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Georreferenciamento já é uma realidade na produção
Georreferenciamento já é uma realidade na produção de milho e soja em tempos e Pandemia Novas soluções e adaptações tecnológicas para prepara o setor de Agronegócios & Commodities para uma nova realidade
Qual é o novo cenário imposto pela pandemia quando o assunto é tecno logia no campo? O Bureau Veritas, líder mundial em Teste, Ins peção e Certificação (TIC), desenvolveu novas soluções e adaptou tecnologias para preparar o setor de Agronegócios & Commodities para esta realidade.
A iniciativa integra o programa Reinicie o seu Negócio com o BV. As atividades agrícolas ganharam mode los integrados de auditoria com etapas remotas e também presenciais sem contato algum pessoal entre pro fissionais e clientes. Satélite e aplicativos de georreferenciamento também integram os recursos adotados junto a novos procedimentos elabo rados para garantir a segurança e qualidade que marca a atuação do Grupo no Brasil e no mundo. “O se tor agrícola não pode parar. São quase 200 anos de história, acompanhando os desafios de cada tempo com soluções inovadoras e adaptan do recursos para garantir a segurança de colaboradores e clientes de áreas essenciais”, afirma Eduardo Kuhl mann, diretor da Plataforma Agri&Portuária Latam do Grupo Bu reau Veritas.
Com a chegada da pandemia ao Brasil, o Bureau Veritas desenvolveu uma metodologia digital com mais de 300 auditores trabalhando de casa para finalizar projetos que estavam em andamento. Novos modelos de atuação foram adotados para os pro jetos terem continuidade e para os que ainda não haviam começado.
O Grupo ingressa no mercado de auditoria para multiplicadores de se mentes de milho, soja e algodão já com um modelo integrado – remoto e presencial. A companhia passa a veri ficar 80% do mercado formado pelos bancos genéticos brasileiros, gerando ganhos de 30% para os clientes em redução de custos. O novo modelo es tratégico de auditoria voltado para esses segmentos representa 65% do mercado de Agronegócio.
O método antigo previa uma visi ta do auditor à sede da fazenda para entrevista e coleta de documentação com os produtores rurais. A partir de maio, todas as etapas de entrevistas e coleta de documentos passam a ser realizadas remotamente, bem como as parametrizações preliminares. Concluída essa fase, o profissional apresenta-se na portaria da proprie dade que será auditada, mantendo a distância mínima de 2 metros, e é di recionado com o aplicativo de georreferenciamento diretamente para a lavoura onde fará as medições, coleta de amostras, testes e demais procedi mentos. O restante do processo também é feito remotamente como a primeira etapa, até mesmo a coleta de assinatura do responsável é realizada eletronicamente.
O projeto envolve 250 auditores atuando sem nenhum contato pesso al entre profissionais ou clientes, garantindo a realização da auditoria de algodão com qualidade e segurança. Além do ganho de eficiência e agili dade, o novo modelo melhora a assertividade das informações obtidas e parametrização via digital.
O gerenciamento de dados por sa télite é outra iniciativa da empresa para o setor que assegura ao mercado que sejam avaliadas informações de talhadas dos processos agrícolas, como qualidade das lavouras para garantir que o local tem condições para receber sementes ou defensivos agrí colas, por exemplo. O diferencial está no know-how de acompanhamento de campo, além de antecipar as toma das de decisões do cliente em situações mais adversas.
Com o sistema, as empresas re cebem relatórios com um panorama das áreas de garantia de plantio com ferramentas e técnicas confiá veis, dados e insights transparentes. O novo modelo de auditoria oferece um atendimento mais rápido, ga rantindo mais segurança porque mitiga riscos em todo o processo desde a produção, armazenamento e entrega do produto.
Parâmetros para a troca de fase de ração Trocar ou não trocar, eis a questão
João Paulo Martins Chiquini.
Consultor de serviços técnicos em avicultura na Agroceres Multimix
Umas das decisões mais simples, cujo resultado pode gerar um grande impacto produtivo no sistema de produção de ovos é a troca de fase de ração. Embora seja um manejo corriqueiro, a ação ainda gera dúvidas e inseguran ças por parte de muitos avicultores.
Afinal, quando devemos rea lizá-la? Quais parâmetros seguir? Qual fase utilizar? Quais os resultados esperados ao fazê - -la? São questões que venho, por meio desse artigo, discorrer e tentar sanar.
A grande maioria dos artigos, tex tos referência, publicações e manuais, levam em conta o fator idade para a escolha da fase de ração a ser utilizada. Fator este que é amplamente adotado pelos produtores do merca do, tendo em vista a praticidade de utilizá-lo como parâmetro.
