TOP Magazine Edição 273

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Vanessa Giácomo

STUDIO MUNDO TOP | VW / pessoas / Ana Clara, Bruna Griphao, Duda Reis, Gustavo Tubarão, Mariana Rios, Mônica Salgado, Sandra de Sá, Vanessa Giácomo e Xurrasco: ícones da música, das telas e das redes / Rosana Hermann, Casimiro, Washington Olivetto, Glória Maria e Marília Gabriela: os grandes da mídia / Milla Martin faz uma fusão de folk com pop / cultura / Helmut Newton e seu olhar sofisticado e provocativo / lifestyle / tendências da Casacor SP 2023 / Kwid E-Tech 2023: elegância e sustentabilidade / viagem / a natureza latente do Explora Parque Nacional da Patagônia

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EM CASA NA HORA DO RUSH







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Sumário 12

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Sumário 42

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Ana Clara, Bruna Griphao, Duda Reis, Gustavo Tubarão, Mariana Rios, Mônica Salgado, Sandra de Sá, Vanessa Giácomo e Xurrasco: ícones da música, das telas e das redes.

Rosana Hermann, Casimiro, Washington Olivetto, Glória Maria e Marília Gabriela são alguns dos nomes que mudaram a forma como a comunicação funciona no Brasil.

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Mundo TOP

Imagens que fizeram história

LIFESTYLE

CULTURA

PESSOAS

Os Icônicos

Lançamento do Aston Martin DB12, a união da Hublot com a Nespresso, novo tênis da Christian Louboutin e livro do chef Yoshihiro Narisawa.

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Casacor SP 2023

Kwid E-Tech 2023

Cores, módulos e muita natureza marcaram tendência no evento de arquitetura, design de interiores e paisagismo em São Paulo.

Saiba todos os detalhes do elétrico da Renault que traz design sofisticado e desempenho superior sem abrir mão da sustentabilidade.

Patagônia Chilena

VIAGEM

O olhar sofisticado e provocativo de Helmut Newton tornou-se sua marca registrada e é referência até os dias de hoje quando se fala em elegância e erotismo na fotografia.

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STUDIO MUNDO TOP

Personalidades da mídia

O Explora Parque Nacional da Patagônia leva sua expertise para o destino, tornando-o ainda mais atrativo e repleto de explorações incríveis.

168 London calling Milla Martin, cantora e compositora paulistana, faz uma fusão de folk com uma pitada de pop.


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Colaboradores

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Quem Fez Fernanda Ávila Fernanda Ávila foi a primeira editora da TOP, quando a revista foi lançada, no começo dos anos 2000. É jornalista e escritora com especialização em Leitura de Múltiplas Linguagens. Cursou Escrita Criativa em Lisboa. Autora do Guia Nova York com Crianças, coautora do portal Viajo com Filhos. Sócia e diretora de conteúdo da Pulp Edições, lançou a Amora Livros, um clube de assinatura de livros escritos por mulheres.

Iza Ventura Maquiadora há 15 anos, Iza Ventura é a responsável por makes que realçam ainda mais a beleza de nossas estrelas da capa. Pelos corredores da redação, também desfilou seu bom humor e simpatia tão encantadores quanto seu tradicional delineado.

Renata Zanoni

Natalie Rosa Formada em Jornalismo e natural de Curitiba, trabalha com produção de conteúdo para a internet há mais de dez anos. Além de se especializar em entretenimento, área que mais ama, adora escrever sobre ciência, saúde e comportamento.

Diretora de redação da revista TOP Destinos, viajou para o Explora Parque Nacional da Patagônia e divide sua experiência em contato com a natureza bruta do destino chileno. Ela é formada em Jornalismo, com especialização em Marketing Digital em Londres e trabalha com turismo de luxo há cerca de 15 anos.


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Miro

Um dos maiores nomes da fotografia nacional, Miro retratou com seu olhar único algumas das celebridades mais icônicas do Brasil nesta edição especial de TOP Magazine.


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Expediente

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Publisher Claudio Mello TOP Magazine | Studio Mundo TOP Redação: Renata Zanoni Editora Multiplataformas: Emilia Jurach Diretora de Arte: Rosana Pereira Assistente de Arte: Luana Jimenez Revisão: Evandrus Camerieri de Alvarenga Produção executiva: Jeane Souza Estagiária: Gabriela Haluli Projeto Gráfico Marcus Sulzbacher Lilia Quinaud Paulo Altieri Fabiana Falcão Colaboradores Texto Fernanda Ávila, Natalie Rosa, Thaís Ferreira Foto Miro Produção Leandro Milan e Paula Giannaccari (Catering), Bruna Policastro, Charles Almeida, Fernanda Villar, Gabriela Lima, Johnny Lazz, Jonas Santos, Iza Ventura, Leila Costa, Luan Ventilari, Luis Paulo Melotto, ND Styling, Odara Make Up, Pedro Augusto Silva, Satomi Maeda, Viviane Motta, Walter Lobato, Yuri Monacelli Tratamento de Imagens Fujocka, JC Silva Editora Todas as Culturas Gerência de Projetos: Camila Polido Gerência de Relacionamento: Carolina Alves RP & Interface de Atendimento: Dianine Nunes Financeiro: Marcela Valente Circulação: Regiane Sampaio Assessoria Jurídica: Bitelli Advogados Impressão: Digital Printz Distribuição: Brancaleone TOP Magazine é uma publicação da Editora Todas as Culturas Ltda. Rua Pedroso Alvarenga, 691 - 14º Andar - Itaim Bibi - CEP 04531-011 - São Paulo/SP Tel.: (11) 3074-7979 As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da revista. A revista não se responsabiliza pelos preços informados, que podem sofrer alteração, nem pela disponibilidade dos produtos anunciados. /topmagazineonline

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Cultura

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Mundo Top UMA SELEÇÃO DE TUDO O QUE FAZ A DIFERENÇA SOBRE LIFESTYLE / CULTURA / DESIGN / FO


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TOGRAFIA / GASTRONOMIA

collab

A segunda vida do café Nespresso se une à Hublot para criar o primeiro relógio feito a partir de borras e cápsulas de café Em um mundo cada vez mais focado em sustentabilidade e economia circular, o café ganhou uma segunda vida. A Nespresso se uniu à relojoaria suíça Hublot parar criar o primeiro relógio do mundo confeccionado a partir de borras e cápsulas de café, o Big Bang Unico Nespresso Origin. A Hublot é conhecida por colocar a borracha no centro da indústria relojoeira e usar o material para fabricar as pulseiras de seus relógios. Na parceria com a Nespresso, essa borracha é produzida a partir da reciclagem das cápsulas e da borra, o que só é possível graças a uma técnica de reciclagem criada pela marca nos anos 1990, que permite separar o alumínio da borra do café na hora de reciclar. O design do relógio traz referências ao universo da Nespresso. A assinatura da parceria ficou representada pela letra “N” gravada na coroa. Além disso, a cor verde escolhida para o modelo é inspirada na famosa cápsula de café Master Origin Peru Organic, da Nespresso. Além da pulseira do relógio, a coroa, o botão e a caixa do acessório também são feitas a partir de alumínio reciclado, 28% proveniente de cápsulas de café. A estreia do Big Bang Unico Nespresso Origin marca a estreia de outra novidade para a Hublot. O relógio virá na caixa Hublot Greenbox, que será usada em todas as futuras coleções. A caixa foi produzida inteiramente em carvalho e foi projetada para ser reutilizável, com o interior removível feito de materiais recicláveis, o que evidencia o compromisso da marca com a sustentabilidade. +infos: hublot.com


Mundo Top

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Cultura

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carro

A nova geração de carros esportivos Seguindo o DNA dos clássicos DB, a Aston Martin lança o DB12, o novo carro da marca que promete inaugurar uma nova geração de automóveis e levar emoção para quem está atrás do volante

A Aston Martin deu um novo passo no que diz respeito a carros esportivos. Para celebrar seu 110º aniversário e os 75 anos do lançamento da clássica linha DB, a marca inglesa deu continuidade ao célebre modelo e criou o novo DB12, o primeiro de uma nova geração. Com um motor V8 Twin-Turbo de 680PS/800NM, o veículo promete um desempenho excepcional para quem está atrás do volante. Equipado com suspensão adaptativa, direção assistida eletrônica, o DB12 foi projetado para intensificar a emoção de conduzir o novo modelo de Aston. O


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DB12 também é equipado com um sistema de controle de estabilidade líder na indústria, que oferece cinco modos de direção para explorar os limites da tração com confiança e segurança. Com o foco no alto desempenho, na precisão e no luxo, o novo Aston Martin é capaz de ir de 0 a 100 km/h em cerca de 3,5 segundos e tem a velocidade máxima de 325 km/h. Projetado com uma tecnologia avançada e design luxuoso, o DB12 também conta com um diferencial traseiro eletrônico e um sistema de controle de estabilidade

que proporcionam uma condução ágil e segura. O exterior do carro foi pensado para exprimir as ideias de poder e potência, com elementos que unem agressividade com elegância. Já o interior do veículo traz luxo e modernidade, com um espetacular sistema de som e um design minimalista e contemporâneo. Tudo pensado para dar continuidade ao legado da Aston Martin e iniciar uma nova fase da marca inglesa, que segue trazendo inovação e qualidade nos carros esportivos de alta performance. +infos: astonmartin.com


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Cultura 24


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sneaker

Do basquete para o luxo Christian Louboutin lança novo tênis para homens e mulheres inspirado no street style dos anos 1990 Conhecida pelos tradicionais sapatos de salto com a sola vermelha, a Christian Louboutin se inspirou no street style dos anos 1990 e nas quadras de basquete para seu lançamento, o tênis ASTROLOUBI. O modelo, de cano baixo e pensado para ser o mais leve da marca, foi apresentado ao público durante a semana de moda masculina de Paris, que aconteceu em junho, e chegará oficialmente às lojas em agosto, pronto para enfeitar os pés das consumidoras e dos consumidores. O ASTROLOUBI é inspirado nos clássicos tênis esportivos do final do século XX e está disponível em cinco modelos, que vão desde os tons claros característicos da década de 1990 até um modelo maximalista, passando também por opções em tons pastel. Todas as versões são

confeccionadas com uma mistura de materiais e texturas, como couro, camurça, cetim e napa laminada. O design do tênis é marcado por uma pegada desportista, com linhas gráficas fortes, picos na parte traseira, um logotipo “CL” e, claro, a onipresente sola vermelha, afinal de contas trata-se de um Louboutin. O sneaker teve uma construção pensada no tênis esportivo, duradouro, macio e flexível, com o intuito de amortecer os pés. Outra inovação é o peso do calçado, 20% mais leve do que modelos equivalentes em couro. Além disso, o ASTROLOUBI também recebeu uma palmilha de espuma aberta e respirável, durável e de rápida secagem. +infos: christianlouboutin.com


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Cultura

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exposição

Pulse Topology A instalação imersiva do artista Rafael LozanoHemmer no Superblue Miami Com o objetivo de apoiar as vozes e visões de artistas contemporâneos para dar vida às suas criações, a Superblue foi inaugurada em 2021, no bairro artístico de Allapattah, em Miami, e organiza experiências imersivas que arrebatam os visitantes. Até agosto de 2023, o espaço exibe, em parceria com a BMW i, a Pulse Topology, uma impressionante obra de

arte biométrica imersiva do renomado artista mexicano-canadense Rafael Lozano-Hemmer, composta por 3 mil lâmpadas suspensas, sendo que cada uma brilha ao ritmo do coração de diferentes participantes. À medida que os visitantes atravessam uma série de picos e vales de luzes pulsantes no Superblue, sensores detectam e registram novos batimentos cardíacos, que substituem os mais antigos, ganhando força poética como um poderoso coro de conexão humana. Reconhecido por suas instalações participativas, as obras de Lozano-Hemmer são ativadas por dados biométricos


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em tempo real dos participantes, como batimentos cardíacos, respirações, vozes ou impressões digitais, levando a natureza do engajamento público aos seus limites. “Rafael Lozano-Hemmer, Superblue e BMW i compartilham uma visão comum de um futuro sustentável onde arte e tecnologia podem criar experiências humanas para alegria, reflexão e conexão social”, conta Mollie Dent-Brocklehurst, cofundadora e CEO do Superblue. +infos: superblue.com


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Cultura

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livro

A natureza na gastronomia Livro do renomado chef Yoshihiro Narisawa coloca ingredientes naturais no centro da cozinha e promove uma viagem ao Japão Flores silvestres, cascas de árvores e até mesmo terra são ingredientes explorados pelo renomado chef japonês Yoshihiro Narisawa. Dono de um restaurante em Tóquio com duas estrelas Michelin, o expoente da gastronomia internacional abre um pouco do seu universo no livro Yoshihiro Narisawa. Satoyama Cuisine, publicado pela editora Taschen. Na publicação de 416 páginas e 15 quilos, o japonês volta o olhar para a natureza em um novo formato de livro gastronômico recheado com fotos do brasileiro Sergio Coimbra. Na obra, além de receitas, o chef apresenta os elementos que compõem a sua culinária. Para fazer isso, mostra os locais onde compra e encontra ingredientes e apresenta os artistas que criam as facas que utiliza para cozinhar. Por colocar a natureza como foco da gastronomia,

Yoshihiro Narisawa. Satoyama Cuisine é também uma viagem pelo Japão e pelas paisagens do país asiático, sejam elas florestas, montanhas ou o mar. Publicado em capa dura, o livro está disponível em seis cores e é encadernado com dois tecidos importados do Japão. A publicação vem em uma caixa forrada com líquen natural, uma associação entre fungos e algas, o que traduz os principais elementos do trabalho de Narisawa: a sofisticação, a delicadeza e a busca pelo natural. +infos: taschen.com


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Lifestyle

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Destaques da Casacor SP 2023 A 36ª EDIÇÃO DO EVENTO CASACOR SÃO PAULO APRESENTOU AS ÚLTIMAS TENDÊNCIAS DE ARQUITETURA, DESIGN DE INTERIORES E PAISAGISMO. ENTRE CORES, MÓDULOS E MUITA NATUREZA, CONFIRA OS MAIORES DESTAQUES DO EVENTO


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Lifestyle

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Por Natalie Rosa Fotos Divulgação

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A mostra CASACOR São Paulo finalizou sua 36ª edição revelando quais são as maiores tendências atuais e futuras quando o assunto é arquitetura, paisagismo e design de interiores. O evento aconteceu entre os dias 30 de maio e 6 de agosto de 2023, e teve Corpo & Morada como tema, entendendo que o cuidado e o afeto devem ser constantes em nossas relações com o corpo, mente, casa, consumo, cidade e planeta. A última edição da CASACOR trouxe inúmeras tendências de arquitetura e decoração em diversos nichos, como cozinha, escritório e salas, com destaque a móveis e objetos como sofás, luminárias e plantas, além de cores, conceitos e marcenaria. O evento apresentou tudo o que há de mais importante nesse universo e apostou em dicas para o público ficar atento e aderir às novidades. Cores fora do comum Uma das principais apostas apresentadas pelos designers e arquitetos na CASACOR São Paulo 2023 foi a tendência de cores. Nessa edição, os profissionais do ramo destacaram em 74 ambientes todas as possibilidades de explorar as cores na hora de reformar e redecorar um ambiente, deixando-o mais moderno e aconchegante, independentemente do tom. O evento contou com o apoio das tintas Coral e seus representantes, que revelaram o desejo do cliente de sentir que seus projetos de casas, apartamentos e escritórios fiquem cada vez mais diferentes e autorais. Além da decoração com móveis e objetos, saber escolher a melhor cor e seus tons derivados é o fator principal para conseguir conquistar essa autenticidade. Uma das cores de maior destaque no evento foi a coral, como apresentou o arquiteto Ricardo Abreu, que funciona como um laranja-claro e bem rosado, transmitindo uma sensação de conforto enquanto deixa o local mais moderno. O verde também foi explorado na CASACOR São Paulo 2023, combinando com plantas e flores para transformar o ambiente em uma reflexão da natureza não só vistas em florestas, como também em praias, deixando o clima da decoração mais tropical. A tendência foi vista na proposta dos arquitetos Felipe Stracci e Luciana Pitombo, do projeto Entre:.nós. Ainda destacando a natureza, a mostra CASACOR São Paulo apresentou a cor terracota como uma grande aposta para o ano, que pode ser usada em diferentes ambientes, do banheiro à sala de jantar. O tom foi visto em paredes completas, em detalhes e contrastando entre outras cores mais claras e escuras, combinando perfeitamente com o verde das plantas. Não tem como também não falar do azul e de um tom que

Uma das principais apostas apresentadas pelos designers e arquitetos na CASACOR São Paulo 2023 foi a tendência de cores


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Ricardo Abreu


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Lifestyle

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recebeu destaque por ser bastante fora do comum: o "ciano puro". A cor foi demonstrada pelo arquiteto Paulo Azevedo em um conceito de clube privado, entregando uma atmosfera misteriosa, moderna e aconchegante mesmo estando fora de casa, e por Luciano Zanardo em um living natural. Mesclando cores com a natureza, o escritório Très Arquitetura apresentou o Loft Celmar, que apostou na paleta de tons terrosos, rosados e brancos inspirados no aruá-do-mato, um molusco que possui esses tons de coloração, sempre alternando entre eles ao longo de sua vida. Os arquitetos mostraram toda a harmonia da escolha de tons em um ambiente de 120 m² com cozinha, quarto, living, banheiro e varanda, apostando ainda em uma releitura de um mobiliário lançado pela Celmar na década de 1950. A peça, segundo os profissionais, marcou pela inovação na época em que foi lançada, e agora conquista mais uma vez através de cores, tecnologias e acabamentos exclusivos. A natureza como destaque O uso de plantas na decoração não é nenhuma novidade, mas a CASACOR São Paulo 2023 trouxe destaque às plantas nativas e exóticas como forma de trazer mais identidade aos ambientes. Essas espécies têm como característica principal a evolução em relação às condições climáticas do país em que estiveram presentes, adaptando-se ao local onde são predominantes para sobreviver.


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Na 36ª edição do evento, foram destaque plantas como samambaias, jabuticabeiras, clúsias, guaimbês, jiboias, ripsális, entre muitas outras. Levar plantas exóticas para complementar a decoração de um espaço garante a presença da natureza em ambientes mais urbanos, transmitindo a autenticidade das mentes criativas e de quem passa a viver naquele local. As plantas tropicais também foram grandes atrativos do evento, destacando folhas grandes, coloridas, com diferentes formas e chamativas, deixando o ambiente ainda mais impactante. Com as cores tendência citadas anteriormente, o verde de toda essa natureza se destaca ainda mais em composições de tirar o fôlego. Também pensando na natureza, mas de forma mais sóbria, os profissionais da SUITE Arquitetos apresentaram o projeto Casa Kraftizen Cosentino, ambiente de 200 m² inspirado nas moradias mais vernáculas do Brasil, construídas em taipa, material que consiste em cascalho e argila unidos para construir paredes. Os arquitetos mesclaram técnicas antigas e contemporâneas para criar um produto cheio de personalidade com texturas, tecidos, técnicas e obras de arte de diversas épocas.

Foram destaque plantas como samambaias, jabuticabeiras, clúsias, guaimbês, jiboias, ripsális, entre muitas outras


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Construções modulares A CASACOR São Paulo 2023 também apresentou a tendência de construções modulares, explorada pelo arquiteto especialista Rafa Zampini. No projeto Casa Almar, o profissional criou um bangalô que pode estar em qualquer cidade litorânea no Brasil, com o diferencial de ser uma residência que pode ser transportada. A construção é definida pelo arquiteto especialista em casas modulares como ágil, entregando um resultado que explora o conceito do nomadismo e suas múltiplas funções. A tendência também tem como característica o processo de envelhecimento natural de uma construção, além da imperfeição proposital. Tudo isso, no entanto, preservando a estrutura e qualidade do imóvel. Sofisticação em detalhes e ambientes O evento também mostrou o trabalho de marcenaria com destaque ao tão sonhado pé-direito duplo. A arquiteta Paola Ribeiro levou à CASACOR São Paulo 2023 um trabalho cheio de criatividade e sofisticação com painéis de madeira Nogueira Flórida, lançamento da marca Duratex. Quando o assunto é objetos de decoração, as luminárias portáteis ganharam destaque no evento mostrando toda sua versatilidade e, claro, modernidade, por não ter fios e esbanjar praticidade. Os sofás não ficaram de fora dos destaques da edição de 2023, sendo apresentados em diferentes formatos e tamanhos, principalmente grandes. A CASACOR São Paulo também apresentou tendências de cozinhas para os próximos anos, mostrando que o ambiente é muito mais do que um local para se cozinhar, mas também para encontros com famílias e amigos, harmonia e muito aprendizado. O evento destacou cozinhas de parede única, ideal para espaços mais pequenos ou cozinhas com ilhas, indicadas para locais com uma área grande a ser trabalhada. Vimos ainda ambientes funcionais, de madeira, com adega e maximalistas. Mostra CASACOR e a importância para a arquitetura Fernanda Morais, Fernanda Tegacini e Nathalia Mouco, do escritório Très Arquitetura, contaram à TOP Magazine que reconhecem a importância da CASACOR para a arquitetura e se mostraram orgulhosas de ter a oportunidade de exibir seus trabalhos. "O que mostramos durante o evento são as principais tendências, onde percebemos que os nossos projetos viram inspiração para outras pessoas. E isso é muito importante e legal, trazer uma ideia que será aceita de maneira coletiva", comentam. "Sempre buscamos um trabalho coerente e embasado, nossa essência é o resgate do bom uso da marcenaria e da funcionalidade desse elemento tão marcante, com desenhos leves com a neutralidade da arquitetura que, de alguma forma, deixa os projetos muito perenes. Isso é algo que já fazemos e queremos continuar, deixar os projetos atemporais", finaliza o trio de arquitetas. O pessoal da SUITE Arquitetos, composto por Carolina Mauro, Daniela Frugiuele e Filipe Troncon, destacou que a CASACOR São Paulo é uma excelente vitrine para o mercado. "A mostra abre possibilidades de experimentarmos técnicas, cores, texturas e explorarmos o que há de melhor nas materialidades. A CASACOR é um evento que representa a vanguarda da arquitetura e do design no país, por isso, sempre que possível participamos”, finaliza.

"O que mostramos durante o evento são as principais tendências, onde percebemos que os nossos projetos viram inspiração para outras pessoas"


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A CELEBRAÇÃO DO

AGORA


NO TRÂNSITO, ESCOLHA A VIDA.


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Ana Clara 42


A PARCERIAS COM OS MELHORES SAMBISTAS, MUITA ENERGIA E MATURIDADE MUSICAL MARCAM OS 15 ANOS DE CARREIRA DE ANA CLARA Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Iza Ventura

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Ana Clara

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Ana Clara, um nome reverenciado nos círculos de samba no Brasil, tornou-se uma força formidável no universo musical. A história de Ana Clara é um relato de superação, determinação e compromisso com a música. Uma história que proporcionou a ela um lugar especial nos corações de inúmeros fãs e admiradores. O poder de sua voz, a magia de suas composições, a autenticidade de sua interpretação e a energia inesgotável que ela transmite em cada performance lhe renderam uma presença marcante no mundo do samba. Cada nota que ela canta carrega consigo um pedaço da história de sua vida, uma história de luta, amor e paixão pelo samba. Sua jornada musical não está limitada apenas aos palcos tradicionais, mas se estendeu para novas formas de conexão, como o Studio Mundo Top, que conecta pessoas dentro de suas próprias redes. É uma honra poder mergulhar mais profundamente em sua jornada, entender as experiências que moldaram essa incrível artista que ela é hoje. Então, vamos começar nossa conversa com algumas perguntas sobre sua trajetória na música. Com quantos anos você iniciou sua carreira musical? E quais foram os primeiros passos tomados em sua carreira que te levaram a conquistar elogios da crítica especializada? Comecei a cantar profissionalmente com 14 anos. Acho que tudo foi muito natural, tive apoio das pessoas que precisavam estar ao meu lado e, principalmente, da minha família. Eu sempre busco a excelência em todo trabalho que faço e acho que estou colhendo o que plantei.

Como foi a experiência de lançar seu EP de estreia, A Gente Sempre Ganha, e contar com participações especiais da Alcione e do grupo Atitude 67? O que essas colaborações significaram para você e para o seu trabalho? Quem não gostaria de ter Alcione junto em qualquer trabalho? Foi um trabalho lindo que eu lancei e tive o privilégio de contar com a nossa rainha e os meus amigos do Atitude 67. Estar ao lado da Alcione é uma coisa que não tem explicação, a energia que ela transmite, a segurança. E poder absorver um pouquinho que seja de toda essa experiência que ela tem é algo que não tem preço. Você teve a oportunidade de interpretar clássicos do samba, como Não Deixe o Samba Morrer e Verdade. Como é, para você, regravar músicas que atravessaram gerações e fronteiras na voz de grandes artistas como Alcione e Zeca Pagodinho? Não Deixe o Samba Morrer é um dos maiores clássicos da música popular brasileira. Ter a oportunidade de regravar e mostrar o meu trabalho com esses clássicos é algo desafiador. São músicas que já estão na cabeça das pessoas e, às vezes, o tiro pode sair errado, mas sempre tivemos confiança e sabíamos o que estávamos fazendo. O resultado está aí e fico muito feliz com o que fizemos. Além de cantar, você também aprendeu a tocar violino, piano e violão. Como essas habilidades musicais contribuíram para o seu desenvolvimento artístico? Eu sempre falo que todos deveriam aprender algum instrumento musical. Por mais que a pessoa decida não seguir com ele,

“Eu sempre busco a excelência em todo trabalho que faço e acho que estou colhendo o que plantei”


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a música vai trazer algumas coisas como dedicação, disciplina em estudar, vai te dar bagagem cultural e isso vai ajudar no futuro. Quem teve a oportunidade de estudar algum instrumento, com certeza tem algo a mais na sua formação, seja no lado criativo ou até mesmo puxando pro cognitivo. Hoje, eu tenho uma visão criativa muito maior e, se não fossem o meu estudo e dedicação, eu seria mais limitada. Você coleciona amigos e parceiros musicais no mundo do samba, cantou com artistas, como Péricles, Reinaldo e Alexandre Pires. Como essas colaborações influenciaram seu estilo musical e sua trajetória profissional? Cite um sucesso de cada um deles que você mais gosta. Ai, gente, eu não consigo citar algo dessas pessoas, que além de serem amigos, abriram portas e apoiam o meu trabalho. Eu sempre acompanhei a carreira deles e é muito difícil citar somente um sucesso que eu gosto. Eu sou muito grata a todos que sempre me deram uma oportunidade e acreditaram em mim. O Reinaldo foi o primeiro a me abrir as portas e, sem ele, as coisas não teriam acontecido desse jeito. Talvez demoraria mais, talvez portas não teriam sido abertas, projetos não teriam saído do papel. Agradeço eternamente a eles e tantos outros que sempre me ajudaram. Você participou de projetos importantes, como Eu, Você e o Samba e Elas em Evidências. Como foi a experiência de dividir o palco com artistas renomados como Martinho da Vila, Teresa Cristina, Chitãozinho & Xororó? Foi mágico. Chitãozinho & Xororó fo-

ram supergentis em me chamar, viram o que eu já fiz e gostaram. Por isso que eu sempre falo que tudo isso é uma colheita do que eu já plantei. Tenho a oportunidade de dividir e participar de palcos por todo o Brasil. Cada oportunidade é uma escola, um desafio novo. Estou sempre atenta e aberta quando surgem oportunidades como essas. Recentemente, você iniciou uma turnê pela Europa, levando sua música para outros países. Como tem sido a recepção do público internacional e quais são suas projeções para o futuro? Foi mais um sonho realizado. Ver o meu trabalho se concretizando em outros países é a resposta que busco como artista. Estou no caminho certo e vou continuar trabalhando para ir cada vez mais longe. O sentimento que eu tenho de poder levar alegria para as pessoas fica cada vez mais forte. Se eu já quero isso aqui no Brasil, imagina ter a oportunidade de poder levar isso para as pessoas em Portugal e na Bélgica? Como você enxerga o papel das mulheres no mundo do samba e quais são os desafios que você enfrenta como uma voz feminina nesse espaço? Antes eu tinha mais dificuldade de mostrar, porque o meio era dominado pelos homens, mas esses mesmos homens foram os que abriram as portas pra mim. Alexandre Pires, Belo, Péricles, Luiz Carlos, Reinaldo e tantos outros foram importantíssimos para a minha carreira. Eu acho que a maior barreira vem do público entender que a mulher consegue fazer tão bem quanto o homem. Hoje temos tantos exemplos de mulheres que conquistaram

“Quem não gostaria de ter Alcione junto em qualquer trabalho?”


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o espaço delas. Não só na música e na arte, mas em todas as áreas. Na música levo Alcione, Leci Brandão como referências e fico feliz como temos a Ludmilla abrindo portas ainda. Ela veio e cresceu no funk, mas é uma referência importante no pagode. Quais são suas principais influências musicais, tanto do samba quanto de outros gêneros, e como essas influências se refletem em seu estilo artístico? Eu escuto um pouco de tudo. Amo samba e pagode, porque cresci escutando esses gêneros, assim como a MPB. Mas acabo escutando tudo o que considero bom. Se uma música me toca, a melodia e a letra me agradam, eu coloco nas minhas playlists, independente do gênero. Escutei muito samba raiz por conta do meu pai. Sempre tinha música em casa e ele foi a minha maior influência.

Com 15 anos de carreira, você deve ter vivido diversas experiências. Como você vê seu crescimento e amadurecimento como artista ao longo desse período, e como isso se reflete na sua música e nas suas escolhas artísticas atuais? Todo músico tem que ter a vivência do palco. Isso vai trazer amadurecimento artístico, vai mostrar como as coisas funcionam. Então, a “rua”, como a gente chama, é necessária. A Ana Clara de hoje é infinitamente mais madura, mais completa e muito mais cantora do que alguns atrás e isso só foi possível por tudo que eu já fiz. Eu brinco que a turnê que fiz do Gigantes do Samba foi um divisor de águas. O primeiro show, na Argentina, tinha mais de 25 mil pessoas. E eu fui a primeira a subir no palco, já que fazia a abertura dos shows. Eu fui a primeira a receber a energia do público. Foi impactante, mas hoje me traz muito mais segurança para as turnês que eu faço.

“Todo músico tem que ter a vivência do palco. Isso vai trazer amadurecimento artístico, vai mostrar como as coisas funcionam”

Assessoria de imprensa Ariprensa


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B BRUNA GRIPHAO, UMA ATRIZ QUE DESCOBRIU SUA VOCAÇÃO AOS 10 ANOS E SEGUE APAIXONADA PELA PROFISSÃO Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Jonas Santos Styling ND Styling 5 min

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Bruna tem ascendência grega e nasceu no Rio de Janeiro, em 1999. Filha de Paulo Kakau Orphao e de Barbara Foufoula Grigoriadis, adotou o sobrenome Griphao, uma mistura dos sobrenomes materno e paterno, para batizar sua identidade artística. Começou ainda criança, aos 10 anos, na TV, onde atuou em Bela, a Feia, Avenida Brasil, Malhação, Haja Coração, Orgulho e Paixão e Nos Tempos do Imperador. Também já trabalhou com cinema e teatro, foi nadadora profissional e se arrisca em outros campos da arte, como a música. O reconhecimento pelo trabalho e a participação no Big Brother Brasil, no começo deste ano, também lhe renderam fama nas redes sociais. Hoje ela tem mais de 5 milhões de seguidores só no Instagram. Nesta entrevista, Bruna fala sobre a sua trajetória, a paixão pelo ofício de atriz e a participação no BBB 23, onde conquistou o terceiro lugar. Você começou a carreira de atriz muito cedo. Pode nos contar como foi esse início? Tudo começou quando eu era criancinha. Eu era apaixonada pela Xuxa e falava para minha mãe que queria trabalhar com ela. Aí, comecei a fazer teatro na escola e o professor falou que eu levava jeito. Ele disse para a minha mãe me levar para fazer um teste. Ela, de início, não deu muita bola. O professor ligou para minha casa algumas vezes e, numa dessas, meu pai atendeu e falou: “Quer fazer um teste?” Eu fui, mas cheguei lá e o teste tinha acabado. Aí, falaram: “Olha, esse teste aqui já foi, mas tem outro lá no Projac”. Eu fui, era um teste para o TV Xuxa. Passei e nunca mais parei. Ser atriz sempre foi um sonho? Você já desejou ou deseja trabalhar com outras coisas? Comecei muito nova e já tinha muita consciência de que era aquilo que eu queria fazer para sempre. Que era uma coisa que alimentava minha alma, que me deixava feliz e completa. Eu era uma criança responsável,

bem profissional. Mas eu já desejei trabalhar com outras coisas, né? Fui para a faculdade fazer psicologia, só que eu era de exatas e mudei para economia. Mas eu também já fui atleta, eu nadava. Houve momentos na minha vida em que tive que decidir entre continuar nadando e focar em fazer novela. Não dava para nadar todos os dias e fazer novela. Esses momentos de decisão foram chegando e eu decidi continuar com a arte. Quais foram os maiores desafios da sua carreira até hoje? Acho que os maiores desafios da minha carreira foram desafios pessoais. Em algum momento da minha vida fiquei me perguntando: “Será que eu sei fazer isso mesmo ou será que eu estou enganando todo mundo desde criança?” Comecei a duvidar de mim mesma e o maior desafio foi continuar firme, acreditar em mim e conseguir fazer um trabalho do qual eu pudesse me orgulhar em meio a tantas inseguranças, sabe? Quais são as suas maiores referências nas artes? Eu tenho muitas referências, mas vou falar aqui do cenário brasileiro. Uma das atrizes na qual eu mais me inspiro é a Marjorie Estiano. Acho ela sensacional em tudo que faz. Como você se prepara para a personagem? Tem algum ritual, técnica ou mania que caracteriza a sua forma de trabalhar? Acho que todo ator tem suas manias. Eu decoro meu texto, ensaio, tento sempre entrar na atmosfera para entender quem é, o que ela tá fazendo, porque está ali, entender a história daquela personagem para conseguir, de fato, viver aquilo e ter o melhor resultado possível. Se pudesse escolher uma personagem icônica para interpretar, quem seria? Deixa eu pensar, essa é difícil… Nessa vou puxar um saco aqui para o meu lado, vou

“Sinto que o Big Brother me trouxe uma leveza para eu olhar para isso, de me amar, me aceitar, enxergar beleza em coisas que eu não via antes em mim”


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falar de uma novela que eu fiz. Uma personagem que eu amei, que a gente sabe que é icônica, foi a Carminha, da Adriana Esteves. Se eu pudesse fazer um remake de Avenida Brasil, agora como Carminha, seria muito legal. Para você, é muito diferente atuar em cinema, TV e teatro? Pode nos contar um pouco da sua experiência em cada um? A principal diferença entre atuar em cinema, TV e teatro é a resposta do público. No teatro é ali ao vivo, se sente calor da plateia, é uma outra energia. Na TV e no cinema é depois. No cinema então, bem depois. Mas cada um tem sua magia, eu amo fazer os três. Das atrizes e atores com os quais você já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Como foi? Eu acho que uma das atrizes que mais absorvi, que mais olhei e admirei na vida, foi a Vera Holtz. Ela fez minha mãe em uma novela, ela é impecável, extremamente talentosa, profissional, competente, humilde, generosa. Quais são as suas maiores inseguranças em relação à carreira? Acho que as inseguranças vêm vindo com a idade. Quando era mais nova, não tinha tantas inseguranças. Em algum momento rola: “Cara, será que sei fazer isso mesmo, será que eu tô aqui enganando todo mundo?” Na verdade, eu sei fazer, então é um pouco da síndrome da impostora, insegurança de não entregar um bom trabalho, de não fazer o meu melhor, de não estar presente 100%. Mas é normal, aquele friozinho na barriga que faz valer a pena o nosso trabalho. Como foi a experiência no BBB? E como o reality impactou na sua vida pessoal e profissional? Uma experiência única, um desafio pessoal. Foi uma realização ter concluído o desafio. E se abrem muitas portas no Big Brother. No momento em que você sai, pode explorar novos lugares, novos ramos.

