TOP Magazine Edição 246

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Paloma Bernardi

pessoas / paloma bernardi por miro / profissão: fernanda feitosa, a criadora da sp-arte / perfil: o diretor de criação andré gola e a influenciadora silvia braz / lifestyle / o mundo fantástico do designer adhemar cabral / galeria vik milano / raffles istanbul / onde comer e beber em são paulo / beleza / ensaio nu: a modelo erika krutsh / seleção de cosméticos / moda / glauco cartoon para vestir / ítens clássicos repaginados / cultura / any gabrielly, o fenômeno brasileiro do now united / as atrações do #studiomundotop / o músico di ferrero + pôster

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Índice 14

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CULTURA

MODA

BELEZA

LIFESTYLE

PESSOAS

Índice 34

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Profissão

Paloma Bernardi

Perfil

Fernanda Feitosa trocou a carreira em um grande banco pelo mundo das artes. O resultado? Criou a SP-Arte

Filha de pai gaúcho e mãe nordestina, ela chama atenção por sua beleza e os lindos olhos verdes. Cliques feitos por Miro

A empresária e influenciadora Silvia Braz e o diretor de criação André Gola, da AlmapBBDO

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Mundo TOP

Arte e automobilismo

Novos restaurantes em São Paulo, o recém-inaugurado hotel Galleria Vik Milano e o luxuoso spa do Hotel Raffles Istambul

O designer e artista plástico Adhemar Cabral transformou sua paixão pelo automobilismo em arte

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Ensaio Nu

TOP Beauty

A modelo Erika Krutsh por Angelo Pastorello

Uma base perfeita para os esportistas, óleo vegano para acelerar o bronzeado, paleta multicolor e muito mais!

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Futilidades

TOP Trend

Top Trend

Os clássicos são reinventados em três novidades high-tech e um tarô de Salvador Dalí

As novas bolsas da Christian Louboutin e Salvatore Ferragamo, a coleção da Puma com o designer Karl Lagerfeld e mais novidades de luxo

As novas malas da marca suíça Victorinox, a inspiração da Louis Vuitton nos felinos e muito mais...

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Influencer

Di Ferrero

#StudioMundoTop

Com apenas 17 anos, Any Gabrielly já interpretou Nala no musical da Broadway O Rei Leão, deu voz a Moana e faz parte do grupo Now United

O cantor, compositor e frontman do NX Zero se lança em voo solo na indústria e conta sobre seu novo som

Confira os artistas que passaram por nosso studio durante este mês




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Colaboradores

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Quem Fez Robson de Almeida

Gustavo Lacerda Sua calma e concentração tornam o registro de imagens uma arte. Por aqui, o fotógrafo demonstra essa técnica tão particular em lindas fotos de Fernanda Feitosa

O gaúcho foi assistente de grandes maquiadores e hoje segue sua carreira solo. Para a TOP, ele assina a beleza de Paloma Bernardi.

Marcia Jorge Stylist e consultora de moda, já assinou o figurino de grandes campanhas publicitárias e editoriais de revista nacionais e internacionais. Para a TOP, ela colaborou para o Ensaio Nu.

Rafael Menezes Stylist queridinho das celebs, ele empresta seu olhar fashion para a nossa cover girl Paloma Bernardi

João Luiz Vieira Com 30 de experiência no jornalismo, já trabalhou na Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e TOP Magazine. Nesta edição, são dele as palavras sobre a modelo Érika Krutsh.

Erisson Rosati Jornalista especializado em estilo de vida, é professor de cursos livres na Universidade Belas Artes. Para esta edição ele assina a matéria sobre o publicitário André Gola.


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Publisher Claudio Mello Assistente de Direção Carolina Kawamura Redação TOP Magazine | Studio Mundo TOP Diretora de Conteúdo: Melissa Lenz Diretora de Arte: Rosana Pereira Editora Coordenadora: Simone Blanes Repórter: Vivian Monicci Assistente de Produção: Diego Almeida Estagiária de Arte: Luana Jimenez Estagiárias de Redação: Gabriela Testa Revisão Geral: Letícia Ippolito Projeto Gráfico Marcus Sulzbacher Lilia Quinaud Paulo Altieri Fabiana Falcão Colaboradores Texto Erisson Rosati, João Luiz Vieira, Renata Zanoni e Otávio Rodrigues Foto Angelo Pastorello, Bruno Trindade, Fábio Salles, Gustavo Lacerda, Marcelo Nunes e Miro Produção Dri Campos, Edson Valdoski, Eliseu Santana, George Gargiulo, Márcia Jorge, Mônica Santana, Rafael Menezes, Robson de Almeida, Simone Gomes, Tiago Francisco, Tina Ramalho e Thiago Rossetti Tratamento de Imagens Fujocka Creative Images, JC Silva Editora Todas as Culturas Diretores de Criação: Lucas Buled e Ricardo Polinésio Gerência de Assuntos Corporativos: Carolina Alves Produção Executiva: Carla Ferraz Projetos Especiais: Amanda Beraldi, Jéssica Andra e Tatiana Weinheber Relações Públicas: Dianine Nunes Circulação: Regiane Sampaio Planejamento Financeiro: Thiago Alves e Cezar R. Cruz Assessoria Jurídica: Bitelli Advogados Pré-Impressão: Editora Gráfica Nywgraf Distribuição: Dinap S.A. Top Magazine é uma publicação da Editora Todas As Culturas Ltda. Rua Pedroso Alvarenga, 691 - 14º Andar - Itaim Bibi - Cep 04531-011 - São Paulo/SP Tel.: (11) 3074 7979 As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da revista. A revista não se responsabiliza pelos preços informados, que podem sofrer alteração, nem pela disponibilidade dos produtos anunciados.




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Cultura

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Top Five UMA SELEÇÃO DAS MELHORES ATRAÇÕES MUNDIAIS DE MÚSICA, ARTE E EVENTOS

QUASE NORMAL

BYE, BYE, KISS

ARTE NACIONAL

A atriz Monique Alfradique está de volta aos palcos em 2020 com a peça Como Ter Uma Vida Quase Normal, inspirada no livro Como Ter Uma Vida Normal Sendo Louca, de Camila Fremder e Jana Rosa. Em cartaz no Teatro Nair Belo e dirigida por Rafael Primot, a comédia retrata a vida de uma mulher contemporânea de 30 e poucos anos tentando sobreviver nos dias de hoje, depois de passar por decepções amorosas, fracassos profissionais e experiências nada convencionais no mundo virtual.

Com 45 anos de carreira, o Kiss é uma das bandas de rock mais conhecidas de todos os tempos. Já recebeu 28 discos de ouro, vendeu mais de 25 milhões de álbuns só nos Estados Unidos e mais de 100 milhões pelo mundo. Com sucessos como Detroit Rock City e Psycho Circus, e conhecida por suas maquiagens e efeitos especiais durante os shows, a banda se prepara para sua turnê de despedida End of the Road Tour. No Brasil, eles tocam em maio nas cidades de Porto Alegre (12), Curitiba (14), São Paulo (16), Ribeirão Preto (17), Uberlândia (19) e Brasília (21).

Considerado o pioneiro do abstracionismo no Brasil, o pintor Antonio Bandeira (1922-1967) ganha exposição homônima no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud, a mostra reúne cerca de 60 trabalhos de diferentes fases. Desde as primeiras pinturas figurativas, passando pelas aquarelas e guaches da década de 1940, até os trabalhos mais experimentais da década de 1960, com fitas adesivas ou jornal, até as grandes telas de tramas, criadas nos últimos anos de sua carreira.

Entre 12 e 21 de maio de 2020. ingressorapido.com.br

Até 1o de março de 2020 mam.org.br

De 11 de janeiro a 16 de fevereiro. tudus.com.br


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BILLIE EILISH NO BRASIL Com apenas 18 anos, Billie Eilish já atingiu o topo das paradas musicais. Ela já foi indicada para seis Grammy Awards, entre elas de Artista Revelação, Álbum do Ano, Música do Ano e Canção do Ano com Bad Guy, nº 1 da Billboard Hot 100 em 2019. Além de se tornar a artista mais jovem a ser indicada nas principais categorias do prêmio, ela conta também com uma música na trilha sonora da série 13 Reasons Why. A cantora americana vem ao Brasil com sua turnê Where Do We Go?, nos dias 30 de maio, em São Paulo, e 31, no Rio de Janeiro.

Em cartaz até o dia 8 de março de 2020 no Museo Salvatore Ferragamo, em Florença, na Itália, a exposição Sustainable Thinking explora a sustentabilidade da marca italiana, que sempre utiliza materiais naturais, reciclados, inovadores, usa técnicas ecologicamente corretas e agora compartilha com o público uma perspectiva artística sobre o tema. A mostra busca inspirar e conscientizar os visitantes sobre o meio ambiente, por meio de obras de artistas e designers de moda internacionais que usam materiais orgânicos e reciclagem criativa. Além disso, projetos, seminários e workshops sobre o tema são oferecidos ao público.

Dias 30 e 31 de maio de 2020. eventim.com.br

Até 8 de março de 2020. ferragamo.com

MUSEU SALVATORE FERRAGAMO




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Lifestyle

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Mundo Top UMA SELEÇÃO DE TUDO O QUE INTERESSA SOBRE AVENTURA / MODA / ARQUITETURA / JORNALISMO / HOTELARIA / WELLNESS / GASTRONOMIA E MUITO MAIS

EXPEDIÇÃO PELOS EXTREMOS Quark Expeditions apresenta sua nova e mais rápida embarcação A companhia líder mundial em aventuras polares há mais de 25 anos leva para conhecer a Antártida e o Ártico. A boa-nova é o World Explorer, um híbrido ecologicamente correto com tecnologia de motor elétrico/diesel Rolls-Royce, que minimiza ruídos, que viaja para os lugares mais

remotos do planeta e acomoda até 176 passageiros. Ele conta com seis categorias de suítes, com tamanhos que vão de 20 a 33 m². Destaque para a Owner’s suíte, a mais luxuosa, que tem cama de casal, varanda, sala de estar — com sofá, geladeira, TV e sistema de última geração — e banheira. Além dos passeios, dentro do navio os viajantes contam com bar, biblioteca, academia, piscina de água salgada, pista de caminhada, sauna,

spa da L’Occitane, teatro e um minicassino. Em junho de 2020, o navegador Amyr Klink e sua esposa e fotógrafa Marina Klink acompanharão a

viagem para o Ártico. Essa experiência custa a partir de US$ 7.890 por pessoa. quarkexpeditions.com


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CARTOONS PARA SEMPRE

As obras do cartunista Glauco foram eternizadas em uma coleção de roupas Com um projeto de e-commerce, as obras do cartunista Glauco Vilas Boas agora ficam eternizadas em itens de vestuário e peças colecionáveis. Quem está por trás do projeto nomeado Glauco Cartoon é a esposa do artista, Beatriz Galvão. A ideia original foi desenvolvida por Glauco e seu filho Raoni e, agora, dez anos depois, tornou-se realidade. Com uma coleção de roupas que recebeu a consultoria de moda de Sonia Kiss e conta com três modelos de camisetas, dois de moletom e um

ARQUITETURA EM LIVRO O renomado arquiteto João Armentano mostra obras em seu primeiro livro Com mais de 30 anos de experiência, João Armentano lança coletânea de projetos de arquitetura e design de interiores pela Zeta Editora, que reúne 18 trabalhos entre os anos de 2007 e 2018, com espaços que primam pelo conforto e a beleza. Entre as obras do arquiteto estão casas na cidade e no campo, apartamentos e o design de interiores do Hotel Unique. Conhecido por lançar tendências, Armentano sempre se destacou por não seguir

o convencional. Com um estilo único, o público pode ver suas obras mais significativas em todo o Brasil e também no exterior. O primeiro livro de sua carreira convida o leitor a dialogar e percorrer os principais espaços de sua trajetória. Valorizando a ilumi-

nação natural, linhas minimalistas e materiais sustentáveis, ele diz: “Visualizo a fachada, a relação do volume com o terreno, o jardim e com o que o morador vai ver quando estiver sentado no sofá de seu living ou deitado em sua cama”. zetaeditora.com.br

vestido. Além das peças de vestuário, mais de 3 mil peças podem ser compradas, entre elas canecas, tapetes e pôsteres. O responsável pelo styling das fotos e dos vídeos de divulgação é o estilista Dudu Bertholini. No site ainda consta uma parte chamada Glauco Amigos, que traz outros grandes cartunistas, e amigos de Glauco, como Laerte e Angeli, que também desenvolvem produtos, além de relembrarem o que sempre foi considerado como a Santíssima Trindade do cartoon brasileiro. As peças custam, em média, R$ 120, e as entregas são realizadas no Brasil e no exterior. glaucocartoon.com.br


