3 minute read

O estilo livre de Maellen

Next Article
Surra de palavras

Surra de palavras

DESTAQUE NO UNIVERSO GAMER, MAELLEN VEM CONQUISTANDO A CENA MUSICAL COM UMA MISTURA DE TRAP, FUNK E POP

Lohana Maellen nasceu em São João de Meriti, Rio de Janeiro, onde viveu até os dois anos de idade. Mas foi em Duque de Caxias onde cresceu e iniciou sua trajetória. Aos 18 anos, expulsa de casa ao se assumir lésbica, foi morar com Karen Moraes, hoje sua noiva e com quem teve a filha Antonella. Foi nessa época, no estúdio de um amigo produtor de funk, que descobriu a vontade de ser cantora. Ela chegou a lançar alguns trabalhos independentes, mas foi no universo gamer e nas lives que a artista se destacou primeiro. Um dos pontos de virada na sua trajetória aconteceu no Poesia Acústica do Free Fire, ao conseguir unir o amor pela música com os jogos. A partir daí também passou a ficar conhecida pelo seu bordão “tá maruco”, que usa muito durante as lives. Mas a oportunidade de se mostrar para o grande público aconteceu na casa gamer Los Grandes, em 2020, para onde foi contratada como produtora de conteúdo. Ela entrou para a residência com cerca de 700 mil seguidores e saiu de lá com mais de 1,5 milhão, e diversas propostas de trabalho. Sorte do público que ela nunca desistiu da música. Hoje Maellen tem contrato assinado com a gravadora Universal, já lançou o álbum Meu Estilo é Livre e vem ganhando a cena musical com uma mistura de trap, funk e pop.

Advertisement

Você começou como gamer. Como a música entrou no seu caminho?

Em 2016 eu comecei na música. Fazia o Baile da Gaiola, no Rio de Janeiro. Depois, conheci e comecei a jogar o Free Fire, foi quando estourei. Em 2020, retornei para a música, queria voltar para o meu grande sonho. Hoje, eu concilio as duas coisas, mas quero viver de música. Estou embarcando nessa aventura. Espero que dê certo.

Como é a dinâmica entre a música e os games?

A ligação entre game e música está cada vez mais forte. Tem muito artista fazendo collab com jogo, como a Anitta fez com o Free Fire

Como é a rotina de um gamer profissional?

Eu tenho um contrato de live com a plataforma da Twitch. São 130 horas mensais que eu tenho que cumprir para ganhar meu “salário” mensal fixo.

Como você começou no mundo dos games?

Começou como hobby. Eu trabalhava em banco e fazia faculdade de Gestão Financeira. Nas horas vagas, eu jogava muito. Participei de campeonato em time e ficamos em quinto lugar no Brasil. Deixei a faculdade, faltavam só seis meses para terminar, e decidi começar a fazer live, mas sem contrato. Eu não tinha dinheiro para comprar equipamento. Parcelei em dez vezes e comprei um notebook e uma webcam. Pagavam 0,03 centavos de dólar por hora assistida. Eu tinha tempo, fazia umas 17 horas de live por dia. Ficava parecendo um zumbi. Fiquei dois meses nessa plataforma e, no terceiro mês, o Facebook Gamer me contratou. Minha família falava que não ia dar em nada (risos).

Quais foram as primeiras coisas que você quis adquirir quando começou a ganhar dinheiro?

Eu troquei de carro, comprei um Evoque, era meu sonho. Gosto de carro alto e grande, porque sou pequena, tenho 1,54m.

Como é ser mulher nesse ambiente? Ainda tem muito preconceito? Não posso dizer que não tem preconceito. Além de ser mulher, sou lésbica, faço parte do movimento LGBTQIA+, então é difícil, sempre tem alguém tentando me diminuir. Mas se é o seu sonho, você tem que batalhar independente do que as pessoas falam. Quero inspirar mais mulheres a conquistarem seus espaços.

Quais são as suas referências? Anitta, como mulher e profissional. Ela é uma referência.

Como aconteceu a parceria entre você e PK na música Meu Estilo é Livre? Eu acompanho o trabalho do PK desde o Class A e sempre tive vontade de fazer um feat com ele. Fechei com a Universal no ano passado e falei que queria fazer um feat com o PK. Fiz o convite e ele aceitou sem “migué”. Fizemos e deu tudo certo. A galera gostou muito.

Como é o seu processo de composição? Já sonhei com uma música, acordei e só lembrava a melodia.

Qual é o seu sonho? A longo prazo, quero construir uma carreira internacional. A curto prazo, lançar um novo álbum e gravar um DVD. Também tenho vontade de abrir uma produtora.

This article is from: