TOP Magazine Edição 249

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Bianca Andrade

pessoas / por trás da máscara de bianca andrade / profissão: glenda kozlowski / o campeão olímpico thiago braz / lifestyle / audi rs6 avant e rs7 sportback / nos bastidores do mundo top / mille miglia, para os fãs de modelos vintage / cachoeira do tabuleiro, minas gerais / beleza / the cal, uma retrospectiva / produtos para se cuidar em casa / moda / presentes para o mês dos apaixonados / cultura / 5 atividades para curtir na quarentena / dicas de série, discos e livros

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pelo período de 6 (seis) anos ou 105.000 km, o que ocorrer primeiro. As revisões devem ocorrer em intervalos de 24 (vinte e quatro) meses ou 34.000 km, o que ocorrer primeiro. O descumprimento ao plano de manutenção do veículo cancela o plano. 2Dados obtidos durante testes no ciclo WLTP.



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TOP MAGAZINE EDIÇÃO 249 / 2020

Sumário 14

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PESSOAS

Sumário 36

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Glenda Kozlowski

Bianca Andrade

Thiago Braz

Ex-campeã mundial de bodyboard, ela trocou o esporte pelo jornalismo, a Globo pelo SBT e ensaia a criação de sua própria personagem.

Após sair de um confinamento para um mundo em quarentena, a empresária revela como reinventou seu próprio business e fez triplicar seu próprio business e a si mesma..

Medalha de ouro no salto com vara na Olimpíada Rio 2016, dono do recorde olímpico e aspirante ao mundial, ele enfrentou muitas outras barras para chegar alto.

BELEZA

LIFESTYLE

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68 Nos Bastidores

Mille Miglia

Tabuleiro

Os dois novos “foguetes” da Audi, RS6 Avant e RS7 Sportback.

Criar projetos marcantes que tragam resultados para os clientes e, de uma forma ou de outra, ajude o país a sair dessa crise, é possível...

O que já foi conhecida como “a corrida mais bonita do mundo” renasceu como um encontro de fãs de modelos vintage. Vem saber.

Com 273 metros de altura, a Cachoeira do Tabuleiro é a maior de Minas Gerais. Não é pouca coisa. Imagine-se no topo de um prédio de 90 andares...

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Ensaio Pirelli

TOP Beauty

Uma breve restrospectiva de uma das mais belas versões do The Cal, o calendário mais famoso do mundo

Produtos para você se cuidar em casa e em qualquer lugar

Trend

MODA

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TOP Carros

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CULTURA

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Aqueles presentes que adoraríamos no mês dos apaixonados.

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TOP Five

Série, discos e livros

Cinco atividades para curtir durante a quarentena.

A nova temporada de Coisa Mais Linda, o novo livro de Mario Sergio Cortella, finanças para crianças, Lady Gaga em produtos exclusivos e mais.




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Colaboradores

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Quem Fez Feco Hamburger Ele costuma trabalhar com a imagem fotográfica na criação de campos de experiência, em obras bidimensionais, tridimensionais e instalativas. Possui obras no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Coleção Itaú de Fotografia Brasileira e na coleção de fotografia da Biblioteca Nacional da França. Autor do livro O Falcão Peregrino, nesta edição empresta seu olhar para a Cachoeira do Tabuleiro, em Minas Gerais.

Iude Richele

Apaixonado por fotografia desde a infância, foi a Paris estudar Gastronomia e voltou ao Brasil cheio de cliques e ideias. Hoje é o fotógrafo favorito de muitas celebridades. Foi ele quem fez nosso ensaio na casa de Bianca Andrade.

Otávio Rodrigues Jornalista, escritor e radialista, ele trabalhou em diversas publicações ligadas a esportes de ação, viagem, aventura e cultura pop. Colaborador frequente de TOP Magazine e TOP Destinos, nesta edição entrevistou o campeão olímpico Thiago Braz.

Murilo Mahler Há 10 anos no mercado, o stylist já trabalhou para as revistas Lola, Playboy e Status. Atualmente, veste Arlindo Grund, Bianca Andrade e atua na direção criativa do grupo Boca Rosa.

Rodrigo Grilo O jornalista, biógrafo e documentarista bate um papo com a apresentadora Glenda Kozlowski .

Miguel Oliveira Cabeleireiro há 15 anos, ele já fez o cabelo de Luisa Sonza, Kéfera, Bruna Gomes, entre outras celebridades. Hoje, é produtor pessoal e hairstylist de nossa capa, Bianca Andrade.


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Publisher Claudio Mello Secretária Executiva Carolina Kawamura TOP Magazine | Studio Mundo TOP Diretora de Conteúdo: Melissa Lenz Diretora de Arte: Rosana Pereira Assistente de Mídias Sociais: Diego Almeida Projeto Gráfico Marcus Sulzbacher Lilia Quinaud Paulo Altieri Fabiana Falcão Colaboradores Texto Feco Hamburger, Kike Martins da Costa, Otávio Rodrigues, Renata Zanoni, Rodrigo Grilo Foto Feco Hamburger, Iude Richele Produção Criarte Produções, Estar Comunicação, Miguel Oliveira, Murilo Mahler Tratamento de Imagens Fujocka Creative Images, JC Silva Editora Todas as Culturas Diretores de Criação: Lucas Buléd e Ricardo Polinesio Gerência Financeira: Thiago Alves e Cezar R. Cruz Gerência de Relacionamento: Carolina Alves Produção Executiva: Camila Battistetti RP & Interface de Atendimento: Dianine Nunes Analista Financeira: Regiane Sampaio Assessoria Jurídica: Bitelli Advogados Pré-Impressão: Editora Gráfica Nywgraf Distribuição: Dinap S.A. Top Magazine é uma publicação da Editora Todas As Culturas Ltda. Rua Pedroso Alvarenga, 691 - 14º Andar - Itaim Bibi - Cep 04531-011 - São Paulo/SP Tel.: (11) 3074 7979 As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da revista. A revista não se responsabiliza pelos preços informados, que podem sofrer alteração, nem pela disponibilidade dos produtos anunciados. /topmagazineonline

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JUSTIN BIEBER

JUSTIN BIEBER

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Lifestyle

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Mundo Top UMA SELEÇÃO DE TUDO O QUE INTERESSA SOBRE AUTOMOBILISMO / BEBIDAS / HOTELARIA automobilismo

Peça Única A potência do Bugatti La Voiture Noire Lançado no ano passado para homenagear a história da Bugatti e celebrar o 110º aniversário de sua fundação, o La Voiture Noire (“O Carro Preto, em francês) é o carro mais caro do mundo. Inspirado no modelo Type 57 SC Atlantic, seu design arrojado e futurista já inspirou modelos de outras montadoras é um dos modelos mais emblemáticos da história da marca. Ele conta com motor W16 8.0., 1.500 cavalos de potência, amortecedores e um chassi revisado. Seu desenho é marcante com uma frente longa, para-lamas ressaltados, carroceria com friso longitudinal e seis saídas de escapamento na traseira. Tudo totalmente preto! O mais interessante é que existe uma única unidade e foi vendida por US$ 18,9 milhões de dólares, cujo dono nunca foi revelado pela marca. Existem rumores que teria sido comprado pelo magnata Ferdinand Piech (herdeiro e acionista da Porsche e falecido em 2019), já outros dizem que teria sido arrematado pelo jogador português Cristiano Ronaldo, outro apaixonado por carros e velocidade. Cheio de mistérios, o dono nunca foi oficialmente revelado, tampouco seu interior, cabendo ao imaginário de cada amante da velocidade. O possante tem seu processo de fabricação totalmente artesanal e só ficará pronto em 2021. bugatti.com


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/ PERSONALIDADES E MUITO MAIS


Lifestyle

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A marca, primeira latino-americana a desenvolver o produto neste molde, traz duas variedades de vinho

em lata: Sauvignon Blanc e Rosé. Uma lata de 250ml equivale a um terço de uma garrafa de vinho para ser consumido de uma forma mais prática. O Rita Rosé é feito com 100% de Syrac com toques de framboesa e salmão, além de notas de frutas como morango e cereja. Já o

peças e design arrojado com tons de verde e aros dourados. Uma réplica do motor V12, um aileron traseiro retrátil, suspensão traseira e dianteira, volante adornado com o emblema da marca italiana, além de portas borboleta fazem parte do brinquedinho. Serão apenas 63 unidades e

os donos encontrarão no capô uma mala de viagem Lamborghini, que contém um número de série único para desbloquear conteúdo no site oficial. O valor estimado é de R$3.000 e está previsto para chegar em agosto deste ano. LEGO.com/Technic-Lamborghini-Sian.

O país que deu um show de cidadania e governabilidade durante a pandemia, a NZ tem um hotel perfeito para uma escapada em meio à natureza. Situado no Vale Ahuriri, Ilha do Sul do país, o The Lindis oferece expe-

riências que valorizam a paisagem. O design com linhas onduladas segue a silhueta do terreno, criando uma harmonia na área de 2400 hectares que ocupa. O interior tem móveis de Bluestone, janelas do chão ao teto

bebida

Lovely Rita

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Vinhos branco e rosé em lata da vinícola Santa Rita

acessórios

Lego de colecionador Supercarro em miniatura foi inspirado no Lamborghini Sián FKP 37

Construído somente com elementos da LEGO Technic, o modelo tem 3.969

hotelaria

Lodge de luxo Refúgio nas montanhas da Nova Zelândia

Rita Sauvignon Blanc é fresco, tem baixo teor alcoólico e poucas calorias, além de apresentar notas de pêssegos, frutas cítricas e abacaxi. A lata custará em média R$ 19 e poderá ser encontrado nas lojas e e-commerce do Angeloni, Divvino, Rede OBA, Zaffari e no Grupo Pão de Açúcar.

e obras de arte que criam um espaço acolhedor. Outro ponto, a gastronomia contemporânea e saudável fica a cargo do chef Cesare Stella, com uso de ingredientes frescos colhidos na propriedade. thelindis.com


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imobiliário

Pouso particular As regalias sem fim do Turnberry Ocean Club, nos EUA

O céu é o limite para alguns, já para outros... Um novo empreendimento está movimentando o mercado imobiliário em Sunny Isles Beach, Miami. O empreendimento conta com 154 apartamentos distribuídos em 54 andares,

televisão

Natureza brasileira Antonia Morais percorreu quase 10 mil quilômetros de quatro Estados do Brasil A atriz e cantora Antonia Morais acaba de estrear como apresentadora de Lavando a Alma. Para a produção da primeira temporada – gravada antes da pandemia –, foram percorridos cerca de 10 mil quilômetros por quatro estados brasileiros para mostrar as cachoeiras mais bonitas e contar histórias emocionantes de moradores locais. “Embora eu ame estar ao ar livre, gravar esse programa externo foi desafiador porque nunca tínhamos o controle da situação. Dependíamos da metereologia, de outros visitantes que estavam ali de férias e de vários outros fatores externos”, conta a artista à TOP Magazine. E o que tem feito você lavar a alma nesses tempos? “Tenho ficado perto de quem amo, consumido conteúdos que me inspiram: música, livros, filmes... Também tenho feito muito exercício físico e cuidado da minha saúde mental, espiritual e física”, diz. O programa é exibido no canal fechado Mais Globosat e é uma produção da Lucky Play com direção geral de Manuel Valle e Fabiana Misse. canaisglobosat.globo.com

além de uma piscina suspensa a mais de 90 metros acima do mar e design assinado por Carlos Zapat. O ponto alto, sem dúvida, é o acesso VIP dos moradores ao Fontainebleau Aviation’s Modern-Luxe Facility, insta-

lação de luxo no aeroporto Opa-Locka Executive, que inclui o hangar, espaço para manutenção e abastecimento e duas pistas de acesso para jatos particulares e de pequeno porte. turnberryoceanclub.com




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Cultura

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Top Five UMA SELEÇÃO COM AS OPÇÕES CULTURAIS PARA VOCÊ CURTIR DO CONFORTO DE SUA CASA!