Ter declarado a sua orientação sexual te trouxe consequências? Como você lidou com isso? Eu declarei no Big Brother, então não tive que lidar, porque eu estava lá dentro, não sei o que aconteceu aqui fora. É óbvio que recebi algumas mensagens meio ruins e preconceituosas. Eu fico triste pelo preconceito, porque eu não tenho o que fazer com isso, sou quem eu sou e estou muito feliz. Como é a sua relação com o seu corpo e sua beleza? Há algo que você gostaria de mudar, ou já mudou, em você? Hoje me sinto muito em paz com toda essa atmosfera, mas já me cobrei muito. Acho que toda mulher se cobra muito. Sinto que o Big Brother me trouxe uma leveza para eu olhar para isso, de me amar, me aceitar, enxergar beleza em coisas que eu não via antes em mim. Já pensei muito em mudar meu nariz, mas não mudei. Mas vamos ver, talvez algum dia, não sei, agora tô me sentindo bem. Como é a sua relação com os fãs? Maravilhosa. Os fãs pós-Big Brother, que acompanharam no pay-per-view, que conhecem o meu jeito, as coisas que eu gosto no íntimo, me dizem coisas lindas. Eles são o motor para que eu possa continuar fazendo coisas, eles fazem valer a pena. E com os haters? Quando a gente entra no Big Brother, sabe que isso pode acontecer. Você se torna uma figura pública e tem que entender as críticas que fazem sentido, as que realmente têm que ser escutadas, absorver e melhorar. Mas tem os haters que estão lá só para destilar ódio, só para te deixar mal. Tem que saber separar as coisas. Como você se vê daqui a dez anos? Trabalhando muito e fazendo o que eu amo, com meus amigos bem saudáveis. E, provavelmente, com a família que eu já vou ter começado a construir.

“Eu acho que uma das atrizes que mais absorvi, que mais olhei e admirei na vida, foi a Vera Holtz”


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DUDA REIS, ALÉM DE ATRIZ, É UMA DAS MAIORES CRIADORAS DE CONTEÚDO DO BRASIL, COM QUASE 10 MILHÕES DE SEGUIDORES NO INSTAGRAM Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Luis Paulo Melotto 5 min

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Duda Reis é Maria Eduarda Reis Barreiros, atriz, modelo, influenciadora e, muito em breve, empreendedora. Nascida em Volta Redonda (RJ), começou a fazer teatro na escola, onde descobriu que a arte era sua grande paixão. Filha de um casal de médicos, teve o apoio da família para se mudar, aos 16 anos, para o Rio de Janeiro, onde entrou para a Escola de Atores Wolf Maya. Seu primeiro trabalho foi em Malhação: Toda Forma de Amar. Depois disso, já interpretou papéis no cinema, televisão e teatro. Hoje, com 22 anos, se prepara para lançar sua própria linha de beleza e planeja seu casamento com Du Nunes, cabeleireiro e empresário. Você começou a carreira de atriz muito cedo. Pode nos contar como foi esse início? Você já desejou ou deseja trabalhar com outras coisas? Desde criança sempre fui muito apegada ao mundo artístico. Venho de uma família de médicos, então a ideia de ser artista ainda era nova para todo mundo ao meu redor. Durante o período no colégio, participei de peças como Sítio do Pica Pau Amarelo, interpretando a Emília, e Peter Pan, dando vida à Sininho. Me apaixonei na hora, sabia que era aquilo que eu queria fazer pro resto da minha vida e quis compartilhar essa paixão com meus pais, que felizmente me apoiaram muito. Com 16 anos, me mudei para São Paulo para completar o ensino médio e iniciar os estudos na Escola de Atores Wolf Maya, onde comecei profissionalmente minha carreira como atriz. Porém, também tenho outras paixões como moda, beleza, fotografia e esportes. Além de atriz, também sou modelo e influenciadora. E, dentro de pouco tempo, vocês também poderão acompanhar de perto o meu lado empreendedora.

Você é uma das maiores criadoras de conteúdo do Brasil. Como se sente influenciando tanta gente? Que responsabilidades isso traz? É louco parar pra pensar na quantidade de pessoas que me acompanham, mas não posso enxergá-las apenas como números. A responsabilidade de influenciar uma pessoa, sobre qualquer coisa que seja, é gigantesca. Meus conteúdos na internet, e pra ser sincera em tudo o que eu faço na vida, sempre têm o propósito de ajudar. Falo muito sobre saúde mental, autoestima, autocuidado, saúde física, assim como dicas de maquiagem, moda, música, arte… E, em cada passo, eu penso em tirar o melhor disso. Sou muito grata pela plataforma que eu conquistei e sempre vou usar essa voz para o bem. Pode nos contar um pouco da sua rotina como influenciadora? Eu compartilho muito da minha rotina, sinto que isso me aproxima dos meus seguidores, mas também adoro criar novos conteúdos. Então, mostro desde o meu café da manhã, minha skincare e meu treino, até por exemplo, uma campanha da qual estou participando, uma dublagem que estou gravando para as redes sociais, um ensaio fotográfico temático. Varia muito, mas estou sempre com novas ideias e tenho uma equipe maravilhosa que sempre me ajuda na organização, criação e planejamento. Recentemente você revelou que foi pedida em casamento por Du Nunes. Pode nos contar um pouquinho sobre essa relação e as expectativas para o futuro com ele? Sim, fui pedida na Disney, na frente do castelo da Cinderela e foi mágico. Eu e o Du temos uma relação maravilhosa, de

“Meus conteúdos na internet, e pra ser sincera em tudo o que eu faço na vida, sempre têm o propósito de ajudar”


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muito amor, respeito e admiração. Nos conhecemos há alguns anos, e a conexão que eu tenho com ele nunca tive com mais ninguém. Ele abraça meus sonhos como se fossem dele, torce por mim em cada passo que eu dou e fica do meu lado em todos os momentos. Já estamos nos preparativos para o casamento e acabamos de nos mudar para um novo apartamento. Estamos pensando em aumentar a família futuramente, então sentíamos que precisávamos de um espaço maior. São muitas novidades acontecendo e muitas outras por vir, mas sem dúvidas estou vivendo a fase mais feliz da minha vida. Como você se prepara para a personagem? Tem algum ritual, alguma técnica, alguma mania que caracteriza a sua forma de trabalhar? Eu tenho aulas toda semana com minha preparadora. Estou com ela há anos e sempre seguimos um planejamento com cada personagem que interpreto. É muito importante entender que você não é esse personagem, você está apenas emprestando seu corpo para dar vida a ele. Felizmente eu tenho esse controle e essa consciência. Então eu gosto de me conectar sentindo tudo sobre sua história: qual o nome, idade, signo, como são seus pais, como foi sua infância, quais são os sonhos, metas, medos, aflições e paixões… Cada característica e cada detalhe importam, por isso mesmo que eu anoto, leio e absorvo tudo. Pode nos contar quais são seus próximos projetos? Dentro de pouco tempo vamos estrear o Apanhador de Almas, em uma plataforma de streaming gigantesca. Gravei esse filme no finalzinho de 2022, na Serra da Cantareira, juntamente com a Klara Castanho,

Angela Dippe, Jessica Córes, Larissa Ferrara e Priscila Sol. Trata-se de um filme de terror com muitas reviravoltas com a direção assinada pelos premiados Fernando Alonso e Nelson Botter Jr. Tenho certeza que vocês vão amar. Dentro de pouco tempo eu começo a gravação de um novo filme também. Ainda não posso divulgar muitas informações, mas fiquem de olho. Além do mais, posso contar agora que sou oficialmente a nova embaixadora da Petite Jolie. Lançamos uma nova campanha de verão e ficou a coisa mais linda do mundo. Ainda em 2023, vocês poderão conferir o meu lado empreendedora, que eu trabalhei muito para construir, porque vou lançar minha própria linha de beleza. Como é a sua relação com o seu corpo e sua beleza? Eu sempre fui muito sincera em relação a isso com todos que me acompanham. Já tive transtornos alimentares que arrancaram de mim toda a minha beleza e confiança em relação ao meu corpo. Depois de um bom tempo procurando ajuda, buscando informações, tratamentos e orientações, hoje posso dizer que amo o que eu vejo quando me olho no espelho. Não foi fácil, a luta para ter um bom autocuidado e uma forte autoestima é longa, tem dias que tudo está melhor e tem dias que nem tanto, mas é importante saber que isso não nos define. Existem vários e vários tipos de beleza, não adianta querer se encaixar e se comparar com alguém do mundo digital. Quando eu coloquei isso na minha cabeça, tudo mudou. Faço frequentemente exercícios físicos, esportes, treinos, passeios, tenho uma alimentação equilibrada, acompanhamento psicológico, um tempo para cuidar da minha pele… são pequenos hábitos que me ajudam a me amar e a me cuidar cada vez mais.

“Eu e o Du temos uma relação maravilhosa, de muito amor, respeito e admiração”


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Se pudesse escolher uma personagem icônica para interpretar, quem seria? Pergunta difícil. Tem muitas personagens icônicas que eu admiro muito, mas acho que eu ficaria entre a Jo March (Adoráveis Mulheres), Donna (Mamma Mia), Dorothy (O Mágico de Oz), Sandy (Grease) ou Viúva Negra. Para você, é muito diferente atuar em cinema, TV e teatro? Pode nos contar um pouco da sua experiência em cada um? Para mim, a diferença principal é que no cinema e na TV trabalhamos com câmeras profissionais que possuem grandes lentes e muita tecnologia. E, por consequência, conseguem focar mais nos detalhes dos personagens, tanto nas expressões quanto no cenário, figurino... Com isso, os atores precisam também ser o mais natural possível. Já no teatro não é bem assim, porque você precisa ser gigante, precisa se destacar e brilhar do momento que pisa no palco até o momento que sai dele. O objetivo do ator em uma peça teatral é fazer as pessoas o enxergarem, independente se elas estão na primeira ou na última fileira. Eu pessoalmente amo todos os estilos de gravação e adoro porque cada um tem suas características. Das atrizes e atores com os quais você já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Como foi? Luiza Tomé e Nelson Freitas. Eu tive a honra de ter um tempo de imersão com eles quando interpretei Herodíades, em A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Eu pude ver o profissionalismo dos dois de

perto e absorvi o melhor disso para mim. São duas pessoas que admiro muitíssimo e que me ensinaram muitíssimo também. Quais são as suas maiores inseguranças em relação à carreira? Como você se vê daqui a dez anos? Eu sinto que hoje em dia tudo é muito baseado em tendências. As pessoas, atualmente, estão se importando e valorizando apenas números, sendo que valores, posicionamentos e estudos são muito mais importantes na vida de um profissional e são esses pontos que garantem uma maior estabilidade no mercado. Então, às vezes, fico com medo dessa “tendência de tendências” não ir embora nos próximos anos e realmente ficar enraizada na nossa sociedade. Quais são as suas maiores referências nas artes? E no mundo digital? Minhas maiores referências são Natalie Portman, Scarlett Johansson, Meryl Streep e Margot Robbie. Quais foram os maiores desafios da sua carreira até hoje? Diria que o maior desafio que tenho dentro da minha carreira é me manter estável dentro desse meio. Felizmente, eu tenho uma equipe incrível por trás e uma psicóloga maravilhosa também, então eu sempre estou me cuidando. Acredito fielmente que caso você não esteja fortalecido, independentemente da sua área profissional, você não consegue desempenhar um bom papel, então o foco é sempre estar bem com você mesmo para entregar o melhor para as pessoas ao seu redor.

“Depois de um bom tempo procurando ajuda, buscando informações, tratamentos e orientações, hoje posso dizer que amo o que eu vejo quando me olho no espelho” Assessoria de imprensa

Caldi Comunicação


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G SOTAQUE CAIPIRA E SIMPLICIDADE COM HUMOR, ESSA É A FÓRMULA DE SUCESSO DO “AGROINFLUENCER” GUSTAVO ALMEIDA FREIRE, O TUBARÃO! Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Iza Ventura

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Com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram, esse mineiro de Cana Verde, no Centro-Oeste do estado, vem fazendo sucesso no Brasil. De botas e chapéu, Gustavo Tubarão salvou a quarentena de milhares de fãs que acompanham seus vídeos com conteúdo sobre suas origens da vida no campo. Além disso, o influenciador, de 23 anos, também faz questão de falar sobre temas mais sérios, especialmente depois que foi diagnosticado com borderline, caracterizado por instabilidade em relacionamentos, extremas variações de humor e impulsividade. Ele esteve por aqui e nos contou um pouco sobre a carreira de humorista, inspirações, sucesso e a vontade de levar alegria às pessoas sem deixar de ajudar quem, como ele, sofre de ansiedade, depressão e outras questões ligadas à saúde mental. Como decidiu seguir carreira de humorista? Desde adolescente, eu tenho esse sonho de fazer vídeos. Não sei se eu tinha na cabeça a ideia de ser humorista, mas gostava de gravar vídeos falando da vida, da forma como eu via as coisas e tal. O momento em que está só eu e a câmera ali é igual uma terapia pra mim, sempre foi, é daí que surgiu tudo. Qual foi a sua primeira experiência como humorista? Acho que não teve um momento exato que virou a chavinha e eu percebi que era um humorista. Mas, o momento que caiu a ficha de que meus vídeos estavam fazendo as pessoas rirem e tinha gente me achando engraçado, foi quando viralizaram meus primeiros vídeos falando sobre ser da roça, sobre ser mineiro... Quais são as suas principais inspirações no mundo do humor?

Minhas principais inspirações vieram do YouTube. Eu era muito fã do Júlio Cocielo e de uma galera dessa primeira geração do YouTube. Eles, com certeza, me inspiraram a começar a gravar e a estar onde eu tô hoje. Qual é o seu processo criativo para desenvolver seus conteúdos? Eu vou percebendo as coisas simples do dia a dia, o que eu acho engraçado. E, dependendo de como eu mostrar pras pessoas, elas podem achar engraçado também. Então eu busco mostrar o meu dia a dia de uma forma descontraída e acaba que o conteúdo flui naturalmente, nem sempre tem um roteiro muito pensado, mas no final acaba dando certo. Qual é a chave para manter seu público sempre ativo em suas mídias? Acho que manter a autenticidade, sempre tentar trazer coisas novas, ser verdadeiro e criar identificação com quem te assiste. Isso tudo faz com que as pessoas continuem querendo te assistir. Qual é a sua maior conquista como humorista? O que me faz me sentir mais realizado é o reconhecimento das pessoas na rua, isso pra mim é impagável. Eu amo cada um dos meus fãs do fundo do coração. De prêmio mesmo, o principal que eu já ganhei é o MTV MIAW. Tive a felicidade de ganhar duas vezes e fiquei muito feliz, até hoje não caiu a ficha. Qual é o seu objetivo a longo prazo na carreira de humorista? Tenho o sonho de participar de filmes, novelas, coisas do tipo, então acho que esse é um dos meus principais objetivos a longo prazo.

“Sempre abordo sobre saúde mental nos meus conteúdos, porque tenho problemas demais com isso”


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Qual conselho daria para quem está começando agora no mundo do humor? O principal conselho que eu posso dar é ser você mesmo, não achar que você tem que copiar piada dos outros ou vídeo dos outros para dar certo. O que vai dar certo é você ser engraçado do seu jeito, falar das coisas que você vê, da forma como você vê. Ser original tem um potencial muito grande e foi a forma que tudo funcionou para mim. Qual é a sua fonte de inspiração para criar seus conteúdos? Para ficar inspirado, eu gosto de estar tranquilo. Então eu busco inspiração nas coisas que me deixam bem, me deixam em paz, tipo ficar na roça, cuidar dos bichos. Meus cachorros também me fazem muito bem. Isso tudo me ajuda a criar. Quais são os tipos de humor que você mais gosta de explorar nas suas redes? Eu gosto de fazer um humor meio aleatório, envolvendo coisas que muitas vezes não fazem muito sentido, mas que acabam ficando engraçadas. Tem um vídeo que eu gosto muito de fazer, que é falando como os meus sonhos não fazem sentido. Aí, eu coloco um tanto de coisa muito aleatória acontecendo. Acho que esse tipo de vídeo retrata bem meu tipo de humor. Como você lida com o sucesso? Eu tento não relaxar com o fato das pessoas estarem gostando do meu conteúdo, para que eu esteja sempre evoluindo. Eu fico feliz com o reconhecimento, lógico, mas me esforço pra não me acomodar com isso.