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Lifestyle

NOVA ESTRELA NO TIME DA PAN

Thaís Oyama é o novo reforço no time de comentaristas da Jovem Pan. Ela passa a integrar a bancada do programa 3 em 1, ao lado de Josias de Souza e Rodrigo Constantino. “É um privilégio participar do debate político do país num momento tão importante. E fazer isso nos canais de vídeo, áudio e nas redes sociais da Jovem Pan, uma das mídias mais influentes no Brasil”, diz. Ex-redatora-chefe da Revista Veja, fez matérias no Afeganistão, Irã, Coreia do Norte, China e Japão, além de uma série de entrevistas para a seção Páginas Amarelas, expe-

riência que resultou no livro A Arte de Entrevistar Bem (editora Contexto). Também tem passagens pela Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e TV Globo. “É um desafio começar do zero. Estou muito contente. Cometi todos os erros a que tem direito um aprendiz”, diverte-se Thaís, que contou ter gaguejado e deixado vazar áudio em sua semana de estreia: “Também atravessei o apresentador e olhei para a câmera errada. Espero já ter esgotado o repertório de erros pra começar a acertar”, sorri a jornalista, que estreia sua nova fase em um momento-chave do grupo Jovem Pan, que se consolidou como case de transformação digital na América Latina.

tempo para curtir os restaurantes. O Vikissimo serve refeições orgânicas o dia inteiro, o SPOtto fica em um pátio e tem ampla carta

de bebidas, e a pizzaria I Dodici Gatti, no topo do edifício, proporciona vista privilegiada para a cidade. galleriavikmilano.com

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Thaís Oyama estará no 3 em 1

ARTE DE RECEBER Vik Retreats inaugura hotel na Galleria Vittorio Emanuele II Localizada no centro histórico e construída entre 1865 e 1877, a famosa galeria é um dos pontos mais emblemáticos de Milão pela sua arquitetura, com vitrais no teto, piso de mármore e uma enorme cúpula central que liga a Piazza del Duomo à Piazza della Scala. Ali fica o Galeria Vik Milano, primeiro empreendimento do renomado grupo Vik Retreats fora da América do Sul. São 89 suítes, cada uma delas tem decoração única, incluindo obras de arte e peças de artistas italianos, uruguaios e internacionais, além de murais pintados à mão,

afrescos e uma mescla de móveis contemporâneos e antigos. A ideia é apreciar a arte onde quer que você esteja. Vale reservar um


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RELAX NO BÓSFORO Um spa cinco estrelas no luxuoso Raffles Istanbul Bem no coração da cidade mais visitada da Turquia e com vista para o Estreito, o hotel tem um spa de 3 mil m². O espaço, assim como a cidade, conta com

PARCERIA ENTRE GIGANTES Fogaça e François Perret trazem A Taste of Ritz Paris para o Brasil A fusão da culinária brasileira com a francesa pode dar bons frutos. E com os

influência da Europa e da Ásia em seu menu de tratamentos e na decoração dos ambientes. Além disso, a maior parte das áreas comuns recebe luz natural, enquanto as salas de tratamento privado ficam à luz de velas e trazem mais aconchego. Os visitantes podem desfrutar de três

chefs Henrique Fogaça, jurado do MasterChef Brasil, e François Perret — chef pâtissier do hotel Ritz Paris e premiado como melhor da categoria do mundo em 2019 —, fica ainda melhor. Os dois criaram

hammams (banhos turcos), suítes para casais e sete salas com equipamentos de última geração. Com áreas separadas para homens e mulheres, um dos diferenciais, ainda existem banheiras de hidromassagem, banhos a vapor e varandas privativas. A piscina climatizada, digna de fotos para o Instagram, também é outro atrativo. Ele funciona todos os dias das 7h até as 22h. raffles.com/istanbul/spa/

uma experiência única no evento que celebrou a parceria entre o icônico hotel e Fogaça, que no primeiro semestre de 2020 ministrará uma aula sobre culinária brasileira na École Ritz Escoffier. “Vou levar

ingredientes nacionais, mas ainda estou desenvolvendo. As culinárias se encontram na delicadeza e harmonia dos sabores e nas técnicas. Foi bacana criar um menu com o François, um cara muito simpático e profissional”, conta o chef brasileiro. “O Brasil é um país muito acolhedor e que gosta de açúcar. Há vários ingredientes que chamaram a minha atenção, como as frutas magníficas e maduras. Criar um cardápio com Fogaça foi um momento único, ele abriu as portas de seu restaurante e fez de tudo para que nos sentíssemos bem. Sonho com a oportunidade de um novo encontro”, afirma François Perret com exclusividade à TOP Magazine.


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Lifestyle

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ARTE E GLAMOUR Época de ouro francesa inspira novo restaurante de São Paulo Influenciado pela Belle Époque, o Antonella fica em uma sofisticada mansão vitoriana no Jardim Paulista. A casa

reúne alta gastronomia e coquetelaria, pensada por jovens executivos do Grupo PHD Entretenimento e Antonio Oliva, filho de José Victor Oliva, um dos grandes nomes da noite paulista. A ideia é ser um espaço para experiências, com cenário pensado

detalhe por detalhe com esculturas, pinturas, flores e velas. Dando destaque para a fachada da casa, o projeto arquitetônico foi assinado por Gilberto Criscuolo. E o jardim vertical com flores que mudam conforme a estação foi pensado pelo paisagista Andre Pedrotti. O restaurante de gastronomia mediterrânea, com um menu assinado pelo chef

Mack Novais, funciona no primeiro andar, ao lado do bar com uma carta de drinques desenvolvida pelo mixologista Matheus Cunha. Para eventos exclusivos, o segundo andar também está à disposição. Na Cúpula, um clube somente para membros, inspirado em em casas de Londres e Paris. @antonellamaison

os açafrones, receita exclusiva feita com leite como base e açafrão. Também serve diversas opções de matchá. Puro, com leite quente, com morango e limão, tem para todos os gostos. Os sanduíches surpreendem, como ciabatta de melão, parma, queijo minas e

aceto balsâmico ou um queijo quente feito com brie derretido, cebola caramelizada e picles de couve-flor. O restaurante foi pensado para aliar a rapidez de um fast-food a uma atmosfera acolhedora com um cardápio exclusivo. @heydaisy.sp

HEY DAISY Sabores inventivos e agilidade em novo restaurante de São Paulo faela Fujiwara e Beatriz Com ambiente descontraído, a primeira fun di- Barthasar, que usaram tons de amarelo e balcão ning do Baixo Pinheiros, em São Paulo, oferece um em granilite cor-de-rosa para dar um ar vibrante espaço para aproveitar o horário de almoço e fugir ao imóvel dos anos 1950. O cardápio tem opções do ambiente cinza dos saudáveis e para todas escritórios. O Hey Daisy as horas do dia, como pertence às amigas Ra-


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DELÍCIAS NA GRELHA RAÍZES AMAZÔNICAS Lendas, folclore e gastronomia da região ganham a capital paulista Com uma fusão entre a culinária da Amazônia e de países como França, Espanha e Portugal, o restaurante Amazônico leva a uma viagem de sabores. O espaço também conduz

a uma experiência sensorial, através de um cenário interativo, recebendo apenas 11 pessoas por vez. No comando das panelas estão os chefs Jhosy Bitencourtt e Antonio Comarú, criando um menu com ingredientes típicos da região, especialmente do Pará. restauranteamazonico.com.br

Misturas inovadoras do Côl Especializado em frutos do mar na grelha ou forno de carvão, o Côl promete ser um dos queridinhos no Itaim Bibi, em São Paulo. Com referência à palavra coal em inglês, que significa carvão, o menu conta com entradas, como ostras frescas e lula à dorê

TODOS AMAM GIM Uma casa que celebra o gim alemão Monkey 47 O Monkey Bar tem uma proposta intimista e cool, e desponta como novo hotspot no Itaim Bibi, em São Paulo. Instalado em uma casa de 1920, na Rua Jerônimo da Veiga, acomoda até 48 pessoas sentadas. Destaque, obviamente, para as bebidas criadas com o Gim Monkey 47, batizadas com nomes de personagens famosos do mundo dos macacos. O King Kong, por exemplo,

é feito com esse gim premiado, licor Benedictine, suco de laranja e xarope grenadine de sementes de romã. O Monkey 47 traz uma combinação de ervas nativas da Floresta Negra, com notas florais e frescor de frutas cítricas. No cardápio, aposte no agnolotti de burrata e frutos do mar à pro-

vençal. O local é comandado pelos sócios Gutti Camargo, Rico Mansur, Ruly Vieira e Thiago Camilo, e tem projeto arquitetônico do designer alemão Rudolf Piper, que buscou através do paisagismo levar o conceito de floresta para o ambiente. @monkeybarsp

empanada na farinha de arroz com salsa de pimentão defumado. Na parte dos pratos principais, os visitantes podem experimentar um atum selado na grelha a carvão com purê de repolho roxo, aspargos grelhados e redução de frutas vermelhas. O ambiente tem dois pisos, contando também com um bar, que oferece uma carta de drinques autorais. colrestaurante.com.br




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Profissão: Fernanda Feitosa FORMADA EM DIREITO, COM MESTRADO LÁ FORA E FAZENDO CARREIRA EM UM GRANDE BANCO, ELA PREFERIU MUDAR E SE DEDICAR AO MERCADO DA ARTE, CRIANDO UM EVENTO QUE É UMA OBRA-PRIMA


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Por Otávio Rodrigues Fotos Gustavo Lacerda Beleza Eliseu Santana

”Notei que São Paulo reunia alguns elementos que permitiriam o desabrochar de uma feira de arte à semelhança das que acontecem em Basel ou Nova York”

5 min

Fernanda Feitosa diz que tinha o Direito como projeto de vida. “Era o que eu queria, mesmo”, vai contando. Depois de se formar pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (também conhecida como Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), tida como a melhor do Brasil nessa área, fez mestrado em Direito Internacional na Universidade de Boston, nos Estados Unidos. Então casou, teve filhos e seguiu trabalhando na promissora esfera de banking law, assessorando brasileiros com papéis no exterior, além de empresas de tecnologia e startups. Mas sua história ganhou outros matizes em 2000, com a mudança da família para Buenos Aires, na Argentina. “Voltei quatro anos depois. E mudei de profissão.” Não seria improvável que a guinada tivesse trazido de volta a atleta dos anos 1980, recordista brasileira e sul-americana nos 200 e 400 metros no nado medley. O caminho escolhido por Fernanda, contudo, ainda precisava ser aberto: uma feira de arte em São Paulo. Ela percebeu a demanda pela profissionalização desse mercado no país, a necessidade de mais acesso ao conhecimento e de formação de um público especializado. Pensou então em congregar artistas, galeristas, curadores, merchands, críticos e demais agentes desse universo, misturando nomes nacionais e internacionais. E teria de ser um evento que também atraísse professores, estudantes e, claro, novos colecionadores. “Eu tinha um business plan. Nada de começar em um lugar e ir para outro, ou ter de mudar a data a cada ano. Queria criar uma identidade de local e de agenda. Porque para ser internacional, tem de acontecer sempre na mesma data, além de caber no calendário das grandes feiras de arte — que somam mais de 200 todo ano.” Foi com essa ideia na cabeça e uma maquete nas mãos que ela chegou ao Pavilhão da Bienal, onde um ano depois estrearia a SP-Arte — hoje consagrada aqui e lá fora e citada entre as mais importantes do gênero. Rumo a sua 16a edição em abril de 2020, a SP-Arte cresceu tanto que nem feira é mais. “Agora é um festival. Desde 2017, a gente vem ocupando a cidade em parceria com galerias e ateliês.” Abraçando o mundo Por trás dessa camada de tinta, vamos descobrir que Fernanda teve uma infância inspiradora, entre obras de arte adquiridas pelos pais e a convivência com um tio, pintor talentoso. “Roberto Feitosa, artista importante nos anos 1970”, ela conta. “Lembro de passar finais de semana com ele, que sempre me incentivava: ‘Pega um pincel’. E eu desenhava, acompanhando essa realidade do artista sem saber do que se tratava. Fui a algumas de suas exposições aos 12 ou 13 anos, tenho essa memória afetiva.” Outros detalhes vão surgindo. O marido, sócio de uma consultoria empresarial, é colecionador e atual diretor-presidente do Masp. “Adotamos a arte como um hobby, um laço de interesse comum”, diz Fernanda. “Desde que éramos namorados, sempre gostamos de ir a museus, galerias, mostras… Quando morávamos na Argentina, fizemos cursos de arte juntos.” Ela acredita que essa intimidade com exposições, bienais e feiras internacionais a colocou em um circuito de convívio cativante e enriquecedor, o que acabou por alimentar a ideia de um grande evento por aqui. “É o mesmo que acontece com quem gosta de música, literatura ou selos, que vai se aprofundando naquilo… Fui tomando gosto sem antever nada.” Corriam os primeiros anos do