INGLATERRA PARA INSPIRAR Que Londres respira arte e história, todo mundo já sabe. O British Museum é um dos grandes destaques da cidade e abriga mais de 6 milhões de objetos importantes para a cultura mundial. Seu acervo é tão grande que é necessário alguns dias para conseguir visitar suas principais obras. Agora, é possível fazer isso do conforto de sua casa, acessando o site para ver as principais obras e também detalhes de suas galerias. Através do Google Arts & Culture, é possível desfrutar de tudo isso e, ainda, conferir algumas exposições online. britishmuseum.withgoogle.com



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Cultura

Top Five

MIS EM CASA Sempre antenado, o MIS (Museu da Imagem e do Som) também lançou o projeto chamado #misemcasa. Os fãs do museu podem curtir diversos conteúdos online, como entrevistas, seminários, bate-papos e debates. Tem conversa sobre cinema coreano, debates com especialistas sobre Cinema e Psicanálise, dicas musicais, podcasts sempre atualizados, mostras de fotografias e muitas outras possibilidades, como fazer um tour 360 graus na exposição Castelo Rá-Tim-Bum, que aconteceu em 2014 e está disponível no site agora. mis-sp.org.br


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SELEÇÃO DE CLÁSSICOS Para curtir boa música sem sair de casa, a OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) lançou a Sala São Paulo Digital em que disponibiliza conteúdos diversificados. Já são mais de 30 títulos de obras sinfônicas e corais para download gratuito no site. Você pode curtir composições que vão de Dorival Caymmi a Beethoven. Toda semana, às quintas e sábados, até o dia 09 de julho, a OSESP publica também no seu canal do YouTube gravações de temporadas anteriores que aconteceram na Sala São Paulo. Além disso, é possível escutar e fazer download de 32 discos virtuais, com destaque para os compositores brasileiros, como Francisco Mignone, Aylton Escobar e Camargo Guarnieri. Confira todas as possibilidades em osesp.art.br.


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Cultura

Top Five

ARTE E REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS Outra opção para curtir do sofá de sua casa é o acervo do MAC USP (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo). A entidade conta com uma coleção de livros online chamada MAC Essencial. Nela, você poderá curtir e fazer download de diferentes publicações e descobrir mais sobre algumas obras. Entre elas, está a série de quatro volumes de Acervo: Outras Abordagens, com textos críticos sobre as obras do museu. E, também, Terra Brasilis: arte brasileira no acervo conceitual do MAC USP, que apresenta reflexões de artistas, alunos e pesquisadores que colaboraram para a realização deste acervo. mac.usp.br


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VIAGEM AO JAPÃO O maior e mais antigo museu de arte do Japão, o Museu Nacional de Tóquio, foi fundado em 1872 e reúne mais de 110 mil peças. Visitá-lo é uma possibilidade incrível de se familiarizar com a cultura e história do país. Pinturas, esculturas, espadas, armaduras e outras relíquias da cultura local podem ser encontradas. Neste momento, abra seu computador ou smartphone e faça um delicioso tour virtual. Quem sabe o destino não te inspira para uma próxima viagem? tnm.jp




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Profissão: Glenda Kozlowski EX-CAMPEÃ MUNDIAL DE BODYBOARD, ELA TROCOU O ESPORTE PELO JORNALISMO, A GLOBO PELO SBT E SENTIU O MACHISMO NA PELE AO SE TORNAR A PRIMEIRA MULHER A NARRAR UMA MEDALHA OLÍMPICA NA HISTÓRIA – E MUITO MAIS. TOP CONTA...

Por Rodrigo Grilo Fotos Divulgação

5 min

Emoção pouca é bobagem para Glenda Kozlowski. Na real, sejamos justos, emoção e profissionalismo. Os dois sempre caminharam de mãos dadas com essa carioca que, durante 23 anos e meio, honrou o crachá de jornalista da maior emissora de tevê do país, a Globo. Quer um exemplo? Ela não havia chegado em casa, em Ipanema, quando atendeu a minha ligação no horário combinado, às 13h. Depois de se desculpar e me consultar sobre a possibilidade de conceder a entrevista caminhando no calçadão da praia, iniciamos o papo. A estratégia não duraria três minutos. Glenda notou que dois garotos a perseguiam e, de pronto, atravessou a rua. Seguiu em sua toada até que, ao olhar para trás, viu a dupla armando um cerco. Depois de novamente se deslocar para o outro lado da calçada, um terceiro membro do grupo, de patinete, acelerou e passou pela jornalista, que avisou: “Se vocês continuarem, vou avisar a polícia”. Foi a senha para a gangue se dispersar e ela entrar em um táxi para concluir o trajeto. “Desde o dia em que tentaram arrancar uma correntinha do meu pescoço, fico antenada para ver quem repara em mim”, explicou. É como se levasse a vida de olho no retrovisor? Sim, assentiu Glenda. Olhar para trás foi, recentemente, um exercício fundamental para a jornalista, de 45 anos. No final do ano passado, ela trocou a Globo pelo SBT. Na nova emissora, além de chefiar um núcleo de reality shows, será apresentadora de Uma Vida, Um Sonho. Com estreia marcada para outubro, o reality contará com 22 jovens entre 18 e 20 anos que serão avaliados por técnicos de futebol e público. O vencedor ganhará um ano de contrato com um grande


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clube da Europa. “Percebi, recentemente, que me reinventar é um traço que me acompanha desde a juventude”, afirma. “Fui campeã mundial de bodyboard aos 13 anos. Aos 17, troquei o esporte profissional pelo jornalismo. Três anos depois, a minha mãe faleceu no ano em que eu dei à luz meu primeiro filho, Gabriel. Agora, a mudança de trabalho.” A trajetória de Glenda começou a ser traçada, ainda que de modo lúdico, aos 4 anos. No ombro do pai, Antony Kozlowski, ela costumava frequentar o estádio do Maracanã, “insuportavelmente cheio”, para ver o Flamengo de Zico jogar. “Lembro de pessoas muito altas e eu naquela confusão subindo a rampa para chegar à arquibancada”, conta. “A competição que eu via ali, a adrenalina, alegria e frustração me excitavam e, certamente, fizeram com que eu descobrisse o meu lado competitivo.” Disposta a sentir emoção semelhante, a postulante a atleta experimentou inúmeras modalidades. “Lutei judô contra meninos, era fera no handebol na escola, pratiquei futsal, basquete, tênis e tentei ser jogadora de vôlei, mas fui reprovada em testes no Flamengo e Fluminense”, enumera. Não demorou muito para Glenda perceber que a arena que tanto procurava se encontrava, a céu aberto, a poucos metros do condomínio onde morava, na Barra da Tijuca. Aos 9 anos, no início dos anos 80, ela era a caçula de uma turma de amigas que pegava onda na praia. Tentou primeiramente o surfe, convencida pela sua vizinha de porta, Andréa Lopes, que viria a se tornar tetracampeã brasileira e primeira brasileira a ingressar no circuito mundial da modalidade, em 1991. “Mas não me dava bem com a prancha grande. Ela batia na minha cabeça e chegou a quebrar um dente meu”, diverte-se a jornalista. “Com o bodyboard era só descer a onda deitada na prancha.” Ela e as amigas vivenciaram o início do bodyboard; estavam no time e lugar certos. Três anos mais tarde, aos 12, Glenda venceria o primeiro circuito brasileiro de modalidade, em 1986. O triunfo lhe deu o direito de disputar o primeiro campeonato mundial da categoria, no Havaí, no ano seguinte, de onde retornou com o título. Campeã mundial e com apenas 13 anos. “Eu nunca tinha viajado de avião”, afirma. “Até então, o bodyboard era uma brincadeira de um grupo de amigas de infância que pegava ondas junto.” A patente de melhor do mundo fez a maré virar de vez. Marcas passaram a enviar roupas e pranchas em sua casa. E, com o dinheiro que também chegava, a família pôde comprar um carro e usufruir de viagens internacionais. Glenda poria fim à brilhante carreira como atleta profissional aos 17 anos. Somava quatro títulos mundiais, cinco brasileiros, três australianos e dois norte-americanos. Aposentou-se depois de vencer uma final histórica, comentada ainda hoje no esporte, da qual participaram as então quatro melhores do mundo, nas perigosas ondas de Pipeline, no Havaí. “Sempre vivi o bodyboard pelo viés lúdico”, afirma ela, que, à época, tinha de decidir se seguiria no mar ou encararia os estudos de olho em terra firme. “Eu havia me formado no esporte, uma faculdade que me ensinou a lidar com a dura realidade da vida, buscando o melhor da gente, diariamente. Esporte é fundamental na formação de qualquer cidadão, porque nos torna mais fortes, mais generosos, ensina a lidar com a dor, com a nossa limitação e a do outro.” Ao aposentar precocemente sua porção esportista, Glenda tentaria, primeiramente, a carreira de atriz. “Eu amava televisão, aquela caixa quadrada. E via muita novela, era fã do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Eu queria ser a Narizinho, tinha medo da Cuca e a Dona Benta era pareci-

“Esporte é fundamental na formação de qualquer cidadão, porque nos torna mais fortes, mais generosos, ensina a lidar com a dor, com a nossa limitação e a do outro”


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Em sentido anti-horário, a partir da seta: Em dia de gravação com Gabriel Medina, no Rio de Janeiro; em 1991, quando Glenda foi tetracampeã mundial de bodyboard, no Havaí


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Acima: Ela posa em casa, durante a quarentena. Abaixo, com o marido, Luís Tepedino

RAPHAEL MEDEIROS

da com a minha avó. Queria ser atriz por causa da Narizinho”, conta ela, que encarou um curso de interpretação ministrado por Roberto Bomtempo, ator, produtor e diretor de teatro. Anamaria, sua mãe, não morria de amores pela nova empreitada da filha, que já havia atuado, em 1990, na minissérie Mãe de Santo, da hoje extinta TV Manchete, e no filme Manobra Radical, no ano seguinte. Em 1991, a ex-campeã do mundo de bodyboard receberia um convite para atuar em Sex Appeal. Sua personagem naquela minissérie da Globo teria, porém, de encarar algumas cenas de nudez não explícitas, algo impensável de ocorrer na visão de Anamaria Kozlowski. “A minha mãe me proibiu solenemente de aceitar o papel”, diz, aos risos a ex-candidata a atriz. “Essa novela revelou a Carolina Dieckmann e alçou a Luana Piovani ao estrelato. Era para eu estar nesse barco aí!”, diverte-se. Sem moral em casa para prosseguir nas artes cênicas, Glenda enveredou para o curso que a colocaria na boca do povo: jornalismo. Próxima de completar 18 anos, ainda que cursasse o primeiro ano da faculdade, a ex-bodyboarder foi convidada a apresentar um programa de esportes, o 360º, no Top Sport. A experiência de três anos nesse canal, que mais tarde seria rebatizado como SporTV, definiu seu futuro: jornalismo esportivo. Foi a maneira que ela encontrou para continuar surfando na onda do esporte. “Entrevistar sempre foi muito fácil pra mim. Aí comecei a conhecer todos os meus ídolos, como o skatista Tony Hawk, marcante em minha adolescência.” Com o tanque cheio de gás, Glenda se tornaria uma contadora de histórias. No posto de ex-atleta de ponta que passou a noticiar o dia a dia de modalidades, a carioca escancarou ao mercado que outros de trajetória semelhante poderiam ganhar respeito com microfone em punho. “Havia uma marginalização forte da profissão de atleta. A gente era visto