Qual é a parte mais difícil do seu trabalho como humorista? Tem dia que a gente não tem criatividade, que tá mal, e aí fica muito difícil de pensar em coisa engraçada para postar. O bom é que eu tenho muita intimidade com meus seguidores, então eu tenho abertura para falar quando eu tô mal, quando eu tô sem postar, então isso ajuda muito. Qual o segredo para criar algo que realmente funciona? O segredo, para mim, é a autenticidade. Ou seja, não tentar esconder meu sotaque, minhas origens. É meu diferencial até hoje. Qual é seu maior objetivo como humorista? Levar alegria pras pessoas. Mas, além disso, eu faço muita questão de mostrar que mesmo a gente que é humorista, que vive de internet, que parece que tá tudo bem sempre, é cheio de problema e tem dia ruim do mesmo jeito. Sempre abordo sobre saúde mental nos meus conteúdos, porque tenho problemas demais com isso. Também é um dos meus objetivos ajudar as pessoas a passarem pelas coisas que eu passo e sei como é difícil. O que podemos esperar do Gustavo Tubarão em relação a futuros projetos? O céu é o limite, tenho muita coisa legal na minha cabeça e espero poder fazer tudo que tenho vontade. Acho que quem me acompanha vai gostar muito de tudo que está por vir. Pode ter certeza que sempre vai ter coisa diferente vindo e isso me motiva muito.

“O céu é o limite, tenho muita coisa legal na minha cabeça e espero poder fazer tudo que tenho vontade”


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“Eu busco inspiração nas coisas que me deixam bem, me deixam em paz, tipo ficar na roça, cuidar dos bichos. Meus cachorros também me fazem muito bem. Isso tudo me ajuda a criar“


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M MARIANA RIOS, APRESENTADORA DO REALITY SHOW A GRANDE CONQUISTA, É UMA ARTISTA MULTITALENTOS

Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Charles Almeida Styling Satomi Maeda 5 min

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Ela canta, atua em TV e cinema, é apresentadora, criadora de conteúdo e escritora. Mineira de Araxá, estreou na televisão como Yasmin, em Malhação, da Rede Globo, na edição protagonizada por Sophie Charlotte e Caio Castro. Ainda na Globo, fez outras novelas: Araguaia, Além do Horizonte e Salve Jorge. Em 2016, abraçou o desafio de ser apresentadora de um reality musical. Nos anos seguintes, mostrou suas versões cantora e escritora: lançou o EP Eu e Você e os livros Basta Sentir, que reforça seu método de acreditar nos sonhos e Basta Sentir – Como Realizar Seus Sonhos de Maneira Simples e Prática, com frases para melhorar a autoestima. Em 2021, lançou o projeto musical Basta Sentir Deus, um EP autoral que traz canções como forma de oração. Na TV Record, substituiu Sabrina Sato em Ilha Record e, atualmente, está à frente de A Grande Conquista, outro formato original da emissora. Você sempre transitou por vários universos: cantou, atuou em TV e cinema, é apresentadora e criadora de conteúdo digital. Onde se sente mais à vontade? Eu acho que um lugar complementa o outro. Não consigo te falar onde me sinto mais à vontade, porque acredito que tudo que eu me proponho a fazer conversa com aquilo que eu desejo no momento presente. Tenho uma entrega absoluta e realmente gosto de passear por todos esses universos. Só que não consigo fazer tudo ao mesmo tempo, então procuro estar em projetos que fazem sentido com o momento que eu tô vivendo, que me fazem sentir uma coisa a mais, um frio na barriga, vontade de concretizar aquilo, de viver aquele sonho. É por isso que eu gosto de passear por esses diferentes lugares.

Ser atriz sempre foi um sonho? Você já desejou ou deseja trabalhar com outras coisas que não sejam ligadas à arte e ao entretenimento? Bom, quando eu era criança, já me sentia artista, né? Muito pequena comecei a cantar, eu subia na mesa da varanda da minha avó e do meu vô, apresentava meu show, meu programa. Eu colocava os meus primos para serem a plateia e, na maioria das vezes, eles brigavam comigo, porque eles não queriam brincar daquilo. Depois que fui alfabetizada, comecei a escrever poemas e a escrever música. E todos os trabalhos que eu precisava apresentar na escola, eu transformava em alguma apresentação de arte. Eu não simplesmente pegava uma cartolina e colocava a minha apresentação, eu fazia uma música ou uma peça de teatro e apresentava para a sala inteira. Já aconteceu várias vezes de os professores pedirem para eu apresentar pra escola toda. Acho que eu estava na quinta série, mais ou menos, quando fundei, junto com a escola, um coral. E a gente também tinha um grupo teatral. Então sempre fui ligada à arte, e tenho a vontade de ser escritora, de saber mais e estudar psicanálise. Isso não quer dizer que eu vá deixar de ser apresentadora, de ser atriz, de ser cantora, mas tudo isso que eu faço é complemento daquilo que eu sou. E eu tento ao máximo aprofundar em todos esses assuntos para ter embasamento na hora de falar, na hora de atuar, na hora de cantar. Eu gosto de estudar. Eu penso que a gente só deve parar de estudar quando partir mesmo desse mundo, sabe? Desse plano pro outro plano espiritual. Quais foram os maiores desafios da sua carreira até hoje? Eu sempre pensei, e cada dia eu tenho

“Todas as vezes que vou entrar em cena, que vou subir num palco, que eu vou escrever um texto, que vou apresentar o programa, faço as minhas orações e elevo o meu pensamento”


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Look Mayara Bozzato Acessórios Caryoca Boutique


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mais certeza, de que o nosso maior inimigo e o nosso maior dificultador somos nós mesmos. A gente se boicota o tempo todo. Acho que quando você deseja as coisas e tem um sonho, você se abre para aquilo, a energia também se abre e as coisas vão acontecendo num processo onde tudo vem na hora certa. Mas você tem que estar aberto para entender e aceitar que nem tudo vai ser no seu tempo. Hoje eu vejo que, ao longo da minha vida, todos os “nãos” que eu recebi deram, na verdade, muito mais abertura de caminho para coisas que eu realmente desejava que acontecessem. Você precisa confiar no trajeto, confiar em você e aproveitar o processo. Toda vez que eu peguei um limão, tentei ao máximo fazer uma limonada. Como se sente influenciando tanta gente? Que responsabilidades isso traz? Acho que a gente precisa ser responsável, principalmente quando influencia, né? Precisamos ser responsáveis pelas nossas atitudes, pelas nossas palavras, porque existe um número grande de pessoas que vão captar aquilo e vão tornar aquilo uma verdade, sabe? Então, por isso, me esforço para me aprofundar nos assuntos. E quando eu falo desses assuntos, tenho necessidade de ter propriedade daquilo que eu falo. Então, se tem assuntos que eu não domino, que eu não tenho certeza do que eu tô falando, não falo. Eu guardo pra mim. E penso muito antes de dizer a minha opinião. Eu penso em como as pessoas vão receber. Eu dou importância a isso mas, ao mesmo tempo, conduzo a minha vida da forma como eu acho correto, independente do que as pessoas vão achar. Como você lida com a fama? Chega a se sentir incomodada com isso algumas vezes?

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Eu acho que o sucesso é uma consequência daquilo que você deseja fazer, se propõe a fazer bem e trabalha para que aconteça. A fama é efêmera e passageira. Eu nunca busquei isso, sempre busquei consistência. Consistência nas minhas amizades, no meu trabalho, na minha profissão, nas minhas relações. Não gosto de viver nada superficial e acho que a fama é superficial. Quando saí de Araxá, com 17 anos, eu tinha um sonho e um desejo que estavam completamente estabelecidos dentro da minha cabeça. Eu sempre soube o que eu queria e o meu sonho estava relacionado à minha profissão, ao meu propósito de vida, que é o principal. Eu saí para fazer o que me alimenta como pessoa, que traz a minha independência financeira, que foi outra coisa que eu sempre busquei também. Mas as minhas amizades são as mesmas até hoje, eu coloco as pessoas dentro da minha caminhada. Eu conto nos dedos o meu círculo de amigos, porque a minha roda de confiança são os amigos que vieram comigo desde a minha infância lá em Araxá. São os amigos com quem eu viajo, as pessoas que são convidadas pra minha casa, são as pessoas com quem divido os meus problemas, as minhas alegrias, que sabem da minha vida toda. Então, eu falo que eu pertenço a esse meio, mas esse meio não me pertence, porque eu vivo procurando ser o mais fiel possível às minhas raízes, à minha família, ao que eu sempre fui. E isso te deu medo em algum momento? A palavra medo não faz parte do meu vocabulário, nunca fez. Eu não tenho medo de nada, acho que estamos aqui pra viver um curto período nesse planeta, que é onde temos a oportunidade de evoluir. Temos livre-arbítrio para as nossas es-

“Eu sempre pensei, e cada dia eu tenho mais certeza, de que o nosso maior inimigo e o nosso maior dificultador somos nós mesmos”


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colhas, temos oportunidade de conviver com pessoas que vão nos ensinar. O medo é uma coisa do nosso subconsciente, é uma coisa da nossa cabeça. Por isso que eu falo que a gente se boicota o tempo todo. Tem duas frases que eu amo: “Se está com medo, vai com medo mesmo” e “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Então assim, por que eu vou deixar que algo me trave? Eu estou aqui nessa vida pra viver, pra realizar as coisas que eu desejo, pra aprender, pra evoluir, pra cair, pra levantar e pra ser feliz. Você compartilha conteúdos inspiradores e motivacionais no Instagram. Como eles surgem, quais as suas referências? Esses conteúdos são muito verdadeiros. Eu não prego aquilo que eu não faço mesmo na minha vida, no meu dia a dia. Só o que é verdadeiro pra mim, o que acontece comigo, coisas que eu passo, inspirações. É o que eu coloco ali em palavras, em textos, em vídeos, é o que eu divido com as pessoas, porque essa troca me faz bem, me completa, sabe? Escrevi o primeiro livro, agora estou escrevendo outro e já tô pensando no terceiro. Não tenho a pretensão de me tornar uma grande escritora, seguir uma carreira e vender milhões de livros. Eu quero que as pessoas, e podem ser poucas, tenham vontade de ter essa troca comigo, de ler. Pode ser duas pessoas, pode ser dez, como pode ser 10 milhões, que eu tô feliz do mesmo jeito. A minha vontade é fazer a diferença na vida de alguém.

Como você se prepara para entrar em cena? Tem algum ritual, técnica ou mania que caracteriza a sua forma de trabalhar? Todas as vezes que vou entrar em cena, que vou subir num palco, que eu vou escrever um texto, que vou apresentar o programa, faço as minhas orações e elevo o meu pensamento. Eu peço a Deus que me inspire, que me proteja, que me guarde e que eu leve o melhor que eu puder para as pessoas. E que eu receba o melhor que elas têm a me oferecer todas as vezes. Das pessoas com as quais já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Como foi? Laura Cardoso. Fiz Araguaia e ela foi uma inspiração pra mim. Além de ser uma grande atriz, conduz a coisa de uma forma tão bonita, tão natural, com tanto respeito pelas pessoas que estão em volta. Isso deveria ser uma coisa normal, mas nem sempre é. Em qualquer ambiente de trabalho, não é porque é nesse meio, não. A dona Laura é muito carinhosa, muito profissional, muito pontual. E ela sempre foi uma referência, sabe? E agora, pra encerrar, a gente já sabe que você está escrevendo seu segundo livro e já está na reta final de A Grande Conquista. Quais os próximos planos? Férias. Depois que acabar A Grande Conquista, eu quero tirar um tempo sem nenhum projeto longo, quero viajar, quero fazer alguns cursos até mesmo para descansar, mente, corpo.

“Eu estou aqui nessa vida pra viver, pra realizar as coisas que eu desejo, pra aprender, pra evoluir, pra cair, pra levantar e pra ser feliz”

Assistente de beleza Yuri Monacelli

Assistente de styling Pedro Augusto Silva

Assessoria de imprensa Access Mídia


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M MÔNICA SALGADO É UMA VISIONÁRIA. UMA DAS PRIMEIRAS JORNALISTAS DO BRASIL A PREVER O TSUNAMI QUE AS MÍDIAS SOCIAIS PROVOCARIAM NAS TRADICIONAIS Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Johnny Lazz Styling Viviane Motta 5 min


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Look Vitor Zerbinato Joias Tiffany & Co. Sandália UZA Shoes


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Jornalista com 25 anos de estrada, Mônica Salgado cursou pós-graduação em Marketing de Moda, foi redatora-chefe da Vogue e dirigiu a revista Glamour por cinco anos. Sob seu comando, a Glamour Brasil foi a primeira revista do mundo a estampar blogueiras na capa, em 2013. O fato de ter vivido o universo da influência digital desde o começo, lhe deu experiência para criar o Talk com Môni, festival de conteúdo digital que, em sua terceira edição (maio de 2023), reuniu 800 pessoas e mais de 50 speakers em torno do tema, em São Paulo. Ela também foi colunista do Vídeo Show (TV Globo) e jurada no festival de publicidade de Cannes, em 2018. Nas redes sociais, produz conteúdo diretamente para uma comunidade engajada de mais de 625 mil seguidores. Nesse período o jornalismo passou por muitas transformações. Quais mudanças mais te surpreenderam? Há algo com o qual você não tenha conseguido se adaptar? Acho que minha rápida capacidade de me adaptar às transformações foi o que me retirou do cenário do jornalismo tradicional. A mídia clássica, por mais absurdo que pareça, tem certa resistência a mudanças. Foi assim quando, em 2012, vendo o fenômeno das blogueiras ganhar forma, insisti em colocá-las na revista Glamour, que dirigia na época, e enfrentei muita resistência da diretoria. Eu estava diante de uma revolução clara na maneira com que consumíamos e enxergávamos o mundo (provocada pelas redes sociais) e naturalmente considerava que tínhamos obrigação de reportar o fenômeno nas nossas páginas. E a editora considerava que, ao fazer isso, estaríamos alimentando uma “concorrência”, já que a verba do mercado publicitário começava a migrar

do impresso para a influência digital. Mas gente... dar ou não na revista não frearia o fenômeno, percebe? Com o tempo, percebi que poderia me comunicar, escrever, gravar, contar minhas histórias via redes sociais, de acordo com as minhas regras e meu jeito de ver o mundo. A liberdade que vem daí é avassaladora e deliciosa. Jamais me adaptaria à imprensa militante que vemos por aí hoje, em sua maioria. É um jornalismo enviesado que não me representa. Como você vê a entrada da Inteligência Artificial na comunicação? Isso te assusta ou te estimula? Por quê? É importante discutir os limites éticos da IA, mas o futuro mais me excita do que assusta. Um mundo de possibilidades que ainda não conhecemos é combustível pra criatividade, é isso que nos move como seres humanos. Tem gente que entende, abraça e se permite esse admirável mundo novo (veja quantos corações tocou o novo comercial da Kombi, que trouxe Elis Regina num dueto com a filha Maria Rita) e tem gente que critica, questiona (tanto que o Conar entrou com ação contra a Volkswagen). E acho isso positivo, esses embates. A unanimidade é bem burra mesmo. Quais foram os maiores desafios da sua carreira até hoje? E as conquistas que te trazem mais orgulho? Desafio é sempre se reinventar e seguir relevante num cenário tão dinâmico, que se move na velocidade da luz. E a conquista maior é chegar aos 43 anos na minha melhor forma (inclusive literalmente <risos>), produzindo como nunca e animada com novos projetos, como o Talk com Môni, evento de influência digital

“Um mundo de possibilidades que ainda não conhecemos é combustível pra criatividade, é isso que nos move como seres humanos”


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com foco em moda, beleza e lifestyle, que já teve três edições; e meu livro, que deve sair no finalzinho do ano. Qual a principal diferença entre o jornalismo e a influência digital? Acha que a sua experiência como jornalista te ajuda como criadora de conteúdo digital? Diferenças estruturais. O jornalismo segue (ou deveria seguir) uma série de regras de apuração, isenção etc. A influência é sobre uma visão de mundo, uma opinião pessoal e intransferível sem compromisso com “ouvir os dois lados”. É mais autoral e informal, menos professoral, mais intimista e descontraída, fluida. A conexão é mais genuína. Mas o jornalismo é uma boa escola que nos ensina a contar histórias, “ler” pessoas, ser curiosa diante da vida – features importantes para um criador de conteúdo. Na sua opinião, o que, de fato, torna uma pessoa influente? A influência tem muitas facetas, difícil colocar todas as nuances numa caixinha. Tem gente que influencia por seu estilo único, por suas fotos deslumbrantes, tem gente que influencia por sua opinião e leitura de mundo, tem gente que influencia porque mostra um mundo aspiracional, tem gente que toca o coração do seguidor, porque se mostra mais real e vulnerável. Se você parar pra pensar, provavelmente segue pessoas que te inspiram por razões diferentes em searas distintas da vida. É esse mix que torna a vida – e a influência – interessantes. Sigo a Silvia Braz pelos looks de babar e o Pondé por reflexões que me fazem rever conceitos. Ou seja, os dois me influenciam e me interessam de maneiras diferentes e, pra mim, nenhum está em vantagem ou desvantagem em

relação ao outro. Não há comparação, porque as redes sociais permitem coexistência. A internet está cada vez mais “nichada”, não existe um modelo único de sucesso ou maneira certeira de influenciar. Como se sente influenciando tanta gente? Que responsabilidades isso traz? Pode parecer clichê, mas quando encontro pessoas que me dizem o quanto as ajudei a passar por um divórcio, a resolver questões com o marido, a acolher seus defeitos, sinto que estou cumprindo minha missão. Outro dia, na praia, encontrei uma seguidora que havia acabado de se separar e ela, chorando, me abraçou para agradecer uma pensata que fiz sobre o fato de que, no fundo, só podíamos contar com a gente mesma nesta vida – uma versão mais psicanalítica da letra de Flowers, da Miley Cyrus (risos). Foi um momento bem lindo que tem se repetido com frequência. Nunca tive tanto retorno nas ruas, nem quando fazia TV aberta, hein? É uma troca incrível que me alimenta energética e profissionalmente. O que te traz paz e serenidade? Onde você encontra equilíbrio? Eu adoro a sensação de dever cumprido, me julguem! Preciso da minha terapia semanal para elaborar os acontecimentos, necessito da minha ginástica diária para me equilibrar e, claro, da minha família por perto. Meu marido, meu filho e minhas cachorras são minha rocha e minha paz. Do que você tem medo? E como lida com isso? De me tornar irrelevante e invisível, de perder a potência da minha voz. De perder o encantamento pela vida, a capacidade de me deslumbrar diante das grandes e

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das pequenas coisas. E de perder o ânimo, sabe? Aquela fagulha que faz a gente querer ir além, não desistir, abraçar o novo, seguir em frente? Os dias em que me sinto desanimada (quem não?) me angustiam muito. Para esses momentos, café e terapia!