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milênio e, como Fernanda bem lembra, o país surfava no otimismo. “A gente estava querendo abraçar o mundo.” O olhar sensível a luzes e sombras não deixou passar a oportunidade. “Notei que São Paulo reunia alguns elementos que permitiriam o desabrochar de uma feira de arte à semelhança das que acontecem em Basel ou Nova York. A cidade tinha arte local, os intermediários dessa arte, gente profissional trabalhando no setor, além de um público jovem, com potencial de compra, interessado em arte moderna e contemporânea.” Ela conhecia o terreno e viu que estava fértil. “Havia um número expressivo de galerias já profissionalizadas, ou seja, com espaço aberto à visitação, boa programação. E algumas já frequentavam esse circuito internacional, como Thomas Kohn, Luiz Strina, Raquel Arnaud, Milan, e as galerias então chamadas Brito Cimino a Fortes Villaça. Enfim, havia um conjunto de galerias que investia em seus artistas, publicava, fazia exposições frequentes.” E assim, também, ela acreditava que o Brasil tinha moral para sediar um evento. “A história da arte brasileira é muito rica. Vamos pensar em D. Pedro II, que trouxe a fotografia. Vamos pensar na Imperial Escola de Belas Artes, na Biblioteca Nacional, na Semana de 22… Além disso, temos talentos modernos, uma produção muito boa em pinturas e esculturas. Enfim, para além do antiquariado, que ainda era a linguagem naquele momento, estava na hora de fazer um evento que também olhasse para a arte contemporânea, para uma nova geração de colecionadores.” Não acaba quando termina Já na estreia, em 2005, a SP-Arte trouxe 41 expositores nacionais e apenas um internacional. Em 2019, foram 130 nacionais e 34 internacionais, com 14 países representados. Curadores e galeristas de renome hoje têm o Brasil na agenda. “Hauser & Wirth, David Zwirner e White Cube, entre outras galerias importantes, passaram a representar artistas brasileiros.” De início, o evento se espelhava prudentemente nos melhores, mas logo incorporou inovações, como visitas guiadas gratuitas, ciclo de palestras e até uma revista. “Lá fora, visitas guiadas são pagas pelo público em geral e franqueadas para os vips”, explica Fernanda. “A gente faz gratuito para todos.” Outra sacada foi abrir espaço para expositores da área editorial. “Não havia isso em outras feiras pelo mundo, mas passaram a fazer.” A tela de fundo continua sendo o icônico Pavilhão da Bienal, mas como a SP-Arte já não cabe em si, hoje avança sobre o Parque do Ibirapuera com um setor de instalações e se espalha pela cidade em iniciativas como a Gallery Night e o Circuito Ateliês Abertos. Fernanda concebeu a SP-Arte para não acabar quando termina. “O evento é como que uma plataforma de visitação. É curto, mas é uma semente, uma combustão inicial. Há quem compre ali na hora, mas tem o posterior, o pós-feira — quase tão importante quanto o próprio evento. O encontro desses personagens, dos críticos aos compradores, tende a produzir efeitos ao longo dos meses seguintes.” Assim como a revista, com duas edições impressas anuais e versão online, o site da SP-Arte colabora para dar continuidade ao evento, com páginas para galerias e artistas, overviews, muita informação e conhecimento. “À medida que educa, fomenta.” Como em qualquer empresa, ela conta que o projeto exigiu algum investimento para decolar, mas que hoje é autossustentável. “Temos um mix de patrocínios, recursos da venda de espaços, bilheteria... Mas nada de comissão de vendas — nenhuma feira trabalha com comissão.”

“Uma coisa é educação artística, outra é arte mesmo. Arte não se limita a brincar com massinha nem aquarela. Tem todo um movimento por trás”


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Além das telas Da planície da mesa de reunião, onde recebe nossa reportagem, Fernanda tem uma visão privilegiada do igualmente amplo escritório da SP-Arte, no Itaim Bibi. Trabalham ali 21 pessoas, entre jornalistas, arquitetos, designers e administradores. Durante o evento, outros 40 profissionais fortalecem essa brigada — sem falar nas centenas de outros contratados pelos expositores, como marceneiros, montadores e moldureiros. Os curadores mudam a cada dois anos. “São quatro convidados, um para cada setor. Tem o setor Solo, que foca em apresentações individuais de artistas em meio de carreira; o Masters, com apresentações individuais ou em diálogo com vários artistas que, como o nome diz, já alcançaram importância histórica em sua produção; o setor Performance, com cinco apresentações selecionadas; e o setor de instalações, o OpenSpace, introduzido este ano, que ocupa o Parque do Ibirapuera.” Não bastasse, em 2007, apenas dois anos depois de ter criado a SP-Arte, Fernanda lançou a SP-Foto, plantando o conceito do evento-mãe no âmbito da fotografia. “Aí também, a gente tem uma boa história no Brasil, especialmente a que veio junto com o Modernismo nos anos 1940, o Foto Cine Clube Bandeirante, de onde saíram Geraldo de Barros, German Lorca… E temos muitos fotógrafos jovens atuando.” A SPFoto acontece no Shopping JK Iguatemi, não é tão grande quanto o festival de arte, costuma ter entre 30 e 40 expositores. “É um universo menor, mas muito intimista. Reúne editoras, galerias, traz obras de natureza mais acessível, a depender da tiragem. O acesso é gratuito e o fato de acontecer em um shopping o aproxima do público, desperta a curiosidade.” Fernanda defende o ensino da arte. “Uma coisa é educação artística, outra é arte mesmo. Arte não se limita a brincar com massinha nem aquarela. Tem todo um movimento por trás — aspectos sociais, aspectos políticos —, e isso é vivido e transportado para a produção cultural e artística do país. Não dá para dissociar arte e educação. Por isso buscamos incluir cada vez mais pessoas nos eventos, temos tanto material informativo e oferecemos gratuidade na mostra de fotografia. Arte e cultura são construções coletivas. À medida que a educação avança, as próprias pessoas vão percebendo a necessidade de participar da vida cultural do país, não só como cidadãos, mas como produtores.”

”Não dá para dissociar arte e educação”

Para além do investimento Fernanda Feitosa conta que viaja bastante, tenta acompanhar as feiras mais prestigiadas. “Existem dois tipos de feiras interessantes: aquelas em que você não conhece absolutamente nada, daí descobre coisas novas, e as que trazem o que você conhece muito bem, o que é bacana.” Ela pensa um pouco antes de elencar suas preferidas. “Gosto da SPArte”, diz, abrindo a lista sem tons pastel. “Gosto da Art Basel, em Basel [a feira suíça hoje é como uma franquia, roda o mundo], das feiras da Cidade do México, Londres… Falta ir a Joanesburgo — que eu gostaria de conhecer por lá, mas acontece junto com a Bienal de São Paulo, não consegui ainda.” Os filhos, como é de imaginar, também adoram arte. “Ela cursa design, ele economia. Os dois respiram arte, gostam, participam das decisões de compra.” Em casa, ela conta, há várias obras adquiridas de galerias, mas não como investimento. “É algo voluntário. A gente gosta de arte, então compra arte.” Asssitente de beleza Tiago Francisco


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Fenômeno Pop FOTO JULIA RAMOS

ELA DEU VOZ À MOANA, INTERPRETOU NALA NO MUSICAL DA BROADWAY O REI LEÃO, E É A ÚNICA BRASILEIRA NO GRUPO POP NOW UNITED, DE SIMON FULLER, CRIADOR DAS SPICE GIRLS. HOJE, AOS 17 ANOS, É UM SUCESSO MUNDIAL Por Simone Blanes Fotos Divulgação @anygrabriellyofficial

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“O horizonte me pede pra ir tão longe. Será que eu vou? Ninguém tentou. Se as ondas se abrirem pra mim de verdade. Com o vento eu vou. Se eu for, não sei ao certo quão longe eu vou.” Em qualquer lugar que esses versos forem entoados, a identificação é automática: trata-se do refrão de Saber Quem Sou, principal canção do filme Moana — Um Mar de Aventuras. “É realmente impressionante como mudou a minha vida. E de várias formas: da carreira até meu relacionamento com as pessoas. Foi quando realmente percebi que elas olhavam o que eu fazia e se inspiravam em mim”, diz Any Gabrielly, dona da voz da princesa no Brasil e, acreditem, é a cara da personagem. “Todo mundo me pergunta se fui escolhida para dublá-la porque parecia fisicamente com ela. Gente, não tem nada a ver não. Foi coincidência”, sorri. Mas se for pensar, dá para apontar algumas semelhanças entre Any e Moana, que vão muito além da aparência. Para começar, assim como a filha do chefe da tribo na Polinésia, a performer é superempoderada. “Eu acho incrível ser autoconfiante. Antes eu tinha um pouco de insegurança por causa da minha altura. Nem salto eu usava, e agora, olha só”, diz apontando suas botas brancas de saltos altíssimos. “É maior que eu.” Outra coisa que ela tem em comum com a heroína da Disney é ser mundialmente famosa. Com 1,5 milhão de seguidores no Instagram, Any é a única brasileira do Now United, grupo pop criado por Simon Fuller, fundador das Spice Girls. “No começo, eu tinha um pouco de medo dele, nem respirava. Mas depois, conhecendo melhor, digo que é um cara muito legal”, conta a performer que, ao lado de mais 13 membros de diversas nacionalidades, em novembro de 2019 passou pelo Brasil com a turnê Dreams Come True. Detalhe: com ingressos esgotados em Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. “Adoro o que faço. Me intitulo performer porque faço teatro, cinema, dublagem, tudo. Gosto de estar no palco e realmente fazer um show.” Um mar de fãs Nascida em Guarulhos, em São Paulo, Any Gabrielly, 17, começou a carreira aos oito após uma tia, que trabalha com musicais, perceber o potencial da menina. “Eu cantava pelos cantos da minha casa até que ela ouviu e passou a me ensinar as notas musicais. Lembro bem quando tentava aprender os vibratos.” Hoje, Any é um verdadeiro fenômeno pop. No #StudioMundoTOP, por exemplo, foi um dos recordes de audência: “Tento passar para os meus fãs que sou igual a eles. Tem muitos que vêm atrás e fazem algumas ‘loucurinhas’, como uma menina nas Filipinas que amava meu cabelo, e num meet and greet, começou a puxar e gritar ‘I love your hair’”, diverte-se. Mas ela entende bem esse amor todo, afinal de contas, se intitula fã número 1 de Beyoncé. “Já assisti a um show dela em Los Angeles e não teve como não gritar e chorar. Fiquei muito perto, ela é perfeita”, suspira a artista, também apaixonada pelos musicais da Broadway. “Está no meu coração, amo dar vida aos personagens dessas montagens incríveis como a jovem Nala, do Rei Leão, que fiz aqui no Brasil. Foi meu primeiro grande trabalho, e quando acabou, chorei muito. Fiquei devastada, achei que a minha vida tinha acabado ali (risos).” Que nada! Logo depois veio a Chica da série Buu, no canal Gloob, e Moana, aos 13 anos, que a projetou internacionalmente, sem contar o Now United, do qual faz parte do elenco fixo. “Agora sei que vou ser cantora o resto da minha vida. Gosto muito do showbizz.” E o que falta? “Cantar com a Iza. Ou a Beyoncé, já pensou?”, sorri. Por que não? Como diz Moana: “O horizonte me pede pra ir tão longe...”

“Agora sei que vou ser cantora o resto da minha vida. Gosto muito do showbizz”

Any Gabrielly, a performer, em cenas de seu cotidiano: “Faço teatro, cinema, dublagem, tudo. Gosto de estar no palco e realmente fazer um show”


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DONA DE UMA BELEZA ESTONTEANTE, PALOMA BERNARDI É CASO PARA ALBERT EINSTEIN EXPLICAR. “A BELEZA NÃO OLHA, SÓ É VISTA.” FILHA DE PAI GAÚCHO E MÃE NORDESTINA, É A MISTURA QUE DEU TANTO SAMBA QUE É IMPOSSÍVEL NÃO OLHAR, NÃO ADMIRAR, NÃO SONHAR...