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“Algumas pessoas diziam que eu deveria lavar louça”

como o vagabundo que optou pelo esporte para não ter que estudar”, diz. “Ainda assim, no meu início no jornalismo ouvia coisas como ‘ah, agora sim está vendo como é trabalhar de verdade’. Atleta sempre foi alvo de muito preconceito. Oriundo de esportes radicais, então, nem se fala: era drogado, vagabundo pra baixo.” Glenda, no entanto, cobriu sete Copas do Mundo de futebol (quatro delas, no local da disputa), outras sete Olimpíadas (quatro nas cidade-sede) e dois Pan-americanos, apresentou programas como Esporte Espetacular e Globo Esporte, narrou desfile de escola de samba do Rio de Janeiro e fez reportagens diárias, semanais e especiais para todos os telejornais esportivos ou não da emissora carioca. Em 2016, tornou-se a primeira brasileira a narrar ao vivo a conquista de uma medalha olímpica. Na ocasião, o ginasta Diego Hypólito ganhou a disputa pela prata no solo, nos Jogos do Rio de Janeiro. “Tenho dois grandes títulos nessa vida: primeira campeã mundial de bodyboard e primeira mulher a narrar uma medalha na história dos Jogos Olímpicos.” Muito longe de cair em seu colo, a escalação de Glenda à narração das provas da modalidade na Olimpíada dizia muito sobre sua dedicação. “Eu havia passado sete meses estudando ginastas, masculinos e femininos, de cada país que competiria na Rio-2016. Ninguém na emissora sabia mais do que eu sobre o esporte”, lembra ela. Ainda assim, não foi nada fácil quebrar outro paradigma: estar na linha de frente na primeira vez em que a tevê brasileira contou com uma voz feminina narrando uma disputa de medalha olímpica. “Foi ao narrar que senti na pele pela primeira vez, depois de 25 anos de profissão, o machismo. Era tanta crítica absurda”, diz. “Algumas pessoas diziam que eu deveria lavar louça.” O episódio mexeu com o emocional da jornalista a ponto de, na véspera da final do solo, ela entregar sua credencial aos chefes e anunciar que abandonaria o posto de narradora. Glenda, que até ali, vinha dividindo a narração de cada fase da modalidade, ora com Galvão Bueno, ora com Cléber Machado, foi convencida a permanecer na função e permanecer na transmissão da final olímpica sozinha. Sem dividir a narração e, portanto, ser exposta à comparação com uma voz masculina, ganhou elogios dos telespectadores. “Aí saquei que as críticas não tinham a ver com a qualidade da minha narração, mas com o tom dela. Uma voz feminina estava causando estranheza”, diz. “As pessoas se habituaram à voz masculina na narração. E a feminina tem agudos e não os graves que educaram uma geração de pessoas, durante as transmissões. A maioria das críticas era feita por homens. Era machismo.” Casada, mãe do fotógrafo Gabriel, 24 anos, e de Eduardo, 15, Glenda vive, hoje, como gosta: observando a vida e contando histórias. E procura o mar o tempo todo. “Pegar onda é o meu divã. Tomei várias decisões na vida com o pé na areia, mirando o mar, onde medito, choro e me divirto”, conta. Pós-Globo, quer experimentar outros universos. Tem negociado séries com alguns streamings, ensaia a criação de uma personagem, Glendinha, voltada ao público infantil, e irá lançar o Instituto 1 Real, para que jovens atletas não desistam de seu sonho por falta de apoio. “Quero devolver ao esporte o que ele me proporcionou.” Pretende concretizar esses e outros feitos com o mesmo carisma e sorriso que marcam sua forma de se comunicar. “Tenho uma alma feliz; prefiro sorrir”, diz ela, sobre o entusiasmo que a acompanha. “Certa vez, um senhor me parou na rua e disse: ‘Você ri demais. Não pode sorrir tanto assim’. Fiquei com aquilo na cabeça. Depois de muito pensar e me ver no vídeo, decidi continuar sorrindo e ser de verdade. Sigo, então, sentindo a vida e não apenas vivendo.”




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ELA NÃO VEIO AO MUNDO A PASSEIO E NÃO DÁ PONTO SEM NÓ. AMADA POR MILHÕES, O FATO É QUE NÃO DÁ PARA PASSAR INCÓLUME À VIBRANTE PRESENÇA DE BIANCA ANDRADE. APÓS SAIR DE UM CONFINAMENTO PARA UMA QUARENTENA, A EMPRESÁRIA E APRESENTADORA REVELA COMO REINVENTOU SEU PRÓPRIO BUSINESS E FEZ O FATURAMENTO DE SUAS MARCAS TRIPLICAR. BIA TAMBÉM FALOU DE SEUS SONHOS, DAS CAUSAS EM QUE ACREDITA, DO NOVO PROGRAMA AO VIVO E, CLARO, DA INTIMIDADE... ACOMPANHE AS PRÓXIMAS PÁGINAS! Por Melissa Lenz Fotos Iude Richele Looks e Styling Murilo Mahler Beleza Miguel Oliveira @bianca /biancaandradeofv

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Bianca Andrade

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Como você se sente após sair de um confinamento – com toda sua intimidade exposta 24 horas – para o atual isolamento social? Nas redes sociais, eu já tinha uma intimidade exposta. Então, acho que a principal diferença é que a proporção do BBB é muito maior, que reflete em várias diferenças que vivo fora da casa. Até hoje acontece muita coisa engraçada e acho que é porque tem uma galera que chega com mais intimidade. E claro que isso tem um lado bom e ruim – mas que super entendo. Já o isolamento social foi um susto quando saí do programa, porque voltei ao mundo exatamente no início da quarentena. E, claro, desde então, estou tomando todos os cuidados e tento conversar com o meu público para se cuidar também. O que mudou na sua vida e na sua carreira desde a saída da casa? Na minha vida pessoal mudou a ótica que tinha sobre muitos assuntos. Sinto que estou em um processo de desconstrução muito importante para mim. Estamos vivendo um momento em que devemos pesquisar sobre as diversas mudanças e crueldades que estão acontecendo no mundo. Acredito que todos estão vulneráveis e penso muito em como posso evoluir perante isso tudo. A gente precisa urgentemente de um mundo mais justo e democrático, e, para isso, precisamos tentar furar a bolha em que vivemos. Estou olhando para mim mesma e aprendendo – sem medo de perguntar e de entender os novos desafios. Já na minha carreira, muito coisa também mudou. Além da minha marca ter crescido e se tornado conhecida pelo Brasil todo, depois do BBB, eu ganhei um público novo que ainda não me conhecia. A minha responsabilidade como comunicadora aumentou e acho que isso aconteceu para todos aqueles que se comunicam com um público grande.

Como foi participar de um reality em que, ao contrário das suas redes sociais, não era possível escolher o que era compartilhado com o mundo? Foi MUITO LOUCO! Uma sensação que só quem vive, sabe. Mas, eu sabia que seria assim. Imagina todos os sentimentos à flor da pele, multiplica por quatro e agora pensa no nosso medo em saber que tudo isso está sendo passado sem o menor filtro. Então, isso é viver o Big Brother. Tive muitas descobertas internas vivendo essa experiência. Sempre me expus na internet, faço isso há 10 anos e nunca foi um problema para mim. Mas, mostrar isso para além das pessoas que me seguem nas redes, que conhecem a minha história e o meu trabalho, foi desafiador. E eu amo me desafiar. Teve um momento mais delicado para você? Qual? Vários... As brigas, principalmente. Nunca briguei tanto em toda a minha vida (rindo pra não chorar), mas a parte boa é que nos desculpamos e estamos bem. Os problemas ficaram dentro da casa mesmo. Foi difícil lidar com as críticas das pessoas? Fácil nunca é, mas estou acostumada. Eu já tinha uma certa experiência por lidar com a internet há 10 anos, mas o alcance do programa é muito maior e assusta. Eu sou do tipo de lidar com verdade sempre, deixo o meu ego de lado e não gosto desse estereótipo de vida perfeita. Sou do tipo de mulher de falar abertamente sobre os erros, me desculpo, aprendo e meu público enxerga isso. E o maior aprendizado? Lidar com pessoas completamente diferentes de mim me ensinou a ter mais tolerância com o outro e comigo também. Por mais que a

“Não tem como existir nesse mundo atual, de intensa reinvenção, sem lembrar de onde viemos.”


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conivência gerasse muito conflito, eu, com certeza, me considero mais empática hoje.

“A gente precisa urgentemente de um mundo mais justo e democrático, e, para isso, precisamos tentar furar a bolha em que vivemos.”

De que forma tem se reinventado? Essa sempre foi uma das minhas principais características, vivo me reinventando. Mas confesso que, depois do BBB e do isolamento, esse trabalho tem sido redobrado. Eu precisei me reinventar no meu business, fazendo um novo marketing muito mais orgânico e investi 100% nos meus parceiros de venda online. Outra coisa que está me motivando é o meu programa novo no YouTube, que será ao vivo. Quero levar diversão para o meu público, ainda mais nesses dias tão tristes que estamos vivendo. E outra coisa muito importante que tem me incentivado é saber que, nesse meu programa, vou ajudar os moradores da minha comunidade com doações de cestas básicas. Eu vim da Maré, no Rio, e estou aqui, conversando com uma revista de circulação nacional. Não tem como existir nesse mundo atual, de intensa reinvenção, sem lembrar de onde viemos. Quais seus novos hábitos? Muitos! Estou fazendo dessa quarentena um momento para aprender coisas novas. Estou tendo aulas de inglês, aulas com coaching para apresentar o meu programa, tenho estudado sobre causas importantes e também política, coisas que, antes, fazia pouco. E a política, né!? Pra minha geração, nunca foi tão importante falar e discutir sobre política. Outros hábitos também mudaram porque estou numa casa nova e morando com dois amigos, que são da minha equipe e estão envolvidos no trabalho do programa novo. Estou numa fase transformadora e que tem me deixado bem empolgada. Qual é o papel do influenciador no mundo atual? Mudou alguma coisa?