Ainda que tenha tido divergências notórias com ela, não posso deixar de dizer que foi Daniela Falcão, diretora da Vogue com quem trabalhei por cinco anos. Com ela aprendi realmente a ser obcecada por excelência.

Quais são as suas maiores inspirações no jornalismo? Tive duas grandes: a Cindi Leive, diretora da Glamour americana por anos, generosa, inteligente e divertida, foi um farol nos meus anos dirigindo a revista. E a Eva Chen, hoje no Instagram. Na minha época de Glamour, Eva dirigia uma revista chamada Lucky, da Condé Nast também. Sua maneira autoral, pessoal, verdadeira de se comunicar com as leitoras me inspiraram muito. Eva me ajudou a ver que, àquela altura, uma diretora de redação não poderia mais ser um nome frio no expediente da revista: precisava mostrar a cara, se conectar com a audiência, expor fragilidades. Ou seja: ser humana!

Quais são as suas maiores inseguranças em relação à carreira? Como você se vê daqui a dez anos? Daqui a dez anos, com 53? Hummm, quero estar no meu terceiro livro, pelo menos. Quero ter cursado psicanálise. Quero ter feito um retiro na Índia. Quero estar na 20a edição do Talk com Môni. Quero estar passando férias com meu filho e minha norinha! Quero estar ativa e espiritualmente mais elevada.

E no universo de influência digital? Amo seguir tanta gente, bebo de diversas fontes, misturo tudo. Só tomo cuidado para não deixar ninguém me influenciar demais, porque, porosa que sou, correria sério risco de emular um conteúdo que não é originalmente meu. Das pessoas com as quais já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Como foi?

Pode nos contar quais são seus próximos projetos? O que ainda sonha em realizar? Este ano está florido que só vendo. Lanço meu livro em dezembro, uma coletânea das minhas pensatas, pela Edipro. Tem mais uma edição do Talk com Môni em abril de 2024 – a maior e mais ambiciosa que já fizemos. E tem minha estreia como empresária. Entro na sociedade de um projeto incrível, uma nova agência de influência digital com foco no mercado de luxo, parte do BR Media Group. Vai se chamar ICONIC. Estou animadíssima, de sentir um frio na barriga que há tempos não sentia.

“Meu marido, meu filho e minhas cachorras são minha rocha e minha paz”

Assessoria de imprensa MKTMIX


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SANDRA DE SÁ, A DIVA DO SOUL BRASILEIRO, TRAZ PARA OS PALCOS OS MELHORES MOMENTOS DA DÉCADA DE 1980 Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Odara Make Up Styling Fernanda Villar 5 min

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Sandra Cristina Frederico de Sá é o nome completo de Sandra de Sá, nascida em 27 de agosto de 1955. Neta de um cabo-verdiano, essa carioca do bairro de Pilares traz a música no DNA. Filha de baterista, desde menina frequentava bailes de soul organizados pelo Movimento Black Rio. Em 1977, entrou para a faculdade de Psicologia, mas abandonou em 80, quando começou a cantar e a compor. Desde então, fez parcerias com alguns dos maiores ícones da música nacional e internacional, ganhou muitos prêmios, atuou como atriz em novelas da Rede Globo e tornou-se uma das vozes mais emblemáticas do Brasil. Casada com a compositora Simone Malafaia e mãe de Jorge – seu maior orgulho na vida – Sandra agora está em cartaz com o documentário musical 80 – A Década do Vale Tudo, uma superprodução que retrata momentos marcantes do período em diversas áreas: política, moda, comportamento, esportes e cultura. Em cena, o elenco – liderado por Sandra – traz o rock das bandas de Brasília, as baladas românticas de Fábio Júnior, o pop de Madonna, o samba de Zeca Pagodinho, entre outras referências que marcaram época. Você começou a carreira na década de 80 e logo fez muito sucesso. Poderia nos contar um pouco sobre como foi o início? Eu estava cursando Psicologia em 1977 enquanto escrevia músicas e comecei a despontar como compositora. Uma delas foi Morenando, gravada na voz de Leci Brandão, em 1978. Ali no começo dos anos 80, minha grande amiga Fafy Siqueira começou a me inscrever em festivais, e dali fui despontando também como intérprete. Depois disso, não parei mais.

Houve uma música que foi o ponto de virada na sua carreira? Pode nos contar a história dela? Ah, com certeza foi Demônio Colorido, um sucesso do meu primeiro álbum. Lá no começo dos anos 80, no programa MPB 80, da Globo, a música ficou entre as dez finalistas e teve uma repercussão nacional extraordinária! A partir daí, comecei a ser reconhecida Brasil afora e minha carreira teve uma virada significativa. Nestes mais de 40 anos de estrada, quais foram os momentos mais marcantes? Nossa, tiveram muitos! Minha vida foi marcada por momentos emocionantes ao lado de pessoas especiais. Lembro com carinho do início da minha carreira, quando era mais reconhecida como compositora. Depois, como mencionei anteriormente, quando Fafy Siqueira começou a me inscrever em festivais e comecei a ser reconhecida também como cantora. Todas as pessoas e parcerias que fiz ao longo da minha jornada, grandes amigos como Cazuza, Tim Maia, Elis Regina. Tenho muito orgulho de toda a minha trajetória. Nesse período, a forma de fazer, consumir e divulgar música passou por muitas transformações. Quais mudanças mais te surpreenderam? Poxa, são 40 anos, então muitas mudanças ocorreram nesse tempo. Naquela época, a gente divulgava e consumia música através do rádio, da TV, dos jornais. Por mais que hoje ainda tenhamos essas ferramentas, a internet e as redes sociais potencializam qualquer divulgação de uma forma inimaginável.

“Para além da minha carreira e da minha vida profissional, ser mãe era um sonho e meu filho é meu maior orgulho”


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Há algo com o qual você não tenha conseguido se adaptar? Como é a sua relação com as redes sociais? Cara, confesso que ainda me enrolo com as redes sociais (risos), mas como disse, sei da importância delas para a disseminação e divulgação do nosso trabalho. É ótimo para ficarmos em contato próximo com os fãs também, eu me divirto com as perguntas que eles mandam, com as interações. Quais as conquistas que te trazem mais orgulho? Com certeza a maternidade. Para além da minha carreira e da minha vida profissional, ser mãe era um sonho e meu filho é meu maior orgulho. Mais orgulho ainda tenho de como eu equilibrei a maternidade com minha carreira. Jorge me acompanhava em shows, eu amamentava nos camarins. Sempre fomos muito próximos e ele é meu grande parceiro de vida. Ser uma mulher preta no universo musical brasileiro te trouxe mais desafios? Ser uma mulher preta no universo musical brasileiro me trouxe, sim, mais desafios. Foi necessário muita luta para conquistar meu espaço e superar preconceitos. De que forma o racismo atravessa a sua existência? O racismo atravessa a minha existência de forma literal. Como uma mulher preta, em um país onde a discriminação racial aumenta a cada dia, qualquer ato de racismo fere a minha existência profundamente. Muitas das suas músicas trazem mensagens de cunho social e político. Você sente que esses temas são uma responsabilidade do artista? Sim, eu sinto que esses temas são uma

responsabilidade do artista, pois a música tem o poder de transmitir mensagens importantes e criar consciência sobre questões relevantes. Muitas das minhas músicas trazem mensagens de cunho social e político, faz parte da minha essência. Como é o seu processo de criação musical? Você tem uma rotina, métodos, manias? Meu processo de criação musical é inspirado por diversas fontes. Tenho uma rotina flexível, mas sempre busco me conectar com minhas raízes e com a realidade do meu país. Gosto de explorar diferentes métodos e me permitir experimentar na composição. O que te traz paz e serenidade? O que me traz paz e serenidade é estar com a minha família e rodeada de amigos numa roda de samba. Esses momentos são preciosos e me conectam com minha essência. Onde você encontra equilíbrio? Encontro todo equilíbrio que preciso na minha família, que é meu alicerce e apoio em todas as jornadas da vida. Do que você tem medo? E como lida com isso? São poucas coisas que realmente me trazem medo na vida, mas perder pessoas próximas a mim, como minha esposa, meu filho, me assustam. Mas são situações da vida, que não temos como fugir, então procuro lidar com a maior naturalidade possível. Quais são as suas maiores inspirações na música? Minhas maiores inspirações foram grandes amigos, graças a Deus. Cazuza, meu compadre, Elis Regina, minha grande amiga. Billie Holiday também é uma das

“Billie Holiday também é uma das minhas inspirações, inclusive Cazuza dizia que eu era sua versão brasileira”


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minhas inspirações, inclusive Cazuza dizia que eu era sua versão brasileira (risos). A forma como ela cantava encantava a todos ao seu redor e transmitia sentimentos. Era isso que eu também queria passar com minhas músicas.

- A Década do Vale Tudo, eu tive a oportunidade de conhecer gente muito boa e incrível no palco.

Das pessoas com as quais já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Como foi? Tim Maia foi um cara excepcional que tive a honra de trabalhar junto! Além disso, foi um grande aprendizado conviver com ele e fazer muitos shows pelo Brasil. O mais “irado” da vida é isso, conhecer gente e acumular tantas histórias boas!

Pode nos contar quais são seus próximos projetos? O ano de 2023 está sendo um ano de muitas novidades. Eu voltei a atuar depois de 17 anos, estreei no streaming e agora estou levando o doc. musical 80 - A Década do Vale Tudo para São Paulo, depois de uma temporada no Rio de Janeiro. E tem muitas novidades na área musical vindo aí! Estou planejando um álbum mas ainda não posso dar spoilers.

Da nova geração, quem são os artistas que mais te surpreenderam? Poxa, tem uma galera talentosíssima que me surpreende demais! Artistas fantásticos como Ludmilla, Xamã, Priscila Tossan, Jéssica Ellen, entre vários outros, que elevam cada dia mais o nível da música no Brasil! E estreando no doc. musical 80

O que ainda sonha em realizar? Acho que já conquistei tanta coisa fantástica nessa vida… Tenho pessoas que me amam ao meu redor e trabalho com o que sempre fui apaixonada, que é a música. Mas se tem uma coisa que eu ainda sonho em realizar é ser avó, não paro de pedir isso para o Jorge.

“Como uma mulher preta, em um país onde a discriminação racial aumenta a cada dia, qualquer ato de racismo fere a minha existência profundamente”

Assistente de beleza Gabriela Lima

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VANESSA GIÁCOMO, QUE JÁ INTERPRETOU PAPÉIS DE DESTAQUE NA TV E NO CINEMA, DESCOBRIU NA ESCRITA OUTRA FORMA DE SE EXPRESSAR ARTISTICAMENTE Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Walter Lobato Styling Luan Ventilari 5 min

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Vanessa Giácomo, ou Vanessa Mendes da Silva Lima, seu nome de RG, nasceu na cidade na cidade de Volta Redonda (RJ), em 29 de março de 1983. Desde menina já sonhava em ser atriz. Participou de grupos de teatro na escola até que se mudou para o Rio de Janeiro, onde fez a Oficina de Atores da TV Globo. Sua primeira grande atuação foi em 2004, no remake de Cabocla, no papel de Zuca, que havia sido interpretado por ninguém menos do que Glória Pires em 1979. Em 2006, interpretou Juliana em Sinhá Moça e não parou mais. No currículo da atriz estão as novelas Duas Caras, Caras e Bocas, Morde e Assopra e Gabriela. No cinema, atuou em diversos filmes, entre eles Jean Charles, protagonizado por Selton Mello, que conta a história do brasileiro morto por engano após ser confundido como terrorista por policiais de Londres. Além de atuar, Vanessa lançou-se como roteirista. Seu primeiro curta-metragem foi Rodízio, lançado em 2021. Vanessa é sempre muito discreta em relação à vida pessoal. Foi casada com o ator Daniel de Oliveira, seu par romântico em Cabocla, com quem teve dois filhos: Raul e Moisés. Mais tarde, com o empresário de futebol Giuseppe Dioguardi, teve Maria, hoje com 8 anos. Pode nos contar como foi o começo da sua carreira? Ser atriz sempre foi um sonho? Eu comecei muito cedo. Desde muito jovem eu sabia o que eu queria. E, ciente do meu desejo, fui atrás de concretizá-lo. Fui estudar, correr atrás de oportunidades de trabalho. Em 2004, tive a minha primeira grande oportunidade com Cabocla. Fiz o teste e fui aprovada para a novela. Em seguida, surgiram novos trabalhos e fui construindo a minha carreira, degrau por degrau. Nunca tive pressa, eu acredito em

fazer o trabalho bem-feito, porque é isso que gera resultados. Você já desejou ou deseja trabalhar com outras coisas? Eu sempre soube que o meu caminho era nas artes. Tinha essa certeza comigo. O que aconteceu é que, ao longo dos anos, eu entendi que as possibilidades são maiores. Eu sou atriz, amo atuar, mas descobri novas formas de me expressar. A escrita é um exemplo. E como roteirista, qual é a sua trajetória? Comecei a sentir o desejo de escrever histórias que eu gostaria de contar como atriz. Foi mais ou menos assim que veio essa verve da roteirista. E descobri uma nova paixão, essa é a verdade. Escrevi um curta Rodízio, que foi uma experiência muito legal. E descobri novos parceiros nesse campo. Tenho novos projetos em andamento como roteirista e atriz. Trabalhos que eu fiquei muito feliz de escrever e quero muito vê-los ganharem forma. Quais foram os maiores desafios da sua trajetória até hoje? Eu não nasci na capital, nasci no interior do estado do Rio. Eu não conhecia ninguém no meio, então, acho que tudo o que eu construí foi resultado de muito trabalho e persistência. Quando fiz Cabocla, fiquei muito feliz, mas tinha aquele desejo de ter uma continuidade na profissão. E fico muito feliz de ter conquistado isso, de ter construído essa história. Como é a sua relação com a família? É a minha base, é o meu amor maior. Não tem nada no mundo mais importante do que eles. Amo estar em família, junto dos meus.