Por Simone Blanes Fotos Miro Styling Rafael Menezes Beleza Robson de Almeida 7 min @palomabernardi /palomabernardi.oficial


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Já disse Albert Einstein: “A beleza não olha, só é vista.” Uma reflexão do pai da Teoria da Relatividade que cai como uma luva para Paloma Bernardi. “Acontece muito de eu chegar nos lugares e dizerem que não preciso de maquiagem, que já acordo linda, mas não é assim. Sou uma mulher como todas as outras. Tem aqueles dias que levanto com o pé esquerdo, estou cansada. E tenho olheiras — olha aqui”, sorri, mostrando a parte inferior dos belos olhos verdes, mas entregando ali mesmo que desde sempre teve que encarar essa questão social de ser simplesmente linda. Ela vai além e insiste: conta sobre o bullying que suportava na infância. “Confesso que sofri um pouco por causa do meu cabelo cacheadão. Eu era a única assim e ganhava alguns ‘apelidinhos’, como espantalho e Valderrama (exjogador de futebol conhecido pela vasta cabeleira). Mas a minha mãe (a artista plástica Dil Bernardi) me ensinou o valor de ser diferente, então nunca me afetou de uma forma muito pesada”, conta. Enquanto ela falava, porém, eis que a garota com look despojado do dia a dia dava lugar à mulher estonteante, que, elegantemente montada com roupas pretas e justas, fazia emergir uma musa caprichosamente bela, vaidosa e sensual. Naquele momento, via-se Paloma começar a incorporar uma personagem para a câmera e vender uma fantasia digna de aplausos, mas com algo que é dela e não muda, independentemente da produção: por onde passa, Paloma atrai todos os olhares, graças à sua beleza fora da curva e de padrões hollywoodianos. Sim, estamos falando de beleza em estado puro. E não tem como falar com Paloma sem tocar nesse assunto. Até porque a atriz está no auge de sua beleza. E disso ela entende — tinha apenas 4 anos quando começou a trabalhar com publicidade. “Querendo ou não, já lidava com a beleza e com as artes de alguma forma”, atesta a atriz da série O Escolhido, da Netflix, sob o aval do pai, o empresário Nestor Bernardi. “Ele diz que não nasci, eu estreei”, divertese, abrindo aquele sorriso que nos encantou desde a primeira vez em que ela entrou na redação Mundo TOP para fazer uma live. Com vocês, uma das estrelas mais linda e

cheia de graça... “Que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar...” Ao te ver, não tem como não reparar em sua beleza. Sempre foi linda assim? Meus pais falavam que meus olhos chamavam muita atenção quando eu era criança. Era aquele bebê que parecia uma bonequinha, o olho chegava na frente, sabe? Por isso, eu comecei a trabalhar muito cedo com publicidade, e querendo ou não, já lidava com a beleza de alguma forma. Na escola, confesso que sofri um pouco por causa do meu cabelo cacheado. O famoso bullying. Mas não me afetou profundamente porque a minha mãe me mostrava que eu era apenas diferente, e isso tinha o seu valor e a sua beleza. O mais importante é se amar do jeito que você é. E eu preciso me sentir bonita, não adianta só as pessoas me verem assim e eu não. E o que te faz se sentir mais bonita? Acho que vai além da beleza externa. Vem de dentro. O que alimenta meu dia é minha família, o trabalho, as conquistas, o humor... Isso faz a beleza aflorar. Todos somos belos, temos uma beleza particular, só que ela só vai se destacar se, de fato, estiver dialogando com a parte interior. Não adianta nada ser muito linda por fora e vazia por dentro. Não ter conteúdo, não ter um humor bacana, chegar a algum lugar e fazer com que as coisas pesem. Então eu procuro trazer o que eu sou, buscar paz, alegria, união. E rezo muito para que tudo dê certo. E dos outros, o que faz teus olhos brilharem? A mesma coisa. O carisma, o humor, o jeito de levar as coisas. Quando chega uma pessoa esnobe, metida, com uma energia pesada, torna-se feia num estalar de dedos, e eu prefiro passar longe. Quais são suas referências de beleza? Angelina Jolie é uma mulher maravilhosa. Brooke Shields também, me comparavam muito com ela quando eu era criança. Aqui no Brasil, a Ana Paula Arosio e Alinne Moraes. Você tem um quê de Rita Hayworth... Uma vez eu pintei o cabelo de vermelho,


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na época da Rosângela (Salve Jorge – 2012), que diziam isso. Tem beleza que parece ser desenhada, né? (risos) Na sua opinião, essa beleza veio da mistura de suas origens gaúchas e nordestinas? Sim, eu sou uma mistura totalmente brasileira. Meu pai é gaúcho e minha mãe é pernambucana, então me vejo nessas extremidades do Brasil. Tenho isso não só no tipo físico, mas na essência. Minha família do Sul é muito tradicional, muito raiz. Meu nono ainda vive na colônia, próximo da natureza, é algo muito forte. Lá tomo chimarrão, vinho, como queijo, salame, churrasco. Meu pai tem 17 irmãos, então vou na casa de cada um para visitar e comer, né? (risos). Sou muito boa de garfo. Já do Nordeste, tenho essa veia artística, esse jeito solar e essa alegria de viver. A minha mãe dançava no Balé Popular de Recife, então eu fiz balé, jazz, fui vicecampeã da Dança dos Famosos. Tenho a dança muito forte em mim. Por que resolveu ser atriz e não dançarina? Meu pai disse que não nasci, eu estreei (risos). E a minha história é aquela de alguém ver no shopping, chamar para fazer um desfile para a loja tal, e nisso conhecemos a dona de uma agência chamada Dois Tons. Desde criança me vejo dentro de um set. Fiz meu primeiro comercial com 4 anos, dos ovos de Páscoa Lacta. Depois Yakult, sandalinha da Xuxa, Bubbaloo cereja... Fui garotapropaganda da Giovanna Baby durante anos. Minha brincadeira era sair da escola e ir aos testes. Eu gostava de me ver no estúdio, em frente às câmeras. Tinha muita desenvoltura, fazia teatro na escola, a questão artística era forte em mim e meus pais sempre me apoiaram. Quando chegou na parte de decidir o que queria ser quando crescesse, eu já sabia. Seria atriz. Me formei em artes cênicas e em Rádio e TV, para ter um plano B. E hoje temos as redes... Eu sou viciada em redes sociais. Adoro Instagram, é uma forma de me aproximar do público. Converso com pessoas de vários cantos do mundo. A gente invade a

casa delas com frequência, então ter esse contato é muito bacana. Porém, todavia, contudo, entretanto, é terra de ninguém, né? As pessoas falam o que querem, o que pensam, às vezes desrespeitam, não aceitam uma opinião ou uma crença, então tenho alguns cuidados na internet: só exponho aquilo que quero. Mas o povo é curioso... Os fãs já querem saber o que estou fazendo... Sim, você é uma atriz que tem muitos fãsclubes fiéis. Engraçado que isso é mais com cantores... Eles estão doidos para saber deste ensaio. Viu no dia da live? Acho maravilhoso, porque são pessoas que têm um carinho gratuito por você. Sempre converso com eles: não podem deixar de viver a vida de vocês. Já cheguei a conversar até com mãe: olha, meu filho não está estudando. Aí mandei mensagem no direct do Instagram: se você não estudar, não vou mais falar com você (risos). E eles ficam desesperados (risos), mas têm que viver a vida deles. Mas eu acho que é assim porque eu, de fato, mantenho próximos. Todo ano procuro me encontrar com eles em algum lugar. Este ano, fomos andar de bicicleta no Ibirapuera. E no último encontro, o Marquinhos, do Paloma Minha Rainha, me perguntou: se eu fizer algo beneficente em Caruaru, você iria? Eu vou. Sou superaberta a questões sociais. Ele montou um evento para 1.500 pessoas, me levou e a gente atendeu duas ONGs, uma de crianças com câncer e uma casa de idosos carentes. Tenho certeza de que isso vai continuar. Eles sabem como se ligar à minha pessoa: pela solidariedade, por esse contato que eu promovo de alguma forma... Falando em causas sociais e ambientais, apoia algumas como o Noronha Plástico Zero, Noronhe-ZE, a ONG Ampara Animal, além de campanhas de prevenção ao câncer. O que te move a se engajar e qual é o maior benefício que leva para sua vida? Deus é tão bom comigo que seria muito egoísta da minha parte ter tanta coisa e não poder compartilhar com o próximo. Acho que o mundo tem que deixar de olhar só para o próprio umbigo e assim fazermos


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um mundo melhor, seja pela questão animal, ambiental, social. Não dá para viver só no nosso quadradinho. O mundo é muito maior do que isso. Sou madrinha de algumas ONGs, ajudo financeiramente, com presença e de forma ativa mesmo. Isso veio dos meus pais. Eu sou católica e desde pequena já ia com a minha mãe ajudar nessas atividades das pastorais que atendem moradores de rua, mães solteiras, idosos, crianças. Hoje, com a visibilidade que eu tenho, pelo que sou, pelo que conquistei, tenho a oportunidade de fazer isso de forma mais ampla. Tudo precisa de cuidado. Vamos falar de sua carreira. Você já fez papel de boazinha, bíblica, vilã. E o seu sonho de personagem, qual seria? Graças a Deus eu tive essa oportunidade de viver da boazinha à mazinha, da santa à prostituta. Agora, na série O Escolhido (Netflix), estou vivendo uma grande heroína, uma médica que enfrenta barreiras e leva a medicina para as regiões mais distantes e precárias, então está sendo especial. Mas vou te contar: na segunda temporada, eu fiz a cena mais nojenta da minha vida. Existe um momento de cura ali, que acontece através de uma baba que o ator joga na minha boca. Tem muita gente perguntando como é que fizemos isso, mas gente, foi real: dois takes reais que ele encheu a boca de saliva, jogou na minha boca e desceu goela abaixo. Depois dessa, posso dizer que sou uma atriz visceral (risos). Mas sonho, tenho vontade de viver algum personagem doente, que me tire da zona de conforto, que saia da beleza, da vaidade. Nessa série já vivenciei um pouco disso porque não é o rosto bonito que vem na frente, sabe? Mas queria fazer um papel com alguma doença ou deficiência. Da série O Escolhido e para a Paloma: ciência ou fé? Fé. Eu sou movida a fé, já presenciei milagres. Meu pai foi curado de câncer no estômago. Antes mesmo de fazer a cirurgia, o pólipo grande que ele tinha virou uma bolinha de ervilha. Lembro que minha mãe acionou todas as amigas do grupo de oração, e eu acredito muito nesse poder. E do pensamento positivo

também. Acho que a fé move montanhas, mas o humano está aí com todo o seu conhecimento e experiência para trazer a ciência para somar. Acho que uma coisa complementa a outra, mas meu ponto de partida é sempre a fé. Você é devota de Nossa Senhora Aparecida... Sou sim. Procuro uma vez por ano ir ao santuário. Converso com ela todo dia (risos). E sempre me atende, não tenho dúvidas disso. Eu digo que meu dia começa em oração, já com o terço na mão, pedindo e agradecendo para que dê tudo certo. Você fez duas novelas bíblicas, mas em Apocalipse era casada com o anticristo. Isso não te incomodou? Pois é, eu que sou tão ligada à fé fui casada justamente com o Diabo na novela (risos). Fui parar no Inferno. Mas aí é outra história. Profissionalmente, estou aberta a viver qualquer tipo de personagem, do bem ou do mal. É claro que teve uma carga bem pesada, mas a gente tem que desligar essa chavinha e viver aquilo só no set. Eu posso sair cansada, destruída como qualquer outro dia de trabalho, mas chego em casa, tomo um banho, faço uma oração e está tudo certo. Nas duas novelas bíblicas que eu fiz, passei horrores porque era vilã, numa delas matei meu pai, queria matar a irmã, mas deixava tudo no estúdio. Para 2020, quais as novidades? Eu tenho lido alguns roteiros de cinema e de teatro, mas ainda não sei pra onde vou (risos). Deixa virar o ano. E o namoro com o Dudu, vai bem? A clássica pergunta: pretendem se casar? É um desejo seu entrar na igreja de branco? Quer ter filhos? Vai bem, obrigada (risos). Sim, quero. Não sei quando, mas faz parte dos meus planos ter uma família e ser mamãe. Amo crianças, tenho uma sobrinha maravilhosa que hoje é a alegria da família: a Alicinha, tem 2 aninhos. Ela é uma Palominha, tem o cabelinho cacheado igual ao meu, é filha do meu irmão, mas é parecida comigo.


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O que gosta de fazer quando está offline? Eu vou muito ao teatro. Este ano assisti a 26 peças. É minha maior alegria. Chego a ver umas três peças por semana. Além de me alimentar como atriz, é lazer também. E gosto de ficar em casa, de estar com a família e daquele prazer de não fazer nada. Quero só acordar, comer, assistir a um filme, deitar, dormir, acordar, comer (risos).

viveu, suas relíquias, as mulheres que passaram por sua vida... E gosto porque ele tem um poema muito forte voltado para o feminino e o amor.

Um filme, uma série, uma peça, uma música, um livro... Filme: A História de um Casamento, que assisti agora e é muito bacana. Série, além de O Escolhido, a Você, que está estreando a segunda temporada. Adoro um suspense. Peça tem uma lista, mas destaco Cordel de Amor sem Fim, que fala sobre o amor puro, verdadeiro, e que hoje está tão descartável, né? Assistir a essa peça foi um carinho no meu coração. Música, adoro MPB: Maria Gadú, Anavitória, Thiaguinho, Tiago Iorc, Ana Vilela. E livro, Os Quatro Compromissos – O livro da Filosofia Tolteca, de Don Miguel Ruiz, que nos dá dicas de como lidar com a vida em diversas situações: como se resguardar, se pronunciar, se blindar e como manter o pensamento positivo para alcançar metas.

O que jamais vai mudar em você? A minha essência. Vou sempre ser a mesma Paloma, independentemente de onde estiver. Eu posso alcançar as estrelas, mas sempre terei os pés no chão. Tudo na minha vida é assim, de plantar as sementes. E cada uma tem seu tempo de florescer, frutificar. Sou persistente, luto e consigo.