Cada vez mais as pessoas migram para o online, logo, a nossa evolução é necessária. Sempre tive como propósito de carreira fazer a diferença na vida das pessoas. E preciso me capacitar muito para isso. O nosso país precisa de união, de atitude, de posicionamento e cabe a nós, que temos um número expressivo de pessoas nos acompanhando, o bom senso de não só levar entretenimento, mas abordar assuntos importantes juntos. Cada vez entendo mais isso e venho estudando para acompanhar essa evolução. Então, conte mais sobre aquele seu bate-papo com o Érico Brás. O que te motivou? Tudo começou com o post que fiz sobre o blackout tuesday, que foi feito verdadeiramente da minha parte. A semana desse movimento foi um baque para todos nós. Quero fazer parte dessa luta antirracista com muito mais do que um simples post. E tive a ajuda e a generosidade do Érico para me ensinar pontos importantes a respeito do meu privilégio de ser branca. Já o conhecia desde o programa ‘Se Joga’ e, quando ele me convidou para essa live, nem acreditei que tive essa oportunidade de aprender e de levar a atenção da minha audiência para um assunto tão necessário. Com certeza, a live foi a mais importante de que já participei.

Conte um pouco para a gente sobre o seu novo programa. Como vai ser? Será um programa ao vivo, semanal e como quadros e convidados. O programa é totalmente baseado e inspirado na minha personalidade, que é cheia de contrastes. Eu acho isso muito interessante, brincar com a minha própria personalidade no meu programa. Serão duas apresentadoras, como se fossem os dois lados da Bianca: a mais moleca e livre e a mais séria, business


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woman. Elas duas interagem e esse vai ser o grande diferencial que resolvemos criar. Então, vai ser um programa de entretenimento. Com certeza, vai ter muito bom humor e uma mensagem muito legal de encorajar as mulheres a correrem atrás do que elas querem e, ao mesmo tempo, que elas se sintam livres, sempre. Podem esperar muita coisa legal porque estamos fazendo uma produção incrível. Por que você resolveu voltar para o YouTube como apresentadora? O meu canal estava parado há um ano e meio e meus fãs estavam me cobrando uma volta. Eu entrei no Big Brother já sabendo que eu iria voltar para o Youtube. Era uma vontade minha e lá foi onde eu nasci. Eu tinha muita vontade de voltar e, quando surgiu a oportunidade de voltar como apresentadora, como eu amo novos desafios, isso me deixou muito animada. Agora, me sinto pronta para isso. Ainda mais podendo ajudar as pessoas nesse momento que estamos vivendo. Vamos falar da intimidade, Bianca. O que a encorajou assumir a bissexualidade recentemente? Eu sou muito livre e não concordo com muitos tabus que foram impostos na nossa sociedade. Eu não vejo como assumir e enxergo como “por que não falar?”. É a minha realidade. Quantas pessoas estão passando pelo mesmo processo que passei e não conseguem lidar com isso naturalmente? Penso que quanto mais uso a minha plataforma para falar de qualquer assunto com naturalidade, mais natural os assuntos se tornam e mais autênticos e felizes nós ficamos. As pessoas estão tendo mais coragem de serem elas mesmas. Isso é lindo e me inspira. É muito bom viver livre. Inclusive, descobri que o termo

para me definir é pansexualidade. Eu me atraio por seres humanos, independente do gênero. Qual foi a reação dos fãs? Sofreu algum preconceito? Eu falo com tanta naturalidade e uma lasquinha de humor, que as meninas acabam levando na mesma vibe. Brincamos muito com isso e quem é preconceituoso acaba sobrando. Você já teve uma grande paixão do mesmo sexo? Ou já se imaginou namorando uma mulher no futuro? Já tive algumas, mas não me vejo namorando alguém mais, independente do sexo. Não com a cabeça que tenho hoje. E se um dia eu mudar e decidir namorar, vai ser com quem mais me fizer feliz, seja quem for. Quais as dores e delícias de se relacionar tanto com homens ou com mulheres? Ah, eu só vejo delícias, rs. É maravilhoso se permitir. Eu já fiquei com trans e homens gays. Eu gosto de gente pra frente, que não se importa com regras e se permite ser feliz. Quando eu tô na balada, é entre uma gargalhada e outra que me encanto e, quando eu vou ver, estamos nos beijando. Na maioria das vezes é por diversão mesmo, me sinto tão livre, tão eu. É o máximo! Você se imagina casada e com filhos no futuro? Você já mencionou produção independente... Me imagino com filhos, sou louca para ser mãe, mas não me imagino casada. Eu não acredito que a instituição do casamento funcione para mim e me questiono muito se não posso amar livremente como amo meus amigos e minha família, sem posse e sem ciúmes. É uma viagem da minha cabeça, mas que para mim faz muito sentido. Sim, penso em produção independente

“Hoje, o meu business é dividido em duas vertentes: eu como empresária e o outro como comunicadora / figura pública.”


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Luiza Possi

Jaqueta Morena Rosa


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“Pra minha geração, nunca foi tão importante falar e discutir sobre política.”

e meu bebê vai ser criado por mim e todos os titios e titias loucas que moram comigo.

afora e, ao mesmo tempo, uma comunicadora que faz a diferença no mercado.

O marketing da sua marca foi incrivelmente elogiado. Tudo seguiu conforme planejado ou fluiu de forma orgânica? Como você administra? O melhor elogio que posso receber é esse. É quando vejo que todo o esforço vale a pena. Eu gosto de fazer coisas diferentes, ousar e criar nossa própria história mesmo. Esse é o lema da minha equipe. Não é fácil tirar uma estratégia do papel e fazer funcionar. A gente quebra a cabeça, mas quando o feedback chega dá vontade de fazer o dobro.

Quais sonhos que falta realizar? Tantos que não cabem nesta página, rs. Mas sou muito feliz pelos que já realizei e isso já um sonho! Hoje, eu tenho muita vontade de ser uma comunicadora que represente meu país e por isso a Hebe é uma referência. Além disso, eu quero ser uma grande empresária com cases de sucesso, e batalho muito para isso. Durante o meu percurso, eu sempre crio novos sonhos. Realizar isso tudo, junto com a minha equipe, é o meu maior sonho realizado.

Como se divide o seu business atualmente? Hoje, é dividido em duas vertentes: eu como empresária e o outro como comunicadora e figura pública. Os dois fazem parte do meu business. A empresária cria novas marcas, ama empreender e sempre descobrir uma nova maneira de se reinventar no mercado. E o meu lado comunicadora é esse que já venho fazendo há anos e, agora, com a contratação da agência K2l, isso vai ser ainda mais explorado. Como você se projeta no futuro? Com uma carreira de apresentadora muito consolidada e tenho a Hebe como a minha grande inspiração. Volto onde tudo começou, no YouTube, e com uma enorme responsabilidade por ser um programa semanal e ao vivo. Depois, quero ter o meu programa na TV. Estou com uma equipe maior porque contratei a K2L para cuidar da minha carreira. O meu leque de oportunidades e marcas aumentou em função do crescimento do meu público. E amo ser diretora criativa das minhas marcas, como a Boca Rosa. Eu me vejo no futuro juntando essas duas coisas, que é ser uma empresária reconhecida Brasil

O que gostaria que as pessoas realmente soubessem sobre você? Bianca por trás da máscara... (risos) Eu acho que uma coisa que ninguém quase imagina é como sou eu numa reunião criativa, nos bastidores de uma campanha… Eu sou muito comprometida e objetiva. É completamente diferente da Bia brincalhona, alegre e amiga. Hoje, eu sei que uma galera já consegue imaginar esse lado em mim, mas acho que nunca cheguei a gravar e mostrar para as pessoas. Quem sabe um dia eu não faça um documentário e mostro esse lado mais workaholic? rs Enquanto isso, Bia, que tal uma retrospectiva? Passando pelos primeiros tutoriais de make, orkut, YouTube, primeira linha de maquiagem, filme no cinema, mudança pra SP, BBB…? Tá, vou criar uma historinha: Aos 16 anos, uma menina de comunidade muito ousada resolve dar dicas de maquiagem para as amigas através das fotos e legendas do Orkut. Em seguida, arrumou um jeito de criar um blog até chegar no YouTube [Boca Rosa], onde tudo realmente começou a acontecer. Seu jeito meio atrapalhado, risonho, mas muito criativo ao mesmo tempo, chamou


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a atenção de muita gente. Essa menina se chama Bianca e um ponto essencial em sua personalidade é prender a atenção das pessoas – seja para o lado bom ou ruim. Não posso deixar de falar que Bianca nunca passou despercebida – é polêmica e muitas vezes divide opiniões, mas é indiscutível a sua garra. Cinco anos depois de seu primeiro vídeo, saiu da comunidade, teve seu próprio escritório, investiu na sua equipe e foi traçando metas. Ambiciosa, quis sair da zona de conforto e se aventurou nos palcos dos teatros do Brasil com uma peça [Boca Rosa – A Peça] contando a sua história com muito humor e emoção. Em seguida, foi reconhecida por muitas marcas importantes e estrelou vários comerciais de TV, entre eles, um cantando com a Ivete Sangalo [Vivo] – até hoje ela não acredita que isso realmente aconteceu. O teatro lhe trouxe um presente, sua primeira personagem de cinema no filme da Thalita Rebouças [Ela disse, Ele disse]. Um sonho. Ela se reinventou mais uma vez e fez parte do elenco de um programa de TV na Globo [É de Casa], dando dicas de maquiagem. Todo esse caminho a levou para uma das suas maiores paixões da vida: empreender.

Criou suas próprias marcas [Boca Rosa Beauty by Payot, Boca Rosa Hair, entre outras] e virou estrela das suas próprias propagandas. Em paralelo, virou musa do carnaval e desfilou toda de azul na Marquês de Sapucaí. Por falar em azul, essa é a cor do ano da sua marca, Bianca é a diretora criativa da própria empresa e o marketing está na sua veia. Como se não bastasse, foi uma das nove escolhidas para participar de uma edição histórica do Big Brother [BBB 2020], ela jamais recusaria tamanha experiência. Se vestiu de coragem e foi. Deixou preparada uma estratégia de crossmedia linkando suas redes sociais, com a da marca e o programa e, assim, hoje, a sua marca vende 3 vezes mais. Um sucesso, além de trazer um público novo e muitas oportunidades. Hoje, Bianca tem o dobro de metas e, mesmo assim, sempre consegue tirar um tempo pra se divertir com os amigos – em um deles conheci a editora da revista Top Magazine, né, Mel? Se for resumir essa menina/mulher em uma frase, diria que Bianca não veio ao mundo a passeio e não dá ponto sem nó. Acompanhem os próximos capítulos.

“Eu falo com tanta naturalidade [da pansexualidade] e uma lasquinha de humor, que as meninas acabam levando na mesma vibe. Brincamos muito com isso e quem é preconceituoso acaba sobrando.”


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Em sentido horário, a partir da seta: Bia e a gata de estimação; momento de ternura com a irmã, Ana Carolina; uma de suas linhas de maquiagem; TBT de uma de suas fotos favoritas no instagram (@bianca); ela exibe uma de suas collabs com uma marca de moda; na Festa Liga o Fresh! do BBB 2020


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O melhor de dois mundos UMA VELHA MÁXIMA NO UNIVERSO AUTOMOBILÍSTICO AFIRMA QUE CARRO PERFEITO TEM QUE SER EUROPEU, MAS EQUIPADO COM POTENTE MOTOR V-8, TÍPICO DE MODELOS AMERICANOS. OS NOVOS AUDI RS6 AVANT E RS7 SPORTBACK ESTÃO ENTRE OS QUE ATENDEM ESSE CONCEITO COM REFINAMENTO

Dois novos “foguetes”, lançados no último Salão do Automóvel de Frankfurt, enquadram-se na definição dos entusiastas. Trata-se dos Audi RS7 Sportback, segunda geração, e a quarta geração da perua RS6 Avant. Além de detalhes de estilo, compartilham a mesma mecânica: motor V-8 com cerca de mais 40 cv em relação aos modelos anteriores. É o mesmo usado no SUV Lamborghini Urus e no sedã-cupê Porsche Panamera. O visual, bem arrojado, destaca o novo frontal com grade em colmeia de desenho hexagonal, herdada do superesportivo R8, assim como as entradas de ar nas extremidades inferiores dianteiras. Os dois modelos também incorporam novo capô bem abaulado e com vincos para dirigir o fluxo de ar. Os faróis mais finos apresentam desenho bem esportivo e sistema laser RS Matrix LED.