Mas será que olhar única e exclu sivamente para o fator idade é o mais correto? Será que com somente esse dado teremos alcançado a eficiência produtiva desejada? Uma pesquisa mais aprofundada, com conhecimen to de campo, te dirá que não.
O fator idade é um excelente parâ metro é deve ser sim levado em conta, porém devemos avaliá-lo mais criteriosamente para não ficarmos pre
*Os dados acima descritos têm como referência o manual da linhagem Nick Chick – H&N Interncional
sos a ele, pois cada caso é um caso, cada propriedade é uma propriedade e cada lote é um lote.
Quando tratamos de produção animal - de uma maneira geral e, mais especificamente a avicultura -, devemos sempre olhar o todo. Ter uma visão mais abrangente nos au xiliará na tomada de decisão mais correta. E a esse “todo” dá-se o no me de parâmetros zootécnicos.
Existem quatro parâmetros zoo técnicos - de maneira mais específica - que devemos analisar em conjunto com o fator idade, no momento da tomada de decisão da fase da ração a ser utilizada. São eles: peso médio do lote, peso médio do ovo, escore corporal e percentual de pro dução.
O peso médio do lote consiste na somatória dos pesos amostrados, di vidido pelo número de unidades amostrais. Deve ser feito por meio da pesagem das aves, de maneira aleatória, que nos permita ter uma abrangência de toda a extensão do galpão. A amostragem deve ser re presentativa, de modo que o número de aves amostradas nos possibilite uma boa interpretação do estado real do lote como um todo. Tendo esses pontos em vista, podemos adotar a seguinte regra: amostra gem= √(N) total de aves do lote.
O peso médio dos ovos segue o mesmo modelo de amostragem des crito acima.
O escore corporal visa analisar a condição física das aves e deve ser feito em conjunto com uma avalia ção do peso, em uma relação diretamente proporcional. Para uma correta avaliação de escore, devemos levar em conta os seguintes parâme tros: abertura de peito (feita via palpação do músculo peitoral e a quilha) e armazenamento de gordura abdominal e pericloacal.
Podemos classificar o escore em 4 níveis:
Nivel 1 (caquética): abertura de peito muito pequena, musculatura quase nula e sem reserva de gordura;
Nível 2 (ave magra): abertura de peito pequena, musculatura pouco desenvolvida e reserva de gordura pobre;
Nível 3 (bom): abertura de peito mediana, musculatura bem desen volvida e boa reserva de gordura;
Nível 4 (sobrepeso): abertura de peito grande, musculatura bem de senvolvida e reserva de gordura espessa.
O percentual de produção se ob tém por meio da relação entre o número de ovos produzidos pelo número efetivo de aves, multiplicado por cem. ( (n° ovos)/(n° aves ) x 100)
Uma vez determinados todos os parâmetros zootécnicos acima des critos, podemos então definir, com segurança, qual fase de ração deve ser utilizada para o lote em questão.
Para interpretar os parâmetros podemos levar em conta o manual da linhagem do lote que está sendo avaliado, buscando sempre manter os índices zootécnicos dentro do padrão descrito no manual em questão. Com isso chegamos a uma tabela base de troca de fases, apre sentada acima.
Os dados apresentados, como já dito anteriormente, se referem ao padrão, ou seja, aos índices zootéc nicos que devemos tentar sempre nos aproximar (haja visto que, no campo, os padrões são muito difí ceis de serem batidos devido a inúmeras variáveis). E o indicador que evidencia se está na hora de rever a fase da ração é justamente o distan ciamento dos índices reais em relação aos objetivados.
Exemplificaremos algumas situações a seguir:
1) Lote com 30 semanas, consumindo ração pico, peso médio de 1600g, peso do ovo de 55g, escore corporal nível 3 e produção de 96%.
Resposta: Manter o fornecimen to da ração pico. Pois as aves estão dentro do padrão. 2) Lote com 45 semanas de idade, consumindo ração postura 1, peso médio de 1670g, peso médio do ovo de 64g, escore corporal nível 4 e produção de 90%.
Resposta: Trocar a fase de ração para Postura 2, pois as aves e os ovos estão com peso acima do pa drão.
Com as colocações e os dados apresentadas acima chegamos à conclusão de que o manejo de troca de ração deve ser uma decisão mui to bem fundamentada.
Devemos olhar para o lote como um todo, analisando cada parâmetro, visando sempre manter o padrão, pa ra que possamos obter uma maior eficiência produtiva de nossos animais, gerando maiores lucros ao produtor.