“Eu escolhi essa profissão por amar o que eu faço. Não foi uma escolha pensando na fama”


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Eles sempre te apoiaram nas escolhas da vida profissional e pessoal? Sim, eu não posso me queixar de falta de apoio. É claro que existe uma preocupação natural, mas nunca fui tolhida, nunca deixaram de me incentivar. Quais são as suas maiores referências nas artes? Difícil escolher um nome, porque eu sinto que são muitas as inspirações que eu carrego. Como você se prepara para a personagem? Leio bem o texto, busco compreender o que o autor quer transmitir com aquela personagem. Depois, eu busco referências em livros, música... Tudo o que pode me enriquecer para a construção daquele universo. E, por fim, o visual. Acho que, quando mudamos para um papel, isso já nos coloca num outro lugar. Tem algum ritual, técnica ou mania que caracteriza a sua forma de trabalhar? Eu sou bem disciplinada, bem organizada... Tenho tudo meu muito esquematizado para estudar, para estar completamente entregue no período do trabalho. Se pudesse escolher uma personagem icônica para interpretar, quem seria? Nossa, tem tantas personagens icônicas maravilhosas. Provavelmente alguma vilã daquelas que são amadas e odiadas ao mesmo tempo. Para você, é muito diferente atuar em cinema, TV e teatro? Pode nos contar um pouco da sua experiência em cada um? É diferente, sim, mas é um exercício muito gostoso para o ator estar atuando nessas três linguagens. Tenho mais trabalhos na

TV e cinema. Até gostaria de ter feito mais teatro, mas não aconteceu. Sobre a TV, é uma grande indústria, que tem um tempo, uma agilidade muito peculiar dela. O cinema tem um tempo diferente. E o mais interessante é que na TV, a gente não sabe o que vai acontecer com a personagem. Vamos criando e compondo ao longo dos meses. No cinema, temos a história com todo o arco dramático desenhado. Das atrizes e atores com os quais você já trabalhou até hoje, com quem mais aprendeu? Eu estou sempre aprendendo. É o que sinto. Não tem como entrar em cena e não trocar com o seu parceiro. Acho que isso é o bonito da minha profissão. Você ouvir, compreender e estar ali para o outro. Tive grandes parceiros ao longo desses anos e todos me ensinaram alguma coisa. Quais são as suas maiores inseguranças em relação à carreira? Não sei se é insegurança. Depois de um tempo, você conquista uma autonomia que te deixa confortável. No entanto, eu gosto de sentir aquele frio na barriga com um projeto, gosto de sentir o meu olho brilhando por algo que vou fazer. E torço para que isso continue. Recentemente você, assim como muitos outros artistas, não teve o contrato renovado com a Rede Globo. Que impacto isso teve na sua vida? Quando eu renovei pela última vez, tinha uma proposta muito interessante de um streaming. No entanto, eu quis seguir na casa. Essa mudança contratual não teve um impacto. Nesses anos, recebia convites que não podia aceitar. Acho que agora é o momento de somar. Com menos de um mês nesse novo modelo, já estou num

“Gosto de sentir aquele frio na barriga com um projeto, gosto de sentir o meu olho brilhando por algo que vou fazer”


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trabalho. Tenho uma excelente relação com a TV Globo e ela seguirá. A única diferença é que terei relação também com outras empresas. Como você vê a atual produção cinematográfica no Brasil? Os streamings estão mudando a forma como se produz no Brasil e no mundo. Como você enxerga esse fenômeno? É um momento de muita mudança. O streaming vem mudando o mercado. E vejo que tem possibilitado espaço para novos talentos. Isso é muito legal. Acredito que a TV aberta segue firme e forte, mas agora com o streaming forte também. Como você se vê daqui a dez anos? Eu quero estar feliz, com a minha família e trabalhando. E viajando também, porque amo viajar. Como é a sua relação com o seu corpo e sua beleza? Há algo que você gostaria de mudar, ou já mudou, em você? Eu tenho uma boa relação com o espe-

lho. Busco me cuidar para me sentir bem comigo mesma. Essa é a minha bússola. Acho que não mudaria nada agora, não. Você costuma ser bastante discreta em relação à vida pessoal. Por que essa escolha? Acho que é algo que combina comigo. Eu escolhi essa profissão por amar o que eu faço. Não foi uma escolha pensando na fama. E ter um refúgio, um lugar que é só meu, isso me faz bem. O trabalho já nos expõe demais. Como é a sua relação com redes sociais? Eu me divirto com as redes sociais. Acho que isso é o mais legal. Você usar aquele espaço para ser algo legal para você e para os seus seguidores. Além, claro, de ter a troca direta, o que é maravilhoso. Pode nos contar quais são os próximos projetos? Eu estou fazendo um trabalho muito legal, mas ainda não posso adiantar nada dele. Mas estou feliz demais, porque é um projeto grande e estou mega-animada.

“Comecei a sentir o desejo de escrever histórias que eu gostaria de contar como atriz”

Assistente de beleza Leila Costa


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XURRASCO É O APELIDO DE GABRIEL LUIZ DE SOUZA ANDRADE, UM DOS MAIORES FENÔMENOS DAS REDES SOCIAIS NA ATUALIDADE Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Iza Ventura Styling Bruna Policastro 5 min


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Com apenas 17 anos, Gabriel Luiz de Souza Andrade – o Xurrasco – já conquistou mais de 4 milhões de seguidores no TikTok e quase 2,5 milhões no Instagram. Nascido em Bangu, na zona norte do Rio de Janeiro, o menino de cabelo estilo “californiano” virou sensação na internet com dancinhas divertidas e estilo descontraído. Lovezinho, da cantora Treyce, foi o primeiro vídeo que viralizou e o transformou em celebridade, principalmente entre as crianças. Para a TOP, Xurrasco falou sobre bullying, contou como surgiu esse apelido e revelou seu maior sonho: comprar uma casa para sua mãe. Quem é Gabriel Luiz de Souza Andrade? Então, Gabriel Luiz de Souza Andrade é um menino que veio da favela sonhando em ser jogador de futebol e teve a ideia de, na roda dos amigos, gravar uma dancinha de TikTok, zoando, mas sem imaginar que viraria o Xurrasco, sempre sonhando em ser jogador de futebol. O Xurrasco, é um personagem? É uma persona que eu criei pro TikTok e deu supercerto. Como surgiu esse apelido? Esse apelido surgiu no campo de futebol do meu bairro. Eu sofri uma falta e um dos torcedores gritou que se eu fizesse o gol ele me pagaria um espetinho de churrasco que vendia fora do campinho. Eu fiz o gol e todo mundo que estava torcendo começou a gritar: “Churrasco, churrasco!” Eu tinha sete anos de idade e assim surgiu o apelido.

Quando e por que você começou a fazer vídeos? Foi em fevereiro de 2022, eu gravava no banheiro, porque tinha vergonha das pessoas, pelas críticas. Eu não tinha ideia que ia estourar dessa forma. Quando meu primeiro vídeo bateu 1 milhão, eu já fui me soltando mais. Por que acha que os teus vídeos fazem tanto sucesso? Acho que pelo meu carisma, meu jeito de ser, meu estilo e pela minha entrega nos vídeos. Você conta que superou o bullying. Como foi esse processo? Eu comecei a gravar quando estava na escola. E, como meu cabelo é longo, as pessoas me criticavam muito, falando que meu cabelo era de mulher, que meu lugar não era ali. E eu nunca liguei, até que meu vídeo bateu 1 milhão e todo mundo queria gravar comigo também. Que dica você dá para outros jovens que sofrem bullying? Não desista dos seus sonhos. Se você tem um objetivo, siga ele que você vai chegar onde quer. Eu levo sempre uma frase comigo que é: “Insista, persista e resista, mas nunca desista daquilo que você é capaz”. Se você tem um sonho, vá em frente e não ligue para críticas. Como você se sente influenciando tanta gente? Isso te traz alguma responsabilidade? Cara, eu sinto que influencio muita gente, principalmente crianças. É um carinho

“Gabriel Luiz de Souza Andrade é um menino que veio da favela sonhando em ser jogador de futebol e teve a ideia de, na roda dos amigos, gravar uma dancinha de TikTok”


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muito grande e puro que a gente recebe e isso é muito bom para mim. Tem outros influencers que você acompanha, quem influencia? Acompanho muito a Vanessa Lopes e a Clara. Como é a sua relação com os seguidores? É boa. Temos uma troca muito direta e eu adoro receber o carinho das pessoas, seja pelas redes sociais ou pessoalmente. E com os haters? Eu não ligo para haters. Acho que a melhor maneira de ignorar é não ler. Você já se sentiu pressionado a fazer conteúdos com os quais não se identifica? Como lida com isso? Nunca me senti pressionado. Eu tenho total controle dos conteúdos que produzo. Não faço o que eu não quero, senão perco a minha essência. Como você lida com campanhas, “publis”? Já negou propostas por não se identificar

com a marca? Tem alguém que te assessora nisso ou é você que toma conta da sua imagem? Não, nunca neguei. Inclusive é um sonho trabalhar com marcas grandes. E, se Deus quiser, vou conquistar a Nike. A Juliana Melo e a Gabily me ajudaram muito a entrar nesse meio da publicidade. Sem elas eu não conseguiria. Como é a sua rotina? Eu costumo dormir tarde e acordar às 11h. Gravo para postar os vídeos no horário certo e, à noite, jogo um futebol. Com os amigos, o que você gosta de fazer? Jogar bola, sem dúvidas. Que profissão você imagina para o seu futuro? Meu maior sonho quando criança era ser jogador de futebol. Como você se imagina daqui a dez anos? Com o sonho de dar uma casa para minha mãe realizado. Conquistando isso, eu já conquistei minha vida toda.

“Eu tenho total controle dos conteúdos que produzo. Não faço o que eu não quero, senão perco a minha essência”


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“Eu não ligo para haters. Acho que a melhor maneira de ignorar é não ler”


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Personalidades que marcaram a história da mídia no Brasil ELES SE DESTACAM NA TV, NA PUBLICIDADE E NA INTERNET E SÃO RESPONSÁVEIS POR DIVERSAS MUDANÇAS DO SETOR NO PAÍS

Por Thaís Ferreira Fotos Divulgação

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Um dos mais importantes teóricos da Comunicação, Marshall McLuhan, afirmava que cada mídia possui sua forma única de se comunicar e transmitir sua mensagem. Em um momento globalizado como o atual, em que o mundo está literalmente a um clique de distância, testemunhamos a subdivisão da mídia diante de nós, com cada um ocupando seu próprio espaço e falando para sua audiência. Todos os dias surgem novidades, acontecimentos. É impressionante pensar que, não faz tanto tempo assim, nos comunicávamos apenas por cartas, depois vieram os jornais, seguidos pelo rádio, televisão e internet. A World Wide Web revolucionou o mundo mais rapidamente do que pudemos acompanhar. Até o início deste ano, poucas pessoas sequer discutiam sobre Inteligência Artificial, e outro dia presenciamos a recriação da cantora Elis Regina para um comercial. Mal piscamos e já há algo novo no horizonte. Mesmo com tanta tecnologia entrando e saindo de nossas vidas quase diariamente, nada substitui o talento humano, que se renova a cada geração e a cada dia. Em uma era repleta de celebridades instantâneas, pode ser difícil se destacar, principalmente em um campo tão vasto como a mídia. Porém, o Brasil conta com mentes brilhantes em diversas áreas, e quando se trata da mídia, não é diferente.


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Por isso, a TOP Magazine selecionou cinco pessoas que fizeram e continuam a fazer a história acontecer diante de nossos olhos. Glória Maria, que faleceu em fevereiro deste ano, marcou o telejornalismo com sua competência e foi a primeira mulher negra a se destacar na TV. Outra jornalista é Marília Gabriela, vanguardista nata, que revolucionou a história brasileira com o icônico TV Mulher, programa que deu voz e espaços a milhares de mulheres na década de 1970. Falando em TV, Washington Olivetto também fez seu nome na publicidade do país ao nos brindar com propagandas incríveis, além de peças publicitárias com textos brilhantes, que também marcaram jornais e revistas. Rosana Hermann merece os aplausos por ser uma pioneira quando se fala em internet. Física e jornalista, está presente em todas as redes sociais, compartilhando conhecimento e informação. Ainda no digital, outro fenômeno atende pelo nome de Casimiro, ou Cazé. O streamer é um case de sucesso, pois foi o primeiro a transmitir uma Copa do Mundo por uma plataforma. Claro que existem outras personalidades que merecem esse status e reconhecimento. A todos que contribuem para a mídia brasileira ser tão relevante como é atualmente, o nosso agradecimento! Aproveite a leitura e conheça um pouco sobre cada um dos nossos selecionados.


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ROSANA HERMANN Rosana Hermann é uma nômade digital muito antes do termo virar hype. Quando se pensa na Internet, é impossível não se lembrar dela, já que Rosana é um dos fenômenos desde os tempos de Web 1.0, passando pela Web 2.0 e redes sociais (ela está em todas, sempre muito atuante, com o seu @rosana) e, como não poderia ser diferente, é uma das entusiastas da Web 3.0. Jornalista e física por formação, apresentou programa, fez e faz roteiros e, quando a “rede social do passarinho” começou, foi uma das pioneiras, o que lhe rendeu o apelido de “síndica” e o livro Um Passarinho Me Contou. Também é autora de Tudo O Que a Grande Mente Capta. O blog Querido Leitor durou mais de 20 anos e ali ela escrevia sobre tudo: de assuntos pessoais a temas factuais. Na era do vídeo, Rosana também não ficou para trás e mantém seu canal no YouTube com vídeos de palestras e cursos sobre questões atuais, como a relação da saúde mental em tempos de Inteligência Artificial. A jornalista é colunista da Folha de S.Paulo, onde mescla vários temas em seus textos. A face multifacetada de Rosana pode ser comprovada ainda pelos programas em que já esteve, como o Atualíssima, ao lado de Leão Lobo, A Noite é uma Criança, onde comandava o quadro Ombudsman e até episódios de Porta Afora, em que falava de viagens com Fábio Porchat. Quando se fala em roteiros, passou por todas as emissoras e escreveu para programas como Xuxa, Clodovil, Sai de Baixo e Pânico na TV, só para citar alguns. Há alguns anos se descobriu corredora e participou de diversas competições. Também adora tricotar e faz sapatinhos lindos, que doa para mães de crianças em situação de vulnerabilidade. É casada com o médico psiquiatra Isaac Efraim e tem dois filhos, Anita, jornalista como ela, e Gabriel.

Quando se pensa na Internet, é impossível não lembrar dela, já que Rosana é um dos fenômenos desde os tempos de Web 1.0


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CASIMIRO Casimiro Miguel Vieira da Silva Ferreira, melhor dizendo, Casimiro ou Cazé, conseguiu um feito: foi o primeiro streamer na história a transmitir a Copa do Mundo em suas plataformas digitais, no ano passado. Engraçado, polêmico e muito inteligente, tem a capacidade de transformar tudo o que toca em ouro. Começou a carreira com os esportes no TNT Sports Brasil e, em 2019, foi convidado para ser comentarista no SBT Sports Rio, ao lado de Pedro Certezas. Mas foi em 2021 que Cazé conquistou o público jovem graças às transmissões on-line ao vivo na Twitch. O bordão “meteu essa”, que virou meme, garantiu-lhe milhares de seguidores. O combo futebol e humor caiu no gosto do público. Nessa plataforma também alcançou o maior número de espectadores durante uma live de um documentário do jogador Neymar. Ano passado, criou um projeto chamado Que Papinho, um programa de interação com inúmeras personalidades tanto do mundo do futebol quanto de fora. Além das lives, o streamer ficou conhecido por conta dos vídeos Casimiro Reage, nos quais ele faz reacts a diversos programas, sendo o mais conhecido, o Vai Dar Namoro. Presença constante nas redes sociais, ele teve um tuíte com 1 milhão de curtidas em 24 horas, o recorde do Twitter. Nascido em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, tem 29 anos, é casado com Ana Beatriz e vascaíno doente. Ao contrário de muitos profissionais da mídia que escondem o time do coração, Cazé faz questão de declarar seu amor – e às vezes seu ódio – ao Vasco da Gama.

Engraçado, polêmico e muito inteligente, tem a capacidade de transformar tudo o que toca em ouro


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WASHINGTON OLIVETTO Podemos dizer que Washington Olivetto é, assim como um dos produtos que ajudou a popularizar de forma genial em uma propaganda de TV, um cara de mil e uma utilidades. Brincadeiras à parte, o publicitário encantou os brasileiros com sua criatividade e inteligência. A agência fundada por ele com mais dois sócios, inclusive, batiza um dos maiores sucessos de Jorge Ben Jor: W/Brasil (Chama o Síndico). Começou a carreira com 18 anos como redator e, três meses depois, criou seu primeiro comercial, que foi inscrito no Festival de Cinema de Cannes e ganhou um Leão de Bronze. O primeiro de muitos prêmios nacionais e internacionais que Olivetto ostenta. Só de Leões, ele tem 50. É o único publicitário não anglo-saxão no Hall of Fame do The One Club de New York e no Lifetime Achievement, do Clio Awards. Olivetto começou a faculdade de Publicidade quando jovem mas não chegou a concluí-la. Com uma mente brilhante, ascendeu na carreira e nunca mais parou. É autor de diversos livros, um deles sobre o Corinthians, uma de suas paixões. Apesar do glamour e do sucesso, passou por um dos momentos mais tensos de sua vida, em 2001. Foi sequestrado em São Paulo por bandidos argentinos, colombianos e chilenos. Depois de quase três meses no cativeiro, foi resgatado com a ajuda de uma estudante de Medicina que suspeitou dos barulhos que vinham do quarto da casa ao lado da sua. Como a parede desse quarto fazia divisa com a sua casa, a estudante usou o estetoscópio para ouvir tudo e avisar à polícia. Aos 72 anos, comanda um podcast, o W/Cast, que nasceu durante a pandemia e já está na terceira temporada. É ainda colunista de jornal e de rádio. Nascido em São Paulo, no bairro da Lapa, é pai de três filhos: Homero e dos gêmeos Antônia e Theo.

Podemos dizer que Washington Olivetto é, assim como um dos produtos que ajudou a popularizar de forma genial em uma propaganda de TV, um cara de mil e uma utilidades


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GLÓRIA MARIA A jornalista carioca Glória Maria Matta da Silva quebrou diversos paradigmas na vida e na carreira. Aliás, duas coisas que caminharam juntas na sua história na TV Globo, sendo a primeira repórter negra a se destacar nas telinhas. Iniciou na emissora em 1970, onde começou como estagiária e logo se destacou. Sua primeira reportagem foi a cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, em novembro de 1971. A sagacidade de Glória fez com que, em pouco tempo, ela virasse âncora do RJTV. Glória também apresentou reportagens para o Jornal Hoje e Jornal Nacional. Em 1986, passou a integrar a equipe de repórteres do programa Fantástico e entrevistou diversas celebridades, como Michael Jackson, Freddie Mercury, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna. Aventureira nata, pediu licença de dois anos da emissora para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens para a Índia e a Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Em 2010, voltou para as telas da Globo para ser repórter especial do Globo Repórter e viajou pelos lugares mais inusitados e insólitos do planeta. Foram mais de 160 países de todos os continentes. Suas matérias faziam o maior sucesso, pois a jornalista se jogava nas experiências, literalmente: já saltou do maior bungee jump do mundo e fez travessias entre balões no ar. A leonina nascida no bairro da Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 15 de agosto, era muito vaidosa e não gostava de revelar a idade. Disse em entrevistas que tomava mais de 60 vitaminas por dia. Filha de um alfaiate e de uma dona de casa, cursou jornalismo na PUC do Rio. No dia 2 de fevereiro deste ano, Glória faleceu devido a complicações de um câncer. Deixou duas filhas, Maria, 15 anos, e Laura, de 14, adotadas em 2009, no estado da Bahia.