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Por Roberto Marks Fotos Divulgação

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Essas características conferem perfil afilado e reforçado na lateral vincada, além de largas molduras das rodas. Estas são de liga leve de desenho em forma de estrela, aro de 21 pol e pneus 275/35. Há ainda opção mais radical: rodas de 22 pol e desenho trapezoidal de cinco raios em V, montadas em pneus 285/30. Tudo isso dá a sensação de que os dois modelos parecem bem maiores do que os 5 metros de comprimento. Na traseira, duas enormes saídas de escape em formato oval, fixadas nas extremidades do extrator. As lanternas de LED têm indicador de direção dinâmico com sequenciamento específico para quando o veículo está trancado e destrancado. Porém, enquanto no Avant elas são separadas, no Sportback o desenho mais afilado atravessa toda a seção traseira da enorme porta, que também incorpora o vigia. Se o visual destaca muita esportividade, o conjunto mecânico realça ainda mais as características típicas da linha Audi RS. A começar pelo motor V-8 biturbo de 4 litros TFSI, com potência de 600 cv e torque de 800 Nm (81,5 kgfm) em faixa de rotações bem plana que se mantém inalterada de 2.050 a 4.500 rpm. Possibilita desempenho esportivo, mas também um rodar civilizado no trânsito urbano. Isso porque o V-8, com ângulo do V de 90 graus, é definido como motor “quadrado”, pois diâmetro e curso dos pistões têm a mesma medida:


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O motor V-8 biturbo é o mesmo que equipa o Lamborghini Urus e o Porsche Panamera

86 mm. Na usinagem os cilindros são revestidos com pulverização atmosférica a plasma. Isso melhora dissipação de calor, resiliência térmica e mecânica e reduz o desgaste, pois diminui o atrito interno, além de reduzir o consumo de óleo. O câmbio Tiptronic de oito marchas também inclui função de controle do sistema permanente de tração integral quattro (patente Audi). A tração, distribuída entre os eixos dianteiro e traseiro na proporção de 40/60 por meio do diferencial central Torsen totalmente mecânico, conta com sensor de torque. Em caso de patinagem, o torque vai automaticamente para o eixo com mais tração. Até 70% podem ser enviados às rodas dianteiras e até 85%, às traseiras. O diferencial também altera a tração entre as rodas traseiras, nas curvas mais rápidas, conforme o necessário. Tudo isso melhora aderência, estabilidade e dinâmica em curvas. Os dois modelos incorporam sistema híbrido leve de 48 volts, com o gerador acionado por correia para carregar uma pequena bateria de íons de lítio, que atua por meio da frenagem regenerativa e da partida no motor. Até 12 kW de energia podem ser recuperados durante desacelerações. Se o motorista tirar o pé do acelerador a uma velocidade entre 34 e 99 km/h, o gerenciamento do inversor seleciona uma opção dependendo do modo de condução registrado no Audi Drive Select: recupera energia ou roda até 40 segundos com o motor desligado.


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Ao se pressionar novamente o acelerador, o motor de partida/alternador reinicia o funcionamento do V-8. Dessa forma permite o funcionamento do Start/Stop em velocidades de até 22 km/h. A tecnologia sob demanda da Audi possibilita um consumo de combustível, no ciclo ECE, de apenas 9,5 litros por 100 quilômetros (10,5 km/l). O Audi Drive Select gerencia motor, câmbio, transmissão, assistência hidráulica da direção, suspensão, direção dinâmica (opcional) nas quatro rodas, diferencial esportivo quattro, som do motor e também a maneira como funciona o ar-condicionado. No modo RS2, o motorista pode alternar o Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC, na sigla em inglês) de duas formas. No modo esportivo, com um toque no botão, salva essa configuração permanentemente; se pressionar o botão por mais de três segundos, desativa completamente o ESC. Aí o destino fica nas mãos do motorista... Existem seis modos de condução: eficiente, conforto, automático, dinâmico, além dos personalizáveis RS1 e RS2. Estes podem ser configurados para atender às preferências do motorista e armazenados para ativação direta por meio do botão RS MODE no volante. O motor ressalta o som V-8 encorpado e esportivo, que o motorista pode ajustar usando o sistema de manuseio dinâmico Audi Drive Select. Assim, é capaz de alternar entre os modos de acionamento RS1, que destaca o ronco do motor, e o RS2 mais silencioso. O sistema de freio dispõe de discos de aço com 42 cm (dianteiros) e 37 cm (traseiros). Existe opção do sistema de discos revestidos em cerâmica de 44 cm, reduzindo as massas não suspensas em cerca de 34 quilos, o


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que se reflete no desempenho dinâmico da suspensão. Nesse caso, as pinças de dez pistões podem ser escolhidas em cor cinza, vermelha ou azul. A suspensão pneumática tem amortecimento controlado e oferece a opção entre conforto em longas distâncias ou desempenho máximo. Acima de 120 km/h é rebaixada em 1 cm, mas possibilita elevar o veículo em 2 cm em baixa velocidade. É também oferecida a opção de suspensão esportiva RS e o Dynamic Ride Control (DRC). Os dois modelos aceleram de 0 a 100 km/h em 3,6 s e, em 12 s, alcançam os 200 km/h. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h. Porém, existe o pacote opcional Dynamic, que aumenta o limite até 280 km/h. Quem ainda assim não ficar contente, pode optar pelo Dynamic Plus, que vai até 305 km/h. Apesar do lançamento oficial no salão alemão, os dois modelos só terão início de comercialização na Europa até o começo do ano que vem, com preço base em torno de 120 mil euros. Nos Estados Unidos e Canadá, só deverão chegar no próximo verão no Hemisfério Norte. No Brasil, é provável que estejam no próximo Salão do Automóvel – adiado para 2021.

A suspensão pneumática tem amortecimento controlado, oferecendo a opção entre conforto para longas distâncias ou desempenho




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Trabalhar é preciso. E dá um puta orgulho CRIAR PROJETOS MARCANTES QUE TRAGAM RESULTADOS PARA OS CLIENTES E QUE, DE UMA FORMA OU DE OUTRA, AJUDEM O PAÍS A SAIR DESSA CRISE, É POSSÍVEL... VEM SABER


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Por Ricardo Polinesio e Lucas Buled Fotos Divulgação @topmagazine

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Todo mundo já percebeu que em tempos de quarentena, tudo se torna mais difícil. Não importa qual seja o setor que você trabalhe, é muito provável que você tenha enfrentado inúmeros novos desafios nesse momento em que estamos vivendo. E no nosso caso, uma produtora de conteúdo, as dificuldades têm sido imensas. Para começar, os clientes obviamente tiraram o pé do acelerador. A não ser que se trate de um produtor de álcool em gel ou de máscaras de proteção, por exemplo, que cliente vai aprovar projetos de marketing com facilidade, sem medo do que está por vir, de quanto vai durar a crise e até, de saber se a empresa vai estar viva daqui alguns meses? Mas é claro que a roda não pode parar e o nosso trabalho continua sendo criar projetos para os nossos clientes e até prospects. Porque não importa se estamos vivendo tempos difíceis, o importante é acreditar que podemos e devemos ter novas conquistas em meio à crise. E se a roda parar, amigos, nosso carrinho sai do trilho e aí... já era. Bom, como era de se esperar, nesses últimos meses temos trabalhado bastante e, dois projetos em especial, chamam a atenção e merecem o nosso relato aqui. O primeiro foi uma homenagem aos entregadores que criamos para Honda Motos. O segundo foi um filme que fizemos para Renault. E para não nos perdermos, vamos por partes.

O importante é acreditar que podemos e devemos ter novas conquistas em meio à crise


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Honda Motos A história por trás desse projeto é bem curiosa. E ele começou com uma simples proposta de um post para as redes sociais deles (@ hondamotosbr). Em um bate papo entre nós, quase que um brainstorm, falamos sobre as dificuldades de estarmos em casa, sem poder sair e que a solução era pedir delivery de tudo. E foi nesse momento que entendemos a importância dos entregadores nessa quarentena. Enquanto a gente ficava em casa, nos protegendo, eles estavam nas ruas, se arriscando para o país não parar. Nada mais justo do que uma bela homenagem. Do post – que foi produzido pela Publicis – surgiu um filme, um recado para que as pessoas ficassem em casa, assinado pelo Mundo TOP e logo na sequência veio a ação “Esse entregador é TOP”, em que abrimos espaço para mais de 30 entregadores darem o seu depoimento nas nossas redes sociais, contando como estava sendo o seu trabalho durante a quarentena e como eles se sentiam importantes nesse momento. Mas a cereja do bolo foi com certeza o filme de homenagem assinado em parceria com a Honda, onde pedidos feitos pelos aplicativos de delivery viravam presentes para os próprios entregadores, como forma de agradecimento pelo trabalho deles. O resultado foi impressionante tanto para a Honda quanto para o Mundo TOP, com centenas de artistas repostando o filme voluntariamente e alcançando números extremamente expressivos, passando da casa dos milhões de espectadores.

Bastidores das gravações da ação “Esse entregador é TOP” feita em parceria com Honda Motos e o post #ValorizeUmEntregador


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Acesse aqui o filme para Honda Motos Cenas do flme para Honda Motos e Renault Zoe produzidos pelo time do Mundo TOP

Acesse aqui o filme para Renault ZOE


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Claro que uma produção nesse momento não é algo simples e tivemos que nos reinventar, produzindo em formato de guerrilha, com uma equipe extremamente reduzida e literalmente indo para as ruas entrevistar os entregadores, obviamente tomando todos os cuidados com a nossa saúde e também a deles.

