda. Desse modo, é possível a coexistência de pastagens manejadas intensivamente ou com alto nível tecnológico, bem como daquelas manejadas de forma extensiva ou com baixo aporte de insumos, em uma mesma fazenda (Figura 1). Isso é comum em fazendas de ciclo completo, onde áreas menos intensificadas são destinadas à cria e as demais à recria e engorda.
O que pode variar é a participação relativa de cada tipo de pastagem (baixo, médio ou alto nível tecnológico) na área total de cada tipo de fazenda.
Em pastagens de alto nível tecnológico, é primordial que o manejo do pastejo seja empregado de forma diferenciada, quando comparado aos sistemas de baixo nível tecnológico. E talvez seja esse, o maior gargalo para intensificação de áreas de pastagem no Brasil, uma vez que o manejo assertivo é a maior dificuldade nos sistemas de produção. Se ultrapassarmos essa barreira e aprendermos a manejar pastos, os índices brasileiros serão imbatíveis.
A intensificação de pastagens deve ser planejada de modo a ser executada de forma constante. Intensificar não significa necessariamente adubar, irrigar, dividir os pastos, pois sem manejo, não há possibilidade de intensificação. Portanto, para que possamos ter uma pecuária a pasto rentável e competitiva será primordial que nossas áreas de pastagens passem a ser manejadas de forma mais intensificada.
O guia serve de base para aumentar as discussões sobre o tema e leva educação à pecuária brasileira, tornando-a mais humana e produtiva.
Giovana de Paula giovana@mundoagro.com.br
AMesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) lançou em um evento on-line no último mês de fevereiro o “Guia de Recomendações Sobre Como Melhorar o BemEstar dos Bovinos no Brasil”.
Durante o encontro, a entidade promoveu um debate sobre práticas sustentáveis e tendências em bem-estar animal (BEA), fundamentais para o avanço da pecuária brasileira.
Participaram do evento Beatriz Pressi (Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável); Marcelo Ferreira, (Ceva), Ana Doralina Menezes (Angus/ MBPS); Carla Ferrarini (Beckhauser); Eduardo Pereira (Datamars); Everton Andrade (JBS/Friboi); Matheus Paranhos (BE.Animal) e Tâmara Borges (Minerva Foods).
O guia reúne dez recomendações práticas para melhorar a saúde e o bem-estar dos bovinos no Brasil. Além disso, o material apresenta conceitos fundamentais e explora as tendências mais relevantes no setor. A iniciativa reforça o compromisso da MBPS com a sustentabilidade na cadeia de valor da pecuária.
Marcelo Ferreira destacou que o guia tem o
objetivo de ser uma referência para a pecuária brasileira. “Quando o tema é sustentabilidade sempre existe um impacto muito grande tanto no mercado interno quanto para o mercado externo”, explicou. “No guia apresentamos conceitos e recomendações técnicas de manejo e bem-estar animal na bovinocultura de corte. São tendências mundiais relacionadas ao tema, chanceladas por renomados profissionais”, detalhou.
De acordo com Ferreira, o guia promove uma conscientização e capacitação na cadeia produtiva. “Vamos fomentar o avanço de projetos e políticas públicas, regulamentando o tema e promovendo a redução da dor e da mortalidade e sistemas produtivos mais sustentáveis”, disse.
O guia é resultado de um trabalho de mais de trinta anos de pesquisa e aprimoramento no assunto, explica Matheus Paranhos. “De maneira muito didática e prática, apresentamos recomendações gerais, inclusive com o devido cuidado com as diversas realidades encontradas no campo”, disse. “Já ficou comprovado que a saúde humana depende cada vez mais da saúde animal. É uma questão que amplifica o conceito de ‘saúde única’. É uma questão de sensibilidade
O guia serve de base para aumentar as discussões sobre o tema e leva educação à pecuária brasileira, tornando-a mais humana e produtiva.
e atitude, dentro de um interconexão ética e estratégica”, explicou.
Carla Ferrarini apontou que já há um aumento sobre a importância da discussão sobre o bemestar animal no campo. “Os principais atores do setor já se conscientizaram da importância da análise sobre o tema. Já há muita tecnologia disponível no campo para melhorar a prática do manejo de forma humana, segura e eficaz, inclusive gerando uma elevação nos índices produtivos”, disse. “Dentro de uma relação estreita entre o ser humano e o animal, conseguimos diminuir o estresse, aumentando o conforto para todas as partes envolvidas, o animal e os trabalhadores, dentro de um manejo racional”, pontuou.
Everton Andrade apresentou o ponto de vista da indústria. “É preciso levar cada vez mais educação para o setor pois o bem-estar animal impacta diretamente na imagem da pecuária”, disse. “É preciso destacar também que estes conceitos disponibilizam ao mercado uma carne de melhor qualidade. Acreditamos muito que a mudança é possível. É uma questão de hábito e cultura”, afirmou.
Para Eduardo Pereira, o cuidado com os animais
gera uma proteção direta aos trabalhadores. “É uma gestão de saúde e eficiência. Com uma gestão preventiva, vamos promover a produção de um animal com melhor rastreabilidade, individualizando os animais, com melhor qualidade de vida e menos índices de dor”, disse.