Suas matérias faziam o maior sucesso, pois a jornalista se jogava nas experiências, literalmente: já saltou do maior bungee jump do mundo e fez travessias entre balões no ar


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MARÍLIA GABRIELA Marília Gabriela Baston de Toledo conquistou o Brasil sendo Marília Gabriela. Jornalista, atriz, apresentadora, cantora, escritora, ela é de uma geração de mulheres que rompeu diversas barreiras. Foi repórter da TV Globo na década de 1970 em diversos telejornais, mas foi em 1980 que Gabi causou uma verdadeira revolução na televisão brasileira quando virou âncora do TV Mulher. O programa foi um marco porque deu voz às mulheres. Trazia temas ligados ao universo feminino que até então não tinham espaço. Ali, ao lado de Xênia, Marta Suplicy e Ala Szerman, comandou centenas de pautas relevantes. Outro momento marcante de sua vida foi o Cara a Cara, na Band, onde fazia entrevistas com personalidades de todos os tipos, arrancando segredos, risadas e desabafos com seu jeito único de entrevistar. No SBT, anos depois, comandou o De Frente com Gabi, nos mesmos moldes – uma das marcas do programa era o quadro Bate-Bola Jogo Rápido, no qual os entrevistados tinham que responder com apenas uma palavra. Gabi estreou como atriz de teatro em 2001, protagonizando a peça Esperando Beckett, escrita e dirigida por Gerald Thomas. Participou também de filmes e novelas, entre elas Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva. Atualmente, tem um programa no YouTube, o De Frente com Gabi de Novo, com 100 mil inscritos e participação de celebridades. A jornalista nasceu em Campinas, interior de São Paulo, e tem 75 anos. O primeiro marido de Marília Gabriela foi Reinaldo Haddad, que faleceu em 1974, com quem teve um filho, Christiano. Depois, se casou com Zeca Cochrane, com quem teve Theodoro Cochrane, ator. Ela também foi casada com Reynaldo Gianecchini.

Foi em 1980 que Gabi causou uma verdadeira revolução na televisão brasileira quando virou âncora do TV Mulher


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Helmut Newton, um ícone da fotografia COM SEU OLHAR SOFISTICADO E PROVOCATIVO, O FOTÓGRAFO MARCOU O SÉCULO 20


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Por Thaís Ferreira Fotos Divulgação

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Helmut Newton era influenciador muito antes do termo virar moda, já que seu trabalho inspirou e inspira gerações de fotógrafos no mundo todo. Sua estética única, que combinava elegância, erotismo e uma abordagem ousada, tornou-se sua marca registrada e fez dele um dos profissionais mais marcantes do século 20. Ao longo de sua carreira, Newton colaborou com muitas das principais marcas de moda e fotografou algumas das personalidades mais famosas do mundo. Suas imagens desafiadoras e controversas frequentemente questionavam os padrões convencionais de beleza e exploravam a sexualidade de forma franca. Nascido em 31 de outubro de 1920, em Berlim, Alemanha, com o nome de Helmut Neustädter, cresceu em uma família judia e começou a se interessar por fotografia desde jovem. Durante sua adolescência, trabalhou como aprendiz de fotografia e, mais tarde, como assistente de estúdio em Berlim. Em 1938, devido à crescente perseguição aos judeus na Alemanha nazista, Newton deixou o país e imigrou para Singapura. Lá, trabalhou como fotógrafo de retratos até 1940, quando foi recrutado pelo exército australiano para servir durante a Segunda Guerra Mundial. Durante seu tempo no exército, ele adotou o nome Newton. Após o fim da guerra, estabeleceu-se na Austrália e abriu seu próprio estúdio fotográfico em Melbourne, onde começou a trabalhar para revistas de moda, como a Vogue australiana, e rapidamente ganhou reconhecimento por suas imagens inovadoras e provocativas. Nos anos 1960, Newton mudou-se para Paris, onde sua carreira decolou ainda mais. Ele se tornou um dos fotógrafos mais influentes da indústria da moda, trabalhando para grandes publicações, como Vogue e Harper’s Bazaar. Em 23 de janeiro de 2004, Helmut Newton faleceu tragicamente em um acidente de carro em Los Angeles, aos 83 anos de idade. Sua morte deixou um vazio na indústria da moda, mas seu legado perdura através de seu trabalho, que continua a influenciar fotógrafos e artistas contemporâneos.

Sua estética única, que combinava elegância, erotismo e uma abordagem ousada, tornou-se sua marca registrada e fez dele um dos profissionais mais marcantes do século 20


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Parceria na vida pessoal e profissional Helmut Newton era casado com June Newton, também conhecida como Alice Springs, fotógrafa australiana que se tornou colaboradora frequente e parte importante da vida e carreira dele. Helmut e June se conheceram em 1947, quando ele estava em Melbourne, Austrália, trabalhando como fotógrafo de moda. June, na época, trabalhava como atriz e modelo. Eles se casaram no mesmo ano e iniciaram uma parceria profissional e pessoal duradoura. June desenvolveu suas habilidades fotográficas ao lado de Helmut, trabalhando como assistente e colaboradora em suas produções. Ela também teve sua própria carreira como fotógrafa, adotando o nome artístico de Alice Springs. Ao longo dos anos, June e Helmut compartilharam uma vida íntima e criativa, com June fornecendo suporte e influência significativos ao trabalho de Helmut. Ela ajudou a criar e manter os arquivos de Helmut Newton, garantindo a preservação de seu legado fotográfico após sua morte em 2004. June continuou a trabalhar como fotógrafa após a morte de Helmut, capturando retratos íntimos de inúmeras personalidades. Ela faleceu em 2021, aos 97 anos de idade. Ao longo da carreira, June fotografou diversas celebridades, como a cantora jamaicana Grace Jones, o cantor David Bowie, a atriz francesa Catherine Deneuve, o ícone da pop arte Andy Warhol e a atriz britânica Charlotte Rampling.

Ao longo dos anos, June e Helmut compartilharam uma vida íntima e criativa, com June fornecendo suporte e influência significativos ao trabalho de Helmut


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Imagens que fizeram história A contribuição de Helmut para o mundo é marcante. Tanto que suas imagens se destacam até hoje. Por isso, separamos algumas fotografias que fizeram história. Paris Vogue, Rue Aubriot (1975) Newton capturou uma modelo vestida com uma roupa extravagante posando em frente a uma porta em Paris. Essa foto combina moda e contexto urbano para criar uma narrativa visual intrigante. Woman Examining Man (1975) Essa fotografia mostra uma mulher em trajes de banho examinando um homem vestido, enquanto outras pessoas estão ao redor observando. A imagem evoca uma sensação de voyeurismo e desafia as normas de poder e controle de gênero, uma temática recorrente no trabalho do artista. Alice Springs, Monte Carlo (1976) Newton retrata sua esposa, June Newton, conhecida como Alice Springs, em Monte Carlo. Ela está usando um vestido de noite e posando ao lado de um carro esportivo. A fotografia captura a elegância e o glamour da época, além de mostrar o relacionamento pessoal e profissional entre os dois. Sie Kommen (1976) Nessa icônica foto, Newton retrata três modelos femininas poderosas caminhando em direção à câmera. A composição é dominada por sua presença imponente, enquanto usam roupas de couro e botas altas. Essa fotografia encapsula o estilo de Newton, que combinava elegância, erotismo e uma abordagem audaciosa. Le Smoking (1975) Essa imagem é um exemplo clássico do estilo de Newton, que frequentemente desafiava convenções de gênero. Na imagem, uma mulher vestindo um elegante terno preto de smoking é retratada de forma dominante, desafiadora e sedutora. Essa imagem provocativa e sofisticada desafia estereótipos de moda e representa a atitude ousada de Newton.

Le Smoking é um exemplo clássico do estilo de Newton, que frequentemente desafiava convenções de gênero


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Eiffel Tower, Paris (1978) Newton apresenta um ângulo único da Torre Eiffel, em Paris. A imagem combina o elemento arquitetônico icônico com a estética elegante e sensual de Newton, criando uma composição visualmente impactante. Big Nude III (1980) Retrata uma mulher nua em uma pose poderosa e imponente. A fotografia transmite uma sensação de força e confiança, características frequentes nas obras de Newton. Self-Portrait with Models (1980) Aqui, ele se posiciona ao lado de várias modelos que estão posando para ele. A imagem revela a dinâmica entre o fotógrafo e suas modelos, além de capturar a presença forte e dominante de Newton no cenário da moda. Self-Portrait with Wife and Models (1981) Nesse autorretrato, Newton captura uma imagem intrigante que oferece um vislumbre de sua vida pessoal. Ele aparece ao lado de sua esposa, June Newton, enquanto várias modelos posam ao fundo. Essa imagem revela o olhar voyeurístico de Newton e sua capacidade de mesclar intimidade e profissionalismo em uma única foto. Naked and Dressed (1989) Nesta série, Newton explora a dualidade entre nudez e vestimenta. As fotografias apresentam modelos que são retratadas em poses sensuais, algumas completamente nuas e outras vestidas, criando um contraste intrigante e estimulando a reflexão sobre a relação entre exposição e ocultação. Le baiser - The Kiss (1993) Mostra um casal se beijando enquanto uma modelo nua posa ao fundo. A imagem evoca uma sensação de paixão e sexualidade, explorando as dinâmicas de poder e intimidade.

Livros também deixaram sua marca pelo mundo Além das fotos que fizeram história, Helmut Newton lançou diversos livros que exploram sua visão artística única e seu estilo fotográfico distinto. White Women, de 1976, é considerado um marco na carreira de Newton. Apresenta uma coleção de retratos provocantes de mulheres, muitas vezes nuas, em poses ousadas e dominantes. Um dos mais emblemáticos é Sumo, de 1999. O livro, de edição limitada e tamanho gigante (pesando cerca de 30 kg), é uma retrospectiva abrangente do trabalho de Newton ao longo de sua carreira. Reúne algumas de suas imagens mais icônicas, incluindo retratos de moda, nus e fotografias de celebridades. Polaroid, também de 1999, apresenta uma coleção de polaroids tiradas por Newton ao longo dos anos. Publicado postumamente, Helmut Newton’s Illustrated (2009) abrange toda a carreira de Newton e oferece uma visão geral de seu trabalho. Apresenta fotografias selecionadas de seus diferentes projetos e séries, fornecendo uma amostra diversificada de sua obra.


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Self-Portrait with Wife and Models revela o olhar voyeurístico de Newton e sua capacidade de mesclar intimidade e profissionalismo em uma única foto


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Rumo ao futuro sustentável UM OLHAR DETALHADO SOBRE O KWID E-TECH 2023, O CARRO ELÉTRICO COMPACTO DA RENAULT QUE COMBINA DESIGN ELEGANTE, DESEMPENHO SUPERIOR E TECNOLOGIA AVANÇADA


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Por Ariel Marques Fotos Divulgação

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No panorama do mercado automobilístico brasileiro, a Renault está se destacando com o lançamento de seu mais recente compacto elétrico: o Kwid E-Tech, edição 2023. Esse carro foi meticulosamente projetado para aqueles que são conscientes do meio ambiente, e que também procuram inovação e eficiência na mobilidade urbana e nas estradas do país. Essa proposta da Renault é para os entusiastas de tecnologia que valorizam o desempenho superior e têm um compromisso inequívoco com a sustentabilidade ambiental. Com seu design elegante e contemporâneo, o Kwid E-Tech apresenta uma estética arrojada e atraente. A suavidade de suas linhas, combinada com detalhes aerodinâmicos, resulta em um veículo de robustez inegável, uma característica que os aficionados pela

O Kwid E-Tech 2023 é um mix entre desempenho superior e sustentabilidade


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marca Renault conhecem e apreciam bem. A versão elétrica do Kwid não é apenas mais um carro movido à bateria no mercado; representa uma fusão harmoniosa da mais avançada tecnologia com uma autonomia impressionante. Com uma única carga, esse compacto elétrico é capaz de percorrer até 350 km, fazendo dele a opção perfeita para a rotina agitada das metrópoles brasileiras, sem a necessidade de constantes paradas para recarga. Além disso, a Renault projetou o Kwid E-Tech pensando na praticidade do dia a dia do usuário. Ele conta com um sistema de carregamento rápido que permite recarregar 80% da bateria em apenas 40 minutos. Isso significa que, mesmo na rotina corrida e agitada das grandes cidades brasileiras, você sempre terá tempo para recarregar seu veículo e seguir com as tarefas do dia sem interrupções.


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Ao entrar no veículo, você será saudado por um interior que exala modernidade e sofisticação. A Renault fez um trabalho excepcional ao criar um espaço acolhedor e confortável dentro do Kwid E-Tech. O carro oferece assentos confortáveis, desenhados para proporcionar o máximo de conforto mesmo em longas jornadas. O quadro de instrumentos digital é outro ponto de destaque, com uma interface intuitiva e de fácil leitura que permite ao motorista acessar informações importantes do veículo com apenas um olhar. Para manter você conectado ao mundo enquanto estiver na estrada, o Kwid E-Tech possui um sistema de infoentretenimento de última geração. Compatível com Android Auto e Apple CarPlay, ele permite a fácil conexão com smartphones, oferecendo acesso a uma variedade de funcionalidades, desde ouvir suas músicas favoritas, navegação GPS, até responder mensagens e chamadas.


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Se você se preocupa com os custos de manutenção de um carro elétrico, o Kwid E-Tech traz boas notícias. Devido à sua engenharia elétrica, esse veículo requer menos manutenção do que os carros à combustão tradicionais. Isso se traduz em menos visitas ao mecânico, menos peças para substituir e, claro, mais economia para o seu bolso. O Kwid E-Tech representa um passo significativo na direção de um futuro mais sustentável. Se você está em busca de um veículo elétrico compacto, estiloso e eficiente, capaz de agilizar a sua mobilidade nas movimentadas ruas e estradas brasileiras, esse é o carro que você precisa. Além de sua eficiência energética e segurança inigualável, o Kwid E-Tech se destaca por sua robustez e design moderno. A Renault equipou esse carro com uma gama de características de segurança, incluindo airbags frontais e laterais, controle de estabilidade e um sistema de frenagem ABS. Além disso, possui uma estrutura reforçada para absorver impactos, garantindo a segurança dos ocupantes mesmo em situações adversas.

Se você está em busca de um veículo elétrico compacto, estiloso e eficiente, esse é o carro que você precisa


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Completando a experiência do usuário, a Renault desenvolveu um aplicativo exclusivo para os proprietários do Kwid E-Tech. Com ele, é possível verificar o status da bateria, encontrar estações de carregamento mais próximas e até mesmo acionar o ar-condicionado à distância, maximizando a comodidade do usuário. Em suma, o Renault Kwid E-Tech é muito mais do que um carro. Ele representa o futuro da mobilidade sustentável no Brasil e está definindo novos padrões para os veículos elétricos do mercado. Combinando design moderno, alto desempenho e um respeito inabalável pelo meio ambiente, esse veículo é a escolha perfeita para quem procura o melhor da tecnologia sem comprometer a sustentabilidade. A Renault convida você a fazer parte dessa revolução e abraçar a mudança em direção a um futuro mais limpo e verde.

O Renault Kwid E-Tech é muito mais do que um carro. Ele representa o futuro da mobilidade sustentável no Brasil e está definindo novos padrões para os veículos elétricos do mercado


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Natureza Plena EMOLDURADO COMO EM UM PORTA-RETRATO, O EXPLORA PARQUE NACIONAL DA PATAGÔNIA CONTA COM TODA EXPERIÊNCIA AO LONGO DE 30 ANOS DO GRUPO EM LUGARES REMOTOS Por Renata Zanoni Fotos Divulgação

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Desde que fiquei sabendo sobre a inauguração do novo destino do Explora, isso não saiu da minha cabeça. Queria conhecê-lo de qualquer jeito! Sou uma fã assumida do grupo hoteleiro pela hospitalidade sem igual que você recebe desde o momento em que chega a um Explora, com um cuidado ímpar de todos os membros do staff. Além, é claro, da pegada de sustentabilidade, incentivo à cultura local e das opções de experiências que qualquer Explora oferece a todos os tipos de interesse. O Explora Parque Nacional da Patagônia fica a cerca de seis horas do Aeroporto de Balmaceda pela Carretera Austral, extremo sul do Chile. Antes de embarcar, achava que a jornada pela Carretera Austral seria muito cansativa. Ainda bem que me enganei... Ali, começa sua jornada pelos encantos e paisagens avassaladoras da Patagônia Chilena. Pequenos vilarejos dividem espaço com rios, lagos e encostas recobertas por uma natureza bruta, preservada e vibrante, com montanhas nevadas ao fundo. Foram quilômetros de uma amostra do que poderíamos esperar. Ao chegar ao lodge, não é difícil ficar impactado com tamanha beleza. Ele está encravado em uma pequena porção do Parque Nacional da Patagônia Chilena, Valle do Chacabuco, e tem muita história por trás antes de se tornar um Explora. A propriedade foi construída por Douglas Tompkins, fundador da North Face, que, em uma viagem durante sua juventude, se encantou pela Patagônia e, aos poucos, foi comprando terrenos, até construir sua casa e uma pista de pouso em um desses pedaços de terra.