E poesia, soube que gosta de Pablo Neruda... Pois é, visitei o museu dele no Chile. Já tinha lido alguns poemas, mas foi bom descobri-lo através do lugar em que ele

Produção de moda Edson Valdoski

Assistente de fotografia

Mônica Santana e Dri Campos

Produção executiva

Carla Ferraz e Dianine Nunes

Video

Tiago Rossette

Assistente de video George Gargiulo

Agradecimento Adhemar Cabral

Catering

Simone Gomes

O que é mais importante na vida? Deus. E se amar acima de tudo. “Pois amor é feito espelho. Tem que ter reflexo”, como diz Pablo Neruda. (risos)

Você já foi capa de caderno... O que escreveria hoje no caderno de sua vida? Hoje eu vibro e agradeço por tudo aquilo que pedi lá atrás. Sabe assim? Quando fui essa capa de caderno, desejava ser tudo que eu sou hoje. Me lembro, por exemplo, de escrever no meu primeiro diário, um endereço do Rio de Janeiro que nem existia. Projetava morar lá porque ia fazer novela. De alguma forma eu já escrevia aquilo que eu queria ser, alcançar, e hoje agradeço porque, de fato, estou construindo uma história que sempre sonhei. De capa de caderno à capa da TOP! Nossa, isso é muito TOP!


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Em sentido horário, a partir da seta: Paloma no Carnaval de 2017 como Rainha de Bateria da Grande Rio; no museu de Pablo Neruda, no Chile, 2019; interpretando Luiza no filme Aldo (Mais Forte Que O Mundo), de 2016; no papel de Maria na peça Eles Não Usam Blacktie (2018); com o namorado Dudu Pelizzari na Chapada dos Veadeiros, 2019; no cartãopostal do Rio de Janeiro; em momento de paz em Fernando de Noronha




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Tem Brilho no Olhar EM CONSTANTE REINVENÇÃO, SILVIA BRAZ AMA O QUE FAZ, FOGE DE QUALQUER FÓRMULA PRONTA E ENTREGA O SEGREDO PARA SE MANTER NO TOPO NA INTERNET Por Vivian Monicci @silviabraz

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“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.” Essa é a frase que a influenciadora e empresária Silvia Braz usa para descrever a si própria no seu blog. De fato, em poucos minutos de conversa, é possível compreender o motivo de sua identificação com as palavras de Clarice Lispector: Silvia é apaixonada pela vida que leva e realiza seu trabalho com amor e brilho no olhar. Mas, assim como qualquer mulher do século 21, tem seus momentos de tempestade e calmaria, de se dividir em mil versões para equilibrar da melhor forma possível seu papel de mãe e profissional. Em constante aperfeiçoamento e reinvenção, a criadora de conteúdo de 39 anos foge de qualquer fórmula pronta e entrega o segredo para se manter no topo há tantos anos: buscar sempre uma narrativa própria. De Campo dos Goytacazes para o mundo A influenciadora já está em São Paulo há cinco anos, mas é natural de Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Vem de uma família de fazendeiros e de mulheres fortes. “Sempre fui extremamente


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comunicativa, gostava de ser a líder da turma, a capitã do time do jogo, de fazer conexões entre as pessoas. E gostava muito de moda. Tenho uma avó paterna que sempre foi uma referência grande para mim como uma mulher forte, independente e à frente de seu tempo, mas também muito elegante. Eu passava as férias na casa dos meus avós e me lembro dela andando pela casa de turbante na cabeça. Achava o máximo aquele colorido e a alegria que ela imprimia nas roupas. Até hoje, percebo o jeito dela em mim, tinha um estilo único e com muita personalidade”, relembra. Os anos passaram, Silvia se formou em direito, mas logo descobriu que as leis não eram a sua paixão. “Achei que era uma área já muito desgastada. Em 2010, aconteceu esse movimento dos blogs e da internet e achei que ali eu teria um espaço bacana para falar com um maior número de pessoas. Mas nunca projetei aonde isso chegaria. Fiz porque queria me comunicar, gostava de moda, de receber, viajar e dividir isso com as pessoas.” No mesmo ano, ela montou seu blog homônimo e passou a se aventurar nas dores e delícias do mundo online. A grande mudança, entretanto, aconteceu com a chegada do Instagram, que alavancou sua carreira. Hoje com um público de mais de 560 mil seguidores na rede social, em que divide conteúdos de moda, viagem e lifestyle, Silvia tem, sem dúvida, muito mérito por seu trabalho, que a cada dia busca se diferenciar do atual e populoso meio dos influenciadores. “Eu produzo conteúdo com uma narrativa muito própria. Com tantas pessoas legais fazendo as mesmas coisas, é fácil replicar e pegar o jeito de outros colegas, então é um cuidado diário ter uma narrativa exclusivamente minha, o meu ponto de vista”, ressalta. “As minhas seguidoras me veem como uma mulher normal com família, que tem uma vida como a delas. Sou casada, tenho três filhas, tenho o biótipo da brasileira... Existe uma identificação delas comigo.” Papo de mãe para filhas Silvia equilibra sua vida profissional intensa e corrida com seu papel de mãe de três filhas (uma de 5, uma de 14 e uma de 19 anos). No meio de tanta badalação e do glamour do mundo da moda, ela acha imprescindível ter sempre um papo reto com as meninas sobre o que é, de fato, o seu trabalho. “Eu tento explicar que, apesar de serem lindos os lugares onde eu circulo e as roupas que eu uso, isso é o meu trabalho realmente, eu não estou brincando ou passeando, estou me dedicando a isso. Está claro para elas que, para a gente conquistar qualquer coisa na vida, temos que trabalhar muito, ralar mesmo, mostrar nosso conteúdo. Querendo ou não, a moda tem muita vaidade, por isso é um trabalho contínuo que eu tenho em conversar com elas, olhar no olho, e mostrar que é bacana você querer ser bonita, mas isso não é o mais importante”,

“Minhas seguidoras me veem como uma mulher normal, que tem uma vida como a delas. Sou casada, tenho três filhas e o biótipo da brasileira”


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pontua. “Tratar as pessoas com generosidade, ter o pé no chão, estudar muito, trabalhar, fazer o que ama... Isso é o principal. Elas veem que tem brilho no meu olhar, sou feliz fazendo o que faço, embora muitas vezes eu sinta uma angústia de não conseguir equilibrar com perfeição o trabalho e a minha família. Mas eu, particularmente, não me cobro tanto. Não mais. Já aceitei esses desafios e sei que essa perfeição não existe nem para mim, nem para ninguém.” 2019 brilhou! Para ela, este ano foi o mais importante na sua carreira, recheado de momentos especiais. Participou do Festival de Cinema de Veneza, em que foi a brasileira escolhida para atravessar o red carpet com Jaeger Le Coultre, um dos patrocinadores do evento, e marcou presença no Festival de Cannes, a convite de Armani Beauty. “Foi um ano que, além das marcas nacionais com que eu já trabalho, comecei um relacionamento com grifes estrangeiras muito relevantes.” Apesar de ter uma ligação antiga com a Maison Dior, neste ano Silvia compareceu aos desfiles de todas as temporadas de moda de 2019, inclusive na altacostura, quando participou da colheita do jasmim em Grasse, berço da perfumaria mundial, onde são produzidos os perfumes da Dior. Além disso, a DVF (Diane von Fürstenberg) convidou alguns nomes globais para darem dicas de seus respectivos países, e Silvia foi a brasileira escolhida para recomendar São Paulo. Por falar em terras nacionais, parcerias de peso por aqui também não faltam: Iorane, Pat Bo, Carol Bassi, Luiza Barcelos e marcas autorais com grande potencial, como a Aluf, pela qual ela se apaixonou. Vem, 2020! “Eu percebo que 2020 será um ano muito bom, não só para, mim mas para todo mundo. Estou superanimada, pois tenho muitos projetos legais que vão se concretizar ao longo do ano”, faz suspense e continua: “Um deles é uma coleção assinada com uma marca”, finaliza sem dar mais detalhes e nos deixa na curiosidade. “Também quero transformar meu blog em um site e ter pessoas convidadas para escrever. Eu realmente não consigo me desdobrar em mil como precisaria, e tem muitas pessoas bacanas com pontos de vista interessantes. Quero ter uma pessoa que viaje muito e que conte a sua experiência, uma dermatologista que dê dicas para as minhas seguidoras...” Ama o trabalho e ponto final “Hoje eu vivo exclusivamente do meu trabalho e amo o que faço. Viajo muito, é uma rotina puxada e desgastante, mas me dá muita alegria, me sinto realmente privilegiada de ter um trabalho, de ser feliz com ele e de ter um retorno tão bacana.” E aproveita para deixar a sua mensagem para os que desdenham de sua profissão: “Eu ainda percebo, em algumas pessoas, essa ideia de que o trabalho do criador de conteúdo é algo amador e superficial. Por trás disso tudo existe um trabalho muito pesado, de formiguinha, é importante essa conexão que nós fazemos. Nós, influenciadores, lidamos com marcas e multimarcas, disseminamos as novas tendências, geramos desejo nos consumidores e, consequentemente, vendas. E quando isso acontece, estamos falando de gerar emprego, de uma fábrica aumentar a sua produção... É um trabalho fundamental hoje em dia nessa roda da moda. É 100% profissional e de grande valia pra esse mercado”. Falou e disse!

“Com tantas pessoas legais fazendo as mesmas coisas, é fácil replicar e pegar o jeito de outros colegas, então é um cuidado diário ter uma narrativa exclusivamente minha”


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Na Linha do Sucesso DIRETOR DE CRIAÇÃO DE UMA DAS MAIORES AGÊNCIAS DO BRASIL, O PUBLICITÁRIO ANDRÉ GOLA REDESCOBRIU NA ARTE UMA FORMA DE ALIVIAR A PRESSÃO E RECONECTAR-SE COM O MUNDO


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Por Erisson Rosati Fotos Divulgação @andregola

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Desde cedo, o lápis e papel foram os melhores amigos de André Gola. Ele passava horas a fio rabiscando pequenas cidades. Filho de uma artista plástica e de um empresário do ramo da moda, sempre teve referências artísticas. “Meus pais incentivavam meu lado criativo. Lembro-me de minha mãe envolvida com trabalhos manuais. Tricô, linhas, telas”, diz. O gosto pelo desenho ganhou força quando conheceu o trabalho de chargistas como Ike, Paulo e Chico Caruso. “Analisava as charges e tentava fazer algo parecido”, comenta André, que teve a chance de conhecer Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. “Fiz uma pasta enorme, com vários desenhos. Quando ele viu, disse que precisava treinar mais.” Mas Gola não ficou triste. Pelo contrário! Ali descobriu algo que marcaria sua trajetória. “Ele me levou ao departamento de desenhistas, mas quando vi toda aquela gente copiando exaustivamente os mesmos personagens, percebi que não era para mim. Eu queria criar minhas histórias e personagens.” Assim, seguiu por um caminho autodidata, treinando estilos novos de desenho que aprendia nos livros. Tornar-se publicitário não estava em seus planos. “Passei na prova de arquitetura, mas como era um curso novo, não teve quórum. Me ofereceram uma vaga em comunicação social e topei.” Nesse período, trabalhou como vendedor na M. Officer, onde “aprendeu a entender o que as pessoas buscam quando vão comprar um produto”. Quando se formou, foi atrás de uma grande agência. Algo difícil pela pouca experiência, mas que o levou a ter a ideia de montar o site Trampolim, que conectava jo-

“Virei publicitário por acidente”


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Com traços simples, forte linguagem gráfica, de linhas puras e ausência de palavras, André Gola consegue levar sua arte mais longe. Um de seus personagens mais famosos é o Suadinho

vens talentos com grandes nomes e empresas do mercado. “Era o começo da democratização da internet, e a gente não percebia como estávamos sendo pioneiros.” Fez barulho e essas conexões acabaram lhe trazendo a tão sonhada posição em uma grande agência. Em 2002, entrou na Publicis, depois passou pela Leo Burnett e chegou à AlmapBBDO, onde hoje é diretor de criação, com várias campanhas de sucesso no portfólio, que inclui marcas como Volkswagen, Pepsi, Bradesco Seguros, Doritos e Visa. Paralelamente, Gola viu seu estilo de desenho tomar vida sob a orientação de Denis Kakazu, que considera um de seus mentores. Traços simples, forte linguagem gráfica, de linhas puras e ausência de palavras. “Fazia do cotidiano de agência, por isso batizei meu boneco de ‘rough man’. E tinha um toque de humor”, diz ele, que em 2011 começou a postá-los nas redes sociais e viu a possibilidade de levar sua arte mais longe. Em 2014 veio a grande virada, quando Gola publicou algumas charges no jornal britânico The Guardian. “Meu trabalhou passou a ter outra dimensão e, com isso, veio o desejo de levar meu traço para outras mídias, além do papel.” Também teve sua primeira exposição individual, First Exhibition, que contou com cartoons originais, esculturas e intervenções em objetos na apArt Private Gallery, lançou a série Voyers e o filme-arte Life as a Leaf. No ano seguinte, passou a colaborar com o jornal Folha de S.Paulo. Fora seu trabalho de criação na AlmapBBDO, que seguia a todo vapor: alçou voos altos com o sucesso de uma série de filmes para a Havaianas, além de assinar uma instalação na principal loja da grife em São Paulo. Sua vontade, contudo, era fazer arte nas ruas, algo que tomou corpo quando conheceu o grafiteiro Eduardo Kobra. “Expressei minha vontade de levar meus desenhos para a rua e um dos contatos