Tudo começou com uma simples proposta de um post para as redes sociais

Renault O outro projeto que a gente queria contar um pouco dos bastidores é o filme para o Renault ZOE, o carro elétrico da Renault. Renault já é um grande parceiro do Mundo TOP e um dos ápices dessa parceria é o projeto da Ilha Elétrica, onde junto com eles, estamos ajudando a transformar Fernando de Noronha na primeira ilha elétrica do Brasil e já criamos uma série de filmes para falar sobre isso. Mas isso é assunto para outra matéria. Dessa vez a gente tinha o desafio de criar um filme para o Renault ZOE sem poder viajar para Noronha, sem poder contar com a parceria dos artistas que participam dos nossos filmes, sem poder montar uma produção do tamanho que Renault merece e praticamente sem poder sair de casa. Bom, desafio nas mãos, fomos para mais uma rodada de troca de ideias, conversas e o famoso brainstorm. E algum tempo depois, surgiu o papo sobre o fato de que como todo mundo estava trancado dentro de casa, as indústrias estavam paradas e as ruas estavam vazias, a natureza estava dando a resposta ao isolamento, deixando o céu mais azul, o ar mais puro e por aí vai. Exemplos surgiam ao redor do mundo, como a diminuição da poluição na China, os canais de Veneza praticamente translúcidos, animais invadindo as grandes cidades na Turquia e todos os outros exemplos que estávamos acompanhando aqui no Brasil. Juntamos tudo isso com o fato de o Renault ZOE ser um carro com zero emissão de poluentes e a ideia estava pronta na cabeça. Agora era hora de materializar, mas não sem antes passar por todas as fases de aprovação dentro da Renault. E, acreditem, nesse momento essa é a parte mais complicada, até porque os executivos da empresa simplesmente não estão com tempo e nem cabeça para isso. Vencida essa batalha, fomos atrás de parceiros em quem a gente confia de olhos fechados e isso fez com que o trabalho ficasse muito mais fácil. E também, muito mais gostoso de ser feito. E só para complicar mais um pouquinho, decidimos que quem deveria fazer a locução do filme seria ninguém mais, ninguém menos que a Marina Ruy Barbosa. Mas como gravar com ela respeitando o isolamento social? A resposta estava nas nossas mãos: o celular. Acreditem, toda a locução da Marina no nosso filme foi enviada por mensagens de áudio no WhatsApp. Depois de alguns dias de pré-produção, produção e pós-produção, nosso filme finalmente estava pronto. Mas para ir para o ar, precisava de mais uma etapa de aprovações com a Renault, que mais uma vez foram cansativas pelos motivos já explicados lá em cima. Com todas essas dificuldades do caminho e com o resultado final, esse filme encheu a gente de orgulho e nos deu a certeza de que mesmo com todos os problemas que estamos vivendo, trabalhar é preciso. E criar projetos marcantes que tragam resultados para os clientes e que, de uma forma ou de outra, ajudem o país a sair dessa crise, é possível. Basta acreditar e trabalhar com vontade, brilho nos olhos e claro, ter a parceria de clientes incríveis como a Honda Motos e a Renault.




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Viagem no tempo em cenário espetacular MILLE MIGLIA, ENTRE OS ANOS DE 1927 E 1957, ERA CONHECIDA COMO “A CORRIDA MAIS BONITA DO MUNDO”. RENASCEU COMO ENCONTRO DE FÃS DE MODELOS VINTAGE


FOTO BUGATTI

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Por Kike Martins da Costa Fotos Divulgação

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Na Itália, existe um ditado segundo o qual é gasolina, e não sangue, o que circula pelas veias dos moradores de Brescia, cidade na região da Lombardia e um dos pioneiros polos industriais do país. A paixão dos brescianos por veículos a motor: autos, motos e aviões, data do final do século XIX, quando alguns fabricantes começaram a se estabelecer na região. E, em 1921, foi lá, no circuito de Montichiari, a primeira edição do Gran Premio d’Italia, que no ano seguinte, 1922, foi transferido para Monza, nos arredores de Milão. Sem o GP, dois brescianos ilustres – os jovens condes Aymo Maggi e Franco Mazzotti – decidiram organizar outra prova, igualmente grandiosa, mas não restrita a um autódromo. Nascia assim a Mille Miglia, que consistia em longo circuito de estrada, em forma de oito, que começava em Brescia, ia até Roma e retornava, totalizando algo em torno de 1.600 quilômetros, ou 1.000 milhas – daí o nome. Limitada a modelos de produção em série, sem modificações, a primeira edição, em 1927, reuniu 77 duplas – todos italianos. O vencedor foi Giuseppe Morandi, com um OM (Officina Mechaniche, uma das fábricas sediadas em Brescia), que percorreu o circuito em 21 horas e 5 minutos, com velocidade média de 78 km/h. Em seguida, a Alfa Romeo passou a dominar a competição vencendo 10 das 11 edições realizadas de 1928 até 1938, sendo superada somente pela Mercedes-Benz, em 1931. Porém, um grave acidente ocorrido na 12ª edição, em 1938, na qual faleceram 10 pessoas (sendo sete crianças) fez o governo italiano proibir a competição, que não foi realizada em 1939. Os dirigentes brescianos não desistiram e a 13ª edição da Mille Miglia, realizada em 1940, foi disputada em um circuito menor ligando as cidades de Brescia-Cremona-Mantova, com 167 km de extensão. Para completar as mil milhas teve nove voltas. Esta edição marcou a estreia de um novo fabricante: a Auto Avio Costruzione, de um certo Enzo Ferrari. Na ocasião, devido ao acordo de rescisão de seu contrato com a Alfa Romeo, ele ainda não podia utilizar o próprio nome. Mesmo assim, os dois primeiros protótipos construídos nas oficinas da Scuderia Ferrari, em Modena, logo se destacaram. Lideraram as primeiras voltas, mas abandonarem por problemas mecânicos, deixando a vitória para a BMW. De 1941 a 1946, a corrida foi suspensa devido à Segunda Guerra Mundial. Em 1947 retornou na sua configuração original. A Mille Miglia, mesmo envolta em uma aura de alta competitividade e muito charme percorrendo algumas das paisagens mais belas do planeta, foi também uma das mais letais: de 1927 a 1957, causou a morte de 56 pessoas: pilotos, mecânicos e espectadores. E uma nova tragédia ocorreu em 1957, na localidade de Guidizzolo, resultando em 11 mortes – incluindo o piloto espanhol, Alfonso de Portago e seu acompanhante, o jornalista americano Ed Nelson, além de cinco crianças que acompanhavam a corrida na beira da pista. Foi o fim da histórica competição. Em 1977, o Automóvel Clube de Brescia resolveu ressuscitar a prova, mas em outro formato. Foi assim que a Mille Miglia “renasceu” como corrida de regularidade (semelhante a um rallye) reservada a veículos produzidos de 1927 a 1957, mas somente de modelos dos quais algum exemplar foi inscrito em uma das 24 edições da competição original.


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Agora em sua nova configuração, a Mille Miglia reuniu 430 carros antigos em seu percurso por estradas entre Brescia e Roma


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A rota (Brescia–Roma-Brescia) é semelhante ao percurso das décadas de 1920 a 50, mantendo largada e chegada na Viale Venezia, em Brescia. Dividida em quatro etapas, passa por cidades como Milão, Ferrara, Ravenna, Roma, Siena, Bolonha e Parma. Além disso, tem uma série de eventos paralelos, como desfiles de moda, festas, missas e jantares. A edição de 2019, realizada entre 15 e 18 de maio, reuniu 430 carros, incluindo 44 modelos Alfa Romeo, 35 Jaguar, 33 Fiat, 29 MercedesBenz, 29 Lancia e também modelos da BMW, Ferrari, Aston Martin, Porsche, Triumph e Maserati. A dupla formada pelo médico Giovanni Moceri e o jornalista Daniele Bonetti foi a vencedora, a bordo de um Alfa Romeo 6C, de 1928. Na Coppa Delle Dame, categoria reservada às mulheres, Silvia Marini e Francesca Ruggeri venceram com um Aston Martin 1937. E, entre os pilotos profissionais, Romain Dumas foi o vencedor, com um Porsche 550A Spyder 1957. A Mille Miglia já se consolidou novamente como evento importante para os fãs de automobilismo e aqueles que sabem apreciar a beleza das incríveis máquinas construídas no século passado. Mais do que uma simples corrida, é uma exaltação ao estilo de vida dinâmico e sofisticado, que mistura criatividade, tecnologia e design. Sempre destacando essas palavras de ordem, o Automóvel CIube de Brescia promove todos os anos a lendária e histórica prova, que durante décadas foi considerada a “corrida mais bonita do planeta”. Nenhuma outra competição percorre paisagens tão arrebatadoras como as encontradas entre Brescia e Roma. E não estamos falando apenas de natureza, mas também de bucólicos povoados medievais, de obras arquitetônicas, de maravilhas artísticas e de outras belezas que só podem ser encontradas na Itália. Um dos momentos mais especiais é o desfile de carros pela Via Veneto, um dos endereços mais badalados de Roma. A plateia, formada por “diesel freaks”, aficionados, colecionadores e turistas do mundo todo, vai à loucura com essa viagem ao passado proporcionada pela visão de automóveis antigos que misturam charme, glamour e esportividade. Coordenada por profissionais jovens e cheios de energia, a empresa está se expandindo rapidamente e se transformando em uma marca global. Em 2018, por exemplo, o grupo promoveu em Washington, Carmel e Monterey, nos Estados Unidos, ações organizadas em parceria com a HVA (Historic Vehicles Association of America) para divulgar a corrida italiana e disseminar internacionalmente a paixão pelos carros antigos. Os eventos, na realidade, serviram também para reforçar a identidade contemporânea da Mille Miglia, que funde modernidade com tradição. A ideia é que a marca funcione como embaixadora dos produtos Made in Italy, com essa mistura única de rica herança cultural, engenharia de ponta e apurado senso estético. A propósito desse mix de tradição e modernidade, a Mille Miglia faz questão de deixar claro que não vive apenas de olho no passado, no retrovisor. Em setembro do ano passado, promoveu a primeira edição da Mille Miglia Green, a primeira corrida de endurance (resistência) especialmente concebida para carros elétricos e híbridos. O evento nasce para ser uma vitrine da inovação e do compromisso das empresas italianas dos setores energético e automotivo com a sustentabilidade. Como não poderia deixar de ser, em se tratando de uma marca que cultua tanto os aspectos históricos da indústria automotiva, participaram

A edição 2019 da Mille Miglia reuniu modelos das marcas: Alfa Romeo, Mercedes, Maserati, Porsche,Ferrari, Jaguar, Aston Martin, BMW e outras...


FOTO RÉMI DARGEGEN

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do evento não só modelos atuais, mas também os carros vintage e protótipos produzidos anteriormente ao ano de 1990. No centro desse projeto, fica Brescia, o polo industrial que nos últimos anos vem vivenciando uma bem-sucedida transição para a era das máquinas movidas a energia renovável e das cidades inteligentes. Paralelamente à corrida, a série de conferências Green Talk reuniu representantes de universidades, centros de pesquisa, fabricantes de veículos e empresas de energia para discutir o futuro da mobilidade. E Milão, a capital financeira e industrial da Itália, também desempenhou um papel importante nesse evento. Promove uma experiência imersiva no futuro das soluções alternativas para a questão da mobilidade, não apenas exibindo protótipos, mas também permitindo que as pessoas façam test drives nos veículos elétricos. Por fim, se você não tiver a oportunidade de passar por Brescia ou Milão na primavera do ano que vem (a próxima edição da Mille Miglia está programada para os dias 13, 14, 15 e 16 de maio de 2020), não se desespere: dá para ter uma boa amostra do espírito da prova visitando o Museu Mille Miglia, instalado no monastério beneditino de Sant’Eufemia della Fonte, edificado há dez séculos, no ano de 1008, nos arredores de Brescia. O acervo da instituição reúne documentos, fotos e objetos relativos às 24 edições, além de vários modelos da época de marcas, como: Ferrari, Bugatti, Alfa Romeo, Lancia e Fiat. A entrada custa 8 euros. Ao percorrer a estradinha que leva até o museu, o visitante poderá sentir-se numa das 24 edições da Mille Miglia, passando por vinhedos, colinas verdejantes, campos de trigo e vilarejos que remetem à Itália do início do século passado. Buon viaggio!