O Explora trouxe mais exclusividade para quem visita o Parque Nacional da Patagônia


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Anos mais tarde, junto com sua esposa Kris Tompkins e através de sua fundação Tompkins Conservation, ele resolveu comprar quase todo o restante das áreas que hoje compõem o Parque Nacional. Ao todo, foram 1 milhão de hectares e muitos projetos de conservação que seguiram depois. Até que o casal resolveu doar toda a área para o governo chileno para que se tornasse Parque Nacional. A paixão de Tompkins pela região fez com que ele desenvolvesse e conseguisse apoio para diversos projetos de preservação da fauna e da flora locais e regresso ao estado selvagem. Com isso, muitos animais com risco de extinção foram reintroduzidos ao ambiente, de modo que, hoje, há mais pumas, huemules (um veado do sul dos Andes) e até o nandu-de-darwin, a ave não-voadora de grande porte do Parque Nacional da Patagônia, entre outros animais, do que antes se via na região. Há poucos anos, o governo chileno deu concessão para o Explora administrar o lodge e toda a propriedade por 30 anos. E com a assinatura do Explora tudo só melhorou! A marca que acaba de completar 30 anos de história é reconhecida mundialmente pelos seus destinos remotos e por trazer um serviço de luxo despretensioso voltado à preservação do meio ambiente e à cultura de cada local. Ali, o grande luxo é a sua experiência, com guias bem treinados, exploração de lugares inesperados e a contemplação da natureza de diferentes formas para os diferentes níveis e perfis de exploradores.


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Uma dessas opções é o passeio full day de caiaque por duas horas pelo rio Cochrane e depois trekking por cinco quilômetros contemplando a paisagem do alto em trilha pesada. Um outro tour é o trekking de 12 km circundando o lago Chico, com paradas em mirantes e um almoço na beira do lago. As paisagens são de tirar o fôlego. Um dos passeios mais lindos oferecidos pelo Explora, na minha opinião. Existem também tours de mountain bikes elétricas ou trekking até a Grand Pasarela, uma estrutura metálica suspensa e que cruza dois rios. Digna de belas fotos! E os tours mais contemplativos, chamados de Overland, em que você passeia em um carro do Explora e faz paradas estratégicas para caminhar um pouco e descobrir lindos lugares. Esse é o caso do tour Confluencia, em que você faz paradas para ver a força da natureza no encontro dos rios. Primeira parada para ver o encontro do rio Chacabuco com o Baker. E depois ver a confluência do Rio Baker com o Neff. A força das águas e a sua coloração rendem fotos dignas de uma exposição. O grande trunfo ou a loteria dessa viagem é conseguir ver um puma, algo possível para alguns sortudos e, para mim, não foi. Ao menos, dessa vez... Vi pegadas e, em vários momentos, havia a expectativa de encontrarmos um deles, mas tenho certeza de que ele estava me observando e eu não o enxergava. Respeitei a vontade dele.

As paisagens arrebatadoras, as trilhas e os animais silvestres fazem deste cenário um lugar único


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A gastronomia é um dos trunfos com carnes, peixes e legumes feitos no fogo


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Hoje, vivem cerca de 50 pumas por toda a região, e esse animal, que estava a caminho da extinção, com a ajuda das ONGs foi salvo. Mas, os guanacos também são muito interessantes de admirar e estão ali espalhados por todos os lados. Eles circulam sem barreiras pela propriedade do lodge e fazem do cenário algo ainda mais especial. Tudo ali no lodge é bem discreto e rústico. As 15 acomodações entre quartos standard e suítes oferecem conforto na medida certa. Fiquei hospedada na parte do El Lodge, bem próximo ao spa, o que era muito conveniente para curtir uma jacuzzi quente no final do dia e chegar rapidamente ao quarto. Os quartos contam com decoração discreta e valorização do entorno com grandes janelas. Uma cama superconfortável te espera após um dia de explorações, assim como os amenities (obviamente, dispostos em grandes dispensers, senão, não faria sentido ao Explora) da marca local All Natural Maqui from Patagonia, com ingredientes locais e feitos com água de reuso da chuva. Além disso, logo que você chega ao seu quarto após o check in, um kit com coisas essenciais para uma viagem como essa estão ali te esperando. Uma bolsa impermeável com garrafa d’água, balm, lenço de papel, kit de band-aid, etc. No quarto, você também sempre tem à disposição garrafa de água mineral e água quente em uma térmica para um chá a qualquer hora. O serviço atencioso de toda equipe do Explora torna a sua vivência ainda melhor. Todos estão ali sempre prontos para tirar uma dúvida, contar uma história local e servir da maneira mais discreta e delicada que puderem. Tudo parece coeso e bem treinado. Um case do turismo mesmo! Outro ponto importante é a culinária servida nas refeições, que estão todas inclusas no sistema oferecido pelo hotel, tanto dentro do lodge como nos passeios. Tudo muito fresco e com valorização de ingredientes orgânicos comprados de produtores locais. Para se ter uma ideia, Pablo Jesús Rivero – proprietário do restaurante Don Julio, eleito o melhor restaurante de carnes do mundo – juntamente com Guido Tassi, chef assessor do Don Julio, utilizam produtos frescos e locais onde se destaca a cultura gaúcha em fogo de lenha, que combina diferentes tipos de carnes e legumes.


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Todas as noites, ao sentar para jantar, você recebe um pão superquentinho para provar com azeite. Depois, uma pequena entrada é servida como sugestão do chef. E na sequência, você escolhe um dos pratos principais, que em geral é um tipo de carne ou peixe, com acompanhamentos variados, muitos legumes e tudo feito na brasa. Os temperos usados pelo chef dão um toque especial e você prova diversos legumes e verduras locais que provavelmente não conhecia. Uma carta de vinhos apenas com rótulos chilenos, com rosés, tintos e brancos está à disposição. Muitas opções vegetarianas saborosas constam no menu e no cardápio oferecido aos hóspedes quando escolhem o lanche ou salada para o box do passeio. Cadeias montanhosas, rios, lagos, vegetações variadas, muitas árvores nativas, aves únicas, animais selvagens e uma natureza abundante de tirar o fôlego tornam o cenário perfeito para uma exploração consciente do Parque Nacional da Patagônia. Um esforço físico compensador que deixa sua mente limpa e purificada e contrabalança perfeitamente com um silêncio absoluto em qualquer lugar que se vá. Imagens e paisagens que nem a melhor câmera consegue capturar, momentos para guardar no coração e um calendário nas mãos para marcar a próxima vivência em um dos hotéis da rede Explora.


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Cadeias montanhosas, rios, lagos, vegetações variadas, muitas árvores nativas, aves únicas, animais selvagens e uma natureza abundante de tirar o fôlego tornam o cenário perfeito para uma exploração consciente do Parque Nacional da Patagônia


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NESTA EDIÇÃO, QUEM DEU O AR DA GRAÇA NO STUDIO MUNDO TOP FOI MILLA MARTIN, ARTISTA QUE LARGOU UMA CARREIRA DE SUCESSO NO MARKETING DA HONDA MOTOS PARA COMEÇAR UMA NOVA CARREIRA DE SUCESSO, DESTA VEZ NOS PALCOS. VIVENDO EM LONDRES DESDE 2018, MILLA VEIO ATÉ AQUI PARA NOS CONTAR COMO PRETENDE INFLUENCIAR MILHARES DE PESSOAS COM SUAS MENSAGENS POSITIVAS NA MÚSICA E AINDA VENCER UM GRAMMY


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London calling MILLA MARTIN É FÃ DE ED SHEERAN, CRIA MÚSICAS A PARTIR DE SENTIMENTOS PROFUNDOS E TEM COMO OBJETIVO INFLUENCIAR MILHÕES DE PESSOAS Por Fernanda Ávila Fotos Miro Tratamento de imagem Fujocka Beleza Iza Ventura

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A cantora e compositora paulistana trilhou um caminho inspirador, deixando para trás uma carreira bem-sucedida no marketing da Honda Motos para seguir seu verdadeiro amor: a música. Desde sua mudança para Londres, em 2018, lançou sete canções. Fã de Ed Sheeran, sonha em abrir um show do cantor inglês. Sua música é uma fusão de folk com uma pitada de pop. Atualmente, trabalha com Damian Keyes, fundador do Instituto BIMM, que promove educação e desenvolvimento para jovens músicos. Focada e determinada, está prestes a assinar com uma gravadora e tem como objetivo influenciar milhões de pessoas pelo mundo. Você poderia nos contar como surgiu seu interesse pela música? A música foi surgindo na minha vida bem devagar. Minha melhor amiga me ensinou os primeiros acordes do violão e isso me deu mais confiança pra começar a cantar. Tomei gosto, cantei por um tempo na igreja, comecei a gravar uns vídeos e acho que o click deu mesmo quando eu entrei pra Five Dollar Shot, uma banda de rock e blues da qual fiz parte por um ano antes de vir para Londres. Você largou uma carreira na área de marketing para se dedicar à música. Poderia nos contar como foi essa transição? Eu pensei muito e pesquisei muito antes até de falar em voz alta que isso passava pela minha cabeça. Minha mãe é advogada, meu pai tem sua própria imobiliária e meu irmão é arquiteto-engenheiro. Sair de uma carreira tradicional foi uma mudança radical (e inesperada) na minha família. Nunca vou esquecer da conversa fatídica que tive com meus pais quando tomei essa decisão. Lembro de dizer para eles que já pensava nessa possibilidade há muito tempo, mas tinha muito medo de

decepcioná-los por não seguir o caminho que eles idealizavam pra mim. Meu pai disse que agradecia a consideração que eu tinha pela opinião deles, mas que na ordem natural da vida, os pais se vão antes dos filhos, então quem ia ter que viver com as consequências das minhas escolhas era eu, não eles. Esse modo de pensar mudou a minha vida até hoje. Eu saí de uma carreira tradicional em uma empresa tradicional no país onde eu nasci para viver do outro lado do mundo, fazendo algo que eu nunca tinha feito, completamente sozinha. Eu e Deus. Não foi uma transição fácil, mas nem nos dias mais difíceis dessa jornada eu me arrependo de ter vindo. Quais são as suas principais referências na música? Minha maior referência é o Ed Sheeran. Eu admiro ele como artista, como compositor, como pessoa. Eu sempre brinco que tudo vai se encaixar quando eu abrir o show dele. Esse dia vai chegar! Além dele, John Mayer, Taylor Swift, Meghan Trainor. E eu cresci ouvindo Rita Lee com a minha mãe, então eu reconheço hoje a influência que ela tem no modo que eu me expresso quando componho. E na vida? Sem pestanejar: meus pais e meu irmão. Eles são meu norte e meu porto seguro. Depois de poucas e boas que eu passei nessa minha jornada até aqui, a única certeza que eu tenho na vida é que essas três pessoas vão me amar, me apoiar, me ouvir, me proteger e me guiar por onde eu for. Quais são as suas principais inspirações para compor? Minhas músicas mais marcantes vieram dos momentos mais desafiadores. Luto, raiva, fim de relacionamento, solidão. Eu

“Minha maior referência é o Ed Sheeran. Eu admiro ele como artista, como compositor, como pessoa”


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sou uma pessoa de sentimentos intensos e isso acaba transparecendo muito nas minhas letras. Eu tenho música sobre a frustração com o estereótipo que a mulher brasileira carrega no exterior (That’s Not Me), sobre perder uma pessoa que eu amo para a depressão (Station to Station), sobre o sentimento de abandono por ter deixado o meu país (Espírito Santo), sobre o maior amor que eu já senti na vida (Colorful). Meu último lançamento, Happy Instead, foi inspirado justamente na sensação de que eu já estava triste por muitos dias seguidos e senti que estava na hora de sacudir a poeira. Take Me There, sua última música, foi inspirada em uma amiga. Poderia nos contar a história dessa canção? Eu tenho uma amiga muito próxima que estava passando por um momento muito difícil, com problemas que eu nunca passei na vida, nem de longe. Por não ter aquela bagagem, eu tinha muita dificuldade de ajudar. Parecia que quanto mais eu tentava, mais ela se afastava e eu acho que era aquele sentimento de “você nunca vai entender o que eu estou sentindo”. Take me There é basicamente um convite para que eu possa enxergar a vida de outra perspectiva. Não é só porque eu não posso compartilhar do mesmo sentimento, que a pessoa tem que passar por aquilo sozinha. Você mora em Londres? Como foi a chegada na cidade, sua adaptação? Você se sente em casa? Depois de quase cinco anos morando em Londres, finalmente posso dizer que me sinto em casa! Acho que minha vida aqui até hoje foi como um relacionamento: o primeiro ano foi uma lua de mel, tudo

era lindo e eu não tinha problemas. Logo em seguida veio a pandemia, um balde de água fria de realidade. Foi bem difícil, mas sobrevivi. Depois, passei por um momento de transição, onde eu estava me encontrando em vários sentidos e lapidando minha identidade. Hoje, me considero, finalmente, em total estabilidade. Atualmente você está no Instituto BIMM, em Londres, que promove educação e desenvolvimento para jovens músicos. Como você chegou lá e como funciona? O curso que eu fiz na BIMM foi de um ano. Terminei em 2019. Eu me inscrevi no curso quando ainda trabalhava em marketing, sem expectativa nenhuma. Quando recebi a aprovação foi que caiu a ficha de que isso realmente era possível. Foi uma experiência incrível! Eu que nunca tinha estudado música na vida, vi minha rotina 100% tomada por ensaios, aulas, shows e eventos! Foi um período de muito trabalho, bem cansativo, mas foi perfeito para eu começar minha jornada com o pé direito. Inclusive hoje, anos depois, eu trabalho diretamente com o fundador da BIMM, Damian Keyes, que, além de meu chefe em três das suas empresas, é também meu mentor na carreira musical. No ano passado você venceu um prêmio importante no Reino Unido, poderia nos contar que prêmio é e qual foi o impacto para a sua carreira? Top of Mind UK é o maior evento de premiação da comunidade brasileira no Reino Unido e na Europa. É um evento que premia diversas categorias, desde o mundo empresarial até o artístico. No ano passado, eu fui nomeada como Cantora Destaque 2022 e acabei vencendo o prêmio. Esse título me abriu portas na pró-

“Eu saí de uma carreira tradicional em uma empresa tradicional no país onde eu nasci para viver do outro lado do mundo, fazendo algo que eu nunca tinha feito, completamente sozinha”


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pria comunidade brasileira no exterior. Desde então, fui convidada para rádios, podcasts, revistas e blogs comandados por brasileiros aqui fora. Inclusive, esse ano, fui convidada a fazer parte da Sociedade Anglo-Brasileira em Londres e vou me apresentar na Embaixada Brasileira em julho. Seu foco é vencer um Grammy, certo? Como você se prepara para isso e quando imagina que vai acontecer? Eu uso o Grammy como referência do nível de influência que eu quero alcançar. Nunca colocaria como objetivo algo que eu não possa controlar (como vencer um prêmio), mas ser considerada pelo board mais importante da indústria da música, significa que eu estou gerando algum impacto. Eu sou extremamente planejada. Tendo trabalhado numa multinacional japonesa por anos, acabo aplicando técnicas e ferramentas de administração de projetos na minha própria carreira. Atualmente, tenho um plano detalhado para ser assinado por uma gravadora. Sei que esse passo me abrirá portas e que é muito importante para chegar aonde eu quero. O Grammy eu não sei, mas a gravadora está na minha timeline para 2024. A partir daí, eu reviso meu plano #RumoAoGrammy. Qual é o seu maior sonho como artista? Influenciar milhões de pessoas. Isso é algo difícil de mensurar, mas eu vou dar um

exemplo. O Ed Sheeran não faz ideia de quem eu sou (ainda <risos>) e mesmo assim, ele me impactou de uma forma tão profunda capaz de me fazer largar meu emprego, meu país, minha família e meus amigos pra vir tentar viver do meu sonho. A música dele me consola quando estou triste e me faz dançar quando estou feliz. Isso é influência. É isso que eu quero pra mim. Eu tenho muita fé em Deus e eu acredito que a música é a ferramenta que Ele me deu para que eu alcançasse um público de milhões de pessoas e levasse uma mensagem de amor, em todas as suas formas. Com quem você gostaria de dividir o palco? Bom, caso não tenha ficado claro nessa entrevista... Ed Sheeran (risos). Sei que isso vai acontecer um dia. Além dele, eu sempre disse pra minha mãe que cantaria com a Rita Lee, mas a nossa rainha foi descansar, então só espero que ela me veja crescer lá de cima. Quais são os seus próximos planos e projetos? Agora eu estou 100% focada no lançamento de Take me There, que sai no fim de julho. Depois dele, já tenho outro engatilhado que se chama I Love Myself. Essas duas músicas, junto com Happy Instead, são o trio perfeito para abrir essa nova temporada de Milla Martin: feliz, focada e pronta para tudo que está por vir.

“Minhas músicas mais marcantes vieram dos momentos mais desafiadores. Luto, raiva, fim de relacionamento, solidão”


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