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dele me ofereceu uma parede para pintar no Boulevard Olímpico, no Rio. Mesmo com a agenda apertada, topei na hora!” Depois veio Miami, quando saiu batendo de porta em porta até encontrar alguém que permitisse a intervenção, e São Paulo. “Ia pintar o muro de manhã cedinho e depois corria para a agência.” Em Londres, convenceu a dona de uma casa noturna a ceder uma parede para sua arte, assinou um mural dentro de uma comunidade do governo britânico e criou uma obra em Norwich. Nesse processo, o traço do diretor de criação ganhou personalidade. “Um dos elementos presente em meus trabalhos são gotinhas. E um dos meus personagens sempre tinha quatro gotinhas saindo da cabeça. O pessoal da agência brincava: e aí, o ‘suadinho’? Adotei o nome e criei uma série de produtos com ele”, conta. O sucesso foi tanto que o Suadinho foi até tema de palestra em Moscou. Era 2018. Com tantos projetos, Gola não percebeu a aproximação de uma hidrocefalia que o obrigou a operar às pressas. “Engraçado que o Suadinho sempre teve a cabeça desproporcional, com gotinhas saindo dela. Durante tanto tempo desenhei um personagem que se vê em apuros com as situações e pressões do cotidiano. Irônico, não?” A colocação de uma válvula no crânio parecia ter resolvido, mas, meses depois, um segundo susto: um coágulo no cérebro e mais uma operação de emergência. “Se na primeira cirurgia acordei introspectivo, nessa voltei cheio de ideias. Nos 20 dias de recuperação, produzi uma série de desenhos”, relembra o artista, que uniu duas técnicas japonesas para expressar o que viveu: o Wabi-sabi — tudo é transitório e imperfeito — e o Kintsugi, restauração em peças de cerâmica usando uma liga de ouro. “Hoje, aceito as coisas como são e incorporo em minha arte.” Na vida pessoal, também é assim: cada vez mais reserva tempo para si, a esposa e as duas filhas. Da arte, ele quer mais. Mas sem pressa. Pretende levar seus traços para outros países, ganhar as ruas com seus murais e mostrar o Suadinho em uma série de produtos, incluindo uma parceria com o Cuca Legal, iniciativa do médico Rodrigo Bressan. “Fala da importância de manter a mente sadia nessa correria pós-modernidade. Tem tudo a ver com o que eu faço”, diz.

“Todo profissional dessa área deveria ter um trabalho autoral. É importante para aliviar o ego, servir de válvula de escape, e ajuda na concentração e criatividade”


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Alguns exemplos de obras e produtos de André Gola com o personagem Suadinho. Ele conta que o desejo de levar seu traço para outras mídias, além do papel, veio após publicar algumas charges no The Guardian, em 2014


Então, por que fazemos isso? Por que inventamos qualquer desculpa para sair por aí? E por que, mesmo depois que acabamos de voltar de uma viagem, já ficamos sonhando com a próxima? Você sabe o porquê. É pela sensação. Pela liberdade. Pelos momentos inesquecíveis que passamos sobre duas rodas sentindo o vento bater no rosto. Por sempre pegar o caminho mais longo para casa. Pela viagem, pelo trajeto, pela aventura.

FO R THE R IDE @triumphbr

triumphmotorcyclesbr

@TriumphMotorcyclesBrasil


No trânsito, dê sentido à vida.


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30 Anos em 3 GEMINIANA, ERIKA KRUTSH É SOLAR. DE CAPÃO BONITO, DESBRAVOU ÍNDIA, TAILÂNDIA, FILIPINAS. E AGORA ESTÁ DE VOLTA PARA CASA... SORTE NOSSA! Fotos Angelo Pastorello Modelo Erika Krutsh Styling Marcia Jorge Beleza Eliseu Santana


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Erika veio nos ensolarar com seus olhos quentes e radiantes, como os dias que nascem primeiro no lado oriental do mapa-múndi


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Aquele 1,76m de mulher, porém, não ficou muito tempo exibindo suas pernas capãocompridas do Paraná ao Rio Grande do Sul. O destino não seria São Paulo, a práxis do mercado, mas o além-mar: Índia, Tailândia, Filipinas...


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Por João Luiz Vieira @erikakrutsh

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Três. A numerologia rege que ele é sinônimo para criatividade e comunicação, hábil em vários veículos de expressão humana. Figura na vida de poetas, radialistas, jornalistas, atores e músicos. Quem por ele é influenciado tende a ser otimista, generoso, autoconfiante, cheio de positividade e perspicácia. É um Sol em terra, por assim dizer. Será que funciona para uma mulher como Erika Krutsh? I “Everything aligns in divine time”, postou ela num tempo divino qualquer, numa rede social dessas que nos enfatizam. Um tempo a favor de decisões solares, características que estão grudadas nos nascidos sob o signo de gêmeos. Erika veio nos ensolarar com seus olhos quentes e radiantes, como os dias que nascem primeiro no lado oriental do mapa-múndi. No dia 9 de junho de 1989, há precisas três décadas. Não por acaso, em um município que usa adjetivo autoconfiante: Capão Bonito, o portal da Mata Atlântica, quinto maior município do Estado de São Paulo. Há 30 anos, quando Erika ganhou seus olhos rasgados de tanta luminosidade, frutos do encontro de uma brasileira e um alemão, foi detectada pela primeira vez o nascimento de outra estrela pulsante. Não era de São Paulo, como Erika, mas do universo. Uma estrela, de fato, surgida dentre os restos da supernova 1987 A. No mesmo ano em que a modelo se tornava uma capão-bonitense (mais adequado, pensamos todos, seria chamá-la de capão-belíssima) caía o Muro de Berlim e o planeta renascia. De novo, mais belo, como Erika. Por decisão maternal, porém, seus raios só começaram a brilhar 18 anos depois. II Iolanda. O nome da mãe de Erika surge a partir do latim viola, que, por sua vez, tem origem no grego íole. Tem como significado “violeta”. Na botânica, designa uma flor que se destaca pela sua beleza e é conhecida em praticamente todos os jardins. No campo dos símbolos, a cor representa equilíbrio e lucidez. Iolanda, a mulher que ofereceu essa alegoria para reforçar o brilho de Erika, usou seu equilíbrio e lucidez para decretar que ela, sim, seria modelo, mas só depois de adulta. Mas o alvará só se deu quando Erika ficou em segundo lugar em um concurso de beleza no Paraná, onde morava com Iolanda e o padrasto. Com o endosso dos jurados sem nome de flor em relação à sua beleza, os primeiros raios de sucesso: fotos, desfiles, um atrás do outro. Aquele 1,76 m de mulher, porém, não ficou muito tempo exibindo suas pernas capão-compridas do Paraná ao Rio Grande do Sul. O destino não seria São Paulo, a práxis do mercado, mas o além-mar.

Camareira

Tina Ramalho

III Uma agência de modelos indiana foi encandeada de tanta luz e a tirou do Brasil aos 21 anos. Foi o começo de um aprendizado: como viver três meses em um país, mudarse para o outro e manter as mesmas três malas, ou, em outras palavras, transportar a própria casa em esteiras de check-in? Primeiro foi a Índia, onde conheceu novas línguas e aprendeu a lidar com temperos quentes e picantes. De Mumbai a Nova Déli, diversas vezes foi confundida como uma discípula de Shiva. O tempo divino, de novo, agindo a favor. Suficientemente apimentada, partiu a trabalho para a Tailândia, onde reforçou sua cor âmbar nas praias endeusadas por alemães como o pai. Três meses depois, Malásia, Indonésia e Filipinas, onde conheceu um brasileiro que a acompanhava entre uma e outra folga, pelas nações que veem o Sol primeiro. O passaporte descansou de carimbos asiáticos neste ano. Erika voltou para casa, mostrou-se inteira para você nestas páginas e, durante nossa conversa, finalmente descobriu que, de acordo com a ciência, seu número é o dobro de três. Seis. Representa a busca de um lar, uma família e uma entrega à sua comunidade. Erika, as portas estão abertas. A casa é toda sua.




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Replicando Emoções ADHEMAR CABRAL, O DESIGNER E ARTISTA PLÁSTICO QUE TRANSFORMOU SUA PAIXÃO PELO AUTOMOBILISMO (E POR AYRTON SENNA) EM ARTE E FEZ DISSO UM NEGÓCIO Por Carla Ferraz Fotos Angelo Pastorello @adhemarcabral

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Entrar na casa de Adhemar Cabral é como adentrar um filme. Ou fazer uma viagem no tempo. Na entrada, por exemplo, uma enorme estátua de gorila parece defender sua propriedade. No centro da sala, algo ainda mais inusitado desperta um misto de sentimentos, em especial às pessoas que, como ele, são aficionadas por automobilismo. “É a cena que todos gostaríamos de ter visto naquele 1° de maio de 1994. Ayrton Senna levantando e saindo do carro, como se nada tivesse acontecido”, explica Cabral, sobre sua escultura intitulada Uma Outra História, uma réplica perfeita do Fórmula 1 da Williams logo após o acidente na curva Tamburello, durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália, mas com o tricampeão vivo. “Vocês viram o retrovisor?”, provoca. E lá vamos nós conferir: ali estão reproduzidos os olhos do piloto, mais expressivos do que nunca. “Foi por causa dele que comecei essa paixão pelo automobilismo e fiz disso o meu modo de vida. Vivo de fazer réplicas de carros de Fórmula 1, além de coisas que me inspiram”, conta sobre suas criações feitas por encomenda e que enfeitam a casa de muita gente famosa, inclusive pilotos como Rubinho Barrichello, Felipe Massa, Nelson Piquet e até Lewis Hamilton. “Agora, estou terminando uma para o Galvão Bueno”, revela. Dono da ACcars, descrita como uma empresa que recria modelos de carros lendários que marcaram o automobilismo, fato é que ele vai além... Já refez até o automóvel de Fred


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Flintstone, personagem principal do desenho animado The Flintstones, e diversos super-heróis, que você encontra espalhados pela casa e fábrica de Adhemar, na zona leste de São Paulo. “Gosto desses universos, mas meu preferido é o dos carros. Desde a infância sou superligado ao automobilismo, assistia a todas as corridas”, afirma o empresário, que aos seis anos já construía carrinhos de areia e há dez inaugurou sua empresa com um Hot Rod, clássico das décadas de 1910, 1920 e 1930, munido de um motor supermoderno. O sucesso foi tamanho que em pouco tempo os amigos começaram a fazer encomendas, inclusive a réplica da McLaren de Senna. Pronto! Empolgado, Adhemar deu início a uma vasta produção de carros F1 e F3. Entre um automóvel e outro, acabou pintando um capacete do tricampeão em uma clássica cadeira Panton, outro produto bastante desejado que Adhemar pinta por encomenda e que já virou item na residência de Neymar. “Agora, fiz uma para o presidente Jair Bolsonaro.” Por causa disso, nasceu a AC Design, que engloba móveis, decoração, cadeiras e miniaturas. “Comecei a fazer exposições”, diz Cabral. E a receber convites para construir carros em eventos grandes como da escola de samba Unidos da Tijuca, que homenageou Senna no Carnaval do Rio de Janeiro, em 2014. “Eu nunca tinha estado na avenida, a bateria é de tremer o chão, todo mundo cantando. Desfilei na frente do carro com Viviane, Bruno e Leonardo Senna. Fazer o veículo funcionar na frente de tanta gente foi emocionante, mas também um alívio”, comenta o designer sobre a escola campeã daquele ano. Ele ainda fez trabalhos para a festa de 50 anos da Rede Globo, quando Galvão Bueno narrou uma “vitória” do tricampeão no Maracanã, e o Projeto Respeito, que lhe rendeu um Leão de Prata em Cannes, pela montagem de um automóvel dirigido pela primeira vez por um tetraplégico através de ondas cerebrais. “Isso foi de arrepiar. Feito em 25 dias.” Mas nada se compara à forte conexão do designer com o piloto. “Senna era pura emoção. Infelizmente eu não o conheci, mas a primeira vez que ele ganhou no Brasil, cheguei bem perto quando todo mundo invadiu a pista”, relembra. “Ele era o herói do país, difícil acreditar, como um herói podia morrer?” Na sala e na fábrica de Adhemar, Senna vive! Não só pelo amor ao ídolo, mas como uma infinita fonte de inspiração para tantas e tantas réplicas de carros que o artista ainda vai criar.