FOTO BUGATTI

Em 2019, Brescia sediou a 1000 Miglia Green, sópara carros híbridos e elétricos

Para saber mais acesse


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Gigi Hadid


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O sonho não acabou UM MARCO DA ARTE FOTOGRÁFICA, O CALENDÁRIO PIRELLI NÃO LANÇARÁ SUA EDIÇÃO DE 2021 – MAS DOARÁ 100.000 EUROS PARA A LUTA E A PESQUISA CONTRA O NOVO CORONAVÍRUS. ENQUANTO SONHAMOS COM ESSE RECOMEÇO, NOS DELEITAMOS COM ESSAS IMAGENS DO THE CALL FOTOGRAFADAS POR ALBERT WATSON Por Melissa Lenz


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Gigi Hadid e Alexander Wang


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Julia Garner e Astrid Eika


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Laetitia Casta e Sergei Polunin


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Tabuleiro COM 273 METROS DE ALTURA, A CACHOEIRA DO TABULEIRO É A MAIOR DE MINAS GERAIS. NÃO É POUCA COISA. IMAGINE-SE NO TOPO DE UM PRÉDIO DE 90 ANDARES...


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Por Feco Hamburger Edição Claudia Berkhout

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O Parque Estadual Serra do Intendente, criado em 2007, possui cerca de 13 mil hectares numa região reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera, em Minas Gerais. Conceição do Mato Dentro, localizada a aproximadamente 200 km de Belo Horizonte, é a simpática cidade base para a exploração do parque. A região oferece inúmeras atrações naturais para a prática da caminhada, da escalada, do base-jumping e do canionismo, sempre com a autorização da Secretaria do Meio Ambiente. Zé Cornicha, Rabo de Cavalo, Fumaça e Roncador são algumas das incríveis cachoeiras da Serra do Intendente. A mais conhecida, entretanto, é a Cachoeira do Tabuleiro, a maior de Minas Gerais e terceira mais alta do Brasil. Não é pouca coisa. Com 273 metros de queda d´água, a Cachoeira do Tabuleiro também é chamada de Monumento. É fácil entender o porquê. Espécie de Graal dos esportistas, a descida do Monumento é um desafio técnico e mental. Afinal, não é fácil encarar essa altura pendurado por uma corda, no meio da água. Imagine-se no topo de um prédio de 90 andares... Gabriel Finelli e Elizabeth Viera de Oliveira, condutores de turismo de esportes verticais, conceberam e executaram com sucesso o projeto Gratidão Tabuleiro. Um minucioso projeto de descenso da cachoeira, incluindo mapeamento e contemplação, tendo em vista estabelecer rotas seguras para a prática do canionismo e fortalecer o turismo na região. Além, é claro, de realizarem um sonho antigo. Com supervisão da liga desportiva do Estado de Minas Gerais, da Federação Paulista de Canionismo e do Centro de Apoio ao Profissional do Rapel, o projeto já realizou duas descidas, a primeira em 2018 e a segunda em 2019. O canionismo, ou canyoning, é uma atividade multidisciplinar: consiste na prática de descida de cursos d’água, sem embarcação, com transposição de obstáculos aquáticos, horizontais ou verticais. Finelli, que também atua como instrutor profissional, nos explica melhor a atividade: “O canionismo envolve técnicas como rapel, mergulho, flutuação, saltos e técnicas de alpinismo, além de ser fundamental ter conhecimento de geologia e primeiros socorros”.

O canionismo é uma atividade multidisciplinar: utiliza técnicas de rapel, mergulho, flutuação e alpinismo, além de conhecimentos de geologia e primeiros socorros


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Uma espécie de jogo de xadrez antecedeu o descenso da Cachoeira do Tabuleiro, que estava fechada por prevenção de eventuais acidentes. O casal idealizador providenciou as licenças ambientais e autorizações oficiais, buscou apoio na iniciativa privada, e, por fim, reuniu um time de especialistas para a realização da façanha. Depois de anos de esforço, finalmente, a equipe seguiu rumo à Cachoeira do Tabuleiro. A logística foi praticamente a mesma nas duas descidas. No dia 1, cientes da dificuldade da empreitada, os esportistas caminharam vários quilômetros por trilha levando 1 tonelada de equipamento, 1200 metros de corda e mosquetões sem fim, até atingir o topo da cachoeira. Como o projeto tem por princípio impacto ambiental zero, as cordas fossem fixadas sem uso de pinos ou perfurações artificiais. A execução da complexa ancoragem tomou o dia todo e, ao entardecer, a turma retornou ao acampamento montado na casa de um morador da serra, o seu Chico Niquinho, que foi fundamental para a realização da aventura. Uma noite fria na Serra do Intendente antecedeu o esperado dia 2, o dia da descida. Com a ancoragem pronta, restava descer. Instrutores e praticantes experientes enfrentaram o desafio e conseguiram, com sucesso, atingir o solo depois de percorrer toda a extensão do penhasco. O tempo médio de 35 minutos de descida pode apontar uma falsa impressão de facilidade. A descida é de nível técnico avançado e implica em controle mental considerável. O vento e a água minam a resistência e a hipotermia é sério risco presente. Finelli, com toda a bagagem acumulada, salienta que o projeto tem por objetivo fomentar o turismo e a prática vertical, mesmo entre aqueles não têm preparo para tal desafio. A Cachoeira do Tabuleiro é maravilhosa para a contemplação, e a região oferece inúmeros pontos de prática mais acessíveis. “O grau de dificuldade varia conforme o percurso, mas, obviamente, a atividade deve ser feita sempre com equipe treinada e equipamentos de segurança.” Guardadas as devidas proporções, no ano em que comemoramos os 50 anos da chegada do homem à Lua, podemos celebrar a realização de outro sonho: a descida com segurança da Cachoeira do Tabuleiro.


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Uma tonelada de equipamento, 1.200 metros de corda e mosquetĂľes sem fim foram transportados por trilha atĂŠ o topo do monumento


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O Céu é o Limite MEDALHA DE OURO NO SALTO COM VARA NA OLIMPÍADA RIO 2016, DONO DO RECORDE OLÍMPICO E ASPIRANTE AO MUNDIAL, ELE ENFRENTOU MUITAS OUTRAS BARRAS PARA CHEGAR ALTO


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Por Otávio Rodrigues Fotos Divulgação

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A cena marca um dos momentos mais emocionantes da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. O brasileiro, promessa de medalha no salto com vara, está na disputa final com ninguém menos que o número 1 do ranking, recordista mundial da modalidade. O placar luminoso informa que o francês acaba de ultrapassar 5,98 metros em um voo virtuoso, marca jamais atingida pelo atleta da casa – que a despeito disso, e com a prata já garantida, pede para subir a barra para 6,03 metros. A galera delira. Tangido ao desafio, o adversário corre para sua primeira tentativa. Erra. O brasileiro salta em seguida. Também não acerta. O francês parte para outra investida, sob os apupos da torcida, e derruba a barra pela segunda vez. Então vem de novo Thiago Braz, o brasileiro, que fixa os olhos à frente e parte em carreira solta até cravar a vara na plataforma de aço, para daí se projetar admiravelmente e dar início à sua jornada sideral. Em menos de um segundo ele está de cabeça para baixo, aguardando o momento exato para largar as mãos e, como um boneco de pano, voar estendido sobre a barra altíssima, nos dando a impressão de que flutua sobre ela. O Estádio Olímpico vem abaixo. O francês Renaud Lavillenie agora não tem escolha, a não ser tentar seu terceiro e último salto. E erra. Foi assim que esse jovem da cidade de Marília se tornou o quarto brasileiro a conquistar medalha de ouro no atletismo, ao lado de Ademar Ferreira da Silva (que ganhou duas), Joaquim Cruz e Maurren Maggi. Mais: Thiago é um dos nove no mundo a passar a marca dos 6 metros no salto. “É sempre muito rápido, mas na Olimpíada o tempo parou”, ele conta. “Nos 6,03 metros, que é acima do que estou acostumado a passar, a queda durou bem mais. Eu podia ver as pessoas, escutar os gritos da torcida, foi diferente.” De lá para cá, sua vida também deu um salto: sua fama cresceu e as portas se abriram. Este ano trocou de técnico – deixou Vitaly Petrov, um dos melhores do mundo, e voltou a treinar com Elson Miranda, outro bamba na matéria. E se diz pronto para voar mais alto. “Estou voltando para a Itália agora, parte da preparação para a Olimpíada de 2020.” Correndo do tigre Os primeiros anos de Thiago no mundo foram de sobressaltos. Os pais, muito jovens quando se conheceram, não seguraram a barra e seguiram cada qual para um canto, deixando o menino de 3 anos com os avós paternos. Apesar dos poucos recursos, o lar de Orlando e Maria do Carmo esbanjava atenção e carinho, tudo que o netinho precisava para ir em frente – e para o alto, como iriam descobrir mais tarde. Alegre, social, ele logo estava misturado à criançada das ruas de Marília, interior de São Paulo, quase sempre atrás de uma bola. Sua referência era o tio. “Ele foi superimportante para mim, era como o irmão que eu não tinha”, diz sobre o tio Fabiano, praticante de decatlo, em que os atletas se submetem a dez provas casca-grossa, como 100 metros com barreiras, arremesso de peso e salto com vara. “Ele me incentivou para o esporte, meio que me proporcionou o que queria para ele mesmo, mas não teve. Sem meu tio, eu não estaria onde estou hoje.” Os primeiros saltos de Thiago foram nas quadras da escola. “Eu adorava vôlei e, mais ainda, basquete. Achava que tinha futuro aí.” Mas foi acompanhando os treinamentos do tio que acabou se entusiasmando por uma das mais incríveis modalidades do atletismo: o salto com

“Tudo aconteceu muito rápido, sem que eu pudesse imaginar. Até que aconteceu”


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vara. Consta que celtas e cretenses já o praticavam por diversão na Grécia Antiga. E é fácil imaginar que, bem antes, homens mais rústicos já houvessem se dado conta de como uma alavanca dessas poderia ser útil quando se tem um rio à frente e um tigre atrás. Pioneiros de regiões pantanosas da Holanda e do leste da Inglaterra, cercados por miríades de canais de drenagem, não saiam de casa sem uma vara. Mas foi só em meados de 1850, na Alemanha, que a coisa se firmou como esporte. Em 1896, nos jogos de Atenas, tornou-se competição olímpica exclusivamente masculina – regra que perdurou até 2000, em Sidney. Nada disso, porém, passava pela cabeça de Thiago quando começou. “Escolhi o salto com vara porque me pareceu emocionante. Rola uma adrenalina, instiga a gente. De todas as modalidades que pratiquei, foi a mais diferente e radical.” Dois bifes como prêmio O primeiro desafio enfrentado por quem escolhe esse esporte, vai explicando o Thiago, é o custo do equipamento. “Uma vara custa R$ 5 mil, R$ 6 mil…” Quando ele começou, aos 13 anos, a prefeitura da cidade comprou uma, com a qual ele passou a treinar, instruído por Fabiano. E o tio era durão. “Ele me estimulava apelando para a alimentação. Dizia: ‘Se não passar 2,5 metros, não almoça hoje’ ou ‘Se passar 3 metros, vai ter dois bifes.’ Isso foi gerando um espírito de competição em mim. Conforme eu ia superando alturas, aumentava também a queda, claro, e isso de voar, de cair a longo prazo, foi uma das coisas que mais me atraiu.” E como não demorou para que mostrasse ter vocação, o Clube dos Bancários de Marília, onde vinha treinando e competindo, ficou