Tâmara Borges destacou em sua participação as exigências do mercado. “Há uma grande consolidação deste conceito, ano após ano, com um rígido mapeamento, com a exigência de respostas, visitas focadas em bem-estar animal, auditorias e, resumindo, é importante consolidar cada vez mais as informações de cada fazenda”, explicou.
Esse é o começo de uma grande jornada, na opinião de Ana Doralina Menezes. “O guia serve de base para aumentar as discussões sobre o tema. Queremos levar educação à pecuária brasileira, tornando-a mais humana e produtiva. Temos muitos desafios, principalmente quando envolvemos a mão de obra, como por exemplo, questões culturais. Temos que entender o trabalhador na fazenda, tornando seu trabalho mais inclusivo com treinamento e capacitação, desmistificando conceitos e gerando a evolução da cadeia produtiva de uma forma sustentável”, detalhou.
Para ter acesso ao guia, acesse o site da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável: www.pecuariasustentavel.org.br
OBem-estar Animal está relacionado à capacidade do indivíduo de se adaptar ao ambiente. Quando os bezerros são criados em ambientes favoráveis e com boas interações com os humanos, aumenta-se a probabilidade de adaptação ao sistema de criação e, consequentemente, garante-se o bem-estar ao longo de todo o ciclo de produção.
O cuidado com os bezerros começa antes do nascimento, com uma boa nutrição e a manutenção da saúde da vaca, o que reduz as chances de aborto e doenças metabólicas no pós-parto. Um adequado calendário de vacinação, combinado com o atendimento das necessidades nutricionais conforme o estágio gestacional, assegura ao neonato uma imunidade passiva de qualidade por meio da ingestão de colostro. Isso contribui para um melhor desempenho zootécnico e aumenta a taxa de desfrute do rebanho.
Um aspecto frequentemente negligenciado é a genética paterna, particularmente a escolha do touro. Seja por monta natural ou inseminação artificial, é muito importante realizar uma avaliação detalhada do potencial genético e do estado sanitário do reprodutor. O monitoramento contínuo da sua saúde é essencial para garantir a qualidade da prole e minimizar riscos à saúde do rebanho.
O controle da previsão de parto também merece
atenção, permitindo que o produtor monitore a vaca de perto e ofereça assistência durante o parto, se necessário. Além disso, adotar práticas de manejo que promovam interações positivas entre tratadores e bezerros, especialmente nas primeiras horas de vida, é fundamental para o bem-estar dos animais.
Após o parto, é importante verificar se a vaca oferece a devida atenção ao bezerro, garantindo o vínculo materno-filial. A ingestão adequada de colostro é essencial para a prevenção de doenças, assim como a desinfecção do umbigo com um produto apropriado, prevenindo infecções.
O desmame é um momento crítico de estresse para os bezerros e, por isso, deve ser conduzido com cautela. A intensidade desse estresse depende não só das condições de criação, mas também de como o processo de desmame é realizado. Estudos indicam que o estresse pode ser reduzido quando o desmame ocorre de forma gradual, evitando mudanças abruptas no ambiente e no manejo, que podem agravá-lo.
Por fim, a forma como os bezerros são manejados impacta diretamente a produtividade. É essencial que produtores e manejadores compreendam os comportamentos dos animais, permitindo a identificação precoce de mudanças comportamentais que possam comprometer a saúde e, consequentemente, a qualidade da produção.
Dra. Gisele Dela Ricci Colunista da Mundo Agro, Zootecnista, Mestra, Doutora e Pósdoutora em Ciência Animal
De acordo com a crescente importância do Bem-estar Animal no agronegócio, o Brasil tem avançado na implementação de legislações que promovem práticas responsáveis no manejo de animais de produção. Esse tema não apenas garante condições adequadas de criação e abate para os animais, mas também reflete no fortalecimento das cadeias produtivas, na proteção da saúde pública e na conquista da confiança de consumidores e mercados, tanto nacionais quanto internacionais.
Esse conceito está fundamentado no respeito às necessidades físicas, comportamentais e emocionais dos animais, e sua regulamentação no Brasil tem evoluído rapidamente. Embora o tema ganhe cada vez mais destaque no cenário nacional, é importante reconhecer que países da União Europeia já adotam legislações específicas há décadas, estabelecendo um padrão global
de manejo humanitário que alia qualidade na produção à segurança alimentar.
No Brasil, a Portaria nº 365 estabelece regras para o manejo dos animais antes do abate. Ela, junto com várias outras normas, como a Instrução Normativa nº 113, é fiscalizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essas legislações seguem os padrões internacionais da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), garantindo que o processo esteja de acordo com as melhores práticas globais. O principal objetivo dessas normas é garantir condições adequadas aos animais em todo o ciclo produtivo, alinhadas ao conceito de “bemestar único”, que considera a relação entre saúde animal, humana e ambiental.
A adoção dessas normas é essencial para a competitividade do agronegócio brasileiro, especialmente em mercados internacionais, como os europeus, que priorizam produtos oriundos de sistemas que respeitam o bem-estar animal. Para as empresas, atender às exigências legais vai além de evitar sanções: significa melhorar a qualidade do produto, reduzir perdas econômicas causadas pelo estresse dos animais e fortalecer a imagem corporativa como sustentável e ética.