“Foi por causa de Senna que comecei essa paixão pelo automobilismo e fiz disso o meu modo de vida. Vivo de fazer réplicas de carros de Fórmula 1, além de coisas que me inspiram”


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Em sentido anti-horário a partir da seta: algumas réplicas de carros históricos que viraram peças de decoração; sala de Adhemar com reprodução da Lotus da primeira vitória de Senna; Natal na casa de Neymar Jr, que tem peças do designer paulista em sua casa; miniatura feita para Daniel Ricciardo, piloto da F1; presente McLaren para Galvão Bueno na ocasião dos 20 anos da morte de Senna; cópia de um Porsche 917 em exposição; presente do artista plástico para o ator Caio Castro


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APÓS MAIS DE DEZ ANOS COMO FRONTMAN DA BANDA NX ZERO, DI FERRERO ENCARA O DESAFIO DE SEGUIR CARREIRA SOLO E SE ARRISCA EM NOVOS PROJETOS, COMO O INOVADOR SINAIS SESSIONS Por Vivian Monicci Fotos Marcelo Nunes e Bruno Trindade @diferrero

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“Quem é o Di Ferrero, qual é o meu som?” Essa é a pergunta que o cantor, compositor e frontman do NX Zero fez a si mesmo quando sua banda resolveu entrar em hiato por tempo indeterminado em 2017. Mesmo acostumado a ter quatro colegas nos palcos, para dividir as dores e delícias do mundo artístico, Di resolveu tomar uma atitude corajosa: abrir suas asas e se lançar em voo solo na indústria. Uma decisão difícil, acompanhada de dúvidas e incertezas. Mas, como ele mesmo disse, estava na hora de pensar mais em si mesmo e mostrar ao público um novo lado de sua música. Mais leve e criativo, Di lançou em 2018 sua canção de estreia Sentença, e em 2019, Sinais – Parte 1, álbum solo que traz o single Outra Dose, seu xodó. Agora, enquanto ainda não disponibiliza a segunda parte do EP, investe no projeto Sinais Sessions, em que faz shows ao vivo e chama artistas para parcerias. E 2020 promete! (Confira os melhores momentos desta entrevista — disponível na íntegra no IGTV da @topmagazine)


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Di sem NX Zero Foi tranquilo, porque, na verdade, eu não saí e ninguém saiu. A banda não acabou, está apenas em pausa. E, se fizer sentido um dia, dá para fazer alguma coisa. Ou não... Não sou eu que vou falar, porque somos cinco caras. Mas tá de boa, tanto é que algumas das minhas músicas, como Sentença, compus com o Gee, guitarra do NX e meu amigo de antes da banda. Mas a maior dificuldade foi me aceitar. Eu fiquei com a consciência pesada, falei: “Puts, pra mim acho que é mais fácil, porque eu já canto... Talvez seja melhor fazer outra coisa”. Fiquei pensando nos outros, mas era hora de pensar em mim: “Cara, agora é o Di Ferrero, mas quem é o Di Ferrero? Qual é o meu som?” Esse caminho foi um pouco mais complicado, mas, a partir do momento que me aceitei, foi só curtir. Entenda os sinais Sinais Sessions é um projeto entre a primeira parte de Sinais, meu álbum solo de estreia que já saiu, e a segunda parte, que já está pronta. Mas eu estava sentindo falta de fazer um som com mais gente. E surgiu a oportunidade de fazer um show no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Achei demais essa ideia, então comecei o Sinais Sessions, ao vivo, em que chamo um artista que gosto para participar. Com o Rashid, por exemplo, toquei Bilhete, que é uma música dele, e ele cantou Outra Dose comigo. Fiz também com o Maneva, o Vitão... É um projeto maior que dá para fazer em vários lugares e com vários convidados. Já chamei o Thiaguinho e o Vitor Kley, porque quero ir gravando e lançando. É uma coisa orgânica, mais real, simples, intimista e deixa o fã mais próximo. Fervendo ideias Funciona assim: se fico muito feliz, faço uma leva de músicas superfelizes. Depois, começo a ficar meio triste, do tipo “ah, não estou compondo, cadê as músicas?”, aí engreno de novo e saem novas composições. O bom é que sou muito observador e gosto de conversar com todo mundo. Então, às vezes, uma inspiração pode vir de um papo, uma história que mexe comigo e fica na minha cabeça. Também vem muita coisa quando vou deitar. Se me lembro de alguma coisa, tenho que escrever, e só depois consigo dormir. E curto muito a minha música, sou fã do meu som. A musa das musas Isabeli (Fontana, com quem é casado) é minha musa inspiradora. Tiveram dois momentos em que fiz as músicas para ela: de paixão e de amor. A canção No Mesmo Lugar é uma delas. E como ela participa da minha vida, acabo escrevendo sobre ela e sobre várias coisas que aconteceram com a gente. É claro que ela me inspira, e muito! De Cazuza a Andrea Bocelli No Show dos Famosos (quadro do Domingão do Faustão, da Rede Globo), eu escolhi uma galera bem diferente para interpretar. Alguns bem complexos, mas que são a minha praia, como Kurt Cobain, Jon Bon Jovi, Cazuza e Cássia Eller. O Bruno Mars, por exemplo, eu pirei fazer, porque tive que cantar e dançar. Mas o mais doideira foi cantar lírico como Andrea Bocelli. Como ele é deficiente visual, quis ficar com lente para não enxergar e sacar como era. Com o Cazuza, eu nem fumava, mas ficava com o cigarro o dia inteiro, dando em cima de todo mundo (risos). Ainda bem que a galera comprou meu barulho no programa (tanto que Di saiu campeão).

“A música já foi uma válvula de escape, já me salvou da depressão e serviu de uma forma terapêutica”


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Mandando a real (mas com delicadeza) É difícil julgar os outros, principalmente porque ali (os programas X Factor Brasil, Popstar, Superstar e The Voice Brasil) é um julgamento técnico. O melhor é mandar a real, de um jeito tranquilo. Não vou fazer como alguns jurados que dão na cabeça da pessoa que está ali num momento de sonho de vida. Eu tentava ser o mais claro possível, mas tendo um pouco de compaixão. É mais difícil do que cantar e interpretar. O peso dos 15 anos Eu sei que não levo várias coisas a sério, mas sou um cara determinado e muito focado em fazer som, lançar músicas, fazer coisas novas. Tem a ver também com estar no lugar certo, na hora certa... Destino, universo, sorte, o que você quiser chamar. Sou privilegiado, mas também mereci, sacou? Desde a explosão do NX até agora, minhas músicas tocam no rádio. E em 2019 fiz coisas que nunca imaginei que faria, na televisão e com a galera. Esse show que eu fiz no Morro da Urca, minha vitória no Show dos Famosos... Aprendi pra caramba! Música para humanizar A música já foi uma válvula de escape, já me salvou da depressão e serviu de uma forma terapêutica. Eu a associava a esses momentos em que eu estava mal, que precisava escrever e botar para fora. Hoje, a música é mais que isso, ela está em todos os momentos, tem um poder que independe de como você pensa, e consegue fazer com que as pessoas cantem junto. Serve para unir, para humanizar. Se eu conseguir botar para fora o que estou sentindo de coração, já é uma puta missão.

“Curto muito a minha música, sou fã do meu som”

Di Ferrero convidou Rashid em um dos shows do projeto Sinais Sessions, no Morro da Urca


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# studio mundo top


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OS DESTAQUES DAS ATRAÇÕES QUE PASSAM DIARIAMENTE PELO #STUDIOMUNDOTOP E FAZEM A ALEGRIA DO UNIVERSO DIGITAL E DA PLATEIA CONVIDADA QUE VEM ACOMPANHAR AO VIVO AS ENTREVISTAS QUE VOCÊ ASSISTE NA ÍNTEGRA PELO IGTV DA @TOPMAGAZINE Fotos Fábio Salles


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MAYANA NEIVA @mayananeiva

Além de interpretar a ousada Karine na novela Éramos Seis, Mayana Neiva está com vários projetos em andamento: a série A Vida Secreta dos Casais, da HBO, e filmes para estrear em 2020: O Silêncio da Chuva e o longa argentino Águas Selvagens, fora a série Rotas do Ódio, como a delegada Carolina — papel escrito exclusivamente para ela. “Gosto desse movimento de valorizar as personagens femininas e projetos escritos por mulheres, com o olhar delas. Também essas personagens empoderadas que eu faço”, diz a atriz, que ainda contou suas experiências ao lado de Laura Cardoso, Fernanda Montenegro e Gloria Pires. “Aprendi muito com elas. Tem hora que dá vontade de só assisti-las, até esqueço que estou em cena”, comenta a estrela, que também canta. “Vou fazer um show no Blue Note no dia 30 de janeiro.”


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EVA WILMA @evawilmaoficial

Prestes a completar 86 primaveras, ela não pensa em se aposentar. Uma das maiores estrelas da teledramaturgia brasileira, Eva Wilma se dedica ao recital Casos e Canções, em que canta sua vida e memórias ao lado de seu filho — o compositor, violonista e cantor John Herbert Jr. —, do pianista e cantor William Paiva e do diretor cênico Eduardo Figueiredo. “As artes é que formam a cultura de um povo. O grande perigo do excesso de tecnologia é você parar de pensar direito e, portanto, parar de ler. Eu não abro mão de ler um jornal em papel. Mesmo que eu já tenha visto todas as notícias de forma reduzida no digital, eu quero ler detalhadamente no papel. Além disso, é indescritível o prazer de mergulhar em um bom livro”, disse.

NATÁLIA LAGE @natalialage1978

Ela faz novelas desde os 10 anos, mas na última década preferiu se dedicar ao teatro, cinema e séries. Em entrevista no #StudioMundoTOP, a apaixonante atriz falou sobre o desafio de dar vida à policial corrupta e mercenária de A Divisão, novo filme de Vicente Amorim. “Foi difícil, porque ela vai num registro bem distante do meu”, disse. Quanto à nova personagem na próxima novela das 9 da TV Globo: “Tô superanimada. Vou trabalhar com a Mariana Lima pela primeira vez. Nós vamos ter uma história! E trazer essa discussão da homossexualidade à tona, fazer final banal, parar de ficar botando foco no lugar errado. Tem tanta coisa pra gente se preocupar. Nosso país tá tão tadinho, que ficar se preocupando com a sexualidade dos outros é muita falta do que fazer!”


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MARGARETH MENEZES @margarethmenezes

No #StudioMundoTOP, a cantora falou sobre seu novo disco, Autêntica. “A música é uma expressão muito forte do povo brasileiro”, diz Margareth, que ganhou seu primeiro violão aos 15 anos e nunca mais se afastou da música. Hoje, soma mais de 21 turnês mundiais, com hits como Faraó e Elegibô, e é líder do movimento Afropop Brasileiro. “É uma referência para a própria história afro-brasileira.”


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JORGE VERCILLO @jorgevercillooficial

Dono de hits que fizeram história como Monalisa, Final Feliz e Que Nem Maré, Jorge Vercillo abordou vários assuntos interessantes em live no #StudioMundoTop: política, ficção científica, causas ambientais e até ufologia. “Nós somos os ETs”, disparou. Também, é claro, falou de música, em especial suas novas parcerias como Garra, feat com Ronaldinho Gaúcho — “sou fã de futebol e ele de música, então resolvemos fazer algo para despertar a consciência. Ele teve coragem de gravar uma música política comigo”. Também contou de Fantasias, samba gravado com Thiaguinho, e Song4You, composição de seu filho Vini, que toca com ele no show Nas Minhas Mãos. “A minha música sempre buscou essa libertação da consciência, então me sinto muito à vontade em falar de vários assuntos”.

THALLES CABRAL @thalles

Você provavelmente conhece seu rosto da novela Amor à Vida, da Rede Globo, em que interpretou o filho do vilão Félix, vivido por Mateus Solano. Ou talvez do premiado filme Yonlu. “Foi uma surpresa o sucesso da novela. É uma obra aberta, então não tinha noção do sucesso. Gosto muito de cinema também, cheguei a entrar na faculdade de cinema, mas tranquei pela novela”, diz. Mas, além de ator, Thalles é músico e compositor. Tem gravado o álbum Utopia e está com o projeto 12 X Single, em que lança todo mês um single novo. Em live, ele falou sobre a vida nos palcos, processo de composição e trabalhos como a série As Five, original do Globoplay que estreia no primeiro semestre de 2020.


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TIÊ @tiemusica

A cantora e compositora esteve no #StudioMundoTOP para contar sobre seu primeiro DVD, Dix, que comemora seus dez anos de carreira. Ela também relembrou passagens de sua vida no Japão e em Nova York. “Os anos vão passando e só quando a gente para pra ver é que tem noção de tudo o que aconteceu.” Neta da atriz Vida Alves, Tiê também flertou com a moda, mas os palcos sempre foram uma grande paixão. “Teve uma época que desencanei e só usava camiseta e calça jeans. Também tive um tempo que só penteava o cabelo uma vez por mês, mas era um estilo”, sorri a cantora, que revelou amar Havaianas. “Mas no show eu uso salto.”


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BRUNO KOTT @brunokott

O ator e diretor Bruno Kott veio falar de seus projetos atuais, entre eles a série A Vida Secreta dos Casais, em que interpreta um biólogo que planta maconha para fins medicinais — “sou a favor da legalização para que vire uma questão de saúde pública, e não mais de segurança pública” —, e a peça Inimigo Oculto, que aborda o tema de violência contra a mulher. “Temos que ter esse debate, já que o feminicídio aumentou muito no Brasil este ano.” Sem contar os filmes que vai estrear, como O Homem Cordial e O Garoto, e algumas curiosidades, como sua paixão por café e cozinha. “Gosto disso tudo e, principalmente, gosto de gente.”