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pequeno para ele. A cidade também. Mas para seguir as novas oportunidades era preciso superar outra barreira: dona Maria do Carmo. “Vó, a senhora quer que eu seja feliz, certo? Então…”, foi o melhor argumento que Thiago encontrou para convencer a avó. O tio, que cinco anos antes havia tentado ir embora sem sucesso, entrou na conversa. “Mãe, eu queria trilhar esse caminho, a senhora não deixou. Deixa ele ir!” E assim, aos 15 anos, o futuro recordista saiu de casa, rumo a Bragança Paulista. Pouco depois iniciaria seu histórico de vitórias: Campeonato Brasileiro de Menores e o Juvenil, Campeonato Estadual de Menores e o Juvenil, além de medalha de bronze no Sul-Americano Juvenil. Junto com a altura da barra, subiam também os custos. “Em uma competição são necessárias muitas varas, e o ideal é que cada atleta tenha as suas. O transporte é complicado, companhias aéreas cobram fortunas para embarcá-las.” Entra em cena Fabiana Murer, campeã mundial e pan-americana no salto com vara, casada com o treinador Elson Miranda. “Ela foi como uma patrocinadora, me ajudando com um salário na época em que eu estava em transição de clube, mudando para São Paulo.” Thiago considera a amiga muito esforçada, além de uma referência técnica. “Ela sempre me incentivou a buscar o melhor no salto com vara. Tenho meus defeitos como atleta, mas muitas de minhas características boas eu adquiri dela. É uma inspiração.” Sem saltos no escuro Em 2010, Thiago foi vice-campeão da Olimpíada da Juventude, em Singapura, e primeiro lugar no Campeonato Sul-Americano da Juventude, em Medelín, na Colômbia. Em 2012, levou a melhor no Campeonato FOTO FABIO NUNES


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“Chegar onde cheguei e viver o que vivo hoje vem do meu desejo pessoal, que não é diferente daquele que existe no coração de cada ser humano”

Mundial Júnior de Atletismo, em Barcelona, na Espanha e no ano seguinte, faturou o Campeonato Sul-Americano de Atletismo, em Cartagena. Mas como se prepara um atleta de alta performance, praticante de uma modalidade assim tão técnica? “O salto com vara demanda um treinamento bem genérico, para desenvolvimento de toda a musculatura. Trabalha-se bastante o abdômen, para fechar o corpo na hora de soltar as pernas. E as pernas, também, porque precisamos fortalecer muito, já que é um esporte de velocidade.” A alimentação, ele diz, não é muito rigorosa. “Eu perco peso muito rápido, então meio que como tudo que quero. Agora, conforme a idade vai avançando, estou começando a limitar um pouco o açúcar, e isso tem me incomodado um pouco. Já fui mais formigão, estou mais controlado.” Outro aspecto a se valorizar na rotina de um atleta internacional é a adaptabilidade – e não apenas aos diferentes tipos de pistas e arenas. “Viajo muito para participar de campeonatos. Em geral, chego no lugar, gasto um dia treinando, outro competindo e, no terceiro, já estou indo embora.” Thiago já morou na Itália, uma das principais bases de seu apurado treinamento. Conhece Dubai, Catar, Singapura, Colômbia, Espanha, Alemanha, Rússia, Estados Unidos... “Adoro essa liberdade, viajar o mundo inteiro, conhecer novos horizontes.” Para não se perder por aí – e nem de si mesmo –, ele afirma que não salta no escuro. “Tenho muita determinação, fé, força e ajuda de várias pessoas. Chegar onde cheguei e viver o que vivo hoje vem do meu desejo pessoal, que não é diferente daquele que existe no coração de cada ser humano. Só é preciso saber onde você quer chegar e por quê – às vezes, chega onde não quer e acaba se frustrando. Portanto, é buscar ser sempre positivo, não perder o foco do que se deseja e descobrir para que se quer chegar lá.” Faltou ele sugerir para mirar sempre mais alto, mas está implícito. Igual a um passarinho Mas, para além dessas ideias tão boas, onde estavam os pensamentos de Thiago Braz na Rio 2016? Naquele instante crucial, segundos antes do salto que mudaria sua vida, ouvindo as milhares de pessoas gritando seu nome e, vale lembrar, ciente de que uma daquelas vozes era de sua avó, dona Maria do Carmo – que não perderia esse evento por nada. “Eu não tinha total clareza do que era uma Olimpíada”, conta. “Participei de uma Vivência Olímpica em 2012, tive a oportunidade de estar perto dos melhores atletas, curti o ambiente de uma competição desse nível, mas estar ali dentro era totalmente diferente.” Ele tinha 22 anos, sentia-se preparado para saltar 5,90 ou até 6 metros, era cotado a ganhar uma medalha, mas não a de ouro. Imaginava que isso seria possível num futuro próximo, mas não naquele dia. “Fiquei muito feliz por tudo conspirar a meu favor, passar o meu próprio recorde, quebrar o recorde olímpico e ganhar ouro batendo o recordista mundial – ainda mais em uma Olimpíada dentro de casa! Tudo aconteceu muito rápido, sem que eu pudesse imaginar. Até que aconteceu.” No átimo da queda, que lhe pareceu mais longa do que as outras, Thiago Braz conta que era um passarinho. “Uma sensação gostosa, meio inexplicável, de se sentir livre naquele exato momento. Quando caí naquele colchão, vendo que havia passado a barra, foi libertador.” Sua meta agora é bater o recorde mundial de 16,16 metros, alcançado por Lavillenie em 2014. “É algo difícil, mas não impossível.” Não mesmo! Afinal de contas, Thiago passou a barra com larga folga quando ganhou o ouro.


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Cultura

Livros, Discos e Série

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Diversidade

Finanças infantis Coisa mais linda

Mario Sergio Cortella

Como dar valor ao dinheiro

Segunda temporada estreia em 19 de junho no Netflix

Lançado pelo selo Littera da editora 3DEA, a obra A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano traz conceitos para a construção do coletivo saudável. Temas como preconceito e a intolerância são abordados para mostrar a importância da união.

Criadora da platafoma online Finanças Femininas, Carol Sandler lança o livro infantil Dinheiro Nasce em Árvore? (Cartola Editora). Com isso, tenta ajudar os pais em como ensinar aos filhos o valor do dinheiro e do trabalho de forma lúdica e ilustrativa.

A série brasileira cheia de bossa e charme promete ainda mais emoção aos seus fãs. Seis novos episódios de 50 minutos cada do drama de época serão disponibilizados na plataforma de streaming. A personagem Ivone (Larissa Nunes) deve ganhar mais espaço na trama e figurar como protagonista ao lado de Malu (Maria Casadevall), Thereza (Mel Lisboa), Adélia (Pathy Dejesus) e Lígia (Fernanda Vasconcellos). Muitos dilemas, lutas de classe e sexo, e amizade podem ser esperados. netflix.com.br

Chromatica de Lady Gaga

Mudar é difícil? Bebel Gilberto

Sexto álbum de estúdio e produtos exclusivos

Dos irmãos e autores Chip e Dan Heath

Novo disco em 21 de agosto

O livro Switch: Como Mudar as Coisas Quando a Mudança é Difícil, da editora Alta Books, mostra em 320 páginas como pessoas comuns podem conseguir resultados drásticos de mudança unindo a mente recional e a emocional. Custa R$50 e está disponível em amazon.com.br

Produzido pela gravadora belga [PIAS] Recordings, o álbum Agora é o primeiro em estúdio da cantora e compositora brasileira em seis anos. Trará o single Bolero, em espanhol, e a capa tem assinatura do renomado diretor de arte carioca Giovanni Bianco.

O que ela lança é sucesso na certa. E não seria diferente com seu novo disco, que já estreou em 1º lugar nas paradas do iTunes em 58 países. Produzido por BloodPop e Lady Gaga, o álbum conta com participação de artistas do calibre de Ariana Grande, Elton John e o grupo de k-pop Blackpink. Para os fãs brasileiros, a Universal Music lançou uma loja online exclusiva com produtos nacionais e importados, entre camisetas, dois tipos de vinis, cassetes e o CD em mídia física. Também foram disponibilizadas 500 unidades de um combo com CD + camiseta + card autografado, que se esgotaram em apenas 30 minutos. umusicstore.com/lady-gaga-chromatica


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Moda

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113 Maiô sleeve da coleção Wabi-Sabi, da marca carioca Kora Swim. R$ 228. koraswim.com

Champanhe Moët & Chandon Brut Impérial ou Rosé Impérial com frase personalizada com cristais Swarovski Elements. A partir de R$ 440 (750 ml). ateliermoet.com.br

Canivete Wine Master da Victorinox de 13 cm de comprimento tem saca-rolhas, abridor de garrafa, cortador de lâminas com trava ideal para queijos e petiscos. R$ 928. victorinoxstore.com.br

Anel Swarovski Lifelong Heart, branco, acabamento em mix de metais. R$ 599. swarovski.com.br

Par de brincos Ruth Grieco by Julls em ouro branco 18 ct, pérolas south sea e diamantes 4,54ct. R$ 87.800. @jullsbrasil Sutiã balconet Sofia Bustier com detalhes em renda preta, da nova coleção Valentine’s Day da Intimissimi. R$ 249. intimissimi.com.br

Tênis Alfaiataria em Couro da Merino. R$ 420. merinoalfaiataria.com.br


Por Trás Desta Edição

TOP MAGAZINE EDIÇÃO 249 / 2019

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1. Bianca Andrade em sua casa, nos bastidores de nossa capa; 2. Bia se diverte com as capas anteriores da TOP Magazine; 3. Chris Pintanguy, empresária diretora de moda do shopping Leblon e consultora de moda no Plantão Mundo TOP; 4. Bruno Hohmann, vice-presidente comercial da Renault do Brasil; 5. Paula Vorlander, Diretora da M.A.C. Cosmetics no Brasil; 6. Luis Felipe Pondé, escritor, ensaista e doutor em filosofia pela Usp; 7. O surfista Gabriel Medina; 8. João Ciaco, ex VP de marketing da FCA; 9. Fernando Calmon, jornalista colunista e diretor de redação da TOP Carros; 10. ; 11. Alarico Assumpção Jr, presidente da Fenabrave; 12. Gustavo Filgueiras, CEO e sócio do hotel Emiliano; 13. Nosso publisher Claudio Mello em ação; 14. Ricardo Polinesio, publicitário e diretor criativo do Mundo TOP; 15. Produção da ação Honda com os entregadores; 16. Telma Sobolh, presidente do voluntariado Einstein; 17. Dra. Ho Yeh Le, médica infectologista coordenadora da UTI da divisão de moléstias e infecciosas e parasitárias do HCFMUSP; 18. Henrique Fogaça, chef de cozinha e empresário; 19. Rafa Kalimann, influenciadora e vice-campeã do BBB 20; 20. Nossa produtora Camila Battistetti, que fez tudo acontecer na ação Honda.

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