CAI SAHRA @caisahraoficial

Sabe aquele som gostoso, que logo remete a um tempo relax, na praia? É assim o trabalho do duo Cai Sahra. “Gostamos da sonoridade dessa palavra”, diz Felipe Ricca sobre o nome do duo com Rodrigo Silvestrini. Amigos de infância, eles passam a maior parte do tempo compondo. “É o dia inteiro, somos quase irmãos”, conta Rodrigo. Mesmo fazendo faculdade, eles já sabem que o caminho é a música. “Não temos dúvida”, afirma Rodrigo, filho do diretor Paulo Silvestrini, que, assim como Felipe, filho de Adriana Esteves e Marco Ricca, poderia ter seguido no ramo de atuação. “Não é a nossa”, atesta Felipe. Só ouvir autorais como Quando Eu Te Ligo, Ontem à Noite e Eu sei — da trilha da novela A Dona do Pedaço, para ter certeza: eles têm talento e vão longe.


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Clássicos Repaginados ITENS DO COTIDIANO GANHAM VERSÕES TECNOLÓGICAS E SUPERÚTEIS Por Carla Ferraz Fotos Divulgação

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MISTURA BOA Em uma ação especial, a Coca-Cola lançou garrafas de OLED para a divulgação do filme Star Wars: A Ascensão Skywalker. Essa é a primeira embalagem OLED do mundo, que tem sabres de luz no rótulo que brilham quando tocados. O dispositivo pode acender cerca de 500 vezes e estará disponível nas garrafas da bebida sem açúcar. Para a tristeza dos fãs, por enquanto, foram lançadas apenas 8 mil garrafas que serão escondidas em 45 pontos de Cingapura. Não existe previsão desta ação chegar ao Brasil. starwars.coca-cola.com.sg


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TARÔ DE DALÍ O baralho temático de cartas de tarô criado por Salvador Dalí nos anos 70 e 80 foram relançados. As 78 cartas com obras surrealistas do pintor espanhol foram encomendadas pelo produtor Albert R Broccoli, para o filme 007 – Viva e Deixe Morrer (1973), que acabou não assinando o contrato pelo valor pedido pelo artista. Porém, Dalí continuou trabalhando no processo por conta própria. Após 35 anos do lançamento original, a editora alemã Taschen lançou o baralho em uma versão de luxo. O livro de 184 páginas traz making of, biografia do artista e instruções práticas de utilização das cartas. US$ 60. taschen.com

VERSATILIDADE EM 3D O sistema de impressão em 3D chegou a produtos nunca antes imaginados. O designer Stelios Mousarris, baseado no Chipre e famoso por peças inovadoras, projetou uma mesa de pingue-pongue usando a tecnologia. Essa edição limitada com apenas 25 unidades teve como inspiração o desenho de montanhas, usando imagens do Google Earth. A estrutura impressa em 3D feita em aço dá estabilidade. Já a rede e o pé são feitos de arame seguindo o relevo de uma montanha, além da base em madeira maciça de nogueira que pode ser facilmente transformada em uma mesa normal. Suas dimensões são: 274 x 152 x 76 cm. mousarris.com

CANECA MULTIUSO A marca chinesa Xiaomi lançou a Warm Cup, que aquece os líquidos e mantém em uma temperatura de 55 °C. O processo é parecido com um carregamento por indução e promete ser mais seguro do que cafeteiras elétricas. A caneca feita em cerâmica tem formato convencional, à prova d’água, e possui um modo automático de suspensão de aquecimento após quatro horas de inatividade. Sua base possui tecnologia sem fio e serve como carregador de smartphone, com potência de 10W. O valor sugerido é de US$ 26. xiaomi.distribuidornacional.com.br


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Beleza

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Ah, o Verão!

TOP SELECIONOU ALGUNS PRODUTOS QUE TE AJUDAM A CURTIR A TEMPORADA CABELOS SEDOSOS O sérum Plume Sensation Divine Nutre Braé sela e fortalece o cabelo. Deixa os fios soltos e com brilho, além de previnir pontas duplas e frizz. R$ 89. braehaircare.com

PROTEÇÃO AOS ESPORTISTAS

UP NOS CÍLIOS Primer de cílios Cils Booster XL da Lancôme, com microfibras de celulose, D-Pantenol e vitamina E. O aplicador promove alongamento e volume. R$ 169. lancome.com.br

A Shiseido amplia seu portfólio com o lançamento do HydroBB Compact for Sports. Bases solares que mantêm a pele protegida a qualquer hora do dia. R$ 199. shiseido.com.br

3 EM 1 A Vichy apresentou o novo protetor da linha Ideal Soleil Purify, com proteção FPS 70. Ele tem tripla ação: controla a oleosidade, revitaliza e protege a pele. Destaque para a argila verde, extraída de forma sustentável, e o derivado de probiótico. R$ 60. vichy.com.br DETOX REJUVENESCEDOR A Máscara de Malaquita, da Adcos, é um anti-idade energizante e reparador que promove ação detox e antiestresse. Com hidratação intensa, devolve suavidade sem deixar a pele oleosa. R$ 145. adcos.com.br

PALETA DESEJÁVEL

BRILHA, BRILHA A Planetary Cheek Palette é um trio de blushes iluminadores da Smashbox, usados individualmente ou misturados. O efeito multicolorido tem textura leve e uniforme. R$ 279. smashboxatbeleza.com.br

A paleta How ‘Bout Them Apples?, da The Balm, possui seis cores. Tem acabamento aveludado e pode ser usada nos lábios ou bochechas. R$ 178. beautybox.com.br COR DO PECADO Endless Summer é o óleo acelerador do bronzeado e vegano da Be Plus Natural Care. Ele é ultra-hidratante e ajuda a manter a cor. R$ 138. beplusnaturalcare.com

ROSTO LISO O óleo Beard Elixir promove ação calmante na barba, além de dar brilho. Feito com óleos naturais, como de pinho, capim-limão e espinheiro do mar. R$ 229. sephora.com.br JOVEM SEMPRE PERFUME ESCANDALOSO Perfeito para uma mulher livre e segura, o perfume Scandel Jean Paul Gaultier tem fragrância de mel e a refrescância de gardênia e laranja. R$ 529. sephora.com.br

A máscara de argila purificante da Natura Chronos reduz a oleosidade e a aparência dos poros. A novidade reúne argilas ricas em minerais e prebiótico de babaçu. R$ 145. natura.com.br



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Moda

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Ritmo de Festa SELECIONAMOS PEÇAS PARA VOCÊ ARRASAR NAS COMEMORAÇÕES

A nova it bag da marca Christian Louboutin, Elisa, traz correntes lisas com pulseira em ouro. É apresentada em três tamanhos diferentes e cores, com destaque para a vermelha, favorita do designer. US$ 1.190 a 2.150. us.christianlouboutin.com


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Variations Nordic Cloudberry da linha Festive Edição Limitada da Nespresso. O espresso frutado com notas de amora ártica foi inspirado em elementos nórdicos. R$ 29 (dez cápsulas). nespresso.com

Calça Nanushka de cintura alta de crepe com cós de algodão ajustável, bolsos na frente e na parte de trás. R$ 3.986. farfetch.com

O modelo da Fieldforce Sport Chronograph da Victorinox aguenta 100 metros de profundidade. R$ 3.100. victorinoxstore.com.br

Leque Pubumésu com formato e cores de uma melancia, feito de couro e chifre de búfalo. R$ 951. farfetch.com Bolsa de couro cheia de estilo da edição limitada boXYZ da Salvatore Ferragamo. Disponível apenas no México, Brasil e Argentina. US$ 2.500. ferragamo.com

Essa sandália em couro preto com transparência e tiras no tornozelo Denise Illusion da Gianvito Rossi é puro chame. R$ 4.094. farfetch.com

Com tamanho ideal para uma mala de esporte, a The Supreme Patchwork Duffle Bag é feita em couro e tem logotipo gravado na frente. US$ 328. supremenewyork.com Capa para iPhone da Rimowa, Iridescent Groove, combina proteção premium com design típico da marca, R$ 410. rimowa.com.br

Pingentes da coleção Wishes, da joalheria Carolina Neves, feitos em ouro 18k. O acessório fica perfeito para ser usado com a linha de lenços finamente estampados. R$ 1.290. carolinaneves.com.br

Pulseira de cristais Camila Klein, do trio da coleção Sinfonia da Alma, Verão 2020, inspirada em grandes nomes da música clássica. R$ 1.172. camilaklein.com.br Tênis Roma Amor Feminino, da coleção PUMA X Karl Lagerfeld, tem uma parte superior preta com detalhes em branco, além de o nome do designer aparecer na sola. R$ 600. br.puma.com

A luminária Brutalista acompanha uma lâmpada de filamento. Um vergalhão de aço emoldura a peça, que é puro charme. R$ 349. guriamarcenaria.com.br

Johnnie Walker Blue Label Ghost and Rare III é produzido a partir de uma mistura de uísques dos quatro cantos da Escócia. A bebida leva apenas maltes raros e tem edição limitada. R$ 1.320. johnniewalker.com

Relógio de parede do designer americano George Nelson com um design moderno no formato de um olho. € 355. vitra.com


Livros, Discos, Série e Cinema

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Cultura

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Harry Styles Inspirado por um fora Intitulado de Fine Line, o segundo álbum de estúdio de Harry Styles (ex-membro da boy band One Direction) foi escrito no Japão após o término de um relacionamento. O disco conta com os singles Lights Up, Adore You e Watermelon Sugar. hstyles.co.uk

Top Gun: Maverick

O Mundo Sombrio de Sabrina 3

Terceira temporada estreia dia 24 de janeiro na Netflix AaguardadasequênciadeTomCruise A nova temporada da série de terror teen promete revelar o futuro de Sabrina Spellman, a garota metade Sucesso de bilheteria em 1986, Top Gun ganhará uma bruxa, na cidade de Greendale e também sobre o nova sequência que promete resgate de seu namorado, Nick Scratch, que ofereceu seu corpo como uma gaiola para o Diabo. Além disso, trazer de volta Tom Cruise busca responder o que aconteceu com os gêmeos como o piloto da marinha levados pelo padre Blackwood e como a Igreja da Maverick e os atores Miles Noite vai continuar, agora com a Tia Zelda como Alta Teller e Jennifer Connelly também no elenco. Estreia dia Sacerdotisa. O certo é que a série deve prender os espectadores, com a quarta temporada já confirmada. 25 de junho nos cinemas.

Caça às bruxas

Mariana Aydar

Assunto mais que atual

Veia nordestina aflorada

Em seu novo livro Mulheres e a Caça às Bruxas, a escritora Silvia Federici mostra a importância de debater esse assunto que, apesar de parecer distante da sociedade atual, não é. A obra apresenta as raízes históricas dessas perseguições e como as punições de “bruxas” se repetem na atualidade, especialmente em países como Congo, Quênia, Gana e Nigéria (África), e Índia (Ásia). A autora argumenta ainda que foram deixadas marcas desse período até os dias de hoje nos valores sociais, como no controle da sexualidade feminina, e na representação negativa das mulheres na linguagem. R$37. boitempoeditorial.com.br.

Com 12 faixas que passeiam por ritmos como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, esse é o quinto álbum de estúdio da cantora e o primeiro dedicado integralmente à cultura nordestina. Selecionado pelo Natura Musical, o projeto reúne os quatro EPs lançados em 2019. marianaaydar.com.br

Rita Lee para crianças Pelo meio ambiente Dr. Alex e Dr. Alex na Amazônia são os novos livros de Rita Lee. Com textos revisitados e ilustrações de Guilherme Francini, traz a saga de um cientista que se transforma em ratinho e defende o meio ambiente. R$ 44 cada. globolivros.globo.com



Por Trás Desta Edição

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Backstage

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A partir da seta, em sentido horário: Mayana Neiva e Simone Blanes; Di Ferrero e Claudio Mello; Natália Lage e Melissa Lenz em momento relax no Studio Mundo TOP; Paloma Bernardi nos bastidores das gravações em Fernando de Noronha; Di Ferrero e Vivian Monicci; Paloma Bernardi nos bastidores do ensaio de capa; Claudio Mello e Paloma Bernardi; John Herbert Jr, Melissa Lenz e Eva Wilma; Miro fotografando Paloma Bernardi para a capa; Eliseu, Jessica Andra, Fernanda Feitosa, Dianine Nunes, Tiago Francisco e Gustavo Lacerda; Jaques Rangel, Lucas Buled, Paloma Bernardi, Melina Tavares, Carla Ferraz e Robson de Almeida em Fernando de Noronha; Any Gabrielly e Diego Almeida; Erika Krutsh fotografando para um dos ensaios da revista; a equipe TOP na redação com Eva Wilma; Dianine Nunes; a dupla Cai Sahra com Diego Almeida; Paloma Bernardi, Melina Tavares e Carla Ferraz nos bastidores de Fernando de Noronha




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